apostila - biologia celular 2015.pdf

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ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO VICENTE DE PAULA “Centro Técnico de Ensino LTDA” CNPJ 09.203.265/0001-61 Av. Josefa Taveira, 1806 Mangabeira II Reconhecida pelo M.E.C. e C.E.E. CURSO TÉCNICO EM LABORATÓRIO PROFª. VANESSA DE LIMA

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  • ESCOLA DE ENFERMAGEM SO VICENTE DE PAULA

    Centro Tcnico de Ensino LTDA CNPJ 09.203.265/0001-61

    Av. Josefa Taveira, 1806 Mangabeira II

    Reconhecida pelo M.E.C. e C.E.E.

    CURSO TCNICO EM LABORATRIO

    PROF. VANESSA DE LIMA

  • Biologia Celular

    Biologia a cincia responsvel pelo estudo da vida: desde o seu surgimento,

    composio e constituio; at mesmo sua histria evolutiva, aspectos comportamentais e

    relao com outros organismos e com o ambiente.

    Assim, a Biologia tem como objeto de estudo os seres vivos. Tais organismos se

    diferenciam dos demais por serem constitudos, predominantemente, de molculas de

    carbono, oxignio, hidrognio e nitrognio; e por apresentarem constituio celular,

    necessidade de se nutrirem, capacidade reprodutiva e de reao a estmulos.

    A Clula: Organizao Estrutural

    O estudo do mundo vivo mostra que a evoluo produziu uma imensa variedade de

    formas. Existem em torno de quatro milhes de espcies diferentes de bactrias,

    protozorios, vegetais e animais, que diferem em sua morfologia, funo e comportamento.

    Entretanto sabe-se agora que, quando os organismos vivos so estudados a nvel celular e

    molecular, observa-se um plano nico principal de organizao. O objetivo da biologia

    celular e molecular precisamente este plano unificado de organizao isto , a anlise das

    clulas e molculas que constituem as unidades estruturais de todas as formas de vida.

    H muito tempo atrs se observou que uma nica clula poderia constituir um

    organismo inteiro, como no caso dos protozorios, ou ser uma das muitas, agrupadas e

    diferenciadas em tecidos e rgos, para formar um organismo multicelular.

    Assim sendo, a clula a unidade estrutural e funcional bsica dos organismos vivos, da

    mesma forma que o tomo a unidade fundamental das estruturas qumicas.

    Clulas Procariticas e Eucariticas

    A vida manifesta-se em milhes de diferentes

    espcies, que possuem sua prpria morfologia e

    informao gentica especfica. As espcies podem ser

    reunidas em grupos progressivamente mais

    abrangentes gneros, ordens, famlias at o nvel

    dos reinos clssicos, vegetal e animal. Um dos

    esquemas de classificao, o de Whittaker, postula a

  • diviso em cinco reinos Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia, com as suas

    correspondentes subdivises.

    Esta aparente complexidade simplifica-se com o exame das formas vivas a nvel

    celular.

    As clulas so identificadas como pertencentes a dois grupos: procariticas e

    eucariticas. Somente os seres pertencentes ao reino Monera (i.e. bactrias, algas azuis)

    possuem clulas procariticas, enquanto que todos os outros reinos constituem-se de

    organismos formados por clulas eucariticas. A principal diferena entre estes dois tipos

    celulares a ausncia de um envoltrio nuclear nas clulas procariticas. O cromossomo

    desta clula ocupa um espao denominado nucleide, estando em contato direto com o

    protoplasma. As clulas eucariticas possuem um ncleo verdadeiro com um envoltrio

    nuclear elaborado, atravs do qual ocorrem trocas entre o ncleo e o citoplasma.

    Envoltrios celulares

    Membranas celulares

    As membranas celulares so essenciais para a vida da clula. A Membrana

    Plasmtica envolve a clula, define seus limites, e mantm as diferenas essenciais entre o

    citosol e o meio extracelular. Dentro da clula, as membranas do retculo endoplasmtico,

    aparelho de Golgi, mitocndrias, e outras organelas envoltas por membrana, em clulas

    eucariticas, mantm as diferenas caractersticas entre os contedos de cada organela e o

    citosol.

    Figura esquemtica da Membrana Celular

  • Todas as membranas biolgicas tm uma estrutura geral comum: um filme muito

    fino de lipdeos e de protenas mantidas juntas principalmente por interaes no covalentes.

    As membranas celulares so estruturas dinmicas, fluidas, e a maior parte de suas

    molculas so capazes de mover-se no plano da membrana, as molculas individuais de

    lipdeos so capazes de difundirem-se rapidamente dentro de sua prpria monocamada e

    raramente saltam de uma monocamada para outra. As molculas lipdicas so arranjadas

    como uma dupla camada contnua com cerca de 5nm de espessura. Essa bicamada lipdica

    fornece a estrutura bsica da membrana e atua como uma barreira relativamente

    impermevel passagem da maioria das molcula hidrossolveis.

    As membranas plasmticas de eucariotos contm quantidades particularmente

    grandes de colesterol. As molculas de colesterol aumentam as propriedades de barreira da

    bicamada lipdica e devido as seus rgidos anis planos de esteroide diminuem a mobilidade

    e torna a bicamada lipdica menos fluidas. A maioria dos lipdeos que compem a

    membrana so fosfolipdeos.

    Eletromicrografia mostrando as membranas plasmticas e o espao intercelular

    Protenas da Membrana

    Enquanto a bicamada lipdica determina a estrutura bsica das membranas

    biolgicas, as protenas so responsveis pela maioria das funes da membrana, atuando

    como receptores especficos, enzimas, protenas transportadoras, entre outra funes.

    Muitas protenas da membrana estendem-se atravs da bicamada lipdica: em

    algumas dessas protenas transmembrana a cadeia polipeptdica cruza a bicamada como uma

    alfa-hlice nica (protenas unipasso); em outras, inclusive naquelas responsveis pelo

    transporte transmembrana de ons e pequenas molculas hidrossolveis, a camada

  • polipeptdica cruza a bicamada mltiplas vezes, seja como uma srie de alfa-hlices, seja

    como uma folha beta na forma de um barril fechado (protena multipasso).

    Outras protenas associadas a membrana no cruzam a bicamada, mas ao contrrio

    so presas a um ou ao outro lado da membrana. Muitas dessa so ligadas por interaes no

    covalentes a protena transmembrana, enquanto outras so ligadas atravs de grupos

    lipdicos ligados covalentemente. Como as molculas lipdicas na bicamada, muitas

    protenas de membrana so capazes de difundir-se rapidamente no plano da membrana. Por

    outro lado, as clulas tm mecanismos para imobilizar protenas especficas da membrana e

    para confinar molculas lipdicas e proticas a domnios especficos.

    Transporte pela Membrana Plasmtica

    A capacidade de uma membrana de ser atravessada por algumas substncias e no por outras

    define sua permeabilidade. Em uma soluo, encontram-se o solvente (meio lquido

    dispersante) e o soluto (partcula dissolvida). Classificam-se as membranas, de acordo com a

    permeabilidade, em 4 tipos:

    a) Permevel: permite a passagem do solvente e do soluto;

    b) Impermevel: no permite a passagem do solvente nem do soluto;

    c) Semipermevel: permite a passagem do solvente, mas no do soluto;

    d) Seletivamente permevel: permite a passagem do solvente e de alguns tipos de soluto.

    Nessa ltima classificao se enquadra a membrana plasmtica.

    A passagem aleatria de partculas sempre ocorre de um local de maior concentrao

    para outro de concentrao menor (a favor do gradiente de concentrao). Isso se d at

    que a distribuio das partculas seja uniforme. A partir do momento em que o equilbrio for

    atingido, as trocas de substncias entre dois meios tornam-se proporcionais. A passagem de

    substncias atravs das membranas celulares envolve vrios mecanismos, entre os quais

    podemos citar:

  • Transporte Passivo

    Ocorre sempre a favor do gradiente, no

    sentido de igualar as concentraes nas duas

    faces da membrana. No envolve gasto de

    energia.

    Osmose

    A gua se movimenta livremente atravs da

    membrana, sempre do local de menor

    concentrao de soluto para o de maior

    concentrao. A presso com a qual a gua

    forada a atravessar a membrana conhecida

    por presso osmtica.

    A osmose no influenciada pela natureza

    do soluto, mas pelo nmero de partculas.

    Quando duas solues contm a mesma

    quantidade de partculas por unidade de

    volume, mesmo que no sejam do mesmo

    tipo, exercem a mesma presso osmtica e

    so isotnicas. Caso sejam separadas por

    uma membrana, haver fluxo de gua nos

    dois sentidos de modo proporcional.

    Quando se comparam solues de

    concentraes diferentes, a que possui mais

    soluto e, portanto, maior presso osmtica

    chamada hipertnica, e a de menor

    concentrao de soluto e menor presso

    osmtica hipotnica. Separadas por uma

    membrana, h maior fluxo de gua da

    soluo hipotnica para a hipertnica, at

    que as duas solues se tornem isotnicas.

    A osmose pode provocar alteraes de

    volume celular. Uma hemcia humana

    isotnica em relao a uma soluo de

    cloreto de sdio a 0,9% (soluo

    fisiolgica). Caso seja colocada em um

    meio com maior concentrao, perde gua e

    murcha. Se estiver em um meio mais diludo

    (hipotnico), absorve gua por osmose e

    aumenta de volume, podendo romper

    (hemlise).

    Difuso

    Consiste na passagem das molculas do soluto, do local de maior para o local de

    menor concentrao, at estabelecer um equilbrio. um processo lento, exceto quando o

    gradiente de concentrao for muito elevado ou as distncias percorridas forem curtas.

  • A passagem de substncias, atravs da membrana, se d em resposta ao gradiente de

    concentrao.

    Difuso Facilitada

    Certas substncias entram na clula a favor do gradiente de concentrao e sem gasto

    energtico, mas com uma velocidade maior do que a permitida pela difuso simples. Isto

    ocorre, por exemplo, com a glicose, com alguns aminocidos e certas vitaminas. A

    velocidade da difuso facilitada no proporcional concentrao da substncia.

    Aumentando-se a concentrao, atinge-se um ponto de saturao, a partir do qual a entrada

    obedece difuso simples. Isto sugere a existncia de uma molcula transportadora

    chamada permease na membrana. Quando todas as permeases esto sendo utilizadas, a

    velocidade no pode aumentar. Como alguns solutos diferentes podem competir pela

    mesma permease, a presena de um dificulta a passagem do outro.

  • Transporte Ativo

    Neste processo, as substncias so transportadas com gasto de energia, podendo

    ocorrer do local de menor para o de maior concentrao (contra o gradiente de

    concentrao). Esse gradiente pode ser qumico ou eltrico, como no transporte de ons. O

    transporte ativo age como uma porta giratria. A molcula a ser transportada liga-se

    molcula transportadora (protena da membrana) como uma enzima se liga ao substrato. A

    molcula transportadora gira e libera a molcula carregada no outro lado da membrana.

    Gira, novamente, voltando posio inicial. A bomba de sdio e potssio liga-se em um

    on Na+ na face interna da membrana e o libera na face externa. Ali, se liga a um on K

    + e o

    libera na face externa. A energia para o transporte ativo vem da hidrlise do ATP.

  • Transporte acoplado

    Muitas membranas pegam carona com

    outras substncias ou ons, para entrar ou

    sair das clulas, utilizando o mesmo

    veculo de transporte". o que ocorre

    por exemplo, com molculas de acar

    que ingressam nas clulas contra o seu

    gradiente de concentrao. Como vimos

    no item anterior, a bomba de

    sdio/potssio expulsa ons de sdio da

    clula, ao mesmo tempo que faz os ons

    potssio ingressarem, utilizando a mesma

    protena transportadora (o mesmo canal

    inico), com gasto de energia. Assim, a

    concentrao de ons de sdio dentro da

    clula fica baixa, o que induz esses ons a

    retornarem para o interior celular.

    Ao mesmo tempo, molculas de acar,

    cuja concentrao dentro da clula alta,

    aproveitam o ingresso de sdio e o

    acompanham para o meio intracelular.

    Esse transporte simultneo, ocorre com a

    participao de uma protena de

    membrana cotransportadora que, ao

    mesmo tempo em que favorece o retorno

    de ons de sdio para a clula, tambm

    deixa entrar molculas de acar cuja

    concentrao na clula elevada. Note

    que a energia utilizada nesse tipo de

    transporte indiretamente proveniente da

    que gerada no transporte ativo de ons

    de sdio/potssio.

  • Endocitose e exocitose

    Enquanto que a difuso simples e

    facilitada e o transporte ativo so

    mecanismos de entrada ou sada para

    molculas e ions de pequenas dimenses,

    as grandes molculas ou at partculas

    constitudas por agregados moleculares

    so transportadas atravs de outros

    processos.

    Endocitose

    Este processo permite o transporte de

    substncias do meio extra- para o

    intracelular, atravs de vesculas

    limitadas por membranas, a que se d o

    nome de vesculas de endocitose ou

    endocticas. Estas so formadas por

    invaginao da membrana plasmtica,

    seguida de fuso e separao de um

    segmento da mesma.

    H trs tipos de endocitose: pinocitose,

    fagocitose e endocitose mediada.

    Pinocitose

    Neste caso, as vesculas so de pequenas

    dimenses e a clula ingere molculas

    solveis que, de outro modo, teriam

    dificuldades em penetrar a membrana.

  • O mecanismo pinoctico envolve gasto de

    energia e muito seletivo para certas

    substncias, como os sais, aminocidos e

    certas protenas, todas elas solveis em

    gua. Este processo, que ocorre em

    diversas clulas, tem uma considervel

    importncia para a Medicina: o seu

    estudo mais aprofundado pode permitir o

    tratamento de grupos de clulas com

    substncias que geralmente no penetram

    a membrana citoplasmtica (diluindo-as

    numa soluo que contenha um indutor

    de pinocitose como, por exemplo, a

    albumina, fazendo com que a substncia

    siga a albumina at ao interior da clula e

    a desempenhe a sua funo).

    Processos de Movimentao Celular

    Citoesqueleto

    O Citoesqueleto responsvel por manter a

    forma da clula e as junes celulares, auxiliando nos

    movimentos celulares. constitudo por protenas

    bastante estveis filamentosas ou tubulares que so os

    filamentos intermedirios, filamentos de actina e os

    microtubulos e pelas protenas motoras: dinena,

    miosina e cinesina.

    Microtbulos

    Os microtbulos so os mais espessos, os mais grossos, possuindo 25 nanmetros de

    espessura. So formados por protenas , as tubulinas, que por sua vez se dividem em (alfa)

  • e (beta), e em duas subunidades, ento quando duas dessas subunidades se ligam formam

    uma tubulina. E quando varias tubulinas se ligam, a parte alfa de uma com a parte beta da

    outra, formam protofilamentos, e treze desses protofilamentos unidos, formam um

    microtbulo. Vale lembrar tambm que, alm das tubulinas (alfa) e (beta), existe as -

    tubulina (gama-tubulinas) que possuem papel fundamental na formao dos microtubulos,

    pois so como "moldes em forma de anel" por onde a polimerizao das outras tubulinas se

    orientam.

    Formados a partir dos centrossomos ou centrolos, so responsveis pelo movimento

    celular, movimento de partculas na superfcie da clula e pelo movimento intracelular,

    formam a base de clios e flagelos, compe as fibras de fuso necessrias para a separao

    dos cromossomos durante a diviso celular. Enunciando uma analogia simples, os

    microtbulos atuam como uma espcie de "andaime" para a clula.

    Filamentos de actina

    Filamentos de actina so mais finos porque possuem apenas dois profilamentos de

    protena actina. Esses dois pro filamentos se entrelaam, formando um filamento. Formam

    os microvilos, os estereocilios e as miofibrilas.

    Filamentos intermedirios

    Os filamentos intermedirios recebem esse nome porque seu dimetro (10 nm) est

    entre o dos filamentos finos de actina e o dos filamentos grossos de miosina das clulas

    musculares lisas, onde foram identificados pela primeira vez, e tambm porque eles no

    podem aumentar ou diminuir de tamanho, quando se formam adquirem um tamanho e

    desse tamanho que permanecero. Ao contrario do microtbulos e dos filamentos de actina,

    que quando necessrio aumentam e diminuem seu tamanho.

    O filamento intermedirio possui uma estrutura em a-hlice central e domnios

    globulares em cada extremidade. A organizao desses filamentos, as ligaes a outros

    filamentos e a sua funo de sustentao dependem de protenas associadas aos filamentos

    intermedirios (IFAP). As redes de filamentos intermedirios formam a lmina nuclear, ao

    longo da superfcie interna da membrana nuclear, e esto firmemente ligados as junes

    celulares, desmossomos e hemidesmossomos.

  • Tem como funo ancorar as estruturas celulares, formar os desmossomos (juno

    intercelular) e absorver impactos.

    Protenas motoras

    As protenas motoras se dividem em tres grupos: as cinesinas e dinenas e as

    miosinas. As cinesinas e dinenas se diferem em apenas um ponto, a direo em que se

    locomovem. Ms tm a mesma forma e funo, que de transportar estruturas de um lugar

    da clula para outro. Elas no formam filamentos, ou seja, trabalham sempre sozinhas e

    sobre os microtbulos, ou seja, elas interagem quimicamente com os microtbulos, de forma

    que gastam atps para se locomover. J as miosinas formam pequenos filamentos, mas

    tambm dependem de outros para trabalhar, no caso os filamentos de actina. A miosina

    utiliza, assim como as dinenas e as cinesinas, esse outro filamento como um trem utiliza os

    trilhos para se mover, interagindo com eles.

  • Armazenamento da informao gentica: O ncleo celular

    O pesquisador escocs Robert Brown (1773- 1858) considerado o descobridor do

    ncleo celular. Embora muitos citologistas anteriores a ele j tivessem observados ncleos,

    no haviam compreendido a enorme importncia dessas estruturas para a vida das clulas. O

    grande mrito de Brown foi justamente reconhecer o ncleo como componente fundamental

    das clulas. O nome que ele escolheu expressa essa convico: a palavra ncleo vem do

    grego nux, que significa semente. Brown imaginou que o ncleo fosse a semente da clula,

    por analogia aos frutos.

    Hoje, sabemos que o ncleo o centro de controle das atividades celulares e o

    arquivo das informaes hereditrias, que a clula transmite s suas filhas ao se

    reproduzir.

    Clulas eucariontes e procariontes

    A membrana celular presente nas clulas eucariontes, mas ausente nas procariontes.

    Na clula eucarionte, o material hereditrio est separado do citoplasma por uma membrana

    a carioteca enquanto na clula procarionte o material hereditrio se encontra mergulhado

    diretamente no lquido citoplasmtico.

    Os componentes do ncleo

  • O ncleo das clula que no esto em processo de diviso apresenta um limite bem

    definido, devido presena da carioteca ou membrana nuclear, visvel apenas ao

    microscpio eletrnico. A maior parte do volume nuclear ocupada por uma massa

    filamentosa denominada cromatina. Existem ainda um ou mais corpos densos (nuclolos) e

    um lquido viscoso (cariolinfa ou nucleoplasma).

    A carioteca

    A carioteca (do grego karyon, ncleo e theke, invlucro, caixa) um envoltrio

    formado por duas membranas lipoproticas cuja organizao molecular semelhante as

    demais membranas celulares. Entre essas duas membranas existe um estreito espao,

    chamado cavidade perinuclear.

    A face externa da carioteca, em algumas partes, se comunica com o retculo

    endoplasmtico e, muitas vezes, apresenta ribossomos aderidos sua superfcie. Neste caso,

    o espao entre as duas membranas nucleares uma continuao do espao interno do

    retculo endoplasmtico.

    Poros da carioteca

  • A carioteca perfurada por milhares de poros, atravs das quais determinadas

    substncias entram e saem do ncleo. Os poros nucleares so mais do que simples aberturas.

    Em cada poro existe uma complexa estrutura protica que funciona como uma vlvula,

    abrindo-se para dar passagem a determinadas molculas e fechando-se em seguida. Dessa

    forma, a carioteca pode controlar a entrada e a sada de substncias.

    A face interna da carioteca encontra-se a lmina nuclear, uma rede de protenas que

    lhe d sustentao. A lmina nuclear participa da fragmentao e da reconstituio da

    carioteca, fenmenos que ocorrem durante a diviso celular.

    A cromatina

    A cromatina (do grego chromatos, cor) um conjunto de fios, cada um deles

    formado por uma longa molcula de DNA associada a molculas de histonas, um tipo

    especial de protena. Esses fios so os cromossomos.

    Para assinalar diferenas entre os tipos de cromatina, foi criado o termo

    heterocromatina (do grego heteros, diferente), que se refere cromatina mais densamente

    enrolada. O restante do material cromossmico, de consistncia mais frouxa, foi

    denominado eucromatina (do grego eu, verdadeiro).

  • Diferentes nveis de condensao do DNA. (1) Cadeia simples de DNA . (2)

    Filamento de cromatina (DNA com histonas). (3) Cromatina condensada em interfase com

    centrmeros. (4) Cromatina condensada em profase. (Existem agora duas cpias da

    molcula de DNA) (5) Cromossoma em metafase

    Os nuclolos

    Na fase que a clula eucaritica no se encontra em diviso possvel visualizas

    vrios nuclolos, associados a algumas regies especficas da cromatina. Cada nuclolo

    um corpsculo esfrico, no membranoso, de aspecto esponjoso quando visto ao

    microscpio eletrnico, rico em RNA ribossmico (a sigla RNA provm do ingls

    RiboNucleic Acid). Este RNA um cido nuclico produzido a partir o DNA das regies

    especficas da cromatina e se constituir um dos principais componentes dos ribossomos

    presentes no citoplasma.

    importante perceber que ao ocorrer a espiralao cromossmica os nuclolos vo

    desaparecendo lentamente. Isso acontece durante os eventos que caracterizam a diviso

    celular. O reaparecimento dos nuclolos ocorre com a desespiralao dos cromossomos, no

    final da diviso do ncleo.

    Cromossomos da clula interfsica

    O perodo de vida da clula em que ela no est em processo de diviso

    denominado interfase. A cromatina da clula interfsica, como j foi mencionada, uma

    massa de filamentos chamados de cromossomos. Se pudssemos separar, um por um, os

    cromossomos de uma clula interfsica humana, obteramos 46 filamentos, logos e finos.

  • Colocado em linha, os cromossomos humanos formariam um fio de 5 cm de comprimento,

    invisvel ao microscpio ptico, uma vez que sua espessura no ultrapassa 30 nm.

    Cromossomos da clula em diviso

    Quando a clula vai se dividir, o ncleo e os cromossomos passam por grandes

    modificaes. Os preparativos para a diviso celular tm inicio com a condensao dos

    cromossomos, que comeam a se enrolar sobre si mesmos, tornando-se progressivamente

    mais curtos e grossos, at assumirem o aspecto de bastes compactos.

    Constries cromossmicas

    Durante a condensao cromossmica, as regies eucromticas se enrolam mais

    frouxamente do que as heterocromticas, que esto condensadas mesmo durante a interfase.

    No cromossomo condensado, as heterocromatinas, devido a esse alto grau de

    empacotamento, aparecem como regies estranguladas do basto cromossmico,

    chamadas constries.

    Centrmero e cromtides

  • Na clula que est em processo de diviso, cada cromossomo condensado aparece

    como um par de bastes unidos em um determinado ponto, o centrmero. Essas duas

    metades cromossmicas, denominadas cromtides-irms so idnticas e surgem da

    duplicao do filamento cromossmico original, que ocorre na interfase, pouco antes de a

    diviso celular se iniciar. Durante o processo de diviso celular, as cromtides-irms se

    separam: cada cromtide migra para uma das clulas-filhas que se formam.

    O centrmero fica localizado em uma regio heterocromtica, portanto em uma

    constrio que contm o centrmero chamada constrio primria, e todas as outras que

    porventura existam so chamadas constries secundrias.

    As partes de um cromossomo separadas pelo centrmero so chamadas braos

    cromossmicos. A relao de tamanho entre os braos cromossmicos, determinada pela

    posio do centrmero, permite classificar os cromossomos em quatro tipos:

    metacntrico: possuem o centrmero no meio, formando dois braos de mesmo

    tamanho;

    submetacntricos: possuem o centrmero um pouco deslocado da regio mediana,

    formando dois braos de tamanhos desiguais;

    acrocntricos: possuem o centrmero bem prximo a uma das extremidades,

    formando um brao grande e outro muito pequeno;

    telocntricos: possuem o centrmero em um das extremidades, tendo apenas um

    brao.

  • Diviso celular

    Do mesmo modo que uma fbrica pode ser multiplicada pela construo de vrias

    filiais, tambm as clulas se dividem e produzem cpias de si mesmas.

    H dois tipos de diviso celular: mitose e meiose.

    Na mitose, a diviso de uma clula-me duas clulas-filhas geneticamente

    idnticas e com o mesmo nmero cromossmico que existia na clula-me. Uma clula n

    produz duas clulas n, uma clula 2n produz duas clulas 2n etc. Trata-se de uma diviso

    equacional.

  • J na meiose, a diviso de uma clula-me 2n gera clulas-filhas n,

    geneticamente diferentes. Neste caso, como uma clula 2n produz quatro clulas n, a

    diviso chamada reducional.

    Processo de Diviso Celular

    Primeira fase PRFASE a fase preparatria onde os centriolos da clulas tendem a

    separar para os polos do ncleo e os cromossomas comeam a organizar-se ou

    individualizarem-se e condensar-se no ncleo que aumenta de tamanho devido ao

    desaparecimento do nvulcro do ncleo e forma-se microtubulos ou fibras proteicas em

    vrias zonas que a sntese do fuso acromtico e de outros fusos. Na mitose as

    cromossomas so poucos visveis, no forma quiasmas, nem crossing-over e na meiose vice-

    versa com a formao de pares homologas de cromossomas. uma fase relativamente longa

    na mitose.

    Segunda fase METFASE os cromossomas continuam a organizar-se e

    movimentar-se e os cromatdeos j so visveis perfeitamente e o fuso j est formado e

    depois de sucessivos movimentos os cromossomas pela aco dos fusos estes comeam a

    movimentar-se para o centro num plano intermdio do fuso ou equidistantes dos centriolos

    nos polos onde os cromossomas imobilizam-se bruscamente e comeam a formar uma figura

    ou placa intermdia no equador da clula(placa equatorial)e os centrmeros dos

    cromossomas esto presos aos fusos acromticos e termina esta fase.

    Nesta fase se for mitose os cromossomas colocam no equador pelos seus

    centrmeros e se for meiose colocam-se pelos pontos de quiasmas. E a fase mais curta da

    diviso celular em termos de tempo.

    Na terceira fase ANFASE pela fora dos fusos agarrando os cromossomas esses

    vo separar em sentidos opostos atravs dos seus centromeros e com os braos dos

    cromossomas em direco aos respectivos polos vo ter uma ascenso polar e formando

    duas clulas filhas ou conjunto idnticos com rigorosamente mesmas quantidades de

    cromossomas que acompanhada com a desintegrao dos microtubolos incluindo os fusos

    acromticos.

    Se for mitse a rotura do cromossoma no centrmero formando duas clulas filhas,

    e se for meiose uma separao dos homlogos(cromossomas com dois cromatdeos)e no

    separando os cromatideos em dois como na meiose. Aqui diviso dos centromeros e

  • separao dos cromatideos no a nesta coisa ou seja acontecem em momentos diferentes

    Esta a fase mais rpida da diviso celular.

    A quarta e ultima fase a TELFASE inverso da prfase nas transformaes

    observadas, comea quando os cromossomas chegam nos polos e comea a

    descondensao(o cromatdeo das clulas filhas comeam a aparecer desenrolando ficando

    cada vez mais compridos e acabando por ficar indistintos)e a membrana celular comea a

    reconstituir-se(provavelmente a partir dos elementos do retculo)e reorganiza os nucleolos e

    o ncleos das duas clulas-filhas diploides com os seus respectivos centriolos que j se

    encontravam nos polos da clula-me. Todo esse fase acompanhada pela

    citsinese(separao parcial do citoplasma em duas partes distintas numa clula animal o

    que no acontece na clula vegetal onde forma uma parede no equador). Se for na mitose as

    celulas-filhas possuem o mesmo numero de cromossomas da clula me(em clulas

    haploides e diploides), e se for meiose as clulas filhas tero metade do numero de

    cromossomas da me no ultimo telfase originando esse em compensao quatro clulas-

    filhas haploide porque a primeira ascenso aos polos dos cromossomas no acompanhada

    pela rotura da cromossoma em dois. Esta fase relativamente longa, o mesmo da prfase.

  • Mitocndrias

    Estrutura e funo das mitocndrias

    As mitocndrias esto imersas no citosol, entre as diversas bolsas e filamentos que

    preenchem o citoplasma das clulas eucariontes. Elas so verdadeiras casas de fora das

    clulas, pois produzem energia para todas as atividades celulares.

    As mitocndrias foram descobertas em meados do sculo XIX, e, durante dcadas,

    sua existncia foi questionada por alguns citologistas. Somente em 1890 foi demonstrada, de

    modo incontestvel, a presena de mitocndrias no citoplasma celular. O termo

    mitocndria (do grego, mitos, fio, e condros, cartilagem) surgiu em 1898, possivelmente

    como referncia ao aspecto filamentoso e homogneo (cartilaginoso) dessas organelas em

    alguns tipos de clulas, quando observadas ao microscpio ptico.

    As mitocndrias, cujo nmero varia de dezenas at centenas, dependendo do

    tipo de clula, esto presentes praticamente em todos os seres eucariontes, sejam

    animais, plantas, algas, fungos ou protozorios.

    Estrutura interna das mitocndrias

    As mitocndrias so delimitadas por duas membranas lipoproticas semelhantes

    s demais membranas celulares. Enquanto a membrana externa lisa, a membrana

    interna possui inmeras pregas as cristas mitocondriais que se projetam para o interior

    da organela.

  • A cavidade interna das mitocndrias preenchida por um fluido denominado matriz

    mitocondrial, onde esto presentes diversas enzimas, alm de DNA e RNA e pequenos

    ribossomos e substncias necessrias fabricao de determinadas protenas.

    A respirao celular

    No interior das mitocndrias ocorre a respirao celular, processo em que molculas

    orgnicas de alimento reagem com gs oxignio (O2), transformando-se em gs carbnico

    (CO2) e gua (H2O) e liberando energia.

    C6H12O6 + O2 -> 6 CO2 + 6 H2O + energia

    A energia liberada na respirao celular armazenada em uma substncia chamada

    ATP (adenosina trifosfato), que se difunde para todas as regies da clula, fornecendo

    energia para as mais diversas atividades celulares. O processo de respirao celular ser

    melhor explicado na seo de Metabolismo energtico.

    O retculo endoplasmtico

    O citoplasma das clulas eucariontes contm inmeras bolsas e tubos cujas paredes

    tm uma organizao semelhante da membrana plasmtica. Essas estruturas membranosas

    formam uma complexa rede de canais interligados, conhecida pelo nome de retculo

    endoplasmtico. Pode-se distinguir dois tipos de retculo: rugoso (ou granular) e liso (ou

    agranular).

  • Retculo endoplasmtico rugoso (RER) e liso (REL)

    O retculo endoplasmtico rugoso (RER), tambm chamado de ergastoplasma,

    formado por sacos achatados, cujas membranas tm aspecto verrugoso devido presena de

    grnulos os ribossomos aderidos sua superfcie externa (voltada para o citosol). J o

    retculo endoplasmtico liso (REL) formado por estruturas membranosas tubulares, sem

    ribossomos aderidos, e, portanto, de superfcie lisa. Os dois tipos de retculo esto

    interligados e a transio entre eles gradual. Se observarmos o retculo endoplasmtico

    partindo do retculo rugoso em

    direo ao liso, vemos as bolsas se

    tornarem menores e a quantidade de

    ribossomos aderidos diminuir

    progressivamente, at deixar de

    existir.

    Funes do retculo endoplasmtico

    O retculo endoplasmtico atua

    como uma rede de distribuio de substncias no interior da clula. No lquido existente

    dentro de suas bolsas e tubos, diversos tipos de substncias se deslocam sem se misturar

    com o citosol.

    Produo de lipdios

    Uma importante funo de retculo endoplasmtico liso a produo de lipdios.

    A lecitina e o colesterol, por exemplo, os principais componentes lipdicos de todas as

    membranas celulares so produzidos no REL. Outros tipos de lipdios produzidos no retculo

    liso so os hormnios esterides, entre os quais esto a testosterona e os estrgeno,

    hormnios sexuais produzidos nas clulas das gnadas de animais vertebrados.

    Desintoxicao

    O retculo endoplasmtico liso tambm participa dos processos de

    desintoxicao do organismo. Nas clulas do fgado, o REL, absorve substncias txicas,

    modificando-as ou destruindo-as, de modo a no causarem danos ao organismo. a atuao

  • do retculo das clulas hepticas que permite eliminar parte do lcool, medicamentos e

    outras substncias potencialmente nocivas que ingerimos.

    Armazenamento de substncias

    Dentro das bolsas do retculo liso tambm pode haver armazenamento de

    substncias. Os vacolos das clulas vegetais, por exemplo, so bolsas membranosas

    derivadas do retculo que crescem pelo acmulo de solues aquosas ali armazenadas.

    Produo de protenas

    O retculo endoplasmtico rugoso, graas presena dos ribossomos,

    responsvel por boa parte da produo de protenas da clula. As protenas fabricadas

    nos ribossomos do RER penetram nas bolsas e se deslocam em direo ao aparelho de

    Golgi, passando pelos estreitos e tortuosos canais com retculo endoplasmtico liso.

    Aparelho de Golgi

    A denominao aparelho ou complexo de Golgi uma homenagem ao citologista

    italiano Camilo Golgi, que, em 1898, descobriu essa estrutura citoplasmtica. Ao verificar

    que certas regies com citoplasma celular se coravam por sais de smio de prata, Golgi

    imaginou que ali deveria existir algum tipo de estrutura, posteriormente confirmada pela

    microscopia eletrnica.

    Dictiossomos

    O aparelho de Golgi est presente em praticamente todas as clulas eucariontes, e

    consiste de bolsas membranosas achatadas, empilhadas como pratos. Cada uma dessas

    pilhas recebe o nome de dictiossomo. Nas clulas animais, os dictiossomos geralmente se

    encontram reunidos em um nico local, prximo ao ncleo. Nas clulas vegetais, geralmente

    h vrios dictiossomos espalhados pelo citoplasma.

  • Funes do aparelho de Golgi

    O aparelho de Golgi atua como centro de armazenamento, transformao,

    empacotamento e remessa de substncias na clula. Muitas das substncias que passam

    pelo aparelho de Golgi sero eliminadas da clula, indo atuar em diferentes partes do

    organismo. o que ocorre, por exemplo, com as enzimas digestivas produzidas e

    eliminadas pelas clulas de diversos rgos (estmago, intestino, pncreas etc.). Outras

    substncias, tais como o muco que lubrifica as superfcies internas do nosso corpo, tambm

    so processadas e eliminadas pelo aparelho de Golgi. Assim, o principal papel dessa

    estrutura citoplasmtica a eliminao de substncias que atuam fora da clula, processo

    genericamente denominado secreo celular.

    Secreo de enzimas digestivas

    As enzimas digestivas do pncreas, por exemplo, so produzidas no RER e levadas

    at as bolsas do aparelho de Golgi, onde so empacotadas em pequenas bolsas, que se

    desprendem dos dictiossomos e se acumulam em um dos plos da clula pancretica.

    Quando chega o sinal de que h alimento para ser digerido, as bolsas cheias de enzimas se

    deslocam at a membrana plasmtica, fundem-se com ela e eliminam seu contedo para o

    meio exterior.

  • A produo de enzimas digestivas pelo pncreas apenas um entre muitos exemplos

    do papel do aparelho de Golgi nos processos de secreo celular. Praticamente todas as

    clulas do corpo sintetizam e secretam uma grande variedade de protenas que atuam fora

    delas.

    Lisossomos: Estrutura e origem dos lisossomos

    Os lisossomos (do grego lise, quebra, destruio) so bolsas membranosas que

    contm enzimas capazes de digerir substncias orgnicas. Com origem no aparelho de

    Golgi, os lisossomos esto presentes em praticamente todas as clulas eucariontes. As

    enzimas so produzidas no RER e migram para os dictiossomos, sendo identificadas e

    enviadas para uma regio especial do aparelho de Golgi, onde so empacotadas e liberadas

    na forma de pequenas bolsas.

  • A digesto intracelular

    Os lisossomos so organelas responsveis pela digesto intracelular. As bolsas

    formadas na fagocitose e na pinocitose, que contm partculas capturadas no meio

    externo, fundem-se aos lisossomos, dando origem a bolsas maiores, onde a digesto

    ocorrer.

  • Vacolos digestivo

    Autofagia

    Todas as clulas praticam autofagia (do grego autos, prprio, e phagein, comer),

    digerindo partes de si mesmas com o auxlio de seus lisossomos. Por incrvel que parea, a

    autofagia uma atividade indispensvel sobrevivncia da clula.

    Em determinadas situaes, a autofagia uma atividade puramente alimentar.

    Quando um organismo privado de alimento e as reservas do seu corpo se esgotam, as

    clulas, como estratgia de sobrevivncia no momento de crise, passam a digerir partes de si

    mesmas. No dia-a-dia da vida de uma clula, a autofagia permite destruir organelas

    celulares desgastadas e reaproveitar alguns de seus componentes moleculares.

    O processo da autofagia se inicia com a aproximao dos lisossomos da estrutura a

    ser eliminada. Esta cercada e envolvida pelos lisossomos, ficando contida em uma bolsa

    repleta de enzimas denominada vacolo autofgico.

    Atravs da autofagia, uma clula destri e reconstri seus constituintes centenas ou

    at milhares de vezes. Uma clula nervosa do crebro, por exemplo, formada em nossa vida

    embrionria, tem todos os seus componentes (exceto os genes) com menos de um ms de

    idade. Uma clula de nosso fgado, a cada semana, digere e reconstri a maioria de seus

    componentes.

  • Peroxissomos

    Peroxissomos so bolsas membranosas que contm alguns tipos de enzimas

    digestivas. Sua semelhana com os lisossomos fez com que fossem confundidos com eles

    at bem pouco tempo. Entretanto, hoje se sabe que os peroxissomos diferem dos lisossomos

    principalmente quanto ao tipo de enzimas que possuem.

    Os peroxissomos, alm de conterem enzimas que degradam gorduras e aminocidos,

    tm tambm grandes quantidades da enzima catalase.

    A catalase converte o perxido de hidrognio, popularmente conhecido como gua

    oxigenada (H2O2), e gua e gs oxignio. A gua oxigenada se forma normalmente durante a

    degradao de gorduras e de aminocidos, mas, em grande quantidade, pode causar leses

    clula.

    2 H2O2 + Enzima Catalase 2 H2O +

    O2

    Apesar das descobertas recentes envolvendo os peroxissomos, a funo dessas

    organelas no metabolismo celular ainda pouco conhecida. Entre outras funes, acredita-se

    que participem dos processos de desintoxicao da clula.

  • Os centrolos

    Os centrolos so organelas NO

    envolvidas por membrana e que

    participam do progresso de diviso celular.

    Nas clulas de fungos complexos, plantas

    superiores (gimnospermas e

    angiospermas) e nematides no existem

    centrolos. Eles esto presentes na maioria

    das clulas de animais, algas e vegetais

    inferiores como as brifitas (musgos) e

    pteridfitas (samambaias).

    Estruturalmente, so constitudos por um

    total de nove trios de microtbulos

    proticos, que se organizam em cilindro.

    So autoduplicveis no perodo que

    precede a diviso celular, migrando, logo a

    seguir, para os plos opostos da clula.

    Uma das providncias que a fbrica celular

    precisa tomar a construo de novas

    fbricas, isto , a sua multiplicao. Isso

    envolve uma elaborao prvia de uma serie

    de andaimes proticos, o chamado fuso de

    diviso, formado por inmeros filamentos de

    microtbulos.

    Os Clios e Flagelos

    So estruturas mveis, encontradas externamente em clulas de diversos seres vivos.

    Os clios so curtos e podem ser relacionados locomoo e a remoo de impurezas.

    Nas clulas que revestem a traquia humana, por exemplo, os batimentos ciliares empurram

  • impurezas provenientes do ar inspirado, trabalho facilitado pela mistura com o muco que,

    produzido pelas clulas da traquia, lubrifica e protege a traquia. Em alguns protozorios,

    por exemplo, o paramcio, os clios so utilizados para a locomoo.

    Os flagelos so longos e tambm se relacionam a locomoo de certas clulas,

    como a de alguns protozorios (por exemplo, o tripanosssomo causador da doena de

    Chagas) e a do espermatozide.

    Estruturalmente, clios e flagelos so idnticos. Ambos so cilndricos, exteriores as

    clulas e cobertos por membrana plasmtica. Internamente, cada clio ou flagelo

    constitudo por um conjunto de nove pares de microtbulos perifricos de tubulina,

    circundando um par de microtbulos centrais. a chamada estrutura 9 + 2.

    Tanto os clios como flagelos so originados por uma regio organizadora no interior

    da clula, conhecida como corpsculo basal. Em cada corpsculo basal h um conjunto de

  • nove trios de microtbulos (ao invs de duplas, como nos clios e flagelos), dispostos em

    crculo. Nesse sentido, a estrutura do corpsculo basal semelhante de um centrolo.

    Comunicabilidade Celular

    As clulas em um organismo multicelular, precisam se comunicar umas com as

    outras de modo a direcionarem e regularem seu crescimento, desenvolvimento e

    organizao. Clulas animais se comunicam secretando substncias qumicas que sinalizam

    clulas distantes.

    Sinais endcrinos ocorrem quando substncias chamadas hormnio so secretadas

    pelas clulas e viajam atravs da corrente sangunea at clulas-alvo. Na sinalizao

    parcrina, a clula secreta mediadores qumicos locais que ajem somente em clulas

    vizinhas. Molculas de sinalizao parcrina so rapidamente internalizadas, destruidas ou

    imobilizadas. A sinalizao sinptica ocorre quando molculas so liberadas de vesculas em

    junces neuronais chamadas sinapses. Estas molculas, os neurotransmissores, se difundem

    atravs da fenda sinptica e vo agir somente na clula-alvo ps-sinptica. Todas estas

    substncias qumicas se ligam receptores de dentro ou de fora da clula-alvo iniciando a

    resposta celular.

    O mecanismo de recepo varia de acordo com a solubilidade de cada tipo de

    molcula (endcrina, parcrina ou neurotransmissor) em gua. Molculas hidrofbicas

    precisam ser carregadas pela corrente sangunea ligadas a protenas transporte e por isso sua

    meia-vida na corrente sangunea de horas ou dias, ao contrrio de molculas hidroflicas

    que so degradadas rapidamente. Portanto, molculas de sinalizao que so solveis em

    gua usualmente medeiam respostas de curta durao, enquanto molculas de sinalizao

    que no so solveis em gua medeiam respostas bem mais longas.

    Receptores intracelulares

    Pequenas molculas hidrofbicas de sinalizao (hormnios esterides e

    tireoideanos) atravessam a membrana da clula-alvo para se ligarem a receptores

    intracelulares localizados no citoplasma ou no ncleo desta clula. O complexo hormnio-

    receptor sofre uma mudana conformacional que leva a um aumento da afinidade do

    receptor pelo DNA regulando a transcrio de genes especficos, tal ligao, leva ativao

    ou supreso destes genes. O produto de alguns genes, ainda, podem servir de ativadores de

    outros genes produzindo um efeito secundrio

  • Diferenciao Celular

    A diferenciao celular o processo em que as clulas de um organismo sofrem

    transformaes em sua forma, funo e composio, tornando-se tipos celulares

    especializados.

    Fecundao

    A vida inicia-se pela fecundao de um vulo por um espermatozide. Essa primeira

    clula formada inicia o processo de diviso at chegar fase de oito clulas, na qual

    recebem a denominao de clulas-tronco totipotentes.

  • Todas essas clulas, se colocadas no tero, apresentam potencial de desenvolver um

    ser completo. Quando o embrio possui aproximadamente 100 clulas (o blastocisto

    cinco dias aps a fecundao), ocorre a primeira diferenciao: as clulas que encontram-

    se na parte externa se diferenciam e tornam-se responsveis pela formao dos anexos

    embrionrios, j a massa interna composta por clulas-tronco pluripotentes capazes de

    formar todos os tecidos, no entanto, no possui mais a capacidade de formar um ser

    completo.

    O comando recebido pelas clulas que determina sua especificidade e como elas

    compreendem o seu destino dentro do organismo ainda so mistrios para a Cincia. O que

    conhecido que, de acordo, com o crescimento do embrio, as clulas iniciam a

    diferenciao nos vrios tecidos: nervoso, sanguneo, adiposo, muscular e sseo. E depois

    que se diferenciam, todas as clulas-filhas tm as mesmas caractersticas, por exemplo,

    clulas do fgado s do origem a clulas hepticas. Essas clulas esto diferenciadas de

    modo terminal.

    Tipos Celulares Especializados

    Histologia

    A histologia (do grego: hydton = tecido + logos = estudos) a cincia que estuda os

    tecidos biolgicos, desde a sua formao (origem), estrutura (tipos diferenciados de clulas)

    e funcionamento.

    Mas o que tecido?

    O corpo de um organismo multicelular constitudo por diferentes tipos de clulas,

    especializadas em realizar diversas funes. As clulas com determinado tipo de

    especializao organizam-se em grupos, constituindo os tecidos. Alguns tecidos so

    formados por clulas que possuem a mesma estrutura; outros so formados por clulas que

    tm diferentes formas e funes, mas que juntas colaboram na realizao de uma funo

    geral maior.

  • A diferenciao dos tecidos e a conquista do ambiente terrestre

    Dentre as diversas adaptaes que favoreceram a conquista do meio terrestre pelos

    vertebrados destacam-se um eficiente revestimento corporal impermeabilizado, um

    adequado sistema esqueltico de suporte do organismo e de seus rgos e um hbil

    mecanismo que permite a movimentao do organismo pelo meio. No homem, essas trs

    tarefas so desempenhadas, na ordem, pela pele, pelo conjuntivo de ossos do sistema

    esqueltico e pelos inmeros msculos componentes do sistema muscular. Ossos e msculos

    constituem o sistema locomotor.

  • Como so formados os tecidos?

    Todos os tecidos presentes nos

    vertebrados adultos so formados a partir

    de trs tipos de folhetos germinativos:

    endoderma, ectoderma e mesoderma.

    Cada um desses, durante o

    desenvolvimento embrionrio,

    responsvel por uma genealogia de clulas

    especializadas quanto forma e funo.

    Os destinos finais (organognese) desses

    folhetos germinativos, na formao dos

    tecidos e rgo humanos, so:

    Ectoderma

    Epiderme e anexos cutneos (plos e glndulas mucosas);

    Todas as estruturas do sistema nervoso (encfalo, nervos, gnglios nervosos e

    medula espinhal);

    Epitlio de revestimento das cavidades nasais, bucal e anal.

    Mesoderma

    Forma a camada interna da pele (derme);

    Msculos lisos e esquelticos;

    Sistema circulatrio (corao, vasos sangneos, tecido linftico, tecido conjuntivo);

    Sistema esqueltico (ossos e cartilagem);

    Sistema excretor e reprodutor (rgos genitais, rins, uretra, bexiga e gnadas).

    Endoderma

    Epitlio de revestimento e glndulas do trato digestivo, com exceo da cavidade

    oral e anal;

  • Sistema respiratrio (pulmo);

    Fgado e pncreas.

    Tipos de Tecidos

    Nos animais vertebrados h quatro grandes grupos de tecidos: o muscular,

    o nervoso, o conjuntivo (abrangendo tambm os tecidos sseo, cartilaginoso e

    sanguneo) e o epitelial, constituindo subtipos especficos que iro formar os rgos

    e sistemas corporais. Por exemplo: O sangue considerado um tecido conjuntivo,

    com diversificadas clulas (as hemcias, os leuccitos e as plaquetas) e o plasma

    (gua, sais minerais e diversas protenas).

    Nos invertebrados estes tipos de tecido so basicamente os mesmos, porm

    com organizaes mais simples. A maioria dos tecidos alm de serem compostos de

    clulas, apresentam entre elas substncias intracelulares (intersticiais).

  • Especificao dos tecidos bsicos

    Epitlio revestimento da superfcie externa do corpo (pele), os rgos (fgado, pulmo e

    rins) e as cavidades corporais internas;

    Conjuntivo constitudo por clulas e abundante matriz extracelulas, com funo de

    preenchimento, sustentao e transporte de substncias;

    Muscular constitudo por clulas com propriedades contrteis;

    Nervoso formado por clulas que constituem o sistema nervoso central e perifrico (o

    crebro, a medula espinhal e os nervos).

    Tecido epitelial

    A superfcie externa do corpo e as cavidades corporais internas dos animais so

    revestidas por este tecido. O tecido epitelial desempenha vrias funes no organismo, como

    proteo do corpo (pele), absoro de substncias teis (epitlio do intestino) e

    percepo de sensaes (pele), dependendo do rgo aonde se localizam.

    Os tecidos epiteliais ou epitlios tm clulas perfeitamente justapostas, unidas por

    pequena quantidade de material cimentante, com pouqussimo espao intercelular. Os

    epitlios no so vascularizados e no sangram quando feridos. A nutrio das clulas se faz

    por difuso a partir dos capilares existentes em outro tecido, o conjuntivo, adjacente ao

    epitlio a ele ligado. O arranjo das clulas epiteliais pode ser comparado ao de ladrilhos ou

    tijolos bem encaixados.

  • Os epitlios podem ser classificados quanto ao nmero de clulas:

    Quando os epitlios so formados por uma s camada de clulas, so chamados de

    epitlios simples ou uniestratificados (do latim uni, um, e stratum, camada).

    J os epitlios formados por mais de uma camada de clulas so chamados

    estratificados.

    Existem ainda epitlios que, apesar de formados por uma nica camada celular, tm

    clulas de diferentes alturas, o que d a impresso de serem estratificados. Por isso,

    eles costumam ser denominados pseudo-estratificados.

    Quanto forma das clulas, os epitlios podem ser classificados em:

    Pavimentosos, quando as clulas so achatadas como ladrilhos;

    Cbicos, quando as clulas tem forma de cubo, ou

    Prismticos, quando as clulas so alongadas , em forma de coluna.

    No epitlio que reveste a bexiga, a forma das clulas originalmente cbica, mas elas se

    tornam achatadas quando submetidas ao estiramento causado pela dilatao do rgo. Por

    isso, esse tipo de epitlio de denominado, por alguns autores, epitlio de transio.

    Os tecidos epiteliais, tambm chamados epitlios, so classificados em dois tipos principais:

    epitlios de revestimento e epitlios glandulares.

    Epitlio de revestimento intestinal

    O tecido que reveste internamente o intestino delgado um bom exemplo de epitlio

    especializado em absorver nutrientes e permitir que eles passem da cavidade intestinal para

    o sangue. A alta capacidade de absoro do epitlio intestinal se deve ao fato de suas clulas

    possurem, na membrana a borda livre (isto , a borda voltada para a cavidade intestinal),

    muitas projees finas e alongadas, que lembrem dedos de uma luva, chamadas

    microvilosidades.

  • Clculos da rea de membrana que constitui as microvilosidades mostram que elas

    aumentam quinhentas vezes a rea superficial de cada clula, em comparao com a rea de

    clulas que tm a borda lisa. O mesmo tipo de clculo nos leva a concluir que o intestino

    delgado humano apresenta uma superfcie de absoro de mais de 300 m2, equivalente rea

    de uma quadra de esportes de 20 m de comprimento por 15 m de lado.

    Especializao das clulas epiteliais

    As clulas dos tecidos epiteliais mantm-se aderidas umas s outras por meio de

    estruturas especializadas, genericamente chamadas junes celulares.

  • Tecido epitelial glandular

    As clulas do tecido epitelial glandular produzem substncias chamadas secrees, que

    podem ser utilizadas e outras partes do corpo ou eliminadas do organismo. Essas secrees

    podem ser:

    mucosas, quando espessas e ricas em muco, Ex. glndulas salivares

    serosas, quando fluidas, aquosas, claras e ricas e protenas. Ex. glndulas secretoras

    do pncreas

    Podem tambm ser mistas, quando ocorrem secrees mucosas e serosas juntas. Ex.

    Glndulas salivares partidas.

    As glndulas podem ser unicelulares, como a glndula caliciforme (que ocorre por

    exemplo, no epitlio da traquia), ou multicelulares, como a maioria das glndulas.

    Em amarelo glndulas

    caliciformes do intestino.

    Em verde a parte secretora de glndulas multicelulares

    excrina e endcrina, respectivamente.

    As glndulas multicelulares originam-se sempre dos epitlios de revestimento, por

    proliferao de suas clulas para o interior do tecido conjuntivo subjacente e posterior

    diferenciao.

    Trs tipos de glndulas multicelulares

    Glndulas excrinas: apresentam a poro secretora associada a dutos que lanam suas

    secrees para fora do corpo (como as glndulas sudorparas, lacrimais, mamrias e

    sebceas) ou para o interior de cavidades do corpo (como as glndulas salivares);

  • Glndulas endcrinas: no apresentam dutos associados poro secretora. As secrees

    so denominadas hormnios e lanadas diretamente nos vasos sanguneos e linfticos.

    Exemplos, hipfise, glndulas da tireide, glndulas paratiredeas e glndulas adrenais;

    Glndulas mistas: apresentam regies endcrinas e excrinas ao mesmo tempo. o caso

    do pncreas, cuja poro excrina secreta enzimas digestivas que so lanadas no duodeno,

    enquanto a poro endcrina responsvel pela secreo dos hormnios insulina e

    glucagon. Esses hormnios atuam, respectivamente, na reduo e no aumento dos nveis de

    glicose no sangue.

    Tecido conjuntivo

    Os tecidos conjuntivos tem origem mesodrmica. Caracterizam-se morfologicamente

    por apresentarem diversos tipos de clulas imersas em grande quantidade de material

    extracelular, substncia amorfa ou matriz, que sintetizado pelas prprias clulas do tecido.

  • A matriz uma massa amorfa, de aspecto gelatinoso e transparente. constituda

    principalmente por gua e glicoprotenas e uma parte fibrosa, de natureza protica, as fibras

    do conjuntivo.

    As clulas conjuntivas so de diversos tipos. As principais so:

    Clula Funo

    Fibroblasto

    Clula metabolicamente ativa, contendo longos e finos

    prolongamentos citoplasmticos. Sintetiza o colgeno e

    as substncias da matriz (substncia intercelular).

    Macrfago

    Clula ovide, podendo conter longos prolongamentos

    citoplasmticos e inmeros lisossomos. Responsvel

    pela fagocitose e pinocitose de pertculas estranhas ou

    no ao organismo. Remove restos celulares e promove

    o primeiro combate aos microrganismos invasores do

    nosso organismo. Ativo no processo de involuo

    fisiolgica de alguns rgos ou estrutura. o caso do

    tero que, aps o parto, sofre uma reduo de volume.

    Mastcito

    Clula globosa, grande, sem prolongamentos e repleta

    de grnulos que dificultam, pela sua quantidade, a

    visualizao do ncleo. Os grnulos so constitudos

    de heparina (substncia anticoagulante) e histamina

    (substncia envolvida nos processos de alergia). Esta

    ltima substncia liberada em ocasies de penetrao

    de certos antgenos no organismo e seu contato com os

    mastcitos, desencadeando a conseqnte reao

    alrgica.

  • Plasmcito

    Clula ovide, rica em retculo endoplasmtico rugoso

    (ou granular). Pouco numeroso no conjunto normal,

    mas abundante em locais sujeitos penetrao de

    bactrias, como intestino, pele e locais em que existem

    infeces crnicas. Produtor de todos os anticorpos no

    combate a microorganismos. originado no tecido

    conjuntivo a partir da diferenciao de clulas

    conhecidas como linfcitos B.

    Os diferentes tipos de tecido conjuntivo esto amplamente distribudos pelo corpo,

    podendo desempenhar funes de preenchimento de espaos entre rgos, funo de

    sustentao, funo de defesa e funo de nutrio.

    A classificao desses tecidos baseia-se na composio de suas clulas e na

    proporo relativa entre os elementos da matriz extracelular. Os principais tipos de tecidos

    conjuntivos so: frouxo, denso, adiposo, reticular ou hematopoitico, cartilaginoso e

    sseo.

    Tecido conjuntivo adiposo

    Nesse tecido a substncia intracelular reduzida, e as clulas, ricas em lipdios, so

    denominadas clulas adiposas. Ocorre principalmente sob a pele, exercendo funes de

    reserva de energia, proteo contra choques mecnicos e isolamento trmico. Ocorre

    tambm ao redor de alguns rgos como os rins e o corao.

  • As clulas adiposas possuem um grande vacolo central de gordura, que aumenta ou

    diminui, dependendo do metabolismo: se uma pessoa come pouco ou gasta muita energia, a

    gordura das clulas adiposas diminui; caso contrrio, ela se acumula. O tecido adiposo atua

    como reserva de energia para momentos de necessidade.

    Tecido conjuntivo cartilaginoso

    O tecido cartilaginoso, ou simplesmente cartilagem, apresentam consistncia firme,

    mas no rgido como o tecido sseo. Tem funo de sustentao, reveste superfcies

    articulares facilitando os movimentos e fundamental para o crescimento dos ossos longos.

    Nas cartilagens no h nervos nem vasos sanguneos. A nutrio das clulas desse

    tecido realizada por meio dos vasos sanguneos do tecido conjuntivo adjacente.

    A cartilagem encontrada no nariz, nos anis da traquia e dos brnquios, na

    orelha externa (pavilho auditivo), na epiglote e em algumas partes da laringe. Alm

    disso, existem discos cartilaginosos entre as vrtebras, que amortecem o impacto dos

    movimentos sobre a coluna vertebral. No feto, o tecido cartilaginoso muito abundante, pois

    o esqueleto inicialmente formado por esse tecido, que depois em grande parte substitudo

    pelo tecido sseo.

  • Tecido conjuntivo sanguneo

    O sangue (originado pelo tecido

    hemocitopoitico) um tecido altamente

    especializado, formado por alguns tipos de

    clulas, que compem a parte figurada,

    dispersas num meio lquido o plasma -,

    que corresponde parte amorfa. Os

    constituintes celulares so: glbulos

    vermelhos (tambm denominados

    hemcias ou eritrcitos); glbulos

    brancos (tambm chamados de

    leuccitos).

    O plasma composto principalmente de

    gua com diversas substncias dissolvidas,

    que so transportadas atravs dos vasos do

    corpo.

    Todas as clulas do sangue so originadas na medula ssea vermelha a partir das

    clulas indiferenciadas pluripotentes (clulas-tronco). Como consequncia do processo de

    diferenciao celular, as clulas-filhas indiferenciadas assumem formas e funes

    especializadas.

    Plaquetas

    Plaquetas so restos celulares originados da fragmentao de clulas gigantes da

    medula ssea, conhecidas como megacaricitos. Possuem substncias ativas no processo de

    coagulao sangunea, sendo, por isso, tambm conhecidas como trombcitos (do grego,

    thrombos = cogulo), que impedem a ocorrncia de hemorragias.

    Glbulos vermelhos

    Glbulos vermelhos, hemcias (do grego, eruthrs = vermelho, e ktos = clula) so

    anucleados, possuem aspecto de disco bicncavo e dimetro de cerca de 7,2mm. So ricos

  • em hemoglobina, a protena responsvel pelo transporte de oxignio, a importante funo

    desempenhada pelas hemcias.

    Glbulos brancos

    Glbulos brancos, tambm chamados de leuccitos (do grego, leuks = branco), so

    clulas sanguneas envolvidas com a defesa do organismo.

    Essa atividade pode ser exercida por fagocitose ou por meio da produo de

    protenas de defesa, os anticorpos.

    Costuma-se classificar os glbulos brancos de acordo com a presena ou ausncia,

    em seu citoplasma, de grnulos especficos, e agranulcitos, os que no contm granulaes

    especficas, comuns a qualquer clula.

    Tecido conjuntivo sseo

    O tecido sseo tem a funo de sustentao e

    ocorre nos ossos do esqueleto dos vertebrados.

    um tecido rgido graas presena de matriz

    rica em sais de clcio, fsforo e magnsio.

    Alm desses elementos, a matriz rica em

    fibras colgenas, que fornecem certa

    flexibilidade ao osso.

    Os ossos so rgos ricos em vasos sanguneos.

    Alm do tecido sseo, apresentam outros tipos

    de tecido: reticular, adiposo, nervoso e

    cartilaginoso.

    Por serem um estrutura inervada e irrigada,

    os ossos apresentam sensibilidade, alto

    metabolismo e capacidade de regenerao.

    Quando um osso serrado, percebe-se que ele

    formado por duas partes: uma sem cavidades,

    chamada osso compacto, e outra com muitas

  • cavidades que se comunicam, chamada osso

    esponjoso.

    Tecidos musculares

    Os tecidos musculares so de origem mesodrmica e relacionam-se com a locomoo

    e outros movimentos do corpo, como a contrao dos rgos do tubo digestrio, do corao

    e das artrias.

    Tipos de tecido muscular

    H trs tipos de tecido muscular: estriado esqueltico, estriado cardaco e liso.

    Cada um deles tem caractersticas prprias, adequadas ao papel que desempenham no

    organismo.

  • MICROSCPIO PTICO

    No se sabe exatamente quem inventou o microscpio porm sabe-se muito bem que

    depois dessa inveno, l pelo incio do sculo XVII, nossa percepo do mundo ficou muito

    diferente. Muitos atribuem a inveno deste instrumento a Galileu, porm foi Leeuwenhoek

    quem realmente aperfeioou o instrumento e o utilizou na observao de seres vivos.

    Dotados de apenas uma lente de vidro, os primeiros microscpios permitiam

    aumentos de at 300 vezes com razovel nitidez. E todo um mundo que se encontrava

    invisvel aos nossos olhos, se descortinou.

    Com este instrumento muito simples, Leeuwenhoek estudou os glbulos vermelhos

    do sangue e constatou a existncia dos espermatozides. Este cientista tambm desvendou o

    extraordinrio mundo dos micrbios (ou seja, seres microscpicos), hoje mais conhecidos

    como microrganismos.

    O microscpio simples de Leeuwenhoek, foi aprimorado por Hooke, ganhando mais

    uma lente. Deste modo, foram obtidos aumentos ainda maiores.

    Os microscpios ticos modernos so descendentes sofisticados do microscpio

    composto de Hooke e muito mais poderosos do que os pequenos instrumentos usados pelos

    cientistas no incio do sculo XVII.

    Eles so dotados de 2 sistemas de lentes de cristal (oculares e objetivas) que

    produzem ampliaes de imagem que vo em geral de 100 a 1000 vezes, deste modo

    revelando detalhes, at ento invisveis para nossa viso.

  • No microscpio tico, a luz que chega aos nossos olhos para formar a imagem,

    atravessa primeiro o objeto em estudo. Por isto, o material a ser observado no pode ser

    opaco. Muitas vezes, para se obter material biolgico translcido o suficiente para ser bem

    observado ao microscpio, preciso preparar convenientemente o material que quer estudar.

    Para isto so feitos cortes muitos finos, de preferncia com uma mquina semelhante a um

    fatiador de presunto, chamada micrtomo. O material a ser cortado recebe um tratamento de

    desidratao e incluso em parafina que facilita o manuseio e permite que sejam cortadas

    fatias muito finas.

    O Microscpio Eletrnico

    O microscpio eletrnico apareceu em 1932 e vem sendo rapidamente aperfeioado.

    As mquinas mais atuais permitem aumentos de 5 mil a 500 mil vezes, sem muita

    dificuldade. A diferena bsica entre os microscpios tico e eletrnico que neste ltimo

    no utilizada a luz, mas sim feixes de eltrons. No microscpio eletrnico no h lentes de

    cristal e sim bobinas, chamadas de lentes eletromagnticas. Estas lentes ampliam a imagem

    gerada pela passagem do feixe de eltrons no material e a projetam para uma tela onde

    formada uma imagem de pontos mais ou menos brilhantes, semelhante de um televisor em

    branco e preto.

    A capacidade de ver, separados ou distintos, dois objetos que se encontram muito

    prximos um do outro, depende do grau de contraste entre eles e do poder resolvente do

    processo de viso. No caso do olho humano, desarmado e em condies ptimas de viso, o

    limite de resoluo cerca de 0,1 mm.

  • Isto significa que, se dois objetos esto separados por uma distncia inferior a 0,1

    mm, eles apresentar-se-o como um nico objeto.

    Como a clula, pelas suas dimenses, no permite uma observao a olho nu, o seu estudo e

    o das suas partes componentes tem de efetuar-se com a ajuda de um instrumento como o

    microscpio.

    As partes essenciais do microscpio ptico comum so:

    1) uma fonte luminosa

    2) um sistema de lentes (condensador) para captar e focar a luz no espcime

    3) uma objetiva para formar e ampliar a imagem do espcime; e 4) uma ocular para ampliar

    a imagem formada pela objetiva.

    Na figura seguinte est representado um microscpio ptico com os seus diferentes

    componentes.

    Esquema de um microscpio ptico:

  • Para fazer uma correta observao do material a examinar deve adoptar-se o seguinte

    procedimento:

    1) Ligar a fonte luminosa.

    2) Colocar a preparao a observar na platina.

    3) Com o auxlio do condensador e do diafragma obter uma boa iluminao.

    4) Rodando a cremalheira aproximar a objetiva de 10x o mais perto possvel da preparao.

    5) Rodando novamente a cremalheira, puxar a objetiva de 10x para cima at obter uma

    imagem ntida do espcime.

    6) Depois da preparao estar focada com a objetiva de 10x focar com a objetiva de 40x.

    Com o auxlio do parafuso micromtrico podem-se obter diferentes planos das estruturas a

    observar.

    7) Caso seja necessrio recorrer a uma ampliao mais elevada ( objetiva de 100x )

    proceder do seguinte modo: afastar a objetiva de 40x e, sobre a preparao, colocar uma

    gota de leo de imerso. Em seguida, com o auxlio do parafuso micromtrico, focar com a

    objetiva de 100x. Quando se utiliza o leo de imerso deve evitar-se o seu contato com as

    objetivas de 10 e 40x.