apostila de entomologia aplicada

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FUNDAMENTOS DO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS Eurpedes Barsanulfo Menezes1 Elen de L. Aguiar Menezes2 INTRODUO A grande maioria dos seres vivos influenciada pelo homem, sob diversos aspectos, principalmente como uma conseqncia da AGRICULTURA, a qual pode ser definida como: UMA INTERFERNCIA NA NATUREZA. O homem, antes de executar qualquer tipo de cultura agrcola ou desenvolver a criao de quaisquer animais domsticos, interfere na Natureza removendo a vegetao natural mudando-a radicalmente; isto , transforma em ecossistema artificial instvel, o ecossistema natural estvel. Esse procedimento faz com que inmeros problemas venham surgir no que diz respeito aos insetos. A interferncia do homem infelizmente, muito drstica. Ao destruir a flora natural, interrompe um complexo de inter-relaes, entre a fauna e a flora, que se desenvolveu ao longo dos anos. A destruio da vegetao natural, muda radicalmente o meio ambiente, o qual se torna instvel porque a superfcie do solo fica diretamente exposta s intempries. Em conseqncia, poucos so os seres vivos, que sobrevivem, a esta mudana. A grande maioria ser destruda, principalmente os invertebrados. A partir do momento em que o homem deixou de ser nmade e, tornou-se sedentrio, a sua interferncia no ecossistema natural estvel, veio ser uma realidade. Assim sendo, a necessidade de se obter uma produo adequada de alimentos, para uma populao que se expande em progresso geomtrica, um fato. Todavia, sabe-se tambm que preciso manter os ecossistemas estveis, saudveis e sem poluio. Esta observao verdadeira, tem-se mostrado como um problema crucial do momento e, extremamente crtica, no futuro. Desta maneira, o homem, ao longo dos anos, tem enfrentado este grande dilema, que se agrava cada vez mais. Em vrios pases, onde a fartura abundante, muito poucos so as pessoas que apreciam a vital importncia do alimento na manuteno da sade e vida dos seres humanos. Hoje em dia, em torno de meio bilho da populao mundial, faminta e mal nutrida. A alta taxa de nascimento e a prolongao da vida pela humanidade, atravs da medicina, tm se tornado um problema, porque a necessidade de alimento para o sustento de populaes tem aumentado. Este problema no novo e, a histria tem mostrado com evidncia, a precria posio do homem em relao fome e s doenas. Muitos desses problemas tm sido causados pelos insetos, que destroem plantaes, alimenta-se de animais domsticos e, transmitem diversos tipos de doenas. Todavia, importante frisar que os insetos j habitavam a terra, muito antes do homem aparecer. Atravs de fsseis, possvel demonstrar, que o inseto surgiu h quatrocentos milhes de anos atrs. Quando o ser humano apareceu, aproximadamente h um milho de anos, os insetos j tinham evoludo e atingido suas diversidades atuais. Existe evidncia de que o piolho humano (vetor do tifo) e outras doenas, j infestavam o homem primitivo, h milhes de anos. Os insetos, como vetores de doenas, foram responsveis pelas piores epidemias que atacaram a raa humana durante a idade mdia. A peste bubnica conhecida, como uma das maiores calamidades da histria. Pelo menos vinte e cinco milhes de pessoas morreram por causa dessa doena, que atacou a populao da Europa no sc. XIV. Embora a peste bubnica seja uma doena bacteriana de roedores, quando transmitida pela pulga, Xenopsylla cheopis, causa srias epidemias, entre os seres humanos, ocasionalmente. Quando os ratos morrem pelo ataque desta doena, as

pulgas abandonam os animais mortos e, migram para outros hospedeiros, incluindo o prprio homem. A pulga, ao alimentar-se do sangue de seu hospedeiro, causa infeco, atravs de sua picada. A doena epidmica conhecida como tifo, causada pelo piolho, Pediculus humanus, bem como a febre amarela transmitida pelo mosquito, Aedes aegypti que so insetos pertencentes s Ordens ANOPLURA e DIPTERA, respectivamente. A definio de praga na totalidade, uma orientao do homem porque os organismos assim designados competem com a populao do mesmo, em busca de alimento, fibra e abrigo. Alm do mais, transmitem-lhes doenas, alimenta-se do seu sangue e incomoda a sua sade, o seu conforto e o seu bem estar. O homem divide este planeta, com mais de milhes de outras espcies de organismos, que fazem parte da biosfera. Esta massa de organismos sempre estar reproduzindo, morrendo, ocupando espao na gua, no ar e, consumindo nutrientes vitais e eliminando materiais inaproveitados. Todavia, esta massa extremamente vital, porque mantm uma delicada balana hierrquica de espcies, que se alimentam uma das outras. Isto ocorre to sutilmente e, sem nenhuma obstruo, que o homem raramente tem conscincia dessa grande mudana, que ocorre diante de seus olhos e abaixo de seus ps, constantemente. A maior causa de um desastre na agricultura, em grande escala, tem ocorrido no por pragas, mas devido a fenmenos climticos. Assim sendo, os danos causados por esses fatores abiticos, so diretos como: secas, enchentes, geadas, ventos, etc. Alm de causar tambm, prejuzos indiretos como: doenas do trigo e do cafeeiro. A ferrugem do cafeeiro extremamente favorecida pela elevao de umidade. No final do sc. XIX, os pases europeus e suas colnias sofreram o pior desastre j registrado, que foi a requeima da batatinha, Phytophthora infestans na Irlanda, Inglaterra e Blgica. Outro fenmeno, deveras fatal, para a indstria de vinho na Frana (1848-1878) foi causado pela infestao da Filoxera, um homptero nativo dos Estados Unidos, que foi introduzido na Europa, acidentalmente. Em vista disso, houve um grande interesse em aperfeioar as tcnicas de controle de pragas. E foi atravs do aperfeioamento de tcnicas que se resolveu o problema da Filoxera! A introduo de porta-enxerto de videira americana (naturalmente resistente Filoxera) sobre variedades de excelentes qualidades e aceitveis no mercado, minimizou os prejuzos causados pela praga. A tcnica de enxertia evoluiu e assim, o porta-enxerto da variedade da uva americana, que era resistente a este tipo de pulgo, foi introduzida por volta de 1870. Essas descobertas, juntamente com a tcnica de enxertia, acabaram permitindo, que as variedades europias (susceptveis), no sofressem maiores danos, causados pela praga. A soluo para a eliminao da doena fngica conhecida por mldio da videira, Plasmopara viticola, acabou sendo encontrada quase que por acidente. Um agricultor, tentando diminuir os freqentes roubos de uvas, por aqueles que passavam pela sua propriedade, aplicou uma mistura de cobre com zinco, nas bordaduras de seu pomar. Mais tarde, verificou que as plantas da bordadura no foram infectadas pela doena fngica. Este acidente acabou resultando no desenvolvimento de dois fungicidas: a calda bordalesa e o Verde Paris. Vale salientar que nem sempre possvel ao homem (mesmo imbudo da melhor boa vontade e aparelhado com todos os requisitos necessrios), executar, atravs de mtodos qumicos, um programa eficaz de controle de pragas! Sejam elas de interesse: agrcola, mdico-veterinrio, domstico ou florestal. Portanto, medida que se busca aumentar a produo e a qualidade dos alimentos, os problemas se tornam os mais diversos, crticos e intensivos. INTERFERNCIA DO HOMEM NA NATUREZA Uma anlise profunda, a respeito da interferncia do homem na natureza, mostra que isto ocorre desde os primrdios da civilizao e, a partir do momento em que2

deixou de ser nmade, tornando-se sedentrio, a situao piorou. Esta mudana de comportamento fez com que interferisse na grande cadeia da existncia, no universo. Um exemplo evidente de sua interferncia foi o que ocorreu h algumas dcadas, na Ilha de Brneo, quando a Organizao Mundial de Sade (WHO) executou um programa de controle de moscas e mosquitos, usando o organoclorado DDT. Com a morte das moscas pelo produto, verificou-se que, depois de certo tempo, a infestao de ratos tornou-se insuportvel, ameaando a vida da populao humana da ilha, em conseqncia da destruio de alimentos e transmisso de doenas. A soluo encontrada foi: Atirar gatos de pra-quedas na Ilha de Brneo, para que se restabelecesse o equilbrio da populao dos ratos! Este desequilbrio ocorreu porque, as moscas envenenadas (que eram presas fceis) serviam de alimento para as lagartixas, contaminando-as. Os gatos, alimentando-se destas, tambm se intoxicavam. Com a reduo drstica da populao de gatos, a de ratos aumentou, consideravelmente. Outro fenmeno observado foi a queda dos telhados das casas, da populao nativa. Isto ocorreu, porque a populao de brocas, encontradas no interior do madeiramento, que era usado como vigas de sustentao dos telhados, aumentou consideravelmente. A aplicao do DDT em excesso, eliminou os inimigos naturais das brocas e, permitiu que suas populaes explodissem, trazendo grandes prejuzos aos nativos da Ilha. O uso incorreto do organoclorado acabou causando desequilbrio biolgico, entre as populaes das brocas e as populaes dos seus inimigos naturais, exatamente por causa da diferena de comportamento de ambas. Alguns problemas surgem, quando se introduz planta extica em outros pases, devido preferncia de determinados insetos por essas plantas. Em 1920, Thomas Say descobriu que o Besouro do Colorado, Leptinotarsa decemlineata alimentava-se do hospedeiro silvestre Solanum rostratum e, sua populao era extramemente limitada. Aps a introduo da batatinha, Solanum tuberosum, naquele territrio no sculo XIX, o besourinho mudou-se para a mesma, tornando-se assim, uma terrvel praga dessa solancea, naquele Estado. Mais tarde, seus prejuzos tambm foram detectados em Indiana em 1868 e, acabando por alcanar a costa do Atlntico, em 1874. O uso do manejo integrado de pragas, ao contrrio do que muitos pensam, no algo novo. Dois entomologistas do USDA, Dr. W. D. Hunter e Dr. B. R. Coad recomendavam o controle do bicudo do algodoeiro, Anthonomus grandis, atravs de um programa integrado de plantas tolerantes e queima de restos da cultura, a partir de 1923. Os dois mtodos demonstravam que poderiam ser considerados como a chave do controle de pragas e, o controle qumico s era utilizado, quando o pico populacional da mesma atingia nveis insuportveis. Os inseticidas no constituem o nico meio de controle e, atualmente para reduzir o dano causado pelos insetos, deve-se manipular o ambiente de modo a reduzir ou eliminar, os fatores favorveis praga e, adicionar fatores desfavorveis. Depois de 13 anos de uso quase que exclusivo de inseticidas para o controle de pragas, surgiu o conceito de manejo integrado (Pest Management), na Califrnia em 1959. Essa nova orientao surgiu em conseqncia das observaes, contidas no livro de Rachel Carlson, Primavera Silenciosa, publicado dois anos antes, em 1957 e reeditado em 1962. Atualmente, pode-se conceituar o MIP de forma mais ampla e, defini-lo como a combinao vantajosa de mais de um tipo de mtodo. Um dos aspectos mais importantes do emprego do MIP o estabelecimento da condio praga, em funo do tipo e da quantidade do dano causado, pela populao do inseto. possvel estabelecer quais so as pragas-chave e quais so as pragas ocasionais. Pragas-chave so organismos encontrados na cultura em nveis populacionais relativamente altos e que provocam danos significativos. Pragas ocasionais so organismos presentes na cultura, em nveis populacionais relativamente baixos, e que provocam perdas menores. Estes tipos de pragas, s atingem os nveis populacionais, quando ocorrem desequilbrios drsticos, provocados pelo prprio homem.3

COMPONENTES DO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS Por que se deve fazer o manejo integrado de pragas? No seria mais fcil e mais interessante, continuar controlando eficazmente as pragas como se fazia no passado? A introduo dos inseticidas organoclorados fez com que os conceitos de controle de insetos, mudassem radicalmente. A indstria tornou-se prspera e cresceu assustadoramente. Mais tarde surgiram os inseticidas organofosforados, os carbamatos e posteriormente os piretrides e os juvenides. O controle qumico tornou-se vivel porque atuava rapidamente, eficazmente e era extremamente conveniente. Todavia, depois de alguns anos de uso contnuo, inadequado, abusivo e indiscriminado de tais produtos qumicos, inmeros problemas surgiram, e serviram como nfase para a aplicao do manejo integrado de pragas. Verificou-se que j estava ocorrendo: 1) Resistncia dos insetos aos inseticidas, 2) Persistncia dos organoclorados no meio ambiente, 3) Perigo no manuseio de tais produtos, 4) Desequilbrio do meio ambiente e, 5) Custos. Antes que se faa qualquer tipo de controle de uma praga, necessrio que se conhea todos os fatores responsveis pelo crescimento de sua populao, naquele perodo e, naquela determinada cultura. necessrio analisar todo o agrossistema, a distribuio e as mudanas desta populao, muitas vezes, influenciada pelas condies climticas. Todas as culturas da comunidade devem ser consideradas e, no somente apenas uma, como se esta fosse a nica no contexto. O nvel de dano causado por uma praga, em determinada cultura, deve ser estabelecido, para que se conhea o grau de tolerncia da planta. Por exemplo, extremamente importante conhecer o nvel de dano para a lagarta da soja, Anticarsia gemmatalis, em determinada regio. Alm disto, no se deve esperar que se tenha qualquer tipo de culturas, totalmente isentas de pragas. O manejo integrado tem como objetivo principal, reduzir a populao de uma determinada praga, a um nvel to baixo que, economicamente falando, no causa problemas. Deste modo, o primeiro passo para a execuo com sucesso, do manejo integrado, a conscientizao de todos, de que extremamente importante, manter em nveis reduzidos, as populaes daqueles insetos, consideradas pragas-chave. O passo seguinte manter esses nveis, minimizando assim, as flutuaes populacionais, de tal modo que o NDE (Nvel de Dano Econmico), nunca venha ser atingido. Para que isto venha ser uma realidade, no basta apenas, saber qual a praga. necessrio que se saiba tambm, um pouco mais, sobre a mesma. preciso conhecer a biologia e a ecologia dos insetos, sejam pragas ou no porque isto extremamente importante para a viabilidade do controle. Igualmente, o manejo integrado de pragas nada mais do que um manejo de populaes de insetos, que vivem em um determinado ecossistema e, que se tornaram pragas em determinadas culturas, graas s condies favorveis, que o homem lhes proporcionou. necessrio que se tenha em mente os quatros elementos bsicos para a viabilizao do Manejo Integrado de Pragas:- Controle natural, Amostragem, Nveis de Danos Econmicos, Biologia e Ecologia da Praga e de seus Inimigos Naturais. CONTROLE NATURAL O controle natural nada mais do que o controle biolgico que, ocorre naturalmente no meio ambiente, sem que haja necessidade da interferncia do homem. Existem duas foras no meio ambiente, que esto sempre envolvidas, profundamente, no controle natural. So elas: os fatores biticos e abiticos (Fig. 01). Esses fatores regulam as populaes de qualquer inseto, seja praga ou no. AMOSTRAGEM Fazer AMOSTRAGEM significa determinar, aproximadamente, a populao de uma praga de uma cultura, pr-determinada. extremamente importante, para que se possa tomar qualquer deciso, a respeito do manejo integrado. Amostragem e nveis

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econmicos trabalham juntos. Um sem o outro, tem pouco significado. A amostragem muito importante, levando-se em conta que existem muitos tipos de amostragem. O tamanho da mesma e, quem a realiza, so fatores que no devem ser desprezados. Muitos fatores so importantes, para a efetividade da amostragem, em relao segurana dos dados obtidos, tais como: 1) Condies climticas, 2) Ciclo vital do inseto, 3) Cultura, 4) Estgio de crescimento da planta, 5) Condies do solo, 6) Prticas culturais, e 7) Habitat das regies vizinhas.CONTROLE NATURAL

Fatores Abiticos

Fatores Biticos

Recprocos Fsicos a) Temperatura b) Umidade c) Movimento do Ar d) Exposio Luz e) pH do Solo Biolgicos a) Disponibilidade do hospedeiro b) Qualidade do Alimento No Recproco a)Determinados Alimentos b) Competio por espao c) Competio por territrio Os Agentes do controle biolgico: a) Parasitides b) Predadores c) Patgenos d) Herbvoros e) Determinadas fontes de alimentos

Figura 01. Componentes do Controle Natural (van den Bosch & Messenger, 1973). Em funo da Posio do Nvel de Equilbrio populacional do inseto em relao aos Nveis de Controle e Dano determinados para a praga, na cultura e na condio em questo, tem-se a seguinte condio de pragas:

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1) INSETO NO PRAGA - Quando a PE est situada abaixo do LC e ND e, os picos populacionais nunca atingem o LC ou ND. Exemplos: pulgo do milho, Rhopalosiphum maidis, em sorgo e milho, tripes do amendoim, Caliothrips braziliensis, em amendoim, tripes do pessegueiro, Isoneurothrips australis, em pessegueiro, e caro da nespereira, Eriophyes eriobotryae, em nspera. 2) PRAGAS OCASIONAIS - Quando a PE est situada abaixo do LC e ND e, os picos populacionais atingem ocasionalmente o LC ou ND, retornando ao equilbrio, depois da aplicao de medidas de controle. Vrios insetos e caros podem ser citados, como exemplos de pragas espordicas: eriofideo do pessegueiro, Aculus cornutus, eriofideo do tomateiro, Aculops lycopersici e mandarov da mandioca, Erinnyis ello. 3) INSETOS-PRAGAS - Quando a PE est situada abaixo do LC e ND, porm todos os picos populacionais atingem o LC ou ND, exigindo a adoo constante de medidas de controle para se obter uma nova PE, situada mais abaixo. Exemplos: curuquer do algodoeiro, Alabama argillacea, broca do algodoeiro, Eutinobothrus brasiliensis, e cigarrinha do feijoeiro, Empoasca kraemeri. 4) PRAGAS SEVERAS - Quando a PE est situada acima do LC e ND, exigindo controle preventivo para garantir a produtividade da cultura. Encontra-se neste grupo, pragas como: tripes do amendoim, Enneothrips flavens; gorgulho do milho, Sitophilus zeamais e moscas-das-frutas, Anastrepha spp. em pessegueiro. BIOLOGIA E ECOLOGIA DA PRAGA E DE SEUS INIMIGOS NATURAIS Conhecimentos de biologia e ecologia de insetos so extremamente fundamentais, para que o MIP venha ser executado com sucesso. importante que se conhea o ciclo biolgico da praga, bem como, seus inimigos naturais. Por exemplo: O bicudo, Anthonomus grandis e a lagarta rosada, Pectinophora gossypiella que so duas pragas do algodoeiro, diferem fundamentalmente em biologia e comportamento, de tal modo que o uso do controle cultural aplicado nessa cultura torna-se vivel. A biologia e o comportamento da lagarta da ma, Heliothis virescens e da lagarta rosada, P. gossypiella em algodoeiro, tambm favorece a aplicao do MIP. Enquanto que a primeira polfaga, a segunda relativamente especfica para a cultura. preciso salientar que a simples tcnica de se fazer um controle qumico, sem os conhecimentos bsicos de biologia e ecologia da praga, pode advir em resultados negativos. Deve-se fazer o desenvolvimento de programas de manejo de pragas, nos quais todos os fatores, capazes de contribuir para diminuir a populao da praga, entrem em ao. O MIP deve ser aplicado, no visando apenas o prejuzo causado pela praga em uma determinada cultura, em um determinado local, mas sim aplicado contra a espcie de praga em questo, no ecossistema. A associao de mtodos seria usada contra a espcie, em todas as plantas hospedeiras daquele meio ambiente. Exemplo: O pulgo do milho, Rhopalosiphum maidis um vetor importante do vrus do mosaico em cana de acar, apesar de viver nessa gramnea, esporadicamente. O controle desse homptero (Aphididae) na cana de acar, no contribui para afetar a populao da espcie que maior na cultura do milho. Assim, o controle deste pulgo necessrio e, deve-se faz-lo de qualquer modo, independente da planta hospedeira, na qual o prejuzo est sendo causado. Isto tambm ocorre com o mosaico do mamoeiro, que embora no seja um hospedeiro ideal para os pulges, est sendo sempre alvo de picadas de prova que acabam por transmitir essa virose, de planta para planta. Os mtodos de controle de pragas so inexaurveis e envolvem muita a cincia aplicada e da tecnologia disponvel. Esses mtodos, organizados numa ordem crescente de complexidade, podem ser apresentados da seguinte forma:6

COMBINAO DOS DIVERSOS MTODOS DE CONTROLE Mtodos culturais ou uso de prticas agronmicas: 1) Uso de variedades resistentes; 2) Rotao de culturas; 3) Destruio dos restos de culturas; 4) Arao do solo; 5) Alterao da poca de plantio e/ou colheita; 6) Limpeza da cultura; 7) Poda ou desbaste; 8) Adubao; 9) Manejo da gua irrigao ou drenagem; 10) Uso de culturas armadilhas; e 11) Manipulao de hospedeiros alternativos. Mtodos mecnicos: 1) Destruio manual; 2) Uso de barreiras; 3) Armadilhas; e 4) Esmagamento de insetos Mtodos fsicos: 1) Calor; 2) Frio; 3) Som; 4) Umidade; 5) Energia; e 6) Radiao ionizante. Mtodos biolgicos: 1) Proteo e aumento das populaes de inimigos naturais; 2) Introduo, aumento artificial e colonizao de parasitides e predadores; e 3) Propagao e disseminao de bactrias, fungos, vrus e protozorios entomopatognicos. Mtodos qumicos: 1) Atraentes; 2) Repelentes; 3) Inseticidas; 4) Esterilizante; 5) Inibidores de crescimento; e 6) Modificadores de comportamento. Mtodos genticos: Criao e liberao de insetos estreis ou geneticamente incompatveis com a populao natural. Mtodos regulatrios: 1) Quarentena; 2) Programas de supresso e erradicao; e 3) Legislao exigindo o controle de determinados insetos. O USO DO CONTROLE QUMICO NO MIP O Controle Qumico, s vezes indispensvel no MIP diante das seguintes circunstncias: 1) Medida prtica nica, quando NDE est prximo; 2) Tm rpida ao curativa na preveno do dano; 3) Oferecem uma vasta gama de propriedades; 4) Retorno econmico e, relativamente baixo; e 5) Possibilidade de uma ao isolada ou unilateral. Todavia os pesticidas apresentam algumas limitaes como: 1) Resistncias dos Produtos Fitossanitrios; 2) Aparecimento de pragas secundrias; 3) Efeitos adversos sobre espcies; 4) Resduos em alimentos e no Meio Ambiente; 5) Riscos diretos aos aplicadores; e 6) Soluo temporria para os problemas ocorridos. A utilizao de produtos fitossanitrios no Manejo Integrado de Pragas, deve ser feita somente quando necessria, em substituio aos esquemas de tratamentos rotineiros e, considerando que o controle de 100% no essencial, para a preveno eficiente, das perdas econmicas. Alm disso, somente deve-se fazer uso de produtos qumicos, de acordo com as seguintes estratgias: a) Aplicao supressiva Executada no momento adequado, visando atingir a fase de maior suscetibilidade do ciclo de vida do inseto. b) Aplicao emergencial Em surtos populacionais, quando outras medidas no so capazes de evitar que o nvel de dano seja atingido. c) Tratamento preventivo De efeito seletivo, atravs de doses baixas, evitando assim quaisquer perturbaes no meio ambiente. A escolha de um pesticida para emprego no MIP deve-se levar em considerao, as seguintes caractersticas: 1) Efetividade; 2) Seletividade; 3) Toxicidade; 4) Poder residual; 5) Perodo de carncia; 6) Persistncia; 7) Mtodos de aplicao; 8) Formulao; e 9) Preo do produto. Um dos aspectos mais importantes na escolha de um pesticida, para 7

emprego em programas de manejo de pragas, a seletividade, que pode ser: fisiolgica, ecolgica ou etolgica. A seletividade fisiolgica implica na capacidade dos organismos que no so visados, de metabolizar os pesticidas, evitando assim as suas aes txicas. Todavia, a seletividade ecolgica mais facilmente obtida, pela aplicao seletiva, atravs da dosagem reduzida, produtos de baixa resistncia, produtos sistmicos e tratamento de sementes ou uso de granulado no sulco de plantio. TIPOS DE DANOS De acordo com a biologia do inseto, e com as plantas hospedeiras so utilizados para abrigo, alimento ou local de reproduo, os insetos provocam diferentes tipos de danos de natureza fsica (injria mecnica), qumica (inoculao de toxinas) ou mesmo biolgica (transmisso de patgenos). Assim sendo, em funo do tipo de dano causado, varia a gravidade dos prejuzos. Prejuzos diretos Os danos ocorrem quando as pragas destroem completamente a planta hospedeira ou partes da mesma. Exemplos: moscas-das-frutas, Anastrepha spp.; broca pequena do tomate, Neoleucinodes elegantalis e a lagarta da couve, Ascia monustes orseis. De acordo com o valor econmico desses produtos, os prejuzos acabam sendo bastante significativos. Prejuzos indiretos Os danos indiretos ocorrem quando as pragas destroem partes da planta, reduzindo sua capacidade de fazer fotossntese, de absoro e translocao de nutrientes para os frutos, tubrculos e outras partes, que se prestem colheita. Inoculaes de toxinas Alguns insetos, ao se alimentar ou ovipositar, introduzem substncias txicas nas plantas, que alteram o seu crescimento, desenvolvimento e reproduo. Esse tipo de praga pode causar severos danos, mesmo em pequenas populaes. Exemplo: percevejo rajado do algodoeiro, Horcias nobilelus. Transmisso de patgenos Alguns insetos apresentam grande interao com fungos, bactrias, vrus, etc., que so causadores de doenas em plantas. Esses insetos atuam como vetores de disseminao desses microrganismos. As bactrias e fungos, normalmente so transportados, na superfcie do corpo dos insetos e, penetram nas plantas atravs das picadas, provocadas durante sua alimentao ou oviposio. As viroses podem ser transmitidas mecanicamente, ou atravs de relaes complexas com a biologia do inseto. Os insetos, pertencentes a esse grupo, so considerados como pragas severas. Exsudatos Alguns insetos, principalmente os hompteros, excretam fezes aucaradas, que servem de substrato para o desenvolvimento de fungos (fumagina), que reduzem a capacidade fotossinttica da planta, prejudicam os frutos e atraem outros insetos, formando associaes (formigas). Esses exsudatos, associados aos excrementos e a exvias, tornam-se problemas para a conservao dos produtos e prejudicam a comercializao, em virtude da devido perda de qualidade. Deve-se considerar sempre, a habilidade da planta de tolerar ou compensar perdas. Deste modo, os danos causados por pragas, devem ser avaliados com preciso, caso a caso, j que existem diferenas nas prticas e nas condies do ambiente, que influenciam nas aes dos insetos e, nas reaes das plantas.8

CONSIDERAES SOBRE A IMPLANTAO DO MIP Na implantao de um sistema de manejo extremamente importante planejar o agroecossistema. Os problemas entomolgicos devem ser previamente estudados visando escolha das variedades e adoo de prticas culturais com o objetivo de tornar a cultura menos suscetvel ao ataque de pragas. Em manejo de pragas no existe um pacote pronto! Cada caso deve ser analisado, atravs de um programa de monitoramento, isto , um sistema de amostragens peridicas, visando: 1) Reconhecer as espcies que possuem potencial capaz de causar dano. 2) Reconhecer os inimigos naturais, que mantm o equilbrio das pragas-chave de maneira mais efetiva. 3) Acompanhar a flutuao populacional dos diferentes insetos, que esto mais diretamente relacionados com a cultura, bem como a de seus inimigos naturais. 4) Acompanhar o desenvolvimento fenolgico da planta e, sua susceptibilidade (nos diferentes estgios), ao ataque de insetos. 5) Manter-se atento aos efeitos dos fatores abiticos sobre a cultura, sobre as populaes das pragas e a de seus inimigos naturais. Diversos mtodos e programas de amostragens foram estabelecidos para diferentes culturas; todavia, melhor ser aquele que possibilite, colher dados, facilmente correlacionveis com o prejuzo econmico, causado pelas pragas. As amostragens peridicas permitem determinar a presena da praga e a tendncia de seu crescimento populacional, bem como a ocorrncia de inimigos naturais e mortalidade, provocada, por outros fatores do meio ambiente. A tomada de deciso efetuada atravs da anlise dos aspectos econmicos da cultura e da relao custo/benefcio do controle de pragas. importante lembrar que o controle de pragas uma prtica cultural que no ir aumentar a produo; entretanto, evitar as perdas, provocadas pela competio com os insetos. Deste modo, o produtor jamais deve aplicar recursos (para controlar pragas), superiores ao prejuzo esperado. Se isto no for observado, o controle de pragas estar causando um prejuzo, ainda muito maior do que a praga poderia causar, ao findar a safra. Visto que a deciso de se adotar medidas de controle, torna-se necessrio fazer a opo por um sistema que poder envolver um ou mais mtodos de reduo populacional de insetos. O emprego de um nico mtodo, raramente ir solucionar os diversos problemas entomolgicos que ocorrem durante a safra. A adoo de quaisquer mtodos de controle de pragas envolve o conhecimento da biologia, fisiologia, comportamento e ecologia do inseto e, especialmente as caractersticas da sua disperso. O emprego dos mtodos de controle, tambm envolve conhecimentos de fsica, qumica, fisiologia vegetal, agricultura, economia, engenharia, meio ambiente, sociologia e legislao. Todavia, os entomologistas e outros profissionais, tm o hbito de recomendar o mtodo de ao mais rpida e, aparentemente mais simples. Desconsideram a complexidade de conhecimentos que so necessrios ao emprego correto para se obter resultados satisfatrios, com o mnimo de risco. Alm disto, faz-se com freqncia o superdimensionamento do controle de pragas, com o objetivo de garantir produtividade maior, sem levar em conta, o prejuzo decorrente dos custos da tecnologia empregada. importante planejar os sistemas de controle a serem adotados e, instalar a cultura com previso do emprego de medidas de controle cultural como: variedades resistentes, rotao, plantas armadilhas, destruio de restos de culturas, etc. Outros mtodos como os biolgicos e genticos, exigem tambm (com certa antecedncia), um planejamento acurado. Mtodos que envolvem a manipulao das condies ambientais atuam melhor quando so feitas aes conjuntas, envolvendo diversos produtores da regio, visto que os insetos no conhecem limites entre propriedades. necessrio e

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fundamental, considerar que os mtodos de controle que no apresentam uma resposta imediata no devem ser adotados. Mormente quando se leva em conta, to somente, o nvel populacional da praga. Portanto, deve-se levar em conta uma forma de prevenir o crescimento populacional da mesma. Uma anlise prvia do histrico da rea, relacionada com as culturas, com o clima e com a ocorrncia de pragas, possibilitar uma previso dos problemas, que devero ser enfrentados. Baseando-se nessas informaes, uma programao deve ser feita, visando dificultar a ocorrncia de surtos, de determinados insetos. Dessa forma, os nveis de danos no sero atingidos ou, se atingidos, mtodos mais drsticos e de ao imediata, podero ser adotados. Deste modo, a tomada de deciso em funo do nvel de dano, recair sempre sobre o momento da adoo ou no dos mtodos, que podem afetar diretamente o custo de produo e apresentam algum risco para o ambiente, para a sociedade e para o agricultor. CONSIDERAES FINAIS As pragas existem porque o homem proporcionou aos insetos, condies ideais para que se tornassem problemas, ao mesmo. No se deve esperar que se tenha um ecossistema artificial instvel, e isento totalmente de pragas. A luta para mant-lo produtivo, no fcil, principalmente quando se levam em conta, os efeitos colaterais advindos do uso inadequado de produtos qumicos. No se deve permitir que se faam aplicaes de inseticidas, baseando-se to somente em calendrio, sem levar em conta se so necessrias ou no. Tais medidas so injustificveis e resultam em levar ao meio ambiente, quantidades desnecessrias de produtos qumicos que certamente, afetaro o equilbrio biolgico do mesmo. Somente atravs do MIP, que se podem obter a reduo do nmero de aplicaes de produtos qumicos e o favorecimento do processo de reconstruo da resistncia bitica. Esta metodologia d tambm, a chance aos predadores e os parasitides de desempenharem seus papis vitais, no ecossistema artificial instvel, instalado pelo homem. Paralelamente, tem-se a vantagem de reduzir a dimenso da resistncia de pragas, aos diferentes produtos aplicados. O Manejo Integrado de Pragas tornou-se realidade a partir da dcada de 70 e a Defesa Fitossanitria apenas uma pequena parte deste complexo. Atravs da aplicao de produtos qumicos, a Defesa Fitossanitria hoje, em uma importante ferramenta para o controle de pragas. Todavia, deve ser usada somente quando se conhece profundamente, o princpio bsico do manejo integrado de pragas. O controle qumico ser por algum tempo, uma medida de auxlio que, busca viabilizar o aumento de produtividade dos alimentos. A associao de mtodos de controle o ponto fundamental do manejo integrado de pragas, e o controle qumico est inserido nesta filosofia. O uso de pesticidas, como mtodo de controle qumico, dever diminuir paulatinamente e jamais poder ser radical. Na verdade, um dos integrantes do manejo. Infelizmente, o que existe de errado (em geral) no que tange ao papel dos mesmos, so as aplicaes inadequadas, abusivas, indiscriminadas e, s vezes, totalmente desnecessrias. Falta orientao tcnica, planejamento, educao e conscientizao por parte de toda a sociedade. A implantao do receiturio agronmico uma realidade, e com ela, muitos problemas ambientais tem sido e sero sanados. Os engenheiros agrnomos, engenheiros florestais, e tcnicos afins, ligados agricultura, pecuria, florestamento e reflorestamento, em diversas partes do mundo, j so conscientes das vantagens potenciais do MANEJO. Entretanto, ainda necessrio que se faa um trabalho mais profundo, quanto difuso do seu conceito e prtico, porque este o nico caminho, para um mundo mais produtivo e mais saudvel. PRAGAS DAS PRINCIPAIS CULTURAS AGRCOLAS10

Introduo Os insetos que causam danos s plantas, normalmente, se constituem como os maiores problemas, com importncia relevante; mormente, aos que se dedicam a qualquer explorao agrcola. So eles que, indiscutivelmente, tm alcanado grandes destaques na agricultura brasileira, principalmente, quando se leva em conta a natureza dos prejuzos causados. Os investimentos financeiros aplicados na agricultura, objetivando suas eliminaes, requerem ponderaes quanto s medidas a serem tomadas pelos produtores, a ponto de exigir a elaborao de programas de Manejo Integrado, sem os quais no se tem garantia de produes compensadoras. PRAGAS DO ALGODOEIRO As principais pragas do algodoeiro, ainda que indistintamente consideradas no limitam suas aes prejudiciais no sentido de apenas destruir os rgos das plantas, restringindo assim, a produtividade das mesmas. So tambm responsveis por danos irreversveis que interferem diretamente em certas caractersticas vitais das sementes e das fibras, depreciando-as profundamente, seja qual for a finalidade. Em virtude das peculiaridades prprias do algodoeiro, todos os seus rgos possuem condies capazes de atrair insetos, seja qual for a fase. Nas folhas, na base de cada brctea, bem como, nas flores, existem nectrios que liberam lquidos avidamente procurados por diversos insetos. Outros buscam essa planta para se alimentar dos gros de plen. Por essas e outras razes, inmeras espcies de insetos freqentam, normalmente, as lavouras de algodo em qualquer estgio. BROCA DA RAIZ Eutinobothrus brasiliensis (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) A primeira referncia desse inseto como praga do algodoeiro foi feita por VERT, em 1905, como praga das lavouras, no Estado de So Paulo. a broca do algodoeiro originria da Amrica do Sul, tendo sua presena sido verificada nos seguintes Estados: So Paulo, Maranho, Piau, Cear, Par, Esprito Santo, Pernambuco, Rondnia, Paraba, Minas Gerais, Paran e Rio de Janeiro. Embora tenha sido detectada no algodoeiro em 1905, somente a partir de 1930, que este inseto despertou ateno como praga de interesse econmico. As plantas hospedeiras da broca limitam-se apenas ao algodoeiro e ao quiabeiro, as quais so as mais propcias de alimentarem a praga em condies normais. As variedades anuais e perenes de algodoeiros servem para hospedar a broca durante o tempo que vai da colheita at a nova plantao. O quiabeiro, igualmente, serve muito bem como hospedeiro, se lhe for permitido que se desenvolva no campo, depois da colheita do algodo. O adulto um besouro de cinco milmetros de comprimento, de colorao pardo-escura, pouco brilhante. As fmeas, aps produzir cavidades com mandbula na casca do tronco, na altura do coleto. A postura isolada, sendo que em cada orifcio colocado, apenas um ovo. Este tem a colorao creme-esbranquiado. Aps 10 dias, ocorre a ecloso. As larvas, assim que nascem, abandonam o ovo e comeam a alimentar-se da casca, construindo pequenas galerias que gradualmente se tornam maiores medida que elas mudam de instar. Essas larvas so ativas e, logo que nascem, procuram se esconder, principalmente se a ecloso ocorrer fora da cavidade, onde o ovo foi depositado. No se alimentam fora da planta e no so capazes de passar de uma planta para outra. O perodo larval , em mdia, de 54 dias. Entretanto, as variaes de temperatura tm acentuada influncia na durao desse perodo. A fase de pupa aproximadamente, de 15 dias, embora possa variar com as condies climticas. A durao mdia da vida

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dos adultos de 200 dias, porm h casos em que esse perodo foi alm de 500 dias. Normalmente, os machos vivem mais que as fmeas. A razo sexual de 1:1 e, em condies de campo, possvel se ter at quatro geraes por ano. PREJUZOS Nas condies de adulto, a broca s diretamente responsvel por pequenos danos planta; porm, na fase larval, que este inseto causa realmente grandes prejuzos ao algodoeiro. Assim que as plantas nascem, os adultos so atrados para a cultura para se alimentar e fazer posturas. Inicialmente alimenta-se por vrios dias, antes de iniciar a oviposio. Fazem perfuraes superficiais nos caules, muitas vezes cortando-os em dois, ou ento, produzem pequenos buracos nas folhas, ocasionando o enrugamento e queda das mesmas. Os prejuzos causados no sistema foliar so facilmente confundidos com outros insetos que se alimentam do mesmo. medida que as plantas se desenvolvem, a broca exibe considervel preferncia pelas hastes, especialmente, pela parte prxima superfcie do solo. O primeiro sinal de infestao a queima e secamento das folhas, que pode ocorrer quando as plantas so ainda muito novas. Quando o ataque intenso, muitas plantas morrem antes de atingir a altura de 20 -25 cm. Ou ento, secam em pleno perodo de desenvolvimento e frutificao. Uma vez que a praga se aloja na regio do coleto, acaba por impedir a circulao da seiva, causando murchamento e seca das folhas. Conseqentemente tem-se a morte da planta e os prejuzos tornam-se significativos. Como esses sintomas aparecem somente aps o desbaste, os prejuzos so ainda maiores porque inmeras plantas atacadas podem permanecer com a eliminao das sadias, ao usar essa tecnologia. Os prejuzos so maiores em solos arenosos e de baixada. Quando o ataque mais tardio, a planta resiste; todavia, o seu crescimento diminudo e, ocorre alterao na qualidade da fibra. PULGO DO ALGODOEIRO Aphis gossypii (HOMOPTERA: APHIDIDAE) Myzus persicae (HOMOPTERA: APHIDIDAE) So conhecidas como pulges do algodoeiro, algumas espcies de afdeos, que normalmente infestam essa planta herbcea logo no incio de seu crescimento. Esses afdeos sugam a seiva das folhas, causando srios transtornos e prejuzos ao desenvolvimento vegetativo da mesma. Levando-se em conta, que se trata apenas de fmeas que se reproduzem exclusivamente por partenognese teltoca, isto , sem a presena dos machos, o nome vulgar deveria ser a pulgo e no o pulgo. A reproduo das fmeas origina formas aladas e pteras. As fmeas so ninfparas. No incio, a populao constituda apenas por ninfas (formas jovens) e as fmeas pteras, porm, medida que essa cresce, ocorre falta de alimento e consequentemente, surgem as formas aladas que migram para outras plantas, constituindo novas populaes. As chuvas reduzem drasticamente o nvel populacional dessa praga. Os adultos dessa espcie apresentam longevidade muito varivel, que est diretamente relacionado com as condies de temperatura e umidade presentes e, com a planta que infestam. Em algodoeiros, o adulto de Aphis gossypii dura, em mdia 15-20 dias, um perodo suficiente para gerar de 100-120 descendentes. Nas condies climticas do Estado de So Paulo, tem-se de seis a sete geraes na fase de pico populacional, durante o perodo de novembro a janeiro. PREJUZOS Esse inseto extremamente prejudicial ao algodoeiro tanto na fase adulta como na fase de ninfa, porque ambas apresentam hbitos idnticos e causam os mesmos 12

prejuzos. Oriundas em inmeras plantas hospedeiras, as fmeas aladas de Aphis gossypii invadem as lavouras dessa malvcea, logo aps a primeira quinzena da germinao. Tanto as formas jovens, quanto os adultos, fixam-se nas folhas das plantas, situadas dispersadamente na cultura, caracterizando a infestao inicial de vrias reboleiras de plantas atacadas. A incidncia desse inseto, porm, pode ocorrer um pouco mais tarde, ainda que em condies normais. Ela pode ocorrer at 30 dias, aps a germinao. A princpio, esse inseto d preferncia pelas folhas do ponteiro e pelos fololos, bem como pelas folhas mais velhas do baixeiro, mudando-se a posteriori, para as folhas intermedirias. Os adultos e ninfas picam a planta com seu rostrum em busca de seiva. Conseqentemente, causam o encarquilhamento das folhas e deformao dos ponteiros. Esse procedimento prejudica seriamente o desenvolvimento da lavoura, uma vez que a planta torna-se sensivelmente depauperada. A eliminao do lquido aucarado (honeydew), atravs da codcula, atrai para o local, diversas formigas doceiras que vivem em simbiose com esse afdeo. Esse procedimento faz com que as formigas protejam essa praga de seus inimigos naturais. O excesso de honeydew que caem na parte superior das folhas mais baixas serve como substrato para o crescimento do fungo Capnodium spp., causando a conhecida fumagina. O crescimento do mesmo acaba dificultando a respirao e fotossntese da planta, contribuindo tambm para seu enfraquecimento. Esse afdeo, devido ao seu tipo de aparelho bucal e as picadas sucessivas em plantas doentes e sadias, capaz de disseminar doenas virticas, como o vermelho. TRIPES Frankliniella schultzei (THYSANOPTERA: THRIPIDAE) Esses insetos, cujas populaes desempenham atividades prejudiciais ao algodoeiro, atacam as clulas epidrmicas das folhas. A ao sugadora, tanto das ninfas como a dos adultos, extremamente prejudicial. Podem ser encontradas tambm nas flores, spalas e, at mesmo, entre as brcteas das mas. A fmea de T. tabaci de colorao amarela claro a marrom, tem cerca de 1,0 mm de comprimento por 2,0 mm de envergadura. As asas so longas, estreitas e franjadas. As pernas so mais claras que o corpo, e o seu abdome por formado por 10 segmentos. O ovipositor recurvado para baixo e os ovos so colocados endofiticamente nos tecidos mais tenros das plantas. Aps quatro dias, emergem as primeiras ninfas e o perodo ninfal de 5-10 dias. Existe um perodo de imobilidade de 24 horas conhecido de pr-imago, que ocorre na planta ou no solo. A vida do adulto dura, em mdia, 20 dias e as fmeas pem de 20-100 ovos durante esse tempo. Os adultos de Frankliniella schultzei so insetos pequenos (1,0 a 3,0 mm) e de colorao varivel, que apresentam asas para cima, provocando estrias esbranquiadas e prateadas nas mesmas. O surto causa alterao na consistncia das folhas, que se tornam coriceas e quebradias. Podem atacar tambm as brotaes novas. Tanto as ninfas quanto os adultos, alimenta-se da seiva das plantas, sendo raspadores-sugadores. Ocorrem em condies de baixas temperaturas associadas estiagem. PREJUZOS O Ataque em plantas, ainda que novas, no chega a ocasionar morte das mesmas, porm, o enfraquecimento se manifesta to claramente, que h grande atraso no crescimento e sensvel diminuio de resistncia a outros fatores desfavorveis. Ao alimentar-se da seiva das plantas, produzem deformaes nestas plantas. Em certos perodos, quando ocorrem tardiamente, provocam intensa queda de folhas, com srios prejuzos. PERCEVEJO CASTANHO13

Scaptocoris castanea (HEMIPTERA: CYDNIDAE) Os adultos e as ninfas so de hbitos subterrneos, e atravs do aparelho bucal do tipo picador-sugador, retiram seiva das razes das plantas do algodoeiro. As ninfas so de colorao branca e os adultos de colorao marrom clara. As fmeas e os machos tm oito mm de comprimento, e durante a noite, voam para outras localidades. A postura feita no solo. As ninfas, ainda no primeiro instar, alimentam-se do lquido amnitico. Depois, da primeira ecdise aprofundam-se no solo at alcanarem as razes. Fixam-se nelas at atingirem a fase de adulto. O percevejo castanho facilmente reconhecido pelo seu cheiro desagradvel exalado, principalmente, por ocasio da abertura dos sulcos de plantio. No perodo mais seco do ano, aprofunda-se no solo em busca de local mais mido, e durante o perodo chuvoso, volta superfcie.

PREJUZOS As plantas atacadas definham, secam e morrem em virtude da suco contnua da seiva pela praga. Quando o ataque pesado e intenso, o produtor obrigado a repetir a preparao do solo para novo plantio. Em locais onde os ataques so freqentes, o controle deve ser preventivo. Infelizmente, os sintomas de ataque, geralmente, ocorrem aps o florescimento da lavoura, razo pela qual muito pesquisador coloca-na no grupo das pragas tardias. LAGARTA ROSCA Agrotis ipsilon (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) Esta lagarta uma sria praga do algodoeiro, Principalmente porque ataca as plantas na fase de "seedling". Trata-se de um inseto polfago, freqentemente encontrado atacando ervas-daninhas, solanceas, leguminosas, gramneas, etc. Trata-se de uma praga cosmopolita, que ocorre nas Amricas, Europa, sia, frica e Austrlia. Prefere solos midos ou, at mesmo, molhados. Exploses populacionais so freqentes nas margens de rios, principalmente aps enchentes, bem como em solos de vrzeas. Os ovos so depositados em nmero de 1 a 30, nas folhas e no ramo principal, prximo ao solo. O adulto uma mariposa que tem 35 mm de envergadura, cujas asas anteriores so marrons com algumas manchas pretas e as posteriores so semitransparentes. Uma vez que a fmea apresenta elevada capacidade de postura, a mdia chega a ser de 1000 ovos. A lagarta rosca em regies mais frias atravessa o inverno na fase de pupa, os adultos emergem no outono e acasalam logo em seguida. Aps seis dias, as larvas saem dos ovos, alimentam-se raspando as folhas nos primeiros instares, e a posteriori deslocam-se para o solo, onde se escondem durante o dia e saem noite em busca de alimento. Assim sendo, tem atividades noturnas, j que durante o dia ficam enroladas e abrigadas no solo. O perodo larval , em mdia, de 30 dias. Depois de seis instares, a lagarta entra em fase de pupa que dura, em mdia, 15 dias quando ento, emerge o adulto. A atrao sexual feita pela fmea, que libera feromnio especfico. Este "chamado sexual" preferencialmente ocorre de meia-noite s 3 horas da manh. O ciclo completo varia de 45-55 dias. A relao sexual de 1,05 de macho: 01 fmea. O hbito de se enrolar na fase de larva, quando incomodada, que deu origem ao nome vulgar de "lagarta rosca". PREJUZOS As lagartas cortam as plantas rente ao solo, na altura do coleto. Cada lagarta pode destruir at quatro plantinhas com 10 cm de altura. As lagartas, nos primeiros, instares, atacam to somente as folhas. Porm, quando maiores desenvolvem o hbito de cortar as plantinhas. A lagarta rosca notadamente agressiva e de natureza

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canibalstica. Ela excessivamente anti-social, tanto que a forma de ocorrncia de 1 + 1 = 1. LAGARTA ROSADA Pectinophora gossypiella (LEPIDOPTERA: GELECHIIDAE) A lagarta rosada um microlepidptero, originrio da ndia, que se tornou uma das principais pragas do algodoeiro em todo o mundo. Este inseto foi introduzido no pas e se mostrou inicialmente como praga, nos algodoeiros do Nordeste. Ao que tudo indica, essa introduo se deu entre os anos de 1882 a 1885. Entretanto, sua constncia se tornou evidente, a partir de 1891. A fmea, de hbitos noturnos, coloca seus ovos nas mas ainda pequenas. So de colorao branca esverdeada, so ovipositados isoladamente ou em grupos de 5 a 100 ovos. Dependendo das condies climticas, a ecloso ocorre de 3 a 12 dias. As primeiras lagartinhas apresentam cabea escura e o restante do corpo branco. Quando atinge os ltimos instares, a forma jovem (lagarta) apresenta uma colorao rseo-amarelada e mede em torno de 12 mm de comprimento. Esta, ao penetrar no boto floral (em busca de alimento), principalmente os gros de plen, causa grandes danos no mesmo. Os botes florais atacados, no abrem normalmente, porque a forma jovem (lagarta) constri uma teia de seda em volta das ptalas mantendo-a, juntas. Isto d flor a aparncia de uma "roseta". O perodo larval , normalmente, de 20 dias, entretanto, pode ser mais longo no inverno, quando a lagarta entra em diapausa. Assim que termina a fase larval, as lagartas que se encontram nas mas que ainda no se abriram, fazem orifcios nas mesmas, saem e entram no estgio de pupa em qualquer lugar da planta ou, at mesmo, no solo. Porm, as que permanecem no interior das mas, abrem um orifcio. Tecem casulos nas galerias que escavaram nas sementes e entram em pupao. Dez dias aps esta fase, os adultos emergem como mariposas, que tm de 15-19 mm de envergadura, e apresentam as asas posteriores cinzento-escuras e as anteriores, bronzeadas. PREJUZOS Os prejuzos causados pela lagarta rosada so considerveis. Os primeiros danos ocorrem nos botes florais, quando as lagartas impedem a abertura normal das ptalas que tomam um aspecto de "roseta", no havendo a formao da ma. Esta pode ser parcial ou totalmente destruda, principalmente quando as lagartas devoram as fibras e as sementes. Em decorrncia do ataque da praga, a qualidade e quantidade das fibras, bem como a quantidade de leo da semente, so afetadas. O ataque da lagarta nas mas resulta na formao do "carim", ou seja, uma ma defeituosa que no se abre normalmente. Visto que o pico populacional se d normalmente em maio, aconselhvel evitar que boa parte da frutificao ocorra nesse perodo. O ideal fazer um plantio mais cedo, ou usar variedades precoces. LAGARTA DAS MAS Heliothis virescens (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) O adulto um noctudeo que tem as asas anteriores pardacentas, com trs linhas oblqas de cor vermelha. As fmeas colocam seus ovos nos ponteiros, nas brcteas ou, at mesmo, nas folhas laterais, sempre buscando os tecidos mais tenros da planta. Cada mariposa coloca, em mdia, 600 ovos. As primeiras lagartinhas alimentam-se de tecidos novos das folhas e dos botes florais. medida que se desenvolvem, passam a destruir o interior das mas. Uma lagarta madura (lagarta que est prxima a pupao, e que no se alimenta mais!) atinge, no mximo, em torno de 20-25 mm de comprimento. Sofre seis ecdises, sendo de colorao varivel de verde a bem escura. Finda a fase larval, a pupao ocorre no solo, de onde saem mais tarde, os adultos. Esse inseto ocorre principalmente na regio noroeste do Estado de So Paulo e em reas 15

algodoeiras de Gois. A praga muito afetada pelas condies climticas adversas. O Uso constante do controle qumico inadequado reduz a populao de seus inimigos naturais, permitindo assim o surgimento de grandes surtos populacionais. PREJUZOS Uma lagarta desenvolvida capaz de destruir uma ou mais lojas da ma, atingindo tambm as sementes. O ataque aos botes florais e s mas diminui a produo. Uma lagarta para completar todo o seu ciclo larval capaz de destruir at 16 mas. Alm de seu hbito destruidor, favorecem tambm a entrada de microorganismos, atravs dos orifcios produzidos. CURUQUER Alabama argillacea (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) A mariposa do curuquer foi descrita pela primeira vez em 1818, pelo entomologista germnico Jacob Hbner, que lhe deu o nome de Anonis argillacea. Entretanto, em 1895, Augustus Grote cria o gnero Alabama, no qual inclui a espcie argillacea, onde permanece at o presente. A. argillacea uma espcie exclusiva da fauna americana, e sua disperso, abrange todos os pases do continente. O principal alimento das lagartas so as folhas do algodoeiro, cultivado ou silvestre. As mariposas (fase adulta) se alimentam do lquido aucarado encontrado nas partes mais tenras do algodoeiro e do nctar de diversas flores silvestres, bem como do suco dos frutos de outras plantas. O adulto uma mariposa marrom avermelhada, com duas manchas circulares escuras na parte central das asas anteriores medindo 30 mm de envergadura. As primeiras infestaes ocorrem no final de novembro e incio de dezembro, principalmente nos anos mais chuvosos e, de janeiro a abril em pocas normais, atravs de mariposas que migram da regio do Brasil Central. Durante o perodo de novembro a dezembro, o ndice populacional insignificante; entretanto, torna-se evidente depois da terceira gerao. A fmea coloca, durante a sua existncia, mais de 500 ovos. Estes so depositados isoladamente, indistintamente, na face superior ou inferior das folhas. A lagarta de 1o instar alimenta-se do crion do ovo de onde saiu. J no 2o instar, passa a raspar o limbo foliar de uma das faces da folha. Todavia, se tornam mais prejudiciais, medida que completam seu ciclo evolutivo. Os ovos so muitos pequenos e isolados, de colorao esverdeada. A ecloso das lagartas se d em 3-5 dias. As lagartas passam para outras folhas e para outras plantas at completarem todo o seu ciclo, que dura, em mdia, 17 dias. Uma lagarta madura apresenta uma colorao verde escura, com vrias listras longitudinais no dorso e mede em torno de 40 mm de comprimento. Aps cinco ecdises, completa o ciclo larval e transforma-se em crislida, nos bordos das folhas. Estas so dobradas e presas por meio de fios de seda. O perodo pupal tem, em mdia, 07 dias. Altas infestaes alteram a colorao das lagartas, tornando-as mais escuras. Este fenmeno proporciona ao produtor, uma idia do ndice de infestao do inseto. Uma das questes que, tem preocupado os pesquisadores, refere-se origem dos surtos peridicos. No se sabe ao certo como a praga se mantm ou reaparece, anualmente, nas diferentes regies algodoeiras do continente americano. Ao que tudo indica, este fenmeno resultado de migraes anuais dos adultos, asseguradas pela capacidade de seus vos que permite os mesmos alcanarem centenas de quilmetros. Assim, esta praga capaz de migrar de regio para regio, principalmente quando as condies climticas lhe so favorveis. PREJUZOS As lagartas atacam o limbo das folhas, devorando-as quase que na totalidade e, alm disso, atacam tambm as nervuras maiores e os pecolos. Este comportamento 16

reduz significativamente a produo da planta. Uma lagarta capaz de consumir at 66 cm2 de folha do algodoeiro. Se o ataque ocorrer por ocasio das aberturas das mas, provoca a maturao forada da mesma, diminuindo a resistncia das fibras. Embora a colheita seja facilitada pelo ataque do inseto, os prejuzos causados requerem controle quase que obrigatrio, pois j se observaram prejuzos de at 28%, quando no se fez o controle das lagartas. PERCEVEJO RAJADO Horcias nobileIlus (HEMIPTERA: MIRIDAE) Inicialmente despercebido esse percevejo no era considerado uma das principais pragas do algodoeiro; todavia, a partir de 1943 a sua presena passou a ser uma constncia no Estado de So Paulo. Trata-se de uma praga de ocorrncia freqente em todas as regies algodoeiras do Estado de So Paulo, Minas Gerais e norte do Paran. Ao que tudo indica, ocorre tambm na regio Sul e Sudeste do pas, j que os primeiros exemplares coletados e descritos por C. Berg, em 1883, so procedentes da Argentina. A maior atividade desse inseto, como praga do algodoeiro, ocorre nos meses de janeiro a maro, quando as plantas possuem grande quantidade de botes, flores e mas novas. Os adultos so facilmente encontrados alimentando-se das partes tenras das plantas. A fmea dotada de um ovipositor bem caracterstico, semelhante a um serrote, com o qual capaz de depositar os ovos dentro dos tecidos da planta (postura endoftica), principalmente nas partes verdes do caule. Quando incomodados, os adultos invariavelmente, mudam de lugar, saltam repentinamente ou, ento, voam em busca de proteo. Como so bons voadores, tanto os machos como as fmeas gozam de boa mobilidade, motivo pelo qual ampliam com facilidade a rea de infestao. Os hbitos alimentares das ninfas so semelhantes aos dos adultos. Observam-se facilmente, no campo, ninfas de todos os instares, alimentando-se nos botes florais que se encontram nos brotos terminais da planta. Quando a infestao intensa, as ninfas mais desenvolvidas so encontradas nos botes, nas flores e nas mas em desenvolvimento. Essas formas imaturas so tambm muito ativas, e movimenta-se com extrema agilidade. A fase de ovo de 10 a 12 dias. As fmeas que so ovparas realizam a postura noite, nas extremidades dos ramos novos, que so mais midos, inserindo os ovos nos tecidos tenros, isoladamente. O incio de oviposio ocorre em novembro e dezembro, mas com maior intensidade em fevereiro e maro. O perodo ninfal, que de cinco ecdises, tem durao varivel de 13 a 17 dias, com mdia em torno de 15 dias. Os adultos so de colorao brilhante, com listras vermelhas, amarelas e brancas, e medem de 4,5 a 5,5 cm de comprimento e com 2,0 mm de largura. Apresenta no dorso um "V" caracterstico de cor amarelada. As ninfas so semelhantes aos adultos, e tem um "Y" invertido no abdome. Ocorre uma gerao a cada 30 a 35 dias. PREJUZOS O hbito de sugar a seiva da planta faz com que o percevejo rajado cause dois tipos distintos de prejuzos. 1) Efeito "shedding", que a queda de botes florais, e mas novas. 2) Efeito "bico de papagaio", que so as mas deformadas pelo efeito toxicognico da saliva do inseto, ao sug-las. As mas, nestas condies, no se abrem normalmente e a produo reduzida consideravelmente. PERCEVEJOS MANCHADORES Dysdercus spp. (HEMIPTERA: PYRRHOCORIDAE)17

Depois de fecundada, a fmea faz a postura nas escavaes ou fendas do solo, nas proximidades da planta, cobrindo-a com um pouco de terra. Os ovos, de incio, so brancos e, posteriormente, tornam-se amarelados. O perodo embrionrio em torno de 10 dias, surgindo aps, as primeiras ninfas de cor rosa. Estas formas jovens, que inicialmente se alimentam do resto de lquido amnitico encontrado no ovo, deslocam-se a posteriori, para outros locais. Buscam subir pela planta e se aglomerar sobre as mas e capulhos. As ninfas bem desenvolvidas tm em torno de 8mm de comprimento e so de colorao avermelhada e, o perodo ninfal de 30 dias. A fmea maior que o macho, e mede em torno de 15 mm de comprimento. Ambos tm a cabea e as pernas de colorao marrom escura. Tem trs listras brancas no trax, na base dos apndices. As asas variam de castanho claro a escuro, o abdome marrom escuro na parte superior. O ciclo evolutivo completo tem, em mdia, 45 dias. PREJUZOS Tanto as ninfas como os adultos introduzem o aparelho bucal nas mas e capulhos, em busca de seiva, at atingirem as sementes. Penetram preferencialmente entre as fibras dos capulhos abertos. Atravs das picadas, causam quedas das mas novas. Alm do mais, causam desenvolvimento irregular destas, provocando abertura defeituosa dos capulhos. Esse tipo de prejuzo pode ser parcial ou total. Provocam manchas nas fibras atravs de suas defecaes e podrido das mesmas ao introduzirem bactrias e fungos atravs do hbito de alimentao. CARO RAJADO Tetranychus urticae (ACARI: TETRANYCHIDAE) O caro rajado do algodoeiro encontra-se espalhado em todo mundo. Nos Estados Unidos, ocorre em todas as regies algodoeiras do pas, causando prejuzos significativos. Trata-se de uma praga polfaga, de ocorrncia generalizada em todo Brasil. Os ovos so esfricos, de colorao amarelada e a postura realizada entre fios de teia que o adulto tece na pgina inferior das folhas. As fmeas tm em torno de 0,46mm e os machos, 0,25mm de comprimento, havendo, portanto um acentuado dimorfismo sexual entre ambos. De um modo geral, as fmeas apresentam duas manchas escuras, lateralmente, no dorso. Em virtude do seu hbito peculiar, ocorre o aparecimento de manchas avermelhadas no lado oposto ao das colnias, que se encontram na pgina inferior das folhas. Com o decorrer do tempo, essas manchas se estendem por toda folha, e conseqentemente torna-a necrtica, com posterior queda. No Estado de So Paulo, o pico populacional dessa praga se d aos 60-70 dias aps a germinao da cultura. Baixas precipitaes e temperaturas altas favorecem o aumento de populaes desse caro. Esse aumento tambm favorecido quando se utiliza fertilizante nitrogenado. Existe uma preferncia acentuada dessa praga pela regio intermediria ou mediana da planta. PREJUZOS Surtoslogo no incio da germinao (dezembro), certamente, prejudicar a produo da lavoura. Geralmente, para o Estado de So Paulo, o acme populacional se d em fevereiro, exatamente na fase de espessamento das fibras de algodo; conseqentemente, ocorre prejuzo quantitativo e qualitativo na produo. Em certos casos pode haver perdas na produo do algodo em caroo de at 30%. Alm do mais, ocorrem tambm prejuzos de at 14,8% nas caractersticas da fibra, como o micronaire. As plantas que sofreram ataque tornam-se mais baixas em relao s no atacadas. CARO BRANCO18

Polyphagotarsonemus latus (ACARI: TARSONEMIDAE) A descrio desse caro foi feita pela primeira vez por Banks, em 1904, de material coletado nos Estados Unidos. No Brasil, a primeira infestao desse caro em algodoeiros foi observada por Hambleton, em Araras (SP), em 1935. Ao que tudo indica esse caro distribui-se naturalmente nas mais variadas regies de climas tropicais, subtropicais e temperadas, com maior intensidade naquelas onde prevalece razovel teor de umidade. No Brasil, essa praga encontrada em todos os Estados, at mesmo porque a sua natureza de uma praga polfaga. Tal como o caro rajado, trata-se de uma praga polfaga e cosmopolita. Alm disso, conhecido tambm, como caro tropical, caro da rasgadura, caro da queda do "chapu" do mamoeiro, etc. Os adultos so bem pequenos, sendo que a fmea tem em torno de 0,17mm de comprimento por 0,11mm de largura. Os ovos so colocados isoladamente na pgina inferior das folhas mais novas. Estes ovos so achatados com salincias superficiais e de colorao branca. Essa espcie de caro no tece teias. Um mecanismo extremamente interessante diz respeito perpetuao da espcie dessa praga. O macho, que menor que a fmea, tm 0,14mm de comprimento dor 0,08mm de largura. Embora seja menor que sua parceira, possui o 4o par de patas muito avantajado, o que lhe permite carregar a pseudopupa da fmea para onde desejar, e com isto garante que (no momento da emergncia da fmea), a cpula seja efetuada. A maior ocorrncia desse caro, no Estado de So Paulo, se d de janeiro a maro, e sua populao favorecida por temperaturas altas e tempo chuvoso, o que lhe permite completar uma gerao no curto espao de tempo de trs a cinco dias. PREJUZOS A ocorrncia de ataque se d nas folhas mais novas, havendo inicialmente um escurecimento, em seguida, um enrolamento dos bordos para baixo. A pgina superior da folha adquire um aspecto vtreo, e, como ltimo estgio do ataque, ocorre rasgaduras. Quando este sistema observado, j no se encontra mais a praga em tais folhas. O ataque aos ponteiros resulta em perdas significativas, principalmente porque reduz significativamente o nmero de mas nesta parte da planta. Em funo do ataque dessa praga, a qualidade da fibra alterada. CARO VERMELHO Tetranychus ludeni (ACARI: TETRANYCHIDAE) Trata-se de uma praga ocasional do algodoeiro. As fmeas, que medem 0,45mm de comprimento por 0,23mm de largura, so de cor vermelha intensa. Isto permite visualiz-las a olho nu. Os machos so menores, com 0,26mm de comprimento por 0,15mm de largura, e so de cor amarelo-esverdeada, sendo semelhantes s formas jovens, por causa de sua colorao. Tecem teias e provocam sintomatologia semelhante do caro rajado; entretanto, so mais sensveis as aes de inseticida-acaricidas e acaricidas especficos. PREJUZOS Em condies favorveis, altas populaes dessa praga causam prejuzos idnticos aos do T. urticae. BICUDO Antonomus grandis (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) O bicudo causa mais danos ao algodoeiro do que qualquer outro tipo de praga quer seja nos Estados Unidos ou em qualquer outra parte, onde se cultiva essa malvcea. Esse inseto descrito por Boheman em 1843, ao que tudo indica, foi pela 19

primeira vez reportada como praga de algodo em Brownsville (Texas), no outono de 1894. Entretanto, existem suspeitas de que tenha atravessado a fronteira, vinda do Mxico, na localidade de Corpus Christi em 1892. Pelo nome e pela reputao, o bicudo se tornou conhecido por todo e qualquer americano sulino, sendo at mesmo conhecido atravs de canes que falavam sobre as suas habilidades e artimanhas. Em 1890, os escravos do Texas, escreveram e cantaram uma cano (blues) conhecida como Ballad of the Boll Weevil. A partir do ponto de invaso, o bicudo espalhou-se rapidamente por todo o sul dos Estados Unidos; isto , alcanou uma taxa de 30 a 100 km em um ano! Isto s foi possvel, graas aos vos de disperso. Acredita-se que depois de 1922, 85% da zona algodoeira daquele pas j estava infestada. O pnico dos produtores acompanhou a evoluo do bicudo. Foi uma quebradeira geral. Banqueiros, fazendeiros, comerciantes, etc, praticamente faliram. Muitos produtores abandonaram suas terras e fugiram para outras regies, onde o bicudo ainda no tinha atingido. Esse inseto foi referido pela primeira vez no Brasil, no Municpio de Jaguarina (SP) em fevereiro de 1983. O adulto curculiondeo que tem sete mm de comprimento, de colorao cinza e rostrum bastante alongado, correspondendo metade do comprimento do corpo. O 1o par de pernas tem dois espinhos no fmur. As larvas so brancas, podas, com cinco mm de comprimento. O perodo larval tem durao de 7 a 12 dias. A pupao ocorre, em cmaras construdas, nas prprias estruturas atacadas. Essa fase dura em mdia quatro dias. Os adultos tm uma longevidade de 20 a 40 dias e as fmeas colocam em mdia 200 avos durante todo o ciclo do algodo. Aps o perodo de diapausa, os primeiros adultos migram para a lavoura, por ocasio do florescimento e atacam os botes florais. Este ataque prejudica as brcteas e faz com que os botes florais caiam. Assim, quando termina o ciclo da cultura, parte da populao do bicudo migra para outros locais (abrigos naturais) e a permanecem em diapausa por perodos de 150 a 180 dias at a nova safra. PREJUZOS As flores atacadas pelo bicudo adquirem o aspecto de "balo" em virtude da no abertura normal das ptalas. As mas apresentam perfuraes externas, devido ao hbito de alimentao e oviposio da praga, internamente, as fibras e as sementes so destrudas pelas larvas. O ataque dessas, s mas, acaba por impedir suas aberturas normais, deixando-as enegrecidas e causando o fenmeno conhecido como "carim". O ataque do bicudo na lavoura algodoeira provoca uma queda normal de botes florais e flores; alm disto, impede a abertura normal de mas. Estas estruturas so completamente destrudas internamente porque abrigam inmeras larvas. Em virtude do ataque do bicudo a cultura perde a carga, apresenta um grande desenvolvimento vegetativo, fica em enfolhada, mas sem produo. Observao: A ttulo de curiosidade, importante narrar que em 1919 a populao da cidade de Enterprise, no Estado do Alabama ergueu-se um monumento em homenagem ao bicudo, na praa principal da cidade. Ao p do mesmo escreveram as seguintes palavras: Em profunda apreciao ao bicudo e ao que ele tem feito em benefcio da prosperidade. O motivo desta ao foi o fato de que o bicudo forou a diversificao de culturas e incremento da pecuria, trazendo uma economia mais estvel ao sul do pas. Alm do mais, forou o governo federal a criar um servio de extenso, mais atuante. MANEJO DAS PRAGAS DO ALGODOEIRO Quando se leva em considerao a presena do bicudo na lavoura algodoeira, em certas regies, como, por exemplo, no nordeste, possvel inviabilizar o cultivo desta malvcea nas mesmas. Assim sendo, antes de qualquer coisa preciso que se faa uma 20

avaliao do ecossistema. Isso significa fazer o reconhecimento das pragas chaves, de seus inimigos naturais mais efetivos; fazer um estudo detalhado da flutuao de ambos e, observar o desenvolvimento fenolgico da planta e sua susceptibilidade. A tomada de deciso em funo do valor da produo, dos custos do sistema de controle dos prejuzos e dos nveis de danos econmicos. Igualmente, a escolha do mtodo de reduo populacional das pragas extremamente fundamental. Para isto, deve-se observar a uniformidade da poca de plantio, o controle biolgico, o uso do controle qumico atravs de inseticidas seletivos ou parcialmente seletivos; fazer o arranquio, a amontoa e a queima dos restos culturais. Durante o ciclo da cultura, os cotonicultores devem ser orientados a realizar o controle preventivo de determinadas pragas, como por exemplo, a broca, o pulgo, o percevejo castanho, etc. no perodo de estabelecimento da lavoura e, semipreventivo da lagarta rosada, ao final do ciclo da mesma. No perodo intermedirio, 60 dias em mdia as demais pragas devem ser manejadas com produtos qumicos adequados, quando atingirem o nvel de controle. A necessidade de convivncia com o bicudo, certamente alterou o sistema de controle de pragas do algodoeiro em todas as regies produtoras do mesmo. Levando-se em conta que o bicudo apresenta um alto potencial bitico, faz com que essa praga seja a mais importante na cultura do algodo. A praga tem preferncia por botes florais (gros de plen) para a sua alimentao e reproduo. Os botes so formados e se distribuem durante o perodo intermedirio da cultura. Devido s caractersticas do seu ciclo biolgico e dos seus hbitos de vida, existe a necessidade do uso de inseticidas, com maior regularidade, durante o perodo de florescimento. Para o sucesso do controle fitossanitrio das pragas do algodoeiro necessrio que se faa um planejamento. Existem algumas condies bsicas a serem consideradas, neste planejamento, porque influenciam nos nveis de infestao. E para dar maior consistncia ao que foi planejado, preciso levantar e ter conhecimento dos vrios parmetros, a saber: 1) o perodo de colheita da safra anterior; 2) saber se o perodo de entressafra normal ou reduzido; 3) conhecer a poca, o mtodo e a qualidade da destruio dos restos culturais (soqueiras); 4) se houve ou no rotao com trigo cultivado em meio soqueira de algodo, parcialmente destrudo; 5) conhecer a proximidade da rea a ser cultivada, com aquelas que passaram por reformas de pastagens, onde as soqueiras no foram devidamente destrudas; 6) ter conhecimento de plantas hospedeiras alternativas; 7) ter em mos todos os dados a respeito das condies climticas, perodo de entressafra, principalmente de temperatura e umidade; 8) conhecer bem a paisagem e o relevo topogrfico da rea; 9) fazer a limpeza da rea a ser plantada; 10) conhecer profundamente o nvel tecnolgico e de educao do produtor; 11) dispor de produtos qumicos e equipamentos adequados para a aplicao; 12) ter conhecimento da poca de plantio em relao s reas vizinhas; 13) fazer o mapeamento da propriedade, identificando os locais, da e do bicudo, determinando os possveis focos iniciais das duas pragas.21

Levando-se em conta que a broca da raiz do algodoeiro uma praga permanente, fundamental que se faa um controle preventivo porque os primeiros 40 dias so extremamente favorveis ao ataque desta s plantas. Assim sendo, deve-se, fazer a instalao antecipada (setembro) do plantio isca de quatro a cinco linhas nas bordaduras das reas cultivadas empregando sementes tratadas mais fungicidas e, acrescentando quatro pulverizaes durante os primeiros 40 dias de idade com inseticida organofosforado. O plantio definitivo de toda rea, aps 10 a 15 dias das faixas-iscas, com sementes tratadas, e mais uma ou duas pulverizaes entre 20 e 35 dias nas laterais (30,0m) da rea cultivada, extremamente fundamental para a eliminao da broca. Embora o tripes seja considerado uma praga secundria, sua populao extremamente favorecida por condies climticas de baixa umidade e temperatura amena. O perodo crtico para a cultura est entre os 10 e 25 dias de idade das plantas. Os plantios de sementes tratados com inseticidas Sistmicos oferecem proteo eficiente contra o ataque dos tripes. A presena do pulgo, Aphis gossypii, se d, em maior abundncia, entre os 50 e 70 dias de idade das plantas. Assim que se detectar a presena dessa praga em reboleiras ou moitas, faz-se o controle das mesmas. Quando o ataque generalizado, a presena de 70% de plantas atacadas por populao mdias, faz-se com que haja necessidade de pulverizaes. Para o controle das lagarta-da-ma, as medidas devem ser tomadas, quando as amostragens acusarem: a) 50 aos 50 dias - 40% de plantas com larvas; b) 60 aos 70 dias - 30% de plantas com larvas; c) 70 aos 80 dias - 20% de plantas com larvas. Os caros so polfagos, pragas permanentes e transferem de seus hospedeiros alternativos para o algodoeiro, com extrema facilidade. As medidas de controle devem ser: a)detectar e eliminar plantas hospedeiras da rea de plantio; b)localizar, identificar e controlar as reboleiras, evitando a expanso e encontro das mesmas antes de 110 dias de idade das plantas. A ocorrncia do curuquer se d ao final do ciclo da cultura, a partir dos 100 dias. A constatao de 3,0 lagartas mdias ( que 2.0 cm) por planta, e/ou desfolhamento de 60.0% do 1/3 superior das plantas so indicadores para a realizao do controle qumico. A batida de plantas sobre um pano (1,0m2) muito eficiente como mtodo de vistoria de campo para esta praga. Bicudo-do-algodoeiro, Anthonomus grandis uma praga permanente, de difcil convivncia com altos nveis populacionais. Condio bsica para a convivncia com esta praga, exige destruio correta dos restos culturais e o plantio simultneo entre os vizinhos. Medidas para o controle da praga so as que seguem. a) Instalao antecipada (setembro) do plantio isca de quatro a cinco linhas nas bordaduras das reas cultivadas, empregando sementes tratadas com inseticida sistmico + fungicida. Acrescentando-se quatro pulverizaes durante os primeiros 40 dias de idade das plantas com inseticida organofosforado. O plantio definitivo da rea deve ser realizado a partir de 10 a 15 dias aps a emergncia das faixas iscas. Os botes florais das plantas em plantio-isca, que carem ao solo, devem ser coletados e destrudos at os 50 dias. b) Instalao de armadilhas feromnicas de GrandIure (1 armadilha/20 ha) durante os meses de outubro e novembro. A captura de 02 bicudos/armadilha/semana serve como indicador para a realizao das primeiras pulverizaes no incio do florescimento (35 a 50 dias).22

c) Entre os 35 e 45 dias, realizar vistorias nas bordaduras, a procura de sintomas de ataque da praga (orifcios de postura e alimentao), nos pequenos botes florais. A constatao de 10% de botes danificados determina a necessidade de aplicao sobre as infestaes iniciais. d) A supresso populacional do bicudo realizada atravs de pulverizaes no incio do florescimento (35 a 50 dias), desloca, para o perodo de maturao da cultura, as grandes populaes. e) As aplicaes devem estar condicionadas a prtica de constantes amostragens. Devido biologia da praga e seus hbitos de vida, as aplicaes devem ser repetidas, trs vezes, em intervalos de 05 dias. f) As aplicaes de redutor de crescimento, para melhorar a eficincia das aplicaes em terras frteis so extremamente fundamentais. g) A colheita deve ser rpida. Os restos culturais devem ser destrudos, deixando falhas de 5 a 6 linhas. Estas servem para atrao e controle dos bicudos, recebendo quatro aplicaes (uma por semana), em seguida destrudas. A lagarta rosada, P. gossypiella uma praga permanente que, apresenta altas populaes ao final da safra, dos 90 aos 130 dias. Os graus de infestaes dependem da presteza e qualidade com que foram destrudos os restos culturais. A presena de soqueiras durante a entressafra condiciona a presena da praga durante toda a safra, ocasionando danos, desde o baixeiro, at o ponteiro das plantas. Como medida de controle deve-se fazer: a) Instalar armadilhas feromnicas de Gossyplure (uma armadilha/20 ha) durante o ms de dezembro. O registro de captura nas armadilhas em nveis elevados e freqentes, mais a constatao de flores rosetadas na lavoura, so indcios de ataque da lagarta rosada. Deve-se coletar mas mais ou menos firmes de 1/3 inferior das plantas, e verificar a presena de larvas e/ou seus vestgios de ataque. O nvel de controle deve ser de 7% de mas atacadas. b) Aos 80 dias iniciar as amostragens atravs da coleta de mas. As quais podero ser abertas quatro dias aps a coleta. O nvel de controle para iniciar as aplicaes de 7,0 % de mas atacadas. Aps a constatao do nvel de controle, as reaplicaes dependem do efeito residual dos produtos aplicados e das condies climticas, porque a dinmica populacional sempre crescente no perodo de maturao da cultura. Os piretrides apresentam melhor eficincia de controle da lagarta rosada. Na execuo do planejamento, devem-se levar em conta os seguintes itens: a) Plantio na poca recomendado e simultneo entre vizinhos com a utilizao de sementes tratadas com inseticida sistmico. b) O manejo de pragas exige observaes permanentes e as amostragens devero seguir determinados parmetros. c) A colheita deve ser rpida e, imediatamente destruir os restos culturais. ESTRATGIAS DE MANEJO 1) Reconhecimento das pragas e dos seus inimigos naturais Para que o MIP seja bem aplicado, de fundamental importncia o reconhecimento das pragas chaves e de seus inimigos naturais. Os PREDADORES constituem-se como um dos grandes inimigos naturais das pragas do algodoeiro.

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PREDADORES PERCEVEJOS PREDADORES a) Orius spp. (HEMIPTERA: ANTHOCORIDAE) b) Nabis spp. (HEMIPTERA: NABIDAE) c) Geocoris spp. (HEMIPTERA: LYGAEIDAE) d) Podisus spp. (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) e) Zellus spp. (HEMIPTERA: REDUVIIDAE) COLEOPTEROS PREDADORES a) Cycloneda sanguinea (COLEOPTERA: COCCINELLIDAE) b) Scymnus spp. (COLEOPTERA: COCCINELLIDAE) NEUROPTEROS PREDADORES a) Chrysopa sp. (NEUROPTERA: CHRYSOPIDAE) b) Chrysoperla sp. (NEUROPTERA: CHRYSOPIDAE) COLEOPTERO PREDADOR a) Calosoma spp. (COLEOPTERA: CARABIDAE) DERMAPTERA (tesourinhas) a) Doru lineare (DERMAPTERA: FORFICULIDAE) b) Forficula auricularia (DERMAPTERA: FORFICULIDAE) PARASITIDES HYMENOPTEROS PARASITIDES a) Campoletis sonorensis (HYMENOPTERA: ICHNEUMONIDAE) b) Ceratosmicra imaculata (HYMENOPTERA: CHALCIDIDAE) c) Euplectrus spp (HYMENOPTERA: EULOPHIDAE). d) Trichogramma spp. (HYMENOPTERA: TRICHOGRAMMATIDAE) DIPTEROS PARASITOIDES Algumas espcies da famlia TACHINIDAE PATGENOS So microorganismos que causam diferentes doenas nos insetos. a) O fungo Nomuraea rileyi provoca a conhecida "doena branca" em diversas lagartas. Exemplo: lagartas de Alabama argillacea. 2) LEVANTAMENTO POPULACIONAL a) O levantamento populacional determinado atravs da amostragem. A rea mnima no pode ser menor do que 10 hectares. O nmero de levantamento vai variar em funo do estgio de desenvolvimento do algodoeiro. N de levantamento/semana 1 levantamento Fase da cultura At o florescimento24

2 levantamentos 1 levantamento

Florescimento at 1 capulho 1 capulho at a colheita

N de amostragens para determinao do nvel de controle: Dois mtodos podem ser usados. a) Mtodo seqencial: Retira-se um nmero varivel de amostras em seqncias. b) Mtodo convencional: o mtodo mais adotado. O nmero de amostras fixado de acordo com as condies da cultura. Normalmente faz-se 50 ou 100 amostras por hectare. Deve-se percorrer toda a rea em "zig-zag", demarcando pelo menos cinco pontos de amostragem. Dali retira-se de 10 a 20 amostras. O bom senso deve prevalecer sempre. 3) CONTROLE a) Medidas culturais 1 - Seguir a poca adequada atravs do zoneamento ecolgico. 2 - Plantar sempre a variedade recomendada para aquela regio. 3 - Plantar sempre variedades recomendadas e expurgadas (sementes qualificadas). 4 Respeitar o espaamento e a densidade, que so recomendados pelos especialistas. 5 - Usar sempre "sementes preta ou roxa". a1)Plantas iscas A funo da planta isca atrair a broca da raiz, Eutinobothrus brasiliensis e o bicudo, Antonomus grandis. Esta ttica deve ser sempre empregada e o algodoeiro que vai servir de isca deve ser semeado um ms antes da poca normal de plantio. As plantas que serviro de isca devem ser plantadas em faixas de conteno com 10 metros de largura nas bordaduras. Aplicar, alm do inseticida recomendado, uma mistura de feromnio sexual e atraente alimentar. O produto "Nomate Blockaide" na base de 150 g/ha aumenta a eficincia de atrao.

a2) Eliminao dos restos de cultura e de plantas hospedeiras Aps a colheita da safra, deve-se arrancar e queimar os restos culturais visando reduzir o nvel populacional da broca da raiz, do bicudo e da lagarta rosada. Isto se tornou uma medida obrigatria para o Estado de So Paulo atravs do decreto estadual N 19594/A de 27/07/50. Hoje, esta medida obrigatria para todo o territrio nacional e deve ser executada at o dia 15/07 de cada ano. b) Uso do feromnio sexual A lagarta rosa Pectinophora gossypiella tem sido controlada atravs do uso de tubos capilares, conhecidos por Nomate PBW (gossyplure). Estes tubos so distribudos no campo atravs de avio ou de qualquer outro veculo motorizado, na base de 40 g/ha. Seu efeito causa o fenmeno "confuso de machos" e evita o acasalamento. Sua ao de 21 dias. Durante o ciclo da cultura, deve-se fazer duas ou trs aplicaes. Outro produto tambm utilizado o Dispenser (gossyplure) que 25

so tubos capilares maiores (20 cm). Estes tubos so pendurados nas plantas da cultura, na proporo de um para 10 m2. Devem ser utilizados, quando o ciclo da lavoura atingir de 40 a 50 dias. Seu perodo de atuao de 120 dias. c) Controle biolgico Criao massal e liberao de parasitides de ovos. O Trichogramma spp. pode ser utilizado e sua liberao deve ser de 60000 a 90000 indivduos/ha. Este mtodo deve estar associado ao uso da semente preta ou roxa. d) Controle microbiano Bacillus thuringiensis (DIPEL, THURICIDE, BACTOSPEINE) O uso de B. thuringiensis, quando aplicado adequadamente, controla surtos do curuquer, Alabama argillacea e da lagarta das mas, Heliothis virescens. e) Reguladores de Crescimento Os produtos reguladores de crescimento que interferem na ecdise do inseto, tambm tem sido usados com sucesso no controle destas pragas. Ex.: DIMILIN (diflubenzuron). So produtos praticamente atxicos para animais de sangue quente. f) Controle qumico Deve-se buscar literatura mais atualizada e o assunto deve ser discutido em sala de aula. f1) Tratamento de sementes Mtodo eficiente para controle de pragas iniciais principalmente pulges e tripes. Semente preta ----- inseticida + adio de carvo ativado Semente roxa ------ inseticida + adio de silicato de Al Nome comercial DISYSTON (I) 500P FRUMIN (I) 500P SOLVIREX (I) 500P SYSTEM (I) 500P Nome tcnico dissulfoton dissulfoton dissulfoton dissulfoton

O produto tcnico formulado como 500P deve ser adicionado s sementes, na base de 2% de i.a. em relao ao peso das mesmas. FURADAN (carbofuran) - Este inseticida carbamato deve ser misturado s sementes na base de 01 (um) litro do produto formulado (comercial) para 100 g das mesmas. Sementes pretas ou sementes roxas: a cor serve para alertar o usurio dos perigos dos produtos utilizados. Todos possuem DL50, muito baixo. Poder residual das sementes tratadas: 40 a 50 dias aps a germinao. f2) Granulados sistmicos no sulco Objetivos: visa controlar pulges, tripes, broca e percevejo castanho. Nome comercial Dose Nome tcnico

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TEMIK 15 G FURADAN 5 G DISYSTIN 5 G FRUMIN ALL 2,5 G

15 kg/ha 20 kg/ha 20 kg/ha 40 kg/ha

aldicarb 153 G carbofuran 5 G dissulfoton 5 G dissulfoton 2,5 G

Todos estes produtos so altamente perigosos (classe I = extremamente txicos) e devem ser manipulados com muito cuidado. Poder residual: 50 a 60 dias aps a germinao. f3) Controle do bicudo Deve-se seguir as recomendaes da CATI: a) Faz-se em 1 lugar, trs conjuntos de trs aplicaes, espaadas de cinco dias durante o ciclo do algodoeiro. b) Faz-se trs aplicaes espaadas de 10 dias, aps a colheita. c) Uso do TMB (tubo mata bicudo): grandlure + malathion. Isca atrativa. f4) Iscas para mariposas Isca com inseticida carbamato, LANNATE (metomil). Frmula: 1 kg de melao 10 litros de gua 25g de metomil 21,5PS Uso: 0,5 litro por cada 15 metros lineares da cultura. O SEVIMOL (carbaril 10%) uma isca j preparada e vendida comercialmente. As iscas controlam adultos de: curuquer, lagarta das mas e lagarta rosada. PRAGAS DO AMENDOIM LAGARTA ELASMO Elasmopalpus lignosellus (LEPIDOPTERA: PYRALIDAE) O adulto uma pequena mariposa (15-25 mm de envergadura), apresentando colorao cinza-amarelada. A postura, normalmente, feita no prprio solo, onde eclodem as lagartas. Inicialmente, a forma jovem alimenta-se de folhas. Em seguida, localizar-se na parte inferior do colmo, ao nvel do solo, e inicia a perfurao da haste na altura do colo, formando um orifcio que se comunica com o exterior. Uma vez penetrado constroem galerias ascendentes, que termina destruindo o ponto de crescimento da planta (gema apical). Junto ao orifcio, a lagarta constri um tnel com teia, terra e detritos vegetais, dentro do qual se abriga. A lagarta, quando completamente desenvolvida, atinge 15 mm de comprimento, e tem colorao verdeazulada com estrias transversais marrons, purpreas ou pardo-escuras. Findo o perodo pupal (mdia de 21 dias), a lagarta transforma-se em crislidas, no solo, prximo da haste da planta e, aps aproximadamente oito dias, emergem os adultos. Uma caracterstica desta praga a de que as lagartas so bastante ativas e saltam quando tocadas. Prejuzos Causam a morte da gema apical (sintoma conhecido por corao morto) e, devido s galerias que fazem na planta, causam o secamento e morte das plantas novas.27

Controle No existe um mtodo de controle eficiente para esta praga. Por se tratar de um inseto que se desenvolve em ambiente seco, a manuteno da umidade do solo, atravs de prticas culturais (e.g. irrigao, cobertura morta, etc.), pode vir a ser um bom paliativo. LAGARTA ROSCA Agrotis ipsilon (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) O adulto uma mariposa de 35 mm de envergadura e, de colorao geral marrom escura, com asas anteriores marrons com algumas manchas claras e, as posteriores transparentes com bordos escuros. Uma fmea pode colocar at 100 ovos. Estes so de colorao branca. A postura exoftica e os ovos so colocados nas folhas. As lagartas, aps o primeiro instar, dirigem-se para o solo, onde permanecem protegidas durante o dia, numa posio enrolada, s saindo ao anoitecer para se alimentarem. As lagartas completamente desenvolvidas medem cerca de 40mm, so robustas, lisas e apresentam coloraes variveis, predominando a cor cinza-escura. A fase larval dura cerca de 25 a 30 dias, transformando-se em pupa, no prprio solo, de onde aps duas a trs semanas, emergem os adultos. A razo sexual de 1,5 macho: 01 fmea. Prejuzos As lagartas, ao se alimentarem da haste das plantas novas, causam o seccionamento da mesma, podendo atingir todo o stand, em altos nveis de infestao. Cada lagarta pode destruir at quatro plantinhas com 10 cm de altura. Controle 1. Biolgico - A percentagem de parasitismo, por vespas e moscas, no campo, varia de 11 a 12%. 2. Qumico - Em regies onde comum seu aparecimento, deve-se pulverizar as plantas com iscas base de acar ou melao, adicionando-se um inseticida. Pode-se usar, por exemplo, a mistura de 10 Kg de acar + 300g de metomil 21,5 PS, para 100 l de gua. Este mtodo funciona como isca atrativa para os adultos. Para polvilhamento, recomenda-se a aplicao de carbaril a 7,5% (12 Kg/ha). Em pulverizaes, pode-se aplicar piretrides (acefato 75% a 0,75 l/ha ou metamidophos a 50% a 0,5l/ha), com jato do pulverizador dirigido para a base da planta, logo aps o aparecimento dos primeiros sintomas de ataque. PERCEVEJO CASTANHO Scaptocoris castanea (HEMIPTERA: CYDNIDAE) Atarsocoris brachiariae (HEMIPTERA: CYDNIDAE) Os adultos e as ninfas so de hbitos subterrneos, sugando a seiva das razes das plantas. As ninfas so de colorao branca e, os adultos de colorao marrom clara, medindo aproximadamente, oito mm de comprimento. Durante a noite, podem voar para outras localidades. Os ovos so postos no solo. A presena desta praga facilmente notada, na abertura dos sulcos de plantio, devido ao cheiro desagradvel que exalam. Nas pocas mais secas, aprofunda-se no solo e procuram regies mais midas. Durante as chuvas, retornam superfcie do solo. PERCEVEJO PRETO Cyrtomenus mirabilis (HEMIPTERA: CYDNIDAE)28

Esta praga ocorre principalmente em solos pobres, ou que tiveram uso anterior com pastagens. So de hbitos subterrneos. O adulto de colorao preta, com sete mm de comprimento e, as ninfas so esbranquiadas. A postura feita no solo, a uma profundidade varivel, conforme a umidade do mesmo. Podem aparecer desde o incio de desenvolvimento da cultura. Prejuzos A suco contnua de seiva das razes, pelos adultos e ninfas, resulta no enfraquecimento da planta, podendo acarretar sua morte (altos nveis de infestao). O percevejo preto ataca tambm vagens, afetando a produo. Controle Preventivamente, aplica-se inseticida no sulco de plantio. TRIPES Enneothrips flavens (THYSANOPTERA: THRIPIDAE) Caliothrips brasiliensis (THYSANOPTERA: THRIPIDAE) So insetos pequenos, no ultrapassando dois mm de comprimento. As formas jovens so amareladas e, os adultos so de colorao escura. Vivem abrigados nos fololos fechados, raspando sua superfcie para sugar a seiva que exuda. E. flavens encontrada no ponteiro das plantas. So ovparos, e as fmeas colocam os ovos nas folhas. O ciclo completo de 13 dias, em mdia. O perodo crtico para a cultura dos 25 aos 60 dias aps o plantio. Prejuzos E. flavens responsvel pelas estrias e deformaes dos fololos, acarretando grandes prejuzos a cultura, em termos de produo. C. brasiliensis muito mais freqente, entretanto, ao que tudo indica no traz danos econmicos a lavoura em campo, pois facilmente lavado pelas chuvas. Controle fenitrothion 50% (0,75 l/ha), aplicados quinzenalmente durante o perodo crtico da praga. Pulverizao com inseticidas como aldrin 20% (1,5 l/ha), monocrotophos a 60% ou 40% (0,5 ou 0,75 l/ha) LAGARTAS LAGARTA DO PESCOO VERMELH