apostila de gÊnese_junho 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABA CENTRO DE CINCIAS AGRRIAS DEPARTAMENTO DE SOLOS E ENGENHARIA RURAL

GNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAO DE SOLOS PARA GRADUANDOS

Prof. Fbio Henrique Tavares de Oliveira, D.Sc.

AREIA PB JUNHO DE 2007

GNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAO DE SOLOS PARA GRADUANDOS1

Prof. Fbio Henrique Tavares de Oliveira, D.Sc.2

CONTEDO

PGINA Captulo 01: Importncia da cincia do solo e da pedologia............................................ Captulo 02: Noes sobre rochas e minerais.................................................................. Captulo 03: Intemperismo das rochas............................................................................. Captulo 04: Pedognese................................................................................................. Captulo 05: Fatores de formao do solo........................................................................ Captulo 06: Perfil do solo................................................................................................. Captulo 07: Caractersticas morfolgicas dos horizontes................................................ Captulo 08: Atributos diagnsticos dos horizontes.......................................................... Captulo 09: Horizontes diagnsticos............................................................................... Captulo 10: Introduo classificao de solos.............................................................. Captulo 11: Sistema Brasileiro de Classificao de Solos.............................................. Captulo 12: Chave para identificao das ordens de solos do Sistema Brasileiro de Classificao de Solos................................................................................. Captulo 13: Levantamento e mapeamento de solos....................................................... Captulo 14: Solos dos domnios pedobioclimticos do Brasil......................................... Captulo 15: Solos do estado da Paraba......................................................................... Captulo 16: Bibliografia consultada................................................................................. ANEXO 1: Programao da disciplina para o perodo 2007.1......................................... ANEXO 2: Ficha para descrio de perfis de solos.......................................................... 02 07 13 21 29 34 42 51 63 75 81 88 121 129 139 146 149 153

Apostila para uso exclusivo da disciplina de Gnese, Morfologia e Classificao de Solos do Departamento de Solos e Engenharia Rural do Centro de Cincias Agrrias da UFPB. Este texto est em constante reviso, de modo que no recomendamos sua divulgao e nem sua utilizao para outros fins. Terceira edio revista e ampliada. 2 Professor Adjunto do Departamento de Solos e Engenharia Rural do Centro de Cincias Agrrias da Universidade Federal da Paraba. Campus universitrio, CEP 58.397-000, Areia, PB. E-mail: [email protected].

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Captulo 1

IMPORTNCIA DA CINCIA DO SOLO E DA PEDOLOGIA

I. IMPORTNCIA DA CINCIA DO SOLO E DA PEDOLOGIA 1. HISTRIO Os homens primitivos viam o solo apenas como algo existente sobre a superfcie da terra, onde se movimentavam, retiravam materiais para confeccionar alguns objetos, pigmentos para suas pinturas e encontravam vegetais e animais para se alimentarem. Quando era nmade, o homem no dava muita importncia ao solo. Ele via o solo apenas como um substrato que se confundia com o restante da crosta terrestre e pensado como fixo e imutvel. Quando o homem comeou a fixar-se em determinados territrios e praticar a agricultura, ele percebeu que determinadas terras eram mais produtivas que outras. Os solos improdutivos eram abandonados e o homem se fixava naqueles capazes de sustentar produtividades elevadas por longos perodos. As grandes civilizaes antigas se desenvolveram principalmente em vales ou plancies de rios que eram periodicamente fertilizados pelos sedimentos trazidos pelas inundaes: Rios Tigre e Eufrates Mesopotmia (Iraque, Sria) Rio Nilo Egito Plancie Indo-Gangtica Hoje ndia, Paquisto e Bangladesh.

Algumas dessas civilizaes entraram em decadncia devido ao uso inadequado do solo, causando degradao do mesmo, como a salinizao dos solos da Mesopotmia, em decorrncia de prticas inadequadas de irrigao e ausncia de drenagem. Em 1883 o cientista russo Vasilli V. Dokouchaiev publicou um trabalho sobre os solos da Rssia, que seria a base da Cincia do Solo moderna. Ele reconheceu o solo como um corpo dinmico e naturalmente organizado que pode ser estudado por si s, tal como as rochas, as plantas e os animais. Dokouchaiev tambm props que o solo seria resultante da ao combinada dos fatores clima, organismos, material de origem e tempo. Posteriormente, em 1941, o suo radicado nos USA, Hans Jenny, ressaltou o relevo como fator adicional e props a chamada equao de formao do solo: Solo = f (Material de Origem, Clima, Organismos, Relevo e Tempo)

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2. CONCEITOS E DEFINIES DE SOLO O conceito ou definio de solo depende de quem o emite: Para alguns, solo qualquer parte da superfcie da terra ou mesmo de outros planetas, Para o gelogo, solo simplesmente uma camada de materiais inconsolidados que recobrem as rochas, Para um engenheiro de minas, solo mais um material solto que cobre os minrios e que necessita ser removido, Para um engenheiro civil, solo parte da matria-prima utilizada na construo de aterros, estradas, barragens e de audes, Para um qumico, solo uma poro de material slido que pode ser analisado em todos os seus constituintes elementares, Para um fsico, solo uma massa de material cujas caractersticas mudam em funo de variaes de temperatura e teor de gua, Para um eclogo, solo uma poro do ambiente condicionado por organismos vivos e que, por sua vez, influencia tambm esses organismos, Para o pedlogo, solo um corpo natural dinmico constitudo de materiais minerais e orgnicos e que contm matria viva, diferenciado em horizontes de profundidade varivel, que diferem do material do qual eles foram originados em morfologia, propriedades fsicas e qumicas, composio e em caractersticas biolgicas. 3. PEDOLOGIA E CINCIA DO SOLO Pedologia a cincia que trata da origem, morfologia, distribuio, mapeamento e classificao dos solos. O termo Pedologia tambm tem sido empregado como sinnimo de Cincia do Solo. A pedologia considera o solo como um objeto em si prprio, e d pouca nfase sua imediata utilizao prtica. Edafologia o ramo da Cincia do Solo que trata da influncia dos solos nos seres vivos, particularmente nas plantas, incluindo o uso da terra pelo homem, com a finalidade de proporcionar crescimento de plantas. Ao contrrio da Pedologia, a Edafologia estuda o solo mais sob o aspecto de sua utilizao pelas plantas superiores, portanto, mais ligado Agronomia.

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Na prtica difcil separar com clareza esses dois ramos da Cincia do Solo, uma vez que a Edafologia muito dependente da Pedologia. Atualmente, o termo Edafologia tem sido pouco utilizado pelos estudiosos da Cincia do Solo e a Pedologia atual tem dado muita nfase utilizao prtica do solo, particularmente na agricultura. 4. INSERO DA DISCIPLINA DE GNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAO DE SOLOS DENTRO DAS REAS DO CONHECIMENTO GRANDE REA: Cincias agrrias REA: Agronomia SUB-REA: Cincia do Solo ESPECIALIDADES: a) Gnese, Morfologia e Classificao de Solos, b) Qumica do Solo, c) Fsica do Solo, d) Fertilidade do Solo e Adubao, e) Manejo e Conservao do Solo, f) Microbiologia e Bioqumica do Solo. 5. PEDOLOGIA BRASILEIRA Breve resumo histrico: 1935: Fundou-se a Seo de Solos do Instituto Agronmico de Campinas, em So Paulo, cujos objetivos eram, entre outros: a tentativa de identificao das diferentes unidades de solos, 1936: Surgem os primeiros levantamentos de solos no Brasil, utilizando as notaes de horizontes A, B e C, 1941: Publicao das caractersticas de 22 tipos ou classes de solos do estado de So Paulo, 1947: Criao da Sociedade Brasileira de Cincia do Solo (SBCS), com sede em Campinas-SP, 1947: Criao da Comisso de Solos do Ministrio da Agricultura (Atual Embrapa Solos), quando tiveram incio os levantamentos de solos sistemticos do territrio nacional, 1969: Surgem os primeiros compndios de pedologia com enfoque brasileiro, 1972: Publicao do levantamento exploratrio-reconhecimento de solos do estado da Paraba, 1977: Criao da Revista Brasileira de Cincia do Solo (RBCS), 5

1997: A sede da SBCS vai para Viosa-MG e permanece l at hoje, a qual publica seis nmeros por ano da RBCS. Atualmente, a pedologia brasileira uma das melhores do mundo, particularmente na pesquisa, ensino e conhecimento de solos tropicais.

A humanidade depende do solo e, at certo ponto, bons solos dependem do homem e do uso que deles faz (Brady, 1989)

Os solos funcionam como alicerces da vida em ecossistemas terrestres (Lepsch, 2002)

Solo: Alicerce dos Sistemas de Produo (XXIX CBCS, 2003)

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Captulo 2

NOES SOBRE ROCHAS E MINERAIS

II. NOES SOBRE ROCHAS E MINERAIS1. INTRODUO importante estudar as rochas e minerais porque, em ltima anlise, as rochas so constitudas de minerais e so os substratos dos quais se originam praticamente todos os solos. 2. CONCEITOS E DEFINIES 2.1. LITOSFERA OU CROSTA TERRESTRE a camada mais externa do globo terrestre e tem uma espessura mdia de 35 km. composta principalmente de O (45,2 %), Si (27,2 %), Al (8,0 %), Fe (5,8 %), Ca (5,1 %), Mg (2,8 %), Na (2,3 %) e K (1,7 %). A crosta terrestre diferenciada em: a) Crosta continental Capa superior da terra, coincidindo com os continentes. A parte superior da crosta continental constituda principalmente de granitos e granodioritos, rochas ricas em Si e Al. b) Crosta ocenica Capa superior da terra, presente sob os oceanos. A crosta ocenica, assim como a parte inferior da crosta continental composta essencialmente por gabros e basaltos, rochas ricas em Si, Mg e Fe. 2.2. ROCHA um agregado natural formado por um ou mais minerais, de composio mais ou menos constante, claramente individualizado e que faz parte essencial da crosta terrestre. 2.3. MINERAL um slido homogneo, formado por processos inorgnicos, com composio qumica definida, apresentando arranjo atmico ordenado e que ocorre naturalmente na crosta terrestre. 3. ROCHAS As rochas que formam a crosta terrestre so classificadas em Magmticas ou gneas, Metamrficas e Sedimentares. As rochas magmticas e metamrficas compreendem mais de 95 % da crosta terrestre, mas cobre somente cerca de 25 % de sua superfcie. Embora as rochas sedimentares representem menos de 5 % da crosta terrestre, elas cobrem cerca de 75 % da superfcie da terra, sendo mais importantes na formao dos solos. 8

3.1. ROCHAS MAGMTICAS OU GNEAS So aquelas resultantes do esfriamento e solidificao do magma, que um material em estado de fuso que se encontra no interior da terra. 3.1.1. CLASSIFICAO As rochas magmticas so classificadas com base em vrios critrios, mas aqui s sero abordados os critrios de composio qumica e mineralgica. a) Critrio de composio qumica De acordo com o teor de slica (SiO2) total, as rochas magmticas so classificadas em: cidas Teor de SiO2 > 65 % Intermedirias Teor de SiO2 entre 65 e 52 % Bsicas Teor de SiO2 entre 52 e 45 % Ultrabsicas Teor de SiO2 < 45 %. As rochas cidas apresentam colorao clara (Leucocrticas). Apresentam como constituintes essenciais, minerais claros (Flsicos), como o quartzo e os feldspatos. Ex.: Granitos, granodioritos, etc. As rochas intermedirias geralmente so de colorao mdia (Mesocrticas). So constitudas mais ou menos em partes iguais por minerais claros e escuros (Mficos). Ex.: Diorito. As rochas bsicas apresentam colorao escura, devido a predominncia de minerais escuros em relao aos minerais claros. Ex.: Basalto, diabsio, gabro, etc. As rochas ultrabsicas tambm apresentam colorao escura, sendo constitudas essencialmente por minerais escuros. Ex.: Peridotito, jacupiranguito, etc. b) Critrio de composio mineralgica Diz respeito presena de minerais que aparecem nas rochas: Minerais essenciais So aqueles que aparecem obrigatoriamente na rocha, Minerais acessrios Podem ocorrer, ou no, na rocha. Os minerais mais comuns das rochas gneas tambm podem ser classificados em: Minerais flsicos So minerais ricos em Si e Al e de cor clara, como os feldspatos, o quartzo e a muscovita, Minerais mficos Tambm chamados de ferromagnesianos, so minerais ricos em Mg e Fe e de cor escura, como os anfiblios, piroxnios, olivina e biotita. Os minerais flsicos so mais resistentes ao intemperismo que os minerais mficos. 9

3.1.2.. PRINCIPAIS ROCHAS MAGMTICAS OU GNEAS Rochas granticas Possuem o quartzo e os feldspatos como minerais essenciais e normalmente a biotita como mineral acessrio. De maneira geral, as rochas granticas so rochas cidas, possuem colorao clara ou acinzentada e so muito encontradas no Brasil. O granito, principal rocha desse grupo, faz parte, associado com o gnaisse, dos escudos cristalinos ou do chamado embasamento cristalino brasileiro. Basalto O basalto a rocha efusiva mais comum, sendo uma rocha bsica e mfica. Derrames e intruses de magma ocorridos no Tercirio nos estados do RS, SC, PR, SP, MG e MT tm sido responsveis pela formao de rochas tipo basalto e diabsio, que deram origem s famosas Terras Roxas, que so solos de excelente qualidade. 3.2. ROCHAS SEDIMENTARES So as rochas que mais fornecem materiais de origem para a formao dos solos, por cobrir cerca de 75 % da superfcie da crosta continental. Resultam da transformao de rochas prexistentes, graas ao do intemperismo. Etapas de formao de uma rocha sedimentar: Destruio/intemperismo Transporte dos detritos pelas guas e ventos Sedimentao dos detritos Diagnese (Compactao e cimentao dos gros). 3.2.1. IMPORTNCIA DAS ROCHAS SEDIMENTARES So as que mais fornecem materiais de origem para a formao dos solos, por cobrir cerca de 75 % da superfcie da crosta continental. As rochas sedimentares mais importantes so as Epiclsticas, que so depsitos de material detrtico consolidado. A consolidao pode ser por simples compresso, em se tratando de partculas finas, ou por cimentao dos elementos texturais, quando so partculas grossas. Conforme o tamanho das partculas (Elementos texturais) que as compem, as rochas sedimentares podem ser divididas em Rochas Pelticas e Rochas Psamticas. As rochas pelticas so formadas por partculas finas (< 0,05 mm) e tendem a originarem solos argilosos. Ex.: Argilitos, siltitos e folhelhos.

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As rochas psamticas so formadas por partculas grossas ( entre 0,05 e 2 mm) que so unidas por um tipo de cimento e tendem a originarem solos arenosos. Ex.: Arenito. Solos derivados de arenito tero maior ou menor fertilidade, dependendo do tipo de cimento. Solos derivados de arenito calcrio so mais frteis que solos derivados de arenito silicoso ou ferruginoso. 3.3. ROCHAS METAMRFICAS So rochas que surgem do metamorfismo (Transformao) de outras rochas, sejam elas magmticas, sedimentares ou mesmo metamrficas. Principais agentes do metamorfismo: presso, temperatura, fluidos gasosos (CO2 e H2O) e fortes atritos. No metamorfismo, a composio mineralgica da rocha poder ou no ser mudada, mas a textura mudar obrigatoriamente. Graas s condies de presso dirigida num determinado sentido, a textura resultante mais comum a orientada ou xistosa, caracterizada pelo arranjo de todos ou de alguns dos minerais segundo planos paralelos. Formao de algumas rochas metamrficas:Rocha original Peltica: argilito, folhelho, siltito Granitos, arenitos, quartzitos Calcrio Rocha metamrfica correspondente Ardsia filito micaxisto Gnaisses e quartzitos Mrmore

3.3.1. IMPORTNCIA DAS ROCHAS METAMRFICAS As principais rochas metamrficas so o quartzito, ardsia, mrmore, filito, micaxisto e gnaisse. Dentre as metamrficas, o gnaisse a rocha mais importante, porque juntamente com o granito ela forma a quase totalidade do embasamento cristalino brasileiro. O gnaisse constitudo principalmente de quartzo, feldspatos e biotita.

4. MINERAIS Cerca de 93 % dos minerais que compem as rochas da crosta terrestre so minerais silicatados. Minerais primrios so aqueles que se originam a partir do resfriamento do magma e no sofreram nenhuma alterao qumica. Os minerais primrios esto presentes nas rochas e nas fraes areia e silte dos solos. Minerais secundrios so os originados a partir da decomposio dos minerais primrios durante o intemperismo e esto presentes principalmente na frao argila dos solos.

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4.1. PRINCIPAIS MINERAIS PRIMRIOS Feldspatos So muito abundantes nas rochas, constituindo cerca de 60 % das rochas magmticas. So aluminossilicatos que apresentam tambm Na, K e Ca em sua estrutura, os quais so facilmente liberados durante o intemperismo. Em condies tropicais midas, o principal produto da decomposio qumica dos feldspatos a caulinita. Quartzo um dos minerais mais abundantes da crosta terrestre, estando presente na maioria das rochas. Ao contrrio de outros minerais, o quartzo no se decompe, apenas se fragmenta, sofrendo desgaste fsico sem se alterar quimicamente. Devido a sua resistncia, o quartzo muito abundante na frao areia dos solos e tem mais influncia nas suas caractersticas fsicas. Micas As principais micas so a biotita, que uma mica preta ferromagnesiana, e a muscovita, que uma mica branca que no apresenta nem ferro e nem magnsio em sua composio. Anfiblios e Piroxnios De modo geral so classificados como minerais mficos e esto presentes nas rochas gneas bsicas. Os minerais do grupo dos anfiblios e dos piroxnios so de fcil intemperizao e so ricos em elementos essenciais s plantas, principalmente Ca e Mg, que aparecem na sua composio. Olivina um dos representantes tpicos dos minerais mficos ou ferromagnesianos e componente de algumas rochas bsicas e ultrabsicas de importncia na formao dos solos. um mineral de fcil decomposio pelo intemperismo, liberando nutrientes para o solo.

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Captulo 3

INTEMPERISMO DAS ROCHAS

III. INTEMPERISMO DAS ROCHAS 1. INTRODUO De modo geral, a formao de um solo passa pelas etapas de intemperismo da rocha e de pedognese. Etapa de intemperismo da rocha:

Material de origem do solo

INTEMPERISMO ROCHA SAPROLITO Manto inconsolidado de rochas intemperizadasEtapa de pedognese:

PEDOGN ESEProcessos Pedogenticos que dependem dos Fatores de Formao do Solo

SAPROLITO Material de origem do solo

Solo

No existe uma ntida separao entre as duas etapas, pois os processos de intemperismo caminham sem soluo de continuidade durante a pedognese.

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2. INTEMPERISMO As rochas so formadas em um ambiente muito diferente daquele encontrado na interface litosfera-atmosfera, sob condies de presso e temperatura muito elevadas e na ausncia de ar e gua. As condies de instabilidade no ambiente da interface litosfera-atmosfera provocam o intemperismo das rochas. Intemperismo o conjunto de processos fsicos e qumicos que atuam sobre as rochas expostas na interface litosfera-atmosfera, desagregando-as e decompondo-as quimicamente. 2.1. TIPOS DE INTEMPERISMO 2.1.1. INTEMPERISMO FSICO O intemperismo fsico consiste na desintegrao ou desagregao fsica da rocha, subdividindo-a em fragmentos menores, mas conservando quase inalterada sua composio qumica. Esse tipo de intemperismo mais importante em regies frias e em regies secas, onde normalmente o intemperismo qumico no acentuado. A fragmentao das rochas aumenta a superfcie de contato das rochas com os agentes intempricos, o que favorece o intemperismo qumico. a) Agentes de Intemperismo Fsico: Temperatura Ciclos repetidos de aquecimento diurno e resfriamento noturno causam fraturas e desagregao das rochas, por causa da expanso diferencial dos minerais. Na regio semi-rida nordestina a insolao grande e as rochas aquecidas, quando expostas a uma chuva repentina, podem sofrer quebramento brusco, s vezes com estalo. gua A gua contribui para o intemperismo fsico de vrias maneiras: o Impacto das gotas de gua da chuva, o Efeito abrasivo das guas dos mares, rios, riachos, crregos e cursos de gua em geral, contra as rochas, contendo materiais slidos em suspenso, o Ciclos repetidos de umedecimento e secagem tambm podem causar expanso e contrao das rochas, podendo fragment-las,

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o Congelamento da gua no interior de fendas das rochas e a ao abrasiva pelo deslocamento de geleiras. Ao congelar-se, a gua aumenta seu volume em 9,2 % e exerce uma presso de 150 kg/cm2 sobre as rochas. Razes dos vegetais Ao crescerem no interior das fendas das rochas, as razes dos vegetais agem como verdadeira cunha, causando desagregao das mesmas. A ao das razes sobre as rochas aumenta quando os ventos balanam as copas das rvores. Alvio de presso Muitas rochas (ex.: granitos) possuem propriedades elsticas e acham-se comprimidas a grandes profundidades pelo peso das rochas superpostas. Quando as rochas de cima so intemperizadas e erodidas, a presso exercida aliviada. Assim, as rochas expandem-se e provocam fraturas. Cristalizao de sais A cristalizao de sais dissolvidos nas guas que preenchem as fendas das rochas e posterior crescimento desses cristais (minerais) exerce presso sobre as rochas. Fauna do solo Vrios animais, como minhocas, formigas, cupins e vrios roedores cavam buracos e desagregam rochas.

2.1.2. INTEMPERISMO QUMICO O intemperismo qumico consiste basicamente na decomposio qumica de minerais primrios e na sntese de minerais secundrios. facilitado pelo intemperismo fsico, pelo aumento da superfcie especfica. O intemperismo qumico ocorre porque as rochas e minerais presentes na interface litosferaatmosfera esto em desequilbrio com as novas condies ambientais (temperatura, gua e presso) a que esto expostas, diferentes das que existiam nas maiores profundidades onde se formaram. Os principais agentes de decomposio qumica das rochas so a gua e o ar. A gua se torna mais ativa quando enriquecida naturalmente com CO2, O2, e ons H+ provenientes da ionizao de cidos orgnicos e inorgnicos. 16

a) Principais tipos de reaes qumicas responsveis pelo intemperismo qumico : Dissoluo Geralmente o primeiro estgio de intemperismo qumico e depende da quantidade e qualidade da gua que passa em contato com os minerais e da solubilidade desses minerais. Minerais como a halita (NaCl), gipsita (CaSO4.2H2O) e os carbonatos (CaCO3 e MgCO3) esto entre os mais solveis. Solubilizao de carbonatos: CaCO3 Ca2+ + CO32- (Reao muito lenta) CO2(g) + H2O H2CO3 H+ + HCO3CaCO3 + H+ Ca2+ + HCO3- (Reao rpida) Hidratao Consiste na adsoro de molculas de gua ou de hidroxilas superfcie do mineral sem que ocorra qualquer reao qumica, como, por exemplo, na transformao da anidrita em gipsita: CaSO4 + 2H2O CaSO4.2H2O e na transformao da Muscovita em Ilita: Muscovita + H2O Ilita (Mica hidratada) A hidratao se constitui numa ponte ou porta de entrada para os ons H+ atacarem a estrutura dos silicatos, decompondo-os quimicamente. Hidrlise Na hidrlise ocorre a reao qumica entre os ons H+ da gua e os elementos qumicos da estrutura do mineral. muito importante na decomposio dos silicatos e ocorre na faixa de pH entre 5 e 9. O agente ativo o H+ proveniente principalmente da ionizao de cidos orgnicos e do cido carbnico: R-COOH R-COO- + H+ CO2(g) + H2O H2CO3 H+ + HCO3-

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Quando o on H+ proveniente da ionizao do CO2, a reao de hidrlise chamada de carbonatao: 4CO2(g) + 4H2O 4H2CO3 4H+ + 4HCO3Mg2SiO4 + 4H+ + 4HCO3- 2Mg2+ + 4HCO3- + H4SiO4o (Olivina) 2KAlSi3O8 + 2H+ + 2HCO3- + H2O Al2Si2O5(OH)4 + 2K+ + 2HCO3- + 4SiO2 (Feldspato-K) (Caulinita) Os ons H+ atacam as estruturas dos minerais e liberam Na+, K+, Ca2+, Mg2+, H4SiO4o (slica na forma de cido silcico) e Al3+ para a soluo. A intensidade da hidrlise depende do grau de eliminao dos elementos ou substncias dissolvidas, da precipitao pluviomtrica do local e da drenagem do perfil. TIPOS DE HIDRLISE: PARCIAL parte da slica permanece no perfil (Sialitizao) # Monossialitizao formao de argila 1:1 # Bissialitizao formao de argila 2:1 TOTAL toda slica removida do perfil (Ferralitizao). Oxidao O ferro e o mangans so os elementos que se oxidam mais facilmente durante o intemperismo. O enxofre, tanto na forma elementar como na forma de sulfetos, tambm se oxida durante o intemperismo, formando cido sulfrico. O Fe2+ da estrutura dos minerais se oxida a Fe3+ na presena de O2, causando enfraquecimento da estrutura do mineral: 2FeS2 + 2H2O + 7O2 2FeSO4 + 2H2SO4(Pirita) (Sulfato Ferroso) (cido Sulfrico)

2FeSiO3 + 5H2O + 1 2 O2 2FeO.OH + 2H4SiO4o(Piroxnio) (Goethita) (Slica)

Quelao Substncias hmicas do solo complexam ctions como Fe2+, Fe3+, Al3+ e Ca2+ e remove-os da soluo, favorecendo a decomposio dos minerais. 18

2.1.3. INTEMPERISMO BIOLGICO No existe um intemperismo biolgico propriamente dito. Na realidade, o que existe so aes fsicas (intemperismo fsico-biolgico) e qumicas (intemperismo qumicobiolgico) que os organismos exercem sobre as rochas, causando intemperismo fsico e qumico das mesmas.

3. ESTABILIDADE DAS ROCHAS AO INTEMPERISMO A estabilidade das rochas ao intemperismo depende da: Natureza fsica da rocha (Compacta ou solta) Composio mineral da rocha Estrutura da rocha (Grau de cristalinidade) Clivagem, estratificao e esfoliao da rocha Tipo de agente cimentante (Carbonato < argila < xidos de Fe e Al). 4. INTEMPERISMO DOS PRINCIPAIS MINERAIS PRIMRIOS 4.1. Feldspatos A substituio isomrfica de Si por Al na camada de tetraedros de silcio diminui a resistncia dos feldspatos aos agentes intempricos e durante o intemperismo liberam os metais alcalinos (Na, K) e alcalino-terrosos (Ca). Em condies tropicais midas, o principal produto da decomposio qumica dos feldspatos a caulinita. 4.2. Anfiblios e Piroxnios So minerais ferromagnesianos escuros de fcil intemperizao, devido em parte oxidao do Fe2+ das estruturas desses minerais. Por terem ons metlicos ligando suas cadeias longitudinais, eles sofrem clivagem relativamente fcil. 4.3. Quartzo Ao contrrio de outros minerais, o quartzo no se decompe; apenas se fragmenta, sofrendo desgaste fsico sem se alterar quimicamente. Devido a sua resistncia, o quartzo muito abundante na frao areia dos solos e tem muita influncia nas suas caractersticas fsicas.

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4.4. Micas As micas podem dar origem a diversos minerais 2:1 expansveis mediante a reduo de carga e a perda de potssio estrutural e a conseqente troca por um ction trocvel. A menor resistncia da biotita ao intemperismo, quando comparada com a muscovita, se deve : Presena de Fe2+ que se oxida facilmente a Fe3+, o que destri a neutralidade eltrica da estrutura, Substituio isomrfica de Al3+ por Mg2+ na camada de octaedros de Al, o que expe a estrutura da mica a maior ataque das reaes qumicas de hidrlise, ao contrrio do que ocorre com a muscovita. Em geral, possvel estabelecer a seguinte seqncia de intemperismo das micas: Mica ilita vermiculita montmorilonita caulinita gibsita 5. ESTABILIDADE DOS MINERAIS AO INTEMPERISMO Para um mesmo tamanho de partculas, a srie geral de estabilidade decrescente dos minerais primrios ao intemperismo a seguinte: Quartzo > muscovita > feldspatos > biotita > anfiblios > piroxnios > olivina > calcita > gipsita Para os minerais secundrios da frao argila dos solos, a ordem crescente do grau de intemperismo seria a seguinte: Argila 2:1 (Vermiculita, montmorilonita) < argila 1:1 (Caulinita) < < xidos de ferro (Goethita, hematita) < xido de alumnio (Gibsita). 6. AVALIAO DO GRAU DE INTEMPERISMO DE UM SOLO O grau de intemperismo de um solo pode ser avaliado de vrias maneiras: Mediante a proporo de minerais mais estveis ao intemperismo, em relao queles menos estveis. muito comum se avaliar o grau de intemperismo dividindo-se a percentagem de silte pela percentagem de argila. Quanto maior esse valor, menos intemperizado ser o solo. ndice Ki ou relao molar entre SiO2 e Al2O3 (SiO2/Al2O3): o Se o valor de Ki for alto, isso indica que h predominncia de argilas jovens ou pouco intemperizadas (Vermiculita, montmorilonita, etc.); caso contrrio, haver predominncia de argilas velhas ou muito intemperizadas (Caulinita, gibsita). 20

Captulo 4

PEDOGNESE

IV. PEDOGNESE 1. INTRODUO De modo geral, a formao de um solo passa pelas etapas de intemperismo da rocha e de pedognese, conforme foi visto no captulo anterior. Nem todo material proveniente do intemperismo das rochas utilizado na formao dos solos. A pedognese a etapa de formao do solo propriamente dito, na qual o material de origem do solo sofre a ao dos Processos Pedogenticos que depende dos Fatores de Formao do Solo, transformando-o em solo. Neste captulo sero abordados os Processos Pedogenticos e no captulo seguinte os Fatores de Formao do Solo. Os principais processos pedogenticos so: transformao, translocao, remoo e adio 2. PROCESSOS PEDOGENTICOS 2.1. TRANSFORMAO a) DECOMPOSIO E SNTESE DE MINERAIS As transformaes sofridas pela matria mineral slida so de natureza fsica ou mecnica e de natureza qumica. Primeiramente ocorre diminuio de tamanho causada pela quebra dos materiais e depois a decomposio qumica dos minerais primrios e sntese de minerais secundrios. Conjunto de minerais primrios TRANSFORMAES FSICAS Partcula pequena

Partcula grande

Cascalho

Minerais primrios individuais

Areia + silte

TRANSFORMAES QUMICAS Partcula coloidal

Minerais secundrios

Argila

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b) DECOMPOSIO E SNTESE DE MATERIAIS ORGNICOS As principais transformaes sofridas pelos materiais orgnicos so a mineralizao e a humificao. Na mineralizao ocorre a oxidao ou destruio da matria orgnica do solo e na humificao ocorre a conservao ou acmulo da matria orgnica no solo. c) GLEIZAO A principal transformao a reduo do Fe3+ a Fe2+ em alguns horizontes ou em todo o perfil do solo, decorrente da falta de oxignio causada pela condio de alagamento. A reduo do Fe3+ causa a modificao das cores vermelhas ou amarelas dos xidos de ferro para coloraes cinzentas no solo. d) SULFURIZAO (TIOMORFISMO) Consiste na oxidao de sulfetos (ex.: pirita FeS2) presentes em certos sedimentos de alagadios litorneos, quando so drenados. Essa oxidao produz cido sulfrico que acidifica o solo (pH < 3,5), promovendo dissoluo de minerais e causando danos s plantas. O tiomorfismo leva a formao dos Gleissolos Tiomrficos e dos Organossolos Tiomrficos. e) TURBAO Consiste na mistura dos materiais do solo pela atividade da fauna do solo ou pelos ciclos de umedecimento e secagem. Bioturbao ocorre mistura de horizontes devido ao transporte de materiais realizado por pequenos mamferos, formigas, trmitas, minhocas, etc. Hidroturbao ocorre mistura de camadas de solo devido contrao e expanso de argilas expansveis, formando o microrelevo gilgai e as superfcies de frico (slickensides). f) FORMAO DE ESTRUTURA Arranjo de partculas primrias do solo (areia, silte e argila) formando unidades estruturais compostas chamadas de agregados. Etapas de formao dos agregados: Floculao aproximao das partculas. Estabilizao cimentao por matria orgnica, xidos de Fe e Al, carbonatos, slica e a prpria argila.

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2.2. TRANSLOCAO Diz respeito ao transporte ou redistribuio de materiais e substncias de um ponto para outro dentro do perfil do solo. As principais formas de translocao so a) TRANSLOCAO DE ARGILA (LESSIVAGEM ELUVIAO-ILUVIAO) Translocao de argila silicatada em suspenso, para fora de um horizonte (Horizonte eluvial, onde ocorreu eluviao), pelo movimento descendente ou lateral de gua, acumulando-se geralmente em um horizonte inferior (Horizonte iluvial, onde ocorreu iluviao). Essa translocao principalmente da frao argila fina (< 2 m), podendo formar cerosidade no horizonte B textural. b) TRANSLOCAO DE MATRIA ORGNICA feita por meio de pequenos animais do solo (Ex.: minhocas), por carregamento em suspenses atravs de poros, fendas e tambm por quelatos com ctions do solo que so solveis. A translocao de matria orgnica pode ser de horizontes superficiais para horizontes subsuperficiais, ou pode ser para fora do solum. c) TRANSLOCAO DE XIDOS DE Fe, Al e Mn De forma direta, em suspenso Eluviao e iluviao de xidos Fe, Al e Mn no interior do perfil do solo. Por reaes de oxirreduo (Exceto para Al) xidos de Fe3+ ou de Mn4+ so reduzidos e dissolvidos, liberando Fe2+ ou Mn2+ que migram na soluo do solo at alcanarem zonas de oxidao onde precipitam novamente como xidos de Fe3+ ou de Mn4+. Na forma de quelatos Os ons Fe2+, Fe3+, Mn2+ e Al3+ so complexados por substncias orgnicas, translocam-se para os horizontes inferiores do perfil e novamente forma xidos pela destruio do quelato. d) TRANSLOCAO DE SAIS SOLVEIS Translocao de sais solveis formados pelos ons Na+, Ca2+, Mg2+, K+, Cl-, SO42-, HCO3e CO32- no interior do solo e posterior acmulo em horizontes salinos. Ocorre preferencialmente sob clima rido e semi-rido, em solos situados em depresses, argilosos e de baixa permeabilidade. 24

Na translocao de sais solveis no interior do solo, merece destaque quela realizada por ascenso capilar do lenol fretico, muito comum na formao dos Solos Halomrficos (Solos afetados por sais). Durante o perodo chuvoso os sais so translocados para o lenol fretico, mas no perodo seco eles so translocados para a superfcie do solo por ascenso capilar, onde precipitam e formam eflorescncias. e) TRANSLOCAO CARBONATOS Translocao de Ca(HCO3)2 em soluo dentro do solo, provocando acumulao de CaCO3 em alguma parte do perfil do solo ou sendo removido totalmente do sistema solo em regies quentes e midas. 2.3. ADIO As adies consistem em ganhos de diversos materiais orgnicos ou minerais pelo solo, trazidos por meio das guas de chuva, do vento ou da vegetao, como um acrscimo vertical descendente. Tambm ocorrem adies por acrscimos laterais de solues provenientes de outros solos ou mesmo verticais ascendentes a partir do lenol fretico ou ainda dentro do prprio solo por evaporao. As principais formas de adio so: De nutrientes e sais dissolvidos a solos das partes baixas, provenientes dos solos vizinhos das posies mais altas na paisagem, Acmulo de nutrientes nas camadas mais superficiais do solo, devido ciclagem de nutrientes pelas plantas, De material mineral slido, proveniente dos processos erosivos que atuam em outros locais, De materiais aluviais depositados em reas planas pelos rios, Adio e, ou, acmulo de matria orgnica na superfcie dos solos, favorecida pela baixa temperatura, pelo excesso de gua e pelo tipo de vegetao (Ex.: Porte da vegetao, relao C/N, etc.). Paludizao o Consiste na adio/acumulao de materiais orgnicos em reas alagadias, originando turfeiras e Organossolos.

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2.4. REMOO De modo geral, a remoo de materiais diversos do solo ocorre em local onde a precipitao pluviomtrica mdia anual maior que a evapotranspirao mdia anual, fazendo com que a gua atravesse todo o perfil do solo (Lixiviao) ou escorra superficialmente formando enxurradas (Eroso). As principais formas de remoo so: a) LIXIVIAO As substncias mais facilmente lixiviadas so a slica solvel (H4SiO4o) e os carbonatos, bem como os metais alcalinos (Na+, K+), alcalino-terrosos (Ca2+, Mg2+) e os quelatos, que normalmente apresentam mobilidade muito grande no perfil e so facilmente removidos para fora do solum pelas guas de drenagem. A lixiviao ocorre mais em reas planas. b) EROSO Remoo de partculas slidas superficiais do solo pela ao de enxurradas, ventos ou outros processos de perda de solo. A eroso ocorre mais em reas com maior declividade.

3. TIPOS DE FORMAO DE SOLOS Embora todos os processos pedogenticos atuem na formao de praticamente todos os solos, a predominncia de um deles atuando conjuntamente com os fatores de formao do solo permite que sejam distinguidos diferentes tipos de formao de solos. Os tipos de formao de solos mais importantes no Brasil so Podzolizao, Latolizao, Hidromorfismo, Halomorfismo e Calcificao. 3.1. PODZOLIZAO Consiste na translocao de materiais do horizonte A, acumulando-se no horizonte B. Se o material translocado for alumnio e, ou, matria orgnica e, ou, ferro, tem-se um horizonte B Espdico (Antigo B podzol), diagnstico dos Espodossolos. Se o material translocado for argila silicatada que se deposita nas superfcies dos agregados do horizonte B formando cerosidade, tem-se um horizonte B textural, diagnstico dos Argissolos e Luvissolos. Os solos formados a partir da podzolizao apresentam horizontes bem definidos, causados pela translocao. Os Luvissolos e os Argissolos em geral so mais frteis que os Espodossolos, devido composio qumica do material de origem desses solos. Os Argissolos, Luvissolos e Espodossolos se esto sob relevo movimentado, tendem a ser facilmente erodveis, por causa do material arenoso e menos estruturado do horizonte A. No 26

caso dos Argissolos e dos Luvissolos, principalmente se apresentam mudana textural abrupta, a diferena de textura entre os horizontes A e B dificulta a infiltrao de gua imediatamente abaixo do horizonte A, favorecendo a eroso. O horizonte B Plnico dos Planossolos um tipo especial de horizonte B textural que fica subjacente a um horizonte A arenoso, apresentando mudana textural abrupta, e de baixa permeabilidade. Nesse caso mais rara a perda de solo por eroso por que os Planossolos se formam preferencialmente sob relevo plano. 3.2. LATOLIZAO Nesse tipo de formao do solo predomina a remoo, na forma de lixiviao, de slica solvel (H4SiO4o) e de metais alcalinos (Na+, K+) e alcalino-terrosos (Ca2+, Mg2+), aps a transformao quase completa de todos os minerais primrios em minerais secundrios. Na Latolizao no h translocao de materiais do horizonte A para o horizonte B como na Podzolizao. Esse tipo de formao de solo origina o horizonte B Latosslico, diagnstico dos Latossolos. Os Latossolos so solos profundos, com pouca diferenciao entre sub-horizontes, bastante intemperizados, apresentam muitas argilas de atividade baixa (Caulinita, hematita, goethita e gibsita), baixa capacidade de troca de ctions e ausncia de minerais primrios facilmente intemperizveis. Em geral os Latossolos so solos bem estruturados e de excelentes qualidades fsicas, mas so cidos e pobres em nutrientes. 3.3. HIDROMORFISMO Tipo de formao do solo no qual a condio climtica em conjunto com o relevo e, ou, material de origem faz com que o solo se torne sob condio de saturao de gua ou alagamento que pode ser temporrio ou permanente. O hidromorfismo ocorre principalmente nas partes mais baixas da paisagem (depresses) e em locais de baixa permeabilidade. O arejamento deficiente condiciona decomposio lenta da matria orgnica, provocando seu acmulo na superfcie do solo e um ambiente de reduo, que transforma Fe e Mn em formas reduzidas (solveis), facilitando sua migrao ou toxidez para as plantas. A ausncia de Fe3+ (Fe oxidado) ou a presena de Fe2+ (Fe reduzido) faz com que o solo tenha o aspecto acinzentado, esverdeado ou azulado (gleizado) abaixo da camada de matria orgnica, formando o Horizonte Glei, caracterstico dos Gleissolos.

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3.4. HALOMORFISMO No halomorfismo a combinao de clima, relevo e material de origem, em conjunto com a atuao dos processos pedogenticos de adio e, ou translocao, pode originar solos halomrficos, que so solos cuja gnese foi afetada pelo excesso de sais. Os solos halomrficos esto em depresses onde possa ocorrer excesso de sais e de gua, temporariamente. Os sais so trazidos das elevaes circunvizinhas por lixiviao, pela enxurrada ou pelo lenol fretico. Muitas vezes o local rico em sais por causa de depsitos marinhos. Nessas depresses, com excesso de gua (pelo menos temporrio) e de sais solveis, so formados os solos salinos (4 CEes < 7 dS/m) ou slicos (CEes 7 dS/m). Se o excesso de sais removido, principalmente pela precipitao de carbonatos de Ca e de Mg, predominando em soluo o Na2CO3 e ficando muitos ons Na + adsorvidos nas argilas, tem-se um solo sdico (PST 15 %). Se o Na+ removido e substitudo pelo H+ , forma-se o solo soldico (6 PST < 15 %). Quando a remoo de Na+ ocorre mais completamente no horizonte A do que no horizonte B, nesta fase intermediria, h formao do solo sdico-soldico. 3.5. CALCIFICAO Tipo de formao de solo que consiste na dissoluo de carbonato de clcio (CaCO3) e translocao de bicarbonato de clcio Ca(H2CO3)2 no perfil, com posterior precipitao do clcio na forma de CaCO3. A calcificao ocorre principalmente em regies onde a precipitao pluviomtrica menor que a evapotranspirao potencial durante a maior parte do ano e a vegetao de pastos de gramneas (pradaria). Normalmente h a formao do horizonte A chernozmico (Horizonte espesso, escuro, rico em matria orgnica e com alta saturao por bases), diagnstico da ordem dos Chernossolos.

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Captulo 5

FATORES DE FORMAO DO SOLO

V. FATORES DE FORMAO DO SOLO 1. INTRODUO Os solos so resultantes da ao combinada de diversos Fatores de Formao do Solo:

CLIMA + ORGANISMOS

RELEVOMATERIAL DE ORIGEM DO SOLO SOLO TEMPO

Equao de formao do solo: SOLO = f (Material de Origem, Clima, Organismos, Relevo e Tempo) O clima e os organismos so fatores ativos, e material de origem, relevo e tempo so fatores passivos. 2. MATERIAL DE ORIGEM O material de origem do solo o estado do sistema solo no tempo zero de sua formao. Essa definio amplia o conceito de material de origem e deixa claro que ele no fica restrito apenas s rochas, mas tambm se estende s massas alteradas de rochas ou at mesmo um solo. 2.1. GRUPOS DE MATERIAL DE ORIGEM a) Rochas decompostas in situ So aquelas que sofrem intemperismo e pedognese no mesmo local. Podem ser magmticas (gneas), metamrficas ou sedimentares. b) Manto de rochas alteradas in situ Em regies tropicais midas, a presena de relevo plano e vegetao protetora possibilitaram, em tempos pretritos, a formao de espessas camadas de alterao, principalmente em rochas menos resistentes. 30

Essas camadas formam hoje os mantos de intemperismo, muito comuns em certas regies, como no litoral nordestino. c) Sedimentos transportados So materiais provenientes da intemperizao de qualquer rocha na superfcie da crosta terrestre e transportados, principalmente, por eroso. Podem ser simplesmente o produto de alterao das rochas ou podem ser materiais superficiais que j sofreram atuao pedogentica. d) Depsitos orgnicos (Turfeiras) Condies de baixa temperatura e, ou, falta de oxignio favorecem o acmulo de matria orgnica. Importante na formao dos Organossolos. 3. CLIMA A importncia do clima na formao do solo pode ser evidenciada pelo fato de que solos semelhantes podem ser provenientes de materiais de origem diferentes, se forem formados sob condies climticas similares. O mesmo material de origem pode formar solos completamente diferentes, se sofrerem pedognese em condies climticas diferentes. Nos solos mais jovens a influncia do material de origem bastante visvel, mas medida que o solo evolui e acelera o seu desenvolvimento, h predominncia de outros fatores de formao, notadamente o clima. Principalmente por meio da precipitao pluviomtrica e da temperatura, o clima age diretamente na transformao do material de origem e indiretamente na determinao da flora e fauna e na dinmica da matria orgnica do solo. 3.1. TEMPERATURA a) Depende da latitude e da altitude, b) Influencia o intemperismo fsico, c) Acelera o intemperismo qumico, d) Influencia positivamente o crescimento e a atividade dos organismos, e) Aumenta a velocidade de decomposio da matria orgnica. 3.2. GUA a) A atuao da gua regulada pelo balano hdrico, b) Tem grande influncia no tipo de vegetao de uma regio, c) Promove o intemperismo das rochas,

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d) Serve como meio de transporte dos produtos do intemperismo, e) Essencial na atuao dos processos pedogenticos, f) Influencia a decomposio da matria orgnica.

4. ORGANISMOS Os principais organismos que atuam na formao dos solos so as algas, bactrias, fungos, liquens, musgos, actinomicetes, vegetao, fauna e o homem. Os liquens, musgos e outros vegetais inferiores podem viver diretamente sobre a rocha promovendo o intemperismo e criando condies para fixao dos vegetais superiores. Microrganismos como bactrias e fungos so os principais agentes que atuam na decomposio e sntese de materiais orgnicos. A vegetao tem uma importncia muito grande na formao dos solos, a qual pode ser evidenciada pelas seguintes atuaes: As razes exercem aes fsicas e qumicas sobre as rochas e o material de origem, promovendo o intemperismo, Ciclagem de nutrientes, acumulando-os na superfcie do solo, Principal fonte de matria orgnica do solo, Protege a superfcie do solo contra eroso, favorecendo a formao de solos mais profundos. Cupins, formigas, minhocas, tatus e roedores constantemente cavam buracos no solo, trituram restos de vegetais, cavam galerias e misturam materiais dos diversos horizontes do solo. Prticas de desmatamento, preparo do solo, cultivo e adubaes realizadas pelo homem promovem mudanas significativas nos solos.

5. RELEVO O relevo redireciona a energia da gua, a qual dirigida a diferentes partes da paisagem. Ele controla o tempo de exposio da rocha e do material de origem aos agentes bioclimticos. Quanto maior a declividade do terreno maior ser a taxa de eroso em relao de pedognese, favorecendo a formao de solos rasos e pouco desenvolvidos. Em relevo plano e em condies de boa drenagem o grau de intemperismo e pedognese maior, favorecendo a formao de Latossolos. Se o relevo for plano, mas a drenagem for deficiente, o acmulo de gua em excesso favorece a formao de solos hidromrficos.

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6. TEMPO A espessura dos horizontes e a profundidade do solo so as caractersticas do solo mais influenciadas pelo tempo. Quanto maior o nmero de horizontes e maiores suas espessuras, mais maduro ser o solo. Por outro lado, solos jovens so normalmente mais rasos que solos velhos. Na estimativa da idade de um solo, a idade relativa mais importante que a idade absoluta. Desenvolvimento do perfil do solo com o tempo:

A

A Bi

A E Bt ou

A Bw C R

R

R R C R TEMPO

O tempo necessrio para que um solo passe do estgio jovem para o maduro varia com o tipo de material de origem, condies climticas e grau de eroso.

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Captulo 6

PERFIL DO SOLO

VI. PERFIL DO SOLO 1. CONCEITOS 1.1. SOLO um corpo natural dinmico constitudo de materiais minerais e orgnicos e que contm matria viva, diferenciado em horizontes de profundidade varivel, que diferem do material do qual eles foram originados em morfologia, propriedades fsicas e qumicas, composio e em caractersticas biolgicas. 1.2. PEDON o menor volume que pode ser chamado de solo.

1.3. PERFIL DO SOLO uma seo vertical do pedon, englobando a sucesso de horizontes ou camadas mais ou menos paralelas, desde o manto superficial de resduos orgnicos at o material mineral subjacente pouco ou nada transformado pelo intemperismo e pelos processos pedogenticos.

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1.4. SOLUM formado pelos horizontes superiores do perfil do solo onde atuaram os fatores e processos pedogenticos, contendo a maioria das razes das plantas. Compreendem os horizontes A e B. 1.5. REGOLITO Termo mais utilizado pelos gelogos para se referir a todo e qualquer material solto de terra ou rocha decomposta acima da rocha slida. Compreendem os horizontes A, B e C. 1.6. SAPROLITO ou SAPRLITO Material resultante do intemperismo mais ou menos intenso da rocha e que ainda mantm a textura e estrutura original da mesma, comumente reconhecido como um produto de alterao da rocha in situ e denominado de horizonte C. O saprolito a parte do regolito que se situa abaixo do solum e acima da rocha s.

2. NOMECLATURA DE HORIZONTES E CAMADAS DE SOLOS 2.1. HORIZONTES E CAMADAS PRINCIPAIS Letras maisculas so usadas para designar horizontes ou camadas principais, horizontes transicionais ou combinaes destes: SMBOLO O CRITRIOS Horizonte ou camada superficial de cobertura, de constituio orgnica, sobreposto a alguns solos minerais, podendo estar ocasionalmente saturado com gua. Horizonte ou camada de constituio orgnica, superficial ou no, composto de resduos orgnicos acumulados ou em acumulao sob condies de prolongada estagnao de gua, salvo se artificialmente drenado. Horizonte mineral, superficial ou em seqncia a horizonte ou camada O ou H, de concentrao de matria orgnica decomposta e perda ou decomposio principalmente de componentes minerais. (Fe, Al e argila silicatada) Horizonte subsuperficial, com predomnio de caractersticas de horizonte A e algumas caractersticas de horizonte B (ou E). Horizonte mesclado com partes de horizonte A e de horizonte B (ou A e E ou A e C), porm com predomnio de material de A. Horizonte subsuperficial, com predomnio de caractersticas de horizonte A e algumas caractersticas de horizonte C.

H

A

AB ou AE A/B ou A/E Ou A/C AC

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SMBOLO

CRITRIOS Horizonte mineral, cuja caracterstica principal a perda de argilas silicatadas, xidos de ferro e alumnio ou matria orgnica, individualmente ou em conjunto, com resultante concentrao residual de areia e silte constitudos de quartzo ou outros minerais resistentes e/ou resultante descoramento. Horizonte subsuperficial, com predomnio de caractersticas de horizonte E e algumas caractersticas de horizonte A (ou B). Horizonte mesclado com partes de horizonte E e de horizonte A, porm com predomnio de material de E. Horizonte subsuperficial, com predomnio de caractersticas de horizonte B e algumas caractersticas de horizonte A (ou E). Horizonte mesclado com partes de horizonte B e de horizonte A (ou E), porm com predomnio de material de B. Horizonte subsuperficial de acumulao de argila, Fe, Al, Si, hmus, CaCO3, CaSO4, ou de perda de CaCO3, ou de acumulao de xidos; ou com bom desenvolvimento estrutural. Horizonte subsuperficial, com predomnio de caractersticas de horizonte B e algumas caractersticas de horizonte C. Horizonte mesclado com partes de horizonte B e de horizonte C, porm com predomnio de material de B. Horizonte subsuperficial, com predomnio de caractersticas de horizonte C e algumas caractersticas de horizonte B (ou A). Horizonte mesclado com partes de horizonte C e de horizonte B (ou A), porm com predomnio de material de C. Horizonte ou camada mineral de material inconsolidado sob o solum, pouco afetado por processos pedogenticos, a partir do qual o solum pode ou no ter se formado, sem ou com pouca expresso de propriedades identificadoras de qualquer outro horizonte principal. Horizonte ou camada de material mineral consolidada, superfcie, sob A, E, B ou C, rico em ferro e/ou alumnio e pobre em matria orgnica, proveniente do endurecimento irreversvel da plintita, ou originado de formas de concen-trao possivelmente no derivadas de plintita, inclusive promovidas por translocao lateral de ferro e/ou alumnio. Camada mineral de material consolidado, que constitui substrato rochoso contnuo ou praticamente contnuo, a no ser pelas poucas e estreitas fendas que pode apresentar.

E

EA ou EB E/A BA ou BE B/A ou B/E

B

BC B/C CB ou CA C/B ou C/A

C

F

R

FONTE: http://www.cnps.embrapa.br/sibcs/index.html (Consultado em 10/06/2004).

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2.2. DESIGNAO E CARACTERSTICAS DE HORIZONTES E CAMADAS SUBORDINADAS Para designar caractersticas especficas de horizontes e camadas principais, usam-se, como sufixos, letras minsculas. Exemplos: Sufixo a Critrios Usado com A, B, C para designar constituio dominada por material amorfo, de natureza mineral, oriundo de transformaes de materiais vulcanoclsticos. Usado com H, A, E, B, F para designar horizontes enterrados, se suas caractersticas pedogenticas principais puderem ser indentificadas como tendo sido desenvolvidas antes do horizonte ser enterrado. Usado com A, E, B, C para designar acumulao significativa de concrees ou ndulos no-concrecionrios, cimentados por material outro que no seja slica. Usado com O, H para designar muito intensa ou avanada decomposio do material orgnico, do qual pouco ou nada resta de reconhecvel da estrutura dos resduos de plantas, acumulados conforme descrito nos horizontes O e H. Usado com B e parte inferior de horizontes A espessos, para designar horizontes mais escuros que os contguos, podendo ou no ter teores mais elevados de matria orgnica, no associada com sesquixidos, do que o horizonte sobrejacente. Usado com A, B, C para designar concentrao localizada (segregao) de constituintes secundrios minerais ricos em ferro e/ou alumnio, em qualquer caso, pobre em matria orgnica e em mistura com argila e quartzo. Usado com A, E, B, C para designar desenvolvimento de cores cinzentas, azuladas, esverdeadas ou mosqueamento bem expresso dessas cores, decorrentes da reduo do ferro, com ou sem segregao. Usado exclusivamente com B para designar relevante acumulao iluvial, essencialmente de matria orgnica ou de complexos orgnico-sesquioxdicos amorfos dispersveis. Incipiente desenvolvimento de horizonte B. Usado com H, A, B, C para designar material palustre, permanente ou periodicamente alagado, de natureza mineral ou orgnica, rico em sulfetos (material sulfdrico). Usado com A, B, C para designar presena de carbonatos alcalino-terrosos, remanescentes do material originrio, sem acumulao, comumente carbonato de clcio. Usado com A, B, C para designar horizonte de enriquecimento com carbonato de clcio secundrio. Usado com B, C para designar cimentao pedogentica extraordinria e irreversvel (mesmo sob prolongada imerso em gua), contnua ou quase contnua. Usado com H, A, B, C, para designar acumulao de sdio trocvel, expresso por PST > 6%, acompanhada ou no de acumulao de magnsio trocvel. 38

b

c

d

e

f

g

h i j

k

k m n

Sufixo o do od p q qm r

Critrios Usado com O, H para designar incipiente ou nula decomposio do material orgnico. Material orgnico intermedirio entre d e o com predomnio de d. Material orgnico intermedirio entre d e o com predomnio de o. Usado com H ou A para indicar modificaes da camada superficial pelo cultivo, pastoreio, ou outras pedoturbaes. Usado com B ou C para designar acumulao de slica secundria (opala e outras formas de slica). Usado com B ou C para designar acumulao de slica secundria, em caso de ocorrer cimentao contnua por slica. Usado com C para designar presena de camada de rocha subjacente, intensamente ou pouco alterada, desde que branda ou semibranda. Usado exclusivamente com horizonte B para indicar relevante acumulao iluvial ou de translocao lateral interna no solo de complexos organo-sesquioxdicos amorfos dispersveis. Usado exclusivamente com B para designar relevante acumulao ou concentrao de argila. Usado com A e H para designar horizonte formado ou modificado pelo uso prolongado do solo. Usado com B, C, para designar caractersticas vrticas. Usado exclusivamente com B para designar intensa alterao com inexpressiva acumulao de argila, com ou sem concentrao de sesquixidos. Usado com B, C e ocasionalmente E, para designar cimentao aparente, reversvel. Usado com B ou C para indicar acumulao de sulfato de clcio. Usado com H, A, B, C para indicar acumulao de sais mais solveis em gua fria que sulfato de clcio.

s

t u v w x Y Z

FONTE: http://www.cnps.embrapa.br/sibcs/index.html (Consultado em 10/06/2004).

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2.3. OUTROS MODIFICADORES DE HORIZONTES Prefixos numricos (ex. 2, 3, etc) usados para denotar descontinuidade litolgica. Por conveno o 1 no mostrado, ex. A, E, Bt1, 2Bt2, 2BC, 3C1, 3C2. Sufixos numricos so usados para subdiviso de horizontes principais em profundidade. A diviso feita a partir da parte superior do horizonte, de forma sucessiva, sendo o smbolo numrico colocado aps todas as letras usadas para designar o horizonte. Ex. A1, A2, E, Bt1, Bt2, Bt3, BC e C. A numerao reiniciada sempre que houver mudana de simbolizao alfabtica na seqncia vertical de horizontes. Ex.: Bt1, Bt2, Btx1, Btx2; C1, C2, Cg1, Cg2. Para horizonte A ou H qualificados com sufixo p, a numerao no reiniciada. OBSERVAES:

Prefixo numrico pode ser usado em R, se admitido que o material originrio do solo no foi produzido por rocha da mesma natureza da subjacente.

Em caso de Solo Orgnico, no se usa os prefixos numricos para expressar material contrastante.

Em caso de ocorrer dois ou mais horizontes com a mesma designao, separados por horizontes ou camadas de natureza diversa, usa-se o smbolo ( ) posposto letra maiscula designativa do segundo horizonte repetido na seqncia, como no exemplo: A, E, BE, Bhs, E, BC, ou Hd, C, Hd, C

Caso raros de trs horizontes com a mesma designao, usa-se o smbolo duplo, ( " ) posposto letra maiscula designativa do 3o horizonte. Quando cabvel o uso de mais de um sufixo, as letras d, i, o, h, s, t, u, r, w tm precedncia sobre os demais sufixos necessrios para completar a designao integral do horizonte ou camada.

Sufixo b, conotativo de horizonte enterrado, deve ser precedido de outro sufixo, quando em notao binria, como por exemplo Btb.

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Para fins de correlao, dada a seguir uma sntese comparativa entre as designaes atuais e as anteriores de horizontes e camadas principais. SNLCS (Anterior a 1986) O O1 O2 A A1 A2 A3 AB A/B A&B AC A/C B E/B AC A/C B R Embrapa Solos (Atual) O Oo, Ood Od, Odo H A A/O A E AB ou EB C C1 B&A B2 B3 SNLCS (Anterior a 1986) B1 Embrapa Solos (Atual) BA ou BE B/A B/E B BC B/C B/R F C CB C/B C/R R B/C/R

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Captulo 7

CARACTERSTICAS MORFOLGICAS DOS HORIZONTES

VII. CARACTERSTICAS MORFOLGICAS DOS HORIZONTES 1. INTRODUO Na descrio morfolgica dos horizontes que compem um perfil de solo primeiramente se determina a espessura e arranjamento dos horizontes, depois a transio entre os horizontes e, por fim, o estudo das caractersticas morfolgicas dos horizontes. No exame de um perfil de solo, devem-se descrever pormenorizadamente as caractersticas morfolgicas de todos os horizontes ou camadas que compem o perfil. So apresentadas, a seguir, as principais caractersticas morfolgicas que so analisadas em cada horizonte do solo.

2. COR A matria orgnica e os compostos de ferro so os principais agentes responsveis pela cor dos solos. Esses pigmentos atuam, em geral, num fundo de cor branca dado pelos silicatos. As vrias tonalidades existentes no perfil so muito teis identificao e delimitao dos horizontes e, s vezes, ressaltam certas condies de extrema importncia: Cor escura indicativo de alto teor de matria orgnica Cores vermelhas e amarelas indicativas de alto teor de xido de ferro e boa drenagem Cores acinzentadas revelam condies de hidromorfismo. A cor do solo muito utilizada na classificao para identificar classes de solos no segundo nvel categrico dos: Latossolos bruno, amarelo, vermelho-amarelo e vermelho Argissolos acinzentados, amarelo, vermelho-amarelo e vermelho Alissolos crmico e hipocrmico Luvissolos crmico e hipocrmico. Em uma amostra indeformada do solo, se determina a cor dessa amostra mida, mida amassada, seca e seca triturada, comparando-a com as cores da escala Munsell. Na determinao da cor do solo na escala Munsell, anota-se trs informaes: matiz, valor e croma. 2.1. MATIZ (Hue) Cor pura ou fundamental do arco-ris, determinada pelos comprimentos de onda da luz que so refletidos na amostra. Os matizes usados esto entre o R (de red = vermelho), significando 100 % de vermelho, Y (de yellow = amarelo), significando 100 % de amarelo e YR (de YellowRed = vermelho-amarelo), significando uma mistura de 50 % de vermelho e 50 % de amarelo. 43

Contribuio da cor vermelha (Red R) e amarela (Yellow Y) nos matizes: Contribuio da cor: Vermelha Amarela ----------------------------- % ----------------------------100 0 87,5 12,5 75 25 62,5 37,5 Vermelho Amarelo 50 50 37,5 62,5 25 75 12,5 87,5 0 100

Cores

Matiz 5R 7,5 R 10 R 2,5 YR 5 YR 7,5 YR 10 YR 2,5 Y 5Y

Mais vermelho

Mais amarelo Bruno

2.2. VALOR (Value) Medida do grau de claridade da luz ou tons de cinza presentes (entre branco e preto) variando de 0 (para o preto absoluto) a 10 (para o branco puro). Portanto, o valor de uma cor indica a tonalidade ou proporo de preto e de branco. 2.3. CROMA (Chroma) Proporo da mistura da cor fundamental com a tonalidade de cinza, tambm variando de 0 a 10. Portanto, o croma de uma cor indica a intensidade de saturao ou contribuio do matiz. 2.4. EXEMPLO DE INTERPRETAO DA COR DE UM SOLO: 10R 3/4 = Vermelho escuro acinzentado (dusky red) Sendo 10R o matiz indicador da cor fundamental vermelha e a frao 3/4 que este vermelho est misturado com o valor 3 (cinza composto de trs partes de preto e 7 de branco) e croma 4 (indicando que aquele cinza contribui em 6 partes e o vermelho em 4 partes).

3. TEXTURA A textura do solo refere-se proporo relativa das fraes granulomtricas que compem a massa do solo. No campo, a textura pode ser estimada por meio do tato, pela sensao ao esfregar um pouco de solo mido entre os dedos. A areia provoca sensao de aspereza, o silte de sedosidade e a argila de pegajosidade. No laboratrio, a anlise textural feita na terra fina seca ao ar (Fraes granulomtricas 2 mm), determinando-se os teores de argila, silte, areia fina e areia grossa. 44

A textura do solo uma caracterstica muito influenciada pela granulometria do material de origem do solo: Rochas psamticas originam solos arenosos Rochas pelticas originam solos argilosos 3.1. TAMANHO DAS FRAES GRANULOMTRICAS FRAO GRANULOMTRICA Mataco Calhau Cascalho Areia grossa Areia fina Silte Argila 3.2. FRAO AREIA Constituda basicamente por minerais primrios resistentes ao intemperismo, principalmente o quartzo. Embora a frao areia no seja muito importante do ponto de vista qumico, ela muito importante do ponto de vista fsico, com muita influncia na porosidade, aerao, permeabilidade, eroso etc. 3.3. FRAO SILTE Constituda de minerais primrios facilmente intemperizveis (Feldspatos, micas, anfiblios, etc.), quartzo, agregados de argila no dispersa, etc. Somente os solos mais novos apresentam teor de silte relativamente elevado, que mnimo nos Latossolos, os solos mais intemperizados. Solos ricos em silte tendem a apresentar problemas de encrostamento superficial causado pelo impacto das gotas de chuva e dos ciclos de umedecimento e secagem, com reflexos negativos na infiltrao de gua no solo e na emergncia das plntulas. 3.4. FRAO ARGILA Constituda de minerais secundrios, podendo-se encontrar maior proporo de argilas 2:1 em solos menos intemperizados e maior proporo de argilas 1:1 (Caulinita) e xidos de ferro (Goetita e hematita) e, ou, alumnio (Gibsita) em solos mais intemperizados. A frao argila a frao ativa do solo, por apresentar grande superfcie especfica e cargas eltricas (Negativas e, ou, positivas) de superfcie. Apresenta capacidade de reter ctions, nions e gua, expanso, contrao, plasticidade e pegajosidade. 45 LIMITES DE DIMETRO > 20 cm 20 a 2 cm 2 cm a 2 mm 2 a 0,2 mm 0,2 a 0,05 mm 0,05 a 0,002 < 0,002 mm

Todos os fenmenos qumicos e fsico-qumicos do solo dependem no somente do teor de argila do solo, mas tambm do mineral predominante na frao argila. 4. ESTRUTURA As partculas primrias (Areia, silte e argila) do solo geralmente se encontram agrupadas, formando partculas maiores (Agregados), dando ao solo a sua estrutura. Os agregados que apresentam formas e tamanhos definidos, comportando-se como partes individualizadas, so chamados de unidades estruturais. Trs caractersticas fundamentam a designao da estrutura: forma, tamanho e grau de desenvolvimento das unidades estruturais. A forma define o tipo de estrutura: Laminar Prismtica Colunar Blocos angulares ou blocos subangulares Granular Grumos. Exemplos de tipos de estrutura: a) Laminar; ba) prismtica; bb) Colunar; ca) Blocos angulares; cb) Blocos subangulares e d) Granular.

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O tamanho define a classe de estrutura: Muito pequena Pequena Mdia Grande Muito grande. O grau de desenvolvimento da estrutura refere-se manifestao das condies de coeso dentro e fora dos agregados: Sem estrutura o Gro simples Se a massa de solo for solta ou no coerente o Macia Se a massa de solo for coerente e no apresentar estrutura definida. Com estrutura o Fraca o Moderada o Forte. Principais tipos de estrutura e suas ocorrncias tpicas: TIPO DE ESTRUTURA Blocos Prismtica Colunar Granular Gro simples

OCORRNCIA TPICA Em solos com horizonte B textural, B ntico, B plnico e B incipiente. Em solos com horizontes B ntico, B textural e B plnico. Em solos com horizonte B plnico. Em solos com horizonte B latosslico e horizonte A rico em matria orgnica. Em solos arenosos (Horizontes A e C).

5. CONSISTNCIA Consistncia o termo usado para designar as manifestaes das foras fsicas de coeso e adeso entre as partculas do solo, conforme variao da umidade do solo. Fora de coeso fora de atrao entre molculas de mesma substncia ou partculas de mesma natureza. No solo, refere-se atrao que as partculas do solo exercem entre si.

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Fora de adeso fora de atrao entre superfcies de contato de substncias diferentes. No solo, atrao entre partculas do solo e a superfcie de um material de qualquer natureza, como a superfcie de implementos agrcolas. A consistncia do solo deve ser avaliada em trs nveis de umidade: CONSISTNCIA DO SOLO QUANDO SECO, avaliada pela dureza ou tenacidade o Solta o Macia o Ligeiramente dura o Dura o Muito dura o Extremamente dura. CONSISTNCIA DO SOLO QUANDO MIDO, caracterizada pela friabilidade o Solta o Muito frivel o Frivel o Firme o Muito firme o Extremamente firme. CONSISTNCIA DO SOLO QUANDO MOLHADO, caracterizada pela: o Plasticidade (capacidade do solo se moldar) No plstica Plstica Ligeiramente plstica Muito plstica. o Pegajosidade (capacidade do solo se aderir a outros objetos) No pegajosa Ligeiramente pegajosa Pegajosa Muito pegajosa.

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Solos muito plsticos e muito pegajosos apenas podem ser trabalhados (Arados, gradeados, etc.) em amplitude estreita de umidade. Quanto mais argiloso for um solo, maiores sero as manifestaes das foras de coeso e adeso. Para o mesmo teor de argila, as foras de adeso e coeso sero maiores em solos ricos em argilas mais ativas, como a montmorilonita. 6. POROSIDADE Entende-se por porosidade, o volume do solo ocupado pela gua e pelo ar. No campo, a porosidade deve ser avaliada quanto ao tamanho e quanto quantidade de macroporos, de acordo com Santos et al. (2005). Comparado com os solos arenosos, os solos argilosos apresentam maior porosidade total, maior proporo microporos/macroporos, maior reteno de gua, menor taxa de infiltrao de gua no perfil do solo, menor friabilidade e maior resistncia penetrao de mquinas e razes no solo.

7. CEROSIDADE Cerosidade um revestimento brilhante e ceroso que ocorre por vezes na superfcie das unidades estruturais, apresentando aspecto lustroso e brilho matizado. decorrente de pelcula de material coloidal (argila silicatada e xidos de ferro) depositado nas superfcies das unidades estruturais. A cerosidade ocorre tipicamente em horizonte B textural e B ntico. Quanto ao grau de desenvolvimento, a cerosidade pode ser classificada como fraca, moderada ou forte, de acordo com a maior ou menor nitidez e contraste mais ou menos evidente com as partes sem cerosidade. Quanto quantidade, so usados os termos: pouco, comum e abundante.

8. SUPERFCIES DE FRICO OU SLIKENSIDES Superfcie alisada e lustrosa, apresentando na maioria das vezes estriamento marcante, produzido pelo deslizamento e atrito da massa do solo causados por movimentao devido forte expansibilidade do material argiloso por umedecimento. So superfcies tipicamente inclinadas, em relao ao prumo dos perfis.

9. CIMENTAO Refere-se consistncia quebradia e dura do material do solo, determinada por qualquer agente cimentante que no seja mineral de argila, tais como: carbonato de clcio, slica, xidos ou sais de ferro e, ou, alumnio. Tipicamente, a cimentao no sofre alterao com o umedecimento, persistindo a dureza ou quebrajosidade quando molhado. 49

10. NDULOS E CONCREES So corpos cimentados que podem ser removidos intactos do solo e ocorrem principalmente em horizontes subsuperficiais. As concrees mais comuns so as de acumulao de: xidos de ferro ou ferro e alumnio cor ferruginosa xidos de mangans cor preta Carbonato de clcio cor branca.

11. CONTEDO DE CARBONATOS O contedo de carbonatos avaliado no campo pela efervescncia dos carbonatos presentes no solo quando em contato com HCl 10 %. Essa efervescncia pode ser classificada como ligeira, forte ou violenta. 12. CONTEDO DE MANGANS O contedo de mangans avaliado no campo pela efervescncia dos compostos de mangans presentes no solo quando em contato com gua oxigenada. Essa efervescncia tambm pode ser classificada como ligeira, forte ou violenta. 13. EFLORESCNCIAS So ocorrncias de sais cristalinos sob forma de revestimentos, crostas e bolsas, aps perodo seco, nas superfcies dos agregados, nas fendas ou na superfcie do solo, podendo ter aspecto pulverulento, como p de giz. So constitudas principalmente por cloreto de sdio (que pode ser identificado pelo sabor salgado), sulfatos de clcio, magnsio e sdio e, mais raramente, por carbonatos de clcio. As eflorescncias de sais na superfcie do solo so mais comuns em solos afetados por sais da regio semi-rida brasileira, seja por um processo natural ou causada pelo manejo inadequado da irrigao.

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Captulo 8

ATRIBUTOS DIAGNSTICOS DOS HORIZONTES

VIII. ATRIBUTOS DIAGNSTICOS DOS HORIZONTES 1. INTRODUO Os horizontes que compe o perfil do solo podem ser classificados em horizontes pedogenticos e horizontes diagnsticos. O horizonte pedogentico corresponde a cada uma das camadas mais ou menos paralelas superfcie do terreno, resultantes dos processos pedogenticos, as quais, por isso, guardam relaes genticas entre si. Ex.: Horizontes H, O, A, E, B e C. O horizonte diagnstico, por sua vez, corresponde a uma seo do solo que apresenta determinadas caractersticas morfolgicas e atributos diagnsticos previamente estabelecidos por um sistema de classificao, fazendo com que esse horizonte seja utilizado como critrio para separar classes de solo de um sistema de classificao. Ex.: Horizontes A chernozmico, A hstico, B textural, B latosslico e B plnico, horizonte vrtico, horizonte glei e horizonte plntico. Nem todo horizonte pedogentico um horizonte diagnstico. Cada horizonte diagnstico identificado e distinguido dos demais por meio de caractersticas morfolgicas e atributos diagnsticos. 2. ATRIBUTOS DIAGNSTICOS DOS HORIZONTES 2.1. MATERIAL ORGNICO aquele constitudo essencialmente por materiais orgnicos em diversos estgios de decomposio, podendo estar associados a material mineral em propores variveis, de modo que os constituintes orgnicos impem preponderncia de suas propriedades sobre os constituintes minerais. O material de solo ser considerado como orgnico quando o teor de carbono avaliado na terra fina seca ao ar for maior ou igual 8 %. 2.2. MATERIAL MINERAL aquele formado, predominantemente, por compostos inorgnicos em vrios estgios de intemperismo. O material do solo considerado material mineral quando no satisfizer o requisito exigido para material orgnico (item 2.1). 2.3. ATIVIDADE DA FRAO ARGILA A atividade da frao argila (Targ) calculada multiplicando-se a CTC do solo a pH 7,0 por 100 e dividindo-se esse total pela percentagem de argila do solo [Targ = (CTC x 100)/% argila]. Se 52

um solo tiver um teor de argila de 40 % e uma CTC de 10 cmolc/kg de solo, a atividade da frao argila ser 25 cmolc/kg de argila. Por esse critrio, enquadra-se a frao argila do solo em: Argila de atividade alta (Ta) Targ 27 cmolc/kg de argila Argila de atividade baixa (Tb) Targ < 27 cmolc/kg de argila. A CTC do solo se refere capacidade de troca de ctions do solo determinada a pH 7,0, a qual calculada a partir do somatrio entre a soma de bases (SB) e a acidez potencial do solo (H + Al), expressas em cmolc/kg de solo. O valor da SB obtido pelo somatrio dos teores (cmolc/kg de solo) de Ca2+ + Mg2+ + K+ + Na+ trocveis. No confundir a CTC do solo a pH 7,0 (CTC ou T) com a CTC efetiva do solo (t). A CTC efetiva (cmolc/kg de solo), ou valor t, igual SB mais o teor de Al3+ trocvel. Em solos afetados por sais, como os que ocorrem no nordeste semi-rido do Brasil, necessrio subtrair do teor de cada ction trocvel, o seu respectivo teor no extrato de saturao do solo (solvel), antes de proceder ao clculo dos valores de CTC ou t. No Brasil, praticamente s os laboratrios de anlises qumicas de solos de rotina da regio nordeste determinam o teor de Na+ trocvel. Nas outras regies do pas, onde o Na+ praticamente ausente nos solos, esse elemento no determinado nas anlises qumicas de solos de rotina, excluindo-se o mesmo do clculo da soma de bases do solo. O critrio de atividade da frao argila no se aplica aos solos com teor de argila menor ou igual a 15 %. Para distino de classes de solos por este critrio, considerado o valor de Targ do horizonte B, ou no C, quando no existe B. 2.4. SATURAO POR BASES (V %) Refere-se proporo da CTC do solo que est ocupada pelas bases [V = (SB/CTC) x 100]. Por este critrio, os solos so classificados em: Eutrfico (alta saturao por bases) V 50 % Distrfico (baixa saturao por bases) V < 50 %. Conhecendo-se a CTC e a saturao por bases de um solo, possvel fazer inferncia sobre sua fertilidade ou capacidade de suprir nutrientes s plantas, especialmente Ca2+ + Mg2+ + K+. Todo solo frtil eutrfico, mas nem todo solo eutrfico frtil. Um solo eutrfico s ser frtil se a sua CTC for elevada. Como em solos tropicais muito intemperizados a CTC geralmente baixa, pequenos valores de soma de bases (baixa capacidade de suprimento de nutrientes para as plantas) fazem com que a saturao por bases desses solos seja elevada e, portanto,

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conferindo aos mesmos o carter eutrfico sem serem solos frteis. O quadro a seguir mostra diversas situaes que podem ocorrer na prtica:

Saturao por bases Distrfico Distrfico Eutrfico Eutrfico

CTC Baixa Alta Baixa Alta

Fertilidade do solo Baixa Baixa Baixa Alta

Ocorrncia mais comum Latossolos e Argissolos sob clima quente e mido Solos com carter altico do Sul do Brasil Latossolos e Argissolos sob clima semirido ou sob clima mido, mas originados de rochas ricas em nutrientes Luvissolos, Chernossolos e Vertissolos

Para distino entre classes de solos pelo critrio da saturao por bases considerado o valor V no horizonte diagnstico subsuperficial (B ou C). Na ausncia destes horizontes a aplicao do critrio definida para cada classe especfica. 2.5. CARTER CRICO O carter crico ocorre quando a CTC efetiva (t) for menor ou igual a 1,5 cmolc/kg de argila e quando for atendida a pelo menos uma das seguintes situaes: pH KCl 1 N 5,0 pH 0 (pH = pH KCl pH H2O). 2.6. CARTER ALUMNICO Refere-se condio em que o solo se encontra dessaturado de bases e rico em Al3+, caracterizado pelo teor de Al3+ 4 cmolc/kg de solo, associado a valores de atividade da frao argila (Targ) < 20 cmolc/kg de argila, alm de apresentar saturao por alumnio (m) 50 % e/ou saturao por bases (V) < 50 %. A saturao por alumnio calculada pela frmula: m = [(Al3+/t) x 100]. Para a distino de solos mediante este critrio considerado o teor de Al3+ no horizonte B, ou no horizonte C na ausncia do horizonte B. 2.7. CARTER ALTICO Refere-se condio em que o solo se encontra dessaturado de bases e rico em Al3+, caracterizado pelo teor de Al3+ 4 cmolc/kg de solo, associado a valores de atividade da frao argila (Targ) 20 cmolc/kg de argila, alm de apresentar saturao por alumnio (m) 50 % e/ou saturao por bases (V) < 50 %. 54

Para a distino de solos mediante este critrio considerado o teor de Al3+ no horizonte B, ou no horizonte C quando o solo no tem horizonte B ou no horizonte A quando o solo apresenta seqncia A R. 2.8. CARTER UTRICO Usado para distinguir solos que apresentam pH (H2O) 5,7, conjugado com valor de soma de bases (SB) 2,0 cmolc/kg de solo dentro da seo de controle que define a classe. 2.9. CARTER SOLDICO Usado para distinguir horizontes ou camadas de solos que apresentam percentagem de sdio trocvel (PST) variando de 6 a menos de 15 % (6 PST < 15 %) em alguma parte da seo de controle que define a classe. A percentagem de sdio trocvel calculada pela frmula: PST = [(Na+/CTC) x 100]. 2.10. CARTER SDICO Usado para distinguir horizontes ou camadas de solos que apresentam percentagem de sdio trocvel maior ou igual a 15 % (PST 15 %) em alguma parte da seo de controle que define a classe. 2.11. CARTER SALINO Usado para distinguir horizontes ou camadas de solos que apresentam condutividade eltrica do extrato de saturao do solo (CEes) variando de 4 a menos que 7 dS/m (4 CEes < 7 dS/m), em alguma poca do ano. O carter salino uma propriedade do solo referente presena de sais mais solveis em gua fria que o sulfato de clcio (gesso), em quantidade que interfere no desenvolvimento da maioria das culturas. 2.12. CARTER SLICO Usado para distinguir horizontes ou camadas de solos que apresentam condutividade eltrica do extrato de saturao do solo maior ou igual a 7 dS/m (CEes 7 dS/m), em alguma poca do ano. O carter slico uma propriedade do solo referente presena de sais mais solveis em gua fria que o sulfato de clcio (gesso), em quantidade txica maioria das culturas.

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2.13. CARTER CARBONTICO Propriedade referente presena de 15 % ou mais de CaCO3 equivalente no solo (CaCO3 15 %) sob qualquer forma de segregao, inclusive concrees, desde que no satisfaa os requisitos estabelecidos para horizonte clcico. 2.14. CARTER COM CARBONATO Propriedade referente presena de CaCO3 equivalente no solo sob qualquer forma de segregao, inclusive concrees, em quantidade variando de 5 a menos de 15 % (5 CaCO3 < 15 %). 2.15. MUDANA TEXTURAL ABRUPTA Consiste em um considervel aumento no teor de argila dentro de pequena distncia na zona de transio entre o horizonte A ou E e o horizonte subjacente B. Se o teor de argila do horizonte A ou E for menor que 20 %, o teor de argila do horizonte B dever ser pelo menos o dobro. Caso contrrio, se o teor de argila do horizonte A ou E for maior ou igual a 20 %, o incremento de argila no horizonte B deve ser pelo menos de 20 % a mais em valor absoluto (Ex.: de 30 % para 50 %, de 22 % para 42 %). 2.16. CARTER FLVICO Usado para solos formados sob forte influncia de sedimentos de natureza aluvionar, que apresentam um dos seguintes requisitos: Distribuio irregular ou errtica do teor de carbono orgnico em profundidade, no relacionada a processos pedogenticos, e/ou Camadas estratificadas em 25 % ou mais do volume de solo. 2.17. PLINTITA uma formao constituda da mistura de argila, pobre em carbono orgnico e rico em ferro ou ferro e alumnio, com gros de quartzo e outros materiais. Ocorre comumente sob a forma de mosqueados vermelho, vermelho-amarelo ou vermelho-escuro. A plintita se forma pela segregao de ferro, importando em mobilizao, transporte e concentrao final dos compostos de ferro. A plintita no endurece irreversivelmente como resultado de um nico ciclo de umedecimento e secagem. No solo mido a plintita macia, podendo ser cortada com a p. Quando submersa em gua, durante duas horas, a Plintita no esboroa, mesmo submetida a suaves agitaes peridicas.

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2.18. PETROPLINTITA Material normalmente proveniente da plintita, que sob efeito de ciclos repetitivos de umedecimento e secagem sofre consolidao irreversvel, dando lugar formao de ndulos ou de concrees ferruginosas (Ironstone, concrees laterticas, canga, tapanhoacanga, piarra, tau) de dimenses e formas variadas (Laminar, nodular, esferoidal ou irregular) individualizadas ou aglomeradas. 2.19. CARTER PLNTICO Usado para distinguir solos que apresentam plintita em quantidade ou espessura insuficientes para caracterizar horizonte plntico, em um ou mais horizontes, em alguma parte da seo de controle que defina a classe. requerida plintita em quantidade mnima de 5 % por volume. 2.20. CARTER CONCRECIONRIO Termo usado para definir solos que apresentam petroplintita na forma de ndulos ou concrees em um ou mais horizontes dentro da seo de controle que defina a classe, em quantidade e/ou com espessura insuficientes para caracterizar horizonte concrecionrio. requerida petroplintita em quantidade mnima de 5 % por volume. 2.21. CARTER LITOPLNTICO Usado para definir solos que apresentam petroplintita na forma contnua e consolidada em um ou mais horizontes em alguma parte da seo de controle que defina a classe, cuja espessura do material ferruginoso insuficiente para caracterizar horizonte litoplntico. 2.22. CARTER ARGILVICO Usado para distinguir solos que tm concentrao de argila no horizonte B, expressa por gradiente textural (B/A) maior ou igual a 1,4 e/ou iluviao de argila evidenciada pela presena de cerosidade moderada ou forte e/ou presena no sequum de horizonte E sobrejacente a horizonte B (no espdico), dentro da seo de controle que defina a classe. 2.23. CARTER PLNICO Usado para distinguir solos intermedirios com Planossolos, ou seja, com horizonte adensado e permeabilidade lenta ou muito lenta, cores acinzentadas ou escurecidas, neutras ou prximo delas, ou com mosqueados de reduo, que no satisfazem os requisitos para horizonte plnico e que ocorrem em toda a extenso do horizonte, excluindo-se horizonte com carter plntico.

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2.24. CARTER COESO Usado para distinguir solos com horizontes pedogenticos subsuperficiais adensados, muito resistentes penetrao da faca ou martelo pedolgico e que so muito duros a extremamente duros quando secos, passando a friveis ou firmes quando midos. Uma amostra mida quando submetida compresso, deforma-se lentamente, ao contrrio do fragip, que apresenta quebradicidade (desintegrao em fragmentos menores). O carter coeso comumente observado nos horizontes transicionais AB e, ou, BA, entre 30 e 70 cm da superfcie do solo, podendo prolongar-se at o Bw ou coincidir com o Bt, no todo em parte. Uma amostra de horizonte com carter coeso, quando seca, desmancha-se ao ser imersa em gua. 2.25. CARTER DRICO Utilizado para caracterizar solos que apresentem cimentao forte em um ou mais horizontes dentro da seo de controle que define a classe, incluindo-se solos com presena de durip, ortstein e outros horizontes com cimentao forte que no se enquadrem na definio de horizontes litoplntico, concrecionrio e petroclcico. 2.26. CARTER VRTICO Presena de slickensides (superfcies de frico), fendas, ou estrutura cuneiforme e, ou, paralepipdica, em quantidade e expresso insuficientes para caracterizar horizonte vrtico. 2.27. SUPERFCIE DE FRICO (SLICKENSIDES) Superfcies alisadas e lustrosas, apresentando na maioria das vezes estriamento marcante, produzido pelo deslizamento e atrito da massa do solo, causado por movimentao devido forte expansibilidade do material argiloso por umedecimento. So superfcies tipicamente inclinadas, em relao ao prumo dos perfis. 2.28. CONTATO LTICO Refere-se presena de material mineral extremamente resistente subjacente ao solo, exclusive horizonte petroclcico, horizonte litoplntico, durip e fragip. Sua coeso de tal ordem que mesmo quando mido torna a escavao com a p reta impraticvel ou muito difcil, o que dificulta a penetrao de gua e razes. Esse material pode ser a rocha s ou rochas fracamente alteradas (R) ou o saprlito pouco alterado (CR).

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2.29. CONTATO LTICO FRAGMENTRIO Refere-se a um tipo de contato ltico em que o material endurecido subjacente ao solo encontra-se fragmentado, usualmente, em funo de fraturas naturais, possibilitando a penetrao de razes e a livre circulao de gua. 2.30. MATERIAIS SULFDRICOS So aqueles que contm compostos de enxofre oxidveis e ocorrem em solos de natureza mineral ou orgnica, localizados em reas encharcadas, com valor de pH maior que 3,5, os quais, se incubados na forma de camada com 1 cm de espessura, sob condies aerbicas midas, mostram um decrscimo no pH de 0,5 ou mais unidades para um valor de pH 4,0 ou menor no intervalo de at 8 semanas. Se um solo contendo materiais sulfdricos for exposto de alguma maneira s condies aerbicas, os sulfetos se oxidam e formam cido sulfrico, podendo baixar o pH, que normalmente est prximo da neutralidade antes da drenagem ou exposio, para valores abaixo de 3. O cido pode induzir a formao de sulfatos de ferro e de alumnio. O sulfato de ferro, jarosita, pode segregar, formando os mosqueados amarelos que comumente caracterizam o horizonte sulfrico. Materiais sulfdricos se acumulam em solo ou sedimento permanentemente saturados, geralmente com gua salobra. Materiais sulfdricos geralmente ocorrem em alagadios costeiros e prximos a foz de rios que transportam sedimentos no calcrios. 2.31. CARTER EPIQUICO Carter que ocorre em solos que apresentam lenol fretico superficial temporrio resultante da m condutividade hidrulica de alguns horizontes do solo. Essa condio de saturao com gua permite que ocorram os processos de reduo e segregao de ferro nos horizontes que antecedem o B e, ou, no topo deste, exibindo padres de cores associados estagnao de gua. 2.32. CARTER CRMICO O termo crmico usado para caracterizar modalidades de solos que apresentam, na maior parte do horizonte B, excludo o BC, predominncia de cores (amostra mida) conforme definido a seguir: Se o matiz for 5 YR ou mais vermelho (2,5 YR; 10 R; 7,5 R e 5 R) deve apresentar valor 3 e croma 4, ou

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Se o matiz for mais amarelo que 5 YR (7,5 YR; 10 YR; 2,5 Y e 5 Y), deve apresentar valores 4 a 5 e cromas 3 a 6. 2.33. CARTER EBNICO Diz respeito dominncia de cores escuras, quase pretas, na maior parte do horizonte diagnstico subsuperficial com predominncia de cores conforme definido a seguir: Para matiz 7,5 YR ou mais amarelo (10 YR; 2,5 Y e 5 Y): o Cor mida: valor < 4 e croma < 3 o Cor seca: valor < 6 Para matiz mais vermelho que 7,5 YR (5 YR; 2,5 YR; 10 R; 7,5 R e 5 R): o Cor mida: preto ou cinzento muito escuro (Munsell) o Cor seca: valor < 5 2.34. CARTER RBRICO Utilizado para solos das subordens Latossolos Brunos e Nitossolos Brunos, que apresentam em alguma parte da seo de controle que define a classe, cor mida amassada com matiz mais vermelho que 5 YR (2,5 YR; 10 R; 7,5 R e 5 R), valor na amostra mida menor que 4 e na amostra seca, com apenas uma unidade a mais. 2.35. TEOR DE XIDOS DE FERRO (Fe2O3) Hipofrrico Fe2O3 < 8 % (Baixo) Mesofrrico 8 Fe2O3 < 18 % (Mdio) Frrico 18 Fe2O3 < 36 % (Alto) Perfrrico Fe2O3 36 % (Muito). 2.36. GRAU DE DECOMPOSIO DO MATERIAL ORGNICO Os seguintes atributos so utilizados na ordem dos Organossolos: Material orgnico-fbrico: o Constitudo de fibras, facilmente identificveis como de origem vegetal Material orgnico-hmico: o Material em estgio de decomposio intermedirio entre fbrico e sprico Material orgnico-sprico: o Material em estgio avanado de decomposio.

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3. OUTROS ATRIBUTOS Estes atributos, por si s, no diferenciam classes de solos, mas so caractersticas importantes que auxiliam na definio das mesmas. 3.1. CEROSIDADE a concentrao de material inorgnico, na forma de preenchimento de poros ou de revestimentos de unidades estruturais (agregados ou peds) ou de partculas de fraes grosseiras (gros de areia), que se apresentam em nvel macromorfolgico com aspecto lustroso e brilho graxo. Pode ser resultante do revestimento por material inorgnico, freqentemente argila e, ou, do re-arranjamento de partculas nas superfcies das unidades estruturais. A cerosidade observada com maior facilidade com o auxlio de lupas de pelo menos 10 X de aumento. 3.2. SUPERFCIE DE COMPRESSO So superfcies alisadas, virtualmente sem estriamento, provenientes de compresso na massa do solo em decorrncia de expanso do material, podendo apresentar certo brilho quando midas ou molhadas. Ao contrrio das superfcies de frico (slickensides), as superfcies de compresso no tm orientao preferencial inclinada em relao ao prumo do perfil e usualmente no apresentam essa disposio. 3.3. GILGAI o microrelevo tpico de solos argilosos que tm um alto coeficiente de expanso com aumento do teor de gua do solo. Consiste em salincias convexas distribudas em reas quase planas ou configuram feio topogrfica de sucesso de pequenas depresses e elevaes, muito comuns em Vertissolos. 3.4. AUTOGRANULAO (SELF- MULCHING) Propriedade inerente a alguns materiais argilosos que se manifesta pela formao de camada superficial de agregados geralmente granulares e soltos, fortemente desenvolvidos, resultantes de umedecimento e secagem. Quando destrudos pelo uso de implementos agrcolas, os agregados se recompem normalmente pelo efeito de apenas um ciclo de umedecimento e secagem. 3.5. RELAO SILTE/ARGILA calculada dividindo-se o teor de silte pelo teor de argila, obtidos da anlise granulomtrica. Serve como base para avaliar o grau de intemperismo em solos de regies tropicais e empregada em solos de textura franco arenosa ou mais fina. Essa relao usada para diferenciar horizonte B latosslico de B incipiente, quando eles apresentam caractersticas 61

morfolgicas semelhantes, principalmente para solos cujo material de origem pertence ao cristalino (rochas granticas e gnissicas). 3.6. MINERAIS ALTERVEIS So aqueles instveis em clima mido, em comparao com outros minerais, tais como quartzo e argilas do grupo das caulinitas, e que, quando se intemperizam, liberam nutrientes para as plantas e, ou, ferro ou alumnio. Os minerais considerados minerais alterveis so os seguintes: Minerais da frao argila: Inclui todas as argilas 2:1, exceto a clorita aluminosa interestratificada. A sepionita, o talco e a glauconita tambm so considerados minerais alterveis, ainda que nem sempre pertencem frao argila. Minerais da frao silte e areia: So feldspatos, feldspatides, minerais ferromagnesianos, vidros vulcnicos,