apostila de analise de riscos

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1 Material para Estudos Análise de Riscos – IRCP ANTES DE MAIS NADA.... 1. Apresentação Prof.: Antônio Inácio da Costa Júnior Disciplinas: Análise de Riscos I e II Carga horária: 60 horas Curso: Saúde e Segurança do Trabalho Descubra-se... Descubra seus talentos... E use-os para o bem do seu próximo! 2. Introdução CLT – Artigo 160 e Normas Regulamentadoras 02 e 03. Trabalhe... Trabalhe muito... Trabalhe com a mente e o coração... Feliz é o homem que ama o seu trabalho! 3. Análise de Riscos – Conceitos Básicos Risco – uma ou mais condições de uma variável com potencial necessário para causar danos (lesões a pessoas, danos a equipamentos ou perda de materiais). Perigo – expressa exposição relativa a um risco e favorece sua materialização em danos. 1

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Page 1: Apostila de Analise de Riscos

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Material para Estudos Análise de Riscos – IRCP

ANTES DE MAIS NADA....

1. Apresentação

Prof.: Antônio Inácio da Costa JúniorDisciplinas: Análise de Riscos I e IICarga horária: 60 horasCurso: Saúde e Segurança do Trabalho

Descubra-se...Descubra seus talentos...

E use-os para o bem do seu próximo!

2. Introdução

CLT – Artigo 160 e Normas Regulamentadoras 02 e 03.

Trabalhe...Trabalhe muito...

Trabalhe com a mente e o coração...Feliz é o homem que ama o seu trabalho!

3. Análise de Riscos – Conceitos Básicos

Risco – uma ou mais condições de uma variável com potencial necessário para causar danos (lesões a pessoas, danos a equipamentos ou perda de materiais).Perigo – expressa exposição relativa a um risco e favorece sua materialização em danos.Dano – severidade da lesão ou perda física, funcionais ou econômicas, resultantes da perda de controle sobre um risco.Causa – origem de caráter humana ou material, relacionada com o acidente, pela materialização de um risco que resulte em danos.Segurança – antônimo de perigo, isenção de riscos. Sendo praticamente impossível a eliminação total dos riscos, pode-se definir

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a segurança como um compromisso com a proteção contra a exposição a riscos.Perda – prejuízo sofrido por uma organização, sem garantia de ressarcimento por seguro ou outros meios.Sinistro – prejuízo sofrido por uma organização, com garantia de ressarcimento por seguro ou outros meios.Incidente – qualquer evento ou fato negativo com potencial de provocar danos. É também chamado de quase-acidente, situação esta em que não há danos visíveis.Acidente – toda ocorrência não-programada que altera o curso normal de uma atividade e modifica ou põe fim à realização de um trabalho.

ESQUEMA

Incidente

Risco → Exposição (perigo)

↓Causa → Fato → Efeito →Danos

(acidente ou falha) (humanos, materiais, financeiros).

↓Origem(humana, material).

Ê São João bão!

4. Natureza dos Riscos

Genericamente classificamos:- Riscos Especulativos- Riscos Puros

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Riscos Especulativos – são provenientes de atos administrativos, políticos e de inovação.Riscos de mercado, financeiros ou de produção – riscos administrativos.Riscos devido a leis, decretos e portarias – riscos políticos.Riscos devido à introdução de novos produtos no mercado e sua conseqüente aceitação pelos consumidores – riscos de inovação.

Riscos Puros – assim considerados aqueles em que há somente a possibilidade de perda, ou seja, nenhuma possibilidade de ganho ou lucro. Perda essa decorrente de:a) Morte ou invalidez de funcionários;b) Danos à propriedade e a bens em geral;c) Fraudes ou atos criminosos;d) Danos causados a terceiros (poluição do meio ambiente, qualidade e segurança do produto fabricado ou serviço prestado).

Está evidente que o objeto da Segurança do Trabalho são os riscos puros.

Ooooooops!

5. Técnicas de Análise de Riscos

i) Série de Riscos (SR) – consiste na relação de todos os riscos capazes de todos os riscos capazes de contribuir para o aparecimento de danos.Risco inicial – originário, figura no início da série.Risco principal – pode causar sinistros ou perdas, a saber: morte, lesão, degradação da capacidade funcional dos trabalhadores, danos a equipamentos, veículos, estruturas, perda de materiais, etc.Riscos contribuintes – todos os outros riscos que compões a série.

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Observação 1: uma vez obtida a série, cada risco é analisado no sentido de se tentar inibi-lo ou eliminá-lo (ver anexo 12).

Observação 2: entenda-se sistema como tudo aquilo que compõe o ambiente de trabalho, com exceção das pessoas (recursos humanos).

ii) Análise Preliminar de Riscos (APR) – consiste no estudo realizado na fase de concepção ou desenvolvimento (projeto) de um novo sistema, com o objetivo de se revelar os riscos que poderão estar presentes na fase de funcionamento do sistema.

No sentido de se priorizar as ações destinadas à prevenção e estando implícita na APR, temos a categorização dos riscos, sintetizada pela ordem crescente de priorização, através do quadro a seguir.

Categoria Nome Características

I desprezívelNão degrada o sistema nem o seu funcionamento. Não ameaça os recursos humanos.

II Marginal/limítrofe

Degradação moderada do sistema com danos menores. Não causa lesões nos recursos humanos. É compensável (financeiramente) ou controlável.

III Crítica

Degradação crítica do sistema. Causa lesões nos recursos humanos. Necessita de ações preventivas/corretivas imediatas.

IV CatastróficaGrave degradação do sistema com perda deste, morte e lesões nos recursos humanos.

Exemplos: Risco Causa Efeito Categoria do

RiscoMedidas Preventivas

Alta Voltagem- Contato com equipamentos- Raios

- Choque elétrico- Queimadura- Morte

IV

- Treinamento- Supervisão- Uso de EPI- Aterramento adequado

Queda pela escada- Falta de amarração- Não uso de EPI

- Lesão- Mal-estar- Morte

IV

- Treinamento- Supervisão do Serviço- Uso de EPI

Atropelamento- Sinalização ineficiente- Falta de atenção

- Lesão- Fratura- Morte

IV

- Treinamento- Manutenção- Incentivos para se reduzir os acidentes com veículos

Maçarico

- Má condição de manutenção- Falta de atenção- Inabilidade

- Queimaduras nas mãos ou no corpo II - Treinamento

- Manutenção

iii) Análise e Revisão de Critérios (ARC) – trata-se da revisão de todos os documentos com informações de segurança, envolvidas em um processo ou produto, tais como: especificações, normas, códigos, regulamentos de segurança, a partir dos quais podem ser elaborados checklists.

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Como procedimento de revisão dos riscos inerentes aos processos, temos o checklist, que se destina a produzir:a) Obtenção de uma quantidade abrangente de riscos;b) Consenso entre as áreas de atuação, a saber: produção, processo e segurança;c) Relatório de fácil entendimento que também deve servir como material de treinamento.

Exemplo de checklist simplificado:Unidade Processo

Categoria Assuntos a serem investigados

Responsável Completado

iv) Análise da Missão (AM) – trata-se da análise de todas as atividades de um sistema já em operação, levando em conta os fatores com potencial de causar danos.

v) Diagramas de Análise de Fluxo (DAF) – essas análises por diagramas são úteis, principalmente para eventos seqüenciais. Exemplo: fiação em mal estado de conservação (ressecada) levando a curto-circuito, que leva a um princípio de incêndio, que pode levar a um incêndio de graves proporções.

vi) Mapeamento (M) – técnica útil na delimitação de áreas perigosas. Exemplo: mapa de risco biológico, físico, etc.

vii) Análise do Ambiente (AA) – trata-se da análise completa do ambiente, de maneira geral, abarcando higiene industrial, climatologia, etc.

viii) Análise de Modo de Falha e Efeito (Amfe) – permite verificar como podem falhar os componentes de um equipamento ou sistema, determinar os efeitos provenientes e estabelecer as mudanças a serem efetuadas para diminuir a probabilidade de falha (que poderá levar ao acidente) do sistema.

Exemplo de aplicação sobre um reservatório de água:Componente Flutuador (bóia) Válvula de Entrada Recipiente (caixa)

Modo de falha Falha em flutuarEmperra aberta – quando o nível de água sobe.

Rachadura, colapso.

Efeitos sobre outros componentes

Válvula de entrada aberta – recipiente pode ir ao nível máximo

Bóia submersa – recipiente pode ir ao nível máximo

Nenhum

Risco II II IV

Métodos de detecção Observar saída do ladrão e consumo excessivo Idem

Umidade, infiltração, choque nos registros (disparo) e consumo excessivo.

Ações corretivas

Excesso de água pelo ladrão, reparar ou substituir bóia, cortar suprimento.

Reparar ou substituir válvula, cortar suprimento.

Cortar suprimento, reparar ou substituir.

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ix) Análise de Componentes Críticos (ACC) – analisa atentamente certos componentes e subsistemas de importância crítica para determinada operação ou processo.

x) Técnica de Incidentes Críticos (TIC) – método que serve para identificar erros e condições inseguras que contribuem para os acidentes com lesão, através de uma amostra de observadores-participantes. Tais observadores-participantes são selecionados dos principais departamentos da empresa, de maneira que se possa obter uma amostra representativa das operações existentes dentro das diferentes categorias de risco.

Resultados esperados a partir dessa técnica: Revelação, com confiança, dos fatores causais de acidentes

industriais; Identificação de fatores causais associados aos acidentes (com

ou sem lesão); Revelação de uma quantidade maior de informações sobre as

causas dos acidentes; Uso das causas dos acidentes sem lesão para identificar as

potenciais origens dos acidentes que podem ocasionar lesões; Análise antecipada dos acidentes (anterior à ocorrência dos

mesmos) em função de conseqüências como danos à propriedade e produção de lesões;

Obtenção de conhecimento necessário para aumentar a nossa capacidade de identificação e controle dos problemas de acidentes.

xi) Análise de Procedimentos (AP) – revisão das ações a serem praticadas em uma tarefa.

xii) Análise das Contingências (AC) – através desta técnica são analisadas as situações potenciais de emergência, derivadas de eventos não-programados – erro humano ou causa natural inevitável.

xiii) Análise de Árvore de Falhas (AAF) – técnica desenvolvida pelos laboratórios Bell Telephone em 1962, a pedido da Força Aérea Americana, para uso no sistema de mísseis balísticos intercontinentais. Em rápidas pinceladas: Trata-se de uma técnica dedutiva para a determinação tanto de possíveis causas de acidentes como de falhas de sistemas, além de cálculos de probabilidades de falhas. É uma técnica de análise de riscos já bem difundida no estudo de acidentes graves. Procura estabelecer o mecanismo de encadeamento (ligação) das várias causas que poderão dar origem a um evento. No ápice da “árvore” está o evento indesejável (evento-topo), nos vários “ramos”, o mecanismo lógico de sua produção. Cada “ramo” é introduzido por uma “entrada”, podendo ser representada por “and” (e), ou por “or” (ou). Usa-se “and” quando são necessários dois

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fatores, atuando em conjunto para a produção do evento indesejável. Usa-se “or” quando o evento indesejável pode ser produzido por um ou outro fator (em outras palavras, não é necessário que os fatores estejam presentes ao mesmo tempo, bastando um deles para que o evento se realize).

“and”e “or”são representados pelos seguintes símbolos gráficos:

“and” “or”

Matematicamente, quando se deseja quantificar os riscos correspondentes a cada evento, “and” corresponderá a um produto (multiplicação de duas probabilidades estatísticas) e “or”a uma soma de duas probabilidades. Seguem alguns símbolos gráficos utilizados na representação da AF e seus significados:

Evento provável.

Evento básico, não depende dos outros.

Ligação ou conexão entre uma parte e outra da árvore.

Evento dependente de outros (por impossibilidade ou falta de necessidade) não será desenvolvido.

Evento final.

Identificação de um evento particular.

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Módulo de inibição (inibição de eventos indesejáveis, ou seja, que poderão levar a danos ou lesões).

Seqüência de passos para o desenvolvimento do método:

Seleciona-se o evento ou falha indesejável, cuja probabilidade de ocorrer deve ser determinada.

Revisam-se todos os fatores contribuintes, tais como: ambiente, dados de projeto, exigências do sistema, etc., determinando-se as condições, eventos ou falhas que poderão contribuir para a ocorrência do evento indesejado.

Prepara-se uma “árvore”, fazendo-se um diagrama com os eventos e falhas contribuintes de modo sistemático, mostrando a relação deles com o evento-topo (evento indesejável). O processo inicia-se com os eventos que diretamente poderiam causar tal evento, formando o “primeiro nível” da árvore. À medida que se retrocede passo a passo, as combinações de eventos e falhas contribuintes vão sendo adicionadas. Os diagramas assim preparados são chamados de “árvores de falha”. O relacionamento entre os eventos é feito através de comportas lógicas.

Desenvolve-se as expressões matemáticas adequadas, expressões estas que simplificam-se em operações de adição e multiplicação contidas nas comportas lógicas.

Determina-se a probabilidade de falha de cada componente, ou a probabilidade de ocorrência de cada evento, presentes na equação simplificada. Estes dados podem ser obtidos de tabelas específicas dos fabricantes, da experiência anterior, comparação com equipamentos e situações similares, etc.

Aplicam-se as probabilidades à expressão simplificada, calculando-se a probabilidade de ocorrência do evento indesejável investigado. A AAF traz ao analista um grande número de informações e conhecimento muito mais completo do sistema ou situação em estudo, propiciando uma visão bastante clara da questão e possibilidades imediatas de atuação no sentido da correção das condições indesejadas.

Estrutura básica de uma árvore de falhas.

Falha do sistema ou acidente (evento-topo).

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A AF consiste em seqüências de eventos que levam o sistema à falha ou acidente.

As seqüências de eventos são construídas com o auxílio de comportas lógicas: and (e), or (ou), etc.

Os eventos de saída (intermediários) são representados por retângulos, com o evento descrito dentro deles.

As seqüências levam finalmente a falhas primárias (básicas) que permitem calcular a probabilidade de ocorrência do evento-topo (evento indesejável, acidente, falha, etc).

As falhas básicas são indicadas por círculos e representam o limite de resolução da AF.

Exemplos de árvores de falha nos anexos 13, 14 e 15.

Situação de Risco Categoria 3-4!

6. Elementos Básicos para um Programa de Segurança

Abordamos a seguir os seis elementos básicos a serem considerados na elaboração de um programa de segurança: direção, responsabilidade, técnicas de segurança, inspeções de segurança, sistema de registro de acidentes e investigação de acidentes.

6.1 Direção

Nestes tempos de globalização e conseqüentemente, competição cada vez mais acirrada entre as empresas, as gerências e direções das mesmas (competitivas e conscientes deste fato) estão cada vez mais valorizando o quesito qualidade. Qualidade de produto, serviço, melhoria das condições de trabalho, além de redução de custos, etc., estas são expressões que se resumem a numa só, que é a qualidade

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de vida no trabalho, contexto no qual se insere a higiene e a segurança do trabalho.

Assim sendo a direção da empresa deve assumir, a segurança do trabalho de forma filosófica, implantando as normas básicas de segurança, contando com pessoal especializado para este fim e realizando a avaliação de riscos.

6.2 Responsabilidade

A empresa deve orientar, de forma clara, os limites da responsabilidade de cada um no que tange à Segurança do Trabalho, que deve ser assumida por todos, e para que haja êxito, é imprescindível a aceitação de responsabilidades pelos trabalhadores.

6.3 Técnicas de Segurança

Podem ser classificadas em analíticas e operativas. As analíticas são aplicadas anterior ou posterior ao acidente, dependendo de sua finalidade. Já as operativas são permanentes, sendo aplicadas sobre o fator técnico de concepção (projeto), sobre o fator humano ou para correção.

Analíticas – anteriores ao acidenteInspeções;Análise do trabalho;Análise estatística;Análise das pressões no trabalho.

Analíticas – posteriores ao acidenteComunicação e registro;Investigação.

Operativas – sobre o fator técnico de concepçãoProjeto;Equipamentos;Métodos de trabalho.

Operativas – sobre o fator humanoSeleção de pessoal (teste de seleção);Exame médico;Mudanças de comportamento (treinamento, disciplina e incentivos).

Operativas – de correçãoSistemas de segurança;Proteções;Equipamento de proteção individual (EPI);Normas, sinalizações e manutenção preventiva.

6.4 Inspeções de Segurança

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As inspeções de segurança têm por objetivo localizar e identificar os riscos e, a partir daí, estudar e propor medidas corretivas, segundo o esquema a seguir.TRABALHO ↓AMBIENTE ↓ RISCO → INSPEÇÃO (identificação e proposta de solução) ↓ ↓ACIDENTE MEDIDA CORRETIVA ↓ ↓ LESÃO RISCO ELIMINADO OU MINIMIZADO

Tipos de Inspeção

Os tipos de inspeção variam quanto à origem, objetivos, métodos e agentes, também em seus aspectos específicos, como discriminados a seguir.

Quanto à origemInterna (SESMT, gerência, CIPA, manutenção);Externa (órgãos oficiais, seguradoras, serviços públicos).

Quanto aos objetivosPeriódicas;Extraordinárias.

Quanto aos métodosFormais;Informais.

Quanto aos agentesSESMT;CIPA;Instituições alheias

Passos Gerais

Uma inspeção de segurança implica necessariamente em quatro passos.

1. preparação2. realização;3. classificação dos riscos;4. estudo de soluções.

A fase de preparação requer consulta às estatísticas e normas, conhecimento dos métodos de trabalho e materiais utilizados, assim como dos resultados de inspeções anteriores.

Lista de Inspeção

De maneira geral, divide-se em grupos amplos, nos quais são listados os itens específicos de cada um. Especificamente,

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compreende: instalações gerais, condições ambientais, instalações de prevenção e combate a incêndios, e manutenção.

Instalações Gerais Locais, pisos, escadas, passagens, aberturas em paredes, etc.

(arquitetonicamente); Intervalos entre máquinas; Ordem e limpeza; Sinalização, iluminação, ventilação, etc.

Condições Ambientais Vapores, fumaças, gases e poeiras; Ruídos; Tempo de exposição; Vibrações, etc.

Instalações de Prevenção e Combate a Incêndios Extintores; Hidrantes; Saídas de emergência; Alarmes, etc.

Manutenção Transportes: manual e automático; Maquinário: tempo de uso, proteções, comandos, periodicidade,

sistema de segurança, etc.; EPI; Recipientes sob pressão; Trabalhos com riscos especiais: em lugares altos, com solda,

com radiações, etc.

Como Fazer a Inspeção

A inspeção de segurança tem por objetivos implícitos, entre outros: a manutenção dos maquinários, a colocação dos equipamentos em locais que evitem o congestionamento de tráfego; a verificação de espaço para manter e reparar máquinas; a avaliação das condições de iluminação e da eventual necessidade de sinalização de riscos. Para tanto, o trabalho deve ser feito sem pressa, seguindo procedimentos definidos, tais como:

Anotar em planta: identificação, características e técnicas de segurança, métodos de trabalho, tempo de exposição, etc.;

Se necessário, recolher amostras, filmar, fotografar, para estudo mais detalhado;

Discutir com as chefias os problemas encontrados; Fazer um relatório minuncioso; Observar, caso seja percebido um risco, o agente material razão

do risco, ou parte dele, além do tipo de acidente provável;

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Avaliar o risco: características técnicas, método de utilização dos equipamentos, ferramentas ou materiais, EPIs utilizados, tempo de exposição e gravidade;

Propor soluções que sejam aplicáveis e econômicas e correspondentes aos riscos encontrados.

Projetos e Especificações

Partes móveis perigosas; Potência adequada; Partes salientes; Placas indicando capacidade, velocidade, etc.; Interruptores de emergência; Posição do operador; Ruído; Pintura; EPI; Ferramentas.

Métodos de Melhoramento Análise do método atual – Informe o trabalhador de seu

propósito, realize a análise no local, anote distâncias, passos, demoras, dificuldades, etc.

Questione cada detalhe – Por quê? É necessário? Onde é o melhor lugar? Quando é o melhor momento? Quem é o mais indicado? Como melhorar? Anote as idéias de melhoramento obtidas.

Elabore o novo método – Elimine, combine, reordene ou simplifique detalhes, escreva e ilustre o novo método, saliente os pontos positivos e o que é necessário por em prática.

Aprovação do novo método – No momento oportuno convença e treine quem deve praticá-lo, e comprove os resultados.

6.5 Sistema de Registro de Acidentes

Tem por finalidade criar interesse geral na prevenção de acidentes, determinar as principais fontes destes, prestar informações sobre atos e condições inseguros, e julgar a eficiência dos programas de segurança.

Com este sistema em mãos, gerência e supervisores mantêm-se informados dos acidentes ocorridos, suas causas e efeitos, serve como apoio nas reuniões de segurança, para justificar o investimento nos programas de segurança, para ser encaminhado aos órgãos públicos, além de ser afixado nos quadros informativos da empresa.

6.6 Investigação de Acidentes

Situa-se na própria raiz do controle de perdas, tanto humana quanto materialmente, e suas conclusões devem levar às causas das ocorrências, isoladas ou partes de uma sucessão.

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Para tanto são selecionados tipos e causas das ocorrências, estabelecem os esquemas e formas de realização. Durante o processo, é feita uma entrevista com as testemunhas e chefia sobre o ocorrido e finalmente, é conduzido o processo dedutivo e feito o relatório final.

Critérios de Seleção Todos os acidentes fatais; Todos os acidentes graves; Acidentes leves de causas desconhecidas, que se repetem

freqüentemente, com risco potencial de provocar lesões graves.

Formas de Investigação Simples entrevista; Contratação de empresas especializadas.

Requisitos do Investigador Capacidade lógica dedutiva; Conhecimento do processo de produção; Conhecimento de Segurança do Trabalho.

Requisitos da Investigação Evitar a busca de responsáveis pelo acidente; Oferecer soluções; Aceitar declarações comprovadas; Diferenciar dados comprovados dos deduzidos; Analisar dois fatores presentes: o humano e o técnico; Agir rápido (para evitar o esfriamento do caso); Interrogar as testemunhas individualmente; Reconstituir o acidente.

Esquema de Investigação Coleta de dados (sumário do acidente); Levantar dados das pessoas envolvidas e das conseqüências do

acidente; Descrição clara do ocorrido; Local e hora; Condições reais do local; Método utilizado na investigação; Como ocorreu.

Análise do Local O que deveria ter sido feito para evitar; Condições que deveriam existir; Método de trabalho que deveria ser seguido; Dados complementares; Estudo de pontos duvidosos;

Início do Processo Dedutivo Integração dos dados;

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Avaliação da veracidade das informações; Análise (de árvore de falhas, por exemplo); Dedução das causas;

Tipos de causas Técnicas e humanas Origem do acidente e o que ocasionou a lesão.

Relatório Deve conter os elementos importantes; Deve descrever o acidente; Deve distinguir entre dados obtidos por declaração e os

deduzidos; Deve ordenar os fatos; Deve sugerir medidas preventivas e corretivas.

Ver anexos 7 e 8, para exemplos.

Vamu trocá o óilo!

7. Controle de identificação das causas dos acidentes

Identificar as causas dos acidentes consiste em localizar os pontos de risco responsáveis por eles, os quais ocorrem, principalmente devido às causas ambientais (situações de risco) e ao comportamento humano (ato inseguro).

No controle de identificação das causas dos acidentes, podemos considerar os seguintes elementos:

Inspeções programadas de segurança (IPS – com o SESMT, exemplo no anexo 1);

Estudo de doenças ocupacionais (EDO – com o SESMT); Observação de segurança (OS – anexo 3); Análise de segurança do trabalho (AST – anexo 2); Permissão de trabalho (PT – com o SESMT, anexo 4); Delimitação de área restrita (AR – anexos 5 e 6);

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Relatório de incidente/acidente (baseia-se na NB 18 da ABNT, anexo 7);

Investigação de incidente/acidente (baseia-se na NB 18 da ABNT, anexo 8).

Objetivos...Tenha objetivos...

Tenha grandes objetivos...Tenha sempre objetivos positivos...

Grandes pessoas têm sempre grandes objetivos!

8. Controle das Causas dos Acidentes

Está relacionado ao emprego de medidas que visam reduzir a freqüência ou a gravidade dos acidentes. Para tanto, são necessários dois tipos bem conhecidos de controle: o ambiental e o comportamental.

Controle ambiental – seu objetivo é o de estruturar e manter o local de trabalho de tal forma que este propicie o mínimo de riscos, considerando desde os acidentes com lesões até aqueles que produzem apenas danos à propriedade.

Controle comportamental – seu objetivo é o de influir no comportamento do trabalhador, modificando-o de tal maneira a evitar que eles provoquem acidentes.

Elementos de controle das causas dos acidentes do programa de prevenção de perdas

Deve-se observar os elementos de controle, que envolvem soluções de problemas a serem dados por departamentos da empresa, tais como: manutenção, operação, projeto, recursos humanos, serviços gerais, suprimentos, etc.

Esses elementos são: Projeto, arranjos físicos e proteção pessoal; Prevenção de incêndio; Controle de compras; Proteção pessoal; Ordem e limpeza; Manutenção; Treinamento do empregado; Normas e procedimentos;

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Reunião de prevenção de acidentes; Promoção de prevenção de acidentes; Informação de prevenção de acidentes; Desenvolvimento do orgulho pelo trabalho.

Dentre os mais importantes acima citados, temos:

Projeto, arranjos físicos e proteção pessoal;Os aspectos de segurança operacional são colocados em

primeira linha de execução de quaisquer novos projetos, após o SESMT dar o seu parecer. E nos casos em que as condições ambientais não podem ser adequadamente controladas, então é instituído o uso obrigatório de EPIs.

Prevenção de incêndioAs inspeções devem ser programadas e diárias, com especial

atenção em armazenamento de inflamáveis, testes dos sistemas fixos e portáteis de combate a incêndio, brigada de incêndio, treinamento de combate ao fogo (para empregados de todos os níveis e setores), além de sinalização adequada – ver NR 26.

ManutençãoDentro do período de vida útil estimado do equipamento,

máquina ou sistema, a manutenção pode ser definida como um conjunto de atividades destinadas a assegurar a conservação destes bens materiais. Na realidade, analisando as causas dos acidentes, constataremos que, na grande maioria dos casos, os meios de inibição delas baseiam-se num competente programa de manutenção, conduzido pela gerência de manutenção.

Normas e procedimentos de segurançaOs manuais de segurança da empresa devem estar à disposição

dos empregados, em qualquer setor, de modo que todos tenham acesso aos mesmos. Mediante aprovação do SESMT, é facultado a qualquer empregado à emissão de normas e procedimentos de segurança internos e a CIPA poderá manter em funcionamento um subcomitê com a finalidade de opinar sobre as novas normas e procedimentos emitidos além de programar as revisões periódicas das normas em vigor.

Ordem e limpezaEstes elementos devem ser abordados mediante as inspeções

programadas. Os trabalhadores devem ser constantemente conscientizados da importância de se manter a ordem e a limpeza no local de trabalho, promovendo-as, removendo lixo, resíduos, sujeiras e refugos acumulados.

Da mesma forma para sucatas, materiais recuperáveis, e as peças ou equipamentos não usados ou quebrados, transportando-as para locais adequados, com o objetivo de melhorar as condições ambientais de trabalho.

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TreinamentoTodo empregado deve ser treinado no sentido de compreender

que a responsabilidade pela segurança é, principalmente uma atribuição individual. Assim cada empregado deverá preocupar-se no desenvolvimento de atividades seguras e corretas, minimizando a ocorrência de incidentes e acidentes.Os empregados recém-contratados deverão ser sempre submetidos a treinamento, no qual está inserida a segurança do trabalho, assim familiarizando-se com a filosofia em vigor na empresa, além destes não devemos esquecer dos treinamentos específicos periódicos, tais como o uso de EPI, segurança em eletricidade, primeiros socorros, segurança em caldeiras, segurança em laboratórios de análises clicas, etc.

Promoções e informações de prevenção de acidentesAtravés de cartazes, exposições, boletins de segurança, filmes,

caixas de sugestões, revistas especializadas, etc., a conscientização do trabalhador é, assim complementada, quanto à segurança do trabalho.Como parte de programas de incentivo, poderá haver prêmios e competições em todas as áreas e setores, objetivando sempre levar os empregados a atingir seu desempenho máximo em programas de prevenção e atividades normais, o que de forma até indireta levará ao desenvolvimento do orgulho pelo trabalho.

Elementos de redução de perdas por acidentes do programa de prevenção de perdas

Todos os acidentes podem ser evitados, no entanto como eles persistem, devem ser adotados procedimentos que reduzam ou minimizem as lesões ou danos. Assim, logo depois da ocorrência do acidente, medidas de prevenção devem ser determinadas com o fim de evitar um dano ou prejuízo maior.Uma lesão ou dano à propriedade pode agravar-se depois da ocorrência de um acidente.Exemplos: uma pessoa morrer de hemorragia em menos de 2 minutos; ou ainda, o fogo em um recipiente de resíduos (lixeira), pode converter-se em um incêndio de graves proporções em questão de minutos.

Para se reduzir as perdas por acidentes, podem ser considerados os seguintes elementos:

Primeiros socorros; Reabilitação de acidentados; Plano de controle de emergência.

Primeiros socorrosNos casos de acidentes com danos humanos, os primeiros

socorros são fundamentais e, de acordo com o caso, poderão se aplicados no próprio local.

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ReabilitaçãoAtravés de assistência médica, os acidentados podem ser

reabilitados em convênios com entidades especializadas, estes trabalhos de reabilitação são acompanhados pelo órgão especializado em medicina do trabalho.

Plano de controle de emergênciaEm casos de incêndios com danos parciais ou totais em

sistemas críticos de processos (exemplo: usinas nucleares), deve ser acionado um Plano de Controle de Emergência, que tem como principal objetivo somar todos os mecanismos de controle possíveis, reduzindo-se, assim as perdas.

Estruturação final do programa de prevenção de perdas

O esquema mostrado no anexo 9 resume o controle das causas dos acidentes, além do controle de identificação das causa dos acidentes, constituindo-se na estruturação final de um programa de prevenção e controle de perdas.

Avaliação do programa de prevenção de perdasA importância da medição da eficiência do programa de

prevenção de perdas é de se poderem inibir as falhas apresentadas e manter e/ou melhorar os índices de segurança alcançados.

Recomendações

O programa de prevenção de perdas deve ser estabelecido após terem sido implantadas as seguintes fases:

Estabelecimento de uma nova filosofia de segurança aprovada pela gerência;

Conscientização de todos os empregados quanto à segurança; Controle de acidentes com afastamento; Sistema de verificação de atos e condições inseguras; Prevenção de acidentes sem afastamento.

A empresa deve ter estabelecido, de antemão, uma política de prevenção de perdas, além de um sistema de informação e comunicação. O programa deve ser introduzido gradualmente e com a participação de todos os empregados.

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Vende no quilo?

9. Custos dos Acidentes

A redução dos acidentes, bem como a diminuição dos custos são tarefas que se impõem nos dias de hoje, tanto às empresas como aos especialistas em prevenção e controle de perdas. É bastante comum o pessoal do SESMT enfatizar os custos dos acidentes para justificar os investimentos em prevenção, porém sem ter condições de demonstrá-los com exatidão, ou quanto eles incidem no custo do produto.As principais razões para esta ineficácia são:

Dificuldade de as pessoas-chave dentro das empresas assimilarem tais conceitos;

Dificuldade de se obterem informações para a determinação do custo indireto ou não-segurado;

Não aceitação ou aceitação destes conceitos com desconfiança; Fragmentação das informações e das responsabilidades pelas

conseqüências dos acidentes; Aplicação prática discutível (não muito adequada) da maioria

dos métodos para controle destes custos;

Pesquisas realizadas pela Fundacentro revelaram a necessidade de se modificar os tradicionais conceitos de custos de acidentes por meio de uma nova sistemática, de enfoque prático, denominada custo efetivo, equacionada conforme se segue:

Sendo:Ce= C – i Onde:Ce= custo efetivo do acidente;C= custo do acidente;i= indenizações e ressarcimentos recebidos por meio de seguro ou de terceiros (valor líquido).

e:

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C = c1 + c2 + c3

Onde:

c1 = custo correspondente ao tempo de afastamento (até os 15 primeiro dias) em conseqüência de acidentes com lesão;

c2 = custo referente aos reparos e reposições de máquinas, equipamentos e materiais danificados (acidentes com danos à propriedade);

c3 = custos complementares relativos às lesões (assistência médica e primeiros socorros) e aos danos à propriedade (outros custos operacionais resultantes de paralisações, manutenção e lucros cessantes).

A prática tem demonstrado que:

c1 → fácil de calcular;c2 e c3 → depende da organização interna da empresa para seu levantamento.

Para facilitar o controle e o levantamento destes custos, propô-se a adoção de duas fichas sintetizadas: uma para a comunicação do acidente e outra para o cálculo do respectivo custo.

Os anexos 10 e 11 apresentam modelos para essas fichas.

Acredite...Acredite em você mesmo...Acredite em seus sonhos...

Acredite que você vai conseguir...O que você acreditar você consegue

alcançar!

10. Fundamentos da Prevenção e Controle de Perdas

No início dos anos 30, o engenheiro H.W. Heinrich, em sua intitulada Industrial Accident Prevention, divulgou pela primeira vez a filosofia do acidente com danos à propriedade. Suas análises trouxeram como resultado a proporção 1:29:300, isto é, uma lesão incapacitante para 29 lesões leves e 300 acidentes sem lesões. Essa proporção originou a pirâmide de Heinrich.

Mais tarde, durante o período de 1959 a 1966, analisando mais de 90 mil acidentes e em seu trabalho Damage Control, o engenheiro Frank Bird Jr., atualizou a relação de Heinrich, desenvolvendo a proporção de 1:100:500, ou seja, uma lesão incapacitante para 100 lesões leves e 500 acidentes apenas com

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danos à propriedade. A figura a seguir mostra os resultados das análises de Heinrich e Bird.

Parte deste estudo compreendeu 4 mil horas de entrevistas com supervisores de linha abordando eventos, que sob certas circunstâncias viessem a converter-se em lesões ou danos à propriedade, tais eventos são também conhecidos como quase-acidentes, tratados por Heinrich, ou modernamente denominados de incidentes, na técnica de controle de perdas.

Bird analisou acidentes ocorridos em 297 empresas, de 21 grupos industriais diferentes, perfazendo um total de 1 milhão 750 mil operários que trabalharam um total de mais de 3 bilhões de horas durante o período de exposição, resultando numa proporção de 1:10:30:600, ou seja: 1 acidente com lesões graves ou incapacitantes, 10 com lesões leves, 30 com danos à propriedade e 600 incidentes. A figura a seguir mostra os resultados dos estudos de Heinrich e Bird.

Fundamentos do Controle de Perdas

O processo pelo qual ocorre uma perda por acidente é composto de três fases distintas: condição potencial de perdas, acidente, e perda real ou perda potencial.

CAUSA → → → FATO → → → EFEITO↓ ↓ ↓

CONDIÇÃO PERDA REAL

POTENCIAL ACIDENTE OUDE PERDA POTENCIAL

Condição Potencial de Perda – condição ou grupo delas, que sob circunstâncias não-planejadas é capaz de causar perdas, em momento não previsível e sob circunstâncias favoráveis pode provocar o acidente.

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Acidente – acontecimento inesperado e indesejado (não-programado) que produz ou pode produzir perdas, sendo este conceito não exatamente igual ao legal, aproximando-se mais do prevencionista.

Perda Real ou Perda Potencial – é o produto do acidente e pode manifestar-se como lesão ou morte de pessoas, danos a materiais, equipamentos, instalações ou edificações, ou descontinuação do processo normal de trabalho. A perda potencial, ou quase-perda, é aquela em que sob circunstâncias um pouco diferentes poderia transformar-se em perda real.

Para melhor entendermos a idéia moderna do controle de perdas, nos anteciparmos ao que acontece antes de um incidente e seguindo o exemplo de Heinrich no estudo dos princípios da prevenção de lesões, vejamos a figura a seguir:

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Falta de Controle – falha administrativa relacionada a o planejamento, organização, falta de tato gerencial, e até mesmo a falta de padrões de qualidade.

Causas Básicas – descontrole técnico-administrativo, devem ser consideradas as origens das causas reais e indiretas dos acidentes e, assim aquelas que devem ser realmente analisadas.

Causas Imediatas – resultam da existência de atos e condições que transgridem algo pré-estabelecido e já aceito (normas), que resultarão em perdas na operação industrial.

Os incidentes só ocorrem quando uma série de fatores se combina sob certas circunstâncias, sendo raríssimos os casos em que apenas um fator contribui para a ocorrência de um evento que resulte em perda.

Recordemos então os quatro elementos relacionados às circunstâncias que dão origem às causas dos acidentes e que estão inter-relacionados.

Pessoas – o trabalhador é o que está mais diretamente envolvido na maioria dos acidentes, pois aquilo que faz ou deixa de fazer é considerado fator causal imediato.

Equipamento – desde os primórdios da prevenção de acidentes, é o elemento considerado, a fonte principal de incidentes, originando a “proteção de máquinas”, além da necessidade de se treinar os trabalhadores para operá-los.

Material – elemento que as pessoas usam, transformam e se beneficiam, é, também a fonte principal de causas de incidentes.

Ambiente – composto por tudo aquilo que rodeia o trabalhador durante o trabalho, incluindo aí o próprio ar e as edificações. É conveniente atentar para o fato de que grande parte das empresas brasileiras tem construções antigas que fogem aos modernos padrões de segurança inclusos nas Normas Regulamentadoras da Portaria 3214. Suas características causam problemas que afligem as empresas, tais como: reclamações trabalhistas, absenteísmo, doenças ocupacionais, baixa qualidade de trabalho, etc.

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Isso é galho fraco!!

11. Controle de Acidentes (apenas) com Danos à Propriedade

Contribui, não somente para a melhoria da produtividade e rentabilidade da empresa, pela redução de perdas como também pela melhoria das condições gerais de trabalho.

Estrutura do Programa – implica nas seguintes etapas: Detecção e comunicação de acidentes; Comunicação à seguradora e controle dos acidentes envolvendo bens segurados; Liberação, para reparo, dos bens segurados; Investigação e análise dos acidentes; Implementação e controle de execução das medidas corretivas; Controle do custo dos acidentes.

Detecção e Comunicação – quando de sua ocorrência o acidente pode ser detectado, através do pessoal de manutenção ou qualquer funcionário, tão logo tenha ocorrido, comunicando ao seu superior imediato para que ele efetue a comunicação do mesmo ao SESMT que tomará as providências necessárias.Comunicação à Seguradora – ao receber a comunicação do acidente, o SESMT, em caso positivo, verifica se os bens danificados estão ou não segurados e então solicita uma estimativa de custos, informando à diretoria financeira que comunica à seguradora que então decide sobre a liberação ou não dos bens para reparo.

Liberação para Reparos – tem dois objetivos: atender às normas da seguradora (quando os bens estão segurados) e prevenir outros acidentes derivados da situação gerada pelo acidente ocorrido. Cabendo também ao SESMT a recomendação de cuidados especiais quanto à segurança.

Investigação e Análise – tem por objetivos: a determinação das causas, a recomendação de medidas corretivas e registro de

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acidentes para a análise estatística. É feita inicialmente pelo Técnico de Segurança, com a participação especial dos encarregados e técnicos das áreas envolvidas. Elabora-se um relatório, o qual é encaminhado a essas áreas, com recomendações e medidas corretivas, com cópias para a alta gerência administrativa.

Implementação e Controle – a responsabilidade pela implementação das medidas corretivas é da chefia de setor que tem ação sobre as causas dos acidentes, ou seja: o SESMT, que discute os relatórios de acidentes nas reuniões de segurança, recomenda medidas que são registradas em ata como pendências, que devem ser retiradas apenas depois de executadas.

Benefícios do Programa – entre eles destacamos:

Determinação das causas dos acidentes e adoção de medidas corretivas;

Indicação de áreas, equipamentos e procedimentos críticos para a segurança;

Controle das causas que são comuns a acidentes com apenas danos à propriedade e lesões físicas às pessoas;

Melhoria da política de segurança da empresa; Conscientização da grande importância das atividades de

prevenção como: função social, aumento da produtividade, rentabilidade e redução de perdas;

Mudança de atitude: da gerência, técnicos, trabalhadores, etc., focando-os mais na prevenção dos acidentes do que na cura dos seus efeitos negativos. Desenvolvimento de mentalidade prevencionista;

Avanços técnicos na metodologia e tecnológicos nos meios, aplicados à prevenção de acidentes.

Controle administrativo das perdas

Consiste em adotar planos de ação de prevenção e controle das perdas, prevendo os vários aspectos ligados ao acidente do trabalho, tais como: prevenção de lesões em acidentes com danos à propriedade, prevenção e combate à incêndios, higiene do trabalho, segurança patrimonial, segurança do produto, redução de perdas por absenteísmo e a redução de perdas por paradas de equipamentos.

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Risco no trânsito!

12. Noções de Responsabilidade Civil e Criminal

O Direito do Trabalho vem passando por um processo evolutivo que aumenta o papel do empregador nos acontecimentos derivados de uma ordem de serviço, quando tal ordem for responsável por acidentes com perdas.

Tal evolução tem implicações nas esferas civis e criminais do Direito, cujas implicações independem da vontade da vítima, ou seja, os processos de acidentes do trabalho passam pela intervenção do Ministério Público.

As implicações, pela legislação vigente, dizem respeito à conscientização dos prepostos (empregados) que exercem cargos de chefia para o desenvolvimento da mentalidade prevencionista.

Legalmente, acidente do trabalho é aquele decorrente do exercício do trabalho à serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Sempre que constatado, o acidente deve ser informado à previdência no prazo máximo de 1 (um) dia útil seguinte à ocorrência do mesmo, e de imediato, em caso de morte. A comunicação é obrigatória, e cópia fiel (autenticada) do documento será fornecida ao empregado ou sua família e sindicato.

Noções gerais de direito ligadas ao tema (Segurança do Trabalho)

Responsabilidade Acidentária – Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991

O montante das empresas decorrentes de acidente do trabalho é pago pelo empregador por meio do recolhimento de uma taxa ao INSS cuja variação percentual obedece à graduação de risco da empresa.

Uma vez enquadrada a empresa, caberá ao Ministério do Trabalho e à Previdência Social proceder, se necessário, ao reenquadramento, caso as estatísticas de acidentes o justifiquem,

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visando sempre estimular os investimentos na prevenção de acidentes.

Cuidados do empregador/preposto/chefeAo determinar certa atividade estes deverão observar 3

princípios básicos: Viabilidade da execução (se vale a pena fazer com as condições

existentes); Habilitação do empregado (se o empregado foi treinado para

tal); Condições de segurança (se o ambiente permite meios seguros

suficientes).

Exemplo: TROCA DE UMA LÂMPADAMuito embora esta não seja uma tarefa de risco, poderá ser se

houver tensão (energia), que é o caso de o interruptor estar ligado. Caso não o esteja, ainda assim há uma possibilidade de risco pois o interruptor desliga apenas um dos pólos (neutro ou fase), logo para sermos cautelosos devemos desligar a força pelo disjuntor mais próximo.

Esta tarefa aparentemente simples, se realizada por pessoa inabilitada, que desconheça os princípios básicos da eletricidade, poderá causar acidentes, tais como choque, queimadura e queda os quais poderão ocasionar lesões ou mesmo a morte, pois para trocar uma lâmpada, deve-se subir em uma escada.

Caso a pessoa tenha todos os conhecimentos necessários e tome todas as precauções para a troca da lâmpada e o piso estiver molhado ou sujo de graxa ou óleo, quando a pessoa abrir a escada e subir para efetuar a troca da lâmpada, escorregará e cairá, sofrendo lesões ou mesmo a morte.

No exemplo acima temos uma situação extremamente fácil, para que haja sensibilização dos chefes/empregadores, pois, por mais simples e corriqueira que pareça a situação, todas elas requerem cuidados.

Direitos e deveres do trabalhadorDe acordo com o par. 2o do art. 229 da Constituição Estadual

(São Paulo), fica garantido ao empregado o direito de parar ou se negar a fazer determinada tarefa em seu trabalho até a eliminação completa de risco grave presente ou eminente.

O empregado também tem obrigações a cumprir, conforme prescreve o art. 158 da CLT: observar as Normas de Segurança e Medicina do Trabalho, colaborar na aplicação das ordens de serviços quanto às precauções a tomar para evitar danos com lesões e/ou perdas, sendo ato faltoso a recusa injustificada.

Responsabilidade Penal

O Código Penal brasileiro, em seu artigo 121, trata do homicídio culposo. O par. 3o do mesmo artigo engloba a hipótese

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de a morte ser provocada por acidente do trabalho cuja culpa pode ser imputada à chefia, a qualquer preposto envolvido na atividade ou mesmo a um colega de trabalho, bastando a constatação da imprudência, imperícia ou negligência.

Na presença da imprudência, imperícia ou negligência, fica caracterizado o homicídio culposo (onde não há a real intenção de praticar), e a culpa pode ser:

Pela escolha do empregado – o empregado que provocou o acidente não tinha a qualificação necessária para executar o serviço.

Pela ausência de fiscalização – o responsável pela fiscalização (interno) deixou de fazê-la (exemplo: não testou o equipamento e uma falha neste resultou em acidente com lesões corporais nos envolvidos).

Pela ação – o indivíduo praticou o ato imprudente ou imperito que resultou em dano (exemplo: movimentou ou alterou o sentido de uma escada rolante sem observar a presença de um colega ou usuário sobre a mesma).

Pela omissão – o agente negligenciou os cuidados recomendados, deixando de praticar os atos impeditivos da ocorrência do ato danoso (exemplo: deixou de limpar substância escorregadia derramada na área de circulação, o que resultou em queda com lesões).

Por custódia – o indivíduo faltou com o cuidado e a atenção necessários à guarda de um bem

Responsabilidade Civil

Trata-se da obrigação de reparo do dano causado, mediante indenização de ordem pecuniária. As causas que originam a responsabilidade civil são o dolo e a culpa.

Caracterização da responsabilidade civilOs elementos essenciais para a caracterização da

responsabilidade civil do empregador, preposto ou chefe são: Dolo ou culpa (em se tratando de responsabilidade subjetiva); Existência do dano; Nexo causal entre a conduta do agente e o dano; Prova do dano e da culpa do empregador, preposto ou chefe.

Intervenção do Ministério Público

Nos processos de acidente do trabalho há a intervenção compulsória do MP, independentemente da vontade da vítima. Ou seja: mesmo que haja a inércia e acomodação do interessado, compete ao Estado, por meio da Promotoria Pública, instaurar a demanda judicial cabível.

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Trata-se, assim de um trabalho de competência da ordem pública, ou seja: alimentar com o direito indisponível, irrenunciável e inalienável, a parte, normalmente mais fraca na relação jurídica processual, ou seja: o trabalhador.

Instauração do processo penal e suas implicações no processo cível

O processo penal poderá ser deflagrado após o encerramento do inquérito policial, que para ser iniciado basta existir um fato aparentemente criminoso, sendo várias as possibilidades de sua instauração, ou seja, exame de corpo de delito, flagrante, comunicação por indivíduo comum, solicitação do MP, etc.

Esquematicamente, temos:

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Quer uma mãozinha?

13. Controle de Perdas e Perícias Trabalhistas

Este tópico faz uma breve explanação do sejam as perícias trabalhistas, através da legislação pertinente (Leis nos 6.514, de 22-12-1977, e 5.584, de 26-6-1970).

Perícias trabalhistasEntende-se como sendo as avaliações destinadas ao

levantamento de agentes físicos, mecânicos, químicos e ergonômicos, para determinar as condições ambientais e de trabalho, as perícias trabalhistas podem ser realizadas por técnicos do Ministério do Trabalho, engenheiros ou médicos do trabalho, em resposta a denúncias, quando da instalação novas fábricas ou instalações, ou ainda por solicitação da empresa, e como parte de vistorias de rotina.

Podem ser solicitadas pela Justiça do Trabalho através de ações movidas por empregados, ex-empregados, sindicatos, representações de classe ou grupo de associados.

Legislação

Lei no 6.514, de 22 de dezembro de 1977Normas Regulamentadoras (NRs) aprovadas pela Portaria no 3.214/78[...]

seção XIII – Das atividades insalubridade ou perigosasArtigo 189Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponha,m os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

[...]Artigo 191

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A neutralização ou eliminação da insalubridade ocorrerá:

I – com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância;

II – com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.

Artigo 192O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura percepção de adicional, respectivamente de 40%, 20% e 10% do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.

[...]

Artigo 195A caracterização e classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão por meio de perícia a cargo do médico do trabalho ou engenheiro do trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.

Par. 2o – Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de associados, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho.

Lei no 5.584, de 26 de junho de 1970

[...]

Artigo 3o

os exames periciais serão realizados por perito único designado pelo juiz, que fixará o prazo para entrega do laudo.

Parágrafo únicoPermitir-se-á a cada parte a indicação de um assistente, cujo laudo terá de ser apresentado no mesmo prazo assinado para o perito, sob pena de ser desentranhado dos autos.

Brincadeiras à parte (figuras e legendas). Reflita um pouco.

Ore...32

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Ore por inspiração antes do trabalho...Converse com Deus todos os dias de sua

vida...Sempre comece seu dia com uma oração

e deixe Deus ajudar você!

Bibliografia:

Noções de Prevenção e Controle de Perdas em Segurança do Trabalho – José da Cunha Tavares – Editora SENAC, 1996;

Manual Prático de Mapa de Riscos – Gilberto Ponzetto – Editora LTR, 2002;

Artigos e Fotos da Grande Rede; Vídeo: A Segurança do Trabalho – Editora SENAC/Abril

Vídeo;

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