apostila contabilidade tributária

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1 Contabilidade Tributária Contabilidade Tributária SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL O Sistema Tributário é um conjunto de princípios constitucionais, que regula o poder de tributar, as limitações deste poder e a repartição de suas receitas. O ideal é que o Sistema Tributário seja barato (o contribuinte deve suportar o pagamento, o que não significa necessariamente a menor alíquota); simples (deve ser entendido pelo contribuinte) e estável. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Planejamento tributário é um processo de gerenciamento dos aspectos tributários de uma empresa, tendo como finalidade a adequação e planejamento, visando ao controle das operações que tenham relação direta com os tributos. Tipos de Planejamento Tributário Operacional – refere-se aos procedimentos formais prescritos pelas normas ou pelo costume. Estratégico – implica mudança de algumas características estratégicas da empresa, tais como: estrutura de capital, tipos de empréstimos, contratação de mão de obra etc. Jurídico – em que se consideram exclusivamente os efeitos fiscais no tempo. Nesse caso, o planejamento ainda divide-se em preventivo, corretivo ou especial. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA A Contabilidade Tributária é o ramo da contabilidade responsável pelo gerenciamento dos tributos incidentes nas diversas atividades de uma organização. OU A Contabilidade Tributária é o ramo da contabilidade que tem por objetivo aplicar, na prática, conceitos, princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação tributária, de forma simultânea e adequada. (FABRETTI, 2009). A RELAÇÃO ENTRE A CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA E A LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA A Contabilidade Tributária está intrinsecamente ligada à expressão legislação tributária, pois visa atender às determinações da legislação tributária brasileira. “A expressão legislação tributária compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes”. (BRASIL, 2009a).A informação contábil precisa atender primariamente a dois pressupostos básicos, para que tenha validade integral no processo de gestão administrativa: necessidade da informação e planejamento e controle.

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Page 1: Apostila Contabilidade Tributária

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Contabilidade Tributária

Contabilidade Tributária SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

O Sistema Tributário é um conjunto de princípios constitucionais, que regula o poder de tributar, as limitações deste poder e a repartição de suas receitas.

O ideal é que o Sistema Tributário seja barato (o contribuinte deve suportar o pagamento, o que não significa necessariamente a menor alíquota); simples (deve ser entendido pelo contribuinte) e estável. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Planejamento tributário é um processo de gerenciamento dos aspectos tributários de uma empresa, tendo como finalidade a adequação e planejamento, visando ao controle das operações que tenham relação direta com os tributos. Tipos de Planejamento Tributário

• Operacional – refere-se aos procedimentos formais prescritos pelas normas ou pelo costume.

• Estratégico – implica mudança de algumas características estratégicas da empresa, tais como: estrutura de capital, tipos de empréstimos, contratação de mão de obra etc.

• Jurídico – em que se consideram exclusivamente os efeitos fiscais no tempo. Nesse caso, o planejamento ainda divide-se em preventivo, corretivo ou especial.

CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

A Contabilidade Tributária é o ramo da contabilidade responsável pelo gerenciamento dos tributos incidentes nas diversas atividades de uma organização.

OU

A Contabilidade Tributária é o ramo da contabilidade que tem por objetivo aplicar, na prática, conceitos, princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação tributária, de forma

simultânea e adequada. (FABRETTI, 2009). A RELAÇÃO ENTRE A CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA E A LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

A Contabilidade Tributária está intrinsecamente ligada à expressão legislação tributária, pois visa atender às determinações da legislação tributária brasileira. “A expressão legislação tributária compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes”. (BRASIL, 2009a).A informação contábil precisa atender primariamente a dois pressupostos básicos, para que tenha validade integral no processo de gestão administrativa: necessidade da informação e planejamento e controle.

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Contabilidade Tributária

O MÉTODO DA CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA CONSISTE EM:

a) adequar o planejamento tributário. b) fazer relatórios contábeis eficazes, que demonstrem a exatidão das contas do

patrimônio e do resultado. TRIBUTOS ( CONCEITO E ESPÉCIE)

De acordo com art. 3o do CTN, tributo é “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.

Prestação pecuniária

Significa que o tributo deve ser pago em unidades de moeda corrente, inexistindo o pagamento in natura ou in labore, ou seja o que é pago em bens ou em trabalho ou prestação de serviços. Prestação =dever do cidadão Pecúnia = dinheiro Exceção (Art. 156 do CTN) É a possibilidade de o contribuinte quitar sua dívida tributária, entregando determinado Imóvel (casa, apartamento ou terreno)

Compulsória Obrigação independente da vontade do contribuinte. Obrigação imposta pelo Estado.

Em moeda ou cujo valor nela se possa

exprimir

Os tributos são expressos em moeda corrente nacional (reais) ou por meio de indexadores. Exemplo: a um exportador de trigo não é permitido pagar seus impostos com uma quantidade X de trigo.

Que não constitua sanção de ato ilícito

As penalidades pecuniárias ou multas não se incluem no conceito de tributo.

O CTN faz a distinção do que é tributo e do que é multa. A multa é decorrente de

ato ilícito, isto é, ato que vai de encontro à lei e por isso há a sanção. Punição com a devida obrigação de pagamento em dinheiro.

• Tributo – pago em função de imposição por lei. • Multa – Punição pelo descumprimento da obrigação em pagar ou pelo

pagamento em atraso. • Juros – Atualização monetária em função da protelação do pagamento do

tributo

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Contabilidade Tributária

OUTROS CONCEITOS

Obrigação tributária É toda prestação que nasce compulsoriamente com a ocorrência de um fato jurídico, descrito na lei como gerador da obrigação (faz nascer a obrigação).

Fato Gerador É a situação definida na lei como necessária e suficiente para a sua ocorrência. É o fato que gera a obrigação de pagar o tributo.

Base de cálculo É o valor sobre o qual se aplica o percentual (ou alíquota) com a finalidade de apurar o montante a ser recolhido.

Alíquota É o percentual definido em lei que, aplicado sobre a base de calculo, determina o montante do tributo a ser recolhido.

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

No que se refere às espécies de tributos, o Sistema Tributário Nacional está

Estruturado de forma a permitir ao Estado a cobrança de:

• Impostos; • Taxas; • Contribuições de Melhorias; • Empréstimos Compulsórios; • Contribuições

IMPOSTOS

São tributos cujos contribuintes são os mesmos indivíduos que arcam com o ônus da respectiva contribuição.

O ônus é exclusivamente do contribuinte (o contribuinte de fato é o de direito).

Ex.: IR, Imposto sobre Importação (II), Imposto sobre Exportação (IEx), Imposto Territorial Rural (ITR), Imposto Transmissão Inter vivos (ITBI), Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), Imposto Propriedade Veículos Automotivos (IPVA), etc.). Classificação dos impostos:

(CTN, art. 16): É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação Independente de

qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Possui caráter geral, ou seja, se destina a cobrir as necessidades públicas gerais.

Os impostos se distinguem entre si pelos respectivos “fatos geradores” e com base

nessa distinção são atribuídos às diversas entidades em que se divide o Poder Político (Municipal, Estadual e Federal): • Sobre o comércio exterior; • Sobre o patrimônio e a renda; • Sobre a produção e a circulação; • Impostos especiais

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Contabilidade Tributária

Os impostos também podem ser segregados em diretos e indiretos:

Indiretos

• São os tributos cujo ônus da contribuição os contribuintes podem

transferir, total ou parcialmente, para terceiros; • Os impostos indiretos são pagos pelo comprador, a empresa é

somente a intermediária do imposto; • O ônus não é do contribuinte de direito. • Ex.: IPI e ICMS, que são cobrados pelo fisco do Produtor-Vendedor

(contribuinte de fato) que emite a nota fiscal, e cujo custo é transferido ao comprador de mercadoria (contribuinte de direito).

Diretos

• São tributos cujos contribuintes são os mesmos indivíduos que

arcam com o ônus da respectiva contribuição; • O ônus é exclusivamente do contribuinte (o contribuinte de fato é o

de direito). • Ex.: IR, Imposto sobre Importação (II), Imposto sobre Exportação

(IEx), Imposto Territorial Rural (ITR), Imposto Transmissão Inter vivos (ITBI), Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), Imposto Propriedade Veículos Automotivos (IPVA), etc.).

Com relação à sua cumulatividade os impostos podem ser segregados em:

Cumulativos

Incidem em todas as etapas intermediárias dos processos produtivo e/ou de comercialização de determinado bem, inclusive sobre o próprio imposto anteriormente pago, da origem até o consumidor final, influindo na composição de seu custo e, em consequência, na fixação de seu preço de venda. Ex.: ISS : A cumulatividade ocorre quando o serviço é prestado para outra empresa também prestadora de serviço. Assim, se uma empresa de construção civil constrói ou reforma um hospital, ou se uma empresa de decoração decora um hotel, o usuário do serviço arca com o ônus do imposto constante da fatura.

Não-Cumulativos

Compensa-se o que é devido em cada operação com o montante cobrado nas operações anteriores. Não incide sobre o mesmo imposto/tributo pago/recolhido na etapa anterior. Ex: IPI e ICMS.

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TAXAS

Taxas (CTN, art. 77): são vinculadas à atividade do Estado. É o tributo que tem como fato gerador o exercício de poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Ex.: Taxa de Coleta de Lixo; Taxa de Emissão de Documentos; Taxa de Conservação e Limpeza Pública; Taxa de Fiscalização de Estabelecimentos; etc.

CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

"A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado". (Art. 81).

Pode-se afirmar que a Contribuição de Melhoria difere-se da Taxa porque esta está

relacionada ao “serviço público” enquanto a Contribuição de Melhoria diz respeito à “obra pública”.

CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS

São instituídas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, para fazer face aos investimentos em determinado setor (ex.: social), tais como as contribuições:

• À seguridade social (CF, art. 195, 201 a 204); • Social do salário-educação (CF, art. 212, § 5o); • Para o Programa de Integração Social –PIS; • Para o Programa de Formação do Patrimônio Público – PASEP; • Para o Fundo de Investimento Social – COFINS.

EMPRESTIMOS COMPULSÓRIOS

O artigo 15 do CTN que somente a União, excepcionalmente, pode instituir empréstimos compulsórios. São os casos de: guerra externa, ou sua iminência; calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis; conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

REGIMES DE TRIBUTAÇÃO APLICADOS NO BRASIL

• Tributação sobre o Faturamento; • Tributação sobre o Lucro; • Tributação sobre a Folha de Salários.

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Contabilidade Tributária

TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE A RECEITA

Diversos são os tributos que incidem sobre a receita das empresas. Alguns atingem a maior parte das empresas e das receitas por elas obtidas, independentemente do setor de atividade. ICMS

• Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) é de

competência estadual. • Ele incide sobre a circulação de mercadorias, prestações de serviços de transporte

interestadual, ou intermunicipal, de comunicações, de energia elétrica. • Incide também sobre a entrada de mercadorias importadas e serviços prestados no

exterior. • Fato gerador: a saída da mercadoria do estabelecimento do contribuinte; fornecimento

de refeições; prestação de serviços de transporte; entre outros. IPI

• O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incide sobre produtos industrializados, nacionais e estrangeiros.

• São várias e estão presentes na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI).

• Fato gerador do IPI é o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira e a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial.

PIS/PASEP e COFINS

• São contribuintes do PIS/PASEP e COFINS as pessoas jurídicas de direito privado em geral, inclusive as pessoas a elas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, exceto as microempresas e as empresas de pequeno porte

• submetidas ao Simples Nacional (LC nº 123/2006). • Destinadas ao financiamento da Seguridade Social. • Incidentes sobre o lucro (CSLL), a receita ou o faturamento (PIS/PASEP e COFINS). • Apuração mensal. • Poderão ter alíquotas ou bases de cálculos diferenciadas, em razão da atividade

econômica, utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa (CF, art. 195, § 9º).

• A base de cálculo para Pessoa Jurídica é o faturamento.

Regime de incidência cumulativa

A base de cálculo é o total das receitas da pessoa jurídica, sem deduções em relação a custos, despesas e encargos. Nesse regime, as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins são, respectivamente, de 0,65% e de 3%.

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Contabilidade Tributária

Regime de incidência não-cumulativa Regime de incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins instituídos em

dezembro de 2002 e fevereiro de 2004, respectivamente. O diploma legal da Contribuição para o PIS/Pasep não-cumulativa é a Lei nº 10.637, de 2002, e o da Cofins a Lei nº 10.833, de 2003.

Permite o desconto de créditos apurados com base em custos, despesas e encargos

da pessoa jurídica. Nesse regime, as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins são, respectivamente, de 1,65% e de 7,6%. ISS

• Imposto sobre Serviços de qualquer natureza, • Fato Gerador: Incide sobre serviços de qualquer natureza, definidos em lei

complementar, exceto os serviços compreendidos pelo ICMS • Contribuinte é o prestador do serviço • A alíquota mínima é 2% • A alíquota máxima é 5%

CSLL

• A contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL ou CSSL) foi instituída pela Lei 7.689/1988.

• Aplicam-se à CSLL as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o imposto de renda das pessoas jurídicas, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor (Lei 8.981, de 1995, artigo 57).

• A partir de 01.09.2003, por força do artigo 22 da Lei 10.684/2003, a base de cálculo da CSLL, devida pelas pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido corresponde a: - 12% da receita bruta nas atividades comerciais, industriais, serviços hospitalares e de transporte; - 32% para: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e transporte; b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza.

• Da receita bruta poderão ser deduzidas as vendas canceladas, os descontos incondicionalmente concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou contratante, e do qual o vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero depositário (IPI e ICMS Substituição Tributária).

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Contabilidade Tributária

TRIBUTAÇÃO SO BRE A RENDA IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS FÍSICAS (IRPF)

O imposto de renda das pessoas físicas é calculado segundo uma tabela progressiva.

TABELA DO IRF - VIGÊNCIA A PARTIR DE 01.04.2015

(Medida Provisória 670/2015)

Dedução Por Dependente (R$)

Dedução Por Aposentadoria (R$)

Redutor (R$)

189,59 1.903,98 0,000 Base de Calculo Alíquota (%) Parcela a Deduzir (R$)

de 0,00 até 1.903,98 0,00 0,00 de 1.903,99 até 2.826,65 7,50 142,80 de 2.826,66 até 3.751,05 15,00 354,80 de 3.751,06 até 4.664,68 22,50 636,13

Acima de 4.664,99 27,50 869,36

CONTRIBUIÇÃO PARA A SEGURIDADE SOCIAL (INSS)

A parcela da contribuição social devida pelo empregado e que compõe a carga tributária sobre a renda é calculada, conforme determina a legislação, aplicando linearmente a alíquota nominal para cada faixa de renda sobre o Rendimento Médio Mensal até o limite R$ 513,01.

Tabela Vigente a partir de 01.01.2015 - Portaria Interministerial MPS/MF 13/2015

SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS

até 1.399,12 8% de 1.399,13 até 2.331,88 9% de 2.331,89 até 4.663,75 11%

De acordo com a Portaria Interministerial MPS/MF nº 13, de 9 janeiro de 2015,

valor do salário-família será de R$ 37,18, por filho de até 14 anos incompletos ou inválido, para quem ganhar até R$ 725,02. Já para o trabalhador que receber de R$ 725,02 até R$1.089,72, o valor do salário-família por filho de até 14 anos de idade ou inválido de qualquer idade será de R$ 26,20.

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Contabilidade Tributária

CONTRIBUIÇÃO PARA O FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO (FGTS)

O FGTS é um fundo criado pelo governo federal para proteger o trabalhador demitido sem justa causa, mediante uma conta vinculada ao contrato de trabalho. Sua principal fonte de recursos é a contribuição efetuada pelos empregadores, correspondente a 8% da remuneração do empregado. TRIBUTAÇÃO SOBRE PESSOAS JURÍDICAS

• Simples Nacional • Lucro Presumido. • Lucro Real. • Lucro Arbitrado.

REGIME SIMPLES NACIONAL

• O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.

• Abrange a participação de todos os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

• É administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios.

Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o cumprimento das seguintes condições:

• enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte; • cumprir os requisitos previstos na legislação; e • formalizar a opção pelo Simples Nacional. • Características principais do Regime do Simples Nacional: • ser facultativo; • ser irretratável para todo o ano-calendário; • abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a

Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica (CPP);

• recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento único de arrecadação - DAS;

• disponibilização às ME/EPP de sistema eletrônico para a realização do cálculo do valor mensal devido, geração do DAS e, a partir de janeiro de 2012, para constituição do crédito tributário;

• apresentação de declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais;

• prazo para recolhimento do DAS até o dia 20 do mês subsequente àquele em que houver sido auferida a receita bruta;

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Contabilidade Tributária

TABELA DO SIMPLES NACIONAL

ANEXO I (Vigência a Partir de 01.01.2012) Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Comércio

Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep CPP ICMS

Até 180.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25%

De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86%

De 360.000,01 a 540.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33%

De 540.000,01 a 720.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%

De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%

De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%

De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%

De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%

De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%

De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%

De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%

De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%

De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%

De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%

De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%

De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%

De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%

De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%

De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%

De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%

• Exemplo do cálculo do Simples Nacional pela tabela do Anexo I. Mês de tributação: Março de 2015 Receita do mês de março: R$ 13.000,00 Receitas auferidas entre março/2014 e Fevereiro/2015: R$ 220.000,00 Alíquota da Tabela 1 a ser aplicada sobre a receita mensal: 5,47% SIMPLES NACIONAL DEVIDO: R$ 13.000,00 x 5,47% = R$ 711,10. • Observação: O valor do INSS está incluso no percentual mensal a ser recolhido aos

trabalhadores, cuja mão de obra é empregada somente em atividades que se enquadram nas tabelas 1 a 3.

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Contabilidade Tributária

TABELA DO SIMPLES NACIONAL ANEXO III (Vigência a Partir de 01.01.2012)

Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Receitas de Locação de Bens Móveis e de Prestação de Serviços

Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep CPP ISS

Até 180.000,00 6,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 4,00% 2,00%

De 180.000,01 a 360.000,00 8,21% 0,00% 0,00% 1,42% 0,00% 4,00% 2,79%

De 360.000,01 a 540.000,00 10,26% 0,48% 0,43% 1,43% 0,35% 4,07% 3,50%

De 540.000,01 a 720.000,00 11,31% 0,53% 0,53% 1,56% 0,38% 4,47% 3,84%

De 720.000,01 a 900.000,00 11,40 % 0,53% 0,52% 1,58% 0,38% 4,52% 3,87%

De 900.000,01 a 1.080.000,00 12,42% 0,57% 0,57% 1,73% 0,40% 4,92% 4,23%

De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 12,54% 0,59% 0,56% 1,74% 0,42% 4,97% 4,26%

De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 12,68% 0,59% 0,57% 1,76% 0,42% 5,03% 4,31%

De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 13,55% 0,63% 0,61% 1,88% 0,45% 5,37% 4,61%

De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 13,68% 0,63% 0,64% 1,89% 0,45% 5,42% 4,65%

De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 14,93% 0,69% 0,69% 2,07% 0,50% 5,98% 5,00%

De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 15,06% 0,69% 0,69% 2,09% 0,50% 6,09% 5,00%

De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 15,20% 0,71% 0,70% 2,10% 0,50% 6,19% 5,00%

De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 15,35% 0,71% 0,70% 2,13% 0,51% 6,30% 5,00%

De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 15,48% 0,72% 0,70% 2,15% 0,51% 6,40% 5,00%

De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 16,85% 0,78% 0,76% 2,34% 0,56% 7,41% 5,00%

De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 16,98% 0,78% 0,78% 2,36% 0,56% 7,50% 5,00%

De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 17,13% 0,80% 0,79% 2,37% 0,57% 7,60% 5,00%

De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 17,27% 0,80% 0,79% 2,40% 0,57% 7,71% 5,00%

De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 17,42% 0,81% 0,79% 2,42% 0,57% 7,83% 5,00%

• Exemplo do cálculo do Simples Nacional pela tabela do Anexo III. Mês de tributação: Março de 2015 Receita do mês de março: R$ 13.000,00 Receitas auferidas entre março/2014 e Fevereiro/2015: R$ 220.000,00 Alíquota da Tabela 1 a ser aplicada sobre a receita mensal: 8,21% SIMPLES NACIONAL DEVIDO: R$ 13.000,00 x 8,21% = R$ 1.067,30

Page 12: Apostila Contabilidade Tributária

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Contabilidade Tributária

LUCRO PRESUMIDO • É uma forma de tributação simplificada para determinação da base de cálculo do imposto

de renda e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido - CSLL das pessoas jurídicas. • A sistemática é utilizada para presumir o lucro da pessoa jurídica a partir de sua receita

bruta e outras receitas sujeitas à tributação. • IRPJ sobre o Lucro Presumido será pago sobre a base de cálculo presumida, à alíquota de

15%. • A parcela do Lucro Presumido (ou seja, a base de cálculo) que exceder ao valor resultante

da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração, sujeita-se à incidência de adicional de imposto à alíquota de 10% (dez por cento).

• A base de cálculo do imposto e do adicional, decorrente da receita bruta, em cada trimestre, será determinada mediante a aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida no período de apuração, obedecidas as demais disposições (Lei 9.249/1995, artigo 15; e Lei 9.430/1996, artigos 1° e 25, inciso I).

• Embora não seja um regime obrigatório, o Lucro Presumido é bastante difundido devido a sua simplicidade e, principalmente, por questões de estratégia tributária, pois pode representar economia tributária, sobretudo nas empresas altamente lucrativas. Portanto, se não houver impedimento, pode ser uma boa ferramenta de planejamento tributário

A base de cálculo da CSLL corresponde a: 12% da receita bruta nas atividades

comerciais, industriais, serviços hospitalares e de transporte e 32% para: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e transporte; b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de

qualquer natureza. Para fins de determinação do IRPJ os percentuais são diversificados, conforme

tabela a seguir:

Espécies de atividades Percentuais sobre a receita

Revenda a varejo de combustíveis e gás natural 1,6%

· Venda de mercadorias ou produtos · Transporte de cargas · Atividades imobiliárias · Serviços hospitalares · Atividade Rural · Industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante · Outras atividades não especificadas (exceto prestação de serviços)

8 %

· Serviços de transporte (exceto o de cargas) · Serviços gerais com receita bruta até R$ 120.000/ano

16%

· Serviços profissionais (médicos, dentistas, advogados, contadores, auditores, engenheiros, consultores, economistas, etc.)

· Intermediação de negócios · Administração, locação ou cessão de bens móveis/imóveis ou direitos · Serviços de construção civil, quando a prestadora não empregar materiais de sua

propriedade nem se responsabilizar pela execução da obra (ADN Cosit 6/97). · Serviços em geral, para os quais não haja previsão de percentual específico

32%

No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado sobre a receita bruta de cada atividade o respectivo percentual

1,6 a 32%

Page 13: Apostila Contabilidade Tributária

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Contabilidade Tributária

LUCRO REAL: • É o lucro líquido do período apurado contabilmente, ajustado pelas adições, exclusões

ou compensações permitidas pela legislação vigente. • A base de cálculo do imposto, determinada segundo a lei vigente na data de ocorrência

do fato gerador, é o lucro real correspondente ao período de apuração. • O imposto será determinado com base no lucro real por períodos de apuração

trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário.

• No caso da apuração com base no lucro real, o contribuinte tem a opção de apurar anualmente o imposto devido, devendo, entretanto, recolher mensalmente o imposto por estimativa.

• A pessoa jurídica, seja comercial ou civil o seu objeto, pagará o imposto à alíquota de 15% (quinze por cento) sobre o lucro real, apurado de conformidade com o Regulamento. O disposto neste item aplica-se, inclusive, à pessoa jurídica que explore atividade rural.

• A parcela do lucro real que exceder ao valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração, sujeita-se à incidência de adicional de imposto à alíquota de 10% (dez por cento).

LUCRO ARBITRADO • O arbitramento de lucro é uma forma de apuração da base de cálculo do imposto de

renda utilizada pela autoridade tributária ou pelo contribuinte. • É aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica deixar de cumprir as

obrigações acessórias relativas à determinação do lucro real ou presumido, conforme o caso. Por exemplo: quando o contribuinte optante pelo lucro real não tem o livro diário ou razão, quando deixa de escriturar o livro inventário, etc.

• Quando conhecida a receita bruta, e, desde que ocorrida qualquer das hipóteses de arbitramento previstas na legislação fiscal, o contribuinte poderá efetuar o pagamento do imposto de renda correspondente com base nas regras do lucro arbitrado.

• A partir de 01.01.1997, a tributação com base no lucro arbitrado ocorrerá trimestralmente, em períodos de apuração encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário (RIR/1999, artigo 220 e 530).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TAMANINI, Delci. Contabilidade Tributária: Idaial: Uniasselvi, 2013. BORGES, Humberto Bonavides. Planejamento Tributário: IPI, ICMS, ISS e IR. 13.ed. rev.,atual e ampl. São Paulo: Atlas,2014. SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. http://www.portaltributario.com.br/planejamento.htm http://www.receita.fazenda.gov.br