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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Apostila de Legislação e Direito Ambiental Thaís Nayara Fogaça da Rocha

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Page 1: Apostila de LDA

Apostila de Legislação e Direito Ambiental

Thaís Nayara Fogaça da Rocha

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Page 2: Apostila de LDA

SumárioAula 1. Inserção no Mundo Jurídico..................................................................................................7

a. Direito Difuso........................................................................................................................7

b. Direito Coletivo......................................................................................................................7

c. Direito Individual Homogêneo...............................................................................................7

d. Direito Individual Indisponível...............................................................................................7

Aula 2. Conceitos Fundamentais e Histórico da Legislação Ambiental..............................................8

1. Conceitos Fundamentais.......................................................................................................8

2. Histórico da Legislação Ambiental.........................................................................................8

a. Surgimento dos Tratados Ambientais Internacionais........................................................8

b. Fatos e Leis........................................................................................................................8

Aula 3. Princípios de Direito Ambiental...........................................................................................10

Classificação dos Princípios.........................................................................................................10

1. Princípio da Precaução....................................................................................................10

2. Princípio da Prevenção....................................................................................................10

3. Princípio da Responsabilidade.........................................................................................11

4. Princípio do Usuário Pagador..........................................................................................11

5. Princípio do Poluidor Pagador.........................................................................................11

6. Princípio da Educação Ambiental....................................................................................11

7. Princípio da Participação Ambiental................................................................................12

8. Princípio da Informação Ambiental.................................................................................12

9. Princípio do Desenvolvimento Sustentável.....................................................................12

Aula 4. Responsabilidade Ambiental...............................................................................................13

1. Surgimento Jurídico da Responsabilidade Ambiental..........................................................13

a. Ação ou omissão..............................................................................................................13

b. Responsabilidade.............................................................................................................13

c. Contrato..........................................................................................................................13

2. Modalidades de Responsabilidade Ambiental.....................................................................13

a. Responsabilidade objetiva...............................................................................................13

b. Responsabilidade Subjetiva.............................................................................................13

3. Responsabilidade Objetiva e suas Consequências...............................................................13

4. Responsabilidade Objetiva e Consequências Processuais...................................................13

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Page 3: Apostila de LDA

a. Irrelevância da Intenção Danosa.....................................................................................13

b. Irrelevância da Mensuração do Subjetivismo..................................................................13

c. Inversão do Ônus da Prova..............................................................................................14

d. Ampliação do Rol dos Responsáveis................................................................................14

5. Teorias da Responsabilidade Objetiva.................................................................................14

a. Teoria do Risco Integral...................................................................................................14

b. Teoria do Risco Assumido................................................................................................14

c. Teoria do Risco Criado.....................................................................................................14

6. Responsabilidade Subjetiva e suas Consequências.............................................................14

a. Crime...............................................................................................................................14

b. Contravenção ou crime menor........................................................................................14

7. Responsabilidade Conjunta entre Pessoa Jurídica e Pessoa Física......................................15

8. Condições para Pleitear Reparação Ambiental....................................................................15

9. Direito de Regresso.............................................................................................................15

10. Considerações Finais.......................................................................................................15

Aula 5. Licenciamentos Ambientais.................................................................................................16

1. Licenciamento ambiental à luz dos princípios de direito ambiental....................................16

a. Princípio da prevenção....................................................................................................16

b. Princípio da função sócio ambiental da propriedade......................................................16

c. Princípio do desenvolvimento sustentável......................................................................16

d. Princípio da educação ambiental.....................................................................................16

e. Princípio da precaução....................................................................................................16

f. Princípio do poluidor pagador.........................................................................................16

g. Princípio da informação ambiental..................................................................................16

h. Princípio do usuário pagador...........................................................................................16

2. A atividade econômica x Preservação ambiental................................................................17

3. Conceito de licenciamento ambiental..................................................................................17

4. Autorizações paralelas ao licenciamento............................................................................18

5. Características dos Empreendimentos que necessitam de licença ambiental.....................18

6. Outros motivos para licenciar..............................................................................................18

7. Tipos de licenças ambientais...............................................................................................19

a. Licença Prévia (LP)...........................................................................................................19

b. Licença de Instalação (LI).................................................................................................19

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Page 4: Apostila de LDA

c. Licença de Operação (LO)................................................................................................19

8. Competência para licenciar.................................................................................................19

9. Regularização de Empreendimentos não licenciados devidamente....................................20

10. Custo do licenciamento ambiental..................................................................................20

Aspectos Gerais do Direito Ambiental.............................................................................................20

1. Controle do uso do solo.......................................................................................................20

2. Estatuto da cidade...............................................................................................................21

3. Plano diretor........................................................................................................................21

4. Parcelamento do uso do solo urbano..................................................................................21

Aula 6. Tratados Ambientais Internacionais....................................................................................23

1. Terminologia.......................................................................................................................23

2. Conceito de Tratado Internacional......................................................................................23

3. Características Gerais do Tratado Internacional..................................................................23

4. Partes..................................................................................................................................23

5. Princípios Gerais..................................................................................................................23

6. Nulidade de Extinção dos Contratos....................................................................................23

6.1. Nulidade......................................................................................................................23

6.2. Extinção.......................................................................................................................24

7. Análise e Evolução dos Principais Tratados Ambientais Internacionais...............................24

Aula 7. Reparação Ambiental e Competência para Legislar............................................................25

1. Reparação Ambiental..........................................................................................................25

2. Competência para Legislar..................................................................................................25

3. Competência Administrativa...............................................................................................25

Aula 8. Estatuto da Cidade e Seus Instrumentos.............................................................................26

1. Sobre o Estatuto da Cidade.................................................................................................26

Dependência dos Planos Diretores..........................................................................................26

Tutelas amparadas pelos instrumentos urbanísticos..............................................................26

Caráter teleológico amplo – como interpretar o Estatuto da Cidade......................................26

Função do Estatuto da Cidade dentro do Ordenamento Jurídico............................................26

2. Zona Urbana na Lei..............................................................................................................26

2.1. Lei 5172/1966 – Sistema Tributário Nacional..............................................................26

2.2. Zona urbana na Doutrina.............................................................................................27

2.3. Zona Rural....................................................................................................................27

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Page 5: Apostila de LDA

3. Política Urbana....................................................................................................................27

Constituição Federal................................................................................................................27

Instrumentos da Política Urbana na CF/88..............................................................................27

4. Estatuto da Cidade x Código Civil........................................................................................27

5. Função Social da Propriedade x Propriedade......................................................................27

6. Função do Estatuto da Cidade.............................................................................................27

7. Estratégia de Desenvolvimento Urbano..............................................................................28

8. Instrumentos da Política Urbana no Estatuto da Cidade.....................................................28

8.1. Visão Geral...................................................................................................................28

8.2. Instrumentos em espécie............................................................................................29

Aula 9. Diagnóstico e Controle do Uso do Solo...............................................................................30

1. Parcelamento do Uso do Solo.............................................................................................30

Controle do uso do solo se dá evitando o uso excessivo ou inadequado:...............................30

Parcelamento do uso do solo como Instituto Jurídico:............................................................30

2. Controle do Uso do Solo na Zona Urbana............................................................................30

Como se dá o controle do uso do solo?...................................................................................30

Loteamento.............................................................................................................................30

Ordenação e controle do uso do solo de forma a evitar:........................................................30

Entre outros instrumentos de parcelamento do uso e da ocupação do solo:.........................31

3. Controle do uso do solo rural..............................................................................................31

4. Finalidades do Diagnóstico do Uso do Solo.........................................................................31

Zoneamento Urbano atinge a área rural?...............................................................................31

Exemplos de itens analisados..................................................................................................31

5. Considerações Finais...........................................................................................................32

Aula 10. Plano Diretor: Conceitos e Objetivos.................................................................................34

1. Entendimento Legal Sobre o Plano Diretor.........................................................................34

Fundamento legal:...................................................................................................................34

Inserção do Plano diretor no conjunto legal:..........................................................................34

Plano diretor e Planejamento Municipal:................................................................................34

Plano diretor e outros Planos Municipais:...............................................................................34

Abrangência do Plano Diretor.................................................................................................34

Revisão do Plano Diretor.........................................................................................................34

Princípios da Informação do Plano Diretor..............................................................................34

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Page 6: Apostila de LDA

Obrigatoriedade do Plano Diretor para cidades:.....................................................................34

Cidades com mais de 500 mil habitantes:...............................................................................35

Conteúdo Mínimo do Plano Diretor........................................................................................35

Acréscimo de conteúdo no plano diretor em caso de expansão urbana:................................35

Plano de expansão urbana x Plano diretor..............................................................................35

Plano Diretor e Planos de Recursos Hídricos:..........................................................................35

2. Conceitos relacionados com Plano Diretor..........................................................................35

Conceito de Plano Diretor Municipal.......................................................................................35

3. Objetivos Gerais do Plano Diretor Municipal......................................................................35

Objetivos Básicos do Plano Diretor..........................................................................................35

Objetivos:................................................................................................................................36

Zoneamento Ambiental...........................................................................................................36

A Contribuição da Melhoria.....................................................................................................36

Execução dos Objetivos do Plano Diretor................................................................................36

4. Considerações Finais...........................................................................................................36

Aula 11. Política Urbana..................................................................................................................38

Explicando o Fluxograma:............................................................................................................38

Cidadania e Meio Ambiente........................................................................................................39

Aula 12. Competência Ambiental....................................................................................................40

A. Competência Legislativa da União.......................................................................................40

B. Competência Concorrente..................................................................................................40

C. Competência Administrativa...............................................................................................40

Aula 13. Instrumentos Processuais para Defesa do Meio Ambiente...............................................41

1. Inquérito Civil......................................................................................................................41

2. Termo de Ajuste de Conduta...............................................................................................41

3. Ação Civil Pública.................................................................................................................41

4. Ação Popular Ambiental......................................................................................................41

5. Mandado de Segurança Individual ou Coletivo...................................................................41

6. Ação Civil de Responsabilidade por Improbidade Administrativa.......................................41

Aula 14. Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente e Políticas Internacionais..............42

Aula 15. Ações Legais de Sustentabilidade Ambiental....................................................................43

Aula 16. Legislação Ambiental e Agronegócio.................................................................................44

Aula 17. Legislação Ambiental.........................................................................................................45

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Page 7: Apostila de LDA

Aspectos Gerais...........................................................................................................................45

I. Decreto - Lei 4.413/1975, e suas Modificações...............................................................45

II. Lei 6.938/81 – Política Nacional do Meio Ambiente........................................................45

III. Lei 9.605/98 - Crimes Ambientais................................................................................45

Aula 18. Critérios e Métodos de Valoração Econômica dos Danos Ambientais..............................46

Decreto 4339/02 e suas modificações.....................................................................................46

Notas de Aula..................................................................................................................................48

1. Justificativas para obras de engenharia ambiental..............................................................48

a. Utilidade pública..............................................................................................................48

b. Interesse social................................................................................................................48

2. Responsabilidade................................................................................................................48

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Page 8: Apostila de LDA

Aula 1. Inserção no Mundo JurídicoExistem direitos individuais e coletivos. O direito coletivo pode ser chamado de direito

trans-individual. O trans-individual divide-se em:

a. Direito Difuso

É aquele que está presente em toda a sociedade sem distinção de grupos ou

individualidades. Está caracterizado no Art. 225 da Constituição Federal “todos têm direito ao

ambiente ecologicamente equilibrado...” Quando garante as presentes e futuras gerações.

Também está presente na Lei 6.938 de 81 quando trata da política nacional do meio ambiente.

Essencialmente o direito ambiental é difuso mas dependendo das características do dano

ambiental pode ser tratado como coletivo.

b. Direito Coletivo

É aquele no qual se determina a existência de uma coletividade dentro da sociedade.

c. Direito Individual Homogêneo

É aquele no qual passa a existir um grupo determinado após a ocorrência de um fato

jurídico; é comumente aplicado nas relações de consumo.

d. Direito Individual Indisponível

É bastante recente e tem haver com a evolução da predominância dos direitos sociais

sobre os individuais. Neste sentido o indivíduo é obrigado a determinadas ações mesmo contra

sua vontade.

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Page 9: Apostila de LDA

Aula 2. Conceitos Fundamentais e Histórico da

Legislação Ambiental

1. Conceitos Fundamentais

O meio ambiente pode ser descrito por várias formas, mas este é dependente e

caracterizado somente do momento em diante em que existem leis.

Poluição: qualquer lançamento de matéria e/ou energia ocasionando pelo homem que

prejudique o meio ambiente.

Poluidor: pessoa física ou jurídica que direta ou indiretamente causou poluição

ambiental, inclusive isso é válido para pessoa de direito público e privado.

2. Histórico da Legislação Ambiental

a. Surgimento dos Tratados Ambientais Internacionais

Isto ocorreu na Península Ibérica no século XVI quando começou a ficar escassa a madeira

para fabricação de barcos, neste período houve o estabelecimento de um tratado ambiental entre

os povos da região para preservação das florestas.

b. Fatos e Leis

O primeiro evento relevante na formação do conjunto legal internacional aconteceu em

1948 com a declaração dos direitos humanos, com esta declaração ocorreu a valorização maior do

ser humano. Em 1965 ocorreu a promulgação da Lei 4.771 (Código Florestal), sendo substituído

pela Lei 12.651 de 2012 (o novo Código Florestal).

Em 1962 aconteceu na Suíça a Conferência de Estocolmo que é considerada pelos

historiadores de direito ambiental como o principal marco para a formação das leis ambientais,

mundialmente falando. Dentro do Brasil, esta conferência refletia na Lei 6.938 de 1981 (Política

Nacional do Meio Ambiente), refletiu na Constituição Federal de 1988, em particular, no Art. 225

e nas normas específicas que tratam da elaboração dos planos de recuperação de área degrada.

Com relação a Constituição Federal, é importante destacar que a expressão “ garantia de um

ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações” vem na sua origem

da Conferência de Estocolmo.

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Page 10: Apostila de LDA

Em 1992 encontramos como evento importante a ECORIO 92, que teve como foco

principal medidas sustentáveis. Este evento refletiu para efeitos de direito ambiental interno na

formatação da Lei dos Crimes Ambientais, que é a Lei 9.605 de 1998.

Em 2000 a discussão preponderante foi a biossegurança que resultou, no ano de 2005, na

promulgação da Lei 11.105 que é a Lei da Biossegurança. Esta lei trata de alguns aspectos médios

relacionados à células tronco e os organismos geneticamente modificados.

Em 2012 o fato relevante foi a conferência RIO +20 que tratou da sustentabilidade e da

produção verde. Segundo os analistas, o resultado foi um fracasso porque não passou de um

conjunto de promessas, pois não especificaram o modo e os recursos que serviriam para a

execução prática das propostas. O reflexo na legislação pátria foi o novo Código Florestal.

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Page 11: Apostila de LDA

Aula 3. Princípios de Direito AmbientalPrincípios: São norteadores, dão sustentação às leis e normas.

Classificação dos Princípios

1. Princípio da Precaução

Este princípio trata de um cuidado que o engenheiro ambiental deve ter ao executar suas

atividades no seguinte aspecto: “ não tendo certeza científica não realiza determinado ato”. Um

exemplo da contradição desse princípio é o emprego dos transgênicos no manejo ambiental.

Este princípio esclarece que deve-se agir ou não antes que o dano se concretiza, e que é

gravoso sua violação também pelo fato de que não se sabe quantas pessoas seriam afetadas se

um dano ambiental ocorresse. Há de se considerar que na maioria dos casos um dano ambiental

tem caráter irreversível, e que a penalidade, muitas vezes, não corrige os malefícios causados ao

meio ambiente. Portanto, se não tiver certeza científica não executa a atividade relacionada ao

meio ambiente.

No ano de 2009 o Superior Tribunal de Justiça atuando em uma ação civil pública,

manifestou-se favorável ao emprego da inversão do ônus da prova com o apoio do Princípio da

Precaução.

São normas embaçadoras ou que se relacionam com o Princípio da Precaução: Art. 225, IV

da Constituição Federal de 98; Art. 1º da Lei 11.105 de 2005; Art. 6º parágrafo único da Lei 11.428

de 2006; Princípio XV da declaração do Rio de 2002; Art. 9º, I da Lei 6.938 de 81 (Lei da Política

Nacional do Meio Ambiente).

2. Princípio da Prevenção

Muitas vezes é confundido com o princípio da precaução, mas sua aplicação acontece

quando já existe conhecimento de um provável dano ambiental e suas consequências mesmo que

parciais.

O princípio da prevenção é empregado quando se pretende evitar os grandes custos de

uma reparação ambiental, e ainda, sabendo-se que esta reparação dificilmente será concreta.

O princípio da prevenção fornece sustentação ao estudo do impacto ambiental e ao

relatório do meio ambiente. Quem obriga o licenciamento ambiental é o princípio da prevenção,

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Page 12: Apostila de LDA

é também este princípio que dá subsídio às medidas liminares nos processos ambientais. É

também este princípio que dá base ao poder de polícia (diferente de poder da polícia) pois que

trata da capacidade da fiscalização e aplicação de sanções pelo órgão público.

Este princípio, portanto, é aplicado em casos em que os impactos ambientais já são

conhecidos. São fundamentos desse princípio: O Art. 225, §1, IV da Constituição Federal e o Art.

10º da lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.928 de 81).

3. Princípio da Responsabilidade

Por este princípio o poluidor responde por suas ações ou omissões. Neste caso as sanções

ocorrem nas esferas civil, penal e/ou administrativa. Tem por base a responsabilidade civil

objetiva (trata-se da responsabilidade na qual basta o nexo causal para que haja a imputação do

agente).

Tem como fundamento o Art. 225, §3 da Constituição Federal.

4. Princípio do Usuário Pagador

Este princípio retrata que os bens ambientais são de todos, e, portanto, pode a

coletividade estabelecer valores à eles. Também retrata que estes bens são excessos e que,

portanto, devem ser utilizados de forma razoável.

Este princípio também visa evitar o enriquecimento ilícito, pois estaria evitando que

alguns enriquecessem com bens que são de todos.

Embasam este princípio a Lei 6.938 de 81, Art. 4º, VIII.

5. Princípio do Poluidor Pagador

Trata-se do princípio através do qual uma vez que poluiu tenha a obrigação de pagar por

esta poluição através de indenização e/ou recuperação. Este princípio não autoriza poluir.

São fundamentos deste princípio o Art. 225, §3º da Constituição Federal e o Art. 4º, VII e o

Art. 14, §1º da Lei 6.938 de 81.

Este princípio também é regido pela responsabilidade civil objetiva.

6. Princípio da Educação Ambiental

Ele efetiva o princípio da prevenção. Deve ser aplicado em todos os níveis de ensino,

inclusive na comunidade.

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Page 13: Apostila de LDA

Este princípio é parte integrante do gerenciamento ambiental, em outras palavras, a

efetivação do gerenciamento ambiental em uma empresa passa pela aplicação desse princípio.

São fundamento deste princípio a Lei 6.938 de 81 em seu Art. 2º e a Lei 9.795 de 1999.

7. Princípio da Participação Ambiental

Este princípio elenca que a sociedade deve participar no processo de tomada de decisões

em questões ambientais. Este princípio dá substância ao licenciamento ambiental quando este

realiza audiências públicas.

Fundamentam este princípio o Art. 225 da Constituição Federal de 88 (CF/88), §1º, VI; Art.

13º da Lei 6.938 de 81; Art. 14, I, II e III da Constituição Federal; resolução CONAMA 001 de 86 e

suas modificações; e a Lei 10.257 de 2001 (Estatuto da Cidade).

8. Princípio da Informação Ambiental

Faz parte do princípio da participação, e consiste no direito de ser informado. Significa o

acesso público aos dados e informações ambientais.

Fundamentam este princípio o Art. 225, §1º, VI; Art. 6º e 10º da Lei 9.638 de 81; e Lei

10.650 de 2003.

9. Princípio do Desenvolvimento Sustentável

Tem por base que todos têm direito ao ambiente ecologicamente equilibrado e

estabelece uma relação de equilíbrio entre os Art. 170 e Art. 225 da CF/88, sabendo que o Art.

170 trata de desenvolvimento sustentável econômico e o Art. 225 da preservação ambiental.

Assim, sustentabilidade envolver três parâmetros, sendo estes:

Fundamentam este princípio o Art. 170, VI e o Art. 225 da CF/88.

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Econômico

AmbientalSocial

Page 14: Apostila de LDA

Aula 4. Responsabilidade Ambiental

1. Surgimento Jurídico da Responsabilidade Ambiental

a. Ação ou omissão

Comete-se um crime por ação ou omissão.

b. Responsabilidade

Por um fato natural, no caso, o nascimento.

c. Contrato

Qualquer forma de contrato pode vincular uma resposta ambiental.

2. Modalidades de Responsabilidade Ambiental

a. Responsabilidade objetiva

Se subdivide em civil e administrativa. Tanto a civil, como a administrativa se processam,

havendo como bastante o nexo causal.

b. Responsabilidade Subjetiva

A responsabilidade subjetiva relaciona-se com culpa ou dolo. A responsabilidade subjetiva

é personalíssima (exclusivo com uma pessoa).

3. Responsabilidade Objetiva e suas Consequências

Para efeito civil ocorre a reparação ambiental em primeiro lugar seguida da indenização.

Para efeito administrativo vai desde uma multa simples até a interdição ou demolição

4. Responsabilidade Objetiva e Consequências Processuais

a. Irrelevância da Intenção Danosa

Não importa a intenção de causar um dano ou não, basta apenas o nexo causal.

b. Irrelevância da Mensuração do Subjetivismo

A identificação do indivíduo ocorre posteriormente à indenização e reparação do meio

ambiente.

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Page 15: Apostila de LDA

c. Inversão do Ônus da Prova

d. Ampliação do Rol dos Responsáveis

5. Teorias da Responsabilidade Objetiva

a. Teoria do Risco Integral

É aplicada esta teoria nas seguintes condições:

Empresa (sem lucro)+Nexocausal+Vale para caso fortuitoou forçamaior

Caso fortuito = O que é imprevisível;

Força maior = Desrespeito às forças da natureza;

Exemplo de empresa sem lucro: ONG.

b. Teoria do Risco Assumido

Empresa ( lucro )+Nexo causal+Nãovale para caso fortuitoou forçamaior

Exemplo: Fábrica de biscoitos no qual aparecem insetos quando o consumidor vai comer.

c. Teoria do Risco Criado

Empresa ( lucrono risco )+Nexocausal+Vale para caso fortuitoou forçamaior

Exemplo: Um reservatório de uma empresa de petróleo que foi construído dentro das

normas técnicas e começou a vazar em função de um abalo sísmico.

6. Responsabilidade Subjetiva e suas Consequências

A responsabilidade subjetiva remete ao aspecto penal. Quando se trata de pessoa física

pode levar a prisão simples, a detenção e a reclusão não deixando de ser aplicar, na maioria dos

casos, a multa. O que se discute modernamente é a imputação penal à pessoa jurídica; existe uma

teoria corroborada por alguns doutrinadores, dentre eles Maria Helena Diniz; segundo ela pode

sim ser imputada a pessoa jurídica um crime que pode levar à pena de morte.

a. Crime

Neste caso, a pena é de detenção ou reclusão mais multa.

b. Contravenção ou crime menor

Prisão simples ou multa.

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Page 16: Apostila de LDA

No início a Lei 4.771 de 1965 entendia a contravenção, ou seja, crimes menores ou menos

gravosos conta o meio ambiente, seguiu-se em 1998 a Lei 9.605 que é a Lei dos Crimes

Ambientais; assim até o advento da Lei 12.651 de 2012 tínhamos no nosso ordenamento pátrio a

convivência para efeitos ambientais de uma lei que entendia a contravenção e outra que entendia

o crime.

Hoje aplica-se a Lei 9.605 de 1998 e na insuficiência desta o Código Penal; em alguns

casos a tipificação do crime carece do decreto (lei) 3.688 de 1941 mais a Lei das Contravenções

Penais.

7. Responsabilidade Conjunta entre Pessoa Jurídica e Pessoa Física

A responsabilidade da pessoa jurídica não exclui a da pessoa física. Se a responsabilização da

pessoa física for obstáculo para a responsabilização da pessoa jurídica a primeira será

desconsiderada; se a responsabilização da pessoa jurídica for obstáculo para a responsabilização

da pessoa física, a primeira será desconsiderada. O que interessa, portanto, é que se chegue à

reparação e indenização.

8. Condições para Pleitear Reparação Ambiental

A própria Constituição Federal esclarece que basta demonstrar o nexo causal entre a conduta

do réu e a lesão ao meio ambiente.

9. Direito de Regresso

Está previsto no Art. 934 do Código Civil que diz que “aquele que ressarcir dano causado ao

meio ambiente por outrem pode reavê-lo.”

10. Considerações Finais

O engenheiro ambiental deve ficar muito atento à responsabilidade ambiental, pois

dificilmente poderá esboçar qualquer excludente de responsabilidade. A responsabilidade civil e

administrativa ambiental evoluiu para a responsabilidade objetiva.

A responsabilidade objetiva visa estancar o mal ambiental o mais breve possível. A

responsabilidade ambiental no ângulo penal é subjetiva.

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Page 17: Apostila de LDA

Aula 5. Licenciamentos Ambientais

1. Licenciamento ambiental à luz dos princípios de direito ambiental

a. Princípio da prevenção

O princípio da prevenção faz parte do licenciamento e do EIA/RIMA. O comando é dado

pelo Art. 225 da CF.

b. Princípio da função sócio ambiental da propriedade

O licenciamento orienta a partir deste princípio, para que cumpra a função sócio

ambiental da propriedade.

c. Princípio do desenvolvimento sustentável

A partir deste princípio o licenciamento contextualiza, ou seja, insere o licenciamento

dentro das atividades em geral.

d. Princípio da educação ambiental

Visa aumentar ou instituir a consciência ecológica. Tem o comando no Art. 2º da Lei

6938/1981. Este princípio ajuda a efetivar o princípio da prevenção.

e. Princípio da precaução

Este princípio relacionado ao licenciamento ambiental se presta a prevenir levando

inclusive a não realização de determinada atividade ambiental. Relaciona-se com a Lei 11105/05.

f. Princípio do poluidor pagador

Não confere o direito de poluir, e quando é aplicado é feito com base na responsabilidade

objetiva. O licenciamento ambiental orienta a atividade fiscalizadora, no caso de dano ambiental.

g. Princípio da informação ambiental

É a participação popular no licenciamento ambiental através de audiência pública. Isto

está amparado em alguns dispositivos legais como a resolução Conama 237/1997 e suas

atualizações. É um exercício democrático.

h. Princípio do usuário pagador

Organiza o licenciamento para cobrar por um bem ambiental, e também autoriza essa

cobrança.

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Page 18: Apostila de LDA

2. A atividade econômica x Preservação ambiental

Trata-se do confronto do Art. 170 CF/88 com o Art. 225 CF/88. O Art. 170 trata da ordem

econômica, fortalecendo o desenvolvimento econômico.

Parágrafo único do Art. 170: “É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade

econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em

lei.“

Parágrafo único do Art. 225: “Para assegurar a efetividade desse direito, incube ao pode

público: IV. Exigir, na forma da lei para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora

de significativa degradação ambiental, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará

publicidade.”

3. Conceito de licenciamento ambiental

Licenciamento é um procedimento, e licença é um ato administrativo realizado pelo

Estado ou entidades delegadas pelo estado. A licença é um lado unilateral e que origina um

negócio jurídico público.

Quando as condições forem satisfeitas a licença deve ser concedida. A licença autoriza o

que antes era vedado, proibido. A licença ambiental também tem natureza jurídica de

autorização. O licenciamento ambiental trata-se de um procedimento administrativo complexo,

constituído por uma série de etapas, cujo objetivo é a licença ambiental.

O fundamento do licenciamento ambiental esta na Lei da Política Nacional do Meio

Ambiente, que é a Lei 6938/1981 no seu Art. 10º:

a. Construção, instalação, ampliação e funcionamento;

b. Atividades utilizadoras de recursos ambientais;

c. Consideradas efetivas ou potencialmente poluidoras;

d. Capazes, sobre qualquer forma, de causar degradação ambiental;

e. Em regra o licenciamento é feito pelo órgão estadual;

f. Supletivamente, o Ibama;

g. Sem prejuízo de outras licenças.

O licenciamento ambiental também tem por base o Poder de Polícia, portanto, licença

ambiental:

a. É um ato administrativo;

17

Page 19: Apostila de LDA

b. Estabelece as condições para a atividade;

c. Estabelece as restrições para a atividade;

d. Estabelece as medidas de controle.

4. Autorizações paralelas ao licenciamento

O licenciamento ambiental não necessariamente exime o empreendedor de tirar outras

licenças.

Exemplo 1: Atividades que utilizam recursos hídricos, além da licença precisa da outorga

do uso da água, isso com base na Lei 9433/1997.

Exemplo 2: Atividade que inclua desmatamento, é necessário a autorização do órgão

específico ambiental; isso tem base na Lei 12651/2012, Art. 10 e 31. , também a resolução

Conama 378/2006 alterada pela Resolução Conama 428/2010.

Exemplo 3: Obras de utilidade pública ou interesse social em APP: autorização de

supressão de APP; isso tem por base a Lei 12651/2012.

Exemplo 4: Transportar e comercializar produtos florestais há a necessidade do

documento de origem florestal (DOF). Fundamentam a Lei 12651/2012, Portaria do Ministério do

Meio Ambiente de 2006 e Instrução Normativa Ibama 112/2006 e suas transformações.

5. Características dos Empreendimentos que necessitam de licença

ambiental

a. São aqueles utilizadores do meio ambiente.

b. Efetiva ou potencialmente poluidoras. Na resolução CONAMA 237/97 e suas

modificaçõesencontra-se um hall exemplificativo. Outras informações nesse sentido

são encontradas na lei 6938/81.

6. Outros motivos para licenciar

a. Exigência da administração pública.

b. Garantia de que não está infringindo nenhum artigo da lei 9605/98.

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Page 20: Apostila de LDA

7. Tipos de licenças ambientais

a. Licença Prévia (LP)

Solicitação: No planejamento

Dependência: EIA RIMA

Diretrizes: Autoriza o projeto

Efeitos para o órgão essenciador: Concorda com a localização e concepção da atividade.

b. Licença de Instalação (LI)

Solicitação: antes do inicio da obra, no projeto.

Dependência: da licença prévia.

Diretriz: autoriza iniciar as obras.

Efeitos para o órgão licenciador: concorda com as especificações do projeto.

c. Licença de Operação (LO)

Solicitação: após cumprir as etapas anteriores

Dependência: da LP e da LI

Diretriz: autoriza iniciar as atividades.

Efeitos para o órgão licenciador: fiscalização

A validade da licença de operação em geral é de 4 a 10 anos, podendo ser modificada

segundo o entendimento do órgão fiscalizador. O tempo de validade poderá ser reduzido.

A revalidação da licença de operação deve ser feita 120 antes do seu término, caso a

empresa continue operando sem revalidar, constitui em infração administrativa e posteriormente

penal. O não cumprimento da revalidação da licença pela administração pública no prazo

estipulado, pode implicar no prolongamento do prazo sendo que neste período a licença tem

plena validade.

8. Competência para licenciar

Em regra a competência é dos Estados, porém pode ocorrer a competência supletiva que

acontece quando o Estado queda inerte. Entrando em ação a União através do IBAMA. Mas pode

19

Page 21: Apostila de LDA

ocorrer da União ter competência originária, que acontece quando envolve mais de um estado,

quando envolve obras nas divisas do país (Brasil) ou quando o impacto tem amplitude regional.

9. Regularização de Empreendimentos não licenciados devidamente

Um empreendimento pode estar funcionando, porém pode não estar licenciado ou estar

irregular. Termo de ajuste de conduta que é realizado entre o ministério público + o órgão

licenciador

Um dos efeitos do TAC a suspenção da multa e também demais sanções administrativas.

O TAC também tem o poder de manter o funcionamento da empresa, ou seja, conceder a licença

de operação sem as licenças anteriores.

10. Custo do licenciamento ambiental

Quem paga o licenciamento é o empreendedor.

Aspectos Gerais do Direito Ambiental

1. Controle do uso do solo

O controle do uso do solo é uma atividade prerrogativa da administração pública

municipal. O controle do uso do solo se dá evitando o uso excessivo ou inadequado do solo,

através de:

a. parcelamento do solo

b. edificação

c. zoneamento

d. outras devidas

A efetivação do controle do uso do solo se da pelas normas e fiscalização por parte do

poder público através de:

a. alvará de uso do solo

b. poder de policia

Dão embasamento para controle do uso do solo o direito administrativo, a lei 6766/79 e

o art. 30, inciso 8º da C.F.; este dispostivo constitucional determina que a competência para o

controle do uso do solo é municipal.

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Page 22: Apostila de LDA

2. Estatuto da cidade

É a lei 10257/2001. Esta lei regulamenta o capítulo da política urbana estabelecido na C.F..

Seus principios básicos são planejamento participativo e função social da propriedade.

São funções do estatuto da cidade:

a. efetivar a política urbana

b. materializar o interesse social

c. regular por uso da propriedade urbana

d. promocionar o equilibrio ambiental

O estatuto da cidade possui alguns instrumentos para que se efetive o seu

funcionamento, dentre estes instrumentos existem os instrumentos ambientais , quais sejam:

a. estudo prévio de impacto ambiental (EIA)

b. estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV)

c. o artigo 38 desta lei esclarece que a elaboração do EIV não substitui a

elaboração e a aprovação do EIA.

3. Plano diretor

O plano diretor é aprovado por uma lei municipal e constitui-se em uma lei. O plano

diretor, salvo exceções, em lei prevalece sobre o estatuto da cidade quando se trata de

especificações.

São diretrizes do plano diretor entre outras:

a. Controle do uso do solo

b. Parcelamento do solo

c. Sustentabilidade ambiental

d. Regularização fundiária

4. Parcelamento do uso do solo urbano

O parcelamento do uso do solo urbano é realizado através de:

a. loteamento

b. desmembramento

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Page 23: Apostila de LDA

O loteamento consiste em partes de greva em lotes urbanos, com a abertura de novas

vias. O desmembramento consiste na subdivisão de greva em lotes, porém sem a abertura de

novas vias. A área padrão de um modo geral é de 250m² sendo 10m de frente. A área mínima é de

125m².

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Page 24: Apostila de LDA

Aula 6. Tratados Ambientais Internacionais

1. Terminologia

Tratado é o termo geral ou genérico para convenção, acordo, protocolo, etc, para acordos

internacionais; para efeitos jurídicos não importa a nomenclatura pois todos são, na verdade,

tratados.

Acordo: é bilateral e é um termo genérico para tratado.

Convenção: usualmente é multilateral e empregada para grandes temas.

Protocolo: é um tratado acessório a um tratado principal.

Declaração: tem efeito moral, sendo de menor expressão contratual.

Conferência: é um evento para conferir e produz um documento de menor força do que a

convenção.

2. Conceito de Tratado Internacional

É um acordo internacional resultante da convergência das vontades de dois ou amis

sujeitos de direito internacional.

3. Características Gerais do Tratado Internacional

I. É um texto escrito;

II. Gera efeitos jurídicos no plano internacional;

III. Os efeitos são semelhantes aos contratos;

4. Partes

São sujeitos de direito internacional.

5. Princípios Gerais

a. Os acordos devem ser cumpridos;

b. Do cumprimento da boa fé, ou seja, a menos que o outro demonstre ou faça algo

errado, você irá cumprir a sua parte.

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Page 25: Apostila de LDA

6. Nulidade de Extinção dos Contratos

6.1. Nulidade

a. Coação;

b. Objeto ilícito.

6.2. Extinção

a. AB-Roação por todos (o contrato deixa de existir por sua totalidade);

b. Denúncia unilateral;

c. AB-Rogação por maioria.

OBS: diferença entre nulidade e extinção, o que você anula hoje você pode voltar depois, o que

você extingue hoje, não voltará a existir.

7. Análise e Evolução dos Principais Tratados Ambientais

Internacionais

1948: Declaração Universal dos Direitos Humanos;

1958: Convenção sobre Sentenças Arbitrais Estrangeiras;

1972: Declaração de Estocolmo sobre Meio Ambiente;

1986: Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento;

1992: Convenção sobre Diversidade Biológica;

2012: RIO+20 – Conferência que produziu apenas uma declaração.

“Em 1948 houve para efeito mundial o pós guerra, o valor humano caiu durante a guerra, por isso

é natural que em 1948 houve a valorização da raça humana tanto que foi criada a declaração dos

direitos humanos. Em 1972 houve uma alavanca para a sustentabilidade, assim como em 1992,

comparativamente com 2012, sabemos que esta foi muito melhor do que em 2012, isso ocorreu

porque em 1992 as pessoas estavam mais preocupadas em cuidar do ambiente do que no

dinheiro. Nos anos 2000 a preocupação era a Biossegurança e o Brasil respondeu através da Lei

8605, lei da Biossegurança.”

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Page 26: Apostila de LDA

Aula 7. Reparação Ambiental e Competência para

Legislar

1. Reparação Ambiental

Tem por base o Art. 225, §3º da CF e o Art. 4º, VII da Lei 6938 de 1981. A reparação do

dano ambiental pode ocorrer sobre três vertentes:

a. Reparação in natura;

b. Compensação ecológica;

c. Compensação pecuniária;

“O que o item b tem haver com Bacia hidrográfica? A compensação deve ser, na pior das hipóteses na Bacia ou na Microbacia (preferencialmente). Quem determina ao engenheiro ambiental que o manejo ambiental deve ter por base a bacia hidrográfica é a Lei, além de ali ter as principais condições ecológicas e ambientais. Ou seja, a Bacia É a unidade de manejo ambiental.”

2. Competência para Legislar

Em regra geral a competência para efeitos ambientais é da união, privativamente: água,

energia, minérios de telecomunicação, informática, gás, energia nuclear, etc.

Uma Lei complementar da união pode autorizar os estados à legislar sobre questões

específicas, como por exemplo a preservação de determinada vegetação característica de um

estado.

Competência Concorrente: esta ocorre quando na falta de especificidade da união o

estado executa, porém nos moldes da união.

Para efeito municipal ocorre pro analogia que o município pode legislar ambientalmente

desde que respeitando a Lei estadual e federal, desde que a lei municipal seja mais rigorosa e

desde que a Lei municipal trate de uma realidade mais específica.

3. Competência Administrativa

A competência administrativa para fins ambientais é denominada competência comum,

ou seja, existe uma cooperação entre a união, estados e município. Prevalece em regras gerais a

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Page 27: Apostila de LDA

união e quando houver lacunas, os estados e os municípios podem administrar na questão

ambiental.

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Page 28: Apostila de LDA

Aula 8. Estatuto da Cidade e Seus Instrumentos

1. Sobre o Estatuto da Cidade

É uma Lei federal. Questão Urbana - > Estatuto da Cidade.

Como ele se materializa nas cidades em particular: é feito através de um dispositivo que está

previsto no estatuto da cidade, o plano diretor. O plano diretor é a materialização regional do

Estatuto da Cidade.

Dependência dos Planos Diretores

Para efetivação

Tutelas amparadas pelos instrumentos urbanísticos

Individuais. Ex: direito a propriedade

Transindividuais

Difusas. Ex: direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

Coletivas. Ex: usucapião.

Caráter teleológico amplo – como interpretar o Estatuto da Cidade

Não Interpretar como restrito a essa norma, mas expansivo a outras normas.

Função do Estatuto da Cidade dentro do Ordenamento Jurídico

Regulamenta os Arts. 182 e 183 da CF/88;

Estabelece diretrizes gerais da política urbana.

2. Zona Urbana na Lei

2.1. Lei 5172/1966 – Sistema Tributário Nacional.

Pelo menos dois incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:

i. Meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;

ii. Abastecimento de água;

iii. Sistema de esgotos sanitários;

iv. Rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;

v. Escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3km do imóvel

considerado.

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Page 29: Apostila de LDA

A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, nos

termos do parágrafo anterior.

2.2. Zona urbana na Doutrina

Relação com a zona rural, em um contínuo de atividades.

2.3. Zona Rural

A que não é urbana.

3. Política Urbana

Constituição Federal

Capítulo II: da Política Urbana. Art. 182:

Executada pelo poder público municipal;

Diretrizes gerais fixadas em lei;

Objetivo: desenvolvimento + funções cidade + bem-estar

Instrumentos da Política Urbana na CF/88

Plano diretor;

Função social da propriedade;

Desapropriação;

Parcelamento compulsório;

IpTU progressivo.

4. Estatuto da Cidade x Código Civil

O estatuto da Cidade 2001 é uma lei especial que consagra um micro-sistema CC2002. Assim, o

código civil prevalece por ser mais abrangente e mais novo.

5. Função Social da Propriedade x Propriedade

Usocapião é, não utilizou a propriedade enquanto outro a usa, o perde para o outro.

6. Função do Estatuto da Cidade

É efetivar a aplicação da Política Urbana.

Estabelece normas de ordem pública e interesse social;

Regula o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo;

Da segurança e do bem-estar dos cidadãos;

Equilíbrio ambiental.

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Page 30: Apostila de LDA

Objetivo da Política Urbana

Art. 2º (EC):

Ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade;

Regular a propriedade urbana.

7. Estratégia de Desenvolvimento Urbano

O plano diretor é uma estratégia de desenvolvimento urbano;

Também é instrumento da política Urbana no Estatuto da Cidade.

8. Instrumentos da Política Urbana no Estatuto da Cidade

8.1. Visão Geral

Lei nº. 10.257/2001, serão utilizados entre outros instrumentos:

I. Planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social;

II. Planejamento municipal, em especial Plano diretor;

Parcelamento, do uso e da ocupação do solo;

Zoneamento ambiental;

Plano plurianual;

Diretrizes orçamentárias e orçamento anual;

Gestão orçamentária participativa;

Planos, programas e projetos setoriais;

Planos de desenvolvimento econômico e social.

III. Institutos tributários e financeiros Impostos sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU);

Contribuição de melhoria.

IV. Institutos jurídicos e políticos Desapropriação;

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Page 31: Apostila de LDA

Parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;

Usucapião especial de imóvel urbano;

Direito de preempção;

Outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso;

Regularização fundiária;

Legitimação de posse.

V. Estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV)

Na área rural se faz estudo de impacto ambiental, na área urbana se faz os dois, inclusive se for feito um, isto não excluirá fazer o outro.

8.2. Instrumentos em espécie

Zoneamento Ambiental Lei nº 6928/1981. PNMA Decreto 99540/2001. Decreto 4297/2002.

Zoneamento Ambiental ou Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE); É um instrumento de planejamento do uso do solo e gestão ambiental; Delimitação de zonas ambientais e atribuição de usos e atividades compatíveis; Visando o uso sustentável; Análise minuciosa e integrada da região; Ação Antrópica e a capacidade de suporte do meio ambienta; Social + ambiental + econômico.

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Page 32: Apostila de LDA

Aula 9. Diagnóstico e Controle do Uso do Solo

1. Parcelamento do Uso do Solo

Lei 6.766/1979 - Dispões sobre o Parcelamento do Solo Urbano. Conclusão: O

parcelamento é um subconjunto do Uso do Solo.

Controle do uso do solo se dá evitando o uso excessivo ou inadequado:

do parcelamento do solo;

da Edificação.

Conclusão: Parcelamento e uso são institutos jurídicos distintos.

Parcelamento do uso do solo como Instituto Jurídico:

pelo qual se realiza a primeira e mais importante etapa de construção do tecido urbano =

que é da urbanização.

2. Controle do Uso do Solo na Zona Urbana

Como se dá o controle do uso do solo?

Pelas normas e fiscalização por parte do poder público através do poder de polícia.

Loteamento

Antes da elaboração do projeto de loteamento o interessado deverá solicitar à prefeitura

municipal, ou ao distrito federal que defina as diretrizes para o uso do solo. Traçado dos lotes, do

sistema viário, apresentando requerimento e planta do imóvel.

Ordenação e controle do uso do solo de forma a evitar:

a. A utilização inadequada dos imóveis urbanos;

b. O parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivo ou inadequado em relação à

infra-estrutura urbana.

c. A instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como polos

geradores de tráfego, sem a previsão de infra-estrutura correspondente;

d. A retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não

utilização;

e. A poluição e a degradação ambiental;

f. A exposição da população à riscos de desastres (dada pela Lei 12608/12).

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Page 33: Apostila de LDA

Lei 12608/12 Institui a politica nacional de proteção e defesa civil.

Entre outros instrumentos de parcelamento do uso e da ocupação do solo:

Lei municipal incluída no plano diretor

I. O parcelamento, a edificação, ou a utilização compulsórios do solo urbano não

edificado, subutilizado ou não utilizado.

II. Devendo fixar as condições e os prazos para implementação da referida

obrigação.

EIV incluindo a análise, no mínimo, das seguintes questões:

III. Adensamento populacional;

IV. Equipamentos urbanos e comunitários;

V. Uso e ocupação do solo.

Aprovação de projetos de parcelamento do solo no novo perímetro urbano.

VI. Ficará condicionada à existência do projeto especifico (incluído pela Lei

12608/12).

3. Controle do uso do solo rural

Lei 6938/81. Dispões sobre a Política nacional de meio ambiente (PNMA).

Lei 9605/98. Crimes ambientais mais Código Penal.

Lei 4504. Estatuto da terra.

4. Finalidades do Diagnóstico do Uso do Solo

a. Zoneamento: para fixar os usos adequados do solo municipal;

b. Plano Diretor;

c. Política urbana e rural;

d. Política agrícola;

e. Política fundiária.

Zoneamento Urbano atinge a área rural?

Apesar de se falar em zoneamento urbano, ´´e correto que sua ação não deve se restringir

ao perímetro urbano, devendo se projetar para fora dele, cuidando da ordenação de todo o

território do município.

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Page 34: Apostila de LDA

Exemplos de itens analisados.

Alturas das edificações;

Vias internas e externas;

Clubes;

Praças;

Equipamentos comunitários;

Habitação;

Quartéis;

Comércio;

Indústria;

Obras;

Saúde;

Educação;

Segurança;

Administração Pública;

Uso financeiro;

Hotéis;

Custo do solo urbano;

Vazios urbanos;

Propriedades públicas;

Água.

5. Considerações Finais

O diagnostico do uso do solo pode ser feito no planejamento ou na reordenação do uso

do solo. No planejamento implica, por exemplo, em escolher as melhores terras para agricultura.

São finalidades do diagnóstico de uso do solo:

Zoneamento;

Plano diretor;

Política agrícola;

Política Fundiária

Compete aos municípios promover o ordenamento territorial, mediante planejamento e

controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.

A ordenação e controle do uso do solo é uma diretriz da política urbana.

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Page 35: Apostila de LDA

A função social da cidade fundamenta a política urbana.

Controlar o uso do solo implica em uma visão de planejamento que envolve tanto a área

urbana como rural.

Uma visão sistêmica deve prevalecer na ordenação e controle do uso do solo.

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Page 36: Apostila de LDA

Aula 10. Plano Diretor: Conceitos e Objetivos

1. Entendimento Legal Sobre o Plano Diretor

Fundamento legal:

CF/88, arts. 182 e 183.

Lei 10257/01 – Estatuto da Cidade

NBR 12267/92

Constituições estaduais

Leis Orgânicas municipais.

Inserção do Plano diretor no conjunto legal:

Aprovado por lei municipal é uma lei complementar municipal.

Plano diretor e Planejamento Municipal:

O plano diretor é parte integrante do processo de planejamento municipal.

Plano diretor e outros Planos Municipais:

Devem incorporar as diretrizes do plano diretor:

Plano plurianual;

Diretrizes orçamentárias;

Orçamento anual.

Abrangência do Plano Diretor

Deverá englobar o território do município como um todo.

Revisão do Plano Diretor

A lei instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada 10 anos.

Princípios da Informação do Plano Diretor

Obrigação dos Poderes Legislativo e Executivo municipais:

Audiências públicas (população e associações representativas);

Documentos e informações produzidos.

Obrigatoriedade do Plano Diretor para cidades:

Com mais de 20mil habitantes;

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Page 37: Apostila de LDA

Integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas.

Cidades com mais de 500 mil habitantes:

Deverá ser elaborado um plano de transporte urbano integrado, compatível com o plano

diretor ou nele inserido.

Conteúdo Mínimo do Plano Diretor

a. Delimitação das áreas urbanas onde poderá ser aplicado o parcelamento, edificação ou

utilização compulsória.

b. Seguintes disposições requeridas no Estatuto da Cidade, dentre outras:

Direito de preempção – PPM preferência para aquisição de imóvel urbano;

Outorga onerosa do direito de construir: construir acima do coeficiente.

Acréscimo de conteúdo no plano diretor em caso de expansão urbana:

Plano de Expansão Urbana (ampliação do perímetro urbano) no qual constatarão dentre

outras:

Demarcação da área de expansão urbana;

Delimitação dos trechos com restrições – desastres naturais;

Previsão de áreas de interesse social.

Plano de expansão urbana x Plano diretor

O plano de Expansão Urbana deverá atender às diretrizes do plano diretor, quando

houver.

Plano Diretor e Planos de Recursos Hídricos:

O conteúdo do plano diretor deverá ser compatível com as disposições insertas nos

planos de recursos hídricos.

2. Conceitos relacionados com Plano Diretor

Conceito de Plano Diretor Municipal

Instrumento básico de planejamento municipal;

Finalidade: implantação da política de desenvolvimento urbano;

Controlando: ação dos agentes públicos e privados.

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Page 38: Apostila de LDA

3. Objetivos Gerais do Plano Diretor Municipal

Objetivos Básicos do Plano Diretor

Os objetivos tem origem na Política Urbana (desenvolvimento) que gera o plano diretor.

O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política de

desenvolvimento e expansão urbana.

Objetivos:

a. Função social da Cidade (desenvolver);

b. Propriedade urbana (garantir);

c. Função social da propriedade (urbana).

Zoneamento Ambiental

Lei nº 6938/81 PNMA.

Decreto 99540/01.

Decreto 4297/02.

Ou zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) = Instrumento de Planejamento do uso do

Solo;

Consiste na delimitação de zonas ambientais visando o uso sustentável dos recursos

naturais e o equilíbrio dos ecossistemas existentes;

Análise integrada da região, considerando-se os impactos decorrentes da ação antrópica e

a capacidade de suporte do meio ambiente.

A Contribuição da Melhoria

Decreto Lei 195/67. Dispõe sobre a cobrança da Contribuição de Melhoria. Valorização de

imóveis de propriedade privada, em virtude de obras públicas.

Execução dos Objetivos do Plano Diretor

Direito de Superfície;

Direito de Preempção;

Zoneamento Ambiental;

Contribuição de Melhoria;

37

Page 39: Apostila de LDA

4. Considerações Finais

Plano diretor (PD) é um dos instrumentos de preservação dos bens ou áreas de referência

urbana;

PD está previsto no artigo 182§1º CF/88 e na Lei 10257/01;

PD é um instrumento básico da política de desenvolvimento do município;

Principal finalidade do PD: fornecer orientação ao Poder Público e a Iniciativa Privada no

planejamento municipal;

É uma lei municipal específica;

Plano Diretor Participativo: pode ser modalidade ou generalização do PD;

Sustentável para as presentes e futuras gerações (CF/88).

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Page 40: Apostila de LDA

Aula 11. Política Urbana

Explicando o Fluxograma:

Política são orientações de diretrizes, um tipo dessas políticas é a política urbana. Um

dos segmentos da política é a política urbana, esta são orientações feitas pelo Estado para o bem

comum agindo sobre o município, mas especificamente na área urbana.

Quem define para o engenheiro ambiental como funciona, para onde deve ser focado

e porque vai ser para a política urbana é a CF/88 através de 3 artigos, o Art. 182 combinado com o

Art. 30 dirá que é o município o executor e o Art. 183 vai tratar da Função Social da Propriedade

(FSP) que nos diz que uma propriedade somente é sua se você cumprir a função social. Assim,

tudo que aparece no Estatuto da Cidade (EC) é feito pela CF/88.

Os instrumentos existentes na política urbana são definidos pelo Estatuto da Cidade.

Assim, para efeito de planejamento, o primeiro instrumento é o plano diretor (PD - este é um

instrumento de planejamento presente no estatuto da cidade autorizado pela CF/88 para a

eficácia da Política Urbana), depois temos o controle do uso do solo (o parcelamento é um

subproduto deste) e o zoneamento. Outros instrumentos, para efeito ambiental, são o estudo de

impacto de vizinhança (EIV) e o estudo de impacto ambiental (EIA). Para efeito tributários temos

mais dois instrumentos importantes, o IPTU e a contribuição de melhoria (que é o pagamento

pela melhoria da cidade com o coletivo valendo sobre o individual). Para efeito jurídico, por fim,

temos vários instrumentos: a desapropriação, o usucapião (diferença entre usucapião e

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Política Urbana EC Instrumentos

PlanejamentoPD, o Zoneamento e o

Controle do Uso do Solo -> Parcelamento

Ambiental EIV e EIA

Tributário IPTU e Contribuição de Melhoria

Jurídico

Desapropriação, Usucapião,

Tombamento, Preempção e Regularização

Fundiária

CF/88

18230

EXECUTOR

183FSP

Page 41: Apostila de LDA

desapropriação: No usucapião a terra vai para uma pessoa em particular, já na desapropriação a

terra vai para o governo. OBS: não existe usucapião para propriedade do Estado), o tombamento

(necessita de valor histórico), a preempção (a prefeitura tem prioridade para comprar o imóvel) e

a regularização fundiária (terras devolutas – terras que nunca pertenceram ao particular - e

quando o pobre encontra-se por mais de um tempo dentro de uma terra - usucapião).

Cidadania e Meio Ambiente

“Qual o papel do engenheiro ambiental relacionando cidadania e meio

ambiente? Com base no Art. 5º, LXXII, da CF/88 qualquer cidadão é parte legítima

para propor ação popular, desta forma, qualquer indivíduo qualificado como

cidadão tem direito de propor ações populares. Com base nisso, o engenheiro

ambiental tem conhecimentos específicos que o dão condições de criar ações para

causas ambientais por seus conhecimentos, ele pode elaborar estratégias e medidas

mais eficazes para garantia de ambientes sustentáveis. O cidadão tem o dever de

preservar e defender o meio ambiente, segundo a CF/88. O engenheiro ambiental

deve garantir um ecossistema ecologicamente equilibrado para este cidadão, a

partir de seus conhecimentos sobre direito ambiental.”

40

Page 42: Apostila de LDA

Aula 12. Competência AmbientalA competência ambiental significa a competência dos entes públicos para legislar ou

administrar a questão ambiental.

A. Competência Legislativa da União

Trata-se de competência privativa, ou seja, só a União pode fazer: água, energia, recursos

minerais e energia nuclear. A União, através de lei complementar, pode autorizar os Estados a

legislar sobre matérias pertencentes à ela.

B. Competência Concorrente

Significa que os outros entes da federação podem legislar sobre matéria ambiental no

mesmo nível que a União, porém dentro dos moldes da União.

São competências Concorrentes:

a. Proteção ao Meio Ambiente;

b. Controle da Poluição;

c. Proteção ao Patrimônio Histórico e Artístico;

d. Responsabilidade por Dano Ambiental;

C. Competência Administrativa

A competência para administrar em relação ao meio ambiente é uma “competência

comum”, que significa que os estados, União, municípios e Distrito Federal cooperam para a

manutenção do meio ambiente.

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Page 43: Apostila de LDA

Aula 13. Instrumentos Processuais para Defesa do Meio

Ambiente

1. Inquérito Civil

Está na Lei 7.347/85

2. Termo de Ajuste de Conduta

Vale como um termo de justiça extra judicial, ou seja, em caso de não cumprimento vai

para fase executória do processo judicial.

3. Ação Civil Pública

Encontra-se na Lei 7347/85, cabível para o engenheiro ambiental no que corresponde aos

direitos difusos e coletivos.

4. Ação Popular Ambiental

Encontra-se na Lei 4717/65. Qualquer cidadão poderá impetrar.

5. Mandado de Segurança Individual ou Coletivo

Lei 12.016/09. O objetivo é proteger o direito líquido e certo ambiental e corre risco de se

perder.

6. Ação Civil de Responsabilidade por Improbidade Administrativa

É impetrada quando o cidadão constata que um funcionário público não está cumprindo o

seu dever de proteger o meio ambiente.

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Page 44: Apostila de LDA

Aula 14. Instrumentos da Política Nacional do Meio

Ambiente e Políticas InternacionaisA política internacional nasce da vontade dos países e organizações internacionais. Essa

vontade é materializada nos países soberanos através dos tratados internacionais, que são

materializados no Brasil na forma de emendas constitucionais e leis ordinárias; no caso de

emendas constitucionais ocorrerá quando se tratar de direitos ambientais vinculados ao direito

humano e se materializará como lei ordinária quando se tratar somente de direito ambiental.

A política nacional do meio ambiente é fortemente influenciada pela questão econômica,

ou seja, muitas vezes um país aceita determinada política internacional ambiental por pressões

econômicas.

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Page 45: Apostila de LDA

Aula 15. Ações Legais de Sustentabilidade AmbientalExistem muitas possibilidades de tratar tecnicamente a sustentabilidade e existem

possibilidades legais de se tratar a sustentabilidade. A aplicação das normas legais ambientais

constitui-se em instrumentos para promover a sustentabilidade, além dos princípios e além dos

instrumentos processuais.

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Page 46: Apostila de LDA

Aula 16. Legislação Ambiental e AgronegócioO agronegócio muitas vezes entra em conflito com a legislação ambiental, principalmente

quando se trata de se estabelecer políticas locais onde os produtores rurais já estão estabelecidos

em áreas de proteção permanente. Não existe recurso para o poder executivo, em qualquer nível,

que permita desapropriar mediante justa indenização, como trata a constituição federal e o

estatuto da terra.

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Page 47: Apostila de LDA

Aula 17. Legislação Ambiental

Aspectos Gerais

Para que serve a CF/88 para a atividade do Engenheiro Ambiental?

A constituição Federal compartilha com a atividade do Engenheiro Ambiental através de

alguns artigos, especificamente: Art. 30, Art. 170, Art. 182, Art. 183, Art 225. Ainda devemos

observar que na Constituição Federal encontram-se os princípios de direito ambiental, alguns

princípios expressos e outros entendidos pela doutrina.

A legislação ordinária também se apoia na constituição e nos princípios de direito

ambiental, porque se assim não o fizesse esta norma seria declarada inconstitucional e assim esta

seria invalidada. Em aulas anteriores foram detalhadas as normas mais relevantes para a

Engenharia Ambiental, a seguir apresentamos estas e outras normas.

I. Decreto - Lei 4.413/1975, e suas Modificações

Este dispositivo geral foi o início da legislação federal com o objetivo de regular a

qualidade do meio ambiente; relacionou a poluição do ar, das águas e do solo com as indústrias.

Surgiu em uma época em que Cubatão/SP começou a se tornar quase impróprio a vida humana. A

partir desta normal iniciou-se o processo de localização adequada para as indústrias, que aparece

como instrumento da política urbana no Estatuto da Cidade.

II. Lei 6.938/81 – Política Nacional do Meio Ambiente

Esta norma estabelece ligação com a Conferência de Estocolmo de 1972, inclusive

absorvendo muitos de seus princípios, que também estão materializados na Constituição Federal.

III. Lei 9.605/98 - Crimes Ambientais

Esta lei tipifica os crimes ambientais. Através de uma interpretação conjunta da lei

12651/2012 possibilitou o entendimento de que para efeito ambiental genericamente não existe

mais contravenção, ou seja, na prática, tudo é crime ambiental.

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Page 48: Apostila de LDA

Aula 18. Critérios e Métodos de Valoração Econômica

dos Danos Ambientais1. Reparação Ambiental:

a. Reparação in natura;

b. Compensação ecológica;

c. Compensação monetária.

2. Muitos elementos naturais não possuem valor econômico, pelo menos, mensurável;

3. Para efeitos de valoração de bens ambientais relativamente mensuráveis segue-se os

seguintes preceitos:

a. Capacidade de consumo pelo homem;

b. Importância como matéria prima;

c. Valor para o desenvolvimento da persona coletiva;

Obs: Constitui-se de dificuldade a valoração do ecossistema quando ao seu equilíbrio.

Decreto 4339/02 e suas modificações

Neste decreto encontra-se uma previsão de Critérios para fixação do valor do dano

ambiental. O valor da biodiversidade é determinado através dos seguintes parâmetros:

a. Valor cultural;

b. Valor implícito;

c. Valor ecológico;

d. Valor genético;

e. Valor social;

f. Valor econômico;

g. Valor científico;

h. Valor educacional;

i. Valor recreativo;

j. Valor estético.

Métodos de quantificação monetária dos danos ambientais com base na “teoria econômica

neoclássica”

a. Reflete nos elementos naturais com valor mensurável no mercado e no comércio

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Page 49: Apostila de LDA

b. Valor relacionado a saúde humana

c. Agregação à economia

Os danos ao ambiente natural podem ser:

a. Patrimoniais: são aqueles que refletem um valor ao bem em si, como por exemplo:

matéria prima, cultura local, etc.

b. Não Patrimoniais: são aqueles relacionados aos bens difusos

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Page 50: Apostila de LDA

Notas de Aula A legislação de engenharia ambiental está vinculada ao Conselho Federal.

1. Justificativas para obras de engenharia ambiental

a. Utilidade pública

É a transferência da propriedade privada ou a autorização para mexer em área legalmente

protegida sendo que os cuidados e a responsabilidade desta área passa para a administração

pública.

b. Interesse social

É a transferência da propriedade privada ou a autorização para mexer em área legalmente

protegida sendo que os cuidados e a responsabilidade desta área passa para a sociedade.

2. Responsabilidade

Responsabilidade Personalíssima: de uma única pessoa, própria, pessoal.

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