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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE AGRUPAMENTO EM DADOS DE SISTEMA DE POTÊNCIA DEIVISON DE SOUZA BAIA Tucuruí PA 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ

FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA

APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE AGRUPAMENTO EM DADOS DE SISTEMA DE

POTÊNCIA

DEIVISON DE SOUZA BAIA

Tucuruí – PA

2015

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DEIVISON DE SOUZA BAIA

APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE AGRUPAMENTO EM DADOS DE SISTEMA DE

POTÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à

Universidade Federal do Pará - UFPA, como

parte dos requisitos necessários para a

obtenção do Grau de Bacharel em Engenharia

Elétrica, sob a orientação do Professor Dr.

Ivaldo Ohana e co - orientação do Engenheiro

MSc. Bernard Carvalho.

Tucuruí – PA

2015

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IV

Ao meu pai, Luís Baia, e a minha mãe,

Maria Pereira.

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V

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por ter me dado vida e saúde.

Ao meu orientador professor Dr. Ivaldo Ohana e, também, ao meu co - orientador

engenheiro MSc. Bernard Carvalho, pelas orientações, que permitiram a realização desse

trabalho.

Aos meus pais Luís Baia e Maria Pereira de Souza, aos meus irmãos, aos meus tios

que me acolheram como um verdadeiro filho, enfim a toda minha família que sempre me

apoiou nas minhas escolhas.

Aos meus amigos e colegas de turma Weslei, Taci, Liel, Wilson, Ivanil, Daiane e

Edenize, companheiros de todas as horas, pela amizade e momentos felizes que passamos

juntos.

A minha noiva Jaqueline Martins pela paciência, dedicação e companheirismo.

Enfim a todas as pessoas que torceram por mim meus sinceros agradecimentos.

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VI

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1: Dados, informação e conhecimento. ...................................................................... 15

Figura 2.2: Etapas da KDD....................................................................................................... 16

Figura 2.3: Mineração de dados coma intersecção de várias áreas. ......................................... 18

Figura 2.4: Tarefas de Data Mining.......................................................................................... 21

Figura 3.1: Registros agrupados em três clusters. .................................................................... 26

Figura 3.2: Diferentes tipos de grupos. .................................................................................... 29

Figura 3.3: Exemplo de funcionamento do K – means. ........................................................... 31

Figura 3.4: Exemplo de aplicação ............................................................................................ 31

Figura 3.5: Pontos de centro, limite e ruído ............................................................................. 32

Figura 3.6: Dendograma ........................................................................................................... 34

Figura 4.1: Tela inicial do RapidMiner .................................................................................... 39

Figura 4.2: Janela de boas vindas do software ......................................................................... 39

Figura 4.3: Configurando o programa ...................................................................................... 40

Figura 4.4: Processo de obtenção de agrupamentos ................................................................. 40

Figura 5.1: Assistente do exemplo fonte .................................................................................. 42

Figura 5.2: Identificação dos arquivos de dados ...................................................................... 43

Figura 5.3: Especificação do separador de coluna ................................................................... 43

Figura 5.4: Especificação do nome da coluna .......................................................................... 44

Figura 5.5: Especificação dos atributos .................................................................................... 44

Figura 5.6: Especificação dos atributos. ................................................................................... 45

Figura 5.7: Salvando o arquivo ................................................................................................ 45

Figura 5.8: Configuração do K – means ................................................................................... 46

Figura 5.9: Resultados apresentados pelo programa ................................................................ 46

Figura 5.10: Distribuição das amostras nos grupos .................................................................. 48

Figura 5.11: Distribuição das amostras nos grupos .................................................................. 50

Figura 5.12: Distribuição das amostras na terceira simulação. ................................................ 51

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VII

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1: Exemplo ................................................................................................................. 26

Tabela 3.2: Resultados do exemplo .......................................................................................... 27

Tabela 4.1: Banco de dados 1 ................................................................................................... 36

Tabela 4.2: Banco de dados 2 ................................................................................................... 37

Tabela 4.3: Banco de dados 3 ................................................................................................... 38

Tabela 5.1: Resultados do banco de dados 1 ............................................................................ 47

Tabela 5.2: Resultados do banco de dados 2 ............................................................................ 49

Tabela 5.3: Resultado do banco de dados 3 ............................................................................. 50

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VIII

SUMÁRIO

Capítulo 1- Introdução.............................................................................................................. 11

1.1 Introdução ............................................................................................................................. 11

1.2 Objetivos ............................................................................................................................... 12

1.3 Organização do Trabalho ...................................................................................................... 12

Capítulo 2 – Descoberta do conhecimento em banco de dados (KDD) ................................... 14

2.1 Introdução ............................................................................................................................. 14

2.2 Dados, informações e conhecimento.................................................................................... 14

2.3 Descoberta do conhecimento em banco de dados (KDD) .................................................... 15

2.4 Mineração de dados (Data Mining) ....................................................................................... 17

2.5 Tarefas da mineração de dados ............................................................................................ 20

2.5.1 Tarefas de previsão ....................................................................................................... 21

2.5.2 Tarefas descritivas ......................................................................................................... 22

Capítulo 3 - Analise de grupos ou (clustering) .......................................................................... 24

3.1 Metodologia .......................................................................................................................... 24

3.2 Visão geral ............................................................................................................................. 24

3.2.1 Aplicações típicas de agrupamentos. ............................................................................ 24

3.3 Tarefas de agrupamento ....................................................................................................... 25

3.3.1 Tipos de Agrupamentos ................................................................................................ 27

3.4 Principais algoritmos de agrupamento ................................................................................. 29

3.4.1 Algoritmo K-Means........................................................................................................ 30

3.4.2 Algoritmo DBSCAM ....................................................................................................... 32

3.4.3 Algoritmo aglomerativo ................................................................................................ 33

Capítulo 4 - Descrições dos Bancos de Dados e utilização do software RAPDIMINER ............. 35

4.1 Metodologia .......................................................................................................................... 35

4.2 Descrições dos Bancos de Dados .......................................................................................... 35

4.2.1 Banco de dados 1 .......................................................................................................... 36

4.2.2 Banco de dados 2 .......................................................................................................... 37

4.2.3 Banco de dados 3 .......................................................................................................... 37

4.3 Descrição do software RAPDIMINER ..................................................................................... 38

Capitulo 5 – Aplicações e Resultados obtidos .......................................................................... 42

5.1 Metodologia .......................................................................................................................... 42

5.1.1 Aplicação do algoritmo k-means no banco de dados 1 ................................................ 42

5.1.2 Resultado do banco de dados 1 .................................................................................... 47

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IX

5.1.3 Resultado do banco de dados 2 .................................................................................... 48

5.1.4 Resultados do banco de dados 3 ................................................................................... 50

Capítulo 6 – Conclusões ........................................................................................................... 52

6.1 Considerações finais .............................................................................................................. 52

6.2 Trabalhos futuros .................................................................................................................. 53

Bibliografia ............................................................................................................................................ 54

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X

RESUMO

Este trabalho traz o conceito de mineração de dados e suas aplicações em dados de

sistemas de potência. Serão descritos o processo de descoberta do conhecimento em banco de

dados (KDD), conceito de mineração de dados e o software utilizado nesse estudo.

A tarefa de agrupamento, ferramenta escolhida para o desenvolvimento desse trabalho

será descrita com mais detalhes assim como os algoritmos mais utilizados na obtenção dos

agrupamentos.

Por fim é feita uma analise nos bancos de dados e os resultados obtidos serão

discutidos.

Palavras chave: Processo da KDD, Mineração de dados, Tarefas de agrupamento, Software

RapidMiner, Bancos de dados, Algoritmo K-Means, Algoritmo DBSCAN e Algoritmo

aglomerativo.

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Capítulo 1- Introdução

1.1 Introdução

A rápida evolução dos recursos computacionais ocorrida nos últimos anos permitiu

que, simultaneamente, fossem gerados grandes volumes de dados. Estima-se que a quantidade

de informação no mundo dobra a cada 20 meses e que o tamanho e a quantidade dos bancos

de dados crescem com velocidade ainda maior. O explosivo crescimento do volume de dados

tem gerado uma urgente necessidade de novas técnicas e ferramentas capazes de transformar,

de forma inteligente e automática, terabytes de dados em informações significativas e em

conhecimento. Essas informações, de grande valia para o planejamento, gestão e tomadas de

decisão, estão, na verdade, implícitas e/ou escondidas sob uma montanha de dados, e não

podem ser descobertas ou, no mínimo, facilmente identificadas utilizando-se sistemas

convencionais de gerenciamento de banco de dados. Em resposta a essa necessidade, surgiu o

Data Mining (DM), também chamado de Mineração de Dados.

Segundo (Tan, Steinbach, & Kumar, 2009), o campo da mineração de dados saiu dos

limites das técnicas atuais de análises de dados para lidar com desafios postos por esses novos

tipos de conjuntos de dados. A mineração de dados não substitui outras áreas da análise de

dados, mas as usa como base para muito do seu trabalho.

Um dos pontos fortes da área tem sido sua ênfase na colaboração com pesquisadores

de outras áreas. Muitas vezes, a habilidade na construção de equipes multidisciplinares tem

sido responsável pelo sucesso de projetos de mineração de dado como algoritmos novos e

inovadores.

Esse processo envolve o uso de diversas técnicas e nesse trabalho será apresentado

com mais ênfase a técnica de identificação de agrupamentos ou clustering. Segundo (Han &

kamber, 2001), agrupamento é utilizado, frequentemente, como um dos primeiros passos na

análise de dados feita pela mineração de dados para a identificação de grupos de registros

relacionados, os quais podem representar classes potencias que podem ser usadas como ponto

de partida para a exploração de outros relacionamentos. Possibilita a identificação de regiões

densas e esparsas que leva a descoberta de padrões de distribuições abrangentes e correlações

interessantes entre os atributos dos dados.

Segundo (Domingues, 2003), a análise de agrupamentos é usada, largamente, em

diversas aplicações, como, reconhecimento de padrões, análise de dados, processamento de

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imagens e muitos outros. Em mineração de dados, os esforços se concentram em achar

métodos para essa análise que sejam efetivos e eficientes em grandes bases de dados.

Com esse trabalho pretende-se explorar pelo emprego de ferramentas de

agrupamentos, uma metodologia de utilização das técnicas relacionadas, adequada a uma base

de dados real, com grande volume de dados. Esses dados são oriundos do sistema elétrico de

potência.

1.2 Objetivos

Este trabalho tem como finalidade demonstrar a aplicabilidade de Técnicas de

agrupamento em dados oriundos do sistema elétrico de potência. Este trabalho está dividido

em várias etapas que serão discutidas nos capítulos seguintes.

O software utilizado é o RapidMiner versão 4.2, é uma versão livre que está disponível

a todos os interessados em estudar mineração de dados que irá auxiliar na compreensão dos

resultados.

1.3 Organização do Trabalho

Este trabalho está organizado em seis capítulos.

O capítulo 1 contém a introdução, objetivos e a estrutura do trabalho.

O capítulo 2 é referente aos fundamentos teóricos que serão abordados, contendo

informações sobre a descoberta do conhecimento em banco de dados (KDD) e Mineração de

dados (Data Mining).

O capítulo 3 aborda a descrição da técnica de agrupamento, que é a principal técnica

utilizada neste trabalho, mostra também os algoritmos k-means, DBSCAM e o algoritmo

aglomerativo básico.

O capítulo 4 apresenta a metodologia utilizada, informações sobre os bancos de dados,

e sobre o programa RapidMiner necessário para a realização desse estudo.

O capítulo 5 mostra os resultados obtidos após a aplicação da técnica de Agrupamento

nos bancos de dados.

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O capítulo 6 apresenta uma conclusão sobre o trabalho, abordando os pontos mais

relevantes assim como algumas sugestões para trabalhos futuros.

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Capítulo 2 – Descoberta do conhecimento em banco de

dados (KDD)

2.1 Introdução

Uma das principais atividades exercidas pelo homem é a busca do conhecimento, nas

últimas décadas, com os avanços dos recursos computacionais, uma grande quantidade de

dados são armazenados em meios magnéticos. Contudo, essa quantidade de dados produzida e

armazenada em larga escala, são inviáveis de serem lidos ou analisados por métodos

tradicionais, no qual o especialista utiliza planilhas de cálculos e relatórios informativos

operacionais para testar sua hipótese contra a base de dados.

Segundo (Tan, Steinbach, & Kumar, 2009), nessa linha de pesquisa surgiu a ideia de

descobrir conhecimento a partir de uma base de dados existentes, um processo de extração de

padrões, conhecido como descoberta de conhecimento em banco de dados (Knowledge

Discovery in Databases - KDD), podendo ser utilizada em varias áreas do conhecimento tais

como matemática, estatística, sistemas especialistas, reconhecimentos de padrões e medicina.

Este processo é interativo e interdisciplinar, pois o conhecimento descoberto é apresentado ao

usuário podendo ser avaliado e aprimorado.

Neste capítulo serão abordados conceitos básicos sobre as etapas da KDD, assim como

conceitos de mineração de dados e as técnicas mais utilizadas para a sua implementação.

2.2 Dados, informações e conhecimento.

Segundo (Kock, McQueen, & Baker, 1996), os conceitos de dados, informação e

conhecimento estão interligados. A Figura 2.1 mostra essa relação entre esses conceitos, em

função da capacidade de entendimento e da independência de contexto que cada um deles

implica.

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Figura 2.1: Dados, informação e conhecimento. [Fonte: (Kock, McQueen, & Baker, 1996)].

Dados são elementos puros, quantificáveis sobre um determinado evento. Eles podem

ser fatos, números, texto ou qualquer mídia que possa ser computada.

A informação é o dado analisado e contextualizado. Envolve a interpretação de um

conjunto de dados, ou seja, a informação é constituída por padrões, associações ou relações

que todos aqueles dados acumulados podem proporcionar. Por exemplo, a análise de pontos

de equilíbrio no mercado pode fornecer informação acerca de quais produtos estão sendo

vendidos e a frequência de tais operações.

Enquanto que a informação é descritiva, o conhecimento é utilizado

fundamentalmente para fornecer uma base de previsão com um determinado grau de certeza.

O conhecimento refere-se à habilidade de criar um modelo mental que descreva o objeto e

indique as ações de modo a programar as decisões a tomar. Uma decisão é o uso explicito de

um conhecimento. O conhecimento pode ser representado como uma combinação de

estruturas de dados e procedimentos interpretáveis que levam a um comportamento

conhecido.

Este comportamento fornece informações que podem, então, serem utilizadas para

planejar e decidir.

2.3 Descoberta do conhecimento em banco de dados (KDD)

O processo através do qual é possível descobrir conhecimento em bancos de dados

chama-se Descoberta de Conhecimento em Banco de Dados (KDD – Knowledge Discovery

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Database), que é o processo geral de conversão de dados brutos em informações úteis.

Consiste de uma série de passos de transformação, do pré-processamento dos dados até o pós-

processamento dos dados da mineração.

Os dados de entrada podem ser armazenados em uma diversidade de formatos

(arquivos simples, planilhas ou tabelas relacionais) e podem ficar em um repositório central

de dados ou serem distribuídos em múltiplos locais. O processo de KDD é formado por cinco

etapas que são seleção, pré-processamento, transformação, mineração dos dados e

interpretação do resultado como mostra a Figura 2.2.

Segundo (Bueno & Viana, 2012), esse processo pode ser usado em qualquer tipo de

banco de dados desde que antecipadamente seja realizada uma limpeza nos dados de forma

que fiquem somente os mais importantes e necessários.

Figura 2.2: Etapas da KDD. [Fonte: (Bueno & Viana, 2012)].

A seguir são detalhadas as fases do processo KDD:

Seleção

A fase de seleção é a primeira fase do KDD, é uma fase muito importante, pois é nela

que serão decididos quais os conjuntos de dados que serão relevantes para que sejam obtidos

resultados com informações úteis.

Pré-processamento

Na fase de pré-processamento acontece a limpeza dos dados e seleção de atributos.

Nesta etapa informações ausentes errôneas ou inconsistentes nas bases de dados devem ser

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corrigidas de forma a não comprometer a qualidades dos modelos de conhecimento a serem

extraídos ao final do processo KDD.

Transformação

Nesta fase acontece a transformação de dados, ou seja, os dados importantes que

foram retirados no processo anterior são modificados de forma que a próxima etapa possa ser

realizada. A transformação nada mais é do que analisar os dados e reorganizá-los de uma

forma especifica e serão interpretados por um software de mineração de dados.

Mineração de dados

Na fase de mineração é onde tudo acontece, os dados depois de transformados serão

lidos e interpretados. A mineração faz com que meros dados sejam transformados em

informações, tais informações são indicadas através de regras que só podem ser interpretadas

através de força bruta, ou seja, lendo regra por regra e interpretando.

Análise dos resultados

Nesta ultima fase é onde as regras indicadas pelo processo anterior são interpretadas e

avaliadas. Após a interpretação poderão surgir padrões, relacionamentos e descoberta de

novos fatos, que podem ser utilizados para pesquisas, otimizações e outros.

2.4 Mineração de dados (Data Mining)

Segundo (Tan, Steinbach, & Kumar, 2009), a mineração de dados é o processo de

descoberta automática de informações úteis em grandes depósitos de dados, é uma parte

integral da descoberta de conhecimentos em banco de dados (KDD). As técnicas de

mineração de dados são organizadas para agir sobre grandes bancos de dados com intuito de

descobrir padrões úteis e recentes que poderiam de outra forma, permanecer ignorados. Elas

também fornecem capacidade de previsão do resultado de uma observação futura.

É definida como um esforço de cooperação entre homens e computadores. Os homens

projetam bancos de dados, descrevem problemas e definem seus objetivos. Os computadores

verificam dados e procuram padrões que casem com as metas estabelecidas pelos homens.

Vários fatores contribuíram em muito para o aumento do interesse em mineração de

dados como o desenvolvimento das técnicas de machine learning - redes neurais artificiais,

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algoritmos genéticos, entre outras, que tornaram a descoberta de relações interessantes em

bases de dados mais atrativas.

Uma quantidade de outras áreas também desempenha papéis chave. Em especial, os

sistemas de bancos de dados são necessários para fornecer eficiente suporte ao

armazenamento, indexação e processamento de consultas. Técnicas da computação de alto

desempenho (paralela) são muitas vezes importantes para abordar o tamanho volumoso de

alguns conjuntos de dados (Tan, Steinbach, & Kumar, 2009).

A Figura 2.3 mostra o relacionamento da mineração de dados com outras áreas.

Figura 2.3: Mineração de dados coma intersecção de várias áreas. [Fonte: (Bernardes, 2010)].

Nos dias atuais praticamente todas as áreas do conhecimento podem ser usadas na

mineração de dados, no entanto existem áreas em que essa utilização é mais frequente. A

seguir serão citados exemplos de aplicações em alguns setores.

Negócios

A coleta de dados nos pontos de venda (scanners de código de barras, identificação

por frequência de rádio –RFID- e tecnologia de cartões inteligentes) permite aos varejistas

coletar uma grande quantidade de dados atualizados a respeito das compras de seus clientes,

eles podem utilizar essas informações para auxiliar e compreender melhor as suas

necessidades. As técnicas de mineração podem ser usadas para administração do fluxo de

trabalho, vendas direcionadas, perfis de clientes, formato de organização da loja e detectação

de fraudes.

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Medicina

Dados médicos também têm sido utilizados em técnicas de mineração a fim de se

obter conhecimento a respeito de pacientes, doenças, entre as mais variadas informações

presentes em dados de hospitais, centros de pesquisa e órgãos governamentais. Alguns

exemplos são: Históricos de pacientes são avaliados por técnicas de mineração de dados que

podem indicar a propensão de pacientes para adquirir determinado grupo de doenças. Estas

informações podem ser úteis para indicação de tratamentos preventivos, análises de epidemias

e analise de efeitos colaterais das drogas.

Ciências

Pesquisas na área da ciência produzem dados indispensáveis para novas descobertas

importantes, como por exemplo, os pesquisadores em biologia molecular esperam usar

grandes quantidades de dados do genoma que estão sendo colhidos atualmente para

compreender melhor a estrutura e a função dos genes. Além de analisar dados de matrizes de

genes, a mineração de dados também pode ser usada para abordar outros importantes desafios

biológicos, como a previsão da estrutura de proteínas e a modelagem de caminhos

bioquímicos.

Marketing

No marketing as técnicas de mineração vêm sendo utilizadas para realizar diagnósticos

como a análise do comportamento do consumidor com base em padrões de compra, a

determinação de estratégias de marketing, incluindo propaganda, localização de lojas e mala

direta, a segmentação de clientes, lojas ou produtos, o projeto de catálogos, o layout de lojas e

campanhas publicitárias.

Engenharia

No setor da engenharia mais precisamente na área da engenharia elétrica a mineração

vem sendo utilizada para varias finalidades, como classificação de faltas em linhas de

transmissão, tipos de defeitos de transformadores, tipo de curtos-circuitos em Linhas de

Transmissão entre outros.

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Produção

No setor de produção muitas empresas desenvolvem sistemas voltados para detectação

de falhas na fabricação de produtos, são utilizadas técnicas de agrupamento para identificar as

possíveis causas dessas falhas.

Investimento

No setor de investimentos várias empresas têm utilizado mineração de dados, embora

a maioria delas não divulgue, essas técnicas são utilizadas para obter ganhos financeiros.

Dentre as diversas técnicas a mais utilizada nesse caso são modelos de redes neurais no

mercado de ações e na cotação de moedas nas bolsas de valores como dólar e euro.

Indústria

As aplicações envolvem a otimização de recursos como equipamentos, força de

trabalho e matéria-prima, o projeto ótimo de processos de produção e projetos de produtos

com base nas exigências dos clientes.

Outras aplicações

Diversas áreas de conhecimento começam a utilizar técnicas de mineração de dados,

visando conhecer e identificar padrões até então desconhecidos. Entre essas áreas destacam-se

a área de seguros, bancos, comunicações e exploração de petróleo.

2.5 Tarefas da mineração de dados

Segundo (Tan, Steinbach, & Kumar, 2009), as tarefas de mineração de dados são

divididas em duas principais, as tarefas de previsão e tarefas de descrição como mostra a

Figura 2.4.

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Figura 2.4: Tarefas de Data Mining

2.5.1 Tarefas de previsão

O objetivo das tarefas previsivas ou supervisionadas é prever o valor de um

determinado atributo baseado nos valores de outros atributos. O atributo a ser previsto é

comumente conhecido como a variável dependente ou alvo, enquanto que os atributos usados

para fazer a previsão são conhecidos como as variáveis independentes ou explicativas. As

tarefas preditivas mais comuns nas literaturas são: Regressão e Classificação.

Modelagem de previsão (Regressão e Classificação)

Refere-se à tarefa de construir um modelo de previsão para a variável alvo como uma

função das variáveis explicativas. As tarefas de modelagem de previsão se dividem em dois

tipos, sendo eles a regressão, que é usada para variáveis alvo contínuas, e a classificação,

usada para variáveis alvo do tipo nominal. Por exemplo, prever o preço futuro de um produto

é tarefa de regressão, por que a variável alvo é do tipo contínua (preço). Já prever se um

cliente vai ou não comprar determinado produto é uma tarefa de classificação, pois, a variável

alvo é do tipo nominal (compra, Sim ou Não). Ambas as tarefas têm o objetivo de aprender

um modelo que minimize o erro entre os valores previsto e real da variável alvo.

Na classificação são utilizados diversos classificadores baseados em árvores de

decisão, redes neurais artificiais, classificadores bayesianos entre outros.

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2.5.2 Tarefas descritivas

O objetivo das tarefas descritivas ou não supervisionadas é derivar padrões

(correlações, tendências, grupos, trajetórias e anomalias) que resumam os relacionamentos

subjacentes dos dados. As tarefas descritivas da mineração de dados são muitas vezes

exploratórias em sua natureza e frequentemente requerem técnicas de pós-processamento para

validar e explicar os resultados. Dentre as tarefas descritivas mais comuns estão: Análise de

associação, detecção de anomalias, agrupamentos e outras como sumarização e modelo de

dependência.

Análises de associação

São utilizadas para descrever padrões que apresentem características altamente

associadas dentro dos dados analisados. A procura de associações entre variáveis é,

frequentemente um dos propósitos das pesquisas que buscam dados relevantes e convenientes.

Os algoritmos FP-Growth, Apriori e outros são utilizados para encontrar essa associação entre

variáveis. Medidas estatísticas como correlação e teste de hipóteses apropriadas revelam a

frequência de uma regra no universo dos dados minerados. Aplicações úteis da análise por

regras de associação incluem a descoberta de genes que possuam funcionalidade associada ou

a identificação de páginas Web que sejam acessadas juntas, por exemplo.

Detecção de anomalias

É uma tarefa que busca identificar observações cujas características sejam

significativamente diferentes do resto dos dados minerados. O objetivo de um algoritmo que

realize essa tarefa é descobrir as anomalias verdadeiras e evitar que se rotulem erroneamente

objetos normais como anômalos. Ou seja, um bom algoritmo de detecção de anomalias deve

ter uma alta taxa de detecção e uma baixa taxa de alarme falso. Como exemplos de aplicações

dessa tarefa citam-se as que incluem a detecção de fraudes em cartões de crédito, intromissões

numa dada rede de computadores e padrões incomuns de doenças.

Agrupamentos

A tarefa de agrupamento visa identificar e aproximar os registros similares. Um

agrupamento (ou cluster) é uma coleção de registros similares entre si, porém diferentes dos

outros registros. Esta análise relaciona um item a uma ou a várias classes categóricas (ou

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clusters), onde as classes são determinadas pelos dados. Os clusters são definidos através do

agrupamento de dados baseados em medidas de similaridade ou modelos probabilísticos.

A análise de agrupamento é uma técnica que visa detectar a existência de diferentes

grupos dentro de um determinado conjunto de dados e dizer quais são eles. Nesse tipo de

análise, o procedimento tem inicio com o cálculo das distâncias entre os objetos estudados

dentro do espaço multiplano formado por eixos de todas as medidas realizadas, sendo os

objetos agrupados de acordo com a proximidade entre eles. Na sequencia, efetuam-se os

agrupamentos por aproximação geométrica, possibilitando o reconhecimento dos passos de

agrupamento para a correta identificação de grupos dentro do universo dos objetos estudados.

No próximo capítulo será detalhada essa tarefa, pois ela é a técnica principal deste

trabalho.

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Capítulo 3 - Analise de grupos ou (clustering)

3.1 Metodologia

Neste capítulo serão abordadas as principais técnicas de análise de agrupamento e

serão descritos alguns algoritmos, como o k-Means, DBSCAN e o algoritmo aglomerativo

básico.

3.2 Visão geral

Segundo (Tan, Steinbach, & Kumar, 2009), a análise de grupos divide o conjunto de

dados em grupo (cluster) que tenham significado, sejam úteis, ou ambas as coisas. Se grupos

com significados forem o objeto, então os clusters devem capturar a estrutura natural dos

dados. Em alguns casos, entretanto, a análise de grupos é apenas um ponto inicial útil para

outros propósitos, como resumo de dados. Seja para compreensão ou utilidade a análise de

grupos tem desempenhado um papel importante em uma ampla variedade de campos.

3.2.1 Aplicações típicas de agrupamentos.

Segundo (Tan, Steinbach, & Kumar, 2009), seja para compreensão ou utilidade a

análise de grupos tem desempenhado um papel importante em uma ampla variedade de

campos dentre eles estão:

Negócios

Em negócios, podem ajudar comerciantes a descobrir grupos distintos em suas bases de

clientes e caracterizar grupos baseados em padrão de compra.

Biologia

Em biologia, pode ser usado para derivar taxonomias de plantas e animais, categorizar

genes com funcionalidades similares e ter uma visão dentro de estruturas inerentes em

populações.

Psicologia e medicina

Uma doença ou condição possui frequentemente uma quantidade de variantes, e a análise

de variantes, e a análise de agrupamentos pode ser usada para identificar essas subcategorias.

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Recuperação de informações

Classificação de documentos na WEB para descoberta de informações, também utilizado

para agrupar resultados de pesquisas em grupos menores, cada um dos quais captura um

determinado aspecto da pesquisa.

Clima

Compreender o clima da terra requer encontrar padrões na atmosfera e no oceano. Para

este fim, a análise de grupos tem sido aplicada para encontrar padrões na atmosfera de regiões

polares e áreas de oceano que tenham um impacto significativo sobre o clima da terra.

3.3 Tarefas de agrupamento

Segundo (Domingues, 2003), em mineração de dados a descoberta de agrupamento é

uma tarefa descritiva, que utiliza técnicas de aprendizagem não-supervisionada. A

identificação das características intrínsecas dos dados permite a descrição de cada

agrupamento por meio de um padrão protótipo. É um processo iterativo e interativo, em que o

usuário normalmente modifica parâmetros e reapresenta os dados até encontrar uma

configuração satisfatória de agrupamentos.

Para (Domingues, 2003), processo de agrupamento consiste em agrupar dados em

classes ou grupos de objetos, os quais, quando comparados uns com os outros dentro de um

mesmo grupo, possuem alta similaridade, e, quando comparados com os objetivos de outro

grupo, são bastante dissimilares. As dissimilaridades são avaliadas com base nos valores dos

atributos que descrevem os objetos. Para essa finalidade, normalmente são usadas medidas de

distância.

A tarefa de agrupamento visa identificar e aproximar os registros similares. Segundo

(Camilo & Silva, 2009), um agrupamento (ou cluster) é uma coleção de registros similares

entre si, porém diferentes dos outros registros nos demais agrupamentos. Esta tarefa difere da

classificação, pois não necessita que os registros sejam previamente categorizados

(aprendizado não - supervisionado). Além disso, ela não tem a pretensão de classificar,

estimar ou predizer o valor de uma variável, ela apenas identifica os grupos de dados

similares, conforme mostra a Figura 3.1.

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Figura 3.1: Registros agrupados em três clusters. [Fonte: (Camilo & Silva, 2009)].

Para melhor entendimento do processo de agrupamento será mostrado o exemplo a seguir.

Exemplo

Deseja-se separar os clientes em grupos de forma que aqueles que apresentam o

mesmo comportamento de consumo fiquem no mesmo grupo.

Tabela 3.1: Exemplo

Consumidor Qtd. Produtos Preço médio dos produtos (R$)

A 2 1.700

B 10 1.800

C 2 100

D 3 2.000

E 12 2.100

F 3 200

G 4 2.300

H 11 2.040

I 3 150

Este exemplo mostra a quantidade de produtos que o consumidor adquiriu, mostra

também o preço médio destes. Ao utilizar a técnica de agrupamento podemos identificar

como estarão divido esses clientes em diferentes grupos.

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Tabela 3.2: Resultados do exemplo

Grupos Consumidor Qtd. Produtos Preço médio dos produtos (R$)

1

A

D

G

2

3

4

1.700

2.000

2.300

2

B

E

H

10

12

11

1.800

2.100

2.040

3

C

F

I

2

3

3

100

200

150

Neste exemplo foram identificados três grupos, onde cada um deles é caracterizado

por consumidores semelhantes em relação à quantidade de produtos adquiridos, e o preço

médio deles. Observa-se que no primeiro grupo a quantidade de produtos adquiridos pelos

consumidores foi baixa, mas o valor deles alto, no segundo grupo a quantidade de produtos

adquiridos foi alto e o preço também. Já no terceiro grupo a quantidade de produtos

adquiridos foi baixa assim como o preço deles.

Portanto podemos observar claramente como esses consumidores estão divididos e

onde eles melhor se encaixam.

3.3.1 Tipos de Agrupamentos

Segundo (Tan, Steinbach, & Kumar, 2009), o agrupamento objetiva encontrar grupos

úteis de objetos, onde a utilidade seja definida pelo objetivo das análises de dados. Os

agrupamentos podem ser classificados em diferentes grupos: bem separados, baseados em

protótipos, baseados em grafos, baseados em densidade e grupos conceituais.

Bem separados

Um grupo é um conjunto de objetos no qual cada objeto está mais próximo (ou é mais

semelhante) a cada um dos outros objetivos no grupo do que de qualquer outro objetivo que

não esteja nesse grupo. Às vezes um limite é usado para especificar que todos os objetivos em

grupos devem estar suficientemente próximos (ou serem semelhantes) entre si. Essa definição

idealista de um grupo é satisfeita apenas quando os dados contêm grupos naturais que sejam

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bastante distantes entre si. A distância entre dois pontos quaisquer em grupos diferentes é

maior do que à distância entre dois pontos quaisquer dentro de um grupo (Figura 3.2 (a)).

Baseados em protótipos

Um grupo é um conjunto de objetos no qual cada objeto está mais próximo (é mais

semelhante) do protótipo que define o grupo do que do protótipo de qualquer outro grupo.

Para dados com atributos contínuos, o protótipo de um grupo é muitas vezes um centroide, a

média de todos os pontos no grupo. Quando um centroide não é significativo, como quando

os dados possuem atributos categorizados, p protótipo é muitas vezes um medóide, o ponto

mais representativo de um grupo. Para muitos tipos de dados o protótipo pode ser considerado

como o ponto mais central e, em tais instâncias, nos referimos comumente a grupos baseados

em protótipos como grupos baseados em centro (Figura 3.2 (b)).

Baseados em grafos

Se os dados forem representados como um grafo, onde os nodos são objetos e os links

representam uma conexão entre eles, então um grupo pode ser definido como um grupo

conectado. Um grupo de objetos que sejam conectados entre si, mas que não tenham conexão

com objetos fora do grupo. Um exemplo importante dos grupos baseados em grafos são

grupos baseados em contiguidade; onde dois objetos estão conectados apenas se estivessem

dentro de uma distância especificada. Isto implica que cada objeto em um grupo baseado em

contiguidade está mais próximo de algum outro objeto no grupo do que de qualquer ponto em

um grupo diferente.

Outros tipos de grupos baseados em grafos são possíveis, como o grupo exclusivo,

onde é definido como um conjunto de nodos em um grafo que estejam completamente

conectados entre si. Especificamente, se adicionarmos conexões entre objetos na ordem das

suas distâncias entre si, um grupo é formado quando um conjunto de objetos forma um grupo

exclusivo. Da mesma forma que grupos baseados em protótipos, tais grupos tendem a ser

globulares (Figura 3.2 (c)).

Baseados em densidade

Um grupo é uma região densa de objetos que sejam rodeados por uma região de baixa

densidade. Uma definição baseada em densidade de um grupo muitas vezes é empregada

quando os grupos são irregulares ou entrelaçados e, quando há ruídos ou elementos externos

(Figura 3.2 (d)).

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Grupos conceituais

De forma geral um grupo é um conjunto de objetos que compartilham alguma

propriedade. Esta definição engloba todas as definições prévias de um grupo, objetos em um

grupo baseados em um centro, compartilham a propriedade de que são todos mais próximos

do mesmo centro ou medóide. Entretanto, a abordagem da propriedade compartilhada também

inclui novos tipos de grupos (Figura 3.2 (e)).

Figura 3.2: Diferentes tipos de grupos. [Fonte: (Tan, Steinbach, & Kumar, 2009)]

3.4 Principais algoritmos de agrupamento

Atualmente, uma grande variedade de algoritmos de agrupamento pode ser encontrada

na literatura, apresentando uma série de suposições sobre o espaço de dados e os tipos de

agrupamentos que devem ser obtidos.

Neste trabalho serão descritos três algoritmos de agrupamentos, o primeiro é o k-

means, que é uma técnica de agrupamento particional baseada em protótipos que tenta

encontrar um número de grupos especificado pelo usuário, que são representados pelos seus

centroides. O segundo é o algoritmo DBSCAM, que é um algoritmo de agrupamento baseado

em densidade que produz um agrupamento particional, no qual o número de grupos é

determinado automaticamente pelo algoritmo. E por último o algoritmo aglomerativo básico

que produz um agrupamento hierárquico iniciando com cada ponto como um grupo único e

depois fundindo repetidamente os dois grupos mais próximos até que um único grupo

englobando tudo seja encontrado.

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3.4.1 Algoritmo K-Means

Segundo (Kranen, 2004), K-Means é um algoritmo de particionamento rígido do

espaço de dados, e se tornou popular por não impor restrições ao conjunto de amostras

podendo ser aplicado a qualquer quantidade de dados, foi definido por Mac Queen em 1967.

É um dos mais conhecidos e possui um maior número de variações como K – medóide,

Biseting K – means e vários outros.

De acordo com (Fonseca & Beltrame), K-means utiliza o conceito de centroides como

protótipos representativos dos grupos, onde o centroide representa o centro de um grupo,

sendo calculado pela média de todos os objetos do grupo. O objetivo deste algoritmo é

encontrar a melhor divisão de P dados em K grupos Ci, i = 1,... K, de maneira que a distância

total entre os dados de um grupo e o seu respectivo centro, somada por todos os grupos, seja

minimizada.

Segundo (Tan, Steinbach, & Kumar, 2009), a técnica de agrupamento K – Means é

simples e o algoritmo funciona da seguinte forma: Primeiro escolhemos K centroides iniciais,

onde K é um parâmetro especificado pelo usuário, ou seja, é o numero de grupos desejado.

Cada ponto é atribuído a seguir ao centroide mais próximo, e cada coleção de pontos

atribuídos a um centroide é um grupo. O centroide de cada grupo é então atualizado e baseado

nos pontos atribuídos ao grupo. Repetimos os passos de atribuição e atualização até que

nenhum ponto mude de grupo, e que os centroides permaneçam os mesmos.

Para (Tan, Steinbach, & Kumar, 2009), o algoritmo é descrito pelos passos a seguir:

1. Selecione K pontos como centroides iniciais.

2. Forme K grupos atribuindo cada ponto ao seu centroide mais próximo.

3. Recalcula-se o valor do centroide (protótipo) de cada grupo, como sendo a média dos

objetos atuais do grupo.

4. Repete-se os passos 2 e 3 até que os grupos se estabilizem;

A Figura a seguir ilustra o fundamento do K – means para K = 3. Na primeira iteração

os objetos circundados representam os que foram escolhidos aleatoriamente. Nas próximas

iterações os centros de gravidade são marcadas com um sinal de +.

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Figura 3.3: Exemplo de funcionamento do K – means. [Fonte: (Amo)]

Segundo (Amo), é possível mostrar que o método K – means produz um conjunto de

clusters que minimiza o erro quadrático com relação ao centro de gravidade de cada cluster.

A Figura 3.4 mostra um exemplo para demonstrar o funcionamento do K – Means.

Figura 3.4: Exemplo de aplicação

Este exemplo demonstra o funcionamento do algoritmo k – Means, para formar dois

agrupamentos a partir da população composta pelos elementos {2, 6, 9, 1, 5, 4, 8}. No

primeiro passo toma-se como centroide iniciais (sementes) os números 2 e 6 essa é uma

escolha aleatória feita pelo algoritmo, no passo 2 é feita a primeira iteração com a adição do

primeiro número que é o 9. Observe que o centroide mais próximo dele é o 6 então ele fica

alocado nesse grupo, e então através da média desses dois números recalcula-se um novo

centroide, que passa a ser 7,5. Na terceira iteração o numero 1 é alocado no primeiro grupo

devido a maior proximidade com o centroide deste que é 2. Novamente recalcula-se o

centroide desse grupo através da média, então o centroide do grupo 1 passa a ser 1,5.

O processo é repetido até que todos os elementos façam parte de um dos clusters,

como mostra o passo 6 onde os grupos já estão definidos, sendo que o centroide c1 passou a

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ser 2,33, e o centroide do grupo c2 passou a ser 7. A distância entre os pontos é calculada

através da equação da média descrita a seguir.

n

xxxx n

...21 , onde: Eq.1

x = média aritmética;

x = cada uma das observações;

n = número de observações.

O algoritmo de k-means é bastante escalar e confiável, porém apresenta alguns

problemas. Os principais problemas são:

Exige que as variáveis sejam numéricas ou binárias e frequentemente aplicações

envolvem dados categorizados, neste caso, uma alternativa é converter os dados

categorizados em valores numéricos ou utilizar uma das muitas variações do método.

É sensível a valores outliers, um único objeto com valor muito extremo pode

modificar, substancialmente, a distribuição dos dados.

É necessário escolher a quantidade de grupos que serão gerados;

3.4.2 Algoritmo DBSCAM

Segundo (Tan, Steinbach, & Kumar, 2009), DBSCAM é um algoritmo de

agrupamento baseado em densidade, esses agrupamentos localizam regiões de alta densidade

que estejam separadas entre si por regiões de baixa densidade.

A abordagem da densidade baseada em centro nos permite classificar um ponto como

estando (1) no interior de uma região densa (um ponto central), (2) no limite de uma região

densa (um ponto limite) ou (3) em uma região ocupada esparsamente (um ruído ou ponto de

segundo plano). A Figura 3.5 ilustra graficamente os conceitos de ponto de centro, ponto

limite e ruído.

Figura 3.5: Pontos de centro, limite e ruído. [Fonte: (Tan, Steinbach, & Kumar, 2009)]

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Dadas as definições anteriores de pontos de centro, limite e ruído, o algoritmo

DBSCAM pode ser descrito da seguinte maneira. Quaisquer dois pontos de centro que

estejam suficientemente próximos dentro de uma distância Eps entre si, são colocados no

mesmo grupo. Da mesma forma, qualquer ponto de limite que esteja suficientemente próximo

de um ponto de centro é colocado no mesmo grupo do ponto de centro. Pontos de ruídos são

descartados. A seguir são mostrados os passos seguidos pelo algoritmo.

1. Rotular todos os pontos como de centro, de limite ou de ruído.

2. Eliminar os pontos de ruído.

3. Colocar uma aresta entre todos os pontos de centro que estejam dentro da Eps uns dos

outros.

4. Tornar cada grupo de pontos de centros conectados um grupo separado.

5. Atribuir cada ponto de limite a um dos grupos dos seus pontos de centro associados.

Devido ao fato de DBSCAM usar uma definição de grupo baseada em densidade, é

relativamente imune a ruídos e pode lidar com grupos de tamanhos e formas arbitrárias.

Assim, DBSCAM consegue encontrar muitos grupos que não poderiam ser encontrados

usando o K –means por exemplo.

Entretanto DBSCAM tem problemas quando os grupos têm densidades muito

variadas. Ele também tem problemas com dados de alta dimensionalidade porque a densidade

é mais difícil de definir para tais dados.

3.4.3 Algoritmo aglomerativo básico

Segundo (Tan, Steinbach, & Kumar, 2009), técnicas de agrupamento hierárquico

aglomerativo é uma categoria importante de métodos de agrupamentos onde a abordagem

básica é a seguinte:

Comece com os pontos como grupos individuais e, em cada etapa funda os pares mais

próximos de grupos até que reste apenas um grupo.

Um algoritmo hierárquico é exibido frequentemente em forma de dendograma, que

exibe tanto os relacionamentos grupo-subgrupo quanto a ordem na qual os grupos são

fundidos ou divididos a Figura 3.6 mostra essa representação.

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Figura 3.6: Dendograma. [Fonte: (Linden, 2009)]

O algoritmo de agrupamento hierárquico aglomerativo básico é descrito a seguir de

acordo com (Linden, 2009):

1. Faça um cluster para cada elemento.

2. Encontre os pares de clusters mais similares, de acordo com uma medida de distância

escolhida.

3. Funda-os em um cluster maior e recalcule a distância deste cluster para todos os

outros elementos.

4. Repita os passos 2 e 3 até sobrar um único cluster.

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Capítulo 4 - Descrições dos Bancos de Dados e

utilização do software RapidMiner

4.1 Metodologia

Neste trabalho será utilizado o software livre RapidMiner versão 4.2, para a aplicação

dos algoritmos no descobrimento das regras de agrupamento. Nos tópicos seguintes deste

capítulo serão discutidas informações sobre os bancos de dados utilizados, e também sobre o

programa abordando o passo a passo para a configuração e utilização deste na preparação dos

dados.

4.2 Descrições dos Bancos de Dados

Segundo (Marco Aurélio, 1999), banco de dados é uma coleção de dados relacionados,

onde dados significam fatos conhecidos que podem ser armazenados e que possuem

significado implícito. Por exemplo, considere os nomes, número de telefones, e endereços das

pessoas que você conhece. O objetivo principal de um sistema de banco de dados é

possibilitar um ambiente que seja adequado e eficiente para uso na recuperação e

armazenamento de informações.

Segundo (Marco Aurélio, 1999), de maneira genérica um banco de dados possui as

seguintes propriedades implícitas:

Um banco de dados representa algum aspecto do mundo real, algumas vezes chamado

de mini-mundo ou universo do discurso. Mudanças no mini-mundo são refletidas no

banco de dados.

Um banco de dados é uma coleção logicamente coerente de dados com algum

significado herdado. Uma ordenação aleatória de dados não pode ser corretamente

referenciada como um banco de dados.

Um banco de dados é modelado, construído, e povoado com dados para uma proposta

específica. Ou seja, existe um grupo de usuários e algumas aplicações pré-concebidas

as quais esses usuários estão interessados.

Os bancos de dados utilizados neste trabalho são distintos, oriundos do sistema

elétrico de potência. São utilizados para o descobrimento das regras de agrupamento.

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4.2.1 Banco de dados 1

O primeiro banco de dados é composto por dados de um hidrogerador de uma usina

hidroelétrica brasileira, esses dados foram medidos de 5 em 5 segundos, foram coletados 1840

amostras. A Tabela 4.1 mostra alguns desses dados que serão analisados.

Tabela 4.1: Banco de dados 1

Frege Corfa Corfb Corfv Tenab Tenbv Tenva Potat Posdi

60.034 12.633 12.641 12.656 13.890 13.904 13.918 301.845 72.600

60.034 12.669 12.652 12.668 13.880 13.879 13.894 302.081 72.600

60.021 12.609 12.629 12.643 13.886 13.890 13.915 301.477 72.500

60.034 12.676 12.671 12.673 13.875 13.894 13.913 302.684 72.600

59.906 12.590 12.616 12.625 13.890 13.896 13.911 300.952 72.000

_ _ _ _ _ _ _ _ _

_ _ _ _ _ _ _ _ _

60.046 12.596 12.623 12.581 13.862 13.882 13.898 300.322 71.600

60.034 12.540 12.549 12.563 13.876 13.890 13.900 299.351 71.600

Legenda:

Frege: Frequência gerada (Hz)

Corfa: Corrente na fase A (KA)

Corfb: Corrente na fase B (KA)

Corfv: Corrente na fase V (KA)

Tenab: Tensão entre as fases A e B (KV)

Tenbv: Tensão entre as fases B e V (KV)

Tenav: Tensão entre as fases A e V (KV)

Potat: Potência Ativa (MW)

Posdi: Posição do distribuidor (%)

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4.2.2 Banco de dados 2

O segundo banco de dados é composto por uma relação de dados de natureza elétricas

coletados de um hidrogerador de uma usina hidroelétrica brasileira. Foram coletadas 8635

amostras medidas de 5 em 5 segundos. A Tabela 4.2 mostra algumas dessas amostras dos

dados a serem analisados.

Tabela 4.2: Banco de dados 2

POTAT CORFA TEMFAB TEATTP TEBTTF

302,959 12,512 14,031 71,906 71,906

302,772 12,468 14,052 71,812 71,812

303,356 12,496 14,050 71,812 71,953

303,473 12,506 14,040 71,812 71,859

300,391 12,332 14,077 71,906 71,859

299,620 12,310 14,104 71,765 71,765

299,527 12,337 14,055 71,765 71,718

299,527 12,326 14,066 71,718 71,718

_ _ _ _ _

_ _ _ _ _

274,193 11,402 13,901 67,875 67,828

276,504 11,495 13,892 67,875 67,875

277,438 11,528 13,904 67,875 67,968

Legenda:

POTAT: Potência ativa do Gerador (MW)

CORFA: Corrente na fase A do Gerador (KA)

TEMFAB: Tensão na fase AB do Gerador (KV)

TEATTP: Temperatura do enrolamento de Alta Tensão do trafo principal (C°)

TEABTTF: Temperatura do enrolamento de baixa tensão do trafo principal (C°)

4.2.3 Banco de dados 3

Este banco de dados é composto por registros de operação de um hidrogerador, foram

coletadas 1200 amostras medidas de 5 em 5 segundos. A Tabela 4.3 mostra as características

desses dados que serão analisados.

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Tabela 4.3: Banco de dados 3

PAT CFA VFAB FREQ TEMP

255.373 11.547 13.576 59.899 84.700

255.256 11.620 13.568 59.899 84.700

255.186 11.514 13.593 60.040 84.700

255.303 11.687 13.538 60.034 84.700

255.560 11.659 13.568 60.052 86.300

255.396 11.597 13.579 60.009 86.300

255.209 11.625 13.572 60.046 86.300

_ _ _ _ _

_ _ _ _ _

255.349 11.603 13.574 60.205 86.300

254.953 11.576 13.586 60.064 82.000

Legenda:

PAT: Potência Ativa (MW)

CFA: Corrente na fase A (KA)

VFAB: Tensão entre as fases A e B (KV)

FREQ: Frequência gerada (Hz)

TEMP: Temperatura do enrolamento (°C)

4.3 Descrição do software RAPDIMINER

RapidMiner é uma plataforma de software desenvolvido pela empresa de mesmo

nome, que fornece um ambiente integrado para a aprendizagem de máquina, mineração de

dados, mineração de texto, análise preditiva e análise de negócios. Ele é usado para aplicações

comerciais e industriais, bem como para a pesquisa, a educação, a formação, a prototipagem

rápida e desenvolvimento de aplicativos e suporta todas as etapas do processo de mineração

de dados, incluindo resultados de visualização, validação e otimização. RapidMiner é

desenvolvido em um negócio modelo de fonte que significa que o núcleo e as versões

anteriores do software estão disponíveis e certificadas pela OSI open source licença no

Sourceforge.

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Figura 4.1: Tela inicial do RapidMiner

Na Figura 4.2 temos cinco opções de acesso, a primeira é a opção new que permite

abrir um programa novo, open recent, open, Process Wizard, e a última opção é Online

Tutorial, que é um tutorial online do programa.

Figura 4.2: Janela de boas vindas do software

Ao clicar na opção new, é aberta a janela mostrada na Figura 4.3, onde configura-se o

programa com os operadores necessários para cada tarefa. Ao clicar em new operator o

usuário escolhe os operadores que serão utilizados.

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Figura 4.3: Configurando o programa

O RapidMiner apresenta mais de 500 operadores, para criar os agrupamentos ele faz

uso de alguns, são eles: Root, Example Source e K-Means, mostrados na Figura 4.4. Cada um

desses operadores possui uma função específica dentro do processo.

Figura 4.4: Processo de obtenção de agrupamentos

Root

Cada processo deve conter exatamente um operador dessa classe e ele deve ser o

operador raiz. O único objetivo deste operador é fornecer alguns parâmetros que têm

relevância global.

Example Source

Neste operador é definido o banco de dados de entrada com suas características, tais

como a forma como os atributos estão separados (por vírgula, ponto-e-vírgula, espaço ou por

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tabulação), se a primeira linha do banco de dados é o nome dos atributos ou não, o tipo de

cada atributo (nominal, numérico, inteiro, real, string, binominal ou polinominal).

K – Means

Este operador representa o algoritmo K – means, com todas as suas características.

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Capitulo 5 – Aplicações e Resultados obtidos

5.1 Metodologia

Neste capítulo será aplicada a técnica de agrupamento K-means nos três bancos de

dados mostrados anteriormente, a fim de mostrar a sua viabilidade. Será realizada também

uma análise destes resultados, evidenciando as principais informações encontradas em cada

análise.

5.1.1 Aplicação do algoritmo k-means nos bancos de dados

Depois de ser feito o pré – processamento dos dados ele é disposto em arquivo no

formato “.txt”, e é utilizado no RapidMiner para a obtenção dos agrupamentos. Será mostrado

a seguir o passo a passo para a configuração do programa.

1. Ao clicar no operador Example source, é aberta a janela mostrada na Figura 5.1.

Figura 5.1: Assistente do exemplo fonte

Essa interface é um assistente onde o usuário é guiado através do processo de

carregamento e definição dos dados. Este assistente envolve os seguintes passos: Seleção de

um ficheiro de dados, definição dos separadores de coluna, definição dos nomes dos atributos,

definição dos tipos de atributos, definição de atributos especiais e armazenamento dos dados

em arquivos utilizados pelo operador. Ao clicar em avançar, é aberta a janela mostrada na

Figura 5.2.

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2. Nesse passo o usuário tem que identificar o arquivo de dados a ser usado, pode fazer

comentários e atribuir os pontos decimais de acordo com o banco de dados.

Figura 5.2: Identificação dos arquivos de dados

3. É necessário especificar um separador de colunas, que pode ser por vírgula, ponto e

vírgula, por tabulações ou por espaço, como mostra a Figura 5.3.

Figura 5.3: Especificação do separador de coluna

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4. Geralmente utiliza-se a primeira linha para especificar o nome das colunas, como

mostra a Figura 5.4.

Figura 5.4: Especificação do nome da coluna

5. O RapidMiner tenta identificar automaticamente os tipos de valores dos atributos com

base no arquivo de dados, mas alguns ajustes ainda podem ser necessários, os atributos

podem ser de várias formas como: Real, nominal, numérico, inteiro, binomial e

polinomial, como mostra a Figura 5.5.

Figura 5.5: Especificação dos atributos

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6. Nesse passo o usuário pode escolher algum atributo específico, como (label, cluster,

id, weight, outlier, batch e prediction), como mostra a Figura 5.6.

Figura 5.6: Especificação dos atributos.

7. É necessário especificar o nome do arquivo que será salvo, como mostra a Figura 5.7.

Figura 5.7: Salvar o arquivo

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8. Terminada a fase de carregamento dos dados é necessário configurar o operador K –

means, como mostra a Figura 5.8. Ao clicar neste operador é possível escolher o

número de grupos que ele irá formar.

Figura 5.8: Configuração do K – means

9. Depois de configurado todos os parâmetros, é dado início ao processo de simulação e

o resultado é mostrado na Figura 5.9.

Figura 5.9: Resultados apresentados pelo programa

Essa janela mostra o resultado da simulação em forma de texto, em forma de gráfico e

em forma de pasta, onde são identificadas todas as amostras alocadas em cada grupo. Para

uma melhor análise optou-se por analisar a forma textual.

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5.1.2 Resultados da simulação no banco de dados 1

A tabela a seguir mostra os resultados da simulação dos agrupamentos obtidos com o

primeiro banco de dados, realizada com o algoritmo K – means.

Tabela 5.1: Resultados do banco de dados 1

Grupos 1 2

frege 60.000 59.989

corfa 15.555 14.601

corfb 15.560 14.565

corfv 15.557 14.581

tenab 13.943 13.731

tensbv 13.963 13.750

tenva 13.976 13.764

potat 375.238 289.572

posdi 92.918 70.218

Na primeira simulação com o algoritmo K- means foram gerados dois grupos

mostrados na Tabela 5.1, onde o primeiro grupo contém 1354 amostras do total de 1816 e o

segundo 462. Isso significa que essa máquina trabalhou a maior parte do tempo com os

valores do grupo 1, onde podemos destacar o centroide da frequência que ficou em 60 Hz que

é o padrão utilizado no sistema elétrico brasileiro, também destaca-se a potência ativa, onde o

centroide dessa variável ficou em 375.238 MW, informando que essa foi a potência máxima

gerada por essa máquina.

Podemos observar uma forte relação entre as correntes nas fases que se mantém com

uma pequena diferença, indicando que o sistema está operando de maneira desejável onde não

existe um grande desequilíbrio entre as mesmas, também podemos verificar que as tensões

entre as fases ficaram bem próximas. Outra informação é que o distribuidor funcionou a maior

parte do tempo com 92.918% da sua capacidade de abertura.

No segundo grupo é possível verificar que a potência ativa da máquina diminuiu,

assim como a abertura do distribuidor, pois é ele que dá passagem para a água movimentar a

turbina, que por está acoplada a um eixo gira e movimenta o gerador. Isso indica que o

sistema ficou mais “aliviado”, ou seja, em alguns momentos esse hidrogerador gerou menos

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energia do que ele é capaz devido a demanda ser menor. Na Figura 5.10 podemos visualizar a

distribuição das amostras em cada grupo.

Figura 5.10: Distribuição das amostras nos grupos na primeira simulação

Essa Figura mostra a distribuição das amostras em cada grupo, 75% delas fazem parte

do grupo 1 em azul e 25% fazem parte do grupo 2 em vermelho. Isso informa que 75% do

tempo de operação dessa máquina ela trabalhou com os valores do grupo 1 da tabela 5.1 e o

restante do tempo de operação com os valores do grupo 2 da mesma tabela.

Podemos concluir que a máquina não trabalhou além dos seus limites operacionais, e a

técnica de agrupamento nesse caso foi válida para verificar que a mesma não apresentou

condições que pudesse prejudicar o seu funcionamento ou a qualidade da energia fornecida.

5.1.3 Resultados da simulação do banco de dados 2

Na tabela a seguir serão mostrados os resultados da segunda simulação feita com o K-

means para o segundo banco de dados, esse, no entanto contém menos variáveis do que o

anterior, mas é possível realizar algumas análises com o mesmo.

75%

25%

1 2

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Tabela 5.2: Resultados do banco de dados 2

Grupos 1 2 3

POTATI 288.067 292.251 271.109

CORFA 13.880 13.731 13.801

CORFB 13.958 13.962 13.835

TEATTP 68.504 70.275 66.597

TEBTTF 68.524 70.294 66.615

Nessa simulação foram gerados três grupos, o primeiro com 1988 amostras, o segundo

com 3733 e o terceiro com 2913, o centroide desses grupos estão mostrados na tabela 5.2.

Podemos observar que no primeiro grupo a potencia gerada foi de 288.067 MW, e as

temperaturas dos enrolamentos ficaram na faixa dos 68 °C.

O segundo grupo foi o qual a máquina permaneceu mais tempo de operação nessas

condições, onde a potência gerada foi de 292.551 MW e as temperaturas nos enrolamentos

aumentaram para 70.275 e 70.294 °C respectivamente.

O terceiro grupo mostra a menor potência gerada 271.109 MW e as temperaturas dos

enrolamentos diminuíram para 66.597 e 66.615 °C.

Podemos observar que nos três grupos as correntes nas fases A e B se mantêm com

uma pequena diferença, indicando que o sistema está operando de maneira desejável onde não

existe um grande desequilíbrio entre elas.

Podemos concluir também que em todos os grupos a temperatura ficou diretamente

ligada com a potência gerada, pois quando a potência aumentou a temperatura dos

enrolamentos aumentou também. A Figura 5.11 a seguir mostra a distribuição das amostras

em cada grupo.

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Figura 5.11: Distribuição das amostras nos grupos na segunda simulação

Essa Figura mostra em porcentagem a distribuição das amostras nos grupos, com 23%

para o primeiro grupo, 43% para o segundo grupo e 34% para o terceiro grupo, informando

que o maior período de funcionamento desta máquina foi com os valores do grupo 2.

5.1.4 Resultados da simulação do banco de dados 3

O resultado do terceiro banco de dados simulado com o software K – Means é

mostrado na tabela 5.3.

Tabela 5.3: Resultado do banco de dados 3

Grupos 1 2 3

PAT 253.903 269.089 235.776

CFA 11.589 12.193 11.589

TFAB 13.584 13.553 13.584

FREQ 60.005 60.095 59.900

TEMP 85.016 85.103 85.147

Nessa simulação foram gerados três grupos, foram utilizadas 1200 amostras que

ficaram divididas da seguinte forma: o primeiro grupo com 580 amostras, o segundo grupo

com 378 amostras e o terceiro com 242 amostras, os centroides das variáveis de cada grupo

são mostrados na Tabela 5.3.

23%

43%

34%

1 2 3

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Nesse banco de dados temos poucas informações sobre as correntes e tensões, o que

dificulta a análise dessas variáveis, pois temos informação de apenas uma das fases, e para

uma análise detalhada é necessário informações sobre as demais fases tanto para corrente

quanto para tensão. A maior potência gerada por esse hidrogerador foi na faixa de 269 MW,

no segundo grupo, 253 MW no primeiro e a menor potência gerada foi de 235 MW no

terceiro grupo. Em todo o período de análise a temperatura ficou praticamente constante sem

grandes alterações.

O mais importante nessa simulação é a análise do comportamento da frequência, que

em 49% do tempo de operação, ficou próxima dos 60 Hz, em 31% ficou acima e em 20%

abaixo do valor ideal. Segundo a ANEEL (Agência nacional de energia elétrica) em regime

permanente a máxima de 60,1 Hz e o mínimo de 59,9 Hz.

Mesmo os grupos estando em uma faixa de operação segura isso significa que a

frequência em alguns momentos passa dos limites aceitáveis, o que pode prejudicar a

qualidade da energia fornecida. Portanto medidas para melhor ajustar os ganhos de controle

de frequência são necessários.

Figura 5.12: Distribuição das amostras nos grupos na terceira simulação.

A Figura 5.12 mostra a distribuição das amostras nos grupos, onde 49% delas foram

alocadas no primeiro grupo, 31% no segundo grupo e 20% no terceiro grupo. Portanto essa

máquina passou mais tempo funcionando com as condições do grupo 1.

49%

31%

20%

1 2 3

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Capítulo 6 – Conclusões

6.1 Considerações finais

As grandes indústrias, instituições, empresas e outras geram uma grande quantidade de

dados operacionais, esses dados sendo tratados adequadamente podem vir a revelar aspectos

importantes para a melhoria do estado de operação das mesmas. No caso das usinas

hidrelétricas, um setor competitivo a necessidade de compreender o estado de operação dos

equipamentos, bem como a obtenção de informações é crucial para o setor.

Neste trabalho foi apresentada a aplicabilidade das técnicas de obtenção de

agrupamento em dados reais do sistema de potência, o que se mostrou ser um estudo bastante

interessante e promissor na descoberta de relações e padrões entre uma grande quantidade de

dados gerados durante a operação de uma usina hidroelétrica brasileira. Podemos destacar que

essa técnica é bastante versátil podendo ser aplicada em bancos de dados distintos, obtendo

resultados interessantes.

Este estudo mostrou ainda a aplicabilidade do software RapidMiner, que é gratuito,

possui algumas limitações, mas é bastante eficiente, obtendo resultados satisfatórios para os

processos que foi utilizado. Outra observação, é que o foco deste trabalho foi mostrar a

aplicabilidade da técnica utilizada, “técnicas de agrupamentos”, independente da obtenção de

resultados mais significativos, que para isso seria necessário um estudo mais aprofundado,

assim como o processamento continuo de novos dados.

Um dos principais empecilhos na utilização da mineração de dados é o conhecimento

da técnica, a área de operação e ainda a escassez na obtenção dos dados junto às instituições,

esses são fatores que prejudicam a aplicabilidade da ferramenta. Outro fator é que no processo

da KDD, cerca de 60% do tempo é utilizado na seleção e preparação dos dados, ou seja, leva-

se mais tempo para preparação dos dados do que na obtenção dos resultados através das

diversas técnicas da mineração.

Portanto este trabalho ilustrou como a mineração de dados pode ser utilizada em

bancos de dados do sistema elétrico de potência, gerando resultados importantes na melhoria

do desempenho deste setor.

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6.2 Trabalhos futuros

De forma a melhorar a metodologia utilizada nesse trabalho e tornar mais eficiente e

atrativa ao usuário, são necessárias algumas melhorias para aumentar sua confiabilidade e

abrangência de utilização. Por isso serão propostos alguns trabalhos futuros.

1. Um maior número de experimentos de mineração assim como o estudo diário dos

dados gerados pelas usinas hidrelétricas, com a finalidade de descobrir um maior

número possível de informações para melhorar o desempenho e otimizar a operações

das usinas.

2. O desenvolvimento de uma interface mais simples, e direcionada para este tipo de

pesquisa, para que estudantes e profissionais da área utilizem de forma prática e

eficiente.

3. Criação de um programa para gerar a base de dados automaticamente no formato de

arquivo que os programas de mineração consigam ler e interpretar.

4. A parceria com as empresas do setor de energia para estudos mais detalhados

utilizando suas bases de dados, e expandir para outros processos do setor que ainda

não recebem tratamento e estudo.

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