apostila análise das demonstrações financeiras

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Análise das Demonstrações Financeiras Administração Prof. Fabrizio Scavassa

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Page 1: Apostila Análise das Demonstrações Financeiras

Análise das Demonstrações Financeiras

AdministraçãoProf. Fabrizio Scavassa

Page 2: Apostila Análise das Demonstrações Financeiras

FABRIZIO SCAVASSA

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Ensino a Distância — E a D

Revisão1

São Paulo 2007

Page 3: Apostila Análise das Demonstrações Financeiras

SUMÁRIO ESTRUTURA E ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Estrutura das Demonstrações Financeiras................................................................. 3 Balanço Patrimonial............................................................................................ 3 Classificação do Ativo......................................................................................... 5 Classificação do Passivo..................................................................................... 7 Modelo de Balanço Patrimonial Comparativo.................................................... 9 Demonstração do Resultado do Exercício.......................................................... 13 Mutação do Patrimônio Liquido......................................................................... 17 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR......................... 18 Notas Explicativas..................................................................................................... 21 Problemas Contábeis Diversos.................................................................................. 22 Devedores Duvidosos e Insolváveis..................................................................... 22 Equivalência Patrimonial.................................................................................... 24 Depreciação, Amortização e Exaustão................................................................ 25 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Introdução a Análise das Demonstrações Financeiras............................................... 28 Insumos Básicos da Análise de Balanço............................................................. 28 Objetivos da Análise das Demonstrações Financeiras.............................................. 29 Inicio da Análise.................................................................................................. 30 Relatório da Análise............................................................................................ 31 PRINCIPAIS USUARIOS DA INFORMAÇÃO OBTIDA ATRAVES DA ANÁLISE DAS DEMOSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Metodologia da Análise............................................................................................. 34 Panorama Histórico das Técnicas de Análise de Balanço......................................... 34 Técnicas atuais de análise................................................................................... 35 Introdução à Análise Vertical e Horizontal......................................................... 35 Padronização das Demonstrações Financeiras ......................................................... 37 ANÁLISE VERTICAL ANÁLISE HORIZONTAL Análise Vertical e Análise Horizontal....................................................................... 46 Conceito............................................................................................................... 46 Objetivo das análises Vertical e Horizontal........................................................ 47 Análise Horizontal Encadeada x Anual............................................................... 50 ANÁLISE ATRAVÉS DOS ÍNDICES Análise através dos Índices........................................................................................ 57 O que é índice?.................................................................................................... 57 Como calcular e interpretar o índice financeiro?............................................... 58 Relatório.............................................................................................................. 67

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 79

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ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS1 Para realização de análise das demonstrações financeiras precisamos conhecer o que representa cada conta que nelas se encontram. Há uma infinidade de contas e valores que registram as operações realizadas pela empresa em suas mais variáveis atividades. Não importa o tamanho e nem o ramo de atividade da empresa, pois, em qualquer uma é revelado uma enorme profusão de contas e sem termos noção do que representam, qualquer tipo de análise fica prejudicada pela incapacidade de uma interpretação. Assim sendo, o conhecimento do significado de cada conta ou grupo de contas facilita a busca de informações, uma vez que, a análise de demonstrações financeiras visa transformar os dados existentes nestas em informações úteis para tomadas de decisão. BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS: Aspectos contábeis, legais e societários. BALANÇO PATRIMONIAL Conceito O Balanço é a demonstração contábil que tem como finalidade mostrar a situação patrimonial da empresa em um dado momento, obedecendo a critérios de avaliação.

É a demonstração que encerra os procedimentos contábeis e apresentam o Ativo, Passivo e o Patrimônio Líquido, que representam as três partes essenciais do balanço.

O Ativo relaciona todos os bens e direitos, que representam as aplicações de recursos efetuadas pela empresa. É recomendado pela Lei das S/As. que a classificação dos elementos do ativo seja feita de acordo com o grau decrescente de liquidez ou realização. O Passivo identifica as exigibilidades e obrigações da empresa, cujos valores encontram-se investidas nos ativos. Já no caso do passivo, seus elementos são classificados de acordo com o grau decrescente de exigibilidade. O Patrimônio Líquido – PL representa a diferença entre o total do Ativo e o total do Passivo em determinado momento e identifica os recursos próprios da empresa, ou seja, o investimento feito pelos sócios na figura do capital mais aqueles gerados pela movimentação da empresa na figura das reservas e lucros/prejuízos. APRESENTAÇÃO DO BALANÇO A Lei 6404/76 em seu art. 178 com a finalidade de evitar heterogeneidades em excessos na apresentação de Balanços estabelece critérios sobre a forma de apresentação destes.

1 Fabrizio Scavassa especialista em Gestão Empresarial, MBA (latu-sensu) pela Fundação Getulio Vargas – FGV/EPGE-RJ, bacharel em Ciências Administrativas pela Faculdade Oswaldo Cruz – São Paulo/SP, professor da graduação nas cadeiras de Matemática Financeira, Análise das Demonstrações Financeiras, Administração Financeira e Orçamento Empresarial. Experiência em gestão empresarial, finanças corporativas e gestão orçamentária em empresas como Banco Bradesco S.A, GOL linhas aéreas inteligentes e Grupo IBOPE

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A Lei se estende a todos os tipos de pessoas jurídicas tributadas com base o Lucro Real. As demonstrações são apresentadas da seguinte forma:

O Ativo é indicado no lado esquerdo ou superior da demonstração;

O Passivo é apresentado do lado direito ou inferior;

O Patrimônio Líquido, que mostra a diferença entre a soma do Ativo e a do Passivo, mostrando por sua vez o investimento (capital) e o lucro (ou prejuízo) acumulado, também é apresentado do lado direito ou inferior somando ou subtraindo do Passivo.

BALANÇO

Ativo = Passivo – Patrimônio Líquido

A IMPORTÂNCIA DO BALANÇO Obter dados através de verificação direta nos registros é trabalhoso e inviável, mesmo em pequenas empresas devido ao volume de lançamentos ocorridos diariamente.

Pelas importantes informações de tendência que podem ser extraídas de seus diversos grupos de contas, o balanço servirá como elemento de partida indispensável para o conhecimento da situação econômica e financeira da empresa.

Daí, a necessidade de resumo apresentando os dados de forma adequada, que permita o conhecimento da situação patrimonial e das variações ocorridas durante determinado período.

Esta tarefa é fácil com o uso do plano de contas, obedecendo aos critérios de realização e exigibilidade. A importância do Balanço consiste na visão:

Das origens dos recursos; Das aplicações dos recursos; De quanto desses recursos são devidos a terceiros; Do grau de endividamento da empresa, a liquidez e da proporção do Capital Próprio e; Outras análises, que serão estudadas mais adiante.

O Balanço “É peça fundamental para revisão e análise dos negócios”. A visão de dois Balanços subsequente mostra as variações ocorridas no período e as modificações na estrutura patrimonial e financeira da empresa entre um período e outro. A padronização estabelecida pela Lei das S. As. é útil porque facilita a preparação das demonstrações, as análises, as interpretações, as comparações e os estudos estatísticos.

Capitulo 01 Estrutura das Demonstrações Financeiras

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Conteúdo do Balanço: Ativo Passivo

Ativo Circulante Passivo Circulante Ativo Realizável a Longo Prazo Passivo Exigível a Longo Prazo Ativo Permanente – dividido em: Resultado de Exercícios Futuros

Investimentos Ativo Imobilizado Ativo Diferido

Patrimônio Líquido – dividido em:

Capital Social Reservas de Capital Reservas de Reavaliação Reservas de Lucro

Lucro (ou Prejuízo) Acumulado

CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS No Brasil as empresas utilizam o Plano de Contas adaptado às suas atividades, não existindo, portanto um padrão para todas a empresas.

A Lei, apenas disciplina de forma geral, a função e a ordem dos vários grupos que compõe o Ativo, Passivo e P. Líquido, como segue: CLASSIFICAÇÃO DO ATIVO Classificado em três grandes grupos: Ativo Circulante, Realizável a Longo Prazo e Ativo Permanente, os quais são apresentados em ordem decrescente do grau de liquidez (realização) de acordo com a Lei das S.As. Ativo Circulante O ativo circulante compreende as disponibilidades, os direitos realizáveis no exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte (SILVA – 1995). Todas as contas de grande rotação são apresentadas no Balanço como ativo circulante. Dessa maneira, todas a contas de liquidez imediata, ou que se convertem e dinheiro em curto prazo, serão classificadas nesse grupo. Consideram-se curto prazo todos os valores cujos vencimentos ocorrerão até o final do exercício seguinte ao encerramento do balanço, ou do ciclo operacional da empresa, no caso de esse ser superior a um ano (exercício social). O ativo circulante, por sua vez, divide-se nos seguintes subgrupos:

Disponível; Aplicações Financeiras; Valores a Receber a Curto Prazo ou Realizável a C. Prazo; Estoques; Despesas Antecipadas.

O disponível – inclui as contas com maior grau de liquidez do ativo, constituído pelas disponibilidades imediatas, como dinheiro em caixa e cheques recebido e não depositados.

Ben

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Também fazem parte do disponível a conta bancos conta movimento (para pagamentos em cheques), títulos e aplicações financeiras de liquidez imediata.

Aplicações Financeiras – Refere-se a aplicações em títulos e valores mobiliários resgatáveis a curto prazo. Essas aplicações normalmente são realizadas mediante a utilização de excessos temporários de caixa e representa uma forma de resguardar o poder de compra da moeda em ambiente inflacionário. As aplicações podem ser feitas em títulos públicos, letras de câmbio, certificados de depósitos bancários, debêntures e outros ativos. Podemos classificar neste subgrupo do circulante também, obras de arte, terrenos, investimentos em ações, quando estes são de caráter transitórios e cuja circularização aconteça até no máximo, o final do exercício seguinte (conceito de curto prazo).

Valores a Receber a Curto Prazo – discrimina todos os valores recebíveis a curto prazo de propriedade da empresa, como Clientes e os valores a receber provenientes das demais transações da empresa.

a) Do montante das duplicatas a ser recebidas de Clientes, parte podem ser descontadas em

instituições financeiras e isso aparecerá como (-) Duplicatas Descontadas. Que aparecerá subtraindo do valor de Duplicatas a Receber (Clientes).

b) Parte das duplicatas a receber, podem deixar de ser recebidas por vários motivos

(concordatas, falências, etc.), em função disto a empresa pode provisionar parte do valor como perdas prováveis, quando aparecerá no “ativo realizável” como ( - ) Provisão para devedores Duvidosos, subtraindo do valor de Duplicatas a Receber (Clientes).

Estoques – representa o montante apurado nos diversos inventários da empresa. Poderão representar os estoques:

Matéria-prima; Materiais de consumo; Mercadorias para revenda; Produtos Acabados (indústria); Produtos em Elaboração, etc.

Despesas Antecipadas – inclui-se nesse subgrupo todos os recursos aplicados em itens que proporcionarão serviços ou benefícios durante o exercício social seguinte, ou seja, são despesas pagas antecipadamente e ainda não incorridas. Exemplos:

Prêmio de seguros; Passagens pagas e não utilizadas; Assinatura de jornais e revistas; Encargos financeiros, etc.

Ativo Realizável A Longo Prazo Nesse grupo devem ser registrados todos os direitos da empresa, cujas contas possuem natureza idêntica às do ativo circulante, realizável (recebíveis) após o término do exercício seguinte ao encerramento do balanço. As contas que compõe a realizável a longo prazo, com exceção do disponível, as demais rubricas classificadas no ativo circulante que tiverem prazo de realização após o término do exercício seguinte ao do balanço, ou seja demorar mais de um ano para serem recebidas, terão suas classificações no realizável a longo prazo.

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Ativo Permanente Este representa o último grupo do ativo e de acordo com a conceituação, o que tem o menor grau de liquide. Como o próprio nome indica, são recursos aplicados em bens ou direitos não destinados à comercialização, ou seja, à circulação econômica, permanecendo na empresa. O ativo permanente é dividido em três subgrupos: investimentos, imobilizado e diferido.

Investimentos – esse subgrupo caracteriza-se pelos vários direitos de suas contas não se destinarem à manutenção da atividade da empresa ou a negociações. Para fins de análise, a planilha de reclassificação pode subdividir os investimentos em duas rubricas básicas, sendo uma relativa às participações em coligadas e controladas e a outra para agrupar outros bens e direitos não destinados à manutenção das atividades empresariais, portanto, com características de investimentos (especulação).

Imobilizado – Compõe-se de todos os bens e direitos destinados ao funcionamento normal de uma empresa, tipicamente, esses ativos são considerados fixos na empresa. Os elementos do ativo Imobilizado podem ser classificados em três categorias: tangíveis, intangíveis e em andamento. Para efeito de avaliação do imobilizado, deve ser subtraídos montante que corresponda à perda de seu valor em função de uso, tempo, desgaste, obsolescência etc. esse valor é definido como depreciação no caso de bens tangíveis e amortização no caso de intangíveis. Quando se tratar de perda de valor de recursos naturais e florestas em decorrência de sua exploração, a perda contabilizada se intitula exaustão.

O imobilizado tem quatro características básicas:

- Sua utilização nas atividades da empresa; - Não são destinados a venda; - Deve Ter vida útil superior a um ano; - Possuir relevância em valor.

Diferido – representam as despesas incorridas em determinado exercício, mas que participarão da formação do resultado da empresa em mais de um período. Exemplo: despesas destinadas à constituição da empresa, a organização e reorganização, gastos com pesquisa de novos produtos, etc. O diferido sofre amortizações, apropriadas às despesas operacionais, durante o período em que se espera que produza benefícios.

São exemplos de diferido: as despesas incorridas durante o período pré-operacional, construção e implementação de projetos, pesquisas e desenvolvimento, etc.

CLASSIFICAÇÃO DO PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE São as obrigações de curto prazo, ou seja, obrigações que deverão ser liquidadas dentro do exercício social seguinte ao encerramento do balanço. O passivo circulante, também pode ser dividido em vários subgrupos como: Fornecedores – contas representativas de dividas oriundas das compras a prazo de bens ou serviços destinados na produção de outros bens ou serviços e os fornecedores podem ser nacionais ou estrangeiros. Salários e encargos sociais – normalmente os salários e encargos de cada mês são pagos no início do mês seguinte, ou seja, são apropriados como despesas ou custos do período tendo

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como contra-partida a obrigação a ser quitada no mês seguinte, como: Salários, férias, 13º terceiro salário, INSS, FGTS e outras obrigações originadas na folha de pagamento.

Impostos e taxas – neste item são agrupados os tributos como: ICMS a recolher, IPI, ISS, PIS, IRRF, etc.

Empréstimos e Financiamentos – podemos classificar neste subgrupo todos os empréstimos obtidos em moeda nacional, estrangeira ou os empréstimos subsidiados.

Outros valores exigíveis a curto prazo – normalmente classifica-se neste subgrupo os valores menos expressivos e que por isso, não justifica a abertura de conta específica. PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO O exigível a longo prazo, também pode ser aberto em vários subgrupo de acordo com a necessidade de cada empresa. Os mais freqüentes são: Empréstimos e Financiamentos – normalmente originados de financiamentos de bens duráveis como FINAME, que é uma linha de financiamento com recursos do BNDES destinados a financiar projetos de expansão de empresas. Debêntures – títulos de longo prazo lançados pela empresa com objetivo de captar recursos, tais valores podem ser convertidos em ações ao final do período. Tributos – normalmente originado de tributos não liquidação no vencimento e negociados para liquidação a longo prazo. Outros – Outros tipos de realizáveis a longo prazo. RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS Embora classificados do lado do passivo, não representa exigibilidades, uma vez que não há obrigatoriedade de devolução e por isso, também não se caracteriza como um adiantamento. Consistem em recebimento antecipado de receitas já diminuídas de seus custos e despesas como: alugueis, recebimento de comissões (quando não há clausula contratual de devolução) Podem ser divididos em: Receitas de Exercícios Futuros, representado a receita bruta e Custos e Despesas de Exercícios Futuros, representando a diminuição. O PATRIMÔNIO LÍQUIDO – representa a parte na empresa que pertence a seus proprietários, ou seja, a parte que não é considerada como exigível, uma vez que os donos não reclama o reembolso de suas aplicações na empresa. O PL é representado através:

Dos investimentos dos proprietários na sociedade; De valores recebidos como doação e subvenções para investimentos; Das reservas oriundas de lucros; Das reservas provenientes de reavaliação de Ativos.

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Modelo de Balanço Patrimonial Comparativo:

Companhia EXEMPLO S/A CNPJ nº 00.000.000/000-00

Balanço Patrimonial Em 31.12.X2 Em R$ mil

ATIVO 20X2 20X1 ( 1 ) ATIVO CIRCULANTE

• Disponível • Aplicações Financeiras • Valores Realizáveis a Curto Prazo • Estoques • Despesas Antecipadas

( 2 ) ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO • Valores a Receber • Títulos e Valores Mobiliários • Empréstimos Compulsórios • Depósitos Judiciais • Incentivos Fiscais

( 3 ) ATIVO PERMANENTE • INVESTIMENTOS • ATIVO IMOBILIZADO • ATIVO DIFERIDO

TOTAL DO ATIVO (1+2+3)

PASSIVO 20X2 20X1 ( 1 ) PASSIVO CIRCULANTE

• Salários e Encargos a Pagar • Fornecedores • Empréstimos • Dividendos Propostos a Pagar

( 2 ) PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO • Empréstimos • Impostos Parcelados a Pagar

( 3 ) RESULTADOS DE EXEECÍCIOS FUTUROS • Receitas de Luvas a Apropriar • Alugueis Recebidos Antecipadamente

( 4 ) PATRIMÔNIO LÍQUIDO • Capital Social • Reservas de Capital • Reservas de Reavaliação • Reservas de Lucros • Lucro ou Prejuízo Acumulado

TOTAL DO PASSIVO (1+2+3+4)

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OPORTUNIDADE DO BALANÇO

Obrigatório pelo menos uma vez a cada ano; Atualmente, devido às necessidades de informações cada vez mais atualizadas e precisas,

o ideal é que se emita um balanço a cada mês, ou quantos for necessário para auxiliar no processo de tomada de decisões.

COMO SE LEVANTA O BALANÇO Com as seguintes etapas:

Levantamento de Balancete de Verificação do razão do último mês ou período; Ajuste das contas; Encerramento das contas de Receitas e Despesas; Elaboração das Demonstrações Financeiras e das Notas Explicativas.

Primeira Etapa: Balancete de Verificação Demonstrativo periódico para verificação da igualdade entre os saldos credores e devedores das contas do razão, por isso, chama-se Balancete de Verificação, ou apenas Balancete. Exemplo:

Cia. Exemplo S/A Balancete de Verificação em 31-07-X1

Saldos Contas Devedores Credores Caixa Despesas Diversas Estoques Terrenos Móveis e Utensílios Fornecedores Capital

60.0009.000

78.00031.00050.000

- -

228.000

- - - - -

58.000170.000228.000

O levantamento do Balancete de Verificação do razão, é o ponto de partida no encerramento do Balanço e consiste na verificação da exatidão matemática dos saldos das contas. Tal verificação abrange todas as contas (ativo, passivo e resultado). Caso haja divergência nos saldos será feito o que se chama de conciliação das contas para o devido ajuste. Segunda Etapa: Ajuste das Contas A escrituração contábil das operações obedece a dispositivos legais e aos princípios e convenções de contabilidade. O regime de competência é de fundamental importância para medir o Resultado e o Balanço. Lembramos que o regime de competência define que as Receitas e as Despesas são consideradas em função do seu fato gerador e não em função do recebimento da Receita ou do pagamento da Despesa. O ajuste das contas é o trabalho técnico mais importante do levantamento do balanço, ou seja, as demonstrações financeiras devem mostrar a Situação Patrimonial e o Resultado, o mais corretamente possível.

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Nesta etapa, estuda-se todas as contas patrimoniais e de resultados, reconhecendo receitas e despesas realizadas, adequando as contas para melhor classificação, através de estudo do conteúdo de cada uma delas.

Terceira Etapa: Encerramento das Contas de Resultado Do ponto de vista contábil, as contas dividem-se em dois grupos:

As Contas Patrimoniais (ativo, passivo e PL); As Contas de Resultados (despesas e receitas).

As patrimoniais aparecem no Balanço sempre com seus saldos, de maneira cumulativa, ou seja, não são encerradas no processo de levantamento do balanço. As de resultado são encerradas a cada fechamento de exercício social, iniciando com saldo “Zero” no período seguinte, ou seja, seus saldos são transferidos através de lançamentos contábeis para a conta de Apuração de Resultado (Resultado do Exercício), cujo saldo (diferença despesas x receitas) é transferido para a conta Lucro/Prejuízo Acumulado, que é mostrada no balanço como indicadora da variação patrimonial no decorrer da vida da empresa. A conta Lucros ou Prejuízos Acumulados representa o único elo de ligação entre as contas do Balanço e as do Resultado do Exercício. O Imposto de Renda em decorrência do lucro apurado é obtido extracontabilmente, através do “LALUR” – Livro de Apuração do Lucro Real, de escrituração obrigatória, por todas as pessoas jurídicas.

As Participações e Contribuições são calculadas com base estabelecida através de estatutos e contratos, pelos gestores da empresa.

Para efeito na Demonstração de Resultado de um exercício, podemos utilizar títulos representativos de conjuntos de contas.

Normalmente são encontrados nas demonstrações publicadas, títulos como exemplo abaixo:

Receita Bruta de Vendas; Deduções da Receita Bruta de Vendas; Receita Líquida de Vendas e Serviços; Resultado Bruto; Despesas Operacionais; Encargos Financeiros Líquidos; Outras Despesas e Receitas Operacionais; Resultado Operacional; Resultado Não Operacional; Resultado Antes do Imposto de Renda.

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DISTRIBUIÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO O resultado final, depois de constituída a provisão para IR e Contribuição Social, mais o abatimento das Participações e Contribuições sobre o lucro, é transferido para Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Essa conta é tão importante, que é demonstrada num relatório chamado de Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, ou Mutação do Patrimônio Líquido. Após sua apuração essa conta pode ser distribuída para outras contas por lançamentos contábeis de forma a atender:

Normas legais, pela constituição de Reserva Legal; Normas estatutárias, pela constituição de Reservas Especiais, sem prejuízos na

distribuição de dividendos; Proposta de distribuição para os sócios e acionistas.

Concluída toda escrituração dos ajustes, encerramento das contas de resultado e distribuição do mesmo, é levantado o Balancete de Verificação, e em seguida elaborados os relatórios contábeis como:

Balanço Patrimonial; Demonstração do Resultado do Exercício; Demonstração do Lucro ou Prejuízo Acumulados; Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; Demonstração da Origens e Aplicação de Recursos; Notas Explicativas.

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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Elaborada simultaneamente com o balanço patrimonial, constitui-se em relatório sucinto das operações realizadas pela empresa em determinado período de tempo. Desta demonstração extrai-se um dos valores mais importantes às pessoas nela interessadas: o resultado líquido do período, lucro ou prejuízo.

O lucro (ou prejuízo) é resultante de receitas, custos e despesas incorridos na empresa no período e apropriados segundo o regime de competência, ou seja, independentemente de que tenham sido esses valores pagos ou recebidos.

Esta demonstração esclarece muitas variações ocorridas no patrimônio líquido, no período entre dois balanços.

A contabilidade, com a DRE juntamente com o balanço atinge a finalidade de mostrar a Situação Patrimonial e Econômico-financeira da empresa.

A Lei 6404/76 tornou obrigatória a elaboração e publicação além do Balanço, da DRE, da Demonstração do Lucro ou Prejuízos Acumulados ou Mutações do Patrimônio Líquido, da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e das Notas Explicativas.

A mesma Lei estabelece seqüência de apresentação dos vários elementos da demonstração do resultado para efeito de publicação.

A demonstração do Resultado do Exercício mostra como a empresa se comportou em termos de Receitas e Despesas, durante um certo período de tempo, em geral de um ano. Na demonstração deve constar o período de tempo considerado. ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO CONFORME A LEI DAS SOCIEDADES ANÔNIMAS. RECEITA BRUTA DE VENDAS OU RECEITA OPERACIONAL BRUTA Refere-se ao valor nominal total das vendas de bens ou dos serviços prestados pela empresa, no exercício social considerado, antes de qualquer dedução. É importante dizem também que estas receitas são registradas quando da realização da venda, independentemente da mesma ter sido recebida ou de quando irá ocorrer seu vencimento, procedimento este, conhecido como regime de competência. (-) DEDUÇÕES SOBRE VENDAS Da receita bruta, devem ser deduzidos diversos valores que não pertencem a empresa, tais como impostos sobre vendas (ICMS, IPI, ISS, etc.), descontos e abatimentos sobre vendas, e as devoluções sobre vendas ou vendas canceladas. Com isso, obtem-se o total da Receita Líquida de Vendas e Serviços ou a Receita Operacional Líquida de Vendas e Serviços. Descontos sobre vendas e Abatimentos sobre vendas Embora possa parecer que sejam sinônimos descontos é diferente de abatimentos. Temos um desconto sobre vendas quando o vendedor concede no momento da negociação do objeto comercializado devido a méritos do comprador (cliente), ou seja, por este ser pontual,

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comprar uma quantidade regular, etc. A este tipo de desconto podemos chamar ainda de desconto comercial. O abatimento sobre vendas difere de desconto devido a ocorrência deste, se dar, por anormalidade em relação ao bem ou serviço entregue, no caso de um bem estar avariado e uma devolução ser inviável economicamente, negocia-se um abatimento sobre a venda. Devolução sobre vendas ou Vendas cancelas Podemos entender com sendo devolução quando esta ocorrer apenas parcialmente sobre a venda efetuada, devido parte desta estar em desacordo com as especificações do cliente ou mesmo apresentar algum tipo de anormalidade. Já as vendas canceladas podemos entender como sendo aquela onde a devolução for total, por estar totalmente em desacordo com as especificações do cliente. Impostos sobre vendas Podemos definir como sendo aqueles valores que transitam temporariamente pelo disponível, mas que não pertencem à empresa por se tratar de tributos que incidem sobre as vendas e serviços prestados e que por isso devem ser repassados aos cofres públicos. (=) RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS OU RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA É a diferença entre a receita bruta e a soma das deduções sobre as vendas. RESUMINDO:

Brutas – total do faturamento, antes das deduções (descontos, abatimentos, devoluções e impostos).

Líquidas – resultante da subtração dos impostos a elas relacionadas, e também das Devoluções e Abatimentos sobre Vendas.

(-) CUSTO DAS MERCADORIAS, PRODUTOS OU SERVIÇOS VENDIDOS Mostra o valor do Custo das Mercadorias, Produtos ou Serviços Vendidos. Representa todos os custos incorridos pela empresa em seu processo comercial (compra/venda), de fabricação em se tratando de uma indústria, ou de serviços no caso de uma prestadora de serviços. Esses valores são normalmente apurados pelo custo histórico de aquisição ou de produção. Em relação a produtos fabricados, este custos referem-se a matéria-prima, mão-de-obra, e outros custos indiretos de fabricação, para efeito de empresa comercial estes custos referem-se aos de aquisição da mercadoria vendida. Tanto os custos de produtos ou de mercadorias vendidos são obtidos através da baixa nas contas de estoques pelos valores de produção ou aquisição e os critérios de avaliação adotados podem ser PEPS, UEPS, Média Ponderada Móvel, etc. cuja escolha de um ou outro provoca diferença tanto no resultado como na valorização dos estoques (=) LUCRO BRUTO É a diferença entre Receita Líquida de Vendas e o Custo das Vendas.

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(-/+) DESPESAS OPERACIONAIS ou RESULTADO OPERACIONAL São aquelas necessárias para o normal desenvolvimento das operações que constituem o objetivo da empresa. É a soma dos gastos com Despesas Comerciais, Administrativas, Tributárias e Encargos Financeiros Líquidos (diferença entre Receitas e Despesas Financeiras). As despesas Operacionais são deduzidas do Lucro Bruto, dando o Lucro ou Resultado Operacional. (-/+) OUTROS RESULTADOS (DESPESAS/RECEITAS) OPERACIONAIS Compõe-se de itens que nem sempre se enquadram no conceito correto de operacional, ou seja, não são provenientes das atividades fins da empresa. Neste grupo podem estar incluídos , entre outros, dividendos recebidos de investimentos societários avaliados pelo método de custo corrigido, variações nos investimentos avaliados através da equivalência patrimonial, receita de vendas de sucatas, etc. As perdas por eventualidades como enchentes, incêndios sem que haja cobertura de seguros também são consideradas como resultado não operacional. (=) LUCRO OU PREJUÍZO OPERACIONAL Ao Lucro Operacional são adicionadas Outras Receitas ou deduzidas outras Despesas não Operacionais, chegando-se ao Lucro Líquido antes do Imposto de Renda (LAIR). Sobre esse valor é provisionado o Imposto de Renda para o período, chagando-se ao Lucro Líquido Disponível. (-/+) RESULTADOS (DESPESAS/RECEITAS) NÃO OPERACIONAIS Normalmente são classificados como não sendo operacionais, aquelas perdas ou ganhos oriundos de alienação (vendas), ou baixas de bens do ativo permanente. (=) LUCRO/PREJUIZO ANTES DOS IMPOSTOS E PARTICIPAÇÕES Este pode ser definido como o resultado econômico obtido pela empresa através de suas atividades operacionais e não operacionais. Somente depois de apurado o resultado econômico é que a empresa apura e provisiona os impostos e as participações. (-) IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO Depois de apurado este valor, a empresa apura o que chamamos de resultado tributável ou lucro real para efeito de apropriação do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro. (-) PARTICIPAÇÕES Compreendem as participações estatutárias que representam parcelas dos lucros destinadas a empregados, diretores, debenturistas, etc. (-) LUCRO/PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO O lucro ou prejuízo líquido do exercício é obtido após as deduções de participações e contribuições do lucro remanescente depois de deduzida a provisão do imposto de renda. O lucro ou prejuízo líquido é transferido para o Patrimônio Líquido, mais especificamente para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados. Junto com as outras demonstrações contábeis apuradas no exercício é apresentado à assembléia geral ordinária dos acionistas da empresa proposta de destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício.

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DISTRIBUIÇÃO DO LUCRO Cabe aos acionistas ou quotistas determinarem o destino do Lucro Líquido Disponível. Criam-se as Reservas (Legal, Estatutária, etc.), distribuem-se os Dividendos e o restante é retido na empresa (Lucros Acumulados).

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO MODELO GENÉRICO

RECEITA BRUTA DE VENDAS Vendas Nacionais Vendas Estrangeiras

( - ) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA Impostos sobre vendas Abatimentos sobre Vendas Devoluções sobre Vendas

( = ) RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS ( - ) CUSTO DAS VENDAS (CMV – CPV OU CSV) ( = ) RESULTADO BRUTO ou LUCRO BRUTO (-/+) DESPESAS E RECEITAS OPERACIONAIS Despesas com Vendas

Fretes sobre vendas Propaganda e publicidade Outras

Despesas Gerais e Administrativas Salários e encargos Alugueis Depreciação Seguros Outras

Encargos Financeiros Líquidos Despesas Financeiras Receitas Financeiras

Outras Despesas e Receitas Operacionais Ganhos de Participações Perdas de Participações

( = ) LUCRO/PREJUÍZO OPERACIONAL ( - ) RESULTADO NÃO OPERACIONAL

Ganho não Operacional Perda não Operacional

( = ) RESULTADO ANTES DO IMP. DE RENDA ( - ) PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA ( = ) LUCRO APÓS O IMPOSTO DE RENDA ( - ) PARTICIPAÇÕES E PROVISÕES

Participações nos lucros p/empregados ( = ) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO LUCRO OU PREJUÍZO POR AÇÃO

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OUTRAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E AS NOTAS EXPLICATIVAS A elaboração das demonstrações citadas e mais as notas explicativas representam a última etapa do levantamento do balanço e consequentemente da seqüência dos procedimentos contábeis. DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS. Essa demonstração retrata as movimentações ocorridas na conta patrimonial de “Lucros ou Prejuízos Acumulados”, é legalmente obrigatória para praticamente todas as sociedades. O art. 186 da Lei das S. A. determina a seguinte discriminação nessa demonstração: - O saldo de início do período, os ajustes de exercícios anteriores; - As reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; - As transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital

e o saldo ao fim do período.

Estrutura da demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados conforme a Lei Saldo inicial da conta “Lucros/Prejuízos Acumulados” (final exercício anterior)

(+/-)Ajustes de exercícios anteriores ( + ) Reversões de Reservas (+/-) Lucro/Prejuízo líquido do Exercício ( - ) Transferência para Reservas ( - ) Dividendos propostos ( - ) Parcela dos Lucros Incorporada ao Capital ( + ) Saldo final da conta “Lucros /Prejuízos Acumulados:. EXPLICAÇÕES ADICIONAIS: Ajustes de exercícios anteriores – refere-se às mutações havidas em decorrência de alterações do critério contábil adotado pela empresa, ou a erros e omissões cometidos em exercícios anteriores, os quais irão alterar a estrutura final de seu patrimônio Líquido. Reversões de Reservas – são as parcelas do lucro líquido de exercícios anteriores que foram destinadas à constituição de reservas, reconvertidas totais ou parcialmente, no momento em que não existir mais razão para sua manutenção. Basicamente tais reversões processam-se sobre as reservas de lucros, existindo, porém, exceções. MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO É um demonstrativo contábil mais abrangente que a dos lucros ou prejuízos acumulados, podendo a sociedade optar por sua elaboração ou não.

Se publicado esse demonstrativo substitui legalmente o dos lucros. A demonstração de mutações patrimoniais abrange todas as contas do PL, identificando os fluxos ocorridos entre uma conta e outra e as variações (acréscimos e diminuições) verificadas no exercício.

As variações no PL podem dar-se de diferentes maneiras, ou seja:

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MOVIMENTAÇÕES QUE ELEVAM O PL: - Lucro líquido do exercício; - Aumento de capital por subscrição e integralização de novas ações; - Reavaliação de ativos; - Ágio cobrado na subscrição de ações e prêmio da de debêntures etc. MOVIMENTAÇÕES QUE DIMINUEM O PL: - Prejuízo líquido do exercício; - Aquisição de ações da própria sociedade (ações em tesouraria); - Dividendos etc. MOVIMENTAÇÕES QUE NÃO AFETAM O PL: - Aumento de capital por incorporação de reservas; - Apropriações do lucro líquido da conta de lucros ou prejuízos acumulados para outras

reservas; - Compensações de prejuízos através d reservas etc.

MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DE MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO

LÍQUIDO – Estrutura Básica

Capital Realizado

Reserva De

Capital

Reservas De

Reavaliação

Reservas De

Lucros

Lucros ou Prejuízos Acumulados

Totais

Saldo em 31-12-x1 Ajustes exercícios anteriores Aumento de Capital Lucro Líquido do Exercício Distribuição do lucro Dividendos propostos Compensação de prejuízos Saldo em 31-12-x2

Obs.: Em situações reais, por exemplo, em vez de ser apresentada uma única coluna chamada “reservas de capital”, é apresentada uma coluna para cada uma das reservas, valendo a estrutura básica apenas como ilustração. O referido quadro também mostra algumas movimentações que podem ocorrer no patrimônio, porém, quaisquer outras movimentações que a empresa realize que integrem o patrimônio líquido devem ser explicitadas nessa demonstração. DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS – DOAR A DOAR é um instrumento valioso para o usuário (analista). Mostra a movimentação dos recursos em termos de variação do capital circulante líquido, detalhando as diversas fontes e aplicações de recursos que o afetaram. Através dessa demonstração, o analista pode saber se a empresa se a empresa gerou recursos em suas operações, se obteve novas fontes de financiamento de longo prazo e se os acionistas fizeram novos aportes de capital.

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Em resumo, a DOAR mostra a variação do capital circulante líquido. Num sentido mais amplo, permite a identificação clara dos fluxos financeiros que aumentaram ou reduziram o capital circulante líquido indicando suas origens e aplicações de recursos.

Basicamente, o aumento de uma conta do ativo ou a diminuição de uma conta do passivo identificam um emprego ou uso de dinheiro, isto é, uma aplicação. De outra maneira, a diminuição de uma conta do ativo ou o aumento de uma conta do passivo pressupões uma fonte ou liberação de recursos, ou seja, uma origem.

Em aspecto geral, as origens e aplicações de recursos podem ser identificadas de acordo com o esquema a seguir:

Contas do Ativo Contas do Passivo AUMENTO

APLICAÇÃO DIMINUIÇÃO

ORIGEM AUMENTO

ORIGEM DIMINUIÇÃO APLICAÇÃO

Em conformidade com a Lei da S.As. a DOAR deverá indicar as modificações na posição financeira da companhia, discriminando: I- As origens dos recursos, agrupadas em: a. Lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela

variação nos resultados de exercícios futuros; b. Realização do capital social e contribuições para reservas de capital; c. Recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo e da

alienação de investimentos e direitos do ativo imobilizado. II- As aplicações de recursos, agrupados em: a. Dividendos distribuídos; b. Aquisição de direitos do ativo imobilizado; c. Aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido; d. Redução do passivo exigível a longo prazo. III- O excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações,

representando aumento ou redução do capital circulante líquido; IV- Os saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e do passivo circulantes, o

montante do capital circulante líquido e seu aumento ou redução durante o exercício. CONSIDERAÇÕES SOBRE A COMPOSIÇÃO DA DOAR a. Lucro/Prejuízo do Exercício – corresponde ao montante apurado na demonstração de

resultados. A esse valor deve-se acrescentar as receitas e despesas ocorridas na apuração do resultado, mas que não afetaram o capital circulante líquido da empresa.

Exemplos: depreciação, amortização e exaustão; resultados de equivalência patrimonial; aquisição de bens permanentes mediante financiamentos resgatáveis a longo prazo, etc. b. Aumento/Redução do Capital Circulante Líquido – indica a variação (positiva ou

negativa) verificada no capital circulante líquido da empresa. Considerando-se que a

Capitulo 01 Estrutura das Demonstrações Financeiras

Page 21: Apostila Análise das Demonstrações Financeiras

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DOAR trata somente das origens e aplicações de recursos que ocorrem fora do âmbito do circulante:

Quando: Ocorre: Total das origens > Total das aplicações Aumento do capital circulante líquido Total das origens < Total das aplicações Redução do capital circulante líquido A grande utilidade do uso da DOAR é a avaliação da liquidez (folga financeira) a curto prazo da empresa, ou seja, a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante (capital circulante líquido). A DOAR permite uma identificação mais nítida das causas que determinam as mutações na posição financeira a curto prazo, fornecendo uma visão mais ampla da estrutura de equilíbrio financeiro da empresa. MODELO - Estrutura da demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR) 1. ORIGENS DOS RECURSOS Das Operações: • Lucro/Prejuízo do Exercício • Depreciação, amortização e exaustão • Juros de empréstimos a longo prazo • Resultado da equivalência patrimonial Dos Acionistas: • Aumento do Capital por integração • Contribuição para reservas de capital (ágio, doações, etc.) De Terceiros: • Aumento do Exigível a Longo Prazo (ex.: empréstimos) • Redução do Realizável a Longo Prazo (ex.: resgate de aplicações) • Venda de ativo permanente TOTAL DAS ORIGENS – (A) 2. APLICAÇÕES DE RECURSOS • Dividendos distribuídos • Aquisição de Imobilizado • Aquisição de Investimentos • Adição de Diferido • Aumento do Realizável a Longo Prazo (ex.: novas aplicações) • Redução do Exigível a Longo Prazo (ex.: pagto. De empréstimos) TOTAL DAS APLICAÇÕES – (B) 3. AUMENTO OU REDUÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO Total das Origens – Total das Aplicações 4. VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO

Capitulo 01 Estrutura das Demonstrações Financeiras

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Ativo Circulante (saldo de Balanço no início do exercício) ( - ) Passivo Circulante (idem, ativo)

Ativo Circulante Líquido (saldo no fim do exercício) ( - ) Passivo Circulante Líquido (saldo no fim do exercício)

Variação no Ativo Circulante ( - ) Variação no Passivo Circulante

( = ) Capital Circulante Líquido (saldo no início do exercício)

( = ) Capital Circulante Líquido (saldo no fim do exercício)

( = ) Variação no Capital Circulante Líquido

NOTAS EXPLICATIVAS Representam complementação obrigatória das demonstrações contábeis, passando a fazer parte efetiva do conjunto de publicações previstas na Lei das Sociedades por Ações.

“as demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício”.

Como exemplo de quadros e demonstrações acessórias às Notas Explicativas tem-se a de Mutações Patrimoniais (não obrigatória por Lei); quadro-resumo das principais características de cada empréstimo e financiamento contratado pela sociedade, tais como: prazo de vencimento, valor periodicidade das prestações, encargos financeiros etc.

As Notas Explicativas são elaboradas com o objetivo de destacar e interpretar detalhes relevantes, dar informações adicionais sobre fatos passados, presentes e futuros, significativos nos negócios, e resultados da empresa, de importância para as pessoas nela interessadas.

A Lei estabelece as indicações mínimas que devem constar das Notas Explicativas, que são as seguintes:

a. Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques,

dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender às perdas prováveis na realização de elementos do ativo;

b. Os investimentos em outras sociedades, quando relevantes; c. Aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas reavaliações; d. Os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e

outras responsabilidades eventuais ou contingentes; e. A taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; f. O número, as espécies e as classes das ações do capital social; g. As opções de compra de ações outorgadas (aprovadas) e efetuadas no exercício; h. Os ajuste de exercícios anteriores;

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i. Os eventos subsequentes à data do encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia.

Para melhor entendimento desse assunto, sugere-se leitura complementar nas páginas de 150 a 156 do livro “Contabilidade Introdutória” FEA/USP. PROBLEMAS CONTÁBEIS DIVERSOS VALORES A RECEBER Na composição dos “valores a receber a curto prazo” são discriminados todos os valores recebíveis a curto prazo, de propriedade da empresa.

Consideram-se recebíveis ou realizáveis as vendas a prazo (de produtos, mercadorias ou serviços) a clientes e os valores a receber provenientes das demais transações efetuadas pela empresa. DEVEDORES DUVIDOSOS e INSOLVÁVEIS

Os diversos valores a receber são avaliados por seu valor de realização, ou seja, pelo montante que a empresa espera auferir quando do recebimento.

O que se quer mostrar aqui, é a possibilidade da ocorrência de prejuízos, em virtude de devedores não liquidarem seus compromissos com a empresa.

Quando se torna comprovada a real impossibilidade da quitação de suas dívidas, são esses devedores considerados pela contabilidade devedores insolváveis.

O Balanço mostra a existência de duplicatas a receber no valor global. A prática comercial indica que é comum o aparecimento de devedores insolváveis, de modo que se pode prever o aparecimento de algum prejuízo.

Dessa forma, baseando-nos na premissa de que o Balanço deve retratar a situação patrimonial com o máximo de fidelidade possível, os títulos (duplicatas e outros documentos) a receber deveriam aparecer no Balanço com saldo correspondente ao montante líquido que provavelmente serão recebidos.

Sabemos que a conta Resultado dever ser debitada todas as despesas e perdas relativas ao período. A perda decorrente de débitos insolváveis deve, portanto, pesar negativamente no resultado desse exercício. Em função disso, devemos concluir que tanto o Balanço como a Demonstração de Resultados serão incorretos, a menos que neles sejam previstas as possíveis e prováveis perdas relacionadas a terceiros. Na prática, por ocasião do levantamento do balanço, deduz-se de Duplicatas a Receber um montante estimado de perdas com clientes duvidosos. Este montante também é deduzido como despesa d o exercício e aparece como uma despesa de vendas na Demonstração de Resultados do Exercício.

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FORMAS DE PROVISÃO PARA DEVODORES DUVIDOSOS Os prejuízos futuros não podem ser previstos com precisão, por isso, a legislação do IR dispõe que o valor considerado dedutível como provisão para perda, será aquele que for suficiente para absorver as perdas que provavelmente ocorrerão no recebimento dos créditos de direito existentes no final de cada exercício. O parâmetro normalmente aceito para esta provisão é o percentual (médio dos últimos três anos) de duplicatas não liquidadas em relação ao saldo de Duplicatas a Receber. A lei permite também que se constitua provisão para devedores duvidosos da seguinte maneira: a. Análise individual de devedores. Os débitos vencidos e os pertencentes a pessoas que

estejam com dificuldade financeira são somados e adotados para constituição da provisão; b. Aplicação de um percentual sobre os valores a receber no fim do ano, maneira esta

utilizada pela grande maioria das empresas. Exemplo:

DEMONSTRAÇÃO DO CÁLCULO DA PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS (retrospecto histórico)

EXERCÍCIOS Duplicatas a Receber Saldo em 31-12

Perda efetivamente

observada

%

Ano 1 $380.000 $15.200 4,00 Ano 2 $460.000 $18.000 3,91 Ano 3 $500.000 $15.000 3,00 TOTAL $1.340.000 $48.200 3,60 Supondo que no ano de fechamento o valor de Duplicatas a receber seja de $480.000, o percentual (%) de provisão para perdas poderá ser 3,6% (média dos últimos três anos), ou seja $17.280. Débito: Devedores Duvidosos Crédito: Provisão p/Devedores Duvidosos Estimativa de perdas com devedores duvidosos ..........$17.280 Observação: - O saldo da conta Devedores Duvidosos, da mesma forma que outra conta de despesa deve

ser transferida para resultado do exercício. - O saldo da conta Provisão para devedores duvidosos aparecerá no ativo reduzindo a conta

de duplicatas a receber com sinal negativo ( - ). Exemplo no Balanço: Duplicatas a Receber..............................$480.000 (- ) Provisão p/Dev. Duvidosos..............$ 17.280 $ 462.720

Page 25: Apostila Análise das Demonstrações Financeiras

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DESCONTO DE DUPLICATAS A RECEBER A empresa, depois de realizadas as vendas e emitidas as Duplicatas a Receber podem adotar três diferentes atitudes:

Ficar com a mesma até que seja quitada pelo devedor (cliente); Endossar e enviar ao banco, para que este proceda a cobrança; Endossar, enviar ao banco, transferindo ao mesmo sua propriedade, recebendo em troca o

valor do título, deduzidas as despesas incidentes sobre a operação, a isso, dá-se o nome de “Desconto de Duplicatas”.

As duas primeiras atitudes não envolvem qualquer operação contábil. A terceira implica a transferência de posse das duplicatas ao Banco. Porém, o simples endosso, não exime a empresa da responsabilidade de pagar o título, na hipótese do devedor não liquidá-lo junto ao banco. Por esse motivo, e por questão de controle da própria empresa, a contabilização do desconto de duplicatas é feita da seguinte forma: Diversos a Duplicatas Descontadas Pelo desconto das duplicatas nºs. .... no banco ... como segue: Bancos Cta. Movimento Valor creditado ............................................................$ 18.000 Juros e Descontos a Vencer (conta do ativo) Valor do juros a ser cobrado no recebimento da duplic....$ 1.400 Despesas Bancárias Comissão e IOF cobrados pelo banco $ 600 $ 20.000

Vejam agora, que o valor que a empresa tem realmente a receber apresentada no Balanço é:

Duplicatas a Receber .............................................$ 50.000 ( - ) Duplicatas Descontadas ..................................$ 20.000 $ 30.000 EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL Quando os investimentos societários permanentes são em empresa controladas pela investidora ou pelo menos quando a investidora possui participação suficiente para exercer influência sobre a administração da investida, não se considera razoável esperar pelo recebimento dos lucros para registra-los, ou seja, melhor que usas o regime de caixa nesta situação é usar o regime de competência.

O regime de competência, neste caso significa que a sociedade investidora deve registrar sua parte no lucro da investida assim que esta o obtiver, e não quando o distribuir em dinheiro aos sócios.

Exemplo: A Cia Exemplo S/A tem participação de 60% no capital da Cia ª cujo Patrimônio Líquido é de $ 10.000. No fechamento do exercício aponto-se que a mesma obteve lucro de $ 2.000.

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A Cia Exemplo S/A conhecedora desse resultado reconhece seu ganho ref. Participação (60%) imediatamente, como segue: Débito: Investimentos em Controladas – Cia. A Crédito: Receita de Equivalência Patrimonial .......... $ 1.200 ATIVO IMOBILIZADO O ativo imobilizado é parte integrante do ativo permanente da empresa. Ele compreende os bens e direitos que tenha por objeto à manutenção das atividades da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou comercial. O imobilizado é representado por bens tangíveis e intangíveis, tendo as seguintes características básicas:

1. Sua utilização na empresa; 2. Não esteja destinada a venda; 3. Vida útil superior a um ano; 4. Relevância de valor. O tipo de imobilizado varia com a atividade operacional de cada empresa. Numa empresa de transporte rodoviário, a tendência é de que a frota de veículos seja um componente expressivo de seu ativo imobilizado. Já em determinado tipo de indústria, as aplicações de recursos em sua planta industrial tenderão a ser o principal absorvedor de recursos no ativo permanente.

É importante observar que um bem pode ser classificado como imobilizado ou como estoque, dependendo apenas de seu propósito. Numa revendedora de veículos, por exemplo, os carros destinados a venda representam estoques (mercadorias), enquanto os veículos que fazem parte da frota de uso da revendedora constituem imobilizado.

Os itens componentes do ativo imobilizado são avaliados pelo custo de aquisição, mais os gastos necessários à colocação dos mesmos em condição de funcionamento. Tais valores eram antes da Lei 4249/95 corrigido monetariamente para fins de atualização devido ao efeito da inflação, porém, essa Lei extinguiu tal correção.

Entre os itens que habitualmente compõe o ativo imobilizado destacam-se:

Imóveis e Terrenos; Máquinas e Equipamentos; Veículos, acessórios e semoventes; Móveis e Utensílios; Instalações; Imobilizações em Andamento; Etc.l

DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO. Os bens do imobilizado sofrem depreciação, amortização e exaustão, em fase de sua expectativa de vida útil, ou seja, de duração.

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Os itens de depreciações, amortizações e exaustões aparecem como redutoras de imobilizado. Apenas os bens tangíveis, que estão sujeitos ao desgaste ou deterioração, pelo uso ou pelo transcorrer do tempo, devem ser depreciados.

Há vários critérios e taxas para depreciação, tendo em vista cada critério suas próprias vantagens. Pelo princípio contábil de consistência, a empresa deverá manter durante a vida útil do bem o mesmo critério de depreciação que adotou desde o início, porém, na eventualidade de mudança deverá explicar a ocorrência em nota explicativa.

Os principais métodos de depreciação são:

I. Método da linha reta: é o método mais utilizado, com base em uma expectativa de

vida útil do bem, é estabelecido um percentual anual fixo para depreciação. Supondo, por exemplo, que determinado bem como veículo tenha uma vida útil de cinco anos, sua taxa de depreciação será de 20% ao ano.

II. Método da taxa constante: é aplicada um taxa constante de depreciação sobre o valor

residual, isto é sobre o custo mais a depreciação acumulada. Observe que, enquanto o método da linha reta mantém uma taxa constante sobre o valor base, este aplica o percentual sobre o valor residual, fazendo que a depreciação seja maior nos primeiros anos de vida do bem.

III. Método da soma dos Dígitos: por esse método também é suposto que a depreciação é

maior nos primeiros anos de vida do bem, sendo a taxa aplicada uma fração cujo denominador é a soma dos algarismos (dígitos) seqüenciais correspondentes aos anos de vida útil do bem.

Supondo um veículo, com cinco anos de vida útil estimada, teríamos a soma dos números seqüenciais de 1 a 5 (1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15), resultando no denominador igual a 15. O numerador é composto pelos períodos de vida restantes no início da cada período, isto é, para um veículo com vida prevista de cinco anos, no início do primeiro ano seu restante de vida útil seria de cinco anos, no início do segundo ano, seu período de vida restante seria de quatro anos, isto é, o segundo ano que está iniciando, mais três anos. Exemplo: ANO 1 2 3 4 5 TAXA 5/15 4/15 3/15 2/15 1/15 Observa-se que a soma das frações relativas a cinco anos é igual a um, isto é, corresponde a 100%, que é a totalidade do valor do bem a ser depreciado. IV. Método das Unidades Produzidas ou Processadas: este método leva em

consideração a capacidade estimada de unidades a serem produzidas ou processadas durante a vida útil do bem. Portanto, a depreciação referente a determinado período é representada por um número decorrente da divisão do número de unidades produzidas durante o período de vida útil do bem. Critério análogo pode ser adotado quando a capacidade produtiva é estimada em horas de trabalho, em vez de unidades produzidas.

Capitulo 01 Estrutura das Demonstrações Financeiras

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A Lei das Sociedades por Ações trata dos critérios de avaliação do ativo imobilizado das empresas, destacando que a diminuição do valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada periodicamente nas contas de: a. Depreciação – quando corresponder à perda do valor direitos que têm por objeto bens

físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência.

b. Amortização – quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de

direitos de propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens utilizados por prazo legal ou contratualmente limitados.

c. Exaustão – quando corresponder à perda do valor decorrente de sua exploração, de

direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.

A legislação determina regras para depreciação, baseadas em taxas determinadas pela Secretaria da Receita Federal, como exemplos abaixo:

Tipo de imobilizado Taxa de depreciação

Vida útil estimada

Prédios e construções 04% 25 anos Máquinas e equipamentos 10% 10 anos Veículos 20% 05 anos Móveis e Utensílios 10% 10 anos Instalações em geral 10% 10 anos Ferramentas (alicates, facas, etc.) 20% 05 anos Microcomputadores 20% 05 anos Há diversas outras taxas para diversos tipos de ativos, os quais constam do Regulamento do Imposto de Renda, Cabe ressaltar que as taxas estabelecidas pela Receita Federal são taxas máximas. Se a empresa utilizar taxas acima das convencionais, caberá a ela provar ao fisco, através de laudos do Instituto Nacional de Tecnologia, que usou taxas cientificamente adequadas em face da expectativa de vida útil do bem. A legislação admite que as taxas sejam ajustadas em função do número de turnos em que a empresa opere. Caso a empresa opere em mais de um turno (8 horas de trabalho), poderá aplicar as taxas como segue:

Turnos de 8 horas Multiplicador p/ as taxas habituais Um turno 1,0 Dois Turnos 1,5 Três Turnos 2,0 Ao tratamento mencionado, dá-se o nome de depreciação acelerada. É importante destacar que os terrenos não estão sujeitos a depreciação por não sofrer desgaste pelo uso ou pela ação do tempo.

Capitulo 01 Estrutura das Demonstrações Financeiras

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Quanto à amortização, de modo geral, são aplicadas sobre os intangíveis como marcas e patentes, ou sobre benefícios em propriedade de terceiros.

A exaustão, por outro lado, é utilizada no caso de florestas e de jazidas de minérios, por exemplo.

INTRODUÇÃO A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Antes de qualquer coisa, visando ativar o interesse dos alunos sobre a disciplina “Análise das Demonstrações Financeiras”, tratada na INSTITUIÇÃO como Contabilidade Geral II, devemos falar um pouco da importância de conhecer internamente cada uma das demonstrações financeiras geradas no departamento contábil, as quais farão parte de importantes ferramentas utilizadas pelos gestores econômicos e financeiros, que utilizarão seus dados, transformando-os em informações úteis que os auxiliarão nas tomadas de decisão. A análise compreende o estudo das relações entre elementos patrimoniais, econômicos e financeiros contidos nas demonstrações financeiras geradas na contabilidade. O objetivo da análise compreende a indicação de informações numéricas, preferencialmente, de mais de dois períodos regulares (exemplo: 1999, 2000 e 2001), de modo a auxiliar ou instrumentar os dirigentes/administradores, clientes, acionistas, proprietários, instituições financeiras, fornecedores, investidores, governo, etc., em suas decisões. Isto justifica a grande importância da matéria no programa dos principais cursos voltados à gestão empresarial como Administração, Economia, Ciências Contábeis, etc. Hoje, um curso de Estrutura e Análise de Balanços, como define o mercado, insere-se no campo contábil-financeiro como uma de suas mais importantes especializações. O conhecimento da matéria gera atuação profissional num segmento definido de mercado. Atualmente, nota-se crescente demanda de profissionais que reúnam condições de interpretar e mensurar dados através dos demonstrativos contábeis e que possam, da mesma maneira, efetuar uma análise voltada para seus aspectos econômicos e financeiros. Insumos Básicos Da Análise De Balanços Os insumos básicos do processo de análise de balanços são os relatórios contábeis gerados periodicamente pelas empresas. Entre os relatórios gerados pela contabilidade, estão aqueles ditos obrigatórios que são aqueles definidos pela legislação societária, sendo mais conhecidos por “demonstrações contábeis” ou “demonstrações financeiras”. Obrigatórios são aqueles definidos pela legislação societária, sendo mais conhecidos como “demonstrações contábeis” ou “demonstrações financeiras”.

Page 30: Apostila Análise das Demonstrações Financeiras

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A atual Lei das Sociedades por Ações determina que ao final de cada exercício social (12 meses) toda empresa deve apurar, com base nos fatos registrados pela contabilidade, as seguintes demonstrações contábeis:

Balanço Patrimonial; Demonstração do Resultado do Exercício – DRE; Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do

Patrimônio Líquido; Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos.

OBJETIVO DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (MATARAZZO - pgs. 7 a 40) A análise de balanços visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pela empresa, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras. Em outras palavras, pela análise de balanços extraem-se informações sobre a posição passada, presente e futura (projetada) de uma empresa. A análise de balanços é considerada por alguns autores como “uma arte”, pois, apesar das técnicas desenvolvidas, não há um critério ou metodologia formal de análise válidos nas diferentes situações e aceitos unanimemente pelos analistas. Dessa forma, torna-se impossível estabelecer uma seqüência metodológica ou instrumental científico capazes de fornecer diagnósticos sempre precisos da empresa (ASSAF NETO). Isso faz com que os indicadores de análise sejam vistos de maneira particular por quem faz a análise, sobressaindo-se, além do conhecimento técnico, a experiência e a própria intuição do analista. Dois analistas podem chegar a conclusões diferentes sobre a mesma empresa, mesmo tendo trabalhado com os mesmos dados e utilizados as mesmas técnicas de análise. Isso significa que cada analista concentra-se nas demonstrações financeiras da sociedade, das quais extrai suas conclusões a respeito de sua situação econômico-financeira, e toma (ou influencia) decisões com relação a conceder ou não crédito, investir ou não em seu capital acionário, alterar determinadas políticas financeiras, avaliar se a empresa está sendo bem administrada, identificar sua capacidade de solvência (se irá falir ou não), avaliar sua lucratividade ou se tem condições de saldar suas dívidas com recursos gerados internamente etc. Todos que trabalham com análises, principalmente os contadores sabem que as demonstrações financeiras geradas no departamento de contabilidade trazem um volume muito grande de dados. Esses dados representam a matéria-prima do setor p/o Administrador Financeiro que, de posse deles os transformam em informações úteis para tomadas de decisões. Os dados representam os números ou descrições de objetos ou adventos que, isoladamente, não provocam nenhuma reação no leitor. Podemos defini-los como a matéria-prima necessária à obtenção de um produto denominado informação.

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As informações representam, para quem as recebe, uma comunicação que pode produzir reações ou decisão, freqüentemente acompanhada de um efeito surpresa. Em um exemplo podemos dizer que numa partida de futebol da sel. Brasileira x sel. Boliviana teve uma renda de R$ 286.400,00 e 36.000 pagantes, isso seria um dado, já com a divisão da arrecadação pelo n.º de pagantes obteríamos o preços médio por ingresso o que já se transformou em informação. As demonstrações financeiras publicadas no DCI, Gazeta Mercantil e outros podem representar uma infinidade de números que são dados. Na publicação vem o Balanço, o DRE, o DOAR, Demonstração das Mutações do P. Líquido, todos eles com muitos números (dados) importantes, porém, em excesso uma vez que nós, em uma análise muitas vezes desejamos saber apenas se a empresa poderá ou não receber créditos. Esse pode ser um importante e justificado motivo para se transformar parte desses dados em informações capazes de levar os dirigentes da empresa a uma decisão. O INÍCIO DA ANÁLISE O Contador A função básica do contador é compilar os dados decorrentes das operações da empresa mediante os registros contábeis. E suas matérias-primas, são os fatos de significado econômico-financeiro expressos em moeda e os seus produtos finais são as demonstrações financeiras. O analista O analista de balanços por sua vez preocupa-se com as demonstrações financeiras, que necessitam ser transformadas em informações, que permitam concluir se a empresa merece ou não crédito, se é lucrativa, se possui dívidas acima de sua capacidade, se vem evoluindo ou regredindo ou até mesmo se sobreviverá ou irá a falência. Linguagem O resultado da análise de balanços é demonstrado através de relatórios escritos em linguagem descomplicada, com uso de gráficos representativos como auxiliares, objetivando simplificar as conclusões mais complexas. Devem ser elaborados como se fossem destinados a leigos mesmo que não o sejam. Deve-se ter o cuidado de não elaborar relatórios cheio de dados ao invés de informação, que é o produto esperado pela alta direção da empresa, estes sempre irão querer decidir com base nas informações obtidas, fornecidas pelos analistas sem a necessidade de interpretar índices ou gráficos mirabolantes. O que realmente vai interessar à alta administração serão os comentários objetivos sobre a situação da empresa.

Capitulo 02 Análise das Demonstrações Financeiras

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RELATÓRIO DA ANÁLISE – o que incluir Ao invés de apresentar um relatório cheio de dados numéricos, devemos apresentar informações como, por exemplo: “O grau de endividamento da empresa encontra-se em nível razoável em relação ao ramo de atividade; entretanto, vem crescendo de maneira indesejável, pois há dois anos podia ser considerado bom”. A composição do endividamento mostra um perfil de dívida insatisfatório devido à excessiva participação das obrigações de curto prazo. Já a liquidez da empresa pode ser considerada boa”. PODE SE LISTAR INFORMAÇÕES DO TIPO: - Situação financeira;

- Situação econômica;

- Desempenho;

- Eficiência na utilização dos recursos;

- Pontos fracos e fortes;

- Tendências e perspectivas;

- Quadro evolutivo;

- Adequação das fontes às aplicações de recursos;

- Causas das alterações na situação financeira;

- Causas das alterações na rentabilidade;

- Evidência de erros da administração;

- Providências que deveriam ser tomadas e não foram;

- Avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras.

GRUPOS DE INTERESSE - Diretores/Acionistas;

- Clientes;

- Fornecedores;

- Instituições financeiras (instituições de crédito, bancos, corretoras de valores, etc.)

- Governo.

-

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PRINCIPAIS USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO OBTIDA ATRAVÉS DA ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS A análise das demonstrações financeira é ponto fundamental para viabilizar tomadas de decisão dentro das empresas. A análise consiste num trabalho fascinante para as áreas de finanças e contabilidade e é através dela que se conseguem avaliar os efeitos de certos eventos ocorridos sobre a situação econômica e financeira das empresas. A informação, produto da transformação dos dados obtidos através das demonstrações financeiras fornecidas pelo departamento de contabilidade e são utilizadas por todos os grupos de interesse relacionado para os mais diferentes fins. A política financeira de uma empresa tem reflexo nas demonstrações financeiras e é através da sua análise que se pode conhecer os seus objetivos. “A análise de balanços é fundamental para quem pretende relaciona-se com a empresa”. A análise de balanços permite uma visão da estratégia e dos planos da empresa analisada; permite estimar o seu futuro, suas limitações e suas potencialidades. “Cada usuário está interessado em algum aspecto particular da empresa”. EXEMPLOS: FORNECEDORES O fornecedor de materiais ou serviços precisa conhecer a capacidade de pagamento de seus clientes, ou seja, a sua liquidez. “A profundidade da análise do fornecedor depende da importância do cliente”. (valor negociado). CLIENTES (COMPRADORES) Raramente o comprador analisa a situação do fornecedor. O cliente deve se preocupar mais é em caso de contrato de fornecimento de materiais ou serviços considerados essenciais para a sua produção. Nestes casos, preocupando-se com o aspecto de continuidade, deve proceder análise mais aprofundada. BANCOS COMERCIAIS Esses bancos que trabalham com créditos de curto-prazo, preocupam-se com o grau de endividamento do cliente e sua rentabilidade e capitalização.

Capitulo 02 Análise das Demonstrações Financeiras

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BANCOS DE INVESTIMENTOS Estes se preocupam muito mais com análise de tendência e fazer previsões, que é muito mais importante para o banco de investimento. Ou seja, eles estão mais preocupados é com a situação futura da empresa. CORRETORAS DE VALORES Concede empréstimos às construtoras e sua análise está entre um banco comercial e um de investimento. SOCIEDADES FINANCEIRAS Créditos diretos a consumidores. Essas sociedades necessitam conhecer a capacidade financeira de seus clientes (tomadores). CORRETORAS DE VALORES E PÚBLICO INVESTIDOR Esses, como agentes investidores, preocupam-se com o aspecto da valorização das ações. CONCORRENTES Esta análise é de vital importância, para conhecimento profundo da situação de seus concorrentes, e pode ser um fator de sucesso ou de fracasso da empresa no mercado. DIRETORES/ACIONISTAS Estes se interessam pelo desenvolvimento geral da empresa, mais precisamente no que diz respeito ao desempenho, aos resultados obtidos, ao grau de endividamento, a lucratividade, aos prazos de pagamentos, aos prazos de recebimentos etc. A análise de balanços, para os administradores da empresa é instrumento importante (complementar) para a tomada de decisão. “A análise de balanços pode servir de guia para os dirigentes”. GOVERNO O governo utiliza análise de balanços em diversas situações. Por exemplo, as concorrentes de concorrência pública. ACOMPANHAMENTO DE CLIENTES E FORNECEDORES Muitas empresas e até mesmo bancos, quebram simplesmente por não acompanhar a situação de seus clientes/fornecedores periodicamente, faz análise inicial e depois esquece.

Capitulo 02 Análise das Demonstrações Financeiras

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METODOLOGIA DE ANÁLISE

“Toda análise baseia-se no raciocínio científico”. Na maioria das ciências, o processo de tomada de decisão obedece alguma seqüência como segue: Etapas: 1. Escolha de indicadores 2. Comparação com padrões 3. Diagnóstico ou conclusões 4. Decisão Obs.: Todos os tipos de profissionais têm um padrão estatístico ou não para comparar níveis satisfatórios para dar sustentação a suas decisões. A análise se compõe através das três primeiras etapas que devem estar perfeitamente coordenadas. O médico, por exemplo, tem um padrão de reações estatisticamente elaborado para suportar seus diagnósticos. O advogado se ampara na lei, na jurisprudência e em comentários jurídicos para defender suas causas. O Diagnóstico de uma empresa quase sempre começa com uma rigorosa Análise de Balanços, cuja finalidade é determinar quais são os pontos críticos e permitir, de imediato, apresentar um esboço das prioridades para a solução de seus problemas. Em análise de balanços, o raciocínio é aplicado da mesma forma: 1. Extraem-se índices das demonstrações financeiras; 2. Comparam-se os índices com os padrões; 3. Ponderam-se as diferentes informações e chega-se a um diagnóstico ou conclusão; 4. Tomam-se decisões. Quando esta seqüência não é obedecida a análise fica prejudicada. As vezes, por falta de padrões ou por não se saber construí-los, deixam-se de fazer comparações e a análise fica comprometida por falta de elementos de referência. PANORAMA HISTÓRICO DAS TÉCNICAS DE ANÁLISE DE BALANÇOS Os primeiros passos da análise de balanços ocorreram no final do século passado. No Brasil, ela só se difundiu nos anos 70. A análise surgiu e desenvolveu dentro dos bancos que foi e ainda é seu principal usuário. Seu início se deu no séc. passado quando os banqueiros americanos passaram a solicitar balanços às empresas tomadoras de empréstimos.

Capitulo 02 Análise das Demonstrações Financeiras

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A análise de balanços tornou-se praticamente obrigatória em 1915 nos Estados Unidos. Em 1915 o Banco Central dos Estados Unidos determinou que, só poderiam ser redescontados títulos negociados por empresas que tivessem apresentado seu balanço ao banco. Em 1918 foi criado um livreto que inclui formulários padronizados para balanços e demonstrações de lucros e perdas, uma vez que, as demonstrações da época não tinham muita uniformidade nos dados apresentados. Alexandre Wall, considerado o pai da análise de balanços, em 1919 apresentou, um modelo de análise de balanços, através de índices, demonstrando a necessidade de considerar outras relações, além de ativos e passivos. Índices-padrão vêm sendo divulgados desde 1931. A partir de 1931, a Dun & Bradstreet passou a elaborar e divulgar índices-padrão para diversos ramos de atividades, nos Estados Unidos. Em 1925, Stephen Gilman, realizando algumas críticas à análise de coeficientes, propôs que fosse substituída pela construção de índices encadeados que indicassem as variações havidas nos principais itens em relação a ano-base. Em 1930 surgiu um modelo de análise de rentabilidade dentro da empresa Du Point (ROI). No Brasil, até 1968 a análise de balanços era muito pouco utilizada, e foi neste ano que foi criada a SERASA, empresa que passou a operar como central de análise de balanços de bancos comerciais. TÉCNICAS ATUAIS DE ANÁLISE Análise através de índices As atuais técnicas de Análise de Balanços possibilitam grande número de informações sobre a empresa. Existem hoje, muitos índices surgidos de 1915 até então. Porém, com o passar do tempo, seguindo a tendência natural da sociedade, as técnicas vêm se aprimorando, sofrendo refinamentos como objetos de estudos nas universidades. A principal preocupação dos índices de balanço é possibilitar avaliação de forma genérica sobre diferentes aspectos da empresa em análise, sem profundidade, que é alcançável através de outras técnicas adiante. ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL As duas devem ser utilizadas conjuntamente e servem para complementar as análises por quocientes.

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Elas são mais detalhadas, envolve todos os itens das demonstrações e revelam falhas responsáveis por anomalias encontradas. VERTICAL Também chamada por análise por coeficientes, é aquela através da qual se compara cada um dos elementos do conjunto em relação ao total do conjunto. Evidencia a porcentagem de participação de cada elemento no conjunto. Exemplo: Em uma DRE onde as Despesas Administrativas são R$ 257.000 e a Receita Operacional é R$ 1.480.000: X = R$ 257.000 x 100 = 17% R$ 1.480.000 HORIZONTAL Também denominada por alguns analistas como análise por índices, tem por finalidade evidenciar a evolução dos itens das demonstrações financeiras ao longo do ano. Por meio deste tipo de análise, é possível acompanhar o desempenho de todas as contas que compõe a demonstração analisada. ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO Através do cálculo dos índices de rotação ou prazos médios, é possível construir um modelo de análise dos investimentos e financiamentos do Capital de Giro, de grande utilidade gerencial, bem como para avaliação da capacidade de administração do Capital de Giro por parte da empresa. MODELO DE ANÁLISE DE RENTABILIDADE ANÁLISE DO ROI (RETORNO OPERACIONAL DOS INVESTIMENTOS) Esse tipo de análise, desenvolvido há cerca de 50 anos, é ainda instrumento de grande utilidade na análise interna ou externa da empresa. Permite ampla decomposição dos elementos que influem na determinação da taxa de rentabilidade de uma empresa e explicam quais os fatores que levaram ao aumento ou à queda de rentabilidade. Permite ainda, identificar as alternativas para modificações da rentabilidade quando esta estiver em estudo. ANÁLISE DA “ALAVANCAGEM FINANCEIRA” O significado da “alavancagem financeira” (Financial Leverage, em inglês) está correlacionado ao Capital de terceiros.

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Quando a alavancagem ou o grau de alavancagem é maior do que 1, o endividamento tem um efeito de alavanca sobre o lucro que é levado para o acionista. Por comparar o custo das diferentes alternativas de capital de terceiros com o custo do capital próprio, a análise da “alavancagem financeira” é imprescindível para as decisões de subscrição de ações e muito recomendável nas decisões de financiamento de longo prazo. ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS E DO FLUXO DE CAIXA. A partir das demonstrações financeiras levantadas em 31.12.78, a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), começou a ser divulgada, no Brasil, por determinação da Lei n.º 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas). Utilizando os dados da DOAR, pode-se construir a Demonstração do Fluxo Líquido de Caixa, cuja análise é a última palavra sobre a situação financeira da empresa e sobre sua gestão de caixa. ANÁLISE PROSPECTIVA A análise de balanço é realizada com base em dados contidos em demonstrações financeiras passadas. O pensamento é de que analisando o passado, pode-se ter idéias do futuro, supondo-se que o comportamento da empresa não se altere. Esse é um raciocínio dominante em grande parte do mundo. PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – (Cap. 5 – Matarazzo) “As demonstrações financeiras devem ser preparadas para análise, da mesma forma que um terreno deve ser preparado e modelado para a construção de um prédio”. Antes de iniciar a análise, deve-se examinar detalhadamente as demonstrações financeiras. Este trabalho consiste em uma crítica às contas das demonstrações financeiras e na transcrição delas para um modelo previamente definido. A isto, dá-se o nome de “Padronização”. A padronização tem como objetivo, trazer as demonstrações financeiras a um padrão de procedimentos e ordenamento na distribuição das contas, visando diminuir as diferenças nos critérios utilizados pelas empresas, na apresentação de tais demonstrações. Outro objetivo é fazer com que as demonstrações atendam às necessidades de análise e sejam apresentadas de forma simples de visualizar e fácil de entender, isto é, de correlacionar os diversos itens, seguindo critérios próprios adotados internamente na empresa que esteja procedendo a análise. O primeiro passo para análise é verificar se estamos de posse de todas a DF’s (inclusive notas explicativas). Também seria desejável Df’s de três períodos. Com as publicações em colunas

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comparativas teremos, de posse de uma única publicação, dois períodos (exercício atual e anterior). Em seguida devemos averiguar a autenticidade das DF’s. O Parecer da Auditoria nas DF’s dá uma satisfatória margem de confiabilidade para o analista. Não havendo Parecer de Auditoria, recomenda-se ao analista uma maior dose de conservadorismo, uma vez que, nem sempre as DF’s refletem a realidade (principalmente as pequenas empresas) O segundo passo é preparar as DF’s de forma conveniente para a análise. Esta etapa denomina-se Reclassificação de itens nas Demonstrações Financeiras. Muitas vezes o contador visa, através do seu agrupamento de contas nas DF’s melhorar a situação econômico-financeira da empresa usando de uma certa subjetividade. Exemplo: Se a empresa se dispõe a vender um imóvel que está classificado do Ativo Permanente, a atitude do contador visando melhorar a situação financeira da empresa reclassifica este imóvel no Ativo Circulante. Neste caso, estaria melhorando a situação de liquidez da empresa a curto prazo. Reclassificação das Contas Significa uma nova classificação, um novo reagrupamento de algumas contas nas DF’s, sobretudo no Balanço Patrimonial e DRE. São alguns ajustes para melhorar a eficiência da análise. É necessário que o analista responsável por esta tarefa conheça bem o que representa cada uma das contas das demonstrações financeiras, que tenha domínio do mecanismo contábil utilizado pelas empresas, sabendo como aqueles valores surgiram, o que eles representam e como serão liquidados. Precisa ainda saber interpretar a nomenclatura utilizada pelas empresas, convertendo-a para planilhas internas. É fundamental que o analista tenha condições de avaliar a relevância de cada item, à medida que tal item possa apresentar dificuldade. Os fatores mais importantes devem ser esclarecidos, enquanto os menos relevantes muitas vezes não justificam tempo que podem absorver. A leitura do relatório da diretoria, das notas explicativas e do parecer da auditoria é tarefa obrigatória no processo de análise das demonstrações financeiras. Motivos de se fazer a Padronização Simplificação – Um balanço aberto em uma S/A, contem um nº. elevado de contas, o que dificulta a visualização do balanço como um todo. Quando se faz cálculos fazendo análise vertical e horizontal, por exemplo, chega-se a aproximadamente 500 a 600 números o que é um complicador na vida do analista. Comparabilidade – A análise é baseada em comparação e só faz sentido analisar um balanço após o seu enquadramento num modelo que viabilize comparação com outros balanços.

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Adequação aos objetivos da análise – O exemplo de duplicatas descontadas contabilmente demonstrada como redutora do ativo circulante. Para efeito financeiro, em nada difere de um empréstimo bancário, uma vez que se trata de uma forma de captação de recurso. Precisão na classificação das contas – Consiste na adequação das contas segundo suas próprias naturezas. Ë comum encontrarmos falhas de classificação de contas tanto no balanço como nas demais demonstrações. Descoberta de erros – existe caso de erros que podem ser intencionais ou não: a) Estoques finais ou iniciais da DRE, diferentes do balanço. b) PDD apontado no balanço não coincide com a constituída na DRE. c) Dificuldade de conciliar PL inicial com PL final. Obs.: Uma padronização rigorosa deveria sempre ser precedida da elaboração de um fluxo de caixa, uma vez que, tanto as saídas como as entradas de caixa são bem identificadas o que dá uma boa base para análise. Intimidade do analista com as demonstrações financeiras da empresa – a padronização obriga o analista a pensar em cada conta das demonstrações e a decidir sobre sua consistência com outras contas, suas classificações enquanto as transcreve para o modelo padronizado. Modelo padronizado de balanços de DRE, que serve aos propósitos do curso. Vale informar que as características do modelo padronizado são: ⇒ Ativo apresenta somente contas essenciais. ⇒ Passivo Circulante é dividido em Operacional e Financeiro, sendo que as “Duplicatas

Descontadas” fazem parte deste último. ⇒ No lado do Passivo, acha-se um subtotal representado por Capital de Terceiros (Passivo

Circulante + Passivo exigível a longo prazo). ⇒ No Patrimônio Líquido aparecem apenas o “Capital Social” já deduzido de eventuais

“Capital a Realizar” a soma às “Reservas”. ⇒ A “DRE” evidencia apenas os valores fundamentais para análise. ⇒ A Receita Líquida de vendas está deduzida das “Deduções, Abatimentos” e “Impostos”. ⇒ As Receitas e Despesas Financeiras estão líquidas dos efeitos inflacionários. Modelo do Balanço Padrão

BALANÇOS EM: 20X1 20X2 20X3

VA AV AH VA AV AH VA AV AH

Capitulo 02 Padronização das Demonstrações Financeiras

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ATIVO CIRCULANTE FINANCEIRO Disponível Aplicações Financeiras

SOMA OPERACIONAL

Clientes Estoques Outros Créditos

SOMA Total do Ativo Circulante REALIZÁVEL A L. P. PERMANENTE Investimentos Imobilizado Diferido

Total do Ativo Permanente TOTAL DO ATIVO PASSIVO CIRCULANTE OPERACIONAL Fornecedores Outras Obrigações

SOMA FINANCEIRO Empréstimos Bancários Dupl. Descontadas

SOMA Total do Passivo Circulante EXIGÍVEL A L. PRAZO. Empréstimos Financiamentos

Total do Exig. A L. Prazo P. LÍQUIDO Capital e Reservas Lucros Acumulados

Total do P. Líquido TOTAL DO PASSIVO

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Modelo do DRE Padrão

20X1 20X2 20X3 DEMONSTRAÇÃO DO RES. EXERCÍCIO VA AV AH VA AV AH VA AV AH

RECEITA LÍQUIDA (-) Custo dos P. Vendidos = Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais (±) Outras Rc/Dp Operac. = Lucro Operacional (antes dos Res. Financeiros)

(+) Receitas Financeiras (-) Despesas Financeiras = Lucro Operacional (incluindo os resultados financeiros)

(±) Res. Não Operacional LUCRO ANTES DO IR E DA CONTRIB. SOCIAL

LUCRO LÍQUIDO Simbologia: VA = Valores Absolutos AV = Análise Vertical AH = Análise Horizontal Obs.: A partir deste ponto, todos as análise exemplificadas, serão feitas com base nos dados (através de demonstrações e dados adicionais) da empresa hipotética denominada Cia. BIG, cujos dados foram adaptados a um caso real. Em todos os capítulos abordados adiante será abordado a Cia. BIG para efeito de conformidade das técnicas de análise e como elas se relacionam.

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DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA EXEMPLOS EM US$

BALANÇOS EM CIA. BIG 31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3 ATIVO CIRCULANTE FINANCEIRO Disponível 34.665 26.309 25.000 Aplicações Financeira 128.969 80.915 62.000

SOMA 163.634 107.224 87.000OPERACIONAL

Clientes 1.045.640 1.122.512 1.529.061 Estoques 751.206 1.039.435 1.317.514

SOMA 1.796.846 2.161.947 2.846.575Total do Ativo Circulante 1.960.480 2.269.171 2.933.575REALIZÁVEL A L. P. PERMANENTE Investimentos 72.250 156.475 228.075 Imobilizado 693.448 1.517.508 2.401.648 Diferido 0 40.896 90.037

Total do Ativo Permanente 765.698 1.714.879 2.719.760TOTAL DO ATIVO 2.726.178 3.984.050 5.653.335PASSIVO CIRCULANTE OPERACIONAL Fornecedores 708.536 639.065 688.791 Outras Obrigações 275.623 289.698 433.743

SOMA 984.159 928.763 1.122.534FINANCEIRO Empréstimos Bancários 66.165 83.429 158.044 Duplicatas Descontadas 290.633 393.885 676.699

SOMA 356.798 477.314 834.743Total do Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077 1.957.277EXIGÍVEL A L. PRAZO Empréstimos 314.360 792.716 1.494.240 Financiamentos 0 378.072 533.991

Total do Exig. A L. Prazo 314.360 1.170.788 2.028.231TOTAL DE CAPITAIS DE TERCEIROS 1.655.317 2.576.865 3.985.508P. LÍQUIDO Capital e Reservas 657.083 1.194.157 1.350.830 Lucros Acumulados 413.778 213.028 316.997

Total do P. Líquido 1.070.861 1.407.185 1.667.827TOTAL DO PASSIVO 2.726.178 3.984.050 5.653.335

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DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS

Exercício CIA. BIG 31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3

Receita Líquida 4.793.123 4.425.866 5.851.586 Custo dos Produtos Vendidos (3.621.530) (3.273.530) (4.418.671)

Lucro Bruto 1.171.593 1.152.336 1.632.915 Despesas Operacionais (495.993) (427.225) (498.025) Outras Receitas Operacionais 8.394 17.581 27.777

Lucro Oper. Antes do Imposto de Renda 683.994 742.692 1.162.667 Receitas Financeiras 10.860 7.562 5.935 Despesas Financeiras (284.308) (442.816) (863.298)

Lucro Operacional 410.546 307.438 305.304 Resultado não Operacional 1.058 0 0

Lucro antes do Imposto de Renda 411.604 307.438 305.304Lucro Líquido 223.741 167.116 165.956 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital Social e reservas

Reserva Legal + lucros

Acumulados Total

Saldo em 31.12.X0 577.605 244.222 821.827 Lucro líquido do Exercício de 20X1 0 223.741 223.741 Aumento de Capital 79.478 (30.000) 49.478 Dividendos 0 (24.185) (24.185)

Saldo em 31.12.X1 657.083 413.778 1.070.861 Lucro Líq. Do Exercício de 20X2 0 167.116 167.116 Aumento de Capital 537.074 (281.634) 255.440 Dividendos 0 (86.232) (86.232)

Saldo em 31.12.X2 1.194.157 213.028 1.407.185 Lucro Líq. Do Exercício de 20X3 165.956 165.956 Aumento de Capital 156.673 0 156.673 Dividendos 0 (61.987) (61.987)

Saldo em 31.12.X3 1.350.830 316.997 1.667.827

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DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

Exercício CIA. BIG 31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3

ORIGENS DAS OPERAÇÕES Lucro Líquido 223741 167.116 165.956 Depreciação 20.300 101.511 167.477 Resultado da Equivalência Patrimonial (5.508) (10.541) (20.277)

DOS ACIONISTAS Aumento de Capital 49.478 255.440 156.673

DE TERCEIROS Novos Empréstimos e Financiamentos 124.756 906.528 857.443

Total das Origens 412.667 1.420.054 1.327.272APLICAÇÕES Dividendos 24.185 86.232 61.987 Reduções Emp. Longo Prazo 0 50.100 0 Aquisição Investimentos 6.104 73.684 51.323 Aquisição Imobilizado 0 40.896 49.141

Total das Aplicações 64.769 1.176.483 1.214.068 VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 347.898 243.571 113.204 MOVIMENTAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 20X0 20X1 20X2 20X3 Ativo Circulante 1.500.889 1.960.480 2.269.171 2.933.575Passivo Circulante 1.229.264 1.340.957 1.406.077 1.957.277Capital Circulante Líquido 271.625 619.523 863.094 976.298 Aumento ou Dim. Do Cap. C. Líqu. 347.898 243.571 113.204

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DADOS ADICIONAIS: 31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3 1- Receita Bruta de Vendas 6.113.052 6.227.390 8.069.229 (-) Devoluções e Abatimentos 152.825 184.276 249.086

Vendas Realizadas 5.960.227 6.043.114 7.820.143 (-) Impostos 1.107.104 1.617.248 1.968.557

Receita Líquida 4.793.123 4.425.866 5.851.586 2- Outras Rec./Desp. Operacionais Receita de Equiv. Patrimonial 5.508 10.541 20.277 Ganhos com a Inflação 2.886 7.040 7.500

8.394 17.581 27.777 3- Despesas Operacionais De Vendas 269.560 225.310 284.021 Administrativas 206.323 180.422 192.698 Gerais 20.110 21.493 21.306

495.993 427.225 498.025 4- Compras 3.001.587 2.766.402 3.387.266 5- Estoques Matérias-primas 264.132 269.385 317.413 Produtos em Processo 263.713 386.643 466.271 Produtos Acabados 223.361 383.407 533.830

751.206 1.039.435 1.317.514 6- Aumento de Capital nas seguintes datas:

30/04/x1 49.47831/06/x2 255.44002/02/x3 156.673

7- Os Dividendos são provisionados no encerramento de cada exercício. 8- Balanço Sintético de 20X0 ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Operacional 1.378.133 Operacional 839.522Financeiro 122.756 Fornecedor 570.520 1.500.889 Outras Obrigações 269.002 Financeiro 389.742 1.229.264 Exigível a L. Prazo 189.604Permanente 739.806 Patrimônio Líquido 821.827TOTAL 2.240.695 TOTAL 2.240.695

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ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL (Cap. 09 – MATARAZZO) Os métodos de análises vertical e horizontal prestam valiosa contribuição na interpretação da estrutura e da tendência dos números de uma empresa. Podem ainda auxiliar na análise dos índices financeiros e em outros métodos de análise. ANÁLISE VERTICAL (coeficientes) Conceito É um processo comparativo, expresso em porcentagem, que se aplica ao se relacionar uma conta ou grupo de contas com um valor afim ou relacionável, identificado no mesmo demonstrativo, ou seja, o primeiro propósito da análise vertical (AV) é mostrar a participação relativa de cada item de uma demonstração financeira em relação a determinado referencial. De maneira mais simples podemos ver que a AV mostra a importância que cada conta em relação o valor total do conjunto. No balanço calcula-se o percentual de cada conta em relação ao ativo total e ao passivo total, dentro de suas respectivas naturezas. A Análise Vertical, também denominada por alguns analistas como “Análise por Coeficientes”, é aquela através da qual se compara cada um dos elementos do conjunto em relação ao total do conjunto. Ela evidencia a porcentagem de participação de cada elemento no conjunto. Através desse tipo de análise, pode-se conhecer pormenores das demonstrações financeiras que escapam à análise genérica através dos índices. O cálculo do percentual que cada elemento ocupa em relação ao conjunto é feito por meio de regra de três, em que o valor-base é igualado a 100, sendo os demais calculados em relação a ele. No caso do Balanço, podemos saber qual o percentual do ativo circulante em relação a ativo total, ou ainda a relação percentual entre o disponível e ativo total, como o exemplo a seguir. Exemplo: % do disponível em relação ao ativo total At. Total : 2.726.178 = 100 Disponível: 34.665 = x x = 34.665 x 100 = 1,27% 2.726.178

A porcentagem encontrada corresponde ao percentual de participação do disponível em relação ao volume do Ativo Total. É evidente que nos casos referentes ao DRE, calcula-se o percentual de cada conta em relação às vendas, onde o valor das vendas é igualado a 100. Exemplo: x = 10.860 x 100 = 0,23% 4.793.123

“O percentual de cada conta mostra sua real importância no conjunto”.

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OBJETIVO DA ANÁLISE VERTICAL O principal objetivo da AV é mostrar a importância de cada conta na demonstração financeira a que pertence. Embora a AV possa ser feita em qualquer demonstração financeira, alcança sua plenitude quando efetuada na Demonstração do Resultado do Exercício. A redução do Lucro Líquido de um período para outro pode ser resultado do aumento indesejado de alguns itens de despesa, o que é facilmente verificado através da análise vertical. É conveniente acompanhar constantemente o percentual de participação de cada despesa em relação ao valor da Receita Líquida de Vendas para evitar que esses percentuais, que tem influência direta o Resultado do Exercício, ultrapassem os limites orçados. ANÁLISE HORIZONTAL (índices) Conceito É a comparação que se faz entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios sociais. É basicamente um processo de análise temporal, desenvolvido por meio de números-índices. A Análise Horizontal, também denominada por alguns analistas como “Análise por meio de números-índices”, tem por finalidade evidenciar a evolução dos itens das demonstrações financeiras ao longo do tempo. O objetivo da Análise Horizontal é permitir o exame da evolução histórica de uma série de valores ao longo do tempo. Os índices extraídos da análise horizontal representam a evolução de cada conta no decorrer do tempo, e mostram os caminhos trilhados pela empresa e as possíveis tendências. A análise é feita geralmente de no mínimo três exercícios. Este tipo de análise possibilita o acompanhamento do desempenho de cada uma das contas que compõem a demonstração em questão, ressaltando as tendências evidenciadas em cada uma delas, sejam de evolução ou retração. Através da AH, o analista poderá verificar a evolução normal desta conta e compará-la com a evolução das demais contas da Demonstração e concluir sobre o comportamento da mesma durante o período. Enquanto a Análise Vertical é feita pela comparação de cada elemento do conjunto em relação ao total, em um mesmo período, a Análise Horizontal compara a evolução dos valores de cada conta das demonstrações em análise ao longo de vários períodos. O analista não pode desprezar em sua análise a influência da inflação, que pode concorrer para um crescimento ou redução dos valores em análise. A Análise Horizontal é feita por meio de números-índices.

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Número-índice é uma operação estatística, utilizada pela análise de Balanços, que consiste em substituir os valores constantes das contas de cada exercício por um número percentual que facilita a comparação entre eles. Na construção dos percentuais para cada elaboração de análise horizontal se usa a técnica dos números índices em que no primeiro ano todos os valores são considerados iguais a 100. O mecanismo consiste em escolher um exercício – geralmente o mais antigo como base, atribuindo aos seus valores o percentual 100 e, a partir desse exercício, calcular os demais valores dos outros exercícios por meio de regra de três, sempre em relação ao primeiro. REPETINDO

Através da regra de três obtem-se os valores dos anos seguintes; A variação é o que exceder a 100 ou o que faltar para 100.

Exemplo: Suponhamos que a Demonstração do Resultado do Exercício de uma determinada empresa apresente os seguintes valores da Receita Operacional Líquida: Exercício de x1 = 4.280.000 Exercício de x2 = 8.200.000 Exercício de x3 = 9.680.000 Escolhendo o exercício de x1 como base, faremos: Cálculo de índice para o exercício de x2; R$ 4.280.000 = 100% R$ 8.200.000 = x logo x = 8.200.000 x 100 = 191,59% 4.280.000 Cálculo do índice para o exercício de x3 R$ 4.280.000 = 100% R$ 9.680.000 = x logo x = 9.680.000 x 100 = 226,17% 4.280.000 Para fins de Análise Horizontal, podemos elaborar uma tabela com base nos dados apurados. Veja: Demonstração de resultado do exercício da empresa exemplo S/A.

CONTAS X1 X2 X3 Receita Operacional Líquida 100% 191,59 226,17 VEJAM QUE:

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• Na construção dos percentuais para elaboração da Análise Horizontal se usa a técnica dos números-índices, onde no 1º. Ano todos os valores são considerados iguais a 100.

• Através da regra de três obtem-se os valores dos anos seguintes (índices). • A variação é o que excedera 100 ou o que faltar para 100. De posse da tabela devidamente elaborada, basta analisar a evolução ou a retração de cada conta em relação ao exercício escolhido como base. A análise pode ser feita inicialmente comparando-se os índices obtidos em cada ano sempre em relação ao ano-base. Pode ser feita especificamente em cada item e depois em conjunto, possibilitando verificar a influência de cada item um sobre o outro.

“A evolução de cada conta mostra os caminhos trilhados pela empresa e as possíveis tendências”.

ANÁLISE HORIZONTAL ENCADEADA X ANUAL A análise horizontal pode ser efetuada através do cálculo das variações em relação a um ano-base - quando será denominada Análise Horizontal encadeada- ou em relação ao ano anterior – quando será denominada Análise Horizontal Anual. Nota: A anual não deve ser feita em substituição a encadeada, uma vez que pode causar alguma confusão. Veja exemplos: Suponha que uma conta Estoques de determinada empresa tenha a seguinte evolução:

20X1 20X2 20X3 20X4 Estoques 2.890.143 1.156.058 1.926.764 2.890.143 A análise horizontal encadeada apresenta os seguintes cálculos:

20X1 20X2 20X3 20X4 Estoques 100% 40% 67% 100% X2 ⇒ (1.156.058 x 100) / 2.890.143 = 40% X3 ⇒ (1.926.764 x 100) / 2.890.143 = 67% X4 ⇒ (2.890.143 x 100) / 2.890.143 = 100% Conclui-se que a empresa teve uma redução de estoques em 20X2; tal redução passou a representar 40% dos estoques iniciais. Em 20X3 os estoques subiram para o nível de 67% dos iniciais e em 20X4 voltaram exatamente ao nível inicial. A análise horizontal anual mostra os seguintes números (observe-se que neste processo em cada ano só aparece o percentual de variação em relação ao ano anterior).

20X2 20X3 20X4 Estoques -60% +66% +50%

X2 ⇒ 40 – 100 = -60% X3 ⇒ [(1.926.764 x 100) / 1.156.058] – 100 = 66%

Capitulo 03 Análise Vertical / Análise Horizontal

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X4 ⇒ [(2.890.143 x 100) / 1.926.764] – 100 = 50% Conclusões do cálculo: A empresa sofreu uma redução de 60% no seu estoque no 1º ano e apresentou aumento de 66% e 50% respectivamente, nos dois seguintes. Isto sugere que a redução inicial teria sido inteiramente compensada em 20X3 e ainda havido um aumento dos estoques em 20X4, o que não corresponde a realidade. Ou seja, a redução de 60% de 20X2 foi calculada sobre uma base muito maior do que a base usada para o crescimento em 20X3 e 20X4. Relação entre Análise Vertical e Horizontal É recomendável que estes dois tipos de análise sejam usados em conjunto. Não se deve tirar conclusões exclusivamente da análise horizontal, pois determinado item, mesmo apresentando variação de 2.000%, por exemplo, pode continuar sendo irrelevante dentro da demonstração financeira a que pertence. É desejável que as conclusões baseadas na análise Vertical sejam completadas pelas da análise Horizontal. Na DRE, pequenos percentuais podem ser significativos, visto que o lucro líquido costuma representar também percentuais pequenos em relação as vendas em análise vertical, porém em uma análise horizontal pode representar variações de grandes proporções. Relação entre Análise Vertical/Horizontal e Análise através de Índices. A análise através de índices Financeiros é genérica; relaciona grandes itens das Demonstrações Financeiras e permite dar uma avaliação à empresa. A análise Vertical/Horizontal desce a um nível de detalhes que não permite essa visão ampla da empresa, mas possibilita localizar pontos específicos de falhas, problemas e características da empresa e explicar os motivos de a empresa estar em determinada situação. Objetivos da Análise Vertical/Horizontal: Análise Vertical: Mostrar a importância de cada conta em relação à demonstração financeira a que pertence e, através da comparação com padrões do ramo ou com percentuais da própria empresa em anos anteriores e permitir inferir se há itens fora das proporções normais. Análise Horizontal: Mostrar a evolução de cada conta das Demonstrações. Financeiras e, pela comparação entre si, permitir conclusões sobre a evolução da empresa.

“Em sentido específico, destacam-se os seguintes objetivos da análise Vertical/Horizontal conjuntamente”.

Indicar A Estrutura De Ativo E Passivo, Bem Como Suas Modificações.

Capitulo 03 Análise Vertical / Análise Horizontal

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Analisar Em Detalhes O Desempenho Da Empresa. ANÁLISE VERTICAL 1- Visando fixar melhor a teoria, desenvolvam, utilizando as técnicas apresentadas a análise vertical das demonstrações abaixo: BALANÇO DA CIA. FUTURISTA S/A.

Ativo/Passivo 31.12.X1 AV 31.12.X2 AV 31.12.X3 AV Ativo Circulante 100.000 17,8 110.000 16,1 95.000 13,0Real. A L. Prazo 160.000 28,6 184.000 26,9 192.000 26,2Ativo Permanente 300.000 53,6 390.000 57,0 445.000 60,8

TOTAL 560.000 100,0 684.000 100,0 732.000 100,0Passivo Circulante 70.000 12,5 90.300 13,2 106.400 14,5Exig. A L. Prazo 150.000 26,8 200.000 29,2 235.000 32,1Patrimônio Líquido 340.000 60,7 393.700 57,6 390.600 53,4 DRE DA CIA . FUTURISTA S/A

31.12.X1 AV 31.12.X2 AV 31.12.X3 AV Receitas de Vendas 830.000 100,0 1.260.000 100,0 2.050.000 100,0(-) Custos (524.167) 63,2 (840.500) 66,7 (1.594.600) 77,8(=) Lucro Bruto 305.833 36,8 419.500 33,3 455.400 22,2(-) Desp. Operacion (139.500) 16,8 (190.000) 15,1 (277.500) 13,5(-) Desp. Financeiras (88.000) 10,6 (140.000) 11,1 (186.000) 9,1(=) Resultado Oper 78.333 9,4 89.500 7,1 (8.100) -0,4(-) Prov. Imp. Renda (31.333) 3,8 (35.800) 2,8 - -(-) Resultado Líquido 47.000 5,6 53.700 4,3 (8.100) -0,4 INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DO BALANÇO PELA ANÁLISE VERTICAL: - Os investimentos de curto prazo sofreram pequenas reduções no período, passando de

17,8% do total do ativo em X1, para 13,0% para X3. Ativo Circulante 100.000 17,8 110.000 16,1 95.000 13,0 - Em contrapartida, de forma desequilibrada, as dívidas de curto prazo (representadas pelo

passivo circulante) apresentaram uma participação maior ao longo dos períodos. Em X1, 12,5% do total dos financiamentos da empresa era representado por passivo circulante, subindo para 14,5% em X3.

Passivo Circulante 70.000 12,5 90.300 13,2 106.400 14,5 - Essa situação, conforme se comentou, produziu uma redução da liquidez da empresa que

deve administrar um volume maior de dívidas vencíveis a curto prazo sem apresentar um incremento correspondente em seus ativos circulantes. Situação semelhante também pode ser verificada em relação ao Realizável a Longo Prazo X Exigível a Longo Prazo:

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Real. A L. Prazo 160.000 28,6 184.000 26,9 192.000 26,2Exig. A L. Prazo 150.000 26,8 200.000 29,2 235.000 32,1 - O único grupo patrimonial que proporcionalmente cresceu ao longo dos anos foi o ativo

permanente: Ativo Permanente 300.000 53,6 390.000 57,0 445.000 60,8 Os demais grupos de contas do Ativo sofreram decréscimos do exercício X1 ao X3. A maior preocupação por investimentos produtivos pode ser derivada do crescimento dos níveis de vendas da empresa, tendo atingido 51,8% em X2 em relação a X1 e 62,7 em X3 em relação a X2, conforme quadro da DRE. Da mesma forma, observa-se que em X1 60,7% dos ativos da empresa eram financiados por capital próprio. Em X3, esse percentual caiu para 53,4%, significando que a empresa deve a terceiros os outros 46,6% (100%-53,4) de seus ativos. Na verdade a empresa, conforme se comentou, não produziu melhores níveis de capitalização no período (> participação de capital próprio), diminuindo inclusive a participação do Patrimonio Líquido. Patrimônio Líquido 340.000 60,7 393.700 57,6 390.600 53,4 INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DA DRE PELA ANÁLISE VERTICAL: Através da Demonstração de Resultados, confirma-se a necessidade de um volume maior de receitas de vendas para cobrir os custos. Em X1, 63,2% das vendas eram destinados a reporem os custos incorridos, elevando-se para 66,7 em X2 e 77,8% em X3. Como conseqüência, reduz-se a parte das vendas que representam o lucro bruto. Vejam: Receitas de Vendas 830.000 100,0 1.260.000 100,0 2.050.000 100,0(-) Custos (524.167) 63,2 (840.500) 66,7 (1.594.600) 77,8(=) Lucro Bruto 305.833 36,8 419.500 33,3 455.400 22,2 .Nota-se também que apesar de haver ocorrido uma redução proporcional das despesas operacionais e financeiras na estrutura de resultados, a empresa teve de assumir um prejuízo de $8.100 em X3 equivalente a 0,4 de suas vendas. Nos exercícios de X1 e X2 apesar de ter apresentado um lucro líquido crescente em valores absolutos, houve uma redução proporcional às vendas. Vejam: (-) Resultado Líquido 47.000 5,6 53.700 4,3 (8.100) -0,4

Capitulo 03 Análise Vertical / Análise Horizontal

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Ou seja, em X1, 94,4% da receita de vendas foram para cobrir os custos e despesas, no exercício seguinte esse percentual foi de 96,7% e em X3 a empresa utilizou toda a sua receita e mais 0,4 do P.L (representado por prejuízo). ANÁLISE HORIZONTAL Visando fixar melhor a teoria, desenvolvam, utilizando as técnicas apresentadas a análise horizontal das demonstrações abaixo: BALANÇO DA CIA . FUTURISTA S/A

Ativo/Passivo 31.12x1 AH% 31.12.X2 AH% 31.12.X3 AH% Ativo Circulante 100.000 100,0 110.000 110,0 95.000 95,0Real. A L. Prazo 160.000 100,0 184.000 115,0 192.000 120,0Ativo Permanente 300.000 100,0 390.000 130,0 445.000 148,3

TOTAL 560.000 100,0 684.000 122,1 732.000 130,7Passivo Circulante 70.000 100,0 90.300 129,0 106.400 152,0Exig. A L. Prazo 150.000 100,0 200.000 133,3 235.000 156,7Patrimônio Líquido 340.000 100,0 393.700 115,8 390.600 114,9 DRE DA CIA. FUTURISTA S/A.

31.12x1 AH% 31.12.X2 AH% 31.12.X3 AH% Receitas de Vendas 830.000 100,0 1.260.000 151,8 2.050.000 247,0(-) Custos (524.167) 100,0 (840.500) 160,3 (1.594.600) 304,2(=) Lucro Bruto 305.833 100,0 419.500 137,2 455.400 148,9(-) Desp. Operac. (139.500) 100,0 (190.000) 136,2 (277.500) 146,1(-) Desp. Financ (88.000) 100,0 (140.000) 159,1 (186.000) 198,9(=) Resultado Oper 78.333 100,0 89.500 114,3 (8.100) (10,3)(-) Prov. Imp. Renda (31.333) 100,0 (35.800) 114,3 - -(-) Result. Líquido 47.000 100,0 53.700 114,3 (8.100) (17,2) INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DO BALANÇO PELA ANÁLISE HORIZONTAL: A- No balanço, é possível observar um deterioração na capacidade de pagamento a curto

prazo da empresa, tendo como contra-partida uma evolução mais que proporcional de suas obrigações de curto prazo.

Vejam: Ativo Circulante 100.000 100,0 110.000 110,0 95.000 95,0Passivo Circulante 70.000 100,0 90.300 129,0 106.400 152,0 Nota-se que está decaindo de ano a ano a diferença entre ativo circulante e passivo circulante tanto em valores absolutos como em valores relativos o que provoca uma redução em sua capacidade de liquidez, tanto que em X3 essa diferença assume valores negativos. B- A participação de recurso próprios (PL) na estrutura de financiamentos vem decaindo

proporcionalmente ao longo dos exercícios, notando-se um crescimento mais que proporcional das dívidas (capital de terceiros). No exercício de X3, enquanto as

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exigibilidades totais cresceram 55,2% em relação ao ano de X1, o capital próprio evoluiu apenas 14,9% no mesmo período, o que vem demonstrar maior dependência da empresa aos credores e, conseqüentemente, maior risco financeiro.

C- Nos últimos dois exercícios, os custos de venda da empresa apresentara um crescimento

maior que suas receitas, proporcionando uma redução na evolução do lucro bruto.

Em outras palavras, em X2, para auferir um crescimento de 37,2% no lucro bruto, a empresa elevou suas vendas em 51,8%. No entanto, em X3 para uma elevação de apenas 8,6% (((455.400x100)/419.500)-100) no lucro bruto, as receitas precisaram crescer 62,7% (((2.050.600 x 100)/1.260.000)-100). As despesas operacionais e as financeiras mantiveram nos três anos uma evolução próxima à da receitas, não chegando a onerar o lucro com a mesma intensidade dos custos. Como conseqüência, o resultado líquido da empresa apresentou um crescimento moderado em X2, chegando a um prejuízo no ano seguinte. Em resumo, pode-se concluir que os investimentos da empresa foram prioritariamente dirigidos para ativos de longo prazo, notadamente o ativo permanente, em prejuízo dos itens circulantes. Sua estrutura de financiamentos, além de atribuir maior preferência por fontes de terceiros, deu ainda grande destaque a dívidas de curto prazo. Apesar de ter chegado a conclusões semelhantes com os resultados da análise vertical, é importante que se acrescente que uma não deve necessariamente excluir a outra. Ou seja, ao ser processado um estudo comparativo das demonstrações financeiras de uma empresa, é importante que sejam utilizadas tanto análise vertical como horizontal, a fim de melhor identificar as várias mutações sofridas por seus elementos contábeis.

Observações importantes: Gostaria de lembrar que os cálculos são importantes para se construir a estrutura da demonstração analisada através de números índices, porém, o mais importante é a interpretação dos índices feita através de um bom relatório como no exemplo acima exposto. Vejam que coloco junto a informações levantadas partes dos quadros apenas para que tenham a visão que está sendo informado.

Capitulo 03 Análise Vertical / Análise Horizontal

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EXERCÍCIO COM SOLUÇÃO NÚMEROS-ÍNDICES (onde o Período-base, é o mais antigo). ANÁLISE HORIZONTAL ENCADEADA 20X5 20X6 20X7 20X8 Vendas Líquidas 104.899 100.434 103.044 113.925(-) Custos e Despesas 73.122 76.538 53.894 60.267(=) Lucro Líquido 31.777 23.896 49.150 53.658

100% 95,7% 98,2% 108,6% 100% 104,7% 73,7% 82,4%

ANÁLISE HORIZONTAL ENCADEADA

100% 75,2% 154,7% 168,9% Tomando-se como o ano base de 20X5, os números-índices das vendas, custos e despesas, e lucro líquido em X5, X6, X7 e X8 são calculados da seguinte forma: Cálculos: 20X6/20X5 20X8/20X5 Vendas: 100.434 x 100 = 95,7 Vendas: 113.925 x 100 = 108,6 104.899 104.899 Custo 76.538 x 100 = 104,7 Custo 60.267 x 100 = 82,4 73.122 73.122 Lucro Líquido 23.896 x 100 = 75,2 Lucro Líquido 53.658 x 100 = 168,9

31.777 31.777

20X7/20X5

Vendas: 103.044 x 100 = 98,2 104.899 Custo 53.894 x 100 = 73,7 73.122 Lucro Líquido 49.150 x 100 = 154,7

31.777 NÚMEROS-ÍNDICES (onde o exercício-base, é o exercício anterior). ANÁLISE HORIZONTAL ANUAL

- (4,3%) 2,6% 10,6% - 4,7% (29,6%) 11,8%

ANÁLISE HORIZONTAL ANUAL

- (24,8%) 105,7% 9,2% Neste sistema de análise verifica-se a variação percentual de uma conta ou grupo de conta de um período para outro. Logo, o período base para calcular a variação X6/X5 é o ano X5, já a variação de X7/X6 o ano base é o X6 e a variação X8/X7 a base é o X7. Obs.: A variação é o que ultrapassa ou falta para 100.

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Cálculo: 20X6/20X5 Vendas: 100.434 x 100 - 100 = (4,3%) 104.899 Custo 76.538 x 100 - 100 = 4,7% 73.122 Lucro Líquido 23.896 x 100 - 100 = (24,8%)

31.777

20X7/20X6

Vendas: 103.044x 100 - 100 = 2,6% 100.434 Custo 53.894 x 100 - 100 = (29,6%) 76.538 Lucro Líquido 49.150 x 100 - 100 = 105,7%

23.896

20X8/20X7

Vendas: 113.925 x 100 - 100 = 10,6% 103.044 Custo 60.267 x 100 - 100 = 11,8% 53.894 Lucro Líquido 53.658 x 100 - 100 = 9,2%

49.150 INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS: Através destas análises podemos ver que as vendas diminuíram 4,3% em X6 em relação a X5. Em X7, apesar de terem crescido em relação ao ano imediatamente anterior, regrediram em relação ao ano X5. A redução das vendas de X7 foi de 1,8% (98,2 – 100) em relação a X5. Entretanto, no exercício de X8 observou-se um crescimento de 8,6% nas vendas em relação a X5, ou seja, estão 1,086 vezes maiores que as obtidas em X5 Os custos e despesas tiveram um acréscimo de 4,7% em X5, uma queda de 26,3% em X7 e uma diminuição de 17,6%, tudo em relação a X5. O lucro Líquido mostrou um decréscimo de 24,8% em X6 e um crescimento de 54,7% em X7 e de 68,9%, em X6, também, tudo em relação a X5. Ilustrando melhor a análise horizontal, comentemos agora, a mesma com base anual.

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As vendas registraram decréscimos de 4,3% em X6 em relação a X5, acréscimo de 2,6% em X7 em relação a X6 e acréscimo de 10,6% em X8 em relação a X7. Podemos verificar que embora tenha tido um acréscimo significativo em X8 em relação a X7, o acréscimo de X7/X6 foi bastante modesto apresentando apenas 2,6%. Os custos e despesas tiveram o seguinte comportamento: aumentaram 4,7% em X6 em relação X5 diminuíram 29,6% em X7 em relação a X6 e tiveram um aumento de 11,8% em X8 em relação a X7. O Lucro Líquido comportou-se da seguinte forma nos períodos analisados: Podemos ver que a empresa apresentou em X6 diminuição de 24,8% em relação a X5, porém, obteve um acréscimo de 105,7% em X7 em relação a X6 onde podemos verificar que pelo menos parte deste resultado pode ser conseqüência da diminuição dos custos em 29,6% no mesmo período. Em X8 teve acréscimo de 9,2% em relação a X7 enquanto as vendas evoluíram 10,6%, podemos salientar ainda que os custos e despesas aumentaram 11,8% no mesmo período. Outras observações análogas podem ser descritas em função das variações apresentadas pelos grupos de contas em análise.

ANÁLISE ATRAVÉS DOS ÍNDICES ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES – (Cap. 06 MATARAZZO) “A avaliação da empresa através de índices exige obrigatoriamente a comparação com padrões e a fixação da importância relativa de cada índice”. No estudo dos índices financeiros, precisamos responder algumas questões, como: • O que é um índice financeiro? • Como calcular um índice financeiro? • Como interpretar um índice financeiro? • Quantos índices financeiros precisamos calcular? • Qual a importância que deve receber cada um dos índices financeiros? O que é índice? Os índices financeiros são relações entre contas ou grupos de contas das demonstrações financeiras, que tem por objetivo fornecer-nos informações que não são fáceis de serem visualizadas de forma direta nas demonstrações financeiras. Por exemplo, se alguém nos diz que o passivo circulante de uma empresa é de $100.000, essa informação isolada não é relevante, uma vez que, esse valor pode ser grande ou pequeno, dependendo do porte da empresa e do referencial com que esteja sendo comparado.

Também podemos definir os índices como sendo a relação entre contas ou grupo de contas das demonstrações financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa.

Page 59: Apostila Análise das Demonstrações Financeiras

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O papel dos índices de Balanço é fornecer visão ampla da situação econômica ou financeira da empresa. Os índices servem para medir os diversos aspectos econômicos e financeiros das empresas. Como calcular e interpretar um índice financeiro? Como calcular e interpretar os índices iremos verificar ao longo do desenvolvimento deste assunto. Como medida relativa de grandeza, o índice nos permite que numa mesma empresa possamos compara-lo ano a ano para observar sua tendência, ou seu comportamento. Adicionalmente, é possível compararmos, em determinado momento ou período, o índice de uma empresa como o mesmo índice relativo a outras empresas de mesma atividade, para sabermos como está a empresa em relação a suas principais concorrentes ou mesmo em relação aos padrões de seu seguimento de atuação. Devemos lembra que é necessário que os índices financeiros sejam calculados após a padronização (reclassificação) das demonstrações financeiras procedidas pelo analista. Quantos índices financeiros precisam calcular? Uma grande quantidade de índices pode chegar a confundir o analista, especialmente o iniciante. Por outro lado, uma quantidade muito pequena de índices pode não ser suficiente para tirarmos conclusões acerca da saúde financeira de uma empresa. O ideal, é que o analista utilize uma quantidade que o permita conhecer a situação da empresa, segundo o grau de profundidade desejada da análise. A profundidade de análise varia de acordo com o interesse de cada usuário, ou seja, cada um está interessado em determinado aspecto da empresa analisada. Portanto, a quantidade de índices que se deve utilizar depende exclusivamente do grau de profundidade que se deseja da análise. “A análise de empresa industriais e comerciais através de índices tradicionais deve ter, no mínimo, 4, e não é preciso estender-se além de 11 índices”. Qual a importância que deve receber cada um dos índices financeiros? É importante que atribuamos um peso (um conceito) a cada um dos índices, de modo que tenhamos uma ponderação que nos leve a uma avaliação final da empresa. A ponderação dos índices pode ser através de comparação da empresa com padrões de seu segmento, de sua região geográfica e de seu porte, através da experiência do analista, ou através de outros meios quantitativos. Aspectos da empresa revelados pelos índices Pode-se dividir a análise das Demonstrações Financeiras, em situação financeira e situação econômica:

Capitulo 03 Análise através dos Índices

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Principais aspectos revelados pelos índices financeiros: Estrutura Situação Financeira Liquidez Situação Econômica Rentabilidade Principais Índices Embora haja inúmeros pontos comuns nos principais índices formados por autores e profissionais de análise, existem algumas diferenças em suas análises. Exemplos: • Índices como, Participação de Capitais de Terceiros, Liquidez Corrente e Rentabilidade do

Patrimônio Líquido, são usados por praticamente todos os analistas. • Outros, porém, como Composição do endividamento, Liquidez Seca, Rentabilidade do

Ativo, Margem Líquida de Lucro, nem sempre fazem parte dos modelos de análise. Diferenças Possíveis de análise Exemplo: - Há autores que apresentam a rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido Inicial, outros

sobre o Patrimônio Líquido médio e outros sobre o Patrimônio Líquido final. - Com relação a Participação de Capitais de Terceiros ou Endividamento, também existem

fórmulas diferentes. Há aqueles que calculam esse índice com relação ao total do Passivo da empresa, outros que o calculam em relação ao Patrimônio Líquido e outros, ainda, que invertem o índice, calculando a relação entre Ativo a Capitais de Terceiro são, contudo, pequenas diferenças que não chegam a afetar propriamente a análise.

Quadro-Resumo dos Índices Apresenta-se a seguir quadro resumo com os principais índices que devem ser utilizados na análise de Balanços. Deve-se frisar que, a quantidade de índices pode ser reduzida se o usuário desejar uma análise superficial. Não é necessário que a análise contenha mais índices do que os existentes no quadro a seguir.

Capitulo 03 Análise através dos Índices

Page 61: Apostila Análise das Demonstrações Financeiras

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DESCRIÇÃO DOS ÍNDICES ESTRUTURA DE CAPITAIS Os índices de estrutura são aqueles que relacionam a composição de capitais (próprios e de terceiros), que medem os níveis de imobilização de recursos e que buscam diversas relações na estrutura da dívida da empresa. Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras, em termos de obtenção e aplicação de recursos. PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS: CT/PL Fórmula:

OU

X 100Capitais de TerceirosPatrimônio Líquido

Quadro-resumo dos índices.

Estrutura de Capitais1. CT/PL - Participação de Quanto a empresa tomou de capitais Quanto menor, melhor

capitais de 3ºs. de 3ºs. p/cada $100 de capital (endividamento) próprio.

2. PC/CT - Composição do Passivo Circulante x 100 Qual o percentual de obrigações a Quanto menor, melhorEndividamento Cap. de Terceiros curto prazo em relação ás

obrigações totais.

3. AP/PL - Imobilização do Ativo Permanente x 100 Quanto reais a empresa aplicou no Quanto menor, melhorPatr. Líquido Patr. Líquido Ativo Permanente p/cada $100 de

Patr. Líquido.

4. AP/PL+ELP - Imobilização dos Que percentual dos recursos não Quanto menor, melhorrecursos ñ correntes correntes (PL e Ex. a L.P.) foi

destinado ao At.Permanente.Liquidez

5. LG Liquidez Geral Quanto a empresa possui de Ativo Quanto maior, melhorcirculante + Real. A L. Prazo p/cada $1,00 de dívida total.

6. LC Liquidez Corrente Quanto a empresa possui de At. Quanto maior, melhorCirculante p/cada $1,00 de Pas.Circulante.

7. LS Liquidez Seca Quanto a empresa possui de At. Quanto maior, melhorLíquido p/cada $1,00 de PasivoCirculante.

Rentabilidade (ou Resultados)8. VL/AT Giro do Ativo Quanto a empresa vendeu para Quanto maior, melhor

$1,00 de investimento total.

9. LL/VL Margem Líquida Lucro Líquido x 100 Quanto a empresa obtém de lucro Quanto maior, melhorVendas Líquidas p/cada $100 vendidos.

10. LL/AT Rentabilidade do Ativo Quanto a empresa obtém de luvro Quanto maior, melhorp/cada $ 100 de investimento total.

11. LL/PL Rentabilidade do Quanto a empresa obtém de lucro Quanto maior, melhorPatr. Líquido p/cada $100 de capital próprio

investido, em média, no exercício.Patr. Líq.Médio

AtivoLucro Líquido x 100

Lucro Líquido x 100

Ativo CirculantePassivo Circulante

Disp. + Tít. Rec + Outros(ativos de rápida conversão)

ÍNDICE FÓRMULA INDICASÍMBOLO

Vendas LíquidasAtivo

INTERPRETAÇÃO

Capitais de Terceiros x 100 Patrimônio Líquido

Passivo Circulante

Ativo Permanente x 100Patr.Líq + Ex. a L.P

At.Circulante + Real L.PPas. Circ. + Exig. L.P

Page 62: Apostila Análise das Demonstrações Financeiras

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Indica: Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $100,00 de capital próprio Investido, ou seja, retrata a dependência da empresa em relação aos recursos de terceiros. Interpretação: Quanto menor, melhor. • Porém, a interpretação só será completa quando comparada com padrões. Exemplo: Dados da Cia. BIG

Isto mostra que: - Em 20X1, p/cada $100,00 de Capital Próprio (P.Líquido), a empresa tomou $155,00 de

terceiros. - Em 20X2, p/cada $100,00 de próprios, tomou $183,00 de terceiros. COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO: PC/CT FÖRMULA:

OU

Indica: Qual o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais, ou seja, quanto da dívida total da empresa deverá ser pago a curto prazo. Interpretação: Quanto menor, melhor.

Exigível TotalP. Líquido

X 100

100Passivo Circulante xCapitais de Terceiros

P. Circulante x 100Ex. Total

Capitais de TerceirosPatrimônio LíquidoÍndice de Participaçãode Capitais de Terceiros

19X1

1.407.185 X 100 = 183%

1.070.861

2.576.865 1.407.185

2.576.865

1.070.861 1.655.317

X 100 = 155%1.655.317

19x220X1

Page 63: Apostila Análise das Demonstrações Financeiras

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Após conhecer o grau de Participação de Capitais de Terceiros, resta saber qual a composição da dívida. Existem dívidas a curto prazo e a longo prazo. IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO: AP/PL Fórmula:

Indica: Quanto à empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $100,00 de P. Líquido. Interpretação: Quanto menor, melhor. IMOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS NÃO CORRENTES: São considerados como recursos não correntes a somatória do Patrimônio Líquido mais o Exigível a Longo Prazo. É perfeitamente possível utilizar recursos de longo prazo para financiar os ativos da empresa, desde que o prazo seja compatível com a duração do imobilizado ou então que o prazo seja suficiente para a empresa gerar recursos capazes de resgatar as dívidas de longo prazo. Aí está a lógica deste índice que compara as aplicações fixa (ativo permanente) com os recursos não correntes (PL + Exig. aL. Prazo). Fórmula:

Indica: Que percentual de recursos não correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente. Interpretação: Quanto menor, melhor. LIQUIDEZ OU SOLVÊNCIA Os índices de liquidez visam fornecer uma medida, ou melhor, um indicador da capacidade da empresa de pagar suas dívidas, a partir da comparação entre os direitos realizáveis e as exigibilidades. Os quocientes de liquidez evidenciam o grau de solvência da empresa em decorrência da existência ou não de solidez financeira que garanta o pagamento dos compromissos assumidos com terceiros. São calculados com base em valores extraídos do Balanço Patrimonial.

x 100Ativo Permanente Patrimônio Líquido

At. Permanente x 100P.Líquido + Exig. a L.Prazo

Capitulo 03 Análise através dos Índices

Page 64: Apostila Análise das Demonstrações Financeiras

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LIQUIDEZ GERAL: LG FÓRMULA:

INDICA: Quanto à empresa possui no Ativo circulante e Realizável a L. Prazo para cada $ 1,00 de dívida total. INTERPRETAÇÃO: Quanto maior, melhor. EXEMPLO: CIA. BIG

LIQUIDEZ CORRENTE: LC FÓRMULA:

INDICA: Quanto à empresa possui no Ativo circulante para cada $1,00 de Passivo circulante. INTERPRETAÇÃO: Quanto maior, melhor.

Ativo Circulante + Realizável a L. PrazoPassivo Circulante + Exigível a L. Prazo

(direitos de curto prazo)(obrigações de curto prazo)

Ativo CirculantePassivo Circulante

Ativo CirculanteAtivo Real. a L. PrazoPassivo CirculanteExigível a L. Prazo

Liquidez Geral = 0,88

- 0 - - 0 -1.960.480 2.269.171

1.170.788 1.340.957 1.406.077

1.655.317 2.576.865

19x1 19x2

1.960.480 = 1,18 2.269.171

314.360

20X1 20X2

Page 65: Apostila Análise das Demonstrações Financeiras

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LIQUIDEZ SECA: LS FÓRMULA:

INDICA: Quanto à empresa possui de Ativo Líquido para cada $1,00 de Passivo circulante (dívida de c. prazo). O índice revela capacidade financeira líquida para cumprir compromissos de curtíssimo prazo. INTERPRETAÇÃO: Quanto maior este quociente, melhor. Conforme Matarazzo, este índice é um teste de força aplicado à empresa; visa medir o grau de excelência da sua situação financeira. ÍNDICES DE RENTABILIDADE (RETORNO) Os quocientes de rentabilidade, retorno, conhecido também como índice de lucratividade, servem para medir a capacidade econômica da empresa, isto é, evidenciam o grau de êxito econômico obtido pelo capital investido na empresa. São calculados com base em valores extraídos da DRE e do Balanço Patrimonial. A rentabilidade do capital investido na empresa é conhecida através do confronto entre contas ou grupos de contas da DRE ou conjugando-as com grupos de contas do Balanço Patrimonial. GIRO DO ATIVO: VL/AT FÓRMULA:

INDICA: Quanto à empresa vendeu para cada $1,00 investimento total. MARGEM LÍQUIDA: LL/VL FÓRMULA:

Disponível + Aplic. Finaceiras + Clientes de rápida conversibilidade em dinheiro

Passivo Circulante

Vandas LíquidasAtivo Total

Lucro Líquido x 100Vendas Líquidas

Disponível + Aplic. Financeiras + Clientes

Page 66: Apostila Análise das Demonstrações Financeiras

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INDICA: Quanto à empresa obtêm de lucro para cada $100,00 vendidos. - O quociente revela a margem de lucro obtida pela empresa em função do seu faturamento,

isto é, quanto a empresa obteve de lucro líquido p/cada $100,00 vendidos. INTERPRETAÇÃO: Quanto maior este quociente, melhor. - Interpretação deste quociente deve ser direcionada a verificar a margem de lucro da

empresa, em relação às vendas. - Quanto maior o quociente, maior os lucros da empresa. RENTABILIDADE DO ATIVO: LL/AT FÓRMULA:

INDICA: Quanto a empresa obtém de lucro para cada $100,00 de investimento total. - Este quociente revela o potencial de geração de lucros por parte da empresa, isto é, quanto

à empresa obteve de lucro líquido para cada $100,00 de investimentos totais. INTERPRETAÇÃO: Quanto maior, melhor. RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO: LL/PL

FÓRMULA:

INDICA: Quanto à empresa obteve de lucro para cada $100,00 de Capital Próprio investido. INTERPRETAÇÃO: Quanto maior, melhor.

Lucro Líquido x 100Ativo

Lucro Líquido x 100Patrimônio Líquido Médio

PLM PL inicial + PL final2

Capitulo 03 Análise através dos Índices

Page 67: Apostila Análise das Demonstrações Financeiras

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Pontos Importantes a CONSIDERAR: - Quanto maior este quociente, maior será o grau de lucratividade. - O tempo necessário para se obter O retorno do valor do Capital Próprio investido pode ser

calculado da mesma maneira que se calcula o tempo de retorno do Capital Total. - Outro aspecto que evidencia a validade deste quociente é que o proprietário ou os

acionistas poderá comparar o ganho obtido com o investimento na empresa com o ganho oferecido pelo mercado financeiro.

COMO AVALIAR OS ÍNDICES Existem três tipos básicos de Avaliações de um índice: a) Pelo significado intrínseco; b) Pela comparação ao longo de vários exercícios; c) Pela comparação com índices de outras empresas - Índices-padrão. Avaliação intrínseca de um índice - Trata-se de um processo simples que apresenta um efeito mais didático do que

propriamente prático, uma vez que a análise de balanços só alcança sua plenitude quando efetuada através da interpretação conjunta dos quocientes em um mesmo exercício ou em sucessivos exercícios, além da comparação com padrões.

Comparação dos índices no tempo A comparação dos índices de uma empresa com valores observados nos anos anteriores, revela-se bastante útil por mostrar tendências seguidas pela empresa, através da evolução ou retração dos índices no decorrer dos anos. Essa comparação permite ao analista formar opinião a respeito de diversas políticas seguidas pela empresa. Comparação com padrões Nesta etapa do processo, o analista deve comparar os índices encontrados com os índeces-padrão. Uma das preocupações do analista nesta fase é como encontrar os índices-padrão. Para fins didáticos. Pode-se trabalhar com índices hipotéticos. Pois, na escola interessa mais, neste momento, desenvolver o raciocínio comparativo entre os índices encontrados com a mediana alcançada por empresa que exercem o mesmo ramo de atividades da empresa em análise e viva o mesmo cenário econômico-financeiro. Na realidade, os índices poderão ser obtidos de duas maneiras: - Através de publicações efetuadas por empresas especializadas no cálculo de índices-

padrão; - Mediante cálculo efetuado pelo próprio analista, obedecendo a regras específicas para este

trabalho (capítulo 07 - Matarazzo). Processo de Avaliação de índices financeiros

Capitulo 03 Análise através dos Índices

Page 68: Apostila Análise das Demonstrações Financeiras

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Calculados os índices e comparados com padrões, pode-se avaliar individualmente cada índice, depois efetuar análise conjunta, e assim, avaliar a empresa e sua administração. Essa forma de análise, é uma técnica científica seguida largamente por outras ciência e que, basicamente, tem a seguinte ordem: a) Descoberta de indicadores: No nosso caso, os indicadores são representados pelos índices financeiros de: - Estrutura de capitais; - Liquidez; - Rentabilidade. b) Definição do comportamento do indicador: existem três possibilidades: - Quanto maior, melhor; - Quanto menor, melhor; - Ponto ótimo em torno de um parâmetro. c) Tabulação de padrões: - Consiste na construção de tabelas baseadas em elementos do mesmo conjunto analisado,

(índices de empresas de mesmo ramo); - Escolha dos melhores indicadores e atribuição dos respectivos pesos; ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO - Não podemos esquecer que o relatório deve ser elaborado de forma que um leigo possa

entender, ou seja, em linguagem simples e descomplicada; - Um bom relatório de análise de balanços deve conter avaliações sobre os principais

aspectos econômicos e financeiros da empresa, objetivando fornecer ao leitor elementos para a tomada de decisões;

- Recomenda-se o uso de gráficos, para simplificar as conclusões mais complexas.

Exemplo: Obs: O exemplo exposto é hipotético, e não existe no decorrer do assunto estudado, cálculos ou comparações demonstrado a afirmação contida no relatório. Devemos imaginar que todas as etapas necessárias à análise que gerou tal relatório foram cumpridas. RELATÓRIO Situação Financeira a) Endividamento - A empresa apresenta alto grau de endividamento, uma vez que os índices de Estrutura de

Capitais se encontram acima dos índices alcançados por empresas que exercem o mesmo ramo de atividade.

- No período analisado, a empresa não apresentou Capital Circulante Próprio, trabalhando com

Capitais de Terceiros em proporções maiores que os Capitais Próprios, insuficientes para financiar o Ativo Permanente, revelando que a empresa encontra-se em mãos de terceiros. Houve

Page 69: Apostila Análise das Demonstrações Financeiras

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considerável melhora no grau de endividamento no exercício de X2 em relação ao de X1, revelando tendências de breve recuperação.

b) Liquidez - Sob o ponto de vista de solvência, a empresa encontra-se também em situação desfavorável, pois

não apresenta solidez financeira que garanta o cumprimento dos compromissos de curto prazo e de longo prazo. A exceção é o exercício de X2, no qual o quociente de liquidez corrente encontra-se ligeiramente acima do quociente-padrão de seus concorrentes.

Situação Econômica Rentabilidade - A situação econômica no exercício de X2 foi melhor que no exercício de X1. Em X2, os

quocientes de rentabilidade encontram-se acima dos padrões de seus concorrentes. A boa rentabilidade alcançada no exercício de X2 decorre do esforço efetuado pela empresa no sentido de reverter o alto grau de endividamento apresentado no exercício de X1.

Situação Econômica e Financeira - Embora apresente, no decorrer de X1, alto grau de endividamento e baixo grau de solvência, a

empresa analisada revela tendências de melhora em função da boa política de negociação de dívidas. Essa política permitiu reduzir compromissos de curto prazo em troca de empréstimos de longo prazo. Além disso, houve uma boa iniciativa de contenção de despesas e incentivo ao aumento do volume de vendas, que foi possível através da tomada de medidas adequadas.

- O alto grau de rentabilidade alcançado no exercício X2, que coloca a empresa acima do patamar

de seus concorrentes, não foi suficiente para reverter, naquele ano, o quadro desfavorável verificado no exercício de X1. Não há, entretanto, evidências para falências.

- Empresa consegue girar seu ativo em apenas 2,77 anos, possibilitando o retorno do Capital

investido pelos proprietários em apenas 1,05 ano. mantendo a atual política de negociação de dívidas, de contenção de despesas e aumento da rentabilidade, conseguirá, em pouco tempo, apresentar graus de endividamento e liquidez satisfatórios, estruturando-se adequadamente sob o ponto de vista econômico e financeiro.

Ass.: Fulano de tal – Analista

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OUTROS QUOCIENTES DE INTERESSE Os quocientes de Estrutura de Capitais, de Liquidez e de Rentabilidade apresentados até aqui são suficientes para o analista obter um bom diagnóstico a respeito da situação econômica e financeira de qualquer tipo de entidade. Do relacionamento entre os diversos grupos de contas das demonstrações financeiras pode ser extraído um grande número de quocientes, apresentando cada um sua importância de acordo com o aspecto da análise e com o objetivo que cada um tem em mente. Fora os quocientes vistos, apresentamos outros, de interesse. QUOCIENTES DE ROTAÇÃO OU ROTATIVIDADE Os índices de rotação têm grande contribuição na interpretação da liquidez e da rentabilidade da empresa, à medida que serve de indicadores dos prazos médios de rotação de estoques, recebimento das vendas e pagamento das compras. Portanto, estes prazos constituem-se no alicerce básico para determinação do ciclo financeiro. Esses quocientes, também conhecidos por quocientes de Atividades, são obtidos pelo confronto dos elementos da DRE com elementos do Balanço e evidenciam o tempo necessário para que os elementos do Ativo se renovem. INDICE DE ROTAÇÃO DOS ESTOQUES

FÓRMULAS:

Este quociente evidencia quantas vezes ocorreu a renovação dos estoques, em função das vendas.

(empresas comerciais)

(empresas industriais)

Custo das Mercadorias VendidasEstoque Médio de Mercadorias

Custo dos Produtos VendidosEstoque Médio de Prods. Acabados

Page 71: Apostila Análise das Demonstrações Financeiras

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Observações: - Fórmula dos estoques médios: Estoque Inicial + Estoque Final dividido por 2 ; - Visando um resultado mais real possível e havendo possibilidade, os estoques médios

devem ser obtidos pela soma dos saldos de estoque mensais dividindo o resultado por 12.

ÍNDICE DE PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE CONTAS A RECEBER

Este quociente evidencia o tempo que a empresa deverá esperar, em média, para receber o valor de suas vendas. - Contas a Receber médias = Somas dos saldos de Duplicas a Receber ou Clientes de cada

período, dividido por 12; - Vendas a Prazo médias = Totais das vendas brutas do ano divididas por 12.

ÍNDICE DE PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTOS DE CONTAS A PAGAR

Este quociente indica o tempo que a entidade dispõe, em média, para pagar as suas obrigações referente aquisição de mercadorias a prazo. As fórmulas são compostas da mesma forma que o quociente anterior, sendo que as contas a pagar são representadas por fornecedores ou duplicatas a pagar. ÍNDICE DE POSICIONAMENTO ROTATIVO

Fórmula: Contas a Receber MédiasVendas a Prazo Médias

Fórmula: Contas a Pagar MédiasCompras Médias a Prazo

Fórmula:

Evidencia a relação entre os dois prazos.

Prazo Médio de RecebimentosPrazo Médio de Pagamentos

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QUOCIENTES DE INTERESSE DOS INVESTIDORES 1- Rentabilidade das Ações

Evidência os rendimentos obtidos pelos sócios, através dos dividendos recebidos, em relação a capital nominal (investido).

Evidência a rentabilidade obtida pelo PL da entidade, ou quanto a empresa pagou de dividendos para cada Real de PL existente. 2- Rendimento Atualizado

Evidencia a rentabilidade oferecida por ação em relação ao preço cotado em bolsa. 3- Rendimento Total

Mostra qual a rentabilidade total oferecida pela entidade para cada Ação. 4- Retorno do Capital Investido

Indica o número de anos que o investidor deverá esperar para recuperar, através de lucros recebidos, o capital investido. 5- Valor Patrimonial da Ação

Evidencia o valor patrimonial de cada ação, quanto de PL existe para cada ação em circulação.

Nominal: DividendosCapital Nominal

Real: DividendosPatrimônio Líquido

Fórmula: Dividendos

Valor de Mercado da Ação

Fórmula: Dividendos + Bonificações

Valor de Mercado da Ação

Fórmula: Valor de Mercado da Ação

Lucro Líquido por Ação

Fórmula: Patrimônio Líquido

Número de Ações em Circulação

Page 73: Apostila Análise das Demonstrações Financeiras

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ANEXO: MODELO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PUBLICADAS

EMPRESA EXEMPLO S/A COMPANHIA ABERTA

CNPJ Nº XX.XXX.XXX/0001-0X

RELATÓRIO DA DIRETORIA Senhores acionistas: A empresa e Produtos E Empresa Exemplo S.A., tradicional empresa no segmento de artigos esportivos e detentora das marcar A, B e C, produz, em suas fábricas de São Paulo e Rio de Janeiro, calçados, bolas, roupas em geral e acessórios para a prática de esportes. CONJUNTURA ECONÔMICA Apesar do cenário político e econômico adverso, que nos obrigou ao convívio com uma inflação média de 15% ao mês, ascendendo aos 20% no final do exercício, a iniciativa privada deu mostras mais uma vez de seu vigor e capacidade de crescimento em meio à turbulência. Dessa forma, a preocupação em crescer dentro de uma nova postura de gestão, que não se deve influenciar pelo cenário político-econômico, mostrou sua eficácia e o país obteve um crescimento, em seu PIB, superior ao de paises cuja inflação é próxima de zero. MARKETING O expressivo crescimento das vendas, que em relação ao ano anterior foi da ordem de 140% reais, demonstra de maneira inequívoca o acerto das estratégias adotadas e da união de todos os setores da empresa na prática de uma política de mercado séria e responsável, que vem permitindo o fortalecimento da confiança dos clientes aos produtos e marcas da empresa. PRODUÇÃO/INVESTIMENTOS O investimento no montante de aproximadamente US$ 2,2 milhões foi realizado no exercício aplicados na substituição de equipamentos e expansão de linhas de produção. Visando descentralizar parte da produção e com o objetivo estratégico de criar unidades de negócios, parcelas da produção foram deslocadas para novas unidades no Rio de Janeiro. RECURSOS HUMANOS A Empresa Exemplo S.A. fechou o exercício de 20X3 com 2.509 funcionários. Em relação a 31 de dezembro de 20X2, foram gerados cerca de 750 novos empregos em suas unidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Além dos benefícios de assistência médica já existentes, a sociedade encabeçou iniciativa com outras empresas regionais, no sentido de ampliar tais benefícios através do atendimento conveniado e extensivos aos familiares. Os investimentos de treinamento dos funcionários vem sendo focado de maneira racional e sistemática, coerente com a filosofia de qualidade assumida pela empresa. ADMINISTRAÇÃO Concluímos com sucesso em 20X3 o processo de downsizing, ou seja, a migração da totalização de nossos softwares aplicativos e base de dados de nosso mainframe para micros e redes, obtendo maior agilidade e compatibilização com a nova tecnologia da informação. DIREITOS DOS ACIONISTAS E DADOS DE MERCADO O estatuto da Sociedade define um dividendo anual de 25%. Nesse sentido, foi definida a distribuição do dividendo mínimo equivalente a $ 1,31 por ação. O valor patrimonial por ação em 31 de dezembro de 20X3 era de $40,87 e o valor de mercado nessa mesma data era de $30,00 por ação. A valorização média de mercado no exercício foi de 297%. DESAFIOS E PERSPECTIVAS As soluções que se apresentam para a crise político-econômica do país são de tal forma complexas que não permitem previsões futuras com o mínimo de segurança possível. Mesmo diante de tal quadro de incertezas, a empresa assume como desafios contínuos, acreditando no potencial mercadológico brasileiro, investir na modernização constante de seu parque fabril e nos métodos administrativos, buscar de forma contínua a melhor capacitação competitiva possível e trabalhar sempre em função do mercado. AGRADECIMENTOS Agradecemos a nossos clientes, acionistas e fornecedores, e especialmente a nossos funcionários, pelo empenho e dedicação ao longo desse exercício.

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A DIRETORIA

EMPRESA EXEMPLO S/A BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO

Em milhares de R$ em moeda de poder aquisitivo constante

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO

Em milhares de R$ em moeda de poder aquisitivo constante

ATIVO 20X3 20X2 20X3 20X2

CIRCULANTE 5.540.296 3.037.618

RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS E SERVIÇOS

16.625.141 7.198.941

- Caixa e Bancos 124.740 41.571 - Mercado Interno 16.179.414 6.872.449- Aplicações Financeiras 983.736 809.302 - Mercado Externo 445.727 326.492- Contas a receber de clientes 1.946.776 1.143.140 Impostos s/vendas e serviços (3.647.660) (1.856.884)- Adiantamento sobre contrato de câmbio (165.176) (91.969)

RECEITA LÍQUIDA DAS VENDAS E SERVIÇOS

12.977.481 5.342.057

- Provisão para cobrança de contas duvidosas (10.626) (31.992)

Custos dos produtos e serviços vendidos

(9.059.943) (4.292.132)

- Demais contas a receber 82.561 100.941 LUCRO BRUTO 3.917.538 1.049.925- Estoques 2.577.322 1.056.907 DESPESAS (RECEITAS)

OPERACIONAIS

- Despesas do exercício seguinte 963 9.718 - Com vendas 3.089.820 1.795.044 - Gerais e administrativas 765.054 538.730REALIZÁVEL A L. PRAZO 9.570 45.329 - Honorários da administração 85.508 41.537- Empréstimos e depósitos compulsórios 9.570 45.329

- Receitas fin. Líquidas - Outras desp. Op. líquidas

(1.344.021) 43.441

(1.679.386)171.235

LUCRO OPERACIONAL 1.277.736 182.765PERMANENTE 4.592.993 4.241.341 - Receitas não operacionais 50.565 39.174 - Investimentos 84.127 55.245 LUCRO ANTES DO IR E

PARTICIPAÇÕES

1.328.301 221.939 - Imobilizado 4.508.866 4.186.096 - Provisões p/conting. fiscais 177.569 0 - Gratificação a funcionários 62.322 13.233TOTAL DO ATIVO 10.142.859 7.324.288 LUCRO LÍQUIDO 1.088.410 208.706

PASSIVO 20X3 20X2 Lucro por ação do capital social final – R$

8,25 1,58

CIRCULANTE 4.049.944 2.063.534

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

- Fornecedores 2.067.926 425.144 - Financiamentos 219.931 110.423 - Salários e encargos sociais 708.364 698.884 - Impostos a recolher 541.677 666.868 - Dividendos propostos 172.728 28.286 - Provisão para imposto de renda 161.749 0 - Demais contas a pagar 161.749 133.929 EXIGÍVEL A L. PRAZO 698.103 781.624 - Financiamentos 57.325 167.875 - Impostos a recolher 640.778 623.749 PATRIMÔNIO lÍQUIDO 5.394.812 4.479.130 - Capital realizado 4.101.685 4.101.685 - Reserva de capital 11.934 11.934 - Reserva de lucros 1.281.193 365.511 TOTAL DO PASSIVO 10.142.859 7.324.288 Ações em circulação 132.000.000 132.000.000 Valor patrimonial por ação R$ 40,87 33,93

As notas explicativas são parte integrante das Demonstrações Financeiras

Capitulo 03 Análise através dos Índices

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EMPRESA EXEMPLO S/A.

DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Em milhares de R$ em moeda de poder aquisitivo constante

Reservas de capital

Reservas de lucros

Capital social

Subvenção para

investimentos

Legal

Retenção de lucros

Lucros (prejuízos)

acumulados

Totais

Em 31-12-X1 4.101.685 11.934 185.091 4.298.710Lucro líquido do exercício 208.706 208.706Apropriações: • Reserva legal 5.955 (5.955) • Dividendos propostos ($ 0,21 por

ação)

(28.286) • Retenção de lucros para

investimentos futuros

359.556

(359.556) Em 31-12-X2 4.101.685 11.934 5.955 359.556 0 4.479.130Lucro líquido do exercício 1.088.140 1.088.410Apropriações: • Reserva legal 36.363 (36.363) • Dividendos propostos ($ 1,31 por

ação)

(172.728) (172.728)Retenção de lucros para investimentos futuros

879.319

(879.319)

Em 31.12.X3 4.101.685 11.934 42.318 1.238.875 0 5.394.812As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras

EMPRESA EXEMPLO S/A. DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

Em milhares de R$ em moeda de poder aquisitivo constante 20X3 20X2 ORIGENS DOS RECURSOS Das operações sociais - Lucro líquido do exercício 1.088.410 208.706Despesas (receitas) que não afetam o capital circulante líquido - Depreciações 0 0- Valor residual do ativo permanente baixado 343.945 377.580De terceiros - Ingresso de recursos no exigível a longo prazo 42.310 99.342- Perda (ganho) nos itens monetários não remunerados a longo prazo 49.759 240.103 1.524.424 925.731APLICAÇÕES DE RECURSOS No realizável a longo prazo 21.858 59.511No ativo permanente - Imobilizado 709.025 375.622- Investimentos 28.882 0Por transferência do exigível a longo prazo para o circulante - Dividendos propostos 75.663 148.633 172.728 28.286 1.008.156 612.052AUMENTO DO CAPITAL CIRCULANTE 516.268 313.679VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE Ativo circulante - No início do exercício 3.037.618 2.501.274 - No fim do exercício 5.540.286 3.037.618 2.502.678 536.344Passivo circulante - No início do exercício 2.063.534 1.840.869 - No fim do exercício 4.049.944 2.063.534 1.986.410 222.665AUMENTO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 516.268 313.679

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras

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NOTAS EXPLICATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

EM 31 DE DEZEMBRO DE 20X3 E 20X2 Em milhares de R$ e em moeda de poder aquisitivo constante

1. CONTEXTO OPERACIONAL As principais atividades operacionais da companhia estão ligadas à fabricação e comercialização de artigos esportivos, incluindo vestuário, bolas, calçados e outros artefatos.

2. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Conforme estabelecido da Instrução CVM nº. 201, de 1º. De dezembro de 1993, as demonstrações financeiras estão sendo apresentadas exclusivamente em moeda de poder constante. Os cálculos de ajuste de valor presente foram efetuados consoante os critérios definidos pela Instrução CVM nº. 191, de 15 de julho de 1992. 3. PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS (a) Apuração do resultado O resultado é apurado pelo regime de competência de exercícios, incluindo os ganhos e perdas decorrentes das variações dos itens monetários, o ajuste a valor presente de créditos e obrigações prefixados e atualizações monetárias dos itens não monetários. (b) Itens monetários Os itens monetários que incluem expectativa inflacionária e juros prefixados, foram ajustados ao seu valor presente pela taxa ANBID. Os ganhos e perdas monetários, assim como o ajuste a valor presente, foram alocados às rubricas das demonstrações de resultado, segundo sua natureza. (c) Ativos circulante e realizável a longo prazo Os estoques são demonstrados ao custo médio das compras ou produção e corrigidos monetariamente com base na variação em índices oficiais, inferior aos custos de reposição ou aos valores de realização. Os estoques, de acordo com a legislação societária, totalizam $ 1.941.490, em 31 de dezembro de 20X3. Os demais ativos são apresentados ao valor de realização, incluindo, quando aplicável, os rendimentos e as variações monetárias auferidas ou, no caso de despesas do exercício seguinte, ao custo. (d) Permanente Demonstrado ao custo corrigido monetariamente com base em índices oficiais. As depreciações de bens do imobilizado são calculadas pelo método linear, as taxas anuais mencionadas na Nota 5, que levam em consideração a vida útil-econômica dos itens. (e) Passivo circulante e exigível a longo prazo São demonstrados por valores conhecidos ou calculáveis, acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes encargos e variações monetárias incorridas. (f) Rubricas das demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos. São atualizadas monetariamente desde a data ou o mês de sua contabilização e até 31 de dezembro de 20X3, ajustados tanto pelos ganhos e perdas nos itens monetários como pelo ajuste a valor presente de créditos e obrigações prefixados. 4. ESTOQUES 20X3 20X2 Produtos acabados 915.842 269.401 Produtos e elaboração 537.062 230.964 Matérias-primas 835.019 388.998 Mats. Auxiliares e de manutenção 147.356 124.899 Importações em andamento 142.043 42.645 2.577.322 1.056.907

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5. IMOBILIZADO 20X3 20X2 %

Custo corrigido

Depreciação Acumulada Corrigida

Líquido

Líquido

Taxas Anuais

de Depreciação

Terrenos 518.825 0 518.825 518.825 0Edificações 2.485.178 477.328 2.007.850 2.025.989 4Máquinas, equipamentos e instalações. 4.126.703 2.408.570 1.718.133 873.993 10 a 20Veículos 189.776 92.368 97.408 78.416 20Móveis e utensílios 154.854 110.661 44.193 43.509 10Outros 95.519 16.073 79.446 183.952 10Imobilizações em andamento 43.011 0 43.011 461.412 0 7.613.866 3.105.000 4.508.866 4.186.096 6. FINANCIAMENTOS E IMPOSTOS A RECOLHER 20X3 20X2 Financiamentos em moeda nacional 277.256 278.298 Impostos a recolher (basicamente, parcelamento do ICMS e IPI)

640.778

613.749

918.034 892.047 Passivo circulante (219.931) (110.423) Exigível a longo prazo 698.103 781.624

Os montantes do exigível a longo prazo têm a seguinte composição por ano de vencimentos: 20X3 20X2 1994 289.625 1995 254.438 246.783 1996 192.314 160.408 1997 em diante 251.351 84.808 698.103 781.624 Os financiamentos em moeda nacional estão sujeitos à correção monetária pela variação da UR (20X2 – UFIR/TR) e juros variados entre 8 e 12% ao ano. Em garantia dos financiamentos, foram oferecidos bens imóveis no montante de $388.158 (20X2 - $ 368.684). 7. CAPITAL SOCIAL O capital social, em 31 dezembro de 20X3 e de 20X2, está dividido em 44.503.004 ações ordinárias e 87.496.996 ações preferenciais, de igual valor unitário. As ações preferenciais, sem direito a voto, têm prioridade no reembolso do capital e participação nos lucros em igualdade de condições com as ações ordinárias. Os dividendos propostos correspondem a 25% do lucro líquido do exercício, calculado nos termos da Lei nº. 6.404/76, conforme previsto no estatuto social, e podem ser assim demonstrados: Lucro líquido do exercício, pela legislação societária, após a gratificação aos administradores.

727.274 Apropriação do lucro líquido - Reserva legal - (5%) (36.363) - Base de cálculo 690.911 - Dividendos propostos - (25%) 172.728 8. GANHOS (PERDAS) NOS ITENS MONETÁRIOS Os valores relativos aos ganhos e perdas nos itens monetários, determinados segundo os critérios CVM, foram distribuídos nas seguintes contas: Reclassificações 20X3 20X2 Total antes das distribuições 4.902.645 1.803.051 Receita operacional líquida (4.371.864) (1.704.333) Custos dos produtos vendidos e dos serviços prestados (1.079.962) (438.160) Lucro bruto (549.181) (339.442) Despesas gerais e administrativas 375.743 260.612 394.229 221.888 Total incluído em outras despesas operacionais líquidas, principalmente relativo à perda em demais contas a receber, no valor de R$ 66.963 (20X2 - R$ 73.235)

220.791

143.058 9. Conciliação entre o lucro líquido do exercício e o patrimônio líquido, apurado de acordo com a legislação societária e a demonstração em

moeda de pode aquisitivo constante. Lucro líquido Patrimônio líquido 20X3 20X2 20X3 20X2 Legislação societária 727.274 446.564 4.758.980 4.204.434 Atualização monetária dos estoques 361.136 (237.858) 635.832 274.696 Demonstração em moeda de poder aquisitivo constante.

1.088.410

208.706

5.394.812

4.479.130 10. SEGUROS

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Em 31 de dezembro de 20X3, a cobertura de seguros por incêndio para os bens do imobilizado e dos estoques será abrangida por uma apólice na modalidade de riscos diversos (Multi-riscos – primeiro risco absoluto) no montante de $ 6.035.048 (20X2 - $ 3.287.525), sendo essa cobertura considerada suficiente pela administração para os risco envolvidos. PARECER DO CONSELHO FISCAL Os membros do Conselho Fiscal da Empresa Exemplo S/A., o no uso de suas atribuições legais e estatutárias, procederam ao exame das Demonstrações Financeiras do período findo em 31 de dezembro de 20X3, acompanhadas de notas explicativas. Com base nessa análise e no Parecer dos Auditores Independentes, concluíram que as referidas demonstrações refletem adequadamente a situação financeira e patrimonial da empresa, estando em condições de serem submetidas à deliberação da Assembléia Geral dos Acionistas. São Paulo, 13 de fevereiro de 20X4. Marcos Conselheiro José Raimundo Conselho Benjamim Fiscalizador CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente: Antônio Alfabético Vice-Presidente: Batista Beta Conselheiro: Carlos Delta

DIRETORIA Diretor presidente e de Relações com o mercado: Antônio Alfabético Diretor Superintendente: Bernardo Superintendência Diretor Adjunto: Carvalho Cavalo Diretor Industrial: Dionízio Divino Diretor Administrativo Financeiro: José E. Dinheiro. Diretor de Marketing: Antônio Mercadológico Controller: Carlos Contábil – CRC – SP nº xxx.xxx

PARECE DOS AUDITORES INDEPENDENTES 13 de fevereiro de 20X4 Aos Administradores e Acionistas EMPRESA EXEMPLO S/A. 1. Examinamos os balanços patrimoniais expressos em moeda de poder aquisitivo constante da EMPRESA EXEMPLO S/A., em 31 de dezembro de 20X3 e de 20X2, e as correspondentes demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos dos exercícios findos nessas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é de emitir parecer sobre essas demonstrações financeiras. 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria que requerem que os exames sejam realizados com o objetivo de comprovar a adequada apresentação das demonstrações financeiras em todos seus aspectos relevantes. Portanto, nossos exames compreenderam, entre outros procedimentos: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos da empresa, (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados e (c) a avaliação das práticas e estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da empresa, bem como da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto. 3. Somos de parecer que as referidas demonstrações financeiras apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da EMPRESA EXEMPLO S/A., em 31 de dezembro de 20X3 e de 20X2, e o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos dos exercícios findos nessas datas, de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade. Auditores Eficientes. Auditoria Autorizada Maria Contadora Auditores Independentes Sócia CRC – SP X.XXX CRC – SP XXX.XXX

Capitulo 03 Análise através dos Índices

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O propósito deste modelo de Demonstrações Publicadas foi o de fornecer ao analista as características básicas de cada um dos conjuntos de informações que as empresa elaboram, bem como o formato legal e básico que discrimina tais informações.

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REFERÊNCIAS ASSAF NETO, Alexandre – Estrutura e Análise de Balanços, SP, Ed. Atlas, 2000. BRAGA, Hugo Rocha – Introdução à Análise Contábil e Financeira – RJ; Edição IBMEC; 1975. CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DO SÃO PAULO, Curso básico de auditoria: normas e procedimentos. SP, Atlas, 1989. EQUIPE DE PROFESSORES DA FEA/USP - Contabilidade Introdutória. SP. Atlas, 1998. GITMAN, Laurence J. – Princípios de Administração Financeira, SP, Harbra, 1997. IUDÍCIBUS, S. & MARION, J. C. Manual de Contabilidade para Não Contadores, S. P., Atlas, 1993. IUDÍCIBUS, Sérgio de – Análise de Balanços, SP, Editora Atlas. IUDÍCIBUS, S. Contabilidade Comercial – São Paulo; Ed. Atlas, 1997. LEITE, H. P. – Contabilidade para Administradores – São Paulo; Ed. Atlas; 1995. LEITE, H. P – Introdução a administração financeira, SP, Atlas, 1994. MATARAZZO, Dante Carmine – Análise Financeira de Balanços: abordagem básica e gerencial, Atlas. OLINQUEVITCH – Análise de Balanços Controle Gerencial – São Paulo; Ed. Atlas. SANTI FILHO, A. de – Análise de balanços para controle gerencial – SP; Atlas; 1992. SILVA, José Pereira da – Análise Financeira de Balanços.