apostila de gramÁtica – 4. bimestreobjetivosaocarlos.com.br/carlos/integrado/material objetivo...
TRANSCRIPT
APOSTILA DE GRAMÁTICA – 4. BIMESTRE
Módulo 7 – Níveis de Linguagem
Charge para a questão 1.
BESSINHA. Disponível em:
http://pattindica.files.wordpress.com/2009/08/bessinha458904-jpgimage_
1245119001858.jpeg (adaptado).
1. – As diferentes esferas sociais de uso da língua obrigam o falante a adaptá-la às
variadas situações de comunicação. Uma das marcas linguísticas que configuram a
linguagem oral informal usada entre avô e neto neste texto é
a) a opção pelo emprego da forma verbal “era” em lugar de “foi”.
b) a ausência de artigo antes da palavra “árvore”.
c) o emprego da redução “tá” em lugar da forma verbal “está”.
d) o uso da contração “desse” em lugar da expressão “de esse”.
e) a utilização do pronome “que” em início de frase exclamativa.
2. – Só falta o Senado aprovar o projeto de lei [sobre o uso de termos estran gei ros no
Brasil] para que palavras como shopping center, delivery e drive-through sejam
proibidas em nomes de estabelecimentos e marcas. Engajado nessa valorosa luta
contra o inimigo ianque, que quer fazer área de livre comércio com nosso inculto e belo
idioma, venho sugerir algumas outras medidas que serão de extrema importância para
a preservação da soberania nacional, a saber:
..........
• Nenhum cidadão carioca ou gaúcho poderá dizer “Tu vai” em espaços públicos do
território nacional;
• Nenhum cidadão paulista poderá dizer “Eu lhe amo” e retirar ou acrescentar o plural
em sentenças como “Me vê um chopps e dois pastel”;
..........
• Nenhum dono de borracharia poderá escrever cartaz com a palavra “borraxaria” e
nenhum dono de banca de jornal anunciará “Vende-se cigarros”;
..........
• Nenhum livro de gramática obrigará os alunos a utilizar colocações pronominais
como “casar-me-ei” ou “ver-se-ão”.
(PIZA, Daniel. Uma proposta imodesta.
O Estado de S. Paulo, São Paulo, 8/4/2001.)
No texto dado, o autor
a) mostra-se favorável ao teor da proposta por entender que a língua portuguesa deve ser
protegida contra deturpações de uso.
b) ironiza o projeto de lei ao sugerir medidas que inibam determinados usos regionais e
socioculturais da língua.
c) denuncia o desconhecimento de regras elementares de concordância verbal e nominal
pelo falante brasileiro.
d) revela-se preconceituoso em relação a certos registros linguísticos ao propor medidas
que os controlem.
e) defende o ensino rigoroso da gramática para que todos aprendam a empregar
corretamente os pronomes.
3. O “politicamente correto” tem seus exageros, como chamar baixinho de
“verticalmente prejudicado”, mas, no fundo, vem de uma louvável preocupação em não
ofender os diferentes. É muito mais gentil chamar estrabismo de “idiossincrasia ótica”
do que de vesguice. O linguajar brasileiro está cheio de expressões racistas e
preconceituosas que precisam de uma correção, e até as várias denominações para
bêbado (pinguço, bebo, pé-de-cana) poderiam ser substituídas por algo como “contumaz
etílico”, para lhe poupar os sentimentos. O tratamento verbal dado aos negros é o
melhor exemplo da condescendência que passa por tolerância racial no Brasil. Termos
como “crioulo”, “negão” etc. são até considerados carinhosos, do tipo de carinho que se
dá a inferiores, e, felizmente, cada vez menos ouvidos. “Negro” também não é mais
correto. Foi substituído por afrodescendente, por influência dos afro-americans, num
caso de colonialismo cultural positivo. Está certo. Enquanto o racismo que não quer
dizer seu nome continua no Brasil, uma integração real pode começar pela linguagem.
(VERÍSSIMO, L. F. Peixe na cama. Diário de Pernambuco.
10 jun. 2006 – adaptado.)
Ao comparar a linguagem cotidiana utilizada no Brasil e as exigências do
comportamento “politicamente correto”, o autor tem a intenção de
a) criticar o racismo declarado do brasileiro, que convive com a discriminação
camuflada em certas expressões linguísticas.
b) defender o uso de termos que revelam a despreocupação do brasileiro quanto ao
preconceito racial, que inexiste no Brasil.
c) mostrar que os problemas de intolerância racial, no Brasil, já estão superados, o que
se evidencia na linguagem cotidiana.
d) questionar a condenação de certas expressões consideradas “politicamente
incorretas”, o que impede os falantes de usarem a linguagem espontaneamente.
e) sugerir que o país adote, além de uma postura linguística “politicamente correta”,
uma política de convivência sem preconceito racial.
4. Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero
só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada
um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais
numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do
Norte, Ceará,
Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se
goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um
praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O
pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the;
já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el
– carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava,
afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de S.Paulo. 09 maio 1998 (fragmento
adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se
percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais
exploradas no texto manifestam-se
a) na fonologia.
b) no uso do léxico.
c) no grau de formalidade.
d) na organização sintática.
e) na estruturação morfológica.
Texto para a questão 5.
EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS
Expressões idiomáticas ou idiomatismo são expressões que se
caracterizam por não identificar seus significado através de suas
palavras individuais ou no sentido literal. Não é possível traduzi-las
em outra língua e se originam de gírias e culturas de cada região. Nas
diversas regiões do país, há várias expressões idiomáticas que integram os chamados
dialetos.
Disponível em: www.brasilescola.com.
Acesso em: 24 abr. 2010 (adaptado).
5. O texto esclarece o leitor sobre as expressões idiomáticas, utilizando-se de um
recurso metalinguístico que se caracteriza por
a) influenciar o leitor sobre atitudes a serem tomadas em relação ao preconceito contra
os falantes que utilizam expressões idiomáticas.
b) externar atitudes preconceituosas em relação às classes menos favorecidas que
utilizam expressões idiomáticas.
c) divulgar as várias expressões idiomáticas existentes e controlar a atenção do
interlocutor, ativando o canal de comunicação entre ambos.
d) definir o que são expressões idiomáticas e como elas fazem parte do cotidiano do
falante pertencente a grupos regionais diferentes.
e) preocupar-se em elaborar esteticamente os sentidos das expressões idiomáticas
existentes em regiões distintas.
6. Diferentemente do texto escrito, que em geral compele os leitores a lerem numa
onda linear – da esquerda para a direita e de cima para baixo, na página impressa –
hipertextos encorajam os leitores a moverem-se de um bloco de texto a outro,
rapidamente e não sequencial mente. Considerando que o hipertexto oferece uma
multiplicidade de caminhos a seguir, podendo ainda o leitor incorporar seus caminhos
e suas decisões como novos caminhos, inserindo informações novas, o leitor-navegador
passa a ter um papel mais ativo e uma oportunidade diferente da de um leitor de texto
impresso. Dificilmente dois leitores de hipertextos farão os mesmos caminhos e
tomarão as mesmas decisões.
(MARCUSCHI, L. A. Cognição, linguagem e práticas interacionais. Rio Lucema,
2007.)
No que diz respeito à relação entre o hipertexto e o conhecimento por ele produzido, o
texto apresentado deixa claro que o hipertexto muda a noção tradicional de autoria,
porque
a) é o leitor que constrói a versão final do texto.
b) o autor detém o controle absoluto do que escreve.
c) aclara os limites entre o leitor e o autor.
d) propicia um evento textual-interativo em que apenas o autor é ativo.
e) só o autor conhece o que eletronicamente se dispõe para o leitor.
7.
Para o Mano Caetano
1 O que fazer do ouro de tolo
Quando um doce bardo brada a toda brida,
Em velas pandas, suas esquisitas rimas?
4 Geografia de verdades, Guanabaras postiças
Saudades banguelas, tropicais preguiças?
A boca cheia de dentes
7 De um implacável sorriso
Morre a cada instante
Que devora a voz do morto, e com isso,
10 Ressuscita vampira, sem o menor aviso
[...]
E eu soy lobo-bolo? lobo-bolo
Tipo pra rimar com ouro de tolo?
13 Oh, Narciso Peixe Ornamental!
Tease me, tease me outra vez1
Ou em banto baiano
16 Ou em português de Portugal
Se quiser, até mesmo em americano
De Natal
[...]
1 Tease me (caçoe de mim, importune-me).
(LOBÃO. Disponível em: http://vagalume.uol.com.br.
Acesso em: 14 ago. 2009. Adaptado.)
Na letra da canção apresentada, o compositor Lobão explora vários recursos da língua
portuguesa, a fim de conseguir efeitos estéticos ou de sentido. Nessa letra, o autor
explora o extrato sonoro do idioma e o uso de termos coloquiais na seguinte passagem:
a) “Quando um doce bardo brada a toda brida” (v. 2)
b) “Em velas pandas, suas esquisitas rimas?” (v. 3)
c) “Que devora a voz do morto” (v. 9)
d) “lobo-bolo//Tipo pra rimar com ouro de tolo? (v. 11-12)
e) O “Tease me, tease me outra vez” (v. 14)
8. Compare os textos I e II a seguir, que tratam de aspectos ligados a variedades da
língua portuguesa no mundo e no Brasil.
Texto I
Acompanhando os navegadores, colonizadores e comerciantes portugueses em todas as
suas incríveis viagens, a partir do século XV, o português se transformou na língua de
um império. Nesse processo, entrou em contato – forçado, o mais das vezes; amigável,
em alguns casos – com as mais diversas línguas, passando por processos de variação e
de mudança linguística. Assim, contar a história do português do Brasil é mergulhar na
sua história colonial e de país independente, já que as línguas não são mecanismos
desgarrados dos povos que as utilizam. Nesse cenário, são muitos os aspectos da
estrutura linguística que não só expressam a diferença entre Portugal e Brasil como
também definem, no Brasil, diferenças regionais e sociais.
(PAGOTTO, E. P. Línguas do Brasil. Disponível em:
http://cienciaecultura.bvs.br. Acesso em 5 jul. 2009. Adaptado.)
Texto II
Barbarismo é vício que se comete na escritura de cada uma das partes da construção
ou na pronunciação. E em nenhuma parte da Terra se comete mais essa figura da
pronunciação que nestes reinos, por causa das muitas nações que trouxemos ao jugo do
nosso serviço. Porque bem como os Gregos e Romanos haviam por bárbaras todas as
outras nações estranhas a eles, por não poderem formar sua linguagem, assim nós
podemos dizer que as nações de África, Guiné, Ásia, Brasil barbarizam quando querem
imitar a nossa.
(BARROS, J. Gramática da língua portuguesa.
Porto: Porto Editora, 1957. Adaptado.)
Os textos abordam o contato da língua portuguesa com outras línguas e processos de
variação e de mudança decorridos desse contato. Da comparação entre os textos,
conclui-se que a posição de João de Barros (Texto II), em relação aos usos sociais da
linguagem, revela
a) atitude crítica do autor quanto à gramática que as nações a serviço de Portugal
possuíam e, ao mesmo tempo, de benevolência quanto ao conhecimento que os povos
tinham de suas línguas.
b) atitude preconceituosa relativa a vícios culturais das nações sob domínio português,
dado o interesse dos falantes dessa línguas em copiar a língua do império, o que
implicou a falência do idioma falado em Portugal.
c) o desejo de conservar, em Portugal, as estruturas da variante padrão da língua grega –
em oposição às consideradas bárbaras –, em vista da necessidade de preservação do
padrão de correção dessa língua à época.
d) adesão à concepção de língua como entidade homogênea e invariável, e negação da
ideia de que a língua portuguesa pertence a outros povos.
e) atitude crítica, que se estende à própria língua portuguesa, por se tratar de sistema que
não disporia de elementos necessários para a plena inserção sociocultural de falantes
não nativos do português.
9.
Texto I
O professor deve ser um guia seguro, muito senhor de sua língua; se outra for a
orientação, vamos cair na “língua brasileira”, refúgio nefasto e confissão nojenta de
ignorância do idioma pátrio, recurso vergonhoso de homens de cultura falsa e de falso
patriotismo. Como havemos de querer que respeitem a nossa nacionalidade se somos os
primeiros a descuidar daquilo que exprime e representa o idioma pátrio?
(ALMEIDA, N. M. Gramática metódica da língua portuguesa.
Prefácio. São Paulo: Saraiva, 1999. Adaptado.)
Texto II
Alguns leitores poderão achar que a linguagem desta Gramática se afasta do padrão
estrito usual neste tipo de livro. Assim, o autor escreve tenho que reformular, e não
tenho de reformular; pode-se colocar dois constituintes, e não podem-se colocar dois
constituintes; e assim por diante. Isso foi feito de caso pensado, com a preocupação de
aproximar a linguagem da gramática do padrão atual brasileiro presente nos textos
técnicos e jornalísticos de nossa época.
(REIS, N. Nota do editor. PERINI, M. A. Gramática descritiva do português. São
Paulo: Ática, 1996.)
Confrontando-se as opiniões defendidas nos dois textos, conclui-se que
a) ambos os textos tratam da questão do uso da língua com o objetivo de criticar a
linguagem do brasileiro.
b) os dois textos defendem a ideia de que o estudo da gramática deve ter o objetivo de
ensinar as regras prescritivas da língua.
c) a questão do português falado no Brasil é abordada nos dois textos, que procuram
justificar como é correto e aceitável o uso coloquial do idioma.
d) o primeiro texto enaltece o padrão estrito da língua, ao passo que o segundo defende
que a linguagem jornalística deve criar suas próprias regras gramaticais.
e) o primeiro texto prega a rigidez gramatical no uso da língua, enquanto o segundo
defende uma adequação da língua escrita ao padrão atual brasileiro.
Módulo 8 – Crase (I)
CRASE
Para que haja crase (fusão de dois fonemas idênticos: a + a = à), é preciso detectarmos
se o termo que antecipa (o regente) pede preposição “a” e se o termo que segue (o
regido) é precedido ou não
de artigo feminino “a”, ou de qualquer outro fonema “a” (a qual, as quais, aquele(s),
aquela(s), aquilo).
Exemplo:
O bedel dirigiu-se à secretaria da escola.
Portanto, havendo preposição “a” junto ao regente e o artigo feminino “a” antes do
regido, ocorrerá obrigatoriamente a presença da crase.
Outros exemplos:
Alguém se referiu à tristeza que havia no seu olhar.
↑
a + a
Ele pediu à filha mais velha que o ajudasse.
↑
a + a
Quando cheguei à cantina, percebi que ela estava vazia.
↑
a + a
Obviamente, se não ocorrerem a preposição “a” e o artigo feminino “a”, não haverá
crase.
Exemplo:
Não entendo a indiferença de meu pai.
(não entendo o silêncio de meu pai)
OCORRE CRASE
(1) Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas femininas.
Exemplos
à noite, à tarde, à vontade, à vista, à direita, à toa, às claras, às escondidas, às ocultas,
às vezes, às pressas, à espera de, à custa de, à procura de, à cata de, à vista de, à
medida que, à proporção que etc.
(2) Nas expressões adverbiais indicando o número de horas.
Exemplos:
à uma hora, às duas horas, às vinte horas etc.
(3) Na expressão à moda de, mesmo que a palavra “moda” esteja oculta.
Exemplos:
– bife à (moda) milanesa;
– estilo à (maneira de) Rui Barbosa.
(4) Antes dos pronomes pessoais de tratamento: senhora, senhorita, dona e madame.
Esses pronomes admitem artigo e poderão aparecer precedidos de crase.
Exemplos:
Agradeço à senhora a oportunidade que me foi dada.
Peço à senhorita que refaça o teste...
(5) a) Antes de topônimos que admitem artigo.
Exemplo:
Fui à Bahia.
b) Antes de topônimos determinados que não admitem artigo.
Exemplo:
Fui à Roma do Papa.
(6) Antes das palavras casa, terra e distância de – quando determinadas.
Exemplos:
Voltei à casa de meus tios.
Fique à distância de 10 metros!
Fomos à terra de meus avós.
(7) Antes dos pronomes relativos
A qual, as quais, por serem iniciados pelo fonema a, receberão o acento grave
indicador da crase, desde que o termo regente peça preposição a.
Exemplos:
Gostei da peça à qual você fez referência.
Não conheço as pessoas às quais ele não perdoou nunca.
(8) Antes dos pronomes demonstrativos
Sempre que o regente admitir preposição a, haverá a fusão dessa preposição a com o
fonema a dos pronomes demonstrativos:
— aquele(s), aquela(s), aquilo
— a, as (= aquela, aquelas)
Exemplos:
Ninguém se referiu àquele erro que eu cometi.
Esta camiseta é igual à que meu irmão ganhou da namorada.
CRASE FACULTATIVA
Pode ou não ocorrer crase:
a) Antes de nomes próprios de pessoas femininos.
Exemplo:
Refiro-me a (à) Maria Fernanda Cândido...
b) Antes de pronomes possessivos femininos.
Exemplo:
Dirigi-me a(à) minha tia para pedir-lhe a foto.
c) Depois da preposição até.
Exemplo:
Fomos até a (à) a lojinha da esquina.
1. Coloque devidamente o acento grave indicador de crase, quando for necessário.
a) Assistimos a orquestra sinfônica no espaço cultural. A renda do espetáculo será usada
para assistir as (as) famílias atingidas pela enchente.
b) Muitos aspiram a entrar na faculdade, pois visam a uma vida melhor.
c) A peça de teatro, só assistirei a ela se derem um convite a você também.
d) Dirigiu-se a delegacia, esperou horas e chegou a universidade muito tarde.
e) Atitudes insensatas conduzem a mocidade a rebeldia.
f) Fui a Maceió e a Bahia.
g) Procedeu-se a leitura do nome dos aprovados.
h) Chegaram a cidade a tarde e, a noite, foram a praça da igreja matriz.
i) Desobedeceram a lei e adaptaram motor a gás nos carros.
j) O homem infiel a esposa exige fidelidade da amante.
l) Paguei a dívida a dentista a vista.
m) Era uma criança indócil aos pais e a disciplina.
n) Tenho aqui um convite a Vossa Senhoria: comer bife a Camões e camarão a baiana.
o) Entregam a mim o relatório completo as duas horas da tarde.
p) Informem a ela: sábado não atenderemos a encomendas entre as 12 e as 16 horas.
q) Todos devem ir a Ouro Preto de Aleijadinho e a Copacabana de Vinicius de Moraes.
s) Ficamos a espera do cumprimento das promessas do senador que se elegeu a custa de
nosso empenho.
2. A frase em que todos os vocábulos grifados estão corretamente empregados é:
a) Descobriu-se, há instantes, a verdadeira razão por que a criança se recusava à
frequentar a escola.
b) Não se sabe, de fato, porquê o engenheiro preferiu destruir o pátio a adaptá-lo às
novas normas.
c) Disse-nos, já a várias semanas, que explicaria o porque da decisão tomada às pressas
naquela reunião.
d) Chegava tarde, porque precisava percorrer a pé uma distância de dois à três
quilômetros.
e) Não prestou contas à associação de moradores, não compareceu à audiência e até
hoje não disse por quê.
3. Em todas as frases abaixo, está presente o acento grave, indicador da ocorrência de
crase. Em uma delas o acento foi usado indevidamente (de forma proposital em razão
da questão). Assinale-a.
a) O ataque terrorista à sede da ONU em Bagdá demonstra insanidade do terrorismo
agora globalizado.
b) O terrorismo deve ser repelido como grave ameaça à civilização e à comunidade dos
povos.
c) Às vésperas do 11 de setembro, as lições da tragédia devem motivar os países para
ações conjuntas.
d) Há muitos mercados emergentes à beira do colapso.
e) Conselho de Segurança da ONU expediu, logo após à ofensiva terrorista de 11 de
setembro, leis mais rigorosas.
4. Para recorrer ______________ decisão judicial, o grupo de mutuários inadimplentes
_____________________________________ com as medidas processuais cabíveis na
semana seguinte __________________________ do próximo feriado.
Os espaços dessa frase serão corretamente/adequadamente preenchidos por:
a) da / deverá estar entrando / à
b) da / deverá entrar / à
c) à / deverão estar entrando / a
d) com / deve entrar / depois
e) à / devem estar entrando / após
Módulo 9 – Crase (II)
1. Coloque devidamente o acento indicador de crase, quando for necessário.
a) A montanha ficava a distância de 100 quilômetros do vilarejo.
b) Aquela distância, ficava difícil divisar a aldeia de pescadores.
c) Ficou a distância, esperando a saída dos que estavam a bordo do navio.
d) Dirigiram-se a cidade que ficava a quatro quilômetros de distância.
e) Escreveram uma carta a Gisele Bündchen.
f) Ela deve chegar a casa antes da meia-noite.
g) Dizia a todos que voltaria a terra natal, a pátria amada.
h) Em represália a prisões, deram apoio as invasões.
i) Houve adesão do público jovem a marca a qual me referi.
j) Ela fez um sinal sugestivo aquele rapaz.
l) Esperou até a véspera, para dizer que não iria a casa de Pedro.
m)A situação em que me encontro é semelhante a que você superou.
n) As vezes, o fenômeno a que aludi é visível a noite a olho nu.
2. Não dedicamos este trabalho ___ uma pessoa, mas ___ todas que nele encontrem
soluções. Nossos leitores são ___ recompensa maior. ___________ que se lançarem ___
releitura descobrirão muito mais ___ cada página.
Assinale a alternativa em que os acentos de crase aparecem empregados corretamente:
a) à, à, a, Àqueles, à, à.
b) a, à, a, Àqueles, a, à.
c) a, a, a, Àqueles, à, a.
d) a, a, a, Aqueles, à, a.
e) à, à, a, Aqueles, à, a.
3. Em referência ao trecho “Se a prática leva à perfeição...”, acerca da crase (no caso, a
junção da preposição “a” com o artigo feminino “a”), é linguisticamente adequado
afirmar que sua ocorrência é
a) inadequada, pois, além de não haver junção de preposição com artigo, não altera o
sentido do que é dito.
b) facultativa, porque, mesmo havendo a junção de preposição com artigo, não altera o
sentido do que é dito.
c) necessária, pois, além de haver a junção de preposição com artigo, sugere que a
prática seja resultante da perfeição.
d) necessária, pois, além de haver a junção de preposição com artigo, sugere que a
perfeição seja resultante da prática.
e) facultativa, porque, indiferentemente de haver ou não junção de preposição com
artigo, crase é uma questão estilística.
4. Assinale a alternativa em que se observa a norma padrão de concordância e regência
e de emprego do sinal indicativo de crase.
a) Proibição é a coisa à que menos se aprecia, apesar de haverem benefícios dela
decorrente.
b) Não se pode restringir às liberdades dos indivíduos, sem os afrontarem e à seus
valores.
c) A população só sentiu pleno alívio quando se removeram, das ruas, placas às quais já
se havia acostumado.
d) Aprovou-se várias leis, entre elas as que proibiu à poluição visual e à ingestão de
bebida alcoólica na direção de veículos.
e) Muitas coisas atualmente dificultam à vida nas cidades, razão pela qual ainda falta
leis limitando direitos individuais.
5. Assinale a opção em que o acento grave, indicador de crase, esteja correto.
a) Bolivianos chegam à São Paulo em busca de trabalho e dinheiro.
b) Esses imigrantes ilegais vão direto para às costuras clandestinas.
c) Aumentaram às denúncias trabalhistas desse setor no Brasil.
d) Boliviana largou a escola aos 13 anos e começou à trabalhar.
e) Boliviana quer voltar à terra natal quando filhos crescerem.
6. Em todas as frases abaixo, extraídas do jornal Folha de S.Paulo (7/3/2003), está
presente o acento grave, indicador da ocorrência de CRASE. Em uma delas o acento foi
usado indevidamente (de forma proposital em razão da questão). Assinale-a.
a) "China se alinha aos opositores à guerra."
b) "A França está alinhada à Rússia, embora evite falar em veto."
c) "Em resposta à oposição de três dos cinco países com poder de veto no conselho..."
d) "Estamos dispostos à incluir sugestões construtivas no projeto de resolução, declarou
Jack Straw, chanceler britânico."
e) "... as grandes potências que integram o Conselho de Segurança levaram as Nações
Unidas à beira da paralisia e impotência..."
7. Em todas as frases abaixo, está presente o acento grave indicador da ocorrência de
crase. Somente em uma delas o acento foi usado corretamente. Assinale-a:
a) Após visita à países, Secretário-Geral diz que discrepância entre
Bogotá e Quito seguem.
b) Governador de NY renuncia após escândalo. Ele deixa o posto à partir da próxima
segunda-feira.
c) Combates em Bagdá já deixaram pelo menos 300 mortos de domingo à sexta-feira.
d) Com um dos piores índices de popularidade, a administração Bush fica à espera da
história.
e) Os ataques do 11 de Setembro e a necessidade de evitar — à qualquer custo — novas
agressões justificam a Guerra do Iraque.
8. Leia o texto.
>> GRIPE A
Escolas particulares e públicas no Paraná voltam às aulas na segunda-feira Com a decisão tomada nesta quinta-feira, às aulas de creches, ensino fundamental e médio, pré-vestibulares e universidades particulares serão retomadas na próxima semana
(Gazeta do Povo, 13.8.2009.)
No texto, há um erro que se corrige com a substituição de
a) voltam por volta.
b) voltam às aulas por voltam as aulas.
c) Com a decisão por Pela decisão.
d) às aulas de creches por as aulas de creches.
e) próxima semana por semana seguinte.
9.
Disponível em: http://ziraldo.blogtv.uol.com.br.
Acesso em: 27/7/2010
O cartaz de Ziraldo faz parte de uma campanha contra o uso de drogas.
Essa abordagem, que se diferencia das de outras campanhas, pode ser identificada
a) pela seleção do público alvo da campanha, representado, no cartaz, pelo casal de
jovens.
b) pela escolha temática do cartaz, cujo texto configura uma ordem aos usuários e não
usuários: diga não às drogas.
c) pela ausência intencional do acento grave, que constrói a ideia de que não é a droga
que faz a cabeça do jovem.
d) pelo uso da ironia, na oposição imposta entre a seriedade do tema e a ambiência
amena que envolve a cena.
e) pela criação de um texto de sátira à postura dos jovens, que não possuem autonomia
para seguir seus caminhos.
10. Nos períodos abaixo, está presente o acento grave, indicador de crase. Somente em
um deles, porém, o acento foi empregado corretamente. Identifique-o.
a) Santos perde por 3 à 2, mas garante o 18.° título paulista.
b) Vendedor que avisou policial à cavalo sobre veículo suspeito não se considera herói.
c) Cientistas japoneses ensinam robô à lavar louça e à fazer outras tarefas domésticas.
d) Detento solicita à justiça autorização para fazer curso a distância em universidade.
e) PM é baleado no pé ao reagir à assalto no subúrbio carioca.
Módulo 10 – Estrutura e Processo de Formação de palavras
1. Coloque:
A – para derivação prefixal
B – para derivação sufixal
C – para derivação parassintética
D – para derivação regressiva
E – para derivação imprópria (ou conversão)
a) ( ) empobrecer, apoderar, avistar, amaldiçoar, engordar, esfriar.
b) ( ) dispor, anti-inflação, reler, desfazer, irreal, ingrato, percurso.
c) ( ) inutilmente, desigualdade, imoralidade.
d) ( ) unhada, alfabetização, casamento, doçaria, azulada, quietação.
e) ( ) o amar, um não, Sr. Teixeira, o mal, o azul.
f) ( ) ajuda, recuo, debate, toque, apelo, choro, venda.
2. Associar:
(A) para justaposição (B) para aglutinação
(C) para abreviatura (D) para sigla
(E) para hibridismo (F) onomatopeia
a) ( ) televisão b) ( ) petróleo
c) ( ) NGB d) ( ) moto
e) ( ) girassol f) ( ) pneu
g) ( ) lobisomen h) ( ) saca-rolha
i) ( ) MEC
3. O valor semântico de des- não coincide com o do par centralização/descentralização
apenas em:
a) Despregar o prego foi mais difícil do que pregá-lo.
b) “Belo, belo, que vou para o Céu...” – e se soltou, para voar: descaiu foi lá de riba, no
chão muito se machucou.
c) Enquanto isso ele ficava ali em Casa, em certo repouso, até a saúde de tudo se
desameaçar.
d) A despoluição do rio Tietê é um repto urgente aos políticos e à população de São
Paulo.
e) O governo de Israel decidiu desbloquear metade da renda de arrecadação fiscal que
Israel devia à Autoridade Nacional Palestina.
Texto para o teste 4.
Os leitores estarão lembrados do que o compadre dissera quando estava a fazer
castelos no ar a respeito do afilhado, e pensando em dar-lhe o mesmo ofício que
exercia, isto é, daquele arranjei-me, cuja explicação prometemos dar. Vamos agora
cumprir a promessa.
Se alguém perguntasse ao compadre por seus pais, por seus parentes, por seu
nascimento, nada saberia responder, porque nada sabia a respeito. Tudo de que se
recordava de sua história reduzia-se a bem pouco. Quando chegara à idade de dar
acordo da vida achou-se em casa de um barbeiro que dele cuidava, porém que nunca
lhe disse se era ou não seu pai ou seu parente, nem tampouco o motivo por que tratava
da sua pessoa. Também nunca isso lhe dera cuidado, nem lhe veio a curiosidade de
indagá-lo.
Esse homem ensinara-lhe o ofício, e por inaudito milagre também a ler e a escrever.
(Manuel Antônio de Almeida,
Memórias de um Sargento de Milícias)
4. No excerto, temos derivação imprópria ou conversão (emprego de uma palavra fora
de sua classe normal) no seguinte trecho:
a) fazer castelos no ar.
b) daquele arranjei-me.
c) dar acordo da vida.
d) nem tampouco o motivo.
e) por inaudito milagre.
Texto para o teste 5.
Seu metaléxico
economiopia
desenvolvimentir
utopiada
consumidoidos
patriotários
suicidadãos
(José Paulo Paes)
5. A palavra economiopia segue o mesmo modelo de formação lexical presente em
a) aguardente. b) pé de moleque.
c) passatempo. d) minissaia.
e) antidemocrático.
Texto para as questões 6 e 7.
Em nossa última conversa, dizia-me o grande amigo que não esperava viver muito
tempo, por ser um “cardisplicente”.
— O quê?
— Cardisplicente. Aquele que desdenha do próprio coração.
Entre um copo e outro de cerveja, fui ao dicionário.
— “Cardisplicente” não existe, você inventou – triunfei.
— Mas se eu inventei, como é que não existe? – espantou-se o meu amigo.
Semanas depois deixou em saudades fundas companheiros, parentes e bem-amadas.
Homens de bom coração não deveriam ser cardisplicentes.
6. Conforme sugere o texto, cardisplicente é
a) um jogo fonético curioso, mas arbitrário.
b) palavra técnica constante de dicionários especializados.
c) um neologismo desprovido de indícios de significação.
d) uma criação de palavra pelo processo de composição.
e) termo erudito empregado para criar um efeito cômico.
7. “— Mas se eu inventei, como é que não existe?”
Segundo se deduz da fala espantada do amigo do narrador, a língua, para ele, era um
código aberto,
a) ao qual se incorporariam palavras fixadas no uso popular.
b) a ser enriquecido pela criação de gírias.
c) pronto para incorporar estrangeirismos.
d) que se amplia graças à tradução de termos científicos.
e) a ser enriquecido com contribuições pessoais.
Leia a charge.
8. É correto afirmar que
a) o autor obtém um efeito de humor baseado no emprego de palavras derivadas por
prefixação, a partir do substantivo Batman.
b) os termos batmana e batmãe correspondem ao sujeito composto da oração, na sintaxe
do período da primeira fala.
c) o termo batbarraco está empregado em sentido conotativo, já que barraco, nesse
contexto, não remete à ideia de habitação, e sim à de briga e confusão.
d) o pronome ele assume valor indefinido na oração da primeira fala.
e) a frase de Batman manteria o sentido se fosse assim redigida: Foi um só batboca!
9. Um dos recursos expressivos de Guimarães Rosa consiste em deslocar palavras da
classe gramatical a que elas pertencem. Destas frases de “Sorôco, sua mãe, sua filha”, a
única em que isso não ocorre é
a) “... os mais detrás quase que corriam. Foi o de não sair mais da memória”.
b) “... não queria dar-se ao espetáculo, mas representava de outrora grandezas”.
c) “... mas depois puxando pela voz ela pegou a cantar”.
d) “... sem jurisprudência, de motivo nem lugar, nenhum, mas pelo antes, pelo depois”.
e) “... ela batia com a cabeça, nos docementes”.
Leia os versos do poeta Manoel de Barros.
Ele só andava por lugares pobres
E era ainda mais pobre
Do que os lugares pobres por onde andava.
....................................................................................
O homem usava um dólmã de lã sujo de areia
e cuspe de aves.
Mas ele nem tô aí para os estercos.
Era desorgulhoso.
Para ele a pureza do cisco dava alarme.
E só pelo olfato esse homem descobria as cores do
amanhecer.
10. Quanto ao processo de for mação de palavras, nos versos há um neologismo, criado
por meio de prefixo e de sufixo, e uma palavra formada por parassíntese. Trata-se,
respectivamente, de
a) tô e descobria. b) dólmã e estercos.
c) pureza e alarme. d) desorgulhoso e amanhecer.
e) cuspe e olfato.
Módulo 11 – Figuras de Linguagem (I)
FIGURAS DE PALAVRA
Classifique as figuras de palavras dos trechos abaixo segundo o código:
A – Metáfora B – Metonímia C – Catacrese
D – Comparação E – Sinestesia F – Antonomásia
1. ( ) E botou os filhos para dentro de casa, que tinham barro até nas meninas dos
olhos. (Graciliano Ramos)
2. ( ) – Tenha paciência. Apanhar do governo não é desfeita. (Graciliano Ramos)
3. ( ) E a viagem prosseguiu, mais lenta, mais arrastada, num silêncio grande.
(Graciliano Ramos)
4. ( ) O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o coração grosso,
queria responsabilizar alguém por sua desgraça. (Graciliano Ramos)
5. ( ) Como vai ele? Ele: o Maligno, o Inimigo, o Tentador, o Maldito, o Pai da
Mentira, o Príncipe das Trevas, o Príncipe deste Mundo, como se disse e se continua
dizendo em várias línguas, credos e épocas? (...) O que “não é mais finge ser”, como
escreveu Guimarães Rosa? (...) Como vai o Demo, enfim, o Demônio, o Diabo?
(Roberto
Pompeu de Toledo)
6. ( ) Capitu passou a ser a flor da casa, o sol das manhãs, o frescor das tardes, a lua
das noites; lá vivia horas e horas, ouvindo, falando e cantando. (Machado de Assis)
7. ( ) E doía-lhe a cabeça toda, parecia-lhe que tinha fogo por dentro, parecia-lhe
que tinha nos miolos uma panela fervendo. (Graciliano Ramos)
8. Em “...ganhou força nas universidades americanas nos anos 80 e desembarcou no
Brasil pouco mais de dez anos depois”, o trecho em destaque é um exemplo da figura de
linguagem chamada de
a) silepse b) metonímia c) catacrese
d) sinestesia e) anáfora
Texto para o teste 9.
O leitor Charles Ferreira, de Dores de Campos em Minas Gerais, escreveu à redação
para reclamar do uso da expressão “bandejas de isopor” na nota “Esforço para
Colocar mais Verde na Prateleira”.
“Gostaria de esclarecer que isopor é uma marca, e não um produto.
O correto seria dizer ‘bandeja de poliestireno’ ”, escreveu. De fato, poliestireno é o
nome oficial do isopor. (...) Entre outros exemplos de marcas que entraram para o
dicionário como substantivo estão a gilete, a aspirina e o cotonete.
(Revista Exame, ed. 949, 12/08/2009)
9. No campo das figuras de linguagem, o assunto da matéria em questão recebe o
nome de
a) metáfora, pois há comparação subentendida entre a marca e o produto.
b) catacrese, pois há empréstimo de palavras (no caso a marca).
c) antonomásia, pois há substituição de um nome próprio (marca) por um comum
(produto).
d) metonímia, pois há substituição de um termo (produto) por outro (marca) numa
relação de contiguidade.
e) metalinguagem, já que se discute a origem dos vocábulos.
10. Ferreira Gullar, um dos grandes poetas brasileiros da atualidade, é autor de "Bicho
urbano", poema sobre a sua relação com as pequenas e grandes cidades.
BICHO URBANO
Se disser que prefiro morar em Pirapemas
ou em outra qualquer pequena cidade do país
estou mentindo
ainda que lá se possa de manhã
lavar o rosto no orvalho
e o pão preserve aquele branco
sabor de alvorada.
..........................................................
A natureza me assusta.
Com seus matos sombrios suas águas
suas aves que são como aparições
me assusta quase tanto quanto
esse abismo
de gases e de estrelas
aberto sob minha cabeça.
(GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro,
José Olympio Editora, 1991.)
Embora não opte por viver numa pequena cidade, o poeta reconhece elementos de valor
no cotidiano das pequenas comunidades. Para expressar a relação do homem com
alguns desses elementos, ele recorre à sinestesia, construção de linguagem em que se
mesclam impressões sensoriais diversas. Assinale a opção em que se observa esse
recurso.
a) "e o pão preserve aquele branco / sabor de alvorada."
b) "ainda que lá se possa de manhã / lavar o rosto no orvalho"
c) "A natureza me assusta. / Com seus matos sombrios suas águas"
d) "suas aves que são como aparições / me assusta quase tanto quanto"
e) "me assusta quase tanto quanto / esse abismo / de gases e de estrelas"
FIGURAS SONORAS
11. O escritor Paulo Lins em seu romance Cidade de Deus expressa o avanço da
violência no Brasil, nas últimas décadas, com a frase:
"Falha a fala. Fala a bala."
Nas duas frases só não se pode identificar a seguinte figura de linguagem:
a) Paronomásia, pelo trocadilho ou jogo de palavras com apelo sonoro.
b) Aliteração, pela repetição de fonemas consonantais.
c) Assonância, pela repetição da vogal "a".
d) Perífrase, pela substituição de "violência" por um dos elementos que a compõe
(bala).
e) Personificação, pela característica humana atribuída à "bala".
12. Considere os seguintes trechos do texto de
F. Bonassi e assinale a alternativa correta.
I. Há sempre a possibilidade, como torres são derrubadas, que pontes sejam erguidas.
II. Há épocas em que as elites nos legam tradições e épocas em que nos legam traições.
Há épocas em que o interesse cresce mais do que o desejo e o despejo mais do que o
aluguel.
III. Há épocas que são épicas e épocas que são poucas.
Nos trechos lidos há, respectivamente,
a) catacrese, eufemismo e hipérbole.
b) antítese, paronomásia e aliteração.
c) paronomásia, anáfora e eufemismo.
d) ironia, sinestesia e aliteração.
e) antítese, rima e metáfora.
Módulo 12 – Figuras de Linguagem (II)
FIGURAS DE PENSAMENTO
1. Leia o trecho seguinte:
Olhou a catinga amarela, que o poente avermelhava. Se a seca chegasse, não ficaria
planta verde. Arrepiou-se. Chegaria, naturalmente. Sempre tinha sido assim, desde que
ele se entendera. E antes de se entender, antes de nascer, sucedera o mesmo – anos
bons misturados com anos ruins. A desgraça estava em caminho, talvez andasse perto.
Nem valia a pena trabalhar. Ele marchando para casa, trepando a ladeira, espalhando
seixos com as alpercatas – ela se avizinhando a galope, com vontade de matá-lo. (...) O
Mulungu do bebedouro cobria-se de arribações. Mau sinal, provavelmente o sertão ia
pegar fogo.
I. "Se a seca chegasse, não ficaria planta verde."
II. "Ele marchando para casa, trepando ladeira, espalhando seixos com as alpercatas –
ela se avizinhando a galope."
III. "E antes de se entender, antes de nascer, sucedera o mesmo."
IV. "Mau sinal, provavelmente o sertão ia pegar fogo."
Nos trechos destacados, ocorre, respectiva mente,
a) personificação, pleonasmo, eufemismo e metáfora.
b) zoomorfismo, paronomásia, assonância e ironia.
c) aliteração, gradação, anáfora e metonímia.
d) metonímia, aliteração, preterição e reiteração.
e) prosopopeia, antítese, anáfora e hipérbole.
Texto para as questões 2 e 3.
Meses depois fui para o seminário de S. José. Se eu pudesse contar as lágrimas que
chorei na véspera e na manhã, somaria mais que todas as vertidas desde Adão e Eva.
Há nisto alguma exageração; mas é bom ser enfático, uma ou outra vez, para
compensar este escrúpulo de exatidão que me aflige.
(Machado de Assis, Dom Casmurro.)
2. Considerando-se o contexto desse romance de Machado de Assis, pode-se afirmar
corretamente que, no trecho acima, ao comentar o próprio estilo, o narrador procura
a) afiançar a credibilidade do ponto de vista que lhe interessa sustentar.
b) provocar o leitor, ao declará-lo incapaz de compreender o enredo do livro.
c) demonstrar que os assuntos do livro são mero pretexto para a prática da
metalinguagem.
d) revelar sua adesão aos padrões literários estabelecidos pelo Romantismo.
e) conferir autoridade à narrativa, ao basear sua argumentação na História Sagrada.
3. O “escrúpulo de exatidão” que, no trecho, o narrador contrapõe à exageração ocorre
também na frase:
a) No momento em que nos contaram a anedota, quase estouramos de tanto rir.
b) Dia a dia, mês a mês, ano a ano, até o fim dos tempos, não tirarei os olhos de ti.
c) Como se sabe, o capitão os alertou milhares de vezes sobre os perigos do lugar.
d) Conforme se vê nos registros, faltou às aulas trinta e nove vezes durante o curso.
e) Com toda a certeza, os belíssimos presentes lhe custaram os olhos da cara.
4. (ENEM) – Oxímoro, ou paradoxismo, é uma figura de retórica em que se combinam
palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas que, no contexto,
reforçam a expressão.
(Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa)
Considerando a definição apresentada, o fragmento poético da obra Cantares, de Hilda
Hilst, publicada em 2004, em que pode ser encontrada a referida figura de retórica é:
a) “Dos dois contemplo
rigor e fixidez.
Passado e sentimento
me contemplam” (p. 91).
b) “De sol e lua
De fogo e vento
Te enlaço” (p. 101).
c) “Areia, vou sorvendo
A água do teu rio.” (p. 93).
d) “Ritualiza a matança
de quem só te deu vida.
E me deixa viver
nessa que morre” (p. 62).
e) “O bisturi e o verso.
Dois instrumentos
entre as minhas mãos” (p. 95).
5. “Nãoooo! Tô brincando de múmia para lítica.”
Evidencia-se, nessa resposta do personagem, acentuada
a) indecisão. b) brandura. c) ironia.
d) melancolia. e) franqueza.
6. “Não menti! Só temperei a adversidade.”
O "tempero da adversidade", a que o personagem se refere, não está presente em:
a) Aquele prefeito deixou de honrar os bens públicos.
b) A crise econômica afeta todos os cidadãos.
c) Seu corpo será levado ao campo santo.
d) Havia no ar um cheiro nada agradável.
e) Estava sozinho quando disse adeus ao mundo.
7. (PUC) – ... a fazenda dormia num silêncio recluso, a casa estava de luto.... A figura
de linguagem empregada pelo autor neste trecho é
a) a metonímia. b) a antítese.
c) a hipérbole. d) a metáfora.
e) a prosopopeia ou a personificação.
FIGURAS DE SINTAXE
8. Leia o poema.
1 Ó minha amada
2 Que os olhos teus
3 São cais noturnos
4 Cheios de adeus
5 São docas mansas
6 Trilhando luzes
7 Que brilham longe
8 Longe nos breus...9 Ó minha amada
10 Que olhos os teus
11 Quanto mistério
12 Nos olhos teus
13 Quantos saveiros
14 Quantos navios
15 Quantos naufrágios
16 Nos olhos teus...
(“Poema dos Olhos da Amada”, Vinicius de Moraes)
A invocação da amada (v. 1), a associação dos olhos com o cais (vv. 2 e 3), a qualidade
atribuída às docas (v. 5) e a repetição do vocábulo “quantos” (vv. 13, 14 e 15)
compõem, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:
a) apóstrofe; metáfora; prosopopeia; anáfora.
b) paradoxo; catacrese; metonímia; polissíndeto.
c) eufemismo; metáfora; personificação; aliteração.
d) apóstrofe; comparação; personificação; pleonasmo.
e) aliteração; hipérbole; prosopopeia; anáfora.
9. No trecho: “Um grupo transportou-o na direção do táxi estacionado na esquina.
Haviam introduzido no carro a metade do corpo (...). Concordaram em chamar a
ambulância.”, constata-se a figura de linguagem denominada
a) anacoluto. b) paronomásia.
c) silepse de número. d) silepse de pessoa.
e) antonomásia.
10. Em relação à concordância ideológica, analise as orações abaixo:
I. “Há desenganos que fazem a gente velho.” (Machado de Assis)
II. Os sobreviventes, emocionados, abraçamos os homens que vinham nos salvar.
III. Essa turma é terrível! Como falam da vida alheia!
IV. Os brasileiros gostamos de futebol.
Ocorre silepse de gênero e número, respectivamente, nas orações