apostila de evangelismo

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EVANGELÍSMO RUBENS GIGLIONI ROSENHEIN 1998

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EVANGELÍSMO

RUBENS GIGLIONI ROSENHEIN

1998

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INTRODUÇÃO

"O fruto do justo é árvore de vida; e o que ganha almas sábio é” (Pv 11:30)

Cada minuto que passa é único e não pode ser repetido. Diariamente exercemos nossas atividades e mantemos contato com várias pessoas. Muitas dessas pessoas não têm Cristo em seu coração, por isso a mensagem de que SÓ JESUS CRISTO SALVA precisa ser pregada. Vibramos muito com os movimentos de evangelização de massa, porém, não vemos com o mesmo entusiasmo a prática da evangelização pessoal. Séries de conferências, concentrações ao ar livre, evangelização por intermédio dos meios de comunicação, etc... são métodos que tem seu valor na conquista de almas, contudo, o mais eficaz e que deve ser praticado é o de evangelizar pessoalmente, “em tempo e fora de tempo” pelos crentes em Cristo (I Tm 4;2).. Falar de Cristo com a vida e com palavras é missão de todos. Foi um método que Jesus muito praticou, como por exemplo, nos casos com a mulher samaritana, Zaqueu, Nicodemos, o mancebo rico, etc... A evangelização pessoal é o contato de pessoa a pessoa visando a Pessoa de Cristo. Começando no lar e pelos vizinhos a evangelização pessoal tem várias outras áreas para anunciar as Boas Novas, tais como, escolas, emprego, hospitais, penitenciárias, etc... Evangelizar é apresentar as Boas Novas e não discutir religião e nem querer vencer o pecador, mas sim ajudá-lo. O evangelista é um anunciador do Plano de Salvação. Usando a Bíblia, folhetos apropriados para cada tipo de pecador e deixando o Espírito Santo atuar na abordagem e na conversa com o pecador, o salvo praticará a evangelização pessoal, sendo assim também fiél a Mordomia das Oportunidades. A Igreja que tem evangelistas pessoais, vive em campanha permanente. A maioria das pessoas que se convertem publicamente foi antes evangelizada pessoalmente. Cada crente deve exercer o evangelismo pessoal, vivendo a experiência de quem é realmente salvo. “Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4:20). Dessa maneira, o objetivo deste estudo é de preparar o crente para cumprir a missão que lhe foi outorgada pelo próprio Senhor Jesus Cristo (Mc 16:15).

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I – DEFINIÇÕES - EVANGELHO – (gr. Euaggélion) - É a Boa Nova que o sacrifício de Cristo na cruz e sua ressurreição resolveu o problema do pecado e abra as portas da vida eterna para o pecador (I Co 15:1-4; Jo 3:16; Rm 1:16). - EVANGELIZAR - É a tarefa de tornar os homens aptos à decisão de aceitar Jesus Cristo como Salvador e Senhor, partindo de sua condição pessoal imediata. - EVANGELIZAÇÃO - É a ação de evangelizar, quer no seu aspecto coletivo ou individual. - EVANGELÍSMO - É o esforço extensivo da Igreja, por meio de uma confrontação com o Evangelho de Cristo, numa tentativa de conduzir os homens a um cometimento pessoal, mediante a fé e o arrependimento em Cristo, como Salvador e Senhor (Mt 4:19; Mc 16;15). II – A MOTIVAÇÃO DA EVANGELIZAÇÃO A Grande Comissão de Cristo dada a Sua Igreja resume-se na ordem de “fazer discípulos de todas as nações...” (Mt 28:19). Estas palavras indicam que os discípulos teriam que sair ao mundo para ganhar outras pessoas para Cristo. Esta missão é entendida com maior clareza quando se estuda o texto grego e se verifica que os verbos “ir”, “batizar”, e “ensinar” estão todos no participo e derivam sua força do verbo principal “fazer discípulos”. Isto significa que a Grande Comissão não é simplesmente ir até os confins da terra pregando o Evangelho, nem batizar muitos convertidos em nome do Deus Trino, nem ensinar os preceitos de Cristo, mas sim, fazer discípulos. É preparar homens que se sintam tão constrangidos pela Comissão de Cristo como foram os primeiros, que não só O seguiram, mas guiaram a outros para que seguissem o Caminho. Só depois de fazerem discípulos podiam cumprir seu propósito de batizar e ensinar. E, II Co 5:14, o apóstolo Paulo disse: “pois o amor de Cristo nos constrange”. Daí constata-se que a evangelização é motivada pelo amor de Cristo que nos constrange a levar a mensagem do Evangelho a todos os povos. A motivação da evangelização deriva-se da Grande Comissão, na qual o próprio Senhor Jesus nos ensinou como proceder, e constitui uma preocupação constante do evangelista em fazer discípulos. Traduz-se pelo esforço deste em despertar o interesse das pessoas não crentes para acolherem as verdades eternas do Evangelho.

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Além do comissionamento e da capacitação de cada crente, há dois elementos básicos que motivam a evangelização: a conversão e a convicção de seu estado e do pecador, o que gera paixão pelas almas. Os textos bíblicos que se seguem nos dão a amplitude do comissionamento de Cristo: (Mc 16:15; Mt 28:19; Jo 15:16; At 1:8)

Missão Ide Método Pregar Mensagem Evangelho Mensageiro Cada crente Mestre Jesus Cristo Meta Toda a criatura Onde Todo o mundo

A evangelização é tarefa de todos. Não devemos deixar essa missão só para os pastores, diáconos, obreiros e seminaristas. Esta tarefa é intransferível e pertence a cada crente. A ordem do Senhor Jesus não foi dada somente aos discípulos daquela época, mas a todos os crentes de todos os tempos. Os que não crerem que esta tarefa é para todoas, então as promessas também não seriam, porque elas foram dirigidas primeiramente às pessoas daquela época. Se todos os crentes em Jesus Cristo não encararem a missão como sendo de cada um, individualmente, muitas igrejas continuarão anêmicas, fracas e sem brilho espiritual. III – A PRÁTICA DA EVANGELIZAÇÃO PESSOAL Como os primeiros discípulos, temos uma grande responsabilidade de evangelizar multidões. Somos os continuadores do trabalho que eles começaram. “Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós” (Jo 20:21). Marchamos sob o mandamento do Senhor Jesus Cristo. Para que seja possível a evangelização são necessários quatro elementos indispensáveis:

- o evangelista; - a mensagem; - o evangelizando; e - o Espírito Santo.

1. O EVANGELISTA A evangelização pessoal só exige que seu porta-voz seja regenerado, e, portanto, pode colocar em campo um colossal exército de ganhadores de almas; os evangelistas.

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O evangelista é o crente que tem amor pelas almas perdidas e se preocupa constantemente em fazer discípulos através da mensagem salvífica de Nosso Senhor Jesus Cristo. Para ser um bom evangelista é essencial que apresente os seguintes requisitos: - Conversão própria – Só uma pessoa realmente convertida, que tem uma experiência transformadora com Cristo, pode evangelizar. Ninguém pode dar o que não tem. A pessoa convertida possui o Espírito Santo, que será o grande agente da mensagem, tanto do evangelista como no evangelizando. - Convicção – É fundamental que o evangelista tenha certeza de que é realmente salvo e do estado do pecador que está separado de Deus, ou seja, está morto espiritualmente (I Jo 5:19; Ef 2:1-3). - Conhecimento do Evangelho – É um ponto de vital importância para que o evangelista possa transmitir a Palavra de Deus àquelas pessoas que ainda não tiveram uma experiência com Jesus. - Comunhão com Deus – Para uma evangelização eficaz é indispensável que o evangelista tenha uma vida espiritual autêntica por meio da adoração, oração, submissão, obediência e comunhão com Deus. Significa uma entrega real a Deus, nos termos propostos por Paulo em Romanos 12:1-2. - Compaixão – É olhar as pessoas com os olhos de Jesus. É Ter desejo de aliviar aquele que está na miséria. É mostrar amor pelas almas perdidas. É sentir a situação real das pessoas que andam desgarradas e errantes por este mundo (Mt 5:7; 9:36; Ef 2:12). - Constância – É ser perseverante, persistente e permanente na tarefa de evangelizar. Mesmo que o crente apresente todos os requisitos mencionados no parágrafo anterior, paras tornar-se um bom evangelista, são necessárias as seguintes condições: - Desejar – O evangelista deve ter um desejo ardente de querer ganhar almas para Cristo. - Estudar – É um dos fatores principais para poder progredir na vida cristã. O verdadeiro evangelista quer crescer espiritualmente através do estudo da Bíblia, comentários e outros livros teológicos.

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- Orar – O evangelista deve interceder pelas pessoas que deseja levar a Cristo. A oração é o grande sustentáculo do evangelismo (I Ts 5:17; Mt 9:38; Ef 6:18-19). - Evangelizar – Ir ao campo, pregar e testemunhar a Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Pois a chave de tudo no evangelismo está no COMEÇAR, CONTINUAR e CONFIAR nas promessas de Deus, porque a Sua Palavra diz: “O fruto do justo é árvore de vida; o que ganha almas é sábio” (Pv 11:30) 2. A MENSAGEM A autêntica evangelização é feita por uma mensagem evangelizante, isto é, a mensagem que contém elementos suficientes para anunciar o Evangelho completo, deixando a pessoa bem informada sobre o que precisa fazer para apropriar-se da Salvação. Esta mensagem evangelizante precisa ter pelo menos, quatro idéias ou elementos fundamentais: - a idéia da realidade do pecado (Rm 3:23; Gn 3:1-7; I Jo 1:8,10; 3:10-12); - a idéia da consequência do pecado na vida do ser humano e a impossibilidade do homem de resolver o problema do pecado (Rm 5;12; Gn 3:8-24; Ez 18:20; Rm 6:23; Lc 16:19-31); - a idéia das providências de Deus para libertar o pecador dos efeitos do pecado substituindo-o por Cristo na morte (Jo 3:16; 1:1-14; Lc 10:10; I Tm 1:45); - a idéia de expediente que o pecador precisa tomar para livrar-se do pecado e obter a Salvação em Cristo: a decisão de arrepender-se e crer (At 2:17-38; Mc 1:14-15; Rm 10:7-21; Jo 5:24). Os elementos ou idéias aqui apresentadas precisam estar presentes na argumentação e na exposição do Evangelho. O arranjo destas idéias, no entanto, pode variar de acordo com as circunstâncias, com a cultura de cada pessoa que está sendo evangelizada e da pessoa que está evangelizando. Se a mensagem não for clara a respeito da Salvação, as pessoas serão enganadas e não serão salvas. 3. O EVANGELIZANDO

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O receptor da mensagem evangelística é um ser humano cheio de necessidades r dotado de liberdade para aceitar ou rejeitar a oferta de nossa mensagem. E rejeitará sempre que sentir que a mensagem não contempla os seus anseios. Pregamos, contudo, um Evangelho que se propõe a satisfazer o indivíduo em suas necessidades globais. Vejamos, portanto, algumas características do indivíduo que é o alvo da evangelização: - É uma alma eterna – o indivíduo que está diante de nós para ser evangelizado, é tão importante para Deus que suscitou o maior dos eventos do Universo – a vinda de Jesus – logo, não deve ser encarado como “mais um” em nossa estatística. O que fizermos com ele terá, forçosamente, repercussão eterna em sua alma; - É um ser do mundo - O indivíduo que evangelizamos não pode ser visto só na sua dimensão espiritual. Ele não vive só de pão, é verdade, contudo, vive também de pão; e pão nesse caso significam as necessidades básicas de sua humanidade: moradia, vestuário, alimentação, saúde... Considerando que o Evangelho tem inegáveis implicações sociais, o que Jesus Cristo muito fez em benefício do bem estar fisico do homem, tomando até estas necessidades como ponto de partida para atingir o homem mais interior, os resultados de nossa evangelização ficarão seriamente comprometidos se omitirmos a temporalidade humana; - É um indivíduo singular – Nascemos como seres originais e com uma alma original. Por isso, o indivíduo tem que ser respeitado em suas manifestações individuais, tais como : opiniões, maneirismos, preferências, etc. Por ser um indivíduo singular, ele não pode receber do evangelista uma abordagem padrão. A maneira de evangelizá-lo pode ser enquadravel em alguma categoria, mas nunca será exatamente igual a de um outro; - É um indivíduo social – A pessoa que evangelizamos tem laços de toda a ordem: familiar, profissional, comunitário, eclesiástico, etc. Isso pode tornar-se um obstáculo à evangelização, na medida em que sinta-se comprometido em manter a sua imagem nestes diversos grupos em que convive. Não é raro que o mais íntimo desses grupos, o familiar, se oponha abertamente à conversão de seu membro. Quando o indivíduo depara com a necessidade de aceitar o Evangelho, sabe que arrastará com sua decisão o resultado da reação de todo o seu âmbito de relações. Devemos, então, prepará-lo para tal possibilidade. - É um indivíduo religioso – Normalmente, a pessoa que evangelizamos é religiosa de berço e tradição. Mesmo que não assuma plenamente a sua religião, recorrerá a ela nos momentos altos e baixos da vida. Daí a dificuldade de se romper com tal barreira, o que exige da parte do evangelista muito amor, tato e paciência.

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4. O ESPÍRITO SANTO O Espírito Santo é aquele outro Consolador que tem a missão de aplicar a obra consumada no Calvário, e assim glorificar ao Senhor Jesus Cristo (Jo 16:14). O Espírito Santo tem uma missão para com os crentes e tem também com os não crentes. Ele trabalha em nossas vidas mesmo antes da conversão ao Senhor Jesus Cristo. No ensino sobre o Espírito Santo, Jesus explicou sobre a sua atuação no mundo (Jo 16:7-13). O Espírito Santo atua no campo do intelecto do homem e não na esfera da fé. Não é o Espírito Santo que salva, mas só Jesus Cristo salva. O Espírito Santo convence racionalmente o homem de seu estado pecaminosos e leva-o ao conhecimento racional do pecado, da justiça e do juízo. Vejamos, então, como o Espírito Santo opera na obra de evangelização: - Conduz a obra de evangelização no mundo – Ele tanto dirige a obra missionária de vulto, como quando orientou a Igreja de Antioquia a separar Paulo e Barnabé (At 13:1-13), que após foram enviados à Europa, como também nos casos individuais vistos nos exemplos de Cornélio e do etíope (At 10:1-8; 8:26-40). Esta orientação nem sempre é assim tão evidente e direta, mas sem dúvida o progresso da Obra evidencia que o Espírito Santo está de fato orientando as Igrejas e os crentes nos esforços que envidam. - Capacita os salvos para o testemunho – O Espírito Santo capacitou o Senhor Jesus para realizar o seu ministério (Lc 4:14-15); dotou os apóstolos do Dom de línguas para glorificarem a Deus perante os judeus da dispersão (At 2:4-11); encorajou e deu sabedoria a Pedro para testificar perante o sinédrio hostil (At 4:8; Lc 12:12); e deu intrepidez à Igreja ameaçada, a fim de que continuasse cumprindo a sua missão evangelizadora (At 4:31). - Convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo – O papel do Espírito Santo é o de convencer o homem de seu pecado de incredulidade, da justiça de Cristo e da condenação do mal (Jo 16:8-11). Neste caso é o próprio Espírito Santo que desperta no pecador a fé e o arrependimento. O Espírito Santo convence o mundo através da Palavra do Evangelho e do testemunho dos salvos. - Opera a regeneração do pecador – A regeneração é um ato definido pelo qual o Espírito Santo torna possível e permanente a conversão do homem para Deus operando nele a mudança de seus pensamentos, vontade e emoções. A Trindade divina está empenhada neste ato: Deus salva por

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meio do Espírito enviado de Cristo (Tt 3:4-7). É um nascimento da água e do Espírito (Jo 3:5). Água é a Palavra pela qual Deus lava o coração do homem (Ef 5:26). Daí ninguém pode ser salvo sem ouvir a Palavra do Evangelho de Cristo. - Abandona o pecador impenitente – É possível ao homem resistir a persuasão do Espírito Santo de modo insolente e iníquo, perdendo, então, toda a sensibilidade espiritual para a fé e o arrependimento. Quando o homem resiste até o ponto de atribuir consciente e maldosamente a Satanás a Obra de Cristo realizada pelo Espírito Santo, chegou ao limite de sua perversão e o Espírito Santo então se retira (Mt 12:31). IV – A PRÉ-EVANGELIZAÇÃO Na prática de evangelismo pessoal devemos considerar a pré-evangelização. Esta é a etapa de contatos pessoais que antecede e prepara a evangelização. Três são os objetivos da pré-evangelização: - Prestar ao inconverso os benefícios da amizade cristã; - Ganhar a sua confiança; e - Colher informações de sua pessoa que possam instruir a tarefa da evangelização.

A tarefa da pré-evangelização pode demandar bastante tempo, contudo, ela é indispensável para orientar o evangelista no Plano da Salvação. É importante que o evangelista viva o Evangelho, que é uma das finalidades da pré-evangelização, não é o bastante para dispensar o crente de pregá-lo. V – A OPORTUNIDADE PARA A EVANGELIZAÇÃO O momento mais oportuno da evangelização é assinalado pelo Espírito Santo, na maioria das vezes, leva em consideração aquelas situações propícia de bom senso prático. No entanto, devemos aproveitar todas as oportunidades que surgirem. A pessoa que é sensível ao Espírito Santo saberá aproveitar as muitas oportunidades para evangelizar. Isto é muito importante, pois não sabemos se as pessoas com as quais mantemos contato, através de nossas atividades cotidianas, terão oportunidade de ouvir falar de Cristo. A evangelização se faz com mais eficácia quando o inconverso está livre de ocupação e tenha disponibilidade para ouvir com atenção. Muitas

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pessoas não têm tempo sobrando para desperdiçar em conversa sem objetivos definidos. Por isso temos que falar com rapidez e objetividade. Devemos discorrer com convicção sobre Jesus Cristo e Seu Plano de Salvação. Se a pessoa que estamos evangelizando estiver com pressa, mas se mostrar interessada, procure marcar um encontro para outro momento. Uma pessoa interessada não pode ser esquecida, pois é uma porta aberta para a evangelização. Assim é necessário não perder o contato e anotar dia e horário para visitá-la pessoalmente. No evangelismo pessoal é importante não esquecer o nome das pessoas. O nome personaliza. Antes de ser rica, pobre, culta, inculta, alegre ou triste, cada pessoa gosta de ser tratada como única. Ao usarmos o nome da pessoa estaremos transmitindo o sentimento de valorização de que ela certamente gostará. Quando nos aproximamos de alguém é preciso que tenhamos sensibilidade para perceber as suas necessidades e supri-las. É necessário Ter e mostrar empatia. As pessoas gostam de serem tratadas como pessoas, os “não crentes” não são objetos que precisamos arrematar. VI – O TESTEMUNHO PESSOAL Testemunha é a pessoa chamada para depor sobre algo que viu e ouviu. Seu depoimento é de fundamental importância para o esclarecimento dos fatos. Espera-se da testemunha que ela ateste a verdade, isto é, que seu testemunho seja fiel. Os cristãos são chamados a testemunhar do que sabem sobre Cristo e do que tem ouvido a Seu respeito através da Palavra de Deus. Espera-se do cristão que ele testemunhe com finalidade acerca de sua experiência com Jesus Cristo e da diferença que Ele faz. O testemunho cristão não tem limites. Começa em casa, mas deve estender-se para fora dela, isto é, atingir toda a sociedade onde o crente frequente. Para haver testemunho de Cristo na vida do crente, é preciso que o seu relacionamento com Deus ande bem. Só assim conseguirá um bom relacionamento com o próximo. A vida do crente é observada pelas pessoas incrédulas. O testemunho se faz pela vida e pala Palavra (Rm 8:19). Palavra e vida se completam. Só viver, sem falar é comodismo. Falar apenas, sem viver, é desperdício. As pessoas não acreditam na pregação que não se compara com a vida. Um elemento muito importante na evangelização é o testemunho pessoal, junto com um verdadeiro interesse em que a pessoa com quem

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conversamos seja transformada por Cristo. O testemunho pessoal deverá despertar nas pessoas o desejo de Ter uma experiência igual a nossa. O exemplo pode Ter grande influência quando as palavras são colocadas de modo certo. O Espírito Santo age por intermédio de nossas vidas. O testemunho pessoal deve ser expresso por sentimentos, gestos e palavras: - Sentimentos – A maneira como o crente expressa seus sentimentos é uma forma de testemunhar. Ninguém testemunha fielmente de Jesus Cristo, a não ser que sinta como Ele sentia (Fl 2:5). Compaixão (Mt 20:34); amor (Mt 22:39); serviço (Lc 22:27); humildade, mansidão (Mt 11:29); justiça (Mt 22:21); perdão (Lc 23;34), são maneiras de expressar sentimentos; - Gestos – Como as pessoas se tratam é fundamental para o testemunho. O crente testemunha através da amizade, cortesia, prontidão em servir, participação nas alegrias e nos momentos de dor a todas as pessoas e em todas as ocasiões. Qualquer destas atitudes pode ser um ponto de partida para a evangelização; e - Palavras – É insubstituível o testemunho verbal (At 4:20). O testemunho da fé cristã exige a confissão com a boca (Rm 10:9). O testemunho de Cristo envolve falar dEle e viver segundo os Seus ensinos. Testemunhar nada mais é do que simplesmente: - Contar o que vimos e ouvimos ou o que aconteceu conosco (At 22:15); - Comunicar aos outros o que é necessário para ser salvo (At 20:21);/ e - Compartilhar com os outros a nossa experiência com Jesus Cristo (I Jo 1:3). O testemunho pessoal é indispensável na evangelização. Mas para que ele ajude o evangelista é necessário que tenha quatro características: - Antes – Em primeiro lugar o testemunho pessoal deve contar como era a nossa vida antes de conhecer a Cristo. São muito inconvenientes certos detalhes do passado que podem chocar as pessoas. Portanto, devemos suprimir estes detalhes e falar do estado de nossa alma antes de receber a Cristo. Só devemos incluir detalhes físicos e emocionais se estes ajudarem. Devemos evitar sensacionalismos e ênfase ao negativo. - Chamada – A Segunda característica é falar de como reconhecemos que precisávamos de Cristo. Este é o momento em que descrevemos os

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nossos sentimentos na ocasião. Não devemos nos fixar em local, horário ou pessoas que estavam à nossa volta. Devemos falar detalhadamente de quando sentimos a mão de Deus em nossa vida, convencendo-nos do pecado. É importante não fazer sensacionalismo. - Experiência – Em terceiro lugar devemos contar como aceitamos Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador. Devemos falar de nossa atitude e o que precisamos fazer para aceitá-Lo. É importante que esclareçamos que não foram usados recursos humanos, mas espirituais, como: fé e arrependimento por meio da confissão dos pecados. - Depois – O quarto item de um bom testemunho pessoal é dizer o que Cristo significa para nós hoje. Devemos falar da nova mente que Cristo os deu, da nova pessoa que somos, de nosso novo estilo de vida e do conforto que Ele nos dá nas horas de provações. Este é o item mais importante, ao qual nós devemos dar mais ênfase, pois “Jesus hoje” em nossa vida falará mais ao coração do perdido do que gastar tempo com as coisas erradas que fizemos antes. Muitas pessoas descrevem a experiência de conversão de modo diferente do outro. Na verdade, as circunstâncias, ações, reações e emoções variam bastante de pessoa para pessoa. Entretanto há um fato comum a todos os que se encontram com Cristo e entregam a Ele a sua vida, este fato é a transformação de vida. E isso deve ser testemunhado. O testemunho pessoal faz parte do crescimento espiritual do crente porque: - É uma ordem de Deus (At 1;8);

- É um privilégio, somos embaixadores de Deus (II Co 5:20);

- É uma demonstração de amor (II Co 5:14);

- É necessário porque as pessoas estão perdidas (II Tm 2:2; III Jo 4). Para que possamos dar um testemunho pessoal eficaz precisamos de: - Ter convicção de Salvação (I Jo 5:13); - Ter e demonstrar uma vida limpa (I Pe 3:15; I Jo 1:9); - Interceder pelas pessoas (Ef 6:19; I Tm 2:7)

- Crer que o Espírito Santo vai agir na vida das pessoas (Jo 16:8); e,

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- Falar de uma Pessoa - Jesus - e não de uma denominação (I Co 2:1). A maneira de falar quando estamos dando um testemunho deve ser agradável, natural e pessoal. As vezes dizemos o que é certo, mas a atitude está errada. Isso cria uma barreira entre a pessoa e Jesus. algumas vezes temos dificuldades de falar de Cristo porque existem coisas que atrapalham o testemunho, tais como: - Ter pecados não confessados (Pv 2:132); - Ter vergonha de falar ou falta de coragem (Rm 1:16); - Ter problemas de relacionamento com outras pessoas (Rm 12:17-18); - Ter dificuldade de saber como comunicar a fé em Jesus (I Pe 3:15); e - Ter falta de poder do Espírito Santo (At 1:8). Como crentes temos certeza de que Deus já providenciou todas as coisas para que esses obstáculos sejam superados e possamos falar livremente de Jesus Cristo. Pois quando o crente testemunha o resultado é reações, tais como, zombarias, críticas e perseguições (At 17:32-33; 4:1-3). Mas também há conversões ao Senhor Jesus Cristo (Jo 4:39; At 17:34; 4:4). VII – METODOLOGIA Tendo em vista que as pessoas são diferentes e encontram-se em lugares diferentes, o método de evangelização nem sempre é o mesmo. O evangelista deverá Ter um método para cada tipo de pessoa e situação em que ela se encontre. Independente do método a ser usado, o evangelista deve Ter um amplo conhecimento da doutrina bíblica e memorizar os versículos que lhe servirão de base para iniciar a ação de evangelizar. É bom, também, conhecer outras doutrinas para poder dialogar com as pessoas que, muitas vezes, são conhecedoras de falsas doutrinas, e querem argumentar sobre elas. Quando o evangelista se deparar com uma situação semelhante, deverá fazer uma pergunta à pessoa para que leve para casa como proposta de arrependimento. Um método muito usado na evangelização é o de fazer perguntas que levem as pessoas a meditarem sobre assuntos como: - Opinião sobre a Pessoa de Cristo; - Pecado;

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- O caminho da salvação; - O julgamento final; - O além; - Porque Jesus morreu por nós; - O plano de Deus para salvar o homem; etc É muito importante, em qualquer método, a planificação da evangelização, o que não exclui a espontaneidade, antes estará estimulando um programa inteligente que evitará a dispersão e tornará mais efetivo os resultados. Tal planificação exige, também, que se tome a evangelização como uma filosofia de vida que fundamenta todo e qualquer relacionamento com os homens sem Cristo. A evangelização planificada deve incluir a limitação do nosso campo missionário individual, ou seja, as pessoas de nosso convívio regular. Estas deverão compor uma ficha coletiva e seus nomes objeto de oração constante. Por seu turno, cada pessoa a evangelizar constará de uma ficha individual, com informações pessoais, obtidas a partir da etapa da pré-evangelização, e o plano e evolução do esforço evangelístico. Além do nome, endereço e ocupação, deverá conter outros dados como: - Informações úteis – Toda e qualquer informação que possa instruir o plano de evangelização; - O problema básico – Aquele sentimento opressivo, seja de que ordem for, e que sempre permanece na vida emotiva da pessoa; - O pecado básico – A opressão mais manifesta da natureza pecaminosa da pessoa, que pode ser de ordem moral ou religiosa.

Os pecados de ordem moral têm por base o egoísmo: - Avidez – desejo insaciável de posse; - Sensualidade – viver pelo padrão dos sentidos; - Vaidade – insegurança que busca compensação em se engrandecer socialmente; - Medo – quando excede o sentimento de auto-preservação;

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- Agressividade – sentimento destrutivo e elemento molestante; - Orgulho – sentimento de superioridade e independência. Os pecados de ordem religiosa têm por base a ignorância e a incredulidade, tais como: - Superstição – sentimento religioso baseado no temor ou na ignorância, e que induz ao conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas e a confiança em coisas ineficazes; crendices; - Idolatria – culto prestado a ídolos; - Necromancia – adivinhação por invocação de espíritos; magia negra; - Astrologia – estudo da influência dos astros, especialmente dos signos, no destino e comportamento dos homens; horóscopo; - Heresias – doutrina contrária ao que foi definido pela Igreja em matéria de fé. No caso de pecados de ordem religiosa, a formulação da apresentação do Evangelho deve ser baseada num plano prático, detalhado e ordenado, tendo por base a refutação das crenças heréticas. Os métodos de evangelização podem ser: - Pessoal; e - Impessoal – literatura, rádio, televisão, concentrações, conferências, grupos de estudo bíblico, culto ao ar livre, etc. A evangelização pessoal é mais vantajosa por ser direta e tirar as dúvidas da pessoa no momento que está recebendo a mensagem. Pode ser feita em toda a parte e alcançar todas as classes sociais. O evangelismo pessoal é específico a cada problema e custa pouco ou nada. Na evangelização não importa o método usado. O importante é ganhar almas para Cristo. VIII – VISITAS EVANGELÍSTICAS Ao evangelizar, o cristão deve Ter como alvo levar a pessoa à conversão e ao serviço a Deus, pelo poder do Espírito Santo, através da comunicação do Evangelho de Jesus Cristo.

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Quando o evangelista está empenhado na tarefa de evangelização pessoal é necessário que tenha, muitas vezes, de fazer visitas evangelísticas nas casas das pessoas interessadas no Evangelho; em hospitais; nos presídios; e, também, alcançar pessoas que são marginalizadas pela sociedade. Vejamos, então, como agir numa visita evangelística, nas diversas situações: 1. NAS CASAS Para que uma visita evangelística na casa de pessoa interessada no Evangelho tenha êxito, o evangelista deverá observar três fases importantes: - Preparar – Ao fazer a visita é mister que o evangelista se prepare com antecedência, orando por sí próprio e pela pessoa a ser visitada. Deve pedir a Deus que dirija o pensamento dessa pessoa e que Ele abra o seu coração para receber a mensagem. Depois deverá confirmar a data da visita, a qual já deve estar marcada. Isto evitará embaraços no primeiro momento da visita. É importante que o evangelista não esqueça o nome da pessoa. Ao chegar deve lembrar do contato anterior, para criar assim um clima agradável. - Iniciar – É importante chegar demonstrando alegria em rever a pessoa. O evangelista deve lembrar as informações que já tem sobre a pessoa que está ali porque ela demonstrou interesse na visita. Não deve usar subterfúgios. Tem que ser amigável, claro e objetivo. O Assunto principal é Cristo, portanto deve ir direto ao assunto. - Realizar – Ao apresentar o Evangelho, o evangelista deve conversar com a pessoa, tirando suas dúvidas a respeito de Jesus Cristo, salvação, vida eterna, etc. Deve pedir a pessoa que leia em voz alta os textos bíblicos que são indicados. O evangelista não deve falar o tempo todo, mas motivar a pessoa a participar da conversa. Ao encerrar o evangelista deverá fazer um apelo sincero e não insistente. 2. NOS HOSPITAIS Nenhum evangelista deve procurar evangelizar nos hospitais quebrando aos seus regulamentos. Há nos hospitais certas normas para visitas que devem ser observadas diligentemente pelo evangelista. Estas normas visam o bem estar do paciente, e o evangelista certamente estará preocupado com isso. Os hospitais têm normas para visitas nas enfermarias e nos quartos particulares. Tais normas não são sem propósitos, e por isso devem ser

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observadas. Ao ir ao hospital com o propósito de evangelizar é necessário que sejam observadas as seguintes sugestões: - Ser breve - É preferível que o enfermo peça para o evangelista voltar ou ficar mais um pouco, a ficar cansado de sua presença e agradecer a Deus por sua partida; - Saber ouvir – Muitas vezes o paciente quer compartilhar alguma necessidade não apenas física, mas psicológica, moral ou espiritual. Portanto, o evangelista deve ouvi-lo; - Não dar palpites médicos – Mesmo que o enfermo peça uma opinião sobre como proceder à luz de seu estado clínico, o evangelista não deve se aventurar a sugerir-lhe coisa alguma. A orientação deve ser que o enfermo converse com seu médico sobre o assunto; - Não fazer promessa de cura – Deus pode curar, mas nem sempre Deus cura. Há exemplos na Bíblia de pessoas piedosas com enfermidades que não foram curadas (II Co 12:7-10; I Tm 5:23; Fl 2:25-27; II Tm 4:20). A cura não é o fim último de Deus. Muitas vezes Deus tem um propósito especial com a enfermidade, e sua cura atrapalharia tal propósito (II Co 12:7-9; Jo 11:14-15; Jo 9:1-3; Sl 119:67, 71; Hb 5:8). Deus não é sádico. Ele não tem prazer no sofrimento do ser humano. Ele veio trazer vida, e vida em abundância. - Deus usa os médicos e os recursos da medicina – A Bíblia ensina isso. Paulo tinha ao seu lado um médico, por causa de suas enfermidades (Cl 4:24; II Tm 4:11; Filemon 24). Jesus, ao contar a parábola do bom samaritano, fala de como ele usou os recursos medicinais da época (Lc 10:33-34). Dessa forma, o óleo que aos presbiteros é recomendado usar em Tiago 5:14, diz respeito a um recurso medicinal, e não recurso espiritual; - Orar pelo enfermo – O evangelista deve pedir a Deus que cure o enfermo se for essa a vontade dEle. Deve pedir, também, para consolá-lo, confortá-lo e salvá-lo pela fé em Jesus Cristo. Deve ler a Bíblia com o enfermo. O evangelista não deve, em hipótese alguma, relacionar a enfermidade com algum pecado. É importante selecionar, com antecedência, alguns textos bíblicos para serem usados nos hospitais, mas não devem ser lidos todos para um só enfermo. Há textos maravilhosos na Bíblia, tais como: Salmo 20; 23; 32; 42; 46; Is 53; Jr 33:3; Mt 6:34; 11:28; Jo 14:1-6; Rm 5:1-8; 8:18-28; 8:31-39; etc. - Não querer fazer tudo numa só visita – Muitas vezes a primeira visita serve apenas para criar um elo entre o evangelista e o enfermo. É bom não se precipitar e crer que o Espírito Santo estará agindo enquanto o

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evangelista está trabalhando com o enfermo. A visita de evangelização nos hospitais deve visar a ajuda ao enfermo, tendo em vista o seu estado físico, emocional e espiritual. Normalmente os enfermos são receptivos à Palavra de Deus e à oração. Não obstante, o evangelista deve ser prudente e ter tato para não levar o enfermo ao enfado. Convém que o evangelista leve para o enfermo um folheto ou alguma literatura da Igreja, com o carimbo contendo o endereço, horário de culto e telefone para contato. O evangelista não deve ficar ansioso por resultados imediatos e visíveis (I Co 3:6-8). 3. NOS PRESÍDIOS Assim com o há normas de visitação nos hospitais, também há normas para visitas em presídios. Os cristãos devem respeitar as normas. Elas visam à boa ordem e a segurança de todos. Infringir tais regulamentos, sob o pretexto de que Deus guarda os cristãos e não permite que coisa alguma lhes aconteça é imprudência. Para evangelizar num presídio são necessários alguns procedimentos a tomar antes da visita, tais como: - Autorização prévia do diretor do presídio; - Quantidade de pessoas que farão a visita; - Se é permitido levar instrumentos; - Se é possível cantar;

- Se há lugar para culto com todos os presos ou parte deles;

- Qual o tempo disponível para a visita; - Se é possível distribuir folhetos entre os presos; - Conhecer as normas de segurança; - Outras providências julgadas necessárias. A evangelização nos presídios deve contar com literatura especial. O evangelista deve ter o cuidado com os textos bíblicos a serem usados. Deve Ter cuidado para não apontar o dedo acusador. Não usar a Bíblia ou Deus como uma arma ou juíz implacável contra os pecadores. O evangelista deve lembrar que todos os homens são pecadores e não apenas os que estão nos presídios.

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A evangelização nos presídios requer muito cuidado e sabedoria do cristão. Pode acontecer que o preso procure um visitante para dizer de sua inocência. É possível que o preso diga que está ali injustamente. Mas isso é um caso para o advogado e não para o evangelista. É conveniente que o preso seja orientado a contar isso para o seu advogado. O evangelista não pode esquecer-se de dizer ao preso que ambos são pecadores diante de Deus e precisam do perdão de Jesus, da paz de Deus. O evangelista não deve se colocar na posição de juíz ou de advogado dos presos. Ele está ali para levar as Boas Novas e deve compartilhar o amor e o perdão de Deus para com os homens. 4. VICIADOS Os viciados, toxicômanos e alcoólatras são as pessoas mais dificeis de serem evangelizadas. Mas isso não significa que sejam impossíveis de serem ganhos para Cristo. Aquilo que é impossível para os homens é possível para Deus (Mt 19:25-26). Para evangelizar pessoas dependentes de vícios, o evangelista não precisa ser um conhecedor profundo do mundo das drogas. Mas precisa estar possuído por um profundo amor por elas. É preciso estar convencido de que Deus os ama. Precisa crer na possibilidade de Deus curá-las, salvá-las, libertá-las (Jo 8:32, 36). O evangelista precisa saber que a droga é terrível e decepcionante. Ela causa dependência física e psíquica. Ela reduz a capacidade de personalidade. Ela deixa o homem completamente enfermo. Os viciados em drogas são pessoas infelizes que possuem um grande valor interior. São dignas de amor e necessitam da Palavra de Deus para tirá-las do vício. As drogas escravizam o homem. É preciso um trabalho sério, espiritual, psicológico, social e médico. Cabe ao evangelista encaminhar às casas de recuperação os viciados que, aceitando Cristo, desejem libertar-se das drogas. Paralelamente a um acompanhamento, o cristão deve orar pelo viciado e levá-lo a Jesus, lendo textos da Bíblia que mostram o amor e o poder de deus para perdoar e transformar a vida das pessoas (Sl 332; 51; Is 53; Mt 11:28-30; Lc 19:1-10; Jo 14:16; Rm 12:?1-2; I Jo 1:7-9). É preciso conscientizar o viciado que ele pode recuperar-se. É preciso dizer-lhe que há solução em Cristo Jesus para a vida dele. Isso pode ser feito com oração, paciência e pelo poder do Espírito Santo. 5. PROSTITUTAS E HOMOSSEXUAIS

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As prostitutas e os homossexuais são pessoas alienadas da sociedade que precisam ser evangelizadas. Para alguns, o esforço para a evangelização desse grupo de pessoas é inútil, é como jogar pérolas aos porcos. Mas Deus diz em Sua Palavra que “ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como a lã” (Is 1:8). Para quem crer na origem divina desta Palavra há motivos para compartilhar as Boas Novas às prostitutas e aos homossexuais. É necessário que o cristão saiba que ninguém nasce homossexual ou prostituta. É no longo da criação e da vida que as pessoas se tornam desajustadas moral, psicológicas e socialmente. É uma mente desajustada que torna o corpo desenfreado. Uma mente pervertida leva a pessoa a um comportamento pervertido, antinatural. O cristão que vai evangelizar esse grupo de pessoas precisa tomar consciência de que, embora Deus ame a essas pessoas, Deus desaprova o comportamento delas. Ao evangelizar uma prostituta ou um homossexual, o evangelista não deve discriminá-los, ou tratá-las como pessoas sujas, indignas ou inferiores. São pessoas e devem ser tratadas com dignidade. Muitas pessoas estão na prática da prostituição e do homossexualismo, não porque gostam dessa vida, mas porque foram levadas a isso por traumas de infância ou por abuso de elementos inescrupulosos. A recuperação dessas pessoas e a integração delas na sociedade em geral, e na igreja em particular, é muito difícil. Essas pessoas precisam de um acompanhamento todo especial. É preciso paciência, perseverança, insistência, muita oração e solidariedade quando forem evangelizadas. Não basta uma simples conversa ou um pequeno folheto. Caso não haja um trabalho de acompanhamento, essas pessoas logo serão novamente assediadas pelos falsos amigos, que as arrastarão para a vida de prostituição. O evangelista precisa saber de que os frutos dessa evangelização não são imediatos, rápidos. Para ganhar os homossexuais e as prostitutas é necessário que o evangelista esteja possuído de um profundo amor por elas. Aquele amor que Jesus não se envergonhava, mas as identificava, sem dar apoio ao mal. 6. PESSOAS CONVICTAS DE OUTRAS RELIGIÕES Quando o cristão está envolvido no trabalho de evangelização, pode encontrar pessoas de outras religiões, convictas de doutrinas erradas e

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que precisam encontrar a verdade que é Cristo Jesus. Neste caso o evangelista deve tomar algumas atitudes ao falar de Cristo a essas pessoas, como se segue: - Ter base na doutrina bíblica – Desde o primeiro encontro com adeptos de outras religiões, o evangelista precisa ter base bíblica para evangelizar. O evangelista não poderá mostrar-se biblicamente ignorante, porque isso somente servirá para dar mais convicção a essas pessoas, de suas falsas doutrinas. Geralmente, essas pessoas são incentivadas a estudar diariamente suas doutrinas. Se o evangelista não estiver preparado com base nas Escrituras Sagradas, será melhor esperar antes de tentar evangelizar pessoas convictas de outras religiões. - Não discutir ou condenar – O evangelista não deve discutir nem condenar, mas sim fugir de assuntos que possam causar dissensão. É conveniente não se aproximar com espírito de polêmica nem demonstrar irritação pelas críticas que por certo receberá por ser cristão. Se a pessoa encontrar-se muito fechada em suas convicções, o evangelista deve desafia-la a ler o Novo Testamento, para depois voltarem a conversar, sempre procurando deixar uma porta aberta ao diálogo. - Orar e buscar a orientação do Espírito Santo – O evangelista deve reconhecer que está diante de uma tarefa difícil e que nada poderá fazer sozinho. A oração fará com que o evangelista obtenha forças na hora da confrontação com pessoas convictas de outras religiões e também abrirá o caminho para a atuação do Espírito Santo. - Agir com amor e paciência – Hostilidade não converte ninguém. A verdadeira amizade e gentileza são essenciais para evangelizar adeptos de outras religiões. A paciência será uma demonstração de amor pela pessoa. O evangelista deve amar quem está errado, mas sem concordar com o seu erro. - Cultivar relacionamento a longo prazo – Um encontro único com adeptos de outras doutrinas normalmente não é proveitoso. Um relacionamento mais longo é o melhor para ganhá-los para Cristo. As convicções religiosas dessas pessoas e o seu preconceito em colocar dúvidas na sua fé vão requerer uma certa assistência a elas. IX – ESTUDO BIBLICO O sentimento cristão do novo convertido precisa ser aprofundado e toda a assistência a ele deve ser dada. Dentro dessa assistência devem ser constantes as visitas em seu lar, procurando suprir as suas

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necessidades espirituais e, também, as materiais se forem o caso, aproveitando a oportunidade para discipular o novo crente. Toda pessoa que se decide a Cristo deve ser pronta e cuidadosamente orientada e treinada na vida cristã e o evangelista deve fazer com que ela se sinta parte integrante da família de Deus. Em face da nova situação em sua vida, o novo convertido tem necessidade de querer saber mais sobre a sua fé. Ele deseja compreender e entender a Palavra de Deus (At 8:26-40). O estudo bíblico vai tornar a mensagem bíblica clara para o novo convertido. Dessa forma o evangelista deverá promover o estudo bíblico que é a assistência espiritual através do estudo sistematizado das bases bíblicas para a nova vida em Cristo. Sistematizar significa que deve haver uma seqüência lógica e progressiva que apresente o Plano de Salvação de forma coerente. Para que o estudo bíblico seja eficaz, o evangelista deve tomar as atitudes que se seguem, antes de realizá-lo: - Fixar bem o estudo bíblico a ser apresentado, procurando enriquecê-lo com outros materiais e ilustrações; - Verificar o material necessário: se a pessoa tem Bíblia para acompanhar o estudo; se há possibilidade de levar um instrumento musical; o estudo a ser desenvolvido; etc; - Observar qual o grau de instrução da pessoa com quem irá fazer o estudo bíblico e tornar o seu conteúdo o mais acessível que puder; - Está atento às necessidades da pessoa, família ou grupo, para começar de um ponto comum; - Promover, se for o caso, um núcleo de estudos bíblicos, se houver mais de uma casa próxima onde será realizado o estudo. É importante ressaltar que o estudo bíblico não é um sermão. Assim, para que ele se torne atrativo, cativante, há pelo menos cinco atitudes que o evangelista deve tomar durante a sua realização: - Fazer amizade com a família visitada, mostrando-se interessado; - Manter sempre claro que o seu objetivo é fazer o estudo bíblico; - Cumprir o horário marcado para começar e terminar o estudo bíblico;

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- Ter cuidado para não ficar falando sozinho, enquanto a pessoa só ouve; - Promover a participação. Não assumir a posição de preletor, mas ser informal, fazendo com que todos participem no máximo. No estudo bíblico é muito importante que os participantes possua, cada um, a sua Bíblia, pois se a pessoa apenas ouvir vai reter somente 10% do que for ensinado. Se ouvir e ver, retém 50% do que for ensinado. Se ouvir, ver e participar vai reter 90% dos ensinamentos. Baseado nisso o evangelista que dirige o estudo bíblico não deve falar sozinho, mas procurar fazer com que todos participem. X – O PLANO DIVINO DA SALVAÇÃO O plano humano da salvação está sempre baseado no mérito. O de Deus, na graça. Deus diz: “pela graça sois salvos” (Ef 2:8). E a graça é o oposto do mérito. Um exclui o outro. Graça é uma das maiores palavras na Bíblia. Uma das mais maravilhosas afirmações, jamais feitas a respeito da Salvação de Deus, é encontrada na carta do apóstolo Paulo aos Romanos, em que está escrito: “sendo justificados gratuitamente por Sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3:24). Cada palavra do texto está cheia de significado. A palavra “redenção” significa “comprar de volta”. O homem foi vendido a Satanás, ao pecado e a morte, pelo primeiro Adão. Jesus Cristo veio e pagou o resgate ao tomar sobre sí mesmo o pecado e sua penalidade, e assim realizou a redenção. Ele comprou de volta o homem do mercado de escravos de Satanás. O preço que Ele pagou foi o sangue de sua própria vida (I Pe 1:18-19). O resgate da redenção foi plenamente pago. Deus é capaz de justificar livremente. Deus justifica inteiramente, baseado na obra redentora de Jesus Cristo, pois não há nada de bom no homem que mereça o Seu favor (Rm 3:23). Assim a graça é “favor imerecido”, e a Salvação é pela graça, livremente concedida aos que a não merecem, é toda de Deus. O homem nada pode fazer para merecê-la. Não pode ser adquirida ou comprada. Há dois caminhos para satisfazer a lei. Um é guardá-la e o outro é receber a sua penalidade, se ela for quebrada. Sua penalidade é a morte (Rm 6:23; Ez 18:4). A lei sempre leva consigo uma penalidade e a lei não pode ser quebrada sem incorrer na penalidade. Mas Deus, desejando salvar o pecador, e ainda agir com justiça, “para Ele mesmo ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rm 3:26), deu Cristo, “para ser a propiciação” ou satisfação do homem. “A quem

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Deus propõe ao Seu sangue como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça” (Rm 3:25); “E Ele é a propiciação pelos nossos pecados; e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro” (I Jo 2:2). Assim, levando a penalidade do pecado que era a morte. Da perspectiva de Deus, a Salvação inclui a obra completa de Deus em trazer as pessoas da condenação para a justificação; da morte para a vida; e, da alienação à filiação. Da perspectiva humana, incorpora todas as bençãos que resultam de estar em Cristo, tanto nesta vida como na futura. O alcance da Salvação é determinado por três tempos distintos, a saber:

PASSADO

PRESENTE FUTURO

REGENERAÇÃO SANTIFICAÇÃO GLORIFICAÇÃO

O homem foi salvo da PENALIDADE do pecado, a morte.

O crente está sendo salvo do PODER do pecado, santificado e preservado.

O crente será salvo da PRESENÇA do pecado para sempre no céu.

Ef 2:8; Tt 3:5; Rm 8:3

Hb 7:25; Rm 8:13

Rm 8:23; 5:9-10

A Salvação de Deus é eterna. Uma vez que o homem a tenha recebido, ela estará garantida eternamente por Sua vontade (Ef 1:5; Jo 6:39). A Salvação é assegurada pela eleição e chamamento de Deus (Ef 1:4; Jo 15:16). É garantida por Seu amor e graça (Jo 3:16; I Jo 4:10). Nada que for, poderá separar o homem de Deus (Rm 8:38). É assegurada pelo Seu poder (Jo 10:29). É assegurada pelo sacrifício vicário de Cristo (Rm 8:34; Hb 9:12; 10:14). Para ser salvo basta que o homem confie no Sangue de Jesus e coloque a sua fé na obra consumada no Calvário, crendo que Jesus Cristo tudo pagou. O homem precisa diante da oferta de Deus reconhecer que sem Jesus está perdido, desejar mudar de vida, arrepender-se dos seus pecados e, pela fé, através da oração, entregar totalmente a sua vida a Jesus Cristo. Estando ciente do plano de Salvação, o evangelista poderá buscar na Bíblia várias formas de explicar as pessoas interessadas este plano. Vejamos, portanto, algumas formas para a exposição do plano de Salvação:

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Passos do Evangelho

Pecado do homem

Condenação do homem

Salvação pelas obras

Obras de Cristo

Abismo ligado

Ef 2:1-3

Ef 2:30

Ef 2:9

Jo 1:1-3, 14

Romanos

3:23; 3:10

6:23

3:19-20,28

João

8:34, 44

3:18-19,36

6:28-29; 14:6

8:36; 3:14-16

Outros

Is 64:6; 57:20-21

Tt 3:5; Is 64:6

Is 53:6

Planos: ROMANOS Pecado – 3:10; 3:23 Penalidade do pecado – 6:23 Penalidade paga por Cristo – 5:8 Decisão – 10:9 JOÃO A necessidade do novo nascimento – 3:1-13 A necessidade da morte de Cristo – 3:14; Nm 21:9 O resultado da fé em Cristo – 3:15-17 O resultado da incredulidade – 3:18-21, 36 CONCLUSÃO A tarefa da evangelização as vezes é obstaculizada, esbarra em dificuldades. Devemos nos preparar convenientemente para que os obstáculos não sejam de nossa parte. Na maioria das vezes o obstáculo é do ouvinte. Muitas pessoas buscam a Salvação por meios humanos e isso é contra o plano de Deus. Ninguém poderá chegar lá por seus esforços. Hoje há muitos que estão ensinando que o homem é salvo quando é libertado da ignorância, ou seja, que quando ele conhecer que o divino está nele, então estará salvo. Essa doutrina de demônios tem levado muitos ao inferno. Nem sinais para os judeus, nem sabedoria para os gregos, mas Cristo

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para toda a humanidade (At 17:1; I Co 1:187-22). Esta é a mensagem que vence todos os argumentos. Temos a mensagem e devemos falar às pessoas de forma que elas entendam e possam tomar uma decisão baseada em convicções e não na emoção do momento. Sem alterar a verdade podemos usar vários métodos. Nosso dever é descobrir métodos práticos de anunciar Cristo Jesus. Não devemos pensar nos obstáculos como empecilhos, mas como desafios. O inimigo quer que morramos de sede diante do desafio de pregar, porque ele sabe que o momento que o crente se dispõe a IR, O Espírito Santo já preparou o caminho e o resultado é certo. Preparemo-nos adequadamente para a evangelização, através do estudo da Bíblia, da comunhão com Deus e a oração. Não deixemos de ser uma testemunha fiel e verdadeira e Deus nos abençoará em nossa tarefa de evangelizar.