apostila basica de escalada 2 2010

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IPATINGA/MG JULHO/2010

Prof. Me. Leonardo Madeira Pereira [email protected] - (31)8471-8293/3822-8072

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APOSTILA DO CURSO BSICO DE TCNICAS VERTICAISO responsvel por esse material no se responsabiliza por qualquer acidente que possa ocorrer com a utilizao dessas informaes. Responsvel: Prof. Me. Leonardo Madeira Pereira CREF6 n04895 Caro amigo iniciante nos esportes de montanha, venho atravs desta pedir-lhe humildemente que conserve nossas matas e rochas. No faa sujeira nem furos desnecessrios. Evite fazer muito barulho. Recolha o seu lixo e outros que encontrar pela frente. No desmate e denuncie quem o faa, e principalmente RESPEITE O CDIGO DE TICA DA ESCALADA. Cordialmente.Prof. Me. Leonardo Madeira Pereira Email: [email protected] Tels.: (31) 3822-8072 / 8471-8293 / 8874-8072 Av. Paladium, 332 Ap. 101 Bairro Imbabas Ipatinga/MG CEP 35160-272

LEIA ISSO ANTES DE UTILIZAR A APOSTILAEssa apostila um guia para a prtica da escalada em rocha, um esporte perigoso. Voc pode ter ferimentos graves e at morrer, portanto no deve depender exclusivamente das informaes aqui contidas para a sua segurana pessoal. Escalar de forma segura depende do seu julgamento prprio baseado em instruo competente, experincia, responsabilidade e utilizao real de suas capacidades. No h como substituir a instruo e o treinamento pessoal para a escalada em rocha. Portanto, antes de iniciar-se no esporte, voc deve buscar instruo profissional para aprender as tcnicas de segurana da escalada. Caso voc no interprete corretamente os conceitos expressos nessa apostila, voc pode colocar em risco sua vida ou de outras pessoas. Dessa forma, as informaes aqui disponveis devem ser utilizadas como suplemento no treinamento com um instrutor ou guia experiente. * A utilizao desse material indica o seu reconhecimento da possibilidade de morte ou ferimentos graves como resultado dos riscos inerentes escalada e o reconhecimento da sua responsabilidade pela sua prpria segurana.

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1. Introduo 1.1. Montanhismo na Europa O montanhismo pode ser definido como ascenso de montanhas por escalada ou caminhada (Costa, 2003). Devido essa modalidade ter-se iniciado nos Alpes tambm pode ser confundido com o nome de alpinismo que diz respeito ao montanhismo praticado naquela regio especfica, assim como o andinismo nos Andes ou o himalaianismo no Himalaia. Na Europa, a explorao terrestre no meio montanhs comeou no sculo XVIII com a exploso do esprito humanista durante a renascena juntamente com o progresso das idias do iluminismo, ou seja uma nova concepo de homem e natureza estava surgindo (Huntford, 2002). O homem deixava de pensar o universo em funo de Deus, tornando-se senhor de seu destino, valorizando o esprito de iniciativa e de aventura. Em 1760, um membro da rica aristocracia Sua e naturalista, Horace Benedict de Saussure, devido grande interesse para a cincia da poca, prometeu um prmio para quem descobrisse o caminho para o Mont-Blanc 4.808m, em Chamonix na Frana (Wikipedia, 2006). Durante os 25 anos que se seguiram, algumas tentativas foram realizadas mas o xito s foi alcanado em agosto de 1786, por Jacques Balmat e Dr. Michel Gabriel Paccard. Nessa ocasio, Saussure no s despertou o interesse daqueles que almejavam a recompensa, como tambm o interesse de outros pesquisadores. A curiosidade aproximou gradualmente os pesquisadores e a burguesia s montanhas, que ento passaram a freqentar o vilarejo com assiduidade crescente. Os moradores se organizaram, adaptando-se a condio econmica que se anunciava e em 1816 foi inaugurado o primeiro hotel de luxo da cidade de Chamonix Hotel lUnion (Wikipedia, 2006). Em 1821, os responsveis pelas expedies s montanhas locais, os guias de montanha, se organizaram e criaram a Compagnie de Guides. Com a relativa viso de mercado, para melhoria e manuteno do servio prestado, os guias freqentavam a montanha sempre que podiam como forma de treinamento. Eles testavam sua eficincia e conhecimento buscando novos desafios. Ou seja, o desenvolvimento deste status/profisso um dos fatores de maior importncia para o desenvolvimento do montanhismo como prtica esportiva. Outros fatores como motivao pessoal, a paixo pelas montanhas, a busca por atividades em meio natural, a busca por autoconfiana entre outros tambm atraiu a ateno de homens e mulheres de todas as idades. Durante o sculo XIX, ocorreu uma corrida aos diferentes cumes da Cordilheira do Alpes e de outras montanhas pelo mundo, sia, Amrica e frica. Quando estes j no representavam um desafio, os guias voltavam as mesmas montanhas e conquistavam vias mais difceis. Assim, o montanhismo foi evoluindo suas tcnicas e equipamentos. Na primeira metade do sculo XX, a rivalidade entre os paises contribuiu para o financiamento de expedies esportivas pela conquista do cume mais alto atingido pelo homem. Este desafio se encontrava no Himalaia e a nova ordem geopoltica nascida da 2 Guerra Mundial alterou as condies de acesso cordilheira, fazendo a disputa comear mais cedo nas aes diplomticas (Herzog, 2001). Das duas rotas principais ao cume do Everest (8.850m), a sudeste a tecnicamente mais fcil e a mais frequentemente utilizada. Esta foi a rota utilizada por Hillary e Tenzing em 1953. Contudo, a escolha por esta rota foi mais por questes polticas do que por planejamento de percurso, quando a fronteira do Tibete foi fechada aos estrangeiros em 1949. EsteProf. Me. Leonardo Madeira Pereira [email protected] - (31)8471-8293/3822-8072

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fato ilustra que tais conquistas representavam a soberania das naes; soberania fsica, poltica e econmica. 1.2. Montanhismo no Brasil No Brasil, em 1817 a inglesa Henrietta Carsteirs subiu ao Po de Acar (396m, Rio de Janeiro) e hasteou uma bandeira de seu pas no cume desta elevao que marca com grande visibilidade a entrada da Baa de Guanabara. O feito provocou manifestao dos alunos da antiga Escola Militar da Praia Vermelha, os quais aps cinco horas de subida cravaram a bandeira da coroa portuguesa no mesmo lugar da anterior em sinal de patriotismo. Este o primeiro registro encontrado no tema montanhismo nacional. Em 1879 um grupo de paranaenses liderado por Joaquim Olmpio de Miranda conquistou a principal montanha da Serra do Marumbi/PR, com mais de 1.500m. Esta iniciativa produziu a primeira equipe de montanhistas reunida no pas, tendo como a finalidade principal realizar uma escalada esportiva em montanha, o que refora a suposio de que no houve importao da prtica esportiva. Em 1912 foi dada a partida para uma fase mais tcnica e mais de sentido esportivo do montanhismo brasileiro, representada pela conquista do Dedo de Deus (1.675m, Serra dos rgos, RJ). J em novembro de 1919, por iniciativa de um grupo de dez jovens cujas idades variavam entre 18 e 23 anos de idade, os quais eram funcionrios pblicos, empregados no comrcio, na indstria e estudantes, foi fundado no Rio de Janeiro o Centro Excursionista Brasileiro (CEB). Aps a segunda escalada ao Dedo de Deus, em 1931, comearam a surgir outros clubes e associaes, confirmando uma expanso mais consistente e regular do esporte no pas. Esta tendncia menos oscilante resultou na conquista de montanhas e vias por aprimoramento de tcnicas e procedimentos. Durante as dcadas de 40 e 50, o montanhismo revela-se por maior visibilidade e por atuao mais efetiva em duas localizaes estaduais: Rio de Janeiro, com suas serras e montanhas apropriadas para o esporte, e Paran, com conquistas de significado tcnico realizadas por seus praticantes. Em 1944 o Clube Excursionista Brasileiro criou a primeira escola de guias, e os anos 1950 foram marcados pelo incio da tendncia de montanhistas brasileiros de alto nvel a buscarem desafios fora do pas em face ausncia de montanhas de grande porte no territrio nacional. Nota-se que a partir dos anos 1960 o montanhismo comeou a ser praticado tambm nas proximidades de outros centros urbanos alm dos tradicionais do RJ e PR, principalmente nos estados do Sul e do Sudeste do Brasil. Embora houvesse carncia de registros a respeito desta expanso geogrfica, tornou-se comum o encontro de vias de escalada e caminhada nas regies mais afluentes do pas, sobretudo naquelas prximas a montanhas condizentes com os requerimentos do esporte. 1.3. Riscos Inerentes No montanhismo, todo e qualquer equipamento utilizado tem a funo de proteger o praticante no caso de uma queda. As quedas podem ser fatais, portanto toda atividade que envolva alguma tcnica vertical merece cuidados especiais, pois a vida est em jogo.

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importante ressaltar que toda prtica esportiva e de lazer na natureza implica em riscos. Este pode ser definido como uma medida da incerteza e indica a probabilidade de uma conduta (Spink et al. 2004). Entretanto, a atitude dos sujeitos que vivem a aventura nos esportes tomada como um risco no qual ousam jogar a si mesmos com a confiana do domnio cada vez maior da tcnica. Embora o esporte tradicional tem a tendncia de domesticar o ambiente, no meio selvagem isso torna-se impossvel. Nos esportes de aventura, as informaes que controlam e orientam as decises dos praticantes esto associadas com as foras da natureza. O aventureiro abandona os alicerces seguros e flutua num universo cheio de incertezas (L Brefon, 1996). O desconhecido o provoca, nenhum fato o perturba, para tudo ele encontra soluo pois sua existncia est em jogo (Simmel, 1988). 1.4. Mnimo Impacto Com a popularizao dos esportes praticados em ambientes naturais, o aumento crescente de pessoas que visitam esses locais impe a necessidade de adotarmos atitudes e prticas que minimizem os impactos causados por essas atividades. Assim, ser possvel compatibilizar as atividades de conservao da natureza e ecoturismo, respeitando-se tanto os ecossistemas como a diversidade de expectativas e a qualidade da experincia dos visitantes (www.pegaleve.org.br). No h como evitar, a simples presena do homem na natureza j provoca algum tipo de impacto ambiental. Tecnicamente, esse impacto chamado de antrpico e devese ao fato de nossa civilizao ter criado hbitos muito diferentes do ritmo normal da natureza. A lista de impacto antrpicos extensa e aumenta muito quando no so respeitadas algumas regras bsicas de convivncia e respeito a ela. Veja abaixo alguns mandamentos que todo montanhista responsvel deve adotar (www.femerj.org.br): a) procure se harmonizar com a natureza, no faa barulho desnecessrio; b) traga de volta para civilizao todo lixo que produziu, inclusive o orgnico; c) deixe os animais em paz, no interfira nas relaes entre as espcies; d) interfira o menos possvel na paisagem, mantenha tudo onde encontrou; e) faa o possvel para reduzir os danos sobre a vegetao; f) quando existir a opo, escolha descer caminhando, pois o rapel bastante impactante; g) evite a pratica exclusiva de rapel em centros tradicionais de escalada por se tratar de uma prtica bastante danosa sobre a vegetao; h) utilize as trilhas existentes, evite abrir ou utilizar atalhos; i) no promova e nem participe de atividades com um grande grupo (+ de 12 pessoas), estas causam grande impacto nas trilhas. A montanha no o lugar para festas, deixe o churrasco e outras comemoraes para locais mais apropriados. j) no fixe protees de maneira exagerada, elas so a ultima opo de proteo, privilegie protees moveis. No fixe protees em boulders, no instale agarras artificiais e no quebre ou cave agarras naturais. No faa pinturas, pichaes ou outras marcaes na parede; k) no polua mananciais hdricos, a gua um recurso fundamental para quem explora a natureza e precisa ser preservada. l) Proteja a montanha e respeite os outros que as freqentam.

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1.5. Cdigo de tica Normas discutidas no primeiro congresso brasileiro de montanhismo, realizado em Curitiba/PR, em julho de 1993. Dos pontos de segurana (grampos fixos ou chapeletas) 1. Durante uma conquista deve ser observado o posicionamento dos pontos de segurana de modo que em hiptese alguma de queda, o escalador toque o solo, arestas ou salincias, representando sua prpria integridade. 2. proibida a adio de pontos de segurana em escaladas j conquistadas, sem autorizao dos conquistadores. 3. Em caso de regrampeao, os escaladores no possuem poder algum para descaracterizar a rota, transferindo a original proteo do pontos de segurana, de acordo com o artigo primeiro anterior. 4. A utilizao de dupla proteo nos pontos de parada um fator que diminui a ocorrncia de acidentes e deve ser observada. 5. Sempre que possvel os pontos de rapel devem ser comuns vrias vias de escalada. 6. Os pontos de segurana esto sujeitos s intempries e devem merecer constantes observaes todo incio de uma escalada. 7. Um ponto de segurana visivelmente mal colocado, deve ser evitado e informado a unio local de escaladores para sua substituio de acordo com o artigo segundo deste. Meio Ambiente: 1. Nenhuma escalada deve transgredir as leis de proteo ambiental. Todas as situaes devem ser discutidas pela unio local de escaladores e decidido atravs de votao por maioria absoluta (50% mais um voto). 2. Todos escalador responsvel pelo seu equipamento e lixo. 3. Todo escalador tem obrigao de divulgar e conscientizar da proteo ao meio ambiente. Material Mvel: 1. Dever ser utilizado material mvel sempre que possvel, evitando-se o uso de pontos fixos ao lado de fissuras e rachaduras, nas quais seria bvio o uso de materiais mveis. tica e estilo: 1. tica e estilo nunca devem ser confundidos, sendo que tica so regras que definem uma atitude ou postura diante de um esporte e ao meio ambiente, e flexvel, de uma regio para outra. Estilo faz parte das caracterisiticas de cada escalador, ilimitado e auto justificado na relao de movimentos aos realizar uma escalada. 2. Top Hope, Flash, Solo e On Sight ficam classificados como estilos reservados de cada escalador que caber definir seus limites, sendo porm mundialmente conhecido como o melhor estilo o On Sight (a vista) guiando. Conquista:

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1. Nenhum escalador possui direito de reservar para si qualquer rota ou pedao de pedra, somente se houver despendido evidentes esforos para efetuao de seus objetivos, seja aproximao ou colocao de grampos. 2. Em caso de modifico das intenes, o escalador tem a responsabilidade de express-la comunidade local, deixando a via aberta a todos. 3. Toda conquista dever ser divulgada num catlogo, que deve ser editado anualmente. Graduao: 1. Todo grau deve ser considerado tendo em mente a escalada a Vista. 2. As graduaes artificiais devem estar dentro dos padres, fator H e segurana, expostos nos catlogos locais. Moral: 1. Todo escalador deve utilizar sua liberdade, usufruindo de seu espao, respeitando o prximo. 2. considerado imoral marcar com magnsio vias ou boulders, com intuito nico de legitimar uma ascenso executada. 3. Todo escalador tem o dever de prestar auxilio em caso de iminente perigo. 4. Todo escalador tem o dever moral de transmitir uma boa atitude em relao montanha e a prtica do esporte. 2. Estilos de Escalada Os estilos de escalada esto apresentados em um tpico e correspondem aos tipos subida. 2.1. A Vista (ou 0n Sight), Flash, Encadenamento e Top Hope Escalar a vista se entende como uma ascenso de primeira, tendo estudado a via desde o solo sem ter visto outra pessoa subir. o estilo mais puro possvel de ascenso Fala-se de ascenso em Flash, quando se observa a via durante um rapel ou aps ter visto outra pessoa escalando-a. Encadenamento entendido como uma ascenso totalmente livre sem queda, acertando todos os passos da via, includo a colocao das protees. Esse estilo tambm confundido com a guiada, onde o escalador vai subindo, colocando as protees e no precisando utiliz-las at o termino da rota. A escalada de top hope acontece com a corda no topo da via, ou seja , a todo instante durante a subida o praticante est seguro pela corda. Esse estilo no oferece risco de queda nem sobrecarga nos equipamentos de segurana se executado da maneira correta. 3. Modalidades de Escalada Existem duas modalidades de escala, a in door e a out door. Na primeira as progresses acontecem em ginsios prprios, sendo as agarras fabricadas em resina ou madeira, podendo o escalador realizar top hopes ou guiadas. As modalidades out door so realizadas em ambientes naturais, falsias ou proeminncias rochosas, podendo ser

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denominadas como Big Wall, Boulder, Esportiva, Tradicional, Solo, Artificial, Mvel ou Mista, que envolve mais de uma modalidade. 4. Tcnicas e Equipamentos utilizados 4.1. Protees fixas, mveis ou naturais As protees so pontos de fixao para auto-seguros ou costuras em uma via ou rota. As fixas esto na parede e foram colocadas pelo homem, essas podem ser pinos ou chapeletas e merecem ateno especial pois ficam expostas ao tempo. Na utilizao desse recurso, existe a preocupao apenas, de levar costuras e demais equipamentos para sua ancoragem na terminao da via onde se encontram os pinos para execuo da segurana, rapel e top hope. Protees mveis, so colocadas especialmente para uma progresso ou descida e podem ser retiradas no final da atividade. Essas so menos impactante e requerem conhecimento apurado de tcnicas especificas. O escalador no fura nada nem busca pinos na rocha, ele simplesmente leva seus mveis para as fendas, fissuras e buracos da rocha e se auto-segura em costuras com eles. As naturais, so as protees da prpria natureza, uma rvore de grosso calibre, por exemplo. Essas protees encontram-se expostas ao tempo, no entanto so naturais e devem ser avaliadas quanto a sua utilizao no momento. Na utilizao desse tipo sempre se corre um risco de magnitude incontrolvel, oriundo da fora da natureza.

4.2. Equipamentos bsicos utilizados a) Mosquetes Os mosquetes so utilizados para unir as cordas a pontos de segurana, entre outras utilidades como em auto-seguro ou elos de unio de cadeirinhas a freio de segurana, so feitos com e sem trava. Devem cumprir exigncias bsicas como resistncia tenso aplicada, leveza e ser de fcil manuseio. So fabricados atualmente em ao e duralumnio. Os primeiros so mais pesados e normalmente aplicados mais a pontos de segurana enquanto os de duralumnio, bem mais leves, so os mais utilizados em escalada. Ambos so fabricados para suportar uma fora de trao de pelo menos 2000 kg e este valor deve vir gravado pelo fabricante noProf. Me. Leonardo Madeira Pereira [email protected] - (31)8471-8293/3822-8072

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seu corpo com as siglas KN (1 Kilonewton igual a aproximadamente 100kg). Uma fora aplicada em um sentido transversal no mosqueto alm de ser incorreta suporta apenas uma tera parte do que no sentido longitudinal. Os mosquetes no devem ser colocados em posies na qual estejam apoiados sobre rochas e arestas (cantos), pois alm de danificar o aparelho pode provocar a abertura do mesmo ou emperrar o gatilho de trava. Mosquetes com trava so diferenciados dos normais no sentido de sempre assegurar sua posio de fechado. Existem vrios sistemas de trava hoje no mercado: rosca, deslizantes, baioneta e twistlock.

Figura 2. Direo das foras no mosqueto

Os formatos de fabricao so bem diferentes: ovais, em D (vrios tipos) ou na forma de pra (HMS), sendo que estes ltimos mais indicados para dar segurana a um escalador ou utilizar em descenso pela corda (rapel). Os mosquetes sem trava so mais utilizados em costuras e podem apresentar gatilho em curva para facilitar aProf. Me. Leonardo Madeira Pereira [email protected] - (31)8471-8293/3822-8072

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colocao da corda. Quando aplicados em segurana so usados dois, um em contra posio ao outro, para garantir a trava em cordas, cordins ou fitas.

b) Cadeirinhas, Harness ou Bouldrier

As cadeirinhas so cintos que se emoldam cintura e as pernas do escalador, apresentam regulagens com fecho para conectar o mesmo aos dispositivos da atividade de escalada. H dois tipos fundamentais de cadeirinhas: as simples, sem fecho, que s cumprem a funo na medida que o mosqueto ou a corda passe pelo enlace da cintura unindo os dois pontos. E as com fivelas, com regulagem na cintura e pernas (mais polivalentes, inclusive com acolchoado para maior conforto). Existem ainda os modelos com loop central (anel) que une as pernas cintura na utilizao para fita de segurana em ancoragem e com mosquetes em manobra de rapel.

Figura 6 Tipos de cadeirinhas, simples esquerda e polivalente direita.

Na maioria dos modelos existem fivelas laterais de porta materiais importante ao escalador, alis a maioria dos atuais modelos hoje j vem com as mesmas. As pernasProf. Me. Leonardo Madeira Pereira [email protected] - (31)8471-8293/3822-8072

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ajustveis so boas para as escaladas em rocha constante ou em gelo, porm no muito oportunas para ginsio de escalada (indoor). A durabilidade de uma cadeirinha assim como do restante do material depender muito de sua manuteno. Uma cadeirinha bem regulada e checada em suas costuras e fivelas pode durar at cinco anos. c) Cordas A corda um dos principais elementos da escalada e tcnicas verticais. Assim como a corda todos os equipamentos para escalada hoje devem possuir os selos internacionais de segurana que so aferidos pelas normas da UIAA ou CE. Portanto, nunca adquira um equipamento para esta atividade esportiva sem antes conferir a sua procedncia. Existem dois tipos de corda para as atividades em verticais: a) para escalada; so utilizadas as dinmicas que podem ser de 50 a 60 mts (vendidas em rolos fechados) com dimetro entre 9,5 - 10,5 mm. b) para rapel, resgate ou escalada de top hope; usam-se as cordas estticas ou semiestticas. Estas por sua vez no possuem a mesma dinamicidade das cordas de escalada, pois seu propsito outro. As cordas so fabricadas em PERLON (poliamida) e sua estrutura se divide em duas partes, capa (parte externa) e alma (parte interna). A parte interna a que aguenta toda a tenso, desta forma, necessita-se sempre ser revisada. s vezes uma capa pode estar em perfeito estado escondendo algum dano que a alma possa ter sofrido, desta forma colocando em risco de ruptura a mesma.

As cordas para escalada alm de sua resistncia possuem uma boa elasticidade (dinmica), evitando-se desta forma que se rompam em fortes tenses ou causem um grande impacto sobre o escalador em queda. * Cuidados a serem tomados, para garantir a segurana e aumentar a vida til do seu equipamento: a) Cordas em hiptese alguma devem correr livre por arestas, pois isto levar a ruptura da mesma causada pela tenso.

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b) Recomenda-se que a cada trs anos e meio se troque a corda, mesmo sem o uso intensivo, pois o material em nylon e perlon deteriora-se com tempo. c) As cordas so sensveis ao calor (aquecimento) e aos produtos qumicos (gasolina, querosene). d) Cordas Estticas quando forem utilizadas devem ser ancoradas fora do alcance das bordas. Para tanto utiliza-se de fitas entre estes pontos evitando-se o desgaste e a tenso. e) No se deve pisar em cima das mesmas e nem arrast-las pelo cho pois os cristais de areia e terra penetram pela capa afetando a alma. f) No utilize a corda fora da especificao para a qual foi fabricada. As cordas devem ser lavadas somente quando estiveram muito sujas e no se deve utilizar sabo ou detergente, gua corrente j suficiente e deve ser secada sombra.

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d) Fitas e Cordins As fitas e cordins, ou cordelete, so elementos de fundamental importncia nas ascenses e seguranas. Tanto os cordins como as fitas so vendidos em metros, portanto para a sua aplicao devemos unir suas pontas em ns formando anis com os mesmos aplicando nas devidas funes da escalada. (ver tpico de ns de unio) As fitas, tambm conhecidas como tubulares, so fabricadas em nylon duplo e utilizadas nas ancoragens e auto-seguros. Possuem uma largura variante desde 12 mm a 26mm. Existe hoje no mercado, uma gama de fitas expressas tambm conhecidas como SOLTEIRAS. As solteiras, nada mais so do que as mesmas fitas utilizada em costuras para escalada esportiva que unem os dois mosquetes sem trava. A diferena que seu comprimento passa a ser maior em seus elos formados (ex: 40, 80 e 120cm) e j saem de fbrica com uma costura reforada na unio de suas duas pontas. Quando adquirimos as fitas tubulares normais devemos cort-las na medida de que necessitamos para o nosso elo e trabalhar-nos o n de fita para unio das pontas.(Ver tpico de ns) Com o cordim a situao a mesma, a diferena mora na utilidade e no material. O cordim fabricado no mesmo material das cordas tambm possuindo capa e alma. Ele vendido em espessuras (4mm a 8mm) e sua funo ser utilizado abraando a corda, para ascenso (Jumariar ou auto-resgate) e descenso (back-up do rapel. Por isso, no caso dos cordins deve-se levar em conta a espessura da corda utilizada (guia) para a espessura do mesmo. Normalmente possuem um dimetro entre a metade e dois teros da corda guia, ex: Cordas 10,5 mm esto para cordins de 5,5 a 6,0 mm. Cordins de 7 ou 8mm mordem pouco ou nada a corda guia e cordins de 4mm vo morder demais a corda guia e podem dificultar a liberao do cordin numa ascensso por exemplo. Para unir as duas pontas dos cordins tambm ha um n especifico (ver tpico dos ns).

Figura 10 Fita e Cordin, respectivamente.

e) Freios de segurana O nome j diz tudo, o FREIO. Restringe o movimento da corda. Este movimento bloqueador ser exercido de duas maneiras. Uma quando executamos a atividade de rapel (descendo pela corda) e a segunda quando estamos fixos em um ponto para dar segurana a um escalador. Existem hoje no mercado vrios sistemas de freios. Os comumente mais usados por escaladores so o oito e o ATC (Air Trafic Control). Existem os sistemas automticos de frear quando a corda solta de imediato como o Gri Gri e o STOP. Enfim, todos eles trabalham da mesma maneira, tracionam a corda dentro dos mesmos para que ela no deslize.Prof. Me. Leonardo Madeira Pereira [email protected] - (31)8471-8293/3822-8072

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Os cuidados a serem tomados com o equipamento so os mesmos dos mosquetes, verificar possveis fissuras e o desgaste do material causado pela movimentao rpida da corda (devem ser substitudos quando estes aspectos so visveis pelo uso constante).

f) Costuras

Figura 12 Costura.

As costuras nada mais so do que o elo de segurana de um escalador quando o mesmo guia uma via em escalada. Montada com dois mosquetes sem trava sendo um curvo (para corda) e outro reto (para proteo fixa), leva uma fita expressa de conexo entre ambos mosquetes. Este sistema fortemente seguro para o escalador se forem seguidas uma serie de medidas corretas em seu uso com a corda (verificao em aula prtica). O escalador da ponta de corda leva uma srie das costuras em suas alas da cadeirinha e medida que vai progredindo em sua escalada se clipa com a mesma na rocha consecutivamente passando a corda por ela no mosqueto curvo, montando assim seus pontos de segurana para a escalada no caso de uma queda. Este um sistema fortemente preparado para agentar altos impactos (acima de 10 KN), sendo que de ante mo se sabe que o corpo humano no suportaria tamanha presso. Por isso, devemos ter muito claro em nossa cabea a forma correta de utilizao destas seguranas para evitarmos uma queda de fator 2 (ver tpico trabalho de segurana) Uma situao destas raramente acontece com quem segue a risca todas as precaues e mtodos corretos de utilizao do equipamento.

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f) Capacete Temos que trabalhar o bom senso, e se devemos nos educar para o esporte este o primeiro passo: USAR CAPACETE. O capacete como em outras atividades esportivas radicais deve ter uma resistncia alta penetrao (golpes por cadas de pedras) e uma tima capacidade de absoro de impacto (choques com a cabea). Tambm devem ser certificados CE / UIAA. Tanto a circunferncia do crnio, a jugular e as fivelas de ajuste devem garantir a fixao do mesmo cabea para os diversos casos de movimentos bruscos ou pequenas quedas. A indicao na compra seria o pouco peso, uma boa adaptao cabea e de acordo com as normas de segurana ter garantia de resistncia.

g) Sapatilha um calado estilo bailarina que se adapta bem justo ao p e lhe da extrema sensibilidade nas pontas e laterais, trazendo um rendimento certeiro em seu uso, tanto na rocha como nos ginsios de escalada. interessante que tenha uma tima flexibilidade podendo dobrar-se com facilidade tanto em sentido longitudinal quanto transversal, desta forma tornando-se polivalentes em diferentes tipos de rocha. Normalmente as sapatilhas so adquiridas com um nmero acima do uso do seu calado normal. Entretanto escaladores de alta performance utilizam o mesmo nmero ou um nmero a menos que o calado normal. h) Carbonato de magnsio O carbonato de magnsio da qual os escaladores se utilizam (p branco), o mesmo da ginstica olmpica. O fundamento tambm, evita a sudorizao ou transpirao dos dedos e das mos dando, as mesmas uma grande aderncia e secura para a transposio de lances nas agarras e fissuras da escalada. Para uma constante aderncia por toda a via se utilizam os saquinhos porta-p que so levados cintura do escalador no decorrer de toda a atividade. 5. Trabalhando com os ns Os ns so as chaves das unies, ligaes e segurana do trabalho em ambientes verticais com as cordas, fitas e cordins. O fato de os ns serem uma unio provisria entre dois pontos, devem ser facilmente desatados e apresentam formato definido. DeveProf. Me. Leonardo Madeira Pereira [email protected] - (31)8471-8293/3822-8072

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estar consciente sempre de qual n usar em cada situao, conferindo sempre sua resistncia na checagem da aplicao dos mesmos. 5.1. Ns de encordamento N utilizado para se prender corda, na cadeirinha. comumente conhecido como n de 8 e feito em sistema simples (direto) e/ou guiado. O n de 8 simples j montado para ser aplicado direto dentro das travas e devese deixar pelo menos alguns centmetros de corda na ponta da mesma. J o n guiado montado justamente aonde o anel do n simples no teria condies de passar. Depois de terminado o n guiado fica igual ao simples. Ele feito para se passar envolta de ancoragens como rvores e rochas e mesmo dentro da cadeirinha para a escalada guiada.

Figura 14. N Oito de encordamento

Figura 15. N oito guiado.

5.2. Ns de unio de ponta a) Pescador Feito para unir dois pontos ele manuseado de forma a criar uma fora de resistncia de um n sobre outro sem que haja o escape dos mesmos ou evitando que uma corda corra sobre a outra aps a unio. Para tanto este n confeccionado duplo para uma maior resistncia sobre a fora de trao.

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Figura 16. N de pescador duplo.

b) N de fita Da mesma maneira que voc ir unir as pontas dos cordins para formar os anis aqui voc tambm ir unir as pontas da fita, s que para utilizao em ancoragens e auto-seguros (solteiras). Mas o estilo de n ser outro pois a fita fabricada em outro formato com material de maior deslize. Atando uma ponta outra da fita, o n ser simples mas preciso e haver a necessidade de se ter uma sobra de pelo menos 3 dedos em cada terminao.

Figura 17 N de Fita

Para montarmos nossas ancoragens em locais aonde no existam protees fixas (chapeletas, pinos, Ps etc) devemos fazer a montagem das mesmas utilizando-se das fitas em anis formados. As fitas desta forma iro fazer o papel das protees fixas utilizando-se de troncos de rvore, rochas, pilastras de sustentao. Enfim, de objetos estritamente fixos e fortes da qual ir envolv-la e conseqentemente ser engatilhada por um mosqueto de onde se passar a corda. Existem alguns n que so aplicados na fita, o lao por exemplo: O objetivo laar mesmo pontos fixos ou mosquetes em um tracionamento nele aplicado.

Figura 18 N de lao em fita

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Outro n o corredio, tambm utilizado em mosquetes ou pinos de ancoragem faz com que o anel de fita no corra solto pelo objeto ao qual foi fixado.

Figura 19 N corredio em fita.

c) Ns de segurana para ancoragem, aplicados em cordas e fitas. 1) volta do fiel, ou de blocagem. Este n rpido de se fazer e aplicar utiliza-se do mtodo de duas orelhinhas de porco fechando em leque. Uma com corda voltada para dentro outra para fora. Aps uma orelha estar sobre a outra se passa o mosqueto por dentro das mesmas e conseqentemente ao se puxar as duas pontas acontece uma blocagem dentro do mosqueto fazendo com que a corda no corra para nenhum dos lados.

Figura 20 volta do fiel ou de blocagem 2) N para segurana dinmica (UIAA) Com o mesmo princpio da volta do fiel este n tem a diferena de ser deslizante e no de blocagem. Utilizado com a funo de dar segurana a um escalador, ou para a execuo de rapel. A corda passa por um sistema de atritar-se por ela mesma dentro do mosqueto. Este sistema utilizado somente com corda e mosqueto de trava com preferncia de ser do estilo grande, tipo pra (HMS). Aps formar as duas orelhinhas, ao invs de fechar como um leque dobra-se as voltas fechando-se como um livro, conseqentemente passando o mosqueto por dentro das mesmas esticando as pontas at o travamento. Neste n ao liberar uma das pontas, a outra corre livre.

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Figura 21 N dinmico UIAA

Figura 22 Bloqueio de UIAA com n de mula

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Figura 23 Bloqueio de ATC no n de mula.

d) Ns Blocantes So ns aplicados corda principal pelos cordins. A funo destes ns como o prprio nome lhes caracteriza, de blocagem. Ao montarmos um anel de cordin (ver ns de ponta) sobre uma corda principal, ele laado (em volto) vrias vezes e uma das pontas do anel ir em direo ao escalador que puchando-a faz com que haja um atrito forte impedindo que o mesmo corra pela corda travando o deslizamento. O sistema simples e como exemplo temos o n blocante mais conhecido, o Prussik. Para um n de Prusik necessitamos de um anel com mais ou menos 80 cm e de um dimetro de 5 ou 6 mm. Uma vez passado em volta da corda principal este n tem a propriedade de se permitir deslizar enquanto no sofre nenhuma tenso pois ao receber a mesma trava-se bloqueando imediatamente uma descida. Portanto, estes ns tem a caracterstica igual dos blocantes mecnicos que correm livres para cima, com tudo ao sofrerem uma tenso para baixo mordem a corda no permitindo deslizar-se. Isto converte estes ns a serem utilizados em sistemas de alto resgate (ascenso pela corda) e em auto-seguros no rapel (desceno pela corda).

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Figura 24 Prussik.

Figura 25 N Autoblocante clssico.

6. Segurana e Fator de Queda Muitas vezes nos apegamos apenas nas tcnicas, estilo e princpios da escalada somente no momento de sua atividade de ascenso nas vias. Desta forma estamos deixando para trs uma parte fundamental, precisa e indispensvel para a escalada esportiva. A segurana em corda. Freqentemente cruzamos com timos atletas que por negligncias e falta de ateno segurana sofrem graves acidentes arriscando a prpria vida. Os elementos para uma boa segurana so simples e bsicos, para tanto devemos ter bom senso de aplic-los de forma correta. O primeiro passo saber de que forma a queda afeta o nosso material e at onde o impacto suportvel, tanto ao atleta quanto ao equipamento. Existe hoje uma equao bsica para o fator de queda que se resume assim: Fator de queda = Altura de queda Comprimento da corda utilizada O fator de queda determina a violncia da mesma, desta forma , quanto mais elevado o fator mais dura ser a queda. O valor hoje medido est relacionado de 0 2 dentro do clculo acima apresentado . A violncia portanto no esta em funo da altura, mais sim desta razo, pois mesmo que haja um longo comprimento de corda ela estar sujeita obviamente a pontos

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intermedirios (costuras) que iro minimizar a fora de choque sobre o escalador e conseqentemente sobre o equipamento. Um ponto de amarrao pode receber at duas vezes a fora de choque que o escalador sofre . Veja o exemplo a seguir: Um escalador sai para a primeira chapeleta a 2,5 metros a partir do escalador da segurana, ele cai antes de passar a costura, sua queda foi de 5 metros (imaginando-se o meio de um paredo se no o mesmo escalador se arrebentaria no cho). Sendo que 2,5 metros at a costura e mais 2,5 mt para abaixo do ponto seguro do outro escalador. Portanto pela equao sua queda foi fator igual 2. (cinco metros de queda divididos por dois metros e meio de corda) Continuando: se ele sobe passa pela primeira chapeleta e sobe mais dois metros e meio em direo a segunda e cai novamente ele ter mais uma vez cinco metros de queda, mas desta vez com passagem por uma chapeleta, portanto pela equao ele ter uma queda fator igual a 1 (cinco metros de queda divididos por cinco metros de corda). Como vocs puderam perceber pelo exemplo citado as metragens de corda em queda foram s mesmas mas com fatores de choque diferentes. Assim passamos a avaliar melhor nossas seguranas e o quanto estamos exigindo de nossas ancoragens. OS FATORES que intervem em uma fora de choque so - elasticidade da corda, comprimento disponvel para absorver o impacto, o n de encordamento, a solicitao da cadeirinha e do corpo de quem da segurana e o possvel deslizamento de corda sobre o freio. Normalmente a corda s ir deslizar pelo freio se a ao de queda for superior a 3 KN, a partir deste valor fica difcil algum conseguir travar com a mo a corda pelo freio. Bem, tudo isso se resume para que saibamos nos colocar corretamente na segurana minimizando o mximo possvel a ao das duas foras, tanto para os equipamentos quanto para o escalador. Com o equipamento correto, checado e revisado , um posicionamento adequado de quem presta a segurana e uma proteo bem trabalhada pela via, obteremos sempre resultados favorveis .

Figura 26 posicionamento para segurana com ancoragem.

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8. Ancoragens Em uma ancoragem bem equalizada o ngulo dos vetores de fora importante para minimizar a carga nos pontos fixos. Dependendo do ngulo que formado a carga que vai para as ancoragens pode se multiplicar ao invs de dividir, como mostra o esquema abaixo: 20 = 50% 40 = 54% 80 = 70% 120 = 100% 160 = 290%

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Figura 27 Formato das ancoragens mais utilizadas W, V e M.

GLOSSRIO Abandono, material de abandono: peas de equipamento deixadas em protees naturais ou artificiais, com o propsito de evitar ou amenizar possveis danos corda ou para facilitar uma evacuao. Abaulado: so agarras de pega arredondada, geralmente ruins. Agarra: pegas, frisos, pequenos buracos ou fendas, onde se pega ou se coloca os ps. Ancoragem: esquema de fixao de cordas seja para rapel ou escalada. Ascenso: subir em uma corda fixa atravs de tcnicas e equipamentos de blocagem. A vista: quando se guia uma via pela primeira vez sem ter escalado-a de top hope ou visto algum escalar. Back-up: esquema secundrio de segurana que visa suportar o sistema principal em caso de falha ou ruptura do sistema primrio. Baldinho: descer aps chegar ao topo com o auxilio do segurana que libera a corda aos poucos. Base: o p da via, onde se inicia a escalada de uma determinada via. Este local pode ser perigoso pois podem cair pedras ou escaladores do topo. Bidedo: tipo de agarra que usa dois dedos para segurar. Big Wall: so paredes de escaladas grandes, onde se leva muito tempo para subir e que demanda uma tcnica apurada. Bote: salto para alcanar uma agarra boa. Chapeleta: pea de ao fixada em rocha para ancoragens de costuras ou top hopes. Chupa: ato de puxar a corda da segurana tirando a folga que fica quando o escalador costura. Chupa e trava: puxar e travar a corda com o aparelho de freio. Corda fixa: Corda fixada num topo de via de escalada. Clipar, clipagem: ato de colocar a corda no mosqueto da costura ou o mosqueto na ancoragem da rocha. Copo, copinho: tipo de agarra em forma de buraco fundo onde se empoa gua em poca de chuva. Costura: acessrio usado pelo escalador para se ancorar na rocha. constitudo de dois mosquetes de clipagem rpida e uma fita expressa. Costurar: ato de ancorar a corda com o uso de costura e ancoragens fixas ou mveis na rocha.Prof. Me. Leonardo Madeira Pereira [email protected] - (31)8471-8293/3822-8072

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Crux: ponto (lance) mais difcil da via. Vem da palavra crucial. Descanso natural: ponto da via de escalada onde o escalador descansa sem se ancorar na rocha. Geralmente um plat. Encadenar: escalar da base ao topo sem parar para descansar em ancoragens artificiais. Estico: espao grande entre uma costura e outra. Fissura: pequena rachadura na pedra ou vontade louca de escalar. Freio: aparelho usado em rapel ou segurana de escalada (ATC, oito, gri-gri) Grampo: pino de ao usado para ancoragens fixas no meio e no topo da via. Grau de dificuldade: graduao de nveis de dificuldade das vias de escalada. Guia: a pessoa que sobre primeiro costurando a corda nos grampos ou chapeletas at o topo da via. Julmariar: ato de se subir em uma corda usando o aparelho ascensor. Lance: um determinado ponto da via de escalada. Libera: pedido que o guia faz ao segurana na hora de costurar ou escalar quando necessitar de mais corda. Magnsio: p branco (carbonato de magnsio) usado para secar a mo devido ao suor. Oposio: posicionamento de escalada. Parada: ponto onde o escalador para de escalar para chamar seu companheiro de cima ou para fazer o rapel de descida. Participante: pessoa que participa da escalada fazendo segurana e escalando depois do guia. Perrengue: medo de queda, aperto, grande dificuldade em determinado ponto da via. PH: papel higinico Plat: um degrau no meio da parede. Proteo: mesmo que ancoragem. Proteo natural: ancoragens naturais em rocha com bicos de pedra, pontes de pedra ou rvores. Prussik: n blocante usado para ascenso ou back-up. Prussicar: ascenso em corda fixa feita com o n prussik. Rapel: descida de desnveis em corda fixa com uso de aparelhos de freio. Tcnica bsica de descida em qualquer atividade de montanha. Red point: guiar uma via equipada com as costuras j clipadas nas ancoragens. Recuperar: mesmo que chupar. Reglete: agarra reta de tamanho grande, mdio ou pequeno. Sacar costuras: ato de tirar a costura que se encontra pendurada na cadeirinha para coloc-la na proteo da via. Segurana: ato de segurar a corda do escalador com uso de aparelho de freio. Top hope: ato de se escalar com a corda fixada no topo. Trava: ato de travar com o aparelho de freio quando se est dando segurana ou rapelando. Tridedo: agarra que se usa trs dedos. UIAA: Unio Internacional de Associaes Alpinas. Tambm um nome de um n dinmico usado para rapel ou segurana de cima. Vaca, vacar: cair. Via: rota que o escalador deve seguir na parede. Referncias: HOFFMANN, M. Manual de Escalada. Desnivel: Madrid, 1990. FASULO, D.J. Self Rescue. Chockstone: Colorado, 1996. FASULO, D.J. Autorrescate. 2.ed. Desnivel: Madrid, 2007.Prof. Me. Leonardo Madeira Pereira [email protected] - (31)8471-8293/3822-8072