apostila aprovar ano04 fascículo07 hist geo

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O recém - inaugurado Palácio da Just iça, fotografado a part ir do Teatro Amazonas, em foto do início do século XX Uma ´´voadeira`` corta um igapó na região do rio Negro ; pequenos barcos levam e trazem vida às comunidades ribeirinhas História – Era Pombalina e a crise no sistema colonial pg. 02 História – Amazônia imperial pg. 04 Geografia – Êxodo rural e urbanização pg. 06 Geografia – Relevo terrestre e sua dinâmica pg. 08 Potuguês – Regência verbal 2 pg. 10

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Page 1: Apostila Aprovar Ano04 Fascículo07 Hist Geo

O recém-inaugurado Palácio da J

ustiça,

fotografado a partir do

Teatro Amazonas,

em foto do início do sécul

o XX

Uma ´´voadeira`` corta um igapó naregião do rio Negro; pequenos barcoslevam e trazem vida às comunidadesribeirinhas

•• História – Era Pombalina e acrise no sistema colonial pg. 02

•• História – Amazônia imperial pg. 04•• Geografia – Êxodo rural e

urbanização pg. 06•• Geografia – Relevo terrestre e

sua dinâmica pg. 08•• Potuguês – Regência verbal 2pg. 10

Page 2: Apostila Aprovar Ano04 Fascículo07 Hist Geo

Era Pombalina e crise dosistema colonial

ERA POMBALINA (1750-1777)Primeiro-Ministro

No reinado de D. José I, foi nomeado SebastiãoJosé de carvalho e Melo, o Marquês de Pombal,para o cargo de primeiro-ministro do governoportuguês. Por mais de 25 anos, Pombal dirigiu odestino do Reino e da Colônia.

Despotismo esclarecido

Durante o governo de Pombal, instaurou-se oDespotismo Esclarecido e ocorreu uma serie deeventos que se relacionaram a um só esforço: anacionalização da economia brasileira.Pombal organizou uma política de intervençãodo Estado nos diferentes setores da vidacolonial, visando obter maior racionalizaçãoadministrativa e conseguir maior eficiência naexploração colonial.

Medidas Pombalinas• Incentivos estatais para a instalação de

manufaturas.• 1755: criação da Capitania de São José do

Rio Negro, hoje Estado do Amazonas.• 1755: criação da Companhia de Comércio do

Estado do grão-Pará e Maranhão, estimulandoas culturas do algodão, do arroz, do cacau,etc., e tentando resolver o problema da mão-de-obra escrava para a região.

• 1755: criação do Diretório, órgão compostopor homens de confiança do governoportuguês, cuja função era gerir os antigosaldeamentos. Pombal proibiu a utilização delínguas gerais (uma mistura das línguas nativascom o português), tornando obrigatório o usodo idioma português em toda a Colônia.

• 1759: criação da Companhia de Comércio dePernambuco e Paraíba, com o objetivo de esti-mular o cultivo da cana-de-açúcar e do tabaco.

• 1759: extinção do sistema de capitanias.• 1759: expulsão dos jesuítas (inacianos) da

metrópole e da colônia, confiscando-lhes osbens.

• 1762: criação da Derrama com a finalidade deobrigar os mineradores a pagar os impostosatrasados.

• 1763: transferência da capital da colônia deSalvador para o Rio de janeiro.

Queda de Pombal

Em 1777, com a morte de D. José I, subiu aotrono Dona Maria I, que afastou pombal dogoverno. A queda do ministro foi comemoradapor todos os opositores que, finalmente, podiamvoltar ao poder.O governo da metrópole suspendeu o monopóliodas companhias de comércio e baixou um alvaráproibindo a produção manufatureira da colônia(com exceção do fabrico de tecidos grosseirospara uso dos escravos).

CRISE DO SISTEMA COLONIAL (séc. XVII –XVIII)

MOVIMENTOS NATIVISTASForam rebeliões coloniais com tendênciaslocalizadas. Não contestavam o sistema coloniale nem pretendiam a independência do Brasil. Asprincipais revoltas desse período foram:

a) Revolta de Beckman (1684)

Em 1661, os religiosos da Companhia de Jesusforam expulsos do Maranhão.

Nessa data, o governo português proibiu termi-nantemente a escravização de índios. Em 1682, o governo português criou a Compa-nhia de Comercio do Estado do Maranhão, quenão cumpriu os compromissos assumidos: osescravos africanos não foram trazidos para oMaranhão em numero suficiente, e os gênerosalimentícios negociados pela companhia, alémde muito caros, não eram de boa qualidade.Revoltaram-se contra essa situação elementosdo clero, da classe mais elevada e do povo,chefiados por Manuel Beckman, fazendeiromuito rico e respeitado na região. Os revoltososexpulsaram os jesuítas, declararam deposto ogovernador e extinta a Companhia de Comércio.Beckman governou o Maranhão durante umano, até a chegada de uma frota portuguesasob o comando de Gomes Freire de Andrada.Manuel Beckman foi, então, preso e enforcado.

b) Guerra dos Emboabas (1709)

Inúmeros portugueses, da metrópole ou daprópria colônia, tão logo souberam da desco-berta de ouro, em Minas gerais, dirigiram-separa o local das jazidas com intenção deapoderar-se delas. Inconformados com aambição lusa, os paulistas declararam guerraaos portugueses (emboabas). Em 1709, ocorreu uma sangrenta matança dediversos paulistas, no chamado “Capão daTraição”.O fim da guerra dos Emboabas fez que ospaulistas se lançassem à procura de novasjazidas de ouro em outras regiões do Brasil.Como conseqüência, houve a descoberta doouro na região centro-oeste (em Goiás e emmato Grosso).

c) Guerra dos Mascates (1710)

A Guerra dos Mascates foi um movimento decaráter regionalista desencadeado pelosseguintes fatores: 1) decadência da atividade agroindustrial

açucareira em virtude da concorrênciainternacional;

2) desenvolvimento comercial e urbano emPernambuco;

3) elevação do povoado de Recife à categoriade vila.

Com a decadência do açúcar, a situação dospoderosos senhores de engenho de Pernambucosofreu grandes modificações. Empobrecidos, osfazendeiros de Olinda eram obrigados aendividar-se com os comerciantes portuguesesdo Recife. Os olindenses chamavam os recifenses de“mascates”. Os recifenses por sua vez, desig-navam os habitantes de Olinda pelo apelido de“pés-rapados”.Em 1709, o rei D. João V elevou o povoado deRecife à categoria de vila, desagradando oshabitantes de Olinda, a vila mais antiga dacapitania. A Coroa portuguesa confirmou Recife como vilae capital da Capitania de Pernambuco.

d) Revolta de Filipe dos Santos (1720)

A Revolta de Filipe dos Santos, ou de Vila Rica,ocorreu como conseqüência dos crescentesimpostos aplicados por Portugal em Minas Gerais.A rebelião começou quando o governo portuguêsproibiu a circulação de ouro em pó, exigindo quetodo o ouro fosse entregue as Casas de Fundi-ção, onde seria quintado, transformado em barrase selado. Mais de 2.000 mineradores, lideradospelo português Filipe dos Santos, dirigiram-se aogovernador, o Conde de Assumar. Este, como nãodispunha de força militar que fizesse frente aosmanifestantes, prometeu-lhes atender às exigên-cias; entre elas, a de não-instalação das Casas deFundição. Quando o governador conseguiu reunir tropassuficientes, acabou com a manifestação à força.Filipe dos Santos foi enforcado.

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Um marco histórico, a maior empreitadana área de saúde no Amazonas. Dessaforma, o reitor da Universidade doAmazonas (UEA), Lourenço Braga,classificou a ampliação do Pólo deTelemedicina da UEA. Pelo menos mais 10pólos avançados em telessaúde serãoimplantados até julho de 2007 no interiordo Amazonas. A proposta é ampliar essenúmero para 40 nos próximos dois anos. O anúncio aconteceu durante a inaugura-ção oficial do Pólo, no fim de outubro. Aexpansão do projeto, resultado de umaparceria da UEA com a Universidade deSão Paulo, Ministério das Comunicações,Ministério da Defesa, além de garantir acapacitação de recursos humanos doPrograma Saúde da Família, fornecesuporte virtual em teleducação e segundaopinião especializada para profissionaisque atuam no interior do Estado.O Pólo de Telemedicina dispõe de quatrosalas, localizadas no 4.° andar da Escolade Saúde e dois auditórios com 48lugares cada. Todos os recursos tecnoló-gicos foram adquiridos por meio doconvênio Aliança Acadêmica, com aempresa Microsoft e por meio do ProjetoInstitutos do Milênio, que é financiado peloMinistério de Ciência e Tecnologia. Osservidores foram doados pelas empresasIntel e Cisco.Na solenidade de abertura, o professorGyorgy Bohn, titular da disciplina deTelemedicina da USP, recebeu umahomenagem pelo incentivo dado à UEApara a implantação do Pólo. A UEA jádesenvolve ações em telemedicina desde2005. Já foram executados cursos devideoconferência e webconferência paramunicípios do interior do Estado, comoParintins e Maués, e para outros estados,como Pernambuco e Rondônia. Em julhodeste ano, a UEA realizou a primeirateleconsulta em tempo real do Amazonaspara a Ong Núcleo, situada em Rondônia,que dá apoio à população ribeirinha daAmazônia.O processo de teleconsulta em tempo realtambém será aplicado durante o estágioem saúde coletiva, obrigatório paraacadêmicos de Medicina, Enfermagem eOdontologia da UEA. No estágio,conhecido como Internato Rural, alunosfinalistas dos cursos da Escola de Saúdedeslocam-se para o interior do Estado,onde executam atividades de assistênciabásica em postos de saúde.

Um marcopara a saúdeno Amazonas

HistóriaProfessor DILTON Lima

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MOVIMENTOS DE LIBERTAÇAO COLONIAL

Rebeliões ocorridas na segunda metade doséculo XVIII para romper os laços com a Metró-pole, quebrar o pacto colonial e proclamar aindependência política do Brasil. Essas revoltasforam influenciadas pelas idéias liberais dosiluministas, da independência dos Estados Unidos(1776) e da Revolução Francesa (1789–99). Asprincipais revoltas desse período foram:

a) Inconfidência Mineira (Minas Gerais – 1789)

Na segunda metade do século XVIII, MinasGerais entrou em fase de decadência econômica(jazidas de ouro esgotadas, mineiros empobre-cidos, altos impostos sobre os mineradores).Em 1788, a Coroa Portuguesa nomeou oVisconde de Barbacena. Objetivo: aplicar aDerrama (cobrança dos impostos atrasados).Em meio ao clima geral de revolta, um grupo deinfluentes membros da sociedade de MinasGerais organizou-se com o objetivo de acabarcom a exploração portuguesa. Esse grupo erabastante influenciado pelos ideais iluministas,que pregavam o fim da tirania dos governantese liberdade. Esses ideais estiveram presentes naIndependência dos Estados Unidos, em 1776,que era visto como um exemplo a ser seguidopelos que desejavam a separação dos laçoscoloniais entre Brasil e Portugal.Importantes membros da elite colonial eeconômica de Minas Gerais começaram a sereunir e a planejar a ação contra as autoridadesportuguesas. Participavam desse grupo, entreoutras pessoas, os poetas Cláudio Manuel daCosta e Tomás Antonio Gonzaga; os coronéisDomingos de Abreu Vieira e Francisco Antôniode Oliveira Lopes; o padre Rolim; o mineradorInácio José de Alvarenga Peixoto e o alferesJoaquim José da Silva Xavier, apelidado deTiradentes.Os planos dos inconfidentes eram: • Libertar o Brasil de Portugal, criando uma

república com capital em São João Del Rei.• Adotar uma nova bandeira que teria um

triângulo no centro com a frase latina: Libertasquae sera tamen (liberdade ainda que tardia).

• Desenvolver indústrias no País.• Criar uma universidade em Vila Rica. Sem tropas, sem armas, sem a participação dopovo, sem intenção de libertar os negros, sem omínimo de organização, bastou que o coronelJoaquim Silvério dos Reis denunciasse osplanos dos inconfidentes ao Governador deMinas Gerais para que o movimento fracassasse. Todos os participantes foram presos, julgados econdenados. Só Tiradentes (o mais pobre, omais entusiasmado) teve sua pena de mortemantida: na manhã de 21 de abril de 1792,numa cerimônia pública no Rio de Janeiro, foiexecutado. Em seguida, teve a cabeça cortada eo corpo esquartejado.

b) Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates( Bahia – 1798)

Depois dos acontecimentos de Minas Gerais,nascia um novo movimento revolucionário. Eradiferente da Inconfidência Mineira por um motivobastante simples: em Minas Gerais, o movimentofoi organizado por intelectuais, ricos proprietários,mineradores, gente de elevada posição social.Na Bahia, a rebelião foi promovida por gentemuito simples. Eram soldados, artesãos,escravos, homens livres, alfaiates. Era ummovimento de origem popular, com objetivospopulares.Os rebeldes baianos desejavam não apenas aseparação política de Portugal, mas tambémmodificar, de forma profunda, as condiçõessociais brasileiras, acabando com a escravidãonegra.Constavam do plano dos inconfidentes baianosmedidas tais como:• Libertar o Brasil de Portugal e proclamar uma

República democrática.• Extinguir a escravidão negra no Brasil.• Aumentar os soldos dos soldados.• Melhorar as condições de vida do povo

brasileiro.• Abrir os portos às nações amigas.Os inconfidentes baianos inspiraram-se nosideais que marcaram a Revolução Francesa:liberdade, igualdade e fraternidade. O espelhoinspirador mesmo é quando os jacobinos, querepresentam as camadas médias e baixas naFrança revolucionaria, tomam o poder das mãosda grande burguesia.Inúmeros cartazes foram escritos, fazendo apropaganda da revolta e conclamando o povo aparticipar. Os panfletos eram encontrados nasportas das igrejas, nos muros da cidade e emdiversos outros lugares públicos. Diziam oseguinte: “Está para chegar o tempo feliz danossa liberdade, o tempo em que todos seremosirmãos, o tempo em que seremos iguais”.Preocupado com o que estava acontecendo, ogovernador da Bahia, D. Fernando José dePortugal e Castro, procurou descobrir osautores dos cartazes. Os líderes foram presos,processados e condenados. Os alfaiates Joãode Deus e Manuel Faustino dos Santos, quetinham apenas 17 anos, e os soldados LuísGonzaga das Virgens e Lucas Dantas foramenforcados, pois o governo mostrava suarepressão de forma desumana e cruel comtodos aqueles que ousassem contestar aautoridade lusa.Observação: A Inconfidência Mineira e aConjuração Baiana não alcançaram seusobjetivos, mas transformaram-se em símbolosde luta pela emancipação do Brasil.

Exercícios

01. A liderança do governo português peloMarquês de Pombal repercutiu emvários aspectos da política colonial noBrasil, como o(a):

a) recuo das ações portuguesas deexpansão territorial no sul e centro-oeste;

b) apoio à ação missionaria da Igreja comoforma de consolidar a conquista doterritório;

c) subsídio à lavoura cafeeira, reforçando ocaráter monocultor da economiacolonial;

d) incentivo ao ensino e sua liberalizaçãosob a direção dos jesuítas;

e) política de rigoroso fiscalismo sobre aeconomia mineradora.

02. A Revolta de Beckman, em 1684, noMaranhão, tinha por finalidade:

a) expulsar os colonos portugueses daregião;

b) abolir o Pacto Colonial, favorecendo ocomércio direto da região com paísesindustrializados, como a Inglaterra;

c) fomentar a produção de algodão,produto na época altamente procuradopelos industriais ingleses;

d) expulsar os missionários da Companhiade Jesus;

e) extingiuir as casas de fundição.

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DesafioHistórico

01. (FGV) A respeito da Revolta dosAlfaiates de 1798, podemos afirmar:a) Trata-se de uma revolução burguesa que

tinha por objetivo eliminar o sistemacolonial e estimular a entrada de imigran-tes no Brasil.

b) Os rebeldes foram influenciados pelasidéias do comunismo francês, quepregava a igualdade social e a distribui-ção de terras entre os mais pobres.

c) Influenciados pelas doutrinas sociais daIgreja francesa, os líderes da revoltapretendiam garantir o ingresso no clero dehomens de todas as raças.

d) O discurso rebelde era marcado peloanticlericalismo e defendia uma reformana ordem vigente, de modo a eliminar asdiferenças sociais.

e) O movimento foi liderado pela elitebaiana, descontente com a falta deincentivos do governo metropolitano comrelação às necessidades da produçãoaçucareira.

02. Associe as afirmações apresentadas nacoluna superior com as contestaçõessetecentistas referidas na colunainferior.1. Revolta de Vila Rica (1720)2. Conjuração Mineira (1789)3. Revolta de Beckman (1684)4. Conjuração Baiana (1798)( ) Foi um movimento inspirado nas idéias

revolucionárias francesas, comexpressiva participação popular,principalmente de soldados e alfaiates.

( ) O principal motivo de sua eclosão foi oanúncio da criação das Casas deFundição na região mineradora, visandocoibir o contrabando do ouro.

( ) Foi um movimento localizado de conflitoentre colonos e jesuítas pelo controle damão-de-obra na região.

A seqüência correta de preenchimentodos parênteses de cima para baixo éa) 1 – 2 – 4.b) 4 – 1 – 3.c) 4 – 2 – 3.d) 4 – 1 – 2.e) 2 – 1 – 4.

03. Sobre o Marquês de Pombal, marque aalternativa INCORRETA:a) Ministro do rei D. José, realizou algumas

mudanças na sociedade portuguesadentro do ideal da ilusttração.

b) Mandou transferir a capital da colônia doSul para o Nordeste visando melhoradministrar a região mineira.

c) A fim de melhor cuidar das riquezasminerais, criou a derrama, que consistiana cobrança dos impostos atrasados.Medida fiscal dura aplicada quando aregião não atingia a quota de 100 arrobasanuais.

d) Mandou expulsar os jesuítas de Portugale de suas colônias. Fato alegado por eleque os missionários estavam querendoformar um império próprio.

e) Estimulou a criação de manufaturas.

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Amazônia imperialNo período em que ocorreu a independência doBrasil, em 1822, a Amazônia pertencia à Coroaportuguesa, como uma unidade político-administrativa, ou seja, como uma colônia,dividida em duas capitanias: Pará e Rio Negro,subordinadas à Província do Grão-Pará. Aelevação do Estado do Brasil à categoria deReino Unido a Portugal e Algarves, em 1815,não modificou a estrutura política anterior.O Grão-Pará só foi incorporado ao Brasil em 11de agosto de 1823, quando as tropas doalmirante inglês john Pascoe Greenfelassassinou vários paraenses, que por sua vez,encontrava-se num conflito com os portugueses.

As principais ocorrências desse período:• A primeira viagem do navio a vapor

“Guapiaçu”, que saiu de Belém em 1843, comdestino a Manaus.

• A criação das diretorias de Índios pelas quaisas aldeias passavam a ser dirigidas pordiretores pagos com honras e graduações –instituída em 1845.

• A elevação da vila de Manaus para cidade deNossa Senhora da Conceição da Barra deSão José do Rio Negro, em 1848.

A Navegação a Vapor

Antes da utilização do navio a vapor, as trocascomerciais entre Belém e Manaus eram feitaspor 30 a 40 escunas de 15 toneladas e porcerca de duas mil canoas, num transporte quedurava até dois meses.A navegação a vapor no rio Amazonas iniciou-sea partir de pressões internacionais. A lei n.°.3749, de 7 de dezembro de 1866, autorizou anavegação internacional no rio Amazonas,Tocantins, Tapajós e o São Francisco.A empresa de navegação de maior expressãoera a de Mauá, mas havia pequenas empresaslocais. Alexandre Amorim criara a CompanhiaFluvial do Alto Amazonas, obtendo o monopóliodo Purus, do Madeira e rio Negro por vinteanos. Foi a partir daí que empresas inglesas enorte-americanas passaram a se instalar noAmazonas.

A CABANAGEM

A guerra civil que ocorreu no Pará e Amazonas,a Cabanagem, foi um movimento revolucionáriocom características populares.A participação de tapuios, caboclos e negros, aparte mais pobre da população que habitavamas cabanas, deu origem ao nome do movimento.Essa população era explorada violentamentepelos fazendeiros e pelas autoridades políticas,militares e religiosas locais. A revolta foi umatentativa de modificar sua situação miserável ede injustiça social.Tomaram parte na revolta Alberto Patronni, oCônego Batista Campos, Félix Clemente Malcher,os irmãos Vinagre, Lavor Papagaio, EduardoAngelim e outros. A guerra tomou impetuosa-mente o território paraense e depois o amazo-nense. O líder no Amazonas foi Bernardo deSena.O general Soares Andrea foi responsável porreprimir o movimento no Pará. No amazonas, oscabanos tomaram a vila de Manaus, posterior-mente Maués, Parintins, Silves e Borba. Orepressor do movimento no Amazonas foiAmbrósio Aires, o Bararoá.Ambrósio Aires formou um exército de voluntários

e ao retornar de Autazes foi atacado por setecanoas dos cabanos, grande parte compostaspor índios muras, onde foi morto.O último foco do movimento foi a cidade deMaués; nesse período, destacou-se o coman-dante Miranda Leão, que pôs fim ao movimentono Amazonas.

A ÁRVORE QUE CHORA

A industrialização do látex ocorreu após aviagem de Charles Marie de la Condamine, em1743, que desceu o Amazonas, comissionadopela Academia de Ciências de Paris para amedição do arco do meridiano, no Equador, elevou amostra para a Academia de CiênciasNaturais de País.Mas, o interesse comercial e industrial pelo látexsó aumentou significativamente a partir daSegunda metade do século XIX, após a desco-berta do processo de industrialização. Com avulcanização da borracha, em 1839, por CharlesGoodyear e Hancock, em 1842, que tornou maisresistente e quase insensível às variações detemperatura, assegurando sua elasticidade eimpermeabilidade, o uso do produto estendeu-se pela Europa e pelos Estados Unidos.É a partir daí que o surto da borracha inicia-se,pois aumenta a procura dessa matéria-prima nomercado mundial. A princípio, o trabalhoutilizado na produção era o do indígena ecaboclo, com o tempo essa mão-de-obra tornou-se insuficiente. Os governos locais passaram aimportar mão-de-obra nordestina por meio depropagandas enganosas.

A Mão-de-obra

A princípio, os nordestinos passaram a seinstalar ao longo dos rios, tanto os do Amazonasquanto os do Pará, mas logo se lançaram àempresa da floresta. Nesse período, começou apenetração nos rios Purus, Juruá, Bolívia (Acre)e Peru. Mas, esse povoamento não seprocessou de forma planejada, pois teria vindocerca de meio milhão de nordestinos para aRegião Amazônica.O arrocho era a técnica utilizada pelos nordes-tinos; tratava-se de fazer cortes profundos nasárvores e depois amarrá-las com cipó a fim deespremê-la – técnica predatória.

O Seringal

No início da exploração do produto, não seformou a propriedade fundiária. Os extratoresatiravam-se às atividades predatórias, uma vezque a exploração era passageira.Com o rush da borracha, a situação modificou-se. O abandono do sistema predatório de aniqui-lamento das árvores e o início da concorrênciaentre os que viviam da empresa tornaram-senecessários à ocupação permanente da terra.A posse da terra não ocorria de forma tranqüila,geralmente havia conflitos entre os seringalistase seringueiros contra os índios, ou ainda entreos próprios seringalistas.Na margem, erguiam-se o barracão central e osmenores (esses barracões serviam comoarmazém de borracha defumada). O barracãocentral, construído de madeira ou paxeúba, comcobertura de zinco e levantado sobre barrotesde madeira para a proteção contra asenchentes, era a residência do seringalista, odepósito de produtos de abastecimento dosseringais e o escritório. Com o desenvolvimentodas atividades e os grandes lucros asresidências ganharam a feição de chaléseuropeus.Os barracões eram feitos de paxiúba e cobertosde palha; neles moravam os empregados doseringal.O “centro” era o interior do seringal, onde seinstalavam e trabalhavam os seringueiros.

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DesafioHistórico

HistóriaProfessor Francisco MELO de Souza

01. (UFAM) A abolição da escravidão negrana Província do Amazonas ocorreu em24 de maio de 1884. Nessa ocasião, oPresidente da Província, ao entregarem praça pública as últimas cartas dealforria, afirmou que, a partir daquelemomento, Manaus tornava-se uma“cidade sagrada”. A precocidade destadecisão, em relação à Lei Áurea (1888),leva-nos a considerar que:a) A propaganda abolicionista encontrou

terreno fértil para espalhar-se nas provín-cias do Norte do Império, arregimentougrande número de pessoas em defesa daabolição, o que contribuiu para que aliberdade chegasse mais cedo ao Norte.

b) No século XIX, o emprego da mão-de-obra negra era pouco significativo para amanutenção e a reprodução da riquezadas elites da região, já que o trabalhocompulsório dos índios continuava asuprir essas necessidades.

c) As restrições quanto à aquisição de novosescravos no mercado internacional, apartir de 1850, provocaram uma reduçãoda população escrava do Amazonas, queenvelheceu e perdeu valor, levando ossenhores a facilitar o processo delibertação de seus escravos.

d) As pressões britânicas na Amazônia,incentivando o uso do trabalho assalaria-do com o objetivo de facilitar a circulaçãode suas mercadorias, foram decisivaspara o fim da escravidão na região.

e) Tanto a intensidade da propagandaabolicionista quanto as restrições parareposição dos escravos envelhecidos sãofatores que contribuem para explicar aprecocidade da abolição na Província doAmazonas.

02. Sobre as constantes epidemiasocorridas no períodod do rush daAmazônia, é correto afimar.a) A culpa da desenvolvimento do beribéri,

malária e da varíola é da própriapopulação é da própria populaçãonordestina, pois vivia de forma rude semnenhum tipo de higiene pessoal.

b) Tais epidemias eram uma consequênciaimediata do processo de conquistasanitária da Amazônia. Mas, principal-mente, pelo abandono e pela falta deinvestimento em infraestrutura, por partedos seringalistas.

c) Os alimentos recebidos pelos seringueiroseram frescos e de boa qualidade. Ocontingente de vitaminas, constantes docardápio daqueles nordestinos erasuficiente para deu regime de nutrição.

d) O curanderismo a que se aviam habituado,tanto caboclo como nordestino, valendo-sedo conhecimento farmacêutico dos pajéshavia desaparecido.

e) O curandelismo, conhecimento dafarmacopéia amazônica dos pajés forautilizado com bons êxitos na cura dedoenças epidêmicas, pelos médicoslocais.

Page 5: Apostila Aprovar Ano04 Fascículo07 Hist Geo

Próximo a ela situava-se outra barraca onde sefazia a defumação do látex.

As Técnicas de Produção

A primeira tarefa, que levava dias, era a aberturade estradas (caminhos) para a coleta do látex.Em cada estrada, havia em média cem ouduzentas árvores, e cada seringueiro tinha a seucargo três estradas, trabalhando uma a cadadia.A tarefa de coleta era feita no verão. Em geral,iniciava-se em maio e estendia-se até novembro.O seringueiro saía de madrugada para a estrada,levando uma lanterna na testa, a “poronga”, umrifle a tiracolo e um terçado na cintura. Dessaforma, os seringueiros faziam pequenas incisõesnas árvores e, depois, colocavam uma tigelinhapara coletar o látex. Seu regresso ocorria entreduas e três horas da tarde, quando fazia umarápida refeição e depois passava à defumaçãodo látex.A borracha produzida não era homogênea. Eraclassificada conforme seu acabamento,apresentação, resistência e impermeabilidade:borracha fina, entrefina, e sernambi.

As Casas Aviadoras

Eram estabelecimentos comerciais queabasteciam o seringal, dele recebendo aborracha. Realizavam, também, as operaçõesde venda no exterior.Toda a despesa necessária à instalação doseringal era financiada pela casa aviadora que,pela transação, cobrava juros e comissões.O abastecimento do seringal era feito na épocada coleta do látex. Os produtos aviados consis-tiam em utensílios para a extração, vestuários,alimentação, remédios, etc., que eram vendidosa créditos ao seringalista e transportados aoseringal pelos navios-gaiola pertencentes àscasas aviadoras. O fruto do aviamento era,também, debitado na conta do seringalista.

Os Tipos Sociais

O regatão marcou a paisagem social daAmazônia desde o início do século XVIII, foiobscurecido pela presença das casas aviadoras.Eram aventureiros que iam vender quinquilha-rias ao homem amazônico.A princípio, eram os portugueses ou caboclosque exerciam essas atividades; depois, foramsubstituídos por judeus, sírios, libaneses. Essaatividade era considerada ilegal pelos seringa-listas, que por sua vez possuíam o monopóliosobre o fornecimento de mercadorias ao seringal.

O Apogeu do Rush

A borracha apareceu, pela primeira vez, nosregistros de exportação brasileira em 1827, comuma modesta exportação de trinta e uma tonela-das. Durante muitos anos, nem toda aexportação do Amazonas era feita diretamentepara o exterior; grande parte descia ao Pará eseguia rumo à Europa.De 1850 em diante, a goma elástica passou aser o principal produto de exportação do valedo Amazonas, desaparecendo as produções decafé, tabaco, algodão, salsa, cravo e diminuindoa de cacau.Até 1845, o Pará possuía, além da indústriaextrativa, a manufatureira, produzindo sapatos,mochilas impermeabilizadas, etc., exportando aborracha manufaturada. Em 1850, foram expor-tados 138 873 pares de sapatos. Dessa data emdiante, começou a ser mandada para o exteriorapenas a borracha bruta e pouco manufaturada.Até o início do século XIX, não existiam no paísfábricas de artefatos de borracha.Na medida em que o mercado internacionalsolicitou a utilização da borracha como matériaprima industrial, o Brasil aumentou sua produção.A partir de 1852, a exportação cresceu sempre:

1852: 1632 toneladas; 1875: 7 729 987 toneladas;1900: 24 301 456 toneladas.A última década do século XIX e os primeirosanos do século XX constituíram a época áureada borracha. Os preços altos então alcançaramo apogeu.

A Decadência do Ciclo

Em 1876, o botânico inglês Sir Henry Wikhanembarcou 70.000 sementes de seringueira paraa Inglaterra clandestinamente. Dentre elasvingaram 7.000 mudas, as quais foram levadaspara o Ceilão e, posteriormente para a Malásia,Samatra, Bornéu e outras colônias britânicas eholandesas, nas quais se produziu uma gomade qualidade superior à nativa amazônica.A partir daí a produção amazônica despencouvertiginosamente, principalmente com a quedado preço do produto no mercado internacional.A produção asiática suplantou a nativa.

A LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS NOAMAZONAS

Os negros tiveram pouca participação naprodução de riquezas na Amazônia devido àgrande quantidade de mão-de-obra indígena,com preços mais baixos. Além do mais, foicriada, em 1873, a Sociedade EmancipadoraAmazonense, cuja finalidade era arrecadarfundos para libertar os escravos.A libertação dos escravos negros ocorreu nogoverno de Theodoreto Souto. José Paranaguáfoi um dos defensores da libertação, tendo sidoo presidente da Sociedade Libertadora, fundadaem 24 de novembro de 1882. Outras entidadessurgiram, tais como: “Comissão CentralAbolicionista Amazonense, Primeiro de Janeiro,Libertadora Vinte e Cinco de março, CruzadaLibertadora, Clube Juvenil Emancipador, Cincode Setembro, Clube abolicionista Manacapu-ruense, Libertadora Codajaense e AmazonenseLibertadora”. (DOS SANTOS: 2003, p.173)No dia 24 de maio de 1884, foram libertados osescravos de Manaus. E em 10 de julho domesmo ano, foi a vez da libertação dosescravos da província.

ANEXAÇÃO DO ACRE

Com o ciclo da borracha, milhares denordestinos em busca de novas seringueirasultrapassaram os limites do território brasileiro echegaram ao Acre, em território boliviano.Em 1898, a Bolívia instalou uma alfândega norio Aquiri, em Puerto Alonso, iniciando acobrança de pedágios aos brasileiros, que serecusavam a fazê-lo, originando repressões erevides.Em 1898, inúmeros seringalistas expulsaram osbolivianos. Estava iniciado o conflito. Nessaépoca, a Bolívia iniciou entendimentos comempresários internacionais para organizar umacompanhia destinada a explorar o Acre. Aempresa teria apoio militar dos Estados Unidos.O Estado do Amazonas financiou a segundarebelião (1899), com a finalidade de incorporar oterritório ao Amazonas. Em 1900, ocorreu a terceira rebelião. Osbolivianos temerosos aceleraram as negociaçõescom os grupos estrangeiros da Bélgica e dosEstados Unidos. Era uma tentativa de alijar aInglaterra do mercado da borracha.Em 1902, ocorreu a quarta revolta, comandadapor Plácido de Castro. O conflito teve início emXapuri que foi proclamado Estado Independentedo acre. A luta prosseguiu pela bacia do Purus.Em janeiro de 1903, Puerto Alonso foi tomada,passando a se chamar Porto do Acre.No dia 17 de novembro de 1903 foi assinado oTratado de Petrópolis entre Brasil e Bolívia. Peloacordo a Bolívia vendia o acre por dois milhõesde libras e o Brasil terminaria a construção da

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DesafioHistórico

01. O exemplo de participação do povo naadesão à Proclamação da República,no Amazonas, fica patente:

a) Na criação do Partido RepublicanoAmazonense.

b) No Clube Republicano do Amazonas. c) No Clube da República Federalista

Amazonense. d) Na formação da Aliança Republicana. e) Na liga tenentista.

02. Com a República, sobe ao poder noEstado do Amazonas o engenheiroAugusto Ximenes, que tomou medidas:

a) liberais, dando ampla autonomia para osseguimentos políticos do Amazonas;

b) liberais, mas procurando conciliar-se comas forças políticas constituídas.

c) conservadoras, centralizando o podertotalmente em suas mãos.

d) autonomistas, procurando nomear pelacapacidade, pessoas para ajuda-lo nasua administração.

e) nem liberais, nem conservadores, poisseguiu fielmente as ordens e asindicações vindas do Rio de Janeiro.

Caiu no vestibular

03. (UEA–2006) A respeito da Cabanagem,assinale a afirmativa correta.

a) A cabanagem foi o desdobramento dasrebeliões indígenas lideradas peloCônego Batista Campos e teve carátermais ingênuo e religioso do que político.

b) Iniciada como conflito entre oligarquias, aCabanagem, pela participação dos líderesexaltados e das massas dos cabanos queseguiam sua liderança, converteu-se emrebelião de cunho social.

c) A rebelião dos cabanos, muito violentapela intensa participação popular,manifestou-se contra a deposição de D.Pedro I, a quem os mais simples sedevotavam.

d) A intervenção estrangeira no Pará visou acontrolar a desordem generalizadaevidente de confusão ideológica doscabanos, e não à mera repressão dacontestação política, já tão tolerada peloImpério.

e) A Cabanagem começou como umconflito entre os oligarcas ClementeMalcher e Lobo de Souza, masconverteu-se em conflito social peloradicalismo antiescravista.

Comentário: A Cabanagem foi um movimento decunho social caracterizado como o conflito maisviolento do período regencial, o único em que asmassas populares chegaram de fato ao poder.Aternativa correta é letra b.

Page 6: Apostila Aprovar Ano04 Fascículo07 Hist Geo

Êxodo rural e urbanização

No Brasil, o processo acelerado de urbanizaçãocorrespondeu ao período de intensa industriali-zação do pós-guerra. A constituição de umaeconomia de mercado de âmbito nacional,polarizada pelas indústrias implantadas noSudeste, foi o pano de fundo do movimentourbanizador. A formação de um mercado internointegrado está na base desse movimento, que semanifesta em todo o País. De acordo com asestatísticas oficiais produzidas Pelo IBGE, cercade 81% da população brasileira viviam emcidades no ano 2000, o que equivale a um nívelde urbanização próximo aos dos países de antigaurbanização da Europa e América do Norte. Entretanto os critérios que definem a populaçãourbana não são universais. “Nos países quepertencem à OCDE, por exemplo, a densidadedemográfica superior a 150 hab./km2 é adotadacomo parâmetro para que uma localidade sejaconsiderada”, da urbana. Se o Brasil adotasseesse mesmo parâmetro, apenas 411 entre os5.507 municípios existentes em 2000 seriamconsiderados urbanos. Nesse caso, a popula-ção urbana corresponderia a aproximadamente60% da população total.O processo de urbanização brasileiro apoiou-seessencialmente no êxodo rural, ou seja, na trans-ferência de populações do meio rural para ascidades. O êxodo rural envolve dois condicionan-tes interligados: a repulsão da força de trabalhodo campo e a atração da força de trabalho paraas cidades.A migração rural-urbana tem como condiçãoprévia a formação de uma superpopulaçãorelativa no campo. Essa superpopulação relativaé a força de trabalho excedente, que perdeu osmeios de sobrevivência no setor agropecuário,em conseqüência, principalmente, da moderni-zação técnica do trabalho rural com a substitui-ção do homem pela máquina. Esse fenômenoocorreu e continua a ocorrer, diferenciadamente,em todo o País.Outra causa da formação dessa superpopulaçãorelativa é a persistência de uma estrutura fundiáriaconcentradora: o monopólio das terras por umaelite resulta na carência de terras para a maioriados trabalhadores rurais. Essa carência que éeconômica e social, mas não física – manifesta-sepela extrema subdivisão e parcelamento daspropriedades em determinadas áreas, em funçãodo crescimento das famílias camponesas. Acontinuidade do crescimento populacional gerauma pressão demográfica sobre a terra, cujaválvula de escape é o movimento migratório.

Uma urbanização desigual

O processo de urbanização é geral, mas nãoregionalmente uniforme. Do ponto de vistaregional, registram-se fortes diferenças no ritmoda transferência da população do meio rural,para o meio urbano. As desigualdades no ritmoda urbanização refletem as disparidadeseconômicas regionais e a própria inserçãodiferenciada de cada região na economianacional.No Sudeste, a população urbana ultrapassou arural na década de 1950. A fase de urbanizaçãoacelerada encerrou-se há duas décadas. Aelevada participação da população urbana noconjunto da população regional expressa um

estágio avançado de modernização econômica,com profunda transformação da economia rurale subordinação da agropecuária à indústria.Expressa também o peso decisivo da economiaurbana na produção da riqueza.O Centro-Oeste e o Sul percorreram trajetóriasdiferentes, que conduziram ao mesmo resulta-do: uma elevada concentração populacional nomeio urbano. A urbanização ao Centro-Oeste foiimpulsionada pela fundação de Brasília, em1960, e pelas rodovias de integração nacionalque interligaram a nova capital com o Sudeste,de um lado, e com a Amazônia, de outro. Aocupação do espaço rural por grandespropriedades voltadas para a pecuária e asculturas de soja e cereais acentuou a tendênciaà urbanização. Desde o fim da década de 1960,o Centro-Oeste tornou-se a segunda regiãomais urbanizada do País.A Região Sul, pelo contrário, conheceu umaurbanização lenta e limitada até o início dadécada de 1970. A estrutura agrária baseada napropriedade familiar e policultora, ancorada noparcelamento da terra nas áreas de planaltossubtropicais, restringia a transferência da popu-lação para o meio urbano. Depois, a mecaniza-ção acelerada da agricultura e a concentraçãoda propriedade fundiária impulsionaram o êxodorural.No Nordeste, a trajetória da urbanização perma-neceu relativamente lenta ao longo de todo o in-tervalo. A estrutura agrária assentada sobreminifúndios familiares, na faixa do Agreste,contribuiu para reter a força de trabalho nocampo e controlar o ritmo do êxodo rural. Asbaixas capitalização e produtividade do setoragrícola limitaram a repulsão da populaçãorural, enquanto o insuficiente desenvolvimentodo mercado regional reduziu a atração exercidapelas cidades.Contudo ocorreu no Nordeste intenso êxodorural, que não transparece nas estatísticasregionais. Durante décadas, o movimentomigratório para o Sudeste transferiu populaçõesdo campo nordestino para as cidades de SãoPaulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Nessecaso, êxodo rural e migração inter-regionalconfiguraram um fenômeno integrado, atrás doqual se encontra o processo de modernizaçãourbano-industrial da economia brasileira.A Região Norte foi a segunda mais urbanizadado país algumas décadas, tendo-se transfor-mado na menos urbanizada na década de 1980.Na realidade, a elevada participação dapopulação urbana, até o fim da década de 1960,refletia unicamente a reduzida população totalda Região, bastante concentrada nas cidadesde Belém e Manaus. O fluxo de migrantes e asfrentes pioneiras agrícolas abertas na Amazôniarestringiram, nas últimas décadas, o cres-cimento relativo da população urbana regional. Os níveis de urbanização, revelam maisprecisamente as desigualdades do processo deurbanização.A mancha de maiores níveis de urbanização es-tende-se de São Paulo e Rio de Janeiro e paraos estados de Minas Gerais, Goiás, MatoGrosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul,abrangendo quase todo o Centro-Sul. Nessasunidades da federação, a transferência dapopulação para o meio urbano encontra-se nasua etapa final.Os menores níveis de urbanização aparecemem estados nordestinos e da Amazônia. Namaior parte deles, o ritmo do êxodo rural tendea intensificar-se nas próximas décadas. Alguns –como o Pará, o Maranhão e a Bahia – exibemritmo lento de urbanização, devido à continui-dade da abertura de frentes pioneiras agrícolas

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Geografia do Brasil

Professor Paulo BRITO

01. (PUC–RJ) Com relação ao processo deurbanização brasileiro, podemosafirmar que:1. A partir da década de 60, a

integração do território pelas redesde transportes e comunicações epelo mercado permitiu que aurbanização brasileira se tornasse,espacialmente, um fenômenogeneralizado.

2. Entre as décadas de 60 e 80, aurbanização alcançou o estágio demetropolização, com o aumento donúmero de cidades com mais de 1milhão de habitantes.

3. Durante as décadas de 60 e 70, aaceleração do ritmo de urbanizaçãodemonstrou que os setores industriale financeiro subordinaram e transfor-maram a agricultura, integrando-a àsnecessidades do mercado urbano.

4. A partir da década de 80, o ritmo deexpansão populacional dasmetrópoles nacionais diminuiu,devido à tendência de relocalizaçãodas empresas, o que estimulou ocrescimento das cidades médias.

Estão corretas as alternativas:a) l e 3b) 2 e 4c) 1, 2 e 3d) 2, 3 e 4.e) 1, 2, 3, e 4

02. (UFSM–RS) A cará do Brasil é feita comtodas as cores; riquíssima fotografiaétnica vem sendo revelada no decorrerdo processo histórico que formounosso povo. Quanto à composiçãoétnica da população brasileira, pode-seafirmar:I. Em números absolutos, houve uma

diminuição da população indígena,desde o descobrimento até hoje,provocada pela morte em conflitos epelas epidemias.

II. Os brancos que compõem apopulação brasileira possuem, emsua maioria, origem européia; nesseconjunto, italianos e alemãesformam os grupos mais numerososna formação étnica do Brasil.

III. A população brasileira passa por umprocesso de “embranquecimento”motivado pelos cruzamentos combrancos e outras etnias, diminuindoprogressivamente o numero de ne-gros e mestiços.

Está(ão) correta(s):a) apenas I. b) apenas II.c) apenas III. d) apenas I e II.e) apenas I e III.

DesafioGeográfico

Page 7: Apostila Aprovar Ano04 Fascículo07 Hist Geo

que atraem migrantes, de outros estados doPaís.

Os lugares centrais

De acordo com o IBGE, o Brasil tem suas metró-poles globais: São Paulo e Rio de Janeiro. Defato, essas cidades concentram as sedes deempresas transnacionais e conglomeradosfinanceiros instalados no País, e funcionamcomo nódulos dos sistemas de fluxos maisdinâmicos da era da revolução técnico-científicae da “economia da informação”. Além disso, ainfluência de ambas manifesta-se em todo oterritório nacional. Há, contudo, um desnível crescente na capa-cidade de polarização das duas metrópoles. Ainfluência de São Paulo, que já era hegemônica,ganhou novo impulso com a aceleração dos flu-xos associados à globalização e difunde-seintensamente por todas as regiões do País.Assim, é possível encontrar argumentos quejustificam a classificação de São Paulo comometrópole global. O conceito de metrópoleglobal, porém, não parece adequado para o Riode Janeiro; a influência da cidade experimentaretração histórica, atingida negativamente, pelaprivatização de empresas estatais quemantinham as suas sedes na antiga capital.Há poucas décadas, a influência das cidadesdifundia-se, principalmente, por meio de arcosde transmissão formados pelas vias detransporte. Na economia industrial, a redeurbana estava firmemente condicionada pelarede física de rodovias de ferro e hidrovias. Porisso, era mais ou menos fácil definir espaçosgeográficos contínuos sob a polarizaçãopredominante de cada centro urbano.A revolução da informação tornou mais com-plexas a hierarquia e a polarização. Atualmente,por meio das telecomunicações e da Internet,mesmo as cidades que ocupam os níveis maisbaixos da hierarquia urbana relacionam-seintensa e diretamente com as principaismetrópoles, utilizando os serviços e os bensdistribuídos por instituições e empresasinstaladas nos lugares centrais. A influência doscentros regionais e sub-regionais nãodesaparece, mas combina-se e subordina-se àdas metrópoles, manifestando-se com maisforça nos sistemas de fluxos tradicionais.O papel cada vez mais decisivo dos fluxos infor-macionais, ou simbólicos, reduziu a importânciada rede de transportes na polarização urbana,Ao mesmo tempo, intensificou-se a importânciada rede de comunicações. Um produto dessasmudanças consiste no caráter descontínuo doespaço geográfico polarizado por cada centrourbano. Outro consiste na superposiçãoespacial da influência de várias cidades.A análise dos espaços polarizados pelas metró-poles nacionais ilumina essas novas caracterís-ticas da rede urbana.No Sudeste, destaca-se como metrópolenacional a cidade de Belo Horizonte. Nopassado, a influência da capital administrativamineira, criada para afirmar o poder econômico epolítico do estado, foi bastante restringida pelopoder de polarização de São Paulo e Rio deJaneiro. Mais recentemente, Belo Horizonteconsolidou a sua polarização sobre Minas Geraise passou a concorrer com o Rio de Janeiro pelainfluência sobre o Espírito Santo. Além disso,tornou-se um pólo significativo para certas áreasda Bahia e da Amazônia.A Região Sul está bipartida pelas influências dePorto Alegre e Curitiba. Santa Catarina, que nãopossui metrópole nacional ou regional, está soba dupla polarização das metrópoles gaúcha eparanaense. Porto Alegre continua a ser o pólo

dominante no sul catarinense, mas a influênciade Curitiba, que já predominava no norte, tendea disseminar-se por todo o Estado.Os fluxos de migrantes do Brasil meridional parao Centro-Oeste, a Amazônia e algumas áreas dointerior da Bahia contribuem para alastrar a in-fluência das metrópoles meridionais. Os investi-mentos dos agricultores paranaenses, gaúchose catarinenses, bem como os laços familiares eculturais com a região de origem definemcircuitos de relações especialmentesignificativos para Mato Grosso do Sul, MatoGrosso, Rondônia e sul do Pará.

Exercícios

01. (UFG–GO) No Brasil, os movimentossociais urbanos, ao reivindicaremmelhores condições de vida para apopulação, estabelecem prioridadesque, para serem atendidas, implicam areorganização espacial das cidades.Essa reorganização é impulsionadapela:

a) atuação sindical das várias categoriasde trabalhadores urbanos na tentativade modificar as relações de trabalho.

b) atuação das associações de moradoresde bairro que pressionam a administraçãopública por equipamentos e serviços.

c) atuação de partidos políticos com oobjetivo de atender às reivindicaçõessociais da população.

d) atuação das associações comerciais naregulamentação das atividades dosestabelecimentos comerciais.

e) implementação de políticas públicas nadefesa dos direitos da criança e doadolescente, da mulher e do idoso.

02. (UECE) Tratando-se do movimentomigratório no Brasil, a imigração deeuropeus representou um forteincremento demográfico: a) com a chegada da família real

portuguesa no início do século XIX;b) no decorrer da atual década, com o

forte desemprego na Europa; c) entre as duas grandes guerras;d) entre 1888 e o fim da primeira guerra

mundial.

03. (SM–RS) Sobre o contingente apopulação indígena brasileira a partirdo século XX pode-se afirmar que:I. se verifica uma tendência de

aumento desse contingente, prin-cipalmente em função dadelimitação de reservas indígenas;

II. essa população, hoje muitoreduzida (menos de 0,25%), estáconcentrada., principalmente, nasregiões Norte Centro Oeste;

III. a superfície total das terras indígenaequivale a um percentual poucosignificativo da área do Brasil;

IV. ocorre um etnocídio no mundo devida, hábitos crenças língua,tecnologia e costumes.

Estão corretas:a) apenas I e lI;b) apenas lI e III;c) apenas I e IV;d) apenas III e IV;e) I, lI, III e IV.

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01. (Uerj) Um pesquisador da Unesco noBrasil acaba de criar o Índice deDesenvolvimento Juvenil (IDJ),resultante do cruzamento de seteindicadores, que abrangem áreas deeducação, saúde, renda e ocupação.Como, no cálculo do IDJ, não bastasaber quantos jovens estão na escola,os pesquisadores criaram um novoíndice o de “escolarização adequada” –e descobriram um dado desalentador.De cada 100 jovens brasileiros, apenas48 estão na escola e, desses, 29encontram-se numa série compatívelcom sua idade. (Adaptado de GASPAR,Malu. Veja 17/mar./2004.)

O índice de “escolarização adequada”da população jovem está relacionado àprecária situação do sistema educa-cional brasileiro. A baixa escolaridadeverificada influencia diretamente adinâmica social, provocando a seguintemanifestação:a) rejeição a valores religiosos.b) oposição aos conflitos socioculturais.c) negação da identidade coletiva nacional.d) alienação frente ao sistema político-

representativo.

02. (UFF–RJ) As terras indígenas, que em1500 correspondiam à totalidade doatual território brasileiro, hoje nãopassam de 12% da superfície do Brasil.Sua população, que correspondia acerca de 5 milhões de nativos,encontra-se reduzida a 362.890indivíduos, ou 0,23% da populaçãototal do País.

Com base na análise do mapa:I. poucas são as terras reservadas,

concentrando-se sua maior partefora da Amazônia;

II. a concentração das terras indígenasé inversamente proporcional àdensidade de ocupação econômicado país;

III. a maior concentração de reservasindígenas situa-se em áreas deexpansão da fronteira agrícola;

IV. os conflitos em terras indígenas têmocorrência, ainda, em todas asregiões brasileiras.

Dentre as afirmativas acima, somenteestão corretas:

a) I, II e III;b) I, II e IV;c) I, III e IV;d) II e III;e) II, III e IV.

DesafioGeográfico

Page 8: Apostila Aprovar Ano04 Fascículo07 Hist Geo

O relevo terrestre e sua dinâmica

“Os processos exógenos são movidos pelo calorsolar, que atua na superfície da crosta continentalatravés da atmosfera. Esses processos agemsobre o arranjo escultural das rochas e são osresponsáveis pela esculturação do relevo. Asformas do relevo terrestre podem ser vistas comouma vasta peça de escultura, cujo escultor é aatmosfera com seus diversos tipos climáticos, eo subsolo é a matéria-prima”. (Ross, Jurandir. Osfundamentos da Geografia da natureza. InGeografia do Brasil. São Paulo, Edusp).

A composição do Planeta:

O Planeta é formado por basicamente trêscamadas: crosta, manto e núcleo. Sua parteexterna é sólida, sendo a parte do nosso Planetaque mais se conhece. Já a interior foi muitomenos devassada pelo homem. Mesmo assim,sabe-se muito sobre ela. O estudo da propagaçãodas ondas sísmicas geradas pelos terremotos nosdá idéia do que há no interior do Planeta. Atéonde sabemos, ele é formado por camadasconcêntricas de material superaquecido. Cadauma delas apresenta níveis diferentes detemperaturas, pressões e densidades queaumentam progressivamente até o núcleo. A crosta terrestre ou litosfera é a camada rígidado nosso Planeta. Apresenta espessura quevaria entre 50 a 60km. Podemos dividi-la emduas camadas. A exterior é chamada de crostacontinental ou sial (silício e alumínio) e é menosdensa. Apresenta rochas como granitos,migmatitos, basaltos, rochas sedimentares entreoutras. A outra camada é conhecida comocrosta oceânica ou sima (silício e magnésio)sendo mais densa. Entretanto ela é a menoslarga, exibindo profundidades de até 6km. Elasepara-se do manto pela descontinuidade deMohorovicic (área onde a densidade e acomposição do material é diferente).

O manto ou astenosfera é constituído porminerais em estado pastoso ou magmático emdecorrência das altas temperaturas aí verificadas(± 2.000 °C). O material que o forma move-sesegundo células de convecção. Todas asperturbações geológicas que chegam até nós(terremotos e vulcanismo) são resultantes dapressão exercida pelo magma que forma estacamada. Tem aproximadamente 4.600km deextensão. O Núcleo, também chamado de nife (níquel eferro) é a parte central da Terra. O núcleo estáseparado do manto por uma descontinuidadechamada de Wiechert-Guntemberg, localizada acerca de 2900km de profundidade. Admite-seque tenha cerca de 1.700km de espessura comtemperaturas que podem chegar até 6.000 °C.

Fonte: adaptado de Popp, Geologia Geral, p12.

As rochas

As rochas são agregados naturais de mineraisde um só tipo ou de diversos tipos. Podemosencontrar na natureza três tipos de rochas. As magmáticas foram formadas a partir daconsolidação do magma pastoso. Apresentamdiferenças provocadas pela forma como seresfriaram e solidificaram. Subdividem-se emintrusivas e extrusivas. As intrusivas ouplutônicas são aquelas que sofreram lentoresfriamento do magma. Em razão dissoapresentam cristais macroscópicos. Comoexemplo dessas rocha podemos citar: granito,sienito, diorito, etc. As rochas extrusivas ouvulcânicas foram formadas pelo rápidoresfriamento do magma no exterior da crosta.Elas apresentam cristais microscópicos sendopercebidos apenas com uso de lentes especiais.Podemos citar entre as extrusivas o basalto, odiabásio, o andesito, etc.As metamórficas decorrem das transformaçõessofridas por rochas pré-existentes, submetidas aalterações em suas estruturas por ação dapressão ou de elevadas temperaturas ou emrazão dos movimentos das placas tectônicas.Como exemplos podemos citar: ardósia, filitos,xistos, gnaisses, quartzitos, mármores, etc.As sedimentares foram formadas por sedimentosclásticos ou detríticos e por precipitados químicose orgânicos. Restos de animais e vegetaistambém deram origem a essas rochas. Todo equalquer material desagregado, transportado edepositado nas partes mais baixas onde seoriginaram tendem a se consolidar com o tempo,dando origem a essas rochas. Podem serdetríticas como o arenito, tilitos e outras. Asquímicas podem ser: estalactite, estalagmites,dolomitos, etc. Já as orgânicas têm no carvãomineral o seu melhor exemplo.

A estrutura geológica da Terra

Por estrutura geológica entendemos a formacomo estão dispostas as rochas na litosfera. Essadisposição se dá em conseqüência das forçasinternas. No Planeta, encontramos três domíniosestruturais ou macroformas estruturais do relevoterrestre. São os crátons ou plataformas, asbacias sedimentares e as cadeias orogênicas oucinturões orogênicos.Os crátons ou plataformas correspondem a “umnúcleo da crosta continental estável, total ouamplamente formado por rochas pré-cambrianascom estruturas complexas, normalmentegnáissicas ou xistosas e injetadas por batólitosgraníticos” (Hélio M. Penha, Processosendogenéticos na formação do relevo, IN:Antônio T. Guerra e Sandra B. Cunha (orgs.),Geomorfologia – uma atualização de bases econceitos. Rio de Janeiro, Bertrand, 1994, p.65.).Essas estruturas sofreram intenso processoerosivo o que resultou em formas desgastadas erebaixadas, exceto o planalto das Guianas queconserva considerável altitude. Quando estãoaflorados recebem o nome de escudos. Comoexemplo, podemos citar o Fino-Escandinavo, oGuineano, o Australiano, o Chinês, o Siberianoou de Angara, o Canadense, o Brasileiro e o das

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Geografia Geral

Professor HABDEL

01. (Fuvest 2006) Intemperismo é o nomeque se dá ao conjunto de processos quemodificam as rochas, fragmentando-as(intemperismo físico) ou alterando-as(intemperismo químico). O predomínio deum tipo em relação a outro, nas diversasregiões da Terra, vai depender das tempe-raturas, combinadas ao volume dasprecipitações e do estado físico da água.

Observando o mapa (fig. 1), é corretoafirmar que nas regiões A, B e C, hápredomínio, respectivamente, dointemperismo:a) Químico, físico, químico.b) Físico, químico, químico.c) Químico, químico, físico.d) Físico, físico, químico.e) Químico, físico, físico.

02. (Mackenzie) Os processos exógenossão responsáveis pelo modelado dorelevo terrestre e sua atuação varia deacordo com o clima. Portanto é corretoafirmar que:a) é muito comum, em áreas de clima tropical,

a presença de solos profundos, em virtudeda intensa ação de intemperismo químico;

b) em áreas desérticas, a grande amplitudetérmica entre o dia e a noite dificulta ameteorização física;

c) em área de clima equatorial, o processode intemperismo químico é mais lento, pornão existirem grandes oscilações térmicasdiárias;

d) a má infiltração e má drenagem da águaem áreas de clima de altas montanhasfavorecem tanto o intemperismo químicocomo a erosão;

e) em áreas de clima polar, a ação dointemperismo químico se faz maispresente em virtude do congelamento daágua que se expande em seu volume.

03. (PUC–MG) Os movimentos da placanipônica em áreas de colisão explicam aformação geológica do território japonês.Assinale a opção que NÃO se relacionaa essa estrutura geológica.a) O território japonês está sujeito a intensas

ações endógenas, como vulcanismo etectonismo.

b) As características geológicas geram dificul-dades para o Japão suprir suas necessida-des de recursos minerais próprios.

c) O território descontínuo do arquipélago édominado por um conjunto de terras altas.

d) As formas de relevo desfavorecem o poten-cial hidráulico para produção de energia.

DesafioGeográfico

Page 9: Apostila Aprovar Ano04 Fascículo07 Hist Geo

Guianas. Quando estas estruturas estãorecobertas por rochas sedimentares recebem onome de plataforma coberta ou embasamentocristalino.“As bacias sedimentares constituem outraestrutura de grande representatividade territorialao longo dos continentes. [...] são formadas porespessos pacotes de rochas sedimentares quechegam a ultrapassar 5.000 metros. Baciassedimentares como a do Colorado e do Missis-sipi–Missouri (EUA), do Tchad, Congo eZambeze, na África, a do Centro-Norte daEuropa, a do Centro-sul da Austrália, a Amazô-nica, a do Parnaíba e a do Panamá, na Américado Sul, são exemplos de bacias cujas origens eidades são posteriores ao Pré-Cambriano. Sãochamadas de bacias fanerozóicas, ou seja, quese formaram ao longo do Paleozóico, doMesozóico e do Cenozóico, através de diferentesfases de deposição marinha, glacial oucontinental.” (Ross, Jurandyr L.S. Geografia doBrasil. São Paulo, Edusp, 2000.).As cadeias orogênicas ou cinturões orogênicossão os terrenos de grande instabilidade tectônica.Apresentam altimetria elevada e são resultantesde dobramentos das estruturas rochosas.Intrusões, vulcanismo, abalos sísmicos efalhamentos são características comuns nessasestruturas. Situam-se, principalmente, nas bordasde placas tectônicas. Entre as principais cadeiasorogênicas da Terra destacam-se: na América doSul, a Cordilheira dos Andes; na América doNorte, Montanhas Rochosas e Serra Nevada; naEuropa, os Pireneus e os Alpes; na Ásia, temos oCáucaso, os Cárpatos e o Himalaia; na África, acadeia do Atlas.Essas cadeias de montanhas representam osmais recentes terrenos produzidos pelas forçasinternas do Planeta. Suas idades estão situadasentre o fim do Mesozóico e o Cenozóico. Osmovimentos tectônicos são a gênese destasestruturas e estão relacionados à tectônica deplacas.

Os agentes do relevo

“[...] As forças que determinam a atuação dosprocessos geradores das formas do relevo, ouseja, a morfodinâmica, são de duas origens, e W.Penck denominou-as de endógenas e exógenas.Desse modo o relevo é produto do antagonismode forças que atuam de fora para dentro, atravésda atmosfera e de dentro para fora, através dalitosfera e da energia do interior da Terra. Assim,a energia endógena representada pelas litologias,pelo arranjo estrutural destas, e pelas pressõesmagmáticas criam formas estruturais nos relevosda superfície terrestre. Já a energia exógena,comandada pelo Sol através da camada gasosaque envolve a Terra, produz o desgaste erosivodas formas estruturais e gera a esculturaçãoproduzindo as formas esculturais.” (Ross,Jurandyr L.S. Geomorfologia- ambiente eplanejamento. Contexto, São Paulo, 2001).

Agentes da dinâmica interna:

O tectonismo, também chamado de distrofismo(distorção), resulta de ações como as altaspressões e temperaturas originadas na parteinterna do Planeta ou da deriva continental e doschoques entre as placas tectônicas. Pode serepirogenético ou orogenético. “A epirogênesecorresponde a movimentos lentos egeneralizados da crosta continental e podemprovocar rebaixamento e soerguimento. Já aorogênese corresponde a movimentos que “secaracterizam por deformar as estruturasrochosas” (POOP, José H. Geologia Geral. LivrosTécnicos e Científicos, Rio de Janeiro, 1998.). Na epirogênese, as forças são exercidasverticalmente sobre as camadas de rochasrígidas podendo provocar levantamentos ourebaixamentos que se constituem em falhas.Quando as forças são exercidas horizontalmente

em camadas de rochas elásticas, provocamdobramentos que podem dar origem amontanhas ou cordilheiras.

Os abalos sísmicos, também chamados deterremotos (quando ocorrem no continente)estão relacionados aos movimentos das placastectônicas e às manifestações vulcânicas. Sãomovimentos naturais da crosta terrestre que sepropagam por meio de vibrações. O vulcanismo consiste na efusão de materialmagmático fluido através de orifícios e fendasna parte externa do Planeta. Tem suas causasligadas à tectônica de placas sendo maisintensa sua ocorrência ao longo das dorsaismesoceânicas e nas cadeias orogênicas.

Agentes da dinâmica externa:

São os processos transformadores ou esculto-res do modelado. As alterações que provocamacontecem através de processos químicos efísicos. O intemperismo físico provocam afragmentação progressiva das rochas que estãomais expostas à superfície e à ação dos agentesatmosféricos. Já o intemperismo químico proces-sa-se em razão das reações químicas da água. A ação das águas pode acontecer através daerosão provocada pelos rios (erosão fluvial), daschuvas (erosão pluvial), pela abrasão marinha epela ação das geleiras (erosão glacial). A açãodos ventos provoca o desgaste das estruturas, otransporte dos materiais erodidos e a suadeposição (eólica) que vão formas as dunas daspraias e dos desertos.

Exercícios

01. (Unifesp) Na última década, váriaspesquisas na África e na América doSul confirmaram a hipótese de queelas formavam um continente nopassado. Assinale a alternativa queidentifica corretamente a era geológicaem que a separação ocorreu e o nomedo novo continente que ela gerou.a) Cenozóica; Pangea.b) Mesozóica; Gondwana.c) Pré-Cambriano; Gondwana.d) Paleozóica; Pangea.e) Quaternário; Gondwana.

02. (Ufc) Alguns processos naturaisocorrem durante longos períodos notempo geológico, ou seja, sãoprocessos dinâmicos contínuos. Outrosocorrem de modo brusco e descontínuoe podem tornar-se eventoscatastróficos. Indique a alternativaverdadeira que destaca dois processosdinâmicos descontínuos e que podemocasionar catástrofes.a) Terremotos e impactos de meteoritos. b) Erosão de um rio meândrico e

falhamentos. c) Epirogênese e compactação de

sedimentos. d) Fluxo térmico do interior da Terra e

vulcanismo. e) Crescimento de recifes e inundações

torrenciais.

9

01. (Pucpr) Em outubro de 2005, a regiãoassinalada no mapa a seguir foi sacudi-da por um dos maiores terremotosdeste início de século, provocando amorte de dezenas de milhares depessoas e incontáveis danos materiais.

A região em questão e os países maisatingidos são, respectivamente:a) o deserto de Góbi, atingindo a Mongólia

e o norte da China;b) a Caxemira, atingindo o nordeste do

Paquistão e o norte da Índia – países quehá décadas disputam essa área cujapopulação é majoritariamente muçulmana;

c) a Cisjordânia, atingindo Israel, Palestina,Jordânia e Síria;

d) o altiplano tibetano e a porção setentrionaldos contrafortes do Himalaia, atingindoespecialmente a China (que ocupa o Tibetedesde que o invadiu em 1950) e o Nepal;

e) a Sibéria, atingindo exclusivamenteterritórios do norte da Rússia.

02. (Pucrs) Os desertos, paisagensdistribuídas em todo o globo, ocorrempor razões que diferem conforme olocal em que se encontram. O Desertodo Saara, situado na África, e oDeserto do Colorado, situado nosEstados Unidos da América do Norte,têm como causa principal,respectivamente,a) altas altitudes e continentalidade;b) proximidade com o Oceano Pacífico e

baixas pressões;c) correntes marinhas frias e elevadas

altitudes;d) alta pressão atmosférica e encostas de

sotavento;e) baixas latitudes e correntes marinhas frias.

03. (Unesp) A figura representa o processode evolução de uma forma de relevoassociada à água.

Assinale a alternativa que contém otipo de paisagem, o processo geomor-fológico atuante e o resultado final.a) Paisagem lacustre; sedimentação;

desaparecimento do lago.b) Paisagem marinha; assoreamento; falésia.c) Paisagem fluvial; abrasão; terraço.d) Paisagem pluvial; desmatamento; reve-

getação.e) Paisagem desértica; pedimentação; dunas.

DesafioGeográfico

Page 10: Apostila Aprovar Ano04 Fascículo07 Hist Geo

10

Texto

Wave

Letra: Tom JobimIntérprete: Lenine

Vou te contarOs olhos já não podem verCoisas que só o coração pode entenderFundamental é mesmo o amorÉ impossível ser feliz sozinho

O resto é marÉ tudo que eu nem sei contarSão coisas lindas que eu tenho pra te darVem de mansinho a brisa e me dizÉ impossível ser feliz sozinho

Da primeira vez era a cidadeDa segunda o cais e a eternidadeAgora eu já seiDa onda que se ergueu no marE das estrelas que esquecemos de contarO amor se deixa surpreenderEnquanto a noite vem nos envolver

Regência Verbal 2

VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS

1. DEFINIÇÃO

Transitivo indireto é o verbo que exige com-plemento com preposição. O complementochama-se objeto indireto.

2. PREPOSIÇÃO OBRIGATÓRIA

Quando o complemento do verbo transitivoindireto vem representado por um substan-tivo (ou por pronome que não seja átono), apreposição é obrigatória. A construção defrases sem ela constitui agressão à normaculta da língua escrita.

Veja construções certas e erradas:

1. Este é o homem que o Brasil precisa.(errado)

2. Este é o homem de quem o Brasil precisa.(certo)

3. O filme que assisti impressionou-me.(errado)

4. O filme a que assisti impressionou-me.(certo)

3. COMPLEMENTO DOS VERBOSTRANSITIVOS INDIRETOS

Além dos substantivos, os verbos transitivosindiretos admitem como complemento:

a) lhe(s) – Pronome que só pode represen-tar pessoas ou seres vivos; deve ser usa-do com verbos que combinem com aspreposições a ou para.

Veja construções analisadas:

1. Assistimos ao filme proibido.Assistimos-lhe. (errado)Assistimos a ele. (certo)

2. Obedecemos às leis de trânsito.

Obedecemos-lhes. (errado)Obedecemos a elas. (certo)

3. Obedeço sempre aos meus superiores.Obedeço-lhes sempre (certo)Obedeço sempre a eles. (certo)

4. Confio muito em Rosilda.Confio-lhe muito. (errado)Confio muito nela. (certo)

b) a ele(s), a ela(s), a isso – Pronomes quepodem representar pessoas ou coisasindiferentemente.

Veja construções analisadas:

1. Referimo-nos às estrelas.Referimo-nos a elas. (certo)

2. Obedecemos à lógica do mercado.Obedecemos a isso. (certo)

c) me, te, se, nos, vos – Pronomes que sópodem representar pessoas.

Veja construções analisadas:

1. Coisas boas aconteceram a mim.Coisas boas aconteceram-me. (certo)

2. Cabe a ti a decisão de mudar de vida.Cabe-te a decisão de mudar de vida.(certo)

Arapuca

(FGV) Assinale a alternativa em que umverbo, tomando outro sentido, tem alteradaa sua predicação.a) O alfaiate virou e desvirou o terno, à

procura de um defeito. / Francisco viroua cabeça para o lado, indiferente.

b) Clotilde anda rápido como um raio. /Clotilde anda adoentada ultimamente.

c) A mim não me negam lugar na fila. /Neguei o acesso ao prédio, como mecabia fazer.

d) Não assiste ao prefeito o direito dejulgar essa questão. / Não assisti aofilme que você mencionou.

e) Visei o alvo e atirei. / As autoridadesportuárias visaram o passaporte.

4. PRONOMES COM DUPLA FUNÇÃO

Os pronomes átonos me, te, se, nos e vospodem fazer o papel tanto de objeto diretoquanto de objeto indireto. A diferença estána regência do verbo a que se filiam.

1. Eu tenho coisas lindas para te dar.Função do “te”: objeto indireto.

2. Eu nasci para te amar.Função do “te”: objeto direto.

3. A noite vem-nos envolver.Função do “nos”: objeto direto.

4. Nada nos falta aqui.Função do “nos”: objeto indireto.

5. Ele deu-se o luxo de viajar.Função do “se”: objeto indireto.

5. VTI: SEM VOZ PASSIVA

Os verbos transitivos indiretos não aceitam,em rigor, voz passiva. Alguns verbos,porém, por força do uso, são apassivados.É o caso de obedecer, pagar, perdoar,responder. Mas em provas de concursos,em que a língua culta padrão é preservada,tais construções são condenadas, comexceção daquelas com o verbo obedecer.

Veja construções certas e erradas:

PortuguêsProfessor João BATISTA Gomes

Caiu no vestibular

01. (FGV) Escolha a alternativa quepreencha corretamente as lacunasdas frases abaixo..

1. Por acaso, não é este o livro ............. oprofessor se refere?

2. As Olimpíadas ............. aberturaassistimos foram as de Tóquio.

3. Herdei de meus pais os princípiosmorais ............. tanto luto.

4. É bom que você conheça antes aspessoas ............. vai trabalhar.

5. A prefeita construirá uma estrada docentro ao morro ............. seráconstruída a igreja.

6. Ainda não foi localizada a arca .............os piratas guardavam seus tesouros.

a) de que, cuja, para que, com os quais,sobre que, em que.

b) que, de cuja, com que, para quem, noqual, que.

c) em que, cuja, de que, para os quais,onde, na qual.

d) a que, a cuja, em que, com que, que,em que.

e) a que, a cuja, por que, com quem,sobre o qual, onde.

02. (FGV) Assinale a alternativa que com-pleta corretamente as lacunas da frase:

“Eu ....... encontrei ontem, mas não .......reconheci porque ....... anos que não .......via.”

a) lhe, lhe, há, lhe.b) o, o, haviam, o.c) lhe, o, havia, lhe.d) o, lhe, haviam, o.e) o, o, havia, o.

03. (FGV) Caetano Veloso gravou umacanção, do filme Lisbela e oPrisioneiro. Trata-se de Você não meensinou a te esquecer. A propósito dotítulo da canção, pode-se dizer que:

a) A regra da uniformidade do tratamentoé respeitada, e o estilo da frase revelaa linguagem regional do autor.

b) O desrespeito à norma sempre revelafalta de conhecimento do idioma;nesse caso não é diferente.

c) O correto seria dizer Você não meensinou a lhe esquecer.

d) Não deveria ocorrer a preposição anessa frase, já que o verbo ensinar étransitivo direto.

e) Desrespeita-se a regra da uniformidadede tratamento. Com isso, o estilo dafrase acaba por aproximar-se do dafala.

Desafiogramatical

Page 11: Apostila Aprovar Ano04 Fascículo07 Hist Geo

1. O jogo foi assistido por toda a família.Construção errada porque o verboassistir (transitivo indireto) não aceitavoz passiva.

2. Toda a família assistiu ao jogo.Frase na voz ativa; construção certa.

3. As leis de trânsito nunca são obedecidas.Construção certa; o verbo obedecer(transitivo indireto) admite voz passiva.

4. Não se obedece nunca às leis de trânsito.Construção certa.

6. VTI + SE = SUJEITO INDETERMINADO

Os verbos transitivos indiretos, acompanha-dos do pronome se, não admitem plural. Éque, nesse caso, o se indica sujeitoindeterminado, obrigando o verbo a ficar naterceira pessoa do singular.

Veja construções analisadas:

1. Precisam-se de pedreiros. (errado)

2. Precisa-se de pedreiros. (certo)Regência de “precisar”: VTI.Função do “se”: PIS (pronome que inde-termina o sujeito).Sujeito: indeterminado.

3. Aqui, obedecem-se às leis. (errado)

4. Aqui, obedece-se às leis. (certo)Regência de “obedecer”: VTI.Função do “se”: PIS (pronome que inde-termina o sujeito).Sujeito: indeterminado.

5. Tratam-se de acordos sociopolíticos.(errado)

6. Trata-se de acordos sociopolíticos. (certo)Regência de “tratar”: VTI.Função do “se”: PIS (pronome que inde-termina o sujeito).Sujeito: indeterminado.

7. OBJETO INDIRETO ORACIONAL

O complemento do verbo transitivo indireto,o objeto indireto, pode ser uma oração in-teira: é a oração subordinada substantivaobjetiva indireta.

Veja construções analisadas:

1. Lembro-me de que tudo entre nós eramflores... antes do casamento.Regência de “lembrar-se”: VTI.Função do “me”: pronome que integra overbo.Objeto indireto: “de que tudo entre nóseram flores... antes do casamento”.

2. Esqueci-me de que você é vegetariana.Regência de “esquecer-se”: VTI.Função do “me”: pronome que integra overbo.Objeto indireto: “de que você é vegeta-riana”.

Verbos transitivos diretos e indiretos

1. DOIS COMPLEMENTOS

Há verbos que possuem dupla predicação,exigindo dois complementos: um sempreposição (objeto direto), outro compreposição (objeto indireto). Sãochamados de transitivos diretos eindiretos ou bitransitivos. Outros nomes:biobjetivos e transitivos-relativos

2. COMBINAÇÃO DE PRONOMES

Com verbos transitivos diretos e indiretos,

pode ocorrer a combinação dos pronomesátonos, incomum na língua coloquialbrasileira, mas muito empregada pelosautores da literatura. Vejamos algumasfrases:

a) Diziam-me coisas absurdas.= Diziam-mas (me + as).

b) Ofertaram-lhe flores miúdas.= Ofertaram-lhas (lhe + as).

c) Elas nos deram flores.= Elas no-las deram (nos + as).

d) Todos te mandaram lembranças.= Todos tas mandaram (te + as).

e) Eu lhes peço desculpas.= Eu lhas peço. (lhes + as).

3. ME, TE, NOS, VOS, LHE = POSSESSIVOS

Em construções do tipo “Roubaram-lhe ocarro”, o verbo não é transitivo direto e indi-reto: é apenas transitivo direto, com o lhe(ou me, te, nos, vos) na função de adjuntoadnominal. Nesse caso, os pronomes me,te, nos, vos e lhe têm valor de possessivos:correspondem a meu, teu, nosso, vosso eseu.

Dificuldades da língua

ESTAR EM ou DE FÉRIAS?

1. Féria (sinônimos):

a) Dia semanal.b) Jornal ou salário de trabalhadores.c) Soma dos salários da semana.d) Folga, descanso.e) Em casa comercial, o dinheiro das

vendas realizadas no dia, na semana.f) No calendário litúrgico, dia em que não

se comemora uma festa.

2. Férias (sinônimos):

a) Significa dias em que se suspendem ostrabalhos oficiais (datas patrióticas e diassantificados); feriado.

b) Certo número de dias consecutivos desti-nados ao descanso de funcionários, em-pregados, estudantes, etc., após um pe-ríodo anual ou semestral de atividades.

3. Entrar em ou de férias? – No sentido de“começar a fruir, a gozar”, a construção cor-reta é “entrar de férias”, “entrar de licença”.

a) Semana que vem, ela entrará de férias.(certo)

b) Semana que vem, ela entrará em férias.(errado)

c) Quando você entrará de férias? (certo)d) Quando você entrará em férias?

(errado)

4. Sair em ou de férias? – No sentido de “afas-tar-se, retirar-se”, a construção correta é “sairem férias”.

a) Semana que vem, saio de férias. (errado)b) Semana que vem, saio em férias. (certo)

5. Estar de ou em férias? – Dissociadas de ver-bos ou associadas ao verbo estar, as expres-sões “de férias” e “em férias” são corretas.

1. Mesmo em férias, continuou trabalhando.(certo)

2. Mesmo de férias, continuou trabalhando.(certo)

3. Vamos aproveitar: estamos de férias.(certo)

4. Vamos aproveitar: estamos em férias.(certo)

11

LISTA DE VERBOS TRANSITIVOSINDIRETOS

Eis a relação de verbos transitivos indiretosmais empregados no dia-a-dia. Ao lado deles,servindo-lhes de complemento, não se podemusar os pronomes o, a, os, as.

1. Abster-seA muito custo, absteve-se do álcool.

2. AcenarFinalmente, o governo acenou com apossibilidade de renúncia.

3. AcontecerAconteceu-nos, outrora, muito contratempo.

4. AderirChegou a hora de aderirmos à proposta daoposição.

5. Admirar-seAdmiramo-nos de sua coragem.

6. AludirNo discurso, ela aludiu ao nosso passado.

7. AnsiarSempre ansiei por dias melhores.

8. AntipatizarAntipatizamos com os índios tão logo osvimos.

9. AprazerApraz-me muito a tua presença.

10. ArgumentarTemos motivos para argumentar contrasuas atitudes.

11. BastarPouca coisa basta ao homem sóbrio.

12. BaterNão se deve bater em crianças.

13. CaberCabe ao povo o direito de controlar asações do governo.

14. CairA escolha para dar-lhe a notícia caiu emmim.

15. CarecerEsse seu argumento carece defundamentos.

16. CederFiz tudo para não ceder à tentação.

17. CustarCustou-lhe acreditar na derrota.

18. ConfiarEu estava certo; não podíamos confiarneles.

19. Contentar-seEu me contento com pouca coisa.

20. Esquecer-seJamais me esquecerei de você.

21. FaltarNada me falta aqui...

22. GostarEstes são os filmes de que gosto.

23. Lembrar-seLembrei-me de minha infância e chorei.

24. ObedecerÉ importante que, na empresa, todosobedeçam às determinações superiores.

Desafiogramatical

Page 12: Apostila Aprovar Ano04 Fascículo07 Hist Geo

ACUÑA, Cristóbal de. Informes de jesuítas em el

amazonas: 1660-1684. Iquitos - Peru, 1986.

ADALBERTO Prado e Silva et al. Dicionário

brasileiro da língua portuguesa. São Paulo:

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ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Dicionário de

questões vernáculas. 3. ed. São Paulo: Ática, 1996.

ARRUDA, José Jobson de A. et ali. Toda a

História: História geral e História do Brasil, 8. ed.

São Paulo: Editora Ática, 2000.

BECHARA, Evanildo. Gramática portuguesa. 31.

ed. São Paulo: Nacional, 1987

CARVAJAL, Gaspar de. Descobrimento do rio de

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COELHO, Marcos A. ; TERRA, Lygia. Geografia

Geral. O espaço natural e socioeconômico.

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COELHO, Marcos de Amorim. Geografia do Brasil

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HOORNAERT, Eduardo (Coord.). Comissão de

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MOREIRA, Igor. Construindo o espaço brasileiro.

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MOREIRA, Igor. O espaço geográfico: Geografia

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VESENTINI, José William - 1950. Geografia Crítica: A

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DESAFIO HISTÓRICO (p. 3)01. D;02. C; 03. E;

DESAFIO HISTÓRICO (p. 4)01. D;02. B;

EXERCÍCIOS (p. 5)01. C;02. A;

DESAFIO HISTÓRICO (p. 5)01. D;02. E; 03. A;

DESAFIO GEOGRÁFICO (p. 6)01. V, V, V e F;02. A;03. B;

EXERCÍCIO (p.7)01. V, V, V e F.– A;02. E;

DESAFIO GEOGRÁFICO (p. 7)01. A02. V, V, V e V03. A

DESAFIO GEOGRÁFICO (p. 8)01. B 02. C 03. A

EXERCÍCIOS (p.9)01. E02. A

DESAFIO GEOGRÁFICO (p. 9)01. B02. A03. C

DESAFIO LITERÁRIO (p. 10)01. E02. E03. A

PERSCRUTANDO O TEXTO (p. 10)01. D02. E03. B04. E

Governador

Eduardo Braga

Vice-Governador

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Reitor

Lourenço dos Santos Pereira Braga

Vice-Reitor

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Pró-Reitor de Planejamento e Administração

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Assuntos Comunitários

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Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa

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Paulo Alexandre

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Editoração Eletrônica

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Encarte referente ao curso pré-vestibularAprovar da Universidade do Estado doAmazonas. Não pode ser vendido.

Este material didático, que será distribuído nos Postos de Atendimento (PAC) na capital e Escolas da Rede Estadual de Ensino, ébase para as aulas transmitidas diariamente (horário de Manaus), de segunda a sábado, nos seguintes meios de comunicação:

• TV Cultura (7h às 7h30 e 23h40 às 00h15) Postos de distribuição:• Amazon Sat (15h10 às 15h40)• RBN (13h às 13h30) • PAC São José – Alameda Cosme Ferreira – Shopping São José • Rádio Rio Mar (19h às 19h30) • PAC Cidade Nova – Rua Noel Nutles, 1350 – Cidade Nova I• Rádio Seis Irmãos do São Raimundo • PAC Compensa – Av. Brasil, 1325 – Compensa

(7h às 8h e 16h às 16h30) • PAC Porto – Rua Marquês de Santa Cruz, s/n.° • Rádio Panorama de Itacoatiara (23h às 23h30) armazém 10 do Porto de Manaus – Centro• Rádio Difusora de Itacoatiara (23h às 23h30) • PAC Alvorada – Rua desembargador João• Rádio Comunitária Pedra Pintada de Itacoatiara Machado, 4922 – Planalto

(22h00 às 22h30) • PAC Educandos – Av. Beira Mar, s/nº – Educandos• Rádio Santo Antônio de Borba (18h30 às 19h)• Rádio Estação Rural de Tefé (19h às 19h30) – horário local• Rádio Independência de Maués (6h às 6h30)• Rádio Cultura (6h às 6h30 e 12h às 12h30)• Centros e Núcleos da UEA (12h15 às 12h45)

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