apostila canto

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Mini-Curso Básico de Técnica Vocal Guia de introdução para o aperfeiçoamento da voz Finalizado no dia 07/12/2001 Introdução: Este mini curso tem como intuito auxiliar todas as pessoas que utilizam a voz profissionalmente, sejam cantores (profissionais ou amadores), professores, jornalistas, locutores, advogados, atores, vendedores, operadores de telemarketing, telefonistas ou você que gosta de cantar no banheiro, em festinhas, em videokê, enfim, todos aqueles que se interessarem em utilizar as técnicas apresentadas aqui em prol da melhoria da sua qualidade vocal. Informamos que este curso não dispensa as aulas de canto ou sessões de fonaudiologia, ao contrário, é o primeiro passo para que você se conscientize do quão importante é a presença de um profissional para acompanhar seu progresso. Vamos lá! Daniela Menezes Administradora do Curso Capítulo 1: Dicas Iniciais 1ª Parte Noções Básicas sobre a Produção do Som Para que consigamos produzir o som através da nossa voz, recorremos a vários órgãos do nosso corpo que trabalham conjuntamente para viabilizar este processo. São eles: o Aparelho Respiratório, a laringe, as pregas vocais, os ressonadores, (como a cavidade nasal, a cavidade craniana, a cavidade toráxica, a cavidade bucal e a faringe), os articuladores (língua, lábios, palato duro (céu da boca), palato mole, dentes e mandíbula. A produção do som acontece quando o ar ao ser expirado, passa pelas pregas vocais fazendo-as vibrar. Neste momento entram em ação os articuladores cuja função, neste contexto, é levar o som para as cavidades de ressonância. Como vemos, não cantamos ou falamos "pela garganta" como muitos pensam, e sim com todo o conjunto de órgãos que se interligam são os responsáveis diretos pela transformação do ar inspirado em som. A esse conjunto de órgãos poderemos chamar de "Aparelho Fonador". VOCÊ SABIA QUE...

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Mini-Curso Básico de Técnica Vocal

Guia de introdução para o aperfeiçoamento da voz

Finalizado no dia 07/12/2001

Introdução:

Este mini curso tem como intuito auxiliar todas as pessoas que utilizam a

voz profissionalmente, sejam cantores (profissionais ou amadores),

professores, jornalistas, locutores, advogados, atores, vendedores,

operadores de telemarketing, telefonistas ou você que gosta de cantar no

banheiro, em festinhas, em videokê, enfim, todos aqueles que se

interessarem em utilizar as técnicas apresentadas aqui em prol da melhoria

da sua qualidade vocal. Informamos que este curso não dispensa as aulas de

canto ou sessões de fonaudiologia, ao contrário, é o primeiro passo para

que você se conscientize do quão importante é a presença de um

profissional para acompanhar seu progresso. Vamos lá!

Daniela Menezes

Administradora do Curso

Capítulo 1: Dicas Iniciais

1ª Parte – Noções Básicas sobre a Produção do Som

Para que consigamos produzir o som através da nossa voz, recorremos a

vários órgãos do nosso corpo que trabalham conjuntamente para viabilizar

este processo. São eles: o Aparelho Respiratório, a laringe, as pregas

vocais, os ressonadores, (como a cavidade nasal, a cavidade craniana, a

cavidade toráxica, a cavidade bucal e a faringe), os articuladores (língua,

lábios, palato duro (céu da boca), palato mole, dentes e mandíbula.

A produção do som acontece quando o ar ao ser expirado, passa pelas

pregas vocais fazendo-as vibrar. Neste momento entram em ação os

articuladores cuja função, neste contexto, é levar o som para as cavidades

de ressonância.

Como vemos, não cantamos ou falamos "pela garganta" como muitos

pensam, e sim com todo o conjunto de órgãos que se interligam são os

responsáveis diretos pela transformação do ar inspirado em som. A esse

conjunto de órgãos poderemos chamar de "Aparelho Fonador".

VOCÊ SABIA QUE...

* Pregas vocais é o nome correto e não "cordas vocais", pois tratam-se de

pregas de tecido fibro-elástico e muscular revestidas por uma mucosa.

* A pessoas que necessitam do uso mais intenso da voz, devem

conscientizar-se que há um considerável gasto de energia neste evento,

sendo de grande importância a ingestão de alimentos de fácil digestão antes

das atividades vocais.

1ª Parte – Saúde Vocal

Neste capítulo iremos apresentar hábitos e alimentações saudáveis ou não

para uma boa higiene vocal. Prestem bastante atenção e vamos, desde já,

procurar cuidar bastante do nosso instrumento de trabalho que é precioso e

único, nosso Aparelho Vocal.

Permitido Evitar Proibido

Beba bastante água em temperatura natural! (no mínimo 2 litros por dia)

para manter as pregas vocais hidratadas e em boa condição de vibração.

Coma maçã! A maçã possui propriedades adstringentes que auxiliam na

limpeza da boca e da faringe, favorecendo uma voz com melhor

ressonância.

Beba suco de frutas! (Principalmente de frutas cítricas)

Evite usar roupas apertadas, principalmente nas regiões do abdômen,

cintura, peito e pescoço, pois isso poderá dificultar a respiração

Não use pastilhas, sprays, anestésicos sem orientação médica, pois para

cada caso existe uma medicação específica, portanto não se automedique

nunca!

Evite alimentos gordurosos e "pesados" antes das apresentações, pois

dificultam a digestão.

Dê preferência aos alimentos leves e de fácil digestão (verduras, frutas,

peixe, frango)

Durma bem! Procure dormir, no mínimo, 8 horas por dia.

Não durma de estômago cheio pois pode provocar refluxo gastresofágico

que é altamente prejudicial às pregas vocais.

Não cante se estiver doente! Quando cantamos envolvemos todo o nosso

corpo e gastamos muita energia, então recupere-se antes de voltar a cantar.

Evite ficar exposto por muitas horas em ambiente que utiliza ar-

condicionado pois provoca o ressecamento das pregas vocais. Em casos

onde isso não for possível, procure estar sempre lubrificando as pregas

vocais com água ou suco sem gelo.

Evite ambiente com mofo, poeira ou cheiros muito fortes,

principalmente se você for alérgico.

Evite a competição sonora, ou seja, falar ou cantar em lugares muito

barulhentos.

Evite choques bruscos de temperatura

Evite bebidas geladas

Evite cochichar pois, ao contrário do que pensamos, no ato de cochichar

submentemos nossas pregas vocais a um grande esforço provocando um

desgaste muitas vezes maior do que se conversarmos normalmente.

É proibido gritar, pigarrear, falar durante muito tempo sem lubrificar as

pregas vocais, fumar, ingerir bebidas alcoólicas antes de cantar para

"melhorar" a voz.

IMPORTANTE!!!

Se você utiliza sua voz profissionalmente, é indispensável a consulta com

um médico especialista para que ele possa fazer uma avaliação do seu

aparelho vocal.

Não se esqueça de que o nosso "instrumento de trabalho" é único e merece

toda a nossa dedicação e atenção.

Nossas pregas vocais são a nossa identidade, são nosso registro pessoal,

portanto não se esforce para cantar músicas em tons que não lhes são

confortáveis pois assim você estará prejudicando-as.

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Guia de introdução para o aperfeiçoamento da voz

Parte I

3ª Parte – A Postura Ideal

Devemos estar atentos a alguns aspectos relacionados à postura no canto:

- Os pés devem estar afastados na direção dos ombros

- Coluna reta Ombros e braços relaxados a fim de não tencionar o pescoço

- Queixo reto, olhando sempre para frente

- Não fixar o olhar em nenhum ponto para não perder a concentração

Podemos também cantar sentados observando:

- Sentar na ponta da cadeira sobre os ossos das nádegas (faça o movimento

para os lados, como uma canoa e verifique se está na posição correta)

- Manter a coluna e o queixo retos

- Braços e ombros relaxados

4ª Parte – A respiração "Respirando bem, cantamos bem"

Para uma boa projeção da voz no canto, é necessário obter o controle da

respiração. Para realizarmos uma respiração correta, devemos estar numa

postura adequada, pois a postura e a respiração andam juntas.

A inspiração deverá ser sempre nasal, pois o nariz funciona como um filtro

de ar. Se inspirarmos pela boca, estaremos inspirando todas as impurezas

podendo ocasionar doenças inflamatórias do aparelho respiratório.

Caso você não consiga respirar pelo nariz, sugiro que procure

imediatamente um médico especialista.

Utilizaremos para o canto a respiração chamada diafragmática, costo-

diafragmática, ou abdominal-intercostal.

1- Devemos inspirar pelo nariz e canalizarmos esse ar em direção à região

abdominal (enchendo a barriga de ar). É importante que os ombros e o

peito não se movam.

2- Expire pela boca observando que enquanto o ar é expelido a barriga vai

esvaziando lentamente até chegar ao normal.

ATENÇÃO!!!

Cuidado para não utilizar o ar de reserva, ou seja, não pressione a barriga

forçando-a a se esvaziar mais depressa que o normal pois este feito poderá

causar mal-estar.

EXERCÍCIO PARA CONTROLE DA RESPIRAÇÃO

1- Inspire lentamente (pelo nariz) até encher bastante as paredes

abdominais.

2- Coloque o dorso da mão em frete à boca e expire lentamente .

3- Observe que o ar expirado estará quente

4- Repita este exercício por 15 vezes (3 seqüências de 5) em frente a um

espelho (de preferência vertical) para que você possa corrigir a postura e

observar os ombros e peito (que não deverão se movimentar)

5- Lembre-se de que ao término de cada sequência, você deverá relaxar,

respirar fundo, encher os pulmões e soltar o ar pela boca por 3 vezes para

evitar mal-estar.

LEMBRE-SE:

Este tipo de respiração é uma novidade para muitos de vocês, sendo assim,

não deverá ser usada no dia-a-dia sem que haja necessidade.

Em caso de dúvidas, entre em contato comigo.

Estarei sempre pronta a ouvi-los.

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Guia de introdução para o aperfeiçoamento da voz

Parte I

Capítulo 2: O Pré-Aquecimento Vocal

O que é pré-aquecimento vocal?

É, como o nome já diz, um aquecimento prévio da voz ou simplesmente a

preparação da voz para o seu uso por um tempo prolongado e intenso.

Podemos aquecer nossa voz através de sons que irão "massagear" nossas

pregas vocais (que são músculos) que como todo músculo precisam ser

preparadas e aquecidas antes de serem utilizadas na sua plenitude.

Lembrem-se que este pré aquecimento pode (e deve) ser feito não só pelos

cantores mas também por todos os profissionais da voz, ou seja, todas as

pessoas que trabalham falando.

EXERCÍCIO 1:

1) Inspire (armazenando o ar na região abdominal, como vocês

já aprenderam) até que a barriga esteja repleta de ar.

2) Agora solte o ar aos pouco utilizando o som:

Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr......

Observe que neste exercício a língua deve vibrar bastante!!!! Caso a sua

língua não vibre e você esteja forçando para emitir este som, PARE! Pois

estará fazendo da forma errada. Entre em contato comigo se surgir alguma

dúvida, certo?

Mas se você conseguiu emitir o som com a vibração constante da língua,

repita este exercício todos os dias pelo menos durante 10 minutos.

Se for cantar em uma apresentação ou videokê ou ensaiar com sua banda

por muito tempo, pré-aqueça sua voz durante 20 minutos (no mínimo)

antes de começar a cantar.

Pode-se também utilizar outras consoantes que possibilitarão o mesmo

efeito como, por exemplo, o som:

Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr...

Como se você fosse imitar o som do telefone (' TRRRRRIM!!!), mas

lembrando de prolongar bastante os erres (RRRR...) até acabar o ar.

EXERCÍCIO 2:

Depois de já haver treinado bastante e já estar emitindo os sons PRRRR... e

TRRRR... Sem falhas ou interrupções, vamos repetir o exercício anterior

com uma diferença:

No final de cada som iremos acrescentar as vogais A,E,I,O,U.

Exemplo1:

PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÁ!!!!

PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÉ!!!!

PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÍ!!!!

PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÓ!!!!

PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÚ!!!!

Exemplo2:

TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÁ!!!!

TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÉ!!!!

TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÍ!!!!

TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÓ!!!!

TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÚ!!!!

IMPORTANTE!!!

C Assim como nos exemplos acima, o som que você estiver produzindo

para pré-aquecer, deverá estar no mesmo volume, intensidade e tom.

= ***NÃO BRINQUE COM ESTE EXERCÍCIO FAZENDO SONS

MUITO AGUDOS, MUITO GRAVES OU MISTURANDO OS DOIS

TONS.***

C Repita os exercício SEMPRE no seu tom natural.

Como fazer para identificar o seu tom natural?

É simples, o seu tom natural é aquele que você emite sem

"forçar a garganta", é um som natural que sai sem esforço nenhum, como

se você estivesse falando.

C Se você não conseguiu fazer estes exercícios até acabar o ar armazenado

(sem utilizar o ar de reserva, certo???), ou seja, você começou bem mas no

meio do exercício o som falhou,

Pare! Respire fundo por 3 vezes, relaxe um pouco e só então recomece.

É muito comum, no início, não conseguirmos emitir estes sons até o final,

pois trata-se de sons que nós não estamos habituados a produzir, mas com o

treino diário, fica cada vez mais fácil, acreditem!!!

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Parte I

Capítulo 3: Dicas e Dúvidas iniciais para a função vocal

Postura de Cantor

A postura é muito importante para o cantor, pois apesar de termos que ficar

bem à vontade e descontraídos, temos também de observar alguns pontos

importantes tais como:

Pés paralelos na direção dos ombros

Braços e ombros relaxados

Coluna reta

Observando também que como utilizamos a respiração diafragmática,

devemos deixar a região abdominal livre para que o diafragma funcione

tranqüilamente.

Procurar seguir estes passos não significa que devamos ficar parados nesta

posição para que tenhamos um bom resultado, mas ficarmos soltos,

relaxados e principalmente nos sentirmos bem e à vontade quando estamos

cantando, pois cantar tem que ser sempre prazeroso.

Podemos também cantar sentados observando a postura reta deixando o

diafragma livre para funcionar bem.

Movimento das Pregas Vocais

As pregas vocais fazem o movimento abre-fecha, ou seja, quando estamos

calados elas estão abertas (momento da respiração) e quando falamos ou

cantamos elas se fecham (momento da fonação) infelizmente elas não

fazem somente estes movimentos mas também se chocam quando são

submetidas a abusos vocais como: gritos, pigarreios e tosses excessivos,

utilizar tons graves ou agudos demais, praticar esportes falando,

competição sonora, etc... Estes choques pode prejudicar demasiadamente as

pregas vocais.

Eu cuido bem da minha voz???

Responda as questões a seguir como uma forma de auto-avaliação sobre o

cuidado que você tem com sua voz.

1. Você percebe se ao final de um dia de trabalho (ou

apresentação) sua voz está mais fraca?

2. Você canta em diversos tons?

3. Quando você canta, leciona ou fala em público, suas veias ou

músculos do pescoço saltam?

4. Você sente dores na região do pescoço?

5. Após cantar você sente dor de cabeça?

6. Quando você canta acompanhando um cd, por exemplo, você

segue sempre o tom do cantor?

7. Você canta freqüentemente?

8. Você canta ou ensaia durante horas seguidas?

9. Você tem resfriados freqüentes?

10. Você fuma?

11. Você pigarreia muito?

12. Você tem alergia das vias respiratórias?

13. Você tem faringite, amigdalite ou laringite freqüentes?

14. Você se auto-medica quando tem problemas na voz?

15. Você tem dificuldades digestivas? (azia, úlcera, refluxo

gastresofágico)

OBS:

SE VOCÊ MARCOU MAIS QUE 4 ITENS FIQUE ATENTO

E PROCURE TOMAR ALGUMA PROVIDENCIA NO

SENTIDO DE MODIFICAR SEUS HÁBITOS.

SE VOCÊ MARCOU MAIS DE 6 ITENS PROCURE UM

ESPECIALISTA PARA QUE ELE AVALIE O ESTADO DE

SUAS PREGAS VOCAIS POIS COM ESTES SINTOMAS

VOCÊ JÁ TEM QUE FICAR ATENTO PARA QUE NÃO

OCORRA PROBLEMAS MAIORES FUTURAMENTE.

Quais as conseqüências que os abusos vocais podem me causar?

Estes abusos podem provocar alterações como:

o Calos vocais

o Nódulos

o Pólipos

o Edemas

o Fendas

Dentre outras alterações ocasionadas pelas constantes formas de abuso

vocal.

Qual o primeiro passo a ser tomado para cuidar da minha voz?

A primeira providência a ser tomada é a consulta a um especialista, o

OTORRINOLARINGOLOGISTA, que é o médico que poderá detectar se

há ou não alguma alteração no seu aparelho fonador. À partir do

diagnóstico feito pelo Otorrinolaringologista, se necessário o médico

indicará o tratamento para a correção de tais alterações com outro

especialista, o FONAUDIÓLOGO, que fará a correção destes problemas

através de exercícios.

Que tipo de exame é feito para detectar alterações no meu aparelho

fonador?

Um primeiro e importantíssimo exame a ser feito e que é rápido e indolor, é

a LARINGOSCOPIA, que é o exame médico das cordas vocais. À partir

deste exame se o médico julgar necessário, solicitará outros exames mais

específicos.

Estes cuidados servem para todos ou apenas para os cantores?

" As normas de cuidados com a voz devem ser seguidas por todos,

particularmente por aqueles que utilizam mais a voz ou que apresentam

tendências a alterações vocais. Esses são chamados de Profissionais da

Voz, ou seja, professores, atores, cantores, locutores, apresentadores,

advogados, telefonistas, telemarketing, vendedores, palestristas, dentre

outros. Entretanto muitos destes profissionais muitas vezes por falta de

tempo para se dedicar ao cuidado de sua voz, podem estar cultivando um

distúrbio vocal decorrente do abuso ou mal uso da voz".

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Parte I

Capítulo 4: Classificação Vocal

Este assunto é muito importante pois muitas vezes acontece de não

conseguirmos alcançar tons muito agudos (finos) ou muito graves (grossos)

sem saber que isso se dá porque temos um naipe vocal característico.

Existem 3 classificações básicas para a voz masculina e para a voz

feminina como indicado abaixo:

HOMENS MULHERES

BAIXO (Voz Grave) CONTRALTO (Voz Grave)

BARÍTONO (Voz Média) MEIO-SOPRANO ou MEZZO-SOPRANO (Voz

Média)

TENOR (Voz Aguda) SOPRANO (Voz Aguda)

Para saber a sua classificação vocal, você tem de ser avaliado por um

professor de Canto/Técnica Vocal que irá, através de exercícios vocais

(vocalises) classificar sua voz dentro das três opções acima.

Quase sempre nos espelhamos em algum canto/cantora/banda da qual

somos fãs e tentamos imita-los sem saber que podemos agredir nossas

pregas vocais tentando cantar numa extensão vocal que não é a nossa.

Podemos cantar qualquer música que quisermos desde que ela esteja no

nosso tom.

O que significa a música estar no meu tom?

Quer dizer que eu consigo cantá-la sem me esforçar demais até

minha garganta doer ou minha voz falhar ou até mesmo eu

engasgar. Isso acontece com muita freqüência por falta de

informação e orientação.

Muitas vezes é difícil, principalmente para quem não toca nenhum

instrumento, identificar em que tom está a música que queremos cantar e

mais ainda qual é o tom confortável para mim.

Pois bem, vai aí uma dica:

Escolha uma música de sua preferência e cante junto com o cantor

observando alguns pontos:

o Não deixe que as veias do seu pescoço saltem

o Não se esforce até ficar vermelho

o Não se preocupe em imitar a voz do cantor, cante do seu

jeito, com sua voz natural.

o Não se preocupe se está desafinando, pense apenas em

seguir a música de uma forma bem confortável para

você.

Se ao final da música você verificou que:

Suas veias do pescoço não saltaram

Você não ficou vermelho

Não engasgou e sua voz não falhou em momento algum...

PARABÉNS!!!!!!

VOCÊ ACABA DE DESCOBRIR E CANTAR NO SEU TOM!!!!

AGORA É MOSTRAR PARA UM PROFESSOR DE MÚSICA OU

ALGUM AMIGO SEU QUE CONHEÇA A MÚSICA PARA TE DIZER

EM QUE TOM VOCÊ CANTOU.

Agora é só criar o seu estilo para cantar pois devemos sim ter ídolos e nos

espelharmos neles mas à partir daí, devemos descobrir o nosso próprio

modo de cantar.

SEJA CRIATIVO SEMPRE!!!!

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Parte I

Capítulo 5: Exercícios de Relaxamento

Faça esses exercícios com roupas confortáveis e ambiente tranqüilo.

DEITADO

Deite-se de costas, certifique-se de que sua coluna esteja em

contato com o chão.

Observe a oscilação natural de sua respiração, que se expande

e contrai, por meio de seu tórax e abdomem, e pelo ouvir

atento dos sons que emanam do interior.

Apenas observe e ouça as ações de seu corpo. Não as

manipule, não as controle. Apenas respire e conscientize-se de

sua respiração.

EM PÉ

Fique ereto, com as pernas afastadas e na direção dos ombros.

Distribua o peso igualmente.

Imagine-se agora segurando uma bola de praia debaixo de

cada axila e sinta os espaços respiratórios que se abrem. (Isso

o encorajará a alongar os seus ombros e a abrir as suas axilas

e, conseqüentemente, expandir o volume de seu tórax para

uma respiração mais profunda)

Seu pescoço e cabeça devem estar alongados e livres.

Matenha essa posição por um minuto ou mais.

Desfrute a extensão de sua coluna dorsal, o espaço respiratório

extra e a sensação de equilíbrio adequado entre o estado de

calmaria e o de atenção.

EXERCÍCIOS DINÂMICOS

Os exercícios dinâmicos combinam o movimento com o controle da

respiração.

RISO

Sorria para o mundo! Em círculos, movimente, vigorosamente, as suas

mãos, braços, pernas e pés. Permita-se alguns segundos de relaxamento

entre cada rotação. Mas continue sorrindo. Você pode fazer este exercício

em pé, sentado ou deitado.

EQUILÍBRIO

O equilíbrio é importante. Tente estipular um horário para o exercício de

"comportamento modal" – o andar, o virar-se e o inclinar-se com livros

sobre a cabeça. Respire suave e conscientemente, em harmonia com os

movimentos de seu corpo. Isto encoraja a coordenação suave graciosa dos

músculos.

EXERCÍCIOS DE RESPIRAÇÃO COMPLETA

1. Permaneça com seus pés confortavelmente dissociados

dos seus ombros, que apontam para cima; os braços e as

mãos soltas ao lado do corpo. Concentre-se em sim

mesmo, confira a sua postura.Inspire pelo nariz o mais

demoradamente possível e expire todo o ar também

devagar e silenciosamente. Quando sentir-se vazio de

ar, tussa e mostre para você mesmo que ainda possui

reservas de ar escondidas. Tente tocar o solo com a

ponta dos dedos, curve os joelhos se necessário. Segure

sua respiração por alguns segundos.

2. Conforme você respira, silenciosamente, pelo nariz,

você, gradativamente, torna-se ereto. Estenda os braços

como asas, erguendo-as calma e suavemente, até

equilibra-los horizontalmente.

3. Assim que você completar o movimento e a inspiração,

coloque as mãos juntas acima da cabeça (como se

estivesse em oração). Lembre-se que as mãos postas

devem estar acima do topo de sua cabeça. Segure a

inspiração.

4. Quando você estiver preparado, silenciosamente, expire

pela boca, e abaixe os seus braços, reta e

vagarosamente, até que estejam abaixo da horizontal.

Rapidamente solte o ar que sobrou em um suspiro forte

e permita que a parte superior do seu corpo caia

pesadamente , curve o quadril para a frente, deixando a

cabeça pendente. Conscientemente libere todo o ar

"usado", de que você não mais precisa. Relaxe por

algum tempo e repita o exercício desde o início.

EXERCÍCIO DE LIBERAÇÃO DA VOZ

Algumas pessoas sentem-se incapazes de facilitar e de liberar as suas

vocalizações. Elas podem sentir sua voz natural, de alguma forma,

bloqueada, amarrada ou suprimida. Tente este exercício de liberação da voz

como parte de seu programa vocal.

Sente-se de cócoras, dobre e recurve o seu corpo em um nó, teso e

compacto, de braços e pernas; tente condensar-se em uma menor massa

possível. Segure a sua respiração e os órgãos vocalizadores no centro desta

massa.

Como último esforço, respire e estique-se, rápida e vigorosamente. Solte a

sua voz num profundo "UGH", por meio do som mais profundo que você

possa encontrar. Maximize e aproveite o espreguiçamento.

Descanse por um minuto. Repita o exercício por até dez vezes. A cada vez,

interiorize mais, e projete sua voz relaxada mais forte e prolongue cada vez

mais o som. Observe que você envolve todo os seu corpo na vocalização,

particularmente a pélvis e o diafragma.

OBS: Exercícios extraídos do livro: "A cura pelo som" de Olivea

Dewhurst-Maddock

Aquecimento físico

Você já conhece o valor do seu corpo para a voz. Por esta razão, iniciemos

a aula prática com exercícios de alongamento e relaxamento. Use roupas

leves e folgadas para não dificultar os movimentos.

1. Alongamento: de pé, levante os dois braços e vá se esticando

suavemente para cima como se quisesse alcançar uma corda que está um

pouco acima de sua cabeça. Mantenha os pés bem fixos no chão. De 1 a

3 minutos.

2. Relaxamento: movimente os braços e as pernas livre e suavemente para

ativar melhor a circulação sangüínea e aquecer a musculação (dê chutes

curtos no vento e simule natação, por exemplo). De 3 a 5 minutos.

3. Respiração: conforme os padrões teóricos aplicados anteriormente,

trabalhe sua respiração e aproveite para entrar em estado de

concentração máxima. Procure sentir o ar entrando e se espalhando em

seu corpo através do sangue. Trabalhe os impulsos cerebrais para as

partes do seu corpo (como leves movimentos dos dedos das mãos e pés).

De 2 a 3 minutos.

4. Acorde o diafragma: se você leu todo o capitulo anterior (duvido) sabe

da relevância deste músculo. Portanto, vamos desenvolver ainda mais

suas atividades; inspire e expire rapidamente dando sopapos no

diafragma como se estivéssemos bombardeando o abdome. De 1 a 2

minutos.

5. Aquecimento muscular do pescoço: abaixe completamente a cabeça

(coluna reta, por gentileza) e comece a ergue-la vagarosamente até onde

puder enquanto inspira. Segure o ar por algum tempo e desça a cabeça e

vá soltando o ar devagar. Sincroniza o tempo do movimento com a

respiração. Ou seja, o tempo do movimento deve ser igual ao da

respiração. Vá retardando o tempo do movimento e da respiração aos

poucos até alcançar a média de 30 segundos para levantar a cabeça (e

inspirar), 10 para prender o ar e 30 para abaixar a cabeça (e expirar o

ar). ATENÇÃO: observe sua capacidade. Se der para prolongar mais

ainda o tempo, faça-lo. Do contrário, diminua o limite. Execute de 5 a

10 vezes nesse sentido e depois inverta a ordem do movimento e a

respiração.

6. Aquecimento muscular do pescoço II: semelhante ao exercício acima,

sincronize a respiração de acordo com os movimentos do pescoço.

Entretanto, troque o movimento vertical pelo horizontal; ponha a cabeça

no limite que ela se move para um lado e vá virando para o outro

trabalhando a respiração.

7. Acionamento bucal: faça movimentos com a boca (caretas mesmo)

para acionar a musculatura da boca; abrindo e fechando, esticando para

os lados, etc.

Aquecimento vocal

Esse exercício serve para desenvolver o controle vocal dos sons. É

importantíssimo para o desenrolar da voz. Não ignore a boa postura e

também esteja bem hidratado (com água natural).

1. Moído: feche a boca e comece soando som “hummmmm” igual a uma

vaca preguiçosa. Note que o som (grave) fica armazenado na faringe

(cavidade no começo da garganta). Inicie com um tempo de 10

segundos para o som, pare, respire fundi e recomece aumentando o

tempo de execução do som. 10 vezes.

2. Fonfom: o mesmo exercício acima, desta vez, trazendo o som para o

nariz.

3. Staccato: vamos repetir o exercício 1 e 2 em staccato (você não sabe o

que é staccato?). Quer dizer, som cortado em seqüências rápidas e

fortes. “Hum... hum... hum... hum”. Use o diafragma para impulsionar o

som.

4. Pianinho: é semelhante ao staccato, mas com uma diferença; soe

baixinho.

5. Exercício: agora de boca aberta, trabalhe nos moldes acima um “psiu”

com o som de “ssssssss”. 10 vezes normal e 10 staccato.

6. Exercício: ainda seguindo o modelo anterior, execute “Zzzzzzzzzzz”.

10 vezes normal e 10 em staccato.

7. Exercício: vamos trabalhar o volume calculando o tempo de execução e

dividindo em dois; do zero para o mais alto possível e daí para o zero

novamente. Ou seja, vá aumentando o som e depois diminuindo. Faça

duas vezes com cada som já treinado.

8. Exercício: agora para relaxar, produza o som “Ffffffff” semelhante a

um pneu vazando ar. Em seguida, uma chuva; “Xxxxxxxxx” e

finalmente, uma metralhadora; “Rrrrrrrr”. Para este último, coloque e

tremule a língua no céu da boca. 5 vezes cada.

3. Articulação e Clareza do Som

Cantar é um elemento da articulação. As palavras da música devem ser

muito claras e objetivas, para causar um processo de ação e reação

imediata. Para que isto aconteça, deve-se levar em conta dois processos:

Articulação: processo pelo qual os órgãos da fala moldam o som

vocal em sons reconhecíveis da fala.

Interpretação: processo pelo qual se carrega o espírito ou

significado da música através do modo como se executa.

O primeiro passo para uma boa interpretação é o domínio de uma boa

articulação. Tanto no canto, quanto na fala (a muitas pessoas), os

movimentos articulares devem ser mais acentuados do que na conversação

usual.

Os elementos na figura acima estão intimamente envolvidos no que se

refere à articulação e clareza do som. Qualquer alteração no funcionamento

deles irá interferir no som emitido.

Lábios

Há pessoas que possuem um problema de excessiva tensão labial, o que

impede a boa mobilidade e flexibilidade. Por outro lado, existem pessoas

que possuem um tônus labial baixo, ou seja, flácido.

A posição ideal para os lábios, é aquela que ajuda o rosto a Ter uma

expressão agradável, feliz. Deve-se evitar puxá-los exageradamente para os

cantos ou para frente quando se estiver cantando ou falando, pois isto pode

modificar a qualidade sonora.

Para aqueles com problema de tensão ou flacidez labial, existe um

procedimento muito simples e bastante eficaz, sugerido pelo fisioterapeuta

e fonoaudiólogo Noélio Duarte. Primeiramente, deve-se visualizar a boca e

seus pontos-chave:

Quem tem excessiva tensão, deve relaxar os lábios, apertando com o

indicador e o polegar nos pontos indicados acima, seguindo a ordem

numérica referida. Deve apertar cada ponto com firmeza, no entanto, sem

exageros, durante 5 a 10 segundos. Pode ser incômodo, mas, ao final, os

resultados vão valer à pena.

Já quem tem lábios flácidos, precisa de tonificação. O procedimento é o

mesmo, só que ao invés de apertar demoradamente, dá-se ligeiros apertões

(apertando e soltando imediatamente) no mesmo sentido numérico do

esquema. Estas pessoas também podem fazer exercícios do "i" ou do "u",

torcendo a boca para um lado e para o outro.

De um modo em geral, neste exercício das vogais, pode-se utilizar o "p" e o

"b" para treino labial, pois estas consoantes são totalmente dependentes dos

lábios.

Língua

A língua é o principal órgão da articulação, pois interfere na formação das

vogais e consoantes. Em média, a língua trabalha numa velocidade de 370

movimentos por minuto.

Cerca de 90% dos problemas que envolvem a língua são de tensão. Isso

causa o ressecamento da boca pela retração constante da língua. Este

posicionamento não estimula muito a produção de saliva em termos

fisiológicos, e também interfere consideravelmente na emissão do som, por

razões explicadas mais adiante quando falarmos da faringe.

Existem, também, aqueles que precisam tonificar a língua, sendo

caracterizados pelo acúmulo excessivo de saliva.

A língua deve permanecer numa determinada posição, chamada de

"posição de repouso", ao longo do "assoalho" da boca tocando os dentes

inferiores. Veja os seguintes exercícios de relaxamento.

- colocar a língua um pouco para fora da boca e morder

levemente a pontinha da língua

- pressionar a língua fortemente contra os dentes fechados por 5

segundos;

Em seguida, deve-se associar os dois exercícios lentamente. Alguns

problemas da pronúncia do "S" podem ser resolvidos com a colocação da

língua na posição de repouso.

Maxilar

A tensão é um grande fator limitante da boa atuação dos maxilares. Pode-se

perceber a tensão existente ao se fechar os dentes e engolir a saliva.

Quando se canta de boca fechada ocorre isto. Por isso, aparecem dores após

o ensaio ou apresentação, ou mesmo após a fala.

O maxilar interfere nos músculos da face, modificando o poder de

contração. Portanto, deve-se relaxar esses músculos, facilitando a abertura

e a flexibilidade da boca e liberando os músculos da garganta.

Nunca se deve usar posições forçadas, tais como empurrar o maxilar para

frente, puxá-lo para trás ou trancá-lo numa posição. A sonoridade vai

depender, em parte, da abertura que for dada ao maxilar. Em relação à

tensão ao maxilar inferior, pode-se realizar alguns exercícios, lembrando

que devem ter maior cuidado ao realizá-los aqueles com tendência à

luxação do maxilar.

1. Lateralização

Abrindo a boca e movimentando o maxilar para a direita e para a

esquerda.

2. Abertura total

Abrindo bem a boca por alguns segundos.

3. Projeção anterior

Com a língua na posição de repouso, projetando-se o maxilar

para a frente, permanecendo assim por alguns segundos.

4. Projeção posterior

Com a ajuda de um dedo, fazendo-se um recuo do maxilar por

alguns segundos.

Faringe

A faringe tem a função de ampliar o som, e embora não seja essencial para

a articulação, está intimamente ligada à posição assumida pela língua. Seu

melhor desempenho dependerá do comportamento da língua.

A ampliação do som será tanto melhor quanto melhor for o espaço que o

som puder ocupar dentro da boca.

Como se pode ver neste esquema, a voz terá uma melhor ampliação na

posição 1, a qual tem o dobro do tamanho da posição 2. Deve-se notar

como o hábito tão comum da posição 3 diminui consideravelmente o

espaço para a ampliação da voz.

Existem exercícios que facilitam a aquisição do hábito da posição 1:

- sabe-se que ao se fazer o movimento de engolir, a língua inicialmente

sobe e em seguida, sua parte posterior desce. Então, com o dedo indicador

e o polegar em cada extremo do maxilar inferior, faz-se o movimento de

engolir. Quando a parte posterior da língua estiver descendo, mantém-se

uma pressão para baixo, forçando os dedos, sem esquecer que a ponta da

língua deve estar no padrão de repouso.

- pode-se escolher um tom médio, e com as vogais "a", "o", e "u" as

pessoas podem cantar variando 0 padrão de língua na posição 2

(representado pela vogal em minúsculo) e posição 1 (representada pela

vogal em maiúsculo).

Palato

O palato se divide em 2 partes: o palato duro (céu da boca) e o palato mole

(úvula, conhecida como campainha).

O palato duro está envolvido com a projeção da voz, e o palato mole com a

formação de sons orais e nasais.

O som, na verdade, é formado por ondas. As ondas só se propagam em

linha reta, daí a importância do palato duro aliado a uma boa postura da

cabeça:

Sabe-se que as narinas são responsáveis pela ressonância nasal. Porém, o

som nasal só será emitido com a "permissão" do palato mole (a úvula).

Sons nasais

Sons orais

Para emitir esses sons nasais, a úvula desce. Caso suba, os sons emitidos

serão orais.

O excesso ou a falta de nasalidade podem representar sérios problemas de

voz, afastando-se da normalidade e modificando o som original que deveria

ser produzido.

A origem dos problemas pode estar no hábito de colocação errada da voz,

até problemas mais sérios, como tumores, sinusite, adenóide e excesso de

muco.

. O Mau Uso da Voz

Deve-se ter em mente que o mau uso da voz não começa ao se cantar de

forma errada, mas sim ao se falar de forma errada. Os cantores estão

duplamente expostos a ter problemas nas cordas vocais. Por isso, é

necessário saber como preservar a voz tanto ao se falar quanto ao se cantar.

O início dos problemas nas cordas vocais pode ser sutil, uma rouquidão

aqui, uma dorzinha ali. No entanto, este é um assunto extremamente

imporfante para ser ignorado, pois, às vezes, o descaso pode levar à perda

completa da voz.

Ao menor sinal de que algo não vai bem com as cordas vocais, ou em

qualquer outro órgão envolvido com a fonação, deve-se procurar um

especialista, o fonoaudiólogo.

Um dos problemas comuns é sentir gosto de sangue na boca após uma

apresentação musìcal, ou se falar muito. Apesar de o ferimento ser

minúsculo, gotículas de sangue são jogadas pelo ar na boca, causando essa

sensação. Outra sensação comum é o de areia. As dores, geralmente, são

em pontadas. Com o tempo, uma simples lesão podese tornar em uma

espécie de cicatriz chamada fibrose, apresentar vários cistos, calos e até

mesmo se tornar em um tumor.

Timbre

Um erro comum, porém muito grave, é em relação ao timbre. O timbre é o

fato determinante do tipo de voz: soprano, mezzo soprano, contralto, tenor,

barítono e baixo. O timbre de uma pessoa não é escolhido aleatoriamente,

ele existe por razões anatômicas: o tamanho da laringe. Por exemplo, os

homens que têm o "gogó" pronunciado ou pontiagudo têm maior facilidade

de ressonância, e consequentemente voz mais grave.

O desconhecimento disto é muito sério e pode destruir a voz de uma

pessoa. Muitas pessoas com características de voz grave têm cantado por aí

com uma voz aguda e vice-versa. Alguns deles até com uma voz "linda".

Porém, esta voz "linda" foi apenas fabricada, e não vai durar muito.

Em quase 100% das pessoas existe um padrão anatômico determinante do

timbre. Diz-se que as pessoas com pescoço comprido e "gogó" proeminente

possuem timbre grave (baixo e contralto); pessoas com pescoço de

tamanho médio com pouca proeminêncìa possuem timbre médio (barítono

e mezzo); e pessoas com pescoço mais curfo, praticamente sem saliência

possuem um timbre agudo (tenor e soprano).

Cantar e falar fora do próprio timbre natural pode provocar um

destimbramento vocal, ou seja, uma descaracterização da voz com perda da

qualidade.

Tensão da Corda Vocal

Em relação à tensão da corda vocal, podem ocorrer 3 tipos de problemas:

1. Frouxidão completa

2. Excesso de compressão

3. Desequilíbrio no funcionamento

Na Frouxidão completa, as cordas não se fecham totalmente, resultando em

um som soprado, pois uma dose excessiva de ar está fluindo, e devido a

esta interferência na voz, a pessoa fará mais esforço para produzir sons.

Quando há excesso de compressão, as cordas vocais ficam muito apertadas.

Isto pode ser devido a tensões, falta de orientação técnica, e resulta em um

som difícil, tenso, irritante, estrangulado ("taquara rachada"), forçado,

provocando tensão nos outros músculos associados na produção vocal.

Havendo Desequilíbrio no funcionamento das cordas vocais (ora tensas,

ora relaxadas), ocorrerão mudanças sensíveis na produção do som vocal.

O ideal é que a corda fique num meio termo, suficientemente contraída

para não deixar o ar escapar rapidamente.

Sustentação e Força

Os problemas de sustentação de nota e também a falta de força sonora (voz

de pouco alcance, volume), tem sua origem nos produtores (elemento do

aparelho fonador), ou mesmo em razões pessoais, como o medo de soltar a

voz, talvez não por falta de capacidade, mas por não ter aprendido a usá-la.

Então, é necessário um trabalho de conscientização de voz orientada por

um professor de canto.

Por outro lado, a pessoa que tem o hábito de falar alto demais, não

pronunciando bem as palavras, correm um alto risco de apresentar calos de

corda vocal, além de outros problemas como dor de cabeça, sinusite,

faringite, e até mesmo cáries pelo desgaste do esmalte.

Perda de Tons

A perda de tons, não é, necessariamente, um problema vocal. Esta é uma

questão mais ligada a um fator hormonal. As crianças possuem timbres

muito semelhantes, não sendo distintos os timbres de meninos ou meninas.

Porém, por volta dos 10 -12 anos, o corpo começa a receber uma descarga

de hormônios, e os rapazes passam por um processo de transição de voz

mais significativo que as moças, pois podem chegar a perder até 7 tons,

enquanto que as moças apenas cerca de 3 tons.

Outra situação que isto acontece é nas mulheres após os 45 anos, devido a

perda de hormônios, com uma perda de cerca de 3 tons. Isto pode ser

remediado com a reposição hormonal, sob prescrição médica,

evidentemente. Nos homens, após 50-55 anos, ocorre o oposto, pois têm

sua voz agudizada, também por questões hormonais. Quando se cuida bem

da voz, as mudanças são mais sutis, não provocando nenhum distúrbio

vocal.

5. Mitologia Vocal

A maioria das pessoas acredita em certas formas de terapia para tratar a

voz. Essas crendices são infundadas, portanto incorretas.

Voz Cansada

Alguns dizem que a voz cansada é uma coisa natural ou normal depois de

uma fala prolongada, ou mesmo fala leve. Falando assim, fica parecendo

que os músculos da laringe e faringe (músculos que produzem voz) se

cansassem e aceitassem a rouquidão, a ardência ou mesmo a perda parcial

da voz, faringite e até laringite como algo plenamente normal.

Outros acreditam que algumas pessoas nascem com garganta débil, ou com

voz insuficiente, e que sempre tenderão a transtornos vocais.

Isto tudo não é verdade, e sim coisa de gente mal informada, pois a voz

bem empregada não se cansa, não produz sintomas negativos e nem

esforços extras para falar. O uso constante em si não leva a problemas de

voz; o que causa esses problemas é o uso indevido, mal administrado,

abusivo e vocalização incorreta.

A voz bem definida (tom apropriado, entonação e ritmo corretos) pode ser

usada durante jornadas de trabalho de até 8 horas diárias. No entanto, deve-

se lembrar que o cansaço físico acarreta cansaço vocal, assim como a saúde

geral do indivíduo deve ser levada em conta.

O que deve acontecer é identificar o problema e procurar o especialista,

seja médico, fonoaudiólogo, professor de canto, e não sair por aí fazendo as

receitinhas caseiras aleatoriamente, pois além de não trazer benefícios,

podem, algumas vezes, constituir riscos em potencial.

É comum se confundir faringe e laringe ao se pensar nesses preparados e

receitas. É importante se ter em mente que nenhum desses xaropes, chás e

gargarejos chegam até as cordas vocais. Basta conhecer a anatomia para

verificar este fato:

À menor gota ou farelo tocar as cordas vocais, desencadeia-se um processo

muito desagradável de tosse, desespero, falta de ar.

Alguns especialistas acreditam que não se deve fazer o gargarejo com o

objetivo de medicar as cordas vocais, uma vez que o líquido não chega

efetivamente até elas.

Alguns métodos caseiros podem ser até úteis, porém durante períodos

limitados, apenas mascarando os sintomas verdadeiros sem eliminar a

causa do problema, que pode ser uma vocalização incorreta ou uso abusivo

da voz, ou até problemas como faringite.

Problema Central

Um erro freqüente é a não focalização no problema central causador da

doença. Assim, muitas pessoas chegam a trocar de profissão para usar

menos a voz, ou fazer um repouso vocal exagerado (que não é significativo

nas terapias da voz), e até mesmo, alguns se utilizam de tranqüilizantes por

tempo indefinido. Os relaxamentos (ioga, meditação transcendental,

regressões psíquicas...) não devem ser tentados como resolução do

problema vocal. A pessoa deve procurar um especialista.

Educação Vocal

Um grande mito é que só se educa a voz para o canto. A voz falada merece

tanta atenção quanto a voz cantada, pois uma pode acabar interferindo na

outra.

Há casos de pessoas que perdem completamente sua voz devido ao modo

de falar errado, sendo às vezes necessário uma cirurgia para a retirada das

cordas vocais.

Existem "dicas" para "melhorar" a voz que são tão fora da realidade que

chegam a agredir a inteligência. Algumas destas são o uso de lápis ou

bolinhas na boca durante a fala; fazer massagem com álcool canforado na

garganta; fazer vocalizes com grande intensidade, de madrugada, para

aumentar a extensão vocal...

Diante de tais afirmações, é preciso usar o bom senso e perceber que se

deve trabalhar os órgãos envolvidos na produção do som com

sensibilidade, conscientização, percepção. Algumas "receitas" podem ser

perigosas, podendo causar até queimaduras. E alguns vocalises feitos com

grande intensidade levam à Parafonia Hipercinética (distensão das cordas

vocais).

Aquecimento Vocal

A laringe é muito sensível, e é um dos primeiros órgãos a ser afetado diante

do estresse, emoções, cansaço e outros. Isso faz com que haja modificação

na voz, e muitas vezes, a situação obriga às pessoas a forçarem seu

"instrumento ". E, algumas vezes, a situação se torna pior, pois "soltam" a

voz de qualquer jeito , sem um aquecimento prévio.

O aquecimento vocal é tão importante para o cantor quanto o aquecimento

físico é para um jogador de futebol, por exemplo; pois pode evitar lesões

importantes. Por outro lado, não é correto gastar tempo demais

"esquentando" a voz. Há pessoas que passam 30 minutos neste processo, e

ao final, em vez de terem "aquecido", terão é mesmo "fervido" a voz. Isto

resulta em pouca produtividade durante o período que se segue.

O ideal é que o vocalise não exceda 5 minutos. Existe uma técnica

elaborada por um pesquisador fonoaudiólogo chamada "Manipulação da

Laringe". Ainda há controvérsias quanto ao uso deste método, mas

aparentemente não há nenhum efeito colateral maléfico. Ele consiste em o

que seria uma "massagem" na laringe, em pontos específicos pré-

determinados, diferenciados para voz grave e aguda. A necessidade e a

forma de utilização deste método devem ser definidas por um profissional

capacitado. Não tente fazê-lo por conta própria.

6. Características Vocais

Voz Rouca

A rouquidão pode ser causada por vários fatores, tais como o uso abusivo,

processos patológicos (calos, tumores...), e também pela mb colocação da

voz devido a algum processo emocional (traumático ou não).

Não é raro encontrar crianças que se expressam através de berros. Isso

acontece por vários motivos: moram em lugares com alta poluição sonora,

ou mesmo porque seus familiares falam muito alto. Neste caso, o

referencial que acompanha a criança desde pequena é que o normal é falar

com um volume de voz elevado. Outras vezes é comum que numa mesma

família todos falem com voz rouca, sem necessariamente existir algum

impedimento físico por tanto, sendo apenas uma questão de referencial

adquirido com a convivência familiar.

Assim, as pessoas vão assimilando este comportamento, e, ao emitir a voz,

forçam as cordas vocais sem saber, e o que antes era apenas um costume

familiar, torna-se um problema orgânico sério: calor, inchaço, pólipos, etc.

O que deve acontecer é identificar o problema e procurar o especialista,

seja médico, fonoaudiólogo, professor de canto, e não sair por aí fazendo as

receitinhas caseiras aleatoriamente, pois além de não trazer benefícios,

podem, algumas vezes, constituir riscos em potencial.

Outro fator causador de sérios problemas nas cordas vocais é o cigarro.

Não só o fumante ativo está sujeito aos problemas vocais, mas também, os

fumantes passivos, que absorvem a fumaça emitida pelo ativo. Portanto, é

um crime familiares fumarem perto de crianças, principalmente em

ambientes fechados, pois a poluição envenena o sistema respiratório e afeta

as cordas vocais, causando rouquidão e outros problemas mais graves,

como tumores malignos. Vale lembrar que de acordo com uma pesquisa de

1997, 73% dos tumores de corda vocal são malignos.

Não se deve ignorar o problema da voz rouca. É de extrema importância

realizar o trabalho de correção dos problemas orgânicos com um

otorrinolaringologista (medicações/cirurgias) e também dos problemas

"mecânicos" com um fonoaudiólogo (timbre, colocação, exercícios,

volume, etc.).

Voz Fina

Em 99% dos casos, segundo pesquisas, a voz fina é de origem emocional.

O mais comum é, ao entrar na puberdade, o rapaz assustar-se com a

mudança e procurar manter a voz da infância, apesar de sua laringe já estar

pronta para a transformação.

Um ponto perigoso é o excesso de mimo na infância em ambos os sexos,

podendo alterar o ritmo da fala, além de manter a voz infantil. Isso é muito

perigoso para os meninos, que podem ser taxados de homossexuais logo

cedo, podendo gerar traumas muito profundos na criança.

Outro desencadeador da voz fina são os traumas, como os cirúrgicos. A

retirada das amídalas é um bom exemplo, pois a criança pode ficar com

medo de falar firme, mantendo a voz infantil.

As causas orgânicas são mais raras, e ocorrem, normalmente, diante de

uma atrofia física de origem hormonal. Existem alguns métodos de

tratamento, e a pessoa deve procurar um especialista.

Voz Trêmula

Embora seja um problema de difícil resolução, existem métodos, que bem

aplicados e praticados podem surtir excelentes resultados.

Este é um problema difícil, pois advém de um trauma muito forte, onde a

pessoa insiste em falar apesar de tudo. A voz falha, fica trêmula, o que

causa uma forte tensão nas cordas vocais. Então, a pessoa sente dificuldade

de se adaptar ao enfrentar situações semelhantes ao trauma. É interessante

notar que durante o relaxamento da musculatura das cordas vocais, como

no sorriso, a pessoa consegue emitir a voz corretamente.

7. Postura Corporal Correta

É impossível imaginar um piano que tenha um som perfeito se estiver com

alguma parte faltando, ou quebrado, ou mesmo mal posicionado. Uma

flauta amassada não terá o mesmo som de uma que está perfeita.

Desta forma, acontece com o corpo humano. O som produzido será sempre

influenciado pela postura que se adota, por diversas razões. Uma boa

postura:

É bem menos cansativa do que uma postura má ou relaxada, pois

assim, os ossos e músculos fìcam posicionados de modo que haja o

mínimo de esforço e tensão.

Causa um melhor aproveitamento respiratório.

Dá um melhor aspecto à visualização, além de transmitir maior

segurança.

Coloca o mecanismo vocal na melhor posição para o seu

posicionamento, tornando mais fácil a produção de uma sonoridade

com qualidade.

Traz confiança, bem-estar psicológico e físico o todo o organismo.

Faz o corpo funcionar melhor, conseqüentemente beneficia a saúde

vocal.

A boa postura para cantar deve ser aprendida e praticada até que se torne

um bom hábito.

1. Pés: uma boa base dá maior segurança e firmeza. Inicialmente,

deverão estar um pouco afastados. Em apresentações mais

demoradas, o ideal é variar a sustentação do peso entre os pés, porém

não de forma demorada, para evitar fadiga e tensão. Não se deve

colocar o peso apenas sobre os calcanhares.

2. Pernas: como ajudam a fixar e sustentar o corpo, elas nunca ficam

totalmente relaxadas. No entanto, elas devem ficar flexíveis, nunca

rígidas, prontas para o movimento. Não se deve apoiar todo 0 peso

do corpo somente em uma perna, pois haverá uma forte tendência a

tremer. Para ajudar a resolver a tensão nas pernas e pés, pode-se

fazer algum alongamento nesta região.

3. Quadris: devem estar equilibrados, evitando um lado estar mais

elevado que o outro. Porém, uma leve alternância, ou movimentação

ajuda a relaxar esta região, pois não é bom que esteja muito rígida

durante a apresentação.

4. Abdome: não deve estar exageradamente projetado para dentro ou

para fora. Deve-se evitar tensões demasiadas neste local, pois a

musculatura desta região é de extrema importância para a respiração

controlada, como é a de um cantor ou orador.

5. Costas: manter a coluna ereta de forma não rígida favorece o bem

estar do som, por melhorar as condições da expansão do tórax,

melhorando a respiração. Deve permanecer de forma equilibrada,

sem inclinações exageradas.

6. Tórax: deve estar numa posição relaxada, evitando-se qualquer

contração muscular exagerada, para facilitar o mecanismo do ar.

Deve-se sentir todo o tórax agindo em conjunto.

7. Ombros: devem estar descontraídos, sem nenhuma tensão nestas

articulações. Qualquer rigidez nesta região pode comprometer a ação

dos músculos do tórax e do pescoço. Eles não devem se mover muito

para frente, nem para trás, nem para baixo, muito menos para cima.

A rigidez local pode complicar a toda a postura.

8. Braços e mãos: devem estar caídos livremente ao longo do corpo, de

forma natural, o mais livre de tensão possível. Os maneirismos

devem ser evitados, como ficar apertando as mãos à frente ou atrás,

ou torcendo-as, pois isso causa uma tremenda tensão nos braços e no

tórax, além de interferir na ação dos outros músculos do corpo. Esse

tipo de atitude também é bastante deselegante. E ao segurar o

microfone, deve-se ter o cuidado de manter os ombros e braços

relaxados, para evitar tensão no pescoço.

9. Cabeça: deve estar centralizada. O olhar deve estar na direção das

pessoas, e o queixo não deve estar nem muito baixo nem muito alto.

10. Posição sentada: quando se está sentado, o principal apoio do corpo

é o assento. O tronco e a cabeça devem estar alinhados, com a coluna

ereta, e os quadris devem estar bem apoiados no encosto, sem, no

entanto, fazer com que o abdome fique projetado para frente, ou o

oposto, ficando com a coluna inclinada para frente. Em ambas as

situações haverá comprometimento da respiração, e cansaço em

pouco tempo. Se se está sentado em uma cadeira com braços, não se

deve apoiar os próprios braços sobre os da cadeira, pois haverá maior

sobrecarga nos ombros, prejudicando a coluna.

10. Exercícios

Treino da Utilização Muscular

1. Respiração Diafragmática

Pessoa deitada com um livro no abdome. A intenção é elevar o livro.

2. Diafragma e Intercostais

Em pé, fazendo a respiração diafragmática, e expandindo as laterais do

tórax.

Treino do Aumento da Capacidade Pulmonar

1. Soluço Inspiratório

Inspirar aos poucos pelo nariz até encher o pulmão: inspirar - pausa -

inspirar pausa - inspirar o máximo - soltar o ar de vez pela boca.

2. Expiração Abreviada

Inspirar fundo normalmente (nariz) e soltar um pouquinho; inspirar fundo

outra vez e soltar um pouquinho; inspirar mais uma vez, até sentir o

pulmão o mais cheio possível, e soltar de vez pela boca.

Treino do Controle Diafragmático

1. Inspiração Profunda

Inspirar profundamente pelo nariz, e soltar pela boca, em "SSS",

demorando o maior tempo possível.

2. Exercício da vela

Soprar a vela a uma pequena distância (cerca de 1 palmo) sem apagar a

chama, e mantendo-a em equilíbrio na posição oblíqua.

Introdução ao Canto

Entendendo o Canto: Para o canto, como no estudo de um instrumento,

estudaremos musicalização e técnica.

Musicalização - trabalhamos a percepção, ouvindo, reconhecendo e

repetindo o som na sua exatidão, através das escalas, tríades e tétrades

maiores e menores, notas isoladas;para isso você vai precisar da ajuda de

um instrumento, de preferência um piano, teclado ou violão. Nesse

processo você vai descobrir a sua tessitura vocal, que é desde a nota mais

grave até a mais aguda que sua voz alcança, e dentro dela, o registro médio,

que é aquela região onde sua voz fica mais firme e bonita. Descoberto e

firmado esse registro através de exercícios, vai ficar mais fácil você colocar

as canções que e gosta nos tons mais adequados à sua voz.

Técnica - o som da nossa voz é resultado da vibração do ar nas pregas

vocais, no ato da expiração. Esse trabalho conta com o apoio do músculo

diafragma, fundamental para o canto. Quando não usamos esse músculo da

maneira adequada, colocamos muita força na garganta, produzindo um som

"seco", sem brilho, gritado, o que pode causar rouquidão, cansaço e

machucar as pregas vocais. A respiração deve ser mista, isto é, pelo nariz

na introdução e intervalos maiores das canções, e pela boca entre as frases

com intervalos curtos. O nariz filtra e aquece o ar, mas só quando há tempo

suficiente respiramos por ele para cantar, pois precisamos de uma boa

quantidade de ar e no tempo curto entre as frases é melhor respirarmos pela

boca. Também precisamos trabalhar a articulação das palavras, a abertura

de boca para evitar o som muito anasalado, e a ressonância do som na

nossa "caixa acústica", a boca, faringe, fossas nasais e cavidades da cabeça.

O terceiro fator - esse independe do professor, pois é o fator emocional. A

laringe, que contém as pregas vocais, é um filtro para as nossas emoções.

Se você tem bloqueios, inseguranças, nervosismo (o que pode acontecer

com qualquer um, profissional ou não), já deve ter sentido uma espécie de

"garra" na garganta, principalmente nos sons agudos, algo que nos impede

de cantar como queremos. Os exercícios ajudam bastante a dar segurança,

mas as emoções precisam ser trabalhadas para o som fluir tranqüilo e

afinado.

Então, para cantar bem, precisamos:

Entoar o som na sua exatidão

Respirar bem e sempre entre as frase

Apoiar a saída do ar com o diafragma

Articular bem as palavras

Manter o som ressoando na nossa "caixa de som"

Vamos ver isso aos poucos, mas para começar você pode verificar como

está trabalhando com o músculo diafragma, fazendo o seguinte exercício:

O diafragma fica sob o pulmão, é um músculo elástico, que quando você

inspira ele abaixa, projetando o abdômen à frente. Quando você expira ele

vai subindo, contraindo a base do pulmão, expulsando o ar. Como

aprendemos a respirar errado, estufando o peito e encolhendo a barriga, ele

fica sem firmeza. Vamos então fazer um exercício para reativá-lo e reforçá-

lo.

Expansão - Sentado(a), coluna reta, inspire bruscamente pelo nariz,

deixando expandir o abdômen, SEM ESTUFAR O PEITO; expire logo em

seguida pela boca suavemente, retraindo o abdômen. Faça-o 15 vezes

seguidas, todos os dias. Se sentir tontura, pare uns segundos e recomece, é

normal. Não exagere, 15 vezes está bem, o que importa é a qualidade e a

constância. Esse exercício é para dar agilidade e firmeza ao músculo, mas

para cantar o uso é diferente, o que veremos na próxima aula, além dos

outros assuntos acima.

Conhecendo a sua Voz

Bem, então já vimos que para cantar precisamos de AR. A quantidade

necessária varia de pessoa para pessoa, pelo tamanho físico e da vontade de

cada um, e de canção para canção. A vontade é a maneira como você quer

cantar, se está mais para Elis Regina, precisa de mais ar e emoção, se mais

para João Gilberto, menos ar e emoção mais contida, se nenhum dos dois,

procure o meio termo. Se quer cantar "gritado" e rouco como alguns

roqueiros, é melhor redobrar o cuidado, pois a longo prazo isso pode criar

calos vocais difíceis de tratar. É uma escolha sua, faça o possível para

respirar bem e apoiar a voz com o diafragma, forçando a garganta o menos

possível.

Também precisamos do uso do diafragma, que, ao inspirarmos, deve

abaixar-se expandindo o abdômen, e ao começarmos a cantar, ele vai

subindo, empurrando a base do pulmão e ajudando o ar a sair e vibrar nas

cordas vocais; você também ajuda retraindo o abdômen devagar até o ar

acabar. É necessário também abrir a boca, deixar o ar ressoar dentro dela,

nas fossas nasais e demais cavidades e, para isso, você precisa concentrar-

se, não afobar-se e jogar o ar fora de uma só vez. É bom exercitar-se frente

ao espelho, gravar-se e ouvir-se para você mesmo(a) corrigir-se e escolher

como quer cantar. O canto é a expressão de sua alma, só você pode saber

como deseja expressá-la, por isso conscientize-se de si mesmo (a), ouça-se,

perceba-se.

Os exercícios respiratórios são para fortalecer a musculatura, mas você

também pode fazê-lo cantando, desde que o faça com consciência e

constância, pois como qualquer músculo, o diafragma e as pregas vocais

ficam sem força pelo uso inadequado.

Vamos então descobrir a sua tessitura vocal e procurar o seu registro

médio:

Você vai precisar de um piano, teclado ou violão; localize a princípio a

nota mais grave de sua voz, sem forçar, cante e a procure no instrumento.

Siga as instruções abaixo.

CLASSIFICAÇÃO VOCAL:

No piano ou teclado, procure o primeiro MI, o mais grave. No violão, a 6ª

corda, a primeira de cima para baixo. Essa é a primeira nota da voz

masculina denominada BAIXO, a mais grave. Partindo dela, suba duas

oitavas até o 3º MI. Em seguida, procure o 1º SOL mais grave nos três

instrumentos, e conte duas oitavas até o 3º SOL. Essa é a extensão vocal

para a voz média masculina, o BARÍTONO.

Procure no teclado ou piano o 2º DÓ e vá com ele até o quarto DÓ. No

violão, é o 1º dó, melhor o da corda LA, 3ª casa e vá seguindo até o 3º dó,

subindo duas oitavas. Teremos nessa extensão a voz mais aguda masculina,

o TENOR.

Para o violão, pode-se usar as mesmas medidas para as vozes femininas: a

do BAIXO para a CONTRALTO, a do BARÍTONO para a MEIO

SOPRANO e a do TENOR para a SOPRANO. O Violão é um

instrumento mais limitado, no piano fica mais fácil, conta-se a

CONTRALTO partindo do 2º até o 4º MI, a MEIO SOPRANO do 2º ao

4º SOL e a SOPRANO do 3º ao 5º DÓ.

A classificação vocal serve para se atuar em grupos vocais e para o canto

lírico. Para o canto popular não importa muito se você é soprano ou tenor,

o importante é você conhecer sua extensão vocal e trabalhar para fortalecer

o registro médio, que é aquela região onde sua voz soa mais brilhante, mais

firme e bonita. Você pode fazer isso tocando e repetindo nota por nota,

de meio em meio tom, usando as vogais. Pode também usar a escala

maior no sentido ascendente e descendente. É simples: partindo da sua nota

mais grave, não importa se é um dó, um sol ou mi, partindo dessa nota vá

subindo dos graves para os agudos em intervalos de TOM, TOM,

SEMITOM, TOM, TOM, TOM, SEMITOM. Volte dos agudos para os

graves com os intervalos no sentido contrário. Passe para a segunda nota e

vá subindo novamente. Fica difícil demonstrar via Internet, se você não

conhece música peça a alguém que o ajude, ok? Você pode exercitar-se

com acordes maiores e menores, com três, quatro, cinco notas, o importante

é descobrir seu limite e não ultrapassá-lo para não machucar suas cordas

vocais. A região aguda é mais difícil, vá com calma e AR, apoiando com o

diafragma.

Existem muitos modos musicais para exercitar a voz e muitos exercícios

para o diafragma e respiração, o importante é exercitar. A "malhação

vocal" fortalece a musculatura da laringe e sua voz sai mais fácil, mais

segura e bonita.

Sim, você pode fazer isso somente cantando, mas é preciso escolher um

repertório com canções que explorem bem os graves e os agudos. A

maioria das pessoas tem duas oitavas de extensão, algumas chegam a três,

mas não é preciso se preocupar com a quantidade e sim com a qualidade

vocal, já que a maioria das canções cabem dentro de duas oitavas, ok? Aí é

só ir descobrindo os tons de cada canção para sua voz. Isso você percebe ao

sentir conforto ou desconforto quando canta. Se sua voz está sumindo nos

graves, experimente subir um tom ou dois, às vezes meio tom resolve. Se é

o agudo que está difícil, experimente abaixar um tom, ou o quanto precisa

até verificar que a canção está bonita em toda a sua extensão vocal. Não

force sua voz para cantar num tom inadequado, o instrumento conserta-se

ou troca-se a corda, a voz não, né?

Relaxar e Aquecer

Hoje vamos falar um pouco sobre Relaxamento, Alongamento e

Aquecimento: para cantarmos bem, necessitamos estar com a musculatura

do corpo, principalmente a região dos ombros, costas e pescoço, relaxada,

alongada e com as pregas vocais devidamente aquecidas. Para esse fim,

existem inúmeros exercícios; abaixo, alguns dos mais usados:

Relaxamento:

1. Do corpo: de pé, pernas afastadas dois palmos, braços ao longo do

corpo; girar o tronco para esquerda e direita, lentamente, os braços

acompanhando o movimento, a cabeça e o olhar também; o

calcanhar direito levanta-se levemente e o joelho direito dobra um

pouco quando o tronco gira para a esquerda, e vice-versa. Duração:

dois minutos ou até sentir o corpo relaxado.

2. Ombros: de pé, pernas unidas, girar os ombros para trás algumas

vezes e depois para a frente, com os braços pendentes e articulando

bem, lentamente. Duração: dois minutos ou até relaxar.

3. Massagem: com as pontas dos dedos, massagear suavemente a região

do pescoço, rosto e couro cabeludo.

Alongamento:

1. Do corpo: de pé, pernas unidas, braços ao longo, iniciar uma

inspiração pelo nariz, lentamente, ao mesmo tempo em que eleva os

calcanhares e os braços ( lateralmente ) . Ao findar a inspiração, as

mãos devem estar unidas e os braços esticados para cima, os

calcanhares elevados ao máximo. Feito isto, prende-se a respiração

por 3 segundos e solta-se o ar suavemente pela boca, em sopro, ao

mesmo tempo em que descem os braços e calcanhares. 3 vezes

seguidas.

2. Pescoço: de pé ou sentado, braços levantados lateralmente na altura

dos ombros, e mãos no peito; iniciar uma inspiração pelo nariz

lentamente, ao mesmo tempo em que estica-se o pescoço à frente, até

encostar o queixo no peito; prender o ar 3 segundos e voltar à

posição inicial, soltando o ar suavemente em sopro e esticando o

pescoço. 3 vezes seguidas.

3. Giro da Cabeça: suavemente, girar a cabeça para direita e esquerda,

depois tombando-a para ambos os lados, para frente e para trás, e

produzir o giro completo, executando cada posição quatro ou cinco

vezes, sentindo o alongamento da musculatura do pescoço.

4. Rosto: inspirar e, com a boca fechada, produzindo um som em "m",

movimentar lenta e largamente os músculos da face, como se

estivesse mastigando. 3 vezes até acabar, depois 3 vezes com a boca

aberta.

Aquecimento:

1. Motorzinho: inspirar e soltar o ar produzindo um som gutural, como

um motor, retraindo o abdômen, abrindo bem a boca, até o ar acabar.

3 vezes.

2. Baforada: inspirar e soltar o ar como uma baforada, lentamente,

como um "A" susurrado, até o ar acabar. Retrair o abdômen devagar

e relaxar a garganta. 3 vezes.

3. Língua: inspirar e produzir uma vibração com os lábios, em "TR",

soltando o ar e sentindo a vibração da língua no céu da boca, sempre

retraindo o abdômen devagar, controlando o ar. 3 vezes.

4. Lábios: inspirar e produzir uma vibração com os lábios, em "BR",

até o ar acabar, trabalhando abdômen.3 vezes.

5. Ressonância: inspirar e produzir som de "DZ", com a ponta da

língua encostada nos dentes frontais da arcada superior, até o ar

acabar, trabalhando o abdômen. 3 vezes.

6. Glissando: inspirar e produzir som com "TR" ou "BR", começando

do som mais grave e subindo gradativamente até o mais agudo da

voz, voltando ao grave da mesma forma, como uma escala.3 vezes.

Obs: Todos os exercícios devem ser executados com muita atenção à

respiração e o uso do diafragma, controlando o ar expirado, sem forçar a

garganta. Além desses exercícios, o aquecimento com vocalizes,

trabalhando vogais e consoantes com boa articulação, em escalas, tríades

ou tétrades, também devem ser feitos ao menos uma hora antes de cantar,

por vinte minutos no mínimo.

Ressonância Vocal

Colocação do ar nas cavidades de ressonância: O ar vibra e se coloca de

forma diversificada nas cavidades de ressonância, conforme os tons sejam

graves, médios e agudos.

Nos graves, o ar sai dos pulmões e vibra na parte anterior do céu da boca, e

um pequeno filete vibra nas fossas nasais. O movimento é maior pra fora.

Nos médios, o ar divide-se igualmente para as fossas nasais e o céu da

boca, vibrando com mais intensidade na parte posterior deste. O

movimento é para dentro e para fora.

Nos agudos, o ar vibra nas cavidades da cabeça, seios paranasais, nariz e

seio frontal. O movimento é mais para dentro. É a chamada "voz de

cabeça" ou falsete.

Segue figura que ilustra essas ressonâncias:

A - As linhas indicam a divisão do ar na ressonância palatal, na tessitura

mais grave das vozes masculinas e femininas.

B - As linhas indicam a divisão do ar na tessitura média.

C - As linhas indicam a divisão do ar na ressonância da cavidade da

cabeça, na tessitura aguda.

1 - Ressonância no seio frontal.

Timbre, Intensidade e Altura:

Timbre é a qualidade vocal, aquilo que caracteriza uma voz conferindo-lhe

personalidade, diferenciando-a das demais. Não há timbres iguais, apenas

semelhantes; é a identidade vocal.

Intensidade é a qualidade que diferencia a voz forte da voz fraca e

depende da amplitude de vibração das cordas vocais, da emoção e vontade

de quem canta.

Altura é a qualidade que diferencia a voz grave da aguda. A altura da voz

depende da extensão e espessura, ou massa das cordas vocais.

Para exercitar as cordas vocais e perceber sua ressonância, faça

vocalizações, cante pequenas frases com vogais ou Larará, como você

quiser, explorando os graves, médios e agudos de sua voz, respirando bem

e apoiando como o diafragma, com o abdômen retraindo devagarinho.

Faça-o concentradamente para perceber a ressonância do som nas

cavidades como na figura dada. Se voce conhece música, pode trabalhar

com as escalas, cantar as notas dos acordes maiores e menores indo e

voltando, acordes com 7M, 7, 6, 5#, 4 , 4#, é um ótimo exercício para

afinação, toque as notas seguidas dos acordes e as repita.

A Higiene Vocal

Alguns cuidados são necessários para manter a voz em bom estado,

principalmente para quem a usa profissionalmente:

- O que evitar:

1. A fumaça quente do cigarro agride todo o sistema respiratório e,

principalmente, as pregas vocais causando irritação, pigarro, tosse,

edema, aumento de secreção e infecções; a fumaça agride

diretamente a mucosa que protege as pregas, aumentando o muco e

provocando pigarro, favorecendo irritação e alteração na voz.

2. O álcool causa irritação semelhante à produzida pelo cigarro; embora

a pessoa que ingere álcool sinta-se mais solta, há uma leve anestesia

na faringe, e pode-se abusar da voz sem que se perceba. Quando

passa o efeito, pode-se sentir ardor, queimação e voz rouca e fraca.

3. As drogas inalatórias ou injetáveis tem ação direta sobre a laringe e

a voz, podem alterar a mucosa e causar lesões no septo nasal.

4. Se você sofre de problemas nas vias respiratórias, evite umidade,

mofo, poeira, agasalhos de lã, perfumes, inseticidas, desinfetantes,

tintas frescas e tudo que possa desencadear suas crises.

5. Bebidas geladas ou quentes agridem o muco, se não dá para evitá-

las deixe uns segundos na boca antes de engolir; café altera o sistema

nervoso e agride o muco pelo calor; leite e chocolate aderem ao

muco; balas, pastilhas e sprays podem mascarar a dor do esforço

vocal, prejudicando as mucosas.

6. Roupas apertadas na cintura e no pescoço impedem a livre

movimentação do diafragma e da laringe.

7. Pigarrear e tossir com freqüência contribui para alterações nas

pregas vocais, pelo atrito. Melhor inspirar e engolir a saliva, tomar

água e fazer gargarejos para limpar a garganta.

8. Mudanças bruscas de temperatura e o ar condicionado,

favorecem alterações na mucosa.

- O que podemos fazer:

1. Tomar água na temperatura ambiente antes, durante e depois da

apresentação, para repormos os sais perdidos pelo esforço e

hidratarmos as pregas vocais.

2. A maçã é excelente para a voz, auxilia a limpeza da boca e da

faringe; suco de laranja auxilia a absorção do excesso de secreção.

No caso de garganta irritada, gargarejos de água morna com sal,

meio copo para uma colher de café ou de água morna com tintura de

própolis, meio copo para dez gotas ajudam bastante. Cristais de

gengibre auxiliam, mas em excesso agridem.

3. Fazer relaxamento, alongamento e aquecimento do corpo e

pregas vocais antes de cada apresentação, por quinze, vinte minutos

ou meia hora, o mais próximo possível da hora de cantar.

4. Ingerir comidas protéicas e leves, como massas, que digerem

rápido, ao menos uma hora e meia antes de cantar, temos alto gasto

energético no palco, e precisamos dessa energia. Cantar de barriga

vazia cansa e de barriga cheia atrapalha a movimentação do

diafragma.

5. Dormir bem, pois a voz necessita de energia e do corpo descansado.

6. Caminhar e nadar são os melhores exercícios para quem canta, pois

trabalham de forma geral a musculatura e respiração. OBS: sentindo

alterações na voz por período prolongado ou muita freqüência,

procure um fonoaudiólogo ou otorrinolaringologista.

Dicção e Exercícios para o Controle do Ar

Alguns exercícios ajudam a termos a percepção de como podemos

controlar o ar na hora do canto, pois muitas vezes jogamos muito ar fora

logo na primeira palavra, aí não conseguimos acabar a frase ou

desafinamos. Confira alguns abaixo:

Bexiga de ar: Inspirar enchendo todo o pulmão, sem estufar o peito, encher

de uma vez só uma bexiga de ar e vedar a saída com o indicador e o

polegar. Inspirar de mesma maneira e soltar o ar devagar, em sopro,

controlando a saída, ao mesmo tempo em que solta o da bexiga com os

dedos. Devem acabar juntos, o seu ar e o da bexiga. No começo é difícil,

mas é um ótimo exercício de percepção. Depois tente controlar o ar com as

frases longas das canções.

Vela: Acender uma vela, posicioná-la a um palmo da boca; inspirar como

acima e soltar o ar, como em sopro, controlando a saída retraindo o

abdômen devagar, sobre a chama da vela, sem apagá-la. Procurar manter a

chama sempre dançando da mesma maneira, se ela diminuir muito ou

apagar, você soprou muito forte, se ela ficou ereta, seu ar falhou.

Freqüência dos exercícios: três vezes cada, três vezes na semana.

Dicção: A boa dicção é muito importante para o canto, pois se você não

articula bem as palavras, fica difícil de se entender o que você está dizendo,

e se não abre a boca o suficiente, a voz sai anasalada. Um exercício fácil é

cantar exagerando na articulação, ou ler textos exagerando, abrindo mais a

boca do que necessário, pra que ganhe mais abertura.

Você pode também cantar os vocalizes articulando bem as vogais e

consoantes, usando sílabas como:

- TRA, TRE, TRI, TRO, TRU

- BLA, BLE, BLI...

- LARA, LERA...

- VINE...VIVIU

- AU...AI...AÊ...ÓI

- NAU...NOIM...

enfim, invente e articule!

Um bom exercício para "amaciar" e relaxar a boca é fazer uma mastigação

de boca fechada e depois aberta, fazendo muita careta, com som de

"humm".

2a. voz: A segunda voz é uma mesma frase da canção cantada com notas

diferentes da primeira. A mais comum é quando você canta as mesmas

notas da primeira frase uma terça acima ou abaixo, ou uma quinta. Muita

gente tem essa percepção natural e faz isso sem nunca ter estudado música,

mas isso não deve se constituir uma regra. A 2a. voz é qualquer frase

cantada com notas diferentes da primeira, mas que soe bonito, harmônico,

que combine.

Você pode treinar isso escolhendo canções de algum cantor ou cantora cuja

voz se aproxime da sua na extensão vocal, ou seja, que você consiga cantar

junto sem fazer muito esforço, então você ao invés de cantar na mesma

altura, com as mesmas notas, vá tentando fazer diferente, cantando mais

grave ou mais agudo um pouco, procure gravar e ouça com atenção prá ver

se soa harmônico, se está combinando.

Trêmulo: O trêmulo, aquela tremidinha no final das frases que alguns

cantores fazem, na minha concepção é um recurso natural, da personalidade

de cada um, eu desconheço técnica para isso. Se você der uns soquinhos na

barriga a voz treme, mas não é natural.

Tipos de Canto

Existem dois tipos básicos de canto, com técnicas diferenciadas: o Lírico e

o Popular.

O lírico, também chamado de Bel Canto, tem a voz como instrumento - o

que emociona é o som, não tanto o texto. É o caminho da virtuose, como a

ópera. Exige um esforço físico e emocional muito maior, são horas de

treino para ter a voz em boas condições de cantar, há muito trabalho por

trás de um cantor lírico, a impostação da voz é bem diferente do canto

popular.

O popular, ao qual nos dirigimos neste curso, além do timbre e emoção,

importa também o assunto, o sentido da mensagem e o modo como ela é

passada (forma, melodia, o sentimento aliado à palavra). Por isso, ao

escolher canções para seu repertório, procure ver se o que a letra está

dizendo tem a ver com o que você pensa, ou se só está repetindo

mecanicamente o que ouve. Isso é importante para você aliar emoção à

palavra, para cantar de maneira mais integral, corpo e alma.

Procure a sua forma de cantar, que deve ser única, você pode ter cantores e

cantoras como parâmetros mas nunca cantará igual a ninguém, pois para

isso precisaria ter a mesma estrutura física e emocional que aquela pessoa.

Impossível, certo?

Procure também os estilos que mais gosta. Estes estilos são muitos e

variados, dentro da MPB mesmo há diversos estilos. Romântico, pop, rock,

samba, blues, heavy, bossa, enfim, você pode cantar em português ou

qualquer outra língua qualquer estilo. Invente, crie, pesquise. Procure ouvir

muito, ver bons shows, não se atenha só ao que a mídia, como TV e rádio,

lhe impõe, há muita música de qualidade excelente que não aparece na

mídia.

Procure rádios alternativas e TVs educativas se quiser aprimorar seu

conhecimento musical. Busque nos jornais de sua cidade os cadernos

culturais, onde com certeza há indicações semanais de ótimos shows, e por

fim procure em lojas de CD onde possa ouvir e escolher o quer levar.

Lembre-se que nenhum professor tem o poder de lhe transformar num

cantor assim ou assado, ele é só um instrumento para lhe mostrar o

caminho, mas o esforço maior para encontrá-lo é seu, pois só você pode

saber o que realmente sua alma, mente e corpo necessitam. Se você prefere

ser autodidata, recomendo que procure vídeos e livros sobre o assunto,

além de ouvir muita música. A dica que posso dar é o livro da Clara

Sandroni, "260 dicas para o cantor popular". O curso pela Internet é

limitado pois impede a demonstração, por isso você deve procurar um

professor em sua cidade, para depois que aprender o básico, tentar sozinho.

Vamos falar um porquinho sobre os elementos básicos da canção, que é o

casamento da música com a letra.

Os elementos que estruturam uma composição musical são a Melodia, a

Harmonia e o Ritmo. Pode ser só instrumental ou com letra, habituamos a

chamar esta última de canção.

Melodia é a sucessão ascendente e descendente de notas, a intervalos e

alturas variáveis, formando um fraseado, de forma consecutiva. É o que faz

a voz do cantor ou o solista do instrumento.

Harmonia é a sucessão de acordes combinados a partir da tonalidade da

canção, que formam a base e a sustentação para a melodia. Acordes são

conjuntos de notas combinadas tocadas simultaneamente. É aquilo que faz

o violão, o piano, o acordeão, quando acompanham o melodista.

Ritmo é a sucessão regular de tempos fortes e fracos, cuja função é

estruturar uma canção. A lei do ritmo baseia-se na divisão ordenada do

tempo. As mais comuns são: compasso binário (2/4), ternário (3/4) e o

quaternário 4/4.

Existem diversas outras combinações e só um estudo mais aprofundado de

música nos dá esse conhecimento. Dadas as nossas limitações, falarei um

pouquinho de cada um desses três, mais usados na nossa MPB.

O dois por quatro (2/4) tem o acento forte no primeiro tempo e fraco no

segundo, e é muito usado nos sambas e algumas bossas.

O três por quatro(3/4) tem o primeiro tempo forte e os dois seguintes

fracos, são as valsas, como por ex: Rosa, de Pixinguina, João e Maria, do

Chico Buarque, Romaria, do Renato Teixeira, Coleção do Cassiano, etc.

O quatro por quatro (4/4) é o mais comum, se encontra na maioria das

canções. Tem o primeiro acento forte, o segundo fraco, o terceiro meio

forte e o quarto fraco. O andamento indica se o ritmo é rápido, lento ou

médio. A intensidade, se é tocado ou cantado de maneira suave, mediana

ou forte.

A letra tem muita importância na canção popular brasileira, e é bom se

pensar na mensagem que está passando quando canta uma canção. A

mensagem está na letra e na música, faça as suas escolhas conscientemente,

o cantor também é um educador, certo? Já pensou nisso? O que você quer

dizer para as pessoas a quem dirige o seu canto? Que emoção quer passar?

Uso do Microfone

Muita gente fica inibida com o microfone, mas para nós, cantores

populares, ele é nosso grande aliado. Com ele utilizamos menos força

física, podemos lapidar a emissão vocal tirando ou colocando graves,

médios e agudos, se a mesa de som for boa. É bom que você se acostume a

ser seu próprio técnico, ou ao menos ter uma noção, pois há lugares em que

você vai se apresentar que não dispõem de um técnico para o som.

Para isso, plugue o microfone e vá treinando, falando ou cantando, e

mexendo nos botões de graves, médios, agudos e no "reverb", o eco.

Quando estiver cantando, afaste um pouquinho o microfone quando for

emitir agudos ou quiser colocar mais força física e emocional, não afaste

demais a menos que tenha uma baita potência vocal e quiser mostrá-lo. Nos

graves, aproxime-se mais do microfone. Deixe sempre a boca próxima, mas

não grudada.

Cuidado com as palavras com a letra "P", que produz aquele "puff"

incômodo, e o "S". Não exagere nas terminações porque ele sibila. No

mais, é treinar e se ouvir.

O repertório

Bom, isso vai do gosto de cada um e depende do que você pretende com a

música. A maioria das pessoas começa cantando na noite, em bares, ou

numa banda que monta com os amigos. Agora, com o videokê, muita gente

se descobre também. No princípio a maioria canta ou toca por hobbye, mas

existem aqueles que já nascem sabendo que serão músicos profissionais,

que estudam desde cedo e já sabem o que querem como músicos, outros

descobrem-se mais tarde e outros tem sempre a música como lazer.

Onde você se encaixa? O trabalho com banda é muito legal, pois você

aprende a trabalhar em grupo e a conhecer os outros instrumentos. Aí é

ensaiar e conseguir lugar para tocar. O trabalho de voz e violão ou teclado é

mais intimista, sozinho ou em duplas, ou ainda acrescentando a percussão,

ou flauta, fica bom e mais fácil de arrumar trabalho, pois com o videokê

diminuiram os espaços para música ao vivo.

Em bares, geralmente faz-se duas ou três entradas de cinquenta minutos, ou

quarenta. Descansa-se quinze minutos nos intervalos.

Isso é muito cansativo para o cantor principalmente, a produção da voz é

um trabalho físico e emocional que libera muita energia, você deve tomar

bastante água natural na temperatura ambiente, antes, durante e depois de

cada entrada, para repor os sais perdidos, siga os passos de "aquecimento,

etc e higiene vocal". Nos intervalos coma algo leve,uma maçã, uma barra

de cereal,que é calórica e não pesa no estômago. Em cada entrada você

canta mais ou menos 10, 12 músicas, depende de como as canta, se repete a

canção, se o músico sola. A média para 50min são doze músicas.

Se você faz apenas um show, em teatro ou outro espaço, a média da

apresentação é de uma hora ou pouco mais, uma hora e vinte. Aí você

escolhe umas quinze músicas, pensa nos arranjos, nos solos.

Em videokê você fica limitado ao repertório do local, e deve tentar colocar

a música num tom adequado para sua voz, tem lá os comandos que

abaixam e levantam os tons, vá tentando, até chegar no mais confortável

pra você, testando graves e agudos. Comece tendo um repertório de no

mínimo trinta músicas, isso vale pra todos, pra você poder variar, e já as

tenha nos tons adequados para sua voz, trabalhe com o músico que o

acompanha, o violonista ou tecladista para descobrir esses tons. Já o

trabalho próprio é diferente.

Sozinho ou em banda, você tem que acreditar muito em sua música e

batalhar para conseguir ser ouvido, pois a maioria das pessoas, como diz

um amigo meu, "aplaude a própria memória", ou seja, aplaude aquilo que

já conhece, é claro que isso não é uma regra, mas a maioria quer ouvir o

que é conhecido. Mas se você pensar que, para aquela canção ter se tornado

conhecida, precisou que alguém se dispusesse a ouvi-la primeiro, isso

também pode acontecer com a sua. Uma boa dica é mesclar, colocar um

pouco de músicas conhecidas e ir intercalando com as suas, até que as suas

fiquem conhecidas. Ou se você tem um bando grande de amigos, levá-los

sempre que pode para seus shows de canções próprias. O importante é

saber que o meio musical é difícil, mas não impossível, é preciso acreditar,

estudar e trabalhar muito, ter objetivos bem claros e direcionar-se para eles.

Também procure a sua turma, há bares e espaços para todo tipo de música,

aproxime-se do que combina com você, com suas idéias e sua música.

Voz e Instrumento

Para quem toca e canta, o trabalho é dobrado e a atenção dividida, mas é

muito compensador, pela independência e autonomia que nos dá.

No caso do piano ou teclado e voz é mais fácil, não só pela posição, pois

ficamos mais eretos e podemos prestar mais atenção ao diafragma e

respiração, mas pelo piano ser um instrumento mais completo e não

precisar adequar os tons, pela facilidade de qualquer acorde soar bem.

No caso do violão ou guitarra, é um namoro mais difícil, mas muito

prazeroso quando se entra num acordo entre o que quer a voz e o que pode

o instrumento. Também precisamos prestar mais atenção à postura, para

não comprimir o diafragma.

Há quem cante e toque bateria, percussão, acordeon, baixo, etc, mas o

trabalho é sempre o mesmo: dividir a atenção entre a voz e o instrumento,

da maneira mais harmoniosa possível. Para isso, são necessários estudo e

treino, se possível diários.

Você pode escolher entre se aprimorar no instrumento, fazendo solos

inclusive, ou só se acompanhar com a parte harmônica e rítmica, deixando

a melodia para a voz. Tudo questão de escolha.

INTRODUÇÂO

Cantar é um ato sensível e natural em si, de nada adianta complicá-lo se

bem que é necessário estabelecer suas bases que são a respiração, a

ressonância, a emissão e a articulação.

Os exercícios de técnica vocal são úteis também àqueles que usam as

palavras como instrumento de trabalho: advogados, oradores, atores, etc.

Elas evitarão a fadiga e a rouquidão originadas pelo uso indevido da voz.

O instrumento vocal não pode ser reformado. Deve-se aprender a manejá-lo

corretamente desde o princípio.

Simplificando, o instrumento vocal se divide em 3 partes:

1. O aparelho respiratório

2. O aparelho fonador

3. O aparelho ressonador

O APARELHO RESPIRATÓRIO

O aparelho respiratório é composto pelo nariz, traquéia, pulmões e

diafragma.

Fig. 1: As costelas superiores não estão desenhadas para deixar ver os

pulmões. A linha pontilhada ao lado das costelas, indica a dilatação das

mesma na inspiração. As flechas indicam a descida do diafragma durante a

respiração.

1) Laringe

2) Traquéia

3) Pulmão

4) Pulmão esquerdo

5) Diafragma

6) Fígado

7) Estômago

8) Falsas costelas

9) Costelas flutuantes

10) Esterno

O diafragma, amplo músculo transversal que separa os órgãos respiratórios

dos órgãos digestivos, desce durante a inspiração para dar lugar aos

pulmões.

O aparelho fonador é formado pela laringe e as cordas vocais.

A laringe é também chamada de "voice-box", que quer dizer caixa de voz,

uma vez que é a fonte da voz.

As cordas vocais, que de cordas só têm o nome, são ligamentos fixados à

laringe ao longo de sua borda interna.

O APARELHO RESSONADOR

O som produzido pela vibração das cordas vocais é muito fraco.

Assim como o som de uma corda de violão deve ressonar na caixa de

madeira, o som das cordas vocais deve passar pelos ressonadores para

adquirir brilho, amplitude e redondeza.

Os ressonadores mais importantes são os ossos do peito (para os sons

graves) e da cabeça (para os sons médios e agudos). A beleza, o timbre e a

amplitude da voz, dependem mais de qualidade dos ressonadores que das

cordas vocais.

A RESPIRAÇÃO

É impossível ser um bom cantor se não se possui um perfeito controle da

respiração.

A respiração natural é a que se realiza durante o sono. Para compreendê-la,

basta colocar uma mão sobre o estômago e a outra sobre as costelas,

estando deitado. Nota-se que toda a caixa torácica se dilata.

Todo o ar inspirado deve transformar-se em som para que ele seja cheio e

puro. Ao emitir demasiado ar para um som, a voz se torna velada e parece

estar se ouvindo um escape de gás.

A respiração se realiza em três tempos:

1º tempo: Inspiração pelo nariz ampla e profunda, silenciosa e rápida.

2º tempo: Um instante de suspenso para o bloqueio do ar. As costelas estão

separadas.

3º tempo: Expiração - a caixa torácica e o abdômen permanecem dilatados

o maior tempo possível

Para facilitar o controle do ar, os músculos devem pressionar suavemente

para baixo, tendo a mesma sensação da expiração quando bocejamos.

Uma boa respiração proporcionará nitidez no ataque e no final dos sons,

assim como em sua continuidade.

CONSELHOS

Para cantar não é necessário aspirar muito o ar, sem saber como emiti-lo

com economia.

O excesso de ar oprime e incomoda o cantor.

As inspirações muito profundas não deverão ser praticadas a não ser nos

exercícios respiratórios. Estes têm por objetivo chegar a dominar o

mecanismo da respiração e submetê-la ao controle da vontade.

Todo ar deve transformar-se em som. É uma questão de dosagem; e é

também o segredo de vozes puras cristalinas.

Quando o ar sai dos pulmões em excesso, forma-se um véu sobre a voz,

semelhante ao ruído da agulha sobre o disco.

Cuide sempre para que a expiração termine com o som.

É inútil "esvaziar-se" depois de uma frase cantada. O ar retido nos pulmões

permitirá efetuar uma pequena inspiração antes de prosseguir.

Se tiver pouco tempo entre duas frases cantadas para efetuar uma boa

inspiração, sempre bem as costelas ao inspirar e bloqueie-as. Deste modo,

dominará o fôlego, que resultará numa emissão dócil e regulada de acordo

com a extensão da frase.

Deve-se conseguir respirar sem que se ouça ou se veja.

Na fala ou no canto, o costume de pensar no ar, ajudará a não encontrar

nunca a falta dele.

OS ÓRGÃOS DA BOCA

A boca tem um papel importante na articulação das palavras e também na

transformação do som.

O queixo deve estar livre de toda concentração, podendo subir e descer sem

alterar o som.

A língua deve voltar ao seu lugar rapidamente, que é o fundo da mandíbula

inferior. A rigidez da língua dificulta as subidas estrangulando o som. Isto

acontece, principalmente, com os sons agudos. Fazendo exercícios com a

língua fora da boca, se libera a passagem do ar e os sons podem chegar até

os ressonadores.

O véu do paladar deve elevar-se para que o som se torne redondo, fechando

as fossas nasais e liberando o fundo da garganta.

Os lábios devem obedecer à pronúncia. O som não dependerá de caretas ou

contrações dos músculos faciais.

OS RESSONADORES

Os mais importantes ressonadores são os faciais.

A região das cavidades ósseas, entre a mandíbula superior e a testa, é

chamada de "máscara". É a região mais importante da ressonância vocal.

"Cantar na máscara" ou "cantar para frente", significa cantar usando os

ressonadores faciais. Esses ressonadores, porém, são os mais difíceis de

alcançar.

Os ressonadores do peito e da boca, nós usamos corretamente.

A passagem do grave para o agudo depende da adaptação da boca.

Chegada do som aos ressonadores faciais

1) Crânio

2) Cérebro

3) Seios frontais

4) Seio esfenoidal

5) Fossas nasais

6) Paladar

7) Véu paladar

8) Língua

9) Cordas vocais (laringe)

10) A - Ponto ao qual se deve ter a impressão de enviar o som

EMISSÃO

Existem várias maneiras de se emitir a voz. para verificar cante a nota A

(lá) no médio da voz:

1) Com a boca aberta, sorrindo, sem levantar o véu do paladar

2) Com a boca aberta em redondo, elevando o véu do paladar

3) Com a boca aberta em redondo, contraindo o fundo da garganta

Foram empregadas desse modo, três emissões diferentes e bem

características.

1) A emissão branca ou chata

2) A emissão redonda ou coberta

3) A emissão sombria ou opaca

O ATAQUE DO SOM

O som deve começar no preciso momento em que começa a expiração.

Nenhum ar deve sair transformado em som, que será mais forte conforme

seja alimentado pelo ar.

Para se obter um som redondo e agradável, é necessário elevar o véu do

paladar. Esta é a posição de um bocejo.

Quando reprimimos um bocejo, os lábios se fecham e o fundo da garganta

fica bem aberto; o véu do paladar se eleva e a boca se abre ao máximo

interiormente. Nesta posição se emite o zumbido MMM..., que chega

infalivelmente aos ressonadores faciais, provocando uma leve viração por

trás do nariz.

Uma vez conseguido isto, basta abrir a boca para qualquer vogal, que

resultará num som emitido corretamente.

Os defensores dos "passos e registros" reconhecem três registros que são:

registro do peito, médio e da voz de cabeça. isto dificulta o estudo do canto

pela dificuldade de passar de um registro a outro.

Outros são absolutamente contra essa idéia.

Temos duas experiências que justificam, homogeneizando a voz em toda a

sua extensão.

1º) Escolha uma nota aguda e comece uma escala descendente em semitons

com a boca e a laringe distendidas e uma posição de ligeiro bocejo.

Execute cada nota tendo a sensação de ser mais alta que a anterior. Dessa

maneira não se poderá acusar nenhuma mudança de registro.

2º) Os exercícios efetuados com a língua fora da boca e cantando um E

leviana, também mostram a ausência de registro.

Isto prova que os registros são resultados de uma contração inconsciente do

fundo da garganta ou da língua.

É importante abrir progressivamente a boca no sentido vertical nas escalas

ascendentes, para que o som possa chegar ao "gong" (espécie de gongo

metálico, imaginário atrás do nariz).

Para finalizar um som, não deixar faltar o ar. Não há nada mais

desagradável. A expiração deve acabar junto com o canto. A voz deve ser

nítida, limpa e pura (sem excesso de ar).

ARTICULAÇÃO

As consoantes devem ser pronunciadas com energia, por isto os exercícios

deverão ser feitos sobre todas as consoantes e todas as vogais.

Um leve trêmulo que existe em certas vozes, quase sempre é devido a uma

expiração mal controlada que causa uma certa pressão sobre as cordas

vocais. É um defeito que necessita paciência para ser corrigido.

Eliminando o excesso de ar, as obtém muito bom resultado. O trabalho

deverá ser feito sempre em completo relaxamento. Também ajuda muito a

colocar dois dedos sobre os lábios levianamente.

A verdadeira força, no canto, se consegue sempre na base de flexibilidade.

Por isso o trabalho de relaxamento é tão importante embora ingrato a

princípio. O trabalho a "meia-voz", com os órgãos vocais relaxados com a

respiração firme, consegue desenvolver, sem esforço nem contração, uma

maior amplitude.

DICÇÃO - INTERPRETAÇÃO

Não se pode esquecer que o ouvinte quer entender o que diz o cantor, não

bastando uma linda voz, cantando como se fosse um instrumento.

"A", É", "U"- Não podem ser cantadas como na fala. Elas necessitam serem

arredondadas. Elas devem ser emitidas no funda da garganta, e o maxilar

inferior deve descer para ovalar a boca.

"E", "I" - A boca fica sorridente e a ponta da língua se prende aos dentes

inferiores. Conforme o som se torna mais agudo, elas necessitam de um

ovalamento da boca.

"O", "U"- Os maxilares se afastam ao mesmo tempo que os lábios se

projetam para frente, Conforme os sons se tornem mais agudos, os

maxilares se afastam e a boca se ovala. Nos agudos, o "U" deve ser cantado

como "O".

Nas partes muito agudas, é quase impossível cantar outra vogal que não

seja o "A", por isso, deve-se pensar na vogal que se vai cantar e emiti-la

como para um "A". O som sofrerá um mínimo de deformação dessa

maneira.

As consoantes devem sempre ser duplicadas sem medo do exagero, nos

exercícios.

Não estamos mais no tempo em que acrobacias vocais satisfaziam o

público. A interpretação tem um papel primordial no canto. Ela é a meta de

todo o trabalho vocal.

Só depois de ter conseguido o controle da respiração, a impostação da voz,

a articulação e a dicção perfeitas, o cantor poderá interpretar com liberdade

sem se preocupar com a técnica.

A CLASSIFICAÇÃO DAS VOZES

As divisões mais gerais na classificação das vozes são:

· aguda - soprano (mulher); tenor (homem)

· média - meio soprano (mulher); barítono (homem)

· grave - contralto (mulher); baixo (homem)

A classificação de uma só voz pode ser feita depois de vários meses de

trabalho, porque ela sofre muitas modificações conforme o estudo.

A voz deve ser classificada por sua tessitura e seu timbre.

Tessitura: é o conjunto de notas com as quais se canta com comodidade.

Timbre: é a cor, a personalidade de cada voz, que pode ser claro, redondo,

cálido, áspero, profundo, cristalino, etc.

Em geral a tessitura abrange 10 notas.

O TRABALHO VOCAL

Sempre há no canto, algo que pode aprender, que aperfeiçoar. Quem quiser

cantar bem por muito tempo, deve exercitar-se bem e durante muito tempo.

Se o trabalho vocal acarreta um cansaço ou ronqueira anormais, isto

significa que foi realizado de maneira errada.

O estudo diário deve ser feito sempre a "meia-voz" e suave, durante 15

minutos, sem se preocupar com a força do som. Pela manha o

aproveitamento é maior.

Jamais force a voz ao exercitar. Busque a qualidade do som.

Após as vocalizações, o aluno pode cantar melodias imitando um

instrumento, como por exemplo: violino, flauta, etc., buscando a beleza do

som. O cantor sempre deve ser muito exigente consigo mesmo.

As gravações ajudam a corrigir os erros.

A saúde não pode ser esquecida. A voz reflete quase sempre a mínimas

alterações do corpo: mal-estar, fadiga, etc.

Reprima a tosse sempre que seja possível porque ela fatiga a voz.

Se tiver que cantar à noite, descanse à tarde. O canto origina um desgaste

nervoso.

Evite gritos e não fale em lugares barulhentos.

A VOZ FALADA

A diferença entre o canto e a palavra é que a fala emprega menos notas,

mas que são emitidas pelos mesmos órgãos.

O cantor tem maior facilidade em expressar o assombro, a tristeza, a

alegria, e sua fala é menos monótona.

Em um discurso ou conferência, comece sempre com muita calma e em voz

bem baixa. O público será obrigado a guardar maior silêncio para escutar.

CONSELHOS

Falar muito ao telefone, desgasta a voz.

Cultive a calma e a serenidade.

Ao cantar, não escute mais a sua voz: escute seu coração.

Viva um pouco acima da realidade cotidiana. Um artista tem o direito de

sonhar.

Cultive a "mentalidade profissional" que busca sempre a perfeição, num

esforço contínuo para melhorar.

Reserve em cada dia, um tempo para meditação e silêncio. Sem espírito

meditativo não há grande artista.

Nunca desanime diante de um fracasso, de críticas ou de críticas venenosas.

Vocal e Ministério

A voz é um instrumento muito especial. Primeiro, porque o timbre que um

ser humano possui é individual, uma dádiva divina única e intrasferível.

Segundo, porque temos que nos acostumar com NOSSO próprio

instrumento: limites, domínio, atenções. A voz é tão espetacular que numa

orquestra, todo cantor nunca é bem visto, pois os músicos sabem que só a

voz consegue tirar harmonia própria que nenhum instrumento da orquestra

pode tirar.

Nossa voz, quase sempre, transmite o estado em que se encontra o

organismo. Sono mal dormido, alergias, stress, excesso de exercícios ou

fadiga são refletidos diretamente em nossa voz. Assim, se o corpo está

bem, a voz transparecerá este estado. O profissional da voz deve estar

ciente que a voz depende do seu ofício, mas não custa nada o amador

utilizar este conhecimento em seu dia-a-dia. Não dá pra ir assistir um

clássico de futebol, ficar gritando com a torcida 90 minutos e depois ir para

o Culto à Noite na Igreja cantar, sua voz já era. Longas conversas também

diminuem sua capacidade de cantar, principalmente, em lugares com som

alto, shows, shoppings, entre outros. Por isso, quem canta deve aprender a

poupar sua voz para uma ocasião mais necessária. Quer ir ao Show de

Kleber Lucas? Tudo bem, mas evite gritar alto e em exagero.

Hoje em dia, é mito falar que somente os "bem-dotados" podem exercer

profissões vocais. Os avanços da fonoaudiologia podem provar que

qualquer pessoa bem treinada pode ser um bom cantor, dependendo

somente do bom cuidado com o seu aparelho fonador e com treinamento

específico. Infelizmente, é muito mais comum encontrarmos vocalistas que

se preocupam muito mais em decorar letras e ensaiar com a banda do que

aperfeiçoar sua voz e cuidar bem dela. Claro, que uma dose de oração irá

cair perfeitamente bem. O nosso Deus é o autor da criação. A voz, a

música, o som foi criado por Ele. Deus com certeza é rico em capacitar e se

ele te chamou para Ministrar os louvores e com certeza o chamou para

adorar, não custa nada perder umas horas treinando e aperfeiçoando sua

técnica vocal.

É necessário seguir algumas regras para executar bem os exercícios:

1.Concentração:

Em um local tranquilo, livre de ruídos ou o mais silencioso possível, inicie

os exercícios e administre seu tempo para concluí-los com exatidão.

Considere que a rotina de exercícios aqui encontrados leva por volta de 45

minutos para ser executada, estudar canto exige muita atenção (percepção,

sentimento, paciência...), esta atenção você não terá caso sua mente esteja

voltada para outras coisas (horário por exemplo), ou seja, é necessário

esquecer-se do relógio e que existe um mundo lá fora. Volte sua atenção

exclusivamente para você e para o estudo da técnica vocal.

2. Avise para não ser interropido:

Ocorre de você não conseguir mais se concentrar ou demorar para atingir

novamente o estado de concentração anterior quando você é interrompido

durante seus estudos? Se você respondeu sim, você é um ser humano

normal (tanto quanto eu), e eu só conheço uma forma de evitar que isto

aconteça: é necessário pedir a todos que não lhe interrompam durante seus

estudos.

3. Estude Diariamente:

Não acumule conteúdo. Sempre que puder dê uma olhadinha diariamente

em seu material. Invista, compre revistas, procure um professor ou um

preparador vocal, fono, otorrino, e a partir dos exercícios que lhe for

entregue, treine todos os dias. Não existe limite para se estudar canto, tudo

é novo, sempre tem alguma coisa que ainda você não conseguiu aprender.

Aproveite para descansar também. Exercícios no seu limite, até onde você

pode aguentar. O mínimo é de 30 minutos, no máximo 01 hora de

exercícios e ai sim pode estudar seu repertório.

Dentro do ministério de música, a área vocal costuma ser uma das mais

problemáticas. Sentindo tal carência queremos lançar alguma luz sobre este

assunto.

Vamos pensar juntos ,sugerir caminhos e incentivar você a buscar um

padrão de excelência nesta área maravilhosa da música e do ministério .

Enfim, qual a função e importância do grupo vocal dentro da ministração?

Vamos no termo americano "backing vocal". "On the back", significa estar

atrás, o que está atrás serve de apoio.

A função do vocal consiste em apoiar o dirigente de louvor em três áreas

específicas. Vejamos:

1- MUSICAL :

- Cantando a melodia: muitos ignoram, mas é muito difícil cantar bem em

uníssono.

E no uníssono que ficam claros os dois maiores problemas do vocal:

afinação e timbragem. Se o grupo vocal não conhece bem a letra, a

melodia, ou canta a melodia de maneira errada, não irá apoiar o dirigente,

irá derrubá-lo! Certifique-se de que todo o grupo tenha aprendido a mesma

melodia, métrica, e letra. O grupo pode cantar a melodia lentamente,

prolongando a duração das notas ou sílabas em que existem dúvidas.

Se o problema for métrico, tente fazer com que todo o grupo bata palmas

em cada ataque silábico e confira se há alguém batendo sílabas erradas.

É fundamental que o ensaio vocal tenha sempre o apoio de um instrumento

harmônico bem afinado, assim, enquanto o vocalista canta, poderá perceber

sua voz e comparar sua afinação com a do instrumento; progressivamente

os problemas de afinação serão resolvidos.

Quanto a timbrarem, agrupe primeiro as pessoas de timbres semelhantes.

Durante alguns ensaios, mantenha esta formação, respeitando os

semelhantes naipes. Depois, alterne-os progressivamente. Faça brincadeiras

de imitação e percepção, até conseguir um som equilibrado.

No timbre se manifestam problemas como rouquidão , som anasalado, ar na

voz, vibrato excessivo, que só pode ser resolvido com as correções da

técnica vocal.

- Cantando arranjo: um grupo só pode começar a cantar arranjos quando é

capaz de fazer um bom uníssono. Comece com arranjos a duas vozes.

Firme bem as vozes separadamente e sempre ofereça um registro visual. Se

o grupo não lê partitura, invista 30 minutos do ensaio para este

aprendizado. A longo prazo isto facilitará muito o trabalho.

Você também pode usar cifras ou simples apontamentos alturas.

Todo arranjo vocal deve estar baseado na harmonia. E impossível abrir

vozes sem pensar em acordes.

Aqui você também deve parar e verificar cada acorde pelo prolongamento

de notas. Existe sempre alguém que diz saber tirar o contralto ou o tenor.

Dificilmente esta pessoa desenvolve uma Segunda melodia correta

comparada com a melodia. Estas vozes são sempre paralelas e se tornam

cansativas. Não é interessante que a música tenha arranjo vocal desde o

primeiríssimo acorde. De preferência ao refrão e as repetições pôr uma

questão de dinâmica.

- Solistas e desenhos: dentro do grupo vocal, alguns desenvolvem um estilo

de cantar mais particular. Eles são os solistas, os que fazem pequenas

variações na melodia ( desenhos ), e responsivas. Isto normalmente vem

enriquecer a dinâmica, mas tem sua hora e lugar. Cuidado com os exageros.

Se você quer desenvolver este lado da improvisação, comece cantando

escalas maiores, menores, arpejos, inversões. Desta forma seus desenhos

ficarão mais interessantes.

2- EXPRESSIVA :

- Expressão facial : tenho a impressão de que, se algum deficiente auditivo

nos observasse cantando, acharia que algo muito terrível nos aconteceu

para estarmos com aquele "semblante fúnebre". Os momentos de louvor e

adoração são momentos de reverência sim, mas de profunda alegria e

prazer.

Em contrapartida, existem aqueles que fazem tantas caretas e gestos, que

nos sentimos de volta a infância , na escolinha dominical.

Sugestão : Cante em frente ao espelho ! Note se você esta sendo

convincente.

- Expressão corporal : o grupo vocal tem que estar em harmonia consigo

mesmo e com o dirigente do louvor.

Muita informação atrapalha. Temos que concordar e reforçar a informação

que o dirigente tem a transmitir. No momento do ensaio você pode

exercitar através de brincadeiras descontraídas.

Faça uma lista de músicas, sorteando-as entre os vocalistas e peça para que

eles deixem claro ao grupo qual é a música, somente através da expressão

facial e corporal. Coloque seu grupo para dançar (com equilíbrio). Daremos

dicas de exercícios de desinibição e desenvolvimento da visão periférica.

Dicas Gerais

Cuidado Com a Voz

Como todo órgão do corpo, os que constituem o aparelho fonador

necessitam de um uso adequado para não se sentir forçados e lesados.

Algumas das medidas preventivas de possíveis disfunções vocais são:

* não pigarrear nem tossir; em vez disso: bocejar para relaxar a garganta,

engolir lentamente, beber um pouco de água;

* não gritar; em vez disso: para chamar a atenção bater palmas, assobiar,

utilizar apitos, etc.;

* evitar falar de maneira prolongada à distância; em vez disso:

aproximar-se para que possam ouvi-lo;

* evitar falar de maneira prolongada nos ambientes com muito barulho;

em lugar disso: falar cara a cara, perto da pessoa que o escuta ou esperar

que o entorno esteja silencioso;

* não falar em salões amplos sem uma amplificação apropriada; nesse

caso se aconselha utilizar o microfone;

* não cantar fora do registro normal; nesses casos, é necessário conhecer

os limites físicos de cada um no referente ao tom e à intensidade, procurar

ajuda profissional para a formação da voz e não cantar uma nota elevada

se você não pode cantá-la em voz baixa;

* evitar costumes nervosos ao falar ou cantar em público como podem ser:

pigarrear, conter a respiração falando rapidamente, falar com a

respiração insuficiente, falar num tom baixo e monótono, etc. No seu

lugar, poderão se adotar atitudes ou estratégias eficazes para diminuir

esses costumes ruins;

* depois de várias horas de uso vocal, é aconselhável esperar até que o

sistema respiratório se recupere; para isso acontecer, poderá se fazer

relaxamento e repouso vocal.

* não falar com voz monótona de tom baixo; deve-se permitir que o fluxo

respiratório alimente a voz de maneira que o tom se mantenha, varie e soe

bem;

* evitar ataques glóticos ou inícios de voz tensos e bruscos; em vez disso,

pode manter a garganta relaxada quando começa a falar;

* não falar com frases mais compridas do que o ciclo respiratório natural;

em vez disso, poderá se falar lentamente e fazer intervalos com mais

freqüência;

* não esticar as diferentes partes do corpo quando se utiliza a voz, em vez

disso deverá: tratar de manter o corpo alinhado e relaxado para que a

respiração seja natural, permitir que o abdômen e a caixa costal se

movimentem livremente;

* não apertar os dentes, nem a mandíbula ou a língua; para isso, será

necessário aprender a relaxar essas estruturas;

* quando cantar, não esforçar a voz para manter um registro que está

além dos limites de tom no que fica confortável (voz de peito: elevada

demais; voz de cabeça: elevada na gama de falsete); em vez disso, deve-se

permitir mudar de registro vocal com o tom e aprender técnicas de

transição suave de registro.

Estas são algumas das dicas mais úteis que se lhe pode oferecer a toda

pessoa que reconheça a voz como uma ferramenta importante não apenas

de trabalho, mas também de comunicação que, como tal, deve ser cuidada.

Bibliografia

• Murria Morrison; Linda Ramaje/ "Tratamento dos transtornos da voz".

Editorial Masson.

• Segre, R.; Naidich, S./ "Princípios de Foniatria". Editorial Médica

Panamericana. Buenos Aires, ano 1981.

A utilização da voz humana como forma principal ou exclusiva de trabalho

categoriza as profissões em dois grandes grupos: vocais e não-vocais.

As áreas da comunicação e artes, em especial os locutores, cantores e

atores fazem parte do grupo dos profissionais vocais. Para estes a voz é seu

principal instrumento de trabalho, embora nem sempre eles tenham

consciência disso. É importante ressaltar que para ser um bom profissional

desta área é fundamental cuidar bem da voz, mantendo saúde e estética

vocal. Para tanto deve-se buscar a orientação e acompanhamento vocal

com profissionais habilitados, pois a manutenção saudável e estética da voz

garantem a estes permanência no mercado de trabalho.

Hoje, na era da comunicação, já é mito afirmarmos que somente os

vocalmente "bem-dotados" podem exercer profissões vocais. As práticas

fonoaudiológicas, legalmente reconhecidas na área da saúde, auxiliam no

desenvolvimento do potencial vocal saudável sem recursos

medicamentosos ou cirúrgicos. Apesar disso, o desconhecimento da

higiene vocal tem levado muitos a manifestarem doenças laríngeas leves, e

as freqüentes repetições destas afecções chegam até mesmo à

agravamentos que culminam em tratamentos cirúrgicos.

O alto índice de alterações vocais nos profissionais da voz tem merecido

especial atenção dos fonoaudiólogos, pois a utilização da voz inadequada,

resulta em uso abusivo do aparelho fonador. A exposição aos fatores

nocivos como falar/cantar prolongadamente em ambientes ruidosos, sem

tratamento acústico apropriado, ou mesmo o inocente hábito de pigarrear

bruscamente, sempre antes do ato da fala, deixam o falante mais

vulnerável. Alguns profissionais utilizam erradamente como prevenção aos

problemas vocais pastilhas, conhaques, gengibre, sprays, entre outros. É

ainda muito comum encontrarmos locutores, atores e cantores dedicando

grande parte do seu tempo em ensaios e preparos de leituras, sem contudo

investir igual atenção na forma saudável de apresentá-las.

É preciso conhecer e desenvolver medidas preventivas, mudando pequenos

hábitos e comportamentos no nosso cotidiano, não apenas quando a

rouquidão aparece. Alguns cuidados básicos devem ser observados, como:

1- disciplinar os horários de trabalho para que haja repouso vocal após cada

apresentação;

2- hidratar-se com 7 à 8 copos de água por dia;

3- evitar a ingestão de drogas inalatórias ou injetáveis que têm ação direta

sobre o laringe e a voz, além de alterações cardiovasculares e neurológicas.

4- evitar o uso do fumo, inclusive da maconha, pois a aspiração provoca

um super aquecimento no trato vocal deixando a voz mais grave (grossa);

5- utilizar roupas leves que permitam a livre movimentação do corpo,

principalmente na região do pescoço e cintura, onde estão situados o

laringe e o músculo diafragma;

6- evitar a ingestão de refrigerantes, comidas gordurosas ou

condimentadas, pois estes produzem gases e refluxo gastroesofágico

prejudicando os movimentos respiratórios, além de lesar a mucosa;

7- evitar as mudanças bruscas de temperatura no ar ou líquido;

8- realizar exercícios de relaxamento regularmente, liberando a tensão

corporal evitando a produção vocal com esforço e tensão; 9- realizar

avaliações auditivas e fonoaudiológicas periódicas.

10- manter a melhor postura da cabeça e do corpo durante a fala ou canto.

O melhor seguro que os profissionais vocais podem fazer para preservar

seu instrumento de trabalho é manter a saúde vocal.

- É importante fazer exercícios de relaxamento e aquecimento antes de

cantar e desaquecimento após o período de atividade vocal.

- Faz mal: Raspar a garganta, balas que gelam a mucosa, alimentar-se

demais ou de menos, anestésicos como o gengibre.

- Faz bem : Beber água, repousar oito horas por noite, exercícios físicos,

comer maçã.

- Os ensaios devem ser feitos pelo menos uma vez por semana, com no

mínimo duas horas de duração. Mantenha pontualidade e objetividade nos

ensaios (lembre-se: o objetivo do ensaio é ENSAIAR ).

- Procure equilibrar os volumes dos microfones. Ele deve sempre ser

colocado em frente a boca, a 90º do rosto e manter a distância mínima de 3

dedos e máxima de 5.

- Ao procurar um professor de canto, confira se, em seu vocabulário

existem as palavras: relaxamento, diafragma, colocação, desaquecimento,

leitura e estilo. Nem sempre um bom cantor é um bom professor de

canto.

Relaxamento

O relaxamento é outro fator importante para a respiração. A tensão é muito

desgastante e consome quantidades enormes de ar. Não esqueça o porquê

de estar cantando em primeiro lugar - cantar é divertimento! Curta o

processo de aprender a cantar, e não exija demais de você mesmo.

O aprendizado do canto é um processo quase atlético: necessita de muito

treinamento para que cheguemos perto da perfeição. Por incrível que

pareça, como utiliza grupos musculares e condicionamento do aparelho

respiratório como um todo, além do auto-conhecimento do poderio vocal, a

prática de exercícios de respiração, postura e relaxamento melhora - e

muito - o resultado final. Mas a cobrança própria (ou de outras pessoas) só

acumula tensão e não leva a grandes conquistas.

Tente adquirir o hábito de "monitorar" sua tensão muscular. Faça isto no

seu dia-a-dia: observe sua postura ao digitar ou segurar o mouse. Será que

não está dispensando mais energia do que o necessário?

Muitos acreditam que o ato de cantar é um esforço vindo da "garganta",

corrigindo, da laringe. Mas, na verdade, o esforço natural não vem só da

laringe, e sim, do corpo inteiro. Se o seu corpo vai bem, não precisará

muito esforço pra cantar, fluirá naturalmente a voz, mas se você tá gripado,

com o dedão do pé dolorido, infelizmente sua apresentação poderá estar

sendo prejudicada. Uma certa vez, eu tive que cantar por 03 dias seguidos

uma música minha para o culto de mocidade, aniversário da mocidade. Me

atacou uma enchequeca, daqui pra li, que não consegui cantar direito. A

dor era tão forte que eu chorava. E todos que me viam achando que eu

estava chorando de emoção. Cuidado, pra que não aconteça o mesmo com

você. Cuide de sua saúde mental, corporal e procure relaxar o suficiente

para guentar o tranco diante da público.

Postura

Uma boa postura é fundamental para uma boa produção vocal. O que

consiste ter boa postura? Bem, cuidar da postura é fazer com que a

sustentação e o equilíbrio do nosso corpo esteja de acordo com as leis da

gravidade.

É importante observarmos que os desequilíbrios posturais variam de pessoa

para pessoa. Algumas possuem um exagero postural, mantendo-se com os

ombros extremamente abertos, o peito empinado para frente e a cabeça

muito erguida, tencionando o pescoço. Se olharmos essas pessoas de lado

possuem uma lordose nas costas como se fossem envergar para trás. Essas

pessoas tendem a respirar mais na parte alta do pulmão.

Já outras pessoas possuem desequilíbrio inverso. Ombros muito caídos,

peito fechado, como se fossem envergar para frente. Ambas as posturas são

incorretas. Devemos procurar manter um equilíbrio de forma a sentir "o

peso do nosso corpo entre os dois pés, observando em seguida um encaixe

perfeito da cintura pélvica (quadril), em equilíbrio com a cintura escapular

(ombro) e mantendo um ângulo de 90% para o queixo, podemos

aproximar-nos de uma figura em equilíbrio.

Segundo Perellò, os ombros devem estar relaxados, a cabeça reta, a

fisionomia natural sem rigidez nem contração, a boca moderadamente

aberta, os lábios apoiados diante dos dentes. A mandíbula não deve extra

rígida. Todo o instrumento vocal deve dar a sensação de flexibilidade

muscular. Não deve haver nenhuma contração dos músculos vocais no

tórax, colo, laringe, garganta e boca. A ressonância correta e plena da voz

se produzirá com a diminuição e equilíbrio dos esforços musculares. O

corpo deve estar ereto mas sem rigidez, com a sensação de calma. Deve-se

evitar o movimento do corpo, buscando apoio em ambas as pernas

alternadamente. Evitar o movimento nervoso das mãos e dos dedos, assim

como os gestos exagerados ou muito forçados.

A atitude normal do rosto deve ser sorridente. O sorriso, por um efeito

reflexo, permite uma ampliação das cavidades de ressonância. Para isso

pode ser útil fazer os vocalizes diante de um espelho para observar e

controlar as tensões desnecessárias.

Atitude Básica para o Equilíbrio do Corpo

A atitude básica para o equilíbrio do corpo e, consequentemente, para a

emissão da voz, é a seguinte:

PÉS

- Confortáveis, onde o peso do corpo deverá estar igualmente distribuído

pela borda externa dos pés pelo metatarso.

MÚSCULOS

- Relaxados.

CINTURA PÉLVICA

- Suspensa sobre o diafragma para manter a energia do som.

CABEÇA

- Ereta e bem equilibrada na cintura escapular.

CINTURA ESCAPULAR

- Deve permanecer descontraída.

LINHA DA CABEÇA

- A cabeça deve manter uma linha de como se estivesse suspensa por um

"fio de cabelo" na parte do redemoinho, isto é, no centro, como se fosse a

continuação das vértebras cervicais

Segundo estudos, após a adoção dessa atitude básica, quando sentir que

está equilibrado, experimente mudar o alinhamento para fazer com que o

corpo mude a linha de gravidade, para frente, para trás, para o lado e

circularmente.

POSTURAS Q PREJUDICAM A EMISSÃO VOCAL

— Cabeça inclinada para trás

Esta posição vai-se refletir num aperto da laringe, numa má relação entre

este órgão e o ar inspirado e expirado, numa falta de controlo sobre o palato

mole. A voz emitida nestas condições terá uma ressonância mais fraca e

mais nasal, havendo tendência para se produzir uma maior rigidez da

língua o que arrastará dificuldades articulatórias.

— Cabeça caída para baixo e tórax descaído

Esta postura condiciona movimentos pequenos da caixa torácica, os

músculos do tórax estão pouco ativos, a respiração é reduzida e há uma

falta de suporte da voz que se torna monótona e fraca (como fracos ou

deprimidos estão os indivíduos que a produzem).

— Levantar os ombros, forçando a inspiração na zona superior do peito

Neste caso, a má relação que se estabelece entre as vértebras, geralmente

associada a uma certa tensão na junção do pescoço com os ombros e com a

cabeça, vai provocar um desperdício de ar na zona onde os pulmões estão

mais largos e um descontrolo do sopro; este gasta-se rapidamente não

permitindo uma duração razoável da emissão.

A voz é geralmente pobre em ressonâncias, produzindo-se facilmente o seu

desgaste.

— Juntar (apertando) os joelhos

Esta posição condiciona uma má distribuição do peso do corpo, um certo

desequilíbrio, associando-se a grandes tensões abdominais e geralmente a

uma rigidez de todo o tronco. Os músculos da laringe estão também sob

tensão e a voz é gutural e forçada.

— Cabeça puxada para a frente da coluna vertebral e as costas,

compensatoriomente, para trás

Esta posição arrastará necessariamente uma rigidez das costas, pescoço e

cabeça que se refletirá numa voz forçada e sem flexibilidade.

O maxilar inferior não deve estar puxado para a frente nem para trás

devendo mover-se com flexibilidade (ao descair ou levantar na vertical)

quando o indivíduo fala ou projeta a voz. Algumas das posições incorretas

que referimos vão ser responsáveis por um mau posicionamento do

maxilar.

Um observador pode sentir (escutando) que a voz é produzida com esforço;

neste caso um descontrolo do sopro fonatório associar-se-á a posturas

incorretas.

O exercício (l) que propusemos deve ser realizado com observadores.

Exercícios semelhantes poderão ser executados por um indivíduo que esteja

sozinho, observando-se a um espelho.

As indicações que foram dadas a propósito do exercício l serão úteis em

muitos outros. A posição vertical vai facilitar a execução de exercícios

respiratórios e vocais. Do mesmo modo há exercícios respiratórios e vocais

que propiciam a prática da verticalidade.

Exercício 2 — Levantar a caixa torácica em bloco ao mesmo tempo que

realiza um movimento inspiratório. A bacia e as pernas constituem uma

estrutura sólida que sustenta o resto do corpo; os ombros não se elevam

separados do tórax, a face e o tronco mantêm-se verticais, as costelas não

devem alargar.

A caixa torácica baixará até ao ponto inicial, quando se realiza a expiração.

(Ex. o «suspiro do Samourai» - Le Huche).

Exercício 3 — Olhar(-se) em frente de um espelho, mantendo a posição

vertical. O pescoço e a face rolam ora para a direita ora para a esquerda

lentamente, mas a direção do olhar mantém-se constante (para a frente); o

resto do corpo não mexe.

(Ex. «Esfinge» - Le Huche).

Exercício 4 — Olhar(-se) em frente de um espelho, mantendo a posição

vertical. O pescoço e a face mantêm-se parados e todo o resto do corpo,

como um bloco, roda ora para a esquerda ora para a direita.

(Ex. «A Ânfora» - Le Huche).

Nestes exercícios (2, 3, 4) nenhuma parte do corpo se deve inclinar. A

verticalidade é mantida qualquer que seja a zona que executa a rotação.

Exercício 5 — Em posição vertical, pés ligeiramente afastados, sem perder

o equilíbrio, passar a exercer o peso do corpo só sobre uma das pernas,

estirando o lado livre do corpo desde a ponta do pé até ao braço que se

eleva na vertical, e aos dedos da mão. Este movimento de estiramento (e

contração muscular) será acompanhado de uma inspiração costal e ao

voltar (relaxando) à posição inicial por uma expiração. Neste exercício o

eixo do corpo inclina ligeiramente.

Exercício 6 — Em posição vertical, pés juntos e braços ao longo do corpo,

sem perder o equilíbrio, o indivíduo ora se apóia nas pontas dos pés ora nos

calcanhares.

(Ex. «O soldado de madeira» - Le Huche).

Exercício 7 — O indivíduo começa por estar bem vertical e a olhar em

frente, depois flectirá, sucessivamente: a cabeça (e só a cabeça) — «atitude

de reflexão»; o pescoço — «atitude de reflexão profunda»; as costas —

«atitude de abatimento»; a cintura — «atitude de esgotamento»; finalmente

flectirá a zona da bacia deixando cair todo o corpo, aproximando as mãos

dos pés (os joelhos não dobrarão). Seguidamente realizar-se-á o retorno à

posição inicial (nos mesmos 5 tempos).

Conseguir estar cerca de 1 minuto em cada uma das posições sem se sentir

cansado nem contraído será a situação ideal.

A verticalidade do corpo

Objetivos deste conjunto de exercícios:

Ficar «sensível» à sua própria expressão corporal.

Adquirir hábitos de posições corporais favoráveis a uma boa produção

vocal.

Conhecer limitações provocadas por tensões musculares prejudiciais.

«Sentir-se bem» na posição vertical.

Adquirir hábitos de auto-observação.

Tomar consciência de diferentes modos de inspiração e expiração.

A Dra. Rosane Paiva da Silva, fonoaudióloga e professora de impostação

de voz, em ótimo artigo feito para a Unicamp, ensina os 10 Mandamentos

da boa voz:

1.) disciplinar horários de trabalho, para que haja repouso vocal;

2.) tomar de 7 a 8 copos de água por dia;

3.) evitar a inalação/ingestão de drogas que ajam sobre a laringe e a voz,

assim como as que causem alterações cardiovasculares e respiratórias;

4.) evitar o uso do fumo (qqer. tipo!) pois a aspiração da fumaça provoca o

super-aquecimento do trato vocal, tornando a voz mais grave;

5.) utilizar roupas leves, que permitam a livre movimentação,

principalmente próximo à laringe e o diafragma;

6.) evitar a ingestão de bebidas com gás (refrigerantes, cerveja) comidas

gordurosas e condimentadas, pois provocam gás e refluxo gastroesofágico,

prejudicando os movimentos respiratórios normais;

7.) evitar as mudanças bruscas de temperaturas no ar ou líquido;

8.) realizar exercícios de relaxamento regularmente;

9.) realizar avaliações auditivas e fonoaudiológicas periódicas;

l0.)manter a melhor postura da cabeça e do corpo durante a fala ou canto.

Hoje em dia, é mito falar que somente os "bem-dotados" podem exercer

profissões vocais. Os avanços da fonoaudiologia podem provar que

qualquer pessoa bem treinada pode ser um bom cantor, dependendo

somente do bom cuidado com o seu aparelho fonador e com treinamento

específico. Infelizmente, é muito mais comum encontrarmos vocalistas que

se preocupam muito mais em decorar letras e ensaiar com a banda do que

aperfeiçoar sua voz e cuidar bem dela.

Alguns termos Vocais

1. Timbre: É a identidade de cada instrumento (ou voz), e depende da séria

harmônica de cada som emitido.

2. Potência: É a quantidade de volume que cada voz tem.

3. Extensão vocal: É a "distância" entre a nota mais grave do registro de

cada um da nota mais aguda desse mesmo registro.

4. Drive: É a vibração caótica das pregas vocais FALSAS, que provoca

uma ressonância a mais na emissão de uma nota, que "briga" com a

ressonância principal da nota emitida.

5. Gutural: São registros graves adicionados de muito Drive.

6. Falsete: É uma conformidade diferentes das pregas vocais

VERDADEIRAS, na qual a captação das mesmas é feita de forma diferente

d emissão natural.

7. Voz de cabeça: É a colocação da voz em que a ressonância principal

está na base do crânio; é uma colocação diferente do falsete e da fala.

8. Classificação vocal: É uma classificação simples, baseada na tessitura

(que é baseada na extensão vocal) de cada um

9. Impostação da voz: É uma série de fatores (incluindo apoio, tônus

muscular do apoio, colocação da voz, relaxamento dá musculatura

extrínseca à laringe, rebaixamento de laringe, abertura de costelas

intercostais, etc...) que é tida como a ideal para se emitir a voz cantada.

10. Vocalizes: São exercícios que visam o desenvolvimento da voz

cantada.

11. Vibrato: É a modulação rápida da nota alvo, em intervalos menores ou

iguais a um semitom (às vezes, pode ser mais que 1 semitom, depende do

objetivo do vibrato).

12. Voz de peito: É uma colocação em que a ressonância principal é a

torácica; a colocação é exatamente igual à da voz de cabeça (com a

diferença da ressonância), mas é diferente da fala.

13.Melisma: são "floreios" que um(a) cantor(a) usa para colorir as frases;

numa determinada melodia (que o cantor deve executar), usam-se notas da

tonalidade em que se encontra a melodia (em momentos não marcados na

pauta) para enriquecer o fraseado.

14.Glissando: é a chegada em uma nota; pode ser ascendente ou

descendente; ao invés de se atacar a nota alvo diretamente (parece conversa

de atirador de elite....), chega-se nela partindo de uma nota mais baixa ou

mais alta.

Classificação vocal, Registro médio e tessitura

A voz humana se classifica em quatro naipes (categorias) a saber:

· Soprano

· Contralto

· Tenor

· Baixo

Também existe a voz infantil que chamamos de voz clara e igualamos a

voz feminina. Porém a voz feminina e masculina poderão ser graves

(escuras) de acordo com o timbre, isto é, a tessitura que é constituída as

nossas cordas vocais.

Obs: Tessitura - tecido que envolve as cordas vocais.

E para sabermos qual é a tessitura de determinada voz, pedimos ao cantor

para cantar uma frase de qualquer melodia, até mesmo um arpejo e daí

analisamos o timbre da voz, isto é, se é claro ou escuro, por exemplo,

timbre claro (soprano) e escuro (contralto). Na voz masculina de igual

forma.

Obs: Existem também o mezzo soprano que é intermediário entre soprano e

contralto e o barítono (entre tenor e baixo); são vozes raríssimas no Brasil.

Cores das Vozes:

Podemos atribuir cores aos timbres de determinadas vozes, facilitando

assim o trabalho de classificação vocal. Exemplos:

a. cor rosa - soprano ligeiro

b. azul claro - soprano meio ligeiro

c. amarelo claro - soprano de coral

d. amarelão forte - contralto

e. verde musgo - contralto

f. azulão - tenor

g. marrom - tenor

h. verde escuro - tenor

i. roxo - baixo

j. preto - baixo profundo

Classificar uma voz significa atribuirmos uma cor ao seu timbre e,

separarmos dele para integrar o seu naipe, a qual pertence.

Exemplo:

Cor branca / voz soprano / naipe: soprano

Obs: Naipe é a maneira que achamos as vozes após divididas em 4

categorias:

soprano, contralto, tenor e baixo. Um coral é formado por 4 naipes de

vozes. 2 femininos e 2 masculinos.

Timbre

O timbre poderá ser claro ou escuro. O contralto é a voz escura da mulher,

como o baixo é a voz escura do homem.

Há duas formas de classificar uma voz. Pelo timbre ou pelo registro médio.

Geralmente uma confirma a outra. Exemplo: se a pessoa é soprano:

a) Sua cor de voz será clara;

b) Seus registros médios serão sons médios e agudos

Registro médio

Não é porque uma voz consegue emitir sons agudos, por exemplo, que,

podemos classificá-la em determinada tessitura. É possível nos

enganarmos. Para não cometermos um erro (anti-profissional) devemos

analisar os timbres (cor) de cada voz, e aí não resta nenhuma dúvida quanto

à classificação.

Quando se trata de cantar com facilidade de uma nota grave até uma aguda

sem esforçar as cordas vocais, estamos cantando no Registro médio de

nossa voz.

Jamais confundamos tessitura com registro médio ou extensão:

Para maior clareza:

Tessitura: permite reconhecer o timbre (qualificar)

Registro médio: região da voz (geralmente 11 sons que emitimos com

facilidade)

Extensão: notas que emitimos com dificuldade. 13 sons

aproximadamente.

Fonte: Saúde do músico

Tenorinos: Homens com a mesma tessitura vocal das contraltos, são

diferentes dos contra-tenores porque suas vozes faladas também soam

como vozes femininas, isto é, realmente tem toda a estrutura laríngea

idêntica a de mulheres. Ex.: Ney Mato Grosso e Fênix, este último é um

artista novo que não está muito na mídia ainda,

Vozes Femininas

Soprano coloratura (palavra italiana), ou soprano ligeiro:

O termo coloratura significava, na origem, "virtuosismo" e se aplicava a

todas as vozes. Hoje, aplica-se a um tipo de soprano dotado de grande

extensão no registro agudo, capazes de efeitos velozes e brilhantes.

Exemplo: a personagem das Rainha da Noite, em Die Zauberflöte [A flauta

mágica], de Mozart

Soprano lírico:

Voz brilhante e extensa.

Exemplo: Marguerite, na ópera Faust [Fausto], de Gounod.

Soprano dramático:

É a voz feminina que, além de sua extensão de soprano, pode emitir graves

sonoras e sombrias.

Exemplo: Isolde, em Tristan und Isolde [Tristão e Isolda], de Wagner.

Mezzo-soprano (palavra italiana):

Voz intermediária entre o soprano e o contralto.

Exemplo: Cherubino, em Le nozze di Figaro [ As bodas de Fígaro]

Contra alto:

Muitas vezes abreviada para alto, a voz de contralto prolonga o registro

médio em direção ao grave , graças ao registro "de peito".

Exemplo: Ortrude, na ópera Lohengrin, de Wagner.

Vozes Masculinas

Contra tenor:

Voz de homem muito aguda, que iguala ou mesmo ultrapassa em extensão

a de um contralto. Muito apreciada antes de 1800, esta é a voz dos

principais personagens da ópera antiga francesa (Lully, Campra, Rameau),

de uma parte das óperas italianas, do contralto das cantatas de Bach, etc...

Tenor ligeiro:

Voz brilhante, que emite notas agudas com facilidade Ou nas óperas de

Mozart e de Rossini, por exemplo, voz ligeira e suave.

Exemplo: Almaviva, em Il barbiere di Siviglia [O brabeiro de Servilha], de

Rossini; Tamino, em Die Zauberflöte [A flauta Mágica], de Mozart.

Tenor lírico:

Tipo de voz bem próxima da anterior. Mais luminosa nos agudos e ainda

mais cheia no registro médios e mais timbrada.

Tenor dramático:

Com relação à anterior, mais luminosa e ainda mais cheia no registro

médio.

Exemplo: Tannhäuser, protagonista da ópera homônima de Wagner.

Barítono "Martin", ou Barítono francês:

Voz clara e flexível, próxima da voz de tenor.

Exemplo: Pelléas, na ópera Pelléas et Mélisande, de Debussy.

Barítono verdiano:

Exemplo: o protagonista da ópera Rigolleto, de Verdi.

Baixo-barítono:

Mais à vontade nos graves e capaz de efeitos dramáticos.

Exemplo: Wotan, em Die Walküre [A Valquíria], de Wagner.

Baixo cantante:

Voz próxima à do barítono, mais naturalmente lírica do que dramática.

Exemplo: Boris Godunov, protagonista da ópera de mesmo nome, de

Mussorgski

Baixo profundo:

Voz de grande extensão a amplitude no registro grave.

Exemplo: Sarastro em Die Zauberflöte [A flauta mágica] de Mozart.

Sopraninos:

Desde a Idade Média, os meninos na faixa dos sete aos 15 anos são

requisitados para interpretar obras sacras. É quando os garotos atingem o

status de sopranino, a mais aguda das vozes. Mais até do que as vozes

femininas de sopranos e contraltos - a do sopranino soa uma oitava

acima. Séculos atrás, estrelas nos palcos europeus, eles chegaram a se

tornar alvo de controvérsias devido à proliferação das castrações

(comuns naquela época). A mutilação era uma tentativa desesperada de

frear a produção de hormônios masculinos e prolongar ininterruptamente o

tempo com a voz cristalina.

Extenção vocal

Baixo: Ele começa geralmente no Mi, Fá ou Sol 1 (pode ser mais grave também)

e, como a tessitura humana é de, geralmente, 2 oitavas ele deve ir ao Mi, Fá

ou Sol 3. Mas a voz do baixo em um coral, raramente ultrapassa o ré 3.

Barítono: Começa Fá, Sol, Lá 1 e vai geralmente às suas 2 oitavas, Fá, Sol, Lá 3, no

coral, não deve ultrapassar o Mi ou o Fá 3.

2º Tenor: Sol, Lá, Si 1 e vai geralmente às suas 2 oitavas, Sol, Lá, Si 3. No coral, não

creio que coloquem os 2º tenores para irem até o Si 3, mas em um solo é

bem provável.

1º Tenor:

Lá e Si 1, Dó 2, e vai geralmente às suas 2 oitavas, Lá e Si 2, Dó 4, no

coral, é possível que cheguem ao Dó 4 ou ao Si 3.

2º Contralto: Mi, Fá, Sol 2, e vai geralmente às suas 2 oitavas, Mi, Fá, Sol 4, no coral,

raramente chegam ao Ré 4.

1º Contralto: Fá, Sol, Lá 2, e vai geralmente às suas 2 oitavas, Fá, Sol, Lá 4. No coral,

também não devem passar do Mi 4.

2º Soprano: Sol, Lá, Si 2, e vai geralmente às suas 2 oitavas, no coral, podem chegar ao

Si ou ao Sol comumente.

1º Soprano: Lá e Si 2, Dó 3 e vai geralmente às suas 2 oitavas, Lá e Si 4, Dó 5. No

coral, pode chegar ao Dó 5 ou mais.

No violão/guitarra, essas notas podem ser conferidas da seguinte maneira:

e-----------------------0--1--3--5--7--8---------------

B---------------0--1--3-------------------------------- Oitava acima

G----------0--2----------------------------------------

D--0--2--3---------------------------------------------

A-3---------------------------------------------------- Dó central

E------------------------------------------------------

Dica

É imprescindível uma posição de laringe ligeiramente ELEVADA (ao

contrário do canto lírico, onde a

laringe é geralmente mais baixa), grande espaço faríngeo (assim como no

canto lírico) e língua também ligeiramente ELEVADA (ocasionando os

“ii” característicos dos “belters”), excelente apoio respiratório e

ancoragem (termo desenvolvido por Jo Estill que significa uma grande

atividade específica de músculos extrínsecos da laringe, do pescoço e

torso, atenuando o esforço das pregas vocais). Outros aspectos

importantes seriam a constrição ariepiglótica (isto é, a aproximação entre

epiglote e aritenóides) e a fase de fechamento da glote mais LONGA que

no canto lírico, gerando em conseqüência grande intensidade vocal.

Haveria também maior pressão aérea subglótica e alguns defendem que a

respiração muito baixa é contra-indicada por induzir à depressão da

cartilagem laríngea (que se quer evitar). Tudo isso gera, obviamente,

modificações importantes no trato vocal, ou seja, na

ressonância/qualidade da voz (OBS: várias dessas afirmações ainda estão

“sub judice”).

Fonte: Felipe Abreu - Associação Brasileira de Canto

Ressonância

Um som para se tornar agradável, deve nascer na imaginação do cantor. É

preciso pensar, formar, ouvir e sentir o som antes de ser emitido.

O som se tornará de má qualidade se for:

- Áspero;

- Expelido;

- Forçado;

- Estrangulado;

- Estridente;

- Rouco;

- Sem consistência;

- Trêmulo ou oscilante;

- Alto em demasia, parecido com um grito ou um berro;

- Descorado;

- Fraco;

- Morto.

O som vocal bem produzido caracteriza-se por ser:

- Agradável pra quem ouve;

- Produzido livremente;

- Alto e suficiente para o entendimento;

- Riqueza, brilho;

- Ressoa;

- Vibrante e dinâmico;

- Consistente e flexível;

- Vivo e suave.

Seguindo as orientações da boa produção e evitando as péssimas formas de

emissões vocais, ficará mais fácil criar a imagem de como a voz deverá

soar.

Para se fazer funcionar o seu aparelho vocal durante o canto é preciso

conhecer três práticas: Ataque, Sustentação e Liberação do som.

Voz de Cabeça X Falsete Primeiramente, vamos esclarecer algo: Eles são diferentes sim :)

Você as vezes se confunde por que:

1- Geralmente as pessoas explicam q voz de cabeça é onde o som ressoa no

corpo, ou seja, o som gerado toma forma no crânio (ou é essa a impressão

gerada pelas vibrações do ato). E esta definição esta correta sim, porém não

é tão simples.

2- Falsete, que tem por definição voz esganiçada, imitar voz de mulher,

fazer tons muito agudos modificando a voz, acontece quando você

modifica a posição das pregas vocais, relaxando-as, para emitir notas mais

agudas sem causar esforço (tensão ou vibração excessiva) das pregas. O

timbre muda bastante (geralmente) da sua voz falada.

3- Muitos dizem que não, outros dizem que sim, o fato é que EU acredito

que se considerarmos somente a parte da definição de voz de cabeça que

diz sobre onde ressoa o som no corpo (crânio), o falsette é uma voz de

cabeça.

Porém, como disse acima, a definição nÃo é tão simples. A voz de cabeça,

principalmente para quem começou a cantar sem ter instrução profissional

antes provavelmente tem dificuldades de utilizá-la.

Ela é uma extensão perfeita da voz de peito, ou seja, quando passamos a

utilizá-la não ouvimos nenhuma falha na mudança de uma para outra, nem

mudanças drásticas no timbre.

Isso porque a voz de cabeça é aplicada com as pregas vocais tensionadas,

praticamente idêntica à posição usada na voz de peito. Se não há mudanças

drásticas no posicionamento das pregas, não há falhas na afinação e na

mudança ok?

Eu utilizei o principio do estreitamento de fonemas de um material que

peguei aqui no fórum, por sinal muito bom, para aprender a utilizar a voz

de cabeça. Neste material o autor (que eu não sei qual é) diz que utilizar

fonemas estreitados (transformar o fonema aberto á em ã ou â) facilita a

descoberta da voz de cabeça por que força a prega vocal a se manter

ajustada corretamente. Não sei explicar o porque (talvez um fonoaudiólogo

saiba) mas o fato é que funciona.

No vocalize ná ná ná ná ná escalonado, por exemplo, a tendência é de se

chapar a voz (ficar preso na voz de peito, era o que acontecia comigo pelo

menos). Modifique o fonema para nã nã nã nã e isso facilitará a entrar na

voz de cabeça. (mais detalhes sobre este princípio procure no fórum o

material Sobre voz de cabeça, falsete e vibrato.zip)

Eu quando auto didata consegui explorar ao Maximo minha voz de peito,

conseguindo alcançar um Si3 (bom para um barítono). Porém, ficava preso

a voz de peito, e quando precisava de uma nota acima disso quebrava em

falsete (a voz mudava bruscamente, ou falhava, ou desafinava feio). É a tal

ponte 2 que depois vou falar. (veja bem, ponte2 é o nome que eu dei para

caracterizar esta situação)

Depois de um tempo praticando os fonemas citados anteriormente, descobri

que para acessar minha voz de cabeça eu teria que mudar de registro bem

antes do si3, lá no fá3 *ponte 1* (a nota deve variar de acordo com cada

individuo). Comecei acertando 1 em cada trocentas tentativas, por aprender

errado eu modificava a posição das pregas e caia no falsete.

Depois de um certo tempo treinando consegui acessar a voz de cabeça (de

inicio ela é bem mais fraca q a de peito, porém mantêm as características de

peso e timbre), as vezes um pouco rouca e indomável (heeheh eu apanho

até hoje para afinar as notas).

Com as pregas vocais tensionadas eu consigo atingir quase todas as notas

que faço com falsete, uns 2 tons a menos talvez, porém ela fica mais

"homogênea", mais parecida com minha voz falada.

Só para esclarecer: existem definições diferentes de ponte1, 2, até materiais

sobre 3 pontes, porém essas foram as que eu localizei e classifiquei.

Respiração Diafragmática (respiração correta para o canto):

Como Inspirar:

- Coluna o mais reta possível; pescoço alinhado com a coluna e relaxado

(isto é, sem tensão)

- O ar é inspirado e mandado para a barriga, e não para o peito. Não se

deve, porém, estufar a barriga exageradamente.

- Não subir os ombros ao inspirar.

Como verificar se está-se fazendo o movimento de inspiração

corretamente:

Coloque as mãos na parte inferior das constelas, nas costas. Ao inspirar, a

parte inferior das costelas vão separar-se horizontalmente. Ocorrerá uma

LEVE saliência na barriga.

Como Expirar:

Primeiro saber onde está o períneo: Períneo é a parte mais inferior do

tronco do corpo humano (está, mais ou menos, há quatro ou cinco dedos

abaixo do umbigo).

Depois saber a localização do diafragma, como se estivesse olhando de

frente para sua própria barriga: O diafragma, visto dessa posição, está cerca

de dois a quatro dedos abaixo de onde as costelas se juntam no tórax

(peito).

E, por último, conscientizar-se do movimento correto da expiração.

- Enquanto solta-se o ar, vá recolhendo a barriga, ou ainda, o períneo, sem

envolver a região estomacal; ao mesmo tempo, deve ocorrer uma leve

contração glútea.

- O Diafragma é empurrado contra a parede do corpo, isto é, conforme

solta-se o ar, encolhe-se a barriga, empurrando o diafragma "contra as

costas". Isso deverá ocorrer sem que o(a) cantor(a) se preocupe em fazer.

A esta disposição corporal, aonde ocorre a contração do períneo e dos

músculos glúteos e a pressão do diafragma, dá-se o nome de cinturão

pélvico. Quando o(a) cantor(a) desejar uma projeção mais resistente, deve

encaminhar sua tensão a essa disposição corporal. Isto significa, entre

outras coisas, que, quanto mais alto ou baixo (em termos de volume, e não,

de "grave e agudo") o cantor emitir uma nota, mais deve pressionar o

cinturão pélvico.

Como saber se está-se fazendo o movimento descrito acima corretamente:

Primeiramente, conscientizar-se da "existência" dos músculos envolvidos

no movimento. Para isso, inspire conforme foi explicado e depois, como se

estivesse apagando um pequeno incêndio, sopre com força, enquanto

contrai (encolhe) a barriga aos poucos. Preste atenção no períneo e nos

músculos glúteos. Faça quantas vezes precisar, até perceber como esses

músculos estão agindo. Em nenhum momento em que se esteja produzindo

o som, é permitido relaxar estes músculos.

Falsete

Por Yuri Alexei

O falsete é o termo usado para identificar a "falsa" voz feminina, que os

cantores executam, ou seja se consegue (sem apoio vocal, apenas com voz

"de garganta") alcançar certas notas agudas colocando mais volume de ar;

no entanto se o cantor colocar o apoio vocal (com o diafragma) estas

mesmas notas que soam "falseadas" ou seja com timbre feminino numa voz

masculina, voltam a ter o timbre masculino mesmo sendo agudas... porém

existe um limite físico-vocal daquele cantor (mesmo apoiando) que depois

disso começa a sair como falsete novamente..., esse limite NUNCA deve

ser ultrapassado, pois causa danos cumulativos e depois de um longo

período, irreversíveis à voz do cantor, como calos vocais, fendas, podendo

evoluir para problemas bem mais sérios.

O falsete grave que Theodoro se refere, em verdade são notas graves que os

homens não alcançam cantando com "voz de garganta", mas com apoio

vocal conseguem atingir cerca de 4 a 6 semitons mais graves do que

conseguem naturalmente. Daí a equivocada impressão de ser "falsete

grave".

Falsete grave

Fonte: Grupo Preparação Vocal Yahoo

por Andréia Pedroso

O "falsete" é uma nomenclatura antiga usada para identificar aquela voz

frágil que aparece na passagem de voz de peito para a voz de cabeça.

Hoje a chamamos de voz mista , mas outrora houve quem a chama-se de

falsete. Hoje, sabemos que de fato, ele só aparece na voz masculina.

Então, esqueçamos o conceito antigo e vamos pensar em voz mista. O que

se pretende nessa região da voz é a mistura das qualidades da voz de peito e

de cabeça, à grosso modo, essa dificuldade surge nas mulheres na altura do

fá3 ao lá3 e no homens do si2 ao lá 3 - tentem identificar onde está a sua

passagem de voz. Quando essa mistura é mal feita, a voz torna-se frágil,

pouco volumosa e velada. O que se deve buscar é exatamente o oposto, o

brilho da voz, a potência e o metal. O percurso é longo para uns e mais

curtos para outros, os mesas e barítonos costumam sofrer um pouco mais

com isso. Alguns conseguem cantar numa região mais grave ou numa

região bastante alta para o canto popular (dó4 ao sol4), porque sua região

de maior brilho

(mi3 ao re4), de início, exige muito equilíbrio nas manobras que devem ser

realizadas. É preciso que a voz tenha o apoio diafragmático e também que

as ressonâncias estejam bem localizadas, o que só poderá acontecer se

houver um bom preparo faringo-bucal para essa mistura de registros. Você

pode estar apoiado e não ter estirado a corda vocal o suficiente, e pode não

ter preparado a caixa de ressonância (levantamento de véu palatino) para

tanto.

É necessário também graduar a emissão de ar de acordo com os registros.

São manobras que devem atuar de forma equilibrada e de acordo com a

intenção de quem canta.

O "falsete grave" pode ser entendido como a emissão de cabeça de uma

altura que já poderia ser emitida com registro de peito. Normalmente,

aparece nas notas limites do grave ou em exercícios que induzam a voz

mista com um equilíbrio tendendo à voz de cabeça. O ideal é que do <dó 3

> para baixo se faça a troca ou se faça um equilíbrio com ênfase no metal

da Voz de peito. No caso do "falsete nos graves" a voz fica velada e um

pouco soprada. (*) nos sopranos a voz de peito quase não aparece, sendo na

verdade uma voz mista .Não se pode confundir! Cada registro de voz

possui um equilíbrio de forças que deve atuar e variar a cada passagem da

voz, sempre no sentido de suavizar as passagens e trazer brilho, metal e ao

mesmo tempo maciez à voz.

O falsete era entendido como uma falsa voz, sabemos que quando a voz

está velada, é sinal de que a corda vocal não está devidamente estirada, a

laringe provavelmente estará alta. O que temos de fazer é trabalhar a

musculatura para que ela ganhe força e para que esse movimento seja feito

com tranqüilidade. Você não deve impor uma atuação à sua musculatura

para qual ela não esteja preparada. Para isso, existem os exercícios de

técnica vocal. Eles graduam essas forças.

Andréia Pedroso

Orientadora da Oficina de Canto da UERJ

Professora particular de Canto

Voz de Cabeça

Sabe fazer boca chiusa? Abra bem o maxilar, mantendo a boca fechada,

como se fosse um bocejo. Agora cante sem abrir a boca. Abra somente o

maxilar. Os lábios devem permanecer fechados.

Agora cante com a cabeça baixa e com a coluna flexionada pra frente...

Dessa forma, a voz terá a tendência de se projetar pra frente, caracterizando

assim a voz metálica, ressoando na máscara (maçã do rosto). Não tente

passar pro falsete. Com a prática desse exercício, COM O TEMPO a

passagem pro falsete será natural, de forma que a voz estará misturada e

nem você saberá onde o falsete começa.

Respiração

A respiração é uma atividade passiva a maioria do tempo. É tão simples

que dificilmente nos preocupamos em como estamos fazendo (ou mesmo

se estamos fazendo). É um procedimento intuitivo, comandado pelo

cérebro - respiramos dormindo, não? Acontece porque o nível de dióxido

de carbono em seu sangue torna-se alto, mandando um sinal ao cérebro,

que responde com outro sinal para que se contraia o diafragma. O

diafragma é uma membrana muscular horizontal, em formato de concha,

que divide o tronco em 2 partes. Sobre ele estão os pulmões.

Quando ele está relaxado, ele arqueia-se para cima, em direção aos

pulmões. Quando contraído, ele desce, e o vácuo criado faz com que os

pulmões tenham sua capacidade aumentada, sugando o ar para dentro

deles. Quando ele volta a relaxar, ele comprime os pulmões, expirando o

dióxido de carbono para fora.

Existem outros músculos abaixo do diafragma que auxiliam na respiração.

Eles entram em ação quando é necessária maior quantidade de ar do que o

usual - assim como quando cantamos. São músculos das costelas e do

abdomem, que também são usados automaticamente. Note como um bebê

respira quando dorme: quando ele inspira, o peito incha, assim como a

barriguinha. Quando contraimos o diafragma, todo o conteúdo do

abdomem é empurrado para baixo juntamente, para dar mais espaço para o

ar entrar nos pulmões. Então, tenhamos em mente que ao respirar, o seu

abdomem estará trabalhando, também. Quando você grita, com força, você

pode notar o seu abdomem se contraindo automaticamente. Ele desce e

incha para suportar o som que você está criando. É assim que seu corpo

suporta o ato de cantar. Você deve aprender a controlar esta tensão

muscular para controlar o fluxo de ar na respiração.

Quando você inspira, deixe sua barriga inchar, como quando você está

relaxado. Quando cantar, deixe-a para fora o quanto você conseguir sem

causar desconforto. Sua bariga vai "entrando" assim que que você vai ficar

ficando sem ar. Somente não deixe que ela se contraia antes do necessário.

Na próxima inspiração, deixe que ela "saia" novamente e continue

segurando assim, como se fosse uma bola de praia dentro de você. Este

estilo de respiração é chamado de "barriga pra fora" (óbvio, não?)ou

sanfona. O método contrário, "barriga pra dentro", que consiste em

empurrar todo o ar pra fora até o útlimo instante é utilizado por muitos

cantores, mas depende demais de uma capacidade de inspiração muito

grande.

Muitos estudantes de canto enfrentam problemas com respiração porque

colocam muita ênfase na inspiração e expiração e nenhuma no controle do

escape de ar através das cordas vocais. Eles acabam acreditando que não

podem conter a quantidade suficiente de ar para cantar de forma correta,

quando o erro está em deixar o ar sair ineficientemente.

Vocês sabem que um sussurro gasta mais ar do que um forte agudo? Isto

porque as cordas vocais juntam-se fortemente num agudo, e abrem-se

totalmente para um sussurro. Quando sussurramos, produzimos

pouquíssimo som. Ao contrário, para produzir muito som, precisamos de

pressão de ar contra a resistência provocada pelas cordas vocais. Para um

controle eficiente do ar e um bom tom vocal, você deve ter a correta

pressão do ar. Esta quantidade de pressão muda constantemente quando

produzimos diferentes sons, pelas variações de volume e tom. Nós

aprendemos a controlar esta pressão através de exercícios e cantando. É

como andar de bicicleta: você pode não conhecer os princípios da Física

para descrever o equilíbrio, mas pode andar de bicicleta com a prática. É

óbvio que com a ajuda de um professor, o objetivo será alcançado com

muito mais facilidade.

Respiração Diagragmática

Inspiração:

- Na hora da inspiração (mandando o ar pra dentro), tem que direcionar o ar

para a barriga, evitando estufar o peito (ou não estufando nem um pouco,

de jeito maneira). Para saber se está-se fazendo corretamente, é só ver se a

barriga tá estufada.

- Durante o ato de inspirar, não é recomendável levantar os ombros ou

inclinar a coluna para frente (manter a coluna reta).

- Com a prática, "incorpora-se" a maneira correta de inspirar.

- É comum que ocorra dor no diafragma nas primeiras vezes que se treina,

ou quando treina-se muito.

- o ideal é que se inspire pelo nariz, pois o ar chega mais quente nos

pulmões.

- a inspiração, mesmo quando feita pela boca, deve ser isenta de ruídos.

Se até aqui, em relação à inspiração, tiver algo de errado, ou faltando, por

favor, me avisem.

Agora, quanto à Expiração na respiração diafragmática e na emissão de

notas, eu não encontrei nada. Porém, encontrei esses textos em livros

1 - "Durante a emissão do som, o cantor deve fazer uma leve pressão

abdominal (baixo ventre, mais ou menos quatro dedos abaixo do umbigo).

É para essa região que o cantor deve voltar sua atenção, principalmente nas

parte mais difíceis. (...) Cada tom cantado, dependendo da altura e da

intensidade, exige uma certa energia que é fornecida pela quantidade de

ar."

2 - "Na respiração artística (aquela que se usa para cantar) devemos

proceder da seguinte forma: a) Fazer uma ampla provisão de ar; b) Expeli-

la sob forte pressão controlada; c) Governar e regular a saída do fôlego. (...)

A Expiração é o motor que põe em vibração as cordas vocais. (...)a

quantidade de ar necessária para a emissão do som [deve ser feita] por meio

da subministração do ar, sem que ocorra fadiga nem desperdício."

Considerando-se que o apoio seja feito corretamente (o registro correto

para cada nota) isso quer dizer que, na hora de cantar uma nota, a expiração

deve ser feita contraindo-se a musculatura abdominal, fazendo, aos poucos,

o mesmo movimento que se faz quando tenta-se expor os músculos

abdominais, dosando a quantidade de ar de acordo com o que a nota, sua

altura e intensidade estão pedindo.

E esse controle vai do bom senso de cada um, ou encontra-se em regras do

tipo:

"Quanto mais aguda for a nota, menos ar é necessário; quanto mais intensa

(forte) for a nota, menos ar é necessário; quanto mais grave e fraca for a

nota, mais ar é necessário. "

O texto 1 é do livro "Canto: Uma expressão", de Tutti Baê.

O texto 2 é do livro "Fisiologia da Voz", de Eliphas Chinellato Villella

O diafragma é um músculo que tem o formato de uma cúpula (ou abóbada

ou, mais simplesmente, de uma xícara grande e sem asa). Ele se estende

desde as costelas mais baixas até um pouco abaixo do meio do osso esterno

(pode haver variações).

Quando nós INSPIRAMOS, o diafragma se CONTRAI e vai assumindo

um formato mais plano (como um prato). Nesse processo ele se "abaixa"

aumentando o espaço torácico e diminuindo o espaço abdominal. Porém

essa contração NÃO pode ser percebida diretamente. O que poderia ser

percebido seria um aparente aumento do volume abdominal (mas nada

preocupante, pois é uma dilatação aparente e TRANSITÓRIA; se algum

cantor tem barriga grande NÃO É por causa da dilatação, mas sim por

obesidade mesmo).

Quando nós EXPIRAMOS, o diafragma se RELAXA voltando ao seu

formato inicial de xícara, e as estruturas elásticas que foram esticadas

durante a inspiração (tecido pulmonar, fibras elásticas constituintes dos

tecidos adjacentes) se encarregam de expulsar o ar que estava nos pulmões.

Neste momento algumas outras estruturas podem auxiliar a expulsão do ar,

tais como os músculos intercostais internos.

A força gerada pelas estruturas elásticas e pelos intercostais internos NÃO

é suficiente para gerar a sustentação respiratória necessária para o canto

(mesmo o canto popular). Por isso durante a história do canto foram sendo

desenvolvidas várias técnicas que envolviam desde um treinamento

exaustivo da respiração (inspiração + expiração) até o uso e fortalecimento

da musculatura abdominal. Esta musculatura abdominal é a musculatura

que se usa para gerar a força necessária para sustentar o canto, já que NÃO

EXISTE outra que possa fazê-lo. Quando não se usa a musculatura

abdominal, o corpo imediatamente vai usar os músculos do pescoço e a

musculatura intrínseca da laringe. Isso é um perigo tremendo e monstruoso,

já que estes músculos são fracos e não projetados para sustentação das

correntes de ar do cantor. O seu uso pode acarretar cansaço vocal,

rouquidão e, de maneira mais perigosa, calos vocais.

Vale agora mais um último esclarecimento: já que a musculatura

abdominal é a mais importante para a

sustentação da voz do cantor, por que se fala tanto em diafragma?

Por causa de um erro muito simples: o diafragma é o músculo mais

importante da INSPIRAÇÃO (tanto que se você perdesse os movimentos

dele, teria de viver dentro de uma máquina chamada pulmão de aço ou

pulmão artificial), e não da respiração como um todo, pois, como foi visto

acima, a expiração NÃO se utiliza do diafragma (porque neste momento

ele está relaxado). O erro ocorre porque as pessoas confundem e misturam

inspiração (que é uma parte) com respiração (que é o todo e vai precisar de

outras estruturas, além do diafragma, para poder ser completa).

A Expiração e a Emissão de sons: Como se relacionam

Esse texto trata da parte prática da inspiração e expiração no canto. Não

abrange a emissão de sons. Para que a voz saia límpida, amplificada e

bonita, além da respiração diafragmática, será necessário o bom uso do

Apoio (caixas de ressonância), Modelagem (uso correto dos lábios, língua,

palato, e mais componentes buco-nasais), conhecimento da própria

Tessitura (o conjunto de notas aonde o(a) cantor(a) emite a voz com total

conforto), bem como da própria Extensão (limite de sons emitidos por uma

voz, do grave ao agudo, mesmo além dos limites naturais da tessitura),

conhecimento própria classificação (barítono, tenor, soprano, etc.), entre

outras coisas. Para melhor informar-se sobre os termos de canto, ver o

Tópico "Termos de Canto", aqui no fórum.

http://forum.cifraclub.terra.com.br/forum/1/35152/

A respiração correta, porém, é o ponto inicial para aprender canto.

O treinamento da respiração não deve ser abandonado, e deve ser

incorporado no dia-a-dia do cantor, de forma que torne-se automático.

Fontes: Fórum, Curso Teórico Prático de Técnica Vocal (Nando

Fernandes), Fisiologia da Voz (Eliphas Chinellato Villela), O Bê-a-Bá da

Técnica Vocal (Vanda Oiticica), Canto: Uma expressão (Tutti Baê e

Mônica Marsola).

Mais tópicos sobre a parte prática da respiração diafragmática no Fórum:

Exercícios: http://forum.cifraclub.terra.com.br/forum/1/16406/

http://forum.cifraclub.terra.com.br/forum/1/367/

http://forum.cifraclub.terra.com.br/forum/1/49497/

http://forum.cifraclub.terra.com.br/forum/1/15962/

Dor no diafragma: http://forum.cifraclub.terra.com.br/forum/1/43753/

http://forum.cifraclub.terra.com.br/forum/1/64273/

Sobre o Músculo Diafragma:

http://forum.cifraclub.terra.com.br/forum/1/48862/

1 - Qual é a definição de tessitura ?

É a região mediana/confortável da sua voz, onde é classificada sua voz.

2 - Há alguma maneira de aumentar o alcance da tessitura ?

Creio que não, tessitura é mais ou menos como seu timbre. O que pode

mudar é a sua extensão.

3 - Quais são os "perigos" a que um cantor se submete ao cantar fora de

sua tessitura ?

Perigos de perca de potencia da voz, tirando brilho e etc da sua regiao

mediana/ tessitura.

Há uma maneira "correta" de se cantar fora da tessitura, sem ser usando o

falsete ?

Sim, utilizando do apoio, com mtos aquecimentos, mas isto não

exagerando, pq se está fora da tessitura, então não é sua voz, é algo

artificial, mesmo sendo belting, voz de cabeca ou falsete.

torna-se involuntária a partir de algum momento ?

Bom, isto é um pouco polêmico, já tivemos uma discussao a respeito aqui

no fórum, com o nosso amigo RONNIE. E cheguei a conclusão que o

diafragma/apoio não é involuntário, mas com o decorrer dos anos de estudo

e práticas vc acaba fazendo-o naturalmente.

5 - Qual seria o momento certo no decorrer do aprendizado (e os

exercícios), para começar a praticar o Drive ?

Não comento nada a respeito.

"Cante com o diafragma": todo mundo que tentou aprender alguma coisa

de técnica vocal já deve ter ouvido essa frase antes. A fim de esclarecer

algumas concepções incorretas, decidi escrever esse artigo baseado no que

eu li por aí.

De qualquer forma, é altamente recomendável fazer aulas de canto!!!

A primeira coisa que precisamos é de ar. Devido aos nossos hábitos

cotidianos, acabamos aprendendo a respirar estufando o peito, ou a

respiração torácica, que é descontrolada, gera tensão no pescoço e, se

cantarmos usando ela, certamente você ficará rouco depois de uns 15 min

de canto...

1) RESPIRAÇÃO

A maneira correta de se respirar é usando a respiração funda, enchendo

desde a base dos pulmões até o "topo", usando os músculos abdominais,

intercostais e o diafragma. Para praticar essa respiração, se espreguice

algumas vezes, deite na cama ou no chão, ponha a mão sobre a barriga e

respire de modo que sua barriga suba e desça. Não tente fazê-la subir e

descer, deixe que o movimento venha bem de dentro. Não estufe o peito,

não faça barulho quando inspirar e nem levante os ombros, e tente não

tensionar os músculos do pescoço. Se você sentir que está precisando fazer

muita força, ande um pouco e movimente as pernas para relaxar os

músculos abdominais. Se eles estiverem tensos, o diafragma não consegue

contrair e você perde o "apoio" para o canto. Pratique isso diariamente. O

resultado deve ser uma respiração leve, profunda e que pode ser feita com

pouco esforço.

Um bom exercício para treinar o diafragma é respirar dessa forma e soltar o

ar bem devagar fanzendo som de ssssssssssss... Não tensione a garganta

nem os músculos faciais quando fizer isso. Seu objetivo deve ser conseguir

sustentar o sssss... por pelo menos 30s, o ideal conseguir sustenar por cerca

de 60s sem nenhuma falha na intensidade da saída do ar. Obviamente, leva-

se muito tempo para conseguir isso.

2) APOIO Toda vez que você altera o volume, tom ou vogal em que está cantando, a

pressão do ar precisa se alterar também. Isso pode parecer um pouco

complicado, e é. Felizmente, nós nascemos com reflexos que controlam

essas funções perfeitamente.

Entretanto, a maioria das pessoas não confia nos seus reflexos e usa os

músculos abdominais para enviar mais ar as pregas vocais do que o

necessário (em outras palavras, forçar a voz), especialmente quando cantam

mais alto ou mais agudo. Para reter a pressão excessiva de ar, a garganta

"fecha", a laringe sobe, as pregas vocais acabam se chocando umas com as

outras e o resultado é uma nota de som fraco, desafinada, sem contar que

ao fim do dia você estará com a voz rouca.

Quando você inspira corretamente, o seu abdômen é projetado à frente e

aplica uma pressão, tentando relaxar novamente. O diafragma deve, então,

continuar pressionado o abdômen. Quando relaxado, o ar sai dos pulmões e

faz a vibrar as pregas vocais.

Então, o termo "apoio" ou "suporte" em relação ao canto significa que o

diafragma está livre para controlar a pressão do ar enviada às pregas vocais.

Para entender melhor o apoio, pense numa mola. Quando você inspira,

você comprime uma mola (suas paredes abdominais) que tenta voltar a sua

posição normal. Para que isso ocorra, tudo o que você tem que fazer e

soltar a mola. O papel do diafragma é controlar a velocidade em que a

"mola" volta ao seu estado normal, controlando assim o fluxo de ar. Forçar

a voz é nada mais que forçar a "mola" (a saída do ar dos pulmões) a voltar

mais rápido à sua posição de descanço que o necessário.

Não tente sentir seu diafragma diretamente. Ele não tem terminações

nervosas que permita a você sentí-lo. O mesmo vale aos músculos da

laringe que controlam o volume e o tom da voz

Para praticar o apoio, respire fundo e cante escalas numa vogal que te

agrade (a, e, i, o, u, ...) e procure não forçar a garganta para subir o tom

(procure manter os músculos faciais, o maxilar e a língua relaxados o

tempo todo). Se você não força a garganta, o diafragma é obrigado a

reduzir a pressão do ar e trabalhar junto com a laringe, mantendo a

garganta relaxada o tempo todo. Não se preocupe com o som, deixe a voz

soar fraca, tremida, engasgar, ..., apenas procure não forçar a garganta.

Quando você conseguir fazer isso corretamente (você deverá estar

observando também a presença do vibratto natural na sua voz), suba o

volume gradativamente, sem forçar a garganta.

Com o passar o tempo, com a prática correta dos vocalizes, você poderá

espandir seu alcance (conseguirá cantar notas mais agudas), sua voz ficará

melhor (timbre) e você será capaz de até mesmo gritar sem forçar demais a

voz...

Termo Vibrato

Vibrato é um conceito confuso para cantores, especialmente os de estilo

"pop". O estudante clássico compreende muito mais este conceito pelo tipo

de música que está costumado a ouvir - e pelo comprometimento de querer

cantar óperas, por exemplo. Anos de estudo e treinamento para alcançar o

desenvolvimento perfeito da técnica são esperados. O vibrato acaba sendo

fruto natural de incansáveis lições e exercícios de canto. Muitos estudantes

de canto popular até acreditam que o desenvolvimento desta técnica é

inútil, pois acham que o vibrato não se encaixa com música popular.

O vibrato é, resumindo, o som derivado de um movimento regular,

repetitivo e contínuo de modulações no tom. Da mesma maneira que

fazemos vibrato com movimentos circulares do dedo da mão esquerda na

corda do violão ou guitarra, alterando o tom da nota tocada. O vibrato é o

som da voz subindo e descendo entre dois tons próximos da nota alvo numa

maneira ondulante e rápida.

Um bom vibrato ondula num nível entre 5,5 e 7,5 vezes por segundo,

alternando entre um ou dois semitons. Vibratos mais rápidos do que 7,5 por

segundo soam "nervosos", mas muitos cantores de rock e pop usam este

artifício, que contribui para seu estilo pessoal de cantar. Um vibrato lento é

típico de pessoas com mais idade. Músicas típicas indianas e búlgaras usam

vibratos largos, como parte de seu estilo - dando um caráter exótico às

interpretações.

Ter vibrato na voz não é necessário para cantar bem (dependendo do seu

estilo!) - e ter a capacidade de cantar com vibrato não exige que você use a

todo momento.

Professores de canto costumam dizer que o vibrato é o termômetro da voz -

o nível de desenvolvimento desta técnica pode mostrar o quanto você tem

trabalhado sua técnica de canto geral. Você sabe que tem que trabalhar

mais sua voz quando tem problemas em extrair o vibrato, poruqe ele

depende de controle de respiração e de tensão na sua garganta.

Procure ouvir com atenção cantores como Ella Fitzgerald, Tina Turner,

Tony Bennett, Pavarotti, ou os nossos Leandro, Daniel e Xitãozinho.

Compreenda o que é vibrato e procure reproduzir este efeito, praticando

com vogais isoladas (a-e-i-o-u). Desenvolvendo técnicas de respiração e

controle da pressão de ar sobre as cordas vocais, você irá adquirindo o seu

vibrato.

Trêmolo: (it. Tremor) É a falta de firmeza, irregular e incontrolável na

emissão das notas, ou a inabilidade do cantor em manter a nota na altura

correta, causadas por tensões intervitentes, fraqueza muscular e também

pela incapacidade de manter um ajuste estável na garganta, durante o canto.

Geralmente o tremolo varia mais de meio-tom fora da afinação, e não deve

ser confundido com o vibrato, que nunca varia além dos limites do meio-

tom.

Vibrato: Uma oscilaÇão periódica e regular da voz, dentro de meio-tom,

para cima ou para baixo. O vibrato é inato na voz do cantor, sendo

desejável e inevitável para uma boa produção e para a qualidade do som.

Em compensação, a falta de controle dele estraga o cantor.

Vibrato é quando a voz está perfeitamente encaixada, no lugar... então,

quando você canta, o final das notas saem "vibrando" ... parece q a voz está

"tremendo" um pouco, balançando... na verdade, existem "anéis" na laringe

e quando o ar passa corretamente por ela, a voz sai "em parafuso",

rodopiando... e isso faz parecer q está vibrando, oscilando, mas essa

oscilação não pode passar de meio tom acima ou abaixo da nota, pq senão

já é trêmolo, q é tremer a voz, q é horrível (como Zezé di Camargo e

Luciano... eles tem um claro trêmolo...)!

Não confunda vibrato com trinado. O Vibrato sai natural, basta o ar estar

passando corretamente pelos ressonadores. Por tanto, não existe técnica de

vibrato e sim, técnica para preparar a musculatura.

O trinado é quando você tem duas notas e fica indo de uma nota para outra

numa velocidade absurda. O Trinado só cantores líricos conseguem, e

depois de muito, mas muito treino pq é dificílimo.

Tem gente q não ter o vibrato por ainda não ter a musculatura fortalecida,

mas nem por isso a música fica feia. O vibrato é sinal q está correto, mas

sua ausência não deixa a voz feia, exceto, é claro, nos agudos, q sairão

gritados...

Fique atento a estes sintomas qualquer um destes sintomas pode

significar algum problema em seu aparelho vocal.

Rouquidão persistente

Perda de voz

Pigarro Dor ou ardência na garganta

Dificuldade para engolir

Dificuldade para respirar

Câncer de Laringe

Alguns destes sintomas podem ser sinais de um problema muito grave: o

câncer de laringe. O Brasil é o 2º país do mundo com maior incidência da

doença, que tem grande possibilidade de cura quando diagnosticada no

início. Por isso, é muito importante consultar um médico sempre que

suspeitar de problemas com a sua garganta.

Quem é o primeiro profissional que você deve procurar?

Otorrinolaringologista é o médico mais indicado, pois é especializado em

nariz, ouvido, garganta e também na voz e nas doenças relacionadas a ela.

O fonoaudiólogo é o profissional da área da saúde responsável pela

habilitação é reabilitação da comunicação, incluindo a audição, a fala, a

escrita e a voz.

Como cuidar da sua voz?

Não fumar

Não forçar a voz

Não gritar ou cochichar

Manter o volume normal da voz e articular bem as palavras

Evitar falar excessivamente durante exercícios físicos, quando gripado ou

com alguma crise alérgica

Não pigarrear excessivamente

Ingerir muito líquido em temperatura fresca ou ambiente

Evitar bebidas alcoólicas

Evitar alimentos que causem azia é má digestão

Evitar ambientes com muita poeira, mofo e cheiro fortes

Caixas de ressonância são os locais do corpo onde o som passa para ser

amplificado, são basicamente três: peito, garganta, e cabeça

Passagem, passaggio, bridge, ponte, enfim, tudo quer dizer a mesma

coisa. Só relembrando, é a passagem de um registro de voz para outro. É

também um ponto a ser trabalhado em muitos e muitos que não chegaram a

desenvolvê-lo completamente acabam se tornando um pouco neuróticos e

desesperançosos, heheh. A dica que eu tenho para melhorar o passaggio é

você treinar e tentar aumentar a extensão do registro mais grave da

passagem e tentar expandir a extensão do registro mais agudo para mais

grave. Essa "fusão" seria o ideal e tornaria o passaggio mais imperceptível

que é o ideal. Assim, se você precisar "passar" da voz de peito nos agudos

para a voz de cabeça, o ideal seria exercitar bastante o seu registro de peito

agudo e tentar aumentá-lo gradativamente. A mesma coisa com a voz de

cabeça só que tentar expandi-la para mais grave. Isso tudo não deixando de

observar a importante função do apoio, impostação, colocação, etc. Existe

também um pequeno exercício que ajuda também a atingir com mais

facilidade a voz de cabeça: consiste em exercícios de aprimoração do

falsete. Algo assim: você atinge uma nota médio-aguda, C3 por exemplo

(no meu caso como barítono). Emiti-la com falsete (o registro mais leve) e

ir aumentando o volume sem forçar a garganta e sem deixar o som "escapar

da cabeça". À medida que você vai obtendo segurança e firmeza na

emissão das notas, subindo os tons gradativamente, a seu falsete vai se

tornando mais consistente e vai dando lugar à voz de cabeça (que muitos

chegam a confundir por ser um registro muito próximo do falsete).

Ressaltando mais uma vez: não deixar de se utilizar dos recursos técnicos

vocais.

voz de cabeça é quando a ressonância sai o peito e se concentra na cabeça,

acontece nos sons agudos, e esse ato desse ser feito pelo apoio

diafragmático e não com a garganta isso é importante

voz de peito é quando o som se concentra no peito(dãaa)rsrsrrs

acontece nos som graves e quando você "grita" ou canta como fala(ou seja

acontece em sons agudos também é o que chamam de belting)

Voz de peito - Se tua voz soa como na fala, mais grave, é pq você está em

registro de peito, você sente o peito vibrar mais, o voz fica forte, robusta,

encorpada e grave ( para uma sopraníssima fica mais difícil de entender

esse registro, pq a laringe seria fina demais pra permitir q o som emitido

pela vibração das pregas descesse para sua caixa torácica), mas todo mundo

tem esse registro, salvo talvez as exceções como as crianças e alguns

anomalicos da vida. A voz de peito é o forte dos homens

A voz de cabeça - é quando o som do peito está cortado, a voz sempre

ressoa na cabeça, mas quando cortamos o registro de peito e emitimos toda

a vibração pra cabeça, a voz fica aguda e mais estridente, se trabalhado

suavemente lembra o falsete (falsete q é um tipo de emissão errônea q

acontece por uma desconformidade das pregas vocais, portanto é um

OUTRO registro).Raríssimas mulheres têm falsete, é um registro q precisa

ser desenvolvido, e como a voz de cabeça das mulheres já é tão boa (é o

forte delas) o falsete em si perde o sentido.

Voz de garganta - É a voz que cola os registros, é nela q rola o passagio, é

aqui q mora o perigo. Num é correto utilizar a garganta para cantar,

sobrecarrega as pregas, a laringe, que já estão empenhadas demais pra

posicionarem nos demais registros. Por isso o passagio tem q ser suave,

leve, uma pequenina pressão pode acabar com tudo. Aqui rolam as notas

médias, notas que são naturalmente confortáveis a nossa voz, portanto num

prejudicam em nada, mas tem que se ter cuidado. Aqui é a faixa de gaza do

canto.

Existem outros registros, mas num pertencem a todas as vozes, por isso

acho que entender esses três já é um ótimo começo.

Melismas

Melismo ou melisma que é o mais correto de se falar é uma variação

melódica rápida, como se fossem escalas executadas com mais velocidade

que o normal, os cantores norte americanos usam muito essa técnica, que

ornamentam a melodia original da música, além de belo o melisma serve

para disfarçar possíveis semitonadas e problemas de sustentação em notas

agudas e longas demais, deve ser empregado em alguns estilos musicais, ou

parte da música jamais deve se exagerar pois além de descaracterizar a

melodia, se torna repetitivo e não um fator surpresa.

O que é melisma?

A palavra "melisma" em grego significa "canção". Na técnica medieval de

composição de organa, melisma passou a significar um fragmento

melódico ou grupo de notas baseado numa sílaba. Em outras palavras: a

voz composta era trabalhada em pequenos fragmentos, fazendo vários

movimentos livres com notas curtíssimas, tecendo uma espécie de

bordadura em torno das notas do cantochão, que foram transformadas em

notas de durações longas. Provavelmente esta técnica teve origem nas

improvisações feitas pelos próprios cantores durante os rituais, além de

alguma influência popular

Riffs, Licks, pentatônicas, Blue Note, Bend....pra fazer melismas na

black music eles treinam repetidos licks (pequenas frases clichês) onde

podem tocar em qualquer música como em um improviso de blues por

exemplo.( na verdade se ele decorou o lick então não é tão "improviso"

assim não é?) Na black music existem licks, que já se tornaram meio que

padronizados (ou seja, o artista faz o mesmo melisma sempre ou então uma

variação do mesmo...)

Repare que várias frases em melismas dos artistas tem um certo padrão...

Pentatônica é uma escala como o próprio nome diz, de cinco notas, mas as

vezes acrescentada de uma blue note,que dá um som característico de blues

(muito usado por guitarristas, mas também por cantores de black music)

Bend é um portamento, uma nota vai até a outra como em uma sirene (no

sentido de ligar as duas notas), no caso da guitarra é fácil de entender, o

guitarrista toca a nota e levanta a corda com do dedo preso nela dando o

efeito do bend. No erudito isso chama-se portamento

Esse exercício foi citado pelo cantor Leonardo Gonçalves (aliás, ouçam-

no quem puder pois ele é realmente um excelente cantor!!!).

Comece cantando uma nota que esteja na sua região grave para média.

Cante-a com o som de "a" de abacate, fazendo a escala cromática (subindo

de meio em meio tom sem desafinar) e levando cerca de 1 segundo para

cada nota que você fizer. Quando completar uma oitava, vá descendo de

meio em meio tom até a nota inicial. Repita mas diminuindo o tempo de

duração entre uma nota e outra, ou seja, se você fez cada nota em um

segundo, faça em meio segundo cada, e assim por diante até chegar um

ponto em que você faça a escala toda em um tempo só. Repita esse

procedimento com todos os tipos de vogais a, á, ê, é, i, ó, ô, u, etc.

Considerações:

- Melisma não é algo que alguém possa te "ensinar" perfeitamente pois é

algo que vem também com percepção e experiência. Alguém pode, sim, te

indicar algum exercício para você os executar corretamente e sem

desafinar.

- Você não está enclausurado a fazer sempre os mesmos melismas.

- Melisma está relacionado com o gosto da pessoa. Então, quando você

fizer um

melisma, corretamente, e alguém lhe disser que ficou feio, não se baseie na

opinião

de uma pessoa apenas.

- Melismas não são essenciais à uma música mas podem, muitas vezes,

deixá-la mais bonita.

- Nem todos os estilos musicais "apreciam" melismas.

- Estilos black, soul, blues, etc, são campos "férteis" para utilização de

melismas.

"Whistle Register"

Há ainda, acima do falsete, um terceiro registro vocal ("whistle register" -

que é uma espécie de assobio). Qdo vc o usa, suas cordas vocais ficam bem

tensas de forma q elas literalmente assobiam pra produzir as notas. Muitas

pessoas não conseguem atingir esse registro, Mariah o desenvolveu

quando ela era bem pequena. Ele requer tensão nas pregas vocais (q vc

naum pode sentir) e o relaxamento da região próximo (q vc pode sentir).

Então, pra produzir essas notas vc precisa estar com a gargante bem

relaxada (falar é facil...). Os que quiserem se aventurar a tentar alcançar

tal registro, explorem usando volumes baixos -- tentem imitar uma gaivota

ou um filhote de gato pra forçar as pregas vocais a entrarem em tal

registro.

Whistle: Assovio laríngeo, é conhecido no bom português como registro

de apito, onde o som é produzido por uma fenda no fechamento das pregas,

daí o som é produzido pelo atrito mesmo, não pela vibração das pregas,

saca, como um assovio qualquer, só q na garganta. Ex: BERRO DE

CRIANÇA E MOCINHAS DE FILMES DE TERROR (ESSES FORAM

OAS EXEMPLOS DO FELIPPE)... ô droga, ficou em caixa alta sem

querer, num to gritando não, ehehehhe

Flageolet, flute: Registro de flauta, altas mulheres fazem isso com bastante

graça, geralmente são registro das sopranos, mas sempre tem uma mezzo

doidona q consiga fazê-lo, uma contralto acho pouquíssimo provável, se

bem que se alguns (raros) homens conseguem entrar nesse registro. Ex.: A

Mariah deve ter tirado mestrado nesse registro, ehheehhehe

Registro inspiratório: Eh qualquer som q se emite de fora pra dentro. Pros

homens é bem mais fácil fazer os tons do registro de flauta nesse registro,

eu sempre brinco com esse registro, pareço um ratinho, ehhehehehe.

Exemplos desse registro eu num tenho nenhum em mente, já fiz no paltalk

pra galera ouvir uma vez.

DICAS E TRUQUES PARA O VOCALISTA

O desejo de cantar e seguir profissionalmente com esta carreira é uma

constante - embora muitas pessoas que consigam fazê-lo com maestria

nunca tenham alcançado êxito profissional. Além da voz, existem outras

características influentes para seguirmos a carreira de cantor/vocalista.

Existem tantas coisas a serem trabalhadas para conseguir êxito nesta

carreira... seu som, sua imagem, sua habilidade de encarar o show business,

publicidade, etc. Você tem que controlar tudo por si só - mas alguma ajuda

pode ser de grande valia.

Comecemos com o seu próprio som. Ele é exatamente o que você pensa

que é? É o que você quer que ele seja? Ele deve ser único, exclusivo, ou tão

maravilhoso que possa responder por ele mesmo. Procure gravar sua voz e

ouvi-la com muita atenção. Você mesmo gosta do que ouve? Ela só é

excessivamente ruim se você mentir para si próprio ou se você gostar de

auto-punição. Esse sentimento de "impotência vocal" é, no fundo, um

ótimo tipo de sentimento - você deve tirar lições dessa auto-crítica. Tenha

certeza de gostar da sua própria voz, trabalhando para corrigir erros ou

trocando o seu estilo - às vezes, sua voz pode ser ruim para country e ao

mesmo tempo, ótima para rock pesado, por exemplo. Você tem que estar

perfeitamente satisfeito cmo seu timbre vocal, fazendo de forma perfeita o

seu trabalho - e não tentando imitar o timbre de seu ídolo. Uma imitação

nunca é a coisa real - não importa o quão boa seja. O mundo da música é

faminto de coisas genuínas. Nós já temos a voz de seu ídolo - o que

necessitamos é de SUA voz.

Você não precisa ser um grade vocalista para alcançar o sucesso ou agradar

- você simplesmente precisa esmerar-se em fazer bem o que você faz.

Parece ridículo dizer algo assim, mas é simples comprovar - ligue o rádio e

isto torna-se óbvio para qualquer um. Você deve ser capaz de cantar no tom

(mesmo com toda a tecnologia atual, que pode corrigir isto em estúdio,

porque como você vai se sair ao vivo?), e ao mesmo tempo, ser habilidoso

no que vai apresentar, para mostrar convicção aos ouvintes. (isto não quer

dizer que aulas de canto não são necessárias - você pode conseguir sem elas

- mas ajudam tremendamente).

Nunca ouse cantar músicas em tons que você não alcança. Faça somente

aquilo que você é capaz de fazer de forma convincente. Pratique músicas

que você não alcança, de maneira privada - até mesmo longe de sua banda.

Se é exigência da banda cantar certa música, peça que mudem a tonalidade,

para adequá-la a você. Se o problema é somente uma certa parte de uma

música, adapte sua voz em registros mais baixos (ou mais altos), e

"reinvente" aquela parte - quantos covers famosos você já ouviu onde o

vocalista faz isto - e você nunca pensou na incapacidade vocal de seu ídolo;

pelo contrário, aposto que elogiou a "criatividade" dele em embutir um

novo estilo de cantar.

O estilo exclusivo nasce do amor que temos pela nossa própria voz,

deixando que nosso sentimento imponha como devemos cantar - não nossa

lembrança de como "copiar" a maneira em que a música já foi cantada. Não

tente soar bem - tenha em sua mente que o que você faz é a melhor

maneira. Procure trabalhar seu sentimento - como você interpretaria a

música? Trabalhando dentro de seus limites, e com sentimento, você vai

colocar sua personalidade sobre a composição de outrem - e o público com

certeza vai adorar.

Depois, existe a imagem. Há tanta diversidade neste conceito que é difícil

traçar regras para trabalhar com este importante conceito do sucesso. A

premissa básica é que você precisa dar às pessoas um motivo para ficar

olhando para você. Você deve atrair os olhares - ou então as pessoas

acabarão buscando outros alvos. Muitos dirão: beleza é atrativa - e é - mas

uma coisa bizarra ou feia também chama a atenção. A habilidade de

encenar ou "entrar" sentimentalmente nas músicas também é altamente

atrativa - nós, de maneira geral, não estamos acostumados a ver pessoas se

expressando emocionalmente. Um "look" diferente de tudo que você já viu

também serve (veja o Falcão...). Tenha certeza de que será capaz de fazer

as pessoas ficarem olhando para você por horas, porque, ao vivo, você terá

que fazer isto por, pelo menos, umas duas horas. Um bom truque é variar o

que elas estão vendo. Tente mover-se de um lado para o outro do palco,

dance em algumas músicas, ande em outras. Nós somos cientificamente

atraídos pelo movimento (por isso odiamos tanto aqueles anúncios

piscando e pop-ups na Internet - por mais que evitemos, acabamos olhando

para eles...). Olhar para o público é outra artimanha - vire o rosto para

certas partes da audiência, aponte, demonstre atenção. Mude sempre seu

objetivo. Isto faz parecer que o público participa de sua interpretação.

Mudar o figurino é outra muito velha. Você não precisa fazer como

Madonna, e ficar entrando e saindo de palco, trocando de roupa 10 vezes

durante o show - faça como Jagger, que entra de jaqueta, depois tira, depois

põe um colete, depois tira, depois põe um chapéu, depois tira, depois tira a

camisa e acaba com uma do Flamengo... Uma cadeira para sentar no meio

do show e curtir algo mais calmo é outra que todo mundo já usou. Procure

usar roupas que aceitem efeitos de luz - tecidos refletivos ou brilhosos

mudam de cor com a iluminação. E não se esqueça das mancadas:

experimente a roupa e as luzes antes, para não acontecerem combinações

indesejadas no meio da apresentação (como uma luz roxa sobre uma

camisa verde, por exemplo).

Não desista somente porque você não é bonito. Estamos tão inundados com

vocalistas/modelos (como Jon Bon Jovi e Britney Spears) que muitos

pensam que para ser vocalista é necessário ter o visual "top model".

Quando este tipo de preconceito bater forte, dê um pulinho numa loja e

veja os CD's mais vendidos. Celine Dion, Pavarotti, Stevie Wonder e

Michael Jackson não são exemplos de beleza, mesmo com toda a produção.

Aqui em nossa terra, temos Caetano, Gil, Bethânia, Herbert Vianna e

Renato Russo, que venceram, e nào foi pela beleza. Esqueça idade,

também! Tina Turner, Carlos Santana e Roberto Carlos são top sellers, com

rugas e tudo mais. Não importa como você se parece - é possível ser

atraente, basta descobrir como.

Para terminar, Don Miguel Ruiz, escritor de diversos títulos sobre como

alcançar o sucesso, proclama 4 Regras básicas para vencer na carreira:

1.) Seja impecável com seu trabalho. Fale com integridade. Diga somente o

que você pensa. Evite falar sobre si próprio e nunca critique o trabalho

alheio. Use a força da palavra no sentido da verdade e do amor;

2.) Não leve nada pelo lado pessoal. Nada que os outros fazem é devido à

você. O que os outros falam ou fazem é reflexo da realidade deles, dos

sonhos deles. Quando você se torna imune às opiniões dos outros, você

nunca mais será vítima de sofrimentos desnecessários;

3.) Não faça suposições. Ache coragem para questionar e expressar o que

você realmente deseja. Comunique-se com os outros de maneira clara, para

evitar desentendimentos, tristezas e dramas. Somente seguindo esta regra,

você pode mudar sua vida;

4.) Faça sempre o SEU melhor. O seu melhor mudará de momento a

momento - será de uma maneira quando você estiver saudável, e o oposto

quando estiver mal. Sob qualquer circunstância, simplesmente faça

omelhor de si, e você estará evitando auto-críticas, auto-punição e

sentimento de fracasso.

E o elemento mais importante para o sucesso (além de um pouquinho de

sorte, é claro...): persistência. Este é o grande segredo.

Dica

Pergunta: Eu ouvir falar de um exercício para ganhar tons melhores

que envolve se curvar à frente da cintura. Como é isso?

Resposta: Aqui está, e funciona. Eu o utilizei por anos com cantores

clássicos e populares e obtive grande desempenho. Enquanto você

levemente dobra os joelhos e mantém sua costa ereta, incline para frente ate

suas mãos estiverem nos joelhos. Enquanto estiver olhando para o chão,

comece a fazer "hummm". Então diga Me Me Me. Continue com outras

vogais e consoantes nasais / de bochecha e finalmente, com palavras

completas. O objetivo é desarmar a tensão na face / cabeça / garganta,

permitindo ao som naturalmente ressoar na área da máscara e dos dentes. A

liberdade fisiológica traz a liberdade acústica. Isto resulta em mais som

com menos esforço. Uma variação seria girar as costas enquanto caindo pra

frente, trazendo suas mãos para baixo, quase chegando no chão

Divisão de vozes

Bom, isso fica a escolha de quem arranja. Por exemplo o acorde de Dó

maior; você põe o baixo para fazer o dó2 (o baixo ou a nota mais grave

geralmente fica com a tônica) o tenor põe pra fazer o sol2, o contralto faz o

mi3, e o soprano pode repetir o dó4 ou o sol3 ou até mesmo o mi4 1 oitava

acima do contralto.

Esse tipo de coisa, varia muito de acordo com a emoção da música, se você

quer fazer um acorde final bem agudo e brilhante, ponha o baixo pra fazer

o dó3, o tenor o mi3, o contralto o sol3 e o soprano o dó4 ou mi4 ou sol4.

Na minha opinião, se as vozes masculinas estão numa área média/grave,

soam melhor se estiverem separadas por uma quinta (ex: dó/sol) já as vozes

das mulheres soam melhor se tiverem separadas por uma terça (ex: mi/sol).

Porém isso é muito relativo, o melhor mesmo é você fazer testes e ver o

que fica melhor em cada parte da música.

Tenho uma dúvida e, caso alguém possa me ajudar, agradeço.

No acorde de DO MAIOR temos a tríade DO-MI-SOL (a título de

exemplo). Sendo a noda DO o baixo, quais notas representariam o tenor, o

contrauto e o soprano? Ou seja, qual o intervalo de notas existente entre

essas vozes?

Depende da música, se esse fosse o acorde inicial da música, ou seja,

quando o coro começa a cantar, eu colocaria assim:

Baixo: Dó 2

Tenor: Sol 2

Contralto: Mi 3

Soprano: Sol 3 ou Dó 4

Há muitas maneiras de se colocar isso, vai depender da música e que tipo

de emoção ela quer despertar no ouvinte.

Esse assunto é bem legal, então, como sempre, vamos por partes:

Conceitos básicos de teoria musical (pra melhor entendimento):

Intervalo é a distância entre dois sons. Na música ocidental, sua menor

divisão é o semitom, ou 1/2 tom. Partindo-se de uma nota fundamental,

temos 12 semitons até se chegar na mesma nota. Exemplo:

C - Db - D - Eb - E - F - Gb - G - Ab - A - Bb - B - C

PS: o símbolo "b" significa Bemol, e diminui a altura da nota em um

semitom. Sei que o comum é colocar Sustenidos (# - eleva a altura da nota

em 1 semitom), mas continuem lendo porque logo abaixo vocês vão

entender o porquê.

Esse intervalo entre uma nota e ela mesma, em alturas diferentes, é

chamado de oitava. Pegando-se essa mesma escala, temos nomes diferentes

de intervalos, e o resumo está abaixo:

C-Db - Segunda menor / C-D - Segunda Maior / C-Eb - Terça menor / C-E

- Terça Maior / C-F - Quarta Justa / C-Gb - Quinta Diminuta / C-G - Quinta

Justa / C-Ab - Sexta menor / C-A - Sexta Maior / C-Bb - Sétima menor / C-

B - Sétima Maior / C-C - Oitava justa

Uma escala é uma sucessão de notas, em uma sequência determinada por

um padrão intervalar. Seguindo essa tabela acima, se quisermos formar

uma escala Maior, é só pegarmos os intervalos Maiores e agrupá-los de

forma sequencial, como feito abaixo:

C - D - E - F - G - A - B - C (note que todas as notas, em relação à nota C,

formam intervalos Maiores)

Seguindo a primeira tabelinha, podemos notar o seguinte padrão de

intervalos, onde 1 tom equivale a 2 semitons (o intervalo seria o "-" , ou

seja, o que separa as notas umas das outras):

1Tom / 1Tom / 1 Semitom / 1 Tom / 1 Tom / 1 Tom / 1 Semitom

Com esse padrão, podemos montar qualquer escala Maior, é só pegar

qualquer nota e seguir esse padrão intervalar.

Um acorde, seja ele maior ou menor, é formado por uma tétrade; são quatro

notas, também organizadas seguindo intervalos prá-definidos. Vamos ver,

por agora, só as tríades formadoras dos acordes, pra maoir entendimento.

As tríades são 3 notas que formam o "esqueleto" do acorde. Uma tríade

Maior é formada por uma nota fundametal, sua Terça Maior e sua quinta

Justa. Com esse padrão intervalar pode-se montar qualquer acorde. Como

colocado numa mensagem acima, um acorde de C maior é formado por C -

E - G.

A tríade menor difere da tríade maior por apenas uma nota: a terça. No

acorde Maior, ela é uma Terça Maior; no acorde menor, é uma terça menor.

O mesmo exmplo em C, então, ficaria C - Eb - G.

Agora vamos ao que interessa: 2ª voz

Geralmente, na música popular se usa muito a 2ª voz aberta em terças

maiores. Até aqui nenhuma novidade, isso já foi dito nas mensagens

anteriores. O que é novidade é que, se você for acompanhar a melodia do

cantor principal, você terá que se adaptar harmonicamente (dentro da

harmonia em questão) à essa melodia. Por exemplo, numa música que está

em C maior (tendo C-D-E-F-G-A-B como notas passíveis de serem

utilizadas), e a melodia é C - A - B - G - E - C, se você pegar a terça maior

de cada nota e cantála, vai soar estranho. Você terá que pegar terças

maiores e menores, dependendo da nota.

Vamos abrir uma 2ª voz pra essa melodia citada acima: o princípio seria

abrir terças pra essa melodia. Como estamos em C maior, só podemos usar

notas da escala de C Maior, mesmo que a terça maior de determinado

acorde esteja fora da escala de C Maior. Explicando:

Melodia: C - A - B - G - E - C

2ª voz (errada) E - C#- D#- B - G#- E

Note como todas as terças são Maiores. Isso, no entanto, soa errado porque

as notas C#, D# e G# não estão na escala de C Maior. A abertura certa da 2ª

voz seria:

Melodia: C - A - B - G - E - C

2ª voz: E - C - D - B - G - E

Veja como temos terças Maiores (C-E / G-B) e menores (A-C / B-D / E-G).

Esse seria o princípio de se abrir 2ª voz em 3ªs. Seguindo esse princípio,

podemos abrir vozes em qualquer intervalo. Basta respeitar a escala em

questão.

Sobre o Sertanejo: o comum em vozes sertanejas é que o tenor (voz mais

aguda) faça a melodia principal e o barítono (voz mais grave) faça uma 6ª

(sim, 6ª) porém uma oitava abaixo. Pra quem já estudou um pouco de

Intervalos/Harmonia antes desse (enorme) post, isso é um intervalo de 3ª

descendente. Explicando:

Melodia: C - E - G - B - C

2ª voz sertaneja errada- A - C#-E - G#- A (mais grave do que a melodia)

Note que todos são intervalos de 6ª maior. Corrigindo essa 2ª voz, temos:

Melodia: C - E - G - B - C

2ª voz sertaneja: A - C - E - G - A (mais grave do que a melodia)

É basicamente isso. São explicaçôes bem condensadas, mas acredito ser um

bom resuminho. Pra quem não gostou do post longo, me desculpem. Não

revi o texto, então se vocês acharem algum erro, gritem. Quaisquer dúvidas

é só escrever novamente, que eu respondo assim que possível. Espero ter

ajudado.

Cobertura Vocal

Cobertura, cover , arredondamento, deckung, vowel modification,

agiustamento, copertura, e vários outros termos são aplicados à mesma

coisa.

Se engana quem acha que é um recurso do canto lírico, na verdade não é

lírico nem popular, uma vez que é o controle indireto dos músculos

involuntários da laringe através de uma modificação mas vogais na medida

em que fazemos uma escala ou vocalize do grave para o agudo. É claro que

o segredo disso é onde começa a modificação e qual a taxa de modificação

aplicada (sempre mínima).

O resultado não deve ser percebido por quem escuta, e sim só por quem

produz.

CANTOR X PÚBLICO

Simplificando, é uma técnica para relaxar os músculos da laringe nos

agudos e nos hiper agudos.

Na minha opinião é a chave para que os agudos que todos buscam

comecem a rolar......

Dificilmente iremos para os agudos com liberdade se a zona de passagem

não for bem feita e nisso a modificação de vogal ajuda muito.

Internacionalmente e bem aceito a idéia de passagio, tomando por exemplo

um tenor lírico, primeiro passagio (Ré) e segundo Passagio (F#).

A respeito do controle indireto dos músculos da laringe através de

modificação de vogal ou vowel modification, é uma forma de controlar

músculos que não obedecem a um controle direto. Por exemplo, ninguém

consegue relaxar a tensão nas cordas vocais pensando nelas diretamente,

uma vez que o ser humano mal tem sensações precisas neste local, aliás,

muitas pessoas não sabem nem dizer precisamente onde elas ficam, bem

como os músculos da laringe.

Com o pensamento voltado para as vogais e fazendo o serviço correto

podemos relaxar os músculos da laringe na medida em que vamos para os

agudos, não porque pensamos nesses músculos, mas como conseqüência de

pensar em uma vogal sendo ligeiramente modificada.

Em relação aos exercícios é um pouco complicado de fazer sem uma

correta orientação de um professor ouvindo o que você está fazendo. Em

todo o caso lá vai:

1- Faça um arpejo em terças com a extensão de duas oitavas começando

pelo dó central (caso você seja soprano) DO MI SOL DO MI SOL DO

2- Utilize a vogal I

3- As três primeiras notas pense na vogal i da palavra índio em seguida

comece a modificar para a vogal i da palavra ich (eu em alemão)

4-Nunca permita que um i da palavra índio se transforme totalmente no i da

palavra ich. na verdade você mescla a primeira vogal com a outra de um

modo muito gradativo,

se fizer tudo certo você vai perceber que o simples fato de modificar o i,

vai relaxando a musculatura na medida em que vai para o agudo.

com a prática ninguém percebe diferença de timbre no seu i do grave para o

agudo, pois essa técnica é para relaxar os músculos e não alterar o som do i.

repito que sem professor fica complicado, e alguns não gostam ou não

pensam dessa maneira ou até desconhecem.

Os professores que conhecem mais não gostam tem receio do aluno ficar

demarcando lugares ao piano aonde ele deva modificar a vogal, e na

verdade com a pratica não precisa demarcar nada.

Bom, o conceito é esse, para todas vogais, tem sua justa modificação.

espero ter esclarecido. o assunto pode ser um pouco complicado, mas a

aplicação pratica é muito simples.

para os tenores rola o mesmo uma oitava abaixo.

Moçada, é o seguinte, não vamos chamar isso de máscara, pois de máscara

não tem nada. Devemos sempre que possível, associar o nome ao

mecanismo verdadeiro usado. Por essa razão que o termo cobertura, cover,

copertura de la voce, etc... não dizem direito ao que se propõem. Vamos

chamar de ajuste de vogal ou modificação de vogal, assim o nome já dá

uma idéia do serviço ok?

Na verdade existem vários tipos da vogal "i", vou citar pelo menos 3:

i da palavra índio

i francês i/u

i/e no português de Portugal e tupi guarani.

o i da palavra ich não é nenhum dos citados acima, é um i um pouco mais

escuro. como também o thin inglês.

não existe em português o que é uma pena senão já teria falado... depois

falamos mais.

Tente com a vogal A, sendo modificada ligeiramente para Ó no mesmo

lugar do exercício com o Í, o A da palavra FATHER indo para Ó da

palavra SONG. Mas não se esqueça que você só deve mesclar e não

modificar totalmente.

Quem tiver interesse e curiosidade deste exercício faça o seguinte:

HOMENS – cantem a seguinte seqüência com a vogal E da palavra

elefante.

DO MI SOL DO MI SOL DO (duas oitavas)

Quem não conseguir ir até o DÓ agudo faz só

DO MI SOL DO MI SOL

Quem não conseguir até o SOL faz

DO MI SOL DO MI

O E da segunda oitava começa a ser ligeiramente modificado (um pouco

mais escuro gradativamente)

MULHERES –façam com I da palavra INDIO a mesma coisa

Cada voz tem um melhor lugar pra começar a modificação

Aquecimento Vocal - Três Técnicas Básicas

Técnicas para os lábios

Esse exercício é feito com a vibração dos lábios. Para isso, deve-se levar os

lábios à frente, elevando o diafragma, para que este sirva de apoio na

execução do exercício. Os lábios devem ficar completamente relaxados,

para que a passagem de ar entre eles faça-os vibrar. O resultado desta

vibração, lembra a pronúncia conjunta das letras BR e poderíamos

compará-lo a uma imitação do ronco do motor de uma moto.

Técnica da língua

Esta técnica é realizada com a vibração da língua, lembrando uma

pronúncia exagerada da letra R. Para a execução desta técnica, também

deve-se elevar o diafragma fazendo com que este proporcione um bom

apoio. O som deste exercício nos faz lembrar uma hélice de helicóptero em

movimento. Procure passear com estas técnicas por regiões graves e agudas

de sua voz.

Técnicas com a letra M

Este exercício é feito para que, a princípio, a pessoa sinta a vibração da

letra M internamente e, sobretudo, sinta esta ressonância na região das

bochechas (caixa de ressonância da voz).

O efeito deste M interno nada mais é do que a própria preparação bocal que

fazemos normalmente para que possamos pronunciar palavras que

comecem com esta letra, porém, esta preparação será agora prolongada.

Para se produzir este M interno corretamente, deve-se cerrar os lábios e

imaginar um espaço dentro da boca suficiente para caber uma bola de ping-

pong. A ponta da língua deve estar em contato com os dentes frontais

superiores e o som do exercício lembra a pronúncia do nº 1, porém

prolongado e com a boca fechada.

É preciso tomar cuidado para que a vibração do som não se torne nasal,

pois após um tempo de sustentação deste som, com o apoio da elevação do

diafragma, a boca se abre lentamente na pronúncia da sílaba MO,

prolongando-se o O.

Para uma boa execução deste exercício, sugiro um prolongamento de

quatro tempos, marcados pausadamente, para a sustentação do M interno e

mais quatro tempos para a sustentação da letra O.

Este M interior, é muito utilizado na forma de "mantra" (sons utilizados no

processo de meditação, que possuem significados importantes nas religiões

orientais) e o ideal é que seja pronunciado como forma de reflexão do som

que todos nós possuímos e queremos aprender a usar.

Mais uma vez quero ressaltar a importância da elevação do diafragma. Para

isso, você pode, a princípio, contrair a barriga, descontraindo-a

gradativamente a medida que o exercício é realizado e o ar inspirado no

início é solto.

Quando falo das bochechas com caixa de ressonância, é para conscientiza-

lo que, trazer a vibração do som exclusivamente para a garganta é um

"suicídio vocal" ou seja, um convite a rouquidão ou a aquisição de nódulos

vocais, entre outros danos.

Por fim, quero colocar que estes exercícios servem como um aquecimento

para as cordas vocais, como um início de utilização do diafragma e devem

ser feitos descontraidamente, pois desta forma serão incorporados, assim

como a ginga natural de um bom sambista.

Exercícios Relaxamento

1) Bem devagar, faça movimentos com a cabeça: primeiro, para a frente,

como se fosse encostar o queixo na base do pescoço; depois, para trás,

apontando o queixo para o teto; depois para os lados, tentando encostar a

orelha no ombro (não eleve o ombro!);

2) Sempre devagar, faça movimentos de rotação com a cabeça. Deixe

ombros relaxados (se ficar tonto, pare, leve a língua ao céu da boca e

aperte);

3) Faça movimentos circulares de rotação com os ombros - primeiro de trás

para a frente, depois inverta;

4) Em pé, procure alcançar o teto com as mãos. Sinta a musculatura se

alongando, especialmente a dos braços e das laterais do tronco. Deixe,

então, o corpo "desabar" para a frente, com as mãos em direção ao solo. Vá

levantando lentamente, começando pela cintura - a cabeça é a última a

voltar à posição ereta;

5) Esfregue as mãos para aquecê-las. Massageie então o seu pescoço,

começando atrás das orelhas e descendo até os ombros. Sinta os pontos

mais tensos e massagei-os com as pontas dos dedos;

6) Deitado de costas, contraia apenas os dedos dos pés. Perceba a tensão,

então relaxe os dedos. Perceba a diferença entre os estados de tensão e

relaxamento. Repita a operação para cada parte do corpo - pé, batata da

perna, joelho, até chegar ao rosto. Aprenda a sentir o constraste entre

tensão/relaxamento para poder identificar partes de seu corpo tensas.

EXERCÍCIOS FÍSICOS

Alguns exercícios físicos para desenvolver os músculos do tórax. O tórax é

a caixa onde estão alojados os pulmões, recipientes do ar, e o canto exige

um desenvolvimento de sua musculatura.

Os exercícios seguintes, com os quais deve começar a educação vocal,

oferecem ainda as vantagens de endireitar as espáduas curvadas,

desenvolver o busto e fortificar o músculos que sustentam os seios.

Primeiro exercício: Mova os ombros, descrevendo com eles um círculo o

mais amplo possível para cima, para trás, para baixo, para frente).

Enquanto realiza estes movimentos, os braços permanecerão relaxados e

soltos ao longo do corpo como um boneco de trapo. Insista no movimento

particularmente para trás, que corrige as omoplatas salientes.

A atitude para o cantor é a que resulta do exercício no momento em que os

ombros voltam a baixar logo depois de terem sido levados para trás, porém,

flexivelmente.

Segundo exercício: Coloque os braços ao longo do corpo com as mãos

espalmadas.

1º) Vá levantando-os lateralmente até alcançar a altura dos ombros.

2º) Momento de suspenso. Gire as mãos colocando as palmas para cima

3º) Levante os braços até que as mãos toquem por cima da cabeça, sem

dobrar as articulações. Estique os braços o mais alto possível, como se

quisesse alcançar o teto.

Durante esta subida efetue uma grande inspiração, cortando-a no momento

de suspenso, porém sem soltar o ar. Os pulmões devem estar cheios quando

as mãos se encontrarem por cima da cabeça.

4º) Abaixe os braços até a altura dos ombros.

5º) Momento de suspenso. Gire as palmas para baixo.

6º) Abaixe os braços ao longo do corpo

Este momento de descida deve ser acompanhado de uma expiração

completa, interrompida no momento de suspenso (sem retomar o ar durante

o mesmo).

O ar deve ser administrado de tal maneira que permita uma respiração

regular.

Para obter um maior proveito desses movimentos, é preciso que os faça

com energia. Executados brandamente seriam pouco menos que inúteis.

Seria bom imaginar ter um grande peso em cada mão, que se opõe tanto à

subida como na descida.

Terceiro exercício: Inicia com os punhos cerrados e colocados diante do

peito. Evite fortes cotoveladas para trás e volte os punhos à sua posição

normal.

Quarto exercício: Estenda os braços em forma de cruz e, conservando esta

posição, adentre o quanto seja possível em qualquer ângulo da casa,

avançando de frente para a aresta.

Quinto exercício: Separe as pernas, afrouxe os braços e agache-se ao

expirar e levante-se ao inspirar.

EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS

Primeiro exercício: Para o controle da permeabilidade nasal:

1º) Inspire profundamente pela narina direita, apoiando o polegar sobre a

narina esquerda para fechá-la.

2º) Retenha o ar fechando as duas narinas com o polegar e o indicador.

3º) Destape a narina esquerda e expire por ela.

4º) Suspenso.

5º) Aspire profundamente por esta mesma narina. Tape-a novamente e

expire pela direita. Prossiga deste modo tapando alternadamente uma e

outra narina.

Este exercício é excelente pela massagem que provoca nas fossas nasais; é

um dos mais antigos e céleres exercícios dos Yoga, da Índia, que lhe

atribuem efeitos maravilhosos para limpar o cérebro e purificar o sistema

nervoso. Permite um maior rendimento no trabalho mental e favorece o

descanso do intelecto depois de um esforço do pensamento. Porém, para

realizá-lo segundo os preceitos da Yoga, seu ritmo deve ser regido pelas

batidas do coração: a inspiração durará 6 batidas, o suspenso 3, a expiração

6 e o suspenso 3.

Segundo exercício: Realize várias expirações e inspirações profundas,

movimentando ao máximo a caixa torácica, e sem levantar os ombros

(controle-se pelo aparelho).

Importante: Para todos os exercícios seguintes, a inspiração deverá ser

ampla e silenciosa, como ao inspirar o perfume de uma flor: as narinas se

abrem amplamente, as costelas se separam e o diafragma desce. Para obter

a respiração total requerida por estes exercícios, deve ter-se a sensação de

encher os pulmões primeiramente pela sua parte inferior.

Terceiro exercício:

1º) Inspire profundamente (tal como indicado acima).

2º) Instante de suspenso, para o bloqueio da costelas e do ar.

3º) Aproximando os lábios como para assobiar, envie um pequeno jorro do

ar, no dorso da mão. Imagine que o ar bloqueado tem como única saída o

orifício de uma agulha. O jorro de ar deve ser frio e compacto: se for

quente, isso indica que o ar passa em excesso. A expiração (que durará 30

segundos) deve ser feita sem tropeços.

Quarto exercício:

1º) e 2º) tempos como o terceiro exercício.

3º) Como o anterior, porém interrompendo duas vezes a expiração, sem

retomar o ar durante esses cortes.

Quinto exercício:

1º) e 2º) tempos como o terceiro exercício.

3º) Diga sss..., como para fazer alguém calar. A duração mínima da

expiração será de 30 segundos.

Vigie a calma e a regularidade da emissão. Para isso, imagine que o som

sss... tropeça contra uma parede intransponível: os incisivos superiores.

Sexto exercício:

1º) e 2º) tempos como os anteriores.

3º) Expire sobre zzz... (30 segundos). O "z" francês, como o zumbido de

uma abelha.

Sétimo exercício:

1º) e 2º) tempos como os anteriores.

3º) Expire sobre iii... (30 segundos). Esta vogal deve ser murmurada sem

voz e se sente o ar como freado no palato ósseo.

Oitavo exercício:

1º) e 2º) tempos como para os demais

3º) Conte 1, 2, 3 etc (com uma voz de cabeça muito leviana) expulsando o

ar estritamente necessário para a palavra, e suspendendo a expulsão entre

dois números.

A princípio deve chegar a contar 60, para passar logo de 100.

É conveniente fazer estes exercícios respiratórios diariamente, o que não

levará mais de 10 ou 12 minutos e podem ser feitos a qualquer hora do dia.

Porém, Porém, cuide para não se cansar, especialmente se teve algum

problema com a pleura. nesse caso deverá proceder gradualmente com

muita prudência

Respiratório

1) Inspirar expandindo o tórax/barriga; sinta o alargamento das costelas

flutuantes, mais ou menos na altura da cintura. Não levante os ombros nem

estufe o peito! Mantenha a musculatura do pescoço relaxada. Prenda o ar

por alguns segundos e expire esvaziando totalmente os pulmões;

2) Repita o ex.1, fazendo o som "SSSSS..." (contínuo) durante a expiração;

mantenha o som homogêneo, estável, sem variações de intensidade,

durante um tempo confortável e sem exageros;

3) Repita o ex.1, desta vez fazendo sons curtos em "S" (stacatto); a cada

som, procure expandir o tórax (como se quisesse alargar a cintura);

4) Alternar os sons "SSSSS" e "S" "S" "S" (contínuo/stacatto);

5) Repetir os mesmo exercícios acima, com os sons "CH" e "FFFF";

marque o tempo que achar confortável, e procure ir aumentando sua

capacidade, sem perder qualidade;

6) Inspire lentamente enquanto caminha 5 passos; observe o alargamento

do tórax. Quando for dar o 6o. passo, comece a fazer o som

"hummmmm..." com a boca fechada (bocachiusa) por mais 5 passos.

Atenção: use a região média de sua voz (não deve ser muito aguda nem

muito grave). No 6o. passo, expire todo o ar que restou e recomece o ciclo

todo novamente;

7) Repita o ex.6, mas ao invés de "hummmm", conte de 1 até 5, dizendo

um número a cada passo. Novamente, use a região média de sua voz;

8) Repita os ex.7, mas tente variar o tempo de expiração. Tente ir

acrescentando mais passos para cada número que for dizendo. Isto vai

auxiliá-lo a monitorar seu progresso.

Exercícios Ressonância

Atacando um Tom Vocal:

1. Inspire como se fosse bocejar

2. Sinta por toda parte central o seu corpo expandido

3. Assim que sentir que já está confortavelmente com ar suficiente, segure

a respiração por um momento.

4. Inicie o som vocal de forma de bem descontraída e natural, sem uso de

nenhum esforço físico consciente.

Pense em formar o som vocal com a mente e não com as pregas vocais.

Sentirá como se o céu da boca estivesse vibrando. (Isso é Cantar com

Máscara)

I Exercício

a) Utilize a palavra MÃO ou a sílaba NOU, alternando entre uma e outra.

b) Pratique com sua voz normal, antes de começar a cantar.

c) Pode estender as palavras tentando reproduzir letra por letra:

MMMÃÃÃOOO ou NNNOOOUUU.

II Exercício

a) Faça o som de HUM de um modo leve e sentirá uma vibração no teto da

boca.

b) Deixe os dentes separados.

III Exercício

a) Diga a sílaba MI, fazendo primeiro somente o som de M e alternando em

seguida para o som do I.

b) Abra a boca vagarozamente, fazendo MMMMIIII...

Sustentando um Tom Vocal:

1. Mantenha a expansão em volta em volta da parte central de seu corpo

todo o tempo que ocorrer a duração do som.

2. Posicione-se numa boa postura, colocando-se de pé em uma posição bem

ereta, esticando a espinha enquanto o som estiver sendo produzido.

Pense no som fluindo para fora do seu corpo, mas que a respiração

permanece lá dentro.

Procure pensar na inalação do ar enquanto estiver segurando o som.

Cuidado:

a) O som deve ser estável e consistente. Nada de ondulações.

b) Conserve o tom de qualidade ou sonoridade, a menos que a interpretação

não exija.

c) O ar deve vir preciso e o mais vagarosamente possível.

d) Use a respiração de apoio.

e) O som deve ser vivo e encabeçado algumas vezes.

f) Equilibre uma tensão entre os músculos de inalação e exalação.

I Exercício

a) Posicione-se em frente ao espelho e confira sua postura e seu modo de

respirar enquanto pratica a sustentação do som.

b) Faça o som da letra M, numa altura confortável.

c) Mantenha o som estável, vibrante e com a sensação de fluência.

d) Repita várias vezes.

II Exercício

a) Execute a sustentação com a letra N, depois acrescente a vogal Ô:

NNNNÔÔÔÔ...

b) Sustente ao máximo a vogal Ô, de modo confortável, mantendo o som

estável, vibrante e fluente.

Durante a sustentação do som, a garganta deve seguir de acordo com a

posição inicial de bocejo. Procure sentir o céu da boca vibrar quanto estiver

executando o som do M, isso ajudará tanto na qualidade do tom quanto na

eficiência da ação das pregas vocais.

Evite o uso da língua, lábios ou maxilares. Estes articuladores só serão

utilizados pra iniciar ou finalizar um tom vocal. No momento que se estiver

sustentando um som, procure manter a língua, lábios e maxilares numa

posição de descanso.

Ponha-se em frente ao espelho e pratique a seguintes formas de sustentar o

som:

Método I

1. Tome aquela posição de bocejo enquanto inala.

2. Tente manter o item anterior enquanto pronuncia: A A A A A A A H H

H.

3. Repita várias vezes. Quando sentir segurança passe para o processo

seguinte.

Método II

1. Acrescente à sensação de bocejo aquela vibração do céu da boca.

2. Repita várias vezes até sentir a vibração. Quando sentir segurança passe

para o processo seguinte.

Método III

1. Pratique sustentando a palavra MÁ: M M M M M Á Á Á Á Á.

2. Mantenha os articuladores em posições de relaxamento, até terminar a

fonação do M.

3. Sustente agora numa única respiração a seguinte pronuncia: MÁ, MÁ,

MÁ, MÁ, MÁ.

4. Utilize o espelho para observar se os lábios e os maxilares pareçam

livres e relaxados.

1. Faça os mesmos métodos utilizando IA.

Finalizando um Tom Vocal:

1. Um bom escoamento de um som deve ser limpo, preciso e firme até o

último momento.

2. A respiração de apoio necessária para sustentar o som deve persistir até

o a finalização.

2.1. Não deve enfraquecer-se ou morrer por deficiência de energia.

2.2. Não deve se antecipar o escoamento, pois pode fazer com que o apoio

se acabe antes da hora, ou causará tensão na garganta em preparação para a

vogal ou consoante que termina a palavra.

3. Não tente finalizar o som parando ou apertando-o em sua garganta, ou

interrompendo a respiração. Assim será causada uma tensão e o som

tenderá a sair forçado.

Dica:

Quando o som terminar com uma vogal, você deverá conclui-lo com uma

consoante.

Ex.:

1. Posicione-se em frente ao espelho e observe os lábios, língua e maxilares

enquanto pratica os sons finais.

2. Cante a palavra GOL, várias vezes, tomando cuidado para manter o tom

equilibrado e consistente até o momento final em que reproduzirá o L,

rapidamente, firme e limpo.

Ex:

1. Pratique com a sílaba LOU, imaginando que há uma consoante no final.

2. Tente outras combinações de vogais e consoantes; qualquer palavra

monossílaba poderá ser usada para essa prática.

Quando surge problema na hora de emitir o som vocal é preciso identificar

em que área sente-se mais deficiência.

Se for perca de fôlego, é preciso trabalhar postura e exercícios para

respiração de apoio.

Porém, se o som ainda não estiver tão agradável, é necessário voltar à

atenção para o ressonador e vibrador.

Podem ocorrer três formas de problemas com as pregas vocais. Elas podem

estar: frouxas demais, tensas demais ou sem equilíbrio.

Pregas frouxas demais

As pregas vocais frouxas demais não fecham de forma completa e

eficiente. O som torna-se soprado, porque doses excessivas de ar escapam

entre as pregas. Assim não há como manter o ar dentro do corpo tanto

quanto puder.

Através de pensamentos sugestivos e de vocalizes, aprende-se a fechar

completamente as pregas vocais e evita-se um som soprado.

1. Pense no inicio de um bocejo.

2. Expanda a parte central do seu corpo.

3. Suspenda a respiração.

4. Pronuncie de forma bem espontânea a sílaba HUM várias vezes,

tomando novos fôlegos.

1. Inicie o som novamente.

2. Segure-o e acrescente ao M a vogal i: M M M M i i i i i.

1. Tente de novo alternando os dois sons: M M M M i i i i i i M M M M M

i i i i i i i i.

2. Troque o M por N, acrescentando aos poucos i e depois O: N N N N i i i

i O O O O.

Se com freqüência a respiração se esgota rapidamente, têm-se possíveis

chances do som vocal ser soprado. Procure manter um corpo ereto,

respirando profundamente.

Pregas tensas demais

As pregas vocais tensas demais geram um som difícil, tenso, irritante,

instável e forçado. A tendência é de outros músculos próximos se tornarem

igualmente tensos.

Para se corrigir um som muito tenso, deve-se começar relaxando.

1. Comece com um bocejo e mantenha essa sensação enquanto estiver

cantando.

2. Procure identificar olhando-se no espelho as possíveis tensões.

3. Execute exercícios para o relaxamento de corpo.

4. Cante de modo o mais confortável possível.

Pregas equilibradas

A condição ideal é quando as pregas têm uma certa dose de tensão, o

suficiente para segurar o ar, e também flexíveis o suficiente para que

possam vibrar sem perder qualidade tonal.

Vibrações

Quando as pregas vocais vibram e produzem som, fazem outras partes do

corpo vibrarem. Essas áreas são chamadas de ressonadores. Compreendem

a garganta, a boca e às vezes o nariz. São responsáveis pelo fortalecimento

do som de base e aperfeiçoamento da qualidade.

A garganta deve manter-se relaxada, como a sensação do bocejo.

Para o uso correto da boca, deve-se manter o maxilar, os lábios e a língua

livremente relaxados, também com sensação do bocejo.

O nariz só participa dos sons nasais, que requerem no português o som do:

M, N e do NH.

Experiência I

1. Posicione-se em frente ao espelho em uma boa postura.

2. Pressione sua mão direita contra o tórax superior

3. Diga: BUM, BUM, BUM. Bem alto, segurando o M final.

4. Sentirá os ossos do tórax vibrando sob suas mãos.

1. Coloque a mão em volta da garganta.

2. Diga: ZUM, ZUM, ZUM.

3. Sentirá também vibração sob sua mão.

1. Pressione os dentes superiores com os inferiores.

2. Faça uma espécie de zumbido.

3. Sentirá também os dentes vibrarem uns contra os outros.

1. Feche os lábios.

2. Faça o som de HUM.

3. Sentirá os lábios vibrarem e o céu da boca.

1. Pressione um dedo na parte superior do nariz.

2. Faça o som de N.

1. Pressione os dedos contra a face toda

2. Faça um HUM bem alto.

1. Pressione os dedos contra a testa ou o topo da cabeça.

2. Faça um zumbido.

3. Essas vibrações não serão tão fortes, mas mesmo assim sentirá.

Experiência II

1. Faça o som de HUM.

2. Aperte o nariz com firmeza entre o polegar e qualquer outro dedo.

3. O som será cortado.

1. Sustente o som de N.

2. Aperte o nariz novamente.

3. O som será cortado.

1. Agora sustente o som de NH.

2. Aperte o nariz novamente.

3. O som também será cortado.

Experiência III

1. Coloque o polegar e outro dedo levemente contra a narina de modo que a

feche, mas sem apertá-la.

2. Diga NON várias vezes.

3. Observe quão nasal sua voz sairá.

1. Coloque o polegar e outro dedo levemente contra a narina de modo que a

feche, mas sem apertá-la.

2. Porém dizendo AHA, AHA, AHA.

3. Retire a mão do nariz e repita o som.

4. Não verá diferenças nesse modo, porque nesses sons o nariz não tem

papel de ressonador.

Se você tentar forçar ressonância na garganta, o som será abafado e escuro.

Se concentrar a ressonância na boca, o som será com brilho em excesso e

fino.

Se usar demais o nariz, o som sairá nasal.

1. Cante com os lábios retrocedidos, como num sorriso forçado; verá a

ressonância na boca.

2. Cante puxando os lábios para cima dos dentes, até você ter uma pequena

abertura da boca; verá a ressonância na garganta.

3. Cante pelo nariz; soará como um nariz.

O melhor som é aquele que tem um pouco de ressonância da garganta para

ser rico, cheio e doce; um pouco de ressonância da boca, para ser brilhante,

claro e contínuo; e também um pouco de ressonância nasal, somente nos

três sons nasais (M, N e NH). O bocejo é fundamental para o relaxamento

de todas as partes ressonadoras. Nunca esqueça que os belos sons virão da

imaginação do cantor.

TÉCNICA DA EMISSÃO

No estudo da técnica vocal não importa a quantidade de exercícios nem a

sua variedade.

O importante é fazê-los. Um só exercício perfeitamente realizado é muito

mais proveitoso que uma série de escalas cantadas de qualquer modo.

É melhor não fazer nenhum que fazê-lo mal.

Fazer exercícios com a língua para fora ou com os dedos entre os dentes,

ajuda a compreender o relaxamento e a manter uma boa posição dos órgãos

da boca. para ser completo e eficaz, deve ser uma verdadeira ginástica

vocal.

As vozes ásperas devem insistir sobre as vogais "U" e "O". As vozes

opacas estudarão mais as vogais "E", "I" e "A".

Os exercícios devem sempre ser feitos em pé.

Os primeiros exercícios se referem à impostação da voz: controle do ar,

utilização dos ressonadores, posição dos órgão da boca, relaxamento,

continuidade e homogeneidade do som.

Os seguintes desenvolvem a agilidade, flexibilidade, o legato e a

musicalidade.

Tudo se pode aprender

Qualquer um que possua sentido musical, bom ouvido e uma voz falada

bem timbrada, pode esperar obter bons resultados no estudo do canto.

Exercícios Respiração:

Exercício para percepção da inspiração involuntária:

Muitas pessoas fazer muito barulho ou forçam a inspiração numa tentativa

de encher mais o pulmão de ar. Muitas vezes a musculatura está muito

tensa e impede uma livre circulação de ar. Solte todo o ar murchando a

barriga. Fique alguns instantes sem ar. Relaxe a musculatura deixando

então o ar entrar, mas sem forçar sua entrada. Faça isso algumas vezes e

você vai perceber que não há necessidade de fazer esforço para que o ar

entre. Ele entrará sozinho, pois a entrada do ar é algo que acontece

naturalmente quando sentimos necessidade de inspirar. Esse exercício serve

também para exercitarmos a elasticidade da musculatura abdominal para

dentro e para fora.

Exercício para a ativação e expansão da musculatura diafragmática e

intercostal.

Inspirar enchendo primeiramente a região abdominal e depois as costelas,

lateralmente. Expirar primeiramente o ar do abdômen e depois na parte

lateral das costelas. Fazer isso num movimento contínuo: Inspiração: parte

baixa depois lateral; expiração: parte baixa e lateral.

Exercício para treinar a saída do ar com controle ( apoio)

Precisamos, no canto, dominar o tempo da entrada e da saída do ar.

Precisamos dosar a saída do ar conforme o tamanho de uma frase musical e

a inspiração também deve estar de acordo com o tempo hábil para fazê-lo

entre uma frase e outra.

Inspirar abrindo as costelas e na expiração soltar o ar firmando o abdômen

tentando não fechar as costelas. À medida que o ar vai acabando, aumentar

a pressão da musculatura abdominal. ( esse exercício pode ser feito

contando o tempo da saída do ar para ir aos poucos dominando maior

tempo na saída. Ex: soltar o ar em dez tempos depois em quinze, vinte,

etc). Podemos também acrescentar a este exercício o controle do tempo da

entrada do ar, que muitas vezes deve ser rápida, dependendo da frase

musical. Então, além de contar a entrada do ar, fazemos uma contagem

para a inspiração e vamos a cada vez diminuindo o tempo para a

inspiração.

Exercício para treinar a pressão da saída do ar.

Quando temos uma nota mais aguda de repente, ou precisamos fazer um

som com uma intensidade mais forte, precisamos utilizar mais o apoio

respiratório para não sobrecarregar as cordas vocais. Tomando como base o

exercício anterior, vamos, na saída do ar, fazendo movimento abdominais

com pressão alternada. Na saída do ar com um "sssss" prolongado, vamos

fazer ora uma pressão no abdômen e ora diminuindo essa pressão. Isso num

mesmo sopro, sem interrupção. Você vai observar que quando aumenta a

pressão do abdômen aumenta a pressão do ar. Não esqueça de manter as

costelas abertas.

Exercício para treinar a abertura das costelas:

Uma das formas para sentir a abertura lateral das costelas no canto é da

seguinte maneira: Vá inspirando lentamente e ao mesmo tempo levantando

os braços na lateral até que ele chegue à altura dos ombros. Mantenha

alguns segundos a inspiração e observe que suas costelas estarão mais

abertas na lateral. Solte o ar e tente manter as costelas abertas. Faça uma

vez a expiração com os braços ainda na lateral e depois tente fazê-la

soltando os braços mas mantendo as costelas abertas.

OBS: Cuidado para não tensionar os ombros enquanto faz o exercício e

também cuidado para não direcionar o ar para a parte alta do pulmão.

Outro exercícios para sentir a abertura das costelas, mas na sua região

costal faça o seguinte: sente na ponta de uma cadeira, deixe seu corpo cair

todo para frente, inclusive sua cabeça. Inspire nesta posição e vai perceber

que o ar se direciona para a lateral e para as costas.

Exercício para treinar a respiração na parte baixa do abdômen:

Muitas pessoas quando tentam fazer a respiração intercostal a fazem de

forma muito "alta", ou seja, utilizando pouco os músculos abdominais.

Existem diversas técnica de respiração. Acredito que se deve inspirar desde

a base do abdômen abrindo em seguida as costelas. Em alguns momento ou

para algumas pessoas torna-se difícil fazer a respiração mais baixa,

principalmente para indivíduos com tendência a ansiedade e vida muito

agitada. Aprendi através da yoga e outras técnicas corporais, que quando a

respiração " não desce" e mantêm muito no tórax, a melhor maneira de

fazê-la "abaixar" é através da contração e relaxamento dos músculos

glúteos. Experimente expirar o ar lentamente e, ao mesmo tempo, fazer

uma contração anal. Quando se encontrar sem ar relaxe o abdômen e vai

perceber como a respiração se torna plena. Repita o exercício algumas

vezes.

Exercícios de Respiração Diafragmática

- Soltar todo o ar. Inspirar conforme explicado acima, depois soltar o ar

com um Sssss fraco, com uma pequena contração dos músculos glúteos e

do períneo. O Sssss deve ser feito por dez segundos, e sem interrupção

durante o ato. Aumente o tempo de dez segundos gradativamente.

- Inspire corretamente. Solte vários "s" curtos e separados um do outro.

Para cada "s" a barriga "entra" quando o som sai, e "enche" quando você

inspira para emitir o próximo "s".

- Inspire corretamente. Solte 4 "s", cada um durando 1 tempo e destacando

um do outro, ou seja, na mesma expiração, faça 4 "s" curtos e separados.

Ainda na mesma expiração, solte apenas 1 "s", em quatro tempos (conte até

quatro). Repita várias vezes, aumentando a duração do último "s" para: 8

tempos, 12 tempos, 16 tempos, 20 tempos, etc, durante quantos tempos

você agüentar.

EXERCÍCIOS DE TÉCNICA VOCAL

1º Exercício - O Golpe de Arco" do Cantor

Este 1º exercício tem o duplo objetivo de ensinar a encontrar e utilizar as

ressonâncias faciais e a suster o som.

Cerre a boca observando sua posição natural de descanso, os dentes

ligeiramente separados e o fundo da garganta livre e aberto.

Se você tem tendência a contrair, ensaie um "bocejo reprimido" no interior

de sua boca fechada.

Aspire uma quantidade de ar médio e logo bloqueie.

Ataque à nota se golpe de glotis, com o som da consoante "m". Se isto lhe

parece difícil, tente fazendo: "Hemm... "aspirando o "h".

Sustenha o som o quanto seja possível, porém termine antes de ficar sem

ar, e em forma decrescente.

Acostume-se desde o princípio a efetuar bem o ataque e a terminação.

Para guardar muito tempo o ar e economizá-lo, envie-nos para cima, por

detrás dos olhos, tendo a sensação de que o som sai por eles.

Sentirá, então, vibrações por detrás do nariz, podendo verificar se apoiar o

polegar e o indicador sobre o osso do nariz.

Nem sempre se encontra logo a maneira de chegar a todos os ressonadores,

porém, no transcurso da prática, se notará que a voz irá abrindo novos sítios

de ressonâncias, exatamente como se abrem novas portas em uma casa.

2º) Exercício - Movimento da Língua e dos Lábios enquanto se mantém o

Som

Este exercício se realiza murmurado as consoantes "M" e "N" sem vogais

intercaladas.

Comece exatamente como o 1º exercício.

Depois, sem cortar o som, pronuncie a consoante "N" (sem o "e" final)

entreabrindo os lábios e apoiando firmemente a língua contra o céu da

boca.

A vibração interna é mais intensa que no 1º exercício, todavia, o som não

de mudar sua colocação ao trocar a consoante. Deve ter-se a sensação de ir

subindo continuamente. Pense em cada uma escada ou em uma pilha de

pratos: cada consoante que pronuncie será um degrau dela, cada vez mais

alto.

Temos que subir constantemente para não abaixar o som.

3º Exercício - A Colocação das Vogais

Agora que você sentiu as vibrações de seus ressonadores faciais e, em

conseqüência, achou o lugar em que se colocar o som, trataremos de situar

as vogais.

Emita o som MM...

Quando senti-lo bem colocado, abra a boca dizendo: Mma... Mme...

Mmi...Mmo... Mmu... (francesa).

Os músculos do pescoço e dos maxilares, devem achar-se completamente

distendidos e o interior da boca, aberto, como reprimindo um leve desejo

de bocejar.

As vogais devem abrir-se no alto do zumbido Mm... como a flor sobre seu

caule.

Estes primeiros exercícios estão destinados especialmente a suster o ar e

buscar os ressonadores.

Os resultados com eles obtidos, assim como os que se ganharam os

exercícios respiratórios, devem aplicar-se a todos os exercícios seguintes.

4º Exercício - Para Distender o Fundo da Garganta e Amansar a Língua

Este exercício tem por objetivo conseguir a distensão do fundo da garganta

e evitar que se contraia a língua.

Pegue entre o polegar e o indicador a ponta da língua com um lenço limpo,

naturalmente. Puxe-a para fora da boa. Abra uma boca bem grande. Realize

o exercício sobre uma "e" bem aberta, muito suave e quase sem timbre.

Se ao subir na escala vocal a língua resiste e tem tendência a contrair-se na

boca, não ceda, pois é justamente nos agudos quando mais se necessita ter a

garganta livre. Neste exercício, não busque qualidade nem redondeza no

som; só interessa a distensão.

É absolutamente indispensável segurar a língua com os dedos, pois do

contrário, ainda que ela não volte a entrar na boca, poderá contrair-se

mudando de forma.

Observação importante sobre os exercícios - "Tirando a língua", ou seja, na

"emissão fisiológica"

Ao tirar a língua fora da boca, mantendo-a imóvel mediante dos dedos

cobertos por um lenço, se imobilizam todos os músculos que governam,

assim como os numerosos músculos da laringe e do pescoço.

Só as cordas vocais permanecem livres para produzir o som. É necessário

advertir que todas as notas devem poder ser emitidas assim

"fisiologicamente" (ou seja, em estado rústico e unicamente pela contração

das cordas vocais), pois aquelas que necessitam outros músculos para a dita

"emissão fisiológica" são sons artificiais que, não só fatigam a voz, sendo

que jamais alcançaram a flexibilidade e a pureza dos sons naturais. (Estão

fora desta regra alguns sons sobreagudos das sopranos ligeiras, que se

emitem aproximando o véu do paladar à base da língua, no fundo da boca).

As cordas vocais, por si só, devem fazer um esforço de aproximação que

constituem uma ginástica fortificante; nos agudos se sente como se a língua

puxasse para dentro com todas as suas forças para ajudá-las.

Os exercícios que se fazem "tirando a língua" constituem uma grande ajuda

para a reeducação das vozes cansadas. As vozes que perderam a facilidade

na emissão pelo abuso de artifícios empregados para alcançar notas, as

quais não podiam chegar, devido ao relaxamento e cansaço de suas cordas

vocais.

Estes exercícios são também um remédio eficaz para as vozes que têm

tendência a "cair": é como a afinação das cordas, que se ajustam à posição

requerida para cada nota.

Quando o laringologista quer verificar o estado da voz de uma pessoa, a faz

tirar a língua fora da boca para verificar por meio de seu espelho se as

cordas vocais se juntam bem na emissão do som "e" em toda a extensão da

voz.

Este é o critério para saber se as cordas vocais estão sãs. O emitente

laringologista, Dr. Wicart, de Paris, fundamenta todo seu método vocal

sobre esta emissão fisiológica na sua importante obra: "O Cantor".

Segundo sua opinião, o exercício com a língua para fora basta para

desenvolver e manter a voz dos cantores.

Sem estar totalmente de acordo com ela, devemos reconhecer que a soma

desses exercícios aos outros é sumamente eficaz para a reeducação das

vozes estropiadas e para impedir a contração dos músculos ao impostar a

voz.

Porém cuidado: neste, como no todo, a língua pode ser a melhor ou a pior

das coisas; temos que saber utilizá-la com conhecimento de causa.

5º Exercício - Para Abertura da Boca

Este quinto exercício se realiza sobre "u" introduzindo entre os dentes os

dois dedos, indicador e médio, um em cima do outro. Os dentes não devem

mordê-los e sim tocá-los ligeiramente; os lábios, ao contrário, devem

apertá-los com firmeza.

Deve-se ter a impressão de que o som "u" está colocado sobre os dedos,

bem adiante, perto dos lábios.

Abra mais a boca ao subir, separando os dedos em forma de forquilha. No

agudo deve haver lugar para três dedos... sempre que não sejam

demasiadamente grossos.

O interior da boca deve permanecer sempre completamente aberto, na

posição de bocejo.

6º Exercício - O Bocejo

Adota-se decididamente a posição de um bocejo bem grande com a boca

aberta e levantando o véu do paladar. (Isto provoca um verdadeiro bocejo,

mas temos que reprimi-lo ou evitá-lo).

Não deve haver rigidez nem contração; pense no bocejo de um bebê ou de

um gatinho.

Efetue o seguinte exercício sobre "a" ou "an" francês, atacando as notas por

cima do bocejo, atrás do nariz.

Coloque bem a primeira nota e trate logo de não variar de lugar.

Ascenda cromaticamente até o extremo mais agudo da voz. Este exercício,

devido a total abertura da garganta que provoca, é o que permitirá alcançar

melhor as notas mais altas.

Importante: A coluna de ar ascende à medida que as notas são mais altas,

mediante a elevação do diafragma produzida ao contrair o ventre, elástica e

progressivamente.

Nos sons sobreagudos, este movimento se acentua, a boca se abre ao

máximo, o véu do paladar se levanta cada vez mais, esboçando-se a atitude

do vômito.

7º Exercício - Ressonadores, Articulação, Legato

Este exercício se realiza sobre "ling", "lul" ("u" francesa) e "ble".

Ling: pronuncia um "L" bem firme e logo o "I", tendo a sensação de

colocá-la contra o paladar, mandando-a para frente. Tudo isso sempre em

um ligeiro bocejo.

Sobre a segunda nota diga "ing", passando rapidamente sobre o "I", para

fazer a voz vibrar em "NG", bem perto do nariz.

O intervalo de 3ª que separa as duas notas, exige uma ligeira distensão da

mandíbula.

Não se deve pronunciar "E" entre os dois "ling" (segunda e terceira notas),

e sim, parar sobre a vibração "NG" até a emissão da sílaba seguinte.

Sobre a terceira nota diga "lin" sem demorar-se em "li", e sim, mandando

em seguida, a vibração "NG" até o nariz (ressonadores).

As quatro últimas notas se cantam do mesmo modo, tendo o cuidado de

não deixar baixar a voz nos terceiros descendentes: ao catá-las, deve-se ter

a sensação de subir.

Lul: ("U" francesa), pronuncie como antes, um "L" bem enérgico. O "U"

deve colocar-se bem à flor dos lábios.

Faça vibrar a 2ª nota sobre o "L" final de "ul", mantendo a língua

firmemente apoiada contra o paladar (com a garganta bem aberta).

Esta vibração sobre o "L" é muito pura, porque todo o ar se concentra no

som pelo movimento de língua.

Sobre a terceira anota do exercício cante "lul" passando rapidamente pelo

"U", para fazer vibrar o "L".

Ao descer, siga as mesmas indicações que para "ling". É difícil pronunciar

"ling" e "lul" senão na "tessitura" da própria voz. Quando, ao subir, comece

a sentir alguma dificuldade, troque as sílabas por "ble" dobrando as

consoantes.

Legato: Durante todo o 7º exercício, se tratará de ligar o máximo possível

as notas, sem fazer "portamento", ou seja, sem deslizar a voz de uma nota

para outra, passando por sons intermediários. Temos que cuidar igualmente

da articulação para que não rompa a continuidade do som, o que quebraria

a linha melódica.

8º Exercício - A Grande Escala

A escala grande é, dito pelos grandes cantores, "o exercício mais necessário

para todas as vozes".

Tome bem o ar e bloqueie-no, pois essa escala exige um perfeito controle

do mesmo.

Deve-se cantar sobre "U-I".

Por meio da pronúncia correta de "U", se consegue abrir bem a garganta e o

interior da boca. Imediatamente se passará para o "I" sobre a mesma nota,

tendo a sensação de que está colocada muito mais alta que o "U", como se

fosse sair por entre os olhos.

Mantendo firmemente a nota e o "I" se prepara a subida até a nota seguinte

sobre "U". Essa passagem de uma nota à outra, deverá ser flexível, como o

movimento que fazemos ao caminhar, quando apoiamos primeiramente um

pé e o levantamos logo, com naturalidade.

Quase sempre, no princípio, os alunos não conseguem subir com soltura

mantendo bem aberto o fundo da garganta. Nesse caso, podem pronunciar

"A-U-I" não cortando nem deixando escapar o som.

Como cada nota deve ser mantida durante um bom tempo, acontece quase

sempre de terminar o ar antes da quarta nota.

Para que isso não aconteça, é recomendado que se economize o ar como se

tivessem que cantar uma nota a mais.

Este truque sempre dá bom resultado e a última nota sai tão firme como as

anteriores.

Deve-se terminar sempre decrescendo.

Na descida, como sempre, "temos que subir".

Ao atacar o primeiro "do" imagine ter uma laranja dentro da boca e outra

no funda da garganta, por sobre as quais deve passar o "A-U-I".

Quando a escala desce, o "I" que havia deformado um pouco no agudo,

pelo bocejo, deve tornar-se cada vez mais "I", mais clara, como mordendo-

a.

A Escala Grande deve ser cantada em toda a extensão da voz, subindo cada

vez mais, cromaticamente.

No agudo, se tem a sensação de que a garganta está exageradamente aberta,

para caber melhor o som. quando os sons estão bem colocados as vibrações

são tão fortes no agudo, que não é raro alguns ficarem aturdidos.

A coluna de ar deve suster com firmeza o ar e seguí-lo em sua subida,

elevando o diagrama )do que se consegue contraindo progressivamente o

ventre).

Há outro modo de suster o som com o ar nas subidas fortes que é, ao

contrário, empurrando todos os músculos para baixo. Este recurso dá muito

resultado, principalmente para os homens e nos têm voz grave, em geral.

Assim sempre se consegue grande firmeza e potência, mas não tanta

flexibilidade nem altura de voz como a primeira maneira.

A primeira é adotada pelo método italiano, ao passo que a última se presta

muito ao canto wagneriano.

9º e 10º Exercícios - soltura da Mandíbula Inferior

Diga "da...a", "da...a", três vezes sobre a mesma nota, abaixando

energicamente o queixo ao dizer "da" e subindo no "e".

A língua, depois de haver encostado no paladar para pronunciar o "d", volta

rapidamente à sua posição inicial e se tem a sensação de que é ela quem

empurra a mandíbula para baixo.

Colocando os dedos na frente das orelhas, pode-se seguir o movimento de

abertura das juntas da mandíbula.

Repita o mesmo sobre: "za", "za", "za", "za", "za".

Abra bem a boca, nas segundas, terceiras e quartas notas que são agudas.

A última, grave, deve colocar-se no alto, próxima a sua oitava superior.

11º Exercício - Concentração do Ar no Som

Se realiza sobre "DDU" ("U" francesa).

Duplique o "D", para poder enviar o "U" bem adiante, entre os lábios.

quando a vogal está colocada bem adiante, o som ressoa na parte anterior

da boca.

Pode-se imaginar que canta em um globinho colocado ente os lábios, na

frente dos dentes. Sobretudo não sopre ao cantar o "U": levante uma parede

imaginária na frente do seu ar, ou que precisa reter um cavalo muito veloz

com as rédeas.

Todo o ar deve converter-se em som.

Isto pode se controlar por meio de uma vela acesa: coloque-a diante da

boca, a dez centímetros de distância, no máximo. Sua chama não deve

oscilar enquanto você canta.

Se o exercício está bem feito, todo ar fica no som para enriquecê-lo.

Este exercício deve ser feito subindo cromaticamente na extensão da

tessitura.

Quando se chega ao alto médio, o globinho se desloca para o centro da

boca.

12º Exercício - Condução dos Sons Graves aos Ressonadores

Temos dito que por mais graves que sejam os sons, devem recorrer sempre

aos ressonadores faciais para serem enriquecidos com seus hormônios e

assegurar a homogeneidade da voz.

Por meio deste exercício, se encontrarão muito facilmente os ressonadores

faciais nos sons graves. Se comprovará, ademais que não é necessário

buscar as ressonâncias do peito nas partes graves: elas surgem por si,

deverá se ter o cuidado de não apoiá-las ali, pois os sons graves têm seu

ponto de apoio no mesmo lugar que os outros sons.

Aspire fortemente o "H".

Passe rapidamente pelas vogais, para fazer vibrar a nota no duplo "N", com

a língua apoiada firmemente contra o paladar.

Se o exercício está bem realizado, é impossível não encontrar as

ressonâncias faciais, ainda que para as notas mais graves da voz.

13º Exercício - Preparação para os "Pianos"

Começa-se por pronunciar o "I" bem na frente, justamente atrás dos

incisivos superiores, um "I" penetrante, com a boca aberta ao máximo e

como querendo morder o som.

Depois, trata-se de chegar à vogal "U" francesa, fazendo dela um som

pleno, puro, etéreo, suave, estável e tão tranqüilo como se pudesse ser

mantido quase indefinidamente.

Para conseguir "I", entre o primeiro "I" e "U", o interior da boca se estira

para cima; os lábios se adianta para pronunciar o "U", e se tem a impressão

que ela dá uma volta até o fundo da boca, indo ressoar no alto por detrás

dos olhos, com uma pureza surpreendente: é um som de flauta em uma

catedral; sua calma e sua firmeza se mantém por um fio de ar.

Realizando bem este exercício, chega-se a adquirir a ciência dos "pianos"

mais tênues, mais puros e mais estáveis. Poder-se-á sustentar as notas

indefinidamente, chegando inclusive a esquecer que se canta.

É por meio deste exercício, e partido deste "pianíssimo" que se deve iniciar

o estudo dos sons "filados". Aumenta-se lenta e progressivamente a

intensidade deste som admiravelmente colocado. Como sempre, no som

mantido, deve-se continuar apontando-o para o alto e repetindo-se

mentalmente a vogal.

Estando esse som muito bem colocado, o ar não escapa e poder-se-á

conservá-lo facilmente para o "diminuindo" que deverá ser também lento e

progressivamente.

Isto tudo será mais fácil exemplificando e explicando oralmente.

14º Exercício - Sons Picados

Um som picado é um som atacado como qualquer outro, ou seja,

nitidamente.

O que faz dele um som "picado" é a grande rapidez que o cortamos, como

se o queimássemos.

Sobretudo, este corte deve ser muito nítido, e o ar não deve transbordar

nem durante sua realização, nem depois da mesma.

Os sons picados podem ser comparados às bolas lançadas por uma raquete

contra o tabique (imaginário) colocado atrás do nariz que seria como um

muro contra o qual se exercitam os tenistas.

15º Exercício - Os Intervalos

Os intervalos deverão ser trabalhados primeiramente do agudo ao grave e,

logo depois, do grave ao agudo. Tomemos, por exemplo, a quinta. para

uma voz não trabalhada, poderia parecer difícil executar sem mudar o luar

de colocação da voz e... cuidado com os registros. Mas pode-se vencer esta

dificuldade começando pela nota mais alta e trazendo bem perto dela a nota

grave, tendo a impressão de que se canta uma mais alta que a anterior e,

deste modo, não se alterará a homogeneidade vocal.

Uma vez colocada bem alto a nota grave, cante imediatamente a quinta

ascendente.

Deve-se trabalhar no mesmo modo todos os intervalos até chegar a se

acostumar a tornar sempre a nota grave ao lado da aguda cada vez que se

canta um intervalo relativamente grande.

16º Exercício - Escalas Descendentes e Oitavas

Se realiza sobre o "E" com a boca meio aberta (dois dedos de altura). Fixe

bem o "do". Mantenha-o firmemente em seu lugar, cuidando que tudo

permaneça imóvel no interior da boca (condições essencial nos sons

mantidos).

Nesta posição bucal, "suba" a escala descendente, fazendo todas as notas

chegarem ao mesmo lugar de ressonância: é como se as notas fossem, nessa

subida, à procura do "do".

Só para as últimas notas graves, a boca poderá voltar a fechar-se

imperceptivelmente, enquanto a voz, e o "E" se aclaram.

Deste modo, no "do" grave, permanecerá muito perto do primeiro e se pode

voltar a cantar a oitava, sem nenhuma dificuldade, com a maior

homogeneidade, baixando ligeiramente o queixo.

Este exercício deve ser praticado em toda a extensão da voz. À medida que

se sobe, deverá abrir-se cada vez mais a boca e a garganta para atacar a

primeira nota.

Nas escalas descendentes deve-se acentuar ligeiramente a segunda nota,

cuja precisão assegura a das notas seguintes.

17º Exercício - O Trinado

O trinado é o único exercício vocal que se efetua realmente na garganta,

por meio de uma sacudida mecânica da laringe. Isto se pode comprovar,

apoiando os dedos contra o pescoço, na altura da Maçã de Adão (ou seja, a

laringe).

Começamos a trabalhar o trinado sobre a terça. Depois sobre a segunda

(trinado propriamente dito).

A fusa provoca uma sacudida da laringe. Esta sacudida, ao repetir-se, se

transforma em uma oscilação regular que não é outra coisa senão o trinado.

Certas vozes podem cantar o trinado com muita facilidade, enquanto outras

devem exercitar muito antes de poder fazê-lo.

Os italianos antigos exercitam o trinado repetindo muito rapidamente a

mesma nota sobre a letra "I

Antes de usar a voz, é necessário aquecê-la.

A voz nada mais é que o resultado de um trabalho sincronizado de

músculos; o aquecimento destes músculos, aumentam a irrigação

sangüínea, tornando-os flexíveis e menos suscetíveis a lesões. Assim você

prepara a voz para uma utilização mais intensa, sem se machucar.

Depois de usá-la, é importante desaquecê-la.

Desaquecer a voz, nada mais é que trazê-la novamente à forma muscular

utilizada na FALA. Se não fizermos isso depois de cantar, continuaremos

utilizando uma forma muscular do canto, mesmo que só falando e isso

causa um desgaste da voz; a voz fica "descolocada".

Para o desaquecimento, é indicado:

#1. Vibração de lábio em duração, emitindo o som "Brrrrrrrrrrrrrrrrrr...",

pouco volume, pouca projeção e em uma afinação bem grave (som basal);

#2. Vibração de língua em duração, emitindo o som "Trrrrrrrrrrrrrrrrrr...",

tbm com pouco volume, pouca projeção e em som basal;

Obs: não precisa exagerar na duração, não precisa chegar no limite do seu

fôlego!!!!

#3. Bocejo e beba água em temperatura ambiente: o movimento da

deglutição(engolir) e do bocejo, relaxam a musculatura da Laringe;

#4. Mantenha a voz em repouso por uns 20 minutos sem falar.

Pronto! A voz estará desaquecida!

DICAS PARA CUIDAR DA VOZ PARTE 01

Kelen Franco

Nunca fique exposto(a) ao vento, sol excessivo ou tome bebidas geladas e

sorvetes no dia em que você for trabalhar;

Pegar sol com moderação é fundamental para quem trabalha com a voz: ele

protege de algumas alergias respiratórias;

Faça um aquecimento vocal 20 minutos antes de cantar;

Depois do trabalho, sua garganta estará aquecida. Cuidado, então, com

correntes de ar, ar condicionado, ventiladores e friagem;

Se você trabalha em ambiente com ar condicionado, poeira ou fumaça de

cigarro, beba muita água, em temperatura ambiente, durante a função;

Para uma voz firme a afinada, é necessário dormir pelo menos 8 horas por

noite;

Se você é daqueles(as) que falam aos berros, mude de estilo. O uso

inadequado da voz pode trazer problemas sérios como, por exemplo,

nódulos nas cordas vocais;

Rouquidão freqüente é um péssimo sinal. Pode significar, entre outras

coisas, esforço excessivo das cordas vocais. Procure um médico;

Nunca tome própolis pura ou misturada com água. Se você quiser ingerir

este alimento, dilua algumas gotas em uma colher generosa de mel. E

cuidado com sprays "milagrosos" que são jogados diretamente na garganta;

Comer maçã com casca é excelente para limpar a garganta;

A respiração é fundamental para quem usa a voz. Imagine que você é

um violino e suas cordas vocais são as cordas desse violino. O ar que você

respira será o arco usado pelo violino para tirar os sons das cordas. Em

outras palavras: sem ar, não há som; Clique para saber mais:

http://www.kelenfrancocanto.blogger.com.br/respiracao.htm

Exercite-se regularmente, fazendo exercícios aeróbicos (que trabalham a

respiração) como, por exemplo: caminhada, ciclismo, dança e natação;

Movimentamos vários músculos para cantar e falar. Por essa razão, prefira

sempre os exercícios aeróbicos moderados seguidos de um bom

alongamento. Exercícios pesados tornam a musculatura do corpo muito

tensa e acabam comprometendo a performance

Quando estamos nervosos ou tensos, nossa respiração fica alterada e,

conseqüentemente, a voz. Para que isso não aconteça, faça muito

relaxamento e trabalhe o auto-controle emocional; Clique para saber mais:

http://www.kelenfrancocanto.blogger.com.br/respiracao.htm

Um(a) profissional da voz não utiliza apenas os aparelhos fonador e

respiratório para cantar ou falar. Uma boa interpretação necessita de

técnica, sentimento e expressão corporal;

Nada melhor do que uma boa técnica vocal para tirar partido do talento

que Deus lhe deu. O limite de um profissional com talento e sem técnica é

muito pequeno. Estude muito a fim de desenvolver ao máximo o seu

instrumento e, principalmente, conhecer a sua extensão vocal.

Faça o melhor para Deus, afina, Ele merece... e muuuuito!!!!

Visite um otorrinolaringologista regularmente a fim de prevenir futuros

problemas com a voz. O seu instrumento não pode ser trocado, vendido ou

comprado como um teclado ou um violão. Ele é único, e lembre-se: se você

tratar a sua garganta com carinho, ela poderá lhe dar grandes alegrias.

DICAS PARA CANTORES PARTE 01

Kelen Franco

Cantar com uma caneta entre os dentes pode melhorar a dicção.

Abra a boca para cantar. Isso pode melhorar sua afinação.

A última nota de uma frase musical pode finalizar uma canção ou destruir a

conclusão dela.

Ouça de tudo e retenha o que é bom. Alguém sempre terá algo a ensinar

pra você.

Se você quer ser um ótimo artista, prestigie as artes que não seja do seu

mundo particular.

Veja obras de pintores, escultores; veja ballet, teatro, leia um livro, seja

atento para a natureza, etc.

Se você tem problemas com as notas graves, encurte a nota e suavize a voz.

Cuidado na hora de escolher a tonalidade da música. Apresentação é uma

coisa e ensaio é outra. Na apresentação nossa adrenalina colabora para que

nossa voz soe mais aguda.

O nervosismo reflete em cansaço físico na voz. Nós parecemos ofegantes

sem estarmos cansados fisicamente.

Demonstre sempre leveza no palco, como se fosse uma pena flutuando.

Não deixe a responsabilidade de cantar ser um peso.

Não se empolgue cantando ao vivo porque sua afinação pode subir.

As notas graves necessitam de menos pressão, porém são mais difíceis de

afinar, pois devermos ter mais domínio do controle de saída do ar.

DICAS PARA CANTORES

PARTE 02

Kelen Franco

Os agudos sempre saem melhores numa apresentação do que os graves,

pois há uma preocupação maior com as notas agudas. Porém, a

preocupação tem que ser igual para todas as notas.

Dormir bem é ótimo remédio para a voz. Alguns necessitam de

quantidade. Mas, o que importa é a qualidade do sono sem interrupções.

Toda pessoa que não estuda, estagnada está.

Você tem que fazer todos os exercícios de canto que existem, mas deve

saber aplica-los nas músicas que canta freqüentemente.

Estude os exercícios que você tem mais dificuldade do que os que já

domina.

Descubra sempre coisas novas dentro da mesma música.

O trabalho em grupo rende mais porque tem sempre alguém que pode te

ajudar e você sempre pode ajudar alguém. Por isso, peça ajuda.

Tente colocar e tirar os vibratos na música. Não seja escravo dele.

Toda nota que você der pode vir a seu favor ou contra. Toda nota é

especial: nota de passagem, grava ou aguda. Toda nota é música! Por isso,

valorize todas elas de maneiras diferentes.

Ter criatividade, controle e equilíbrio é saber dar uma nota aguda e suave

ou “mandar ver” se for necessário.

O UNIVERSO PARALELO DO CANTOR

(MICROFONES) por Kelen Franco

Todo cantor precisa saber dos acessórios básicos. Aqui estão algumas

dicas pra você:

Microfones

Existem 2 tipos de microfones: unidirecionais ou direcionais e

onidirecionais. Para o cantor é melhor usar um microfone que seja

direcional para evitar a entrada de outro tipo de som que não a sua voz.

Facilitando assim a regulagem do seu microfone na mesa de som.

Polaridade: é a característica dos microfones captarem sons em diversas

direções.

Microfone Onidirecional O microfone onidirecional capta o som

igualmente em quase todas as direções. Ele trabalha bem num raio de 360

graus independente da direção em que o microfone estiver apontado.

Unidirecional (ou Direcional) O microfone unidirecional é projetado

especialmente para captar melhor o som da sua frente.

“Quanto mais furinhos o microfone tem na lateral, mais direcional ele é”.

Marcas

Shure Beta 58

Sennheiser

AKG

Newmann U 87 A

Groove Tube

Audio Technica

Qual a função do Cantor?

A função básica do Cantor, por incrível que pareça, é cantar. O cantor em

que se livrar das coisas que o impeçam de cantar e de utilizar seu

instrumento. Ex: traumas vocais, falta de estudo, hábitos errados.

Como cuidar bem da sua saúde vocal:

- Não fumar, evitar bebidas alcoólicas.

- Não fazer uso de spray ou pastilhas

- Evitar gelado

- Evitar o ar condicionado, pois provoca o ressecamento das mucosas,

alterando a vibração das pregas vocais. Se não for possível evitar o ar

condicionado, procure sempre beber água, durante todo o tempo que estiver

exposto a ele.

- Não pigarrear

- Manter a cabeça reta no ato da fonação (para livre

passagem do ar)

- Articular bem as palavras

- Não competir com ruídos externos

- Fazer repouso vocal antes de uma exposição

prolongada

- Ingerir muito líquido para hidratar as pregas vocais

Cuidar da saúde vocal é evitar problemas que o impeçam de exercer,

mesmo que temporariamente, sua função de cantor.

Autoconfiança se adquire com estudo.

O mais importante não é onde nos encontramos, mas para onde

caminhamos.

SEJA OTIMISTA

1. 1.Tenha uma visão mais positiva da sua voz. Seja otimista consigo mesmo.

Se você não for apaixonado por sua voz, é hora de começar... Faça uma

forcinha. Vale a pena. Você tem que ser a primeira pessoa a gostar de sua

voz. Treine, faça exercícios, cante... Mas, faça tudo valer a pena.

2. 2.Seja feliz. A nossa voz reflete quando estamos mal. Às vezes temos

adversidades, mas cante, feche os olhos e cante. Você irá se sentir bem

melhor. Se você aspira a uma vida feliz e trabalha para isso, evitando

inseguranças, ansiedades e preocupações; acredite, isso é o melhor para a

sua voz. Cantar não é um sonho nem uma fantasia, é dádiva. Muitas

pessoas vivem sofrendo por sua voz e, se outros puderam aprender a

cantar, você também pode.

É você quem escolhe a voz que quer Ter. Comece a descobri-la.

PRATIQUE PARA DESCOBRIR SEU POTENCIAL

1. 1.Comece a estudar, dedicando-se algum tempo para aprender estratégias

aplicáveis em sua voz para melhorar seu timbre, dicção, postura,

respiração, etc. Mesmo que o tempo seja pouco, faça com que ele seja

regular. Se você se dispôs a estudar 15min por dia, ótimo. Não comece

estipulando um tempo muito longo a ponto de não conseguir cumpri-lo e se

frustrar.

2. 2. Escolha um repertório de que gosta de ouvir. A forma como você canta,

cada uma das músicas, é sempre uma escolha sua. Fazer da sua voz e da

sua vida uma dádiva é uma escolha que depende de você e de seu esforço.

PROGRAME-SE

Ouça seus cantores preferidos e cante com eles. Talvez o processo

imitativo pode te ajudar, mas tome sempre o cuidado de não forçar a

garganta. E se estiver doendo, pare. Desenvolva técnicas para associar com

as músicas que escolheu;

Treine suas expressões faciais e corporais. Cante no espelho, faça

algumas caretas, seja o mais desenvolto possível. Cantar tem que ser

totalmente uma forma de expressão;

Lembre-se que a autoconfiança é um progresso mental. Aos poucos,

quanto mais conhecer sua voz e saber do seu potencial, mais autoconfiança

você terá. Mas, exige esforço e um controle mental. Não tenha medos.

Abra a boca. Mesmo que estranhe no começo sua própria voz cantada. Isso

é um processo. E todos os cantores também passaram por isso um dia.

Se quiser cantar pra alguém e não quiser passar vergonha, estude antes a

música. Escreva a letra, rabisque as notinhas, anote as entradas e saídas.

Quanto mais você estuda, menos medo tem de cantar determinada música.

Então, pra quem não quer ter medo, o estudo pode ser uma forma ótima de

apoio.

Se estiver doendo, pare. Mesmo que esteja lindo de se ouvir. E você

esteja curtindo ao máximo. É melhor parar... Você pode estar machucando

a voz. E nós não queremos isso, ok?

Não adianta colocar a culpa nas dificuldades, nos professores, na técnica ou

em quem quer que seja. Você precisa se conscientizar que uma voz bem

trabalhada exige esforço. Esforce-se para obter a voz que você sonha:

estude

O cantor que comunica

Através da fala, expressamos nossos pensamentos, idéias e opiniões.

Desde o início da vida, a voz torna-se um dos meios de interação mais

poderosos do indivíduo e se constitui no modo básico de comunicação

entre as pessoas.

A comunicação envolve expressão corporal, facial, gestos, fala e voz. A

voz porém é responsável por uma porcentagem muito grande das

informações contidas em uma mensagem que estamos transmitindo e

revela muita coisa sobre nós mesmos.

Articulação e dicção

A articulação dos sons da fala são feitos na cavidade oral, através dos

movimentos de língua, lábios, mandíbula e palato, e o som é projetado para

fora. Estes movimentos devem ser precisos para que os sons produzidos

sejam claros e inteligíveis.

É fundamental que haja harmonia entre a respiração e a articulação, para

que a colocação da voz seja feita com naturalidade.

A dicção é muito importante na fala. Se você não consegue se fazer

entender por outra pessoa, sua comunicação está falhando.

“A comunicação não é o que você diz, mas o que a outra pessoa

entende”

A fala vem antes do canto. Se você não tem uma boa articulação das

palavras e uma boa dicção das sílabas ao falar, no canto você pode

encontrar problemas até de afinação.

Se cantarmos com a dicção de forma exagerada, podemos perceber que

enfatizamos todas as sílabas. Se isso acontecer no canto, vamos detalhar

melhor a melodia, destacando a afinação. Não podemos esconder nossa voz

com uma dicção defeituosa. Devemos trabalhar cada área da fala antes de

cantar. (veja dicas para cantores)

- As diferenças entre as consoantes têm que ser evidente.

- Fale devagar cada sílaba e veja a diferença da boca e da língua.

Se você ouvir o mesmo som, estude mais.

Pompom e bombom. (Pê e Be) – lábio

Faca e Vaca (Fá e Vá) – lábio e dente

Carimbo e garimpo (Gua e Ca) – língua

Data e nata (Dê e Te) - língua

As sílabas devem ser limpas:

Pro – ble – ma (Pro e Ble)

Tra – ba – lho (Lho)

Á – gua (Gua)

Lá – pis (Lá)

Aço (Ço)

As vogais também devem ser diferenciadas e exageradas no estudo:

A (abrindo ao máximo a boca)

U (fazendo bico de beijo)

Ê (sorrindo)

É (abrindo um pouco mais que o Ê)

Ô (boca na vertical)

I (dentes paralelos)

Exercício.: Coloque uma caneta entre os dentes e fale articulando bem as

palavras e se fazendo entender fluentemente.

O cantor na oficina mecânica

Por Suely Mesquita

Levei meu carro no mecânico, tava bebendo muita gasolina.

Levantou o capô do carro e disse:

- liga aí.

Liguei.

- ah, claro, ouve só, ele tá fazendo VRRROOOMM, ouviu?

Não ouvi coisa nenhuma e dei um sorrisinho amarelo.

- agora você vai ver a diferença.

Meteu meio corpo pra dentro do monte de ferros e gritou meio abafado:

- liga aí!

Liguei.

- pronto, é só isso, vou mexer na posfdsiodfalk e apertar o dfoaijdj e ele vai

ficar assim, fazendo VRRRUUMMMM, sacou?

Não saquei.

Mas o cara era um didata! Não se conformou.

- como não sacou? Ele tava fazendo VRRROOOMM, agora tá fazendo

VRRRUUMMMM, você não ouve diferença???

- não ouço nada, pra mim é tudo igual. Quero saber é se vai parar de beber

toda essa gasolina.

- Claro que vai! Não, ouve só, péra aí.

Voltou pro capô, mexeu, mandou ligar, mostrou o VRRROOOMM,

mexeu, mandou ligar, mostrou o VRRRUUMMMM. Voltou vitorioso, com

um sorriso triunfante:

- viu?

Não vi nada. Mas disse ah, é, agora sim. E fui embora.

Assim como eu fazem alguns cantores que chegam pra ter aula de técnica

vocal. O cara ou a mina faz VRRROOOMM, eu falo, solta a mandíbula. Aí

ele faz VRRRUUMMMM e eu digo: há há! Triunfante e vitoriosa, olha lá

a total diferença. O cantor me olha como se eu fosse transparente. É melhor

não insistir muito de uma vez, ou ele diz que sim, que ouviu, claro, pois

não, cadê meu boné? Tenho que me conformar um pouco, por um tempo.

Não se abre à força o ouvido de ninguém pra que aprenda a discriminar e

distinguir timbres. E se eu posso sair da oficina e esquecer o assunto,

porque diabos o pobre cantor tem que ficar ali tentando distinguir

VRRRUUMMMM de VRRROOOMM?

Seguinte, meu chapa: seu corpo não é um carro e você não é um motorista

de fim de semana. Não dá pra ir na esquina comprar peça de reposição.

Uma aula de canto não é um lugar onde você fica passivo enquanto eu

troco uma peça e digo prontinho, pode sair sem entender nada e seja feliz.

Isso sem falar que na qualidade do seu VRRROOOMM tem muito mais

coisa em jogo do que na voz do motor do meu carro. Se você não ouve a

diferença, a platéia ouve, pode estar certo. Mesmo que não saiba dizer

porque tal cantor é irado e tal outro... tal outro, é... pode crer... valeu... pinta

lá.

Posso dizer até que, enquanto você não ouve certas diferenças, a aula nem

começou. Estamos no aleatório, você canta daí, eu falo daqui e ninguém se

entende. Então paciência, lindinho ou lindinha. Se você não escuta a

diferença entre VRRROOOMM e VRRRUUMMMM, escute novamente. E

novamente, e novamente, e novamente. Um belo dia, quando você estiver

simplesmente escutando e já tiver desistido de tentar discriminar, plum.

Salta aos seus ouvidos a tal diferença e você fica entre "Uau! Eureka!" e

"puxa, mas era só isso?". E vamos assim, de nada em nada, de detalhe em

detalhe, de ínfimo em mínimo, construindo uma coisa inteiramente nova

que será uma voz mais versátil, livre, saudável, expressiva, para você

brincar à vontade com ela. Tipo um upgrade.

Técnicas experimentais e cantores autodidatas

Suely Mesquita

Pesquisa ou inconseqüência? O que é pesquisa?

Sejamos realistas: todos os saberes que existem hoje em dia, poderosos,

sistematizados, representantes da "verdade" e da autoridade, devem-se à

audácia, iniciativa e infinitos erros dos pesquisadores e autodidatas. Isso se

verifica na história da medicina, da física, da antropologia e das demais

ciências e também na história da arte, tanto em relação aos processos

criativos como aos procedimentos técnicos.

Quanto aos processos criativos, os métodos de pesquisa artísticos são

diferentes dos científicos pois, enquanto a ciência se preocupa em

estabelecer verdades da maneira mais inquestionável possível, a arte admite

melhor a pluralidade, a controvérsia, já que a verdade estética não precisa e

não deve ser inquestionável. No entanto, existem métodos de pesquisa em

arte. Tais métodos existem porque também na arte existem perigos: o

perigo de que o artista se disperse e não chegue a conclusão nenhuma, a

nenhuma produção; o perigo de chegar a conclusões fantasiosas,

irrealizáveis no plano físico e/ou no contexto histórico, cultural e sócio-

econômico; e, sobretudo, o perigo físico que certos experimentos podem

acarretar, cujos danos se evidenciam às vezes a tão longo prazo que só são

detectados quando já irreversíveis. Assim como há cientistas que morreram

de câncer, causado por anos em contato experimental com substâncias

radioativas pouco conhecidas, pintores apresentaram sérios problemas

pulmonares em decorrência da inalação de substâncias tóxicas contidas em

uma nova cor; bailarinos tiveram problemas ósseos em função de pesquisas

de movimento; e cantores prejudicaram para sempre suas vozes, também

por engano ou ignorância. Não vamos menosprezar os fatos: PESQUISAR

É PERIGOSO. VIVER É PERIGOSO. No que tange a aspectos técnicos, é

frequente a associação entre artistas, cientistas e outros estudiosos para a

pesquisa. No caso específico do canto, a experimentação tem se

referenciado, por exemplo, na fisiologia, antropologia, acústica, eletrônica,

psicologia, história, técnicas corporais etc., dependendo do objetivo do

trabalho.

Técnica e estética

É a escolha estética que exige a sistematização de uma técnica, e não o

contrário. Se quero cantar bossa-nova, terei como objetivo aprender coisas

diferentes de quem quer cantar rock ou ópera. Isso inclui estilos e também

técnicas de emissão vocal diferenciadas. Na minha prática profissional

como cantora e professora de técnica, venho lidando principalmente com:

* um repertório pop/popular, que usa desde emissões vocais mais pesadas,

com mais pressão (rock, funk, disco, samba e outros), às mais leves

(baladas, jazz, seresta, reggae etc.)

* uso da voz alterada por aparelhos eletroacústicos e eletrônicos,

comumente usados em shows e gravações (microfones e sistemas de som,

efeitos como reverbs e delays, vocoder, voz sampleada).

* os desejos do cantor, muito variados, de uma sonoridade vocal diferente

da do canto erudito e muitas vezes suja, agressiva, coloquial, distanciada da

pureza e da limpeza do som.

* a língua falada no Brasil (embora eu vá levar em consideração o fato de

que nós, brasileiros, cantamos freqüentemente em outras línguas,

principalmente em inglês.)

As técnicas eruditas, com suas sonoridades próprias, se aplicadas a esse

contexto sem nenhuma adaptação ou acréscimo, não servem. Produzem

sons e fraseados que não conseguem se adequar a essa realidade estética.

Por isso, há várias décadas, desde que o canto chamado popular se

profissionalizou e passou a ser socialmente valorizado, muitos cantores,

alunos e professores vêm se dedicando a tentativas de sistematização de um

novo saber sobre a voz. Formamos grupos de estudo sobre o tema.

Trocamos experiências. Procuramos em outros saberes, sobre o corpo e o

som, apoio para nossas pesquisas. Cada vez é maior o número de cantores

resolvidos a estudar e fazer exercícios vocais sem abrir mão do repertório e

da sonoridade que escolheram e da amplificação elétrica.

referenciais

Apesar das diferenças, todos os cantores eruditos e populares têm algo em

comum: o corpo humano. É do corpo que sai o som e a procura do

desempenho vocal mais adequado e anatômico tem feito com que técnicas

diferentes acabem coincidindo em vários pontos. Isso possibilita, por

exemplo, que cantores que usam microfone estudem técnicas eruditas,

feitas especialmente para o canto acústico, com bastante proveito. Minhas

pesquisas sobre técnica vocal para o canto popular têm se apoiado, nos

últimos anos, em três tipos de saber em fase mais adiantada de

sistematização: escolas de canto erudito, técnicas corporais de consciência

do movimento e o saber médico e paramédico sobre a fisiologia da voz

(laringologia e fonoaudiologia). Sinto necessidade destes apoios para evitar

ou minimizar os riscos que uma experimentação autônoma e puramente

intuitiva acarretaria. Desejo preservar a saúde e a integridade física da

minha própria voz. Estas três áreas do conhecimento me fornecem

informações complementares.

Desejo estético X integridade vocal

(estilos musicais e esforços correspondentes)

Há um tipo de emissão muito usada pelos cantores populares quando

querem punch, quando procuram pressão no som. E não só pressão, pura e

simplesmente, mas um tipo de pressão que transmite força física,

agressividade ou até um certo esforço. Sonoramente, isso corresponde a

uma voz que pode soar forte e rasgada (Elis Regina, Fagner, Elba

Ramalho), ou "suja", rouca, não purificada (Janis Joplin, Elza Soares,

Cássia Eller). Fisiologicamente, o efeito é obtido por meio de movimentos

internos que fazem aumentar a pressão da coluna de ar sobre as pregas ou

cordas vocais. De um ponto de vista estritamente anatômico, cantar dessa

forma é contra-indicado, pois submete as pregas vocais a um atrito

desgastante. Mas o som assim produzido é parte fundamental da estética de

certos gêneros pesados, como rock, blues, samba e outros. Além disso, a

fala brasileira, com suas vogais abertas, condiciona culturalmente o que nos

parece uma forma "natural" de cantar. É decisão particular de cada cantor

estabelecer uma dose para esse esforço físico, sabendo desde o início que

certas sonoridades ficarão rigorosamente proibidas se ele se impuser o

limite de nunca forçar sua voz, nem mesmo um pouco, nem mesmo por

alguns instantes dentro de um show. Se o resultado sonoro for mais

importante do que a preservação vocal, é melhor saber os momentos em

que se está fora do gesto anatômico. Não adianta fingir que não está

acontecendo nada e fugir da consciência, para depois ir parar num médico

ou fonoaudiólogo, sem voz no dia do show, esperando uma solução

instantânea e milagrosa. Aí começa uma discussão muito mais ampla, que é

a da relação que vamos estabelecer na vida com nosso corpo físico. Quando

fumamos, bebemos, arriscamos a vida em esportes perigosos, optamos por

jornadas de trabalho insanas, ficamos sem dormir e comendo mal, muitas

vezes achamos que está valendo a pena, que o que vamos conseguir com

essas atitudes, em termos de prazer ou resultado, vale o comprometimento

do corpo. E podemos perder a medida e cair no chão no meio da jornada.

Cada um tem que aprender a se conhecer e decidir até onde deve ir na auto-

exigência.

Se já decidi que quero produzir exatamente aquele som,

independentemente das conseqüências, de que vai adiantar ficar pensando

no esforço que estou fazendo ou no que isso pode custar? Simples: com

consciência, vou poder tomar cuidados básicos para minimizar possíveis

danos. Não é preciso pensar que é tudo ou nada, ou levo uma vida junkie e

não tomo nenhum cuidado, ou adoto uma prática monástica e regrada, sem

nunca sair da autodisciplina. Viver pode gastar, mas não precisa destruir.

Como cuidados básicos, quase truques de proteção, posso sugerir:

* Não cantar a maior parte de um show com emissão de esforço, anti-

anatômica.

* Dar bastante atenção à escolha da tonalidade de cada música.

* Atribuir caráter interpretativo à emissão tensa, de forma a não precisar

que ocorra na música inteira mas apenas em algum momento especial. Ou

seja, tentar substituir ao máximo o som meio no grito por um outro que

também tenha pressão e punch sem tanta sobrecarga. Dependendo da

região em que se está cantando, o resultado será ótimo. Em certas notas, só

gritando e arranhando mesmo, ou abrindo mão daquele efeito.

* Preservar-se nos ensaios, sobretudo se os outros instrumentos têm muita

potência sonora: não repetir várias vezes seguidas a mesma música ou o

mesmo trecho, evitar cantar de forma mecânica em ensaios de base, insistir

para ensaiar com o melhor retorno possível, evitar cigarros acesos e mofo

no local, não começar o ensaio com a voz fria ou com músicas que exijam

mais esforço (muito agudas, muito gritadas ou que façam você sentir

qualquer tipo de desconforto vocal).

* Procurar evitar o efeito cumulativo do esforço. Um pequeno esforço

repetido ao longo do tempo é como uma unha passando na pele. A primeira

vez não fere, mas depois de horas pode fazer um buraco.

* APRENDER A SENTIR SEU LIMITE FÍSICO PRECOCEMENTE,

BEM ANTES DE FICAR ROUCO, PARA O QUE É NECESSÁRIO

CONHECER E RESPEITAR AS CARACTERÍSTICAS NATURAIS DE

SUA PRÓPRIA VOZ.

O cantor como dono da voz

Cada um de nós tem em si o germe buliçoso da curiosidade e ele impele à

pesquisa. Cada um de nós quer tentar sozinho alguma coisa que sentimos

que só nós enxergamos ou compreendemos. Que bom. Mas isso não precisa

virar inconseqüência. E o primeiro passo é aprender dos erros dos outros,

ou seja, evitar pesquisar sozinho, sem apoio. Por exemplo: se já sei que,

antes de mim, um cientista morreu por se expor sem proteção à

radioatividade, não vou começar a mexer com isso sem antes me informar a

respeito. Isso não seria pesquisa, mas burrice. Ou preguiça, porque pra

saber o que outros fizeram vou ter que ir atrás dessa informação, vou ter

que ESTUDAR o que foi feito, tanto de certo quanto de errado, para poder

me arriscar só onde for realmente necessário. Outra coisa importante: se

quero pesquisar por mim mesma é melhor me dedicar a alguma coisa

inexplorada. Não vou ficar igual a uma boba tentando inventar a pólvora. A

pólvora já foi inventada e, se eu não sabia disso, a falha é minha. Ou seja:

O ESTUDO DO QUE JÁ EXISTE E A PESQUISA SÃO ATIVIDADES

INSEPARÁVEIS, UM GERA O OUTRO O TEMPO TODO.

Antes de dizer que não sabe como conseguir a informação, tente, pergunte,

não desista muito fácil. Só se deve pesquisar sem apoio quando isso é

absolutamente necessário, ou porque não existe mesmo o que se está

procurando ou porque não conseguimos de jeito nenhum, por questões

práticas, ter acesso ao que existe. Sabendo que, neste segundo caso,

estamos fazendo uma pesquisa cujo valor é unicamente pessoal, estamos

tentando descobrir a pólvora outra vez, por limitação nossa ou de nossas

condições. Paciência. Seria muito melhor ter de bandeja as conclusões de

outros, que talvez possam nos cortar caminho. Em contrapartida, quando

estamos sendo orientados por alguém mais adiantado, mesmo confiando

nesta pessoa e nos entregando a ela, não deixamos de existir como

indivíduos, não deixamos de pensar, não deixamos de ter idéias próprias e

discordar do nosso mestre. Às vezes a discordância vem da ignorância e,

passos adiante no aprendizado, vamos dar o braço a torcer. Às vezes vem

de uma diferença legítima e chega o momento em que nos sentiremos

impelidos a correr o perigo da pesquisa, indo por lugares que nosso mestre

não mandou ou mesmo proibiu. Colaboração e respeito mútuos entre

professor e aluno podem tornar o trabalho enriquecedor para ambos.

glossário:

acústica: parte da física que estuda o som e sua propagação. Diz-se

também da música que não utiliza aparelhos de amplificação para ser

ouvida e depende apenas da habilidade do cantor e dos outros músicos e do

eco natural da sala.

antropologia: ciência que estuda os diferentes povos e culturas.

canto erudito: forma acadêmica de cantar, de origem européia. O canto

erudito tem vários estilos e técnicas, assim como o popular. A distinção

entre o que é erudito e o que é popular nem sempre escapa da polêmica.

Entre os cantores profissionais, geralmente o canto popular é amplificado

por microfones, enquanto o erudito é quase sempre acústico. A influência

do folclore na obra de muitos compositores eruditos e a crescente procura

de estudo técnico e teórico entre os músicos populares, sobretudo os

profissionais, são alguns dos fatores que tendem a diluir as fronteiras entre

essas duas maneiras de fazer música.

cordas vocais: o mesmo que pregas vocais. O termo "corda" vem sendo

rejeitado pelos cientistas, pois as cordas vocais não são fios ou cordas como

as de um violão.

eletrônica: ciência que estuda o comportamento dos elétrons e a utilização

de sua energia em aparelhos variados, inclusive os destinados a

amplificação e manipulação sonora.

emissão vocal: produção de som por meio da coordenação entre os

movimentos respiratórios e os das pregas vocais, de forma a colocá-las em

vibração.

estética: gosto artístico, que determina a escolha de um estilo.

estilo: maneira de fazer. Em relação ao canto, inclui a ausência ou presença

de floreios, o timbre vocal e as formas pessoais de interpretar. Em geral

cada gênero (samba, rock, tango, funk etc.) acaba por consagrar e tornar

tradicionais certas regras de estilo, que o intérprete deveria teoricamente

respeitar para ser considerado competente.

fisiologia: parte da biologia que investiga as funções orgânicas, processos

ou atividades vitais, como a respiração, a fonação etc.

fonoaudiologia: ciência que estuda, entre outros assuntos, a produção do

som vocal e propõe técnicas corretivas do mau uso da voz falada.

fraseado: Recurso de interpretação que consiste em utilizar sons mais

fortes e mais fracos, variações de timbre e ritmo, que dão um sentido global

a uma seqüência de notas e contribuem para a compreensão de uma frase

musical. Entonação.

junkie: palavra inglesa que designa "viciado", usada aqui no sentido de

pessoas que não se preocupam com a autopreservação e só querem saber do

prazer sensorial imediato, sem medir as conseqüências.

laringe: órgão em forma de tubo, composto de partes ósseas e

cartilaginosas, situado dentro do pescoço (o pomo-de-adão), de importante

função na deglutição e na fonação. Dentro do laringe estão as pregas

vocais.

laringologia: parte da medicina que estuda as funções do laringe, o que

inclui os processos de deglutição e fonação.

pregas vocais: par de membranas situadas dentro do laringe que se unem e,

impulsionadas pelo movimento do ar na respiração, entram em vibração

quando falamos, cantamos, gememos, rimos, choramos etc.

punch: palavra inglesa que significa "soco". Na gíria dos músicos de rock,

funk, hip hop etc., quer dizer ritmo vigoroso, que faz dançar, e som pesado,

com pressão, alto volume e timbres rascantes.

região: parte da voz (região grave, por exemplo).

repertório: conjunto de canções ou peças musicais escolhidas por um

intérprete.

reverb e delay: efeitos de eco quase sempre adicionados eletronicamente

às vozes durante shows e gravações, para devolver a naturalidade à voz

amplificada pelo microfone.

técnica vocal: conjunto de exercícios que visa aprimorar o controle que o

cantor tem sobre a própria voz. O termo designa também o domínio vocal

adquirido com a prática.

técnicas corporais: termo genérico que designa vários saberes sobre o

corpo e seus movimentos, com maior ou menor embasamento científico.

Incluo entre as técnicas corporais ioga, técnica Alexander, antiginástica,

reeducação postural global (RPG), técnicas de dança etc, embora alguns

desses saberes tenham finalidades globais muito mais abrangentes que o

simples aperfeiçoamento postural. Em última análise, a própria técnica

vocal é uma técnica corporal.

timbre: sonoridade, cor do som. É o timbre que permite reconhecer a voz

de um cantor ou falante.

vocoder: aparelho eletrônico que, acoplado a um microfone, produz

acordes (notas simultâneas) a partir de uma única nota emitida por um

cantor ou instrumento.

voz sampleada: parte cantada gravada eletronicamente e que passa a poder

ser acionada por um instrumento, por exemplo um teclado, o que permite a

fácil realização de repetições de grande precisão rítmica.

Sorvete na testa

Suely Mesquita

Abre a boca! Isso. Agora levanta o pé. Muito bom. Agora põe a mão pra

trás e olha pra cima. Tá ótimo, não mexe. Agora olha pro lado esquerdo,

abre o peito, põe a língua pra fora, dá um nó na tripa e... canta

AAAAAA!!! Muito beeeem!!!!

Ce pensa que eu tô brincando? Tô falando sério. Isso aí em cima podia ser

um momento de aula de canto. Ok, eu não vou dizer pro cantor levantar o

pé nem dar o nó na tripa, estava fazendo uma gracinha com você. Mas vou

dizer coisas muito piores, tipo: solta os joelhos, manda o topo da cabeça

pro alto, solta a mandíbula, abre o fundo da garganta, abaixa a base da

língua, põe energia na ponta da língua, respira e canta AAAAAAA!!! Tudo

ao mesmo tempo, lógico. Ei, volta aqui, não desiste não! Tá pensando que

é impossível pra você? "Ih, bobagem. Alguma coisinha podemos fazer",

como diz Micura Sarigüê(.

Coisa de louco

Quando você canta ou fala, faz um malabarismo dos diabos, sabia?

Geralmente não sabia. Mas faz. Cada gesto da gente no dia a dia põe em

ação de forma bastante complexa um monte de músculos ao mesmo tempo,

de um jeito tal que se for ser descrito assusta qualquer um. No entanto, a

gente faz sem nem pensar e acha tudo simples. Acha simples até o dia que

vem um maldito professor de canto e diz candidamente: "tive uma idéia!

que tal se você abrir o fundo da garganta?". E eu lá sei onde fica o fundo da

garganta, pensava eu nas primeiras aulas de canto, há muuuuito tempo

atrás. Aí começava uma brincadeira de esconde-esconde. Estava eu lá

cantando um vocalise, um lá-lá-lá qualquer que o professor mandou.

Enquanto eu cantava, ouvia as seguintes exclamações desencontradas e

estapafúrdias:

- isso! (isso o que, meu Deus, o que foi que eu fiz? 3/4 pensava eu)

- nããããão! Assim não! (mas eu nem me mexi!)

- solta a mandíbula. (soltei)

- falei solta, não falei abre! (fechei correndo)

- vai lá, solta a mandíbula! (deu um branco, fiquei estatelada, não sei o que

fazer)

- ótimo!!! (ótimo???)

- continua assim, muito bom! (meu anjo da guarda, faz com que tudo

continue assim, embora eu não saiba tudo o que)

- agora repete igual! (pânico!)

- não, está completamente diferente... (está?)

- novamente: solta a mandíbula aqui nesse ponto, devagar, isso, não canta

ainda, sentiu? (NÃO!)

- MUITO BEM! Agora canta assim, com a mandíbula soltinha assim,

vamos lá, sem medo, mais voz... (seja o que deus quiser)

- Ótimo! (ah, agora entendi)

- Isso, continua. (ah, bom, então é só fazer assim e...)

- NÃÃÃÃOOOO! (...me ferrar)

- Faz igual a antes, presta atenção, devagar. (ah, desisto, não estou

entendendo nada, vou fazer de qualquer jeito)

- Ótimo! Ótimo! Excelente, agora você entendeu (esse cara é louco, meu

deus)

Altos. Agora vamos traduzir. O professor do exemplo acima não é louco.

Nem personagem de desenho animado. Ele está apenas tentando ser bem

sucedido na inglória e hilária tarefa de fazer com que o cantor comande

uma musculatura que ele sequer sabe que existe. O bê-a-bá da técnica vocal

diz que um cantor deve ter comando voluntário da respiração e aproveitar

os ressonadores naturais do corpo (ou seja, ser ouvido e entendido e fazer a

voz ter volume sem precisar gritar). Para isso ele deve abrir a garganta,

direcionar o som para ali ou acolá (escolas diferentes dizem coisas

diferentes), soltar a mandíbula, ter agilidade de dicção e mais fazer coisas

específicas para vogais específicas e notas específicas. Claro que se você

não é ainda um cantor capaz de fazer tudo isso vai achar que está diante de

um mistério total. Tá legal, abrir a garganta, mas COMO ASSIM? Usando

algum tipo de aparelho? Usando a força mental? Rezando? Porque esperar

que você faça isso por querer, na hora que quiser, ciente do que faz, parece

de fato pedir demais a um ser humano.

Calma, tá?

Um bom professor não vai se limitar a dizer a você "faça". Pode criar mil

imagens mirabolantes sobre seu corpo, mandar você imaginar que sua

mandíbula é um arame preso por um preguinho ou que sua bunda se enche

de ar quando você inspira. Por incrível que pareça, isso vai ter algum efeito

sobre você. Vai também propor melodias especiais com fonemas especiais

em seqüências especiais, mesmo que isso te pareça uma descrição muito

chique pra aquelas melodias bobas, irritantes e repetitivas que você deve

cantar com uma prosódia ridícula tipo "bababa" ou "bóbóbó". Vai fazer

sons prodigiosos e dizer a você que os imite, como se nem desconfiasse

que você não vai conseguir imediatamente. Enfim, com a ajuda de Deus,

vai mover mundos e fundos e usar todos os seus conhecimentos e

imaginação para induzir você a fazer, inicialmente sem querer, alguma

coisa que ele possa escutar e dizer o famoso "Isso!" que todos desejamos

com todas as forças ouvir de uma autoridade.

O "Isso!"

Não, não é um construto psicanalítico. O Isso! é o momento supremo em

que o professor aprova, encoraja e se rejubila com um som que você fez.

Mesmo que tenha sido sem querer, também vale. Uma vez obtido o Isso! de

seu professor 3/4 não pense que já acabou, agora é que vai começar 3/4

você deve ser capaz de repetir aquele som e obter outro Isso!. Repeti-lo em

seguida, repeti-lo várias vezes, e daqui a pouco, e no dia seguinte, e na

semana seguinte, e pro resto de sua vida na hora em que quiser. É, porque

não vale pra sempre o som que se fez sem querer.

Aqui entramos no segundo passo:

Você já obteve um Isso! de seu professor :):):):).

Mas não sabe o que fez para tanto :(:(:(:(.

E agora?

Você logo vai perceber que um Isso! obtido sem querer é um fenômeno

muito fugaz na nossa vida. Você nem sabe o que fez pra merecer aquele

instante de glória e agora já passou! Então, abra bem os ouvidos e preste

também atenção nas sensações físicas enquanto canta. Sobretudo as

sensações que se relacionam com o que o professor falou antes, ou seja, se

ele disse "solte a mandíbula", preste atenção nas sensações em áreas

próximas à sua mandíbula, ora pois. De ouvidos e sensações abertas, siga

em frente até obter novo Isso!. Veja o que pode captar sobre esse momento

divino: guarde a lembrança daquele som, daquela sensação ínfima que você

achou que não significava nada. E siga em frente. Se os Issos! forem se

sucedendo cada vez mais rápido, é porque está quente! Se não, é porque

está frio.

Digamos que está frio. O que fazer? Siga as sugestões que recebe. Vá

fazendo, mesmo que não entenda bem o que deve fazer. Pergunte, se for o

caso, mas não ao ponto de transformar a aula numa conversa. O que você

vai perceber ou entender numa conversa não vale grande coisa pra hora de

cantar, sinto muito informar. Portanto, cante. Mais cedo ou mais tarde o

professor se manifesta, grunhe, ou solta o famigerado Isso!.

Digamos que está quente. Ou seja, os Issos! se sucedem em alta velocidade.

Aproveite, preste atenção. Não se iluda, isso não quer dizer que amanhã ou

na aula que vem você terá de novo todos esses Issos! Pode ser que eles

sumam, desapareçam sem deixar rastros! Mas voltarão. Uma saraivada de

Issos! tem grande valor.

Issos! e Aquilos.

Esqueça agora o professor. O que você acha de tantos Issos!? Está gostando

do som? Se sente melhor na hora de cantar? As pessoas dizem que você

está melhorando? Você canta por mais tempo com conforto e consegue

fazer coisas que não conseguia antes? Não fica rouco com tanta freqüência

ou nem fica mais rouco? Está conseguindo aprender o que queria? Se nem

tudo isso merece um sim como resposta, converse com seu mestre-com-

carinho, com alunos dele, com outros professores, com outros cantores e

tente entender porque a aula não está indo pra onde você queria. Pode ser

que seja questão de tempo. Se você escolheu um professor que parece bom

e/ou foi recomendado, sugiro que experimente ficar com ele por pelo

menos 20 aulas, sobretudo se você é iniciante. Mas também pode ser que

esse professor não seja bom ou simplesmente não combine com você (ou

você com ele) e nesse caso é melhor procurar outro.

Agora se, em relação às perguntas anteriores, você acha que sim sim sim,

está tudo indo de vento em popa, dê um Isso! a seu professor! Ele merece!

Manual da rouquidão para cantores

Suely Mesquita

E aí você tem show amanhã. Mas tá rouco! E agora?

Se você já foi esperto, se cercou de uma equipe de apoio ¾ professor de

canto, otorrino, fonoaudiólogo ¾ e sabe a quem recorrer numa hora dessas.

Se não pensou nisso, siga o:

S.O.S. (Sistema Ocasional de Salvamento)

1) Beba bastante água. Dois litros por dia ou mais.

2) Durma o suficiente, nada de virar noites. Massagem é bom.

3) Evite ar condicionado, fumaça, poeira, mofo e qualquer tipo de cigarro.

Beba mais água pra cada ítem que não conseguir evitar.

4) Cancele qualquer ensaio. Se não der, cante o menos que puder, com

suavidade, e se guarde para o show.

5) Fale menos. Fuja de telefones e lugares barulhentos.

6) Faça aquecimento vocal antes da passagem de som e antes do show. Se

não souber como,

não invente. Faça o que já conhece.

7) Seja objetivo e breve na passagem de som.

8) A voz não é tudo no palco: você tem a cena, a interpretação, a banda.

Faça o melhor que puder. Cássia Eller, Marisa Monte, Beth Carvalho,

Gilberto Gil, Rita Lee e outros artistas já passaram por isso.

9) Depois do show, procure um preparador vocal ou professor de canto. Se

continuar rouco por mais de uma semana, procure um otorrino atualizado

em problemas vocais.

Suely Mesquita é cantora, compositora e professora de canto. Assina a

preparação vocal de CD's como "O Ovo" (vários - (c) 1996 Rioarte/Info

Produções Artísticas), "Astronauta Tupy" (Pedro Luís e a Parede - (c)

1997 Warner/Dubas), "Abracadadra" Boato ((c) 1998 Warner), "Moro no

Brasil" (Farofa Carioca - (c) 1998 Polygram), Syang ((c) 1998 Warner) e

"É tudo um real" (Pedro Luís e a Parede - (c) 1999 Warner), discos

produzidos por Tom Capone, Liminha, Beni, Pedro Luís, Carlos Trilha,

Rodrigo Campello e outros.

Exercícios de Relaxamento

Relaxamento:

- Circular a cabeça para a Direita e para a esquerda

- Circular a cabeça para os lados, para cima e para baixo

- Fazer caretas procurando utilizar todos os músculos do rosto

- Articular A/E/I/O/U, forçando o diafragma e anasalando as expressões.

Sibilação:

Execute estas sílabas:

Zi - Si - Fi - Chi - Vi - Gui - Qui - Z - S - F - C - V

Para articulação dos RR:

Bar - Mur - Per - Vur - Der - Xar - Cor -Ter - Quer - Dru - Cro - Vri - Fra

- Tre - Terê - Fará - Viri - Coro - Duru.

Exercício para relaxamento:

Obs. De forma suave, com baixa intensidade.

ME - TRÚ - VÊ - JÊ - QUE - GUE - ZÊ - BRÊ

Limpeza das cordas vocais e Fono-Articulação:

"O mameluco maluco e melancólico meditava e a megera megalocéfala

macabra e maquiavélica mastigava mostarda na maloca, minguadas e

míseras miavam na moagem mas mitigavam mais e mais as meninas"

Para leitura lenta:

"E há nevoentos desencantos dos encantos dos pensamentos nos santos

lentos dos recantos bentos, dos cantos dos conventos. Prantos de intentos,

lentos tantos que encantam os atentos ventos."

Cuidados com a voz

Períodos curtos de rouquidão em adultas geralmente não são motivos de

maiores preocupações. Costumam aparecer por causa de gripes que atinge a

laringe aonde estão localizadas as cordas vocais.

Dificuldades emocionais também podem estar por trás dos sintomas. A

associação entre agressões físicas causadas pelo cigarro, alergias, infecções

e o uso inadequado da voz é de fato o agente causador de boa parte dos

problemas das cordas vocais.

A ansiedade aumenta a tensão muscular e modifica a postura. O paciente

tende a não relaxar o corpo para a respiração diafragmática, a forçar a voz

na garganta e até agitar sem motivo.

O tratamento destes casos conjuga exercícios fono, técnicas de relaxamento

e diminuição de ansiedade.

Em situações estressantes as pessoas podem perder complemente a voz.

Exercícios Para Relaxamento

1- Com os olhos fixados, comece a massagear a cabeça com as pontas dos

dedos (lavar a cabeça), ao mesmo tempo vá eliminando todo e qualquer

pensamento.

2- Alternando a palma da mão e a ponta dos dedos massageie todo o rosto

(amassar o rosto).

3- Movimente a cabeça para um lado e para outro (direita e esquerda)como

se quisesse encostar a cabeça nos ombros (não mexa os ombros),alterne o

movimento passando a movimentar a cabeça para frente e para trás, por

último faça movimentos de rotação com a cabeça.

4- Com os ombros soltos ao longo do corpo, faça movimentos de rotação

dos ombros, para frente e para trás.

5- Alongar o corpo em todas as direções.

6- Em pé procure alcançar o teto com as mãos.Tente sentir a musculatura

se alongando, especialmente a dos braços e as laterais do tronco.

7- Com as pernas e os pés soltos de chutinhos no ar.

Exercícios Aquecimento

OBS: Antes do aquecimento, estar sempre relaxado (fazer sempre os

exercícios de relaxamento)

1- Abrir a boca 20x ;

2- Esticar e encolher a língua 20x ;

3- Rotação da língua 20x ;

4- Glissando:(rrrr) - comece nos tons médios e termine nos tons agudos

durante uns 3 minutos;

5- Mastigação selvagem - ama - ama (ressonância).

OBS: Se caso esses exercícios não sejam o bastante para seu aquecimento,

procure um fonoaudiólogo

O que é pré-aquecimento vocal?

É, como o nome já diz, um aquecimento prévio da voz ou simplesmente a

preparação da voz para o seu uso por um tempo prolongado e intenso.

Podemos aquecer nossa voz através de sons que irão "massagear" nossas

pregas vocais (que são músculos) que como todo músculo precisam ser

preparadas e aquecidas antes de serem utilizadas na sua plenitude.

Lembrem-se que este pré aquecimento pode (e deve) ser feito não só pelos

cantores mas também por todos os profissionais da voz, ou seja, todas as

pessoas que trabalham falando.

Exercício 1:

1. Inspire (armazenando o ar na região abdominal, como vocês já

aprenderam) até que a barriga esteja repleta de ar.

2. Agora solte o ar aos pouco utilizando o som:

Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr......

Observe que neste exercício a língua deve vibrar bastante!!!! Caso a sua

língua não vibre e você esteja forçando para emitir este som, PARE, pois

estará fazendo da forma errada. Mas se você conseguiu emitir o som com a

vibração constante da língua, repita este exercício todos os dias pelo menos

durante 10 minutos.

Se for cantar em uma apresentação ou videokê ou ensaiar com sua banda

por muito tempo, pré-aqueça sua voz durante 20 minutos (no mínimo)

antes de começar a cantar.

Pode-se também utilizar outras consoantes que possibilitarão o mesmo

efeito como, por exemplo, o som:

Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr...

Como se você fosse imitar o som do telefone (' TRRRRRIM!!!), mas

lembrando de prolongar bastante os erres (RRRR...) até acabar o ar.

Exercício 2:

Depois de já haver treinado bastante e já estar emitindo os sons PRRRR... e

TRRRR... sem falhas ou interrupções, vamos repetir o exercício anterior

com uma diferença:

No final de cada som iremos acrescentar as vogais A,E,I,O,U.

Exemplo1:

Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

rrrrÁ!!!!

Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

rrrrÉ!!!!

Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

rrrrÍ!!!!

Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

rrrrÓ!!!!

Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

rrrrÚ!!!!

Exemplo2:

Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

rrrrrÁ!!!!

Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

rrrrrÉ!!!!

Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

rrrrrÍ!!!!

Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

rrrrrÓ!!!!

Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

rrrrrÚ!!!!

IMPORTANTE!!!

Assim como nos exemplos acima, o som que você estiver

produzindo para pré-aquecer, deverá estar no mesmo volume,

intensidade e tom.

NÃO BRINQUE COM ESTE EXERCÍCIO FAZENDO SONS

MUITO AGUDOS, MUITO GRAVES OU MISTURANDO OS

DOIS TONS.

Repita os exercício SEMPRE no seu tom natural.

Como fazer para identificar o seu tom natural?

É simples, o seu tom natural é aquele que você emite sem"forçar a

garganta", é um som natural que sai sem esforço nenhum, como se você

estivesse falando.

Se você não conseguiu fazer estes exercícios até acabar o ar armazenado

(sem utilizar o ar de reserva, certo???), ou seja, você começou bem mas no

meio do exercício o som falhou,PARE! Respire fundo por 3 vezes, relaxe

um pouco e só então recomece.

É muito comum, no início, não conseguirmos emitir estes sons até o final,

pois trata-se de sons que nós não estamos habituados a produzir, mas com o

treino diário, fica cada vez mais fácil, acreditem!!!

EXERCÍCIOS DINÂMICOS

Os exercícios dinâmicos combinam o movimento com o controle da

respiração.

RISO

Sorria para o mundo! Em círculos, movimente, vigorosamente,

as suas mãos, braços, pernas e pés. Permita-se alguns

segundos de relaxamento entre cada rotação. Mas continue

sorrindo. Você pode fazer este exercício em pé, sentado ou

deitado.

EQUILÍBRIO

O equilíbrio é importante. Tente estipular um horário para o

exercício de "comportamento modal" – o andar, o virar-se e o

inclinar-se com livros sobre a cabeça. Respire suave e

conscientemente, em harmonia com os movimentos de seu

corpo. Isto encoraja a coordenação suave graciosa dos

músculos.

EXERCÍCIOS DE RESPIRAÇÃO COMPLETA

Permaneça com seus pés confortavelmente dissociados dos seus ombros,

que apontam para cima; os braços e as mãos soltas ao lado do corpo.

Concentre-se em sim mesmo, confira a sua postura. Inspire pelo nariz o

mais demoradamente possível e expire todo o ar também devagar e

silenciosamente. Quando sentir-se vazio de ar, tussa e mostre para você

mesmo que ainda possui reservas de ar escondidas. Tente tocar o solo com

a ponta dos dedos, curve os joelhos se necessário. Segure sua respiração

por alguns segundos.

Conforme você respira, silenciosamente, pelo nariz, você, gradativamente,

torna-se ereto. Estenda os braços como asas, erguendo-as calma e

suavemente, até equilibra-los horizontalmente.

Assim que você completar o movimento e a inspiração, coloque as mãos

juntas acima da cabeça (como se estivesse em oração). Lembre-se que as

mãos postas devem estar acima do topo de sua cabeça. Segure a inspiração.

Quando você estiver preparado, silenciosamente, expire pela boca, e abaixe

os seus braços, reta e vagarosamente, até que estejam abaixo da horizontal.

Rapidamente solte o ar que sobrou em um suspiro forte e permita que a

parte superior do seu corpo caia pesadamente, curve o quadril para a frente,

deixando a cabeça pendente. Conscientemente libere todo o ar "usado", de

que você não mais precisa. Relaxe por algum tempo e repita o exercício

desde o início.

EXERCÍCIO DE LIBERAÇÃO DA VOZ

Algumas pessoas sentem-se incapazes de facilitar e de liberar as suas

vocalizações. Elas podem sentir sua voz natural, de alguma forma,

bloqueada, amarrada ou suprimida. Tente este exercício de liberação da voz

como parte de seu programa vocal.

Sente-se de cócoras, dobre e recurve o seu corpo em um nó, teso e

compacto, de braços e pernas; tente condensar-se em uma menor massa

possível. Segure a sua respiração e os órgãos vocalizadores no centro desta

massa.

Como último esforço, respire e estique-se, rápida e vigorosamente. Solte a

sua voz num profundo "UGH", por meio do som mais profundo que você

possa encontrar. Maximize e aproveite o espreguiçamento.

Descanse por um minuto. Repita o exercício por até dez vezes. A cada vez,

interiorize mais, e projete sua voz relaxada mais forte e prolongue cada vez

mais o som. Observe que você envolve todo os seu corpo na vocalização,

particularmente a pélvis e o diafragma.

Aquecimento

Como aquecemos o nosso corpo antes de algumas atividades físicas

devemos aquecer sempre a nossa voz antes de uma apresentação assim não

estamos comprometendo a saúde vocal.

Aquecendo a voz estamos na verdade:

- Aumentando a elasticidade

- Aumentando a extensão da voz

- Melhorando o timbre e várias outras coisas........

Importante: quando aquecemos a voz não se deve preocupar com

afinação... mas sim em buscar o estado físico, mental, psíquico com tensão

controlada das cordas vocais e músculos envolvidos no processo

respiratório.

Aquecimento e Desaquecimento

AQUECIMENTO VOCAL

TEMPO - 15 minutos

Alongamento - cabeça, pescoço e ombros;

Respiração - emissão do "s" e "z" prolongado

(respiração diafragmática);

"Hum" mastigado - fazendo escala

Vibração de língua - escala ascendente;

Vibração de lábios;

"P" prolongado - pa pa pa;

DESAQUECIMENTO

TEMPO - 5 minutos

Massagem digital laringe;

Vibração de língua ou lábio - escala descendente;

Voz salmodiada - "voz de padre";

Bocejo - suspiro;

Repouso vocal.

Observações importantes:

Beber muita água, principalmente durante as

apresentações;

Aquecer e desaquecer a voz;

Não se automedicar;

Fazer uma avaliação com o auxílio de um médico

otorrino.

VI-1 Cadê a segunda voz?

A segunda voz se popularizou na música sertaneja e invadiu os

espaços de outros ritmos. Mas, existe mesmo segunda voz? Se é que sim,

como isso funciona?

Existem sim, e não só a segunda como outras vozes que você

poderá enumerar de terceira, quarta, quinta, sábado ou raios que o partam.

Acontece que quando você tem um acompanhamento sobre a

melodia, você conta com uma série de notas que formam o acorde tocado.

A melodia original – a primeira voz -- terá que escolher uma das notas

para cada tempo. Ficará então uma brecha das outras notas que poderão ser

cantadas por outras vozes.

Pegue este abaixo verso com sua melodia original e depois

troque as notas:

“PA – RA - BÉNS PRA VO – CÊ / NES – AS DA – TA

QUE – RI - DA”

Original = G3 G3 A3 G3 C4 B3 G3 G3 A3 G3 D4 C4

C4

2a Voz = E4 E4 E4 C4 E4 D4 D4 D4 D4 B3 B3 D4

E4

3a Voz = C4 D4 E4 E4 D4 G4 G4 G4 B4 B4 A4 G4

G4

Com essa modificação radical, criou-se duas novas melodias

para uma mesma letra e acompanhamento.

A maneira mais prática de procurar uma nova voz para um

acompanhamento é observar as demais notas de um acorde. Se estiver

cantando sobre o acorde de C, então você tem três notas originais que

formam o acorde (C, E e G) e mais as mesmas notas em oitavas diferentes.

Pegue três vozes (caso esteja em grupo) e sobre o

acompanhamento de C, cantem as três notas do acorde a letra abaixo, cada

um na mesma nota:

“EU A – MO VO – CÊ”

1a Voz = C

2a Voz = E

3a Voz = G

Sendo assim, você pode alterar qualquer melodia ou criar

outras a partir da original colocando outras notas correspondentes ao

acompanhamento.

Reescrevendo vozes

Reescreva novas vozes para musicas de apenas uma melodia,

que você conhece e também procure as notas das vozes de músicas como

“YOLANDA” de Chico Buarque e Simone, “POBRE MENINA” de Leno e

Lilia, “NÃO APRENDI DIZER ADEUS” de Leandro e Leonardo que tem

duas vozes bem definidas.