apostila de desenho vol. 1

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2012 Prof.º André Batista de Almeida Carlos Eduardo Simão Oliveira FATEC “DON AMALRY CASTANHO” 02/07/2012 DESENHO TÉCNICO APLICADO VOLUME 1

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Page 1: Apostila de Desenho Vol. 1

2012

Prof.º André Batista de Almeida

Carlos Eduardo Simão Oliveira

FATEC “DON AMALRY CASTANHO”

02/07/2012

DESENHO TÉCNICO APLICADO

VOLUME 1

Page 2: Apostila de Desenho Vol. 1

PROF. ANDRÉ BATISTA DE ALMEIDA

CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 1

1. CRÉDITOS

PROGRAMA: DESENHO TÉCNICO APLICADO VOLUME 1

UNIDADE: FATEC ITU – “DOM AMAURY CASTANHO” – Julho/2012

COORDENAÇÃO: PROF. ANDRÉ BATISTA DE ALMEIDA

ELABORAÇÃO: CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA

REVISÃO: PROF. ANDRÉ BATISTA DE ALMEIDA

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PROF. ANDRÉ BATISTA DE ALMEIDA

CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 2

DESENHO TE CNICO APLICADO

O respeito pela ciência, que muitos

acreditam ter, esconde, na realidade,

um fascínio pela técnica, que

contribui para melhorar nossa vida

cotidiana. O desenvolvimento da

técnica mudou nossa forma de vida

até tal ponto que nos transformamos

numa ameaça para nosso meio

natural. Se refletirmos sobre o que

representa realmente a técnica,

entenderemos que necessitamos

dominar nossa capacidade técnica se

quisermos controlar nosso destino.

De alguma maneira, começamos a

adquirir uma técnica quando

tomamos consciência do que temos

de fazer para conseguirmos um

determinado resultado. Enquanto

não realizo essa reflexão, vou agindo

de um modo mecânico, sem entender

o que estou fazendo. Nesse sentido,

isso se equivale à ciência, que

procura verdades gerais e teóricas. A

técnica procura aplicação prática,

embora ambas representem uma

forma do saber. Todo artesão tem

consciência dos gestos que tem de

realizar para fabricar. Possui um

conhecimento orientado para a

prática, isto é, uma técnica.

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 3

2. SUMÁRIO

1. CRÉDITOS 1

2. SUMÁRIO 3

3. DESENHO TÉCNICO APLICADO - 80 AULAS 7

3.1 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO E PLANEJAMENTO 8

3.2 AVALIAÇÕES 8

3.3 ENSINO-APRENDIZAGEM 9

3.3.1 ESTRATÉGIA 9

3.3.2 ORIENTAÇÕES 9

3.3.3 ORGANIZE-SE 9

4. NORMAS TÉCNICAS 10

4.1 NORMA BRASILEIRA (ABNT) 10

4.2 NORMAS INTERNACIONAIS 11

5. INTRODUÇÃO AO DESENHO TÉCNICO APLICADO (DTA). 13

5.1 TIPOS DE DESENHOS TÉCNICOS 14

5.1.1 DESENHO TÉCNICO NÃO PROJETIVO: 14

5.1.2 DESENHOS TÉCNICOS PROJETIVOS: 16

6. ESBOÇO COTADO DE POLIEDROS. 17

6.1 DEFINIÇÕES 17

6.2 DIEDROS 18

6.3 AS VISTAS ESSENCIAIS NO 1º DIEDRO 21

6.3.1 VISTA AUXILIAR 23

6.3.2 REGRA DA DOBRADIÇA 24

6.4 ELABORANDO UM DESENHO TÉCNICO 25

6.4.1 TÉCNICAS PARA DESENHO À MÃO LIVRE OU ESBOÇO 25

6.4.2 NOÇÕES NECESSÁRIAS PARA O DESENHO DE ESBOÇO: 28

6.4.3 EXERCÍCIO 29

6.5 ESBOÇO COTADO DE PEÇAS COM FUROS E/OU ARCOS 30

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 4

6.5.1 FUROS 31

6.5.2 ARCOS 32

6.6 VISTAS DE OBJETOS SIMÉTRICOS 32

6.7 EXERCÍCIOS 33

7. FOLHAS. 34

7.1 FORMATOS DA SÉRIE "A" 34

7.2 LEGENDA 35

8. PERSPECTIVAS. 36

8.1 TIPOS DE PERSPECTIVAS 36

8.1.1 PERSPECTIVAS PARALELAS 36

8.2 EIXOS 37

8.3 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA REAL 38

8.3.1 SEQUÊNCIA PARA EXECUÇÃO DE UMA PERSPECTIVA ISOMÉTRICA REAL 39

8.3.2 MÉTODO PARA CRIAÇÃO DE FALSA ELIPSE 40

8.4 VISTAS NECESSÁRIAS E SUFICIENTES (VNS) 41

8.4.1 ESCOLHA DAS VISTAS 41

8.5 EXERCÍCIOS: 43

9. ESCALAS EM DTA 44

9.1 ESCALA 44

9.2 INSCRIÇÃO 44

9.3 ESCOLHA DA ESCALA A SER UTILIZADA 45

9.4 FORMATO DA FOLHA 45

9.5 EXEMPLOS DE ESCALA 46

9.6 EXERCÍCIOS 48

10. CORTES E SEÇÕES 49

10.1 CORTES 49

10.1.1 PLANO DE CORTE 50

10.1.2 QUANTIDADE DE CORTES 51

10.1.3 TIPOS DE CORTE 52

10.2 DIFERENÇA ENTRE CORTE E SEÇÃO 60

10.3 SEÇÕES 61

10.3.1 TIPOS DE SEÇÃO 61

10.3.2 INDICAÇÃO DO PLANO DE CORTE E IDENTIFICAÇÃO DA SEÇÃO 62

11. ELEMENTOS DE MÁQUINAS 65

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11.1 ELEMENTOS DE VEDAÇÃO 65

11.1.1 JUNTAS 65

11.1.2 RETENTORES 66

11.1.3 ANÉIS DE BORRACHA (O’RING) 68

11.1.4 GAXETAS 69

11.1.5 SELOS MECÂNICOS 71

11.2 ELEMENTOS DE FIXAÇÃO 72

11.2.1 PARAFUSOS 72

11.2.2 PORCAS 89

11.2.3 ARRUELAS 94

11.2.4 PINOS 102

11.3 ELEMENTOS DE TRANSMISSÃO 107

11.3.1 EIXO E ARVORES 107

11.3.2 CHAVETA 112

11.3.3 ACOPLAMENTOS 117

11.3.4 ENGRENAGENS 119

11.3.5 POLIA E CORREIAS 135

11.3.6 CARDANS 144

11.3.7 CORRENTES 145

11.4 ELEMENTOS DE APOIO 147

11.4.1 BUCHAS 147

11.4.2 ROLAMENTOS 149

11.4.3 MANCAIS 160

11.4.4 MOLAS HELICOIDAIS 162

12. TOLERÂNCIA DIMENSIONAL 166

13. DESENHOS DE MONTAGEM 177

13.1 REPRESENTAÇÃO 177

13.2 COTAS E OUTRAS INDICAÇÕES 178

13.3 IDENTIFICAÇÃO (OU NUMERAÇÃO DOS ITENS) 178

13.4 DESENHOS DE DETALHE 179

13.5 LISTA DE PEÇAS E/OU MATERIAIS 179

14. DESENHO EM VISTA EXPLODIDA 182

14.1 COMPONENTES DE UM CARBURADOR 182

15. 1ª AVALIAÇÃO 184

16. DESENHO TÉCNICO APLICADO VOLUME 2 185

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BIBLIOGRAFIA 186

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3. DESENHO TÉCNICO APLICADO - 80 aulas

Objetivo: Conhecer as formas normalizadas de desenho técnico e aplicar

na representação gráfica, na leitura e na interpretação de peças e de sistemas

mecânicos. Elaborar desenhos de conjuntos mecânicos utilizando a

computação gráfica. Desenvolver a metodologia de aplicação das ferramentas,

analisando as dificuldades em que o projetista tem que considerar as três

dimensões próprias do processo de desenho simultaneamente. Desenvolver

estudo da construção de protótipo(s) do(s) elemento(s) de máquina(s).

Ementa: Normas técnicas. Esquadros. Régua T. Transferidor. Compasso.

Curvas francesas. Régua flexível. Pantógrafo. Traçados geométricos. Escalas.

Tangências e concordâncias de retas e curvas. Tipos de corte. Representações

convencionais. Seções. Sistemas de projeção. Cotagem: Em série e em

paralelo, direta, de círculo, em perspectiva. Critérios de cotagem. Vistas:

projeções cilíndricas e ortogonais, vistas ortográficas, frontais, superior,

laterais, inferior e posterior. Perspectivas: Cônica, cavaleira, isométrica,

dimétrica, trimétrica. Metodologia de representação por recurso a cortes e

seções. Tolerâncias e ajustamentos. Ajustamentos recomendados. Introdução

ao uso de software de desenho assistido por computador. Conceito, aplicação

do sistema CAD no estudo de elementos de máquinas. Desenhos de

conjuntos. Etapas de projeto de um conjunto mecânico e detalhes construtivos.

Modelagem 2D e 3D.

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3.1 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO E PLANEJAMENTO

Semana Título Planejado

1ª Introdução ao DTA. Esboço cotado de poliedros. 1° e 3° diedros.

2ª Perspectivas. Perspectiva isométrica real. Escalas em DTA.

Cortes e seções.

3ª Elementos de máquinas

4ª Tolerância Dimensional, Montagem e Desenho em vista explodida.

5ª 1ª prova

6ª Introdução ao Desenho Técnico Assistido por Computador.

SolidWorks. Esboço, planos, revolução e corte.

7ª Desenho 3D: Viga “U” 1 e 2 com furo para fixação

8ª Desenho 3D: Eixo com chaveta

9ª Desenho 3D: Polia maciça e com alívio

10ª Desenho 3D: Rolamento

11ª Desenho 3D: Mancal

12ª Desenho 3D: Engrenagem

13ª Desenho 3D: Montagem

14ª Gerando desenho 2D a partir do 3D.

15ª Simulação, prototipagem e animação.

16ª Descrição do Projeto Final.

17ª Projeto final. Entrega: Desenhos de peças em 3D.

Orientações.

18ª Projeto final. Entrega: Montagem em 3D. Orientações.

19ª Projeto final. Entrega: Desenhos em 2D. Orientações.

20ª Projeto final. Entrega: Documento finalizado.

3.2 AVALIAÇÕES

Média dos Exercícios Extra Classe.......................................20% da nota final.

Prova escrita com esboço.....................................................30% da nota final.

Projeto final...........................................................................50% da nota final.

Média para Aprovação >= 6,00

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3.3 ENSINO-APRENDIZAGEM

É um caminho de duas mãos. Isto é, não adianta o professor querer

ensinar se o aluno não quiser aprender (motivação e interação). O aluno tem

que fazer sua parte.

A inteligência pragmática precede a inteligência teórica (PIAGET). As

pessoas aprendem mais facilmente começando pela prática, por exercícios.

Deve ser ministrada em doses homeopáticas, com doses de reforço.

3.3.1 ESTRATÉGIA

Nossa estratégia para o ensino-aprendizagem se baseia em dois pontos

principais:

1 - Em classe: exposição do professor com os conceitos, seguida de exercícios

feitos em classe, com assistência.

2 - Extraclasse: exercícios semanais, para entrega à 48hs da próxima aula via

internet.

3.3.2 ORIENTAÇÕES

Aluno interessado em aprender é aquele que, em princípio, não falta,

não atrasa, traz os materiais necessários, participa ativamente das aulas

(prestando atenção, tirando dúvidas, fazendo colocações, realizando os

exercícios com presteza e capricho) e faz, conscientemente, o exercício

extraclasse. O exercício extraclasse é uma oportunidade para tirar dúvidas e

reforçar a aprendizagem. O aluno tem cinco (5) dias para isso, mas não deve

deixar para o último dia. Assim terá tempo de consultar o monitor ou o

professor de Desenho se surgirem dúvidas.

3.3.3 ORGANIZE-SE

Organize-se para poder estudar! O sucesso da vida estudantil depende

muito mais de trabalho e organização do que normalmente se imagina.

Organize seus materiais, calendários, datas, endereço de e-mail, etc. De tal

forma que estejam à mão quando for usá-los. Planeje quando e aonde estudar.

Do resto desejamos “Sucesso”, nessa nova empreitada.

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4. NORMAS TÉCNICAS

Observação inicial: as normas, mesmo quando modificadas, em geral

mantém seu código alfanumérico. Então é necessário ficar atento à sua última

versão (mês/ano). As normas técnicas mais importantes para nosso estudo são

as normas brasileiras (ABNT) para desenho e com as quais trabalharemos

oportunamente.

4.1 NORMA BRASILEIRA (ABNT)

São elas pela ordem numérica:

• NBR 8196 – Emprego de escalas em desenho técnico;

• NBR 8402 – Execução de caracteres para escrita em desenho técnico;

• NBR 8403 – Aplicação de linhas em desenho – Tipos de linhas – Largura das

linhas;

• NBR 8404 – Indicação do estado de superfície em desenhos técnicos;

• NBR 8993 – Representação convencional de partes roscadas em desenhos

técnicos;

• NBR 10067 – Princípios gerais de representação em desenho técnico – vistas

e cortes;

• NBR 10068 – Folha de desenho – leiaute e dimensões;

• NBR 10126 – Cotagem em desenho técnico;

• NBR ISO 10209-2 – Documentação técnica de produto – Parte 2: Termos

relativos aos métodos de projeção;

• NBR 10582 – Conteúdo da folha para desenho técnico;

• NBR 10647 – Desenho técnico – Norma geral;

• NBR 12298 – Representação de área de corte por meio de hachuras em

desenho técnico;

Além destas normas específicas de desenho técnico, outras da ABNT

frequentemente são usadas pelos profissionais da área de desenho:

• NBR 6158 – Sistema de tolerâncias e ajustes

• NBR 6371 – Tolerâncias gerais de dimensões lineares e angulares

• NBR 6405 – Rugosidade das superfícies

• NBR 6409 – Tolerâncias de forma e tolerâncias de posição.·.

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4.2 NORMAS INTERNACIONAIS

Na falta de norma brasileira para um determinado assunto, poderemos

usar norma ISO (internacional) ou ainda norma DIN (alemã) – esta, muito

usada no Brasil e considerada uma das melhores do mundo. Em

consequência, têm sido umas das principais referências para a feitura das

normas ABNT e ISO. Por outro lado, amiúde temos que consultar outras

normas porque estão referidas em desenhos oriundos de outros países ou

blocos econômicos, ou ainda, assuntos que tradicionalmente o mercado

nacional usa determinada norma (p.e., Correias “V” – que, no Brasil, só existe

com norma americana). Relacionamos abaixo alguns dos principais institutos

de normalização que mais de perto dizem respeito às engenharias mecânicas e

de produção:

o A2LA – American Association for Laboratory Accreditation

o ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (BRA)

o AFNOR – Association Française de Normalisation (FRA)

o AGMA – American Gear Manufacturers Association (USA)

o AIIE – American Institute of Industrial Engineers (USA)

o AISI – The American Iron and Steel Institute (USA)

o ANSI – American National Standards Institute (USA)

o API – American Petroleum Institute (USA)

o AREA – American Railway Engineering Association

o ASHRAE – American Society of Heating, Refrigerating & Air-Conditioning

Engineers (USA)

o ASME – American Society of Mechanical Engineers (USA)

o ASQ – American Society for Quality Control (USA)

o ASTM – American Society for Testing and Materials (USA)

o ASTME – American Society of Tool and Manufaturing Engineers

o AWS – American Welding Society (USA)

o BSI – British Standards Intitution (GBR)

o CEN – Eurofile-Europe Harmonized Standards

o CMN – Comitê Mercosul de Normalização

o DIN – Deutsches Institut für Normung (DEU) (antigo: Deutsche Industrie

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Norm)5

o GOST – normas russas

o IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (BRA)6

o ISA – Instrument Society of America (USA)

o ISO – International Organization for Standardization

o JIS – Japanese Industrial Standards (JPN)

o MSS – Manufactures Standardization Society of the Valve & Fittings Industry

(USA)

o NACE – National Association of Corrosion Engineers (USA)

o SAE – Society of Automotive Engineers (USA)

o UNI – normas italianas.

Obs.: Essas normas devem nortear todo o DTA gerando um projeto correto

e profissional. Essa postura trás confiança do contratante em relação ao

contratado e do cliente à empresa prestadora de serviço.

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5. INTRODUÇÃO AO DESENHO TÉCNICO APLICADO

(DTA).

O Desenho Técnico Aplicado é uma linguagem universal assim como

os números e a música. Foi desenvolvido para atender a necessidade de se

representar objetos técnico de maneira clara e objetiva. A linguagem corrente

como o português, inglês, entre outras, se mostrou insuficiente e dúbia para

isso. Ele é a linguagem usada entre engenheiros, tecnólogos, técnicos,

desenhistas, projetistas, técnicos de processos, preparadores de máquinas,

inspetores da qualidade, ferramenteiros, oficiais de manutenção, compradores

e vendedores técnicos.

Erros e omissões em DTA podem comprometer toda uma produção,

provocando rejeição completa ou retrabalho o que leva inevitavelmente a

prejuízos financeiros. O que é muito grave, pois hoje em dia os lotes

produzidos contêm milhares de peças, além de determinar o quanto uma

empresa é competitiva. Devido a esse fato o DTA é o documento técnico de

suma importância para definição das características da peça e das

responsabilidades como os nomes e assinaturas de quem projetou, desenhou,

copiou, revisou e aprovou de forma datada.

Portanto, poderíamos defini-lo assim:

“Desenho técnico é uma linguagem gráfica internacional que representa

com clareza o objeto em sua forma², dimensões, material e demais

quesitos técnicos³ com informações necessárias e suficientes para a

função a que se destina (p. e., fabricação, alteração, manutenção,

montagem, expedição, etc.)”. (Prof. M.Sc. Edson Del Mastro).

2) Esta definição se refere ao desenho projetivo que é o usado em DTM. Existe também o desenho técnico não projetivo “desenho não subordinado à correspondência, por meio de projeção, entre as figuras que o constituem e o que é por ele representado” (NBR 10647, 1, ABR/1989), como os diagramas, esquemas, ábacos, normogramas, organogramas, fluxogramas – também considerados como sendo DT, conforme esta norma. 3) Incluem-se nesses demais quesitos técnicos, p. e., tolerâncias dimensionais (obrigatório), tolerâncias

geométricas, rugosidade superficial, tratamentos superficiais, tratamentos térmicos, características

mecânicas, elétricas, magnéticas, óticas ou outras informações – que só serão especificadas quando

necessário.

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5.1 TIPOS DE DESENHOS TÉCNICOS

Existem dois tipos de desenhos técnicos que são o projetivo e o não

projetivo.

5.1.1 Desenho técnico não projetivo:

São desenhos representativos e não estão subordinados à

correspondência por meio de projeção de um modelo real. Como os desenhos

de programação Ladder de CLP, esquemas elétricos e pneumáticos como

seguem.

Figura 1 - Programação Ladder (CLP).

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Figura 2 - Esquema Elétrico.

Figura 3 - Esquema Pneumático.

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5.1.2 Desenhos técnicos projetivos:

São desenhos baseados em dimensões reais e estão subordinados à

correspondência, por meio de projeção, orientados por normas técnicas. Como

os desenhos de peças mecânicas, por exemplo.

Figura 5 - Desenho de um Eixo em 2D.

Conclusão:

Neste curso estaremos desenvolvendo os conceitos do desenho

projetivo. Aprendendo a esboçar peças e conjuntos mecânicos e desenha-los

com auxilio do computador. Buscando sempre aproximar as aulas ao dia-a-dia

do profissional mecatrônico.

Figura 4 - Desenho Mecânico em Perspectiva

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6. ESBOÇO COTADO DE POLIEDROS.

OBJETIVOS: fazer esboço cotado em vistas essenciais de objeto

poliédrico no 1º diedro, a partir de modelo real.

6.1 DEFINIÇÕES

Sólido: Porção de espaço limitado por superfícies rígidas. Corpo que tem

3 dimensões e é limitado por superfícies fechadas.

Poliedro: Sólido limitado por polígonos planos. Sólido limitado por

superfícies planas. Pode ser:

• Côncavo ou convexo;

• Regular ou irregular.

Figura 6 - poliedros regulares e suas planificações

Esboço: desenho técnico, geralmente à mão livre, com material, cotas e

outras informações necessárias para a construção do objeto. Rápido e de baixo

custo, é usado como desenho preliminar ou para a produção unitária ou de

pequenos lotes de peças. Muito usado em manutenção.

Definição da ABNT: “Representação gráfica expedita. Aplicada

habitualmente aos estágios iniciais da elaboração de um projeto podendo,

entretanto, servir ainda à representação de elementos existentes ou à

execução de obra.” (NBR 10647, 1988: 2)

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PROF. ANDRÉ BATISTA DE ALMEIDA

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6.2 DIEDROS

Os Diedros

A intersecção dos dois planos ortogonais divide o espaço em quatro

diedros, assim enumerados.

A Geometria Descritiva, como ciência

que é, pode projetar e estudar as figuras

espaciais em quaisquer dos quatro

diedros. Já para o DESENHO TÉCNICO,

onde clareza é importante, só o 1° e 3°

diedros apresentam interesse.

Vejamos por que:

Se tomarmos separadamente os

diedros (fig.8) e, em cada um deles

fizermos o rebatimento do plano

horizontal (PH), sempre no sentido

horário, veremos que o 2° e o 4°

diedros resultam em PV e PH

superpostos, em suas respectivas

épuras. Para entendermos melhor

vejamos como é isso na próxima

pagina:

Figura 7 - Os quatro Diedros

Figura 8 - Diedros separados

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PROF. ANDRÉ BATISTA DE ALMEIDA

CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 19

Figura 9 - 1º diedro

Figura 10 - 2º Diedro com PH e PV superpostos

Figura 11 - 3º Diedro

Figura 12 - 4º Diedro com PH e PV superpostos

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PROF. ANDRÉ BATISTA DE ALMEIDA

CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 20

1º Diedro

No 1º Diedro a

projeção se dá

atrás da peça em

relação ao

observador, ou

seja, é como se

você imprimisse a

foto atrás da peça.

No canto inferior

direito da figura 13

está o símbolo que

representa o 1º

Diedro

3º Diedro

No 3º Diedro a

projeção se dá

entre a peça e o

observador, ou

seja, é como se

você imprimisse a

foto e segurasse-la

a frente da peça.

No canto inferior

direito da figura 14

está o símbolo que

representa o 3º

Diedro

Figura 13 - projeção do 1º Diedro

Figura 14 - Projeção do 3º diedro

Page 22: Apostila de Desenho Vol. 1

PROF. ANDRÉ BATISTA DE ALMEIDA

CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 21

6.3 AS VISTAS ESSENCIAIS NO 1º DIEDRO

Imaginem uma peça

poliédrica dentro de um cubo

de acrílico, e que você tira-se

uma foto de maneira

perpendicular e centrada, de

cada fase desse cubo. O que

você iria observar seria seis

(6) vistas, que são: frontal,

posterior, superior, inferior,

lateral esquerda e lateral

direita.

Há 3 pares de vistas onde o

contorno se repete

(invertido):

Vista frontal e vista

posterior (a e f);

Vista superior e vista

inferior (b e e);

Vista lateral esquerda e

vista lateral direita (c e d)

Figura 15 _ faces do hexaedro

Figura 16

As 6 projeções de um objeto no hexaedro (no 1º diedro)

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 22

1º diedro

Na fig. 17 temos as seis vistas principais após planificar o hexaedro (ref.:

vista frontal a) a partir do 1º diedro.

Como as linhas de contorno são as melhores para caracterizar tanto a

forma como as dimensões, basta uma vista de cada um daqueles pares para

vermos o objeto segundo as três (3) direções tri ortogonal (eixos x, y, z). Na

maioria dos casos essas 3 vistas são suficientes para representar o objeto,

apesar de nem sempre todas serem necessárias.

Figura 17 - As 6 vistas principais após planificar o hexaedro (ref.: vista frontal a)

Tradicionalmente essas 3 vistas (a, b e c) são chamadas de vistas

essenciais. Nas antigas normas ABNT elas tinham essa denominação.

Page 24: Apostila de Desenho Vol. 1

PROF. ANDRÉ BATISTA DE ALMEIDA

CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 23

6.3.1 VISTA AUXILIAR

Vistas Ortográficas

Auxiliares são obtidas

sobre planos auxiliares de

projeção, inclinados em

relação a planos principais

de projeção. Empregam-se

para representar em

verdadeira grandeza,

detalhes do objeto,

inclinados em relação às

faces principais do mesmo.

Os planos e as vistas

auxiliares dividem-se em:

A – Primários – se perpendiculares

só a dois dos planos principais

B – Secundários – se são

inclinados em relação a todos os

planos principais.

Figura 19 - VISTA AUXILIAR COM CORTE

Figura 18 - PLANO AUXILIAR

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PROF. ANDRÉ BATISTA DE ALMEIDA

CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 24

6.3.2 Regra da dobradiça

É um método prático de conseguir as vistas essenciais no 1º diedro, com

o mesmo resultado do procedimento teórico. É a regra prática para conseguir

as três vistas essenciais.

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PROF. ANDRÉ BATISTA DE ALMEIDA

CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 25

6.4 ELABORANDO UM DESENHO TÉCNICO

Assim como a elaboração de um produto pode envolver várias pessoas, a

realização do desenho técnico mecânico também pode envolver o trabalho de

vários profissionais. Quem planeja a peça é o projetista ou engenheiro.

Primeiro ele imagina como a peça deve ser. Depois cria um esboço que vai

servir de base para a elaboração do desenho preliminar. O desenho preliminar

corresponde a uma etapa intermediária do processo de elaboração do projeto,

que ainda pode sofrer alterações.

Após ser aprovado, o desenho definitivo, ou seja, aquele que mostra a

versão final do projeto passa a ser executado pelo desenhista técnico. O

desenho técnico definitivo, também chamado de desenho para execução,

contém todos os elementos necessários à sua compreensão. O desenho para

execução, que tanto pode ser feito na prancheta como no computador, deve

atender rigorosamente a todas as normas técnicas sobre o assunto.

6.4.1 TÉCNICAS PARA DESENHO À MÃO LIVRE OU ESBOÇO

Material necessário:

Papel (liso quadriculado, normalizado ou não).

Borracha (eventualmente).

Lápis HB ou N°2 ou lapiseira

Observação geral: segure o lápis sem rigidez nas articulações dos dedos,

mantendo uma distância mínima da ponta de 25 mm.

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6.4.1.1 RETAS DE PEQUENAS EXTENSÕES

- Verticais – traçar de cima para baixo movimentando-se o lápis apenas com os

dedos, permanecendo firme o pulso (fig.20).

- Horizontais – traçar as horizontais da esquerda para a direita movimentando-

se o lápis com os dedos e o pulso, mantendo-se firme o antebraço (fig.20).

Figura 20 - Técnica de traçado curto

Exercícios

- Linhas de pequena inclinação em relação à vertical, traçam-se como as

verticais (fig.20).

- Linhas de pequena inclinação em relação à horizontal, traçam-se como as

horizontais (fig. 20).

- Retas inclinadas a 45° localizadas no II° e IV° quadrantes, como as verticais.

- Retas inclinadas a 45° localizadas no I° e III° quadrantes, como as

horizontais.

Figura 21

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6.4.1.2 RETAS DE GRANDES EXTENSÕES

Horizontais – traçam-se as horizontais de grandes extensões da esquerda para

a direita girando o antebraço sobre o cotovelo e, compensando com os dedos a

curvatura consequente desse movimento.

1- traça-se uma linha de construção (fina) rapidamente, fixando-se o olhar no

ponto extremo (sem olhar a ponta do lápis).

2- traça-se sobre esta linha final, olhando agora a ponta do lápis com a

intenção de corrigir os defeitos apresentados pela primeira linha (no final pode-

se apagar as partes da linha de construção que ficaram muito fora).

Exercícios

Traçar três linhas horizontais paralelas

Figura 22 - Técnica de traçado longo

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6.4.2 NOÇÕES NECESSÁRIAS PARA O DESENHO DE ESBOÇO:

Traçado à mão livre: linha limpa; linha curta, longa, vertical, horizontal,

inclinada, preliminar, definitiva.

Projeções no 1º. Diedro (Regra prática);

Escolha das vistas (menor número de linhas tracejadas);

Proporcionalidade (dimensões totais e detalhes) e distribuição das vistas

na folha de Desenho Técnico;

Linhas em DT: tipos (larga, estreita, contínua, tracejada, traço-ponto,

sinuosa, etc) e aplicações (contorno, aresta visível, auxiliar, cota, ruptura, etc)

veja NBR 8403.

Cotagem: as cotas deverão ser as necessárias e suficientes (cada detalhe

tem um número determinado de cotas). Regras para a cotagem:

Cotar cada detalhe na vista onde melhor aparecer (linha de contorno);

Cotar as totais (3) distribuindo-as;

Escrita em Desenho Técnico: usar a escrita técnica (NBR 8402). Cotas e

outras inscrições: escrever da esquerda para a direita, de baixo para cima (e

sentidos intermediários); sobre a linha de cota e no centro desta (mas sem

encostar-se à linha);

Especificar o material da peça desenhada (por exemplo: aço ABNT 1045,

latão, madeira);

Preencher a legenda com: nome da instituição, da peça, do conjunto onde

vai ser montada, do projetista, do desenhista, datas do projeto, do desenho,

das modificações, código da peça, o diedro usado (1º ou 3º), etc.

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EXEMPLO DE ESBOÇO COTADO

Aqui apresentamos alguns conceitos de aplicação de linhas e cotas em

DTA.

6.4.3 EXERCÍCIO

Realize um esboço cotado, a partir de um modelo real e preencha a

legenda corretamente.

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6.5 ESBOÇO COTADO DE PEÇAS COM FUROS E/OU

ARCOS

OBJETIVOS:

Fazer desenho em esboço cotado (à mão ou com instrumentos) em 3

vistas essenciais de peças contendo furos e/ou arcos, a partir de modelo real.

Obs.: A partir de agora será permitido à utilização de instrumentos para

os esboços. Como:

Lapiseira 0,5 mm com grafite 0,5 HB

Lapiseira 0,3 mm com grafite 0,3 HB ou F

Compasso (TRIDENT Mod.9000 ou similar)

Régua “T”

Par de esquadros (45° e 60°) sem escala - acrílico cristal - 3 mm x 32 cm

Régua milimétrica – 300 mm - acrílico cristal - incolor

Gabarito de furos – em milímetros (TRIDENT D1 ou D2)

Gabarito de elipses - 35° 16’ – em milímetros (TRIDENT D4 ou D24)

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Utilizaremos noções de:

1. Linhas de centro e eixos de simetria: usar linha estreita traço-ponto (NBR

8403)

2. Representação de furos e arcos;

3. Cotagem de furos e arcos;

4. Redução de cotas nos desenhos com 1, 2 ou 3 eixos de simetria;

Vejam os exemplos:

6.5.1 FUROS

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6.5.2 ARCOS

Arcos externos

Arcos internos

6.6 VISTAS DE OBJETOS SIMÉTRICOS

Ao desenhar um objeto simétrico, ou seja, de lados iguais, podemos

desenhar apenas uma parte que represente o todo traçando uma linha de

centro de simetria, como mostra os desenhos da fig.23.

Figura 23 Simetria

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Também podemos encurtar a representação de peças longas.

Figura 24 - simetria de peças longa

6.7 EXERCÍCIOS

Realize um esboço cotado, a partir de um modelo real e preencha a

legenda corretamente.

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7. FOLHAS.

O formato básico para desenhos técnicos é o retângulo de área igual a 1m²

e de lados medindo 841 mm x 1189 mm, isto é, guardando entre si a mesma

relação que existe entre o lado de um quadrado e sua diagonal

Deste formato básico, designado por A0 (A zero), deriva-se a série "A" pela

bipartição ou pela duplicação sucessiva.

7.1 Formatos da série

"A"

Designação Dimensões

A0 = 841 mm x 1189 mm

A1 = 594 mm x 841 mm

A2 = 420 mm x 594 mm

A3 = 295 mm x 420 mm

A4 = 210 mm x 297 mm

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7.2 Legenda

A posição da legenda deve estar dentro do quadro para desenho de tal

forma que contenha a identificação do desenho (número de registro, título,

origem, etc.); deve estar situado no canto inferior direito, tanto nas folhas

posicionadas horizontalmente como verticalmente. Fig.25.

Figura 25 - folha vertical e horizontal

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8. PERSPECTIVAS.

Perspectiva é uma vista única que mostra três faces de um objeto (largura

comprimento e profundidade). É uma representação mais ilustrativa do que

técnica, sendo muito utilizada para que leigos em DTA possam visualizar a

peça como ela é.

8.1 TIPOS DE PERSPECTIVAS

8.1.1 Perspectivas Paralelas

Isométrica Simplificada (1), Isométrica Real (2), Dimétrica, Trimétrica, Cavaleira

(3)~pm

Figura 26 – Perspectiva Isométrica (real), Projeções ortogonais (em VNS) e Perspectiva Isométrica simplificada.

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Figura 27 - Perspectiva cavalera

Obs.: as perspectivas mais usuais em mecânica são as do tipo (1), (2) e (3).

8.2 Eixos

Perspectivas feitas por técnicos, normalmente as usadas como desenho

de fabricação, pretendem mostrar as faces que tem o maior número de

detalhes. Essa escolha das faces, em geral, coincide com a seleção das vistas

feitas para o desenho em vistas ortográficas.

Há quatro posições básicas para os eixos isométricos:

Figura 28

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8.3 PERSPECTIVA ISOMÉTRICA REAL

A perspectiva isométrica real é o desenho que mais se aproxima da

realidade devido a suas reduções (x 0.81) sobre os três eixos (x, y e z) e a

disposição dos eixos x e y com ângulo de 30º em relação à linha imaginária

horizontal.

OBJETIVOS:

Fazer desenho em Perspectiva Isométrica Real de objetos quaisquer,

inclusive sólidos de revolução, a partir de modelo real ou de desenho em VNS.

Exemplo:

Figura 29

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8.3.1 SEQUÊNCIA PARA EXECUÇÃO DE UMA PERSPECTIVA

ISOMÉTRICA REAL

Use linhas fracas até

o item seis (6).

1. Escolher a posição

da peça;

2. Marcar um ponto e

traçar os eixos

isométricos;

3. Marcar as cotas

totais sobre os eixos e

multiplicar por 0.81;

4. Construir a caixa;

5. Apagar os

excessos;

6. Marcar, construir,

apagar excessos e

completar as linhas

faltantes de cada

Detalhe (primeiro os

mais profundos)

(Daqui em diante, traçado definitivo).

7 – Traçar linhas de centro e de simetria que puder;

8 – Traçar furos e/ou arcos (usar gabarito de elipses);

9 – Traçar retas 30º à direita (de cima pra baixo);

10 – Traçar retas 30º à esquerda (idem);

11 – Traçar as retas verticais (da esquerda pra direita);

12 – Traçar retas com outras inclinações;

13 – Completar linhas faltantes (centro, simetria).

Figura 30

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8.3.2 MÉTODO PARA CRIAÇÃO DE FALSA ELIPSE

Quando não se dispõe de gabarito de elipses, ou de diâmetros maiores

do que do seu gabarito, pode-se construir falsa elipse completa ou parcial,

segundo o método abaixo:

Elipse completa: traçar as linhas de centro; marcar e traçar losango

(lado = ø do furo); traçar perpendiculares a partir do centro de cada lado

(determinando os centros de R e r); traçar R e r, formando a falsa elipse.

Figura 31

Elipses parciais (raios de arredondamento): traçar as tangentes (linhas

de construção); marcar os raios* (da peça); traçar as perpendiculares

determinando o centro de R e/ou r; traçar R e/ou r; a falsa elipse parcial.

Figura 32

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8.4 VISTAS NECESSÁRIAS E SUFICIENTES (VNS)

É a avaliação que o desenhista faz quanto a real necessidade da

quantidade de vistas a serem exibidas para um entendimento completo e sem

prejuízo de interpretação da peça desenhada.

8.4.1 Escolha das Vistas

Vista Principal

A vista mais importante de uma peça deve ser utilizada como vista

frontal ou principal. Geralmente esta vista representa a peça na sua posição de

utilização.

Outras Vistas

Quando outras vistas forem necessárias, inclusive cortes e/ou seções, elas

devem ser selecionadas conforme os seguintes critérios:

a) usar o menor número de vistas;

b) evitar repetição de detalhes;

c) evitar linhas tracejadas desnecessárias.

Determinação do número de vistas

VNS 3: Utilizada quando somente as três vistas satisfazem ao conceito VNS.

Figura 33

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VNS 2: Utilizada quando duas vistas já satisfazem ao conceito de VNS.

Figura 34

VNS 1: Utilizada quando apenas uma vista já satisfaz ao conceito de VNS.

Figura 35

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8.5 EXERCÍCIOS:

Realize um esboço em perspectiva isométrica simplificada a partir do

desenho proposto em projeções ortogonais.

Figura 36

Realize um esboço (com auxilio de instrumentos) em perspectiva

isométrica real a partir do desenho propostos.

Figura 37

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9. ESCALAS EM DTA

9.1 ESCALA

É a relação entre as dimensões lineares do desenho original e as

dimensões reais do objeto.

Logo

E= desenho/objeto

Existem três tipos de escalas, que são:

Escala natural:

Quando o desenho é do mesmo tamanho do objeto. E = 1:1

Escala de ampliação:

Quando o desenho é maior do que o objeto, ou seja, a relação é maior do

que 1:1. Escalas recomendadas: 2:1, 5:1, 10:1, e múltiplos de 10.

Escala de redução:

Quando o desenho é menor que o objeto, ou seja, a relação é menor que

1:1. Escalas recomendadas: 1:2, 1:5, 1:10,... e múltiplos de 10.

Obs.:

O valor numérico da cota será sempre a dimensão real do objeto, para

quaisquer das escalas utilizadas, ou para qualquer tipo de desenho cotado

(esboço, definitivo, perspectiva).

9.2 INSCRIÇÃO

A escala usada no desenho deve estar inscrita na legenda, na forma:

Escala 1:1, ou: Escala x:1 ; ou Escala 1:x.

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Se for usada mais de uma escala no desenho, só a principal deve constar

na legenda. As demais escalas devem estar inscritas junto à identificação das

vistas, cortes ou detalhes a que se referem.

9.3 ESCOLHA DA ESCALA A SER UTILIZADA

A escolha da escala adequada depende de alguns fatores que podem

atuar isolada ou conjuntamente:

• Tamanho do objeto: objetos muito grandes terão desenhos reduzidos e os

muito pequenos, ampliados – independentemente de outros fatores. Por

exemplo, por menor que seja uma casa, seu desenho será feito com uma

escala de redução;

• Grau de complexidade do objeto: por exemplo, é possível que três peças

com as mesmas dimensões totais e de desenhos com as mesmas finalidades

(por exemplo: desenho de fabricação), necessitem de escalas diferentes por

terem, cada uma, número de detalhes (e de cotas) muito diferentes;

• Finalidade de representação: um desenho de montagem e outro de

acionamentos (operação) de uma mesma máquina. Ou ainda, um mapa do

Estado de São Paulo mostrando a localização das cidades e estradas e outro

de uma cidade mostrando as ruas.

Em todo caso, a escala selecionada deve permitir uma interpretação fácil e

clara da informação representada e pretendida.

9.4 Formato da folha

As dimensões do objeto, o número de vistas (VNS) e a(s) escala(s)

utilizada(s), determinarão a área necessária para o desenho, ou seja, o formato

da folha (A4, A3,... A0, 2 A0, ... ).

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9.5 EXEMPLOS DE ESCALA

Exemplo de escala de ampliação.

Figura 38

Page 48: Apostila de Desenho Vol. 1

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Exemplo de escala natural com ampliação de detalhe.

Figura 39

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Exemplo de escala de redução.

Figura 40

9.6 EXERCÍCIOS

Realizar desenho em escala de ampliação a partir de modelo real.

Realizar desenho em escala de redução a partir de modelo real.

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10. CORTES E SEÇÕES

10.1 Cortes

Se o objeto a ser desenhado é simples e não tem detalhes internos (a não

serem furos passantes de seção constante), em geral, ele pode ser

representado com clareza por uma ou por mais vistas externas, conforme

necessidade, como representado na fig. 39.

Figura 41

Quando, porém, o objeto se

torna mais complexo (furos com seção

variável, furos cegos, cavidades

irregulares, detalhes externos no meio

da peça não passante ou de seção

variável) ou ainda quando diversas

peças aparecem montadas em partes

internas formando um conjunto, a

tentativa de representar isso numa vista

externa tornaria a leitura do desenho

difícil (ou impossível em alguns casos)

devido aos diversos contornos e

Figura 42

Page 51: Apostila de Desenho Vol. 1

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arestas não visíveis (que resultam no desenho em linhas tracejadas). Nesses

casos aplicam-se um ou mais CORTES que, além de ESCLARECER melhor a

forma, facilita a cotagem ou a indicação dos detalhes, como na figura 40.

10.1.1 PLANO DE CORTE

CORTE ou VISTA em CORTE é a representação em projeção ortogonal

de um objeto ou peça onde uma de suas partes foi cortada e removida e

deixando visível a parte interior. Isso é feito através da passagem de um ou

mais planos de corte (planos secantes imaginários).

As superfícies criadas pela interseção desses planos com a peça são

diferenciadas das demais por terem no seu interior linhas de HACHURAS. As

linhas que delimitam essas superfícies são chamadas de LINHAS de

CONTORNO de CORTE e são ótimas para cotar.

Figura 43

O plano de corte é representado por linha estreita traço-ponto em toda

extensão por onde passou o corte exceto nas extremidades e nos desvios

(quando houver dois ou mais planos). As extremidades e os desvios serão

representados por linha larga traço-ponto. O sentido de visada deve ser

mostrado por seta cuja ponta se apoia no plano de corte perpendicularmente.

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Nas setas e nos desvios do PLANO DE CORTE devem aparecer letras

maiúsculas (A, B, C...) uma letra repetida para cada corte (fig. 42). Essa

mesma letra identificará a vista cortada: A-A; B-B; C-C, etc.

Figura 44 - linhas de corte

10.1.2 QUANTIDADE DE CORTES

O desenho de um objeto pode incluir um ou mais cortes e/ou seções de

vários tipos, conforme o que for necessário para a CLAREZA da representação

e cotagem e/ou indicação.

Observação: O conhecimento e uso adequados de todos os tipos de

cortes e seções, em geral, diminui o número de vistas necessárias do desenho.

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10.1.3 TIPOS DE CORTE

10.1.3.1 CORTE TOTAL

É um corte onde um único plano de corte atravessa inteiramente o

objeto, mostrando uma projeção completa em corte.

Figura 45 - CORTE TOTAL

Page 54: Apostila de Desenho Vol. 1

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Figura 46 - CORTE TOTAL

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10.1.3.2 OMISSÃO DE CORTE

Omitir significa: deixar de fazer, dizer ou escrever, não mencionar.

Omissão de corte: Não se cortam (e não se hachuram) diversos

elementos de máquinas ou ainda algumas partes de peças, mesmo que o

plano de corte passe sobre os mesmos. Vejam os exemplos:

Figura 48 – Omissão de corte (Pino)

Figura 48 - Omissão de corte (rebite)

Figura 50 - Omissão de corte

Fixação por parafuso

Figura 50 - Omissão de corte

Eixo, engrenagem e chaveta.

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10.1.3.3 COTE PARCIAL

É um tipo de corte aplicado só em parte(s) da vista. Isto é, o plano de

corte penetra só parcialmente no objeto, como mostra a fig.49.

Figura 51 - Corte parcial (Eixo)

10.1.3.4 MEIO-CORTE

Um tipo de corte onde metade da vista é cortada e outra metade é

desenhada em vista externa (fig.50).

Figura 52 - meio corte

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Repare que a parte superior é

desenhada normalmente e o

corte é aplicado apenas na parte

de baixo.

Figura 53 - Projeção Meio corte

10.1.3.5 DETALHE AMPLIADO

Em casos onde a escala usada no desenho não permitir representar ou

cotar com clareza um elemento menor da vista, pode-se ampliar esse detalhe

envolvendo-o com um círculo de linha fina (estreita) e identificando-o com uma

letra maiúscula. O detalhe é então desenhado separadamente em escala

maior, acompanhado da mesma identificação (a nova escala deve ser inscrita

em seguida e entre parênteses). Pode ser aplicado uma ou mais vezes no

mesmo desenho, em vista externa ou corte. Seu uso adequado pode significar

mais clareza e economia.

Page 58: Apostila de Desenho Vol. 1

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Figura 54- DETALHE AMPLIADO

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10.1.3.6 CORTES COM DESVIOS

É um corte com dois ou mais planos de corte paralelos ligados entre si

por planos de desvios, com objetivo de mostrar detalhes não alinhados do

objeto.

Figura 55- CORTE COM DESVIO

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10.1.3.7 CORTE AUXILIAR

Corte Auxiliar é um corte aplicado num

plano auxiliar de projeção, com o objetivo de

representar, em verdadeira grandeza, algum

detalhe interno do objeto, inclinado em relação

às faces principais do mesmo (fig.56).

Figura 57 - Desenho final da peça em VNS

Figura 56 - CORTE AUXILIAR

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10.2 DIFERENÇA ENTRE CORTE E SEÇÃO

No corte aparecem a superfície hachurada (intersecção do plano secante

com o objeto) e a superfície em branco referente à parte do objeto que

eventualmente possa ser vista, situada além desse plano (não hachurada).

Na seção aparece tão somente a superfície hachurada.

Figura 58- Corte e Seção

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10.3 SEÇÕES

10.3.1 Tipos de seção

Há quatro tipos de seção. Classificada conforme onde é feito seu

rebatimento:

Figura 59 - Seção rebatida sobre a vista

Figura 60 - Seção rebatida entre a vista

Figura 61 - Seção rebatida ao lado da vista

Figura 62 - Seção rebatida em qualquer parte do desenho

Page 63: Apostila de Desenho Vol. 1

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10.3.2 INDICAÇÃO DO PLANO DE CORTE E IDENTIFICAÇÃO DA SEÇÃO

Nos três primeiros casos anteriores não são necessárias (no 3º caso

apenas uma linha estreita traço-ponto ligando a seção à vista da qual foi

retirada).

Já no ultimo caso, isso é necessário. Completo, se houver outro(s) corte(s)

e/ou seções. Parcial, se for à única vista secional. Ainda no ultimo caso as

setas no plano de corte serão necessárias se a seção não for simétrica.

Aplicações não recomendáveis.

Aplicação recomendável

Figura 63

Figura 64

Page 64: Apostila de Desenho Vol. 1

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Figura 65

Page 65: Apostila de Desenho Vol. 1

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10.3.2.1 CORTE X SEÇÃO

Algumas vezes o CORTE e a SEÇÃO, num determinado plano de corte,

são idênticos. Nesse caso, o uso de um ou de outro é indiferente.

Na maioria das vezes, porém, eles resultam em vistas diferentes. Então,

o que usar?

Seção:

Usar SEÇÃO, por economia, quando no corte vão aparecer outras linhas

referentes a detalhes posteriores ao plano secante e que já foram

suficientemente esclarecidos em outra(s) vista(s) e que no momento não

interessa.

Ainda podemos usar SEÇÃO no lugar de corte por clareza, porque além

daquelas linhas darem trabalho, podem atrapalhar a representação e dificultar

a cotagem.

Corte:

Usar CORTE quando os detalhes posteriores ao plano de corte são

oportunos e necessários (representação e cotagem dos mesmos) ou ainda

quando a seção resulte numa vista prejudicada (por exemplo, detalhes

passantes radiais num eixo).

Conclusão

Devemos usar o melhor em cada situação: podemos usar CORTES e/ou

SEÇÕES quais e quantos forem necessários à CLAREZA do desenho. Não se

esquecer de indicá-los e identificá-los corretamente (por exemplo, A-A ; B-B; C-

C; etc.).

Page 66: Apostila de Desenho Vol. 1

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11. ELEMENTOS DE MÁQUINAS

São os componentes que constitui as partes de uma máquina. Os

elementos de máquinas podem ser classificados em grupos conforme sua

função. Dentre os vários elementos de máquinas existentes, iremos estudar as

representações para o DTA dos elementos de vedação, fixação, transmissão e

apoio.

11.1 ELEMENTOS DE VEDAÇÃO

Um sistema de vedação é constituído por elementos mecânicos que

impedem o escape de fluido de um ambiente fechado e evitam que esse

ambiente seja contaminado por agentes externos e haja vazamentos. Sua

representação nem sempre fica clara, por isso estaremos tratando desse

assunto aqui como: juntas, retentores, anéis de borracha, gaxetas e selos

mecânicos.

11.1.1 JUNTAS

As juntas são vedações aplicadas nas junções fixas, de maneira direta

ou por elementos intermediários, e podem ser de borracha, teflon, amianto,

papelão e metálica.

Figura 66 - TIPOS DE JUNTAS

Page 67: Apostila de Desenho Vol. 1

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REPRESENTAÇÃO DE JUNTAS EM DTA.

Figura 67 - Representação de juntas

11.1.2 RETENTORES

O vedador de lábio, também

conhecido pelo nome de retentor, é

composto essencialmente por uma

membrana elastomérica em forma de

lábio, por uma parte estrutural metálica

que permite sua fixação na posição correta

de trabalho e por uma mola de tração.

Figura 68 - Retentores

Figura 69 - Exemplo de montagem do retentor entre eixo e mancal

Page 68: Apostila de Desenho Vol. 1

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REREPRESENTAÇÃO EM DTA.

Figura 70

ELEMENTOS DE UM RETENTOR

Figura 71 - Componentes do retentor

Tipos de perfis de retentores

Page 69: Apostila de Desenho Vol. 1

PROF. ANDRÉ BATISTA DE ALMEIDA

CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 68

11.1.3 ANÉIS DE BORRACHA (O’RING)

Esses anéis são guarnições confeccionadas

em borracha sintética e podem ser empregados para

a vedação de fluidos entre superfícies fixas (estático)

ou móveis (dinâmicos). O funcionamento dessas

guarnições se baseia na deformação que elas

sofrem após a montagem em uma sede com

dimensão inferior à da guarnição. A deformação do

anel cria uma ação de vedação, mesmo se o fluido

não estiver sobre pressão.

Representação em DTA.

Figura 73 - Exemplo de montagem

Figura 72

Page 70: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 69

11.1.4 GAXETAS

Gaxetas são elementos mecânicos utilizados para vedar a passagem de

um fluxo de fluido de um local para outro, de forma total ou parcial. Os

materiais usados na fabricação de gaxetas são: algodão, juta, asbesto

(amianto), nylon, teflon, borracha, alumínio, latão e cobre. Esses materiais são

aglutinados a outros, tais como: óleo, sebo, graxa, silicone, grafite, mica, etc.

Em algumas

situações, o fluxo de

fluido não deve ser

totalmente vedado,

pois é necessária

uma passagem

mínima de fluido com

a finalidade de

auxiliar a lubrificação

entre o eixo rotativo e

a própria gaxeta. A

este tipo de trabalho

dá-se o nome de restringimento.

O restringimento é aplicado, por exemplo, quando se trabalha com

bomba centrífuga de alta velocidade, como na fig74.

Figura 74 - Exemplo de montagem

Figura 75 - Gaxeta grafitada

Page 71: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 70

Desenhos e Representação em DTA

Figura 76

Page 72: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 71

11.1.5 SELOS MECÂNICOS

Em uma bomba centrífuga assim como nos outros

equipamentos o selo mecânico tem a função de promover a

selagem, com o propósito de evitar que o fluido seja emitido

para o meio externo (atmosfera).

Os selos mecânicos podem

ser aplicados na maioria dos

casos, pois possuem muitas

vantagens em relação às gaxetas.

Além disso, são indicados para

casos onde os retentores

convencionais não podem ser

aplicados, especialmente em casos

de alta pressão, temperatura,

velocidade e presenças de sólidos

em suspensão.

Figura 80 - forma de montagem Figura 80 - Desenho Representativo em DTA

Figura 80 Figura 80

Page 73: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 72

11.2 ELEMENTOS DE FIXAÇÃO

São elementos destinados à união de peças, chapas e outros elementos

de máquinas.

11.2.1 PARAFUSOS

11.2.1.1 TIPOS DE CABEÇAS E FENDAS DE PARAFUSOS

O parafuso é formado por um corpo cilíndrico roscado e por uma cabeça

que pode ser hexagonal, sextavada, quadrada ou redonda.

Em mecânica, ele é empregado para unir e manter juntas as peças de

máquinas, geralmente formando conjuntos com porcas e arruelas, pode ser

montadas e desmontadas facilmente, bastando apertar e desapertar os

parafusos que as mantêm unidas.

Os parafusos se diferenciam pela forma da rosca, da cabeça, da haste e

do tipo de acionamento. Sendo que o tipo de acionamento está relacionado

com o tipo de cabeça do parafuso. Podemos observar essas caracteristicas na

figura 82 na próxima página.

Os parafusos possuem basicamente 3 partes:

Figura 81 – partes de um parafuso

Page 74: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 73

11.2.1.2 CORPO DE PARAFUSO

O corpo de um parafuso pode ser cilíndrico ou cônico, totalmente

roscado ou parcialmente roscado, com ou sem cabeça.

Figura 82 - tipos de cabeças e fendas de acionamento

Page 75: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 74

11.2.1.3 EXTREMIDADE (PONTA)

Existem diversos tipos de

extremidades em parafusos.

A figura ao lado mostra algumas

das representações: chanfrada, boleada e

triangular.

11.2.1.4 Tipos de montagem

PASSANTES

Esses parafusos atravessam de lado a lado as peças a serem unidas,

passando livremente nos furos.

Dependendo do serviço, esses parafusos, além das porcas, utilizam

arruelas e contraporcas como acessórios.

Os parafusos passantes apresentam-se com cabeça ou sem cabeça.

NÃO-PASSANTES

São parafusos que

não utilizam porcas. O

papel de porca é

desempenhado pelo furo

roscado, feito numa das peças a ser unida.

Page 76: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 75

Para se obter um furo roscado deve-se furar a peça um uma broca

pouco menor que o diametro do parafuso e utilizar uma ferramenta de

rosqueamento chamado “macho”, conseguindo dessa forma uma montagem.

Figura 83- processo de rosqueamento e montagem mecânica

11.2.1.5 ROSCAS

Rosca é uma saliência de perfil constante, helicoidal, que se desenvolve

de forma uniforme, externa ou internamente, ao redor de uma superfície

cilíndrica ou cônica. Essa saliência é denominada filete.

Page 77: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 76

Podem ser:

Internas (interior de porcas);

Externas (corpo de parafusos).

Permitem a união e desmontagem

de peças.

Permitem movimento de peças.

11.2.1.6 TIPOS DE ROSCAS

De acordo com o filete e suas aplicações:

Page 78: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 77

11.2.1.7 SENTIDO DE ROTAÇÃO DAS ROSCAS

À esquerda: Quando, ao avançar, gira em sentido contrário ao dos

ponteiros do relógio (sentido de aperto à esquerda).

À direita: Quando, ao avançar, gira no sentido dos ponteiros do relógio

(sentido de aperto à direita).

11.2.1.8 NOMENCLATURA DA ROSCA

Independentemente da sua aplicação, as roscas têm os mesmos

elementos, variando apenas os formatos e dimensões.

Direita – Sentido horário

Esquerda – Sentido anti-horário

Page 79: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 78

11.2.1.9 PROCEDIMENTO PARA MEDIÇÃO DE ROSCAS

Nem sempre os parafusos usados nas máquinas são padronizados

(normalizados) e, muitas vezes, não se encontra o tipo de parafuso desejado

no comércio.

Nesse caso, é necessário que a própria empresa faça os parafusos.

Para isso é preciso pôr em prática alguns conhecimentos, como saber

identificar o tipo de rosca do parafuso e calcular suas dimensões.

O primeiro procedimento para verificar

os tipos de roscas consiste na medição do

passo da rosca.

Para obter essa medida podemos usar

pente de rosca, escala ou paquímetro.

Esses instrumentos são chamados

verificadores de roscas e fornecem a medida

do passo em milímetro ou em filetes por polegada e, também, a medida do

ângulo dos filetes (pente de roscas).

As roscas de perfil triangular são fabricadas segundo três sistemas

normalizados: o sistema métrico ou internacional (ISO), o sistema inglês ou

whitworth e o sistema americano (UNS).

No sistema métrico, as medidas das roscas são

determinadas em milímetros.

Os filetes têm forma triangular, ângulo de 60º, crista

plana e raiz arredondada.

No sistema whitworth, as medidas são

dadas em polegadas. Nesse sistema, o filete tem a

forma triangular, ângulo de 55º, crista e raiz

arredondadas.

O passo é determinado dividindo-se uma

Page 80: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 79

polegada pelo número de filetes contidos em uma polegada.

No sistema americano, as medidas são expressas em polegadas. O

filete tem a forma triangular, ângulo de 60º, crista plana e raiz arredondada.

Nos três sistemas, as roscas são fabricadas em dois padrões: normal e

fina.

A rosca normal tem menor número de filetes por polegada que a rosca

fina.

No sistema whitworth, a rosca normal é caracterizada pela sigla BSW

(British standard whitworth - padrão britânico para roscas normais). Nesse

mesmo sistema, a rosca fina é caracterizada pela sigla BSF (British standard

fine - padrão britânico para roscas finas).

No sistema americano, a rosca normal é caracterizada pela sigla NC

(national coarse) e a rosca fina pela sigla NF (national fine).

11.2.1.10 TIPOS DE ROSCA E REPRESENTAÇÃO

Representação Simplificada das Partes Roscadas Este método independe do tipo de rosca

Page 81: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 80

11.2.1.11 PARAFUSO CABEÇA SEXTAVADA

Esse tipo de parafuso é utilizado em uniões em que se necessita de um

forte aperto. A chave usada é a chave de boca ou estria.

Em desenho técnico, este parafuso é representado da seguinte forma:

11.2.1.12 PARAFUSO ALLEN

É utilizado em uniões que exigem um bom aperto, em locais onde o

manuseio de ferramentas é difícil devido à falta de espaço.

Page 82: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 81

Em desenho técnico, este parafuso é representado da seguinte forma:

11.2.1.13 PARAFUSO ALLEM SEM CABEÇA

É utilizado para travar elementos de máquinas, (acoplamentos, polias).

Em desenho técnico, este parafuso é representado da seguinte forma:

Page 83: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 82

11.2.1.14 PARAFUSOS DE PRESSÃO

Esses parafusos são fixados por meio de pressão. A pressão é exercida

pelas pontas dos parafusos contra a peça a ser fixada.

Os parafusos de pressão podem apresentar cabeça ou não.

11.2.1.15 PARAFUSO PRISIONEIRO

São parafusos sem cabeça com rosca

em ambas as extremidades.

O parafuso prisioneiro é empregado

quando se necessita montar e desmontar a

porca sem o parafuso a intervalos frequentes.

Em tais situações, o uso de outros tipos de

parafusos acaba danificando a rosca. Essas

roscas podem ter sentido oposto.

Page 84: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 83

Em desenho técnico, o prisioneiro é representado da seguinte forma:

Para usar o parafuso prisioneiro, introduz-se uma das pontas no furo

roscado da peça e, com auxílio de uma ferramenta especial, aperta-se essa

peça. Em seguida aperta-se a segunda peça com uma porca e arruelas presas

à extremidade livre do prisioneiro. Este permanece no lugar quando as peças

são desmontadas.

Page 85: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 84

11.2.1.16 PARAFUSO CABEÇA ESCAREADA CHATA COM

FENDA

É muito empregado em montagens que não sofrem grandes esforços e

onde a cabeça do parafuso não pode exceder a superfície da peça.

Em desenho técnico, este parafuso é representado da seguinte forma:

Page 86: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 85

11.2.1.17 PARAFUSO DE CABEÇA ESCAREADA

BOLEADA COM FENDA

É utilizado na união de elementos cujas espessuras sejam finas e

quando é necessário que a cabeça do parafuso fique embutida no elemento.

Permitem um bom acabamento na superfície.

Em desenho técnico, este parafuso é representado da seguinte forma:

Page 87: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 86

11.2.1.18 PARAFUSO DE CABEÇA REDONDA COM FENDA

É também muito empregado em montagens que não sofrem grandes

esforços, possibilitando melhor acabamento na superfície das montagens.

Em desenho técnico, este parafuso é representado da seguinte forma:

Page 88: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 87

11.2.1.19 PARAFUSO CABEÇA CILÍNDRICA BOLEADA

COM FENDA

É utilizado na fixação de elementos nos quais existe a possibilidade de

se fazer um encaixe profundo para a cabeça do parafuso, e a necessidade de

um bom acabamento na superfície dos componentes.

Em desenho técnico, este parafuso é representado da seguinte forma:

Page 89: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 88

11.2.1.20 PARAFUSOS COM ROSCA SOBERBA PARA

MADEIRA

São vários os tipos de parafusos para madeira.

Page 90: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 89

11.2.2 PORCAS

É uma peça de forma prismática ou

cilíndrica geralmente metálica, com um furo

roscado no qual se encaixa a um parafuso, ou

uma barra roscada. Em conjunto com um

parafuso, a porca é um acessório amplamente

utilizado na união de peças.

11.2.2.1 TIPOS DE PORCA, REPRESENTAÇÃO EM DTA.

Figura 84 - TIPOS DE PORCA

Page 91: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 90

11.2.2.2 PORCA SEXTAVADA COM RANHURAS PARA

CUPILHAS

Porca sextavada com seis entalhes radiais, coincidentes dois a dois, que

se alinham com um furo no parafuso, de modo que uma cupilha possa ser

passada para travar a porca.

Veja como fica esse tipo de porca com o emprego da cupilha.

Ilustração

Desenho Técnico

Page 92: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 91

11.2.2.3 PORCAS DE APERTO MANUAL

A porca borboleta tem saliências parecidas com asas para proporcionar

o aperto manual. Geralmente fabricada em aço ou latão, esse tipo de porca é

empregado quando a montagem e a desmontagem das peças são necessárias

e frequentes.

Aplicações da porca borboleta e da porca recartilhada.

11.2.2.4 PORCA CEGA

Nesse tipo de porca, uma das extremidades do furo rosqueado é

encoberta, ocultando a ponta do parafuso.

A porca cega pode ser feita de aço ou latão, é geralmente cromada e

possibilita um acabamento de boa aparência.

Desenho Técnico Ilustração

Desenho Técnico Ilustração

Page 93: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 92

11.2.2.5 PORCA SEXTAVADA TRAVANTE

A porca sextavada travante Parlock é um fixador utilizado em montagens

onde se exige segurança e confiabilidade, ou seja, em uniões roscadas sujeitas

à interferência com vibrações, oscilações, envelhecimento natural, etc.

11.2.2.6 PORCAS PARA AJUSTE AXIAL

As porcas de fixação KM e KML possuem quatro ou oito rasgos

igualmente espaçados ao redor do diâmetro externo para receber chaves de

gancho ou de impacto.

As porcas KM são presas com uma arruela de segurança do tipo MB, e

as porcas KML com uma presilha.

Porca KM

Page 94: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 93

Ferramentas e aplicações

Chaves

Aplicação

Page 95: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 94

11.2.3 ARRUELAS

São peças cilíndricas, de pouca espessura, com um furo no centro, pelo

qual passa o corpo do parafuso.

11.2.3.1 ARRUELA LISA

Além de distribuir igualmente o aperto, a arruela lisa tem, também, a

função de melhorar os aspectos do conjunto. A arruela lisa por não ter trava é

aplicada em órgãos de máquinas que sofrem pequenas vibrações.

11.2.3.2 ARRUELA DE PRESSÃO

É utilizada na montagem de conjuntos mecânicos, submetidos a grandes

esforços e grandes vibrações. A arruela de pressão funciona, também, como

elemento de trava, evitando o afrouxamento do parafuso e da porca. É ainda,

muito empregada em equipamentos que sofrem variação de temperatura.

Ilustração Desenho Técnico

Ilustração Desenho Técnico

Page 96: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 95

11.2.3.3 ARRUELA DENTADA

Muito empregada em equipamentos sujeitos a grandes vibrações, mas

com pequenos esforços, como eletrodomésticos, painéis automotivos,

equipamentos de refrigeração, etc.. O travamento se dá entre o conjunto

parafuso / porca. Os dentes inclinados das arruelas formam uma mola quando

são pressionadas e se encravam na cabeça do parafuso.

11.2.3.4 ARRUELA SERRILHADA

Este tipo de arruela tem basicamente as mesmas funções da arruela

dentada. Apenas suportam esforços um pouco maiores. É usada nos mesmos

tipos de trabalho que a arruela dentada.

Ilustração Desenho Técnico

Ilustração Desenho Técnico

Page 97: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 96

11.2.3.5 ARRUELA ONDULADA

A arruela ondulada não tem cantos vivos. É indicada, especialmente,

para superfícies pintadas, evitando danificação do acabamento.

É adequada para equipamentos que possuem acabamento externo

constituído de chapas finas

11.2.3.6 ARRUELA DE TRAVAMENTO COM ORELHA

Utiliza-se esta arruela dobrando-se a orelha sobre um canto vivo da

peça. Em seguida, dobra-se uma aba da orelha envolvendo um dos lados

chanfrados do conjunto porca/parafuso.

Ilustração Desenho Técnico

Ilustração Desenho Técnico

Page 98: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 97

11.2.3.7 ARRUELA PARA PERFILADOS

É uma arruela muito utilizada em montagens que envolvem cantoneiras

ou perfis em ângulo. Devido ao seu formato de fabricação, este tipo de arruela

compensa os ângulos e deixa perfeitamente paralelas as superfícies a serem

parafusadas.

11.2.3.8 OUTROS TIPOS DE ARRUELAS

Arruelas com aplicações específicas.

Ilustração Desenho Técnico

Page 99: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 98

11.2.3.9 REBITES

Os rebites são peças fabricadas em

aço, alumínio, cobre ou latão. Unem

rigidamente peças ou chapas, principalmente,

em estruturas metálicas, de reservatórios,

caldeiras, máquinas, navios, aviões, veículos

de transporte e treliças.

Page 100: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 99

11.2.3.10 ANEL ELASTICO

É um elemento usado em eixos ou

furos, tendo como principais funções:

Evitar deslocamento axial de

peças ou componentes.

Posicionar ou limitar o curso de

uma peça ou conjunto deslizante

sobre o eixo.

Esse elemento é conhecido também como anel de retenção, de trava ou

de segurança.

Principais áreas de utilização.

Page 101: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 100

11.2.3.11 ANEL ELÁSTICO “E”

Aplicação: Trabalha externamente.

Para eixos com diâmetro entre 4 mm e 1000 mm.

11.2.3.12 ANEL ELÁSTICO “I”

Aplicação: Trabalha internamente.

Para furos com diâmetro entre 9,5 mm e 100 mm.

Page 102: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 101

11.2.3.13 ANEL ELÁSTICO RS

Aplicação: Trabalha externamente.

Para eixos com diâmetro entre 8 mm e 24 mm.

Norma DIN 6799.

11.2.3.14 ANEL ELÁSTICO RS

Aplicação: Para rolamentos.

Para eixos com diâmetro entre 4 mm e 390 mm.

Page 103: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 102

11.2.4 PINOS

É uma peça geralmente cilíndrica ou cônica, oca ou maciça que serve

para alinhamento, fixação e transmissão de potência.

Os pinos se diferenciam por suas características de utilização, forma,

tolerâncias dimensionais, acabamento superficial, material e tratamento

térmico.

Os

pinos

são

usados

em

junções

resistentes a vibrações. Há vários tipos de pino, segundo sua função.

Page 104: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 103

11.2.4.1 PINO CILÍNDRICO PARALELO

É feito de aço-prata ou similar e

é temperado, revenido e retificado.

Pode resistir a grandes esforços

transversais e é usado em diversas

montagens, geralmente associado a

parafusos e prisioneiros.

11.2.4.2 PINO CILÍNDRICO PARALELO

Pode ser liso, liso com furo para cupilha, com cabeça e furo para

cupilha, com cabeça provida de ressalto para evitar o giro, com ponta roscada

e cabeça.

Todos os pinos que apresentam furo ou rosca são usados como eixo

para articulações ou para suportar rodas, polias, cabos, etc.

A precisão destes pinos é j6, m6 ou h8.

11.2.4.3 PINO DE SEGURANÇA

É usado principalmente em máquinas-ferramentas como pino de

cisalhamento, isto é, em caso de sobrecarga esse pino se rompe para que não

quebre um componente de maior importância.

Page 105: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 104

11.2.4.4 PINO DE UNIÃO

Tem funções secundárias como em dobradiças para caixas metálicas e

móveis.

11.2.4.5 PINO CÔNICO

Feito geralmente de aço-prata, é temperado ou não e retificado.

Tem por diâmetro nominal o diâmetro menor, para que se use a broca

com essa medida antes de calibrar com alargador.

Existem pinos cônicos com extremidade

roscada a fim de mantê-los fixos em casos de

vibrações ou sacá-los em furos cegos.

Aplicação: O pino cônico tem largo

emprego na construção de máquinas, pois

permite muitas desmontagens sem prejudicar o

alinhamento dos componentes; além do que é

possível compensar eventual desgaste ou

alargamento do furo.

Page 106: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 105

11.2.4.6 PINO ESTRIADO OU CAVILHA

É uma peça cilíndrica, fabricada em aço, cuja superfície externa recebe

três entalhes que formam ressaltos. A forma e o comprimento dos entalhes

determinam os tipos de cavilha. Sua fixação é feita diretamente no furo aberto

por broca, dispensando-se o acabamento e a precisão do furo alargado.

11.2.4.7 PINO TUBULAR FENDIDO

Também conhecido como pino elástico, é fabricado de fita de aço para

mola enrolada. Quando introduzido, a fenda permanece aberta e elástica

gerando o aperto.

Este elemento tem grande emprego como pino de fixação, pino de ajuste

e pino de segurança. Seu uso dispensa o furo alargado.

Page 107: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 106

11.2.4.8 PINO ELÁSTICO CONNEX

Há um pino elástico especial chamado Connex, com fenda ondulada

cujos cantos estão opostos entre si. Isto proporciona uma força de ajuste maior

em relação ao pino elástico comum.

11.2.4.9 CUPILHA OU CONTRAPINO

Cupilha é um arame de secção semicircular, dobrado de modo a formar

um corpo cilíndrico e uma cabeça.

Sua função principal é a de travar outros elementos de máquinas como

porcas.

Ilustração Desenho Técnico

Aplicações

Page 108: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 107

11.3 ELEMENTOS DE TRANSMISSÃO

11.3.1 EIXO E ARVORES

Eixo é um elemento fixo ou não que suporta rodas dentadas, polias, etc.,

estando sujeito principalmente a esforços de flexão.

Define-se árvore como elemento que gira transmitindo potência e é

submetido principalmente a esforços de torção e flexão.

11.3.1.1 TIPOS DE EIXOS

Quanto ao tipo, os eixos podem ser roscados, ranhurados, estriados,

maciços, vazados, flexíveis, cônicos, cujas características estão descritas a

seguir.

EIXOS MACIÇOS

A maioria dos eixos maciços tem secção transversal circular maciça,

com degraus ou apoios para ajuste das peças montadas sobre eles. A

extremidade do eixo é chanfrada para evitar rebarbas. As arestas são

arredondadas para aliviar a concentração de esforços.

Page 109: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 108

EIXOS VAZADOS

Normalmente, as máquinas-ferramenta possuem o eixo

árvore vazado para facilitar a fixação de peças mais longas para a

usinagem. Temos ainda os eixos vazados empregados nos

motores de avião, por serem mais leves.

EIXOS CÔNICOS

Os eixos cônicos devem ser ajustados a um componente que possua um

furo de encaixe cônico. A parte que se ajusta tem um formato cônico e é

firmemente presa por uma porca. Uma chaveta é utilizada para evitar a rotação

relativa.

Page 110: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 109

EIXOS ROSCADOS

Esse tipo de eixo é composto de rebaixos e furos roscados, o que

permite sua utilização como elemento de transmissão e também como eixo

prolongador é utilizado na fixação de rebolos para retificação interna e de

ferramentas para usinagem de furos.

EIXOS ÁRVORE RANHURADOS

Esse tipo de eixo apresenta uma série de ranhuras longitudinais em

torno de sua circunferência. Essas ranhuras engrenam-se com os sulcos

correspondentes de peças que serão montadas no eixo. Os eixos ranhurados

são utilizados para transmitir grande força.

Page 111: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 110

EIXOS ÁRVORE ESTRIADOS

Assim como os eixos cônicos, como chavetas, caracterizam-se por garantir uma boa concentricidade com boa fixação, os eixos-árvore estriados também são utilizados para evitar rotação relativa em barras de direção de automóveis, alavancas de máquinas etc.

Page 112: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 111

11.3.1.2 TIPOS E CARACTERÍSTICAS DE ÁRVORES

Conforme sua função, uma árvore pode ser de engrenagens (em que

são montados mancais e rolamentos) ou de manivelas, que transforma

movimentos circulares em movimentos retilíneos.

Um caso particular de árvore é a de manivelas que transforma movimentos circulares em movimentos retilíneos, conhecida também como virabrequim.

Figura 86 - ÁRVORE DE ENGRENAGENS Figura 86 - Árvore de Manivela

Page 113: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 112

11.3.2 CHAVETA

Chaveta é um corpo prismático em

geral, retangular ou semicircular, que

pode ter faces paralelas ou inclinadas,

em função da grandeza do esforço e tipo de movimento

que deve transmitir. É construída normalmente de aço.

A união por chaveta é um tipo de união desmontável,

que permite às árvores transmitirem seus movimentos a outros órgãos, tais

como acoplamentos, engrenagens e polias.

A chaveta tem por finalidade ligar dois elementos mecânicos.

Aplicações:

Figura 87 Eixos com chaveta

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11.3.2.1 CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DAS

CHAVETAS

CHAVETA DE CUNHA (ABNT – PB – 121)

Empregada para unir elementos de máquinas que devem girar. Pode ser

com cabeça ou sem cabeça, para facilitar sua montagem e desmontagem. Sua

inclinação é de 1:100, o que permite um ajuste firme entre as partes. O

princípio da transmissão é pela força de atrito entre as faces da chaveta e o

fundo do rasgo dos

elementos, devendo

haver uma pequena folga

nas laterais. Havendo

folga entre os diâmetros

da árvore e do elemento

movido, a inclinação da

chaveta provocará na montagem uma determinada excentricidade, não sendo,

portanto aconselhado o seu emprego em montagens precisas ou de alta

rotação.

Figura 89 - Chaveta de cabeça

Figura 88 - montagem de chaveta com cabeça

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CHAVETA ENCAIXADA (DIN 141, 490 E 6883).

É a chaveta mais comum e sua forma corresponde ao tipo mais simples

de chaveta de cunha. Para facilitar seu emprego, o rasgo da árvore é sempre

mais comprido que a chaveta.

CHAVETA PLANA (DIN 142 E 491)

É similar à chaveta encaixada, tendo, porém, no lugar de um rasgo na

árvore, um rebaixo plano. Sua inclinação é de 1:100 com ou sem cabeça. Seu

emprego é reduzido, pois serve somente para a transmissão de pequenas

forças.

CHAVETA TRANSVERSAL

Aplicada em uniões de órgãos que

transmitem movimentos não só rotativos como

também retilíneos alternativos. Quando é

empregada em uniões permanentes, sua inclinação

varia entre 1:25 e 1:50. Se a união necessita de

montagens e desmontagens frequentes, a inclinação pode ser de 1:6 a 1:15.

CHAVETA PARALELA (DIN 269)

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 116

É normalmente embutida e suas faces são paralelas, sem qualquer

conicidade. O rasgo para o seu alojamento tem o seu comprimento.

As chavetas embutidas nunca têm cabeça e sua precisão de ajuste é

nas laterais, havendo uma pequena folga entre o ponto mais alto da chaveta e

o fundo do rasgo do elemento

conduzido. A transmissão do

movimento e das forças é feita pelo

ajuste de suas faces laterais com as

do rasgo da chaveta.

A chaveta paralela varia quanto à

forma de seus extremos (retos ou

arredondados) e quanto à quantidade

de elementos de fixação à árvore.

Alguns tipos têm rosca em seu corpo para facilitar a desmontagem.

CHAVETA DE DISCO OU MEIA LUA - TIPO WOODRUFF (DIN 496 E 6888)

É uma variante da chaveta paralela, porém recebe esse nome porque sua

forma corresponde a um segmento circular. É comumente empregada em eixos

cônicos por facilitar a montagem e se adaptar à conicidade do fundo do rasgo

do elemento externo.

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11.3.3 ACOPLAMENTOS

Acoplamento é um conjunto

mecânico, constituído de elementos de

máquina, empregado na transmissão

de movimento de rotação entre duas

árvores ou eixo-árvores, ou seja, os

acoplamentos são empregados para

transmitir movimento de rotação de

uma árvore motriz para uma árvore

movida.

Figura 90 =- Acoplamento Rígido

Figura 91 - Acoplamento Luva de compressão

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Figura 93 - Acoplamento Flexível

Figura 92 - Acoplamento Elástico de Garras

Figura 94 - Acoplamento Elástico fita de aço

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11.3.4 ENGRENAGENS

Engrenagens são elementos de máquinas

cuja finalidade é a transmissão de potência entre os

eixos que podem ser paralelos concorrentes ou

reversos. Conforme o acabamento as engrenagens

podem apresentar altos rendimentos nas

transmissões, além de suportar grandes esforços;

são particularmente práticas quando se desejam

variações de velocidades, como no caso dos

câmbios de veículos e caixas de velocidades das

máquinas operatrizes.

.

Quanto à forma externa (sólido básico) as

engrenagens podem ser:

Cilíndricas, cônicas ou hiperboloidais.

Há também duas formas de dentes que

são:

Dentes retos ou de dentes helicoidais.

Figura 96 - cremalheira e pinhão

Figura 95 - Engrenagens Cônicas

- Helicoidal com fuso

- Cilíndricas

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11.3.4.1 Tipos de engrenagens

Figura 97 - Tipos de engrenagens

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Figura 98 - Tipos de engrenagens

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11.3.4.2 Nomenclatura

Num par de engrenagens engrenadas temos uma motora e outra

movida. A de menor dimensão é chamada pinhão e a outra coroa.

Define-se como relação de transmissão i:

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Figura 99 - Motoredutor SEW

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Figura 100 Engrenagem e pinhão de dentes retos

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A TABELA ABAIXO DEVE CONSTAR NO DESENHO DE FABRICAÇÃO

ISO/R 1340-1971

Obs: Para engrenagens cônicas V. ISO/R 1341.

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11.3.4.3 Método de medição dos dentes de uma

engrenagem

Método rápido e eficaz que simplifica a medição dos dentes de uma

engrenagem com independência absoluta do diâmetro exterior.

Fórmula baseada sobre o método da formação da evolvente.

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11.3.4.4 Exemplo de desenho de engrenagem

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11.3.4.5 Exemplo de cálculo de engrenagem

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11.3.4.6 Exercícios

1) Determinar e desenhar o pinhão do par engrenado que tem módulo =

3; relação de transmissão ~ 2,347 e deve ter uma distância entre centros das

rodas de 150±5. A largura dentada da coroa é 38. O pinhão tem furo para eixo

= 22; largura do cubo = 48 e alma = 7. Fazer alívio com alma vazada, furos

redondos.

2) Numa transmissão por engrenagens (ECR), o pinhão tem 19 dentes;

módulo=2,5; largura 30 (no dentado) e gira a 850 rpm.

Calcular e desenhar a coroa, sabendo-se que esta deve girar aprox. a 310 rpm:

tem eixo ø22; largura do cubo=34; espessura da alma=6. Deverá ter um alívio

de peso com alma vazada, furos redondos. Mat.: fofo DIN GG – 18.

3) Determinar e desenhar o pinhão do par engrenado (ECR) que tem

módulo=4; relação de transmissão ~ 1,877 e deve ter uma distância entre

centros das rodas de 200 ± 6. A largura dentada da coroa é 34. O pinhão tem

furo para eixo=23; largura do cubo=40 e alma=7. Alívio com alma vazada, furos

redondos. Mat.: fofo ABNT FC-15.

4) Numa transmissão por engrenagens (ECR), o pinhão tem 27 dentes;

módulo=3,5; largura 45 (no dentado). Calcular e desenhar a coroa, sabendo-se

que esta tem eixo ø 28; largura do cubo=53; espessura da alma=8. A relação

de transmissão é ~ 3,417. Deverá ter um alívio de peso com alma vazada,

furos redondos. Mat.: fofo DIN GGG-45.

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11.3.5 POLIA E CORREIAS

São usadas como elementos de transmissão de potência e tem como

grande vantagem o custo relativamente baixo de construção, pois não exige

caixa fechada como no caso dos redutores. Basicamente podem ser lisas para

correias planas e com ranhuras para correias trapezoidais (correia V). O uso da

correia trapezoidal é bem mais comum o que se deve ao seu melhor

desempenho mecânico. Além disso, os fabricantes de correias trapezoidais

apresentam grande gama de dimensões que são encontradas com facilidade

no comércio especializado, o que facilita a execução do projeto.

A transmissão por correia oferece vantagens tais como:

• construção relativamente simples

• funcionamento silencioso

• boa capacidade de absorção de choques

Em contraposição temos como desvantagens:

• maiores dimensões com relação às engrenagens

• grandes distâncias entre eixos

• menor vida útil

A transmissão admite um alto rendimento, da ordem de 95

a 98%.

A relação de transmissão pode variar de 1 a 8.

Figura 101 - Polia V, Dentada e Lisa.

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TRANSMISSÃO POR CORREIA PLANA

Segundo norma DIN 111, a superfície de contato da polia plana pode ser

plana ou abaulada.

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 137

TRANSMISSÃO POR CORREIA DENTADA

A correia dentada em união com a roda

dentada correspondente permite uma

transmissão de força sem deslizamento. As

correias têm em seu interior vários cordonéis

helicoidais de aço ou de fibra de vidro que

suportam a carga e impedem o alongamento. A força se transmite através dos

flancos dos dentes e pode chegar a 400N/cm².

O perfil dos dentes pode ser trapezoidal ou semicircular, geralmente, são feitos

com módulos 6 ou 10.

Exemplo de aplicação.

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 138

TRANSMISSÃO POR CORREIA EM V

A correia em V é inteiriça (sem-fim) fabricada com secção transversal

em forma de trapézio. É feita de borracha revestida por lona e é formada no

seu interior por cordonéis vulcanizados para absorver as forças.

A correia não deve ultrapassar a linha do diâmetro externo da polia e

nem tocar no fundo do canal, o que anularia o efeito de cunha.

As polias em V têm suas dimensões normalizadas e são feitas com

ângulos diferentes conforme o tamanho.

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 139

O perfil dos canais das polias em V deve ter as medidas corretas para

que haja um alojamento adequado da correia no canal.

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.

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Exercício resolvido

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Exercícios

1)Numa transmissão com 10 CV e com 3 correias “V”, perfil “B”, a polia

motora (1) gira a 870 rpm e seu diâmetro externo é de 145 mm. Determinar e

desenhar a polia movida (2) sabendo-se que esta gira a 580 e que a largura do

seu cubo é de 73mm.

2) Numa transmissão de 10 c.v. por correias “V”, perfil “B”, 3 correias, a

polia motora (1) gira a 870 rpm e tem diâmetro externo=140. Determinar e

calcular a polia movida (2) sabendo-se que esta deverá girar a 420 RPM e tem

largura do cubo=82. A roda deverá ter um alívio de peso com alma vazada,

furos redondos ou oblongos.

3) Numa transmissão de 2 cv por correias “V”, perfil “A”, 2 canais, a polia

motora (1) gira a 1160 rpm. Determinar e desenhar a polia movida (2) sabendo-

se que esta deverá girar a 440 RPM e tem largura do cubo = 34. Prever um

alívio de peso com alma vazada, furos redondos ou oblongos.

4) Numa Transmissão de 12,5 cv por correias “V”, perfil C, 2 canais, a

polia motora (1) gira a 370 rpm e tem De1=270. Determinar e desenhar a polia

movida (2) sabendo-se que a relação de transmissão i=1,5917, largura do

cubo=82 (com 2 rasgos de chaveta a 180°). Prever um alívio de peso com alma

vazada, furos redondos ou oblongos.

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 144

11.3.6 CARDANS

No século XVI, alguns estudiosos se perguntavam como

fazer para levar a força gerada pelo motor para as rodas traseiras.

Depois de alguns experimentos engenhosos, um italiano chamado

Geronimo Cardano inventou o eixo cardan, dando origem ao nome

conhecido hoje como eixo cardan.

A função básica do eixo cardan é transmitir a energia gerada pelo motor

para o eixo diferencial, e, por sua vez, o eixo diferencial irá transferir esta

energia recebida do eixo cardan para as rodas.

É usado para transmissão de momentos de torção em casos de árvores

que formarão ângulo fixo ou variável durante o movimento.

Page 146: Apostila de Desenho Vol. 1

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11.3.7 CORRENTES

Assim como as polias e correias, as

correntes também transmitem força e

movimento entre eixos distantes. Enquanto as

polias e correias transmitem movimento pelo

atrito, as correntes transmitem movimento por

forma, assim, elas conseguem transmitir

maiores forças, porém com velocidades

reduzidas.

CORRENTES DE ROLO

Estas correntes são fabricadas em aço temperado e

são constituídas de pinos, talas (ou placas) externas e

internas, buchas remanchadas na tala interna e rolos que

ficam sobre as buchas.

São aplicadas em transmissões, em movimentação e

sustentação de contrapeso e em casos em que é necessária

a aplicação de grandes esforços com baixa velocidade.

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 146

CORRENTE COMUM

Conhecida também por cadeia de elos e possuem os elos

formados de vergalhões redondos soldados.

Utilizadas para o transporte de carga, são próprias para

velocidade baixa e grande capacidade de carga.

CORRENTES DE BUCHA

Essa corrente não tem rolo. Por isso, os pinos e as buchas são feitos com

diâmetros maiores, o que confere mais resistência a esse tipo de corrente do

que à corrente de rolo. Entretanto, a corrente de bucha se desgasta mais

rapidamente e provoca mais ruído.

Page 148: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 147

11.4 ELEMENTOS DE APOIO

11.4.1 BUCHAS

As buchas são elementos de máquinas de

forma cilíndrica ou cônica que servem para apoiar

eixos. Tais elementos foram criados a fim de evitar

o atrito entre peças e consequente desgaste das

mesmas. Sendo constituída de material com baixo

coeficiente de atrito (ligas metálicas como bronze

ou materiais plásticos), causam menos desgaste,

além de serem peças de menor custo quando

comparadas às cargas que suporta. Isto quer dizer que, é mais fácil trocar uma

bucha de material barato que a cada tempo ter de trocar ou retificar um eixo.

Nos casos em que o eixo desliza dentro da bucha, deve haver lubrificação.

São classificadas em radiais (para esforços transversais), axiais (para

esforços normais) ou mistas.

Buchas Radiais Essas buchas podem ter várias formas. As mais comuns são feitas de

um corpo cilíndrico furado, sendo que o furo possibilita a entrada de

lubrificantes. São usadas em peças para cargas pequenas e em lugares onde a

manutenção seja fácil. Em alguns casos, essas buchas são cilíndricas na parte

interior e cônicas na parte externa. Os extremos são roscados e têm três

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 148

rasgos longitudinais, o que permite o reajuste das buchas nas peças.

Buchas Axiais:

Essa bucha é usada para suportar o

esforço de um eixo em posição vertical.

Mista (cônica)

Esse tipo de bucha é usado para suportar um eixo do qual se exigem

esforços radiais e axiais. Quase sempre essas buchas requerem um dispositivo

de fixação e, por isso, são pouco empregadas.

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 149

11.4.2 ROLAMENTOS

Os rolamentos são elementos de máquinas que servem como suporte

de eixos que giram e estão sujeitos a cargas; estas atuam sobre os rolamentos

que, por suas características construtivas devem suportar estes esforços

durante um tempo que é definido como a vida útil. Os rolamentos são

fornecidos prontos por grandes fabricantes tais como: FAG, SKF, TIMKEN e

outros; cabe ao projetista à escolha do tipo e das dimensões, o que só pode

ser feito com o conhecimento das características de cada tipo de rolamento.

CARACTERÍSTICAS DE CARGAS SOBRE O ROLAMENTO.

Basicamente podemos classificar as cargas como Radiais (Fr) e Axiais

(Fa). Uma série de rolamentos é feita visando suportar Fr e são chamados

Rolamentos Radiais. Outra série de rolamentos é feita para suportar Fa e são

chamados de Rolamentos Axiais. Alguns rolamentos devem, algumas vezes,

suportar simultaneamente Fa e Fr; as duas séries citadas apresentam alguns

tipos de rolamentos para cargas combinadas (Fa e Fr).

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 150

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 151

CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DOS ROLAMENTOS

Construtivamente podemos considerar a seguinte divisão:

Rolamentos de Esferas

Rolamentos de Rolos

Rolamento de agulhas

Esferas, Rolos e Agulhas constituem os ''corpos rolantes'' que visam

reduzir os atritos do mancal e conferir ao rolamento um alto rendimento

mecânico (cerca de 88% ou n=0,88). Outras características de construção dos

rolamentos são:

Rolamentos Rígidos;

Rolamentos Parcialmente Rígidos;

Rolamentos Desmontáveis;

Rolamentos Autocompensadores.

DIMENSÕES

As dimensões e características dos rolamentos são indicadas nas

diferentes normas técnicas e nos catálogos de fabricantes.

Ao examinar um catálogo de rolamentos, ou uma norma específica, você

encontrará informações sobre as seguintes características, veja o exemplo na

próxima pagina:

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TIPOS DE ROLAMENTOS

Para cargas axiais: Rol. axial de escora simples de esferas;

Rol. axial de escora dupla de esferas;

Rol. axial auto compensador de rolos.

Para cargas combinados: Rol. rígido de uma carreira de esferas

Rol. de rolos cilíndricos com flanges

Rol. de esferas de contato angular

Rol. auto compensador de esferas

Rol. auto compensador de rolos

Rol. de rolos cônicos.

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 153

ROLAMENTO RÍGIDO DE UMA CARREIRA DE ESFERAS

É o mais comum dos rolamentos. Suporta cargas radiais e permite o

apoio de carga axial em ambos os sentidos e é apropriado para rotações mais

elevadas. Sua capacidade de ajustagem angular é limitada, por conseguinte, é

necessário um perfeito alinhamento entre o eixo e os furos da caixa.

Cotagem e representação para DTA

Page 155: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 154

ROLAMENTO AUTO COMPENSADOR DE ESFERAS

É um rolamento de duas carreiras de esferas com pista esférica no anel

externo, o que lhe confere a propriedade de ajustagem angular, ou seja,

compensar possíveis desalinhamentos ou flexões do eixo. Dimensões e cota

Cotagem e representação para DTA

Page 156: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 155

ROLAMENTO DE CONTATO ANGULAR DE UMA CARREIRA DE ESFERAS

Permite apoio de carga radial em um único sentido a carga axial.

Normalmente duas peças são contrapostas e utilizadas com ajustes de folga.

Cotagem e representação para DTA

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 156

ROLAMENTO DE ROLO CILÍNDRICO

Rolamentos de construção simples em que os rolas de forma cilíndrica

estão em contato linear com a pista. Possuem uma grande capacidade de

carga e são adequados para altas rotações.

ROLAMENTO AUTO COMPENSADOR DE UMA CARREIRA DE ROLOS

Seu emprego é particularmente indicado para construções em que se

exige uma grande capacidade de suportar carga radial e a compensação de

falhas de alinhamento.

Page 158: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 157

Cotagem e representação para DTA

Figura 102 - Rolamento de Rolos cilíndricos

ROLAMENTO AUTO COMPENSADOR COM DUAS CARREIRAS DE ROLOS

Devido ao centro da pista esférica do anel externo ser coincidente ao

centro do rolamento, permite o auto alinhamento em eixos e alojamentos

fazendo que não ocorram cargas anormais ao rolamento. A capacidade da

carga radial é muito grande são adequados para aplicações de cargas pesadas

e de choque.

Page 159: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 158

ROLAMENTO DE ROLOS CÔNICOS

Além de cargas radiais, os rolamentos de rolos cônicos também

suportam cargas axiais em um sentido. Como só admitem cargas axiais em um

sentido, de modo geral torna-se necessário monta-los em pares, ou um contra

o outro.

ROLAMENTO AXIAL DE ESFERA

Os rolamentos axiais de esferas são constituídos por anéis em

configurações de arruelas com canais e gaiolas embutidas.

O anel a ser instalado no eixo é denominado anel interno, e o canal a ser

instalado no alojamento é denominado anel externo, nos de escora dupla o

anel central é o instalado no eixo.

Ambos os tipo de rolamento axial de esfera (escora simples e escora

dupla) admitem elevadas cargas axiais, porém, não podem ser submetidos a

cargas radiais.

Page 160: Apostila de Desenho Vol. 1

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CARLOS EDUARDO SIMÃO OLIVEIRA Página 159

ROLAMENTO AXIAL AUTO COMPENSADOR DE ROLOS

A capacidade de carga axial é elevadíssima e quando estiver sob carga

axial permite carga radial moderada. A pista esférica do anel da caixa confere

ao rolamento a propriedade de alinhamento angular, compensando possíveis

desalinhamentos ou flexões do eixo.

ROLAMENTO DE AGULHAS

Possui uma secção transversal muito fina, em comparação com outros

rolamentos, é utilizado especialmente quando o espaço radial é limitado.

Existem tipos e classificações como: Com anel interno e sem anel interno, ou

com gaiola ou sem gaiola.

Page 161: Apostila de Desenho Vol. 1

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11.4.3 MANCAIS

Mancal é uma parte da estrutura mecânica destinada a comportar um

eixo móvel ou fixo. Os mancais que seguram eixos móveis são dotados de

partes móveis que ajuda este realizarem sua tarefa, e o objetivo destas partes

móveis é diminuir o atrito entre o mancal e eixo girante.

Os mancais móveis dividem-se em duas categorias: mancais de deslizamento

(com buchas) e mancais de rolamento.

Figura 103 - Mancal de deslizamento e rolamento

Page 162: Apostila de Desenho Vol. 1

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CLASSIFICAÇÃO DOS MANCAIS

Pelo sentido das forças que suportam, os mancais classificam se em:

Axiais, Radiais e mistos.

Axiais:

Impedem o deslocamento na direção do eixo, isto é, absorvem esforços

longitudinais.

Radiais:

Impedem o deslocamento na direção do raio, isto é, absorvem esforços transversais.

Mistos:

Tem, simultaneamente, os efeitos dos mancais axiais e radiais.

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11.4.4 MOLAS HELICOIDAIS

São as mais usadas em mecânica, feitas em aço duro

(chamada aço mola) que pouco deforma e que tem ação

elástica. Fabricada em forma de hélice cilíndrica ou cônica.

Normalmente enrolado no sentido à direita, mas quando se

forma à esquerda deve-se indicar no DTA o sentido da hélice.

Enquanto as funções são de:

Compressão. A mola é comprimida;

Tração. A mola é esticada, possui ganchos nas extremidades (olhais);

Torção. A mola é torcida, possui dois braços de alavanca.

A mola helicoidal de compressão é formada por espirais. Quando esta

mola é comprimida por alguma força, o espaço entre as espiras diminui,

tornando menor o comprimento da mola.

Características.

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A mola helicoidal de tração possui ganchos nas extremidades, além das

espiras. Os ganchos são também chamados de olhais. Para a mola helicoidal

de tração desempenhar sua função, deve ser esticada, aumentando seu

comprimento. Em estado de repouso, ela volta ao seu comprimento normal.

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A mola helicoidal de torção tem dois braços de alavancas, além das

espiras.

Veja um exemplo de mola de torção na figura à esquerda, e, à direita, a

aplicação da mola num pregador de roupas.

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Você já sabe que a mola helicoidal de compressão pode ter a forma de um

tronco de cone. Então veja as características de dois tipos de molas cônicas: a

primeira tem seção circular e a segunda tem seção retangular.

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12. TOLERÂNCIA DIMENSIONAL

Tolerância dimensional é o valor da variação permitida na dimensão de uma peça. Em termos práticos é a diferença tolerada entre as dimensões máxima e mínima de uma dimensão nominal.

A tolerância é aplicada na execução de peças em série e possibilita a intercambiabilidade delas

Dmáx = diâmetro máximo do furo

Dmín = diâmetro mínimo do furo

dmáx = diâmetro máximo do eixo

dmín = diâmetro mínimo do eixo

Dn = diâmetro nominal do furo

dn = diâmetro nominal do eixo

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13. DESENHOS DE MONTAGEM

É um desenho onde o conjunto mecânico aparece montado como um todo

ou em parte (subconjuntos) dando uma visão geral do equipamento,

identificando cada componente.

Figura 104 – subconjunto

13.1 REPRESENTAÇÃO

Deverá conter as vistas necessárias e suficientes para o entendimento da

montagem das peças entre si. Estas vistas do conjunto montado são

normalmente feitas em CORTE. Para atingir os objetivos deste tipo de desenho

usa-se, na prática, além dos cortes e seções de todos os tipos, a retirada de

algumas peças do conjunto que porventura tapariam as outras, atrapalhando a

interpretação. Por vezes, usam-se também outros recursos técnicos não

catalogados. Portanto, os objetivos deste tipo de desenho não é resolver

(conhecer) completamente cada peça e sim a posição relativa das mesmas.

Por isso, permite-se omitir alguns detalhes construtivos mais miúdos e

trabalhosos das peças, já que isto vai ser resolvido em outra parte do desenho.

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13.2 COTAS E OUTRAS INDICAÇÕES

Normalmente o desenho de conjunto não deve ser cotado. Porém, mesmo

quando se segue esta regra, excetuam-se as chamadas cotas típicas de

conjunto, normalmente estas cotas caracterizam-se pelo seguinte; as duas

linhas auxiliar de cada cota partem de peças diferentes. As mais comumente

encontradas são:

Cotas de referência para montagem

Cotas de ajuste após montagem

Cotas de usinagem após montagem

Cotas de limite de funcionamento ou de capacidade

Tolerância de posição

Além disso, todas as indicações e observações que se fizerem necessárias

com as peças montadas deverão ser feitas no desenho de conjunto. Exemplo:

“furar após montagem” (indicando o furo e cotando-o).

“usinar após a montagem” (indicando as superfícies e/ou detalhes)

“apontar furo na montagem”

13.3 IDENTIFICAÇÃO (OU NUMERAÇÃO DOS ITENS)

Outra característica importante do desenho de montagem é a identificação

de todos os elementos constituintes do conjunto (peças). Isto é feito através de

linhas indicadoras (fina contínua) e números (com o dobro do tamanho dos

algarismos das cotas – porém nunca menor que 5 mm). Essas linhas

indicadoras não devem cruzar entre si e devem terminar em um ponto da peça.

Devem ter uma inclinação constante e se possível em ângulos não usados no

desenho (não devem ser: horizontais, verticais, a 45). A numeração deve ser

feita em números sucessivos e no sentido horário em cada vista.

Obs.: Para detalhes contendo áreas estreitas (como chapas, arruelas, anéis,

fios, peças finas) apontar as linhas por meio de setas, independente de

estarem em corte ou não.

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13.4 DESENHOS DE DETALHE

São os desenhos que definem completamente as peças quanto à forma,

dimensões (inclusive tolerâncias), acabamentos superficiais, tratamentos

térmicos e demais informações técnicas especiais. Essas informações serão

feitas de maneira mais simplificada ou mais exaustiva se a peça em questão for

um componente de máquina, ferramenta, etc. ou se pertencer a um produto.

Deverá constar no desenho de cada peça aquele número recebido no

desenho de montagem. No sistema de folhas grandes esse número poderá

estar envolto num círculo no alto à esquerda do quadro; no sistema de folhas

separadas o desenho deverá ter o mesmo número do desenho de montagem e

acrescentado, no final do detalhe, separado por hífen.

Exemplo: desenho de montagem “D-078”, desenho do detalhe nº5 “D-078-5”

ou seu respectivo código dentro do sistema da empresa.

Conforme o sistema de apresentação ele pode ter uma legenda completa ou

uma sublegenda. Importante: não se executam desenhos de detalhes dos

elementos normalizados que compõem o conjunto (parafusos, porcas, arruelas,

cupilhas, pinos, rolamentos, anéis, chavetas, correias, etc.), ou ainda peças e

subconjuntos pré-fabricados (catálogos).

13.5 LISTA DE PEÇAS E/OU MATERIAIS

Conforme a orientação de cada empresa ou a natureza do conjunto desenhado, essa lista pode ser única ou para peças normalizadas e outra para não normalizadas (ou materiais em bruto para sua execução). Quando a lista de peças estiver incluída na parte superior da legenda, deve ser enumerada de baixo para cima. Quando iniciada junto à margem superior, enumerar de cima para baixo. Na primeira coluna deve constar, em sequência, a numeração das peças recebidas no desenho de montagem.

Todas as peças normalizadas, ou não, devem ser relacionadas nesta lista.

A sua composição varia de acordo com as conveniências e necessidades de cada empresa, mas as colunas mais utilizadas normalmente são as seguintes: 4 2 Paraf. Sext. M10x50 DIN 931-8.8

3 4 Flanges ABNT 1020 4’’x55

3 1 Base superior ABNT 1020 ch 2’’x 210 x 360mm

1 2 Colunas ABNT 1050 2’’ x 360 Temp. e ver. 40RC

Item Qtde. Denominação Mat. Dim. Bruto Obs.

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EXEMPLO.

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Exercício. Identifique quais são as peças numeradas deste conjunto.

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14. DESENHO EM VISTA EXPLODIDA

Desenho técnico mecânico de conjunto que é geralmente realizado em

perspectiva, mostrando todas as peças do conjunto ligadas por linhas de

centro, que por sua vez, mostra a sequência de montagem do mesmo.

14.1 COMPONENTES DE UM CARBURADOR

1_Précarburador.

2_Condutor de ar.

3_Chapa de interligação

dos coletores.

4_trava.

5_Bocal com válvula

reguladora do ar pré-

aquecido.

6_Tampa do filtro.

7_Elemento filtrante.

8_base do filtro de ar.

9_Válvula reguladoras

duplas.

10_Flage / Borracha de

vedação.

11_Carburador.

12_Flage.

13_Coletor de

admissão.

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1_Bomba de aceleração.

2_Válvula eletromagnética.

3_Válvula de máxima.

4_Junta.

5_Dispositivo de vácuo do afogador.

6_ Suporte do cabo do afogador.

7_Válvula pneumática.

8_Acionador do 2º estagio.

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15. 1ª AVALIAÇÃO

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16. DESENHO TÉCNICO APLICADO VOLUME 2

(DESENHO TÉCNICO ASSISTIDO POR COMPUTADOR)

Conteúdo:

INTRODUÇÃO AO DESENHO TÉCNICO ASSISTIDO POR

COMPUTADOR

.SOLIDWORKS

ESBOÇO, PLANOS, REVOLUÇÃO E CORTE.

Viga “U”

EIXO COM CHAVETA

POLIA MACIÇA E COM ALÍVIO

ROLAMENTO

MANCAL

ENGRENAGEM

MONTAGEM

GERANDO DESENHO 2D A PARTIR DO 3D

SIMULAÇÃO

PROTOTIPAGEM

ANIMAÇÃO

PROJETO FINAL

Figura 105 - Atalho para o SolidWorks.

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BIBLIOGRAFIA

Apostilas:

Elementos de máquina 1 e 2. Oficina escola Schincariol (Prof. Rivaldo);

DTM I e II – Fatec Sorocaba (Prof. M. Sc. Edson Del Mastro);

DMAC – Fatec Sorocaba (PROF. FRANCISCO DE ASSIS TOTI);

Notas de aula USP - Desenho Técnico Mecânico I (SEM 502) –

PORTO, A.J.V; FORTULAN, C.A.; DUDUCH, J.G. ; MONTANARI,

L.(2006);

ABNT – Normas técnicas brasileiras.