apostila de gerenciamento de riscos

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  • 5/24/2018 Apostila de Gerenciamento de Riscos

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    UFF UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA DE SEGURANA

    AUTOR:

    Eng. Carlos Roberto Coutinho de Souza

    APOIO:

    VIRTUE Assessoria, Marketing e Informtica Ltda.

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    UFF UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA DE SEGURANAENG. CARLOS ROBERTO COUTINHO DE SOUZA ANLISE E GERENCIAMENTO DE RISCOS DE PROCESSOS INDUSTRIAIS

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    ANLISE E GERENCIAMENTO DE RISCOS DE PROCESSOS INDUSTRIAIS

    1. Introduo 31.1 Histrico e Presente da Mentalidade Prevencionista 31.2 Desenvolvimento das Indstrias, Produo em Escala - Riscos Qumicos 41.3 Acidentes com Produtos Qumicos 61.4 Definies e Terminologias 72. Preveno Tcnica dos Acidentes Qumicos 112.1 O Desenvolvimento da Gerncia de Riscos 122.2 Apresentao das Tcnicas de Anlise de Riscos 142.3 Programa de Gerncia de Riscos 152.4 Programa de Preveno de Perdas PPP 18

    3. Identificao de Riscos 203.1 Checklists e Roteiros 203.2 Inspeo de Segurana 213.3 Investigao de Acidentes 213.4 Fluxogramas 223.5 Identificao de Riscos 243.6 Diagrama de Gerenciamento de Risco 314. Introduo Confiabilidade de Sistemas 324.1 Confiabilidade 32

    4.2 Clculo da Confiabilidade 334.3 Clculo de Riscos 345. Controle Total de Perdas 385.1 Controle de Danos 385.2 Controle Total de Perdas 425.3 Engenharia de Segurana de Sistemas 455.4 Nova Abordagem Proposta 466. Desenvolvimento de um Programa-Piloto de Preveno e Controle de

    Perdas48

    6.1 Programa de Preveno e Controle de PerdasQuando? 486.2 Necessidades de Estabelecimento dos Perfis dos Programas de Preveno

    Existentes Definio de Prioridades48

    6.3 Possveis Planos de Ao no Trabalho Integrado de Preveno e Controlede Perdas

    49

    6.4 Desenvolvimento e Controle Tcnico-Administrativo do Programa-Piloto 516.5 Diagrama de Blocos Bsico 526.6 Consideraes Finais 527. Tcnicas de Identificao e Anlise de Riscos 547.1 Introduo 547.2 Anlise Histrica / Reviso de Segurana 557.3 rvore das Causas 617.4 Srie de Riscos 63

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    7.5 What-If / Checklist 677.6 Tcnica de Incidentes 837.7 Anlise Preliminar de Riscos (APR) 907.8 Estudo de Perigo e Operabilidade HAZOP 1017.9 Anlise de Modos de Falhas e Efeitos (AMFE) 109

    7.10 Anlise de rvores de Falhas (AAF) 1138. Concluses 1209. Referncias Bibliogrficas 124

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    1. Introduo

    1.1 HISTRICO E PRESENTE DA MENTALIDADE PREVENCIONISTA

    Um grande engano tem sido cometido, quando se procura analisar a segurana

    industrial separadamente dos aspectos administrativo, econmico e financeiro dasempresas.

    Muitos executivos no compreendem quanto realmente custam os acidentes e outrosacontecimentos que ocasionam perdas, que comprometem a imagem da empresa emuitas vezes at mesmo sua sobrevivncia. Com o pensamento tradicional no campode acidentes, provvel que somente vejam os custos do salrio direto dosprofissionais de segurana, do tratamento mdico e da compensao do trabalhadorafastado O que pior, que eles podem aceit-los como custos inevitveis de quefazem parte do negcio ou que os custos devem ser assumidos pelas companhias deseguro.

    Poucos so os executivos que compreendem que os mesmos fatores que ocasionamacidentes, esto tambm criando perdas de eficincia bem como problemas dequalidade, custo e de imagem da empresa.

    Nenhum evento comea grande. A anlise de grandes acidentes mostraram que emalguns dos casos a industria no dispunha, na sua rotina diria de trabalho, de umservio de segurana apoiado e prestigiado pela diretoria e que fosse adequado paraatuar, corrigir e sugerir medidas de preveno nos diversos pequenos acidentes eincidentes que por vezes ocorriam.

    Muitos destes pequenos incidentes/acidentes, estavam ligados a inexistncia decontroles administrativos e gerenciais que fossem capazes de atuar preventivamente.

    Infelizmente, ainda existe o pensamento, a bem da verdade entre poucos, deexecutivos que acreditam que a maioria dos acidentes so causados por descuido ea, recorrem a um castigo ou a programas de incentivo para fazer com que as pessoassejam mais cuidadosas. O resultado mais provvel ser o de que os acidentes seocultem em vez de serem resolvidos. Os executivos que acreditam que os acidentesso acontecimentos anormais tendem a proteger-se com uma cobertura maior emseguros, somente para descobrir posteriormente que raramente, ou nunca, estescobrem todas as perdas que se produziram.

    Estes poderiam ser classificados como as anormalidades normais, pois acabamfazendo parte da cultura da empresa. E a, a segurana no considerada e nemlevada a srio. A improvisao assume o lugar do planejamento e o bom senso. E atudo pode acontecer...

    Estamos convictos que a forma como so conduzidas as atividades prevencionistas naempresa e o enfoque tradicional adotado por uma considervel parcela de tcnicos eengenheiros da rea constituem viso primria do problema. O mesmo pode ser ditoem relao a maioria dos executivos de pequenas e mdias empresas brasileiras e auns poucos de grandes empresas de vrias nacionalidades, que insistem em adotar

    procedimentos gerenciais equivocados para a conduo das atividades de seguranaindustrial.

    J no podemos mais aceitar o nmero de acidentes que ocorrem anualmente no

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    Brasil. Nem tampouco podemos aceitar, empresas que relutam em adotar polticas eprticas prevencionistas. O comportamento das pessoas deve passar de reativo parapr-ativo. As aes devem ser de antecipao e no mais de correo.

    O que se espera hoje, so empresas competitivas, geis e acima de tudo seguras, para

    seus funcionrios e para a comunidade prxima a sua localizao.

    1.2 DESENVOLVIMENTO DAS INDUSTRIAS, PRODUO EM ESCALA - RISCOS QUMICOS

    Podemos traar trs grandes etapas de desenvolvimento tecnolgico-industrial nosltimos 150 anos, sintetizadas na tabela a seguir, e que ilustram a evoluo tecnolgicae industrial moderna.

    ETAPAS

    TECNOLOGIAS

    ENERGTICAS EFABRIS

    SETORES

    INDUSTRIAISIMPULSIONADOS

    TECNOLOGIA

    DETRANSPORTEPrimeira(a partir de meadosdo sculo XIX)

    vapor a base decarvomquina-ferramentamquina vapor

    txtilsiderurgiaqumica mineral

    navegao vaportransporteferrovirio

    Segunda(principalmente apartir do sculo XX)

    eletricidade (usinascarbo-eltricas ehidroeltricas)petrleo e derivadosmotor eltrico

    motor explosoprocesso qumico(haber-bosch)

    automobilsticoextrao e refinoqumica orgnica(farmacutica,pesticidas, etc.)

    transporteautomotivotransporteaerovirio

    Terceira(a partir da metadede sculo XX)

    energia/reator nuclearbiotecnologiaautomao deprocesso e servios

    automaogeneralizadainformticatelemticaqumica fina efarmacutica

    transporteaeroespacial

    Aps a segunda guerra mundial, observamos um rpido crescimento das industrias eem especial um crescimento espetacular das industrias qumicas. A este crescimentodas industrias, devemos considerar tambm, o aumento do tamanho das plantasindustriais, do volume de produtos em circulao o transporte por meios martimos eterrestres.

    Para se ter uma idia entre os anos de 1950 a 1990 a comercializao anual deprodutos qumicos orgnicos saltou de 7 milhes de toneladas para 300 milhes. Acapacidade dos petroleiros aumentou de 40.000 toneladas para 500.000 toneladas.

    Analisando ainda, sobre este ngulo, somente em termos de produtos qumicos

    orgnicos, a produo mundial saltou de 1 milho de toneladas em 1940 para 400milhes de toneladas em 1990.

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    SUBSTNCIAS EVOLUO DA CAPACIDADE DE PRODUO POR PLANTAcido Sulfrico Entre 20 - 220 ton/dia em 1945, para mais de 2.000 ton/dia em

    1985Amnia De 80 ton/dia em 1945, para mais de 1.500 ton/dia em 1980Etileno De 40.000 ton/ano em 1956, para mais de 500.000 ton/ano

    em 1979

    Este crescimento das industrias qumicas, encontra-se na economia de escala de suasplantas, particularmente naquelas de processo contnuo, em oposio a produoanterior, por batelada, que ainda ocorre em algumas produes. Os sistemas decontrole das produes, inicialmente analgicos e posteriormente digitais temcaracterizado a segurana intrnseca dos processos de produo. A difuso dosprocessos contnuos de fabricao favorecem a expanso dos trabalhos em turnos enoturnos no setor qumico, com diversas implicaes para a segurana das operaese a sade dos trabalhadores, quando medidas gerenciais e de controle no soadotadas.

    O crescimento das plantas qumicas encontra, na reduo de custos, a sua principalexplicao. Segundo alguns autores, e aqui citamos Marshall(*), os custos das plantasqumicas de processo podem ser expressos pela seguinte frmula:

    (*) Marshall, V (1987) Major Chemical Hazards. Ellis Horwood Publ., Chichester

    Cx

    Cy R

    z=

    Onde:

    Cx o custo da planta com capacidade de produo x, numa dada unidade detempo.

    Cy o custo de produo de uma planta similar com capacidade de produo y, namesma unidade de tempo.

    R a razo x/yz um exponencial

    Historicamente tem-se verificado ndices para este exponencial z variando entre 0,5 e1,0. Para um caso onde z seja igual a 0,66, uma planta com o dobro da capacidadecustar 1,6 vezes mais.

    Para o caso de uma planta quatro vezes maior, o custo ser apenas 2,5 vezes maior.

    De acordo com Marshall, os custos operacionais sobem de forma razoavelmenteproporcional ou mesmo menor, com relao ao crescimento da planta, teoricamentequanto maior for sua capacidade, menor ser a relao entre os custos de capital portonelada produzida.

    Entre tantas implicaes do crescimento em escala das industrias no nosso estudointeressa-nos a magnitude dos riscos gerados por este crescimento. Classificados deriscos maiores, geradores dos acidentes qumicos ampliados ou comumente chamados

    de grandes acidentes.

    1.3 ACIDENTES COM PRODUTOS QUMICOS

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    O acidente qumico um captulo dentro do risco qumico e da industria qumica, sejapela sua especialidade, seja pela importncia crescente que vem adquirindo nadiscusso pblica internacional . Uma das caractersticas deste tipo de acidente suarelativa baixa probabilidade de ocorrncia, porm quando desencadeado, este tipo deacidente pode provocar enormes tragdias humanas e ambientais, como as catstrofes

    de Seveso, Vila Soc e Bhopal, entre outras.Existem trs grandes grupos de eventos que tenham por fonte principal substnciasqumicas : emisso acidental; exploso e incndio .

    Muitos acidentes podem envolver simultaneamente dois ou mesmo os trs tipos deeventos.

    Das variveis relacionadas ao acidente qumico, duas so de particular importnciapara nosso trabalho:

    A localizao da fonte: esta varivel est relacionada ao momento do fluxo daproduo ou consumo onde o acidente se realiza. Basicamente envolve a produo,armazenagem, transporte, consumo e despejo de substncias qumicas perigosas.

    O raio de alcance dos efeitos indesejveis: dependendo da qualidade ecaractersticas fsico-qumicas, toxicolgicas e ecotoxicolgicas das substnciasenvolvidas e das caractersticas do acidente propriamente dito: tipo de acidente,localizao da fonte, aspectos geogrficos, geolgicos e meteorolgicos da regioentre outros, o acidente poder ter o seu raio de alcance mais restrito ou maisampliado.

    1.3.1 ESTATSTICAS DOS GRANDES ACIDENTES.

    Os grandes acidentes se notabilizaram pela repercusso a nvel mundial. Com aocorrncia de vrios acidentes catastrficos no mundo (incndio, exploso e/ouemisso acidental), as empresas e o pblico em geral tomaram nova conscincia dosperigos potenciais decorrentes do contnuo progresso tecnolgico que a humanidadevem alcanando.

    A seguir apresentamos, um quadro com os principais acidentes qumicos j ocorridos.

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    TABELA: ACIDENTES QUMICOS COM MAIS DE 20 MORTES ENTRE 1920 - 1990ANO PAS TIPO DE ACIDENTE SUBSTNCIA MORTES1921 Alemanha Exploso de Fbrica de Anilina Sulfato de Nitrato e Amnia > 5001926 EUA Exploso em depsito de munio Trinitrotoluol 21

    1926 EUA Escapamento de tanque Cloro 401930 Blgica Gases txicos na atmosfera cido fluordrico, cido sulfrico e dixido de enxofre 631933 Alemanha Exploso numa fundio Gs de coqueria 651934 Hong Kong Incndio em gasmetro Gs 421935 Alemanha Exploso numa fbrica de explosivos Dinitroluol, nitroglicerina e trinitrotoluol 821939 Romnia Escapamento em fbrica qumica Cloro 601942 Blgica Exploso Nitrato de amnia >1001944 EUA Exploso de nuvem de gs GLN 1301948 Alemanha Exploso de carro tanque numa fbrica qumica Dimetil ter 2091948 Hong Kong Exploso em indstria qumica Desconhecida 1351950 Mxico Escapamento em fbrica Sulfureto de hidrognio 221953 Turquia Exploso em refinaria Lquidos inflamveis 261954 Brasil Exploso em tanque de depsito Lquidos inflamveis 20

    1954 R.F.Alemanha Exploso em fbrica Lquidos inflamveis 29

    1958 Frana Exploso em instalao industrial Lquidos inflamveis 201960 Coria do Sul Incndio em fbrica qumica Desconhecida 631961 Espanha Exploso em fbrica qumica Desconhecida 231966 Frana Exploso em refinaria Propano / butano 211968 Japo Contaminao de gua por fundio Cdmio 1001970 Indonsia Incndio em refinaria Lquidos inflamveis 501972 EUA Exploso de uma planta de coque Propano 211972 Japo Escapamentos de 6 fbricas qumicas Desconhecida 761972 Brasil (Rio) Exploso em refinaria Lquidos inflamveis 391972 Brasil (SP) Exploso em refinaria Propano / butano 381972 Frana Acidente em indstria qumica Outros 361973 EUA Incndio em tanque de gs liqefeito GLN 40

    1974 Inglaterra Escapamento e exploso numa fbrica qumica Ciclohexano 281977 Colmbia Escapamento numa fbrica de fertilizantes Amnia, nitrato de amnia e carbamato 301977 EUA Exploso em silo Cereais 361978 Japo Acidente em refinaria Lquidos inflamveis 211978 Mxico Exploso em Pipeline Gs 581980 Ir Exploso em depsito de explosivos Nitroglicerina 801980 ndia Exploso em 2 fbricas Explosivos 40 - 801980 EUA Incndio em refinaria Lquidos inflamveis 511982 Venezuela Exploso em instalao industrial Lquidos inflamveis 1451984 Brasil Exploso em Pipeline Gasolina 5081984 Mxico Exploso em refinaria GLP 5031984 ndia Escapamento em indstria qumica Metilisocianato > 2.5001984 Paquisto Exploso em Pipeline Gs 601989 EUA Exploso em indstria qumica Gs inflamvel 22

    Fontes: Glickman et al. (1992 e 1993); Kletz (1991); Fabiani e Theys (1987); Kier e Mller(1983)

    1.4 DEFINIES E TERMINOLOGIAS

    Qualquer discusso sobre Riscos deve ser precedida de uma explicao daterminologia, seu sentido preciso e inter-relacionamentos. Desta forma, passamos adefinir os principais termos utilizados neste nosso estudo :

    Acidente do Trabalho: So ocorrncias de menos freqncia, que se restringem namaior parte das vezes a uma pessoa, no passando dos limites da empresa envolvida.Por exemplo: cortes, queimaduras trmicas/qumicas, tores, etc.

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    Acidentes Maiores/Acidentes Qumicos Ampliados: So eventos de maiorgravidade e de freqncia significativamente menor, cujas conseqncias se estendema um maior nmero de pessoas. Estes eventos causam grandes perdas s prpriasinstalaes da empresa, podendo ultrapassar os seus limites geogrficos e causamsubstanciais danos ambientais.

    Doenas Profissionais: So todos os males aos quais a sade humana est exposta,devido s atividades profissionais desenvolvidas. Estas doenas so causadasprincipalmente pela exposio crnica a determinados agentes fsicos, qumicos oubiolgicos.

    Risco (Hazard): uma ou mais condies de uma varivel com potencial necessriopara causar danos. Esses danos podem ser entendidos como leses a pessoas ,danos equipamentos ou estruturas , perda de material em processo, ou reduo dacapacidade de desempenho de uma funo pr-determinada. Havendo um risco,persistem as possibilidades de efeitos adversos.

    Risco (Risk): expressa uma probabilidade de possveis danos dentro de um perodoespecfico de tempo ou nmero de ciclos operacionais. O valor quantitativo do risco deuma dada instalao ou processo industrial pode ser conseguido multiplicando-se aprobabilidade de ocorrncia ( taxa de falha ) de um acidente pela medida daconseqncia/dano ( perda material ou humana) causada por este acidente.

    Perigo: expressa uma exposio relativa a um risco, que favorece a sua materializaoem dano. comumente entendido como um potencial de causar danos ou perdashumanas , ou de valores materiais.

    Segurana: freqentemente definido como iseno de riscos. Entretanto praticamente impossvel a eliminao completa de todos os riscos. Podemos entodefinir segurana como, uma condio ou conjunto de condies que objetivam umarelativa proteo contra um determinado risco.

    Sistema: um arranjo ordenado de componentes que esto inter-relacionados e queatuam e interatuam com outros sistemas, para cumprir uma determinada tarefa oufuno ( objetivo ) previamente definida, em um ambiente. Um sistema pode conterainda vrios outros sistemas bsicos, aos quais chamamos de subsistemas.

    Probabilidade: a chance de ocorrncia de uma falha que pode conduzir a um

    determinado acidente. Esta falha pode ser de um equipamento ou componente domesmo, ou pode ser ainda uma falha humana.

    Conseqncia/Dano: a medida do resultado de um acidente do trabalho ou deacidentes maiores. Tambm pode ser definido como sendo a gravidade da perdahumana, material ou financeira, ou a reduo da capacidade de desempenho de umafuno pr-determinada em um dado sistema.

    Um operrio desprotegido pode cair de uma viga a 3 metros de altura, resultando umdano fsico, por exemplo, uma fratura na perna. Se a viga estivesse colocada a 90metros de altura, ele com boa certeza estaria morto. O risco ( possibilidade ) e o

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    perigo ( exposio ) de queda so os mesmos, entretanto, a diferena reside apenasna gravidade do dano que poderia ocorrer com a queda.

    Confiabilidade: quantitativamente definida como sendo a probabilidade que um

    componente, dispositivo, equipamento ou sistema desempenhe satisfatoriamente suasfunes por um determinado espao de tempo e sob um dado conjunto de condiesde operao.

    Causa: a origem de carter humano ou material relacionada com o eventocatastrfico ( acidente), pela materializao de um risco, resultando danos.

    Incidente: qualquer evento ou fato negativo com potencial para provocar danos. tambm chamado de quase-acidente. Atualmente, este conceito tem sido muitocontestado , uma vez que pela definio de acidentes, estes se confundiriam , ficandoa diferena em se ter ou no leso.

    Para facilitar o entendimento desses termos bsicos, vamos adotar o seguinteesquema de referncia :

    RiscoRisco

    CausaCausa

    ExposioExposio(perigo)(perigo)

    FatoFato EfeitoEfeito

    Origem:Origem:(humana, material)(humana, material)

    ACIDENTEACIDENTEDanos:Danos:

    (humanos, materiais,(humanos, materiais,financeiros)financeiros)

    1.4.1 TERMINOLOGIA

    A classificao de Risco e Perigo fundamental para nosso estudo e seu entendimentodever ser claro, para isso vamos utilizar o seguinte exemplo :

    A diretoria da fbrica necessita decidir onde estocar uma determinada quantidade deprodutos txicos ao ar livre, que possui risco de intoxicao para as pessoas.

    Como mencionado, o risco inerente a qualquer atividade e/ou substncia e nestecaso, devemos analisar e classificar os riscos e perigos em funo do grau deexposio e suas conseqncias, assim teremos , de forma tcnica, condies deestabelecer medidas que previnam a ocorrncia de um evento indesejvel.

    CONSEQNCIAPROBABILIDADE

    BAIXA(estocagem fora da

    rea urbana)

    ALTA(estocagem perto da

    rea urbana)

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    BAIXA (instalao com boas condiesde manuteno)

    RISCO BAIXO RISCO MDIO

    ALTA (instalao com problemas demanuteno)

    RISCO MDIO RISCO ALTO

    1.4.2 PODEMOS CLASSIFICAR OS RISCOS DE UMA FBRICA

    Considerando os conceitos apresentados podemos classificar os riscos de umainstalao, da seguinte maneira :

    a) Conhecidos e j devidamente controlados; Ex. Sala de transformadores isolada efechada. Casa de mquinas e compressores com elevado nvel de rudo, totalmentefechada e sinalizada.

    b) Conhecidos, porm ainda no aceitavelmente controlados; Ex. O produto qumicoHexano ainda muito utilizado em alguns tipos de solventes, podendo gerarproblemas sade do trabalhador. Uma escada com degraus pequenos onde necessrio transportar volumes grandes, foi colocado um piso anti-derrapante eplacas de aviso, mas o risco de queda continua.

    c) Ainda desconhecidos, mas so perfeitamente identificveis atravs de metodologiasj empregadas pela empresa; Ex. Armazenamento de produtos txicos e inflamveisem reas de presena permanente de pessoas. A aplicao da inspeo planejadano almoxarifado constatou que estavam armazenando produto txico e inflamvelem locais que poderiam prejudicar a sade das pessoas e provocar um incndio.

    d) Totalmente desconhecidos por falta de informaes que nos permita identific-los.Ex.: O ascarel era um produto muito usado nos anos 70 em todo o mundo pararefrigerar transformadores, at descobrirem que ele altamente cancergeno.

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    2. Preveno Tcnica dos Acidentes Qumicos

    A crescente importncia dos acidentes qumicos ampliados vem impulsionando odesenvolvimento e aplicao de novas tcnicas de analise de riscos no interior dasindstrias de processo em geral, particularmente nas indstrias qumicas Segundo

    Flohtmann (1993), os grandes acidentes proporcionaram uma mudana de paradigmanas tcnicas de segurana. Com isso, houve uma passagem da segurana clssica,pautada em analises de acidentes j ocorridos num processo de aprendizagememprico, para uma abordagem sistmica, de carter preditivo, que busca avaliar eprever quantitativa e qualitativamente a ocorrncia de acidentes. Paralelamente, vemhavendo um grande desenvolvimento na implantao de programas internos (in-site)e externos (off-site) de emergncias s fbricas, para o caso de ocorrerem acidentesampliados. Podemos visualizar a importncia da preveno estrutural, que inclui asanalises de risco de carter preditivo cada vez mais utilizadas na indstria qumica,atravs da seguinte figura:

    Figura 1 SEGURANA INERENTE VERSUS SEGURANA EXTRNSECA NAS FASES DEIMPLANTAO DA FBRICA

    Fonte: Greenberg e Cramer(1991)

    De acordo com os autores, a segurana moderna deve almejar alcanar o mximo deeficincia nas fases iniciais do projeto de implantao de uma fbrica, iniciando pelaprpria concepo tecnolgica do processo. A medida que nos aproximamos das fasesde construo e operao, menores sero as chances de serem implantadas medidasde segurana inerentes ao projeto tecnolgico do processo e de engenhariaconstrutiva. A avaliao posterior de riscos incontrolados implicar em medidasextrnsecas ao projeto inicial, classificados por alguns pesquisadores, como umapreveno de remendos. A transformao desta preveno de remendos para umapreveno estrutural, marcada por uma segurana inerente em relao a determinadosriscos, somente acontecer ento atravs de investimentos num novo projeto de plantaindustrial, num processo de carter simultaneamente social e tcnico, freqentementeimpulsionado pela ocorrncia de tragdias industriais.

    Os mtodos sistmicos de anlises de riscos desenvolvidos vem sendo aplicados nasindstrias de processos basicamente como ferramentas para a deciso acerca daaceitabilidade de uma nova planta industrial e para a melhoria da confiabilidade dos

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    sistemas tcnico e organizacional existentes. Segundo alguns estudos, os resultadosde tais mtodos servem para:

    a) aonde devem ser localizados processos e operaes perigosos;

    b) decidir sobre investimentos nos equipamentos voltado preveno de acidentes e

    limitao de suas conseqncias;c) projetar processos de fabricao e sistemas de controle;

    d) criar rotinas operacionais e de manuteno;

    e) escrever e registrar documentos de segurana para a organizao.

    2.1 O DESENVOLVIMENTO DA GERNCIA DE RISCOS

    A Gerncia de Riscos, em termos de conscincia ou de convivncia com o risco, toantiga quanto o prprio homem. Na verdade, o homem sempre esteve envolvido com

    riscos e com muitas decises de Gerncia de Riscos. Muito antes da existncia do quehoje denominamos gerentes de risco, indivduos dedicaram-se (e tem se dedicado) atarefas e funes especficas de segurana do trabalho, proteo contra incndios,segurana patrimonial, controle de qualidade, inspees e anlises de riscos para finsde seguro, anlises tcnicas de seguro e inmeras outras atividades semelhantes.

    O exemplo que escolhemos para ilustrar esta teoria bastante antigo. Conta amitologia grega que o Rei Mimos de Creta, mandou aprisionar Ddalo e seus filhocaro, na ilha de mesmo nome. Com o objetivo de escapar da ilha, Ddalo idealizoufabricar asas, o que fez habilidosamente com penas, linho e cera de abelha. Antesda partida, Ddalo advertiu a caro que tomasse cuidado quanto ao curso de seu vo

    se voasse muito baixo as ondas molhariam suas penas; se voasse muito alto o solderreteria a cera, desagregando as penas, e ele cairia no mar.

    ANLISE PRELIMINAR DE RISCOS IDENTIFICAO: SISTEMA DE VO DDALO 1

    RISCO CAUSA EFEITO CAT.RISCO

    MEDIDAS PREVENTIVAS

    Radiao trmicado sol.

    Voar muito altoem presena deforte radiao.

    Calor pode derreter acera de abelhas.Separao e perda daspenas podem causarm sustentao

    aerodinmica.Aeronauta pode morrer.

    Grave 1. Prover advertncia contravo alto.

    2. Manter rgida supervisosobre aeronauta.

    3. Restringir rea dasuperfcie aerodinmica.

    Umidade Voar muito pertoda superfcie domar.

    Asas podem absorverumidade, aumentando oseu peso e falhando.

    O poder de ascensopode no suportar oexcesso de peso.

    Aeronauta pode cair nomar.

    Grave 1)Advertir aeronauta paravoar a meia altura.

    2. Instruir aeronauta sobre aimportncia de observartaxa de umidade nas asas.

    Este exemplo simples mostra a forma adequada para uma Anlise Preliminar. Outrascolunas podero ser adicionadas completando a informao, de forma a indicarcritrios a serem seguidos, responsveis pelas medidas de segurana, necessidade detestes, e outras aes a serem desenvolvidas.

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    Podemos dizer que a Gerncia de Riscos a cincia, a arte e a funo que visa aproteo dos recursos humanos, materiais e financeiros de uma empresa, quer atravsde financiamento dos riscos remanescentes, conforme seja economicamente maisvivel.

    De fato, a Gerncia de Riscos teve seu incio na Indstria Moderna, logo aps aSegunda Guerra Mundial, devido rpida expanso das indstrias, com conseqentecrescimento da magnitude dos riscos incorporados, tornando-se imprescindvel garantira proteo da empresa frente aos riscos de acidentes. Alm da avaliao dasprobabilidade de perdas, a necessidade de determinar quais os riscos inevitveis equais os que poderiam ser diminudos, passaram a ser calculados o custo-benefciodas medidas de proteo a serem adotadas, como tambm levou-se em consideraoa situao financeira da empresa para a escolha adequada do seu grau de proteo.Ficou evidente que, estes objetivos, somente seriam atingidos por meio de uma anlisedetalhada das situaes de risco.

    A propsito, como de nosso conhecimento, caro voou muito alto e pelos motivosexpostos por Ddalo, veio a cair no mar (caro era um cabea-dura).

    De modo geral, podemos resumir o desenvolvimento dos processos bsicos naGerncia de Risco, como mostra o quadro abaixo:

    Gerncia de Riscos Processos BsicosGerncia de Riscos Processos Bsicos

    Identificao dos riscos; Anlise de riscos; Avaliao de riscos; Tratamento de riscos.

    PrevenoPreveno

    Eliminao

    Reduo

    FinanciamentoFinanciamento

    Reteno

    Transferncia

    auto-doao

    auto-seguro

    sem seguro

    por seguro

    2.2 APRESENTAO DAS TCNICAS DE ANLISE DE RISCOS

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    2.2.1 MTODOS QUALITATIVOS GERAIS

    Checklists: Utilizados para identificar fontes de riscos e agravantes em processos einstalaes j existentes, atravs de listas de especificaes tcnicas e operacionaisdos processos, equipamentos e procedimentos.

    Anlise Preliminar de Perigos (APP): Mtodo simplificado, Utilizado para identificarfontes de perigo, conseqncias e medidas corretivas simples, sem aprofundamentotcnico, resultando em tabelas de fcil leitura.

    Anlise What-If?: Normalmente utilizada nas fases iniciais de projeo. Trata-se deum mtodo especulativo onde uma equipe busca responder o que poderia acontecercaso determinadas falhas surjam.

    Matriz de Riscos: Consiste numa matriz onde se busca verificar os efeitos dacombinao de duas variveis. Um exemplo clssico o das reaes qumicasavaliando-se os efeitos da mistura acidental de duas substncias existentes.

    2.2.2 MTODOS MAIS DETALHADOS

    Anlise de Modos de Falhas e Efeitos: Analisa como as falhas de componentesespecficos de um equipamento ou subsistema do processo se distribuem ao longo dosistema, entendido este como um arranjo ordenado de componentes interrelacionados.A estima quantitativa das probabilidades de falhas feita pela tcnica de rvore defalhas.

    HAZOP (Hazard and Operability Studies): um dos mtodos mais conhecidos naanlise de riscos na indstria qumica, onde uma equipe busca, de forma criativa,identificar falhas de riscos e problemas operacionais em subsistemas do processo.Verifica-se, por exemplo, o que acontece quando se adiciona mais, menos ou nenhumasubstncia num tanque de reao. Supostamente, alm de se ter um amplo diagnsticodos riscos existentes, as que passam pelo HAZOP aumentam seu nvel deconfiabilidade.

    Dow e Mond Index: Mtodos desenvolvidos pela Dow e ICI para identificar, quantificare classificar as diferentes sees do processo de acordo com o potencial de risco deincndios e exploses, providenciando informaes para o projeto e gerenciamento deinstalaes perigosas.

    2.2.3 MTODOS DE RVORES

    Anlise de Arvore de Falhas: um mtodo de dedutivo que visa determinar aprobabilidade de determinados eventos finais. Busca-se construir a malha de falhasanteriores que culminam no evento final, atribuindo-se uma taxa de falha a cada itemanterior que compe a rvore, chegando-se ento probabilidade final, atravs dalgica tipo e/ou e do uso da lgebra booleana.

    Anlise de Arvore de Eventos: um mtodo similar ao anterior, porm indutivo, pois

    parte de fainas iniciais buscando identificar as possveis implicaes nos estgios maisavanados do processo.

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    Anlise de Causa e Efeito: uma combinao dos dois mtodos anteriores. Parte-sede um evento intermedirio, e ento busca-se chegar ao conjunto de eventosanteriores (causas) e, posteriores (efeitos).

    Anlise de rvore de Causas: um mtodo utilizado para acidentes do trabalho.

    Utilizado por equipes multidisciplinares, possibilita a eliminao do achismo muitocomum na anlise deste tipo de acidente. Por representar graficamente o acidente,este mtodo pode ser qualificado como uma ferramenta de comunicao entre os quefazem a anlise e aqueles que descobrem a histria do acidente analisado. Os fatoresque ficaram sem explicao, demandando informaes complementares, socolocados em evidncia aos olhos de todos.

    Podemos afirmar que as regras do mtodo, impondo o questionamento sistemticodiante de cada fato que figura na rvore, levam a causas remotas, particularmentequelas ligadas a organizao do trabalho, a concepo de mquinas e deinstalaes, alargando o campo de investigao e evidenciando o maior nmero de

    fatores envolvidos na gnese do acidente.Anlise de Conseqncias: considerada uma tcnica final para se avaliar aextenso e gravidade de um acidente. A anlise inclui: a descrio do possvelacidente, uma estimativa da quantidade de substncia envolvida, e, quando for do tipoemisso txica, calcular a disperso dos materiais - utilizando-se de modelos desimulao computadorizados - e avaliar os efeitos nocivos. Os resultados servem paraestabelecer cenrios e implementar as medidas de proteo necessrias.

    Fontes: Greenberg e Cramer (1991), UNEP (1992), OIT (1991), Flohtrnan (1993),Fantazzini e De Ccco (1988) Coutinho ( 1992)

    2.3 PROGRAMA DE GERNCIA DE RISCOS

    2.3.1 OBJETIVOS

    Consiste na implantao de aes de identificao e tratamento dos riscos e perdasque a Empresa est exposta, durante execuo de suas atividades laborais,propiciando garantias contra eventos indesejados.

    O PROGRAMA DE GERNCIA DE RISCOS NO UM ACONTECIMENTO UM PROCESSO

    2.3.2 FORMAS DE ATUAO

    A atividade de um programa de Gerncia de Riscos tem como principal caractersticaassessorar vrias reas da Empresa e Integrar estas informaes.

    2.3.3 IMPLANTAO

    O procedimento de implantao do programa de Gerncia de Riscos consiste nacriao de um comit que deve ser formado por representantes de todas as reas que

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    o programa assessorar. Esta comisso dever se reunir periodicamente para discutiras suas atividades, e receber total orientao da Herco com relao aosprocedimentos e aes de implantao.

    2.3.4 ATITUDESDestacamos como principais atitudes que o comit deve promover:

    Identificar continuamente as exposies da Empresa a perdas (riscos);

    Avaliar o nus derivado do risco e o custo necessrio para ser controlado;

    Responder aos riscos, isto , planejar e coordenar as atividades de preveno(tratamento);

    Manuteno de um registro de perdas;

    Visitas regulares a campo para discutir a Gerncia de Riscos com seus

    colaboradores, identificar e registrar novas exposies e reduzir falhas decomunicao;

    Canalizar e repassar informaes, filtrando-as e avaliando-as;

    Gerar relatrios sobre suas decises, incluindo planos de trabalho;

    Reunies peridicas com outros gerentes/diretores.

    2.3.5 TCNICAS DE CONTROLE DE RISCOS

    As principais ferramentas utilizadas pela Gerncia de Riscos so:

    Inspeo de Riscos; Programa de Preveno de Perdas; Criao e manuteno de um Banco de Dados sobre Perdas; Modelos de Conseqncias (cenrios de riscos); Tcnicas de Anlise de Riscos (HAZOP, FMEA, What-if, etc.).

    Trata-se de uma atividade desenvolvida por profissionais especializados (inspetores deriscos) nas tcnicas de levantamentos de riscos que, atravs de visitas Empresa,efetuaro identificao, anlise e dimensionamento de perdas que a Empresa estexposta, para os diversos riscos potenciais que podero afetar adversamente o seupatrimnio.

    Atravs da inspeo sero levantadas diversas condies de risco abaixo dos padresestabelecidos por normas nacionais, internacionais e legislao local vigente. Dentre ostpicos abordados durante a inspeo de risco, destacam-se irregularidades quepodero afetar a empresa no que se refere a:

    Danos propriedade (incndio, exploso, etc.);

    Leses pessoais (morte, mutilaes, doenas, ocupacionais, etc.);

    Parada de produo (quebra de mquina, queima de motores /transformadores,etc.);

    Perda de qualidade (falta de controle de processo, instrumentos e maquinrioinadequados, etc.);

    Poluio ambiental (tratamento inadequado de efluentes, gases e resduosindustriais slidos, etc.);

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    Riscos comunidade (vazamento de gases txicos, lquidos inflamveis, etc.).

    2.3.6 CARACTERSTICAS DA INSPEO DE RISCO

    identifica as condies de risco; prope tratamentos para as condies de risco; adequa o local de trabalho aos requisitos legais; mantm a diretoria e gerncia informadas sobre exposio da empresa a perdas; instrui com relao a atualizao de normas; melhora o nvel de conhecimento tcnico da empresa em relao aos riscos; auxilia no dimensionamento do DMP, PME, PMP e LMI; prope melhorias dos padres das instalaes; reduz as aes trabalhistas/honorrios de advogados; reduz a cegueira industrial; orienta a empresa a identificar riscos; identifica a vulnerabilidade das instalaes industriais em relao s perdas; um processo preventivo - atua antes da perda ocorrer; classifica os tipos de riscos que a empresa est exposta; reduz e/ou elimina as causas que provocam perdas identifica as deficincias das instalaes, equipamentos, manuteno e operao.

    2.3.7 BENEFCIOS DA INSPEO DE RISCOS

    reduz a freqncia e gravidade de eventos indesejados( incndio, leses,interrupo da produo, etc.);

    adequa o seguro aos reais riscos da Empresa;

    reduz e/ou elimina as indenizaes/multas provenientes de danos ao meioambiente/RC;

    aponta necessidades de treinamentos;

    otimiza os investimentos;

    mantm a continuidade do processo produtivo;

    detecta as deficincias e otimiza os gastos com manuteno;

    preserva a imagem; mantm os funcionrios mais satisfeitos;

    prioriza a tomada de decises dos investimentos necessrios em preveno epermite a anlise da relao custo/beneficio.

    2.3.8 PROCEDIMENTOS

    Durante a inspeo de risco, o inspetor realizar entrevistas tcnicas, reunies comgerentes, supervisores, profissionais da rea industrial e de segurana, que devemfornecer informaes referentes ao fluxo produtivo e aspectos de funcionamento da

    Empresa, para a melhor identificao das possibilidades de perdas, bem comoacompanh-lo na inspeo a campo para poderem aprender esta tcnica.

    Ao trmino da inspeo ser elaborado um relatrio detalhado (fotos, sumrios,

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    anexos, etc.) de todos os parmetros identificados que possam causar qualquer tipo deperdas. Estes parmetros sero apresentados e acompanhados das respectivasrecomendaes para eliminao ou reduo dos riscos.

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    2.4 PROGRAMA DE PREVENO DE PERDAS PPP

    REDUZIR PERDAS SALVAR VIDAS E MAXIMIZAR LUCROS

    2.4.1 DEFINIO

    So procedimentos administrativos e operacionais que tem por base otimizarcontinuamente a Empresa, para que esta implante um sistema de controle total deperdas, e desta forma possa melhor gerenciar seus custos operacionais, alm desalvaguardar seu patrimnio fsico e humano, preservando a imagem da Empresa.

    So considerados como perdas qualquer evento que afete adversamente:

    O patrimnio A produo O ser humano A qualidade Produtos Insumos, Matria prima O meio ambiente - Terceiros

    As perdas so acontecimentos indesejveis que devem ser permanentementecontrolados, devido aos seus altos custos indiretos, que dilapidam sobremaneira olucro da Empresa. Os custos indiretos chegam a ser 50 vezes maior que os custosdiretos.

    ICEBERG DOS CUSTOS PRODUZIDOS PELAS PERDAS

    CUSTOSCUSTOSDIRETOSDIRETOS

    Ambulatrio / Mdico;

    Custos de compensao (seguro).

    CUSTOSCUSTOSOCULTOSOCULTOS

    Reclamaes trabalhistas;

    Perda de produtividade;

    Burocracia (formulrios, investigaes,documentos, INSS, etc.);

    Perda de qualidade / mercado;

    Custos (remoo - assistente social);

    Sobrecarga de trabalho;

    Honorrios: (advogados, peritos,consultores);

    Custos: (reprocesso ou no conformi-dade).

    OS CUSTOS INDIRETOS, CHAGAM A SER AT 50 VEZES MAIORES QUE OS CUSTOS DIRETOS.

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    A nvel ilustrativo apresentamos um quadro que relaciona o valor da perda com amargem de lucro e o montante de vendas para cobri-la.

    CUSTO DAS

    MARGEM DE

    LUCRO

    PERDAS 1% 2% 3% 4% 5%1.000 100.000 50.000 33.000 25.000 20.0005.000 500.000 250.000 167.000 125.000 100.00010.000 1.000.000 500.000 333.000 250.000 200.00025.000 2.500.000 1.250.000 833.000 625.000 500.00050.000 5.000.000 2.500.000 1.667.000 1.250.000 1.000.000

    Vendas requeridas para cobrir as perdas

    2.4.2 COORDENAO

    O controle de perdas uma funo participativa onde todos os nveis da Empresaesto envolvidos, alm de interagir de forma integral com a produo e os programasde qualidade. Sua abrangncia, a nvel corporativo, vai do corpo administrativo at osnveis operacionais.

    atravs de uma poltica direcionada ao programa, assinada pela maior autoridade daempresa, que ser delegada responsabilidade e dado respaldo sua implantao;desta forma caber :

    Diretoria: apoiar de forma integral as aes do programa; Gerncias: coordenar o programa nas reas de sua competncia;

    Supervisores: operacionalizar o programa.

    2.4.3 IMPLANTAO

    A metodologia aplicada para a implantao de uma cultura prevencionista nostrabalhadores obtida atravs de treinamento em determinadas tcnicas. O programa,portanto, dividido em vrios mdulos, cujos principais, que destacamos so:

    Investigao de acidentes e incidentes Inspees planejadas Anlise de procedimentos de trabalho Higiene industrial e sade ocupacional Planejamento para emergncias

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    3. Identificao de Riscos

    O processo de gerenciamento de riscos, como todo procedimento de tomada dedecises, comea com a identificao e a analise de um problema. No caso daGerncia de Riscos, o problema consiste, primeiramente, em se conhecer e analisar os

    riscos de perdas acidentais que ameaam a organizao.

    Neste Mdulo, iremos apresentar os principais meios de identificao de riscos e, noMdulo 3, as tcnicas bsicas de analise de riscos, oriundas da moderna Engenhariade Segurana de Sistemas.

    A identificao de riscos e, indubitavelmente, a mais importante das responsabilidadesdo gerente de riscos. E o processo atravs do qual, continua e sistematicamente, 550identificadas perdas potenciais (a pessoas, a propriedade e por responsabilidade daempresa), ou seja, situaes de risco de acidentes que podem afetar a organizao.

    Na verdade, no existe um mtodo timo para se identificar riscos. Na prtica, a melhorestratgia ser combinar os vrios mtodos existentes, obtendo-se o maior numeropossvel de informaes sobre riscos, e evitando-se assim que a empresa seja,inconscientemente, ameaada por eventuais perdas decorrentes de acidentes.

    Para melhor cumprir essa tarefa, o gerente de riscos deve, antes de mais nada, obterinformaes que lhe permitam conhecer em profundidade a empresa.

    Para dar uma melhor idia do que estamos afirmando, gostaramos de formular aseguinte questo: ate que ponto o leitor conhece a empresa em que atua quanto aosseus bens patrimoniais; as pessoas que, direta ou indiretamente, esto envolvidas

    com ela; as suas (da empresa) responsabilidades, direitos e obrigaes; a organizaoefetiva da mesma e ao fim a que se destina; aos seus processos administrativos,operacionais e de produo; a sua estrutura econmico-financeira e aos processos eoperaes financeiras empregados para manter o seu equilbrio?

    A resposta completa a esta questo e a obteno das informaes necessrias sem desuma importncia para que o gerente de riscos possa cumprir satisfatoriamente a suamisso, iniciando-a com a identificao efetiva dos riscos que afetam a empresa.

    3.1 CHECKLISTS E ROTEIROSUm dos meios sais freqentes paro identificar riscos a utilizao de Checklists(questionrios), roteiros e outros do gnero. Tais questionrios podem ser obtidos devarias maneiras: em publicaes especializadas sobre Engenharia de Segurana eSeguros, junto a corretoras, seguradoras, etc. (no final deste mdulo, apresentadoum modelo de checklist bsico para a identificao de riscos).

    importante enfatizar que, por mais precisos e extensos que sejam essesquestionrios e roteiros, h uma grande chance de os mesmos omitirem situaes derisco at vitais para uma determinada empresa. Para minimizar o problema, a Gerncia

    de Riscos deve adaptar tais instrumentos s caractersticas e peculiaridadesespecficas da organizao.

    3.2 INSPEO DE SEGURANA

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    Outro meio bastante utilizado para a identificao de riscos a inspeo de seguranaou a inspeo de riscos, que nada mais do que a procura de riscos comuna, jconhecidos teoricamente. Esse conhecimento terico facilita a preveno de acidentes,pois as solues possveis j foram estudadas anteriormente e constam de extensabibliografia.

    Os riscos mais comumente encontrados em uma inspeo de segurana so: falta de proteo de mquinas e equipamentos; falta de ordem e limpeza; mau estado de ferramentas; iluminao e instalaes eltricas deficientes; pisos escorregadios, deficientes, em mau estado de conservao; equipamentos de proteo contra incndio em mau estado ou insuficientes; falhas de operao, entre outras.

    As inspees de segurana, dependendo do grau de profundidade exigido, envolvem

    no s os elementos da rea de Engenharia de Segurana, mas tambm todo o corpode funcionrios.

    Para atingir os objetivos pretendidos, h a necessidade de organizar um programa bemdefinido para as inspees, devendo ser estabelecido, entre outros itens: o que sara inspecionado; a freqncia da inspeo; os responsveis pela inspeo; as informaes que sero verificadas.

    Para possibilitar estudos posteriores, como tambm para controles estatsticos, at

    mesmo os de qualidade, pode-se preparar formulrios especiais, adequados a cadatipo de inspeo e nvel de profundidade desejados.

    A prpria inspeo de equipamentos, por exemplo, feita pelo operrio diariamente noincio do turno de trabalho, dever ser facilitada atravs da elaborao de uma ficha deinspeo. Os pontos a serem observados devero ser colocados em ordem lgica, e opreenchimento devera ser feito com uma simples marcao ou visto.

    Tambm o Engenheiro ou o Supervisor de Segurana, quando em uma inspeorotineira, poder se utilizar de um pequeno formulrio (roteiro).

    Uma vez preenchido esse formulrio, caso seja observada alguma irregularidade,dever ser elaborado um relatrio de inspeo, onde sero registrados os pontosnegativos encontrados e propostas medidas para sua correo.

    3.3 INVESTIGAO DE ACIDENTES

    Apesar de a filosofia maior da Gerncia de Riscos, nos moldes propostos nestacoletnea, ser o desenvolvimento de aes de preveno antes da ocorrncia deperdas, no podemos deixar de mencionar outro meio que empregado para a

    identificao de riscos, que a investigao de acidentes (de nossa parte, esperamosque seja cada vez menos necessria a sua utilizao...).

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    As peculiaridades inerentes a cada indstria como espao fsico, produto fabricado,processo, tipo de mquinas e equipamentos, caracterstica socio-econmica da regioonde se localiza a industria, podem criar riscos de acidentes de difcil deteco.

    Em casos de acidentes do trabalho, por exemplo, somente uma investigao

    cuidadosa, isto , uma verificao dos dados relativos ao acidentado comocomportamento, atividade exercida, tipo de ocupao, data e hora do acidente,possibilitar a descoberta de determinados riscos.

    Tem-se assim uma atividade baseada no somente em conhecimentos tericos, mastambm na capacidade de deduo e/ou induo do tcnico responsvel pelainvestigao. A partir da descrio do acidente, de informaes recolhidas junto aoencarregado da rea, de um estudo do local do acidente, da vida pregressa doacidentado, podero ser determinadas as causas do acidente e propostas as medidasnecessrias para evitar a sua repetio.

    3.4 FLUXOGRAMAS

    Um procedimento que pode ser adotado para identificar perdas potenciais o uso defluxogramas, os quais so, inicialmente, preparados mostrando todas as operaes daempresa, desde o fornecimento da matria-prima at a entrega do produto aoconsumidor final. Em seguida, so elaborados fluxogramas detalhados de cada umadas operaes definidas no incio, passando-se ento a identificar as respectivasperdas que podem vir a ocorrer.

    Consideremos o seguinte exemplo:A) FLUXOGRAMA GLOBAL INICIAL

    FORNECEDOR AFORNECEDOR A

    FORNECEDOR BFORNECEDOR B

    FORNECEDOR CFORNECEDOR C

    Depsito 1

    Depsito 2

    FBRICAFBRICA

    Armazm deExpedio 1

    Armazm deExpedio 2

    Comprador A

    Comprador C

    Comprador B

    Comprador D

    ConsumidorConsumidor

    Por este diagrama global, o gerente de riscos deve procurar obter, entre outras, asseguintes informaes iniciais: relao dos fornecedores e respectivas matrias-primas, produtos e servios; localizao dos depsitos e armazns, tipos de construo, concentrao de

    valores, qualidade da armazenagem, sistemas de segurana etc.;

    caractersticas, localizao, construo, equipamentos, concentrao de valoresetc., da fbrica; formas de transporte adotadas; sistemas de venda e compra.

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    B) FLUXOGRAMA DETALHADO DA FBRICA

    MaterialMaterialTransportado dosTransportado dos

    Depsitos 1 e 2Depsitos 1 e 2

    RecepoCarga e

    Descarga

    Processo deFabricao

    Armazenagem EmbalagemTransporte dosTransporte dos

    Produtos para osProdutos para osArmazs 1 e 2Armazs 1 e 2

    exemplo acima sugere, em principio, as seguintes perdas potenciais:

    Danos a propriedade:

    Reposio, reparos e manuteno de: veculos, prdios, mquinas e equipamentos,matrias-primas, mercadorias e produtos; Parada ou reduo das operaes de

    fabricao como conseqncia de danos s instalaes e ao processo defabricao.

    Perdas por responsabilidade:

    Responsabilidade civil por danos pessoais e/ou materiais a clientes, por defeitosnos produtos; a visitantes, por eventuais acidentes; a terceiros em geral, pelo uso eoperao negligente de veculos.

    Perdas pessoais:

    Perdas decorrentes de danos pessoais a funcionrios (acidentes do trabalho);

    Perdas indiretas, empresa, conseqentes de morte ou invalidez defuncionrios-chaves;

    Perdas diretas e indiretas famlia de funcionrios, por morte, invalidez eaposentadoria precoce destes.

    Quanto mais detalhados forem os fluxogramas, melhores sero as condies deidentificao de riscos e perdas potenciais. Para obter o grau necessrio de detalhes, fundamental a participao de cada setor na elaborao desses fluxogramas.

    Outros meios que podem auxiliar na identificao de riscos so: analise de planos de

    contas, relatrios financeiros, balanos e balancetes mensais; e contratao de pessoalespecializado, externo a organizao, para assessorar o gerente de riscos.

    No entraremos no mrito de tais procedimentos, ficando aqui apenas registradoscomo passveis de serem utilizados. De fato, a nossa preferncia particular, dentre osvrios mtodos existentes para identificar riscos e perdas potenciais, recai sobre aTcnica de Incidentes Crticos, apresentada e discutida em detalhes no Mdulo 7.

    importante, no entanto, enfatizar uma vez mais que no existe um mtodo timo paraa identificao de riscos. O melhor, realmente, a combinao doa varies meios eprocessos aqui mencionados.

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    3.5 IDENTIFICAO DE RISCOS CHECKLIST BSICO

    3.5.1 INFORMAES GERAIS PRELIMINARES

    3.5.1.1 Localizao da empresa

    3.5.1.2 Acesso (descrever as principais formas e vias do acesso)3.5.1.3 Atividade industrial e comercial: principal/secundria/especial/anexa

    3.5.1.4 Nmero de empregados: efetivos/de terceiros

    3.5.1.5 Horrio de trabalho

    3.5.1.6 Existe hiptese sobre: terreno?/prdios?/Nome e endereo do credor hipotecrio

    3.5.1.7 Valor e prazo da hipoteca

    3.5.1.8 Se e local e/ou prdios so alugados a terceiros:

    a) O locatrio responsvel pelo aumento na taxa do seguro incndio decorrente desuas atividades?

    b) O locatrio contratualmente obrigado a efetuar seguro incndio?/ De quevalor?/ Com atualizao automtica?/ De quanto?/ obrigado a efetuar seguro deresponsabilidade civil?/ Te que valor?/Com atualizao automtica?/ De quanto?

    c) Quais as obrigaes da locatria com relao a reparos e manuteno do locale/ou prdios?

    d) O locatrio j efetuou por sua prpria conta melhoria o/ou benfeitoria no locale/ou prdios? (descreve-las) / Qual o valor dessas melhorias ou benfeitorias?

    e) Contratualmente, permitido ao locatrio sublocar?

    3.5.1.9 Se o local e/ou prdios so alugados de terceiros:

    a) Nome e endereo do proprietrio

    b) Valor do aluguel

    c) Contrato de locao/ vencimentos

    d) Previso para renovao do contrato

    e) Obrigaes contratuais quanto a reparos e/ou manuteno

    f) Valor atual (novo) de instalaes semelhantes

    g) Est obrigado contratualmente a responder por aumento das taxas do seguroincndio do prdio?

    h) Est obrigado contratualmente a efetivar seguros em nome e a favor doproprietrio?/ Quais?

    i) As condies contratuais definem responsabilidades do locatrio quanto areparos e restaurao do prdio conseqentes de uso e ocupao, nosseguintes casos: danos no conseqentes de negligncia do locatrio? todos os reparos e manuteno, exceto estruturais? reparos estruturais e/ou defeitos latentes? reparos extraordinrios ou restaurao total quando da entrega do imvel?

    j) Quais as responsabilidades do proprietrio, em caso de dano ao prdio, quantoa reparos e/ou restaurao?

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    k) O prdio sublocado a terceiros?/ Em que condies?

    3.5.1.10 reas: terreno/instalaes cobertas/reas destinadas a expanso/depsitos ao arlivre/instalaes ao ar livre

    3.5.1.11 Situao do conjunto com relao vizinhana: riscos provenientes da

    vizinhana/riscos para a vizinhana.3.5.1.12 Situao do conjunto com relao a socorros externos (corpo de bombeiros, policia,

    hospitais):

    a) Corpo de bombeiros - distncia/comandado por/efetivo em homens/equipamentoadequado?

    b) Hospitais - distncia/atendimento adequado?/ convnio?/ ambulatrio?

    c) Possui brigada de incndio prpria?/ convnio?/ Qual? (detalhar)

    d) Facilidade de acesso, estacionamento etc., de carros e equipamentos decombate a incndio aos vrios locais do conjunto (detalhar)

    e) Tempo de acesso da brigada de incndio aos locais mais perigosos.

    3.5.1.13 Fontes de abastecimento de gua (detalhar): naturais/artificiais/outrasfontes/Bombas e sistema de alimentao e vazo

    3.5.1.14 Controle de geradores de vapor e presso/Qual o sistema adotado?(detalhar)

    3.5.1.15 Controle de extintores face legislao vigente/Qual o sistema adotado?(detalhar)

    3.5.1.16 Controle de instalaes fixas de gua (hidrantes e acessrios) face legislaovigente/ Qual o sistema adotado? (detalhar)

    3.5.1.17 Controle de equipamentos de deteco automtica/Qual o sistema adotado?

    (detalhar)3.5.1.18 Portas corta-fogo (detalhar situao geral, tipos e manuteno).

    3.5.1.19 Sinalizao das sadas de emergncia (detalhar).

    3.5.1.20 Existe possibilidade de danos a terceiros pela ao da gua de:a) Sistema de sprinklers?b) Tanques e/ou reservatrios elevados?c) Sistema hidrulico?d) Outros? (especificar)

    3.5.1.21 Existem riscos de exploso?/ De equipamentos?/ Quais?/ De produtos?/ Quais?/ Na

    linha de produo?/ Como?/ De origem externa?/ Qual?3.5.1.22 Como so eliminados ou retirados o refugo, lixo ou excedentes imprestveis?

    3.5.1.23 Matrias-primas empregadas (detalhar)

    3.5.1.24 Produtos acabados (detalhar)

    3.5.1.25 Equipamentos sujeitos a danos eltricos (discriminar/valor)

    3.5.1.26 Existe risco de queimadas em zonas rurais?/ Qual a distncia do risco em relao aflorestas, matagais, plantaes, etc.?

    3.5.1.27 O local encontra-se situado sob rotas areas de linha regular?/ Existe proximidade

    com algum aeroporto?/ A que distancia?/ Tem heliporto prprio?/ localizao3.5.1.28 O local encontra-se situado prximo a grandes rodovias?/ A que distncia? Veculos

    pesados manobram no local?/ Onde?

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    3.5.1.29 O processo prprio ou de vizinhos envolve liberao de poluentes?/ Em que grau deconcentrao?

    3.51.30 O processo de fabricao envolve risco de extravasamento e/ou derrame demateriais em esta do de fuso?/ Quais?

    3.5.1.31 Com relao aos estoques de matria-prima e mercadorias:a) Existe controle efetivo e minucioso do movimento do valor do estoque? (explicar)

    b) A organizao contbil adequada? (descrever)

    c) Qual a variabilidade do valor do estoque (matrias-primas, produtos em processoe produtos acabados)?

    d) Existe flutuao de valores de estoque entre prdios?/ Qual?

    e) As variaes so imprevisveis? (explicar)

    f) Estocagem de matrias-primas e produtos manufaturados:

    Ao ar livre?(detalhar) Em rea coberta?(detalhar) Em pilhas? (detalhar) Em tanques abertos? (detalhar) Em tanques fechados?/ Com presso? (detalhar) Sem presso? (detalhar)

    g) Valores em estoque com relao ao conjunto segurado/% aproximada

    3.5.1.32 Existe um programa visando a responsabilidade pelos produtos fabricados pelaempresa (segurana do produto)?/ Em linhas gerais, de que consiste esseprograma?/Se houver falhas, identific-las.

    3.5.2 PRDIOS E CONTEDOS (POR UNIDADE/ SETOR)

    3.5.2.1 Caractersticas construtivas:

    a) Tipo de fundao.

    b) Tipo de estrutura/Observar e detalhar colunas/Se metlicas, esto revestidas?/Seestruturas especiais, detalhar.

    c) Tipo de paredes externas/Se abertas, qual a percentagem de abertura comrelao ao total?

    d) Tipo de cobertura e/ou telhado/Se de material considerado combustvel, qual apercentagem com relao ao total?

    e) Tipo de piso/Revestimento do piso

    f) Tipo de forro

    g) Nmero de pavimentos/Area por pavimento

    h) Garagens/Area por garagem/Capacidade

    i) Subsolos/Area por subsolo

    j) Mezaninos/Areak) Prolongamento do prdio (plataforma)/Area

    l) Altura do p-direito / Pavimentos / Subsolos / Mezaninos / Garagens / Plataformas

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    m) Tipo de divises internas/Se de material combustvel, area aproximada dasdivises internas

    n) Tipo de revestimento e/ou acabamento interno (paredes do prdio e divisesinternas)/ rea aproximada

    o) Tipo de iluminao/Interna/Externa/Subestao eltrica/instalao de forap) Aberturas existentes/Se protegidas, como?

    q) Tipo de escadas/Escadas de emergncia

    r) Instalaes especiais para equipamentos:Mquinas

    Elevadores e monta-cargas - tipo/marca/capacidade/tipo de vo Sistema de ar condicionado Pra-raios Reservatrios de gua Rede de \\hidrantes Rede de Sprinklers Sistemas de alarme e deteco Outros sistemas

    s) Tipo de vidros e caixilhos respectivos

    t) Data da construo e/ou idade do imvel/melhorias e/ou benfeitoriasintroduzidas/Data/Estado fsico do prdio/Idade aparente.

    v) Possibilidade de risco de desmoronamento

    u) Valor atual estimado do prdio (incluindo instalaes eltricas, hidrulicas edemais componentes do prdio)

    Valor de reconstruo (custo estimado) Custo estimado das fundaes

    Existe avaliao? (Se sim, obter cpia) Estimar custo provvel de demolio/desentulho O cdigo de obras afetara a reconstruo e/ou reparos? Esto previstas futuras alteraes, ampliaes ou demolies no

    prdio?/Quais?

    3.5.2.2 Caractersticas de isolamento

    a) Separao dos telhados/Paredes corta-fogo/Diferena de altura/Divisesoutras/Calhas (descrever sistema)

    b) Paredes internas (descrever tipo de parede)

    c) Aberturas desprotegidas/Aberturas protegidas/Como? (discriminar)

    d) Tubulaes (discriminar)/A tubulao para conduo de inflamveis e provida devlvulas de segurana e registros apropriados? (discriminar)

    e) Comunicao vertical/Comunicao horizontal (discrimina-las)

    f) Distancias e espaos desocupados (entre paredes)

    g) Passagens abertas/Tipo de material e cobertura Passagens fechadas/Tipo de material e cobertura

    3.5.2.3 Caractersticas de ocupao:

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    a) Ocupao principal - descrever

    b) Ocupaes secundarias - descrever

    c) Materiais e produtos existentes/Matria-prima bsica/Matrias-primassecundrias/ percentual de emprego/substncias perigosas.

    d) Tipos de embalagem: matrias-primas produtos semi-acabados produtos acabados substncias perigosas

    e) Mquinas e equipamentos (descrever tipo, marca, capacidade, sistema deoperao, quantidades, etc.)

    f) Explicar sucintamente o fluxo ou o sistema de produo

    g) Equipamentos e maquinismo sujeitos a exploso/a danos eltricos/ a quebras

    h) Produtos acabados/inflamveis/explosivos

    i) Processo de fabricao/Sujeito a exploso?/Partculas em suspenso combusto violenta e expontnea?

    j) Ordem e limpeza (descrever)

    k) Armazenamento de matrias primas e produtos / correto? / Empilhamentoordenado? / Altura adequada?/ Corredores de acesso entre pilhas? / Distncia elargura / Prateleiras? (tipo) / Estantes? (tipo)/ Pallets? (tipo)/ Descrever situaogeral

    l) Drenagem de gua no local / Adequada? (descrever)

    m) Sistema de ventilao/ Adequado? (descrever)

    n) Material de combate incndio (extintores e hidrantes) / Livres? / Bloqueados? /Descrever

    o) Sistema de estocagem no local / Adequado? / Recomendaes

    p) Processos de soldagem existentes (tipos) / Proteo existente (descrever)

    q) Processos a fogo direto ou chama aberta (tipos)

    r) Servios de manuteno de mquinas e equipamentos (descrever)

    s) Mquinas e equipamentos: valor de reposio (novo) valor atual existe avaliao? (se sim, obter cpias) existe hipoteca sobre os equipamentos e mquinas? / De quanto?

    t) Mveis, utenslio e instalaes: valor de reposio (novo) valor atual existe avaliao? (se sim, obter cpias)

    v) Estoque (matrias-primas, produtos em processo e acabados) / Data do ltimoinventrio / Como realizado? (descrever)

    u) Bens de terceiros para reparos, processamentos ou outros motivos / Quais? /Valor / Empresa contratualmente responsvel por estes bens / Valor definidocontratualmente? / Qual?

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    x) Documentos, plantas, desenhos, croquis e demais papeis importantes / Valor /Custo de recomposio / Onde esto guardados? / Descrio

    y) Contedo especial:

    existem equipamentos ou instrumentos cientficos de alto valor? / Quais? /

    Valor objetos de arte? / Quais? / Valor

    computadores e calculadoras eletrnicas? / Quais? / Valor / Proprietrio /Alugado? / Empresa contratualmente responsvel? / Valor definidocontratualmente?/ Qual? / Custo de reposio do material de computao /Valor de recomposio deste material.

    3.5.3 OUTRAS INFORMAES

    a) Os equipamentos bsicos so importados? / Parcialmente importados? /

    Nacionais? / Em que proporo?b) Qual o tempo julgado necessrio para recuperao total da unidade/setor, aps

    um sinistro de grandes propores em conseqncia de: Quebra de mquina? /Exploso? / Incndio? / Outros? (especificar)

    c) Que prejuzos intrnsecos poderiam ser causados por sinistros de grandespropores em conseqncia de: Quebra de mquina? / Exploso? / Incndio? /Outros? (especificar)

    d) A que nvel a unidade/setor poderia sofrer conseqncias de um vendaval, comventos acima de 70 km/hora? / Que setores so mais vulnerveis?

    e) A que nvel a unidade/setor poderia sofrer conseqncias oriundas de inundaoe/ou alagamento? / Que setores so mais vulnerveis?

    f) Registro de ocorrncias e perdas verificadas nos ltimos anos (se possvel 5anos) em conseqncia de: Quebra de mquina / Exploso / Incndio / Vendaval /Inundao e/ou alagamento / Outros (especificar)

    g) As normas de Segurana e Medicina do Trabalho da unidade/setor soadequadas? / So rigorosamente cumpridas? / H pessoal especializado naunidade/setor? / Tais normas atendem satisfatoriamente a que aspectos? / Sehouver falhas, identific-las.

    h) Os acidentes com danos propriedade so controlados adequadamente? / De

    que forma feito esse controle? / Se houver falhas, identific-las

    i) As normas de segurana patrimonial da unidade/setor so adequadas? / Sorigorosamente cumpridas? / H pessoal especfico da unidade/setor? / Taisnormas atendem satisfatoriamente a que aspectos? / Se houver falhas, identific-las

    3.5.4 COMENTRIOS COMPLEMENTARES QUE JULGAR NECESSRIOS

    3.5.5 SEGUROS EXISTENTES

    Seguradora Nmero das aplices

    3.5.5.1 Incndio / Cobertura bsica / Prazo / Vencimento

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    Prdios / Importncia segurada (IS)Mquinas e equipamentos / ISMveis, utenslios, instalaes / ISMercadorias, matrias-primas / ISOutros / IS

    3.5.5.2 Exploses / IS3.5.5.3 Danos eltricos / Bens cobertos

    3.5.5.4 Vendaval:Prdios / ISContedos / IS

    3.5.5.5 Clusulas adicionais aplicadas

    3.5.5.6 Clusulas especiais

    3.5.5.7 Clusulas beneficirias

    3.5.5.8 Taxas: Incndio / Exploso / Danos eltricos / Vendaval3.5.5.9 Descontos: Extintores / Hidrantes / Sprinklers / Outros

    35.5.10 Outros seguros de danos materiais existentes (especificar objeto do seguro; benscobertos; importncia segurada; clusulas adicionais, especiais e beneficirias;classificao tarifria, taxas e prmio; prazo; vencimento; nmero da aplice eseguradora).

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    3.6 DIAGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCO

    PATRIMNIO Proteger

    RISCOS

    IDENTIFICAODOS RISCOS

    prioridade pessoal processo produto equipamento ambiente

    AVALIAO DOSRISCOS

    GRAVIDADEX

    FREQNCIA

    catastrfico

    mais provvel

    alto

    provvel

    mdio

    mdio

    baixo

    fraco

    indolente

    improvvel

    comitcorporativo

    comit local

    SETOR SEGUROSE RISCOS

    reduzir o risco evitar o risco

    POLTICA DERISCO

    assumir orisco (auto-

    seguro)

    repassar orisco

    seguradora

    PROGRAMA DE PREVENO ECONTROLE DE RISCOS E PERDAS

    OTIMIZAO DO USO DERECURSOS HUMANOS, MATERIAIS

    E FINANCEIROS

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    4. Introduo Confiabilidade de Sistemas

    4.1 CONFIABILIDADE

    Confiabilidade a probabilidade de um equipamento ou sistema desempenhar

    satisfatoriamente suas funes especficas, por um perodo especfico de tempo, sobum dado conjunto de condies de operao. A confiabilidade difere do controle dequalidade no sentido de que este independe do tempo, enquanto que ela umamedida da qualidade dependente do tempo. A confiabilidade pode ser consideradacomo controle de qualidade mais tempo, e tem as seguintes caractersticas:

    possui natureza probabilstica ; depende do critrio de sucesso considerado; apresenta dependncia temporal; varia em funo das condies de operao.

    A probabilidade de falha (Q), at certa data (t), denominada no confiabilidade, e o comportamento de R (expresso em decimal), isto :

    Q = 1 - R

    Por exemplo:

    Se a probabilidade de falha de um sistema 5%, ou seja, Q = 0,05, a probabilidade deno haver falha (confiabilidade) ser: R = 1 - 0,05 = 0,95, ou 95%.

    A freqncia com que as falhas ocorrem, num certo intervalo de tempo, chamadataxa de falha (), e medida pelo nmero de falhas para cada hora de operao ounmero de operaes do sistema. Por exemplo: quatro falhas em 1.000 horas deoperao representam uma taxa de falha de 0,004 por hora. O recproco da taxa defalha, ou seja, 1/, denomina-se Tempo Mdio Entre Falhas (TMEF). No exemploanterior, TMEF = 250 horas.

    As falhas que ocorrem em equipamentos e sistemas so de trs tipos:

    a) Falhas prematuras:

    Ocorrem durante o perodo de depurao ou queima devido a montagens pobresou fracas, ou componentes abaixo do padro, que falham logo depois de postosem funcionamento. Estes componentes vo sendo substitudos gradualmente,verificando-se a diminuio da taxa de falha prematura, at a taxa de falha totalatingir um nvel praticamente constante. Este nvel atribudo s falhas casuais.

    b) Falhas casuais:

    Resultam de causas complexas, incontrolveis e, algumas vezes, desconhecidas.

    O perodo durante o qual as falhas so devidas principalmente a falhas casuais, a vida til do componente ou sistema.

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    c) Falhas por desgaste:

    Iniciam-se quando os componentes tenham ultrapassado seus perodos de vidatil. A taxa de falha aumenta rapidamente devido ao tempo e a algumas falhascasuais.

    Tracemos agora a curva da taxa de falha em funo do tempo, de um grande nmerode componentes similares. Obtemos a chamada Curva da Banheira, que estrepresentada a seguir:

    Taxa de falha constante

    Perodo mdiode desgaste

    Perodo dedesgaste

    Falhasprematuras

    Perodo dedepurao

    Falhas casuais

    Perodo de vida til

    Falhas pordesgaste

    TEMPO

    TAXADE

    FALHA

    Geralmente, as falhas prematuras no so consideradas na anlise de confiabilidade,porque se admite que o equipamento foi depurado, e que as peas iniciaisdefeituosas foram substitudas. Para a maioria dos equipamentos, de qualquercomplexidade, 200 horas um perodo considerado seguro para que haja a depurao.As falhas casuais so distribudas exponencialmente, com taxa de falha e reposioconstantes. As falhas por desgaste distribuem-se normalmente ou log-normalmente,com um crescimento sbito da taxa de falha nesse perodo.

    4.2 CLCULO DA CONFIABILIDADE

    Verificou-se que um nmero relativamente pequeno de funes satisfaz maioria dasnecessidades na determinao da confiabilidade. As distribuies normal (taxa de falhacrescente) e exponencial (taxa de falha constante) so as de mais amplaaplicabilidade.

    Neste tpico, trataremos somente da distribuio exponencial, por ser ela aplicvel asistemas e equipamentos complexos, e a sistemas onde h reposio doscomponentes que falharam. Entretanto, lembramos ao leitor que, apesar das

    distribuies mencionadas terem aplicabilidade universal, no devem ser aplicadas emtodos os casos. Quando em dvida, deve-se empregar os processos padres daestatstica para determinar a distribuio.

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    De acordo com o conceito de taxa de falha constante, durante a vida til de um grandenmero de componentes similares, aproximadamente o mesmo nmero de falhascontinuar a ocorrer, em iguais intervalos de tempo, se as peas que falham sorepostas continuamente. A expresso matemtica indicando a probabilidade (ouconfiabilidade) com que os componentes operaro, num sistema de taxa de falha

    constante, at a data t, sem falhas, a Lei Exponencial de Confiabilidade, dada por:

    R e et t T= = /

    Onde:

    e = 2,718 =taxa de falhat = tempo de operao

    T = tempo mdio entre falhas (TMEF)

    A proporo t/T de extrema importncia quando: t = T (seja para 1 minuto, comopara 10.000 horas, por exemplo) a confiabilidade ser: R = e-1 = 0,368 (36,8%).Paraaument-la necessrio que a proporo t/T seja diminuda. Quando o TMEF foraumentado, a taxa de falha (que seu recproco) ser reduzida.

    Consideramos, por exemplo:

    TMEF = T = 0,25 x 105horast = 1.000 horas

    e = 2,718temos:

    = =

    = 1 1

    0 25 104 10

    55

    T ,falhas por hora

    Confiabilidade: ( )R e et= = =

    4 10 105 3 0 9608 9608%, ,

    Probabilidade de falha: Q = 1 - R = 1 - 0,9608 = 0,0392 (3,92%)

    Se aumentarmos T para 0,40 x 106horas, resulta:

    ( )

    ( )

    = =

    = =

    =

    1 2 5 10

    09975

    00025

    6

    2 5 10 106 3T

    R e

    ,

    , ,

    ,

    , 99,75% maior que a anterior!

    e, Q 0,25%

    4.3 CLCULO DE RISCOS

    Expressa a probabilidade esperada de ocorrncia dos efeitos (danos, perdas ouprejuzos) advindos da consumao de um perigo e pode assim ser representada:

    Risco = Freqncia x Conseqncia

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    para um conjunto de eventos distintos teremos:

    Risco = fix Ci

    A freqncia pode ser expressa em: eventos / ano, acidentes / ms.

    A conseqncia pode ser expressa em: fatalidade / evento, morte / acidente, diasperdidos / acidente, etc.

    Vamos abordar o seguinte exemplo: se em uma estrada ocorrem 100 acidentes porano;

    F = 100 acidentes / ano

    Se ocorre em mdia 1 morte a cada 10 acidentes:

    C = 0,1 morte / acidente.

    Se o risco coletivo mdio nesta estrada :

    R = 100 x 0,1 = 10 mortes / ano

    Se transitam pela estrada 100.000 pessoas por ano, o risco individual para cadapessoa :

    RIND= 10/100.000 = 10-4

    TABELA 4.3.1 TAXAS DE FATALIDADE PARA ALGUNS RISCOS VOLUNTRIOS E INVOLUNTRIOS

    RISCOS VOLUNTRIOS TAXA DE FATALIDADE(MORTES POR PESSOA P/ANO)

    Tomar plula anticoncepcional 2 x 10-5Jogar futebol 4 x 10-5Praticar alpinismo 4 x 10-5Dirigir automvel 17 x 10-5Fumar (20 cigarros por dia) 500 x 10-5

    RISCOS INVOLUNTRIOS

    Meteorito 0,000006 x 10-5Transporte de petrleo e qumicos (Reino Unido) 0,002 x 10-5Acidente areo (Reino Unido) 0,002 x 10-5Exploso de tanques sob presso (EUA) 0,004 x 10-5Descarga atmosfrica (Reino Unido) 0,01 x 10-5Inundao de diques (Pases Baixos) 0,01 x 10-5Vazamento radioativo de uma central nuclear, a 1 km de distncia (Reino Unido) 0,01 x 10-5Incndio (Reino Unido) 1,5 x 10-5Atropelamento 6 x 10-5Leucemia 8 x 10-5

    Fonte: LEES, Frank P. Loss Prevention in the Process Industries. London, Butterworth Co., 1980, V.1, p. 178

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    TABELA 4.3.2 FATAL ACCIDENT RATES IN DIFFERENTINDUSTRIES AND JOBS IN THE U.K.

    FAR (deaths/108exposed hours)Clothing and footwear industry 0,15Vehicle industry 1,3Chemical industry 3,5

    British industry 4Steel industry 8Agricultural work 10Fishing 35Coal mining 40Railway shunting 45Construction work 67Air crew 250Professional Boxers 7.000Jockeys (flat racing) 50.000

    TABELA 4.3.3 FATAL ACCIDENT RATES FOR THE CHEMICALINDUSTRY IN DIFFERENT COUNTRIESFAR (deaths/108exposed hours)

    France 8,5West Germany 5United Kingdom

    (before Flixborough) 4(including Flixborough) 5

    United States 5

    TABELA 4.3.4 FATAL ACCIDENT RATES FOR SOME NON-

    INDUSTRIAL ACTIVITIESFAR (deaths/108exposed hours)

    Stayg at home 3Travelling:

    by bus 3by train 5by car 57by bicycle 96by air 240by moped 260by motor scooter 310by motor cycle 660

    Canocing 1.000Rock climbing 4.000

    Fonte: LEES, Frank P. Loss Prevention in the Process Industries. London, Butterworth Co., 1980, V.1, p. 178

    FAR (FATAL ACCIDENT RATE)

    Nmero de mortes a cada 100 milhes dehoras (108horas) de exposio ao risco.

    108 horas aproximadamente o nmero

    de horas trabalhadas por um grupo de1.000 trabalhadores em 40 anos.

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    LIMITES DE RISCO SOCIAL PARA ACIDENTES MAIORES NA HOLANDA

    LIMITES DE RISCO SOCIAL PARA ACIDENTES MAIORES NA DINAMARCA

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    5. Controle Total das Perdas

    Nestes ltimos anos, temos observado que alguns tcnicos da rea de Segurana,Higiene e Medicina do Trabalho vm encarando a Preveno e o Controle de Perdascomo sendo algo de difcil aplicao nas empresas, devido a uma srie de fatores e

    circunstncias que, segundo pensam, contribuem para tal.

    Obviamente, no concordamos com esses pontos de vista.

    Por outro lado, temos constatado tambm uma certa desinformao de alguns tcnicosque procuram difundir os conceitos relacionados com esse assunto, principalmente noque se refere as aplicaes das diferentes teorias e tcnicas de Preveno e Controlede Perdas.

    Assim que, imbudos do propsito de esclarecer pontos bsicos sobre a matria e defornecer subsdios adicionais aos tcnicos da rea, julgamos ser oportuno apresentar

    este trabalho, o qual est baseado em estudos e

    pesquisas que vimos desenvolvendo, desde 1976.

    Em outras palavras, o nosso objetivo ser procurar mostrar os pontos fundamentaisdas principais teorias sobre Preveno e Controle de Perdas, e como as mesmaspodaro ser integradas entre si, segundo a nossa viso, de modo a permitir seudesenvolvimento, tanto por engenheiros como por supervisoras de segurana dotrabalho.

    5.1 CONTROLE DE DANOS

    Em 1966, o norte-americano Frank Bird Jr. Concluiu um estudo envolvendo 90.000acidentes - 75.000 acidentes com danos propriedade e 15.000 acidentes com leso -ocorridos numa empresa metalrgica, durante um perodo de mais de 7 anos, e queserviram de base para sua teoria intitulada Controle de Danos.

    A seguir, vejamos alguns pontos bsicos dessa teoria.

    Segundo Bird, um programa de Controle de Danos aquele que requer identificao,

    registro e investigao de todos os acidentes com danos propriedade e determinaode seu custa para a empresa. Todas estas medidas devero ser seguidas de aespreventivas.

    Ao ser implantado um programa de Controle de Danos, um dos primeiros passas aserem dados a reviso das regras convencionais de segurana.

    Assim, por exemplo, uma regra que estabelece que quando ocorrer com voc ou como equipamento que voc opera qualquer acidente que resulte em leso pessoal,mesmo de pequena importncia, voc deve comunicar o fato, imediatamente, a seusupervisor.

    Para alterar esta regra, a fim de que ela se enquadre dentro dos conceitos da teoria deControle de Danos, basta apenas acrescer as palavras ou dano propriedade, logoaps o trecho: qualquer acidente que resulte em leso pessoal.

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    CONTROLE DE DANOS

    Regra convencional:

    Quando ocorrer com voc ou com o equipamento que voc opera qualqueracidente que resulte em leso pessoal, mesmo de pequena importncia, voc devecomunicar o fato, imediatamente, a teu superior.

    CONTROLE DE DANOS

    Regra alterada:

    Quando ocorrer com voc ou com o equipamento que voc opera qualqueracidente que resulte em leso pessoal ou dano propriedade, mesmo de pequenaimportncia, voc deve comunicar o fato, imediatamente, a seu superior

    Deve-se, porm, ter em mente que, ao se alterarem regras j conhecidas mesmo queparcialmente, todas as pessoas envolvidas, desde a alta direo da empresa at todosos trabalhadores, devero saber que determinada regra foi mudada e qual a razo damudana.

    tambm muito importante que qualquer pessoa envolvida no programa de Controlede Danos compreenda que, para este ser bem sucedido, ser necessrio um perodo,devidamente planejado, de comunicao e educao, que ter por objetivo mostrar agravidade de no se informar qualquer acidente cem dano propriedade que possaocorrer na empresa.

    CONTROLE DE DANOS

    Passos Bsicos:

    1) Verificaes Iniciais;

    2) Informaes dos Centros de Controle;

    3. Exame Analtico.

    Para o programa de Controle de Danos ser introduzido na empresa, trs passosbsicos tm sido utilizados:

    1. Verificaes iniciais;

    2. Informaes dos centros de controle;

    3. Exame analtico.

    1 Passo - Verificaes Iniciais

    Significa, simplesmente, a visita ao departamento de manuteno da empresa, para

    conversar com o responsvel por esse departamento e para fazer algumasobservaes sobre o servio que est sendo realizado.

    Nesta etapa, recomenda-se discutir o programa de Controle de Danos com o chefe do

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    departamento de manuteno, antes do incio efetivo do mesmo. Isto porque, conformese tem constatado, as pessoas encarregadas dos servios de manuteno tmcooperado mais espontaneamente, quando elas so includas na fase de planejamentodo programa.

    Recomenda-se ainda que, nos estgios iniciais do programa, os custos envolvidos no

    sejam calculados detalhadamente. Sugere-se que seja feita somente uma estimativados custos de reposio ou dos reparos executados pela manuteno.

    Aps o perodo de verificaes iniciais, tem-se observado a existncia de problemasreais, em um nmero suficiente de reas que justifique a execuo do programa, tantodo ponto de vista humano como do econmico.

    2 Passo - lnformaes dos Centros de Controle

    Nesta etapa, torna-se necessrio desenvolver um sistema no qual o centro de controle(a manuteno) registre os danos propriedade, de uma forma bastante objetiva e

    simples, e com um mnimo de trabalho escrito.Como os mtodos e procedimentos diferem de empresa para empresa, o sistema deregistro de informaes a ser desenvolvido dever ser o que melhor se adapte aosprocedimentos j existentes na empresa.

    CONTROLE DE DANOS

    Informaes dos Centros de Controle

    Mtodo de registro de dados:

    1. Sistema de Etiquetas;

    2. Sistema de Ordens de Servio;

    Vejamos dois mtodos de registro de dados que podero ser utilizados.

    Mtodo 1 - Sistema de Etiquetas

    Este mtodo estabelece que etiquetas devero ser aplicadas em todo o equipamentoou instalao que necessite de reposio de componentes ou de reparos, resultantes

    de acidentes. A etiqueta dever fornecer as seguintes informaes: departamento que requereu o reparo; descrio do dano; razo do reparo; data da ocorrncia do acidente; assinatura do responsvel (autorizado) pelo pedido.

    No verso da etiqueta, poder ser impressa a seguinte frase:

    A etiqueta dever ser aplicada em todo o equipamento que necessite de reparos.Reposio de peas e/ou reparos no tero executados sem esta etiqueta.

    importante que instrues sejam dadas a todos os supervisores sobre as razespelas quais eles devero preencher, adequadamente, a etiqueta, dando todas asinformaes necessrias.

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