apostila 2014 - criminologia para policia civil pdf

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CRIMINOLOGIA PARA DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL - SANTA CATARINA - EXTRAÍDO DA APOSTILA DE DELEGADO CIVIL DE SANTA CATARINA MATERIAL EXCLUSIVO PARA DOWNLOAD NO SITE DA EDITORA APROVARE: www.editoraaprovare.com.br TODOS OS DIREITOS DESTE MATERIAL SÃO RESERVADOS. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Aprovare. A viola- ĕĆŽ ĚŽƐ ĚŝƌĞŝƚŽƐ ĂƵƚŽƌĂŝƐ Ġ ĐƌŝŵĞ ƉƌĞǀŝƐƚŽ ŶĂ >Ğŝ ϵϲϭϬϵϴ Ğ ƉƵŶŝĚŽ ƉĞůŽ ĂƌƟŐŽ ϭϴϰ ĚŽ ſĚŝŐŽ WĞŶĂů

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apostila de criminologia

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CkIMINCLCGIA AkA DLLLGADC DL CLICIA CIVIL- SAN1A CA1AkINA -Lk1kAIDC DA ACS1ILA DL DLLLGADC CIVIL DL SAN1A CA1AkINAMA1LkIAL LkCLUSIVC AkA DCWNLCAD NC SI1L DA LDI1CkA AkCVAkL:www.ed|toraaprovare.com.br1CDCS CS DIkLI1CS DLS1L MA1LkIAL SC kLSLkVADCS. Nenhuma parte desta pub||cao poder ser reproduz|da por qua|quer me|o ou forma sem a prv|a autor|zao da Ld|tora Aprovare. A v|o|a-o dos d|re|tos autora|s cr|me prev|sto na Le| 9.610]98 e pun|do pe|o arngo 184 do Cd|go ena|._ IN1kCDUC CkIMINCLCGIA_ LSCCLAS CkIMINCLCGICAS_ LkCLN1LS DA CkIMINCLCGIA_ VI1IMCLCGIA_ CU1kCS 1LMAS DA CkIMINCLCGIA_ A SI1UAC CAkCLkkIA 8kASILLIkA L CA1AkINLNSLCkIMINCLCGIA!"#$#%&'&(#)3!!!"#$%&'())*('+)(#",'-".(!!!"#$%&'())*('+)(#",'-".(!!!"#$%&'())*('+)(#",'-".(01 IN1kCDUC CkIMINCLCGIA!"#$%$&'()* $,$-$'# " -*,-"$&.'()*OfenmenodacriminaIidadeacomanha-ari asso-odesenvoIvimenlodahumanidadedesdeos rimrdios, e o lema, inegaveImenle, deserla a curio-sidade, a aleno e a reocuao de loda a sociedade.As mais variadas essoas, nos mais variados Iocais e eocas, conslanlemenle buscam meios de enlender, exIicar e coibir o crime no seio sociaI. Assim, ao Iongo da hislria, diversas noes surgiram e se sueraram, conformandoenloumacinciadislinlaeexcIusiva-menle focada no esludo desle fenmeno: a criminoIo-gia.IlimoIogicamenle,criminoIogiaorigina-sedoIa-limcrimen(deIilo/crime)edogregoIogo(lrala-do).IcomumenconlrarnosmanuaisdecriminoIo-gia a indicao de que foi o anlroIogo francs IauI Toinard o rimeiro a uliIizar esla lerminoIogia ara designar esle ramo do saber, em meados de 1879. Mas e lambem cerlo que a aIavra s se hrmou em dehni-livo com RaaeIe GarofaIo, que em 1885 ubIicou o a obra inliluIada CriminoIogia.Segundo usuaI conceiluao doulrinaria, a crimino-Iogia e a cincia aulnoma, emirica e inlerdisciIinar, que lem or ob|elo o esludo do crime, do deIinquenle, da vilima e do conlroIe sociaI do comorlamenlo de-Iilivo. I eIa lambem quem nos oferla uma informao vaIida sobre a gnese, a dinmica e as variaveis do cri-me,enquanlofenmenoindividuaIesociaI,ossibi-Iilando ainda hrmar armelros ara uma reveno ehcaz, bem como ara deIimilar as formas, lecnicas e eslralegias de reao conlra o falo criminoso.Comisso,eossiveIconcIuirqueacriminoIogia no aIme|a o esludo do crime enquanlo fenmeno |u-ridico(comoiIiciloenaI),massimoesludodesua nalureza, das suas origens e do seu rocesso de reaIi-zao e conleno, como falo humano e sociaI.Ouse|a,osabercriminoIgicoossibiIilaaooe-rador do direilo um conhecimenlo mais aroriado e rximo da reaIidade falica que o cerca, ois Ihe oferla dadosquedemonslramaexlenso,aadequaoea ehcincia das Ieis enais e rocessuais que disciIinam o crime.-$/,-$' '.&0,*%'Ior lodo o exoslo, e ossiveI observar que a crimi-noIogianoeaenasumasubdisciIinadeaIgum ramo do direilo, mas sim uma cincia aulnoma, que oferla conhecimenlo vaIido e uliI a cincia |uridica em varios armelros. Trala-se de verdadeiro saber cienlihco, e no mera imresso ou conslruo do saber ouIar, sem base lecnicaaIguma(eslessaberesouIares,incIusive, que eslo via de regra Iigados a exerincias ralicas e arlicuIares de aIguns agenles ubIicos que aluam na areadodireiloenaI,acabamroagandosiluaes generaIizadaseindevidascomoverdadesabsoIulas, lolaImenledesrovidasdecienlihcidade.Iorisso, incIusive, e ossiveI dizer que a invesligao crimino-Igicareduzaomaximoainluioeosub|elivismo, exalamenle or submeler o fenmeno criminaI a uma anaIiserigorosa,comlecnicasadequadaserrias ara cada siluao.Ademais,acriminoIogialrazemsilodoumar-cabouodeconhecimenlosrrios,osquaisnose confundemcomosconhecimenlosdenenhumadas cincias|uridico-reressivas,comoodireiloenaI,o rocesso enaI e a oIilica criminaI.IncIusive,denlrodeslaersecliva,eIenamenle ossiveIlraarumabrevedislinoenlreeslaslrs cincias-acriminoIogia,odireiloenaIeaoIilica criminaI. Ve|amos:Inquanlo a criminoIogia busca dados e demonslra-esfalicassobreocrime,ocriminosoeacriminaIi-dade em geraI, o direilo enaI aresenla-se como um con|unlo de normas |uridicas que lem or ob|elo a de-lerminao de infraes de nalureza enaI e suas res-eclivas sanes (enas e medidas de segurana). Ou se|a,odireiloenaIvocrimeexcIusivamenlecomo fenmeno |uridico (iIicilo enaI), no sendo ob|elo de seusesludosaorigem,ascausaseasconsequncias sociais desle falo.Ao seu lurno, a oIilica criminaI disciIina as me-didas que devem (ou odem) ser imIemenladas eIo IsladonocombaleacriminaIidade.Ouse|a,esladi-relamenleIigadaaoconlroIesociaIdodesvianle,ao oder que o Islado ohciaI ossui de dehnir um coni-lo sociaI como criminaIidade e lomar as medidas ade-quadasaracombal-Io.Assim,eossiveIerceber queososluIadosdaoIilicacriminaIservirocomo crilerio de deciso a reseilo dos sislemas dogmalicos ara a aIicao do direilo e rocesso enaI.So,enhm,cinciasaulnomasequenosecon-fundem,se|aquanloaoob|elodeesludo,quanloao melodo emregado, ou mesmo em reIao as hnaIida-des erquiridas.* %1&*!* !' -2$%$,*#*3$'Consoanleanolado,acriminoIogiaeumacincia emirica,deobservao,anolaoeconcIuso.IaIar de emirismo e o mesmo que faIar de melodo exeri-menlaI, ou se|a, aqueIe que evoIui a arlir da observa-o do mundo fenomnico. Tanlo e assim que a melodoIogia emirica lambem ode ser chamada de anaIilica ou induliva, ois arle de um ob|elo ara chegar a uma conslalao, arle da coisa ara chegar a ideia.!"#"$%!& !" ()*+% , -*4!!!"#$%&'())*('+)(#",'-".(!!!"#$%&'())*('+)(#",'-".(!!!"#$%&'())*('+)(#",'-".(Iorlanlo,eimeriosoconcIuirqueacriminoIogia no e uma cincia formaI, no e uma cincia siIogislica ou mesmo deduliva, mas sim uma cincia de anaIise e exerimenlao.$,&"2!$4-$5#$,'2$!'!"InleressanlehrmarqueacriminoIogiaelambem uma cincia inlerdisciIinar, orque con|uga o conhe-cimenlo de varias oulras cincias, muilas deIas (incIu-sive)no|uridicas,comoorexemIo:abioIogia,a anlrooIogia, a sicoIogia, a siquialria e a socioIogia.AinlerdisciIinaridadesurgecomoumanecessi-dade ralica de arlicuIao de conhecimenlos, e cons-liluiumdosefeilosideoIgicosmaisimorlanlesso-bre o quaI se conslri esla cincia, exalamenle orque ermileromerbarreiraseslanqueseconformarum sabercon|ugado.Osfenmenossurgemexalamenle da inlegrao das arles conslilulivas de cada cincia.Ale orque, lendo em visla que a criminoIogia en-lende o crime aenas como uma das varias formas de comorlamenlohumano(umeisdiodedesa|usla-menlo do homem as condies fundamenlais da convi-vncia sociaI), e cerlo que sua eslrulurao deendera dos conhecimenlos oriundos de oulros ramos do saber.*67"&*4 !" "4&.!*Como vislo, os ob|elos sobre os quais a criminoIo-gia se debrua so os seguinles: o crime, o criminoso, a vilima e o conlroIe sociaI do deIilo.Deslaca-sequeaIgunsdesleslemasseroarlicu-Iarmenle exIorados adianle, consoanle sua imorln-ciaaraosconcursosubIicos.Todavia,segueaqui breve exIanao eIucidaliva sobre cada um deIes.89 * :;?@ I o rimeiro ob|elo de esludo da criminoIogia, e laI-vez o lema cenlraI dos debales. AhnaI, e em lorno deIe quegiralodasasconslrueslericasdeslacincia. VaIe deslacar que o lermo deIilo (aqui lrabaIha-do enquanlo sinnimo de crime/infrao enaI) no e univoco, no ossui um s signihcado. Suas varianles deendemdoramodoconhecimenloqueouliIizae o conlexlo que o emrega. asla ver que ara o direi-lo enaI, a aIavra deIilo ossui um conleudo formaI lecnico (o quaI ode variar de acordo com a correnle: se biarlida, lriarlile, quadriarlile). Iara a hIosoha e ara a elica, o deIilo ossui um conleudo eslrilamen-lemoraIerinciioIgico.}aasocioIogiaoenxerga como um falo sociaI. Ao seu lurno, a criminoIogia v o deIilo como fen-meno humano geraI, como aIgo a ser decifrado e com-reendido. I ao Iongo de sua evoIuo lerica, varias foram as formas uliIizadas eIa criminoIogia ara ex-Iicar e deIimilar o crime.A9 * BC=D=E?F?@ Osegundoob|elodeanaIisedacriminoIogiafoi ercebido de formas variadas eIas correnles lericas. Iara os cIassicos, o homem nasce bom or nalure-za,ecriminosoeaqueIequeoloueIocaminhodo maI, embora udesse e devesse reseilar a Iei. Denlro dessa lica, que baseia loda a conslruo do conlralo sociaI (}.Rousseau), a essoa leria o Iivre arbilrio ara decidir se quer ser bom ou maI. Iara os osilivislas, o Iivre arbilrio e um milo, e o homem no lem a oo de escoIher enlre o caminho dobemoudomaI.Iundamsuasconslruesnode-lerminismo,razoeIaquaIocriminosoassaaser vislo como aIguem doenle, risioneiro de sua rria aloIogia ou de rocessos causais aIheios.}a ara os correicionaIislas o criminoso e um fraco, um ser inferior, inalo ao convivio sociaI, incaaz de dirigir - or si mesmo - sua vida. Assim, a sua debiIi-daderequerumaehcazedesinleressadainlerveno eslalaI. Iorhm,araosmarxislas,ocriminosoevislo como vilima do rocesso econmico de exIorao do homemeIohomem(lrala-sedeumaexIicaoca-ilaIisla ara o fenmeno, o quaI lem na sociedade os falores de criminaIizao do agenle). B9 ' GH>=D8@ Olerceiroob|elodeesludorecebeuumlralobas-lanlevariadoaoIongodasconslrueshislricasda criminoIogiaesuascinciascorreIalas,eeslasaIlera-esodemseridenlihcadasemlrsmomenloses-eciais (que nasce com sua vaIorizao, assa or um eriodo de neulraIizao e, or hm, de revaIorizao).Numrimeiromomenlo,queseoeroudesdeos rimrdiosdaciviIizaoaleaAIlaIdadeMedia,a vilimaossuiaumaeIbaslanleimorlanlenag-nesedodeIilo,aleorqueviviamosumeriodoem que reinava a Igica da vingana rivada, da aulolule-Ia e da Igica do laIio. Isla fase hcou conhecida como vilima de ouro. As, eIa assa or um eriodo de neulraIizao, em que eIa e lolaImenle descarlada do rocesso criminoIgico. A vilima deixa de ler o oder de reao ao falo deIiluoso, que e assumido e monoo-Iizado eIo Islado soberano. A ena assa a ser uma garanlia de ordem coIeliva e no mais arlicuIar. IslaerseclivadeneulraIizaonasceuaohnaI da idade media e erduraale o inicio do eriodo mo-derno,quandoenloseassouarevaIorizaroaeI davilima,incIusivenombilo|uridico-enaI,basla ver que surgiram, as, inumeros inslilulos no mbilo do direilo e rocesso enaI que demandam a inlerven-o do ofendido (como, or exemIo: nas aes enais de inicialiva rivada, que deendem da queixa-crime, nasubIicascondicionadasquedeendemdarere-senlao, a ossibiIidade de comosio civiI dos da-noslrazidaeIaLeido}uizadoIseciaI,elc.).Ioia !"#$#%&'&(#)3!!!"#$%&'())*('+)(#",'-".(!!!"#$%&'())*('+)(#",'-".(!!!"#$%&'())*('+)(#",'-".(arlir dai, incIusive, que nasceu o esludo da vilimoIo-gia, enquanlo brao esecihco da criminoIogia.:9 -?E>C?