apostila 1º socorros2014 (1) (1)
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Apostila adaptada pelo prof. Luiz Amrico Campos para a disciplina primeiros socorros
do Curso de Educao Fsica
PRIMEIROS SOCORROS
1. INTRODUO
O crescimento da mortalidade por trauma hoje um fenmeno mundial que atinge tanto
pases desenvolvidos como em desenvolvimento. No Brasil, os problemas de violncia e os
acidentes, tm implicaes de grande magnitude na sade pblica, e, provocam forte impacto
na morbidade (doena) e mortalidade (morte), (ANTUNES, 2006).
A Organizao Mundial de Sade (OMS) avalia que uma de cada quatro a nove
pessoas, nos pases em desenvolvimento, sofre a cada ano de leses incapacitantes e que 2%
do total da populao mundial esto incapacitadas como resultado de leses ocasionadas por
acidentes ou violncia (PEIXOTO, 1998).
O trauma deve ser considerado uma doena de grande importncia nos mbitos
poltico, econmico e social, uma vez que no Brasil, constitui a segunda causa geral de morte e
a primeira abaixo dos 45 anos. responsvel por mais de 90 mil mortes anuais, deixa mais de
200 mil vtimas por ano com sequelas. As mortes decorrentes do trauma ocorrem em trs
momentos: 1 pico - nos primeiros segundos a minutos, 50% das vtimas; 2 pico - dentro de
minutos a vrias horas, representa 30% dos pacientes e o 3 pico - corresponde s mortes
consideradas tardias, corresponde a 20% do total (NASI, 2005).
As doenas tambm podem afetar de forma sbita o ser humano e so conhecidas
como emergncias clnicas. Em pesquisa realizada pela Associao Americana de
Cardiologia, constatou-se que as chances de sobrevida de uma vtima de parada cardaca
aumentam quando se consegue implementar a corrente da sobrevivncia, constituda de
cinco elos, que so:
1. ACIONAMENTO DO SOCORRO ESPECIALIZADO;
2. INCIO PRECOCE DE RCP;
3. USO DO DESFIBRILADOR;
4. CHEGADA RPIDA DA UTI MVEL E
5. TRANSFERNCIA PARA HOSPITAL DE REFERNCIA.
Entretanto, o Elo mais fraco o primeiro e o segundo, porque infelizmente na maioria
das vezes os servios de resgate e de atendimento pr-hospitalar profissional esto distantes
da ocorrncia do agravo sade. Portanto o Socorrista tem um papel fundamental no
reconhecimento dos agravos e aplicao das tcnicas preconizadas, seja emergncia ou
urgncia. Assim, o elo da sobrevivncia no sofre soluo de continuidade e evita o
agravamento do estado da vtima e possveis sequelas. (AHA, 2010)
Para tanto, necessrio o treinamento em primeiros socorros de pessoas da
comunidade, trabalhadores e principalmente os agentes de segurana pblica que, na maioria
das vezes, atendem primeiro a ocorrncia, seguindo os protocolos aprovados em consensos
internacionais e homologados pelo Ministrio da Sade. Contudo, o entendimento bsico do
funcionamento do corpo humano, possibilita a interpretao do funcionamento normal e
perfeito do organismo, facilita e direciona as prioridades a serem seguidas e estabelece os
procedimentos a serem adotados nos casos de agravo a sade. Com isso o socorrista
identifica e trata de imediato s leses e complicaes que podem comprometer a vida do
paciente em curto prazo, aumentando as chances de sobrevivncia.
2. NOES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA
CLULAS
Os seres vivos diferem da matria bruta porque so constitudos de clulas. Os vrus so seres que no possuem clulas, mas so capazes de se reproduzir e sofrer alteraes no seu material gentico. Esse um dos motivos pelos quais ainda se discute se eles so ou no seres vivos.
A clula a menor parte dos seres vivos com forma e funo definidas. Por essa razo, afirmamos que a clula a unidade estrutural dos seres vivos. A clula - isolada ou junto com outras clulas - forma todo o ser vivo ou parte dele. Alm disso, ela tem todo o "material" necessrio para realizar as funes de um ser vivo, como nutrio, produo de energia e reproduo.
Cada clula do nosso corpo tem uma funo especfica. Mas todas desempenham uma atividade "comunitria", trabalhando de maneira integrada com as demais clulas do corpo. como se o nosso organismo fosse uma imensa sociedade de clulas, que cooperam umas com as outras, dividindo o trabalho entre si. Juntas, elas garantem a execuo das inmeras tarefas responsveis pela manuteno da vida.
As clulas que formam o organismo da maioria dos seres vivos apresentam uma membrana envolvendo o seu ncleo, por isso, so chamadas de clulas eucariotas. A clula eucariota constituda de membrana celular, citoplasma e ncleo. 70% do volume celular composto por gua, que dissolve e transporta materiais na clula e participa de inmeras reaes bioqumicas.
TECIDOS
No nosso corpo, existem muitos tipos de clulas, com diferentes formas e funes. As clulas esto organizadas em grupos, que trabalhando de maneira integrada, desempenham, juntos, uma determinada funo. Esses grupos de clulas so os tecidos.
Os tecidos do corpo humano podem ser classificados em quatro grupos principais:
tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso. Enfim, os tecidos so grupos de clulas especializadas trabalhando em conjunto para servir a uma determinada funo.
RGOS
uma estrutura composta por vrios tipos de
tecidos para executar uma finalidade especfica,
por exemplo: O intestino contm vrios tipos de
tecidos que o permitem executar as funes
relacionadas digesto.
Os tecidos tambm se agrupam em nosso organismo. Um agrupamento de tecidos que interagem forma um rgo.
O estmago, por exemplo, um rgo do corpo humano. Nele podemos reconhecer presena do tecido epitelial e do muscular, entre outros.
SISTEMAS
Vrios rgos interagem no corpo humano, desempenhando determinada funo no organismo. Esse conjunto de rgos associados forma um sistema.
O sistema digestrio humano, por exemplo, atua no processo de aproveitamento dos alimentos ingeridos. Esse sistema formado pela boca, faringe, esfago, estmago, intestino delgado e intestino grosso. Alm desses rgos, o sistema digestrio humano compreende glndulas anexas, como as glndulas salivares, o pncreas e o fgado. Os sistemas funcionam de maneira integrada, e essa integrao fundamental para manter a sade do organismo como um todo e, consequentemente, a vida.
Resumindo
No nosso corpo possvel identificar diferentes nveis de organizao que atuam nos processos vitais. Podemos resumir essa organizao por meio do seguinte esquema:
Clulas -------> tecidos -------> rgos -------> sistemas -------> organismo
SISTEMA MSCULOESQUELTICO
formado pelos ossos, articulaes, msculos
esquelticos e tendes. Tem as funes de
sustentao, proteo e a de permitir o movimento.
SISTEMA CIRCULATRIO
composto pelo corao, pelos vasos sanguneos (
artrias, veias e capilares) e pelo sangue, que o
fluido movimentado sob presso. A funo principal
do corao bombear sangue para todo o corpo
levando O e nutrientes e eliminar CO.
SISTEMA RESPIRATRIO
composto pelos pulmes e pelas vias areas. Tem
como funo captar e efetuar as trocas de O e CO
entre o corpo humano e a atmosfera.
SISTEMA NEUROLGICO
composto pelo encfalo, medula espinhal, nervos perifricos e rgos dos sentidos. A medula tem a
funo de conectar o crebro a diversos rgos. A interrupo da medula causa isolamento do
segmento corporal no nvel e abaixo da leso, desaparecendo a sensibilidade e a capacidade de
movimento.
Rede de neurnios
3. CONCEITOS
ATO INSEGURO
Ao realizada que pode gerar um acidente. Geralmente ocorre por Imprudncia e/ou
Negligncia e/ou Impercia;
Esses atos so responsveis por mais de 90% dos acidentes das mais diversas
naturezas.
ATENDIMENTO PR-HOSPITALAR: Considera-se como nvel pr-hospitalar mvel na rea de urgncia, o atendimento que procura
chegar precocemente vtima, aps ter ocorrido um agravo sua sade (de natureza clnica,
cirrgica, traumtica, inclusive as psiquitricas), que possa levar a sofrimento, sequelas ou
mesmo morte, sendo necessrio, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado
a um servio de sade devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema nico de Sade.
(MS, Portaria 2048/2002)
PRIMEIROS SOCORROS: Procedimentos iniciais prestados no local do ocorrido, at a chegada de ajuda
especializada, queles que sofreram acidentes, doena ou mal sbito. um atendimento
imediato e provisrio. Busca atingir os seguintes objetivos: Evitar o agravamento das leses
existentes; Evitar o surgimento de novas leses e Aumentar o tempo de. (SENASP, 2010).
ACIDENTE: um evento indesejvel e inesperado que causa danos pessoais, materiais e
financeiros, de modo no intencional.
INCIDENTE: Evento acidental ou deliberadamente causado. Evento no planejado que tem o pontencial de
levar a um acidente. Evento que deu origem a um acidente ou que tinha o pontencial de levar a
um acidente.
OBS: A palavra acidente se refere a um desastre e a palavra incidente se refere a um
desentendimento ou a um acontecimento imprevisto.
VTIMA: Pessoa que sofreu um acidente ou mal sbito qualquer.
PACIENTE: Vtima j atendida pelo socorrista ou sendo atendida.
SOCORRISTA: Pessoa que recebeu treinamento adequado para prestar primeiros socorros.
ATRIBUTOS DO SOCORRISTA
Ter conhecimento tcnico; Controle das emoes; Capacidade de liderana. Agir com
Honestidade, Autenticidade e Disciplina.
DEVERES DO SOCORRISTA
Estar treinado em primeiros socorros; Estabelecer uma comunicao