apostila capital de giro

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12 2 CONCEITOS ECONÔMICO-FINANCEIROS 2.1 CICLO OPERACIONAL E CICLO FINANCEIRO Os conceitos de Ciclo Operacional e Ciclo Financeiro incorporam a influência do tempo nas operações de uma empresa. O Ciclo Operacional abrange o prazo decorrido entre as compras de matérias- primas (ou mercadorias para revenda) e o recebimento das vendas dos produtos ou mercadorias. O Ciclo Financeiro, por sua vez, compreende o período transcorrido entre o pagamento dos fornecedores e o recebimento dos clientes pelas vendas efetuadas, ou seja, o prazo decorrido entre as saídas de caixa (pagamentos a fornecedores) e as entradas de caixa (recebimentos de clientes). Durante este período, a empresa investe recursos nas operações, basicamente em estoques e concessão de crédito aos seus clientes. Parte destes recursos é financiada pelos fornecedores, que concedem prazo para pagamento das compras de mercadorias ou matérias- primas. Pode-se concluir que a liquidez da empresa será tanto maior quanto melhor for sua eficiência em completar o ciclo operacional no menor tempo possível. A relação entre os ciclos operacional e financeiro é demonstrada a seguir. Compras Pagamento Vendas Recebimento das Compras de produtos das Vendas |___________________|_____________________|_______________________| |________________________Ciclo Operacional_________________________| |_______________ Ciclo Financeiro ________________| |____________Prazo de Estocagem____________| |__Prazo de Recebimento___| |_Prazos de Pagamento_| O Ciclo Financeiro (CF) pode ser calculado a partir do Ciclo Operacional (CO), deduzido do Prazo Médio de Pagamento (PMP). CF = CO - PMP O Ciclo Financeiro (CF), em número de dias, pode ser calculado pela soma dos prazos médios de estoques (PME) e recebimento (PMR), deduzidos dos prazos médios de pagamento de fornecedores (PMP) e de impostos (PMROF). CF = PME + PMR – PMP

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Capital de Giro

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  • 12

    2 CONCEITOS ECONMICO-FINANCEIROS

    2.1 CICLO OPERACIONAL E CICLO FINANCEIRO

    Os conceitos de Ciclo Operacional e Ciclo Financeiro incorporam a influncia do tempo nas operaes de uma empresa.

    O Ciclo Operacional abrange o prazo decorrido entre as compras de matrias-primas (ou mercadorias para revenda) e o recebimento das vendas dos produtos ou mercadorias.

    O Ciclo Financeiro, por sua vez, compreende o perodo transcorrido entre o pagamento dos fornecedores e o recebimento dos clientes pelas vendas efetuadas, ou seja, o prazo decorrido entre as sadas de caixa (pagamentos a fornecedores) e as entradas de caixa (recebimentos de clientes). Durante este perodo, a empresa investe recursos nas operaes, basicamente em estoques e concesso de crdito aos seus clientes. Parte destes recursos financiada pelos fornecedores, que concedem prazo para pagamento das compras de mercadorias ou matrias-primas.

    Pode-se concluir que a liquidez da empresa ser tanto maior quanto melhor for sua eficincia em completar o ciclo operacional no menor tempo possvel. A relao entre os ciclos operacional e financeiro demonstrada a seguir.

    Compras Pagamento Vendas Recebimento

    das Compras de produtos das Vendas

    |___________________|_____________________|_______________________|

    |________________________Ciclo Operacional_________________________|

    |_______________ Ciclo Financeiro ________________|

    |____________Prazo de Estocagem____________|

    |__Prazo de Recebimento___|

    |_Prazos de Pagamento_|

    O Ciclo Financeiro (CF) pode ser calculado a partir do Ciclo Operacional (CO), deduzido do Prazo Mdio de Pagamento (PMP).

    CF = CO - PMP

    O Ciclo Financeiro (CF), em nmero de dias, pode ser calculado pela soma dos prazos mdios de estoques (PME) e recebimento (PMR), deduzidos dos prazos mdios de pagamento de fornecedores (PMP) e de impostos (PMROF).

    CF = PME + PMR PMP

  • 13

    2.2 PRAZOS MDIOS

    Para compreendermos melhor o conceito de prazo mdio, imaginemos uma fila nica em uma agncia bancria em uma determinada tarde. Nesse exemplo, suponhamos que entraram 160 pessoas nessa agncia e que a fila mdia era formada por 10 pessoas.

    Se dividirmos o nmero de pessoas que entrou na agncia (fluxo) pelo nmero mdio de pessoas na fila (estoque), teremos o nmero de vezes que a fila girou.

    Assim, 160 / 10 = 16 (a fila girou 16 vezes nesse perodo).

    O Prazo Mdio de permanncia na fila foi de:

    Prazo Mdio = 4 horas (de 12:00 s 16:00 h) / 16 (nmero de vezes que a fila girou)

    Ou: 240 min / 16 = 15 minutos

    Transpondo esse exemplo para as operaes de uma empresa, podemos calcular os seguintes indicadores de prazos mdios:

    360 x CMV

    EstoquesPME

    =

    360 x Vendas

    Receber a DuplicatasPMRV

    =

    360 x Compras

    es FornecedorPMP

    =

    360 x Vendas sobre Impostos

    Recolher a ImpostosPMROF

    =

    360 x isOperacionaDespesas

    Pagar a ContasPMPDO

    =

  • 14

    2.2.1 PRAZO MDIO DE ESTOQUE (PME)

    O Prazo Mdio de Estoques (PME) pode ser calculado pela relao entre valor dos estoques e o custo das mercadorias vendidas (CMV).

    360x CMV

    EstoquesPME

    =

    Este prazo indica quantos dias, em mdia, os produtos da companhia ficam armazenados at o momento da venda.

    2.2.2 PRAZO MDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS (PMRV)

    O Prazo Mdio de Recebimento (PMRV) obtido pela diviso dos valores a receber de clientes e o valor das vendas brutas.

    360x Vendas

    Receber a DuplicatasPMRV

    =

    Este prazo corresponde ao nmero de dias decorridos entre as vendas e o seu recebimento. O volume de Duplicatas a Receber funo do total de vendas e do prazo concedido aos clientes.

    Quanto maior o prazo concedido pela empresa aos seus clientes, maior ser o volume de duplicatas a receber. Para compreendermos esse mecanismo, suponhamos uma empresa que vende diariamente R$ 20 com prazo de 30 dias para pagamento pelos seus clientes. Assim, teremos:

    Dias 1 2 3 4 ... 29 30 31 32 ... 360Vendas a Prazo 20 20 20 20 ... 20 20 20 20 ... 20Recebimentos 0 0 0 0 ... 0 0 (20) (20) ... (20)Duplicatas a Receber 20 40 60 80 ... 580 600 600 600 ... 600

    No primeiro dia, ocorre a venda de R$ 20 pelo prazo de 30 dias, no ocorrendo recebimento. No segundo dia, ela permanece sem receber pelas vendas, acumulando um saldo de R$ 40 em Duplicatas a Receber.

    Esse processo ocorre diariamente, com acmulo de Duplicatas a Receber at atingir o saldo de R$ 600 no 30. dia, momento em que o saldo se estabiliza, pois, a partir do 31. dia, h uma gerao de R$ 20 de duplicatas a receber, compensada pela reduo dos mesmos R$ 20 em funo do recebimento das vendas de 30 dias passados.

    Supondo-se vendas constantes ao longo do ano e prazo mdio de recebimento tambm constante, teremos um volume de R$ 600 investidos em duplicatas a receber.

    Caso a empresa decida ampliar o prazo de pagamento para seus clientes para, por exemplo, 40 dias, seu saldo de duplicatas a receber se elevar at atingir o volume de R$ 800, no 40. dia, mantendo-se neste patamar da por diante.

  • 15

    2.2.3 PRAZO MDIO DE PAGAMENTO DE FORNECEDORES (PMP)

    O Prazo Mdio de Pagamento (PMP) medido pela relao entre as contas de fornecedores e o valor das compras realizadas no perodo.

    360x Compras

    es FornecedorPMP

    =

    Este indicador fornece o tempo mdio entre o recebimento das mercadorias para revenda, ou das matrias-primas para serem transformadas, e o seu respectivo pagamento. O volume de Duplicatas a Pagar funo do total de compras e do prazo concedido pelos fornecedores.

    Quanto maior o prazo concedido empresa pelos seus fornecedores, maior ser o volume de Duplicatas a Pagar. Para compreendermos esse mecanismo, suponhamos uma empresa que compra diariamente R$ 10 com prazo de 30 dias para pagamento aos seus fornecedores. Assim, teremos:

    Dias 1 2 3 4 ... 29 30 31 32 ... 360Compras a Prazo 10 10 10 10 ... 10 10 10 10 ... 10Pagamentos 0 0 0 0 ... 0 0 (10) (10) ... (10)Duplicatas a Pagar 10 20 30 40 ... 290 300 300 300 ... 300

    No primeiro dia, ocorre a compra de R$ 10 pelo prazo de 30 dias, no ocorrendo pagamento. No segundo dia, ela efetua novas aquisies e permanece sem pagar pelas compras, acumulando um saldo de R$ 20 em Duplicatas a Pagar. Esse processo ocorre diariamente, com acmulo de Duplicatas a Pagar at atingir o saldo de R$ 300 no 30. dia, momento em que o saldo se estabiliza, pois, a partir do 31. dia, h compras dirias de R$ 10, compensadas pela reduo dos mesmos R$ 10 em funo do pagamento das compras de 30 dias anteriores. Supondo-se compras constantes ao longo do ano e prazo mdio de pagamento tambm constante, teremos um volume de R$ 300 originados de duplicatas a pagar.

    Caso a empresa consiga ampliar o prazo de pagamento junto a seus fornecedores para, por exemplo, 40 dias, seu saldo de duplicatas a pagar se elevar at atingir o volume de R$ 400, no 40. dia, mantendo-se neste patamar da por diante.

    Obs: O valor das compras, quando no conhecido, pode ser estimado de acordo com os seguintes critrios:

    Para uma empresa comercial: o CMV = Estoque Inicial + Compras Estoque Final. o Logo: Compras = CMV Estoque Inicial + Estoque Final

    Para uma empresa industrial: o CPV = Estoque Inicial + Custos de Produo Estoque Final.

    Logo: Compras = CPV Estoque Inicial + Estoque Final

    o Se Custos de Produo = Custos Fixos (depreciao, manuteno, energia, etc.) + Custos Variveis (consumo de matria-prima, embalagens, etc.), podemos considerar: Compras = Custos Variveis

  • 16

    2.2.4 PRAZO MDIO DE RECOLHIMENTO DE OBRIGAES FISCAIS (PMROF)

    O Prazo Mdio de Recolhimento de Obrigaes Fiscais (PMROF) medido pela relao entre as contas de Impostos a Recolher (Balano) e o valor dos Impostos sobre Vendas (DRE).

    360x Vendas sobre Impostos

    Recolher a ImpostosPMROF

    =

    Este indicador fornece o tempo mdio entre as Vendas e o recolhimento dos Impostos incidentes sobre as mesmas. O volume de Impostos sobre Vendas funo direta do total de Vendas, da alquota incidente sobre as vendas e do prazo concedido pelo governo para recolhimento destes impostos.

    Quanto maior o prazo concedido pelo governo empresa, maior ser o volume de Impostos a Recolher. Para compreendermos esse mecanismo, suponhamos uma empresa que vende diariamente R$ 20 com prazo de 30 dias para recolhimento dos impostos. Supondo alquota de 15% de Impostos sobre o valor das Vendas, teremos:

    Dias 1 2 3 4 ... 29 30 31 32 ... 360Vendas 20 20 20 20 ... 20 20 20 20 ... 20Impostos sobre Vendas (15%) 3 3 3 3 ... 3 3 3 3 ... 3Pagamento de Impostos 0 0 0 0 ... 0 0 (3) (3) ... (3)Impostos a Recolher 3 6 9 12 ... 87 90 90 90 ... 90

    No primeiro dia, ocorrem vendas no valor de R$ 20, gerando R$ 3 de Impostos a Pagar (R$ 20 x 15%), que somente sero recolhidos em 30 dias. No segundo dia, ela efetua novas vendas (R$ 20), gerando Impostos a Recolher de R$ 3, que somente sero pagos aps 30 dias, acumulando um saldo de R$ 6 em Impostos a Recolher. Esse processo se repete diariamente, com acmulo de Impostos a Recolher at atingir o saldo de R$ 90 no 30.dia, momento em que o saldo se estabiliza, pois, a partir do 31. dia, continuaro ocorrendo vendas dirias de R$ 20, gerando Impostos a Recolher de R$ 3 compensados pela reduo dos mesmos R$ 3 devido ao pagamento dos impostos relativos s vendas de 30 dias atrs. Supondo-se vendas constantes ao longo do ano, alquota e prazo mdio de recolhimento de impostos tambm constantes, teremos um volume constante de Impostos a Recolher, no valor de R$ 90, a partir do 30. dia.

    Caso o governo decida ampliar o prazo para as empresas recolherem estes impostos, de 30 para, por exemplo, 40 dias, o saldo de Impostos a Recolher se elevar at atingir o volume de R$ 120, no 40. dia, mantendo-se neste patamar da por diante.

    Obs: A alquota dos Impostos sobre Vendas, quando no conhecida, pode ser estimada a partir da Demonstrao do Resultado do Exerccio, pela relao entre Impostos sobre Vendas e Vendas Brutas, conforme abaixo:

    Brutas Vendas

    Vendas sobre ImpostosImpostos de Aliquota

    =

  • 17

    EXERCCIOS

    3) Determinada empresa apresentou os seguintes demonstrativos

    contbeis:

    Balano Patrimonial (exerccios findos em 31/12).

    Ativo 2012 2013 Passivo 2012 2013

    Ativo Circulante Passivo Circulante

    Caixa e Bancos 431 339 Duplicatas a Pagar 382 270

    Contas a Receber 503 365 Salrios a Pagar 79 99

    Estoques 289 300 Impostos a Recolher 159 114

    Ativo No Circulante Passivo No Circulante

    Realizvel a Longo Prazo 0 0 Exigvel a Longo Prazo 1.023 967

    Imobilizado 2.374 2.266 Patrimnio Lquido 1.954 1.820

    Demonstrativo do Resultado (exerccios findos em 31/12).

    Descrio 2012 2013

    (+)Receita Bruta de Vendas 3.616 3.020

    (-) Dedues da Receita Bruta (impostos e outros) 542 453

    (=) Receita Lquida de Vendas 3.074 2.567

    (-) Custo dos Produtos Vendidos 2.088 1.711

    (=) Lucro Bruto 986 856

    (-) Despesas Operacionais 568 553

    (=) Resultado Operacional 418 303

    (+/-) Receitas (Despesas) Financeiras 93 91

    (=) Lucro antes do IRPJ e CSSL 325 212

    (-) IRPJ e CSSL 94 64

    (=) Lucro Lquido do Exerccio 231 148

    Calcule os indicadores, considerando, para simplificar: Compras = 70% CMV.

    Indicador 2012 2013

    Prazo Mdio de Estoques (PME)

    Prazo Mdio de Recebimento (PMR)

    Prazo Mdio de Pagamento (PMP)

    Ciclo Financeiro (CF)

  • 18

    2.3 PROJEO DE CONTAS OPERACIONAIS DO BALANO

    A partir da projeo da Demonstrao de Resultados e, conhecendo-se os prazos mdios operados pela empresa, podemos projetar as contas operacionais do Balano, conforme segue:

    Seja:

    360 x CMV

    EstoquesPME

    =

    360 x Vendas

    Receber a DuplicatasPMRV

    =

    360 x Compras

    es FornecedorPMP

    =

    360 x Vendas sobre Impostos

    Recolher a ImpostosPMROF

    =

    360 x isOperacionaDespesas

    Pagar a ContasPMPDO

    =

    Tem-se:

    360

    CPV x PME Estoques

    =

    360

    Brutas Vendasx PMRV Receber a Duplicatas

    =

    360

    Varivel Custox PMP esFornecedor

    =

    360

    Vendas sobre Impostosx PMROFRecolher a Impostos

    =

    360

    isOperaciona Despesas x PMPDOPagar a Contas

    =

  • 19

    4) Um empreendedor decide montar uma pequena distribuidora de alimentos. Ele dispe de R$ 1.000.000 para investir no novo negcio e inicialmente aplica R$ 900.000 na compra de ativos imobilizados (loja e instalaes) e R$ 100.000 na compra dos primeiros estoques de mercadorias.

    No primeiro ano de operao, ele estima comercializar o equivalente a R$ 700.000 (receita bruta de vendas).

    Os impostos sobre vendas correspondero a 20% das vendas brutas.

    O custo das mercadorias vendidas foi estimado em 50% da receita bruta.

    As despesas operacionais foram projetadas em R$ 180.000 por ano.

    A empresa pretende trabalhar com os seguintes prazos:

    P.M.R.V. = 85 dias

    P.M.E. = 40 dias

    P.M.P. = 20 dias

    P.M.R.O.F. = 20 dias

    P.M.P.D.O. = 20 dias (prazo mdio de pagamentos das despesas operacionais)

    Considere, ainda, que:

    o imobilizado ser depreciado taxa de 10% ao ano. O valor da depreciao j se encontra embutido nos custos e despesas operacionais.

    a alquota de IRPJ + CSLL de 34%,;

    a empresa retm todo o lucro obtido;

    as compras so estimadas pela equao: Compras = CMV - EI + EF

    eventuais sobras de caixa sero direcionadas para aplicaes financeiras e, se houver dficit de caixa, este ser coberto com emprstimos de curto prazo.

  • 20

    Com base nestas premissas, projete a Demonstrao de Resultado e o Balano Patrimonial do Ano1.

    Balano Patrimonial Demonstrao do Resultado

    Ano 0 Ano 1 Ano 1

    Ativo Receita de Vendas

    Disponibilidades (-) Impostos sobre Vendas

    Contas a Receber (=) Receita Lquida

    Estoques (-) CMV

    Imobilizado (=) Lucro Bruto

    Total do Ativo (-) Despesas Operacionais

    (=) Resultado Operacional

    Passivo (-) IRPJ e CSLL

    Emprstimos (=) Lucro Lquido

    Fornecedores

    Obrigaes Fiscais P.M.R.V.

    Contas a Pagar P.M.E.

    Patrimnio Lquido P.M.P.

    Total do Passivo P.M.R.O.F.

    P.M.P.D.O.

    - Compras = CMV - EI + EF

  • 21

    3 ANLISE FINANCEIRA DINMICA OU O MODELO FLEURIET

    A primeira e mais importante idia inerente a este modelo refere-se ao entendimento do Balano Patrimonial como uma balana de dois pratos, em que um dos pratos representa as aplicaes (Ativo) e o outro, as fontes de recursos (Passivo).

    O modelo dinmico parte da constatao de que os Ativos representam Aplicaes de Recursos, enquanto os Passivos representam Fontes de Recursos. Ou seja, a empresa obtm recursos junto a seus fornecedores, empregados, emprstimos junto a bancos, capital de scios, etc (Passivos) e aplica estes recursos em estoques, contas a receber de clientes e ativos imobilizados, ou seja, em Ativos.

    Como, para todas e quaisquer aplicaes, so necessrias origens de mesmo valor, tem-se que somente se aplicaro recursos (Ativos) se forem obtidas fontes (Passivos) de igual valor. Portanto, assim como os Ativos representam as aplicaes de recursos e os passivos designam as fontes de recursos, temos que Aplicaes = Fontes, ou, na estrutura do Balano Patrimonial: Ativos = Passivos.

    Alm disso, a lgica do modelo consiste na idia de que aplicaes em Ativos Circulantes devero ser financiadas por Passivos Circulantes e, por sua vez, Ativos No Circulantes devero ser financiados por Passivos No Circulantes.

    BALANO PATRIMONIAL

    Ap

    lic

    a

    e

    s d

    e R

    ec

    urs

    os

    ATIVO PASSIVO

    Fo

    nte

    s d

    e R

    ec

    urs

    os

    Ativo Circulante Passivo Circulante

    Disponibilidades (caixa, bancos, aplicaes financeiras)

    Duplicatas descontadas Emprstimos e financiamentos (parcelas de curto prazo)

    Contas a receber de clientes Fornecedores Estoques Contas a pagar Despesas antecipadas Salrios e encargos a pagar Outros crditos Impostos a recolher

    Ativo No Circulante Passivo No Circulante

    Realizvel a Longo Prazo Exigvel a Longo Prazo Crditos e ttulos a receber Ttulos a pagar Emprstimos a receber de pessoas ligadas

    Emprstimos e financiamentos (parcelas de longo prazo)

    Investimentos Patrimnio LquidoImobilizado Capital Social Intangvel Reservas de Capital Reserva de Lucros

  • 22

    O Modelo Fleuriet

    O Modelo Dinmico de anlise financeira ou Modelo Fleuriet diz respeito a uma metodologia de estudo da posio de equilbrio de uma empresa baseada na distino de seus ativos e passivos circulantes em itens operacionais e financeiros.

    A anlise pelo Modelo Fleuriet inicia-se com a reclassificao das contas do Balano. As contas do grupo circulante (ativos e passivos) so reclassificadas, conforme sua natureza, em cclicas (operacionais) e financeiras (no operacionais), tendo-se, a partir da, o Ativo Circulante reclassificado em: Ativo Circulante Financeiro (ACF) e Ativo Circulante Cclico (ACC). Por sua vez, o Passivo Circulante reclassificado em Passivo Circulante Financeiro (PCF) e Passivo Circulante Cclico (PCC).

    O Ativo Circulante Financeiro (ACF) constitudo por elementos essencialmente financeiros, como caixa, bancos, aplicaes financeiras e em ttulos de curto prazo.

    Por outro lado, o Passivo Circulante Financeiro (PCF) composto por emprstimos e financiamentos bancrios, duplicatas descontadas e dividendos, entre outros.

    J o Ativo Circulante Cclico ou Operacional (ACC) composto pelas contas relacionadas s atividades operacionais da empresa, como estoques e duplicatas a receber, sendo influenciados pelo volume de negcios ou por caractersticas das fases do ciclo operacional, como prazos de estocagem ou poltica de prazos de recebimento de vendas.

    Por sua vez, o Passivo Circulante Cclico ou Operacional (PCC) formado pelas obrigaes de curto prazo da empresa, diretamente identificveis com seu ciclo operacional (fornecedores, salrios e encargos, contas a pagar e impostos a recolher).

    J as contas de longo prazo permanecem classificadas como Ativo No Circulante (ANC), englobando o Realizvel de Longo Prazo, Imobilizado, Investimentos e Intangvel.

    Da mesma forma, as contas de longo prazo do Passivo, que inclui o Exigvel a Longo Prazo e o Patrimnio Lquido, permanecem tratados como um nico grupo, denominado Passivo No Circulante (PNC).

  • 23

    Esta nova classificao pode ser visualizada no Balano Patrimonial, reclassificado, a seguir:

    BALANO PATRIMONIAL RECLASSIFICADO

    Ap

    lic

    a

    e

    s d

    e R

    ec

    urs

    os

    ATIVO PASSIVO

    Fo

    nte

    s d

    e R

    ec

    urs

    os

    Ativo Circulante Financeiro (ACF). Disponibilidades . Caixa . Bancos . Aplicaes financeiras

    Passivo Circulante Financeiro (PCF). Duplicatas Descontadas . Emprstimos de curto prazo . Financiamentos de curto prazo . Dividendos a pagar . Proviso para Imposto de Renda

    Ativo Circulante Cclico (ACC). Contas a receber de clientes . Estoques . Despesas Antecipadas . Outros crditos (operacionais)

    Passivo Circulante Cclico (PCC). Fornecedores . Contas a pagar . Salrios e encargos a pagar . Impostos a recolher

    Ativo No Circulante (ANC)

    . Realizvel a Longo Prazo . Ttulos a receber de longo prazo . Crditos a receber de pessoas ligadas

    . Investimentos

    . Imobilizado

    . Intangvel

    Passivo No Circulante (PNC) . Exigvel a Longo Prazo . Ttulos a pagar . Emprstimos de longo prazo . Financiamentos de longo prazo . Patrimnio Lquido . Capital Social . Reservas de Capital . Reserva de Lucros

    Esta reformulao estabelecida seguindo as premissas de Fleuriet: as contas cclicas ou operacionais so as contas relacionadas atividade operacional da empresa, enquanto que as contas financeiras no esto ligadas sua atividade operacional.

    Portanto, a proposta dessa reclassificao relacionar as diversas contas, no apenas pela sua afinidade temporal (curto e longo prazo), mas tambm pela sua relao no desenvolvimento das atividades operacionais.

    Dessa segmentao surgem os conceitos de Necessidade de Capital de Giro (NCG), Capital de Giro (CDG) e Saldo de Tesouraria (T), que veremos a seguir.

  • 24

    EXERCCIOS

    5) Classifique as contas conforme a padronizao da Anlise Dinmica

    ACF Ativo Circulante Financeiro PCF Passivo Circulante Financeiro

    ACC Ativo Circulante Cclico PCC Passivo Circulante Cclico

    ANC Ativo No Circulante PNC Passivo No Circulante

    Caixa = $ 22.500 Salrios a pagar = $ 63.000

    Aplicaes financeiras = $ 25.500 Capital Social = $ 631.800

    Duplicatas descontadas = 75.000 IRPJ e CSLL = $ 42.000

    Clientes = $ 669.300 Veculos = 180.000

    Despesas antecipadas = $ 12.000 Fornecedores = 120.000

    Ttulos a Receber longo prazo = $

    7.500

    Impostos a pagar = $ 48.000

    Emprstimo Curto Prazo = $ 18.000 Estoques = $ 108.000

    Financiamento Longo prazo = $

    27.000

    ACF PCF

    ACC PCC

    ANC PNC

    e calcule:

    a) o montante das fontes cclicas (PCC)

    b) o valor total das aplicaes cclicas (ACC)

  • 25

    6) Determinada empresa apresentou o seguinte Balano Patrimonial (exerccio

    findo em 31/12).

    Ativo 2013 Passivo 2013

    Ativo Circulante Passivo Circulante

    Caixa e Bancos 178.917 Duplicatas Descontadas 29.144

    Contas a Receber 96.398 Emprstimos 102.003

    Estoques 55.848 Fornecedores 30.776

    Outros Valores a Receber 3.313 Salrios e Encargos 31.539

    Despesas Antecipadas 1.200 Impostos 14.161

    Dividendos a Pagar 16.069

    Ativo No Circulante Passivo No Circulante

    Realizvel a Longo Prazo 82.303 Financiamentos 77.166

    Imobilizado 210.622 Patrimnio Lquido 327.743

    Total do Ativo 628.601 Total do Passivo 628.601

    Reclassifique as contas e levante novo Balano Patrimonial de acordo com o

    Modelo Dinmico.

    ATIVO PASSIVO

    ACF PCF

    ACC PCC

    ANC PNC

  • 26

    3.1 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG)

    As operaes de uma empresa envolvem as atividades relacionadas ao seu ciclo operacional, quais sejam: compra, produo, estocagem e venda. Para tanto, a empresa aplica recursos em estoques (de matrias-primas, produtos em elaborao e produtos acabados), financiamento a clientes (atravs de prazos concedidos aos clientes para efetuar o pagamento), entre outros.

    Aplicaes de recursos

    Em outras palavras, uma empresa industrial estar constantemente adquirindo matrias-primas, processando e mantendo estoques (de matrias-primas, produtos em elaborao e produtos acabados), bem como financiando continuamente seus clientes. No caso de empresas comerciais, ela estar permanentemente adquirindo mercadorias para revenda e, tal qual uma firma industrial, financiando continuamente seus clientes, ao proporcionar-lhes prazos para pagamento.

    Estoques

    No caso dos estoques, uma empresa comercial mantm um determinado volume de mercadorias para revenda. medida que estes produtos so vendidos, a empresa adquire novas mercadorias para repor seu estoque. Ocorre, portanto, um ciclo, em que mercadorias so retiradas do estoque para venda e, em seguida, novos produtos so adquiridos para recomposio do estoque.

    Consideremos, por exemplo, uma situao em que a empresa tenha um saldo inicial de estoques de $ 3.000,00 (valor de aquisio) e que as vendas dirias sejam de $ 200,00. Supondo que a empresa revenda suas mercadorias com margem de 100% (desconsiderando a influncia dos impostos), isso significa que todos os dias a empresa retira, para venda, $ 100,00 em mercadorias de seus estoques, conforme demonstrado abaixo:

    Seja: Preo de Venda: $ 200,00 Margem = 100% = 1

    Logo:

    Margem = Preo de Venda Preo de Compra Preo de Compra

    Preo de Compra x Margem = Preo de Venda Preo de Compra

    Preo de Compra x Margem + Preo de Compra = Preo de Venda

    Preo de Compra x (Margem + 1) = Preo de Venda

    Preo de Compra = Preo de Venda Margem + 1

    Substituindo os valores na equao anterior, temos:

    Preo de Compra = $ 200,00 = $ 200,00 = $ 100,00 100% +1 1 + 1

  • 27

    Logo, para um valor de estoque inicial de $ 3.000,00 e uma venda diria de $ 200,00, ao custo de $ 100,00 (preo de compra dos estoques), temos:

    Dias 0 1 2 3 ... 29 30 ... 360Estoque inicial 3.000 3.000 3.000 ... 3.000 3.000 ... 3.000(-) Baixa nos Estoques pelas Vendas

    (100) (100) (100) ... (100) (100) ... (100)

    (+) Compras de Estoques

    100 100 100 100 100 100

    (=) Estoque final 3.000 3.000 3.000 3.000 ... 3.000 3.000 ... 3.000

    No primeiro dia, ocorre a venda de R$ 200,00, com retirada de $ 100,00 dos estoques. No mesmo dia, a empresa adquire mais $ 100,00 para repor seus estoques, permanecendo com o saldo de estoques no valor de $ 3.000,00.

    Esse processo se repete diariamente, de forma que a empresa manter diariamente estoques no valor constante de $ 3.000,00. Ou seja, a qualquer momento em que levantarmos o Balano Patrimonial da empresa, teremos $ 3.000,00 aplicados em Estoques.

    Acompanhando esse raciocnio, percebemos que o valor investido pela empresa em seus estoques tende a manter-se constante ao longo do tempo, o que significa que a manuteno de estoques representa uma aplicao permanente de recursos realizada pela empresa. Neste caso, a empresa estar aplicando, permanentemente, $ 3.000,00 em estoques de mercadorias para revenda.

  • 28

    Duplicatas a Receber de Clientes

    O mesmo acontece com as duplicatas a receber de clientes. A cada venda a prazo realizada pela empresa, ela emite uma duplicata que dever ser paga por seu cliente em um determinado prazo.

    Seguindo o exemplo anterior e, supondo que as vendas mantenham-se constantes todos os dias e que a empresa conceda prazo de 30 dias para todos os seus clientes, teremos:

    Vendas Dirias = $ 200,00 Prazo de Recebimento das Vendas = 30 dias

    Logo:

    Dias 1 2 3 4 ...

    29 30 31 32 ...

    360

    Vendas a Prazo

    200

    200

    200

    200

    ...

    200 200 200 200 ...

    200

    Recebimentos

    0 0 0 0 ...

    0 0 (200) (200) ...

    (200)

    Duplicatas a Receber

    200

    400

    600

    800

    ...

    5.800

    6.000

    6.000

    6.000

    ...

    6.000

    Verifica-se que, a partir do 30. dia, a empresa manter diariamente saldo de Contas a Receber de Clientes (Duplicatas a Receber) no valor constante de $ 6.000,00. Ou seja, a qualquer momento (a partir do 30. dia) em que levantarmos o Balano Patrimonial da empresa, teremos $ 6.000,00 aplicados em Duplicatas a Receber.

    Portanto, semelhante ao que ocorre com os Estoques, verificamos que o valor investido pela empresa em seus Clientes (Duplicatas a Receber) representa uma aplicao permanente de recursos realizada pela empresa. Neste exemplo, esta aplicao de $ 6.000,00.

    Somando-se os valores permanentemente aplicados pela empresa em Estoques (no exemplo, $ 3.000,00) aos valores permanentemente aplicados em Contas a Receber de Clientes (no exemplo, $ 6.000,00), podemos concluir que a empresa estar aplicando recursos em ativos cclicos, de forma permanente, no valor de $ 9.000,00 (no exemplo, $ 3.000,00 + $ 6.000,00).

    Podemos, assim, concluir que, embora sejam cclicos, ou seja, se renovem continuamente, acompanhando o ritmo de suas operaes, a empresa estar sempre aplicando recursos, de forma permanente, em ativos cclicos, como Estoques e Contas a Receber de Clientes, gerando uma necessidade permanente de recursos, que dever ser financiada por alguma fonte de recursos.

  • 29

    Fontes de recursos

    Por outro lado, para financiar estas aplicaes permanentes em Estoques e Contas a Receber de Clientes, a empresa buscar fontes de recursos (tambm de forma permanente) junto aos seus fornecedores, empregados e governo, obtendo crdito junto a estes, por meio de prazos para pagamento de compras de matrias-primas ou mercadorias (fornecedores), salrios (empregados) e impostos (governo).

    Fornecedores

    Da mesma forma que a empresa concede prazo aos seus clientes para pagamento das vendas realizadas, ela negociar, junto aos seus fornecedores, um prazo para pagamento das matrias-primas ou mercadorias adquiridas destes.

    Assim, a cada compra realizada, o fornecedor emitir uma duplicata que dever ser paga pela empresa em determinado prazo.

    Seguindo a mesma lgica do exemplo anterior e, supondo que a empresa realize compras dirias de matrias-primas ou mercadorias para revenda no valor de $ 100,00 e, que a mesma consiga prazo de pagamento de 40 dias, teremos:

    Compras Dirias = $ 100,00 Prazo de Pagamento das Compras = 40 dias

    Logo:

    Dias 1 2 3 4 ... 39 40 41 42 ... 360Compras a Prazo

    100 100 100 100 ... 100 100 100 100 ... 100

    Pagamentos 0 0 0 0 ... 0 0 (100) (100) ... (100)Duplicatas a Pagar

    100 200 300 400 ... 3.900 4.000 4.000 4.000 ... 4.000

    Verifica-se que a empresa manter diariamente saldo de Contas a Pagar a Fornecedores no valor constante de $ 4.000,00. Ou seja, a qualquer momento em que levantarmos o Balano Patrimonial da empresa (a partir do 40. dia), teremos $ 4.000,00 de recursos originados de (financiados por) Fornecedores.

    Portanto, semelhante ao que ocorre com os valores de Contas a Receber de Clientes, verificamos que o valor financiado empresa por seus Fornecedores (ou Duplicatas a Pagar) representa uma fonte permanente de recursos obtida pela empresa. Neste exemplo, esta fonte de recursos de $ 4.000,00.

  • 30

    Empregados (Salrios e Encargos)

    Da mesma forma que a empresa obtm prazo para pagamento de suas compras de mercadorias ou matrias-primas junto aos seus fornecedores, ela tambm paga o trabalho de seus empregados (fornecedores de mo-de-obra) aps um determinado prazo, que, normalmente, de 30 dias.

    Assim, seus empregados trabalham durante todo o ms e somente recebem o pagamento no ms seguinte. Como a frequncia do pagamento dos empregados (bem como dos encargos sociais INSS, FGTS, etc) ocorre a cada 30 dias, pode-se dizer que a empresa obtm, dos empregados, um prazo de 30 dias para pagamento do fornecimento de mo-de-obra. Em outras palavras, assim como os fornecedores de matrias-primas ou mercadorias, os empregados financiam a empresa por um prazo mdio de 30 dias, conforme se pode averiguar pelo quadro a seguir.

    Supondo que o total de salrios e encargos mensais pagos pela empresa seja da ordem de $ 1.200,00 e que o pagamento ocorre a cada 30 dias, teremos:

    Mo-de-obra diria = $ 40,00 (ou seja, $ 1.200,00 / 30 dias)

    Prazo de Pagamento de Salrios (e encargos) = 30 dias

    Logo:

    Dias 1 2 3 4 ... 29 30 31 32 ... 360Mo-de-obra diria

    40 40 40 40 ... 40 40 40 40 ... 40

    Pagamento de Salrios

    0 0 0 0 ... 0 0 (1.200) 0 ... 0

    Salrios a Pagar 40 80 120 160 ... 1.160 1.200 40 80 ... 1.200

    Portanto, a cada ciclo de 30 dias, a empresa estar sendo financiada por seus empregados no valor de $ 1.200,00. Em outras palavras, os empregados representam uma fonte permanente de recursos obtida pela empresa. Neste exemplo, esta fonte permanente de recursos de $ 1.200,00.

  • 31

    Governo (Impostos)

    Da mesma forma que a empresa obtm prazo para pagamento junto aos seus fornecedores e empregados, ela tambm paga os impostos aps um determinado prazo, que, em mdia, de 30 dias aps as vendas.

    Assim, a cada dia, a empresa efetua vendas que geram impostos que sero pagos aps 30 dias (por exemplo). Considerando que os impostos incidentes so da ordem de 15% sobre o valor das vendas e, adotando o mesmo valor utilizado no exemplo atual, ou seja, vendas dirias de $ 200,00, temos um valor dirio de Impostos a Pagar de $ 30,00 (15% de $ 200,00), conforme detalhado abaixo:

    Dias 1 2 3 ... 29 30 31 32 ... 360Vendas 200 200 200 ... 200 200 200 200 ... 200Impostos a Pagar 30 60 90 ... 870 900 30 60 ... 900Impostos recolhidos 0 0 0 ... 0 0 (90

    0)0 ... 0

    Impostos a Recolher 30 60 90 ... 870 900 30 60 ... 900

    Portanto, a cada ciclo de 30 dias, a empresa estar sendo financiada pelo governo no valor de $ 900,00. Em outras palavras, os impostos representam uma fonte permanente de recursos obtida pela empresa. Neste exemplo, esta fonte permanente de recursos de $ 900,00.

  • 32

    Necessidade de Capital de Giro (NCG) = Aplicaes (-) Fontes de recursos

    Somando-se os valores permanentemente aplicados pela empresa em Estoques (no exemplo, $ 3.000) aos valores permanentemente aplicados em Contas a Receber de Clientes (no exemplo, $ 6.000,00), podemos concluir que a empresa estar sempre aplicando recursos em ativos circulantes cclicos (operacionais), de forma permanente (no exemplo, $ 3.000,00 + $ 6.000,00 = $ 9.000,00).

    Por outro lado, a empresa estar obtendo fontes permanentes de recursos junto aos seus Fornecedores (no exemplo, $ 4.000), Empregados ($ 1.200) e Governo ($ 900), oriundos de seus passivos circulantes cclicos (operacionais), tambm de forma permanente (no exemplo, $ 4.000,00 + $ 1.200,00 + $ 900,00 = $ 6.100,00).

    Assim, embora sejam cclicos, ou seja, se renovem continuamente, acompanhando o ritmo de suas operaes, a empresa estar sempre aplicando recursos, de forma permanente, em ativos cclicos, como estoques e contas a receber de clientes, gerando uma necessidade permanente de recursos, que dever ser financiada pelos recursos oriundos de suas fontes cclicas (fornecedores, salrios e impostos).

    Portanto, em suas operaes, a empresa aplica, de forma permanente, recursos em Estoques e Contas a Receber de Clientes. Por outro lado, ela financia suas operaes, tambm de forma permanente, junto aos seus Fornecedores, Empregados e Governo.

    Contudo, como ocorreu no exemplo acima, dificilmente os valores aplicados em ativos cclicos (estoques e contas a receber de clientes) coincidiro exatamente com os valores obtidos junto s fontes cclicas (fornecedores, salrios a pagar, impostos, contas a pagar), resultando em um saldo a favor das aplicaes ou das fontes cclicas de curto prazo.

    O resultado desta operao, qual seja, a diferena entre os recursos investidos em Ativos Circulantes Cclicos (ACC) e os obtidos nos Passivos Circulantes Cclicos (PCC) o que representa a Necessidade de Capital de Giro de uma empresa (NCG).

    Portanto, a Necessidade de Capital de Giro (NCG) de uma empresa calculada pela diferena entre o total dos Ativos Circulantes Cclicos e dos Passivos Circulantes Cclicos:

    NCG = ACC (-) PCC

  • 33

    Necessidade de Capital de Giro (NCG) Positiva

    Quando a Necessidade de Capital de Giro (NCG) for positiva, significa que o total de ativos circulantes cclicos apresenta valor superior ao dos passivos circulantes cclicos (ACC > PCC), ou seja, a empresa est aplicando recursos em ativos operacionais de curto prazo (estoques, clientes, etc.) em valor superior quele obtido junto s suas fontes de recursos operacionais de curto prazo (fornecedores, salrios a pagar, contas a pagar, impostos a recolher, etc).

    Exemplo: Contas a Receber: 25.000 Fornecedores: 30.000 Estoques: 40.000 Impostos a Pagar: 5.000

    NCG = ACC - PCC NCG = (25.000 + 40.000) (30.000 + 5.000) = 30.000

    Neste caso, a empresa est aplicando $ 65.000 em Ativos Circulantes Cclicos (ACC) e obtendo apenas $ 35.000 de fontes oriundas do Passivo Circulante Cclico (PCC). Esta diferena ($ 30.000) representa a Necessidade de Capital de Giro (NCG), que a empresa dever financiar com recursos de outras fontes.

    Neste caso, a NCG positiva ($ 30.000) e representa uma aplicao de recursos que dever ser financiada com recursos financeiros de curto prazo (emprstimos e financiamentos de curto prazo PCF) ou com recursos das fontes no cclicas do passivo (PNC), ou seja, o Exigvel a Longo Prazo e/ou o Patrimnio Lquido.

    ACC > PCC NCG Positiva NCG como aplicao de recursos

  • 34

    Necessidade de Capital de Giro (NCG) Negativa

    Ao contrrio, quando a Necessidade de Capital de Giro (NCG) for negativa, significa que a empresa tem mais financiamentos do que investimentos operacionais, ou seja, o total de passivos circulantes cclicos apresenta valor superior soma dos ativos circulantes cclicos (PCC > ACC), evidenciando sobra de recursos para aplicao no mercado financeiro (aplicaes financeiras de curto prazo) ou em ativos de longo prazo (Ativo No Circulante). Neste caso, A NCG constitui-se em fonte de recursos para a empresa.

    Exemplo: Contas a Receber: 15.000 Fornecedores: 50.000 Estoques: 30.000 Impostos a Pagar: 10.000

    NCG = ACC - PCC NCG = (15.000 + 30.000) (50.000 + 10.000) = -15.000

    Neste caso, a empresa est aplicando $ 45.000 em Ativos Circulantes Cclicos (ACC) e obtendo $ 60.000 de fontes oriundas de Passivos Circulantes Cclicos (PCC). Ou seja, a empresa tem fontes de recursos ($ 60.000) em valor superior s aplicaes de recursos ($ 45.000), resultando, portanto, em uma Necessidade de Capital de Giro (NCG) negativa (- $ 15.000), ou seja, h sobra de recursos oriundos das operaes que podero ser utilizadas pela empresa para financiar aplicaes de curto prazo no mercado financeiro ou aplicaes de longo prazo (ativos no circulantes).

    PCC > ACC NCG Negativa NCG como fonte de recursos

    Necessidade de Capital de Giro (NCG) Nula

    Quando a NCG for igual a zero, o total de aplicaes em ativos cclicos encontra-se plenamente financiado por passivos circulantes cclicos e, neste caso, a empresa no possuir necessidade de financiamento para o giro.

    Exemplo: Contas a Receber: 25.000 Fornecedores: 40.000 Estoques: 25.000 Impostos a Pagar: 10.000

    NCG = ACC - PCC NCG = (25.000 + 25.000) (40.000 + 10.000) = 0

    Neste caso, a Necessidade de Capital de Giro nula, ou seja, h um equilbrio entre as aplicaes operacionais de curto prazo (ACC) e as fontes operacionais de curto prazo (PCC):

    ACC = PCC NCG Nula NCG no representa nem

    aplicao nem fonte de recursos

  • 35

    3.1.1 CLCULO DA NCG A PARTIR DOS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS

    A Necessidade de Capital de Giro (NCG) pode ser obtida a partir das informaes encontradas no Balano Patrimonial e na Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE).

    Para calcularmos a Necessidade de Capital de Giro (NCG), faremos uso dos indicadores de prazos mdios dos ativos circulantes cclicos (estoques e contas a receber de clientes) e dos passivos circulantes cclicos (fornecedores, contas a pagar e obrigaes fiscais). Os prazos mdios podem ser calculados da seguinte forma:

    Prazo Mdio de Estoques:

    360 x CMV

    EstoquesPME

    =

    Prazo Mdio de Recebimento de Vendas:

    360 x Vendas

    Receber a DuplicatasPMRV

    =

    Prazo Mdio de Pagamento de Fornecedores:

    360 x Compras

    es FornecedorPMP

    =

    Prazo Mdio de Recolhimento de Obrigaes Fiscais:

    360 x Vendas sobre Impostos

    Recolher a ImpostosPMROF

    =

    Prazo Mdio de Pagamento de Despesas Operacionais:

    360 x isOperacionaDespesas

    Pagar a ContasPMPDO

    =

  • 36

    A partir dessas informaes, podemos extrair as seguintes relaes:

    360

    CPV x PME Estoques

    =

    360

    Brutas Vendas x PMRVReceber a Duplicatas

    =

    360

    Varivel Custo x PMP esFornecedor

    =

    360

    Vendas sobre Impostos x PMROFRecolher a Impostos

    =

    360

    isOperaciona Despesas x PMPDOPagar a Contas

    =

    Seja:

    PCC - ACCNCG =

    Logo:

    Impostos -Pagar a Contas - Fornec. - Rec. Duplic. EstoquesNCG +=

  • 37

    De onde se extrai que a Necessidade de Capital de Giro (NCG) influenciada pelos seguintes fatores:

    Poltica de Estoques: quanto maior o volume de estoques mantidos pela empresa, maior ser sua Necessidade de Capital de Giro;

    Prazos concedidos aos clientes: a NCG ser tanto maior quanto maiores forem os prazos concedidos aos clientes;

    Volume de Vendas: quando a NCG positiva, ela aumenta em funo do aumento das vendas, reduzindo em condies de queda nas vendas. Quando a NCG negativa, a situao se inverte, ocorrendo reduo da NCG em situaes de aumento das vendas, tornando-se ainda mais negativa.

    Prazos recebidos de fornecedores: a NCG ser tanto maior quanto menores forem os prazos de pagamento concedidos pelos fornecedores;

    Prazos de pagamento de impostos: a NCG ser tanto maior quanto menores forem os prazos de pagamento de impostos.

    Concluso

    A NCG depende basicamente da natureza e do nvel de atividades dos negcios da empresa, sendo sensvel s modificaes na economia. A natureza dos negcios determina seu ciclo financeiro, enquanto o nvel de atividade funo das vendas.

    A Necessidade de Capital de Giro, quando positiva, representa aplicao de recursos, cabendo empresa obter fontes para financi-la. Por outro lado, a NCG, se negativa, representa fonte de recursos que a empresa poder aplicar em ativos circulantes financeiros (ACF) ou permanentes (ANC). Em resumo, tem-se:

    NCG (+) NCG (-)

    Aplicao de Recursos Fonte de Recursos

  • 38

    Fatores que aumentam a NCG:

    - Aumento dos Ativos Circulantes Cclicos (ACC), como elevao dos nveis de estoques, aumento das vendas a prazo ou dos prazos concedidos aos clientes, adiantamentos concedidos a fornecedores, antecipao de despesas, dentre outros;

    - Reduo dos Passivos Circulantes Cclicos (PCC), como reduo dos prazos concedidos pelos fornecedores, diminuio dos prazos de pagamento de salrios, encargos e de recolhimento de impostos, dentre outros;

    - A combinao dos fatores listados acima.

    Fatores que reduzem a NCG:

    - Reduo dos Ativos Circulantes Cclicos (ACC), como diminuio dos nveis de estoques, reduo das vendas a prazo ou dos prazos concedidos aos clientes, adiantamentos recebidos de clientes, etc.;

    - Aumento dos Passivos Circulantes Cclicos (PCC), como aumento dos prazos concedidos pelos fornecedores, aumento dos prazos de pagamento de salrios, encargos e de recolhimento de impostos, etc.;

    - A combinao dos fatores listados acima.

    Fatores que no afetam a NCG:

    - Quaisquer modificaes ocorridas em itens relacionados aos ativos e passivos no circulantes, como, por exemplo, aquisio de ativos imobilizados com recursos de financiamentos de longo prazo.

    EXERCCIOS

    7) A empresa Alfa, em 31/12/2013, apresentou os seguintes dados: Ativo Circulante Financeiro: R$ 30.000,00; Ativo Circulante Cclico: R$ 80.000,00; Passivo Circulante Cclico: R$ 40.000,00 e Passivo Circulante Financeiro: R$ 70.000,00. Assinale a alternativa correta:

    A) No h necessidade de capital de giro, pois os ativos so iguais aos passivos.

    B) Sobram capitais de terceiros no onerosos de R$ 50.000,00.

    C) A necessidade de capital de giro de R$ 10.000,00.

    D) A necessidade de capital de giro de R$ 40.000,00.

  • 39

    8) A Cia. Beta, visando reduzir sua Necessidade de Capital de Giro (NCG), estrategicamente decidiu:

    I) aumentar a taxa de crescimento das vendas

    II) diminuir o volume e valor de seus estoques

    III) substituir dvidas de curto prazo por dvidas de longo prazo

    IV) negociar maiores prazos de pagamento junto a seus fornecedores

    Do ponto de vista dos objetivos previstos pela empresa, esto INCORRETAS as decises:

    A) I e IV, apenas;

    B) II e IV, apenas;

    C) II, III e IV, apenas;

    D) I e III, apenas;

    E) I, II, III, IV.

    9) Uma indstria fatura R$ 35 milhes por ano, sendo tributada alquota de 15% de impostos sobre suas vendas. Seus custos totais (CPV) representam 80% do valor das vendas, sendo que suas compras anuais (custos variveis) so da ordem de R$ 16,8 milhes.

    Considerando que a empresa trabalha com prazo mdio de estoques de 91 dias, prazo de recebimento de vendas de 47 dias, paga seus fornecedores com 62 dias e impostos com 30 dias, calcule a Necessidade de Capital de Giro desta indstria.

  • 40

    3.2 CAPITAL DE GIRO (CDG) O Capital de Giro (CDG) representa uma fonte permanente de recursos de longo prazo que a empresa utiliza para financiar sua Necessidade de Capital de Giro (NCG). Alm de permanente, a principal fonte de financiamento da NCG.

    O CDG calculado pela diferena entre passivos no circulantes (PNC) e ativos no circulantes (ANC).

    CDG = PNC ANC

    O motivo pelo qual se calcula o Capital de Giro (CDG) pela diferena entre as fontes de longo prazo (passivos no circulantes) e as aplicaes de longo prazo (ativos no circulantes) deve-se ao objetivo de demonstrar que o CDG representa uma fonte de recursos para a empresa.

    O Capital de Giro , por essncia, uma fonte permanente de recursos constituda com a finalidade de financiar as necessidades de capital de giro da empresa. O CDG se apresenta razoavelmente estvel ao longo do tempo em funo da natureza permanente (no cclica) dos ativos e passivos de longo prazo.

    Capital de Giro (CDG) Positivo

    O Capital de Giro positivo significa que os passivos no circulantes (PNC) tm valor superior ao dos ativos no circulantes (ANC), sendo que este saldo positivo utilizado pela empresa pra financiar suas necessidades operacionais de curto prazo (NCG).

    Exemplo: Realizvel a Longo Prazo: 40.000 Exigvel de Longo Prazo: 170.000 Ativo Imobilizado: 560.000 Patrimnio Lquido: 500.000

    CDG = PNC - ANC CDG = (170.000 + 500.000) (40.000 + 560.000) = 70.000

    Neste exemplo, a empresa dispe de fontes de recursos de longo prazo (PNC) no valor de $ 670.000 e aplicaes de longo prazo (ANC) no valor de $ 500.000. Assim, as fontes de longo prazo (PNC) financiam completamente as aplicaes de longo prazo (ANC) e ainda sobram recursos ($ 70.000) para financiar a Necessidade de Capital de Giro (NCG) da empresa.

    PNC > ANC CDG Positivo

  • 41

    Capital de Giro (CDG) Negativo

    Ao contrrio, se os ativos no circulantes (ANC) apresentarem valores superiores aos dos passivos no circulantes (PNC), o Capital de Giro ser negativo e, junto com a NCG, ter de ser financiado com recursos financeiros de curto prazo (Passivo Circulante Financeiro), como ser visto em tpico adiante.

    Exemplo: Realizvel a Longo Prazo: 80.000 Exigvel de Longo Prazo: 120.000 Ativo Imobilizado: 700.000 Patrimnio Lquido: 600.000

    CDG = PNC - ANC CDG = (120.000 + 600.000) - (80.000 + 700.000) = - 60.000

    Neste exemplo, a empresa dispe de fontes de recursos de longo prazo (PNC) no valor de $ 720.000 e aplicaes de longo prazo (ANC) no valor de $ 780.000. Assim, as fontes de longo prazo (PNC) no so suficientes para financiar as aplicaes de longo prazo (ANC), resultando em um Capital de Giro negativo (- $ 60.000), que dever ser financiado com recursos de curto prazo (PCC ou PCF).

    PNC < ANC CDG Negativo

    Capital de Giro (CDG) Nulo

    O Capital de Giro ser nulo caso os ativos e passivos no circulantes apresentem valores idnticos.

    Exemplo: Realizvel a Longo Prazo: 50.000 Exigvel de Longo Prazo: 150.000 Ativo Imobilizado: 450.000 Patrimnio Lquido: 350.000

    CDG = PNC - ANC CDG = (150.000 + 350.000) (50.000 + 450.000) = 0

    Neste exemplo, a empresa dispe de fontes de recursos de longo prazo (PNC) no valor de $ 500.000 e aplicaes de longo prazo (ANC) tambm no valor de $ 500.000. Assim, as fontes de longo prazo (PNC) so suficiente apenas para financiar as aplicaes de longo prazo (ANC), no sobrando recursos para financiar a Necessidade de Capital de Giro (NCG) da empresa.

    PNC = ANC CDG Nulo

    Em resumo, tem-se:

    CDG (-) CDG (+)

    Aplicao de Recursos Fonte de Recursos

  • 42

    Fatores que aumentam o CDG:

    - Aumento dos Passivos No Circulantes (PNC), como aumento de capital, incorporao de lucros, obteno de financiamentos de longo prazo, dentre outros;

    - Reduo dos Ativos No Circulantes (ANC), como venda de bens do ativo permanente (investimentos e imobilizado), depreciao, dentre outros;

    - A combinao dos fatores listados acima.

    Fatores que reduzem o CDG:

    - Reduo dos Passivos No Circulantes (PNC), como transferncia de passivos de longo para curto prazo, incorporao de prejuzos, distribuio de lucros, etc.;

    - Aumento dos Ativos No Circulantes (ANC), como aquisio de bens para o ativo imobilizado com recursos de curto prazo, aquisio de participao em outras empresas (Investimento Permanente), etc.;

    - A combinao dos fatores listados acima.

    Fatores que no afetam o CDG:

    - Quaisquer modificaes ocorridas em itens relacionados aos ativos e passivos circulantes (tanto cclicos quanto financeiros), como, por exemplo, alteraes nos volumes de estoques, modificaes nos prazos concedidos aos clientes, emprstimos de curto prazo, etc.

  • 43

    EXERCCIOS

    10) Aumenta(m) o Capital de Giro:

    ( ) Reduo do Passivo Exigvel a Longo Prazo e aumento do Ativo Realizvel a Longo Prazo.

    ( ) Aumento do Passivo Exigvel a Longo Prazo e reduo do Ativo Permanente.

    ( ) Os aumentos do Ativo Circulante e do Passivo Circulante.

    ( ) Os aumentos do Passivo Circulante e do Imobilizado.

    11) Em relao ao Capital de Giro, INCORRETO afirmar que:

    ( ) igual ao Patrimnio Lquido mais o Exigvel a Longo Prazo menos o Ativo Permanente menos o Realizvel a Longo Prazo;

    ( ) constitui-se na principal fonte de financiamento das necessidades para o giro dos negcios da empresa;

    ( ) apresenta-se razoavelmente estvel ao longo do tempo. Diminui quando a empresa realiza novos investimentos em bens do ativo permanente (aumento do ativo permanente);

    ( ) pode ser negativo.

    ( ) igual ao Ativo No Circulante menos o Passivo No Circulante;

    12) Marque Verdadeiro (V) ou Falso (F) para as afirmativas abaixo:

    ( ) A reduo dos estoques aumenta o capital de giro da empresa.

    ( ) A aquisio de bens para o imobilizado com recursos de curto prazo aumenta o capital de giro.

  • 44

    3.3 SALDO DE TESOURARIA (T)

    O Saldo de Tesouraria ou simplesmente Tesouraria (T) identifica o grau de utilizao de recursos financeiros de curto prazo para financiar as Necessidades de Capital de Giro (NCG). Assim, caso o Capital de Giro (CDG) no seja suficiente para financiar as Necessidades de Capital de Giro (NCG), a empresa far uso de recursos onerosos de curto prazo (PCF) para cobrir o saldo remanescente.

    A Tesouraria (T) tambm poder ser utilizada para financiar aplicaes de longo prazo (ANC), caso o Capital de Giro (CDG) seja negativo.

    O saldo de Tesouraria definido como a diferena entre o Ativo Circulante Financeiro (ACF) e o Passivo Circulante Financeiro (PCF):

    T = ACF PCF

    O ACF constitudo por elementos essencialmente financeiros como caixas e bancos, aplicaes financeiras, dentre outros. O PCF abrange os emprstimos bancrios de curto prazo, duplicatas descontadas (reclassificadas do ativo circulante para o passivo circulante), dividendos a pagar, dentre outros.

    Relao entre Tesouraria, Capital de Giro e Necessidade de Capital de Giro

    O Saldo de Tesouraria (T) deve ser entendido como a diferena entre o Capital de Giro (CDG) e a Necessidade de Capital de Giro (NCG), ou seja:

    T = CDG NCG

    Esta identidade pode ser comprovada de acordo com a demonstrao abaixo:

    Ativo = Passivo

    ACF + ACC + ANC = PCF + PCC + PNC

    ACF PCF = - (ACC PCC) + (PNC ANC)

    ACF PCF = - NCG + CDG

    T = CDG - NCG

  • 45

    Saldo de Tesouraria (T) Positivo

    Se o Saldo de Tesouraria for positivo, significa que a empresa conta com uma folga financeira, ou seja, com recursos financeiros aplicados no curto prazo. Em outras palavras, a empresa apresenta Capital de Giro (CDG) em valor superior s suas Necessidades de Capital de Giro (NCG), resultando em fontes de recursos que ficaro disposio da empresa para aplicaes financeiras.

    Exemplo: Contas a Receber: 25.000 Fornecedores: 30.000 Estoques: 40.000 Impostos a Pagar: 5.000

    Realizvel a Longo Prazo: 40.000 Exigvel de Longo Prazo: 170.000 Ativo Imobilizado: 560.000 Patrimnio Lquido: 500.000

    Neste caso, temos:

    NCG = ACC - PCC NCG = (25.000 + 40.000) (30.000 + 5.000) = 30.000

    e

    CDG = PNC - ANC CDG = (170.000 + 500.000) (40.000 + 560.000) = 70.000

    Logo:

    T = CDG - NCG T = 70.000 30.000 = 40.000

    Neste exemplo, a empresa apresenta um Capital de Giro (CDG) no valor de $ 70.000, que suficiente para financiar sua Necessidade de Capital de Giro (NCG) e ainda sobram recursos ($ 40.000) para aplicao (Tesouraria positiva em $ 40.000).

    Assim, se o Capital de Giro (CDG) for superior Necessidade de Capital de Giro (NCG), haver sobra de recursos e, portanto, a Tesouraria apresentar saldo positivo, que ser aplicado no mercado financeiro (aplicaes financeiras de curto prazo). Verifica-se, portanto, que esta situao denota sobra de recursos, significando que a empresa encontra-se em situao de folga financeira.

    Contudo, um Saldo de Tesouraria (T) positivo e elevado no constitui, necessariamente, uma condio desejvel, podendo significar que a empresa no est aproveitando as oportunidades de investimento propiciadas por sua estrutura financeira, caso em que o Saldo de Tesouraria engorda por falta de uma estratgia adequada de investimentos.

  • 46

    Saldo de Tesouraria (T) Negativo

    Se a Tesouraria apresentar saldo negativo, isso significa que a empresa apresenta Capital de Giro (CDG) em valor inferior s suas Necessidades de Capital de Giro (NCG). Neste caso, o Saldo de Tesouraria (T) ser negativo, com o Passivo Circulante Financeiro (PCF) maior do que o Ativo Circulante Financeiro (ACF).

    Essa condio indica que a empresa est financiando suas aplicaes operacionais (ACC) ou mesmo os investimentos de longo prazo (ANC), com recursos onerosos de curto prazo PCF (emprstimos e financiamentos de curto prazo, por exemplo).

    Ao financiar parte ou toda sua Necessidade de Capital de Giro (NCG) e/ou o prprio Capital de Giro (CDG) com recursos onerosos (como emprstimos e financiamentos) de curto prazo, a empresa incorrer em altos custos de juros bancrios, o que, com o tempo, poder lev-la uma situao de insolvncia.

    Exemplo: Contas a Receber: 60.000 Fornecedores: 40.000 Estoques: 80.000 Impostos a Pagar: 10.000

    Realizvel a Longo Prazo: 20.000 Exigvel de Longo Prazo: 80.000 Ativo Imobilizado: 290.000 Patrimnio Lquido: 300.000

    Neste caso, temos:

    NCG = ACC - PCC NCG = (60.000 + 80.000) (40.000 + 10.000) = 90.000

    e

    CDG = PNC - ANC CDG = (80.000 + 300.000) (20.000 + 290.000) = 70.000

    Logo:

    T = CDG - NCG T = 70.000 90.000 = - 20.000

    Neste exemplo, a empresa apresenta Capital de Giro (CDG) no valor de $ 70.000, que no suficiente para financiar completamente sua Necessidade de Capital de Giro (NCG = $ 90.000), faltando recursos ($ 20.000) que devero ser obtidos mediante emprstimos de curto prazo (Tesouraria negativa em $ 20.000).

    Ou seja, a empresa est tomando emprstimos de curto prazo ($ 20.000) para financiar uma parcela de sua Necessidade de Capital de Giro (NCG), o que equivale a dizer que parte dos Estoques ou das Contas a Receber de Clientes est sendo financiada com recursos caros (emprstimos bancrios de curto prazo).

  • 47

    Saldo de Tesouraria (T) Nulo

    Se a Tesouraria apresentar saldo nulo, isso significa que a empresa apresenta Capital de Giro (CDG) no valor exato de suas Necessidades de Capital de Giro (NCG). Neste caso, os saldos do Passivo Circulante Financeiro (PCF) e do Ativo Circulante Financeiro (ACF) sero idnticos.

    Essa condio indica que a empresa consegue financiar suas aplicaes operacionais (ACC) e seus investimentos de longo prazo (ANC), com os recursos de fontes operacionais (PCC) e de longo prazo (PNC).

    Exemplo: Contas a Receber: 70.000 Fornecedores: 60.000 Estoques: 90.000 Impostos a Pagar: 20.000

    Realizvel a Longo Prazo: 20.000 Exigvel de Longo Prazo: 80.000 Ativo Imobilizado: 300.000 Patrimnio Lquido: 320.000

    Neste caos, temos:

    NCG = ACC - PCC NCG = (70.000 + 90.000) (60.000 + 20.000) = 80.000

    e

    CDG = PNC - ANC CDG = (80.000 + 320.000) (20.000 + 300.000) = 80.000

    Logo:

    T = CDG - NCG T = 80.000 80.000 = 0

    Neste exemplo, a empresa apresenta um Capital de Giro (CDG) no valor de $ 80.000, o suficiente para financiar sua Necessidade de Capital de Giro (NCG = $ 80.000), sem sobra ou falta de recursos (Tesouraria = 0).

    Em resumo, tem-se:

    T (+) T (-)

    Aplicao de Recursos Fonte de Recursos

  • 48

    EXERCCIOS

    13) A Cia. Gama apresenta os seguintes saldos em suas contas:

    Caixa = $ 20.000 Fornecedores = 180.000 Aplicaes financeiras = $ 30.000 Capital Social = $ 180.000 Clientes = $ 80.000 Emprstimo Curto Prazo = $ 90.000 Realizvel a longo prazo = $ 20.000 Estoques = $ 100.000 Financiamento Longo prazo = $ 20.000 Imobilizado = 220.000

    A) Com base nestas informaes, calcule:

    a necessidade de capital de giro (NCG)

    o capital de giro (CDG)

    o saldo de tesouraria (T)

    B) Analise a situao financeira da empresa com base nos resultados encontrados.

    14) A Cia. Delta apresenta os seguintes saldos em suas contas:

    Caixa = $ 20.000 Fornecedores = 90.000 Aplicaes financeiras = $ 30.000 Capital Social = $ 180.000 Clientes = $ 80.000 Emprstimo Curto Prazo = $ 180.000 Realizvel a longo prazo = $ 20.000 Estoques = $ 100.000 Financiamento Longo prazo = $ 20.000

    Imobilizado = 220.000

    A) Com base nestas informaes, calcule:

    a necessidade de capital de giro (NCG)

    o capital de giro (CDG)

    o saldo de tesouraria (T)

    B) Analise a situao financeira da empresa com base nos resultados encontrados.

  • 49

    15) Responda s questes seguintes de acordo com o Balano abaixo:

    Ativo PassivoCaixa / Bancos 40 Emprstimos Curto Prazo 150Aplicaes Financeiras 60 Fornecedores 200Estoques 250 Contas a Pagar 50Contas a Receber 220 Salrios a Pagar 50Imobilizado 430 Patrimnio Lquido 550Total do Ativo 1.000 Total do Passivo 1.000

    A) Calcule NCG, CDG e T

    B) Marque a descrio que melhor identifica a situao em que a empresa se encontra:

    ( ) Situao financeira delicada, pois as necessidades de curto prazo no so financiadas pelo capital de giro e sim por emprstimos de curto prazo.

    ( ) Situao bastante confortvel, com as necessidades de recursos operacionais de curto prazo sendo cobertas tanto por recursos de longo prazo como por saldos positivos de aplicaes financeiras.

    ( ) Situao muito comum em empresas brasileiras, em que necessrio recorrer a emprstimos de curto prazo para cobrir parte dos recursos necessrios operao.

    16) Responda s questes seguintes de acordo com o Balano abaixo:

    Ativo PassivoCaixa / Bancos 50 Emprstimos Curto Prazo 150Aplicaes Financeiras 200 Fornecedores 200Estoques 350 Contas a Pagar 50Contas a Receber 150 Salrios a Pagar 50Imobilizado 250 Patrimnio Lquido 550Total do Ativo 1.000 Total do Passivo 1.000

    A) Calcule NCG, CDG e T

    B) Identifique, abaixo, a descrio que melhor identifica a situao em que a empresa se encontra:

    ( ) Situao financeira delicada, pois as necessidades de curto prazo no so financiadas pelo capital de giro e sim por emprstimos de curto prazo.

    ( ) Situao bastante confortvel, com as necessidades de recursos operacionais de curto prazo sendo cobertas tanto por recursos de longo prazo como por saldos positivos de aplicaes financeiras.

    ( ) Situao comum em empresas brasileiras, em que os recursos necessrios operao so cobertos tanto por recursos de longo prazo quanto por recursos financeiros de curto prazo.

  • 50

    4 EFEITO TESOURA

    O Efeito Tesoura um indicador que demonstra o descontrole no crescimento das fontes onerosas de recursos de curto-prazo (PCF). Isto acontece quando o crescimento da Necessidade de Capital de Giro (NCG) superior ao crescimento do Capital de Giro (CDG), perodo aps perodo, tornando o Saldo de Tesouraria (T) cada vez menor a cada exerccio.

    Sendo T = CDG NCG, o aumento da NCG, em propores maiores do que o aumento do CDG, levar uma reduo do Saldo de Tesouraria, que, ao tornar-se crescentemente negativo, obrigar a empresa a cada vez mais financiar suas operaes com recursos onerosos de curto prazo (por exemplo, emprstimos bancrios de curto prazo).

    A reduo do Saldo de Tesouraria, por si s, no suficiente para caracterizar o Efeito Tesoura. Este se caracterizar a partir do momento em que a Tesouraria apresentar saldo crescentemente negativo, levando a empresa a tomar cada vez mais recursos a curto prazo no sistema financeiro, com taxas de juros cada vez mais elevadas, face ao maior risco que ela passa a representar para o credor. Nesta situao, as despesas financeiras crescero alm do suportvel, levando-a falncia.

    O Efeito Tesoura explica, por exemplo, o motivo pelo qual uma empresa em fase de rpido crescimento pode vir a ter dificuldades financeiras e, at mesmo, entrar em situao de insolvncia (overtrade). Isto ocorre porque o aumento das vendas gera um crescimento do Ativo Circulante Cclico (ACC) em nveis superiores ao do Passivo Circulante Cclico (PCC), visto que, para aumentar suas vendas, a empresa incorrer em aumento de aplicaes em estoques e contas a receber de clientes (ACC) superior ao aumento que obter em suas fontes cclicas de curto prazo (PCC), constitudas, principalmente, por crditos junto a fornecedores. Com o Ativo Circulante Cclico (ACC) crescendo em nveis superiores ao Passivo Circulante Cclico (PCC), a Necessidade de Capital de Giro (NCG) aumentar continuamente. Este aumento da NCG, se no adequadamente sustentado por igual aumento do Capital de Giro, tornar o Saldo de Tesouraria (T) cada vez menor.

    O Efeito Tesoura pode ocorrer por vrias outras razes, tais como crescimento elevado do nvel de atividade empresarial, prejuzos recorrentes, distribuio excessiva de dividendos e dependncia sistemtica de emprstimos de curto prazo, com pagamento de altas taxas de juros.

    Em se tratando de pequenas e mdias empresas, comum observar a ocorrncia do Efeito Tesoura causado por uma inadequada deciso de investir em ativos de longo prazo (imobilizaes) com recursos de curto prazo (ACC). Esta operao tem efeito duplo na reduo do Saldo de Tesouraria, visto que, ao mesmo tempo em que aumenta a Necessidade de Capital de Giro (NCG), reduz o Capital de Giro (CDG).

    Para a adequada caracterizao do Efeito Tesoura, faz-se necessrio o clculo de um indicador chamado Termmetro do Efeito Tesoura, que avalia a evoluo do Saldo de Tesouraria (T) em comparao evoluo da Necessidade de Capital de Giro (NCG).

  • 51

    4.1 TERMMETRO DO EFEITO TESOURA (TEF)

    Este indicador calculado pela relao entre o Saldo de Tesouraria (T) e o mdulo do valor da Necessidade de Capital de Giro (NCG), conforme indicado abaixo:

    NCG

    TTEF =

    Deve-se observar o comportamento deste indicador por um perodo mnimo de trs exerccios. Se o resultado deste indicador mostrar-se crescentemente negativo, estar caracterizado o Efeito Tesoura, conforme exemplo abaixo:

    Indicador Perodo 1 Perodo 2 Perodo 3NCG 250 600 1.200 CDG 200 300 400

    T (50) (300) (800)

    || NCG

    T

    (0,20) (0,50) (0,66)

    Graficamente, o Efeito Tesoura pode ser assim representado:

    Diretrizes bsicas para salvar uma empresa do Efeito Tesoura:

    - Aumento do Capital de Giro (CDG), via obteno de financiamentos de longo prazo, aporte de capital social pelos scios / acionistas, aumento das margens de lucro, reduzindo custos e despesas, reduo do ativo no circulante (venda de investimentos e imobilizados ociosos);

    - Reduo da Necessidade de Capital de Giro (NCG), atravs de obteno de maiores prazos de pagamento junto a fornecedores e/ou reduo dos estoques e do prazo de recebimento de clientes, dentre outras medidas.

    NCG

    Tempo

    $

    T3

    T2T1

    CDG

  • 52

    EXERCCIOS

    17) Quatro empresas tiveram seus ltimos trs Balanos reclassificados de acordo com o Modelo Fleuriet, tendo sido calculados os valores de NCG e CDG. Para cada uma delas, calcule o Saldo de Tesouraria (T) e o Termmetro do Efeito Tesoura. Para cada uma, avalie qual(is) dela(s) apresenta(m) o Efeito Tesoura.

    Empresa A Perodo 1 Perodo 2 Perodo 3

    NCG 500 1.200 2.400

    CDG 400 600 800

    T

    || NCG

    T

    Empresa B Perodo 1 Perodo 2 Perodo 3

    NCG 250 600 1.200

    CDG 200 480 960

    T

    || NCG

    T

    Empresa C Perodo 1 Perodo 2 Perodo 3

    NCG 200 350 500

    CDG 100 200 300

    T

    || NCG

    T

    Empresa D Perodo 1 Perodo 2 Perodo 3

    NCG 8.000 10.400 13.520

    CDG 10.000 12.600 15.980

    T

    || NCG

    T

  • 53

    18) Uma empresa planeja aumentar suas vendas em 40% ao ano, nos prximos trs anos. Para tanto, ser necessria a ampliao da fbrica com a implantao de um nova linha de produo. Descreva quais seriam as aes que deveriam ser adotadas por esta empresa como forma de evitar o desenvolvimento do Efeito Tesoura.

    19) O Balano Patrimonial abaixo contm dados de quatro exerccios sociais da empresa Gama. De acordo com o Modelo Dinmico, identifique a existncia ou no do Efeito Tesoura e emita uma opinio sobre a situao financeira da empresa, com foco na evoluo de sua liquidez.

    ATIVO 2010 2011 2012 2013

    Ativo Circulante Financeiro 2.110 1.030 540 350

    Ativo Circulante Cclico 3.370 5.180 7.020 8.510

    Ativo No Circulante 10.550 13.040 16.310 18.940

    PASSIVO 2010 2011 2012 2013

    Passivo Circulante Financeiro 1.090 2.020 3.640 5.030

    Passivo Circulante Cclico 3.130 4.050 5.180 6.400

    Passivo No Circulante 11.810 13.180 15.050 16.370

    Indicadores 2010 2011 2012 2013

    NCG

    CDG

    T

    T / |NCG|

    Efeito Tesoura? ( ) Sim ( ) No

    Comentrios sobre a situao financeira (liquidez) da empresa:

  • 54

    5 TIPOS DE ESTRUTURAS FINANCEIRAS

    Existem seis combinaes possveis do CDG, NCG e T. A combinao dessas variveis determina a estrutura financeira da empresa, conforme o quadro abaixo.

    Tipo CDG NCG T SituaoI + - + Excelente II + + + Slida III + + - Insatisfatria IV - - + Alto risco V - - - Muito Ruim VI - + - Pssima

    Empresas com estrutura do tipo I encontram-se em excelente situao financeira (alto nvel de liquidez). A folga financeira para honrar as exigibilidades de curto prazo advm dos recursos permanentes aplicados no ativo circulante (CDG +), ao mesmo tempo em que os Passivos Circulantes Cclicos (PCC) so maiores que os Ativos Circulantes Cclicos (ACC), ou seja, NCG negativa, o que resulta em saldo positivo de Tesouraria

    A estrutura do tipo II caracteriza uma empresa com situao financeira slida. Os recursos de longo prazo investidos no CDG garantiro a continuidade de um Saldo de Tesouraria favorvel, desde que o nvel de atividade operacional seja mantido.

    A estrutura do tipo III representa a posio mais usual encontrada no mercado e evidencia uma situao financeira insatisfatria, visto que o CDG inferior NCG, o que resulta em Saldo de Tesouraria negativo. Empresas com esse tipo de estrutura so bastante dependentes de emprstimos bancrios de curto prazo para financiar suas operaes. O aumento da vulnerabilidade financeira ocorre medida que cresce a diferena entre a NCG e o CDG e, consequentemente, o Saldo de Tesouraria torna-se cada vez mais negativo.

    A estrutura do tipo IV revela uma situao financeira de alto risco, pois o CDG e a NCG apresentam saldos negativos, porm o valor da NCG inferior ao do CDG, o que permite que o T seja positivo. Esta situao considerada de alto risco, pois uma queda nas vendas esgotaria rapidamente a parcela excedente do Passivo Circulante Cclico (PCC), invertendo o sinal da NCG e de T. Esta estrutura, contudo, representa uma situao menos grave do que a estrutura do tipo V, devido ao fato da NCG negativa ser superior ao CDG negativo, permitindo que o saldo de tesouraria permanea positivo.

    A estrutura do tipo V retrata uma situao financeira muito ruim, pois, alm de CDG negativo, a NCG tambm negativa, sendo seu valor superior ao do primeiro, o que resulta em Saldo de Tesouraria negativo. Essa estrutura indica que a empresa estaria desviando sobras de recursos de curto prazo (NCG -) para financiar ativos no circulantes (CDG -).

    A estrutura financeira do tipo VI revela pssima situao financeira, pois o CDG negativo sinaliza que fontes de curto prazo esto financiando investimentos de longo prazo. Como h Necessidade de Capital de Giro (NCG +) e no se conta com Capital de Giro (CDG) para seu financiamento, o Saldo de Tesouraria negativo passa a cobrir essa insuficincia.

  • 55

    EXERCCIOS

    20) Uma indstria apresenta faturamento anual de R$ 60 milhes, sendo tributada alquota de 18% de ICMS sobre suas vendas. Seus custos totais (CPV) representam 65% do valor das vendas, sendo que as compras anuais (custos variveis) correspondem a 70% dos custos. As despesas operacionais montam a R$ 2 milhes.

    Considerando que a empresa trabalha com prazo mdio de estoques de 60 dias, prazo de recebimento de vendas de 45 dias, paga seus fornecedores com 60 dias, despesas operacionais e impostos com 30 dias.

    Calcule a Necessidade de Capital de Giro desta indstria.

    Se seu CDG da ordem de R$ 10 milhes, a empresa apresenta saldo de Tesouraria positivo ou negativo? Em que valor?

    Caso a empresa amplie suas vendas em 20%, em quanto aumentar sua NCG em termos de valor?

  • 56

    ESTUDO DE CASO I

    Uma indstria pretende se instalar em So Joo Del Rei para produzir colches. Inicialmente, a empresa dispe de capital social de R$ 2.000.000, que sero aplicados da seguinte forma: R$ 1.500.000 milho na aquisio de instalaes, mquinas, equipamentos e mobilirio e, R$ 500.000 em caixa.

    A empresa projeta, para 2015, faturamento anual de R$ 30.000.000. Sabe-se que sua atividade tributada alquota de 17% de impostos sobre as vendas. Seus custos totais (CPV) foram estimados em 72% do valor das vendas, sendo que as compras anuais (custos variveis) devero corresponder a 60% dos custos (CPV). As despesas operacionais anuais foram estimadas em R$ 3.000.000 milhes.

    A empresa prev trabalhar com prazo mdio de estoques de 45 dias, prazo de recebimento de vendas de 60 dias e prazos de pagamento de fornecedores, despesas operacionais e impostos de 30 dias.

    Considere, ainda, que, para 2015:

    A empresa tributada alquota de IRPJ + CSLL de 34%,;

    O imobilizado ser depreciado taxa de 10% ao ano e no haver novos investimentos em ativos. O valor da depreciao j se encontra embutido nos custos e despesas operacionais.

    A empresa reter todo o lucro obtido;

    Eventuais sobras de caixa sero direcionadas para aplicaes financeiras e, dficits de caixa sero cobertos com emprstimos de curto prazo. Para clculo das Disponibilidades ou Emprstimos de curto prazo, utilize o conceito de Tesouraria (T = CDG - NCG).

    Com base nas informaes acima:

    a) Calcule a Necessidade de Capital de Giro da empresa para 2015

    Clculo da NCG 2015

    (+) Duplicatas a Receber

    (+) Estoques

    (-) Fornecedores

    (-) Obrigaes Fiscais

    (-) Contas a Pagar

    (=) Necessidade de Capital de Giro

  • 57

    b) Projete a Demonstrao de Resultado e o Balano Patrimonial de 2015.

    Balano Patrimonial Demonstrao do Resultado

    2014 2015 2015

    Ativo Receita de Vendas

    Disponibilidades 500.000 (-) Impostos sobre Vendas

    Duplicatas a Receber (=) Receita Lquida

    Estoques (-) CPV

    Imobilizado 1.500.000 (=) Lucro Bruto

    Total do Ativo 2.000.000 (-) Despesas Operacionais

    (=) Resultado Operacional

    Passivo (-) IRPJ e CSLL

    Emprstimos (=) Lucro Lquido

    Fornecedores

    Obrigaes Fiscais P.M.R.V. 60

    Contas a Pagar P.M.E. 45

    Patrimnio Lquido 2.000.000 P.M.P. 30

    Total do Passivo 2.000.000 P.M.R.O.F. 30

    P.M.P.D.O. 30

    - Compras = 60% CPV

    Quadro auxiliar para clculo do Saldo de Tesouraria em 2015

    Clculo da Tesouraria 2015

    (+) CDG

    (-) NCG

    (=) T

  • 58

    6 ELABORAO E ANLISE DO FLUXO DE CAIXA

    A partir das polticas de estoques, compras, prazos de pagamento e recebimento, previses de vendas, custos, despesas, investimentos e distribuio de lucros, dentre outros, a empresa dever projetar seu Fluxo de Caixa.

    6.1 DEMONSTRAO DO FLUXO DE CAIXA MTODO INDIRETO

    Pelo Mtodo Indireto, podemos projetar o Fluxo de Caixa de uma empresa a partir da projeo de resultado (Lucro Lquido), conforme demonstrado abaixo:

    FLUXO DE CAIXA MTODO INDIRETO

    (+) Lucro Lquido

    (+) Depreciao e Amortizao

    (+) Despesas sem Efeito Caixa

    (-) Receitas sem Efeito Caixa

    (-) Variao da Necessidade de Capital de Giro ( NCG)

    (-) Pagamento de Financiamentos de Longo Prazo

    (+) Obteno de novos Financiamentos de Longo Prazo

    (-) Pagamento de Financiamentos de Curto Prazo

    (+) Novas captaes de Financiamentos de Curto Prazo

    (+) Integralizao de Capital

    (-) Aquisies de Imobilizado

    (+) Vendas de Imobilizado

    (-) Pagamentos de Dividendos

    (=) Fluxo de Caixa Gerado

    (+) Baixas de Aplicaes Financeiras

    (+) Novos Emprstimos de Curto Prazo

    (=) Fluxo de Caixa Final

  • 59

    LUCRO LQUIDO: o ponto de partida da Demonstrao do Fluxo de Caixa, pelo Mtodo Indireto. Deve-se considerar o valor do lucro lquido do exerccio, antes das participaes e distribuies (participaes nos lucros, distribuio de dividendos, etc.).

    DEPRECIAO E AMORTIZAO: so despesas que reduzem o lucro lquido, mas que no envolvem desembolso (pagamento). Por este motivo, seu valor deve ser adicionado no clculo do Fluxo de Caixa.

    DESPESAS SEM EFEITO CAIXA: so despesas que reduzem o lucro lquido, mas que no envolvem desembolso (pagamento). Por este motivo, seu valor deve ser adicionado no clculo do Fluxo de Caixa. Exemplo: despesas de juros de emprstimos e financiamentos, durante o perodo de carncia.

    RECEITAS SEM EFEITO CAIXA: so receitas que aumentam o lucro lquido, mas que no envolvem recebimento (entrada de caixa). Por este motivo, seu valor deve ser deduzido no clculo do Fluxo de Caixa. Exemplo: receitas de equivalncia patrimonial.

    VARIAO DA NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO ( NCG): alteraes na Necessidade de Capital de Giro devem ser consideradas da seguinte forma:

    Se NCGAno1 > NCGAno2 houve reduo da NCG, devendo este valor ser adicionado ao Fluxo de Caixa.

    Se NCGAno2 > NCGAno1 houve aumento da NCG, devendo este valor ser deduzido do Fluxo de Caixa.

    PAGAMENTO DE FINANCIAMENTOS DE LONGO PRAZO (Principal): representa um desembolso efetivo por parte da empresa que, contudo, no considerado na Demonstrao de Resultado. Portanto, esses valores devero ser deduzidos no clculo do Fluxo de Caixa.

    NOVOS FINANCIAMENTOS DE LONGO PRAZO: representam a obteno de novos recursos que entraro no caixa da empresa, sem transitar pela Demonstrao do Resultado. Portanto, esses valores devero ser adicionados ao Fluxo de Caixa.

    PAGAMENTO DE FINANCIAMENTOS DE CURTO PRAZO (Principal): representa um desembolso efetivo por parte da empresa que, contudo, no considerado na Demonstrao de Resultado. Portanto, esses valores devero ser deduzidos no clculo do Fluxo de Caixa.

  • 60

    NOVOS FINANCIAMENTOS DE CURTO PRAZO: representam a obteno de novos recursos que entraro no caixa da empresa, sem transitar pela Demonstrao de Resultado. Portanto, esses valores devero ser adicionados ao Fluxo de Caixa.

    INTEGRALIZAO DE CAPITAL: representam a obteno de novos recursos, junto aos scios / acionistas, que entraro no caixa da empresa, sem transitar pela Demonstrao de Resultado. Portanto, esses valores devero ser adicionados ao Fluxo de Caixa.

    AQUISIES DE IMOBILIZADO: representam desembolsos (sadas de caixa da empresa), sem transitar pela Demonstrao de Resultado. Portanto, esses valores devero ser deduzidos no Fluxo de Caixa.

    VENDAS DE IMOBILIZADO: representam recebimentos (entradas de caixa na empresa), sem transitar pela Demonstrao de Resultado. Portanto, esses valores devero ser acrescidos ao Fluxo de Caixa.

    PAGAMENTOS DE DIVIDENDOS: representam desembolsos (sadas de caixa da empresa), sem transitar pela Demonstrao de Resultado. Portanto, esses valores devero ser deduzidos do Fluxo de Caixa.

    FLUXO DE CAIXA GERADO: representa o saldo das entradas e sadas de caixa da empresa em determinado perodo, decorrentes de suas operaes.

    BAIXAS DE APLICAES FINANCEIRAS: representam entradas de caixa da empresa visando cobrir saldo negativo do Fluxo de Caixa. Caso a empresa tenha aplicaes financeiras, e seu Fluxo de Caixa esteja negativo, a primeira providncia resgatar os saldos de aplicaes financeiras para cobrir os desembolsos previstos.

    NOVOS EMPRSTIMOS DE CURTO PRAZO: representam entradas de caixa da empresa visando cobrir saldo negativo do Fluxo de Caixa. Caso a empresa no tenha aplicaes financeiras ou, caso seu valor no seja suficiente para cobrir o saldo negativo de seu Fluxo de Caixa, ela ever recorrer a emprstimos de curto prazo para cobrir os desembolsos previstos.

    FLUXO DE CAIXA FINAL: a ltima linha da Demonstrao do Fluxo de Caixa e representa o saldo de recursos em caixa da empresa ao final de determinado perodo.

  • 61

    ESTUDO DE CASO II

    Projete a Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE), o Fluxo de Caixa e o Balano Patrimonial de 2015 da Cia. XYZ, com base nas demonstraes do ano de 2014 e nas informaes e premissas apresentadas:

    DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO 31/12/2014

    (+) Receita Bruta de Vendas 10.000.000

    (-) Impostos sobre Vendas (2.000.000)

    (=) Receita Lquida de Vendas 8.000.000

    (-) Custo dos Produtos Vendidos

    Depreciao

    Custos Fixos

    Custos variveis

    (600.000)

    (2.810.000)

    (2.600.000)

    (=) Lucro Bruto 1.990.000

    (-) Despesas Operacionais

    Comerciais

    Administrativas

    (500.000)

    (300.000)

    (=) Resultado Operacional 1.190.000

    (-) Despesas Financeiras (600.000)

    (=) Lucro antes do IRPJ e CSLL 590.000

    (-) Imposto de Renda (IRPJ) e Contribuio Social (CSLL) (201.000)

    (=) Lucro do Exerccio 389.000

  • 62

    BALANO PATRIMONIAL

    Ativo 2014 Passivo 2014

    Ativo Circulante Passivo Circulante

    Caixa e Bancos 0 Emprstimos de curto prazo 1.903.000

    Contas a Receber 2.220.000 Dividendos a pagar 97.000

    Estoques 1.500.000 Obrigaes Fiscais 80.000

    Fornecedores 1.040.000

    Ativo No Circulante Passivo No Circulante

    Realizvel a Longo Prazo 0 Financiamento longo prazo 2.000.000

    Imobilizado Patrimnio Lquido 5.000.000

    Custo 8.000.000

    (-) Deprec. Acumulada (1.600.000)

    (=) Imobilizado Lquido 6.400.000

    Total do Ativo 10.120.000 Total do Passivo 10.120.000

    Informaes complementares:

    A taxa de depreciao de 7,5% ao ano e toda depreciao do ano est considerada no CPV;

    O financiamento de longo prazo dever ser amortizado em uma parcela nica ao final de 2018. Seu custo de 10% ao ano;

    Taxa de juros para emprstimos de curto prazo: 30% ao ano;

    Taxa de juros para aplicaes financeiras (se houver): 10% ao ano.

  • 63

    Premissas a serem adotadas para projeo das demonstraes de 2015:

    As vendas crescero taxa de 20% em 2015. Para tanto, a empresa ir investir, no incio do ano, o valor de $ 2.000.000 em Ativo Imobilizado, com o objetivo de eliminar um gargalo existente em uma das etapas do processo de produo. Este investimento ser financiado com recursos dos scios, mediante aporte de capital no mesmo valor;

    Os percentuais de Impostos sobre Vendas, Custos Variveis sobre Receita Operacional Bruta e Despesas Comerciais sobre Receita Operacional Bruta permanecero constantes;

    A empresa tributada com base no Lucro Real e recolhe 34% de alquota total de Imposto de Renda e Contribuio Social. O valor desses impostos dever ser pago no prprio ano.

    Os emprstimos de curto prazo (principal + juros) devero ser pagos ao final do ano;

    A empresa dever pagar os juros da dvida de longo prazo;

    Se o fluxo de caixa gerado resultar negativo, a empresa dever, nesta ordem, resgatar aplicaes financeiras e tomar novos emprstimos de curto prazo. Se o fluxo de caixa for positivo, ela dever fazer aplicao financeira;

    A empresa distribui 25% do Lucro Lquido a ttulo de dividendos, que so pagos no ano seguinte ao de sua apurao;

    A empresa leva, em mdia, 90 dias entre a compra de matria-prima e a venda de produtos acabados, 80 dias para recebimento das vendas, 144 dias para pagamento de fornecedores e 14 dias para recolhimento das obrigaes fiscais.

    Utilize os quadros a seguir para elaborar sua projeo.

  • 64

    Projeo da Demonstrao do Resultado de 2015

    DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO 31/12/2014 31/12/2015

    (+) Receita Bruta de Vendas 10.000.000

    (-) Impostos sobre Vendas (2.000.000)

    (=) Receita Lquida de Vendas 8.000.000

    (-) Custo dos Produtos Vendidos

    Depreciao

    Custos Fixos

    Custos variveis

    (600.000)

    (2.810.000)

    (2.600.000)

    (=) Lucro Bruto 1.990.000

    (-) Despesas Operacionais

    Comerciais

    Administrativas

    (500.000)

    (300.000)

    (=) Resultado Operacional 1.190.000

    (-) Despesas Financeiras (600.000)

    (=) Lucro antes do IRPJ e CSLL 590.000

    (-) Imposto de Renda (IRPJ) e Contribuio Social (CSLL) (201.000)

    (=) Lucro do Exerccio 389.000

    Clculo da variao da Necessidade de Capital de Giro

    Clculo da NCG / Ano 2014 2015

    (+) Duplicatas a Receber

    (+) Estoques

    (-) Fornecedores

    (-) Obrigaes Fiscais

    (=) Necessidade de Capital de Giro

    Variao da NCG

  • 65

    FLUXO DE CAIXA MTODO INDIRETO

    Descrio 2015

    (+) Lucro Lquido

    (+) Depreciao e Amortizao

    (+) Despesas sem Efeito Caixa

    (-) Receitas sem Efeito Caixa

    (-) Variao da Necessidade de Capital de Giro ( NCG)

    (-) Pagamento de Financiamentos de Longo Prazo

    (+) Obteno de novos Financiamentos de Longo Prazo

    (-) Pagamento de Financiamentos de Curto Prazo

    (+) Novas captaes de Financiamentos de Curto Prazo

    (+) Integralizao de Capital

    (-) Aquisies de Imobilizado

    (+) Vendas de Imobilizado

    (-) Pagamentos de Dividendos

    (=) Fluxo de Caixa Gerado

    (+) Baixas de Aplicaes Financeiras

    (+) Novos Emprstimos de Curto Prazo

    (=) Fluxo de Caixa Final

  • 66

    BA

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