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MATERIAL DE APOIO DIDTICO : ATLETISMO

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AULA 1 TREINO DESPORTIVO 1. OS MTODOS DO TREINO DESPORTIVO - Poderia me dizer por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui? Disse Alice ao gato. - Depende de onde queira ir disse o gato. - No me importa muito para onde, disse Alice - Ento no importa que caminho tomar, respondeu o gato - Portanto que chegue a algum lugar, Alice acrescentou - Oh, isso voc certamente vai conseguir, desde que ande bastante,disse o gato...CARROLL,1832-1898). H um velho ditado alemo que diz que muitos caminhos conduzem a Roma, isto quer dizer que, se pode atingir um objetivo de vrias formas. Os profissionais do desporto seguem muitos caminhos para alcanar o(s) seu(s) objetivo(s) Por mtodos de ensino ou de instruo entendemos as vias que o professor tem de escolher a fim de orientar o processo de aprendizagem dos seus alunos, isto , o processo de absoro do conhecimento de percepes, convices aptides, capacidade e hbitos no propsitos de conduzi-los a bons resultados. Assim entendemos que o treino desportivo como processo pedaggico tem caractersticas diferentes da Educao Fsica geral e obrigatria . Desta forma os mtodos de treinos so meios dos quais o atleta recebe preparao para executar habilmente determinados exerccios a desenvolver e aperfeioar constantemente a sua forma fsica( fora,velocidade, resistncia). Os mtodos de preparao combinam dois grandes grupos: Mtodos de aperfeioamento poltico - moral do indivduo a) Mtodo de instruo: consiste em proporcionar orientao e esclarecimento e tem por objetivo o estabelecimento de convices firmes. Inclui os seguintes meios educativos: orientao moral dada pelo professor com explicaes baseadas em exemplos de conduta correta , exposies e relatrios feitos pelos prprios alunos, sobre problemas ticos. b) Mtodo do exemplo vivo: este respeita, principalmente ao exemplo proporcionado pela conduta do prprio professor. S eficaz quando o comportamento deste corresponde s suas palavras, Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

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quando ele incute respeito aos seus alunos. O valor para os alunos, do exemplo vivo depende do carter do professor ou treinador. c) Mtodo da verificao: a verificao do comportamento dos alunos contribui, essencialmente para o desenvolvimento de hbitos de atuao planejada e responsvel. A verificao deve ser parte integrante do processo de preparao dos atletas. d) Mtodo de apoio: consiste no exerccio da critica e na administrao de encorajamento. mais eficaz quando todo o coletivo participa. e) Mtodo da apreciao: consiste na formulao de juzos positivos ou negativos. O principal que seja usada a medida justa e que o elogio ou a reprima nunca sejam dados em termos absolutos; fundamental que sejam julgados com uma mesma medida por todas as pessoas f) Mtodos dos objetivos: neste mtodo consiste em definir um mtodo essencial para a incluso qualidades morais e de regras de conduta. No decorrer do processo de preparao a definio de objetivos dever servir para executar todo o plano de treino previamente estabelecido. No entanto isto exige que o treinador esteja familiarizado com o potencial educativo dos meios e mtodos de treino e com programas especficos. Mtodos educativos No processo de educao e formao dos atletas o mtodo principal o exerccio. As capacidades atlticas s podem ser aperfeioadas e os fatores da forma e das aptides coordenativas s podem desenvolver-se por meio da repetio de exerccios fsicos especficos. Os mtodos so, portanto subdivididos em partes que se completam umas s outras. 2 . MTODOS DE CRIAO DE APTIDES MOTORAS H em primeiro lugar toda uma srie de mtodos para a exposio do assunto. Dizem respeito s tarefas prticas do ensino e s relaes entre treinador e atleta ou professor e aluno. 3. TRANSMISSO DO CONHECIMENTO a) Mtodo de apresentao: O objetivo o de obter uma boa compreenso dos movimentos a executar. Os principais mtodos de apresentao consistem nas demonstraes e explicaes h vrios mtodos de demonstrao: Demonstrao ideal: feita pelo professor, d ao aluno uma viso global do exerccio. Este mtodo perde eficcia quando os movimentos so efetuados a grande velocidade, como o caso dos saltos.

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Demonstrao lenta: parte dos exerccios completam a demonstrao da totalidade e pe em relevo as suas fases mais importantes. Este tipo de demonstrao utilizado nas disciplinas de lanamento em que o atleta larga o dardo pode ser demonstrado em movimento lento enquanto a sua minuciosa explicao vai sendo dada. Marcaes: so extremamente convenientes, mas infelizmente no so muito usadas. Por meio de filmes: desta forma o treinador ou professor pode dar explicaes mais clara. O filme apresenta bastantes vantagens sobre a imagem fixa, pois mostra muito melhor toda a seqncia dos movimentos. As explicaes: podem ser simplesmente descritivas ou destinar-se a entrar na analise de pormenores, etc... b) mtodos de direo: estes mtodos compreendem definio das tarefas. c) mtodo da avaliao: A averiguao feitas por meio de verificaes e atribuies de pontuaes. 4. TRATAMENTO DO ASSUNTO Os mtodos de tratamento do assunto ou de organizar a matria a expor so exatamente o que este nome indica. So estruturas do exerccio a ensinar e o seu grau de complexidade que determina o modo como ele deve ser abordado. O treinador, depois de refletir sobre isto, decidira qual serie ou seqncia de exerccios a utilizar. A srie de exerccios pode ser mais ou menos longa, mas preciso procurar que eles sejam no menor nmero possvel. Deve-se respeitar estritamente a ordem exata pela qual os exerccios tm de ser praticados. H vrios mtodos prticos para organizar o assunto do treino. No mtodo de aprendizagem global o exerccio dado como um todo e a execuo simplificada ou facilitada. este mtodo tem a vantagem de reduzir desde o incio adequada sensao de ritmo e de aplicao de foras. Usualmente serve apenas para exercitar a forma geral do movimento e aplicado, principalmente ao treino de jovens. No mtodo de aprendizagem parcial (ou analtica) a nova aptido motora adquirida com diversas exerccios que correspondem s diversas fases, ou partes, do movimento total. preciso dominar bem cada exerccio antes de passar ao prximo. Este mtodo utilizado em movimentos muito complicados (salto com vara, lanamento de disco) ou em movimentos que no podem ser simplificados. Ainda temos que considerar o mtodo analitico-sintetico, no qual o instrutor separa o exerccio nos seus diversos elementos constitutivos para que sejam objetos de praticas especializadas. Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

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Os elementos so previamente isolados so finalmente reunidos nessa totalidade. Por exemplo o lanamento do peso por aprendido por este mtodo. Comea-se por aprender o lanamento sem balano, a seguir passa-se ao deslizamento e por fim ao movimento global. 5. O TREINO TCNICO Para ensinar a tcnica, preciso conhecer a seqncia dos movimentos e as suas leis. Os especialistas de atletismo foram progressivamente conduzidos opinio de que todos os principiantes devem aprender a mais moderna tcnica. Portanto todos os treinadores e professores de desporto devem estar perfeitamente familiarizados com as particularidades da moderna tcnica e com as leis que se baseia a aprendizagem dos novos movimentos. A teoria de PAVILOV baseia-se no conceito de reflexo. De acordo com esta teoria, cada movimento do corpo humano constitudo do ponto de vista neurofisiolgico, por uma cadeia de reflexos sucessivos na qual so do maior interesse os reflexos condicionados, que so respostas do organismo a estmulos externos e internos. Os reflexos so adquiridos, esto sujeitos a mudanas so limitados no tempo. 6. PROCESSO DE APRENDIZAGEM O processo de aprendizagem influenciado por diversos fatores (a complexidade do movimento a aprender, a capacidade de aprendizagem do atleta, a competncia do atleta, a competncia do professor). No qualquer atleta forte e gil que aprende um novo movimento em pouco tempo, sabe-se que os atletas versteis adquirem mais depressa as novas aptides graas a uma faculdade do crtex cerebral denominado plasticidade. A plasticidade a aptido de criar novos complexos de reflexos condicionados e de modificar os que j existem. Quanto mais complexos existem, maior a plasticidade. Quanto mais e mais variados so os esteretipos dinmicos que o atleta adquiriu no decurso da sua multiforme preparao atltica, maior sua capacidade de aprender movimentos e de modificar os padres que j domina. A apropriao de novas aptides d-se em trs fases nem sempre perfeitamente distintas. Estas fases so: Coordenao aproximativa dos movimentos (absoro dos elementos basilares de um movimento na sua forma grosseiramente geral) Antes da aprendizagem de um movimento novo costume fazer-se sua demonstrao por partes. O aluno ou atleta segue atentamente todas as fases da demonstrao para conseguir compreender claramente a totalidade do movimento. A principio, apenas v o que lhe mostrado, mas ainda no sabe executa-lo. Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

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Coordenao fina dos movimentos (correo, afinao, diferenciao) Esta fase corresponde aos processos de diferenciao da excitao e inibio. A forma aproximativa transforma-se por meio de muitas e muitas repeties, na forma afinada, que corresponde ao movimento eficaz e econmica, pois poupa as energias do atleta, pelo que lhe assegura mais fcil. Assim caracteriza pela prtica consciente, o professor guia a ateno do aluno ou atleta para as partes construtivas do movimento total. Estabilizao do movimento (consolidao e adaptao a condies favorveis) Nesta fase corresponde concentrao das excitaes e inibies em certas reas do crtex cerebral. Os movimentos so agora executados com alto grau de eficcia, estabilizam-se e consolidam-se. A consolidao o resultado da automatizao, sendo estes mais rpidos, econmicos e executados com confiana. 7. ELEMENTOS BSICOS DO TREINO / AULA DO ATLETISMO O treino / aula deve ser entendido como um processo especializado de condicionamento fsico global, cujo objetivo a preparao dos atletas e/ou alunos para a prtica desportiva. Este treino inclui discusses de grupos sobre assuntos educacionais, tcnicos, tticos e metodolgicos fora do treino/aula normal. 7.1. TAREFAS As tarefas essenciais do treino/aula so: Formao e desenvolvimento da personalidade do atleta/aluno. Desenvolvimento global das condies fsicas dos atletas, conservao da sade e fortalecimento do seu carter. Desenvolvimento de atributos fsico especiais para disciplinas desportivas especifica Aprendizagem e aperfeioamento de aptides tticas essenciais a participao e competio aprendizagem da tcnica e ttica e dos mtodos de treinamento. Educao doa atletas/alunos no plano moral, de modo a que os seus sentimentos, convices e hbitos correspondam aos requisitos da sociedade.

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7.2. MEIOS DE TREINOS Os mtodos mais importantes para consecuo dos objetivos e realizao das tarefas do treino so os exerccios fsicos. Para preparao tcnica e fsica, so utilizados exerccios da prpria modalidade ou de modalidades semelhantes. Tambm so includos no treino geral exerccios especiais destinados a facilitar o desenvolvimento de aptides tcnicas especiais, da velocidade, da agilidade, da fora e da resistncia. 7.3. EDUCAO E FORMAO NO TREINO O treino desportivo na sua essncia um processo educativo por meio do qual os atletas so educados e formados. A formao pelo treino/aula significa acima de tudo , o desenvolvimento das faculdades fsicas e mentais dos atletas/alunos, bem como a aquisio e aperfeioamento das suas aptides tcnicas e dos seus conhecimentos tticos. O comportamento geral dos atletas/alunos e sua educao podem tambm ser includos na rea do aperfeioamento individual. Em resumo pode-se dizer que a educao respeita disposio do atleta /aluno para disposio a realidade desportiva, enquanto que a formao respeita sua aptido e capacidade para o conseguir. Os principais aspectos do treino/aula podem ser caracterizados do seguinte modo: A educao influncia a conduta moral, o carter e a fora de vontade, favorece a sua disposio para a realizao desportiva. A formao serve para aquisio e desenvolvimento de uma aptido tcnica particular, do conhecimento da ttica e ainda de conhecimento especiais; influenciar o desenvolvimento dos atributos fsicos de base do atleta e para desenvolver a sua capacidade de realizao desportiva eficiente. No processo de treino dos atletas ou das aulas dos alunos, como em qualquer outro processo educativo, h uma intima relao entre a educao e a formao. A sua permanente e consciente associao assegura a realizao de importantes objetivos. Como processo educativo e de formao, o treino/aula desportivo deve auxiliar os praticantes a transformar-se em pessoas de mentalidade amplamente desenvolvidas que pensam e atuem de acordo com suas potencialidades e qualidades. De todas as formas de educao e formao o treino/aula uma das mais eficazes. Por meio dele os atletas/alunos passam por esforos e situaes fsicas e mentais que devem contribuir para a resoluo a vida profissional e social. Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti de diversos problemas educativos. Desta forma o treino/aula desportivo pode desenvolver uma quantidade de aptides e capacidades e fornecer ao atleta novos conhecimentos importantes para

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Como processo educativo, o treino/aula atltico tem de ser bem planejado e tem de fundar-se em bases cientificas. Estas bases provm da teoria e do ensino da Educao Fsica. A prtica educacional fornece uma vasta gama de importantes princpios, diretivos e mtodos, que permitam ao treinador/professor fazer-se entender de formao mais sistemtica e eficaz e evitar fracassos e absurdos. Uma das caractersticas da preparao do atleta/aluno como processo educativo o papel condutor do treinador/professor, que com suas diretivas colabora intimamente no processo de aprendizagem. O treinador/professor dirige e orienta a disposio moral, a determinao, a preparao fsica, tcnica e ttica dos atletas/alunos. Este profissional planeja e organiza os treinos/aulas, por meio da sua atuao determina at que ponto a preparao desportiva dos atletas/alunos a seu cargo esta adequada ou no. O trabalho desportivo sob orientao de um profissional qualificado sempre muito mais eficaz e de muito maior valor educativo do que a atividade espontnea. O profissional possui vastos conhecimentos cientficos e metodolgicos, que habilitam a organizao e conduo sistemtica dos treinos/aulas, assim preparando atletas/alunos com xito. Mas o papel condutor deste profissional no deve limitar-se a alguns aspectos ou partes da preparao do atleta/aluno, ou seja, deve-se atentar a todo o processo de treino/aula. 8. PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DO TREINO /AULA DO ATLETISMO A estruturao de uma sesso de treino funda-se em princpios definidos, que devem ser entendidos na sua unidade lgica, a qual assegura a unidade da educao e da formao ministradas tanto na sala de aula como na atividade prtica. Os erros s podero ser evitados quando todos estes princpios forem dados as devidas importncias. Estes princpios gerais so os seguintes: Princpio da versatilidade. O principio da versatilidade , pois objeto de muita ateno no sistema escolar de educao e instruo. A variedade da educao e instruo tem relao estreita com o trabalho multifacetado de educao e formao fsica. A variedade do ensino ministrado no nvel mdio habilita as pessoas a desempenharem tarefas cada vez mais diversificadas e complexas no mundo das atividades produzidas no nosso dia a dia. A versatilidade essencial para um justo equilbrio entre o aperfeioamento fsico e o aperfeioamento mental. Na preparao desportiva a versatilidade pode ser: Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

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Versatilidade em modalidades diversas Versatilidade numa s modalidade (atletismo) Se um desportista/aluno bom em diversas modalidades, podemos falar em versatilidade geral. Quando a versatilidade num s desporto pode ser designada por versatilidade especifica. Princpio da promoo da sade Todos os jovens aptos para atividade desportiva participam em classes desportivas gerais e obrigatrias. Estas classes de acordo com o principio da promoo , tem de ser de tal modo organizadas que por um lado , uma intensidade mnima de atividade produza no organismo da criana, do adolescente, ou do adulo, a capacidade de adaptar-se condies diferentes e por outro lado, haja possibilidade de evitar sobrecargas por meio da modificao da quantidade de exerccios nos diferentes casos particulares. O esforo total a despender durante as aulas desportivas est, necessariamente, em relao direta com o sexo e a idade e tem de originar um mximo de possibilidades de desenvolvimento. Princpio da utilidade A educao e a formao nas classes desportivas gerais obrigatrias, bem como nos treinos/aulas tem de realizar-se em conformidades com mtodos cientificamente fundamentados que garantam a consecuo dos objetivos educacionais dessas classes ou treinos. O principio da utilidade significa ainda que as lies de desporto e os treinos devem redundar em benefcios. Isto s possvel se houver unidade entre a teoria e a prtica. Princpio da clara conscincia O principio da clara conscincia desempenha tanto no decurso das aulas de desporto como no dos treinos, um papel fundamental para a educao dos atletas num esprito de disciplina consciente de colaborao ativa, de autoconfiana, e de atuao independente. O treinador ou professor s pode contar com um comportamento disciplinado por parte de seus atletas/alunos que lhes so confiados se lhes explicar a motivao desses treinos e dessas aulas. Os atletas/alunos devem ser conduzidos por meios adequados sua idade e s suas caractersticas pessoais, a contribuir ativamente para o bom desenvolvimento das atividades. Isso pode ser conseguido se uns e outros realizarem repeties dos exerccios, se observarem e corrigirem uns aos outros, se levarem a cabo as tarefas dos treinos/aulas com exata compreenso dos objetivos em vista. Conforme a correspondncias tornam-se positivas, podemos concluir que o treino/aula esta adequada, mas se logo um atleta/aluno comea a dar sinais de desinteresse, pode estar certo de que esta ocorrendo excesso de exerccio. Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

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Deve-se deixar claro ao atleta/aluno que sua atividade no se destina exclusivamente ao prazer pessoal ou aperfeioamento pessoal, mas sim que seus resultados contriburam para sua vida pessoal. O princpio da clara conscincia ser assim eficaz no desenvolvimento e aperfeioamento das aptides do atleta/aluno, contribuindo par o seu conhecimento das relaes e trocas rtmicas entre esforo e descanso nas diferentes fases dos desenvolvimentos de suas atividades desportivas. Este principio exige que o atleta/aluno equilibre os seus interesse desportivos com a vida pessoal (social, familiar e profissional).O principio da clara conscincia, em ligao com o principio da utilidade, far do atleta no s um bom desportista, mas tambm um trabalhador-modelo ou um estudante exemplar. Principio da repetio O principio da repetio particularmente importante para o desenvolvimento de um padro dinmicomotores. Os movimentos automatizam-se por meio de um nmero gradualmente crescente de repetio e ao mesmo tempo a fora, a resistncia, a velocidade melhoram tambm. Cabe ressaltar que o nmero de repeties no pode ser arbitrrio, pois que determinadas cargas aplicadas num certo intervalo de tempo provocam fadiga geral e efeitos secundrios. Desta forma o principio da repetio aplica-se assim carga total a aplicar durante cada sesso de treino e a freqncia destas sesses. Para um planejamento correto das cargas em funo da idade e dos agrupamentos a treinar, o treinador/professor tem de saber qual o grau de esforo exigido para cada tipo de exerccio. Principio de sistematizao Este principio aplica-se no treino, aos aspectos da educao, da base tcnica e do aperfeioamento das capacidades condicionais e coordenativas: fora,velocidade,resistncia,mobilidade, extensibilidade e agilidade. Os objetivos fixados para a aquisio de novas aptides s podem ser alcanados se houver sistematizao do trabalho. As capacidades condicionais e coordenativas s so melhoradas quando se aumenta gradualmente a carga total imposta ao organismo.Este aumento deve ser planejado de acordo com a aptido fsica, baseada na experincia anterior e fundamentado em leis formuladas por fisiologistas nas suas investigaes sobre o aperfeioamento das qualidades fsicas de base. A prtica mostra que a organizao cclica dos treinos d os melhores resultados. Um ciclo de treino a distribuio das cargas mximas em perodos semanais, mensais ou todo um ano. O carter cclico do treino implica que o esforo e a recuperao devem alternar entre si segundo determinado padro rtmico. Como os Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

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esforo devem ser gradualmente aumentados ao longo de cada ciclo, isto significa que a carga total se aproximar da carga mxima. Desta forma dever ser reduzida a fim de permitir que o organismo se recomponha. Principio da durabilidade O principio da durabilidade reclama uma estruturao dos treinos que assegure a estabilidade das aptides adquiridas, bem como das capacidades condicionais e coordenativas, durante um prazo longo e sem perda de qualidade. Este principio esta, pois, intimamente relacionados com os princpios da repetio sistematizao As aptides rapidamente adquiridas costumam ser perdidas facilmente com qualquer breve interrupo e s ganham estabilidade quando repetidas instantaneamente a intervalos curtos.Tambm h aptides to arraigadas que impedem posteriores aperfeioamentos. O modelo adquirido no impedir o atleta de aprender novas tcnicas, mas prejudic-lo- na tentativa de aperfeioa-la ao mximo de rendimento. Para se libertar do antigo modelo, o atleta ter de praticar a nova tcnica freqentemente nos seus treinos. O principio da gradualidade De acordo com este principio, a carga total deve ser aumentada pouco a pouco no treino de cada grupo etrio, em especial de meninos e meninas. Este o nico meio de evitar danos no sistema cardiovascular ou noutras partes do corpo. A fim de desenvolver padres dinmicos - motores de acordo com este principio preciso seguir certas regras pedaggicas gerais, designadamente: a) Partir de formas simples para formas mais complexas Isto significa que, por exemplo, a tcnica de um movimento simplificada para efeito dos exerccios. O principiante no ter, assim de dominar desde logo todos os pormenores da modalidade. Cada tcnica tem seus delineamentos gerais, uma vez adquiridos e conhecidos estes, poder comear a afinar a tcnica do atleta/aluno, ou seja, modelar a forma j mais elaborada at que a tcnica de base tome um carter pessoal. b) Partir de formas fceis para formas mais difceis Nesse processo so criadas ao principiante condies de maior facilidade. Um movimento ritmicamente difcil pode ser aprendido melhor e mais depressa com auxilio de um acessrio mais leve(peso,disco,dardo,etc...) ou com aparelhos mais baixos (barreiras ou traves). e da

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Passar da forma fcil difcil exige por vez a aprendizagem de uma srie de movimentos a velocidade reduzida. Exemplo o lanamento do dardo, poder ser iniciado com marchas lentas, depois em marcha trotada e finalmente em marcha acelerada. c) Partir das formas conhecidas para as desconhecidas Consolidam-se aqui os movimentos que j so familiares ao atleta, ou seja as aptides que ele j possui, antes de comear a preparar movimentos novos ou novas aptides. O lanamento de uma pelota, uma pedra entre outros, podem ser um bom ponto de partida para a aprendizagem da tcnica correta do lanamento do dardo. O principio da influncia da idade Este principio reclama a utilizao de diferentes mtodos de treino conforme se trate de crianas, adolescentes, jovens e adultos, o treinador/professor deve conhecer as diferenas anatmicas, fisiolgicas e psicolgicas de uns e outros nas diversas fases da vida e organizar os treinos de acordo com esses conhecimentos. Os objetivos da educao fsica devem em todos os nveis etrios adaptar-se ao nvel fsico e psquico de desenvolvimento dos atletas/alunos. Portanto necessrio aplicar mtodos e meios diferentes, os quais devem adequar-se aos nveis de cada grupo e at de cada individuo. Este principio atenta para que o treinador/professor exemplifique os movimentos s crianas com um mnimo de explicaes verbais , enquanto que aos adolescentes ou adultos, j podero fornecer mais pormenores, pois; de se esperar deles um certo nvel de conhecimento geral.

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AULA 2 CONCEITOS DA FSICA RELACIONADOS AO MOVIMENTO 1. CONCEITOS BSICOS DO MOVIMENTO H trs formas de movimento humano: movimento linear, movimento angular e movimento generalizado. O movimento linear (translao) ocorre quando todas as partes do corpo se movimentam mesma distncia, na mesma direo e ao mesmo tempo (fig 2). Para facilitar o entendimento e verificao deste movimento, observa-se dois pontos num corpo e visualiza-se o que acontece com a linha traada por esse pontos durante o movimento. Ao contrrio do movimento linear o movimento angular (rotao) ocorre quando um corpo se move numa trajetria circular sobre a linha central de uma maneira que todas as partes do corpo se movem por meio de um mesmo ngulo, em uma mesma direo e ao mesmo tempo (fig.1). A linha central a qual se encontra no ngulo reto no plano do movimento conhecida como eixo de rotao ( importante ressaltar que a um eixo de rotao uma linha e no um ponto). J o movimento generalizado so movimentos combinatrios dos movimentos lineares e/ou angulares(fig 3)

Figura 1 . Representao dos movimentos angulares (HAY & REID,1985).

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Figura 2. Representao do movimento de translao(HAY, 1985).

Figura 3. Representao do movimento generalizado (HAY & REID,1985). 2. PLANOS DE REFERNCIA ANATMICOS O corpo humano esta dividido em trs planos cardinais (fig.4). Um plano uma superfcie bidimensional com uma orientao definida por coordenadas espaciais de trs pontos distintos dentro de um plano, e que no esto na mesma linha. Cada um dos trs planos dividido em quatro quadrantes por dois do trs eixos perpendiculares x, y e z. O plano sagital, tambm conhecido como pano cardinal antero posterior (YZ) ou plano cardinal media, divide o corpo verticalmente em metades direita e esquerda. Neste plano ocorrem movimentos do corpo ou de segmentos corporais para frente e para trs(flexo e extenso) O plano frontal tambm conhecido com plano cardinal coronal ou plano cardinal (XY) lateral divide o corpo verticalmente em metades anterior e posterior com pesos iguais. Neste plano ocorrem movimentos laterais corporais aproximando-os ou afastando-os da linha mdia do corpo (abduo-aduo). O plano transverso divide o corpo em metades superior e inferior(XZ) de mesmo peso. Neste plano ocorrem movimentos corporais paralelos ao solo quando o corpo esta em posio ereta (rotao) Em um individuo na posio de referencia anatmica, a interseo dos trs planos cardinais ocorre em um ponto conhecido como centro de gravidade do corpo. Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

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Figura 4. Representao geomtrica dos planos e dos eixos corporais (HALL, 1993; LEHMKUHL & SMITH,1989) . Quando um segmento corporal se move, ele sofre um deslocamento angular em torno de um eixo imaginrio de rotao que passa por meio da articulao qual este segmento est ligado. Existem trs eixos de referncia para a descrio dos movimentos humano e cada u m orientado perpendicularmente a um dos trs planos de movimento. O eixo transversal atravessa o corpo de lado a lado. Portanto, o plano perpendicular a este eixo o plano sagital. J o eixo antero-posterior atravessa o corpo da frente para trs e est associado com a movimentao no plano frontal, o plano longitudinal atravessa o corpo de cima para baixo, sendo assim perpendicular ao plano transversal.

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3. CONSIDERAES SOBRE O MOVIMENTO A cincia da mecnica pode ser dividida convenientemente em duas partes, uma que trata somente de descrever a natureza do movimento (cinemtica - linear/angular) e outra que explica as causas do movimento (cintica - linear/angular). A cinemtica que descreve o aspecto do movimento distingue-se da cintica, que estuda as foras associadas ao movimento. A cinemtica linear envolve o estudo da forma, padro e seqncia do movimento linear em relao ao tempo, sem referencia fora ou foras que causem ou resultem do movimento. 4 CINEMTICA E MOVIMENTOS LINEARES 4.1 Distncia Linear x Deslocamento Linear As unidades de distncia e deslocamento so unidades de comprimento. Quando um corredor completa uma volta e meia numa pista de 400m, a distncia que ele cobriu igual a 600m. O deslocamento medido esticando uma linha reta imaginria da posio inicial at a posio final (fig. 5)

Figura 5. Representao grfica do deslocamento e da distncia(HALL,1993) 4.2 Rapidez Linear x Velocidade Linear So duas grandezas que incorporam conceitos de distncia e deslocamento. estes termos so freqentemente usados como sinnimos na converso informal, mas em mecnica eles tem significado preciso e diferentes. A rapidez uma grandeza escalar, sendo definida como comprimento (distncia) dividido pelo intervalo de tempo. Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

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Velocidade a mudana de posio ou o deslocamento que ocorre em dado intervalo de tempo. Como a velocidade se baseia no deslocamento, ela tambm uma grandeza vetorial. 4.3 Acelerao linear A acelerao define-se como a taxa de alterao de velocidade ou a mudana de velocidade que se d em um dado intervalo de tempo. Na linguagem informal, a palavra acelerao significa tornar mais rpido ou aumentar a velocidade. 4.4 Acelerao da gravidade Todos os corpos na superfcie ou perto da superfcie da Terra so atrados pela gravidade. Se estes corpos esto no ar so acelerados voltados superfcie da Terra numa acelerao constante de 9,81m/s2 . 4.5 Projteis Corpos projetados no ar so denominados projteis , Um disco, um dardo, um saltador em altura so projteis enquanto se estiverem deslocando no ar sem controle. Entretanto nem todos os objetos que se projetam atravs do ar so projteis. O projtil um corpo em queda livre que esta sujeito unicamente fora da gravidade e resistncia do ar. Corpos influenciados pelas foras geradas por seus motores no so projteis. Os fatores que influenciam na trajetria de um projtil so: o ngulo de projeo, a velocidade da projeo e a altura relativa da projeo (fig 6)

Figura 6. Representao grfica dos fatores que influncia a trajetria de um projtil (HALL,1993).

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4.6 ngulo de projeo ngulo de projeo e os efeitos da resistncia do ar determinam a forma do projtil. Alteraes da velocidade de projeo influenciam na extenso da trajetria, mas usa forma depende unicamente do ngulo da projeo . Se o ngulo de projeo for perfeitamente de 90, o projtil percorrera o mesmo caminho retilneo para subir e descer. Se o ngulo for obliquo (entre 0 e 90) a trajetria ser parablica. Caso seja lanado horizontalmente, seguira uma trajetria lembrando uma parbola(fig 7)

Figura 7. Representao grfica do alcance da distncia em funo do ngulo de projeo (HALL,1993). 4.7 Influncia da velocidade de projeo. A velocidade de projeo determina o comprimento ou tamanho da trajetria do projtil. Quando um corpo lanado verticalmente para cima a velocidade inicial do projtil determinar a altura do pice (ponto mais alto da trajetria), j para um corpo que projetado em ngulo obliquo, a velocidade de projeo determinar tanto quanto a altura quanto o comprimento horizontal da trajetria. O desempenho na execuo de um salto vertical sobre uma superfcie plana depende inteiramente da velocidade de lanamento, isto , quanto maior a velocidade de lanamento, maior a impulso e quanto maior a impulso, maior ser o tempo de permanncia no ar.

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4.8 Influncia da altura de projeo relativa O terceiro fator que influncia a cinemtica do movimento do projtil e a altura relativa de projeo. Este fator corresponde diferena entre a altura de onde o corpo inicialmente projetado e a altura na qual ele aterrissa em uma superfcie ou bloqueado. Quando um atleta lana o disco a uma altura de 1 m acima do solo, a altura de projeo relativa ser de 1 m, pois a altura de projeo esta a 1 m acima dom campo onde ele aterrissa. 5. CINEMTICA E MOVIMENTOS ANGULARES O movimento angular um movimento rotacional em torno de um eixo. O eixo de rotao uma linha imaginria perpendicularmente ao plano onde ocorre a rotao. Entender o movimento angular particularmente importante para estudioso do movimento humano, pois os movimento voluntrios do homem envolvem rotao de um ou mais segmentos corporais em torno das suas articulaes . 5.1 Distncia Angular e Deslocamento Angular A distncia angular por meio da qual um corpo em rotao se move o ngulo entre suas posies inicial e final medindo seguindo-se o percurso tomado pelo corpo(fig 8a). Se um pendulo balana em um arco de 60 graus, ele balana por uma distncia angular de 60 graus. Se o pendulo, ento balana para trs em um ngulo de 60 graus ele ter a soma de todas as alteraes angulares total de 120 graus. A distncia angular medida como a soma de todas as alteraes angulares que ocorrem na rotao de um corpo. Se a articulao do cotovelo varia de 180 graus para 40 graus, durante a fase de flexo de um exerccio, a distncia angular percorrida ser de 140 graus. Desta forma o deslocamento angular obtido pela diferena entre a posio inicial e a final do corpo em movimento (fig 8b) O deslocamento angular uma grandeza vetorial, possuindo tanto direo quanto magnitude. Se a rotao do deslocamento for observada numa perspectiva perpendicular no sentido horrio(-) ou anti-horrio(+) a direo do deslocamento poder ser designada usando esses termos

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Figura 8. Representao grfica da distncia angular e do deslocamento angular (HALL,1993) 5.2 Rapidez Angular x velocidade Angular A rapidez angular de um corpo e rotao obtida pela diviso da distncia angular por meio da qual o corpo se move pelo tempo gasto para faz-lo . J a velocidade angular () calculada pelo percurso angular realizado pelo tempo gasto. 5.3 Acelerao angular A acelerao angular de um corpo obtida dividindo-se a alterao de sua velocidade angular pelo tempo gasto 6. RELAES ENTRE MOVIMENTOS LINEARES E ANGULARES Por que um basto de guia mais longo do que o de arremessar? Por que o batedor desliza a mo para cima ao segurar o basto na execuo de um arremesso suave e no o faz para um arremesso poderoso? A relao entre o movimento angular dos objetos usados e o movimento linear resultantes da bola rebatida responde a essas perguntas. 6.1 Deslocamento linear e angular Quanto mais distante estiver localizado um dado ponto do centro de rotao de um corpo, maior ser seu deslocamento linear (fig.9) Esta observao expressada pela equao simples: d= r., onde d a deslocamento linear, r o raio de rotao( distncia do ponto ao eixo de rotao) e o o deslocamento angular

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Figura 9. Representao do deslocamento linear e angular(HALL,1993) 6.2 Velocidade linear e velocidade angular O relacionamento entre velocidade (v) e a velocidade angular () resumida pela seguinte frmula:

v= .rr= raio, que a distncia entre o eixo de rotao e o pronto de contato. Este relacionamento sugere que existe apenas duas maneiras nas quais a velocidade de contato de um corpo em rotao pode ser aumentada (aumentando sua velocidade angular e/ou aumentando o raio(fig.10).

Figura 10. Representao grfica das relaes entre velocidade linear e velocidade angular & REID,1985) Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

( HAY

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7. CINTICA Cintica o ramo da mecnica que trata das causas do corpo se mover de uma dada forma. 7.1 Inrcia Em mecnica, a propriedade de um corpo relutar em alterar o que esta fazendo chamado de inrcia.No sentido amplo, inrcia significa resistncia ao ou alterao. Inrcia a tendncia de um corpo manter seu estado atual de movimento, esteja ele parado ou movendo-se a uma velocidade constate. 7.2 Massa A quantidade de matria de um corpo (massa) uma medida da inrcia do corpo, expressa em unidades de quilograma(kg). 7.3 Fora Uma impulso ou trao que altere ou tenda a alterar o estado de movimentao de um corpo chamada de fora , as foras so quantidades vetoriais, isto , apresentam-se em magnitude e uma direo e podem ser somada e resolvidas utilizando-se a regra dos paralelogramo de vetores e so medidas em Newton(N). 7.4 Peso A fora gravitacional exercida pela Terra sobre um corpo chamada de peso e assim como a acelerao produzida por esta fora(g) recebe uma designao de especial P. A diferenciao entre peso e massa geralmente objeto de alguma confuso. Esta confuso pode ser esclarecida pela considerao de como as variaes de localidades afetam estas duas quantidades. A quantidade de matria de um corpo no se altera conforme este corpo deslocado de um local para outro, a massa desse obviamente constante. Entretanto isso no verdade para o peso que sofre pequenas variaes de acordo com a distancia do centro da Terra. Como uma das quantidades possui um valor constante e a outra varia de acordo com sua localidade, esta duas obviamente no so exatamente a mesma. Considere o caso de um saltador de vara no mximo de sua ascenso , nesse momento, assim como em todos os outros momentos durante o seu salto, ele sofre a ao de uma fora para baixo ( seu peso, P) em direo ao solo, com uma acelerao, g. A relao bsica entre a massa e seu peso pode ser obtida pela utilizao da equao que representa a segunda lei de Newton : F=m.a E substituindo os valores deste caso, P= m.g Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

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7.5 Torque Quando uma fora aplicada a um objeto como um lpis em cima da mesa , tanto translao quanto movimento geral pode ocorrer. Se a fora aplicada for perpendicular ao centro do lpis, ele sofrer uma translao na direo da fora. Caso esta fora perpendicular passar por outro ponto que no o centro do lpis, ele sofrer translao e rotao. O efeito rotatrio criado por essa fora conhecido como torque (T) ou momento de fora. Quando maior a quantidade de torque sobre o eixo de rotao, maior a tendncia para que a rotao ocorra. O torque pode ser calculado pela equao: T=fora(f) x distncia(d) 7.6 Momentum Momentum a quantidade de movimento de um corpo, sendo igual ao produto da massa pela velocidade do corpo. Momentum = massa x velocidade Ex. uma pessoa de 70kg descendo um morro a uma velocidade de 30 m/s apresenta um momentum de 2100 kg-ms/s Momentum particularmente importante nas situaes de impacto, pois o resultado do impacto depende em grande parte do momentum apresentado por cada um dos corpos envolvidos. O conceito de momentum freqentemente utilizado, por exemplo, como base na argumentao de que um homem pequeno e rpido possa ser to eficaz, nas situaes de choque no futebol americano, quanto um homem maior e mais lento. Uma alterao no momento de um corpo pode ser causada tanto por alteraes na massa co corpo, quanto por uma alterao na sua velocidade. 7.7 Primeira lei de Newton lei da inrcia Qualquer corpo em repouso, ou se movimentando com uma velocidade constante em linha reta, continuar neste estado, a menos que seja obrigado a ser alterar por uma fora externa exercida sobre ele. Desta forma quando um jogador desliza sobre o gelo para deslocar o taco para arremessar uma pedra ou uma bola, ele e a pedra continuaro a deslizar sobre o gelo, caso no exista foras externas que eventualmente os fazem parar. 7.8 Segunda Lei de Newton - lei da acelerao Para os corpos cujas massas permanecem constantes durante todo o movimento ( isto inclui a maioria dos corpos ), a segunda lei de Newton afirma que: Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

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A acelerao de um corpo proporcional fora que causou e ocorre na direo da ao dessa fora. Esta frmula pode ser reduzida sua forma bem conhecida: F= m.a Desta forma quando uma pessoa colide com outra, a associao que ela transmite quela outra pessoa diretamente proporcional fora que ela exerce, e indiretamente proporcional massa daquele homem. Em outras palavras, quanto mais violentamente ela colide, e quanto menor o seu oponente, mais provavelmente ele conseguira empurr-lo para trs. Geralmente utiliza-se nas medies de foras a seguinte unidade 1 newton (N) a fora que produz uma acelerao : de 1m/s2 em um corpo de 1Kg de massa. 7.9 Terceira lei de Newton ao e reao Quando um corredor realiza uma impulso contra o taco de partida, ao inicio de um treino ou competio, ele exerce uma fora em direo inferior e posterior, como resultado desta ao de impulsionamento, seu corpo projetado em uma direo superior e anterior. (fig 11) Assim o corredor acelerado em uma direo quando ele exerce uma fora em direo oposta. Esta aparentemente contradio explicada pela terceira lei de Newton que afirma: Para cada ao , h uma reao e oposta As vezes difcil aceitar que a ao e a reao so de igual magnitude, quando os efeitos observados em um caso especifico so bastante diferentes. Os saltadores em distncia, saltadores de altura algumas vezes so instrudos a bater firmemente seus ps sobre o solo quando , estas instrues so baseadas na hiptese de que quanto maior a fora vertical exercida pelo individuo sobre a superfcie de impulso , maior ser a fora vertical de reao disponvel para elevar o individuo. Apesar de ser evidentemente, verdade que as grandes foras em direo para baixo evocam grandes foras de reao para cima, estas ltimas no possuem qualquer utilidade prtica. Nos casos mencionados, as grandes foras verticais so exercidas contra o solo imediatamente antes do inicio do impulso, assim que o individuo toca o solo ao fim do solo anterior. A reao a estas foras ocorre ao mesmo tempo e no quando seria til, mais tarde durante a impulso , desta forma como a reao e a ao ocorrem ao mesmo tempo, a prtica de instruir os indivduos a baterem violentamente com os ps no solo, no pode ser justificada.

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Figura 11. Representao grfica das forcas de ao e reao do solo (CARR,1936) 7.10 Impulso Quando as foras externas atuam, elas modificam o momento presente no sistema de maneira previsvel , este momento depende no s da magnitude de ao das foras externas, mas tambm do tempo em que cada fora atua. O produto da fora pelo tempo conhecido como impulso (I= f x t) Com freqncia a quantidade de impulso produzida pelo corpo humano contra o solo pode ser controlada. Na execuo de um salto vertical, quanto maior o impulso produzido contra o solo, maior a alterao do momento do atleta e maior ser a altura resultante do salto. Na fase de aterrissagem de um salto vantagioso reduzir o contato com o solo ou fora mxima de reao do solo, pois o atleta que cair rigidamente experimentar uma fora de reao do solo relativamente grande durante um intervalo de tempo curto. Assim se a flexo do quadril, joelho e tornozelo forem permitidas , aumenta-se o intervalo de tempo durante a qual a fora absorvida, desta forma reduzindo a intensidade de fora sustentada. 7.11 Centro de gravidade A massa de um corpo a matria da qual ele feito. Um nico ponto est associado com todo o corpo em torno do qual a massa corporal esta igualmente distribuda em todas as direes. Este ponto conhecido como centro de massa ou centro de gravidade do corpo(CG). 7.12 Localizao do centro de gravidade A localizao do ponto do centro de gravidade importante, pois mecanicamente o corpo comporta-se como se toda sua massa estivesse concentrada nele. Por exemplo, quando o corpo se comporta como um projtil, o centro de gravidade do corpo segue uma trajetria parablica. Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

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Uma vez que o comportamento mecnico do corpo pode ser projetado seguindo-se a trajetria do Centro de Gravidade total do corpo, este fator foi estudado como possvel indicador de eficincia em muitos esportes. Acredita-se que o padro de movimento do Centro de Gravidade durante a impulso de um salto em altura seja um fator que distingue o bom do mau desempenho. Usar a fora de reao do solo para converter a velocidade horizontal do Centro de gravidade em velocidade vertical direcionada para cima durante a impulso do salto em altura. O mtodo de suspenso para determinar a localizao do Centro de Gravidade, consiste em suspender o objeto por um dado ponto, em torno do qual ele esteja livre para rodar. Quando o objeto est em repouso, um fio de prumo suspenso pelo mesmo ponto pode ser usado para marcar no objeto um linha vertical entre os lados equilibrados. Quando se repete o procedimento com o objeto alinhado nos dois outros planos a interseo das trs linhas permite a localizao aproximada do Centro de Gravidade. 7.13 Estabilidade e equilbrio A estabilidade um conceito intimamente relacionado com os princpios de equilbrio. A estabilidade definida mecanicamente como a resistncia a acelerao tanto linear quanto angular ou resistncia a romper o equilbrio. Os corredores e nadadores, em postura preparatrias para a largada, assumem intencionalmente uma posio corporal que lhes permita acelerar rpida e facilmente ao som da pistola de partida. A capacidade individual para controlar a estabilidade conhecida como equilbrio. Um outro fator que afeta estabilidade o tamanho da base de sustentao. Ela consiste na rea contida entre as bordas externas do corpo, que est em contato com a superfcie ou superfcies de apoio. Quando a linha de ao do peso de um corpo(dirigido ao CG) move-se para fora da base de apoio, cria-se um torque que tende a provocar movimento angular do corpo atravs do CG, desta maneira rompendo estabilidade. Quanto mais ampla for a base , menor a possibilidade de que isto ocorra(fig.12). A localizao horizontal do CG em relao base de apoio tambm pode influenciar a estabilidade. Quanto mais prximo a localizao horizontal do CG estiver da borda da base de suporte, menor ser a fora necessria para empurr-lo para fora desta base, rompendo, desta forma, o equilbrio. Conseqentemente, os atletas em posio de partida para uma prova assumem postura que posicionam o CG perto do bordo anterior da base de apoio.

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Figura 12 . Representao grfica da estabilidade e do equilbrio ( HAY & REID,1985).

7.14 Trabalho A palavra trabalho normalmente usada em uma variedade de contextos, entretanto a definio de trabalho mecnico difere do uso do mais comum por suas implicaes do ponto de vista mecnico, trabalho e definido como a fora aplicada contra uma resistncia, multiplicada pela distncia na qual a resistncia foi deslocada: W= fxd As unidades de trabalho so unidades de fora multiplicadas por unidades de distncias. No sistema mtrico a unidade comum de fora(N) multiplicada pela unidade comum de distncia (m) se denomina joule (J) 1J = 1Nm 7.15 Potncia Outro termo usado com diferentes contextos potncia. Em mecnicas significa a quantidade de trabalho mecnico executado em um determinado tempo: Potncia = Trabalho / intervalo de tempo As unidades de potncias so unidades de trabalhos divididas por unidades de tempo. No sistema mtrico, joules dividido por segundos so chamados watts (W) 1W = 1J / s

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7.16 Energia Energia geralmente definida como a capacidade de executar trabalho. Desta forma energia mecnica a capacidade de executar trabalho mecnico. As energias mecnicas so as mesmas do trabalho mecnico (joules no sistema mtrico). Existem duas formas de energia mecnica : energia cintica e energia potencial. Energia cintica a energia do movimento, um corpo possui energia cintica somente quando esta em movimento. A energia cintica de um movimento linear definida como a metade da massa do corpo , multiplicada pelo quadrado da sua velocidade. EC = mv2 Energia potencial superfcie de referncia. EP = pmh Uma fora especial de energia potencial chamada de energia de deformao ou energia elstica, que pode ser definida como: ED = k x 7.17 Conservao de energia mecnica Considere uma bola atirada verticalmente para o ar, a medida em que a bola vai subindo, ela vai adquirindo energia potencial. Contudo ela vai perdendo velocidade com o aumento da altura em virtude da acelerao da gravidade, isto reduz tambm a sua energia cintica. Este conceito conhecido como a lei da conservao da energia mecnica, que enunciada como: Quando a gravidade a nica fora externa atuante, a energia mecnica de um corpo permanece constante. Uma vez que a energia mecnica que um corpo possui a soma das duas energias cinticas e potencial, a relao tambm pode ser expressa como EM = ( EP + EC+ED) 7.18 Alterao no momento angular Quando um torque externo atua, ele altera previsivelmente a quantidade de momento angular existente no sistema. Assim como no momento linear, as alteraes do momento angular no dependem somente da magnitude e da direo dos torques externos, mas tambm de tempo pelo qual aquele torque atuou: outro tipo de energia mecnica que vem a ser a da posio, mais especificamente, a energia potencial determinada pelo peso do corpo multiplicado pela sua altura em relao a uma

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28 Impulso linear: = Ft Impulso angular = Tt

A relao impulso-momento para grandezas angulares pode ser notada como a seguir: Tt = H Tt = ( I) 2 - ( I)1 Nas provas de arremesso em pista e campo, o objetivo maximizar o impulso angular exercido antes da liberao com a inteno de melhorar o seu momento e o deslocamento horizontal final, depois da liberao. A velocidade linear diretamente relacionada velocidade angular, com o raio de rotao servindo como fator de proporcionalidade. Enquanto o momento de inrcia(mk2) de um corpo em rotao permanece constante, os acrscimos no momento angular transformam-se diretamente em acrscimo no momento linear quando o corpo lanado. Este conceito particularmente evidente no arremesso de martelo, no qual o atleta inicialmente gira o martelo duas ou trs vezes em torno do corpo, com o p plantada e depois seguem-se trs ou quatro voltas com todo o corpo com o atleta em frente ao martelo antes de lan-lo. Alguns lanadores de martelo executam a primeira ou as duas primeiras voltas do corpo colocando o tronco em discreta flexo ( chamada de neutralizar com os quadris), desta forma conseguindo um alcance maior com as mos. Essa ttica aumenta o raio de rotao e tambm o momento de inrcia do martelo em relao ao eixo de rotao ; assim se a velocidade angular do martelo no reduzida, o momento angular em direo ao martelo ou neutralizado com os ombros (fig 13). no sistema arremesso/martelo fica aumentado. Por este mtodo as voltas finais so completadas com o corpo todo inclinado

Figura 13. Representao grfica da alterao no momento angular( HALL,1993).

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7.19 Fora centrpeta e centrifuga Os corpos so submetidos a movimento rotatrio em torno de um eixo fixo esto tambm sujeitos a uma fora linear. Quando um objeto amarrado a uma linha girado por uma trajetria circular e depois liberado, ele projetado apara fora, com trajetria tangente trajetria circular, que ele seguia no momento da liberao. A fora centrpeta impede que o corpo em rotao deixe sua trajetria circular , uma vez que a rotao ocorra em torno de um eixo fixo. A direo de uma fora centrpeta ocorre em torno de um centro de rotao e por esta razo ela tambm conhecida como fora que procura o centro. A fora centrpeta produz o componente radial da acelerao de um corpo que cursa uma trajetria curva. A frmula a seguir quantifica a magnitude da fora centrpeta em termos de velocidade tangencial linear do corpo em rotao. Fc = m v2 / r A fora centrifuga uma fora em relao centrpeta e igual em magnitude e oposta em direo (fig.14)

Figura 14. Representao grfica das forcas centrpeta e centrifuga (HALL,1993)

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8 CINTICA ANGULAR 8.1 Momento de inrcia A resistncia acelerao angular tambm uma funo de massa do corpo. Quanto maior a massa, maior a resistncia acelerao angular. Entretanto a facilidade ou dificuldade relativa de iniciar ou deter um movimento angular depende de um fator adicional, a distribuio de massa em relao ao eixo de rotao. Assim quanto mais prximo a massa do corpo estiver do eixo de rotao, mais fcil ser balanar o objeto(fig.15) I = mr2

Figura 15. Representao grfica dos momentos de inrcia dos segmentos dos membros inferiores quando o ngulo do joelho muda (HALL,1993)

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AULA 3 INTRODUO

1. HISTORICO Desde o surgimento do homem, o ato de saltar, correr e lanar esteve presente no comportamento humano, por razes da necessidade de sobrevivncia da espcie, pois o homem tinha que caar, pescar e defender-se dos outros animais. A palavra Atletismo segundo TEIXEIRA (1995) deriva da raiz atlon (combate), sendo que na Grcia ocorreu o seu surgimento e seu esplendor, onde no s os homens mas tambm as crianas e mulheres o praticavam (BRASIL, s/d; FLOCHMOAN, s/d; TEIXEIRA, 1995). Segundo definio de FANALI (1981) Atletismo o sistema de exerccios realizados em forma de corridas, saltos e lanamentos, tanto naturais como estilizados, para o desenvolvimento especfico das qualidades fsicas e para obter um resultado superior em sua prtica. Durante os exerccios fsicos, os soldados dos povos da antigidade procuravam desenvolver entre suas atividades, habilidades de correr, saltar e lanar entre outras. Tais habilidades eram desenvolvidas a fim de que pudessem estar aptos s batalhas que ocorriam entre muitos povos da poca. A importncia do Atletismo foi destacada por FLOC'HMOAN (sd):Os homens sempre desejaram medir sua fora, sua agilidade, sua rapidez e sua habilidade. So numerosos os que atravs dos sculos tem querido demonstrar que so os melhores, seja para obterem uma medalha ou um posto de honra, seja por dinheiro ou pela fama ou sensivelmente pelo amor prprio.

As provas atlticas tambm eram realizadas com o intuito de recepcionar os outros povos durante suas visitas comunidade e tambm para honrar seus Deuses. Talvez pelo fato de que esses comportamentos podem ser facilmente verificados no Atletismo, alguns autores (BRASIL, s/d; TEIXEIRA, 1995) consideraram o Atletismo como uma das primeiras modalidades existentes. O Atletismo uma das modalidades esportivas que apresenta as mais belas expresses corporais. Alm de apresentar as mais belas expresses, o Atletismo chegou a ser considerado como uma das mais importantes modalidades esportivas atlticas pelo Baro Pierre de Coubertin, In: por BRASIL (s/d). O Atletismo em seu incio era realizado apenas com algumas corridas curtas chamadas (DIALUS) que consistia em percorrer um Stadio1 e corridas maiores (DOLIKOS) que se realizavam com 7 a 24 Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

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Stadio1, salto distncia e alguns arremessos (BARROS, 1996; BRASIL, s/d; FLOCHMOAN, s/d; GRIFFI, 1989; LANCELLOTTI, 1996). O "estdio" da Antiguidade foi descrito por FLOCHMOAN (s/d):O estdio tinha uma forma de um U aberto pelo lado dos Altis, um U muito alargado (211x23m). Ao seu redor se escalonavam os graderios. Duas linhas formadas por pedras calcrias no solo, uma ao Leste e outra a Oeste estavam separadas pelos legendrios seiscentos ps de Heracles2 . Entre estas linhas uma arena espessa. Os atletas se situavam na boca de um tnel que saia do bosque sagrado, na linha de sada (o aphesis) que estava ao Oeste. Um estridente toque de trompa, chamado salpinx, em forma de cone, e partiam. A ordem de sada tambm era dado de viva voz.

O primeiro vencedor dos Jogos Olmpicos da Antigidade (776 a.C.) foi Corebo, um comerciante de Elida, recebendo como recompensa uma coroa de oliva (BARROS, 1996; FLOCHMOAN, s/d;). Na Antigidade o Atletismo era composto por apenas algumas provas, sendo realizadas numa pista de solo de pedra. Com o decorrer dos anos ocorreram algumas alteraes nas dimenses e construes e no piso da pista (carvo, robertan, tartan) sendo que nos dias de hoje encontramos vrias provas que so divididas em provas de campo, pista e rua. Analisando a cronologia do Atletismo quanto ao seu desenvolvimento, verifica-se trs grandes perodos. O primeiro perodo caracteriza-se pelo nascimento ou o surgimento do Atletismo, que se inicia na prhistria indo at a Antigidade. Num segundo perodo, encontra-se o declnio (no s do Atletismo como de todas as prticas esportivas) que persiste do ano de 396 a.C. at meados de 1660 d.C. J no terceiro perodo, que iniciase a partir do sculo XVIII at os dias presentes, verifica-se o surgimento da prtica do Atletismo e de outras prticas esportivas (Quadro - 1).

1 2

Stadio: Unidade de medida, correspondente a 192,27m (GRIFFI,1989) Heracles= Hrcules

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QUADRO 1 - Cronologia do Atletismo modificado de BRASIL (s/d). Perodos 1 (Pr-histria/Antigidade Caractersticas Simples atividades para sobrevivncia. Nascimento do Atletismo. Jogos Olmpicos da antigidade (776 a.c.). Codificao das provas atlticas. Imperador Teodsio I suprimi todas as atividades esportivas pags em Roma. Fim dos Jogos Olmpicos da Antigidade. Ascetismo sufocando as provas atlticas e os esportes em todas as suas formas. Juventude trocando ginsios e pistas pelos mosteiros. Inglaterra introduz o Atletismo. 1828 - Nascedouro do esprito competitivo pela ao do Atletismo nas escolas, clubes, universidades e associaes. 1896 - Jogos Olmpicos da era moderna em Atenas (6/04/1896).

2 (396 A.D./1600)

3 Sculo XVIII

No Brasil a prtica do Atletismo surgiu por volta de 1850 nos portos das cidades do Rio de Janeiro e de Santos, quando os marinheiros ingleses, devido ao longos dias de navegao, realizavam corridas atlticas para compensar as viagens (BRASIL, s/d). Segundo a Confederao Brasileira de Atletismo (1998), o Atletismo brasileiro lidera o ranking do Comit Olmpico Brasileiro, pois obteve o maior nmero de medalhas conquistadas em Olimpadas e Jogos PanAmericanos.

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AULA 4 ESPECIALIDADE E PROVAS

1. AS ESPECIALIDADES DO ATLETISMO O atletismo compreende trs grupos de especialidades: corridas saltos e lanamentos/arremessos. Conforme as distncias a percorrerem, as corridas apresentam as seguintes especialidades que vo desde 100m at 42.195m(maratona): Corridas de velocidades ( rasas / curtas) (100m a 400m) Corridas de meio fundo (800m a 1500m) Corridas de fundo (grande fundo) 3000m a 50.000m As outras provas das especialidades de saltos e lanamentos e arremessos podem ser conferidas de acordo com o quadro 2. Quadro 2 . Provas do atletismo de acordo com IAAF(2003) Provas Corridas masculino 100m x 200m x 400m x 800m x 1.000m x 1.500m x 1 milha (1,609m) x 2.000m x 1 hora x 3.000m x 5.000m x 10.000m x 20.000m x 25.000m x 30.000m x

feminino x x x x x x x x x x x x x

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Continuao Corridas com obstculo e/ou barreiras 3.000 c/ obstculos 100m c/ barreiras 110m c/ barreiras 400m c/ barreiras Marcha (pista) 5.000m 10.000m 20.000m 2 horas 30.000m 50.000m Saltos Altura Distancia Vara Arremessos e Lanamentos Peso Martelo Disco Dardo Revezamentos 4x100m 4x200m 4x400m 4x800m 4x1. 500m Combinadas Decatlo: 100m salto em distncia-arremesso de peso salto em altura-400m raso-110mc/barreiras - arremesso do disco- salto com vara-lanamento do dardo-1500m Heptatlo: 100m c/ barreira-arremesso do peso-salto em altura-salto em distncia-200m- lanamento do dardo-800m 2 PROVAS OLMPICAS DE ATLETISMO Provas de velocidade: 100m, 200m, 400m Revezamentos: 4 X 100m, 4 X 400m Provas de meia distncia: 800m e 1500m

x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x

x x

Provas de longa distncia: 3000m com obstculos, 5.000m e 10.000 e Maratona (42.195m) Provas de Marcha Atltica: 10.000m (Fem.), 20.000m(masc.) e 50.000m(masc.) Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

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Provas de velocidade com barreiras: 100m (fem.), 110m (masc.) e 400m Provas de saltos horizontais: Salto em Distncia e Salto Triplo Provas de saltos verticais: Salto em Altura e Salto com Vara Provas de lanamento: Lanamento do Dardo e Lanamento do Disco Provas de arremesso: Arremesso do Martelo(masc.) e Arremesso do Peso Provas Combinadas: Decatlo (10 provas): 100m, 110m (c/barreiras), 400m, 1500m, Lanamento do Dardo, Lanamento do Disco, Arremesso do Peso, Salto em Altura, Salto com Vara e Salto em Distncia Heptatlo (07provas): 100m (c/barreiras), 200m, 800m, Lanamento do Dardo, Arremesso do Peso, Salto em Altura e Salto em Distncia

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AULA 5 CORRIDAS RASAS

1. AS CORRIDAS DE VELOCIDADE Na corrida compreende, as partidas, a corrida propriamente dita e as passagens de basto. A realizao desportiva de um corredor de velocidade determinada principalmente pela fora e rapidez das contraes e descontraes musculares em conseqncia dos movimentos cclicos e pela exatido do ritmo das passagens. As corridas so movimentos cclicos em que dois passos consecutivos ou um passo duplo realizam um ciclo completo. No passo duplo realizam-se todas as fases dos movimentos de corrida e o ciclo seguinte inicia-se sem interrupo.Neste ciclo as duas pernas exercem funes de apoio e de balano. O movimento cclico da corrida tem duas fases principais: a fase com apoio e a fase de suspenso. O instante de verticalidade, isto , o instante em que o ponto de contato com o solo esta exatamente na vertical do centro de gravidade(CG) aqui tomado como instante de separao entre as fases. nesse momento que a perna de balano passa pela outra, em cujo p se apia o peso do corpo. No movimento de corrida a funo de cada perna sempre diferente da outra. Assim ao terminar a fase de apoio do p da frente, termina tambm a fase de balano da perna traseira e esta passa imediatamente fase de balano frente. Na parte final do apoio atrs, o joelho da fase de balano frente atinge o ponto mais elevado da sua trajetria, e, logo a seguir impulso, inicia-se a fase de balano atrs. Nessa altura ainda a perna dianteira no esta em contato com o terreno, continua seu movimento de balano, desta forma o corredor permanece sem contato com o solo e est na fase de suspenso a segunda das fases do ciclo do movimento da corrida (Fig.16)

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Figura 16. Representao grfica das fases da corrida(SCHMOLINSKY,1982) Em todas as provas de velocidade, o que principalmente determina o desfecho o nvel a que se encontram desenvolvidas as qualidades dos corredores: a sua velocidade e a sua resistncia. A velocidade de corrida a maior velocidade que o corredor pode atingir; a resistncia sua capacidade de resistir fadiga. Esta velocidade mxima de corrida, s pode ser mantida no mais de 40 a 50m do ponto de partida. 1.2 Importncia da fora de impulso O avano do corredor conseguido principalmente custa de aes alternadas de impulso da fase de apoio atrs. Ao estender o membro inferior do quadril, joelho e do tornozelo, o corredor exerce contra o terreno uma fora dirigida para trs e para baixo maior do que o peso corporal. Devido esta fora de origem muscular produz uma fora de reao do solo em sentido oposto. Assim se forma a fora impulsora - energia cintica que atua sobre o centro de gravidade, a velocidade com que a perna se flexiona e estende sobre as articulaes funo da grandeza dessa fora. Quanto mais rapidamente a ao impulsora realizada em combinao com o movimento de avano da perna de balano, maior a fora exercida. Vrios fatores determinam o efeito da fora impulsora sobre a velocidade da corrida, um deles diz respeito s condies fsicas da pista (pista firme e elstica o efeito ser maior do que em terreno macio.) O uso de sapatilhas ter maior aderncia ao solo durante a fase de apoio e isso melhora o efeito da impulso.

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O movimento dos braos tambm pode auxiliar muito na fase de impulso. Durante o impulso os braos devem mover-se na direo da corrida e no transversalmente. Por fim a correta inclinao da cabea e do tronco tambm permite a melhor transmisso da fora impulsora ao centro de gravidade.. 1.3 Economia do movimento de corrida A corrida considerada econmica quando as energias do corredor se aplicam exclusivamente a vencer as foras de resistncias que se lhe opem. O Maximo dispndio de energia d-se na fase de impulso, mas outras fases tambm necessitam de alguma energia: a fase de balano frente e a fase de apoio a frente. Tambm preciso gastar energia para vencer a resistncia do ar que cresce com a velocidade da corrida e para realizar coordenao dos diversos segmentos do corpo. A linearidade da trajetria prejudica pelas oscilaes do centro de gravidade, que ao estender a perna impulsora, o centro de gravidade move-se para frente e para cima e por efeito da gravidade durante a fase sem apoio este movimento direciona-se para a frente e para baixo. 1.4 Tcnica da passada velocidade mxima A mais importante fase da passada em velocidade a fase de apoio atrs (fig.1) a fase de impulso. A velocidade de avano do corredor depende principalmente da intensidade e direo da fora impulsora. Esta fase de apoio traseiro tecnicamente correta quando as articulaes do tornozelo, do quadril e do joelho alcanam a mxima extenso. A linha que une a articulao do tornozelo at o quadril deve nesta fase formar com o solo um ngulo de 50 a 55. J a parte superior do corpo . A parte superior do corpo esta geralmente, quase ereta, mostrando apenas uma ligeira inclinao para frente de 85 a 90. Quando a ponta do p abandona o solo termina a fase de apoio traseiro e comea a fase sem apoio, dita tambm como suspenso. Nesta fase o membro impulsor flete pelo joelho, o calcanhar toca a ndega e os seus msculos devem descontrair-se completamente. Dado o impulso e antes de comear o seu balano para frente a coxa deste membro flexiona primeiro ligeiramente para trs e para cima e s quando a perna esta j quase na horizontal que comea a rodar para diante. A perna continua a flexionar pelo joelho, levando o calcanhar quase ao contato com a ndega, coincidindo o movimento de mxima aproximao com aquele em que a coxa esta paralela perna dianteira apontando o joelho ao solo. A perna fortemente flexionada forma uma espcie de pndulo curto suspenso do quadril.

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1.5 Ao dos membros superiores A poderosa e rpida conduo do trem inferior deve ter como contrapartida ideal uma ao dos membros superiores igualmente poderosa e rpida. Os braos devem ser flexionados e mantidos junto ao corpo movendo-se junto ao corpo, em direo para frente e para trs em linha reta. Os ombros devem conservar-se to imveis quanto possvel . O ngulo no cotovelo no o mesmo no movimento de avano, que no movimento de recuo, no avano de 80 a 85. Durante o movimento de recuo ao passar quadril, o brao abre um pouco e ao chegar ao final do recuo o ngulo deve ser em torno de 95 . Deve se observar a seguinte regra: quanto mais fechado se mantiver este ngulo, mais rapidamente podero os braos mover-se para trs e para diante. As mos, portanto ou ficam livremente encurvadas, ou conservam o polegar assentado com leveza sobre o indicador fletido. 1.6 A partida e a fase de acelerao Esta fase compreende os movimentos que se iniciam antes do disparo de partida e terminam depois de o corredor ter realizado a maior parte da acelerao. Os bons corredores atingem este ponto a uns 30 ou 40 m da partida. Depois desse ponto ainda possvel haver acelerao e todos aqueles que quiserem obter marcas de alto nvel devem tentar consegu-la. No entanto, a mxima acelerao claramente obtida a uns 30 metros da partida; este ponto que se considera como limite da fase de acelerao ( fig 17).

Figura 17. Representao grfica da curva de velocidade nos 100m (GUNDLACH In: SCHMOLINSKY,1982).

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1.7 A partida agachada A partida agacha usada em provas de corridas at os 400m. Graas a uma adequada colocao do centro de gravidade na posio de prontoo corredor fica em condies de reagir com atraso mnimo ao disparo de partida para iniciar a prova. Uma partida rpida e uma capacidade de acelerao decide muitas vezes o resultado de uma corrida de curta distncia A velocidade de partida depende em grande parte da boa tcnica , mas depende principalmente do nvel de desenvolvimento atingido pelo atleta em fora, capacidade de concentrao e reao ao sinal de partida, bem como da sua disposio para a performance. Na moderna tcnica de partida so utilizadas duas posies(fig.18): Engrupada Mdia Estas tcnicas diferem em si pelas distncias entre os blocos de apoio e pela distncia destes linha de partida. A partida em posio alongada embora ainda reconhecida usada muito raramente. A posio mdia tem atualmente preferncia em relao agrupada, mas ao treinar principiantes recomenda-se que ambas sejam praticadas. Posio Engrupada Mdia Bloco Dianteiro Traseiro Dianteiro Traseiro Distncia linha (ps) 2 2,5 2,75 1,75 - 2 3 3,5

Figura 18. Representao grfica dos blocos de apoio nas partidas engrupada e mdia Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

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O ngulo de inclinao dos blocos devem assegurar uma boa impulso, isto , os blocos devem permitir que as plantas dos ps exeram sobre eles toda a presso . 1.8 A posio mdia de partida Estudos mostram que a posio mdia produza uma velocidade inicial ligeiramente maior do que a posio engrupada. Isso se deve melhor distribuio do peso do corpo sobre os braos e pernas na posio de quatro apoio (pronto) ao ngulo das pernas e maior eficcia da extenso dos membros inferiores. ordem de aos seus lugares o corredor coloca-se na posio de cinco apoios, ou seja, agachada. Vai para frente dos blocos e Poe as mos no cho como se fosse fazer uma elevao do tronco sobre os braos. Coloca um p (da perna mais forte) no bloco de apoio dianteiro e o outro no bloco traseiro, deve-se tomar a precauo de tocar o solo s com as pontas dos ps e o bloco com a planta do p. Em seguida pousa o joelho da perna traseira no solo, com as mos separadas pela largura dos ombros, tocam o solo com os polegares e os indicadores imediatamente atrs da linha de partida. Esses dois dedos estaro afastados formando um V invertido, os braos estaro estendidos e o joelho dianteiro estar prximo deles. A postura da cabea descontrada, com os olhos enfrentando um ponto do solo prximo.

Figura 19. Representao grfica da posio de partida das corridas de velocidades com apoio(SCHMOLINSKY,1982) A posio inicial no tem especial influencia direta na partida, apenas serve para permitir ao corredor tomar uma boa posio de pronto. Nesta posio o corredor eleva seu quadril, levantando do solo o joelho da perna traseira. O peso do corpo fica assim distribudo de maneira uniforme pelos quatro pontos de apoio. Para uma alta velocidade de arranque so particularmente importantes os ngulos de ambas as pernas uns 90 no joelho dianteiro e uns 110 a 130 no joelho traseiro so adequados.

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1.9 O treino da tcnica de corrida Os seres humanos aprendem desde pequenos a correr e, portanto ao contrrio do que se verifica noutras disciplinas ate as crianas da primeira classe possuem j grande experincia prtica de corridas. Assim os exerccios de corridas devem, desde o inicio, dar a principal importncia conservao e aperfeioamento das aptides existentes com base nos conhecimentos tcnicos. 1.10 Os erros, suas causas e correes nas corridas de velocidades

ERRO CAUSA CORREO insuficiente extenso da perna de impulso ( o corredor senta-se). m transmisso da fora: a impulso demasiada apressada e no suficiente forte trabalhar os movimentos do tornozelo no avano; correr com saltos, correr com elevaes . ps demasiados virados para fora forma defeituosa correr sobre uma demarcao traada no solo, andar , trotar, correr devagar com os ps virados para dentro

corrida saltada, com ondulao vertical acentuada a fora de impulso dirigida demasiada para cima alongar a impulso , pisando e marcaes regularmente espaadas, fazer exerccios de partida, aumentar a freqncia dos passos excessiva ampliao do balano da perna condutora e assentamento do p com toda a planta. Impulso excessiva nessa perna correr de modo a fazer impacto sobre a polpa plantar tronco inclinado para trs msculos do tronco e da coxa mal desenvolvidos, provocando a fadiga elevao da coxa em plano inclinado, grandes elevaes de joelhos em condies difceis , exerccios para reforo dos msculos do tronco

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ineficcia dos movimentos dos braos (movimentos transversal, excessivo balano para trs, encolher de ombros) excesso de movimentao dos ombros, pouca flexibilidade dos ombros praticar os movimentos corretos dos braos com passadas descontradas ou de pernas afastadas, ou em marcha trotada

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AULA 6 CORRIDAS DE MEIO FUNDO E FUNDO 1. Particularidades tcnicas das corridas de fundo e meio fundo Nas provas de fundo e meio fundo a partida faz-se invariavelmente de p. A tcnica de este tipo de largada menos complicada do que a partida agachada. voz de aos seus lugares o corredor caminha at junto da linha de partida e toma uma posio de ps afastados no sentido longitudinal, descontrada. O corpo distribui o seu peso por ambas as pernas ou aplica-o desde logo na perna dianteira. voz de prontos a flexo do joelho dianteiro na maioria dos casos, aumentada e todos os corredores devem ento apoiar todo o peso do corpo na dianteira. O tronco deve inclinar-se para frente. Tcnica da corrida de fundo e meio fundo, o que mais importa considerar a economia de energia. Todos os movimentos que desperdicem energias ou embaracem o corredor tem de ser eliminados por meio de uma tcnica racional. A forma como o p assenta no terreno varia em funo do ritmo e do comprimento das passadas. Quanto maior dor a distncia a percorrer, tanto mais plantar ser o assentamento do p. No meio fundo, o primeiro contato realizado com o metatarso, mas logo em seguida toda a planta do p comprimida por breve instante pelo peso do corpo, contra o solo. A ligeira flexo joelho na fase de apoio dianteiro neutralizada pela extenso da perna na fase de apoio traseiro. Durante a corrida o tronco do corredor tem pouca ou nenhuma inclinao para frente( 85 a 95). Os braos auxiliam ritmicamente o movimento de avano com flexo eficaz pelo cotovelo, no importando que se movam em rigoroso paralelismo com o corpo ou que inflectem ligeiramente para dentro pela frente dele e tambm no errado envolver s ombros neste movimento. 2. Requisitos fsicos e mtodos para corridas de fundo e meio fundo As grandes prestaes desportivas nas corridas de fundo e meio fundo dependem do nvel de desenvolvimento das vrias formas de resistncia. Considerando a extenso dos percursos, a boa prestao competitiva depende de um alto nvel das capacidades condicionais (forma fsica) e das capacidades de coordenao ( velocidade, fora explosiva, flexibilidade,poder de descontrao e agilidade). Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

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A capacidade de descontrao tem funo muito significativa nas corridas de fundo e meio fundo. No decurso das aceleraes intermediarias ou finais, ou durante os treinos, podem surgir situaes em que um baixo nvel destas qualidades impea o atleta de utilizar todo o seu potencial competitivo apesar de ele se esforar desesperadamente para o conseguir. H ainda que considerar os fatores fisiolgicos e morfolgicos que podem influenciar favoravelmente para prestao desportiva nestas disciplinas: o funcionamento cardiorespiratrio e o equilbrio orgnico (propores entre membros e o tronco, estatura, peso). 3. Resistncia A eficincia exprimi-se pela relao pela relao entre velocidade e o tempo. A capacidade durante um perodo previamente determinado ou ao longo de uma distncia de antemo estabelecida depende, portanto, da resistncia. Quanto maior for esse tempo ou essa distncia maior ser a significao da resistncia para o resultado final e maior ser o decrscimo permissvel para o resultado final(fig.20)

Figura 20 . Representao grfica do decrscimo individual da velocidade conforme o tempo de corrida e os diversos nveis de resistncias ( SALTZIORSKI,VOLKOV,KULIK In: SCHMOLINSKY,1982). H por exemplo estreitas relaes entre o desenvolvimento de resistncia para uma certa distncia de corrida e para as distncias imediatamente superior e inferior. Estas relaes explicam que a eficincia de um Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

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corredor na sua distncia especifica dependa, como depende, das marcas por ele conseguidas nas distncias imediatamente superior e inferior a essa. As pesquisas j efetuadas demonstram, que a resistncia em grandes distncias tem o maior efeito sobre todos os outros aspectos da resistncia especifica da competio. O nvel da resistncia em curtas e mdias distncias largamente influenciado pelo nvel da resistncia nas grandes distncias. A razo que o nvel da resistncia em grandes distncias funo principalmente, da capacidade de resistncia aerbia, ou seja, com suficiente oxignio para absoro dos nutrientes. Por meio dos treinos para suportar, durante perodos longos, cargas de baixa, mdia e alta intensidade, o atleta melhorar a sua capacidade mxima de absoro de oxignio que a base da eficcia.em todas as disciplinas de resistncia os atletas desenvolvem a resistncia de base por meio de treino especializado com esforo de durao prolongada. Velocidade A qualidade da corrida de mdias e longas distncias sofre tambm a influencia do nvel de velocidade do atleta. De um modo geral designa-se o nvel de velocidade de base indicando a velocidade mxima que ele pode alcanar numa distncia de 30 a 80m.Por um questo de simplificao das coisas, a velocidade de base de um especialista de mdias ou longas distncias tambm determinada por meio do seu tempo nos 100m. De acordo com OZOLIN in SCHMOLINSKY (1982), um corredor de fundo ou meio fundo tem convenincia em possuir o que se chama uma reserva de velocidade. Quanto maior for a reserva de velocidade do corredor em relao de um de seu oponente da mesma resistncia, maior ser sua probabilidade de xito na acelerao terminal (final) das provas. A reserva de velocidade (Rv) caracteriza a diferena entre a mdia conseguida pelo atleta na distncia padro (isto 100m) e a sua melhor marca na distncia considerada. Rv = Td / n - Tpd Rv = Reserva de velocidade Td = tempo gasto para percorrer a distncia considerada Tdp = Melhor tempo nos 100m n = quociente entre a distncia considerada(percorrida) e a distancia padro (100m)

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Exemplo 1 O atleta percorre os 800m num tempo de 14600 ( 106 segundos), sabe-se que o melhor tempo deste atleta nos 100m de 108 , a partir destas informaes obtm apresenta uma reserva de velocidade igual a 24 segundos Rv = 106 / 8 1008 Rv = 24 Exemplo 2 O atleta percorre os 800m num tempo de 14600 ( 106 segundos), sabe-se que o melhor tempo deste atleta nos 100m de 115 , a partir destas informaes obtm apresenta uma reserva de velocidade igual a 17segundos Rv = 106 / 8 115 Rv = 17 As anlises de maior Rv tem maior probabilidade de ganhar a acelerao final contra corredores da mesma resistncia mas de menor Rv, visto que mais fcil melhorar a resistncia do que a velocidade, o corredor de maior Rv tem maior potencial. Ao preparar iniciantes deve-se dar principal importncia ao desenvolvimento de um nvel elevado da velocidade de base. A importncia de um alto nvel da velocidade de base para os corredores de fundo posta em evidncia pelo seguinte exemplo de calculo da Rv: Corredor A (5000m) B (5000m) C (5000m) td 1320 ( 800s) 1500 (900s) 1500 ( 900s) n 50 50 50 tdp 118 118 138 Rv 42 62 42 o quociente igual a 8 . Desta forma o atleta o quociente igual a 8 . Desta forma o atleta

Da comparao dos valores da Rv acima, podemos retirar as seguintes concluses: o valor absoluto da Rv no da nenhuma indicao sobre a capacidade realizativa do atleta na sua distncia especifica Um valor maior elevado da Rv em igualdade de condies quanto a marca obtida na distncia especifica, revela a existncia de reservas para melhoria dessa marca por meio da melhoria da resistncia.

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Um atleta com maior Rv tem maior probabilidade de ganhar numa acelerao final contra opositores de marcas semelhantes a sua. Uma Rv Baixa juntamente com uma marca fraca na distncia especifica, sinal de um nvel relativamente bom de resistncia mas no mostra possibilidade de grande melhoramento enquanto o corredor no conseguir melhorar a velocidade de base O alto nvel de velocidade de base nos 100m importante para os corredores de fundo por esta simples razo : a vitria ou a derrota decidem-se cada vez nos ltimos 400m. Os atributos fsicos dos corredores de fundo e meio fundo so desenvolvidos por meio de treino geral ou especifico em conformidades com os objetivos de cada unidade de treino. O treino realizado orienta-se para uma ou outra das diversas componentes da resistncia, conforme a distncia especifica do atleta, que assim determina o nmero de corridas, os intervalos de recuperao, as atividades a praticar durante eles. Entre os meios especiais de treino contam-se todos os tipos de corrida continuada, corrida de ritmo, corrida com variao de ritmo, etc...(quadro 2) Para o aperfeioamento da resistncia de base sugere-se o seguinte tipo de treino: esforos muito prolongados, por meio de corrida continuada, ou grande quantidade de corrida em tempos estabelecidos pelo mtodo do trabalho intervalado.

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AULA 7 CORRIDAS COM BARREIRAS / OBSTCULOS 1. CORRIDA DOS 110m COM BARREIRAS A disciplina de barreiras mais difcil a dos 110m masculino, apresentando no percurso as seguintes fases: a partida a aproximao primeira barreira a passagem da barreira a corrida entre barreiras a corrida terminal at a meta 1.1. A partida e a aproximao primeira barreira At a primeira barreira o corredor tem de percorrer 13,72m. Nesta distncia to curta tem adquirir uma velocidade razoavelmente elevada. A boa velocidade at passagem da primeira barreira muito importante para um bom resultado atltico nesta disciplina, pois entre as barreiras no h grande possibilidade de a aumentar. A posio de partida e a posio propriamente dita no diferem muito das partidas das da corrida de velocidade.em principio o especialista de barreiras tem de colocar no bloco da frente o p impulsor,d e modo a, ao cabo de oito passos pode transpor a primeira barreira. Para alcanar elevada velocidade na aproximao a esta barreira, no s tem de ser um bom corredor de velocidade como deve ser capaz de manter grande regularidade de passada. A maioria dos especialistas executa oito passadas para chegar a cerca de 2 metros da barreira. O comprimento da passada aumenta progressivamente at ao ltimo desses passos, o qual ser mais curto do que o anterior. Os atletas de maior estatura com boa capacidade de velocidade encontram dificuldade em fazer oito passos nos 13,72m e sentem-se melhor com sete passos. Os tempos obtidos nas primeira, segunda e terceira barreira decidiro se o corredor deve fazer a aproximao com sete ou oito passos. Se o nmero de passos de aproximao se modificar tambm se deve modificar correspondentemente a tcnica da partida. Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

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Na partida para aproximao de sete passos o p a colocar no bloco dianteiro o p de conduo (ataque). Durante a aproximao, o corredor endireita o tronco, aos 6 a 10 metros estar na posio normal de corrida a fim de poder efetuar corretamente a passagem da primeira barreira. Na sua maioria os especialistas de barreira j esto olhando para a primeira barreira a seguir do segundo passo aps a partida. 1.2. A passagem da barreira As barreiras devem ser passadas com rapidez e segurana. O primeiro requisito prvio tomar a distncia apropriada para atacar bem a barreira . Essa distncia deve ser sempre suficiente grande (em mdia de 1,90m a 2,20m) para que a perna condutora se estenda frente e acima em linha reta. Uma distncia muito pequena tem quase sempre o resultado de um salto sobre a barreira e se por outro lado for muito grande, h o risco de toque ou derrubada da barreira deve seguir-se suavemente s anteriores e isto, exige um bom nvel de preparao e uma correta aproximao barreira. 1.3. A ao da perna condutora (de ataque ou livre ) O movimento desta perna consiste no seu rpido balano frente e acima em direo ao bordo da barreira, seguido de ativo abaixamento da coxa logo a seguir ao instante da passagem a fim de assegurar boa chegada ao solo. Este movimento de inicio, muito semelhante ao da corrida normal, mas para uma boa transposio da barreira, a subida da coxa e da perna tem de ser mais vigorosa. A coxa, portanto vai acima da posio horizontal. Inicialmente, enquanto a coxa sobre deste modo, a perna aponta quase verticalmente ao solo e s em seguida projetada com fora em direo do bordo da barreira. Este balano forte no ataque tem como efeito uma breve mas completa extenso da articulao do joelho antes de o p passar sobre a barreira. O movimento de descida inicia-se imediatamente, a perna ligeiramente flexionada pelo joelho permitindo um impacto elstico do p com o solo. O movimento de descida acelera-se por meio da ao da coxa para baixo assegurando-se um apoio ativo do p para novo impulso de avano. 1.4. Variante da ao da perna condutora Muitos corredores de barreiras no estendem a perna, mantendo-se flexionada pelo joelho. Se esta flexo dor pequena, no h desvantagem tcnica; mas se for acentuada impedir a inclinao do tronco frente e a trajetria do centro de gravidade no ser a mais econmica. Responsvel Prof. Joo Francisco Moreti

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Uma vez flexo excessiva na maioria das vezes resultado de lentido no balano da perna ou falta de flexibilidade no quadril. 1.5. Ao da perna impulsora Para passar