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EBRAMEC – Escola Brasileira de Medicina Chinesa 巴西中医学院 bāxī zhōngyī xuéyuàn

CIEFATO – Centro Internacional de Estudos de Fisioterapia, Acupuntura e Terapias Orientais

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Técnicas do Segundo Metacarpo

e Punho e Tornozelo

Material elaborado pelo corpo docente da EBRAMEC / CIEFATO Para os cursos da Escola Brasileira de Medicina Chinesa

Direção Geral: Reginaldo de Carvalho Silva Filho

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DI ER ZHANG GU ZHEN Acupuntura do 2° Metacarpo

Apresentação A Acupuntura do Segundo Metacarpo, assim como outros tantos microssistemas, também é uma técnica relativamente recente quando comparada com toda a evolução histórica da Medicina Tradicional Chinesa e da própria acupuntura. A técnica foi criada, desenvolvida, pelo Professor Dr. Zhang Ying Qing, que trabalha na Shandong University na China, onde no departamento de biologia pode desenvolver está técnica de diagnóstico e de tratamento. Foi por volta do ano de 1973 que o Dr. Zhang Ying Qing desenvolveu este método terapêutico revolucionário que foi a Acupuntura ECIWO cuja base vem a ser a estimulação de pontos específicos de acupuntura na região radial do segundo metacarpo, sendo que esta técnica também pode ser denominada de terapia e diagnóstico bio-holográfico. Seguindo a linha de pensamento dos microssistemas onde a parte por refletir o todo, os pontos localizados na região radial do segundo metacarpo são uma representação de um homem, sendo a região mais distal relacionada com a parte mais superior e a região mais proximal relacionada com a parte mais inferior do corpo. Características As principais características da Acupuntura do Segundo Metacarpo são:

• Aplicação, utilização, de apenas doze pontos na região radial do segundo metacarpo, bilateralmente, para o tratamento das patologias;

• Seleção dos pontos de estímulo na região radial segundo metacarpo de acordo com as suas funções e regiões correlacionadas;

• Está diretamente relacionado com a teoria biológica do ECIWO; • Possuir pontos de tratamento com efeitos similares ao longo de diversos segmentos do corpo; • Possuir uma grande gama de aplicações com pouca quantidade de pontos de tratamento.

Vantagens A Acupuntura do Segundo Metacarpo apresenta as seguintes vantagens:

• É uma muito técnica fácil de se aprender e de se aplicar; • Possui apenas uma pequena quantidade de pontos de estímulos, 12 bilateralmente, de fácil

memorização; • Pontos localizados me regiões onde não há órgãos vitais; • Pontos localizados em locais onde o paciente necessita apenas de expor uma pequena parte de

seus corpos; • A utilização de pontos distais permite que o paciente se movimente, tornando possível que o

acupunturista possa, a cada instante, verificar se a inserção da agulha está ou não produzindo resultados.

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Teorias fundamentais A acupuntura do segundo metacarpo está relacionada com algumas importantes teorias, tanto clássicas como modernas, onde destacam-se:

• Teoria biológica do ECIWO; • Teoria dos Canais e Colaterais (Jing Luo); • Teoria do holograma; • Teoria isofásica.

ECIWO De um modo muito simplificado temos que de acordo com esta teoria celular, qualquer organismo pluricelular nada mais é que um mosaico de células vivas, sendo que graças à especialização das espécies, estas células perdem o potencial embriológico, porém não perdem um potencial importante para a auto cura, o potencial de regeneração, que pode estar presente em diferentes graus de atuação, podendo ser estimulados, como fazemos através da acupuntura, por exemplo. Esta teoria ainda lembra que no período embrionário, cada uma das células possuem uma potencialidade inerente para se tornar um ser completo. Assim, mesmo com todo o desenvolvimento, cada uma das partes do corpo com suas células próprias, possui relações relativamente definidas com qualquer outra parte do corpo. Sendo que um grande microssistema pode ser mais tarde subdividido em microssistemas memores e este subdivididos até chegarmos a uma única célula. Holograma Com o passar dos anos e com os avanços nos conhecimentos teóricos e práticos da teoria biológica do ECIWO, passaram a ser empregados pontos em diversos segmentos do corpo, de um modo idêntico ao que acontece na região radial do segundo metacarpo, ou seja, como um homúnculo em pé. E estes conhecimentos ficaram conhecidos como modelo holográfico. Os hologramas são imagens em três dimensões, como os coloridos emblemas de segurança nos cartões de crédito e nas embalagens de CD. A tridimensionalidade destas imagens não é a única característica importante dos hologramas. Se o holograma de uma rosa é cortado na metade e então iluminado por um laser, em cada metade ainda será encontrada uma imagem da rosa inteira. E mesmo que seja novamente dividida cada parte do filme sempre apresentará uma menor, mas ainda intacta versão da imagem original. Canais e Colaterais Analisando a região radial do segundo metacarpo temos que é por ponde passa o Canal Principal do Intestino Grosso (Da Chang), que é o Yang Ming da Mão, Canal este que está diretamente relacionado interna e externamente com o Canal Principal do Pulmão (Fei), e com o Canal Principal do Estômago (Wei) que é o Yang Ming do Pé.

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Teoria Isofásica Esta teoria proposta pelo Dr. Yoshio Manaka, indica que no corpo existem pontos de tratamento que possuem funções, indicações e efeitos similares, como ele mesmo exemplifica através dos pontos dos Cinco Movimentos (Wu Xing Xue), onde ele comprovou que todos os pontos de um mesmo Movimento possuem características muito similares, podendo ser empregados pontos do mesmo Movimento de Canais diferentes em combinação, de acordo com cada caso. Dr. Yoshio Manaka afirma que a combinação de três pontos com características isofásicas pode apresentar excelentes resultados, sugerindo por exemplo para o caso de uma dor no ombro o de um ponto local, um ponto na região do ombro na orelha, segundo a Acupuntura Auricular, e um ponto na região do ombro na mão, segundo a Koryo Sooji Chim, Acupuntura Coreana nas mãos. Mediantes estas informações, gostaria apenas de ilustrar como não é um pensamento único do Dr. Zhang Xin Shu a relação das mais diversas partes do corpo entre si, mas sim de outros grandes profissionais como o próprio Dr. Yoshio Manaka que demonstra as relações próximas de pontos de acupuntura com características isofásicas. Pontos de Tratamento Os pontos de tratamento da Acupuntura do Segundo Metacarpo estão todos localizados no aspecto radial do segundo metacarpo, totalizando um número de 11-12 pontos de tratamento. Ficando claro que cada ponto na verdade corresponde a uma área e não a um único ponto, podendo variar discretamente de paciente para paciente. A localização destes pontos de tratamento na região radial do segundo metacarpo, normalmente é feita com o paciente executando uma semi-flexão das articulações metacarpo-falangeanas. Porém gostaria de deixar claro que a localização exata de cada ponto de tratamento se faz mediante a palpação do mesmo, buscando em uma pequena área o local de maior sensibilidade, de maneira similar ao que ocorre na prática da Acupuntura Auricular.

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Tratamento A seleção adequada dos pontos de tratamento é uma das etapas mais importantes na prática da Acupuntura do Segundo Metacarpo, sendo realizada principalmente das seguintes maneiras:

• Seleção através do local afetado • Seleção através da palpação • Seleção através do diagnóstico ECIWO • Seleção através das Teorias da Medicina Tradicional Chinesa • Seleção através da lateralidade

Agulhamento A inserção das agulhas é feita seguindo as indicações tradicionais, idênticas daquelas utilizadas na prática da acupuntura sistêmica, de modo que por ser uma técnica de origem chinesa, a principal recomendação é no sentido do agulhamento sem a utilização de qualquer outro material, além das mãos. Uma recomendação importante no entanto, é cuidado para não inserir muito profundamente rápido demais, podendo atingir o periósteo sem ter este objetivo inicial, recomendando então uma inserção rápida, para ultrapassar a pele e então aprofundamento da agulha lento de acordo com cada caso e objetivo, visar o periósteo ou não, tratar patologias mais profundas, crônicas, ou mais superficiais, agudas. Após a inserção das agulhas, o acupunturista deve adequar a profundidade das mesmas, de acordo com a condição apresentada pelo paciente e o objetivo terapêutico. Assim que a profundidade pretendida for atingida, recomenda-se que o acupunturista manipule as mesmas no sentido de obter a sensação do De Qi, pois, através de pesquisas, foi comprovado que a prática da Acupuntura do Segundo Metacarpo com obtenção da sensação do De Qi apresenta resultados mais rápidos e melhores que quando aplicada sem esta sensação. Além das tradicionais agulhas de acupuntura, os pontos de tratamento na região radial do segundo metacarpo podem também ser estimulados através de outras formas.

• Esferas • Sementes • Acupressão • Moxabustão • Gua Sha

Acupuntura do Punho-Tornozelo WAN HUAI ZHEN 腕踝针 Apresentação A Acupuntura do Punho-Tornozelo é uma técnica relativamente recente quando comparada com toda a evolução histórica da Medicina Tradicional Chinesa, sendo até mesmo considerada uma técnica de acupuntura moderna. A Acupuntura do Punho-Tornozelo foi inventada, desenvolvida, pelo Professor Dr. Zhang Xin Shu e seus colegas de pesquisa, durante mais de quinze anos até que fosse apresentada ao mundo por volta do ano de 1975. História Foi por volta do ano de 1960 que Dr. Zhang Xin Shu começou a ter insights sobre esta nova modalidade terapêutica ao tratar com grande sucesso de uma grande quantidade de pacientes com patologias consideradas difíceis através da aplicação de estimulação elétrica forte. No ano de 1966 Dr. Zhang Xin Shu percebeu que seu método, mesmo precário, de tratamento também poderia ser efetivo para casos de dores articulares e de casos de alterações de sensibilidade cutânea em pacientes paralisado.

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Porém com o passar do tempo Dr. Zhang Xin Shu percebeu que para tornar seu método mais aceitável para uma quantidade maior de pacientes deveria alterá-lo um pouco, por exemplo reduzindo a intensidade da estimulação elétrica. Para tanto ele teve que reavaliar seu método, onde inicialmente era empregado estímulo elétrico forte (60mA) com eletrodos posicionados em ambos os lados do membro paralisado, com a corrente elétrica passando no devido ângulo no sentido longitudinal dos nervos e músculos. Foi então que Dr. Zhang Xin Shu teve uma excelente idéia, imaginando que se posicionasse os eletrodos ao longo de uma linha única no membro, estes eletrodos poderiam estar mais afastados e assim uma área maior poderia ser estimulada mesmo com uma intensidade elétrica menor. Desta forma ele passou a executar alguns testes terapêuticos com uma intensidade reduzida (40mA) e um tempo também reduzido, cerca da um segundo apenas, e pode perceber que seus resultados se mantiveram e ainda puderam ser ampliados para um número ainda maior de patologias. Continuando com a mesma linha de raciocínio de tentar diminuir a intensidade da corrente elétrica, para poder tornar o tratamento mais viável para os pacientes, menos doloroso e de mais fácil aplicação. Assim Dr. Zhang Xin Shu diminui a intensidade para 15mA pelo mesmo um segundo de estímulo e os resultados foram mantidos, porém quando a intensidade foi reduzida para menos de 10mA alguns dos resultados não mais foram repetidos com o mesmo sucesso. Foi então que o estimulo passou a ser executado com uma duração maior, chegando até 10 ou ainda 20 minutos, por outro lado, a intensidade do estímulo elétrico foi drasticamente reduzida para menos que 2mA, mantendo um ótimo nível de resultados. Continuando com sua evolução terapêutica, Dr. Zhang Xin Shu passou, no início do ano de 1972, mais precisamente no mês de fevereiro, a estimular os locais pré-determinados no punho e no tornozelo com o método tradicional de acupuntura, através de agulhamento perpendicular, sem a utilização de qualquer estímulo elétrico. Nesta etapa, as agulhas eram inseridas e manipulada até a obtenção da sensação do De Qi, que se manifestava por sensações de inchaço, entorpecimento, distensão, choque e peso. Com o intuito de resolver alguns pontos fracos da técnica, Dr. Zhang Xin Shu. Começou a experimentar a utilização do agulhamento oblíquo nos mesmos locais de estímulo e os resultados terapêuticos foram mantidos como satisfatórios e de boa qualidade, porém alguns dos pontos fracos ainda permaneciam, como por exemplo a sensação forte do De Qi. Foi então que Dr. Zhang Xin Shu, com o objetivo de diminuir a sensação desconfortante para o paciente mantendo os excelentes resultados, começou a fazer uso do método de agulhamento denominado subcutâneo ou horizontal, onde a agulha é inserida em um ângulo aproximado de 15º em relação à pele. Características As principais características da Acupuntura do Punho-Tornozelo são:

• Divisão do corpo em seis zonas longitudinais e bilaterais específicas, subdivididas em superior e inferior, acima e abaixo do diafragma, respectivamente;

• Classificação das manifestações clínicas de acordo com as seis zonas longitudinais; • Aplicação, utilização, de apenas seis pontos no punho e seis pontos no tornozelo, bilateralmente,

para o tratamento das patologias; • Seleção dos pontos de estímulo no punho e/ou no tornozelo de acordo com as seis zonas

longitudinais; • Utilização de técnica de agulhamento subcutâneo, sem a necessidade da indução da sensação do

De Qi. Vantagens

• É uma técnica fácil de se aprender e de se aplicar; • Possui apenas uma pequena quantidade de pontos de estímulos; • Os pontos estão localizados em regiões onde não existem órgãos vitais; • Os pontos estão localizados em locais onde o paciente necessita apenas de expor uma pequena

parte de seus corpos;

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• * A localização dos pontos permite que, mesmo com as agulhas inseridas, possa se movimentar livremente e executar alguns exercícios terapêuticos;

• O método de inserção da agulhas é praticamente indolor, podendo haver uma mínima dor no exato momento da penetração da agulha na pele;

• Pode ser indicada para uma grande quantidade de patologias, produzindo resultados e satisfação rápidas.

Teorias Fundamentais Como ocorre com outras formas de tratamento, ou ao menos deveria ocorrer, seus praticantes devem ter um profundo conhecimento e entendimento das teorias fundamentais que sustentam esta técnica para não se tornarem apenas repetidores de receitas prontas de combinações de pontos de tratamentos. Para tanto as teorias fundamentais para a prática da Acupuntura do Punho-Tornozelo devem ser apresentadas de maneira simples, porém completa, para não deixar falhas na sua compreensão, o que pode facilitar muito a obtenção de bons resultados em casos mais complicados onde a simples inserção das agulhas nos pontos recomendados por outros praticantes não dá os resultados desejados. Teorias Fundamentais Divisões do corpo A divisão do corpo proposta pelo Dr. Zhang Xin Shu no desenvolvimento da Acupuntura do Punho-Tornozelo é a mais fundamental teoria para a prática da técnica, indicando os pontos a serem empregados, mediante análise da localização dos sinais e sintomas dentro destas divisões pelo corpo. Para facilitar o processo de entendimento das divisões do corpo, tornando-o mais didático, a descrição das zonas ou regiões descritas pelo Dr. Zhang Xin Shu, devem ser entendidas por partes, em primeiro lugar a parte axial, cabeça, pescoço e tronco, passando depois para as zonas na parte periférica, nos membros superiores e inferiores.

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Zonas Cutâneas (Pi Bu) Apesar do criador da técnica da Acupuntura do Punho-Tornozelo, Dr. Zhang Xin Shu, afirmar que esta possui teorias diferentes da Acupuntura Tradicional, pessoalmente acredito que possa haver alguma relação, principalmente no que diz respeito à divisão do corpo em seis zonas de tratamento e as Zonas Cutâneas (Pi bu) da teoria da Acupuntura Tradicional dos Canais e Colaterais (Jing Luo). O Professor Geng Jun Ying publicou um material sobre Canais e Colaterais (Jing Luo) onde afirma o seguinte sobre as Zonas Cutâneas (Pi Bu): “É o anteparo externo do corpo, pode refletir as alterações patológicas de Órgãos e Vísceras (Zang Fu), Canais Principais (Jing Mai) internos. A alteração em cor, aspecto, sensação, temperatura e qualidade elétrica da pele pode ajudar no diagnóstico da alteração patológica de Órgãos e Vísceras (Zang Fu), Canais e Colaterais (Jing Luo). O uso de acupuntura, a aplicação local de medicamento, massagem nos pontos de acupuntura podem tratar de alteração patológica de Órgãos e Vísceras (Zang Fu) ou Canais e Colaterais (Jing Luo).”

As relações que aplico para com as Zonas Cutâneas (Pi Bu) e as Zonas de Tratamento da Acupuntura do Punho-Tornozelo, estão diretamente vinculadas com a sobreposição de suas trajetórias, de modo que em um primeiro momento devemos relacionar a localização das Zonas Cutâneas (Pi Bu) da mesma forma que foi feito com as Zonas de tratamento, assim temos que iniciando pela região mais medial e anterior temos os seguintes Canais Unitários, o Shao Yin, o Jue Yin, o Tai Yin, o Yang Ming, o Shao Yang e o Tai Yang. Canais Unitários

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Pontos de Tratamento Os pontos de tratamento da Acupuntura do Punho-Tornozelo fazem parte das teorias fundamentais, visto que são pontos distintos daqueles empregados na Acupuntura Tradicional, e mesmo quando suas localizações são coincidentes com pontos tradicionais, as suas indicações e metodologia par aplicação são distintas. De modo geral, como ocorre com os pontos de acupuntura tradicionais, os pontos de tratamento da Acupuntura do Punho-Tornozelo possuem uma localização precisa, porém de acordo com a presença de vasos sangüíneos mais calibrosos as agulhas podem ser inseridas discretamente mais distal ou mais proximal. Pontos de Tratamento no Punho Os pontos de tratamento localizados na região do punho, estão na verdade localizados cerca de 2cun proximal da prega transversal do punho, totalizando seis pontos de tratamento. Vale ressaltar que ao ser mencionado o punho como localização, na verdade a descrição mais exata, correta, da localização seria região distal do ante-braço, porém para uma melhor compreensão ficou estabelecido o uso da palavra punho. Pontos de Tratamento no Punho Superior 1 – S1: localizado no aspecto ventral e distal do ante-braço, na borda ulnar, medial, entre a ulna e o tendão do músculo flexor ulnar do carpo. Superior 2 – S2: localizado no centro do aspecto ventral e distal do ante-braço, entre os tendões do músculo palmar longo e do músculo flexor radial do carpo. Superior 3 – S3: localizado no aspecto ventral e distal do ante-braço, cerca de 1 cm da borda radial do ante-braço, entre o rádio e a artéria radial. Superior 4 – S4: localizado na transição do aspecto ventral e dorsal, distal do ante-braço, na borda lateral do rádio. Superior 5 – S5: localizado no aspecto dorsal e distal do ante-braço, na metade da distancia entre as duas bordas laterais do rádio e da ulna. Superior 6 – S6: localizado no aspecto dorsal e distal do ante-braço, cerca 1cm da borda ulnar.

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Pontos de Tratamento no Tornozelo Os pontos de tratamento localizados na região do tornozelo, estão na verdade localizados cerca de 3cun proximal da ponta dos maléolos, totalizando seis pontos de tratamento. Vale ressaltar que ao ser mencionado o tornozelo como localização, na verdade a descrição mais exata, correta, da localização seria região distal da perna, porém para uma melhor compreensão ficou estabelecido o uso da palavra tornozelo. Inferior 1 – I1: localizado no aspecto medial e distal da perna, próximo à borda medial do tendão calcâneo. Inferior 2 – I2: localizado no centro do aspecto medial e distal da perna, discretamente posterior à borda da tíbia. Inferior 3 – I3: localizado cerca de 1 cm medial à crista anterior da tíbia. Inferior 4 – I4: localizado no meio da distância entre a crista anterior da tíbia e a borda anterior da fíbula. Inferior 5 – I5: localizado no centro do aspecto lateral da porção distal da perna, na depressão entre a borda da fíbula e o tendão do músculo fibular longo. Inferior 6 – I6: localizado no aspecto lateral e dista da perna, próximo ao aspecto lateral do tendão calcâneo.

Prática Para a boa prática de qualquer técnica, o praticante deve estar familiarizado com seus procedimentos, para tornar a prática desta cada vez mais eficaz e benéfica ao próximo. Com o desenvolvimento da prática, cada acupunturista pode aprimorar estes procedimentos, criando os seus próprios, que podem até ser completamente distintos dos que serão expostos. Seleção de Pontos A seleção adequada dos pontos de tratamento é uma etapa fundamental na prática que qualquer terapia baseada em locais, pontos, de estímulos, assim sendo, não poderia ser diferente com a Acupuntura do Punho-Tornozelo. Como uma das indicações principais para o emprego da Acupuntura do Punho-Tornozelo são as patologias dolorosas, o acupunturista deve se esforçar ao máximo para determinar com a maior precisão possível os locais doloridos, os pontos de maior tensão e maior sensibilidade, também conhecidos no ocidente por tender points (pontos sensíveis) e trigger points (pontos gatilhos). Um dos ditados correntes na China com relação à boa prática da acupuntura tradicional também pode e deve ser aplicado para a Acupuntura do Punho-Tornozelo, “Poucos pontos porém os melhores”. Por fim deve ficar claro que a Acupuntura do Punho-Tornozelo pode empregar uma mesma zona ou ponto de tratamento para sinais e sintomas de diferentes patologias, além de poder empregar diferentes zonas ou pontos de tratamento para sinais e sintomas de uma mesma patologia, de uma forma similar ao que ocorre com as Síndromes da Medicina Tradicional Chinesa em relação às patologias da Medicina Ocidental, onde uma Síndrome pode ser diversas patologias ocidentais, e uma mesma patologia pode ser diferentes Síndromes.

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Agulhamento Historicamente, durante a evolução da Acupuntura do Punho-Tornozelo, Dr. Zhang Xin Shu, passou do estímulo elétrico através de eletrodos para estímulos com agulhas, sendo primeiramente empregada as agulhas com 0,25mm de diâmetro e 40mm de comprimento. Pessoalmente recomendo a utilização de agulhas mais finas, com cerca de 0,20mm de diâmetro e agulhas entre 30mm e até 50mm de comprimento, variando de caso para caso. Porém que fique claro que a inserção das agulhas mais longas, como as de 50mm de comprimento, somente fica indicada para acupunturistas mais experientes, treinados, pois o risco de causar dor ou estimular locais indesejados torna-se cada vez maiores. Considero também a utilização das agulhas intradérmicas nos pontos de Acupuntura do Punho-Tornozelo. Esta utilização é como aquela de sementes nos pontos auriculares, ou seja, são estímulos mais suaves que as agulhas filiformes, porém por um período maior de retenção, podem gerar resultados tão bons quanto, ou até melhores a utilização das agulhas auriculares. A recomendação básica para o direcionamento da agulha, segue princípios similares àqueles da prática da Acupuntura Tradicional, onde a direção da inserção das agulhas determina o local por onde a sensação do De Qi irá se propagar, determinando também a região a ser mais estimulada. Como apenas uma pequena região fica mais distal que os pontos de tratamento, as agulhas são inseridas com suas pontas direcionadas proximalmente na grande maioria dos casos. Porém nos casos, menos freqüentes de alterações nos próprios punhos, tornozelos, mãos ou pés, as agulhas devem ser inseridas com suas pontas direcionadas distalmente. Assim que a agulha for inserida na pele, ela deve ser lentamente e suavemente penetrada mais adiante, sempre de uma maneira subcutânea e seguindo ao longo do eixo longitudinal ao qual o ponto de tratamento agulhado pertence.

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Precauções Para a prática da Acupuntura do Punho-Tornozelo não há qualquer contra-indicação absoluta, ficando apenas algumas precauções, de modo que durante a execução dos tratamentos, atenção maior deve ser dada para algumas etapas, no intuito de manter os bons resultados e a integridade do paciente. A direção das agulhas devem sempre seguir o sentido do eixo longitudinal das zonas de tratamento relacionadas com cada um dos pontos de tratamento, pois caso as agulhas estejam direcionadas para uma das zonas de tratamento próximas a ela, os resultados obtidos não serão os mais adequados, já que não se está estimulando como se deveria a zona de tratamento previamente selecionada. Por fim, como precauções, temos que o agulhamento dos pontos de tratamento Inferior 1, I1, não deveriam ser agulhados durante o período menstrual regular ou ainda durante o primeiro trimestre de gravidez.