apometria personalidades multiplas e subpersonalidades_js godinho.pdf

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  • Quando Dr. Lacerda abriu as portas da Casa do Jardim anunciando a descoberta de uma nova tcnica teraputica, Apometria, houve, junto aos interessados na teraputica medianmica, uni movimento de alegria e de esperana pelas possibilidades novas que a tcnic apresentava.

    Dali em diante os trabalhadores de boa vontade tinham em mos um "afiado bisturi", que iria dar condies de se "escalpelar" campos psquicos at ento inexplorados.

    Talvez, naquele momento, Dr. Lacerda no tivesse ideia de quanto sua tcnica avanaria e quanto benefcio traria humanidade sofredora e desesperanada.

    A tcnica evoluiu, disseminou-se entre novos grupos fratemistas, e novas perspectivas foram vislumbradas, experimentadas e comprovadas.

    Aps mais de quarenta anos de pesquisa e experimentao, atravs de alguns grupos e "ramos", chegou-se s Ipersonalidades mltiplas e Isubpersonalidades, descortinando horizontes mais amplos, ricos e profundos com formulao de novas leis e uma compreenso maior sobre as propriedades dos inmeros fenmenos gerados pelo fantstico psiquismo humano.

    O modelo teraputico iniciado por Dr. Lacerda se ampliou e as tcnicas de trabalho foram sendo remodeladas e ampliadas. Com a melhora do modelo e com a adequao precisa da tcnica, o interesse de estudiosos de outras reas foi despertado e a teraputica iniciada por Dr. Lacerda ganhou um novo e melhor significado.

    E ns, trabalhadores da ltima hora, que estudamos e utilizamos essas tcnicusj depois daqueles que se beneficiam de suaf aplicao, somos tambm muito beneficiados. Porm, para isso, necessrio, em primeiro lugal^p determinao, o querer, o querer com fora e firmeza, pois s assim poderemos colocar em ao um "quantum" % energiaj e um "quantum" de amor fraterno, para desenvolver e aprofundar estudas sobre a|j forma inteligente, correta, eficiente ! responsvel de se tirar o mximo proveito desse maravilhoso recurso.

    JS Godinho

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  • Esta obra a proposta terica de um modelo de tratamento que se encaixa perfeitamente na teraputica medianmica e na psicoteraputica, melhorando sua eficincia.

    Nosso modelo de trabalho tem sido experimentado por outros grupos medianmicos e tambm por terapeutas que conseguiram os mesmos resultados que obtivemos. Portanto, sem sombra de dvida, o modelo constitui-se em ferramenta valiosa e significativa.

    A obra viaja por alguns campos do psiquismo e explora algumas possibilidades de forma facilmente assimilvel e, por isso, alm dos resultados positivos, temos realizado um grande aprendizado.

    Conseguimos integrar, fundir e utilizar estudos e experincias oriundas defpversas fontes, ampli-las e aplic-las de orma diferenciada, dom excelentes resultados.

    Quanto s designaes dadas aos elementos conscienciais pesquisados {personalidades mltiplas e subpersonalidades), sua funo apenas didtica. Isso no altera a essncia e propriedades dos mesmos. Os resultados icnficos que podemos extrair desse studo, experincias e aplicaes, so importantssimo para todos ns.

    JS Godinho

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  • JS Godinho

    APOMETRIA

    CONFLITOSCONSCIENCIAIS

    PERSONALIDADES MLTIPLAS& SUBPERSONALIDADES

    Lages, Santa Catarina, 2007.2a edio

    Holus Instituto e Publicaes Ltda.

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  • "Conflitos Conscienciais" foi escrito com a participao de Odacira Nunes, que colaborou ativamente no desenvolvimento de alguns trechos fundamentais no contexto da obra.

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  • Obras de JS Godinho

    "APOMETRIA - A Nova Cincia da Alma"

    "OS PORTAIS DA FELICIDADE"

    "DESVENDANDO O PSIQUISMO"

    "DO JUZO FINAL A UMA NOVA ERA DE LUZ"

    "PSIQUISMO EM TERAPIA"

    "APOMETRIA E MEDIUNIDADE"

    "INICIAO APOMTRICA"

    "APOMETRIA E ANIMISMO"

    CONFLICTOS CONSCIENCIAIS

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  • Agradecimento

    Ante as belezas do Universo, quedo-me em silncio respeitoso, contemplando a grandiosidade da criao.

    Elevo meus pensamentos ao Senhor dos Mundos, embevecido com tamanha magnitude, e agradeo reverente por fazer parte de tudo isso.

    Agradeo a oportunidade que me est sendo concedida de poder penetrar alguns segredos dessa magnfica criao.

    Peo, humildemente, ao supremo Senhor, amparo e sustentao, para que eu possa empregar os recursos e oportunidades, que me foram disponibilizados, com inteligncia, sabedoria, presteza e lucidez. Dessa forma, em assim procedendo, sei que posso multiplicar proveitosamente os parcos talentos que possuo.

    Se eu conseguir manter esse propsito e conduzir-me com a eficincia possvel, espero poder realizar, pelo menos, parte do meu desiderato.

    JS Godinho

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  • A Cincia Espiritualizada

    A "cincia espiritualizada" nos vem revelar, por meio de provas irrecusveis, a existncia e a natureza dos mundos psquico e espiritual e suas relaes com o mundo material. Ela nos mostra esses mundos, no mais como sobrenaturais, mas, pelo contrrio, como foras vivas e incessantemente atuantes da natureza e, como fontes de uma infinidade de fenmenos at ento incompreendidos, e por essa razo, rejeitados e removidos para o domnio do fantstico e do maravilhoso.

    No de se admirar que muitas referncias feitas por Jesus tenham permanecidas ininteligveis ou foram falsamente interpretadas at agora. A "cincia espiritualizada" a chave que pode nos ajudar a esclarecer esses "mistrios" com mais facilidade.

    O Autor

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  • Como uma Orquestra

    "A personalidade do indivduo como uma orquestra. Cada parte dela, chamada de sub-personalidade, um msico e o EU o maestro. No se pode eliminar um msico, mas fazer com que todos atuem em harmonia. O maestro determina quem vai tocar e a que horas. O compositor o lado transpessoal do indivduo, o que cria. O importante a ligao harmoniosa entre todos para a boa execuo da sinfonia."

    Roberto Assagioli

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  • ndice

    Somos paradoxais 14Introduo 16A nomenclatura utilizada 18O Agregado Humano Conceito 18Stanislaus de Guaita e Charles Lancelin 18W.W. da Matta e Silva 19Alice Bailey 20Allan Kardec 20Trabalhadores anonimos 21JSGodinho 23O que est em cima anlogo ao que est em baixo 24

    Captulo l 25

    A verdade sempre relativa 26 O desdobramento e a projeo das centelhas 34 Deus como Causa Primeira de todas as coisas Os Fenmenos e propriedades estudadas 34Dividem-se em trs categorias os fenmenos que estamos estudando, com seus desdobramentos: fenmenos anmicos, personmicos e espirticos.35Caractersticas particulares de alguns fenmenos 36O fenmeno do desdobramento do "Agregado Humano" em corpos. 36O fenmeno de desdobramento dos corpos "Emocional"(Astral), "Mental Inferior" e "Mental Superior" em "nveis" e"subnveis" 37 Fenmenos de Sintonia Mental e Incorporao 40 Sintonia Mental 40Incorporao 40O fenmeno de manifestao, sintonia e incorporao de espritos (desencarnados) 41 Sntese 43Propriedades dos nveis e subnveis 52

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  • Captulo II 55

    Personalidades Mltiplas 56Conceito 56Gnese das personalidades mltiplas 57Propriedades das personalidades mltiplas 58Funes 59Comportamentos provveis das personalidades Mltiplas 60Sintomas que geram 62Os "eus" e suas leis 62

    Primeira lei 63Lei da Formaoe Dissociao das Personalidades Mltiplas e Subpersonalidades 63Parte a - Lei da Formao 63e Dissociao das Personalidades Mltiplas, sucessivas,vividas em outras existncias. 63Parte b - Lei da Dissociao da Personalidade Fsica (atual)em Subpersonalidades. 63Utilidade das leis 64As leis se destinam a: 64

    Segunda Lei 64 Lei da reintegrao das personalidades mltiplase subpersonalidades. 65

    Terceira Lei 65Lei das Propriedades dos Elementos do "Agregado Humano", personalidades mltiplas e subpersonalidades. 65

    Subpersonalidades 66Conceito 66Gnese das Subpersonalidades 67Propriedades das Subpersonalidades 69Funes 70Comportamentos provveis das subpersonalidades 71Sintomas que geram 73Ainda sobre os desdobramentos e dissociaces 74O comportamento inconsequente 76

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  • Captulo III 77Eus (Personalidades Mltiplas e Subpersonalidades) 78

    Captulo IV 85

    Identificando incorporaes 86Projees 91Manifestao e incorporao de elementos anmicos e personmicos desdobrados da conscincia de pessoa encarnada 94As incorporaes das personalidades mltiplas e subpersonalidades 95

    Captulo V 96Modo simplificado de atendimento e tratamento das (A) Personalidades Mltiplas e (B) Subpersonalidades 97

    (A)Modo de atendimento e tratamentode personalidades mltiplas 98Atendimento utilizando-se uma dupla de mdiuns(incorporao mltipla sequenciada, utilizando-se um incorporador e um doutrinador). Vantagens-Desvantagens 98Atendimento utilizando-se vrias duplas de mdiuns (incorporaes mltiplas simultneas utilizando-se vrios doutrinadores e vrios incorporadores).Vantagens-Desvantagens 99

    (B)Modo de atendimento e tratamentode subpersonalidades 100Atendimento utilizando-se uma dupla de mdiuns.Vantagens-Desvantagens 100Atendimento utilizando-se vrias duplas de mdiuns (incorporaes mltiplas simultneas, utilizando-se vrios doutrinadores e vrios incorporadores).Vantagens-Desvantagens 101

    Outros tipos de atendimentos 102

    Atendimento personalizado com a presena do atendido.Vantagens-Desvantagens 102Atendimento personalizado sem a presena do atendido. Vantagens-Desvantagens 103Atendimento coletivoVantagens-Desvantagens 104

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  • Captulo VI 107

    A origem das personalidades mltiplas 108 Observaes sobre o autor espiritual das histrias. 109Ibraim e Judith 110Giuseppe e Vincenzza 114Anton eLuene 125Von Ribstein e Anne 130Anlise das personalidades dos protagonistas 137As cartas de Joo Luiz 138Para Ana Maria 138Para Luene 141O sonho de Maria Luiza 143A teraputica empregada 143Palavras finais de Joo Luiz 147Palavras finais de Maria Luiza 150Concluso do Autor 152

    Anamnese espiritual 153

    ANNEXO :Eteriaetiologia 157

    Bibliografia 171

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  • Somos paradoxais

    Em um momento, podemos ser monistas1 quando acreditamos que tudo vem de Deus. Quando acreditamos que ns viemos de Deus, mas de Deus no nos desligamos. Apenas recebemos uma aparente liberdade no agir, interagir, reagir e at nos mostrar em suposta oposio ao nosso Criador, para que pudssemos tomar conscincia do "si mesmo" e depois voltar para Deus. Mera iluso! Nunca conseguiremos sair dos domnios e esquemas que Ele criou. Apenas, essa aparente liberdade tem a finalidade de nos proporcionar o ensejo de fazer essa longa viagem de aprendizado (evoluo), mas, na verdade, a nossa realidade, nas suas mltiplas e infinitas formas reveladas, mostra as facetas multidimensionais de um mesmo Ser que a tudo orienta conduz e domina.

    Podemos ser dualistas2, em outros momentos, quando acreditamos que existe um Deus que tudo criou e que, depois de realizada a criao, desprendeu-a de Si e deu total liberdade as suas criaturas. Porm, assim que a criatura ganhou essa liberdade, desprendida de seu Criador, considerou-se autnoma para fazer o que bem entendesse. Mas ser essa a verdade?

    Existem dois princpios opostos ou um principio manifestado em duas polaridades verdadeiramente opostas ou supostamente em oposio?

    Na dvida, somos e seremos monistas, dualistas e reencarnacionistas, porque sabemos que o esprito reencarria sucessivamente. Mas nosso dualismo/monismo paradoxal, vez que tambm no conseguimos compreender, claramente, porque se nos dado o livre arbtrio, ento qual seria a razo de permanecer sob o Seu controle, domnio e direo?

    Assim, iludimo-nos com a utopia de que somos livres e podemos fazer a nossa vontade. No podemos, pois quando a fazemos, estamos em desarmonia e contradio com o Criador e o caos se desencadeia em nosso pequeno universo consciencial.

    Recuperada a razo, restabelecida a harmonia, readquirimos novamente o equilbrio. Mas precisamos lembrar que a harmonia verdadeira est em Deus e na integrao e obedincia aos esquemas de sua criao.

    Somos como as galxias que tm sistemas diferentes: os sistemas possuem estrelas que diferem umas das outras. Essas, por sua vez, so orbitadas por planetas diferentes, com temperatura, composio fsica, qumica e atmosfrica diferentes. Os planetas tm habitantes, topografia e revestimentos diferentes, mas todos so influenciados pelo mesmo centro galaxial que, por sua vez, orientado pela mesma fora, vontade e leis que procedem de Deus, embora as enormes diferenas e as aparentes contradies.

    Se o universo composto de galxias com sistemas e planetas diferentes, diferentes so tambm os tomos, os povos, as personalidades, as personalidades mltiplas e as subpersonalidades. uma gigantesca obra multifacetada.

    Da mesma forma, escrevi esta obra. De certa forma ela multifacetada por incorporar as teses de muitas escolas, e tambm experincias diversificadas. Nela constata-se o sabor

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  • espiritual e o tempero das especiarias oriundas do aspecto espiritual, anmico3, personmico4 e comportamental.

    O ncleo da obra a proposta terica de um modelo teraputico que tem apresentado excelentes resultados. Pretendo que essa proposta de trabalho seja experimentada nos diversos grupos. E, se aprovada, aprimorada e reparada, a sim, talvez, constitua-se em uma forma de atividade to valiosa e significativa para esses grupos, como tem sido para ns que a experimentamos h alguns anos. A obra viaja por alguns campos do psiquismo e explora algumas possibilidades que nos tm rendido resultados positivos e um grande aprendizado.

    Nosso objetivo ver, reconhecer e utilizar as experincias oriundas das diversas fontes e, na fuso de todas elas, observar e aproveitar o resultado dessa fuso, aplicando-o na prtica teraputica do dia-a-dia.

    Quanto s designaes que daremos aos elementos pesquisados, isso no importa. Poderemos denomin-los de "hoions", "partculas conscienciais", "personalidades mltiplas", "subpersonalidades", "elementos da conscincia", etc, sem alterar-lhes em nada a sua essncia. Entretanto, os resultados benficos que podemos extrair desse estudo e dessas experincias e aplicaes, isso sim, importantssimo para todos ns.

    1 Monismo: sistema que pretende reduzir o Universo a um nico domnio, o da substncia cujos atributos inseparveis so a matria e a energia. Doutrina segundo a qual tudo o que existe se reduziria a uma entidade primordial permanente, infinitamente fecunda.

    2Dualismo: teoria de que tudo o que existe se baseia em dois princpios ou substncias primordiais, opostos, no originados um do outro, como unidade e multiplicidade, Deus e mundo, esprito e matria, corpo e alma. Como doutrina religiosa, concebe o mundo na coexistncia de dois poderes ou princpios, como trevas e luz (Prsia), masculino e feminino (China), santo e profano (todas as religies).

    3 Anmico: concernente ou pertencente alma.4 Personmico: fenmeno psicolgico onde a pessoa exprime seu estado de

    conscincia (descontentamento, frustrao, represso) atravs de um tipo de desdobramento e projeco da prpria personalidade. O elemento desdobrado apresenta-se portando as qualidades e a aparncia da pessoa.

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  • Introduo

    Esse trabalho foi elaborado a partir de observaes e estudos sobre o "Agregado Humano"5, complexo veculo de suporte para as manifestaes do Esprito, mais especificamente, sobre trs de seus corpos e alguns dos fenmenos deles decorrentes. Durante catorze anos de intensos trabalhos semanais na mesa medinica, observamos, estudamos e realizamos experincias sobre o assunto. Os nossos estudos e trabalhos iniciais consistiram ern pesquisar e desenvolver a mediunidade, aprendendo a pratic-la com segurana. Aps essa importante etapa, passamos a utilizar a tcnica apomtrica desenvolvida pelo Dr. Jos Lacerda de Azevedo, na dcada de 60, na Casa do Jardim, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. E, durante alguns anos, trabalhamos com a tcnica e obtivemos resultados muito bons.

    Com o passar do tempo, sempre trabalhando com olhos voltados para novas possibilidades, e atentos a novas revelaes, observamos que havia algo mais que a suposta "incorporao" de corpos. Consultamos os mentores e eles nos incentivaram a continuar observando e pesquisando, que teramos grandes surpresas. Ento, passamos a uma nova fase muito importante e produtiva, quando descobrimos que era possvel desdobrar e incorporar mais que os sete elementos (corpos) constituintes do agregado. Surgia para ns, do Grupo Esprita Ramatis, de Lages, Santa Catarina, a tcnica do desdobramento e incorporao simultnea das "personalidades mltiplas" e "subpersonalidades". Tcnica essa que foi sendo estudada, desenvolvida e fundamentada com o passar do tempo.

    Portanto, neste livro, ampliaremos um pouco mais os estudos sobre esses elementos chamados de "personalidades mltiplas" e "subpersonalidades", com seus traumas, apegos e dificuldades, que vem nos revelando grandes possibilidades teraputicas, muito pouco exploradas.

    A aplicao dessas tcnicas - Apometria e Desdobramento Mltiplo - mostraram, no dia-a-dia dos trabalhos, inmeros aspectos das manifestaes de natureza espiritual e psquica que precisariam ser mais bem estudadas e observadas, para que pudssemos nomenclatur-las devidamente e aprimor-las, at chegarmos a melhores concluses.

    Somando-se a essa experincia, o trabalho profissional com Terapia de Vida Passada, permitiu-me observar e estudar tambm a ocorrncia de parte dos mesmos fenmenos e de alguns outros fenmenos e elementos diferentes. A tica e o sentir do terapeuta e paciente, revelam ngulos e aspectos distintos do observado na mesa medinica. Isso nos deu a possibilidade de estabelecer considerveis diferenas entre os elementos e fenmenos observados.

    Da nasceu o desejo de elaborar uma explicao que pudesse englobar esses dois estudos e respectivas observaes. Dessa forma, teramos a condio de apresentar uma sntese, visando mostrar essas diferenas, de forma simples e prtica, desenvolvendo entendimento e uma compreenso maior sobre o assunto. E, com isso, auxiliar, mais eficientemente, s pessoas interessadas no tema, como tambm aos companheiros desejosos de realizar trabalhos fraternistas mais aprofundados, utilizando-se do nosso modelo de trabalho, o qual tem apresentado excelentes resultados.

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  • Os objetos de estudo e de observao mais especficos referidos neste trabalho so: os corpos Mental Superior, Mental Inferior, Emocional (astral); modalidades de comunicao entre o mundo objetivo (fsico) e subjetivo (espiritual); Desdobramentos; Personalidades Mltiplas e Subpersonalidades.

    Pensamos que a evoluo consciente do homem poder ser acelerada quando:

    - ocorrer uma melhor organizao de seu sistema psquico;

    - o conhecimento do "si mesmo" envolver os elementos que influenciam a conduta humana e que, ainda, se constituem em verdadeiros segredos do psiquismo e da vida;

    - houver a aceitao e a integrao de todas as possibilidades pertencentes ao esprito na realidade cotidiana;

    - o ser humano aceitar a existncia das leis universais regulando e ajustando a vida aos seus sbios desgnios e colaborar com elas;

    - o ser humano tiver o conhecimento do mundo e da vida mental, transcendente s delimitadas fronteiras da matria, onde se origina as fecundas fontes do pensamento, das ideias e da vida;

    - houver a preocupao em se edificar uma vida e um destino baseados nos ditames das leis superiores. Nesse dia, seremos os verdadeiros arquitetos e construtores de nosso prprio destino.

    5 Agregado Humano ou Agregado Periespiritual: conjunto formado pelos corpos e demais componentes que servem de veculo ao Esprito.

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  • A NOENCLATURA UTILIZADA

    O "Agregado Humano" conceito

    Utilizei aqui a nomenclatura - "Agregado Humano" -para designar o conjunto de estruturas que d suporte s manifestaes do esprito, a partir do qual ele pode produzir urna ampla gama de fenmenos nos diversos planos vibratrios em que se manifesta. Se isso ocorre em nosso plano fsico, no h porque duvidar que o mesmo deva ocorrer nos outros vrios planos de vida, conhecidos ou desconhecidos de todos ns.

    Esse conjunto de estruturas de suporte de manifestao do esprito recebeu dos diversos estudiosos de diferentes escolas, que o estudaram mais detalhadamente, as mesmas nomenclaturas e designaes, aparentemente semelhantes. Vejamos os conceitos abaixo.

    Stanislaus de Guaita e Charles Lancelin

    Para o ocultista rosacruz Stanislaus de Guaita (1861 -1897) e tambm para o pesquisador Charles Lancelin (1852 - 1941), o "Agregado Humano" composto dos seguintes elementos (principais):

    "- 1 - Corpo tmico: primeiro envoltrio do esprito e elemento de ligao com a energia mais grosseira;

    2 - Corpo Bdico: sede das trs almas (Moral, Intuitiva e Consciencial), tendo por atributos a funo de ser o banco de dados da conscincia e impulsionador do constante progredir;

    3 - Corpo Mental Superior: cujos atributos so a vontade e a imaginao;

    4 - Corpo Mental Inferior: que tem por atributos a intelectualidade e os cinco sentidos;

    5 - Corpo Astral (emocional): que tem por atributo organizar e modelar os corpos fsicos em cada existncia e tambm a sede das emoes;

    6 - Duplo Etrico: sede dos Chacras, usina captadora, geradora, transmutadora e distribuidora dos mais variados tipos de energias para os demais corpos e veculo da mediunidade;

    7 - Corpo Fsico: alm, naturalmente, dos instrumentos que o constituem, completa esses corpos corno ferramenta que opera diretamente na matria densa."

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  • W.W. da Matta e Silva

    Apesar das diferenas encontradas pelas escolas ou segmentos filosficos, com suas diferentes classificaes e nomenclaturas, no h, em verdade, grandes alteraes em sua essncia e descrio morfolgica. Na obra "A Umbanda Esotrica"6, W. W. da Matta e Silva, no captulo "Lies de Umbanda (e quimbanda) na Palavra de um Preto Velho", 2a parte, pginas 53 a 73, onde trata dos sete veculos do Esprito, diz que, ao tomar contacto com a natureza da matria ou energia massa, o Esprito precisou construir sete veculos, porque ele, esprito, est por fora de qualquer transformao de energia natural em estados, por mais sutis que esses sejam, e descreve da seguinte forma sua nomenclatura e constituio:

    "1 - Corpo-psquico-somtico: crmico de ligao indireta ao ser, quer encarnado ou desencarnado. o corpo da aferio de causas e efeitos;

    2 - Corpo ou alma do Esprito: verdadeiro Corpo Causal, conscincia real: o primeiro plasmador ou condensador das vibraes diretas do esprito;

    3 - Corpo Mental: aspecto de Alma-pensamento. Sede do raciocnio, plasmador de Personalidades;

    4 - Corpo Astral puro: sede das sensaes (perisprto). Sempre oblquo esquerda de 7 a 49 cm do centro fsico quando em sono, transe e desdobramento;

    5 - Corpo ou Elemento vital: coeso vital manifesta, fludo nervoso.

    6 - Condensador Etrico ou Duplo Etrico: nele se processam os fenmenos fsicos da mediunidade;

    7 - Corpo Denso ou Fsico."Ainda segundo da Matta e Silva, esses 7 veculos so as expresses vitais e

    constitudas de 3 organismos: Organismo Mental, Organismo Astral e Organismo Fsico.

    6"A Umbanda Esotrica", W.W. da Matta e Silva, Livraria Freitas Bastos, 1961.

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  • Alice Bailey

    Segundo Alice Bailey, da escola teosfica, em sua obra "Tratado do Fogo Csmico", a descrio e nomenclatura dos corpos est assim constituda:

    "1 - Corpo tmico: substncia da Vontade Divina. Este corpo envolve a Mnada ou fragmento da Mente Universal;

    2 - Corpo Bdico: veculo da expresso do Amor Divino, da conscincia de Cristo;

    3 - Mental Superior: mente abstraa ou plano da alma, conhecida tambm como o anjo solar. Em torno desse ser de luz forma-se o Corpo Causal (Alma espiritual, Buddhi Manas);

    4 - Mente concreta: o aspecto mais elevado da personalidade ou eu inferior;

    5 - Corpo das emoes;

    6 - Corpo Etrico: reage, como de seu desgnio, a todos os estmulos oriundos dos veculos mais sutis. Ele essencialmente um transmissor e no um gerador. o compensador de todas as foras que chegam ao corpo fsico;

    7 - Corpo Fsico: um reflexo de certas estruturas espirituais abstraas."

    Allan Kardec

    Temos a nomenclatura esprita (1869) simplificando esses conceitos mais complexos sobre os elementos do "agregado humano" englobando-os na designao "perisprito" e corpo fsico.

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  • Trabalhadores anonimos

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  • CORPOS MATERIAS CORPO FISICO

    CORPO DUPLO ETERICO

    CORPOS ESPIRITUAISCORPO ASTRAL

    CORPO MENTAL INFERIORCORPO MENTAL SUPERIOR

    CORPO BUDICOCORPO ATMICO

    EU SUPERIOR (Individulidade)Corpo atmicoCorpo Budico

    Corpo Superior ou Corpo Abstrato

    EU INFERIOR (Personnalidade)Corpo mental ( Inferior ou Concreto)

    Corpo AstralCorpo EtericoCorpo Fisico

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  • JS Godinho

    No devemos incluir o esprito (individualidade) no contexto e estruturao do agregado, dado que ele apenas se serve desse agregado para operar e manifestar-se nos planos de vida em que atua. Continuando com o "Agregado Humano", direi que so sete corpos, que se desdobram em sete nveis que, por sua vez, tambm tm suas sete camadas, por ns denominadas de subnveis. Alm disso, o agregado composto de sete chacras principais, vinte e um chacras secundrios, trs nadis principais e um conjunto de meridianos. Como j referi anteriormente, essa a estrutura de suporte do Esprito que lhe d condies de se manifestar nos diversos planos de vida. No plano fsico, objetivamente, manifesta-se atravs da personalidade fsica ou "eu pessoal"; subjetivamente, manifesta-se tambm atravs das personalidades mltiplas e subpersonalidades, relacionadas e descritas em maiores detalhes em captulo prprio neste trabalho.

    Utilizarei a nomenclatura "Personalidade" para designar o "Eu Pessoal" ou conscincia fsica; "Subpersonalidades" para designar os desdobramentos da conscincia ou "Eu Pessoal"; e "Personalidades Mltiplas" para designar os antigos "Eus Pessoais", conscincias fsicas ou "Personalidades" vividas em outras existncias, de certa forma, no momento atual, ressuscitadas.

    Utilizarei a nomenclatura

    "Personalidade" para designar o "Eu Pessoal" ou conscincia fsica;

    "Subpersonalidades" para designar os desdobramentos da conscincia ou "Eu Pessoal";

    "Personalidades Mltiplas" para designar os antigos "Eus Pessoais", conscincias fsicas ou "Personalidades" vividas em outras existncias, de certa forma, no momento atual, ressuscitadas.

    Utilizarei, ainda, as nomenclaturas ou os termos "incorporao" e "sintonia" para designar o estabelecimento da comunicao onde o cornunicante se liga ou se conecta ao mdium atravs de uma ligao energtica, fludica ou mental, estabelecendo a interlocuo com um doutrinador ou pessoa qualquer.

    Por ltimo, utilizarei a nomenclatura "acesso mental" para designar a leitura que uma pessoa ou mdium pode fazer, ao acessar as informaes contidas na mente da outra pessoa ou esprito, a distncia, sem elo de ligao fludica ou energtica.

    Dessa forma, julgamos facilitar a compreenso deste trabalho e clarear um pouco mais as definies sobre o assunto.

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  • "O que est em cima anlogo ao que est embaixo"7

    No estranha para a grande maioria das pessoas a ideia inata que trazemos, de que somos centelhas criadas por Deus, projetadas ou arrojadas Dele, nurna forma de "desdobramento mltiplo", com potencial criador segundo Sua imagem e semelhana, em busca da conscincia do si. E que nessa longa "caminhada" evolutiva, pela liberdade que gradativamente vai sendo dada a essas "centelhas", ou que elas vo conquistando (livre-arbtrio), podem elas, em algum momento dessa trajetria, por tempo curto ou dilatado, ignorar totalmente o seu Criador, voltar-se contra Ele. Podem desenvolver obedincia ou rebeldia s Suas Leis. Mas um dia, quando iluminadas pelo amor e o conhecimento (conscincia do si) , retornaro ao Criador, acoplando-se ou integrando-se totalmente a Ele, pela obedincia e harmonizao com suas Leis.

    No estudo do Desdobramento Mltiplo de personalidades e subpersonalidades, percebemos os mesmos atributos e as mesmas propriedades, multiplicadas em grau semelhante, o que nos leva a certeza do que estamos observando. Por isso, podemos dizer com toda a segurana que, quanto mais estudamos os potenciais da conscincia humana, sua grandeza e suas possibilidades, mais nos parecem que as centelhas "espritos" se assemelham s gigantescas centelhas que brilham e rodopiam no espao infinito. Assim tambm os povos, os corpos do agregado, os nveis, as personalidades, as personalidades mltiplas e as subpersonalidades. "Assim na Terra como nos Cus".

    7 Princpio Hermtico. "O Caibalion": Estudo da filosofia Hermtica do antigo Egito e da Grcia. So Paulo, Editora: O Pensamento, 2002.

    CAPTULO 1

    A verdade sempre relativaO desdobramento e a projeo das centelhas

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  • Deus como Causa Primeira de todas as coisasOs Fenmenos e propriedades estudadas

    Dividem-se em trs categorias os fenmenos que estamos estudando,com seus desdobramentos: fenmenos anmicos, personmicos e espirticos.

    Caractersticas particulares de alguns fenmenosO fenmeno do desdobramento do "Agregado Humano" em corpos.

    O fenmeno de desdobramento dos corpos "Emocional"(Astral), "Mental Inferior" e "Mental Superior" em "nveis" e"subnveis"

    Fenmenos de Sintonia Mental e IncorporaoSintonia Mental

    IncorporaoO fenmeno de manifestao, sintonia e incorporao de

    espritos (desencarnados)Sntese

    Propriedades dos nveis e subnveis

    CAPITULO l

    A verdade sempre relativa

    Para muitas pessoas, as palavras dos "grandes" mestres e estudiosos do psiquismo tm sido tomadas como "verdades" absolutas e imutveis. Esquecem eles de que novas nuances dessas "verdades", e novas verdades, podem surgir a cada momento, e surgem, como j amplamente comprovado. Ocorre que, no momento em que as novas verdades surgem, so ignoradas nos primeiros momentos, ridicularizadas e combatidas num segundo, criticadas num terceiro, e s no quarto momento que so discutidas, debatidas e, ento, aceitas como tal.

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  • Na medida em que essas verdades novas vo ganhando importncia geram desespero em alguns, descrena em outros, medo em muitos, polmicas e irritaes em diversos. Ocorrncias essas, que desestabilizam as velhas verdades e conceitos estabelecidos, foram a modificao desses conceitos encarquilhados e dos preconceitos amedrontadores e, por conseguinte, desestabilizam tambm a segurana dos defensores e adeptos dessas "verdades", deixando-os inseguros, confusos e perdidos.

    Os defensores, adeptos e estudantes do assunto reagem negativamente quando algum pesquisador questiona ou propem alguma mudana sobre o que est registrado como "verdade" incontestvel. o momento da crise onde a suposta verdade revista, reavaliada, e precisa de uma nova estruturao ou de fundamentos mais lgicos, coerentes e slidos para se sustentar. Caso contrrio, se isso no for conseguido, ocorre a destruio ou a transformao da velha verdade. Mas por outro lado, tambm, o momento da afirmao ou do desaparecimento da nova verdade proposta.

    Assim foi sempre, e sempre ser assim. Felizmente! Se assim no fosse, estaramos habitando ainda as velhas cavernas empoeiradas, porque no teramos criado ou descoberto nada de novo e nada havia sido aprimorado. Se no houvesse contestao, perquirio, renovao e atritos de conhecimentos e questionamentos novos, no haveria evoluo.

    Quem ensina revela parte da verdade que acredita ou dos conhecimentos que possui naquele determinado momento em que se expressa. A revelao integral dificilmente se faz possvel, ora porque o revelador no compreendido, ora por no conseguir expressar tudo o que sente ou sabe, ou porque seus leitores ou ouvintes no conseguem apanhar o alcance e o significado de suas palavras, ou ainda porque as palavras ou a fria escrita no dizem tudo o que ele sente.

    As palavras ou a escrita nem sempre insuflam, naqueles que as escutam ou lem, o sentimento do autor. Ento, o emitente, para ser compreendido no todo do seu conhecimento e da sua certeza, precisa contar com o grau de conhecimento, compreenso, interesse, ateno favorvel e boa vontade daqueles que o lem ou o escutam. S assim, conseguir, no momento em que revelar sua tese, que nada se perca da essncia do que sabe e deseja repassar aos outros.

    O "quantum" de aproveitamento sobre a essncia do que foi passado s ser percebido no momento em que os interessados colocarem em prtica o que foi aprendido e observarem, por si mesmos, os resultados obtidos. Mas para que obtenham os resultados da experimentao, nesse caso especfico, a prtica tem que acontecer em clima de confiana e amor fraterno, despida de qualquer ideia preconcebida.

    Uma tese traz iluminao a alguns, deixa perplexo outros, entusiasma muitos, assusta e confunde outros tantos, contenta vrios, porm, sempre descontenta alguns. Por mais que se faa o bem e se esteja movido das melhores intenes, nunca se satisfar a todos. Ento, sendo assim, e , estamos sempre dentro da mais absoluta normalidade.

    Depois de certo tempo, estudando e praticando a tcnica apomtrica e acreditando na certeza do que havia aprendido e entendido com Dr. Lacerda, constatei que a identidade e os comportamentos dos elementos observados na incorporao, iam alm do que ele descrevia. Mas, por outro lado, se ajustavam de forma bastante semelhante com as descries

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  • apresentadas em alguns livros sobre assuntos psicolgicos e espritas, como os de autoria de Jung, Joanna de ngelis, Andr Luiz e muitos outros. Diante desse impasse, como natural a todos aqueles que se dedicam pesquisa, experimentao e observao de alguma coisa ou fenmeno, as dvidas foram surgindo e aumentando, e as respostas foram se fazendo com mais clareza, nos dando tambm a certeza de que estvamos no caminho certo.

    Percebo hoje, que nossos mentores haviam nos orientado acertadamente quando nos alertaram que estvamos apenas "descobrindo a ponta do fio de uma grande meada"8. Ocorre que, diante de nossa ignorncia e condicionamentos sobre o tema, naquele momento, no conseguimos compreender o teor e o alcance daquelas informaes que nos estavam sendo repassadas. Provavelmente, naquele momento, os mentores no encontraram as palavras adequadas em nossos registros mnemnicos para nos fazer entender o que s seria conseguido com os benefcios do tempo, da experimentao, da observao e do estudo.

    Para ser honesto comigo mesmo, com minha equipe e com minha proposta de trabalho, eu estou reformulando "minhas certezas" e "minhas verdades", e tambm, grande parte do que havia escrito e proposto anteriormente, por ter chegado a novas concluses e ter adquirido nova compreenso sobre o tema, fruto da observao, reflexo, leituras e experimentao no campo de trabalho. Por isso, admitindo um certo grau de equvoco inicial, desta vez, vou tentar explicar o meu trabalho com a maior clareza possvel e fundament-lo com mais consistncia.

    Antes de estudar a tcnica apomtrica, eu j estudava o espiritismo, tinha certa noo do psiquismo e muito interesse pelo estudo dos corpos, da conscincia, bem como dos fenmenos anmicos e personmicos deles decorrentes. Ao longo de minha existncia, sempre tentei, de uma forma ou de outra, aplicar proveitosamente esses conhecimentos.

    Quando Dr. Lacerda apresentou o seu trabalho teraputico (Apometria), utilizando-se desses conhecimentos, fiquei muito feliz e achei que havia encontrado a "frmula" ou o "caminho" que h muito procurava. Aps a leitura do seu livro, "Esprito e Matria - Novos horizontes para a Medicina", imediatamente, entrei em contacto com ele e pedi que me ensinasse a tcnica que utilizava. E, ele, sempre solcito e fraterno, aquiesceu ao meu pedido.

    8Essa afirmao foi feita por Irm Teresa, em conversa psicofnica, junto ao nosso grupo em 1992.

    Aprendemos com Dr. Lacerda que alguns corpos do Agregado Humano eram incorporveis (Astral e Mental Inferior). Quanto ao desdobramento e os atributos dos corpos, j era velho conhecido dos psiquistas e foi bem explicitado por Charles Lancelin no livro "Da Alma Humana", Antnio J Freire, FEB, 1959.

    Ao colocar em prtica os ensinamentos do Dr. Lacerda9, os resultados foram imediatos. Enquanto trabalhvamos com a suposta incorporao dos corpos, estudvamos seus atributos e procurvamos observar como os elementos incorporados se comportavam nas manifestaes. Aos poucos, trabalhando com vrias duplas de mdiuns (uma dupla formada por um mdium de incorporao e um de doutrinao) e observando as caractersticas de cada incorporao, conseguimos perceber que havia trs grupos distintos de manifestao, obedecendo a seguinte descrio:

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  • a) um grupo que apresentava problemas ligados emoo e configurao;

    b) outro grupo que apresentava apegos em vcios afeto aos sentidos;

    c) e um terceiro grupo que se apresentava mais agressivo, desafiador e sempre apegado a vivncias de mando e poder, com o atributo da vontade bastante desenvolvido. Muitos destes, com conhecimentos sobre a aplicao negativa das foras mentais.

    Ento, para que pudssemos ter uma compreenso mais profunda sobre os fenmenos que estvamos observando voltamos a rever as observaes do Dr. Lacerda e estabelecer comparaes entre o nosso e o seu trabalho. Procuramos confrontar tambm as nossas observaes com os estudos e afirmaes de outros pesquisadores encarnados e desencarnados. Assim, percebemos que alm do que Dr. Lacerda descreveu, havia outros aspectos a serem observados, estudados e relacionados.

    Percebemos que o nmero de incorporaes simultneas desses elementos que ele designava por corpos, apresentando caractersticas e propriedades anlogas, ia alm do descrito ern seus estudos. Ento, conclumos que essas diferenas deveriam ser devido ao desdobramento de cada corpo, no descritas por Dr. Lacerda ou ento, se no era isso, deveria haver uma outra explicao para os fenmenos. Mas uma coisa ficava clara, com certeza, se no era um corpo que incorporava, no mnimo, devia haver uma forte ligao desses elementos incorporados com um determinado corpo, pois que, sem sombra de dvidas, os atributos deste ou daquele corpo os influenciavam.

    E ante a comprovao de que ocorria, simultaneamente, mais que uma incorporao, com as mesmas caractersticas, conclumos que os corpos se desdobravam em outras partes.

    Levamos o questionamento aos nossos mentores e eles informaram que, da mesma forma que o agregado era dividido em sete partes com funes distintas, cada corpo tambm era subdividido dentro da mesma concepo sentenria. como se fossem nveis ou faixas de vibraes diferentes, complementares, e que poderiam tambm ser subdivididos em outras faixas, sempre obedecendo ao conceito setenrio. Da nomenclaturamos essas partes com os termos "nveis" e "subnveis".

    9 LACERDA de Azevedo, Jos. Esprito matria: Novos horizontes para a medicina. Porto Alegre: Palotti, 1988.

    Diante disso, como trabalhvamos com a hiptese de que trs corpos podiam ser incorporados, e se cada corpo tinha sete camadas (nveis), e se cada uma dessas sete camadas tinha mais sete subcamadas (subnveis), ento fatalmente o total de camadas por corpo teria que ser sete, e o total de subcamadas quarenta e nove, totalizando 147 subunidades nos trs corpos estudados.

    A partir da, mantendo-nos dentro da tese do Dr. Lacerda de que eram os corpos que incorporavam, deduzimos que essas partes dos corpos as quais denominamos nveis (camadas de vibraes diferenciadas) que proporcionavam as incorporaes mltiplas e simultneas, com as mesmas caractersticas ou com caractersticas anlogas aos atributos dos corpos. Ento, passamos a trabalhar com a nova hiptese e os resultados melhoraram muito. Deduzimos ento que estvamos no caminho certo.

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  • Resumindo, aprendemos com Dr. Lacerda que os corpos poderiam ser desdobrados, incorporados e tratados, com nossas experincias e observaes aprendemos que era possvel desdobrar os corpos em outras partes e trat-las de forma mltipla e simultnea.

    Quanto aos termos "nvef e "subnvel", j afirmamos antes, derivaram das dedues de que os corpos se desdobravam em camadas. No nos baseamos em teses de outros pesquisadores, bibliografias ou fundamentaes cientficas para design-los dessa forma, nem tampouco tivemos a pretenso de dar conotao cientfica as nossas dedues. E, portanto, no estamos amparados por nenhuma escola ou mestre, a no ser pelas instrues dos nossos mentores, os quais afirmaram serem as incorporaes simultneas providas ou influenciadas por esses nveis dos corpos, e que deveramos estud-los e observar melhor suas caractersticas, propriedades, comportamentos e atributos, que iramos "descobrir mais coisas".

    Assim, podemos afirmar que se o Agregado Humano baseado no setenrio e se ele desdobra setenariamente, qualquer outro desdobramento tambm ser setenrio (afirmao feita pelos mentores).

    As incorporaes das partes desdobradas ocorrem em nmero maior que a quantidade de corpos existentes e de forma simultnea, portanto no podem ser incorporaes de corpos.

    As incorporaes resultantes do desdobramento dos corpos Astral, Mental Inferior e Mental Superior podem ter trs tipos de comportamentos e caractersticas diferentes, mas no significa que sejam de nveis ou subnveis, j que estes so apenas camadas dos corpos. A codificao kardequiana informa que uma parte desse agregado denominada de "perisprito" e composto por envoltrios ou camadas, como a construo de uma cebola, portanto, informao compatvel com a constituio e disposio dos nveis ou subnveis nos corpos.

    Pela lgica setenria, se o agregado for conforme o descrito pelos mentores, o nmero de camadas e subcamadas desses trs corpos deve totalizar 147.

    At aqui, pelo que entendemos hoje, estamos tratando do Agregado Humano, no das projees desse agregado (Personalidades Mltiplas e Subpersonalidades), embora os nveis possam ter seus arquivos de informaes acessados e devassados pela mente treinada de um mdium, como se fosse uma incorporao em sentido contrrio, mas os nveis e subnveis no so as personalidades.

    Se quisermos, poderemos reduzir estas partes estudadas designao de perisprito e somente estudar sua natureza e propriedades. Mas se assim o fizermos, se abdicarmos de um estudo mais minucioso desses elementos, por preguia, preconceito ou conceitos antiquados, deixaremos de conhecer particularidades e sutilezas importantes e perderemos a oportunidade de aprender muito sobre eles. Sofreramos, em razo disso, grande prejuzo teraputico.

    Depois de trabalharmos por muito tempo, observando as manifestaes desses elementos constituintes ou derivados do agregado humano, suas caractersticas, propriedades e comportamentos, comeamos a perceber que as explicaes dadas pelos mentores iam alm do que ns havamos captado. Percebemos que havia muito mais nas entrelinhas, e que, se no havia referncias sobre os nveis, subnveis e possveis incorporaes dos mesmos na literatura, havia uma enorme quantidade de referncias sobre personalidades, com diversas denominaes (personalidades parasitas, elementos conscienciais, elementos opostos, personificaes parasitrias, projeces da conscincia, alteraes no ser pensante,

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  • personalidades mltiplas ou duplas, "eus", etc.). Havia tambm referncias sobre seus comportamentos, aes, propriedades e os distrbios que causavam ou que neles tinham origem, tanto na psicologia quanto no espiritismo.

    Constatamos tambm que embora as diversas interpretaes sobre esses elementos fossem diferenciadas, devido s idiossincrasias e influncias variadas de seus autores, descobridores, criadores e intrpretes (ateus, monistas, dualistas, materialistas ou espiritualistas), elas tinham e tem algo de comum e semelhante, o que leva a reforar a crena no acerto e veracidade de nossas observaes. Mas o fato que essas semelhanas existem.

    Ao iniciar a pesquisa, nossos mentores disseram que havia algo de novo, e que precisaramos pesquisar muito para entender com mais clareza o que aquilo tudo significava.

    Evidentemente, na poca em que inicivamos os nossos estudos sobre o assunto, no nos preocupamos em investigar e esclarecer em detalhes o significado do que nos estava sendo passado. Naquele momento, no percebemos sua importncia e grandiosidade. Tudo nos parecia muito simples e claro, mas agora percebemos que a complexidade desses elementos bem maior do que imaginvamos.

    Como Dr. Lacerda havia ensinado, para desdobrar era s direcionar a fora mental, dar o comando de desdobramento por contagem e pulsos e o desdobramento e a incorporao aconteciam. E disso no tnhamos dvida porque podamos comprovar o fato. Alm do mais, conforme orientao de nossos mentores, para se tirar qualquer dvida sobre o desdobramento, bastava tracionar o cordo prateado do mdium e tambm os cordes dos chacras. Se o mdium sentisse o tracionamento de forma desagradvel no campo fsico, na altura da nuca, ou ento nos trs chacras superiores, dependendo do corpo que influenciasse a incorporao, o desdobramento estava comprovado.

    Mas ns, deslumbrados com as novas possibilidades e movidos pelo entusiasmo, no demos a devida ateno ao fato, no observamos como devamos e nem refletimos com maior cuidado sobre tudo o que ocorria naquele momento. Por falta de experincia e discernimento, no cogitamos de verificar com maior preciso os detalhes do desdobramento, o que e o como realmente era, sua importncia na prtica, ou se haviam outras possibilidades alm do que estvamos percebendo. Queramos os resultados e eles estavam aparecendo, isso nos bastava.

    Trazamos esses elementos para a incorporao nos atendimentos, ou, de forma inversa, os acessvamos mentalmente. Doutrinvamos, tratvamos com cromoterapia mental e obtnhamos os resultados. Para ns, era o Desdobramento com Incorporao Mltipla e simultnea.

    Mais tarde, visando a amplitude dos resultados, surgiu a necessidade de entendermos melhor o fenmeno, tendo em vista os nossos prprios questionamentos como as dvidas de alguns colegas. Queramos saber da natureza e das propriedades dos elementos estudados, o porqu das diferenas, o que significavam as aparncias distintas, se todos tinham a mesma constituio mesmo tendo diferentes configuraes e comportamentos.

    Assim, entramos em nova etapa de observao e percebemos que os elementos com que trabalhvamos eram anlogos, mas no eram a mesma coisa. Demo-nos conta de que os espritos falavam de "desdobramentos", e no de desdobramento. Percebemos, ainda, que os corpos tinham a ver com os sete chacras principais; os nveis, com os chacras secundrios; mas as personalidades, muitas vezes, agiam independentemente destes e pareciam "existir"

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  • fora do agregado. Apresentavam comportamentos e propriedades diversas das dos corpos como tambm dos nveis e subnveis.

    Mais tarde, durante nossos perodos de dvidas e questionamentos, vieram em nosso socorro os espritos de Dr. Lacerda e Dr. Loureno, confirmando os "desdobramentos" e solicitando que pesquisssemos mais e prestssemos ateno nos trabalhos prticos na mesa. Disseram eles, que se haviam equvocos a serem corrigidos, tambm havia a ocorrncia de descobertas importantes e que deveramos continuar, porque estvamos no caminho certo. Ento, estimulados pelas palavras dos mestres, continuamos com nossa pesquisa.

    A fim de passarmos para a segunda etapa de estudo, precisamos deixar bem claro as seguintes premissas baseadas em dois pontos principais:

    1) A "mquina" que d sustentao ao esprito formada pelo "Agregado Humano" composto de "Corpos" que podem ser desdobrados. Os Corpos so compostos de "Nveis" que tambm podem ser desdobrados em "Subnveis". Esses nveis, quando desdobrados, facilitam uma leitura mental de seus arquivos por parte dos mdiuns e, tambm, pelo mesmo desdobramento, quando desarmnico, facilitam a gnese, liberao ou manifestao das projees chamadas de "Personalidades Mltiplas" e talvez estimulem o desdobramento da personalidade em "Subpersonalidades", fenmeno "personmico". Seja l a denominao que se lhes d (duplos, eus, personificaes parasitrias, formas pensamentos ativas, personalidades parasitas, projees da conscincia, etc). O fato que existem esses fenmenos e precisam ser estudados e compreendidos.

    2) As denominaes ou nomenclaturas, que estamos atribuindo a esses elementos e fenmenos, podem no ser as mais adequadas ou corretas, mas so denominaes que, para ns, mais se ajustam no momento, e nos servem de base de estudos.

    De um fato temos certeza: todos esses fenmenos e manifestaes so comandados ou permitidos pela individualidade (Esprito). Apenas, estamos nos utilizando dessas designaes para diferenciar os elementos incorporveis, dos elementos no incorporveis.

    At aqui no estamos falando do desdobramento de espritos (desencarnados). Precisamos, ainda, aprender muito para nomenclaturar com segurana esses elementos, Precisamos estudar muito para saber se este ou aquele pesquisador, independentemente de suas crenas, est ou no certo em suas afirmaes. Freud, em sua mensagem medinica (Revista Esprita n 3, ano 1), revela que escondeu durante toda a sua vida os seus reais sentimentos e seus medos. Da, pela sua mensagem, depreende-se que, de certa forma, escamoteou suas descobertas e provocou com isso um atraso imenso no avano do conhecimento psquico.

    Da mesma forma, Jung, independentemente da postura religiosa ou filosfica que adotou, pode ter deixado nas linhas e entrelinhas do que escreveu, a chave para que os estudiosos decifrassem algumas incgnitas que ele percebeu mas no pode revelar. S mais tarde, os que viessem examinar suas pesquisas, poderiam estudar e descobrir o que ele realmente queria dizer com suas colocaes. E a meu ver, ele parece ter percebido mais que disse ou escreveu.

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  • E alm do mais, como fato bem conhecido, uma parte dos leitores entende o que quer entender e d ao que l um significado particular. Mas somente a aplicao prtica do conhecimento e os resultados obtidos que vai validar a interpretao pessoal de cada um.

    Devemos ressaltar, ainda, que as experincias sobre um mesmo tema, realizadas por grupos diferentes, podem parecer semelhantes, entretanto, dependendo das crenas dos dirigentes e de cada membro do grupo, as experincias podem ocorrer de forma muito distinta com resultados semelhantes ou diferentes.

    Ento, para que se possa ter uma definio mais didtica, mesmo que provisria, ainda, que precisamos denominar e definir, com as informaes possveis e existentes, esses elementos os quais estamos estudando Sabemos que existe uma imensa gama de nomenclaturas para designar cada um dos elementos do agregado. Se formos verificar cuidadosamente cada uma delas, possivelmente, encontraremos para cada designao, vrios atributos, significados ou aparncias diferenciadas, conferidas pelo autor do estudo que estabeleceu a designao nomenclatural. Nos livros que estudam os chacras, os pesquisadores divergem nas descries, nas cores, no sentido do giro ou rotao, nas propriedades, nas configuraes e detalhes da forma, s vezes, bem diferentes ou contrrias s descries dos outros. Essas divergncias nas descries e detalhamentos no nos autorizam a dizer que eles esto certos ou errados, que somente alguns esto certos e os outros totalmente errados ou que somente alguns esto errados e os outros totalmente certos. Em nosso modo de entender, cada qual percebeu uma parcela da verdade. Algum percebeu mais ou menos que o outro, e todos, provavelmente, tem razo ou parte dela naquilo que afirmam e descrevem. Mas no a razo toda.

    Meu desejo construir uma tcnica teraputica limpa de excrescncias, de exotismos, de incoerncias e procedimentos esdrxulos, e por isso no tenho nenhum problema em reformular meus postulados anteriores, porque eles sempre foram e continuam sendo "verdades em transio", conceitos que perduram o tempo necessrio, at que surjam outros mais lgicos, sensatos e funcionais.

    O importante que a teoria funcione na prtica, e que traga resultados positivos, aliviando as dores e sofrimentos das pessoas desinteressadas de nossas questes, e que possa ser facilmente explicada para os interessados.

    O Esprito ou Individualidade tem seus atributos e propriedades diretivas, que impulsiona seus vrios veculos e tem suas mltiplas formas de manifestao. Corpos, nveis e subnveis tm seus atributos e propriedades funcionais, executam, provem, monitoram, gravam e dinamizam as diretrizes do esprito. A "Personalidade fsica", "Eu pessoal" (conscincia fsica ou consciente pessoal), apresenta-se no mundo fsico desempenhando seu papel na famlia e na sociedade, as "Personalidades Mltiplas" e as "Subpersonalidades" so arrojadas aos campos de ao do Esprito para "viver" as mais variadas e simultneas experincias. So suas "extenses" que vo praticar os seus desgnios, viver suas necessidades e decises, nos vrios planos vibratrios em que atuam e fazem sua evoluo. So elas que ressignificam e aprimoram as experincias vividas e as devolvem ao ncleo do Esprito, em forma de resultados, positivos ou negativos.

    Mas para o trabalho comum da prtica medinica teraputica, seja com Apometria10 ou Desdobramento Mltiplo, mesmo da forma mais simples e comum, o candidato precisa definies claras e objetivas. Assim sendo, qualquer grupo poder entender o que est

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  • fazendo, alm do simples desejo de praticar o esprito fraterno e desenvolver a boa vontade. Precisa se aprofundar no entendimento da fisiologia, morfologia e anatomia dos elementos com os quais vai trabalhar, precisa estudo, experimentao, perquirio e debates sobre o trabalho.

    Em sntese, as propriedades e funes do Agregado Humano so: revestir o ser espiritual e dar condies para que ele, esprito, possa armazenar ou registrar seus conhecimentos e experincias; dar suporte para que possa manifestar-se das mais diversas formas e nos mais diversos planos de vida, desde a forma fludica mais sutil e inimaginvel at a forma material, rgida e pesada, antropomrfica, zoantrpica ou outras, corn uma ou vrias personalidades simultneas, de consistncia variada.

    Com certeza, h muito ainda para ser descoberto, pesquisado, estudado, entendido, conceituado, definido e nomenclaturado. Se os espritos tivessem explicado tudo o que sabiam ou toda a verdade, no precisavam ter dito que estamos submetidos s leis do esforo prprio e do progresso. por causa dessas leis que os mentores em geral no nos passam tudo o que sabem, nos orientam e nos incentivam s perquiries, s experimentaes e ao esprito de pesquisa, mas no fazem o que ns cabe fazer.

    10Apometria - tcnica desenvolvida por Dr. Jos Lacerda de Azevedo em 1965, composta por 13 Leis e 4 novas que completam as primeiras. Seja um total de 17 Leis.

    O desdobramento e a projeo das centelhasDeus como Causa Primeira de todas as coisas

    inata no ser humano a ideia de que somos centelhas criadas por Deus, projetadas11 ou arrojadas12 Dele, numa espcie de desdobramento mltiplo, com potencial criador segundo Sua imagem e semelhana, em busca da conscincia do "si mesmo". E que, nessa longa "caminhada" evolutiva, pela liberdade que nos dada (certo grau de livre-arbtrio) podemos, em algum momento dessa trajetria, por tempo curto ou dilatado, ignorar totalmente nosso Criador, voltar-se rebeldemente contra Ele ou desenvolver obedincia s Suas Leis. E um dia, quando iluminados pelo conhecimento e o amor, retornarmos ao Criador, nos acoplando ou integrando a Ele, pela obedincia e harmonizao com suas Leis.

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  • Da mesma forma, ns, personalidades ou conscincias sadas Dele, como centelhas criadas que somos, trazemos o mesmo poder e capacidade de produzirmos desdobramentos, e de arrojarmos externamente algo semelhante, com um mesmo "certo grau de livre arbtrio", que por alguns instantes curtos ou dilatados, esse "algo" pode, tambm, ignorar a conscincia que lhes deu origem, voltar-se contra ela, desenvolver rebeldia ou obedincia aos ditames dessa conscincia, tanto em seu aspecto fsico (manifestado na matria), quanto no seu aspecto espiritual (manifestado no mundo oculto). Assim sendo, no h razo para ignorarmos ou negarmos a existncia das personalidades mltiplas e subpersonalidades, nem as suas possibilidades positivas e negativas. Os estudos e as constataes oriundas de diversas fontes e autores a esto para quem delas quiser fazer bom uso. S no percebe e no compreende quem no quer perceber e compreender, quem no abriu, ainda, os "olhos de ver".

    Ns, estamos utilizando esses conhecimentos e recursos, com resultados extraordinrios, h bastante tempo.

    11 Projetar - Atirar distncia, lanar longe; arremessar.

    12 Arrojar - Lanar com mpeto e fora; arremessar.

    Os Fenmenos e propriedades estudadas

    Dividem-se em trs categorias os fenmenos que estamos estudando, com seus desdobramentos: fenmenos anmicos, personmicos e espirticos.

    Segundo estudiosos do assunto, os fenmenos anmicos ocorrem quando a parte fsica ativada o subcrtex que d condies de abrir as "pginas inscritas" no passado remoto ou recente e ler o arquivo onde esto registradas as existncias pretritas com a possvel reativao e manifestao das personalidades vividas nesse passado (Personalidades Mltiplas). Nesse caso, os acontecimentos relembrados pertencem ao Esprito da pessoa ern

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  • estudo. Apenas aconteceram em vidas anteriores. As Personalidades Mltiplas apresentam-se com a aparncia, idade e costumes da poca em que existiram.

    Os fenmenos personmicos ocorrem quando so feitas consultas ao crtex, ou seja, ao instrumento que d condies de se acessar o arquivo da existncia presente. Nesta ocasio so os fatos pertencentes atual encarnao e sob certas condies emocionais e mentais podem gerar desdobramentos da conscincia. Estes desdobramentos quando trazidos incorporao o fazem de forma vigorosa e apresentam caractersticas semelhantes s apresentadas pela pessoa no seu dia-a-dia, nos hbitos, nas expresses verbais, nos gestos, na aparncia, etc.

    Os fenmenos espirticos ocorrem, somente, quando existe uma causa extramedinica, ou seja, alheia ao sujeito. Nesse caso, h, alm da consulta aos arquivos do prprio esprito do atendido, a participao direta ou indireta de outros Espritos.

    Nos trs casos, vale lembrar que esses fenmenos podem, ou no, ocorrer isoladamente. Pode haver sempre uma maior ou menor interferncia do pensamento, vontade, emoo ou sentimento do prprio sujeito que gerou o desdobramento ou de espritos que podem estar influenciando-o. Isto equivale dizer que podem ocorrer, concomitantemente, fenmenos anmicos, personmicos e esprlticos. As vantagens e inconvenientes desse fato esto examinados e explicados nas obras de Aksacof.

    Dentre os tipos de fenmenos que observamos destacaremos os seguintes:

    a) fenmeno do desdobramento do "Agregado Humano" em corpos (fenmeno anmico);

    b) fenmeno de desdobramento dos corpos "Emocional" (Astral), "Mental Inferior" e "Mental Superior", em "nveis" e "subnveis" (fenmeno anmico);

    c) fenmeno de manifestao e incorporao (sintonia) de espritos desencarnados (fenmeno espirtico);

    d) fenmeno de manifestao com incorporao de elementos do passado, desdobrados e inconscientes da realidade da pessoa encarnada ("Personalidades Mltiplas"), antigamente designados de nveis e subnveis conscincias (fenmeno anmico);

    e) fenmeno de manifestao com incorporao de elementos desdobrados da conscincia ou personalidade atual "Subpersonalidades" (fenmeno personmico);

    f) fenmeno de "acesso mental" e leitura dos registros de memrias na mente do assistido (leitura de nveis e subnveis dos corpos) e leitura dos pensamentos das outras pessoas por parte do mdium ou pessoa treinada (fenmenos personmicos);

    g) fenmeno de incorporao de espritos atravs de personalidade desdobrada do mdium que vai at onde se encontra o esprito e o sintoniza (fenmeno personmico/espirtico).

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  • Caractersticas particulares de alguns fenmenos

    O fenmeno do desdobramento do "Agregado Humano" em corpos.

    O fenmeno de desdobramento do "Agregado Humano" em corpos ou, dizendo de outra forma, o desdobramento dos corpos sutis do agregado, velho conhecido das escolas iniciticas e foi admiravelmente estudado e pesquisado por vrios psiquistas encarnados e desencarnados. Dentre eles, destacamos Charles Lancelin, o qual foi um dos que melhor pesquisou e observou o referido fenmeno. Inclusive a teoria de incorporao dos corpos pregada por Dr. Lacerda tem a seu fundamento principal, e, por isso, no vamos tecer maiores comentrios sobre eles. Concentraremos nossa ateno no estudo dos corpos "Emocional" (Astral), "Mental Inferior" e "Mental Superior".

    Dr. Lacerda, alm do grande mrito de ter ampliado estudos sobre o assunto deu, aos estudos j existentes, uma destinao til e teraputica, criando a tcnica apomtrica, revelando sua preocupao com o sofrimento e progresso evolutivo humano, ao aplicar um antigo conhecimento de forma inteligente e proveitosa, beneficiando as criaturas atravs do alvio de suas dores e sofrimentos. Foram muitos os que perceberam o fenmeno de "fragmentao" perispiritual, mas poucos os que o utilizaram de forma proveitosa, independentemente do segmento filosfico que seguiam. E ao me referir "utilizao de forma proveitosa" estou falando de benefcio direto proporcionado s pessoas, pelo aproveitamento teraputico.

    O fenmeno de desdobramento dos corpos "Emocional" (Astral), "Mental Inferior" e "Mental Superior" em "nveis" e "subnveis".

    Ns do Grupo Ramatis, prosseguindo pela linha de estudos orientada por Dr. Lacerda (Apometria), pudemos, atravs de observao, experimentao e orientao da espiritualidade, desenvolver uma maior e mais ampla compreenso sobre a natureza, morfologia, dinamismo e propriedades de trs dos corpos do Agregado Humano: "Corpo Mental Superior", "Corpo Mental Inferior" e "Corpo Emocional" (Astral).

    Tendo-se em mente que o conjunto de corpos, nveis, subnveis, chacras principais ou secundrios, nadis e meridianos, constituem o Agregado Humano, veculo de sustentao ou

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  • de suporte para a manifestao do esprito eterno, em vrias faixas de vida, com aes mltiplas, simultneas e diferenciadas, podemos organiz-los para efeito de estudos da seguinte maneira:

    01 - Corpos (cada um com frequncia e atributos prprios, porm, trabalhando integrados);

    02 - Nveis (cada um com sua subfreqncia);

    03 - Subnveis (cada um com uma subfreqncia mais afinada ainda);

    04 - Chacras maiores (sete principais com suas frequncias variadas e prprias, porm, trabalhando integrados entre si e com os demais);

    05 - Chacras menores (vinte e um secundrios com suas frequncias variadas, mas, trabalhando igualmente integrados com ao chacras principais e tambm com todos os demais, em torno de 360);

    06 - Meridianos;

    07 - Nadis (72.000 sendo trs principais (Sushumna, Pingala e Ida).

    Os corpos correspondem a nveis de conscincia que percebem, interpretam e operam em "mundos" diferentes com vibraes inconcebveis para ns.

    Os chacras esto ligados s percepes psquicas e atendem tambm as necessidades de sustentao energticas dos corpos para que o esprito possa operar com proveito e eficincia no meio ou nos vrios meios onde atue.

    Os nadis e os meridianos tambm atendem as necessidades de sustentao e suporte do esprito permitindo e regulando a circulao da energia absorvida ou gerada pelos recursos do esprito.

    Os meridianos, segundo a medicina oriental, so os canais por onde circula a Qi (energia) e podem ser comparados a cabos de energia eltrica, levando energia por todo o organismo. Os pontos, como uma central de energia, recebem e emitem sinais. As doenas surgem inicialmente por alterao energtica, causadas por bloqueios nos meridianos e tambm por diversos fatores ambientais, emocionais, ou alimentao inadequada, etc.

    Os meridianos so divididos em catorze principais:

    1. meridiano do pulmo;

    2. meridiano do intestino grosso;

    3. meridiano do estmago;

    4. meridiano da vescula biliar;

    5. meridiano do corao;

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  • 6. meridiano do intestino delgado;

    7. meridiano da bexiga;

    8. meridiano do rim;

    9. meridiano do constritor do corao;

    10. meridiano do triplo aquecedor;

    11. meridiano do bao pncreas;

    12. meridiano do fgado;

    13. meridiano do vaso governador;

    14. meridiano do vaso concepo.

    Doze esto associados aos rgos e dois so considerados extras, funcionam como reservatrio de energia. Os doze meridianos so pares e simtricos, ou seja, reproduzem-se dos dois lados do corpo e respondem pelo funcionamento dos chamados "doze rgos primrios". Os dois meridianos extras so mpares, passando verticalmente pelo centro do corpo e tendo como principal funo regular o fluxo energtico dos outros doze. Cada um dos catorze meridianos possui um nmero invarivel de pontos que podem ser trabalhados atravs das agulhas.

    Os nomes dos meridianos seguem a lgica. Eles passam internamente pelos respectivos rgos e vsceras e se superficalizam no corpo. O que nos permite atravs do toque na pele, no trajeto do meridiano, uma conexo com os rgos internos. Alm de permitir o diagnstico precoce, pois ao observarmos alguma irregularidade no trajeto do meridiano sugere alterao fsica e/ou de rgos internos.

    O caminho para uma vida saudvel, mente e corpo, depende do equilbrio da energia. O aparecimento de algum bloqueio nos meridianos ou em alguma regio pode promover a enfermidade dos rgos internos do corpo. A energia demora em torno de 24 horas para circular por todos os 14 canais chamados meridianos.

    Cada parte, maior, menor ou minscula desse agregado de sustentao, d condies ao esprito de agir, interagir e produzir inmeros fenmenos, tais como o ato de pensar, sentir, perceber e aperceber-se, ver, desdobrar-se, projetar de si mesmo aparncias antigas ou atuais, iluminar-se, apagar-se, deformar-se ou aformosear-se, ampliar ou minimizar recursos, alm de muitos outros fenmenos no devidamente observados ou desconhecidos ainda.

    O esprito pode arrojar de si elementos em forma de personalidades antigas ou atuais, conscientes, inconscientes ou relativamente conscientes, com certo grau de autonomia, periculosidade e livre rbitro e atuar remotamente, bem como pode possuir ainda outros recursos e atributos inteligentes desconhecidos.

    Dentre os fenmenos de desdobramento e projeo anotamos os seguintes:

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  • 01 - Desdobramentos mltiplos do agregado humano (corpos, nveis e subnveis);

    02 - Desdobramento da conscincia encarnada que se desprende do corpo fsico podendo "afastar-se", "auto-projetar-se" em viagem astral, deixando o corpo fsico adormecido ou inconsciente;

    03 - Desdobramento da conscincia desencarnada em forma de personalidades;

    04 - Desdobramentos duplos onde a conscincia de viglia permanece ativa em um lugar e inconsciente de que a parte desdobrada est ativa em outro lugar, com ao diferenciada;

    05 - Desdobramento induzido onde a conscincia fsica permanece lcida, mas consciente de que est desdobrada e com algum tipo de ao (uma ou vrias), mesmo que estas no possam ser percebidas ou possam ser percebidas em parte;

    06 - Desdobramentos simples e mltiplo com manifestao de personalidades de passado incorporando em mdiuns (Personalidades Mltiplas);

    07 - Desdobramentos simples ou mltiplos da conscincia com manifestao de subpersonalidades podendo ser sintonizada em mdiuns.

    Pelo que se percebe, o desdobramento de corpos no o afastamento de um corpo do outro, o afrouxamento da coeso ou da fora centrpeta que os une. Um agregado mais coeso, em tese, aproveita melhor a energia que produz ou que absorve do meio e, com isso, obtm melhores resultados em suas aes por poder estar mais saudvel, lcido, vigoroso e determinado. J um agregado desdobrado, em tese, perde energia e dispersa recursos, ficando enfraquecido, colocando-se em condies de maior vulnerabilidade as reaes e agentes do meio onde atue.

    Fenmenos de Sintonia Mental e Incorporao

    Cumpre-nos distinguir sintonia mental e incorporao, pois entendemos que as duas coisas so diferentes, embora semelhantes na forma de apresentao e nos seus efeitos aparentes.

    Sintonia Mental

    Em termos de manifestaes psquicas e medianmicas, entendemos por fenmeno de sintonia mental, o acesso e a leitura de uma mente em relao aos contedos da outra. Explicando melhor, sintonia o estado onde dois sistemas so suscetveis de emitir e receber

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  • oscilaes eltricas (mentais) da mesma frequncia. Ou ainda, sintonia o estado ou condio de sintnico, igualdade de frequncia entre dois sistemas de vibraes, reciprocidade de frequncias, o que d condies de uma mente interpretar o que est registrado na outra.

    Incorporao

    Quanto ao fenmeno que denominamos incorporao, podemos dizer que, uma sintonia acrescida de uma ligao atravs de um canal energtico, fludico, ou de acoplamento urico entre duas conscincias. Uma receptora, passiva, que se permite ser utilizada, e outra, emissora, ativa, impositiva, que se assenhora da primeira e a utiliza. ainda o estado onde dois sistemas mentais so suscetveis de se acoplar vibratoriamente e, um dos sistemas se anula ou se reduz em sua frequncia, para que o outro se destaque e se faa ouvir.

    O fenmeno de manifestao, sintonia e incorporao de espritos (desencarnados)

    O fenmeno de manifestao, nfluenciaco13, sintonia e incorporao por parte de espritos desencarnados ocorre sobre as pessoas em geral, independentemente de idade, sexo, cor, grau de sensibilidade, crena ou cultura.

    Em alguns casos, devido ao grau de mediunidade mais acentuado, essa nfluenciaco pode ser mais intensa e, por isso, ser considerada uma verdadeira sintonia ou incorporao. Consequentemente, mais danosa ou mais proveitosa para a pessoa afetada.

    Dependendo do grau de inteligncia utilizado pela pessoa ela pode dar uma boa ou uma m conduo a sua vida, no que tange a esse aspecto espiritual.

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  • Ser uma conduo mais proveitosa quando a pessoa aplica seus recursos medianmicos com maior inteligncia e proveito, significando que tem maior conscincia e maior grau de espiritualizao. Revela maior grau de espirtualizao e maior conscincia quando procura saber o que a mediunidade e para que serve. E, quando descobre que a mediunidade urn valioso recurso que pode lhe trazer harmonia, sade, felicidade, progresso e crescimento espiritual, aplica-a de forma inteligente e proveitosa.

    Ser uma conduo mais danosa quando a pessoa tem menor conscincia de suas possibilidades, quando rebelde, acomodada, ignorante, irresponsvel, temerria, imprudente, incrdula ou falaciosa, e desperdia esse dom precioso que a Bondade Divina colocou-lhe nas mos.

    O fenmeno de manifestao, acesso e incorporao de espritos desencarnados dirigida ocorre com mdiuns treinados, nos trabalhos medinicos, em horrios e locais predeterminados.

    O mesmo fenmeno ocorre tambm em mdiuns no treinados, de forma no orientada, fora dos trabalhos medinicos, extemporaneamente, em qualquer lugar, e apresenta diferenas dependendo da caracterstica da incorporao.

    As diferenas so notadas e aparecem ao se observar atentamente as particularidades de cada incorporao.

    De um modo geral podemos dividir as incorporaes de espritos em dois grupos bem distintos:

    a) incorporao de esprito presente, manifestando-se em sintonia ou ligao fludica direta, visvel ou perceptvel junto ao mdium;

    b) incorporao de esprito ausente, quando o mdium quem se desdobra e vai at onde o esprito se encontra, incorporando-o;

    Esta ltima forma de incorporao semelhante sintonia dos elementos anmicos, os quais descrevemos com as denominaes de "personalidades mltiplas" e "subpersonalidades", desdobrados do bloco de "ego14" da conscincia de encarnados.

    Um esprito desencarnado se apresenta completamente independente, livre de amaras fludicas ou energticas, liberto de qualquer ligao com um corpo fsico.

    O mesmo no acontece com um elemento desdobrado que sempre est preso a um corpo fsico por um cordo chamado "cordo prateado".

    Quando um mdium treinado estabelece uma incorporao, e temos dvida se a mesma de um esprito presente, de um esprito distante, ou de um elemento desdobrado, basta focar a mente no espao onde deve estar localizado o cordo prateado (regio da nuca15), e tracion-lo. Isto pode ser feito atravs da fora mental ou de "pulsos" vibracionais, e o mdium acusar imediato desconforto nessa regio. Se no houver esta reao de desconforto na incorporao, a mesma ser de um esprito presente ao local fsico do trabalho.

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  • Havendo reao de desconforto por parte do mdium a esse mtodo de verificao, se a incorporao for de um esprito, teremos uma incorporao distncia, concretizada pelo mdium desdobrado.

    Precisamos deixar bem claro que incorporaes de elementos anmicos, junto ao mdium, por parte de personalidades e subpersonalidades de terceiros, desdobrados, tambm podem ser constatadas pelo mesmo mtodo, pois ambas produzem o mesmo tipo de reao ao se tracionar o cordo prateado.

    Portanto, necessrio estudo, muita prtica e observao cuidadosa, para se constatar e se perceber com clareza qual o tipo de fenmeno que estamos presenciando. Pois o comportamento de um esprito em desequilbrio, tentado prejudicar uma pessoa, no diferente do comportamento de um elemento anmico em desarmonia, ou mesmo de um elemento personmico, dissociado do bloco de ego ou da proposta encarnatria, por uma rebeldia qualquer.

    13 Allan Kardec, em "O Livro dos Espritos", pergunta 459 - Sobre a influncia dos Espritos em nossos pensamentos e atos.

    14 Ego: em psicanlise, ego a parte da pessoa em contato direto com a realidade, e cujas funes so a comprovao e a aceitao dessa realidade.

    15 Nuca: anatomicamente, a nuca situa-se na parte pstero-inferior do encfalo, acima da ponte de Varlio e do quarto ventrculo. Consiste em um lobo mdio e dois laterais. ligado com as outras pores do encfalo por trs pares de pednculos: o superior, ligando-o com o crebro; o mdio, com a ponte de Varlio; e o inferior, com a medula. Sua funo consiste em coordenar os msculos e manter o equilbrio do corpo.

    Sntese

    Resumindo, podemos dizer que corpos so as estruturas ou ferramentas de ao do esprito, que lhe d condio de operar e manifestar-se nas sete faixas vibratrias de que constitudo cada orbe, bem como em suas faixas intermedirias, onde habita. Cada corpo trabalha interagindo com os demais, dentro do seu conjunto e tambm com o meio fsico e espiritual, onde o ser faz sua evoluo. Neles esto gravadas as memrias do passado, das existncias vividas durante cada encarnao, das vivncias "entre vidas" no mundo astral, que, quando negativas ou traumticas, podem dar origem a desarmonias de toda a ordem, e, tambm, da atual existncia. So estes corpos (vestes perispirituais) com seus atributos moduladores e impulsionadores que monitoram positiva ou negativamente a construo das personalidades de manifestao da individualidade no campo fsico.

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  • Temos plena convico que o nosso estudo no contradiz os estudos de outras correntes, s amplia. O perisprito ou os corpos so somente instrumentos de manifestao do Esprito, so subordinados a este; so perecveis e descartveis ao longo do processo evolutivo. Canalizam para o Esprito os registros de todas as vivncias passadas e da presente.

    Em virtude do pouco conhecimento que se tem sobre o assunto, e de existir uma tendncia de determinados grupos apegarem-se s informaes e "verdades" de certas escolas antigas ou novas, podem surgir reaes antagnicas as nossas observaes, o que perfeitamente normal. Por outro lado, como acontece a qualquer escritor, nem sempre consigo me expressar adequadamente. Mas, no tenho dvidas de que, os corpos so instrumentos descartveis do esprito, e que ele os vai perdendo ou abandonando na medida em que evolui, da mesma forma que perde o corpo fsico e o duplo etrico quando encerra cada encarnao e, conseqentemente, acaba a construo de uma nova personalidade.

    preciso que fique claro que eu no atribuo funo alguma aos corpos, apenas observo suas funes e pesquiso sobre elas. Sei que as incorporaes que ocorrem nos mdiuns na mesa medinica, no so de corpos, e sim de algo que "saiu" deles, e esse algo so as personalidades ou subpersonalidades. Charles Lancelin e as escolas iniciticas falaram dos atributos dos corpos e nossos mentores tambm. Eu, particularmente, acho que se esses corpos so as ferramentas operatrizes do esprito. Revelam os atributos do prprio esprito e sua natureza, mesmo que em camadas ou pontos diferentes, da mesma forma que uma pessoa sente o tato na pele, o sabor na lngua, e ouve pelos ouvidos. As sensaes de prazer esto mais concentradas em determinadas reas do corpo: a viso nos olhos, a audio nos ouvidos, o olfato no nariz. Todas as percepes esto em locais diferentes do corpo, mas se integram e se complementam harmoniosamente. As personalidades se integram, porque elas representam ou canalizam as experincias ao esprito. Os corpos, do fsico at possivelmente o mental inferior ou mesmo o superior, aparentemente desintegram-se, mas na realidade se integram e fundem-se nas diferentes experincias, enriquecendo o eterno viajor chamado esprito. Seus atributos e experincias intercambiam-se, so absorvidas e integradas, porque so atributos e experincias do esprito, mas no suas configuraes ou estruturas, vestimentas temporrias, que se dissolvem ao longo do tempo e da evoluo.

    Definitivamente, a individualidade o esprito, a essncia que move o agregado, no o agregado. O agregado d suporte para que a individualidade se mova e se manifeste nas mltiplas faixas da vida, instrumento de manifestao do esprito, e todas as divises e projees deste so equipamentos para que o esprito possa manifestar a gama de fenmenos j conhecidos.

    O que considerado "Agregado Humano" so os corpos, nveis e subnveis, chacras, nadis e meridianos, mas no as "personalidades mltiplas" nem as "subpersonalidades" que so as projees arrojadas deste agregado.

    O "eu pessoal" ou "personalidade fsica" uma projeo, uma espcie de filtro que repassa, em sincronia com o corpo e crebro fsico, um misto de todas as vibraes dos demais elementos mencionados, formando o que se denomina "qualidades pessoais" de uma pessoa, o seu carter, os traos diferenciais que a distingue de outra. a sua estrutura de hbitos adquiridos na vida.

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  • O "eu pessoal" ou uma "personalidade" no o agregado, no o corpo fsico massa, no o crebro. O "eu" ou uma personalidade so os atributos mentais, morais, impulsos automatizados e adquiridos durante o processo evolutivo de uma criatura, seus interesses, complexos, sentimentos, aspiraes e aptides. Nada, alm disso.

    Ao atribuir funes inteligentes para os elementos do agregado estamos agindo da mesma forma que fazemos em nosso cotidiano, quando atribumos funes inteligentes para o corao que aparentemente trabalha sozinho, pulsando regularmente. De maneira anloga fazemos com o nosso estmago que digere os alimentos independentemente de nossa vontade, e com os pulmes que funcionam automaticamente, de forma muito inteligente. Enfim, todas estas funes de cada parte de nosso corpo fsico so diferentes e inteligentssimas, e, no entanto, mesmo atribuindo funes inteligentes a esses rgos, a prpria medicina tenta trat-los individualmente como se fossem eles partes distintas. Entretanto, sabemos que s trabalham se estiverem sob a ao volitiva ou instintiva do esprito. Ento, independentemente do grau de auto-gerncia que possuam, obrigatoriamente refletem a inteligncia ou as mazelas do esprito. Assim, quando estes rgos ou partes adoecem, refletem o verdadeiro doente que o esprito, que nem sequer consegue influenciar positivamente a personalidade que anima o corpo que lhe serve no mundo de matria densa. E, quando doente, verificamos que a doena foi causada por falta de bom senso, por no respeitar as limitaes dos rgos e suas funes, lesando-os e expondo-os gravemente, em flagrante prejuzo a si mesmo.

    De maneira anloga, observo funes inteligentes nas personalidades, nas subpersonalidades, nos corpos e nos nveis. Todos estes elementos so monitorados pelo esprito, porque ele o senhor todo poderoso que rege o seu "agregado" ou seu "veculo", com tudo o que ele possa produzir ou manifestar, da mesma forma que atribumos inteligncia aos homens, sem lembrar desse algo maior que Deus, inteligncia suprema, que tudo rege, e de onde tudo se originou.

    No importa se essas funes inteligentes observadas so automatismos instintivos, se so dons de Deus, se so hbitos adquiridos por treino ou se determinismo. Quando tentamos estudar o todo, fica complexo demais, por isso estudamos a parte, mais fcil.

    Quando correlacionamos a palavra "nvel" como depositrio de memrias, guardando vivncias passadas, estamos fazendo uma analogia. Sempre que se fala de crebro, subentende-se que ele o depositrio das memrias, da razo, da intelectualidade. Porm, isto no verdade, porque o verdadeiro depositrio das memrias o Esprito. Mas no se pode negar que ele, crebro, o instrumento que d condies ao Esprito para que se manifeste, aprenda, ou para que revele o contedo aprendido. Este instrumento chamado crebro, mesmo sendo constitudo de matria fsica, d condies de manifestar e perceber tambm a realidade extra fsica, desta e de outras vidas. Um crebro danificado no permite pessoa pensar, lembrar ou exercitar qualquer raciocnio, impede o esprito de se manifestar atravs dele. O crebro, nesse caso, confunde-se com suas funes e atributos. Claro est que ele tem funes e atributos aparentemente automticos que parecem no depender do Esprito, que parecem funcionar alheios a sua conscincia, e outros tantos que parecem s funcionar atravs dos atos de sua vontade. Mas isso no altera em nada sua importncia e finalidade. Veja! Se o crebro fsico j tem essa importncia toda, imagina as partes mais sutis do agregado humano ou agregado espiritual!

    fcil nos equivocarmos na interpretao sobre a forma com que as pessoas colocam as coisas. fcil equivocarmo-nos na interpretao das palavras, na forma e no sentimento com que foram empregadas. A mensagem grafada, objetiva, letra fria, e nem sempre

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  • entendida a contento. Mesmo quando a pessoa expressa verbalmente na frente do interlocutor, as palavras podem ser entendidas de uma forma e a mensagem subjetiva pode ser recebida de forma diferente. A compreenso do que se escuta ou se l, pode ser diferente da ideia que o comunicante ou o autor quis passar e, at, totalmente contrria e equivocada, dependendo do contedo intrnseco do ouvinte ou do leitor.

    Assim, quando quero enfatizar uma ideia, refor-la, utilizo-me de uma hiprbole. Exemplos: "senti uma fogueira no peito", "foi um mundo de espritos". Mas as palavras, escritos e nfases precisam ser empregadas com cuidado. Nem todos conseguem entender e traduzir adequadamente, e isso tem ocorrido com relao ao meu trabalho. Quando eu digo que os corpos ou nveis "guardam as memrias", eu estou utilizando a palavra "guardar" em sentido mais amplo. Estou utilizando um dos muitos significados da palavra. Dentre esses muitos significados da palavra "guardar", temos: vigiar, acondicionar, arrecadar, conservar, manter, depositar, defender, proteger, tomar, precaver, prevenir, reservar, procrastinar. Eu utilizei a palavra no sentido de "reter". Ento, sempre que lermos alguma coisa, devemos verificar a amplitude da mensagem e, tambm, a mensagem subjetiva existente nas entrelinhas. Devemos tambm observar todo o contexto, pois bastante comum leitores equivocarem-se e destacarem uma frase ou uma parte do texto e atriburem a esta parte, outro sentido, de interpretao bastante divergente a do escritor. Pode ocorrer ainda dos leitores no prestarem ateno no contexto que esto lendo e extrarem dele uma interpretao equivocada. Vou exemplificar, historiando hiptese em que se extrai possibilidade de interpretao equivocada:

    "Tendo sido perseguido e no tendo mais condies de fugir e de se ocultar, no restava outra sada a Diego seno reagir, caso contrrio era a morte certa, e ele no queria morrer. Ento, armou-se de uma pedra e aguardou a aproximao do desafeto. Quando este estava h poucos passos, acertou-lhe o crnio com tamanha fora que o infeliz tombou sern um gemido. Diego respirou aliviado, sem culpas, estava livre daquela ameaa. Enterrou ali mesmo o cadver e retornou para o seu caminho. Sabia que tinha matado apenas em legtima defesa, no lhe restava outra sada, conhecia muito bem a perversidade e a truculncia do seu perseguidor."

    Ora, se eu tomar apenas de uma parte da histria pode dar margem a interpretaes equivocadas e parecer que Diego um criminoso frio e cruel, quando, na realidade, o criminoso frio e cruel era o seu perseguidor:

    "Ento, armou-se de uma pedra e aguardou a aproximao do desafeto. Quando este estava h poucos passos, acerto-lhe o crnio com tamanha fora que o infeliz tombou sem um gemido. Enterrou ali mesmo o cadver e retornou para o seu caminho."

    Quem diria, ouvindo ou lendo somente esta parte do texto, que Diego um homem perseguido por um assassino, que obrigado agir em legtima defesa de sua vida? A impresso que causa muito diferente da impresso que temos ao ler o texto por inteiro. ou no verdade?

    Nos meus seminrios sou questionado sobre o porqu de eu pouco falar sobre amor fraterno. Sempre respondo da mesma forma. Quem est pensando em trabalhar ou j est trabalhando com Desdobramento Mltiplo ou qualquer recurso que auxilie seu semelhante, em tese, j est praticando esse amor e deve estar consciente de que, para se trabalhar auxiliando aos outros, tem que se estar imbudo de amor fraterno. Tem que ter um sentimento de solidariedade ativo, impulsionando o seu desejo e suas aes.

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  • Cada leitor ou ouvinte pode dar a interpretao que quiser as minhas palavras e escritos, inclusive uma interpretao contrria ao que dito ou ao que escrevi, isso, porm, no seria nenhuma novidade, pois sempre ocorreu, e ainda ocorre, at mesmo, com os ensinamentos dos grandes mestres, e, no raro, dentro dos agrupamentos religiosos que dizem defender as ideias do mestre em questo, como o caso de Jesus.

    Aps estas digresses e comentrios sobre dvidas e interpretaes, voltemos aos corpos e suas propriedades.

    Os corpos so os veculos ou divises do agregado humano que lhe d condies de se manifestar em vrias faixas vibratrias com aes simultneas e diferenciadas. So formados por sete camadas, as quais chamamos nveis, que, por sua vez, desdobram-se em outras sete camadas menos densas