apostila curso de cabeleireiro

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www.escolapersonalizze.com.br Curso Cabeleireiro Apostila 01 Profissional: Gerson Luiz Nascimento

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Page 1: Apostila Curso de Cabeleireiro

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Curso Cabeleireiro

Apostila 01

Profissional: Gerson Luiz Nascimento

Page 2: Apostila Curso de Cabeleireiro

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Sumário A PELE .......................................................................................................................................... 3

OS NERVOS .......................................................................................................................... 3

OS MÚSCULOS ERETORES ................................................................................................... 4

AS GLÂNDULAS SEBÁCEAS .................................................................................................. 4

O SEBO ................................................................................................................................ 5

AS GLÂNDULAS SUDORÍPARAS ........................................................................................... 5

O SUOR ................................................................................................................................ 5

A PAPILA DÉRMICA E O FOLÍCULO PILOSO ......................................................................... 5

O CABELO .................................................................................................................................... 7

A CUTÍCULA ......................................................................................................................... 7

O CÓRTEX ............................................................................................................................ 8

A CÉLULA CORTICAL ............................................................................................................ 9

AS MACROFIBRILAS ............................................................................................................. 9

AS MICROFIBRILAS .............................................................................................................. 9

AS PROTOFIBRILAS ............................................................................................................ 10

AS CADEIAS DE QUERATINAS ............................................................................................ 10

O CICLO DE VIDA DO CABELO ........................................................................................... 10

A QUEDA DOS CABELOS .................................................................................................... 11

CABELOS OLEOSOS E CABELOS SECOS .............................................................................. 12

AS CADEIAS DE QUERATINA... E SUAS LIGAÇÕES .............................................................. 14

Deformações ......................................................................................................................... 16

A DEFORMAÇÃO PERMANENTE ........................................................................................ 17

A REDUÇÃO ....................................................................................................................... 17

A FIXAÇÃO ......................................................................................................................... 18

OS PIGMENTOS ................................................................................................................. 19

A COR ........................................................................................................................................ 19

OS MELANÓCITOS, A MELANINA .......................................................................................... 19

O CLAREAMENTO .................................................................................................................. 20

A DESCOLORAÇÃO ................................................................................................................ 21

A COLORAÇÃO SEMI-PERMANENTE ......................................................................................... 21

A COLORAÇÃO DIRETA .......................................................................................................... 21

TOM SOBRE TOM .................................................................................................................. 22

REFLEXOS .............................................................................................................................. 22

A COLORAÇÃO PERMANENTE ................................................................................................... 22

A COLORAÇÃO DE OXIDAÇÃO QUE CLAREIA ........................................................................ 22

A COLORAÇÃO DE OXIDAÇÃO TOM-SOBRE-TOM ................................................................. 23

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A PELE

A pele constitui-se de 3 camadas.

A EPIDERME, verdadeiro escudo protege a pele das agressões externas. Muito delgada, sua

espessura varia, segundo a localização, entre 0,04 mm e 1,6 mm.

A HIPODERME é o tecido de reserva e de sustentação. É a camada mais espessa: de 0,5 á 3 cm

segundo as zonas. Esse tecido isola dos choques e das variações de temperatura.

A DERME, tecido conjuntivo fibroso, com espessura variando de 1 a 2 mm, segundo as zonas,

constitui o arcabouço da pele. Suas células, fibroblastos, fabricam fibras de colágeno que dão

resistência e firmeza à pele, além de fibras de elastina, que lhe conferem flexibilidade e

elasticidade. A Derme desempenha, portanto, uma função de coesão. Ela é responsável pela

nutrição da Epiderme, graças a uma intensa vascularização. E essas funções, acrescentam-se as

seguintes:

- Reserva de água (alimentação das células de Epiderme)

- Regulação térmica (micro circulação)

- Sensações tácteis (rede nervosa)

- Permeabilidade e filtração

OS CAPILARES SANGUÍNEOS

São muito finos e se organizam em redes complexas, entre as arteríolas e as vênulas. É no interior

desses capilares sanguíneos que se efetuam as trocas gasosas e nutritivas. Eles trazem os

elementos nutritivos e levam os rejeitos celulares.

OS NERVOS

Eles nos possibilitam perceber sensações. A invervação do folículo piloso é bastante complexa.

Ela se constitui dos seguintes elementos.

- A inervação motora do músculo eretor.

- A inervação da papila.

- A inervação sensitiva do cabelo.

O folículo piloso apresenta uma intensa inervação sensitiva, o que se explica as dores à tração e as

sensações dolorosas do couro cabeludo.

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OS MÚSCULOS ERETORES

A semelhança de todos os músculos de nosso corpo, eles se contraem quando o sistema nervoso

lhes dá uma ordem nesse sentido. Então, eles se acumulam sobre si mesmos, encolhem e repuxam

as bases dos folículos, colocando, assim, o fio de cabelo em posição vertical. As influências

psíquicas (o medo, em particular) muitas vezes são responsáveis por esse formato.

AS GLÂNDULAS SEBÁCEAS

São sacos repletos de células claras e volumosas, com um pequeno núcleo central. São anexa a

um pêlo e secretam sebo.

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O SEBO

É o resultado de uma excreção, provocada pelo rompimento dessas células carregadas de gordura.

O sebo desempenha uma função protetora contra a agressão cutânea.

Os principais componentes do sebo são os seguintes:

- Glicerídios 43%

- Ácidos graxos ivres 16%

- Ceras esterificadas 25%

- Esqualano 12%

- Colesterol 4%

- Hidrocarbonetos saturados vestígios

O escoamento normal do sebo possibilita a flexibilidade e a boa resistência da camada córnea e do

cabelo.

AS GLÂNDULAS SUDORÍPARAS

Regulam a temperatura do organismo através da secreção do suor.

O SUOR

Produzido pelas glândulas sudoríparas, regula a temperatura do organismo. A evaporação é o

único meio de eliminar o calor quando a temperatura externa é elevada. O suor é ácido (pH entre 4

e 6,8) e contém 99% de água, uréia, amônia, ácidos lático e pirúvico. Esse pH lhe confere

propriedades antisséticas e antifúngicas.

A PAPILA DÉRMICA E O FOLÍCULO PILOSO

A papila dérmica encontra-se na base de um saco alongado, derivado da Epiderme, que é o

folículo piloso. Ela tem uma rica vascularização e constitui-se de uma multidão de células

específicas: os queratinócitos. A parte inferior do bulbo piloso, que é a matriz do cabelo, encerra a

zona de divisão celular.

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]Cada célula se divide e cria uma célula-filha, que é impulsionada para o alto e pelo nascimento de

outras células. Elas se queratinizam progressivamente na parte superior do bulbo piloso, para dar

origem aos fios de cabelo. Na Epiderme , as células basais se multiplicam a cada período de 457

horas. A taxa de multiplicação das células da papila dérmica, a cada período de 39 horas, é uma

das mais elevadas que se conhece. Isso explica a sensibilidade do cabelo aos diferentes agentes

que bloqueiam a multiplicação celular. O bulbo piloso atinge sua largura máxima a meia altura da

papila. Uma linha transversal nesse nível (>linha de Auber<) constitui o limite superior do

território onde se expandem e se multiplicam os queratinócitos e os melancócitos.

Um fenômeno importante ocorre na zona queratógena , que é a parte superior do bulbo

As células vão sofrer mutações: degenerar-se, alongar-se, morrer pela perda do núcleo e

endurecer, produzindo uma proteína rica em enxofre - a queratina. Ela formará o esqueleto do

cabelo. No nível da zona queratógena se individualiza a bainha epitelial interna. Constituída de

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diversas camadas celulares concêntricas, ela acompanha o cabelo no seu crescimento até o ponto

onde desemboca o canal sebáceo: o colo. A haste pilar torna-se , então, livre. A bainha epitelial

externa é um invaginação da epiderme. Suas células não passam pelo processo de queratinização.

O CABELO

A CUTÍCULA

Outras células da matriz do cabelo se achatam e se alongam para formar a cutícula.

A cutícula, superfície protetora do cabelo, é formada de uma camada única de células que se

recobrem parcialmente, como escamas de peixe, com a borda livre direcionada para a extremidade

do fio de cabelo. Como as escamas se recobrem diversas vezes umas às outras, um corte

transversal da cutícula da à impressão de uma estrutura de camadas múltiplas de 3 a 10

espessuras. Essas células cuticulares, muito achatadas (0,5 micrometros) e muito alongadas (45

micrometros) são constituídas de três partes:

- A epicutícula

- A exocutícula

- A endocutícula

Esses diferentes elementos são constituídos, principalmente, de material protéico que será tanto

mais rico em enxofre (e portanto, em cistina) quanto mais nos aproximamos da superfície que esta

em contato com o mundo exterior. A cutícula desempenha um papel muito importante. Ela

contribui para a coesão do cabelo, mantendo as fibras de queratina do córtex em uma "bainha"

particularmente resistente.

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Ela é muito estável do ponto de vista bioquímico e resiste a forças físicas e químicas potentes.

Quando a cutícula se degrada, perde seu poder protetor e a coesão interna do cabelo fica reduzida.

O cabelo torna-se, então, extremamente fragilizado.

Na parte central do cabelo, a medula (canal medular) é constituída por pilhas de células mortas,

que se esvaziaram de sua substância e estão separadas por bolhas de ar. A medula muitas vezes é

intermitente e, por vezes, chega a estar até mesmo totalmente ausente, o que faz supor que ela não

tenha uma real importância funcional.

Em muitos animais a medula representa 2/3 do pêlo. São células vazias, cheias de ar, que fazem às

vezes de isolante térmico. Esse papel é inútil par ao homem, o que explica seu desaparecimento.

O CÓRTEX

As células queratinizadas, situadas no centro do folículo, tornam uma forma de fuso, muito

alongada. Elas constituem o coração do cabelo: o córtex. Trata-se da parte mais importante do

cabelo. O córtex contribui, em grande parte, para as propriedades mecânicas do cabelo:

- Solidez: a carga necessária para que se obtenha a ruptura de um fio de cabelo natural sadio, varia

entre 50 a 100 gramas.

- Elasticidade: se esticarmos moderadamente um fio de cabelo seco ou úmido, ele se recuperará

bastante rapidamente seu comprimento inicial. Entretanto, é preciso que esse alongamento não

ultrapasse 3% aproximadamente.

- Permeabilidade: o cabelo pode absorver até 35% de seu peso em água. Seu diâmetro pode

aumentar em 15 a 20%, seu comprimento, de somente 0,5 a 2%. A absorção da água vem

acompanhada de uma dilatação, da qual depende a maior ou menor facilidade de penetração de

certas moléculas orgânicas.

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As células corticais são coladas umas às outras e orientadas no sentido da haste do fio de cabelo.

A CÉLULA CORTICAL

Fusiforme, com uma largura de 2 a 5 micrometros e comprimento de aproximadamente 100

micrometros, constitui-se de fibras: as macrofibrilas.

AS MACROFIBRILAS

Constituem-se de microfibilas, envoltas em uma matéria amorfa, rica em enxofre. É aí que se

encontram os grãos de melanina, responsáveis pela cor dos cabelos.

AS MICROFIBRILAS

São fibras menores, formadas pela reunião de 5 a 11 protofibrilas.

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AS PROTOFIBRILAS

Têm a forma de uma corda trançada, com 2 ou 3 fios. Cada fio é uma cadeia de queratina com

baixo teor de enxofre, enrolada sobre si mesma, em forma de hélice.

AS CADEIAS DE QUERATINAS

Ligam-se entre si por diferentes ligações químicas: As pontes de dissulfeto, as ligações hidrógenas

e as ligações salinas. Essas ligações proporcionam a coesão desse edifício complexo.

O CICLO DE VIDA DO CABELO

O cabelo cresce, em média, de 1cm a 1,5 cm por mês. Cada fio de cabelo tem um ciclo de vida de

4 anos, aproximadamente. Cada folículo piloso está programado para ter, em média, 25 ciclos de

vida. Na papila dérmica se desenvolvem as três fases de um ciclo.

Fase Anagenética

A divisão celular é contínua, as novas células empurram as velhas para o exterior.

3 a 5 anos.

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Fase Catagenética

A produção de células fica muito mais lenta e, em seguida, cessa completamente.

3 a 4 semanas.

Fase Telogenética

O folículo piloso se retrai e sua base se aproxima da superfície da pele.

3 a 4 meses.

Fase Anagenética

1º Um novo fio de cabelo nasce dentro da papila dérmica.

2º Ele empurra o fio de cabelo em fase telogenética.

3º Assim, o novo fio de cabelo cresce regularmente e expulsa o fio antigo.

4º A divisão celular é contínua. As novas células empurram as velhas para o exterior.

A QUEDA DOS CABELOS

Como certos folículos pilosos têm ciclos de vida mais curtos do que outros, aproximadamente 60

fios de cabelos caem naturalmente a cada dia, enquanto que outros fios surgem. Se a duração da

fase telogenética aumentar em relação à fase anagenética, o equilíbrio rompe-se e os fios de cabelo

caem em maior quantidade do que aquela que seria normal. A atividade pode cessar

completamente, os cabelos podem não voltar a crescer. As causas desse fenômeno são complexas

e múltiplas. É preciso distinguir os fatores que desencadeiam as quedas passageiras ou as quedas

definitivas.

AS QUEDAS PASSAGEIRAS

São definidas como uma perda de cabelo anormal, porém momentânea. Podem ser atribuídas aos

seguintes fatores:

- estresse psíquico: secreção hormonal alterada;

- estresse físico: intervenção cirúrgica, hemorragia, febre elevada;

- origem medicamentosa: anticoagulantes, medicamentos antitiróideos, anti-reumáticos e

antimicóticos;

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- carência de oligoelementos: cálcio, manganês, zinco e ferro.

Em caso de gravidez, as modificações mais menos intensas das taxas de hormônios femininos

induzem um estado de repouso nos folículos. Alopecias passageiras, localizadas, como a pelada,

podem explicar-se pela constituição genética, por perturbações imunitárias ou por antecedentes

familiares.

AS QUEDAS DEFINITIVAS

Explicam-se por uma atrofia da papila dérmica. Suas causas podem ser múltiplas:

- infecções bacterianas ou micóticas do couro cabeludo;

- afecções dermatológicas: a psoríase;

- um distúrbio imunológico causado pela alopecia areada.

A calvície mais comum é a alopecia androgenética. Os hormônios masculinos ou androgenéticos

constituem um dos fatores essenciais da queda definitiva dos cabelos, especialmente a

testosterona. Esse hormônio passa dos testículos para o sangue e, em seguida, do sangue para o

bulbo piloso. Nesse momento, a testosterona inativa se transforma sob a influência de uma

enzima, a 5-alfa-redutase ou diidro-testosterona ativa, que intensifica a atividade dos folículos

pilosos. O fio de cabelo, que tem um ciclo de vida de aproximadamente quatro anos,

reproduzindo-se, em média, 25 vezes, pela ação da diidrotestosterona, tem esse ciclo reduzido para

alguns meses e então ocorre uma calvície precoce.

CABELOS OLEOSOS E CABELOS SECOS

A beleza do cabelo depende, em grande parte, da glândula sebácea. Essa glândula produz e

descarrega, no colo, uma substância graxa, o sebo. O suor secretado pelas glândulas sudoríparas se

mistura ao sebo para proteger e lubrificar o couro cabeludo e o cabelo.

Esse filme protetor desempenha um papel importante, qualquer que seja sua quantidade.

O sebo e o suor recobrem o couro cabeludo, mantém sua elasticidade e sua resistência, lubrificam

o cabelo, que ficará mais flexível e brilhante. Essa proteção essencial se renova continuamente.

Entretanto, esse filme hidrolipídio pode tornar-se excessivamente abundante. Basta uma simples

variação de 10%, para que os cabelos fiquem oleosos. O afluxo hormonal age sobre as glândulas

sebáceas que produzem, então, o sebo, em quantidade excessiva. O sebo migra por capilaridade

entre dois ou diversos fios de cabelos vizinhos, à razão de 2 a 3,5 mm/minuto e até 16 cm do

couro cabeludo, aproximadamente.

O excesso de sebo também se deposita do couro cabeludo e provoca irritações. Na situação

inversa, as glândulas sebáceas podem fabricar muito pouco sebo. O couro cabeludo e os fios de

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cabelo não ficam suficientemente protegidos e nem recebem lubrificação. O couro cabeludo

resseca e pode ficar irritado. As escamas que formam a cutícula se deterioram, seus bordos livres

se encurvam. Os cabelos ficam secos e foscos. As portas se rompem mais facilmente e se abrem

em forquilha. Os fios de cabelo se prendem uns aos outros e ficam embaraçados.

A CASPA

As células da epiderme levam de 30 a 45 dias para se renovarem totalmente, ou seja, para que um

queratinócito basal se divida, migre dentro da epiderme até a sua superfície. Lá, as células

descamam diariamente, sob a forma de uma fina poeira invisível. Nos casos de caspa, esse

processo fica extremamente modificado e exagerado: as células epidérmicas caem, aglomeradas

uma às outras sob a forma de escamas visíveis. Essas alterações resultam de uma descamação

excessivamente rápida, devido a uma maior produção de células epidérmicas.

Existem dois tipos de caspa:

A pitríase simplex ou "caspa seca", caracterizada por escamas secas, finas, cinzentas ou

acastanhadas.

- A pitiríase esteatóide ou "caspa oleosa", associada, geralmente, a uma seborréia caracteriza-se

pelas escamas oleosas e espessas, que aderem ao couro cabeludo formando uma espécie de

camada untuosa.

A caspa, muitas vezes, se faz acompanhar de coceira mais ou menos intensa. As causas da caspa,

controversas durante longos anos são atualmente mais conhecidas.

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A caspa, provém da modificação intensa, qualitativa e quantitativa, da população microbiana que

vive no couro cabeludo. Em particular, um fungo, o "pityrosporum ovale", que está presente, em

condições normais, no couro cabeludo sadio, prolifera exageradamente até constituir 75% da

microflora local.

Foi provado que esse fungo pode desencadear uma inflamação no couro cabeludo por uma reação

do tipo imunitário. Essa inflamação provoca, principalmente, uma aceleração tanto da renovação

celular epidérmica quanto da descamação, provocando o aparecimento da caspa.

A reação imunitária é individual. Assim sendo, em presença de colônias equivalentes de

pityrosporum ovale, certas pessoas têm caspa e outras, não.

Mas se, por um lado, a proliferação do pityrosporum ovale aparece como sendo uma causa

preponderante nos casos de caspa, por outro lado ela é uma conseqüência em caráter secundário, já

que o couro cabeludo com caspa oferece a esse fungo um habitat privilegiado: instaura-se, então,

uma espécie de círculo vicioso.

AS CADEIAS DE QUERATINA... E SUAS LIGAÇÕES

O cabelo é constituído de uma molécula preponderante, a queratina - proteína de estruturas geral

idêntica, ela é muito diferente na sua composição de ácidos aminados de natureza diversa. A luz, a

água, o envelhecimento natural, certos procedimentos capilares provocam a dissolução referencial

de quatro ácidos aminados: o ácido aspártico, o ácido glutâmico, a serina e a glicina. A queratina

amorfa do córtex e da cutícula é, em geral, muito rica em enxofre (cistina). Em compensação, a

queratina cristalina, que forma as protofibrilas, é pobre em enxofre. As cadeias de queratina

orientam-se paralelamente ao eixo longitudinal da haste do fio de cabelo.

A coesão dessas cadeias se faz:

- por rede de pontes de dissulfetos, ligações salinas que se estendem de uma cadeia de queratina a

outra;

- por ligações hidrógenas que se estendem entre espiras e entre cadeias.

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Essas pontes e essas ligações também fazem parte da queratina amorfa, porém em maior número.

A ruptura de qualquer dessas forças de ligação provoca uma instabilidade do edifício molecular.

A composição média da queratina resulta da combinação de 19 ácidos aminados:

alanina 2,8 a 3,5 %

valina 5,0 a 5,8 %

leucina 6,4 a 6,9 %

isoleucina 2,3 a 2,5 %

serina 9,6 a 10,8 %

treonina 6,5 a 7,5 %

fenilalanina 2,2 a 2,8 %

tireosina 2,1 a 2,7 %

ácido aspártico 5,6 a 6,5 %

ácido glutâmico 14,3 a 15,5 %

glicina 3,3 a 3,5 %

lisina 2,6 a 3,1 %

Arginina 8,8 a 9,6 %

Histidina 0,8 a 1,1 %

cistina 14,0 a 16,5 %

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metionina 0,5 a 0,9 %

ácido cisteico - vestígios

As cadeias de queratina orientam-se particularmente ao eixo longitudinal da haste do fio de

cabelo. A coesão dessas cadeias se faz:

- por redes de pontes de dissulfetos, ligações que se estendem de uma cadeia de queratina a outra;

- por ligações hidrógenas que se estendem entre espiras e entre cadeias.

Essas pontes e essas ligações também fazem parte da queratina amorfa, porém em maior número.

A ruptura de qualquer dessas forças de ligação provoca uma instabilidade do edifício molecular.

As pontes de dissulfeto são as mais sólidas. Verdadeiras características da estrutura queratínica,

devido a sua contribuição essencial à solidez do cabelo, elas se estendem entre cadeias de

queratina a cada grupo de quatro espirais, aproximadamente, como os degraus de uma escada que

mantém as duas longarinas laterais. As pontes de dissulfeto são sensíveis aos agentes químicos,

em particular aos redutores e aos oxidantes, que podem rompê-las.

As ligações salinas são ligações eletrostáticas que diminuem consideravelmente quando o cabelo

está mergulhado na água. Desaparecem totalmente em meio ácido ou alcalino. Essas ligações

salinas se efetuam entre cadeias de queratina, aproximadamente a cada grupo de duas espirais. A

ruptura das ligações salinas explica o aumento de volume do cabelo em soluções ácidas ou

alcalinas.

As ligações hidrógenas se criam entre os átomos de oxigênio e de hidrogênio dos agrupamentos

CO e NH do encadeamento de queratina. Essas ligações se estabelecem entre as espirais (A) e

entre as cadeias de queratina (B). Calcula-se que existe uma ligação hidrógena entre cada espira.

Elas podem ser rompidas por moléculas de água que se inserem, ao mesmo tempo, entre as

cadeias de queratina e no interior da queratina amorfa. A ruptura das ligações hidrógenas provoca

o aumento de volume do cabelo.

Deformações

A DEFORMAÇÃO TEMPORÁRIA

A estrutura particular da queratina do cabelo, é, de fato, uma estrutura elástica. Essa propriedade

possibilita deformações de pouca amplitude, totalmente reversíveis. Entretanto, a velocidade com

a qual cabelo volta à sua forma primitiva depende das condições em que se realiza essa

deformação.

"A mise-en-plis" e a escova deformam o cabelo de modo temporário. As quatro fases dessas duas

técnicas: umidificação, enrolamento com rolos ou escova, secagem, para em seguida, soltar o

cabelo desencadeiam as ações físico-químicas sobre as fibras de queratina.

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A água rompe as ligações hidrógenas e salinas e provoca o deslizamento das cadeias de queratina,

umas em relação às outras. Essa ruptura torna possível a ação mecânica de um "rolinho" ou de

uma escova, para criar a forma desejada.

Secando o cabelo molhado, reconstituem-se novas ligaçõees salinas e hidrógenas, que mantém

nessa forma, porém momentaneamente.

A DEFORMAÇÃO PERMANENTE

Ela é obtida pela ruptura das pontes de dissulfeto, das ligações salinas e hidrógenas, o que torna a

fibra momentaneamente plástica, ou seja, deformável sem elasticidade. Em seguida, é preciso

reconstituir as pontes de dissulfeto para fixá-las na forma desejada. É assim que as cadeias de

queratina e o cabelo recuperam sua coesão.

A REDUÇÃO

Esquematicamente falando, trata-se de uma reação eletroquímica que provoca transferências de

elétrons, de um átomo de uma molécula para um átomo de uma molécula.

O redutor fornece os dois elétrons que se fixam aos átomos de enxofre e separam a ponte de

dissulfeto em duas meias pontes. Ele reduz seletivamente as pontes de dissulfeto, sem agir sobre

as demais espécies químicas constituintes do cabelo.

O líquido redutor (solução de Thiols: ácido tioglicólico, tioglicolato de amônia, tioglicolato de

glicerol, cisteína e sulfito) rompe as ligações entre dois átomos de enxofre das pontes de

dissulfeto. O redutor prepara o cabelo para sua deformação. Porém, como se trata de um

mecanismo físico-químico, é preciso prestar muita atenção à escolha do material, verdadeiro

criador do enlace desejado, que será mantido em sua forma permanente pelo fixador.

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As cadeias de queratina deslizam umas em relação às outras. As duas metades de ponte se

afastam. As meias pontes não estão mais face a face. O enrolamento efetuado antes ou após a

aplicação do líquido redutor , confere ao cabelo a forma desejada.

A FIXAÇÃO

Para reconstituir as pontes de dissulfeto em uma configuração diferente, o fixador capta os dois

elétrons fixados aos átomos de enxofre.

O fixador (oxidante: solução de água oxigenada com pH ácido e bromato de sódio) reforma as

ligações entre dois átomos de enxofre isolados.

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OS PIGMENTOS

Os pigmentos de melanina podem ser classificadas esquematicamente em dois grupos:

- os pigmentos granulosos ou eumelaninas, que variam do preto ao vermelho escuro, conferem ao

cabelo as cores sombrias.

- os pigmentos difusos ou faeomelaninas, que variam do vermelho brilhante ao amarelo pálido,

conferem cores clara ao cabelo.

É o grau de concentração dos pigmentos granulosos ou difusos que explica a variedade das cores

naturais dos cabelos.

PROTA e THOMSON, em 1976, isolaram um outro grupo de pigmentos faeomelanínicos,

chamados tricocromas, antigamente designados sob o nome de tricossiderina, que seriam

responsáveis pelas tonalidades ruivas.

A cor dos cabelos se modifica. Em geral, a cor torna-se mais escura com a idade, e, em seguida os

cabelos brancos aparecem progressivamente. Essa evolução parte do pressuposto de que o ritmo

de produção de melanina não é constante. Com o passar dos anos, ocorre, primeiro, uma

intensificação e, em seguida, uma diminuição do ritmo e, na maioria dos casos, interrupção da

formação de pigmentos. Os cabelos brancos aparecem, geralmente entre 40 e 50 anos ou, em

alguns casos, bem mais tarde. A interrupção da produção de melanina explica o desaparecimento

da cor. É muito provável que a ausência, em certos melanócitos, do ácido aminado, a tirosina, que

a deficiência ou a inibição da enzima, a tirosinase, sejam as causas do embranquecimento ou

canície. Essa interrupção de produção de melanina tem, provavelmente, origem fisiológica e

genética.

A COR

OS MELANÓCITOS, A MELANINA

A epiderme, os pelos e os cabelos são coloridos. Os pigmentos melanócitos, que absorvem

especificamente os raios luminosos, são responsáveis pelas variações de cor.

Na papila dérmica, os melanócitos, células especiais, secretam grânulos de pigmentos absorvidos

pelas células da vizinhança: os queratinócitos.

Uma unidade de melanização constitui-se de um melanócito cercado de 30 queratinócitos,

aproximadamente. Ela repousa sobre a membrana basal.

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A fabricação da melanina pelos melanócitos desencadeia uma série de reações químicas.

A partir da tirosina, molécula presente nos melanócitos, desenvolve-se uma série de reações

químicas sob a influência de uma enzima: a tirosinase.

Após oxidações sucessivas, sendo que a primeira é a de tirosina pela tirosinase, chegamos ao 5-6

didroxi-indol, precursor da melanina. Esse precursor vai, por sua vez, ser a origem de uma nova

série de reações que resulta, por fim, na melanina.

O 5-6 didroxi-inol pôde ser isolado e reproduzido.

Os melanócitos se assemelham a estrelas-do-mar. Seus ramos, os dendritos, servem para injetar os

grãos de melanina nos queratinócitos. Em seguida, esses grãos de melanina se distribuem no

córtex. Quando maior for a atividade melanocitária, mais escuros serão os cabelos.

O CLAREAMENTO

A água, o ar e o sol clareiam ligeiramente os cabelos e lhes conferem reflexos quentes. A água

aumenta o volume dos cabelos. As moléculas de oxigênio neles penetram e são ativadas pelo calor

do ambiente. Trata-se de uma oxidação suave dos pigmentos granulosos, gradativamente

destruídos na periferia do córtex.

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A DESCOLORAÇÃO

Pode-se provocar o clareamento do cabelo, indo do tom escuro ao mais claro, através de uma

reação química que provoca uma oxidação mais intensa dos pigmentos.

Os pigmentos granulosos desaparecem progressivamente. Em seguida, os pigmentos difusos são

por sua vez, eliminados. Esse fenômeno explica o fato de que determinados cabelos se descoloram

adquirindo ou uma cor vermelha ou uma cor amarelada. Aliás, todas as cores intermediárias são

possíveis. Essas diferentes cores são fundos de clareamento.

Se o cabelo clareia, ele também pode ser colorido por diferentes métodos...

A COLORAÇÃO SEMI-PERMANENTE

A COLORAÇÃO DIRETA

Os corantes utilizados são moléculas de dimensão reduzida, cuja estrutura possui uma boa

afinidade com a fibra capilar. Essas moléculas penetram até a periferia do córtex e são eliminados

gradativamente, pela lavagem.

Distinguem-se dois tipos de coloração direta.

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TOM SOBRE TOM

Faz-se no mesmo tom ou em tom mais escuro. Ela camufla os cabelos brancos em nuances

naturais, se não forem excessivamente numerosos, e se estiverem bem distribuídos. É feita com

produtos prontos para o uso. Não contém nem amônia nem oxidante, e não clareia os cabelos.

REFLEXOS

Coloração no mesmo tom. Acrescentam reflexos à nuance natural dos cabelos. Aplicam-se a

cabelos naturais, sem cabelos brancos. Fazem-se com produtos prontos para o uso. Não contém

nem amônia nem oxidante e não clareiam os cabelos.

A COLORAÇÃO PERMANENTE

A COLORAÇÃO DE OXIDAÇÃO QUE CLAREIA

Da colorido clareando, mas também no mesmo tom e em tom mais escuro. Recobre os cabelos

brancos. Age clareando e colorindo simultaneamente o cabelo. Necessita que três elementos

entrem em atividade: amônia, um oxidante e precursores de cor.

A amônia tem duas funções importantes:

- aumentar o volume da fibra capilar , ou seja, abrir as escamas do cabelo, para possibilitar a

penetração dos precursores.

- liberar o oxigênio contido no oxidante.

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O oxidante também desempenha duas funções:

- agir sobre os pigmentos do cabelo para clareá-los, oxidando-os.

- oxidar os precursores para revelar os corantes.

Os precursores classificam-se em duas categorias:

- as bases de oxidação (como o paradiaminoben-zeno), que são responsáveis pela intensidade da

cor e pelo recobrimento dos cabelos brancos.

- os acopladores (como a resorcina), que possibilitam que se variem os reflexos (dourados,

acobreados, acinzentados, etc.)

Esses dois grupos interagem para criar a cor. A cor obtida é, portanto, o resultado da superposição

do clareamento provocado e da cor aplicada.

A COLORAÇÃO DE OXIDAÇÃO TOM-SOBRE-TOM

Essa coloração contém corantes que funcionam como os da coloração de oxidação de clareamento.

Entretanto, ela não contém amônia e o agente alcalino utilizado tem uma potência muito fraca, o

que explica o fato de ela não clarear.

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Ela dá colorido no mesmo tom, ou em tom mais escuro. Convém a todos os tipos de cabelo, e

recobre os cabelos brancos em até 50%. Coloração suave de grande durabilidade, ela se mistura

com seu revelador específico (oxidante extra-suave).