apostila de contabilidade gerencial - basica parte 1

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Apostila Parcial de Contabilidade Gerencial Unincor

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Universidade Vale do Rio Verde - UnincorCampus Betim - MG

APOSTILA DE CONTABILIDADE GERENCIAL

BSICA PARTE 1BETIM - MG

2015Professor - Vicente Rodrigues de Mesquita

1 INTRODUO

A contabilidade gerencial utiliza informaes fornecidas pela contabilidade financeira para possibilitar a tomada de decises por parte dos administradores. A gerencial mais abrangente, ela possibilita visualizar a empresa de forma ampla, identificando os problemas e contribuindo para o seu crescimento, enquanto a contabilidade financeira fornece algumas informaes que compe os relatrios gerenciais.

1.1 A CONTABILIDADE GERENCIAL*

A Contabilidade nasceu gerencial para atender aos comerciantes. Depois, os outros usurios a utilizaram. Depois de nascida gerencial, o que ocorreu com a Contabilidade? Renascimento da Contabilidade Gerencial

Em 1494, frei Luca Bartolomeo de Pacioli (1445 1514) sistematizou e perenizou a Contabilidade em um livro, Tractatus de Computis et Escripturis, legando posteridade seus pilares. Escolhendo os mtodos e princpios usados plos mercadores de Veneza. Seu mrito estava na iniciativa e na didtica de expor o Mtodo das Partidas Dobradas e no uso dos livros Borrador, Dirio e Razo.

Como ensinou Paciolo, a Contabilidade no nasceu das mos de filsofos, cientistas ou da mente de alguma autoridade tributria ou professor. Nasceu das mos competentes de comerciantes de ento, os quais deram grande desenvolvimento sua regio, ocupando importante posio na "Idade de Ouro da Renascena".

A Contabilidade nasceu gerencial. Os empresrios de ento, necessitando de um sistema que permitisse mensurar o lucro e desse algum controle sobre seu patrimnio, acabaram desenvolvendo a Contabilidade. Esses empresrios precisando controlar informaes para tomada de decises, criaram o Mtodo das Partidas Dobradas. Desenvolveram os princpios bsicos contbeis, chegando s duas demonstraes fundamentais: apurao do resultado e o balano geral. Assim, a Contabilidade nasceu das mos de seu usurio primeiro: o Gestor Patrimonial.

Foi, portanto, voltada nica e exclusivamente para atender s finalidades gerenciais de controle e auxlio no processo de deciso. Os que precisavam dessas informaes acabaram desenvolvendo vrios mtodos e princpios.

Depois de nascida gerencial, o que acorreu com a Contabilidade?

medida que foram surgindo usurios externos (e poderosos como o Estado), foi crescendo a necessidade de se fixarem regras para, essa mesma Contabilidade.

Mesmo que essas regras tenham sido fixadas, principalmente no seu incio, exatamente com base nas que foram originalmente criadas plos prprios gestores patrimoniais, o que ocorreu foi que a fixao por terceiros acabou por limitar a possibilidade de os gerentes as modificarem.

Para os usurios externos, de extrema importncia que as demonstraes contbeis produzidas por diferentes empresas sejam uniformemente preparadas, sendo seguidos os mesmos princpios bsicos. Por essa razo, a normalizao e a regulamentao da Contabilidade, para que todos estejam usando os mesmos princpios e para que a plenitude dos leitores possa rapidamente efetuar suas anlises e chegar s suas concluses e avaliaes, tomou-se algo imprescindvel.

Por fora desta necessidade, essas normatizaes e regulamentaes so estipuladas por leis, regulamentos, portarias e outras fontes governamentais (Receita Federal, Comisso de Valores Mobilirios, Banco Central, etc.), e ainda por parte de organismos privados, representativos de classe profissional, como o Ibracon, no Brasil.

Como consequncia, o criador da Contabilidade a perdeu, uma vez que ela se tomou importante para outros usurios que acabaram por lhe fixar amarras e regras.

A rigor, a Contabilidade nunca deixou de exercer o papel de instrumento de gerncia. Porm, ao se amarrar a leis e regulamentos, a Contabilidade perdeu um bom potencial para se desenvolver e se adaptar s finalidades gerenciais.

Mudaram as necessidades de informaes com o desenvolvimento da empresa, dos tcnicos, das tecnologias de produo e de vendas, mas no mudou, na essncia, a Contabilidade. A partir deste processo, renasce, recentemente, a Contabilidade Gerencial.

A partir da dcada de 50, cresce um movimento visando voltar a fazer da Contabilidade um instrumento de gerncia, direcionado especialmente para o controle e tomada de decises. Renasce, pois, a Contabilidade para fins administrativos, voltada s necessidades internas da entidade qual se refere.

Isto no significa que a Contabilidade Gerencial seja completamente diferente ou separada da Contabilidade Societria ou Fiscal. Significa, sim, que h a necessidade, em muitos momentos, de se efetuarem adaptaes porque, em certas circunstncias, a Contabilidade Societria e a Contabilidade Fiscal no suprem os tomadores de deciso internos empresa de informaes relevantes.

Em diferentes situaes, a Contabilidade Societria atende tambm s finalidades administrativas (ou gerenciais). Quando tal no ocorre, produz-se outro conjunto de informaes e/ou demonstraes, tendo-se, neste ponto, um elenco de adaptaes necessrias ao atendimento de usurios internos, e, em certas circunstncias, tambm a usurios externos.

E, portanto, comum denominar-se de Contabilidade Gerencial apenas parte de informaes, relatrios e demonstrativos produzidos separadamente da Contabilidade Societria. Todavia, tal concluso torna-se prejudicada, visto que, na realidade, todo o conjunto que gerencial: parte da Contabilidade Societria que serve administrao e a parte desenvolvida especialmente para fins gerenciais.

A rigor, no existe necessariamente uma Contabilidade nova, mas a adaptao da tradicional a um conjunto (s vezes novo) de necessidades de diferentes usurios - normalmente internos.

A Contabilidade de Custos com o incio da Contabilidade Gerencial

Ao longo do tempo, foi dada grande nfase anlise da distribuio interna dos gastos, procurando-se verificar, detalhadamente, como foram distribudos os investimentos na empresa: por diviso, por setor, por departamentos, por linha de produo, etc.

Atentava-se, ainda, para a verificao da distribuio interna dos custos de produo e das despesas de vendas, administrativas e outras, estas ltimas tambm por diviso, departamentos, etc. Quanto aos custos de produo, chegava-se a cada unidade de cada produto, especificamente.

Toda a anlise e distribuio interna dos gastos da empresa passaram, pelo menos em parte, a compor a denominada "Contabilidade de Custos". Muitos autores atribuem a essa linha a iniciao Contabilidade Gerencial, visto que se passava para uma preocupao mais interna empresa.

Vrias obras de Contabilidade Gerencial do, at hoje, especial nfase, seno a quase totalidade do seu espao, ao assunto "Contabilidade de Custos". A Contabilidade Gerencial, porm, algo muito mais abrangente do que isso; abrange a Contabilidade de Custos, mas no se restringe, em absoluto, a ela.

Afirmar que a Contabilidade Gerencial no existe porque a Contabilidade uma s, com um nico conjunto de informaes, qualquer que seja a finalidade dessas demonstraes, , simplesmente, negar a existncia de diversos conjuntos de usurios com necessidades diferentes.

A Contabilidade vem se transformando, cada vez mais, em uma cincia de adaptao de dados (Banco de Dados) e de utilizao desse conjunto de dados, para transform-los em demonstraes e/ou relatrios (o meio), onde a informao relevante deve ser o essencial (o produto) para o seu usurio.

Conforme o usurio, o tratamento dos dados precisa ser diferente, bem como precisam ser diferentes os diversos relatrios, quer em termos de sua forma quanto de seu contedo.

Dentro dessa acepo, a Contabilidade Gerencial nada mais do que a utilizao da Contabilidade como um todo, para produo de informaes especificamente voltada para o gerente empresarial ou mesmo governamental, no caso da eventual Contabilidade Pblica Gerencial ainda por ser desenvolvida, testada e implementada efetivamente no Brasil."

*Sntese do trabalho no caderno "Temtica Contbil" n34/91. Revista Tcnica "Informaes Objetivas "-IOBContabilidade Gerencial x Contabilidade Societria

Principais Diferenciaes

DiscriminaoContabilidade Gerencial

(Ou Administrativa)Contabilidade Societria

(Ou Financeira)

1) Principais Usurios

Administradores dos diferentes nveis hierrquicos da entidade

Entidades externas financiadoras de projetos de investimentos Mdia e alta administrao da entidade

Investidores em geral, instituies financeiras e rgos governamentais.

2) Demonstraes

Contbeis/Relatrios Snteses ou detalhamentos voltados entidade como um todo ou em partes como produtos, atividades, departamentos, responsabilidades, diviso geogrfica, etc. Relatrios sintticos ou detalhados formatados por determinao ou influncia de legislaes especficas

3) Prticas Contbeis

e

Contedo Tcnico Adequao s bases lgicas e tericas

Nenhuma outra restrio alm dos custos em relao aos benefcios de melhores decises na gesto de um empreendimento Limitados plos princpios contbeis de aceitao geral e plos ditames das legislaes societria e fiscal, muitas vezes conflitantes com as bases lgicas e tericas.

4) Prazos Flexvel, variando em funo das reais necessidades dos diferentes usurios. Rgido, tendo por base as determinaes dos rgos governamentais calcados nas legislaes pertinentes.

5) Influncias

Comportamentais

Preocupao com a forma pela qual o contedo das informaes e as consequentes tomadas de decises influenciaro o comportamento dos administradores Preocupao com a forma de medio e comunicao de verses, muitas vezes antagnicas com os fatos.

Impacto secundrio no comportamento dos administradores

6) Enfoque no Tempo Anlise retrospectiva como subsdio viso e orientao atual e prospectiva no mbito do planejamento empresarial, especialmente oramentrio. Viso e orientao retrospectiva: avaliaes histricas de desempenho

7) Amplitude Campo de atuao definido de forma ampla, abrangendo outras cincias tais como economia, engenharia, sociologia, psicologia, medicina, etc.

Consequente despertar para as influncias estruturais e/ou conjunturais na performance do empreendimento Campo de atuao definida de forma restrita e precisa com o menor uso de disciplinas afins

Sntese do trabalho no caderno "Temtica Contbil" n34/91. Revista Tcnica "Informaes Objetivas "-IOB.

2 REVISO DE CONCEITOS CONTBEIS

2.1 Princpios Contbeis

Para uniformizar procedimentos no desenvolvimento de suas atividades profissionais, os contabilistas observam regras, critrios e normas de procedimentos que constituem as diretrizes bsicas do processo contbil.

Essas diretrizes tm recebido vrias denominaes, como "Princpios de Contabilidade Geralmente Aceitos", "Princpios Fundamentais de Contabilidade", "Conceitos de Contabilidade", ou at mesmo sido agrupadas em "Postulados, Princpios propriamente ditos e Convenes".

A classificao mais usual aquela que agrupa esses procedimentos em Princpios Fundamentais de Contabilidade, que correspondem a diretrizes de carter geral.

Princpios Fundamentais de Contabilidade

Segundo a Resoluo n 750, de 29/12/93, do Conselho Federal de Contabilidade - CFC, so sete os Princpios Fundamentais de Contabilidade: da Entidade, da Continuidade, da Oportunidade, do Registro pelo Valor Original, da Atualizao Monetria, da Competncia e da Prudncia. A observncia dos Princpios Fundamentais de Contabilidade obrigatria no exerccio da profisso e constitui condio de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade.

Principio da Entidade

O Princpio da Entidade reconhece o patrimnio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciao de um patrimnio particular no universo dos patrimnios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituio de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequncia, nesta acepo, o patrimnio no se confunde com aqueles dos seus scios ou proprietrios, no caso de sociedade ou instituio.

O patrimnio pertence entidade, mas a recproca no verdadeira. A soma ou agregao contbil de patrimnios autnomos no resulta em nova Entidade, mas numa unidade de natureza econmico-contbil.

Este princpio atribui s entidades personalidade prpria, distinta da personalidade de seus scios ou proprietrios, sejam eles pessoas fsicas ou jurdicas.

O patrimnio, conjunto de bens, direitos e obrigaes, pertencente entidade. Os atos e fatos que ocorrem diariamente na entidade, objetos de escriturao, referem vida da entidade, sem se confundirem com os interesses particulares dos scios ou proprietrios.

A legislao tributria reconhece a validade desse princpio, ao exigir anualmente, para efeito do Imposto de Renda, uma declarao de renda da pessoa jurdica (entidade) e uma declarao de renda da pessoa fsica de cada um dos scios ou do proprietrio.

Principio da Continuidade

Consiste em considerar que a entidade desenvolver suas atividades por um longo perodo de tempo. Este princpio considera a entidade como uma organizao em constante movimento, que continuadamente produz riquezas, gera direitos e contrai obrigaes.

Levando-se em conta que a empresa nunca paralisar suas atividades, os bens sero sempre avaliados pelo Custo de aquisio (Princpio do Registro pelo Valor Original).

Se porventura esse princpio no for considerado pela Contabilidade, admitindo-se ento que a entidade ir paralisar as suas atividades, os bens passaro a ser avaliados pelo preo de realizao, ou seja, pelo valor de venda.

Principio da Oportunidade

O Princpio da Oportunidade refere-se, simultaneamente, tempestividade e integridade do registro das mutaes patrimoniais, determinando que este seja feito no tempo certo e com a extenso correta.

Em resultado da obrigatria observncia do Princpio da Oportunidade:

I o registro do patrimnio e de suas posteriores mutaes deve ser feito de imediato e de forma integral, independentemente das causas de que as originaram;

II desde que tecnicamente estimvel, o registro das variaes patrimoniais deve ser feito mesmo na hiptese de somente existir razovel certeza de sua ocorrncia;

III o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos fsicos e monetrios;

IV o registro deve ensejar o conhecimento universal das variaes corridas no patrimnio da entidade, em um perodo de tempo determinado, base necessria para gerar informaes teis ao processo decisrio da gesto.

Este princpio estabelece duas regras bsicas a serem observadas nos registros contbeis:

1st) Tempestividade dos registros significa que os eventos objeto de contabilizao devem ser escriturados de imediato, isto , no momento em que ocorrerem;

2nd) Integridade dos registros significa que o fato deve ser escriturado na extenso correta, isto , dever conter todas as informaes necessrias ao perfeito esclarecimento do respectivo evento.

A inobservncia deste princpio contribuir para que os registros contbeis fiquem incompletos, prejudicando a veracidade de quaisquer demonstraes deles extradas. Por outro lado, a sua observncia permitir que as informaes contbeis espelhem, com fidedignidade, as transaes a que se referem.

Principio do Registro pelo Valor Original

Os componentes do patrimnio devem ser registrados plos valores originais das transaes com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do Pas, que sero mantidos na avaliao das variaes patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregaes ou decomposies no interior da entidade.

Do Princpio do Registro pelo Valor Original resulta:

I a avaliao dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposio destes;

II uma vez integrado no patrimnio, o bem, direito ou obrigao no podero ter alterado seus valores intrnsecos, admitindo-se, to-somente, sua decomposio em elementos e/ou sua agregao, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais;

III o valor original ser mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimnio, inclusive quando da sada deste;

IV os Princpios da Atualizao Monetria e do Registro pelo Valor Original so compatveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantm atualizado o valor de entrada;

V o uso da moeda do Pas na traduo do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneizao quantitativa dos mesmos.

Este princpio estabelece que todos os eventos ocorridos nas entidades devero ser contabilizados por seus valores originais, isto , plos valores constantes nos documentos que deram origem aos referidos eventos.

Agindo desta forma, na escrita contbil ficar sempre evidenciado o valor original dos elementos patrimoniais. Assim, os bens de uso da entidade, por exemplo, sero contabilizados no momento da aquisio plos valores constantes das Notas Fiscais de compras, ou seja, plos valores efetivamente pagos aos fornecedores.

So perfeitamente aplicveis, em harmonia com este princpio, a regra custo ou mercado, o mais baixo", o Princpio da Atualizao Monetria e o procedimento de reavaliao de bens do Ativo Permanente.

A regra "custo ou mercado, o mais baixo", aplicada para avaliao de algumas contas do Ativo, visa apenas ajustar o valor de alguns elementos do Ativo ao valor de mercado, quando este for inferior ao custo original. sabido que a adoo dessa regra gera um lanamento contbil a dbito de uma conta de despesa (Despesa com Provises) e a crdito de uma conta patrimonial redutora do Ativo (Proviso para Reduo ao Valor de Mercado). Efetuando o respectivo lanamento, o valor do bem figurar, no Balano Patrimonial, pelo valor original deduzido da respectiva proviso. Desta forma, a aplicao da presente regra no provoca reduo no valor contbil do bem, ficando inalterado seu valor intrnseco e mantendo seu valor original enquanto tal componente permanecer como parte integrante do patrimnio.

Principio da Atualizao Monetria

Os efeitos da alterao do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contbeis atravs do ajustamento da expresso formal dos valores dos componentes patrimoniais.

So resultantes da adoo do Princpio da Atualizao Monetria:

I a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, no representa unidade constante em termos do poder aquisitivo;

II para que a avaliao do patrimnio possa manter os valores das transaes originais, necessrio atualizar sua expresso formal em moeda nacional, a fim de que permaneam substantivamente correios os valores dos componentes patrimoniais e, por consequncia, o do patrimnio lquido;

III a atualizao monetria no representa nova avaliao, mas, to-somente, o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicao de indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variao do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado perodo.

Este princpio estabelece a necessidade de as demonstraes financeiras serem corrigidas, em funo da perda do poder aquisitivo da moeda, para que as demonstraes reflitam a real situao e possam ser mais bem analisadas. Porm, desde 1999, o Regulamento do Imposto de Renda proibiu o uso da atualizao monetria do balano e sua conseqente gerao de ganhos ou perdas na apurao de resultados para clculo do imposto de renda.

Principio da Competncia

As receitas e as despesas devem ser includas na apurao do resultado do perodo em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

O Princpio da Competncia determina quando as alteraes no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuio no patrimnio lquido, estabelecendo diretrizes para classificao das mutaes patrimoniais, resultantes da observncia do Princpio da Oportunidade.

O reconhecimento simultneo das receitas e despesas, quando correlatas, consequncia natural do respeito ao perodo em que ocorrer sua gerao.

As receitas consideram-se realizadas:

I nas transaes com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetiv-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes entidade, quer pela fruio de servios por esta prestados;

II quando do desaparecimento, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo;

III pela gerao natural de novos ativos independentemente da interveno de terceiros.

As despesas consideram-se incorridas:

I quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferncia de sua propriedade para terceiro;

II pela diminuio ou extino do valor econmico de um ativo;

III pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

Consiste na adoo do Regime da Competncia de Exerccios, considerando como Despesas e Receitas do perodo aquelas cujos fatos geradores ocorreram no prprio perodo, no importando as datas dos pagamentos ou dos recebimentos respectivos.

Receitas Realizadas:

A Receita considerada realizada no momento da ocorrncia do seu fato gerador.

O fato gerador da Receita ocorre no momento em que bens ou servios so fornecidos aos clientes.

Despesas Incorridas:

Para efeito de escriturao, uma Despesa considerada incorrida a partir do momento em que ocorre seu fato gerador consumo de bens ou utilizao de servios , independentemente do pagamento.

As Despesas de um perodo podem ter sido pagas antecipadamente, como ocorre, por exemplo, com as Despesas de Seguro, ou podem ter seus fatos geradores ocorridos sem haverem sido pagas dentro do respectivo perodo, como ocorre normalmente com as Despesas de Salrios e Encargos, Aluguis etc. Podem ainda ter sido pagas normalmente no momento da ocorrncia de seus fatos geradores, como o caso do pagamento de mo-de-obra para um profissional autnomo que prestou servios e recebeu dentro do mesmo ms.

Exemplo:

A Indstria de Brim K Deira S.A. vendeu, no dia 2 de setembro de 19X3, 5000 unidades de um produto de sua fabricao para o cliente Comercial e Importadora Canrio Ltda., tendo emitido a Nota Fiscal n 2.321, srie A, no valor de R$ 10.000. Ficou convencionado entre as partes que o pagamento seria efetuado no dia 10 de outubro de 19x3 e que a entrega dos produtos ocorreria somente no dia 15 de janeiro de 19X4.

Neste caso, embora a Indstria de Brim K Deira S.A. tenha efetuado a venda em 02 de setembro e recebido o respectivo valor em 10 de outubro do mesmo ano, a Receita dessa venda somente ser considerada realizada e passvel de contabilizao como Receita no exerccio de 19x4 (no dia 15 de janeiro), quando os produtos forem efetivamente entregues ao cliente.

Principio da Prudncia (Conservadorismo)

O Princpio da Prudncia determina a adoo do menor valor para os componentes do ativo e do maior para os do passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente vlidas para a quantificao das mutaes patrimoniais que alterem o patrimnio lquido.

O Princpio da Prudncia impe a escolha da hiptese de que resulte menor patrimnio lquido, quando se apresentarem opes igualmente aceitveis diante dos demais Princpios Fundamentais de Contabilidade.

O Princpio da Prudncia somente se aplica s mutaes posteriores constituindo-se ordenamento indispensvel correia aplicao do Princpio da Competncia.

A aplicao do Princpio da Prudncia ganha nfase quando, para definio dos valores relativos s variaes patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau varivel.

Este Princpio decorre da Conveno Contbil do Conservadorismo. Segundo esse princpio, o contabilista, diante de situaes igualmente vlidas sob o ponto de vista dos Princpios de Contabilidade, por questo de precauo dever adotar a seguinte regra:

"Menor valor para os elementos Ativos e maior valor para os elementos Passivos; menor valor para as Receitas e maior valor para as Despesas.

Esse procedimento, que no deve ser aplicado com exagero, resultar sempre em patrimnio Lquido menor, reflorindo a posio mais conservadora.

Adotando este Princpio, alm de escolher a opo mais conservadora, nos casos em que o valor de mercado for inferior ao custo de aquisio dos bens do Ativo Circulante, deve ser criada uma proviso para reduo ao valor de mercado, cumprindo a regra "custo ou mercado, o mais baixo".

2.2 Regime de Competncia X Regime de Caixa

O Regime de Competncia adotado pela contabilidade das empresas, visando dot-las de uma fiel expresso monetria de todos os seus Bens, Direitos e Obrigaes, representativos de sua Estrutura Patrimonial. Este regime encerra uma lgica coerncia tcnica para retratar a Situao Econmico-Financeira de todo e qualquer empreendimento.

Toda pessoa jurdica seja ela empresa comercial ou industrial, entidade filantrpica, instituio financeira, clube recreativo, etc., so dotada, para existir, de uma Estrutura Patrimonial ou simplesmente denominada "Patrimnio".

Este patrimnio formado pelo conjunto de Bens, Direitos e Obrigaes. Os Bens e Direitos integram o elenco de "Investimentos" da pessoa jurdica, termo este que, no caso, sinnimo de "Ativos".

Por sua vez, as Obrigaes compem o ento denominado "Passivo", ou seja, as fontes de financiamentos daqueles investimentos (Ativos). Neste caso, o termo "Passivo" tratado no seu sentido amplo, representando as obrigaes para com terceiros (dividas) e para com os proprietrios (patrimnio Lquido).

O patrimnio Lquido (ou Capital Prprio) determinado pela diferena entre o somatrio dos Bens e Direitos (Ativos) e de todas as Dvidas (Capital de Terceiros) das pessoas jurdicas.

Teramos, ento, a sntese do que acabamos de dizer, assim demonstrado:

Ativo

(Investimentos)Passivo

(Financiamentos)

Bens e Direitos

Recursos de Terceiros

(Dvidas)

Recursos dos proprietrios(Capital Prprio ou patrimnio Lquido)

Esta estrutura patrimonial, na expresso dos diferentes itens que a compem, sofre, em funo da dinmica operacional ou dos efeitos inflacionrios, um processo de mutao constante, o qual promove, como conseqncia, aumentos ou redues dos recursos dos proprietrios (Patrimnio Lquido).

E esta dinmica operacional, ora referida, representada pelo conjunto de receitas e demais formas de ingressos de recursos (aportes de capital, subveno para investimentos, emprstimos / financiamentos bancrios, etc.), versus os gastos com Investimentos, Custos e Despesas. Alm destas, so ainda consideradas as eventuais ocorrncias de Ganhos ou Perdas.

Neste particular, a adoo do Regime de Competncia tem como principal objetivo o reconhecimento das Receitas ou Ganhos bem como dos Gastos com Investimentos, Custos, Despesas ou Perdas, no momento em que so incorridos, independentemente do imediato ou subseqente reflexo financeiro correspondente (Entrada ou Sada de Caixa).

O termo "Incorrido" est diretamente relacionado ao Fato Gerador Econmico-Jurdico-Contbil que sustenta o reconhecimento, em uma Estrutura Patrimonial, dos Bens, Direitos e Obrigaes a ela vinculados.

Portanto, deixar de reconhecer, contabilmente, os Investimentos, Custos, Receitas, Despesas, Perdas ou Ganhos, quando de sua incorrncia, simplesmente omitir e falsear os dados que sustentam a composio de uma Estrutura Patrimonial de qualquer pessoa jurdica. Alm de no informar os reais investimentos (Bens e Direitos) comprometidos com o projeto empresarial ou institucional, deixaramos ainda - e o que mais grave - de reconhecer as fontes que financiam tais investimentos, alm dos compromissos exigveis j configurados (Provises).

Este fato, alm de ilgico, no teria nenhum respaldo tcnico ao se pretender demonstrar a Estrutura Patrimonial de uma pessoa jurdica qualquer, atravs dos instrumentos contbeis de mensurao (Balano Patrimonial, Demonstrao de Resultados e outras).

*****

O Regime de Caixa consiste em classificar e reconhecer as operaes de uma pessoa jurdica pelo efetivo Ingresso e Desembolso de Bens Numerrios. Mais precisamente, a sua adoo est, a rigor, voltada ao Fluxo Financeiro (ou Fluxo de Caixa) de um empreendimento. Este Fluxo Financeiro pode ser formatado de vrias maneiras, visando atingir os mais variados objetivos.

Em uma de suas formas extremas, o Fluxo Financeiro apresenta, simplesmente, uma listagem de todas as Entradas e de todas as Sadas de Caixa em um dado perodo, no observando, necessariamente, nenhuma ordem de classificao:

Saldo Inicial + Ingressos Desembolso = Saldo Final.

Esta forma de apresentao do Fluxo Financeiro tem por finalidade to-somente a conferncia e controle da composio dos saldos existentes, objetivando, inclusive, dar sustentao aos trabalhos de auditoria, de controle e de elaborao das demais demonstraes contbeis, especialmente o Balano Patrimonial.

No extremo oposto, uma outra forma de elaborao do Fluxo Financeiro se apresenta como de elevada importncia no processo de gesto financeira de um empreendimento. Trata-se do seu desmembramento em trs importantes fluxos:

Fluxo Operacional

Fluxo de Investimentos / Desinvestimentos

Fluxo de Financiamentos

O Fluxo Operacional consiste no reconhecimento dos ingressos e desembolsos atrelados exclusivamente s atividades principais do empreendimento, tais como, recebimentos de vendas vista, de duplicatas, de juros com vendas a prazo, etc., contrapondo-se com os desembolsos com a compra de mercadorias para revenda, de matrias-primas, mo-de-obra, despesas com vendas, administrativas e outras.

Por sua vez, o Fluxo de Investimentos e/ou Desinvestimentos congrega os desembolsos com inverses fixas (mquinas, equipamentos, imveis, veculos, etc), participaes acionrias, aplicaes financeiras e outras, bem como as respectivas realizaes financeiras destes itens em funo de vendas, resgates, etc.

E, por ltimo, o Fluxo de Financiamentos tem por objetivo reunir todos os ingressos e desembolsos oriundos dos Recursos de Terceiros (Financiamentos, Emprstimos Bancrios, etc.), destacando-se o "Principal" e os "Encargos Financeiros".

Acrescentam-se, ainda, os Recursos dos Proprietrios (Acionistas / Quotistas), abrangendo os aportes ou redues de capital e ainda dividendos, objeto desses recursos.

Esta forma de elaborao de um Fluxo Financeiro permite, ao gestor de um empreendimento, contar com um valioso instrumento gerencial de informaes e planejamento financeiro no mbito de suas tomadas de decises.

O Regime de Caixa , por conseguinte, o sustentculo deste importante instrumento de gesto: O Fluxo Financeiro (ou Fluxo de Caixa).

2.3 Relatrios Contbeis

2.3.1 Balano Patrimonial

O balano tem por finalidade demonstrar a posio financeira e patrimonial da empresa em um determinado momento, representando, portanto, uma posio esttica. composto por trs elementos bsicos:

Essa demonstrao confronta os ativos da empresa (o que ela possui) com suas fontes de financiamento, que podem ser passivos (o que ela deve), ou o patrimnio lquido (recursos fornecidos pelos proprietrios).

As contas devem ser classificadas no balano de forma ordenada e uniforme, para permitir aos usurios uma adequada anlise e interpretao da situao patrimonial e financeira. As contas so dispostas seguindo, para o Ativo, a classificao de ordem decrescente de liquidez e, para o Passivo, em ordem decrescente de prioridade de pagamento das exigibilidades, ou seja: no ativo, so apresentadas em primeiro lugar as contas mais rapidamente conversveis em disponibilidades e, no passivo, classifica-se em primeiro lugar as contas cuja exigibilidade ocorre antes. As contas so segregadas nos seguinte grupos:

Os ativos circulantes e os passivos circulantes so ativos e passivos de curto prazo. Isso significa que se espera que eles sejam convertidos em dinheiro (ativos circulantes) ou sejam pagos (passivo circulantes) dentro de um ano ou menos. Todos os outros ativos e passivos, juntamente com o patrimnio dos acionistas, que se presume que tenha um prazo indefinido, so considerados a longo prazo, ou permanentes, pois esperado que eles permaneam nos livros da empresa por um ano ou mais. Como j mencionado, os ativos so listados comeando com os mais lquidos at os menos lquidos. Ativos circulantes, por conseguinte, precedem os ativos permanentes.

Vejamos, como exemplo, algumas contas dos balanos da XYZ Corporation em 31 de dezembro de 2000, mostrado abaixo:

As Aplicaes Financeiras representam ativos lquidos a curto prazo, tais como ttulos do governo ou certificados de depsito bancrio, possudos pela empresa. Devido sua natureza muito lquida, aplicaes financeiras so vistas freqentemente como uma forma de caixa. Duplicatas a Receber representam o total de caixa devido empresa por seus clientes em vendas a crdito. Estoques incluem matria-prima, produtos em elaborao e produtos acabados de propriedade da empresa. Em empresas comerciais representado substancialmente por mercadorias para revenda. O registro para ativos permanentes o custo original de todos os ativos fixos (de carter permanente) de propriedade da empresa; representa a classe de ativos de menor liquidez. Est segmentada em trs grupos distintos: Investimentos, Imobilizado e Diferido. Os Investimentos representam participaes societrias da companhia em outras empresas, de natureza permanente. No Imobilizado temos a reunio dos bens que formam a estrutura produtiva da empresa e os direitos de propriedade industrial e comercial (patentes e marcas). As depreciaes acumuladas so apresentadas como contra-contas das contas que registram os bens depreciveis integrantes do Imobilizado. Devemos ainda, reconhecer uma clara diviso entre os ativos imobilizados: (1) intangveis (como as patentes e marcas); e (2) tangveis (como as mquinas, edifcios, instalaes, veculos, etc.). A depreciao se aplica aos ativos imobilizados tangveis. Alguns intangveis, quando se tratar de um direito por prazo determinado, por exemplo, podem ser amortizados. Recursos naturais, como minas, no esto sujeitos a depreciao, mas exausto. Tanto a amortizao como a exausto so processos similares depreciao, mudando-se apenas a designao destas despesas. Ativos que no se desgastam pelo uso ou pela passagem do tempo (como os terrenos) no esto sujeitos a depreciao. Para melhor compreenso do Diferido necessrio relembrar o Princpio da Competncia de Exerccios, o qual estabelece que as receitas e despesas devem ser includas no resultado do perodo em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem. O Diferido representa as contas que acolhero as despesas que no encontram correspondncia com as receitas do exerccio que est sendo encerrado e no podem, portanto, ser transferidas para o resultado desse exerccio social. Como essas despesas somente encontraro correspondncia com as receitas de exerccios futuros, elas so acumuladas no ativo diferido para serem, posteriormente, amortizadas a dbito do resultado, quando as receitas correspondentes estiverem presentes. Um caso tpico de despesas deste tipo so as chamadas despesas pr-operacionais, que so aquelas incorridas antes do incio de operaes de uma empresa e que devem ser acumuladas no ativo diferido. Iniciadas as operaes, cessa a acumulao destas despesas e o saldo passa a ser amortizado em perodos considerados razoveis, transferindo-se, a cada exerccio social, parcelas desse saldo para dbito do resultado daquele exerccio. Outro exemplo tpico de despesas que devem ser inicialmente acumuladas no ativo diferido so as relacionadas com pesquisa e desenvolvimento de novo produtos.

Da mesma forma que os ativos, os passivos e as contas patrimoniais so listados no balano patrimonial a partir da de curto prazo at as de longo prazo. Passivos circulantes incluem Duplicatas a pagar, o montante relativo s compras a crdito; emprstimos, normalmente de bancos comerciais; e outras contas a pagar tais como impostos devidos ao governo e salrios devidos aos empregados, que podem tambm estar em contas especficas. Exigvel a longo prazo representa dvidas para as quais o pagamento no devido para o ano corrente.

O patrimnio lquido, composto basicamente pelo capital social, pelas reservas de lucros e pelos lucros ou prejuzos acumulados, representa o direito dos proprietrios sobre a empresa. O capital social representa o total de recursos contribudos pelos scios ou acionistas atravs de subscries ou da incorporao de lucros retidos. As reservas de lucros so aquelas que tm origem exclusivamente nos lucros apurados pela empresa e destina-se a futuras expanses ou cobertura de eventuais prejuzos. Os lucros ou prejuzos acumulados compem o montante que se forma a partir dos resduos de lucros no distribudos e no destinados a outros tipos de reservas ou pela acumulao de prejuzos.

Os critrios de avaliao dos ativos e de registro dos passivos so aplicados dentro do regime de competncia e, de forma geral, seguem sumariamente a seguinte orientao:

Contas a receberO valor das duplicatas menos proviso para reduzi-los ao valor provvel de realizao.

Aplicaes FinanceirasAo custo de aquisio acrescido dos juros e atualizao devida e reduzido ao preo de mercado, se este for menor.

EstoquesAo custo de aquisio ou de fabricao, reduzido de proviso para ajust-lo ao preo de mercado, quando este for inferior.

Ativo ImobilizadoAo custo de aquisio deduzido da depreciao, pelo desgaste ou perda de utilidade ou amortizao ou exausto. Compe o custo de aquisio o valor pago pelo bem acrescido dos gastos que forem necessrios para colocar esses ativos dentro da empresa e em operao, tais como gastos com transporte e instalao dos mesmos. Em certas circunstncias admitida a reavaliao de ativos.

Investimentos em Coligadas e ControladasPelo mtodo da equivalncia patrimonial, ou seja, com base no valor do patrimnio lquido da coligada ou controlada proporcionalmente participao acionria.

Outros InvestimentosAo custo menos proviso para reconhecimento de perdas permanentes.

Ativo DiferidoAo custo deduzido de proviso para amortizao.

Exigibilidades (passivo circulante e de longo prazo)Pelos valores conhecidos ou calculveis para as obrigaes, encargos e riscos, incluindo o imposto de renda e dividendos propostos. Para emprstimos e financiamentos sujeitos as atualizaes monetrias ou pagveis em moeda estrangeira, pelos valores atualizados at a data do balano.

Resultados de Exerccios FuturosDemonstrado pelo lquido entre as receitas menos os custos e despesas correspondentes ou contrapostos a tais receitas.

Patrimnio LquidoOs investimentos (capital) e reinvestimentos (lucros e reservas) feitos pelos scios e eventuais acrscimos por reavaliao de ativos.

2.3.2 Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE)

O objetivo da Demonstrao do Resultado do Exerccio fornecer aos usurios das demonstraes financeiras da empresa, dados bsicos e essenciais da formao do resultado do exerccio. atravs dela que os acionistas e credores podem avaliar o desempenho operacional das empresas, traar suas projees e tomar suas decises de investimento. A importncia do demonstrativo de resultados tambm considervel no mbito interno da empresa, pois atravs dele que seus executivos so avaliados e com base nele que se elaboram os oramentos operacionais. Finalmente, o governo tambm usurio tpico da demonstrao de resultados, pois ela a base para a elaborao da declarao de imposto de renda.

Conceito (DRE)

A Demonstrao do Resultado do exerccio a apresentao, em forma resumida, das operaes realizadas pela empresa, durante o exerccio social, demonstradas de forma a destacar o resultado liquido do perodo.

A Demonstrao do Resultado do exerccio fornece um resumo financeiro dos resultados operacionais da empresa durante um perodo especfico. O mais comum a demonstrao do resultado do exerccio cobrindo o perodo de um ano que termina em uma data especfica, normalmente 31 de dezembro do ano calendrio. Muitas empresas grandes, no entanto, operam em um ciclo financeiro de 12 meses, ou ano fiscal, que termina em uma data diferente de 31 de dezembro. Demonstraes de resultados mensais so tipicamente preparadas para o usos da alta administrao, assim como demonstraes trimestrais so disponibilizadas para os acionistas de sociedades annimas de capital aberto.

Estrutura (DRE)

Vejamos, como exemplo, algumas contas da Demonstrao de Resultados da XYZ Corporation para o ano de 2000, mostrado abaixo:

A demonstrao se inicia pela comparao das receitas de vendas (receita bruta) com vendas lquidas e o respectivo custo das mercadorias vendidas, apurando-se o lucro bruto do exerccio. No custo das mercadorias e produtos vendidos esto reunidas as despesas incorridas pela empresa na obteno dos produtos e mercadorias entregues aos clientes, em troca de pagamento ou de duplicatas a receber.

A seguir, do lucro bruto so deduzidas as despesas operacionais, ou seja, o total das despesas incorridas para levar mercadorias e produtos ao mercado consumidor, concluindo a operao da empresa. O resultado desta deduo o lucro operacional do exerccio social. Para que o lucro operacional tenha real significado econmico, apenas as despesas decorrentes da operao da empresa deveriam estar aqui includas, ou seja, o custo dos esforos realizados pela empresa para obter o nvel de vendas alcanado no perodo e para concluir a operao pela entrega dos bens e servios vendidos aos clientes. A rigor, as despesas financeiras no deveriam estar includas no conjunto de despesas operacionais; o principal ponto a ser considerado que as despesas financeiras no nascem na operao desenvolvida pela empresa, mas da deciso de financiamento adotada pela sua direo.

Apurado o lucro operacional, logo a seguir deveriam vir as despesas financeiras e em seguida a listagem das receitas e despesas no operacionais. A adio dessas contas ao lucro operacional resulta no lucro antes do imposto de renda. A seguir temos a proviso para o imposto de renda apurando-se, finalmente o lucro (prejuzo) lquido do exerccio.

A seguir, deduz-se, proviso para contribuio social e proviso para o imposto de renda sendo apurado o resultado aps o imposto de renda e no final as participaes de terceiros tais como debntures, empregados, administradores, partes beneficiarias, contribuies para fundos de benefcios a empregados, chegando ao lucro ou prejuzo liquido do exerccio, valor final da demonstrao.

A lei das sociedades annimas exige ainda a apresentao do montante do lucro por ao.

Modelo Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE)

DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO DE 19XX

1 RECEITA OPERACIONAL BRUTA Venda de Mercadorias e/ou Prestao de Servios........................................12 DEDUES E ABATIMENTOS Vendas Anuladas.................................................................................a

Descontos Incondicionais Concedidos.................................................b

ICMS sobre Vendas.............................................................................c

PIS s/Faturamento...............................................................................d

COFINS...............................................................................................e ...........23 RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA ( 1 2 ).....................................................3

4 CUSTOS OPERACIONAIS Custo das Mercadorias Vendidas e/ou Servios Prestados.............................45 LUCRO BRUTO ( 3 4 ).....................................................................................56 DESPESAS OPERACIONAIS Despesas de Vendas..........................................................................a

Despesas Financeiras............................................................b1

( - ) Receitas Financeiras.......................................................b2.........b

Despesas Gerais e Administrativas....................................................c

Outras Despesas Operacionais..........................................................d............67 OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS ...............................................................7

8 LUCRO (PREJUZO) OPERACIONAL ( 5 6 + 7 ).............................................8

9 RECEITAS NO OPERACIONAIS.......................................................................9

10 DESPESAS NO OPERACIONAIS..................................................................10

11 RESULTADO DO EXERC. ANTES DO IMP. DE RENDA ( 8 + 9 10 ) ..........1112 PROVISO PARA CONTRIBUIO SOCIAL..................................................12

13 PROVISO PARA O IMPOSTO DE RENDA....................................................13

14 RESULTADO DO EXERC. APS O IMPOSTO DE RENDA (11 12 13 )....1415 PARTICIPAES Debntures.........................................................................................a

Empregados........................................................................................b

Administradores..................................................................................c

Partes Beneficiarias............................................................................d

Contrib. P/ Inst. Ou Fundos de Assist. ou Previd. De Empregados....e .........1516 LUCRO OU PREJUZO LIQUIDO DO EXERCCIO ( 14 15 ) .......................1617 LUCRO OU PREJUZO LIQUIDO POR AO DO CAPITAL..........................17Significado dos Agrupamentos (DRE)

Receita Operacional Bruta ou Receita Bruta de Vendas

Neste item devero figurar todos os saldos das seguintes contas:

Vendas de Mercadorias (empresas comerciais)

Vendas de Produtos (empresas industriais)

Receitas de Servios (empresas prestadoras de servios)

Dedues e Abatimentos

Neste item esto todos os valores a serem abatidos do valor da Receita Operacional Bruta, como:

Vendas Anuladas

Descontos Incondicionais Concedidos

Impostos incidentes sobre vendas

ICMS

PIS

COFINS Contribuio Social sobre o Faturamento

ISS (empresas prestadoras de servios)

Receita Operacional Liquida ou Receita Liquida de Vendas

Corresponde ao valor da Receita Operacional Bruta, deduzidas as Vendas Anuladas, os Descontos Incondicionais Concedidos e os Impostos e Contribuies sobre Vendas e Faturamento.

Custos Operacionais

Neste item esto as contas cujos saldos sero deduzidos da Receita Operacional Liquida:

Custo das mercadorias Vendidas (Empresas Comerciais)

Custo dos Produtos Vendidos (Empresas Industriais)

Custo dos Servios Prestados (Empresas Prestadoras de Servios)

Lucro Bruto

Corresponde Receita Operacional Lquida, deduzidos os Custos Operacionais, resultado obtido nas operaes objeto da explorao da empresa.

Despesas Operacionais

So demonstradas todas as despesas Operacionais incorridas no perodo, agrupadas em Despesas com as Vendas, Despesas Financeiras menos as Receitas Financeiras, Despesas Gerais e Administrativas e Outras Despesas Operacionais.

Outras Receitas Operacionais

Este item corresponde s demais Receitas, exceto as financeiras, como Receitas de Aluguis, Variaes Monetrias Ativas, Receitas de Participaes Societrias, Receitas Eventuais etc.

Lucro Operacional

Corresponde ao lucro obtido no confronto entre o Lucro Bruto acrescido das demais Receitas Operacionais e deduzido das demais Despesas Operacionais.

Quando o total dos Custos Operacionais mais as Despesas Operacionais for superior ao total da Receita Operacional Lquida mais as demais Receitas Operacionais, esse resultado corresponder a prejuzo. Logo, a sua denominao ser Prejuzo Operacional.

Receitas No Operacionais

Segundo a legislao tributria, este item compreende apenas as Receitas provenientes de transaes no includas nas atividades principais ou acessrias que constituem objeto da empresa, como os ganhos de Capital obtidos pela alienao de bens ou de direitos do Ativo Permanente.

Despesas No Operacionais

Segundo a legislao tributria, incluem apenas aquelas que resultam de transaes no includas nas atividades principais ou acessrias da empresa, como perdas sofridas em funo de alienao, desapropriao, baixa por perecimento, extino, desgaste, obsolescncia e exausto por liquidao de bens ou de direitos do Ativo Permanente.

Resultado do Exerccio antes da Proviso para o Imposto de Renda

Corresponde ao Lucro ou Prejuzo Operacional mais ou menos as Receitas No Operacionais, mais ou menos as Despesas No Operacionais.

Proviso para Contribuio Social

As bases para clculo dessa proviso, bem como as alquotas, desde a sua criao atravs da constituio de 1988, tm sofrido constantes alteraes atravs da legislao tributria. Desta forma, conveniente consultar o Regulamento do Imposto de Renda para aplicar os critrios em vigor em cada ano.

Para fins didticos, consideraremos, nesta obra, a alquota de 10% a ser calculada sobre o Resultado do Exerccio, antes dos clculos das provises.

Proviso para o Imposto de Renda

Essa proviso calculada com base no Lucro Real.

O Lucro Real , de acordo com a legislao tributria, o Lucro Lquido do Exerccio ajustado pelas adies, excluses ou compensaes prescritas ou autorizadas por essa mesma legislao. O Lucro Real determinado com base na escriturao que o contribuinte deve manter, observando as leis comerciais e fiscais, sendo demonstrado no Livro de Apurao do Lucro Real LALUR.

A alquota, bem como a base (Lucro Real) para clculo dessa proviso, tambm sofrem alteraes constantes atravs da legislao tributria. Por isso, sempre conveniente consultar o Regulamento do Imposto de Renda para verificar os critrios em vigor em cada ano.

Resultado do Exerccio aps o Imposto de Renda

Corresponde ao Resultado do Exerccio antes da Proviso para o Imposto de Renda, deduzido da Proviso para Contribuio Social e da Proviso para o Imposto de Renda.

Participaes

As Participaes correspondem a parcelas do Resultado do Exerccio destinadas aos proprietrios de Debntures, empregados, administradores, partes beneficirias, instituies ou fundos de assistncia ou previdncia de empregados.

Debntures so ttulos de crdito emitidos por Sociedades por Aes, que conferem a seus titulares direitos de crditos junto a elas nas condies constantes das escrituras de emisso ou dos certificados. Normalmente rendem juros, correo monetria e participao nos lucros. So garantidas pelo Ativo da empresa emissora e asseguram preferncia no resgate sobre os demais ttulos da empresa. Quando a empresa vende esses ttulos, cria para si uma obrigao, geralmente a longo prazo, podendo registrar tal obrigao atravs da conta Debntures a Pagar.

Partes beneficirias so ttulos negociveis sem valor nominal e estranhos ao Capital Social, que podem ser criados pela Sociedade por Aes em qualquer tempo Esses ttulos podem ser negociados pela empresa ou cedidos gratuitamente a empregados, clientes etc., de acordo com a vontade da empresa. O nico direito que o detentor desses ttulos tem a participao nos lucros, que no poder ser superior a um dcimo do lucro apurado.

A empresa poder distribuir parte dos lucros a seus empregados e administradores como prmio, podendo destinar, tambm, uma parte para instituies ou fundos de assistncia ou previdncia de empregados.

A base de clculo das participaes o Resultado do Exerccio aps a Proviso para o Imposto de Renda diminudo dos Prejuzos Acumulados.

Veja o que dispe o artigo 190 da Lei n 6.404/76:

As participaes estatutrias de empregados, administradores e partes beneficirias sero determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos lucros que remanescerem depois de deduzida a participao anteriormente calculada. (...)Lucro ou Prejuzo Lquido do Exerccio

Corresponde ao Lucro Lquido aps o Imposto de Renda, deduzido das Participaes. No caso de o Resultado do Exerccio corresponder a prejuzo, ele ser denominado Prejuzo Lquido do Exerccio.

Lucro ou Prejuzo Lquido por Ao do Capital

Neste item ser informado o valor do Lucro Lquido do Exerccio ou do Prejuzo Lquido do Exerccio correspondente a cada ao em circulao que compe o Capital da sociedade (quando se tratar de Sociedades por Aes).

Nas entidades onde existam aes de classes e espcies diversas, os critrios utilizados para os clculos devero ser informados em Notas Explicativas.

COMO ELABORAR A DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO

Os dados necessrios para a elaborao desta demonstrao so extrados do livro Razo.

No momento em que esta demonstrao elaborada, todas as Contas de Resultado a serem utilizadas j esto com os saldos devidamente encerrados, exceto as contas que registram as dedues (Proviso para Contribuio Social e Proviso para o Imposto de Renda), bem como aquelas que registram as participaes.

Assim, para facilitar os trabalhos, o contabilista poder extrair os dados dos ltimos lanamentos efetuados no livro Dirio, que registraram as transferncias das Despesas e das Receitas para a conta Resultado do Exerccio, assim como as dedues e participaes no referido Resultado.

Forma de Apresentao

Conforme o artigo 187 da Lei n 6.404/76, esta demonstrao deve ser apresentada de forma vertical. Partindo da Receita Bruta de Vendas e Servios, devem ser subtradas as Dedues e Abatimentos sobre Vendas e Servios, o Custo das Mercadorias Vendidas e dos Servios Prestados, as Despesas Operacionais e No-Operacionais; acrescidas as Receitas Operacionais e No-Operacionais; e deduzidas as Provises para Contribuio Social e para o Imposto de Renda e as Participaes.

DETALHES DE INFORMAO DA DRE

A preocupao na elaborao de um Relatrio Contbil a riqueza de detalhes, sem complicaes, no sentido de propiciar um maior nmero de informaes para a tomada de decises. As parcelas dedutivas (subtrativas), que grosso modo chamamos de despesas, so agrupadas de acordo com suas caractersticas.

Vamos admitir uma indstria elaborando o resultado para os usurios dos relatrios contbeis:

Receita Bruta

(-) Dedues

Total Geral das Vendas

Neste grupo incluem-se todos os valores que no representam sacrifcios financeiros (esforos) para a empresa, mas que so meros ajustes para se chegar a um valor mais indicativo que Receita Lquida, como, por exemplo, Impostos cobrados do consumidor no momento da venda.

= Receita Lquida

(-) Custos do PerodoSo somente os gastos da fbrica (gastos de produo), incluindo matria-prima, mo-de-obra, depreciao de bens da fbrica, aluguel da fbrica, energia eltrica da fbrica etc.

= Lucro Bruto

(-) DespesasSo os gastos de escritrio, gastos para administrar (despesas administrativas) a empresa como um todo: desde o esforo para colocar os produtos ao cliente (despesas de vendas: propaganda, comisso), at a remunerao ao capital de terceiros (despesa financeira: juros).

= Lucro Operacional

(-) Perdas

Geralmente, so gastos imprevisveis, anormais, extraordinrios, que no contribuem para a obteno de receita (vendas).

= Lucro Antes da

Distribuio

(-) Participao de

Terceiros

H pessoas que, voluntria ou involuntariamente, tero uma "fatia do lucro": Governo (atravs do Imposto de Renda, Contribuio Social); administradores, empregados (gratificao) etc.

= Lucro Lquido

(-) Participao Dos

DonosScios/Acionistas distribuio do lucro (Dividendos esta ltima distribuio indicada na Demonstrao de Lucros ou Prejuzos Acumulados).

= Lucro Lquido Retido na empresa

2.3.3 Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos (DOAR)

A Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos (Doar) tem por objetivo apresentar de forma ordenada e sumariada as informaes relativas s operaes de financiamento e investimentos da empresa durante o exerccio, e evidenciar as alteraes na posio financeira da empresa.

A Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos evidencia a figura do Capital Circulante Liquido da entidade.

Conceito (DOAR)

A Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos um relatrio contbil destinado a evidenciar, num determinado perodo as modificaes que deram origem s variaes no Capital Circulante Liquido da entidade.

A Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos procura evidenciar as origens de recursos que ampliam a folga financeira de curto prazo, Capital Circulante Liquido da entidade, e as aplicaes de recursos que consomem essa folga.

2.3.3.1 Estrutura

Descrio das Origens

As origens de recursos so representadas pelos aumentos no Capital Circulante Lquido, e as mais comuns so:

a) Das prprias operaes, quando as receitas (que geram ingressos no capital circulante lquido) do exerccio so maiores que as despesas (que geram aplicaes ou redues de capital circulante lquido).

Assim, ignorando as despesas ou receitas que no afetam o capital circulante lquido, temos simplesmente que:

Se houver lucro, teremos uma origem de recursos;

Se houver prejuzo, teremos uma aplicao de recursos;

b) Dos acionistas, pelos aumentos de capital integralizados, j que tais recursos aumentaram as disponibilidades da empresa e, consequentemente, seu capital circulante lquido;

c) De terceiros, por emprstimos obtidos pela empresa, pagveis a longo prazo, bem como dos recursos oriundos da venda a terceiros de bens do Ativo Permanente, ou de transformao do Realizvel a Longo Prazo em Ativo Circulante.

Os emprstimos feitos e pagveis a curto prazo no so considerados como origem de recursos, para fins dessa demonstrao, pois no afetam o Capital Circulante Lquido. Nesse caso h um aumento de disponibilidades e, ao mesmo tempo, do passivo circulante.

Descrio das Aplicaes

As aplicaes de recursos so representadas pelas diminuies no Capital Circulante Lquido, e as mais comuns so:

a) Inverses permanentes derivadas de: Aquisio de bens do Ativo Imobilizado;

Aquisio de novos Investimentos permanentes em outras sociedades;

Aplicao de recursos no Ativo Diferido;

b) Pagamento de emprstimos a longo prazo, pois assim como a obteno de um novo financiamento representa uma origem, sua liquidao significa uma aplicao.

A mera transferncia de um saldo de emprstimo do Exigvel a Longo Prazo para Passivo Circulante, por vencer no exerccio seguinte, representa uma aplicao de recursos, pois reduziu o Capital Circulante Lquido;

c) Remunerao de scios ou acionistas.

Origens e Aplicaes que no afetam o Capital Circulante Lquido, mas aparecem na demonstrao.

H vrios tipos de transaes que no afetam o Capital Circulante Lquido, mas so apresentadas como origens e aplicaes, simultaneamente. Por exemplo:

a) Aquisio de bens do Ativo Permanente (investimentos ou imobilizados) pagveis a longo prazo.b) Converso de Emprstimos de Longo Prazo em Capital.

c) Integralizao de Capital em bens do Ativo Permanente;d) Venda de bens do Ativo Permanente recebveis a longo prazo.Essa demonstrao apresentada com os seguintes grandes ttulos:

I ORIGENS DOS RECURSOS

Onde so discriminadas as origens, por natureza, e apurado o valor total dos recursos obtidos no exerccio.II APLICAES DOS RECURSOS

Onde so relacionadas s aplicaes, tambm por natureza, e evidenciado seu valor total.III AUMENTO OU REDUO NO CAPITAL CIRCULANTE Lquido

Representa a diferena entre o total das origens e o total das aplicaes.IV SALDO INICIAL E FINAL DO CAPITAL CIRCULANTE LQUIDO E VARIAO

Onde so evidenciados Ativos e Passivos Circulantes do incio e do fim do exerccio e respectivo aumento ou reduo.

Modelo Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos

DEMONSTRAO DAS ORIGENS E APLICAES DE RECURSOS

Exerccio findo em 31de dezembro de XX1 ORIGENS DOS RECURSOS

Das operaes

Lucro Lquido do Exerccio.................................................................X

(+) Depreciao, Amortizao ou Exausto.......................................X

Variaes monetrias de financiamentos a longo prazo..............X

( -) Lucro na venda de imobilizado.....................................................X Lucro ajustado...................................................................................X

Dos acionistas

Integralizao de Capital..........................................................................X

De terceiros

Ingresso de novos emprstimos........................................................X

Baixa de bem do imobilizado (valor da venda)..................................X....X

TOTAL DAS ORIGENS............................................................................X2 APLICAES DE RECURSOS

Aquisio de bens do imobilizado..................................................................X

Adies ao ativo diferido................................................................................X

Aumento do Ativo Realizvel a Longo Prazo.................................................X

Transferncia para o passivo circulante de financiamento de longo prazo....XDividendos pagos...........................................................................................X

TOTAL DAS APLICAES.....................................................................X3 AUMENTO OU DIMINUIO DO CAPITAL CIRCULANTE

LQUIDO (1 - 2) ...............................................................................................X4 VARIAO DO CAPITAL CIRCULANTE LQUIDO

Ativo Circulante Inicial..................................................................................X

(-) Passivo Circulante Inicial.........................................................................Xa. Capital Circulante Lquido Inicial................................................................X Ativo Circulante Final...................................................................................X

(-) Passivo Circulante Final..........................................................................Xb. Capital Circulante Lquido Final.................................................................Xc. Variao do Capital Circulante Lquido (b - a)...........................................XImportncia (DOAR)

A DOAR fornece informaes que no constam das demais demonstraes financeiras. Est relacionada com o Balano e com a Demonstrao de Resultados do Exerccio, sendo complementar a ambas, fornecendo as modificaes na posio financeira da empresa pelo fluxo de recursos. Auxilia em importantes aspectos como, por exemplo:

1) Conhecimento da poltica de inverses permanentes da empresa e fontes dos recursos correspondentes;

2) Constatao dos recursos gerados pelas operaes prprias, ou seja, o lucro do exerccio ajustado pelos itens que o integram, mas no afetam o capital circulante lquido;

3) Verificao de como foram aplicados os recursos obtidos com os novos emprstimos de longo prazo;

4) Constatao de se e como a empresa est mantendo, reduzindo ou aumentando seu capital circulante lquido;

5) Verificao da compatibilidade entre a distribuio de lucros e a posio financeira da empresa.