apostila completa - direito tributario

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Dir eito Tribu tário 1

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Page 1: Apostila Completa - Direito Tributario

Direito

Tributário

Autor: Prof. Miron Fernandes Dias. Atualizado – 2011.

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Page 2: Apostila Completa - Direito Tributario

INTRODUÇÃO

A presente obra destina a todos os acadêmicos estudantes e aos concursandos que postulam cargos públicos, pois, não pretendemos aprofundar a discussão de grandes temas, nem tampouco resolve-los, embora tenha a aspiração de sobrepensar o seu objeto com certo rigor e observando sempre aqueles pontos relevantes que fazem parte deste estudo e dessa disciplina como parte integrante do Direito Publico, fato este que nos levou a dividir tal disciplina em capítulos que são os pontos interessantes e necessários para o entendimento com relação ao direito tributário, como sendo uma atividade financeira do Estado, que visa principalmente a formulação dos ingressos públicos. Com efeito, pois, toda a temática desta descrição serve e ocupa-se com as noções preliminares que são passiveis de reflexões empreendidas nos desdobres destes estudos, sublinhando inclusive as afinidades e ainda as distinções existentes entre as competências e os princípios preconizados pela Constituição Federal, bem como tentar chamar a atenção de todos aqueles que de certa forma tem afinidade com a disciplina.

Finalmente, importa-nos consignar, que a compostura temática deste trabalho observa compatibilidade com os programas a serem cumpridos nos cursos de direito, e com aqueles adotados para concursos públicos que compreendem os campos do direito tributário, portanto, este trabalho visa principalmente a facilitar o entendimento com relação à disciplina, apresentando assim uma linguagem acessível e com uma didática perfeitamente compreensível, uma vez que existe a grande polemica em torno deste ramo do direito.

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Page 3: Apostila Completa - Direito Tributario

Cápitulo – I

1. Introdução

Para definirmos esta colocação vamos nos ater ao gráfico abaixo onde nos dá uma demonstração clara da posição do Direito Tributário em relação à atividade financeira do Estado que é objeto de estudo do Direito Financeiro.

DIREITO FINANCEIRO

ORÇAMENTO PÚBLICO

REC RECEITAS DESPESAS

Direito Tributário

Direito Administrativo

Tributos Em Geral

Serviços Públicos Gerais/Especiais

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Page 4: Apostila Completa - Direito Tributario

1. O DIREITO TRIBUTÁRIO .

DEFINIÇÃO: O Direito Tributário regula a atividade financeira do Poder Público (Estado – Sujeito Ativo) junto a particulares (Contribuintes – Sujeito Passivo), para arrecadar receitas que correspondam ao conceito de tributo, ou seja, receitas destinadas a custear os serviços públicos.

O estudo ou disciplina jurídica da Receita Tributária, como já vimos compreende hoje a parte mais desenvolvida e destacada do Direito Financeiro, chamado DIREITO TRIBUTÁRIO, porque abrange todas as relações jurídicas entre a Fazenda Publica e o contribuinte, a que estão vinculados interesses essenciais do Estado e dos cidadãos.

O Direito Tributário atualmente é uma disciplina que envolve todo o seguimento da sociedade, pois, de forma direta ou indireta podemos ser contribuintes dos tributos. O Brasil atualmente tem uma das mais elevadas cargas tributárias do planeta, e para completarmos e ilustrarmos nosso estudo vamos averiguar os percentuais destinados a tributos de alguns produtos.

IMPO \\\\\\\\\\\\\\\\\\ PRODUTOSIMPOSTOS Cigarro Telefonia Veiculo Eletrodom. Laticínio Gasolina Remédios

IPI 35,00 - 6,40 16,70 - - -ICMS 25,00 25,00 12,00 18,00 18,00 25,00 -PIS/COFINS 3,65 3,65 3,65 3,65 3,65 3,65 3,65INSS/IRF 4,73 9,12 9,10 8,81 10,26 8,65 10,28OUTROS 0,36 0,30 0,30 0,34 0,30 0,40 0,30IOF 0,43 0,20 0,50 0,19 0,50 0,10 0,30IR/CS 0,20 2,40 2,50 - - 0,50 1,30CASCATA 2,50 7,20 9,10 7,80 9,80 8,90 8,30IMPOSTOS 71,87 47,87 43,55 55,49 42,51 47,20 24,13EMPRESA 28,13 52,13 56,45 44,51 57,49 52,80 75,87

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Page 5: Apostila Completa - Direito Tributario

CARGA TRIBUTÁRIA DE ALGUNS PAISES EM RELAÇÃO AO SEU PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO.

SUECIA 50,3% JAPÃO 21,0% FRANÇA 45,3% CHILE 20,0% ALEMANHA 44,2% MEXICO 18,3% BRASIL 35,7% VENEZUELA 15,6% EE.UU 29,7% PERU 14,3%

Neste tópico vamos dividir e fragmentar a definição do Direito Tributário para um melhor entendimento;

O Direito Tributário regula a atividade financeira do Poder Publico, junto a contribuintes,

Direito Tributário – Estabelece regras jurídicas que permitem ao poder publico cobrar tributos.

Suas normas encontram: Na Constituição Federal Na Lei 5.172/66 CTN Demais legislações tributárias, tais quais, Leis, Decretos, Portarias, Resoluções, e Demais Instruções normativas.

OUTRAS DENOMINAÇÕES DA DISCIPLINA:

Direito Financeiro: Prescreve regras sobre a destinação da Receita Tributária, ou seja, sendo o direito financeiro, aquele que cuida da atividade financeira, e esta pressupõe a elaboração de um orçamento publico, e este por sua vez, prescreve regras para receitas e despesas, e sendo o direito tributário responsável pela receita, estaria intimamente ligado, e, ainda pelo fato do Direito Financeiro determinar regras sobre a distribuição destas receitas conforme preceitua os artigos 157 e 158 da Constituição Federal.

Direito Tributário: Estabelece normas concernentes à instauração, a existência e ainda a extinção das relações jurídicas tributárias.

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Direito do Imposto: Esta definição prospera onde há uma única espécie de tributo, no caso em tela o imposto, é, portanto uma intitulação utilizada por autores alemães e suíços, paises onde denomina de direito do imposto, pelo numero reduzido ou quase uno de arrecadação. Direito Impositivo: Titulação insueta, segundo o autor espanhol Otero Castelo, pois, o impositivo vem do vocábulo imposição, entretanto, portanto, esta denominação atualmente esta em total desuso.

Tax Law: Utilizado pelo Direito Inglês e Norte Americano, cuja denominação significa “a lei das Taxas”.

Direito Fiscal: Esta denominação reduz vertiginosamente, pois, fiscal limita ao “Fisco” somente, e que em geral é o sujeito ativo da obrigação tributária e titular do direito.

RELAÇÃO DO DIREITO TRIBUTÁRIO COM OUTROS RAMOS DO DIREITO

COM O DIREITO CONSTITUCIONAL:

Como todo o ramo do direito, o direito tributário não poderia ficar fora da relação com a Carta Magna, uma vez que é talvez a única constituição em todo mundo que faz menção com exclusividade ao direito tributário, pois ela dedica o Título VI – Capitulo I todo ele ao direito tributário onde, se encontra dos artigos 145 ao 158 que ficou dividido da seguinte forma:

a) – Relacionamento fisco/contribuinte definido os princípios gerais,b) – as limitações do Poder de Tributar, com os impostos dos diversos

poderes tributantes, c) – finalmente trata da repartição das receitas tributárias.

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Page 7: Apostila Completa - Direito Tributario

COM O DIREITO FINANCEIRO.

Neste caso podemos observar no gráfico que o direito tributário estaria destacado do Direito Financeiro, para estudar especificamente as receitas tributárias, que são expressivos dentro do total dos ingressos públicos. COM O DIREITO PENAL.

Encontramos relações do Direito Tributário com o Direito Penal, pois, estão ligados através das manifestações puníveis pelo direito penal.

DIREITO PENAL TRIBUTÁRIO – Relacionamento das duas matérias, modernamente tem feito surgir leis tributárias impondo penas de prisão, que é própria do direito penal.

Portanto, dentre os crimes de ordem tributária podemos estudar e encarar da seguinte forma: Crimes contra ordem Tributária:

a) – Artigo 334 do Código Penal – neste artigo podemos observar as figuras do Contrabando e do Descaminho que são puníveis com pena de prisão e o conseqüente perdimento das mercadorias quando apreendidas.

b) – Sonegação Fiscal – Lei 4.729 de 14/07/165 - define os crimes de sonegação. Lei 9.249 de 26/12/1995 – No seu artigo 34 este dispositivo trata da extinção da punibilidade quando for promovido o seu pagamento, mesmo porque a liquidação do debito é seguramente uma forma de extinção do credito tributário, e a pena de prisão seria um ato coercitivo com intuito único de satisfazer a voracidade do fisco.

c) – Dos Crimes contra a Ordem Tributária. – Lei 8.137 de 27/12/1990, esta por sua vez define os crimes contra a ordem tributária. Portanto segundo o artigo 15 desta lei, determina que os crimes previstos nesta lei são de ação penal publica aplicando-se-lhes o disposto no artigo 100 do Decreto 2.848 de 07/12/1940 Código Penal.

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d) – Depositário Infiel de valor pertencente à Fazenda Publica Nacional. A Lei 8.866 de 11/04/94 trata no seu artigo 1º § 2º como sendo o depositário infiel aquele que não entrega a Fazenda Publica o valor retido ou recebido a que estaria obrigado a pessoa física ou jurídica, nos termos e forma fixados na legislação tributária ou previdenciária. Neste caso seria bom mencionar que no seu artigo 4º § 1º ele relata que na petição inicial constara ainda a cominação da pena de prisão, portanto não significa que o contribuinte não possa defender, ele teria sim o direito ao contraditório e a ampla defesa e para tal teria o prazo de 10 dias a partir de sua citação.

COM DIREITO ADMINISTRATIVO.

O Direito Administrativo relaciona com o Direito Tributário pelo fato do direito tributário ter como sujeito ativo exatamente os órgãos estatais, e cabendo ainda o direito de promover defesas e reclamações ainda na fase administrativa, o que viria a formar tal vinculo entre as duas disciplinas. E necessário ainda frisar que a defesa em órgãos estatal é bastante aconselhável devido à facilidade e promover tais defesas, e ainda pelo prazo que é bem mais acessível do que as defesas na esfera judiciária, e finalmente pela celeridade do processo, na fase administrativa.

COM DIREITO PROCESSUAL CIVIL.

Com o Direito Processual Civil é claro a formação de um elo entre as duas disciplinas a partir do artigo 5º inciso LV da Carta Magna quando diz: aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.Portanto, o que pode ser observado que além do contribuinte valer-se dos processos administrativos, e, depois de esgotados tais discussões, ele pode ainda propor as ações judiciais em sua defesa, tais como Mandados de Segurança, Repetição de Indébitos, Ação Anulatória de Débitos Fiscais, Ação Declaratória, Ação de Consignação em

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Pagamento, todas seguindo os ritos processuais comuns do Código Processo Civil.

Pode ser citada ainda a Lei 6.830/80, ou seja, a Lei de Execução Fiscal, que mesmo sendo Lei especifica, não deixa de ser subsidiado pelo Código Processo Civil, naquilo que não estiver devidamente regulamentado na Lei 6830/80, que por sinal enfoca inúmeras diferenças com relação às Execuções cíveis.

COM O DIREITO INTERNACIONAL.

No campo do Direito Internacional, é notadamente observada a maciça utilização dos acordos e tratados Internacionais que versam sobre a matéria tributária, com a finalidade de facilitar o comercio internacional de bens e serviços e capitais, e, principalmente no sentido de evitar a dupla tributação internacional da renda. O conjunto das normas que regula os tributos a nível internacional constituiu como se costuma dizer de Direito Tributário Internacional.

COM O DIREITO PRIVADO.

Finalmente, não poderia deixar de mencionar a relação existente entre os demais ramos do Direito Privado, uma vez que o direito tributário utiliza Institutos próprios do Direito Civil e do Direito Comercial, pois, vem do Direito Privado o conceito de pessoa física, ou natural, bem como o de Compra e Venda e ainda o de Pessoa Jurídica, sem deixar de mencionar ainda as relações laborais inseridas no Direito do Trabalho, pois, existe a tributação em torno das verbas pagas a titulo de salários ou demais proventos. Esses fatos nos mostram a intromissão do direito tributário no campo das relações jurídicas regradas pelo direito comum: de outro lado evidencia a utilização de institutos próprios do direito privado como, por exemplo, um (contrato de prestação de serviços) como um dado para consubstanciar a obrigação tributária.

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Capítulo - II

Tributos em Espécies.

Neste capítulo existe a pretensão de delimitar os conceitos de tributos, e suas espécies tais como os impostos, as taxas, contribuições de melhorias, empréstimos compulsórios, contribuições sociais e parafiscais em face do direito positivo em vigor. O domínio de tais conceitos é de relevante importância no estudo do direito tributário, pois, são eles elementos essenciais e um objeto importante dentro do estudo da tributação, mesmo porque sem a existência dos mesmos não haveria razão sequer para a criação de tal ramo do direito.

DEFINIÇÃO DE TRIBUTO:

No artigo 3º do CTN, encontramos a definição de tributo, e em seguida será separados em parcelas esta definição com os comentários necessários para a melhor compreensão.

Artigo 3º - Tributo é toda prestação pecuniária e compulsória em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícita, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Portanto, cabe nos agora, verificar a arguta observação de Paulo Barros de Carvalho quanto à existência das seis acepções distintas do vocábulo tributo, agasalhadas pela doutrina, pela jurisprudência e pelo direito positivo, a saber, e o qual será objeto de nosso estudo.

a) - Tributo como quantia em dinheirob) – Tributo, como prestação correspondente ao dever jurídico do sujeito

passivo,c) – Tributo, como direito subjetivo de que é titular o sujeito ativo,d) – Tributo, como sinônimo de relação jurídica tributária (obrigacional).

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e) – Tributo, como norma jurídica tributária,f) – Tributo, como norma, fato e relação jurídica,

Para uma analise de tal colocação carece a apuração do gráfico também apresentado na obra de forma magistral por Paulo Barros de Carvalho.

SA ________________ $ _________________ SP ---------------------- ------------------------ Dir. Subjetivo Dever Jurídico

Enfim, analisando o conceito podemos enumerar alguns tópicos interessantes, tais como;

É uma prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir:

Dois erros grosseiros: Prestação pecuniária ou cujo valor nela possa exprimir,

Nesse caso ampliou exageradamente o âmbito das prestações tributárias, pois, todos os bens são suscetíveis de avaliação de avaliação pecuniária e, sendo assim o trabalho humano ganharia a possibilidade de formar o abstrato de relação de natureza fiscal.Com base nessa premissa alguns entenderam que o serviço militar, mesas eleitorais e jurados realizariam o conceito de tributo, já que satisfaz as demais condições postas pelo cita preceito. Que não constitua sanção de ato ilícito,

- Determina a feição de licitude para o fato que desencadeia o nascimento da obrigação tributária, pois, ao cometer um ato ilícito, teríamos pela frente a cobrança de uma multa ou uma penalidade, o que fugiria ao conceito de tributo, mesmo porque a multa e aplicada em detrimento do cometimento de um ato ilícito, o que não seria aplicado ao conceito de tributo.

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Instituído em lei,

- O artigo 5º inciso II da Constituição Federal nos mostra com clareza este preceito tributária quando diz no seu texto:

- Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade nos termos seguintes:

- II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

- Neste tópico ainda pode ser observado o principio basilar do direito tributária que trata-se do principio da legalidade destacado no seu artigo 150, I da Carta Magna, quando determina que nenhum tributo pode ser aumentado ou instituído sem que a lei o estabeleça, o que nos dá uma segurança jurídica, pois, se não houvesse a menção dessa natureza teríamos um retrocesso imensurável quando na idade media o rei se valia do seu poder do império e utilizava o tributo com efeitos confiscatorio, e sendo ainda produtos de saque, o que atentava contra a liberdade e a propriedade dos cidadãos.

Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

- Esta, entretanto seria a ultima condição definida pelo legislador com a finalidade de definir tributo. E, portanto importante verificar que os atos relevantes de arrecadação tributária pertencem à classe dos vinculados, outros muitos existem, dentro da mesma atividade em que o administrador esta autorizada pela lei a que integrar sua vontade ou juízo a norma jurídica, diante do caso concreto, operando com, critérios subjetivos próprios, a fim de dar satisfação aos objetivos consagrados no sistema legal.

Tributos em espécie, Características:

- Impostos ---------------------------------------- Não Vinculados

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- Taxas -------------------------------------------- Vinculados- Contribuição de Melhorias-------------------- Vinculados

IMPOSTOS COMO TRIBUTO NÃO VINCULADO:

No artigo 16 do CTN, podemos verificar que o imposto é um tributo cuja obrigação tem uma situação independente de qualquer atividade ou atuação do poder publico, no sentido de contraprestação de serviços, e como podemos observar que enquadram nessa categoria os impostos.Com isso observa-se que o imposto destina-se a custear os serviços públicos gerais. Portanto, tais serviços caracterizam-se por serem entregues ao contribuinte de forma:Mediata: não há o compromisso do governo prestar um serviço ao contribuinte especificamente. Genérica: refere-se aos serviços entregues a coletividade como um todo, e a ninguém em particular. Exemplo: um Hospital Público. É o tributo pago pelo contribuinte sem que este receba diretamente do Ente Publico contraprestação. Por isso recebe a denominação de tributo “não vinculado”. Existe explicitamente dentro do nosso sistema constitucional os chamados impostos nominados e inominados que são determinados da seguinte forma:

Impostos nominados que são devidamente instituídos na Constituição Federal nos seus artigos 153, 155, e 156.

Impostos Inominados são passiveis de instituição somente pela União nos termos do artigo 154, denominados também de competência residual da União.

Os tributos não vinculados são aqueles que têm por hipóteses de incidência um fato independente de qualquer atuação do poder publico, no sentido de contraprestação de serviços.

Concluindo, os impostos normalmente são as prestações de dinheiro que, para fins de interesse coletivo, os entes tributantes mediante lei, exigem coercitivamente daqueles que estão sujeitos e tem capacidade contributiva sem que venha a lhes assegurar ou garantir qualquer vantagem ou serviço especifico, em retribuição desse pagamento.

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Portanto, fica bem evidenciados os seguintes elementos:

Caráter obrigatório do imposto, quando de sua capacidade. Ausência de qualquer relação de correspondência entre a exação

tributária e qualquer sorte de compensação do Estado ao contribuinte O imposto exigido não é acompanhado de qualquer promessa de

reembolso, o que lhe confere a qualidade de ser reconhecido como definitivo.

TRIBUTOS VINCULADOS:

Entende-se por um tributo vinculado aquele que expressa um acontecimento que envolva uma atuação direta ou indireta do Estado. Na categoria, os tributos vinculados são as taxas, as contribuições de melhorias, as contribuições sociais; e os Empréstimos compulsórios.

TAXAS:

A taxa destina-se a custear os serviços públicos especiais. Tais serviços caracterizam-se por serem entregues aos contribuintes de forma:

Imediata ou divisíveis: - o contribuinte recebe o serviço ou o possui a sua disposição por exemplo, o contribuinte paga taxa de esgoto, porque sua rua está servida por rede de esgoto, mesmo que ele não tenha feito a ligação em sua residência;

Especifica: - cada contribuinte paga a taxa correspondente a sua situação particular, por exemplo; o contribuinte paga a taxa de água referente à quantidade que consumiu como seria os serviços de água e esgoto, ou ainda como a taxa de conservação de guias e sarjetas.

Para demonstrar a miúda o estudo com relação às taxas seria de bom alvitre observar a definição das taxas tanto na Constituição Federal quanto no Código Tributário Nacional.

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Constituição Federal – Artigo 145, II.

Art. 145 – A União os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

II - taxas, em razão do exercício do poder de policia, ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.

Código Tributário Nacional – Art. 77

Art. 77 - As taxas são cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, tem como fato gerador o exercício do poder de policia ou a utilização efetiva do potencial, de serviço publico especifico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

ESPECIES DE TAXAS:

Tomando-se por referencial o fato gerador as taxas encontram-se subdividas em duas categorias distintas:

Em razão do exercício do poder de policia:

Poder de policia neste caso tem outra conotação, pois, neste caso o Poder de Policia, é toda atividade, preventiva ou repressiva, exercida pela Administração com o propósito de disciplinar o exercício dos direitos individuais, de maneira a compatibilizá-lo com o exercício de outros direitos dessa natureza, ou até mesmo com igual direito de outras pessoas. Embora essa atividade vise o bem comum, a Administração toda vez que se vir compelida a atua através de medidas concretas, como, por exemplo, concedendo alvarás de funcionamentos, onde ira intermediar estabelecimentos, ou ainda fiscalizando certas atividades, poderá fazer uso de seu poder discricionário impondo ao administrado uma taxa pelo exercício desse poder de policia.

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Pela utilização efetiva ou potencial de serviços:

Nesse caso especificamente implica que a taxa para ser cobrada, depende da atuação do Estado, dirigida especificamente ao contribuinte. Trata-se de prestação unilateral, pois sua destinação acaba sendo para atender à atividade estatal dirigida ao contribuinte. A referida atividade só pode ser prestada pelo Poder Publico, ainda que por delegação a particular, mas não diretamente por este. Portanto, consideramos as taxas como tributos vinculados em virtude de sua receita ser destinada ao custeio da atividade prestada pelo Estado, onde envolve uma contraprestação pelos serviços prestados ou posto a disposição do contribuinte.

Outro aspecto que deve ser levado em consideração é exatamente o § 2º do artigo 145 da Carta Magna onde deixa bem explicito que as taxas não podem ter base de calculo própria dos impostos.

§ 2º Art. 145 – As taxas não poderão ter base de cálculo própria dos impostos.

Nesse caso observa-se que jamais poderá ser utilizado qualquer parâmetro aplicado aos impostos para que seja cobrada a taxa, pois o próprio fato gerador para a instituição e cobrança das taxas foi bem expresso na Constituição Federal e no próprio Código Tributário Nacional. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIAS

Esse tributo é cobrado em função da valorização do imóvel do contribuinte, decorrente de um serviço publico. O valor da contribuição a ser paga é proporcional a valorização do imóvel, por exemplo o Poder Publico asfalta uma estrada; assim todos os proprietários de áreas localizadas ao longo da estrada são obrigados a pagar a contribuição de melhoria, de acordo com a valorização correspondente a seu imóvel, ou seja, proporcionalmente.Portanto, as contribuições de melhorias diferem das taxas em dois pontos expressivos dos quais podemos enumera-los: Um dos pressupostos seria a existência de uma obra publica e não serviços públicos e outro aspecto é que dependem de um fator intermediário, que é valorização imobiliária.

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Poderão também assim como as taxas ser instituídos por qualquer dos entes públicos que realizou a obra, da qual resultou a valorização do imóvel. Cabe também ressaltar que o lançamento da Contribuição de Melhoria é realizado após a execução da obra de melhoramento em sua totalidade ou em parte suficiente para beneficiar determinados imóveis, e depois da publicação do respectivo demonstrativo de custos. Se já houver sido terminada a pavimentação ou a rede de água ou esgoto, já é possível verificar a parte que beneficiou os imóveis os quais já tiveram complementado a obra. Pois, não há como exigir a contribuição se não saber qual é o custo total da obra ou o limite individual da obra que implicou na valorização do imóvel do contribuinte.

Exemplos práticos da cobrança das Contribuições de Melhorias:

1º EXEMPLO: Valor Total da Obra: R$ 100.000,00 (cem mil reais)Numero de pessoas beneficiadas: 50 (cinqüenta) pessoasValor do Imóvel antes da Obra: R$ 6.000,00 (seis mil reais)Valor do custo do Imóvel após a obra: R$ 10.000,00 (dez mil reais)Então teríamos:

R$ 100.000,00 : 50 = 2.000,00 (dois mil reais para cada)Valorização:Antes das Obras: 6.000,00 – 10.000,00 = Valorização R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

Nesse caso o Valor da Contribuição de Melhoria seria R$ 2.000,00 (dois mil reais), ou seja, exatamente o valor da obra.

2º EXEMPLO:

Valor total da Obra: R$ 100.000,00Numero de Pessoas Beneficiadas: 50 (cinqüenta pessoas)Valor do Imóvel antes da Obra: R$ 6.000,00Valor do custo do imóvel após a obra: R$ 7.000,00 (sete mil reais)Portanto teríamos:R$ 100.000,00 : 50 = 2.000,00 (dois mil reais) para cada moradorValorização:

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Antes da obra: R$ 6.000,00- R$ 7.000,00 = Valorização R$ 1.000,00

Nesse caso o valor da Contribuição de melhoria seria de R$ 1.000,00 (um mil reais), ou seja, foi a valorização do imóvel.

3º EXEMPLO:

Valor da Obra: R$ 100.000,00Numero de Pessoas beneficiadas: 50 (cinqüenta pessoas)Valor do Imóvel antes das Obras: R$ 6.000,00Valor do custo do imóvel após a obra: R$ 5.000,00 (cinco mil reais)Portanto teríamos:R$ 100.000,00 : 50 = 2.000,00 (dois mil reais) para cada moradorValorização:Antes da Obra: R$ 6.000,00 – R$ 5.000,00 = Desvalorização de (R$ 1.000,00) (um mil reais)

Nesse ultimo caso não é necessário o pagamento da contribuição de melhoria, uma vez que não houve a valorização do imóvel, entretanto, caso os moradores queiram ser ressarcidos da perda deverá ingressar com uma ação civil para recuperar as perdas. E, existe sim obras que podem desvalorizar o imóvel, como exemplo temos a construção de um presídio de segurança máxima, cemitério e outros que podem provocar esta depreciação. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS:

Assim as chamamos de contribuições especiais e seguridade social para distingui-las das contribuições de melhorias. São também de natureza jurídica tributária, não só pelo fato de estarem inseridas no capítulo do Sistema Tributário, como também porque o texto constitucional faz referencia expressa aos princípios de direito tributário. Podemos observar claramente a instituição e cobrança dessas respectivas modalidades de tributos nos artigos 149 e 195 da carta magna.

A classificação expendida propõe-se a justificar a permanência do art. 4º do CTN em nosso sistema jurídico tributário, tendo em vista razões de interpretações que nos conduzem a considerar que o regime definido para os tipos tributários de impostos taxas e contribuições

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de melhoria é de caráter geral em vista de ser objeto de competência concorrente dos entres federativos na forma do art. 150 caput da CF, estando os demais tributos sujeitos a regrais especiais em que vista do Principio da especialidade não são afetadas pelo artigo supramencionado.

Classificação Tipológica dos Tributos Tipos Gerais Espécies Dispositivos

Constitucionais Critérios materiais de sua vinculação

Critérios relativos a sua destinação e restituição

Impostos Art. 145, I Não vinculado (.....) Nhil Taxas Art. 145, II Vinculado Destinação Contribuições de melhorias

Art. 145, III Vinculado Destinação

Tipos Especiais Espécies Tributárias

Dispositivos da Constituição

Critérios material da sua vinculação

Critérios relativosA sua destinação e restituição

Empréstimo Compulsório

Art. 148 Vinculado Destinação e Restituição

Contribuições Sociais

Art. 149 Vinculado Destinação

Contribuições Intervenção Domínio econômico

Art. 149 Vinculado Destinação

Contribuições de interesse de Categorias Profissionais

Art. 149 Vinculado Destinação

Contribuição para custeio de Iluminação publica

Art. 149-A Vinculado Destinação

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Capitulo – III

Princípios Constitucionais Tributários e as Limitações do Poder de Tributar:

COMPETENCIA TRIBUTÁRIA

Competência Tributária é a aptidão de criar os tributos, para tanto observamos no artigo 145 da Carta Magna que a mesma delega a todos os Entes Públicos a capacidade de criar os impostos, as taxas e as contribuições de melhorias.

Como exemplo dessa classificação de competência pode enumerar:

Competência Privativa: Designa a competência privativa aquela que visa criar impostos, atribuída com exclusividade a este ou aquele ente Publico.

Competência Comum: Seria comum a competência referente às taxas e as contribuições de melhorias, que são tributos normalmente atribuídos a todos os Entes públicos, conforme os ditames do artigo 145 nos seus incisos II e III da Constituição Federal.

Competência Residual: Diz-se residual a competência atribuída a União, atinentes aos outros impostos que seriam e que podem ser instituídos sobre algumas situações não previstas. (vide artigo 154, I CF).

A União: Além de sua competência ordinária, há a exclusividade de criar impostos em caso de guerra e que se trata de uma competência extraordinária, com base na qual, a par dos impostos ditos “privativos” da União, e dos que ele possa criar no campo residual, lhe é autorizado estabelecer impostos que ordinariamente pertencem à competência de outros Entes Públicos.

A seguir vamos apresentar um quadro sinótico com as respectivas competências tributárias e para uma melhor visualização e localização dos

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tributos inseridos e autorizados a sua cobrança pela própria Constituição Federal.

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

Classificação Tributos Competência C. FederalGERAL PRIVATIVA Impostos

- Contrib.Esp. Seg. Social

- Empr.Comp.

União FederalEstados/DFMunicípios

União

União

A Art. 153 (7)Art. 155 (3)Art. 156 (3)

Arts.149/194Art. 177 § 4º

Art. 148

COMUM - Taxas

-Cont.Melhoria

União/Est.DF e MunicípiosUnião/Est./DFE Municípios

Art. 145, II

Art. 145, III

RESIDUAL - Imposto União Art. 154, I

EXTRAORDINARIA -0- - Imp. Guerra União Art. 154, II

Portanto, observamos que a atribuição da competência para instituição de tributos compreende a competência legislativa pela, qual seja, a que confere a União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios competência para determinar a incidência, base de calculo e alíquota, sujeito passivo da obrigação constituída, formas de lançamento e cobrança e prover os modos de arrecadação e fiscalização. A constituição da Republica Federativa do Brasil, no capitulo referente ao Sistema Tributário Nacional, estabelece a competência privativa da União (art 153, dos Estados e Distrito Federal (art.155) e dos Municípios (art.156) para os impostos que menciona.A União pode ainda instituir contribuições sociais de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação naquelas áreas, conforme o artigo 149 bem como prevê a instituição dos empréstimos compulsórios, mediante lei complementar, para atender as despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade publica e de guerra externa ou sua iminência,

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assim como no caso de investimento publico de caráter urgente e de relevante interesse nacional ( art. 148) , observado neste ultimo caso, o principio da anterioridade de lei que será objeto de nosso estudo. O artigo 145 e seus incisos II e III estabelecem a competência comum aos três níveis de governo, para instituir a cobrança de taxas e contribuições de melhorias, observando que as taxas de iluminação publica sempre deixadas a critério dos municípios. Por sua vez, o artigo 154, I da Constituição Federal, prevê o exercício da competência residual, privativa da União, para instituir outros impostos, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de calculo idênticos com os dos demais impostos nela previstos. Também com base na competência residual, pode a União instituir por lei complementar, outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, conforme se vê no artigo 195 § 4º da Carta Magna. Sobre as demais formas de exercício da competência tributária, assinale-se que o artigo 7º do Código Tributário Nacional, com a intenção de preservar o sistema adotado, veda a delegação da competência tributária, admitindo apenas a delegação das atribuições de arrecadar ou fiscalizar tributos ou executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, desde que conferida por uma pessoa jurídica de direito publico a outra. Além da competência geral ou ordinária, definida acima como privativa, comum ou residual, temos ainda o chamado imposto de competência especial ou extraordinária, pois, é aquela que atribui privativamente à União competência para instituir na iminência ou no caso de guerra externa, impostos, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais deverão ser suprimidos gradativamente cessadas as causas que deram sua origem ou as causas de sua criação, conforme dispostos no artigo 154, II da Lei maior.

LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR:

O exercício da competência tributária não é, entretanto ilimitado, o que poderia resultar em arbítrio ou, no mínimo em exercício abusivo do poder de tributar compreendido e conferido pela Constituição Federal. As limitações ao poder de tributar são impostas pelos PRINCIPÍOS TRIBUTÁRIO e pelas imunidades que são as garantias constitucionais do contribuinte, com a finalidade de proteger valores básicos do individuo, como a segurança e a estabilidade das relações

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jurídicas, a previsibilidade da ação estatal, a liberdade e ao patrimônio, a federação, a igualdade entre os Estados, Distrito Federal e os Municípios.

Principio em sua acepção jurídica significa um conjunto de regras que determinam certo tipo de comportamento, pois, são eles os responsáveis pela harmonia do sistema normativo, ou poderíamos caracterizá-los como seu alicerce. Entretanto, observamos que estes mesmos princípios podem vir implícitos no sistema constitucional vigente ou expressos de forma clara na Carta Magna.

Nos dizeres de Celso Antonio Bandeira, se diz que, quando existe autonomia, em um determinado ramo do Direito, aí podemos observar um conjunto sistematizado de princípios e normas que lhes dão identidade. Finalmente, podemos verificar que os princípios expressos, podem ser gerais, comuns e aplicáveis a todos os tributos, ou ainda os específicos que aplica a apenas alguns deles, e, o que será doravante objeto de nosso estudo.

I – PRINCIPIO DA LEGALIDADE:

Art. 150 – Sem prejuízos de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:I – Exigir ou aumentar TRIBUTO sem lei que o estabeleça;

Portanto, iniciamos com tal principio que e extensivo a todos os tributos, e dentre as limitações constitucionais ao poder de tributar, este mesmo principio é unanimemente, considerado o mais importante dente eles, pois, podemos denominá-lo de Super principio. Pois, caso não houvesse essa limitação estaríamos incorridos em abuso de autoridade e poder como era feito na própria idade media.

A Constituição somente preocupou-se em submeter expressamente a reserva de lei a instituição majoração de tributos, incluídas as das categorias profissionais ou econômicas, conforme determinação do artigo 149 da Constituição.

O STF, pacificamente considera objeto de reserva legal todas as matérias elencadas no Artigo 97 do CTN, o que decorre, como veremos da estruturação de nosso ordenamento jurídico tributário. Portanto, são as seguintes matérias invocadas no art. 97 do CTN:1) – instituição ou extinção de tributos;2) – majoração ou redução de tributos;

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3) – definição de fato gerador da obrigação tributária principal e do seu sujeito passivo;4) – fixação de alíquota do tributo e da sua base de calculo;5) – cominação de penalidades;6) – exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários e dispensa ou redução de penalidades.

Quanto as exceções seria bom mencionar que o principio da legalidade sendo absoluto, quanto a matéria de INSTITUIÇÃO DE TRIBUTOS, não caberia qualquer exceção, entretanto, seria bom salientar que jamais pode ser feito por um ato normativo infralegal e nem a lei pode delegar ao executivo poder para instituição de tributo por decreto. Entretanto, a majoração ou redução de tributos por decreto é possível nas hipóteses e somente nelas previstas na Constituição Federal, respeitados os termos e limites da Lei.

Estas hipóteses podem ser enumeradas e conhecidas da seguinte forma:1) – O Poder Executivo, mediante decreto, pode alterar alíquotas para mais e para menos) nos temos e limites estabelecidos em lei nos impostos do inciso I, II, IV e V do artigo 153 § 1º da Constituição Federal que são representados pelos II, IE, IPI e IOF respectivamente.2) – O Poder Executivo pode mediante decreto, reduzir e restabelecer as alíquotas, estabelecidas em lei da CIDE-COMBUSTIVEIS ( Art. 177, § 4º, I “b” ) da Carta Magna. 3) – Os Estados e o DF devem, mediante convênio celebrado no âmbito das resoluções do CONFAZ, que, pelos representantes de seus Poderes Executivos, estabelecer as alíquotas do ICMS incidente em etapa única sobre combustíveis e lubrificantes definidos em lei Complementar, conforme disposto no Art. 155, § 4º , IV da Constituição Federal.

II – PRINCIPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI:

Art. 150 – Sem prejuízos de outras garantias asseguradas ao contribuinte, e vedado a União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios;

III – Cobrar Tributos

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b) – no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentouc) – antes de decorridos noventa dias da data que haja sido publica a lei que os instituiu ou aumentou observado o disposto na alínea b;

Alínea “c” acrescentada pela EC 42 de 19/12/2003.

O principio da anterioridade é uma das formas possíveis de operacionalizar-se um valor tributário maior: o principio geral da não surpresa do contribuinte.

A garantia de NÃO SURPRESA do sujeito passivo é conseqüência do próprio Estado de Direito. Assegura-se aos contribuintes não só a criação e a majoração de tributos dependente de seu consentimento indireto, conforme o principio da Legalidade.

Vale ressaltar que nosso Tribunal Constitucional já declarou que o Principio da Anterioridade constitui garantia individual do contribuinte e, portanto CLAUSULA PETREA, não podendo ser suprimida por meio de reforma constitucional (ADIn 939)

Portanto, vale ainda uma ressalva que o PRINCIPIO DA ANUALIDADE, não existe mais em nosso ordenamento jurídico no campo e âmbito do Direito Tributário, pois este principio existia na constituição de 1946 no seu Art. 141 § 34, e é uma das técnicas possíveis para assegurar a não surpresa. A doutrina é unânime em afirmar que o principio da anualidade seria muita mias eficiente para garantir a não surpresa do contribuinte, pois, por ele era exigida a previa autorização orçamentária anual para cobrança do tributo, ou seja, as leis tributárias materiais tinham que estar incluídas na lei do orçamento, não podendo ser alteradas após o prazo constitucional fixado para aprovação do orçamento anual.

Atualmente, podemos afirmar que tecnicamente não existe no contexto tributário o Principio da Anualidade, pois, enquanto este mesmo principio era consagrado na Constituição de 1946, que exigia para a cobrança do Tributo além da Lei criadora do tributo, uma segunda lei estabelecida no Orçamento, pois, a receita precisava ser prevista na Lei ORÇAMENTARIA sob pena de vedação a cobrança. Contudo, não podemos olvidar que o Principio da Anualidade é consagrado aos Orçamentos Públicos, ou seja dentro do DIREITO FINANCEIRO.

Portanto, vale ressaltar que alguns já empregaram como “Principio da Anualidade” e outros “Anterioridade da Lei”, fato este que levou muitos a utilizar estas denominações como expressões sinônimas, todavia no atual sistema Tributário tecnicamente só existe o PRINCIPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI.

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Com efeito, sabemos que como funciona este principio atualmente pois, qualquer lei tributária aprovada até 31 de Dezembro de uma ano já pode ser aplicada no exercício seguinte, porém obedecendo a atual EC 42 que estabeleceu o prazo nonagesimal introduzindo a alínea “c” ao inciso III do artigo 150 da Carta Magna, ou seja esta lei para produzir seus efeitos jurídicos além de ser aprovada no exercício anterior ela deve necessária estar dentro do prazo de 90 (noventa) dias antes do encerramento do exercício.

EXCEÇÕES AO PRINCIPIO DA ANTERIORIDADE

Este princípio apesar de mencionar que todos os tributos devem ser submetidos a ele, entretanto talvez seja aquele de maior complexidade e que admite o maior numero de exceções possível, entretanto, não é difícil de ser observado suas exceções, pois, para tal invocamos o artigo 9º , II do CTN que diz: Art. 9º - É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:I – instituir ou majorar tributos sem que a lei o estabeleça, ressalvado quanto à majoração o disposto no artigo 21, 26, 65;II – cobrar impostos sobre PATRIMONIO E RENDA com base em lei posterior à data inicial do exercício financeiro a que corresponda:

Portanto, se separarmos a nível de União, e Estados verificamos que somente é cabível a observância deste principio sobre estes impostos, e ainda podemos ratificar tal condição quando mencionamos o artigo 104 e seus incisos todos do Código Tributário Nacional:

Art. 104 – Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte aquele em que ocorra sua publicação os dispositivos de lei, referentes à impostos sobre PATRIMONIO e RENDAS;I – que instituem ou majoram tais impostos;II – que definem nova hipótese de incidência;III – que extinguem ou reduzem isenções salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte observado o disposto no artigo 178.

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Observe que este princípio somente refere aos impostos sobre PATRIMONIO e RENDAS, o que ilustra nosso estudo no sentido de verificar claramente os impostos que não são incidentes sobre o PATRIMONIO e a RENDA, todos os demais consideram como exceções a regra do PRINCIPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI, e desde que sejam de competência Federal ou Estadual, deixando de fora aqueles da esfera Municipal.

EXEMPLOS:

IMPOSTOS DA UNIÃO – (Art. 153 CONST. FEDERAL)

I – II – Sobre Comercio ExteriorII – IE – Sobre Comercio ExteriorIII – IR – Sobre rendas e proventos de qualquer natureza. - RENDAS IV – IPI – Sobre ProduçãoV – IOF – Sobre circulação moedasVI – ITR – Sobre a propriedade Rural – PATRIMONIOVII – IGF – Sobre as grandes fortunas – PATRIMONIO

IMPOSTOS DOS ESTADOS E D.F. – (Art. 155 CONST. FEDERAL)

I – ITCD – Sobre a transmissão Causa Mortis e doações – PATRIMONIOII – ICMS – Sobre a circulação mercadorias –III – IPVA – Sobre propriedades veículos automotores – PATRIMONIO.

Finalmente há que se ressaltar que todos os impostos não assinalados constituem como exceções que correspondem exatamente aqueles em que não versam sobre PATRIMONIO E A RENDA e que são:

FEDERAIS: II – IE - IPI e IOFESTADUAIS: ICMS

Com objetivo de permitir melhor visualização de todas as hipóteses de exceções, totais ou parciais, à anterioridade do artigo 150, III, “b” e “c” elaboramos a lista abaixo:

1) – Imposto de Importação (exceção total - artigo 150, § 1º Constituição Federal)

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2) – Imposto de Exportação (exceção total - artigo 150, § 1º Constituição Federal)3) – Imposto Produtos Industrializados (exceção total - artigo 150, § 1º Constituição Federal)4) – Imposto sobre operações Financeiras (exceção total - artigo 150, § 1º Constituição Federal)5) – Impostos Extraordinários ou de Guerra (exceção total artigo 150, § 1º Constituição Federal)6) – Empréstimos compulsório (exceção total no caso do Artigo 148, I, da Constituição Federal, em casos de guerra externa ou sua iminência e ainda em caso de calamidade pública, entretanto no caso do artigo 148, II não se constituirá como exceção, pois trata-se de casos de investimentos públicos de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b da C.F.). 7) – Contribuições para financiamento de Seguridade Social (sujeitas à anterioridade nonagesimal – art. 195 § 6º CF).8) – CIDE – Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – Combustíveis, no caso de restabelecimento de alíquotas (art. 177, § 4º, I, “b” da Constituição Federal)9) – ICMS – Incidente em etapa única, sobre combustíveis e lubrificantes definidos em lei complementar no caso de restabelecimento de alíquotas (art. 155, § 4º, IV, “c”).

QUADRO DEMONSTRATIVO DAS EXCECÕES:

ARTIGOS ARTIGOS ARTIGOS ARTIGOS ARTIGOS ARTIGOS148 , I – Empréstimos compulsórios

153 – I - IIII - IEIV - IPIV - IOF

154 – IIImposto de Guerra ou Ext.

155 –II - ICMS

156 –Não existeExceções

195 § 6ºContrib.Sociais.

As Contribuições Sociais, do artigo 195 § 6º que são chamadas as exceções das exceções, pois, além de não se submeterm ao principio da anterioridade, possuem regra própria e produzem eficácia em 90 (noventa) dias após a data da publicação da lei que as tenham instituído ou majorado.

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Estes impostos são EXCEÇÃO, pelos aspectos de quer a maioria deles além de ter aspectos e características fiscais, eles são extrafiscais (tem capacidade de arrecadação – fiscal e extra fiscal, porque pode alterar a capacidade financeira das pessoas. Portanto, se estes impostos seguirem a mesma regra dos outros impostos, o impacto negativo poder se intenso para a sociedade, tanto comercio como consumidor.

Vale ressaltar que mesmo por estarem nessa condição existe também o dispositivo legal no CTN que faz menção aos mesmos, ou seja, o Artigo 9º, I quando cita o artigo 21 do CTN que diz:

Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecendo em lei, alterar as alíquotas e bases de cálculos do imposto, a fim de ajustá-los aos, objetivos da política cambial e do comercio exterior.

Finalizando seria bom mencionar que a alínea “c” do artigo 150, III acrescentado pela EC 42, determina que estes mesmos impostos também sejam excluídos da condição nonagesimal, como preceitua o § 1º do artigo 150 que é a redação dada pela EC 42 de 19/12/2003., e que diz:

Art. 150...................§ 1º A vedação do inciso III, b NÃO se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I – 153, I, II, IV e V; e 154, III, e a vedação do inciso III, “C” NÃO se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V e 154, II, nem à fixação da base de calculo dos impostos previstos nos arts. 155, III e 156, I.

VEDAÇÕES Á ANTERIORIDADE:

- Art 148, I- Art. 153, I, II, IV e V- Art. 154, II- Contrib. Especial e Seguridade Social- CIDE, quando se tratar de restabelecimento de alíquota.- ICMS, quando se tratar de restabelecimento de alíquotas.

VEDAÇÕES AO PRAZO NONAGESIMAL

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Então podemos concluir que o prazo nonagesimal não aplica aos seguintes impostos:

- 148, I – Empréstimos compulsórios

153 - I – Imposto de Importação. - II – Imposto de Exportação - III – Imposto de Renda e Proventos de qualquer natureza - V – Imposto Operações Financeiras.

154 – II – Imposto Extraordinários.

Aos Impostos do artigo, 155, III IPVA e Artigo 156, I IPTU, quando se tratar de base de calculo dos impostos.

Como podemos averiguar que o prazo nonagesimal deixou de fora o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e acrescentou o Imposto de Renda de proventos de qualquer natureza e ainda quanto a fixação de base de calculo ele acrescentou os impostos denominados IPVA e IPTU.

TABELAS

IMPOSTOS FEDERAIS ANTERIORIDADE NONAGESIMALImp. Importação. NÃO NÃOImp. Exportação NÃO NÃOImp. Renda SIM NÃOImp. Prod. Industrializado NÃO SIMImp. Op. Financeiras NÃO NÃOImp. Ter. Rural SIM SIMImp. Grandes Fortunas SIM SIMEmp.Compulsorios NÃO NÃOImp. Extraordinários NÃO NÃOContrib.Seg. Social NÃO SIMCIDE NÃO SIM

IMP. ESTADUAIS ANTERIORIDADE NONAGESIMAL

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Imp. T. C.M Doações SIM SIM1. I.C.M.S. NÃO SIM

IPVA SIM NÃO

1. – Quando se tratar de restabelecimento de alíquota não esta sujeito a anterioridade. - Quando se tratar da fixação da base de calculo do imposto

IMP. MUNICIPAIS ANTERIORIDADE NONAGESIMAL IPTU SIM NÃO

ITBI SIM SIMISS SIM SIM

- Somente aplica quando se tratar da fixação da base de calculo do imposto.

III – PRINCIPIO DA IGUALDADE OU DA ISONOMIA:

Da mesma forma do principio da Legalidade, este principio pode ser expresso também de forma genérica ou de forma expressa. A forma genérica esta prevista no enunciado no caput do artigo 5º da Lei maior quando diz:

Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no pais a inviolabilidade do direito a vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade nos termos seguintes:

O principio da igualdade, ou mais adequadamente, da isonomia é principio geral de direito. Sua formulação genérica mais conhecida afirma que a lei dever trata igualmente os que se encontram em situação juridicamente equivalente e trata de forma desigual os juridicamente os desiguais, na medida de suas desigualdades.

Já o principio especifico tributário da isonomia tributária esta previsto no artigo 150 inciso II da Constituição Federal e que preconiza:

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Art. 150 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:II – instituir tratamento desigual entre os contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional, ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos títulos ou direitos. Logo entendemos que a lei deve tratar iguais, os que estão em posição de igualdade e desigualmente os desiguais, desde que haja desigualdade de fato, pois, na verdade em matéria tributária o principio da isonomia é dirigido ao legislador no sentido de evitar normas quebrem este principio.

Para finalizarmos, é necessário observar que não só as isenções mais também, e talvez ainda as leis que concedam as remissões e anistias são de difícil conciliação com o principio da Isonomia, porém devemos lembrar que o perdão dos créditos tributários não pagos ou de infrações à legislação tributária sempre funcionarão aos olhos do bom contribuinte, ou seja aquele cumpridor de suas obrigações tributárias e toda sociedade, como um premio aos inadimplentes, sonegadores e infratores de forma geral. Pois, as leis que concedem anistias ou ainda remissões parecem adotar como critério de desigualdade exatamente ao contrario do que o mais elementar senso de justiça recomendaria; discrimina-se o inadimplente ou ao infrator para, com base neste dispositivo, afim de conceder-lhes um tratamento muito mais benéfico do que o concedido aos contribuintes escorreitos.

IV – PRINCIPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI:

O principio da irretroatividade das leis é considerado principio geral de direito, sendo excluído de regra aqueles no caso de leis puramente interpretativas e de leis penais que beneficiem as pessoas a elas sujeitas. Este princípio não se confunde com a anterioridade, pois a irretroatividade refere-se à vigência da lei, que deverá estabelecer que não poderão ser alcançados os fatos geradores ocorridos antes do inicio de vigência da lei que institui ou extingue, aumente ou diminua tributos, e quanto a esse principio é necessário dizer que nenhum tributo está fora do seu campo de atuação ou alcance, ou seja, não admite exceções. Este princípio vem estabelecido no artigo 150, III, a da carta magna que diz:

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III – Cobrar tributosa) – em relação a fatos geradores ocorridos antes do inicio da vigência da lei que os houver instituídos ou aumentado;

Portanto, relativamente à aplicação de penalidades, as leis que deixem de considera um fato infração ou que a ele cominem uma sanção menos gravosas, retroagem para alcançar as infrações anteriores a seu inicio de vigência, contando que a aplicação das sanções relativas a essas infrações esteja sendo objeto de litígio, e desde que ainda não definitivamente julgado.

V – PRINCÍPIO DA ILIMITABILIDADE DO TRAFEGO DE PESSOAS E BENS:

Art. 150..........................V – estabelecer limitações ao trafego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Publico.

Este Princípio também conhecido pelo Principio da Liberdade de Trafego, não merece maiores comentários, uma vez que o dispositivo constitucional e bastante claro e objetivo ao tratar de sua normatização. Esta regra consta atualmente do texto constitucional porque na velha republica havia grande discussão a respeito da constitucionalidade de impostos sobre comercio exterior de um Estado-membro para outro (é por isso que o texto constitucional refere-se hoje a “exportação para o exterior” como no art. 153, II ou no 156 § 3º , II ). A norma veda que o fato gerador de qualquer tributo seja especificamente a circulação intermunicipal ou interestadual de pessoas ou mercadorias. Entretanto, isso não significa que operações interestaduais ou intermunicipais sejam imunes à tributação geral, tanto que sofrem normalmente a incidência de ICMS interestadual. Portanto, não podemos deixar de lado a inserção neste dispositivo que faz expressamente a ressalva a cobrança do pedágio, onde serviu para esclarecer a natureza tributária deste instituto, declarado pelo STF como possuindo natureza jurídica especifica de taxa. Entretanto,

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gostaríamos de citar o artigo 175 da Carta Magna, quando no declina sobre a tarifa, ou seja é exatamente onde poderíamos enquadrar melhor a cobrança de tal pedágio.

VI – PRINCIPIO DO DIREITO A PROTEÇÃO JURISDICIONAL OU AMPLA DEFESA:

Este princípio vem expressamente consagrado em nossa constituição ou seja especificamente no seu art. 5º inciso XXXV, quando diz:

Art. 5º - A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito.

Neste sentido está bem claro que qualquer lesão de direito individual deverá merecer a apreciação do Poder Judiciário, aplicando-se em matéria tributária integralmente tal principio e talvez podemos afirmar que esta defesa é muito mais ampla no Direito Tributário, pois o contribuinte pode se valer dos processos administrativos antes de bater as portas do Judiciário, o que aumenta esta possibilidade.

Qualquer vedação de acesso à prestação jurisdicional incorrera em inconstitucionalidade, ou ainda em uma agressão a um direito fundamental.

Finalmente, é bom esclarecer que, pela nova Constituição, desapareceu o condicionamento para ingresso no Judiciário, o decurso do prazo ou o esgotamento das vias administrativas como condição para as vias judiciais, conforme prescrevia o artigo 153 da constituição anterior.

Entretanto, não podemos esquecer que seria prudente às vezes esse esgotamento das vias administrativas, para depois procurar a aplicação desse princípio que aparece atualmente, como uma garantia fundamental do individuo. VII – PRINCIPIO DA UNIFORMIDADE TRIBUTÁRIA:

Art. 151 – É vedado à União: I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a

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concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre diferentes regiões do País;

Este princípio também denominado de Uniformidade Geográfica, determina que a tributação na esfera federal deva ser uniforme em todo território nacional, decorrendo do principio federativo e do principio da isonomia.

Não fere este principio a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País, normalmente através de incentivos fiscais onde são voltados ao desenvolvimento industrial das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, ou seja, áreas de atuação da SUDAM, SUDENE E SUDECO, o que colabora para a correção das distorções regionais no próprio País.

Com o advento da EC 42 de 19/12/2003, podemos verificar no artigo 146A acrescentado a Carta Magna onde determina que:

Art. 146A – Lei Complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação com objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência sem prejuízo da competência da União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo.

VIII – PRINCIPIO DA TRANSPARENCIA DOS IMPOSTOS:

Art. 150 ................§ 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

Este artigo quer justamente que o consumidor de Bens e serviços seja esclarecido acerca dos impostos que incidam sobre essas utilidades, fixando o principio da Transparência dos impostos, correlato ao principio básico do Direito das relações de consumo, que é o da informação clara e correta, precisa e completa a ser destinadas aos consumidores. Tal princípio, esta retratado exatamente no documento fiscal que denominamos de Nota Fiscal, onde procura esclarecer a todos os consumidores o valor do imposto destacado, para que este tenha uma noção

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da cobrança do custo existente dos impostos sobre os produtos comercializados.

É necessário ressaltar que tal princípio aplica amplamente sobre os impostos apenas e aqueles denominados de indiretos, ou seja, aqueles em que o ônus pode ser transferido a terceiros, fato este que leva este principio a ser maior aplicado exatamente aos impostos sobre mercadorias e serviços.

IX – PRINCIPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA:

O Principio da Capacidade Contributiva tem suas origens calcadas no ideal de justiça distributiva, em que cada pessoa deve contribuir para as despesas da coletividade, de acordo com a presunção de sua renda ou capital, aonde vem a contribuir para os cofres públicos à medida que manifeste uma proporção em maior ou menor grau. Este princípio faz com que haja uma reflexão sobre a distribuição da carga tributária, pois, ela deve ser de modo igualitário em virtude e razão das possibilidades de cada contribuinte.

Este princípio vem preconizado no § 1º do Art. 145 da Carta Magna, pois, trata-se de uma polemica novidade introduzida no sistema constitucional Tributário.

Art. 145 ..............§ - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão

graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da

lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

Portanto, a graduação deverá ser feita de acordo com a capacidade do contribuinte, ou seja, o sujeito passivo, de modo que o legislador ordinário determina a aferição dessa graduação. Poderá ser regressiva ou progressiva, o que geralmente acontece. Não adianta cobrar impostos altos, pois conforme afirma Von Wallis, “uma tributação excessiva elimina o incentivo para realizações extraordinárias, subverte a vontade de trabalhar e de economizar”.

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A capacidade Contributiva comente poderá ser notada quando existir um patrimônio ou uma renda, pois, havendo a disponibilidade econômica estará configurado tal principio.

Enfim, devemos entender que a redação colocada na nova constituição “sempre que possível”, obriga o legislador a graduar na instituição do imposto levando em consideração a capacidade contributiva do contribuinte. Em outras palavras esse “sempre que possível” deve ser entendido “sempre possível”, pois, o legislador tem o dever legal de graduar o peso da tributação segundo a capacidade contributiva do contribuinte eleito.

Para tal graduação devem ser levados em consideração alguns aspectos dos quais são enumerados abaixo:

1. – para tributar o sujeito passivo é necessário restar um mínimo indispensável à sobrevivência do individuo;2. – cada imposto será tomado isoladamente para configuração da capacidade econômica;3. – deve-se estabelecer uma relação entre a riqueza do contribuinte e a carga tributária tomando-se por base a aquisição de bens, as despesas efetuadas pelo contribuinte, desde que não essenciais, significando indícios de presunção de renda ou capital;4. - é determinado o principio para o legislador ordinário, que o tomará como parâmetro para a verificação da capacidade contributiva;5. – a progressividade estará entre a maior e a menor riqueza presumida do contribuinte, quando lhe serão aplicadas alíquotas maiores ou menores;6. o principio deverá ser aplicado com igualdade e universalidade.

Finalmente, é de notar-se que tal principio aplica-se apenas aos impostos, e não as taxas, empréstimos compulsórios e as contribuições de melhoria, uma vez que podemos observar alias que isto prende-se ao próprio fato gerador de cada um desses tributos, e que sequer teria sentido que se cobrasse de um contribuinte mais abastado uma taxa sendo que o serviços prestado foi o mesmo oferecido aquele contribuinte mais pobre.

X – PRINCIPIO DA PROIBIÇÃO AO CONFISCO

Art. 150 ......................IV – utilizar tributo com efeito de confisco;

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Este dispositivo da Constituição Federal determina seja impedido ao legislador conferir caráter confiscatório aos tributos ou seja, qualquer das espécies tributárias, onde encontra ainda sua base no direito de propriedade.

O conceito de confisco é impreciso, pois, não existe uma definição do limite a partir do qual se ultrapassa o que seria uma tributação pesada e passa-se a ter uma tributação confiscatória.

Atualmente, no Brasil onde a carga tributária é pesada podemos afirmar que não existe uma razoabilidade na cobrança de tais tributos. A vedação ao confisco procura impedir que se ultrapasse com essa carga, níveis de incidência considerados suportáveis por determinada sociedade, em certa época e sob especificas conjunturas.

O problema é um tanto difícil, pois, a Constituição admite a tributação exagerada desde que apresente com a finalidade extrafiscal, visando por exemplo a alterar o comportamento do contribuinte com relação ao respectivo imposto, e como exemplo podemos citar o não estimulo do uso da propriedade que não atende a sua função social, pois nesse caso podemos citar o ITR e o IPTU combinados com o disposto no artigo 182 § 4º, II da Constituição Federal. Portanto há que ressaltar o abuso excessivo na cobrança das multas que são verdadeiros confiscos dentro do sistema tributário, e que vem a estimular as sonegações e os populares acordos existentes entre os contribuintes e os responsáveis da Fazenda Publica, seja ela em quaisquer dos seus níveis.

XI – PRINCIPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE:

O Principio da Não Cumulatividade encontra-se previsto isoladamente e extensivo somente aos impostos e apenas a alguns deles, pois, sua observância obrigatória está estabelecida a 04 (quatro) casos que estão expressamente determinados na Constituição:

1. para o IPI (Art. 153 § 3º, II);

2. para o ICMS (Art. 155 § 2º, I);

3. para os impostos que porventura venham a ser instituídos com base na competência residual da União nos termos do artigo 154, I da Constituição;

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4. para contribuições destinadas a garantir a manutenção ou a expansão da seguridade social que incidam sobre outras fontes que não as previstas nos incisos do art. 195 da CF/88 (art. 195, § 4º combinado com art. 154, I). Atualmente temos a cobrança do COFINS e PIS que necessariamente são as contribuições cobradas de modo que sejam não cumulativas.

Embora pudesse ser considerado uma técnica de tributação, ou mesmo uma pratica contábil, o STF comumente refere à não-cumulatividade como um verdadeiro principio tributário. Portanto, talvez seja devido ao fato de que tal princípio tem sua aplicação de forma restrita, porque só é obrigatório sua aplicação nos quatros casos acima mencionados.

A própria Constituição determina que a não-cumulatividade seja utilizada pelo sujeito passivo para que este compense o montante do imposto devido em uma operação sua com o imposto cobrado nas operações anteriores.

EMPRESA 01. EMPRESA 02. EMPRESA 03.Vr. Trib. R$ 100,00 Vr. Trib. R$ 200,00 Vr.Trib. R$ 300,00Alíquota: 10% Alíquota: 10% Alíquota: 20%Imp.Cred. Imp. Deb. Imp.Cred. Imp.Deb. Imp. Créd. Imp. Deb. X R$ 10,00 R$ 10,00 R$ 20,00 R$ 20,00 R$ 60,00 Valor a Pagar Valor a Pagar Valor a Pagar R$ 10,00 R$ 10,00 R$ 40,00

No quadro mencionado acima vamos admitir que a empresa 01 que se tratava da indústria, esta por sua vez não se creditou de imposto algum, e vendeu a mercadoria a empresa 02, esta se creditou do valor já pago pela empresa 01, ou seja, R$ 10,00, entretanto teve debitado um imposto de R$ 20,00, mas como pode aproveitar o credito anterior de R$ 10,00 ela pagará apenas R$ 10,00. No outro caso observamos que a empresa 03, adquiriu o produto da empresa 02 e vendeu por R$ 300,00 a uma alíquota de 20% de imposto que resultou em R$ 60,00 mas ela poderia se creditar do valor de R$ 20,00 já pagos pela empresa 02, então seu saldo a pagar seria exatamente a diferença apresentado entre o seu debito para com seu credito que importou em R$ 40,00 (quarenta reais).

Em matéria tributária, especificamente com relação ao IPI e ao ICMS, quando referimos a crédito estamos referindo a credito fiscal em

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favor do contribuinte e não em valores em lançamentos contábeis. E um princípio tão relevante que seu controle é feito por livros fiscais próprios para controle dos contribuintes e concomitantemente do fisco.

A não-cumulatividade é principio de efeitos muito salutares para os consumidores e para as empresas industriais e comerciais, enfim, para a econômica como um todo, porque não grava injustificadamente com maior peso, cadeias de produção ou de circulação de muitas etapas, evitando o desestímulo à industrialização de bens complexos ou a circulação de riqueza em geral.

Finalmente, vale externar que é consenso a necessidade de evitar-se a tributação cumulativa, que, além de onerar o produto final, tende a acarretar a verticalização da atividade econômica. A não- cumulatividade tem ainda a finalidade de evitar a cobrança do imposto de modo exacerbado evitando aquilo que denominamos de efeito cascata.

XII – PRINCIPIO DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA.

As imunidades constantes do artigo 150, no seu inciso VI, alíneas, a, b, c, d determinam o seguinte:

Art. 150.........................VI – instituir impostos sobre:a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;b) templos de qualquer culto;c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

Portanto, as imunidades são verdadeiras limitações à competência tributária das pessoas políticas, entretanto, obsta a atividade legislativa impositiva sobre determinados bens ou ainda pessoas envolvidas e serviços.

Para alguns a imunidade é uma forma de não-incidencia qualificada por supressão da própria Constituição, ou seja, existe disposição expressa na própria Carta Magna. Mas alguns autores entendem que a imunidade é um caso de exclusão constitucional da competência Tributária.

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A imunidade pode ser considerada como limitação constitucional que suprime o poder de tributar do Estado. Por meio da imunidade a Constituição suprime parcela do poder fiscal, vedando a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios instituam impostos para certas pessoas, fatos ou ainda sobre coisas ou patrimônio. E uma não-incidência de origem constitucional que impede a exigência de qualquer imposto.

A imunidade decorre do texto da própria Constituição Federal; A isenção decorre de lei; Na não-incidência, não há fato gerador porque o fato não é

tipificado como tal, estando fora do alcance da legislação tributária.

IMUNIDADE RECIPROCA

Esta imunidade vem expressa no artigo 150, VI, a da Constituição, pois a imunidade recíproca impede que os impostos atinjam os patrimônios das pessoas políticas, as rendas por elas recebidas ou os serviços por elas prestados, independentemente de vinculação as suas atividades essenciais. Veda também a tributação com impostos sobre patrimônio rendas e serviços das entidades de direito constitucional que abrangem as pessoas de direito publico interno expressamente nomeadas.

Vale ressaltar que a imunidade recíproca é extensiva a União em relação aos seus impostos que versem sobre rendas, patrimônios ou serviço, isso aplica também aos Estados, Distrito Federal e aos Municípios, sendo assim, isto quer dizer que a União não pode cobrar dos Estados, Distrito Federal e nem dos municípios valendo também para os Estados em relação aos municípios e a União e vice versa. Essa imunidade recíproca é extensiva às autarquias tão somente no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados as suas finalidades essenciais ou delas decorrentes (vide § 2º do art. 150 da Constituição). E com razão, pois, a autarquia integra o organismo estatal, como uma longa manus do Poder Publico.

Finalmente, há que se mencionar que a empresa pública, a sociedade de economia mista, outras entidades que explorem atividade econômica sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas

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conforme preceitua o artigo 173 § 1º da constituição, inclusive de Direito Tributário. Logo pagam todos os tributos e não são beneficiadas por imunidade.

IMUNIDADE DE TEMPLOS DE QUALQUER CULTO:

Esta alínea “b” do artigo 150, VI da Constituição deve ser interpretada em conjunto com a regra do § 4º do artigo 150, que complementa que as vedações somente aplica aos impostos sobre patrimônio, rendas e serviços, como preceitua o artigo.

Art. 150..............§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas b e c compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essências das entidades nelas relacionados.

Embora neste artigo haja referencia apenas a templos, o mencionado parágrafo fala em “entidades”, o que leva ao entendimento de que é a entidade religiosa como todo, e não seus templos fisicamente considerados, que goza de imunidade. Em outras palavras essa imunidade é considerada de modo subjetivo, conferida a entidade religiosa, e não apenas ao templo físico. Nesse caso admite-se a imunidade a quaisquer crenças ou cultos religiosos, expressão da garantia a liberdade de crença (CF art. 5º, VI), onde podemos excluir do conceito de religião aquelas denominadas ilegais, ou seja, que vai contra a moral e aos bons costumes, onde são as que violam os direitos humanos ou ainda a pratica a sacrifícios em seitas em que se cultuam imagens não aceitas.

IMUNIDADES DOS PARTIDOS POLITICOS, SINDICATOS DE TRABALHADORES E ENTIDADES EDUCACIONAIS E ASSISTENCIAIS DESDE QUE SEJAM SEM FINS LUCRATIVOS.

O artigo 150 VI “c” da Constituição federal remete a Lei ordinária apenas a competência para estabelecer os requisitos que digam respeito à constituição e ao funcionamento das entidades imunes e que qualquer limitação ao poder de tributar, como previsto no artigo 146, II da CF, só pode ser disciplinada mediante uma Lei Complementar.

A imunidade de partidos políticos e fundações por eles mantidas desde que ambos sejam pessoas jurídicas de direito privado visa a garantir a própria existência do Estado Democrático de Direito.

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Atualmente, os requisitos para que uma entidade seja considerada sem fins lucrativos, para efeito da imunidade tributária tratada neste capitulo encontramos no art. 14 do Código Tributário Nacional. Esse artigo que recentemente foi alterado pela Lei Complementar 104/2001, no qual introduziu ainda algumas importantes modificações em outros dispositivos do Código. Segundo preceito para serem consideradas sem finalidade lucrativa, as entidades deve observar os requisitos exigidos em Lei, as quais enumeramos;

- não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas a qualquer titulo;- aplicarem integralmente no país os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;- manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros próprios revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.

Os tributos atingidos pela imunidade são os impostos apenas e aqueles sobre patrimônio, renda e os serviços vinculados às finalidades essenciais das entidades tais como o IR, ITR, IPTU, ISS, IOF, IPVA, ITCD E IGF. Como já esclarecido em etapas anteriores, não pode invocar para o fim de ser restringida a aplicação da imunidade, a classificação dos impostos adotada pelo CTN.

IMUNIDADE DOS LIVROS, JORNAIS, PERIODICOS E O PAPEL DESTINADOS A SUA IMPRESSÃO:

A Constituição consagra ainda a imunidade sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão conforme preceitua o artigo 150, VI alínea “d”, determinado uma imunidade objetiva, pois, pouco importará a quem pertença o livro, o jornal ou ainda o periódico. Esta Imunidade tem por objetivo amenizar o custo dos livros, jornais e periódicos, com a finalidade de estimular a leitura, ou ainda dando acesso a todos para que possam adquirir o habito da leitura.

Esta imunidade é objetiva, pois atingi a todos os impostos que poderiam incidir sobre seus bens ou objetos. Portanto, imunes são as operações de importação produção ou circulação destes bens, não a renda bruta resultante da vendas destas mercadorias. Fica afastada, por exemplo a

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incidência dos impostos sobre comercio exterior que é o caso do II, mais o IPI, e ICMS , entretanto, fica a parte a incidência do imposto de renda.

Somente os livros, jornais e periódicos impressos em papel estão imunes, ficando de fora as publicações realizadas por meios eletrônicos.

IMUNIDADE OBJETIVA DE LIVRO, JORNAIS E PERIÓDICOS ATINGE NÃO ATINGE As operações de importação produção e circulação de bens enunciados como imunes (II, IPI e ICMS).

Os rendimentos decorrentes da atividade das empresas que produzem ou comercializam tais bens (IR e contribuições diversas).

Papel fotográfico, inclusive para fotocomposição por laser.

Publicações em meios eletrônicos(cd rom, disquete, fita cassete, fita de vídeo etc.)

Filmes fotográficos, sensibilizados, não impressionados para imagens monocromáticas.

Tinta, solução de base alcalina concentrada e motor de corrente continua utilizados no fabrico dos bens.

Papel para telefoto. Tiras de plástico para amarrar jornais.

Listas telefônicas, ainda que veiculem anúncios e publicidade.

Encartes ou folhetos de propaganda comercial separados do corpo do jornal e distribuídos juntamente com ele.

Anúncios e propaganda veículos em jornais e revistas impressos em seu corpo. Manuais técnicos, na forma de apostila, para implemento da educação e da cultura.

Calendários, manuais ou papeis impressos de propaganda mercantil, industrial ou profissional e agenda de anotações.

Portanto, diante da apresentação de quadro elucidativo, observamos que quando a esta imunidade, podemos dizer ser uma Imunidade Objetiva. Pois, considera imunidade objetiva já que diz respeito somente ao objeto, ou seja, livro, jornal, periódico e o papel destinado a sua impressão. Desta forma, enquanto a circulação de determinada revista periódica é imune relativamente ao ICMS e ao IPI, o lucro obtido na sua venda pela editora é tributado normalmente pelo

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Imposto de Renda, pois a pessoa jurídica não é imune, pois tem como objetivo o incentivo a cultura e mesmo procurar facilitar o acesso a este material com custo menor.

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Capítulo - IV

Norma Jurídica Tributária – Fontes do Direito Tributário.

NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO.

Estas Normas referidas na Constituição Federal de 1988, bem como no Código Tributário Nacional, na verdade são disciplinadoras das atividades legislativas tributarias e estão relacionadas diretamente com as fontes do Direito Tributário, onde são divididas em fontes principais ou primárias e fontes complementares ou fontes secundárias. As normas gerais de Direito Tributário encontram também descritas no Código Tributário Nacional os quais poderíamos elencar da seguinte forma:I – Discriminação de rendas e a partilha dos impostos entre os entes federados.II – Limitações constitucionais ao Poder de Tributar;III – Regras de conceituação de cada figura que representa os tributos, ou seja, os impostos, as taxas e as contribuições de melhorias) definindo ainda o fato gerador, base de calculo e contribuinte do imposto.IV – Regras de interpretação da legislação integradas numa hermenêutica financista. As fontes do Direito Tributário vem principalmente da Constituição Federal, pois talvez seja uma das únicas constituições do mundo em que existe dispositivos específicos expressos na carta magna. Fonte vem do Latim, fons com o significado que a própria nomenclatura nos sugere, ou seja, expressa a designação de nascente, manancial. No significado comum tem o sentido de dar origem a alguma coisa ou mesmo, dar fundamento de validade e eficácia de normas jurídicas e a própria exteriorização do Direito.

Fontes Materiais:

As fontes materiais são o complexo de fatores que ocasionam o surgimento de normas que envolvem fatos, pois nelas são

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analisados inúmeros fatores, e dentre eles temos o sociológico, econômicos, históricos e inúmeros outros modificadores, e que influenciam de forma direta as normas jurídicas. Neste caso podemos observar que alguns autores sustentam em dizer que apenas o Poder Público é a única fonte do Direito, uma vez que este goza do poder discricionário e, portanto tem o poder de sanção.

Fontes Formais:

As fontes formais do direito são aquelas leis, normas ou uso de onde buscamos a origem do direito, pois, delas ocupamos para a manutenção da ordem, e sendo assim o Direito Tributário não podia ficar fora deste contexto, pois neste ramo do Direito temos como exemplo dessas fontes formais, a lei no sentido lato, os tratados e convenções internacionais e as normas complementares da legislação tributaria.

Norma Jurídica Tributária:

As normas jurídicas tributárias, em sentido estrito são editadas por leis que é a forma mais solene da manifestação da vontade do Estado, emanadas do Poder Legislativo. Nesse caso, vamos esmiuçar todas as formas possíveis de compor as normas jurídicas tributárias.

Leis: Forma mais solene da manifestação da vontade do Estado e são emanadas do Poder Legislativo, pois nesse caso verificamos realmente uma solenidade para a aprovação da Lei feita no caso do Governo Federal, o Congresso Nacional, Estadual as Assembléias Legislativas e no Município as Câmaras de Vereadores que normalmente recebe a alcunha de Casa das Leis.

Decretos: Forma menos solene da manifestação da vontade do Poder Publico baixados pelos chefes do Poder Executivo no âmbito federal, estadual ou municipal para regulamentar os atos legislativos. A Lei é fonte da norma jurídica, mas não é única fonte, pois os decretos, tratados internacionais, bem como os costumes podem também

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veicular e fazer parte de processo com intenção de promoverem as normas jurídicas, ou seja, regras coercitivas de conduta.

Já o sistema Normativo Tributário muito mais abrangente compreende o conjunto de normas utilizadas na área do Direito Tributário que ora podemos enumerá-los:a) – Constituição e respectivas emendasb) – Leis Complementaresc) – Tratados e Convenções Internacionaisd) – Resoluções do Senadoe) – Leis Ordinárias – Federais, Estaduais e Municipais.f) – Medidas Provisóriasg) – Decretos, portarias, circulares, Instruções Normativas e demais

formas de legislar atinentes ao Direito Tributário o qual são denominadas de INSTRUMENTOS SECUNDARIOS, ou NORMAS COMPLEMENTARES.

LEI CONSTITUCIONAL:

- É a norma fundamental do sistema que inaugura a Ordem Jurídica não só tributário mas também como todo o sistema jurídico, onde vem dar embasamento ao Sistema Tributário de qualquer pais, e no caso do Direito Tributário Brasileiro, é uma das únicas constituições do mundo que tem previsão constitucional inseridas no seu texto, onde dedica dos artigos 145 a 159 todo ele ao sistema tributário. Também podemos denominá-la por varias descrições tais quais, Lei Maior, Lei das Leis, Mãe de todos e ainda Carta Magna, pois é de fato a maior normatização em que possui qualquer nação civilizada, pois seria como um estatuto.

- A norma constitucional somente poderá ser modificada ou alterada por Nova constituição ou por Emendas à Constituição.

LEIS COMPLEMENTARES:

- São distintas dos demais atos legislativos, pois exigem para sua aprovação QUORUM especial ou qualificado da maioria absoluta do Congresso Nacional, conforme o disposto no artigo 69 da Constituição Federal.

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- Substancialmente são também distintas, pois somente podem ser editadas pelo Congresso para disciplinar matéria constitucionalmente reservada, ou seja, existe uma disposição a partir da Carta magna, como é o caso dos Artigos 146, 148, 153,VII, 154, I e 169 todos da Constituição, evidente.- A lei complementar em matéria tributária estabelecerá normas gerais de Direito Tributário, disporá sobre conflitos de competência nessa matéria entre a União, os Estados o Distrito Federal e os Municípios, e regulara limitações constitucionais do Poder de tributar. Quorum, ou seja, 513 deputados sendo que 257 aprovam, pois seria no caso a maioria. ,- Pode ocorrer em alguns casos que uma lei complementar discipline matéria situada fora do campo que lhe foi reservado pela Constituição. Neste caso, segundo opinião do Jurista Hugo de Brito Machado, esta poderá ser alterada ou revogada por uma Lei Ordinária, visto que ambas produzem a mesma eficácia, sendo suas diferenças a matéria reservada e expressa na constituição e o Quorum Qualificado.- Vale ressaltar que nosso Código Tributário Nacional é uma Lei Complementar por força do artigo 34 § 5º da ADCT, portanto uma disposição Constitucional.

TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS.

- Os Tratados Internacionais tem modernamente uma grande atuação no campo dos tributos ao estabelecerem mecanismo que evitam a DUPLA TRIBUTAÇÃO INTERNACIONAL, de rendimentos e reduzem ou excluem ônus tributários no comercio internacional.

RESOLUÇÕES DO SENADO

- A Constituição atual confiou ao Senado Federal nos termos do artigo 155, § 2º, IV as Resoluções do Senado onde atribuiu a competência ao Presidente da Republica ou 1/3 dos Senadores e que tem por finalidade legislar a respeito da matéria tributária onde houvesse interesse simultâneo de todos os Estados membros da Nação.- O atual texto constitucional prevê a edição de resoluções do Senado para alterar ou mesmo prever materiais atinentes exclusivamente aos impostos de competência Estadual e atualmente vem atuando nas seguintes hipóteses:

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- Fixar alíquotas máximas do Imposto sobre a transmissão Causa Mortis ( art. 155 § 1º IV- Estabelecer as alíquotas aplicáveis as operações e prestações interestadual na área do ICMS ( art. 155, 2º, IV).- Estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas do ICMS. (art.155, § 2º V, a). - Fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflitos entre Estados, ( art. 155, § 2º V , b). - É atualmente de acordo com o artigo 155 § 6º, I, determina também que as Resoluções do Senado terão a competência para estabelecer alíquotas mínimas do IPVA, ou seja, até a Emenda Constitucional nº 42/ 2003, era o único imposto em que essa modalidade de norma não poderia interferir.- Enfim são regras de observância obrigatória, pois segundo velha usança elas fixam limites máximos ou mínimos das alíquotas dos Impostos estaduais, pois atualmente são todos sem exceção.

LEIS ORDINARIAS.

- Quando a Constituição Federal e o CTN proíbem a instituição ou o aumento do tributo sem previa autorização legislativa referem-se a Lei Ordinária, elemento institucional dos tributos. Pois em regra geral, todos os tributos são aprovados e instituídos por Lei Ordinária, mas em alguns casos não dispensam sua instituição através de Leis Complementares quando a matéria e reservada e autorizada a partir da Carta Magna. Mas vale ressaltar que até a própria Constituição estabelece a criação e normatização de um imposto, ou seja, aquele previsto no artigo 8º, IV. - Ao Legislador ordinário no plano Federal, Estadual e Municipal foi confiada a árdua tarefa de editar as Leis Ordinárias necessárias sob pena de inconstitucionalidade ao ingresso do tributo na Ordem Jurídica Tributária, observados os padrões normativos previstos na constituição e nas normas gerais de Direito Tributário. - As Leis ordinárias formalmente são distintas das Leis complementares, pois são aprovadas por maioria simples dos membros do Congresso Nacional (Leis Federais). Nesse caso podemos dizer que seria um QUORUM SIMPLES = NO MINIMO 257 sendo aprovado por 128.- Seria de bom alvitre lembrar que não pode uma Lei ordinária invadir o campo reservado pela constituição as leis complementares. Se o fizer neste caso será considerada Lei Inconstitucional.

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- Finalmente vale ressaltar que o nosso Código Tributário Nacional (CTN) é uma Lei Ordinária recepcionado com Lei Complementar por força do artigo 34 § 5º da ADCT.

MEDIDAS PROVISORIAS:

- Nos termos do artigo 62 da Constituição federal o Presidente da Republica em caso de relevante urgência e necessidade poderá adotar medidas provisórias com força de lei.- Por tudo o que se expôs na Constituição Federal não podemos recusar seu ingresso na Ordem Jurídica Tributária, para fins de Instituição e majoração dos tributos. Esta terá eficácia por 60 (sessenta) dias, podendo ser reeditada somente mais uma vez por igual período, e caso não seja convertida em lei perderá sua eficácia desde a data inicial de sua publicação.

DECRETOS E DEMAIS ATOS NORMATIVOS – INSTRUMENTOS SECUNDARIOS OU NORMAS COMPLEMENTARES.

- Os instrumentos Secundários são todos os atos normativos que estão subordinados à Lei. As normas jurídicas podem também ser veiculas por atos do Poder Executivo com vistas a correta aplicação da Lei. - Destes atos o mais importante é o decreto de competência do Chefe do Poder Executivo no exercício de seu poder regulamentar, isto é do poder de expedir regulamento exercitado com freqüência na área tributária (Vide Regulamentos do ICMS, IR, IPI.- Além de regulamento a administração publica utiliza de outros atos administrativos que se situam na periferia dos sistemas normativos e que são expedidos por secretários de Estados, Diretorias, Chefe de Repartição para facilitar a captação de receitas.- Trata-se de: portarias, circulares, Instruções Normativas, resoluções, decretos e ordens de serviços todos estes integrativos por sua vez do regulamento tributário.

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MAPA DEMONSTRATIVO DA LEI – ( Artigo 97 do CTN).

Ins A Instituição de tributos ou sua extinção Ex

Fixação da alíquota do tributo e da base de calculo.

Quanto a majoração de tributo ou sua redução e ainda a fixação da alíquota do tributo e da base de calculo, constitui como exceções para a fixação de alíquotas de II, IE, IPI, IOF, CPMF, Contrib. Sobre combustíveis do art. 177 § 4º da CF, (CIDE) e ICMS no caso do artigo 155 § 2º , IV , V e § 4º CF.

- Quanto as hipótese de exclusão, suspensão e extinção do crédito tributário bem como a dispensa ou redução de penalidade, constitui como exceção as isenções do ICMS por deliberação entre os Estados e o DF.

Finalmente, colocando estas normas jurídicas tributárias em um grau hierárquico teríamos a nível de uma pirâmide a seguinte situação:

Instrumentos Primários = Constituição Federal = Leis Complementares = Tratados e Convenções Internacionais.

A majoração de tributo ou sua redução.

Fato gerador da obrigação tributaria principal e do sua sujeito passivo. Somente a lei

pode estabelecer

Cominação ( imposição de penalidades

Hipótese de exclusão, suspensão e extinção do credito tributário, bem como a dispensa ou redução de penalidade.

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= Resoluções do Senado = Leis Ordinárias = Medidas Provisórias.

Instrumentos Secundários = Resoluções = Instruções Normativas = Decretos = Circulares = Demais atos normativos.

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Constituição federal

Leis Complementares

Tratado Convenção

Internacional

Resoluções do Senado

Leis Ordinárias

Medidas Provisórias

INSTRUMENTOS SECUNDÁRIOS

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Capítulo – V

Vigência,Aplicação, Eficácia, Validade Interpretação da Lei Tributária

Vigência: Não se confunde com eficácia, pois a Vigência significa a obrigação, plenitude, força da lei no Espaço e no Tempo.

Vigência: Refere-se a validade formal, enquanto que a eficácia se relaciona com a validade social, enfim é a qualidade da lei existente e com força para exigir seu cumprimento em dado momento e lugar.Assim a vigência significa o momento em que a norma jurídica esta apta a propagar seus efeitos desde que ocorram no mundo fático, as situações por elas previstas na forma ainda que abstrata e genérica da Lei.

Uma lei estará em vigor quando formalmente apta para aplicação embora isso ainda não signifique a garantida aplicação (eficácia) em função do Principio da Anterioridade da Lei.

Eficácia: è a qualidade da lei para produzir algum efeito jurídico, isto é possibilidade de aplicação na resolução dos problemas concretos.

Aplicação: A Legislação Tributária para ser aplicada na resolução de problemas concretos alem de publicada e vigente deve ter eficácia, pois na aplicação da Legislação o referencia tomada seria o momento da ocorrência do fato gerador. Portanto, vale lembrar que a aplicação da Lei seria a atividade pela qual o caso concreto é enquadrado em uma norma jurídica adequada.

Validade: E muito substancial a questão da validade da lei Tributária, pois esta validade segue os mesmo preceitos da vigência, pois uma lei uma vez publicada é considerada valida, e esta apenas aguardando o momento para que torne eficaz e venha produzir seus efeitos jurídicos.

Vigência no Espaço: Em regra geral a Legislação tributaria da União se aplica em todo território nacional, porém ressalvados os preceitos do

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artigo 102 do Código Tributário Nacional quando faz menção aos Tratados e Convenções Internacionais.

Vigência no Tempo: A lei adquire existência com a publicação. Antes da publicação recebe a sanção do chefe do Poder Executivo que é a sua aprovação e a seguir a promulgação que seria o ato de ordenar a publicação da Lei. OBS: Nem sempre a vigência da Legislação Tributária coincide com a publicação, portanto o inicio de sua vigência pode ser, aqueles expressos nos artigos 103 e 104 do CTN ou ainda da seguinte forma:

a) – na data da publicaçãob) – em dia certo e predeterminado.c) – em dia determinado a contar da publicação.

VACTIO LEGIS: É o termo de tempo que medeia a publicação da lei e sua eficácia.

OBS: Se na VACATIO LEGIS, ocorrer nova publicação destinada a correção o prazo conta-se dessa nova publicação: As correções da Lei já em vigor consideram lei nova (LICC Artigos 1º § § 3º e 4º)

O aplicador da lei não pode em regra estender ao passado os efeitos da lei nova, ainda que fora do campo em que é constitucionalmente vedada a retroatividade da Lei Tributária.

Assim a lei nova que tenha reduzido a alíquota de certo tributo, a diminuição vale para o futuro, sendo vedado aplica-la ao passado se expressa disposição legal neste sentido.

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QUADRO ELUCIDATIVO DE VIGÊNCIA

Modo geral = 45 dias após a publicação da Lei nos termos do Código Civil LICC – Salvo disposição em contrario.

Convenções e Tratados Internacionais = 3 (três) MESES, após a data da publicação do Decreto Legislativo do Congresso nacional.

Contribuições Sociais = 90 (Noventa) dias após a publicação da lei ordinária da União que as instituir mediante autorização de Lei Complementar.

Atos Administrativos = Na data da publicação. Decisões = 30 (trinta) dias após a data da publicação. Convênios = nas datas neles previstas. Leis que Instituam ou majoram tributos que tem novos fatos

geradores ou que extinguem ou reduzem e isenções = deverão ter sua aplicação e eficácia a partir do 1º dia de Janeiro do ano seguinte a aprovação da lei. Nesse caso deve ser observado o principio basilar do Direito Tributário que trata do Principio da Anterioridade da Lei.

OBS: A Lei somente pode retroagir para favorecer o contribuinte, ou seja, mais benigna quando se tratar de infrações tributárias, em nenhuma outra hipótese é admissível – (Artigo 106, II a, b, c CTN).

EXERCICIO DE FIXAÇÃO

1) – Uma norma pode não estar em vigor e ser eficaz:2) – Uma Lei publicada em 01/09/2004 onde alterou a alíquota do Imposto

Territorial Rural, terá vigência, eficácia, validade e será aplicada a partir de qual data.

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DATAS VALIDADE VIGENCIA EFICACIA APLICAÇÃO01/09/2004 X X NÃO NÃO01/01/2005 X X X X

01) – Salvo disposição em contrario a Legislação tributária entra em vigor no país :

a) – 45 dias após a publicação;b) – 45 dias após a promulgaçãoc) – 30 dias após sua promulgação;d) – na data de sua publicação.

02) – Lei Estadual publicada em 15/09/2004, que concedeu a remissão de débitos do ITCD, pode ser aplicada na data de:

a) – 01/01/2005b) – 30/10/2004c) – 25/10/2004d) – 15/10/2005e) – 15/09/2004

INTERPRETAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA

HISTORICO:

- Modestino: “in dúbio contra fiscum”; porquea) – considerada restrita a liberdade e a propriedade;b) – tributário como direito excepcional;c) – Norma tributária.

Posteriormente: “ in dúbio pro fiscum”Por entender que o tributo não era tão odioso pois, satisfazia e atendia a coletividade com as benfeitorias.

No período da revolução francesa foi adotado o método literal para interpretar as Leis Tributárias.- Nosso Código Tributário Nacional no seu artigo 111 determina e admite claramente a interpretação literal.- Já o artigo 112 do CTN reconhece a interpretação mais favorável ao contribuinte em caso de duvida.

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METODOS DE INTERPRETAÇÃO:

LITERAL: Esta é a forma mais rígida de interpretação, ou seja e interpretado exclusivamente pelo sentido rigoroso das leis. Certamente foi tendo em vista tais características que o legislador do CTN no seu artigo 111 propôs que seja interpretado literalmente, principalmente quando dispuser sobre suspensão ou exclusão do credito tributário; outorga de isenção e dispensa do cumprimento da obrigação tributária acessória.

HISTÓRICO: Leva em consideração as circunstâncias que envolvam a “ocasio legis”, estudo de projetos. Por exemplo uma lei antiga na interpretação deve ser interpretada historicamente e adaptada a lei ao fato, considerando a realidade vigente à época da interpretação.

LÓGICO: Visa a interpretação correta das normas jurídicas: No dizer do eminente magistério Fabio Leopoldo de Oliveira, citado pelo jurista Yoshiaki Ichihara: o método lógico vai alem das palavras para inquirir sobre os fatores racionais e elementos que influíram nas construção legal do texto.

SISTEMÁTICO: É aquele que não permite o conflito; este método tem como critério o estudo de uma regra jurídica colocada dentro de um sistema jurídico daí extrair o sentido que não se desincompatibilize como o sistema. Segundo Ruy Barbosa Nogueira “ o direito não é escrito apenas por meio de textos, mas também de contextos, ou textos interligados, compondo uma estrutura ou sistema de normas gerais, especiais e especificas. Exemplo: Trabalhador para o sistema CLT são aqueles do artigo 7º, ou seja que tem a carteira assinada. Sendo assim será que um empresário também não seria um Trabalhador.

TEOLOGICO: Tem o objetivo de perquirir (investigar) o fim da lei o resultado que a mesma precisa atingir em sua atuação pratica, ou seja e a que determina ser a interpretação da norma feita mediante apuração da finalidade objetivada.

EVOLUTIVA: O interprete deve adaptar à lei às condições sociais políticos e econômicos vigente ao tempo de sua efetiva aplicação.

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SOCIOLOGICO: Esta interpretação visa a temperar o alcance da norma jurídica a fim de que a mesa corresponda às necessidades de caráter social levados ao contexto atual.

INTEGRAÇÃO DO DIREITO TRIBUTÁRIO

Na mesma seção em que pretendeu cuidar da interpretação o CTN edita preceito sobre a integração da Legislação tributária ao dispor no artigo 108 que preceitua:

Na ausência de disposição expressa a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente na seguinte ordem:I – analogia – Não pode exigir tributo não previsto em lei.II – Os princípios gerais de Direito TributárioIII – os princípios gerais de Direito publico.IV – Equidade = visa temperar o rigor da lei – dar-lhe o maior sentido de justiça – não poderá resultar na dispensa do pagamento do tributo devido.

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Capítulo – VI

Relação Jurídica Tributária

As relações de Direito Tributário FORMAL e MATERIAL, formam um conjunto de relações que encontram dentro da Relação Jurídica Tributária;

LEI TRIBUTÁRIA MATERIAL: Pertencem ao campo do Direito Tributário Material, é a que cria o tributo, determina o Sujeito Ativo e Passivo, fixa alíquota e Base de Calculo, define ainda o fato gerador em abstrato ou ainda contempla as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de tributos em conformidade com o artigo 97 do Código Tributário Nacional.

LEI TRIBUTARIA FORMAL: Relativa ao campo do Direito Tributário Formal é a que regula o procedimento administrativo e disciplina a fiscalização do ônus devido. Assim a lei que fixa o prazo para reclamação ou defesa, para instrução do processo tributário administrativo, ou a que obriga o contribuinte a prestar informações ou declarações no interesse da fiscalização.

Diante da exposição acima os doutrinadores assinalam o seguinte:

Enquanto a Lei Material ter por conteúdo a obrigação tributária principal (artigo 113, § 1º do CTN).

O conteúdo da Lei formal é a obrigação Tributária acessória nos termos do artigo 113, § 2º do CTN.

Assim definimos a Obrigação Tributária: Seria o vinculo jurídico em virtude do qual o Estado ou Poder Publico (Sujeito Ativo), pode exigir de um particular, contribuinte ou responsável (sujeito passivo) uma prestação pecuniária (objeto) nas condições previstas em Lei. (causa).

Como podemos observar a Obrigação Tributária também tem os requisitos preceituados no Código Civil Brasileiro, ou seja, não existe diferença entre eles, pois no Direito Tributário é preenchido todos os requisitos da Obrigação em Direito Civil.

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O Estado dentro de sua atividade financeira possui uma serie de pretensões, sendo a principal delas o pagamento do Tributo. Porém o Estado não pode ignorar que tem outras pretensões, sendo estas à de solicitar informações, registros, emissão de livros e documentos fiscais, para seu controle e posterior fiscalização.

Na Relação Jurídica Tributária podemos encontrar as Obrigações de:

DAR – Pagar os tributos –FAZER – Emitir notas fiscais, escriturar livros, inscrever-se no cadastro fiscal, fazer abertura nos livros, etc...NÃO FAZER – Não destruir os livros fiscais obrigatória durante o prazo decadencial, não deixar de escriturar os livros fiscais. TOLERAR – Permitir a fiscalização.

PRESTAÇÕES:

POSITIVAS – Obrigação de Fazer

NEGATIVAS – Obrigação de Não Fazer - Obrigação de Tolerar.

POREM O CTN ADMITE 02 (DUAS) ESPECIES OU GRUPOS DE OBRIGAÇÕES:

- OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL- OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ACESSORIA.

OBRIGAÇÃO PRINCIPAL:

Não dependem de outra para subsistirem Tem por objeto o pagamento do tributo ou penalidade pecuniária. Trata-

se de uma obrigação de DAR Será sempre patrimonial ou econômico, representado pelo valor do

tributo ou da penalidade. Enfim o objeto de tal obrigação, consiste no comportamento do Sujeito

Passivo, no sentido de levar o dinheiro ao Sujeito Ativo a tal titulo.

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Grifo nosso:

Art. 113 – A obrigação tributária é principal ou acessória.§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por

objeto o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária e extingue juntamente com o credito dela decorrente.

OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS ACESSORIAS:

São aquelas que dependem de outra para sua subsistência; Tem por objeto “as prestações positivas ou negativas” e são previstas na

Legislação Tributárias. São de interesse da arrecadação ou fiscalização dos tributos. São tais obrigações admitidas em Lei para reforçar e garantir o

adimplemento da obrigação tributária principal.

CONTEUDO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ACESSORIA:

Esta obrigação tem por objeto prestações no interesse da arrecadação ou da fiscalização de tributos.

Num primeiro plano não se apresenta com caráter patrimonial ou econômico.

Por isso a principio não seria uma obrigação propriamente dita, mas sim um dever tributário

Todavia, segundo o CTN, a obrigação acessória pelo simples fato de sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente a penalidade pecuniária (Artigo 113§ 3º do CTN).

Finalmente o legislador admite que a obrigação tributaria acessória seja convertida num valor econômico para que o Sujeito Ativo possa fazer a exigência junto ao Sujeito Passivo.

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Artigo 113 – A obrigação tributária é principal ou acessória.§ 2º A obrigação acessória decorre da Legislação tributária e tem por objeto

as prestações positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização de tributos.

§ 3º A obrigação acessória pelo simples fato de sua inobservância converte-se em principal relativamente à penalidade pecuniária.

PRESTAÇÃO POSITIVA: (Fazer alguma coisa) – Exemplo: escriturar livros fiscais, emitir notas fiscais, inscrever o estabelecimento etc...

PRESTAÇÃO NEGATIVA: Exemplo: Permitir que a fiscalização examine os seus livros fiscais, não transportar mercadorias desacompanhadas de notas fiscais, etc..... Portanto, na prestação positiva, deixar de emitir notas fiscais quando estava obrigado, ou na prestação negativa ou seja impedir que o fiscal examine os livros fiscais quando estava obrigado a permitir. Seguindo este raciocínio podemos verificar que a não observância dos dispositivos acima será motivo e objeto de autuação e imposição de multa, por isso, é que o artigo 113, § 3º do CTN diz que a obrigação acessória pelo simples fato de sua inobservância converte-se em principal relativamente a penalidade pecuniária. Porem, ratificando em outras palavras o descumprir de uma obrigação acessória (fazer quando não deveria ou deixar de fazer quando estava obrigado) será objeto de aplicação de multa e o pagamento da multa que consiste em levar o dinheiro aos cofres públicos, onde a partir desse momento observamos esta conversão em obrigação Principal.

DISTINÇÃO ENTRE OBRIGAÇÃO ACESSORIA E PRINCIPAL:

Esta distinção não levou em conta a dependência de uma para com outra.

Contradizendo alguns autores, muitos dizem que a obrigação acessória tem existência própria, pois sua eficácia NÃO depende da existência da obrigação Principal, mesmo porque quando houver extinção da

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Obrigação Principal, não será motivo impeditivo para que a Obrigação Acessória Permaneça.

Exemplo: A Obrigação relativa ao pagamento do imposto pode não implicar na emissão de uma nota fiscal.

Certas pessoas podem ser obrigadas a apresentar declarações embora isso não implique em que elas sejam obrigadas a fazer o pagamento do imposto.

Cada obrigação tem sua fonte e sua vida autônoma e independente.

CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS:

OBRIGAÇÃO PRINCIPAL

A Obrigação Principal é sempre decorrente de Lei. Isto quer dizer que a Obrigação Tributária PRINCIPAL, o fato

gerador, cuja obrigação consiste em pagar tributo ou multa é sempre decorrente de Lei sob pena de Invalidade .

OBRIGAÇÃO ACESSORIA:

Esta é decorrente da Legislação Tributária cujo conceito encontramos no artigo 96 do CTN.

Na obrigação acessória, esta poderá ser prevista genericamente na Lei (Fazer, Não Fazer e Tolerar) e a Legislação (por meio de Decreto, portaria, resoluções etc..) irá especificar detalhadamente e nominalmente a obrigação que devera ser cumprida como por exemplo, escriturar determinado Livro Fiscal, entregar determinadas declarações etc....

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Capítulo – VII

Do Fato Gerador e a Responsabilidade Tributária.

FATO GERADOR: É qualquer manifestação positivas e concreta da capacidade econômica dos contribuintes, observado pelo legislador tributário que a ele atribui qualidade bastante para provocar o nascimento da obrigação Tributária Principal, quando se verificar na pratica a sua ocorrência. Nesse caso podemos considerar a situação fática pelo qual surge o ato imponível que possibilita o Fisco a exigir o cumprimento de uma obrigação.

SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO

O sujeito passivo da obrigação Principal diz-se que seriam aquelas preceituadas pelo artigo 124 do Código Tributário Nacional que diz: I – contribuinte quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador.

Desse modo podemos afirmar que no caso do imposto de importação e de responsabilidade de quem promove a entrada das mercadorias de procedência estrangeira no território nacional, portanto, nesse caso temos o envolvimento direto do sujeito passivo com a situação que constitui, por conseguinte o fato gerador que deu origem a cobrança de tal tributo.

II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte sua obrigação decorre de disposição expressa em lei.

Nesse caso poderíamos demonstrar o pagamento do ISS, pois o contribuinte do Imposto sobre serviços é o prestador de serviços, pois tem também como fato gerador a prestação de serviços de qualquer natureza definidos em lei, pois nesse caso existe a previsão legal daqueles devedores dos impostos sobre serviços de qualquer natureza.

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INEFICACIA DAS CONVENÇOES PARTICULARES:

Salvo disposição de lei em contrario as convenções particulares relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos não podem ser opostas a fazenda publica para modificar a definição legal do sujeito passivo da obrigação tributária correspondente, e de conformidade com o disposto no artigo 123 do CTN.

SOLIDARIEDADE:

Diz do artigo 124 do CTN que são solidariamente obrigadas:I – as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal.II – as pessoas expressamente designadas por lei.

Portanto, nesse caso o Código Tributário Nacional deixa claro que solidários são todos aqueles que tenham interesse comum ou participem do fato gerador. Não existe solidariedade ATIVA no Direito Tributário. Não cabe beneficio de ordem, ou seja, a obrigação pode ser exigida de qualquer um dos coobrigados ou de todos a um só tempo.

Ainda que um imóvel comprado em condomínio seja de propriedade de três ou quatro pessoas, com participação diferente, o fisco pode exigir de qualquer deles o pagamento do IPTU incidente sobre o referido imóvel.

CAPACIDADE TRIBUTÁRIA.

Entende-se como capacidade tributária a aptidão de uma pessoa para participar da relação jurídica tributária na qualidade de sujeito passivo da obrigação. Para o Direito Tributário não há restrições quanto a possibilidade de alguém assumir a sujeição passiva do vinculo estabelecido com a ocorrência do fato gerador.

A pessoa natural ou física ainda que absoluta ou relativamente incapaz de pratica atos da vida civil, pode ser sujeito passivo da obrigação tributária. Para tanto, basta que tenha praticado o ato ou se colocado na situação prevista em lei como fato gerador.

A capacidade em matéria tributária esta expressa no disposto do artigo 126 do Código Tributário Nacional.

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DOMICILIO

No sentido estrito da palavra e em termos jurídicos, domicilio indica o centro ou a sede das atividades de uma pessoa, seja ela Natural (física) ou Jurídica, ou seja, o lugar onde mantém seu estabelecimento ou onde fixa a sua residência com animo definitivo. O CTN adota quanto ao domicilio do sujeito passivo praticamente os mesmos critérios adotados pelo direito privado especificamente o direito civil.

Em matéria tributária o domicilio á principio e escolhido pelo sujeito passivo, conforme assinala o artigo 127 do CTN, entretanto, nada impede que o sujeito ativa na impossibilidade ou mesmo na dificuldade de arrecadar ou de fiscalizar o contribuinte recuse o domicilio eleito.

O domicilio da pessoa física na falta de eleição pelo sujeito passivo é o local de sua residência habitual, porem quando incerta ou mesmo desconhecida o domicilio devera ser o centro onde o contribuinte ou o responsável desenvolve normalmente suas atividades.

Quando ocorrer o desconhecimento do domicilio, poderá ser eleita a repartição da jurisdição de suas atividades sendo assim correra o processo de apuração e exigência do credito devido, ali sendo afixado o edital para notificação do sujeito passivo e adotadas as demais providencias necessárias para a arrecadação dos tributos.

Finalmente vale ressaltar que no Direito Tributário não há pluralidade de domicilio para pessoa física como na esfera do direito privado.

RESPONSABILIDADE:

No Direito Tributário uma terceira pessoa não relacionada pessoal e diretamente com o fato gerador pode assumir por determinação legal a responsabilidade pela obrigação tributária. No artigo 128 do CTN ele dispõe sobre a figura do responsável tributário, salvaguardado os motivos de força maior ou em caso fortuito, o fisco sempre receberá o que lhe for devido a titulo de credito tributário. O responsável seria, portanto á pessoa indicada por lei para a garantia desse crédito.

Segundo disposições citadas no CTN o responsável não pode ser pessoa estranha à relação jurídica, ou seja somente a pessoa vinculada ao fato gerador da obrigação poderá ser nomeada por lei, responsável pelo debito. Nesse caso observamos 03 (três) casos distintos em que uma pessoa pode se tornar responsável tributário os quais são:1. Responsabilidade por substituição;

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2. Responsabilidade por transferência;3. Responsabilidade por antecipação conhecida como substituição para frente.

RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO:

Esta por sua vez independe de qualquer evento que tenha acontecido, pois ela da-se quando o dever de pagar do responsável já se instaura desde o acontecimento do fato gerador. Nesse caso podemos elencar o artigo 128 do CTN, porém, com nenhuma propriedade ou mesmo um estudo aprofundado acerca do tema. Como exemplo pode enunciar o citado autor João Marcelo Rocha que demonstra com muita propriedade tal fato ao mencionar o caso do CPMF em que o contribuinte é o correntista, entretanto a lei ordinária define que o dever de recolher o tributo de competência federal é única e exclusivamente da Instituição Financeira. Portanto, observamos que os encargos ou seja o valor é suportado pelo correntista na qualidade de contribuinte, mas em momento algum ele suporta o fato de transferir ou mesmo repassar esses valores aos cofres federais.

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Capitulo – VIII

Lançamento e Procedimento

O CNT, no seu artigo 142, conceitua lançamento estabelecendo as funções a serem estabelecidas por esse procedimento administrativo.

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.

Portanto, o Código enumera como funções do lançamento:

1. identificar o sujeito passivo;2. verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação (sendo assim,

declara a existência da obrigação, tornando-a certa);3. Determinar matéria tributária (a base de cálculo);4. Calcular o montante do tributo devido (tornar líquida a obrigação

preexistente);5. Aplicar a penalidade se for o caso (multa).

O Código não explicitou, mas deverá constar também do lançamento o prazo para pagamento ou impugnação, esta no caso do sujeito passivo discordar do crédito exigido e pretender discuti-lo na esfera administrativa.

O art. 143 determina que, quando o valor tributário estiver expresso em moeda estrangeira deverá ser feito a conversão pelo câmbio do dia da ocorrência do fato gerador.

Entretanto, deve observar que esta determinação não é imperativo, pois dele consta a fórmula “salvo disposição de lei em contrário”.

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A lei aplicável ao lançamento é a lei que estava vigente na data da ocorrência do fato gerador, mesmo que posteriormente modificada ou revogada.

Ultratividade da lei tributária – exceção a regra está disposta no artigo 144 § 1º do CTN, que diz:

§ 1º - Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.

Neste dispositivo observa-se que o CTN autoriza a utilização NO LANÇAMENTO de lei posterior à ocorrência do fato gerador que tenha alterado “critérios de apuração”. Nesse caso podemos exemplificar, por exemplo, um determinado parâmetro de amostragem ou um método de arbitrariamento, enfim procedimentos relacionados à matéria de fato.

ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO REGULARMENTE NOTIFICADO

Nesse caso o artigo 145 do CTN estabelece a regra segundo a qual o lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo é, em princípio, inalterável, exceto nas hipóteses previstas nos incisos do dispositivo legal:

Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de:

I - impugnação do sujeito passivo;II - recurso de ofício;III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos

casos previstos no artigo 149. O primeiro inciso refere-se a impugnação do lançamento efetuada pelo

sujeito passivo. Pois esse discordando totalmente ou parcialmente do lançamento, pode, dentro de um determinado prazo estabelecido legalmente, impugná-lo, apresentando suas razões de discordância, dando início ao PAF – Processo Administrativo Fiscal.

Obs: na esfera federal esse prazo é de 30 dias, contado da notificação.

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Nesse caso também caberá eventualmente o recurso voluntário do sujeito passivo contra decisão administrativa de primeira instância que lhe tenha sido desfavorável e onde poderá acarretar a alteração do lançamento.

MODALIDADES DE LANÇAMENTO

Apesar de ser um ato privativo da autoridade administrativa, não podemos esquecer que é imprescindível a participação do sujeito passivo. Isso aplica-se a todas as modalidades de lançamentos que são:

Direto ou de ofício Declaração ou misto Por homologação ou auto-lançamento

FORMAS DE MODALIDADES DE LANÇAMENTO

Lançamento de Ofício

O auto de infração é uma das espécies de lançamento de ofício. As hipóteses em que o lançamento deve ser efetuado ou revisto de ofício estão no artigo 149 do CTN. Fora os casos de lavratura de auto de infração (em que deva ser aplicada a denominada multa de ofício), temos alguns casos de tributos em que o lançamento é efetuado originalmente de ofício como os impostos denominados de IPTU e o IPVA, a maioria das taxas, as contribuições de melhorias, algumas

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Por Declaração

S. PassivoInformação

S. AtivoLançamento

S. PassivoPagamento

Por Homologação

S. PassivoInformação

S. PassivoPagamento

S. AtivoHomologação

Direto S. AtivoLançamento

S. PassivoPagamento

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contribuições, como as cobradas pelos conselhos fiscalizadores de profissões regulamentadas, a contribuição de iluminação pública, etc.

De ofício significa pela autoridade administrativa. Lançamento de ofício, ex-officio ou direto é aquele em que a autoridade administrativa lança o tributo sem a participação do sujeito passivo, o único, por sinal a prescindir da sua colaboração.

A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública de constituir o seu crédito tributário. Nesse sentido expirou o prazo de decadência.

Lançamento por Declaração (Vide artigo 147 do CTN).

Também denominado de lançamento misto, dá-se pela participação do sujeito passivo e da autoridade administrativa no procedimento. O sujeito passivo da obrigação presta, mediante declaração do sujeito ativo, informações sobre matéria de fato que servirão para que a administração constitua o crédito tributário a seu favor.

A seguir, encaminha-se ao sujeito passivo a notificação do lançamento feito para que este possa efetuar o pagamento.

Obs.: A declaração só pode ser retificada pelo sujeito passivo antes de notificado, quando seu objetivo é reduzir ou excluir tributos. Após ter recebido a notificação de lançamento só é admissível a retificação para aumentar o valor do tributo. A principal característica do lançamento por declaração que o distingue do lançamento por homologação – é o fato de ser necessário, primeiro, a Fazenda calcular o tributo com base nas informações sobre matéria de fato, apresentadas pelo sujeito passivo em sua declaração, notificar o sujeito passivo para pagar (ou impugnar) e, só depois, ser possível o pagamento (ou a impugnação) pelo sujeito passivo. O sujeito passivo declara matéria de fato, o fisco calcula o tributo e efetua a notificação do lançamento, e, só depois disso, é que o sujeito passivo pode pagar ou impugnar.

Já o artigo 148 trata de hipótese de arbitramento, aplicável quando a determinação do tributo devido tome por base o valor de um bem ou direito declarado pelo sujeito passivo. Arbitramento não é modalidade de lançamento, mas sim um procedimento para obtenção do correto valor da base de cálculo. Nesse caso é a autoridade administrativa, que desconsidera os valores declarados pelo sujeito passivo por não merecerem fé ou, na hipótese de omissão desses valores, estipula para o bem ou direito um preço existente ou compatível com o valor esclarecido, ou ainda quando não existir algum parâmetro para ser estabelecido.

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Lançamento por Homologação (Vide artigo 150 CTN).

Esta é a modalidade mais aplicada ao Direito Tributário.

Cabe ao sujeito passivo não só informar sobre as situações de fato do lançamento, como também, antecipar o pagamento do tributo, o que será homologado pela autoridade administrativa.

A antecipação do pagamento extingue o crédito tributário sob condição resolutória da ulterior homologação, isto é, o crédito se extingue, como determina o artigo 156 do CTN, mas a obrigação subsiste até a homologação, ou seja, o último ato da administração no processo de lançamento.

A principal característica do lançamento por homologação é existir a obrigação de pagamento pelo sujeito passivo antes de qualquer atuação do fisco (o CTN chama isso de pagamento antecipado).

Depois de feito o pagamento, a Fazenda verifica se ele está correto. Portanto, se concordar, homologa expressamente; se discordar, lança de ofício a diferença.

O fisco tem 05 anos contados do fato gerador, para verificar o procedimento do sujeito passivo.

Passado esse prazo, considera-se ocorrida a homologação tácita e sendo assim também considera definitivamente extinto o crédito correspondente ao fato gerador.

Por isso, existe a decadência do direito da Fazenda Pública lançar de ofício eventual diferença que pudesse existir entre o pagamento efetuado e o que entendesse como sendo o devido.

Como podemos observar essa modalidade de lançamento, ou seja, por homologação, também é denominada de autolançamento, pois é imprescindível a participação do sujeito passivo e sendo ele o responsável pela informação e o pagamento, e não tendo no prazo de 05 anos a manifestação do fisco, observa-se que ele sujeito passivo praticou todos os atos onde se diz que o contribuinte se auto lançou.

Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade,

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tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.

§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.

§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito.

§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação.

§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ato Declaratório ou Constitutivo?

Na doutrina e jurisprudência brasileira não se discute a sua natureza jurídica, pois é pacífico o entendimento dos tributaristas brasileiros, no sentido de que o lançamento é:

Ato Declaratório da Obrigação Tributária, pois são aqueles que observamos que o lançamento apenas reconheça um direito preexistente, no caso o crédito tributário abstratamente contido na obrigação tributária.

Ato Constitutivo do Crédito Tributário, pois são aqueles que criam, modificam ou extinguem direitos. É constitutivo por entender ser um direito líquido e certo em favor da Fazenda Pública.

Resumindo,

O lançamento é ato declaratório da obrigação tributária e constitutivo do crédito tributário, entendido este como um direito líquido e certo em favor da Fazenda. Isto porque o crédito, embora não exigível, encontra-se presente na obrigação tributária, tão logo ocorra. Na prática, a hipótese prevista em lei como necessária é suficiente para o nascimento desta, ou seja, do fato gerador.

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Desnecessário, talvez lembrar que os atos administrativos podem ser constitutivos, aqueles que criam, modificam ou extinguem direitos; e, declaratórios os que, como o lançamento, apenas reconhecem direito preexistente, no caso, o crédito tributário abstratamente contido na obrigação tributária.

Finalmente, temos um ato de conhecimento do fato gerador da obrigação, pois é apurado o seu ‘quantum’ devido e ainda identifica o devedor, ou seja, o sujeito passivo da relação, o que não deixa de ser constitutivo do valor mas não definitivo, pois pode ser impugnado ou alterado.

Capitulo – IX

O Crédito Tributário

Definição:

Luis Emygdio define crédito tributario como:

- Consiste na formalização da relação Jurídico Tributário, possibilitando ao fisco, como Sujeito Ativo, exigir do particular, contribuinte ou responsável como Sujeito Passivo, o cumprimento da Obrigação Tributária principal da qual decorre, pois... a obrigação tributária existe in abstrato na lei fiscal, concretizando-se com a ocorrência do fato gerador e se formaliza através do lançamento.

- Portanto, seria o quantum, tornando líquido e certo pelo lançamento devido pelo Sujeito Passivo ao Sujeito Ativo em face do surgimento da obrigação tributária pela ocorrência do fato gerador definido na lei que instituiu o tributo.

Assim a ordem natural dos acontecimentos termos:

1. Constituição Federal atribui à competência tributária ao Sujeito Ativo. 2. O Sujeito Ativo institui o tributo definindo na lei o fato gerador

(hipótese de incidência), à alíquota, a base de calculo, os contribuintes e demais requisitos relativamente aos tributos.

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3. O fato ocorre na realidade em perfeita conformidade com a hipótese de incidência descrita na lei.

4. Em face da ocorrência do fato gerador, surge, imediatamente, mas ainda no plano abstrato, a obrigação tributaria entre Sujeito Ativo e um Sujeito Passivo em torno de um objeto (a prestação).

5. Ao tomar conhecimento do surgimento da obrigação tributária, o sujeito ativo, mediante o procedimento administrativo denominado lançamento constitui o Crédito Tributário, tornando-o líquido e certo, ou seja, determinando a matéria tributável, identificando o sujeito passivo, calculando o quantum do tributo devido e, ainda se for o caso, propondo a aplicação da penalidade cabível.

PORTANTO TEMOS COMO CRÉDITO TRIBUTÁRIO:

- É o quantum do tributo a pagar tornado certo e liquido pelo lançamento.- Decorre da obrigação Principal e tem a mesma natureza desta. (Art. 139

CTN).- As circunstancias que o modificam não afetam a obrigação Tributária

(art. 140 CTN). - O crédito tributário regularmente constituído só pode ter o destino

previsto no CTN no seu artigo 141.

SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Art.151 CTN

I – MORATÓRIA.

A moratória seria a dilação ou dilatação do prazo estipulado para o implemento de uma prestação, seria então a concessão de novo prazo para o adimplemento da obrigação.

Moratória somente será concedida diante de circunstancias desfavoráveis aos contribuintes, ou seja, aos sujeitos passivos da relação jurídica tributária.

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A concessão de moratória é se sempre matéria sob reserva de lei. Isto é, só a lei em sentido estrito pode concedê-la. O prazo do pagamento somente pode ser alterado por outra lei de igual hierarquia.

Única causa suspensiva disciplinada pelo CTN, que não tem caráter processual.

PODE SER CONCEDIDA EM CARATER:

GERAL: Pelo Poder que instituiu o tributo. Exemplo Pela União quando também conceder aos seus tributos.

INDIVIDUAL: Por despacho da autoridade administrativa, mediante uma autorização legal.

- Pode circunscrever a determinada região, classe ou categoria de sujeitos passivos.

REQUISITOS QUE A LEI DEVE CONTER:

- O prazo da duração do favor;- As condições da concessão em caráter individual;- Os tributos a que se aplica, as prestações, vencimentos e as garantias

oferecidas;- Só abrange os créditos já definitivamente constituídos ou cujo

lançamento já tenha sido iniciado;- Não gera direito adquirido e pode ser revogado de oficio no caso de

descumprimento da obrigação, ou seja, de qualquer um dos requisitos.

II – DEPOSITO DO MONTANTE INTEGRAL

O deposito do montante integral por sua vez pode ser feito tanto no curso do processo Administrativo quanto no Processo Judicial, porem com as finalidades diferentes em cada uma delas:

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NO PROCESSO ADMINISTRATIVO: tem o objetivo de evitar a correção monetária do credito tributário que seria muito proveitoso caso houvesse uma inflação incontrolável. NO PROCESSO JUDICIAL: evita a cobrança do tributo, a correção monetária e impede o ajuizamento de execução fiscal, ou seja, nesta modalidade de procedimento torna-se um pouco mais interessante, haja vista o impedimento da ação de execução fiscal.

III – RECLAMAÇÕES E RECURSOS

- São os recursos, impugnações e defesas, podendo ser as impugnações total ou parcial e outros procedimentos admitidos no curso do Processo Administrativo iniciado em face de um auto de infração.

- Altamente recomendados para defesa dos interesses dos contribuintes, pois são meios legais que os contribuintes podem fazer uso dessas reclamações e recursos todos admissíveis na esfera administrativa.

IV – LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA

- O Mandado de Segurança é previsto pela Constituição Federal no inciso LXIX do art. 5º, que destina a proteger direito liquido e certo, não amparado por hábeas corpus ou hábeas data.

- Lei 4.348/64 no seu artigo 1º letra “b” dispõe que a medida liminar somente terá eficácia pelo prazo de 90 dias a contar da data da respectiva concessão, prorrogável por 30 dias quando provadamente o acumulo de processos pendentes de julgamento, e justificar a prorrogação.

- Enfim são decisões cautelares proferidas antes do exame do mérito em Mandados de Segurança.

V - PARCELAMENTO

- A lei complementar 104 acrescentou ainda mais um inciso VI ao artigo 151 do CTN, prevendo também como forma de suspensão do credito tributário. Na verdade, poderíamos dizer que o parcelamento seria uma

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forma de moratória, porém existindo a necessidade de um processo. Acrescentou ainda mais um artigo 155-A ao texto determinado que o parcelamento será concedido na forma e condição estabelecida em lei especifica (federal, estadual ou municipal), salvo disposição em contrario não exclui a incidência de juros ou multas e a ele se aplicam às disposições do CTN sobre moratória, o que decorres de ser justamente uma modalidade desse instituto.

- Quanto à exclusão de multas pela denuncia espontânea acompanhada do pedido de parcelamento, seria de bom alvitre observar o artigo 138 ou o item denominado de (responsabilidade por infrações) do capitulo das obrigações tributárias.

- OUTRAS MODALIDADES

-Mesmo não existindo em matéria tributária vale ressaltar que em alguns casos especiais podemos verificar os regimes aduaneiros, que possuem características diferenciadas das demais modalidades de suspensão da exigibilidade do credito tributário.

EXTINÇÃO DO CREDITO TRIBUTÁRIO .

A extinção que é realizada através do pagamento é aquela em que podemos dizer que seria o destino natural do credito tributário. Entretanto, varias são as modalidades de extinção, e dentre elas temos:

O artigo 156 do Código Tributário Nacional estabelece as inúmeras formas de extinção do Credito Tributário que será objeto de nosso estudo.

Art. 156 – Extinguem o crédito tributário:I – o pagamento;II – a compensação;III – a transação;IV – a remissão;V – a prescrição e a decadência;VI – a conversão do deposito em renda;

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VII – o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no art. 150 e seus §§ 1º e 4º;VIII – a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do art. 164;IX – a decisão administrativa irreformável, assim entendida definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;X – decisão judicial passada em julgado;XI – dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.

I - O PAGAMENTO :

- Diria que constituiu como a principal modalidade de extinção do credito tributário.

- A imposição ou o perdão de penalidade não dispensa o pagamento do credito tributário.

- A denuncia espontânea afasta as penalidades punitivas, mas não aquelas de mora conforme os ditames preconizados pelo artigo 138 do CTN.

- O lugar do pagamento, em regra, é o da repartição de jurisdição do sujeito passivo.

- Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado, entretanto se julgado Improcedente a consignação, o credito tributário será cobrado com os acréscimos legais.

- Em regra o sujeito passivo tem o direito à restituição de tributo pago indevidamente, a Fazenda Publica, desde que venha a provar haver assumido o ônus ou estar autorizado a recebê-lo.

- O direito de pleitear a restituição do credito tributário pago indevidamente ou a maior extingue em 05 (cinco) anos.

- A Ação Anulatória de Decisão Administrativa que denegar a restituição prescreve em 02 (dois) anos, nos termos do dispositivo determinado no Código Tributário Nacional.

II – COMPENSAÇÃO

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- É o encontro de contas existentes entre o sujeito ativo e o sujeito passivo, ou seja, para que haja tal compensação se faz necessários em quase todos os casos que exista o envolvimento de uma relação jurídica tributaria entre ambos.

- O CTN no seu artigo 170 estabelece que a lei pode autorizar a compensação de créditos tributários, podendo ser estes créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Publica.

- Depende de autorização em lei.

III – TRANSAÇÃO

- A finalidade da transação é facilitar a extinção do crédito tributário, o que vulgarmente podemos denominar de “acordo”.

- O próprio artigo 171 define a transação quando diz:- “A lei pode facultar nas condições que estabeleça aos sujeitos ativos e

passivos da obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mutuas, importe em terminação de litígio e conseqüente extinção do credito tributário”.

- Transação – quase sempre importando em um pagamento parcial do credito tributário e, embora assim, extintiva dele a transação também pode-se verificar em direito tributário.

IV – REMISSÃO:

- É o perdão fazendário a debito tributário, como forma de extinção do respectivo crédito conforme preceitua o artigo 156 IV do CTN, podendo a lei autorizar a autoridade administrativa a conceder por despacho fundamentado remissão total ou parcial do referido credito, porém atendendo sempre os dispositivos do artigo 172 do CTN onde deve atender:

- I – situação econômica do sujeito passivo;

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- II – ao erro ou ignorância escusável do sujeito passivo quanto à matéria de fato;

- III – diminuta importância do credito tributário;- IV – a consideração de equidade, em relação com as características

pessoais ou materiais do caso.- Pode ocorrer antes ou depois de formalizado o credito tributário pelo

lançamento.

V – PRESCRIÇÃO E DECADENCIA

PRESCRIÇÃO

- É a perda do direito de Ação Judicial para a cobrança do credito tributário em razão da inércia da Fazenda Publica após o transcurso de prazo determinado em lei.

- A ação para a cobrança do credito tributário prescreve em 05 (cinco) anos contados da data de sua constituição definitiva nos termos do artigo 174 CTN, que ocorre no momento em que a Fazenda Publica passa a ter condição jurídica de ingressas com a ação judicial.

- A propósito da Lei federal nº 6.830 de 22/09/80 que dispõe sobre a cobrança judicial da Divida Ativa da Fazenda Publica estabeleceu que:

- A) a inscrição da divida suspenderá a prescrição para todos os efeitos de direito, por 180 (cento e oitenta) dias ou até a distribuição da execução fiscal § 3º do artigo 2º.

Ao contrario da decadência a prescrição pode ser interrompida nos casos do artigo 174 do CTN, reiniciando a contagem do prazo de prescrição como se nenhum fato tivesse decorrido, dentre eles temos:

- Pela citação pessoal feita ao devedor;

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- Pelo protesto judicial;- Por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

Também podemos verificar que na prescrição ocorre a suspensão os quais temos:Art. 155 – Parágrafo Único – Moratória;Art. 172 – Remissão;Art. 179 – Isenção;Art. 182 – Anistia

O despacho não gera direito adquirido aplicando quando cabível o disposto no artigo 155 do Código Tributário Nacional.

DECADÊNCIA

- É a perda do direito da Fazenda Publica em efetuar o lançamento tributário em decorrência da omissão do seu exercício, no prazo estipulado em lei.

- O artigo 156 V do CTN estatui a extinção do credito tributário pela decadência fixando nos termos do artigo 173 CTN que o direito da Fazenda Publica efetuar o lançamento fenece (finda) após 05 (cinco) anos contados da seguinte forma:

a) – do primeiro dia do exercício seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.

b) – da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vicio formal, o lançamento anteriormente efetuado.

Parágrafo Único – O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do credito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.

DEMONSTRATIVOS DA PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

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→ Direito Exercitável

→ Inércia do titular de Direito

→ Decurso de tempo

PRAZO DE DECADÊNCIA PRAZO DE PRESCRIÇÃO

FATO IMPONIVEL → │→ EXECUÇÃO FISCAL

(CITAÇÃO) LANÇAMENTO

DEMONSTRATIVO DA PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

O inicio do processo deLançamento evita queOcorra a Decadência

LANÇAMENTO

A constituição definitiva do crédito tributário marca o inicio da contagem do prazo da prescrição

D E C A D Ê N C I A P R E S C R I Ç Â O

Definição: Perda do direito (de lançar)Art. 173. Termo inicialI – primeiro dia do exercício seguinte aquele em que poderia ter sido lançado. II – data da decisão anulatória de lançamento por vicio

Definição: Perda do Direito de agir (cobrar)

Na prescrição admite-se hipóteses de Interrupção e suspensão. INTERRUPÇÃO. 0 1 2

PressupostosDecadência e da Prescrição

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formal. Parágrafo Único – Data da notificação de inicio de lançamento

0 1 2 3 4 5

↑ Inicio de novo prazo de 05 (cinco) anos.

SUSPENSÃO

0 1 2 2 3 4 5

VI - CONVERSÃO DEPOSITO EM RENDA

- Os depósitos são realizados com finalidade de suspender a exigibilidade do credito tributário, sendo o respectivo montante oferecido pelo sujeito passivo como garantia.

- Nesse caso, a conclusão do processo judicial desfavorável ao sujeito passivo tem implicado na determinação do Juiz de Direito para que os depósitos sejam simplesmente convertidos em renda da Fazenda Publica, operando-se a extinção do credito tributário conforme preceitua o artigo 156 no seu inciso VI do CTN.

VII – O PAGAMENTO ANTECIPADO E A HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO.

- Nesse caso especificamente vale ressaltar que aplica este caso aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação. Efetuado o pagamento e homologado este expressa ou tacitamente, extinta estará a obrigação.

- Em verdade o pagamento só e antecipado no sentido de que se faz previamente a qualquer exame pela autoridade administrativa da

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Page 87: Apostila Completa - Direito Tributario

regularidade da apuração do valor devido, efetuada pelo contribuinte, pois, o pagamento pode ser feito até a data do vencimento, não necessitando ser “antecipado” em relação a este (vencimento).

- A rigor também na sistemática do CTN, não seria caso de extinção do credito tributário propriamente dito. Para o Código, o credito tributário se constitui com o lançamento e este, no lançamento por homologação, só se completa com a homologação expressa ou tácita. Assim, poderíamos dizer que inexistiria credito antes da homologação, que, então, não poderia ser por ela extinto.

VIII – CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

- Quando por algum motivo, o fisco se recusa a receber o tributo subordinado o seu recebimento ao cumprimento de qualquer outra exigência, como aquelas enumeradas no art. 164 do CTN, pode o sujeito passivo consigna-lo (pagá-lo) em juízo. Em decisão, o juiz declara a procedência ou não, do pedido de consignação. No primeiro caso, a importância consignada é convertida em receita; ao passo que no segundo, ou seja, caso haja um parecer desfavorável ao contribuinte ou sujeito passivo será exigidos os juros de mora e, sendo cabíveis, as penalidades devidas.

IX–DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMAVEL

- A extinção do credito tributário também ocorre no caso de ser proferida decisão administrativa definitiva, e que não mais possa ser objeto de ação anulatória, na esteira do preceituado no CTN no seu artigo 156 IX.

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- O crédito poderá ser objeto de analise pela própria Administração Publica, normalmente em decorrência de impugnações, reclamações, defesas ou recursos, todos eles sendo objeto de decisões por parte da Autoridade singular, ou órgão colegiado.

X – DECISÃO JUDICIAL PASSADA EM JULGADO.

- O credito tributário poderá ser objeto de questionamento judicial, tanto pelo sujeito passivo que terá a seu favor as ações tais quais Mandados de Segurança, Ações Declaratórias, Ações Anulatórias, Ações Consignatórias e Ação de Repetição do Indébito, assim como a Fazenda Publica terá a seu favor o processo de Execução Fiscal, e que ao final culmina com uma decisão definitiva, pondo um ponto final no litígio entre as partes envolvidas na relação jurídica.

- Na medida em que seja apreciado o mérito da controvérsia tributária, forma-se coisa julgada consagrada como garantia constitucional (art. 5º inciso XXXVI), e entendida como a decisão judicial de que já não caiba recurso (§ 3º do art. 6º da LICC) ficando a Fazenda Publica impedida de cobrar o valor tributário respectivo.

EXCLUSÃO DO CREDITO TRIBUTÁRIO

Nos termos do artigo 175 do CTN, observamos apenas duas modalidades de exclusão do credito tributário, e esta normalmente existe por força de disposição legal. 1.2

I – ISENÇÃO

- Isenção seria a dispensa legal do pagamento do tributo devido, nesse caso observa que ocorre a incidência da lei tributária, surge a obrigação, mas o dever de pagar o tributo é afastado por lei. Na isenção o tributo é devido, porque existe a obrigação, e ainda existe a ocorrência do fato imponível, ou seja, o fato gerador, mas a lei dispensa o pagamento; por conseguinte,

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Page 89: Apostila Completa - Direito Tributario

a isenção pressupõe a incidência, porque é claro que só se pode dispensar o pagamento de um tributo que seja efetivamente devido.

- A isenção sempre decorre de lei. É mais uma aplicação do principio da legalidade. Dispensa legal do pagamento do tributo ou regra legal a impedir a incidência da norma de tributação, uma coisa é certa: só a lei pode conceder isenção. Nesse caso referimos à lei ordinária dos entes tributantes, tais quais a União, Estados, Distrito Federal e os Municípios.

II – ANISTIA

- A Anistia é o perdão das infrações cometidas pelo sujeito passivo anteriormente a vigência da lei que a concede, entretanto existem alguns casos em que esta mesma anistia não deverá ser aplicada, e dentre estes temos:

- A) – aos atos qualificados em lei como crime ou contravenções, e aos que, mesmo sem essa qualificação sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em beneficio daquele.

- B) – salvo disposição em contrario, as infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas (art. 180 CTN).

- Portanto, observamos que, enquanto a isenção refere-se a dispensa de tributos, a anistia diz respeito as infrações cometidas. Nisso reside a principal diferença entre as duas modalidades de exclusão do credito tributário.

- Também concedida por Lei, à anistia desobriga o sujeito passivo do pagamento de penalidades e de juros moratórios, não se estendendo à correção monetária, haja vista que esta traduz em uma simples atualização de valores dos tributos devidos, sem possuir qualquer conotação de ato punitivo.

- A anistia como a isenção, não concedida em caráter geral, será efetivada, isto é, reconhecida em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições necessárias e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para a sua concessão (vide art. 179. 182 do CTN).

- A Anistia será concedida limitadamente:- A) - às infrações da legislação e determinado tributo;- B) – as infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado

montante, conjugados ou não com penalidades de outra natureza;

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- C) – a determinada região ou território da entidade tributante, em função de condições peculiares;

- D) – sob condição do pagamento do tributo no prazo fixado pela lei que a concedeu, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa.

Capitulo – X

IMPOSTOS FEDERAIS

Para iniciarmos nossos estudos acercas dos impostos, vamos partir para a competência da União para a cobrança de seus respectivos impostos os quais são:

IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO:

- “ Art. 153. Compete à União instituir imposto sobre: I – importação de produtos estrangeiros.

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§ 1º È facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do imposto sobre a importação.

Aspecto DescriçãoPessoal a) Sujeito ativo (fisco) é a União (CF art. 153, I)

b) Sujeito passivo (contribuinte) é Art. 31 DL 37/66 na redação do DL Nº 2.472/88 E ART. 19 CTNI – o importador ( ou a quem a lei equiparar ou o arrematante) assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de mercadorias estrangeira no território nacional. II – o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente.III – o adquirente de mercadoria entrepostada.

Nota: a lei estabelece ainda sobre a Responsabilidade pelo imposto (pelo transportador e depositário) e sobre a Responsabilidade solidária pelo imposto ( pelo adquirente ou cessionário de mercadoria beneficiada com isenção ou redução do imposto) e o representante no pais , do transportador estrangeiro ( art. 32 do DL Nº 37/66 NA REDAÇÃO DADA PELO DL 2.472/88.

Espacial Território Nacional –O território aduaneiro compreende

todo o território nacional (regulamento aduaneiro aprovado pelo decreto nº 91.060/85 art. 1º

Aspecto DescriçãoTemporal Momento da entrada real ou ficta, do produto

estrangeiro no território nacional.Nota: no momento exato em que se aperfeiçoa a ocorrência do fato gerador e no inicio do despacho aduaneiro, e não desde a chegada do navio no território nacional (conforme DL nº 37/66 artigo 1º redação do DL 2472/88 Decreto 91.030/85 art. 87 compatibilizou o artigo 23 do DL 37/66 e com artigo 19 do CTN.

Material Importar produtos estrangeiros (CF art. 153, I)

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Quantificativo a) base de calculo DL. 37/66 art 2º na redação do DL 2.472/88 e decreto 91.030/85 artigo 89

I – quando a alíquota for especifica a quantidade de mercadoria, expressa na unidade de medida indicada na Tarifa Aduaneira do Brasil (TAB)II – quando a alíquota ad valorem o valor aduaneiro apurado segunda as normas do artigo VII do acordo geral sobre tarifas aduaneiras e comercio (GATT)III – preço do produto adquirido em licitação.Notas: o art. VII do GATT estabelece seis métodos para identificar o valor aduaneiro ( ou base de calculo) sendo o 1º o valor da transação de mercadoria importada, que consiste no valor efetivo da transação, a aplicação do item 1º exclui os outros cinco e assim sucessivamente, ou, ainda o valor aduaneiro referido no Acordo do GATT: - O Decreto 91.030/85 estabelece outras bases de cálculos (pauta de valor mínimo preço de referencia etc.) tendo em vista a política de importação e o interesse de produtos nacionais.- GATT ( General Agreement on Tariffs and Trade) é a maior convenção que rege o comercio internacional – celebrado em Genebra em 1947 – de que o Brasil é signatário, tendo sido sucedido pela OMC (Organização Mundial do Comercio).b) – alíquota a aliquota prevista na TAB é o aspcto do fato gerador que incidindo sobre a base de calculo, permite a apuração do valor do imposto (Decreto nº 91.030/85 no seu artigo 99).

São as seguintes: específicas: importância em dinheiro que

incide sobre uma unidade de medida prevista em lei, que pode referir-se a metragem, peso etc.

ad valorem, (ao valor) são as que incidem sobre determinado valor:

mistas as que resultam da combinação de ambas.

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Nota: no artigo 153 § 1º a CF diz que é facultado ao Poder Executivo atendidos as condições e os limites estabelecidos em lei alterar as alíquotas do II.

A Lei é a de nº 8.085/90 que diz: Art. 1º - O poder executivo poderá atendidos as condições e os limites estabelecidos na Lei 3.244/57, modificada pelo DL,s 63/66 e 2.162/84, alterar as alíquotas do imposto de importação.Parágrafo Único – O Presidente da República poderá outorgar competência ao Ministro da Economia e Fazenda e Planejamento para a pratica dos atos previstos neste artigo.

INCOTERMS – Termos do Comercio Internacional – Clausulas contratuais criadas pela Câmara do Comercio Internacional – CCI

CALCULO PRATICO DO CUSTO DE IMPORTAÇÃO

CIF – Todo custo oriundo de seguro e frete por conta do FornecedorFOB – Todo custo oriundo de seguro e frete por conta do comprador

C – FOB:............. R$ 1.000,00I – Seguro:........... 15,00F – Frete:............. 60,00Produto: peças e ferramental para acionamento de moinhos mecânicos manuais, pesando até 10 Kilos; NCM/SH = 8210.00.10

NCM = Nomeclatura comum do mercosul – SH – Sistema Harmonizado II – 21% ; IPI 10% - ICMS – 18% ISS – 5% (Utilizado em transporte

marítimo)

Armazenagem = 15 dias

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Itens do custo FRETE

Marítimo Aéreo

a. Valor FOBb. Frete Internacionalc. Segurod. Subtotal valor CIF (a + b + c)e. II (21% sobre a+b+c)f. IPI (10% sobre a+b+c +II)g. ICMS (18% sobre a+b+c+II +IPI)h. AFRMM (25% sobre b)i. Armazenagem – períodos marítima = 2 e aérea + 3j. Capatazia – marítima 0,12 Kg e aérea 0,15 Kg.l. ISS 5% Sobre (i x j)m. ATA. Aérea 50% sobre (i x j)Total

1.000,00 60,00 15,00 1.075,00 225,75 130,07 257,66 15,00

16,12

1,2 0,96 - 1.721,76

1.000,00 100.00 15,00 1.115,00 231,10 134,61 266,52 - 25,08 1,5 - 18,81 1.792,62

BEFIEX – Benefícios fiscais à exportação e do DRAWBACK (Importação

vinculada a exportação).

ZONA FRANCA DE MANAUS

Criado pelo Decreto Lei 288/67, a Zona Franca de Manaus é uma área de livre comercio de importação e exportação e de incentivos fiscais especiais estabelecidas com a finalidade criar no interior da Amazônia um centro industrial e comercial e agropecuário dotado de condições econômicas que permitam seu desenvolvimento em face dos fatores locais e da grande distancia que se encontram os centros consumidores de seus produtos.

IMPOSTO SOBRE A EXPORTAÇÃO

O Imposto sobre a exportação para o exterior de produtos nacionais ou nacionalizados: encontra-se disposto no artigo 153 da Constituição Federal que diz:

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Art. 153 Compete a União Instituir impostos sobre:II – exportação para o exterior de produtos nacionais ou nacionalizados§ 1º É facultado ao Poder Executivo atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do imposto sobre a exportação.

Aspecto Descrição Pessoal a. Sujeito ativo: União (CF art. 153, II)

Sujeito passivo: é o exportador, assim considerada qualquer pessoa que promova a saída do produto nacional ou nacionalizada do território nacional (CTN/66 art. 27 DL 1.578/77 art. 5º).

Espacial Em todo território nacional (CF art. 153, II)Temporal Considera-se ocorrido o fato gerador na data da

expedição da guia de exportação ou documento equivalente (DL 1578/77 art. 1º § 2º Decreto nº 91.030/85 art. 222 § 1º)

Material Exportar para o exterior produto nacional ou nacionalizado.

Quantificativo Base de calculo: estabelecida conf. Artigo 223 do Decreto 91.030/85. “Art. 223. A base de calculo do imposto é o preço normal da mercadoria ou sua similar, alcançaria ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional (Decreto Lei nº 1.578/77 art. 2º).- atualmente em desuso este dispositivo sendo substituído pelo artigo 214 do Decreto 4543/02. que diz: Art. 215 – A base do imposto é o preço normal que a mercadoria ou sua similar, alcançaria ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pela Câmara de Comercio Exterior ( Decreto Lei nº 1.578 /77 no seu artigo 2º.

b. Alíquota: estabelecida conforme artigo 215 do

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Decreto 4.543/02.“Art. 215 O imposto será calculado pela aplicação da alíquota de trinta por cento sobre a base de calculo.§ 1º Para atender aos objetivos da política cambial e do comercio exterior poderá reduzir ou aumentar a alíquota do imposto.§ 2º Em caso de elevação a alíquota do imposto não poderá ser superior a cento e cinqüenta por cento” (Decreto 1.578/77 com a redação dada pela Lei 9.716 de 1998.

Como podemos observar no demonstrativo acima, o decreto 91.030/85, foi suprimido em parte, mesmo porque o instituto do DRAWBACK ainda esta vinculado ao artigo 314 do Decreto 91.030/85, contudo outros dispositivos foram substituídos pelo Decreto 4.543/02, e ao que nos parece muito pouco foi alterado com relação a redação apresentada pelo novo decreto, uma vez que estabelecemos um paralelo entre as duas normas.

Principio da Anterioridade:

O IE não esta sujeito ao principio da anterioridade no que pertence a fixação de alíquotas com base no dispositivo constitucional representado pelo artigo 150§ 1º.

Exportações podem ser realizadas de forma direta ou Indireta:

Direta: Pela própria empresa

Indiretas; Pelas Cias Comerciais Exportadoras ( Trading Company) Ou empresas Exportadoras comum.

IMPOSTO PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI).

O dispositivo constitucional que normatiza e regula a cobrança de tal imposto encontra-se no artigo 153 inciso IV.

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Art. 153 Compete a União instituir imposto sobre:

IV – produtos industrializados.

§ 1º é facultado ao Poder Executivo atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do IPI.

§ 3º O IPI:

I – será seletivo em função da essencialidade do produto

II – será não cumulativo compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores

III – não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.

Seletividade: é um comando direcionado ao legislador, elaborador da lei ordinária criadora do IPI, no sentido de que ao dimensionar a carga tributária, deve obedecer ao critério da seletividade em função da essencialidade de seu produto, isto é produtos de primeira necessidade devem ter uma tributação diferenciada das demais e reduzida.

Não cumulatividade: consiste na técnica de apuração do IPI devido a (recolher) que no dizer do artigo 49 do CTN resulta da diferença a maior, em determinado período entre o IPI referente aos produtos saídos do estabelecimento e o montante do IPI relativo aos produtos entrados no estabelecimento. A Não cumulatividade a teor do entendimento do STF é uma técnica de tributação motivo pelo qual não é um dos princípios concernentes a “direitos e garantias individuais” protegidos pela clausula pétrea do artigo 60 § 4º, IV da CF. Assim, a nosso ver a não-cumulatividade dos tributos ou contribuições tanto pode ser suprimida quanto instituída através da emenda constitucional

Exemplo; EC 33/2001 acrescentando o § 4º ao artigo 149 da CF.

§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez.

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Produtos exportados – transporte: o IPI não incide sobre produtos industrializados destinados ao exterior. A nosso ver transporte é insumo e como tal esta incluído na imunidade prevista no artigo 153 § 3º, III CF.

Aspectos Descrição Pessoal a. Sujeito ativo: União (CF art. 153, IV)

b. Sujeito passivo: São contribuintes art. 51 CTN Lei 4502/64 art. 35 e do art. 51 do RIPI/02.

I. o importador ou quem a lei a ele equiparar;II. o industrial ou quem a lei a ele equiparar;III. o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que

os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior

IV. o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.

Parágrafo Único. Para os efeitos deste imposto considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento importador, industrial, comerciante ou arrematante.

Espacial Em todo território nacional

Temporal Fato Gerador. Artigo 46 RIPI/02Art. 46 o imposto de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador.I - o seu desembaraço aduaneiro quando de procedência estrangeira.II – a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51.III – a sua arrematação quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.

Material Produtos industrializados (CF, art. 153, IV) Quantitativo a. base de calculo ( artigo 47 RIPI/02)

I – No caso do inciso I do artigo anterior o preço normal como definido no art. 20 acrescido do montante;a) do imposto sobre a importaçãob) das taxas exigidas para entrada do produto no Pais.c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis;II – no caso do inciso II do artigo anterior:a) o valor da operação de que decorres a saída da

mercadoria

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b) na falta de valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da mercadoria ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente;

III – no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação

Nota: o art. 20 estabelece II – quando a alíquota seja ad valorem o preço normal ou seu similar, alcançaria ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no país.

Alíquota. O IPI será calculado mediante a aplicação da alíquota do produto constante da TIPI, sobre o respectivo valor tributável.

A TABELA DO IPI.

A atual tabela do IPI foi aprovada pelo Decreto 4.542 de 26.12.2002 e tal como regulamento do IPI de tempos em tempos surge um novo decreto a tratar de matéria.

OS INCENTIVOS REGIONAIS.

Da constituição de 88 podemos extrair as seguintes disposições:

Art. 151 É vedado a União:

I – instituir tributo que não seja uniforme em todo território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio econômico entre as diferentes regiões do país.

Art. 3º constituem objetivos fundamentais da Republica Federativa do Brasil;III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.

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Art. 43 Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geo-econômico e social, visando a seu desenvolvimento e a redução das desigualdades regionais. § 2º os incentivos regionais compreenderão, além de outros na forma da lei:III – isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas.

IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CREDITO CAMBIO E SEGURO OU RELATIVAS A TITULOS OU VALORES MOBILIARIOS.

DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL.

Diz o artigo 153. Compete a União instituir imposto sobre:

V – operações de crédito câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. § 1º é facultado ao Poder executivo atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

§ 5º o ouro quando definido como ativo financeiro ou instrumento cambial sujeita-se exclusivamente a incidência do imposto que se trata o inciso V do caput deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de 1% assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: I – 30% para o Estado o Distrito Federal ou o território conforme origem;II – 70% para o Município de origem.

ASPECTOS DO FATO GERADOR

O CTN trata do IOF nos artigos 63 a 67. A Lei nº 5143/66 institui o IOF sobre as operações de credito e seguro. E o DL 1.783/80 estendeu o IOF sobre operações de cambio e de títulos e valores mobiliários. A Lei 8.894/94 tratou das alíquotas máximas do IOF, do valor das operações e dos contribuintes.Entretanto as disposições da CF de 88 e do CTN, quanto aos aspectos do fato gerador são as seguintes:

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Aspecto Descrição Pessoal a. Sujeito ativo: União (CF art. 153, V)

b. Sujeito passivo: contribuinte do IOF, é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei. (CTN art.66).

Espacial Em todo território nacional. (CF art. 153, V)Temporal Nas operações de:

I - Credito: entrega ou colocação à disposição do interessadoII – Cambio: entrega de moeda nacional ou estrangeira ou de documento que represente, ou sua colocação à disposição do interessado.III – seguro: a emissão da apólice ou do documento equivalente ou recebimento do premio, na forma da lei aplicável;IV – Títulos ou valores mobiliários: sua emissão transmissão, pagamento ou resgate, na forma da lei aplicávelNota: a incidência definida no inciso I exclui a definida do inciso IV e reciprocamente, quanto a emissão, ao pagamento ou resgate do titulo representativo de uma mesma operação de credito. Art. 63 CTN

Material Operações de credito cambio e seguros, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. (CF art. 153,V).

Quantitativo a. Base de calculo: CTN art. 64.CREDITO: o montante da obrigação compreendendo o principal e os juros. CAMBIO – O respectivo montante em moeda nacional recebido, entregue ou posto à disposição.SEGURO – o montante do premio;TITULOS ou VALORES MOBILIARIOS:a) na emissão o valor nominal mais o ágio, se houverb) na transmissão: o preço ou o valor nominal ou o valor

da cotação na bolsa como determinar a lei.c) No pagamento ou resgate: o preço

b. Alíquota: fixada em Lei (CF art. 153, V e § 1º)

Nota: É facultado ao Poder Executivo atendidas as

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condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas.

RESPONSÁVEIS:

O artigo 3º do DL 1783/80 Reprisado pelo artigo 6º parágrafo único da lei 8.894/94, quanto as operações de cambio, estabelece que são responsáveis pela cobrança do IOF e pelo seu recolhimento ao Banco Central do Brasil, ou a que este determinar, nos prazos fixados pelo Conselho Monetário Nacional nas operações de:

a) – CREDITO: as instituições financeiras;b) – CAMBIO: as instituições autorizadas a operar em cambio;c) – SEGURO: as companhias seguradoras ou as instituições financeiras

que forem encarregadas da cobrança dos prêmios, sendo as primeiras responsáveis pelos dados constantes da documentação remetida para cobrança.

d) – TITULOS E VALORES MOBILIARIOS: as instituições autorizadas a operar na compra e venda de valores mobiliários.

Este imposto seria cobrado sobre: - Nas operações de empréstimos ou financiamentos ressalvados os do SFH- Nas operações de desconto, considera o valor nominal do titulo- Nas aquisições de direitos creditórios, o valor nominal dos títulos- Nos registros de devedores o valor dos lançamentos- Nas prorrogações ou renovações de operações financeiras, seria tomado como base de calculo o valor principal prorrogado ou renovado. - Nas operações de cambio a base de calculo é o montante em moeda nacional recebido entregue ou posto a disposição correspondente ao valor em moeda estrangeira, da operação de cambio.- Nas operações de seguro constitui como base de calculo do tributo o valor do premio pago.- Nas operações relativas a títulos e valores mobiliários, mediante financiamento, o valor da operação a termo, a futuro ou assemelhada.- Quanto às operações com ouro ativo financeiro ou instrumento cambial a base de calculo é o preço de aquisição do ouro desde que dentro dos limites de variação da cotação vigente no mercado domestico no dia da operação.

O TRF 3ºRegião em decisão unânime de 24/11/94, entendeu que a destinação que identifica o ouro como mercadoria ou ativo financeiro; se for ativo

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financeiro será tributado uma única vez, incidindo na operação de origem ( Argüição de Inconstitucionalidade em AC Nº 172.498-SP, Rel. Juíza Lucia Figueiredo, in Boletim da AASP nº 1921 de 18 a 24/10/95) no mesmo sentido o STF (RE 190.368-rs, Pleno).

IOF SOBRE FACTORING

Ao que nos parece as empresas de Factoring também não ficam a parte, ou seja, fora do campo de incidência do IOF, pois este regulamentado e sobrevio da Lei 9.532/87, em cujo artigo 58 institui o IOF sobre o factoring nos seguintes termos:

“art. 58 A pessoa física ou jurídica que alienar à empresa que exercer as atividades mencionadas na alínea “d” do inciso III do § 1º do art. 15 da Lei 9.249 de 1995 (factoring) direitos creditórios resultantes de vendas a prazo, sujeita-se à incidência do imposto sobre operações financeiras as mesmas alíquotas aplicadas pelas instituições financeiras.§ 1º O responsável pela cobrança e recolhimento do IOF de que trata este artigo é a empresa de factoring adquirente do direito creditório. § 2º O imposto cobrado na hipótese deste artigo deverá ser recolhido ate o terceiro dia útil da semana subseqüente à da ocorrência do fato gerador.

Este imposto constitui, por conseguinte uma cifra razoável, pois a movimentação financeira é deveras muito intensa, principalmente no mercado de capitais, que são amplamente negociados em bolsas de valores, o que traz divisas imensuráveis ao erário publico, por isso é um imposto muito observado pelo Poder Publico, principalmente devido a sua grande representatividade em relação à carga tributária.

IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL

Disposição Constitucional.

Art. 153. Compete a União instituir imposto sobre;

VI – propriedade territorial rural.

§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:

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I – será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas.II – não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel;III – será fiscalizado e cobrado pelos municípios que assim optarem na forma da lei desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renuncia fiscal. (vide artigo 14 da LRF).

ASPECTO DO FATO GERADOR

Vide artigo 29 do CTN que diz:

Art. 29 O ITR, de competência da União tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil localizada fora da zona urbana do município.

Aliomar Baleeiro diz que a ocupação efetiva em qualquer das seguintes situações jurídicas por parte do contribuinte é fato gerador ou fato imponível que proporciona ao fisco federal o poder para cobrança do referido imposto, e de conformidade com a descrição e os exemplos abaixo relacionados:

a) o domínio pleno tratado pelo Código Civil nos arts. 550 ss. (usucapião).

b) O domínio útil na enfiteuse, tratado pelo Código Civil no seu artigo 678ss.

c) A simples posse do imóvel por natureza tratada também pelo Código Civil Brasileiro no seu artigo 43.

Aspecto Descrição Pessoal a. Sujeito ativo: União CF art. 153, VI

b. Sujeito passivo: CTN artigo 29- o proprietário;- o detentor do domínio útil (na enfiteuse)- o possuidor

Espacial Em todo território nacional (art. 153 VI)Temporal Momento estabelecido em Lei (1º jan – Lei 9393/96)Material Ser proprietário de território rural;

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Quantificativo a. Base de calculo: valor da terra nua (declarado pelo contribuinte ou avaliado pelo MIRAD – Ministério de Reforma e Desenvolvimento Agrário.

b. Alíquota: percentual diferenciado (CF art. 153 § 4º)

Neste sentido seria relevante lembrar que atualmente este imposto esta disciplinado, através da Lei 9393/96, que veio a substituir a Lei anterior 8.847/94. A lei que atualmente estabelece essas normas dispor sobre:- A anterioridade da lei, pois, fixou dia 1º de janeiro como o momento caracterizador do fato gerador, em ITR de apuração anual (art. 1º).- Imóvel declarado de interesse social. - Imunidade na cobrança do ITR;- Isenções em casos extraordinários ou alguns exemplos.- Portanto, esta lei estabelece ainda forma de apuração do ITR e as tabelas de alíquotas e ainda os módulos rurais. (Estatuto da Terra. Art. 4º, III)

Enfiteuse: contrato bilateral, oneroso, perpétuo no qual por ato inter-vivos ou por disposição de ultima vontade o proprietário atribui a outrem o domínio do imóvel, mediante o pagamento de uma pensão anual invariável denominado de foro.

Imunidade Não Incidência IsençãoÉ proteção prevista na Constituição ou suas emendas.

É proteção prevista na lei instituidora

É proteção prevista na lei.

Não há competência tributaria

Há competência tributária

Há competência tributaria.

Não há fato gerador Não há fato gerador Há o fato geradorSendo possível a supressão ela só pode ocorrer mediante emenda constitucional.

A supressão pode ser feita por lei. Na criação da nova hipótese de incidência há que se respeitar a anterioridade.

A supressão pode ser feita por lei. Na supressão da isenção o tributo pode voltar, regra geral a ser cobrado imediatamente.

IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS:

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Apesar de previsto na constituição no artigo 153, VII, ainda não existe a Lei complementar que dispôs sobre a cobrança de tal imposto, mas vale uma ressalva quanto a sua possível característica.

Também denominado de imposto incidente sobre o patrimônio liquido, incide sobre as grandes fortunas das pessoas físicas.

Fato Gerador:

O imposto tem como fato gerador o patrimônio liquido das pessoas físicas que exceda o limite estabelecido em lei federal.

Base de calculo:

A base de calculo do imposto sobre grandes fortunas é o valor de mercado destes bens, conforme já estabelecido nas legislações de outros paises que adotam ou adotaram tal imposto em seu sistema tributário.

Contribuinte:

Contribuinte seria todo aquele que se situar dentro dos parâmetros estabelecidos em lei como hipóteses de incidência do referido tributo.

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Capitulo – XI

IMPOSTOS ESTADUAIS

1. - IMPOSTO TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE QUAISQUER BENS OU DIREITOS.

Este imposto denominado de Transmissão Causa mortis de competência exclusiva dos Estados membros e Distrito Federal, incide sobre a transmissão de bens moveis e imóveis ou seja de qualquer natureza, desde que seja em CAUSA MORTIS, e em Inter vivos, é cobrado somente sobre as doações efetuadas mesmo que seja em vida, portanto, este imposto é autorizado a partir de disposição Constitucional, preceituado no artigo 155 no seu inciso I que determina:

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Artigo 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

I – transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos.

§ 1º O imposto previsto no inciso I

I – relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, comete ao Estado da situação do bem ou ao Distrito Federal.

II – relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventario ou arrolamento, ou tiver domicilio o doador, ou ao

Distrito Federal.a. se o doador tiver domicilio ou residência no exterior.

b. Se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventario processado no exterior.

III – terá a competência para sua instituição regulada por lei complementar:

a. se o doador tiver domicilio ou residência no exterior.

b. Se o de cujus possuía bens, era residente ou domicilio ou teve o seu inventario processado no exterior.

IV – terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal

Nesse caso especificamente, podemos observar tanto o imposto de transmissão causa mortis (herança e legados, em virtude de falecimento de uma pessoa natural) como o imposto de transmissão inter vivos (atos, fatos ou negócios jurídicos celebrados entre pessoas físicas vivas) já integravam, antes da declaração de independência, o sistema tributário brasileiro, que se iniciou com a vinda de D. João VI para o Brasil.

ASPECTOS DO FATO GERADOR

Para entender melhor os aspectos que envolve a tributação do ITCMD é de bom alvitre demonstrar o quadro elucidativo por

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entender ser bastante objetivo e com as devidas explicações acerca do referido imposto.

Aspecto DescriçãoPessoal a. Sujeito Ativo: Estados e Distrito Federal

b. Sujeito Passivo: contribuinte é qualquer das partes na operação tributada como dispuser a Lei (CTN/66 no seu artigo 42)

Espacial a. BENS IMOVEIS E RESPECTIVOS DIREITOS: O imposto compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal (art. 155 § 1º , I Constituição Federal).

b. BENS MOVEIS, TITULOS E CREDITOS: O imposto compete ao Estado onde se processar o inventario ou arrolamento, ou tiver domicilio o doador, ou ao DF (CF, art. 155 § 1º II).

c. LEI COMPLEMENTAR: Terá a competência para sua instituição regulada por lei complementar: - Se o doador tiver domicilio ou residência no exterior (CF art. 155, § 1º III, a).- Se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventario processado no exterior (CF, art.155 § 1º III, b).

Aspecto DescriçãoTemporal É o momento da transmissão (CTN/66 artigo 35), ou

como estabelecer a lei ordinária estadual competente.Material Transmissões causa mortis e doação de quaisquer

bens ou direitos (CF, art. 155, I). Quantitativo a. BASE DE CALCULO: Valor venal dos bens ou

direitos transmitidos (CTN/66 Art. 38)b. ALIQUOTA: As alíquotas máximas são fixadas

pelo Senado Federal (CF, art. 155 = 1º , IV).

OBS: O Senado fixou em 8% (oito) por cento a alíquota máxima (Resolução 09/92).

Para finalizar é necessário determinar o que seja a redação do artigo 35 do CTN/66, uma vez que a mesma o CTN sendo de 1966, tem sua redação desatualizada, por este fato deve ser lido nos termos

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dos artigos 155 e 156, permanecendo valido a disposição constante de sua parágrafo único ou seja, do artigo 35 do CTN, que diz:

Artigo 35 – O imposto de competência dos Estados sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos tem como fato gerador:...................................................................................................

Parágrafo Único: Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos sejam os herdeiros ou legatários.

Portanto, ao ser esmiuçado cada elemento, e identificá-los para a respectiva tributação teremos a seguinte situação:

TRANSMISSÃO: Na linguagem do Direito Civil, designa a transferência de coisas, ou a cessão de direitos, em virtude do que, coisas ou direitos se transmitem ou se transferem de proprietários.Transmissão, translação e transferência empregam-se em sentido equivalente, expressando ação ou efeito de transferir, de passar, ou de transpassar bens, direitos, ou poderes de uma pessoa para outra.

FATO GERADOR: Ocorre no momento da transmissão, momento esse adequado ao tipo de ato, fato ou negocio jurídico, podendo ate anteceder sua formalização, se presentes os elementos suficientes para consubstanciar o ato, fato ou negocio jurídico, sendo portanto estabelecido por lei.

CAUSA MORTIS: Transmissão em virtude da morte de uma pessoa física natural.

DOAÇÃO: É o contrato em que uma pessoa por mera liberalidade, transfere do seu patrimônio, bens ou vantagens para o de outra pessoa que deve logicamente aceitar para conclusão desse Instituto.Podendo ser inclusive uma doação feita com encargo, ou seja uma (doação onerosa) como exemplo podemos identificar aquela doação feita com uma condição que seja construído naquela localidade um hospital etc...

PERMUTA: Nesse caso contrariando a doação em que ocorre um acréscimo patrimonial na permuta não se verifica o pressuposto básico para a tributação desde que os valores sejam idênticos e não seja identificado uma base econômica para que haja a tributação.

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BENS: Podem ser moveis, imóveis de conformidade com a classificação do Código Civil Brasileiro.

DIREITOS: Este termo tem varias conotações, pois, para os fins e efeitos do imposto de transmissão é o conjunto de direitos que as pessoas desfrutam. Nesse caso especificamente, o Direito é analisado com coisa, e que possui um valor suscetível de apreciação monetária, ou que importe em aumento patrimonial.

2. - IMPOSTO PROPRIEDADE VEICULOS AUTOMOTORES. (IPVA)

Nesse imposto deve ser mencionado que existe a incidência sobre a propriedade de veiculo automotores, sendo seu fato gerador a propriedade do referido veiculo, portanto, quando menciona veiculo automotor, atinge todos que possui sua locomoção realizada através de motores, como é o caso de barcos, carros de passeio, esportivos, de corridas, Kart, caminhões, inclusive aviões. O IPVA, sendo dos Estados e do Distrito Federal, compete a esses entes da federação estabelecer regras acerca de cada um, mas nunca ultrapassando as alíquotas estabelecidas por Resolução do Senado Federal, e quanto aos privilégios aos deficientes físicos de qualquer espécie, esses são estabelecidos em todo território Nacional.

A sua base de calculo é o valor venal do veiculo, enquanto que os contribuintes ou sujeitos passivos para o cumprimento da obrigação tributaria, é todo aquele que possuir, e ser proprietários de veículos automotores.

Finalmente, vale ressaltar o dispositivo constitucional que regula e delega a competência aos Estados membros e ao Distrito Federal, onde determina:

Artigo 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federa instituir impostos sobre:III – propriedade de veículos automotores.§ 6º o imposto previsto no inciso III:I – terá suas alíquotas MINIMAS fixadas pelo Senado FederalII – poderá ter alíquotas DIFERENCIADAS em função do tipo de utilização.

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Page 112: Apostila Completa - Direito Tributario

Portanto, para a instituição desse imposto, as normas gerais consistentes em Fato Gerador, Base de calculo e contribuintes, deverão ser reguladas e definidas por Lei complementar conforme preceitua o artigo 146, III da CF.

Por outro lado os Estados e o Distrito Federal, no âmbito das suas respectivas competências, instituirão por lei própria, o imposto, observando os princípios constitucionais que serão aplicados a referida cobrança do imposto e ainda aplicam as normas gerais de direito tributário que por sua vez, também são objetos de Lei complementar.

3. IMPOSTO CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS DE TRANSPORTES ESTADUAIS E INTERESTADUAIS – ICMS.

Estas Normas referidas na Constituição Federal de 1988, bem como no Código Tributário Nacional, na verdade são disciplinadoras das atividades legislativas tributarias e estão relacionadas diretamente com as fontes do Direito Tributário, onde são divididas em fontes principais ou primárias e fontes complementares ou fontes secundárias. As normas gerais de Direito Tributário encontram também descritas no Código Tributário Nacional os quais poderíamos elencar da seguinte forma:I – Discriminação de rendas e a partilha dos impostos entre os entes federados.II – Limitações constitucionais ao Poder de Tributar;III – Regras de conceituação de cada figura que representa os tributos, ou seja, os impostos, as taxas e as contribuições de melhorias) definindo ainda o fato gerador, base de calculo e contribuinte do imposto.IV – Regras de interpretação da legislação integradas numa hermenêutica financista. As fontes do Direito Tributário, e ICMS, vem principalmente da Constituição Federal, pois talvez seja uma das únicas constituições do mundo em que existe dispositivos específicos expressos na carta magna.

Fonte vem do Latim, fons com o significado que a própria nomenclatura nos sugere, ou seja, expressa a designação de nascente, manancial. No significado comum tem o sentido de dar origem a alguma coisa ou mesmo, dar fundamento de validade e eficácia de normas jurídicas e a própria exteriorização do Direito.

DEFINIÇÃO E CONCEITOS ACERCA DO ICMS

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O Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e ainda incorporado a este a prestação se serviços de Transportes INTERESTADUAL e INTERMUNICIPAL agregando ainda os serviços de Comunicação – o denominado ICMS, talvez seja aquela tratado pela Constituição Federal com maior ênfase, e com todo louvor, pois é sem sobra de duvida o sustentáculo dos Estados Membros e do Distrito Federal, e porque não dizer dos Muncipios, uma vez que trata-se de um imposto repartido com todas a cidades pertinentes aos respectivos estados membros, como determina o disposto no artigo 158 da Constituição Federal que determina que seja destinado 25% desse imposto aos Municípios.

O ICMS, esta previsto na competência dos Estados Membros e do Distrito Federal como preceitua o artigo 155 da Carta Magna, onde não institui esse imposto mais delega a devida competência aos mesmos estados membros para que possam criar e cobrar tal imposto. No disposto temos o seguinte ditame:

Artigo 155 – Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir imposto sobre:I – transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos;

II – Operações relativas a circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação ainda que as operações e prestações se iniciem no exterior.

III – propriedade de veículos automotores.

Portanto, pode nos parecer estranho iniciarmos com o ICMS, sabendo que existe mais 02 (dois) impostos além do ICMS, que por sua vez podem serem cobrados pelo Estado de Mato Grosso, mas devido a complexidade e sendo o ICMS, o sustentáculo e o principal de todos eles, parece uma política salutar iniciar por esse imposto que vem disposto no artigo 155, II conforme fora descrito acima.

Em um primeiro plano, salienta-se que apesar de ser um imposto estadual possui características marcantes em termos nacionais, tendo em vista que questões importantes são resolvidas de comum acordo entre os Estados e o Distrito Federal, quando não pela Lei Complementar, ou ainda pela Resolução do Senado Federal naquilo que se refere a fixação de alíquotas. Pois atualmente, existe uma disposição que são resolvidas através de Resoluções do CONFAZ, que trata-se de um Conselho Fazendário, que tem a competência para dirimir conflitos surgidos entre os Estados Membros.

Para tanto, a Lei Complementar 87/96, também conhecida como Lei Kandir e as supervenientes lhes dão respaldo, restando à Lei Ordinária a ser editada pelo Estado membro reduzido no campo institucional, ou seja, especifico do Estado de Mato Grosso, pois as normas reguladoras do ICMS no Estado de Mato Grosso são: Regulamento do ICMS, representado pelas Leis 7098/98, Lei 1.944/89, e demais alterações suprimidas por decretos e demais instrumentos reguladores, Lei nº. 7850/2002 que regula as disposições do ITCMD, e finalmente a Lei 7.301/2000, que regulamenta a cobrança do IPVA.

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Diante disso, do ponto de vista didático, parece mais apropriado reproduzir o disposto na Constituição de forma separada, comentando ainda todos os incisos, onde poderá proporcionar um melhor detalhamento, tecendo ainda considerações de caráter explicativo, embora por algumas vezes é necessário que seja disposto um entendimento controverso em matéria tributaria com demais estados membros, e ainda principalmente em questões de controvertidas e de maior complexidade.

Para tanto, vamos separar todos os componentes existentes na tributação do ICMS para um melhor entendimento acerca das diversas definições aplicadas ao artigo 155, II da Constituição Federal, para tanto inicia-se como o termo:

MERCADORIA: Para o ICMS, o termo, MERCADORIA, representa seus aspectos central, embora seja complementado por outros também de importância relevante, e para tanto e necessário o conhecimento de seu conceito, o conteúdo e ainda o alcance.

Às coisas moveis, objeto de circulação comercial são denominadas de MERCADORIAS, e ainda é necessário dizer que existe outras coisas móveis que não são consideradas mercadorias para fins de tributação. Portanto, a diferença entre estas mesmas mercadorias e outras coisas que não são mercadorias refere-se no fato de sua DESTINAÇÃO.

A respeito dessa temática, o Regulamento do ICMS, tem a oportunidade de se manifestar adotando conceitos de tributaristas de renome nacional os quais denominaram que A COISA, enquanto se acha na disponibilidade do industrial que a produz, chama-se PRODUTO manufaturado ou artefato: passa a ser MERCADORIA logo que é objeto de comércio do PRODUTOR seja industrial ou rural ou ainda do comerciante por atacado ou no varejo, que a adquire para revender a outro comerciante ou ainda a consumidor: portanto, deixa de ser mercadoria logo que sai da circulação e se acha em poder do CONSUMIDOR.

Para ser fato gerador do ICMS, há necessidade de que as operações sejam realizadas com habitualidade e com fins comerciais, apesar que infelizmente no Regulamento de ICMS, há o entendimento de que a venda de bem do ativo fixo de empresa por um lapso temporal É SIM, fato gerador do ICMS. Nesse caso seria deveras uma medida muito salutar haja vista que o comerciante poderia adquiri produtos para seu ativo fixo e sem a utilização dos mesmos poderia dispor em um lapso temporal bem pequeno comercializar a mercadoria sem o devido pagamento do referido imposto.

Contudo, se a venda fosse realizada por um comerciante que, em virtude de ter como atividade (única ou entre outras) a venda ou revenda de bens usados, com habitualidade, consistiria em operação mercantil, em que o bem seria “mercadoria”, incidindo, então o ICMS.No COMODATO, onde podemos conceituar como sendo um empréstimo gratuito de bens infungíveis, por exemplo maquinas, não se considera operação com mercadoria (porque o bem deixa de ser mercadoria loque que sai de sua circulação e se acha em poder do

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consumidor – n caso, o COMODANTE), a teor do regulamento “não constitui fato gerador do ICMS a saída física de maquinas, utensílios e implementos a titulo de comodato”.

Na transferência de BENS DE USO OU CONSUMO, ou seja, impressos para uso próprio da empresa, material de propaganda, material de escritório e outros da mesma natureza, que são transferidos de um estabelecimento para outro do MESMO titular, também não pode haver a incidência do ICMS, por já encontrarem em mãos do consumidor final, (por exemplo, com a matriz que transfere para a filial), e mesmo porque inexiste finalidade comercial de compra para revender com a finalidade lucrativa.

Percebe-se como magistralmente o ilustre tributarista Dr. Vittorio Cassone com muita propriedade descreve a definição de MERCADORIA, pois percebe que o conceito de “mercadoria” e a questão de “habitualidade” são muito importantes para se determinar a incidência ou não incidência, embora por vezes, em questões complexas ou inusitadas, existe o confronto com outros elementos que devem ser tomados como consideração.

Veja-se, por exemplo, que na pratica muitas pessoas físicas em virtude do desemprego ou outros fatores põem em disponibilidade uma “garagem” da casa ou outros local qualquer para vender produtos de perfumaria, limpeza, armarinhos higiene, etc e em vista de efetuar trais transações com habitualidade mesmo sem o devido registro na Junta Comercial, são contudo, comerciantes de “fato” onde pratica atos de compra e venda com “mercadorias”. A questão social da necessidade de sobrevivência é outro fator alheio ao regulamento do ICMS. Contudo, podemos afirmar que trata-se de contribuintes do ICMS independente do registro ou não, e deve verificar se a lei concede isenção ou tributação reduzida, pois como exemplo pratico podemos citar o regime do Super Simples, o ainda verificar a condição de garantido integral, mesmo na hipótese de serem pequenos comerciantes.

Entretanto, a pratica habitual desses negócios implica que o fisco estadual poderá exigir o cumprimento da Obrigação acessória que seria o seu registro como contribuinte mesmo que seja uma inscrição estadual como é o caso especifico do ambulante, pois este pode não ser registrado na Junta Comercial, porém deve inscrever-se como contribuinte, como também é o caso do produtor rural.

Porem, se uma pessoa física adquire adquire 03 peças de roupas, tais quais camisas ou sapatos para uso particular sem a intenção de revenda comercial e depois observando que um dos materiais não lhe coube e o revende para outra pessoa física, numa revenda não constante ou seja, não habitual, logo entendemos que a peça revendida mão se trata de uma mercadoria, logo entende que o fato de revender não se considera à hipotes de incidência do ICMS.

REGRA MATRIZ CONSTITUCIONAL

A constituição de 1988, estabelece com relação ao ICMS, aquilo que denomina-se de Regra Matriz, o qual permite um melhor conhecimento acerca do referido

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imposto, e ainda vem expressamente prevista pela Carta Magna, no seu disposto no artigo 155, II que diz:

Artigo 155 – Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir imposto sobre:I – ....................................................................;II – Operações relativas a circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação ainda que as operações e prestações se iniciem no exterior.

Para que seja esmiuçado tal dispositivo, se faz necessário que seja fragmentados as diversas etapas em que dispõe a Regra Matriz; pois, logo se vê que são tributadas todas as “operações” de circulação de mercadorias, desde a fonte de produção até chegar às mãos do consumidor final o qual será descrito abaixo:

1. em primeiro plano salienta as operações relativas a circulação de mercadorias, ainda que si iniciem no exterior;

2. ainda pode ser observado a prestação de serviços de transportes interestadual, intermunicipal, ainda que seja iniciado no exterior.

3. finalmente vale ressaltar as prestações de serviços de comunicação ainda que iniciem no exterior.

Como pode ser observado a condição básica para todas estas etapas esta no fato de que INICIEM NO EXTERIOR. Pois, essa é a regra-matriz do ICMS, e com base neste instituto a Lei Complementar, define o fato gerador do ICMS, a partir de uma autorização expressa na Carta Magna no seu disposto no artigo 146, III, a que determina:

Artigo 146 – Cabe a lei complementar:

III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:

A – definição de tributos e de suas espécies bem como relação aos impostos discriminados nesta constituição, a dos respectivos FATOS GERADORES, base de calculo e contribuintes.

Atualmente, pode se dizer que a Lei Complementar 87/96, determina os fatos geradores bem como dispõe sobre a regra-matriz.

OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS:

A hipótese de incidência do ICMS tem como aspecto material fato decorrente da iniciativa do contribuinte, que implique movimentação física, ficta ou

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econômica, de bens identificados como mercadorias, ou seja, desde a fonte de produção ate o consumidor final, ou seu consumo, tendo como exemplos os seguintes aspectos:

A) – como exemplo de movimentação FISICA, de mercadorias, pode ser determinado aquelas em que existe a circulação de mercadorias e de titularidade, nesse caso pode ser representado por um ato jurídico em que há o deslocamento físico de mercadorias: compra e venda, troca e doação etc..Nesse caso especificamente observa-se que existe sim uma troca de titularidade.

B) – na movimentação ficta, observa-se a circulação de mercadorias, porem SEM movimentação de titularidade, nesse caso verifica-se as transferências entre estabelecimentos do mesmo titular, ou seja, houve a circulação de mercadorias porém sem sair de um mesmo titular.

C) - na movimentação ECONOMICA, o que é diferenciado da FICTA, e que existe um ato pelo qual fica SEM a movimentação de mercadoria e com movimentação de titularidade, nesse caso o ato jurídico de transferência de propriedade, em que a mercadoria permanece no mesmo lugar. Para exemplificar podemos citar o fundo de comercio. Pois existe a venda da empresa, porem seu estoque continua no mesmo local.

Contudo, a incidência do ICMS nas operações denominadas de “transferências” tem ensejado algumas divergências acerca dos inúmeros entendimentos, pois como transferências as vezes pode ser interpretado como “simples deslocamento” de mercadorias de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte, pelo que se forem bens do ativo fixo, por exemplo efetivamente não incide.

Quanto a incidência do ICMS nas operações de transferências são expressa no artigo 12, I e demais operações podem ser todas visualizadas também no artigo 12 da Lei Complementar 87/96, ao estabelecer: “considera-se ocorrido o fato gerador do ICMS no momento da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular.

Nesse caso podemos verificar a reprodução desse dispositivo na Lei especifica do Estado de Mato Grosso onde a Lei 7098/98-MT, consolida as normas relativas ao ICMS – MT no seu artigo 3º que considera como fato gerador do imposto a seguinte hipótese:

Artigo 3º - Considera como ocorrido o fato gerador do imposto no momento:I – da saída da mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular.

Portanto, este dispositivo e mencionado ainda no artigo 2º inciso V da Lei 1944/89 – RICMS-MT.

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Observa-se que a incidência do ICMS ocorre mesmo que as operações se iniciem no exterior, contudo, será possível sabendo-se qual o espaço territorial do ICMS do estado de Mato Grosso, por exemplo, é contido dentro desse estado, ou seja, o fato gerador deve ocorrer dentro dos limites do território do Estado no caso especifico o Mato Grosso.

Logo, efetivamente, poderia até suscitar duvida se o regulamento estivesse contido em norma infraconstitucional, e não no bojo da Constituição, em virtude da extraterritorialidade não permitida. Entretanto, no momento em que a mercadoria é desembaraçada em Cáceres por exemplo, ou ainda outro ponto qualquer do território do Estado de Mato Grosso, e ela nacionalizada, e o fato gerador é caracterizado no momento do desembaraço aduaneiro das mercadorias importadas do exterior tal qual determina o Inciso IX do artigo 12 da LC 87/96.

Sendo assim o fato gerador da operação que vai do pais exportador para o território do Estado de Mato Grosso ocorrerá quando a mercadoria é aqui no território aduaneiro desembaraçada recolhendo-se o ICMS devido, e se o importador destinar essa mercadoria a comercio, a saída configura fato gerador do imposto dando direito ao credito do imposto recolhido por ocasião do desembaraço, em virtude do principio basilar que norteia o ICMS que é denominado da Não Cumulatividade do ICMS, que neste caso especificamente é auto aplicável.

Finalmente, vale ressaltar que a norma de incidência é valida, à medida que a tributação não recai na extraterritorialidade, mas num ponto do território nacional (do estado membro da Federação), sendo este o elemento de conexão que autoriza a incidência, ao converter uma inicial extraterritorialidade para uma territorialidade definitiva.

SERVIÇOS DE TRANSPORTES INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL.

Antes de adentrar nesta seara necessário se faz descrever a representatividade do vernáculo denominado “serviços”, pois existe uma gleba imensurável de serviços a serem especificados, porem quanto ao ICMS, ele e bem especifico quando diz, serviços de TRANSPORTES, e ainda resumo expressivamente pois trata-se INTERESTADUAIS E INTERMUNICIPAIS, e ainda determina serviços de comunicações, contudo, e bem expressivo observar que DESDE QUE INICIE NO EXTERIOR.

Contudo, a questão tem que ser bem entendida. Por exemplo, se o estabelecimento comercial transporta mercadorias própria por meio de seu próprio veículo, para sua filial, normalmente consistiria num serviço "para si próprio", mas em face do princípio da autonomia dos estabelecimentos conforme disciplina a LC n° 87/96 no seu art. 11, § 3°, II, que determina: (grifo nosso)

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Art. 11. O local da operação ou da prestação, para os efeitos da cobrança do imposto e definição do estabelecimento responsável, é:...............................................................................................................................§ 3º Para efeito desta Lei Complementar, estabelecimento é o local, privado ou público, edificado ou não, próprio ou de terceiro, onde pessoas físicas ou jurídicas exerçam suas atividades em caráter temporário ou permanente, bem como onde se encontrem armazenadas mercadorias, observado, ainda, o seguinte:...............................................................................................................................II - é autônomo cada estabelecimento do mesmo titular;

Nesse caso especificamente podemos considerar como sendo serviço prestado da matriz para filial, incidência do respectivo imposto, mesmo porque se for interestadual ou intermunicipal existe nesse caso a incidência do ICMS, e se for dentro do mesmo município devemos observar e recolher o ISS, conforme determina o Decreto-Lei n° 406/68, com alterações sofridas pela Lei Complementar 113/2000.

Quanto aos serviços, envolve também a dualidade de pessoas, pois a rigor pode haver serviços para atender a si próprio, como seria o caso de um pintor que pinta sua própria residência, ou mesmo uma industria que por seus empregados, efetua serviços de manutenção interna. Nesse caso, porem o termo serviço é utilizado impropriamente, ou em sentido amplo, por isso a Constituição poderia ate mencionar que o serviço prestado para si próprio esta sujeito a este ou aquele imposto, conforme o caso, entretanto não existe manifestação acerca desses serviços, logo deve tomar o termo em seu aspecto jurídico-tributário significativo de envolver a dualidade de pessoas, ou seja o prestador dos serviços e o tomador dos serviços.

Outros aspecto relevante seriam alcançados os serviços de transportes interestadual ou seja entre dois estados membros diferentes, e intermunicipal entre dois municípios do mesmo estado, sendo assim, por exclusão os serviços de transportes que serviços de transportes praticados dentro do próprio município ou seja, Inframunicipal deixa fora do campo de incidência do ICMS esta ultima modalidade, por si tratar de transporte efetuado somente nos limites do território do município, onde deverá sim pagar ao município onde está estabelecido a empresa o imposto Municipal denominado de ISS., ou seja, Imposto Sobre Serviços.

Como exemplo pratico podemos mencionar quando os empresários A e B contratam um transporte do Município C ao município D, nesse caso, pouco importa que uma etapa tenha sido cumprida no município C, onde após baldeação, seguiu para o município D. Portanto, nesse caso o serviço não pode ser fracionado e nem dividido, para fazer com que haja incidência somente do ISS, pois no transporte infra-municipal (dentro do Município) e o ICMS no restante do transporte. Incidirá tão somente o ICMS sobre a totalidade do transporte efetuado.

Finalmente, vale ressaltar que a expressão “ainda que as prestações se iniciem no exterior” também são válidas e tem as mesmas considerações feitas ou mesmo aplicadas ao caso acima citado.

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SERVIÇOS DE COMUNICAÇÕES:

As prestações de serviços de comunicação também constam os ditames “ ainda que as prestações se iniciem no exterior, conforme preconiza o disposto no artigo 155 IV, e ainda a Lei Complementar 87/96, pois nestes dispositivos podemos completar da seguinte forma:

“prestações onerosas de serviços de comunicação por qualquer meio, inclusive a geração,emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e ampliação de comunicação de qualquer natureza, conforme dispõe o artigo 2º inciso III da lei complementar 87/96”

Nesse caso especificamente ainda há de se ressaltar a EC 42 DE 19/12/2003, para estabelecer a não incidência “nas prestações de serviços de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita”. Nesse caso é estabelecido o que vem disposto no artigo 155, § 2º, X, d, da Carta Magna. Finalmente, não podemos olvidar que a primeira observação que deve ser efetuado, e a condição premente da natureza ONEROSA ou NÃO, pois nesse caso cumpre informar que tais prestações necessariamente deverão ser onerosas, pois as prestações de serviços gratuitos não podem sofrer incidência. Pois este serve inclusive como alerta a todos os leitores, pois devem sempre observar esse quesito que é de vital importância, pois na quase totalidade dos casos, tudo aquilo que não importa em ONUS, esta isento ou existe a não incidência tributaria dos impostos em especial o ICMS.

TELEFONE CELULAR - HABILITAÇÃO

Em virtude do que foi discorrido sobre o vernáculo “serviço” não existe possibilidade do ICMS incidir sobre o preço publico ( ou taxa, conforme a natureza jurídica da entidade) cobrado na habilitação de telefone celular, pois tal cobrança é feita no âmbito de uma etapa anterior a prestação de serviços propriamente dita. É, em outras termos, etapa preparatória para a prestação de serviços de comunicação, e mesmo porque o artigo 2º nos seu § 1º , II da LC 87/96, não inclui essa situação como fato gerador passível do ICMS, pelo que os Estados, ao instituir o ICMS sobre as prestações de serviços de comunicação, não podem ir alem da definição dada pela Lei Complementar, e nem seria o caso a ser estabelecido pela LC nº 87/96, pois em hipótese alguma esta Lei poderia fazê-lo.

Nesse caso, pode ate surgir ate questionamento acerca dessa isenção, ou não incidência tributária do ICMS, entretanto, cumpre informar que tal beneficia se deve ao fato de configurar em alguns casos a bi-tributação, ou o BIS-IN-IDEM, pois ao tratar como tarifa, poderá surgir uma cobrança de um tributo sobre outro da mesma origem onde pode configurar este choque entre a dupla tributação da telefonia celular.

DA EXTRATERRITORIALIDADE / TERRITORIALIDADE.

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Ao mencionar a EXTRATERRITORIALIDADE, a Lei Complementar n° 87/96 estabelece que o ICMS incide também sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação tenha iniciado no exterior, conforme determina no seu disposto no (art. 2°, § 1°, II). Nesse caso especificamente, vale uma ressalva, ainda que os serviços prestados a diversos não incida o ICMS, e mesmo porque o art. 2°, § 1°, II, da LC n° 87/96 não inclui essa situação como fato gerador possível do ICMS, quando em sua primeira parte menciona (serviço prestado no exterior), tendo portanto, assim o cunho de natureza inconstitucional, pois nesse caso entende-se que vai muito além da regra matriz do ICMS, e que implica em uma extraterritorialidade, que determina, que um pais não pode interferir nas ações de outros.

Portanto, quando é mencionado sobre a TERRITORIALIDADE, pode ser verificado que enquanto para os serviços de transportes a Constituição especifica que se referem aos interestaduais e intermunicipais, para as comunicações não existe essa especificação, pelo que não cabe ao leitor distinguir. O ICMS poderá recair também sobre as comunicações infra municipal, haja vista que a Constituição no seu dispositivo expresso pelo artigo 156, III, menciona e delega a competência aos municípios para instituir o ISS de qualquer natureza desde que “não compreendidos no artigo 155, II.

Logo deve ser observado que todo serviço de comunicação, que esteja expressamente definido na Lei Complementar 87/96, poderá estar sujeito à incidência do ICMS, desde que tal definição tenha sido adotada, parcial ou integralmente, pela lei estadual ou distrital, necessária em observância aos princípios basilares do Direito Tributário que seria do da Legalidade e da tipicidade fechada. Finalmente, como pode ser verificado, quando não houver a disposição determinada na LC 87/96, este encargo é remetido diretamente ao Estado Membro que instituiu o ICMS de sua respectiva competência.

DA NÃO CUMULATIVIDADE

Quanto a denominada NÃO CUMULATIVIDADE, trata-se de um princípio constitucional tributário extensivo ao ICMS que juntamente com os impostos federais denominados de IPI e de competência residual que dá o direito do contribuinte abater o crédito destacado em documento fiscal que venha destacado o ICMS no caso uma nota fiscal de compra, e desde que tenha como característica a compra e venda de mercadorias.

No ICMS temos esse princípio que vem devidamente consagrado na Constituição Federal que é mencionado no art. 155, § 2°, que diz:

Art. 155 – Compete aos Estados, e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

§ 2°. O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:

I- será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro Estado ou pelo DF.

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O aspecto central desse dispositivo define que o ICMS será não-cumulativo. Distingue-se da cumulatividade, tendo em vista que nesse sistema o imposto incide, em cada etapa, sobre a totalidade do valor das mercadorias sem nenhum abatimento.

Para exemplificar o princípio da não-cumulatividade, vamos conferir o desenvolvimento da transação realizada com três contribuintes, que automaticamente são revendedores de mercadorias e produtos tributados e atingidos pelo ICMS, até chegar ao consumidor final:

EMPRESA Nº 01Preço de Venda: R$ 1.000,00

Alíquota aplicável: 10% Demonstrativo do Imposto a ser Destacado Valor Creditado Valor Debitado /Calculado Imposto a Recolher -0- 100,00 100,00

EMPRESA Nº 02Preço de Venda: R$ 1.500,00

Alíquota aplicável: 10% Demonstrativo do Imposto a ser Destacado Valor Creditado Valor Debitado /Calculado Imposto a Recolher 100,00 150,00 50,00 EMPRESA Nº 03Preço de Venda: R$ 2.000,00

Alíquota aplicável: 15% Demonstrativo do Imposto a ser Destacado Valor Creditado Valor Debitado /Calculado Imposto a Recolher 150,00 300,00 150,00

Como pode ser observado nessa simulação observamos que houve o desconto em todas operações, ou seja na empresa 1, não tem aproveitamento de credito, e a empresa paga R$ 100,00 (cem reais) e ao repassar para a empresa 2, não teria fundamento algum tributar na totalidade da operação então a empresa 02 aproveita o credito de R$ 100,00 (JÁ PAGO ANTERIORMENTE), e deve pagar somente o valor de R$ 50,00 que resulta exatamente na diferença entre o valor creditado e o valor debitado, e admitindo que a empresa 2 seja também revendedora, esta venda a empresa 3, que deverá aproveitar R$ 150,00, tendo portanto que pagar somente a diferença, uma vez que a alíquota foi maior nesse caso, onde resultou um debito a favor da Fazenda Publica em R$ 150,00.

Finalmente, é salientado que as alíquotas são valores hipotéticos, e adota-se 10 e 20% para facilitar o entendimento de todos acreca desse principio que é denominado da Não Cumulatividade, que tem como fito aquele de evitar também o dito

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efeito cascata dos impostos, e veda assim também os institutos da BiTributação ou mesmo do BIS-IN-IDEM.

Mesmo atendendo a este dispositivo, o que pode ser averiguado que sempre irá promover uma exação fiscal exacerbada principalmente ao consumidor final, uma vez que mesmo sendo não cumulativo, este imposto encarece demasiadamente os produtos e as mercadorias colocadas a venda.

Com base no exemplo acima, caso o ICMS fosse cumula tivo (ou cascata) teria recolhido o imposto total no valor de R$ 550, correspondentes à soma dos valores lançados a débito nas três etapas. Sendo não cumulativo, como é o caso, o total do imposto recolhido pelos três estabelecimentos é de apenas R$ 300, ou seja, importância debitada na última operação, e que foi custeada pelo consumidor final.

ISENÇÃO OU NÃO INCIDENCIA: VEDAÇÃO DE CRÉDITO

Para adentrar ao tema é necessário mais uma vez expressar os ditames do artigo 155 § 2º no inciso II que dispõe sobre:

Art. 155 – Compete aos Estados, e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

§ 2°. O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:

II – a isenção ou não incidência, salvo determinação em contrario da legislação:

a. não implicará credito para compensação com montante devido nas operações ou prestações seguintes;

b. acarretará a anulação do credito relativo às operações anteriores.

Neste exemplo que fora citado acima ou seja no item anterior, expresso no Item da Não cumulatividade, implica em dizer que se a mercadoria saída da empresa 3 for ISENTA, o crédito do ICMS escriturado em seu livro fiscal, contra o Estado, relativamente à aquisição que fez da empresa 02, deverá ser estornado, devido sua peculiaridade que seria a ISENÇÃO.

SELETIVIDADE DO ICMS

Ao falar em Seletividade, alguns entendem que trata de um princípio Constitucional Tributário, e outros dão um tratamento como se fosse uma característica do Imposto, e necessário dizer que ambos os questionamentos tem seu cunho de verdade, pois é deveras uma característica e vem preceituado na própria Constituição Federal. Quanto à

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seletividade do ICMS podemos afirmar e verificar que o artigo 155, § 2°, III, estabelece o seguinte:

Art. 155 – Compete aos Estados, e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

§ 2°. O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:

III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e serviços

Como pode ser observado, esta é uma das novidades trazidas pela Carta Magna de 1988. Essa seleção é feita diretamente pela lei do respectivo Estado na fixação de alíquotas diferenciadas para certos produtos ou serviços para valores maiores ou menores - com base na sua seletividade em função de sua essencialidade.

Nesse caso afirma-se que quanto maior a essencialidade do produto, menor é alíquota aplicada, e no caso contrário, ou seja, quanto menos essencial o produto, a mercadoria ou o serviço prestado, maior será a alíquota do Imposto, aplicando-se esta sempre na razão inversa da sua essencialidade. Como exemplo, deve ser citado, o caso dos produtos da cesta básica, pois devido a sua necessidade, e sua finalidade em atender a uma maior camada da sociedade sua alíquota é reduzida, e os produtos considerados supérfluos possuem uma alíquota maior, devido ao fato de atingir a uma classe mais abastada.

Assim, sendo diante disso, as mercadorias e serviços essenciais requerem alíquota menor, e ao menos essenciais fixam-se alíquotas maiores. Não paira quaisquer duvidas quanto a esse critério, extraído da própria Constituição Federal, mas o problema não reside neste fato, pois será uma questão de conceituação daquilo que é mais essencial, ou do que é menos essencial e do que seria supérfluo.

Enfim, a titulo de uma ajuda aos leitores, e bom que ele tenha o critério de analisar alguns produtos que são considerados supérfluos, e que nesse caso especificamente, poderão apresentar alíquotas maiores do que as demais, como é o caso de bebidas alcoólicas, cigarro, perfumes, principalmente importados, motocicletas, asas deltas, embarcações de esporte e recreios, armas, munições, jogos eletrônicos e outros produtos, e quanto aos de maior necessidade temos, arroz, feijão, pão sal e demais produtos da cesta básica, bem como a energia gasta em conformidade com o consumo. No estabelecimento de alíquotas, os Estados devem observar o que dispõe o sendo federal por meio de resolução e nos termos da Constituição Federal.

ALIQUOTAS

Quanto às alíquotas estão elas preconizadas na Cons tituição Federal no seu art. 155, § 2° inciso IV que determina:

Art. 155 – Compete aos Estados, e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

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§ 2°. O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:

IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de 1/3 dos senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação.

Nesse caso podemos observar que a Resolução n° 22/ 89 fixou alíquota de 12% nas operações interestaduais, salvo nas operações e prestações realizadas nas Regiões Sul e Sudeste destinadas às Regiões Norte/Nordeste e Centro-Oeste e ao Estado do Espírito Santo, fixada em 7% a partir de 1990. Para operações de exportação, fixou a alíquota de 13%. A Resolução nº 95/96 fixou a alíquota de 4% na prestação de transporte aéreo interestadual de passageiro, carga e mala postal.

No caso em pauta é notado que além das resoluções do Senado, é delegado aos Estados-membros, que especificamente no Estado de Mato Grosso que estabelece em seu regulamento do ICMS, Lei n° 7.098/98, no seu art. 14, que institui as seguintes alíquotas:

I - 17% (dezessete por cento) ressalvadas as hipóteses expressamente previstas nos incisos:

a) operações realizadas no território do Estado;

b) nas operações interestaduais que destinem mercadorias a consumidor final na contribuição do imposto;

c) nas importações de mercadorias ou bens do exterior;

d) nas prestações de serviços de transporte realizadas no território do Estado, ou quando iniciadas no exterior; e) nas prestações de serviços de transporte interestadual destinadas a não-contribuinte do imposto.

II - 12% (doze por cento):

a) - nas operações que destinem mercadorias à contribuintes estabelecidos em outra unidade da federação."

Pode ser observado que o Estado de Mato Grosso não sujeita a Resolução n° 22/89, uma vez que nas operações interestaduais ele admite e exige a alíquota de 12% para todos os outros Estados-membros.

Para ingressar especificamente e de forma esmiuçada na legislação do Mato Grosso, deverá ser obserfvado alguns dispositivos da LC n° 87/96 que dispõe sobre o ICMS cobrado nos Estados-membros para um melhor entendimento e compreensão.

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Finalmente, há de ser ressaltado que a Carta Magna, FACULTOU, ao Senado Federal (que politicamente, representa os Estados Federados) o estabelecimento de alíquotas nesses termos:

Art. 155 – Compete aos Estados, e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

§ 2°. O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:

V – é facultado ao Senado Federal:

a. – estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovado pela maioria absoluta de seus membros;

b. – fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta aprovada por dois terços de seus membros.

Neste dispositivo deve deixar bem claro que na ausência da fixação de tais alíquotas através das Resoluções do Senado, os Estados poderão estabelecê-las no âmbito das respectivas competências, conforme delega o disposto no artigo 155, II da Carta Magna.

Art. 155 – Compete aos Estados, e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

§ 2°. O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:

VI – salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso XII, g, as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais.

VII – em relação às operações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á:

a. a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto;b. a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele:

VIII – na hipótese da alínea a do inciso anterior, caberá ao Estado da localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual.

Neste dispositivo, observe que o inciso VI, tal como a letra b do inciso V, tem como finalidade evitar a “Guerra Fiscal” que atualmente esta sendo travada ou poderá ser deflagrada entre os Estados membros e o Distrito Federal, uma vez que o ICMS é imposto de sua competência.

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Na hipótese da letra “a” o destinatário localizado no Estado “B” se credita do imposto destacado (e cobrado) pelo remetente localizado no Estado “A”, cabendo ao Estado “B” a diferença entre as alíquotas interna (onde fora debitado pela saída que deverá ser procedida pelo Estado “B”) e a alíquota interestadual (creditada em vista da mercadoria recebida do Estado “A”).

Finalmente, vale mencionar que na hipótese da letra “b” do dispositivo supra citado, o destinatário não se credita do imposto, por inexistir subseqüente saída tributada.

REGRA MATRIZ COMPLEMENTAR Para estabelecermos a Regra Matriz do ICMS de forma complementar é necessário que seja iniciado com a citação do dispositivo estabelecido na Carta magna no seu disposto no artigo 155, § 2º inciso IX que determina:

Art. 155 – Compete aos Estados, e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

§ 2°. O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:

IX – incidirá também:

a. – sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicilio ou estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço

b. – sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios.

A alínea “a” do disposto acima, sofreu alteração através da EC 33 de 11/12/2001, pois na vigência da redação anterior o Pleno do STF decidira que importação de mercadoria por pessoa física era contemplada pela NÃO INCIDÊNCIA. Atualmente, com a redação alterada pela respectiva EC 33 quaisquer entradas mesmo que seja de bem ou mercadoria desde que importados mesmo sendo por pessoa física e principalmente a jurídica, estão sujeitas ao pagamento do ICMS correspondente.

Assim, sendo enquanto a regra matriz na qual esta disposto no artigo 155, II esta por sua vez, refere-se a operações INTERNAS ou seja exclusivamente dentro do território nacional, que requerem habitualidade e com função comercial, entretanto, vale ressaltar mais uma vez que uma venda em caráter eventual por uma pessoa física não pode caracterizar fato gerador do ICMS, devido ao fato de ocorrer de forma esporádica, contudo, essa segunda disposição de regra matriz que poderá ser denominada de

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COMPLEMENTAR expressa no artigo 155, II elege como fato gerador quaisquer importações, mesmo que esporádicas.

DA NÃO INCIDÊNCIA TRIBUTARIA DO ICMS

Ao iniciarmos quaisquer explanação acerca do ICMS, não podemos olvidar de sempre invocarmos os dispositivos apresentados na Carta Magna, uma vez que os Regulamentos do ICMS, pertinente a qualquer ente da Federação deve ser calcado na Constituição haja vista ser esta a Lei maior, como já dispusemos no inicio do referido estudo, portanto, diante da não incidência deve ser apresentado o disposto no artigo 155, § 2º inciso X CF/88 que determina:

Art. 155 – Compete aos Estados, e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

§ 2°. O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:

X – NÃO incidirá

a. – sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;

b. – sobre operações que destinem a outros Estados, petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados e energia elétrica:

c. – sobre o ouro, nas hipóteses definidas no artigo 153, § 5º;d. – nas prestações de serviços de comunicação nas modalidades de radiodifusão

sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita

Diante da disposição legal determinada pela Carta Magna, e que é objeto de observação em todos os regulamentos de ICMS, inclusive o o Estado de Mato Grosso, no capitulo da Não Incidência, verifica-se que o ICMS não incidirá sobre operações que destinem ao exterior produtos industrializados, mas não sobre aqueles relativos aos serviços de transportes interestadual e intermunicipal, embora também haja a incidência sobre os produtos semi-elaborados, exceto sobre aqueles que eventualmente venha estabelecidos em lei complementar. Contudo, a Lei Complementar 87/96, em vez de definir os produtos semi-elaborados sobre os quais poderia incidir o ICMS, optou o legislador a submetê-los a não incidência conforme esta devidamente disposto no artigo 3º inciso II da referida lei.

Em relação ao ouro quando definido em lei exarada pela União, que especifica o que seria ativo financeiro ou mesmo instrumento cambial, estes por sua vez são tributados somente pelo IOF, entretanto, quando fugir a essa regra, ou seja, considerado produto ou mercadoria para transformação, deverá sim incidir o ICMS. Existe contudo outra hipótese que deverá ser mencionado para que haja um entendimento pacifico e lógico, que seria o caso da incidência do ICMS na sua extração, e se em seguida for posto na

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qualidade de ATIVO FINANCEIRO com incidência do IOF, e posteriormente retornando a ser industrializado e / ou comercializado, NÃO ensejará, nesta operação, compensação do ICMS com o ICMS que incidirá na operação de extração, em vista de ter sido interrompida a operação de circulação, haja vista que neste intermédio houve já a incidência do IOF, onde entende-se houve uma descaracterização de circulação em meio as transações, e ainda vale mencionar que não há ainda a ofensa ao principio da não – cumulatividade, nos dizeres do ilustre Dr. Vittorio Cassone.

Quanto ao SOFTWARE, existe um entendimento passivo acerca da matéria, pois nesse caso trata-se de um bem incorpóreo, e quando se tratar de licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computador, existe uma decisão que dos ESTADOS NÃO podem fazer incidir o ICMS. Entretanto, não podemos olvidar que existe uma diferença nesse sentido, pois desde que exista a produção em massa de programas de computador (software) onde assim verifica-se que existe uma comercialização em grande escala do produto, nesse caso especificamente existe a cobrança do ICMS, devido a característica, pois passou a ser não eventual sua comercialização e venda, por isso entende que exista neste caso especificamente a hipótese de incidência do referido imposto estadual.

IPI - NA BASE DE CALCULO DO ICMS

Ao estudar tal matéria, sempre existe a necessidade de invocar o disposto expresso na carta magna, que determina em seu artigo 155, § 2º inciso XI que diz:

Art. 155 – Compete aos Estados, e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

§ 2°. O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:

XI – NÃO compreenderá em sua base de calculo o montante do imposto sobre produtos industrializados (IPI), quando a operação realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado a industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos.

Neste disposto podemos entende-lo da seguinte forma, a norma somente terá aplicação quando a operação esta sujeita ao IPI e ao ICMS. Assim, o IPI só não integrará a base de calculo do ICMS quando a operação apresentar os requisitos de forma cumulativa conforme descrição mencionada abaixo:

a. realizada entre contribuintes;b. é relativa a produto destinado a industrialização ou à comercialização;c. configure fato gerador dos dois impostos.

Nesse caso o que deverá ser vislumbrado, é que resumidamente NÃO integra a base de calculo do ICMS, quando o produto seja comprado para revenda,

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pois como exemplo, temos, a empresa atacadista compra da industria, nesse caso não existe a determinação do IPI como base de calculo para o ICMS devido ao fato que ambos são contribuintes, contudo se esta industria vende diretamente a um consumidor, neste caso existe a incidência da base de calculo sobre o IPI. Resumidamente, o que temos e que averiguar as três possibilidades ou requisitos acima citados, pois fora aos descrição acima, deverá o IPI integrar a base calculo do ICMS sim.

LEI COMPLEMENTAR ESPECIAL – COMPETÊNCIA

Apesar de ser um imposto de natureza Estadual, não foi deixada de lado, a interferência de uma Lei Complementar para dirimir, e definir alguns parâmetros acerca do ICMS, pois sendo assim tem como finalidade precípua aquela de evitar a pluralidade de entendimentos por parte de Estados membros e o Distrito Federal, pois, sendo assim a Carta Magna estabeleceu no seu disposto no artigo 155, § 2º XII e alíneas que diz:

Art. 155 – Compete aos Estados, e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

§ 2°. O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:

XII – cabe a Lei complementar

a. – definir seus contribuintes;b. – dispor sobre substituição tributária;c. – disciplinar o regime de compensação de imposto;d. Fixar, para efeito de cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local

das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;e. – excluir da incidência de imposto, nas exportações para o exterior, serviços e

outros produtos alem dos mencionados no inciso X, a;f. – prever casos de manutenção de credito, relativamente à remessa para outro

Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;g. – regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal,

isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados;h. – definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma

única vez, qualquer que seja sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b;

i. – fixar base de calculo, de modo que o montante do imposto integre, também na importação do exterior do bem, mercadoria ou serviço.

Nesse caso especificamente, deve ser notado que a principal mudança fora introduzida pela EC 33 que deu nova redação ao artigo 155 no seu § 3º que refere-se as operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados

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de petróleo, combustíveis e minerais do pais, e ainda acrescentou os §§ 4º e 5º versando sobre a mesma matéria.

Esta matéria foi completada pelo disposto no artigo 4º EC 33/2001, que alem dessa mudança determinou entre outras, as alterações nos dispostos dos artigos 149, 155 e 177 da Constituição Federal.

Art. 4º Enquanto não entrar em viro a lei complementar de que trata o art. 155, § 2º, XII, h da Constituição Federal, os Estados e o Distrito Federal, mediante convenio celebrado nos termos do § 2º XII, g do mesmo artigo fixarão normas para regular provisoriamente a matéria.

O que podemos observar em alguns momentos que as disposições dadas a esta lei complementar é diferente daquelas dadas a lei complementar do artigo 146 da CF, exatamente porque esta lei complementar esta determinando especificamente as particularidades do ICMS, enquanto que aquela disposta no artigo 146, genericamente expressa todo o sistema tributário nacional.

Portanto, o artigo 146 prevê a definição de contribuintes, mesmo assim a carta magna volta a dizer no dispositivo do artigo 155, que a lei complementar definirá contribuintes do ICMS, contudo, pode ate ser considerado repetitivo, mas tal cuidado não prejudica o entendimento.

A LEI COMPLEMENTAR 87/96

Pode ser observado que o Estado de Mato Grosso não sujeita a Resolução n° 22/89, uma vez que nas operações interestaduais ele admite e exige a alíquota de 12% para todos os outros Estados-membros.

Finalmente para ingressar especificamente e de forma esmiuçada na legislação do Mato Grosso, será revisado alguns dispositivos da LC n° 87/96 que dispõe sobre o ICMS cobrado nos Estados-membros para um melhor entendimento e compreensão, pois os aspectos primordiais da Lei Complementar n° 87/96, foram sendo referidos durante o exame das disposições constitucionais, porém, alguns outros pontos merecem destaque, tais quais os dispositivos do artigo 146, ratificado pelo disposto no artigo 155 § 2º inciso XII da Carta Magna, onde determina que: compete à lei complementar definir o fato gerador e outros requisitos que serão invocados posteriormente, porém será claramente extraído da Lei n° 87/96 e da própria Constituição Federal os inúmeros aspectos do fato gerador que será objeto de estudo no próximo capitulo e os demais elementos essenciais que serão também elencados no tópico posterior.

ASPECTO DO FATO GERADOR

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A luz do disposto no artigo 146 da Constituição Federal ele claramente determina através da definição de certos elementos em matéria tributaria que deverão ser aplicáveis ao ICMS, uma vez que como imposto também esta dentro do campo tributário.

Sendo assim seria de bom alvitre apresentar a todos os elementos extraídos da própria Lei Complementar 87/96, onde apresenta os seguintes aspectos do fato gerador proposto no dispositivo legal, ou seja, o artigo 146 da Constituição Federal, como segue abaixo:

ASPECTO DESCRIÇÃOPessoal a) Sujeito Ativo: Estados-membros e Distrito

Federal (CF, art. 155, II).b) Sujeito Passivo (LC n° 87/96).

Art. 4° Contribuinte é qualquer pessoa física ou jurídica, que realize com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadorias ou prestações de serviços de transportes interestadual e intermunicipal e de comunicações, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.

No - RICMS/MT - Lei nº. 7.098, consta o mesmo dispositivo no art. 16.

Espacial Território do Estado ou do Distrito Federal conforme já disposto no art. 155, II da Constituição Federal.

Temporal LC n° 87/96, determina no seu artigo 12 o seguinte:

Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

I- da saída da mercadoria de estabelecimento de contribuin-te, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular;

II - do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer estabelecimento;

III - da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazém-geral ou em depósito fechado, no Estado transmitente;

IV - da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que represente, quando a mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente;

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V - do início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal de qualquer natureza;

VI - do ato final do transporte iniciado no exterior;

VII - das prestações onerosas de serviço de comunicação, feita por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza;

VIII - do fornecimento de mercadoria com prestação de serviços:a) não compreendidos na competência tributária dos municípios;

b) compreendida na competência tributária dos municípios e com indicação expressa de incidência do imposto de competência estadual, como definido na Lei Complementar aplicável. Nota: Veja a LC n° 56/87;

IX - do desembaraço aduaneiro das mercadorias importadas do exterior;

X - do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no exterior;

XI -da aquisição ou licitação pública de mercadorias importadas do exterior apreendidas ou abandonadas;

XII - da entrada no território do Estado de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos, derivados de petróleo oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização;

XIII - da utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculado a operação ou prestação subseqüente.

Material Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transportes interestadual e intermunicipal e de comunicações, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. (observe o disposto no artigo 155, II § 2º , IX).

Qualificativo a) Base de cálculo: normalmente é o "valor da operação (veja LC n° 87/96 e lei estadual ou distrital competente);

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b) Alíquotas: variadas, em percentual fixo, que poderá ser seletiva em função da essencialidade das mercadorias ou dos serviços (CF, art. 155, 2°, III e IV ver ainda a lei estadual ou seja regulamento do ICMS do Mato Grosso).

Finalmente, averiguado que o quadro demonstrativo acima conceitua e destaca os pontos relevantes atinentes ao ICMS, com ele podemos observar a importância da LC n° 87/96 aonde veio normatizar os pontos essenciais do referido imposto, e delegou aos Estados-membros a sua competência, contudo sistematizando a forma de sua cobrança para que não viéssemos a ter uma guerra fiscal provocada entre os Estados membros e Distrito Federal em que viesse assumir proporções incontroláveis.

AUTONOMIA DOS ESTABELECIMENTOS.

Quanto a autonomia dos estabelecimentos a lei complementar 87/96 manifestou, onde o mesmo estabelece que “é autônomo cada estabelecimento do mesmo titular”, conforme preceitua o dispositivo no artigo 11 § 3º inciso II, assim também e considerado o veiculo usado no comercio ambulante e na captura dos pescados, exatamente como preceitua o artigo 11 § 3º inciso III da referida Lei Complementar.

Isto implica em dizer que cada estabelecimento é independente, sendo portanto apto a produzir os fatos geradores do ICMS, devendo adorar documentação fiscal própria, inconfundível com os documentos adotados pelo estabelecimento matriz e demais estabelecimentos do mesmo titular.

Portanto, não deverá ser confundido autonomia do estabelecimento e questões tais como o conjunto de notas fiscais ( com numero seqüencial de controle) impressas por autorização fiscal e distribuídas (divididas) entre os vários estabelecimentos do mesmo proprietário, para então serem utilizadas separadamente sendo numeradas sequencialmente a partir do numero 000.001 por meio de sistema mecanizado ou por qualquer outra espécie computadorizada.

ICMS “POR DENTRO”:

O disposto no artigo 13 § 1º inciso I da Lei complementar 87/96, reprisando base legal da lei complementar anterior conforme dispõe o (DL Nº. 406/68), que por sua vez também este decreto Lei já encontra alterado pela Lei Complementar 116/2003, e ainda com relação as alterações efetuadas pela LC 114/2002 onde altera as disposições acerca da Lei 87/96, onde existe ainda no disposto do art. 13 § 1º inciso I que estabelece que o montante do ICMS integra a própria base de calculo, fenômeno a que se da a denominação de cobrança do ICMS “por dentro”.

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Exemplo Pratico: Se um comerciante que vender uma mercadoria por R$ 200,00 (duzentos reais) que é o valor que ele pretende arrecadar, ou vender, sendo assim, deverá dividir esse valor por 83 e multiplica por 100, onde devera apurar um valor de R$ 240,96, que seria exatamente a base de calculo para que seja cobrado os 17%.

Exemplo: 1. - 200 : 83 = 2,4096

2. - 2,40960 x 100 = 240,96

3. - 240,96 x 17% = 40,96

4. – O valor a constar em Nota Fiscal será de R$ 240,96, e anotando-se a expressão ICMS já incluído de R$ 40,96 (17% sobre 240,96).

5. – Sendo assim a empresa deverá receber 240,96 e recolher 40,96 ao fisco estadual, ficando a empresa com 200,00, ou seja, exatamente o preço do produto.

Sendo assim, valor exemplificar outro valor correspondente a uma mercadoria que custa R$ 800,00 (oitocentos reais) e a alíquota do imposto seria de 12% , sendo assim teríamos a seguintes situação:

1. – 800,00 : 88 = 9,09090

2. – 9,09090 x 100 = 909,09

3. – 909,09 x 12% = 109,09

4. – O valor que deve constar na Nota Fiscal será de R$ 909,09, e anotando-se a expressão ICMS já incluso de R$ 109,09 (12% sobre 909,09).

5. – Sendo assim a empresa deverá receber R$ 909,09 e recolher 109,09 ao fisco estadual, ficando a empresa com 800,00, ou seja, exatamente o preço do produto.

Conforme os exemplos demonstrado acima, o que deve ser levado em consideração que o preço do produto sempre deve ser dividido por um numero que seria variável de conformidade com alíquota, ou seja se for 17% seria por 83 que é exatamente 100 – 17 = 83, entretanto se for 12% seria 88 que é 100- 12 = 88 e se for 13 seria 87 que é 100 – 13 = 87, e assim sucessivamente.

Esta modalidade de cobrança do ICMS é exatamente aquilo que ocorre com as contas de energia elétrica, por no caso da energia existe uma alíquota de 30% que é bastante elevada, levando em consideração o principio da Seletividade, pois no caso da energia nos temos a seguinte situação:

1 – 100,00 : 70 = 1,4285

2 – 1,4285 x 100 = 142,85

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3 – 142,85 x 30% = 42,85

4 – O valor que deve constar na conta de energia será de R$ 142,85, e anotando-se a expressão ICMS já incluso de R$ 42,85 (30% sobre 142,85).

5 – Sendo assim a empresa deverá receber R$ 142,85 do consumidor e recolher 42,85 ao fisco estadual, ficando a empresa com 100,00, ou seja, exatamente o preço do produto, e estando ainda exercendo a função de fiscal do Estado, uma vez que recebe antecipadamente do consumidor com a finalidade de posteriormente repassar tal valor ao fisco estadual, como ocorre em Mato Grosso.

Por incrível que pareça este critério vem sendo aplicado desde o Decreto Lei 406/68 no seu artigo 2º § 7º, e ainda é foi voto vencido, onde o STF declarou constitucional o calculo por dentro estabelecido pela Lei Complementar 87/96, nos seus dispositivos legais.

DESCONTOS INCONDICIONAIS .

Os descontos concedidos sob condição esta sendo determinado no artigo 13 § 1º, II, a da Lei Complementar 87/96 , onde dispõe que será integrado a base de calculo do ICMS.

Art. 13. A base de cálculo do imposto é:..............................................§ 1º Integra a base de cálculo do imposto. ................................................II - o valor correspondente a:

a) seguros, juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, bem como descontos concedidos sob condição;

Nesse caso observa-se que são descontos concedidos sob condição aqueles sujeitos a eventos futuros e incertos, por exemplo, relativos às datas de pagamento pela compra efetuada em 15 e 30 dias a que esta condicionado o percentual ou o valor a ser descontado. Entretanto, se o desconto é concedido no momento da emissão da nota fiscal sem que haja nenhuma condição o valor do desconto não integrará a base de calculo do ICMS, que seja ele mencionado na nota fiscal ou não, pois, nesse caso é conhecido de imediato a base de calculo, portanto não condicionando a um evento futuro, por isso existe a determinação da base de calculo no ato.

JUROS

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Quanto aos juros o artigo 13 § 1º inciso I da Lei complementar 87/96, esta expressamente disposto nesta base legal, uma vez que este mesmo artigo determina que os juros e demais importâncias pagas, recebidas ou debitadas, integram a base de calculo do ICMS.

Portanto, se por um lado o premio pago pelo seguro de MERCADORIA pode integrar a base de calculo do ICMS, entende que os juros fazem parte do outro campo de incidência tributaria, por ser matéria financeira, contudo, a discussão fisco ante o contribuinte é praticamente interminável.

Finalmente, devemos sempre lembrar de um aspecto relevante, se tal juro for inserido em nota fiscal, automaticamente entendemos que seria objeto de tributação por parte do ICMS, como é o caso especifico dos cartões de créditos, mais se não houver essa disposição, entenda-se que é deveras uma transação diversa da circulação de mercadoria, onde assim descaracterizava a incidência do imposto ou seja, ICMS.

CRÉDITOS DO ICMS:

Os créditos do ICMS já citados anteriormente quanto foi tratado da analise do principio da Não Cumulatividade, a Lei Complementar 87/96, inovou permitindo o credito escritural na entrada de mercadoria no estabelecimento, de bens do ativo permanente a partir de 01/11/96 conforme determina o disposto nos artigos 20 e 33, inciso III, e de uso e consumo, a partir de 01/01/2000, conforme determinou a Lei Complementar 92/97.

Nesse caso especificamente, se o bem do ativo permanente não for alienado no prazo de 5 (cinco) anos, o credito será considerado definitivo. Se alienado antes desse prazo, o credito efetuado deverá ser estornado na proporção de 20% ao ano, ou proporcionalmente 1% ao mês. Nesse caso a Lei Complementar nº 87/96, deixa a critério da Legislação Estadual para estabelecer condições e requisitos, pois no Estado de MATO GROSSO, esse prazo esta resumido a apenas 01 (um ) ano conforme dispõe na Lei e regulamento do ICMS.

Finalmente, ressalta que em relação à energia elétrica usada ou consumida no estabelecimento, a lei complementar permite que seja aproveitado seu credito desde que esta energia seja fruto e ainda esteja incorporado ao custo do produto como é o caso especifico nas industrias, sendo assim informamos que tal aproveitamento se deu a partir do artigo 33, inciso II da Lei Complementar 87/96.

Enfim, não será concedido direito a credito nas entradas de mercadorias ou utilização de serviços resultantes de operações isentas ou não tributadas ou que esteja ligados com mercadorias ou serviços fora da atividade da empresa. Portanto, em

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todos esses casos é necessário que seja observado as alterações trazidas pela Lei Complementar 102 de 11 de Julho de 2000.

ICMS DEVIDO NO DESEMBARAÇO ADUANEIRO,

O artigo 12 inciso IX da Lei Complementar 87/96 deixa aberto a possibilidade da lei Estadual exigir o pagamento do ICMS no momento do desembaraço aduaneiro da mercadoria importada do exterior, pois do disposto neste artigo determina:Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento:...................................................................................................................IX - do desembaraço aduaneiro das mercadorias importadas do exterior;

E relevante salientar que esta exigência se da devido ao fato de evitar a concorrência desleal que pode ser provocada no mercado interno, pois caso não haja essa exigência, os importadores teriam grande vantagem, uma vez que poderiam trabalhar com mais tempo para efetuar o pagamento do tributo, evidente que um Estado como o de MATO GROSSO, já exigia tal pagamento antes mesmo de sobrevir na Lei complementar 87/96, uma vez que é bem claro que deixa a liberalidade de o Estado membro e o Distrito Federal exigir ou não o pagamento do ICMS no desembaraço aduaneiro.

Capitulo – XII

IMPOSTOS MUNICIPAIS.

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Capitulo - XIII

REPARTIÇÃO TRIBUTÁRIA.

Em nosso ordenamento jurídico existe a referencia com relação às repartições das receitas sendo que este vocábulo repartir esta na conotação de dividir. Dessa forma, observa-se que a finalidade é a repartição ou a divisão das receitas arrecadadas pelos entes da federação através de seus tributos, ou seja, é aquilo que denominados empiricamente de divisão do bolo ou da receita tributaria, prestigiando aqueles ditos mais pobres, procurando assim corrigir as inúmeras distorções regionais.

Seria possível mensurar que tal repartição talvez não seja o sistema ideal, pois a União concentra em seus cofres a

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arrecadação dos principais impostos, bem como aqueles denominados de competência residual ou especial. No entendimento dos nobres professores Benedito Antonio Alves e Sebastião Edílson R. Gomes assim como alguns estudiosos da matéria seria de bom alvitre que houvesse uma certa descentralização tributária dando autonomia financeira aos entes federados, o que ocorre em outros ordenamentos, onde poderia provocar um desenvolvimento regionalizado, corrigindo a justa distribuição de renda onde provoca ainda a diminuição das disparidades regionais, o que também solucionaria as contendas existentes atualmente em busca de melhores condições ou mais participação no bolo da arrecadação, sem contar ainda a eliminação do vai e vem de recursos tributários, pois a centralização evitaria todo este aparato ou mesmo esta confusão. Atualmente, o Brasil conta com perto de 6.000 (seis mil) Municípios, e nesse estudo observamos que as receitas não são absolutas, pois, devera ser desvendada a existência de uma distribuição das receitas tributárias e estas estão inseridas dentro da Carta Magna/88, os quais podem demonstrar posteriormente em um quadro sinóptico para melhor entendimento e fixação. É, portanto de se notar que trata de transferências de Natureza Constitucionais, ou seja, obrigatórias, que diverge das transferências voluntárias que são firmados e pactuados através de convênios e outras beneficias.

Nesse caso poderíamos dizer que a Constituição foi de uma felicidade imensa ao determinar e delegar a competência tributaria a cada ente publico tais quais a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e não teria outra saída se não instituísse a distribuição desses impostos, onde essa mesma Lei maior procurou com muita propriedade normatizar tais distribuições o que é um tema de relevante importância.

As transferências Constitucionais são parcelas de recursos arrecadados do governo Federal e Estadual, mas que obrigatoriamente devem ser transferidas para os Estados, Distrito Federal e municípios. Portanto, observa-se que no Brasil atualmente estas mesmas transferências assumem duas formas distintas as quais relacionamos abaixo:

DIRETA: - é a participação direta em que os Entes públicos tem parcela da arrecadação de um ou mais impostos. A CF estabelece em seus

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dispositivos legais que o produto da arrecadação de determinado imposto parte dele lhe pertence e portanto e obrigatório o seu repasse, ou seja, deverá ser transferido obrigatoriamente para outro Ente: Exemplos: a) do ITR arrecadado pela União 50% (cinqüenta por cento) deverão ser destinados aos municípios onde o imóvel se localizar. Entretanto no caso do ITR a Emenda Constitucional nº 42 permite que o município opte, nos termos da lei, especificamente no artigo 158 inciso II, que reporta ao artigo 153 § 4º, III onde permite ao município a abarcar 100% (cem por cento) dessa arrecadação desde que este seja o responsável pela fiscalização e cobrança deste imposto federal. b) do IPVA os municípios receberão 50% (cinqüenta por cento) do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seu território; c) do ICMS arrecadado pelo Estado caberá aos municípios um percentual de 25% (vinte e cinco por cento) nos termos do artigo 158, IV CF. d) – o produto do imposto de renda e proventos de qualquer natureza incidente na fonte sobre rendimentos pagos a qualquer titulo por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem ou mantiverem, deverão ser repartidos aos Estados membros e no que tange ao município este por sua vez também pertencerá o município em que houve o desconto do referido imposto. Nesse caso devemos citar também o imposto que poderá ser instituído pela União nos termos do artigo 154, I, e que dará aos Estados membros uma participação de 20 inteiros da respectiva arrecadação. Portanto, não devemos olvidar o acréscimo determinado no artigo 159 inciso II, quando determina que o produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados deverá ser destinados 10% (dez por cento) aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados. E finalmente a inserção do inciso III pela EC 44/2004 onde determinou que o produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no artigo 177 § 4º , deverá ser destinado 29% (vinte e nove por cento) aos Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observado a destinação a que se refere o inciso II, do referido parágrafo, e há que se acrescentar que o produto da distribuição do inciso II e III, os Estados por sua vez deverão destinar 25% (vinte e cinco por cento) dessa arrecadação aos seus respectivos municípios. Enfim, como podemos observar trata-se de um caos, pois torna-se difícil o controle dessa receita e que deve por sua vez exercer uma forma de controle exageradamente bem qualificada, mesmo porque se não houver tal forma de controle é totalmente impraticável obter êxito ou mesmo controles que poderão atender as necessidades e aos anseios dos gestores públicos interessados e envolvidos no processo.

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INDIRETA: esta por sua vez representa a participação que ocorre quando as parcelas de um ou mais impostos são formadores dos denominados FUNDOS e que posteriormente os recursos segundo critérios determinados em Lei Complementar, são transferidos e repassados aos Entes beneficiados. Para ilustrar e demonstrar com maior clareza demonstramos abaixo o quadro que resume os principais fundos identificando ainda os recursos pelos quais são financiados ou extraídos. O Fundo de Participação dos Estados (FPE); - Fundo de Participação dos Municípios (FPM); - Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNE); - Fundo de Desenvolvimento do Norte (FNO); - Fundo Desenvolvimento do Centro Oeste (FCO); e o Fundo de Compensação pela Exportação de Produtos Industrializados (FPEX), todos eles são oriundos de recursos vindo da arrecadação dos impostos federais que são o IPI e o IR que correspondem a 47% (quarenta e sete por cento) de sua arrecadação. E isoladamente podemos demonstrar que 10% do IPI e que são destinados ao FPEX conforme demonstrativo do quadro sinótico abaixo:

FUNDOS RECURSOS/IMPOSTOS IMPOSTO RENDA

(IR) IPI

FPE 21,5% 21,5% FPM 22,5% 22,5% FNE 1,8% 1,8% FNO 0,6% 0,6% FCO 0,6% 0,6% TOTAL 47,0% 47,0% FPEX - 10,0% TOTAL GERAL 47,0% 57,0%

A distribuição do FPM para os municípios se encontra reguladas na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional da seguinte forma: 10% (dez por cento) são distribuídos nas capitais; 86,4% (oitenta e seis virgula quatro por cento) entre os demais municípios, e o restante ou seja 3,6% (três virgula seis por cento) é distribuído entre os municípios do interior que contam com mais de

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156.216 (cento e cinqüenta e seis mil e duzentos dezesseis) habitantes, isto em conformidade com o Decreto Lei 1.881 de 27 de agosto de 1981. onde vieram a regular a distribuição destes Fundos e ainda alterou as disposições existentes no artigo 91 do Código Tributário Nacional. Da mesma forma é utilizado para a distribuição e repartição do FPE, onde aplicam os coeficientes para o calculo do (FPM) Fundo de Participação dos Municípios. Para definir o coeficiente de cada município, o que é feito pelo TCU, considera-se o seu numero de habitantes com base no censo demográfico emitido pelo IBGE. Dessa forma é relevante que o município acompanhem a realização dos censos, pois, não são raras as vezes que existe disparidades, visto que o comparativo entre o numero de eleitores quase sempre distorcem do numero de habitantes, haja vista que tal diferença provoca imensos prejuízos, onde pode ainda causar a perda na receita.

O calculo do valor da cota dos Municípios é feito das seguinte forma: valor da cota do Município igual ao FPM, multiplicado pelo coeficiente individual, cujo valor será dividido pelo total do somatório dos coeficientes do município do Estado. Nesse caso o Município somente poderá alterar seu coeficiente se ocorrer alteração no seu numero de habitantes, o que será confirmado pelo IBGE através de recenseamento. Ocorrendo alteração da faixa populacional, o TCU será informado e procederá as alterações legais e cabíveis.

Dessa forma, se houver aumento do coeficiente de dado MUNICÍPIO, o valor de sua cota financeira também sofrerá aumento. Em contrapartida, a cota de todos os Municípios do Estado membro onde aquele situa conseqüentemente diminuirá. Ao revés, se houver diminuição no coeficiente, as cotas dos demais municípios certamente aumentará. Portanto, é por isso mesmo que quando se criam novos municípios em um determinado Estado, a cota do FPM dos Municípios já existentes diminui.

Com a Emenda Constitucional nº 14/96 foi criado o FUNDEF – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério. Este FUNDO ou seja, o FUNDEF foi regulamentado pela Lei federal nº 9.424/96, pois trata-se de um Fundo Especial, tendo como maior inovação a mudança estrutural de

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financiamento do Ensino Fundamental ( 1º Grau) no país, onde vincula uma parcela dos recursos a esse nível de ensino. Além disso a Lei procurou introduzir novos critérios para sua distribuição onde procura corrigir as distorções existente num país de extensão continental como é o Brasil, procurando utilizar dos recursos correspondentes, onde promove a partilha desses valores entre os Governos Estaduais e os Municipais de acordo com o numero de alunos atendidos em cada rede de ensino.

Este FUNDO (FUNDEF), é composto de diversos recursos, dentre eles podemos citar alguns FUNDOS e impostos federais e municipais de acordo com a descrição abaixo:

15% do FPE e do FPM 15% do IPI sobre as Exportações 15% do ICMS – DESONERAÇÃO – Preceito da Lei Kandir (LC

87/96) 15% do ICMS; Recursos Complementados pela União Federal.

O FUNDEF não possui personalidade jurídica própria, porque trata-se de um Fundo de natureza Contábil, e dessa forma possui algumas características próprias tais quais: 1. o ordenador, ou seja, o agente afiançado de despesa e responsável pela gestão do FUNDEF é o mesmo do órgão aplicador dos recursos: Prefeitos, Secretários de Municípios ou de Estados membros, conforme o caso ou a conveniência; 2. a prestação de contas do FUNDEF deve integrar a prestação de contas anunal dos órgãos aplicadores dos recursos e submetidos a julgamento pelos Tribunais de Contas respectivos. Finalmente, como podemos observar, esta repartição tributária efetuada de modo direto, da garantias aos Estados, Distrito Federal e aos municípios onde a sua base legal encontra preceituado no artigo 157 da carta magna é que fica com a seguinte disposição;

Para calcular os FUNDOS devem ser excluídos de sua base de calculo os valores do IR, IPI e incentivos fiscais e as restituições do IR.

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Nos termos do artigo 6º § 1º da Lei 4.320/64, esta por sua vez determina quer “ As cotas de receitas que uma entidade publica deva transferir a outra incluir-se-ão como despesa no orçamento da entidade obrigada e, como recita no orçamento da que as deva receber”. Por exemplo: Os recursos transferidos pela União aos Estados e Municípios a titulo de FPE e FPM devem ser incluídos no orçamento da União, na rubrica “DESPESA”, para ser mais exata uma DESPESA DE TRANSFERENCIA CORRENTE, e nos orçamentos de Estados e Municípios estes deve recepcionar esta verba na conta denominada de Receita, ou seja também considerado como uma RECEITA DE TRANSFERENCIA CORRENTES, pois, sendo assim facilita a consolidação das contas e os seus resultados.

Não podemos esquecer que os repasses desses recursos são feitos automaticamente para as contas correntes no Banco do Brasil dos Estados e Municípios, que fica de forma centralizada em apenas uma Instituição Financeira. As parcelas atinentes ao FPE, FPM, e ICMS – DESONERAÇÃO são creditadas diretamente pela União uma vez que a mesma é responsável por este controle. Aquelas não mencionadas acima ou seja as demais são creditadas pelo próprio Estado Membro. A distribuição dos recursos é feita adotando como base um coeficiente individual de participação estabelecido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), onde o referido órgão faz uma aferição no numero de alunos matriculados anualmente da primeira até a oitava serie do ensino de 1º Grau doravante denominado de ensino fundamental. Com base nesse coeficiente os Estados e Municípios receberão o FUNDEF mais ou menos do que contribuíram. Entretanto, quando este quociente resultante da divisão entre o montante da receita apropriada pelo Fundo e o numero de alunos matriculados na rede de ensino fundamental do Estado ou Município não alcançar o mínimo definido nacionalmente, a UNIÃO complementará o Fundo com recursos do seu orçamento no termos do artigo 6º da Lei 9.424/86, a qual determina a equalização para a posterior correção das distorções existentes entre as diversas regiões do país.

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RESUMO DO CAPITULO – XIII

PERTENCEM AOS ESTADOS E AO DISTRITO FEDERAL

01 - O produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos a qualquer titulo, por eles suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem.

02 – 20% (vinte por cento) do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe atribuída pelo artigo 154, I

03 – 10% (dez por cento) do produto do IPI proporcional ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados.

04 – 29% (vinte nove por cento) do CIDE - (Contribuição de intervenção do domínio econômico) cobrado principalmente sobre

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combustíveis.

05 – 30% (trinta por cento) do IOF cobrado sobre o Ouro nos termos do artigo 153, § 5º.

06 – FPE – Fundo de Participação dos Estados que representa 21,5% sobre a arrecadação do IPI e do Imposto de Renda.

Os Impostos pertinentes aos Estados e Distrito Federal ficariam da Seguinte forma:

Artigo 155 – Constituição Federal:

I – Imposto Transmissão Causa Mortis e Doações – 100%

II – Imposto Circulação de Mercadorias e Serviços – 75%

III – Imposto Propriedades Veículos Automotores – 50%

E finalmente vale ressaltar que encaixa nestas receitas as transferências citadas acima no quadro demonstrativo.

PERTENCEM AOS MUNICIPIOS01 – O produto do Imposto Renda, sobre rendimentos pagos a qualquer títulos por eles suas autarquias, e pelas fundações que instituírem ou mantiverem.

02 – 50% do ITR, relativamente aos imóveis rurais neles situados, podendo estender ate 100%, desde que o município fique responsável pela arrecadação e fiscalização.

03 – 50% do IPVA, relativamente aos veículos licenciados em seu território.

04 – 25% do ICMS – nos termos do artigo 157 da Constituição Federal/88.

05 – 70% do IOF, sobre ouro e nos termos do artigo 153, § 5º.

06 – 22,5% , FPM sobre Imposto de Renda e Imposto Produtos

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Industrializados.

07 – 25% do item nº 03 e 04 previsto na distribuição efetuada ao respectivo Estado Membro.

No quadro comparativo a arrecadação Municipal ficaria da seguinte forma:

Art. 156 – Constituição Federal/88.

I – Imposto Propriedade Territorial Urbana – 100%

II – Imposto Transmissão Bens Imóveis Inter Vivos – 100%

III – Imposto Sobre Serviços – 100%

E nessa arrecadação devemos acrescentar as transferências de natureza constitucionais expressas no quadro demonstrativo acima.

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