apostila de admin financeira

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FACULDADES MONTENEGRO IBICARAÍ-BA APOSTILA DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Aluno (a): Curso: 1

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Page 1: Apostila de Admin Financeira

FACULDADES MONTENEGROIBICARAÍ-BA

APOSTILA DE ADMINISTRAÇÃO

FINANCEIRA

Aluno (a):Curso:

Professor: Reinaldo L.A.de Oliveira

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Page 2: Apostila de Admin Financeira

INTRODUÇÃO

A Administração Financeira tem sido de importância crescente para as empresas de pequeno, médio e grande porte. O sucesso empresarial demanda cada vez mais o uso de práticas financeiras apropriadas.

Durante anos, a Administração Financeira da pequena e média empresa foi meramente executiva, consistindo basicamente em receber e pagar e, por isso, era considerada uma simples extensão da administração geral.

Esse quadro mudou, surgindo maiores exigências para as funções financeiras em virtude da crescente complexidade da economia brasileira e da expansão e sofisticação de nosso mercado brasileiro.

O ensino tradicional de Administração Financeira enfatiza a maximização da riqueza do acionista, o gerenciamento da estrutura de capital da empresa e o processo de fusões e incorporações. Esse enfoque é aplicável primordialmente às empresas de capital aberto, que atuam num mercado de capitais desenvolvido.

Nossos estudos serão mais direcionados às necessidades da pequena e média empresa, uma vez que esse será o mercado onde os alunos irão atuar.

A abordagem usual do Ensino de Administração Financeira só cobre as funções financeiras vinculadas à tesouraria, não tratando das funções de controladoria (custos, preços e administração do lucro), em que se localizam as maiores carências da pequena e média empresa.

O material complementar encontra-se disponível em nossa biblioteca.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA, ECONOMIA E CONTABILIDADE

A administração Financeira está estreitamente ligada à Economia e Contabilidade. A Administração Financeira pode ser vista como uma forma de Economia aplicada, que se baseia amplamente em conceitos econômicos. A Administração Financeira também aproveita certos dados da Contabilidade, outra área da Economia aplicada.

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ECONOMIA

A importância da Economia para o desenvolvimento do ambiente financeiro e teoria financeira pode se melhor descrita em função de suas duas áreas mais amplas – Macroeconomia e Microeconomia.

A Macroeconomia estuda o ambiente global, institucional e internacional em que a empresa precisa operar.

A Microeconomia trata da determinação de estratégias ótimas para empresas ou indivíduos.

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E CONTABILIDADE

Muitos consideram a função financeira e a contábil dentro de uma empresa como sendo virtualmente a mesma. Embora haja uma relação íntima entre essas funções, exatamente como há um vínculo estreito entre Administração Financeira e Economia, a função contábil é melhor visualizada como um insumo necessário à função financeira – isto é, como uma subfunção da Administração Financeira. Esta visão será de acordo com a organização tradicional das atividades de uma empresa em três áreas básicas --- Produção, Finanças e Mercadologia. Em geral considera-se que a função contábil deve ser controlada pelo vice-presidente financeiro. Contudo, há duas diferenças básicas de perspectiva entre a Administração Financeira e a Contabilidade --- uma se refere ao tratamento de fundos (Contabilidade) e a outra, à tomada de decisão (Administração).

O contador cuja função básica é desenvolver e fornecer dados para avaliar o desempenho da empresa, apurar sua situação financeira e pagar impostos, difere do administrador financeiro na maneira como vê os fundos da empresa.

EXEMPLO: A Companhia Thomas, no ano que findou, realizou uma venda no montante de R$ 100.000,00 de mercadorias adquiridas durante o ano por R$ 80.000,00. Embora a companhia tenha pago integralmente pelas mercadorias durante o ano, ainda tem a receber do cliente ao qual a venda foi feita, no fim do ano. A perspectiva contábil baseada na competência dos exercícios e a perspectiva financeira baseada no fluxo de caixa para o desempenho da empresa durante o ano são representadas pelas Demonstrações do Resultado e do Fluxo de caixa, respectivamente.

Perspectiva contábil

COMPANHIA THOMAS

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO PARA O ANO FINDO EM 31/12/19XX

Vendas de Mercadorias................................................. R$ 100.000,00(-) Custo da Mercadoria Vendida (CMV)....................... (R$ 80.000,00)(=) Lucro ....................................................................... R$ 20.000,00 ===========

Perspectiva financeira

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COMPANHIA THOMAS

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA PARA O ANO FINDO EM 31/12/19XX

Entrada de Caixa.......................................................... R$ 00000000(-) Saída de Caixa (C.Compra e CMV)....................... (R$ 80.000,00) (=) Fluxo Líquido de Caixa........................................... (R$ 80.000,00) ==========

Análise: Comparando as duas demonstrações, pode-se perceber que, enquanto sob o ponto de vista contábil a empresa é bastante lucrativa, de acordo com a ótica financeira é um fracasso. Sem entradas adequadas de caixa para saldar suas obrigações, a empresa não sobreviverá a despeito de seu nível de lucros.

A lição do exemplo acima é que os dados contábeis não descrevem inteiramente as circunstancias financeiras de uma empresa. O administrador financeiro precisa olhar além das demonstrações financeiras da sua companhia para perceber problemas que estão surgindo ou já existem.A falta de fluxo de caixa para a Companhia Thomas originou-se da conta a receber não cobrada.O administrador financeiro, centrando a atenção no fluxo de caixa, deveria ser capaz de evitar a insolvência e alcançar os objetivos financeiros da empresa.

Tomada de decisão: Os deveres do executivo financeiro diferem dos do contador, pois este dedica-se, basicamente, à coleta e apresentação de dados financeiros. O executivo financeiro avalia as demonstrações do contador, desenvolve dados adicionais e toma decisões com base em análise subsequentes.

O papel do contador é prover dados consistentes que sejam desenvolvidos e interpretados com facilidade, sobre operações passadas, presentes e futuras da empresa. O administrador financeiro usa estes dados, seja em sua forma bruta, seja depois de fazer certos ajustes e análises como um importante insumo ao processo de tomada de decisão financeira. Obviamente, isto não quer dizer que os contadores jamais tomem decisões e que os administradores financeiros jamais coletem dados; mas, a ênfase básica da Contabilidade e Administração Financeira é sobre as funções que indicamos.

ELISEU MARTINS E ALEXANDRE ASSAF NETO ponderam que “O Planejamento Financeiro de uma empresa é desenvolvido fundamentalmente através da projeção de suas demonstrações contábeis, como estimativa mais aproximada possível da posição econômico-financeira esperada. Quando se elaboram demonstrativos que forneçam uma visão prospectiva sobre o desempenho geral de uma empresa, as várias dificuldades de liquidez ou rentabilidade insuficientes, por exemplo, poderão ser contornadas mediante uma antecipação a esses problemas. De forma idêntica , as decisões financeiras (investimento, financiamento e distribuição de dividendos, (...) a serem acionadas no futuro são mais eficientemente formuladas quando se está de posse de uma visão prospectiva da posição financeira da empresa.

Planejar, então, é traçar um curso de ação para alcançar um resultado desejado, tendo-se em mente que o planejamento é um processo de futuro e não de certeza.

A obtenção de recursos financeiros, inopinada e emergencialmente, de regra, onera sobremaneira seu custo. Planejar despesas e recursos, que as suportarão, sem dúvida é uma das tarefas relevantes do bom Administrador Financeiro.

Diante do exposto fica mais fácil entendermos o conceito de Administração Financeira como “a ciência de obter a máxima eficiência de giro dos recursos financeiros disponíveis , assegurando seu poder liberatório, seu poder de investimentos, seu poder de lastro da produção ou serviços”.

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ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO

Durante a fase de avaliação econômica que precede a abertura da empresa, a principal preocupação é com a determinação da rentabilidade do empreendimento. Nesse estágio, as atenções voltam-se primordialmente para os ativos permanentes (máquinas, equipamentos, imóveis, etc.) , com estimativas de longo prazo que envolvem sua vida útil, custos e receitas gerados.

Quando a empresa entra em operação, o gestor financeiro transfere sua prioridade para o capital de giro, entidade representada pelos ativos circulantes. Essa alteração de foco acontece porque o capital de giro é bastante suscetível às mudanças que acontecem continuamente no ambiente econômico em que a empresa atua.

Assim, grande parte do tempo do gestor financeiro é destinada à solução de problemas de capital de giro, como financiamento de estoques, gerenciamento da inadimplência de clientes e administração das insuficiências de caixa. Esses problemas podem ser minimizados ou mesmo evitados por meio de uma administração de capital de giro que valorize a prevenção de sua ocorrência.

Neste estudo, vamos tratar da administração do capital de giro sob a óptica de análise e planejamento. Esse enfoque pretende dar melhor contribuição para a prevenção dos problemas de capital de giro.

CONCEITOS BÁSICOS

As necessidade de capital de giro para uma empresa dependem de determinadas características de seu processo de produção ou de operação. Essas características são representadas por alguns conceitos simples, mas bastante úteis ao gerenciamento do capital de giro.

O ciclo operacional Para entendermos o significado de ciclo operacional de uma empresa, vamos considerar o exemplo de uma indústria. O processo operacional completo da indústria abrange a seqüência de atividades de compras de matérias-primas, pagamento aos fornecedores, produção, estocagem, venda e recebimento das vendas.O intervalo de tempo gasto na execução de todas essas atividades é denominado ciclo operacional. Ele representa o número de dias transcorridos entre a compra de matérias-primas ou produtos e o recebimento da venda dos produtos fabricados ou comercializados.

Examinando a figura 1.1, concluímos que a duração do ciclo operacional é afetada por fatores como produção, operação e também por suas práticas comerciais e financeiras, que envolvem prazos de pagamento e recebimento.

A duração de cada fase integrante do ciclo operacional tem influencia sobre o volume de recursos financeiros consumidos ou imobilizados na operação da empresa.

Ciclo financeiroO ciclo financeiro é o intervalo de tempo entre os eventos financeiros ocorridos ao longo do ciclo operacional, representados pelo pagamento a fornecedores e pelo recebimento das vendas.No caso de uma indústria, supondo que a fabricação comece imediatamente após a compra de matéria-prima e a que a venda seja realizada logo após a fabricação, o o ciclo

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financeiro é calculado com base no prazo de fabricação e nos prazos de pagamentos de compras e de recebimento das vendas.Numa empresa varejista, o prazo de estocagem e o prazo de pagamento e recebimento definem seu ciclo financeiro.O ciclo financeiro de uma empresa prestadora de serviços, na maioria dos casos, é afetada apenas pelos prazos de pagamentos e recebimentos.Como as empresas têm prazos diferentes para pagamento aos fornecedores e recebimento de clientes, o ciclo financeiro é determinado com base nos prazos médios de pagamento e de recebimento. A figura 1.2 representa o ciclo financeiro.

Para o cálculo do ciclo financeiro de uma empresa, é necessário considerar as seguintes variáveis:

Prazo Médio de pagamento a fornecedores (PP). Prazo Médio de fabricação/Estocagem (PE). Prazo Médio de Recebimento das vendas (PR).

O ciclo financeiro (CF) é calculado pela seguinte fórmula:

CF = PE + PR – PP

Quando a empresa opera sem estoques, como é o caso da maioria das empresas prestadoras de serviço, o prazo médio de produção e estocagem (PE) é considerado igual a zero. Na empresa varejista, o prazo médio de produção e estocagem corresponderá apenas à idade média de seus estoques, já que esse tipo de empresa não tem processo de produção.

Exemplo: A empresa VXZ apresenta os seguinte prazos médios em seu processo de compra , produção e vendas:

Prazo de fabricação e estocagem (PE) = 50 dias.

Prazo de pagamento (PP) = 30 dias.

Prazo de recebimento (PR) = 40 dias

Seu ciclo financeiro tem o seguinte número de dias:

CF = PE + PR – PPCF = 50 + 40 – 30CF = 60 dias

Giro de CaixaO giro de caixa é um parâmetro relacionado como o ciclo de caixa que indica quantas vezes, ao longo de um ano, ocorre o revezamento do caixa da empresa.Se se considera 360 o número de dias de um ano, o giro de caixa (GC) é dado pelo quociente entre 360 e o ciclo financeiro (CF):

GC = 360 : CF

Com base nos dados apresentados, o giro de caixa da empresa VXZ é:

GC = 360 : CFGC = 360 : 600 = 6 vezes

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O valor calculado para giro de caixa da empresa VXZ indica que, ao longo do ano, seu caixa se reveza seis vezes.

A fórmula de cálculo do giro de caixa indica que quanto menor for o ciclo financeiro, maior será o giro de caixa. É desejável que a empresa tenha alto giro de caixa, de modo que reduza sua necessidade de capital de giro, como será mostrado adiante.

Caixa Operacional O volume mínimo de recursos financeiros de que uma empresa precisa para o giro de suas operações é denominado caixa operacional. Esse parâmetro representa o capital de giro mínimo necesssário a um volume de vendas.

Um método simples para cálculo do caixa operacional consiste em dividir o valor da projeção de desembolso anual de caixa (DAC) pelo giro de caixa (GC). Esse cálculo requer a projeção de lucro da empresa para o ano e também da destinação desse lucro. A projeção de desembolso anual deve abranger o pagamento a fornecedores e o desembolso com custos operacionais.

A fórmula para cálculo da caixa operacional é a seguinte: CO = DAC : GCPar ilustrar o cálculo da caixa operacional, considerando a empresa VXZ com as seguintes características:

. Desembolso anual de caixa (DAC) = 600.000,00

O desembolso anual de caixa compõe-se de 360.000,00 referentes a pagamento a fornecedores e 240.000,00 referentes a custos operacionais desembolsáveis mensalmente.

Prazo Médio de pagamento (PP) = 30. Prazo Médio de produção e estocagem (PE) = 90. Prazo Médio de recebimento das vendas (PR) = 60

Seus parâmetros de caixa são os seguintes:

a) Ciclo financeiroCF = PE + PR - PPCF = 90 + 60 – 30 = 120

b) Giro de caixaGC = 360: CFGC = 360 : 120 = 3

c) Caixa opercionalCO = DAC : GCCO = 600.000,00 : 3 = 200.000,00

ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO

A estrutura do capital de giro e a ligação entre seus vários componentes depende do setor de atuação da empresa e também de parâmetros, como seu ciclo operacional e ciclo financeiro. Esta seção apresenta o detalhamento do capital de giro, as variáveis que o afetam e os parâmetros que permitem prever sua evolução a curto e médio prazo.

Estrutura do balanço patrimonial

Para adequada compreensão do capital de giro da empresa, é recomendável entender a estrutura de seu balanço patrimonial.

O balanço reflete a situação patrimonial da empresa em determinado momento e constitui-se do ativo, passivo e patrimônio Líquido.

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No ativo, estão incluídos os bens --- dinheiro em caixa, depósitos bancários, imóveis, instalações e equipamentos --- e os direitos da empresa, representados pelos valores que ela tem a receber de terceiros.

O passivo compreende as obrigações da empresa para com terceiros, representadas por fornecedores, salários, impostos e financiamentos.

O patrimônio líquido representa os recursos financeiros dos sócios ou acionistas aplicados na empresa sobra a forma de capital inicial e reinvestimento de lucros.

A estrutura do balanço é composto de duas colunas. A coluna da esquerda corresponde ao ativo. O passivo e o patrimônio líquido ficam na coluna da direitoa.

A escrituração contábil é realizada pelo sistema de partidas dobradas e, por isso, os valores do ativo originam-se do passivo e do patrimônio líquido. Assim, o balanço patrimonial contém a seguinte identidade:

ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

A legislação sobre balanços utiliza um conceito abrangente para passivo, colocando o patrimônio líquido como um subgrupo deste. Assim, nos balanços o total do ativo é igual ao total do passivo.

O ativo é composto de três subgrupos principais: ativo circulante, ativo realizável a longo prazo e ativo permanente.

Do ativo ciruclante constam as disponibilidades financeiras (caixa, bancos, aplicações financeiras de liquidez imediata), duplicatas, títulos a receber e estoques.

No ativo realizável a longo prazo, estão registrados os bens e direitos com realização posterior ao encerramento do exercício seguinte.

O ativo permanente compõe-se de ativo imobilizado (bens móveis e imóveis),investimentos (participações acionárias) e diferido (despesas referentes a resultados futuros).

Três subgrupos compõesm o passivo: passivo circulante, passivo exigível a longo prazo e patrimônio liquido.

O passivo circulante abrange fornecedores, instituições financeiras, salários, impostos e taxas a recolher. As exigibilidades futuras são lançadas no passivo circulante quando seu vencimento ocorre no máximo até o encerramento do exercício social seguinte.

Do exigível a longo prazo constam as obrigações com vencimento posterior ao lencerramento do exercício social seguinte.

Na composição do patrimônio liquido, incluímos o capital, as reservas e os lucros suspensos. O valor do patrimônio liquido é igual ao total do ativo subtraído do passivo exigível e, assim, indica o valor que efetivamente pertence aos sócios da empresa.

Vejamos, a seguir um balanço simplificado de uma empresa hipotética que denominamos VXZ.

BALANÇO PATRIMONIAL

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Empresa VXZ em 31 de dezembro de 19xx

ATIVO + PASSIVO - CIRCULANTE CIRCULANTE DISPONIVEL Caixa............................ 612,00 Fornecedores ...........................191.328,00 Bancos...........................2.000,00 Impostos a Pagar...................... 25.479,00 Aplic.Financeiras..........43.458,00 Bancos C/Empr...........................43.267,00 NP a Pagar................................. 7.347,00 REALIZÁVEL CP Estoques.....................97.908,00 * Dupl a Receber...........35.000,00 Clientes C.Créd......... 25.000,00 NP a Receber............. 6.304,00 REALIZÁVEL LP EXIGÍVEL LP * Dupl a Receber............. 3.095,00 Financiamentos..............................59.908,00

PERMANENTE PATRIMÔNIO LIQUIDO INVEST FINANC CAPITAL SOCIAL Ações...........................24.333,00 Capital Integralizado................132.344,00

IMOBILIZADO LUCROS ACUMULADOS Instalações....................3.202,00 Lucro de Exerc. Anteriores............ 51.239,00 Móveis e Utens.............1.500,00 Equip. de Inform.........10.000,00 Veículos......................63.000,00 Máquinas..................190.000,00 Equipamentos........... 5.500,00

Total do Ativo...................510.912,00 Total do Passivo.........................510.912,00

Conceito de Capital de Giro

Uma empresa utiliza para seu funcionamento recursos materiais de renovação lenta, como as instalações, equipamentos e imóveis --- denominados capital fixo ou permanente --- e recursos materiais de rápida renovação, como os estoques de matérias-primas e produtos que formam seu capital circulante.

Os recursos materiais de renovação rápida são denominados capital de giro,. No balanço patrimonial da empresa, o capital de giro é representado pelo ativo circulante ou ativo corrente, composto pelas disponibilidades financeiras, contas a receber e estoques.

O capital de giro líquido é igual ao ativo circulante menos o passivo circulante. Quando é positivo, corresponde ao volume de fundos de longo prazo (empréstimos e recursos próprios) aplicados no financiamento de estoques e contas a receber. Se for negativo (passivo circulante maior do que ativo circulante), significa que a empresa estará financiando seus ativos permanentes com recursos financeiros de curto prazo, o que denota um quadro de risco.

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O capital de giro precisa de recursos para seu financiamento, como acontece com o capital permanente representado pelos imóveis e instalações físicas. Dessa forma, quanto maior for o capital de giro, maior será a necessidade de financiamento, seja com recursos próprios, seja com recursos de terceiros.

A quantidade de capital de giro utilizado por uma empresa depende de seu volume de vendas, de sua política de crédito comercial e do nível de estoques que ela precisa manter. Esses três fatores podem variar independentemente uns dos outros.

Uma expansão de capital de giro em decorrência do aumento de vendas é considerada um fato normal. Provavelmente, o incremento de vendas provoque crescimento dos estoques e de contas a receber. O custo decorrente do aumento do capital de giro é considerado como um dos investimentos necessários à expansão das vendas.

INDICES DE LIQUIDEZ

INDICE DE LIQUIDEZ é o resultado da divisão de valores que compõem o patrimônio.

Esses índices permitem prever a capacidade financeira da empresa para liquidar seus compromissos financeiros no vencimento, fornecendo uma indicação de sua capacidade de manter seu capital de giro no volume necessário à realização de suas operações.

Embora sejam bastante utilizados nas empresas para avaliações externas --- principalmente para clientes e fornecedores ---, os índices de liquidez também podem ser aplicados na avaliação da própria empresa, permitindo realizar um monitoramento de seu capital de giro.

A interpretação desses índices pode ser feita comparando-os com os de outras empresas, ou analisando sua evolução ou oscilações ao longo do tempo, ano a ano, na própria empresa.

Existem vários índices de liquidez financeira, mas aqui serão apresentados apenas aqueles de significado mais relevante.

1) Lquidez Corrente (LC) Mostra a condição que a empresa tem de saldar seus compromisso com os recursos de Caixa, Bancos e a Receber a Curto Prazo, mais os Estoques. Ou seja quanto a empresa dispõe de recurso para cada R$ 1,00 de dívida. Índices inferiores à unidade revelam, em princípio, situação financeira deficitária. Dessa forma, podemos enquadrar os resultados obtidos nas seguintes situações: ruim = menor que 0,5; apertada = de 0,5 a 0,7; satisfatória = de 0,8 a 1,0; boa = maior que 1,0.

 

Disponível + Realizável C/P (AC) LC = -------------------------------------------- Passivo Circulante

É preciso observar que no numerador estão incluídos itens diversos, que possuem prazos de conversibilidade também diversos. No denominador estão incluídas as dívidas e obrigações de curto prazo que, por sua vez, também possuem prazos de vencimento diversos. Portanto, a relação dos prazos de recebimento e de pagamento deverá ser considerada na análise deste índice.  

Prazo Médio de Recebimento = 360 X Clientes Receita Operacional Bruta   Prazo Médio de Pagamento = 360 X Fornecedores Total das compras  Compras = CMV + EF – EI portanto, CMV = EI + COMPRAS – EF 

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A influência deste quociente é muito grande sobre a posição presente e futura de liquidez (a curto e longo prazos). À medida que diminuirmos o Prazo Médio de Recebimentos em relação ao Prazo Médio de Pagamentos, estaremos propiciando condições mais tranqüilas para obter posicionamentos estáticos de liquidez mais adequados. Como o excesso de recebíveis diminui o “giro do ativo”, é preciso aumentar a margem de lucro sobre as vendas para compensar o efeito negativo do giro baixo. Isto nem sempre é possível. Como dificilmente podemos modificar sensivelmente o Prazo Médio de Pagamentos, resta agirmos sobre o Prazo Médio de Recebimentos e sobre a Margem de Lucro. A empresa deve fazer o possível para tornar esse quociente inferior a 1 (um) ou, pelo menos, ao redor de 1 (um), a fim de garantir uma posição neutra.

  2) Liquidez Seca (LS).

Demonstra a condição que a empresa tem de saldar seus compromissos com os recursos de Caixa, Bancos e a Receber a Curto Prazo. Ou seja quanto a empresa dispõe de recurso para cada R$ 1,00 de dívida. Retira-se o estoque de mercadorias, a fim de verificar se a empresa tem um disponível próprio e não ser preciso submetê-lo a uma disponibilidade de 30 a l20 dias, o que seria obrigado a empresa liquidá-lo -até em prejuízo -, pela pressa ou velocidade em vendê-lo.Retira-se, então uma fonte de incerteza pois estamos eliminando as influências e distorções que a adoção deste o daquele critério de avaliação de estoques poderia acarretar. É, geralmente um ativo de menor liquidez. É recomendado um índice de liquidez seca igual ou maior a R$ 1,00.

Os resultados abaixo da unidade devem ser vistos com mais cuidado, antes de se tirar conclusões precipitadas. A natureza dos estoques e sua facilidade de comercialização devem ser analisadas.

Disponível + ( Realizável – Estoque)LS = --------------------------------------------- Passivo Circulante

3) Liquidez Imediata ou Absoluta ou ainda, Indice de Fogo (LI) Pode ser feito duas aplicações de fórmula. Uma para dívidas a curto prazo de 30 a l20 dias. A outra é para dívidas “aqui e agora”, isto é, as dívidas de 30 dias, apenas. Enfim, demonstra a condição que a empresa tem de saldar de uma só vez todas os compromissos a curto prazo para com terceiros.

É recomendado um índice de liquidez imediata igual ou maior a R$ 1,00.

Liquidez Imediata: Disponibilidades , onde: Passivo Circulante

 Disponibilidades = Caixa + Bancos + Aplicações de Liquidez Imediata 

4) Índice de Liquidez Geral. Serve para detectar a saúde financeira, no que se refere à liquidez de longo prazo. Mais uma vez o problema dos prazo deve ser devidamente considerado. Às vezes acontece que os índices de liquidez corrente e seco se apresentam razoáveis em decorrência de vultosos empréstimos a longo prazo.

AC + Realizável a LP Liquidez Geral: ----------------------------- PC + Exigível a LP

5) Índice de Dependência Financeira Mede a proporção dos ativos da empresa financiada pelos credores. Ou seja, a empresa financia x% dos ativos com capital de terceiros. Por exemplo, se o índice for igual a 0,60, significa que 60% do ativo são financiados por recursos de terceirios e 40% por capital próprio. Quanto

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maior for esse índice, maior será o montante do capital de terceiros que vem sendo utilizado para gerar lucros.

Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo IDF = ------------------------------------------------------ Ativo Total

ÍNDICES DE SEGURANÇA / ESTRUTURA. 

Os índices de estrutura indicam a posição relativa de cada um dos elementos constituintes do capital de giro em relação ao valor total desse capital de giro.

A interpretação desses índices pode ser feita em termos de sua evolução temporal na empresa ou pela análise compartiva com outras empresas

Os principais índices de estrutura de capital de giro são:

5) Índice ou Grau de Endividamento É outra forma de de encarar a dependência de recursos de terceiros.Mostra o quanto a empresa tomou de empréstimo para cada R$ 1,00 de capital próprio aplicado. Por exemplo, se o quociente for igual a 0,90, significa que, para cada R$ 1,00 dos acionistas ou proprietário, a empresa assumiu R$ 0,90 de dívidas. Em outras palavras. 90% do capitla próprio encontra-se representado por dívidas. Se esse índice for consistente durante vários anos e acentuadamente maior que 1,00, denotaria uma dependência exagerada de recursos de terceiros.Pode ser utilizado para as dívidas de curto e longo prazo.

Passivo IE = --------------------- onde, Patrim. Líquido

Exigível Total = PC + Exigível a Longo Prazo

6) Participação de Capitais de Terceiros = Exigível Total sobre os Recursos Totais Exigível Total + PL  Expressa a porcentagem que o endividamento representa sobre os fundos totais. Também significa qual a porcentagem do Ativo Total financiada com recursos de terceiros. No longo prazo, a porcentagem de capitais de terceiros sobre os fundos totais não poderia ser muito grande, pois isto iria progressivamente aumentando as despesas financeiras, deteriorando a posição de rentabilidade da empresa. Entretanto, muito irá depender da taxa de retorno ganha pelo giro no ativo dos recursos tomados por empréstimo, quando comparada com a taxa de despesas financeiras sobre o endividamento.  7) Imobilização de Recursos permanentes = Ativo Permanente PL + ELP Representa a parcela dos fundos a longo prazo que está financiando o Ativo Permanente. Se o índice for maior que 1 (um) significa que o Patrimônio Líquido e o Exigível a Longo Prazo não são suficientes para cobrir o Ativo Permanente, concluindo-se que a empresa está utilizando recursos de curto prazo (Passivo Circulante) para financiar seus investimentos permanentes.  8) Grau de Imobilização = Ativo Permanente

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Ativo Total Exprime a parcela dos recursos totais que se encontra aplicada no Ativo Permanente, consequentemente, em valores circulantes. Tal índice nunca será superior à unidade e sofrerá diretamente as influências do ramo de atividade explorado pela empresa, variando de acordo com suas necessidades de investimentos fixos e circulantes.   Disponibilidades9) Índice de participação das disponibilidades = ---------------------------- Aativo Circulante

Indica a representatividade das disponibilidades financeiras --- principalmente aplicações financeiras de liquidez imediata --- na estrutura do capital de giro das empresas que recebem suas vendas antes do pagamento das compras, como acontece no setor varejista, esse índice tende a ser elevado. Estoques10) Índice de participação dos estoques = --------------------- Ativo Circulante Representa o peso dos estoques em relação ao capital de giro. Um índice elevado pode significar imobilização em estoques, ou, ainda, um pequeno volume de contas a receber.

Contas a Receber11) Índice de participação de contas a receber= --------------------------- Ativo Circulante

Esse índice mostra a participação da carteira de duplicatas da empresa sobre o tal do capital de giro. Quando é muito alto pode significar que a empresa está adotando uma política agressiva de crédito comercial, ou que ela enfrenta alto índice de inadimplência.

Financiamentos12) Índice de financiamento = -------------------------- Ativo Circulante

Esse parâmetro informa qual o percentual do capital de giro que está suportado por empréstimos bancários. Um índice baixo pode indicar que a empresa está utilizando principlamente financiamento dos fornecedores em lugar de linhas de crédito bácário. Também pode refletir uso normal de financiamento de fornecedores ao lado de uma boa situação de caixa que lhe permite dispensar os financiamentos bancários para capital de giro.

ÍNDICES DE RENTABILIDADE  a) Poder de Ganho da empresa = Lucro Operacional Líquido x 100 , onde:

Ativo Operacional   Ativo Operacional = Ativo Total – (Imóveis não Operacionais + Suprimentos a Controladas/Coligadas)  Serve para medir a capacidade da empresa em gerar lucros. O quociente apurado será o retorno anual do investimento. Do PGE podemos extrair o Prazo de Retorno do Investimento, conforme abaixo: Prazo de retorno do investimento : 100% / PGE% = x anos    

Rotação do Ativo Operacional = Receita Operacional Bruta

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Ativo Operacional Este índice mede a produtividade total dos investimentos aplicados nas atividades principais e acessórias da empresa, isto é, determina o número de vezes que o Ativo Operacional gira durante um exercício.   1. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO É o lucro das vendas após a dedução dos respectivos custos variáveis, conforme assinalado no demonstrativo de resultados.

Margem de Contribuição = Vendas – Custos Variáveis

A margem de contribuição deve representar um valor positivo (vendas – custos variáveis), suficiente para absorver todos os custos fixos da empresa e ainda permitir um resultado líquido final positivo (lucro). Do ponto de vista gerencial, é importante a apuração da incidência percentual da margem de contribuição em relação às vendas, para a definição do mix ideal de produtos. Margem de Contribuição x 100Indice da Margem de Contribuição = ------------------------------------------- Vendas

2. LUCRATIVIDADEMostra a incidência percentual do Lucro Líquido em relação às vendas. É um indicador de eficiência operacional. Obtido sob a forma de valor percentual, indica qual o ganho que a empresa consegue gerar sobre o trabalho que ela desenvolve. Por exemplo, se a empresa tem uma lucratividade de 8%, isso significa que, em cada R$ 100,00 vendidos, sobram R$ 8,00 em forma de lucro, depois de pagas todas as despesas e os impostos. Lucro líquido x 100Lucratividade Líquida = --------------------------- Vendas (Faturamento)

3. PONTO DE EQUILÍBRIOÉ um indicador de segurança do negócio pois indica o nível de vendas em que os custos totais da empresa se igualam às suas receitas, isto é, o ponto em que não há lucro nem prejuízo.

No Ponto de Equilíbrio, a empresa consegue absorver todos os seus custos fixos e os variáveis até aquele ponto. A partir desse nível, mesmo sem alteração dos preços de venda, ocorre lucratividade. Conhecendo esse valor é possível fazer uma série de planejamentos voltados à promoção de vendas. As fórmulas para os cálculos são: Custo Fixo

Ponto de Equilíbrio($) = ---------------------- Custo Variável 1 - ---------------------

Vendas

Custo Fixo x 100 Ponto de Equilíbrio (%) = --------------------------------- Vendas – Custo Varíavel

4 . RENTABILIDADE

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É um indicador de atratividade do negócio pois mostra ao empreendedor a remuneração do capital investido sob a forma de valor percentual por unidade de tempo (mês ou ano). Por exemplo, se uma empresa tem um lucro líquido de R$ 1.700,00 no mês em que ela iniciou o negócio com um capital investido de R$ 10.000,00, ela terá uma rentabilidade de 17% a.m. Isso significa que 17% do capital investido retorna mensalmente, em forma de lucro. Deve, em princípio, ser superior à taxa de juros do mercado, de modo a remunerar o risco do investimento. É obtido através da fórmula:

Lucro líquido (ou LAIR) x 100Taxa de Rentabilidade = --------------------------------------- Investimento (ou PL)

    

5. PRAZO DE RETORNO DO INVESTIMENTO - PRI É também um indicador de atratividade do negócio pois mostra o tempo necessário para que o empreendedor recupere o capital investido no empreendimento, ou seja, em quanto tempo o Lucro Líquido da empresa será suficiente para cobrir os recursos nela investidos. É obtido sob a forma de unidade de tempo. Por exemplo, se uma empresa tem um PRI de 2,5 anos, isso significa que em 2 anos e 6 meses, após o início das atividades, o empresário terá recuperado, sob a forma de lucro, tudo o que investiu no empreendimento. A sua fórmula é a seguinte: Investimento Total Prazo de Retorno do Investimento = ------------------------- Lucro Líquido

EXERCICIO

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Considerando o balanço da empresa VXZ , calcule seus índices de liquidez corrente, seca, imediata, dependência financeira, endividamento e estrutura: participação das disponibilidades, participação dos estoques, participação de contas a receber e de financiamento.

BALANÇO PATRIMONIAL

Empresa VXZ em 31 de dezembro de 19xx

ATIVO + PASSIVO - CIRCULANTE CIRCULANTE DISPONIVEL Caixa............................ 612,00 Fornecedores ...........................191.328,00 Bancos...........................2.000,00 Impostos a Pagar...................... 25.479,00 Aplic.Financeiras..........43.458,00 Bancos C/Empr...........................43.267,00 NP a Pagar................................. 7.347,00 REALIZÁVEL CP Estoques.....................97.908,00 Dupl a Receber...........35.000,00 Clientes C Créd...........25.000,00 NP a Receber.............. 6.304,00 REALIZÁVEL LP EXIGÍVEL LP Dupl a Receber............. 3.095,00 Financiamentos..............................59.908,00

PERMANENTE PATRIMÔNIO LIQUIDO INVEST FINANC CAPITAL SOCIAL Ações...........................24.333,00 Capital Integralizado................132.344,00 .. IMOBILIZADO LUCROS ACUMULADOS Instalações....................3.202,00 Lucro de Exerc. Anteriores............ 51.239,00 Móveis e Utens.............1.500,00 Equip. de Inform.........10.000,00 Veículos......................63.000,00 Máquinas..................190.000,00 Equipamentos........... 5.500,00

Total do Ativo...................510.912,00 Total do Passivo.........................510.912,00

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PLANEJAMENTO E CONTROLE DO CAPITAL DE GIRO

De posse das conclusões da análise financeira, o gestor financeiro tomará as medidas necessárias de planejamento e controle para eliminar eventuais impropriedades no dimensionamento, estruturação e utilização do capital de giro.

NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO

O correto dimensionamento da necessidade de capital de giro é um dos maiores desafios do gestor financeiro. Essa tarefa requer visão abrangente do processo de operação da empresa, de suas práticas comerciais e financeiras, além de dados sobre prazos de cobrança e recebimento.

Elevado volume de capital de giro irá desviar recursos financeiros que poderiam ser aplicados nos ativos permanentes da empresa. Todavia, capital de giro muito reduzaido restingirá a capacidade de operação e de vendas da empresa.

Ao dimensionar seu capital de giro, a empresa deve observar os seguintes princípios:

O capital de giro deve ser minimizado até o ponto em que não traga restrições às vendas e à lucratividade da empresa, Por exemplo, não manter estoques desnecessariamente elevados.

A parcela pemanente do capital de giro deve ser financiada com recursos financeiros permanentes (passivo exigível de longo prazo e patrimônio líquido). Já a parcela flutuante do capital de giro pode ser financiada com recursos financeiros de curto prazo (passivo circulante).

O dimensionamento do capital de giro também depende de projeções de resultado. Em geral, a geração de lucro fornece recursos para financiar o capital de giro. Em determinados casos, porém, existe significativa diferença entre resultado e caixa. Nessa situação, a projeção de resultado terá menor impacto sobre o dimensionamento do capital de giro.

Quando a empresa está em fase de expansão acelerada, o adequado dimensionamento do capital de giro tem sido um dos fatores-chaves para o sucesso de seu crescimento. A mesma atenção dispensada à análise de viabilidade econômica dos novos projetos de investimento também deve ser dada ao planejamento e dimensionamento das necessidades de capital de giro.

A necessidade de capital de giro pode ser estimada de dois modos: com base no ciclo financeiro, ou utilizando os demonstrativos contábeis.

a) Necessidade de capital de giro com base no ciclo financeiro

Esse método de estimativa da necessidade capital de giro é aplicável a uma empresa em fase de implantação por ainda não dispor de demonstrações contábeis.

A necessidade de capital de giro corresponde ao caixa operacional, cuja metodologia de cálculo foi apresentada na página.

Os parâmetros relacionados com o ciclo financeiro (prazo médio de pagamento a fornecedores, prazo médio de fabricação/estocagem e prazo médio de recebimento das vendas) podem ser administrados de modo que forneçam determinado valor de capital de giro. Nesse caso é necessário desenvolver uma análise inversa, já que o capital de giro passa a ser meta e não mais conseqüência daqueles fatores.

A projeção da necessidade de capital de giro utilizando esse método não produz resultados satisfatórios para empresas que têm forte sazonalidade em suas vendas. Isso acontece porque o método pressupõe que as despesas projetadas anuais são distribuídas uniformemente aos longo do ano.

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Page 18: Apostila de Admin Financeira

b) Necessidade de capital de giro com base no balanço patrimonial.

Conforme foi esclarecido anteriormente, o capital de giro é a diferença ntre o ativo circulante e o passivo circulante.

Nem todo valor do capital de giro assim calculado representa efetiva necessidade de investimento. O ativo circulante contém contas transitórias --- caixa, bancos, aplicações financeiras de curto prazo. No passivo circulante, também são transitórios os empréstimos e financiamentos de curto prazo. Essas contas transitórias não estão relacionadas à necessidade de investimento em capital de giro.

É possível calcular a necessidade capital de giro (NCG) de uma empresa com base em seu balanço patrimonial.

O cálculo da NCG é efetuado com apoio nos seguintes parâmetros, obtidos da reclassificação de algumas contas do balanço patrimonial.

Ativo Permanente (AP): é formado pelos itens de longo prazo do ativo. Seu valor é igual à soma dos seguintes itens: realizável a longo prazo, investimento, imobilizado e diferido.

Ativo Operacional (AO): representa os recursos utilizados nas operações da empresa que dependem das características de seu ciclo operacional. É composto pelos estoques, duplicatas a receber e os outros itens do ativo circulante

Ativo Flutuante (AF): corresponde aos itens de curtíssimo prazo do ativo circulante que não têm vinculação direta com as operações da empresa, como: caixa, bancos e aplicações financeiras.

Passivo Permanente (PP): é formado pelas contas de longo prazo do passivo e representa a fonte permanente de recursos financeiros da empresa. É igual à soma do exigível a longo prazo com o patrimônio líquido.

Passivo Operacional (PO): representa as contas passivo vinculadas ao ciclo operacional da empresa. É composto pelas contas referentes a fornecedores, salários, encargos, imposto e taxas.

Passivo Flutuante (PF): corresponde aos itens de curtíssimo prazo do passivo circulante que não têm vinculação direta comn as operações da empresa: empréstimos, financiamentos e outras obrigações financeiras de curtíssimo prazo.

A Necessidade de Capital de Giro (NCG) é calculada da seguinte forma:

NCG = Ativo Operacional – Passivo Operacional

O Capital de Giro, de acordo com essa nova reclassificação de contas, será:

CG = Passivo Permanente – Ativo Permanente

Denomina-se efeito tesoura (ET) o valor do Capital de Giro (CG) que exceda a Necessidade de Capital de Giro (NCG).

ET = Capital de Giro – Necessidade de Capital de Giro (NCG)

O efeito tesoura (ET) também corresponde à diferença entre o ativo flutuante (AF) e o Passivo Flutuante (PF). EF = Ativo Flutuante (AF) – Passivo Flutuante (PF)

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Page 19: Apostila de Admin Financeira

EXERCICIO

Com base no Balanço da Empresa Alfa-Beta, calcule a Necessidade de Capital de Giro, o Capital de Giro e o Efeito Tesoura.

ATIVO + PASSIVO –

CIRCULANTE CIRCULANTE Disponível Empréstimos...................100,00 Caixa.......................250,00 Fornecedores............. ....350,00 Aplic.Financeiras....200,00 Salários a Pagar.............100,00 Encargos a Pagar.......... 50,00 Impostos a Pagar........... 60,00 Realizável CP Taxas a Pagar................ 40,00 Dupl a Receber........300,00 NP a Receber..........100,00 EXIGIVEL LP Estoque-Mercad......450,00 Financiamentos..............200,00PERMANENTE

Móveis e Utens........100,00 PATR. LÍQUIDO Instalações.............. 200,00 Capital.......................2.200,00 Computadores......... 500,00 Veículos.................1.000,00

Total...........................3.100,00 Total..............................3.100,00

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Page 20: Apostila de Admin Financeira

ANÁLISE FINANCEIRA 

A ANÁLISE DO BALANÇO COM A UTILIZAÇÃO DE QUOCIENTES 

O estudo técnico de análise de balanço constitui-se na realidade em um intrincado processo de fundamental importância. A análise de balanço é de fato um poderoso instrumento de pesquisa que permite aquilatar a saúde econômico-financeira da empresa, no passado e no presente, e enseja a projeção desse resultado para o futuro; possibilita o conhecimento objetivo dos efeitos da administração realizada pelos gerentes e permite mensurar o volume dos recursos livres ou patrimônio líquido.

 Com efeito, os conceitos extraídos da análise do balanço são eminentemente temporais, pois estão

inevitavelmente vinculados ao resultado do empreendimento em dado período. Impõe-se, então, a aplicação do instrumental de análise em diferentes exercícios financeiros consecutivos, normalmente de 3 a 5 períodos, quando há disponibilidade de informações. Isso permite verificar a presença de regularidade na situação apurada, autorizando, caso afirmativo, a projeção do resultado para um momento futuro.

 O estudo da eficiência da gestão dos sócios, da mesma forma, é realizado com base no desempenho

econômico-financeiro da empresa analisada. A apuração de uma baixa lucratividade, por exemplo, num ramo de atividade gozando de razoável normalidade – verificada pelo desempenho da concorrência - denota ineficiência gerencial. Por outro lado, uma elevada lucratividade da empresa de segmento econômico em situação desfavorável - como a Construção Civil em certos períodos recentes da realidade econômica - sugere versatilidade e criatividade dos administradores, revelando-se capazes de reverter um quadro conjuntural adverso.

 Na análise de Balanço Patrimonial, as contas que compõem cada grupo deverão ser interpretadas e

classificadas de acordo com os conceitos e critérios estabelecidos.  

Uma vez concluído o trabalho de interpretação e classificação das contas que compõem o Balanço Patrimonial e a Demonstração dos Resultados do Exercício, deverão ser apurados os indicadores econômico-financeiros, que serão analisados de forma horizontal e vertical. Consistindo o primeiro na comparação entre dois ou três balanços, estabelecendo as variações havidas nos principais dados, ano a ano. O segundo consiste no relacionamento das contas com seus respectivos grupos e com o total do Ativo ou Passivo, dentro do mesmo balanço.

 Para se chegar a uma conclusão sobre a situação econômico-financeira da empresa será levada em

consideração toda a sua conjuntura patrimonial, inclusive ramo de negócio explorado. Nenhum dos indicadores econômico-financeiros será analisado isoladamente, mas sempre em relação aos demais.

 As VARIAÇÕES PATRIMONIAIS objetivam mostrar o porte e o desempenho da empresa,

evidenciando a origem e a aplicação dos recursos. Merecem especial atenção os seguintes elementos:

a) Patrimônio Líquido : verificar se tem havido evolução real (superior à taxa da Poupança), estagnação ou mesmo redução e as respectivas causas.

b) Passivo a Descoberto : caracteriza a perda dos capitais próprios investidos no negócio, evidenciando assim uma situação de total insolvência.

 c)      Lucro Operacional Liquido: verificar se tem havido evolução real, estagnação ou mesmo redução e as respectivas causas, observando-se ainda, as taxas de lucratividade.

 c) Prejuízo Operacional Líquido : cabe verificar as causas de tal situação, se em

decorrência de redução nas receitas ou de altos custos operacionais. 

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e)      Lucro Líquido do Exercício: verificar se tem havido evolução real, estagnação ou mesmo redução e as respectivas causas, observando-se, ainda, as taxas de rentabilidade.

 f)       Prejuízo do Exercício: caracteriza perda de capitais próprios. Cabe observar as causas desse resultado.

 g)      Receita Operacional Bruta: verificar se tem havido evolução real, estagnação ou redução.

  

STUAÇÃO FINANCEIRA   Uma empresa pode apresentar uma excelente situação econômica com elevada participação de capitais próprios e, no entanto, em determinado momento, não ter em mãos recursos numerários suficientes para a liquidação de seus compromissos.  

Esse último aspecto - suficiência ou não de recursos para o pagamento das obrigações - é o que caracteriza a situação financeira da empresa, ou a sua capacidade de pagamento. 

No estudo da capacidade de pagamento a curto prazo, preocupamo-nos com as dívidas vencíveis no exercício seguinte ao Balanço, procurando verificar se a empresa contará no mesmo período com valores disponíveis e rentáveis em montante suficiente para o resgate das mesmas.

  No caso da liquidez corrente, índices inferiores à unidade revelam, em princípio, situação financeira deficitária. Dessa forma, podemos enquadrar os resultados obtidos nas seguintes situações: ruim = menor que 0,5; apertada = de 0,5 a 0,7; satisfatória = de 0,8 a 1,0; boa = maior que 1,0. 

Para a liquidez seca os resultados abaixo da unidade devem ser vistos com mais cuidado, antes de se tirar conclusões precipitadas. A natureza dos estoques e sua facilidade de comercialização devem ser analisadas.

Portanto, considerando que, dificilmente, pelo menos parte dos estoques deixará de ser vendida, podemos considerar com “normal” índices até ligeiramente inferiores à unidade. 

A capacidade de pagamento geral é definida pelo índice de liquidez geral, que compara todas as dívidas com todos os valores disponíveis e realizáveis, sem preocupação de limitação do prazo. 

Podemos considerar normal que os quocientes de Liquidez Geral sejam inferiores aos de liquidez corrente, pelos seguintes motivos: -       quase toda empresa necessita recorrer a capitais de terceiros a longo prazo;- o “realizável a longo prazo” é, geralmente, menor que o “exigível a longo prazo”;- os financiamentos a longo prazo geralmente não “apertam” tanto a empresa, pois os prazos de

resgate são de uma forma dilatados e bem equacionados.  

ESTRUTURA 

Cada empreendimento possui uma estrutura otimizante de composição de recursos e não existem regras fixas. A natureza do endividamento, as taxas de juros e os riscos, quando comparados com o retorno que tais recursos propiciam uma vez investidos, devem ser, por sua vez, comparados com os custos alternativos da captação de capital de risco.

 Mais importante do que uma posição estática de tais quocientes é sua evolução no tempo

e seus efeitos sobre a rentabilidade da empresa. Mesmo que durante certo tempo a empresa se tenha beneficiado de uma taxa de endividamento, surgirá o momento a partir do qual, pela grandeza dos custos financeiros, o endividamento adicional não será mais desejável, mesmo porque os emprestadores de dinheiro, a partir de certo grau de endividamento da empresa, vêem

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aumentar seus riscos de aplicação de capital, aumentando portanto a taxa de juros. Isto ocorre não só com empresas, mas também com indivíduos e até com nações.   RENTABILIDADE   Expressar a rentabilidade em termos absolutos tem uma utilidade informativa bastante reduzida. De maneira geral, devemos relacionar um lucro de um empreendimento com algum valor que expresse a dimensão relativa do mesmo, para analisar quão bem se saiu a empresa em determinado período.  

Determinar um padrão ideal para a rentabilidade é uma tarefa difícil. Poderíamos dizer que uma boa taxa de rentabilidade seria aquela que permitisse à empresa manter e desenvolver suas atividades sem ter que procurar outros capitais (próprios ou de terceiros). É lógico que tudo depende da natureza do produto, das condições que a empresa tenha para se desenvolver e da conjuntura econômica. Através dessa análise podemos perceber, também, a importância de dois fatores:  a)      custo operacional – influindo diretamente na margem de lucro; 

b) movimento de vendas – influindo diretamente na rotatividade e, indiretamente, na margem de lucro (através da variação do custo operacional).

  

ROTATIVIDADE   Estes quocientes, importantíssimos, representam a velocidade com que elementos patrimoniais de relevo se renovam durante determinado período de tempo. Por sua natureza têm seus resultados normalmente apresentados em dias, meses ou períodos maiores, fracionários de um ano. A importância de tais quocientes consiste em expressar relacionamentos dinâmicos que acabam, direta ou indiretamente, influindo bastante na posição de liquidez e rentabilidade.

 A interpretação destes quocientes deverá ser realizada em conjunto com a Margem de

Ganho, a fim de verificar se esta compensa a velocidade ou vice versa. 

EXERCÍCIO

Com base no Balanço Patrimonial abaixo, calcule os índices de Liquidez Corrente, Liquidez Seca, Liquidez Imediata, Capital de Giro Bruto e Líquido, Dependência Financeira e Endividamento.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO + PASSIVO –

CIRCULANTE CIRCULANTE DISPONIVEL Fornecedores................... 3.500,00 Caixa...................................... 200,00 Emp.Bancário.................. 1.500,00 Bancos C/Movimento............3.000,00 Impostos a Pagar................ 600,00

REALIZÁVEL – CP EXIGÍVEL - LP Mercadorias-Estoque..........10.100,00 Financiamentos.............. 8.000,00 Dupl. a Receber................... 800,00 Clientes–Cartão Crédito...... 700,00 PATR. LÍQUIDOPERMANENTE CAPITAL IMOBILIZADO Capital Registrado.........10.000,00 Móveis e Utensílios.................250,00 Lucros Acumulados....... 2.450,00 Instalações.............................1.500,00 Equip.de Informática............ 1.500,00

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Edifícios............................... 8.000,00 Total do Ativo............26.050,00 Total do Passivo.........26.050,00

EXERCICIO

Rosa Maria iniciou um pequeno negócio varejista de papelaria com o capital de R$ 10.000,00 em dinheiro, sem ter o cuidado de, antes, realizar um planejamento financeiro.As suas primeira aquisições, em dinheiro, foram as seguintes:. Mercadorias a vista no valor de R$ 6.100,00;. Instalações da loja, R$ 1.000,00;. Móveis e Utensílios, R$ 200,00;No primeiro mês de atividade, o Balancete de Verificação da empresa, fornecido pelo Contador, apresentou os seguintes resultados:

ATIVO + PASSIVO -

CIRCULANTE CIRCULANTE DISPONIVEL SIMPLES a Recolher................... 60,00 Caixa..................................3.801,18 SIMBAHIA a Recolher................... 25,00 FGTS a Recolher.......................... 16,30 REALIZÁVEL CP Prev. Soc. A Recolher.................. 30,20 Estoque de Mercadorias... 4.671,42 PERMANENTE IMOBILIZADO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Móveis e Utensílios.. ............ 200,00 Capital........................ ............. 10.000,00 Instalações..........................1.000,00 Total do Ativo......... 9.672,60 Total do Passivo.................10.131,50

CONTAS DE RESULTADOS CONTAS DE RESULTADOS

C. DIR.MERC.VENDIDAS RECEITAS DE VENDASCusto-Merc. Vendidas............1.428,58 Vendas-Mercadorias................ 2.000,00

DESPESAS ADMINISTRATIVAS Salários..................................... 203,85FGTS....................................... 16,30Pró-Labores............................. 200,00Depreciação............................ 10,00Manutenção do Imobilizado... 1,50Seguros................................... 1,00Material de Limpeza................ 8,05Contador.................................. 151,00Aluguel.................................... 180,00Água, Luz e Telefone.............. 130,20Outras Despesas................... 43,42

DESPESAS TRIBUTÁRIASICMS – SIMBAHIA.......................25,00SIMPLES – 3% S/VENDAS.........60,00 Totais......................12.131,50 Totais................12.131,50

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ESTUDO DE CASO   Elaborar análise econômico-financeira de uma empresa não-financeira, mediante utilização dos

quocientes, dos seus dois últimos exercícios financeiros. O trabalho deverá apresentar a seguinte estrutura, e cada um dos cinco itens valerá dois pontos na

composição da nota: 

I.      Apresentação II.   Ajustes III. Cálculo de Quocientes IV. Análise econômico-financeira V.   Conclusão VI. Anexos 

  Para a elaboração deste estudo de caso deverão ser obtidas Demonstrações Financeiras dos dois últimos

exercícios de uma empresa não-financeira, publicadas em jornal, na Internet ou colhidas junto à própria empresa. Os itens deverão ser elaborados conforme regras a seguir: I.      Introdução

        Dividida em duas partes: uma para apresentação do trabalho propriamente dito (o que, como e porque você irá fazer este estudo de caso) e outra para a apresentação da empresa (nome, ramo de atividade, local de atuação, grupo econômico, administração, políticas de pessoal, de investimentos, de marketing, etc. 

II.   Ajustes        Ajustar as contas patrimoniais de acordo com os critérios de interpretação e classificação contidos neste documento, elaborando novos Balanços Patrimoniais para os dois exercícios analisados.        Estes novos Balanços Ajustados serão a base de análise do estudo de caso. Os Balanços Patrimoniais originais irão apenas para o anexo.

 III.           Cálculo de Quocientes

        Calcular no mínimo oito, no máximo dez quocientes, dentre os aqui apresentados, sendo pelo menos dois de Liquidez, dois de Segurança/Estrutura e dois de Rentabilidade/Rotatividade.

 IV.            Análise econômico-financeira

        Proceder à análise econômico-financeira da empresa com a utilização dos quocientes calculados.        Concentrar a análise na situação verificada e nos problemas observados, evitando tanto quanto possível comentários do tipo “subiu”, “desceu” e definições dos quocientes.

 V.               Conclusão

        Neste item deverão ser abordados os planos de sugestões para a solução dos problemas verificados na análise, bem como a consolidação do tripé da análise financeira (Liquidez + Segurança/Estrutura + Rentabilidade/Rotatividade).

 Anexos        Anexar os Balanços Patrimoniais originais de jornal, Internet, publicações ou outras fontes.

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BIBLIOGRAFIA   GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 7a. Ed. São Paulo. Ed. Harbra, 1977. 840 pág. (livro texto).  MARTINS, Eliseu e ASSAF NETO, Alexandre. Administração Financeira – As Finanças das Empresas sob Condições Inflacionárias. São Paulo. Ed. Atlas, 1996. 568 pág.  SANVICENTE, Antônio Zoratto. Administração Financeira. 3a. Ed. São Paulo. Ed. Atlas, 1995. 568 pág. NAKAGAWA, M. Introdução à Controladoria: conceitos, sistemas, implementação. São Paulo. Ed. Atlas, 1998. SCHRICKEL, W. K. Demonstrações Financeiras: abrindo a caixa preta – como interpretar balanços para a concessão de empréstimos. São Paulo. Ed. Atlas, 1998. SECURATO, José Roberto. Decisões Financeiras em Condições de Risco. São Paulo. Ed. Atlas, 1996. 248 pág

SILVA, J. P. da. Análise Financeira das Empresas. São Paulo. Ed. Atlas, 1998. 

ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços: um enfoque econômico-financeiro. 5a. Ed. São Paulo. Ed. Atlas, 2000.

 USP, Equipe de Professores da. Contabilidade Introdutória. 7a. Ed. São Paulo. Ed. Atlas, 1985. MARION, José Carlos e IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Comercial. São Paulo. Ed. Atlas.    IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. São Paulo. Ed. Atlas.

OLIVEIRA DOS SANTOS, EDNO – Administração Financeira da Pequena e Média Empresa – 1ª Ed São Paulo – Editora Atlas

APOSTILAS SEBRAE 2004.  

 

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FLUXO DE CAIXA

O objetivo do Fluxo de Caixa é acompanhar as entradas e as saídas de dinheiro na empresa. Tem uma função maior de planejamento financeiro, porque ele indica quais decisões devem ser tomadas na falta ou na sobra de recursos.

Entende-se que é extremamente difícil a administração financeira de uma empresa sem a prática de prever as entradas e saídas de recursos.

Contudo, sabemos que a maioria adota o procedimento de planejamento de entradas e saídas pelo fluxo de caixa, administrando estes fluxos de maneira instintiva.

Não será esta a razão de tanta dificuldade de provimento de recursos que a pequena empresa enfrenta?

Sem dúvida, a experiência mostra-nos que a administração dos recursos da empresa melhora susbstancialmente quando o fluxo de caixa é utilizado de forma sistemática.

Elaborando este demonstrativo financeiro, as empresas formalizam suas metas de vendas, seus custos , resultados e investimentos e procuram, efetivamente, alcançar estas metas, desenvolvendo ações para alcançá-las.

Evita ainda, a análise da situação da empresa (boa ou ruim) pela sobra ou falta de dinheiro em caixa e em bancos.

Analisar uma empresa apenas pelo saldo de Caixa é muito PERIGOSO!

O saldo do Caixa atual é basicamente o reflexo da soma de lucros e prejuízos conseguidos em meses passados.

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ESTRUTURA GERENCIAL DE RESULTADO

Vamos elaborar uma estrutura gerencial de resultados semanal, de uma barraca alugada, para vender coco, cuja situação é a seguinte:

Preço de venda de cada coco: 2,00Custo de compra unitário do coco: 0,50Custo semanal de locação da barraca: 18,00Comissão do ajudante: 15% (0,30 por coco)

Podemos raciocinar da seguinte maneira:Comprando um coco por 0,50, vendendo por 2,00, paga-se a comissão de 0,30 e ganha-se por coco 1,20.

Qual o destino deste 1,20 ganho em cada coco?

Resposta:

---Pagar o aluguel da barraca e gerar lucro.

Então,Quantos cocos devem ser vendidos para não perder dinheiro?Como calcular o lucro por coco vendido?Como calcular o lucro total?

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ESTRUTURA GERENCIAL DE RESULTADOS

1. + FATURAMENTO

2. – CUSTOS VARIÁVEIS Custo de compra de 1 coco Comissão do ajudante

3.=MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO (1-2)

4. – CUSTOS FIXOS Aluguel da Barraca

5. = LUCRO OU PREJUIZO (3-4)

Cálculo do Ponto de Equilíbrio:

ESTRUTURA GERENCIA DE RESULTADOS APÓS O CALCULO DO PE

1. + FATURAMENTO

2. – CUSTOS VARIÁVEIS Custo de compra de 15 cocos Comissão do ajudante

3. = MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO (1-2)

4. – CUSTOS FIXOS Aluguel da barraca

5. = LUCRO OU PREJUIZO (3-4)

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EXERCÍCIO

Camila é uma nova empreendedora.

Encontra-se estabelecida com uma boutique há aproximadamente 13 meses.

Iniciou o negócio com um capital de R$ 25.000,00 em dinheiro, sem ter o cuidado de, antes, fazer um planejamento financeiro.

Ela acha que, apesar de certo tempo de atividade a empresa não está tendo o desempenho esperado.

O que será que está havendo?

Vamos tentar ajudá-la através da análise de alguns Indicadores Econômicos Financeiros?

I – Faça a Estrutura Gerencial de Resultado;II – Calcule o % da Margem de Contribuição;III – Calcule o Ponto de Equilíbrio;IV – Se lucro, calcule a Rentabilidade, Lucratividade e o PRI e analise-os.V – Se prejuízo, calcule o prejuízo acumulado durante os 13 meses e o quanto representa do capital investido.

Vejamos os dados para as análises:a) Suas vendas médias mensais é da ordem de R$ 5.000,00;b) O custo dessas mercadorias vendidas (CMV) é de R$ 3.210,00;c) O custo fixo (despesas) mensal da empresa está orçado em uma média de

R$ 1.275,00;d) A empresa encontra-se enquadrada no SIMPLES e recolhe 3% sobre as

vendas mensais para a Receita Federal.

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DIAGNOSTICANDO A SITUAÇÃO FINANCEIRA DE UMA EMPRESA

Dona Vânia resolveu investir a sobra de recursos que tinha, na montagem de uma pastelaria. Após alguns meses de funcionamento do empreendimento, a empresária sentia-se bastante satisfeita por verificar que o seu saldo no Banco estava bastante positivo.

Na verdade, dona Vânia analisa se sua empresa está indo bem por meio do seu Caixa, verificando se sobra ou falta dinheiro no saldo bancário. Como seu saldo atual no Banco é de R$ 5.250,00, ela acredita que sua empresa está muito bem.

Há alguns dias, conversando com um amigo que havia realizado o curso Administração Financeira, ele lhe disse que, às vezes, em uma empresa pode estar faltando dinheiro e esta empresa estar em situação boa e, ao contrário, pode estar com dinheiro de sobra e não estar em boa situação.

Intrigada com esta afirmação, a Sra. Francisca resolveu certificar-se da situação de sua empresa, levantando os seguintes dados:

Prazo de compras........................................................ ..........30 diasPrazo de vendas.....................................................................À vistaSaldo de Caixa e Bancos....................................................... 5.250,00Contas a Pagar (Fornecedores p/30 dias)............................. 6.750,00 *Valor dos estoques de produtos para fabricar pastéis............1.125,00Valor mensal das vendas (não existe sazonalidade)..............9.750,00Custos de materiais para fazer pastéis...................................5.662,00Percentual dos Impostos..........................................................6%Percentual de comissão para as balconistas.................... ......10%Valor mensal dos custos fixos................................................ 3.413,00Necessidade de estoques........................................................3 diasInvestimento inicial............................................................. ...8.000,00

* Compras efetuadas no mês anterior ao da análise.

a) Vejamos a situação financeira da pastelaria de Dona Vânia, pelo Fluxo de Caixa.

b) Vejamos a Estrutura Gerencial de Resultados c) Recuperando as Finanças da empresa

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PROJEÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

Descrição 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês 6º mês

Saldo Inicial

ENTRADAS

Vendas a vista

Total das Entradas

SAÍDASCompras de Mercadorias

Custos Fixos

Impostos

Fornecedores

Total das Saídas

Entradas menos Saidas

Saldo Final

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Análise do Fluxo de Caixa

Como vemos, a empresa da Sra. Francisca, apesar de estar com saldo de Caixa de R$ 5.250,00 no 1º mês, chegará no 5º mês com saldo negativo de R$ 263,00.

Esta situação é extremamente comum no meio empresarial, pois somos acostumados a verificar como está o nosso saldo de Caixa e, por meio dele, analisarmos como está a situação financeira de nossa empresa.

Vejamos as justificativas que a Sra. Francisca apresenta para a situação da sua empresa mês a mês:

No 1º mês, ela explicaria a redução do seu saldo por ter de pagar um valor de fornecedores maior do que em um mês normal: isto se deu por ter aproveitado uma promoção.

No 2º, 3º e 4º mês, buscaria justificar o problema com explicações como: “a economia vai mal”, “tem alguém me roubando”, etc.

No 5º mês, na verdade, ela não quebraria sua empresa, pois buscaria soluções como: aumentar o prazo com fornecedores, conseguir empréstimos junto a terceiros, vender alguns bens da empresa, etc. Mas, na verdade, estas atitudes não resolvem o seu verdadeiro problema: no máximo, retardam o seu efeito, porém com resultados muito mais desastrosos.

Sendo assim, devemos analisar como está a empresa da Sra. Francisca em termos de resultados, ou seja, está ou não conseguindo lucro em sua atividade.

Façamos, a seguir, a Estrutura Gerencial de Resultados.

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ESTRUTURA GERENCIAL DE RESULTADOS

+1. FATURAMENTO

- 2. CUSTOS VARIÁVEIS Material p/fazer pastéis Impostos Comissões

=3.MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

- 4. CUSTOS FIXOS

= 5. PREJUÍZO

Análise da Estrutura Gerencial de Resultados

A empresa da D. Vânia apesar de vender em média R$ 9.750,00, acaba tendo um prejuízo mensal de R$ 885,00. Sem dúvida, esta é uma demonstração da situação decadente da empresa.

Mas, vejamos! Se D. Vânia administrar a sua empresa apenas pelo saldo do seu Caixa, ela só perceberá que está com dificuldades no 5º mês, quando, provavelmente, já terá perdido grande volume de recursos.

Montando a Estrutura de Resultados, ela perceberá seu problema já no lo. mês, tomando medidas de correção no momento em que estes desvios estão ocorrendo.

Conclusão: Se D. Vânia apenas contrair um financiamento para solucionar o seu problema de Caixa, na verdade estará aumentando sua defasagem, pois terá de considerar o custo do financiamento na sua Estrutura de Resultados, aumentando, mais ainda, seu prejuízo. Portanto, é necessária recuperação que contemple em conjunto dois grandes aspectos:

I – Contrair financiamento para salvar seu Caixa: Analisar qual a sua real necessidade (déficit de Caixa) e buscar uma linha de crédito que lhe permita o pagamento com um custo baixo e com um prazo compatível com sua empresa.

II – Melhorar o desempenho em termos de resultados, ou seja, passar a obter lucro e projetar nova Estrutura de Resultados, considerando o custo do financiamento a ser contraído.

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Recuperando as Finanças de uma Empresa

Dona Vânia decidiu obter um financiamento para cobrir sua necessidade de Caixa. A empresária verificou, também, que não é possível, apenas com o financiamento, solucionar o problema de sua empresa necessitando ajustá-la para que ela comece a dar resultados positivos.

O FinanciamentoValor solicitado e liberado................................R$ 5.000,00Prazo de pagamento....................................... 24 mesesTaxa de juros anual...........................................5,33%Correção (TJLP)...............................................12%Valor da maior prestação..................................R$ 276,29

Condições necessárias para melhoria no desempenho da empresa

D. Vânia chegou à seguinte estratégia de recuperação:a) Aumentar as vendas em 15%, montando uma estratégia de marketing que permita

atingir esta meta;b) Reduzir em 10% os custos fixos;c) Buscar novos fornecedores com preços 9% mais baixos.

NOVA ESTRUTURA GERENCIAL DE RESULTADOS

+ 1. FATURAMENTO

- 2. CUSTOS VARIÁVEIS Material p/fazer pastéis Impostos Comissões

= 3. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO (1-2)

- 4. CUSTOS FIXOS

= 5. LUCRO LÍQUIDO I (3-4)

- 6. PRESTAÇÃO DO FINANCIAMENTO

= 7. LUCRO LÍQUIDO FINAL (5-6)

Implementando as três opções de melhoria de resultado e, mesmo com o pagamento de seu empréstimos, a empresa conseguirá um lucro de R$ 145,23.

Este resultado, sem dúvida, levará a empresa à saúde financeira o que lhe possibilitará desenvolver seu negócio.

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