apostila bm f

50
1 BM&F BOLSA DE MERCADORIAS E FUTURO

Upload: heitorlunardi

Post on 05-Dec-2015

39 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Apostila BM F

TRANSCRIPT

Page 1: Apostila BM F

1

BM&F

BOLSA DE

MERCADORIAS E

FUTURO

Page 2: Apostila BM F

2

Introdução

0 mundo moderno tem se mostrado altamente instável ao comportamento

dos preços das mercadorias agrícolas, das taxas de juros e do câmbio, em

qualquer economia. Essa realidade também se aplica a economia brasileira, o que

traz consigo elevados riscos para os agentes econômicos.

Atualmente tais agentes podem transferir seus riscos através de

operações de hedge nos mercados derivativos da BM&F, garantindo

antecipadamente um nível adequado de rentabilidade esperada. 0 mercado de

derivativos atende a um só tempo às necessidades de segurança e proteção dos

hedgers e aos objetivos dos investidores quanto à administração do risco.

1. O que são Bolsas?

Esta seção inicial consiste numa breve introdução ao funcionamento dos

mercados e uma sucinta análise do papel institucional das bolsas. Trataremos

das principais características que diferenciam as negociações que acontecem

dentro e fora de bolsa, destacando as vantagens que as bolsas oferecem aos

participantes do mercado.

Segue abaixo uma definição do papel das Bolsas que será melhor desenvolvida nas

próximas seções:

Bolsas são centros de negociação onde reúnem-se compradores e vendedores de

ativos padronizados (ações, títulos de créditos, moedas, mercadorias...) para

realizarem operações. As Bolsas tem por finalidade oferecer urna infra-estrutura

adequada às negociações

1.1s Balcão X Bolsa

Todas as negociações que ocorrem em bolsa, também podem ser realizadas fora

dela. As operações que acontecem fora do ambiente de bolsa constituem o chamado

mercado de Balcão. A principal característica desse mercado é o fato de que as

negociações ocorrem diretamente entre comprador e vendedor de uma forma privada,

Page 3: Apostila BM F

3

ou seja, sem que os demais participantes do mercado tenham informações sobre esse

negócio. Assim sendo, nenhuma das partes tem a informação de como está se dando a

formação do preço da mercadoria no mercado como um todo e, portanto não sabem se

estão negociando pelo preço mais justo possível.

Além disso, os riscos devem ser totalmente assumidos pelas partes, pois nenhuma

delas tem qualquer garantia de que o negócio será liquidado, ou seja, de que o

pagamento será feito e a mercadoria entregue e também nenhuma garantia da

qualidade do produto que será entregue ou recebido.

Diferentemente das negociações feitas em balcão, todas as operações

realizadas em bolsa são garantidas pela instituição bolsa. Ao oferecer garantias aos

seus clientes, a bolsa age como um sinalizador de que a mercadoria será entregue,

conforme os padrões especificados pelo contrato e que o pagamento será

efetuado, reduzindo a sujeição dos participantes do mercado a maiores riscos.

Tabela n°1: As diferenças entre os mercados de Balcão e de Bolsa:

Balcão Bolsa

São negociações realizadas privadamente São negociações realizadas publicamente

Envolvem a presença física de um

Vendedor e comprador

As negociações são feitas por intermédio

de uma corretora Falta de transparência na formação de

Preços

Formação justa de preços

Ativos customizados Ativos padronizados

Riscos (risco de crédito, risco de liquidez,

riscos operacionais...) devem ser

integralmente assumidos pelas partes

Envolvidas no negócio

Sistemas de garantia

1.2 Bolsas, Origem e Finalidades

A cronologia em relação à origem das bolsas é muita controversa. Não existe

uma data a qual possamos atribuir o surgimento das bolsas. Tudo indica que a origem

das bolsas remonta ao desenvolvimento da atividade mercantil no final da Idade Média.

No entanto, o desenvolvimento da atividade bursátil ocorreu muito antes da

Page 4: Apostila BM F

4

construção das edificações que posteriormente as abrigaram.

Segue abaixo uma citação extraída da obra "Os jogos das trocas", de autoria do

historiador Fernand Braudel em que o autor define o que é uma bolsa:

Uma Bolsa é o último andar de uma feira, mas uma feira que não se

interrompe. Graças aos encontros entre negociantes importantes e a uma

multidão de intermediários, trata-se de tudo ao mesmo tempo, operações sobre

mercadorias, câmbios, participações, seguros marítimos- cujos riscos são

compartilhados entre inúmeros fiadores, e também um mercado monetário, um

mercado financeiro, um mercado de valores..

A partir dessa citação da obra de Braudel podemos concluir que as bolsas são

uma evolução natural do que foram as feiras medievais, centros de comercialização que

reuniam periodicamente um grande número de vendedores e de potenciais

compradores para realização de negócios.

A atividade mercantil deu origem a uma série de outras atividades satélites como

a dos cambistas, que compravam e vendiam moedas, por exemplo. Como os

mercadores vinham de diferentes regiões, a grande diversidade de moedas

representava um entrave às negociações. Surgem então os cambistas cuja função era

facilitar o processo de trocas. Assim como a atividade dos cambistas muitas outras

práticas gravitaram em torno das feiras dando origem aos mais diversos mercados.

Entretanto, a evolução das feiras estava sujeita a uma série de limites, como espaço

físico, número de participantes restrito, enfim limitações impostas ao mercado em

função de falta de infra-estrutura para o seu funcionamento.

Como solução para esse problema surgiram as primeiras bolsas que tinham como

objetivo oferecer uma estrutura para o que até então acontecia em feira livre.

A origem do nome Bolsa vem da cidade de Bruges na Bélgica, onde as

assembléias de comerciantes se realizavam perto do Hotel dês Bourses, que tinha esse

nome devido o seu proprietário ser um senhor da antiga e nobre família Van der Bourse

e que mandou afixar em sua fachada o brasão da família, um escudo de armas com

três bolsas.

Na França, a atividade bursátil foi implementada por Luís VII em 1141, com a

fundação da Paris Bourse. No entanto a regulamentação dessa atividade só se deu

Page 5: Apostila BM F

5

bem mais tarde, em 1304.

Já na Inglaterra a organização de uma bolsa em caráter oficial se deu pela

primeira vez em 1698, com a fundação da Bolsa de Fundos Públicos de Londres.

Embora as operações dessa natureza já tivessem sido legalizadas anteriormente, o ano

de 1698 foi marcado por um enorme crescimento das negociações, o que exigiu uma

maior organização dos mercados. A Bolsa de Fundos Públicos de Londres foi a primeira

bolsa de acesso vedado ao público em geral, orientada por um delegado, e com

associados Brokers (corretores intermediários, precursores dos operadores das

corretoras de mercadorias de hoje em dia) e Jobbers (indivíduos que negociavam por

conta própria, precursores dos atuais operadores especiais).

Durante a Idade Média e até o século XVII, as operações realizadas em bolsa se

restringiam à compra e venda de moedas, letras de câmbio e metais preciosos.

Somente no século XVII se verificou um grande desenvolvimento de fato,

quando as exigências de crédito público obrigaram os banqueiros a fracionar os

empréstimos em títulos de participação, consolidando assim a atividade bursátil.

2. O Conceito de Negociação em Bolsa

Afinal o que leva os participantes do mercado a preferirem negociar em centros

de comercialização como as antigas feiras e as atuais bolsas ou a operarem

individualmente?

Para responder a essa pergunta recorreremos a alguns conceitos da teoria

microeconômica que explicam como se dá a formação de preços em mercados de

competição perfeita:

2.1 A Lei da Oferta e da Procura:

A oferta e a procura atuam conjuntamente na determinação do preço e da

quantidade em cada mercado, ou seja, os preços são determinados pela

interação entre a oferta e a procura.

Page 6: Apostila BM F

6

A Curva de Procura

A curva de procura baseia-se na utilidade de determinado produto para os

consumidores. Quanto maior o preço, menor a quantidade procurada, e vice-versa. São

determinantes da procura:

- Preço do produto

- Rendimento médio dos consumidores

- Dimensão do mercado

- Preço e disponibilidade de outros bens

- Gostos ou preferências

A curva de procura é negativamente inclinada, devido à relação inversa

entre demanda e preços e o seu deslocamento ocorre em função da alteração dos

fatores anteriormente citados.

A Curva de Oferta

A curva de oferta por sua vez baseia-se nos custos de produção de um

bem ou serviço. É a relação entre os preços de mercado do produto e a

quantidade que os produtores estão dispostos a oferecer. Quanto menor o preço,

menor a quantidade de bens que os produtores irão querer vender. São

determinantes da oferta:

- Custos de produção

- Monopólios

- Concorrências de outros bens

A curva de oferta é positivamente inclinada, devido à relação direta entre

oferta e preços e o seu deslocamento ocorre em função da alteração dos fatores

acima citados.

0 preço de equilíbrio verifica-se quando a quantidade procur,ida é igual à quantidade

oferecida; ou seja, no ponto de intersecção das curvas de procura e de oterta.

Page 7: Apostila BM F

7

O gráfico abaixo ilustra o modelo de formação de preços.

4

A situação mais desejável, portanto é aquela em que há muitos compradores e

vendedores, pois desta forma todos os participantes serão tomadores de preço, ou seja,

nenhum deles poderá influenciar o preço a seu favor.

A idéia que está subjacente ao conceito de negociação em bolsa, é otimizar o

mercado, de modo a criar condições de negociação muito próximas à do modelo de

competição perfeita. No recinto do pregão estão reunidos operadores de corretoras de

mercadorias que representam muitos compradores e muitos vendedores, num sistema

de negociação completamente transparente, pois todo o mercado tem acesso às

informações dos negócios que lá ocorrem, não havendo nenhuma possibilidade de

distorção de preços, o que possibilita uma formação de preços o mais justa possível.

É importante frisar que as bolsas não participam diretamente do mercado

comprando e vendendo ativos, apenas oferecem uma infra-estrutura (espaço de

pregão) adequada para que o mercado aconteça: espaço físico, sistema de difusão de

preços, etc.

Page 8: Apostila BM F

8

3. Funções de uma Bolsa

3.1 Desenvolver Mercados

Atualmente o papel das bolsas não se restringe apenas a oferecer infraestrutura

às negociações, mas também em desenvolver mercados. A BM&F, por exemplo, conta

com duas equipes técnicas, uma voltada para os mercados agropecuários e outra para

os mercados financeiros, que congregam diversas categorias de profissionais

empenhados no estudo do funcionamento dos mercados, renovando os contratos já

existentes e lançando novos produtos que possam ampliar a eficiência econômica

desses mercados.

As bolsas, dentro de seu papel institucional devem alcançar dois objetivos:

funcionar como um centro de liquidez de negócios e ao mesmo tempo um centro de

formação justa de preços.

3.2 Divulgar Preços

Dentro do seu objetivo de ser um centro de formação justa de preços, a bolsa

exerce o papel de divulgadora de preços, o que requer grandes investimentos e

esforços nas áreas de comunicação e de sistemas para que as informações geradas

sejam efetivamente utilizadas pelo mercado, garantindo assim a total transparência das

operações. A divulgação de preços feita pela BM&F ocorre de três formas distintas: em

tempo real através dos vendors (canais de comunicação com o mercado financeiro), em

seguida, com alguns minutos de atraso as cotações são divulgadas pelo site da bolsa e

diariamente todas as operações realizadas no dia anterior são publicadas no Boletim

Diário (uma publicação gratuita que pode ser disponibilizado a qualquer indivíduo que

tenha interesse em conhecer o comportamento do mercado).

O Boletim Diário, ou simplesmente BD como é conhecido, fornece um resumo

das operações e demonstra como as cotações evoluíram durante o dia.

Esses mecanismos de divulgação de preços permitem aos analistas de mercado

observar como estão se formando os preços ao longo dos dias, dos meses e do ano,

possibilitando que essa formação de preços seja a mais justa possível uma vez que

Page 9: Apostila BM F

9

acontece de forma completamente transparente.

Exemplo: É muito mais fácil e mais garantido obter a cotação do ouro através da

BM&F do que de um garimpo. O garimpo fornecerá apenas uma visão parcial da

formação de preços do ouro ao passo que a BM&F além de ser um centro de

comercialização para o qual converge praticamente todo mercado de ouro, divulga

os preços praticados de forma pública e transparente, de modo a permitir o acesso

ao preço no mesmo instante em que ele é formado, garantindo assim que o preço

praticado na bolsa seja sempre o mais justo possível.

3.3 Regulamentar e Fiscalizar Operações:

As bolsas são instituições auto-reguladoras. 0 princípio da auto regulação é uma

postura que o Banco Central e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que são os

órgãos governamentais reguladores da atividade bursátil no Brasil, tomaram com

relação às bolsas, com o objetivo de evitar a centralização excessiva do poder em editar

normas e fiscalizar seu cumprimento. Tendo em vista que o bom funcionamento de uma

bolsa pressupõe livre mercado, uma intervenção mais direta dos órgãos reguladores

poderia reduzir a eficiência econômica desses mercados, por isso esses órgãos

delegam às bolsas os poderes de normalização e fiscalização, numa postura de

"regulação à distância".

3.4 Educar

As bolsas assumem um importante papel na formação dos profissionais que nela

atuam. Não basta existir muitos participantes atuando no mercado, é preciso

profissionais sejam bem capacitados, possibilitando o crescimento e fortalecimento

desses mercados. A BM&F, por exemplo, desenvolve diversas ações educacionais

entre as quais podemos destacar:

- Palestras e seminários

- Manutenção de um acervo especializado em derivativos que conta com mais de 4000

publicações na área

- Patrocínio de publicações

- Cursos (presenciais e à distância)

Page 10: Apostila BM F

10

A tabela abaixo resume as funções de uma Bolsa:

Funções de uma Bolsa

Ser um centro de liquidez de negocios

Ser um centro de formação justa e transparente de preços.

Desenvolver mercados e Divulgar preços

Regulamentar e fiscalizar operações

4. As Diferenças entre a BM&F e a Bovespa

Uma dúvida freqüente entre indivíduos que não atuam no mercado financeiro, é a

diferença entre BM&F e Bovespa. Muitos pensam que a BM&F está subordinada à

Bovespa ou que simplesmente as duas bolsas são uma única instituição. A origem

desses equívocos pode estar associada ao fato da BM&F ter surgido de um projeto da

Bovespa em 1986. Entretanto, atualmente não há nenhum vínculo de subordinação da

BM&F para com a Bovespa e a atuação das duas Bolsas é completamente

independente.

As diferenças entre as duas bolsas estão tanto nos ativos que são negociados

como na própria natureza das negociações.

Na Bovespa são negociadas ações (a menor parcela do capital de uma

empresa). Enquanto na BM&F são negociadas mercadorias ou commodities, que

podem ser tanto agropecuárias (como café, soja, boi...) ou financeiras (como dólar, taxa

de juros, índices...).

Com relação à natureza das negociações, a maior parte do volume negociado

na Bovespa se concentra no mercado à vista, ao passo que na BM&F negociam-se

poucos produtos no mercado disponível e a maior parte das negociações acontecem

através de outras modalidades operacionais, denominadas genericamente como

derivativos, entre as quais podemos destacar o Mercado Futuro, de Opções e de

Swaps.

Entre os principais mercados financeiros desenvolvidos pela BM&F estão os

futuros de taxas de juro, de taxas de câmbio e de índice BOVESPA. Entre os

agropecuários estão os futuros de café, boi gordo, açúcar cristal e álcool anidro.

Page 11: Apostila BM F

11

5. Institucional BM&F

5.1 A Bolsa de Mercadorias & Futuros

A Bolsa de Mercadorias e Futuros - BM&F é uma associação civil sem finalidade

lucrativa, cujo principal objetivo é desenvolver um centro de liquidez de contratos

derivativos, voltados essencialmente para as necessidades de cobertura de risco. A

BM&F é gerida por um Conselho de Administração composto por membros eleitos por

seus associados. A execução das diretrizes do Conselho e a administração diária da

Bolsa são realizadas pela sua diretoria, liderada pelo Diretor Geral, que também integra

o Conselho de Administração.

A BM&F tem a função central de prover um lugar adequado para a negociação

diária de contratos derivativos. As transações são realizadas na sala de negociação -

pregão - em locais especificamente designados (pits de negociação) através de

apregoação de "viva voz". No pregão atuam os representantes das corretoras de.

mercadorias que executam as ordens de seus clientes. Os operadores acolhem as

ordens diretamente das mesas de operações de suas respectivas corretoras. A BM&F

prevê ainda a participação dos operadores especiais que agem por conta própria e são

elementos essenciais na geração de atividades.

Para participar do mercado de derivativos da BM&F, a primeira providência é

selecionar uma corretora membro da Bolsa, mediante critérios de confiabilidade e

capacitação técnica e financeira. A Bolsa acompanha de perto as atividades de seus

associados, exigindo que os operadores submetam-se a um exame de qualificação e

solicitem seu credenciamento junto à Bolsa, antes de serem autorizados a receber e

executar ordens de clientes. A abertura de uma conta em uma corretora implica em

firmar um contrato, um documento que obriga o cliente a saldar eventuais perdas

incorridas ao longo de uma transação. Deve haver suficiente disponibilidade de

recursos para o depósito de margem inicial e para atendimento dos ajustes diários. A

BM&F estabelece exigências mínimas de margem, entretanto as corretoras estão

autorizadas a requerer depósitos mais elevados de acordo com cada caso. Pela

execução de uma operação em pregão as corretoras cobram uma taxa de corretagem

Page 12: Apostila BM F

12

fixada pela Bolsa.

Após comprar ou vender um contrato, pode haver liquidação física ou financeira.

A liquidação física (ou por entrega) é o cumprimento de um contrato futuro pela entrega

ou pelo recebimento do objeto do contrato, e liquidação financeira é o pagamento

correspondente ao valor do contrato, na data de vencimento. Fechar uma posição

significa compensá-la ou zerá-la, a qualquer tempo, pela realização de uma operação

de natureza inversa. Assim, uma posição compradora é fechada pela venda de um

contrato idêntico; uma posição vendedora é zerada pela compra de um contrato

idêntico. Uma operação day trade é realizada pela compra e venda de contratos

idênticos, no mesmo dia, através da mesma corretora ou operador especial e mesmo

membro de compensação. A bolsa não determina e nem afeta os preços. Suas funções

são: prover as instalações para que os operadores façam as suas operações, coletar as

informações, estabelecer e implementar a regulamentação para seu pregão e

disseminar prontamente os preços ali praticados. Através da bolsa, oferta e demanda

determinam a formação dos preços para uma determinada mercadoria ou ativo

financeiro. Portanto os mercados da BM&F são mercados livres onde as forças que

influenciam os preços se confrontam em pregão.

Após acolher a ordem do seu cliente, a corretora a transmite da sua mesa de

negociações para o pregão. Recebida e executada, a ordem é levada ao posto de

negociação pelo auxiliar de pregão para registro. Os contratos futuros são

transacionados em áreas específicas da sala de negociações. Nenhuma operação pode

ser efetuada fora da área ou do horário designados pela bolsa.

5.2 O Quadro Associativo da BM&F

O quadro associativo da BM&F é composto pelas seguintes categorias:

Sócios detentores de títulos patrimoniais da BM&F

Sócios efetivos em número limitado a 2.000, Corretoras de Mercadorias em

número limitado a 160 títulos, Membro de Compensação em número limitado a 120

títulos podendo ser: Bancos Comerciais, Múltiplos, Investimentos, Corretoras de Títulos

e Valores Mobiliários e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários e finalmente

Operadores Especiais em número de 200 títulos.

Page 13: Apostila BM F

13

Sócios detentores de títulos não patrimoniais

Corretoras de Mercadorias e Operadores Especiais dos Mercados Agrícolas e

Corretores de Algodão. Existe também um título de sócio honorário que pertence à

Bovespa, porém sem nenhum poder de decisão sobre as decisões tomadas pelo

Conselho de Administração da BM&F.

- Principais Categorias:

Corretora de Mercadorias

Pessoa jurídica que detém o direito de realizar operações em seu nome ou em

nome de terceiros em todos os mercados da BM&F.

Membro de Compensação (MC)

O Membro de Compensação é o responsável perante a bolsa pela liquidação de

todas as operações. Assim como as corretoras, o MC também é um associado e o seu

papel é garantir o encerramento das posições das corretoras perante a Bolsa. Toda

corretora tem um MC que responde por ela.

Ao se associar à BM&F o Membro de Compensação faz a aquisição de um

título, e o depósito de uma caução a favor da BM&F.

Os membros de compensação devem ainda obedecer a algumas exigências

como: a manutenção de um depósito de garantia para compor o fundo de

liquidação de operações; cumprirem os limites impostos às posições sob sua

responsabilidade e manter um capital de giro mínimo determinado pela Clearing.

Essas exigências têm por objetivo reduzir os riscos gerados por operações muito

alavancadas.

Operador Especial

Pessoa física que opera diretamente em seu nome, mas que não está

autorizada a realizar operações em nome de terceiros.

As receitas da Bolsa são geradas a partir de taxas cobradas pelos serviços

prestados aos associados. É importante frisar que a bolsa não tem fins lucrativos,

os seja, os lucros realizados não são distribuídos entre os seus associados e sim

Page 14: Apostila BM F

14

revertidos para a própria Bolsa que os utiliza para investir em tecnologia, e o

emprega nas suas ações educacionais e sociais.

5.3 Responsabilidade Social

"O futuro sempre foi o nosso negócio"

E não apenas o mercado futuro - principal área de negócios da BM&F -, mas

também o futuro da sociedade em que ela atua. Uma sociedade em que as empresas,

como um todo, têm feito investimentos sociais em valores semelhantes ao realizado

pelo próprio governo.

Desde sua fundação, quando pouco se falava sobre responsabilidade social das

empresas, a BM&F já dava seus primeiros passos de cidadania, apoiando entidades

sociais com doações e incentivando o esporte olímpico brasileiro, ao premiar com

barras de ouro os atletas nacionais ganhadores de medalhas.

Desde então, as ações sociais da BM&F cresceram e evoluíram muito. Hoje,

aquela premiação de atletas transformou-se no Programa de Apoio ao Esporte

Nacional, com a criação do Clube de Atletismo. Atividades de porte foram estruturadas,

como a Associação Profissionalizante, o Espaço Cultural e muitas outras.

Tudo para que o futuro, foco dos nossos negócios e da história, seja muito

melhor, especialmente na área social.

5.4 Um pouco sobre a História da BM&F

Fundada em 1985, a Bolsa Mercantil & de Futuros foi o resultado de um projeto

desenvolvido por integrantes da Bolsa de Valores de São Paulo. Seu pregão começou a

funcionar em 31 de Janeiro de 1986 com contratos de ouro e Ibovespa.

Em 1991, a BM&F passou pela sua primeira fusão com a BMSP (Bolsa de

Mercadorias de São Paulo), uma bolsa mais antiga surgida em 1917 e que atuava

basicamente nos mercados agropecuários. Com a fusão, a BM&F consolidou-se no

mercado de agropecuários e passou a se chamar Bolsa de Mercadorias & Futuros.

Em 1997, a BM&F passou por uma segunda fusão, agora com a Bolsa Brasileira

de Futuros (BBF), Bolsa do Rio de Janeiro que por sua vez surgiu de um projeto da

Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), adquirindo assim o controle total das

Page 15: Apostila BM F

15

operações antes realizadas pela BBF.

Como podemos observar a BM&F desde o seu surgimento, passou por um

processo permanente de crescimento, chegando a se tornar a terceira maior bolsa do

mundo em volume de contratos negociados. Entretanto, devido a algumas fusões de

bolsas na Ásia e na Europa, a BM&F caiu para 6 posição no ranking mundial de bolsas.

Ainda assim ela permanece entre as dez maiores e obedece um padrão de qualidade

internacional.

No ano 2000 a BM&F passou a se integrar como um membro da aliança Globex,

que consiste em uma aliança formada pelas bolsas de Chicago (Chicago Mercantile

Exchange), Paris (Euronext), Cingapura (Singapore Exchange-Derivativas Trading),

Madri (Meff - Mercado Oficial de Futuros y Opciones Financieros) e Montreal (Montreal

Exchange). Além de servir como plataforma para acordos bilaterais ou multilaterais -

visando acesso aos vários mercados, redução de margens por meio de sistemas

mútuos de compensação, troca de informações e outros - a aliança Globex tem por

objetivo satisfazer as condições para que futuramente seja possível a integração desses

mercados promovendo a internacionalização dos mercados desenvolvidos na BM&F.

0 sistema eletrônico de negociação da BM&F já esta no padrão internacional

dessa aliança, pois já utiliza o GTS (Global Trading System), que é a plataforma de

negociação da aliança Globex.

Em abril de 2002, foram iniciadas as atividades da Clearing de Câmbio BM&F.

No dia 25 do mesmo mês, foram adquiridos da Companhia Brasileira de Liquidação e

Custódia (CBLC) os direitos de gestão e operacionalização das atividades da câmara

de compensação e liquidação de operações com títulos públicos, títulos de renda fixa e

ativos emitidos por instituições financeiras; e os títulos patrimoniais da Bolsa de Valores

do Rio de Janeiro (BVRJ), passando a deter os direitos de administração e

operacionalização do sistema de negociação de títulos públicos e outros ativos,

conhecido como Sisbex. Com isso, a BM&F amplia a abrangência de sua atuação e se

transforma na principal clearing da América Latina, proporcionando um conjunto

integrado de serviços de compensação de ativos e derivativos, ao mesmo tempo em

que oferece economias de escala, custos competitivos e segurança operacional.

Em 29 de agosto de 2002, lança a Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), que

reúne a BM&F, que lhe presta serviços de compensação e liquidação, e as bolsas de

mercadorias de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e

Uberlândia, transformadas em Centrais Regionais de Operação, com o intuito de formar

Page 16: Apostila BM F

16

um grande mercado nacional para as commodities agropecuárias, com mecanismo

modernos de formação de preços e sistema organizado de comercialização. 0 início de

funcionamento da BBM ocorre em 22 de outubro do mesmo ano.

No dia 29 de janeiro de 2004, o Banco Central do Brasil emitiu resolução por

meio da qual autorizou a Bolsa de Mercadorias & Futuros a constituir um banco

comercial para atuar no desempenho de funções de liquidante e custodiante central,

prestando serviços às bolsas e aos agentes econômicos responsáveis pelas operações

nelas realizadas. Com isso, a BM&F deu início ao processo de criação do Banco BM&F

de Serviços de Liquidação e Custódia S/A, que deverá estar concluído até o fim do ano.

6. O Fluxo das Operações na BM&F

As operações na BM&F ocorrem da seguinte forma: os clientes fazem uma

ordem de compra ou de venda de contratos para o operador de mesa que fica na

corretora. Da mesa a ordem de compra ou de venda é transmitida por telefone para o

operador de pregão. 0 operador de pregão que representa uma corretora de

mercadorias no pregão da bolsa não possui nenhum poder de decisão em relação às

operações, apenas transmite as ordens que o operador de mesa passou para ele e

fecha os negócios segundo as suas orientações.

0 registro das operações é feito através do preenchimento de uma boleta (que é

semelhante ao cartão óptico da loteria federal) que será entregue no posto de registro.

Como normalmente os operadores de pregão realizam várias operações

simultaneamente e precisam estar atentos às ofertas que estão sendo feitas pelos

outros operadores, o operador conta com a ajuda do auxiliar de pregão no

procedimento de registro das operações.

7. Formas de Negociação:

As negociações realizadas na BM&F podem ocorrer em três formas distintas:

Pregão Viva Voz

Todos os dias bilhões de reais equivalentes a produtos agropecuários e

financeiros são comprados e vendidos na sala de negociação, ou pregão como é mais

conhecido da Bolsa de Mercadorias e Futuros.

O pregão viva voz é a forma de negociação mais tradicional e, portanto a mais

Page 17: Apostila BM F

17

conhecida. Consiste em reunir os operadores em um recinto onde eles transmitem as

ofertas de compra e de venda e realizam os negócios num sistema de leilões múltiplos.

No pregão, os operadores gritam, gesticulam, exaltam-se para fechar os negócios.

O pregão da BM&F é dividido em rodas de negociação, conhecidas como Pits.

Em cada Pit estão em negociação diferentes ativos e vencimentos, logo o operador

sabe o ativo que está sendo negociado pela roda em que ele está. A comunicação entre

os operadores ocorre através de uma linguagem gestual combinada com a fala. O

operador quando aproxima a mão para si, sinaliza intenção de compra e quando afasta

a mão sinaliza intenção de venda. Há também um outro gesto de conclusão do negócio

e as únicas informações que eles dizem verbalmente são o número de contratos e o

valor para oferta de compra e de venda, que nada mais são do que

Muito embora algumas bolsas tenham adotado a silenciosa negociação

eletrônica, o Pregão Viva Voz está muito longe de sua extinção e continua a ser o

símbolo das bolsas.

Page 18: Apostila BM F

18

Pregão Eletrônico

0 pregão eletrônico da BM&F está no padrão internacional da Aliança Globex,

formalizada no ano 2000, que tem por objetivo satisfazer os requisitos necessários à

globalização. Assim sendo, todas as bolsas que integram a aliança estão reunidas

numa única plataforma de negociação.

0 pregão eletrônico segue o mesmo princípio do pregão viva voz, porém de uma

forma silenciosa. Não há um recinto onde se reúnem os operadores, pois as ofertas de

compra e de venda são feitas em terminais eletrônicos das próprias corretoras. 0

casamento das operações é feito pelo próprio sistema, dispensando os gritos e os

gestos do pregão Viva Voz.

A abertura do pregão eletrônico começa uma hora antes do pregão Viva Voz,

com todos os ativos que são negociados na bolsa. Quando há a abertura do pregão

viva Voz, os ativos deixam de ser negociados no GTS e só retomam a negociação

eletrônica no final da tarde, após o encerramento do pregão Viva Voz. Existem ativos

que são negociados apenas no pregão eletrônico, por exemplo todos os contratos de

opções e alguns futuros cujos vencimentos são pouco líquidos.

Balcão

A BM&F é a única bolsa do mundo que registra operações de balcão. São

alguns contratos à termo, swaps e opções flexíveis. Não são produtos de pregão e

apenas são registrados eletronicamente por um sistema de registro. Nestes casos a

função do registro permite atestar a ocorrência de uma operação em tais condições.

Cadeia de riscos da BM&F

0 esquema abaixo ilustra simplificadamente a cadeia de riscos da BM&F:

- Cliente

- Corretora

- Membro de Compensação

- Clearing

- Bolsa

Page 19: Apostila BM F

19

Quando o cliente não tem condições de honrar sua posição perante a Bolsa, a

corretora é obrigada a fazê-lo no seu lugar. Se a corretora por sua vez incorrer em

inadimplência, o membro de compensação será responsável por suas obrigações. A

próxima na cadeia de riscos, é a Clearing, que faz a transferência de ganhos e perdas

entre compradores e vendedores tomando para si o risco de todas as operações.

A última na cadeia é a própria Bolsa, cujo capital é completamente independente

do capital da Clearing, e é a "garantidora de ultima instância" das operações que nela

ocorrem.

Medidas de sequrança:

A fim de reduzir os riscos das operaçcès e assegurar a integridade do sistema, a

Clearing BM&F adotou algumas medidas de segurança que estão relacionadas

abaixo:

Margem de Garantia:

A margem de garantia é uma espécie de caução, ou seja, um depósito que o

participante deve fazer ao abrir uma posição. O depósito da margem de garantia é feito

através do membro de compensação junto a Clearing e tem como objetivo garantir que

a posição será de fato liquidada.

Limite de oscilação diária de preços:

Consiste no estabelecimento de uma variação máxima dos preços. Assim sendo

estipula-se um limite percentual de alta ou de queda que se atingida não se registra

mais nenhum negócio.

Ex: o limite de oscilação do dólar é 5%. Suponha que a cotação de fechamento do dólar

ontem foi de R$4,00. Hoje não se registra nenhuma operação a uma cotação superior a

R$4,20 ou abaixo de R$3,80.

Dessa forma é possível evitar grandes perdas (a perda máxima é o próprio limite

de oscilação) e reduzir a influência dos efeitos da especulação no mercado.

Page 20: Apostila BM F

20

Limite de posições em aberto:

Esse procedimento faz com que o especulador não se transforme em um

manipulados de preços no mercado. Consiste em estipular um número máximo de

contratos que um único participante pode deter. Dessa forma evita-se que o participante

concentre muitas posições e dite os preços de mercado. Além disso, o risco de

inadimplência de posições muito concentradas é muito maior do que posições mais

pulverizadas, pois o default de um único participante pode prejudicar muitos outros. 0

limite de posições ajuda a evitar essa situação.

Ajuste diário:

0 ajuste diário é um sistema de conta corrente em que as posições são

acertadas financeiramente todos os dias de acordo com as oscilações do mercado. Se

o mercado se movimentou favoravelmente, o participante receberá o ajuste, caso

contrário pagará ajuste. Esse processo ocorre diariamente até a data da liquidação ou

até o participante encerrar sua posição.

9. Derivativos, Definições e Conceitos

A palavra "derivativos" encontra-se na literatura em diversas definições.

Seguem abaixo algumas delas:

"... Os derivativos são contratos firmados entre partes com objetivo de trocar valor, e

somente valor de ativos ou índices ou até mesmo commodities (agrícolas, minerais

etc ...)". Silva Neto, Lauro de Araújo

Derivativo definições, emprego e risco. ed. Atlas 1977.

"... Instrumentos financeiros cujo preço de mercado deriva daí o nome, do

preço de mercado de um ativo real ou um outro instrumento financeiro." Santos,

José Evaristo dos.

Dicionário de derivativos, ed. Atlas, 1988.

"... em termos gerais, um contrato bilateral ou um acordo de troca de

pagamentos cujo valor deriva, como seu nome indica, do valor de um ativo

objeto referenciado em uma taxa ou índice."

Page 21: Apostila BM F

21

"Global derivativas Group" Grupo de estudo no âmbito do G30

A partir dessas citações podemos extrair algumas conclusões:

A formação de preços no mercado de derivativos está sujeita à variação

de preços de outros ativos no mercado à vista.

São instrumentos que foram criados com o objetivo de se transferir

riscos entre os participantes do mercado.

Os derivativos são uma forma de se negociar apenas a oscilação de

preços dos ativos sem -haver necessariamente a negociação física da

commodity.

Na BM&F negociam-se derivativos de duas naturezas distintas:

a. Derivativos agropecuários: têm como ativo objeto commodities agrícolas,

tais como café, boi, milho, soja...

b. Derivativos financeiros: têm o seu valor de mercado referenciado em

alguma taxa ou índice financeiro: taxa de juros, taxas de inflação, taxas de

câmbio, índices de ações...

9.1 Mercados desenvolvidos na BM&F:

A tabela abaixo apresenta essas modalidades e a principais características de

cada uma delas:

Modalidade Característica

Mercado à Termo Negociações de compra e venda de ativos

customizados para liquidação futura que podem

ocorrer tanto em Bolsa como também em Balcão. Mercado Futuro Negociações de compra e venda de contratos

padronizados para liquidação futura, que ocorrem

apenas em Bolsa. Opções Negociação do direito de comprar ou de vender um

ativo. Swaps Acordos de troca futura de fluxos de caixa.

Nesse texto nos concentraremos nos mercados à termo e futuro porque são os

Page 22: Apostila BM F

22

principais derivativos negociados na BM&F.

10. O Mercado à Termo

Mercado à Termo: mercado em que são realizados acordos privados de compra e

venda de um ativo para liquidação em uma data futura por um preço determinado.

0 mercado à termo tem uma origem muito remota e seu surgimento

está associado a um problema de sazonalidade dos mercados agrícolas. Para

descrever a funcionalidade do mercado à termo, utilizaremos o exemplo de um

produtor e um torrefador de café:

Imagine a situação do produtor de café no início da produção. 0

produtor não tem nenhuma garantia do preço que poderá ser praticado ao final

da safra, pois simplificadamente, duas situações poderão ocorrer:

Situação A:

Safra Recorde: As condições climáticas favoreceram muito o cultivo de café e ocorreu,

uma superprodução no período. O excesso de oferta levará a uma queda acentuada de

preços de venda, reduzindo a margem de lucro do produtor. Algumas vezes, o valor de

venda é insuficiente até para cobrir os custos de produção, e nesse caso o produtor

poderá preferir destruir o café a colocá-lo no mercado, pois dessa forma ele minimizará

seus custos com armazenagem e transporte e ao mesmo tempo conter irá a pressão

da oferta.

Situação B:

Escassez de café: Ocorrência de pragas, geadas ou outras intempéries que dificultem

o cultivo de café provocando sua escassez. Nesse caso haverá alta nos preços do café

e o produtor conseguirá vender sua produção por um preço mais elevado do que ele

imaginava anteriormente.

Imagine agora a situação do torrefador de café. O torrefador compra o café do

produtor, torra e vende para o consumidor final. Ele também não sabe a que preço

Page 23: Apostila BM F

23

poderá negociar o café no final da safra, pois no caso da situação B, os preços podem

se elevar drasticamente e atingir um nível superior ao que a sua atividade permite.

Neste exemplo, o vendedor estará correndo o risco de uma queda acentuada

nos preços e o comprador de uma alta nos preços do café no mercado à vista no final

da safra.

O comprador corre o risco de alta acentuada nos preços.

O vendedor corre o risco de queda acentuada nos preços.

A fim de eliminar os riscos de variações adversas de preço o cafeicultor e o

torrefadór poderão realizar um contrato à termo que ocorrerá da seguinte forma:

Suponha que ao preço de R$100,00 para cada saca de 60 quilos, o produtor

consiga pagar todos os seus custos de produção e ainda obter um lucro razoável dentro

de sua atividade. Suponha também que R$100,00 seja o preço máximo que o torrefador

possa pagar para auferir lucro e não realizar prejuízo em sua atividade. Para ambos

R$100,00 é um preço de negociação razoável. Logo, o torrefador e o cafeicultor,

através de um contrato à termo, poderão fazer um compromisso de compra e venda em

que o produtor se compromete a vender o café a esse preço no final da safra e o

torrefador se compromete a comprar esse café por essa quantia na data pré-

determinada.

Dessa forma, independentemente do resultado da safra e dos preços

estabelecidos no mercado à vista no período da entrega, ambos terão seus preços de

compra e de venda travados em R$100,00 por saca.

Resultados da

Operação Situação A:

Safra Recorde e conseqüente queda nos preços.

Suponha que o preço estabelecido no final da safra seja de R$90,00

0 produtor obterá êxito nessa operação, pois conseguirá vender sua produção

por R$100,00, um preço superior ao estabelecido pelo mercado (R$90,00). Os custos

de produção serão cobertos e a lucratividade garantida.

0 torrefador pagará um preço mais alto do que o preço estabelecido pelo

mercado à vista, mas que ainda lhe convém, pois R$100,00 é um preço que o

Page 24: Apostila BM F

24

torrefador considera razoável dentro da sua atividade.

Situação B:

Escassez de café no mercado e conseqüente alta nos preços.

Suponha que o preço estabelecido pelo mercado à vista no final da safra seja de

R$120,00:

Nesse caso, quem obterá êxito será o torrefador que comprará por R$100.00,

uma mercadoria cujo valor de mercado é de R$120,00. 0 produtor venderá a

mercadoria para o torrefador a um preço inferior ao estabelecido pelo mercado, mas

que ainda assim cubra todos os seus custos de produção e garanta uma lucratividade

razoável para sua atividade.

Conclusão:

Tanto para o comprador como para o vendedor no mercado a ie me) e em ambas as

situações (alta ou queda- de preços), o prejuízo realizado não seca encarado

propriamente como um prejuízo e sim como; algo que se deixou de ganhar, corno um

prêmio de seguro. -

No exemplo "Cafeicultor - Torrefador ao preço de R$100,00 a saca amos tinham seus

custos cobertos e a lucratividade dentro de suas atividades garantida. Quando o

participante entra no mercado com a finalidadede obter proteção, e estará abrindo mão

de um possível ganho para não incorrer num prejuízo efetivo.

10.1 Problemas do Mercado à Termo:

Abaixo estão relacionadas as principais deficiências que fizeram com que os

contratos à termo tivessem baixa liquidez e que determinaram sua transição para o

Mercadó Futuro.

a. Falta de padronização:

Nos mercados à termo não há a determinação de uma qualidade mínima do que

deve ser entregue, assim as diferenças (peso e qualidade) das commodities físicas

podem causar problemas na liquidação do negócio. 0 que pode resultar em um custo de

transação muito alto e um desestímulo a esse tipo de negociação.

Page 25: Apostila BM F

25

b. Falta de transparência na formação de preços:

Como os mercados à termo são negociações privadas, os demais participantes

do mercado não têm informações em relação a esse negócio. Não há nenhum tipo de

divulgação formal dos preços que são praticados, logo nenhum participante do mercado

estará certo de estar negociando pelo preço mais justo possível porque não sabe como

se está se dando a formação de preços da commodity no mercado como um todo.

c. Impossibilidade de recompra e revenda:

Os contratos à termo não oferecem a possibilidade de intercambialidade de

posições, isto é, nenhuma das partes consegue encerrar sua posição antes da data da

liquidação. Os contratos à termo são contratos particulares e pessoais, ou seja, suas

especificações só atendem as necessidades dos seus detentores, logo o detentor será

praticamente obrigado a manter sua posição tendo em vista a dificuldade de repassála

para outro participante.

d. Risco de inadimplência e de não cumprimento do contrato

0 risco de crédito e risco de não cumprimento do contrato, estão relacionados

com a ausência de um sistema de garantias adequado. Os negócios para liquidação

futura envolvem elevados riscos dessa natureza. A incerteza com relação ao crédito e o

cumprimento do contrato também representam um grande fator de desestímulo a esse

tipo de negociação.

No sentido de aprimorar os negócios para liquidação futura e sanar os problemas

acima citados, surgiu o mercado futuro cuja funcionalidade será apresentada na

próxima seção.

Vale a pena frisar, que os mercados à termo não foram extintos e que alguns

deles apresentam substancial liquidez, como por exemplo, os contratos à termo de

ações da Bovespa.

11. O Mercado Futuro

Os contratos futuros são uma modalidade operacional muito semelhante aos

mercados à termo, mas são negociados somente em bolsa. Assim como nos mercados

à termo, nos mercados futuros também são realizadas operações de compra e venda

Page 26: Apostila BM F

26

de um ativo para liquidação em uma data futura por um preço determinado entre as

partes. Porém são operações realizadas através de pregão de bolsa (sistema de leilões

múltiplos onde ofertas de compra e de venda são realizadas simultaneamente e em que

os preços são divulgados publicamente a todos os participantes do mercado).

0 mercado futuro revestiu o mercado à termo de algumas características que os

aproximam muito dos modelos de competição perfeita (otimização do mercado,

homogeneidade dos produtos, informações transparentes e livre mobilidade de

recursos) de modo a permitir que os preços possam se ajustar conforme as leis de

mercado, ou seja, de acordo com as pressões da oferta e da procura, que por sua vez

são orientadas pelas informações disponíveis aos participantes do mercado. Nas

próximas seções apresentaremos com mais detalhes todos os aspectos mencionados

aqui sucintamente.

11.1 Características Operacionais e Funcionais

do Mercado Futuro:

11.1a O Conceito de Padronização de Contratos e sua Importância para o

Mercado Futuro:

Entende-se por um contrato padronizado, todo o contrato que possua uma:'

estrutura previamente padronizada por regulamentação de bolsa, estabelecendo

limites quanto à especificação do produto, à qualidade, locais e meses de

entrega, embalagem, meios de transporte e formalidades de entrega e pagamento.

Abaixo estão relacionadas as principais especificações contratuais:

1. Objeto de negociação:

É a descrição do ativo cuja oscilação de preços está em negociação. Exemplo:

Café, Dólar, Boi...

Page 27: Apostila BM F

27

2. Cotação:

É a unidade de valor atribuída a cada unidade física da commodity em

negociação. Exemplo: reais por saca, reais por dólares...

3. Unidade de negociação:

É o tamanho do contrato. Exemplo: O tamanho do contrato de café é de 60 sacas de

100 kg, o de dólar é de cinqüenta mil dólares...

4. Meses de vencimento

Meses em que serão liquidados os contratos. São determinados de acordo com a

sazonalidade dos mercados.

Segue abaixo um exemplo de um contrato padronizado, negociado na BM&F:

.....

Especificações do Contrato Futuro de Taxa de Cambio de Reais por

Dóla Comercial

1. Objeto de negociação

A taxa de Câmbio de reais por dólar dos tstados Unidos, para entrega pronta,

contratada nos termos da Resolução 1690/90, do Conselho Monetário Nacional - CMN.

2. Cotaçao

Reais por US$1.000,00, com até 3 casas deciimais

3. Variação mínima de apregoação

R$ 0,001 por US$ 1.000,00

4. Oscilação máxima diária

5% sobre o valor do vencimento negociado, calculados sobre o preço de ajuste do

pregão anterior.

Os dois primeiros vencimentos abertos à negociação não estão sujeitos a limites de

oscilação.

A Bolsa poderá, a qualquer momento, alterar os limites de oscilação, bem como sua

Page 28: Apostila BM F

28

aplicação aos diversos vencimentos, inclusive para aqueles que habitualmente não têm

limites.

5. Unidade de negociação

US$ 50.000,00

6. Meses de vencimento

Todos os meses.

7. Número de vencimentos em aberto

No máximo 24 meses, conforme autorização da BM&F

8.Último dia de negociação

Último dia útil (dia de pregão) do mês anterior ao mês de vencimento do contrato.

9. Data de vencimento

Primeiro dia útil(dia de pregão) do mês de vencimento

10. Day trade

São admitidas operações de compra e venda para liquidação diária (day frade), desde

que realizadas no mesmo pregão, pelo mesmo cliente (ou operador especial),

intermediadas pela mesma corretora de mercadorias e registradas pelo mesmo

membro de compensação. Os resultados auferidos nessas operações são

movimentados financeiramente no dia útil seguinte ao de sua realização.

11. Ajuste diário

As posições em aberto ao tina) de cada pregão serão ajustadas com base no preço de

ajuste do dia, estabelecido conforme regras da Bolsa, com movimentação financeira em

D+1. Para os dois primeiros vencimentos, o preço de ajuste será estabelecido pela

média ponderada dos negócios realizados nos últimos 15 minutos do pregão ou por um

preço arbitrado pela BM&F; para os demais, o preço de ajuste será estabelecido no call

de fechamento.

0 ajuste diário será calculado de acordo com as seguintes fórmulas:

a) ajuste das operações realizadas no dia

AD=(PAt-PO)xMxn

Page 29: Apostila BM F

29

b) ajuste das posições em aberto no dia anterior

AD=(PAt-PAt-1)xMxn

onde:

AD = valor do ajuste diário;

PAt = preço de ajuste do dia;

PO = preço da operação;

M = multiplicador do contrato, estabelecido em 50 para os vencimentos até outubro/97,

inclusive, e em 100 para os vencimentos posteriores;

n = número de contratos,

PA t-1 = preço de ajuste do dia anterior.

0 valor do ajuste diário, se positivo, será creditado ao comprador e debitado ao

vendedor. Caso o valor seja negativo, será debitado ao comprador e creditado ao

vendedor.

Todas as condições sob as quais os ativos serão transferidos de uma

contraparte para outra são estabelecidas através das especificações do contrato,

definidas pela Bolsa.

Apenas dois itens podem variar em uma negociação realizada na BM&F o número

de contratos ofertados e o preço negociado entre as partes.

b. Intercambialidade de posições:

Os contratos negociados em balcão, (cujas especificações, como preço

quantidades, cotações, locais de entrega... são determinadas diretamente entre as

contrapartes) não são intercambiáveis. Dificilmente o participante conseguirá transferir

sua obrigação a outro participante porque esse contrato apenas satisfaz as

necessidades dos participantes que o criaram, de modo que as contrapartes ficam

amarradas umas às outras até a data do vencimento do contrato.

Já os contratos padronizados por regulamentação de bolsa são muito mais

líquidos, pois sendo uniformes, atendem às necessidades de todos os participantes do

mercado. Assim sendo, nenhum participante precisa carregar sua posição até a data

do vencimento do contrato, podendo encerrar sua posição a qualquer momento, desde

o momento da abertura do contrato até a data do vencimento. Este encerramento é

Page 30: Apostila BM F

30

feito através de uma operação inversa à original, o que é o mesmo que transferir sua

obrigação para outro participante. Os mecanismos de encerramento de posições no

mercado futuro serão melhor apresentados na seção "0 conceito de posições no

mercado futuro".

11.1 b Liquidação Física X Liquidação Financeira:

A liquidação das operações, tanto no mercado à termo como no mercado

futuro pode ocorrer de duas formas:

Liquidação Física: o negócio é liquidado mediante a entrega física da

commodíty.

Liquidação Financeira A liquidação -é feita através de uris acerto financeiro,

pelo diferencial ente compra e venda sem haver a entrega física da commodíty.

Na liquidação física, ocorre a entrega efetiva do ativo objeto do contrato. É

comum nos mercados agrícolas e consiste na entrega física do ativo em negociação

na data do vencimento do contrato.

Em muitos casos, a liquidação física pode ser muito dispendiosa ou ainda

indesejável, pois o participante pode não ter nenhum interesse no ativo objeto, sendo

o seu único intuito a obtenção do valor do diferencial entre compra e venda desse

ativo (especuladores). Nesses casos opta-se pela liquidação financeira que consiste

em um acerto financeiro em relação ao preço à vista do ativo: Se o preço à vista se

movimentou favoravelmente, o participante receberá um valor correspondente ao

saldo positivo obtido do diferencial entre compra e venda. Caso contrário o

participante pagará o saldo negativo à sua contraparte.

Alguns contratos, como os futuros de café e milho admitem ambas as formas de

liquidação, mas a maior parte dos contratos futuros admite apenas a liquidação

financeira.

- Custos Operacionais:

Quando o participante abre uma posição na BM&F, incorre nos seguintes custos

operacionais:

Page 31: Apostila BM F

31

Taxa Operacional Básica (TOB): É a taxa de corretagem que é estipulada pela

BM&F é que deve ser paga no dia seguinte à abertura e ao encerramento da

posição. Operação normal: 0,12%; day trade: 0,06%

Taxa de Liquidação (TL): trata-se de uma outra taxa de corretagem cujo

pagamento deve ser efetuado no dia seguinte do encerramento da posição, no

vencimento do contrato. Seu valor é 0,2% do total negociado tendo como preço

base o valor da liquidação do contrato no vencimento.

Obs: As taxas acima citadas são pagas à corretora e não à Bolsa. As taxas cobradas

pela BM&F incidem sobre a corretora e não sobre o cliente e tem como base de calculo

as taxas TOB e TL.

Taxa da bolsa (emolumentos): trata-se de uma taxa que incide sobre o valor

da TOB e da TL e é pago 1,5% do valor da TOB e no encerramento 1,5% da

TOB ou da TL.

Taxa de registro: taxa cobrada pela BM&F na abertura e no encerramento da

posição e tem o valor de R$0,12 por contrato.

Em geral as corretoras oferecem aos seus clientes um percentual de devolução das

taxas de corretagem.

Os exemplos abaixo ilustram a liquidação de um contrato por diferença:

Negociação de dez contratos de compra e venda de café a R$100,00 a saca. O

tamanho do contrato é de 100 sacas de 60 kg. A cotação da saca no final da safra é de

R$90,00. Qual é o resultado da operação para o comprador e para o vendedor?

Resultado da operação para o comprador:

10x(100 x R$90)-10 x (100 x R$100) _ - R$10.000,00

Resultado da operação para o vendedor

Page 32: Apostila BM F

32

1 0x(100 x R$100)-10 x (100 x R$90) _ + R$10.000,00

O COMPRADOR PAGARÁ R$10.000,00 PARA O VENDEDOR

- Mas se a cotação no mercado à vista fosse para R$110,00?

Resultado da operação para o comprador:

10x(100 x R$110)-10 x (100 x R$100) _ +R$10.000,00

Resultado da operação para o vendedor:

10x(100 x R$100)-10 x (100 x R$1 10) _ -R$10.000,00

O VENDEDOR PAGARÁ R$10.000,00 PARA O COMPRADOR

I

No mercado futuro a liquidação física é muito rara e só está presente em alguns

contratos agrícolas. Nesse mercado apenas duas variáveis estão em negociação (preço

e n°. de contratos). As demais variáveis são definidas pelo contrato em questão. Poucos

são os participantes que estão preocupados em receber ou entregar a mercadoria no

futuro, mas sim garantir o preço da mercadoria para uma determinada data futura. Uma

vez que o mercado futuro não tem como objetivo proteger os agentes econômicos de

problemas de abastecimento e sim de variações adversas de preços, a liquidação

financeira se tornou a mais vantajosa.

11.1c O Conceito de Posições no Mercado Futuro:

Segue abaixo a definição de posição no mercado futuro que se encontra no

regulamento das operações da BM&F:

Posição: O saldo numa determinada data, resultante das operações realizadas por um

Page 33: Apostila BM F

33

mesmo cliente, com o mesmo contrato, intermediadas pela mesma corretora de

mercadorias e registradas pelo mesmo agente de compensação. Uma posição pode ser

definida simplificadamente como sendo o saldo líquido dos contratos negociados por

um mesmo contratante para um mesmo vencimento através de operações no mercado

futuro.

Abertura de posições:

A abertura de uma posição no mercado futuro se dá através da compra ou venda

de contratos futuros. Assim sendo podemos afirmar que um participante está abrindo

uma posição quando toma para si uma posição comprada ou vendida em um

determinado vencimento no mercado futuro que anteriormente ele não possuía.

No jargão do mercado, diz-se que o comprador do contrato está long e o vendedor

short.

Classifica-se um participante como short (vendido) ou long (comprado) de

acordo com sua posição líquida para um determinado vencimento no mercado futuro.

Se o número de contratos vendidos é maior do que o número de contratos comprados,

sua posição é vendedora, caso contrário a posição é compradora. É importante frisar

que a posição líquida é determinada para um único vencimento.

Exemplos:

a. Suponha que um participante tenha comprado 30 contratos futuros de taxa de

câmbio reais por dólar para o vencimento do mês de abril e vendido a mesma

quantidade de contratos para o mês de maio. Qual é a sua posição líquida?

Esse participante estará assumindo uma posição comprada para abril em 30 contratos e

vendida para maio em 30 contratos.

b. Mas se o participante do exemplo anterior tivesse comprado 30 contratos de dólar

para vencimento no mês de março e vendido 20 contratos de dólar para esse

mesmo vencimento, qual seria sua posição líquida?

Resposta: A posição líquida será comprada em 10 contratos.

Encerramento das posições:

0 encerramento de uma posição no mercado futuro se dá através de uma

operação de natureza inversa à original. Dessa forma o participante estará transferindo

Page 34: Apostila BM F

34

seus direitos e haveres para outro participante.

11.1d - O Ajuste Diário

O ajuste diário é um sistema de equalização de todas as posições no mercado futuro,

com base no preço de compensação do dia, e com consequente movimentação diária

de débitos e créditos nas contas dos clientes de acordo com a variação negativa ou

positiva no valor das posições por eles mantidas.

Assim sendo os participantes recebem os seus lucros e pagam osseus prejuízos de

modo que o risco asumido pela Clearing se decompõe diariamente. Além disso o ajuste

diário é uma forma de obrigar os participantes a reavaliar suas posições diariamente, de

modo a “expulsar”do mercado participantes que estão acumulando grandes perdas.

O ajuste diário é um das grandes diferenças entre o mercado futuro e ã termo. Nesse

último há um único ajuste na data do vencimento de modo que se acumula toda a perda

para o último dia, logo o risco de não cumprimento do contrato é muito maior do que

nos mercados futuros onde os prejuízos são acertados diariamente. O mecanismo de

ajuste diário será melhor ilustrado na seção “Exemplosde operação no mercado Futuro”.

12. As Diferença entre os Mercados Futuro e à Termo

Uma vez apresentados os dois mercados podemos identificar as diferenças deles. Na

Tabela abaixo estão relacionadas as principais diferenças entre o mercado futuro e a

termo.

MERCADO À TERMO MERCADO FUTURO

Negociação em Balcão ou em Bolsa Negociação somente em bolsa

Predomínio da entrega física Predomínio da liquidação financeira

Ativos customizados Ativos padronizados

Impossibilidade de se encerrar a posição

antes da data de liquidação

Intercambialidade de posições

Ausencia de Ajuste Diário Presença de ajuste diário

Os riscos devem ser completamente

assumidos pela contrapartes

Operações garantidas pela Bolsa

(sistema de garantias de Clearing)

Page 35: Apostila BM F

35

13. Participantes do Mercado Futuro:

A tabela abaixo sintetiza a participação de cada um dos integrantes do mercado

futuro:

Participante Objetivo

Hedger Obter proteção

____________________________________________

Clientes Arbitrador Obter lucro (livre de riscos)

Especulador Obter lucro (assumindo riscos)

______________________________________________

Agentes Corretora Estabelece o relacionamento entre o

Operacionais cliente e a bolsa.

Membro de Garante as posições da corretora

Compensação perante a Bolsa.

Clearing Registro das operações, compensação e

liquidação dos contratos.

Bolsa Oferece a infra-estrutura ao mercado.

13.1 Hedger:

Os hedger é o participante para o qual o mercado futuro foi criado.

O objetivo do hedger no mercado futuro é obter proteção contra oscilação de

preços, ou seja, são participantes que tem alguma negociação no mercado físico

cujo preço está sujeito a oscilações de difícil controle.

A principal preocupação do hedger não é obter lucro através de operações

no mercado futuro, mas garantir o preço de compra ou de venda de uma

determinada commodity numa data futura e eliminar o risco de variações adversas

de preço.

Page 36: Apostila BM F

36

Exemplos de Hedgers

Produtor agrícola que participa do mercado futuro para travar o preço de venda

e não corre o risco de uma queda acentuada de preços.

Um importador que tem um passivo em dólares e compra contratos cambiais no

mercado futuro porque teme uma alta acentuada da cotação desta moeda na

época que ele precisar comprar dólares no mercado à vista.

13.2 Arbitrador:

0 arbitrador é um participante que tem como o objetivo o- lucro, porém não

assume nenhum risco. Sua atividade consiste em buscar distorções de preços entre

mercados, e tirar proveito dessa diferença ou da expectativa futura dessa diferença.

A estratégia do arbitrador consiste em comprar no mercado onde o preço está mais

barato e vender no mercado onde está mais caro, lucrando um diferencial de compra e

venda completamente imune a riscos porque ele sabe exatamente por quanto ele irá

comprar e a quanto irá vender.

É importante notar que, na medida em que os arbitradores compram no mercado A e

vendem em B, estão aumentando a procura no mercado A (e conseqüentemente os

preços) enquanto há um aumento de oferta (e conseqüentemente queda de preços) no

mercado B. Num dado momento, os dois preços tendem a se equilibrar num preço

intermediário entre os dois preços iniciais e o arbitrador acaba agindo exatamente como

um árbitro por acabar com as distorções de preços entre mercados diferentes. 0 papel

dos arbitradores será mais bem explorado na seção "Formação de preços no mercado

futuro".

13.3 Especulador:

0 especulador é um participante cujo principal objetivo é a obtenção de lucro.

Diferentemente dos hedgers, os especuladores não têm nenhuma negociação no

mercado físico que necessite de proteção. Sua atuação consiste na compra e na venda

Page 37: Apostila BM F

37

contratos futuros apenas com o objetivo de ganhar o diferencial entre o preço de

compra e de venda, não tendo nenhum interesse no ativo objeto.

0 conceito dos especuladores tem recebido, na mídia financeira, uma conotação

muito depreciativa, talvez devido ao fato do seu objetivo ser apenas o lucro. No entanto,

a participação dos especuladores é fundamental no mercado futuro, pois ele é o único

participante que é tomador de riscos. Quando os hedgers entram no mercado futuro,

eles não estão propriamente eliminando o risco de variações adversas de preços e sim

transferindo esse risco para outro participante. Os hedgers costumam se voltar para

uma mesma direção.

Como já foi demonstrado anteriormente, o arbitrador também não assume riscos. 0

único participante que assume risco é o especulador, que entra no mercado arriscando

o seu capital em busca de lucro. Dessa forma, o fato dos especuladores estarem

abrindo e encerrando suas posições a todo o momento, faz com que o volume

negociado aumente, trazendo liquidez para o mercado. Como as posições assumidas

pelos especuladores são muito arriscadas e eles não precisam do ativo objeto, eles não

costumam permanecer por muito tempo no mercado e dificilmente carregam suas

posições até a data da liquidação do contrato. A operação de especulação mais

conhecida é a Day-Trade, que consiste na abertura e no encerramento da posição no

mesmo dia.

14. A Formação de Preços no Mercado Futuro

Segue abaixo a interpretação do preço de um contrato futuro:

O preço de um contrato futuro pode ser interpretado como sendo o consenso

entre comprador e vendedor sobre qual será o preço da "commodity" ou do

instrumento financeiro numa data futura. Assim sendo, podemos encarar as

cotações divulgadas pela Bolsa como sendo a média das opiniões dos

participantes do mercado em relação ao preço futuro de uma "commodity".

Para apresentar os elementos que influenciam o preço futuro de uma commodity

e demonstrar como agem as forças que o influenciam, utilizaremos a teoria da

arbitragem.

Page 38: Apostila BM F

38

Como já mencionamos anteriormente, a prática da arbitragem é possível quando

há distorções de preços de um mesmo produto entre dois ou mais mercados e consiste

em comprar onde está mais barato e vender onde é mais caro. No entanto a ação

continuada de compra em um mercado e venda no outro provoca o restabelecimento de

um único preço em ambos os mercados. Exemplo:

Imagine que no Rio de Janeiro o dólar seja cotado a R$3,50 e simultaneamente

em São Paulo a R$3,35. Os participantes irão comprar dólares em São Paulo e vender

imediatamente no Rio de Janeiro. No entanto na medida em que se vendem dólares no

Rio de Janeiro e se compra em São Paulo aumenta-se a oferta de dólares num

mercado e a demanda em outro. De acordo com as leis de mercado os preços tenderão

a se equilibrar num preço intermediário entre R$3,35 e R$3,50. No mercado futuro as

possibilidades de arbitragem ocorrem quando o preço à vista da commodity, somado os

custos incorridos para entregá-la no futuro estão abaixo do preço futuro. De acordo

com a teoria da arbitragem, o mercado futuro deve ter seus preços alinhados com os

preços do mercado físico. Se por acaso essa condição não for satisfeita, haverá

possibilidade de obter ganhos através da compra do ativo em questão no mercado à

vista e venda imediata no mercado futuro. Antes de prosseguirmos o nosso raciocínio

baseado na teoria da arbitragem, apresentaremos os dois padrões de preços distintos

que os preços futuros podem exibir, bem como o conceito de base.para facilitar a

compreensão do tema

Preços Normais: Os preços dos vencimentos mais distantes são maiores do que os

vencimentos mais próximos dos contratos futuros: Suponha que o dólar à vista está

sendo cotado á R$3,30

Page 39: Apostila BM F

39

Mercado Futuro de Dólar Comercial (US$/dólar) no pregão de 15/01/2003

Vencimento Contrato Preços

(US$/dólar)

Base (Preço à vista - Preço

Futuro) MAR 2003 3.426,000 -0.126

MAI 2003 3.586,000 -0.286

JUN 2003 3.602,000 -0.302

JUL 2003 3.658,000 -0.358

Mercado invertido: Os preços futuros mais distantes são menores que os

contratos com datas mais próximas do vencimento. O mercado invertido

ocorre quando há escassez de uma mercadoria no momento e se espera uma

maior oferta no futuro, ou em situações em que se estima que o preço futuro

seja inferior ao preço à vista.

Mercado Futuro de Dólar Comercial (US$/dóla no pregão de 15/01/2003

Vencimento Contrato Preços (US$/dólar) Base (Preço à Vista - Preço Futuro)

MAR 2003 2942,000 +0.358

MAI 2003 3014,000 +0.286

JUN 2003 2,998,000 +0302

JUL 2003 3.174,000 +0.126

14.1 O Conceito de Base

Base- diferença entre o preço de uma commodity no mercado físico e a cotação para

o mesmo no mercado futuro.

Base = Preço à Vista - Preço Futuro

Observe nas tabelas dos exemplos anteriores que os mercados normais

exibem a base negativa, indicando que os preços futuros são superiores aos

preços à vista. O mercado invertido por sua vez exibe a base positiva,

indicando que os preços futuros são inferiores ao preço à visita.L

Page 40: Apostila BM F

40

0 quadro abaixo sintetiza as relações entre os conceitos apresentados nesta

seção:

Mercado Normal Base < 0 0 preço à vista é menor do que

nos mercados futuros

Mercado Invertido Base > 0 0 preço à vista é maior do que

nos mercados futuros

A medida que se aproxima a data do vencimento, a base se estreita

porque os preços à vista e futuros convergem. Na data do vencimento base é

igual à zero. Se a convergência não se verificar possibilidades de arbitragem

serão abertas, e as ações dos arbitradores reconduzirão ao processo de

convergência de preços.

0 gráfico abaixo ilustra o processo de convergência:

14.2 As Relações entre os Preços à Vista e Futuro

Os preços futuros podem ser estimados da seguinte forma: toma-se o

Page 41: Apostila BM F

41

preço à vista do ativo em questão e acrescentam-se os custos da manutenção de

uma posição física desse ativo, ou seja, soma-se o preço à vista da commodity ao

seu custo de carregamento para uma data futura. Segue abaixo os principais

custos de carregamento:

Custos de armazenagem

Custos de transporte

Custos de seguros

Custos de financiamento

Além dos custos acima citados, podemos acrescentar também um elemento

adicional de incerteza quanto ao preço futuro de uma mercadoria. Concluímos

então que o preço futuro é o preço à vista da commodity, carregado de um prêmio

que corresponde aos custos da manutenção de uma posição física, mais um

prêmio pelo risco de incerteza.

Evidentemente, nenhum desses custos é conhecido. Caso fossem, os preços

futuros também seriam, e as operações de hedge seriam completamente

desnecessárias.

Preço Futuro = Preço à Vista + Custo de Carregamento, 1 Onde o Custo de

Carreqamento= armazenagem + transporte + armazenamento +' financiamento

Sempre que essa igualdade não se verificar, os arbitradores atuarão restaurando

a igualdade e garantindo a convergência dos preços à vista e futuro.

15. Exemplos de Operações no Mercado Futuro:

15.1 O Mercado Futuro do Dólar Comercial:

Apresentação do Contrato

No mercado futuro de dólar comercial são negociados contratos futuros de taxa

de câmbio de real por dólar. Esse mercado foi criado com o objetivo de dar um

instrumento de hedging para indivíduos ou empresas cuja atividade esteja sujeita a

Page 42: Apostila BM F

42

riscos da variação cambial. São exemplos de hedgers nesse mercado: importadores,

exportadores e empresas em geral que tenham ativos ou dívidas atreladas ao dólar.

- Resumo do Contrato:

Objeto de negociação: taxas de câmbio de reais por dólares dos EUA para

pronta entrega

Tamanho do Contrato: US$50.000.000

Data de Vencimento: primeiro dia útil (dia de pregão) do mês de vencimento

Cotação: Reais por US$ 1.000,00

Limite de Oscilação Diária: 5% (para cima ou para baixo)

Fõrmula do juste diário:

1°dia:

AD= (PAt -PO) x m x n

Posições mantidas em aberto no dia anterior:

AD= (PAt- PAt-' )) x m x n

Onde:

AD: valor do ajuste diário

P0: preço da operação

m: multiplicador do contrato (50 ou 100 dependendo do vencimento) n:

n°. de contratos

Page 43: Apostila BM F

43

PA t: preço de ajuste

PAt-1 : preço de ajuste do dia anterior

Exemplo de uma operação:

Na abertura do pregão de 08/08/2002, um participante vendeu 20 contratos de dólar

futuro Dez02. A cotação do dólar futuro na compra era de 3,815. 0 investidor encerra a

posição em 12/08/2002 no final do pregão, a 3,805. Qual é o resultado líquido da

operação?

Observação: Nesse primeiro exemplo, para facilitar nossa compreensão

desconsideraremos os custos operacionais.

Abertura da Posição 08/08/2002

a. Depósito de margem de Garantia

O valor da margem de garantia para dólar comercial com vencimento em Setembro era

de R$7.000 / contrato (de acordo coma tabela do Boletim diário da BM&F). Margem de

Garantia = 7.000 x 20 =R$140.000,00

b. Ajuste diário

Em 09/08/2002

Ajuste diário = (Cotação de abertura da posição - Ajuste de 08/08/2002) x n°. de

Page 44: Apostila BM F

44

contratos x valor do contrato = ((3,815 - 3,80596) x 20 x 50.000)) = R$9.040,00 Neste

dia são creditados R$9.040,00 na conta do investidor referentes aos ajustes do dia

08/08.

Em 10/08/2002

Ajuste diário = (Ajuste de 08/08/2002 - Ajuste de 09/08/2002) x n°. de contratos x valor

do contrato= ((3,80596 - 3,806696) x 20 x 50.000)) = R$(736,00) Neste dia são

debitados R$736,00 da conta do investidor referentes aos ajustes do dia 09/08.

E m 11/0812002

Ajuste diário = (Ajuste de 09/08/2002 - Ajuste de 10/08/2002) x n°. de contratos x valor

do contrato= ((3,806696 - 3,806291)) x 20 x 50.000)) = R$405,00 Neste dia são

creditados R$405,00 da conta do investidor referentes aos ajustes do dia 10/08.

Em 12/08/2002

Ajuste diário = (Ajuste de 10/08/2002 - Ajuste de 11/08/2002) x n°. de contratos x valor

do contrato= (3,806291 - 3,8105) x 20 x 50.000) = R$(4.209,00) Neste dia são debitados

R$4.209,00 da conta do investidor referentes aos ajustes do

dia 10/08.

15.2 O Mercado Futuro de índice Bovespa:

Apresentação do Contrato:

No mercado Futuro de Ibovespa negocia-se o índice de ações

da Bolsa de Valores de São Paulo. O índice Bovespa é o principal

indicador do desempenho médio das ações no mercado brasileiro.

O valor do índice é obtido através da simulação de uma

aplicação hipotética em uma carteira teórica constituída pelas ações

que em conjunto, representam 80% do volume transacionado à vista

nos doze meses anteriores à formação da carteira. Além disso, as

ações que constituem o índice devem apresentar 80% de presença nos

pregões do período. A participação de cada uma das ações recebe

pesos diferentes de acordo com a sua representatividade nos

mercados.

O mercado futuro de Ibovespa tem como finalidade permitir aos

participantes do mercado a cobertura contra movimentos adversos dos

preços das ações. Os hedgers nesse mercado são basicamente

participantes que possuem ações do índice e temem uma possível

Page 45: Apostila BM F

45

desvalorização ou ainda participantes que pretendem fazer aquisição

de ações do índice numa data futura e correm o risco de uma alta no

preço das ações.

Os compradores do índice ganham com a alta da pontuação do índice e os

vendedores com a queda. Os especuladores nesse mercado atuam comprando

contratos, quando tem expectativa de alta e vendendo quando tem expectativa de

queda.

- Resumo do Contrato:

Objeto de negociação: índice de ações da Bolsa de Valores de São Paulo

(índice Bovespa - Ibovespa).

Tamanho do Contrato: Ibovespa futuro multiplicado pelo valor em reais de

cada ponto do índice, estabelecido pela BM&F. (atualmente o valor do ponto é

de R$3,00).

Data de Vencimento: quarta-feira mais próxima do dia 15 do mês de

vencimento

Cotação: Pontos do índice, sendo cada ponto equivalente ao valor em reais

estabelecido pela BM&F. (atualmente o valor do ponto é de R$3,00)

Limite de Oscilação Diária: 15%

Page 46: Apostila BM F

46

Fórmula do ajuste diário:

1°dia:

AD=(PAt-PO)xMxn

Posições mantidas em aberto no dia anterior:

AD= (PA' - PAt-') x M x n

Onde:

AD: valor do ajuste diário

PA t: preço (em pontos) de ajuste do dia

PAt-~ : preço (em pontos) de ajuste do dia anterior

PO: preço da operação

n: n°. de contratos

M: valor em reais de cada ponto estabelecido pela BM&F

Exemplo de uma operação de especulação:

Imagine que em 10 de setembro de 2002, um especulador com expectativa de queda

do Ibovespa, vendeu 20 contratos a 9700 pontos. A cotação de ajuste foi de 9.902

pontos.

Movimentação Financeira em D+1:

Depósito de margem de Garantia em: R$8.000,00 X 20 = R$ 160.000,00

Débito de Ajuste: 9.700 - 9902 x R$3,00 x 20= (R$12.120,00)

Page 47: Apostila BM F

47

Em 1 1 de setembro de 2002, o valor de ajuste foi de 10.426. Os resultados apurados,

com movimentação financeira em D+1, foram:

Débito de Ajuste: 9902 - 10426 x R$3,00 x 20= R$(31.440,00)

Dia 12 de setembro o investidor resolveu encerrar sua posição através da compra de 20

contratos á 17910 pontos. A movimentação financeira em D+1 foi:

Devolução de Margem de Garantia: R$160.000,00

Débito do Ajuste= 10.426 - 10910 x R$3,00 x 20 = R$(29.040,00)

Page 48: Apostila BM F

48

0 investidor realizou prejuízo, pois sua expectativa de queda não se verificou.

A tabela abaixo ilustra o mecanismo de ajuste diário nesta operação (Obs: sem levar

em conta as taxas operacionais):

Exemplo de uma operação de hedge:

Imagine a situação de um investidor que, em 11/09, possui uma carteira de ações de

R$10.000.000,00, com b= 0,8. Temendo uma queda na bolsa, esse investidor decide

fazer um hedge no mercado futuro de Ibovespa. O Ibovespa à vista está cotado a

10.395 pontos e o Ibovespa futuro a 10.930 pontos:

Hedge: em 12/08:

Vende N = 10.000.000 x

0,8 10.395 x

R$3,00

Suponha que tenha ocorrido a seguinte variação no IBOVESPA:

Nesse período o IBOVESPA apresentou uma queda de

Page 49: Apostila BM F

49

10.000 -1=

0,03 10.395

A carteira do investidor teria uma queda de: 0,03 x 0,8= 0,024

Resultado da operação:

Valor da carteira

R$10.000.000,00 x (1-0,024)= R$9.760.000,00

Ganho no hedge:

(10.930 - 10.000) x R$3,00 x 153 = R$426.870,00

Total= R$10.186.870,00

Taxa obtida para o

período10. 186.870 - 1 =

1,01 %

10.000.000

Exemplo de uma operação de arbitragem:

No mercado futuro de Ibovespa, a arbitragem é possível quando surge uma diferença

entre o Ibovespa futuro teórico e o Ibovespa futuro negociado no mercado0 Ibovespa

futuro teórico é definido pela seguinte equação:

IBOVfuturo teórico- IBOV à vista (1+ CDI projetado até o vencimento do IBOV FUT)

Page 50: Apostila BM F

50

Quando o IBOVESPA à vista é maior que o IBOVESPA teórico.

a) Toma-se emprestado à taxa CDI

b) Compram-se ações à vista c)

Vendem-se ações no futuro

Segue abaixo um exemplo hipotético de uma operação de arbitragem:

0 lucro da operação corresponde exatamente à diferença que existe entre o IBOVESPA

futuro teórico e o IBOVESPA futuro de mercado.