apostila de filosofia - terceiro ano regular e eja - ensino médio

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Curso de Filosofia Terceiro Ano Ensino Médio Apostila para o Curso de Filosofia ministrado para o Terceiro ano regular e EJA do Ensino Médio Professor Antonio Marques

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Curso de Filosofia Terceiro Ano Ensino Médio

Apostila para o Curso de Filosofia ministrado para o Terceiro ano regular e

EJA do Ensino Médio

Professor Antonio Marques

Apostila de Filosofia – 2015

Prof. Antonio Marques

Facebook: Antonio Marques Whatsapp: 9634.0288

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SUMÁRIO UMA CONVERSA INICIAL

RESPEITO, SILÊNCIO E

COOPERAÇÃO

Não nos distraiam

Pergunte sempre que preciso:

OBJETIVOS DA MINHA PRÁTICA

PEDAGÓGICA

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

METODOLOGIA / ESTRAGÉGIA DE

AÇÃO

AVALIAÇÃO

POR QUE FILOSOFIA?

UM MODELO POSSÍVEL: GRÁFICO DA

HISTÓRIA DA FILOSOFIA

PROGRAMAÇÃO SIMPLIFICADA

PROGRAMAÇÃO TEMÁTICA

ATIVIDADE EXTRA 1: Contrato tácito entre

as pessoas que se conformam

ATIVIDADE EXTRA 2: O Direito de Sonhar -

Eduardo Galeano

ATIVIDADE EXTRA 3: O Último Discurso -

Charles Chaplin

ATIVIDADE EXTRA 4: REDAÇÃO: Assista ao

filme Waking Life (2001), EUA, de Richard

Linklater.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SUGESTÕES DE VÍDEOS, FILMES,

DOCUMENTÁRIOS, MÚSICAS

CALENDÁRIO DE LUTAS

Bibliografia Sugerida

Filmografia Sugerida

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UMA CONVERSA INICIAL: Meu trabalho no estado de Minas Gerais é ser professor de filosofia. Recebo meu salário, pago por todos os contribuintes, com a condição de que eu ensine esta disciplina. Uma das maneiras de ensiná-la é apresentando algumas das dúvidas e reflexões que os filósofos ao longo da história da filosofia tiveram. Como são 2500 anos de história não é possível ver todos. Os critérios que utilizo para escolher um filósofo em detrimento de outro é a sua relevância e influência que pode ser percebida pelos livros didáticos, pelos programas de vestibulares e Enems e pelos parâmetros curriculares nacionais. A escolha de um filósofo não é pessoal. Não apresento para vocês apenas as ideias que eu concordo. Tento ser o máximo fiel às ideias de cada autor e cabe a cada um de nós, de modo independente, avaliá-las e aceitá-las ou não. Seria uma desonestidade da minha parte se eu apresentasse apenas os filósofos e/ou ideias que eu concordasse ou que os agradasse. A filosofia é muito mais um espaço para dúvidas do que para as certezas. Estas vocês devem procurar em outros espaços. O que mais há neste mundo são ―certezas‖. Também gostaria que compreendessem que apesar de haver liberdade de pensamento, de haver liberdade para cada um crer naquilo que quiser, as ideias não são todas iguais, muito menos são indiferentes ao nosso destino social, político, econômico, histórico, biológico,etc. Por exemplo: posso acreditar que tenho habilidade para voar, mas talvez ao pular do décimo andar de um prédio eu perceba que minha ideia não estava tão certa assim; posso acreditar que ao construir uma ponte, posso substituir o cimento por isopor, mas irei perceber que minhas crenças não terão a funcionalidade esperada; posso acreditar que aqueles que não creem no mesmo deus que eu, são infiéis e devem ser eliminados da face da terra, mas esta ideia teria uma consequência desagradável para muitas pessoas. Então, por favor, façam um pouquinho de esforço e tentem compreender que as ideias, não são apenas ideias e que tudo que há de concreto no mundo e que é feito e construído pelos humanos possuem relações diretas com as ideias.

RESPEITO, SILÊNCIO E COOPERAÇÃO

Prezados alunos e alunas,

Deixe os únicos 50 minutos por semana para a Filosofia para falarmos de Filosofia. Tenham calma, dediquem um pouco, leiam um pouco mais e entenderão que a Filosofia tem algo de importante a nos dizer.

As minhas aulas são o trabalho que presto para a sociedade, para você, sua família e toda a sociedade. Preciso e quero realizar minhas aulas cada vez melhor. Peço que cooperem para fazermos um bom trabalho. Isto é o melhor para todos nós.

Em toda e qualquer relação é preciso respeito, na relação professor-alun@s, não é diferente. É preciso respeito em sala, de todo e qualquer alun@, assim como também preciso respeitar.

Ao desrespeitar o professor, você está desrespeitando a tod@s. Isto entristece, superficializa e dificulta o Ensino.

Não nos distraiam:

• Deixe o celular por um momento. Deixe para usar a tecnologia de comunicação a distância quando não houver demanda por comunicação presencial. É isto que ocorre em sala de aula durante uma aula, ocorre um processo comunicacional. Participe dele. Ouvindo, compreendendo, complementando, perguntando, opinando.

• Não fique virando ou virado para trás.

• Não saia da sala sem antes comunicar. Estas atitudes impedem que o ambiente seja o mais adequado para a realização

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do propósito, que é o processo-de-tentar-ensinar-filosofar-estudar-aprender...

• Quem não quer cooperar e ainda assim quer ficar em sala de aula: dormindo ou estudando, não é adequado, mas desde que ―não‖ faça barulho, nem movimento, eu compreendo, mas ficar em sala, no coletivo e sabotar o coletivo, atrapalhar e dificultar a aula...Isto não! Conto com todos vocês! Pergunte sempre que preciso:

• Pergunte, mas não fale em particular. A conversa em aula é coletiva. Tente isto!

• Pergunte sempre que estiver com uma dúvida verdadeira.

• Evite perguntas que fuja do assunto em pauta no momento.

• Pergunte em sala, pergunte pessoalmente, pelo face (no grupo ou inbox), por e-mail e pelo whatsapp.

Sugestão de Música: Fala – Secos e Molhados

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OBJETIVOS DA MINHA PRÁTICA PEDAGÓGICA:

Ministrar um curso da história do pensamento filosófico;

Preparar os estudantes para os exames: Enem, Vestibular e avaliações internas;

Pautar assuntos relevantes para os estudantes;

Estimular a reflexão filosófica, o questionamento das próprias ideias e valores e o contínuo exame e consideração dos dados disponíveis;

Estimular a reflexão em torno de todas as formas de discriminação – sexual, étnica, racial, por orientação sexual.

Fazer da sala de aula e da sociedade como um todo um espaço de troca de saberes e fazeres;

Ter no diálogo o instrumento de humanização ao comprometer-se com a libertação dos sujeitos da condição de ―seres para o outros‖ passando a condição de ―seres para si‖;

Desenvolvimento da autonomia individual como sujeitos de direitos. Os sujeitos de direito são indivíduos que se reconhecem nos demais seres humanos como iguais também como sujeitos que devem ter sua autonomia e diversidade respeitadas, valorizam a solidariedade e são pessoas que estão preparadas para estar em permanente vigilância em defesa da dignidade humana.

Construção de um espaço pedagógico democrático capaz de formar cidadãos e cidadãs ativas;

Preocupação com a consolidação da democracia resultante de projetos coletivos e lutas por justiça e paz.

Recuperar a alegria em ser-humano e a ―utopia possível‖.

Norteiar a reflexão sobre a experiência tomando como pressuposto a ideia de totalidade e do materialismo histórico dialético, articulada a estudos sobre os modos de produção, antagonismos sociais e relações de poder.

Analisar as demandas pautadas pela ação dos movimentos sociais contemporâneos que, pelo processo civilizatório que desencadeiam, indagam a história em busca das causas estruturantes dos problemas hoje vivenciados.

Dar um sentido ético e político ao trabalho, à formação escolar e à atuação profissional.

Empregar o tempo da vida e o espaço da formação para capacitar atores sociais que ajudem a construir outra realidade possível.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES:

Refletir criticamente os problemas do mundo contemporâneo;

Desenvolver a compreensão de si mesmo como um bem social, histórico e em processo de autoprodução;

Ler de maneira filosófica, textos de diferentes estruturas e registros;

Elaborar textos reflexivos;

Debater, assumindo uma posição, defendendo-a através de argumentos significativos e mudando de posição diante de argumentos mais consistentes;

Articular conhecimentos filosóficos e diferentes conhecimentos presentes nas ciências naturais e humanas, nas artes e em outras produções culturais;

Contextualizar conhecimentos filosóficos, nos planos de sua origem específica, sócio-política, histórica, cultural e científico tecnológico;

Diferenciar a filosofia de outros tipos de conhecimento, apontando para sua utilidade, compreender que o seu surgimento se dá a partir do pensamento crítico;

Dialogar sobre os filósofos, buscando perceber seus questionamentos, bem como suas características essenciais;

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METODOLOGIA / ESTRAGÉGIA DE AÇÃO

Exposição oral e sistemática das ideias dos filósofos;

Leitura e análise de textos em sala;

Elaboração de estudos dirigidos e pesquisas extra-sala;

Fazer uso de vídeos e músicas,

Preocupação com a coerência entre discurso e prática;

Metodologia de investigação participativa em que a pergunta é utilizada como meio de descoberta conjunta;

O Processo educativo não é para os/as estudantes, mas com as/os estudantes;

Apresentar o contexto sócio-histórico de constituição, formação e desenvolvimento das ideias filosóficas;

Apresentar visão globalizante dos problemas, pela perspectiva multidisciplinar;

Facilitar a aprendizagem, inter-relacionando conteúdos;

Deixar claro os objetivos da aula;

Estruturar o tempo conforme a relevância e complexidade do assunto;

Abordar os principais elementos da temática em questão;

Consolidar ideias principais;

Utilizar exemplos relevantes;

Facilitar a síntese do conteúdo;

Reflexão associada à prática. A reflexão deve se dar por uma participação democrática dos sujeitos refletindo a legítima organização social para a liberdade;

Enfoque pedagógico problematizador e crítico;

Apresentação de seminários;

Participação em projetos e eventos extra-classe;

AVALIAÇÃO: A avaliação será contínua e permanente e para todas as aulas será atribuído nota. O processo avaliativo retroalimentará o processo de ensino-aprendizado, servindo como um diagnóstico, que possibilite a correção das falhas e como

parâmetro para prognósticos que vise prever novas.

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POR QUE FILOSOFIA?

―Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às ideias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes.‖ Marilena Chauí ―Do que você precisa, acima de tudo, é de não se lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles foram meus, não seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito a mim não teríamos talvez dois corpos distintos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição venha a pensar o mesmo que eu; mas nessa altura já o pensamento lhe pertence. São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de não se

conformarem‖. Agostinho da Silva, Sete Cartas a um Jovem Filósofo, 1945 ―O que é um filósofo? É alguém que pratica a filosofia, que se serve da razão para tentar pensar o mundo e a sua própria vida, a fim de se aproximar da sabedoria ou da felicidade. E isso se aprende na escola? Tem de ser aprendido, já que ninguém nasce filósofo e já que a filosofia é, antes de mais nada, um trabalho. Tanto melhor, se ele começar na escola. O importante é começar, e não parar mais. Nunca é cedo demais nem tarde demais para filosofar, dizia Epicuro [...]. Digamos que só é tarde demais quando já não é possível pensar de modo algum.‖ COMTE-SPONVILLE, André. Dicionário Filosófico. São Paulo: Martins Fontes, 1991. p.79. "A tarefa da filosofia não é fornecer respostas ou soluções, mas sim submeter as próprias perguntas ao exame crítico; de nos fazer ver como a própria forma pela qual percebemos um problema é um o bstáculo para sua solução. Assim, pode-se dizer que a principal função do intelectual público hoje é fazer com que as pessoas façam as perguntas certas."— Slavoj Žižek

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UM MODELO POSSÍVEL: GRÁFICO DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA

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Segue abaixo, de modo simplificado os Filósofos que pretendo apresentar-ensinar-aprender em 2015. A proposta está aberta para sugestões. Tem algum outro filósofo ou filósofa, deste período, que você gostaria que fosse incluído na lista? Com poucas exceções, os Filósofos estão organizados em ordem cronológica por ser a mais simples, facilitando as convergências de compreensão. A apresentação nesta ordem não impede de estabelecer o máximo de conexões, tanto com os pensadores do futuro, quanto do passado.

PROGRAMAÇÃO SIMPLIFICADA - 2015

PERÍODO HISTÓRICO TEMA OU FILÓSOFO

DATA

IDADE MODERNA (1453 – 1789)

Kant 1724 - 1804

Hegel 1770 - 1831

IDADE CONTEMPORÂNEA

(1789 – 2000)

Kierkegaard 1813 - 1855 Marx 1818 - 1883

Nietzsche 1844 - 1900

Sartre 1905 - 1980

Michel Foucault 1926 - 1984

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PROGRAMAÇÃO TEMÁTICA KANT (1724 – 1804) BIOGRAFIA EPISTEMOLOGIA: o problema do conhecimento humano

O que podemos conhecer?

Superou a dicotomia: racionalismo-empirismo

Formas à priori da sensibilidade: espaço e tempo.

Formas à priori do entendimento: as categorias.

Nova Revolução Copernicana

Fenômenos e Noumenons

O conhecimento empírico (a posteriori)

O conhecimento puro (a priori)

Juízo analítico

Juízo sintético a posteriori

Juízo sintético a priori

A metafísica é impossível como ciência

ÉTICA

Crítica da Razão Prática: o que devemos fazer?

A menoridade humana e o esclarecimento

Imperativo Categórico e Imperativo Hipotético

Os deveres

HEGEL (1770 – 1831)

Biografia

Espírito ou Ideia: o verdadeiro protagonista da história

A Liberdade como móbile da história

História: como processo de contradição e negações, todas necessárias,

Liberdade,

O Estado: como resultado final da História

Astúcia da razão: como a Ideia atinge seus objetivos por meio da ação dos indivíduos: particulares e passionais

A dialética: tese, antítese e síntese,

A racionalidade do real e a inexistência de acaso

O Todo como o verdadeiro e a interrelação de todos os acontecimentos,

A Filosofia enquanto ponto culminante do movimento dialético,

KIERKEGAARD (1813 – 1855)

Vida e obra,

Crítica Kierkegaardiana à filosofia de Hegel

Estágios do Caminho: estético, ético e religioso

MARX (1818 – 1883)

Biografia:

Marxismo

Radical:

Humanismo:

Internacionalismo:

Manifesto Comunista

Influências: Economia política clássica (Adam Smith e David Ricardo)

Idealismo

Socialismo utópico

Materialismo Histórico Dialético: Materialismo

Para além do empirismo

Capitalismo

Modo de produção: relações de produção e forças produtivas

Infra-estrutura e Superestrutura: Infra-estrutura

Classes sociais e Luta de Classe

Estado

Assalariamento

Mais-valia: Mais-valia absoluta e Mais-valia relativa

Fetiche da Mercadoria

Trabalho e sua divisão social

Alienação

Ideologia

Religião

Práxis: o fazer história racionalmente

História

Revolução

Reformismo

Emancipação

Socialismo e Estado dos Trabalhadores

Comunismo

Crítica ao Anarquismo

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Dinheiro

Ecologia

Racionalista

Stalinismo NIETZSCHE (1844 – 1900)

Valor dos valores,

Abstrações e intuições,

Perspectivismo,

Crítica ao Cristianismo e à igreja,

Genealogia:a origem dos valores. JEAN-PAUL SARTRE (1905 – 1980)

Biografia

Matrizes

Contexto Histórico

Humanismo

O Em-si (Hegel)

O Para-si

Existência precede a essência

Não há deus

Liberdade

Condicionantes ou Índices de adversidade

O outro como inferno e o outro como chave/espelho

Angústia

Má-fé

Responsabilidade

Absurdo e contingência (A náusea)

Moral laica

Consciência como Intencionalidade

Epistemologia

Ética

Index

Totalidade

Psique

Compreensão

Personalidade

Projeto

Obra MICHEL FOUCAULT (1925 – 1984)

Biografia,

Temas,

Filiação filosófica,

História da loucura,

Em defesa da sociedade,

Biopoder, Liberdade,

O Sujeito e o Poder,

Panóptico,

Recepção

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IMMANUEL KANT (1724-1804)

BIOGRAFIA: Kant era profundamente religioso e viveu uma vida metódica dedicada ao estudar e ensinar.

Professor secundário de geografia,

Em 1755 começa a carreira universitária ensinando Ciências Naturais.

Em 1770 foi nomeado professor catedrático da Universidade de Königsberg, cidade da qual nunca saiu, levando uma vida monotonamente pontual e só dedicada aos estudos filosóficos.

Realizou numerosos trabalhos sobre ciência, física, matemática, etc.

Kant nasceu, viveu e morreu em Königsberg (atual Kaliningrado), na altura pertencente à Prússia.

Teve uma educação austera numa escola pietista, que frequentou graças à intervenção de um pastor.

Ele foi um cristão devoto por toda a sua vida.

Kant foi um respeitado e competente professor universitário durante quase toda a vida, mas nada do que fez antes dos 50 anos lhe garantiria qualquer reputação histórica.

Viveu uma vida extremamente regulada: o passeio que fazia às 15:30 todas as tardes era tão pontual que as mulheres domésticas das redondezas podiam acertar os relógios por ele.

Era considerado uma pessoa muito sociável: recebia convidados para jantar com regularidade.

EPISTEMOLOGIA: o problema do conhecimento humano Na sua obra ―Crítica da Razão Pura‖, Kant desenvolve sua teoria epistemológica baseado na

pergunta: “O que podemos conhecer?”. Ele avalia as possibilidades e os limites da razão.

Superou a dicotomia: racionalismo-empirismo. Empirista: tudo que conhecemos vem dos

sentidos. Racionalista: tudo que pensamos vem de nós mesmos. Hume: o despertou de um ―sono dogmático‖ onde está mergulhado os filósofos que não se questionavam se as ideias da razão correspondem mesmo à realidade. Kant operou, na epistemologia, uma síntese entre o racionalismo de René Descartes onde impera a forma de raciocínio dedutivo, e a tradição empírica inglesa de David Hume, John Locke, e George Berkeley que valoriza a indução.

Todo conhecimento começa com a experiência (Nenhum conhecimento precede a experiência.), mas nem todo conhecimento se origina da experiência (a priori).

Há formas à priori da sensibilidade e do entendimento.

Entendimento é a capacidade de julgar, de pensar e de produzir conceitos.

As formas à priori da sensibilidade são o espaço e o tempo. O espaço é a priori, não deriva da experiência, mas é sua condição de possibilidade. Podemos pensar o espaço sem coisas,

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mas não coisas sem espaço. O espaço é o objeto de intuição e não conceito. Na apresentação "transcendental" do espaço, Kant determina as condições subjetivas ou transcendentais da objetividade. Se o conhecimento é relação, ou relacionamento (do sujeito com o objeto), não, pode conhecer as coisas "em si", mas "para nós". A geometria pura, quando aplicada, coincide totalmente com a experiência, porque o espaço é a forma a priori da sensibilidade externa. O tempo é, também, a priori. Podemos concebê-lo sem acontecimentos, internos ou externos, mas não podemos conceber os acontecimentos fora do tempo. O tempo e o espaço são, pois formas à priori da sensibilidade interna e externa. As condições de possibilidade do conhecimento sensível são, portanto, as formas a priori da sensibilidade. Tente imaginar alguma coisa que existe fora do tempo e que não tem extensão no espaço. A mente humana não pode produzir tal ideia. Nada pode ser percebido exceto através destas formas, e os limites da física são os limites da estrutura fundamental da mente. Assim, já vemos que não podemos conhecer fora do espaço e do tempo.

As formas à priori do entendimento são as categorias. As Categorias são conceitos puros, a priori, sem conteúdo, anteriores à experiência, e que, por isso, a tornam possível. São em número de 12: a unidade, a pluralidade, a totalidade, a essência, a negação, a limitação, a substância, a causalidade, a ação recíproca, a possibilidade, a existência e a necessidade.

Idealismo transcendental: Kant denominou a filosofia crítica de "idealismo transcendental".

(Transcendental: o que dá a possibilidade da experiência. Conceitos a priori dos objetos.)

Revolução Copernicana: Tal como Copérnico revolucionou a astronomia ao mudar o ponto

de vista (Não é o sol que gira em torno da terra), a filosofia crítica de Kant pergunta quais as condições a priori para que o nosso conhecimento do mundo se possa concretizar. Os objetos regulam pela estrutura do nosso conhecimento. Não é o objeto que determina o sujeito, mas o sujeito que determina o objeto.

Para Kant há os Fenômenos e os Noumenons.

Fenômeno. Kant afirma, em síntese, que não somos capazes de conhecer inteiramente os

objetos reais visto que o nosso conhecimento sobre os objetos reais é apenas fruto do que somos capazes de pensar sobre eles. Fenômeno é aquilo que nos aparece. Os fenômenos da realidade objetiva, por serem incapazes de se mostrar aos homens exatamente tais como são, não aparecem como coisas-em-si, mas como representações subjetivas construídas pelas faculdades humanas de cognição.

Noumenon é aquilo que é pensado, a ―coisa em si‖, ideias da razão para as quais a experiência não nos dá o conteúdo necessário. Pode ser pensado, mas não pode ser conhecido. São os objetos da metafísica: alma, mundo e Deus. A razão humana, não pode evitar as questões metafísicas, pois lhe são impostas pela sua natureza, mas também não pode respondê-las por ultrapassarem suas possibilidades. (Immanuel, Kant. Crítica da razão pura. (Prefácio da primeira edição, 1781. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994. p.3.). Por isto a metafísica é fonte de intermináveis disputas.

O conhecimento empírico (a posteriori): aquele que se refere aos dados fornecidos pelos

sentidos, isto é, que é posterior a experiência. Ex: este livro tem a capa verde.

O conhecimento puro (a priori): aquele que não depende de quaisquer dados dos sentidos,

ou seja, que é anterior a experiência, nascendo somente de uma operação racional. Ex: duas linhas paralelas se encontram no mesmo espaço.

O conhecimento puro conduz a juízos universais e necessários, enquanto o conhecimento empírico não possui essa característica. Os juízos são classificados por Kant em dois tipos:

Juízo analítico: aquele em que o predicado já está contido no sujeito. Quando se nega

o sujeito, se nega o predicado. E vice - versa. São fundados no princípio de identidade, o predicado aponta um atributo contido no sujeito. Tais juízos independem da experiência, são universais e necessários. Ex.: o quadrado tem quatro lados e quatro ângulos internos. O triângulo tem três lados. Todo corpo é extenso.

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Juízo sintético: aquele em que o predicado não está contido no sujeito. Não se pode chegar

à verdade por pura análise de suas proposições, consistia em ampliar o conhecimento; era um juízo extensivo. Esses juízos se dão a posteriori a experiência. Precisamos experimentar para saber se são verdadeiros. Ex: os corpos se movimentam. O calor dilata os corpos. Se falarmos ―os corpos‖ somente, fica a interrogação, pois podem estar em movimento ou parados. Assim, os juízos sintéticos enriquecem nossas informações e ampliam o nosso conhecimento.

Por fim analisando o valor de cada juízo, Kant distingue três categorias: Juízo analítico:

como no exemplo ―O quadrado tem quatro lados‖, essa afirmação é um juízo universal e necessário, mas serve apenas para tornar mais claro, para explicitar aquilo que já se conhece, portanto não conduz a conhecimentos novos;

Juízo sintético a posteriori: como no exemplo ―Este livro é verde‖, essa afirmação amplia o

conhecimento sobre o sujeito, mas sua validade está condicionada ao tempo e ao espaço que se dá a experiência, portanto, não constitui um juízo universal e necessário;

Juízo sintético a priori: como no exemplo ―A linha reta é o menor caminho entre dois

pontos‖, essa informação acrescenta informações novas ao sujeito, possibilitando uma ampliação do conhecimento. E como não está limitado pela experiência, é um juízo universal e necessário. Assim, como são possíveis juízos sintéticos a priori? São possíveis porque há uma faculdade da razão - o entendimento - que nos fornece categorias a priori - como causa e efeito - que nos permitem emitir juízos sobre o mundo.

A metafísica é impossível como ciência: Nas célebres, "antinomias", Kant mostra que a

razão pura demonstra, "indiferentemente", a finitude e a infinitude do universo, a liberdade e o determinismo, a existência e a inexistência de Deus.

Influências da Crítica da razão pura

Materialistas (Feuerbach) A matéria é anterior ao espiritual e o determina

Positivistas (Conte) A ciência é a forma mais adequada de conhecimento

Idealistas (Fichte, Schelling e Hegel)

A razão impõe formas à priori ao conteúdo da experiência

ÉTICA Na sua obra ―Crítica da Razão Prática‖, Kant desenvolve sua teoria ética e pergunta pelo que

devemos fazer, e para explicar a lei moral, ele resgata ideias metafísicas como pressupostos. Estas ideias são a liberdade e a autodeterminação do homem, a imortalidade da alma e a existência de Deus.

A menoridade humana e o esclarecimento: Em seu texto ―O que é ilustração‖ ou ―O que é o Iluminismo?‖ Kant define a palavra esclarecimento como a saída do homem de sua menoridade. Da qual o próprio homem é responsável. Kant define essa menoridade como a incapacidade do homem de fazer uso do seu próprio entendimento. A permanência do homem na menoridade se deve ao fato de ele não ousar pensar. A covardia, a preguiça e o comodismo são as causas que levam os homens a permanecerem na menoridade. Ilustração é "a saída do homem de sua menoridade". Kant sintetiza seu otimismo iluminista em relação à possibilidade de o homem seguir por sua própria razão, sem deixar enganar pelas crenças, tradições e opiniões alheias. Nesse processo de saída da menoridade o homem deve fundamentar sua própria maneira de agir, através da sua inteligência, sem a doutrinação ou tutela de outrem. O ser humano, como ser dotado de razão e liberdade, é o centro da filosofia kantiana. A razão é a autoridade final para a moralidade, as ações de qualquer tipo precisam partir de um sentido de dever ditado pela razão, e nenhuma ação realizada por interesse ou

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por obediência a lei ou costumes pode ser considerada moral. Para Kant somente as ações realizadas ―por dever‖ são susceptíveis de valoração moral. Portanto, a lei moral de Kant é baseada na ideia de que os seres humanos são racionais e independentes.

Imperativo Categórico e Imperativo Hipotético: Kant descreveu classes de mandamentos

dados pela razão. E descreveu que todo ato, no momento de iniciar-se aparece à consciência moral sob duas classes de mandamentos que ele chama de ―imperativos hipotéticos‖ e ―imperativos categóricos‖ e distingue esses conceitos como:

Imperativo Hipotético: são sempre subordinados a uma condição, ou seja, enunciam um

mandamento subordinado a determinadas condições que deve ser seguido para obter um resultado, como exemplo, ―Se quer sarar, toma remédio‖.

Imperativo Categórico: por sua vez é desvinculado de quaisquer condições e que foi colocado por Kant como ―Age de tal maneira que o motivo que te levou a agir possa se convertido em lei universal.‖O imperativo categórico de Immanuel Kant é um princípio e uma obrigação, incondicional, absoluta e imposta pela razão. É um princípio que nos diz a forma como devemos cumprir o dever.

Os deveres são obrigações que devemos cumprir e não são todos absolutos. Há deveres que são absolutos e deveres que admitem exceções. A ética de Kant é uma ética deontológica, ou seja, construída sobre o princípio do dever.

Na formulação do imperativo categórico, fundamentou a ética e moral humana, que implica no dever de atuar somente quando nossa máxima pode ser convertida em lei universal. Imperativo porque constituem um dever de atuação, categórico porque é incondicional, não subordinado a nenhum fim. Responde, portanto a formulação ―dever fazer A‖, sem atender as conseqüências que por ventura possam ocorrer. A esses imperativos categóricos próprios da moral, contrapõem os imperativos hipotéticos condicionados aos imperativos de ordem para lograr um interesse (prazer, reconhecimento, recompensa, utilidade...), sua formulação é ―se queres B, faça A‖

O imperativo categórico pode ser formulado em três formas, que ele acreditava serem mais ou menos equivalentes (apesar de opinião contrária de muitos comentadores):

§ A primeira formulação (a fórmula da lei universal) diz: "Age somente em concordância com aquela máxima através da qual tu possas ao mesmo tempo querer que ela venha a se tornar uma lei universal".

§ A segunda fórmula (a fórmula da humanidade) diz: "Age por forma a que uses a humanidade, quer na tua pessoa como de qualquer outra, sempre ao mesmo tempo como fim, nunca meramente como meio".

§ A terceira fórmula (a fórmula da autonomia) é uma síntese das duas prévias. Diz que deveremos agir por forma a que possamos pensar de nós próprios como leis universais legislativas através das nossas máximas. Podemos pensar em nós como tais legisladores autônomos apenas se seguirmos as nossas próprias leis.

Obras: Crítica da Razão Pura (1781); Prolegômenos para toda metafísica futura que se apresente como ciência (1783); Ideia de uma História Universal de um Ponto de Vista Cosmopolita (1784); Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785); Fundamentos da metafísica da moral (1785); Primeiros princípios metafísicos da ciência natural (1786); Crítica da Razão Prática (1788); Crítica do Julgamento (1790); A Religião dentro dos limites da mera razão (1793); A Paz Perpétua (1795); Doutrina do Direito (1796); A Metafísica da Moral (1797);

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Antropologia do ponto de vista pragmático (1798). Leituras Complementares:

Cap. 15. A crítica à metafísica. (p.179-183) do livro didático Filosofando. Introdução à filosofia. volume único..4ª edição. S.P: --Moderna.2009. de ARANHA, Maria Lucia Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires.

EXERCÍCIOS:

QUESTÃO 01

Na sua obra ―Critica da Razão Pura‖, Kant formulou uma síntese entre sujeito e objeto, mostrando que, ao conhecermos a realidade do mundo, participamos da sua construção mental. Segundo Kant, esta valorização do sujeito no ato do conhecimento representou, na filosofia, algo comparável à: A) Previsão da órbita do Cometa Halley no sistema solar. B) Revolução de Copérnico na física. C) Invenção do telescópio por Galileu Galilei. D) Invenção da máquina a vapor.

QUESTÃO 02

(UFU 1/1999) Na obra Crítica da Razão Pura, Immanuel Kant, examinando o problema do conhecimento humano, distinguiu duas formas básicas do ato de conhecer. Assinale a alternativa CORRETA. A) O conhecimento religioso e o conhecimento ateu. B) O conhecimento mítico e o conhecimento cético. C) O conhecimento sofístico e o conhecimento ideológico. D) O conhecimento empírico e o conhecimento puro.

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QUESTÃO 03

Ao analisarmos o texto de Immanuel Kant ―O que é o esclarecimento‖ discutimos brevemente sobre a ética kantiana, o filósofo afirma: ―Age de tal modo que a máxima de tua ação possa sempre valer como princípio universal de conduta‖ do qual se fundo em um Imperativo Categórico. De acordo com esta frase marque a alternativa CORRETA: A) devemos agir sempre pensando em nós mesmos, sem nos importar com os outros. B) devemos sempre agir pensando nos outros, sem nos importar com nós mesmos. C) nossa ação deve ser racionalmente decidida, de forma que possa valer para todos e não apenas para nós mesmos. D) nossa ação deve sempre estar fundamentada em nossos desejos, exclusivamente.

QUESTÃO 04

Sobre Immanuel Kant (1724-1804) e sua obra, podemos afirmar que, EXCETO: A) Kant era profundamente religioso e viveu uma vida metódica dedicada ao estudar e ensinar. B) Na sua obra ―Crítica da Razão Pura‖, Kant pergunta pelo que podemos conhecer. Ele avalia as possibilidades e limites da razão. C) Na sua obra ―Crítica da Razão Prática‖, Kant pergunta pelo que devemos fazer, e para explicar a lei moral, ele resgata ideias metafísicas como pressupostos. Estas ideias são a liberdade e a autodeterminação do homem, a imortalidade da alma e a inexistência de Deus. D) Na Crítica da Faculdade do Juízo, Kant, teoriza sobre os juízos estéticos, sobre o belo, o agradável e sobre o útil.

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QUESTÃO 05

No que diz respeito à teoria epistemológica de Immanuel Kant (1724-1804), podemos afirmar que, EXCETO: A) Kant foi responsável por superar a dicotomia: racionalismo-empirismo. Para ele todo conhecimento começa com a experiência, nenhum conhecimento precede a experiência, mas nem todo conhecimento se origina da experiência, pois há estruturas à priori nas quais se inscrevem nossa experiência. B) No conhecimento a Matéria e a Forma atuam ao mesmo tempo. A matéria vem de fora, pela experiência, à posteriori, mas é processada por uma forma, interior, que se dá antes da experiência, à priori. A razão é portanto uma ―folha em branco‖. C) Há formas à priori da sensibilidade e do entendimento. As formas à priori da sensibilidade são o espaço e o tempo. E as formas à priori do entendimento (capacidade de julgar, de pensar e de produzir conceitos) são as categorias (conceitos puros, sem conteúdo)tais como: substância , causalidade e existência. D) Para Kant, Fenômeno é aquilo que nos aparece e Noumenon é aquilo que é pensado, a ―coisa em si‖, ideias da razão para as quais a experiência não nos dá o conteúdo necessário. Pode ser pensado, mas não pode ser conhecido. São os objetos da metafísica: alma, mundo e Deus.

QUESTÃO 06

(UEL-PR - modificada) Leia o texto a seguir. ―A razão humana, num determinado domínio dos seus conhecimentos, possui o singular destino de se ver atormentada por questões que não pode evitar, pois lhe são impostas pela sua natureza, mas às quais também não pode dar respostas por ultrapassarem completamente as suas possibilidades.‖

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(Immanuel Kant. Crítica da razão pura. (Prefácio da primeira edição, 1781. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994. p.3.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre Kant, o domínio destas intermináveis disputas chama-se A) experiência. B) natureza C) entendimento D) metafísica

QUESTÃO 07

O imperativo categórico de Immanuel Kant é. Marque a alternativa INCORRETA: A) Um princípio incondicionalmente imposto pela razão. B) Um princípio que nos diz a forma como devemos cumprir o dever. C) Uma obrigação absoluta e incondicionada. D) Um princípio que nada tem a ver com as máximas que orientam as nossas ações.

QUESTÃO 08

Sobre a teoria ética de Kant e a questão dos deveres, marque a alternativa CORRETA: A) Os deveres não são obrigações que devemos cumprir. B) Os deveres são todos absolutos. C) Há deveres que são absolutos e deveres que admitem exceções. D) Os deveres são todos perfeitos. QUESTÃO ABERTA

01) (UFU-2006) Leia com atenção o texto abaixo. Um menino, a pedido de sua mãe, foi de manhã à padaria para comprar pães de queijo. Como estivesse em dificuldades financeiras, o comerciante cobrou-lhe trinta centavos a mais pela mercadoria, considerando que este dinheiro por certo não faria falta a uma criança da aparência tão saudável. No início da noite, o pai do menino voltou à padaria para comprar leite, e equivocou-se ao pagar o comerciante, dando-lhe cinqüenta centavos a mais. O comerciante, no entanto,

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prontamente, restituiu ao freguês os cinqüenta centavos pagos a mais, considerando que o pai do menino era fiscal da prefeitura e que, em qualquer caso, seria conveniente manter boas relações com as autoridades locais. a) Em conformidade com o pensamento kantiano, responda as duas questões que se seguem. Por que a primeira atitude do comerciante (em relação ao menino) é contrária ao dever e imoral? b) Por que a segunda atitude do comerciante (em relação ao pai do menino) é conforme ao dever, mas mesmo assim imoral?

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GEORGE WILHELM FRIEDRICH HEGEL (1770-1831)

“Quem vê o mundo racionalmente é capaz de reconhecer racionalidade nele” Hegel

Biografia: Viveu a turbulência sócio-política e se entusiasmou com ela. Ao lado de Schelling e Hölderlin celebrou a Revolução Francesa com o plantio simbólico de uma árvore. Criticou o sistema kantiano por ser abstrato e lacunar. Filosofia da História: conceito dialético de História

O motor interno da história é a Contradição Dialética, que conduz ao autoconhecimento do

espírito no tempo. O Movimento Gerador da Realidade é a Dialética Idealista. O desenvolvimento do processo histórico não é garantido pelas relações sociais e materiais ele é a auto-realização da razão no espírito do povo, a qual se manifesta concretamente no Estado.

Mundo = Natureza = Real: é uma totalidade em movimento, e é a manifestação da Ideia. No princípio era a ideia pura. ―O real é racional e o racional é real.‖. A racionalidade não é mais um modelo a se aplicar, mas é o próprio tecido do real e do pensamento.

No processo histórico o pensar está subordinado ao real existente.

Não há acaso, a razão governa o mundo e a História Universal.

A Razão e Mundo são da mesma Natureza. São ambos de natureza Dialética. A Dialética é a lógica da contradição.

Dialética Hegeliana: Dialética vem do grego ―dialektiké‖. Dia: ―através de‖, ―por meio de‖ e

Lego: ―Falar‖. Para os gregos, significa o diálogo, a arte da discussão. Para Hegel, inspirado no pré-socrático Heráclito, dialética é a tentativa de explicar a mudança pela contradição, é a filosofia do devir, do vir-a-ser. O Ser é uma realidade em processo, uma estrutura dinâmica, em constante mudança.

São três os princípios básicos da dialética: totalidade, mediação e contradição;

Hegel propõem fundar uma nova lógica que não parta do princípio da identidade (A = A) e sim da contradição (A ^ ¬A).

Identidade A = A

Não-Contradição ¬(A ^ ¬A)

Terceiro Excluído A V¬ A

Na Contradição Dialética tudo que surge (coisas e ideias) morre. A morte ao mesmo tempo

que é uma força destruidora é também uma força criadora. ―Tudo que existe merece

A filosofia começa quando um povo saiu da sua vida concreta, quando vão surgindo divisões e diferenciações nas classes; quando o povo se aproxima do ocaso; quando vai se cavando um abismo entre as tendências internas e a realidade externa, e as formas antiquadas da religião etc., já não satisfazem; quando o espírito se manifesta indiferente pela sua existência real, ou então, permanecendo nela, só experimenta insatisfação e incômodo, e a sua vida moral se vai dissolvendo.‖ (HEGEL. Introdução à História da Filosofia. Trad. de Antonio Pinto de Carvalho. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1989. p. 120.)

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desaparecer.‖ (Goethe). Todo ser contém em si mesmo o germe da sua ruína, portanto, de sua superação. Afirmação ← Negação (contradição) = superação da contradição Botão ← Flor = Fruto Tese ← Antítese = Síntese

No processo dialético, o que é negado é mantido. O termo alemão para se referir ao processo é ―aufheben‖, ―superar‖, ―suprimir‖, ―negar‖, ―conservar‖. A negação não se reduz à alternativas de enunciados excludentes de tipo ―ou-ou‖.

O desenvolvimento da História é um processo feito de contradições ou negações e cada momento é necessário para a sua realização. A negação hegeliana é só um momento no processo de construção do todo. Assim, de negação em negação a consciência progride de conteúdo em conteúdo.

O presente é engendrado por longo e dramático processo, no qual todos os acontecimentos estão relacionados. A história não é um terreno da felicidade: as épocas de felicidade são folhas em branco. A visão concreta da história engendra não só tristeza, também a compaixão e a indignação.

O particular (paixão, o indivíduo) ao opor-se ao Universal (História, Razão), engendra um novo universal (História, Razão). Ou seja, a Razão se revela na medida que é contraposta.

O Universal e o particular se complementam. O particular é inseparável do universal, pois é também da atividade do particular e de sua negação que resulta o universal.

A expressão ―astúcia da razão‖ foi utilizada por Hegel para explicar o desenvolvimento da História Universal, na qual a Razão, isto é, o Universal se manifesta na História por intermédio das ações humanas, dos indivíduos, as quais buscam a satisfação imediata, a realização das paixões, do egoísmo, interesses particulares e acabam se tornando instrumentos para a realização de algo mais abrangente, para a realização do interesse universal, constituindo historicamente o Estado e a vida ética dos indivíduos em sociedade civil. Esta é a ―astúcia da razão‖ que Hegel exemplifica com personagens históricos tais como: Alexandre, César, Napoleão.

O Espírito ou a Ideia é o verdadeiro protagonista da História.

E o fim que o move é a conquista da liberdade.

O Estado é a efetivação da história e seu objetivo, nele a liberdade do indivíduo e de todos é concretizada e assegurada. No Estado ocorre a Liberdade, a união da vontade universal da Ideia e da vontade dos indivíduos.

O verdadeiro é o todo. Mas só no fim, após a conclusão do seu desenvolvimento histórico, que o todo é verdadeiro.

A vida ética, é a integração feita por Hegel dos sentimentos individuais subjetivos e das noções universais de direito.

Metafísica:

Fundou o seu sistema a partir da noção de liberdade do sujeito.

Conceitos: ser, lógica, absoluto, dialética, história...assumem sentidos novos e muitos deles são analisados em relação ao seu contraditório: ser-nada, corpo-mente, liberdade-determinismo, universal-particular, estado-indivíduo.

O pensamento (ideia) e a matéria (a natureza) formam o Espírito (―A consciência é toda a realidade.‖).

Espírito (geist, em alemão): atividade da consciência que se manifesta no tempo.

Espírito Subjetivo: Espírito Individual (emoção, desejo e imaginação.)

Espírito Objetivo: Espírito exterior (cultura, expressão da vontade coletiva: arte, religião, moral, direito, política)

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Espírito Subjetivo + Espírito Objetivo = Espírito Absoluto (Filosofia). A filosofia é o ―pássaro de minerva‖ que chega ao anoitecer. A crítica filosófica é feita ao final do trabalho realizado.

A razão e a verdade são históricas:

Para Kant a consciência (ou o sujeito) interfere ativamente na construção da realidade, Hegel concorda, mas para ele a razão é histórica, a verdade deixa de ser um fato para ser um

resultado do desenvolvimento do espírito, construída na história. Amor: Para o filósofo alemão F. Hegel, o amor significa, de maneira geral, a ―consciência de minha unidade com o outro, embora eu não esteja isolado para mim, mas conquiste minha consciência somente enquanto renúncia ao meu ser para-si e enquanto saber da minha unidade com o outro e do outro comigo.‖ Principais obras:

Fenomenologia do Espírito

Ciência da Lógica

Enciclopédia das Ciências Filosóficas

Introdução à História da Filosofia

Princípios da Filosofia do Direito

Leituras Complementares:

Cap. 15. A crítica à metafísica. (p.184 – 186) e Cap. 25 . Liberalismo e democracia (p.314 – 316) no livro didático adotado pela escola: Filosofando. Introdução à filosofia. volume único..4ª edição. S.P: --Moderna.2009. de ARANHA, Maria Lucia Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires.

EXERCÍCIOS:

QUESTÃO 01

Segundo o pensamento de Hegel, assinale a ÚNICA alternativa incorreta: A) Para ele a História consiste no movimento do Espírito ou Ideia que busca realizar-se enquanto conquista da liberdade. B) A História é um processo feito de contradições ou negação e cada momento é necessário para a sua realização. C) A liberdade é o objetivo que na História a Idéia busca concretizar recorrendo às paixões e interesses dos indivíduos. D) Os indivíduos procurando realizar seus interesses e paixões, conseguem superar a história de seu tempo: os indivíduos se salvam, suas ideias perecem.

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QUESTÃO 02

Para Hegel a Ideia ou o Espírito se serve dos interesses particulares dos indivíduos como instrumento para realização do interesse universal. Esta é a ―astúcia da razão‖ que Hegel exemplifica com personagens históricos tais como: Alexandre, César, Napoleão. Para o filósofo a história se move na conquista da liberdade; quais das alternativas abaixo são verdadeiras quanto ao pensamento do filósofo? Marque a alternativa FALSA: A) Para Hegel o Estado é o ―Comitê que gerencia os negócios comuns da Burguesia.‖ B) A meta da história universal é o desenvolvimento consciente da liberdade. C) O Estado é a efetivação da história, nele a liberdade do indivíduo e de todos é assegurada. D) A união da vontade universal da Ideia e da vontade dos indivíduos é a liberdade concretizada da instituição Estado.

QUESTÃO 03

―O interesse particular da paixão é, portanto, inseparável da participação do universal, pois é também da atividade do particular e de sua negação que resulta o universal‖ HEGEL, G. W. F. Filosofia da História. 2 ed. Tradução de Maria Rodrigues e Hans Harden. Brasilia: Editora da UNB, 1998. p. 35. Com base no pensamento de Hegel, assinale a alternativa correta. A) O particular é irracional, por isso é a negação do universal, portanto, a história não é guiada pela Razão, mas se deixa conduzir pelo acaso cego dos acontecimentos que se sucedem sem nenhuma relação entre eles. B) O universal é a somatória dos particulares, de modo que a História é tão só o acumulado ou o agregado das partes isoladas, e assim elas estão articuladas tal como engrenagens de uma grande máquina.

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C) O particular da paixão é a ação dos indivíduos, sempre em oposição à finalidade da história, isto é, do universal da Razão que governa o mundo, mas esta depende da ação dos indivíduos, sem os quais ela não se manifesta. D) O universal é a vontade divina que por intermédio da sua ação providente preserva os homens de todos os perigos, evitando que se desgastem com suas paixões, assim, o humano é preservado desde o seu surgimento na Terra.

QUESTÃO 04

O verdadeiro é o todo. Mas o todo é somente a essência que se implementa através de seu desenvolvimento. Sobre o absoluto deve-se dizer que é essencialmente resultado; que só no fim é o que é na verdade. Sua natureza consiste justo nisso: em ser algo efetivo, em ser sujeito ou vir-a-ser-de-si-mesmo. Embora pareça contraditório conceber o absoluto essencialmente como resultado, um pouco de reflexão basta para dissipar esse semblante de contradição. HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do espírito. Tradução de Paulo Meneses. Petrópolis: Vozes, 2002. p. 36. Considerando a concepção idealista da História na filosofia de Hegel, assinale a alternativa correta: A) O absoluto como fim do desenvolvimento histórico é garantido pelas relações sociais e materiais, necessárias para a concretização da essência da razão e da abolição da contradição reinante na base material da sociedade. B) O desenvolvimento do processo histórico é a auto-realização da razão no espírito do povo, a qual se manifesta concretamente no Estado e se conserva graças à vida ética no interior do Estado Moderno. C) A natureza do absoluto é inessencial e sua existência é de caráter formal, podendo ser apreendida graças à capacidade infinita da consciência, que confere à ideia de absoluto o status de idéia abstrata e separada do mundo. D) As contradições inviabilizam o desenvolvimento do absoluto e impedem a sua realização no mundo, passando a existir apenas como ideia abstrata na consciência individual.

QUESTÃO 05

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Hegel em seus cursos universitários de Filosofia da História, fez a seguinte afirmação sobre a relação da filosofia e a história: ―O único pensamento que a filosofia aporta é a contemplação da história‖. HEGEL, G.W.F. Filosofia da História. 2.ed. Brasília. Editora da UnB, 1998, p. 17. De acordo com a reflexão de Hegel, é correto afirmar que: I- A razão governa o mundo e, portanto, a história universal é um processo racional. II- A ação dos homens obedece a vontade divina que preestabelece o curso da história. III- No processo histórico o pensar está subordinado ao real existente. IV- A ideia, ou a razão, se origina da força material de produção e reprodução da história. Assinale a alternativa que contém somente assertivas corretas. A) III e IV B) I e II C) II e III D) I e III

QUESTÃO 06

Sobre Hegel, marque a única alternativa errada: A) Para Hegel a instituição que assegura a efetivação do fim a que se dirige a história é o Estado. B) O verdadeiro protagonista da história é o Espírito e o fim que o move é a conquista da igualdade. C) A história não é um terreno da felicidade: as épocas de felicidade são folhas em branco. D) A visão concreta da história engendra não só tristeza, também a compaixão e a indignação.

QUESTÃO 07

A expressão ―astúcia da razão‖ foi utilizada por Hegel para explicar o desenvolvimento da História Universal. A respeito do significado dessa expressão, marque a alternativa correta.

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A) Essa expressão significa o irracional governando o mundo, porque as ações humanas são movidas pelos interesses mesquinhos que só encontram a sua satisfação na destruição do Estado, fazendo a humanidade regredir ao estado de natureza. B) Essa expressão significa a fraude característica das ações dos indivíduos históricos universais que estão empenhados na aquisição do poder, sem se envolverem com a vida cotidiana e com a esfera da moralidade subjetiva dos povos. C) Essa expressão significa a ilusão de que as coisas realmente acontecem, quando na verdade a História Universal é conduzida pela força do destino traçada pela ordem da Providência Divina, que está acima da vontade dos homens. D) Essa expressão significa a força da razão, isto é, o universal que se manifesta por intermédio das ações humanas, as quais buscam a satisfação imediata e realizam algo mais abrangente, constituindo historicamente o Estado e a vida ética dos indivíduos em sociedade civil.

QUESTÃO 08

―A filosofia começa quando um povo saiu da sua vida concreta, quando vão surgindo divisões e diferenciações nas classes; quando o povo se aproxima do ocaso; quando vai se cavando um abismo entre as tendências internas e a realidade externa, e as formas antiquadas da religião etc., já não satisfazem; quando o espírito se manifesta indiferente pela sua existência real, ou então, permanecendo nela, só experimenta insatisfação e incômodo, e a sua vida moral se vai dissolvendo.‖ HEGEL. Introdução à História da Filosofia. Trad. de Antonio Pinto de Carvalho. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1989. p. 120. A Filosofia é o ponto culminante do movimento dialético que desencadeia as mudanças descritas acima. Segundo Hegel, tal movimento é provocado: A) pela luta de classes inspirada na teoria evolucionista natural que afirma a sobrevivência e supremacia dos indivíduos mais aptos. B) pela consciência do indivíduo que é detentor da liberdade natural e com ela edifica o seu mundo independente do desenvolvimento das forças sociais. C) pelo espírito do povo, que consiste no trabalho de sucessivas gerações na edificação da cultura, o que representa a maturidade de uma civilização. D) pela força sobrenatural da providência divina que arrasta consigo os destinos dos homens e das nações para o reconhecimento de Deus na História. QUESTÕES ABERTAS

01) Segundo o pensamento de Hegel, qual é o verdadeiro protagonista da História? 02) Segundo Hegel, qual é o fim que move a Ideia ou o Espírito? 03) A expressão ―astúcia da razão‖ foi utilizada por Hegel para explicar o desenvolvimento da História Universal. Explique o significado desta expressão. 04) De acordo com a reflexão de Hegel, a razão governa o mundo e, portanto, a história universal é um processo racional. Explique esta afirmação. 05) Para Hegel, qual é o papel do Estado. 06) Segundo Hegel, o que provoca o movimento dialético que desencadeia as mudanças na História?

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07) Conceitue o que é dialética. 08) Descreva os três momentos da dialética e exemplifique cada um.

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SÖREN KIERKEGAARD (1813-1855)

• É um existencialista cristão, precursor do existencialismo. • Nasceu em Copenhague, Dinamarca, onde estudou filosofia e teologia. • Profundamente marcado por angústias pessoais e familiares às quais acrescenta a crise provocada pelo rompimento de seu noivado com Regina, Kierkegaard desenvolveu um pensamento indissociável de sua vida pessoal e de seus sentimentos trágicos. • Viveu uma fase desregrada de noitadas, bebidas e extravagâncias, após a morte do pai. Depois desta fase, torna-se pastor luterano. • Teve desavenças com a igreja Luterana. • Ele ataca o Cristianismo e especialmente o Luteranismo de sua pátria, valorizando contra a religião estabelecida a vivência da religiosidade. • Seu estilo é irônico, polêmico, poético, assistemático e distante da forma tradicional do tratado filosófico de sua época, tendo sido quase todas as suas obras publicadas sob pseudônimo. • Suas ideias eram opostas e mesmo combatia as ideias de Hegel, pois este:

1. compreendia a vida como sistemas de formas abstratas, 2. tinha explicações racionais acerca da existência, 3. condensava a realidade num sistema, numa metafísica especulativa e abstrata. 4. buscava o universal.

• Kirkegaard defende a necessidade de uma ―filosofia existencial‖. ―A verdade é a subjetividade‖, não se escapa desta que é, para o indivíduo, sua própria medida e significação. A existência humana não pode ser explicada através dos conceitos de sistemas abstratos, pois a realidade é concreta. O sistema é racional, a realidade é irracional.

se a subjetividade é a verdade, a determinação da verdade deve conter, simultaneamente, em si, uma expressão da antítese com a objetividade, ... e então essa expressão indica a tensão da interioridade. Tenho aqui uma definição tal da verdade: a verdade é a incerteza objetiva sustentada na apropriação da interioridade

“Por acaso não são sinceras as lágrimas que

se derrama no teatro, onde fiéis e público

sabem que tudo é mentira?”

Søren Kierkegaard

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mais apaixonada, tal é a mais elevada verdade que há para um existente. Post Scriptum no científico definitivo a Migajas filosóficas. Kierkegaard

• É significativa a influência de Kierkegaard no existencialismo contemporâneo, sobretudo em Heidegger e Sartre bem como na renovação da teologia, principalmente protestante, que se dá em nosso século com Karl Barth e a ―teologia dialética‖ ou ―teologia da crise‖ assim como na literatura: Kafka, Thomas Mann e Ibsen. • Em sua obra Estágios do caminho da vida (1845), formula uma doutrina de três níveis, (etapas ou ‗stadium‘s) de consciência que constituem o caminhar ao transcendente. São níveis autônomos e descontínuos, pois a passagem de um estágio a outro se dá através de um salto. • É a partir do desespero que o homem pode atingir outro estágio existencial. O desespero e a angústia são as molas propulsoras por intermédio das quais o homem reflete e encontra estímulo para ''saltar'' a outro estágio existencial. • O estágio Estético é ilustrado pelo sedutor que vive segundo a sua vontade, de forma hedonista e despreocupada consigo e com os demais. Conforme os prazeres múltiplos que estão ao seu alcance, ele serve-se daquilo que te apraz, mesmo que seja momentâneo. O homem busca um sentido para a sua existência sob o domínio dos sentidos, sentimentos, impulsos. • O estágio Ético é atingido a partir do abandono dos comportamentos do estágio estético, no estágio ético o indivíduo passa a se sentir responsável por suas ações. O homem passa a viver eticamente e se pautar pelos mandamentos da razão, • Só no estágio Religioso o homem pode reconciliar-se com sua própria vida. Trata-se do estágio máximo da existência humana. Pois, enquanto no estágio Estético ou Ético, o sujeito está dependente apenas das suas próprias forças, no estágio Religioso ele ultrapassa os seus limites para alcançar o transcendente. Sugestão de música:

Solução de Vida – Paulinho da Viola EXERCÍCIOS

QUESTÃO 01

Sobre Sören Kierkeggard, marque a alternativa CORRETA: A) É o precursor do marxismo contemporâneo.

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B) Profundamente marcado por angústias pessoais e familiares às quais acrescenta a crise provocada pelo rompimento de seu noivado com Regina, Kierkegaard desenvolveu um pensamento que nada tinha a ver com sua vida pessoal e com seus sentimentos trágicos. C) Nasceu em Copenhague, Dinamarca, onde estudou filosofia e teologia. D) Foi um grande crítico do cristianismo por ser um ateu convicto.

QUESTÃO 02

Sobre Kierkeggard, marque a alternativa CORRETA:

A) Suas ideias eram semelhantes as de Hegel, que compreendia a vida como sistemas de formas abstratas, que tinha explicações racionais acerca da existência e condensava a realidade num sistema. B) Construiu um enorme e consistente sistema filosófico com uma ética, uma estética, uma lógica, uma epistemologia, uma metafísica e uma política. C) Achava a expressão poética retrógrada e inovou manifestando seu pensamento numa linguagem extritamente acadêmica e formal. D) Ele combate o hegelianismo e a metafísica especulativa, por seu caráter abstrato e sua busca do universal, defendendo a necessidade de uma ―filosofia existencial‖. ―A verdade é a subjetividade‖, não se escapa desta que é, para o indivíduo, sua própria medida e significação.

QUESTÃO 03

Sobre Kierkegaard, marque a alternativa CORRETA:

A) Para Kierkeggard, o homem é um ser que se caracteriza pela satisfação que se origina da harmonia da sua existência e de sua proximidade de Deus, ―o homem é uma síntese de infinito e de finito, de temporal e de eterno, de liberdade e de necessidade‖

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B) Kierkegaard teve uma vida fácil, sem conflitos, construiu em vida uma multidão de entusiastas da sua Vida e Obra. C) Seu estilo é irônico, polêmico e poético, sem preocupação sistemática e distante da forma tradicional do tratado filosófico de sua época. Quase todas as suas obras foram publicadas sob pseudônimo. D) O conflito, o paradoxo, a angústia, o desespero...nada tem a ver com o pensamento do filósofo.

QUESTÃO 04

Sobre Kierkegaard, marque a alternativa CORRETA:

A) É a partir do desespero que o homem pode atingir outro estágio existencial. Esse sentimento o leva a crise, esvazia sua condição atual e o impulsiona a buscar o caminho para o encontro consigo mesmo, com os outros e com Deus. B) O estágio Estético é ilustrado pelo pastor que vive segundo a sua vontade, de forma hedonista e despreocupada consigo e com os demais. Conforme os prazeres múltiplos que estão ao seu alcance, ele serve-se daquilo que te apraz, mesmo que seja momentâneo. C) O homem religioso busca um sentido para a sua existência sob o domínio dos sentidos, sentimentos e impulsos. C) O estágio ético evidencia um grande compromisso com a busca da satisfação pessoal.

QUESTÃO 05 Sobre Sören Kierkeggard, marque a alternativa CORRETA:

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A) Viveu uma fase desregrada de noitadas, bebidas e extravagâncias, após a morte do pai. Depois desta fase, torna-se pastor luterano. B) Teve alianças durante toda a sua vida com a igreja Luterana C) Teve uma vida de monge renunciante, de acordo com o ascetismo cristão. D) Durante sua vida militou pela prevalência da razão sobre as crenças religiosas.

QUESTÃO 06

Sobre Sören Kierkeggard, marque a alternativa CORRETA:

A) Para Kierkegaard a existência humana não pode ser explicada através dos conceitos de sistemas abstratos, pois a realidade é concreta. O sistema é racional, a realidade é irracional. B) Ele ataca o Cristianismo e especialmente o Luteranismo de sua pátria, valorizando contra a religião estabelecida a vivência da cientificidade. C) Deus é lógico e racional assim como o mundo, a existência e todas as nossas escolhas. D) Kierkegaard era um essencialista, as escolhas do indivíduo nada refletia na constituição da sua personalidade.

QUESTÃO 07

Sobre Sören Kierkeggard, marque a alternativa CORRETA: A) É significativa a influência de Kierkegaard no agnosticismo contemporâneo, sobretudo em Heidegger e Sartre bem como na renovação da teologia, principalmente protestante, que se dá em nosso século com Karl Barth e a ―teologia dialética‖ ou ―teologia da crise‖ assim como na literatura: Kafka, Thomas Mann e Ibsen. B) Em sua obra Estágios do caminho da vida (1845), formula uma doutrina de três níveis de consciência, etapas, Kierkegaard denominou de ―Stadium‖, que constituem o caminhar ao transcendente. C) As etapas da consciência são dependentes e contínuas, pois a passagem de um estágio a outro se dá através de um caminhar contínuo. D) O desespero e a angústia no mantém no estágio atual que estamos vivendo.

QUESTÃO 08

Sobre Sören Kierkeggard, marque a alternativa CORRETA: A) O estágio Ético é atingido a partir do abandono dos comportamentos do estágio estético, no estágio ético o indivíduo passa a se sentir responsável por suas ações. O homem passa a viver eticamente, pautado na satisfação dos seus sentidos.

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B) Só no estágio religioso, o homem após, preferir a fé ao prazer estético e aos mandamentos da razão pode reconciliar-se com sua própria vida. Trata-se do estágio máximo da existência humana. C) Enquanto no estágio estético ou ético, o sujeito está dependente apenas das suas próprias forças no estágio religioso o homem pode contar com a força de toda a sua igreja. D) Para Kierkeggard, apenas no estágio estético temos escolhas autênticas, nos demais apenas obedecemos a orientações prontas.

QUESTÕES ABERTAS: 01) Escreva uma pequena biografia de 5 linhas sobre Sören Kierkeggard. 02) Qual a relação da filosofia de Kierkegaard com a filosofia de Hegel

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KARL MARX (1818 – 1883)

“Não façamos do maior iconoclasta mais um ícone, o passado não é exemplo, o passado é lição.” JPN

Biografia: Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 — Londres, 14 de março de 1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo,historiador, teórico político e jornalista. Marxismo: É uma crítica radical do capitalismo e da sociedade de classes na perspectiva de sua superação histórica. É concebido com os quatro aspectos: conhecimento da realidade, crítica do existente, projeto alternativo de emancipação e prática transformadora, pois seu objetivo principal é transformar a vida por meio da ação política. É uma concepção materialista e dialética da História. ―O marxismo é a análise concreta das situações concretas.‖ Lenin. O marxismo continua sendo um instrumental analítico e interpretativo, válido, das sociedades humanas. Radical: "Ser radical é tomar as coisas pela raiz. E para o homem, a raiz é o próprio homem." JPN

citando Marx. ―Eu sou eu e todas as minhas circunstâncias.‖ Humanismo: mesmo o mais limitado dos homens pode se desenvolver ilimitadamente. Internacionalismo: "Proletários de todos os países, uni-vos!" - Manifesto Comunista Influências: Economia política clássica (Adam Smith e David Ricardo): Da obra de David Ricardo, Marx adotou conceitos tais como os de valor, divisão social do trabalho, acumulação primitiva e mais-valia. Mas os economistas clássicos naturalizavam e desistoricizavam o modo de produção capitalista, concebendo a dominação de classe burguesa como uma ordem natural das relações econômicas, a partir de um conceito abstrato de indivíduo, homo economicus. Idealismo: Para Hegel um defensor da monarquia constitucional, só o estado pode fundar uma racionalidade universalizadora. Os dois principais aspectos do sistema de Hegel que influenciaram Marx foram sua filosofia da história e sua concepção dialética. Concepção dialética: nada no mundo é estático, tudo está em constante processo (vir-a-ser), tudo é histórico. O sujeito desse mundo em movimento é o Espírito do Mundo (ou Superalma; ou Consciência Absoluta), que representa a consciência humana geral, comum a todos indivíduos. A historicidade é concebida enquanto história

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do progresso da consciência da liberdade. Marx manteve o entendimento da história enquanto progressão dialética (ou seja, o mundo está em processo graças ao choque permanente entre os opostos; não é estático), mas eliminou o Espírito do Mundo enquanto sujeito ou essência, porque passou a compreender que a origem da realidade social não reside nas ideias, na consciência que os homens têm dela, mas sim na ação concreta (material, portanto) dos homens, portanto no trabalho humano. A dialética de Hegel apresenta as formas gerais de movimento, mas está de cabeça para baixo. A existência material precede qualquer pensamento; inexiste possibilidade de pensamento sem existência concreta. Marx inverte, então, a dialética hegeliana, porque coloca a materialidade – e não as ideias – na gênese do movimento histórico que constitui o mundo. Elabora, assim, a dialética materialista ou materialismo dialético. Qual é a diferença entre o conceito de movimento histórico, em Hegel, e o de processo histórico, em Marx? Para Hegel, a História é teleológica, a Razão caminha para o conceito de si mesma, em si mesma. Marx não tem uma visão linear e progressiva da História, sendo que, para ele, ela é processo, depende da organização dos homens para a superação das contradições geradas na produção da vida material, pode avançar ou retroceder historicamente. Socialismo utópico: Os socialistas utópicos diziam sobre como deveria ser a sociedade harmônica ideal, mas não como seria possível alcançá-la plenamente. Materialismo Histórico Dialético: Materialismo: ―Não é a consciência que determina a existência,

mas é a existência (o ser) que determina a consciência.‖ Compreende a predominância da materialidade sobre a ideia, sendo esta possível somente com o desenvolvimento daquela. As relações materiais e o modo como os homens produzem seus meios de vida formam a base de todas suas relações na sociedade. As relações sociais de produção são a base que condicionam todo o resto da sociedade. A produção é a raiz de toda a estrutura social. Não se pode pensar a relação indivíduo x sociedade separadamente das condições materiais em que essas relações se apóiam. Histórico: A produção da própria vida material é um fato histórico. Dialética: método de investigação e de compreensão do mundo em seu movimento, no seu encadeamento, nas suas relações recíprocas e na sua interdependência e inter-determinação. Para além do empirismo: "Se a aparência revelasse a essência toda a reflexão teórica seria desnecessária." José Paulo Netto Capitalismo: é "a ditadura da burguesia", pois é executado pelas classes ricas para seu próprio

benefício. Assim como os sistemas socioeconômicos anteriores, o capitalismo produzirá tensões internas que conduzirá à sua auto-destruição e substituição por um novo sistema: o socialismo. Várias fases: capital industrial, capital financeiro. Agora é um modo de produção mundial. Estrutura desigual e combinada. Propriedade privada dos meios de produção. Tudo é mercadoria, inclusive a vida é mercantilizada. Se inicia com a Acumulação primitiva do capital. Concentração: É próprio do capital se concentrar por meio das fusões. Modo de produção: é a maneira pela qual as forças produtivas se organizam em determinadas relações de produção, num dado momento histórico. Forças produtivas: força de trabalho e os meios de produção - instrumentos e objetos de trabalho, tais como tecnologia, ferramentas, máquinas, técnicas, materiais, conhecimento técnico; a terra, e demais recursos naturais). São, portanto, todas as forças usadas para controlar ou transformar a Natureza com vistas à produção de bens materiais. A principal força produtiva é o próprio homem - seu corpo, sua energia, sua inteligência, seu conhecimento. Relações de Produção: são as formas pelas quais os homens se

organizam para executar a atividade produtiva. As relações de produção podem ser num determinado momento histórico escravistas, servis ou capitalistas.

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Infra-estrutura e Superestrutura: Infra-estrutura: conjunto das forças produtivas e das relações sociais de produção de uma sociedade. Superestrutura: ideologias políticas, concepções religiosas,

códigos morais e estéticos, sistemas legais, de ensino, de comunicação. Marx parte do princípio de que a estrutura de uma sociedade qualquer reflete a forma como os homens organizam a produção social de bens. Marx valoriza as mudanças na estrutura da sociedade, pois é a estrutura (economia) que determina a superestrutura (as ideias). Classes sociais e Luta de Classe: Classe social são grupos de indivíduos que ocupam uma

mesma posição nas relações de produção em determinada sociedade. Burguesia: controla a produção e Proletariado: fornece a mão de obra para a produção. Os proletariado é o herdeiro da filosofia e por ser a classe mais desumanizada é a única que pode ter exigência radical de humanização. Para Marx a história do homem é a história da luta de classes. Luta de classes é o conceito que Marx elaborou junto com Engels para afirmar o antagonismo entre a burguesia (aqueles que detém os meios de produção) e os proletariados (os trabalhadores que detém somente a sua força de trabalho), ou seja, designa o confronto entre classes antagônicas no modo de produção capitalista. O antagonismo de classes está presente em todos os momentos da história desde o surgimento da propriedade privada e se expressa em todos os terrenos: econômico, ideológico, político e militar. A Luta de Classes exige, segundo os partidos marxistas, independência de classe, sem qualquer amálgama com a burguesia. No capitalismo, as desigualdades sociais são provocadas pelas relações de produção do sistema capitalista, que dividem os homens em proprietários e não proprietários dos meios de produção. E é por meio dela que as sociedades humanas progridem. A luta de classes só acabará com a implantação do regime comunista, onde esse conflito não terá como existir pois não existirão mais classes sociais. Estado: Para Marx, o Estado é um instrumento de dominação e representa, prioritariamente, os interesses dos setores hegemônicos das classes dominantes. Para a concepção liberal, a finalidade do Estado é agir como mediador dos conflitos entre os diversos grupos sociais, pois os conflitos são inevitáveis entre os homens; para o marxismo, o Estado é uma instituição que interfere na luta de classes de modo parcial, sempre tomando partido prioritariamente da classe dominante. Assalariamento: Os meios de produção, como propriedade privada dos capitalistas, fazem com que os trabalhadores, para sobreviverem, vendam sua força de trabalho. Apesar de contratual a troca da força de trabalho não é livre, nem justa. O trabalho assalariado é o núcleo da sociedade capitalista. No capitalismo o trabalho é livre. E a sociedade é organizada em torno da produção de mercadorias. O trabalho é transformado em mercadoria. O capitalismo é uma criação histórica de uma determinada classe social. Mais-valia: A ordem burguesa se sustenta na exploração da mais-valia que consiste no percentual

que os capitalistas retiram do proletariado. A mais-valia é diferença entre o que o empregado produz e o que ele recebe. São as horas trabalhadas e não pagas no processo de produção. A mais-valia faz parte do lucro. Ela pode ser absoluta ou relativa. Mais-valia absoluta: é a mais-valia que se consegue com o aumento da jornada de trabalho ou com a redução dos salários. Mais-valia relativa: é o mais-valia que se consegue quando a produção aumenta devido ao investimento em novas tecnologias (máquinas mais ―avançadas‖, robótica). Fetiche da Mercadoria: Fetiche significa ―objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou

produzido pela natureza, ao qual se atribui poder sobrenatural e se presta culto‖. Foi este significado que Marx deu para o fenômeno da atribuição de valor simbólico aos produtos/mercadorias (manufaturas). A mercadoria (manufatura) quando finalizada, não mantinha o seu valor real de venda, que segundo ele era determinado pela quantidade de trabalho materializado no artigo, mas sim, que esta, por sua vez adquiria uma valoração de venda irreal e infundada, como se não fosse

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fruto do trabalho humano e nem pudesse ser mensurado, o que ele queria denunciar com isto é, que a mercadoria parecia perder sua relação com o trabalho e ganhava vida própria. Na modernidade o homem trata as mercadorias (sapatos, bolsas, etc.) como um objeto de adoração, a mercadoria deixa de ter a sua utilidade atual e passa a atribuir um valor simbólico, quase que divino, o ser humano não compra o real, mas sim a transcendência que determinado artefato representa. Fetichismo da mercadoria é portanto um fenômeno social e psicológico onde as mercadorias aparentam ter uma vontade independente de seus produtores. A relação dos produtores na verdade é uma relação entre os produtos de seu trabalho. A relação das coisas enquanto mercadorias, e a relação de valor entre os produtos de trabalho que os marca como mercadorias, não têm absolutamente conexão alguma com suas propriedades físicas e com as relações materiais que daí se originam. O fetichismo é uma relação social entre pessoas mediatizada por coisas. Trabalho e sua divisão social: Os homens são seres sociais e o trabalho é a atividade fundante e central da humanidade. A produção e a reprodução das condições de existência se realizam através do trabalho.Os humanos distinguem-se dos animais não porque são dotados de consciência, mas sim porque produzem. A divisão social do trabalho não é uma simples divisão de tarefas, mas manifestação da existência da propriedade. Para Marx, os seres humanos distingue-se dos animais não porque são dotados de consciência, mas sim porque produzem. "Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha é que ele figura na mente sua construção antes de transformá-la em realidade. No fim do processo do trabalho aparece um resultado que já existia antes idealmente na imaginação do trabalhador. Ele não transforma apenas o material sobre o qual opera; ele imprime ao material o projeto que tinha conscientemente em mira" (O Capital, V. I, Cap. 7) A partir desta concepção de homem Marx irá identificar a alienação do trabalho como a alienação fundante das demais. Alienação: A base da alienação econômica do homem sob o capital se dá através da

industrialização. O assalariamento separa o trabalhador dos meios de produção que se torna propriedade privada do capitalista. O trabalhador é alienado quando o fruto do seu trabalho é apropriado pelo capitalista, quando não controla o seu trabalho, nem o tempo, nem aquilo que produz. "Ser dono definitivo de mim, era o que eu queria, queria." Guimarães Rosa Ideologia: Ideologia para Marx é um conjunto de proposições elaborado, na sociedade burguesa,

com a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe dominante com o interesse coletivo, construindo uma hegemonia daquela classe. A manutenção da ordem social requer dessa maneira menor uso da violência. ―Ideologia‖ para Marx traduz, portanto a ―falsa consciência‖, um conjunto de ideias falsas que justificam o domínio da burguesia sobre o proletariado. Na dominação ideológica e simbólica o dominado não se vê como dominado. Ideologia é um conjunto de proposições elaborado, na sociedade burguesa, com a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe dominante com o interesse coletivo, construindo uma hegemonia daquela classe. A manutenção da ordem social requer dessa maneira menor uso da violência. Como os sujeitos percebem sua miséria? A luta de classe é mascarada, os conflitos e antagonismos provenientes das próprias contradições de uma sociedade dividida em classes são ocultados. Surgem então, princípios tais como: Estado e Nação. Naturalização do mundo cultural. As coisas são assim mesmo.‖, Sempre foi assim e sempre será. Religião: Para Marx a crítica da religião é o pressuposto de toda crítica social, pois crê que as

concepções religiosas tendem a desresponsabilizar os homens pelas consequências de seus atos. Marx seguiu as opiniões de Ludwig Feuerbach, para quem a religião não expressa a vontade de nenhum Deus ou outro ser metafísico, mas é criada pela fabulação dos homens, consiste numa projeção dos desejos humanos e numa forma de alienação. ―Se a fé removesse montanhas os homens não teriam inventado tratores.‖

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Práxis: A práxis é a ação política consciente e transformadora. Marx se posiciona contra qualquer

separação drástica entre teoria e prática, entre pensamento e realidade, porque essas dimensões são abstrações mentais (categorias analíticas) que, no plano concreto, real, integram uma mesma totalidade complexa. As posições mesmo que somente teóricas sempre tem implicações políticas. Fazer história racionalmente é a grande meta. Assim, Marx finaliza as Teses sobre Feuerbach: "Os filósofos apenas interpretaram o mundo de várias maneiras, enquanto que o objetivo é mudá-lo." História: são as relações de produção e suas relações sociais é que fundam todo processo de formação da humanidade. ―Os homens fazem a sua história, mas não a fazem em condições que escolhem.‖ Somos autores e atores da história. Revolução: Uma guinada, temporalmente condensada, no metabolismo social, e que suprime as estruturas fundamentais da ordem burguesa. A ação revolucionária organizada deve derrubar o capitalismo e as instituições estatais por esta suscitadas e trazer a mudança sócio-econômica. A classe trabalhadora é o sujeito revolucionário central. Os sovietes, conselhos e comitês de base (de fábrica, empresa, universidades, escolas etc) são as bases da ação e democracia direta da classe trabalhadora organizada. Em geral, Marx considera que toda revolução é necessariamente violenta, ainda que isso dependa, em maior ou menor grau, da constrição ou abertura do Estado. A necessidade de violência se justifica porque o Estado tenderia sempre a empregar a coerção para salvaguardar a manutenção da ordem sobre a qual repousa seu poder político, logo, a insurreição não tem outra possibilidade de se realizar senão atuando também violentamente. A "expropriação dos expropriadores" não pode ser feita sem violência. Reformismo: social-democracia, partidos de estratégia burguesa e eleitoral. Emancipação: é o controle consciente das condições da própria vida. A condição da emancipação da classe operária é a abolição de todas as classes. Socialismo: A revolução proletária, que instauraria um novo regime sem classes, só obteria sucesso

pleno após a conclusão de um período de transição que Marx denominou socialismo. O socialismo então é a 1ª fase do comunismo, na qual o estado se prepara para sua auto-dissolução. O socialismo é a associação livre de homens livres. Comunismo: No comunismo, ―a divisão do trabalho passa a obedecer aos interesses de toda sociedade garantindo apropriação social das condições de existência‖, extinguindo-se a contradição entre indivíduo privado e o ser coletivo. A sociedade comunista seria o resultado de uma reconstrução consciente da sociedade humana (...) pondo fim à pré-história da humanidade.‖.Comunismo: sociedade dos produtores associados. Até os tempos atuais nem o comunismo, nem o socialismo, a fase de transição, tais como Marx sugeriu, ainda não foi posto em prática em nenhuma região do mundo. Anarquismo: Marx criticou o anarquismo por sua visão tida como ingênua do fim do Estado onde se objetiva acabar com o Estado "por decreto", ao invés de acabar com as condições sociais que fazem do Estado uma necessidade e realidade. Dinheiro: a prostituta universal. Ecologia: Corpo orgânico e inorgânico. Racionalista: A empiria é a epiderme do real.

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Stalinismo: crime em nome do ―comunismo‖.

Referências:

KARL MARX. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2014. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Karl_Marx&oldid=40332731>. Acesso em: 23 out. 2014. NETTO, José Paulo. Curso O Método em Marx. Curso ministrado em 2002 na pós-graduação em Serviço Social da UFPE. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tTHp53Uv_8g> Acesso em: 28/Fev/2015. Sugestão de filmes:

Marx Reloaded - Jason Barker, 2010. Manifestoon, Manifesto Comunista - Legendado em Português. Trechos de o Manifesto Comunista com a ajuda dos cartoones da Disney, criado pelo o cineasta independente Jesse Drew. Sugestão de música: Um Comunista – Chico Buarque Hino a Internacional Comunista - A Internacional é um famoso hino socialista, sendo também uma das canções

mais conhecidas de todo o mundo. A letra original da canção foi escrita em francês em 1871 por Eugène Pottier (1816-1887), que havia sido um dos membros da Comuna de Paris. A intenção de Pottier era a de que o poema fosse cantado ao ritmo da Marselhesa. A Internacional ganhou particular notoriedade entre 1922 e 1944, quando se tornou o hino da União Soviética. Desde então, foi traduzida em inúmeros idiomas. EXERCÍCIOS

QUESTÃO 01

O marxismo (teoria desenvolvida por Karl Marx 1818-1883) constitui-se como a concepção materialista da História, longe de qualquer tipo de determinismo, mas compreendendo a predominância da materialidade sobre a ideia, sendo esta possível somente com o desenvolvimento daquela, e a compreensão das coisas em seu movimento, em sua inter-determinação, que é a dialética. Marque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as alternativas falsas: ( ) ―Luta de classes‖ é o conceito que Marx elaborou junto com Engels para afirmar a união, o amor e a cooperação entre a burguesia (aqueles que detém os meios de produção) e os proletariados (os trabalhadores que detém somente a sua força de trabalho); ( ) O conceito ―alienação‖ elaborado por Marx consiste no controle que o trabalhador tem do seu trabalho, ou seja, o controle do tempo trabalhado e do destino daquilo que é produzido ou prestado;

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( ) ―Ideologia‖ para Marx é uma ―falsa consciência‖, é um conjunto de ideias que visam ocultar, naturalizar e justificar o domínio da burguesia sobre o proletariado; ( ) A ―mais-valia‖ é a porcentagem que os capitalistas retiram do proletariado, essa porcentagem pode ser atingida aumentando o tempo de trabalho dos operários e com isso aumentando o salário dos mesmos. A sequência correta das alternativas é: A) F, F, F, F B) F, V, F, F C) F, F, F, V D) F, F, V, F

QUESTÃO 02 Analise a figura a seguir:

NOVAES, Carlos Eduardo. Capitalismo para principiantes. São Paulo: Ática, 1995. p.123. A figura ilustra, por meio da ironia, parte da crítica que a perspectiva sociológica baseada nas reflexões teóricas de Karl Marx (1818-1883) faz ao caráter ideológico de certas noções de Estado. Sobre a relação entre Estado e sociedade segundo Karl Marx, é CORRETO afirmar: A) A finalidade do Estado é o exercício da justiça entre os homens e, portanto, é um bem indispensável à sociedade. B) O Estado é um instrumento de dominação e representa, prioritariamente, os interesses dos setores hegemônicos das classes dominantes. C) O Estado visa atender, por meio da legislação, a vontade geral dos cidadãos, garantindo, assim, a harmonia social. Por isto a educação, o transporte, a saúde e a segurança são para todos e de qualidade em todo o planeta Terra. D) O Estado ainda hoje está completamente ligado à igreja e o poder é sempre disputado entre eles. No Brasil as igrejas já conseguiram colocar a palavra Deus no preâmbulo da constituição e nas notas de dinheiro e também crucifixos nas paredes das instituições públicas.

QUESTÃO 03

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Ideologia para este pensador é um conjunto de proposições elaborado, na sociedade burguesa, com a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe dominante com o interesse coletivo, construindo uma hegemonia daquela classe. A manutenção da ordem social requer dessa maneira menor uso da violência. O pensamento acima pertence a: A) Nietzsche. B) Freud. C) Marx. D) Descartes.

QUESTÃO 04

(UFPB 2009) (Adaptado) Leia o texto abaixo: ― ... o primeiro pressuposto de toda a existência humana e, portanto, de toda a História, é que os homens devem estar em condições de viver para poder ‗fazer história‘. Mas, para viver, é preciso antes de tudo comer, beber, ter habitação, vestir-se e algumas coisas mais. O primeiro ato histórico é, portanto, a produção dos meios que permitam a satisfação destas necessidades, a produção da própria vida material, e de fato este é um ato histórico, uma condição fundamental de toda história, que ainda hoje, como há milhares de anos, deve ser cumprido todos os dias e todas as horas, simplesmente para manter os homens vivos.‖ MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987, p. 39. As análises históricas de Marx (1818-1883), pensador alemão, exerceram e ainda exercem grande influência nas ciências humanas e sociais, entre elas, a História. Sobre a concepção marxista de História, assinale a alternativa verdadeira. A) A concepção da luta de classes como motor da História foi atribuída indevidamente ao marxismo, para o qual as transformações históricas decorrem apenas das ações dos indivíduos.

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B) O marxismo defende, teoricamente, uma postura neutra do historiador diante da sociedade e do conhecimento produzido sobre a mesma e, assim, nega validade prática a sua própria concepção. C) As sociedades, para Marx, não podem ser compreendidas sem um estudo pormenorizado de sua base econômica, e esse entendimento significa a análise da sua organização material para a produção da sobrevivência humana. D) A História, para Marx, não é feita por todos, é sobretudo pelos ―grandes homens‖ (Alexandre, Napoleão, Hitler) e essa concepção rompia com a ideia, bastante comum no século XIX, de uma História feita por todos, sobretudo os trabalhadores.

QUESTÃO 05

Qual é a diferença entre o conceito de movimento histórico, em Hegel, e o de processo histórico, em Marx? A) Para Hegel, a História é teleológica, a Razão caminha para o conceito de si mesma, em si mesma. Marx não tem uma visão linear e progressiva da História, sendo que, para ele, ela é processo, depende da organização dos homens para a superação das contradições geradas na produção da vida material, pode avançar ou retroceder historicamente. B) Para Hegel, a História pode sofrer rupturas e ter retrocessos, por isso utiliza-se do conceito de movimento da base econômica da sociedade. Marx acredita que o modo de produção encaminhe para um objetivo final, que é a concretização da Razão. C) Para Hegel, a História tem uma circularidade que não permite a continuidade. Para Marx, a História é construída pelo progresso da consciência dos homens que formam o processo histórico. D) Para Hegel, através do trabalho, os homens vão construindo o movimento da produção da vida material e, assim, o movimento histórico. Para Marx, a consciência determina cada época histórica, desenvolvendo o processo histórico.

QUESTÃO 06

Analisando sobre o Estado, o que esse deve ser, se temos duas posições distintas: uma é a concepção liberal, a outra, a concepção marxista. Marque a alternativa que corresponde à interpretação correta.

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A) Segundo a ótica de marxista, a função do Estado é promover a conciliação dos grupos rivais, enquanto na ótica liberal, o Estado é uma instituição que promove o domínio da classe dominante. B) O marxismo segue uma teoria de que o estado seria uma instituição supranacional com poderes comunitários, e o liberalismo compreende o Estado como uma instituição governada por todos os homens. C) Na concepção liberal o Estado deve promover o bem comum a partir de um governo absoluto, e a tese marxista parte do princípio de que o Estado é uma instituição que interfere de modo parcial na luta de classes sempre tomando partido da classe trabalhadora. D) Para a concepção liberal, a finalidade do Estado é agir como mediador dos conflitos entre os diversos grupos sociais, pois os conflitos são inevitáveis entre os homens; para o marxismo, o Estado é uma instituição que interfere na luta de classes de modo parcial, sempre tomando partido da classe dominante.

QUESTÃO 07

Sobre a Filosofia de Marx, analisando o conceito de trabalho., assinale a alternativa FALSA. A) A produção e a reprodução das condições de existência se realizam através do trabalho. B) A divisão social do trabalho não é uma simples divisão de tarefas, mas manifestação da existência da propriedade. C) Os seres humanos distingue-se dos animais não porque são dotados de consciência, mas sim porque produzem. D) As relações entre classes sociais são marcadas pela solidariedade.

QUESTÃO 08

Assinale a alternativa que não caracteriza corretamente o pensamento de Karl Marx. A) A Dialética considera as coisas e os conceitos no seu encadeamento, nas suas relações recíprocas. Assim, a realidade só pode ser compreendida dialeticamente, pois a dialética considera as coisas em interdependência. B) As lutas de classes representam uma espécie de ―motor‖ da história, por isso elas não desapareceriam nem mesmo com o surgimento de uma sociedade comunista perfeita. C) Modo de produção é a maneira pela qual as forças produtivas se organizam em determinadas relações de produção, num dado momento histórico.

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D Relações de produção são as relações fundamentais de toda sociedade, que revelam como os homens, desde as condições naturais, usam técnicas e se organizam através de uma divisão social do trabalho. : QUESTOES ABERTAS 01) Qual é a diferença entre o conceito de movimento histórico, em Hegel, e o de processo histórico, em Marx? 02) Defina o conceito marxista de ―Luta de classes‖. 03) Defina o conceito marxista de ―alienação‖. 04) Defina o conceito marxista de ―Ideologia‖. 05) Defina o conceito marxista de ―mais-valia‖ e exemplifique. 06) Segundo a ótica marxista, qual é a função do Estado no Capitalismo? 07) Para Marx, o que move a História? 08) Defina o conceito marxista de ―Luta de classes‖. 09) Defina o conceito marxista de ―alienação‖. 10) Defina o conceito marxista de ―Ideologia‖.

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FRIEDRICH NIETZSCHE (1844 – 1900)

“Por vezes as pessoas não querem saber a verdade porque

não desejam que suas ilusões sejam destruídas" Nietzsche

“Todos esses pássaros audazes, que voam ao longe, ao mais longínquo –

certamente! Em algum lugar não poderão ir mais longe e pousarão sobre

um mastro ou um mísero recife – e, além do mais, tão gratos por esse

deplorável pouso! Mas quem poderia concluir disso que adiante deles não

há mais nenhuma descomunal rota livre, que eles voaram tão longe quanto

se pode voar! Todos os nossos grandes mestres e precursores acabaram

por se deter, e não é com o gesto mais nobre e mais gracioso que o

cansaço se detém: também comigo e contigo será assim! Mas que importa

isso a mim e a ti! Outros pássaros voarão mais longe!” (NIETZSCHE, F.

Aurora. São Paulo: Nova Cultura, 1999, p. 170. (Os Pensadores)

Influenciou o pós-modernismo: O conhecimento é interpretação, atribuição de sentidos e não explicação da realidade. Conferir sentidos é, também, conferir valores, ou seja, os sentidos são atribuídos a partir de determinada escala de valores que se quer promover ou ocultar. As abstrações inibem as intuições: Nietzsche dá o exemplo da dificuldade de se dizer o que é a honestidade. Pois nada sabemos de uma qualidade essencial que se chame a honestidade, mas sabemos, isso sim, de numerosas ações individualizadas, portanto desiguais. Ao reunir todas elas sob o conceito de honestidade, estamos diante de uma abstração. O que se perde nesse processo é que, ao colocar seu agir sob a regência das abstrações, as intuições são desprezadas para privilegiar o conceito. Como conhecemos, então?: Para Nietzsche, o conhecimento se vale da metáfora, ela assume um

caráter cognitivo. Só ela consegue perceber as coisas no seu devir permanente, porque cada metáfora intuitiva é individual, e, por isso, escapa ao ―grande edifício dos conceitos‖. O conceito, por sua vez, nada mais é do que ―o resíduo de uma metáfora‖.

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Perspectivismo: Outro aspecto do caráter interpretativo de todo conhecimento é a teoria do perspectivismo, que consiste em perseguir uma ideia a partir de diferentes perspectivas. Essa pluralidade de ângulos não nos leva a conhecer o que as coisas são em si mesmas, mas é enriquecedora por nos aproximar mais da complexidade da vida em seu movimento. "Nietzsche concorda ser impossível conhecer totalmente um fenômeno. Porém, entende que quanto mais perspectivas se tem dele, maior o conhecimento. O perspectivista Nietzsche propôs uma nova forma de olhar a história que ficou conhecida como Genealogia.‖ Anti-metafísica: Recusou todos os modelos metafísicos para o mundo e para nós mesmos. Questiona a tese aristotélica de que todo ser tem em potência a sua essência. Crítica ao Cristianismo (moral de rebanho), e à igreja (o oposto exato do que Jesus pregou) e a

admissão de que Jesus (com algumas reservas) foi um espírito livre (AC 32). Crítica à felicidade de rebanho: adequação das pessoas a comportamentos padronizados. Virtude a partir da necessidade: Bondade ou impotência? Obediência ou submissão? Paciência ou covardia? Perdão e amor ao inimigo ou incapacidade de vingança real? Consciência, culpa e má consciência (“consciência da culpa”): a capacidade e a prerrogativa de

ser responsável por si mesmo, é o resultado de uma ―longa história‖ das práticas cruéis (mutilação, lapidação, empalação, esfolamento, arrastamento e esquartejamento, cozinhar vivo) capazes de estabelecer a memória em face do esquecimento ativo. Esse é o papel desempenhado pelas punições e pelos tormentos cruéis. A ―dor era a ajuda mais poderosa para a memória‖. Tarefa da filosofia: interpretar e desmascarar o modo pelo qual a linguagem passou do nomear as

coisas concretas para o sistematizar verdades eternas e isso se faz pelo método genealógico. Em Nietzsche, genealogia significa o questionamento da origem dos valores. Transvaloração dos valores: Ao fazer a crítica da moral tradicional, Nietzsche preconiza a

―transvaloração de todos os valores‖. Nietzsche relembra a Grécia homérica, do tempo das epopeias e das tragédias, momento em que predominavam o que para ele eram os verdadeiros valores aristocráticos, quando a virtude reside na força e na potência, como atributo do guerreiro belo e bom, amado dos deuses. ―Qual o valor dos valores ―bem‖ e ―mal‖? Substituição por bom ou ruim. Transvalorização de todos os valores: desprender dos valores, submetê-los a crítica e transformá-los. Recuperação das forças vitais. Nietzsche critica Sócrates por ter sido o primeiro a encaminhar a

reflexão moral em direção ao controle racional das paixões. Acrescenta que a tendência de desconfiar dos instintos culminou com o ascetismo cristão, que ele responsabiliza pelo processo de domesticação do ser humano, ao torná-lo culpado e fraco. Orienta-se então no sentido de recuperar as forças vitais, instintivas, subjugadas pela razão durante séculos.‖ (p.88) Critério Vida: No exame genealógico o critério vida se impõe. Os sentidos atribuídos as coisas

(ideias, atitudes, valores) fortalecem nosso ―querer- viver‖ ou os degeneram? São sintomas de vida ascendente ou declinante?‖ Vida é vontade: Nietzsche e Schopenhauer concordam que vida é vontade!

Ressentimento: Nietzsche utiliza o termo ressentimento associando-o à ideia de um auto-

envenenamento, derivado de sentimentos como inveja, rancor e ódio. Uma espécie de

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envenenamento. Algo que advém do fato de esses sentimentos não poderem ser descarregados para fora e se voltarem para o interior do homem.

Sugestão de Filmes:

Para Além de Bem e de Mal

Dias de Nietzsche em Turin

Quando Nietzsche Chorou

Meu Amigo Nietzsche

Livros: 16 livros de Nietzsche para download grátis: http://canaldoensino.com.br/blog/16-livros-de-nietzsche-para-download-gratis EXERCÍCIOS:

QUESTÃO 01

Sobre a filosofia de Nietzsche (1844 – 1900) é correto afirmar, EXCETO:

A) Influenciou o realismo. O conhecimento é interpretação, atribuição de sentidos e não explicação da realidade. B) Para Nietzsche conferir sentidos é, também, conferir valores, ou seja, os sentidos são atribuídos a partir de determinada escala de valores que se quer promover ou ocultar. C) Para Nietzsche as abstrações inibem as intuições. Nietzsche dá o exemplo da dificuldade de se dizer o que é a honestidade. Pois nada sabemos de uma qualidade essencial que se chame a honestidade, mas sabemos, isso sim, de numerosas ações individualizadas, portanto desiguais. Ao reunir todas elas sob o conceito de honestidade, estamos diante de uma abstração. D) Segundo Nietzsche ao colocar seu agir sob a regência das abstrações, ao privilegiar o conceito, acabamos por desprezar as intuições.

QUESTÃO 02 Sobre a filosofia de Nietzsche (1844 – 1900) é correto afirmar, EXCETO:

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A) Para Nietzsche, o conhecimento se vale da metáfora, ela assume um caráter cognitivo. Só ela consegue perceber as coisas no seu devir permanente, porque cada metáfora intuitiva é individual, e, por isso, escapa ao ―grande edifício dos conceitos‖. B) Para Nietzsche os conceitos nada mais são do que ―resíduos de metáforas‖. O fazer filosofia é uma maneira ascendente e mais poderosa de fazer poesia. C) Segundo a teoria do perspectivismo de Nietzsche devemos pesquisar nosso ―objeto de pesquisa‖ a partir de diferentes perspectivas. Essa pluralidade de ângulos não nos leva a conhecer o que as coisas são em si mesmas, mas é enriquecedora por nos aproximar mais da complexidade da vida em seu movimento. D) Nietzsche recusou todos os modelos metafísicos para o mundo e para nós mesmos. Questiona, entre outras, a tese aristotélica de que todo ser tende a realizar sua essência.

QUESTÃO 03

Sobre a filosofia de Nietzsche (1844 – 1900) é correto afirmar, EXCETO:

A) Crítica o Cristianismo (moral de rebanho), e a igreja (o oposto exato do que Jesus pregou). B) Admite que Jesus, apesar de filho de deus e partícipe da santíssima trindade, foi um espírito livre; C) Critica a felicidade de rebanho: a adequação das pessoas a comportamentos padronizados. D) Defende que muitas virtudes se escondem por trás das necessidades. Impotência se disfarça de bondade, submissão de obediência, covardia de submissão, incapacidade de vingança real de perdão e amor ao inimigo.

QUESTÃO 04

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Sobre a filosofia de Nietzsche (1844 – 1900) é correto afirmar, EXCETO:

A) Para o filósofo a capacidade e a prerrogativa de ser responsável por si mesmo, é o resultado de uma ―longa história‖ das práticas cruéis (mutilação, lapidação, empalação, esfolamento, arrastamento, esquartejamento e cozinhamento) capazes de estabelecer a memória em face do esquecimento ativo. B) O papel desempenhado pelas punições e pelos tormentos cruéis foi, portanto o de criar no agora o paraíso na terra. A ―dor era a ajuda mais poderosa para a memória‖. C) A tarefa da filosofia é interpretar e desmascarar o modo pelo qual a linguagem passou do nomear as coisas concretas para o sistematizar verdades eternas e isso se faz pelo método genealógico. D) Em Nietzsche, genealogia significa o questionamento da origem dos valores.

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JEAN PAUL SARTRE (1905-1980)

"Você só compreende algo quando o relaciona ao mundo."

Biografia: filósofo, escritor, crítico francês e intelectual. Popularizou a filosofia. Foi politicamente

engajado, militante popular. Apoiou causas políticas de esquerda com sua vida e sua obra. Era músico, ator talentoso e boêmio. Na Universidade tinha afinidade com os ateus e pacifistas. Sem família, sem filho, sem religião visava abandonar os valores burgueses (aparência vs essência). Sartre e Beauvoir mantinham uma relação aberta, nunca formaram um casal monogâmico e nunca se casaram. Além da relação amorosa, eles tinham uma grande afinidade intelectual. Torna-se comunista. Posiciona-se publicamente contra o colonialismo francês e em defesa da libertação da Argélia. Teve a amizade rompida com Albert Camus (O Estrangeiro) quando este publica O Homem Revoltado, um ataque crítico ao Stalinismo. Recusou a receber o Nobel de Literatura de 1964, pois segundo ele "nenhum escritor pode ser transformado em instituição". Sartre presta o serviço militar e torna-se soldado meteorologista e em 1939 volta ao exército francês, servindo na Segunda Guerra Mundial como meteorologista. É feito prisioneiro de guerra por um ano. Participar da resistência, agindo a sua maneira. Não chegou a pegar no fuzil. Sua arma era a palavra. Em 1952 ingressa no Partido Comunista Francês e rompe em 1956. Seu funeral foi acompanhado por mais de 50 000 pessoas. Matrizes:

marxismo - histórico e dialético;

fenomenologia : Jaspers, Husserl, Martin Heidegger, Politzer;

historiografia contemporânea francesa – Bloch;

psicanálise Contexto Histórico: Segunda Guerra Mundial. Ocupação nazista da França e Maio de 68: Durante a revolta estudantil na França (1968) e em várias partes do mundo, Sartre põe-se ao lado dos estudantes da barricada. Greve geral de estudantes e ocupações de fábricas em toda a França, de proporção revolucionária, às quais aderiram dez milhões de trabalhadores, aproximadamente dois terços dos trabalhadores franceses. Mas foi um ―fogo de palha‖. Foi desencorajada pelo Partido Comunista Francês (PCF), de orientação Stalinista e pela Confédération Générale du Travail, a federação sindical de esquerda. E finalmente suprimida pelo governo, que acusa os Comunistas de tramarem contra a República. Após as eleições, em Junho, o partido Gaullista emergiu ainda mais poderoso do que antes. A maioria dos insurretos eram adeptos de ideias esquerdistas, comunistas ou anarquistas. Muitos viam os eventos como uma oportunidade para sacudir os valores da "velha

"Lia para me

livrar do tédio

e este tédio,

mais tarde,

chamei de

existência."

Sartre

"Tudo que existe

nasce sem motivo,

se prolonga por

fraqueza e tem um

encontro com a

morte. O essencial é

a contingência. Por

definição a

existência não é

necessária."

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sociedade", contrapondo ideias avançadas sobre a educação, a sexualidade e o prazer. Entre eles, uma pequena minoria, como o Occident, professava ideias de direita. Alguns filósofos e historiadores afirmaram que essa rebelião foi o acontecimento revolucionário mais importante do século XX, porque não se deveu a uma camada restrita da população, como trabalhadores ou minorias, mas a uma insurreição popular que superou barreiras étnicas, culturais, de idade e de classe. Começou como greves estudantis nas universidades e escolas de ensino secundário em Paris, após confrontos com a administração e a polícia. Um filme de Bernardo Bertolucci, Os Sonhadores, narra a história de três jovens que, durante o Maio de 1968, vêem a revolução acontecer pela janela do quarto. Nos extras de um DVD do filme há um documentário sobre a época. Humanismo: Sartre é um humanista, mas não crê numa essência humana à priori. Não existe qualquer determinação necessária que defina o homem ante o existir. Se o homem não possui essência, seu ser não sendo dado de antemão, coincide com a tarefa do se fazer. O Em-si (Hegel): Há modos de aparição do ser: O ―em-si‖ é um deles. O mundo é povoado de Em-si": qualquer objeto que não possui consciência de si ou do mundo. Que não tem potencialidades. Ele apenas é. O Para-si: O ser humano é o único nesta condição. Tem consciência do mundo e tem consciência de si mesmo. Constrói um sentido para o mundo que vive. Existência precede a essência: O autor nega a existência a priori de uma "essência humana" seja

ela boa ou ruim. Não tem uma essência definida. Na medida em que vive, ele define, a cada momento o que é sua essência. A única coisa imutável em nós é o nosso passado. O futuro está aberto. O que fui se definiu por características e atos que realizei. De agora em diante, estamos livres. Nosso passado é um Em-si, possui uma essência conhecida, mas essa essência não foi predeterminada e nada nos obriga a mantê-la. Ela só existe no passado. Cada Para-si tem a liberdade de fazer de si o que puder. ―O importante não é o que fazem do homem, mas o que ele faz do que fizeram dele‖ (Sartre). A personalidade e o projeto estão em construção e podem por isso serem alterados, enquanto vivos somos um "tornar-se‖, um vir-a-ser". O próprio homem é o definidor de sua essência. Mas a alteração de si depende de uma gama ampla de "condicionantes". O homem deve ser inventado todos os dias‖. Existindo, ele tem que escolher a cada momento aquilo que será no momento seguinte. Não há deus: Para Sartre (Hume, Feuerbach, Marx, Nietzsche), não há a existência de um deus. Se não há deus, não há destino. O homem é o único responsável por seus atos e escolhas. O que direciona nossas escolhas? O homem "Projeta tornar-se deus". Liberdade: há uma noção de liberdade originada e absoluta. Sendo constituídos pela liberdade, a única coisa não podemos escolher é de não ser livre. Somos fatalmente livres. Estamos ―condenados a sermos livres‖. O que define a humanidade, é a escolha incondicional que o próprio homem faz de seu ser e de seu mundo. Apenas nós mesmos definimos nosso futuro, através de nossa liberdade de escolha. As escolhas que os homens tomam frente às contingências às quais estão sujeitos, cabem somente a nós mesmos, não havendo, assim, fator externo que justifique nossas ações. Quem define o que somos? Não são os anjos, demônios, deus (es), os astros, o destino, o outro, meu inconsciente, mas sim sua conduta. Somos o que escolhemos ser e sempre poderemos mudar o que fomos. ―Estamos sós e sem desculpas‖. Sartre não nega por completo o determinismo, mas determina o ser humano através da liberdade, não somos livres para não sermos livres.

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Condicionantes ou Índices de adversidade: a história não está em meu poder, ela me escapa, e isto não decorre do fato de que não a faço: decorre do fato que o outro também a faz. O humano faz a história e se faz ao mesmo tempo, mas também é feito por ela, porque outros também a fazem. O homem é livre para escolher, dentro de possibilidades diferentes. Não escolho: época, classe social, são as condições que possibilita e limita minha liberdade. E escolhemos coisas diferentes, mas tem um aspecto da liberdade, que é a direção da consciência, a intencionalidade, que é igual em todos. As limitações em escolher não diminuem este aspecto. O outro como inferno e o outro como chave/espelho: o inferno são os outros , porque ―os outros‖ atrapalham a concretização dos nossos projetos. Todas as escolhas de uma pessoa levam à transformação do mundo para que ele se adapte ao seu projeto. O conflito decorre do conflito de projetos. As outras pessoas são fontes permanentes de contingências. O outro chave/espelho: O homem por si só não pode conhecer-se em sua totalidade. Só através dos olhos de outras pessoas é que alguém consegue se ver como parte do mundo. Não podemos evitar a convivência. Sem a convivência, uma pessoa não pode perceber-se por inteiro. "O ser Para-si só é Para-si através do outro", ideia que Sartre herdou de Hegel. Não temos acesso às consciências das outras pessoas, mas temos todos consciência. Sem ―os outros‖, o próprio projeto fundamental não faria sentido. O olhar do outro me faz tomar consciência de que existo e me faz pensar sobre mim mesmo. Só a convivência é capaz de me dar a certeza de que estou fazendo as escolhas que desejo. Angústia: Fruto da consciência de saber-se livre e portanto, responsável por usar tal liberdade de forma adequada. As escolhas definem a essência, são irreversíveis e afetam o mundo. Má-fé: é a atitude daqueles que renuncia a própria liberdade. A liberdade traz angústia e má-fé é

uma defesa contra esta angústia. É um auto-engano, um equívoco, um erro, pois afasta a pessoa do seu Projeto pessoal. Responsabilidade: É a consciência de ser responsável por cada escolha que fizer. Sempre se

soube que a responsabilidade é a contrapartida da liberdade. Quase todas as teorias éticas dizem isto. O homem é o único responsável pelas consequências de suas decisões. As mudanças são irreversíveis. Afetam a todos, portanto perante suas escolhas, o homem torna-se também responsável por toda a humanidade. ―Não há desculpas para o homem‖. Junto com a liberdade, que é o poder de escolher, vem à responsabilidade pelas nossas escolhas. As escolhas definirão nossa essência.

"Ainda que fôssemos surdos e mudos como uma pedra, a nossa própria passividade seria uma forma de ação."

Absurdo e contingência (A náusea): A vida é absurda e regida pela contingência. A vida não tem

sentido determinado, somos obrigados a dar um sentido a ela. Moral laica: Sartre não abandona a moral, mas a coloca em seu devido lugar: na responsabilidade individual de cada pessoa. Os valores humanos existem sem a necessidade da existência de Deus. O que deve determinar as escolhas morais é a consciência da responsabilidade e não o medo da punição divina. Consciência: A consciência é intencionalidade, está permanentemente voltada para fora. (Crítica à teoria do Ego de Husserl e de Descartes). Para Sartre o ego não é um conteúdo da consciência. Ele está fora da consciência, porque a consciência é vazia, é o nada. A consciência se dirige ao ego como a qualquer outro objeto do mundo. O homem objetifica-se na fala, no trabalho, nas ideias. Livrou a consciência de conteúdos, tornando-a o "Nada". A intencionalidade, pelo qual a consciência sempre aponta para algo fora de si mesma, é a raiz da liberdade do ser consciente. Devido a

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intencionalidade da consciência o Homem entende que não é um mero objeto, mas um sujeito que pode mudar o mundo e a si mesmo a todo instante. Epistemologia: avesso ao dogma Ética: avessa à moral constituída, mas não endossa uma vida desregrada. O existencialismo

(movimento) não pode ser refúgio para os que procuram o escândalo, a inconsequência e a desordem. Index: Foi vista como uma filosofia nociva aos valores da sociedade e à manutenção da ordem.

Toda a obra de Sartre foi incluída no Index de obras proibidas da Igreja Católica. Totalidade: “destotalizada‖- porque está em constante processo de construção dialética. Psique: A psique humana exprime-se no corpo; Compreensão: Destaque para a noção de situação. (ser-no-mundo, ser-em-situação). A

compreensão é o movimento totalizador que ajunta a meu próximo, a mim mesmo e ao ambiente na unidade sintética de uma objetivação em curso. Personalidade: é a totalização das experiências singulares do sujeito com a materialidade, com o

corpo, com o tempo, com os outros, enfim, com o mundo, cujo nexo é o projeto. Projeto: é o nexo do sujeito e o mundo, e está circunscrito pelo campo dos possíveis, pelas condições materiais, sociais, históricas que definem a existência de um homem, perfazendo as possibilidades de devir do sujeito. Obra: 1943. O Ser e o Nada: Ensaio de Ontologia Fenomenológica. 1943: As Moscas. 1945: Entre quatro paredes 1960: Náusea: a angústia diante da existência. 1960: Na Obra ―A crítica da razão dialética‖ compatibiliza o existencialismo ao marxismo, tentando conciliar a visão individualista do existencialismo e a visão coletivista do marxismo. "o marxismo é a filosofia insuperável de nosso tempo", e admite que enquanto a humanidade estiver limitada por leis de mercado e pela busca da sobrevivência imediata, a liberdade individual não poderia ser totalmente alcançada. No existencialismo há a autodeterminação e para o marxismo as forças sócio-econômicas que estão acima do nosso controle individual, têm o poder de modelar as nossas vidas. A auto-determinação do indivíduo é bem limitada diante de fatores sócio-econômicos, culturais e os movimentos históricos coletivos que, segundo o marxismo e o estruturalismo, determinam as escolhas e diminuem a liberdade individual. EXERCÍCIOS

QUESTÃO 01

Sobre o conceito de liberdade na primeira fase da filosofia de Sartre, pode-se afirmar que sua tese central é a de que ela (a liberdade) deve ser absoluta.

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Assinale a alternativa que se coaduna com esta tese. A) Os valores permitem definir a liberdade para os homens e suas sociedades. B) O simples fato da liberdade impõe uma forma materialista de determinismo, em que se abandona a ideia de consciência. C) Os atos livres do ser humano possuem uma essência psicológica que os define e possibilita. D) É preciso excluir a possibilidade da existência de Deus, pois sua onipotência não permite a liberdade humana.

QUESTÃO 02

Em seu tratamento da liberdade, Sartre afirma que esta é um projeto e não um dado da realidade, sendo necessária uma preocupação com o que o autor chama de má fé.

Considerando-se a ideia de má fé e de suas consequências para a liberdade, é incorreto afirmar: A) Agir em má fé consiste em viver na seriedade. B) Agir em má fé representa uma afirmação do sujeito. C) Agir em má fé significa uma fuga à responsabilidade da decisão livre. D) Agir em má fé representa identificar-se com o ser.

QUESTÃO 03

Para Sartre (1905-1980), “o filósofo da Liberdade‖, o homem é inerentemente livre. Uma de suas frases famosas diz o seguinte: ―O Homem está condenado à liberdade‖. Sua posição era a de que um fenômeno chamado intencionalidade, pelo qual a consciência sempre aponta para algo fora de

si mesma, era a raiz da liberdade incondicional do ser consciente. Devido a intencionalidade da consciência o Homem entende que não é um mero objeto, mas um sujeito que pode mudar o mundo e a si mesmo a todo instante. Sartre diz ainda que junto com a liberdade, que é o poder de escolher, vem à responsabilidade pelas nossas escolhas e a angústia de, para preferir algo, preterir outras

opções.

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Podemos expressar o conceito de Liberdade em Sartre da seguinte forma:

Assim, podemos afirmar que, EXCETO:

A) A responsabilidade é a causa da angústia dos existencialistas. Essa angústia decorre da consciência do homem de que são as suas escolhas que definirão a sua essência, e mais, de que essas escolhas podem afetar, de forma irreversível, o próprio mundo. A angústia, portanto, vem da própria consciência da liberdade e da responsabilidade em usá-la de forma adequada. B) A má-fé é uma defesa contra a angústia criada pela consciência da liberdade, mas é uma defesa equivocada, pois através dela nos afastamos de nosso projeto pessoal, e caímos no erro de atribuir nossas escolhas a fatores externos, como Deus, os astros, o destino, ou outro. C) Sartre afirma que, nós os seres humanos, temos nossa essência antes que nossa existência seja definida. Esse seria um dos preceitos básicos do Existencialismo. Assim, o autor reafirma a existência de uma suposta "essência humana" (pré-concebida), seja ela boa ou ruim. D) Sartre nega a suposição de que haja um propósito universal, um plano ou destino maior, onde seríamos apenas atores de um roteiro definido. Porém, Sartre não se restringe em "justificar" a angústia dos existencialistas, fruto da consciência de sua responsabilidade, mas vai além, e acusa como má-fé a atitude daqueles que não procedem de tal forma, renunciando, assim, a própria liberdade.

QUESTÃO 04

Analise a figura a seguir:

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De acordo com a filosofia existencialista de Jean-Paul Sartre essa figura representa:

A) ―Os outros‖ na figura é representado pelo inferno em que o ser humano paga por todas as suas dívidas criadas a partir da não obediência aos valores religiosos, morais e éticos; B) ―Os outros‖ na figura é representado pela a ideia de que o inferno são os outros", ou seja, embora sejam eles, ―os outros‖, que impossibilitem a concretização de meus projetos, colocando-se sempre no meu caminho, não posso evitar a convivência. Sem eles o próprio projeto fundamental não faria sentido. C) ―Os outros‖ na figura são agentes externos ao ser humano, representados por anjos, demônios, deuses ou até mesmo um Deus soberano que nos condena, assim como a nossa consciência. D) ―Os outros‖ na figura é representado pela minha consciência que me condena a partir da minha liberdade ―Estamos sós e sem desculpas‖, afirma Sartre. QUESTÕES ABERTAS 01) Jean-Paul Sartre foi um dos principais filósofos do século XX. Ele sustentou um projeto existencialista centrado na ação da pessoa, que diante do mundo se dilacera para poder realizar sua vida como projeto de autonomia da própria existência. Eis o comentário de Sartre: ―O existencialismo não é tanto um ateísmo no sentido em que se esforçaria por demonstrar que Deus não existe. Ele declara, mais exatamente: mesmo que Deus existisse, nada mudaria; eis nosso ponto de vista. SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Coleção ―Os Pensadores‖. p. 22. O que Sartre colocou em evidência com esta afirmação polêmica? 02) "Eu não podia admitir que a gente recebesse o ser de fora, que ele se conservasse por inércia, nem que os movimentos da alma fossem os efeitos de movimentos anteriores (...). Diziam-me amiúde: o passado nos impele; mas eu estava convencido de que o futuro me puxava". (Sartre - As palavras) O que significa, segundo Sartre, dizer que "O importante não é o que fazem do homem, mas o que ele faz do que fizeram dele"? 03) Qual a relação entre Deus e a liberdade em Sartre? 04) Em seu tratamento da liberdade, Sartre afirma que esta é um projeto e não um dado da realidade, sendo necessária uma preocupação com o que o autor chama de má fé. Explique em que consiste este conceito.

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MICHEL FOUCAULT (1905-1980)

Biografia: Michel Foucault (Poitiers, 15 de outubro de 1926 — Paris, 25 de junho de1984) foi um filósofo, historiador das ideias, teórico social, filólogo e crítico literário. Suas teorias abordam a relação entre poder e conhecimento e como eles são usados como uma forma de controle social por meio de instituições sociais. Embora muitas vezes seja citado como um pós-estruturalista e pós-modernista, Foucault acabou rejeitando essas etiquetas, preferindo classificar seu pensamento como uma história crítica da modernidade. Seu pensamento foi muito influente tanto para grupos acadêmicos, quanto para ativistas. Nascido em Poitiers, na França, em uma família de classe média-alta, Foucault foi educado no Lycée Henri-IV e, em seguida, na Escola Normal Superior de Paris, onde ele desenvolveu seu interesse por filosofia e teve influência de seus tutores, Jean Hyppolite e Louis Althusser. Depois de vários anos como diplomata cultural no exterior, ele retornou à França e publicou seu primeiro grande livro, A História da Loucura. Após trabalhar entre 1960 e 1966 na Universidade de Clermont-Ferrand, ele produziu duas publicações mais significativas, O Nascimento da Clínica e As Palavras e as Coisas, que exibiu seu crescente envolvimento com o estruturalismo, um movimento teórico na antropologia social, do qual ele distanciou-se mais tarde. Essas três primeiras obras foram exemplos de uma técnica historiográfica que Foucault estava desenvolvendo e que ele chamou de "arqueologia". De 1966 a 1968, a Foucault lecionou na Universidade de Túnis, na Tunísia, antes de retornar para a França, onde se tornou chefe do departamento de filosofia de uma nova universidade experimental, a Paris VIII. Em 1970, ele foi admitido no Collège de France, onde permaneceu até sua morte. Ele também tornou-se ativo em alguns grupos de esquerda envolvidos em campanhas anti-racistas, contra violações aos direitos humanos pela luta por uma reforma penal. Em seguida ele publicou A Arqueologia do Saber, Vigiar e Punir e História da Sexualidade. Nestes livros, ele desenvolveu métodos arqueológicos e genealógicos que enfatizavam os jogos de poder na evolução do discurso na sociedade. Foucault morreu em Paris por conta de problemas neurológicos agravados por HIV/AIDS; ele foi a primeira figura pública francesa que morreu por causa desta doença, sendo que seu parceiro Daniel Defert criou a fundação da caridade AIDES em sua memória. Temas: Foucault é conhecido pelas suas críticas às instituições sociais, especialmente à psiquiatria,

à medicina, às prisões, e por suas ideias sobre a evolução da história da sexualidade, suas teorias gerais relativas à energia e à complexa relação entre poder e conhecimento, bem como por estudar a expressão do discurso em relação à história do pensamento ocidental. Têm sido amplamente discutidas a imagem da "morte do homem", anunciada em ―As Palavras e Coisas‖, e a ideia de subjetivação, reativada no interesse próprio de uma forma ainda problemática para a filosofia

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clássica do sujeito. Parece então que mais do que em análises da "identidade", por definição, estáticas e objetivadas, Foucault centra-se na vida e nos diferentes processos de subjetivação. Filiação filosófica: Se seu trabalho é muitas vezes descrito como pós-moderno ou pós-

estruturalista por comentadores e críticos contemporâneos, ele foi mais frequentemente associado com o movimento estruturalista, especialmente nos primeiros anos após a publicação de ―As Palavras e as Coisas‖. Inicialmente aceitou a filiação; posteriormente, ele marcou a sua distância à abordagem estruturalista, explicando que ao contrário desta última, não tinha adaptado uma abordagem formalista. Ele não aceitou o rótulo de pós-modernista aplicado ao seu trabalho, dizendo que preferia discutir como se dá a definição de modernidade em si. As teorias sobre o saber, o poder e o sujeito romperam com as concepções modernas destes termos, motivo pelo qual é considerado por certos autores, contrariando a própria opinião de si mesmo, um pós-moderno. Os primeiros trabalhos (História da Loucura, O Nascimento da Clínica, As Palavras e as Coisas, A Arqueologia do Saber) seguem uma linha pós-estruturalista, o que não impede que seja considerado geralmente como um estruturalista devido a obras posteriores como Vigiar e Punir e a História da Sexualidade. Além desses livros, são publicadas hoje em dia transcrições de seus cursos realizados no Collège de France e inúmeras entrevistas, que auxiliam na introdução ao pensamento deste autor. Michel Foucault é mais conhecido por ter destacado as formas de certas práticas das instituições em relação aos indivíduos. Ele destacou a grande semelhança nos modos de tratamento dado ou infligidos aos grandes grupos de indivíduos que constituem os limites do grupo social: os loucos, prisioneiros, alguns grupos de estrangeiros, soldados e crianças. Ele acredita que, em última análise, eles têm em comum o fato de serem vistos com desconfiança e excluídos por uma regra em confinamento em instalações seguras, especializadas, construídas e organizadas em modelos semelhantes (asilos, presídios, quartéis, escolas), inspirados no modelo monástico; instalações que ele chamou de "instituições disciplinares". História da loucura: Na grande maioria das suas obras, Michel Foucault esforçou-se por se limitar a problemas concretos (a loucura, a prisão, a clínica psiquiátrica), num contexto geográfica e historicamente bem determinado (a França, a Europa ou o Ocidente; no fim do século XVIII, na Grécia antiga, etc.). No entanto, as suas observações permitem extrair conceitos que ultrapassem esses limites de tempo e espaço. Elas conservam, assim, uma grande atualidade. Por isso, muitos intelectuais - em várias áreas do conhecimento - podem se referir a Foucault atualmente. É, por exemplo, estudando a mutação das técnicas penais no final do século XVIII que ele pôde analisar a emergência de uma nova forma de subjetividade constituída pelo poder. A relação de poder entre o institucional e o indivíduo funda a constituição de saberes e é, por sua vez, fundado por eles: é a noção de "saber-poder". Não há relações de poder sem a constituição correlata de um campo de saber, nem há saber que não suponha e constitua, ao mesmo tempo, relações de poder. Em defesa da sociedade: Nesta ontologia de revisão, simultaneamente genealógica e arqueológica, o trabalho sobre problemas pouco específicos são inseparáveis dos das "formações discursivas" (As palavras e as Coisas, A Arqueologia do Conhecimento e A Ordem dos discursos), como o significado de racismo, além de seus significados particularizados, é inseparável do advento das ciências humanas. No segundo semestre de 1970, ele estava interessado no que parecia uma nova forma de exercício do poder (de vida), ele chamou de "biopoder" (um conceito tirado e

desenvolvido por François Ewald, Giorgio Agamben, Judith Revel e Antonio Negri, entre outros). Conceito de biopoder: o poder de morrer e deixar viver foi substituído pelo biopoder que é Viver e deixar morrer, do estado de bem-estar: segurança social, seguros, etc. No início de 1980, em suas palestras no Collège de France, Du Gouvernement des vivants (em português, 'Do Governo dos Vivos'), Foucault inicia uma nova linha de investigação: os atos que o sujeito pode e deve operar livremente em si para chegar à verdade. Este novo eixo, o conhecimento do domínio irredutível de

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domínio e de poder, é chamado de "regime de verdade" e pode isolar a parte livre e decisão deliberada do sujeito na sua própria atividade. Os exercícios cristãos ascéticos fornecem o primeiro campo de exploração desses sistemas na sua diferença com os exercícios ascéticos greco-romanos. Seu pensamento visa ligar em conjunto, sem confundi-las, estas três áreas: conhecimento, poder e discurso. Sua obra, a partir da perspectiva do todo, aparece como uma vasta história dos limites estabelecidos na definição do que seja louco, doente, criminoso, desviante. O poder não é uma autoridade exercida sobre questões de direito, mas acima de tudo um poder imanente na sociedade, que se reflete na produção de normas e valores. O problema político é, portanto, aquele que investe sobre o corpo aparelhos de micropoder e, silenciosamente, inventam formas de dominação, mas que pode também oferecer a oportunidade para novas possibilidades de vida. "Não há relação de poder entre sujeitos livres", ele gostava de dizer. Biopoder: G.D. (...) Foucault é com frequência considerado como o pensador das sociedades de disciplina, e de sua técnica principal, o confinamento (não só o hospital e a prisão, mas a escola, a fábrica, a caserna). (DELEUZE, 1992, p.215) (...) Certamente, não se deixou de falar da prisão, da escola, do hospital: essas instituições estão em crise. Mas se estão em crise, é precisamente em combates de retaguarda. O que está sendo implantado, às cegas, são novos tipos de sanções, de educação, de tratamento. Os hospitais abertos, o atendimento a domicílio, etc., já surgiram há muito tempo. Pode-se prever que a educação será cada vez menos um meio fechado, distinto do meio profissional – um outro meio fechado - , mas que os dois desaparecerão em favor de uma terrível formação permanente,...‖ (...) as formas de delinqüência ou de resistência (dois casos distintos) também aparecem.‖ (DELEUZE, 1992, p.216) Liberdade: A ética do ―cuidado de si mesmo‖ (epiméleia heautoû) como prática de liberdade (ontem

e hoje) é quase uma conseqüência da qual seu pensamento não poderia escapar. Que é ser livre? Que é a liberdade? Como é possível a liberdade? Foucault nos leva a fazer essas questões sem nos oferecer respostas exatas, retas. Foucault não deixou uma teoria da liberdade, mas deixou diversos assinalamentos, indicações: ―A liberdade não começa ali onde cessa a intervenção centralizada do Estado (...) De fato, não creio que o poder seja somente o Estado, ou que o não-estado já seja a liberdade‖. A liberdade é da ordem das resistências às sujeições dos diversos poderes. O poder, longe de impedir a liberdade, excita-a. Mas de que liberdade se trataria? Ser livre de quê? É possível a constituição do sujeito sem sujeição? Para Foucault, isso implica na transformação do sujeito como objeto do saber, objeto de sua própria verdade, sendo a liberdade construída num processo, numa vida construída na maneira como cada um determinar. Assim, nos caminhos que escolher trilhar - não importa onde se chegue - e mais, na própria escolha é que é a liberdade, o sujeito construirá sua vida como decidir, mas criando as condições de coexistência com o outro, pois não pode haver liberdade apenas no sujeito, mas vivenciada por ele nas relações com todos os demais. Foucault deixa aqui um embaraço, não é possível ser livre em si mesmo, no pensamento, na independência do cuidado virtuoso de si, como um aristocrata da alma? Se a liberdade é, pois, igualmente uma construção, resta-nos buscá-la como um valor a orientar nossas ações. Importando destacar, mais uma vez, que possivelmente jamais seja encontrada integralmente. Referência: FILHO, Alípio de Sousa. Foucault: o cuidado de si e a liberdade, ou a liberdade é uma agonística. Trabalho apresentado no IV Colóquio Internacional Michel Foucault. Abril de 2007, Natal. O Sujeito e o Poder: Foucault (1979) renega os modos tradicionais de analisar o poder e procura realizar suas análises não de forma dedutiva e sim indutiva, por isso passou a ter como objeto de análise não categorias superiores e abstratas de análise tal como questões do que é o poder, o que o origina e tantos outros elementos teóricos, voltando-se para elementos mais periféricos do sistema total, isto é, passou-se a interessar-se pelos locais onde a lei é efetivada realmente. Hospitais

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psiquiátricos, forças policiais, etc. são os locais preferidos do pensador para a compreensão das forças reais em ação e com quais devemos realmente nos preocupar, compreender e buscar renovar constantemente. Segundo este pensamento, devemos compreender que a lei é uma verdade "construída" de acordo com as necessidades do poder, em suma, do sistema econômico vigente, sistema, atualmente, preocupado principalmente com a produção de mais-valia econômica e mais-valia cultural, tal como explicado por Guattari (1993). O poder em qualquer sociedade precisa de um delimitação formal, precisa ser justificado de forma abstrata o suficiente para que seja introjetado psicologicamente, a nível macrossocial, como uma verdade a priori, universal. Desta necessidade, desenvolvem-se as regras do direito, surgindo, portanto, os elementos necessários para a produção, transmissão e oficialização de "verdades". "O poder precisa da produção de discursos de verdade (p.180), como diria Foucault (1979). O poder não é fechado, ele estabelece relações múltiplas de poder, caracterizando e constituindo o corpo social e, para que não desmorone, necessita de uma produção, uma acumulação, uma circulação e um funcionamento de um discurso sólido e convincente. Panóptico: O panóptico foi um projeto arquitetônico de prisão inventado por Jeremy Bentham e destinado a garantir que todos os prisioneiros possam ser vistos a partir de uma torre central como um paradigma da evolução da nossa sociedade. (ver o conceito deleuziano de "sociedade de controle", na discussão com a obra de Foucault). Recepção: A filosofia de Foucault influenciou (como ele foi influenciado por) movimentos de protesto

na França e no mundo anglo-saxão desde 1970 (o movimento antipsiquiatria, movimento de prisioneiros, o movimento feminista). Todos os livros de Michel Foucault para dowload gratuito: https://bibliotecaucs.wordpress.com/2013/11/05/todos-os-livros-de-michel-foucault-para-download-gratuito/ Referência:

DELEUZE, Gilles. Conversações. Rio de Janeiro. Editora 34. 1992 FILHO, Alípio de Sousa. Foucault: o cuidado de si e a liberdade, ou a liberdade é uma agonística. Trabalho apresentado no IV Colóquio Internacional Michel Foucault. Abril de 2007, Natal. MICHEL FOUCAULT. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2014. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Michel_Foucault&oldid=40901794>. Acesso em: 24 fev. 2015.

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ATIVIDADE EXTRA 1:

Contrato tácito entre as pessoas que se conformam1 O mundo em que vivemos assenta num contrato tácito entre os conformistas e cujo conteúdo é o seguinte: 1) Aceito a competição como base do nosso sistema social e econômico, mesmo tendo consciência que o seu funcionamento gera frustração e cólera por entre a esmagadora maioria dos perdedores. 2) Aceito ser humilhado ou explorado na condição de também eu humilhar e explorar quem quer que se encontre abaixo de mim na hierarquia social. 3) Aceito a exclusão social dos marginais, desadaptados e dos fracos em geral, uma vez que a integração social tem que ter limites. 4) Aceito remunerar os bancos a fim destes investirem o meu salário conforme as suas conveniências, mesmo sem receber qualquer dividendo pelos seus gigantescos lucros. Aceito igualmente que os bancos me exijam uma comissão elevada para me emprestarem dinheiro que não é outro senão o dos seus clientes. 5) Aceito que permanentemente sejam congeladas e sejam lançadas fora toneladas de alimentos a fim de que os preços não baixem, o que é preferível a dá-los às pessoas necessitadas e que permitiriam salvar algumas centenas de milhares de pessoas da fome a cada ano que passa. 6) Aceito que seja expressamente proibido pôr fim aos seus dias, mas que seja perfeitamente tolerável que se vá morrendo aos poucos ao inalar-se ou ingerir-se substâncias tóxicas autorizadas pelos Estados. 7) Aceito que se faça a guerra para fazer reinar a paz. Aceito que em nome da paz a primeira despesa pública dos Estados seja para o orçamento do exército. Aceito igualmente que os conflitos sejam criados artificialmente a fim de garantir o escoamento dos estoques de armas e de fazer girar a economia mundial. 8) Aceito a hegemonia do petróleo sobre a nossa economia, muito embora se trate de uma economia de elevado custo e geradora de poluição, pelo que estou de acordo em travar ( e mesmo impedir) qualquer substituição, mesmo se vier a descobrir um qualquer meio gratuito e ilimitado de produzir energia, o que seria uma grande perda e prejuízo elevado para o nosso sistema econômico. 9) Aceito que se condene a morte do próximo, salvo se o Estado decretar que se trata de um inimigo, caso esse em que devemos então encorajar a que seja morto. 10) Aceito que se divida a opinião pública criando partidos de direita e partidos de esquerda, que passarão o seu tempo a combater-se entre si, dando a impressão de fazer avançar o sistema. Aceito, além disso, todas as divisões possíveis e imagináveis, visto que elas me permitirão canalizar a minha cólera para os tais inimigos referenciados, e cujo retrato será agitado perante os meus olhos. 11) Aceito que o poder de moldar e formatar a opinião pública, outrora entregue às religiões, esteja hoje nas mãos dos negociantes, não eleitos democraticamente e que são totalmente livres do controle dos Estados, já que estou plenamente convencido do bom uso que não deixarão de fazer daquele poder sobre a opinião pública. 12) Aceito a ideia que a felicidade se resume ao conforto, amor ao sexo, e liberdade à satisfação de todos os desejos, pois é isso que a publicidade não se cansa de me transmitir. Quanto mais infeliz, mais eu hei-de consumir, e ao desempenhar com competência este meu papel, estou a contribuir para o bom funcionamento da nossa economia. 13) Aceito que o valor de uma pessoa seja medido em função da sua conta bancária, assim como a sua utilidade social esteja dependente da sua produtividade, e não tanto da suas qualidades, pelo que será excluído do sistema quem não se mostre suficientemente produtivo.

1 Texto retirado da internet, com pequenas alterações. Segundo informações de autoria dos Amigos da Terra.

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14) Aceito voluntariamente que sejam prodigamente pagos os jogadores de futebol e os atores e atrizes, e a um nível muito inferior os professores e médicos, profissionais encarregados da educação e da saúde das futuras gerações. 15) Aceito que sejam lançados para os lares, especialmente destinados para esse fim, as pessoas de idade, cuja experiência poderia ser útil, uma vez que sendo nós a civilização mais evoluída do planeta ( e, sem dúvida, do universo) sabemos bem que a experiência não se partilha nem se transmite. 16) Aceito que todos os dias sejam apresentadas as notícias mais terríveis e mais negativas do mundo a fim que de que eu possa apreciar até que ponto é normal e possa dar-me por satisfeito a sorte que tenho em viver numa sociedade ocidental, tanto mais que incutir o medo nos nossos espíritos só pode ser benéfico para todos nós. 17) Aceito que os industriais, os militares e os políticos se reúnam regularmente para tomar decisões, sem nos consultar, sobre o futuro da vida e do planeta. 18) Aceito consumir carne bovina tratada com hormônios sem que eu esteja informado sobre o assunto. Aceito que a cultura dos transgênicos se expanda por todos os sítios do mundo, permitindo às transnacionais do setor agro-alimentar patentear as sementes, recolher dividendos e colocar sob o seu jugo toda a agricultura mundial. 19) Aceito que os grandes bancos internacionais emprestem dinheiro aos países desejosos de adquirir armamento, escolham aqueles que farão a guerra e os que a não farão. Estou plenamente consciente que mais vale financiar as duas partes beligerantes a fim de estar seguro que o conflito possa durar o mais tempo possível, de modo a ser possível pilhar os seus recursos caso não possam reembolsar os empréstimos recebidos. 20) Aceito que as empresas multinacionais se abstenham de aplicar os progressos sociais do ocidente nos países desfavorecidos. Considerando que é uma verdadeira beleza vê-los a trabalhar, prefiro que seja permitido o trabalho de crianças em condições infra-humanas e precárias e que, em nome dos direitos do homem e do cidadão, não haja o direito de ingerência nesses assuntos. 21) Aceito que os políticos possam ter uma duvidosa honestidade e, por vezes, sejam corruptos, perante as fortes pressões de que eles são alvos, desde que para a maioria dos cidadãos a regra seja a tolerância zero. 22) Aceito que os laboratórios farmacêuticos e os industriais do setor agro-alimentar vendam aos países periféricos produtos fora do prazo ou com componentes cancerígenos, e que estejam interditas nos países centrais. 23) Aceito que o resto do mundo não-ocidental possam pensar diferentemente de nós, sob a condição de não virem para cá exprimir as suas crenças e ainda menos tentar explicar a nossa História com as suas noções filosóficas primitivas. 24) Aceito a ideia que não existe senão duas possibilidades na natureza, a saber: caçar ou ser caçado. E se somos dotados de uma consciência e de linguagem, não é com certeza para saber escapar a esta dualidade, mas sim para justificar porque é que agimos assim. 25) Aceito considerar o nosso passado como uma sucessão ininterrupta de conflitos, conspirações políticas e de vontade para obter hegemonias, mas eu sei que hoje tudo isso já não existe porque estamos no apogeu da evolução humana, e que as únicas regras que regem o nosso mundo são a busca da felicidade e da liberdade de todos os povos, tal como ouvimos dizer constantemente nos discursos políticos. 26) Aceito sem discutir e considero como verdades todas as teorias propostas para explicar o mistério das nossas origens. Além disso, aceito que a natureza tenha demorado milhões de anos para criar um ser humano, para o qual o único passatempo é a destruição da sua própria espécie daqui a alguns instantes. 27) Aceito que a procura do lucro seja o fim último da Humanidade, e que a acumulação das riquezas seja a realização efetiva da vida humana. 28) Aceito a destruição das florestas, a quase destruição da fauna marítima dos rios e oceanos. Aceito o aumento da poluição industrial e a dispersão de venenos químicos e de elementos

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radioativos na natureza. Aceito a utilização de todas as espécies de aditivos químicos na minha alimentação, porque estou convencido que, se aí são introduzidos, é porque são úteis e desprovidos de risco. 29) Aceito a guerra econômica que alastra pelo planeta, mesmo se sinto que ela nos conduz para uma catástrofe sem precedentes. 30) Aceito esta situação e admito que não posso fazer absolutamente nada para a mudar ou melhorar. 31) Aceito ser tratado como besta, pois feitas as contas, penso que não valho mais que isso. 32) Aceito não levantar qualquer questão, de fechar os olhos a tudo isso e em não me opor a nada, uma vez que estou demasiado ocupado com a minha vida e já tenho preocupações que me cheguem. Aceito mesmo defender até à morte este contrato se me pedirem. 33) Aceito pois, consciente e voluntariamente, este meu triste destino contratual que me colocaram à frente dos olhos e que vou assinar, apesar de tal me impedir de ver a realidade das coisas. Nota final: Caso estejas contra e recusas subscrever este contrato, podes em alternativa começar por utilizar os recursos que a amizade e o amor, a fraternidade e a responsabilidade partilhada te oferecem e passar a refletir, a conceber, a ousar e a tecer uma teia não-venenosa, mas saudável, para manter saudável o planeta e garantir à Humanidade o direito a viver com justiça e liberdade. Todo o atraso é demais. O texto acima faz uma crítica irônica e mordaz ao “Contrato Social” que aceitamos e mantemos por meio de nossa indiferença e conformismo. Após uma leitura atenta do mesmo desenvolva uma reflexão de no mínimo 10 linhas sobre suas possibilidades de cooperar na reversão desta situação.

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ATIVIDADE EXTRA 2:

O Direito de Sonhar - Eduardo Galeano Tente adivinhar como será o mundo depois do ano 2000. Temos apenas uma única certeza: se estivermos vivos, teremos virado gente do século passado. Pior ainda, gente do milênio passado. Sonhar não faz parte dos trinta direitos humanos que as Nações Unidas proclamaram no final de 1948. Mas, se não fosse por causa do direito de sonhar e pela água que dele jorra, a maior parte dos direitos morreria de sede. Deliremos, pois, por um instante. O mundo, que hoje está de pernas para o ar, vai ter de novo os pés no chão. Nas ruas e avenidas, carros vão ser atropelados por cachorros. O ar será puro, sem o veneno dos canos de descarga, e vai existir apenas a contaminação que emana dos medos humanos e das humanas paixões. O povo não será guiado pelos carros, nem programado pelo computador, nem comprado pelo supermercado, nem visto pela TV. A TV vai deixar de ser o mais importante membro da família, para ser tratada como um ferro de passar ou uma máquina de lavar roupas. Vamos trabalhar para viver, em vez de viver para trabalhar. Em nenhum país do mundo os jovens vão ser presos por contestar o serviço militar. Serão encarcerados apenas os que quiserem se alistar. Os economistas não chamarão de nível de vida o nível de consumo, nem de qualidade de vida a quantidade de coisas. Os cozinheiros não vão mais acreditar que as lagostas gostam de ser servidas vivas. Os historiadores não vão mais acreditar que os países gostem de ser invadidos. Os políticos não vão mais acreditar que os pobres gostem de encher a barriga de promessas. O mundo não vai estar mais em guerra contra os pobres, mas contra a pobreza. E a indústria militar não vai ter outra saída senão declarar falência, para sempre. Ninguém vai morrer de fome, porque não haverá ninguém morrendo de indigestão. Os meninos de rua não vão ser tratados como se fossem lixo, porque não vão existir meninos de rua. Os meninos ricos não vão ser tratados como se fossem dinheiro, porque não vão existir meninos ricos. A educação não vai ser um privilégio de quem pode pagar por ela. A polícia não vai ser a maldição de quem não pode comprá-la. Justiça e liberdade, gêmeas siamesas condenadas a viver separadas, vão estar de novo unidas, bem juntinhas, ombro a ombro. Uma mulher - negra - vai ser presidente do Brasil, e outra - negra - vai ser presidente dos Estados Unidos. Uma mulher indígena vai governar a Guatemala e outra, o Peru. Na Argentina, as loucas da Praça de Maio vão virar exemplo de sanidade mental, porque se negaram a esquecer, em tempos de amnésia obrigatória. A Santa Madre Igreja vai corrigir alguns erros das Tábuas de Moisés. O sexto mandamento vai ordenar: "Festejarás o corpo". E o nono, que desconfia do desejo, vai declará-lo sacro. A Igreja vai ditar ainda um décimo-primeiro mandamento, do qual o Senhor se esqueceu: "Amarás a natureza, da qual fazes parte". Todos os penitentes vão virar celebrantes, e não vai haver noite que não seja vivida como se fosse a última, nem dia que não seja vivido como se fosse o primeiro. O texto acima de Eduardo Galeano mistura realidade e ficção, presente e futuro,... após uma leitura atenta do mesmo teça um comentário de 10 linhas sobre o projeto de mundo do autor. Retirando os aspectos surreais do texto, você concorda com este projeto? Quais são os desafios para torná-lo real?

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ATIVIDADE EXTRA 3: O Último Discurso - Charles Chaplin

Desculpe! Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar - se possível –judeus, o gentio ... negros ... brancos. Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar ou desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover todas as nossas necessidades. O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma do homem ...levantou no mundo as muralhas do ódio ...e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas duas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido. A aviação e o rádio aproximaram-se muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem ... um apelo à fraternidade universal ... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhões de pessoas pelo mundo afora ... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas ... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: "Não desespereis!" A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia ... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem os homens, a liberdade nunca perecerá. Soldados! Não vos entregueis a esses brutais ... que vos desprezam ... que vos escravizam ... que arregimentam as vossas vidas ... que ditam os vossos atos, as vossas ideias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como um gado humano e que vos utilizam como carne para canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar ... os que não se fazem amar e os inumanos. Soldados! Não batalheis pela escravidão! lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas é escrito que o Reino de Deus está dentro do homem - não de um só homem ou um grupo de homens, mas dos homens todos! Estás em vós! Vós, o povo, tendes o poder - o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela ... de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto - em nome da democracia - usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo ... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice. É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos. Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontres, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo

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da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo - um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergues os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos! O texto acima mostra as consequências negativas do progresso tecno-científico e de igual modo aponta para as possibilidades de superação dos aspectos negativos da sociedade. Após uma leitura atenta do mesmo desenvolva uma reflexão de no mínimo 10 linhas sobre suas possibilidades de cooperar na conquista deste novo mundo.

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ATIVIDADE EXTRA 4: REDAÇÃO: Assista ao filme Waking Life (2001), EUA, de Richard Linklater e com base nele e nos conhecimentos construídos ao longo de sua existência, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre algum tema relacionado ao filme. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista. O filme está disponível na internet. Pode ser assistido, por exemplo aqui: https://archive.org/details/Despertar.da.Vida. O texto deve ter no mínimo 25 linhas e no máximo 30 linhas e NÃO DEVE SER COPIADO DA INTERNET.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ARANHA, Maria Lucia Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. Introdução à filosofia. volume único..4ª edição. S.P: - Moderna. 2009. DELEUZE, Gilles. Conversações. Rio de Janeiro. Editora 34. 1992 FERREIRA. Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa. 1ª Edição. Editora Nova Fronteira. FILHO, Alípio de Sousa. Foucault: o cuidado de si e a liberdade, ou a liberdade é uma agonística. Trabalho apresentado no IV Colóquio Internacional Michel Foucault. Abril de 2007, Natal. HEGEL, G. W. F. Filosofia da História. 2 ed. Tradução de Maria Rodrigues e Hans Harden. Brasilia: Editora da UNB, 1998 HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do espírito. Tradução de Paulo Meneses. Petrópolis: Vozes, 2002. HEGEL, G.W.F. Filosofia da História. 2.ed. Brasília. Editora da UnB, 1998 HEGEL. Introdução à História da Filosofia. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1989 HEGEL. Introdução à História da Filosofia. Trad. de Antonio Pinto de Carvalho. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1989. JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. Jorge Zahar Editor. Rio de Janeiro.1993. KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. Prefácio da primeira edição, 1781. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994. KARL MARX. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2014. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Karl_Marx&oldid=40332731>. Acesso em: 23 out. 2014. MARQUES, Marcelo; KAUARK, Patrícia; BIRCHAL, Telma. Currículo Básico Comum – Filosofia – Proposta Curricular – Ensino Médio - Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. 2008. MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. MICHEL FOUCAULT. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2014. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Michel_Foucault&oldid=40901794>. Acesso em: 24 fev. 2015. NETTO, José Paulo. Curso O Método em Marx. Curso ministrado em 2002 na pós-graduação em Serviço Social da UFPE. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tTHp53Uv_8g> Acesso em: 28/Fev/2015. NIETZSCHE, F. Aurora. São Paulo: Nova Cultura, 1999, p. 170. (Os Pensadores) NOVAES, Carlos Eduardo. Capitalismo para principiantes. São Paulo: Ática, 1995. SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Coleção ―Os Pensadores‖

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SUGESTÕES DE VÍDEOS, FILMES, DOCUMENTÁRIOS, MÚSICAS

TEMA TÍTULO ANO PAÍS DIRETOR/MÚSICO

ANIMAIS A Carne é Fraca

ANIMAIS Discurso sobre o Veganismo Gary Yourofsky

ANIMAIS Não matarás! Instituto Nina Rosa

ANIMAIS Terráqueos 2005 EUA Shaun Monson

CÂNCER O Milagre Gerson 2004

CAPITALISMO Da Servidão Moderna

CAPITALISMO Ilha das Flores

CRIMINOLOGIA Juízo: Os Infratores do Brasil Maria Augusta

CRIMINOLOGIA Justiça Maria Augusta

CRISTOLOGIA A vida de Brian

DESCARTES Descartes (Cartesius) 1973 FRA/ITA

Roberto Rosselini

DROGAS Bicho de sete cabeças 2000 BRA Laís Bodanzky

DROGAS Cortina de Fumaça

DROGAS Quebrando o Tabu

ECOLOGIA A história das Coisas Anne Leonard

ECOLOGIA A história secreta da obsolescência programada

Cosima Dannoritzer

ECOLOGIA Home

ECOLOGIA Lixo Extraordinário 2010

ECONOMIA A Corporação

ECONOMIA Ilha das Flores Jorge Furtado

EDUCAÇÃO A Onda

EDUCAÇÃO Entre os Muros da escola 2008 FRA Laurent Cantet

EDUCAÇÃO O Jarro 1992 IRÃ Ebrahim Foruzesh

EDUCAÇÃO Pink Floyd The Wall 1982 Alan Parker

ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA

Quem manda na cidade que você vive

ESPIRITUALIDADE Eu maior

ÉTICA A história dos direitos humanos

ÉTICA O Riso dos Outros

ÉTICA Solitário Anônimo

FILOSOFIA A Vida de David Gale 2003 EUA Alan Parker

FILOSOFIA Baraka 1992 EUA

FILOSOFIA Beleza Americana 1999 EUA Sam Mendes

FILOSOFIA Cronicamente Inviável 2000 Sérgio Bianchi

FILOSOFIA Filosofia – Mart‘nália Música

FILOSOFIA Freud, além da alma.

FILOSOFIA Futebol Filosófico Monty Python

FILOSOFIA Giordano Bruno 1973 ITA/FRA

Giuliano Montaldo

FILOSOFIA Hanna Arendt 2012

FILOSOFIA La Belle Verte

FILOSOFIA Matrix 1999 EUA Andy Wachowski

FILOSOFIA Matrix Reloaded 2003 EUA Andy Wachowski

FILOSOFIA Matrix Revolutions 2003 EUA Andy Wachowski

FILOSOFIA O Mundo de Sofia

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FILOSOFIA O nome da rosa 1986 ALE/FRA

Jean Jacques Annaud

FILOSOFIA O som ao redor 2013 BRA Kleber Mendonça Filho

FILOSOFIA Os alquimistas estão chegando – Jorge Ben

Música

FILOSOFIA Sociedade do Espetáculo Guy Debord

FILOSOFIA Surplus - com Zerzan

FILOSOFIA V for Vendetta

FILOSOFIA Waking Life 2001 EUA Richard Linklater.

GÊNERO O Corpo das Mulheres

GÊNERO Tudo pode dar certo

GÊNERO Volver

HISTÓRIA A Batalha do Chile. (1975, 1977, 1979)

CHI Patricio Guzmán

HISTÓRIA Nós que aqui estamos, por vós esperamos

HISTÓRIA O Grande Didator 1940 EUA Charles Chaplin

HISTÓRIA Olga

HISTÓRIA Our History in 2 minutes

HOMOFOBIA Car@s amig@s

ILLUMINATIS Bode de estimação

INDÍGENAS Xingu – O filme

MARX Hino a Internacional Comunista

MARX Manifestoon, Manifesto Comunista

Jesse Drew

MARX Marx Reloaded 2010 Jason Barker

MARX (Marighella) Um Comunista Chico Buarque

MÍDIA Além do Cidadão Kane Simon Hartong

MÍDIA Criança. A alma do negócio

MITOLOGIA A Odisséia

MITOLOGIA Os 12 trabalhos de Hércules Música Zé Ramalho

MITOLOGIA Os trezentos de Esparta 1962 EUA André Klotzel

MITOLOGIA Tróia

MOTIVACIONAL O processo é lento Música BNegão

MOTIVACIONAL Qual o tamanho do seu apetite pelo sucesso

NEGRITUDE Atlântico Negro - Na Rota dos Orixás

NEGRITUDE Jango Livre Quentin Tarantino

NEGRITUDE Preta – Cordel do Fogo Encantado

Música

NEGRITUDE Quanto Vale Ou É Por Quilo

NEGRITUDE Vista minha pele Joel Zito Araújo

NIETZSCHE Dias de Nietzsche em Turim 2001 BRA Júlio Bressane

NIETZSCHE Meu Amigo Nietzsche

NIETZSCHE Para Além de Bem e de Mal

NIETZSCHE Quando Nietzsche Chorou

PALESTINA A Chave da casa

PALESTINA A intervenção divina

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PALESTINA Al Nakba (A Catástrofe)

PALESTINA Last Interview, com Edward Said.

PALESTINA Lemmon Tree

PALESTINA O Sal Desse Mar

PALESTINA Palestina: A História de uma Terra.

Simone Bitton

PALESTINA Terra Fala Árabe

PALESTINA Valsa com Bashir

PAZ A Paz - Gilberto Gil Música

PITÁGORAS Donald no país da matemágica

PSICOLOGIA O Efeito Sombra

SARTRE Sartre

SAÚDE Muito Além do Peso 2013 BRASIL Maria Farinha Filmes

SAÚDE O Mundo Segundo a Monsanto

SAÚDE O veneno está na mesa Silvio Tendler

SAÚDE Sicko (S.O.S. Saúde) 2008 EUA Michael Moore

SAÚDE Simply Raw Dr. Gabriel Cousins

SAÚDE MENTAL A casa dos mortos Débora Diniz

SOCIOLOGIA Bourdie: Sociologia como esporte de combate.

SOCIOLOGIA Etiquetas psiquiátricas de transtornos inventados

SOCIOLOGIA Florestan Fernandes, O Mestre.

SÓCRATES Sócrates 1971 ITA/FRA/ESP

Roberto Rossellini

SUPERAÇÃO Janela da Alma

ZEITGEIST Filme Zeitgeist Addendum

ZEITGEIST Zeitgeist

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CALENDÁRIO DE LUTAS

JANEIRO FEVEREIRO 24 Dia da conquista do voto feminino no Brasil

MARÇO

8 Dia internacional das mulheres

21 Dia Internacional das Florestas Dia Internacional pela eliminação da Discriminação Racial

22 Dia Mundial da Água

ABRIL

17 Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária

19 Dia dos povos indígenas

22 Dia da Terra

30 Dia Nacional da Mulher

MAIO

1 Dia Internacional dos Trabalhadores

17 Dia Internacional contra a Homofobia

18 Dia Nacional da Luta Antimanicomial

22 Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

25 Dia da Unidade Africana

JUNHO

24 Dia Mundial dos Discos Voadores Dia mundial contra a Violência Policial

JULHO

4 Dia Internacional do Cooperativismo

25 Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha

AGOSTO

28 Dia de combate à violência sexual às mulheres

29 Dia da Visibilidade Lésbica no Brasil

SETEMBRO

7 Grito dos Excluídos

11 Dia do Cerrado

20 Homenagem a Zumbi dos Palmares

21 Equinócio da Primavera

22 Dia mundial sem carro

28 Dia de luta pela descriminalização do aborto na América Latina e Caribe

OUTUBRO

11 Dia Mundial de Ação contra a Retenção de Dados

12 Dia da resistência Indígena à colonização

24 Dia Internacional da Ação Climática

26 Dia Nacional de Luta pelo Passe Livre

NOVEMBRO

1 Dia de luta pela legalização da maconha Dia Mundial Vegano

20 Dia Nacional da Consciência Negra

25 Dia Internacional Sem Carne

29 Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino

Último Sábado

Dia Mundial Sem Compras

DEZEMBRO

6 Dia Internacional de Solidariedade com Mumia Abu-Jamal Campanha internacional pela abolição da pena de morte

9 Dia Internacional de Combate à Corrupção

10 Dia Internacional dos Direito dos Animais

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BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

OBRA AUTOR (A)

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FILMOGRAFIA SUGERIDA

FILME DIRETOR (A)

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O que está escrito ali? Esforça só um pouquinho que você vai entender?