aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da...

163
APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR ESTUDO DE CASO: PROJETO PILOTO DE COLETA SELETIVA NA UENF MAGDA MARTINA TIRADO SOTO Dissertação apresentada ao Centro de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção. Orientador: Prof. Gudelia G. Morales de Arica CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ ABRIL – 2006

Upload: vothu

Post on 10-Dec-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA

NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

ESTUDO DE CASO: PROJETO PILOTO DE

COLETA SELETIVA NA UENF

MAGDA MARTINA TIRADO SOTO

Dissertação apresentada ao Centro de

Ciência e Tecnologia da Universidade

Estadual do Norte Fluminense, como

parte das exigências para obtenção do

título de Mestre em Engenharia de

Produção.

Orientador: Prof. Gudelia G. Morales de Arica

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ

ABRIL – 2006

Page 2: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

FICHA CATALOGRÁFICA

Preparada pela Biblioteca do CCT / UENF 19/2006

Tirado Soto, Magda Martina Aplicação dos conceitos da logística reversa nas instituições de ensino superior: estudo de caso: projeto piloto de coleta seletiva na UENF / Magda Martina Tirado Soto. – Campos dos Goytacazes, 2006. xiv, 148f. : il. Orientador: Gudelia G. Morales de Arica. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) --Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Centro de Ciência e Tecnologia. Laboratório de Engenharia de Produção. Campos dos Goytacazes, 2006. Área de concentração: Pesquisa operacional Bibliografia: f. 112-116 1. Desenvolvimento sustentável 2. Sistemas de gestão ambiental 3. Logística reversa 4. Instituições de ensino superior 5. Resíduos sólidos l. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Centro de Ciência e Tecnologia. Laboratório de Engenharia de Produção II. Título

CDD

363.700711

Page 3: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

ii

APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA

NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

ESTUDO DE CASO: PROJETO PILOTO DE COLETA SELETIVA

NO CAMPUS DA UENF

MAGDA MARTINA TIRADO SOTO

Dissertação apresentada ao Centro de

Ciência e Tecnologia da Universidade

Estadual do Norte Fluminense, como parte

das exigências para obtenção do título de

Mestre em Engenharia de Produção.

Aprovada em 26 de Abril de 2006

Comissão Examinadora:

____________________________________________________

Prof. Aristides Arthur Soffiati Netto (D.Sc. História) - UFF

___________________________________________________

Prof. André Luís Policani Freitas (D.Sc. Eng. Produção) - UENF

____________________________________________________

Prof. Luis Henrique Valdiviezo (D.Sc. Eng. Produção) - UENF

___________________________________________________

Prof. Gudelia Morales de Arica (D.Sc. Matemática) – UENF

Orientador

Page 4: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

iii

A Carlos e Elizabeth, meus pais, a quem

devo tudo o que eu posso ser hoje.

A Carlos, meu esposo, a quem amar

me faz tão bem.

A Andrés, meu filho, por quem desejo

mudar o mundo... começando por mim.

Page 5: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

iv

Agradecimentos

A Deus, por colocar na minha vida só pessoas boas e... por tudo.

Aos meu pais, pelo apoio incansável nos meus empreendimentos, por acreditarem

sempre que eu posso. Por estarem sempre disponíveis, apesar da distância.

A Carlos e a Andrés pelo amor e carinho, por estarem sempre no meu time.

Aos meus irmãos e demais familiareis pelas palavras de alento, onde a amizade,

carinho e união estão sempre presentes.

A Gudelia, minha orientadora e amiga, devo um muito obrigado, pela paciência, por

acreditar em mim, pelo exemplo pessoal e profissional, por ser incentivadora desta

empreitada, pelo apoio constante nas dificuldades encontradas oferecendo-me, além

de tudo, sua amizade, que facilitou o meu caminho.

À equipe do projeto piloto de coleta seletiva: Raquel, Aline, Dileia, Paloma, Maxuel e

Robson, por seu trabalho, fonte de informações para a elaboração desta tese. A

eles, com quem tive a oportunidade de compartilhar, não só o trabalho, mas também

momentos que enriqueceram minha experiência de vida.

A Liliana e Rigoberto, meus amigos, que, com seu apoio e carinho, tornam mais

fáceis meus momentos e minha permanência distante de casa. A eles, minha eterna

gratidão.

Ao Laboratório de Engenharia de Produção pela oportunidade, e à UENF-FAPERJ

pelo apoio financeiro.

Finalmente, um muito obrigado a todos os que, de alguma forma, contribuíram para

a elaboração desta tese.

Page 6: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

v

RESUMO

A responsabilidade dos possíveis efeitos ambientais durante o ciclo de vida dos

produtos tem motivado a adoção de sistemas de gestão ambiental nas empresas. A

logística reversa forma parte dessa gestão envolvendo as atividades de retorno dos

resíduos ou rejeitos ao processo produtivo ou propiciando um destino

ecologicamente correto. Nesse cenário, a universidade vem contribuindo de maneira

efetiva na pesquisa de tecnologias limpas e inovação de tecnologias em geral para o

desenvolvimento sustentável, e principalmente na formação de recursos humanos

visando à preservação ambiental.

Da mesma forma que uma empresa, uma universidade também é uma

organização e deve obedecer ao mesmo modelo. Seu principal produto oferecido é o

conhecimento. Para tal fim, aplica-se a logística direta na aquisição de bens e

serviços, repondo, estocando e distribuindo materiais nos processos de ensino,

pesquisa e extensão. Nesses processos, uma vez que os bens adquiridos são

descartados, deve-se implementar um fluxo logístico reverso, para recapturar valor

dos resíduos ou dar-lhes um destino ecologicamente correto.

Neste trabalho propõe-se um modelo de gestão de resíduos nas universidades.

O modelo é baseado nos conceitos da logística reversa. Este modelo foi aplicado em

um estudo de caso no campus da Universidade Estadual do Norte Fluminense

(UENF). Os resultados permitiram identificar a necessidade de unir a prática à teoria

da proteção ambiental, além de gerar um compromisso real com o desenvolvimento

sustentável na comunidade universitária.

Palavras-chave: Desenvolvimento Sustentável, Logística Reversa, Resíduos

Sólidos, Sistemas de Gestão Ambiental.

Page 7: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

vi

ABSTRACT

The responsibility of the possible environmental effects during the cycle of life of

the products has motivated the adoption of environmental management systems in

the companies. Reverse logistics, like part of this management, involving the

activities of return of the wastes to the productive process or assure proper disposal

of them. In this scene, the university comes contributing in an effective way to

research of clean technologies and innovation of technologies in general for the

sustainable development, and mainly in the formation of human resources aiming at

the environmental protection.

As a company, a university is also an organization and must follow the same

model. Its main product is the knowledge. Then, for such reason the direct logistics is

applied to acquire goods and services, restituting, stocking and distributing materials

in the education, researches and extension processes. In these processes, a time

that the acquired goods are discarded, must be implemented a reverse logistic flow

to recapture the value of wastes or assure proper disposal.

In this work is proposed a model of wastes management in the universities. The

model is based on the concepts of logistic reverse. This model was applied to a case

study at the campus of Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). The

results allow identifying the necessity to join the practice to the theory of the

environmental protection, in addition to generate a real commitment with the

sustainable development in the university community.

Key-word: Sustainable Development, Reverse Logistics, Solid Wastes,

Environmental Management Systems.

Page 8: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

vii

SUMÁRIO

Lista de Quadros.................................................................................................... x

Lista de Diagramas.................................................................................................. xi

Lista de Tabelas..................................................................................................... xii

Lista de Gráficos ..................................................................................................... xiii

1 INTRODUÇÃO

1.1 Visão Geral do Problema de Pesquisa ......................................................... 1

1.2 Objetivos ....................................................................................................... 3

1.2.1 Objetivo geral .................................................................................... 3

1.2.2 Objetivos específicos ......................................................................... 3

1.3 Justificativa .................................................................................................... 4

1.3.1 Justificativa do Trabalho ..................................................................... 4

1.3.2 Justificativa do Projeto Piloto.............................................................. 5

1.4 Método da Pesquisa ...................................................................................... 6

1.5 Estrutura do trabalho .................................................................................... 7

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Introdução ..................................................................................................... 9

2.2. Desenvolvimento Sustentável ..................................................................... 10

2.3. Tecnologias Limpas ...................................................................................... 12

2.4. Logística Reversa .......................................................................................... 13

2.4.1. A Logística e a Análise do Ciclo de Vida (ACV)................................... 15

2.4.2. Logística Reversa e Reciclagem de Ciclo Aberto e de Ciclo

Fechado................................................................................................17

2.4.3. Projeto de Implantação da Logística Reversa .................................... 19

2.4.4. Motivação para implantação de um Projeto de Logística Reversa .... 23

2.5 Aplicação dos Conceitos da Logística Reversa nas Instituições

de Ensino Superior ........................................................................................ 27

2.6 Sistema de Gestão Ambiental e a ISO 14000 .............................................. 30

2.7 Legislação no Brasil sobre Meio Ambiente e Gerenciamento dos

Resíduos Sólidos ........... ............................................................................... 33

2.7.1 Política Nacional de Resíduos Sólidos .............................................. 34

Page 9: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

viii

2.7.2 Protocolo de Kyoto e a Questão dos Resíduos Sólidos Urbanos ..... 37

2.8 Considerações Finais .................................................................................. 38

3 Sistemas de Gestão Ambiental nas Instituições de Ensino Superior

3.1 Introdução ..................................................................................................... 40

3.2 Sistemas de Gestão Ambiental nas Universidades ...................................... 41

3.3 O papel das Universidades no Desenvolvimento Sustentável ..................... 45

3.3.1 Acordos da Conferência da Terra ...................................................... 49

3.3.2 Declaração de Kyoto .......................................................................... 50

3.3.3 Carta Copernicus ................................................................................ 51

3.3.4 Conferência Mundial para o Desenvolvimento Sustentável ............... 52

3.3.5 Carta de Niterói .................................................................................. 54

3.4 Experiências de SGA em Universidades Brasileiras .................................... 55

3.4.1 Universidade de São Paulo – Usp Recicla......................................... 55

3.4.2 Universidade de Campinas- UNICAMP.............................................. 57

3.4.3 Universidade Federal de São Carlos – CEMA ................................... 59

3.4.4 Universidade Federal de Santa Catarina – CGA ............................... 60

3.4.5 Universidade Federal de Rio de Janeiro - UFRJ................................. 63

3.5 Considerações Finais ................................................................................... 64

4 ESTUDO DE CASO

4.1 Informações Especializadas sobre Resíduos Sólidos.................................... 65

4.1.1 Definição de Resíduos Sólidos............................................................ 65

4.1.2 Tipos de Resíduos Sólidos.................................................................. 65

4.1.3 Gerenciamento dos Resíduos Sólidos................................................. 67

4.2 Estudo de Caso: Projeto Piloto de Coleta Seletiva na UENF......................... 70

4.2.1 Diagnóstico Situacional dos Resíduos Gerados no Campus............... 71

4.2.2 Metodología para a Adoção da Coleta Seletiva.................................. 77

4.2.2.1 Análise Gravimétrica................................................................. 78

4.2.2.2 Planejamento e Implementação do Projeto Piloto de Coleta

Seletiva....................................................................................... 80

4.2.2.3 Operações Baseadas na ISO 14000 - Melhoria contínua....... 83

4.2.2.4 Resultados da Coleta Seletiva.................................................. 85

Page 10: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

ix

4.2.2.5 Aproveitamento do Material Reciclável: Experiências ralizadas

na UENF..................................................................................... 90

4.3 Resultados e Discussão................................................................................ 92

4.3.1 Indicadores .......................................................................................... 92

4.3.2 Caracterização dos Resíduos gerados no Campus..............................97

4.3.3 Ganhos Ambientais e Qualidade de Vida.............................................99

4.3.4 Proposta de um Centro de Triagem no Campus e a Capacitação de

Catadores .......................................................................................... 102

4.4 Considerações Finais................................................................................... 106

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES......................................................... 108

REFERÊNCIAS........................................................................................................112

ANEXO

I Carta de Niterói.................................................................................................... 117

APENDICES

I. Fotografias ....................................................................................................... 119

II. Rede de Coleta Seletiva no Campus – Mapeamento ...................................... 127

Page 11: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

x

Lista de Quadros

Quadro 1: Classificação dos Projetos de Logística Reversa segundo

os Canais de Distribuição Reversos.........................................................19

Quadro 2 : Fatores críticos para a eficiência do processo de logística reversa.........21

Quadro 3: A ONU e as universidades no âmbito do Desenvolvimento

Sustentável (1972-1992)...........................................................................45

Quadro 4: Esratégia do Programa Copernicus para o Desenvolvimento

Sustentável...............................................................................................52

Quadro 5: Média mensal de recicláveis coletados seletivamente nos campus

da USP......................................................................................................56

Quadro 6: Tipos de Resíduos................................................................................... 66

Quadro 7: Responsabilidade do Gerenciamento dos Resíduos............................... 67

Quadro 8: Tipos de Tratamento dos Resíduos......................................................... 68

Quadro 9: Tempo de Decomposição dos Materiais.................................................. 69

Quadro 10: Cursos de Graduação e Pós-Graduação da UENF................................71

Quadro 11: Infra-estrutura Básica para a Implementação de um

Centro de Triagem................................................................................103

Quadro 12: Atividades Artesanais criadas a partir do lixo produzido

na Universidade.....................................................................................106

Page 12: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

xi

Lista de Diagramas

Diagrama 1: Modelo Linear de Desenvolvimento Econômico.................................. 10

Diagrama 2: Modelo de Desenvolvimento Sustentável............................................ 12

Diagrama 3: Foco de Atuação da Logística Reversa................................................ 14

Diagrama 4: Ciclo de Vida dos Produtos e a Logística Reversa............................... 16

Diagrama 5: O Ciclo Aberto e O Ciclo Fechado da Reciclagem .............................. 18

Diagrama 6: Classificação dos Canais de Distribuição Reversa............................... 20

Diagrama 7: Cadeia da Reciclagem de Ciclo Aberto.................................................28

Diagrama 8: Série de Normas ISO 14000..................................................................31

Diagrama 9: Modelo de Sistema de Gestão Ambiental..............................................32

Diagrama 10: Logística Reversa: Instrumento de Desenvolvimento

Econômico, Social e Ambiental.............................................................36

Diagrama 11: Papel da universidade na sociedade para o DS..................................53

Diagrama 12: Fluxos e Tratamentos Gerais dos Resíduos Perigosos

da UNICAMP........................................................................................58

Diagrama 13: Roteiro para o diagnóstico da situação atual do gerenciamento

dos resíduos na UENF.........................................................................73

Diagrama 14: Geradores de Resíduo no Campus da UENF.....................................74

Diagrama 15: Aplicação da Melhoria Contínua no Projeto Piloto de Coleta

Seletiva na UENF................................................................................83

Diagrama 16: Modelo para a capacitação de Catadores através da

Gestão de Resíduos gerados no campus ........................................104

Diagrama 17: Modelo de Gestão dos Resídos na UENF Aplicando os conceitos da

Logística Reversa .......................................................................... 107

Page 13: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

xii

Lista de Tabelas

Tabela 1: Tipos de Resíduos Identificados no Campus.............................................75

Tabela 2: Resultado da Análise Gravimétrica........................................................... 78

Tabela 3: Tipos de Materiais Recicláveis coletados pelo projeto piloto ................... 86

Tabela 4: Principais Geradores por tipos de material reciclável............................... 89

Tabela 5: Cobertura Física da Coleta de Papel........................................................ 93

Tabela 6: Cálculo dos Custos Operacionais da Coleta Seletiva............................... 96

Tabela 7: Receita da Coleta Seletiva.........................................................................97

Tabela 8: Matérias Primas Economizadas na Reciclagem dos Materiais

Coletados pelo projeto piloto.....................................................................99

Tabela 9: Ganhos Econômicos a partir da Reciclagem do Papel Coletado.............100

Tabela 10: Dificuldades Encontradas para o Descarte do Lixo................................101

Page 14: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

xiii

Lista de Gráficos

Gráfico 1: Proporções dos Resíduos encontrados nas Amostras

(nov 2004- jan 2005).................................................................................77

Gráfico 2: Proporções dos Tipos de Resíduos Resultado das Análises

Gravimétricas (abril 2005 - Dez 2005).......................................................79

Gráfico 3: Localização de Coletores no Prédio P5 – 1º Andar..................................82

Gráfico 4: Materiais Coletados pelo Projeto Piloto.....................................................85

Gráfico 5: Evolução dos Tipos de Materiais Coletados pelo Projeto......................... 88

Gráfico 6: Proporção da participação dos Geradores na coleta seletiva.................. 89

Gráfico 7: Papel Misturado Descartado nas Lixeiras e o Papel Misturado

coletado seletivamente..............................................................................94

Gráfico 8: Quantidade de Casca de Coco registrada nas Análises Gravimétricas....98

Page 15: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

xiv

“ Não temos em nossas mãos a solução para todos

os problemas do mundo... mas, diante dos problemas do

mundo, temos as nossas mãos.” - Anônimo

Page 16: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

1

1. INTRODUÇÃO

1.1 Visão Geral do Problema de Pesquisa

Diariamente a humanidade produz milhões de toneladas de resíduos sólidos de

diversas origens, em decorrência de um sistema de produção, circulação e consumo

de bens e serviços, que aumentam cada vez mais a quantidade gerada. Como diz

Leite:

O acelerado desenvolvimento tecnológico experimentado pela humanidade tem permitido a introdução constante e com velocidade crescente de novas tecnologias, que contribuem para a redução de preços e dos ciclos de vida de grande parcela dos bens de consumo duráveis e semiduráveis, alem da busca de diferenciação mercadológica que gera obsolescência antecipada e aumenta a velocidade de giro dos produtos (Leite, 1998).

A redução do ciclo de vida útil dos produtos aumenta a quantidade de resíduos

sólidos. Ao contrário da maioria dos resíduos produzidos pela natureza, aqueles

gerados pelo homem, dentro de uma economia de mercado, têm uma velocidade de

produção muito maior que a de sua decomposição. Portanto, o primeiro problema a

surgir na administração dos resíduos é a forma de eliminá-los, e assim se pode

verificar o esgotamento da capacidade dos sistemas tradicionais de disposição final:

os aterros.

O destino final do lixo é um problema constante em quase todos os municípios,

embora seja mais visível nas grandes cidades. Os municípios defrontam-se com a

escassez de recursos para investimento na coleta, no processamento e na

disposição final do lixo. Os “lixões” continuam sendo o destino da maior parte dos

resíduos urbanos produzidos no Brasil, com graves prejuízos ao meio ambiente, à

saúde e, em geral, à qualidade de vida da população. Segundo o IBGE:

O Brasil produz 241.614 toneladas de lixo por dia. 76% são depositados a céu aberto em lixões, 13 % são depositados em aterros controlados. 10% em usinas e 0,1% são incinerados. (IBGE 2000)

Mesmo nas cidades que implantaram aterros sanitários, o rápido esgotamento

de sua vida útil, evidencia o problema do destino do lixo urbano. Como exemplo

temos a cidade do Rio de Janeiro que, em fevereiro de 2005, presenciou o iminente

esgotamento do aterro sanitário do Jardim Gramacho em Duque de Caxias. Estas

Page 17: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

2

situações exigem soluções para a destinação final do lixo no sentido de reduzir o

seu volume, ou seja, “é preciso gerar menos lixo”.

Neste sentido, nota-se, nos últimos anos, uma tendência mundial em

reaproveitar cada vez mais os produtos jogados no lixo, através dos processos de

reciclagem, o que representa economia de matérias-primas, de energia fornecida

pela natureza e da diminuição de uso da água. Entretanto, junto a esse novo

comportamento, não aparece a preocupação em reduzir o consumo (até porque isso

inviabilizaria a eficiência do sistema produtivo). Pelo contrário, a variedade de

produtos só tem aumentado.

Diante desta situação, surge o conceito do Desenvolvimento Sustentável (DS),

buscando conciliar o desenvolvimento econômico com a proteção ambiental. A

definição de DS, segundo Relatório Brundtland de 1987 aprovado pela ONU, diz o

seguinte: “O DS é aquele que atende às necessidades do presente sem

comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias

necesidades”.

Perante o desafio do que significa o DS, a universidade deverá contribuir

promovendo práticas e pesquisando tecnologias limpas, entendendo-se por

tecnologia limpa toda e qualquer atividade tecnológica desenvolvida com a finalidade

de reduzir a poluição, a contaminação, a agressão ao meio ambiente e o consumo

de energia.

Na última década, começou a ser desenvolvida a logística reversa; esta é uma

tecnologia limpa, cuja aplicação permite que a organização priorize sua atuação

sobre os resíduos gerados nos processos, definindo o seu gerenciamento. A

logística reversa traz de volta ao processo produtivo, materiais que podem ser

reparados, reaproveitados, reciclados ou adequadamente descartados.

Uma pequena ou grande empresa, um laboratório ou o corpo de bombeiros, um

hospital, uma escola e até mesmo a universidade são todos exemplos de

organizações e portanto precisam de um gerenciamento adequado dos resíduos

cumprindo os requisitos do desenvolvimento sustentável. De acordo com Pereira:

Page 18: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

3

As universidades, assim como todos os estabelecimentos de ensino superior, assumem uma responsabilidade essencial na preparação das novas gerações para um futuro viável. Pela reflexão e por seus trabalhos de pesquisa básica, esses estabelecimentos devem não somente advertir, ou mesmo dar o alarme, mas também conceber soluções racionais. Devem tomar a iniciativa e indicar possíveis alternativas, elaborando esquemas coerentes para o futuro. Devem, enfim, fazer com que se tome consciência maior dos problemas e das soluções através de seus programas educativos e dar, eles mesmos, o exemplo (Pereira, 2005a).

Uma universidade conta com uma estrutura constituída geralmente por um

campus universitário, inserido numa área urbana ou no seu entorno, ocorrendo

sinergias entre a universidade e a comunidade vizinha. Portanto, o gerenciamento

do lixo gerado dentro do campus universitário como resultado de suas atividades de

ensino, pesquisa e extensão requerem procedimentos e técnicas para lidar com os

diferentes tipos de resíduos: doméstico, eletrônico, de laboratórios, entulho, etc.

Assim, a logística reversa, que tem como objetivo a recuperação de valor ou o

destino ecologicamente correto dos resíduos, pode ser aplicada para contribuir com

o DS.

1.2 Objetivos do Estudo

A seguir, para melhor compreensão dos objetivos deste trabalho, eles são

divididos em objetivo geral e objetivos específicos.

1.2.1 Objetivo geral

Estudar a viabilidade operacional da implantação de um programa de logística

reversa pós-consumo como suporte à gestão ambiental numa Instituição de Ensino

Superior.

1.2.2 Objetivos específicos

• Diagnosticar qualitativa e quantitativamente os resíduos nas atividades de

ensino, pesquisa e extensão no campus da UENF;

• Identificar os destinos atuais dos resíduos gerados;

Page 19: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

4

• Desenvolver um modelo de gestão sustentável aplicando a logística reversa no

campus universitário (projeto piloto de coleta seletiva);

• Estudar a viabilidade do modelo frente aos desafios ambientais, econômicos e

sociais afetos a um campus universitário.

1.3 Justificativa

1.3.1 Justificativa do trabalho

A Logística Reversa, como metodologia para recuperação de valor econômico de

produtos e materiais disponibilizados para seu descarte, está sendo dirigida,

segundo a literatura encontrada para as empresas cujo produto final são bens

tangíveis, existindo poucos trabalhos desenvolvidos que abordem o tema em

empresas ou instituições de serviços.

As empresas de serviços, ao usar produtos e materiais como apoio para o

desenvolvimento de suas atividades, atuam como “consumidores”. Se adotarem os

conceitos do consumo sustentável, podem exigir de seus fornecedores produtos

cada vez mais recicláveis, atuando como propulsores do desenho de produtos

ecologicamente corretos. A logística reversa aplicada nas empresas e/ou

instituições de serviços é planejada a partir da aquisição de materiais de consumo,

os procedimentos de uso e de descarte, e não apenas de forma corretiva sobre os

efeitos e conseqüências provenientes do resíduo gerado.

Em um Campus Universitário, as atividades de ensino, pesquisa e extensão são

atividades que necessitam de apoio logístico para o suprimento de materiais. Após o

consumo, os resíduos, precisam ser descartados de maneira ecologicamente

correta. Melhor ainda, poderiam ser reutilizados. Mas, com toda a atenção voltada

para o envio de materiais para os consumidores (centros e laboratórios), o retorno

de seus resíduos fica em um segundo plano. Não tendo o tratamento adequado,

podem ocasionar prejuízos ambientais a médio prazo e do ambiente do trabalho a

curto prazo.

Page 20: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

5

Além dos aspectos ambientais, um outro fator importante para o investimento em

logística reversa é o custo envolvido nos retornos de materiais e equipamentos. Na

maioria das vezes, a implantação de um modelo de controle eficiente desses

retornos pode se tornar uma surpresa positiva, pois, no manuseio de resíduos,

obtêm-se reduções de custos significativos pelo melhor processamento e utilização

de materiais e também pelo reaproveitamento de embalagens e resíduos. Além

desses custos diretos, pode haver um ganho indireto com a redução de custos

potenciais pela diminuição dos riscos com multas e outras penalidades da

legislação.

Por outro lado, como a questão ambiental envolve aspectos intimamente

relacionados (tecnológicos, político-sociais e econômicos) a existência de canais de

distribuição reversa dentro de um campus universitário pode gerar projetos

interdisciplinares e de inovação tecnológica para o reaproveitamento de resíduos e

materiais descartados na própria universidade.

Assim, este trabalho se justifica pela necessidade de implementar um programa

de gestão ambiental nas instituições de ensino superior.

1.3.2 Justificativa do Projeto Piloto:

A Universidade, em função de suas características como foco de convergência

do conhecimento, é responsável pelo encaminhamento das discussões a respeito de

todas as problemáticas percebidas pela sociedade. A escolha da UENF, como alvo

de estudo de caso, partiu de um princípio bastante simples, segundo o qual o

exemplo deve iniciar-se junto aos proponentes da idéia, ou seja, na própria

universidade. A justificativa deste trabalho é resultado dos diversos aspectos abaixo

assinalados:

Ambiental porque:

• A redução, o reuso e a reciclagem de materiais implicam numa redução

significativa dos níveis de poluição ambiental. Menos lixo significa menos

agressão à natureza;

Page 21: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

6

• A disposição inadequada do lixo está diretamente ligada à presença de vetores

de diversas doenças e ao aumento de riscos de acidentes de trabalho (como

pode ser o caso do lixo gerado nos laboratórios de química, física, agronomia,

veterinária, etc).

Econômica porque:

• Com a diminuição de consumo e desperdícios por parte dos usuários da cidade

universitária, pode-se obter uma redução de gastos com manutenção e limpeza

da área pertencente à Universidade;

• Se parte do lixo é reaproveitado, a Universidade poderia economizar para a

prefeitura da cidade o volume de lixo transportado para o aterro.

Político e Social porque:

• Ao lidar diferentemente com o lixo dentro da Universidade induzirá a sua

comunidade interna a levar, para extramuros da UENF, posturas corretas em

relação ao lixo;

• Possibilita a aproximação entre a Universidade, o poder público, a população e

as empresas;

• Contribui positivamente para a imagem da Universidade pela promoção e

participação na solução do problema do lixo da cidade;

• Podem-se promover cursos de extensão para a população em relação ao

tratamento adequado do lixo e reciclagem.

1.4 Método da Pesquisa

O método de trabalho é constituído de pesquisa bibliográfica sobre a

problemática do lixo, dos enfoques da gestão ambiental nas Instituições de Ensino

Page 22: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

7

Superior, o Desenvolvimento Sustentável, da Logística Reversa e dos Sistemas de

Gestão Ambiental (norma ISO 14000).

É também empregado o estudo bibliográfico da Logística Reversa para realizar

uma análise que possa ser aplicada como técnica para a gestão ambiental das

universidades.

O estudo bibliográfico compreende pesquisas em referências básicas,

publicações, teses em bibliotecas, bancos de dados e sites de internet. É importante

destacar que, na literatura pesquisada, não se encontraram aplicações da Logística

Reversa em empresas de serviços, especialmente nas Instituições de Ensino

Superior.

Para a análise da teoría proposta, foi utilizado o método de estudo de caso

através do projeto piloto de coleta seletiva no campus da UENF.

A natureza da pesquisa pode ser classificada como aplicada (já que objetiva

gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas

específicos). Pela forma de abordagem, a pesquisa é quantitativa (porque procura

traduzir em números, opiniões e informações para classificá-las e analisá-las). Pelos

seus objetivos é exploratória (já que procura proporcionar maior familiaridade com o

problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses).

1.5 Estrutura do trabalho

Inicialmente, no Capítulo 2 são discutidas questões ambientais e o

Desenvolvimento Sustentável, frisando a necessidade do uso de tecnologias limpas

nos processos produtivos. Assim, a Logística Reversa é apresentada como uma

tecnologia limpa necessária para implementar um Sistema de Gestão Ambiental.

Este capítulo apresenta ainda a Gestão de Resíduos Sólidos no Brasil e as

legislações que promovem a implantação da logística reversa.

O Capítulo 3 discorre sobre o papel das universidades para o Desenvolvimento

Sustentável. Apresenta-se também uma descrição das experiências de coleta

seletiva implementadas em algumas universidades brasileiras que visam a

Page 23: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

8

preservação ambiental e a recuperação de valor dos resíduos, delineando o

caminho para o estabelecimento de um Sistema de Gestão Ambiental nas

universidades.

O Capítulo 4 apresenta o campus da UENF (objeto do estudo) fazendo um

levantamento de informação sobre a geração de resíduos e suas principais

características. Apresenta-se o diagnóstico da situação atual, o planejamento e os

resultados obtidos a partir da intervenção do projeto piloto de coleta seletiva no

campus, além de identificar os beneficios que a gestão de resíduos pode trazer

para a qualidade do ambiente do trabalho e a potencialidade para equacionar

problemas sociais em torno da problemática do lixo, propondo a realização de

projetos sociais na universidade.

O Capítulo 5 apresenta as conclusões do estudo e as recomendações para

novos trabalhos ligados ao tema.

Page 24: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

9

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Introdução A questão ambiental está se tornando cada vez mais parte importante nas

agendas das empresas públicas e privadas, do poder público, das instituições de

ensino e da comunidade em geral. A globalização dos negócios, a conscientização

crescente dos atuais consumidores e a disseminação da educação ambiental

permitem antever que a exigência futura que farão os consumidores em relação à

preservação do meio ambiente e à qualidade de vida deverá intensificar-se (Pereira,

2005b).

A razão disso é a avaliação do modelo de desenvolvimento econômico adotado

pelo mundo desde a revolução industrial. Dito modelo se sustenta na premissa de

que são infinitas a disponibilidade de recursos naturais e a capacidade do meio

ambiente em absorver a poluição gerada pela exploração e pelo uso destes

recursos. No entanto, hoje, após inúmeros sinais de que o meio ambiente não está

mais dando conta de processar a carga de poluentes que recebe, nem de fornecer

recursos, conclui-se que este modelo precisa ser repensado (Braga et al., 2002). A

respeito, as legislações cada vez mais severas e a pressão da população estão

incentivando a prática de novas formas de produzir, consumir e descartar produtos.

Assim, o conceito de Desenvolvimento Sustentável (DS) sugere a aplicação de

tecnologias limpas nos processo de produção, com a finalidade de minimizar

resíduos, considerando todo o ciclo de vida do produto. Neste contexto, a logística

reversa trata dos canais reversos de distribuição utilizados no retorno dos produtos

do consumidor ao fabricante, seja para reparo, substituição ou remanufatura e se

ocupa também do planejamento e das atividades ligadas à redução, gerenciamento

e disposição de resíduos pós-consumo.

Neste capítulo, desenvolvem-se com maiores detalhes estes conceitos para que

se possam compreender os problemas referentes ao meio ambiente e às operações

logísticas reversas nas organizações.

Page 25: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

10

2.2 Desenvolvimento Sustentável

Os impactos resultantes das atividades humanas são os que causam os mais

sérios problemas sanitários e ambientais do mundo moderno. A história do lixo

pertence à própria história da civilização, pois o homem é o único ser vivo que não

consegue ter seus dejetos inteiramente reciclados pela natureza, provocando

impactos no meio ambiente. A problemática do lixo urbano decorre basicamente de

dois fatos importantes: por um lado, a concentração da população nas áreas

urbanas e, por outro, o ciclo de vida cada vez mais curto dos bens de consumo, que,

somados, resultam em quantidades de lixo difíceis de gerenciar. Simultaneamente, a

ausência de uma política de gestão por parte do poder público para o tratamento

adequado dos resíduos industriais e domésticos, provoca a contaminação do ar, do

solo e da água, entre outros impactos. Isto não é mais do que o resultado do atual

modelo de crescimento econômico que gera enormes desequilíbrios ambientais; e

que pode ser representado pelo seguinte diagrama1.

Diagrama 1: Modelo Linear de Desenvolvimento Econômico

Fonte: Braga, 2002: Introdução à Engenharia Ambiental, pág. 47

Como se pode observar, o modelo representa um sistema aberto que depende

de um suprimento contínuo e inesgotável de matéria e energia e que, depois de

utilizada é devolvida ao meio ambiente (jogada fora). Para que tal modelo possa ter

sucesso de desenvolvimento, ou seja, para que os seres humanos garantam sua

sobrevivência, as seguintes premissas teriam que ser verdadeiras (Braga et al.,

2002):

Energia

Recursos Naturais

Processamento Modificação

Recursos

Transporte Distribuição

Consumo

Resíduo/Impacto Resíduo/Impacto Resíduo/Impacto Resíduo/Impacto

Page 26: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

11

• suprimento inesgotável de energia;

• suprimento inesgotável de matéria;

• capacidade infinita do meio ambiente de reciclar matéria e absorver

resíduos

Podemos admitir que o uso de energia é inesgotável, já que o Sol é uma estrela

que ainda poderá fornecer energia à Terra por 5 bilhões de anos. Em relação aos

recursos naturais, a premissa não se verifica, já que sua quantidade é finita e

conhecida. Quanto à capacidade de absorver e reciclar matéria ou resíduos, a

humanidade tem observado a existência de limites no meio ambiente, e tem de

conviver com níveis indesejáveis e preocupantes de poluição do ar, da água e do

solo e com a conseqüente deterioração da qualidade de vida. (Braga et al, 2002c).

Diante desta problemática ambiental, o DS procura conciliar o desenvolvimento

econômico com a proteção ambiental. Sua definição, segundo o Relatório

Brundtland de 1987, aprovado pela ONU, diz o seguinte: O DS é aquele que atende

às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações

futuras atenderem as suas próprias necessidades. Nesse relatório definiu-se

também, três princípios essenciais a serem cumpridos: desenvolvimento econômico,

proteção ambiental e eqüidade social, sendo que, para cumprir estas condições,

reconheceram-se indispensáveis mudanças tecnológicas, sociais e culturais.

Este modelo de DS deve funcionar como um sistema fechado, tornando os

processos produtivos menos poluidores (diagrama 2). Este novo modelo se

sustenta nas seguintes premissas:

• Dependência do suprimento externo contínuo de energia (Sol);

• Uso racional da energia e da matéria com ênfase na conservação, em

contraposição ao desperdício;

• Promoção da reciclagem e do reuso dos materiais;

• Controle da poluição, gerando menos resíduos para serem absorvidos

pelo ambiente;

• Controle do crescimento populacional em níveis aceitáveis, com

perspectivas de estabilização da população.

Page 27: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

12

Diagrama 2: Modelo de Desenvolvimento Sustentável

Fonte: Braga, B. et al (2002) Introdução à Engenharia Ambiental , pág. 48

Como se pode observar no modelo proposto por Braga et. al (2002), o

paradigma da produção com impacto ambiental zero nem sempre se pode atingir

em 100%, mas se, se adiciona na cadeia de produção o que é chamado de

tecnologias limpas, podem-se conseguir resultados menos agressivos do que no

modelo anterior, fazendo com que os sistemas de produção sejam mais compatíveis

como o meio ambiente e possibilitando que o desenvolvimento ocorra dentro de um

modelo sustentável. Dessa forma, as tecnologias limpas tornam-se importantes

ferramentas do DS e estarão ocupando, com certeza, o mercado de tecnologias do

futuro.

2.3 Tecnologias Limpas

As tecnologias limpas são metodologias ou processos de produção desenhadas

para serem menos poluidoras e menos consumidoras de energia que as

tradicionalmente utilizadas pelas empresas. (Hiwatashi, 1998)

A mudança no paradigma ambiental sugerido pelo DS induz as empresas a

voltarem-se para a origem da geração de seus resíduos sólidos, as emissões

atmosféricas e seus efluentes líquidos, buscando soluções nos seus próprios

processos produtivos, minimizando, assim, o emprego de tratamentos convencionais

de “fim-de-tubo” (atuação reativa), muitas vezes onerosos e de resultados não

definitivos para os resíduos. Constatar essa oportunidade faz com que os centros de

pesquisa do mundo inteiro desenvolvam novas técnicas, no sentido de aprimorar a

Recursos Naturais

Processamento Modificação

Recursos

Transporte Distribuição

Consumo

Impacto minimizado pela restauração ambiental

Energía

Recuperação do Recurso

Page 28: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

13

eficácia dos processos, visando a redução ou eliminação da geração de resíduos e

desperdícios durante o uso de matérias primas, entre outras ações.

Segundo o Centro Nacional de Tecnologias Limpas (2003), minimizar resíduos e

emissões também significa aumentar o grau de emprego de insumos e energia

usados na produção, isto é, produzir itens utilizáveis e não resíduos, garantindo

processos mais eficientes. Para a empresa, a minimização de resíduos não é

somente uma meta ambiental, mas, principalmente um programa orientado para

aumentar o grau de utilização dos materiais, com eficiência, vantagens técnicas e

econômicas.

A aplicação de tecnologias limpas apóia-se na aparição de novas

regulamentações ambientais, em especial as referentes aos resíduos, que vêm

obrigando as empresas a operar considerando todos os possíveis impactos que sua

produção possa causar ao meio ambiente. Nesses processos “limpos” a logística

reversa intervém com uma série de atividades, administrando as devoluções dos

materiais e/o produtos pós-venda ou pós-consumo. Estes produtos e embalagens

pós-consumo podem retornar ao fornecedor, ser revendidos, recondicionados e

reciclados ou simplesmente descartados e substituídos.

Neste contexto, podemos identificar a logística reversa como uma tecnologia

limpa relevante para implantar programas de produção e consumo sustentáveis e

que tem como objetivo eliminar a poluição e o desperdício associados a materiais e

produtos.

2.4 Logística Reversa

A logística reversa pode ser definida como o planejamento, operação e controle

do fluxo e de sistemas de informação logística, para o retorno de bens, por meio de

diversos canais reversos. Objetiva a redução na fonte, reciclagem, substituição de

materiais, reutilização de materiais, reforma e remanufatura, sempre com a visão da

cadeia desde o ponto de consumo até o ponto de origem, visando maximizar a

satisfação dos clientes (Rogers et al., 1999).

Page 29: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

14

Existem diversas definições e citações de logística reversa que revelam que o

conceito ainda está em evolução face às novas possibilidades de negócios

relacionados ao crescente interesse por parte das empresas. Leite (2002) define

logística reversa como a área da logística empresarial que planeja, opera e controla

o fluxo, e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-

venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, através dos

canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas:

econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros.

Diagrama 3 : Foco de Atuação da Logística Reversa

Fonte: Leite (2003) Logística Reversa: Meio Ambiente e Competitividade pág 19

Comércio - Indústria

Bens Pós-Venda Bens Pós-Consumo Resíduos Industriais

Qualidade Comerciais Substituição de Componentes

Fim de Vida Ùtil

Em Condições

de Uso

Conserto Reforma Estoques Validade

Retorno ao Ciclo de Negócios

Mercado Secundário de Bens

Disposição Final

Mercado Secundário de Matérias Primas

Reciclagem

Retorno ao Ciclo Produtivo

Mercado Secundário de Componentes

Remanufatura

Componentes

Desmanche

Mercado 2da Mão

Reuso

Page 30: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

15

Como se pode apreciar no diagrama 3, Leite (2003) propõe para as questões de

retorno, duas formas de recuperação dos bens, classificando-as em Logística

Reversa de Pós-Venda e Pós-Consumo.

A Logística Reversa de Pós-Venda planeja, opera e controla o fluxo de retorno

dos produtos após serem entregues aos usuários, agrupados nas seguintes seções

foco: Garantia/Qualidade, Comerciais e de Substituição de Componentes.

A Logística Reversa de Pós-Consumo planeja, opera e controla o fluxo de

retorno dos produtos após perderem sua utilidade ou seus materiais constituintes,

classificados em função de seu estado de vida e origem: Em condições de uso, Fim

de vida útil, e Resíduos Industriais.

Os produtos pós-consumo (foco do trabalho e que será aprofundado na

dissertação) originam-se de bens duráveis e semi-duráveis (aparelhos de TV,

geladeiras etc.) ou descartáveis (latas de refrigerantes, pneus, embalagens, etc.) e

fluem por canais reversos de reuso, desmanche e reciclagem até a destinação final.

Quando o consumidor descarta um produto, este é classificado como um bem de

pós-consumo, entrando no fluxo reverso de uma cadeia produtiva.

Desde que o objetivo da logística reversa pós-consumo é recuperar o valor do

material ou componentes do produto descartado, incorporando-o ao processo

produtivo ou encaminhando-o a um destino seguro, deve-se pensar em decidir por

operações com o menor custo. Neste aspecto, o planejamento no nível operacional,

deve partir desde o fluxo direto. Para Bowersox e Closs (2001), o ponto importante

está no nível estratégico, que não poderá ser formulado sem uma consideração

cuidadosa dos requerimentos para o fluxo de retorno. Em outras palavras,

consideram a ACV do produto para que, desde o desenho e planejamento da

produção se considerem a forma de descarte dos mesmos após o consumo.

2.4.1 A Logística Reversa e a Análise do Ciclo de Vida (ACV)

ACV é um método utilizado para avaliar o impacto ambiental de bens e serviços.

A ACV de um processo ou atividade é uma avaliação sistemática que quantifica os

Page 31: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

16

fluxos de energia e de materiais no período de vida útil até seu descarte. A

Environmental Protection Agency, dos Estados Unidos define a ACV como uma

ferramenta para avaliar, de forma holística, um produto ou uma atividade durante

todo seu ciclo de vida. (Munhoz et. al., 2003).

Assim, a ACV de um produto ou serviço compatibiliza os impactos ambientais

decorrentes de todas as etapas envolvidas: desde sua concepção mercadológica,

planejamento, extração e uso de matérias-primas, gasto de energia, transformação

industrial, transporte, consumo, até seu destino final - disposição em aterro sanitário,

reciclagem, compostagem ou incineração. Desta forma, o acompanhamento da vida

de um produto é feito de seu "berço ao túmulo". (CEMPRE, 2005)

Dessa forma, a vida de um produto do ponto de vista logístico, não termina com

sua entrega ao cliente. Produtos se tornam obsoletos, danificados, ou não

funcionam e devem retornar ao seu ponto de origem para serem adequadamente

descartados, reparados ou reaproveitados. Portanto, no ciclo de vida de um

produto, consideram-se dois fluxos: um fluxo direto (logística direta), desde o

fornecimento de matéria prima até a colocação do produto ao consumidor; e um

fluxo reverso (logística reversa) que traz de volta o produto pós-consumo,

incorporando-o ao processo produtivo ou encaminhando-o a um destino final

adequado, protegendo o meio ambiente. (diagrama 4)

Diagrama 4 : Ciclo de Vida dos Produtos e a Logística Reversa

Fonte: Collaborative Research Center 281- em http://www.numa.org.br/Vworkshop%20ama.htm acessado em agosto 2005

Page 32: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

17

Em conseqüência, expande-se a visão da logística para uma visão integrada,

através da qual se busca diminuir os impactos ambientais associados a todas as

fases de seu ciclo de vida. Bowersox e Closs (2001) apresenta a idéia de “Apoio ao

Ciclo de Vida” como um dos objetivos operacionais da logística moderna, referindo-

se ao prolongamento da logística além do fluxo direto dos materiais e à necessidade

de considerar os fluxos reversos dos produtos em geral.

Neste contexto, assume-se o conceito de logística reversa como o fluxo no

sentido contrário ao produtivo que operacionaliza os retornos dos produtos.

2.4.2 Logística Reversa e a Reciclagem de Ciclo Aberto e de Ciclo Fechado

A logística reversa é o processo pelo qual o material reciclável será coletado,

selecionado e entregue na indústria de revalorização. Os produtos pós-consumo

podem seguir os canais da reciclagem, do desmanche ou do reuso. Dentre estes

canais reversos, a reciclagem vem na última posição, em último lugar, isto porque,

como ponto de partida, procura-se a redução e o reuso de materiais.

O reuso de um determinado produto, por exemplo, o reuso de embalagens

vazias, evita o consumo de outros produtos ou matérias-primas. Um exemplo típico

desta prática era o reuso das embalagens retornáveis de refrigerantes. O reuso tem

uma característica peculiar, que é o baixo consumo de energia e de insumos para

sua realização, comparado com o processo de fabricação de um novo produto. Esta

é uma grande diferença frente à reciclagem.

A reciclagem é um processo, principalmente industrial, que converte o lixo

descartado (matéria-prima secundária) em produto semelhante ao inicial ou outro.

Assim, a reciclagem pode seguir dois tipos de processo de transformação dos

materiais ou produtos descartados: reciclagem de ciclo fechado (semelhante ao

inicial) e reciclagem de ciclo aberto (outro).

• Na reciclagem de ciclo fechado um produto é reciclado para produzir novos

produtos do mesmo tipo, por exemplo: papel de jornal ou latas de alumínio, onde

Page 33: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

18

a matéria-prima usada para sua produção é mesmo papel de jornal e lata de

alumínio, respectivamente.

• Na reciclagem de ciclo aberto, os materiais descartados são transformados em

diversos produtos, diferentes do original, para os quais, tem que se encontrar

usos, como por exemplo, as garrafas PET. Este reaproveitamento gera novos

produtos que depois de um tempo, se tornarão rejeitos novamente e não se

poupa à fonte (natureza) que gera a matéria prima desse material.

Uma tecnologia inovadora, inteiramente desenvolvida no Brasil, está provocando uma revolução na reciclagem de caixas longa-vida. O alumínio e o plástico presentes nestas caixas, antes destinados a ocupar espaço em aterros sanitários, agora estão sendo aproveitados para a produção de telhas para a construção civil. (Fome Zero, 2005)

Neste exemplo, o reaproveitamento pode poupar matéria-prima na indústria de

peças de construção civil, porém não se está poupando a matéria-prima usada na

indústria de embalagens cartonadas (longa vida).

Seguindo a estrutura dos processos de reciclagem de ciclo aberto e fechado,

pode-se apreciar que na operacionalização dos fluxos reversos de retorno-

recuperação-reciclagem de qualquer produto ou material (de tipo industrial) são

consideradas necessárias, para completar o retorno na cadeia de produção, as

seguintes etapas: Coleta, Seleção, Consolidação, Revalorização e Transformação,

(diagrama 5).

Diagrama 5 : O Ciclo Aberto e O Ciclo Fechado da Reciclagem

Coleta Seleção/Consolidação

Uso Abastecimento

Transformação Reciclagem

Redistri buição

Reuso Disposição

Final

Distribuição Produção CICLO FECHADO

Materia-prima para a

produção de produtos similareis

CICLO ABERTO

Matéria prima para a produção de produtos direferentes

Page 34: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

19

No caso da reciclagem de ciclo fechado, Leite (2003) afirma que existe uma

tendência de integração entre o fluxo direto e fluxo reverso. Isto porque a

recuperação desses materiais específicos é economicamente estratégica para as

empresas fabricantes do produto, ao contrário do que acontece com a reciclagem de

ciclo aberto, onde existe uma menor tendência à integração nas etapas reversas de

coleta, seleção, revalorização e transformação, em função da diversidade da origem

de seus materiais.

2.4.3 Projeto de Implantação da Logística Reversa

A logística reversa não é nenhum fenômeno completamente novo, e exemplos

como o do uso de sucata na produção e reciclagem de vidro têm sido praticados há

muito tempo. Entretanto, observa-se que a complexidade dos projetos de logística

reversa têm aumentado consideravelmente pelos aspectos ambientais que devem

ser incorporados.

A classificação dos projetos, segundo os diversos tipos de Canais de Distribuição

Reversos (CDR’s), pode ser da seguinte maneira (quadro 1):

Quadro1: Classificação dos Projetos de Logística Reversa segundo os Canais de Distribuição Reversos

Tipo de Bem Disponibilizado

Duráveis

Semiduráveis

Descartáveis Forma de Reaproveitamento

Desmanche Re-uso Reciclagem

Ciclo que representam

Aberto Fechado

Nível de integração empresarial e participação

Integrado: Empresas que administram todo o ciclo fechado de aproveitamento de matérias-primas para sua produção. Semi-Integrado: Empresas que executam o aproveitamento até a produção de matéria-primas secundárias disponibilizando-as para as empresas recicladoras. Não integrado: Empresas que utilizam outros agentes para a consecução das diferentes etapas de aproveitamento (coleta, triagem, produção).

Objetivos Econômico; Mercadológico; Legislativos; Prevenção de Riscos.

Ganhos de imagem corporativa

Para o Consumidor e a Sociedade onde está inserida.

Fonte: Adaptação de Leite (2003)

Page 35: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

20

Segundo Leite (2000), na logística reversa pós-consumo deve-se estabelecer

uma distinção entre os diversos fluxos ou CDR’s, quanto ao tipo de bem

disponibilizado e quanto à forma de reaproveitamento dos bens ou de seus materiais

constituintes.

Classificam-se os CDR’s Pós-Consumo em bens duráveis, semiduráveis e

descartáveis ou em CDR’s de Re-uso, Desmanche e Reciclagem. Em cada um

destes casos, o planejamento de um projeto de rede reverso de pós-consumo será

significativamente diferente (diagrama 6).

Diagrama 6 : Classificação dos Canais de Distribuição Reversos

Fonte: Adaptação de Leite (2000)

Produtos duráveis, com vida útil de alguns anos a algumas décadas, poderão ser

disponibilizados no término de vida útil, quando o bem não apresenta interesse e

funcionalidade de qualquer espécie, ou por obsolescência operacional, quando,

embora em funcionamento, não apresenta interesse ao primeiro possuidor. No

primeiro caso, a rede de distribuição reversa estará interessada no aproveitamento

de seus materiais constituintes e em seus componentes eventuais, enquanto no

segundo caso, o objetivo de projeto de distribuição reverso será o reaproveitamento

do bem em uma extensão de sua utilidade.

Os bens semiduráveis, com vida útil de alguns meses a dois anos, apresentam

características intermediárias entre os duráveis e os descartáveis, sendo, portanto,

considerados em cada caso específico. Ou seja, a rede reversa poderá se constituir

de reaproveitamento de componentes ou de extensão de uso (re-uso) dos bens

originais bem como de seus materiais constituintes.

Tipo de Bem Disponibilizado

Forma de Reaproveitamento

Durável

Descartável

Semidurável

Desmanche

Reciclagem

Re-Uso

Page 36: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

21

Os bens descartáveis, de algumas semanas de vida útil, apresentam interesse na

reciclagem dos materiais constituites dos mesmos, que poderão dar origem a

produtos da mesma espécie ou de espécies diferentes do produto original.

Pelo exposto, dependendo de como o processo de logística reversa é planejado

e controlado, este terá uma maior ou menor eficiência. Alguns dos fatores

identificados como sendo críticos e que contribuem positivamente para o

desempenho do sistema de logística reversa (Lacerda, 2000) são apresentados a

seguir:

Quadro 2 : Fatores críticos para a eficiência do processo de logística reversa.

Bons Controles de Entrada

Processos Mapeados e Formalizados Ciclo de Tempo Reduzido

Sistemas de Informação Acurados

Rede Logística Planejada

Relações Colaborativas Entre Clientes

e Fornecedores

Fonte: Lacerda (2000)

i. Bons controles de entrada: É necessário identificar corretamente o estado

dos materiais que serão reciclados e as causas dos retornos, para planejar o

fluxo reverso correto ou mesmo impedir que materiais que não devam entrar

no fluxo o façam. Por exemplo, identificando produtos que poderão ser

revendidos, produtos que poderão ser recondicionados ou que terão que ser

totalmente reciclados. O treinamento de pessoal é a questão chave para

obtenção de bons controles de entrada.

ii. Tempo de ciclo reduzidos: Tempo de ciclo refere-se ao tempo entre a

identificação da necessidade de reciclagem, disposição ou retorno de

produtos, e seu efetivo processamento. Tempos de ciclos longos adicionam

custos desnecessários porque atrasam a geração de caixa (pela venda de

sucata, por exemplo) e ocupam espaço, dentre outros aspectos. A

consideração correta deste item é fator de redução de custos e melhoria do

nível de serviço.

Page 37: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

22

iii. Processos padronizados e mapeados: Uma das maiores dificuldades na

logística reversa é que ela é tratada como um processo esporádico,

contingencial e não como um processo regular. Efetuar corretamente o

mapeamento do processo e o estabelecimento de procedimentos

formalizados são condições fundamentais para se obter controle e a melhor

performance do projeto.

iv. Sistemas de informação: A capacidade de rastreamento de retornos,

medição dos tempos de ciclo, medição do desempenho de fornecedores

(avarias nos produtos, por exemplo) permitem obter informação crucial para

negociação, melhoria de desempenho e identificação de abusos no retorno de

produtos. Projetar estes sistemas de informação é um grande desafio, devido

à inexistência no mercado de sistemas capazes de lidar com o nível de

variações e flexibilidade exigido pelo processo de logística reversa.

v. Rede Logística Planejada: Ao contrário da logística normal, cuja filosofia é

consolidar os centros de distribuição, a logística reversa tem de ampliar a

rede de coleta e ter capilaridade, ou seja, implementar processos logísticos

reversos requer a definição de uma infra-estrutura logística adequada para

lidar com os fluxos de entrada de materiais usados e fluxos de saída de

materiais processados. Instalações de processamento e armazenagem e

sistemas de transporte devem ser desenvolvidos para ligar de forma eficiente

os pontos de fornecimento, onde os materiais a serem reciclados devem ser

coletados, até as instalações onde serão processados.

Questões de escala de movimentação e até mesmo falta de correto

planejamento devem ser enfocadas na fase do projeto. Instalações

centralizadas dedicadas ao recebimento, separação, armazenagem,

processamento, embalagem e expedição de materiais retornados podem ser

uma boa solução, desde que haja escala suficiente. Deverão ser aplicados

também os mesmos conceitos de planejamento utilizados no fluxo logístico

direto, tais como estudos de localização de instalações e aplicações de

sistemas de apoio à decisão (roteirização, programação de entregas etc.)

Page 38: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

23

vi. Relações Colaborativas: Um tópico a ser explorado na fase de projeto de

logística reversa é a utilização de prestadores de serviço e de

estabelecimento de parcerias ou alianças com outras organizações

envolvidas em programas ambientais e/ou de logística reversa.

Como esta é uma atividade onde a economia de escala é fator relevante e

onde os volumes do fluxo reverso são normalmente menores, uma opção

viável seria possível através da terceirização e aliança, como ocorre no caso

do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV), que,

para a coleta de embalagens dos agrotóxicos estabeleceu parcerias com os

correios, empresas de transportes, empresa privada (lojas) etc., criando uma

rede de coleta que abrange todo o território brasileiro.

Pelo exposto, a logística reversa precisa de planejamento para os diferentes

setores, tanto industriais como de serviços, de maneira geral. Serão necessários

esforços para aumento de eficiência, com iniciativas para melhor estruturar os

sistemas de logística reversa.

2.4.4 Motivação para Implantação de um Projeto de Logística Reversa

Cada vez mais, a logística reversa tem se tornado importante para as empresas,

uma vez que as mercadorias devolvidas oferecem oportunidades para recuperação

do valor, bem como economias de custo em potencial. Certamente, o objetivo

estratégico econômico, ou de agregação de valor monetário é o mais evidente na

implementação da logística reversa nas empresas e varia entre os setores

empresariais e em seus diversos segmentos de negócios, tendo sempre como fator

dominante a competitividade e os conceitos ecológicos e sociais.

De acordo como grupo RevLog (um grupo de trabalho internacional para o

estudo da logística reversa, envolvendo pesquisadores de várias universidades em

todo o mundo e sob a coordenação da Eramus University Rotterdam, na Holanda),

as principais razões que levam as firmas a atuarem mais fortemente na logística

reversa são três, dependo do interesse e o grau de importância para o futuro das

empresas e organizações: a legislação ambiental, os beneficios econômicos e a

conscientização dos consumidores, comentados a seguir:

Page 39: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

24

i. Legislação Ambiental: As legislações que regem as empresas têm

experimentado grandes avanços nas questões ambientais, alimentados pelas

informações das tendências em nível mundial e com a conseqüente

conscientização dos consumidores. O referencial de sustento foram as duas

últimas grandes Conferências Mundiais sobre Meio Ambiente: a RIO’92 e a

RIO+10, esta última realizada em 2002.

Na Conferência de Rio’92, o principal documento gerado foi a Agenda-21,

que lançou bases importantes para se tratar das questões ambientais, como a

biodiversidade, as mudanças climáticas e sobretudo, do desenvolvimento

sustentável. E a Organização Internacional para a Normalização (ISO), que

participou também na Rio’92, comprometeu-se a criar normas ambientais

internacionais, conhecidas hoje como ISO 14000.

A Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável

(RIO+10), também conhecida como Cúpula Mundial sobre Meio Ambiente,

discutiu as ações mais voltadas à erradicação da pobreza, à globalização e às

questões energéticas. Surgiram então o Mecanismo de Desenvolvimento

Limpo e o protocolo de Kyoto, sobre mudanças climáticas, entre outros

documentos. A RIO+10 reconheceu a importância e a urgência da adoção de

energias renováveis em todo o planeta, e considerou legítimo que os blocos

regionais de países estabelecessem metas e prazos para cumpri-las.

Neste contexto, as legislações internacionais visam promover a produção

limpa nas empresas com a aplicação da logística reversa; fazendo a empresa

responsável pelos resíduos, qualquer que seja a sua natureza e origem,

devendo promover a sua coleta, armazenagem, transporte e eliminação ou

utilização de tal forma que não ponham em perigo a saúde humana nem

causem prejuízos ao ambiente. Isto significa que as empresas estão proibidas

de poluir, pelo que lhes incumbe pagar os custos de eliminação dos resíduos

e, caso não o façam, cabe-lhes a responsabilidade de ter de pagar os custos

"sociais" de uma ação poluidora (através de multas, indenizações etc.), sem

prejuízo de serem obrigados a tomar as medidas necessárias para corrigir a

situação.

Page 40: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

25

Portanto, os projetos de logística reversa têm gerado um grande impacto

junto à população em relação à imagem das empresas, pela redução,

aproveitamento e tratamento dos resíduos ecologicamente corretos.

ii. Beneficios Econômicos: As iniciativas relacionadas à logística reversa têm

trazido consideráveis retornos para as empresas. Economias com a utilização

de embalagens retornáveis por exemplo, ou com o reaproveitamento de

materiais para produção têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais

novas iniciativas. (Lacerda, 2000)

Nestes processos de recuperação de valor, a chamada logística

empresarial é economicamente afetada pela adoção específica da logística

reversa; pois muitos materiais são reaproveitados e retornam ao processo

tradicional de suprimento, produção e distribuição. Este processo geralmente

é composto por um conjunto de atividades que uma empresa realiza para

coletar, separar, embalar e expedir itens usados, danificados ou obsoletos

dos pontos de consumo até os locais de reprocessamento, revenda ou

descarte. (Lacerda, 2000)

Segundo Beaumord et al. (2005) a logística reversa de pós-consumo

envolve economia de custos na prática de:

• Reutilização de embalagens, que geralmente agrega alguns custos

adicionais decorrentes da classificação, administração e transporte de

retorno, mas, por outro lado, pode implicar na redução dos custos de

aquisição de embalagens;

• Utilização da reciclagem, que reduz os custos de coleta e processamento,

permitindo um avanço, no mercado, de produtos reciclados;

• Produtos refabricados ou, de outra forma, convertidos em novos, mais

uma vez o valor será menor do que os produzidos pela primeira vez,

entretanto, seu valor será substancialmente maior do que aqueles

produtos que são vendidos para refugo ou reciclagem.

Page 41: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

26

Por outro lado, Beaumord et al. (2005) também mencionam os problemas

(custos) gerados pelos retornos:

• A quantidade de produtos que retorna é maior que a produzida na

indústria;

• Os produtos retornáveis ocupam espaço nos armazéns, o que gera

custos, principalmente se a quantidade for grande;

• Retornos não identificados ou desautorizados – ou seja, embalagens

de plástico, por exemplo, quando retornam, são acompanhadas de

outros materiais como pregos, pedaços de madeira, que precisam ser

separados, no caso de uma reciclagem;

• O custo total do fluxo reverso é desconhecido, de difícil avaliação.

• Custos de transporte e armazenagem de produtos tóxicos;

• O custo de transporte ou a tarifa é a mesma para entregar e para

buscar o produto;

• Os custos da operação de troca são elevados.

Apesar dos problemas citados acima, se as empresas se estruturassem para

as práticas reversas na cadeia de suprimentos e buscassem parcerias, a

relação custo benefício seria menos onerosa, como pratica o INPEV para o

retorno das embalagens de agrotóxicos.

iii. Conscientização Ambiental dos Consumidores: Atualmente, a escolha

dos produtos ou serviços pelos consumidores é influenciada pelos níveis de

serviços logísticos oferecidos. A meta da empresa é prover serviços que

satisfaçam os clientes com maior efetividade e eficiência que seus

concorrentes. Portanto, o nível de serviço dos canais reversos pode ser um

instrumento promocional da mesma forma como os descontos de preço, a

propaganda, as vendas personalizadas ou os termos de vendas favoráveis.

Transporte especial, processamento mais rápido, tempo de entrega reduzido,

embalagem padronizada, entre outros, afetam diretamente a venda do

serviço, tornando a empresa mais competitiva, pois está agregando valor ao

serviço oferecido. (Pfützenreuter, 2005)

Page 42: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

27

Por outro lado, o Código Brasileiro de Defesa do Consumidor (Lei n.º

8.078/90) tem trazido muitas vitórias aos consumidores, que estão cada vez

mais conscientes de seus direitos, bem como exigindo que os problemas

graves presentes nas relações de consumo sejam sanadas, destacando-se a

consciência ecológica e as atitudes focalizando a proteção do meio ambiente

e exigindo das empresas maior responsabilidade. (Martins, 2005)

O consumidor, geralmente das grandes metrópoles, desperta para uma

consciência ecológica e exige, desta forma, maior responsabilidade dos seus

fornecedores e dá credibilidade às empresas verdes, isto é, aquelas que

assumem práticas de proteção do meio ambiente, possibilitando a estas

empresas uma vantagem competitiva. E, portanto, os projetos de logística

reversa têm gerado um grande impacto junto à população em relação à

imagem das empresas, pela redução, aproveitamento e tratamento dos

resíduos ecologicamente corretos.

2.5 Aplicação dos Conceitos da Logística Reversa nas Instituições de

Ensino Superior

No caso de projetos de rede reversa de pós-consumo para empresas que

envolvem bens tangíveis, observa-se uma tendência que visa soluções para ciclos

fechados, integrados totalmente, de forma a garantir os volumes em escala

econômica de processamento empresarial (consolidação), além de integrar os lucros

das operações individuais em cada etapa reversa. (Leite, 2000)

Entretanto, nas empresas que têm como produto final bens intangiveis, como é

o caso das empresas de serviços, a tendência é propor soluções para ciclos abertos

no projeto de rede reversa de pós-consumo.

Ocorre que as atividades de serviços revelam ser um grande usuário de bens de

consumo que, muitas vezes, geram impactos negativos, não só em seus processos

de prestação do serviço, mas também no momento do descarte de resíduos

(geração de lixo).

Page 43: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

28

Dessa forma, o modelo de ciclo aberto para empresas prestadoras de serviços

pode ser ilustrado no diagrama 7 da seguinte maneira:

Diagrama 7: Cadeia da Reciclagem de Ciclo Aberto.

Como se pode apreciar, no caso das empresas que não têm um processo

produtivo e de transformação “tangível”, mas que precisam de materias de apoio

para prestar seus serviços, o projeto da rede reversa pós-consumo envolve decisões

e ações nos ambientes externos à empresa que precisam ser estudados; como

parcerias com empresas para os serviços de coleta, envolvimento com associações

de classe, processos de educação da sociedade, mobilizações junto aos poderes

públicos etc.

Atualmente, as empresas de serviços se distribuem numa gama de atividades

muito diversas, de serviços padronizados a serviços personalizados, de hospitais a

serviços domésticos, passando por bancos, por empresas de telecomunicações ou

varejo etc. Dentro dessa gama de atividades encontramos as Instituições de Ensino

Superior.

No caso das Instituições de Ensino Superior (IES), postula-se que este tipo de

organização deveria ter também um sistema de gestão ambiental, como o podería

ter uma prestadora de serviços. Seu principal produto “oferecido” é o conhecimento.

Embora cada universidade possa ter sua própria estrutura de funcionamento, pode-

se visualizar uma estrutura funcional comum para todas, entre elas a de Apoio

Administrativo envolvendo atividades secundárias como serviços gerais, limpeza,

Abastecimento

Coleta Seletiva

Seleção/Consolidação Venda, Doação Re-Uso

Disposição Final

Uso

Page 44: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

29

vigilância, transportes, almoxarifado, entre outras e, portanto efetuam-se aquisições

de bens e serviços, repondo, estocando e distribuindo materiais de uso comum na

Universidade. Além disso, a circulação de pessoas (estudantes, professores,

funcionários etc.) torna um campus universitário um ambiente público, e em

conseqüência, gera resíduos e materiais descartados, demandando o seu

gerenciamento e um tratamento adequado.

Portanto, atendendo à classificação estabelecida por Leite (2000), um projeto de

rede reversa de pós-consumo para uma IES classifica-se pelo tipo de bens

disponibilizados como descartáveis (papel, papelão, embalagens, plásticos, resíduos

perigosos etc). Pela forma de aproveitamento, seria o re-uso e o encaminhamento

para a reciclagem, formando parte de um ciclo aberto e, portanto, não integrada

(porque são utilizados outros agentes para completar as etapas de aproveitamento).

Quanto aos objetivos que uma IES poderia ter para aplicar uma rede reversa, citam-

se: a educação ambiental, a prevenção de riscos, a obediência à legislação e

ganhos à imagem institucional, sendo que o objetivo econômico poderia ser

perseguido até atingir a auto-sustentabilidade da rede reversa.

Um modelo conceitual de reciclagem de ciclo aberto, não integrada,

desenvolvida por una empresa, uma instituição e até mesmo na administração do

lixo domiciliar, encontra seu ponto de apoio na coleta seletiva. Materiais reusáveis,

corretamente coletados, requerem apenas um reprocessamento pequeno, como

uma limpeza e uma inspeção, o que pode levar a um pequeno número de níveis na

rede dos canais reversos, isto significa que, o caminho de retorno que permitirá o

reuso ou a reciclagem dos materiais é mais curto.

Com certeza o grande e grave problema para o reaproveitamento dos produtos descartados ou de seus materiais constituintes, qualquer que seja o canal de distribuição reverso, é a - “logística de captação” - dos mesmos, ou seja o “domínio” das fontes e o equacionamento dos sistemas logísticos adequados, de forma a disponibilizá-los para o elo seguinte na cadeia logística reversa. Por “domínio” das fontes entendemos todos os processos entre o desembaraço do bem ou descartável e a disponibização dos mesmos aos agentes das cadeias reversas.(Leite, 1998)

Sendo assim, num projeto de logística reversa de pós-consumo através da

reciclagem de ciclo aberto, numa IES, deve-se planejar corretamente as atividades

Page 45: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

30

de coleta que serão realizadas em função do tipo de material e do motivo pelo qual

estes entram no sistema de logística reversa.

Pelo exposto, toda organização em geral, industrial ou de serviços que implanta

um projeto de rede logística reversa precisaria também da implantação de um

sistema de gestão ambiental para facilitar o envolvimento de todas as unidades da

empresa e garantir a criação de vantagens competitivas pela recuperação de valor

dos resíduos e a responsabilidade ambiental perante os consumidores.

2.6 Sistemas de Gestão Ambiental e a ISO 14000

Empresas responsáveis em termos ambientais antecipam ações que reduzem os

impactos causados por seus produtos e processos ao meio ambiente, implantando

sistemas de gerenciamento ambiental, sistemas de certificação ISO 14000 e outras

ferramentas.

A implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) pode proporcionar o

envolvimento da empresa como um todo. A responsabilidade ambiental é

disseminada a cada setor, seja das áreas produtivas, operacionais, administrativas,

serviço geral etc. Quando todos passam a ver as questões ambientais sob a mesma

ótica, soluções criativas começam a surgir em toda a empresa, explorando-se as

oportunidades de aproveitamento de rejeitos, substituição de insumos, eliminação de

perdas nos processos, reciclagem, redução do consumo de energia, redução da

geração de resíduos, mudanças tecnológicas etc.

Um SGA é um conjunto de normas técnicas referentes a métodos e análises,

que possibilitam certificar que um determinado produto foi produzido, distribuído, e

os seus resíduos de produção descartados, de forma a reduzir ao mínimo os danos

ambientais. Um SGA garante a utilização de processos técnicos que estejam de

acordo com a legislação ambiental. Assim, a instituicão normalizadora do país, ou

outra por ela delegada, emite então o cerficado sobre o processo de producão ou

rótulo sobre o produto: o selo verde.

Page 46: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

31

A série de normas ISO 14000 (diagrama 8) está conformada por um grupo de

normas que fornecem ferramentas e estabelecem um padrão de SGA, abrangendo

seis áreas bem definidas:

1. Sistemas de Gestão Ambiental (Série ISO 14001 e 14004);

2. Auditorias Ambientais (ISO 14010, 14011, 14012 e 14015);

3. Avaliação de Desempenho Ambiental (Série ISO 14031 e 14032);

4. Rotulagem Ambiental (Série ISO 14020, 14021,14022/ 14023/14024 e 14025);

5. Avaliação do Ciclo de Vida de Produto (Série ISO 14040, 14041, 14042 e

14043) e;

6. Termos e Definições (Série ISO 14050).

Diagrama 8 : Série de Normas ISO 14000

Fonte: Adaptado de Cajazeira (1997)

A ISO 14001, estabelece o sistema de gestão ambiental da organização e avalia

as conseqüências ambientais das atividades, produtos e serviços da organização;

atende a demanda da sociedade; define políticas e objetivos baseados em

indicadores ambientais definidos pela organização que podem retratar necessidades

desde a redução de emissões de poluentes até a utilização racional dos recursos

Vocabulário (Termos e Definições) Norma ISO 14050

SÉRIE DE NORMAS ISO 14000 GESTÃO AMBIENTAL

Normas que tratam de Avaliação da Organização

SGA Normas 14001 e

14004

Auditoria Ambiental Normas

14010/11/12/15

Desempenho Ambiental Normas

14031/32

Normas que tratam de Avaliação dos Produtos e

Processos

Rotulagem Ambiental Normas 14020/21/22/23/24

Análise do Ciclo de Vida

Normas 14040/41/42/

43

Aspectos Ambientais

Nos produtos Guia

ISO 14064

Page 47: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

32

naturais; implicam na redução de custos, na prestação de serviços e em prevenção;

e é aplicada às atividades com potencial de efeito no meio ambiente.

No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) oficializou as

NBR ISO: 14001/04/10/11 e 14040. Destas, a NBR Série ISO 14001/1996, trata dos

requisitos para implementação do Sistema de Gestão Ambiental, sendo passível de

aplicação em qualquer tipo e tamanho de empresa (diagrama 9).

Diagrama 9: Modelo de Sistema de Gestão Ambiental

Fonte: Adaptado da NBR-ISO 14001 em http://www.ambientebrasil.com.br

Os objetivos e as finalidades inerentes a um gerenciamento ambiental nas

organizações, evidentemente, devem estar em consonância com o conjunto das

atividades desenvolvidas, mas não podem e nem devem ser vistos como elementos

isolados, por mais importantes que possam parecer num primeiro momento. Vale

aqui relembrar o trinômio das responsabilidades de toda organização:

responsabilidade ambiental, econômica e social. (Leitão, 2003).

Avaliação Ambiental

Inicial

Política

Ambiental

Planejamento • Aspectos Ambientais • Requisitos legais • Objetivos e Metas • Progarma de gerencia-

mento Ambiental

Revisões

Gerenciais

Verificação e Ação Corretiva

• Manutenção e medição

• Não-conformidades, ações corretiva e preventivas

• Registros • Auditorias

Implantação e Operação • Estrutura e Responsabilidade • Treinamento, Conscientização e

competência • Comunicação • Documentação • Controle Operacional • Preparação para emergência

Page 48: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

33

Assim sendo, essas normas fomentam a prevenção de contaminações

ambientais nos processos de produção, uma vez que orientam a organização quanto

a sua estrutura, forma de operação e de levantamento, armazenamento,

recuperação e disponibilização de dados e resultados (sempre atentando para as

necessidades futuras e imediatas de mercado e, conseqüentemente, a satisfação do

cliente e comunidade onde está inserida), entre outras orientações, inserindo a

organização no contexto ambiental.

Em relação à certificação ISO 14000, para que um SGA possa ser certificado, a

empresa, através de sua política ambiental, deve estar comprometida em atender

três requisitos mínimos, sendo eles:

• Comprometimento com a melhoria contínua;

• Comprometimento com a prevenção da poluição;

• Comprometimento com o atendimento da legislação ambiental.

1.7 Legislação no Brasil sobre Meio Ambiente e Gerenciamento dos Resíduos

Sólidos

A Constituição Federal Brasileira, promulgada em 1988, trata de forma

abrangente e moderna os assuntos relacionados à proteção do meio-ambiente e ao

desenvolvimento sustentável da economia, reservando à União, aos Estados, ao

Distrito Federal e aos Municípios a tarefa de proteger o meio ambiente e de controlar

a poluição (artigo 23).

Mesmo a legislação ambiental brasileira sendo uma das mais vigorosas e

atualizadas do mundo, ainda não conta com um dispositivo para o controle

apropriado dos descartes de resíduos sólidos. Por esse motivo, uma política

nacional de resíduos sólidos vem sendo formulada para tornar possível um

programa responsável de reaproveitamento, reciclagem e descarte de produtos ao

final de seu ciclo de vida (Selige, 2005).

Em alguns casos, por resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA), a destinação final de certos resíduos já foi determinada. A resolução do

Page 49: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

34

CONAMA nº. 257, por exemplo, trata das baterias e pilhas esgotadas e estabelece

que é responsabilidade dos produtores o gerenciamento da coleta, classificação e

transporte dos produtos descartados, assim como o tratamento prévio dos mesmos.

Com a definição de maior responsabilidade aos produtores e distribuidores sobre

os produtos, um gerenciamento mais efetivo e eficiente do tratamento de resíduos

sólidos ao final de seu ciclo de vida é projetado para o futuro, conseguindo promover

as ações que dão precedência às soluções de recuperação da energia ou do

material sobre as formas arbitrárias de disposição final. Nesse cenário, diversos

projetos de lei tramitam no Congresso e no Senado Federal, cumprindo a missão de

atualizar a legislação brasileira segundo os moldes de uma indústria ecologicamente

sustentável.

Os Estados da República Federativa do Brasil têm liberdade de deliberar por

outras leis, mais restritivas, que preencham as suas demandas regionais. Por esse

motivo, alguns Estados já votaram leis mais rigorosas voltadas ao gerenciamento de

resíduos sólidos e outros estão em vias de validar novos projetos de lei. No estado

de São Paulo, um Plano Diretor de Resíduos Sólidos foi estabelecido pela lei nº

11.387, de 2003, para propor apropriadamente novas resoluções a respeito do

gerenciamento de resíduos. (Selige, 2005)

2.7.1 Política Nacional de Resíduos Sólidos A Política Nacional de Resíduos Sólidos, está sendo intensamente debatida por

inúmeros setores sociais interessados na implementação de uma legislação que não

apenas regule o funcionamento desta área, mas principalmente institua leis que

resultem em mudanças na situação dos resíduos sólidos em nível federal, estadual e

municipal. Propõe-se uma lei que disponha sobre as normas gerais aplicáveis aos

resíduos no país e institua uma Política Nacional de Resíduos Sólidos, seus

princípios, objetivos, instrumentos, fundamentos e planos, estabeleça diretrizes para

a gestão, o gerenciamento e o manejo de resíduos sólidos e regulamente

responsabilidades e parâmetros técnicos a ela inerentes, em consonância com as

Políticas Nacionais de Meio Ambiente, de Educação Ambiental, de Recursos

Hídricos, de Saneamento Básico, de Saúde, Urbana e as que promovam a Inclusão

Page 50: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

35

Social (Grimberg, 2004). Estariam sujeitos à observância das normas desta Lei os

agentes públicos e privados que desenvolvam ações que, direta ou indiretamente,

envolvam a gestão, o gerenciamento, o manejo e o fluxo de resíduos sólidos.

Os objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos são: estabelecer um

melhor gerenciamento dos resíduos sólidos, reduzir a quantidade e a nocividade dos

resíduos sólidos; eliminar os prejuízos à saúde pública e à qualidade do meio

ambiente causados pela geração de resíduos; formar uma consciência comunitária

sobre a importância da opção pelo consumo de produtos e serviços que não

afrontem o meio ambiente e com menor geração de resíduos sólidos e de seu

adequado manejo; além de gerar benefícios sociais e econômicos aos municípios

que se dispuserem a licenciar, em seus territórios, instalações que atendam aos

programas de tratamento e disposição final de resíduos industriais, minerais,

radioativos, de serviços e tecnológicos. (Grimberg, 2004)

Portanto, está em questão a regulamentação de sistemas de tratamento de

todos os resíduos gerados e, também, a instituição de responsabilidades bem

definidas, segundo os tipos de resíduos. Na Política Nacional de Resíduos Sólidos,

será enfocado, além dos resíduos comuns, aqueles considerados como especiais:

industriais e de mineração, de serviços de saúde, rurais, de transportes, radioativos,

de construção civil, do comércio e de serviços, tecnológicos, pneumáticos, de

explosivos e armamentos, de embalagem.

Este é um ponto chave que envolve mudanças em toda cadeia produtiva, tendo

em vista a busca de um novo paradigma, o da sustentabilidade ambiental. A

responsabilização das indústrias envolve desde o processo de produção de bens e

serviços até o pós-consumo, o que deverá levar à revisão de processos produtivos

com vistas à redução da geração de resíduos. (Grimberg, 2004)

Assim, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, discutida na 35ª Assembléia

Associação Nacional de Serviços Municipais de Saneamento – ASSEMAE (Belo

Horizonte – MG; 27 de julho de 2005), reconheceu como principais conceitos a

serem adotados os seguintes:

Page 51: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

36

• Gestão, Gerenciamento e Manejo Integrado de Resíduos Sólidos;

• Logística Reversa (diagrama 10);

• Resíduos e Rejeitos.

Diagrama 10: Logística Reversa:

Instrumento de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental

Fonte: Borzino (2005)

PRODUTO

CENTRO PRODUTIVO

GERAÇÃO PRIMÁRIA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA (Org.catadores/prioridade)

CONSUMO

NÃO GERAÇÃO, PREVENÇÃO E REDUÇÃO DA GERAÇÃO

DE RESÍDUOS SÓLIDOS

GERAÇÃO SECUNDÁRIA

IDENTIFICAÇÃO DAS OPORTUNIDADES

REJEITO

ABSORVER CENTRO GERADOR OU

OUTROS BENEFICIÁRIOS

DISPOSIÇÃO FINAL

RESÍDUOS SÓLIDOS REVERSOS

GERADOR

LOGÍSTICA REVERSA

Centro de Coleta

Tratamento/ações fluxo reverso

Reciclar/Reutilizar

Page 52: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

37

2.7.2 O Protocolo de Kyoto e a Questão dos Resíduos Sólidos Urbanos

O Protocolo de Kyoto é um acordo internacional que estabelece metas de

redução de gases poluentes para os países industrializados. Ratificado por 157

países o Protocolo de Kyoto entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005. O

protocolo foi elaborado, baseado nos princípios do Tratado da ONU sobre Mudanças

Climáticas de 1992, e tem por objetivo a redução da emissão de gases que

potencializam o efeito estufa, fenômeno da retenção do calor na terra agravado pelo

aumento e concentração de gases poluentes como o dióxido de carbono (CO2).

Existe a constatação de que a temperatura da Terra tem aumentado

significativamente nas últimas décadas. Há um consenso mundial de que as

emissões de gases, denominadas emissões antrópicas, provocadas pelas atividades

humanas alteram o meio ambiente. As emissões antrópicas de Gases de Efeito

Estufa (GEE) são responsáveis por este aumento de temperatura. Os principais GEE

listados pelo Protocolo de Kyoto incluem: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4),

óxido nitroso (N2O), hidrofluorcarbonos (HFCs), perfluorcarbonos (PFCs) e

hexafluoreto de enxofre (SF6).

O acordo atual prevê que os países industrializados reduzam as emissões totais

de GEE, sendo o ano de referência 1990, em 5,2 % durante o período de 2008-

2012. Trata-se de meta audaciosa, porém, necessária. Para tanto, os países com

metas a serem cumpridas poderão adotar os conhecidos mecanismos de

flexibilização tais como a utilização dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo

(MDL) e a compra de “créditos de carbono”.

O MDL prevê investimentos das nações industrializadas em países pobres para

a obtenção de créditos de carbono, cumprindo assim suas metas de redução, bem

como auxiliando aqueles países em desenvolvimento a não potencializar o

agravamento do efeito estufa. Exemplo disso é o programa “NovaGerar” do aterro

sanitário de Nova Iguaçu – RJ, primeiro projeto certificado de MDL do mundo e que

recebeu crédito para redução de 2.000 toneladas de metano (uma tonelada de

metano equivale a 21 toneladas de carbono), sendo que a capacidade total do aterro

Page 53: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

38

é de 4.000 toneladas diárias, tendo ainda o projeto como meta receber

investimentos da ordem de R$ 35 milhões até 2012. (Chaves et al, 2005)

As reduções das emissões dos gases devem acontecer em várias atividades

econômicas, especialmente nas de energia e transportes. Os países devem

cooperar entre si por meio das seguintes ações básicas (Revista Época, 2006):

• Reforma dos setores de energia e transportes;

• Promoção do uso de fontes energéticas renováveis;

• Eliminação de mecanismos financeiros e de mercado inadequados aos fins da

Convenção de Kyoto;

• Redução das emissões de metano no gerenciamento de resíduos e dos

sistemas energéticos;

• Proteção de florestas e outros sumidouros de carbono.

O Protocolo de Kyoto, no que respeita à gestão de resíduos sólidos, propicia que

cada autoridade responsável pela disposição final de resídos nos aterros procure

alternativas para diminuir ao máximo as emissões de CO2 , como por exemplo:

separação dos resídos orgânicos e inorgânicos, compostagem, extração do gás

metano etc., onde a logística reversa através da coleta seletiva e a reciclagem se

tornariam projetos indispensáveis para a diminuição de resídos a serem tratados,

involucrando nesse sentido o governo, empresas e comunidade em geral.

2.8 Considerações Finais

A reciclagem e ou recuperação de materiais - efeito central da logística reversa

pós-consumo aberto ou fechado - deve ser tratada não só como uma atividade

privada, mas também como uma atividade que gera benefícios sociais e envolvem

agentes racionais, que maximizam suas opções de ganhos econômicos. (Pimenteira,

2002).

Coloca-se, assim, a questão de atingir um equilíbrio econômico através da

gestão dos resíduos sólidos e o nível ótimo de reciclagem. Pimenteira (2002) propõe

dimensionar os ganhos obtidos com a reciclagem a partir da quantificação dos

Page 54: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

39

custos sociais e ambientais evitados. Além de uma implementação, no

gerenciamento de resíduos sólidos, créditos de reciclagem para os que praticam a

reciclagem os que atuariam como instrumento econômico para regular o mercado,

tal instrumento só poderá ser estabelecido pelas instituições do governo na

sociedade.

Page 55: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

40

3 SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO

SUPERIOR

3.1 Introdução

Nos últimos anos, as empresas privadas (industriais e de serviços), as

instituições públicas e inclusive as Instituições de Ensino Superior (IES) têm sido

chamadas a tomar consciência de sua responsabilidade a respeito das questões

ambientais e da sua importância na melhoria e desempenho na gestão das

organizações. Como resultado, a adoção de Sistemas de Gestão Ambiental (SGA)

tem sofrido um grande crescimento.

As IES, em particular, têm também aqui um papel muito importante porque,

constituindo-se como um microcosmo da sociedade (nelas existindo muitas das

atividades e operações dos vários sistemas sociais), poderiam apresentar impactos

ambientais negativos, às vezes bastante significativos. As IES encontram-se numa

posição privilegiada para a implementação de um SGA, principalmente devido às

suas responsabilidades na educação, ao seu papel ético e social na promoção da

sustentabilidade, às suas elevadas competências em matéria de ambiente e ciência

que as tornam o local ideal para abordar e fazer propostas de soluções aos

problemas ambientais, melhorando ao mesmo tempo a sua imagem e eficiência.

(Lopes e Ferreira, 2005)

A implementação de um SGA contribui não só para melhorar de modo global a

gestão e o comportamento ambiental destas instituições, mas também para melhorar

o ensino ministrado através de um ambiente onde os alunos aprendem em situações

reais, desenvolvendo competências fundamentais para o futuro de suas carreiras.

Uma IES, especificamente uma universidade, físicamente está consitituída por

um campus, inserido numa área urbana ou no seu entorno, ocorrendo sinergias

entre a universidade e a comunidade vizinha. Portanto, o gerenciamento dos

resíduos gerados dentro do campus universitário como resultado das atividades de

ensino, pesquisa e extensão, requerem procedimentos e técnicas para lidar com os

diferentes tipos de resíduos.

Page 56: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

41

As IES têm, todavia, características específicas que devem ser consideradas na

implementação do SGA, tais como possuírem uma cadeia de gestão hierárquica

burocrática, estruturas e procedimentos pouco flexíveis e resistentes à mudança, e

apresentarem níveis de controle contabilístico reduzidos dos recursos consumidos

pela instituição, serem instituições públicas ou privadas, entre outras.

Neste capítulo, estudam-se os SGA implementados para as IES e procura-se

demonstrar a necessidade de um compromisso real para com a teoria e a prática da

proteção ambiental e do desenvolvimento sustentável no seio da comunidade

acadêmica.

3.2 Sistemas de Gestão Ambiental nas Universidades

Os SGA foram desenvolvidos mais especificamente para a aplicação em

indústrias, do que em outras atividades como os serviços. Isto porque os SGA têm

sido muito utilizados na indústria e em organizações privadas, dado que sua

estrutura de aplicação vai ao encontro das características deste tipo de

organizações.

Mesmo assim, é notório o crescente interesse da aplicação destes sistemas aos

serviços públicos (Instituições de Ensino Superior, Hospitais, Laboratórios, entre

outros). Nestes, o sucesso da implementação do SGA, segundo os sistemas

normativos de referência, apresenta fatores críticos em virtude das características

destas instituições. A sua estrutura hierárquica, a resistência aos desafios e a inércia

face a novas estratégicas de gestão que alterem os procedimentos de trabalho e

aumentem a dinâmica, competitividade e envolvimento estratégico, são alguns dos

fatores que condicionam a implementação desta ferramenta.

As IES são as organizações que mais se assemelham à sociedade no seu todo,

em termos de complexidade, relações de poder e envolvimento dos seus membros.

Estas instituições têm demonstrado uma grande capacidade de sobrevivência ao

longo da história e uma longevidade e resistência à mudança pouco comuns em

organizações empresariais, que são fruto das suas características organizacionais.

(Lopes et al, 2004)

Page 57: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

42

As áreas de conhecimento são a base da organização das IES, dando origem a

uma estrutura fortemente fragmentada por áreas científicas, e pela especialização

dos conhecimentos. O processo de tomada de decisão é assim difuso e

descentralizado, pelo que os responsáveis exercem menos controle e autoridade

que os seus equivalentes nas empresas. A fragmentação da estrutura conduz ainda

à existência de sub-culturas com estilos decisórios, restrições de tempo e

prioridades diferentes. No interior de cada unidade científica, as IES são inovadoras

e adaptáveis, embora a maior parte das inovações sejam de carácter incremental

(quer dizer, novos conhecimentos que agregam valor às pesquisas desenvolvidas).

Em nível estrutural, a universidade é muito resistente à mudança e tem elevada

aversão ao risco. (Lopes et al, 2004)

As IES encontram-se, assim, numa posição propícia para implementar um

comportamento ambiental mais sustentável, pois, por um lado, são geradoras de

problemas ambientais, mas, por outro, como instituições que criam conhecimento e

com responsabilidades na educação, têm o dever ético-social e as competências

que as tornam o local ideal para abordar os problemas ambientais. (Lopes, 2004)

Apesar de reconhecerem as vantagens dos SGA, estas instituições ainda estão

hesitantes em incorporar estes sistemas. A implementação de um SGA é um

processo bastante complexo, atravessando muitas barreiras que dependem da

cultura organizacional, dos estilos formais e informais de gestão, dos indivíduos

envolvidos no processo, das condições técnicas e da fase de implementação do

SGA.

Por este fato, existe a necessidade de desenvolvimento de metodologias de

implementação de SGA que tenham em conta as características e especificidades

das IES. Cada IES tem uma estrutura física diferente, localizada em cidades com

clima, cultura e pessoas diferentes, onde o desenvolvimemto de suas atividades,

embora similares, geram resíduos que são gerenciados segundo as suas

particularidades. Por isso, as metodologias a serem aplicadas devem ser menos

estruturadas e mais flexíveis, como forma de sustentabilidade destes sistemas a

longo prazo. (Carreiras et al, 2005)

Page 58: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

43

Estas instituições, possuindo uma dimensão significativa, consomem

quantidades consideráveis de recursos e produzem grandes quantidades de

resíduos. Apresentam um consumo elevado de energia, de água e substâncias

químicas. Produzem igualmente grandes quantidades de resíduos sólidos e resíduos

perigosos, como resíduos químicos, pesticidas, tintas, solventes e resíduos

radioativos. Os reagentes químicos perigosos usados em laboratório, os fitofármacos

e os fertilizantes são abundantes nos campus universitários e aumentam o risco de

contaminação, colocando em risco a segurança de trabalhadores, estudantes, da

comunidade e dos ecossistemas. (Lopes et al, 2004)

Ao ter um melhor desempenho ambiental, as IES melhoram ao mesmo tempo a

sua imagem e eficiência. A maioria das iniciativas ambientais nas IES tem surgido

mais por razões circunstanciais, como no caso dos laboratórios químicos em

algumas universidades brasileiras, do que resultantes de estratégias planejadas; não

estão integradas por políticas e não constituem ações alargadas que integram as

várias áreas funcionais destas instituições.

Apesar das inúmeras iniciativas ambientais existentes no exterior, como na

Europa e nos EUA, por exemplo, são poucas as que continuam e se expandem. As

iniciativas ambientais seguidas pelas IES têm abordagens diversificadas: enfatizam

as questões operacionais; têm uma abordagem filosófica; abordam temáticas

específicas; introduzem esta temática na grade curricular; incorporam esta questão

nos processos de tomada de decisão, numa perspectiva estratégica de longo prazo;

ou implementam ferramentas mais racionais e sistêmicas como os SGA.

Dentre as vantagens em implementar um SGA nas IES, (Lopes et al, 2004)

considera:

• A melhoria do desempenho ambiental da instituição, reduzindo os riscos

ambientais, em termos de higiene e segurança no trabalho, o consumo de

recursos e a emissão de poluentes;

• As medidas implementadas conduzem a uma maior eficiência dos processos e a

uma redução de custos, com melhorias claras em termos de competitividade;

Page 59: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

44

• Promovem uma postura pró-ativa em termos ambientais, que responde à

consciência global de proteção ambiental que é apoiada pelos governos e pela

sociedade, daí advindo claros benefícios políticos, uma melhoria da imagem e

reputação da instituição e uma melhoria da relação com outras instituições ;

• Promovem o cumprimento da legislação e uma postura pró-ativa nesta matéria,

reduzindo o risco de multas legais;

• A implementação de um SGA introduz melhorias administrativas na organização,

através de um melhor controle das responsabilidades e competências, e do

controle de custos, que reforça a eficiência e competitividade das organizações;

Porém, os SGA, como já foi dito, foram desenvolvidos para a aplicação em

indústrias e não para outras atividades como os serviços. No entanto, têm recebido

receptividade por parte de algumas instituições de serviços. Pode-se mencionar aqui

o trabalho efetuado pelo Ministério do Meio Ambiente do Brasil que criou um

programa denominado “A Agenda Ambiental na Administração Pública”, em 2001,

que visa inserir critérios ambientais nas áreas de governo, visando minimizar ou

eliminar os impactos ao meio ambiente, provocados por atividades administrativas

ou operacionais.

A implementação dos SGA é muitas vezes dificultada por impedimentos

técnicos, de disponibilização de recursos humanos e organizacionais, e a bibliografia

é omissa quanto ao modo como os implementar, sendo desenvolvida reduzida

investigação nesta área. Por sua vez, Malmborg (2002) afirma que a abordagem

tradicional dos SGA, com uma estrutura bastante formal, tem-se focado mais em

“como devem os atores agir nas diferentes situações” (ação reativa), em vez do “que

deve ser conseguido com cada ação” (ação pró-ativa). Como consequência, perante

novas situações, são necessários novos procedimentos. A implementação dos SGA

reflete uma reduzida flexibilidade, bem como uma aprendizagem de curto prazo dos

agentes envolvidos, já que prescreve como lidar com os problemas atuais, e não se

focando nos objetivos a atingir ao longo do tempo.

Page 60: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

45

Por este fato, existe a necessidade de desenvolvimento de metodologias de

implementação de SGA que tenham em conta as características e especificidades

de cada Intituição. Estas metodologias devem ser menos estruturadas e mais

flexíveis na procura de sua adequação e adaptação às mudanças e se manter ao

longo do tempo.

3.3 O Papel das Instituições de Ensino Superior no Desenvolvimento

Sustentável

As IES estão cada vez mais conscientes do papel que têm a desempenhar na

preparação das novas gerações de profissionais para o DS. Nesse sentido, a ONU

deu os primeiros sinais às universidades quanto ao seu papel no caminho para o

DS, nos documentos associados à Conferência das Nações Unidas para o

Desenvolvimento Humano (UNCHD), em 1972, e à Conferência das Nações Unidas

sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), em 1992, entre outras, que

explicitam objetivos e medidas dirigidas às instituições de ensino superior, como se

pode apreciar no quadro 3.

Quadro 3 : A ONU e as universidades no âmbito

do Desenvolvimento Sustentável (1972-1992)

Documento Objetivos Medidas Recomendadas

UNCHD (1972) Declaração de Estocolmo (Princípios 9 e 24)

Prever e/ou diminuir aspectos contrários ao desenvolvimento sustentável.

Formulação de acordos multi ou bilaterais, ou de outras formas de cooperação (nomeadamente em transferência tecnológica).

UNCED (1991) Relatório do Comitê Preparatório

Envolver todos na educação para o desenvolvimento sustentável.

Envolvimento de decisores no governo, de especialistas que os aconselhem nas universidades, institutos de investigação, etc.

UNCED (1992) Declaração do Rio (Princípio 9)

Fortalecer o desenvolvimento de capacidades para o desenvolvimento sustentável.

Intercâmbio de conhecimento científico e tecnológico. Desenvolvimento, adaptação, difusão e transferência de tecnologias, incluindo as novas e inovativas.

Clarificar o papel da ciência e tecnologia no desenvolvimento sustentável.

(Re)desenho dos programas nacionais em Ciência e Tecnologia por forma a clarificar contribuições do setor para o desenvolvimento sustentável e identificar funções/ responsabilidades do sector no desenvolvimento humano.

Gerar e disseminar conhecimento e informação em desenvolvimento sustentável.

Produção de avaliações científicas de longo prazo sobre depleção dos recursos, uso da energia, impactos na saúde e tendências demográficas, e tornar públicas em formas amplamente compreendidas.

UNCED (1992) Agenda 21 (Capítulos 31, 34, 35 e 36)

Educar todos para o desenvolvimento sustentável.

Desenvolvimento de programas de educação em ambiente e desenvolvimento (acessível a pessoas de todas as idades). Incentivos dos países às universidades e a redes de trabalho neste âmbito.

Fonte: COPERNICUS –CAMPUS http://copernicus-campus.org/sites/list_index.html

Page 61: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

46

Nas palavras do Relatório Bruntland, deve-se aprender a cuidar das

necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras

satisfazerem as suas próprias necessidades. A consciência está aí. O que falta é

uma estratégia compreensível para construir um futuro sustentável eqüitativo para

todos os seres humanos, como foi sublinhado pela UNCHD e pela UNCED. Essa

estratégia requer um novo enquadramento mental e num novo conjunto de valores.

Para a promoção de tais valores, a educação é essencial para aumentar as

capacidades das pessoas de enfrentar as questões ambientais e de

desenvolvimento. A educação, em todos os níveis, especialmente a educação

universitária para a formação de decisores e professores, deve ser orientada para o

desenvolvimento sustentável e para forjar atitudes, padrões de capacidade e

comportamentos ambientalmente conscientes, tal como um sentido de

responsabilidade ética. A educação ambiental, no sentido mais completo do termo,

tem que se tornar uma prática na vida diária.

As universidades e instituições equivalentes de ensino superior formam as

futuras gerações de cidadãos e possuem conhecimentos específicos em todos os

campos da investigação, tanto em tecnologia como nas ciências naturais, humanas

e sociais. Portanto, é conseqüentemente seu dever propagar a literatura ambiental e

promover a prática de uma ética ambiental na sociedade. Como exemplo disso,

pode-se citar no exterior, a organização COPERNICUS, cujo alvo é compartilhar o

conhecimento sobre o DS das universidades européias com a indústria, e, no Brasil,

encontra-se a “Carta de Niterói”, delineada para o tratamento de resíduos químicos

gerados nas universidades e diversas experiências de coleta seletiva como parte da

gestão de resíduos.

Na verdade, as universidades são cada vez mais chamadas a desempenhar um

papel preponderante no desenvolvimento de uma forma de educação multidisciplinar

e eticamente orientada, de forma a encontrar soluções para os problemas ligados ao

desenvolvimento sustentável. Segundo Pereira (2005a), para alcançar estes

objetivos e cumprir a sua missão básica, as universidades são pressionadas a

desencadear todos os esforços para subscrever e implementar os seguintes

princípios de ação seguidamente definidos:

Page 62: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

47

i. Compromisso institucional – as universidades devem demonstrar, na prática,

seu compromisso com a proteção ambiental dentro do seu próprio campus.

ii. Ética ambiental – as universidades devem promover, entre os seus docentes,

alunos e o público em geral, padrões de consumo sustentáveis e um estilo de

vida ecológico, estimulando paralelamente programas que desenvolvam as

capacidades do corpo docente para ensinar temas relacionados à proteção

ambiental.

iii. Educação dos funcionários universitários – as universidades deverão

proporcionar educação, formação e encorajamento aos seus funcionários em

matérias ambientais, para que eles possam prosseguir o seu trabalho de uma

forma ambientalmente responsável.

iv. Programas de educação ambiental – as universidades deverão incorporar uma

perspectiva ambiental em todo o seu trabalho e estabelecer programas de

educação ambiental envolvendo docentes, investigadores e estudantes,

expondo-os a todos os desafios globais do ambiente e desenvolvimento, seja

qual for o seu campo de trabalho ou estudo.

v. Interdisciplinaridade – as universidades devem encorajar a educação

interdisciplinar e colaborativa e programas de investigação relativos ao

desenvolvimento sustentável enquanto parte da missão central da instituição.

Devem também procurar ultrapassar os instintos competitivos entre disciplinas e

departamentos de modo de compartilhar conhecimentos para atingir o mesmo

alvo da proteção ambiental e da qualidade de vida.

vi. Disseminação do conhecimento – as universidades devem apoiar esforços

para suprir as falhas na atual literatura disponível aos estudantes, profissionais,

decisores e público em geral, preparando material didático informativo,

organizando leituras públicas e estabelecendo programas de formação. Elas

devem também estar preparadas para participar de auditorias ambientais.

Page 63: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

48

vii. Redes de trabalho – as universidades devem promover redes interdisciplinares

de peritos ambientais em nível local, nacional, regional e internacional, com o

objetivo de colaborar em projetos ambientais comuns de ensino e investigação.

Para isto, a mobilidade de estudantes deve ser encorajada.

viii. Parcerias – as universidades deverão tomar a iniciativa de forjar parcerias com

outros setores preocupados da sociedade, de modo a desenhar e implementar

abordagens, estratégias e planos de ação coordenados.

ix. Programas de educação contínua – as universidades deverão inventar

programas de educação ambiental sobre estes assuntos e para diferentes

grupos-alvo, por exemplo: empresas, agências governamentais, organizações

não-governamentais, meios de comunicação social.

x. Transferência tecnológica – as universidades devem contribuir para programas

educacionais concebidos para a transferência de tecnologias de educação e

inovação e métodos de gestão avançados.

As universidades que tentam cumprir com estes princípios estão se esforçando

para definir e ao mesmo tempo assumir seu papel no que se refere ao ensino para

um futuro viável. O desafio do desenvolvimento sustentável procura, na

universidade, um agente especialmente equipado para liderar o caminho. Com essa

missão, em diferentes períodos e lugares, as universidades adotaram declarações

ambiciosas e propuseram também grandes princípios e objetivos para o processo de

reformas que devem assumir. Neste sentido, podem-se citar os seguintes

documentos:

3.3.1 Acordos da Conferência da Terra

Em 1992, 172 governos reuniram-se na cidade brasileira do Rio de Janeiro para

a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento

(UNCED), que ficou conhecida como Conferência da Terra. Esta Conferência

produziu importantes documentos. O maior e mais importante deles foi a Agenda 21.

Nele, constam tratados em muitas áreas que afetam a relação entre o meio

Page 64: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

49

ambiente e a economia, como: atmosfera, energia, desertos, oceanos, água doce,

tecnologia, comércio internacional, pobreza e população. Até a UNCED as

universidades praticamente estiveram formalmente fora do palco da discussão sobre

o desenvolvimento sustentável, mas, no capítulo 36 da Agenda 21 se estabelece a

promoção da educação, da consciência pública e da formação de tal forma a

reorientar a educação para o DS tomando como bases para a ação os seguintes

lineamentos (Site Campus Verde):

• A educação, incluindo a educação formal, a consciência pública e a formação

devem ser reconhecidas como um processo através do qual os seres

humanos e as sociedades podem alcançar o seu completo potencial.

• A educação é vital à promoção do desenvolvimento sustentável e à melhoria

das capacidades humanas em lidar com as questões do ambiente e do

desenvolvimento.

• Enquanto a educação básica fornece as bases para qualquer educação em

ambiente e desenvolvimento, as posteriores necessitam ser incorporadas

como uma parte essencial da aprendizagem.

• A educação formal e a educação não-formal são ambas indispensáveis na

mudança de atitudes que capacitará as pessoas a avaliar e resolver as suas

preocupações de desenvolvimento sustentável.

• A educação é também vital ao alcance de uma ética e consciência ambiental,

de valores e atitudes, habilidades e comportamentos consistentes com o

desenvolvimento sustentável e para uma efetiva participação pública nos

processos decisórios.

• Para ser efetiva, a educação ambiental e de desenvolvimento deve lidar com

as dinâmicas biofísicas e socioeconômicas do ambiente e de

desenvolvimento humano (que pode também ser espiritual), deve ser

integrada em todas as disciplinas e deve empregar métodos formais e não-

formais e meios efetivos de comunicação.

Page 65: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

50

3.3.2 Declaração de Kyoto

Promovida pela Associação Internacional das Universidades (IAU), sublinha a

dimensão ética da educação para o desenvolvimento sustentável que, além de

ensinar princípios, deve promover práticas igualmente sustentáveis. Na 9ª Mesa

Redonda da IAU, que ocorreu em Kyoto (Japão) a 19 de novembro de 1993, cerca

de 90 líderes universitários reuniram-se para discutir e adotar uma declaração de

princípios, baseada nas declarações emanadas das conferências passadas, como

as de Talloires (1990), Halifax (1991) e Swansea (1993). (Ferreira, 2002). As ações

foram as seguintes:

• Pressionar as universidades em todo o mundo a procurar estabelecer e

disseminar uma compreensão mais clara do conceito e encorajar princípios e

práticas de desenvolvimento sustentável mais apropriados ao nível local,

nacional e global, de formas mais correspondentes com as suas missões.

• Utilizar os recursos das universidades para tentar uma melhor compreensão, por

parte dos governos e do público em geral, dos perigos inter-relacionados físicos,

biológicos e sociais que ameaçam o planeta Terra e para reconhecer a

interdependência significativa e as dimensões internacionais do desenvolvimento

sustentável.

• Sublinhar a obrigação ética da geração presente em ultrapassar as práticas de

utilização dos recursos e as disparidades globalmente disseminadas que estão

na base da insustentabilidade ambiental.

• Potenciar a capacidade da universidade de ensinar, investigar e agir no seio da

sociedade, de acordo com os princípios de desenvolvimento sustentável;

aumentar a literatura ambiental e melhorar a compreensão da ética ambiental no

meio acadêmico e entre o público em geral.

• Cooperar entre si e com todos os segmentos da sociedade na procura de

medidas práticas e de política que alcancem o desenvolvimento sustentável e

assim assegurem os interesses das gerações futuras.

Page 66: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

51

• Encorajar as universidades a rever as suas próprias operações de forma a refletir

as melhores práticas de desenvolvimento sustentável.

3.3.3 Carta Copernicus

A Carta Copernicus, chamada de “Carta Patente da Universidade para o

Desenvolvimento Sustentável” define os princípios de ação a serem adotados pelas

universidades européias rumo ao DS. A carta patente foi introduzida e apresentada

à Conferência dos Reitores da Europa (CRE), em Barcelona, em outubro de 1993, e

assinada em Genebra, em abril de 1994, por um conjunto de 196 universidades

européias.

Na verdade, COPERNICUS (Cooperation Program for Environmental Research

in Nature and Industry through Coordinated University Studies) é um programa

lançado pela (CRE) em 1988 e visa a cooperação das universidades européias para

a pesquisa sobre a proteção ambiental em parceria com a indústria.

Quadro 4 – Estratégia do Programa Copernicus para o Desenvolvimento Sustentável

Objetivos gerais Prioridades Áreas-chave Ações Copernicus

Gerar conhecimento em desenvolvimento sustentável

Investigação multidisciplinar Redes de peritos

Seminário virtual em expansão e desenvolvimento sustentável

Disseminar conhecimento em desenvolvimento sustentável aos alunos

Formação de professoresCurrículos universitários em desenvolvimento sustentável

Identificar formas de as universidades ajudarem a sociedade a responder ao desafio do desenvolvimento sustentável

Disseminar conhecimento em desenvolvimento sustentável à sociedade

Parcerias e redes de trabalho a nível local Serviço à sociedade em: -ciência e investigação; -definição de políticas; desenvolvimento de capacidades; -transferência tecnológica

Conferências anuais, desde 1998: Sustainable Universities: inter-, multi-and trans-disciplinary issues and options, (Barcelona, 1999)

Alcançar a sustentabilidade nas universidades

Implementar práticas ambientalmente responsáveis pelas e nas universidades

Promover a gestão ambiental das universidadesPromover padrões sustentáveis de produção e consumo nas universidades

Projetos:-Universidade de baixa energia;-Campus-solar europeu-Química sustentável

Fonte: http://www.copernicus-campus.org

Page 67: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

52

Tendo como visão tornar a sustentabilidade uma marca registrada, tanto do

espaço europeu da investigação como do espaço europeu da educação, o programa

COPERNICUS desenvolve sua própria estratégia de ação baseada nos princípios de

sua carta, conforme quadro 4.

Este programa é o principal agente regional de diálogo nesta matéria em nível

internacional e trabalha em parceria com a Associação das Universidades Européias

(EUA), o Instituto de Investigação para a Europa Sustentável (SERI), a Associação

Ambiental das Universidades e Faculdades do Reino Unido (EAUC) e algumas

universidades singularmente pró-ativas em desenvolvimento sustentável no espaço

europeu.

3.3.4 Conferência Mundial para o Desenvolvimento Sustentável

A Conferência Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, realizada em 2002,

na África do Sul, reuniu 150 delegados em torno da pergunta: Qual o papel do

ensino superior no DS?. Uma resposta particular mereceu especial atenção e foi

apresentada pela Universidade Politécnica da Catalunha, que elaborou um modelo

onde se distinguem quatro níveis de intervenção para as universidades, descritas a

seguir:

1) Ensino, educação dos decisores para um futuro sustentável;

2) Pesquisa de soluções, paradigmas e valores que sirvam a uma sociedade

sustentável;

3) Extensão universitária, divulga para a sociedade resultados de pesquisas e

apresenta novas tecnologías visando a transformação e a inclusão social.

4) Operação dos campi universitários como modelos e exemplos práticos de

sutentabilidade em escala local.

A coordenação e a comunicação entre o níveis anteriores e entre estes e a

sociedade resulta na capacidade de agir em sinergia, em uma ação cooperativa dos

agentes envolvidos, de tal forma que o aporte para o desenvolvimento sustentável

Page 68: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

53

seja maior que a soma dos esforços realizados independentemente, como ilustrado

no diagrama 11.

Diagrama 11: Papel da universidade na sociedade para o DS

Fonte:Adaptação do modelo apresentado pela universidade de catalunha apresentado em.

www.gestãoambiental.com.br/recebedos/maria_kraemer

Seguindo este modelo, na operacionalização do campus universitário, a gestão

dos resíduos produzidos nas universidades torna-se uma questão indispensável. Ao

usar a logística reversa sobre os bens descartados, propicia-se o interesse dos

pesquisadores com o tratamento e disposição final dos resíduos, adotando regras de

responsabilidade ambiental e seguindo diretrizes básicas tais como:

Modelo a escala Local

Graduandos Profissionais

Campus

Universitário

Ensino

Pesquisa

Futuras pesquisas

Objetivos Posição Central

SOCIEDADE

Soluções Consciência Crítica Paradigmas

COORDENAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Extensão

Marco de Conhecimento

Page 69: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

54

• Prevenção na geração de resíduos;

• Minimização da proporção de resíduos perigosos de modo a tornar viável e

economicamente possível a atividade gerenciadora;

• Economia do uso de energia pela consolidação da coleta;

• Reutilização interna ou externa dos produtos descartados;

• Reciclar o componente material ou energético do resíduo, entre outras

alternativas.

3.3.5 Carta de Niterói

No Brasil, já vêm ocorrendo, há alguns anos, encontros para se discutir, entre

outros temas, a gestão de resíduos perigosos; um exemplo disso são os Encontros

Nacionais de Segurança em Química – ENSEQUI. O primeiro deles ocorreu em

2000, na Universidade Estadual de Campinas, em São Paulo, e o enfoque principal

foi a discussão de estratégias para implementação de uma política de segurança em

laboratórios e o tratamento dos resíduos químicos nas universidades.

No segundo ENSEQUI, realizado em 2002, na Universidade Federal do Rio

Grande do Sul, em Porto Alegre, buscou-se a interação entre indústrias,

universidades e o poder público, dentro de suas realidades na área de segurança e

gestão de resíduos.

No terceiro ENSEQUI, realizado em 2004 na Universidade Federal Fluminense,

em Niterói - Río de Janeiro, contou-se com a presença de 142 participantes de

diferentes universidades, empresas (PETROBRAS, BAYER, MERCK), instituições

do governo, como a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente, dentre

outras. O foco do evento foi a participação da administração central das Instituições

Federais de Ensino (IFE’s) e a implementação de políticas de segurança e gestão

ambiental, especialmente de resíduos perigosos. Na oportunidade, foi discutido e

elaborado um documento intitulado “CARTA DE NITERÓI”, a ser enviado a diversos

Page 70: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

55

ministérios e órgãos de fomento após a aprovação nas IFE’s signatárias, propondo

ações que visam a implementação de programas na área de gerenciamento de

resíduos perigosos e, em âmbito mais geral, da gestão ambiental. (Texto da Carta

de Niterói, no anexo I).

3.4 Experiências de SGA em Universidades Brasileiras

3.4.1 Universidade de São Paulo – USP RECICLA

O USP Recicla - da Pedagogia à Tecnologia - é um programa interno da

Universidade de São Paulo (USP) que busca contribuir para a formação de

sociedades sustentáveis por meio de iniciativas de gestão ambiental através de

comissões internas nas unidades e órgãos dos seis campi da Universidade. É um

esforço de integração e de gestão compartilhada do lixo auxiliada pela coordenação

e comunicação dos agentes e dos trabalhos intensivos de extensão universitária.

Este programa é parte da Comissão Especial de Coordenação de Atividades de

Extensão (CECAE). Assim, o USP Recicla atua, basicamente no desenvolvimento

de um programa educativo para a comunidade universitária na articulação de

parcerias internas nas áreas de ensino, pesquisa e tecnologia relacionadas à

minimização de resíduos. Em linhas gerais, o programa tem como objetivos :

i. Estimular valores, atitudes e comportamentos voltados à minimização de

resíduos e à adoção de práticas ambientalmente adequadas, mediante a

implementação de um programa educativo na USP;

ii. Articular e fomentar o desenvolvimento de projetos em torno do tema,

englobando aspectos de pesquisa, ensino, extensão e gestão cotidiana da

Universidade;

iii. Contribuir para o estabelecimento de diretrizes para uma política interna de

conservação, recuperação, melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida na

USP, no seu entorno e interfaces.

O programa de minimização de resíduos da USP considera a coleta seletiva de

materiais de acordo com a situação de cada campus. A opção pela coleta seletiva do

Page 71: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

56

papel em todos os campi da USP deu-se pela facilidade de escoamento desse

material e pelo fato dele representar cerca de 70% do peso total do lixo da

universidade. Os demais resíduos são descartados em cestos de lixo, coletados e

destinados como tal (quadro 5). Nos campi de Ribeirão Preto e Bauru, onde a USP

Recicla está integrada aos programas municipais de coleta seletiva, as caixas

distribuídas também recebem outros recicláveis como metais, plásticos e vidros,

uma vez que o escoamento destes materiais está garantido.

Quadro 5: Média mensal de recicláveis coletados seletivamente nos campus da USP

Campus Bauru Piracicaba Ribeirão Preto São Carlos São Paulo

kg/mês 2.600 2.400 3.400 1.700 15.000

Fonte: http://www.cecae.usp.br/recicla/ (2003)

Outros materiais coletados e encaminhados para reciclagem são:

• Lâmpadas fluorescentes, consideradas resíduos perigosos por seu teor de

mercúrio, são separadas em quase todos os campi, e destinadas à

descontaminação numa empresa no município de Paulínia, SP, processo este

que gera mercúrio, vidro e alumínio passíveis de reciclagem.

• Cartuchos de toner, devolvidos para refill através de convênio com uma

empresa de máquinas copiadoras.

• Resíduos orgânicos, provenientes de copas, lanchonetes, varrição e poda

de jardim, para compostagem. Foram montadas 8 composteiras, até o

presente, em 5 campi. O composto, que já foi analisado pelo Departamento

de Química da ESALQ-USP (no campus de Piracicaba), vem sendo utilizado

em hortas e jardins, tanto dentro da Universidade quanto fora, ao ser

adquirido por funcionários e demais interessados.

Em conjunto, essas práticas permitiram a diminuição média de 50% no peso do

lixo produzido na universidade encaminhados ao aterro. Nas unidades que

Page 72: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

57

compostam seus resíduos orgânicos, esta diminuição chega a 90% e só 10% se

encaminha ao aterro da cidade.

Forma parte também da Gestão Ambiental da USP o CONSERVUSP

(Conservação de Recursos na USP), que está formado pelo programa USP Recicla,

pelo programa de uso racional da água e pelo programa de uso racional de energia.

Todos estes programas visam criar sinergia entre todas suas atividades de

preservação ambiental em termos operacionais, tecnológicos, educacionais, de

pesquisa e extensão.

i. O Programa de Uso Racional da Água (PURA)- Em operação desde 1997.

Encontra-se estruturado por seis microprogramas integrados, abrangendo

documentação técnica, laboratórios, novas tecnologias, estudos em edifícios

residenciais, programas da qualidade e, finalmente, estudos de caso em

diferentes tipos de edifícios (escritórios, escolas, hospitais, cozinhas, etc.).

ii. O Programa de Uso Racional de Energia (PURE) - Existente desde 1997, vem

implementando ações de economia de energia e conscientizando a comunidade

universitária sobre a eficiência energética e a necessidade de se ter uma

consciência ecológica e uso racional dos recursos da universidade.

3.4.2 Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

A UNICAMP constituiu, em julho de 2001, um grupo de trabalho formado por

representantes de várias unidades universitárias que teve como principal tarefa

discutir e propor um programa institucional de gerenciamento de resíduos biológicos,

químicos e radioativos.

Este programa tem agora o objetivo primordial de definir normas e procedimentos no

âmbito da universidade, de maneira a garantir que as pesquisas desenvolvidas, não

venham a degradar o meio ambiente através da emissão indevida de resíduos

poluentes. Com essa finalidade, a UNICAMP realizou um inventário (passivo e

ativo) sobre os resíduos químicos, biológicos e radioativos da universidade. E, partir

disso, estabeleceu um fluxo geral básico comum para os três tipos diferentes de

resíduos (diagrama 12).

Page 73: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

58

Diagrama 12 : Fluxos e Tratamentos Gerais dos Resíduos Perigosos da UNICAMP

Fonte: http://www.cgu.unicamp.br/residuos/gerenres.htm

Esse fluxo geral está constituído por diferentes etapas de tratamento e destino

dos resíduos perigosos com especificidades de acordo com o tipo de resíduos

gerados. O interessante do planejamento desde modelo de gestão de resíduos é

que considera a responsabilidade da unidade geradora (laboratório), a

responsabilidade da administração da universidade e a responsabilidade externa,

esta última, refere-se à responsabilidade das empresas fornecedoras.

EX

TE

RN

O

A B C D E F

Armazenamento Temporário no EDR/Unicamp (máx. 7 días)

Armazenamento Temporário na Unidade (ATU)

Segregação, Acondicionamento, Identifação e Controle de Inventario

Geração de Resíduos Perigosos

Aquisição

Distribuição

ETE tratamento reprocessamento

Disposição Final Reuso

Uso Interno

Pré-tratamento

Devolução ao Fabricante

Disposição Final Tratamento Externo

UN

IDA

DE

U

NIV

ER

SID

AD

E

QUIMICO BIOLOGICO RADIOATIVO

Sistema de Tratamento de Resíduos

Page 74: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

59

Nesta experiência, o sistema de gestão ambiental responde à necessidade

urgente de tratamento de resíduos perigosos e, no que respeita ao tratamento de

resíduos sólidos, está em fase de implementação.

3.4.3 Universidade Federal de São Carlos – CEMA

A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) vem desenvolvendo

oficialmente uma política ambiental desde 1993, quando foi criada a Coordenadoria

Especial para o Meio Ambiente - CEMA pela Resolução nº. 201/93 do Conselho

Universitário, constiuíndo-se como uma unidade de apoio da pró-reitoria de

admnistração da UFSCar. A função da CEMA é planejar e coordenar as atividades

relacionadas a:

• Desenvolvimento de uma política ambiental para a UFSCar;

• Explorações agro-florestais;

• Ocupação racional dos campi;

• Apoio e/ou desenvolvimento de assuntos ambientais;

• Programas de educação ambiental;

• Programas de conservação de energia;

• Programas de controle de resíduos;

• Controle da utilização de produtos considerados tóxicos nos campi;

• Outras atividades necessárias para o alcance dos seus objetivos.

A CEMA também é responsável pela conservação da Reserva do Cerrado da

UFSCar, uma área de 150 hectares onde estão preservadas espécies nativas da

flora e da fauna da região. A área é utilizada para pesquisas científicas e atividades

práticas das disciplinas da área biológica. No local também há a Trilha da Natureza,

um percurso de 1.800 metros em meio ao cerrado.

Page 75: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

60

Além disso, desde março de 1991, ligado à CEMA e em parceria com a

Prefeitura Universitária, foi criado o Programa de Eficiência e Racionalização no

Uso de Energia - PERENE – que é uma iniciativa de alunos, professores e

funcionários da UFSCar que busca :

• Reduzir os gastos da universidade com a energia elétrica;

• Concientizar a comunidade unviersitária sobre o desperdício do uso da

energia elétrica e também de outros recursos naturais como a água, o gás e

os alimentos, além dos materiais de consumo, como papel e plástico.

No que diz respeito à coleta seletiva no Campus da UFSCar (segundo o

informativo da Reitoria da UFSCar, “INFORMANDO” de outubro 2005), a

Associação de Proteção Ambiental de São Carlos (APASC) e a CEMA firmaram uma

parceria com a Prefeitura Municipal de São Carlos e com três cooperativas de

catadores da cidade: Eco-Ativa, Cooletiva e Cooper-Vida. A parceria estabelece que

a prefeitura fornecerá um caminhão para transporte do material, enquanto a

universidade oferece o material reciclável e a venda da coleta e os recursos

arrecadados serão administrados pelas cooperativas, o que irá contribuir com a

renda dos catadores.

A gestão ambiental desenvolvida na UFSCar tem importância ambiental, é de

relevância social, já que as cooperativas reúnem ex-catadores do antigo aterro.

3.4.4 Universidade Federal de Santa Catarina – CGA

A Coordenadoria de Gestão Ambiental – CGA foi criada em 1996, ligada

diretamente ao Gabinete do Reitor. A CGA é um órgão de planejamento e execução

voltado para o desenvolvimento da gestão ambiental na Universidade Federal de

Santa Catarina (UFSC) e tem como objetivos:

• Desenvolver a gestão ambiental na UFSC, na conquista da qualidade do meio

ambiente e qualidade de vida da comunidade universitária;

Page 76: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

61

• Consolidar o comprometimento da UFSC com a questão ambiental,

integrando a responsabilidade ambiental à estrutura organizacional e

incorporando-a nas práticas administrativas e na postura universitária e

assegurar a proteção, a preservação, a conservação, o controle, a melhoria e

a recuperação dos recursos ambientais e ecossistemas da UFSC.

A CGA, para atingir seus objetivos, está dividida em programas e projetos que

atendem diferentes áreas da gestão ambiental da UFSC, a seguir, sumariamente, se

descrevem alguns deles:

i. Programa de Gerenciamento de Resíduos Químicos - A CGA mantém um

sistema de gerenciamento de resíduos químicos, implantado em 1997 pela

Portaria do Reitor (0320/GR/97), que visa à preservação do Sistema Hídrico

local e a preparação dos acadêmicos envolvidos nos processos de produção

e manipulação dos reagentes químicos para as boas práticas protecionista.

A CGA oferece apoio técnico para a classificação dos resíduos, fornece

recipientes para o armazenamento, devidamente etiquetados, além do

controle dos resíduos recolhidos. A coleta e destinação final desses resíduos

são realizadas por uma empresa especializada. Para apoiar o gerenciamento,

foi construído um banco de dados com o levantamento dos laboratórios

geradores de resíduos químicos.

ii. Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Secos - A UFSC

produz, mensalmente, cerca de 30 toneladas de resíduos sólidos secos,

distribuídos em 14 pontos de coleta no campus. Este material, constituído

principalmente por papel e plásticos, é recolhido por empresas contratadas,

que utilizam contentores metálicos distribuídos em pontos estratégicos.

A geração dos resíduos se dá a partir de duas grandes fontes primárias: o

usuário, que produz e deposita suas sobras nas caixas coletoras, disponíveis

nas áreas internas e externas das edificações, e os funcionários de limpeza,

que recolhem e encaminham os resíduos às caixas coletoras centrais,

recolhidos pelo sistema de coleta contratado. Desse total, estima-se que

Page 77: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

62

cerca de cinco toneladas/mês são recicladas, especialmente papel e papelão,

que armazenam o material nos mais diversos pontos e condições de

segurança.

iii. Compostagem de Resíduos Sólidos Orgânicos- Os resíduos sólidos

orgânicos, provenientes dos bares e restaurantes (sobra de alimentos ou de

sua preparação), são agregados aos gerados nos parques e jardins do

Campus, e encaminhados para o pátio de compostagem, onde são

processados, resultando na produção de adubo orgânico, que são utilizados

como fertilizante na manutenção do campus, além de ser doado a instituições

de caráter comunitário e beneficente.

O pátio de compostagem, processa cerca de três toneladas de resíduos por

dia, proporcionando uma economia expressiva de recursos, com a eliminação

do custo de transporte e destinação final dos mesmos.

iv. Gerenciamento dos Resíduos Sólidos do Sistema de Saúde - Os resíduos

do Serviço de Saúde, gerados principalmente no Hospital Universitário, nas

clínicas odontológicas e laboratórios com manipulação de vísceras,

demandam uma atenção especial, quanto ao seu gerenciamento, desde a

geração até a disposição final, em função dos riscos que podem oferecer à

saúde pública e ao meio ambiente.

Os recipientes adequados para o acondicionamento desses resíduos são

sacos plásticos brancos, com desenho do símbolo de biossegurança, onde

são disponibilizados os resíduos que tiveram contato com os pacientes, como

curativos, seringas, luvas, sobras de alimentos e outros. Além desses, os

objetos perfurocortantes, que tiveram contato com os pacientes, como

agulhas e lâminas, são dispostos em embalagens especiais, visando a

proteção das pessoas que os manipulam. Esses resíduos são armazenados

em locais próprios, sendo transportados separadamente dos demais resíduos,

e levados por uma empresa especializada para o aterro sanitário, com células

especiais para resíduos do Sistema de Saúde, com licença de operação

emitida pelo órgão competente.

Page 78: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

63

v. Gerenciamento de Pilhas, Baterias e Lâmpadas Fluorescentes - Os

resíduos especiais, que contenham em sua constituição metais pesados,

bioacumulativos, ou outros compostos prejudiciais à saúde e ao meio

ambiente, com lâmpadas fluorescentes, de vapor de mercúrio, vapor de sódio

ou de vapor misto, pilhas e baterias, são recolhidos e acondicionados em

local adequado, sendo posteriormente encaminhados para descontaminação

e reciclagem, por uma empresa especializada.

vi. Projeto de Arborização do Campus - A CGA vem dando continuidade ao

Projeto de Arborização e Humanização do espaço físico do campus

universitário, que vem sendo desenvolvido desde a criação da CGA e

contempla como principal atividade o plantio e a manutenção de mudas de

espécies nativas. Para a execução deste projeto, conta-se com a parceria da

prefeitura universitária, que vem promovendo a arborização integrada ao

projeto paisagístico do plano diretor da UFSC.

vii. Parque do manguezal do Itacorubi - A CGA tem coordenado ações para a

implantação do Parque do Manguezal do Itacorubi, envolvendo desde os

aspectos jurídicos do convênio, celebrado entre a Secretaria do Patrimônio da

União, a UFSC, a Prefeitura Municipal de Florianópolis e o IBAMA, até

estudos para a instalação da sede provisória da administração do Parque.

Vem acompanhando e fiscalizando as obras, com o objetivo de fazer com que

os empreiteiros tomem os devidos cuidados ambientais que o ecossistema

exige e propor a implementação de ações mitigadoras de impactos e medidas

compensatórias que viabilizem o referido Parque.

Em conjunto, todas as atividades realizadas na UFCS são bastante abrangentes,

atingindo varios objetivos de proteção ambiental.

3.4.5 Universidade Federal de Rio de Janeiro (UFRJ)

A UFRJ optou pela pareceria com a iniciativa privada para tratar seus resíduos,

a princípio os não perigosos. A empresa USINAVERDE S/A implantou na cidade

universitária da UFRJ, na Ilha do Fundão, um centro tecnológico dotado de planta

Page 79: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

64

protótipo, para a incineração de resíduos sólidos por meio da mineralização dos

resíduos orgânicos, evitando a emissão de gás metano, gás que potencializa o efeito

estufa, em aterros sanitários. Visando otimizar a tecnologia e ampliá-la para o

tratamento de outros tipos de resíduos, como os de serviços de saúde, por exemplo,

a planta protótipo tem capacidade para processar 30 toneladas/dia gerando 1500

quilowatts de energia elétrica, energia suficiente para abastecer o prédio da COPPE

(Coordenadoria de Programas de Pós-Graduação em Engenharia), unidade parceira

do projeto. A parceria permite que a UFRJ intensifique suas atividades de pesquisa

em torno do aproveitamento de energia a partir dos resíduos orgânicos e, como

atividade de extensão, envolve catadores na coleta seletiva.

3.5 Considerações Finais

A complexidade dos problemas relacionados aos resíduos produzidos nas

universidades aumenta à medida que são desenvolvidas as atividades de ensino,

pesquisa e extensão. Como os processos geradores de resíduos, nessas atividades,

são dinâmicos, é importante identificar as variáveis que os determinam, no sentido

de melhor controlar a execução do plano de gerenciamento dos mesmos.

O gerenciamento do lixo das universidades torna-se, assim, um diferencial

competitivo, procurando adequar-se à legislação do meio ambiente atual, em vias de

uma modernização tecnológica e responsabilidade social. O envolvimento da

comunidade universitária nos assuntos ligados ao lixo por ela produzido e nas

decisões sobre o seu correto armazenamento e disposição é uma contribuição

fundamental para a construção e consolidação do desenvolvimento sustentável.

Page 80: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

65

4. ESTUDO DE CASO

4.1 Informações Especializadas sobre Resíduos sólidos

4.1.1 Definição de Resíduos Sólidos

Definem-se resíduos sólidos como o conjunto dos produtos não aproveitados das

atividades humanas (domésticas, comerciais, industriais, de serviços de saúde, etc.)

ou aqueles gerados pela natureza, como folhas, galhos, terra, areia, que são

retirados das ruas e logradouros pela operação de varrição e que são enviados para

os locais de destinação ou tratamento. (ABNT, 1987)

Considerando-se a complexidade das atividades humanas, pode-se imaginar

que o resíduo de uma atividade pode ser utilizado para outra, e assim

sucessivamente, de forma sistêmica e integrada. Após este ciclo de utilizações, o

material que não tiver nenhuma possibilidade de se reintegrar na cadeia produtiva,

ou seja, que não tiver nenhum consumidor em potencial, será nomeado como "lixo".

Embora se faça essa diferença entre o que é “lixo” ou “resíduo”, neste trabalho,

ambos poderão ser usados indistintamente porque a criação de canais reversos

depende das tecnologías de recuperação disponíveis, as quais, por sua vez,

apresentam um desenvolvimento constante, dificultando muitas das vezes

diferenciar aquilo que é lixo do que é resíduo.

4.1.2 Tipos de Resíduos Sólidos

São várias as formas possíveis de se classificar os resíduos, dependendo de

suas características (quadro 6):

• Por sua natureza física: seco e molhado;

• Por sua composição química: matéria orgânica e matéria inorgânica;

• Pelos riscos potenciais: perigosos, não-inertes e inertes (ABNT, 1987);

• Por sua origem: Doméstico, Comercial, Público, Serviços de Saúde, Portos,

Aeroportos e Terminais Rodoviários e Ferroviários, Industrial, Agrícola e Entulho.

Page 81: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

66

Quadro 6: Tipos de Resíduos

Tipo Descrição

Natureza Física

Seco Composto geralmente de matérias recicláveis, manufaturados.

Molhado Representado pelos restos de comida.

Composição

Orgânico Todo lixo que recentemente fez parte de um ser vivo. Inclui restos de comida (ex: folhas, sementes, restos de carne e ossos, etc), madeira não tratada quimicamente, fezes, etc.

Inorgânico Inclui todo material que não possui origem biológica, ou que foi produzida por meios não-naturais, como plásticos, produtos de metal, vidro, detergentes, etc.

Riscos Potenciais

Classe I: Perigosos

Possuem propriedades de inflamabilidade, corrosividade, toxidade, reatividade e patogenicidade. Incluem as baterias e pilhas que contém ácidos e metais pesados em sua composição, certos tipos de tinta (como aquela usada nas impressoras), produtos químicos, além de rejeitos hospitalareis e industriais.

Classe II: Não Inerte

Apresentam características como biodegradabilidade, solubilidade ou combustibilidade. A matéria orgânica (restos de alimentos) e papel são exemplos de lixo classe II.

Classe III: Inerte Rocha, tijolos, vidros e determinados plásticos e borrachas que não são decompostos facilmente.

Origem

Doméstico Constituído por restos de alimentos (cascas de frutas, verduras, sobras, etc.) produtos deteriorados, jornais e revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis, etc. Contém ainda alguns resíduos que podem ser tóxicos como embalagens de detergentes e inseticidas, por exemplo.

Comercial Aquele originado nos supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc. O lixo destes locais tem grande quantidade de papel, plásticos, embalagens diversas e resíduos de asseio dos funcionários, tais como papel toalha, papel higiênico, etc.

Público Originado dos serviços de limpeza pública urbana, incluindo-se todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, limpeza de galerias, córregos e terrenos, limpeza de parques e restos de podas de árvores, corpos de animais, além da limpeza de áreas de feiras livres, etc.

Serviços de Saúde e Hospitalar

Contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos, oriundos e locais como: hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, clínicas veterinárias, postos de saúde, etc. Tratam-se de agulhas, seringas, gazes, bandagens, algodões, órgãos e tecidos removidos, meios de culturas e animais usados em testes, sangue coagulado, luvas descartáveis, remédios com prazo de validade vencido, instrumentos de resina sintética, filmes fotográficos de raios X, etc.

Portos, Aeroportos e Terminais Rodoviários e Ferroviários.

Aqueles que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos. Constituem-se de materiais de higiene, asseio pessoal e restos de alimentos, os quais podem veicular doenças provenientes de outras cidades, estados ou países.

Industrial Aquele originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como metalúrgica, química, petroquímica, papeleira, alimentícia, etc. O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papéis, madeiras, fibras, borrachas, metais, escórias, vidros e cerâmicas, etc. Nesta categoria, inclui-se a grande maioria do lixo considerado tóxico Classe I.

Agrícola São resíduos sólidos das atividades agrícolas e da pecuária. Incluem embalagens de fertilizantes e de defensivos agrícolas, rações, restos de colheita, etc.

Entulho Composto por materiais de demolições e restos de obras, solos de escavações, etc.

Fonte: Adaptação de IPT/CEMPRE (2000)

Page 82: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

67

4.1.3 Gerenciamento e Tratamento dos Resíduos

O Gerenciamento de Resíduos Sólidos é o envolvimento de diferentes órgãos da

administração pública e da sociedade civil com o propósito de realizar a limpeza

urbana, a coleta, o tratamento e a disposição final dos resíduos, elevando, assim, a

qualidade de vida da população e promovendo o asseio da cidade. Para o

gerenciamento, levam-se em consideração as características das fontes de

produção, o volume e os tipos de resíduos, para receberem um tratamento

diferenciado e proporcionarem uma disposição final técnica e econômica adequada.

(IBAM 2001)

No gerenciamento de resíduos são promovidos programas da limpeza urbana,

com a participação da comunidade em geral, enfocando meios para que seja obtida

a máxima redução da produção de resíduos, o máximo reaproveitamento e a

reciclagem de materiais.

Mesmo que a responsabilidade do gerenciamento dos resíduos pertença ao

poder público, existem tipos de resíduos que são responsabilidade do gerador

(quadro 7). Esses materiais devem ser separados na fonte de produção pelos

respectivos geradores e daí seguir passos específicos para remoção, coleta,

transporte, tratamento e destino correto. Conseqüentemente, os geradores têm de

ser envolvidos, de uma forma ou de outra, para se integrarem à gestão otimizada

dos resíduos sólidos.

Quadro 7: Responsabilidade do Gerenciamento dos Resíduos

Tipo de Resíduos Responsável

Domiciliar Prefeitura

Comercial Prefeitura1

Público Prefeitura

Serviços de Saúde Gerador (hospitais, etc.).

Industrial Gerador (Industrias)

Portos, Aeroportos e Terminais Ferroviários e Rodoviários.

Gerador (portos, etc.).

Agrícola Gerador (Agricultor)

Entulho Gerador 1

1A Prefeitura é co-responsável apenas por pequenas quantidades (geralmente menos que 50 kg ou 100 lts.), de acordo com a

legislação municipal específica da lei 13.478/02 de São Paulo.

Page 83: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

68

A destinação ou disposição final, como o próprio nome sugere, é a última fase de

um sistema de limpeza urbana. Geralmente, esta operação é efetuada

imediatamente após a coleta. Em alguns casos, entretanto, antes de serem

dispostos, os resíduos são processados, sofrendo algum tipo de beneficiamento,

visando melhores resultados econômicos, sanitários e/ou ambientais.

Quando o processamento tem por objetivo fundamental a diminuição dos

inconvenientes sanitários ao homem e ao meio ambiente, diz-se então que os

resíduos foram submetidos a um tratamento (IBAM, 2001).

Várias são as formas de processamento e disposição final aplicáveis aos

resíduos sólidos urbanos. Na maioria das vezes, ocorrem associadas. As mais

conhecidas são: o aterro sanitário, a incineração, a reciclagem e a usina de

compostagem (quadro 8).

Quadro 8: Tipos de Tratamento dos Resíduos

Tratamento Descrição

Aterro sanitário

A rigor, é o único método de disposição final propriamente dito. Consiste basicamente na compactação dos resíduos em camadas sobre o solo, empregando-se, por exemplo, um trator de esteira; o seu recobrimento com uma camada de terra ou outro material inerte. Implica também a adoção de procedimentos para proteção do meio ambiente como instalação de chaminés para a fuga de gases, drenagem e tratamento do chorume (líquido altamente contaminante proveniente da decomposição dos resíduos), impermeabilização do solo, etc.

Incineração

Este processo visa à queima controlada do lixo em fornos projetados para transformar totalmente os resíduos em material inerte, propiciando também uma redução de volume e de peso. Do ponto de vista sanitário é excelente. A desvantagem fica por conta dos altos custos de instalação e operação, além dos riscos de poluição atmosférica, quando o equipamento não for adequadamente projetado e/ou operado.

Reciclagem

Reciclar vem do inglês Recycle, que significa = Re (repetir) Cycle (ciclo). A reciclagem pode ser do tipo artesanal ou industrial. Artesanal quando se utilizam processos de transformação não muito sofisticados e; industrial quando estes processos são mecanizados e capazes de fabricar produtos a larga escala (ver seção logística reversa, cap. II). A reciclagem artesanal também pode ser vista como uma forma de reutilização, pois os resíduos passam por poucas modificações.

Usina Compostagem

Trata-se de um processo biológico de decomposição de matéria orgânica que pode estar contido em restos de origem animal ou vegetal. O produto final resultante do processo de compostagem pode ser considerado como um enriquecedor do solo, ou seja, ele poderá ser aplicado ao solo para melhorar as suas características, sem que haja uma contaminação do meio ambiente. Entre as vantagens da compostagem podemos destacar, economia de espaço físico em aterro sanitário, reaproveitamento agrícola da matéria orgânica produzida, reciclagem dos nutrientes contidos no solo, eliminação de patogênicos e ambientalmente seguro.

Fonte: Adaptação de IBAM (2001)

Page 84: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

69

A natureza é muito eficiente no tratamento dos resíduos. Na natureza, todas as

plantas e animais mortos apodrecem e se decompõem. Na realidade, não há

propriamente lixo, pois ele é novamente usado e se transforma em substâncias re-

aproveitáveis. O problema aparece quando muitas das substâncias manufaturadas

pelo homem não são biodegradáveis, não se decompõem facilmente, como os

vidros, as latas e alguns plásticos, que levam muitos anos para se decompor (quadro

9). O consumo freqüente e o acúmulo conseqüente desses resíduos geram a

poluição.

Quadro 9: Tempo de Decomposição dos Materiais

Material Tempo de Decomposição

Aço Mais de 100 anos

Alumínio 200 a 500 anos

Cerâmica Indeterminado

Chicletes 5 anos

Cordas de nylon 30 anos

Embalagens Longa Vida Até 100 anos (alumínio)

Embalagens PET Mais de 100 anos

Esponjas Indeterminado

Isopor Indeterminado

Louças Indeterminado

Luvas de borracha Indeterminado

Metais (componentes de equipamentos)

Cerca de 450 anos

Plásticos (embalagens, equipamentos)

Até 450 anos

Papel e papelão Cerca de 6 meses

Pneus Indeterminado

Vidros Indeterminado

Sacos e sacolas plásticas Mais de 100 anos

Filtros de cigarros 5 anos

Fonte : Ambiente Resíduos em http://www.ambientebrasil.com.br

Portanto, o manejo ambientalmente saudável dos resíduos deve ir além da

simples disposição final ou aproveitamento por métodos seguros e buscar

desenvolver a causa fundamental do problema. Isto é, procurar mudar os padrões

não-sustentáveis de produção e consumo.

Page 85: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

70

4.2 Estudo de Caso: Projeto Piloto de Coleta Seletiva

Este estudo de caso está baseado nos dados fornecidos pelo projeto piloto de

coleta seletiva “Gestão Compartilhada do Lixo do Campus da UENF” aprovado pela

Pró-Reitoria de Extensão (PRO-EX) em setembro de 2004. Os dados permitiram

levantar informação e elaborar um diagnóstico da situação atual dos tipos e

quantidades de lixo e determinar algumas formas de aproveitamento e recuperação

de valor e/ou descarte ecologicamente correto dos resíduos.

O Campus da UENF está localizado no bairro Parque Califórnia, em Campos dos

Goytacazes, município ao norte do Estado do Rio de Janeiro, e em dezembro de

2005 a população da UENF era de aproximademente 5.333 pessoas (entre

funcionários, estudantes e professores).

As atividades do projeto piloto foram realizadas no próprio campus e os dados

correspondem ao período de novembro de 2004 até fevereiro de 2006.

4.2.1 Diagnóstico Situacional dos resíduos gerados no Campus

A Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) foi criada em 27 de

fevereiro de 1991. Em julho de 1993, foram instituídos os seguintes centros de

pesquisa:

• Centro de Ciência e Tecnologia (CCT);

• Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB);

• Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) e;

• Centro de Ciências Humanas (CCH).

Nestes quatro centros, estão concentradas as atividades de ensino e pesquisa

em nível de graduação e pós-graduação. A UENF oferece, na graduação, 10 cursos

de bacharelado e 5 licenciaturas (sendo uma à distância) e, na pós-graduação,

oferece doze programas (quadro 10).

A comunidade universitária está conformada atualmente por 243 professores,

490 funcionários técnico-administrativos, 4000 alunos (graduação e pós-graduação),

Page 86: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

71

500 bolsistas dos diferentes projetos e 100 funcionários da cooperativa de limpeza,

conformando uma população de 5.333 pessoas aproximadamente.

Quadro 10: Cursos de Graduação e Pós-Graduação da UENF

Graduação Pós-Graduação

Bacharelados

Engenharia Civil – CCT Engenharia Civil (Ms),

Engenharia Metalúrgica –CCT Engenharia e Ciências dos Materiais (Ms e Ds),

Engenharia de Produção –CCT Engenharia de Produção (Ms),

Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo – CCT

Engenharia de Reservatório e de Exploração de Petróleo (Ms),

Ciências Biológicas – CBB Biociências e Biotecnologia (Ms e Ds),

Agronomia – CCTA Ciências Naturais (Ms),

Zootecnia –CCTA Ecologia e Recursos Naturais (Ms e Ds),

Medicina Veterinária – CCTA Genética e Melhoramento de Plantas (Ms e Ds)

Ciências Sociais – CCH Produção Animal (Ms e Ds),

Ciências da Educação – CCH Produção Vegetal (Ms e Ds)

Licenciaturas Políticas Sociais (Ms),

Biologia – CBB Cognição e Linguagem (Ms),

Biologia à Distância – CBB

Física – CCT

Matemática – CCT

Química – CCT Fonte: Adaptação da pág. web da UENF: http://www.uenf.br/Uenf/historia

O campus da UENF tem uma estrutura composta por 07 prédios de três andares

cada um (03 dos quais contam, ademais, com um anexo que corresponde a um

andar ao lado do térreo), 01 prédio de dois andares, 09 barracões, 02 quadras de

esportes e 01 piscina. Em cada prédio localizam-se salas de aula, escritórios e

laboratórios de um ou vários centros. A nominação de cada prédio deve-se às

atividades desenvolvidas desde sua inauguração; assim temos os prédios da

REITORIA, CCTA, CCT, CBB, CCH e, nos prédios das OFICINAS, P5 e P4,

construídas com posterioridade, desenvolvem-se atividades dos centros CCT, CCTA

e CBB ou compartilhadas.

Desde o início das atividades letivas em 1993, as atividades de ensino, pesquisa

e extensão foram se intensificando e, por conseguinte, a dinâmica dos resíduos que

acompanham estes processos diversificou os tipos e quantidades de lixo produzido

dentro do campus.

Page 87: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

72

A Direção Geral de Administração (DGA) tem, dentre suas responsabilidades, os

serviços de limpeza do campus. Estes serviços são terceirizados através da

cooperativa de limpeza “COOPER-Campos”. Esta cooperativa presta os serviços

com 100 funcionários distribuídos nos 08 prédios e áreas de recreio (quadras e

piscina). Os funcionários desempenham os trabalhos de varrição e limpeza das

quadras, corredores, banheiros, oficinas, salas, escritórios, laboratórios e finalmente

o acondicionamento do lixo para posterior coleta municipal.

Os serviços de poda de jardins e áreas verdes também são terceirizados,

responsabilizando-se também pelo acondicionamento e disposição final do lixo

gerado.

Para o acondicionamento do lixo, a UENF conta com 13 lixeiras (de cor laranja)

de 240 litros para o lixo doméstico, e 04 lixeiras (de cor branca) de 240 litros. para o

lixo perigoso (resíduos químicos e biológicos). Todas as lixeiras laranjas estão

localizadas num estacionamento do campus. Os funcionários de limpeza

transportam o lixo gerado desde os prédios até este local de centralização. As

lixeiras brancas encontram-se localizadas no prédio gerador do lixo perigoso, como

o CBB, CCTA e nos Barracões. Dessa forma, os funcionários da cooperativa não

lidam com o lixo perigoso, sendo ele responsabilidade do centro gerador.

A coleta geral dos resíduos é efetuada três vezes por semana, por caminhões

da empresa Queiroz Galvão, responsável pela coleta de lixo na cidade de Campos.

Os resíduos perigosos são coletados por outro caminhão especial destinado para a

coleta de resíduo hospitalar. Ambos, os dois tipos de resíduos, são destinados ao

aterro controlado da cidade.

Não existem registros da evolução dos resíduos produzidos no campus da

UENF. Não há antecedentes de procedimentos administrativos sobre coleta seletiva.

Só se podem registrar procedimentos próprios de alguns laboratórios para o

descarte dos resíduos perigosos.

Sendo assim, a pesquisa teve como ponto de partida a hipótese inicial de que,

sendo a UENF uma instituição de ensino, o lixo por ela produzido deve ser do tipo

Page 88: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

73

doméstico, conformado principalmente de papel em seus diversos tipos, como

folhas, cadernos, revistas, papelão, cartolinas, jornais etc. e todos aqueles resíduos

provenientes da lanchonete, como restos de comida, embalagens de alimentos etc.

Portanto, para a elaboração do diagnóstico situacional, teve-se como principal

enfoque os resíduos do tipo doméstico. Este diagnóstico foi elucidado após um

levantamento de dados sobre a rota da maioria dos materiais encontrados, desde a

aquisição, consumo, descarte e destino final (diagrama 13).

Diagrama 13: Roteiro para o diagnóstico da situação atual do gerenciamento dos resíduos na UENF

a) Aquisição de Materiais na UENF

A aquisição de materiais é feita pela Gerência de Compras (vinculada à Direção

Geral de Administração - DGA), a qual é responsável pela consolidação dos pedidos

de compras e contratação de serviços da universidade em consonância com a

legislação sobre licitações e contratos realizados pela Administração Pública. Os

materiais adquiridos são enviados para o Almoxarifado que é a unidade

administrativa responsável pelo controle e pela movimentação dos bens de

consumo. A partir dali, são distribuídos os materiais aos Centros e Laboratórios

(Departamentos) da UENF.

b) Consumidores e Fontes Geradoras de Resíduos na UENF

Uma vez que o almoxarifado distribui os materiais aos Centros, estes são

consumidos e descartados pós-consumo. Porém, cada Centro, de acordo com a

natureza de suas atividades, também adquire materiais específicos para o trabalho

que desenvolvem, por exemplo: fertilizantes, reagentes químicos, vidros para

laboratório etc.

Aquisição de

Materiais

Caracterização e Destino final dos

Resíduos

Diagnóstico da Situação Atual

Consumo Fontes Geradoras

de Resíduos

Page 89: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

74

Após as atividades de ensino, pesquisa e extensão, os resíduos são

disponibilizados para serem jogados fora. Assim, identificaram-se os geradores de

resíduos na UENF classificando-os pela localização do gerador e pelo tipo de

resíduos: perigosos ou não.

Diagrama 14: Locais de Geração de Resíduos no Campus da UENF

Segundo o diagrama 14 a UENF tem como fontes geradoras de lixo:

• 07 prédios onde se encontram localizados laboratórios e salas de aula dos

cursos de graduação: Centro de Ciência e Tecnologia (CCT), Centro de

Biociências e Biotecnologia (CBB), Centro de Ciências e Tecnologias

Agropecuárias (CCTA) e Centro de Ciências do Homem (CCH).

Laboratórios que geram lixo perigoso/contaminante (vidros de reagentes, reagentes, seringas, luvas, pipetas e lixo orgânico: plantas de experiências, animais mortos, óleos, combustíveis etc)

Laboratórios que geram lixo doméstico (papel: revistas, jornais, papelão; plásticos: copos descartáveis, caixas longa vida, garrafas etc.

CCTA CBB CCH CCT

PRODUCÃO VEGETAL

1.LFIT 2.LSOL 3.LEAG 4.LMGV 5.LPP 6.LTA PRODUÇÃO

ANIMAL 7.LSA 8.ZNA 9.LMGA

1.LEPROD 2.LCFIS 3.LCQUI 4.LCMAT 5.LAMAV 6.LECIV 7.LENEP

1.LCA 2.LBR 3.LBT 4.LBCT 5.LFBM 6.LQFPP

1.LCL 2.LEEA 3.LEEL 4.LESCE

Reitoria Barracões

A Projeto RECREANDO B Diretoria Central de Estudantes C Transportes e Vigilância D Cooperativa de Limpeza E Manutenção F Criação de Ratinhos G Necrotério

Locais Geradores de Resíduos no Campus da UENF

1.REITORIA 2.DGA 3. SALAS DE AULA 4.FENORTE

Page 90: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

75

• 01 prédio da Reitoria, onde estão instalados os escritórios da Reitoria, Pró-

Reitorias e Secretaria Acadêmica, a Direção Geral de Administração, salas de

aula e o Complexo FENORTE (Fundação Estadual do Norte Fluminense).

• 09 barracões, construções provisórias acondicionadas para o funcionamento de

diversas atividades como, por exemplo, o local de criação de ratinhos de

laboratório, a oficina e escritório para setor de transportes, escritório da

administração dos funcionários da Cooperativa de Limpeza, o Necrotério (local

onde se depositam cadáveres de animais em estudo), sala da administração do

projeto RECREANDO (projeto de extensão da FENORTE, que trabalha com a

comunidade infantil) etc.

c) Caracterização dos Resíduos e Destino Final dos Resíduos Gerados na

UENF

Para caracterizar os resíduos, trabalhou-se com amostras, tomando-se uma

lixeira e classificando os materiais ali encontrados. No período de 27 de outubro

de 2004 a 26 de Janeiro 2005 avaliaram-se 18 amostras no total (toda 2da, 4ta e

6ta feira antes do caminhão compactador do lixo realizar a coleta).

Este período coincidiu com a greve dos funcionários e docentes da UENF. Por

esta razão, estas amostras focaram-se na identificação dos tipos de lixo e não

nas quantidades do lixo produzido, pela irregularidade das atividades letivas e

administrativas. A média do lixo analisado em cada amostra foi de 27 quilos.

Tabela 1: Tipos de Resíduos Identificados no Campus*

*Média das 18 amostras realizada no campus da UENF

Tipos de Lixo Quilos %

Orgânico 173,4 35,7%

Misturado 144,83 29,8%

De Laboratório 35,1 7,2%

Eletrônico 1,94 0,4%

Papel Misturado 84,75 17,4%

Papelão 8,27 1,7%

Plásticos 22,89 4,7%

Vidros 9,73 2,0%

Entulho 5,2 1,1%

TOTAL 486,11 100%

Page 91: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

76

Como se mostra na tabela 1, foram identificadas 09 categorias ou tipos de lixo, os

quais estiveram compostos dos seguintes materiais:

• Lixo Orgânico: casca de coco, casca de frutas, café, restos de

alimentos em geral, poda de jardins, animais mortos, restos de

experiências agrícolas (maracujá, mamão, plantas etc.);

• Lixo Misturado: lixo de banheiro, isopor e principalmente materiais

recicláveis que, por não serem separados na fonte, encontraram-se

contaminados e sujos, impossíveis de recuperar.

• Lixo de Laboratório: luvas, seringas, gazes, algodões, pipetas,

embalagens plásticas de produtos químicos, tubos de ensaio,

vasilhames diversos etc.;

• Lixo Eletrônico: disquetes, CD’s, peças de computador, cabos, fios,

pilhas, baterias, reatores, lâmpadas fluorescentes etc.;

• Papel Misturado: folhas, cadernos, revistas, jornais, livros, catálogos

telefônicos, cartazes etc.;

• Papelão: embalagens de produtos, caixas e embalagens tetrapack;

• Plásticos: garrafas PET, garrafas de água, copos descartáveis,

sacolas, embalagens de detergentes e embalagens de alimentos em

geral;

• Vidros: vidros de reagentes químicos, garrafas de vidro, vasilhames em

geral;

• Entulho: restos de experiências da engenharia civil, cimento, tijolos,

madeiras etc.

No gráfico 1, a seguir, podem-se observar as proporções em que os tipos de lixo

foram encontrados. O lixo orgânico, o lixo misturado e o papel misturado têm maior

representatividade e que, somados à presença de outros materiais recicláveis,

evidenciam que não existem canais de recuperação destes resíduos. A presença de

vidros (de reagentes químicos), fluorescentes e outros de natureza perigosa foram

indicadores da ausência e/ou da necessidade de melhorar procedimentos para sua

coleta e adequado descarte.

Page 92: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

77

Gráfico 1: Proporções dos Resíduos encontrados nas Amostras (nov 2004- jan 2005)

Finalmente, o diagnóstico situacional permitiu avaliar a hipótese inicial, isto é,

comprovou-se a presença de papel e restos de alimentos, mas se devia adicionar a

necessidade de adequação do lixo perigoso, provenientes dos laboratórios, do lixo

eletrônico e do entulho.

4.2.2 Metodologia para a adoção da Coleta Seletiva

O Desenvolvimento Sustentável (revisado no capitulo 2) propõe a execução de

atividades humanas preservando o meio ambiente. E a Gestão Sustentável dos

Resíduos nas IES (revisado no capitulo 3) procura minimizar o impacto ambiental no

desempenho das atividades de ensino, pesquisa e extensão.

E é nesse contexto que a pesquisa concentrou-se no gerenciamento do lixo, na

coleta, armazenamento, transporte dentro e fora do campus até o destino final; e a

detecção de dificuldades enfrentadas por este gerenciamento e problemas

ambientais relacionados. Estas informações foram obtidas através de entrevistas e

observações in situ.

O projeto piloto de coleta seletiva no campus levou à prática, técnicas e métodos

referentes ao gerenciamento dos resíduos. Como a Análise Gravimétrica para a

caracterização de resíduos, a Logística Reversa na construção da rede de coleta

seletiva, e, para a avaliação do processo o método de Melhoria Contínua.

Lixo Misturado29,8%

Lixo de Laboratório7,2%

Lixo Eletrônico0,4%

Papel Misturado17,4%

Papelão1,7%

Plásticos4,7%

Entulho1,1%

Lixo Orgânico35,7%

Vidros2,0%

Page 93: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

78

4.2.2.1 Análise Gravimétrica

A análise gravimétrica é uma avaliação qualitativa e quantitativa dos resíduos.

Esta metodologia foi baseada nos trabalhos de IPT/CEMPRE (2000). Os resíduos

presentes nas amostras são identificados de acordo com o material utilizado na sua

fabricação (papel, plástico, vidro, metal etc). Cada tipo de material é pesado,

calculando-se a porcentagem que representa do peso total da amostra.

No estudo de caso, analisou-se aproximadamente 70% dos resíduos gerados no

campus em um dia e meio de atividades regulares (as análises realizaram-se às 7

horas da manhã, antes da coleta municipal, ao meio día). Cada lixeira pesou em

média 27kg, analisando-se 237kg de resíduos em cada amostra. Realizaram-se 15

análises, no período de abril a dezembro 2005, quando as condições assim o

permitiram (não se podia realizar este trabalho em dias de chuva, ventando e

quando a universidade realizava eventos ocupando a área de trabalho etc.).

Todo o lixo produzido na UENF é levado ao aterro controlado da cidade. Esse

lixo está composto também de materiais recicláveis como papéis de escritório,

papelão, plásticos, vidros, lixo da lanchonete (restos de comida, copos descartáveis,

garrafões) e inclusive poda de jardins etc. Sem contar o lixo eletrônico como

baterias, telefones, celulares, computadores, cartuchos de impressoras etc., que

apareceram em quantidade pouco expressivas. (fotos no Apêndice II). Os resultados

são apresentados na tabela 2.

Tabela 2: Resultado da Análise Gravimétrica*

TIPOS DE RESÍDUOS Média % Lixo Orgânico 117,35 49% Lixo Misturado 73,06 31% Plásticos 18,85 8% Papel Misturado 17,6 7% Papelão 4,25 2% Lixo Laboratório 3,67 2% Vidros 2,59 1% TOTAL 237,37 100%

* Media das 15 Análises Gravimétricas realizadas pelo projeto

No gráfico 2, a seguir, observa-se que o lixo orgânico é o mais representativo,

composto principalmente de casca de coco, poda de jardins e restos de alimentos,

Page 94: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

79

nessa ordem de significância. Em segundo lugar, o lixo misturado, que esteve

formado por papéis dos diversos tipos e plásticos, mas que misturados com os

restos de café e lixo de banheiro, impossibilita sua recuperação. No outro extremo,

em último lugar, foram encontrados resíduos de laboratório e vidros, como luvas,

tubos de ensaio, vasilhames, etc.

Gráfico 2: Proporções dos Tipos de Resíduos Resultado das Análises Gravimétricas

(Abril 2005 - Dez 2005)

Lixo Misturado31%

Papel Misturado7%

Papelão2%

Lixo Laboratório2%

Lixo Orgânico49%

Plásticos8%

Vidros1%

Dessa forma, cada categoria representou um item importante para a criação

de canais reversos que facilitem seu aproveitamento dentro da própria universidade,

para o encaminhamento para reciclagem ou para dar um adequado destino final aos

resíduos.

Neste ponto, se ressalta que, no estudo de caso, não foi considerada a criação

de canais reversos para o lixo perigoso (lixo biológico, químico ou radiativo) porque

precisam de condições de segurança e informações especializadas, infra-estrutura

para armazenamento, tratamento prévio (técnicas para inertização), antes de serem

acondicionados e disponibilizados para o descarte etc. O único material coletado foi

constitíido por garrafas de vidro vazias dos reagentes químicos e sem perigo de

contaminação.

O lixo eletrônico, que apareceu em poucas proporções nas análises

gravimétricas, também foi excluído da coleta seletiva, porque estão registrados como

Page 95: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

80

patrimônio da universidade e quantidades interessantes de peças e restos de

computadores defeituosos não são disponibilizados para o descarte; cada centro é

responsável pelo armazenamento dos mesmos.

Os fluorescentes, que são também considerados como lixo eletrônico, merecem

uma especial atenção, pois, aproximadamente, cada prédio conta com 1000

fluorescentes, os quais são trocados a cada dois meses em média (não existe

registro) e que, pela periculosidade do descarte, não se realizou a coleta seletiva. Na

prática, este tipo de resíduo é descartado nas lixeiras laranjas, armazenadas num

ambiente da prefeitura do campus ou às vezes são quebradas por funcionários de

limpeza interessados em retirar as peças de aluminio que contêm.

O entulho, também encontrado nas análises gravimétricas, não foi considerado

para a coleta, pois são necessários equipamentos especiais para sua remoção e

aproveitamento. Atualmente, como procedimento próprio do prédio das Oficinas,

este material é juntado numa área atrás do prédio e retirado periodicamente do

campus por uma carroça contratada.

O lixo orgânico, principal componente da análise gravimétrica, precisa de

procedimentos especiais para sua coleta e aproveitamento em compostagem.

Procedimentos que escaparam dos recursos deste estudo de caso.

Em conseqüência, se planejaram, segundo os recursos e condições

apresentadas, canais reversos para os seguintes materiais recicláveis: em primeiro

lugar o papel; logo, o vidro; e finalmente plásticos.

4.2.2.2 Planejamento e Implementação do Projeto Piloto de Coleta Seletiva A aplicação dos conceitos da logística reversa neste ponto implicou na

construção de uma rede que permita o fluxo de materiais recicláveis através dos

canais reversos. Para isso, foi preciso incluir no projeto algumas questões a respeito

de:

• Determinação do número de coletores distribuídos dentro dos prédios, sala

por sala (foto 1);

Page 96: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

81

• Número e localização de depósitos ou pontos intermediários de coleta no

térreo de cada prédio (foto 2). Até fevereiro de 2006 foram distribuídos 11

cilindros coletores: 04 para vidros (CCTA, CBB, CCT e P4); 01 para plásticos

(CBB) e 06 para papel (REITORIA, CCH, OFICINAS, CBB, CCT, e P4) . Tais

cilindros são, na prática, “pontos de entrega voluntária” onde os funcionários

de limpeza, alunos, professores e até transeuntes colocam materiais

recicláveis;

• Coleta (cobertura, freqüência, horários, roteiros, transporte). Neste ponto se

realizou um mapeamento de todos os prédios do campus, identificando o tipo

de resíduo gerado (perigoso ou não) e a localização dos coletores, como se

pode apreciar no gráfico 3 (mapas completos no Apêndice II);

Foto 2: Cilindros Coletores Vermelho: Plásticos Verde : Vidros Azul : Papel

Foto 1: Caixas Coletoras Até fevereiro 2006, foram distribuídas 80 caixinhas coletoras.

Page 97: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

82

Gráfico 3: Localização de Coletores no Prédio P5 - Primeiro Andar

• Inspeção e separação no centro de triagem onde se concentra todo o material

coletado e são classificados nas seguintes categorias: folhas escritas por um

lado só (Papel 1L), folhas escritas pelos dois lados (Papel 2L), revistas,

jornais, papelão, vidros (sem riscos de contaminação) e plásticos;

• Consolidação dos materiais classificados e pesados, os quais são estocados

por um período máximo de 15 dias;

• Identificação do destino para o material reciclável, o que, depois de

consolidado é doado pelo projeto para uma instituição de beneficência, a

SACI (Sociedade de Apoio à Criança e ao Idoso). Esta instituição

comercializa produtos recicláveis na cidade de Campos e negocia

diretamente com as empresas de transformação desde 1992;

• Reaproveitamento na mesma universidade através da reutilização de

materiais, reciclagem artesanal de papel e reciclagem artesanal de plásticos.

Na medida em que o trabalho se desenvolvia, a adesão de funcionários,

professores e alunos foi se incrementando. Ao mesmo tempo, tomou-se

conhecimento das necessidades e problemas que enfrentam os laboratórios para o

descarte de alguns materiais, propiciando a melhoria do processo de coleta seletiva.

Banheiro F M

121 117

106

118

112

116

110

111

108

109

1 115

114

113

RAMPA

122

CO

PA

Banh F M

123

124

125

126

127

101

102

105

104

103

escada

128

129

120 119

Banheiro (lixo contaminado) S.de Aula,Copa, Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos etc.) Laboratórios (Lixo Químico: Vidros, pipetas, reagentes, luvas etc) Coletor Seletivo de Papel

Page 98: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

83

4.2.2.3 Operações Baseadas na ISO 14000 - Melhoria contínua

Para implementar um SGA, como revisado na literatura, aplica-se o princípio da

melhoria contínua. Este princípio impõe a existência de um sistema de avaliação

objetiva dos resultados do gerenciamento ambiental. Baseia-se no levantamento dos

aspectos e impactos ambientais associados aos processos, produtos e serviços. Os

resultados devem ser revisados periodicamente, garantindo a atualização das

informações utilizadas na tomada de ações, tanto mitigadoras quanto de prevenção

dos impactos ambientais pré-determinados.

Embora o projeto tenha sido idealizado apenas para a coleta e recuperação de

materiais pós-consumo e seu posterior encaminhamento para a reciclagem,

representa a execução de uma parte do que podería ser um Sistema de Gestão

Ambiental (SGA) da Universidade. Nesse contexto, realizaram-se atividades

visando a melhoria contínua do processo de coleta seletiva (diagrama 15).

Diagrama 15: Aplicação da Melhoria Contínua do Projeto Piloto de Coleta Seletiva na UENF

• Avaliação Ambiental Inicial: A identificação dos aspectos ambientais das

atividades desenvolvidas no campus através do diagnóstico situacional e a

realização das análises gravimétricas de forma periódica (de 15 em 15 dias),

permitiram determinar aqueles resíduos que têm ou possam ter impactos ambientais

significativos. Além de comprovar se a coleta seletiva estava desviando efetivamente

os materiais recicláveis, como, no caso das garrafas de vidros de reagentes, que

após iniciada sua coleta seletiva, não voltaram a aparecer nas lixeiras laranjas.

Diagnóstico Situacional

Implementação

Planejamento Verificação e

Ação Corretiva

Análise Crítica

Projeto Piloto de Coleta Seletiva

Análise Gravimétrica

Page 99: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

84

• Planejamento: Baseado nos dados das análises gravimétricas e as informações

proporcionadas pelos mesmos geradores, a rede de coleta foi desenhada

inicialmente para papel e posteriormente para vidros e plásticos.

Por outro lado, o mapeamento dos prédios (com a localização dos geradores e

os tipos de resíduos) permitiu planejar a distribuição de caixas azuis para cobrir as

rotas dos principais geradores de papel, distribuindo-se nas salas de professores,

nas secretarías administrativas, no prédio da REITORIA etc. Estes mapas foram

atualizados constantemente e a rede de coleta foi crescendo até ter presença em

todos os prédios do campus.

• Implementação e Operação: A coleta foi guiada pelo mapeamento de cada

prédio. Realizando-se de 2da a 6ta em dois turnos, pela manhã e à tarde, a coleta

cobria duas rotas: do centro de triagem (localizado no P5) até o CCTA, prédio

localizado no extremo direito do campus; e do centro de triagem até o CCH, prédio

localizado no extremo esquerdo do campus; de tal forma que ambas rotas cobriram

a rede de coleta criada no campus. Dentro de cada prédio, as rotas eram

modificadas de acordo com o aumento dos coletores repartidos nas salas e

escritórios.

Para a coleta, contou-se com uma equipe conformada por 04 bolsistas de

universidade aberta. Esta equipe realizou também os trabalhos de triagem,

classificação, pesagem, acondicionamento de cada material e finalmente o

encaminhamento para a reciclagem.

• Verificação e Ação Corretiva: Na execução da coleta, os usuários e geradores

dos laboratórios, principalmente, demostraram as dificultades que tinham para o

descarte de alguns materiais, incrementando-se a coleta inicial de papel, a coleta de

vidros e posteriormente dos plásticos. Os horários e a freqüência de coleta tiveram

de ser adequados aos principais geradores e aos períodos de maior ou menor

atividade letiva.

• Análise Crítica: A coleta seletiva mereceu uma análise, considerando-se

diferentes aspectos, como, por exemplo, quais os cuidados necessários para

Page 100: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

85

lidar como os resíduos, como aumentar a conscientização dos geradores, a

identificação de funcionários de limpeza, que também são catadores e que juntam

materiais recicláveis dentro do campus de forma individual etc. Além disso, a

periodicidade das análises gravimétricas permitiram verificar os materiais que ainda

precisam de canais reversos e, por conseguinte, do planejamento, obtendo-se dessa

forma uma evolução e melhoria contínua do processo de coleta seletiva.

4.2.2.4 Resultados da Coleta Seletiva

Após praticamente um ano de atividades, teve-se como resultados 4,9 toneladas

de resíduos encaminhados para a reciclagem e, por conseguinte, desviados do

aterro da cidade. Este resultado representa a recuperação de valor de um mês de

resíduos produzidos no campus da UENF. Despertou-se o interesse da comunidade

acadêmica pela responsabilidade ambiental e verificou-se o aumento gradativo da

quantidade coletada, sobretudo nos períodos de maior atividade letiva. (gráfico 4)

Gráfico 4: Materiais Coletados pelo Projeto Piloto

Nos meses de agosto e setembro de 2005 existe uma variação abrupta nos

dados devido à coleta do material reciclável na FENORTE de maneira excepcional.

A limpeza do arquivo da FENORTE gerou 1.5 ton de papel misturado e papelão.

Mês Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev TOTAL

Kg. 32 47 18 92 159 340 187 313 338 1163 902 271 217 203 334 309 4932

0,00200,00400,00600,00800,00

1000,001200,001400,00

nov/0

4

dez/0

4

jan/0

5

fev/0

5

mar

/05

abr/0

5

mai/05

jun/0

5jul

/05

ago/0

5

set/0

5

out/0

5

nov/0

5

dez/0

5

jan/0

6

fev/0

6

Incluindo a FENORTE UENF

Page 101: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

86

Mesmo sem a participação da FENORTE, observa-se (ago-set) o incremento

das quantidades coletadas no campus pela atividades letivas da UENF. Os trabalhos

de coleta, nesse período, se intensificaram, permitindo atingir as 4,9 toneladas de

material reciclável até fevereiro 2006.

Segundo o gráfico 4, as quantidades representadas mostram uma sazonalidade,

que varia de acordo com a evolução das atividades dos períodos letivos. Assim,

podemos apreciar que no segundo período letivo de novembro de 2004 até maio de

2005, as quantidades de material aumentaram desde março, atingindo seu ponto

máximo em abril e declínio em maio. Da mesma forma, no primeiro período letivo de

2005, de junho até outubro, as quantidades coletadas representam a intensificação

das atividades acadêmicas. Já no segundo período de 2005, que tem início no mês

de novembro e ainda em curso, pode-se comprovar a mesma sazonalidade

mencionada e uma tendência geral ao crescimento.

Todo o material coletado, como se mostra na tabela 3, foi classificado em 09

categorias, de forma a diferenciar os materiais para seu posterior encaminhamento

para a reciclagem (na comercialização, os preços oscilam dependendo do grau de

pureza dos materiais).

Tabela 3: Tipos de Materiais Recicláveis coletados pelo projeto

TIPO KG. %

PAPEL 1L 1143,90 23%

PAPEL MIX 860,65 17%

PAPELÃO 744,15 15%

VIDRO 677,15 14%

PAPEL 2L 629,45 13%

JORNAIS 397,95 8%

REVISTAS 329,29 7%

VIDRO PIREX 121,00 2%

PLÁSTICO 28,80 1%

TOTAL 4932,34 100%

Page 102: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

87

Na Tabela 1, apresentam-se também as proporções de cada uma das categorias

mencionadas. Comprova-se, portanto, a hipótese inicial do diagnóstico situacional,

de que a UENF gera realmente mais resíduo doméstico, principalmente papel e

restos de comida.

Dessa forma, para cada tipo de material coletado, foi disponibilizado um canal

reverso (separou-se para melhores análises, o papelão):

a) Papel:

• Doação para uma creche municipal da comunidade vizinha (Matadouro) e

para a Instituição de Beneficência SACI – Sociedade de Apoio à Criança e ao

Idoso;

• Reutilização, nos serviços administrativos, pelos próprios alunos da UENF

nas bibliotecas, e pela equipe do projeto nos trabalhos artesanais e nos

cursos de reciclagem artesanal, para a divulgação.

b) Papelão:

• Doados para a SACI;

• Reutilizados pelo projeto piloto. As caixas foram encapadas e distribuídas

como coletores de papel.

c) Plásticos:

• Doados para catadores (funcionários de limpeza e catadores da vizinhança,

que transitam pelo campus) e para a SACI;

• Reutilizados na elaboração de trabalhos artesanais para divulgação.

c) Vidros:

• Doados para a SACI. No seu centro de triagem, os vidros são triturados e

acondicionados para posterior comercialização.

Dessa forma, os canais reversos estabelecidos pelo projeto - papel, plástico e

vidro - foram operacionalizados e os resultados divulgados a cada mês. As 4.9

toneladas de material reciclável foram divididas, para uma melhor apresentação

gráfica, em quatro categorias: Papel (inlui-se papel 1L, papel 2L, jornais, revistas e

Page 103: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

88

papéis misturados), Papelão, Vidros (simples e pirex) e Plásticos. Assim, o gráfico

5, apresenta a evolução destes materiais no período em que foi implementado o

projeto piloto.

Gráfico 5: Evolução dos Tipos de Materias Coletados pelo Projeto

Pode-se apreciar, no gráfico 6, que a quantidade de papel coletado, em média,

atinge os 150Kg. mensais desde maio 2005 e não diminui no meses seguintes,

aumentando nos períodos de maior atividade letiva. Os vidros atingem minimamente

os 25kg., o que pode ser traduzido em 50 garrafas de vidros de reagentes,

significando uma importante parceria com os centros geradores.

O papelão aparece mantendo-se na mesma faixa de valores até os 50Kg.,

cabendo mencionar que o papelão é desvidado pela coleta de funcionários de

limpeza que atuam também como “catadores eventuais”. Os plásticos,

representados por pequenas quantidades, são resultado da participação consciente

e voluntária de diferentes usuários (o prédio do CBB merece ser mencionado de

forma especial) porque este tipo de material, geralmente composto por embalagens,

precisa ser lavado antes da coleta para não contaminar os coletores com restos de

alimentos ou líquidos.

Dessa forma, os resultados da coleta permitiram identificar, além dos tipos de

resíduos gerados, os geradores principais de cada um deles, como mostra a tabela

4, permitindo redesenhar a rede de coleta. Os coletores foram incrementados,

removidos e localizados de acordo com as necessidades apresentadas.

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

300,00

350,00

nov/0

4

dez/0

4jan

/05fev

/05

mar/05

abr/0

5

mai/05

jun/05

jul/05

ago/0

5se

t/05

out/0

5

nov/0

5

dez/0

5jan

/06fev

/06

Val

ore

s em

Kg

.

PAPEL PAPELÃO VIDRO PLÁSTICOS

Page 104: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

89

Tabela 4: Principais Geradores por tipos de material reciclável

PREDIO PAPEL PAPELÃO VIDRO PLÁSTICO TOTAL FENORTE 1077,40 465,66 0,00 1,70 1544,76 P5 619,45 34,90 10,70 5,20 670,25 REITORIA 545,00 91,90 0,00 0,30 637,20 P4 143,65 60,95 403,60 4,90 613,10 CBB 216,50 45,30 209,00 9,70 480,50 CCT 128,20 21,70 235,20 0,30 385,40 CCTA 49,40 49,00 139,50 2,20 240,10 OFICINAS 141,20 43,80 4,85 7,80 197,65 CCH 151,80 12,20 0,00 0,00 164,00

TOTAL 3072,60 825,41 1002,85 32,10 4932,96

O maior número de caixas coletoras de papel e papelão encontra-se localizado

no prédio da REITORIA e no P5. Os cilindros verdes para a coleta de vidro, foram

colocados no P4, CBB, CCT e CCTA, prédios que contam com instalações especiais

para o funcionamento de laboratórios. O cilindro para plásticos colocado

inicialmente na Lanchonete do P5, não deu resultado, os materiais ali colocados

estavam sujos, provocando a contaminação do coletor. Foi removido para o CBB,

onde, além de embalagens de alimentos, colocaram-se vasilhames de laboratórios,

todos limpos e prontos para o encaminhamento para a reciclagem.

Estes resultados permitem identificar os prédios do P5 e REITORIA como os que

mais participaram da coleta seletiva. Seguidos pelos prédios do P4, CBB, CCT e

CCTA. Já os prédios das Oficinas e o CCH registraram menor participação, como se

pode apreciar no gráfico 6.

Gráfico 6: Proporção da participação dos Geradores na coleta seletiva

CCTA7%

OFICINAS6%

CCT11%

CBB14%

P4

REITORIA19%

CCH5%

P520%

Page 105: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

90

Pela interação com os geradores, percebe-se a necessidade de implementar

uma gestão integral dos resíduos que se traduza num sistema de canais reversos,

que tenha abrangência para todos os tipos de resíduos sólidos.

4.2.2.5 Aproveitamento do Material Reciclável: Experiências realizadas na

UENF

Como resultado da aplicação dos conceitos da logística reversa, cujo objetivo é a

recuperação do valor dos materiais descartados, o projeto piloto realizou trabalhos

artesanais visando o aproveitamento nas mesmas atividades de coleta, assim como

para divulgar e conscientizar a comunidade universitária.

A valorização do material descartado foi colocada na prática da seguinte forma:

a) Reutilização:

• Destinação de parte do material coletado para os cursos de reciclagem

artesanal: Canudinhos de Jornal e Reciclagem Artesanal de Papel dirigido

aos funcionários de limpeza;

• Aproveitamento das caixas de papelão para a coleta.

b) Reciclagem Artesanal de Papel:

• Confecção de cartões de Natal (dezembro 2005);

• Elaboração de bloquinhos de notas a partir das folhas coletadas (escritas por

um lado) e aproveitando as capas dos encadernados.

c) Reciclagem Artesanal de Plásticos:

• Confecção de vassouras de garrafas PET, as quais foram utilizadas nas

análises gravimétricas;

• Elaboração de brinquedos (porquinhos, ampulhetas feitos de garrafas de

PET, telefone de copos descartáveis, etc.) que foram expostos nas palestras

realizadas numa creche e numa escola de ensino fundamental;

• Preparando materiais educativos para o ensino de física, a partir de materiais

recicláveis, expostos na semana de Ciência e Tecnologia (outubro 2005);

• Confecção de um sofá de garrafas PET.

Page 106: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

91

d) Reciclagem Artesanal de Caixas Longa Vida

• Elaboração de um lençol térmico feito das caixas longa vida (tetrapack). A

utilização do alumínio presente nas embalagens de leite e de outros alimentos

“longa vida”, como refletor de calor, aumenta o conforto térmico nas

edificações (projeto forro vida longa, faculdade de Engenharia Mecânica da

UNICAMP).

É importante frisar que, para o aproveitamento dentro da mesma universidade,

considera-se a possibilidade de que os diversos tipos de resíduos possam se tornar

fontes de pesquisas. Pode-se mencionar que existem na UENF projetos e

pesquisas em desenvolvimento que estudam formas de aproveitamento de resíduos,

como, por exemplo:

• Casca de Ovo: Estudos preliminares realizados no Laboratório de Engenharia

de Materiais indicam que a incorporação da casca de ovo melhora

substancialmente as propriedades físico-mecânicas dos azulejos. Em 1998, o

consumo de azulejos foi de 60,8 milhões de metros quadrados. Levando em

conta que 15% das massas cerâmicas para azulejos constituem-se de calcita,

isso equivale à extração de 114,2 mil toneladas de calcário de jazidas minerais

— um recurso não renovável e que poderá ser substituído pela casca de ovo.

Este material, cujo destino normalmente é a lata de lixo, pode se transformar

num ingrediente fundamental para a indústria de revestimentos;

• Vidros: A incorporação de diferentes tipos de vidros (cristal, vasilhame, tubo de

imagem) à massa argilosa usada para a fabricação de produtos de cerâmica

vermelha é investigada no Laboratório de Engenharia de Materiais;

• Casca de Coco Verde: O Laboratório de Fitotecnia da UENF estuda as

condições para o aproveitamento de casca de coco, no lugar do xaxim, em

plantas ornamentais. O xaxim, nome popular dado à Samambaia-açu, é muito

utilizado para desfibramento e em jardins, como planta ornamental. Mas está em

extinção por causa do mau uso. A escassez e o risco de desaparecimento

fizeram com que algumas empresas buscassem alternativas em relação ao seu

Page 107: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

92

uso como insumo para plantas e arranjos. Uma das soluções propostas é o uso

da fibra do coco verde.

4.3 Resultados e Discussão

Os resultados obtidos com a coleta seletiva, referida na seção anterior, estima o

potencial de materiais recicláveis gerados na UENF. Estes dados serão

representados através de indicadores, que poderão ser utilizados para acompanhar

e melhorar os resultados ao longo do tempo.

Com o objetivo de fazer o acompanhamento do impacto das ações propostas

pelo projeto, apresenta-se a análise dos resultados sob duas perspectivas: os

ganhos ambientais obtidos com a coleta seletiva e a contribuição com a qualidade

do meio ambiente do trabalho no campus.

Finalmente, se sugere um modelo de projeto social universitário, para contribuir

com a problemática social dos catadores da cidade.

4.3.1 Indicadores

São apresentados, a seguir, os resultados da coleta seletiva, expressos através

de indicadores, os quais medem o impacto imediato do projeto. Bringhenti et al

(2003) estabeleceu 25 indicadores-chave para a Coleta Seletiva (programas

municipais de maior cobertura) e que foram aplicados no projeto de forma parcial:

a) Cobertura Física da coleta de papel ( % );

b) Quantidade mensal coletada seletivamente ( t / mês );

c) Índice de Recuperação de Materiais Recicláveis ( % );

d) Custo total da Coleta Seletiva no Campus ( R$/ t );

e) Relação Receita/Despesa (número puro).

A seguir, apresentam-se a definição, forma de apuração, representação e

aplicação no projeto piloto:

Page 108: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

93

a) Cobertura Física da coleta de papel (%)

- Definição: expressa a parcela da área atendida pelo projeto de coleta

seletiva em relação à área total do campus da UENF;

- Forma de apuração: Nº de coletores de papel distribuídos pelo projeto piloto

dividido entre o nº total de salas existentes (escritórios, salas de aula, salas

administrativas, biblioteca, laboratórios etc.) nos 08 prédios do campus da

UENF;

- Representação: porcentual;

- Aplicação no Projeto Piloto: (87/450) x 100 = 19 % de cobertura.

Tabela 5: Cobertura Física da Coleta de Papel

PRÉDIO Nº SALAS Nº COLETORES COBERTURA REITORIA 55 16 29% P5 68 13 19% CCTA 58 14 24% OFICINAS 56 13 23% CCT 53 10 23% CCH 34 9 26% P4 65 8 12% CBB 61 4 7%

TOTAL 450 87 19%

Este indicador só foi calculado para a coleta de papel, para o qual se adotou a

modalidade de coleta “porta a porta”, mantendo contacto diretamente com o

gerador. No caso dos vidros e plásticos, os coletores atuaram como “postos de

entrega voluntária” e foram distribuídos nos prédios do campus, como se

descreve a seguir:

• Vidros: 04 cilindros colocados nos térreos do CCTA, P4, CBB e CCT, prédios

onde se localiza o maior número de laboratórios. Falta cobrir o prédio das

Oficinas e o P5 que possuem laboratórios. Aproximadamente 60% da

cobertura;

• Plástico: Só no térreo do prédio CBB, faltando cobrir na sua maior

percentagem.

Este indicador de 19% de cobertura pode se ver refletido na diminuição de papel

(diversos tipos) no lixo doméstico (lixeiras laranja), segundo o registro nas 15

análises gravimétricas efetuadas de abril a dezembro de 2005, comprovou-se

Page 109: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

94

que, com a intervenção da coleta seletiva, o papel foi desviado do lixo comum e

encaminhado para a reciclagem (gráfico 7). Com respeito aos vidros de

reagentes químicos, praticamente desapareceram do lixo doméstico, sendo

encaminhados para a reciclagem. Os plásticos continuam sendo encaminhados

para o lixo doméstico, precisando de maior divulgação e educação ambiental

prévia, para a separação e a limpeza dos mesmos e conseguir ampliar sua

cobertura.

Gráfico 7: Papel Misturado Descartado nas Lixeiras e o Papel Misturado Coletado Seletivamente

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

400,0

450,0

abr/05 mai/05 jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05

Qu

anti

dad

e em

Qu

ilos

Descartado Coleta Seletiva

b) Quantidade mensal coletada seletivamente (t/ mês)

- Definição: expressa a quantidade mensal de materiais recicláveis coletados

seletivamente;

- Forma de apuração: somatório das quantidades de materiais recicláveis

coletados seletivamente, dividido pelo número de meses de operação;

- Representação: Média kg/ mês;

- Aplicação no Projeto Piloto: (3855 / 15) = 296,5 kg/ mês.

Para o cálculo dos materiais recicláveis, utilizaram-se os registros da coleta

no período de nov. 2004 até fev. 2006 (não se considerou a coleta da

FENORTE, por ter sido extraordinária). É importante frisar que a coleta

começou nos primeiros meses de uma forma muito reduzida, iniciando-se nos

ambientes do Laboratório de Engenharia de Produção (LEPROD), e

posteriormente nos demais centros e laboratórios.

Page 110: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

95

c) Índice de Recuperação de Materiais Recicláveis (%)

- Definição: expressa a quantidade de materiais que deixaram de ser enviados

à destinação final e que foram encaminhados para a reciclagem.

- Forma de apuração:

IRMR = _____ Quantidade Coletada Seletivamente / mês x 100______________

Quantidade Coletada Seletivamente/mês+ Lixo Doméstico no campus/mês

- Representação: percentual

- Aplicação no Projeto Piloto:

IRMR = 296,5 (média mensal coleta seletiva) x 100 = 6,5 %

296,5 + 4212

A quantidade mensal de resíduos produzidos no campus da UENF foi

calculada a partir da média de resíduos colocados numa lixeira. Esta média

foi obtida das análises gravimétricas e foi de 27kg por lixeira.

27kg x 13 lixeiras (distribuídas no campus) = 351kg (em dois dias)

351kg x 03 vezes (dias de coleta municipal) = 1053kg x semana

1053 kg x 04semanas = 4212 kg de resíduos por mês

Considerando a contribuição da FENORTE, este índice se elevaria a 7,2% de

recuperação.

d) Custo total da Coleta Seletiva no Campus (R$/ kg)

- Definição: expressa o custo unitário global do programa;

- Forma de apuração: quociente entre a somatória dos custos de acessórios

para a coleta e a quantidade de materiais recicláveis coletados, no mesmo

período de tempo;

- Representação: R$/ Kg.

Page 111: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

96

- Aplicação no Projeto Piloto: 80,59 /296,5 = R$ 0,27 por Kg.

Tabela 6: Cálculo dos Custos Operacionais Mensais da Coleta Seletiva

Custos da Coleta Seletiva R$ MATERIAS Luvas Descartáveis (6 pessoas) 12,00 Máscaras Descartáveis (6 pessoas) 6,00 Papel Lustro azul 8,00 Fotocopias 5,00 Cola 5,00 Artigos de Limpeza 4,00

Sub-Total 40,00 EQUIPAMENTOS (depreciação mensal) 01 Balança de 150 kg. 12,50 02 Carrinhos de Feira 4,17 05 Pares de Botas 10,42 05 Aventais 7,50 05 Pares de Luvas 6,00

Sub-Total 40,59 Total Mês 80,59

Para o cálculo do custo total da coleta seletiva, considerou-se o custo direto

(aqueles que ocorreram na execução do serviço). Os custos indiretos

(energia, água, aluguel do local etc) e os gastos de pessoal não foram

considerados (tabela 6). Neste indicador, a universidade fornece o ambiente

de trabalho e o pessoal na execução da coleta seletiva que recebem uma

bolsa da Pró-Reitoria de Extensão da UENF.

e) Relação Receita/ Despesa

- Definição: expressa a relação entre a receita e as despesas do programa.

- Forma de apuração: quociente entre a receita da venda dos materiais

recicláveis coletados e a somatória dos custos de coleta, no mesmo período

de tempo.

- Representação: número puro.

- Aplicação no Projeto Piloto:

Receita/ Custos= 523,18 = 523,18 = 0,4

80,59*15 1208,85

Page 112: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

97

Tabela 7: Receita da Coleta Seletiva

TIPO KG. Preço* Total

PAPEL 1L 1143,9 0,10 114,39

PAPEL MIX 860,65 0,10 86,07

PAPELÃO 744,15 0,19 141,39

VIDRO 677,15 0,05 33,86

PAPEL 2L 629,45 0,10 62,95

JORNAIS 397,95 0,10 39,80

REVISTAS 329,29 0,10 32,93

VIDRO PIREX 121 0,05 6,05

PLÁSTICO 28,8 0,20 5,76

TOTAL 4932,34 523,18 * Preço Médio (2004) fornecidos pela SACI

Os materiais coletados foram todos doados. A receita calculada para este

indicador foi sobre uma suposta venda (tabela 7). Dessa forma, pode-se

interpretar que, para atingir a auto-sustentabilidade financeira, é preciso

triplicar a quantidade coletada. Pelo potencial de material reciclável que se

pode coletar na UENF, a cobertura de 19% pode ser ampliada, melhorando

as quantidades coletadas e, por conseguinte a relação receita/despesa. É

necessário mencionar que, para implementar um programa institucional de

Coleta Seletiva na UENF, será indispensável a participação dos funcionários

de limpeza para a coleta do material reciclável.

A coleta seletiva e a reciclagem do lixo doméstico apresentam, normalmente,

um custo mais elevado do que os métodos convencionais. De qualquer forma,

é importante notar que o objetivo da coleta seletiva não é gerar lucros, mas

reduzir o volume de lixo, gerando ganhos ambientais. É um investimento no

meio ambiente e na qualidade de vida. (Vaz e Cabral,1993)

4.3.2 Caracterização dos Resíduos gerados no Campus

A dinâmica da produção de resíduos transforma-se sem parar. Dentro da

comunidade universitária, as características vão se modificando com o decorrer do

tempo, tornando necessários levantamentos periódicos, visando à atualização de

dados. As características do lixo variam em função de diversos fatores, como por

Page 113: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

98

exemplo, a atividade dominante (ensino, pesquisa e extensão), os hábitos e

costumes dos usuários do campus (principalmente quanto à alimentação) e o clima.

Na UENF, as análises gravimétricas e a coleta seletiva permitiram identificar

alguns motivos das mudanças das características do lixo. Por exemplo, dentre as

atividades principais desenvolvidas no campus, encontram-se as pesquisas

efetuadas em laboratórios, que geram lixo orgânico e lixo perigoso, e as atividades

de ensino e extensão que geram lixo doméstico e lixo eletrônico.

Quanto aos hábitos e costumes, um dado importante é o consumo de água de

coco em quantidades superiores aos outros refrescos ou refrigerantes, (gráfico 8).

Gráfico 8: Quantidade de Cascas de Coco registradas nas Análises Gravimétricas

O consumo de água de coco, nessa quantidade, gera dificuldades para o descarte

da casca de coco verde pelo seu volume no acondicionamento, e pelo peso

excessivo na sua remoção deteriorando as lixeiras. Cada casca de coco pesa entre

1,5 e 3Kg. Em cada uma das análises realizadas, registrou-se a presença de, pelo

menos, 40 cascas de coco verde, equivalente a 69 kg. em média.

O consumo de café e o conseguinte descarte de pó de café e copos

descartáveis, são pontos que precisam ser tratados na mudança de hábitos. Na

USP, foram trocados os copos descartáveis por xícaras pessoais. Este tipo de

resíduo, geralmente misturado ao papel, dificulta o aproveitamento.

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

20-a

br

6/m

ai

20/m

ai

8/jun

24/ju

n6/jul

22/ju

l

10/a

go

26/a

go9/se

t

21/set

12/o

ut

28/o

ut

18/n

ov

2/de

z

Qua

ntid

ade

em Q

uilo

s

Page 114: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

99

Estas informações, entre outras, permitem avaliar o processo de coleta seletiva,

adequar os termos da educação ambiental, dirigida especificamente ao gerador e

incentivar a mudança de hábitos e costumes. E, principalmente, estudar as técnicas

de aproveitamento de resíduos.

Portanto, o levantamento de informação sobre as características do lixo, a

manutenção de um histórico do lixo gerado no campus permitirá no futuro a

implementação de um sistema de gestão ambiental adequado aos requerimentos da

UENF.

4.3.3 Ganhos Ambientais e Qualidade de Vida

As razões predominantes ou ganhos esperados da implantação da coleta seletiva

podem variar de uma organização para outra. No caso das universidades, por

exemplo, a adoção da coleta seletiva, como parte de um SGA, justifica-se pela

preservação do meio ambiente da área do campus, com reflexo no meio ambiente

da comunidade vizinha e na saúde da comunidade universitária. Tudo isto compõe

melhores condições de trabalho e de estudo, quer dizer, eleva a qualidade de vida.

A coleta seletiva que inicia o fluxo de retorno dos materiais, encaminhando-os

para a reciclagem, também é responsável pelos ganhos ambientais no seu re-

processamento. Na tabela 8, mostra-se a quantidade de matérias-primas poupadas

à natureza como resultado da coleta seletiva aplicada no campus da UENF.

Tabela 8: Matérias Primas Economizadas na Reciclagem dos Materiais Coletados pelo Projeto Piloto

Material Reciclável

Matéria Prima Economizada pela

Reciclagem

Material Coletado pelo

Projeto

Matéria Prima Economizada pela

Reciclagem

1000kgPapel 20 árvores 4108,8kg 82,18 árvores

1000kg Vidro 1,3 tn de areia 798,15kg 1,03 tn areia

1000kg Plástico 130kg petróleo 26kg 3,38 Kg Petróleo

Fonte: Adaptação dos dados www.ambientebrasil.com.br,

Page 115: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

100

Além disso, em termos monetários, calculou-se para os 4108,80 kg de papel,

R$2195,43 economizados só em água e energia na sua reciclagem (tabela 9).

Tabela 9: Ganhos Econômicos* a partir da Reciclagem do Papel Coletado

Recursos Poupados em 1000Kg Papel

Recursos Poupados em 4108,80 Kg Papel

Preço Valor R$

25,0 m3 água 102,72 m3 água 2,372 243,45

2,5 MW/hr 10,3 MW/hr 190,033 1951,99

TOTAL R$ 2195,43

*Dados apenas como ilustração, cálculos deste tipo em sua maioria são aproximações e desconsideram uma série de fatores

Dessa forma, a valorização da coleta seletiva não deve ser medida apenas pela

receita obtida da venda dos materiais recicláveis. Deve-se adicionar os benefícios

ambientais e econômicos produzidos a partir dela.

Estes ganhos ambientais, produzidos a partir da coleta seletiva, podem ser

analisados também, na perspectiva da qualidade do meio ambiente do trabalho,

porque induz a comunidade universitária a minimizar impactos negativos no

desenvolvimento de suas atividades administrativas e operacionais, ao mesmo

tempo em que promove a formação de profissionais com posturas ambientalmente

corretas no desenvolvimento de seus futuros trabalhos.

Na concepção de Fiorillo (2004), meio ambiente do trabalho é o “... local onde

as pessoas desempenham suas atividades laborais, sejam remuneradas ou não,

cujo equilíbrio está baseado na salubridade do meio e na ausência de agentes que

comprometam a incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores, independente da

condição que ostentem (homens ou mulheres, maiores ou menores de idade,

celetistas, servidores públicos, autônomos etc.)”.

No caso da universidade, o meio ambiente do trabalho envolve as instalações

físicas do campus (ventilação, iluminação natural ou artificial, ruídos, móveis,

maquinário etc.) que devem oferecer um ambiente saudável para a realização das

2 Preço calculado pelo Laboratório de Hidrología da UFRJ em 1,997. http://www.hidro.ufrj.br/pqarj/municip/aperibe/tarifas.htm.: correpondente ao consumidor industrial entre 21-130m3 /mês. Tarifa praticada: R$0,439753/m3 * 5,40 (mulitplicador) = 2,3746 3 Preço obtido na ANEEL (Agencia Nacional de Energia Elétrica). Tarifas Consumidores Finais – Tarifas Médias de Fornecimento por Região (2005) de água Industrial. http://www.aneel.gov.br/98.htm

Page 116: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

101

atividades de ensino, pesquisa, extensão e administrativas. Devem ser considerados

também o adequado descarte dos diversos tipos de resíduos e a minimização das

possibilidade de contato com qualquer agente químico ou biológico, que traga riscos

à saúde do trabalhador, no caso dos laboratórios, por exemplo.

Dessa maneira, numa universidade, o conjunto de medidas, técnicas

administrativas, educacionais etc. empregadas na gestão dos resíduos produzidos

no campus deve ter como finalidade eliminar condições inseguras no meio ambiente

do estudante, pesquisador, funcionários e visitantes, inclusive.

Nesse sentido, o projeto piloto, com o objetivo de verificar a existência de

procedimentos, pontos críticos e/ou problemática para o descarte dos resíduos,

aplicou um questionário de opinião dirigida a usuários das instalações do campus. A

pesquisa foi constituída por 50 questionários aplicados nos diferentes centros (tabela

10).

Tabela 10: Dificuldades Encontradas para o Descarte do Lixo

Dificuldades Encontradas para o Descarte do Lixo Material Descartado Procedimento

(1) Periculosidade

(2) Armazenamento

(3) Equipamento

(4)

Papel (Papelão, Jornal, Revista, Folhas) 14% 2% 6%

Vidros de Laboratório 20% 16% 22% 2%

Resíduo Orgânico de Laboratório 14% 16% 14% 4%

Plástico de Laboratório 6% 4% 6%

Resíduos de Reagentes 24% 22% 20% 2%

Resíduo Radioativo 4% 0% (1) Procedimento : Método pré-estabelecido para o descarte adequado (2) Periculosidade : Perigosos para o manuseio (3) Armazenamento :Local, Espaço, (4) Equipamento : Equipas para inertização dos agentes perigosos

Os resultados indicaram que as maiores dificuldades estão focados no descarte

dos resíduos orgânicos, nos vidros de laboratório e os resíduos de reagentes

químicos. Os centros que apresentaram estas dificuldades são os que contam com

laboratórios como o CCTA, o CBB e o CCT. Muito embora existam procedimentos

para descarte de resíduos, o CBB estabeleceu procedimentos específicos para seus

laboratórios e no CCT e no CCTA os usuários, por responsabilidade ambiental,

estabeleceram procedimentos próprios.

Page 117: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

102

Desses resultados, pode-se avistar a necessidade de estabelecer além de um

programa de coleta seletiva mais abrangente, um centro de tratamento de resíduos

químicos, como vem se constituindo em outras universidades do Brasil, o que é uma

tarefa complexa que requer um significativo conhecimento da diversidade e das

quantidades de resíduos gerados nos centros e laboratórios que funcionam no

campus.

4.3.4 Proposta de um Centro de Triagem no Campus e a Capacitação de

Catadores

Ao tratar o tema dos resíduos gerados no campus, foi impossível separar o tema

da pobreza e da realidade dos catadores. O campus da UENF está localizado junto

à favela de Matadouro. Nessa favela, existem catadores, os quais, às vezes,

procuram materiais recicláveis nas lixeiras da universidade.

O Município de Campos dos Goytacazes tem uma população de 406.989

habitantes (IBGE, 2000) e uma produção de resíduos sólidos em torno de 300

toneladas4 por dia, que têm como destino final o aterro controlado da cidade

localizado no distrito Codim. No aterro, trabalham aproximadamente 200 catadores

em condições precárias, além de outros vários que atuam nas ruas da cidade (não

se têm registros).

Os catadores vendem os materiais recicláveis para as empresas sucateiras, que

funcionam como grandes depósitos de consolidação, por exemplo: a RCG-

Reciclagem, ReciCampos, Pita Reciclagem. No entanto, não existe nenhuma

cooperativa de catadores.

Nesse contexto, o projeto piloto realizou uma entrevista com os catadores do

aterro e com os catadores das ruas centrais da cidade (entre os meses de agosto e

setembro de 2005), verificando-se que eles não se encontram organizados, atuam

de forma individual ou familiar (2 a 3 pessoas de uma mesma família), sem

condições adequadas de trabalho e com pouca informação a respeito do mercado

de recicláveis.

4 Segundo Entrevista realizada em janeiro de 2005, com o Gerente de Operações Sr. Alex Gomes da empresa Queiroz Galvão, empresa contratada pelo Município de Campos para os Serviços de Limpeza Urbana.

Page 118: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

103

Diante desta realidade e problemática social, o presente trabalho de pesquisa,

propõe uma alternativa para informar e/ou capacitar os catadores por meio da

implementação de um verdadeiro Centro de Triagem para os materiais recicláveis

produzidos na universidade, com maiores implementos do que aqueles utilizados no

projeto piloto, precisando-se de um área especial dentro do campus e de uma infra-

estrutura básica para seu funcionamento.

Como se viu no decorrer da pesquisa, a aplicação dos conceitos da logística

reversa na universidade apresenta diversas alternativas para revalorizar e

reaproveitar materiais recicláveis produzidos no campus: a reutilização, a reciclagem

artesanal, a comercialização, compostagem de resíduos vegetais etc. Esta

recuperação de valor precisa de conhecimentos específicos, técnicas, criatividade e

mão-de-obra.

Um centro de triagem de matérias recicláveis, localizado dentro do campus,

operacionalizado por catadores e gerenciado pela universidade, pode se converter

numa referência para os demais catadores da cidade (do aterro e das ruas), de

forma a encontrarem um lugar onde possam se capacitar e/ou procurar informação

sobre o mercado, gestão, operacionalização etc.

Os catadores participantes do projeto podem gradativamente ir descobrindo como

o trabalho organizado pode gerar melhores condições de trabalho e renda. Segundo

Pólita Gonçalves5, as iniciativas de organização dos catadores, deve partir deles

mesmos “de dentro para fora” e de “baixo para cima”. Quer dizer que as

organizações devem ser iniciadas pelos mesmos catadores.

No diagrama 16, apresenta-se um modelo que sugere a implementação de um

Centro de Triagem dentro do campus com a participação dos catadores e focado na

criação de canais reversos fechados. Assim, o papel da universidade neste contexto,

é de consultoria e promoção de pequenos empreendimentos como a reciclagem

artesanal, a compostagem, a comercialização etc.

5 Informação verbal fornecida por Pólita Gonçalves, diretora da ONG Lixo.Consulting (site www.lixo.com.br) e organizadora

dos Debates Sócio Ambientais, pertencente ao Fórum Estadual Lixo & Cidadania Rio de Janeiro.

Page 119: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

104

Diagrama 16: Modelo para a capacitação de catadores

através da gestão de resíduos gerados no Campus

O modelo propõe a implantação da Coleta Seletiva na universidade e de um

Centro de Tratamento de Resíduos Especiais (CTRE). A coleta seletiva movimenta

os materiais recicláveis produzidos na universidade para o centro de triagem onde

se realiza a classificação e a consolidação. Os resíduos químicos, previamente

tratados no CTRE e sem perigo de contaminação, seriam destinados para o centro

de triagem.

Para a implementação de um centro de triagem, precisa-se de um estudo prévio

para determinar a viabilidade técnico-financeira que considere aspectos tais como a

localização, infra-estrutura, equipamentos etc. Para dispor de um espaço dentro do

campus e a implementação desta infra-estrutura básica, é preciso que a

administração da universidade assuma a coleta seletiva como parte do plano de

gestão de resíduos. Neste ponto, é importante frisar que o estudo de caso não

contemplou, como seria a implementação de um CTRE devido aos conhecimentos

específicos necessários. O quadro 11 descreve os requisitos mínimos da parte física

de um Centro de Triagem no campus, adaptado das recomendações do

IPT/SEBRAE (2003).

Atividades que poderiam ser operacionalizadas por catadores e com apoio da universidade

Atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão

Fontes Geradoras de Resíduos

Coleta Seletiva

Centro de Tratamento de Resíduos Especiais

Químicos, Biológicos e Radioativos

Disposição Final no Aterro da Cidade

Aquisição de Materiais

Compostagem

Atividades Artesanais

Comercialização, Encaminhamento para

RECICLAGEM

CENTRO DE TRIAGEM

Page 120: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

105

Quadro 11: Infra-estrutua Básica para a Implementação de um Centro de Triagem

DESCRIÇÃO

Localização

Deve ser localizado, preferencialmente em área central, diminuindo o custo da coleta e facilitando o acesso aos trabalhadores e à comunidade universitária.

Arranjo Interno

Un galpão básico contém área coberta para triagem e beneficiamento dos materiais, escritório, cozinha e refeitório, sanitários masculino e feminino, com chuveiros e área para guardar ferramentas. Inclui também a ligação específica conforme os equipamentos a serem instalados, ventilação, iluminação (inclusive à noite para segurança), pavimentação, drenagem de água de lavagem e tratamento de esgotos. È necessário reservar espaço na área coberta do galpão para estocar os materiais: recicláveis recém-coletados, antes da triagem; recicláveis triados, até o volume suficiente para serem beneficiados; recicláveis já beneficiados que não podem ficar expostos à chuva e à umidade, como os fardos de papel. In

fra-

estr

utu

ra

Área externa

Deve abrigar estacionamento, local para lavagem dos veículos de coleta e Baias (ou áreas) delimitadas para o armazenamento dos materiais recicláveis prontos para comercialização.

Equipamentos

Somente após um dado período de funcionamento será possível avaliar a necessidade de maquinários adicionais que incrementem a lucratividade das operações. Inicialmente, os equipamentos que atendem às atividades de triagem e beneficiamento são: balança, balcão, mesa, “big bags” ou cilindros, prensa, caçamba, etc.

Fonte: Adpatação de: Guia para Implementação. IPTISEBRAE (2003)

Para os custos de operação e manutenção da coleta seletiva, as alternativas de

financiamento proviriam de parcerias com instituições e fundações de apoio, a venda

dos recicláveis, as bolsas de extensão etc., além das atividades de recuperação de

valor, como trabalhos artesanais e atividades de compostagem.

O reaproveitamento dos materiais recicláveis dentro da universidade incentiva a

pesquisa de novas tecnologias para a reaproveitamento dos materiais recicláveis.

Atualmente, todo o material reciclável coletado na cidade é enviado para as

empresas recicladoras de Rio de Janeiro, Niterói e São Paulo, dado que na cidade

de Campos, não existe indústria dedicada à reciclagem propriamente dita.

Page 121: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

106

Dentre as atividades artesanais já desenvolvidas no centro de triagem do projeto

piloto, com a utilização de materiais provenientes dos resíduos gerados dentro do

campus, encontra-se a reciclagem artesanal de papel, plásticos, caixas longa vida

etc. (quadro 12).

Quadro 12: Atividades Artesanais criadas a partir do lixo Produzido na Universidade

Material Reciclável Reciclagem Artesanal

Canudos de Folhas deJornal Cestas, porta-canetas, porta-retratos, baú, etc. Reciclagem Artesanal de Papel

Folhas, envelopes, pastas, caixas e sacolas para presentes, cartões, etc.

Produtos Com Plástico Pt Vassouras, poltronas, cadeiras, bolsas, cortinas, etc.

Materiais Didáticos a Partir de Materias Recicláveis

Porquinhos, tambores, telefones, orquestra de sucata, materiais educativos diversos, etc.

Produtos com Caixas Longa Vida

Utilização do alumínio presente nas embalagens de leite e de outros alimentos “longa vida”, pós-uso, como refletor de calor, para aumentar o conforto térmico nas edificações populares.

Compostagem* Adubo orgânico a partir de vegetais

Casca de Coco Verde Vasos e tutores para plantas ornamentais. * A compostagem não foi realizado pelo projeto

Dessa forma, o modelo proposto implica a conscientização da administração

para a construção e operacionalização do centro de triagem dentro do campus, e

que de forma gradativa atinja a gestão compartilhada. A participação da comunidade

universitária é indispensável para atender às diferentes demandas de

conhecimentos para o tratamento dos resíduos. Cada profissional na sua área tem

que aportar para o tratamento e descarte final dos resíduos por ele gerados. Além

de beneficiar o ambiente de trabalho, beneficia o acervo de conhecimentos em torno

ao lixo para ser disseminado e capacitar os “agentes ambientais” (os catadores) e a

comunidade como um todo.

4.4 Considerações finais

Os aspectos positivos de promover o gerenciamento de resíduos usando a

logística reversa são que, além de mostrar ser possível, os resíduos são reduzidos,

reusados e reciclados dentro da mesma universidade provocando ao final uma

economia nos recursos financeiros e ganhos na qualidade de vida. Em princípio, a

aquisição de materiais seria planejada considerando o descarte adequado dos

Page 122: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

107

mesmos, facilitando à administração a limpeza do campus. Por exemplo, lâmpadas

fluorescentes, pilhas, baterias, reagentes químicos, agrotóxicos etc. poderiam voltar

aos fornecedores após o consumo. Por outro lado, se procuraria reduzir ao mínimo a

geração de resíduos, requisitando apenas o necessário e o suficiente. Ao mesmo

tempo, é possível propor a troca de materiais descartáveis pelos mais duradouros;

reutilizar os materiais, sempre que seja possível e as oficinas de reciclagem

poderiam, também por sua vez, evitar a aquisição de materiais para pesquisa, como

vidros, caixas, móveis, peças, partes de computadores, papel artesanal, adubo

orgânico para a manutenção de jardins dentro do campus entre outras iniciativas.

(diagrama 17)

Diagrama 17: Modelo de Gestão des Resíduos na UENF

Aplicando os Conceitos da Logística Reversa

Como toda metodologia, o modelo proposto está em processo de construção,

isto é, aprimorando-se na prática e aplicando suas orientações básicas, partindo de

Aquisição de Materiais

� Papel � Plástico � Metal � Vidro � Lixo Orgânico � Lixo Eletrônico � Lixo químico, biológico e

radiativo. � Resíduos Especiais � Outros

Coleta Seletiva

Piscina

Materiais Reaproveitados

na mesma Universidade

E1 - FENORTE/ UENF – Reitoria – Pr ó - Reitoria P1 - CCTA - Centro de Ci ê ncias e Teconologias Agropecu á rias E2 - CCH – Centro de Ci ê ncias do Homen P2 - CBB - Centro de Bioci ê ncias e Biotecnologia G1 – Quadra de esportes P3 - CCT - Centro de Ci ê ncias e Tecnolog í a G2 - Quadra de Esportes P4 - CCTA

P5 - CCTe CBB

Oficinas Estacionamento

Estacionamento Estacionamento

Entrada do Campus

Estacionamento Estacionamento

Centr í fuga

P1 P2

P5 P4 P3

E1 E2

G1

G2 Piscina Piscina

Encaminhamento para Reciclagem:

Venda ou Doação

E1 - FENORTE/ UENF – Reitoria – Pr ó - Reitoria P1 - CCTA - Centro de Ci ê ncias e Teconologias Agropecu á rias E2 - CCH – Centro de Ci ê ncias do Homen P2 - CBB - Centro de Bioci ê ncias e Biotecnologia G1 – Quadra de esportes P3 - CCT - Centro de Ci ê ncias e Tecnolog í a G2 - Quadra de Esportes P4 - CCTA

P5 - CCTe CBB

Oficinas Estacionamento

Estacionamento Estacionamento

Entrada do Campus

Estacionamento Estacionamento

Centr í fuga

P1 P2

P5 P4 P3

E1 E2

G1

G2

Campus Universitário

Cadeia Logística Reversa

Atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão

Disposição Final Ecologicamente

Correta

• Almoxarifado • Lanchonetes • Escritórios • Laboratórios • Manutenção • Limpeza • Outros

Resíduos

Page 123: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

108

um referencial teórico. Neste caso, a logística reversa orienta a implementação do

planejamento da gestão ambiental na UENF e ajuda na compreensão e na

interpretação de sua realidade ambiental.

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A partir do pressuposto de que a aplicação da logística reversa pós-consumo

pode ser uma técnica de suporte para um modelo de gestão sustentável dos

resíduos produzidos num campus universitário e, como resultado do estudo de caso,

chegou-se às seguintes conclusões:

As novas tendências que formam o sistema ecológico atingem também as

Instituições de Ensino Superior (IES), obrigando-as a repensar os processos

realizados no desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa, extensão e

operação, de forma a cumprirem as legislações pertinentes, atender as demandas

sociais e sobretudo, a estabelecer uma coerência entre o conhecimento ministrado e

a prática diária.

As experiências analisadas sobre gestão ambiental nas universidades brasileiras

demonstram diferentes graus de intervenção para o desenvolvimento sustentável

(ensino, pesquisa, extensão e operacionalização dentro do campus), evidenciando

que o caminho para a gestão integral dos resíduos nas universidades do Brasil,

ainda está em construção.

A complexidade dos problemas relacionados aos resíduos produzidos nas IES,

especificamente nas universidades, aumenta à medida que são desenvolvidas suas

atividades. Como os processos geradores de resíduos são dinâmicos, é importante

identificar as variáveis que os determinam, no sentido de melhor controlar a

execução do plano de gerenciamento dos mesmos.

Esta crescente necessidade de inclusão de questões ambientais na gestão das

IES tende a tornar cada vez mais importante a relação entre a Gestão Ambiental e a

Logística (direta e reversa), para garantir o consumo sustentável e evitar o

desperdício, a geração de resíduos e a poluição.

Page 124: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

109

Para isso, a gerência administrativa de uma universidade requer estar

convencida, consciente e disposta a planejar a logística reversa em função da

logística direta, como parte de um plano de Gestão Ambiental. Este plano deve

considerar, portanto, o planejamento, o orçamento, a implementação e a execução

de canais reversos. Quer dizer que as decisões deverão ser estratégicas e

requererão que a alta administração se comprometa e assuma os objetivos de

proteção ambiental para contribuir com o desenvolvimento sustentável da

universidade em questão.

A aplicação dos conceitos da logística reversa na gestão de resíduos nas

universidades permite analisar o funcionamento das mesmas em todos seus âmbitos

e atividades, detectando problemas, obstáculos, estruturas e mecanismos que

dificultam sua atuação ambientalmente responsável e sustentável. Além de unir em

torno de vantagens mútuas, a comunidade acadêmica, a comunidade vizinha, os

catadores e os demais elos da cadeia de reciclagem.

Os principais tipos de resíduos gerados nas IES dependem das atividades

desenvolvidas, do clima, dos hábitos e costumes, entre outros fatores. Mas a

classificação de lixo de escritório (principalmente papel), lixo perigoso (resíduos

químicos, físicos e biológicos) e o lixo orgânico, que são predominantes nas

universidades, representam a escala local, os resíduos gerados em uma cidade.

A coleta seletiva em uma universidade desvia efetivamente materiais recicláveis

do aterro da cidade. Os montantes dependem do estabelecimento de procedimentos

para o descarte (política institucional) e do grau de participação (conscientização) da

comunidade universitária. Os tipos de materiais a serem coletados dependem da

infra-estrutura disponibilizada: centro de triagem para materiais recicláveis, centro de

tratamento de resíduos químicos (se for o caso) e áreas livres para a prática da

compostagem. Cada um destes centros de tratamento conformam-se como

“oficinas”, fechando o fluxo dos materiais recicláveis, quer dizer que os resultados e

produtos obtidos do tratamento dos resíduos podem permanecer dentro do campus

auxiliando as atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Page 125: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

110

O tratamento de resíduos, tema multi e interdisciplinar, é fonte de pesquisas em

nível de graduação e pós-graduação nas diferentes áreas. O desenho dos canais

reversos dependem desses conhecimentos e tecnologias para o aproveitamento e

recuperação de valor dos resíduos. Esta conjunção de saberes em torno do lixo

propicia a gestão compartilhada dos resíduos entre a comunicade acadêmica.

Os benefícios da implementação da coleta seletiva nas IES não são econômicos,

não pretendem obter ganhos financeiros, os benefícios esperados são: a proteção

ambiental da área do campus e a qualidade de vida, oferecendo segurança no

ambiente de trabalho e estudo. E é a partir destes benefícios que se obtêm outros,

como a imagem institucional, participação política ao tratar temas sobre a

problemática ambiental da região etc.

Os custos relacionados à coleta seletiva implementada nas IES são subsidiados

pela infra-estrutura do campus, a participação de estudantes, pelas bolsas de

extensão e pelo conjunto de usuários localizados num âmbito fechado. Os custos

operacionais da coleta (coletores, manutenção, tiragem, divulgação, comunicação

etc), podem ser financiados pela receita produzida da mesma coleta, além das

parcerias com outras instituições que permitem a troca de materiais por implementos

para a coleta.

A coleta seletiva incentiva o consumo consciente. Ao lidar de forma diferente

com os resíduos, incita-se a comunidade acadêmica à aquisição de novos hábitos

que lhes permitirá atuar nos seus futuros centros de trabalho com um

comportamento ambientalmente correto.

Na UENF, existem sinais positivos quanto à alteração de comportamentos e à

colaboração da comunidade universitária, mas a abordagem efetiva dos problemas

da UENF e da gestão ambiental exige a mudança dos processos da instituição e das

mentalidades dos seus indivíduos, o que levará um período de tempo superior ao da

duração do projeto. O Projeto Piloto constitui, assim, o “motor de arranque” para este

processo, constituindo o primeiro ciclo de melhoria contínua da Gestão Ambiental na

UENF, precisando, no futuro, pelas atividades desenvolvidas, da implementação de

um centro de triagem para materiais recicláveis, um centro de tratamento para

resíduos químicos e uma usina de compostagem.

Page 126: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

111

Ao abordar o tema do lixo, é impossível desligar-se do problema social dos

catadores. A universidade, como pólo de conhecimentos, pode assumir um papel de

consultoria para a capacitação e organização desses “agentes ambientais”. A partir

de um modelo de coleta seletiva funcionando na universidade, podem se atingir

soluções práticas às necessidades de capacitação e informação dos catadores.

Além de ter maiores elementos para propor soluções ao governo municipal.

Finalmente, a proposta metodológica da aplicação dos conceitos da logística

reversa no gerenciamento de resíduos nas universidades é uma contribuição para

futuros empreendimentos de planejamento da gestão ambiental na Instituições de

Ensino Superior.

Page 127: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

112

REFERÊNCIAS ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Tarífas Consumidores Finais –

Tarífas Meias de Fornecimento por Região (2005).http://www.aneel.gov.br/98.htm Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Norma Brasileira NBR 10004, de

1987.”Resíduos Sólidos. Classificação”. http://www.abntnet.com.br/fidetail.aspx?FonteID=170

Azebedo, A.; Oliveira, L.; Baldeón, N.; (2003). Incubadora Tecnológica de

Cooperativas - ITCP x Incubadora de Empresas de Base Tecnológica - IEBT - Diferenças e semelhanças no processo de Incubação. www.itcp.unicamp.br/site/downloads.htm

Ballou, Ronald H.; (1993) Logística Empresarial - Transportes, Administração de

Materiais, Distribuição Física; São Paulo; Editora Atlas; Beaumord, P.; Santos, V.; Souza, W. (2005) Logistica Revesa I

http://www.ietec.com.br/ietec/techoje/materias_tec/tecnologiaindustrial. Borzino, M.; ( 2005) Política Nacional de Resíduos Sólidos Desafios E Perspectivas

Para Os Municípios; 35ª Assembléia Associação Nacional de Serviços Municipais de Saneamento – ASSEMAE; Belo Horizonte – MG; 27 de julho/ 2005 http://www.assemae.org.br/politica_nacional_de_residuos_solidos.ppt

Bowersox,D.; Closs D.; (2001). Logística empresarial O Processo de Integração da

Cadeia de Suprimentos. São Paulo:Atlas. Braga, B.; Hespanhol I.; Conejo, J.; (2002).;Introdução à Engenharia Ambiental; São

Paulo. Bringhenti, J.; De Lima, C.; Risso, W.; Zandonade, E.; Dos Santos, F.; Zanon, E.;

Estabelecimento de Indicadores nos processos de Coleta Seletiva (2005). ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. http://abes-es.org.br/paginas/residuos_solidos.asp

Cajazeira, J.;(1997). ISO 14000. Manual de Implantação. Em Pereira, ME.; (2005).

A Busca de Estratégias Competitivas através da Gestão Ambiental. Http://Www.Gestiopolis.Com/Recursos3/Docs/Ger/Vencompgesamb.Htm Carreiras, M.; Ferreira, A.; Lopes, M.; (2005). Management System implementation

at a complex school. http://www.esac.pt/emas@school/Publicacoes/Comunicacoes/Leiria/Com_MCarreiras.pdf

CEMPRE (2005). “O que é análise de ciclo de vida?”. http://www.cempre.org.br/duvidas.php

Centro Clima – COPPE/UFRJ; (2005) Projeto do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo: USINAVERDE. http://www.centroclima.org.br/usinaverde_ufrj.pdf

Page 128: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

113

Centro Nacional de Tecnologias Limpas. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de Rio Grande do Sul. SENAI-RS (2003).”Implementação de Programas de Produção mais Limpa” Porto Alegre,. SENAI-RS/UNIDO/INEP, 2003. 42 p. il.

Chaves, A.;Tatsch, C.; Alvez A.; (2005) Brasil começa a mover mercado de Carbono

http://www.reciclaveis.com.br/noticias/00503/0050308carbono.htm CNTL – Centro Nacional de Tecnologias Limpas – Servicio Nacional de Aprendizaje

Industrial (SENAI) www.rs.senai.br/cntl/cntl.htm Collaborative Research Center 281. http://www.numa.org.br/Vworkshop%20ama.htm COPPE/UFRJ - Laboratório de Hidrologia e Estudos do Meio Ambiente –

Saneamento – Tarifas Praticadas e de Equilíbrio Municípios Conveniados com a CEDAE http://www.hidro.ufrj.br/pqarj/municip/aperibe/tarifas.htm

Cruz, A. (2004), É Caminhando que se faz o caminho: Diferentes Metodologias das

Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares no Brasil. Artigo publicado em CAYAPA Revista Venezolana de Economia Social, Año 4, Nº 8, Dez/2004.

Gerência de Recursos Humanos da UENF: Listagem Geral de Ativos (16/11/2005)

http://www.uenf.br/Uenf/Downloads/GRH_2169_1132145578.pdf Felizardo, J.; Labiak, S.; Casagrande, E.; Hatayecama, K.; (2002) A Inserção da

Logística Reversa em Habitat de Empreendedorismo: um estudo de caso no cefet-pr. http://parqueseincubadoras.com.br/habitats/trabalhos/A-21.pdf

Ferreira, A; (2002) “O papel das universidades rumo ao desenvolvimento

sustentável: das relações internacionais às práticas locais” Artigo publicado em http://campus.fct.unl.pt/campusverde/W_RIA_ARFF.doc. Acesso em Julho 2005

Fiorillo, C.; (2004) Curso de Direito Ambiental Brasileiro. 5 ed., São Paulo. Graedel, T.; (2002). Quantitative sustainability in a college or university setting.

International Journal of Sustainability in Higher Education. Vol. 3 No. 4, 346-358 Grimberg,E.;(2004). A Política Nacional de Resíduos Sólidos: a responsabilidade das

empresas e a inclusão social. Artigo publicado 22/7/2004 no site do Instituto Polis http://www.polis.org.br/

Hiwatashi, E; (1998) “Prospecção de Oferta E Demanda De Tecnologias Limpas: Um Levantamento Preliminar” RECITEC , Recife, v. 2, n. 2, p. 108-116, 1998 http://www.fundaj.gov.br IBAM - Instituto Brasileiro de Administração Municipal (2001). Gestão Integrada de

Resíduos Sólidos: Manual Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos.

Page 129: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

114

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000.

IPT/CEMPRE, (2000); Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento Integrado. IPT/SEBRAE, (2003); Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis: Guia de

Implantação, São Paulo Lacerda, L.; (2000). Logística Reversa, uma visão sobre os conceitos básicos e as

práticas operacionais. Centro de Estudos em Logística – COPPEAD – UFRJ – 2202. www.cel.coppead.efrj.br.

Leitão, J.; (2003). “A NBR-ISO 14.001 e o Sistema de Gestăo Ambiental” Artigo publicado em http://www.clickmacae.com.br/?sec=256&pag=coluna&cod=179. Acessado em agosto 2005

Leite, P.; (1998). Canais de Distribuição Reversos. Revista Tecnologística, Abril/ 1998. www.tecnologistica.com.br

Leite, P.; (1999). Estudo dos fatores que influenciam o índice de reciclagem efetivo

de materiais em um grupo selecionado de Canais de Distribuição Reverso. http://meusite.mackenzie.com.br/leitepr/Microsoft%20Word%20-%20III%20SIMPOI-TEXTO%20FINAL.pdf

Leite, P.; (2000). A Logística Reversa e a Responsabilidade Empresarial. Revista Tecnologistica , Dez/2000. www.tecnologistica.com.br

Leite, P.;(2002) Logística Reversa: Nova Área da Logística Empresarial - 1ª parte.

Revista Tecnologística. Maio/2002. www.tecnologistica.com.br Leite, P.; (2002). Logística Reversa: Nova Área da Logística Empresarial - 2ª parte.

Revista Tecnologística. Junho/2002. www.tecnologistica.com.br Leite, P.; (2003). Logística Reversa- Meio Ambiente e Competitividade. São Paulo:

Prentice Hall. Leite, P.; Brito, E.; (2003). Logística Reversa de produtos não consumidos: Uma

descrição das práticas das empresas atuando no Brasil. São Paulo, Congresso SIMPOI.http://meusite.mackenzie.com.br/leitepr/Microsoft%20Word%20-%20SIMPOI%202003%20paper_370.pdf

Leite, P.; (2005).Logística Reversa e a competitividade empresarial. Revista

Tecnologística, Ago/2005. . www.tecnologistica.com.br Lopes, M.; Ferreira, A. ; Carreiras, M.; (2004). A Implementação de um SGA na

Escola Superior Agrária de Coimbra. Problemas e Oportunidades. www.esac.pt/emas@school/Publicações/Comunicações/CNA04/MLopescom.pdf.

Page 130: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

115

Lopes, M; Ferreira, A; (2005). On the need for the development of a holistic and integrated Environmental Management paradigm. Lessons learned so far with the implementation of the EMAS@SCHOOL project.

Malmborg, F.;(2002). Environmental management systems, communicative action

and organizational learning. Business Strategy and the Environment, 11, pp 312-323.

Martins, R.; (2005). Consumidor e o Meio Ambiente

http://www.aultimaarcadenoe.com/consumidorconsumidor.htm Mayor, F.; (1998) Preparar um futuro viável: ensino superior e desenvolvimento

sustentável. In: Conferência mundial sobre o ensino superior. Tendências de educação superior para o século XXI. Anais da Conferência Mundial do Ensino Superior. Paris: 1998. http://www.cori.unicamp.br/CT/Apres_CT/RINALDO_BARROS.ppt

Ministério do Meio Ambiente (2001). Agenda Ambiental na administração pública.

Brasília. MMA/SDS/PNEA, 80p Munhoz R.; Biagio, F.; Almeida, C.; (2003). “Avaliação do Ciclo de Vida (ACV): Uma

Ferramenta Importante da Ecologia Industrial”. Revista de Graduação da Engenharia Química . ANO VI No. 12 Jul-Dez 2003 http://www.hottopos.com/regeq12/art4.htm

Pereira, M.; (2005a): A Universidade do Século XXI Rumo ao Desenvolvimento

Sustentável. Artigo em http://www.gestiopolis.com/Canales4/fin/universidade.htm

Pereira, M.; (2005b) Contabilidade Ambiental Como Sistema de Informações. Artigo em www.gestaoambiental.com.br/articles.php?id=52

Pimenteira, C.; (2002). Apectos Sócio-Economicos da Gestão de Resíduos Sólidos

no Rio de Janeiro – Uma Analise Insumo Produto Tese (Mestrado em Ci~encias Planejamento Energético)- Río de Janeiro-RJ, Universidade Federal de Rio de Janeiro – UFRJ, 181p.

Pfützenreuter, M.;(2005). Logística de Armazenagem, Transporte e Distribuição no

SENAI de Itajaí/SC. http://www.logweb.com.br/artigos/arquivo/art0003704.htm Prefeitura da Cidade de São Paulo.; (2006). Resíduos Sólidos. http://www2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/servicoseobras/residuos_solidos/0002 Rogers, D.; Tibben-Lembke, R.;(1999), Going Backwards: Reverse Logistics Trends

and Pratice.University of Nevada, Reno. REVLOG - Grupo Europeu de Logística Reversa. Introduction.

http://www.fbk.eur.nl/OZ/REVLOG/Introduction.htm acessado em 2005 Revista Época. Entenda o Protocolo de Kyoto. Artigo Publicado na

http://revistaepoca.globo.com Edição 352 14/02/2006

Page 131: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

116

Selige, G.; Tratamento de lixo tecnológico – no Brasil e na União Européia. Artigo

publicado em http://www.ambientebrasil.com.br/ Sharp, L.;(2002). Green campuses: the road from little victories to systemic

transformation. International Journal of Sustainability in Higher Education, Volume 3, Tema II Pág (128-145)

Shriberg, M.; (2000) Sustainability in campus housing – A case study at the

University of Michigan. International Journal of Sustainability in Higher education, Vol 1 Tema II pág (137-153)

Shriberg, M.P. (2002). Sustainability in U.S. Higher Education: Organizational

Factors influencing campus environmental performance and leadership. PhD thesis, University of Michigan.

Silingowschi, L.; O Principio da Prevenção no Meio Ambiente do Trabalho .

(www.saude.ce.gov.br/ Vaz, C.; Cabral, C. (1993); Coleta Seletiva e Reciclagem de Lixo. Artigo Publicado

no Boletim Nº 1 DICAS - Idéias para a Ação Municipal – Desenvolvimento Urbano do Instituo Polis. http://www.polis.org.br/publicacoes/dicas/dicas_lista.asp?cd_secao=2

Site Consultados (Abril 2004 – Março 2006) Site Ambiente Brasil http://www.ambientebrasil.com.br Site Campus Verde. http://campus.fct.unl.pt/campusverde/pt_entrada.html Site CEMPRE -Compromisso Empresarial para Reciclagem. www.cempre.org.br Site COPERNICUS http://www.copernicus-campus.org/ Site EPA – Environmental Protection Agency. www.epa.gov/ Site FOME ZERO www.apoiofomezero.org.br/index.asp Site INPEV - Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias -

www.inpev.org.br/ Site Instituto POLIS. http://www.polis.org.br/publicacoes/dicas/default.asp Site ITCP - Incubadoras Tecnologicas de Cooperativas Populares - COPPE/UFRJ

www.itcp.coppe.ufrj.br Site Lixo.Consulting (ONG) www.lixo.com.br Site PURA - Programa de Uso Racional da Àgua-USP http://www.poli.usp.br/pura/ Site PURE - Programa de Uso Racional da Energia–USP http://www.pure.usp.br/ Site USP RECICLA: Da Pedagogia à Tecnologia - http://cecae.usp.br/recicla/ Site UNICAMPI-Programa de Gerenciamento de Resíduos Perigosos

http://www.cgu.unicamp.br/residuos/index.html Site Universidade Federal de São Carlos – CEMA (Coordenadoria Especial para o

Meio Ambiente) http://www2.ufscar.br/administracao/cema.php Site Universidade Federal de Santa Catarina – CGA (Coordenadoria de Gestão

Ambiental) http://www.cga.ufsc.br/ Site Reciclagem.net. Portal da Reciclagem e do Meio Ambiente.

http://www.compam.com.br/

Page 132: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

117

ANEXO I

CARTA DE NITEROI

Page 133: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

118

CARTA DE NITEROI O cenário ambiental tem servido como painel de fundo para as discussões que visam minimizar os riscos e

criar condições para o desenvolvimento de processos de gestão sustentáveis dos Campi Universitários.

Vários eventos, de âmbito nacional e internacional, têm abordado de forma consistente a temática, e

dentro deste contexto inserem-se os Encontros Nacionais de Segurança em Química (ENSEQUI).

Por ocasião do 3º ENSEQUI (2004), realizado na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, RJ,

foram discutidos os aspectos mais relevantes relacionados ao gerenciamento de resíduos químicos e ao

atendimento das exigências da legislação ambiental e de segurança vigentes.

Nesta terceira edição do evento foi organizada uma reunião em que foram convidados os Pró-Reitores das

Instituições de Ensino e Pesquisa de todo o país. Esta reunião teve como objetivo propor ações que

visassem disseminar a cultura e a prática do gerenciamento dos resíduos perigosos principalmente

oriundos das atividades de ensino e pesquisa.

As Instituições presentes e signatárias deste documento reconhecem a importância e relevância do tema,

mas enfrentam problemas de ordem orçamentária para a implementação de programas na área de

gerenciamento de resíduos perigosos e, em âmbito mais geral, da gestão ambiental.

Assim, para transpor dificuldades orçamentárias, de modo que as Instituições de Ensino possam colocar

em prática ações que minimizem o impacto ambiental e o risco aos envolvidos nas suas atividades de

ensino e pesquisa e, para que sejam formados profissionais com a consciência da necessidade de atenção

a resíduos que tragam riscos a indivíduos ou ao ambiente, sugere-se as seguintes ações aos órgãos de

financiamento e regulamentação do ensino e pesquisa no país:

• que sejam alocados fundos e lançados editais específicos para Gestão Ambiental e

Gerenciamento de Resíduos Perigosos nas Instituições de Ensino e Pesquisa. Entendem-se como

resíduos perigosos, os resíduos químicos, biológicos e radioativos gerados nas atividades de

ensino e pesquisa;

• que se crie um grupo de trabalho de especialistas para propor Normas de Segurança em Química

para as Instituições de Ensino e Pesquisa;

• que se crie um grupo de trabalho de especialistas para estruturar o gerenciamento dos resíduos

perigosos visando o futuro Licenciamento Ambiental nas Instituições de Ensino e Pesquisa e

• que se inclua como critério de qualidade para fins de avaliação por parte do MEC e da CAPES, a

existência, ou projeto em implantação, de programa de gestão de resíduos perigosos em cursos

de graduação e pós-graduação das Instituições de ensino e pesquisa.

3º ENSEQUI Universidade Federal Fluminense

Outubro 2004

Page 134: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

119

APENDICE I

FOTOGRAFIAS

Page 135: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

120

Análise Gravimétrica: Composição do Lixo produzido no Campus

Lixeiras transportadas até a quadra de esportes onde se realizavam as amostras.

Disposição dos Resíduos Produzidos no Campus da UENF

Page 136: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

121

Tipos de Resíduos encontrados nas Análises Gravimétricas

Resíduos encontrados: fluorescentes, papel, casca de coco, seringas, garrafas PET, copos descartáveis, etc.

Page 137: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

122

Cilindro “Azul”, destinado para a coleta de papel (folhas, revistas, jornais, caixas de

Cilindro “Verde”, destinado para a

coleta de vidro (vidros de laboratório )

Cilindro “Vermelho”, destinado para a

coleta de plásticos

Cilindros doados pela SACI (atualmente o projeto conta com 11 cilindros, acondicionados e pintados pela equipe do projeto)

Caixas de papelão (descartadas no campus da UENF) acondicionadas e encapadas com papel azul pela equipe do projeto e posteriormente distribuidas nos gabinetes de professores, bancadas, e salas de aula dos diferentes centros. Atualmente contam-se com 80 caixas distribuídas.

Coletores

Page 138: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

123

Centro de Triagem Provisório

Ubicado no térreo do P5.

Neste local, o material coletado é separado,

Todo o material coletado é doado atualmente para a SACI (Sociedade de Apoio à Criança e ao Idoso).

Page 139: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

124

Sofá elaborado com 150 garrafas PET, usado no Centro de Triagem

Vassoura elaborada com 18 garrafas PET usada nos análises gravimétricas e

na limpeza do centro de Triagem

Reciclagem Artesanal de Plástico

Page 140: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

125

Oficina de Reciclagem

Artesanal de Papel

A equipe do projeto elaborou papel reciclado para confeccionar

caderninhos de notas e cartões de Natal.

Page 141: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

126

Palestra Ministrada pela equipe do projeto na Creche-Escola “São Francisco de Asis”

na comunidade vizinha do Matadouro

Palestra dirigida para crianças de 3

a 6 anos

Brinquedos elaborados a

partir de materiais recicláveis

Page 142: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

127

APENDICE II

REDE DE COLETA SELETIVA NO CAMPUS

MAPEAMENTO POR PRÉDIOS

⇒ CCTA ⇒ P4 ⇒ CBB ⇒ P5 ⇒ CCT ⇒ OFICINAS ⇒ REITORIA ⇒ CCH

Page 143: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

128

PREDIO CCTA - TERREO

Març. 2006

01 Prof. Hernan Maldonado – LAP 02 Prof. Carlos Augusto de Alencar Fontes – LZNA 03 Prof. José Fernando Coelho da Silva – LZNA

04 GRC-Gerencia de Recursos Computacionais / André / Guilherme

05 Sala de Crescimento de Pantas em VITRO LMGV-LRGBG

06 Secretaria Chefia do Lab.Zootecnologia e Nutirição Animal – LZNA

07 Sala de Moagem e Preparo de Amotras – LZNA

08 Laboratorio de Sanidade Animal –LSA / Setor de Doenças Infeto-contagiosas e Parasitarias

09 Prof. Alberto Fernandes/ Humberto Pena / R. Augusto/ M. Vieira -LZNA

10 LSA / Setor de Doenças Infeto-contagiosas e Parasitarias ISA/SDIP

11 LSA- Virologia / Epidemiologia e Medic. Veterinaria Preventiva

12 Prof. Carlos Travassos/Marcio Manhães/ Dules Sampaio

13 Porf. Marinete Pinheiro Carreira / Olny Vieira da Motta

14 GEMAIN / DTC / Area de Manutenção 15 Nucleo de Pesquisa em MGA-LMGA

16 Clínica de Grandes Animais Domésticos/ Prof. Carlos Rodrigues

17 Setor de Fisiologia Animal -LMGA / Prof. Rosemary Bastos

18 Secretaria / Chefias: José F. Straggiotti -LMGA/ Eulogio Queiroz-LSA

N Laboratório 19 LMGA – Biotecnologia do Sêmen 20 LSA- Setor de Morfologia e Anatomia Patológica 21 Prof. E. Queiroz/A.da Silva/A. Peixon –LSA

22 Prof. Maria A. Vieira da Costa / Silvia R.Ferreira Gonzalvez

23 Prof. Celia R. Quirino –LMGA

24 Laboratório de Melhoramento Genético Animal –LMGA Setor de Imonogenética

25 Prof. Marcos F. R. Matta / Jpsé Federico S. Silva 26 Prof. Rossemary Bastos/ Isabel N. Cunha – LMGA

27 Prof. Salassier Bernardo / Elias Fernandes de Souza – LFIT

Banheiro (lixo contaminado) Auditorios e Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.) Laboratórios (Lixo Químico: Vidros, pipetas, reagentes, luvas, etc) Lixeira Coleta Seletiva de Papel Lixeira Coleta Seletiva de Vidros

AN

EX

O

Banheiro

Mas Fem

S

EC

RE

TA

RIA

CC

TA

BIB

LIO

TE

CA

- CC

TA

Materiais

Ban

heiro

M

asc.

RAMPA

02

04

Banheiro

Mas Fem

03

PROCAMPO

Consultoría Agropecuária

Empresa Junior da UENF

Coord. Graduaç. XEROX

Ban

heiro

F

em.

Dep. De Limpeza

Entrada Anexo

12

06

08

07

10

09

11

05

13

14

01

27

26

15 25 24 23 22 21 20 19

sn 18 17 16

Page 144: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

129

PREDIO CCTA – PRIMEIRO ANDAR

Març. 2006

101 SN 102 SN 103-

A Laboratório

103 Sala de Conferências 104 Sala de Informática 105 Sala de Aula 106 Sala de Aula 107 Sala de Aula 108 SN

109 Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal - LZNA

110 Alimentação Animal Caprino e Ovino – Cultura Zoot. I e II Luis Humberto Castillo / Sergio Aguiar

111 Prof. Rony Antonio Ferreira / Rita Trindade

112 Prof. Francisco A.Fonseca/Dalcio De Andrade/ Manuel Vidal

Banheiro

Mas Fem

109

Lab

. Z

oo

tecn

ia e

Nu

triç

ão A

nim

al

108

107

106

105

104

103 S

ala de C

on

ferências

Banheiro

Mas Fem

110

111

112

103A

101

RAMPA

Banheiro (lixo contaminado) Auditorios e Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.) Centro de Computo (Lixo Eletrônico: Disquetts, peças, Cds, cabos, etc) Laboratórios (Lixo Químico: Vidros, pipetas, reagentes, luvas, etc) Lixeira Coleta Seletiva de Papel

Page 145: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

130

PREDIO CCTA – SEGUNDO ANDAR:

Març. 2006

201 Setor de Entomologia Prof. Magali Hofman 202 Setor de Semioquimicos Prof. Ana M.

Matoso Viana 203-A SN 203 Laboratório ? 204 Tunel do Vento N Museo Entomologia – LPP

205 Sala de Aula N Prof. Ana Maria M. Viana / Omar E. Bailez

206 Sala de Aula 206-A Secretaria – LPP

N Almoxarifado – Laboratório de Entomologia e Fitopatologia

207 Economia Rural – LEAG 207 A/2

Prof. Thiubaut /Gilmar / Piacelli / Rogelio/ Geraldo/Newton

207-A Coord. Pós-Grad. – Produção Animal 208-A Prof. Richar Milton –LEF 208-B Prof. Claudia M. Dolinski/ Ricardo M. Souza 208-C Prof. Gilberto S. Albuquerque / José Oscar

Gomes de Lima 209 Laboratório de Engenharia Agrícola 210 Setor de Manejo Integrado de Pragas e

Doenças – LPP José Oscar Gomes de Lima / Gilberto Soares Abuquerque

211 Patologia de Insetos–LPP / Prof. Richard Ian Samuels

212 Setor de Patologia Vegetal Nematologia.

Banheiro

Mas Fem

209

Lab

. En

gen

har

ia A

grí

cola

208 C

208 A

203

Banheiro

Mas Fem

210

211

212

203A

201

208 B

206A

207 A

N

206

N

205

204

207A/2

207

N

RAMPA

Banheiro (lixo contaminado) Auditorios e Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.) Laboratórios (Lixo Químico: Vidros, pipetas, reagentes, luvas, etc) Lixeira Coleta Seletiva de Papel

Page 146: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

131

PREDIO P4 – TERREO

Març. 2006

Mas Fem

Banheiro

Banheiro F

em.

LAB 01

Lab. De Radio-Imuno-ensaio

Cámaras

Frias

Dep. De Limpeza

Banheiro M

asc.

RAMPA

.

Aud. 01

S01

Sala de

Conferências

S02

Sala de Conferências

SN

Frigorífico

Copa

Pós-G

rad.Prod. V

egetal

Aud. 02

Escadas

Banheiro (lixo contaminado) Auditorios e Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.) Laboratórios (Lixo Químico: Vidros, pipetas, reagentes, luvas, etc) Lixeira Coleta Seletiva de Papel Lixeira Coleta Seletiva de Vidros

Page 147: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

132

PREDIO P4 – PRIMEIRO ANDAR

Març. 2006

101 Secretaria I - LSOL 102 Secretaria II - LMGV 103 Secretaria III - LFIT 104 Secretaria IV - LTA

105 Setor de Microbiologia Industrial de Alimentos – LTA

106 Setor de Controle de Qualidade de Alimentos – LTA 107 Manutenção / Acesso Restrito 108 Setor de Análise Sensorial – LTA 109-

A SN

109 Setor de Processamento de Alimentos – LTA 110 Setor de Resistência a Doenças – LMGV 111 Setor de Recursos Genéticos– LFIT 112 Setor de Cultura de Tecidos / Silvio Lopes – LFIT

113 Setor de Tecnologia de Sementes / Roberto Ferreira – LFIT

114 GAU – Area Técnica

115 Setor de Fitotecnia – LFIT / Cunha / D. Guerra / J. Geraldo

116 Setro de Fitoecnia – LSOL / Almy Carvalho/ Claudia Sales / Janie C. Adell

117 Secagem / Moagem – LFIT

118 Setor de Nutrição Mineral de Plantas – LFIT Prof. Assis

119 Setor de Plantas Medicinais – LFIT 120 Setor de Plantas Danhinas – LFIT 121 Manutenção / Acesso Restrito 122 Manutenção / Acesso Restrito 123 Laboratório Setor de Solos - LSOL 124 Setor de Solos - LSOL 125 Setor de Solos - LSOL 126 Setor de Solos - LSOL 127 Setor de Microbiologia do Solo – LSOL

Banheiro (lixo contaminado) Auditorios e Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.) Laboratórios (Lixo Químico: Vidros, pipetas, reagentes, luvas, etc) Lixeira Coleta Seletiva de Papel

Banh F M

120

118

108

101 SDR

119

113

117

111

112

109

110

109A

116

115

114

RAMPA

121

CO

PA

Banh F M

122

123

124

125

126

127

102

103

104

107

106

105

escada

Page 148: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

133

PREDIO P4 – SEGUNDO ANDAR:

Març. 2006

201 Lavagem Esterilização–Area de Uso Comum LMGV/LBR/LBT

202 Area de Lavagem – LBR 203 Gabinete Chefia –LBR 204 Prof. Wilmar Dias da SIlva 205 Setor de Imunologia Humana – LBR 206 Setor de Citometria de Fluxo – LBR 207 Setro de Imunologia Humana – LBR 208 Manutenção / Acesso Restrito 209 Setor de Imunoquimica –LBR 210 Setor de Imunología Celular – LBR 211 Setor de Cultura de Células – LBR N SN

212 Setor de Microbiologia Molecular – LBT 213 Setor de Lavagem / Preparo de Amostras – LBT 213-

B Fermentação

214 Setor de Insetario Sala de Quimica – LBT 215 Manutenção / Acesso Restrito 216 Setor de Engenharia Genética – LBT 217 Setor de Fisiologia Vegetal – LMGV 218 Area de Uso Comum – LMGV / LBR / LBT 219 Sala de Radioativida - LMGV / LBR / LBT 220 Manutenção / Acesso Restrito 221 Manutenção / Acesso Restrito 222 Setor de Melhoramento Genético 223 Gabiente I / prof. Messia Gonzaga - LMGV 224 Gabiente II / prof. Angela Peire - LMGV 225 Setor de marcadores de DNA 226 Gabinete Chefia LBT 227 Setor de Citogenêtica – LMGV

228 Nucleo de Sequenciamento de DNA - LMGV / LBR / LBT

RAMPA

Banh F M

219

201 SDR

218

220

CO

PA

Banh F M

221

222

226

228

202

203

207

206

205

escada

217

216

215

214

213B

213

212

sn

211

210

209

2 25

224

223

227

204

208

Banheiro (lixo contaminado) Auditorios e Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.) Laboratórios (Lixo Químico: Vidros, pipetas, reagentes, luvas, etc) Lixeira Coleta Seletiva de Papel

Page 149: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

134

PREDIO CBB - TERREO

Març.2006

01 Sn 02 Coord. Bacharelado em Ciências Biológicas

03 Coord. Pós-Grad. Prof.Andrea C./ Veto Arnnoldt / Jorge Amaral

04 Sn 05 Central Analítica do LCA

06 Setor Interção Parasita –Celular (Material altamente Patogénito)

07 Sala de Equipamentos de Uso Geral 08 SN

09 LBCT – TEM 900 Microscopio Eletrônico de Transmissão

10 LBCT – TEM 912 Microscopio Eletrônico de Transmissão

11 LBCT – DSEM 962 Microscopio Eletrônico de Varredura

12 LBCT – Confocal Laser Scanning / Microscopê – Microscopia Confocal

13 SN 14 LBCT 15 LBCT – Setor Fotográfia 16 Area de Manutenção 17 LBCT – Animais Infetados – “NÂO ENTRE” 18 LBCT – Preparo de Amostras para Microscopia

19 Sala de Computação Científica – Suporte Operacional GSIS / DIPROF

20 SN 21 Clovis de Paula Santos / Marco Antonio Oliveira 22 Arnoldo Rocha Façanha / Fabio Lopes Olivares 23 LBCT - Sala de Fluxo Laminados 24 Sala Disciplina Coord. Renato da Matta

25

LBCT- Setor Citologia Vegetal – Prof. Fabio Lopes/ Flavio Costa/Maura da Cunha/Claudia França/ Darli Gravitol/ Beatriz Ferreira/ Rosemary Auxiiadora

26 SN 27 Diretoria – CBB 28 Diretoria – CBB

AN

EX

O

Banheiro

B

IBL

IOT

EC

A -

CB

B L

AB

OR

AT

ÓR

IO D

E

BIO

TE

CN

OL

OG

ÍA

Materiais

Banheiro

Fem Mas

RAMPA

02

04

Banheiro

Mas Fem

03

Lab. Equip. Freezer

Dep. De Limpeza

Entrada Anexo

12

06

08

07

10

09

11

05

13

14

01

28

27

17 26 25 24 23 22

21 20 19 18

Sala de Aula

xerox

15

16

Banheiro (lixo contaminado) S.de Aula e Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.) Laboratórios (Lixo Químico: Vidros, pipetas, reagentes, luvas, etc) Lixeira Coleta Seletiva de Papel Lixeira Coleta Seletiva de Plásticos Lixeira Coleta Seletiva de Vidros

Page 150: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

135

PREDIO CBB – PRIMEIRO ANDAR

PREDIO CBB – SEGUNDO ANDAR:

Març.2006

101 Sala de Reuniões 102 Sala de Lavagem – Estufas 103 Sala Multidisciplinar 104 Sala de Aula 105 Sala de Aula 106 Sala de Microscopia 107 Sala de Aula 108 Herbario / Marcelo Trindade / Mauro de Ainha 109 Laboratório de Ciências Ambientais 110 COOEX – Coord. Extensão - Prof. João Almeida 111 Coord. Pós-Grad. Ecologia e Recursos Naturais 112 Secret. Licenc. Biologia

201 Toxoplasma - Prof. Lian Bahia Oliveira 202 Sala Citômetro de Fluxo 203 ? 204-A Prof.Elena Lasson / Adrea Veto / Jorge Petroski 204-B Prof.Lilian Maria Garcia de Oliveira / Valery Bozhrov 205-A Sala de Pós-Grad 205-B Prof.Thereza Liberman – Chefe Lab. LBR 206 Sala de Aula N ? 207-B Sala Chefia A. Okorokov / Secret. Juliana de Almeida 207-A Prof.Ana Orkovov / Valdirene Moreira – LFBM 208-A Prof.João Almeida / Julio Ferreir / Konstatum 208-B Sala de Equipamentos 209 Lab. De Fisiologia e Bioquimica de Microorganismos LFBM 210 Sala de Lavagem 211 Sala de Computação do CBB 212 Coord. Licenc. Ciências Biológicas a Distância

Banheiro

Mas Fem

109

Lab

ora

tóri

o d

e ci

ênci

a A

mb

ien

tais

108

106

103- A

Sala M

ultid

isciplin

ar

Banheiro

Mas Fem

110

111

112

103-B

101 RAMPA

107

105

104

102

Banheiro

Mas Fem

209

LA

B. D

E F

ISIO

LO

GIA

E B

IOQ

UIM

ICA

DE

M

ICR

OO

RG

AN

ISM

OS

208 B

208 A

LA

BO

RA

RIO

DE

BIO

LO

GÍA

D

O R

EC

ON

OC

ER

Banheiro

Mas Fem

210

211

212

201

206

205 A

205 B

204 A

204 B

207A

207 B

SN

202

RAMPA

Banheiro (lixo contaminado) S.de Aula e Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.) Laboratórios (Lixo Químico: Vidros, pipetas, reagentes, luvas, etc) Lixeira Coleta Seletiva de Papel

Page 151: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

136

PREDIO P5 – TERREO

Març.2006

Mas Fem Banheir

o

Ban

heiro

Fem

.

Dep. De Limpeza

BA

NC

O

RAMPA

Aud. 01

Sala de

Conferências

CBB

Sala de Aula

Lab. Planta

C

entr

o d

e T

riag

em

Sala de

Aula

Setor de V

estibular

Aud. 02

Escadas

Ban

heiro

Mas.

Jardim

Area de Convivencia Vigia

Projeto Gestão Compartilhada

do Lixo do Campus

Cozinha

Banheiro (lixo contaminado) Auditorios, Escritórios, Area de Convivencia (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.) Lixeira de Coleta Seletiva de Papel

Page 152: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

137

PREDIO P5 – PRIMEIRO ANDAR

Març.2006

101 Secretaria de Graduação e Pós-Grad. – LEPROD

102 Secretaria de Graduação e Pós-Grad. – LEPROD

103 Setor de Catalise Petroquímica – LCQUI

104 Setor de Catalise Petroquímica – LCQUI

105 Manutenção / Acesso Restrito

106 Setor de Resonância Magnética – LCQUI

107 Cromatografía –LCQUI

108 Cromatografía –LCQUI

109 Sala de Pós-Grad. – LCQUI

110 Secretaria – Gabinete Chefia –LCQUI

111 Sala de Aula –LEPROD

112 Sala de Aula –LEPROD

113 Gabinete Chefia – Biblioteca –LCMAT

114 Informática Aplicada ao Ensino LCMAT – Bilioteca Sala de Coord. Licenciatura

115 GAU – Area Técnica

116 Suporte Professores Atendimento Graduação – LCMAT

117 Gabinete Professores

118 Gabinete Professores

119 Simulação Computacional Suporte técnico – LCMAT

120 Sala de Aula Computação – LCMAT

121 Sala de Aula Computação – LCMAT

122 Manutenção / Acesso Restrito

123 Manutenção / Acesso Restrito

124 Bancada – Sala de Informática – LEPROD

125 Bancada-Sala de Informática – LEPROD

126 Sala de Pòs-Graduação - LEPROD

127 Secretaria LEPROD – Gabinete de Professores

128 Gabinete Professores – LEPROD

129 Sala de Reuniões

Banheiro (lixo contaminado) S.de Aula,Copa, Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.) Laboratórios (Lixo Químico: Vidros, pipetas, reagentes, luvas, etc) Lixeira Coleta Seletiva de Papel

Banheiro F M

121 117

106

118

112

116

110

111

108

109

107

115

114

113

RAMPA

122

CO

PA

Banh F M

123

124

125

126

127

101

102

105

104

103

escada

128

129

120 119

Page 153: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

138

PREDIO P5 – SEGUNDO ANDAR

Març.2006

201 Alvaro Ramon Ovalle / Glauca T. Aragon / Adriana D. Gravitol – LCA

202 Gabinete Professor

203 Marcelo Trindade / Dora Villela / Angel P. Vitoria – LCA

204 Carlos Zende / Ilana R. Zalmon / Paulo Pedroza - LCA

205 Carlos Ruiz / Maria Cristiana / Leandro Cabello – LCA

206 Manutençaõ / Acesso Restrito 207 Sala de Etologia e Evolução – LCA 208 Ronaldo Novelli / Carlos Veiga – LCA 209 Setor Chefia – LCA 210 Setor de Preparo de Amostras II – LCA 211 Setor de Preparo de Amostras II – LCA 212 Setor de Preparo de Amostras II – LCA 213 Setor Central Analítica – LCA

214 Setor de Geoprocessamento / Setro de Microscopia

215 Manutenção/ Acesso Restrito 216 Almoxarifado – LCA 217 Sala de Reunião / Setor de Apoio LQFPP 218 Secretaria / Setor de Apoio LQFPP

219 Setor Central de Sequenciamento – LQFPP Prof. Elias W.

220 Sala de Estudo 221 Setor Central de Sequienciamento – LQFPP 222 Laboratório Geral – LQFPP 223 Laboratório Geral – LQFPP 224 Setor de Bioquimica de Planta I – LQFPP 225 Manutenção / Acesso Restrito 226 Manutenção / Acesso Restrito 227 Setor de Bioquimica de Planta II –LQFPP 228 S. Biologia Insetos / Carlos Perez Silva – LQFPP

229 S. Biologia Insetos / Carlos Jorge Logullo – LQFPP

230 S. Biologia Insetos / Marilvia – LQFPP 231 Setor de Preparao de Amostra – LCA

232 Setor de Pós-Grad. Bancada Computadores – LCA

Banh

F M

224

223

RAMPA

225 C

OP

A

Banh

F M

226

227

230

232

201

202

205

204

203

escada

222

221

220

219

218

217

216

215

214

213

207

229 228

231

206

212

210

211

208

209

Banheiro (lixo contaminado) S.de Aula,Copa, Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.) Laboratórios (Lixo Químico: Vidros, pipetas, reagentes, luvas, etc) Lixeira Coleta Seletiva de Papel

Page 154: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

139

PREDIO CCT - TERREO

Marc. 2006

N SN

01 LCQUI – S. Química Ambiental e Analítica, S. Polímeros, S. Física, Química Orgânica

02 Análises Instrumentais

03 LCQUI – Setor de Química de Produtos Naturais Prof. Ivo José Curano Vieira/ Leda Mathias / R. Braz Filho

04 Chefe – LCQUI / Coord. Grad. / Secretaria Tania 05 LCQUI – Raimundo Braz Filho N SN

06 Fenômenos Fototêrmicos LCFIS Prof. Helion Vargas / Carlos Gatts/ Marcelo Gomes / Marcelo Sthel

07 Sala de Instrumentação e Eletrônica. Prof. José A. P. Lima/ Israel A. Esquel Luis Antonio M. Mierelles/ Sergio S. Dutra

08 Difratômetro e Espectômetro de Raio X Prof. Luiz Telmo Auler / Rosane Toledo / Ronaldo Lerner

09 Area de Manutenção 10 Prof. Helio Vargas / Secret. Isabel C.S. Pinto Benedito

11 Sala de Estudo / Computação – Pós-Grad. Ciências Naturais

12 Laboratorio – LCFIS

13 Prof. Delson Urbiratan da Silva/ Roberno Trindade Faria Junior

14 Prof. Marcelo Gomes / Marcelo Sthel 15 Prof. María P. Pessanha Castro / Roberto W. A Franco 16 N

17 Prof. Denise Ribeiro dos Santos / Acacio Castro Andrade

18 Sala de Reuniones - LCFIS 18-B SN

19 LCQUI – Analise Cromatrográfica Prof. Jan Schri Psema /Gabriel da Silva / Fernando Luna / Martha Lima / Nallace Tena

N SN 20 LCQUI – Prof. Edimilson / José Maria

Banheiro (lixo contaminado) S.de Aula e Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.) Laboratórios (Lixo Químico: Vidros, pipetas, reagentes, luvas, etc) Lixeira de Coleta Seletiva de Papel Lixeira de Coleta Seletiva de Vidro

AN

EX

O

Banheiro

Mas Fem

D

ireç

ão C

CT

BIB

LIO

TE

CA

- CC

T

COPA

Ban

heiro

M

asc.

RAMPA

Banheiro

Mas Fem

Coord. Graduaç. XEROX

Ban

heir

Dep. De Limpeza

Entrada Anexo

08

09

Assitência Executiva de Rede A.E. de Suporte ao

Usuario GRC

11

20

N

19

18 B

18

17

16

15

14

13

12

07 A

03

05

04

06

N

07

02

N

01

10

Lab. De Ciências Químicas

Resonância Magnética Nuclear

Page 155: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

140

PREDIO CCT – PRIMEIRO ANDAR

PREDIO CCT – SEGUNDO ANDAR:

Març.2006

101 Prof. Maria Canela / Cristiane Fernandez - LCQUI 102 Prof. Luis C Passoni/ Sergio Cardoso - LCQUI 103 Laboratório LCQUI – PROGER 104 Sala de Aula 105 Sala de Aula 106 Sala de Aula 107 Sala de Aula 108 Sala de Aula 109 Sala de Seminarios – LECIV 110 Laboratório de Modelagem Computacional 111 Prof. Adolfo Horn/Carlos Roberto-LCQUI

112 Prof. Gabriel da Silva/ Glauco Tostes / Ulises Guedes - LCQUI

201 Prof. Marcelo Shoey de O. Massunaga 202 Sala de Informática Graduac. Em Física –LCFIS 203 Setor Informática – LCMAT 204 Laboratório Fisica I 205 Sala de Aula 206 Sala de Aula 207 Sala de Aula 208 Sala de Aula 209 Auditorio

209-B Laboratório Física I e II – LCFIS 210 Sala de Aula 211 Prof. Marilia Paixão Linhares 212 Sala de Aula

Banheiro

Mas Fem

109

Sal

a d

e S

emin

ario

s -

LE

CIV

108

106

105

104

103 L

abo

ratorio

de Q

uím

ica (PR

OG

ER

)

Banheiro

Mas Fem

110

112

101

RAMPA

Banheiro

Mas Fem

209

AU

DIT

OR

IO

Banheiro

Mas Fem

210

211

212

201

207

208

205

206

204

202

RAMPA

209 B

Lab. De Física II e III

Banheiro (lixo contaminado) S.de Aula e Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.) Laboratórios (Lixo Químico: Vidros, pipetas, reagentes, luvas, etc) Centrs de Computo (Lixo Eletrõnico: peças de computador, disketts, cabos, etc) Lixeira de Coleta Seletiva de Papel

Page 156: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

141

PREDIO – OFICINAS – TERREO

Març. 2006

LAMAV 01 Fornos 02 Oficinas Mecânicas 03 Prensas – SMSD 04 Materiais Super duros –SMSD 05 Filmes Finos – SMMA 06 Oficina Metalográfica – SMF 07 Processamento de Materiais I –SMMA 08 Processamento de Materiais II – SMMA 09 Matalurgia Física –SMF 10 Ensaios Mecânicos – SMMA 11 Pós-Graduação Mestrado 12 SN 13 Pós-Graduação Doutorado 14 Polímeros I – SEPOL 15 Polímeros II – SEPOL 16 Polímeros III – SEPOL 17 Microscopia Otica 18 Oficina Area Técnica 19 Secretaria –LAMAV

LECIV 26 Cerâmicas 27 Modelos Reduzidos 28 Materiais Cimenticios 29 Prof. Luiz G. Smiderle 30 Almoxarifado 31 Materiais de Construção 32 Equipamentos para Ensaio de Campo

S.de Aula e Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.)

Banheiro (lixo contaminado)

Lixeira de Coleta Seletiva de Papel

ES

CA

DA

Man

uten

ção

Ban

heiro

Mas

. B

anhe

iro F

em.

11

12

19

05

06

07

08

09

10

15

18

17

16

14

13

04

03

PRENSAS

CO

PA

Banheiro

01

02

26

29

28

27

30

31

32

LECIV

LAMAV LAMAV

Page 157: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

142

PREDIO – OFICINAS– PRIMEIRO ANDAR

ESCADA

Març. 2006

LECIV 16 Sala de Seminários 106 José Nilson F. De Holanda 01 Patricia Hibibi 17 Secretaria LECIV 107 SN 02 Vânia José Karan/ Gines Artur Santos F. 18 Sala de Convivencia 108 Eduardo A. De Carvalho 03 Fernando Saboya Junior/ Sergio Tibana 19 Sala de Reuniões 109 Sala de Informática – Pós –Grad. / Graduação 04 Aldo Duran Farfan/ Paulo C. De A. María 20 Frederico Terra de Almeida 110 SEPOL 05 Sala Computação / Biblioteca Setorial 21 Jean Marie Désir 111 Ronaldo Paranhos –SMF 06 Ensaios de Caracterização/Tec. Vanuzia Dos Santos 22 Jonas Alexandre 112 Sergio Neves Monteiro SMMA 07 Setor de Geotecnia e Estruturas Ensaios Especiais 23 Dylmar Penteado Dias 113 Ana Lucia Degues – SMSD 08 Geotecnia e Estruturas Microanálises Tec. Andrés M. 24 Maria da Gloria Alves 114 Marcelo Figueira SMSD 09 Câmara Úmida 25 S. Geologia e Geoprocessamento 115 Guerolds Bobrovnitchii - SMSD 10 Geotecnia Ambiental Radiação Ultravioleta de Alta Intensidade LAMAV 11 SN 101 Ruben Rosental – SMF 12 Sala de Alunos de Pós-Graduação 102 Luis Augusto H. Terrones - SMF 13 Sala de Alunos de Pós-Graduação 103 Anatoly N. Matlaknov – SMF 14 Sala de Alunos de Pós-Graduação 104 Ruben Sanchez Rodrigues –SEPOL 15 Sala de Alunos de Pós-Graduação 105 Herval Ramos P. Junior

ES

CA

DA

CO

PA

B

anhe

iro M

as.

Ban

heiro

Fem

.

14

01

02

04

06

08

10

12

09

03

05

07

11? 13

15

22

24

21

19

25

108

16

102

103

104

106

107

105

101

17

114

113

112

110

109

111

115

23

18

20

LECIV LECIV

LAMAV

S.de Aula e Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.)

Banheiro (lixo contaminado)

Lixeira de Coleta Seletiva de Papel

Page 158: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

143

PREDIO REITORIA - TERREO

Marc.2006

Ass. C

omunicação

Banheiro M

asc.

RAMPA

Banheiro F

em.

Dep. De Limpeza

Mas Fem Banheiro

Arq

uiv

o F

EN

OR

TE

FENORTE

DITEC DIREÇÃO TÉCNICA

Secretaria Geral

Em Construção

RE

ITO

RIA

S

EC

RE

TA

RIA

P

RO

PP

G

PR

OE

X

Pro-reitoria

Graduação

Coordenação Acadêmica

Sala de Reuniões ALMOXA-RIFADO

Recep

ção

correio

A

ss. Com

unicação

S.de Aula e Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.)

Banheiro (lixo contaminado)

Lixeira de Coleta Seletiva de Papel

Page 159: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

144

PREDIO REITORIA– PRIMEIRO ANDAR

Marc.2006

FENORTE 101 Gerencia de Planejamento Controle / Auditoria 102 Gerencia de Materiais 103 Presidencia 104 Assesoría de Comunicação 105 Núcleo de Gestão de Pessoas 106 Gerencia Financeira 107 Superintendencia 108 Diretoria de Projetos e Fomento 109 Assesoria Jurídica 110 Tecnorte –Incubadora de Empresas

111 Gerenc. Bioprodução, Meio Ambiente e Gerenc. Técnica de Informação

UENF 112 DGA / Assesoría Jurídica/ Auditoira 113 Sala de Aula 114 Sala de Aula (CCTA) 115 Sala de Aula (CCTA) 116 Ciências Eduação, Ciências Sociais (CCH) 117 Sala de Aula (CCTA) 118 Sala de Aula (CCTA) 119 Gerencia de Recursos Computacionais 120 SN

cop

a

Banheiro

Mas Fem

111

FENORTE

107

Banheiro

Mas Fem

118

119

120

105

RAMPA

106

104

103

102

109

110

116

115

114

112

113

FENORTE

108

101

CO

PA

117

Ser

vici

o S

ocia

l

Sal

a E

ntre

vist

as

S.de Aula e Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.)

Banheiro (lixo contaminado)

Lixeira de Coleta Seletiva de Papel

Page 160: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

145

PREDIO REITORIA – SEGUNDO ANDAR ‘

Marc.2006

201 Sala de Aula CBB 202 Sala de Aula CBB 203 Arquivo Corrente –FENORTE 204 Almoxarifado–Ger. de Materiais – FENORTE 205 SN 206 Sala de Aula CCT 207 Sala de Aula CCT 208 PEC-PROEX Prog. Educação Continuada 209 SINTUPERJ 210 ADUENF – Assoc. Docentes da UENF

211 SN

212 Educação Física 213 Sala de Aula CCT 214 SN 215 DGA-Direc.Geral Compras- Gerenc. Finanzas 216 Pro-Reitoria de Graduação 217 DGA–G. Recursos Humanos-G. Importações 218 Sala de Aula CCH 219 SN – Escritorio 220 Sala de Aula CCH 221 Sala de Aula CCH 222 Sala de Aula CBB 223 Sala de Aula CBB

PROPPG Pro-Reitoría de Pesquisa e Pós-Graduação PROEX Pro-Reitoría Extensão– Setor Apoio Academico

cop

a

Banheiro

Mas Fem

210

ADUENF

213

Banheiro

Mas Fem

221

220

219

217

RAMPA

216

Pro-Reitoria Graduação

211

201

202

203

205

204

212

Educação Física

223

PR

OE

X

PR

OP

PG

206

207

208

209

214

215 - DGA

DGCOM-GFIN

218

222

S.de Aula e Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.)

Banheiro (lixo contaminado)

Lixeira de Coleta Seletiva de Papel

Page 161: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

146

PREDIO CCH - TERREO

Març.2006

Area F

echad

a R

estauran

te Un

iversitário

Banheiro M

asc.

RAMPA

Sala de Multimídia

Banheiro F

em.

Dep. De Limpeza

XEROX

SN

S.de Aula e Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.)

Banheiro (lixo contaminado)

Lixeira de Coleta Seletiva de Papel

Page 162: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

147

PREDIO CCH – PRIMEIRO ANDAR

Març.2006

101 TV-UENF 102 Sala Pós-Grad. Congnição e Linguagem 103 Sala Mestrandos Politicas Sociais Lab Lab. Excusivo Graduação CCH CACISO Centro Academico de Ciências Sociais

104 Prof. Silvia B. Joffily Prof. Frederico Schwerin Secco

105 Lab. Congnição e Linguagem 106 LESCE- Lab. Estudo Sociedade Civil e do Estado 107 SN 108 LESCE - Lab. Estudo Sociedade Civil e do Estado 109-B Prog. Pós-Grad. Congnição e Linguagem 109 Prog. Pós-Grad. Políticas Sociais 110 Area Livre (estava o Banco ITAU)

111 Lab. Congnição e Linguagem (Prof. Arlete, Paula, Pedro, Dario)

112 LEEA – (Prof. Teresa Peixoto, Marcelo Santos) 113 Lab. Congnição e Linguagem (Prof. Julio Esteves) 114 Direção e Secretaria do CCH 115 Prof. Simone Texeira 116 LEEA – Prof. Marcos Pedroswski 117 LEEA – Prof. Adelia Miglievich 118 GRC – Gerencia de Recursos Computacionais

Banheiro

Mas Fem

CE

NT

RO

AC

AA

DE

MIC

O D

E

CIe

ÑC

IAS

SO

CIA

IS

110

113

Banheiro

Mas Fem

103

102

101

118

RAMPA

Lab.

114 D

IRE

ÇÃ

O E

SE

CR

ET

AR

IA

DO

CC

H

117

116

115

112

111

104

105

106

107

108

109

109B

S.de Aula e Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.)

Banheiro (lixo contaminado)

Lixeira de Coleta Seletiva de Papel

Page 163: APLICAÇÃO DOS CONCEITOS DA LOGÍSTICA REVERSA NAS ... · ii aplicaÇÃo dos conceitos da logÍstica reversa nas instituiÇÕes de ensino superior estudo de caso: projeto piloto

148

PREDIO CCH – SEGUNDO ANDAR

Març.2006

201 Núcleo de Estudo Oral da UENF 202 Lab. Estudos Educação e Linguagem 203 SN 204 LEEL- (Prof. Lilian, Sonia, Yolanda) 205 LEEA – SEUR (Prof. Ailton Mota Carvalho) 206 Sala de Aula 207 Sala de Aula 208 Sala de Aula 209 Sala de Conferências 210-B Pós-Grad. Congnição e Linguagem 210 Pós-Grad. Ciências Políticas BIBLIOTECA CCH

BIBLIOTECA CCH

210

Banheiro

Mas Fem

203

202

201

RAMPA

204

205

206

207

208

210-B

209

Chefe Biblioteca

ESCADA

S.de Aula e Escritórios (Lixo doméstico: papel, embalagens, copos, café, restos de alimentos, etc.)

Banheiro (lixo contaminado)

Lixeira de Coleta Seletiva de Papel