apostila chave fusível

Upload: marcos-antonio

Post on 10-Jan-2016

57 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Conceitos e classificação de chaves fusíveis.

TRANSCRIPT

CELPETECNOLOGIA DOS EQUIPAMENTOSCTDG

CELPETECNOLOGIA DOS EQUIPAMENTOSCTDG

CHAVE FUSVEL INDICADO MONOPOLAR

SUMRIO

1. Introduo ..........................................................................................................................................02

2. Partes componentes ...........................................................................................................................02

2.1. Isolador .....................................................................................................................................03

2.2. Gancho para abertura em carga ................................................................................................05

2.3. Articulao ...............................................................................................................................06

2.4. Cartucho ou porta-fusvel .........................................................................................................06

2.5. Terminal superior .....................................................................................................................08

3. Caractersticas eltricas ....................................................................................................................08

4. Elos fusveis .....................................................................................................................................09

4.1. Caractersticas mecnicas ........................................................................................................10

4.2. Caractersticas eltricas ...........................................................................................................11

4.3. Tabelas de elos fusveis ..........................................................................................................12

5. Aspectos de segurana das chaves fusveis .....................................................................................13

5.1. Da manobra ...................................... ......................................................................................13

5.2. Dos critrios de segurana adotados por concessionria para manobras de chaves fusveis em carga ...................................................................................................................................14

5.3. Da aplicao .................... .......................................................................................................15

5.4. Da manuteno ........................................................................................................................15

6. Manobra de chaves fusveis .............................................................................................................16

6.1. Tarefas preliminares ................ ...............................................................................................16

6.2. Abertura de chave fusvel sem dispositivo para abertura em carga..........................................18

6.3. Abertura de chave fusvel com dispositivo para abertura em carga .........................................19

6.4. Fechar fusvel de distribuio ..................................................................................................21

Bibliografia ..............................................................................................................................................22

1 Introduo

A chave fusvel um equipamento cuja funo proteger os circuitos primrios contra sobrecorrentes originadas por sobrecargas, curto-circuitos, dentre outros. utilizada nas redes areas de distribuio urbana e rural, bem como em pequenas subestaes sejam elas do consumidor ou de concessionria de energia eltrica. Como o prprio nome indica, um elemento fusvel integra o equipamento e o principal responsvel pelas caractersticas bsicas do seu princpio de funcionamento.

Tambm denominada de corta-circuito, a chave fusvel tal como todo dispositivo de proteo, poder ser solicitado a operar em condies de defeito, neste caso essencial que o equipamento opere rapidamente e que sua capacidade de interrupo de corrente de defeito seja compatvel com o sistema onde est instalado.

So fabricadas para diversos nveis de tenses e correntes nos mais variados modelos, como por exemplo as apresentadas nas figuras 1.1 e 1.2.

2 Partes componentes

A chave fusvel se compe das seguintes partes:

isolador;

gancho para abertura em carga;

articulao;

cartucho ou porta-fusvel;

terminal superior.

A seguir so apresentadas as caractersticas mecnicas destas partes.

2.1 Isolador

Normalmente os isoladores das chaves fusveis so de porcelana vitrificada. Dependendo das suas caractersticas a chave pode ter seu isolamento caracterizado por um isolador de corpo nico ou dois isoladores constituindo-se no isolamento do tipo pedestal.

2.1.1 Isolador de corpo nico

Estes tipos de isoladores geralmente so empregados nas chaves fusveis que iro integrar a proteo dos sistemas de distribuio cujas intensidades de correntes nominais no sejam superiores a 200 A. A figura 2.1 mostra os detalhes construtivos.

Tendo em vista as solicitaes eletromecnicas que so impostas ao equipamento durante as operaes abertura e fechamento, o seu isolador dever possuir uma resistncia mecnica capaz de suportar o impacto mecnico decorrente destas operaes sejam em condies normais ou de defeito no sistema eltrico a proteger.

2.1.2 Isolamento do tipo pedestalConstitudo por dois isoladores apoiados sobre uma base metlica de fixao do corpo da chave a estrutura da rede de distribuio ou subestao - figura 2.2 e 2.3.

De acordo com Mamede Filho (1994), h algumas aplicaes especficas em redes de distribuio e em subestaes de fora em 69 kV, para estes tipos de chaves fusveis, como por exemplo a montagem em tandem com secionador unipolar, em que so utilizados trs colunas de isoladores do tipo pedestal, conforme mostrado na Fig. 2.4 e 2.5. Nestes casos, sua freqente utilizao ocorre em subestaes para garantir a manuteno de disjuntores e religadores automticos, sem que haja a interrupo no fornecimento de energia eltrica e perda da proteo do sistema.

2.2 Gancho para abertura em carga

Considerando que as chaves fusveis no possuem mecanismos de extino do arco eltrico para operao por interveno humana, estas no devem ser operadas em carga. Por outro lado, utilizando-se a ferramenta loadbuster, pode-se operar a chave fusvel com o circuito em plena carga, desde que sejam respeitados os limites da ferramenta mencionada. A operao de chaves fusveis sem o uso emprego da ferramenta loadbuster s tolervel quando a mesma est apenas submetida tenso, o que feito normalmente pelas concessionrias.

O loadbuster uma ferramenta concebida para ser acoplada aos terminais de chaves cuja concepo de operao no para abertura em carga. Tomando-se como base a abertura de uma chave fusvel e as figuras 2.6 e 2.7, descreveremos a seguir o seu princpio de funcionamento.

Ao acoplar o loadbuster a chave fusvel conforme a figura 2.6, a corrente eltrica divide-se entre a ferramenta e a prpria chave.

Ao realizar o primeiro movimento da alavanca da ferramenta loadbuster com a vara de manobra, abre-se a chave fusvel, sem, no entanto, desconectar os contatos internos do loadbuster, permitindo que toda a corrente da fase correspondente circule apenas por ele conforme a figura 2.7.

Num segundo movimento da vara de manobra, os contatos internos do loadbuster so abertos no interior da cmara de extino de arco eltrico, normalmente cheia de Hexafluoreto de Carbono (CF6) ou outro meio extintor, completando assim, a operao da chave fusvel, com o circuito em carga.

2.3 Articulao

As chaves fusveis so dotadas de um sistema de articulaes que exerce uma funo fundamental na operao da chave fusvel. Ao se engatar o cartucho ou porta-fusvel na articulao, o elo fusvel que est fixado extremidade superior do cartucho permite que o sistema de mola existente na articulao pressione o mesmo para cima. Quando se fecha a chave, a parte superior do cartucho penetra na extremidade superior da chave fusvel com determinada presso provocando o seu engate. O detalhe N 1 da figura 2.1 corresponde articulao em estudo.

Ao ser submetida a presena de uma sobrecorrente o elo fusvel aquece e rompe protegendo o sistema eltrico. Uma vez rompido o elo, o sistema de mola da articulao relaxa a presso exercida para cima fazendo com que seja perdida a presso de conexo entre a parte superior do cartucho e chave fusvel. A perda da presso superior associada a presso exercida pelos gases liberados no interior do cartucho durante o rompimento do elo, provoca a sua abertura e o seu deslocamento descendente.

As principais partes da articulao so as enumeradas a seguir.

a) Limitador de recuo

Tem a funo de manter o cartucho unido diretamente ao corpo da chave, transmitindo os esforos de recuo s braadeiras onde sero absorvidos.

b) Limitador de abertura de 180

destinado a no permitir que o cartucho atinja a estrutura adjacente inferior durante a sua abertura.

c) Batentes dos contatos

Tm a funo de proteger os contatos contra danos por impactos e contra deformaes permanentes.

d) Amortecedor

Tem a funo de suavizar o impacto da operao de abertura do cartucho. Durante a abertura, o cartucho realiza seu deslocamento descendente at cerca de 70 de sua trajetria sem obstculos. A partir deste ponto, o cartucho entra em contato direto com o amortecedor que atenua o impacto resultante.

2.4 Cartucho ou porta-fusvel

Consiste de um tubo de fibra de vidro ou fenolite revestido internamente. O revestimento interno alm de proporcionar maior resistncia ao tubo a principal substncia geradora dos gases destinados extino do arco eltrico durante o processo de interrupo da corrente. Quando a chave fusvel opera em servio, as altas temperaturas do arco eltrico provocam um pequeno desgaste no revestimento interno do tubo, porm suas caractersticas eletromecnicas permanecem inalteradas durante muitas operaes, figura 2.8 e 2.9.

H dois tipos de cartucho, a saber:

tipo 1 cartucho com expulso dos gases por uma nica extremidade, a inferior, figura 2.10.

tipo 2 cartucho com expulso dos gases pelas duas extremidades, figura 2.10,

no cartucho do primeiro tipo as foras resultantes durante a operao da chave so bastante elevadas e transmitidas a todo corpo da chave, isto : isolador, ferragens e estrutura. No cartucho do segundo tipo, a expulso dos gases pelas duas extremidades alivia as foras resultantes ocasionadas pela operao automtica de interrupo da corrente eltrica.

Em termos de segurana do pessoal e proteo do sistema eltrico, ateno especial deve ser dispensada ao dimensionamento fsico do cartucho das chave fusvel, tendo em vista que funo da capacidade de ruptura desejada, ou seja, se uma chave fusvel aplicada num ponto do sistema, onde o nvel curto-circuito, superior capacidade de ruptura ou de interrupo da chave, o cartucho no suportar as foras resultantes e explodir provocando danos chave, ao sistema eltrico, podendo inclusive atingir pessoas.

Aps a operao da chave, o cartucho fica suspenso na sua extremidade inferior. Esta particularidade tem uma importncia significativa na prtica de manuteno de redes, uma vez que serve como elemento de indicao de atuao do dispositivo, permitindo uma fcil identificao do local onde ocorreu a interrupo do sistema, mesmo a uma certa distncia da estrutura em que est instalada.

2.5 Terminal superior

constitudo de:

a) Tranca do contato

Tem as seguintes funes:

impedir a abertura acidental da chave;

permitir a abertura controlada da chave;

evitar a queima dos contatos principais durante uma interrupo normal;

reduzir a queima dos contatos principais quando a chave fechada em condies de curto-circuito;

b) Guarda do contato

Sua funo guiar o cartucho durante o fechamento da chave, bem como proteger os contatos principais contra avarias durante o manuseio e operao da mesma.

c) Contatos principais

Geralmente so de liga de cobre com elevada resistncia aos efeitos trmicos da corrente de curto-circuito. Seu desenho concebido para permitir sua autolimpeza durante as operaes de abertura e fechamento da chave garantindo a manuteno da baixa resistncia de contato e, conseqentemente a ausncia de pontos quentes na rede associados a quedas de tenso e desgaste precoce da chave fusvel.

Obs: como a tecnologia empregada na fabricao das chaves fusveis varia de fabricante para fabricante, algumas delas no possuem todo os componentes anteriormente citados, entretanto em todos os casos so respeitadas as especificaes previstas em norma.

3 Caractersticas eltricas

As chaves fusveis so caracterizadas por:

a) sua tenso nominal;

b) intensidade de corrente nominal;

c) capacidade de ruptura em quiloampres.

A tabela 3.1 apresenta as principais caractersticas da chave fusvel de distribuio. Os dados desta tabela foram extrados da NBR8124 (Chave fusvel de distribuio) que fornece todos os elementos necessrios respeito destes equipamentos. Observe que as chaves fusvel so classificadas de acordo com sua base que pode ser do tipo A, B ou C. As bases do tipo A e B corresponde as das figuras 1.1 e 1.2 ao passo que a do tipo C corresponde a figura 2.1 e 2.3.

Tabela 3.1 Caractersticas tcnicas das chaves fusveis NBR 8124

BASEPORTA-FUSVELTENSO SUPORTVEL

(nominal em kV)

TipoTenso mxima do equipamento em (kV)Corrente nominal em (A)Corrente nominal em (A)Capacidade de interrupoImpulso atmosfrico (valor de crista)Freqncia industrial a seco e sob chuva (1 min.)

Assim. em (A)Simet. em (A)(1)(2)(1)(2)

A15100501.250900951103035

B151001002.0001.400951103035

4.0002.800951103035

10.0007.100951103035

C1520020010.0007.100951103035

A25,8100501.2509001251403642

B25,81001002.0001.4001251403642

C381002004.0002.8001251403642

6.3004.5001251403642

5.0003.5001501656066

(1) A terra entre plos

(2) Entre contatos abertos

4 Elos fusveis

O fusvel um dispositivo de proteo que tem a funo de interromper a corrente de um circuito quando a mesma excede determinados valores. O intervalo de tempo para sua abertura inversamente proporcional intensidade da referida corrente.

O elo fusvel composto de um elemento fusvel central e dois fios de aquecimento em srie. O elemento fusvel tem a finalidade de romper-se com uma pequena sobrecorrente, desde que sua permanncia seja prolongada. figura 4.1.

No permitido o emprego de materiais ferrosos nas partes condutoras de corrente do elo fusvel, bem como cromar, cadmiar ou niquelar. Os materiais empregados devem ser queles cujas caractersticas fsico-qumicas no sejam alteradas do modo permanente com o tempo, pelo ambiente ou pela corrente normal de operao do circuito. Um material apropriado e que obedece a estas caractersticas uma liga de estanho com ponto de fuso em torno de 230 C. Por outro lado, o chumbo que largamente empregado como fusvel em baixa tenso, no deve ser utilizado como elo fusvel, devido a no possuir a necessria dureza para evitar deformaes permanentes.

4.1 Caractersticas mecnicas

Os elos fusveis at 100 A devem ter o elemento fusvel protegido por um tubo de material isolante, geralmente fenolite, para evitar que o arco destrua o cartucho da chave fusvel.

Existem dois tipos diferentes de elos fusveis, cada um com sua aplicao especfica.

a) Elo fusvel de boto

Recebem esta denominao por possurem em sua extremidade superior um cabeote metlico que deve ser preso na parte superior do cartucho da chave fusvel, e no outro um cabo flexvel que d ao conjunto um comprimento aproximado de 50 cm conforme mostra a figura 4.2. b) Elo fusvel de argola ou olhal

Recebem esta denominao por possurem uma argola em cada uma de suas extremidades. So normalmente utilizados em redes rurais na proteo de pequenos transformadores, principalmente nos do sistema MRT (monofilar com retorno pela terra), conforme mostra a figura 4.2.4.1.1 Elemento fusvel

o principal elemento do elo fusvel e constitudo de uma liga de estanho.

4.1.2 Tubo protetor

constitudo de material isolante e tem a funo de proteger o elemento fusvel. No caso do fusvel tipo argola, o tubo protetor deve possuir adicionalmente propriedades que auxiliem a extino do arco eltrico tendo em vista que sua utilizao no prev o uso do cartucho.

4.1.3 Rabicho

composto por um conjunto de condutores estanhados de pequeno dimetro que lhe confere alta flexibilidade para no interferir no funcionamento da chave fusvel. O dimetro do rabicho funo da corrente nominal do elo fusvel:

para fusveis de 1 a 50 A 4 mm;

para fusveis de 65 a 100 A 6,5 mm;

para fusveis de 140 a 200 A 9,5 mm.

Os elos fusveis so construdos de forma a permitir um perfeito intercmbio entre os diversos cartuchos e devem ser capazes de suportar um esforo mnimo de 10 daN durante 2 segundos quando ensaiados temperatura ambiente, sem prejuzo das suas propriedades mecnicas e eltricas de quaisquer partes. Pode ser empregado um fio de reforo em paralelo ao elemento fusvel para aliviar os esforos mecnicos decorrentes de sua utilizao.

4.2 Caractersticas eltricas

Os elos fusveis se caracterizam pela relao corrente x tempo de atuao que permitem sua classificao em trs tipos, a saber: tipo H, tipo K e tipo T.

4.2.1 Elo fusvel tipo H

So considerados elos fusveis de alto surto, isto , possuem a caracterstica de ter uma ao lenta para altas correntes. So empregados na proteo dos circuitos primrios em intensidades de correntes nominais de at 5 ampres.

4.2.2 Elo fusvel tipo K

Diferentemente do tipo H, os elos do tipo K, compostos de um elemento fusvel central e dois fios de aquecimento em srie, so rpidos, tendo relao de rapidez variando entre 6 segundos para elo fusvel de 6 ampres e 8,1 para elo fusvel de 200 ampres.

4.2.3 Elo fusvel tipo T

So fusveis de atuao lenta e empregados principalmente na proteo de circuitos primrios de redes areas de distribuio. Estes elos fusveis so pouco empregados no Brasil.

4.3 Tabela de elos fusveis

Tabela 4.1 Escolha de elos fusveis primrios tipos H e K

Potncia kVATransformadores monofsicos

2,3 kV3,8 kV6,6 kV11,4 kV13,8 kV22 kV25 kV34,5 kV

53H2H2H1H1H---

7,55H3H2H1H1H---

106K5H 3H*2H 1H*1H1H-

158K6K 3H*2H2H1H1H-

2510K 8K*5K 3H*3H 1H*2H-

Potncia kVATransformadores trifsicos

2,3 kV3,8 kV6,6 kV11,4 kV13,8 kV22 kV25 kV34,5 kV

52H2H1H-----

105H3H1H*1H1H---

156K5H1H*2H1H1H1H-

258K6K3H*2H1H*1H1H1H

308K6K3H*3H2H1H*1H1H

37,510K6K5H3H3H1H*2H1H

4512K8K5H*5H3H1H*2H1H

5015K8K*6K5H3H2H2H1H

7520K12K8K6K5H3H3H2H

10025K15K10K6K6K5H5H2H

112,530K20K10K*6K6K5H5H2H

15040K25K15K8K*8K5H*6K3H

20050K*30K20K12K10K6K6K5H

22565K40K20K*12K10K*6K6K5H

25065K40K25K15K12K8K8K5H

30080K50K30K15K15K10K8K6K

400100K65K40K20K20K12K10K8K

500140K80K50K25K25K15K12K10K

600200K100K65K30K30K20K15K12K

5 Aspectos de segurana das chaves fusveis

5.1 Da manobra

Em um circuito de distribuio em que esteja instalado um grupo de chaves fusveis como mostrado na figura 5.1, a abertura da primeira chave corresponde a retirada de 1/3 da carga do sistema, ao passo que a abertura da segunda chave corresponde a interrupo dos 2/3 restantes. Assim, podemos notar que o arco eltrico, bem como seus efeitos sero maiores durante a abertura da segunda chave.

Em funo da disposio fsica das chaves e ferragens na estrutura, a abertura das chaves fusvel deve ocorrer na seqncia correta, caso contrrio, corre-se o risco do arco eltrico formado na abertura ou fechamento desviar-se para a estrutura provocando um curto-circuito, principalmente se o local onde esto instaladas for sujeito a ventos fortes e/ou estiver sob chuva. Por questes de segurana do pessoal e do sistema eltrico, transcrevemos a seguir a seqncia correta de abertura e fechamento das chaves fusveis.

5.1.1 Seqncia correta de abertura

Abrir primeiro a chave fusvel da extremidade mais prxima da chave do meio, isto , a chave A. Abrir a chave fusvel da outra extremidade, isto , a chave C.

Finalmente abrir a chave fusvel do meio, isto , a chave B.5.1.2 Seqncia correta de fechamento

Fechar a chave fusvel do meio, sito , a chave B.

Fechar a chave fusvel da extremidade mais distante da chave do meio, isto , a chave C.

Finalmente fechar a chave fusvel da outra extremidade, isto , a chave A.

5.1.3 Resumo

ESTRUTURA NORMALESTRUTURA LATERAL

OperaoSeqncia de OperaoOperaoSeqncia de operao

123123

AberturaACBAberturaACB

FechamentoBCAFechamentoBCA

5.2 Dos critrios de segurana adotados por concessionrias para manobras de chaves fusveis em carga.

Conforme explicitado anteriormente as chaves fusveis no possuem mecanismos de extino do arco eltrico para operao por interveno humana, portanto no recomendvel que as mesmas sejam operadas em carga sem o uso de dispositivos para extino do arco eltrico. Entretanto algumas concessionrias aps alguns ensaios experimentais e com base em literatura tcnica adotam limites para operao destas chaves sem dispositivo de extino de arco. A seguir transcrevemos em linhas gerais o contedo destas normas para efeitos de referncia:

A CPFL em sua Orientao Tcnica de Distribuio OTD de 14/11/2000, com o ttulo de Operao Chaves Fusveis adota os seguintes limites:

para chaves de 50 A de 15 kV permitido sua abertura e fechamento sem dispositivo de extino de arco eltrico desde que a intensidade da corrente na rede primria seja no mximo 5 A.

para chaves de 100 A de 15 kV permitido sua abertura e fechamento sem dispositivo de extino de arco eltrico desde que a potncia do transformador ou ramal seja igual ou inferior a 45 kVA.

A CESP em seu Manual de Procedimentos Operaicionaia de 1994, com o ttulo de Manobra de Chaves e Equipamentos adota os seguintes limites:

Chave fusvel de circuito ou posto de transformao com potncia instalada inferior a 75 kVA, em sistema de 13,8 kV, e inferior a 120 kVA, em sistema de 34,5 kV, podem ser abertas sem o dispositivo para abertura em carga;

Chave fusvel de circuito ou posto de transformao com potncia instalada igual ou superior a 75 kVA, em sistema de 13,8 kV e igual ou superior a 120 kVA, em sistema de 34,5 kV, devem ser abertas somente com o dispositivo para abertura em carga;

Na indisponibilidade do dispositivo para abertura em carga e/ou na dvida com relao carga instalada, a chave fusvel deve ser aberta somente com o circuito desenergizado;

A manobra de fechamento de chave fusvel, exceto a de banco de capacitores, pode ser feita normalmente sem limitao de carga;

Se eventualmente no ocorrer o fechamento adequado, a chave deve ser imediatamente retornada posio aberta;

A CELPE estabeleceu a seguinte condio para operao de chaves fusveis.

No caso de transformadores com potncia de at 150 kVA, a abertura das chaves fusveis poder ser executada em carga sem a utilizao de dispositivo para extino do arco eltrico.

A abertura de chaves fusveis em carga, sem a utilizao de dispositivo para extino do arco eltrico quando a potncia instalada exceder 150kVA, necessita de cuidados especiais, principalmente se tratar de ramais de circuitos primrios. Tal deciso depende de uma avaliao das condies de carga no momento da operao.

O fechamento de chaves fusveis em carga poder ser efetuado, devendo ser observado os aspectos de segurana e ser executado com preciso e firmeza.

Quando se tratar de chaves fusveis de consumidores primrios, deve ser precedido da abertura dos disjuntores das instalaes em carga. O fechamento dos disjuntores dever ser executado somente aps o fechamento das chaves fusveis.

5.3 Abertura de chave fusvel em banco de capacitores

a) Chave fusvel de banco de capacitores fixo deve ser aberta somente com o dispositivo para abertura em carga;

Na indisponibilidade do dispositivo para abertura em carga, a chave fusvel deve ser aberta com o circuito desenergizado ou com as chaves a leo desligadas; quando o banco for dotado desse recurso operativo.

b) Chave fusvel de banco de capacitores automtico deve ser aberta com suas chaves a leo desligadas.

Na indisponibilidade operativa das chaves a leo, a chave fusvel deve ser aberta com o dispositivo para abertura em carga.

5.4 Do fechamento de chave fusvel em banco de capacitores

a) A manobra de fechamento de chave fusvel de banco de capacitores fixo deve ser feita com o circuito desenergizado, ou com as chaves a leo desligadas, quando o banco for dotado desse recurso operativo;

b) A manobra de fechamento de chave fusvel de banco de capacitores automtico deve ser feita com suas chaves a leo desligadas;

Na indisponibilidade operativa das chaves a leo, a chave fusvel deve ser fechada com o circuito desenergizado;

5.5 Da aplicao

A operao de chave fusvel, em conseqncia de um defeito, pode liberar um arco de grande comprimento que, dependendo da tecnologia do fabricante, se desenvolve tanto acima como abaixo do seu ponto de instalao. Por esse motivo as chaves fusveis no devem ser instaladas em cubculos de invlucro metlico, em virtude das dimenses reduzidas destes painis. H varias constataes de danos em invlucro dentro dos quais operavam chaves fusveis, em decorrncia de um curto-circuito na instalao.

5.6 Da manuteno

a) Na ausncia do cartucho ou quaisquer defeitos na chave que impeam a estabilidade do cartucho na posio fechado, no permitido o uso isolado de elos fusveis (cabritos ou baianos), como meio de recompor a operacionabilidade da chave fusvel. Esta prtica est associada a graves riscos para o trabalhador, para as pessoas do pblico e sistema eltrico, tendo em vista o arco eltrico significativo que se forma durante as tentativas de amarrao do elo, via vara de manobra, entre a extremidade superior e inferior da chave.

b) Na ausncia do elo fusvel no permitido o uso de fio de cobre nu ou outro condutor metlico como elemento fusvel. No caso do cobre, seu ponto de fuso se situa em torno de 1083 C, o que causaria a carbonizao do elemento de revestimento interno do cartucho, bem como do prprio tubo protetor do elo fusvel. O mesmo fato ocorreria com o emprego de outros condutores no lugar do elo fusvel.

6 Manobra de chaves fusveis

6.1 Tarefas preliminares

Algumas atividades so permanentes e obrigatrias antes e aps a execuo propriamente dita de servios em redes eltricas. Assim, antes de descrevermos as atividades envolvidas nas manobras das chaves fusveis, listaremos quelas envolvidas antes e depois da sua execuo para que no haja uma repetio exaustiva da mesma em cada descrio de manobra do referido equipamento.

Fase I - Tarefas Preliminares

PASSOSRISCOSAO PROGRAMADA

1. Estacionar o veculo Abalroamento1.1. Posicionar o veculo de modo que fiquem que a via fique para o trnsito de outros veculos.

1.2. Usar freio de estacionamento e engrenar o veculo.

2. Sinalizar e isolar a rea de trabalho, conforme MTD. 00.03.002 CELPE. Atropelamento2.1. Estar atento ao trnsito de veculos.

2.2. Caminhar em sentido contrrio ao fluxo de veculos.

3. Posicionar a escada singela ou extensvel no ponto de trabalho, observando as medidas de segurana. Queda da escada ou do extensvel.

Leso nas mos e ps.

Entorse muscular.3.1. Usar luvas de raspa/vaqueta.

3.2. Posicionar a escada no local de trabalho (as bases do montante devem ser apoiadas no solo, no devendo ser utilizados pedras e/ou pedaos de madeira como calos).

3.3. Com os ps afastados da rea de descida do extensivo, usar a corda para estender a parte mvel e confirmar o seu travamento.

4. Posicionar-se para o trabalho. Queda do eletricista ou da escada durante a amarrao.

Leso nas mos e ps.

Entorse muscular.4.1. Usar calado de segurana livre de graxa, leo ou material derrapante.

4.2. Usar luvas de raspa/vaqueta, bem como culos de segurana e capacete.

4.3. Subir com cautela, degrau a degrau, com as mos livres para segurar firme nos montantes.

4.4. Passar o talabarte na estrutura e prend-lo ao cinturo de segurana.

4.5. Amarrar na estrutura o topo da escada de elevao.

Fase III Desfazer tarefas preliminares

PASSOSRISCOSAO PROGRAMADA

1. Desfazer o posicionamento de trabalho. Queda do eletricista ou da escada durante a amarrao.

Leso nas mos e ps.

Entorse muscular.1.1. Usar luvas de raspa/vaqueta.

1.2. Desamarrar na estrutura o topo da escada de elevao.

1.3. Retirar o talabarte da estrutura e prend-lo ao cinturo de segurana.

1.4. Descer com cautela, degrau a degrau, com as mos livres para segurar firme nos montantes.

2. Retirar a escada singela ou extensvel no ponto de trabalho, observando as medidas de segurana. Queda da escada ou do extensvel.

Leso nas mos e ps.

Entorse muscular.2.1. Usar luvas de raspa/vaqueta.

2.2. Com os ps afastados da rea de descida do extensivo, usar a corda para baixar a parte mvel da escada extensvel.

2.3. Retirar a escada no local de trabalho.

2.4. Colocar a escada no veculo.

3. Retirar a sinalizao e o isolamento da rea de trabalho, conforme MTD. 00.03.002 CELPE. Atropelamento3.1. Estar atento ao trnsito de veculos.

3.2. Caminhar em sentido contrrio ao fluxo de veculos.

4. Retirar o veculo Abalroamento4.1. Desengrenar o veculo e retirar o freio de estacionamento.

4.2. Retirar o veculo do local de acordo com as normas de trnsito e de segurana da CELPE..

6.2 Tarefa 1 abrir chave fusvel de distribuio sem dispositivo para abertura em carga

Fase II execuo

PASSOSRISCOSAO PROGRAMADA

1. Executar as tarefas preliminaresCONSULTAR FASE I

2. Inspecionar visualmente2.1.1. Verificar as condies da estrutura e a fixao das chaves.

3. Abrir a chave3.1. Queda do porta fusvel3.1.1. Instalar presilha de segurana.

1. 3.2. Leses fsicas3.2.1. Posicionar-se adequadamente para a movimentao do corpo.

2. 3.3. Choque eltrico3.3.1. Utilizar luvas isolantes de borracha.

3.3.2. Manusear firmemente a vara de manobra sem encost-la no corpo.

3.3.3. Encaixar a presilha de segurana no olhal do porta fusvel da chave mais prxima da chave do meio.

NOTA: Para estrutura lateral, iniciar pela chave mais prxima do poste.

3.3.4. Encaixar o cabeote no olhal do porta fusvel.

3.3.5. Acionar a vara de manobra para abertura do porta fusvel, at a posio de repouso.

3.3.6. Desacoplar a presilha de segurana do porta fusvel.

3.3.7. Repetir as operaes para a outra chave lateral.

3.3.8. Repetir as operaes para a chave do meio.

4. Desfazer as tarefas preliminaresCONSULTAR FASE II

6.3 Tarefa 2 abrir chave fusvel de distribuio com dispositivo para abertura em carga

PASSOSRISCOSAO PROGRAMADA

1. Executar as tarefas preliminaresCONSULTAR FASE I

2. Inspecionar visualmente2.1. Verificar as condies da estrutura e a fixao das chaves.

3. Acoplar dispositivo3.1. Leses fsicas3.1.1. Manusear adequadamente o dispositivo

3.1.2. Testar seu perfeito funcionamento

4. 4.1. Queda do dispositivo4.1.1. Acoplar o dispositivo na juno do suporte do cabeote e apertar a borboleta de fixao observando o perfeito encaixe das peas.

5. Abrir a chave5.1. Leses fsicas5.1.1. Posicionar-se adequadamente para a movimentao do corpo.

3. 5.2. Choque eltrico5.2.1. Utilizar luvas isolantes de borracha.

5.2.2. Manusear firmemente a vara de manobra sem encost-la no corpo.

5.2.3. Acoplar a ncora do dispositivo no gancho da chave mais prxima da chave do meio assegurando o seu perfeito acoplamento.

NOTA: Para estrutura lateral, iniciar pela chave mais prxima do poste.

5.2.4. Introduzir o trinco do dispositivo no olhal do porta fusvel e garantir seu travamento.

5.2.5. Acionar o conjunto para baixo completando a abertura, at que ocorra o disparo acompanhado do rudo caracterstico e travamento.

6. Retirar o dispositivo da chave6.1. Arco eltrico6.1.1. Evitar o contato direto do dispositivo com a estrutura e partes metlicas aterradas.

6.1.2. Retirar a ncora do gancho da chave e evitar aproximao do porta fusvel ao contato superior da mesma.

7. 7.1. Queda do porta fusvel7.1.1. Baixar o conjunto para que o porta fusvel fique na posio de repouso

7.1.2. Girar o conjunto de forma a afast-lo da estrutura at que o trinco se solte do olhal do porta fusvel.7.1.3. Repetir as operaes para a outra chave lateral.

7.1.4. Repetir as operaes para chave do meio.

8. Desacoplar dispositivo8.1. Leses fsicas8.1.1. Manusear adequadamente o dispositivo

9. 9.1. Queda do dispositivo9.1.1. Desacoplar o dispositivo do cabeote da vara de manobra.

9.1.2. Acondicionar o dispositivo no estojo e anotar o nmero de operaes

10. Desfazer as tarefas preliminaresCONSULTAR FASE II

6.4 Tarefa 3 fechar chave fusvel de distribuio

Fase II execuo

PASSOSRISCOSAO PROGRAMADA

1. Executar as tarefas preliminaresCONSULTAR FASE I

2. Inspecionar visualmente2.1.1. Verificar as condies da estrutura e a fixao das chaves.

3. Fechar a chave3.1. Queda do porta fusvel3.1.1. Instalar presilha de segurana.

4. 3.2. Leses fsicas3.2.1. Posicionar-se adequadamente para a movimentao do corpo.

5. 3.3. Choque eltrico3.3.1. Utilizar luvas isolantes de borracha.

3.3.2. Manusear firmemente a vara de manobra sem encost-la no corpo.

3.3.3. Encaixar a presilha de segurana no olhal do porta fusvel da chave do meio.

3.3.4. Encaixar o cabeote no olhal do porta fusvel.

3.3.5. Acionar a vara de manobra para fechamento da chave fusvel.

3.3.6. Verificar o perfeito engate do porta fusvel no contato da chave

3.3.7. Desacoplar a presilha de segurana do porta fusvel.

3.3.8. Repetir as operaes para a chave mais distante da chave do meio ou para a mais distante do poste no caso de estrutura tipo lateral.

4. Desfazer as tarefas preliminaresCONSULTAR FASE II

Bibliografia

1. Companhia Energtica de So Paulo- CESP (1987). Tecnologia de Equipamentos para Operadores de Subestao.

2. Martignoni, Alfonso (1976). Eletrotcnica, Editora Globo, Porto Alegre, RS.

3. Mamede Filho, J. (1997), Instalaes Eltricas Industriais, LTC Editora, Rio de Janeiro, RJ.

4. Magaldi, M. (1977). Noes de Eletrotcnica, Editora Guanabara Dois, Rio de Janeiro, RJ.

5. Kassatkin, A.S. (1980). Fundamentos da Eletrotecnia, Editora Mir Moscovo e LTC Editora, So Paulo, SP.

6. NR 10- Instalaes e Servios em Eletricidade. Editora Atlas, So Paulo, 1996.

7. Enciclopdia CEAC de Eletricidad (1975). Eletrotecnia Geral, Ediciones CEAC, Barcelona, Espanha.

8. Filho, Joo Mamede [1994]. Manual de equipamentos eltricos, Rio de Janeiro, LTC-Livros Tcnicos e Cientficos S.A, 456p.

9. CTDG-CELPE. Tecnologia, 40p.

10. Braga de Souza, S. S. [1999]. Controle dos riscos eltricos.

11. Cadik, J; Capelli. M & Neitzel, D (2000). Electrical Safety Handbook, Mc Graw Hill, USA, 2 edition.

12. Gili, Antonio de M (2001) El fuego y la electricidad en instalaciones de baja y alta tensin, fundacion MAPFRE, Madrid, Spain, 864 p.

Figura 4.3 Chave fusvel com elo tipo olhal

Figura 4.2

Figura 2.10

Figura 2.9 Cartucho com acessrios

Figura 2.8 Cartucho

Figura 2.5 Aplicao da montagem em tandem

Figura 2.4 montagem em tandem

Figura 2.6 Figura 2.7

Figura 2.2 Chave fusvel de distribuio

Figura 2.3 Chave fusvel de subestao

Figura 1.2

Figura 1.1

Figura 4.1

Figura 5.1

Figura 2.1

PAGE 17