apostila conhecimentos bancarios

85
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS www.escolaecia.com.br

Upload: eliane-ferreira

Post on 29-Jun-2015

1.420 views

Category:

Documents


8 download

TRANSCRIPT

Page 1: Apostila Conhecimentos Bancarios

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

www.escolaecia.com.br

Page 2: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

DE CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

1 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Conselho monetário nacional Banco central do brasil Comissão de valores mobiliários Conselho de recursos do sistema financeiro nacional Bancos comerciais Caixas econômicas Cooperativas de crédito Bancos comerciais cooperativos Bancos de investimento Bancos de desenvolvimento Sociedades de crédito, financiamento e investimento Sociedades de arrendamento mercantil Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários Bolsas de valores Bolsas de mercadorias e de futuros Sistema especial de liquidação e custódia (SELIC) Central de liquidação financeira e de custódia de títulos (CETIP) Sociedades de crédito imobiliário Associações de poupança e empréstimo

2 Sistema de Seguros Privados e Previdência Complementar:

Conselho Nacional de Seguros Privados Superintendência de Seguros Privados Conselho de Gestão da Previdência Complementar Secretaria de Previdência Complementar Instituto de Resseguros do Brasil Sociedades seguradoras Sociedades de capitalização Entidades abertas e entidades fechadas de previdência privada Corretoras de seguros Sociedades administradoras de seguro-saúde

3 Sociedades de fomento mercantil (factoring)

Sociedades administradoras de cartões de crédito 4 Produtos e serviços financeiros:

Depósitos À Vista Depósitos a prazo (CDB e RDB) Letras de câmbio Cobrança e pagamento de títulos e carnês Transferências automáticas de fundos Commercial papers Arrecadação de tributos e tarifas públicas Home/office banking Remote banking

Page 3: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

Banco virtual Dinheiro de plástico Conceitos de corporate finance Fundos mútuos de investimento Hot money Contas garantidas Crédito rotativo Descontos de títulos Financiamento de capital de giro Vendor finance/compror finance Leasing (tipos, funcionamento, bens) Financiamento de capital fixo Crédito direto ao consumidor Crédito rural Cadernetas de poupança Financiamento à importação e à exportação: repasses de recursos do BNDES Cartões de crédito Títulos de capitalização Planos de aposentadoria e pensão privados Planos de seguros

5 Mercado de capitais:

Ações: características e direitos Debêntures Diferenças entre companhias abertas e companhias fechadas Operações de underwriting Funcionamento do mercado à vista de ações Mercado de balcão Operações com ouro

6 Mercado de câmbio:

Instituições autorizadas a operar Operações básicas Contratos de câmbio: características Taxas de câmbio Remessas SISCOMEX

7 Operações com derivativos:

Características básicas do funcionamento do mercado a termo Do mercado de opções Do mercado futuro Das operações de swap

8 Garantias do Sistema Financeiro Nacional:

Aval Fiança Penhor mercantil Alienação fiduciária Hipoteca Fianças bancárias Fundo Garantidor de Crédito (FGC)

TESTES

Page 4: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

SISTEMA FINANCEIRO

NACIONAL: Estrutura O Sistema Financeiro pode ser

conceituado como um conjunto de instituições (instituições financeiras) com o objetivo de propiciar condições satisfatórias para a manutenção de um fluxo de recursos entre poupadores e investidores.

É exatamente o Sistema financeiro que

permite que um agente econômico qualquer (seja ele indivíduo ou empresa) sem perspectivas de aplicação, em algum empreendimento próprio, da poupança que é capaz de gerar, seja colocado em contato com outro, cujas perspectivas de investimento superam as respectivas disponibilidades de poupança.

Caracterização legal do Sistema

Financeiro Nacional Lei de Reforma Bancária 4.564/64 Art. 17):

"Consideram-se Instituições Financeiras,

para efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas publicas e privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, a intermediação ou a aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. "

Parágrafo único - "Para os efeitos desta lei e da legislação em vigor, equiparam-se às instituições financeiras as pessoas

físicas que exerçam qualquer das atividades refendas neste artigo, de forma permanente ou eventual.

• Classificação das instituições

financeiras: • Intermediários Financeiros x

Instituições Auxiliares: 1. Os Intermediários Financeiros são

Instituições Financeiras que emitem seus próprios passivos, ou seja, captam poupança diretamente do público, por sua própria iniciativa e responsabilidade, para aplicação destes recursos junto às empresas, através de empréstimos e financiamentos. Como exemplos dessa classe de instituições temos os Bancos Comerciais, as Caixas Econômicas e os Bancos de Investimentos, entre outros.

2. Instituições Auxiliares são Instituições Financeiras que não emitem seus próprios passivos, mas apenas colocam em contato os poupadores e os investidores. Como exemplo desta classe de instituições temos a Bolsa de Valores.

• Caracterização das Instituições

Financeiras quanto à capacidade de criar ou não moeda escritural:

A Instituição Financeira que possui a

capacidade de criar moeda escritural faz parte do chamado sistema monetário, que é representado pelos bancos comerciais (oficiais e privados) e pelos bancos múltiplos com carteira comercial.

OBS. a moeda escritural é um título

representativo da moeda, emitido sem que, no entanto, exista um respectivo lastro em papel moeda (como por exemplo o cheque)

Page 5: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

4

Órgãos de Regulação e Fiscalização Bancos Múltiplos com Carteira Comercial Bancos Comerciais Caixas Econômicas

Instituições Financeiras Captadoras de Depósitos

à Vista Cooperativas de Crédito Bancos Múltiplos sem Carteira Comercial Bancos de Investimento Bancos de Desenvolvimento Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento Sociedades de Crédito Imobiliário Companhias Hipotecárias Associações de Poupança e Empréstimo

Demais Instituições Financeiras

Sociedades de Crédito ao Microempreendedor Bolsas de Mercadorias e de Futuros Bolsas de Valores Agências de Fomento ou de Desenvolvimento Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários Sociedades de Arrendamento Mercantil Sociedades Corretoras de Câmbio Representações de Instituições Financeiras Estrangeiras

Outros intermediários ou Auxiliares Financeiros

Agentes Autônomos de Investimento Entidades Fechadas de Previdência Privada Entidades Abertas de Previdência Privada Sociedades Seguradoras Sociedades de Capitalização

Entidades Ligadas aos Sistemas de Previdência

e Seguros Sociedades Administradoras de Seguro-Saúde Fundos Mútuos Clubes de Investimentos Carteiras de Investidores Estrangeiros

Entidades Administradoras

de Recursos de Terceiros Administradoras de Consórcio Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos - CETIP

C M N

Conselho Monetário Nacional

Banco Central do Brasil

Comissão de Valores Mobiliários

Superintendência de Seguros Privados

Secretaria de Previdência Complementar

Sistemas de Liquidação e Custódia

Caixas de Liquidação e Custódia

Como funciona ? (CMN) – Conselho Monetário Nacional: é

responsável pelas políticas monetária e cambial, pela segurança e eficácia do sistema financeiro. Coordenador da política creditícia e da dívida pública. Transformando-se num conselho de política econômica. O CMN é a entidade superior do sistema financeiro.

Composição do CMN: Presidente do Banco Central do Brasil Ministro da Fazenda Ministro do Planejamento

Atribuições específicas: - autorizar as emissões de papel-moeda; - aprovar os orçamentos monetários

preparados pelo BACEN; - disciplinar o crédito em suas

modalidades e as formas das operações creditícias;

- estabelecer limites para a remuneração das operações e serviços bancários ou financeiros;

- determinar as taxas do recolhimento compulsório das instituições financeiras;

Page 6: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

5

- estabelecer normas a serem seguidas pelo BACEN nas transações com títulos públicos;

- regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições financeiras que operam no país.

(BACEN) – Banco Central do Brasil: Órgão regulamentador e supervisionador

das atividades das instituições financeiras no Brasil. É responsável pela regulamentação, exercício da política monetária e pela orientação e fiscalização do sistema financeiro. Está sediado em Brasília, possuindo representações regionais em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.

São de sua privativa competência: - emitir papel-moeda e moeda metálica

nas condições e limites autorizados pela CMN;

- regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;

- efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;

- exercer o controle de crédito sob todas as suas formas;

- exercer a fiscalização das instituições financeiras, punindo-as quando necessário;

- autorizar o funcionamento de todas as instituições financeiras;

- vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais;

- controlar o fluxo de capitais estrangeiros.

(CVM) – Comissão de Valores

Mobiliários: É o órgão normativo do sistema

financeiro, voltado para o desenvolvimento, a disciplina e a fiscalização do mercado de valores mobiliários não emitidos pelo sistema financeiro e pelo Tesouro Nacional, basicamente o mercado de ações e debêntures.

É uma entidade auxiliar, autárquica, autônoma e descentralizada mas vinculada ao Governo.

Seus objetivos fundamentais são:

- estimular a aplicação de poupança no mercado acionário;

- assegurar o funcionamento eficiente e regular das bolsas de valores e instituições auxiliares que operem neste mercado;

- proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e outras tipos de atos ilegais que manipulam preços de valores mobiliários nos mercados primários e secundários de ações

- fiscalizar a emissão, o registro, a distribuição e a negociação de títulos emitidos pelas sociedades anônimas de capital aberto.

“A CVM é o “xerife”, do mercado acionário”

BANCOS: Podem descontar títulos; realizar

abertura de crédito simples ou em contas correntes; realizar operações de crédito rural, de câmbio e comércio internacional; captar depósitos a prazo fixo e etc.

(CCVM) Sociedades Corretoras de

Valores Mobiliários: São instituições típicas do mercado acionário, operando com compra, venda e distribuição de títulos e valores mobiliários por conta de terceiros. Elas fazem a intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias e futuros. Efetuam lançamentos público de ações; administram carteiras e custodiam valores mobiliários. Instituem, organizam e administram fundos de investimento; operam no mercado aberto e intermediam operações de câmbio.

(DTVM) Soc. Distribuidores de Valores

Mobiliários: Suas atividades são mais restritas do

que a das corretoras, já que não tem acesso direto a Bovespa e a BM&F.

Suas funções básicas: - subscrição isolada ou em consórcio de

emissão de títulos e valores mobiliários para revenda;

- intermediação da colocação de emissões no mercado;

- operações no mercado aberto.

Page 7: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

6

(BOVESPA) Bolsa de Valores de São Paulo:

É uma associação civil, sem finalidade lucrativa. Portanto, uma entidade privada.

(BM&F) – Bolsa Mercantil e Futuros: é

uma associação civil, sem finalidade lucrativa. Portanto, uma entidade privada.

APÊNDICE: 1) BNDES - Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico Social: é a principal instituição financeira fomento do país. Tem como premissa o fortalecimento e desenvolvimento do setor empresarial e atividades agrícolas.

2) CEF – Caixa Econômica Federal: é a

instituição financeira responsável pela operacionalização das políticas do Governo federal para a habitação e Saneamento básico.

3) SOMA – administra o mercado de

balcão organizado no Brasil, através de um sistema eletrônico de negociação dirigido por ofertas registradas por formadores de mercado e instituições financeiras associadas.

CONSELHO MONETÁRIO

NACIONAL (CMN) O Conselho Monetário Nacional é um

órgão normativo, não possuindo funções executivas. Ele é o responsável pela fixação das diretrizes da política monetária creditícia e cambial do país, transformando-se assim num conselho de política econômica.

Ao longo de sua existência, o CMN teve

diferentes constituições de membros, a saber:

Governo Número de membros do

CMN Castelo Branco

6

Costa e Silva 4 Médici 10 Geisel 8

Figueiredo 8 Collor 11 Itamar 13

A Medida Provisória (MP) Nº 542, de

30/06/94 (que criou o Plano Real) simplificou a composição do CMN e criou, como órgão subordinado ao CMN, a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito para regulamentar a matéria constante desta MP.

Composição atual do CMN: • Ministro da Fazenda (Presidente); • Ministro-Chefe da Secretaria de

Planejamento ; • Presidente do Banco Central; Composição da Comissão técnica da

Moeda e do Crédito: • Presidente do Banco Central; • Presidente da Comissão de Valores

Mobiliários; • Secretários do Tesouro Nacional e da

Política Econômica do ministério da Fazenda;

• Diretores de Política Monetária, de Assuntos Internacionais e de Normas e Organizaçáo do Sistema Financeiro (do Banco Central);

Funcionam, também, junto ao CMN, as

seguintes comissões consultivas de: • Normas e Organizações do Sistema

Financeiro • Mercado de Valores Mobiliários e de

Futuros; • Crédito Rural; • Crédito Industrial; • Endividamento Público; • Política Monetária e Cambial; • Processos Administrativos; Competências do Conselho Monetário

Nacional • adaptar o volume dos meios de pa-

gamento as reais necessidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento;

Page 8: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

7

• regular o valor interno da moeda, prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa;

• regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos do País

• orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras públicas ou privadas, de forma a garantir condições favoráveis ao desenvolvimento equilibrado da economia nacional;

• propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, de forma a tornar mais eficiente o sistema de pagamento e mobilização de recursos;

• zelar pela liquidez e pela solvência das instituições financeiras; e

• coordenar as políticas monetária, cre-ditícia, orçamentária fiscal e da dívida pública interna e externa.

Atribuições específicas do CMN: • Autorizar a emissão de papel moeda; • aprovar os orçamentos monetários

preparados pelo BC • fixar diretrizes e normas da política

cambial; • disciplinar o crédito em suas modali-

dades e as formas das operações creditícias;

• estabelecer limites para a remuneração das operações e serviços bancários ou financeiros;

• determinar as taxas do recolhimento compulsório das instituições financeiras.

Este recolhimento compulsório das

instituições financeiras tem a função clássi-ca de instrumento de política monetária, ou seja, é o que vai . garantir que elas irão emprestar dentro dos limites estabelecidos pelas autoridades monetárias.

• regular as operações de redesconto de liquidez;

As operações de redesconto (empréstimos que o Banco Central faz para instituições financeiras) são responsáveis por garantir que uma instituição financeira possa honrar seus compromissos mesmo

que, no momento, não exista numerário em caixa.

• outorgar ao BC o monopólio de ope-rações de câmbio quando o balanço de pagamento o exigir;

• estabelecer normas a serem seguidas pelo BC nas transações com títulos públicos"

• regular a instituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições financeiras que operem no país.

BANCO CENTRAL DO BRASIL

(BACEN OU BC) O BC é a entidade criada para atuar

como órgão executivo central do sistema financeiro, cabendo-lhe a responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo CMN.

Atribuições do BC: • emitir papel moeda e moeda metálica

nas condições e limites autorizados pelo CMN

• executar os serviços do meio circu-lante;

Os serviços do meio circulante são

basicamente colocação de moeda em cir-culação (com as instituições financeiras) e recolher moeda (das instituições financei-ras).

• receber os recolhimentos compulsóri-

os dos bancos comerciais e os depósitos voluntários das instituições financeiras e bancárias que operam no País;

• realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras dentro de um enfoque de política econômica do Governo ou como socorro a problemas de liquidez;

• regular a e dos serviços de compensação cheques e outros papéis;

Page 9: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

8

• efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos federais;

• emitir títulos de responsabilidade própria de acordo com as condições estabelecidas pelo CMN;

• exercer o controle de crédito sob to-das as suas formas,-

• exercer a fiscalização das instituições financeiras, punindo-as quando necessário

• autorizar o funcionamento, estabele-cendo a dinâmica operacional, de todas as instituições financeiras;

• estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras privadas;

• vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais;

• controlar o fluxo de capitais estrangeiros garantindo o correto funcionamento do mercado cambial, operando, inclusive, via ouro, moeda ou operações de crédito no exterior.

De acordo com suas atribuições, o BC

pode ser considerado como:

CLASSIFICAÇÃO ATRIBUIÇÃO Banco dos Bancos

• Depósitos compulsórios

• Redesconto de Liquidez

Gestor do Sistema Fi-nanceiro Nacional

• Normas/autorizações

• Fiscalização/intervenção

Executor da política monetária

• Controle dos meios de pagamento (Liquidez do mercado)

• Orçamento Monetá-rio/instrumentos de política monetária

Banco Emissor • Emissão do meio circulante

• Saneamento do meio circulante

Banqueiro do Governo

• Financiamento do Tesouro Nacional (via emissão de

títulos públicos) • Administração da

dívida pública interna e externa

• Gestor e fiei depositário das reservas internacionais do País

• Representante junto às instituições financeiras in-ternacionais

Por meio do BC, o estado intervém di-

retamente no sistema financeiro e, indire-tamente, na economia.

Bancos centrais independentes (em

outros países): • Em países como Alemanha, Japão e

Estados Unidos, O Banco Central é independente, ou seja, seus diretores são designados pelo congresso para um mandato fixo e não há subordinação do banco central ao tesouro. Nesses países, o Banco Central funciona como um guardião da moeda, impedindo que os gastos do governo sejam bancados pela emissão de dinheiro.

COMISSÃO DE VALORES

MOBILIÁRIOS (CVM) A CVM é um órgão normativo, voltado

ara o desenvolvimento, a disciplina e a fiscalização do mercado de valores mobiliá-rios não emitidos pelo sistema financeiro e pelo Tesouro Nacional, basicamente o mercado de ações e debêntures.

Classificação: • entidade Auxiliar (que não emite pas-

sivo próprio); • entidade autárquica; • entidade autônoma; • descentralizada (sem relação de hie-

rarquia com os órgãos do governo); • vinculada ao Governo. Objetivos (o fortalecimento do mercado

de ações):

Page 10: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

9

• estimular a aplicação de poupança no mercado acionário;

• assegurar o funcionamento eficiente e regular das bolsas de valores e instituições auxiliares que operem neste mercado

• proteger os titulares de valores mobi-liários contra emissões irregulares e outros tipos de atos ilegais que manipulem preços de valores mobiliários nos mercados primário (quando o emissor do título é o próprio alienante) e secundário (quando o título está sendo vendido por terceiros) de ações;

• fiscalizar a emissão, o registro, a dis-tribuição e a negociação de títulos emitidos pelas sociedades anônimas de capital aberto.

CONSELHO DE RECURSOS DO

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL DECRETO Nº 91.152 DE 15 DE

MARÇO DE 1985. Cria o Conselho de Recursos do

Sistema Financeiro Nacional e dá outras providências

O Vice-Presidente da República, no exercício do cargo de Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 81, item V, da Constituição,

DECRETA: Art. 1º - fica criado, no Ministério da

Fazenda, o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, com a finalidade de julgar, em segunda e última instância, os recursos interpostos das decisões relativas à aplicação de penalidades administrativas previstas:

I - no inciso XXVI do art. 4º e no § 5º do art. 44, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964; no art. 3º do Decreto-Lei nº 448, de 3 de fevereiro de 1969; e no parágrafo único do art. 25 da Lei nº 4.131, de 3 de setembro de 1962, com a redação que lhe deu a Lei nº 4.390, de 29 de agosto de 1964;

II - no § 4º do art. 11 da Lei nº 6.385, de 07 de dezembro de 1976;

III - no § 2º do art. 43 da Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964, combinado com o § 7º do art. 4º da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964; e

IV - no § 2º do art. 2º do Decreto-Lei nº 1.248,de 29 de novembro de 1972, e no art. 74 da Lei nº 5.025, de 10 de junho de 1966.

Parágrafo único - Fica o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional classificado como órgão de deliberação coletiva de segundo grau (letra " b" do art. 1º do Decreto nº 69.382, de 19 de outubro de 1971).

Art. 2º - O Conselho de Recursos do

Sistema Financeiro Nacional será integrado por oito Conselheiros, de reconhecida competência e possuidores de conhecimentos especializados em assuntos relativos aos mercados financeiro e de capitais, observada a seguinte composição:

I - um representante do Ministério da Fazenda;

II - um representante do Banco Central do Brasil;

III - um representante do Banco Nacional da Habitação;

IV - um representante da Comissão de Valores Mobiliários; e

V - quatro representantes das entidades de classe dos mercados financeiro e de capitais, por estas indicados em lista tríplice, por solicitação do Ministro da Fazenda.

§ 1º - Os membros do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional e seus respectivos suplentes serão designados pelo Ministro da Fazenda, com mandato de dois anos, podendo ser reconduzidos uma única vez.

§ 2º - Junto ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, funcionará um Procurador da Fazenda Nacional, designado pelo Procurador-Geral da Fazenda Nacional, com a atribuição de zelar pela fiel observância das leis, decretos, regulamentos e demais atos normativos.

§ 3º - O Conselho terá como Presidente o representante do Ministério da Fazenda e como Vice-Presidente a pessoa assim designada pelo Ministro da Fazenda entre

Page 11: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

10

os representantes referidos no item V do caput deste artigo.

Art. 3º - O Banco Central do Brasil, a

Comissão de Valores Mobiliários, a Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil S/A e os Órgãos do Ministério da Fazenda proporcionarão o apoio técnico e administrativo necessário ao funcionamento do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.

Art. 4º - A organização e o

funcionamento do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional serão fixados em Regimento Interno aprovado pelo Ministro da Fazenda, nos termos da legislação aplicável.

Art. 5º - O Conselho Monetário Nacional

prosseguirá no julgamento dos recursos que eram de sua competência, enquanto não estiver em funcionamento o órgão colegiado de que trata este Decreto.

Art. 6º - Este Decreto entrará em vigor

na data de sua publicação. Brasília, em 15 de março de 1985; 164º

da Independência e 97º da República. JOSÉ SARNEY Francisco Neves Dornelles BANCOS COMERCIAIS (BC) Conceito: • Os Bancos Comerciais são intermedi-

ários financeiros que recebem recursos de quem tem e os distribuem através do crédito seletivo a quem necessita de recursos, naturalmente, criando moeda através do efeito multiplicador do crédito. O objetivo é proporcionar suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários para financiar, a curto e médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços e as pessoas físicas.

Operações: • Ativas • descontar títulos;

• abertura de crédito simples ou em conta corrente;

• crédito rural, de câmbio e comércio internacional;

• Passivas • captar depósitos à vista; Conta corrente • captar depósitos a prazo fixo; CDB - certificado de depósito bancário

título de renda fixa, préIpós-fixado, transferível.

RDB - registro de depósito bancário -titulo de renda fixa, préIpós-fixado, in-transferível

• obter recursos junto a instituições ofi-ciais para repasse a clientes;

• obter recursos externos,, • Efetuar prestação de serviços, inclu-

sive mediante convênio. Cobrança de títulos e arrecadação de

tarifas e tributos públicos. CAIXAS ECONÔMICAS (CE) Conceito: • As caixas econômicas, como ativida-

de %inci pai, integram o Sistema Brasileiro de upança e empréstimo e o Sistema Financeiro da Habitação. Juntamente com os Bancos Comerciais são as mais antigas instituições do Sistema Financeiro nacional.

Operações: • Ativas • Operações ativas (crédito e financia-

mento) de bancos comerciais; • crédito direto ao consumidor, financi-

ando bens de consumo duráveis; • emprestar sob garantia de penhor in-

dustrial e caução de títulos; • operações de empréstimo sob

penhor de bens pessoais e sob consignação (a caixa econômica possui o monopólio dessas operações).

• Passivas • captar depósitos a vista; • Prestação de serviços (basicamente

dirigidos a pessoas físicas);

Page 12: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

11

• depósitos em cadernetas de poupan-ça;

• recolhimento do FGTS. Observações: • São instituições de cunho eminente-

mente social, concedendo empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e es-porte.

COOPERATIVAS DE CRÉDITO

(CC) Conceito: • As cooperativas de crédito são insti-

tuições que atuam basicamente no setor primário da economia, com o objetivo de permitir uma melhor comercialização de produtos rurais e criar facilidades para o escoamento das safras agrícolas para os centros consumidores.

• Os usuários finais do crédito são sempre os cooperados.

• Existem também cooperativas que nascem a partir da associação de funcionários de uma determinada empresa e suas Operações ficam restritas aos cooperados Funcionários da empresa);

• A cooperativa se equipara a uma ins-titui Co financeira conforme o disposto na Lei Nº 4.595, de 31/12164.

Operações: • Ativas • oferecimento de crédito aos funcioná-

rios; • Passivas • cobrança de uma pequena contribui-

ção mensal, muitas vezes descontada em folha de pagamento podendo ser na forma de um percentual fixo sobre o salário (geralmente entre 1 e 5 %).

• captação de depósitos a vista; captação a custo zero.

• captação de depósitos a prazo

• captação remunerada - RDC - recibo de deposito de cooperativas.

Observações: • Para efeito de constituição, a Lei Co-

operativista No. 5.764, de 16/12171, estabeleceu que as cooperativas de créditos singulares são constituídas pelo número mínimo de 20 pessoas mas ela somente se torna viável economicamente a partir de, pelo menos, 200 cooperados.

BANCOS COMERCIAIS

COOPERATIVOS (BCO) Conceito: • São bancos, constituídos a partir das

cooperativas de crédito, com operação restrita à Unidade da Federação de sua sede e que podem fazer tudo o que qualquer outro banco comercial faz:

• talão de cheques; • cartão de crédito; • compensação de documentos; • administrar a carteira de crédito, an-

tes sob o controle da cooperativa; • levantar recursos no exterior, ativida-

de vetada às atuais cooperativas de crédito.

Observações.- • Sua criação foi autorizada através da

Resolução No. 2.193, de 31/08/95. • No Brasil, sua criação demorou devi-

do ao fato de, até 96, o governo garantir para o campo recursos suficientes e com juros subsidiados.

BANCOS DE INVESTIMENTO

(BI) Conceito: • Instituições criadas para canalizar re-

cursos de médio e longo prazos para suprimento de capital fixo ou de giro das empresas.

• Seu objetivo é financiar a compra de equipamentos das empresas e/ou fortalecer o processo de capitalização

Page 13: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

12

através de subscrição de debêntures e ações.

Operações: • Ativas • empréstimo a prazo mínimo de um

ano para financiamento de capital fixo;

• empréstimo a prazo mínimo de um ano para financiamento de capital de giro;

• aquisição de ações, obrigações ou quaisquer outros títulos e valores mobiliários para investimento ou revenda no mercado de capitais (operações de underwriting);

• repasses de empréstimos obtidos no exterior;

• repasses de recursos obtidos no País;

• prestação de garantia de emprésti-mos no País ou provenientes do exterior.

• Passivas • Não podem manter contas correntes, • emissão de CDB e RDB; • Captação de recursos de origem in-

terna ou externa. Observações: • Apoiam, basicamente, a estrutura ca-

pitalista privada, tendo, inclusive, limites ara apoiar os órgãos e empresas do estado.

BANCOS DE

DESENVOLVIMENTO (BD) Conceito: • objetivo dos bancos de desenvol-

vimento é o financiamento de médio e longo prazos aos setores primário, secundário e terciário.

Observações:

• BNDES é o principal agente do governo para o financiamento de longo e médio prazos. Existem instituições de fomento regional, as principais são o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Banco da Amazônia (BASA).

• Os bancos estaduais de desenvolvi-mento (controlados pelos governos dos estados) destinam-se ao fornecimento de crédito de médio e longo prazos às empresas localizadas nos respectivos estados. Geralmente operam com repasse de órgãos financeiros do Governo Federal.

SOCIEDADES DE CRÉDITO,

FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO (FINANCEIRAS)

Conceito: • Instituições que têm por função finan-

ciar bens de consumo duráveis por meio de crédito direto ao consumidor (o popular "crediário").

• O processo de funcionamento de uma financeira é o descrito abaixo.

1. um lojista possui um bem de consumo durável para a venda, a financeira possui o capital necessário para a compra desse bem a vista e o consumidor, que não pos-sui capital. para a aquisição desse bem a vista, se dispõe a pagá-lo a prazo com ju-ros,

2. o lojista entrega o bem de ao consu-midor;

3. a financeira repassa o valor do bem para o lojista; .

4. o consumidor fica obrigado a pagar o valor do bem, com juros, a financeira em um determinado momento futuro.

Operações: • Ativas • concessão do empréstimo para aqui-

sição do bem de consumo durável. • Passivas • não podem manter contas-correntes; • colocação de Letras de Câmbio. Observações: • por ser uma atividade de grande

risco, suas operações não podem ultrapassar o limite de 12 vezes o montante de seu capital realizado mais as reservas.

Page 14: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

13

SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL (LEASING)

Conceito: • Instituições que trabalham com ope-

rações de leasing. Esta operação assemelha-se a uma locação tendo o cliente, ao final do contrato as opções de:

• renová-la • adquirir o equipamento pelo valor re-

sidual; • devolvê-lo à empresa. Operações • Ativas • próprio leasing. • Passivas • captação de recursos de longo prazo Observações: • As operações de leasing foram regu-

lamentadas pelo CMN através da Lei No. 6099 de setembro de 1974, e a integração das sociedades arrendadoras ao Sistema Financeiro Nacional se deu através da Re-solução No. 351 de 1975.

SOCIEDADES CORRETORAS DE

TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS (CCVM)

Conceito: • Instituições típicas do mercado acio-

nário, operando com compra, venda e distribuição de títulos e valores mobiliários (inclusive ouro) por conta de terceiros. Fazem intermediação nas bolsas de valores e de mercadorias.

• suas atividades básicas são: lançamentos públicos de ações; administração de carteiras;

• custódia de valores mobiliários; • Organização e administração de fun-

dos de investimento; • operação no mercado aberto; • intermediação em operações de câm-

bio.

Observações: • Sua constituição depende de autori-

zação do BC e seu funcionamento depende de autorização da CVM.

SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS

DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS (DTVM)

Conceito: • Instituições semelhantes às Socieda-

des Corretoras, porém com uma faixa operacional mais restrita que a das corretoras, já que elas não têm acesso às bolsas de valores e mercadorias.

• suas atividades básicas são -subscrição de títulos e valores para revenda;

• intermediação da colocação de emis-sões de capital aberto

• operações no mercado aberto (desde que satisfaçam as condições exigidas pelo BC).

Observações: • Junto às CCVM e DTVM encontram-

se os agentes autônomos de investimento, que são pessoas físicas credenciadas por BI, Financeiras, CCVM e DTVM, que, sem vínculo empregatício e em caráter individual, exercem, por conta das instituições credenciadas colocação de:

• títulos e valores mobiliários; • quotas de fundos de investimentos; • outras atividades de intermediação. BOLSA DE VALORES Instituição em que se negociam títulos e

ações. As Bolsas de Valores são importantes nas economias de mercado por permitirem a canalização rápida das poupanças para sua transformação em investimentos. E constituem, para os investidores, um meio prático de jogar lucrativamente com a compra e venda de títulos e ações, escolhendo os momentos adequados de baixa ou alta nas -cotações. Em suas origens, as Bolsas de Valores

Page 15: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

14

confundiam-se com as Bolsas de Mercadorias, mas a partir do século XVIII, com o extraordinário aumento das transações com valores mobiliários e, sobretudo, com o surgimento e posterior desenvolvimento das sociedades por ações, iniciou-se um processo de especialização do qual resultou o aparecimento de Bolsas dedicadas ex-clusivamente a operações com títulos e ações. Na atualidade, as mais importantes Bolsas de Valores do mundo são as de Nova York, Londres, Paris e Tóquio. No Brasil, antes de 1800 já se negociava com papéis, mas só em 1845 surgiu a primeira regulamentação governamental. 0 Código Comercial Brasileiro de 1850 refere-se às "praças de comércio", precursoras das atuais Bolsas. Em 1893, estabeleceu-se a primeira Bolsa: a Bolsa de Fundos Públicos, com sede no Rio de janeiro. Atualmente, as mais importantes bolsas do país' pela ordem, são as de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Porto Alegre. Duas fases distintas marcam o funcionamento diário de uma Bolsa de Valores: a da fixação das cotações por anúncio (ou por chamada) e a da fixação por oposição. A primeira fase consiste num pregão, em que os interessados declaram em voz alta os preços que estão dispostos a pagar (ou receber) pelos papéis que lhes interessam (ou queiram vender): trata-se, portanto, de um leilão, no qual a regra básica é o encontro da oferta eda procura. Terminada a primeira fase, inicia-se a da fixação das, cotações por oposição: a fim de conter urna possível flutuação extremada dos preços, a direção da Bolsa coteja (daí a expressão por oposição) os preços da primeira fase e fixa a, cotação de cada papel para o restante do dia, de tal forma que nenhum negócio poderá ser feito fora da cotação estabelecida. As transações podem ser feitas a pronto (também chamadas à,vista) ou a termo (a prazo). Na primeira mo-dalidade, os papéis negociados são entregues imediatamente após o registro da transação na Bolsa. Na segunda, os papéis só são entregues a o fim de um prazo estabelecido pelas partes; entre a compra e a entrega, o comprador pode revender os papéis que adquiriu, com isso ganhando ou perdendo conforme as

oscilações da cotação nesse período. Os negócios nas Bolsas não podem ser feitos diretamente por qualquer pessoa ou empresa. Cada Bolsa de Valores credencia certo número de pessoas, os corretores, que funcionam como intermediários entre como intermediários entre compradores e vendedores. São eles o centro nervoso do sistema, pelo conhecimento aprofundado que possuem dos títulos existentes no mer-cado. O mercado da Bolsa é regulado, em primeiro lugar, por fatores econômicos mais objetivos, tais como a situação real da empresa que põe seus papéis à venda, suas condições de produção e comercialização, a capacidade adminis-trativa de sua direção, a situação das empresas concorrentes e a conjuntura econômica do país. Mas há uma influência fundamental exercida também por circunstâncias psicológicas: por exemplo, um clima de exagerado otimismo em relação a determinada empresa pode levar à supervalorização de suas ações. De situações como essa podem surgir distorções perigosas no mercado. A fim de conter excessos e manter sua credibilidade, as Bolsas, com certa freqüência, estabelecem limites máximos para a valorização dos papéis negociados. Além disso, as Bolsas têm o dever de orientar os investidores por meio de revistas, boletins, conferências que informem sobre dados, tais como o comportamento das ações, as quantidades de compra e venda e os índices de liquidez e rentabilidade de cada papel. No Brasil, a atividade das Bolsas é fiscalizada pela Comissão de Valores Mobiliários, do Ministério da Fazenda. A partir de 15 de março de 1990, com o Plano Collor, segundo a medida provisória de ri' 162, os papéis da Bolsa de Valores, até então isentos, passaram a sofrer a incidência de 25% do Imposto de Renda sobre os ganhos líquidos do capital.

BOLSA DE VALORES DE NOVA

YORK A maior e mais importante Bolsa de

Valores do mundo, localizada no ri' 11 da Wall Street, em Nova York. Também

Page 16: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

15

conhecida como Big Board, inclui as trinta empresas que formam o Dow Jories. Ela é-auto-regulada por um conselho de 20 membros que acompanha e regula as ativi-dades comerciais de seus 1.300 membros

BOLSA DE MERCADORIAS Mercado centralizado para transações

com mercadorias, sobretudo os produtos primários de maior importância no comércio internacional e no comércio interno, como café, açúcar, algodão, cereais etc. (as chamadas commodities). Realizando negócios tanto com estoques existentes quanto com estoques futuros, as Bolsas de Mercadorias exercem papel estabilizador no mercado, minimizando as variações de preço provocadas pelas flutuações da procura e reduzindo os riscos dos co-merciantes. Com a expansão do comércio internacional no fim da Idade Média, surgiram, nos séculos XV e XVI, grandes corporações de comerciantes e banqueiros que criaram as primeiras Bolsas propriamente ditas: a de Bruges (1487), a de Antuérpia e a de Amsterdã (1561), as de Lyon, Bordeaux e Marselha (1595), a de Paris (1639). Essas Bolsas tiveram influência no extraordinário crescimento do capitalismo comercial dos séculos XVI e XVII. Na atualidade, as mais importantes bolsas de mercadorias do mundo são as de Chicago, Nova York e Londres; suas cotações regulam os preços de quase todo o comércio internacional. No Brasil, a primeira foi a Bolsa de Mercadorias do Rio de janeiro, inaugurada em 1912, na qual se faziam negócios de café, açúcar e algodão. Desativada no ano seguinte, em 1920 foi substituída pela Bolsa de Café, que servia também para transações de açúcar e de algodão. Em, 1913, o governo do Estado de São Paulo criou a Bolsa de Café de Santos. Em 1917, abriu-se a Bolsa de Mercadorias de São Paulo.

BOLSA DE FUTUROS Mercado de commodities onde os

contratos de futuros em instrumentos financeiros ou as mercadorias físicas, como o trigo e a soja, são comercializados.

Ações e opções também são comercializadas nessas Bolsas. As mais importantes são as seguintes: Chicago Board of Trade, Chicago Mercantile Exchange/International Monetary Market, Commodity Exchange Inc. (Nova York), Mid-America Commodity Exchange Inc. (Chicago), New York Futures Exchange, Sydney Futures Exchange (Austrália), The. International Futures Exchange Ltd. (Bermudas), Financial Futures Market, Montreal Stock Exchange (Montreal, Que-bec), Toronto Stock Exchange Futures Market, Winnipeg Commodity Exchange, London International Futures Exchange, London Metal Exchange, Hong-Kong Commodity Exchange, Tokyo International Financial Futures Exchange e Gold Exchange of Singapore.

SISTEMA ESPECIAL DE

LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA (SELIC) Sistema Especial de Liquidação e Cus-

tódia (Selic). • criado em 1980; • Sob a responsabilidade do Banco

Central e da Associação Nacional das Instituições dos Mercados Abertos (Andima);

• constitui-se em um grande sistema computadorizado, on-líne e real time,-

• permite que os negócios tenham li-quidação imediata;

• processo de fechamento de negócio utilizando o sistema SELIC:

• Os operadores das instituições envol-vidas acertam o negócio a ser feito envolvendo títulos públicos;

• transferem estas operações, via terminal, ao sistema Selic;

• O sistema, através do computador, transfere o registro do título para o banco comprador do mesmo e faz o crédito na conta do banco vendedor.

• Apenas títulos públicos federais, emi-tidos pelo Tesouro ou Pelo BC, ou estaduais/municipais (enquadrados nas regras de rolagem da dívida dos estados/municípios), são registrados no Selic.

Page 17: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

16

CENTRAL DE LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA E DE CUSTÓDIA DE TÍTULOS (CETIP)

A Cetip - Central de Custódia e Liquida-

ção de Títulos - é o local onde se custodi-am, registram e liquidam financeiramente as operações feitas com todos os papéis privados (e também títulos estadu-ais/municipais que ficaram fora das regras de rolagem da dívida dos estados e muni-cípios).

Processo de negócio realizado através

de qualquer um dos sistemas da Cetip • A transferência do título só se com-

pleta após a checagem dos itens básicos e segurança:

• código de acesso; • senha • validade de datas; • informações do vendedor e compra-

dor são casadas e, se houver divergência, a operação será rejeitada pelo sistema.

SOCIEDADES DE CRÉDITO

IMOBILIÁRIO (SCI) Conceito: • Esta instituí ao, que faz parte do Sis-

tema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, constitui-se em uma entidade privada voltada para as camadas da população de maior renda, em contraponto com as caixas econômicas.

Operações: • Ativas • Financiamentos imobiliários diretos

ao mutuário final ou através de abertura de crédito a favor de empresários para empreendimentos imobiliários.

• Passivas • Captação de depósitos de poupança; • Colocação de letras imobiliárias (LI) • Repasses da CEF. Observações:

• Estas sociedades foram criadas pela Lei 4.380/64.

ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA

E EMPRÉSTIMO (APE) Conceito: • Esta instituição, que faz parte do Sis-

tema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, constitui-se em uma forma associativa para a construção ou aquisição da casa própria sem finalidade de lucro. É uma sociedade civil, restrita a determinadas regiões, sendo de propriedade comum de seus associados.

Operações: • Ativas • Financiamentos imobiliários Passivas • cadernetas de poupança que

remuneram os juros como se dividendos fossem, Já que o depositante adquire vínculo soci-etário.

Observações: • Suas cartas patentes foram emitidas

pelo extinto BNH , com base no dispositivo a Lei No. 4.380/64.

SISTEMA DE SEGUROS

PRIVADOS E PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

SISTEMA NACIONAL DE

SEGUROS PRIVADOS O diploma legal que rege, atualmente, as

atividades o Seguro no Brasil, é o De-creto-Lei 73/66. No entanto, a base legal do Direito do Seguro Brasileiro está em nosso Código Civil, de 1916 e do Código Comercial Brasileiro, de 1850.

Page 18: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

17

O Decreto-Lei 73/66 introduziu mudan-ças e inovações, que visaram dar grande segurança ao mercado segurador, expandi-do e dar à política do seguro privado uma série de normas e medidas de fiscalização e controle. Ainda mais, a lei estabeleceu a obrigatoriedade de certos tipos de seguro, de elevado alcance social e de proteção à economia. Criou, ainda, o Sistema Nacional de Seguros Privados, englobando órgãos que normatizam, promovem e fiscalizam todos os que exercem atividade securitária e órgãos que "vendem" o seguro. São:

CONSELHO NACIONAL DE

SEGURO PRIVADO - CNSP É o órgão de cúpula. Fazem parte dele

alguns ministros (ou seus representantes), o superintendente da SUSEP, o presidente do IRB e mais três representantes da inici-ativa privada. Possui diversas comissões consultivas, cada uma abrangendo uma determinada área.

Como órgão máximo, o Conselho tem

como sua principal atribuição a fixação, o estabelecimento da política nacional de se-guros. A lei relaciona ainda mais 15 atrib-uições, no seu artigo 32, que englobam em enumeração resumida: fixação das ca-racterísticas gerais dos contratos de segu-ro, estabelecimento de normas regulatórias dos que exercem atividades relacionadas ao seguro, fixação de normas gerais de Contabilidade e estatística das segurado-ras, estabelecimento de diretrizes gerais das operações de cosseguro e resseguro, disciplina da corretagem de seguros e da atuação dos corretores, aplicação às segu-radoras estrangeiras de vedações, restri-ções e reciprocidades, equivalentes às que vigoram em seus países com relação às filiais de sociedades brasileiras porventura lá existentes, etc.

SUPERINTENDÊNCIA DO

SEGURO PRIVADO - SUSEP Age como secretaria e órgão executivo

das Resoluções do Conselho. E uma enti-dade autárquica tendo personalidade jurí-dica de Direto Público, com autonomia

administrativa e financeira. Na época, era jurisdicionada ao Ministério da Indústria e Comércio, mas hoje é jurisdicionada ao Mi-nistério da Fazenda

Como órgão executor da política ditada

elo Conselho, tem uma longa lista de atrib-uições, das quais podemos destacar: fis-calização da constituição, organização e funcionamento das seguradoras, proces-sando inclusive os pedidos de fusão, en-campação, transferência de controle acio-nário, mudança de estatutos sociais, alte-rações; de capital social, etc.; fixação das condições de apólices, planos e tarifas, uti-lizadas obrigatoriamente por todas as se-guradoras; aprovação dos limites de ope-ração das seguradoras, execução da liqui-dação das seguradoras que tiverem cassa-da a autorização de funcionamento; exame, aprovação e tarifação de Coberturas Especiais, etc.

A SUSEP é administrada por um Su-

perintendente, nomeado pelo Presidente da república, por indicação do Ministro da Fazenda.

A autonomia financeira é decorrente de

recursos oriundos do Imposto de Opera-ções Financeiras (IOF), das multas que aplica, de dotação orçamentária específica ou créditos especiais de sua cota de parti-cipação no Fundo de Estabilidade do Se-guro Rural e de outras receitas que decor-rem de suas atividades.

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR O que é previdência complementar? É o sistema de complemento das

aposentadorias recebidas por trabalhadores tanto da iniciativa privada quanto do serviço público, desde que eles tenham contribuído para esta modalidade de previdência. No caso das entidades fechadas de previdência complementar, os chamados fundos de pensão, a adesão só ocorre para aqueles que têm vínculo empregatício com a empresa que patrocina o fundo. Estas entidades são fiscalizadas

Page 19: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

18

pela Secretaria de Previdência Complementar, que faz parte da estrutura do Ministério da Previdência Social.

CONSELHO DE GESTÃO DA

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ATRIBUIÇÃO Conselho de Gestão da Previdência

Complementar - CGPC é órgão colegiado, que exerce as competências de regulação, de normatização e de coordenação das atividades das entidades fechadas de previdência complementar estabelecida na Lei Complementar nº 109/2001, e que integra a estrutura básica do Ministério da Previdência Social.

O Decreto nº 4.678 de 25 de abril de

2003 devolveu ao CGPC a atribuição de órgão de caráter recursal, cabendo-lhe apreciar e julgar, em última instância, os recursos interpostos contra as decisões da Secretaria da Previdência Complementar – SPC, com base no caput e no §.2º do art.65 da Lei Complementar nº 109, de 2001.

COMPOSIÇÃO O Conselho é integrado por 8

Conselheiros, observada a seguinte composição:

I - Ministro de Estado da Previdência

Social, que o presidirá; II - Secretário de Previdência

Complementar; III- um representante da Secretaria da

Previdência Social; IV- um representante do Ministério da

Fazenda; V- um representante do Ministério do

Planejamento, Orçamento e Gestão; VI - um representante dos

patrocinadores e instituidores de entidades fechadas de previdência complementar;

VII - um representante das entidades fechadas de previdência complementar;

VIII- um representante dos participantes e assistidos das entidades fechadas de previdência complementar.

Cada representante referido nos incisos III a VIII tem um suplente.

ESTRUTURA 1. Plenário - instância de deliberação

configurada pela reunião ordinária ou extraordinária de seus membros, competindo-lhe examinar e propor soluções às matérias submetidas ao CGPC.

2. Órgão Recursal – última instância de decisão administrativa, que tem por finalidade o julgamento dos recursos das decisões da Secretaria de Previdência Complementar.

2. Secretaria-Executiva - executa as atividades técnico-administrativas e de assessoramento, prestando todo o apoio necessário ao cumprimento das finalidades do Conselho.

COMPETÊNCIAS I - estabelecer as normas gerais

complementares à legislação e regulamentação aplicável às entidades fechadas de previdência complementar, em consonância com os objetivos da ação do Estado discriminados no art. 3° da Lei Complementar n° 109, de 2001;

II - estabelecer regras para a constituição e o funcionamento da entidade fechada, reorganização da entidade e retirada de patrocinador;

III - normatizar a transferência de patrocínio, de grupo de participantes, de planos e de reservas entre entidades fechadas;

IV - determinar padrões para a instituição e operação de planos de benefícios, de modo a assegurar sua transparência, solvência, liquidez e equilíbrio financeiro;

V - normatizar novas modalidades de planos de benefícios;

VI - estabelecer normas complementares para os institutos da portabilidade, do benefício proporcional diferido, do resgate e do autopatrocínio, garantidos aos participantes;

VII – estabelecer normas especiais para a organização de planos instituídos;

VIII – determinar a metodologia a ser empregada nas avaliações atuariais;

Page 20: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

19

IX – fixar limite para as despesas administrativas dos planos de benefícios e das entidades fechadas de previdência complementar;

X – estabelecer regras para o número mínimo de participantes ou associados de planos de benefícios;

XI - estabelecer as normas gerais de contabilidade, de atuária, econômico-financeira e de estatística;

XII - conhecer e julgar os recursos interpostos contra decisões da Secretaria de Previdência Complementar relativas à aplicação de penalidades administrativas; e

XIII - apreciar recursos de ofício, interpostos pela Secretaria de Previdência Complementar, das decisões que concluírem pela não aplicação de penalidade prevista na legislação própria ou que reduzirem a penalidade aplicada.

SECRETARIA DE PREVIDÊNCIA

COMPLEMENTAR Órgão do Ministério da Previdência

Social, possui as seguintes atribuições: I - propor as diretrizes básicas para o

Sistema de Previdência Complementar; II - harmonizar as atividades das

entidades fechadas de previdência privada com as políticas de desenvolvimento social e econômico-financeira do Governo;

III - supervisionar, coordenar, orientar e controlar as atividades relacionadas com a previdência complementar fechada;

IV - analisar os pedidos de autorização para constituição, funcionamento, fusão, incorporação, grupamento, transferência de controle e reforma dos estatutos das entidades fechadas de previdência privada, submetendo parecer técnico ao Ministro de Estado;

V - fiscalizar as atividades das entidades fechadas de previdência privada, quanto ao cumprimento da legislação e normas em vigor e aplicar as penalidades cabíveis;

VI - proceder a liquidação das entidades fechadas de previdência privada que tiverem cassada a autorização de funcionamento ou das que deixarem de ter condições para funcionar.

INSTITUTO DE RESSEGUROS DO BRASIL

Diferentemente da SUSEP, o IRB é uma

sociedade de economia mista, dotada de personalidade jurídica de Direito Privado, gozando de autonomia administrativa e fi-nanceira.

são suas atribuições: a) regular o cosseguro, o resseguro e a

retrocessão, b) promover o desenvolvimento das ope-

rações de seguro, conforme as diretrizes do Conselho.

Na qualidade de órgão regulador, com-

pete-lhe elaborar e expedir normas reguladoras do cosseguro, resseguro e retrocessão; aceitar o resseguro facultativo e o obrigatório do País e do exterior; reter o resseguro aceito, no todo ou em parte; co-locar, no exterior, seguro cuja aceitação não convenha aos interesses do país ou que aqui não encontre cobertura; penalizar as seguradoras por infrações cometidas na qualidade de cosseguradoras ressegurado-ras e retrocessionárias; proceder à liquida-ção dos sinistros, de acordo com as nor-mas de cada ramo; distribuir às segurado-ras a parte dos resseguros que não retiver, colocando no exterior os excedentes de responsabilidade do mercado segurador nacional.

Na qualidade de promotor do desenvol-

vimento do seguro, compete-lhe: organizar cursos, promover congressos, conferênci-as, simpósios, etc., incentivar a criação de associações técnico-científicas; compilar e divulgar dados estatísticos e publica r re-vistar especializadas e técnicas.

O IRB é dirigido por um presidente, no-

meado pelo Presidente clã República. Além da residência, sua administração compreenxe o Conselho Técnico e o Con-selho Fiscal.

SOCIEDADES SEGURADORAS

Page 21: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

20

Definimos uma seguradora como uma pessoa jurídica que, mediante o recebi-mento de uma importância garante indeni-zar o segurado, ou seus' benefícios, de perdas relativas ao seu patrimônio ou à sua vida.

São, por disposição de lei, constituídas

obrigatoriamente em forma de S/A (Sociedades Anônimas), com ações nomi-nativas, em sua totalidade. Não estão su-jeitas à falência, nem podem impetrar con-cordata. Estão, pelo mesmo motivo, proi-bidas de explorar qualquer outro ramo de comércio e indústria.

São autorizadas a funcionar por conces-

são feita pelo governo, através de Portaria do Ministro da Fazenda, mediante requeri-mento dos interessados dirigido ao CNSP, por intermédio da SUSEP.

SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS

PRIVADOS E OPERAÇÕES DE SEGUROS E RESSEGUROS - Decreto-

Lei 73-1966

Capítulo VII Das Sociedades seguradoras

Seção I

Da Legislação aplicável Art 72. As Sociedades Seguradoras

serão reguladas pela legislação geral no que lhes fôr aplicável e, em especial, pelas disposições do presente decreto-lei.

Art 73. As Sociedades Seguradoras não

poderão explorar qualquer outro ramo de comércio ou indústria.

Capítulo VII Das Sociedades seguradoras

Seção II

Da Autorização para funcionamento Art 74. A autorização para

funcionamento será concedida através de Portaria do Ministro da Indústria e do Comércio, mediante requerimento firmado pelos incorporadores, dirigido ao CNSP e apresentado por intermédio da SUSEP.

Art 75. Concedida a autorização para funcionamento, a Sociedade terá o prazo de noventa dias para comprovar perante a SUSEP, o cumprimento de tôdas as formalidades legais ou exigências feitas no ato da autorização.

Art 76. Feita a comprovação referida no

artigo anterior, será expedido a carta-patente pelo Ministro da Indústria e do Comércio.

Art 77. As alterações dos Estatutos das

Sociedades Seguradoras dependerão de prévia autorização do Ministro da Indústria e do Comércio, ouvidos a SUSEP e o CNSP.

Capítulo VII

Das Sociedades seguradoras

Seção III Das Operações das sociedades

seguradoras Art 78. As Sociedades Seguradoras só

poderão operar em seguros para os quais tenham a necessária autorização, segundo os planos, tarifas e normas aprovadas pelo CNSP.

Art 79. É vedado às Sociedades

Seguradoras reter responsabilidades cujo valor ultrapasse os limites técnico, fixados pela SUSEP de acôrdo com as normas aprovadas pelo CNSP, e que levarão em conta:

a) a situação econômico-financeira das Sociedades Seguradoras;

b) as condições técnicas das respectivas carteiras;

c) o resultado de suas operações com o IRB.

§ 1º As Sociedades Seguradoras são obrigadas a ressegurar no IRB as responsabilidades excedentes de seu limite técnico em cada ramo de operações e, em caso de cosseguro, a cota que fôr fixada pelo CNSP.

§ 2º Não haverá cobertura de resseguro para as responsabilidades assumidas pelas Sociedades Seguradoras em desacôrdo com as normas e instruções em vigor.

Page 22: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

21

Art 80. As operações de cosseguro obedecerão a critérios fixados pelo CNSP, quanto à obrigatoriedade e normas técnicas.

Art 81. A colocação de seguro e

resseguro no estrangeiro será feita exclusivamente por intermédio do IRB.

Parágrafo único. As reservas de garantia correspondentes aos seguros e resseguros efetuados no exterior ficarão integralmente retidas no País.

Art 82. As Sociedades Seguradoras só

poderão aceitar resseguros mediante prévia e expressa autorização do IRB.

Art 83. As apólices, certificados e

bilhetes de seguro mencionarão a responsabilidade máxima da Sociedade Seguradora, expressa em moeda nacional, para cobertura dos riscos nêles descritos e caracterizados.

Art 84. Para garantia de tôdas as suas

obrigações, as Sociedades Seguradoras constituirão reservas técnicas, fundos especiais e provisões, de conformidade com os critérios fixados pelo CNSP, além das reservas e fundos determinados em leis especiais.

§ 1º O patrimônio líquido das sociedades seguradoras não poderá ser inferior ao valor do passivo não operacional, nem ao valor mínimo decorrente do cálculo da margem de solvência, efetuado com base na regulamentação baixada pelo CNSP. (acrescentado pela L-010.190-2001)

§ 2º O passivo não operacional será constituído pelo valor total das obrigações não cobertas por bens garantidores. (acrescentado pela L-010.190-2001)

§ 3º As sociedades seguradoras deverão adequar-se ao disposto neste artigo no prazo de um ano, prorrogável por igual período e caso a caso, por decisão do CNSP. (acrescentado pela L-010.190-2001)

Art 85. Os bens garantidores das

reservas técnicas, fundos e previsões serão registrados na SUSEP e não poderão ser alienados, prometidos alienar ou de qualquer forma gravados em sua

previa e expressa autorização, sendo nulas, de pleno direito, as alienações realizadas ou os gravames constituídos com violação dêste artigo.

Parágrafo único. Quando a garantia recair em bem imóvel, será obrigatòriamente inscrita no competente Cartório do Registro Geral de Imóveis, mediante simples requerimento firmado pela Sociedade Seguradora e pela SUSEP.

Art 86. Os segurados e beneficiários que

sejam credores por indenização ajustada ou por ajustar têm privilégio especial sôbre reservas técnicas, fundos especiais ou provisões garantidoras das operações de seguro, cabendo ao IRB o mesmo privilégio após o pagamento aos segurados e beneficiários.

Art 87. As Sociedades Seguradoras não

poderão distribuir lucros ou quaisquer fundos correspondentes às reservas patrimoniais, desde que essa distribuição possa prejudicar o investimento obrigatório do capital e reserva, de conformidade com os critérios estabelecidos neste Decreto-lei.

Art 88. As Sociedades Seguradoras

obedecerão às normas e instruções da SUSEP e do IRB sôbre operações de seguro, cosseguro, resseguro e retrocessão, bem como lhes fornecerão dados e informações atinentes a quaisquer aspectos de suas atividades.

Parágrafo único. Os inspetores e funcionários credenciados da SUSEP e do IRB terão livre acesso às Sociedades Seguradoras, delas podendo requisitar e apreender livros, notas técnicas e documentos, caracterizando-se como embaraço à fiscalização, sujeito às penas previstas neste Decreto-lei, qualquer dificuldade oposta aos objetivos dêste artigo.

SOCIEDADES DE

CAPITALIZAÇÃO Instituições financeiras que oferecem ao

público um tipo de poupança - os títulos de capitalização - no qual se assume o pagamento de pequenas parcelas mensais.

Page 23: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

22

O reembolso do capital é geralmente feito após períodos superiores a dez anos; então o portador do título recebe a quantia estabelecida, acrescida de juros. Esses rendimentos costumam ser inferiores aos pagos pelas cadernetas de poupança, mas os portadores de títulos de capitalização concorrem mensalmente a prêmios em dinheiro.

ENTIDADES ABERTAS E

ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA

PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA

É uma opção de aposentadoria

complementar por conta do interessado na complementação; oferecida por bancos, seguradoras e entidades abertas de previdência privada.

PREVIDÊNCIA PRIVADA

FECHADA É uma opção de aposentadoria

complementar. É oferecida pelas empresas aos empregados, através da constituição de um fundo de pensão para o qual contribuem a própria empresa e seus funcionários. Portanto, não é aberto à participação de outras pessoas e tem características diferentes de uma empresa para outra.

CORRETORAS DE SEGUROS São pessoas físicas ou jurídicas, legal-

mente autorizadas, que, por intermediação, angariam e promovem contratos de segu-ros entre as Seguradoras e as pessoas fí-sicas e jurídicas de Direito Privado.

Para exercer a profissão, o Corretor de-

pende de prévia habilitação e de registro, ambos perante a SUSEP. As comissões de corretagem só podem ser pagas a corretores habilitados, que poderão manter prepostos, sendo-lhes vedado aceitar em-pregos ou exercer funções de pessoa Jurídica de Direito Público, não podendo

também manter relação de emprego ou de direção em Seguradoras.

SOCIEDADES

ADMINISTRADORAS DE SEGURO-SAÚDE

DECRETO-LEI Nº 73, DE 21 DE

NOVEMBRO DE 1966.

Dispõe sôbre o Sistema Nacional de Seguros Privados, regula as operações de

seguros e resseguros e dá outras providências.

CAPÍTULO XI

Disposições Gerais e Transitórias

SEÇÃO I Do Seguro-Saúde

Art. 129. Fica instituído o Seguro-Saúde

para dar cobertura aos riscos de assistência médica e hospitalar.

Art. 130. A garantia do Seguro-Saúde

consistirá no pagamento em dinheiro, efetuado pela Sociedade Seguradora, à pessoa física ou jurídica prestante da assistência médico-hospitalar ao segurado.

§ 1º A cobertura do Seguro-Saúde ficará sujeita ao regime de franquia, de acôrdo com os critérios fixados pelo CNSP.

§ 2º A livre escolha do médico e do hospital é condição obrigatória nos contratos referidos no artigo anterior.

Art. 131. Para os efeitos do artigo 130

dêste Decreto-lei, o CNSP estabelecerá tabelas de honorários médico-hospitalares e fixará percentuais de participação obrigatória dos segurados nos sinistros.

§ 1º Na elaboração das tabelas, o CNSP observará a média regional dos honorários e a renda média dos pacientes, incluindo a possibilidade da ampliação voluntária da cobertura pelo acréscimo do prêmio.

§ 2º Na fixação das percentagens de participação, o CNSP levará em conta os índices salariais dos segurados e seus encargos familiares.

Page 24: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

23

Art. 132. O pagamento das despesas cobertas pelo Seguro-Saúde dependerá de apresentação da documentação médico é hospitalar que possibilite a identificação do sinistro.

Art. 133. É vedado às Sociedades

Seguradoras acumular assistência financeira com assistência médico-hospitalar.

Art. 134. As sociedades civis ou

comerciais que, na data dêste Decreto-lei, tenham vendido títulos, contratos, garantias de saúde, segurança de saúde, benefícios de saúde, títulos de saúde ou seguros sob qualquer outra denominação, para atendimento médico, farmacêutico e hospitalar, integral ou parcial, ficam proibidas de efetuar novas transações do mesmo gênero, ressalvado o disposto no art. 144, parágrafo 1º.

§ 1º As Sociedades civis e comerciais que se enquadrem no disposto neste artigo poderão continuar prestando os serviços nêle referidos exclusivamente às pessoas físicas ou jurídicas com as quais os tenham ajustado ante da promulgação dêste Decreto-lei, facultada opção bilateral pelo regime do Seguro-Saúde.

§ 2º No caso da opção prevista no parágrafo anterior, as pessoas jurídicas prestantes da assistência médica, farmacêutica e hospitalar, ora regulada, ficarão responsáveis pela contribuição do Seguro-Saúde devida pelas pessoas físicas optantes.

§ 3º Ficam excluídas das obrigações previstas neste artigo as Sociedades Beneficentes que estiverem em funcionamento na data da promulgação dêsse Decreto-lei, as quais poderão preferir o regime do Seguro-Saúde a qualquer tempo.

Art. 135. As entidades organizadas sem

objetivo de lucro, por profissionais médicos e paramédicos ou por estabelecimentos hospitalares, visando a institucionalizar suas atividades para a prática da medicina social e para a melhoria das condições técnicas e econômicas dos serviços assistenciais, isoladamente ou em regime de associação, poderão operar sistemas

próprios de pré-pagamento de serviços médicos e/ou hospitalares, sujeitas ao que dispuser a Regulamentação desta Lei, às resoluções do CNSP e à fiscalização dos órgãos competentes.

SEÇÃO II

Art. 136. Fica extinto o Departamento

Nacional de Seguros Privados e Capitalização (DNSPC), do Ministério da Indústria e do Comércio, cujo acervo e documentação passarão para a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).

§ 1º Até que entre em funcionamento a SUSEP, as atribuições a ela conferidas pelo presente Decreto-lei continuarão a ser desempenhadas pelo DNSPC.

§ 2º Ficam extintos, no Quadro de Pessoal do Ministério da Indústria e do Comércio, o cargo em comissão de Diretor-Geral do Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização, símbolo 2-C, e oito (8) cargos, em comissão, de Delegado Regional de Seguros, símbolo 5-C.

§ 3º Enquanto não fôr aprovado o Quadro de Pessoal da SUSEP, os ocupantes dos cargos referidos no parágrafo anterior continuarão no exercício de suas funções, sem prejuízo de seus vencimentos e vantagens.

Art. 137. Os funcionários atualmente em

exercício no DNSPC continuarão a integrar o Quadro de Pessoal do Ministério da Indústria e do Comércio, observadas, para efeito de lotação, as necessidades de serviço, e ressalvado o direito de opção dos Inspetores de Seguros de acôrdo com o parágrafo único do artigo 140.

Art. 138. Poderá a SUSEP requisitar

servidores da administração centralizada ou descentralizada sem prejuízo de vencimentos, direitos, gratificações e vantagens.

Art. 139. Após a aprovação do quadro

de pessoal da SUSEP será assegurado aos servidores requisitados o direito de opção no prazo de 90 dias, pelo regime de

Page 25: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

24

pessoal da autarquia ou retôrno ao órgão de origem.

Parágrafo único. As disposições do presente artigo são aplicáveis aos atuais ocupantes dos cargos de inspetor de seguros.

Art. 140. As dotações consignadas no

Orçamento da União, para o exercício de 1967, à conta do DNSPC, serão transferidas para a SUSEP excluídas as relativas às despesas decorrentes de vencimentos e vantagens de Pessoal Permanente.

Art. 141. Fica dissolvida a Companhia

Nacional de Seguro Agrícola, competindo ao Ministério da Agricultura promover sua liquidação e aproveitamento de seu pessoal.

Art. 142. Ficam incorporadas ao Fundo

de Estabilidade do Seguro Rural: a) Fundo de Estabilidade do seguro

Agrário, a que se refere o artigo 8º da Lei 2.168, de 11 de janeiro de 1964;

b) O Fundo de Estabilização previsto no artigo 3º da Lei nº 4.430, de 20 de outubro de 1964.

Art. 143. Os órgãos do Poder Público

que operam em seguros privados enquadrarão suas atividades ao regime dêste Decreto-Lei no prazo de cento e oitenta dias, ficando autorizados a constituir a necessária Sociedade Anônima ou Cooperativa.

§ 1º As Associações de Classe, de Beneficência e de Socorros mútuos e os Montepios que instituem pensões ou pecúlios, atualmente em funcionamento, ficam excluídos do regime estabelecido neste Decreto-Lei, facultado ao CNSP mandar fiscalizá-los se e quando julgar conveniente.

§ 2º As Sociedades Seguradoras estrangeiras que operam no País, adaptarão suas organizações às novas exigências legais, no prazo dêste artigo e nas condições determinadas pelo CNSP.

Art. 144. O CNSP proporá ao Poder

Executivo no prazo de cento e oitenta dias, as normas de regulamentação dos seguros

obrigatórios previstos no artigo 20 dêste Decreto-Lei.

Art. 145. Até a instalação do CNSP e da SUSEP, será mantida a jurisdição e a competência do DNSPC, conservadas em vigor as disposições legais e regulamentares, inclusive as baixadas pelo IRB, no que fôrem cabíveis.

Art. 146. O Poder Executivo fica autorizado a abrir o crédito especial de Cr$500.000.000 (quinhentos milhões de cruzeiros), no exercício de 1967, destinado à instalação do CNSP e da SUSEP.

Art. 147. A fiscalização da gestão

financeira e administrativa das Sociedades que operam em capitalização passa à jurisdição do Banco Central da República do Brasil.

Art. 148. As resoluções do Conselho

Nacional de Seguros Privados vigorarão imediatamente e serão publicadas no Diário Oficial da União.

Art. 149. O Poder Executivo

regulamentará êste Decreto-Lei no prazo de 120 dias (cento e vinte dias), vigendo idêntico prazo para a aprovação do Regulamento da SUSEP e dos Estatutos do IRB.

Art. 150. A liquidação compulsória das

Sociedades de Capitalização prevista nos artigos 24 e seguintes do Decreto nº 22.456, de 10 de fevereiro de 1933, será promovida por um liquidante investido de todos os podêres contidos no artigo 32 do mencionado Decreto e de livre nomeação e demissão do Ministro da Fazenda.

Art. 151. Para eleito do artigo

precedente ficam suprimidos os cargos e funções de Delegado do Govêrno Federal e de liquidante designado pela sociedade, a que se referem os artigos 24 e 25 do Decreto nº 22.456, de 10 de fevereiro de 1933, ressalvadas as liquidações decretadas até dezembro de 1965.

Art. 152. O risco de acidente de trabalho

continua a ser regido pela legislação específica, devendo ser objeto de nova legislação dentro de 90 dias.

Page 26: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

25

Art. 153. Êste Decreto-Lei entrará em

vigor na data de sua publicação, ficando revogadas expressamente tôdas as disposições de leis, decretos e regulamentos que dispuserem em sentido contrário.

SOCIEDADES DE FOMENTO

MERCANTIL (FACTORING) Uma operação de factoring (fomento

comercial) consiste basicamente em: • um sacador - pessoa que vende seus

ativos; • uma casa compradora Jolactor) -

que fornecerá o dinheiro ao saca r pelo ativo (geralmente duplicata comercial);

• um deságio sobre o valor de face deste ativo.

é uma atividade de prestação de serviço desenvolvida por uma empresa de caráter comercial.

Composição do deságio: • taxas do mercado,- mais • spread - relativo ao risco envolvido

na operação. É uma operação direcionada às peque-

nas e médias empresas que têm dificulda-des de obter recursos junto aos bancos.

Há quatro tipos de serviços oferecidos

via factoring. 1. Transação com duplicatas: • envolve a compra de duplicatas a

vencer da empresa. 2. Maturity; • implica na total assunção de qualquer

crédito da empresa pela casa de factoriong

3. Over-advanced; • é um adiantamento de recursos. 4. Trust: • é a transferência, para a casa de

factoring, da administração do negócio da empresa.

Atualmente no brasil somente a primeira das quatro modalidades está sendo traba-lhada.

O factor trabalha com recursos próprios

ou os capta através da emissão de de-bêntures ou commercial papers.

No mundo, emprestar para uma empre-sa de factoring é uma das atividades ban-cárias mais disputadas no mercado.

Vantagem fiscal do factoring: • a operação de factoring não está su-

jeita ao IOF federal, mas sim ao ISS municipal que geralmente é mais baixo (depenciendo do município).

No Brasil, a atividade tem um órgão de

classe, a ANFAC. SOCIEDADES

ADMINISTRADORAS DE CARTÕES DE CRÉDITO

As Administradoras de cartões de crédito

são empresas prestadoras de serviço que fazem a intermediação entre:

• Portadores de cartão de crédito; • estabelecimentos afiliados; • bandeiras, e • instituições financeiras. Termos técnicos utilizados no segmento

de cartões de crédito: • Portador: pessoa física ou jurídica

usuária do cartão; • Bandeira: instituição que autoriza o

emissor a gerar cartões com sua marca (VISA, Dinners, etc ... ) e coloca estabelecimentos no mundo inteiro à disposição para utilização deste cartão;

• Emissor: é a administradora autoriza-da a emitir cartões de crédito;

• Acquirer: é a administradora que pode afiliar estabelecimentos ao sistema;

• Estabelecimento: é a loja que aceita o cartão;

• instituição financeira: são bancos au-torizados pela bandeira a emitir cartões.

Page 27: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

26

PRODUTOS E SERVIÇOS

FINANCEIROS Depósitos a Vista e demais Produtos

Vinculados a Prestação de Se Bancários Entende-se por produtos de serviços os,

relacionados à prestação de serviços aos clientes, cuja remuneração ao banco é ob-tida através do float (permanência de re-cursos transitórios dos clientes no banco) ou pela cobrança de tarifa de prestação de serviço.

DEPÓSITO À VISTA - CONTA

CORRENTE A captação de depósitos a vista, livre-

mente movimentáveis: • é atividade típica e distintiva dos ban-

cos comerciais; • configura os bancos comerciais como

entidades financeiras monetárias; • é chamada de captação a custo zero

(dinheiro gratuito) Existe entretanto um custo implícito na

abertura e movimentação da conta (custo operacional da conta) para fazer frente a este custo, os bancos podem estabelecer valores mínimos para a abertura e manutenção de saldo médio.

A conta é o produto básico de relação

entre o cliente e o banco, através dela são movimentados os recursos do cliente, utili-zando:

• depósitos • cheques • ordens de pagamento; • etc... Cheques • cheque é uma ordem de pagamento

a vista (considera-se não escrita qualquer menção em contrário);

• deve ser a apresentado para paga-mento no prazo 30 dias da emissão (quando emitido no lugar onde deve ser pago), caso contrário em 60 dias;

• o portador do cheque tem o prazo de 6 meses para promover a execução

(ação de cobrança judicial do cheque) contra seu emitente ou avalista sob pena de prescrição (perder o direito a esta ação judicial);

• o cheque pré-datado não é juridica-mente válido, mas na prática tem sido utilizado e, assim, assume características de uma promissória;

Saques sobre valor • valores depositados em cheque (que

somente entram para as reservas ao banco após sua compensação) somente podem ser movimentados, no mesmo dia, via cheque (ainda assim caso sejam da mesma praça - cidade) pois do contrário dão origem aos chamados "saques sobre valor" onde o banco perde reservas pois estaria, na verdade, emprestando um recurso antes de realmente dispor dele;

• os cheques administrativos, visados ou DOC de emissão do próprio correntista são movimentados como se dinheiro fossem, embora sempre compensados.

Cheques cruzados • os cheques cruzados não podem ser

descontados, apenas depositados. Recusa de pagamentos de cheques • os bancos podem recusar o paga-

mento de cheques nos seguintes casos:

• insuficiência de fundos (cheques sem fundo),

• divergência ou insuficiência na assi-natura do emitente;

• irregularidade formal (erro no preen-chimento);

• contra-ordem escrita do emitente (bloqueio);

• encerramento de contas. Cheques nominativos x ao portador • Após o plano Collor, todos os che-

ques são obrigatoriamente nominativos, que para saque, depósito ou pagamento

• os cheques acima de R$ 100,00 se não forem nominativos serão

Page 28: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

27

devolvidos (sem que o nome do emitente vá para o cadastro de emitentes de cheques sem fundos).

DEPÓSITOS A PRAZO (CDB e

RDB) Depósito a Prazo e demais produtos

de Captação A captação de recursos é uma das fun-

ções das mesas de operações das instituições financeiras desempenhada pela chamada mesa de captação".

As mesas de operações centralizam as

operações com o mercado, ou seja, opera-ções que envolvam a definição de taxa de juros e, por conseguinte, o spread que é a diferença do custo do dinheiro tomado captado) e o custo do dinheiro vendido (na norma de empréstimo).

A função da mesa de captação é formar

uma taxa para captação através de CDB/RDB que seja baixa o bastante para garantir o lucro nas operações de emprés-timo (dos recursos captados através dos CDB/RDB) alta o bastante para ser atrativa para os investidores.

CDB (Pré/Pós) CDB - Certificado de depósito bancário e

o RDB - Recibo de depósito bancário, são os mais antigos títulos de captação de recursos utilizados pelos bancos comerciais, bancos de investimentos e bancos múltiplos com pelo menos uma dessas carteiras.

O prazo mínimo é de 30 dias para títulos

prefixados, que embutem uma expectativa inflacionária na taxa nominal, já que o ga-nho real (nominal - inflação) somente será conhecido no dia do resgate.

Para títulos pós fixados em TR, o prazo

mínimo é de 4 meses. Desde que respeitados os prazos míni-

mos, o CDB é transferível antes do venci-mento por endosso em preto (nominativo).

Não podem ser prorrogados, mas podem

ser renovados. Para os CDB -pós, o. pró-trateamento da

TR nas operações cujo prazo não seja múltiplo de 30 dias será sempre feito nos primeiros dias de vigência do contrato até a data base.

CDB Rural São títulos cuja captação é específica

dos bancos comerciais e múltiplos com carteira comercial. Seus prazos são idênti-cos aos do CDB. A diferença fundamental é que os recursos captados por este títulos devem ser obrigatoriamente utilizados para o financiamento da comercialização de produtos agropecuários e/ou máquinas e equipamentos agrícolas. a comprovação desta utilização se dá através de mapas enviados ao BC.

CDB com taxa flutuante Nas aplicações com prazo mínimo de 30

dias, existe a possibilidade, para o investi-dor, de repactuar a cada 30 dias a taxa de remuneração do CDB, dentro de critérios já estabelecidos no próprio contrato.

RDB - Recibo de Depósito

Bancário Investimento que garante ao cliente o

resgate do valor aplicado, acrescido do rendimento obtido por taxa de juro negociada, ao final do prazo estabelecido, deduzidas as despesas de imposto de renda. Este recibo é intransferível.

É um título de renda fixa com prazo

predeterminado, cuja rentabilidade é definida no ato da negociação podendo ser pré-fixada ou pós-fixada. É um título

Page 29: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

28

intransferível que se destina às aplicações de pessoas físicas e jurídicas com conta corrente no banco.

LETRAS DE CÂMBIO (LC) É o instrumento de captação específico

das sociedades de crédito financiamento e investimento (financeiras), sempre emitido com base numa transação comercial, tendo como finalidade obter os recursos para o financiamento do crédito ao consumidor final.

COBRANÇA E PAGAMENTO DE

TÍTULOS E CARNÊS A cobrança de títulos foi o produto mais

importante envolvido pelas instituições nos últimos 10 anos.

Servem para aumentar o relacionamento

instituição financeira x empresa, aumentam a quantidade de recursos transitórios e permitem maiores aplicações destes recur-sos em títulos públicos.

A cobrança é feita através de bloquetes

que podem circular pela câmara de com-pensação (câmara de integração regional) o que permite que os bancos cobrem títulos de clientes em qualquer praça (desde que pagos até o vencimento - após o ven-cimento, o pagamento somente poderá ser feito na agencia emissora do bloquete).

Os valores resultantes da operação de

cobrança são automaticamente creditados na conta corrente da empresa cliente no prazo estipulado entre o banco e o cliente.

Vantagens da cobrança de títulos: • Para o Banco: 1. aumento dos depósitos à vista, pelos

créditos das liquidações 2. aumento das receitas pela cobrança

de tarifas sobre serviços 3. consolidação do relacionamento com

o cliente 4. inexistência do risco de crédito. • Para o Cliente: 1. capilaridade da rede bancária

2. crédito imediato dos títulos cobrados 3. consolidação do relacionamento com

o banco 4. garantia do processo de cobrança

(quando necessário o protesto) Processo de cobrança bancária: 1. Os títulos a serem cobrados (ou mo-

dernamente apenas seus dados, via com-putador) são passados ao banco;

2. o banco emite os bloquetes aos sa-cados (aquele que deverá pagar o valor do bloquete);

3. o sacado paga; 4. o banco credita o valor na conta do

cliente (cedente). Diferentes tipos de cobrança (criados

devido a concorrência): • cobrança imediata: sem registro de

títulos; • cobrança seriada: para pagamento

de parcelas • cobrança de consórcios: para paga-

mento de consórcios; • cobrança de cheques pré-datados:

cobrança remunerada: remuneração dos valores cobrados;

• cobrança indexada: em qualquer índi-ce ou moeda;

• cobrança casada: cedente sensibiliza sacado e vice-versa;

• cobrança programada: garantia do fluxo de caixa do cedente;

• cobrança antecipada: eliminação de tributos de vendas a prazo;

• cobrança caucionada: cobrança das garantias de contratos de empréstimos

• cobrança de títulos descontados: -desconto de títulos.

OBS.: nota fiscal x fatura x duplicata • nota fiscal é um documento fiscal,

comprovante obrigatório da saída de mercadoria de um estabelecimento comercial ou industrial;

• fatura é uma relação de notas fiscais que correspondem a uma venda a prazo;

• duplicata é um título de crédito formal e nominativo emitido pelo vendedor com a mesma data, valor global e

Page 30: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

29

vencimento da fatura que lhe deu origem e representa um direito de crédito do sacador (vendedor) contra o sacado (comprador). A propriedade da duplicata pode ser tranSTerida por endosso.

PAGAMENTOS DE TÍTULOS E

CARNÊS Os títulos a pagar de um cliente têm o

mesmo tratamento de seus títulos a rece-ber (cobrança).

O cliente informa ao banco, via compu-

tador, os dados sobre seus fornecedores, com datas e valores a serem pagos e, se for o caso, entrega de comprovantes ne-cessários ao pagamento.

De posse desses dados, o banco orga-

niza e executa todo o fluxo de pagamento do cliente, via débito em conta DOC ou ordem de pagamento, informando ao cliente todos os passos executados.

O documento de crédito (DOC) é utiliza-

do para pagamentos ou depósitos entre bancos, mesmo estando em praças dife-rentes.

A ordem de pagamento OP é utilizada

para pagamentos ou depósitos dentro do mesmo banco, para agencias em praças diferentes.

TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA

DE FUNDOS Este serviço é prestado a clientes que,

por diversas razoes, necessitam manter diferentes contas correntes em diferentes agências de um banco.

• cliente determina o nível de saldo que deseja manter em cada uma dessas contas correntes;

• banco, ao final de cada dia, transfere saldo de uma conta para outra de modo a manter os níveis desejados em cada uma delas.

US$ COMMERCIAL PAPERS São títulos similares aos bônus mas com

algumas características diferentes: • títulos emitidos com prazos mínimos: • 2 anos - se emitidos por uma empre-

sa, • 3 anos - se emitidos por um banco; • atingem custos diferenciados depen-

dendo da garantia; • quando captado via banco a divisa

acaba sendo repassada a tomadores internos em reais mas com as prestações corrigidas pela correção cambial e dentro do mesmo prazo de captação no exterior.

ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS

E TARIFAS PÚBLICAS São serviços prestados à instituições

públicas, através de acordos e convênios específicos, que estabelecem as condições de arrecadações e repasses desses tribu-tos/tarifas.

OBS.: os bancos, quando desempenham

este papel, estão substituindo as antigas coletorias de impostos que tradicio-nalmente faziam a cobrança e recebimento dos mesmos.

Ultimamente esta tarefa também tem

sido atribuída a agências de correio. Por outro lado, os bancos podem tam-

bém ficar incumbidos de pagar ao público, como por exemplo

• restituição do Imposto de Renda; • PIS • FGTS • ETC... A circular do BC 1.850/90 estabeleceu

que os tributos arrecadados terão o mesmo tratamento dos depósitos a vista para efeitos do depósito compulsório (não geram float). As tarifas ficam de fora e, portanto, continuam gerando float bancário.

Page 31: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

30

ENTREGA ELETRÔNICA (HOME/OFFICE BANKING, REMOTE BANKING - BANCO VIRTUAL)

A evolução das tecnologias de informá-

tica e telecomunicações permitiu a troca eletrônica de informações entre banco e cliente, criando a possibilidade de novos produtos de serviços como, por exemplo,

• Home banking • EDI. HOME BANKING Conceito • ligação entre o computador (ou fax)

do cliente e o computador do banco características • a ligação é feita através da linha te-

lefônica podendo ser pública ou privada e utilizando os mais diferentes meios como:

• cabo; • fibra ótica; • satélite. • os computadores do banco e cliente

não necessitam ser os mesmos, deve haver, porém compatibilidade entre eles

• é necessária uma segurança na co-nexão e na transmissão dos dados, o que é possível devido à utilização de:

• senha para que o computador do banco possa reconhecer quem e o cliente que esta se comunicando com ele.

• criptografia (codificação) dos dados que estiverem trafegando na linha telefônica, impedindo que os mesmo sejam interceptados por terceiros.

Serviços prestados através do home-

banking • Consulta de saldos em conta

corrente e caderneta de poupança; • consulta de movimentações em conta

corrente; • consultas de saldo e movimentação

de cobrança, contas a pagar, • consultas sobre posição de aplica-

ções e resgate de fundos;

• cotações de moedas, índices e bolsa de valores"

• solicitação de alterações dos seus tí-tulos em cobrança;

• solicitação de talões de cheques; • movimentação de conta; considerando o home banking a troca

eletrônica de informações entre o banco e o cliente podemos classificar as duas pon-tas da comunicação, bem como o seu meio, da seguinte forma:

• Base de difusão de informação pelo banco

• central de atendimento • unidade de resposta audível (talker) • talker com fax • telex • micro • mainframe (servidor de redes de

computador) • Canal utilizado para envio da

informação: • modem (modelador / demodulador)

-aparelho que transforma as informações do formato gerado pelo computador. para o formato aceito pela linha de comunicação e vice-versa.

• linha telefônica (todas com a mesma função - transferência de informações - diferindo na velocidade, qualidade e quantidade de informação transferida)

• discada • dedicada • transdata da embratel • Renpac • FM (receptor especial) • Veículo do cliente • telefone • fax • telex • monitor de videotexto • microcomputador • terminal ponto de venda • pager REMOTE BANKING O conceito de remote banking. é o de

atendimento ao cliente fora das agencias.

Page 32: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

31

O atendimento dentro de agências, além

de ser, em muitas situações, um incômodo ara os clientes (trânsito e filas), é um fator e despesas para os bancos (investimentos em instalações). Portanto o remote banking foi uma solução encontrada pelos bancos.

Serviços oferecidos • Saques em dinheiro • pontos de atendimento externo tipo

rede banco 24 horas • pontos de atendimento interno tipo

balcão eletrônico • pontos de atendimento externo em

postos de gasolina e redes de lojas • Depósitos fora do caixa dos bancos • depósitos nas redes tipo banco 24

horas • depósitos expressos em caixas cole-

toras • depósitos em cheque pego em casa

de clientes • Entrega em domicílio de talões de

cheque • em mãos • via correio • Pagamento de contas fora do caixa

dos bancos • terminais de auto-pagamento • coletas de contas em casa para pos-

terior pagamento e devolução de recibo pelo correio

• envio das contas a pagar através dos correios

• Débito automático em conta corrente de concessionárias de serviços públicos e outras empresas

• Troca de informações constante com os bancos via home banking para obter extrato, aplicar e etc...

• Remessa de numerário ao cliente. O DINHEIRO DE PLÁSTICO Trata-se de uma série de alternativas ao

papel moeda que tem como objetivo facili-tar o dia a dia das pessoas e, por outro lado, representam um incentivo ao consu-mo.

CORPORATE FINANCE

São operações complexas que envolvem

a intermediação de fusões, cisões, aquisições e incorporações de empresas.

Neste segmento, juntamente com em-

presas de consultoria especializadas, as instituições financeiras utilizam todo o seu conhecimento do mundo das operações fi-nanceiras e de investimento, de forma a vi-abilizar tais operações, seja com recursos nacionais ou recorrendo a recursos do ex-terior.

Operações específicas de Corporate Fí-

nance. 1. Leverage buyout (LBO) • É um negócio em que um grupo de

investidores adquire o controle acionário de uma empresa utilizando empréstimos e usando como garantia a própria empresa,

• O empréstimo pode representar até 90% do preço de aquisição e pode ser pago com o fluxo de caixa da empresa ou com venda de parte de seus ativos.

2. Management buyout • É um LBO em que a administração

atual permanece no controle da empresa e partici a de seu controle acionário.

3. Takeover bid • É a aquisição do controle acionário

de uma empresa através do mercado de ações.

• Amigável (quando consentida pelos atuais acionistas majoritários).

• Hostil (quando não consentida pelos atuais acionistas majoritários).

4. Tender offer • Oferta de compra que envolva um

prêmio sobre o valor de mercado. FUNDOS MÚTUOS DE

INVESTIMENTO Fundo Mútuo de Investimento

em Debêntures e Notas Promissórias (Commercial Papers)

Semelhante aos fundos de renda fixa.

Page 33: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

32

A diferença essencial é que: • os fundos de renda fixa carregam tí-

tulos de emissão de instituições financeiras;

• os Fundos Mútuos de Investimento em Debêntures e Notas Promissórias carregam títulos de emissão de empresas.

Permitem que pequenos e médios in-

vestidores tenham, indiretamente, acesso às Debêntures (hoje inacessíveis pelos seus altos valores de face).

Fundo Mútuo de Investimento

em ações (FMIA) É um fundo destinado a investidores

atraídos pelo mercado de ações que não tenham tempo ou conhecimento para in-vestir.

Formado por cotas com variação diária

de valor. Aplicações e restantes feitos por telefone

(Com créditos e débitos automáticos na conta corrente).

Resgate - conversão das cotas é feita no

dia seguinte. Carteira de aplicações: • 51% em ações de companhias aber-

tas; • outros valores mobiliários emitidos

por companhias abertas; • cotas de FIF e títulos de renda fixa; Pode manter posições em mercados

organizados de liquidação futura - máximo 9% do PL.

O resgate pode ser efetuado a qualquer

tempo, embora os estatutos prevejam a possibilidade de carência.

Instituições não financeiras podem ad-

ministrar estes fundos. Fundo Mútuo de Investimento

em ações - carteira livre (FMIA-CL)

É um fundo de ações que tem a alterna-

tiva de concentrar suas aplicações em ope-rações de maior risco e, portanto, com a possibilidade de alcançar maiores ganhos ou perdas.

Sua composição consiste, no mínimo, de

51% de suas aplicações em: • ações, bônus de subscrição e de-

bêntures conversíveis em ações das companhias abertas

• de depósito de ações, negociáveis no pais, de empresas do Mercosul;

• posições em mercados organizados de liquidação futura, envolvendo contratos referenciados em ações ou índices de ações desde que não caracterize operações de hedge ou rendimentos pré-fixados;

O saldo de recursos (até 49%) poderá

ser aplicado em • outros valores mobiliários de emissão

de companhias abertas, adquiridos em bolsas de valores, mercados de balcão organizados, ou durante o período de distribuição pública;

• cotas de FIF e títulos de renda fixa; • cotas de FMIA e FMIA-CL. Fundo de Investimento em Co-

tas de Fundo Mútuo de Investimento em ações

Fundos cuja carteira é composta de

aplicações em cotas de FMIA, FMIA-CIL no limite mínimo de 95%. Os saldos dos re-cursos podem ser aplicados em cotas de FIF ou títulos de renda fixa.

As demais características são idênticas

às dos FMIA / FMIA-CL. Estes fundos foram uma alternativa para

pequenas instituições que não possuem uma infra-estrutura para adequada análise do mercado de ações.

HOT MONEY

Page 34: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

33

É o empréstimo de curtíssimo prazo normalmente de 1 dia e no máximo de 10 dias.

É comum criar-se um contrato fixo de hot

money para cada cliente, com todas as regras e permitindo que cada liberação de recursos seja feita por fax, telefone ou telex eliminando fluxo de papéis.

A formação da taxa do Hot Money é ba-

seada na taxa do CDI do dia da operação mais o PIS mais um spread.

Exemplo: • Taxa do CDI = 17%; • taxa do Hot = 119%; • margem da operação = 2% • PIS = O,75% sobre 19% = O,1425% • Receita bruta do banco = margem da

operação = 2% • Receita líquida do banco = receita

bruta - PIS = 2% - O,1425 = 1,8575% CONTAS GARANTIDAS /

CHEQUES ESPECIAIS É um tipo de empréstimo em que são

utilizadas em conjunto duas contas: • a conta corrente de livre movimenta-

ção • a conta garantida A conta garantida é uma conta de crédito

com um valor limite, Normalmente é movimentada pelo cliente através de seus cheques, desde que não haja saldo dispo-níveis em sua conta corrente de movimentação. A medida que entram recursos na conta corrente do cliente, eles são usados para cobrir o saldo devedor da conta garantida.

Para o cliente garante uma fluidez de

recursos. Para o Banco é um poderoso recursos

mercadológico. Para as reservas do banco pode ser um

problema pois implica. em manutenção de reservas e livre movimentação em stand by e, portanto, sem aplicação.

CRÉDITO ROTATIVO (CABCR) São linhas de crédito abertas com de-

terminado limite que as empresas utilizam a medida de suas necessidades. Os en-cargos são cobrados de acordo com sua utilização, na mesma forma das contas ga-rantidas

DESCONTOS DE TÍTULOS

(NOTAS PROMISSÓRIAS / DUPLICATAS)

É o adiantamento de recursos aos cli-

entes, feito pelo banco, sobre valores refe-renciados em duplicatas de cobrança ou notas promissórias, de forma a antecipar o fluxo de caixa do cliente.

Normalmente, o desconto de duplicatas

é feito sobre títulos com prazo máximo de 60 dias e prazo médio de 30 dias.

A operação de desconto dá direito de

regresso, ou seja, no vencimento, caso o título não seja pago pelo sacado, o cedente assume a responsabilidade do pagamento, incluindo multa e/ou juros de mora pelo atraso.

FINANCIAMENTO DE CAPITAL

DE GIRO São as operações tradicionais de em-

préstimos vinculadas a um contrato espe-cífico que estabeleça prazo, taxas, valores e garantias necessárias e que atendam as necessidades do capital de giro das em-presas.

Os empréstimos normalmente são ga-

rantidos por duplicatas numa relação de 120 a 150% do principal emprestado.

VENDOR FINANCE/COMPROR

FINANCE VENDOR É uma operação de venda a prazo em

que a empresa vendedora recebe o valor a

Page 35: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

34

vista da instituição financeira e a empresa compradora paga o valor a prazo (com ju-ros) para a instituição financeira.

Características: • A empresa vendedora assume o

risco de não pagamento da dívida pela empresa compradora.

• A base de cálculo dos tributos e con-tribuições incidentes sobre o faturamento fica diminuída, uma vez que os juros não estão embutidos no preço faturado (base de cálculo desses tributos)

• não incidirão IPI, ICMS, PIS, COFINS • incidirá IOF sobre o crédito. • A taxa de financiamento da

instituição financeira é geralmente menor que a taxa praticada pela empresa vendedora no caso

• autofinanciamento da venda, uma vez que o risco é rateado por varias operações.

COMPROR É uma operação de financiamento de

compras, sendo que a iniciativa parte do comprador e nele se concentra o risco de crédito. O compror consiste no financiamento a clientes do banco, para suas compras junto aos fornecedores. O risco da operação concentra-se no comprador, não existindo regresso contra o fornecedor (vendedor).

LEASING (TIPOS,

FUNCIONAMENTO, BENS) As transações de "leasing" se

desenvolveram em muitos países do mundo ocidental e têm a sua origem técnica no sistema financeiro norte-americano.

O sistema "leasing" não é ainda muito

bem divulgado em muitos países do Tercei-ro Mundo por falta de iniciativa da Comuni-dade Financeira, ou por falta de legislação em muitos desses países.

No Brasil, a sistemática de "leasing" in-

terno foi bastante explorada e muitos ban-

cos possuem departamentos específicos para tais operações. O Banco BCN do Grupo Conde, opera plenamente com ope-rações de "leasing", desenvolvidas pelo economista Dr. Mario Squassoni Filho para este banco.

Um modo viável para introduzir e pro-

mover este sistema financeiro no Terceiro Mundo seria a formação Oe "joint ventures" entre instituições financeiras internacionais e bancos governamentais do Terceiro Mundo, ou até operações entre bancos centrais e o World Bank" de Washington.

Na Colômbia, existe um "joint venture"

entre o "World Bank" e o "Banco de Lã Na-ción de Colômbia" para oferecer operações de "leasing" à importação de equipamentos industriais pesados.

Na China Comunista, recentemente, foi

formado um "joint venture" entre bancos alemães, japoneses e o "China Bank" para oferecer estas operações de Ieasing' in-ternacional.

Conceitos A PALAVRA "LEASING". A matéria de

que vamos tratar é conhecida simples-mente como Ieasing" e, por ser aceita em todos os países sob esta denominação, usá-la-emos sem aspas.

Leasing vem do verbo "to lease"

(arrendar) e pode significar o processo de arrendamento (operação de leasing), ou ter o sentido substantivo de arrendamento enquanto tal (contrato de leasing). O le-gislador brasileiro preferiu deixar de lado o termo inglês e empregou, em seu lugar, "arrendamento mercantil", devido, sem dú-vida, às peculiaridades do instituto no di-reito pátrio.

Outras legislações, também, preferem

usar expressões típicas. Assim, a França apelidou o leasing de "prêt-bail" e de "crédit-bail" e a Bélgica empregou a ex-pressão "location-financement". Os italia-nos chamam o leasing de Iocazione finan-ziaria", "prestito locativo" e "finanziamento

Page 36: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

35

di locazione". Na Alemanha, os autores usam o termo inglês e, raramente, o cor-respondente "Miet".

Nos Estados Unidos, duas são as pala-vras empregadas na operação de locação de bens: "renting", ou seja, qualquer ope-ração de aluguei de coisas Teito pelo pro-prietário das mesmas e Ieasing", ou seja, o aluguei feito por quem não é o fabricante, mas que financia, para o locatário, a utili-zação da coisa, sendo que as contrapres-tações pagas a título de aluguei poderão reverter, ao final do contrato, em presta-ções de um contrato de compra e venda, caso o locatário queira tornar-se proprietá-rio da coisa.

COILLOT critica o termo "crédit-bail"

(crédito-arrendamento) e propõe que seja substituído por "equipement-bail" (equipamento-arrendamento).

Afirma COILLOT: "Em primeiro lugar ex-

pliquemos as palavras empregadas: a) a palavra "arrendamento" Pelas razões precedentes, deixamos

margem à promessa unilateral de venda. Com efeito, para definir as relações da empresa de leasing e o arrendatário--usuario com terceiros diversos do fabri-cante, o termo arrendamento é o mais conveniente ' Explica perfeitamente as intenções das partes que se negam a toda transferência de propriedade com suas conseqüências prejudiciais em caso de fa-lência. As obrigações de manutenção, de bom uso, de assegurar, de pagar aluguéis, de rescisão em caso de falta de pagamento ou de inobservância de qualquer das cláusulas do contrato, estão na essência mesma do aluguel, que permite o desfrute e o uso pleno e total do material. As facetas contábil e fiscal, na origem do contrato de leasing, são respeitadas igualmente. Inclusive, acrescentamos que a supressão da promessa unilateral de venda, em comparação com os altos aluguéis cobrados, consolidaria a posição da em-presa de leasing em caso de falência, quando, então, a jurisprudência poderia assimilar o leasing à venda a prazo.

b) O termo "equipamento": Este termo nos foi sugerido pelas socie-

dades francesas de leasing, que utilizam com mais freqüência os termos "aluguel" e "equipamento' sem nenhum respaldo. O termo equipamento significa, por um lado, o domínio de atividade do contrato que está especialmente reservado para o equi-pamento industrial, comercial e profissional. Assinala, ademais, o aspecto financeiro da inversão: a operação de crédito a médio prazo. Citemos, ainda, uma instituição bastante nova que apresenta algumas analogias com a nossa: a tomada de pro-priedade e dos bens de equipamento (cf. as placas de propriedade). Igualmente somos tentados a adotar o termo equipa-mento, por uma segunda razão. Queremos falar da estreita colaboração entre a sociedade de leasing e o fabricante. Aqui há por parte da sociedade de leasing e do usuário, atuando conjuntamente, um ato econômico de equipamento."

A respeito do termo "crédit-bail", CA-

LAIS-AULOY professor na Faculdade de Direito de Montpellier, em conferência pro-nunciada em 1970, nas "journées d'étude" por aquela Faculdade, afirmou: Portanto, o nome "leasing" não quer dizer grande coi-sa. Seu equivalente francês mais exato se-ria sem dúvida a palavra "bail". O legislador francês escolheu uma expressão que denota melhor a complexidade da operaç-ão: entre nós o leasing tornou-se o "crédit-bail", e, é sob esta denominação que nós o empregamos constantemente.

Por que "crédit-bail"? Porque tal con-

trato, como muitos outros, é uma técnica jurídica ao serviço de uma necessidade econômica, técnica e jurídica que se apre-senta no arrendamento, necessidade eco-nômica que é uma necessidade de crédito, e mais precisamente uma necessidade de crédito a longo ou médio prazo, porque o crédito-arrendamento irá permitir às empresas obter bens de produção graças a um financiamento exterior. A operação relaciona, pois, três tipos de pessoas:

- aquela que fornece o bem e que nós

chamamos de "vendedor"-,

Page 37: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

36

- aquela que fornece o numerário e que nós chamamos de "credor";

- aquela que obtém a coisa sem que te-nha de fornecer numerário, e que nós chamamos de "usuário".

Por conseqüência, em direito, o "crédit--

bail" é a operação pela qual um estabele-cimento credor, após ter comprado um bem, o loca a uma empresa usuária, que, no fim do arrendamento poderá adquirir a propriedade do bem. à pagamento dos aluguéis ' e depois o do preço eventual re-sidual, permite ao credor recuperar os fun-dos que despendeu."

DEFINIÇÕES DE LEASING. Muitas são

as definições encontradas nos, tratados e nas legislações dos vários países. A lei brasileira o definiu do seguinte modo. Considera-se arrendamento mercantil a operação realizada entre pessoas jurídicas, que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos a terceiros pela arrendado-ra, para fins de uso próprio da arrendatária e que atendam às especificações desta."

JOSÉ W. N. QUEIROZ, que estudou a

matéria em profundidade, assim se ex-pressa: "Conseqüentemente, poder-se-ia definir o leasing, em sentido lato, como um, acordo mediante o qual uma empresa, necessitando utilizar determinado equipa-mento, veículo ou imóvel (terreno ou edifi-cação), ao, invés de comprar, consegue que uma empresa, chamada de leasing (locadora), adquira-o e loque-o à empresa interessada, por prazo determinado, findo o qual poderá a locatária optar entre a devo-lução do objeto do contrato, a renovação da locação ou a sua aquisição por compra e venda, pelo valor residual avençado no instrumento contratual."

SERGE ROLIN alinha outras definições,

que passamos a transcrever: - "O leasing é uma operação de financi-

amento a médio e longo prazo, praticada por uma sociedade financeira, e que tem como suporte jurídico um contrato de alu-guei de coisas;

- "O leasing e uma operação financeira efetuada por sociedades especializadas,

que, a pedido de seus clientes, compram bens de equipamento e os colocam à disp-osição das firmas requerentes em forma e arrendamento ligado a condições espe-ciais".

O próprio SERGE ROLIN definiu o lea-

sing, nos seguintes termos: "Para nós, o leasing é um financiamento destinado a oferecer aos industriais e aos comerciantes um meio flexível e novo de dispor de um bem de equipamento, alugando-o em vez de compra-lo Esta operação é realizada por sociedades especializadas que compram o material, seguindo as especificações do futuro usuário, alugando-o durante. o prazo convencionado e mediante a percepção de contra prestações fixadas em contrato e que deve reservar ao arrendatário uma opção de compra do bem ao término do período inicial."

RICHARD VANCIL oferece a seguinte

definição: "Trata-se de um contrato pelo qual o arrendatário aceita efetuar uma série de pagamentos ao arrendador, paga-mentos que, no todo, excedem o prego de compra do bem adquirido. De um modo ge-ral os pagamentos são escalonados em período equivalente à maior parte da vida útil do bem. Durante esse período, chamado período inicial do aluguel, o contrato e irrevogável pelas partes, e o arrendatário está obrigado a continuar pagando os aluguéis."

Na França, como dissemos, o leasing é

chamado de "crédit-bail" e a definição des-se instituto encontra-se na Lei 661455 (art. 10) nos seguintes termos: "As operaçoes de crédito-arrendamento ("'crédit-bail") a que se refere a presente lei são operações e locação de bens de equipamento, mate-rial de trabalho ou de bens imóveis de uso profissional, especialmente adquiridos com vistas a essa locação por empresas que permanecem proprietárias destes bens, quando essas operações, qualquer que seja sua denominação, dão ao locatário a, faculdade de obter total ou parcialmente os bens locados, mediante um preço conven-cionado, levando-se em conta, pelo menos em parte, os pagamentos efetuados a título de aluguel"

Page 38: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

37

A Bélgica, por sua vez, tratou da matéria referente ao. Leasing em seu Decreto Real n. 55, de 10.11.67. a exposição de motivos ficou esclarecido que: "As empresas especializadas adquirem bens de equipa-mento segundo as especificações de seus clientes e, reservando-se a propriedade dos mesmos, dão-nos em arrendamento por um período correspondente à duração resumida da utilização econômica os ens, mediante pagamento de alugueres calculados de modo que se amortize o va-lor dos bens, no período de utilização pre-visto no contrato. De maneira acessoria, os contratos de arrendamento concedem ao usuário uma opção de compra dos bens arrendados, opção que o usuário poderá exercer ao final do arrendamento, mediante o pagamento de uma quantia que é comparada ao valor residual estimado dos bens."

Na Espanha, o projeto de regulamentaç-

ão do leasing fixou o entendimento que devem ser incluídas neste instituto as ope-rações de arrendamento de bens de equi-pamento, entendendo-se como bens de equipamento os destinados às atividades próprias de uma empresa.

Ao analisarmos o art. 10 da Lei n.

6.099/74, voltaremos ao assunto, especifi-camente no tocante ao conceito que o ins-tituto recebeu em nossa legislação. No momento, o cotejo com as definições ofe-recidas pela Doutrina e pela Legislação servirão para dar ao leitor um conceito aproximativo do que seja leasing.

Tipos RENTING E LEASING. A cessão do uso

poderá ser compensada por um simples aluguel, ou operar-se através de uma atividade financeira. No primeiro caso, há locação no sentido tradicional, ou, de acor-do com a expressão americana, o "renting", no segundo, ter-se-á o arrendamento uni-versalmente apelidado de "leasing". Estas são as duas formas básicas que a locação assume e que serão analisadas a seguir.

O "RENTING" E O "OPERACIONAL LEASING". A locação pura e simples de bens foi a primitiva forma, visto que o lea-sing, por envolver financiamento, exige certa sofisticação. O "renting" apareceu sob a espécie de aluguei de aparelhos ou máquinas por parte dos fabricantes ou pro-dutores.

Consiste esse instituto no arrendamento

de bens, a curto prazo de tempo, no qual não é prevista a possibilidade de o arren-datário adquirir o = ao final do contrato, embora isto possa acontecer. O locador fica obrigado a arcar com certos ônus da locação, tais como a manutenção e a as-sistência técnica.

Alguns autores fazem distinção entre

renting" e "operational leasing". O primeiro, seria considerado como o arrendamento de bens móveis, pelo fabricante, por curto espaço de tempo, enquanto, o segundo envolveria, também, a idéia de in-vestimento do locador, embora visando um certo fim ou um determinado serviço.

Na prática, porém, o tratamento fiscal é

o mesmo, tanto para o "renting", quanto para o "operational leasing". Além do mais, possuindo o Brasil tratamento uniforme para a locação de bens, não haveria razão para nos determos em análises de concei-tos alienígenas.

O Código Comercial define a "locação

mercantil" seguinte modo: "A locação mercantil é o contrato pelo qual uma clãs partes se obriga a dar à outra, por determi-nado tempo e preço certo, o uso de alguma coisa, ou do seu trabalho".

No anteprojeto do Código Civil a locação

foi prevista nos arts. 552 e seguintes, mas os seus autores evitaram tratar especifica-mente do leasing.

Assim sendo, a locação continuará, ao

que parece, sujeita às regras gerais que vem regendo esse tipo de operação, as quais poderiam ser assim resumidas:

a) o locador fica obrigado a entregar a coisa alugada e a mantê-la na posse do lo-catário durante todo o tempo do contrato;

Page 39: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

38

b) o locatário, por sua vez, fica obrigado a servir-se do uso da coisa na forma con-vencionada em contrato e a pagar pontu-almente o aluguel, bem como a levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros e a restituir a coisa, finda a locação, no estado em que a recebeu, salvo as deteriorações ocorridas pela ação da natureza e pelo uso regular da coisa;

c) quanto ao contrato propriamente, dito, e feito porque o locatário prefere usar coisa alheia, ao invés de adquiri-la. Não é revista, portanto, a compra do bem locado, nem há previsão de valor residual, pois as prestações não contêm, necessariamente, a faculdade de compra pelo locatário, ao final do contrato. O prazo do contrato é, em geral, de curta duração e sempre determinado.

A tendência da empresa que opera com

o "renting" é de se tornar especializada na locação de determinados bens. E uma es-pécie de sociedade de prestação de servi-ços, sendo que, ao invés de executar a prestação, cede seus bens à locatária, para que ela, com seus próprios meios, taça uso deles. E o que acontece, por exemplo, com o aluguei de carros e vagões.

A sociedade que opera com "renting" se

vê coartada pelos meios que fazem sua própria oferta, sendo que, por isso mesmo, seu campo de ação e menor que o de uma pessoa jurídica que opere com leasing. Seus bens ficam, com o tempo, standarti-zados, de acordo com o setor da economia que deseja servir, embora tenha. possibili-dade de fornecer assistência técnica e ma-nutenção, diminuindo, assim, o custo da operação. Em razão dessa técnica própria, o "renting" é usado, de preferência, para Computadores eletrônicos, máquinas xero-gráficas e automóveis.

Em conclusão, o renting oferece as se-

guintes características a) arrendamento, sem haver opção de

compra; b) contrato rescindível pelo arrendatário,

sem que o prazo determinado em contrato tenha a mesma rigidez do contrato de lea-sing

c) manutenção e assistência técnica, em geral, previstas como encargo do locador,

d) a operação poderá ser contratada di-retamente com o fabricante.

Na legislação do imposto de renda, o

"renting" é previsto no art. 71 da Lei n. 45.061/64 (RIR, art. 174). possível a dedu-ção de despesas com aluguéis, quando necessárias para que a empresa mantenha a posse, uso ou fruição do bem que produz o rendimento e desde que o aluguei não constitua aplicação de capital na aquisição do bem, nem distribuição disfarçada de lu-cros.

LEASING FINANCEIRO (FINANCIAL

LEASING). RUOZI definiu o leasing finan-ceiro como sendo uma operação de fi-nanciamento a médio e longo prazo, base-ada num contrato de locação de bens mó-veis ou imóveis. O financiamento é conse-guido por um intermediário financeiro, que intervém entre o estabelecimento produtor do bem objeto do contrato e o estabeleci-mento que solicita uso do mesmo, adqui-rindo do primeiro o bem mencionado e ce-dendo-o em locação ao segundo, o qual se compromete, de modo irrevogável, a cum-prir para com o intermediário financeiro com certas exigências periódicas, através de uma quantia global superior ao custo do bem, cuja propriedade, no término do con-trato, poderá ser transferida, a título onero-so, do intermediário financeiro ao estabele-cimento locatário, pela iniciativa deste últi-mo,

FOSSATI, analisando esta definição,

enumera os seguintes pontos característi-cos do leasing financeiro:

- é operação típica de financiamento: o escopo principal, no caso; é o de financiar o locatário, o qual, na maioria das vezes, visa adquirir o bem arrendado;

- é celebrado para duração a médio e longo prazos. A duração efetiva de um contrato de leasing financeiro é cautelosa-mente calculada em relação à duração econômica do bem cedido em arrenda-mento;

- o objeto do contrato está no arrenda-mento de bens móveis e imóveis. Enquanto no leasing operacional "renting" são objeto

Page 40: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

39

de locação apenas bens standartizados, no leasing financeiro são objeto de contrato bens diversificados, desde que possam ter grande utilização para a arrendatária;

- no tocante ao íntermediário financeiro, as empresas que alugam seus bens não os fabricam porque não são industriais. São, na verdade, sociedades financeiras, constituídas com a participação de institu-tos de crédito, de companhias de seguros ou investidores organizados

- o contrato tem caráter irrevogável, A retratação pelo arrendatário é permitida quando desembolsado em favor do arrend-ador o valor das prestações a pagar (com desconto geralmente muito pequeno) e da multa contratual, se for o caso. Na opinião de RUOZI, um contrato de leasing e um contrato "sui generis", no qual coexistem as características de contrato de mútuo, de lo-cação e de compra e venda, de locação e eventual compra e venda, compra e venda entre estabelecimento produtor e locatário, locação entre empresa locatária e empresa locadora, eventual compra e venda, no término do contrato, entre ambas;

- as contraprestações são periódicas. Fixa-se uma prestação determinada, men-sal, semestral ou anual, podendo, em al-guns países, ficar acertado que as contra-prestações serão progressivas ou. regressi-vas, tendo-se em conta a depreciação, os juros do capital empatado, as despesas de administração e os encargos que pesam sobre o locador;

- a respeito das opções, ao final do con-trato, são apontadas as seguintes: (a) o ar-rendatário poderá renovar o contrato, com nova fixação de contra prestações periódi-cas, inferiores às do primeiro contrato; (b) poderá, por outro lado, restituir o bem ar-rendado, ou (c) tornar-se proprietário do bem objeto do contrato, pagando, neste caso, uma soma estipulada de antemão.

Em suma, o leasing financeiro é mais

rentável que o operacional, mas não ofere-ce ao arrendatário a assistência que o lea-sing operacional proporciona, Além do mais o leasing financeiro exige do arrendador maior cuidado no cálculo de sua rentabilidade, já que os bens estão sujeitos ao fenômeno da 'obsolescência".

A respeito do leasing financeiro RUOZI, afirma: Quando a sociedade financeira de leasing não concede ao locatário o com-plexo de serviços colaterais examinados no parágrafo precedente, o leasing praticado por e a perde as características operativas e torna-se exclusivamente instrumento de financiamento da "azienda" locatária. Por isto, tal tipo de leasing é chamado de fi-nanceiro."

B. MÉRA, em conferência pronunciada

em 30.09.65 (B. Méra é Diretor Geral da União Francesa de Bancos e Presidente Diretor Geral da "Cie. pour Ia Location d'E-quipements Professioneis-CLEP), afirmava "Todos sabem que se trata de uma fórmula na qual um industrial, ao invés de adquirir um bem móvel de que necessita e após ter conseguido saber quais as suas caracte-rísticas e seu preço, junto ao vendedor, so-licita a uma sociedade financeira especiali-zada que o compre em seu lugar e o alu-gue por um período convencionado, variá-vel em cada caso, mas sempre suficiente para permitir a amortização integral do in-vestimento realizado pela sociedade finan-ceira. No final desse período, a empresa locatária pode escolher entre restituir sim-plesmente o bem locado, alugá-lo nova-mente para um período variável mediante uma renda reduzida ou, enfim, adquiri-lo por um preço menor."

ESPÉCIES DE LEASING. A divisão

exata das várias espécies de leasing, ou a sua classificação em "tipos", é tarefa difícil, uma vez que o instituto está, ainda, em fase de formação e não recebeu tratamento definitivo em nossa legislação.

Deixamos bem claro que já se pode

achar uma divisão fixada nos dois tipos bá-sicos de. locação, acima apontados, ou seja, leasing operacional e leasing financei-ro. Fora desses limites, os autores fazem conjecturas e seria exaustivo enumerarmos as espécies por eles apontadas. A título de exemplo, transcrevemos um trecho do artigo escrito pelo Prof. MAURO BRAN-DARLOPES no "O Estado de São Paulo" (edi de 25.12.74), mas, como ele mesmo 2;o não é uma divisão exaustiva. Assim, esclarece ele:

Page 41: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

40

"São três as espécies básicas do

"leasing"-. a) Na primeira espécie, o agente do

'leasing", o "lessor" do direito americano (a seguir denominado "arrendador", por con-veniência de exposição), compra do pro-dutor ou intermediário determinada coisa, sob especificações ou não do tomador do "leasing" o "lessee" do direito americano (a seguir denominado "arrendatário", por con-veniência de exposição) e dá a este em "locação", mediante um "aluguel", pagável em parcelas, que na sua integridade é igual aos custos totais relativos à coisa, os quais terá de suportar durante todo o prazo do contrato , sejam de que natureza forem, acrescidos e seu lucro. A "locação" se liga uma opção do arrendatário para compra da coisa, no término do prazo, por preço residual preestabelecido. O contrato não é denunciável pon vontade unilateral de qualquer das partes. E esta a forma básica e original do negócio, que se denominou inicialmente de "financial leasing" ou "full payout lease".

Desta espécie há uma segunda modali-

dade, geralmente escolhida para coisa mais facilmente colocável no mercado. Nesta segunda modalidade da primeira espécie, modificam-se os termos do contrato escrito, de modo que o arrendatário tenha a faculdade unilateral de rescindi-lo a qualquer tempo, sem que com isso se lhe tire necessariamente a opção de compra. Permanece o elemento básico de que o "aluguel", na sua integridade, ou até o momento, seja ele qual for, à escolha do arrendatário, em que é por este denunciado o contrato, cobrirá sempre os custos totais do arrendador, acrescidos de seu lucro, ou seja, a opera ao conserva o seu caráter de "full payout lease". A opção de compra, que pode ter o arrendatário, será então, não por preço residual predeterminado, mas pelo preço de mercado da coisa rio momento em que for exercida a opção. E esta a modalidade denominada de "operating lease".

A primeira espécie do negócio tem ainda

uma terceira modalidade, na qual se tem o

mesmo contrato inicialmente descrito, e conhecido por "financiar leasing", ou seja, uma "locação" mediante "aluguel" corres-pondente aos custos totais do arrendador, acrescidos de seu lucro (operação que tem portanto o mesmo caráter de "full payout lease"), e não cancelável unilateralmente, mas sem opção de compra, ou com opção ao preço de mercado no momento de seu exercício. Esta terceira modalidade da éspécie básica não é mais do que simples modificação de traços não essenciais das duas outras.

b) Na segunda espécie de "leasing", o

arrendatário simplesmente assume a fun-ção. que nas modalidades da primeira espécie tem o produtor da coisa ou intermediário na sua venda; o arrendatário vende coisa sua ao arrendador, para em seguida dele torná-la em "locação", com as mesmas cláusulas fundamentais dos contratos anteriormente descritos, ou seja, mediante o mesmo "aluguel" compreensivo de custos e lucros, ou seja, dando á operação o caráter de "full payout lease , inclusive também com a possível opção de' compra por valor residual predeterminado ou por valor de mercado no momento de seu exercício. Esta espécie, que também pode tomar a forma de contrato denunciável pelo arren-datário a qualquer tempo, como no "operating lease", é a forma denominada de "Iease back".

C) A terceira espécie de "leasing", co-

nhecida por "self leasing", apresenta duas modalidades. Na primeira, sociedades de um mesmo grupo econômico, ou seja, so-ciedades coligadas ou interdependentes, assumem as posições do arrendador, do arrendatário e do vendedor da coisa, res-pectivamente, ou somente os dois primei-ros. Assim, uma delas, na qualidade de ar-rendador, adquire a coisa de sociedade, que pode ou não pertencer ao grupo, na qualidade de arrendatária. O "leasing" tem aqui a mesma característica básica das modalidades já descritas nas espécies an-teriores, ou seja, o caráter de "payout lea-se". Não importam as razões da operação, bastando que, embora entre sociedades do mesmo grupo, o contrato exiba o mesmo

Page 42: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

41

traço fundamental do "leasing" entre pes-soas economicamente estranhas umas às outras..

Na segunda modalidade desta terceira

espécie, o fabricante ou produtor da coisa assume a posição de arrendador, e dá di-retamente ao arrendatário, em "locação", a coisa que fabricou, mediante contrato com a mesma característica básica dos demais contratos descritos, ou seja, o "aluguel" compreensivo de custos totais e lucro ("full payout lease"), com a possível opção de compra e os diversos mecanismos para o seu exercício.

Na descrição feita - (no número anterior)

das diversas espécies de "leasing", perce-be-se claramente qual é a sua característi-ca essencial, devidamente acentuada que foi em cada modalidade é o caráter do "aluguel" pactuado. Este "aluguel", na sua integridade, ou seja, no total de suas par-celas, compreende' a totalidade dos custos suportados pelo operador, acrescidos de seu lucro, o que torna impossível conside-rar o contrato como sendo de simples loca-ção. Nesta, o uso da coisa é dado ao lo-catário mediante equivalente contrapresta-ção, nisto consistindo a comutatividade do contrato no "leasing", o "aluguel" não se pode dizer equivalente ao valor de uso da coisa antes está em flagrante desproporção com ele, excedendo-o de muito, para alcançar e mesmo ultrapassar o valor ela, o que tira inteiramente ao contrato de loca-ção o elemento de comutatividade.

Na verdade, o "aluguel" total pago pelo

arrendatário eqüivale a importância muito superior ao valor da própria coisa, acresci-da de todos os custos acessórios e do lucro que tem o arrendador. Analisada friamente a operação nas suas implicações econômicas, o arrendador funciona mani-festamente como autêntico financiador, e o arrendatário como financiado; a importân-cia do arrendamento, aplicada pelo arren-dador na compra da coisa, ou por esta re-presentada, se já de sua propriedade, é simplesmente paga parceladamente sob a forma de "aluguel", com todos os custos acessórios, e acrescida do lucro do financi-ador.

Admitida esta realidade econômica, e

não parece possível negar a evidência dos fatos, vê-se desde logo que em todas as três aludidas espécies de "leasing", nas suas diferentes modalidades, existe real fi-nanciamento, com a típica conseqüência, diretamente visada, a de permitir ao finan-ciado, para seu "capital de giro", o uso de quantias que de outra forma permaneceri-am imobilizadas. É este o fim de todo o fi-nanciamento no campo industrial, a alter-nativa seria dispêndio direto na aquisição da coisa pelo interessado ou o uso de nu-merário próprio para capital de giro.

Assim, nas três modalidades da primeira

espécie de "leasing", arrendador é que usando numerário próprio ou financiado por outrem, desembolsa o valor da coisa, na sua aquisição, ou a produz ele mesmo, e o recobra do arrendatário, em parcelas equivalentes no seu total ao valor de aqui-sição, ou ao valor da coisa produzida, mais custos e mais lucros.

No "lease back", o arrendatário obtém o

seu capital de giro mediante venda da coi-sa ao arrendador, que lhe paga o seu valor, a em seguida recuperá-lo na operação de leasing com todos os seus custos e mais lucro. No "self leasing", é verdade, o motivo da operação pode ser diferente, e mesmo de caráter não econômico, mas o "leasing" propriamente assume as mesmas características econômicas."

Quisemos transcrever. estas linhas do

Prof. Mauro, não porque julguemos sua di-visão perfeita, pois o próprio autor assevera não ser exaustiva a definição que apontou. Foi nossa intenção poupar ao leitor a busca, em seus arquivos, do artigo citado e, sobretudo ' por considerarmos. de gran-de valia as idéias ai expressas por um professor adjunto da Faculdade de Direito a USP, uma vez que aquela casa é celeiro de grandes valores no mundo jurídico. Já que estamos nas páginas iniciais de nossa história do leasing, vale meditarmos sobre o que disse o professor que, embora colocando-se em aberta contradição, em muitos lugares do citado artigo, com as normas expressas pela Lei 6.099/74, pode

Page 43: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

42

colaborar no campo de ."lege referenda", para uma elaboração mais acurada do as-pecto comercial do leasing.

FINANCIAMENTO DE CAPITAL

FIXO Em termos da contabilidade de uma

empresa, é aquele representado por imó-veis, máquinas e equipamentos. É também chamado de ativo fixo. De acordo com a concepção marxista, é a parte não circulante do capital constante, isto é, a parte do capital utilizada em máquinas, equipamentos, instalações etc. Veja também Ativo; Capital Constante.

CDC - CRÉDITO DIRETO AO

CONSUMIDOR É o financiamento concedido por uma

Financeira para aquisição de bens e servi-ços por seus clientes.

Sua maior utilização é na aquisição de

veículos e eletrodomésticos. O bem adquirido serve de garantia da

opera ao, ficando a ela vinculado pela figura da alienação fiduciária (a propriedade do bem adquirido fica com a financeira até a quitação do empréstimo).

CRÉDITO RURAL É o suprimento de recursos financeiros

para aplicação exclusiva nas atividades agropecuárias.

Apenas os bancos comerciais e os ban-

cos múltiplos com carteira comercial, COMPULSORIAMENTE, operam neste mercado através de recursos próprios:

• 25% dos volumes médios dos depó-sitos à vista e outros recursos compulsórios"

• os bancos podem optar or terem estes recursos recolhidos ao J sem remuneração.

No mínimo 50% da exigibilidade deve

ser satisfeito com crédito a mini ou peque-no produtor.

Modalidades de crédito rural: • Custeio agrícola e pecuário: recursos

para cilco operacional com prazos máximos de financiamento:

• de 12 meses para o pecuário; • de 24 meses para o agrícola. • Investimento agrícola e pecuário: re-

cursos para investimento fixo com prazo máximo de financiamento de 6 anos;

• Comercialização agrícola e pecuária: recursos para o beneficiamento e industrialização de produtos agropecuários.

Beneficiários do crédito rural: • miniprodutor: renda bruta anual

inferior a R$ 7.500,00. • pequeno produtor: renda bruta anual

entre R$ 7.500,00 e R$ 22.000,00 • demais produtores: renda bruta anua!

superior a R$ 22.000,00. CADERNETAS DE POUPANÇA Contas sobre cujos depósitos são

creditados mensalmente (lei de agosto de 1983) juros e correção monetária, uma vez observada a condição de que saques e depósitos sejam feitos em épocas predeterminadas. O funcionamento das Associações de Poupança e Empréstimo foi decretado em 1966 com o objetivo de propiciar a aquisição de casa própria a seus associados, desenvolvendo o hábito da poupança. Sua atuação efetiva data de junho de 1968, e, em 1974, os depósitos em caderneta de poupança já representavam 17,4% do total de depósitos feitos em todo o país. A partir de 1980, medidas econômicas adotadas pelo go-verno federal, como a limitação das taxas de juros e a correção monetária, provocaram uma redução temporária da poupança privada interna, mas uma grande campanha de recuperação do prestígio da poupança e a liberação dessas taxas acarretaram o enorme crescimento da poupança privada, que se verificou a partir de então. Com a extinção do BNH, decretada pelo Plano Cruzado 2, em novembro de 1986, a caderneta de

Page 44: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

43

poupança foi perdendo sua finalidade de instrumento de financiamento da casa própria para transformar-se em mecanismo de financiamento da dívida pública. Mesmo assim, estimulados pelos altos juros nominativos, nos períodos de alta inflação de 1988 e 1989, os depósitos em caderneta de poupança continuaram a crescer. Em fevereiro de 1990, um mês antes da instituição do Plano Collor, os depósitos em caderneta de poupança chegaram a representar 25% dos ativos financeiros do país. Com o desestímulo provocado pelo Plano de Estabilização Financeira aplicada em março de, 1990, quando grande parte de seus valores foram "bloqueados" pelo governo, os depósitos em caderneta de poupança começaram naturalmente a decrescer. Em maio do mesmo ano, eles representavam apenas 20% dos ativos financeiros. Enquanto isso, sua finalidade como instrumento do mer-cado imobiliário para a construção de moradias praticamente deixou de existir. A partir de julho de 1994, com o advento do Plano Real e a estabilização de preços, a caderneta de poupança voltou a ser uma opção de investimento financeiro, apesar da "desilusão monetária" (confusão entre taxas de juros reais e nominais), embora não recuperasse sua função de instrumento para o financiamento da construção de moradias.

FINANCIAMENTO À

IMPORTAÇÃO E À EXPORTAÇÃO; REPASSES DE RECURSOS DO BNDES

O objetivo do BNDES é oferecer aos

exportadores brasileiros ou aos importadores de produtos brasileiros linhas de crédito de longo prazo, em condições compatíveis com as existentes no mercado internacional. Por meio dos Produtos Exportação financia a exportação de bens de capital e serviços, com ênfase em produtos de maior valor agregado.

As operações podem ser realizadas diretamente com o BNDES ou através de instituições financeiras credenciadas no País e no exterior.

Evolução dos Desembolsos

Programas 1998 1999 2000 2001 2002 Exportações Brasil (US$ bilhões)

51,1 48,0 55,0 58,2 60,4

Desembolsos BNDES-Exim (US$ bilhões)

2,1 2,1 3,1 2,6 3,9

Desembolsos BNDES-Exim/ Exportações (%)

4,1 4,4 5,6 4,5 6,5

Desembolsos BNDES-Exim/ BNDES (%)

12,7 19,2 24,5 23,9 31,5

US$ milhões Programas 1998 1999 2000 2001 2002

Pré-Embarque 346 302 810 410 700

Pré-Embarque Especial 642 638 474 559 577

Pós-Embarque 1.077 1.160 1.776 1.633 2.669

Total 2.065 2.100 3.060 2.602 3.946

CARTÕES DE CRÉDITO É um indutor ao crescimento das ven-

das. Possibilita ao cliente um financiamento e a adequação de suas despesas a seu fluxo de caixa. Funciona como um crédito automático e é a moeda do futuro.

Tipos de cartões • quanto ao usuário; • pessoa física; • empresarial; • quanto à utilização; • exclusivo no mercado brasileiro; • de uso internacional. TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO Conceitos e Características São um investimento com características

de um jogo onde se pode recuperar parte do valor gasto na aposta. Sem a ajuda da sorte, o rendimento será inferior ao de um fundo ou de uma caderneta de poupança.

O valor aplicado pelo investidor é dividi-

do em três partes, a saber • para a poupança • para o sorteio; • para cobrir as despesas do fundo.

Page 45: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

44

A liquidez é limitada, existindo carência para a retirada das parcelas depositadas.

São regulamentados pela SUSEP

(Superintendência de Seguros Privados). Características: • Capital Nominal - valor a ser resgata-

do corrigido e com juros; • Sorteios; • Prêmio; • Prazo (não pode ser inferior a um

ano); • Provisão Rara sorteio -. parcela da

prestação que ira compor o premio; • Carregamento - taxa de administra-

ção. • Provisão matemática - parcela do in-

vestimento que vai compor a poupança do investidor;

• carência para resgate (não pode ser superior a 24 meses e se o prazo de pagamento for inferior a 48 meses, a carência não pode ser superior a 12 meses).

PLANOS DE APOSENTADORIA

E PENSÃO PRIVADOS - PLANOS DE SEGUROS

Espécie de pecúlio ou poupança

formada por um conjunto de pequenos investidores e poupadores, com o intuito de garantirem para si uma pensão mensal, de-pois de um prazo determinado. Em geral, os fundos de pensão (assim como pecúlios e outros sistemas da previdência privada) são organizados por empresas financeiras que fazem aplicações com a soma do dinheiro dos pequenos poupadores. Depois de um prazo (em geral, sempre superior a dez anos), o indivíduo passa a receber seu dinheiro de volta, acrescido de juros e cor-reção, como uma espécie de complementação de aposentadoria. A Constituição de 1988 veda qualquer subvenção ou auxilio do poder público às entidades de previdência privada com fins lucrativos.

MERCADO DE CAPITAIS

Toda a rede de bolsas de valores e instituições financeiras (bancos, companhias de investimento e de seguro) que opera com a compra e venda de papéis (ações, títulos de dívida em geral) a longo prazo. Tem a função de canalizar as poupanças da sociedade para o comércio, a indústria e outras atividades econômicas e para o próprio governo. Distingue-se do mercado monetário, que movimenta recursos a curto prazo, embora ambos tenham muitas instituições em comum.

Os países capitalistas mais desenvolvi-dos possuem mercados de capitais fortes e dinâmicos. A fraqueza desse mercado nos países subdesenvolvidos dificulta a forma-ção de poupança, constitui um sério obstá-culo ao desenvolvimento e obriga esses países a recorrer aos mercados de capitais internacionais, sediados nas potências centrais.

AÇÕES: CARACTERÍSTICAS E

DIREITOS Documento que indica ser seu possuidor

o proprietário de certa fração de determi-nada empresa. Existem vários tipos de ações, cada um dos quais definindo formas diversas de participação na propriedade e nos lucros da empresa. Ações ao portador (extintas pelo Plano Collor) não trazem expresso o nome de seu possuidor, sendo, portanto, daquele que as tiver em seu poder. Ações nominativas pertencem exclusivamente à pessoa nelas nomeada e só podem ser negociadas mediante registro em livro especial da empresa que as emitiu. Ações endossáveis são ações nominativas que podem ser negociadas mediante simples endosso de seu proprie-tário. Ações ordinárias conferem a seu possuidor o direito de eleger a diretoria da empresa; em contrapartida, seus possuidores somente têm direito à distribuição dos dividendos depois de paga a porcentagem prioritária a que têm direito os portadores de ações preferenciais. Ações preferenciais são aquelas cujos possuidores têm direito de receber uma porcentagem fixa dos lucros, antes de distribuídos os dividendos da empresa. Quando a ação preferencial é emitida com

Page 46: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

45

a cláusula de direitos cumulativos, isso dá a seus possuidores o direito de participar não só dos dividendos do ano em curso, mas também dos anos anteriores, na porcentagem estabelecida, desde que esses dividendos não tenham sido distribuídos por qualquer razão. Caso a empresa entre em liquidação, as ações preferenciais gozam da mesma prioridade. Em alguns casos, os possuidores de ações preferenciais podem ter direito a voto, mas em menor extensão que o portador de ações ordinárias.

DEBÊNTURES É um título emitido por sociedades anô-

nimas não financeiras de capital aberto com garantia

• de seu ativo; • garantia subsidiária (de uma institui-

ção financeira). Destina-se a obter recursos de médio e

longo prazos. Garantem ao comprador remuneração

certa em um prazo certo. As debêntures têm como limite máximo

valor do PL da empresa. Prazo de resgate - nunca inferior a um

ano. DIFERENÇAS ENTRE

COMPANHIAS ABERTAS E COMPANHIAS FECHADAS

COMPANHIAS ABERTAS Característica do tipo de sociedade

anônima em que o capital, representado pelas ações, é dividido entre muitos e indeterminados acionistas. Além disso, essas ações podem ser negociadas nas Bolsas de Valores.

COMPANHIAS FECHADAS Característica do tipo de sociedade

anônima em que o capital, representado

por ações, é dividido entre poucos acionistas. Além disso, as ações não são negociáveis em Bolsas de Valores e são transmitidas ou negociadas apenas sob consenso dos acionistas.

OPERAÇÕES DE UNDERWRITING

É feita, em geral, por um banco de in-

vestimento, muitas vezes associado a ou-tras entidades financeiras. Três tipos de contrato podem ser feitos entre a empresa que lança os títulos e a financeira que os coloca junto ao público: 1) straight - a fi-nanceira subscreve a totalidade do lança-mento, pagando-o diretamente à empresa 2) stand-by - a financeira compromete-se a subscrever os títulos não adquiridos pelo público, 3) best-efforts - a financeira com-promete-se a esforçar-se para vender os títulos, sem assumir a responsabilidade de subscrevê-los, e devolve a empresa aque-les não negociados pelo público.

FUNCIONAMENTO DO MERCADO À VISTA DE AÇÕES (SPOT).

Mercado de comodities em que os

negócios são realizados com pagamento a vista e entrega imediata das mercadorias.

Distingue-se do mercado a futuro ou do mercado a termo, em que os contratos são feitos para pagamento e entrega posterio-res dá dois tipos básicos de mercado spot: o mercado primário ou local, situado junto às zonas produtoras, e o mercado central, localizado nos pontos de distribuição. Um exemplo deste último é o grande mercado de petróleo do porto de Rotterdã.

MERCADO DE BALCÃO. Mercado de títulos no qual se negociam

ações de empresas não registradas nas bolsas de valores. Essas ações, portanto, estão fora do controle das bolsas e sem suas garantias.

As Operações com Ouro: O mercado de ouro, assim como o mer-

cado de ações, integra o grupo dos cha-mados mercados de risco já que suas

Page 47: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

46

cotações variam segundo a lei da oferta e da procura.

No mercado internacional, os principais

centros que negociam ouro são Londres e Zurique onde o ouro e negociado no mercado de balcão e não via bolsas.

Outro grande centro de negócios é a

Bolsa de Mercadorias de Nova York (COMEX) onde só se opera em mercado futuro. Há também nesta praça um forte mercado de balcão para o ouro tísico.

No Brasil, o maior volume de comerciali-

zação de ouro se faz através da bolsa de mercadorias e futuros de São Paulo, que é a única bolsa no mundo que comercializa ouro no mercado físico.

As cotações do ouro, no exterior, são

feitas em relação à onça troa, que eqüivale a 31,104g

No Brasil, a cotação é feita em reais por

grama de ouro puro. O preço do ouro no Brasil vincula-se,

historicamente, às cotações de Londres e Nova York, refletindo, portanto, as expec-tativas do mercado internacional. Sofre, entretanto, influência direta das perspecti-vas do mercado interno e, principalmente, das cotações do dólar flutuante.

Assim o preço interno é calculado dire-

tamente segundo as variações do preço do dólar no mercado flutuante e dos preços do metal na bolsa de Nova York.

O preço do grama do ouro em reais, cal-

culado a partir do preço da onça em dóla-res (pela cotação do dólar flutuante) nos dá um referencial de preços. Tradicional-mente, a cotação da Bolsa de Mercadorias e Futuros mantém a paridade com este valor referencial variando 2%, em média, para baixo ou para cima.

Existem dois tipos de investidores no

mercado de ouro no Brasil: • o investidor tradicional - que utiliza o

ouro como reserva de valor,

• o especulador - que está a procura de ganhos imediatos e de olho na relação ouroldólar/ações procurando a melhor alternativa do momento.

Hoje há dois mercados no Brasil para o

ouro, 1. mercado de balcão; • operações são fechadas via telefone; • após o pagamento, o comprador tem

duas opções • deixar o ouro depositado em custódia

em uma instituição financeira, levando consigo um certificado de custódia;

• retirar fisicamente a quantidade de ouro adquirida.

2. mercado spot nas bolsas; • a entrega do ouro se dá em 24 horas, • os volumes negociados são transferi-

dos automaticamente entre as contas de custódia dos clientes em diferentes bancos, sem que o metal passe pelas mãos de quem compra ou vende. No mercado de bolsas, trocam-se certificados de proprie-dade.

Em qualquer caso, a responsabilidade

pela qualidade do metal é da fundidora e não do banco, que é apenas o depositário.

O Glossário do Ouro Abraico - Associação Brasileira da In-

dústria e Comércio de Ouro. Andima - Associação Nacional das Ins-

tituições do Mercado Aberto. Anoro - Associação Nacional do Ouro. Bullion - Ouro em barra, lingote ou em

moedas, utilizado como investimento (ver também moeda).

CPRM - Companhia de Pesquisas e Recursos Minerais.

DPRM - Departamento de Pesquisas e Recursos Minerais.

Moedas - As moedas de ouro são clas-

sificadas em medalhas de ouro, moedas de imitação e moedas oficiais. As oficiais são as mais importantes como forma de inves-timento. Segundo a empresa londrina Gold fields, diversos países produtores de ouro

Page 48: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

47

têm suas moedas oficiais, também chama-das de bullion (uma exceção é o Brasil). Bullion, no caso, é o termo usado para descrever moedas contemporâneas de ouro cunhadas em grande quantidade e vendidas a um pequeno prêmio acima do seu teor de ouro (para tornar a moeda mais resistente ao manuseio - o ouro é um metal macio -, ela é cunhada numa liga em que entram outros metais como cobre, prata ou paládio). Essas moedas têm a vantagem e combinar um baixo prêmio e o reco-nhecimento de uma moeda lega. As moe-das bullion mais importante são a Eagle (dos Estados Unidos) e a Maple Leaf do Canadá, a Nugget, da Austrália, a Kruger-rand da África do Sul. Em 1986, foram produzidas 25,5 toneladas em moedas nos países ocidentais que negociaram, no mesmo ano, 326,6 toneladas em moedas.

Onça Troy - Medida inglesa antiga de

peso, equivalente a 31,10 gramas utilizada para pesar ouro. a cotação do ouro, nos mercados importantes, Nova York e Lon-dres, é dada em dólares ou libras por onça troy. Troy é um sistema de peso derivado do sistema derivado do avoirdupois, tam-bém inglês, criado no século XVIII para evitar burlas e abusos nas vendas de mer-cadorias, basicamente alimentos. Nesse sistema, uma libra tem 453,50 gramas, e é dividida em 16 onças (cada onça eqüivale a pouco mais de 28 gramas). o sistema Troy provavelmente derivado da cidade de Troyes, na região francesa de champagne, onde se realizavam feiras periodicamente, a libra tem 373,24 gramas e é dividida em 12 onças (daí o nome onça troy); a onça troy é subdividida em 480 grãos (cada grão tem 0,06479 grama). O sistema troy foi sempre utilizado para pesar ouro e prata, além de remédios, saí também ser chama-do sistema apotecário. A onça troy é as vezes chamada onça fina (fine ounce em ínglês).

Ouro - Provavelmente o primeiro metal

puro que o homem descobriu, encontra-se espelhado em toda a costa terrestre e na a água dos oceanos, numa baixíssima con-centração média - 5 gramas em 1000 to-neladas - e mais baixa ainda nas águas dos oceanos, que se estima conter bilhões

de toneladas de ouro mas de exploração economicamente inviável pelos métodos atuais (um trilhão de litros de água do mar contém 120 kg, ou 1 quilo em mais de 8,3 bilhões de litros - a água consumida por uma cidade como São Paulo em mais de 10 anos). as minas onde o ouro se encon-tra em teores econômicos têm geralmente acima de 3 gramas por tonelada; se o mesmo teor tosse encontrado no mar, 1 trilhão de litros poderia fornecer 3 mil to-neladas de ouro.

Ouro branco - Liga de ouro na qual

entram 12% de paládio (um metal do grupo da platina - de cor semelhante a essa), mais 15% de níquel ou 20 a 25% de plati-na.

Quilate - 1. medida de peso para pedras precio-

sas, 1 quilate vale 0,2 grama; 1 grama tem 5 quilates;

2. medida de quantidade (não de peso) de ouro numa liga, jóia, barra, etc. Uma barra de ouro puro tem 24 quilates de ouro, uma jóia ou barra de 14 quilates de ouro e o restante de outros metais (cobre, paládio, rata, etc...),, assim, o ouro 14 quilate tem 4/24 partes de ouro, ou 58,33% de ouro,

Ouro de aluvião - Ouro contido nos

cascalhos, areia e argila que se formam nas margens e foz do rios, conseqüência da erosão.

Ouro reciclado - Ouro recuperado a

partir de jóias e outros produtos, inclusive industriais (segundo a corretora OURIN-VEST, os resíduos de ouro, como também é chamado o ouro reciclado, não abrangem o resíduo regular da produção porque a re-ciclagem deste material não constitui au-mento da oferta de ouro que chega ao mercado.

Sino - Sistema Nacional do Ouro, ope-

rado pela Central de Custódia e de Liqui-dação Financeira de Títulos (CETIP), apoi-ada pela Associação Nacional das Institui-ções do Mercado Aberto (ANDIMA), pelo qual uma rede de teleprocessamento cen-traliza todas as formas de negociação de ouro. Do sistema fazem parte bancos de-

Page 49: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

48

positários e intermediários (bancos, corre-tores).

Spot - Mercado spot nas bolsas de va-

lores e de mercadorias é o ouro que pode ser entreg.ue, geralmente 24 horas depois de comprado nos pregões dessas entida-des), ao preço do dia.

MERCADO DE CÂMBIO Estrutura Característica

(elementos, conceitos e operações)

CÂMBIO. Operação financeira que con-

siste em vender, trocar ou comprar valores em moedas de outros países ou papéis que representem moedas de outros países. Para essas operações são utilizados che-ques, moedas propriamente ditas ou notas bancárias, letras de câmbio, ordens de pa-gamento etc. Até o século passado, a mai-oria das moedas tinha seu valor determi-nado por certa quantia de ouro e prata que representavam. Atualmente não há mais o lastro metálico para servir de relação no câmbio entre as moedas, e as taxas cam-biais são determinadas por uma conjunção de fatores intrínsecos ao país, principal-mente a política econômica vigente.

O câmbio não possui apenas o valor te-órico de determinar preços comparativos entre moedas, mas a função básica de ex-primir a relação efetiva de troca entre dife-rentes países. A troca de moedas é con-seqüência das transações comerciais entre países. No Brasil, a rede bancária, liderada pelo Banco do Brasil, é a intermediária nas transações cambiais. Os exportadores, ao receberem moeda estrangeira, vendem-na aos bancos e os bancos revendem essa moeda aos importadores para que paguem as mercadorias compradas. Essas transa-ções são sempre reguladas pelo governo, que fixa os preços de compra e venda das moedas estrangeiras.

CAMBIO LIVRE. Regime de operações

do mercado de divisas sem interferência das autoridades monetárias. A liberação da taxa cambial faz com que o valor das moe-das estrangeiras flutue de acordo com o

interesse que despertam no mercado se-gundo a interação da oferta e da procura. U câmbio livre é também chamado de flu-tuante ou errático. As flutuações da taxa cambial apresentam uma série de riscos, pois o mercado de divisas passa a sofrer variações determinadas também por fato-res políticos, sociais e até psicológicos. Quando um país sofre uma crise de liqui-dez, por exemplo, o regime de câmbio livre estimula a especulação com moeda es-trangeira, o que eleva excessivamente sua cotação e agrava sua escassez. Da mesma forma, os importadores passam a utilizar maior quantidade de divisas (moeda es-trangeira) para suas compras, querendo evitar pagá-las mais caras com o avanço da crise, o que agrava a crise de liquidez.

CÂMBIO MANUAL. A simples troca físi-

ca da moeda de um pais pela de outro. As operações manuais de câmbio só se fazem em dinheiro efetivo e restringem-se aos viajantes e turistas. Nas transações de co-mércio exterior ou de pais a pais, utili-zam-se divisas sob a forma de letras de câmbio, cheques, ordens de pagamento ou títulos de crédito.

CÂMBIO MÚLTIPLO. Sistema de câm-

bio em que as taxas variam conforme a destinação do uso da moeda estrangeira. Acaba funcionando como um tipo de sub-sídio para a compra de alguns produtos ou como taxação na compra de outros. E adotado tanto para a importação quanto para a exportação, e alguns países o ado-tam oficialmente.

O Brasil não possui câmbio múltiplo, mas certas regulamentações de natureza cambial criam efeito semelhante. O dólar para a compra de petróleo, por exemplo, possui valor inferior ao do cambio oficial, m contrapartida, durante algum tempo a taxação de 25% de IOF (imposto sobre Operações Financeiras) na compra. de dó-lares por turistas brasileiros que viajavam ao exterior criou um dólar mais caro. Estão no mesmo caso a taxação variável dos produtos de importação (com alíquotas maiores para os chamados supérfluos e o confisco cambial incidente sobre produtos de exportação (como o café).

Page 50: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

49

CÂMBIO MODALIDADES Neste capítulo, apresentaremos vários

exemplos práticos de operações cambiais. Consideraremos que essas operações

se realizem em um mercado cambial total-mente livre, isto é, onde inexistam quais-quer tipos de controles de câmbio. (1) Advertimos o leitor que algumas das operações tratadas neste capítulo poderão não ser permitidas no Brasil, em virtude de dispositivos cambiais vigentes.

Os negócios cambiais realizados pelos

bancos podem ser efetuados com seus cli-entes não-bancários (empresas, particula-res etc.) como também com outros bancos (operações interbancárias).

Tais operações poderão referir-se a ope-

rações "prontas", operações "futuras", ope-rações de swaps, hedging etc.

As transações "interbancárias" normal-

mente são efetuadas por telex ou telefone, diretamente entre os bancos ou, conforme a legislação cambial do país, com a inter-venção de corretores.

A rapidez é fator primordial na condução

dessas operações os negócios são con-sumados dizendo-se simplesmente "feito" a uma proposta.. Uma proposta de operação devera ser imediatamente respondida ela outra parte, aceitando-a ou recusando-a. Uma demora na resposta poderá fazer que a outra parte se recuse a fechar o negocio nas condições estabelecidas inicialmente. Este aspecto é de particular importância no caso de cotações cambiais, as quais, em um mercado livre de câmbio, poderão modificar-se rapidamente, de acordo com as condições de mercado.

TIPOS DE TAXAS CAMBIAIS Ao examinarmos o funcionamento do

mercado cambial, fizemos menção a dois tipos de taxas de compra e de venda. To-davia, outros tipos de taxas existem, con-forme verificaremos a seguir.

Taxa de Repasse e Taxa de Cobertura

Taxa de repasse é aquela pela qual o

Banco Central do Brasil adquire a moeda estrangeira dos bancos comerciais.

Taxa de cobertura é aquela pela qual o

Banco Central do Brasil vende moeda es-trangeira aos bancos comerciais.

Taxas Cruzadas (Cross-Rates) Taxas cruzadas vêm a ser as taxas teó-

ricas resultantes da comparação das res-pectivas cotações de duas moedas, cota-ções essas expressas em uma terceira moeda (o dólar americano, por exemplo).

Digamos que, no mercado cambial nor-

te-americano, o franco suíço esteja cotado a US$ 0,231, enquanto o marco alemão está cotado a US$ 0,275. Dividindo-se es-ses valores, um pelo outro, vamos obter as seguintes taxas cruzadas.-

franco suíço/marco: Sw. Fr. 1,00 = DM 0,84

marco/franco suíço: DM 1,00 = Sw. Fr. 1,19

Quando as transações cambiais são li-

vres, essas taxas cruzadas não deverão diferir sensivelmente da cotação do franco suíço em Frankfurt ou da cotação do marco alemão em Zurich.

Taxas Livres e Taxas Oficiais Taxas livres são aquelas provenientes

das condições de oferta e procura de divi-sas em um mercado livre de câmbio, admi-tindo-se, contudo, a possibilidade de uma intervenção das autoridades monetárias, mediante operações de compra e venda de divisas, com o objetivo de evitar variações excessivas das taxas.

Taxas oficiais são as determinadas pelas

autoridades monetárias, não resultando, assim, do livre entrechoque das condições de oferta e procura, embora estas possam, em grande parte, influenciar o pensamento

Page 51: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

50

das autoridades monetárias na determinação do nível das taxas oficiais.

Taxas Prontas e Taxas Futuras Taxas prontas são aquelas aplicadas em

operações de compra e venda de moeda estrangeira, onde ela é entregue dentro do razão de até dois dias úteis, contados da ata da negociação.

Taxas futuras referem-se a transações

de compra e venda de moeda estrangeira, onde a entrega dessa moeda e o seu pag-amento somente ocorrerão após o período de tempo concordado entre as partes.

Taxas Fixas e Taxas Variáveis Taxas fixas são aquelas mantidas inva-

riáveis em um determinado nível, seja por determinação governamental (congelamento da taxa), seja por opera-ções de compra e venda de divisas por parte das autoridades governamentais sempre que as cotações de mercado se desviarem das taxas determinadas pelo governo. A taxa fixa poderá coincidir ou não com o par metálico. Uma pequena va-riante das taxas fixas seria a taxa estável, onde é permitida às taxas de câmbio uma certa variação, dentro de pequenos limites.

As autoridades monetárias não intervêm no mercado, a não ser quando é atingido o limite mínimo ou máximo.

As taxas variáveis, como o próprio nome está dizendo, são aquelas que variam. Podem ser flexíveis, quando as paridades monetárias são reajustadas gradualmente, dentro de pequenos intervalos de tempo. E o sistema denominado crawlingpeg. Existe, também, uma outra taxa variável, que é conhecida por taxa flutuante. Neste caso, não existem paridades monetárias e as ta-xas cambiais flutuam livremente, embora possam estar sujeitas a sofrer intervenções a parte das autoridades monetárias, em caso de autuações exageradas.

Não é possível dizer-se qual dos dois

sistemas taxas fixas ou taxas variáveis) apresenta maiores vantagens ou desvan-tagens. Os economistas que se têm dedi-cado à matéria divergem bastante nesse

ponto, não havendo, pois, um consenso geral. A verdade é que ambos os sistemas apresentam méritos e deficiências, deven-do ser aplicados conforme a situação eco-nômica de cada país.

Níveis de Preços e Taxas Cambiais O desaparecimento do padrão-ouro e as

distorções provocadas pela inflação na maioria dos países após a 1ª Guerra Mundial, destruíram completamente o sistema de paridades estáveis entre as várias moedas, sistema que vinha funcionando até então.

Uma vez terminado o conflito, surgiu a

preocupação , entre os diversos países, do estabelecimento de novos tipos de câmbio, uma vez que os anteriores haviam perdido o seu significado.

Em 1919, um economista sueco, Gustav

Cassel, procura determinar os níveis em que se deveriam fixar as novas paridades, desenvolvendo uma nova teoria, que rece-beu o nome de Teoria da Paridade do Po-der de Compra. Com essa Teoria, procurou ele demonstrar que a política comercial e monetária internas exercem influência sobre a taxa cambial, pensamento esse contrário ao que vigorava na época, de que os fenômenos cambiais eram diversos cios fenômenos monetários e creditícios inter-nos.

Sendo o valor da moeda representado

pelo seu poder aquisitivo (Capítulo 1, item 1.5), a compra de moeda estrangeira nada mais seria, então, do que a troca de poder aquisitivo nacional por poder aquisitivo es-trangeiro.

Desse modo, o novo tipo de câmbio

deve refletir as modificações relativas dos preços em dois países considerados.

A Fórmula de Correção da Taxa

Cambial Diz Cassel que, "quando duas moedas

são submetidas a um processo de inflação, o tipo de câmbio normal é igual ao tipo an-

Page 52: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

51

tigo, multiplicado pelo quociente do grau de inflação em cada país".

Essa afirmativa pode ser consubstanci-

ada na fórmula seguinte: Ta,b = t0 Pn . Pn

onde: T0 = = taxa cambial em um período de

base; a = unidade monetária do país I (país

que dá o certo); b = unidade monetária do país II (país

que dá o incerto); PII = nível geral de preços do país II; PI = nível geral de preços do país I; Ta,b = valor da moeda "a" em termos da

moeda "b". Exemplos: 1) consideremos dois países, digamos,

Estados Unidos e Inglaterra. Em uma épo-ca qualquer, que será tomada como o perí-odo de base, o nível geral dos preços nos dois países será igual a 100; a taxa cambial no mercado americano seria, digamos, a seguinte:

£ = US$ 2,00. Suponhamos, agora, que em um período seguinte, o nível geral de de preços"os Estados Unidos eleve-se para enquanto na Inglaterra continua fixado em 100. Qual deveria ser o novo valor da libra esterlina no mercado americano, segundo as idéias de Cassel?

Aplicando-se a fórmula, teremos: T£, US$ = US$ 2,00 x 200 = US$ 4,00 100 Portanto, o novo valor da libra esterlina

no mercado americano seria igual a US$ 4,00;

2) suponhamos agora que o nível geral

de preços nos Estados Unidos seja igual a 200, enquanto na Inglaterra diminua para 50. Considerando-se a mesma taxa cam-bial do período de base e aplicando a fór-mula, teremos:

T£, US$ = US$ 2,00 x 200 = US$ 8,00 50 Portanto, o novo valor da £ seria igual a

US$ 8,00. Aspectos Negativos da Teoria As críticas sofridas pela Teoria da Pari-

dade do Poder de Compra podem ser agrupadas em dois itens:

a) críticas quanto à possibilidade de

aplicação da formula de correção; b) críticas quanto à validade científica da

teoria. No tocante à possibilidade de aplicação

da fórmula, vários autores referem-se às dificuldades na escolha do índice que de-veria representar o nível geral de preços, porquanto vários são os índices existentes (preços no atacado, varejo, custo de vida, de mercadorias destinadas ao comércio exterior etc.). O cálculo desses índices, por sua vez, não obstante os progressos da Estatística Econômica, ainda está sujeito a falhas e critérios de ponderação diversos.

Isso significa dizer que não se possui

uma medida segura do poder aquisitivo de uma moeda no próprio país, fato que poderá provocar serias distorções quando quisermos proceder a comparações entre índices de países diferentes.

No que se refere à validade científica da

teoria, uma das principais críticas é a de que ela considera apenas os níveis gerais e preços, desprezando outros elementos que afetam o volume da procura, tais como: rendimentos, motivos psicológicos etc.

Há possibilidade de variações do volume

de produção em um e outro pais sem que ocorram alterações de preços. Por exem-plo: se no período considerado, a expansão da atividade econômica em um dos países for sensivelmente maior do que em outro, em relação ao ano de base o incremento de importação no primeiro país e de exportação no segundo país pode afetar a

Page 53: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

52

taxa cambial entre as duas moedas, sem afetar o nível de preços no país cujo volu-me de produção e de emprego crescem.

Motivos psicológicos, tais como instabili-

dade política, ameaça de revoltas, maior ou menor confiança na política econômico--financeira do governo podem provocar au-mento na procura de moeda estrangeira, o que implicará aumento na taxa cambial, sem necessidade obrigatória de influência sobre o nível geral de preços.

Outra crítica é a de que a teoria de

Cassel está baseada na idéia, excessivamente simplificada, de que o comércio internacional e a única fonte de pagamentos internacionais. Isso significaria reduzir-se a balança de pagamentos a uma balança comercial, sem levar-se em consideração os movimentos de capitais, os quais influem sobre a taxa cambial. Uma entrada de capitais, por exemplo, aumenta a oferta de divisas estrangeiras e contribui para diminuir a taxa cambial.

Finalmente, a última crítica é a de que a

Teoria revela-se completamente inútil em situações onde ocorram controles de câm-bio.

Aspectos Positivos da Teoria Todavia, deve ser levado em conta que

a Teoria da Paridade do Poder de Compra foi desenvolvida logo após a 1ª Grande Guerra, quando as altas de preços foram consideráveis e as principais responsáveis pela instabilidade monetária internacional.

Aliás, é interessante mencionar que, não

obstante as críticas apontadas, inúmeros economistas são concordes em afirmar que as variações dos níveis de preços constituem o fator mais importante na de-terminação da taxa cambial. Em casos de inflação generailizada, pode-se comprovar a vã idade das idéias de Cassel. Assim, se os preços internos elevarem-se em virtude da inflação e se a taxa cambial permanecer congelada, chegará um momento em que as exportações não mais poderão realizar-se, em virtude dos preços insuficientes em moeda nacional, e as indústrias nacionais

não poderão sobreviver, face à concorrên-cia do produto estrangeiro.

Um exemplo típico da validade das idéi-

as de Cassel nos é dado pela situação brasileira. Por ocasião da entrada do Brasil para o Fundo Monetário Internacional, em 1948, a paridade do cruzeiro em relação ao dólar era de Cr$ 18,50 (cruzeiros antigos) por dólar. Ora, sendo o grau de inflação no Brasil infinitamente maior do que nos Esta-dos Unidos, é fácil perceber-se que o preço do dólar teria, forçosamente, de acompa-nhar a elevação dos preços em geral em nosso país, muito embora as autoridades monetárias procurassem, no passado, sem resultado, conter essa elevação, mediante congelamento das taxas.

Pelo exposto, podemos concluir que a

Teoria de Cassel é válida, dentro de certas limitações, evidentemente, devendo, po-rém, a sua fórmula de correção ser consi-derada apenas como guia para a determi-nação dos tipos de câmbio, porquanto, embora no caso de inflação constante a tendência da taxa cambial seja de eleva-ção, ela não ocorre de maneira contínua, estando sujeita a variações sazonais, ou seja, a altos e baixos, de acordo com o es-quema seguinte:

Desvalorizações Cambiais e Balança

Comercial As desvalorizações cambiais têm sido

utilizadas por vários países, em épocas di-versas, como uma tentativa de corrigir défi-cits em suas balanças comerciais

Page 54: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

53

Consideremos que o valor do dólar nor-te-americano seja de CR$ 1.000,00. Cha-memos de "A" ao conjunto de mercadorias que são importadas pelo Brasil do restante o mundo e "B" ao conjunto de mercadorias que exportamos para os diversos países.

Admitamos que todas essas transações

sejam conduzidas unicamente em dólares norte-americanos (que é o que pratica-mente ocorre na realidade).

Finalmente, suponhamos, ainda, que o

rego, tanto de uma unidade de "A" como "B", seja igual a US$ 1,00

Teríamos, então:

US$ CR$ preço de A.........................1,00

1.000,00 preço de B ........................1,00

1.000,00 Vamos supor agora, que o governo ceda

a uma desvalorização cambial (ou seja, desvalorize o cruzeiro real em relação ao dólar). Com isso o valor do dólar se elevará em, digamos, 50%.

A nova situação será a seguinte:

US$ CR$ preço de A.........................1,00

1.500,00 preço de B ........................1,00

1.500,00 Observa-se que as importações custarão

mais cruzeiros reais para o importador brasileiro e que, por outro lado, os exporta-dores brasileiros receberão mais cruzeiros reais pelas suas exportações. Isto poderá levar os exportadores a diminuir o preço de seus produtos em dólares, com o objetivo de exportar maiores quantidades.

Em princípio, tal situação poderá provo-

car uma diminuição das importações e um aumento das exportações, contribuindo para a melhora da balança comercial.

Na realidade, porém, esse resultado de-penderá de como as procuras de exportá-veis e importáveis reagirão às variações de preços. Poderá ocorrer que uma desvalo-rização agrave ainda mais o déficit da ba-lança comercial, conforme veremos.

Suponhamos que os preços (em dóla-

res) dos exportáveis diminuam. Como já dissemos, as quantidades exportadas po-derão aumentar. Porém, a menos que a variação da receita cambial resultante do aumento das quantidades exportadas seja igual ou maior do que a variação negativa representada pela diminuição dos preços dos exportáveis, a receita cambial decres-cerá. este caso, os dispêndios com divisas na importação terão de diminuir subs-tancialmente para compensar a diminuição da receita de divisas provenientes da ex-portação.

A Elasticidade-Preço As variações nas quantidades exporta-

das e importadas dependem de uma série de fatores. Um deles, talvez o mais im-portante, vem a ser a chamada elastícida-de-preço da procura de exportáveis ou im-portáveis. Em poucas palavras, vem a ser a resposta da procura a uma variação no preço dos produtos.

Há várias maneiras, algumas mais sofis-

ticadas, outras menos, de se calcular a elasticidade-preço. O que importa, porém, para o leitor, é entender o seu funciona-mento.

Consideremos que o preço de um pro-

duto aumente (ou diminua), digamos, 10%. Se as quantidades procuradas diminuírem (ou aumentarem) em 10%, diremos que a procura possui elasticidade unítária. Se as quantidades procuradas diminuírem (ou aumentarem) em mais de 10%, diz-se que a procura é elástica. Se, porém, as quan-tidades procuradas diminuírem (ou au-mentarem) em menos de 10%, a procura diz-se inelástica.

Vejamos como as elasticidades influem

sobre as importações. Se a procura de importáveis for elástica, então as quanti-

Page 55: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

54

dades importadas se reduzirão em proporão maior do que o aumento nos preços e cruzeiros), o que significará que o dispêndio total em dólares diminuirá.

Examinemos agora o que ocorre com as

exportações. Uma desvalorização cambial permitira ao exportador brasileiro, como já vimos, receber mais cruzeiros-reais por su-as exportações. Isto permitira aos nossos exportadores reduzir os preços em dólares, sem sacrificar suas receitas em termos de cruzeiros reais. Se a procura estrangeira por nossos produtos for elástica, o au-mento da quantidade procurada mais do que compensará o menor preço em dólares por unidade exportada, de modo que a receita em dólares aumentará.

Combinando-se o novo dispêndio em di-

visas destinadas à importação com o au-mento da receita de divisas provenientes do aumento da exportação, o resultado será um saldo favorável.

Porém, o que acontecerá se as elastici-

dade-preço para a procura de exportáveis e importáveis forem baixas, isto e, se as procuras forem inelásticas?

Na importação, a quantidade poderá di-

minuir, porem, em proporção bem menor do que o aumento ocorrido nos preços (em cruzeiros reais) desses produtos. Para complicar mais a situação, poderá ocorrer, no caso de produtos essenciais, que a pro-cura nem diminua, apesar do aumento de preços.

No lado das exportações, a situação

será pior ainda. A procura de nossos pro-dutos poderá aumentar, porém, numa pro-porção menor do que a queda ocorrida nos preços: Resultado a receita de exportação diminuirá.

Um pequeno exemplo numérico permiti-

ra melhor compreensão do assunto. Suponhamos que, ao preço de US$

1.000, uma empresa exporte 1.000 unida-des de uma mercadoria. Sua receita cam-bial será, portanto, de US$ 1 milhão. Con-sideremos, agora, que tenha havido uma

maxidesvalorização cambial. A empresa receberá mais cruzeiros reais por seus dó-lares de exportação. Ela resolve, então, diminuir o preço em dólares, com o objietivo de vender maiores quantidades. Admitamos que o preço seja reduzido para US$ 700 e, com isso, a empresa consiga colocar 1.200 unidades. Sua receita cambial será de US$ 840 mil, inferior, portanto, àquela percebida quando o preço de seu produto era mais elevado. O mesmo poderão ocorrer com os produtos das demais empresas exportadoras, provocando redução da receita cambial do país.

Como resultado desse efeito combinado,

iremos ter um agravamento da balança comercial.

Várias outras situações poderão ser

consideradas, combinando-se diferentes ti-pos de elasticidade para as exportações e para as importações.

Na prática, seria muito difícil para os go-vernantes calcular as elasticidades-preço da procura de todos os produtos exportá-veis e importáveis, especialmente em paí-ses COM deficiência de estatísticas, como é o caso do Brasil. Além do mais, as elasti-cidades podem variar com o tempo, devido a circunstâncias diversas (Mudanças de hábitos, alterações nos rendimentos dos indivíduos, surgimento de produtos substi-tutos etc.).

Assim sendo, os governantes partem do

pressuposto de que tanto a procura de ex-portáveis como de importáveis são bas-tante elásticas e que uma desvalorização cambial, aumentando os preços dos artigos importáveis e permitindo uma redução nos preços dos produtos exportáveis, proporci-onara uma redução nas despesas totais com a importação e um aumento nas re-ceitas totais da exportação. Nada, porém, poderá garantir a priori que isto ocorrerá.

Contrato de Câmbio e Financi-

amentos à Exportação e à Importação

DEFINIÇÃO

Page 56: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

55

Define-se o Contrato de Câmbio como

instrumento especial firmado entre o ven-dedor e o comprador de moedas estrangei-ras, no qual se mencionam as característi-cas completas das operações de câmbio e as condições sob as quais se realizam.

Na técnica bancária, o ajuste que se fir-

ma para a aquisição de dinheiro estrangei-ro ou para a venda dele, diz-se mais pro-priamente OPERAÇÃO DE CAMBIO, aliás, o objetivo que se efetiva pelo contrato.

Podemos dizer, pois, que o Contrato de

Câmbio é um instrumento especial através do qual se formalizam as transações em moedas estrangeiras.

PREENCHIMENTO Existe um "Manual de Preenchimento e

Utilização de Formulários de Contratos de Câmbio (ENOC) ", mas, conforme Previsto na letra "f", do item 2, do referido Manual, em se apresentando dúvidas deverá o pre-enchimento do contrato de câmbio ser feito sob a orientação do Setor de Controle Cambial da Praça. (C. Circ. GECAM 312, do BC).

Apesar da obrigação normal do corretor

em auxiliar no preenchimento do Contrato, é oportuno que o exportador disponha de um roteiro, a fim de minimizar a perda de tempo.

Embora, na prática, não se dê a impor-

tância devida, o preenchimento incorreto dos formulários poderá ocasionar seja de-terminada a exclusão do contrato da posi-ção cambial do estabelecimento, sem pre-juízo das sanções legais eventualmente cabíveis.

Face ao disposto no art. 23, da Lei

4.131, de 3.9.62, é de se ressaltar a abso-luta importância da colaboração da rede bancária autorizada a operar em câmbio e das sociedades corretores de câmbio, no sentido do adequado emprego dos formu-lários de contrato e do completo e correto preenchimento de todos os seus campos.

Aliás, os formulários de contrato de câmbio adotados em obediência à Instrução nº 260, de 23.12.63, da extinta SUMOC, contêm declaração de que os contratantes têm pleno conhecimento do artigo 23, da Lei 4.131, de 03.09.62, declaração assinada pelo cliente do banco e visada por este.

A formalização das operações de câm-

bio, a partir de 10 de janeiro de 1977 (contratação, alteração, cancelamento ou baixa) passou a ser promovida com utiliza-ção, exclusivamente, dos formulários de contratos correspondentes aos modelos BC 0203408 (TIPO 01), BC 0203416 (TIPO 02), BC 0203424 (TIPO 03), BC 02032 (TIPO 04), BC 0203440 (TIPO 05), BC 203459 (TIPO 06), BC 0203467 (TIPO 07) BC 0203475 (TIPO 08), BC 0263483 (TIPO 09) e BC 0203491 (TIPO 10), instituídos pelo Comunicado GECAM nº 333, de 1.11.76 (V. Circular GECAM 312).

De grande importância para a espécie, é

o conhecimento do texto integral da Lei 4.131, de 03.09.62, supra citada, que "Disciplina a aplicação do capital estrangei-ro e as remessas de valores para o exteri-or, especialmente no que trata das "Disposições Cambiais", donde destaca-mos o disposto no art. 23 e seus parágra-fos.

CONTRATAÇÃO DE CAMBIO DE EX-

PORTAÇÃO Em nosso País não é permitido o manu-

seio das divisas resultantes das. operações comerciais com o exterior. Assim, sempre que se realiza uma exportação, deve-se ter, com antecedência, contratada a venda das moedas estrangeiras. Isso se faz obri-gatoriamente através de um corretor devi-damente autorizado, que, intervindo na operação, a confirmara e responderá, pe-rante o Banco negociador, pela legitimida-de do cliente e abonará a sua firma.

Assim, o câmbio de exportação deverá

ser, em regra, contratado previamente à emissão, pela Carteira de Comércio Exteri-or do Banco do Brasil S.A. ou pelo Banco

Page 57: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

56

Central, da respectiva guia que ampare o embarque da mercadoria.

Excetuam-se, porém: a) a exportação de bens de capital e de

consumo durável, bem como a venda de estudos e projetos técnico-econômicos e de engenharia destinados a empreendi-mentos no exterior, contratadas para pa-gamento a prazo superior a 180 dias;

b) as exportações em consignação; c) outros casos especiais de exportação

sujeitos a normas cambiais próprias. A contratação do câmbio de exportação

poderá ser efetuada com antecedência de até 180 dias em relação ao embarque da mercadoria, ressalvados os casos de pro-dutos sujeitos a características especiais de comercialização em que o Banco Cen-tral estabeleça prazo diferente do referido limite e as operações concernentes a pa-gamento antecipado de exportação.

Entretanto, somente deverá vender

câmbio para liquidação futura o exportador que tenha a real possibilidade de entregar ao banco comprador a moeda estrangeira, ou os documentos relativos à exportação, até a data aprazada para esse fim, no res-pectivo contrato de cambio.

Os contratos de câmbio relativos à ex-

portação de produtos sujeitos a prévio exame de preços e controle de quantidade pela CACEX, deverão conter anotação do registro de venda naquela Carteira de Co-mercio Exterior e a validade do registro como seque: "Registro de Venda nº ........ da CACEX (praça), válido até (data)."

Cumprirá ao Banco comprador do

câmbio averbar no verso do original do Registro de Venda o número, a data, valor em moeda estrangeira e vencimento do contrato de câmbio aplicado.

Observadas as cautelas pró rias para

cada negócio, com especial cujo para as operações financiadas, consideram os bancos contratantes os seguintes elemen-tos na contratação: o cliente. a moeda, a taxa, o prazo, a entrega do câmbio, o fi-

nanciamento, as garantias e as condições de compra e venda.

Dão os bancos maior ênfase às COM-

PRAS PRONTAS ou com REDUZIDO PRAZO DE ENTREGA e às vendas a pra-zo - respeitados os limites para estas - com vista à obtenção de disponibilidades exter-nas em níveis adequados às suas necessi-dades.

Observação: Prescindem de Instrumento

individual de contrato de câmbio as se-guintes operações:

I - DE CAMBIO MANUAL As operações: a) de compras de moeda em espécie ou

"traveller's checks", b) de vendas de moedas em espécie ou

"traveller's checks". II - FINANCEIRAS: a) de compras de ordens de pagamento

do exterior, desde que o valor de cada uma delas não seja superior a US$ 1.000 ou equivalente;

b) vendas relativas a remessas pessoais de até US$ 300 ou equivalente;

c) vendas referentes a transferências de até US$ 1.000, ou equivalente, destinadas a despesas de viagem.

Subordina-se a visto ou autorização pré-

via do Banco Central do Brasil a contrata-ção de câmbio referente, entre outras, a:

- compra e venda de moeda em espécie ou "traveller's checks" e operações fi-nanceiras (há algumas isenções);

- compras de exportação de café, cujas respectivas declarações de vendas conte-nham essa determinação;

- alterações, prorrogações, baixas e cancelamentos de compras de exportação (inclusive café);

- com -rã de livros, jornais, revistas e publicações similares, de valor superior a US$ 300 efetuada por particulares ou enti-dades jurídicas, não ligadas ao comércio li-vreiro.

PRAZOS

Page 58: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

57

Das Letras e/ou Documentos de Ex-portação:

O prazo das letras e/ou documentos de

exportação não deve exceder a 180 dias, contados da data do embarque da merca-doria, exceto se previamente autorizado prazo maior pelo Banco Central do Brasil ou no caso de exportações pagáveis a pra-zo superior e objeto de normas cambiais especificas.

De Entrega dos Documentos Referen-

tes à Exportação: Os documentos referentes à exportação

devem ser entregues pelo exportador a banco com o qual tenha negociado câmbio correspondente à transação, até a data es-tipulada para esse fim no respectivo con-trato de câmbio e, respeitada esta, até o 10o. dia útil seguinte ao do embarque da mercadoria.

O prazo previsto para entrega dos do-

cumentos referentes à exportação com câmbio contratado não deverá exceder a 180 dias da data do fechamento do câmbio, exceto em se tratando de exportação com pagamento antecipado e nos casos de produção sujeitos a características especi-ais de comercialização em que o Banco Central estabeleça prazo diferente.

Nas operações de câmbio referentes a

exportações e café, o prazo revisto para entrega dos documentos não deverá exce-der a 10 dias úteis após o término da época estabelecida para embarque na respectiva declaração de venda.

Esgotado o prazo pactuado no contrato

de câmbio para a entrega dos documentos, sem que esta se efetive e sem que ocorra a correspondente prorrogação, deverá ser o contrato cancelado ou baixado, no máximo, nos 20 dias seguintes ao vencimento do referido prazo.

REMESSAS De Remessa ao Exterior dos Docu-

mentos Referentes à Exportação:

A remessa ao exterior, de documentos

de exportação, será processada, em regra, através de banco que tenha contratado câmbio correspondente à exportação, ob-servado que os documentos deverão ser encaminhados ao exterior no menor prazo possível, depois de devidamente examina-dos e conferidos pelo banco remetente, atentando-se sempre para a conveniência da sua recepção, pelo banqueiro no exteri-or, antes da cada da mercadoria.

A remessa ao exterior dos documentos

referentes à exportação poderá, também, ser efetuada diretamente pelo exportador, nos casos em que - inexistindo de tal pro-cedimento qualquer inconveniente para o normal pagamento da exportação no exte-rior - seja essa forma convencionada entre as partes. Será indispensável, porém, que de tal fato se faça constar cláusula expres-sa no contrato de câmbio.

De Liquidação do Contrato de Câmbio

de Exportação: Os prazos dos contratos de câmbio, ce-

lebrados entre os bancos e seus clientes, obedecerão ao seguinte regime geral:

COMPRAS EM MOEDAS CONVERSÍ-

VEIS: a) Exportação: 1. Liquidação pronta: o prazo se estende

até o segundo dia útil após a data da con-tratação do câmbio.

2. Liquidação futura: a fixação do prazo deve ser feita tendo-se em conta a data prevista para a entrega da moeda estran-geira, como segue:

I - nos casos em que a liquidação de

câmbio deva processar-se contra a entrega da moeda estrangeira, mediante crédito em conta no exterior (item I da Res. Nº 391), o prazo de liquidarão do contrato será deter-minado adicionando-se ao prazo de entre-ga, dos documentos o prazo das letras ou

Page 59: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

58

dos documentou de exportação e o período de trânsito, de até 30 dias corridos, relativo a remessa dos documentos, e/ou à recepção do aviso de pagamento ou de crédito o valor da exportação, no exterior;

II - nas operações lastreadas em cartas de crédito (exportações à vista ou a prazo), o vencimento do prazo para a liquidação do contrato de câmbio não poderá exceder de 5 dias úteis o vencimento do prazo previsto para a entrega dos documentos de embar-que;

III - nos contratos de câmbio celebrados para liquidação futura, relativos a exporta-ções em que o ingresso da moeda estran-geira deva ocorrer antecipadamente ao embarque da mercadoria o prazo para li-quidação do contrato de câmbio será de até - dias, contados da data da sua ce-lebração. Decorrido esse prazo sem que se verifique a liquidação do contrato, deverá ser este cancelado ou baixado, no máximo até o 5o. dia útil subseqüente ao ven-cimento do prazo de liquidação (Com. GECAM 331, do BC).

b) Financeiras: Somente para entrega

pronta: - liquidação em 2 (dois) dias úteis (Rés.

120, z BC) - operações enquadradas na Rés. 63 e

Comunicado Firce 10: liquidação em 3 dias úteis,

contados a partir da data em que as divisas tenham sido creditadas à conta do banco brasileiro autorizado a operar em câmbio (C. Circ. GECAM 151 do BC).

Não ocorrendo a liquidação do contrato

de câmbio no prazo avençado para tal fim, deverá ser prorrogado, cancelado ou bai-xado o contrato, no máximo, nos 30 dias seguintes ao vencimento do prazo de liqui-dação, à exceção dos casos de prorroga cancelamento ou baixa que dependam prévia autorização do banco Central do Brasil hipótese em que o prazo de 30 dias, indicado, prevalecerá para apresentação do correspondente pedido ao Banco Central.

ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE

CAMBIO DE EXPORTAÇÃO

Dos elementos constantes dos contratos

de câmbio de exportação, não são suscetí-veis de alteração as partes intervenientes como comprador e vendedor, bem como os relativos ao valor em moeda estrangeira, valor em moeda nacional, a taxa cambial aplicada e outras mercadorias para café.

A alteração dos demais elementos inte-

grantes dos contratos de câmbio de ex-portação poderá ser efetuada, por mútuo consenso das partes e desde que com anterioridade ao respectivo embarque da mercadoria, independentemente de prévia autorização do Banco Central do Brasil, cumprindo notar, todavia, em relação ao item MERCADORIA, que:

- será indispensável a observância, na

alteração, quando for o caso, da exigência referente à exportação de produtos sujeitos a prévio exame de preços e controle de quantidade pela CACEX;

- é vedada a alteração de outras merca-dorias para café.

Assim, poderão, por mútuo consenso

entre as partes, durante. a vigência da ope-ração de câmbio, ser introduzidas altera-ções nos elementos que a compõem, ad-mitindo modificações, entre outras:

- a moeda; - o vencimento, o prazo de entrega e o

prazo das letras; - a modalidade de pagamento; - a mercadoria; - a natureza da operação; - as parcelas que compõem o preço

(F.O.B., FRETE E SEGURO), sem altera-ção do valor;

- o porto de embarque, o preço de regis-tro e as cotas de contribuição, etc.

As alterações admitidas nos contratos de

compra de exportação poderão ser efetuadas, por mútuo consenso das partes e desde que com anterioridade ao respec-tivo embarque da mercadoria, indepen-dentemente de prévia autorização do Ban-co Central do Brasil.

Page 60: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

59

Eventuais modificações do valor da ope-ração serão formalizadas por novo instru-mento, a saber:

- alteração para maior: mediante com-

plemento de compra e venda, conforme o caso;

- alterações para menor: mediante can-celamento parcial da operação.

Concretizam-se as alterações mediante

preenchimento de instrumentos apropria-dos, que devem ser assinados pelo cliente e pelo Banco, cabendo, também, nos casos de operações processadas em praça sede de Bolsas de Valores em funcionamento, a interveniência e assinatura da firma ou sociedade corretora, que tenha ou não participado da operação original.

Quanto às prorrogações dos prazos para

entrega de cambiais e/ou documentos de embarque e para liquidação de contratos, quando esta dilação, somada ao prazo ini-cial, ultrapassar os limites máximos admiti-dos livremente (v. item PRAZOS, acima), dependem de prévia autorização do Banco Central do Brasil.

Se respeitados os limites do Banco

Central, independem de autorização prévia. Porém, quando o embarque da merca-

doria, por razões comprovadamente alhei-as à vontade do exportador, não puder se efetuar dentro do prazo máximo admitido, possível é, por mútuo consenso, ser pro-movida a prorrogação do prazo pelo estri-tamente necessário à efetivação do em-barque e entrega dos documentos, inde-pendentemente de autorização do Banco Central (tolerância) desde que essa prorro-gação não exceda 30 (trinta) dias.

O vencimento de compras de exportação

poderá ser prorrogado nos seguintes casos:

- antes da entrega das letras e/ou do-

cumentos (desde que haja dilação do prazo da entrega, ou do prazo das letras, ou de ambos simultaneamente);

- após a entrega das letras e/ou docu-mentos (desde que haja dilação do prazo para pagamento das cambiais)

As prorrogações de compras de

exportação se farão mediante preenchimento e instrumento próprio, o qual deverá ser assinado pelo cliente, pelo banco negociador do câmbio e, nos casos de operações processadas em praça-sede de Bolsas de valores em funcionamento, por firma ou sociedade corretora.

Correlativamente. à PRORROGAÇÃO '

tem-se que, em princípio, devem os, con-tratos de câmbio de exportação ser cum-pridos dentro dos prazos originalmente pactuados. Deve-se considerar que as prorrogações, embora admitidas, podem ocasionar problemas vinculados à posição de câmbio dos bancos no exterior. Isso porque os bancos, com a finalidade de evitar saldo a descoberto, em contas man-tidas com seus correspondentes no exteri-or, ao contratarem operações de câmbio procuram conjugar os prazos de suas compras futuras com os (Ias vendas a pra-zo.

É claro que havendo prorrogação da

COMPRA, sem a correspondente prorro-gação da VENDA, disto resultará um dese-quilíbrio em sua posição original, sendo forçado o Banco a desembolsar a moeda vendida antes do recebimento da compra-da e que, em havendo saldo a descoberto, obrigar-se-á a pagar juros sobre os saldos devedores até a Nata da regularização.

Remetendo, aqui, o leitor, ao item "Posição de Câmbio dos Bancos", acima, exemplificamos:

Se um banco com rã para entrega em 90

dias US$ 800.000% e não vende essa posição no mesmo dia, obriga-se a repas-sar para o Banco Central o excesso, digamos, US$ 300.000,00 repasse que poderá ser feito para entrega no mesmo prazo, para tanto, firmando com aquela Autarquia um contrato de compra e venda e assumindo o compromisso de, naquele prazo, entregar a moeda estrangeira.

Page 61: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

60

Decorrido o prazo, se o vendedor da moeda estrangeira ao Banco não tiver rea-lizado a entrega da mesma, ainda que o banco mantenha internamente uma posi-ção comprada no limite superior permitido, na realidade sua conta de depósito, junto ao banqueiro no exterior, estará a desco-berto e sobre o saldo a descoberto de US$ 300.000,00 pagará juros ao banqueiro e terá mais o prejuízo da não aplicação no mercado da diferença de US$ 500.000,00 ' não devendo ser esquecido que, além dos juros, experimenta, ainda, o banco, o ônus do imposto de renda, num percentual que atinge a 33,34,, sobre o valor dos juros pa-gos.

Por tal razão é que a Lei nº 1.807, de

7.01.53, artigo 2o., § 2o., "obriga o ven-dedor a indenizar o comprador dos ônus advindos do atraso na entrega das cambi-ais. A essa justíssima indenização é que se denomina de BONIFICAÇÃO, que nada mais é do que os juros devidos pelo ven-dedor em razão do atraso na entrega das cambiais.

LIQUIDAÇÃO DO CONTRATO DE

CAMBIO DE EXPORTAÇÃO A liquidação, do contrato de câmbio de

exportação será, em regra, efetuada contra o recebimento, pelo banco comprador do câmbio, do aviso de pagamento da expor-tação ou, se recebido antes, do respectivo aviso de crédito do valor em moeda es-trangeira em conta pelo mesmo mantida no exterior.

Nas exportações, à vista ou a prazo,

amparadas em cartas de crédito, acolhidas para negociação (pelo banco comprador do câmbio), o contrato de câmbio deverá ser liquidado quando do recebimento, pelo banco comprador do câmbio, dos docu-mentos comprobatórios da exportação, desde que não apresentem qualquer dis-crepância quanto às condições estabeleci-das na carta de crédito, Em se verificando qualquer discrepância. nos documentos, não regularizada previamente à sua re-messa para o exterior, a liquidação do contrato de câmbio somente poderá ser efetuada mediante o recebimento, pelo

banco comprador de câmbio, do aviso do banqueiro instituidor do crédito, dando conformidade aos documentos ou infor-mando o pagamento da exportação.

Em se verificando o desconto no exteri-

or, sem direito de regresso, de cambial de exportação, deverá ser o correspondente contrato de câmbio imediatamente liquida-do.

O contrato de câmbio de exportação po-

derá ser também liquidado mediante a en-trega, ao banco comprador de câmbio, de letras de exportação avalizadas ou garantidas por banqueiro de 1ª ordem, no exterior.

A liquidação do contrato de câmbio de exportação ainda, verificar-se contra o recebimento pelo banco comprador do câmbio, da moeda estrangeira, entre gue em espécie ou em "traveller's checks", nos casos especiais, objeto de regulamentação especifica do Banco Central do Brasil, em que tal procedimento sei a admitido.

Portanto, em síntese, são de liquidação

imediata (dentro de 2 dias úteis de seu fe-chamento) as compras e vendas de câmbio financeiras, sendo que as compras de exportação de mercadorias (inclusive par-cela de frete e seguro ligadas às mesmas) serão liquidadas, como norma geral, nas seguintes ocasiões:

- quando do pagamento antecipado; - quando do recebimento da moeda es-

trangeira em espécie, inclusive "travellers checks" (casos especiais definidos em re-gulamentação especifica);

- quando do recebimento/remessa dos documentos (cambiais à vista, baseadas em cartas de crédito sem discrepância, ao amparo de linhas de crédito concedidas a agencias e banqueiros no exterior, bem como cursados dentro dos Convênios de Créditos Recíprocos e Convênios Bilaterais de Pagamentos);

- quando do vencimento da cambial (cambiais a prazo, com aval bancário, den-tro dos Convênios de Créditos Recíprocos ;

- quando do recebimento do aviso ~e crédito de banqueiro de 1' ordem (símbolo 13) - (nas exportações refinanciadas pela CACE );

Page 62: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

61

- quando do recebimento do aviso de li-quidação da respectiva documentação no exterior (nos demais casos).

SISTEMA INTEGRADO DE

COMÉRCIO EXTERIOR (SISCOMEX)

O Decreto no 660/92 instituiu o Sistema

Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), que é o instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, mediante fluxo único, computadorizado, de informações.

O SISCOMEX é administrado pela

Secretaria de Comércio Exterior, Secretaria da Receita Federal e Banco Central do Brasil, e foi instituído com o objetivo de agilizar as operações de comércio exterior brasileiras e eliminar uma parcela significativa de documentos e de formulários antes utilizados nessas operações.

As disposições contidas nos atos legais,

regulamentares e administrativos que alterem, complementem ou produzam efeitos sobre a legislação de comércio exterior, devem ser implementadas, no SISCOMEX, concomitantemente com a entrada em vigor desses atos.

Para todos os fins e efeitos legais, os

registros informatizados das operações de exportação ou de importação no SISCOMEX, equivalem à Guia de Exportação, à Declaração de Exportação, ao Documento Especial de Exportação, à Guia de Importação e à Declaração de Importação. Os outros documentos emitidos por órgãos e entidades da Administração direta e indireta, com vistas à execução de controles específicos sob sua responsabilidade, nos termos da legislação vigente, também deverão ser substituídos por registros informatizados, mediante acesso direto ao Sistema, pelos órgãos encarregados desses controles.

A notificação de lançamento de tributos federais incidentes sobre comércio exterior, bem como outras exigências fiscais e administrativas a serem cumpridas pelos usuários do SISCOMEX, serão efetuadas por meio do Sistema.

Para efeitos de comprovação da

operação, manifestado pelo interessado, o SISCOMEX deverá emitir documento comprobatório da exportação ou da importação de mercadorias.

O Sistema foi implantado efetivamente a

partir do mês de janeiro de 1993 para o despacho aduaneiro de exportação, havendo previsão de ser utilizado no ano de 1996 para o despacho de importação.

O despacho aduaneiro de exportação de

mercadorias é processado através do SISCOMEX e disciplinado pela IN SRF no 28/94. O despacho somente poderá ter início após o registro de exportação (RE) no SISCOMEX, e dentro do prazo de validade desse registro.

O Sistema Integrado de Comércio

Exterior (SISCOMEX), administrado pela SECEX, BACEN e Secretaria da Receita Federal, foi instituído pelo Decreto nº 660, de 25/09/92, tendo entrado em vigor em 04/01/93.

Segundo o art. 22 do aludido Decreto,

seria um instrumento administrativo para integrar as atividades de registro e controle das operações de comércio exterior, mediante fluxo de informações único e computadorizado.

Seu principal objetivo seria o de agilizar

e modernizar as operações do comércio brasileiro, proporcionando redução de custo para todos os que operam nessa área, inclusive o setor público.

Teriam acesso ao Sistema, além dos

três organismos envolvidos no comércio exterior (BACEN, SECEX e Secretaria da Receita Federal), outros agentes que participam das operações (exportadores, importadores, bancos, corretores,

Page 63: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

62

despachantes aduaneiros, transportadores etc.).

Foram apontadas as seguintes

vantagens: - simplificação e padronização das

operações de comércio exterior, com redução da burocracia;

- redução de tempo para liberação das mercadorias importadas e para embarque das mercadorias a serem exportadas;

- ampliação do número de pontos de atendimento no País;

- eliminação de diversos formulários e documentos e de uma série de controles paralelos, que seriam substituídos por um único documento no final do processo. Para todos os efeitos legais, o registros no SISCOMEX eqüivaleriam à Guia de Exportação, à Declaração de Exportação, ao Documento Especial de Exportação, à Guia de Importação e à Declaração de Importação (artigo 6º, § 1º, do Decreto nº 660, de 25/09/92).

O SISCOMEX seria, pois, uma espécie

de central única de atendimento a exportadores e importadores.

Como se vê, a idéia era muito boa. Todavia, dificuldades várias obrigaram nossas autoridades a optar pela sua aplicação apenas em relação à exportação, por enquanto. (I)

A inscrição do exportador no Registro de

Exportadores e Importadores é efetuada de qualquer ponto conectado ao SISCOMEX.

Todas as operações de exportação

devem ser registradas no Registro de Exportação (RE). Essa providência deve ser tomada previamente à declaração para despacho aduaneiro e ao embarque da mercadoria. O próprio Sistema indicará ao exportador, se for o caso, a necessidade de anuência prévia de outro órgão governamental.

Esse RE é o conjunto de informações de

natureza comercial, financeira, cambial e fiscal que caracterizam a operação de exportação de uma mercadoria e definem o seu enquadramento.

As demais fases da exportação, inclusive o despacho aduaneiro de exportação, serão também processadas através do SISCOMEX. Por ocasião do despacho, o exportador deverá apresentar a competente documentação à unidade da Secretaria da Receita Federal.

Uma vez embarcada a mercadoria, será

fornecido ao exportador, quando solicitado, o documento comprobatório da exportação.

(I) Mesmo na exportação, o

funcionamento do Sistema ainda é um tanto deficiente.

OPERAÇÕES COM

DERIVATIVOS Definição - Derivativos nada mais são do

que ativos que tem o comportamento de seus preços dependentes dos preços de outros ativos, estes últimos denominados ativos-objeto,

Assim, exemplificando, temos: a) o preço de uma opção de compra de

ações 2 da Telebrás depende do comportamento do preço (à vista) das ações PN da Telebrás.

Derivativo � opção de compra de ações

PN da Telebrás Ativo-Objeto � ações PN da Telebrás. b) o preço de um contrato futuro de dólar

depende o comportamento do preço (à vista) do dólar, ou mais precisamente, a taxa de câmbio praticada pelo mercado.

Derivativo � contrato futuro de Dólar Ativo-Objeto � Dólar Conforme será visto mais adiante, ao se

comprar ou vender um contrato de quais-quer dessas "famílias" de derivativos, não se está adquirindo, de pronto, qualquer ati-vo físico, mas sim, na maior parte das ve-zes, o direito de adquirir determinados ati-vos em determinado momento no futuro, mediante o pagamento de um preço, tam-

Page 64: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

63

bém determinado desde o momento da compra ou venda do contrato derivativo.

Instituições No Brasil, este mercado é realizado

através de duas bolsas: • a Bolsa de Mercadorias e Futuros

(BM&F) • bolsa Brasileira de Futuros (BBF); Os agentes econômicos ao participarem

deste mercado podem fazê-lo sob dois enfoques, o de hedger ou o de especula-dor.

O hedger é o agente que assume uma

posição no mercado de futuros contrária à posição assumida no mercado à vista. Ele, certamente, tem algum tipo de vínculo com a mercadoria objeto da operação. A ope-ração de Hedge pode, filosoficamente, ser comparada a um seguro.

O especulador, por outro lado, não tem

neste mercado o tom pejorativo das bolsas de valores. No mercado de futuros, ele é quem assume a posição contrária a do hedger, dando liquidez ao mercado, assu-mindo os riscos e, evidentemente, procu-rando realizar seus ganhos.

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS

DO FUNCIONAMENTO DO MERCADO A TERMO

Considerações iniciais O Professor EDUARDO FORTUNA, em

sua obra: "Mercado Financeiro - Produtos e Serviços", editora QualityMark, na sua 100 edição, à pag. 357, assim se refere ao mercado de futuros:

"Os Mercados de Futuros, a Termo e, de Swaps (este último será estudado no ca-pítulo final) são, de uma forma ou de outra, eficazes em eliminar o risco de um investi-dor que detenha uma determinada posição física. Ao usar qualquer um desses instru-mentos, o investidor fixa um valor futuro (de taxa de câmbio, de taxa de juros, de uma ação ou de uma mercadoria). Isso significa

que ele fica protegido das conseqüências de um cenário desfavorável (preços subirem quando ele está vendido, por exemplo). Em compensação, se o cenário fosse favorável a posição mantida do investidor, ele já não poderia mais se beneficiar dessa situação porque tem a obrigação de liquidar a operação ao preço previamente definido . Ou seja, para esse investidor qualquer que seja a evolução futura do cenário econômico, o seu resul-tado não será afetado, pois já foi previa-mente "travado".

Portanto, contratos futuros nada mais são do que acordos de compra e venda futuras, estabelecidas entre duas partes, onde são especificados o bem a ser com-prado / ou vendido, a data da liquidação fi-nanceira e entrega física e a quantidade do bem negociada.

Fundamentalmente, os contratos futuros diferem do contrato a termo, pelo fato de terem as especificações referidas no pará-grafo precedente padronizadas pelas bol-sas onde são negociadas, não sendo de li-vre arbítrio das partes.

Exemplificando, a seguir, um contrato

futuro de dólar o Banco "A" compra um contrato futuro

de dólar, padronizado pela Bolsa de Mer-cadorias e Futuros de São Paulo em US$ 100.000, cuja cotação no dia 28.01.98 era de R$ 1.850/US$ 1.000. O vencimento do contrato é fevereiro de 1998.

O que significa isto? Significa que ao comprar este contrato, o

Banco "A" assumiu em 28.01.98 o com-promisso de, no primeiro dia útil de feverei-ro (dia do vencimento), comprar US$ 100.000, pagando a taxa de R$ 1.123,850 para cada iote de US$1.000,00. Como pode se notar, isso pode ser extremamente vantajoso caso a taxa de câmbio, neste mesmo dia do vencimento, esteja acima de R$ 1,123850/1 US$. Ou seja, a grosso modo, está se garantindo a taxa de R$ 1,123850/US$ para o dia do vencimento. Da mesma forma pode-se tornar extrema-mente desvantajoso, caso a taxa de câm-bio esteja abaixo dos R$ 1,123850/US$. Neste caso, estaria se pagando mais por algo que poderia estar sendo comprado por um preço menor.

Page 65: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

64

Uma outra diferença importante dos contratos futuros em relação aos contratos a termo é a seguinte: existe, para os con-tratos futuros, um mercado secundário ati-vo para essa promessa de compra e ven-da, ou seja, caso amanhã o Banco "A" queira se livrar do compromisso (o que comumente no mercado é chamado de "zerar a posição" basta que entre em uma posição oposta à mesmo valor (no exemplo em questão, vendendo um contrato futuro de dólar). Neste momento três coisas podem ocorrer, que descreveremos a se-guir, utilizando o exemplo acima.

Primeira situação. O contrato futuro de dólar está cotado,

na data de vencimento, aos mesmos R$ 1.123,850/US$1.000 pagos pelo Banco "A" quando da compra. Neste caso não há lu-cro ou prejuízo. O Banco "A" assumiu um compromisso e vendeu-o pelo mesmo valor de compra.

Segunda situação. O contrato futuro de dólar está cotado a,

por exemplo, R$ 1.124,000/US$1.000 no vencimento. O Banco "A" teria obtido um lucro de R$ 0,15/US$1.000, ou seja, de 0,15 x 100 = R$ 15,00 na operação (1.124,000 - 1123,850 = 0,150). Para melhor compreensão, abstraia-se do que efetivamente representa um contrato futuro de dólar e pense nele como um ativo real, como, por exemplo, uma casa, um carro, etc. O que teria ocorrido é a compra, pelo Banco de um ativo que estava cotado a R$ 112.385,00 (US$ à 100.000 X 1.123,85/1000) e a venda, posteriormente, deste mesmo ativo por R$ 112.400,00 (US$ 100.000 x 1.124,000/1000). Nada mais correto do que realizar um lucro de R$ 15,00 (112.400 - 112.385).

Terceira situação. Similarmente ao disposto na segunda

situação, o Banco "A" realizaria um prejuízo caso o contrato que zerou sua posição ti-vesse sido vendido quando a cotação esti-vesse abaixo de R$ 1.123,850/U$$1.000.

É esta a essência básica de funciona-

mento dos mercados futuros. Sempre se está a negociar um objeto ou obrigação

padronizada, baseando-se nas diferentes expectativas do comportamento do preço do ativo-objeto até o vencimento. Quando se está numa posição comprada de um contrato e a expectativa do preço do ativo-objeto na data do vencimento, que é a co-tação do contrato, sobe, há lucro.

Quando a expectativa de prego do ativo-objeto no vencimento desce, há prejuízo para quem comprou.

O inverso ocorre para quem vendeu um contrato.

O Verdadeiro Funcionamento do

Mercado O exemplo do item precedente, para fins

de obter maior clareza de exposição, apre-senta o funcionamento do mecanismo de realização de lucros e prejuízos nos mer-cados futuros de uma forma muito simplis-ta. Na verdade, a realização de lucros ou prejuízos não se verifica apenas na zera-gem da posição.

O que ocorre, na realidade, é um ajuste diário das posições com base nas cotações de fechamento (chamada preço de ajuste). Se as cotações sobem, quem está com-prado (número de contratos comprados > número de contratos vendidos) receberá no dia seguinte o seu ganho, enquanto aquele que está vendido pagará sua perda.

Apresentamos, a seguir, um exemplo, retirado do excelente livro do Professor OCTAVIO BESSADA (O Mercado de Futu-ro e de Opções", Ed. Record, 30 Edição), que possibilita uma melhor compreensão. Suponhamos que um investidor resolveu vender um contrato futuro de dólar comer-cial (vencimento para setembro de 1992) à cotação de Cr$ 5.232,00/US$1. Assumiu, desta forma, um compromisso de vender no 1º dia útil de setembro de 1992, US$ 5.000,00 (esta era a padronização do con-trato daquela época) pela cotação de Cr$ 5.232,00/US$1 (portanto, um total de Cr$ 26.160.000,00).

Qual era sua expectativa? Que a cotação estivesse abaixo deste

patamar ao chegar o dia do vencimento ou o dia em que resolvesse zerar sua posição (uma vez que há a possibilidade de com-prar o mesmo contrato antes do venci-

Page 66: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

65

mento). Mais propriamente, considerando-se que no dia 93.08.92 (10 dia útil de agosto, dia em que o investidor entrou no mercado) o dólar fechou à cotação de Cr$ 4.245,000/US$1, pode-se concluir que ele esperava uma desvalorização cambial, no mês, abaixo de 23,25% (=[5.232,00/4.245,00] - 1).

De outra forma, supondo que ele saiu do mercado em 14.08.92, zerando sua posiç-ão comprando um contrato (US$ 5.000,00, que era a padronização naquela época) por Cr$ 5.229,50/US$1, seu ganho, conforme nosso exemplo anterior, seria de:

US$ 5.000 x [5.232,00 - 5.229,50) = Cr$

12.500,00. Na verdade, desprezando-se os custos

de corretagem (custos cobrados para reali-zação de operações de compra e venda por parte das corretoras), seria realmente este o lucro da operação, porém, realizado por, pagamentos e recebimentos ocorridos ao longo dos dias. As oscilações diárias, com lucros ou prejuízos parciais da operação, ocorrem em razão das modificações as cotações diárias. Por exemplo, no período de 10.08.92 a 14.08.92, foram verificadas, diariamente, as seguintes cotações de fechamento (preços de ajuste):

Data Preço Ajuste Venc.

Set2 Oscilação

10.08.92 5.227,0000 -0,4% 11.08.92 5.227,0000 0,0% 12.08.92 5.223,0000 -6.1% 13.08.92 5.231,0000 +0,2% 14.08.92 5.231,5000 0,0%

Assim, a cada dia, temos: 1) No próprio dia 11.08.92 Preço de ajuste: Cr$ 5.227,00 (cotação

de fechamento) Preço de entrada: Cr$ 5.232,00 Ajuste diário: Cr$ 5.232,00 - 5.227,00 x 1

x 5.000 = Cr$ 25.000,00 (positivo, pois ele estava vendido, a cotação caiu, logo o investidor recebe).

2) No dia 12.08.92

Preço de ajuste: Cr$ 5.223,00 (cotação de fechamento)

Ajuste diário: Cr$ 5.227,00 - 5.223,00 x 1 x 9.000 = Cr$ 20.000,00 (novamente po-sitivo, pois a cotação caiu ainda mais).

3) No dia 13.08.92 Preço de ajuste - Cr$ 5.231,00 (cotação

de fechamento) Ajuste diário: Cr$ 5.231,00 - 5.223,00 x 1

x 5.000 = Cr$ 40.000,00 (agora negativo, pois a cotação subiu).

4) No dia 14.08.92: Preço de saída (de zeragem de posição)

Cr$ 5.229,50 Ajuste diário: Cr$ 5.231,00 - 5.229,50 x 1

x 5.000 = 7.500,00 (positivo, pois a cotação caiu).

O caixa do investidor realmente apre-

senta um resultado positivo decorrente da realização da venda do contrato futuro de dólar no montante de R$ 12.500,00 (desprezando-se os custos de corretagem). Porém, o lucro não ingressou como valor único, recebido ao final da operação, con-forme simplificado anteriormente, mas sim, como um conjunto de encaixes e desencai-xes decorrentes dos ajustes diários verifi-cados no período.

Data Recebe Paga 12.08 25.000,00 - 13.08 20.000,00 - 14.08 - 40.000,00 17.08 7.500,00 - soma 52.500,00 40.000,00

De maneira semelhante funcionam os

demais mercados futuros. Cotações repre-sentam patamares de direitos e obrigações futuras ' ou seja, expectativas de preços futuros de ativos, pelos quais se realizarão operações de compra e venda à vista na data de vencimento.

Mudanças nessas expectativas (cotações) gerarão ganhos ou perdas para os investidores através dos ajustes diários, os quais permitem que o preço de eventu-ais transações a serem realizadas no ven-cimento esteja fixo no atual nível projetado pelo mercado. Os ajustes recebidos ou

Page 67: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

66

pagos representam a diferença entre o preço atual do contrato futuro e a cotação

ao mercado na data do vencimento ou na data da saída da posição.

MERCADO DE OPÇÕES A seguir encontra-se uma relação dos

contratos futuros e de opções negociados na BM&F ao final de 1998:

Ouro • Disponível Padrão (OZ1) - contrato

de 250 gramas, cotação em R$/grama

• Opções sobre Disponível - contrato de 250 gramas, cotação em R$/grama (prêmio)

• Futuro - contrato de 250 gramas, cotação em R$/grama

• Futuro cambial - contrato de 1 kg, co-tação em pontos/grama

• Disponível Fracionário (OC2) - contrato de 10 gramas, cotação em R$/grama

• Disponível Fracionário (OZ3) - contrato de o 22 gramas, cotação em R$/grama.

Índice Bovespa • Futuro - contrato de R$ 0,30 por

ponto, cotação em pontos do índice • Opções sobre Futuro - contrato de

R$ 0,30 por ponto, cotação em pontos do índice

• Opções Flexíveis - contrato de R$ 0,30 por ponto.

Depósito Interfinanceiro - DI 1 dia

• Futuro - contrato de R$ 100.000,00, cotação em PU

• Opções sobre Futuro em 30 dias -contrato de R$ 100. 000, cotação em PU

• Opções sobre Futuro em 9 dias - contrato de R$ 100.000, cotação em PU.

Depósito Interfinanceiro de 30 dias -DI

de 30 dias • Futuro - contrato de R$ 100.000,00,

cotação em PU Dólar Comercial • Futuro - contrato de R$ 100.000,00,

cotação em R$/US$ 1.000 • Opções sobre Disponível - contrato

de US$ 50.000, cotação em R$/US$ 1.000.

Cupom Cambial - DI de 1 dia x Dólar

comercial • Futuro - contrato de US$ 100.000 do

valor de face, cotação em PU. C-Bond • Futuro - contrato de US$ 100.000 do

valor de face, cotação em PU. El-Bond • Futuro - contrato de US$ 50.000 do

valor de face, cotação em PU.

Page 68: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

67

FRB • Futuro - contrato de US$ 50.000 do

valor de face, cotação em PU. Boi Gordo • Futuro Cambial - contrato de 330 ar-

robas líquidas (@), cotação em pontos/@

• Opções sobre Futuro - contrato de 330 arrobas líquidas (@), cotação em pontos/@.

Bezerro • Futuro Cambial - contrato de 33 ca-

beças, cotação em pontos por cabeça

Algodão • Futuro Cambial - contrato de 10.000

libra peso (ip), cotação em centavos de ponto/lp.

Soja • Futuro Cambial - contrato de 27 tone-

ladas métricas, cotação em pontos/60kg.

Açúcar Cristal • Futuro Cambial - contrato de 270 sa-

cas de 50 kg líquidos, cotação em pontos/saca.

Milho • Futuro Cambial - contrato de 27 to-

neladas métricas, cotação em pontos/60kg.

Café Arábica • Futuro Cambial - contrato de 100 sa-

cas de 60 kg líquidos, cotação em pontos/saca

• Opção sobre Futuro - contrato de 100 sacas de 60 kg líquidos cotação, e pontos/saca.

Café Robusta • Futuro Cambial - contrato de 100 sa-

cas de 60 kg líquidos, cotação em pontos/saca

• Opção sobre Futuro - contrato de 100 sacas de 60 kg líquidos, cotação em pontos/saca.

A maioria dos contratos futuros replica o princípio básico do contrato futuro de dólar, ou seja sua cotação representa a expecta-tiva presente do preço futuro do ativo no vencimento, a qual muda de acordo com a ocorrência de eventos (macroeconômicos, naturais) relacionados. Por exemplo, uma geada afetaria o preço do contrato futuro de café, elevando-o, pela expectativa de uma menor oferta na data de vencimento. Menção especial deve ser feita, no entanto, ao contrato futuro de DI (Depósitos Inter-bancários), o qual exemplifica bem o funci-onamento dos contratos cotados em P.U. (Preço Unitário).

Mercado Futuro de Taxa Média

de Depósitos Interfinanceiros; de um Dia (DI Futuro)

Obviamente, não se pode pensar aqui

na realização de uma compra e venda com entrega física de mercadoria na data de vencimento , pois o ativo-objeto ora em tela é uma entidade abstrata. O que está se precificando (cotando), na realidade, é a taxa efetiva de juros (acumulação das ta-xas médias diárias), praticada pelas insti-tuições financeiras em trocas de recursos no overnight.

Operacional mente, a cotação é dada através de um PU (Preço Unitário) que representa um valor de resgate fixo (100.000) descontado. Embute, assim, a expectativa de taxa de juros efetiva até o vencimento.

Exemplo: Se, em 10/12/91, os contratos, com ven-

cimento para janeiro/92, estivessem cota-dos a 84.031 pontos, isso significava que a expectativa da acumulação das taxas diári-as praticadas no mercado interbancário de juros, até o vencimento do contrato, era de 100.000/84.031) = 1,1900 - 1 = 19% aproximadamente).

Transformando-se esta taxa em over, considerando-se 15 dias úteis até o venci-mento, teríamos:

1/15 Tx over = [(1,19) - 1] x 3.000 = 35%

ao mês

Page 69: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

68

Assim, é demonstrada a cotação nos

jornais especializados de grande circulação. Os futuros de DI aparecem com um P.U. e uma taxa over associada, para cada vencimento. É importante notar, no caso, que o aplicador que está na posição

de vendido ganha com a alta na taxa de juros, pois o P.U. cai. Logo, quem está esperando uma alta na taxa de juros, deve vender contratos futuros de DI e não comprá-los, como no caso de dólar, ouro, ou índice de bolsa.

As posições em aberto são ajustadas

através da comparação, não entre a cota-ção de fechamento (P.1). ajuste) e a cotaç-ão de ajuste do dia anterior, como nos demais casos, mas sim, entre a cotação de fechamento (P.U. ajuste) e a cotação de ajuste do dia anterior multiplicada pela taxa média de operações de "DI - 1 dia" do dia anterior expressa em percentual ao dia, com até 4 casas decimais.

No início da operação a lógica, para os mercados de dó ar e DI, é a mesma. O ajuste inicial é a diferença entre o preço de ajuste no dia de entrada e a cotação na qual se realizou a operação de entrada. Na saída, no mercado de dólar, o ajuste final é a diferença entre a cotação na qual se rea-lizou a operação de saída e o preço de ajuste do dia anterior. Já no mercado de DI, o ajuste final é a diferença entre a cotação na qual se realizou a operação de saía e o preço de ajuste do dia anterior, corrigido, conforme explicado no parágrafo precedente. O funcionamento do mercado e DI baseia-se na concepção de que, caso

a expectativa da taxa de juros até o vencimento permaneça a mesma do dia anterior, não haja ajuste para os compra-dos ou vendidos.

Vejamos um exemplo, retirado da obra já

citada do Professor Fortuna: Exemplo: Venda de DI - 1 dia futuro para

proteger contra alta dos juros. DV = Data do Vencimento: 01/10

(segunda-feira) DO = Data da Operação: 24109

(segunda-feira) DN = última data de negociação: 28/09

(sexta-feira) DU = Dias úteis entre DO e DN: 5

(número de saques no overniqht) PU = PU negociado na BM&F em 24/09:

97.500 TM = Taxa embutida no PU BM&F em

24/09: [(100.000197.500)1/5 - 1 ] x 3.000

15,23% ao mês.

Page 70: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

69

Data Saques Over

Taxa* Cetip%

Tx. Embutida PU BMF

(1) PU** Ajuste BMF

(2) PU corrigido

(2) - (1) ajuste

Ajuste Acumulado

24/09 5 15,00 15,23 97.500 97.500 - - 25/09 4 15,50 15,50 97.960 97.988* 28 28 26/09 3 16,00 16,17 98.400 98.466 66 94 27/09 2 16,50 17,02 98.875 98.925 50 144 28/09 1 16,40 16,28 99.460 99.418 (42) 102 01/10 0 - - 100.000 100.004 4 106

*Variáveis de mercado **PC = PA(1+i/3.000) = (1+15.000/3.000) *** O ajuste é liquidado em D + 1 via cheque Supondo que o preço por ponto de PU

do DI de um dia estabelecido pela BM&F fosse, na época, de R$ 1.000,00, o ganho na operação seria, ara cada contrato:

Ganho = Ajuste = acumulado x Número de Contrato x Valor do Ponto de PU

Ganho = 106 x 1 x 1.000,00 106.000,00 Resumindo os contratos futuros de DI

(juros), temos o raciocínio é inverso aos demais mercados. Compra-se quando o entendimento é de que a taxa de juros pra-ticada pelo mercado irá cair e vende-se quando acha que esta irá subir.

MERCADO A TERMOS Abrange as negociações realizadas nas

bolsas de valores e nas bolsas de merca-dorias (comodíties) com vencimento acer-tado entre as partes para no mínimo cinco dias depois (em geral, 30, 60, 90 até 180 dias). O seu funcionamento é semelhante ao funcionamento do mercado de futuros, com as diferenças já abordadas no item acima.

MERCADO DE OPÇÕES Conceito de Opção Opção é o direito de uma parte com

prar ou vender a outra parte, até (ou em) determinada data, uma quantidade do tí-tulo objeto a um preço pré-estabelecido.

Pode ser notada, a partir da definição, a semelhança entre esse tipo de contrato de privativo e os contratos futuros. Por esta ra-zão muitos autores consideram as opções uma evolução ou ramificação dos contratos futuros. Vale ressaltar, entretanto, que não há, como no mercado futuro, um compro-

misso de ambas as partes com a transação. O comprador da opção, a seu livre arbítrio, pode ou não exercer o direito adquirido através do pagamento de um prêmio.

Na obra do mestre Fortuna, já citada, o autor denomina esta peculiaridade de "assimetria". A obrigação (de compra ou venda) existe apenas por parte do vende-dor da opção, no caso do comprador optar por exercer seu direito (de compra ou ven-da).

Outros Conceitos Básicos • Comprador da opção ou titular:

aquele que, através do pagamento de um prêmio (preço) à vista adquire o direito de comprar ou vender o ativo-objeto até (ou) na data do vencimento (o direito de exercer a opção).

• Vendedor da opção ou lançador: aquele que cede o direito de compra ou venda ao titular, recebendo, para tal, um prêmio à vista.

• Prêmio: representa o valor do direito, ou seja, o quanto o mercado acha estar valendo o direito futuro de compra ou venda naquele determinado momento. E a cotação de mercado da opção.

• Preço de exercício: preço pré-determinado no qual o exercício de opção de compra ou venda ocorrerá.

Exemplo: ao adquirir uma opção de uma

compra, cujo preço de exercício é R$ 120, O, estou adquirindo o direito de comprar por R$ 120,00 o ativo-objeto da opção. O momento em que posso exercer este di-

Page 71: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

70

reito faz com que tenhamos dois tipos clás-sicos de opções:

Americanas - o exercício pode ocorrer

até o vencimento. Européias - o exercício pode ocorrer

somente no vencimento, não antes. Restringiremos nossos estudos às op-

ções européias, tipo das negociadas nas principais bolsas brasileiras (Bovespa, BVC).

Opções de Compra (também

denominada CALL) Dá ao comprador (titula o direito de

comprar o ativo-objeto na data de venci-mento pelo preço de exercício, o qual, jun-tamente com o ativo-objeto e vencimento, caracteriza o tipo de contrato (denominado série).

Exemplo de série de opção de compra (mercado acionário) em aberto em 29.01.98:

Série Empresa/a

ção Vencime

nto Preço

de Exercíci

o

Cotação Fechame

nto

OTC9 TEL PN Fev/98 R$ 90,00

R$ 35,00

O significado da linha acima pode ser

assim explicado: no fechamento o pregão o último Comprador (titular) a negociar, aceitou pagar hoje R$ 35 00 pelo direito de compra em fev/98, na data de vencimento, de um lote padronizado de 1.000 ações da Telebrás ao preço de R$ 90,00.

Desprezando-se, para fins de simplifica-ção, a necessidade de carregarmos este valor de R$ 35,00 até o vencimento pela taxa de juros praticada pelo mercado, de forma a refletir o custo de oportunidade de desembolso presente, teríamos as seguin-tes hipóteses:

a) preço da ação da Telebrás, à vista, supera o valor de R$ 125,00, por exemplo, atingindo R$ 130,00; o que se observa é que o comprador teria auferido um lucro de R$ 5,00, pois teria desembolsado R$ 35,00

de prêm io e R$ 90,00 ao exercer o direito, totalizando R$ 125,00, tendo adquirido um ativo que poderia ser vendido no momento a um valor de R$ 130,00;

b) De outra forma, se o preço das ações PN Telebrás, à vista atingisse um patamar entre R$ 90,00 e R$ 12,00, estaria o in-vestidor diante da seguinte situação: sem dúvida seria vantajoso exercer a opção, uma vez que estaríamos pagando R$ 90,00 por algo que estaria valendo mais; no entanto, esta diferença a maior não seria suficiente para compensar o prêmio de R$ 35,00 anteriormente pago.

Exemplo: Preço à vista Telebrás PN = R$ 110,00 Lucro no exercício = 110,00 - 90,00 = R$

20,00 Valor prêmio pago = R$ 35,00 Prejuízo = 20,00 - 35,00 = (15,00) c) Por outro lado, caso o preço das

ações Telebrás PN no mercado a vista a atingisse um patamar abaixo dos R$ 90,00, não faria sentido exercer a opção que ninguém pagaria R$ 90,00 para comprar algo que pudesse ser comprado por menos à prejuízo, no caso, seria a totalidade do prêmio pago, no caso R$ 35,00. Grafi-camente, teríamos:

Obviamente, para obtermos o gráfico do

do titular (comprador) ca operação. Seu lançador (vendedor) da opção basta invertemos perfil de retorno, no exemplo, ficaria assim termos o perfil de retorno acima, visto que ele pode ser entendido como a contraparte composto:

Page 72: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

71

O lucro do titular é o prejuízo do lança-

dor e vice-versa. Opções de Venda (também de-

nominadas "Put") Aqui, o titular da opção terá o direito, não

de comprar, mas de vender o ativo-objeto na data do vencimento, pelo preço de exercício pré-determinado. O lançador, caso seja exercido, terá a obrigação de comprar o ativo-objeto pelo preço de exer-cício, ainda que o preço a vista esteja abai-xo deste valor. Como se pode perceber, a expectativa do titular é de que a diferença entre o preço de exercício e o preço da ação, à vista, no dia de vencimento exceda o prêmio por ele pago no momento do fe-chamento da operação (PE - PV > C). Isso propiciaria que ao comprar o ativo muito mais barato e revender ao lançador pelo preço pre-determinado, o prêmio fosse re-avido, com a obtenção, ainda, de um lucro.

Graficamente, para uma opção de venda das ações ON da CEMIG com vencimento em 20 de 1998, cotada a R$ 7,00 em 28.01.1998 e cujo preço de exercício é de R$ 45,00, teríamos:

a) Caso as ações estejam abaixo de

R$ 38,00, o lucro da compra e posterior revenda será maior que R$ 45,00 - R$ 38,00 = R$ 7,00, possibilitando ao titular obter lucro na operação. Por exemplo, caso o preço estivesse em R$ 36,00, se comprariam as ações por R$ 36,00 e se

exerceria a opção de venda, recebendo R$ 45,00 do lançador, ou seja, ganhando-se R$ 9,00 líquidos, possibilitando um lucro de R$ 2,00 (novamente está sendo desprezado o custo de oportunidade do desembolso presente do prêmio).

b) Caso as ações estivessem entre R$

38,00 e R$ 45,00, valeria a pena exercer a opção de venda, exercício este, que, po-rem, não geraria montante suficiente para compensar o prêmio pago, resultando pre-juízo na operação.

Exemplo: Ações CEMIG ON a R$ 40,00 Lucro no

exercício = R$ 5,00 (R$ 45,00 -R$ 40,00) Prejuízo = Prêmio pago - lucro = R$ 7,00

- R$ 5,00 = R$ 2,00. C) O titular aqui não venderia por R$

45,00 algo pelo qual o mercado estivesse pagando mais. O prejuízo, no caso, seria a totalidade do prêmio (R$ 7,00).

Raciocinando de maneira análoga aquela utilizada nas opções de compra, temos o perfil de retorno do lançador das opções de venda.

No exemplo:

Para concluir este capítulo podemos re-

sumir o funcionamento do mercado de op-ões da seguinte forma: titulares de opções e compra tem expectativa de alta para obtenção de lucro, enquanto lançadores apostam na baixa, na expectativa de reten-ção, como lucro, do prêmio originariamente recebido.

Nas opções de venda, as expectativas são invertidas: titulares apostam na baixa do mercado, contrariamente dos lançado-res, que tem expectativa de alta.

Page 73: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

72

DAS OPERAÇÕES DE SWAPS Traduz-se a palavra swap como troca. A

melhor definição para Swaps pode ser obtida através da denominação utilizada pela BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futu-ros) para o contrato utilizado naquela insti-tuição para formalizar este tipo de operação: " Contrato Geral de Troca de Rentabilidade". Um contrato de swap nada mais é do que um instrumento que permite que troquemos efetivamente a indexação. de determinado montante ativo ou passivo, protegendo-nos contra uma eventual vari-ação desfavorável.

Exemplificando, uma empresa A possui-

dora de um passivo em US$ com uma em-presa B pode, diante de um cenário ma-croeconômico desfavorável que implique em desvalorização cambial, ter sua dívida atingindo patamares extremamente des-confortáveis. A fim de se proteger desse tipo de risco realiza um contrato, no mesmo montante do passivo existente, de Swap Pré x Dólar, estando na _ponta ativa em Dólar (vendida no Swap). O que quer dizer isso ?

Quer dizer que ela se compromete com

a contraparte de pagar ao final do contrato um rendimento prefixado acrescido ao principal do contrato (principal este deno-minado de valor nacional), recebendo em troca o mesmo montante indexado pela variação cambial ocorrida no período. Conjugando-se o swap com o passivo existente, resulta um passivo para a em-presa indexado à taxa pré e, portanto, imu-ne ao risco de mercado de eventuais des-valorizações cambiais. Graficamente a compreensão é facilitada. Vejamos:

O fluxo real que ocorre é o pagamento

do principal + variação cambial para a em-presa B e o recebimento (ou pagamento) da diferença entre o principal indexado ao dólar e o principal indexado à taxa pré na BM&F ou ET, Central de Custódia e Li-quidação de Títulos Privados, onde também são negociadas operações desse tipo). A liquidação dos contratos de swap dá-se pela diferença entre os mon-tantes indexados, apurados na data do vencimento.

O mercado de swaps é um mercado onde predominam as operações entre ins-tituições financeiras, as quais ainda costu-mam participar, por vezes, como contra-partes. de tesourarias de empresas não fi-nanceiras, de modo a possibiltar a transfe-rência de risco.

Como pode ser imaginado, dada a imensa diversidade de indexadores ativos e passivos possíveis, múltiplas também são as possibilidades de realização deste tipo de operação. Considerando-se a existência de 5 indexadores principais (IGP-M, TR, CDI, Taxa-Pré, Dólar), obteríamos um total de 15 tipos de contratos diferentes. A título de ilustração, os que movimentam maiores volumes tanto na BMF como na CETIP hoje em dia são : Taxa Préfixada x Taxa Pós' (Variação do CDI), Taxa Pós (variação do CDI) x Dólar (Variação Came Taxa Pré x Dólar (Variação Cambial), a qual foi anteriormente exemplificada.

Page 74: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

73

Finalizamos o título com um exemplo numérico, retirado da obra retrocitada de Eduardo Fortuna, o qual deverá eliminar as dúvidas conceituais porventura ainda exis-tentes.

Exemplo: Imaginemos um investidor com uma po-

sição aplicada de US$ 1 milhão, rendendo 6% ao ano nos próximos 30 dias e que acredite que a variação do CDI, no período considerado entre a compra e o resgate, será superior à variação do dólar. Ele então assumira posição "vendida" no swap de DI contra câmbio (termo de diferencial DI x Câmbio), trocando a rentabilidade de sua aplicação de dólar para CDI.

Supondo no período, a variação de dólar como sendo de 3% e do CDI como sendo de 4,5%, temos:

(1) Ganho na aplicação em dólar: US$ 1.000.000,00 x (O,06/12 + 1) x (1 +

0,03) = US$ 1.035.150,00 (2) Resultado no swap (em dólar) • Ponta de venda (CDI): US$

1.000.000,00 x (0,045 + 1) = US$ 1.045.000,00

• Ponta de compra (US$): US$ 1.005.000,00 x (QU + 1) US$ 1.035.150,00

• Ganho (perda) no swap: US$ 1.045.000,00 - US$ 1.035.150,00 US$ 9.850,00

(3) Ganho com o swap + (2) US$ 1.035.000,00 + US$ 9.850,00 =US$ 1.045.000,00.

Observa-se que obteríamos o mesmo

ganho caso tivéssemos aplicado no CDI, ou seja, trocamos a rentabilidade (indexação) ativa que era em US$ pela Taxa Pós (variação do CDI).

GARANTIAS DO SISTEMA

FINANCEIRO NACIONAL São produtos em que o banco se solida-

riza com o cliente em riscos por este as-sumido. Para a utilização desses produtos é fundamental a análise do risco.

TIPOS E CARACTERÍSTICAS AVAL BANCÁRIO É uma obrigação, assumida por um

banco, a fim de garantir o pagamento de um título de um cliente preferencial.

Tipos: o aval completo / pleno / em reto - traz o

nome da pessoa em favor é quem é dado; o aval em branco - não traz o nome da

pessoa sendo mera assinatura do avalista. O aval pode ser completo (quando o

banco garante toda a divida) ou parcial (quando o banco garante parte da dívida).

FIANÇA BANCÁRIA É um contrato em que o banco (que atua

neste caso como fiador) garante o cumpri-mento da obrigação de seu cliente (neste caso o afiançado).

Por tratar-se de garantia, e não de em-

préstimo, não está sujeita ao IOF. A fiança é normalmente baixada: • quando do término do prazo de vali-

dade da Carta de Fiança, desde que assegurado o cumprimento das obrigações assumidas pelas partes contratantes;

• mediante devolução da Carta de Fi-ança;

• mediante a entrega, ao banco, da de-claração do credor (beneficiário), liberando a garantia prestada.

As cartas de fiança concedidas devem

ser sempre por prazo determinado, não podendo exceder a 12 meses (nas concor-rências públicas, o prazo é de 6 meses).

O Banco Central autoriza a outorga de

carta de fiança nas seguintes situações" • participações em concorrências públi-

cas ou particulares, licitações, tomadas de preços;

• contratos de construção civil; • contratos de execução de obras;

Page 75: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

74

• contrato de execução de obras adju-dicadas por meio de concorrências públicas ou particulares;

• contratos de integralização de capitais (pessoas jurídicas);

• contratos de prestação de serviços em empreitadas;

• contratos de prestação de serviços em geral;

• contratos de fornecimento de merca-dorias, máquinas, materiais, matéria-prima, etc ... ;

• adiantamentos relativos a contratos de prestação de serviços, ou simplesmente adiantamentos ou sinais (importâncias entregues antecipadamente por conta de ser-viços ou outros), conforme condições expressas, em ordens de compra, pedidos de mercadoria ou assemelhados;

• aquisição ou compra de mercadorias, • produtos, matérias-primas, no País,

até determinado valor, garantindo praticamente um limite de crédito para compras, em um determinado valor e num determinado período;

• compra específica de mercadorias, produtos, máquinas, equipamentos, matérias-primas (no País ou no exterior), comprovada através de cópias de pedidos, ordens de compra, contratos, faturas próforma, guia de importação;

• liberação de veículos e outros bens móveis, vinculados a contratos por alienação fiduciária, convênio, caução, penhor mercantil ou hipoteca;

• isenção de tributos junto à alfândega, para permanência temporária de máquinas, equipamentos, etc (prazo indeterminado, sujeito a multa, juros e correção monetária);

• liberação de máquinas, equipamentos e mercadorias retidos nas alfândegas e outros órgãos públicos (prazo indeterminado sujeito a multa, juros e correção monetária);

• obtenção de liminar resultante de mandado Z segurança destinado a sustar cobrança de impostos, taxas

(prazo indeterminado sujeito a multa, juros e correção monetária;

• interposição de recursos em proces-sos administrativos judiciais (prazo indeterminado, sujeito a correção monetária);

• pagamentos de débitos fiscais, previdenciários, trabalhistas ou seu parcelamento (prazo indeterminado, sujeito a correção monetária);

• operações ligadas ao comércio exte-rior;

• outras formas de cumprimento de obrigações não vedadas pelo Banco Central.

O Banco Central veda a outorga de carta

de fiança nas seguintes situações: • que possam, direta ou indiretamente,

ensejar aos favorecidos a obtenção de empréstimos em geral, ou o levantamento de recursos junto ao público, ou que assegurem o pagamento e obrigações decorrentes da aquisição de bens e serviços

• que não tenham perfeita caracteriza-ção ao valor em moeda nacional e vencimento definido, exceto para garantir interposição de recursos fiscais ou que sejam garantias prestadas para produzir efeitos perante órgãos fiscais ou entidades por elas controladas, cuja delimitação de prazo seja impraticável;

• em moeda estrangeira ou que envolva risco de variação de taxas de câmbio, exceto quando se tratar de operações ligadas ao comércio exterior;

• vinculadas, por qualquer forma, à aquisição de terrenos que não se destinem ao uso próprio ou que se destinem à execução de empreendimentos ou unidades haitacionais

• a diretoria do banco e membros dos conselhos consultivos ou administrativos, fiscais e semelhantes, bem como aos res-pectivos cônjuges;

• aos parentes até o segundo grau das pessoas a que se refere a alinea anterior;

Page 76: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

75

• as pessoas físicas ou jurídicas que participem do capital do banco, com mais e 10%, salvo autorização específica do BC, em cada caso, quando se tratar de operações lastreadas por efeitos comerciais resultantes de transações de compra e venda ou penhor de mercadorias, em limites que forem fixados pelo Conselho Monetário Nacional, em caráter geral; e

• as pessoas jurídicas, de cujo capital participem com mais de 10%, quaisquer os diretores ou administradores da própria instituição financeira, bem como seus cônjuges e respectivos parentes até o segundo grau.

Se a afiançada não cumprir com as

obrigações e o banco louvar a fiança con-cedida, o débito daí resultante passa a ser uma operação de crédito sujeita ao IOF.

PENHOR MERCANTIL Entrega de bem móvel ao credor como

garantia de pagamento da dívida. Seja dívida não é paga no prazo acertado, o credor entra em posse definitiva do bem penhorado.

ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA Transferência ao credor do domínio e

posse de um bem, em garantia ao pagamento de uma obrigação que lhe é devida por alguém. O bem é devolvido a seu antigo proprietário depois que ele resgatar a dívida.

HIPOTECA Garantia de pagamento de uma dívida

dada sob a forma de um bem imóvel (com exceção de navios e aviões, que também podem ser (hipotecados). Embora conserve a posse do bem, o devedor só readquire sua propriedade após o pagamento integral da dívida. Se a dívida não for paga, ou se só for paga uma parte dela, ao fim do prazo contratado, o credor pode executar a

hipoteca, assumindo a propriedade total do bem.

FIANÇAS BANCÁRIAS Garantia dada por uma pessoa (fiador)

de que pagará parte ou o total das dívidas de outra pessoa, se esta não puder pagá-las.

FUNDO GARANTIDOR DE

CRÉDITO (FGC) É um fundo criado pelo governo, mas

mantido pelos bancos, com a finalidade de funcionar como uma espécie de seguro bancário para os investidores. Desta forma, quem investe em um banco que quebra tem pelo menos parte de seu dinheiro devolvido. O seguro máximo hoje é de R$ 20 mil. Estão seguradas diversas aplicações financeiras, como CDBs, RDBs, depósitos à vista, caderneta de poupança, letras hipotecárias, letras de câmbio e letras imobiliárias. Se o cliente tiver mais do que este montante nestas aplicações, somente vai poder receber o que tem direito após a liquidação do banco. Mas neste caso, o cliente entra na fila com os demais credores, e pode não reaver todo o seu dinheiro. Lembre-se que os fundos de investimento não são garantidos por este seguro, porque são um condomínio de quotistas.

Page 77: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

76

TESTES

1. Assinale, dentre as abaixo, a opção incorreta.

a) O Sistema Financeiro é um conjunto de instituições com objetivo de propiciar fluxo de recursos entre poupadores e investidores.

b) Os intermediários financeiros são ins-tituições que emitem seus próprios passivos.

c) Instituições auxiliares apenas colocam em contato poupadores e investidores.

d) A Instituição financeira que possui capacidade de criar moeda escritural faz parte do sistema monetário.

e) As bolsas de valores são exemplos de intermediários financeiros.

2. Assinale dentre as abaixo a opção

incorreta. a) As autoridades são classificadas

como Autoridades Monetárias e Autoridades de Apoio

b) O Banco Central do Brasil é um exemplo de autoridade de apoio.

c) O Conselho Monetário Nacional é exemplo de Autoridade Monetária.

d) A Comissão de Valores Mobiliários é um exemplo de Autoridade de Apoio.

e) O BNDES é um exemplo de autorida-de de apoio.

3. Analise as sentenças abaixo e marque

a alternativa correta: I - Regular o valor interno da moeda,

prevenindo ou corrigindo surtos inflacio-nários ou deflacionários é competência do Conselho Monetário Nacional.

II - Autorizar a emissão de papel-moeda é competência do Banco Central do Brasil.

III - No Brasil, o Banco Central é inde-pendente, como na Alemanha, Japão e Estados Unidos.

a) Todas as sentenças acima são ver-

dadeiras. b) Apenas I e II são verdadeiras. c) Apenas I e III são verdadeiras. d) Somente I é verdadeira. e) Todas as sentenças acima são falsas. 4. Assinale dentre as abaixo a opção

incorreta. a) A CVM é um órgão normativo. b) A CVM é uma entidade auxiliar (que

emite o próprio passivo). c) A CVM é uma entidade autárquica. d) A CVM é uma entidade descentrali-

zada e) A CVM tem como objetivo estimular a

poupança no mercado acionário. 5. Assinale a alternativa correta a) O Banco do Brasil tem função típica

de Autoridade Monetária. b) O BNDES é a instituição responsável

pela política de investimentos de curto e médio prazo do Governo Federal.

c) A Caixa Econômica Federal é a insti-tuição financeira responsável pela operacionalização das políticas para habitação popular e saneamento básico.

d) Após o Plano Collor, o Banco do Bra-sil ficou responsável por gerir todo o processo de privatização.

e) A CVM é classificada como interme-diário financeiro.

6. Assinale a alternativa incorreta : São exemplos de instituições financei-

ras" a) Bancos Comerciais, Caixas Econômi-

cas e Cooperativas de Crédito. b) Bancos Comerciais, Banco Central e

Caixas Econômicas. c) Bancos de Investimento, Bancos Co-

operativos e Bancos Múltiplos. d) Companhias Hipotecárias, Agências

de Fomento e Sociedades de Crédito Imobiliário.

e) Sociedades Distribuidoras, Socieda-des de Arrendamento Mercantil e So-ciedades Corretoras.

7. Analise as sentenças abaixo e marque

a alternativa correta :

Page 78: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

77

I - A captação de depósitos à vista é operação passiva típica de Banco Co-mercial.

II - Descontar títulos é operação passiva típica de Banco Comercial.

III - Um dos objetivos dos Bancos Co-merciais é proporcionar suprimento oportuno e adequado para financiar a indústria a curto e médio prazos.

a) Todas as sentenças acima são ver-dadeiras.

b) Apenas I e II são verdadeiras. c) Apenas I e III são verdadeiras. d) Somente I é verdadeira. e) Todas as sentenças acima são falsas. 8. Assinale a alternativa incorreta : a) As Caixas Econômicas não integram

o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo.

b) As SCFI (financeiras) não podem manter contas correntes.

c) São operações ativas de Banco de Investimento os empréstimos para fi-nanciamento de capital fixo.

d) É operações passiva das SCR a co-locação de letras de câmbio.

e) As Sociedades Corretoras fazem in-termediação nas Bolsas de Valores e de Mercadorias.

9. Assinale a alternativa incorreta : a) As sociedades distribuidoras possuem

acesso às Bolsas de Valores e de Mercadorias.

b) As Associações de Poupança e Em-préstimo são sociedades civis.

c) A colocação de Letras Imobiliárias é operação passiva das Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI).

d) Às Companhias Hipotecárias não se aplicam as normas do SFH (Sistema Financeiro da Habitação)

e) As agências de fomento foram uma das alternativas criadas para o saneamento dos bancos estaduais.

10. Analise as sentenças abaixo e

marque a alternativa correta - I - As carteiras de um Banco Múltiplo

envolvem pelo menos duas carteiras. II - A carteira de "leasing" pode fazer

parte da carteira de um Banco Múltiplo.

III - Os Bancos de Investimento não podem manter contas correntes.

a) Todas as sentenças acima são ver-

dadeiras. b) Apenas I e II são verdadeiras. c) Apenas I e III são verdadeiras. d) Somente I é verdadeira. e) Todas as sentenças acima são falsas. 11. Assinale a alternativa correta : a) São raros os países em que a política

monetária é executada pelo Banco Central. b) A política monetária visa adequar os

meios de pagamento disponíveis às necessidades políticas do governo.

c) A política cambial é instrumento de política de relações comerciais e fi-nanceiras entre um país e ó conjunto dos demais países.

d) A política monetária envolve a carga tributária exercida sobre os agentes econômicos.

e) A política cambial envolve a definição dos gastos do governo.

12. Analise as sentenças abaixo e

marque a alternativa correta : I - O déficit primário inclui o cômputo da

correção monetária. II - O déficit operacional não inclui o

cômputo das despesas financeiras. III - O déficit nominal não inclui o côm-

puto da correção monetária e nem o cômputo das despesas financeiras.

a) Todas as sentenças acima são ver-

dadeiras. b) Apenas I e II são verdadeiras. c) Apenas I e III são verdadeiras. d) Somente I é verdadeira. e) Todas as sentenças acima são falsas. 13. Assinale a alternativa incorreta : São (foram) Títulos do Tesouro Nacio-

nal.- a) ORTN e LTN. b) OTN. c) BTN e LFT. d) UFIR. e) NTN. 14. Assinale a alternativa correta :

Page 79: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

78

a) A NTN-D é um título que serve como proteção para investidores que possuem passivos vínculados a TR.

b) A NTN-H é um título que serve como proteção para investidores que possuem passivos vinculados a dólar.

c) Cabe aos Bancos Comerciais contro-lar a expansão dos meios de pagamento.

d) A cobrança de títulos é operação que diminui as reservas bancárias

e) O depósito compulsório é um instru-mento, utilizado pelo Banco Central, para fins de política monetária.

15. Assinale a alternativa incorreta. a) Os leilão informais de título realizados

pelo Banco Central são denominados de "Go-around".

b) Diz-se que o BC está undersold quando o montante em valor de títulos públicos em poder das instituições financeiras é maior que o estoque de reservas bancárias destinado a seu financiamento.

c) O controle feito pelo BC via compra e venda de moeda é uma forma de controle ágil e rápido sobre o volume de recursos em reservas bancárias.

d) O controle via "zeragem automática" se baseia na suposição que todas as Instituições Financeiras devem terminar o dia com as contas equilibradas.

e) O open-market é um mercado secun-dário de títulos públicos.

16. Assinale a alternativa incorreta: a) o mercado interbancário é um merca-

do ode os bancos trocam reservas entre si; b) o mercado interbancário assemelhase

ao Open Market mas é lastreado em títulos privados;

c) o Banco Central não tem acesso ao Mercado interbancário;

d) o mercado interbancário está imune às influências sazonais do fluxo de recursos mantido entre o Sistema Bancário e o Governo;

e) O custo do dinheiro de um dia nego-ciado no mercado interbancário é muito próximo do custo da troca das reservas bancárias lastreadas em títulos federais.

17. Analise as assertivas abaixo e

assinale a opção correspondente:

I - Houve uma crise de liquidez dos Bancos Estaduais em 1990.

II - Até 1996, nove estados já haviam reestruturado suas dívidas passando a ter como único credor a União.

III - O SELIC - Sistema Especial de Liquidação e Custódia foi criado em 1980.

a) todas as assertivas estão corretas; b) somente as assertivas I e II estão cor-

retas; c) somente as assertivas I e III estão

corretas" d) somente a assertiva I está correta; e) nenhuma assertiva está correta. 18. Assinale a alternativa verdadeira: a) CETIP é um sistema computadorizado

on-line e real time; b) Selic é o local onde se custodiam, re-

gistram e liquidam financeiramente as operações feitas com todos os papéis privados;

c) o índice DIEESE arma os sindicatos para negociações salariais em todo o País;

d) o IPC - FIPE mede a inflação das fa-mílias paulistanas entre 1 e 2 salários mínimos;

e) o IGP-m é calculado entre os dias 1 e 30 de cada mês.

19. Assinale a alternativa incorreta: a) o IPCA-I corrige o saldo devedor dos

impostos através da correção da UFIR; b) a TR define os rendimentos das ca-

dernetas de poupança; c) a TR foi criada pelo plano Collor II, d) a TR foi criada para ser uma taxa bá-

sica referencial dos juros a serem praticados no mês e não como um índice que refletisse a inflação do mês anterior;

e) a TJLP foi criada em novembro de 1984 para estimular o consumo.

20. Assinale a alternativa incorreta: a) depósitos à vista em conta-corrente é

atividade típica dos Bancos Comerciais; b) cheque é uma ordem de pagamento à

vista; c) cheques cruzados não podem ser

descontados, apenas depositados; d) os bancos não podem recusar o pa-

gamento de cheques por insuficiência na assinatura do emitente;

Page 80: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

79

e) os cheques acima de R$ 100,00 se não forem nominativos serão devolvidos.

21. Assinale a alternativa correta com

relação à cobrança de títulos: a) a cobrança de títulos é um produto de

pouca importância para os bancos; b) uma vantagem para o Banco é o au-

mento de depósitos à vista pelos créditos das liquidações

c) os bloquetos de cobrança bancária não podem circular pela câmara de compensação.

d) os valores resultantes de operação de cobrança são automaticamente debitados da conta-corrente da empresa cliente,-

e) a capilaridade da rede bancária é uma desvantagem para o cliente.

22. Analise as assertivas abaixo e

assinale a opção correspondente: I - A nota fiscal é um documento fiscal

obrigatório. II - Fatura é uma relação de notas fiscais

correspondente a uma venda a prazo. III - Duplicata é um título de crédito

formal. a) todas as assertivas estão corretas; b) somente as assertivas I e II estão cor-

retas; c) somente as assertivas I e III estão

corretas; d) somente a assertiva I está correta; e) nenhuma assertiva está correta. 23. Assinale a alternativa incorreta: a) home banking é a ligação entre o

computador do cliente e do banco; b) a ligação pode ser feita através de li-

nha telefônica; c) os computadores do cliente e do ban-

co, para que seja possível a comunicação, devem ser idênticos;

d) um dos serviços típicos de homebanking é a sonsulta de saldos.

e) o pager também pode ser utilizado como veículo do cliente.

24. Analise as assertivas abaixo e

assinale a opção correspondente: I - EDI consiste na troca de documentos

eletrônicos em padrão préestabelecido de

forma que todo um processo de negócios seja feito.

II - Remote banking é o atendimento ao cliente fora das agências bancárias.

III - O saque de dinheiro em caixas ele-trônicos são um serviço típico de home banking.

a) todas as assertivas estão corretas; b) somente as assertivas I e II estão cor-

retas; c) somente as assertivas I e III estão

corretas; d) somente a assertiva I está correta; e) nenhuma assertiva está correta. 25. Analise as assertivas abaixo e

assinale a opção correspondente: I - Desde que respeitados os prazos

mínimos, o CDB é transferível antes de seu vencimento.

II - A transferência pode ser feita através de endosso em branco.

III - O RDB também é transferível. a) todas as assertivas estão corretas b) somente as assertivas I e II estão cor-

retas; c) somente as assertivas I e III estão

corretas; d) somente a assertiva I está correta; e) nenhuma assertiva está correta. 26. Assinale a alternativa incorreta a) as LC são instrumento de captação

específico das SCFI-I b) as LH são títulos emitidos pelas insti-

tuições financeiras autorizadas a conceder créditos hipotecários;

c) as Li são emitidas por bancos múlti-plos com carteira comercial;

d) os TDE são emitidos por Bancos de Investimento;

e) a Cédula Hipotecária pode ser integral ou fracionária

27. Assinale a alternativa correta: a) as operações compromissadas de 30

dias devem ser lastreadas por títulos privados;

b) a formação da taxa do hot money é baseada na taxa do CDI, mais o PIS e mais um spread;

Page 81: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

80

c) a operação de desconto não dá direito de regresso;

d) o financiamento de tributos e tarifas públicas se dá entre o banco comercial e o Governo;

e) a maior utilização do CDC é na aqui-sição de bens imóveis.

28. Assinale a alternativa incorreta a) o Fundo de Aval é formado por recur-

sos próprios do SEBRAE; b) os cartões magnéticos representam

um estímulo ao consumo, os saques são efetuados mesmo sem saldo na conta corrente;

c) os cartões de cébito também são co-nhecidos como "private labels";

d) os cartões inteligentes são dotados de processador e memória;

e) os cartões de valor agregado repre-sentam um montante pré-pago e aceito em estabelecimentos devidamente equipados.

29. Analise as assertivas abaixo e

assinale a opção correspondente: I - O Crédito Rural é o suprimento de

recursos financeiros para aplicação exclusiva nas atividades agropecuárias;

II - No mínimo 50% da exigibilidade deve ser satisfeito com crédito a mini ou pequeno produtor;

III - O empréstimo do Governo Federal (EGF) é viabilizado nas modalidades COV e SOV.

a) todas as assertivas estão corretas b) somente as assertivas I e II estão cor-

retas; c) somente as assertivas I e III estão

corretas; d) somente a assertiva I está correta; e) nenhuma assertiva está correta. 30. Assinale a alternativa correta: a) através do FINAME, o BB financia a

compra de máquinas e equipamentos para o setor agropecuário;

b) o PRONAF é formado por recursos do recolhimento de impostos;

c) o Aval Bancário Completo é também chamado de Aval em Branco;

d) a fiança bancária está sujeita ao IOF

e) se o afiançado não cumprir as obriga-ções relativas à fiança bancária, a operação fica isenta do IOF.

31. Assinale a alternativa incorreta: a) o BID Bond é uma fiança emitida por

um banco, a pedido de um cliente, a fim de habilitá-lo a participar de uma concorrência pública no exterior;

b) o performance bond é uma fiança prestada por um banco a um cliente que tenha assumido um contrato de execução longa,

c) o Banco Central permite a outorga de carta de fiança à diretoria do banco;

d) o Banco Central permite a outorga de carta de fiança para obtenção de liminar em mandado de segurança destinado a sustar a cobrança de tributos;

e) o Banco Central veda a outorga de carta de fiança em moeda estrangeira, exceto quando se tratar de operações ligadas ao comércio exterior.

32. Analise as assertivas abaixo e

assinale a opção correspondente: I - A classificação tradicional dos fundos

de investimentos é em fundo de renda fixa e fundo de renda variável.

II - Os fundos de curto prazo possuem média volatilidade.

III - Chinese wall é a separação feita en-tre a administração de recursos do fundo e a tesouraria da instituição financeira.

a) todas as assertivas estão corretas b) somente as assertivas I e II estão cor-

retas; c) somente as assertivas I e III estão

corretas; d) somente a assertiva I está correta; e) nenhuma assertiva está correta. 33. Assinale a alternativa correta: a) os FIF não sofrem tributação de IR b) os FIF sofrem tributação de IOF; c) o BC foi extremamente rigoroso na

definição das regras de aplicação do patrimômio do FIF

d) as aplicações do Fundo em títulos de um mesmo grupo financeiro não pode exceder a 20% de seu PL ajustado;

Page 82: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

81

e) Ações de companhias abertas so-mente podem fazer parte do Fundo até 10% de seu patrimônio.

34. Analise as assertivas abaixo e

assinale a opção correspondente: I - FIF de curto prazo - compulsório de

50% II - FIF 30 dias - compulsório de 5% III - FIF 60 dias - livres de compulsório a) todas as assertivas estão corretas b) somente as assertivas I e II estão cor-

retas; c) somente as assertivas I e III estão

corretas; d) somente a assertiva I está correta; e) nenhuma assertiva está correta. 35. Assinale a alternativa incorreta: a) o Fundão (FAF) tinha uma carteira

altamente amarrada à aplicações compulsórias

b) os FAF-II foram incorporados aos FAC;

c) o Money Market Fund foi criado com cota em URV;

d) o depósito especial remunerado foi criado para receber cruzados liberados pelo governo;

e) as carteiras dos FMIS são compostas, pelo menos em 51 %, de ações de companhias fechadas.

36. Assinale a alternativa incorreta : a) Os títulos de capitalização são regu-

lamentados pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)

b) Sociedades Anônimas financeiras não podem emitir debêntures.

c) A responsabilidade de assegurar que o emitente cumpra as cláusulas pactuadas na escritura compete ao próprio comprador da debênture.

d) A Securitização consiste na conver-são de empréstimos bancários e outros ativos em títulos para venda a investidores.

e) Existem 3 tipos básicos de contrato de "Underwriting" , que podem ser realizados, a saber - "straight", "standby" e "best efforts".

37. Assinale a alternativa correta :

a) O contrato de seguro caracteriza-se por, na maioria das vezes não ser oneroso.

b) A apólice de seguros costuma ser, normalmente, emitida em três vias.

c) O contrato de seguro, uma vez reali-zado, não pode ter quaisquer de seus elementos alterados.

d) Franquia é o valor do prejuízo que fica a cargo do segurado, só respondendo a Seguradora por danos que ultra passem este valor.

e) O Cosseguro pode ser conceituado como o seguro do segurador.

38. Assinale a alternativa incorreta : a) O conceito de Engenharia Financeira

abrange, por exemplo, a intervenção de uma Instituição Financeira para o reescalonamento de dívida junto a credores de uma empresa em dificuldades financeiras.

b) As operações inclusas no conceito de Corporate Finance envolvem a inter-mediação de fusões, cisões e incor-porações de empresas.

c) "Takeover Bid" é a aquisição do con-trole acionário de uma empresa através do mercado de ações.

d) O "Takeover Bid" pode ser hostil ou amigável.

e) A operação de "Tender Offer" consiste em uma oferta de compra da empresa a valor de mercado, não envolvendo qualquer prêmio sobre tal valor.

39. Analise as afirmativas abaixo e

marque a opção correta. I - O termo bônus é usado tradicional-

mente, no exterior, para títulos com mais de 10 anos de prazo.

II - Eurobônus e Euronotes são termos que caracterizam a emissão de títulos denominados em dólar no próprio mercado americano.

III - Nos bônus conversíveis, a empresa emissora oferece ao investidor a possi-bilidade de trocar os títulos por ações de sua própria emissão.

a) todas as assertivas estão corretas b) somente as assertivas I e II estão cor-

retas; c) somente as assertivas I e III estão

corretas;

Page 83: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

82

d) somente a assertiva I está correta; e) nenhuma assertiva está correta. 40. Assinale a alternativa correta : a) "Commercial Papers" são títulos si-

milares aos bônus, assemelhando-se, àqueles principalmente no que diz respeito ao prazo.

b) Certificados de depósito são títulos nominativos emitidos no exterior, com prazo variando entre 90 e 360 dias.

c) O empréstimo pela 4.131 ocorre quando um banco estrangeiro empresta diretamente recursos para uma empresa brasileira.

d) Não há qualquer restrição de prazo nas contratações de empréstimo para repasse ao amparo da Resolução 63.

e) Não há qualquer repasse para o to-mador além, obviamente, da variação cambial do montante emprestado.

41. Assinale a alternativa incorreta : a) Os "Par bonds" têm prazo de 30 anos

e foram oferecidos em troca da dívida antiga na proporção de 1:1.

b) Os "Discount Bonds" foram emitidos à proporção de 65% da divida antiga, tendo sido depositados pelo Brasil, a título de garantia, os juros de 12 meses, em dinheiro.

c) Os FLIRBs foram oferecidos em troca da dívida antiga na proporção de 1:1.

d) Nos Bônus de Redução de Juros com Capitalização Parcial (FLIRB-C) não há previsão de prazo de carência.

e) Os chamados Bônus de Reestrutura-ção consistem, na verdade, na recon-tratação da dívida velha por novos contratos de empréstimo ao par.

42. Assinale a alternativa incorreta, com

relação às operações de "factoring" a) A pessoa que vende seus ativos é

denominada de "sacador". b) A casa compradora representa a em-

presa que fornecerá o dinheiro ao sacador pelo ativo.

c) Existe, nas operações de "factoring", um deságio em relação ao valor de face dos títulos negociados.

d) No Brasil, todas as modalidades de "factoring" conhecidas estão sendo atualmente utilizadas.

e) As principais fontes de captação utili-zadas pelas empresas de "factoring" são a emissão de debêntures e "Commercial Papers".

43. Assinale a alternativa correta : a) Os ADRs (American Depositary Re-

ceipts) nada mais são do que títulos, emitidos e passíveis de negociação no exterior, representativos de ações de empresas brasileiras negociadas em bolsa, ficando tais ações aqui custodiadas.

b) O mercado de "commodities" têm como característica básica a predo-minância de seus negócios no mercado à vista (Spot).

c) O "open-market" ( Mercado Aberto pode ser conceituado como o mercado no qual atua o Banco Central de cada país, comprando e vendendo títulos, não se caracterizando, no entanto, como instrumento ativo de política monetária.

d) O mercado acionário de balcão con-segue oferecer as mesmas garantias proporcionadas ao investidor pelas Bolsas de Valores.

e) O mercado fracionário de ações ca-racteriza-se pela possibilidade de ne-gociação limitada a lotes de 100 ou 1.000 ações.

44. Assinale a alternativa incorreta : a) No mercado internacional de ouro, as

principais praças de negociação são Londres e Zurique (Mercado de Balcão) e Nova York (Bolsa de Mercadorias de Nova York)

b) A cotação do ouro, no Brasil, é feita em dólares por "onça-troy" de ouro puro, de forma a se coadunar com os padrões internacionais.

c) O mercado "spot" de ouro abrange as operações com entrega, em geral, 24 horas depois da compra/venda, ao preço do dia.

d) O sistema SINO é o utilizado pela CETIP para centralizar as negociações com ouro ocorridas no âmbito deste mercado de balcão. A cotação do ouro nas principais praças internacionais utiliza a "onça-troy" como unidade de medida, sendo que 1 "onça troy" equivale a 31,10 gramas.

45. Assinale a alternativa incorreta:

Page 84: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

83

a) no Brasil, as negociações do mercado de derivativos concentram-se na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) de São Paulo e na Bolsa Brasileira de Futuros (BBF) do Rio de Janeiro;

b) o especulador caracteriza-se por ser um agente que, necessariamente, possui algum tipo de vínculo com a mercadoria objeto da operação;

c) os mercados futuros são uma forma eficaz de eliminar o risco do investidor que detenha determinada posição física em um ativo;

d) os contratos futuros diferem dos con-tratos a termo por terem especificações padronizadas pelas bolsas onde são negociados;

e) ao estar comprada em um contrato futuro de dólar, a instituição financeira tem expectativa de alta da taxa de câmbio até o vencimento do contrato.

46. Analise as assertivas abaixo e

assinale a opção correspondente I - Nos mercados futuros, há realização

diária de lucros ou prejuízos através do mecanismo de "ajustes diários".

II - Existe um mercado secundário ativo para os contratos futuros.

III -O raciocínio do mercado futuro de taxa média de depósitos interfinanceiros de um dia (futuro de DI) deve ser inverso àquele utilizado no mercado futuro de dólar.

a) todas as assertivas estão corretas b) somente as assertivas I e II estão cor-

retas; c) somente as assertivas I e III estão

corretas; d) somente a assertiva I está correta; e) nenhuma assertiva está correta. 47. Analise as assertivas abaixo e

assinale a opção correspondente: I - As opções podem dar ao comprador o

direito de comprar ou vender o ativo objeto até a (ou na) data do vencimento.

II - Nas opções americanas, o exercício deve ocorrer necessariamente na data de vencimento.

III - A expectativa do lançador de uma opção de venda é de baixa do preço do ativo objeto.

a) todas as assertivas estão corretas b) somente as assertivas I e II estão cor-

retas; c) somente as assertivas I e III estão

corretas; d) somente a assertiva I está correta; e) nenhuma assertiva está correta. 48. Assinale a alternativa incorreta a) SWAP são derivativos que permitem a

troca de indexação de montantes ativos e passivos;

b) uma empresa possuidora de um pas-sivo em dólar pode se proteger do risco de uma eventual desvalorização cambial entrando na ponta vendida de um SWAP pré x dólar;

c) a liquidação dos contratos de SWAP dá-se pela diferença entre os montante indexados apurados na data do vencimento;

d) o mercado de SWAP tem como ca-racterística a grande participação de pessoas físicas no papel de "hedger"

e) dentre os indicadores principais utili-zados nas operações de SWAP podemos citar CDI (taxa pós), dólar (variação cambial) e IGP-M.

49. Analise as assertivas abaixo e

assinale a opção correspondente: I - O Acordo da Basiléia relaciona-se ao

controle dos padrões de solvência e liquidez das instituições componentes do Sistema Financeiro;

II - O valor do patrimônio líquido exigido das instituições financeiras é obtido através da aplicação do percentual de 8% sobre o ativo ponderado pelo percentual de risco;

III - Pode-se ainda, pelo acordo da Ba-siléia, continuar a calcular o limite de enquadramento das instituições a partir da estrutura de seus passivos.

a) todas as assertivas estão corretas b) somente as assertivas I e II estão cor-

retas; c) somente as assertivas I e III estão

corretas; d) somente a assertiva I está correta; e) nenhuma assertiva está correta.

Page 85: Apostila Conhecimentos Bancarios

Escola & Ci@ - CONHECIMENTOS BANCÁRIOS - www.escolaecia.com.br

84

50. Analise as assertivas abaixo e assinale a opção correspondente:

I - O PROER é instrumento hábil para resguardar os interesses dos depositantes e investidores.

II - No âmbito do PROER, as chamadas moedas podres são reconhecidas em sua totalidade pelo Banco Central, não havendo qualquer tipo de deságio.

III - O FGC garante o total de créditos de cada pessoa contra determinada instituição (ou conglomerado financeiro) até o valor máximo de R$ 20.000,00.

a) todas as assertivas estão corretas b) somente as assertivas I e II estão cor-

retas; c) somente as assertivas I e III estão

corretas; d) somente a assertiva I está correta; e) nenhuma assertiva está correta.

GABARITO

1 - E 2 - B 3 - D 4 - B 5 - C 6 - B 7 - C 8 - A 9 - A 10 - A 11 - C 12 - E 13 - D 14 - E 15 - B 16 - D 17 - A 18 - C 19 - E 20 - D 21 - B 22 - A 23 - C 24 - B 25 - D 26 - C 27 - B 28 - B 29 - A 30 - B 31 - C 32 - C 33 - D 34 - A 35 - E 36 - C 37 - D 38 - E 39 - C 40 - C 41 - D 42 - D 43 - A 44 - B 45 - B 46 - A 47 - D 48 - D 49 - B 50 -