apostila - cristologia e soteriologia

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STBRS – Cristologia e Soteriologia Pr. Chrístopher B. Harbin Doc: Cristologia e Soteriologia.doc Impresso: 2002-08-14 página 1 de 20 Cristologia e Soteriologia Seminário Teológico Batista do Rio Grande do Sul Teologia Sistemática 4 Panorama Geral: Procura-se neste documento expor o leitor a um resumo de pesquisas referente ao estudo das passagens bíblicas fundamentais na temática de cristologia e soteriologia, bem como um tratamento teológico sistemático dos conceitos pertinentes. O aluno utilizará três livros textos e a apostila, bem como leituras à parte em regime de pesquisa individual. Na apostila, estes livros textos serão assinalados por BAILLIE, BARTH, ÉRICKSON, GEORGE, e GRUDEM, respectivamente. Os livros textos serão os seguintes: BAILLIE, Donald M. Deus Estava em Cristo. Traduzido por Jaci Correia Maraschin. São Paulo: ASTE, 1964. (Original em inglês, 1955). (páginas 179-239). BARTH, Gerhard. “Ele Morreu por Nós”: A Compreensão da Morte de Jesus Cristo no Novo Testamento. Traduzido por Nélio Schneider. São Leopoldo: Editora Sinodal, 1997. (Original em Alemão, 1992). (páginas 14-165). ERICKSON, Millard J. Introdução à Teologia Sistemática. traduzido por Lucy Yamakami. São Paulo: Vida Nova, 1997. (Original em inglês, 1992). (páginas 275-340, 369-433). GEORGE, Timothy. Teologia dos Reformadores. Traduzido por Gérson Dudus e Valéria Fontana. São Paulo: Edições Vida Nova, 1994. (Original em inglês, 1988). (páginas 215-222, 264-271, 286-287, 307-311). GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. Traduzido por Norio Yamakami, Lucy Yamakami, Luiz A. T. Sayão, e Eduardo Perreira e Ferreira. São Paulo: Edições Vida Nova, 1999. (Original em inglês, 1994). (páginas 435-529). O aluno apresentará uma avaliação crítica para cada um dos textos indicados supra, seguindo as instruções do formulário a ser entregue pelo professor. Nesta avaliação, far-se-á um diálogo com cada autor em consideração dos posicionamentos oferecidos e a sua correlação com a apresentação dos próprios texto bíblicos. Pressupostos Teológicos: Segue uma lista parcial dos pressupostos interpretativos do autor desta obra. É essencial em todo esforço interpretativo bíblico estabelecer o ponto de partida do intérprete. Estes pressupostos informarão o processo deste estudo e os seus resultados finais: O autor pressupõe que o enfoque bíblico é por natureza teológico e deve ser lido dentro deste enfoque. O texto bíblico é a fonte de autoridade para fé e prática (princípio essencial dos batistas). Um texto deve ser lido dentro do seu próprio contexto, procurando sua mensagem contextual. 1 1 Veja KAISER, TaET., 133, 140, 187, 199.

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    Doc: Cristologia e Soteriologia.doc Impresso: 2002-08-14 pgina 1 de 20

    Cristologia e Soteriologia Seminrio Teolgico Batista do Rio Grande do Sul

    Teologia Sistemtica 4

    Panorama Geral:

    Procura-se neste documento expor o leitor a um resumo de pesquisas referente ao estudo das passagens bblicas fundamentais na temtica de cristologia e soteriologia, bem como um tratamento teolgico sistemtico dos conceitos pertinentes. O aluno utilizar trs livros textos e a apostila, bem como leituras parte em regime de pesquisa individual.

    Na apostila, estes livros textos sero assinalados por BAILLIE, BARTH, RICKSON, GEORGE, e GRUDEM, respectivamente. Os livros textos sero os seguintes:

    BAILLIE, Donald M. Deus Estava em Cristo. Traduzido por Jaci Correia Maraschin. So Paulo: ASTE, 1964. (Original em ingls, 1955). (pginas 179-239).

    BARTH, Gerhard. Ele Morreu por Ns: A Compreenso da Morte de Jesus Cristo no Novo Testamento. Traduzido por Nlio Schneider. So Leopoldo: Editora Sinodal, 1997. (Original em Alemo, 1992). (pginas 14-165).

    ERICKSON, Millard J. Introduo Teologia Sistemtica. traduzido por Lucy Yamakami. So Paulo: Vida Nova, 1997. (Original em ingls, 1992). (pginas 275-340, 369-433).

    GEORGE, Timothy. Teologia dos Reformadores. Traduzido por Grson Dudus e Valria Fontana. So Paulo: Edies Vida Nova, 1994. (Original em ingls, 1988). (pginas 215-222, 264-271, 286-287, 307-311).

    GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemtica. Traduzido por Norio Yamakami, Lucy Yamakami, Luiz A. T. Sayo, e Eduardo Perreira e Ferreira. So Paulo: Edies Vida Nova, 1999. (Original em ingls, 1994). (pginas 435-529).

    O aluno apresentar uma avaliao crtica para cada um dos textos indicados supra, seguindo as instrues do formulrio a ser entregue pelo professor. Nesta avaliao, far-se- um dilogo com cada autor em considerao dos posicionamentos oferecidos e a sua correlao com a apresentao dos prprios texto bblicos.

    Pressupostos Teolgicos:

    Segue uma lista parcial dos pressupostos interpretativos do autor desta obra. essencial em todo esforo interpretativo bblico estabelecer o ponto de partida do intrprete. Estes pressupostos informaro o processo deste estudo e os seus resultados finais:

    O autor pressupe que o enfoque bblico por natureza teolgico e deve ser lido dentro deste enfoque.

    O texto bblico a fonte de autoridade para f e prtica (princpio essencial dos batistas). Um texto deve ser lido dentro do seu prprio contexto, procurando sua mensagem contextual.1

    1 Veja KAISER, TaET., 133, 140, 187, 199.

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    Somente depois de tratar o que um dado texto diz por si mesmo, deveria-se comparar sua mensagem com a de outro texto.

    Um texto difcil no deve receber o peso teolgico dado a um texto claro. A interpretao exata de todo texto bblico no ficar clara, mesmo com muito estudo

    detalhado. O uso de comentrios, dicionrios, e outros livros de ajuda no estudo de uma passagem,

    porm deve sempre tomar lugar secundrio ao estudo do texto bblico por si mesmo.2 O tipo literrio de uma passagem implica na sua interpretao apropriada. Quando se encontra com um texto que aparentemente no apia um conceito teolgico, o texto

    est sendo mal-interpretado, ou o conceito teolgico deve ser reformulado at que esteja conforme com a mensagem bblica.

    A teologia um estudo sempre em andamento, pois o homem finito e no chega a um ponto de compreender plenamente o infinito.

    No se deve separar teologia do conceito de revelao, pois somente pela auto-revelao de Deus que se pode conhecer a Deus.

    importante lembrar que as tradues atuais da Bblia esto, em geral, baseados em tradies de tradues primitivas de homens bem intencionados, mas que estavam apenas comeando a estudar a Bblia e portanto deve-se sempre que possvel recorrer s lnguas originais.

    No se deve forar um conceito neotestamentrio sobre um texto qualquer que no apresenta o mesmo ensino.

    O pano de fundo veterotestamentrio deve ser visto como integral compreenso do Novo Testamento, secundrio em importncia apenas s modificaes colocadas por Jesus.

    No se deve forar um texto bblico dentro de um molde teolgico.3 O texto bblico apresenta a Deus atravs do que Deus faz muito mais do que em termos de

    descries abstratas e proposicionais. A f exige aceitar um compromisso com Deus, mesmo quando no se conhece plenamente

    todo aspecto das exigncias do compromisso, nem de antemo as respostas aos questionamentos teolgicos.

    As perguntas essenciais a serem feitas ao texto bblico so Quem Deus?, Quem sou eu? e O que Deus quer comigo?.

    Cristologia, Definio e Delimitao do Estudo:

    Cristologia refere-se ao estudo referente a Jesus Cristosua pessoa e sua obra. Tratar-se- as temticas da teologia sistemtica bem como passagens bblicas essenciais referentes temtica, bem como o dilema do porqu da morte de Jesus na cruz.

    Soteriologia, Definio e Delimitao do Estudo:

    Soteriologia refere-se ao estudo referente salvao. Tratar-se- passagens bblicas essenciais referentes temtica, bem como os termos bblicos principais relacionados e empregados em tratamento da questo.

    2 Veja SILVA, 171. 3 A teologia no deve reformular a Escritura, porm a exegese da Escritura sim deve reformular a teologia (NEUSNER, xii).

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    Textos Bsicos:

    Esta disciplina estudar conceitos essenciais de Cristologia e Soteriologia, bem como textos bsicos do mesmo. Em especial, far-se- um estudo do evangelho de Joo, Gnesis 2-4, 12-15, 22, xodo 12, Romanos 3-10, 1 Joo, Apocalipse 1-5, 21, Filipenses 2-3 e alguns outros textos avulsos.

    Anotaes Introdutrias:

    Expectativa messinicaJoo Batista no compreendia como seria o messas (Mateus 11.1-6 e Lucas 7.18-23) e nem mesmo os discpulos de Jesus, o que fica claro com a fuga deles no momento de sua morte4.

    Um profeta era aquele que falava por Deusportavoz5. Jesus atuava conforme o conceito de um profeta verdadeiro, desafiando as injustias de estruturas de poder poltica e religiosa6.

    Os essnios esperavam um messias filho de Aaro e outro filho de Davi. Dois conceitos de Messias em competionacional versus universal7.

    O Antigo Testamento utiliza o substantivo messias 39 vezes, mas nunca em referncia direta ao messias vindouro!

    29x refere-se ao rei de Jud ou Israel (1Sam 2.10,35; 12.3,5; 16.6; 24.6a,6b,10; 26.9,11,16,23; 2Sam 1.14,16; 19.21; 22.51; 23.1; 1Cr 6.42; Ps 2.2; 18.50; 20.6; 28.8; 84.9; 89.38,51; 132.10,17; Lam 4.20; Hab 3.13)

    1x refere-se ao rei da Prsia (Is. 45.1)

    7x refere-se ao sumo sacerdote (Lev 4.3,5,16; 6.20,22; 16.32; Dan 9.25-26)

    2x refere-se aos patriarcas como profetas (1Cr 16.22, Sal 105.15)

    Se as pessoas do Antigo Testamento pudessem ter completamente compreendido a natureza total de Deus, a vida e o ministrio de Jesus teriam sido em vo8. Logo foi necessrio a encarnao em parte para completar a revelao de Deus no Antigo Testamento. O bsico do evangelho est presente no Antigo Testamento, mas Jesus teve que clarificar essa mesma mensagem, pois no estava sendo apreciado. Em Lucas 24, Jesus fala com os dois discpulos no caminho de Emaus para explicar como o Antigo Testamento ensinava sobre ele. A mensagem j estava presente, mas de uma forma obfusca. luz do seu ministrio, porm, tudo se clarifica e completa.

    Cronograma de leituras de rickson, George, Barth, Baillie e Anotaes:

    8/agosto rickson 275-284; George 198-200, 215-222; Grudem 435-456 Deus agiu em Cristo por amor para restaurar a humanidade ao Seu propsito original (RICKSON, 275). Jesus demonstra autoconscincia de ser Deus pelas prerrogativas divinas que reclama, feito claro nas reaes dos Seus

    adversrios que vieram acus-lo de fazer-se Deus (RICKSON, 276-277). Joo 8.58; 10.31; 19.7. O Novo Testamento parece usar o termo Senhor com conotaes de divindade, especialmente em relao a Jesus

    (RICKSON, 280).

    4 BARTH, 9-28. 5 STAGG, 51 entre muitos outros autores. 6 STAGG, 55. 7 STAGG, 24. 8 CATE, 59.

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    Que os oponentes judeus no argumentavam contra o tmulo vazio evidencia para a ressurreio de Jesus (RICKSON, 281).

    Heresias primitivas referentes a Cristo: ebionismo (negao da divindade real de Jesus); arianismo (Jesus como criatura do Pai) (RICKSON, 282-283).

    Por Trindade, no compreende-se trs deuses, mas que o Pai, e o Filho, e o Esprito, so um e nico Deus (GEORGE, 199). Deus manifesto na carne equivale para Calvino Deus em termo de totalidade, no um entre trs, preferindo chamar [as Pessoas da Trindade] de subsistncias, no divises (GEORGE, 200).

    No h nada que Satans mais tente fazer do que levantar nvoas para obscurecer Cristo (GEORGE, 215). Conhecer a Cristo conhecer seus benefcios (GEORGE, 216). [Deus] se fez nosso Redentor na pessoa do Unignito (GEORGE, 216). Cristo teve que ser humano para persuadir o homem do seu amor e sua ajuda nos mriots de haver passado por

    provaes humanas (GEORGE, 217). Deus manifesto em carne, no homem elevado (GEORGE, 218). Pelo desejo prprio, Deus agiu para resgatar-nos em Cristo para demonstrar a sua bondade (GEORGE, 220). A obra redentora de Cristo compreende toda a sua vida e ministrio, revelado completo pela ressurreio (GEORGE,

    221). No sermo de Estevo, ele narra de Abrao at Davi, e logo parte diretamente a Jesus (Atos 7).

    Lucas 7.18-23 Nesta passagem, encontramos um tratamento especial concernente expectativa messinica de Joo o Batista. No contexto maior do captulo inteiro, o motivo principal concerne o relacionamento dos ministrios de Joo e Jesus. Joo, o prprio precursor e anunciador da chegada do messas encontrava-se na priso, da a necessidade de enviar mensageiros. Na situao tal, preocupava-se de forma natural com a atuao do messas. Para Joo, a hora havia chegado para que o messas se revelasse em poder e efetivamente o livrasse da priso. Todos esperavam que o messas seria a princpio um libertador poltico. Havia quem esperasse dois messasum poltico e um espiritualmas pelo menos um poltico, que reivindicaria o governo de YHWH devolta sobre Israel. Para Joo, a hora havia chegado. A sua necessidade particular apressava-se para ver a resposta divina para sua situao. Afinal de contas, se Jesus era mesmo o messas, como Joo esperava, o que o fazia demorar para realizar a libertao anseada?

    A resposta de Jesus, porm, no parece claro de incio. Parece at que Jesus responde outra pergunta, como geralmente parece. De fato, Jesus aparentemente tinha jeito para responder as perguntas que as pessoas no haviam feito. Neste caso, remete a certas expectativas messinicas para responder a Joo, porm, delimita-se a apenas algumas expectativas: sarar o povo, libertar os oprimidos por donas e demnios, levantar coxos, at mesmo purificar a leprosos (qual nem era expectativa messinica), restaurar surdos, ressucitar mortos e pregar boas novas aos pobres. Curiosamente, Jesus no reflete nenhuma expectativa de restaurao poltica do povo de Israel, nem de julgamento sobre os seus opressores. Tal aspecto permanece oculto na resposta a Joo. Joo no precisa esperar outro, mas precisa compreender que Jesus no veio para cumprir as expectativas de carter poltico. Agenta firme, Joo, pois no vim para livrar-te da priso, mas mesmo assim, sou aquele quem esperavas! Ele era o messas, mas as expectativas do povo estavam erradas.

    Na exposio de Grudem (435-436) sobre o nascimento virginal, deve-se ressaltar que o texto de Mateus no tem muito peso para sustentar o conceito, pois depende expressamente da citao da Septuaginta para designar a virgindade de Maria. O hebraico do texto referenciado aponta para uma mocinha, sem especificao exata. O texto de Lucas especfico, mas vale mencionar que realmente o nico texto bblico que expe a concepo virginal de Jesus. Enquanto deve ser aceito pela definio categrica de Lucas, o assunto no deveria receber nfase principal, sendo um aspecto de interesse secundrio. O enfoque da passagem e do Novo Testamento como um todo a atuao do Sopro do Santo e as qualificaes de Jesus.

    Grudem remete para um vnculo de exegese agostiniano de transmisso bilogica do pecado original, mesmo que ele procura distanciar-se das implicaes da transmisso biolgica atravs do semen (436-437). O sentido do termo hebraico (adam) de humanidade, expressando o conceito de que o homem no jardim paraiso sou eu. O tratamento expressamente singular do primeiro indivduo que Grudem segue desvirtua a compreenso de que o texto reflete a realidade atual, e no apenas das origens da criao.

    Grudem menciona (442-444) uma polmica sobre uma proposta impossibilidade de Jesus pecar, bem negando a mesma em virtude da tentao de Jesus ter sido real e no fictcia. A pergunta se baseia numa concepo de que como Jesus Deus teria sido impossvel que pecasse teria sido impossvel sua atuao em conflito com os propsitos imutveis de Deus. Nesta viso falta-se uma apreciao de vontade real em Jesus, o qual d validade s limitaes fsicas de sua vivncia humana, bem como uma falha de compreenso do conceito bblico de perfeio e vontade divina. Ser perfeito no designa uma falta de atingir uma moralidade ou lista pr-definida de objetivos, mas entregar-se a uma vida de amor sacrificial. Este padro de vida diferente que reala o entregar-se para o ideal do outro estabelece em conseqncia do amor de entrega em benefcio do outro, no em benefcio prprio. Intrnsico a esta definio o conceito de distanciar-se de vontade prpria para valorizar o benefcio alheio. Pecado contrariar esse princpio, no simplesmente fazer o que da vontade de Deus. A vontade de Deus no vaga de um prazer a outro, como faz a vontade humana. A vontade de Deus inclue intrinsicamente aspectos de amor sacrificial em prol do outro. Nestes termos, a impossibilidade de que Jesus pecasse depende no de interiorizar de forma legalista a vontade divina, mas de voltar a sua vida em benefcio da humanidade. A luta, portanto, real, pois exige que se pague um preo para atingir o objetivoneste caso injria severa e a prpria morte fsica.

    Em relao ao corpo e aspecto fsico humano de Jesus, Grudem trata (447) de aspectos interminveis da humanidade de Jesus. Deve-se lembrar, no entanto, que o corpo ressurreto de Jesus ao mesmo tempo diferente de um corpo

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    humano deste mundo. No se sabe definir as diferenas, mas nesse corpo Jesus como po e peixe, mas pode ao mesmo tempo transitar por paredes de material. Algo diferente, mas no deve-se preocupar em oferecer explicaes especficas. Os textos citados realmente no chegam a afirmar uma continuidade eterna da expresso fsica de Jesus aps a ressurreio, mas tambm no definam forma qualquer para a apreciao futura do relacionamento com Cristo aps a morte deste mundo.

    15/agosto rickson 285-308; George 307-311; Grudem 457-470

    Deus est to acima de ns que a razo humana no capaz de conhec-lo, logo em Cristo Deus toma a iniciativa de fazer-se conhecido (RICKSON, 286).

    a humanidade de Cristo que o torna perspectiva humana capaz de realmente compreender o ser humano (RICKSON, 286).

    Jesus estava sujeito s limitaes prprias do ser humano, incluindo as limitaes intelectuais (RICKSON, 287-289). Deus meu, Deus meu uma citao do Salmo 22, logo demonstra angstia, enquanto demonstra confiana na

    vitria em Deus. O nascimento virginal apenas doutrina secundria ao evangelho (RICKSON, 294). Embora Jesus pudesse pecar, era certo que no pecaria, mesmo sendo as tentaes reais (RICKSON, 296). necessrio que a obra redentora na cruz seja de Cristo humano e divino para que seja completa (RICKSON, 300). Gnesis 1.26 no usa terminologia que definitivamente denota a identidade do sujeito plural, pois apenas elohim

    (!yhla) mencionado no texto, e isto delimitado com o verbo anterior no singular. Como elohim (!yhla) com o verbo no plural geralmente infere os deuses, provavelmente a esta agrupao de seres que os verbos seguintes sugerem. Tal era a interpretao judaica desde a poca de Philo, e compatvel com os conceitos hebraicos de monoteismo. Logo o faamos e nossa provavelmente referem-se no a um conceito de pluralidade divina (WENHAM, 27-28), mas corte celestial que de alguma forma encontra-se incluida na obra da criao, mesmo se apenas no papel de espectador. Basicamente o mesmo diria-se referente a Gnesis 3.22 e 11.7.

    No h indcio na Bblia de que as duas naturezas de Jesus se revezavam (RICKSON, 301). A kenose de Cristo pode ser explicado/compreendido em termos da adoo da forma de servo em termos de posio,

    no em que se houvesse passado de ser Deus (RICKSON, 305). Fundamentalmente de interesse notar que a nfase da passagem de Filipenses 2 recai sobre a aceitao da posio servil em contraste aos privilgios divinos.

    Em Jesus vemos o ideal do que ser realmente humano (RICKSON, 307). Viam o homem escravizado pelo pecado tal que somente pela graa de Deus havia salvao (GEORGE, 307-308). Preferiramos um Deus que pudssemos entender em relao atuao de Sua soberania (GEORGE, 308). No temos um Deus que possamos explicar, manipular, ou domesticar (GEORGE, 309). Jesus Cristo a concretizao final da deciso divina de resgatar-nos (GEORGE, 311).

    29/agosto Barth 14-53 Os discpulos no estavam preparados para a morte de Jesus, tal que motivou uma grande crise de f nos mesmos

    (BARTH, 15-16). No sabemos como Jesus interpretou a importncia de sua morte (BARTH, 20).

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    A ressurreio veio a ser o eixo central da confisso de Jesus como o Cristo, sua morte sendo matria secundria para certas correntes teolgicas primitivas (BARTH, 24-28). Qualquer explicao prpria para compreender a morte de Jesus deve incluir compreenso da centralidade da ressurreio de Jesus como salvfico.

    Explicao qdequada da morte de Jesus mais do que simplesmente sofrimento do Justo (BARTH, 36-38). Havia uma convico difundida de que todo profeta real havia sido morto pelo povo (BARTH, 40). O NT declara que a morte de Jesus teve o resultado de expiao, mas no explica o como, mesmo que vincula

    conjuntamente ao conceito de expiao os conceitos de entrega e auto-entrega (BARTH, 42-53). BARTH reivindica (30) que a morte de Jesus sendo expiatrio necessariamente implica em vicariedade, porm ele no

    sustenta a afirmao, mesmo quando coloca os sacrifcios veterotestamentrios como oferecendo um desvnculo com o conceito de vicariedade.

    05/setembro Barth 54-81; Grudem 471-479 OBS Barth trata muitos textos como estando sob certa suspeita, geralmente referente sua historicidade, sua data

    de origem conceitual, ou a data de sua formulao. Muitas vezes ele at entrega a toalha cedo demais, geralmente para no se incumbir demais em detalhes e discusses que atrapalham a direo proposta para a obra mo. Dentro dos crculos de erudio no qual trabalha, at boa ttica, mesmo que nem sempre as crticas cedidas tenham a razo. O defeito coerente com a forma de tratar o assunto, no chegando a ser razo para ignorar o seu posicionamento. Para ele tratar a fundo cada texto indicado como sendo sob suspeita, teria que escrever o equivalente a um artigo sobre cada referncia para utiliz-la como base de argumentao sustentvel.

    Quando Barth referencia as colocaes de Breytenbach em termos de uma limitao de versculos tratando a morte de Jesus em termos expiatrios ele mistura interpretaes da morte de Jesus (BARTH, 54-55). 1a Pedro 1.2 referencia uma compreenso de Jesus como sacrifcio de aliana, no de expiao. correto que o versculo aponta para o conceito de xodo 24.8, porm a compreenso no tanto de expiao, como do estabelecimento de uma aliana entre Deus e o ser humano. De forma semelhante, Joo 18.28 e 19.14-36 retratam a morte de Jesus como sacrifcio pascal, no expiatrio. Deve-se lembrar que o sacrifcio pascal retomava a redeno dos primognitos, no a expiao de pecado. Na celebrao anual da pscoa, j no mais um sacrifcio de redeno, mas de ratificao ou aplicao pessoal da redeno do povo. Assim tambm 1a Pedro 1.19 tambm referncia a redeno, no expiao. Barth parece compreender todo sacrifcio como designao e funo expiatrio, quando a Bblia no v apenas um conceito de expiao atrs dos sacrifcios efetivados.

    H um vnculo estreito no Evangelho de Joo entre a morte de Jesus e a do cordeiro pascal (BARTH, 55). O conceito da morte de Jesus como sacrifcio parece ser desenvolvimento teolgico mais tardia do que a frmula de

    entrega (BARTH, 56). Leia-se Barth 43-60 no contexto de 62-63, referente ao sentido veterotestamentrio dos sacrifcios. Ele demonstra que a

    idia de vicariedade expiatria no procede do texto do Antigo Testamento, nem da compreenso judaica nos dias de Jesus. Logo necessrio retomar o estudo das passagens do Novo Testamento e pesar o conceito vicariedade para ver se realmente a questo expiatria (Cristo morreu a causa de/por/pelo pecado) realmente indica morte vicria (substitucional) ou refere-se ao sentido de expiao por meio de oferta, intercesso, apaziguamento, aproximao, reparao, redeno, ato de obedincia, reflexo, ou outro sentido ligado ao cordeiro pascal. Se a base doutrinria dos discpulos o AT e aquilo que Jesus ampliou/modificou, deve ser que a compreenso de sua morte na mente dos discpulos est mais ligada aos conceito veterotestamentrias do que as interpretaes sobrepostas ao texto bblico nos consequentes sculos do cristianismo.

    Isaas 53 o nico texto do Antigo Testamento que trata de uma morte (vicria) pelos pecados das pessoas (BARTH, 65). Ainda assim, Isaas 53 traa a questo de morte vicria no em termos de apaziguar ira, mas de trazer reconciliao em meio ao reconhecimento de males cometidos entre os ofensores e Deus (WATTS, 233). Assim, mesmo quando o conceito de morte vicria apresentado em Isaas 53, no vem a ser igual ao conceito helenstico de morte vicria. Como Barth continua comentando, Isaas 53 no parece ser a fonte base de expresso do conceito de morte vicria no cristianismo (BARTH, 65).

    Romanos 8.28 lanaria o conceito de que a tese ao-decorrncia descrita por Barth (71), seria circumvertido por YHWH referente ao seu povo, j que modifica os resultados circumstanciais para o bem daqueles que o amam/servem. De qualquer forma, tal pricpio no atuaria acima de YHWH, mas a seu servio conforme Schmid (BARTH, 72).

    YHWH oferece expiao, da sua graa ao pecador (BARTH, 73). A questo ao-decorrncia aparentemente se confunde com o conceito de teologia da prosperidade, em contra do

    qual o livro de J traa polmica e o qual Jesus descarta destrarte. No quer dizer que todo aspecto da questo ao-decorrncia descartada, mas pelo menos o conceito amenizado em considerao de seu carter popular em contraposio a reflexes teolgicas mais srias no mesmo cerne hebraico. Como Barth coloca (73-74), ela dada um carter de expectativa apocalptica, ou em outros termos, escatolgica, onde sua esperana de retribuio pode ser reivindicada.

    O conceito de pecado no Antigo Testamento de falta contra a realidade, ou seja, contra a ordem do universo criado por YHWH (BARTH, 75). Tal conceito consoante entre os povos ao redor do povo de Israel na poca do NT, como pode ser visto em Atos, quando do tumulto referente a Diana dos Efsios. Algo deste conceito, ao menos em relao aos efeitos a longo prazo do pecado na prpria sociedade, deve ser resgatado nos dias atuais.

    A questo vicariedade no d impulso a fundamentar uma nova vida em Cristo, a no ser indiretamente, porm Paulo testifica de que a morte e ressurreio de Cristo que efetuam a nova vida, logo sua compreenso vai alm de morte expiatria vicria (BARTH, 76).

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    Expiao refere-se eliminao do pecado, enquanto vicariedade refere-se morte de um em lugar de outro. Os dois so comumente tratados como sendo um s conceito (expiao vicria), porm permanecem sendo dois conceitos distintos que podem ser unidos em certas circumstncias. O Antigo Testamento trata de expiao, porm s em Isaas 53 trata a questo de vicariedade. Segundo o meu parecer no h uma distino suficiente feita entre os dois termos no tratamento dos conceitos, pois como Barth os trata, em toda ocasio que o texto indica expiao, ele retoma como vicariedademesmo quando afirma que o Antigo Testamento desconhece o conceito de sacrifcio de morte vicria. A forma funcional bsica do sacrifcio visava a aproximao do homem para com YHWH, possivelmente no sentido de mediar audincia. Em Isaas 6.7, YHWH concede audincia direta aparentemente sem preocupar-se com a questo de culpa e pecado, mas quando o profeta levanta a questo de sua culpabilidade, uma mera brasa pde expiar sua impureza!

    O tratamento do pano de fundo do Antigo Testamento oferece no mnimo a opo de um desvnculo entre expiao e vicariedade. Perde-se uma compreenso direta de expiao no-vicria pelo surgimento do conceito de vicariedade. Barth no toma o tempo para procurar uma explicao concebvel de expiao vinculada a morte sem que seja morte vicria. Parece ser uma falha completa, pois havia morte em sacrifcios atravs do Antigo Testamento, nenhuma das quais era compreendida em sentido de vicariedade. J expiao no Antigo Testamento tambm pode ser desvinculado de morte, para o qual uma compreenso de expiao sendo vicria simplesmente inaceitvel.

    Pelo vnculo de expiao com os objetos clticos do templo/tabernculo, entende-se que expiao tinha a ver com a restaurao de comunho com Deus. O sangue do animal roseado sobre o altar e a arca da aliana (a tampa da qual era representativo do trono de YHWH, ou sendo o seu trono na terra) e sobre o ofertante simbolizava tal aproximao, j que a vida derramada voltava a YHWH e o ofertante haveria colocado suas mos sobre o animal, seria tambem levado perante YHWH, restaurando a presena de YHWH no templo e na sua vidacaso YHWH aceitasse a oferta! Como o sacrifcio era visto como dependendo da aceitao de YHWH, no propriamente a morte ou mesmo o sacrifcio que efetua expiao, mas o prprio YHWH, o que leva o evento sacrifical a ser visto mais como um ato de obedincia e reflexo do que um ato salvfico em si.

    Quando Jesus Cristo morre na cruz, sofrendo a morte na tradio do sofrimento dos justos e da morte dos profetas (Mateus 23.29-31), YHWH mesmo ofertando a sua prpria vida a Si mesmo como sacrifcio pelo povo para expiao e em resgate para restaurar a humanidade comunho quebrantada a causa do pecado humano, motivado pelo amor de YHWH pelo homem desgarrado. Vicrio mesmo Filipenses 2, quando YHWH cria carne (conforme tambm Joo 1.14) e demonstra como deveria ser a nossa vida como servos humanos, sendo obediente at a morte, e morte de cruz. Vicrio no tanto a morte de Jesus, como a sua prpria vida, da qual nos dado participar, sendo Jesus tambm o modelo para seguir-mos (Rom 6.1-11, Gal 2.20). matrimnio, Atos 2 crucificar, ser crucificado, nova aliana .

    Na expiao vicria, trata-se da eliminao do pecado humano diante de Deus, no resgate trata-se da libertao da pessoa da escravido dos poderes [mundo, impiedade, lei com sua maldio, poderes deste en, pecado e morte] (BARTH, 78).

    O evento do xodo do Egito pode ser caracterizado como resgate, e deveria fazer parte do pensamento do cristo judaico ao refletir sobre resgate de escravido (BARTH, 80). TASKER (156) coloca resgate em Mateus 20.28 como demarcando o conceito de morte vicria, porm, o contexto da passagem de transposio social e libertao dos humildes ou negligenciados perante a sociedade. O conceito lanado por Jesus (contrariando HAGNER, 582-583) de que a sua morte inauguraria um novo parmetro perante o qual o que nada passa a ter importncia. A redeno efetivada por Jesus oferece novas estruturas para a sociedade sob o reinar divino.

    Os libertos da escravido pertencem ao libertador (BARTH, 81). Resta a pergunta, o preo foi pago a quem? (BARTH, 81). Mais vlido seria o conceito do resgate do Egito, onde foi

    por fora e interveno divina o resgate, sem qualquer pagamento, pois YHWH no deve tributo a ningumDeixa meu povo ir. O resgate vem, mas no h nenhum pagamento efetuado. Os textos neotestamentrios, porm falam tambm de um preo que foi pagoa morte de Jesus. Seria cogitvel concluir que foi preo em sentido de que a libertao foi de alto custo para Deus, em lugar de preo no sentido de qualquer recebimento de pagamento, mas tal difere do tratamento normativo do conceito.

    12/setembro Barth 82-103; Grudem 480-485 No texto de Romanos 6.1-11, h uma participao na morte de Cristo, o que contradiz a idia de vicariedade (BARTH,

    82). Vincula-se o morrer com Cristo e o ressucitar com Cristo (BARTH, 82). No conceito vicariedade/expiao, a morte de Cristo que importa, enquanto a ressurreio tambm faz parte do evento

    salvfico vista dos primeiros cristos (BARTH, 83). O conceito participao indica que a morte de Jesus no foi vicria, mas que fomos includos em sua morte (BARTH,

    83). O conceito participao j era difundida entre os cristos na poca de Paulo (BARTH, 86). O conceito de participao na morte/ressurreio de Jesus colocado ao lado de outras interpretaes no Novo

    Testamento (BARTH, 91).

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    Nas pginas 92-93 em especial, Barth utiliza de fontes extra bblicas para demonstrar de forma mais clara certas correntes teolgicas populares do dia, assim mostrando que as idias que ele trata eram divulgadas/conhecidas entre o povo.

    Em resposta s colocaes de Barth em 101, destaca-se o seguinte: possvel sustentar uma interpretao de 1 Pedro 3.19 como sendo uma referncia queles que esto mortos em seu pecado, segundo as palavras de Jesus (Joo 5.24-25; Efsios 2.1,5 e Colossenses 2.13), sem vnculo necessrio ao conceito de a uma pregao aos aprisionados no inferno, enquanto 1 Pedro 4.6 refere-se ao feito de que o evangelho fora pregado queles que j morreram em suas prprias pocas, como nos dias de No. Atos 2.24, 27 no necessariamente significa que Jesus visitou o inferno, mas que derrotou ou invalidou o seu domnio. Lembra-se que o conceito Seol por detrs do texto refere-se ao lugar dos mortos, o que no equivale a inferno, mas a morte. Mt 12.40 pode to facilmente referir-se a simplesmente o tmulo no qual Jesus fora colocado. Lembra-se tambm o fato de que para o judeu o esprito no saia definitivamente do homem at completar o terceiro dia (BEASLEY-MURRAY, 189-190)9, logo no haveria qualquer necessidade de postular aqui o conceito da ida de Jesus ao Seol entre sua morte e ressurreio, pois no h nenhuma lacuna de tempo para ser devidamente preenchido. O teor de Romanos 10.7 quase invalida a sua incluso como prova do suposto descenso de Cristo, pois profere perguntas tolas para encaminhar o ponto designado. Parece ser que este conceito do descenso veio frente como resultado de imposio de conceitos populares entre os povos vizinhos dos cristos, conforme descrito em Barth, 102.

    Nota-se que a idia de descenso ao inferno no um tema comum ao Antigo Testamento, vendo-se apenas em dois versculos isolados (1 Samuel 2.6 e Isaas 25.8), mesmo que era comum entre os povos ao redor de Israel (BARTH, 102). 1 Samuel 2.6 no necessariamente trata de descenso e subida do Seol, como trata de que YHWH Senhor sobre a morte e tambm da vida. Destaca-se que o conceito hebraico da morte era mais fluida do que o conceito vigente na atualidade, sendo que estando muito enfermo poderia ser descrito como morto, pela simples questo de uma falta de esperana de viver (veja NELSON, 13). Isaas 25.8 em nada refere-se a um descenso ao Seol, mas da destruio do domnio da morte.

    19/setembro Barth 104-126; Grudem 489-496 Como Romanos 5.8 testifica, a morte de Jesus demonstra o amor de Deus pelo pecador(BARTH, 103-104). O conceito de demonstrao de amor est vinculada claramente com expiao (BARTH, 104), porm ainda discorda-se

    de Barth de que expiao necessariamente vicria. O amor de Deus revelado na encarnao e supremamente na cruz, revela o carter de Deus em querer salvar o homem.

    Essa tal compreenso indispensvel salvao (Heb. 11.6), pois salvao condicionada a priori na disposio de YHWH em salvar o homem. A crucificao a prova suma da disposio desse amor.

    necessrio manter em mente o aspecto da morte de Jesus como exemplar e modelo, mesmo que tal no explique a razo da morte de Jesus (BARTH, 110).

    Os primeiros cristo deram vrias explicaes pela morte de Jesus, no uma nica razo (BARTH, 111). Para Paulo, parece que os vrios elementos explicativos da morte de Jesus so complementares, nenhuma sendo de

    importncia exclusiva (BARTH, 113). Em Romanos 8, Paulo trata de pecado em sentido de poder personificado que mantm cativo o indivduo, declarando

    que este mesmo poder condenado e destitudo de atuao (BARTH, 116). Mesmo que Barth indica que o conceito de participao de certa forma contrria ao conceito de vicariedade, no

    necessrio entend-lo como contrrio s frases utilizando uper hmon (por ns: hyper hemn). Que Cristo morreu uper hmon (por ns: hyper hemn) no necessariamente indica que sua morte de essncai vicria. O que significa que sua morte um evento a nosso favor, geralmente contextualizado expiao do nosso pecado, mesmo se o como dessa expiao no seja claro. De forma substancial, sua morte pode ser vinculada ao conceito participao, mesmo na utilizao da frase uper hmon (por ns: hyper hemn) pois na morte de Jesus temos participao, o que est vinculado nossa desvinculao da escravido do pecado.

    Com a colocao de que a frmula com uper (por: hyper) nem sempre deve designar a idia de vicariedade, Barth mesmo define que em 2 Corntios 5.14 o termo vinculado diretamente com a idia de participao e logo no sentido de morrer em favor de (BARTH, 118) no versculo 15. Retomando o conceito levantado por Barth de que a prpria frase uper hmon (por ns: hyper hemn) j uma frmula, destaca-se que se refere a alguma explicao que no precisava ser retomada em detalhe pelo fato de ser amplamente reconhecida e facilmente concebvel entre os primeiros cristos (BARTH, 48). Como o conceito vicariedade foi mais difundida a partir da poca de Anselmo do que anteriormente (BARTH, 43-44), h com probabilidade outra explicao no qual se baseava a frmula uper hmon (por ns: hyper hemn), que no seja de efeito vicrio.

    Como Paulo retrata em 2 Corntios 5.18-19, parece ser que o conceito exposto de expiao tem vnculo com a idia de que Cristo fez por ns o que no podamos fazer por ns mesmos de Romanos 5.6-11. Nesse caso o prprio Deus que deveria receber sacrifcio que alm de aceit-lo o prov (Gnesis 22.9-14) e ainda mais oferece-se a si mesmooferta duplamente irrejeitvel e eterno. J que todo o pano de fundo sacrifical do Antigo Testamento dependia sempre da aceitao divina do sacrifcio, o que se expressa aqui de forma substancial de que este sacrifcio no de aceitao questionvel. Igualmente, coloca-se em destaque que YHWH interessa-se em restaurar o homem em comunho consigo. Aquele que rejeitar tal demonstrao do amor de Deus em efeito

    9 Por trs dias a alma torna ao sepulcro pensando que voltar (a entrar no corpo); quando, porm, v que a cor do rosto se h transformado, parte e o deixa (Bar Qappara em Genesis Rabbah 100 (64a), por citao de Strack e Billerbeck, Kommentar zum Neuen Testament 2:544-545, citado em BEASLEY-MURRAY, 189-190).

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    despreza tanto o amor de Deus, como Sua proviso, como tambm o perdo, e est em sentido real associndo-se aos que crucificaram a Jesus, unindo-se ao clamor de no queremos mais saber destecaia o seu sangue sobre ns e sobre nossos filhos, pois no queremos nada com o Deus que ele proclama ser.

    Deus reconcilia o mundo para consigo, sendo que o homem o alvo desta reconciliao, sendo o homem que rompeu a comunho e precisa ser restaurado (BARTH, 121). Poderia-se pensar em sentido de que o pecado o que destancia o homem de Deus em sentido de interesse humano, no de interesse divino! O tratamento normativo equivale a um Deus irado com o homem, enquanto a mensagem mais abrangente bblica parece ser de que o irado o ser humano que no quer relacionar-se com o Criador (Gnesis 2-4), foge de sua presena, e logo reclama dos efeitos de seu pecado, mesmo no procurando reintegrar-se ao propsito divino, como tambm se coloca em Joo 3.17-21.

    A cruz de Jesus o julgamento de Deus sobre toda busca humana de orgulho, coisas grandes, de poder, prestgio e sabedoria (BARTH, 124).

    Se Deus se revelou na cruz de Cristo, ele entrou na maior profundeza e perdio do mundo e ali, na profundeza, est prximo do ser humano (BARTH, 126).

    26/setembro Barth 127-150; Grudem 496-504 A paixo de Jesus o cerne teolgico do Evangelho de Marcos (BARTH, 127). Para Marcos, os milagres no do a compreender corretamente a identidade de Jesus, pois os discpulos no

    entenderam quem era pela observncia de sinais (BARTH, 130). Somente aps a pscoa permitido aos discpulos pregar que Jesus o Cristo (BARTH, 131). Marcos parece definir as ordens de silenciar os discpulos e demonacos em relao a um conceito de identificao de

    Jesus como divino operador de milagres, no tanto com questes de messianismo poltico (BARTH, 131). O sofrimento de Jesus torna em Marcos a ser visto luz de polmica em contra do conceito da salvao ser vista em

    termos de bnos materiais e libertao de toda e qualquer dificuldade (BARTH, 132). Em Marcos 10.42-45, Jesus trata em polmica contra a soberba de Jacobo e Joo que querem posies de senhorio,

    privilgio e domnio. Como usa de linguagem de servido e escravatura, logo no versculo 45 ele fecha o discurso em linguagem relacionada em termos de extrair seus discpulos de tais confins de opresso. O versculo deve ser visto sob a perspectiva do tratamento por Barth referente ao conceito resgate (77-81) e no como agora o coloca como expresso de expiao vicria. Parece tratar mais a questo de invalidar a procura por poder e posio.

    Em Marcos 14.24, Jesus coloca que seu sangue, sua vida, derramada por muitos, porm no especificado que tal morte deve ser compreendida como tendo efeito vicrio. A implicao de que a vida derramada est vinculada a salvao, mas o modo no especificado. A troca da vida de Barrabs em relao morte de Jesus certamente pode ser visto como evento vicrio, mas tem ao mesmo tempo um impacto de realar o nvel de pecado do povo, como se v a progresso de pecado nas narrativas de Gnesis captulos 2 a 6. As colocaes por Barth (133-134) referentes suposta vicariedade, portanto, podem ser explicados de forma simples em sentido de destacar e enfatizar a impiedade, injustia e bvia culpabilidade da crucificao. H, porm, outra explicao da frmula expressa por Jesus nesta passagem, geralmente ignorada. Os judeus da poca de Jesus costumavam pagar uma quantia acertada entre os pais de um jovem casal, chamada o preo da noiva. Quando a quantia fora acertada, o jovem pretendente enchia um copo de vinho e oferecia donzela com as seguintes palavras Este clice o novo pacto no meu sangue, que ofereo a ti, as mesmas palavras referidas por Jesusa expresso do compromisso por parte do noivo em oferecer sua vida e proteo sua noiva, caso ela aceitasse a proposta (LAAN, 1-2).

    A questo do porqu e para qu relevante em termos do contedo do Salmo 22. Tambm a colocao de Barth (135) referente ao mal-entendido do povo das palavras de Jesus ecoam o pano de fundo histrico de Jesus ter pronunciado sua exclamao em hebraico, expressamente de Salmo 22, certo sentido do qual sendo preservado ou enfatizado por Marcos, mesmo partindo da traduo normativa, enquanto a frase em aramaico seria mais facilmente compreensvel pelo povo. Lembra-se que Marcos era o intrprete de Pedro, homem no-culto, e teria com freqncia seguido a forma traditiva passado por Pedro. De Marcos ter mudado a citao para o aramaico no infere muita coisa referente procura do original, tanto como levanta perguntas sobre o propsito dele fazer tal nfase. Enquanto Marcos diverge a ateno de uma citao piedosa do Salmo, nfase recai sobre a distncia que Marcos quer colocar entre Jesus como o Messas, Salvador sofredor e o tal divino operador de milagres. A modificao de Marcos enfatiza a sua prpria nfase literria, sem realmente afetar o tratamento autntico do Jesus sendo apresentadoreala o que de mais interesse ao propsito marquino.

    Lucas no fundamenta o perdo de pecados na morte de Jesus em qualquer passagem de seus dois volumes (BARTH, 140).

    Pela questo modelar do tratamento do sofrer de Jesus e dos discpulos (BARTH, 140-141), pode ser que Lucas visa mais usar o conceito modelo para enfatizar em Atos a continuao de tudo o que Jesus comeou a fazer (Atos 1.1).

    Lucas simplesmente no se preocupa muito em explicar a morte de Jesus em termos salvficos por ver a efetivao salvfica de Deus na ressurreio e exaltao de Jesus. Ele trata a sua morte, portanto, em termos de carter tico e moralum modelo para o cristo (BARTH, 141-143). Deve-se levar em conta, portanto, que uma devida explicao da morte de Jesus a foras deve considerar o descaso que Lucas leva ao assunto em termos soteriolgicos.

    O Evangelho de Joo o que alude mais iminente paixo de Jesus (BARTH, 146). Para Joo, a morte de Jesus aparentemente vem a ter o sentido do confronto culminante entre o homem pecaminoso e

    Deus (BARTH, 147).

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    Enquanto temos na morte de Jesus o conflito entre pecado e justia, tem-se ainda um aspecto glorificador (glria em si designa revelar a essncia de) da vera identidade de Jesus. A infmia [da traio] a glorificao de Jesus, qual rejeio culmina na sua morte sobre a cruz (BARTH, 147).

    A morte de Jesus na cruz revela de forma concreta tanto o juzo de Deus como o amor de Deus em oferecer-se para reconciliar o mundo (BARTH, 148).

    Nota-se que em geral as passagens que Barth identifica de Joo como expresses de vicariedade so expressamente vicrios, mas nada indica forosamente que tenham vnculo com conceitos de expiao. Joo 1.26 trata de expiao, mas no necessariamente de vicariedade. A idia do Batista de que esse cordeiro traria expiao, mas nem tanto troca de morte por morte, enquanto as frases de vicariedade em geral apontam para demonstrao de amor profundo, conforme as citaes referenciadas por Barth (148-149).

    A misso bsica de Jesus (de acordo com Joo) revelar o Pai (BARTH, 150). Como o mundo ama as trevas mais do que a luz, a revelao da luz necessariamente leva ao confronto com o mundo

    das trevas, ou seja, leva cruz a revelao do amor no sofrimento (BARTH, 151). xodo 19.5 aliana rota, cf. 2 Crnicas 7.14. ver Jer 31/65. Perdo de pecados paraltico Mr. 2 e Lc.2 sem vnculo de morte. Perdo em Gnesis 3-4 sem vnculo sacrifical. Divindade, unidade divina O maior mandamento este: Ouve.. O Senhor teu Deus um.. cf. Mr. 12.29-30. Resgate vnculo com aliana/matrimnio e o preo da noiva em contraste ao preo da traio? (Mr. 14.10-25; Lc.

    22.1-22). Quem no honra o Filho no honra o Pai. Po do cu que d vida. Comer/beber do sacrifcio (Joo 5). Para reunir em um s corpo todos (Joo 11) matrimnio?. atrairei todos a mim. Amaram mais a glria dos homens/trevas que a de Deus (Joo 3/12). O mundo me odiou primeiro a mim (Joo 12). Contudo no estou s, pois o Pai comigo no foi abandonado. Que conheam a Ti (Joo 17.3, 24-26). A si mesmo se fez Deus (Joo / Atos). Nenhum de seus ossos (Joo). Aliana (Atos 3). Pedro, cheio do Esprito Santo. Mostra-se com clareza a maldade na acusao de Jesus com testemunhas falsas que no foram mortos conforme

    designao da lei. Quem este que at mesmo o mar e os ventos o obedecem logo o demonaco gadareno (Mr. 4-5). Assim, Marcos

    trata de que Jesus Senhor at sobre as foas do mal. Ningum vem ao Pai seno por mim (Joo 14.6). Mostra-nos o Pai (Joo 14.9-10). Joo 6 comer e beber sacrifcio pascal, aliana?. Joo 14-16 misso e identidade Jesus/Pai/Esprito.

    03/outubro Barth 151-165 Tratando o texto de Barth referente forma de argumentao do autor de Hebreus, bom lembrar que o argumento

    dirigido aos cristos, no aos judeus incrdulos. , portanto, uma lembrana ao cristo da centralidade da ao redentora de Cristo em contraste s obras do sistema legalista judaico e vetero-testamentrio. A carta dirige-se, portanto, a chamar o cristo a fidelidade a Deus mediante a f em Cristo desvinculadamente s questes de mritos legais do sistema sacrifical antigo. No de se esperar que um judeu da poca teria aceito a argumentao exposta, pois fora elaborada para os prprios cristos, incluindo pressupostos cristos que no necessariamento o judeu teria acolhido (i.. Jesus o Cristo).

    Ao tratar a passagem de Hebreus 9.13s, importante lembrar que a passagem trata do sacrifcio para purgar impurezas ritualsticas, no propriamente de pecado. O tratamento vincula-se tambm com o sacrifcio da promulgao de aliana conforme sacrifcios tais retratados em Gnesis 15.9-21, xodo 24.3-8; Salmo 50.5; Jeremias 31..31-34; 34.17-2010.

    O sacrifcio de xodo 24 refletido na passagem de Hebreus 9.13s era visto como smbolo da ratificao da aliana. O sangue arrojado sobre o altar indicava a presena de YHWH, enquanto o sangue arrojado sobre o povo, indicando sua aceitao da proposta (DURHAM, 339 e 343).

    Lembra-se que o sacrifcio pelo pecado (Levtico 15.15,30) no a melhor traduo do conceito hebraico, sendo melhor traduzido por sacrifcio de purificao, especialmente em vista de que em certos casos a oferta no tem vnculo com a questo pecado (HARTLEY, 55-57, 210). Tal no denota necessariamente a expiao de pecado em si, mas parte do processo expiatrio, como pode-se ver em Levtico 15.15.

    Lembra-se que o termo santificar (Hebreus 9.13 e Barth, 155) tem a idia de separar, o que volta a lembrar em vnculo com a idia de purificao ritual a questo da apropriao da aliana sendo promulgada por YHWH. O povo

    10 LANE, 239-242.

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    aceita a proposta e separada para servio a YHWH, conforme xodo 19.5-6, ondo o povo chamado para ser separado para pertencer a YHWH.

    Barth no precisa escapar de conceitos veterotestamentrios para falar de um muro csmico (BARTH, 157), pois j o hebreu pensavo no firmamento como tal muro, acima do qual estavo o mero trono de YHWH (Veja Conceito Hebraico do Universo em HARBIN, Teologia das Narrativas, 22).

    Como vimos, o Novo Testamento no d somente uma resposta, mas uma srie de respostas pergunta por que Jesus teve que sofrer essa morte (BARTH, 159).

    Nossa linguagem falha por partir de seres finitos e falhos, porm, necessrio falar de Deus, mesmo em formas um tanto falhas. Ao mesmo tempo necessrio lembrar as limitaes de nossas conceituaes teolgicas (BARTH, 161).

    Que o significado salvfico da morte de Jesus vai alm do nosso entendimento, torna-se visvel justamente na justaposio de diversas interpretaes e no uso de diferentes conceitos e esquemas, que no coincidem inteiramente11.

    Barth coloca como necessrio escolher entre as interpretaes neotestamentrias para dar explicao da morte de Jesus (163), porm o prprio NT no divorcia as vrias interpretaes lanadas uma da outra. Ela as coloca como ingredientes ou partes do quadro completo. Deus no foi at a cruz apenas para mostrar seu amor, nem apenas para mostrar o mbito do pecado humano, nem apenas para tratar a expiao de pecado, nem apenas para efetivar resgate ao homem escravizado pelo pecado, nem apenas para revelar a justia de Jesus, nem apenas para dar um exemplo para os discpulos. Cada um desses elemento trabalho em conjunto com os demais para explicar o agir de Deus na cruz de Jesus Cristo.

    A morte de Jesus elemento necessrio para uma compreenso e validao do ministrio de Jesuso seu ministrio no pode ser desvinculado de sua morte (BARTH, 163).

    A salvao do homem depende da ao aproximadora divina, sendo que a prpria culpa do ser humano que o faz necessitado de salvao (BARTH, 163).

    Como necessrio tentar compreender a morte de Jesus, a sua morte tambm interpreta a compreenso crist da identidade de Deus e conceitos de cristologia, soteriologia, antropologia (BARTH, 165)..

    10/outubro Recesso acadmico.

    17/outubro rickson 311-325; Grudem 509-522 Na encarnao, Jesus renunciou ao exerccio independente de seus atributos divinos, [tal que podia] exerc-los

    apenas na dependncia do Pai e em associao com a posse de uma natureza plenamente humana (RICKSON, 313).

    A transformao das vidas dos discpulos testemunho suficiente da ressurreio de Jesus, pois deram suas vidas em testemunho de sua esperana e do seu testemunho (RICKSON, 314).

    rickson trata do corpo ressurreto de Jesus como ainda no ascendido ao Pai (RICKSON, 314), porm Jesus pediu a Tom que o tocasse, mesmo que a Maria Magdalena para no o tocar por razo de no ter ascendido ao Pai. Fica difcil aceitar, portanto, a explicao de rickson de que o seu corpo ainda no tinha sido transformado em corpo espiritual.

    A asceno de Jesus no foi uma mera mudana fsica e espacial, mas tambm espiritual (RICKSON, 315). O sentar de Jesus direita do Pai um smbolo de autoridade e governo ativo (RICKSON, 316). O reinar de Cristo no apenas uma questo de exaltao final, pois j reina nas vidas dos seus discpulos

    (RICKSON, 318). Jesus atua em reconciliao em termos de intercesso e expiao (RICKSON, 319). No tratamento de rickson das teorias de expiao ele reala as posies extremas de cada conceito, cada qual levado

    em forma isolada para explicar a expiao realizada em Cristo. A teoria sociniana (320) tem alguns elementos positivos e bblicos que devem ser mantidos, mas no a formulao exptrema isolada. A teoria de influncia moral tem peso de certos elementos bblicos e aspectos positivos que devem ser respeitados, porm no a formulao extrema, como o pecado ser apenas uma doena da qual precisamos ser curados (321).

    No tratamento de Orgenes citado por rickson (323-324) h um descaso da temtica do xodo do povo das mos de Fara (ou aparente ignorncia da aplicabilidade do termo resgate ao evento). Essa temtica teria sido de extrema importncia ao judeu em sua reflexo sobre a ao divina em resgatar o povo.

    Em sua morte, Cristo (1) deu-nos um exemplo perfeito do tipo de dedicao que Deus deseja de ns, (2) demonstrou a grande extenso do amor de Deus, (3) Salientou a seriedade do pecado e a severidade da justia de Deus, (4) triunfou sobre as foras do pecado e da morte, libertando-nos de seus poderes, e (5) ofereceu satisfao ao Pai por nossos pecados (RICKSON, 325).

    Em Gnesis 2.4b-4.26, encontramos uma seqncia narrativa traando reflexes teolgicas referentes ao pecadosua definio, suas conseqncias, sua extensobem como a resposta de Deus ao pecado. Nestas narrativas temos o cerne dos pressupostos teolgicos veterotestamentrios sobre o pecado e a atitude divina frente ao mesmo. No deve-se supor que estas narrativas foram compreendidas e suas implicaes aceitas entre todo o povo hebreu em toda a sua histria, mas formam o cerne teolgico para o redactor final do Pentateuco, mesmo que este s vezes

    11 SCHLINK citado em BARTH, 162.

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    retrata conceitos de pocas posteriores ou nveis teolgicos superiores ao tratamento dado em outras passagens veterotestamentrias.

    YHWH vem sendo apresentado nestas narrativas como justo e misericordioso, agindo de acordo com a sua graa para com o homem. Este mesmo YHWH trata o homem caido no em vingana ou ira, mas em busca de reconciliao. Enquanto Caim teme o que os demais homens faro em retribuio, YHWH age em sua proteo. Enquanto o homem procura apontar o dedo a qualquer lado para escapar de sua culpa, YHWH atua para restaurar-lhe o que possvel em sua nova condio, provendo ao mesmo tempo alertas da nova condio e fazendo por ele o que no lhe possvel sem ajuda, atuando at para proteg-lo de viver para sempre na condio de pecador. Ao mesmo tempo, as narrativas revelam o efeito cumulativo do pecado sobre a humanidade, fornecendo o pano de fundo para a narrativa do dilvio nos captulos que seguem.

    Na narrativa do dilvio, o narrador comea com a colocao de que o homem havia destudo a criao de YHWH, portanto YHWH resolve dar criao um novo comeouma segunda chance e um novo comeo (re-criao) em face da dor que sente ao ver a destruio lavrada pela humanidade. Assim, YHWH age para restaurar e consertar aquilo que o homem havia destrudo.

    24/outubro rickson 327-340; Grudem 523-529 Erickson trata que Deus pode ser descrito como alrgico ao pecado...compelido a afastar-se do pecado (328), porm,

    no isso que se v no ministrio de Jesus no seu comer com publicanos e pecadores especialmente em relao a Zaqueo, nem em Gnesis 3 e 4 quando YHWH se aproxima ao homem pecador para reconstitu-lo a um relacionamento de comunho, mesmo estabelecendo proteo sobre a vida de Caim. Obviamente o pecado no Lhe agrada, mas nem por isso exerce qualquer controle sobre o Altssimo. Os textos que rickson cita em apoio ao conceito do Deus alrgico (RICKSON, CT, 285-286) referenciam homens pedindo distancia de Deus frente a sua pecaminosidade (Isaas 6.5 e Lucas 5.8), no Deus criando tal distncia. Em xodo 20.19, encontra-se as palavras do povo que no quer que YHWH lhe fale diretamente, mas que Moiss lhe seja portavoz. De certo, no contexto h tambm registros de YHWH fazer demarcar limites para que o povo no se aproximasse demais ao monte, porm, entende-se que fosse igualmente a vontado do prprio povo ter distncia de YHWH por causa de seu sentimento de culpa.

    A lei (torinstruo cf. HOUTMAN em WOLDE, 166 e LASOR, 3) deve ser concebido em termos de ensinar o homem a relacionar-se com Deus (RICKSON, 328).

    A punio inevitvel do pecado (RICKSON, 329) pode ser concebido em termos de conseqncia natural, de acordo com as leis naturais que Deus estabeleceu para reger o universo. Assim tambm, a instruo da leios mandamentos do Criadorfornecem ao homem explicao referente a como viver no mundo criado por YHWH.

    O homem completamente incapaz de fazer qualquer coisa para efetivar a sua prpria salvao (RICKSON, 329), logo depende expressamente de Deus.

    O animal de sacrifcio ideal no sistema sacrifical veterotestamentrio era o boi, sendo que esse deveria ser o melhor. Pelo valor e uso considervel desse, consideraria-se que tal animal podia ser apresentado apenas por aqueles grandes fazendeiros em ocasies de fartura (GERSTENBERGER, 27), conseqentemente o valor imensurvel de tal sacrifcio apontado.

    Isaas 53 o nico texto do Antigo Testamento que trata de uma morte (vicria) pelos pecados das pessoas (BARTH, 65). Ainda assim, Isaas 53 traa a questo de morte vicria no em termos de apaziguar ira, mas de trazer reconciliao em meio ao reconhecimento de males cometidos entre os ofensores e Deus (WATTS, 233). Assim, mesmo quando o conceito de morte vicria apresentado em Isaas 53, no vem a ser igual ao conceito helenstico de morte vicria. Como Barth continua comentando, Isaas 53 no parece ser a fonte base de expresso do conceito de morte vicria no cristianismo (BARTH, 65).

    O tratamento do pano de fundo do Antigo Testamento oferece no mnimo a opo de um desvnculo entre expiao e vicariedade. Perde-se uma compreenso direta de expiao no-vicria pelo surgimento do conceito de vicariedade. Barth no toma o tempo para procurar uma explicao concebvel de expiao vinculada a morte sem que seja morte vicria. Parece ser uma falha completa, pois havia morte em sacrifcios atravs do Antigo Testamento, nenhuma das quais era compreendida em sentido de vicariedade. J a expiao no Antigo Testamento tambm pode ser desvinculado de morte, para o qual uma compreenso de expiao sendo unicamente de carter vicria simplesmente inaceitvel.

    Pelo vnculo de expiao com os objetos clticos do templo/tabernculo, entende-se que expiao tinha a ver com a restaurao de comunho com Deus. O sangue do animal roseado sobre o altar e a arca da aliana (a tampa da qual era representativo do trono de YHWH, ou sendo o seu trono na terra) e sobre o ofertante simbolizava tal aproximao, j que a vida derramada voltava a YHWH e o ofertante haveria colocado suas mos sobre o animal, seria tambem levado perante YHWH, restaurando a presena de YHWH no templo e na sua vidacaso YHWH aceitasse a oferta! Como o sacrifcio era visto como dependendo da aceitao de YHWH, no propriamente a morte ou mesmo o sacrifcio que efetua expiao, mas o prprio YHWH, o que leva o evento sacrifical a ser visto mais como um ato de obedincia e reflexo do que um ato salvfico em si.

    Veja o tratamento de Barth, nas pginas 62-63 referente ao conceito veterotestamentrio referente ao sacrifcio. Erickson trata sacrifcio em termos de vicariedade (RICKSON, 330), porm, esse no parece ser o conceito do Antigo Testamento.

    Enquanto Erickson denota a oferta da vida de Jesus como resgate de escravido (RICKSON, 331), os textos citados no referenciam necessariamente escravido. Pode ser que a implicao de Jesus seja do resgate da noiva da casa de seu pai, em lugar de escravido em si. Por outro lado, a especificao de resgate da escravido pode ser visto no contexto do xodo.

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    As colocaes de Erickson referente ao conceito de substituio ou vicariedade (RICKSON, 331), podem ser tambm compreendidas em sentido de uma morte a favor do povo que possibilita salvao, sem necessidade de ser interpretado em sentido vicrio.

    O amor do Pai e o do Filho so intercambiveis (RICKSON, 332). A ira de Deus referenciado por Erickson no texto de Romanos 1.18 (RICKSON, 332) parece denotar a forma de

    conseqncia natural do pecado, conforme a lei da criao. Isso se d ao notar que a passagem descreve um crescimento de conseqncias do pecado dando fruto natural, sendo essa progresso definida como a ira de Deus. Em Cristo, Deus intervm para tirar o homem dessa problemtica.

    Erickson trata o tema da ira de Deus de forma muito estreita, com sentido equivalente ira ou raiva humana (RICKSON, 333-334). A ira de Deus na Bblia aparece mais em sentido de justia do que raiva. No dilvio, a ira de Deus revelada no foi em sentido de raiva, mas em sentido de corrigir a destruio ou runa efetivada pelo homem para re-estabelecer a criao. AliGnesis 6.11-12a mesma palavra hebraica usada para descrever o que o homem h feito com o mundo e o que YHWH est prestes a fazer (WENHAM, G., 172 e WOLDE, 122).

    Em resposta pergunta de Erickson referente a propiciao (335), primeiramente ressalta-se que o prprio texto mencionado indica a disposio de YHWH em perdoar. No caso de Caim, YHWH vem ao seu encontro, explicando que o seu sacrifcio no foi aceito por falta de arrependimento. Nesse sentido, o sistema sacrificial do Antigo Testamento visava fornecer as bases para uma expresso de arrependimento e aproximao do pecador para com YHWH. O homem expressa a sua dependncia e necessidade de forma humilde em arrependimento no sacrifcio veterotestamentrio, tal como o faz perante Jesus nos moldes do Novo Testamento.

    Quando Erickson cita Robertson em apoio ao conceito subsitutivo (RICKSON, 336), vlido lembrar que estudo do sistema sacrificial do Antigo Testamento (como mostra BARTH, 62-63) no utiliza-se de conceitos de morte vicria. Robertson no tinha acesso a tal compreenso veterotestamentria, o que invalida sua concluso gramatical apontada por Erickson. H outra forma gramaticalmente apropriada de compreender a passagem quando se trata de um sistema sacrificial diferente do conceito vicrio.

    Deus no obrigado a exigir pagamento pelo pecado, mas a questo perdo depende de arrependimento para que possa haver uma restaurao de comunho. No importa se Deus perdoar ou no, se o homem no se dispe a um relacionamento com o seu Criador. Deus, porm, age para trazer o homem a um relacionamento que inclui o perdo de todo e qualquer pecado. Isso, porque Deus quer um relacionamento com o homem, mesmo que o homem tem se distanciado de Deus.

    31/outubro rickson 369-379 Joo 3.1-16no encontro com Nicodemo, Jesus utiliza vrias forma de explicar uma nica verdade, referente

    necessidade de estabelecer um relacionamento de f para salvao. Como Nicodemo no compreendia, havia a necessiadade de usar mais de uma forma para explicar. No lhe era possvel falar sem usar figuras, pois o celestial alm da compreenso humana.

    Joo 3.17-21ss. J est julgado Jesus veio para livrar da condenao. E o julgamento este, que os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois a suas obras eram ms. O julgamento e a condenao j estavam realizadas e atuantes na humanidade, como tambm so at hoje. No havia de se esperar a chegada de um dia de juzo, mas apenas a efetivao da sentena. No interino antes da morte do indivduo, porm, existe a possibilidade de ser inocentado por Cristo. Em outras passagens trata-se de um juzo vindouro, mas aqui de outra perspectiva, qual trata o julgamento como fato j no passado, qual temtica ser repetida em 5.24-25.

    Em Joo 5.5-14, Jesus vincula a cura do paraltico com questes de f e pecado. Jesus no curou a todos, mas curou a este. Logo, a cura deste paraltico vincula-se com o ensino de Jesus referente ao morto ambulante (5.24-25). J h condenao e juzo, o homem apenas est aguardando cumprir a sentena, mas existe a possibilidade de ser inocentado, mesmo que j foi julgado culpado.

    A salvao inclue trs aspectos: justificao, santificao e glorificao (RICKSON, 370). A salvao pode ser concebido em termos verticais, horizontais como tambm internos (RICKSON, 370), j que o

    relacionamento com Deus influe conseqentemente nos relacionamentos com os demais e tambm em mudanas no interior do indivduo.

    Como tratado que o movimento da salvao pode partir do social ao indivduo ou do indivduo ao social (RICKSON, 371-372), deve-se manter atento s implicaes da salvao no relacionamento entre o indivduo e a sua sociedade.

    Deus era muito capaz de resgatar-nos das incomensurveis profundezas da morte de outra maneira, mas desejou mostrar os tesouros de sua bondade infinita quando no poupou o Filho nico (Calvino em GEORGE, 220).

    Lembra-se ao tratar o encontro de Jesus com Nicodemo que Jesus viu a necessidade de empregar vrias simbologias para explicar uma nica verdade a Nicodemo. Como este no compreendeu o primeiro, Jesus utizou outro retrato para comunicar a necessidade de regenerao, e logo outro.

    necessrio ressaltar que a salvao contm dois aspectos essenciais que logo se mostram em vrias polaridades. Somos salvos de certas coisas e para outras. comum tratarmos mais o aspecto negativo (salvos de ), porm esse no o quadro completo. O resto do quadro ressalta tanto o compromisso do cristo como a promessa que lhe feita. Como nova criatura, o crente agora tem outra possibilidade de atividade, embudo de um novo propsito e referencial. O quadro que se segue no pretende ser completo, mas ilustrativo das conseqncias de vida da salvao.

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    Salvos De Salvos Para Arrogncia Humildade Condenao Justificao Derrota Vitria Desconfiana Confiana (F) Desesperana Esperana Desobedincia Obedincia Despreparo Estarmos preparados Dominncia Servio Escravido Liberdade real Falsidade/Erro Verdade Falta de propsito/rumo Misso Ignorncia Conhecer a Deus Imagem deturpada/depravada Semelhana de Deus Impureza Purificao Individualismo Comunho com outros/mundo/Deus Inferno Cu Infidelidade Fidelidade Ira Recompensa Legalismo Graa Luta/Conflito Paz Medo Confiana Mortandade Regenerao Morte Vida das eternidades dio Amor Pecado Boas obras Reinar do ego Reinar de Deus Separao de Deus Relacionamento com Deus Sermos surpreendidos Sermos vigilantes Trevas Luz Vida infrutfera Fruto/produtividade

    A salvao vem pela fde graa como fruto do amor de Deus, dado a todos que aceitarem. H, porm, uma forte demanda sobre o receptor em relao ao compromisso que ele assume com Deus. Ele salvo em graa, mas tambm para graa. Ele salvo do pecado para viver conforme a instruo e propsito de Deus. simplesmente impossvel ser salvo sem que haja a conseqncia de cumprir com as boas obras, pois somos salvos para uma nova vida. O que tem f produz frutofruto de uma vida de comunho com Deus (Glatas 5.22-23), que uma conseqncia natural da salvao. Conforme Efsios 2.8-10, somos salvos para realizar as boas obras que foram estabelecidas para o nosso caminhar. necessrio realar o fato de que a f tem como objetivo transformar vidas, no um escape do inferno. Para tal, h como condio sumria o relacionamento de entrega a Cristo, que efeta um novo proceder, uma nova vida, uma transformao radical que faz de Cristo Senhor absoluto. para tal que somos salvosde ns mesmos para Deus.

    Em Gnesis 22, 1 Reis 18.21-39 e Mateus 6.5-8 encontra-se textos que refletem um contraste entre o culto devido a Deus e a forma cltica pag, junto com os seus conceitos de deuses que precisavam ser convencidos a ouvir o cultuante. Abrao foi ensinado que YHWH no queria sacrifcios humanos para demandar sua ateno para que abenoasse o sacrifcio supremo do ofertante. o prprio YHWH que oferece o animal para o sacrifcio que deve ser-lhe entregue. No monte Carmelo, os profetas de Baal fazem de tudo para serem ouvidos, mas YHWH no precisa ser instigado a respondera orao de Elias bem simples e direta, sem repetio, nem atos que revelam qualquer qualidade pessoal alm de confiana. Jesus ensina os seus discpulos que Deus est pronto para ouvir, mesmo reconhecendo suas necessidades de antemo. Logo no necessrio fazer quallquer coisa para agarrar sua atenocr tu somente. No texto de Hebreus 9, encontra-se tambm o conceito de que pelo sistema sacrifical expiao no efetivado pelo sacrifcio, pois no sacrifcio faz-se recordao de pecado. O pecado no eliminado, mas lembrado. Neste lembrar, o ofertante era implicado referente a sua falha, que em arrependimento o instigava a voltar-se a YHWH.

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    07/novembro rickson 381-390 rickson defende que a predestinao precisa ser compreendida e estudada a fundo, sendo obrigao do cristo cumprir

    com tal por definio de que a Bblia menciona o conceito (rickson, 381). No entanto, a Bblia menciona muitas coisas que no carecem de enfoque detalhado, pois um enfoque detalhado sobre elas resultaria apenas em desviar a ateno do cristo daquilo que realmente importante. Para um telogo, pode ser necessrio fazer uma anlise de questoes com os quais seus alunos, discpulos, e leitores se preocupam. rickson mesmo no d razo para validar a sua colocao.

    Emprega-se o termo predestinar em relao salvao apenas em Romanos 8.29-30 e Efsio 1.5. Deuteronmio 4.7 fala de Deus ter escolhido o povo de Israel por ser um povo insignificante, conseqentemente, para mostrar sua grandeza ao mundo, no para salvar apenas Israel (Deut 10.15). Nehemias 9.8 menciona a escolha de Abro (Isaas 51.2 e Ezequiel 20.5 a escolha de Israel (Isaas 41.8-9; Atos 13.17). Marcos 13.20 referente aos escolhidos em Jerusalm. Lucas 6.13 e Joo 15.16 referente escolha dos 12. Efsios 1.4 refere-se aos crentes como escolhidos. 1 Tessalonicenses 2.3 cristos como primeiros frutos. Deuteronmio 28.10 fala do povo como sendo chamado povo de YHWH (2 Crnicas 7.14; Isaas 43.1-7; 44.5; 48.1,12,15; 49.1; Jeremias 14.9; 15.16; Ams 9.12; Atos 15.17; 1 Corntios 1.24 usa o termo em sentido de pertencer a YHWH, seguindo o conceito de que domnio refletido no nomear o outroGnesis 1.5,8,10; 2.19-20; 3.16,20). Romanos 1.6-7 usa o termo chamado em sentido de convocao a um propsito (1 Corntios 1.2,9; 7.15; Glatas 5.13; Efsios 1.18; 4.4; Colossenses 3.15; 1 Timteo 6.12; Hebreus 5.4; 1 Pedro 2.21; 3.9; 5.10). Romanos 9.24,26 refere-se ao povo sendo chamado a existir como povo de YHWH. usado o termo chamado em sentido de ser redimido (1 Corntios 7.17-24; Glatas 1.6,15; Efsios 1.14; 2 Tessalonicenses 2.14; 2 Timteo 1.9; Hebreus 9.15; 11.8; 1 Pedro 1.15; 2.9).

    Propriamente, o termo grego proorivzw quer dizer decidir de antemo, podendo ser traduzido no sentido estrito de predestinar nos termos calvinistas mais severos, como tambm pode ter o mesmo sentido apontado por Warfield (cf. E, 381) de uma intercambiabilidade com outros termos de Romanos 8.29. A foras, o termo no vem carregado de sentido fatalista, mesmo que possa comportar tal conceito. Deve-se cuidar, portanto, para no impor uma interpretao teolgica sobre o texto de Romanos e Efsios a partir de formulaes teolgicas externas ao texto. Por esta tica, deve-se tambm lembrar que o estilo hebraico de usar paralelismo pode bem aplicar-se nesta passagem de Paulo. Se a construo lingstica reflete realmente um uso de paralelismo, pode-se optar entre usos de sinnimos complementares ou por um desenvolvimento conceitual gradativo. Pelo tanto, no h base suficiente aqui para compreender que o texto demanda uma compreenso fatalstica em relao predestinao de Deus.

    A posio de rickson sobre predestinao depende do conceito que ele elabora da soberania completa de Deus. Conforme descrito, Deus seria o nico agente de vontade independente no universo criado. Tudo o que Deus realmente quer acontece, e tudo que acontece obra e vontade de Deus. Partindo desta tica, a nica soluo possvel de predestinao dupla.

    rickson coloca (p. 388) que o ser humano incapaz no apenas de salvar-se, mas de desejar ser salvo. Para ele, apenas quando Deus intervm para modificar a vontade humana que o indivduo pode desejar ser resgatado por Deus. Entretanto, rickson no sustenta as afirmaes com base definitiva. Os trechos aos quais aponta tratam do ser humanos em sentido genrico, no procurando ser categricos ao ponto de negar mesmo um ato decisivo voluntrio para procurar salvao em Deus. definitivo que o ser humano no pode se salvar, mas o que no pode ser definido com tanta asseveridade que o homem no possa por si mesmo querer desvencilhar-se de sua escravido ao pecado. necessrio que o homem tenha vontade prpria real, no entanto, para que tal possibilidade fosse real.

    14/novembro Baillie 179-205; rickson 391-402 Veja o ensino de Lucas 9.57-62 que revela um chamado de Jesus rejeitado pelo ouvinte em contraste ao tratamento de

    Erickson (392) de que o chamado de Deus no pode ser rejeitado. A posio de Erickson (394) reivindica para Deus uma soberania absoluta reivindicada de forma completa, o que logo

    incompatvel com passagens como 1 Timteo 2.4. s vezes, a igreja se esquece de que h variedade na maneira de Deus agir (RICKSON, 394). Em Gnesis 6.6, encontra-se o termo hebraico nacham geralmente traduzido como arrependeu-se. No entanto, este

    termo est colocado no contexto de um paralelismo de duas frases do mesmo versculo, o que aponta para uma compreenso do termo mais em sentido de condoeu-se. Logo, arrependeu-se YHWH e pesou-lhe o corao tem o mesmo signficado--lamentar. Em passagens como esta, YHWH visto como sofrendo por causa do pecado humano, tal que altera seus planos em resposta ao humana. Neste uso, no h nenhuma conotao moral, mas sim alterao de planos. nessa alterao de planos que vincula-se o conceito com aspectos morais de transformao de vida ao tratar do ser humano. No contexto humano, porm, a necessidade da alterao conseqncia de uma necessidade moral, enquanto a ao divina segue de forma coerente com o carter moral e tico de YHWH. O termo mais usado no Novo Testamento em termos de arrependimento para salvao tambm denot esta transformao de mente ou atitude. Quando [o arrependimento] do pecado e para Deus, o caminho da salvao h comeado (MOODY, 312).

    Outro aspecto de f que essencial a ser tratada o seu carter relacional. F um relacionamento de confiana, no apenas uma aceitao proposital ou crena. F denota a forma adequada de relacionar-se com Deus e a forma conseqente de viver neste relacionamento (MOODY, 309 e 327).

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    A regenerao o incio de um processo de crescimento que continua ao longo da vida (RICKSON, 401). A f salvadora exigeque a pessoa se comprometa de modo ativo com Deus (RICKSON, 402). Inteno e sentido nunca esto numa relao de correspondncia exata com os smbolos audio-visuais que chamamos

    palavras e linguagem (STAGG, 76). Gnesis 2.24; 2 Samuel 17.3; 1 Reis 11.2; Isaas 61.10; 62.5; Jeremias 2.2,32; 7.34; Osias 9.1; 1 Corntios

    6,7,9,10,11; 2 Corntios 11.2; Efsios 5.21-33; Apocalipse 19.7-9; 21.2,9 e 22.17 entre outras passagens tratam do relacionamento entre Deus e o povo como refletindo o compromisso de matrimnio. Nas passagens de 1 Corntios, este compromisso est ligado celebrao da ceia do Senhor como expresso de aceitar a proposta matrimonial de Cristo. Neste contexto, a salvao exige o compromisso de fidelidade matrimonial, pois fomos comprados por Cristo como tambm a noiva era comprada da casa de seu pai. Passamos, ento a pertencer a Cristo, de certo sentido como propriedade material.

    [A lei moral e a conscincia moral] so abstraes e a realidade concreta Deus, cujo amor que sempre nos busca o que chamamos to inadequadamente de lei moral. o amor que no abandona mesmo quando o tramos. E se chegamos a nos orientar na direo de Deus de modo que ele nos interessa mais do que o nosso prprio carter, ento poderemos aceitar o seu perdo e encontrar libertao e novo comeo (BAILLIE, 188).

    Procurara reconciliao com Deus partindo de um princpio errado. Descobriu que o amor de Deus por ns no depende de nossa dignidade para receb-lo. Nunca poderemos conquistar o amor de Deus atravs do nosso prprio esforo de bondade e, quando assim pretendemos, fazemos mau negocio com a nossa prpria bondade, convertendo-nos em fariseus exatamente como aqueles que Jesus tanto detestou (BAILLIE, 194).

    A iniciativa da reconciliao procede dele. Foi feita em Cristo, e est nossa disposio como dom gratito que jamais poderamos conquistar ou merecer (BAILLIE, 195).

    Deus perdoar gratuitamente mesmo os maiores pecados se os pecadores se arrependerem e voltarem dos seus maus caminhos. Nada mais preciso, nem expiao, nem oferendas, pois Deus j tem todas as coisas. Basta o arrependimento sincero e a rejeio real dos pecados; assim o pecador poder contar com a misericrdia de Deus (BAILLIE, 201).

    O perdo de Deus como agora entendido no Novo Testamento, excede a todos os intentos humanos de expiao, porque a expiao feita no corao e na vida do prprio Deus, o divino Pastor, que vai ao deserto em busca da ovelha perdida (BAILLIE, 204).

    21/novembro Baillie 206-230; rickson 403-415 Muita confuso foi causada porque a palavra expiao perdeu o sentido que tinha quando a Bblia foi traduzida, isto

    , o sentido de reconciliao. A palavra hebraica nada tinha a ver com a propiciao de um Deus irado. A palavra grega empregada (katallag) que correspode expiao do Antigo Testamento, significa simplesmente reconciliao (BAILLIE, 213-214).

    Nos sacrifcios do Antigo Testamento no era a morte da vtima que se supunha efetiva, mas a vida, libertada pelo ato do sacrifcio sobre o altar e assim oferecida a Deus. E assim a morte sacrificial de Cristo sobre a Cruz no o fim da sua obra expiadora, mas torna possvel a sua entrada na esfera celestial onde a sua oferta prpria continua para sempre (BAILLIE, 224).

    Somos salvos para espelhar o exemplo de Cristo de autoentrega para servio a Deus e aos demais. Sua obedincia regra para o cristo, pois revela o carter devido do mesmo. A salvao, portanto, deve operar transformao na vida do indivduo tal para que seja aparente a nova vida de obedincia a Deus. Nesta vida de obedincia, o exemplo sempre Cristo, portanto h necessidade de prosseguir ao alvoao chamado supremo de Deus de sermos como Jesus (Filipenses 2-3).

    A unio com Cristo ingrediente essencial de uma compreenso da salvao (RICKSON, 404). O matrimnio ideal tambm reflete o conceito da unio do crente com Cristo em termos do alvo a ser alcanado

    (RICKSON, 407), tal para tornar o crente uma s carne com Cristo (Efsios 5.31-32). A justificao uma ao forense ou declarativa de Deus, como a de um juiz absolvendo o acusado (RICKSON,

    410).

    28/novembro George 264-271, 286-287 O batismo [entre os anabatistas] s vezes acontecia como o clmax da converso, um processo que freqentemente

    envolvia uma intensa batalha emocional (GEORGE, 264). Logo, no conceito de alguns, a converso podia ser compreendido em sentido de um processo, compreendendo os dois momentos inter-relacionados de f e arrependimento (ibid.).

    Menno citou 10 exemplos de f verdadeira, os quais tinham em comum uma f viva que as levou a uma ao decisiva e ao servio de Deus (GEORGE, 265).

    Menno procurou oferecer um equilbrio entre posies catlicas da idade mdia e posicionamentos de reformadores deterministas. A salvao pela graa, no pelas obras; contudo, de minha prpria escolha que eu aceito os meios da graa divina oferecidos (GEORGE, 270).

    Em 1 Joo 1.5-7, encontra-se uma exortao para que no apenas seja reconhecido que Deus luz, mas para viver nessa luz de Deus, seja viver uma vida conforme a identidade de Deus (SMALLEY, 26).

    No podemos negar o fato do pecado, mas podemos negar a sua prtica (SMALLEY, 41). A genuinidade da experincia crist provada e estabelecida negativamente pela ausncia do pecado, e positivamente

    pela presena do amor (obediente) (SMALLEY, 64).

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    Joo lana um desafio ao seu pblico: ser um cristo genuino deve significar o conhecimento de Deus, um relacionamento com Cristo e fora para conquistar o mal (2.12-14). Deve tambm significar, negativamente, a rejeio de atitudes mundanas e, positivamente, uma obedincia amorosa a Deus (2.15-17) (SMALLEY, 89).

    O verdadeiro cristo pode andar na luz, e, portanto, deve (SMALLEY, 137). Renncio do pecado, ser obediente, rejeitar ser como o mundo, ser amoroso, manter a f so lanadas por Joo como

    condies para viver como filhos de Deus, o que geram em conseqncia uma confiana em Deus (SMALLEY, 310).

    05/dezembro Baillie 231-239

    Compreendendo a Morte de Jesus:

    Ao considerar o estabelecimento de algumas concluses sobre a morte de Jesus, lembre-se em primeiro lugar definir as distines entre certos conceitos. A Declarao de F dos Batistas argumenta de forma clara que a morte de Jesus deve ser compreendida em termos de expiao. De alguma forma a morte de Jesus traz expiao de pecados para aqueles que aceitam a sua eficcia dentro dos parmetros de f. Expiao refere-se expressamente eliminao do pecado. Vicariedade refere-se morte de um em lugar de outro. Os dois termos so comumente tratados como sendo um s conceito (expiao vicria), porm permanecem sendo dois conceitos distintos que podem ser unidos em certas circunstncias.

    O Antigo Testamento trata de expiao, porm s em Isaas 53 trata-se a questo de morte vicria. O Antigo Testamento desconhece o conceito de sacrifcio de morte vicria, a no ser na morte vicria de Zerubabel em Isaas 53 e o cordeiro que redime Isaque, o primognito de Abrao (e em decorrncia o cordeiro pascal nos mesmos moldes de redeno do primognito). Na redeno do primognito, temos o conceito de substituio, mas no vinculado ao conceito de expiao.

    A compreenso bsica do sacrifcio de expiao no Antigo Testamento visava a aproximao do homem para com YHWH, provavelmente no sentido de mediar uma audincia. No entanto, no texto de Isaas 6.7, YHWH concede audincia direta aparentemente sem preocupar-se com a questo de culpa e pecado, mas quando o profeta levanta a questo de sua culpabilidade, uma mera brasa pde expiar sua impureza! Aqui h expiao desvinculada de sacrifcio, porm num contexto de audincia com Deus.

    Deve-se, portanto, fazer uma distino entre expiao em si e em teorias de expiaoou seja, as formas de compreender o evento da expiao (perdo) de pecado. Expiao no Antigo Testamento estava voltado restaurao de comunho com Deus. O sangue do animal aspergido sobre o altar e a arca da aliana (a tampa da qual representava o trono de YHWH, sendo o seu trono na terra) e sobre o ofertante simbolizava tal aproximao, j que a vida derramada voltava a YHWH. Como o ofertante haveria colocado suas mos sobre o animal antes da morte do mesmo, seria tambm levado perante YHWH, restaurando a presena de YHWH no templo e na sua vidacaso YHWH aceitasse a oferta! Como o sacrifcio era visto como dependendo da aceitao de YHWH, no propriamente a morte nem mesmo o sacrifcio que efetua expiao, mas o prprio YHWH, mediante uma atitude de graa, que torna o sacrificio eficaz. Esta compreenso leva o evento sacrifical a ser visto mais como um ato de obedincia e reflexo do que um ato salvfico em si.

    Quando Jesus Cristo morre na cruz, sofrendo a morte na tradio do sofrimento dos justos e da morte dos profetas (Mateus 23.29-31), YHWH mesmo ofertando a sua prpria vida a Si mesmo como sacrifcio pelo povo para expiao e em resgate, com fins de restaurar a humanidade comunho quebrada por causa do pecado humano, motivado pelo amor de YHWH pelo homem

  • STBRS Cristologia e Soteriologia Pr. Chrstopher B. Harbin

    Doc: Cristologia e Soteriologia.doc Impresso: 2002-08-14 pgina 18 de 20

    desgarrado. Jesus morreu, mas vive e intercede por ns eternamente. Jesus vicrio conforme Filipenses 2, no sentido de YHWH criar carne (Joo 1.14) e viver em nosso lugar, demonstrando como deveria ser a nossa vida de servos humanos, sendo obediente at a morte, e morte de cruz. Jesus no tanto vicrio em sua morte, como na sua prpria vida, da qual nos dado participar, sendo Jesus tambm o modelo para seguirmos, e assim Jesus vive vicariamente naquele que cr (Rom 6.1-11, Gal 2.20).

    A morte de Jesus, portanto, tem vrios sentidos que no se reduzem a uma s expresso. De certo, o evangelho pregado por Jesus j est embutido no Antigo Testamento, mas na encarnao, ministrio e morte de Jesus o evangelho clarificado e o ser humano forado a se posicionar. Foi necessrio que Deus criasse carne, vivesse entre ns, sofresse, morresse e fosse ressucitado para nos salvar. Isso porque: 1) foi necessrio o homem perceber de forma clara o grande amor de Deus; 2) foi necessrio o homem reconhecer de forma clara a seriedade do seu pecado; 3) foi necessrio clarificar que nenhum sacrifcio animal (nem humano) poderia ser eficaz para a expiao do pecado; 4) foi necessrio para revelar que a aliana dependia completamente da ao de Deus, quem oferece e o prprio sacrifcio para a ratificao do pacto; 5) foi necessrio para a comprovao definitiva que Jesus era tanto o messas esperado como a prpria encarnao de YHWH, ratificado na ressurreio; 6) foi necessrio para revelar a importncia dada por Deus (clarificado no custo da paixo) s exigncias da aliana (reinar de Deus no indivduoreino de Deus); 7) foi necessrio para convencer o ser humano que a aliana muito mais do que o estabelecimento de uma sociedade (governo) justa aqui na terra; 8) foi necessrio para definir categoricamente a importncia e a necessidade de um posicionamento definitivo em termos de aceitar ou rejeitar a oferta de Deus.

    Para quem se ope s exigncias do evangelho da cruz teria que encontrar uma maneira de ser valorizado por Deus, mesmo rejeitando o amor de Deus expresso no ato de Deus em entregar-se a uma morte cruel expressamente para o resgatar. Portanto, quem rejeita a Jesus Cristo desvaloriza tal expresso do amor de Deus, inclundo-se com aqueles que o crucificaram. Para esse, que outro sacrifcio pode existir que valeria para retificar a sua posio perante Deus?

    Jesus Cristo, portanto, o messas no-esperado. O povo esperava um messas, mas Jesus foi bem diferente do que se esperava. O evangelho j fora comunicado atravs do Antigo Testamento, mas no fora amplamente compreendido, nem a sua mensagem completamente desenvolvida. Agora com a vinda, morte e ressurreio de Jesus, a mensagem mais clara e mais confrontativa. necessrio fazer uma escolhaaceitar por completo as exigncias de uma vida completamente entregue a Deus em Jesus ou categoricamente desvincular-se de Deus. No existe outra opo: ou tudo, ou nada.

    Bibliografia: ALLEN, Clifton J., general editor. The Broadman Bible Commentary: Volume 1, Revised. Nashville: Broadman Press, 1973.

    (Citaes traduzidas por Chrstopher B. Harbin).

    AUNE, David E. Word Biblical Commentary, Volume 52C: Revelation 17-22. Dallas, TX: Word Books, Publisher, 1999.

    BAILLIE, Donald M. Deus Estava em Cristo: Ensaio Sobre Encarnao e Expiao. Traduo de Jaci Correia Maraschin. Rio de Janeiro: JU