apostila de instalaÇÕes prediais - otacÍlio

17
1 – DEFINIÇÕES De acordo com a NBR 5626, temos: 1.1 – Alimentador predial Tubulação que liga a fonte de abastecimento a um reservatório de água de uso doméstico. 1.2 – Aparelho sanitário Aparelho destinado ao uso de água para fins higiênicos ou para receber dejetos e/ou águas servidas. Inclui-se nesta definição aparelhos como bacias sanitárias, lavatórios, pias e outros, e, também, lavadoras de roupa e pratos, banheiras de hidromassagem, etc. 1.3 – Automático de bóia Dispositivo instalado no interior de um reservatório para permitir o funcionamento automático da instalação elevatória entre seus níveis operacionais e extremos. 1.4 - Barrilete Conjunto de tubulações que se origina no reservatório e do qual se derivam as colunas de distribuição, quando o tipo de abastecimento adotado é indireto. 1.5 – Caixa de descarga Dispositivo colocado acima, acoplado ou integrado às bacias sanitárias ou mictórios, destinados a reservação de água para suas limpezas. 1.6 – Caixa ou válvula redutora de pressão Caixa destinada a reduzir a pressão nas colunas de distribuição. 1.7 – Coluna de distribuição Tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar ramais 1.8 – Conjunto elevatório Sistema para elevação de água. 1.9 – Consumo diário Valor médio de água consumida num período de 24 horas em decorrência de todos os usos do edifício no período. 1.10 – Dispositivo antivibratório Dispositivo instalado em conjuntos elevatórios para reduzir vibrações e ruídos e evitar sua transmissão. 1.11 – Extravasor

Upload: rodrigo-ribeiro

Post on 19-Oct-2015

23 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

1 DEFINIES De acordo com a NBR 5626, temos: 1. 1.1 Alimentador predial Tubulao que liga a fonte de abastecimento a um reservatrio de gua de uso domstico. 1.2 Aparelho sanitrio Aparelho destinado ao uso de gua para fins higinicos ou para receber dejetos e/ou guas servidas. Inclui-se nesta definio aparelhos como bacias sanitrias, lavatrios, pias e outros, e, tambm, lavadoras de roupa e pratos, banheiras de hidromassagem, etc. 1.3 Automtico de bia Dispositivo instalado no interior de um reservatrio para permitir o funcionamento automtico da instalao elevatria entre seus nveis operacionais e extremos. 1.4 - Barrilete Conjunto de tubulaes que se origina no reservatrio e do qual se derivam as colunas de distribuio, quando o tipo de abastecimento adotado indireto. 1.5 Caixa de descarga Dispositivo colocado acima, acoplado ou integrado s bacias sanitrias ou mictrios, destinados a reservao de gua para suas limpezas. 1.6 Caixa ou vlvula redutora de presso Caixa destinada a reduzir a presso nas colunas de distribuio.1.7 Coluna de distribuio Tubulao derivada do barrilete e destinada a alimentar ramais 1.8 Conjunto elevatrio Sistema para elevao de gua. 1.9 Consumo dirio Valor mdio de gua consumida num perodo de 24 horas em decorrncia de todos os usos do edifcio no perodo. 1.10 Dispositivo antivibratrio Dispositivo instalado em conjuntos elevatrios para reduzir vibraes e rudos e evitar sua transmisso. 1.11 Extravasor Tubulao destinada a escoar os eventuais excessos de gua dos reservatrios e das caixas de descarga. 1.12 - Inspeo Qualquer meio de acesso aos reservatrios, equipamentos e tubulaes. 1.13 Instalao elevatria Conjunto de tubulaes, equipamentos e dispositivos destinados a elevar a gua para o reservatrio de distribuio. 1.14 Instalao hidropneumtica Conjunto de tubulaes, equipamentos, instalaes elevatrias, reservatrios hidropneumticos e dispositivos destinados a manter sob presso a rede de distribuio predial. 1.15 Instalao predial de gua fria Conjunto de tubulaes, equipamentos, reservatrios e dispositivos, existentes a partir do ramal predial, destinado ao abastecimento dos pontos de utilizao de gua do prdio, em quantidade suficiente, mantendo a qualidade da gua fornecida pelo sistema de abastecimento. 1.16 Interconexo Ligao, permanente ou eventual, que torna possvel a comunicao entre dois sistemas de abastecimento.1.17 Ligao de aparelho sanitrio Tubulao compreendida entre o ponto de utilizao e o dispositivo de entrada de gua no aparelho sanitrio. 1.18 Limitador de vazo Dispositivo utilizado para limitar a vazo em uma pea de utilizao. 1.19 Nvel operacional Nvel atingido pela gua no interior da caixa de descarga, quando o dispositivo da torneira de bia se apresenta na posio fechada e em repouso. 1.20 Nvel de transbordamento Nvel do plano horizontal que passa pela borda de reservatrio, aparelho sanitrio ou outro componente. No caso de haver extravasor associado ao componente, o nvel aquele do plano horizontal que passa pelo nvel inferior do extravasor. 1.21 Quebrador de vcuo Dispositivo destinado a evitar o refluxo por suco da gua nas tubulaes. 1.22 Pea de utilizao Dispositivo ligado a um sub-ramal para permitir a utilizao da gua e, em alguns casos, permite tambm o ajuste da sua vazo. 1.23 Ponto de utilizao (da gua) Extremidade de jusante do sub-ramal a partir de onde a gua fria passa a ser considerada gua servida. 1.24 Presso de servio Presso mxima a que se pode submeter um tubo, conexo, vlvula, registro ou outro dispositivo, quando em uso normal. 1.25 Presso total de fechamento Valor mximo de presso atingido pela gua na seo logo montante de uma pea de utilizao em seguida ao seu fechamento, equivalendo a soma da sobrepresso de fechamento com a presso esttica na seo considerada. 1.26 - Ramal Tubulao derivada da coluna de distribuio e destinada a alimentar os sub-ramais.1.27 Ramal predial Tubulao compreendida entre a rede pblica de abastecimento e a instalao predial. O limite entre o ramal predial e o alimentador predial deve ser definido pelo regulamento da Cia. Concessionria de gua local. 1.28 Rede predial de distribuio Conjunto de tubulaes constitudo de barriletes, colunas de distribuio, ramais e sub-ramais, ou de alguns destes elementos, destinado a levar gua aos pontos de utilizao. 1.29 Refluxo de gua Retorno eventual e no previsto de fluidos, misturas ou substncias para o sistema de distribuio predial de gua. 1.30 Registro de fechamento Componente instalado em uma tubulao para permitir a interrupo da passagem de gua. Deve ser usado totalmente fechado ou totalmente aberto. Geralmente emprega-se registros de gaveta ou esfera. 1.31 Registro de utilizao Componente instalado na tubulao e destinado a controlar a vazo da gua utilizada. Geralmente empregam-se registros de presso ou vlvula-globo em sub-ramais. 1.32 Regulador de vazo Aparelho intercalado numa tubulao para manter constante sua vazo, qualquer que seja a presso a montante. 1.33 Reservatrio hidropneumtico Reservatrio para ar e gua destinado a manter sob presso a rede de distribuio predial. 1.34 Reservatrio inferior Reservatrio intercalado entre o alimentador predial e a instalao elevatria, destinada a reservar gua e a funcionar como poo de suco da instalao elevatria. 1.35 Reservatrio superior Reservatrio ligado ao alimentador predial ou a tubulao de recalque, destinado a alimentar a rede predial ou a tubulao de recalque, destinado a alimentar a rede predial de distribuio.1.36 - Retrossifonagem Refluxo de gua usada, proveniente de um reservatrio, aparelho sanitrio ou qualquer outro recipiente, para o interior de uma tubulao, em decorrncia de presses inferiores atmosfrica. 1.37 Separao atmosfrica Distncia vertical, sem obstculos e atravs da atmosfera, entre a sada da gua da pea de utilizao e o nvel de transbordamento dos aparelhos sanitrios, caixas de descarga e reservatrios. 1.38 Sistema de abastecimento Rede pblica ou qualquer sistema particular de gua que abastea a instalao predial. 1.39 Sobrepresso de fechamento Maior acrscimo de presso que se verifica na presso esttica durante e logo aps o fechamento de uma pea de utilizao. 1.40 Subpresso de abertura Maior acrscimo de presso que se verifica na presso esttica logo aps a abertura de uma pea de utilizao. 1.41 Sub-ramal Tubulao que liga o ramal pea de utilizao ou ligao do aparelho sanitrio. 1.42 Torneira de bia Vlvula com bia destinada a interromper a entrada de gua nos reservatrios e caixas de descarga quando se atinge o nvel operacional mximo previsto. 1.43 Trecho Comprimento de tubulao entre duas derivaes ou entre uma derivao e a ltima conexo da coluna de distribuio. 1.44 Tubo de descarga Tubo que liga a vlvula ou caixa de descarga bacia sanitria ou mictrio. 1.45 Tubo ventilador Tubulao destinada a entrada de ar em tubulaes para evitar subpresses nesses condutos.1.46 Tubulao de limpeza Tubulao destinada ao esvaziamento do reservatrio para permitir a sua manuteno e limpeza. 1.47 Tubulao de recalque Tubulao compreendida entre o orifcio de sada da bomba e o ponto de descarga no reservatrio de distribuio. 1.48 Tubulao de suco Tubulao compreendida entre o ponto de tomada no reservatrio inferior e o orifcio de entrada da bomba. 1.49 Vlvula de descarga Vlvula de acionamento manual ou automtico, instalada no sub-ramal de alimentao de bacias sanitrias ou de mictrios, destinada a permitir a utilizao da gua para suas limpezas. 1.50 Vlvula de escoamento unidirecional Vlvula que permite o escoamento em uma nica direo. 1.51 Vlvula redutora de presso Vlvula que mantm a jusante uma presso estabelecida, qualquer que seja a presso dinmica a montante. 1.52 Vazo de regime Vazo obtida em uma pea de utilizao quando instalada e regulada para as condies normais de operao. 1.53 Volume de descarga Volume que uma vlvula ou caixa de descarga deve fornecer para promover a perfeita limpeza de uma bacia sanitria ou mictrio.

2 - OBJETIVOS DE UMA INSTALAO PREDIAL DE GUA FRIA

A metodologia da elaborao do projeto dever ser a da abordagem sucessiva e progressiva do problema, com o intuito de se consolidar como verdadeira e servir de base para a fase seguinte, cada etapa ou tarefa aprovada.Os principais objetivos de um projeto desse tipo de instalao so: 2.1 Fornecimento contnuo de gua com qualidade e em quantidade suficiente para sua satisfazer as necessidades dirias de higienizao, dessedentao, usos domsticos e de lazer dos usurios;2.2 Evitar o desabastecimento de gua decorrentes da interrupo do fornecimento pelo sistema pblico de abastecimento;2.3 Limitao das presses e velocidades, garantindo o bom funcionamento da instalao;2.4 Evitar vazamentos e rudos nas canalizaes e aparelhos;2.5 Preservao da qualidade da gua, proporcionando aos usurios boas condies de higiene, sade e conforto.

3 ETAPAS DE PROJETO

Consideram-se trs etapas durante a realizao de um projeto de instalaes prediais de gua fria: 3.1. Concepo do projeto;3.2. Determinao de vazes; e3.3. Dimensionamento.

A concepo a etapa mais importante do projeto, sendo nesta fase que devem ser definidos: 4.1 4.2 4.3 3.1 3.2 3.3 3.4 O tipo do prdio e sua utilizao;3.5 Sua capacidade atual e futura;3.6 O tipo de sistema de abastecimento;3.7 Os pontos de utilizao;3.8 O sistema de distribuio;3.9 A localizao dos reservatrios;3.10 Canalizaes e aparelhos.

A etapa seguinte consiste na determinao das vazes das canalizaes constituintes do sistema, que feita por meio de dados e tabelas da Norma, assim como na determinao das necessidades de reservao e capacidade dos equipamentos.No projeto das instalaes prediais de gua fria devem ser consideradas as necessidades no que couber, do projeto de instalao de gua para proteo e combate a incndios. O dimensionamento das canalizaes realizado utilizando-se dos fundamentos bsicos da Hidrulica. O projeto das instalaes prediais deve ser elaborado em conjunto com os projetos de arquitetura, estruturas e de fundaes do edifcio para se obter uma harmonia entre as diversas exigncias tcnico-econmicas envolvidas. Os aparelhos, equipamentos, tubulaes e reservatrios devem ser adequadamente localizados dentro da edificao. Indica-se, como a melhor soluo para a localizao das tubulaes, a sua total independncia das estruturas e das alvenarias. Nesse caso devem ser previstos espaos livres, verticais e horizontais, para sua passagem, com aberturas para inspees e substituies, podendo ser empregados forros ou paredes falsas para escond-las.S permitida a localizao de tubulaes solidrias estrutura se no forem prejudicadas pelos esforos ou deformaes prprias dessa estrutura. Essas tubulaes devem ser previstas e aprovadas pelo projetista estrutural e devem ser projetadas de modo a permitir a montagem e desmontagem das tubulaes em qualquer ocasio. O projeto das instalaes prediais de gua fria compreende:4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7 4.8 4.9 4.10 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 3.7 3.8 3.9 3.10 3.11 Memorial descritivo e justificativo;3.12 Memorial de clculos;3.13 Norma de execuo;3.14 Especificaes dos materiais e equipamentos a serem utilizados;3.15 As plantas;3.16 Esquemas hidrulicos;3.17 Desenhos isomtricos;3.18 Detalhes necessrios ao perfeito entendimento dos elementos projetados; 3.19 Detalhes construtivos importantes; e3.20 Relaes de materiais e equipamentos necessrios instalao. preciso garantir o cumprimento na execuo da obra de todas as suas prescries.

4 SISTEMAS DE DISTRIBUIO 4.1 Sistema de Distribuio Direta A alimentao dos aparelhos, torneiras e peas da instalao predial feita diretamente atravs da rede de distribuio, conforme mostra a Figura 1.

Figura 1 - Abastecimento direto

4.1.1 Vantagens gua de melhor qualidade devido a presena de cloro residual na rede de distribuio Maior presso disponvel devido a presso mnima de projeto em redes de distribuio pblica ser da ordem de 15 m.c.a. Menor custo da instalao, no havendo necessidade de reservatrios, bombas, registros de bia, etc. 4.1.2 Desvantagens Falta de gua no caso de interrupo no sistema de abastecimento ou de distribuio; Grandes variaes de presso ao longo do dia devido aos picos de maior ou de menor consumo na rede pblica; Presses elevadas em prdios situados nos pontos baixos da cidade; Limitao da vazo, no havendo a possibilidade de instalao de vlvulas de descarga devido ao pequeno dimetro das ligaes domiciliares empregadas pelos servios de abastecimento pblico; Possveis golpes de arete; Maior consumo (maior presso);

4.2 Sistema de Distribuio Indireta A alimentao dos aparelhos, das torneiras e peas da instalao feita por meio de reservatrios. 4.2.1 Distribuio por Gravidade A distribuio feita atravs de um reservatrio superior que por sua vez alimentado, diretamente pela rede pblica ou por um reservatrio inferior, conforme mostra a Figura 2.

Figura 2 - Abastecimento indireto por gravidade

4.2.2 Vantagens dos Sistemas de Distribuio Indireta Fornecimento de gua de forma contnua, pois em caso de interrupes no fornecimento, tem-se um volume de gua assegurado no reservatrio; Pequenas variaes de presso nos aparelhos ao longo do dia; Permite a instalao de vlvula de descarga; Golpe de arete desprezvel; Menor consumo que no sistema de abastecimento direto.

4.2.3 Desvantagens Possvel contaminao da gua reservada devido deposio de lodo no fundo dos reservatrios e introduo de materiais indesejveis nos mesmos; Menores presses, no caso da impossibilidade da elevao do reservatrio; Maior custo da instalao devido a necessidade de reservatrios, registros de bia e outros acessrios.

4.3 Sistema Misto Parte da instalao alimentada diretamente pela rede de distribuio e parte indiretamente. 4.3.1.Vantagens: gua de melhor qualidade devido ao abastecimento direto em torneiras para filtro, pia e cozinha e bebedouros; Fornecimento de gua de forma contnua no caso de interrupes no sistema de abastecimento ou de distribuio; Permite a instalao de vlvula de descarga. IMPORTANTE: A Norma recomenda como mais conveniente, para as condies mdias brasileiras, o sistema de distribuio indireta por gravidade, admitindo o sistema misto (indireto por gravidade com direto) desde que apenas alguns pontos de utilizao, como torneira de jardim, torneiras de pias de cozinha e de tanques, situados no pavimento trreo, sejam abastecidos no sistema direto. A utilizao dos sistemas de distribuio direta ou indireta hidropneumtica deve ser convenientemente justificada.

Figura 3 Sistema misto de distribuio (Fonte: MACINTYRE, 1996)

5 ESTIMATIVA DO CONSUMO DIRIO (CD)Estimativa do consumo dirio de vrios tipos de edificaes.PRDIOCONSUMO LITROS/DIA

Alojamentos provisriosAmbulatriosApartamentosCasas populares ou ruraisCavalariasCinemas e TeatrosCrechesEdifcios pblicos ou comerciaisEscolas externatosEscolas internatosEscolas semi-internatosEscritriosGaragensHotis (s/cozinha e s/lavanderia)Hotis (c/cozinha e lavanderia)JardinsLavanderiasMatadouros-Animais de grande porteMatadouros-Animais de pequeno porteMercadosOficina de costuraOrfanatos, asilos, berriosPostos de servio p/ automveisQuartisResidnciasRestaurantes e similaresTemplos80 per capita 25 per capita 200 per capita 120 a 150 per capita 100 por cavalo 2 por lugar 50 per capita 50 a 80 per capita 50 per capita 150 per capita 100 per capita 50 per capita 100 por automvel 120 por hspede 250 a 350 por hspede 1,5 por m2 30 por kg de roupa seca 300 por cabea abatida 150 por cabea abatida 5 por m de rea 50 per capita 150 per capita 150 por veculo 150 per capita 150 per capita 25 por refeio 2 por lugar

Por exemplo, o consumo dirio de um prdio residencial constitudo de 10 pavimentos tipo, contendo 3 apartamentos por pavimento e 5 pessoas por apartamento, : CD = 10 pav. x 3 apto./pav. x 5 hab./apto. x 200 L/dia x hab.CD = 30.000 l/dia ou simplesmente CD 30.000 l ou CD = 30 m3 O valor de 200 l/dia pessoa obtido na Tabela acima.

6 - CAVALETE O cavalete constitudo, geralmente, por um hidrmetro e um registro de gaveta interligados entre o ramal predial e o alimentador predial.

7 Hidrmetros Os medidores ou hidrmetros so aparelhos destinados medida e indicao do volume de gua escoado da rede de abastecimento ao ramal predial de uma instalao. Os hidrmetros contm uma cmara de medio, um dispositivo redutor (trem de engrenagem e um mecanismo de relojoaria ligado a um indicador que registra o volume escoado. Os hidrmetros so classificados em hidrmetros de volume e hidrmetros de velocidade. Os hidrmetros de volume tm duas cmaras de capacidades conhecidas que se enchem e se esvaziam sucessivamente, medindo dessa maneira, o volume de gua que escoa pelo hidrmetro. Este volume medido atravs do deslocamento de uma pea mvel existente no interior desses hidrmetros, que transmite o movimento a um sistema medidor. So indicados para medies de vazes relativamente baixas e apresentam erros pequenos para essas medidas. Devem trabalhar com gua bastante lquida, isenta de impurezas em suspenso para que no haja a paralisao da pea mvel da cmara destes aparelhos. Os hidrmetros de velocidade medem o volume escoado atravs do nmero de rotaes fornecidos por uma hlice ou turbina existentes no seu interior. Essas rotaes so transmitidas a um sistema de relojoaria (seca, molhada ou selada) que registram num marcador (de ponteiros ou de cifras) o volume de gua escoado.

10 - RESERVAO

10.1 Influncia dos Reservatrios Domiciliares na Qualidade da gua Os reservatrios domiciliares tm sido, comumente utilizados para compensar a falta de gua na rede pblica, resultante de falhas no funcionamento do sistema de abastecimento ou de programao da distribuio. evidente que se o fornecimento de gua fosse constante e adequado, no haveria a necessidade do uso desses dispositivos. Os principais inconvenientes do uso dos reservatrios domiciliares so de ordem higinica, por facilidade de contaminao, do custo adicional e complicaes na rede predial e devido ao possvel desperdcio de gua durante a ausncia do usurio. As conseqncias da existncia dos reservatrios so mais graves para os usurios que se localizam prximos de locais especficos da rede de distribuio, como pontas de rede, onde, em geral, a concentrao de cloro residual s vezes inexistente.Em trabalhos realizados com o fim especfico de verificar a influncia dos reservatrios domiciliares das guas de abastecimento, Lima Filho e Murgel Branco (3) concluram que as condies sanitrias em que encontram os mesmos so normalmente responsveis pela deteriorao da qualidade da gua. Em geral, a localizao imprpria do reservatrio, a ignorncia do usurio em relao conservao do reservatrio, a falta de cobertura adequada e a ausncia de limpezas peridicas so os principais fatores que contribuem para a alterao da qualidade da gua. A existncia de uma camada de matria orgnica e inorgnica no fundo do reservatrio provoca um aumento da turbidez e cor, responsvel pelo consumo da maior parte do cloro residual da gua afluente e acarreta a diminuio do oxignio dissolvido.

10.2 Capacidade e Recomendaes A NBR 5626 recomenda que a reservao total a ser acumulada nos reservatrios inferiores e superiores no deve ser inferior ao consumo dirio e no deve ultrapassar a trs vezes o mesmo. Os reservatrios com capacidade superior a 1000L devem ser compartimentados a fim de que o sistema de distribuio no seja interrompido durante uma operao de limpeza, pois ao se levar um compartimento, o outro garantir o funcionamento da instalao. Geralmente recomendvel a seguinte diviso de volume entre os reservatrios superior e inferior:

volume til do R.S. = 40% do volume total volume til do R.I. = 60% do volume total

Essa diviso vlida quando o volume total a ser armazenado for igual ao CD. Quando se pretender armazenar um volume maior que o CD, ele deve ser feito no R.I. Seja, por exemplo, um edifcio de apartamentos em que o CD de 100 m3 e o volume total a ser armazenado de 1,5 CD. Volume do R.I.

VRI = 0,6 x 100 + 50 = 110 m3 Volume do R.S.

VRS = 0,4 x 100 = 40 m3

Quando for instalado um reservatrio hidropneumtico no se deve considerar no clculo da reservao total o volume desse reservatrio, devendo o reservatrio inferior Ter capacidade mnima igual ao CD. A reserva para combate a incndios pode ser feita nos mesmos reservatrios da instalao predial de gua fria, porm, capacidade para esta finalidade devem ser acrescidos os volumes referentes ao consumo. A funo do reservatrio inferior armazenar uma parte da gua destinada ao abastecimento e deve existir quando: O reservatrio superior no puder ser abastecido diretamente pelo ramal alimentador. O volume total a ser armazenado no reservatrio superior for muito grande (principalmente em prdios de apartamentos).

O reservatrio superior deve ter capacidade adequada para atuar como regulador de distribuio e alimentado por uma instalao elevatria ou diretamente pelo alimentador predial. A vazo de dimensionamento da instalao elevatria e a vazo de dimensionamento do barrilete e colunas de distribuio so aquelas que devem ser consideradas no dimensionamento do reservatrio superior. Os reservatrios devem ser construdos com materiais de qualidade comprovada e estanque. Os materiais empregados na sua construo e impermeabilizao no devem transmitir gua, substncias que possam polu-la. Devem ser construdos de tal forma que no possam servir de pontos de drenagem de guas residurias ou estagnadas em sua volta. A superfcie superior externa deve ser impermeabilizada e dotada de declividade mnima de 1:100 no sentido das bordas. Devem ser providos de abertura convenientemente localizada que permita o fcil acesso ao seu interior para inspeo e limpeza, e dotados de rebordos com altura mnima de 0,05 m. Essa abertura dever ser fechada com tampa que evite a entrada de insetos e outros animais e/ou de gua externa.

10.3 Detalhes dos Reservatrios As figuras 16,17,18 e 19 mostram detalhes dos reservatrios inferior e superior.

Figura 4 - Planta de um reservatrio inferior

Figura 5 - Corte de um reservatrio inferior

Figura 6 - Detalhes de um reservatrio superior

Figura 7 - Corte de um reservatrio superior