apostila - biologia marinha

27
Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected] 1. HABITATS E HÁBITOS : ALGUMAS DEFINIÇÕES Alguns termos são necessários para descrever os hábitos de vida dos organismos marinhos: PLÂNCTON : São aqueles organismos que vivem na coluna d’água, e são tão pequenos, que não são capazes de nadar na direção contrária as correntes oceânicas. FITOPLÂNCTON: São plantas e protistas planctônicos fotossintetizantes, e usualmente consistem de organismos unicelulares ou cadeia de células. Embora alguns possam ter órgãos de locomoção, tal como os flagelos. Principais representantes : diatomáceas, dinoflagelados, silicoflagelados, cianobactérias e algas verdes.

Upload: aline-silva

Post on 15-Sep-2015

36 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

Biologia Marinha

TRANSCRIPT

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    1. HABITATS E HBITOS : ALGUMAS DEFINIES

    Alguns termos so necessrios para descrever os hbitos de vida dos

    organismos marinhos:

    PLNCTON : So aqueles organismos que vivem na coluna dgua, e

    so to pequenos, que no so capazes de nadar na direo contrria as

    correntes ocenicas.

    FITOPLNCTON: So plantas e protistas planctnicos fotossintetizantes,

    e usualmente consistem de organismos unicelulares ou cadeia de clulas.

    Embora alguns possam ter rgos de locomoo, tal como os flagelos.

    Principais representantes : diatomceas, dinoflagelados, silicoflagelados,

    cianobactrias e algas verdes.

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    ZOOPLNCTON : Compreende os animais e protistas planctnicos no

    fotossintetizantes, variando de formas unicelulares at pequenos

    vertebrados, tal como as larvas dos peixes.

    Principais representantes : copepodas, krill, cladocera (crustceos);

    celenterados, salpas (urocordados).

    MIXOPLNCTON : Alguns protistas por exemplo, podem ser

    fotossintetizantes, mas tambm podem ingerir outros seres planctnicos.

    MEROPLNCTON : So zooplncton que passam somente parte de seu

    ciclo de vida no plncton, posteriormente se estabelecem no bentos. Estes

    incluem os estgios larvais de muitos grupos de invertebrados bentnicos.

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    HOLOPLNCTON : So zooplncton que passam todo o ciclo de vida na

    coluna dgua.

    NEUSTON : So os seres planctnicos associados com a superfcie da

    gua, tal como o filme bacteriano.

    BENTOS : So aqueles animais e plantas que vivem associados com o

    sedimento. Alguns podem se enterrar (infauna), e outros vivem na

    superfcie do sedimento (epifauna).

    NCTON : So aqueles animais que conseguem transpor as correntes

    ocenicas (Ex: peixes, cefalpodes, mamferos marinhos, pssaros e

    rpteis).

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    CARACTERIZAO DOS FUNDOS ARENOSOS

    Os fundos arenosos so caractersticos de regies sujeitas a grande

    movimentao das massas de gua, ao contrrio dos lodosos, que so

    tpicos de guas mais calmas de enseadas protegidas ou de regies mais

    profundas.

    EPIFAUNA E INFAUNA

    A epifauna compreende os animais que vivem sobre ou associado a

    rochas, pedras, conchas, vegetao ou sobre fundos inconsolidados.

    A infauna compreende todos os animais que vivem dentro da camada de

    substrato inconsolidado, perfurando-o ou simplesmente vivendo dentro

    deste.

    Macrofauna : compreende todos os animais que ficam retidos numa

    peneira de malha 0.5mm.

    Meiofauna : Compreende todos os animais que passam por uma peneira

    de malha 0.5mm, mas ficam retidos numa malha 0.05mm.

    Microfauna : Compreende todos os demais organismos (geralmente

    protozorios).

    ADAPTAES FUNCIONAIS

    Tolerncia a diversos aspectos fisico-qumicos dos diferentes tipos de

    substrato.

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    Metabolismo e atividade podem ser modificados pelo substrato via

    aspectos nutricionais. (Ex: Os filtradores so mais frequentes em fundos

    arenosos, onde seus aparelhos de filtrao no correm o risco de serem

    entupidos).

    O tipo de substrato onde vive o animal pode modificar a taxa e as formas

    de reproduo.

    A distribuio dos animais bentnicos marinhos condicionada

    principalmente pelo tipo de substrato. A distribuio horizontal em

    fundos arenosos afetada pela:

    - A natureza e o tamanho dos gros.

    - O tipo, a quantidade e a forma da matria orgnica associada ao

    substrato.

    - A rea total do substrato arenoso.

    - E outros fatores ambientais como movimentos dgua, luz,

    salinidade, suprimento de oxignio, presso, etc...

    ADAPTAES ESTRUTURAIS

    Em substratos arenosos, o ajustamento mais pronunciado quanto a forma

    do corpo; so comuns corpos pequenos e alongados (vermiformes).

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    DIVISES DO AMBIENTE MARINHO

    ZONA INTERTIDAL: a variao de profundidades entre a mar baixa e

    a mar alta.

    ZONA SUBTIDAL: comea na marca da mar baixa, e vai at as grandes

    profundidades do oceano.

    PLATAFORMA CONTINENTAL (OU NERTICA): engloba todos os

    habitats pelgicos (zonas epipelgica, mesopelgica, batipelgica,

    abissopelgica e hadal).

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    PROPRIEDADES GERAIS DA GUA DO MAR

    TEMPERATURA: A temperatura da gua do mar regulada

    principalmente pela entrada de energia solar e mistura com outras guas.

    SALINIDADE: a medida de slidos inorgnicos dissolvidos na gua do

    mar.

    OXIGNIO: O oxignio adicionado gua do mar pela mistura com a

    atmosfera e pela fotossntese, e perdido pela respirao e pela oxidao

    qumica de vrios compostos.

    LUZ SOLAR: proveniente do sol, e portanto mais forte e intensa nas

    guas superficiais.

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    O AMBIENTE FSICO-QUMICO

    MEDIDAS DE PERFORMANCE FISIOLGICO:

    Medidas da resposta do organismos incluem fatores comportamentais,

    fisiolgicos e bioqumicos.

    O organismo responde s mudanas ambientais, atingindo um novo

    equilbrio atravs de um processo conhecido como aclimatao.

    A extenso do crescimento a medida de entrada de alimento que pode

    ser utilizada para o crescimento e reproduo, em torno do custo do

    metabolismo.

    A taxa de mortalidade pode tambm ser usada como uma medida do

    efeito das mudanas ambientais.

    A temperatura afeta a distribuio latitudinal de muitas espcies marinhas

    (maior diversidade em direo aos trpicos).

    Os organismos homeotermos se utilizam da restrio da circulao e

    outros mecanismos para reduzir a perda de calor para o ambiente.

    Enquanto que nos pecilotermos, a taxa metablica aumenta com o

    aumento da temperatura.

    Estes podem compensar mudanas de temperatura pelos processos de

    aclimatao.

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    REPRODUO, DISPERSO E MIGRAO

    REPRODUO: a replicao de indivduos e necessrio para o

    crescimento populacional das espcies.

    DISPERSO:

    - a propagao de novos indivduos de uma populao para outras

    reas, longe de seus progenitores.

    - A disperso a variao da amplitude de deslocamento de uma

    populao.

    - controlada pelas correntes marinhas, que transportam as larvas, e

    que pode assim determinar em grande parte a distribuio geogrfica

    das espcies.

    - O estabelecimento e a metamorfose das larvas, envolve estmulos

    qumicos e fsicos, e a escolha ativa do substrato.

    - A larva planctnica sofre grande mortalidade devido a predao e

    devido ao transporte para longe do substrato apropriado (Hiptese da

    loteria defendida por Sale, 1991).

    - O sucesso no recrutamento das larvas o resultado da seleo

    (especfica em muitas vezes)do habitat e das taxas de mortalidade.

    - A variao geogrfica das espcies com possuem como estratgia a

    disperso atravs do plncton, maior do que para as espcies que

    possuem ovos e larvas demersais.

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    MIGRAO:

    - o movimento direto entre reas especficas. Este processo permite

    uma maior utilizao dos habitats, e pode aumentar a eficincia de

    uma espcie em explorar outros recursos (reas de forrageamento,

    reproduo e crescimento).

    - Peixes, crustceos, tartarugas e mamferos marinhos frequentemente

    migram entre reas de desova e alimentao (Peixes andromos e

    catdromos).

    CUIDADO PARENTAL: No ocorre na maioria das espcies animais

    marinhas, mas em alguns casos a fmea ou macho cuida da prole (Peixes

    Cicldeos).

    PRODUTIVIDADE E TEIAS ALIMENTARES NO MAR

    PRODUTIVIDADE: a quantidade de tecido vivo produzido por

    unidade de tempo (gramas de carbono / dia).

    BIOMASSA: a quantidade de material vivo presente na coluna dgua

    em um dado momento.

    PRODUTIVIDADE PRIMRIA : a parte da produo atribuda a

    fotossntese.

    PRODUTIVIDADE SECUNDRIA: a produo realizada pelos

    organismos que consomem o fitoplncton.

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    NUTRIENTES LIMITANTES: So aqueles que esto disponveis em

    baixa quantidade e que podem limitar o crescimento do fitoplncton (ou

    qualquer outro organismo).

    AUTOTRFICOS, HETEROTRFICOS E SAPRFITOS.

    CADEIA ALIMENTAR (IDIA ABSTRATA): Uma cadeia alimentar

    uma sequncia linear que revela quais os organismos que consomem

    outros organismos no ambiente. Enquanto que uma teia alimentar um

    diagrama mais complicado das interaes alimentares.

    A transferncia de um nvel trfico para outro no completa: I=E+R+C

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    Medida de produo primria mais utilizada : tcnica do Oxignio.

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    ZONA INTERTIDAL

    As condies fsicas que ocorrem na zona entre mars so bastante

    diferentes daquelas que ocorrem no mar.

    ALGUNS PROBLEMAS DA VIDA LITORAL

    Ao das ondas : causa um choque mecnico aos organismos, causando

    dificuldade na fixao das larvas.

    Flutuaes na luminosidade : Exposio prolongada a luz solar

    prejudicial a maioria dos organismos marinhos , levando aos efeitos da

    radiao e dessecao.

    Oscilaes de temperatura : A zona intertidal est sujeita a ampla faixa de

    variao que ocorre no ambiente terrestre. Como adaptaes, os animais

    movem-se de cima para baixo conforme a mar, e outros possuem uma

    ampla faixa de tolerncia.

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    ECOSSISTEMA FITAL

    O termo fital foi proposto por Remane (1933) para designar um habitat

    marinho dominado por plantas macroscpicas, onde coexistem animais e

    plantas epfitas.

    A fauna que vive associada as macrfitas marinhas utilizam-na ou como

    morada (durante toda a sua vida), ou como abrigo (contra predadores).

    Entre as comunidades animais que vivem associadas as macrfitas

    podemos distinguir a fauna sssil, composta principalmente por cnidrios

    coloniais, briozorios, cirripdios, ascdias e esponjas.

    E a fauna vgil constituda por uma grande variedade de peixes

    (principalmente juvenis), equinodermas, crustceos, moluscos e outros

    invertebrados.

    A comparao de fitais dos diversos mares do mundo mostra que os

    anfpodas e os moluscos so os grupos mais abundantes da macrofauna

    nesses ambientes (Masunari, 1976).

    COMPOSIO E DISTRIBUIO DA FAUNA

    Alguns fatores como o coeficiente de adsoro, a forma de crescimento

    do talo, superfcie da macrfita e o grau de sedimentao afetam a sua

    composio e distribuio da fauna fital.

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    O coeficiente de adsoro relaciona-se com a quantidade de gua retida

    nos talos da planta, e consequentemente uma medida da quantidade de

    oxignio. (importante na mar baixa)

    A forma e a estrutura do talo das algas influenciam diretamente a

    composio da fauna. Algas filamentosas (Ex: Ulva, Porphyra,

    Chaetomorpha) oferecem pouca proteo e abrigam um nmero menor de

    organismos.

    A medida da quantidade de sedimento retido pela macrfita est

    diretamente relacionado com o nmero de organismos escavadores

    (poliquetas, nematodas e alguns crustceos)

    RELAES TRFICAS

    3 fontes primrias de alimento:

    - detritos e microorganismos que vivem na superfcie das algas.

    - material orgnico particulado suspenso e plncton.

    - algas epfitas

    ADAPTAES MORFOLGICAS DA FAUNA

    Forma do corpo em basto, com a presena de rgaos preenseis

    (capreldeo, cavalo marinho).

    Policromatismo (gamardeo e isopoda).

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    MANGUEZAIS

    O termo manguezal utilizado para descrever uma variedade de

    comunidades costeiras tropicais dominadas pelas espcies vegetais,

    arbreas ou arbustivas que conseguem crescer em solos com alto teor de

    sal.

    Estas se desenvolvem melhor em regies prximas a rios ou em reas de

    altos ndices pluviomtricos.

    So ecossistemas muito importantes para os demais ecossistemas

    costeiros uma vez que contribuem em grande parte com os nutrientes que

    sustentam a vida marinha.

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    Os manguezais so constitudos de trs espcies diferentes de mangues,

    que abrigam uma flora e fauna muito rica e diversa. Suas razes retm boa

    parte do sedimento trazido pelos rios, e liberam principalmente na

    vazante, muitos nutrientes para as guas costeiras, servindo tambm de

    berrio para muitas espcies de peixes, crustceos, moluscos e outros

    invertebrados.

    Estes ecossistemas esto seriamente ameaados pelos aterros que visam a

    construo de imveis, e sua destruio empobrece indiretamente a pesca,

    principalmente devido a diminuio da produtividade primria.

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    Este tipo de floresta da orla martima estende-se desde o Cabo Orange ao

    norte at 28 30' ao sul, no estado de Santa Catarina.

    Mais de um tero da costa brasileira coberta, na zona entre as mars, nos

    esturios e nos deltas dos rios, por uma estreita faixa de florestas, o

    manguezal.

    As florestas que crescem em gua salgada, com os troncos

    periodicamente submersos pelo mar, sempre atraram a curiosidade dos

    navegantes e dos cientistas.

    De modo geral, o manguezal ocupa todas as praias abrigadas, sendo

    ausente somente nas praias rochosas e arenosas abertas. Nos esturios dos

    rios, as rvores de mangue alcanam seu melhor desenvolvimento,

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    apresentando uma grande penetrao pelo interior do continente. A, nos

    substratos lodosos, encontram-se as florestas de mangue mais tpicas.

    Hoje em dia, o manguezal ocupa no Brasil uma superfcie total de mais de

    10.000 km2, a grande maioria na costa norte. O estado de So Paulo tem

    mais de 240 km2 de manguezal. No passado, a extenso dos manguezais

    brasileiros era muito mais ampla: os portos, os balnerios e as rodovias

    costeiras foram construdos em reas de manguezal.

    ESTURIOS

    Muitos fatores no esturio mostrram um padro contnuo e irregular de

    mudanas, tal que o ambiente estuarino muito instvel e imprevisvel.

    Entretanto, apesar destas caractersticas, o esturio hospitaleiro para

    aquelas espcies bentnicas que so capazes de lidar e suportar o

    ambiente hostil.

    As caractersticas da gua dentro do esturio muda continuamente devido

    a influncia das foras da mar, aporte de guas proveniente da terra e

    ventos.

    A salinidade o fator que mais varia no ambiente estuarino.

    Normalmente existe um contnuo gradiente entre as guas dos rios e do

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    mar, as quais entram e saem do esturio sob a influncia das mars, aporte

    dos rios e condies do tempo.

    Desta forma animais estuarinos vivem sob condies salobras, o que

    implica no somente em uma salinidade intermediria entre o ambiente

    dulccola e o mar, mas tambm uma flutuao desta salinidade.

    A temperatura tambm est sujeita mudanas na gua estuarina, e

    influenciada por mudanas sazonais e dirias nas temperaturas do ar, e

    das guas do mar e dos rios.

    As condies do oxignio dissolvido e o trransporte de sedimentos

    tambm variam amplamente no tempo, e de local para local, sob a

    influncia de correntes, e condies de ondas.

    ADAPTAES DO BENTOS ESTUARINO

    Morfologia : Respostas morfolgicas aos estresses fisiolgicos.

    Vrios organismos bentnicos marinhos possuem tamanhos reduzidos

    em populaes que vivem em regies salobras (Ex: moluscos,

    equnodermas e celenterados). Porm isto no ocorre em outros grupos

    como os crustceos e poliquetas que tendem a apresentar maiores

    tamanhos.

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    Populaes que vivem em guas salobras podem tambm mostrar

    reduo ou mudanas em suas partes calcrias. (Ex: moluscos,

    ostracodas e briozorios).

    Fisiologia :

    As maiores adaptaes so feitas para a regulao da composio

    osmtica e inica dos fludos do corpo, e na manuteno da vida sob

    condies reduzidas de oxignio.

    Espcies do macrobentos se adaptam a baixas concentraes de

    oxignio pela reduo geral de atividade e metabolismo, pelo

    desenvolvimento de pigmentos sanguneos que possuem alta afinidade

    pelo oxignioi, e pela respirao anaerbica.

    Comportamento:

    O comportamento de se enterrar amplamente observado no

    ambiente estuarino. A salinidade dentro do sedimento usualmente

    mais estvel, e em mdia maior do que na coluna dgua.

    Os bivalvos so capazes de sobreviver longos perodo de baixa

    salinidade atravs do fechamento de suas valvas.

    As migraes so importantes, e normalmente relacionadas com a

    reproduo ou a funo de berrio dos esturios.

    Ecologia: Estratgias de ocupao.

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    Os organismos atrados pela grande quantidade de alimento neste

    ambiente instvel e imprevisvel podem escolher diferentes

    estratgias para explorar estes recursos. Uma estratgia

    claramente oportunstica, e a explorao ocorre em perodos

    favorveis (Principalmente entree crustceos de regies

    temperadas).

    Outro mtodo oportunstico de explorao encontrado entre

    poliquetas e moluscos, os quais colonizam uma rea rapidamente,

    atravs de larvas pelgicas, durante perodos favorveis,

    reproduzindo-se rapidamente, e formando grandes populaes.

    Quando as circunstncias tornan-se menos favorveis estas

    espcies desaparecem (mortalidade).

    A outra estratgia utilizada por animais bentnicos nos esturios

    o desenvolvimento de mecanismos que os protejam dos efeitos

    imprevisveis do ambiente. A capacidade de osmorregulao um

    bom exemplo deste tipo de adaptao.

    PRODUTIVIDADE DO AMBIENTE ESTUARINO

    A produo secundria dos animais bentnicos varia amplamente de local

    para local, mas geralmente alta se comparada com outros ecossistemas,

    possivelmente devido ao alto valor energtico dos alimentos, fcil

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    disponibilidade e a preponderncia de espcies oportunsticas com alta

    taxa de crescimento e rpida reposio.

    RECIFES DE CORAIS

    ESTRUTURA E DISTRIBUIO DOS RECIFES

    Recifes de corais so estruturas resistentes ao impacto das ondas, notveis

    pela grande diversidade e riqueza especfica, complexidade topogrfica e

    beleza.

    So comuns em guas claras e quentes, se estendendo por toda regio

    tropical. O crescimento em forma massiva do recife pode ser definido

    pela produo de carbonato de clcio (CaCO3) por corais hermatpicos e

    algas calcrias.

    Entretanto, a edificao da plataforma do recife no simplesmente uma

    questo de secreo de mais carbonato de clcio no topo do antigo. A

    edificao envolve fases construtivas e destrutivas.

    Os corais escleractnios (hermatpicos) e os esqueletos maiores de alguns

    outros organismos formam o material estrutural ou os tijolos da

    plataforma do recife, o material mais delicado forma a argamassa (fase

    construtiva).

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    A fase destrutiva pode iniciar-se antes da morte de um coral vivo.

    Qualquer superfcie exposta do coral rapidamente atacada por

    organismos perfuradores.

    Os recifes podem crescer em direo ao mar, porm o crescimento

    vertical, ou ascendente, limitado pela luz e profundidade da gua.

    Estudos da maioria dos recifes modernos revelam uma espessura de

    plataforma de 6 at mais de 1000m.

    As taxas de crescimento dos recifes modernos variam de 3 a 15 metros

    por 1000 anos.

    Charles Darwin (1842) produziu o primeiro mapa de distribuio dos

    corais no mundo, distinguindo trs tipos geomorfolgicos de recifes

    ainda reconhecidos hoje em dia: recifes em franja, recifes em barreira e

    atis.

    Recifes em franja so formados prximos a costa em continentes ou

    ilhas onde haja substrato para fixao das larvas e desenvolvimento dos

    corais. composto pela parte de fora (fore reef slope), a crista do recife

    (reef crest) e fica separado da costa por uma lagoa com 2-5 milhas de

    extenso.

    Recifes em barreira se originam do recife em franja pela subsidncia

    costeira, sendo separados da costa por uma lagoa com mais de 5 milhas

    de extenso.

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    Atis so formaes de recife em forma de anel originados pela

    subsidncia de ilhas vulcnicas.

    Os recifes de corais ocorrem em guas rasas, estendendo-se da superfcie

    at profundidades de 60 metros. Corais formadores de recifes, ou

    hermatpicos, contm algas gastrodrmicas simbiontes (zooxantelas) que

    necessitam de luz para realizar fotossntese. Consequentemente a

    distribuio dos corais vivos no recife limitada pela penetrao de

    luminosidade.

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    Devido a dependncia de luz, os corais so encontrados principalmente

    em guas claras com baixa taxa de sedimento em suspenso, isto , gua

    de baixa turbidez e pouca produtividade.

    Os recifes de corais so ainda restringidos pela sua exigncia de guas

    quentes, ocorrendo apenas nos mares tropicais onde a temperatura

    mnima no menor que 20C.

    Os recifes existentes esto restritos ao Caribe, Oceano ndico e ao

    Pacfico Tropical. Os recifes esto ausentes na maior parte do Atlntico.

    A turbidez da gua um fator limitante, na costa leste da Amrica do Sul

    (Rio Amazonas), o aporte de guas continentais tem um efeito similar na

    costa oeste da frica.

    A biota de recifes de coral do mundo pode ser dividida nas provncias

    biogeogrficas Atlntica e Indo-Pacfica.

    FATORES LIMITANTES GERAIS NO ECOSSISTEMA DE RECIFE

    Temperatura As altas taxas de calcificao so limitadas a guas

    mornas (23 a 28C), consequentemente recifes de corais so limitados

    mares tropicais.

    Luminosidade Depois da temperatura, a luz provavelmente o fator

    limitante mais importante para recifes bem desenvolvidos, por causa da

    simbiose entre corais hermatpicos e zooxantelas. Como a intensidade

  • Apostila de Biologia Marinha Prof. Alexandre Ornellas / [email protected]

    luminosa diminui com a profundidade, o crescimento ativo dos corais

    limitado a certa profundidade.

    Salinidade Corais hermatpicos parecem precisar de salinidades de

    oceanos abertos. Recifes de corais no so encontrados em esturios ou

    em ambientes com condies hipersalinas. Alta precipitao e aporte de

    sedimentos por rios podem limitar o crescimento dos corais.