apocalípse - cap. 1

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ESTUDO DE APOCALÍPSE Arquivos apoio Apocalipse NCB Apocalipse Webert I. PRÓLOGO Ap 1.1-8 - O texto deste livro pertence a uma classe especial de escritos conhecidos como apocalípticos (literatura surgida inicialmente no Antigo Testamento, em épocas de tribulações, provações, sofrimentos e tristezas). - Também são apocalípticos: Daniel; trechos dos livros de Isaias (13 a 14), Ezequiel (1 e 28 a 39), e ainda, Joel (2 a 3) e Zacarias (9 a 14). - No antigo judaísmo as profecias bíblicas escatológicas diziam respeito a vinda do “messias”, o qual estabeleceria seu reino na terra. - A escatologia cristã é marcada pela segunda volta de Cristo. Onde haverá o juízo final, ressurreição dos mortos, o reino milenar na terra e vida eterna com Cristo. - No período apostólico: I Ts 4.17 – Paulo esperava a volta de Cristo ainda em vida. 1Th 4:17 Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. - No período do martírio: Eusébio dizia que a perseguição ao cristianismo era o próprio Anticristo. - No período da reforma: os reformadores do séc XVI diziam que Roma era a prostituta e que o papa era o anticristo. - Na perspectiva cristã ortodoxa: Cristo ainda vai voltar e a partir disso começa o fim. - Possivelmente foi escrito na época do imperador Domiciano (entre 81 e 96 d.C.), época de grande perseguição. - A linguagem apocalíptica salienta: * esperança e expectativas escatológicas, isto é, ligadas às últimas coisas ou à consumação da história;

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Estudo sobre o livro de Apocalípse, capítulo 1

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Page 1: Apocalípse - cap. 1

ESTUDO DE APOCALÍPSE

Arquivos apoioApocalipse NCBApocalipse Webert

I. PRÓLOGO Ap 1.1-8

- O texto deste livro pertence a uma classe especial de escritos conhecidos como apocalípticos (literatura surgida inicialmente no Antigo Testamento, em épocas de tribulações, provações, sofrimentos e tristezas). - Também são apocalípticos: Daniel; trechos dos livros de Isaias (13 a 14), Ezequiel (1 e 28 a 39), e ainda, Joel (2 a 3) e Zacarias (9 a 14).

- No antigo judaísmo as profecias bíblicas escatológicas diziam respeito a vinda do “messias”, o qual estabeleceria seu reino na terra.

- A escatologia cristã é marcada pela segunda volta de Cristo. Onde haverá o juízo final, ressurreição dos mortos, o reino milenar na terra e vida eterna com Cristo.

- No período apostólico: I Ts 4.17 – Paulo esperava a volta de Cristo ainda em vida.1Th 4:17 Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.

- No período do martírio: Eusébio dizia que a perseguição ao cristianismo era o próprio Anticristo.- No período da reforma: os reformadores do séc XVI diziam que Roma era a prostituta e que o papa era o anticristo.- Na perspectiva cristã ortodoxa: Cristo ainda vai voltar e a partir disso começa o fim.

- Possivelmente foi escrito na época do imperador Domiciano (entre 81 e 96 d.C.), época de grande perseguição.

- A linguagem apocalíptica salienta: * esperança e expectativas escatológicas, isto é, ligadas às últimas coisas ou à consumação da história; * Asseguram a intervenção de Deus para a redenção do seu povo; * Interpretam conflitos e problemas em curso, à luz do fim da história.

- O texto sempre está associado a uma situação histórica crítica.

- Por isto utiliza uma linguagem rica no uso de símbolos, muitos deles, secretos.

- O autor precisava descrever o "indescritível" e ver o "invisível". - Tanto pela importância de maturidade espiritual e temporal para as revelações (no sentido apocalíptico propriamente dito) como face ao ambiente de perseguição e opressão existentes, os símbolos eram

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usados como “criptografia”, isto é, o texto era codificado para que somente aqueles que conhecessem a chave para decodificá-lo pudessem entender seu conteúdo. - Um dos motivos para isso era sobreviver à censura e à perseguição do inimigo opressor que certamente destruiria o texto e mataria seu autor, caso conhecesse o verdadeiro significado do escrito.

- Apocalipse foi escrito em um período de grande crise e perseguição contra a igreja primitiva.

São noticiadas pelo menos dez grandes perseguições da igreja, algumas mais locais e outras universais em seu alcance: por Nero (64 d.C.), Domiciano (95 d.C.), Trajano (112 d.C.), Marco Aurélio (117 d.C.), Sétimo Severo (fim do segundo século), Maximino (235 d.C.), Décio (250 d.C.), Valeriano (257 d.C.), Aureliano e Diocleciano (303 d.C.). Décio, Valeriano e Diocleciano promoveram perseguições mais extensas.

CENÁRIO- O Imperador Domiciano (81 a 96 d.C.) governava o império romano de forma despótica. Ele se considerava um deus, espalhava imagens suas pelo império, punindo com martírio, exílio, torturas, confisco e a morte quem não as adorasse. Estabeleceu sistema de delatores, que agiam como verdadeiros flagelos. Os cristãos da época acabavam recebendo todo o impacto dessa política, uma vez que o império estava sendo banhado com o seu sangue. O Apóstolo João, autor do livro de Apocalipse, encontrava-se exilado na ilha de Patmos, como resultado das perseguições em curso.

- Os judeus também perseguiam os cristãos.Rev 2:9 Conheço a tua tribulação e a tua pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que dizem ser judeus, e não o são, porém são sinagoga de Satanás.

- Como registra Paulo e outros, a perseguição aos cristãos, por todos os incrédulos, sempre foi real. Havia uma pressão pela adesão à religião oficial de Roma (adoração a deuses e ao imperador)

A) TÍTULOS (Ap 1.1-3)

Aqui se apresentam a fonte do livro (1), a natureza do seu conteúdo(2) e os abençoados resultados para quem o tomar a sério (3).

Rev 1:1 Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e, enviando-as pelo seu anjo, as notificou a seu servo João;

REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO, QUE DEUS LHE DEU.- A última fonte desta revelação é o próprio Deus; Ele a deu a Jesus Cristo para o beneficio da Igreja (seus servos);

- Enviada por intermédio de um anjo a João.

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A revelação é comunicada pelo Filho através da mediação de seu anjo. Anjos têm um papel proeminente neste livro, mas é digno de nota que o anjo não aparece como transmissor das visões antes do capítulo 17. A Revelação não é especulação humana; é a pPalavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo.

- O autor do livro dá seu nome simplesmente como “João” (1:1,1:4, 21:2, 22:8). - As igrejas da Ãsia o conheciam muito bem, e ele se chama de seu irmão, que participa com elas da tribulação, do reino e da perseverança (1:9). - Do estilo do livro podemos deduzir que ele era um cristão de origem hebraica, conhecendo de ponta a ponta o Antigo Testamento. - A igreja dos primeiros tempos em geral o aceitou como sendo o apóstolo de Jesus Cristo, o autor do quarto evangelho. - Já no ano 150 d.C. Justino Mártir afirmou isto, como também Irineu por volta de 200 d.C., ambos residentes na Ásia por algum tempo. - A autoria apostólica era amplamente aceita pelos pais da igreja. E é completamente possível, porque a tradição histórica de que João viveu até idade avançada em Êfeso é sólida.

- É uma revelação específica para os servos (A IGREJA). Por isto a maioria não pode compreender.

1Co_2:14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.

PARA MOSTRAR O QUE BREVEMENTE HÁ DE ACONTECER. - O Apocalipse (1) é a descoberta de alguma coisa escondida, empregado aqui no sentido de "uma visão e a sua interpretação" (Charles). AS COISAS QUE BREVEMENTE DEVEM ACONTECER;

- Para Deus todo o porvir é BREVEMENTE.

2Pe 3:8 Mas vós, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.

2Pe 3:9 O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se.

- "brevemente" exprime a atitude profética normal e é acentuada através do Novo Testamento

Rom 16:20 E o Deus de paz em breve esmagará a Satanás debaixo dos vossos pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco.

1Co 7:29 Isto, porém, vos digo, irmãos, que o tempo se abrevia; pelo que, doravante, os que têm mulher sejam como se não a tivessem;

1Co 7:30 os que choram, como se não chorassem; os que folgam, como se não folgassem; os que compram, como se não possuíssem;

1Co 7:31 e os que usam deste mundo, como se dele não usassem em absoluto, porque a aparência deste mundo passa.

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Jas 5:8 Sede vós também pacientes; fortalecei os vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima.

1Pe 4:7 Mas já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração;

Rev 1:3 Bem-aventurado aquele que lê e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.

Rev 22:20 Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém; vem, Senhor Jesus.

- O tempo deve ser visto na perspectiva individual. Cada um de nós tem uma duração ínfima.

Psa 103:15 Quanto ao homem, os seus dias são como a erva; como a flor do campo, assim ele floresce.

Psa 103:16 Pois, passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não a conhece mais.

- Por isto o salmista fala da sabedoria em cuidarmos de nosso pouco tempo.

Psa_90:12 Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios.

Rev 1:2 o qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, de tudo quanto viu.

Deus Cristo anjo João Igrejas da Ásia Toda a Igreja de Deus.

- O Apocalipse define-se como a palavra de Deus, o testemunho de (dado por) Jesus Cristo, quanto a tudo o que (o vidente) viu.

- O que torna um homem apto a receber as revelações de Deus? UMA HISTÓRIA DE FIDELIDADE E PRONTIDÃO, INDEPENDENTE DAS CIRCUNSTÂNCIAS.

Rev 1:9 Eu, João, irmão vosso e companheiro convosco na aflição, no reino, e na perseverança em Jesus, estava na ilha chamada Patmos por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.

- João tinha sua história com Deus. As coisas não acontecem por acaso e sem uma causa (história). Por isto precisamos construir nossa história de relacionamento com Deus. O passo-a-passo é essencial.

- João declara sua fidelidade em registrar tudo o que viu.

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Rev 1:3 Bem-aventurado aquele que lê e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.

- Por que razão certas pessoas dizem que o Apocalipse é incompreensível?Isa 29:10 Porque o Senhor derramou sobre vós um espírito de profundo sono,

e fechou os vossos olhos, os profetas; e vendou as vossas cabeças, os videntes.

Isa 29:11 Pelo que toda visão vos é como as palavras dum livro selado que se dá ao que sabe ler, dizendo: Ora lê isto; e ele responde: Não posso, porque está selado.

Isa 29:12 Ou dá-se o livro ao que não sabe ler, dizendo: Ora lê isto; e ele responde: Não sei ler.

Isa 29:13 Por isso o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas tem afastado para longe de mim o seu coração, e o seu temor para comigo consiste em mandamentos de homens, aprendidos de cor;

Isa 29:14 portanto eis que continuarei a fazer uma obra maravilhosa com este povo, sim uma obra maravilhosa e um assombro; e a sabedoria dos seus sábios perecerá, e o entendimento dos seus entendidos se esconderá.

- É a cegueira, a limitação espiritual, que nos leva a abandonar a leitura e a compreensão do Apocalípse. MAS ATENTEMOS PARA A BENÇÃO DO ESTUDO DE APOCALIPSE.

- Invoca-se a bênção sobre quem o lê; em voz alta, à congregação em assembleia e sobre os que ouvem e observam o que se ordena. A BENÇÃO PRESENTE, PARA NÓS, HOJE.

- São duas classes aqui e não três. O QUE LÊ; E OS QUE OUVEM; os últimos dois particípios se regem por um sujeito.

- Há sete bem-aventuranças no livro: 1:3; 14:13, 16:15; 19:5; 20:6; 22:7,14. - Aqui é pronunciada uma bem-aventurança sobre as igrejas onde a revelação de João seria lida em voz alta. Que o significado é este indicam as palavras aqueles que ouvem. Não é uma referência à leitura e estudo particulares, mas ao culto público. - A igreja dos primeiros tempos adotou a prática judaica de ler em voz alta nas reuniões(Êx 24:7; Ne 8:2; Lc 4:16; At 13:15; 15:21; 2 Co 3:15). - Paulo espera que suas cartas sejam lidas na congregação (Cl 4:16; 1 Ts 5:27). - O Apocalipse não foi dado somente para transmitir informações sobre o futuro, maspara ajudar o povo de Deus no presente, que, por esta razão, deve guardar as cousas escritas nas palavras da profecia. - Temos aqui uma lembrança das palavras de Jesus em Lucas 11:28: “Bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam.” - O Apocalipse contém muitas exortações à fé, paciência, obediência, oração e vigilância. Sábios e abençoados os que o observam.

B) SAUDAÇÃO (Ap 1.4-5a)

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Rev 1:4 João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça a vós e paz da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono;

- João escreve. A saudação é sua.

- Às sete igrejas que estão na Ásia (4), isto é, na província romana daquele nome, são enumeradas no vers. 11.

- Sete não é um número sagrado. O Anticristo tinha sete cabeças e sete coroas (13:1).

- A respeito de Ap 3.1, escreve Kiddle, "Quando reconhecemos que o "sete" em cada caso tem a idéia de unidade e integridade, (plenitude, estar completo) ao invés de diversidade, de tal modo que devemos pensar dum só Espírito e de uma só Igreja, em vez dos sete Espíritos e das sete igrejas, então temos em vista uma possível solução... Os sete Espíritos e as sete estrelas desta forma significam o Espírito profético e o caráter celeste da Igreja, que o Espírito vivifica" ("Revelation", Moff. Comm., pág. 87).

- As 7 igrejas representem também a Igreja em sua integralidade, como se vê na conclusão de cada uma das sete cartas, "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas". - As diferenças parecem indicar uma diversidade dentro da unidade básica, e trabalho de Cristo para que hajam os ajustes necessários.

- AQUELE QUE É, E QUE ERA, E QUE HÁ DE VIR (4) é um título para Deus, acentuando tanto a sua eternidade, como a sua relação vital à história.

Rev 1:8 Eu sou o Alfa e o èmega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.

Rev 4:8 Os quatro seres viventes tinham, cada um, seis asas, e ao redor e por dentro estavam cheios de olhos; e não têm descanso nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, e que é, e que há de vir.

- Há uma mensagem prática aqui: o controle divino sobre o passado e o futuro visa ao consolo dos santos perseguidos, por meio da conscientização de que Deus ainda está no controle do presente, mesmo que por ora isso não pareça ser verdade.

- A última frase ("que há de vir", ao invés do esperado "que será") constitui uma alusão cônscia à segunda vinda de Cristo.- Ressalta também a intervenção definitiva de Deus na história, ou seja, o escaton é iminente. O eterno poder de Deus, já visto no passado e garantido no futuro, continua atuante no presente, mesmo que ele esteja permitindo temporariamente a ação das forças do mal.

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- Também define o evento mais importante do futuro: o aparecimento que será também a vinda de Deus.

- OS SETE ESPÍRITOS QUE ESTÃO DIANTE DO SEU TRONO (4) é provavelmente uma designação do Espírito Santo, em sua plenitude de operações. - Parece se vincular à ação do Espírito de Deus na sétupla dotação espiritual do Messias

Isa 11:1 Então brotará um rebento do toco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará.

Isa 11:2 E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor.

Isa 11:3 E deleitar-se-á no temor do Senhor; e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem decidirá segundo o ouvir dos seus ouvidos;

- Em Zc 4, o profeta descreve um candelabro com sete lâmpadas, que são os olhos do Senhor passando por toda a terra. O significado da visão foi: “ Não por força nem porpoder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4:6).

Zec 4:10 Ora, quem despreza o dia das coisas pequenas? pois estes sete se alegrarão, vendo o prumo na mão de Zorobabel. São estes os sete olhos do Senhor, que discorrem por toda a terra.

Rev 4:5 E do trono saíam relâmpagos, e vozes, e trovões; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus;

Rev 1:5 e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o Príncipe dos reis da terra. Âquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados,

- A trindade se completa. Jesus é a fiel testemunha (5) não só com respeito a estarevelação, mas no que diz respeito a toda a verdade de Deus.

- A palavra “testemunha” traduz o grego “martus”, do qual vem a palavra “mártir”. Nessa época a palavra já estava assumindo um sentido “técnico”. Muitas vezes o testemunho de Jesus levava ao martírio. Nós somos chamados também, se necessário, a viver essa dimensão do testemunho cristão, vinculado à perseguição e perseverança.

Joh 18:37 Perguntou-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.

- Ele é o primogênito dos mortos (5), no sentido de ser o primeiro a ressuscitar dos mortos e, deste modo, "as primícias dos que dormem" (ver Cl 1.18 e 1Co 15.20).

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Col 1:18 também ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio, o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência,

1Co 15:20 Mas na realidade Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.

- “Soberano dos reis da terra” serve para mostrar quem realmente manda neste mundo. Não era o império romano, nem são os Estados Unidos, nem o FMI. Jesus é o soberano sobre todos eles. É ao Senhor dos senhores que servimos.

- Temos aqui uma das afirmações centrais do Novo Testamento. Por trás dos acontecimentos caóticos da história o crente reconhece que Jesus Cristo, que escolheu o caminho daobediência e da humilhação, de fato foi exaltado à direita de Deus onde ele está sentado como Senhor, governando os governadores da terra. - Um dos pontos de vista da sua vinda deve ser entendido como manifestar ao mundo a soberania que já é dele.

George Ladd comenta: Uma razão mais particular para esta referência neste ponto é sem dúvida a crescente tendência de deificar e adorar o imperador romano. Os imperadores estavam começando a usar o título de deus. Júlio César, Augusto, Cláudio, Vespasiano e Tito tinham sido declarados oficialmente como divinos pelo senado romano depois da sua morte, e os últimos três usaram o termo DIVUS (divino) em suas moedas. Domiciano, o imperador no tempo em que João escreveu, tinha avançado mais nesta, tendência, exigindo que o chamassem de Dominus et Deus (Senhor e Deus). Na Ásia a adoração ao imperador era ainda mais popular, especialmente em Éfeso. Em face da situação ameaçadora João lembrou as igrejas de um fato que deve ser sempre uma pedra de toque em sua; conduta: que atrás de qualquer autoridade política humana encontra-se a soberania daquele que de fato governa os reis da terra, apesar de não ser visto.

- Pergunto: em nosso tempo não temos muitos “deuses”, ídolos humanos (político, familiar, artista, líder religioso) ou não (tecnologia, ciência, dinheiro, conforto) que requerem o controle sobre nós? A quem pertence o domínio?

C) BÊNÇÃO (Ap 1.5-6)

1. 5b Âquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados,

- O amor de Cristo é exaltado. Ele nos ama (presente, sendo constante) e nos libertou (passado, de uma vez para sempre).

“ Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós,sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8).

- Os primeiros cristãos estavam a ponto de enfrentar perseguição e lhes parecia que o amor de Deus tinha se obscurecido e só o mal dominava; mas o amor de Deus, apesar

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de todas as experiências más, foi demonstrado por um acontecimento histórico — a morte de Jesus Cristo.

- O resultado de qualquer reflexão válida sobre o amor e sacrifício de Cristo deve ser um louvor espontâneo. Onde está nosso louvor?

Rev 1:6 e nos fez reino, sacerdotes para Deus, seu Pai, a ele seja glória e domínio pelos séculos dos séculos. Amém.

- A bênção toda remonta ao êxodo do Egito, onde o cordeiro pascal já era tipo do sacrifício de Cristo.

Exo 19:5 Agora, pois, se atentamente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu pacto, então sereis a minha possessão peculiar dentre todos os povos, porque minha é toda a terra;

Exo 19:6 e vós sereis para mim reino sacerdotal e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.

- Através do livramento realizado pela sua morte e ressurreição, Cristo já trouxe o seu povo do domínio do pecado e fez dele um reino que todos nós somos sacerdotes. - O plano de Deus se completa na Igreja, Israel espiritual de Deus.

1Pe 2:5 vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo.

1Pe 2:6 Por isso, na Escritura se diz: Eis que ponho em Sião uma principal pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido.

1Pe 2:7 E assim para vós, os que credes, é a preciosidade; mas para os descrentes, a pedra que os edificadores rejeitaram, esta foi posta como a principal da esquina,

1Pe 2:8 e: Como uma pedra de tropeço e rocha de escândalo; porque tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.

1Pe 2:9 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;

- A fidelidade por amor possui promessas importantes. A condição de reis e sacerdotes pertence aos fieis.

Rev 5:10 e para o nosso Deus os fizeste reino, e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.

Rev 20:6 Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante os mil anos.

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Rev 22:5 E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de luz de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumiará; e reinarão pelos séculos dos séculos.

A ELE SEJA GLÓRIA E DOMÍNIO PELOS SÉCULOS DOS SÉCULOS

- Como podemos participar desta proposta? Uma resposta honesta nos fará meditar em todas as situações em que Cristo não foi glorificado por nossas ações, por nosso tempo, por nossas falas por nossos pensamentos.

- Como podemos querer o domínio de Cristo pelos séculos dos séculos, se não ansiarmos por seu domínio em nossas vidas, em nossas famílias, em nossa igreja, a partir de nós?

- Como os hipócritas (um tipo de mentiroso) não entrarão no Reino de Deus (Ap 22.15), precisamos estar em constante vigilância.

- Nossa posição como salvos: compomos “um reino” (singular), onde só pode haver um único rei - Jesus, sendo todos os outros servos; somos “sacerdotes” (plural), com responsabilidade de ministrar em favor uns dos outros e do mundo.

- As últimas palavras da doxologia (fórmula litúrgica de louvor) são de louvor terminando com um “amém” que deve ser declarado por todos como sinal de concordância.

D) O SEGUNDO ADVENTO (Ap 1.7-8)

Rev 1:7 Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém.

- O verso enfatiza o tema do livro: A segunda vinda de Cristo e os acontecimentos que levam ao grande fim e o acompanharão.

- É uma palavra de conforto aos crentes e de desespero aos inimigos Dele.

- A coerência do texto bíblico é muito especial. Outro homem de Deus, sob o mesmo Espírito, havia registrado: "Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória" (Mt 24.30).

- O v. 7 traz uma declaração que une duas escrituras do Velho Testamento. Dn 7.13e Zc 12.10.

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Dan 7:13 Eu estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como filho de homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e foi apresentado diante dele. Dan 7:14 E foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído.

Zec 12:10 Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o espírito de graça e de súplicas; e olharão para aquele a quem traspassaram, e o prantearão como quem pranteia por seu filho único; e chorarão amargamente por ele, como se chora pelo primogênito.

- Trata da segunda etapa de sua vinda, que será público e visível, pois o texto diz que Ele virá sobre as nuvens = vem com glória, com indignação, com ira e com juízo; Ap 19.7-21. - Lamentarão - O lamento aqui é de desespero e não de arrependimento.

QUANTOS O TRAPASSARAM. Quem foram os que traspassaram a Cristo? Somente os judeus, ou pessoas de “todas as tribos da terra”, de todos os tempos, tão somente ali representadas?

- Em todo o Apocalipse não há nenhuma indicação de que os maus se arrependerão. Pelo contrário, o julgamento de Deus serve somente para confirmar a maldade dos maus (9:20,16:8-11).

- Por isso, provavelmente, devemos entender que Cristo não é o objeto (por causa da injustiça imposta a Cristo) mas a causa da sua tristeza; eles se lamentam sobre ele por causa do julgamento terrível que ele fará cair sobre eles.

- SIM, AMÉM. O profeta registra sua aprovação ardente desta promessa. Amém = assim seja.

Rev 1:8 Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.

- Alfa e Ômega (8) a primeira e a última letras do alfabeto grego. A frase traduza para os leitores gregos um idiotismo hebraico (idiotismo = expressão própria de uma língua, uma construção particular, sem sentido literal em outra língua) Exprimia totalidade. Era dito, por exemplo, que Adão transgrediu a lei "de álefe a tau"; Abraão, pelo contrário, guardou a lei "de álefe a tau".

- Deus é começo e fim absoluto, e por isso Senhor de tudo que acontece na história humana. Ao mesmo tempo ele é o eterno, o transcendente, que não é afetado pelos conflitos da história.

- Aqui o Pai é o Alfa e o Ômega. Em Ap 22.13 Jesus faz a mesma referência a si. Ambos são o princípio e o fim.

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- O Todo-Poderoso, o Governador absoluto de tudo.

II. VISÃO DO FILHO DO HOMEM Ap 1.9-20

Rev 1:9 Eu, João, irmão vosso e companheiro convosco na aflição, no reino, e na perseverança em Jesus, estava na ilha chamada Patmos por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.

- Começando pelo local: A ilha chamada Patmos era localizada no mar Egeu, distante da costa da Ásia menor (atua Turquia) e parte de um arquipélago de 50 ilhas. Era deserta, rochosa e escarpada (Que possui escarpa; que se cortou a prumo), com 16 km de comprimento e 10 km de largura no se ponto mais largo. Era colônia romana. Segundo o historiador cristão Eusébio, o imperador Nerva (96-98 d.C) libertou João de Patmos.

- João é irmão e companheiro de quem? Com certeza não é de todos. Mas é seu irmão?

- John MacArtur afirma que João e seus leitores compartilham quatro características:

1) São perseguidos por causa da fé que professam; 2) São membros da comunidade redimida sobre a qual Cristo reina como

Senhor e Rei;3) São tomados por uma ansiosa antecipação da glória do futuro reino milenar

de Cristo sobre a terra;4) Estão cheios de tolerância e perseverança apesar dos tempos difícieis.

- A aflição, o reino e a perseverança (ou paciência) são possessões presentes, proporcionados na união com Cristo.

- o primeiro e o terceiro nos conduzem a uma apropriação mais completa do segundo, na consumação do mesmo.

Joh 16:33 Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.

2Ti 3:12 E na verdade todos os que querem viver piamente em Cristo Jesus padecerão perseguições.

Rom 5:3 E não somente isso, mas também gloriemo-nos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a perseverança,

Rom 5:4 e a perseverança a experiência, e a experiência a esperança; Rom 5:5 e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.

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2Ti 2:12 se perseveramos, com ele também reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará;

- A aflição e perseverança de João é apresentada já no fato dele estar em Patmos por causa da palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus Cristo (9); estava lá em conseqüência da sua fidelidade ao evangelho, não em exílio voluntário, a fim de receber mais revelações.

Pergunto: - O que diriam aqueles que defendem que o crente não pode ter aflições? - Será que João trocaria aquela benção, pelas coisas que hoje muitos chama de benção? - Ou ser irmão e companheiro de João, naquelas condições, não é a maior de todas as bênçãos?

- O problema de uma vida cristã sem sacrifícios é que vai de encontro (se choca) com as escrituras. SOMOS SALVOS PELA GRAÇA, MAS ISTO IMPLICA EM IR APÓS CRISTO.

Act 14:19 Sobrevieram, porém, judeus de Antioquia e de Icônio e, havendo persuadido as multidões, apedrejaram a Paulo, e arrastaram-no para fora da cidade, cuidando que estava morto.

Act 14:20 Mas quando os discípulos o rodearam, ele se levantou e entrou na cidade. No dia seguinte partiu com Barnabé para Derbe.

Act 14:21 E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, Icônio e Antioquia,

Act 14:22 confirmando as almas dos discípulos, exortando-os a perseverarem na fé, dizendo que por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus.

Act 14:23 E, havendo-lhes feito eleger anciãos em cada igreja e orado com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido.

Rev 1:10 Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim uma grande voz, como de trombeta,

- Eu fui arrebatado em espírito. Não foi um sonho. Talvez estivesse orando, meditando nas coisas “que são lá de cima”. - significa que João caiu em estado de êxtase (lit. "achei-me no Espírito", ARA) - Pedro também experimentou deste tipo de extase, enquanto orava.

Act 10:10 E tendo fome, quis comer; mas enquanto lhe preparavam a comida, sobreveio-lhe um êxtase,

Act 10:11 e via o céu aberto e um objeto descendo, como se fosse um grande lençol, sendo baixado pelas quatro pontas sobre a terra,

- Paulo também fala de uma experiência semelhante:

2Co 12:1 É necessário gloriar-me, embora não convenha; mas passarei a visões e revelações do Senhor.

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2Co 12:2 Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei; Deus o sabe) foi arrebatado até o terceiro céu.

2Co 12:3 Sim, conheço o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei: Deus o sabe),

2Co 12:4 que foi arrebatado ao paraíso, e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir.

- Está em espírito implica em perfeita comunicação com Deus.

- Ocorreu no dia do Senhor (10), não, como entendem alguns "no dia do Senhor" no sentido escatológico, como se João tivesse sido transportado para viver naquele dia, mas "no dia consagrado ao Senhor", uma frase que se usava já no segundo século referindo-se ao domingo.

- O termo "o dia do Senhor", como Deissmann tem mostrado, é provavelmente a substituição desafiadora dos cristãos ao "dia do Imperador", que era celebrado ao menos mensalmente na Ásia Menor, se não semanalmente. Indicava originalmente o dia da elevação de Faraó ao trono do Egito, ou seu dia natalício; a ideia foi apropriada pelos imperadores romanos.

- Como memorial do dia da ressurreição de Cristo, e assim, da sua exaltação à soberania,o título "o dia do Senhor" é especialmente apropriado a Cristo.

- Os cristãos começaram a distinguir o dia do Senhor como dia separado para o culto e a devoção.

- Sabemos que o primeiro dia da semana era muito importante para os cristãos.

Jesus ressuscita no primeiro dia da semana – Jo 20.1 Jesus aparece aos discípulos, que estavam reunidos, no primeiro dia da semana

– Jo 20.19. E depois de novo: Jo 20.26

- Eles se reuniam para partir o pão no primeiro dia da semana

Act 20:7 No primeiro dia da semana, tendo-nos reunido a fim de partir o pão, Paulo, que havia de sair no dia seguinte, falava com eles, e prolongou o seu discurso até a meia-noite.

- Preparavam dádivas de amor no primeiro dia (1 Co 16:2). - Estas são as primeiras evidências de que este dia era tido como especialmente consagrado ao Senhor, porque era o dia da sua ressurreição. - A preferência pela observância do domingo em lugar do sábado judeu foi o resultado de um processo histórico gradual,

- Agora Deus se revela de modo especial a João exatamente no primeiro dia da semana.

- A grande voz, como de trombeta (10) foi presumivelmente a do Filho do homem. - Voz como de trombeta - Símbolo do Velho Testamento, onde mostra que Deus queria dizer algo ao povo - Ex. 19:16

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Exo 19:16 Ao terceiro dia, ao amanhecer, houve trovões, relâmpagos, e uma nuvem espessa sobre o monte; e ouviu-se um sonido de buzina mui forte, de maneira que todo o povo que estava no arraial estremeceu.

Rev 1:11 que dizia: O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas: a Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, a Sardes, a Filadélfia e a Laodicéia.

- Um livro na Antiguidade era uma longa faixa de papiro enrolada, e não feito de páginas encadernadas, como hoje. Além disto, antes da invenção da imprensa, em tempos relativamente modernos, todos os livros tinham de ser escritos à mão. A invenção da imprensa. Em 1455, pelo alemão Johannes Gutemberg.

- É difícil não sentir que sete igrejas (11) foram escolhidas por causa da natureza sagrada daquele número. As sete que foram singularizadas, contudo, tiveram urna reivindicação especial para serem recipientes destas cartas, posto que elas se situavam nas estradas que uniam, em via circular, a província da Ásia.

- estas cidades serviam de centros distribuidores dos sete distritos postais da região e desta forma seriam os melhores pontos para divulgarem as cartas às demais Igrejas na província.

Rev 1:12 E voltei-me para ver quem falava comigo. E, ao voltar-me, vi sete candeeiros de ouro,

- Os sete castiçais de ouro (candeeiros, ARA), nos lembram o castiçal de ouro, com seus sete braços, ou hásteas, no santo lugar do tabernáculo e do templo ( Êx 25.31; Zc 4.2).Com a destruição do templo, o castiçal foi transportado para um templo pagão em Roma.

- Em Ap 1.20 é dito que os sete castiçais são as sete igrejas.

- Naquilo em que os judeus falharam, as igrejas cristãs são chamadas para serem bem sucedidas, dando luz a um mundo em trevas.

Rev 1:13 e no meio dos candeeiros um semelhante a filho de homem, vestido de uma roupa talar, e cingido à altura do peito com um cinto de ouro;

- No meio dos candeeiros – Jesus entre as igrejas, se relacionando com elas.

- Filho do Homem. De acordo com os Evangelhos, esse é o título que Cristo mais vezes usou para referir-se a si durante seu ministério terreno (81 vezes nos Evangelhos).

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Dan 7:13 Eu estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como filho de homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e foi apresentado diante dele.

Dan 7:14 E foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído.

Act 7:56 e disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem em pé à direita de Deus.

- VESTES TALARES. Sem dúvida destaca a dignidade de Cristo. A maioria das vezes que essa palavra ocorre na Septuaginta, o AT em grego, se refere às vestes do sumo sacerdote.

- A cinta de ouro sobre o seu peito completa o quadro de Cristo servindo na sua função sacerdotal.

Heb 2:17 Pelo que convinha que em tudo fosse feito semelhante a seus irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas concernentes a Deus, a fim de fazer propiciação pelos pecados do povo.

Heb 2:18 Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.

Rev 1:14 e a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve; e os seus olhos como chama de fogo;

- É uma descrição da divindade de Cristo. A descrição dos cabelos brancos é reminiscência estudada de Dn 7.9, onde se descreve o "Ancião de dias". A aplicação a Cristo dos atributos de Deus é fenômeno constante deste livro.

- OLHOS COMO CHAMA DE FOGO. Parece simbolizar a onisciência de Cristo, que perscruta tudo, combinado com a ira santa contra tudo que não é santo.

Heb 4:13 E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas.

- Para a igreja de Tiatira Cristo era o que tem os olhos como chama de fogo (2:18). Em 19:12 isto é uma característica do Cristo conquistador que destrói seus inimigos.

Rev 1:15 e os seus pés, semelhantes a latão reluzente que fora refinado numa fornalha; e a sua voz como a voz de muitas águas.

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- MacArtur leciona que pés ardentes de bronze são uma clara referencia ao juízo divino, Jesus com pés de juízo está se locomovendo por entre a sua igreja para exercer a sua autoridade disciplinadora sobre o pecado.

- COMO A VOZ DE MUITAS ÁGUAS. Poderosa, com autoridade, tal como o bramir do mar Egeu em torno de Patmos.

Eze 43:2 E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandecia com a glória dele.

Rev 1:16 Tinha ele na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois gumes; e o seu rosto era como o sol, quando resplandece na sua força.

TINHA NA MÃO AS SETE ESTRELAS. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas.

Rev 1:20 Eis o mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete candeeiros de ouro: as estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.

Isto mostra seu cuidado pelas igrejas, através dos anjos da igrejas.

Não há sustentação para um entendimento de que a igreja tenha seu anjo (ser espiritual). Se refere ao presbítero (pastor) principal da igreja. Tê-los nas mãos significa controle.

Anjo, angelos, From αγγελλω aggello, a messenger; especially an angel� �; by implication a pastor: - angel, messenger.

Parece estranho interpretar as sete estrelas como sendo sete "anjos", no sentido comum do termo, nem que sejam anjos da guarda; pois seria supérfluo escrever-lhes por intermédio de João (vers. Ap 2.1) e, de qualquer forma, o conteúdo das cartas se relaciona inteiramente com as próprias igrejas. Muitos expositores, portanto, mantêm que os anjos representam alguns dos oficiais das Igrejas, quer delegados, quer administradores.

MAS ATÉ QUE PONTO ESTE ANJO DA IGREJA TEM RELAVÂNCIA NO PLANO DE DEUS?

- Se partirmos do pressuposto de que Deus é organizado, sabe o que faz e determina autoridades com sabedoria, então precisamos estar atentos as figuras de autoridades em nossas vidas e reputá-las essenciais.

Luk 12:42 Respondeu o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, que o Senhor porá sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração?

Luk 12:43 Bem-aventurado aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar fazendo assim.

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Act 2:42 e perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.

1Co 3:9 Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.

1Ti 4:14 Não negligencies o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbítero.

1Ti 5:17 Os anciãos que governam bem sejam tidos por dignos de duplicada honra, especialmente os que labutam na pregação e no ensino.

1Th 5:12 Ora, rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, presidem sobre vós no Senhor e vos admoestam;

1Th 5:13 e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obras. Tende paz entre vós.

Heb_13:7 Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos falaram a palavra de Deus, e, atentando para o êxito da sua carreira, imitai-lhes a fé. Heb_13:17 Obedecei a vossos guias, sendo-lhes submissos; porque velam por vossas almas como quem há de prestar contas delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil. Heb_13:24 Saudai a todos os vossos guias e a todos os santos. Os de Itália vos saúdam.

Deus é poderoso? Em que sentido e com que limites? Se seu poder fosse exercido em absoluto, não haveria espaço para o pecado. Mas podemos afirmar que seu poder é absoluto, considerando seus propósitos, visto que a todos julgará, dando a cada um conforme a sua obra.

Rom 2:3 E tu, ó homem, que julgas os que praticam tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?

Rom 2:4 Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te conduz ao arrependimento?

Rom 2:5 Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus,

Rom 2:6 que retribuirá a cada um segundo as suas obras; Rom 2:7 a saber: a vida eterna aos que, com perseverança em favor o bem,

procuram glória, e honra e incorrupção; Rom 2:8 mas ira e indignação aos que são contenciosos, e desobedientes à

iniqüidade; Rom 2:9 tribulação e angústia sobre a alma de todo homem que pratica o mal,

primeiramente do judeu, e também do grego; Rom 2:10 glória, porém, e honra e paz a todo aquele que pratica o bem, primeiramente ao judeu, e também ao grego;

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Rev_20:12 E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono; e abriram-se uns livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. Rev_20:13 O mar entregou os mortos que nele havia; e a morte e o hades entregaram os mortos que neles havia; e foram julgados, cada um segundo as suas obras.

MAS QUE TIPO DE PODER CRISTO ESTÁ EXERCENDO? Um poder no sentido de autoridade (que deve ser reconhecida) e não um poder que obriga, tendo em vista que as igrejas tinham graves desvios.

A espada simboliza a sua autoridade e poder judiciais. Esta autoridade é representada pela PALAVRA DE DEUS, A Espada do Espírito.

Se alguém quer que a autoridade de Deus prevaleça em sua vida, deve se submeter a ela, através da Palavra de Deus. Se não quer, se mantenha longe da Palavra.

Heb 4:12 Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.

2Ti 3:16 Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça;

2Ti 3:17 para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra.

e o seu rosto era como o sol, quando resplandece na sua força. Jesus aqui não é mais um sofredor, triste, sangrando, ou com coroa de espinhos, mas um vencedor, exaltado em poder e grande glória. A ESTE CRISTO DEVEMOS SERVIR. UM CRISTO SENHOR, E NÃO UM CRISTO NOSSO SERVO.

Rev 1:17 Quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último,

- Quem pode estar de pé diante do poder de Deus? NÃO UM CAIR DA CARNE, QUE NENHUMA TRANSFORMAÇÃO TRAZ NA VIDA DOS QUE CAEM (prática muito comum em nossos dias, sob um pseudo poder de Deus, questionável pelo que se segue na vida dos “derrubados” ou “caídos”.

- A visão era tão tocante que João caiu ao chão como morto.Esta reação à manifestação da glória divina era comum (cf. Is 6:5; Ez1:28; Dn 8:17; 10:9, 11). Somos lembrados da verdade bíblica básica,que esquecemos e negligenciamos com tanta facilidade, que só os purosde coração podem ver a Deus e viver. Mas J oão foi mantido em vida por uma mão que o tocou, dando-lhe a certeza de que nada tinha a temer.

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Cristo diz: Eu sou o primeiro e o último.

Assim como o Pai (v.8), Cristo também é começo e fim absoluto, e por isso Senhor de tudo que acontece na história humana. Ao mesmo tempo ele é o eterno, o transcendente, que não é afetado pelos conflitos da história.

Rev 1:18 e o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo pelos séculos dos séculos; e tenho as chaves da morte e do hades.

A frase O que vivo e fui morto salienta o contraste entre a vida eterna, inerente no Filho, e a morte abjeta que Ele sofreu.

FUI MORTO. Esta afirmativa deve fazer tremer os que não creem para a salvação, pois se fazem parte dos assassinos de Cristo.

Heb 6:6 e depois caíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; visto que, quanto a eles, estão crucificando de novo o Filho de Deus, e o expondo ao vitupério.

Heb 10:28 Havendo alguém rejeitado a lei de Moisés, morre sem misericórdia, pela palavra de duas ou três testemunhas; Heb 10:29 de quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do pacto, com que foi santificado, e ultrajar ao Espírito da graça?

Aquela vida triunfou sobre a morte, consequentemente Ele diz: vivo para todo o sempre.

A posse das chaves da morte e do Hades (18) foi adquirida pela Sua ressurreição e significa a conquista da morte.

Morte e inferno são essencialmente sinônimos, mas morte é a condição (separação), e inferno, equivamente a Sheol do AT, é o lugar da morte.

Rev 1:19 escreve, pois, as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de suceder.

Uma divisão rudimentar do Apocalipse de João é fornecida no vers. 19. - As coisas que tens visto constituem a visão dada naquele instante (cap. 1); - as que são se relacionam ao estado existente nas igrejas e às cartas já preparadas para serem entregues; (cap. 2 e 3);- as que depois destas hão de acontecer refere-se às subsequentes visões do livro (cap. 4-22).

- Isto não deve ser dado como absoluto, sem exceção. Nos caps. 4 a 22 refere-se ao tempo futuro, mas não só ao futuro e muito menos quanto a todo o futuro.

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Rev 1:20 Eis o mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete candeeiros de ouro: as estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.

- As sete estrelas e os sete castiçais da visão são agora interpretadas para João (20). O tema já foi estudado no v. 16.

- Os anjos tem a função de representar as próprias igrejas. As cartas se iniciam com observações sobre a postura dos anjos, mas findam com aplicações claramente às igrejas: “quem tem ouvidos ouça o que o espírito diz às igrejas”.