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 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS  Prof. Sidinei Silvério da Silva http://www.sidineisilverio.com.br [email protected] [email protected] prof_sidinei http://pt-br.facebook.com/sidinei.uem Maringá-PR 2011

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ANÁLISE DE

INVESTIMENTOS 

Prof. Sidinei Silvério da Silva

http://www.sidineisilverio.com.br

[email protected] 

[email protected] 

prof_sidinei 

http://pt-br.facebook.com/sidinei.uem

Maringá-PR2011

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Ao considerar o valor do dinheiro no tempo é necessário entender um princípio amplamenteusado na análise econômica de investimentos: a preferência pela liquidez. Esse princípio indica

que $ 100 disponíveis hoje são preferíveis a (ou valem mais que) $ 100 a serem recebidos em datafutura, por meio de três razões fundamentais:

• o risco de não receber a quantia no futuro;• o menor poder aquisitivo da quantia no futuro, devido ao efeito inflacionário;• o custo de oportunidade do dinheiro, que, por meio do investimento, permite-nos

transformar $ 100 hoje em mais do que $ 100 no futuro.

O valor da preferência pela liquidez é normalmente representada pela taxa de juros ou pelocusto do dinheiro.

Nesse sentido, o principal objetivo desse curso é abordar de maneira analítica, intuitiva e

didática, as diversas técnicas da análise e gestão de investimentos, dando ênfase àquelas quetratam da incerteza e do risco na avaliação das propostas de investimento, valendo-se de aplicaçõespráticas.

O estudo está dividido em 3 partes, sendo:

•  Parte 1 – Decisões de Investimento no Longo Prazo – além de abordar as técnicasda orçamentação de capital e os métodos e os critérios de avaliação econômica deinvestimentos, nessa parte, serão discutidas também as técnicas de estruturação dofluxo de caixa apropriado para a análise e a avaliação econômica de investimentos.

•  Parte 2 – Tópicos Especiais na Análise de Projetos de Investimento – essa parteapresenta alguns tópicos especiais relativos à análise e à otimização de alternativasde investimento, com destaque para as técnicas de análise de sensibilidade e análisede cenários, o método da certeza equivalente, a simulação de Monte Carlo e asárvores de decisão.

•  Parte 3 – Risco e Retorno do Investimento em Mercado de Capitais – essa parteabordará os fundamentos da diversificação e da otimização de carteiras deinvestimento, os modelos de Markowitz e de índice único e o desempenho dascarteiras e o gerenciamento de seu risco.

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2.1 Métodos e Critérios de Avaliação de Investimentos de Capital

O processo de identificação, análise e seleção de oportunidades de investimento de capitalrecebe o nome de orçamentação de capital. Esse processo inclui um conjunto lógico de idéiaseconômicas muito refinadas. Ao fim dele, o orçamento de capital da empresa englobará um grupo

aceitável de projetos que, individual e coletivamente, segundo se espera, dará um retorno econômicocoerente com as metas da administração no longo prazo, bem como um objetivo de gerar valor paraa empresa. O processo envolve, assim, uma inter-relação econômica consciente entre a exposição acondições adversas potenciais e a rentabilidade esperada do investimento.

Como regra geral, uma rentabilidade mais alta também implica risco maior. Além disso, aescolha entre alternativas nas quais investir os fundos limitados disponíveis envolve,invariavelmente, custos de oportunidade, porque comprometer-se com um investimento podesignificar rejeitar outros, desistindo talvez da oportunidade de obter mais lucros com maior risco. Aanálise de investimentos de capital requer, portanto, um grau justo de raciocínio econômico eprojeção das condições futuras, o que vai além do uso das demonstrações financeiras normais. Comesse fim, existem várias técnicas, métodos, convenções e critérios comumente utilizados na análisee no processo decisório.

2.1.1 Método do Valor Presente Líquido (VPL)

O método do valor presente líquido (VPL) tem como finalidade calcular, em termos de valorpresente, o impacto dos eventos futuros associados a uma alternativa de investimento. Em outraspalavras, ele mede o valor presente dos fluxos de caixa gerados pelo projeto ao longo de sua vidaútil. Não existindo restrição de capital, argumenta-se que esse critério leva à escolha ótima, poismaximiza o valor da empresa. A seguinte expressão define o VPL:

∑= +

+−=

n

FC  I VPL

1 )1(  

em que:

VPL = valor presente líquidoI = investimento inicialFCt = fluxo de caixa no t-ésimo períodoK = custo do capitalt = t-ésimo período

Critério de decisão: se VPL > 0 o projeto é economicamente viável.

O objetivo do VPL é encontrar alternativas de investimento que valham mais do que custampara os patrocinadores – alternativas com um valor presente líquido positivo. Seu cálculo reflete aspreferências entre consumo presente e consumo futuro e a incerteza associada aos fluxos de caixafuturos.

2.1.2 Método da Taxa Interna de Retorno (TIR)

O método da taxa interna de retorno (TIR) não tem como finalidade a avaliação darentabilidade absoluta a determinado custo do capital (processo de atualização), como o VPL; seuobjetivo é encontrar uma taxa intrínseca de rendimento. Por definição, a TIR é a taxa de retorno doinvestimento.

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Matematicamente, a TIR é uma taxa hipotética que anula o VPL, ou seja, é aquele valor de i*que satisfaz a seguinte equação:

∑=

=

+

+−=

n

i

FC  I VPL

1

0*)1(

 

Critério de decisão: se i* > K o projeto é economicamente viável.

O gráfico a seguir mostra o VPL em função da taxa de desconto. Nele, a TIR é dada pelainterseção entre a curva que representa o polinômio do VPL e o eixo das abscissas, ou seja, o pontoem que o VPL é igual a zero.

A regra decisória a ser seguida no método da TIR é: empreenda o projeto de investimento sea TIR exceder o custo de oportunidade do capital. Essencialmente, o método pergunta: a taxa deretorno esperada sobre o projeto de investimento excede a taxa de retorno requerida? O projeto

criará valor?

2.1.3 Método do Payback Period  

O método do tempo de recuperação, ou payback period , é bastante utilizado na análise deinvestimentos. A seguir apresenta-se as vantagens e desvantagens desse método.

O método do tempo de recuperação, na sua essência, mede a liquidez do investimento e nãoa sua rentabilidade, como fazem os métodos do valor presente líquido e da taxa interna de retorno.

Ele pode ser usado como complemento de outros métodos de avaliação de investimentos,mas nunca isoladamente, pois pode levar a decisões erradas.

O tempo de recuperação de um investimento é o intervalo de tempo necessário para que o

valor presente das entradas líquidas de caixa se iguale ao dos desembolsos. De forma resumida, é operíodo de tempo necessário para recuperar o investimento inicial.

Critério de decisão: se o Payback calculado <= Payback meta o projeto é viável/aceitável.

2.1.4 Método do Custo-Benefício (B/C)

O índice custo-benefício (B/C) é um indicador que resulta da divisão do valor atual dosbenefícios pelo valor atual dos custos do projeto (incluído o investimento inicial). Permite saber aviabilidade econômica de um empreendimento, bastando para isso observar se o índice é maior que1.

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O índice B/C não reflete necessariamente a maior ou a menor conveniência de um projeto emrelação a outros. Pode ocorrer que dois projetos com diferentes rentabilidades (TIR) tenham omesmo índice custo-benefício. O índice pode ser expresso da seguinte forma:

=

=

+

+=

n

n

c

b

C  B

0

0

)1(

)1( / 

 

onde:

B/C = índice custo-benefício;bt = benefício do período t;ct = custos do período t;n = horizonte do planejamento;K = custo do capital.

2.1.5 Método da Anuidade Uniforme Equivalente (AE)

É essencial que qualquer estudo sobre aplicação de capital seja realizado dentro de umhorizonte de planejamento uniforme. Ou seja, para que os projetos possam ser objeto decomparação, é necessário que sejam comparáveis. Embora seja uma ferramenta útil para avaliaralternativas de investimento, o VPL não responde a todas as perguntas sobre a vantagemeconômica de uma alternativa em relação a outra que tenha duração prevista diferente.

A anuidade uniforme equivalente (AE) mostra de que modo seria distribuída a rendaeconômica gerada pelo projeto se a referida distribuição fosse equitativa para cada ano. Ou seja,equivale a repartir o VPL ao longo da vida útil do projeto, transformando-o em uma série uniforme

equivalente que pode ser legitimamente comparada entre projetos de duração diferente.A anuidade uniforme equivalente (AE) pode ser calculada por meio da seguinte expressão:

+

−+

=

K K 

VPL AE 

n

n

.)1(

1)1( 

onde:

 AE = anuidade equivalente;

K = custo do capital;

n = prazo da alternativa.

2.1.6 Método do Custo Anual Equivalente (CAE)

Em determinados projetos ou serviços, os benefícios ou receitas dificilmente podem serquantificados em termos monetários. Entretanto, os custos podem ser quantificados dessa forma.Existindo alternativas que produzam o mesmo serviço, quantificável ou não, mas de diferente custo,a receita ou benefício pode ser conhecido ou desconhecido, mas, como para todas as alternativas éum fator comum, será irrelevante em uma análise incremental. Assim, nesses casos, bastariaconhecer os custos das alternativas e selecionar aquela com os menores custos anualizados.

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Muitas vezes, em problemas de engenharia econômica, é mais fácil determinar os fluxos decustos do que os fluxos de receitas.

O custo anual equivalente (CAE) é basicamente um rateio uniforme, por unidade de tempo,dos custos de investimento, de oportunidade e operacionais das alternativas.

O custo anual equivalente (CAE) pode ser calculada por meio da seguinte expressão:

+

−+

=

K K K 

CI CAE 

n

n

.)1(1)1(  

onde:

CAE = custo anual equivalente;

CI = custos de investimento;

K = custo do capital;

n = prazo da alternativa.

2.1.7 Problemas da TIR na Seleção de Alternativas Mutuamente Exclusivas

O método da TIR possui a vantagem de expressar os resultados em termos percentuaisfáceis de ser comparados. Em relação ao VPL, que fornece um valor monetário, o método da TIRnos oferece uma porcentagem mais compreensível para a maioria dos tomadores de decisão.Contudo, a TIR apresenta uma série de limitações e contradições que devem ser compreendidas sequisermos usá-la corretamente como método decisório na seleção de alternativas de investimento. Aseguir, apresenta-se a problemática implícita no uso deste método na análise de alternativas deinvestimento:

- o problema do reinvestimento;

- o problema na seleção de projetos mutuamente exclusivos de escala diferente (taxaincremental de Fisher);- o problema da distribuição dos fluxos de caixa no tempo;- o problema das múltiplas taxas internas de retorno;

2.1.8 Ranking e Seleção de Alternativas de Investimento: racionamento de capital

A hierarquização de um conjunto de alternativas de investimento pode ser tratada em duassituações. A primeira refere-se ao caso em que não há restrição de capital no financiamento dacarteira de projetos, e a segunda no caso em que existe restrição na disponibilidade de capitais. Nocaso da não-existência de restrição de capital, os projetos podem ser hierarquizados pelo VPL; por

outro lado, havendo restrição de capital ou financiamento limitado, não é possível usar somente essemétodo, fazendo-se necessária alguma medida que incorpore o volume de investimento realizado.Nessa situação, os projetos devem ser ordenados de acordo com o índice de rentabilidade, pois oque interessa é maximizar a rentabilidade por unidade monetária investida, dadas as restrições decapital existentes. Uma forma de calcular esse índice é dividindo o VPL pelo investimento inicial.Outra forma é dividindo o valor presente dos fluxos de caixa líquidos (excluindo o investimentoinicial) pelo investimento inicial. Em qualquer caso, a regra de decisão será pré-selecionar todos osprojetos com VPL positivo e, a seguir, escolher os de maior índice de rentabilidade. Essa regra éválida somente para projetos independentes, pois a existência de relações entre eles imporárestrições adicionais às de capital, que precisam ser analisadas em um contexto de carteiras e deprogramação matemática.

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2.1.9 Leasing  

O leasing é uma figura que consiste na locação de um bem e uma operação contratual dearrendamento. Nessa operação, o possuidor do bem (arrendador) concede a outro (arrendatário) ouso desse bem durante um período preestabelecido, recebendo em troca uma remuneraçãoperiódica (contraprestação), constituída pela amortização do financiamento, encargos,remuneração da arrendadora e impostos. Ao fim do contrato, o arrendatário pode optar por devolvero bem, renovar o contrato de arrendamento, ou, ainda, exercer a opção de compra, pagando um

valor previamente estipulado (valor residual garantido). O leasing habitualmente se divide em doistipos básicos: o leasing operacional (operating lease ) e o leasing financeiro (capital lease ).

2.1.9.1 Leasing Operacional

O leasing operacional consiste no contrato pelo qual uma das partes (arrendadora) se obrigaa proporcionar à outra (arrendatária) o uso temporário de determinado bem e a mantê-lo em perfeitoestado de funcionamento, por um período inferior ao de sua vida economicamente útil. Esseprocesso ocorre mediante o pagamento de contraprestações, cuja soma, em geral, é inferior ao totalnecessário para uma completa amortização do preço do bem. Normalmente, essa operação deleasing envolve a locação de objetos móveis, sobretudo equipamentos com rápida obsolescênciatecnológica, como equipamentos de telefonia, computadores, aviões, dentre outros. É, em geral,

utilizada por pessoas jurídicas especializadas em determinados tipos de equipamentos, podendocoincidir de a arrendadora ser o próprio fabricante do bem.

Segundo a legislação brasileira, são duas as exigências para que um leasing sejaconsiderado operacional:

(1) A opção de compra não pode ser determinada no contrato; deve ser determinada no fimdo leasing e ser equivalente ao valor de mercado do bem.

(2) O valor da soma das prestações pagas deve ser inferior a 75% do valor da opção decompra.

2.1.9.2 Leasing Financeiro

O leasing  financeiro assemelha-se mais a um financiamento, diferindo, assim, do leasingoperacional. Em um contrato de leasing financeiro, a empresa pode, ao término do contrato exercera opção de compra do bem, revendê-lo e recuperar parte do dinheiro investido, ou então renovar ocontrato, trocando o bem arrendado por outro tecnologicamente mais atual e financiando o valoradicional desse bem. Do ponto de vista fiscal, a totalidade do valor das prestações pagas durante oprazo da operação pode ser deduzida no cálculo do lucro tributável, para efeito do cálculo doimposto de renda. Não é o que ocorre nos empréstimos convencionais, em que apenas os juros sãodeduzidos fiscalmente.

Os principais elementos do contrato de leasing financeiro são:

(1) Contraprestação: a contraprestação é o valor devido periodicamente pelaarrendatária durante o prazo da operação.(2) Opção de compra: a existência da opção de compra é uma das características

que diferenciam o leasing financeiro de um contrato de aluguel comum. Ela éestipulada de comum acordo entre as partes, servindo de base para aquisição ourenovação da operação ao fim do prazo de arrendamento.

(3) Valor residual garantido: o valor residual garantido (VRG) constitui-se em umaproporção do valor da operação que será devida à arrendadora caso seja exercidaa opção de compra do bem. Esse valor pode ser pago no início, no fim ou duranteo contrato (VRG antecipado, VRG postecipada ou VRG diluído, respectivamente).

2.2 Estrutura do fluxo de caixa para análise e avaliação econômica de investimentos de capital

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Ao considerar o valor do dinheiro no tempo é necessário entender um princípio amplamente usadona análise econômica de investimentos: a PR

2.1.10 Limitações do VPL na Análise de Projetos com Flexibilidades Estratégicas eGerenciais

Por sua falta de flexibilidade para adaptar e revisar decisões futuras em resposta aoscenários futuros, o VPL é criticado porque assume implicitamente um “cenário esperado” de fluxos

de caixa, presumindo um comportamento passivo do gestor e uma estratégia operacional estática(por exemplo, iniciar um projeto de imediato e operá-lo continuamente em uma escala base, até ofinal de sua vida útil esperada). Esse pressuposto não se confirma na realidade, em que existemmudanças, incerteza e interações competitivas.

Alguns autores sugerem uma adaptação do critério do VPL tradicional (chamado também deestático ou passivo), adicionando-lhe o valor das flexibilidades gerenciais (VPL expandido ouestratégico).

A teoria clássica da orçamentação de capital manda rejeitar projetos com VPL negativo, masmuitas vezes as flexibilidades inerentes ao projeto podem tornar o VPL positivo, tornando atrativo oprojeto. A mensuração dessas flexibilidades e as regras de investimento são tratadas pela teoria dasopções reais, que será estuda no último módulo desse curso.

2.2 ESTRUTURA DO FLUXO DE CAIXA PARA ANÁLISE E AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE INVESTIMENTOS DE CAPITAL 

O fluxo de caixa resume as entradas e saídas efetivas de dinheiro ao longo do tempo,permitindo, dessa forma, conhecer a rentabilidade e a viabilidade econômica do projeto. Nessesentido, os fluxos de caixa representam a renda econômica gerada pelo projeto ao longo de sua vidaútil. Eles não são sinônimo de lucros contábeis, pois podem ocorrer mudanças nesses lucros semque haja qualquer mudança correspondente nos fluxos de caixa. O fluxo de caixa é a principalmatéria-prima para estimar o valor de uma empresa, medir a rentabilidade de um projeto deinvestimento, planejar as operações ou estabelecer a capacidade de pagamento de uma dívida.

2.2.1 Fluxo de Caixa Incremental

Os fluxos de caixa incrementais são a base para o cálculo dos índices que permitem efetuar aavaliação econômica dos projetos de investimento, pois, por meio do desconto desses fluxos, podeser estabelecida a viabilidade econômica do projeto. Basicamente, os fluxos de caixa incrementaissão os efeitos positivos ou negativos no caixa em decorrência dos movimentos de fundosprovocados pelo investimento. Ou seja, são os fundos diferenciais comprometidos (receitas e custos)resultantes da decisão de investir. Esses fundos devem ser estimados em uma base depois deimpostos e ser reconhecidos pelo regime de caixa, independente do regime de competência deexercícios da contabilidade.

O raciocínio econômico subjacente a qualquer desembolso de capital está estritamente ligado

às mudanças adicionais, que são o resultado direto da decisão de investir. Em outras palavras, estáligado à diferença entre a situação atual dos negócios e a situação decorrente da decisão tomada,na forma de investimentos, receitas, custos e despesas adicionais. Desse modo, apenas os fluxosincrementais são relevantes para a decisão de prosseguir ou não com o projeto. Caso um fluxo decaixa ocorra independentemente de o projeto ser empreendido ou não, ele não será um fluxoincremental e, portanto, será irrelevante para a decisão de investimento.

A análise econômica é um processo relativo e não absoluto. Está vinculada às alternativas eàs diferenças entre elas. Caso um investimento resulte em novas receitas, mas ao mesmo temporeduza algumas receitas já existentes, apenas o impacto líquido será relevante na análiseeconômica. Qualquer custo ou despesa que permaneça constante antes e depois do investimento,assim como qualquer transação contábil relacionada à decisão, mas que não afete os fluxos decaixa, não é relevante, pois não é incremental.

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2.2.2 Considerações na Montagem do Fluxo de Caixa

A análise de projetos de investimento e a montagem do fluxo de caixa necessário para aavaliação econômica não são uma ciência exata; entretanto, se o analista seguir alguns princípios econvenções comumente aceitos, o resultado obtido será mais satisfatório. A seguir listamos algunsdos principais aspectos a ser considerados na montagem do fluxo de caixa:

1. Os fluxos de caixa devem ser estimados em base incremental. Em outras palavras, osúnicos fluxos relevantes são aqueles decorrentes da aceitação do projeto.

2. Os custos de oportunidade associados a recursos previamente possuídos devem seralocados com base no melhor uso alternativo do bem.

3. Devem ser consideradas as mudanças nos requerimentos de capital de giro, visto que elassão incrementais e afetam a decisão.

4. Os efeitos fiscais (economias de imposto) e qualquer outro efeito derivado da aceitação doprojeto devem ser considerados.

5. Os efeitos derivados do projeto devem ser incluídos (impacto do projeto em outros setoresda empresa).

6. Os custos passados já gastos (custos afundados) não serão recuperados se o projeto nãofor empreendido. Logo, por não serem valores incrementais, não devem ser incluídos no fluxo decaixa.

7. Os custos não indiretamente atribuídos ao projeto devem ser alocados somente se foremincrementais.

8. Os fluxos devidos ao financiamento não devem ser incluídos no fluxo de caixa livre para aavaliação da viabilidade econômica do investimento de capital.

9. Os efeitos da inflação nos fluxos de caixa e na avaliação devem receber tratamentoadequado.

10. O valor residual ou de liquidação do projeto deve ser estimado de modo consistente.

2.2.3 Fluxo de Caixa Livre

A avaliação de um projeto de investimento busca determinar sua rentabilidade intrínseca, ouseja, seu potencial de geração de renda econômica sem inclusão dos fluxos decorrentes da formacomo será financiado. Assim, essa avaliação deve ser efetuada com base no chamado fluxo decaixa livre (FCL), que, basicamente, reflete as atividades operacionais do projeto. O FCL é o fluxodisponível para todos os provedores de capital, seja por endividamento ou por participação acionária.

Em sua forma mais simples, o FCL é o fluxo gerado pelas operações, líquido de impostos, menos osdispêndios de capital necessários para assegurar a permanência e o crescimento do projeto(reinvestimento), e menos as mudanças no capital de giro operacional. Deve ser ajustado paradepreciação e outras despesas não-caixa que, por não representar desembolsos de caixa, devemser somados novamente depois de considerado seu efeito fiscal:

FCL = Lucro operacional depois de impostos – Dispêndio de capital – Mudanças no capital degiro + Depreciação

Uma denominação comumente adotada para o lucro operacional depois de impostos é oNopat (net operational profit after taxes):

FCL = Nopat - Dispêndio de capital – Mudanças no capital de giro + Depreciação

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onde:

Nopat = Ebit x (1 – T) = Lajir x (1 – T).

Lajir é a abreviação de lucro antes de juros e impostos de renda (em inglês, Ebit, earningsbefore interest and taxes).

T é a alíquota de imposto de renda e contribuição social sobre o lucro (IR/CS), que pode serefetivamente atribuível às operações da empresa.

Para condizer com a definição de fluxo de caixa livre, a taxa de desconto aplicada a esse

fluxo deve refletir o custo de oportunidade de todos os provedores de capital, ponderado pelacontribuição relativa de cada provedor no capital total investido no Projeto. A isso chamamos customédio ponderado do capital.

2.2.4 Fluxo dos Acionistas

A inclusão dos fluxos financeiros decorrentes da forma como o projeto será financiado e dosimpactos fiscais desses fluxos transforma o fluxo de caixa livre (FCL) em um fluxo denominado fluxodos acionistas (FDA). O FDA permite estimar a rentabilidade do projeto do ponto de vista do capitalpróprio (do ponto de vista dos acionistas).

FDA = FCL + Financiamentos – Prestações do financiamento + Benefício fiscal do

financiamento

Para condizer com a definição de fluxo dos acionistas (FDA), a taxa de desconto aplicada aeste fluxo deve refletir o custo de oportunidade dos provedores do capital próprio (dos acionistas).

2.2.5 Decisões Econômicas e Decisões Financeiras: o Teorema de Separação

Na análise econômica de um projeto de investimento os fluxos financeiros não devem serincluídos, pois as decisões de investimento e de financiamento são separadas, sendo esse umconceito fundamental em finanças, conhecido como teorema de separação: o sucesso ou insucessodo projeto deve ser determinado considerando unicamente seu próprio potencial de geração de

renda econômica, independente da forma como será financiado.A separação das decisões de investimento e de financiamento é possível pela existência deum mercado de capitais eficiente, por meio do qual empresas e indivíduos podem aplicar e levantarcapitais, e pela existência de oportunidades de investimento em atividades produtivas (projetos). Aexistência desses fatores permite que a decisão de investimento seja tomada independentementedas preferências particulares das empresas ou indivíduos, tornando-a uma tarefa técnica queindepende de gostos e preferências individuais.

2.2.6 Análise das Diversas Variáveis e Custos Econômicos na Determinação do Fluxode Caixa Incremental

Para montar o fluxo de caixa, é necessário entender as variáveis e os custos econômicos

pertinentes à tomada de decisões de investimento de capital. É preciso dominar o conceito dosdiversos fatores envolvidos, tais como custos de oportunidade, custos afundados, valor de liquidaçãoou residual, horizonte de tempo em que serão feitas as projeções do fluxo de caixa etc., e sabercomo tratar cada um deles.

2.2.6.1 Horizonte de Tempo das Projeções

O fluxo de caixa é construído para um período de tempo que não é necessariamente igual àvida técnica útil dos ativos. Por exemplo, se as máquinas para a fabricação de certo produto duram10 anos sob circunstâncias normais de uso, por que necessariamente projetar o fluxo para esseprazo? Pode ocorrer que, depois do segundo ano, o mercado mude e não exista mais demanda peloproduto. Em suma, não há relação entre vida útil dos ativos físicos e renda econômica obtida em

determinada atividade de produção.

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Em geral, o fluxo de caixa é projetado durante o período necessário para que a volatilidadedos fluxos de caixa se estabilize, o que ocorre quando as vendas passam a crescer a uma taxaconstante, e as exigências de novos dispêndios de capital sejam de tal magnitude que somentegarantam a continuidade do projeto e rendam unicamente seu custo de oportunidade. Esse período,chamado período de previsão explícita, normalmente é definido em função de:

(a) Risco do projeto: quanto maior o risco, menor tenderá a ser o período de previsãoexplícita, pois, em ambientes de maior incerteza, menos relevantes serão os fluxos maisdistantes.

(b) Período de estabilidade: quanto maior a fase de investimento e crescimento do projeto,maior será o período de previsão explícita.

(c) Outros fatores, como prazo de concessões, regulamentação econômica etc.

2.2.6.2 Valor Residual do Projeto

O valor residual ou de liquidação de um projeto é quanto se imagina hoje que oempreendimento valerá ao fim do período de previsão explícita. Esse valor pode ser determinadoseguindo uma abordagem patrimonial (valor de liquidação física dos bens, custo de reposição dosbens tangíveis, valor contábil do patrimônio líquido, valor de mercado de empresas similares) ou por

meio do cálculo do valor presente do valor de continuidade (estimado calculando-se o valordescontado na data de término do período de previsão explícita).

2.2.6.3 Custos de Oportunidade

Os custos de oportunidade referem-se a quanto se deixa de ganhar, em prol do investimento,se, em vez de aplicados no projeto, os recursos fossem investidos em alternativas de risco similar.Eles são reflexo da escassez de recursos, pois, se estes fossem ilimitados, não haveria custos deoportunidade. Existem dois fatores escassos por excelência: o tempo e o dinheiro.

Alguns custos de oportunidade são difíceis de quantificar, especialmente aquelesrelacionados a variáveis qualitativas (aqueles que expressam uma qualidade não mensurável). Estes

geram uma ampla variedade de custos de oportunidade, que mudam ao longo do tempo edependem das preferências dos indivíduos.

2.2.6.4 Custos Afundados (sunk costs )

Os custos inevitáveis, também chamados custos afundados, correspondem a fatoresirrecuperáveis ou sem alternativa de uso (custo de oportunidade igual a zero). Imaginemos, porexemplo, que uma pessoa tenha comprado um boleto de entrada para uma apresentação de teatro,e o boleto seja pessoal e intransferível. Nesse caso, a pessoa não pode vender o boleto nem pedir adevolução do dinheiro. Assim, o dinheiro que ela pagou pelo boleto é um custo irrecuperável,inevitável, ou custo afundado. Indo ou não ao teatro, ela não poderá recuperar o dinheiro gasto.

Um erro freqüente é deixar-se levar pelos custos afundados e tomar decisões pensando em

aproveitar o dinheiro já gasto no passado, sem considerar outras opções que proporcionem maiorbenefício. Um exemplo claro é dado por aquelas pessoas que querem continuar com seu negócio,apesar de ele gerar perdas e não ter perspectivas futuras, pelo simples fato de ter anteriormenteinvestido seu capital nele.

Outro exemplo, como parte do processo de avaliação de um projeto foram pagos $ 300.000 auma empresa de consultoria pelo estudo de viabilidade, esse gasto é irrecuperável; portanto, umcusto afundado. A decisão de gastar de $ 300.000 no estudo foi por si mesma uma decisão deorçamentação de capital, perfeitamente relevante até tornar-se um custo afundado.

2.2.6.5 Efeitos Derivados

Muitas vezes os fluxos de caixa de um projeto de investimento são obtidos em detrimento (ou

em prol) de outros projetos já existentes. A perda (ou ganho) em outros projetos ocasionada pela

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decisão de investir é comumente chamada efeito derivado ou colateral. Suponhamos que umaempresa que possui uma única linha de produção do produto. A pretenda construir uma segundapara produzir também o produto B. Se houver migração de clientes do produto A para o B, com aconseqüente transferência parcial dos lucros da primeira linha para a segunda, esse efeito deveráser considerado na decisão de investir na segunda linha de produção, pois nem todo o fluxo de caixaprojetado provirá do próprio potencial de geração de renda econômica do projeto. Nesse caso, partedo fluxo provirá desse potencial, e parte não. Parte do fluxo projetado será incremental e parte não oserá.

2.2.6.6 Dispêndios de Capital

Qualquer conseqüência potencial da decisão inicial de investir deve ser considerada comoparte da proposta de investimento. Assim, os dispêndios de capital a serem feitos enquanto o projetodurar e que constituem a base para seu contínuo funcionamento devem ser incluídos no fluxo decaixa livre. Muitas vezes, esses dispêndios são suficientemente previsíveis e passíveis de serestimados. Um exemplo de dispêndio de capital são os investimentos necessários para uma reformade grande porte dos equipamentos, ou uma expansão da fábrica que permita manter o negóciolucrativo e competitivo.

2.2.6.7 Depreciação, Amortização e Exaustão

A análise de investimento envolve a utilização de dados coletados nos registros contábeis,mas nem todos esses são relevantes na análise econômica. Convenções contábeis que nãoenvolvam fluxos de caixa devem ser vistas com extrema precaução. No caso da depreciação, daamortização de intangíveis e da exaustão, deve ser incluído no fluxo econômico unicamente seuimpacto fiscal, pois elas representam despesas não-caixa. Em algumas situações, na falta de maisinformações, pode ser utilizada a depreciação linear como valor aproximado da depreciaçãoeconômica dos ativos. Pelo princípio contábil da consistência, espera-se que a empresa mantenhadurante a vida útil do bem o mesmo critério de depreciação que adotou desde o início. Há váriosmétodos de depreciação, mas, na prática, o método linear que estabelece um percentual anual fixopara a depreciação é o mais utilizado.

2.2.6.8 Investimento Líquido

O investimento inicial líquido é definido como a mudança líquida nos fundos comprometidoscom um projeto. O investimento inicial de um projeto deverá incluir – caso existam – os seguintesvalores, entre outros:

• gastos referentes à aquisição dos ativos necessários à implantação do projeto;• gastos com transporte e seguros dos ativos;• gastos necessários para colocar os ativos em condições de uso (inclusive impostos);• aumento do capital de giro necessário para a operacionalização do projeto;• fluxo de caixa proveniente da venda dos equipamentos antigos, nos casos de substituição de

equipamentos (inclusive impostos decorrentes da venda).

2.2.6.9 Capital de Giro

O capital de giro origina-se da necessidade de enfrentar a defasagem que normalmenteexiste entre os processos de produção e vendas. Serve fundamentalmente para financiar a operaçãodo negócio até que sejam recebidos os ingressos gerados pelas atividades produtivas. Se a empresavender parte de sua produção a crédito, deverá contar com um fundo que lhe permita manter asoperações durante o tempo que os clientes levam para pagar suas compras. Igualmente, em certassituações, as operações estão expostas a sazonalidades, sendo necessário manter reservas(estoques) com a finalidade de não alterar o programa de produção e o processo produtivo. Dadoque o fluxo de caixa só deve considerar entradas e saídas efetivas de dinheiro, somente devem ser

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consideradas as mudanças nos requerimentos de capital de giro (aumento ou diminuição). Essasmudanças ocorrem tanto no início do negócio quanto cada vez que há uma variação na produção.

Componentes do capital de giro:

•  dinheiro e valores negociáveis: respondem pela necessidade de manter a liquideznecessária à operação do negócio.

•  contas por cobrar: são financiamentos de curto prazo concedidos aos clientes.•  contas por pagar: são financiamentos de curto prazo concedido pelos provedores à

empresa.•  inventários: são reservas de mercadorias necessárias para que a empresa responda

a algum aumento súbito da demanda; podem estar compostos por produtosterminados, por produtos em processo, ou por matéria-prima e insumos.

2.2.7 Fluxos de Caixa e o Tratamento Adequado da Inflação

A inflação tem um impacto importante no processo de análise de investimentos eorçamentação de capital. É possível um projeto ser aceito na ausência de inflação e ser rejeitado seforem considerados os efeitos da inflação nos fluxos de caixa e nas taxas de desconto apropriadaspara atualizar esses fluxos.

Muitas vezes, a análise de uma alternativa de investimento envolve fluxos em valoresconstantes (moeda de hoje) e fluxos em valores correntes (moeda das respectivas datas). Fluxos emvalores constantes são sinônimo de fluxos reais, enquanto fluxos em valores correntes são sinônimode fluxos nominais. Para sermos consistentes nos cálculos, os fluxos de caixa em valores correntesdevem ser descontados a uma taxa real.

Comumente, a taxa de desconto é expressa em termos nominais, mas a taxa real pode serestimada a partir dessa taxa nominal e da projeção inflacionária, por meio da seguinte identidade decálculo:

(1 + Taxa Nominal) = (1 + Taxa Real) x (1 + Inflação Projetada)

(1 + Kn) = (1 + Kr) x (1 + I)

1)1(

)1(−

+

+=

 I 

K K 

n

 

2.2.8 Fluxos de Caixa e Avaliação em Moeda Forte

É um erro imaginar que, quando a inflação é alta, a única avaliação consistente será aquelaefetuada em alguma moeda forte, por exemplo, o dólar. A maioria das pessoas acredita que o uso demoedas fortes proporciona a melhor base para analisar a rentabilidade dos investimentos, mas issonão é necessariamente verdadeiro. Deve-se considerar que mesmo o dólar e outras moedasestrangeiras também estão sujeitos a depreciação. Muitas vezes, em situações de inflação alta, adesvalorização cambial da moeda nacional não acompanha necessariamente a inflação. É possívelque, em tais situações, a inflação seja menor que o rendimento das aplicações em moeda nacional,mas também pode ocorrer que a rentabilidade em dólar seja negativa. Convém entender que,quando um fluxo de caixa é expresso em termos reais (valores constantes), ele pode ser equivalentea um fluxo expresso em dólares.

2.2.9 Decisões de Investimento em Moeda Nacional e em Moeda Estrangeira

Algumas vezes apresentam-se situações em que se deve efetuar uma análise comparativade oportunidades de investimento no país e no exterior. Esse tipo de análise está sujeita ao tipo de

câmbio que relaciona as moedas dos países, à taxa de inflação nacional e à taxa de desvalorizaçãocambial da moeda nacional diante da moeda estrangeira.

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2.2.10 Fluxo de Caixa e Projeção das Demonstrações Financeiras

Sabe-se que, na avaliação de investimento de capital, o fator relevante é o fluxo de caixa,porém, outras demonstrações financeiras também são úteis no processo de análise. É necessário,portanto, projetar algumas peças contábeis, tais como os balanços patrimoniais e os demonstrativosde resultados do exercício (DRE) para os anos de vida útil do projeto.

Na projeção das demonstrações financeiras é importante considerar os seguintes pontos:

• o comportamento da empresa no passado;• o impacto implícito de fixar uma projeção para as vendas;• a taxa de juros média que se espera pagar e a projeção das despesas que a dívida

gerará no futuro;• a proporção que as diversas contas da demonstração de resultados representam em

relação às vendas, e como se prevê que essa proporção se comporte no futuro;• as rubricas que não são de geração espontânea, como bens de uso, investimentos

transitórios, outros ativos e passivos etc.;• qualquer fato que possa afetar o funcionamento da empresa no futuro.

Por último, vale lembrar que uma boa previsão sempre vai requerer experiência e bom

juízo por parte do analista.

REFERÊNCIAS:

BRITO, Paulo. Análise e Viabilidade de Projetos de Investimento. São Paulo: Editora Atlas, 2007.

SAMANEZ, Carlos Patrício. Gestão de Investimentos e Geração de Valor. São Paulo: PearsonPrentice Hall, 2007, 382 p.

BUARQUE, C. Avaliação Econômica de Projetos. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1986.

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Sadia perde cerca de R$ 2,5 bi com câmbio em 2008, diz Brascan

A Sadia deve ter registrado uma perda financeira de cerca de 2,5 bilhões de reais no ano passadoprincipalmente devido a apostas em derivativos de câmbio, segundo estimativa da corretoraBrascan. O montante seria bem superior ao inicialmente divulgado pela empresa em setembro de2008: 760 milhões de reais. A própria empresa já divulgou que suas perdas seriam bem maiores queo inicialmente divulgado, mas o prejuízo total só será conhecido quando todos os contratos decâmbio tiverem sido desmontados.

No terceiro trimestre, as perdas financeiras da Sadia somaram 1,2 bilhão de reais. O último balançodivulgado pela empresa mostra que ao final de setembro a exposição líquida a contratos futuros dedólar totalizava 2,4 bilhões de reais. Isso equivale a 10 meses de exportação da Sadia e, portanto,fica acima do teto de seis meses estabelecido em estatuo para o hedge de suas operações decomércio exterior.

Desde então, a Sadia tem reduzido gradativamente essa exposição. A empresa informou que no

último dia 19 a exposição líquida era de 487 milhões de reais. Para a Brascan, o vencimento dealguns contratos e o aumento das posições compradas em dólar permitiram a redução da exposiçãoà variação da moeda americana.

O custo dessa operações, entretanto, foi alto. A Brascan acredita que o caixa da Sadia encolheu de2,3 bilhões de reais ao final de setembro para 1 bilhão de reais agora. Por enquanto, essa reduçãode 1,3 bilhão de reais será apenas contábil, já que será lançada no balanço da Sadia no balanço doquarto trimestre (ainda não-divulgado), mas os contratos serão efetivamente liquidados durante oano de 2009.

A dívida líquida da Sadia deve ter encerrado o ano passado em 4,7 bilhões de reais, equivalente a3,9 vezes seu Ebitda (lucro antes de impostos e amortizações). Em geral, empresas cuja dívidasupera 2,5 vezes o Ebitda não são consideradas grau de investimento. Apesar do altoendividamento, a Brascan estima que a Sadia invista 550 milhões de reais em 2009 para aconclusão dos projetos em andamento. Trata-se de uma forte redução dos investimentos secomparado ao montante estimado para 2008 (1,6 bilhão de reais).

Vendas 

Em relatório, a Brascan estima que as exportações da Sadia tenham um crescimento de 5,2% em2009. Após um fraco primeiro trimestre, as vendas ao exterior cresceriam gradativamente. A margemEbtida da empresa ficaria praticamente estável em 11,2%, já que a queda internacional do preço dosgrãos verificada desde o ano passado será revertida ao longo de 2009 com a seca na região Sul e

na Argentina.

Com base nesses números, a Brascan reduziu o preço-alvo das ações preferenciais da Sadia(SDIA4) de 11 reais para 5,10 reais. Os papéis fecharam cotados a 3,26 reais nesta segunda-feira,uma baixa de 2,69%. Apesar do potencial de alta de 56,4%, a Brascan acredita que as ações terãoum desempenho dentro da média da Bovespa até o final de 2009 (marketperform).

Fonte:http://exame.abril.com.br/negocios/empresas/noticias/sadia-perde-cerca-r-2-5-bi-cambio-2008-diz-brascan-417570

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1. Calcular a TIR de um projeto que requer um investimento inicial de $ 2.000.000 e produz um fluxode caixa de $ 240.000/ano durante 15 anos.

2. A Riolux instalou um sistema de geração de energia elétrica a um custo de $ 30 milhões. Oscustos operacionais do equipamento são de $ 120.000/mês e sua vida é estimada em 15 anos.

Considerando que a empresa deseja uma rentabilidade mínima de 12% a.m., determinar o customensal que deve ser repassado aos usuários do sistema a fim de cobrir os gastos operacionais eremunerar adequadamente o capital.

3. Uma empresa industrial estuda a viabilidade econômica de um projeto de investimento orçadoem $ 981.815. Considerando que o projeto tem duração prevista de 20 anos e que o estudo deviabilidade econômico-financeira projetou fluxos de caixa líquidos de $ 100.000 por ano, calcular aTIR do projeto.

4. Considere um custo do capital de 10% a.a. e as seguintes alternativas de investimentomutuamente exclusivas:

Pede-se calcular:

a) a TIR da alternativa A;b) a TIR do fluxo incremental A – B;c) o VPL das alternativas e do fluxo incremental;d) identificar pela análise do fluxo incremental qual é a alternativa preferível.

5. Uma empresa estuda a possibilidade de substituir um equipamento. Dispõe de duas alternativasmutuamente exclusivas: o equipamento N e o equipamento V. Os fluxos de caixa estimados são osseguintes:

Considerando um custo do capital de 10% a.a., pede-se identificar:

a) a melhor escolha pela análise do fluxo incremental;b) a melhor escolha pela comparação dos VPLs individuais das alternativas.

6. Uma empresa estuda a troca de uma máquina velha por uma nova. Com as seguintesinformações, determinar se a máquina deve ou não ser substituída.

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7. Analisando os projetos A e B abaixo, qual deles é preferível?

8. Para as seguintes alternativas mutuamente exclusivas, calcular o VPL e a anuidade uniformeequivalente (AE) e determinar qual das alternativas representa a melhor escolha econômica.

9. Uma empresa cujo custo de oportunidade do capital é de 7% a.a. estuda a possibilidade decomprar uma máquina. Para escolher entre a máquina A e a máquina B, ela dispõe das seguintesinformações:

Para as duas alternativas de investimento, calcular:i. o VPL;ii. a TIR;iii. a anuidade uniforme equivalente (AE).

Por fim, determinar qual projeto é preferível.

10. Uma bomba hidráulica instalada em um poço artesiano tem custos operacionais de $ 450/ano,considerados muito altos para o tipo de instalação. Trocá-la por um equipamento mais moderno

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representaria um investimento líquido de $ 1.230 sem valor residual. Uma projeção indica que a novabomba teria os seguintes custos operacionais/ano ao longo de sua vida útil:

Considerando um custo de oportunidade do capital de 2% a.a., calcular o custo anual uniforme

equivalente (CAE) das duas alternativas (trocar e não trocar a bomba) e determinar se a bomba deveou não ser substituída. Não levar em consideração efeitos fiscais.

11. O quadro a seguir mostra os fluxos de caixa de quatro projetos mutuamente exclusivos:

Admitindo que o custo do capital adequado para análise econômica seja de 20% a.a., pede-se:

a) estimar os seguintes indicadores de rentabilidade para cada projeto: VPL, TIR, relação custo-benefício (B/C), payback (PB), anuidade uniforme equivalente (AE);b) selecionar a melhor alternativa usando o VPL e a AE;c) fazer uma análise que mostre o processo de seleção entre as alternativas A e C, como função docusto de oportunidade do capital.

12. Uma empresa de transportes planeja a renovação de sua frota de caminhões. Após um estudotécnico, chegou-se à conclusão de que somente as marcas Fiat, Ford, Honda e Toyota fabricammodelo adequados a suas necessidades. O quadro a seguir mostra as diversa característicasoperacionais e de custo dos caminhões dessas quatro marcas:

Admita-se que cada caminhão, independentemente da marca, rode em torno de 40.000 quilômetrospor ano e que o custo do óleo diesel seja constante e igual a $ 1 por litro. Considerando que o custodo capital da empresa é de 20% a.a., determinar qual marca de caminhão deve ser escolhida.Desconsiderar impostos e valores residuais.

13. Uma empresa deve adquirir um novo equipamento e dispõe de 2 alternativas: comprar oequipamento ou assinar um contrato de arrendamento mercantil (leasing financeiro). Com asseguintes informações, analisar e determinar qual alternativa é melhor do ponto de vista financeiro.Justifique sua resposta:

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• Valor da operação = valor do equipamento = $ 800.000• Prazo do leasing = 4 anos• Prazo de depreciação do equipamento = 4 anos• Alíquota de IR da arrendatária = 30%• Taxa de juros antes de IR para a empresa arrendatária = 10% a.a.• Taxa de juros cobrada no arrendamento = 12% a.a.• VGR embutido nas prestações

14. Uma empresa dispõe ao todo de $ 12.000 para investimento em projetos ou ativos reais e em

consumo e gastos operacionais. Admita-se que as oportunidades de investimento em projetos eativos reais possam ser representadas pela seguinte função (curva de transformação):

onde:C0 = consumo presente em t = 0;C1 = consumo futuro em t = 1.

A função de utilidade da empresa é . Considerando que a taxa de juros(custo de oportunidade) seja de 50% a.a, qual quantia deve ser investida em projetos ou ativosreais? Qual o VPL desse investimento? Qual o consumo presente e futuro em gastos operacionais?Qual seria a decisão de financiamento?

15. Uma empresa do setor de confecções contratou, ao custo de $ 30.000, uma empresa deconsultoria para efetuar o estudo de viabilidade da modernização de sua atual linha de produção decalças jeans. O estudo estimou que, com os equipamentos atuais, a linha de produção conseguiráoperar por apenas mais 4 anos antes de se tornar anti-econômica. Os atuais equipamentos têm umvalor contábil de $ 200.000 que pode ser depreciado linearmente em 4 anos. Se forem substituídosagora, esses equipamentos poderão ser vendidos por $ 250.000 no mercado de ativos usados. Amodernização da linha de produção requer a compra de novos equipamentos orçados em $1.500.000, permitindo que a linha de produção possa operar por mais 6 anos a partir do momentoem que os equipamentos forem adquiridos. Estima-se que os novos equipamentos tenham vida útilde 6 anos, podendo ser usados até o término desse prazo ou substituídos e vendidos em qualquerépoca por um valor 10% abaixo do seu valor contábil na data. Admitindo-se depreciação linear,alíquota de IR de 30% e custo de oportunidade do capital de 20% a.a., efetuar a análise econômicado empreendimento.

O quadro a seguir apresenta informações sobre a capacidade de produção, custos fixos, custosvariáveis e preço de venda do produto produzido para as situações antes e depois damodernização. Pede-se montar o fluxo de caixa e efetuar a análise econômica do projeto de

modernização.

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16. Uma empresa da área metal-mecânica estuda a modernização de sua principal linha deprodução que produz rolamentos. Basicamente, o projeto consiste na substituição do principalequipamento da linha por um equipamento tecnologicamente mais moderno e eficiente. Ao custo de$ 200.000, contratou a Balman Consultores Associados Ltda. para fazer o estudo de viabilidade. Oreferido estudo mostrou que o equipamento adequado custa $ 24.000.000 e estimou porinformações do fabricante que ele poderá ser usado operacionalmente durante 6 anos. O estudo daconsultoria, junto com o departamento de engenharia da empresa, determinou que o atualequipamento poderá, se for o caso, ser usado por mais 4 anos até tornar-se imprestável. Segundo odepartamento de contabilidade da empresa e o relatório da consultoria, atualmente o valor contábil

do equipamento é de $ 4.000.000, depreciáveis linearmente nesse prazo. O equipamento poderiaser vendido por $ 6.000.000 no mercado de equipamentos usados. O estudo estimou, porcomparação, que o novo equipamento poderá ser vendido em qualquer época por um valor 50%maior que seu valor contábil da época.

O quadro seguinte apresenta informações do relatório da consultoria sobre o atual e sobre o novoequipamento:

Dada a maior produção decorrente do novo equipamento, a Balman estima que seja necessário uminvestimento adicional no capital de giro da empresa da ordem de $ 3.000.000. A consultoriarecomenda que a compra do equipamento seja financiada em 40% por meio de um empréstimo a juros de 12% a.a. amortizável em 10 anos pelo sistema de amortizações constantes. Ela usou como

custo do capital da empresa 20% a.a., e estimou que os acionistas estimam uma rentabilidademínima esperada de 25%. A alíquota de IR da empresa é de 34%, e admite-se que ela possa quitarintegralmente o saldo devedor do empréstimo em qualquer época.

Pede-se para replicar a análise de viabilidade econômica e financeira do relatório apresentado pelaconsultora. O que você acha que a consultoria recomendou à empresa sobre o projeto?

17. O salário atual de um empregado de uma oficina mecânica é de $ 14.400 por ano. Como eleestá insatisfeito com o salário, pretende montar uma oficina própria. Para isso, pretende usar $25.000 que estão aplicados em uma caderneta de poupança mais o valor de um empréstimo quepretende levantar no banco a juros de 10% a.a.. Atualmente, a poupança rende juros de 6% a.a..Os investimentos e os custos operacionais associados ao empreendimento são:

Investimentos requeridos:• Custo de máquinas e equipamentos: $ 60.000 (depreciável em 10 anos sem valor residual)• Capital de giro inicial: $ 5.000

Custos operacionais:• Custos fixos: $ 4.000/ano• Custos variáveis: $ 24.000/ano

Outras informações:• Para simplificar, admita que os juros pagos em cada ano pelo empréstimo serão calculados

sempre sobre o empréstimo inicial. Ou seja, o empréstimo não será amortizado anualmente (é umaperpetuidade constante).

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• Alíquota de IR: 34%.

Pede-se: calcular o valor da receita mínima de equilíbrio econômico que torna o projetoeconomicamente viável.

18. O salário atual de um motoboy é de $ 5.600 por ano. Recentemente ele recebeu uma herança de$ 30.000 e, considerando o perigo que envolve a sua atual ocupação, pretende deixar esseemprego. Para tanto pensa constituir uma empresa e investir esse capital na compra deequipamentos para produzir capacetes de fibra de vidro para motociclista. Os investimentos e custos

operacionais associados ao projeto são os seguintes:

Investimentos requeridos:• Custo das máquinas e equipamentos: $ 44.000 (as máquinas têm vida útil de 15 anos sem valorresidual).• Capital de giro inicial: $ 1.600.• Licenças e alvarás de funcionamento: $ 700.

Custos operacionais• Gastos com luz, água, telefone e aluguéis: $ 14.855/ano.• Gastos com matéria-prima e insumos: $ 18.750/ano.• Custo da mão-de-obra: $ 6.650/ano.

Outras informações:• Parte do investimento requerido será coberta com o dinheiro proveniente da herança, e o restante,por meio de um empréstimo a juros efetivos de 14% a.a.. Por simplicidade, admita-se que os jurospagos em cada ano pelo empréstimo sejam calculados sempre sobre o empréstimo inicial. Ou seja,o empréstimo não é amortizado anualmente.

• Se o dinheiro da herança não for investido no projeto, o motoboy pretende depositá-lo em um fundode investimento que rende juros efetivos de 10% a.a..• Alíquota de IR: 30%

Pede-se: a) calcular o valor da receita mínima de equilíbrio econômico que torna o projetoeconomicamente viável; b) se transcorridos 2 anos de operação o motoboy recebe uma oferta deemprego em um pizza delivery com salário anual de $ 7.600, qual deverá ser a receita mínima aotérmino do segundo ano que permita a continuação do negócio? Caso aceite a oferta de emprego efeche a empresa ao término do segundo ano de operação, o valor inicial do empréstimo serátotalmente quitado e os equipamentos serão vendidos pelo seu valor contábil daquele ano. Nessecaso, o capital de giro inicial será integralmente recuperado. Admita-se que qualquer capital própriodisponível possa ser aplicado em fundos de investimento que rendem juros efetivos de 10% a.a..