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Módulo: Seres Vivos Profª Simone Souza Parte 1: Seres vivos e não vivos A Terra é habitada por milhões de seres A Terra é habitada por muitos milhões de seres: alguns desses seres são chamados de vivos, outros não. Todos os seres são formados por matéria. O que distingue um ser vivo de um ser bruto ou não-vivo, em primeiro lugar, é a composição química. Na Antiguidade, os pensadores achavam que os seres vivos eram dotados de uma exclusiva e misteriosa força vital que lhes confiria vida. Hoje não se acredita mais nisso, pois sabe-se que a matéria que forma os organismos vivos, embora peculiar, é constituída por partículas semelhantes às que formam a matéria não viva e está sujeita às mesmas leis que regem o universo não-vivo. Na matéria viva, porém, certos elementos químicos estão sempre presentes em grande proporção, como o carbono (C), o hidrogênio (H), o oxigênio (O) e o nitrogênio (N) que, junto com vários outros elementos, em menores quantidades, formam substâncias muito complexas (chamadas genericamente de substâncias orgânicas), que constituem os seres vivos. Você é um ser vivo, assim como uma planta e uma bactéria. Já uma pedra não é viva, nem uma cadeira. Os seres vivos não podem ser definidos por apenas uma característica sendo, portanto, necessário levarmos em conta um conjunto de aspectos que os diferenciam dos demais seres. Vamos analisar essas características. Os seres vivos são formados por células Uma das primeiras generalizações feitas no estudo dos seres vivos diz que: “todos os seres vivos são constituídos por células”. Esteenunciado constitui a chamada Teoria Celular. A célula é o elemento fundamental que forma o organismo dos seres vivos. Em geral a célula é tão pequena que só pode ser vista ao microscópio. Uma das exceções que se tem, em relação ao tamanho, é um ovo, sua gema constitui uma única célula macroscópica. A maioria dos seres que conhecemos é formada por grande quantidade de células e, por isso, são chamados de seres pluricelulares. Entretanto, existem seres vivos formados apenas por uma célula: são os chamados unicelulares. As bactérias e os protozoários são unicelulares. Apesar de ser uma estrutura muito pequena a célula é composta por várias partes: Membrana plasmática : É uma película que envolve a célula. Além de protegê-la, essa película permite a troca de substâncias entre célula e o exterior. A membrana plasmática desempenha, assim, uma função importante na nutrição celular. Citoplasma: O citoplasma tem o aspecto gelatinoso e é nele que ficam estruturas (organelas) responsáveis por diversas funções vitais da célula.

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Page 1: Apostila Biologia, Módulo: Seres Vivos

Módulo: Seres Vivos

Profª Simone Souza

Parte 1: Seres vivos e não vivos

A Terra é habitada por milhões de seres

A Terra é habitada por muitos milhões de seres: alguns desses seres são chamados de vivos, outros não.

Todos os seres são formados por matéria. O que distingue um ser vivo de um ser bruto ou não-vivo, em primeiro lugar, é a composição química.

Na Antiguidade, os pensadores achavam que os seres vivos eram dotados de uma exclusiva e misteriosa força vital que lhes confiria vida. Hoje não se acredita mais nisso, pois sabe-se que a matéria que forma os organismos vivos, embora peculiar, é constituída por partículas semelhantes às que formam a matéria não viva e está sujeita às mesmas leis que regem o universo não-vivo.

Na matéria viva, porém, certos elementos químicos estão sempre presentes em grande proporção, como o carbono (C), o hidrogênio (H), o oxigênio (O) e o nitrogênio (N) que, junto com vários outros elementos, em menores quantidades, formam substâncias muito complexas (chamadas genericamente de substâncias orgânicas), que constituem os seres vivos.

Você é um ser vivo, assim como uma planta e uma bactéria. Já uma pedra não é viva, nem uma cadeira.

Os seres vivos não podem ser definidos por apenas uma característica sendo, portanto, necessário levarmos em conta um conjunto de aspectos que os diferenciam dos demais seres.

Vamos analisar essas características.

Os seres vivos são formados por células

Uma das primeiras generalizações feitas no estudo dos seres vivos diz que: “todos os seres vivos são constituídos por células”. Esteenunciado constitui a chamada Teoria Celular.

A célula é o elemento fundamental que forma o organismo dos seres vivos. Em geral a célula é tão pequena que só pode ser vista ao microscópio. Uma das exceções que se tem, em relação ao tamanho, é um ovo, sua gema constitui uma única célula macroscópica.

A maioria dos seres que conhecemos é formada por grande quantidade de células e, por isso, são chamados de seres pluricelulares. Entretanto, existem seres vivos formados apenas por uma célula: são os chamados unicelulares. As bactérias e os protozoários são unicelulares.

Apesar de ser uma estrutura muito pequena a célula é composta por várias partes:

Membrana plasmática : É uma película que envolve a célula. Além de protegê-la, essa película permite a troca de substâncias entre célula e o exterior. A membrana plasmática desempenha, assim, uma função importante na nutrição celular.

Citoplasma: O citoplasma tem o aspecto gelatinoso e é nele que ficam estruturas (organelas) responsáveis por diversas funções vitais da célula.

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Um modelo de célula

do o material genético (DNA) em células eucariontes;

As células que constituem o organismo dos seres não são todas iguais. Raízes, folhas, ossos, pele, músculos etc. têm formas diferentes. Isso acontece porque as células que formam essas partes são diferentes. Um conjunto de células semelhantes que realiza determinada função recebe o nome de tecido.

Célula vegetal

Os organismos vivos são formados por diferentes tipos de tecidos, que formam a pele, a raiz, o caule, os músculos etc..

Apesar de todos os animais e vegetais serem formados por células existem diferenças entre a célula animal e a vegetal. Vejamos as principais:

Na célula vegetal a membrana plasmática é envolvida por uma parede celular. Essa parede é rica em uma substância chamada celulose. Na célula animal não existe parede celular e, conseqüentemente, celulose.

No interior da célula vegetal existe uma organela chamada vacúolo, que ocupa quase todo o interior da célula, e é preenchida por uma substância aquosa rica em materiais nutritivos. Nas células animais os vacúolos são extremamente pequenos.

No interior da célula vegetal encontram-se organelas denominadas cloroplastos, estruturas que abrigam no seu interior a clorofila, um pigmento que tem cor verde, característica dos vegetais. A clorofila permite que os vegetais façam a fotossíntese. Além da clorofila, a célula vegetal pode ter outros tipos de pigmentos de cores variadas. A célula animal não apresenta cloroplastos.

- Os seres vivos possuem capacidade de movimentação Quando nos referimos à capacidade de movimentação, estamos falando de uma ação voluntária, que um ser vivo faz por si próprio. Os animais se movimentam rápida e ativamente, nadando, correndo ou voando sendo, portanto, mais facilmente identificável. Movimentando-se os animais realizam, com mais facilidade, algumas tarefas básicas, como buscar alimentos, se defender e atacar. Nas plantas a constatação dos movimentos requer uma observação mais cuidadosa pois ocorre mais lentamente. Por

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exemplo, se girarmos o vaso de uma planta que fica perto da janela, suas folhas se moverão lentamente até ficarem voltadas em direção à fonte de luz. Essa movimentação, no entanto, demorará vários dias.

- Os seres vivos precisam de alimento

Animais se alimentando

Não se pode conceber a vida sem a presença de energia. Energia é o "combustível" necessário para que o ser vivo possa realizar suas funções vitais.

Os seres vivos obtêm a energia a partir dos alimentos orgânicos principalmente açúcares.

Os organismos que conseguem sintetizar esses açúcares são chamados de autótrofos (do grego auto = por si próprio e trofos = nutrição). É o que acontece com as plantas, que são capazes de sintetizar esses açúcares a partir da água e do gás carbônico através de reações químicas que necessitam de luz, realizando um processo denominado fotossíntese (do grego foto = luz e synthesis = juntar, agrupar).

Por outro lado, há organismos imcapazes de produzir seu próprio alimento. Necessitam, então, ingerir vegetais ou outros animais para se alimentarem. Esses organismos são chamados heterótrofos (do grego heteros = outro, diferente e trofos = nutrição) e como exemplo temos os animais.

Tanto os organismos autótrofos quanto os heterótrofos necessitam retirar a energia contida nos açúcares, que são degradados em água e gás carbônico, liberando energia.

O conjunto de reações químicas que acontecem nos seres vivos (quer seja na síntese de substâncias ou na degradação destas para obtenção de energia) recebe o nome de metabolismo.

- Os seres vivos reagem a estímulos

Todos os seres vivos respondem a estímulos que podem ser físicos ou químicos, como pôr exemplo, a mudança de temperatura, de luminosidade, de pressão ou de composição química do ambiente em que vivem. Alguns poucos vegetais, porém, como a sensitiva (Mimosa pudica), também chamada de dormideira, e certas plantas carnívoras, são capazes de retrair suas folhas em poucos segundos quando tocadas, em uma reação rápida que lembra a de um animal.

Tais plantas produzem reações químicas muito complexas que provocam um movimento de “retração” e “relaxamento” das células, conferindo estes movimentos.

Organismos complexos, como o caso do ser humano, possuem órgãos sensoriais (olhos, ouvidos etc.) altamente especializados em receber os estímulos ambientais. Esses órgãos estão acoplados ao sistema nervoso, que elabora respostas rápidas e adequadas a cada tipo de estímulo.

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Os vegetais também respondem a estímulos, embora mais lentamente que os animais. As folhas das plantas crescem em direção à luz; o caule cresce para o alto, em resposta contrária ao estímulo físico da gravidade; as raízes crescem em direção ao centro do planeta, em resposta positiva à força da gravidade. Também é conhecido o caso do girassol, que se movimenta orientado pela direção da incidência de raios luminosos do Sol, e as onze-horas, cujas flores permanecem plenamente abertas apenas perto deste horário.

A capacidade de reagir a estímulos é classificada de acordo com a evolução dos organismos.

No caso dos animais primitivos, dizemos que estes possuem uma irritabilidade simplificada. Esta irritabilidade é a capacidade de reagir, de forma inata e mecânica, a um estímulo. Por exemplo, ao encostar num paramécio ela terá a reação de se afastar para o lado oposto.

Nos animais mais evoluídos, pode-se referir à irritabilidade complexa, através da excitação de um sistema nervoso mais evoluído, que é uma resposta mais elaborada a um estímulo. Como exemplo de maior desenvolvimento, temos o homem, capaz de emitir respostas muito complexas ao meio. Dirigir um automóvel, por exemplo.

No caso dos vegetais estas reações são referidas como tropismos (crescimento do vegetal orientando-se a favor ou contra estímulos ambientais, como a força de gravidade), tactismos (orientação espacial do vegetal em relação à substâncias químicas, como as plantas parasitas infiltrarem raízes em outras plantas para buscar seiva elaborada), nastismos (reação em resposta à organização interna do vegetal, como o exemplo já citado da planta dormideira) e blastismos (reação a estímulos luminosos, como a semente ter fobia ou filia pela luz para germinação).

Para pensar 2 : Baratas que estejam andando a noite, por um cômodo escuro, fogem rapidamente quando a luz é acesa.

Qual propriedade dos seres vivos que melhor explica esse comportamento?

- Os seres vivos têm ciclo vital

Todos os seres vivos passam por diversas fases durante a sua existência: nascem, crescem, amadurecem, se reproduzem, envelhecem e morrem. Essas etapas constituem o ciclo vital. Os seres brutos, sem vida, não possuem ciclo vital. Os seres brutos não crescem, embora às vezes pareça que isso acontece. O aumento nas ondulações das areias do deserto, chamadas dunas, não se trata de crescimento. Na realidade, esse aumento ocorre por causa da deposição da areia transportada pelo vento. Todos os seres vivos têm duração limitada.

- Os seres vivos se reproduzem

Reprodução é a capacidade que os seres vivos têm de gerar outros seres semelhantes a si mesmos. É por meio da reprodução que as espécies se mantêm através dos tempos. É ela que explica porquê, em condições normais, um ser vivo morre, mas a espécie não desaparece. A reprodução pode ser considerada a característica essencial da vida. Entretanto, apesar de sua importância, não é uma função vital, pois o ser vivo pode viver sem que haja a necessidade de se reproduzir. A reprodução pode ocorrer de duas formas principais: assexuada (ou agâmica) e sexuada (ou gâmica).

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Capivara com filhotes

Planária se reproduzindo

Reprodução assexuada é a reprodução pelo próprio indivíduo, que dá origem a outros seres iguais a ele. Nessa forma de reprodução não há a participação de células sexuais para a formação de novos seres. Como exemplo temos as amebas, certas bactérias, esponjas etc., que se reproduzem assexuadamente. Observe a figura ao lado, onde uma planária se reproduz assexuadamente. Reprodução sexuada é a reprodução onde é necessária a participação de células sexuais, chamadas gametas. Em geral essas células são produzidas por seres diferentes, um masculino e outro feminino. Nesse caso dizemos que esses seres têm sexos separados. Entre os animais vertebrados, por exemplo, os machos formam espermatozóides e as fêmeas, óvulos. No entanto, alguns seres vivos possuem a capacidade de, no mesmo organismo, formarem tanto gametas masculinos quanto femininos. Esses seres são chamados de hermafroditas. As minhocas, por exemplo.

O encontro de gametas denomina-se fecundação e resulta numa célula-ovo, que se desenvolve para formar um novo ser. Quando a fecundação ocorre no interior do organismo feminino dizemos que a fecundação é interna (mamíferos, aves etc.). Quando ocorre no meio externo, dizemos que a fecundação é externa (a maioria dos peixes, anfíbios etc.). Se os filhotes nascem direto da mãe dizemos que esta espécie é vivípara; se a fêmea bota ovos, dizemos que esta espécie é ovípara. - Os seres vivos podem adaptar-se

O termo adaptação pode ser empregado em vários sentidos.

Quando desenvolvemos atividades físicas, nossa temperatura aumenta. Um dos mecanismos que o organismo encontra para baixar a temperatura é a transpiração. Esse tipo de ajustamento é

chamado homeostase, que constitui um tipo de adaptação.

Escala de evolução do homem

Adaptação também significa a capacidade de um organismo desenvolver, ao longo de milhares de anos, características que permitem melhor ajustamento ao ambiente. Esse processo de mudanças que levam à adaptação recebe o nome de evolução biológica. Os cientistas acreditam que as girafas, por exemplo, descendem de ancestrais que tinham pescoços de comprimentos variáveis. Os indivíduos mais altos tinham mais chance de sobreviver, pois conseguiam alcançar mais facilmente o alimento. Seus filhos herdaram essas características a transmitiram a seus descendentes.

Parte 1 - Questões para auto-avaliação

1)Um inseto é um ser vivo e uma pedra não. Que características os diferenciam? 2) Um grão de areia levado pelo vento está em movimento. É característica dos seres vivos a capacidade

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de movimentação. Mas, embora um grão de areia possa se deslocar, ele não é um ser vivo. Por quê? 3) Por que o organismo necessita de alimento? 4) Os vegetais são seres vivos que produzem seu próprio alimento sem retirá-lo de outro ser vivo. Como eles fazem isso? 5) Quais as principais diferenças entre uma célula animal e uma vegetal? 6) Ao longo de sua vida, uma planta passa por diferentes etapas de desenvolvimento. Indique as semelhanças entre ciclo vital de uma árvore e de um ser humano.

2. Nomenclatura e Classificação dos Seres Vivos

Por que classificamos?

Quando nos deparamos com uma grande variedade de objetos ao nosso redor, temos a tendência de reunir em grupos aqueles que consideramos semelhantes, classificando-os. Está é uma característica inerente ao ser humano. O ser humano classifica as coisas porque isso as torna mais fáceis de serem compreendidas.

É provável que o homem primitivo distribuísse os seres vivos em grupos: os comestíveis e os não-comestíveis, perigosos e não-perigosos etc..

No nosso dia-a-dia, temos constantemente exemplos de classificação de coisas; ao se classificar os selos, por exemplo, levamos em conta critérios de semelhanças como país, o ano do selo, o motivo da estampa etc..

Em qualquer sistema de classificação são usados determinados critérios. Num supermercado, a disposição dos produtos nos corredores e nas prateleiras obedece a certas regras estabelecidas pelo proprietário. Por exemplo, os produtos de higiene pessoal ficam numa determinada prateleira de uma determinada seção, os refrigerantes numa outra e os chocolates em uma terceira etc.. É claro que o dono de um supermercado pode usar critérios diferentes de arrumação.

Os cientistas também classificam. Mas no caso da Ciência, não é aconselhável a existência de muitos sistemas diferentes de classificação. Podemos perceber que isso tornaria muito difícil a “comunicação” entre cientistas.

A importância da classificação biológica é facilitar a compreensão da enorme variedade de seres vivos existentes. - Os grupos básicos de Linnaeus

A primeira tentativa conhecida de classificação foi feita pelo filósofo grego Aristóteles (384- 322 a.C.).

Aristóteles trabalhou principalmente com animais e classificou várias centenas de espécies. Ele dividia os animais em dois grandes grupos: os com sangue e os sem sangue. Teofrasto, um discípulo de Aristóteles, descreveu todas as plantas conhecidas no seu tempo: ao classificar as plantas, um dos critérios utilizados foi o tamanho; ele as dividia em árvores, arbustos, subarbustos e ervas.

De Aristóteles até o começo do século XVIII houve pouco progresso. Foram elaborados alguns sistemas de classificação mas com pouco sucesso. Os critérios eram arbitrários, alguns Biólogos classificavam os animais de acordo com seu modo de locomoção, outros conforme o ambiente em que ele vivia etc.

Um exemplo disso pode ser notado ao analisarmos a classificação de um animal tendo por base apenas o ambiente onde ele vive. Pássaros, morcegos e insetos são classificados como animais aéreos e, no

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entanto, são muito diferentes entre si. Certamente um beija-flor tem mais semelhança com uma ema (terrestre) do que com uma mosca.

Podemos notar que escolher como critério apenas o ambiente não acrescenta muito sobre o grupo.

Estas primeiras classificações eram consideradas artificiais, pois utilizavam critérios que não refletiam as possíveis relações de parentesco entre os seres vivos.

Hoje em dia classificações são naturais, pois procuram agrupar os seres vivos de acordo com o maior número possível de semelhanças, tentando estabelecer relações de parentesco evolutivo entre os mesmos.

Um grande marco na classificação dos seres vivos foi estabelecido pelo Naturalista e Médico sueco Linnaeus (lê-se Linô).

Linnaeus desenvolveu um sistema de categorias hierárquicas que, com algumas modificações, é usada hoje. No entanto, ele não levou em conta as relações de parentesco evolutivo entre seres vivos, pois acreditava que as espécies existentes na Terra tinham sido criadas uma a uma por Deus e que, desde o instante da criação até então, elas teriam permanecido sem qualquer alteração. Esse princípio da imutabilidade, denominado fixismo, era crença generalizada entre os naturalistas da época de Linnaeus.

Atualmente o fixismo não é mais aceito, tendo sido contestado a partir dos trabalhos de Darwin em 1 859. Darwin desenvolveu idéias sobre a evolução dos seres vivos através da seleção natural.

A teoria da evolução biológica ou simplesmente teoria da evolução diz que todos os seres vivos, dos mais simples até o homem, estão sujeitos a contínuas modificações ao longo do tempo. Assim, acredita-se que todas as espécies atuais ou as já extintas se originaram a partir de outras, pelo acúmulo de novas características, que revelam as suas adaptações ao diferentes ambientes durante a história da Terra.

Com a aceitação da teoria evolutiva, as espécies deixaram de ser vistas como grupos estáticos de seres vivos.

No sistema proposto por Linnaeus a espécie é a unidade de classificação e pode ser definida como sendo “um grupo de organismos que se acasalam na Natureza e cujos descendentes são férteis”.

O atual sistema de classificação dos organismos também considera a espécie como unidade de classificação.

As diferentes categorias de classificação, chamadas de categorias taxonômicas, foram ampliadas. Linnaeus elaborou um sistema de classificação onde havia 5 categorias de espécies semelhantes, que eram agrupadas em um mesmo gênero; os gêneros semelhantes são agrupados numa mesma família; famílias semelhantes são reunidas numa ordem; ordens semelhantes são agrupadas em uma classe; classes semelhantes são agrupadas em umfilo ou divisão, e filos ou divisões semelhantes são agrupadas em um reino. As categorias podem ser representadas, da mais ampla para a mais restrita, da seguinte maneira:

REINO FILO CLASSE ORDEM FAMÍLIA GÊNERO ESPÉCIE Além dessas categorias, muitas vezes são utilizadas categorias intermediárias, tais como subfilo, infraclasse, superordem, superfamília, subgênero, subespécie.

Para exemplificar o atual sistema de classificação, vamos ver a classificação do cão, desde a categoria mais geral, que é o reino, até a mais restrita, que é a espécie.

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Um exemplo de classificação taxonômica: o cão

- Uma classificação geral dos seres vivos

Muitos sistemas de classificação de seres vivos foram propostos, mas esse assunto ainda é muito controvertido.

As Ciências Biológicas estão em plena expansão e tem sido possível conseguir mais e melhores informações a respeito dos seres vivos, trazendo assim maiores subsídios para a compreensão de suas histórias evolutivas. Por essa razão, a classificação tem sofrido modificações, pois trata-se de um tema dinâmico, não existindo um sistema que contente a todos.

Num dos primeiros sistemas de classificação, na época de Linnaeus, era comum a divisão dos seres da natureza em 3 reinos: Vegetalia ou Plantæ, Animalia e Mineralia. Essa divisão perdurou até cerca de 60 anos atrás. Em conseqüência, ainda há quem insista em considerar os seres vivos unicamente em dois reinos: Vegetalia e Animalia.

Num outro sistema proposto, os seres vivos eram colocados em 3 reinos: Protista, Plantæ e Animalia. Este sistema também não é mais utilizado.

Posteriormente surgiu um sistema de classificação onde os seres vivos eram divididos em 4 reinos: Reino Monera (bactérias e cianobactérias), Reino Protista (algas, protozoários e fungos), Reino Plantæ (desde musgos até angiospermas) e Reino Animalia (desde esponjas até os mamíferos).

Esse sistema ainda é utilizado por algumas pessoas, mas está pouco a pouco sendo substituído por um sistema que agrupa os seres vivos em 5 Reinos:

Reino Animalia: todos os animais desde as esponjas até os mamíferos

Reino Plantae: desde algas pluricelulares até angiospermas

Reino Fungi: todos os fungos

Reino Protista: algas unicelulares e protozoários

Reino Monera: bactérias e cianobactérias

O sistema dos 5 Reinos foi proposto em 1 969 pelo Biólogo norte-americano R. H. Wittaker e é o utilizado atualmente. - Nomenclatura dos seres vivos

Se você consultar um dicionário verificará que o fruto conhecido como ABÓBORA também pode ser chamado de jerimum, jerimu, jurumum, zapolo e zapolito-de-tronco.

É provável que você não conheça todos esses nomes.

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Se em uma única língua de um único País existem tantos nomes para um mesmo organismo, calcule, então, como seria confuso se considerarmos todas as línguas e dialetos que existem no mundo!

Para facilitar a comunicação entre pessoas de diferentes nacionalidades, que falam diferentes idiomas, e entre pessoas de diferentes regiões geográficas de um mesmo país, são utilizados nomes científicos para designar as várias espécies de seres vivos.

O sistema atual de nomenclatura segue proposta de Linnaeus:

é binomial, isto é, composto por dois nomes escritos em latim, ou latinizados;

o primeiro nome refere-se ao gênero e deve ter a inicial com letra maiúscula, ex.: Canis

o segundo nome é o epíteto específico e deve ser escrito com inicial minúscula, ex.: familiaris

Os dois juntos formam o nome da espécie, ex.: Canis familiaris, que é o cão doméstico.

Os nomes científicos devem ter grafia diferenciada no texto. Se este for manuscrito, deve-se passar um único traço embaixo do nome. Se for impresso pode-se, por exemplo, deixar a letra em itálico.

Observe o exemplo abaixo:

Tendo em vista que a classificação correta é em latim (ou em palavras latinizadas), apresentaremos os tópicos desta forma. No decorrer do texto, porém, vamos usar a classificação em língua portuguesa. Note também que, em alguns nomes, há a presença de radicais gregos.

Leitura complementar: Vírus, um ser diferente

Os vírus são o limite entre a matéria bruta e a matéria viva.

Esses seres são muito especiais, pois não são formados por células. Seu organismo é formado por proteínas e outras substâncias.

De todas as características dos seres vivos, os vírus apresentam somente duas: a capacidade de se reproduzir e de sofrer mutações. Por essa razão, os cientistas ainda não chegaram a um acordo se devem ou não classificar esses seres como organismos vivos. Conseqüentemente, os vírus não estão agrupados em nenhum reino. Quando as dúvidas que se tem hoje sobre as características desses seres forem esclarecidas, é provável que eles sejam classificados em um reino exclusivo deles.

O vírus só consegue sobreviver e se reproduzir no interior das células.

Para isso, ele tem que injetar o seu material genético no interior de uma célula viva.

Quando isso ocorre podemos dizer que, de certa forma, o vírus inativa (desliga) o programa da célula e a obriga a fabricar novos vírus. Esses novos vírus irão contaminar novas células e, se o processo não for interrompido, ocorre o que chamamos de infecção.

Um ser que vive às custas de outros causando prejuízos denomina-se parasita.

O vírus é um parasita intracelular, pois para se manifestar necessita penetrar numa célula.

Page 10: Apostila Biologia, Módulo: Seres Vivos

Ao se reproduzirem no interior dos seres vivos, os vírus desequilibram o organismo causando o que denominamos doença.

Existem vírus que atacam animais e outros que atacam somente vegetais.

Na espécie humana podemos destacar doenças que são causadas por vírus: a gripe, a caxumba, o sarampo, a hepatite, a febre amarela, a poliomielite (ou paralisia infantil), a raiva, a rubéola etc..

Quando substâncias estranhas (chamadas antígenos) penetram no nosso organismo (o vírus, por exemplo), existem células do nosso sangue (certos glóbulos brancos) que são capazes de percebê-las, alertando outras células para o perigo de uma infecção. As células alertadas, outros glóbulos brancos, fabricam proteínas de defesa chamadas anticorpos, que inativam os antígenos.

Dessa forma o nosso corpo identifica e neutraliza a ação de certos microorganismos, inclusive os vírus. Essa capacidade de defesa denomina-se imunização.

Não existem medicamentos para combater os vírus depois que eles passam a parasitar um organismo. Nesse caso o único procedimento possível é esperar que o organismo reaja e produza anticorpos específicos para destruí-los. É o caso, por exemplo, da gripe. Não existem remédios para essa doença. O que há são medicamentos para livrar os sintomas desconfortáveis que ela provoca, como dores de cabeça, febre etc..

No entanto alguns vírus são responsáveis por doenças fatais ou que deixam seqüelas graves, é o caso da AIDS, onde o vírus baixa radicalmente a resistência do organismo por atacar as células de defesa. O indivíduo, então, contrai infecções com mais facilidade e que se tornam graves, podendo matar a pessoa. A poliomielite é outro exemplo que pode deixar uma pessoa paralítica ou com sérios problemas motores.

Contra algumas doenças viróticas existem vacinas, que são medicamentos preventivos. A vacinas não curam um organismo já infectado por vírus. São produzidas a partir de vírus “mortos” ou enfraquecidos. Uma vez introduzidos num indivíduo, esses vírus não têm condições de provocar a doença, mas são capazes de estimular o organismo a produzir anticorpos, imunizando-o.

- Questões para auto-avaliação

1) Com que finalidade se classificam os seres vivos? 2) Considere os seguintes seres vivos: mosca, homem, cavalo, macaco, borboleta e zebra. Adote um critério de classificação e separe-os em grupos. 3) Quais as características que definem um ser vivo como pertencente à mesma espécie do outro? 4) Quais são as regras básicas para nomear os seres vivos, de modo a serem identificados com facilidade no mundo todo? 5) Quais são os cinco reinos da Natureza? Cite um ser de cada reino, como exemplo.

Parte 3: Reino Animallia

Caracterização

Atualmente são conhecidas cerca de 1 milhão de espécies pertencentes ao Reino Animal, enquanto outras estão sendo constantemente identificadas. Esses organismos, chamados genericamente de animais, possuem características comuns:

São peculiares, eucariontes e heterotróficos (grego hetero = outro, diferente; grego trophé = nutrição). Suas células não possuem parede celular.

Como são heterotróficos dependem, para sua nutrição, de outros seres vivos.

A maioria dos animais é capaz de se locomover. As espécies que não se locomovem são aquáticas e recebem os alimentos trazidos pela água.

A maioria dos animais possui sistema nervoso e é capaz de reagir rapidamente a estímulos.

A reprodução geralmente é sexuada (com troca de gametas).

Page 11: Apostila Biologia, Módulo: Seres Vivos

Os animais dos filos citados na tabela 1 não possuem coluna vertebral, por isso são chamados de Invertebrados. Além desses filos, existe o filo dos Cordados. Os representantes desse filo possuem, durante a vida embrionária, três características: notocorda (eixo esquelético), fendas branquias (perfurações ao lado da faringe) e tubo nervoso dorsal (participa da formação do sistema nervoso). O filo dos cordados divide-se em 4 subfilos, dos quais veremos apenas o subfilo dos Vertebrados (tabela 2). - Invertebrados

1 - Filo Porifera

O Filo Porífera (poríferos) é constituído pelas esponjas, animais sésseis (fixos) que vivem em ambiente marinho e de água doce.

Esponja

Quanto à forma, as esponjas podem ser tubulares, ramificadas globulares, em forma de copa etc.. Quanto à cor, em geral são cinzentas ou pardas. Encontram-se, contudo, esponjas vermelhas, amarelas, violetas, negras e azuis. Vivem reunidas em colônias que pode variar em tamanho de 1 milímetro a 2 metros.

O corpo das esponjas é recoberto por poros, daí o nome de Porifera (poros = poro, phorus = portador de) ao filo. As esponjas têm no ápice do corpo uma abertura denominada ósculo e internamente uma cavidade chamada átrio.

Os poríferos são animais filtradores: a água e os alimentos entram pelos poros, circulam pelo átrio, e pelo ósculo são eliminados juntamente com água os restos não-aproveitáveis.

As esponjas podem se reproduzir tanto assexuadamente, por brotamento, quanto sexuadamente.

Na reprodução por brotamento aparece um “broto” no corpo do animal que, depois de um determinado tempo pode soltar-se ou não e formar outro indivíduo.

2 - Filo Cnidaria

Os animais que compõem o grupo dos cnidários são aquáticos e quase todos marinhos.

Os cnidários compreendem as hidras, águas-vivas, caravelas, corais e as anêmonas-do-mar.

Possuem simetria radial, pois seu corpo pode ser dividido em vários planos de simetria, dispostos em raios.

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Actínia (uma espécie de Anêmona

Nesse filo encontramos dois tipos de indivíduos: as medusas, que são natantes, e os pólipos, que são fixos. A forma pólipo é cilíndrica, com uma das extremidades apoiadas num substrato qualquer e a outra livre. A medusa é arredondada (forma de guarda-chuva) e de vida livre. Eles podem formar colônias, como é o caso dos corais (colônias sésseis), e das caravelas (colônias flutuantes).

Ao longo de todo o corpo do animal, mas em maior quantidade nos tentáculos, aparecem células especiais chamadas cnidoblastos que, quando tocadas, lançam para fora um filamento com um líquido urticante. Esse líquido pode provocar sérias queimaduras no ser humano. Os cnidoblastos participam também na captura de alimentos.

A reprodução dos cnidários pode ser sexuada e assexuada.

A reprodução assexuada pode ser feita por brotamento. A reprodução sexuada se faz por gametas, com fecundação externa (os gametas se unem na água) ou interna (no interior da fêmea).

Em muitos cnidários a reprodução assexuada se alterna com a reprodução sexuada, num ciclo que há também uma alternância das formas de pólipos e medusas. Esse tipo de reprodução é chamado alternância de gerações ou metagênese.

3 - Filo Platyhelminthes

Os platelmintos são vermes com o corpo achatado (plathyes = achatado; helminthes = verme ), também chamados de vermes em forma de fita.

Uma espécie de verme terrestre

São os primeiros animais a apresentar simetria bilateral. Isso quer dizer que esses animais têm o corpo formado por duas metades simétricas. Nós, por exemplo, somos bilaterais simétricos. Existe apenas um plano que divide imaginariamente nosso corpo em duas metades simétricas.

Alguns platelmintos, como as planárias, de vida livre, vivem na água ou na terra. Outros, como a tênia ou solitária e o esquistossomo, são parasitas de vertebrados, inclusive do homem.

A planária tem grande poder de regeneração: às vezes utiliza esta capacidade e divide-se assexuadamente ao meio. A metade anterior regenera a parte posterior e a metade posterior regenera a anterior.

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Os platelmintos reproduzem-se, na grande maioria das vezes, sexualmente. Existem platelmintos hermafroditas (tênia e planetária) e platelmintos de sexos separados (esquistossomo).

Muitos platelmintos têm grande interesse médico pois causam doenças em vários animais, inclusive no homem. Para compreender como doenças são adquiridas, faz-se necessário o estudo do ciclo vital dos platelmintos parasitas.

Vejamos agora algumas doenças causadas por platelmintos:

Esquistossomose

A esquistossomose, também conhecida como barriga d'água, é doença causada pelo verme Schistosoma mansoni (esquistossomo). Esse verme parasita as veias do intestino, afetando também o fígado e as vias urinárias.

Ciclo da esquitossomose

A pessoa infectada, defecando em local inadequado, elimina os ovos do verme junto com as fezes. Se eles atingirem a água doce, desenvolvem-se em larvas chamadas miracídios. O miracídio precisa de um caramujo para continuar seu desenvolvimento. Não qualquer caramujo, mas só dos gêneros Biomphalaria e Planorbis. Após infestar o caramujo, o miracídio sofre inúmeras transformações e passa a chamar-se cercária. A cercária sai do caramujo e fica nas águas paradas dos lagos, açudes ou represas. Quando uma pessoa entra em contato com a água contaminada, seja lavando roupa, banhando-se ou brincando, a cercária penetra pela pele e circula através da corrente sangüínea, chegando ao fígado, onde torna-se adulta e o ciclo reinicia.

Como você pode perceber, o esquistossomo precisa de dois hospedeiros para se desenvolver completamente: um intermediário (que abriga as fases jovens do parasita) – o caramujo – e um definitivo (que abriga a fase adulta do verme) – o homem.

Sintomas : Os sinais e sintomas da esquistossomose têm relação com a localização dos vermes no organismo humano. Os doentes apresentam, geralmente, aumento do tamanho do fígado e do baço e do volume abdominal.

Profilaxia: A profilaxia da doença faz-se pelo combate ao caramujo, que é hospedeiro intermediário. São também importantes as medidas relativas à educação sanitária, desincentivando o uso de água parada como lugar para banhos.

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Teníase

A tênia é também chamada de solitária pois geralmente encontra-se apenas um verme no corpo do hospedeiro. Há dois tipos de solitárias: a Taenia solium e a Taenia saginata. Ambas são parasitas intestinais e causam doença chamada teníase, sendo que uma adquire-se ingerindo a carne de porco contaminada (Taenia solium) e a outra carne de vaca (Taenia saginata).

Tênias

O corpo desses animais é dividido em partes chamadas proglotes. São animais hemafroditas capazes de se autofecundar, sendo que os espermatozóides de uma proglote fecundam os óvulos de outra proglote de um mesmo animal. As proglotes depois de fecundadas e cheias de ovos são chamadas proglotes grávidas.

Junto com as fezes de um indivíduo contaminado saem as proglotes cheias de ovos. Esses ovos podem ser ingeridos por um porco ou vaca. Dentro do corpo do animal esses ovos dão origem a larvas que perfuram a parede do intestino e são conduzidas pelo sangue até os músculos (carne). Aí elas se desenvolvem, formando uma bolinha branca chamada cisticerco, também conhecida como canjiquinha e pipoca. Se o homem comer essa carne mal cozida ou mal passada, os cisticercos poderão desenvolver-se em seu intestino, dando origem a uma tênia.

Sintomas: Os sintomas da teníase são dores abdominais, alterações no apetite, diarréias e ocasionais nervosismos. A teníase é muito prejudicial à saúde, pois a tênia consome praticamente todo o alimento que a pessoa ingere, deixando-a bastante fraca.

Profilaxia : A profilaxia pode ser feita evitando-se comer carnes de porco ou de boi mal cozidas; através da construção de sanitários em locais adequados; do tratamento da água dos esgotos e da inspeção rigorosa da carne de porco e de boi nos abatedouros dos açougues.

Há uma forma ainda mais grave dessa doença que recebe o nome de cisticercose. Grave, e às vezes fatal, essa doença é contraída através da ingestão de ovos do verme em frutas ou verduras mal-lavadas. Quando isso acontece, repete-se no organismo humano aquilo que acontece no boi ou no porco: os ovos dão origem a larvas que atravessam a parede intestinal e atingem órgãos como o globo ocular, os pulmões e o cérebro. Os sintomas dessa doença dependem da localização dos cisticercos.

4 - Filo Nematoda

Os nematódeos (nemathos = fio, helminthyes = verme) são vermes, como o próprio nome diz, de corpo alongado e cilíndrico assemelhando-se a um fio.

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Áscaris

Estes vermes podem ser de vida livre ou parasitas. Os de vida livre são geralmente microscópicos e podem ser aquáticos ou terrestres.

Os parasitas podem causar doenças em plantas e animais.

5- Filo Annelida

Os anelídeos são animais com o corpo segmentado em anéis, característica que deu nome ao f

Um anelídeo

Alguns vivem no mar, outras na água e na terra, enquanto outros são exclusivamente terrestres.

Os anelídeos têm aparelho digestório completo, com boca e ânus. A respiração é cutânea ou através de brânquias modificadas (nos aquáticos). Os anelídeos são divididos em três classes: poliquetas, oligoquetas e hirudíneos. Essa classificação foi feita com base na presença e no número de filamentos locomotores, as cerdas. Vejamos a seguir as características de cada uma dessas classes:

Polychaetas (Poliquetos)

Animais marinhos com muitas cerdas, inseridas em projeções laterais ao corpo chamadas parapódios. O primeiro anel do corpo desses animais forma a cabeça que é destacada do resto do corpo do animal. Raramente são hermafroditas; a maioria possui sexos separados. Exemplos: nereida, sérpula etc..

Oligochaetas (Oligoquetos)

Animais com poucas cerdas, geralmente terrestres. Respiram pela pele e apresentam como característica típica o clitelo, que é o órgão responsável pela produção do casulo, onde neste se abrigam os ovos. As minhocas são representantes típicos dessa classe. São hemafroditas mas a reprodução ocorre por fecundação cruzada (dois indivíduos trocam espermatozóides entre si).

As minhocas vivem sob o solo, onde cavam túneis e galerias com movimentos ondulatórios do corpo. Dessa forma, elas arejam o solo, tornando possível a respiração das raízes dos vegetais. São por isso úteis à agricultura.

Hirudinea (Hirudíneos)

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São animais que não possuem cerdas, com ventosas ao redor da boca e na região posterior do corpo que auxiliam na locomoção. Podem ser aquáticos e terrestres. As sanguessugas representam essa classe. Algumas sanguessugas são parasitas externos, alimentando-se de sangue. Nesse caso fixam-se à pele do hospedeiro por meio das ventosas.

Uma sangria O Médico entra no quarto com sua maleta, retira dela um frasco de vidro e senta-se ao lado da cama onde está o paciente deitado de bruços com as costas nuas. Ele abre o frasco, pega com uma pinça cinco sanguessugas e os coloca sobre as costas do paciente que se mexe impacientemente.

Após uns 15 minutos, o médico retira os animais que haviam se prendido fortemente na pele, por ventosas, e os coloca nos vidros. Cada um tem então aspecto volumoso e rígido.

O médico limpa os pequenos cortes na pele do homem e pergunta como se sente. Ouve a resposta “parece que estou melhor”.

Essa história é uma descrição de uma sangria, feita com Hirudo medicinalis, ou seja, a sanguessuga medicinal. Antigamente, essa era uma prática comum para diminuir a pressão arterial de pessoas que sofriam de hipertensão (pressão alta).

6- Filo Arthropoda

Os artrópodes constituem o grupo animal mais numeroso existente na Terra: de cada quatro animais existentes, três são artrópodes! Esses animais vivem em todos os ambientes: marinhos, fluvial, terrestre e mesmo aéreo.

Os representantes desse filo recebem esse nome porque possuem pernas articuladas (arthros = articulação, podos = pés) . Não são somente as pernas que possuem articulações, mas sim todas as demais extremidades, como por exemplo, as antenas e as peças bucais.

O esqueleto dos artrópodes é externo, recebendo por isso o nome de exoesqueleto. É muito resistente, formado por uma substância chamada quitina e por sais de cálcio. A casquinha de siri, do besouro, da cigarra e do camarão são exemplos de exoesqueleto.

O exoesqueleto não cresce junto com o animal. Assim, de tempos em tempos, é preciso trocá-lo, do mesmo modo que trocamos nossos sapatos e roupas quando eles se tornam apertados. Essa troca de exoesqueleto chama-semuda.

O corpo dos artrópodes é, geralmente, dividido em cabeça, tórax e abdômen. Alguns, como a lacraia, têm corpo dividido em vários segmentos, enquanto outros, como a aranha, possuem a cabeça e o tórax formando uma única peça chamada cefalotórax.

De acordo com as características que apresentam, os artrópodes podem ser divididos em três subfilos: Crustacea, Chelicerata (que envolve a classe Arachnida), e Uniramia (que envolve as classes Insecta, Chilopoda e Diplopoda).

Vejamos as principais características de cada um:

Subfilo Crustacea

São descritas aproximadamente 38 mil espécies de crustáceos. São animais predominantemente aquáticos, de água doce ou marinhos. Vivem também nas areias das praias, como os caranguejos, e em terra úmida, como os tatuzinhos-de-jardim. A variedade de forma dentre os crustáceos é muito grande. Existem indivíduos macroscópicos e muitas formas microscópicas.

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São característicos por possuírem:

Corpo dividido em cefalotórax e abdômen; Dois pares de antenas; Cinco ou mais pares de pernas; Respiração branquial.

São exemplos de crustáceos: lagosta, camarão, siri, caranguejo, craca etc.

Subfilo Chelicerata

Os membros deste grupo diferem na forma do corpo e natureza das suas extremidades. São principalmente terrestres, pequenos, de vida livre e a grande maioria é mais numerosa em regiões quentes e secas do que em outros lugares. muitos possuem glândulas venenosas e mandíbulas ou ferrões venenosos, com os quais matam insetos e outros animais pequenos, cujos líquidos e tecidos moles sugam como alimento. O corpo de um quelicerado é dividido em cefalotórax e um abdômen. Nenhum possui antenas, sendo o único subfilo dos artrópodos no qual elas se encontram ausentes. O primeiro par de apêndices são estruturas alimentares, chamadas quelíceras. O segundo são os pedipalpos e encontram-se modificados para realizar diferentes funções nas diversas classes. Os pedipalpos são geralmente seguidos por quatro pares de patas.

Escorpião

Os aracnídeos são animais predominantemente terrestres, vivendo sob pedras, troncos ou buracos construídos em barrancos.

Esses animais são representados pelos carrapatos, aranhas, escorpiões opiliões, ácaros etc.

Os escorpiões são os mais antigos artrópodos terrestres conhecidos. Seus palpos foram modificados em grandes pinças que auxiliam na defesa e alimentação.

Durante a estação de acasalamento, o macho perambula até encontrar uma fêmea, com quem inicia uma prolongada corte.

As aranhas desenvolveram especialidades, como glândulas capazes de produzir seda, com a qual confeccionam a teia. Nestes animais, os pedipalpos possuem funções reprodutoras.

São conhecidas atualmente 32 mil espécies de aranhas.

Os ácaros e carrapatos possuem uma grande importância para o homem, pois podem ser parasitas de pessoas, animais e plantas , sendo transmissores de doenças.

Subfilo Uniramia

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Uma espécie de escaravelho

Os insetos vivem em quase todos os ambientes: ar, terra e na superfície da água. São os únicos artrópodes capazes de voar.

Os insetos têm as seguintes características:

Corpo dividido em cabeça , tórax e abdômen;

Três pares de patas;

Respiração traqueal;

Os insetos têm sexos separados e sua fecundação é interna. São animais ovíparos que podem apresentar três tipos de desenvolvimento: 1) Direto, sem metamorfose: desenvolvimento ametábolo (a = sem, metabolos = mudança). Do ovo eclode um jovem semelhante ao adulto. Ex.: traça de livro. 2) Indireto, com metamorfose gradual ou incompleta: desenvolvimento hemimetábolo (hemis = meio). Do ovo eclode uma forma chamada ninfa, que é semelhante ao adulto, mas que não tem asas desenvolvidas. Ex.: gafanhoto, barata, percevejo. 3) Indireto, com metamorfose completa: desenvolvimento holometábolo (holos = total). Do ovo eclode uma larva, bastante distinta do adulto. Essa larva passa por um período em que se alimenta ativamente, depois de um certo tempo secreta um casulo que o envolve esse estágio chama-se pupa, quando ocorre a metamorfose. Dentro do casulo, a larva transforma-se no adulto, que emerge completamente formado. Ex.: borboleta, mosca etc.

Mosquito Aedes Aegypt

Alguns insetos holometábolos possuem a fase larval aquática, como é o caso de importantes mosquitos vetores de doenças, exemplos: Culex, que transmite a elefantíase. Anopheles, que transmite a malária e Aedes aegypti, que transmite a dengue e a febre amarela

Os quilópodos e os diplópodos são chamados popularmente de Miriápodos (mil pés), pois tais animais são caracterizados pelo grande número de patas que possuem.

São exclusivamente terrestres, vivem ao abrigo da luz, lugares úmidos sob folhas, madeiras, pedras etc.

A coloração do corpo desses animais geralmente é escura, podendo ser parda clara ou com tons alaranjados.

Os quilópodos têm o corpo achatado dorsoventralmente, dividido em cabeça e tronco segmentado: apresentam um par de antenas. Há um par de patas por segmento do corpo, sendo que o primeiro segmento é dotado de estruturas para injetar veneno, denominado forcípulas. São animais carnívoros, de

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deslocamento rápido, com tamanho variado de 1 cm a 20 cm, genericamente chamados de lacraias ou centopéias.

Lacraia

Os diplópodos têm o corpo cilíndrico e não possuem forcípulas: seu tronco apresenta dois pares de patas por segmento, com exceção do primeiro. São animais herbívoros e de deslocamento lento, que se enrolam quando são atacados e possuem glândulas que liberam líquidos repugnantes. São denominados embuás ou piolho de cobra.

Piolho de cobra

7 - Filo Mollusca A pérola é formada entre o manto e a concha pela sucessiva deposição de madrepérola em torno de um grãozinho de areia, um fragmento de concha ou em torno de vermes microscópicos que ali tenham penetrado.

Caramujos

Os moluscos constituem um dos maiores filos animais, incluindo formas como ostras, caramujos, lulas e polvos. Esses animais são, aparentemente, diferentes entre si. Possuem no entanto, características em comum que os incluem no mesmo grupo.

O temo molusco deriva-se do grego mollis, que significa mole. O grupo dos moluscos apresenta geralmente três partes especializadas: a cabeça, com a boca e os órgãos sensoriais: o pé, geralmente adaptado para locomoção; e a massa visceral, que aloja os órgão internos. Essa região é revestida por uma dobra da pele, chamada manto, responsável pela produção da concha. Os moluscos são na maioria aquáticos.

Esses animais geralmente possuem uma concha que pode ser externa, formada por uma só peça, como no caso dos caramujos; ou formadas por duas peças, como no caso das ostras. Entretanto, nem todos os

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moluscos a possuem. A lula, por exemplo, apresenta uma concha interna reduzida, enquanto a lesma e o caracol não possuem nenhuma.

O grupo dos moluscos é muito numeroso e variado. Há moluscos de grande importância econômica, como as ostras utilizadas na alimentação e as produtoras de pérolas.

8- Filo Echinodermata

Os equinodermos são animais exclusivamente marinhos, encontrados ao longo da costa e do fundo do mar. Alguns vivem fixos e os que se locomovem o fazem lentamente.

São exemplos de equinodermos: estrela-do-mar, ouriço-do-mar, pepino-do-mar, bolacha-da-praia etc..

Estrela-do- mar

Todos os equinodermos apresentam espinhos na pele: característica que deu nome a este grupo de animais (esquino = espinho, derma = pele). Em alguns, como no pepino-do-mar, os espinhos são atrofiados; em outros, como no ouriço-do-mar, são fortes e bem desenvolvidos.

Esses animais apresentam um esqueleto interno formado por placas calcárias. Essa característica os diferencia da grande maioria dos invertebrados que possuem um esqueleto externo, como no caso dos artrópodes.

As principais características que esses animais apresentam e que os diferenciam dos demais são:

Abaixo da pele, há uma carapaça, de onde saem os espinhos também calcários;

Um aparelho ambulacrário, que participa da movimentação, da respiração, da excreção e da circulação desses animais:

corpo com simetria radial.

Subfilo Vertebrata 1 – Superclasse Pisces

Os peixes são animais aquáticos e um dos mais primitivos dentre os vertebrados. Os animais desse grupo têm o corpo fusiforme o que faz com que sejam excelentes nadadores.

O coração apresenta duas cavidades, uma aurícula e um ventrículo, por onde só passa o sangue venoso.

São divididos em 2 classes: os peixes ósseos (Osteichthyes) e os peixes cartilaginosos (Chondrichthyes).

Os peixes cartilaginosos compreendem os tubarões, os cações, e as raias e as quimeras. Apresentam as seguintes características:

Pele com muitas glândulas mucosas e recoberta por pequenas escamas;

Esqueleto cartilaginoso;

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Boca ventral e cloaca (bolsa na qual terminam os sistemas digestivo, urinário e reprodutor);

Respiração branquial;

Ausência de bexiga natatória;

Reprodução sexuada com fecundação interna;

Temperatura corporal variável com o ambiente (pecilotérmicos).

Os peixes ósseos englobam espécies como o bonito, o baiacu, o bagre, a sardinha, o cavalo-marinho etc.. Apresentam como características:

Pele com muitas glândulas mucosas, geralmente recoberta de escamas;

Uma linha lateral de cada lado do corpo, contendo órgãos sensíveis às vibrações da água circundante;

Boca anterior;

Esqueleto ósseo;

Respiração por pares de brânquias cobertas por uma placa chamada opérculo;

Bexiga natatória geralmente presente;

Reprodução sexuada; geralmente são ovíparos;

Temperatura corporal variável com o ambiente (pecilotérmicos).

Superclasse Tetrapoda

1 – Classe Amphibia

Os únicos anfíbios que possuem veneno são algumas espécies de sapos, onde tal veneno é produzido em glândulas denominadas paratóides. Mas o sapo não possui nenhuma estrutura para injetar o veneno, sendo este eliminado pela compressão das glândulas, o que ocorre quando são abocanhados por um predador. Se atingir os olhos, o veneno pode provocar irritação muito forte. Os anfíbios (amphis = duplo; bios = vida-) compreendem os sapos, rãs, pererecas, salamandras e cobras-cegas. São animais de quatro patas (tetrápodos). Quando adultos geralmente respiram por pulmões, mas suas larvas (girinos) vivem na água e têm respiração branquial. Os anfíbios não apresentam escamas. Seu corpo é recoberto por uma pele lisa, fina e umedecida pela secreção de glândulas, de tal modo que parte da respiração se faz pela pele (respiração cutânea). São animais pecilotérmicos.

O coração apresenta-se formado por três cavidades, duas aurículas e um ventrículo. No ventrículo ocorre ampla mistura entre sangue venoso e sangue arterial.

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Os anfíbios dependem da água, onde ocorre a fecundação. O ovo origina uma larva com respiração branquial, que posteriormente sofre metamorfose, transformando-se em um adulto com respiração pulmonar. É daí que provém o nome da classe, uma vez que os anfíbios têm uma vida aquática quando jovens e outra terrestre quando adulto. Usando como critérios sistemáticos a presença ou ausência de patas e cauda nos adultos, a classe dos anfíbios é dividida em três ordens:

Anura – sem cauda e com patas. Ex.: sapos, pererecas, rãs.

Urodela – com cauda e com patas. Ex.: salamandras e tritões.

Ápoda – com cauda e sem patas. Ex.: cobra-cega.

2 – Classe Reptila

Os répteis mais temidos são, sem dúvida, as serpentes. Na natureza não há vilões. Não mate serpentes simplesmente pelo fato de estarem vivas. Elas mantêm o equilíbrio natural, comendo roedores, que transmitem doenças e dão prejuízos nas plantações e paióis. Os répteis compreendem as tartarugas, serpentes, lagartos, jacarés e crocodilos. São animais tetrápodos ou ápodos. Seu corpo é recoberto por escamas ou por placas córneas. Têm respiração pulmonar e o coração apresenta-se formado por quatro câmaras, duas aurículas e dois ventrículos. A separação entre os ventrículos não é completa, de modo que ocorre certa mistura do sangue venoso com o arterial.

Os répteis apresentam fecundação interna e são na maioria ovíparos. Alguns porém são ovovivíparos. Assim como os anfíbios os répteis são animais pecilotérmicos.

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A classe dos répteis pode ser dividida em três ordens principais:

Chelonia: tartarugas, cágados e jabutis;

Crocodilia: jacarés e crocodilos

Lepidosauria: tuatara, lagartos, serpentes e cobras-de-duas-cabeças.

O sucesso dos répteis

Quando os répteis apareceram no mundo, surgiram com uma inovação – as fêmeas após serem fecundadas desenvolviam um ovo com casca dura, capaz de ser chocada na areia, ao Sol, mas em terra e não na água. Isso facilitou a vida dos répteis, pois eles puderam conquistar novas áreas, mesmo longe da água. Você sabe que existe cobras e lagartos até nos desertos?

Venenosos ou peçonhentos?

Todo ser vivo capaz de produzir substância tóxica (veneno) para outro ser é dito venenoso. Os seres vivos que, além de produzirem essas substâncias também possuem estruturas especiais para a inoculação (introdução) do veneno, são chamados peçonhentos.

Portanto um sapo pode ser venenoso, enquanto que algumas cobras são ditas peçonhentas assim como também são considerados peçonhentos uma vespa e um escorpião.

No Brasil as cobras peçonhentas são: as jararacas, urutus, cascavéis, surucucus e a coral verdadeira.

4 – Classe Aves

Embora comumente consideradas bípedes, pois andam sobre apenas dois membros, as aves são na verdade, tetrápodos. Os membros anteriores transformam-se em asas, órgãos fundamentais para o vôo. São animais com o corpo recoberto de penas, sem dentes e com um bico córneo. Apresentam os membros anteriores transformados em asas que lhe permitem voar.

A respiração é pulmonar, e o coração é dividido em quatro câmaras (duas aurículas e dois ventrículos), não ocorrendo mistura entre o sangue venoso e o sangue arterial.

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As aves são animais homeotermos, isto é, possuem mecanismos de manutenção da temperatura corporal, a qual mantém-se constante independentemente da temperatura ambiente.

A fecundação é interna e são ovíparas.

O vôo das Aves Muito importantes para o vôo das aves são as formas do corpo e das asas, que oferecem mínima resistência à passagem do ar.

Os movimentos das asas dependem de músculos situados no peito. Nas aves voadoras, o osso do peito, chamado esterno, possui uma quilha, onde se prendem músculos bem desenvolvidos que movimentam as asas.

As aves apresentam outras adaptações para o vôo. Uma delas são os sacos aéreos. Trata-se de cinco pares de sacos cheios de ar que se ramificam a partir dos pulmões. Esses sacos penetram entre os órgãos e chegam ao interior dos ossos pneumáticos, outra adaptação importante nas aves.

Os ossos pneumáticos são ossos muito leves, com cavidades que se enchem de ar diminuindo assim o peso da ave. Finalmente, também concorre para a redução de peso a não-retenção de urina e fezes, que são eliminados logo após a sua formação.

5 – Classe Mammalia

Os mamíferos compreendem o homem, o macaco, o boi, o cachorro, o gato, a baleia, o morcego etc.. A principal característica dos mamíferos é a presença de glândulas mamárias nas fêmeas, daí o nome que receberam (do latim: mamma = mama, teta: feros = portador).

Outra característica importante nos mamíferos é a presença de pêlos recobrindo o corpo.

Além das glândulas mamárias, os mamíferos possuem outras glândulas, que não as sebáceas, as sudoríparas, as lacrimais e as odoríferas. Todos os mamíferos são homeotermos e têm respiração pulmonar, inclusive os aquáticos como a baleia, o golfinho e o peixe-boi.

Uma outra característica importante nos mamíferos é a presença do diafragma (músculos que separa o tórax do abdômen, cujos movimentos relacionam-se com a entrada de ar nos pulmões e com sua saída).

Os mamíferos são animais vivíparos (as fêmeas parem as crias já completamente formadas) e com fecundação interna.

O coração é dividido em quatro câmaras (duas aurículas e dois ventrículos), não ocorrendo mistura entre o sangue venoso e o sangue arterial.

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O sucesso dos mamíferos

A grande vantagem apresentada pelos mamíferos é a capacidade das fêmeas gerarem seus filhotes dentro do ventre. E isso só se tornou possível para os mamíferos porque neles as fêmeas possuem um órgão chamado útero, em cujo interior de desenvolve um embrião. No útero também se forma a placenta, que faz a ligação entre o filho e a mãe. A placenta permite ao embrião nutrir-se e respirar dentro do ventre da mãe, através do sangue dela. Depois que o filhote nasce, a placenta é expelida (eliminada) pela mãe.

Questões para auto-avaliação

1)Qual o critério para classificar os dois grandes grupos de animais? Dê exemplos de animais desses grupos. 2) Cite algumas características que os animais pertencentes ao filo Porifera possuem. 3) A que grupo de animais pertence a água-viva? 4) Qual a diferença entre pólipo e medusa? 5) Qual a função dos cnidoblastos? 6) Quais são as caracterísiticas gerais dos platelmintos? 7) Quais as principais doenças causadas por platelmintos? 8) Quais as principais doenças causadas por nematelmintos? 9) Quais são os principais tipos de anelídeos e qual o critério de divisão utilizado? 10) Cite três exemplos de moluscos. 11) Quais as características gerais dos artrópodes? 12) Dê um exemplo de cada classe de artrópode 13) Qual a principal característica dos equidermos e quais animais fazem parte desse grupo? 14) Apresente 3 diferenças entre peixe ósseo e peixes cartilaginosos. 15) Quais os tipos de respiração que os anfíbios possuem? 16) Dê um exemplo de cada tipo de réptil. 17) Qual a diferença entre um animal peçonhento e um venoso? 18) Quais as principais características das aves? 19) Quais as estruturas que favorecem o vôo nas aves? 20) Quais as principais características dos mamíferos?

Parte 4: Reino Plantae

Caracterização

O Reino Plantae compreende seres eucariontes, pluricelulares, autotróficos, que realizam fotossíntese.

A exemplo dos animais, o organismo vegetal é constituído por células. Contudo, sua organização é bastante diferente. Se seus órgãos têm funções paralelas às dos sistemas animais, o mesmo não pode se dizer da sua estrutura. Em relação aos animais falamos em sistemas digestório, respiratório, reprodutor, etc.; no que diz respeito às plantas, tratamos de órgãos: a raiz, o caule, a folha, a flor, o fruto e a semente.

A classificação dos vegetais possui ligeiras diferenças em relação à classificação animal. Ao invés de usar o termo Filo, usa-se o termo Divisão.

As plantas são divididas em dois grandes grupos:

Criptógamas (kripto, escondido): plantas que possuem as estruturas produtoras de gametas pouco evidentes

Fanerógamas(phanero, evidente):possuem as estruturas produtoras de gametas bem visíveis.

- Os órgãos e suas funções

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A raiz tem por função fixar a planta ao solo e retirar dele água e sais minerais, essenciais à vida vegetal. O caule mantém a planta ereta. Em seu interior encontram-se vasos condutores de seiva. Por seiva entende-se o líquido absorvido pelas raízes (seiva bruta) e as substâncias produzidas pela fotossíntese (seiva elaborada).

Há vegetais que não possuem vasos condutores (algas e musgos). Nesse caso, a distribuição da seiva se faz de célula a célula. A maioria, porém, é dotada de vasos condutores.

Do caule partem ramos onde se prendem as folhas, levando a seiva bruta e trazendo a seiva elaborada. As folhas são, portanto, a parte dos vegetais onde ocorre a fotossíntese. A seiva elaborada por ela produzida é distribuída todas as partes do vegetal, garantindo a sua sobrevivência.

Nas folhas também acontecem os processos de respiração e transpiração vegetal.

Flores e sementes são órgãos que se relacionam com a reprodução vegetal.

- Criptógamas

As criptógamas podem ser divididas, com base na organização do corpo, em grupos menores:

1 - Talófitas

As talófitas são plantas cujo corpo é um talo, estrutura não diferenciada em raiz, caule e folha. São as algas pluricelulares.

Um dos critérios de classificação das algas é a cor. As algas segundo esse critério são divididas em:

Chrorophyta (clorofíceas): as algas verdes;

Phaeophyta (feofíceas): as algas pardas;

Rhodophyta (rodofíceas): as algas vermelhas.

A importância das algas

As algas realizam a maior parte da fotossíntese que ocorre no Planeta. São, portanto, os mais

importantes produtores de alimento e energia.

Grande quantidade de oxigênio existente na hidrosfera e na atmosfera se deve à fotossíntese realizada pelas algas.

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As algas vermelhas são ricas em iodo e constituem uma valiosa de substâncias como o ágar-ágar (utilizado em laboratório para a cultura de bactérias) e a carragenina (utilizada como estabilizador de sorvetes, pastas de dentes e doces).

2 - Briófitas

As briófitas são plantas de pequeno porte, sendo que na maioria não ultrapassa 20 cm de altura. Vivem em ambientes úmidos e sombreados, uma vez que não são susceptíveis à dessecação.

As briófitas apresentam estruturas chamadas rizóides, caulóides e filóides que desempenham um papel semelhante ao da raiz, caule e folhas. No entanto, não têm vasos condutores de seiva; tanto a seiva elaborada quanto a bruta passam diretamente de uma célula para outra, através de suas paredes.

O grupo das briófitas tem os musgos como principal representante.

3 - Pteridófitas

As pteridófitas são as primeiras plantas a possuir vasos condutores de seiva. A existência dos vasos possibilitou às plantas a conquista definitiva do ambiente terrestre. Os vasos permitem o transporte rápido da água e sais minerais até as folhas e de seiva elaborada para as demais partes da planta.

Os principais representantes do grupo são as samambaias e as avencas.

Nas pteridófitas as folhas se desenrolam a partir do centro da planta.

A reprodução é feita por meio de esporos, que freqüentemente são produzidos em soros localizados na parte de baixo das folhas (são aqueles pontinhos alaranjados que vemos às vezes nas samambaias). Ocorre alternância de gerações, sendo o vegetal adulto produtor de esporos que, uma vez no chão, dão

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origem a uma plantinha parecida com um coração (prótalo) e que produz os gametas. Esses se unem e vão dar origem a uma nova planta.

Fanerógamas

Nas fanerógamas os óvulos e o pólen são os gametas feminino e masculino, respectivamente.

Dentre as fanerógamas temos as Gimnospermas, que produzem estróbilos como estruturas reprodutoras, que são erradamente denominados flores; e as Angiospermas, que produzem flores.

Uma flor pode ser definida, de maneira ampla, como um “ramo” modificado e adaptado à reprodução. Sobre as folhas modificadas desse ramo é que se formam as estruturas reprodutivas das plantas fanerógamas.

A semente é uma estrutura que contém em seu interior um pequeno embrião em repouso, além de grande quantidade de células e material nutritivo para garantir a germinação.

As sementes têm origem a partir dos óvulos, formados nas flores.

As fanerógamas são divididas em dois grandes grupos:

1 - Gimnospermas

As gimnospermas são as primeiras plantas a produzirem flores (inflorescências) e sementes, porém não produzem frutos (grego = gymnos = nua, grego = sperma = semente) .

As gimnospermas mais conhecidas são os pinheiros, ciprestes e sequóias. No Brasil uma gimnosperma nativa é a araucária, também conhecida como pinheiro-do-paraná.

As flores da gimnosperma são chamadas de cones ou estróbilos.

Essas flores são de um só sexo, masculino ou feminino.

As gimnospermas estão mais adaptadas às regiões temperadas Chegam a formar vegetações como as taigas no Hemisfério Norte e a mata de araucária no sul do Brasil.

As sequóias são gimnospermas de grande porte e ocorrem na Califórnia (Estados Unidos). Essas plantas chegam a atingir 120 metros de altura e seus troncos podem chegar a ter diâmetro de 12 metros.

Estima-se que as sequóias atuais tenham aproximadamente 4000 anos de idade.

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2 - Angiospermas

As angiospermaspossuem como característica exclusiva, a semente contida no interior de um fruto

(grego angio = urna; sperma = semente). Por esse motivo são conhecidas como plantas frutíferas.

As angiospermas correspondem ao grupo de plantas com maior número de espécies sobre a Terra. Ocorrem em ampla diversidade de hábitats, existindo desde espécies aquáticas até plantas adaptadas a ambientes áridos, como os cactos.

Economicamente, as angiospermas representam uma fonte de inestimável importância para o homem. Seus órgãos, como raiz, caule, folhas, flores, sementes e frutos, podem servir de alimento para a população humana. Além disso, servem, também como fontes de matéria-prima para as mais diversas atividades humanas e industriais.

As angiospermas são divididas em dois grandes grupos: o das monocotiledôneas e o das dicotiledôneas.

A principal característica que permite distinguir esses dois grupos é o número de cotilédones presentes na semente. Os cotilédones são folhas modificadas que fazem parte do corpo do embrião e que podem armazenar nutrientes que serão fornecidos a ele durante os estágios iniciais de desenvolvimento. Como o próprio nome diz, nas monocotiledôneas há apenas um cotilédone por semente, enquanto nas dicotiledôneas há dois cotilédones por semente.

São exemplos de monocotiledôneas: Alho, cebola, aspargo, abacaxi, bambu, grama, arroz, trigo, aveia, cana-de-açúcar, milho, gengibre e palmeiras em geral: coco-da-baía, babaçu, etc.

São exemplos de dicotiledôneas: Vitória-régia, eucalipto, abacate, rosa, morango, pêra, maçã, feijão, ervilha, goiaba, jabuticaba, algodão, cacau, limão, maracujá, cacto, mamona, mandioca, seringueira, batata, mate, tomate, jacarandá, café, abóbora, melancia, etc.

A formação da semente

Nas angiospermas a fecundação se dá quando o núcleo masculino (proveniente do grão de pólen) e o

núcleo feminino (oosfera, proveniente do óvulo) se encontram, formando o zigoto, ainda no ovário da

flor.

O zigoto, uma célula simples, sofre então muitas divisões celulares e dá origem a um pequeno embrião, pluricelular.

O óvulo fecundado desenvolve-se formando então uma semente. Ela contém um embrião e substâncias nutritivas que o alimentarão quando a semente germinar.

A formação de uma ou mais sementes no interior de um ovário provoca o seu desenvolvimento e ele, crescendo muito origina um fruto, enquanto murcham todas as demais partes da flor.

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Questões para auto-avaliação

1)Quais os grupos em que se divide o Reino Plantae? 2) Quais os principais órgãos de uma planta e quais as funções? 3) Qual a principal característica das algas e a importância desse grupo de organismos? 4) Como se dá a condução de seiva na briófitas? Dê um exemplo de briófita. 5) Quais as plantas que fazem parte do grupo das pteridófitas? 6) Qual a principal característica das fanerógamas e em quais grupos ela se divide? 7) Como se caracterizam as gimnospermas e as angiospermas? Dê exemplos. 8) Qual o nome das flores das gimnospermas? 9) As angiospermas se subdividem em dois grupos; quais são eles? Dê exemplos.

Parte 5: Reino Fungi

Caracterização

Os fungos mais conhecidos são os bolores, fermentos, lêvedos, orelhas de

pau, mofos e cogumelos. São todos

organismos eucariontes e heterotróficos. Podem viver livres na água ou no

meio terrestre, onde há predominância de matéria orgânica.

Para poderem absorver a matéria orgânica de que necessitam, os fungos mantêm três tipos de relacionamentos com outros seres vivos: saprofitismo(nutrem-se de restos de seres vivos que eles mesmos decompõem), mutualismo (associação com outro ser onde os dois se beneficiam) e parasitismo(nutre-se de substâncias orgânicas do corpo de animais ou plantas vivos).

A maioria dos fungos é constituída por filamentos microscópicos denominados hifas, que em conjunto formam um emaranhado denominado micélio.

A importância dos fungos

Os fungos desempenham importantíssimo papel na Natureza: são eles que, juntamente com as

bactérias do solo, fazem a decomposição de cadáveres de animais e de plantas. Nesse papel de

decompositores da cadeia alimentar, eles permitem a reciclagem dos elementos químicos que

constituem a matéria orgânica. Se não fosse assim, os elementos se esgotariam para os seres vivos.

Os fungos são antigos aliados da humanidade, utilizados na fermentação do pão e na produção de bebidas alcoólicas. Além disso eles emprestam um sabor característico ao queijos tipo roquefort, camembert, gorgonzola e muitos outros, sem falar na utilização de fungos diretamente na alimentação, como é o caso dos famosos champignons.

Os fungos têm importância médica pois podem causar doenças no homem, nos vegetais e nos animais. As doenças causadas por fungos recebem o nome de micoses.

As principais micoses humanas são: o sapinho, a frieira e as micoses de pele. Nos vegetais os fungos podem causar doenças como: as "ferrugens, e os "carvões".

Ainda temos os fungos do gênero Penicillium, que são empregados na fabricação de antibióticos naturais.

Por que cresce a massa do pão?

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O fermento biológico é um tipo de fungo utilizado desde a Antigüidade na produção de pães e bebidas alcoólicas. Somente com o uso do microscópio verificou-se que o fermento é constituído de seres vivos, unicelulares que se produzem por esporos e brotamento.

O fermento colocado na massa do pão alimenta-se dela e produz gás carbônico. Com a formação de bolhas de gás carbônico no interior da massa, esta aumenta de volume e se torna porosa, originando um pão macio.

A técnica de produção de bebidas alcoólicas é semelhante. O fungo presente no caldo da cana, no suco da uva ou em outro líquido açucarado utiliza o açúcar como alimento e realiza sua fermentação. Nesse processo são liberados gás carbônico e álcool. Assim, do suco de uva produz-se vinho e do caldo de cana produz-se cachaça.

Questões para auto-avaliação

1) Quais os fungos mais conhecidos? Cite duas características principais. 2) Onde podem viver os fungos? 3) Quais as relações que os fungos podem manter com outros seres vivos? 4) Como são chamadas as doenças provocadas por fungos?

Parte 6: Reino Protista

Caracterização

Os seres classificados no Reino Protista são unicelulares, microscópicos e suas células são eucarióticas, portanto com núcleo verdadeiro. Eles podem ser autótrofos (grego autos= por si mesmo; trophé = nutrição) ou heterótrofos. Podemos dividir o Reino Protista em dois grupos: o das algas e o dos protozoários.

1 - Algas

Os protistas autótrofos, organismos microscópicos, constituem a maior parte do plâncton marinho e dulcícula. São de fato os mais importantes produtores desses ecossistemas, isto é, pela fotossíntese, produzem os alimentos que direta ou indiretamente garantem a vida de todos os demais seres. Eles também são chamados de algas unicelulares.

As algas unicelulares pertencentes ao Reino Protista distribuem-se por três divisões: Chrysophyta (diatomácias e crisofítas), Euglenophyta (euglenóides) e Pyrrophyta (dinoflagelados).

Pode-se referir às algas como crisofíceas ou crisófitas, por exemplo, valendo esta nomenclatura para as outras classes.

Crisófitas (grego chrysos = ouro; grego phykia = alga): são as algas douradas, representadas principalmente pelas diatomáceas;

Euglenófitas (grego eu = bem; grego glene = encaixe): são algas esverdeadas que possuem um ou dois flagelos, vivem principalmente em água doce. O principal representante é a Euglena;

Pirrófitas (grego pyrrhos = avermelhado, cor de fogo): são as "algas de fogo", assim chamadas por causa da cor avermelhada que possuem. Algumas vivem em água doce mas a maioria é marinha. Um exemplo interessante de pirrófita é a Noctiluca, que possui luminescência, sendo responsável, em grande parte, pela luminosidade do mar e da areia molhada, que se pode observar facilmente à noite.

2 - Protozoários

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Antigamente referia-se ao Filo dos Protozoários. Atualmente o termo protozoário tem sido empregado como uma designação coletiva, sem valor taxonômico. Os antigos Subfilos passaram a ser os atuais Filos.

A classificação dos protozoários é feita com base nas estruturas de locomoção que apresentam. Os principais Filos de protozoários são:

Sarcodina (sarcodíneos): locomovem-se através de pseudópodos. Ex.: as amebas;

Mastigophora (mastigóforos): locomovem-se através de flagelos. Também conhecidos como flagelados. Ex.: tripanossomo;

Ciliophora (ciliados): locomovem-se através de cílios. Ex.: paramécio;

Sporozoa (esporozoários): não possuem estruturas de locomoção. Ex.: plasmódio.

Os protozoários (grego protos = primeiro; grego zoon = animal) formam um grupo numeroso, com uma grande variedade de formas, adaptadas aos mais diferentes modos de vida. Eles ocorrem em praticamente em todos os ambientes aquáticos e terrestres. Existem espécies de vida livre e parasitas.

As células dos protozoários são chamadas de “células-organismo”, pois são capazes de executar todas as funções que os seres pluricelulares são feitas por células ou órgãos especializados.

Os protozoários podem se locomover por pseudópodos, cílios e flagelos, embora haja também espécies sem locomoção.

Os pseudópodos (grego pseudo = falso; grego podos = pé) são expansões de citoplasma que permitem um lento deslizamento do organismo. Esses pseudópodos se alongam e alargam, e assim mudam constantemente a forma da célula durante o deslocamento.

Os cílios são filamentos curtos que ocorrem em grande número por célula, enquanto os flagelos são longos e cada célula apresenta apenas um ou alguns poucos. Nos dois casos eles batem coordenadamente e possibilitam a natação do organismo numa determinada direção.

Questões para auto-avaliação

1) Quais as características dos organismos pertencentes ao reino Protista? 2) Qual a importância das algas unicelulares nos ecossistemas aquáticos? 3) Por que as células dos protozoários são chamadas de “células organismos”? 4) Dê exemplos de protozoários. 5) Cite 3 doenças causadas por protozoários.

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Parte 7: Reino Monera

Caracterização

O reino Monera compreende bactérias e cianobactérias.

As bactérias e as cianobactérias são seres unicelulares, embora várias espécies se apresentem como colônias, formadas por agrupamentos celulares.

Além da unicelularidade, os seres pertencentes ao Reino Monera possuem a propriedade de serem procariontes, ou seja, suas células não possuem membrana nuclear, a ausência dessa membrana resulta na difusão do material genético no citoplasma.

1 - Bactérias

Com cerca de 3000 espécies, as bactérias estão entre os menores e mais simples organismos e são, provavelmente, os organismos mais abundantes do planeta, sendo encontradas em praticamente todos os meios: na terra, na água e no ar, na superfície ou no interior de organismos, em objetos e nos materiais em decomposição.

A maioria das bactérias não ultrapassa 1 m m (micrômetro), mas algumas podem atingir 10 m m ou mais ( o micrômetro é a milésima parte do milímetro).

De acordo com a forma que apresenta, elas recebem um denominação específica: cocos (esféricas), bacilos (alongadas, em forma de bastonete),espirilos (em forma de espiral) e vibriões (lembram uma vírgula).

Os cocos podem se associar, formando diversos tipos de colônias:

Diplococos: colônia de dois indivíduos;

Tétrade: colônia de quatro indivíduos;

Estreptococos: colônia em forma de colar ou fila;

Estafilococos: colônia em forma de cacho;

Sarcina: colônia em forma de cubo;

Pneumococos: colônia de dois indivíduos, em forma de chama de vela;

Gonococos: colônia de dois indivíduos, em forma de rim.

As bactérias em geral são heterótrofas, mas existem espécies autótrofas e parasitas de animais, inclusive do homem.

Dentre as doenças de maior gravidade causadas por bactérias, devem ser lembradas a meningite, a tuberculose, a difteria, a lepra, a febre tifóide, a disenteria bacilar, otétano, e o cólera.

Muitas dessas doenças podem ser evitadas pela vacinação como, por exemplo, a tuberculose, a difteria, o tétano e a meningite.

- A importância das bactérias

Quando falamos em bactérias, em geral as associamos a doenças. Porém, nem todas são nocivas à saúde. Muitas espécies são úteis ao homem, dentre elas bactérias do ácido acético, utilizadas na

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fabricação de vinagre, e os lactobacilos, empregados na preparação de coalhadas, iogurtes, queijos etc. Além disso, as bactérias são fundamentais para o equilíbrio da natureza. Como exemplo podemos citar as que participam do ciclo do nitrogênio, permitindo sua utilização pelas plantas terrestres.

Devemos lembrar ainda das bactérias decompositoras, que permitem a reciclagem de elementos através da decomposição dos corpos mortos. As bactérias que vivem no nosso trato digestivo produzem vitaminas essenciais à nossa saúde.

2 - Cianobactérias

As cianobactérias são organismos unicelulares procariontes.

Algumas vivem isoladamente, enquanto outras se associam em colônias de até 1 metro de comprimento.

São seres autótrofos fotossintetizantes. Além da clorofila, as cianobactérias possuem ficocianina (pigmento azul) e a ficoeritrina (pigmento vermelho).

As cianobactérias são seres de grande distribuição natural, ocorrendo em água doce, terra e mar. São bastante comuns em fontes termais, suportando temperaturas acima de 80 ºC. Em associação com certas espécies de fungos, formam os línquenes.

Elas têm pequena exigência de nutrientes, proliferando em qualquer ambiente onde haja apenas gás carbônico, nitrogênio, água, alguns minerais e luz.

Algumas cianobactérias são capazes de fixar o nitrogênio do ar atmosférico, aproveitando esse gás para construir suas proteínas.

Questões para auto-avaliação

1) Quais as principais características dos moneras? 2) Onde podem ser encontradas as bactérias? 3) Cite uma importância das bactérias. 4) Cite 3 doenças causadas por bactérias. 5) Onde são encontradas as cianobactérias?