aplicação do eca

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RESERVADO RESERVADO Exemplar Nº __________ de _______ cópias P M E S P E M / P M SÃO PAULO 3ª Seção 011000Out90 APLICAÇÃO DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DIRETRIZ DE OPERAÇÕES Nº PM3-002/02/90 1. MISSÃO Fixar orientação e normas gerais para aplicação, pela Polícia Militar, dentro de sua esfera de atribuições, da Lei Nº 8.069, de 13Jul90, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. 2. OBJETIVO a. Facilitar e orientar o entendimento de aspectos conceituais presentes na Lei. b. Disciplinar a atuação do policial militar, quando do atendimento de ocorrência, envolvendo crianças e adolescentes. c. Auxiliar outros Órgãos do poder Público para o completo cumprimento da Lei. 3. SITUAÇÃO a. A partir de 12Out90, entrou em vigor o Estatuto da Criança e do Adolescente, que dispõe sobre sua proteção integral e regulamenta o conjunto de conquistas expressas no caput do Art 227 da Constituição Federal, revogando-se expressamente a Lei Nº 6.697/79 (Código de Menores) e a Lei Nº 4.513/64. b. Cabe à Polícia Militar, nos limites de sua competência, estar devidamente preparada para cumprir esse dispositivo legal, quer na sua função específica de polícia preventiva, quer no auxílio a outros Órgãos do poder Público. c. Para tanto, torna-se necessário que os Cmt de todos os níveis dominem os principais aspectos de Estatuto, para poder transmiti-los, no que couber e de forma objetiva, a seus subordinados, para aplicação imediata. d. O assunto deve ainda ser objeto de análise mais apurada no processo de reciclagem geral da

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RESERVADORESERVADOExemplar N __________ de _______ cpiasP M E S PE M / P M SO PAULO3 Seo 011000Out90APLICAO DO ESTATUTO DA CRIANA E DOADOLESCENTEDIRETRIZ DE OPERAES N PM3-002/02/901. MISSOFixar orientao e normas gerais para aplicao, pela Polcia Militar, dentro de sua esfera deatribuies, da Lei N 8.069, de 13Jul90, que dispe sobre o Estatuto da Criana e doAdolescente.2. OBJETIVOa. Facilitar e orientar o entendimento de aspectos conceituais presentes na Lei.b. Disciplinar a atuao do policial militar, quando do atendimento de ocorrncia, envolvendocrianas e adolescentes.c. Auxiliar outros rgos do poder Pblico para o completo cumprimento da Lei.3. SITUAOa. A partir de 12Out90, entrou em vigor o Estatuto da Criana e do Adolescente, que dispe sobresua proteo integral e regulamenta o conjunto de conquistas expressas no caput do Art 227 daConstituio Federal, revogando-se expressamente a Lei N 6.697/79 (Cdigo de Menores) e aLei N 4.513/64.b. Cabe Polcia Militar, nos limites de sua competncia, estar devidamente preparada paracumprir esse dispositivo legal, quer na sua funo especfica de polcia preventiva, quer noauxlio a outros rgos do poder Pblico.c. Para tanto, torna-se necessrio que os Cmt de todos os nveis dominem os principais aspectosde Estatuto, para poder transmiti-los, no que couber e de forma objetiva, a seus subordinados,para aplicao imediata.d. O assunto deve ainda ser objeto de anlise mais apurada no processo de reciclagem geral datropa (Instruo de Manuteno) e nos cursos de formao e aperfeioamento da Corporao.RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 02RESERVADOe. Conceitos Bsicos1) Criana: pessoa com at 12 anos de idade incompletos (Art 2).2) Adolescente: pessoa entre 12 e 18 anos de idade incompletos (Art 2).3) Ato Infracional: conduta descrita como crime ou contraveno, praticada por criana ouadolescente (Art 103).4) Medidas de Proteo: medidas aplicveis sempre que os direitos da criana ou doadolescente forem violados por ao ou omisso da sociedade ou do Estado; por falta,omisso ou abuso dos pais ou responsveis; ou em razo de sua prpria conduta (Art 98).5) Medidas Especficas de Proteo: medidas aplicadas concretamente criana e aoadolescente. So elas:a) encaminhamento aos pais ou responsvel, mediante termo de responsabilidade;b) orientao, apoio e acompanhamento temporrios;c) matrcula e frequncia obrigatrias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;d) incluso em programa comunitrio ou oficial de auxlio famlia, criana e aoadolescente;e) requisio de tratamento mdico, psicolgico ou psiquitrico em regime hospitalar ouambulatorial;f) incluso em programa oficial ou comunitrio de auxlio, orientao e tratamento aalcolatras e toxicmanos;g) abrigo em entidade;h) colocao em famlia substituta, (Art 101).6) Medidas Scio-Educativas: medidas aplicveis exclusivamente a adolescentes, quandoverificada a prtica de ato infracional. So elas:a) advertncia;b) obrigao de reparar dano;c) prestao de servios comunidade;d) liberdade assistida;e) internao em estabelecimento educacional;f) insero em regime de semi-liberdade;g) qualquer das medidas previstas nas letras a, b, c, d, e, f do nmero anterior, (Art 112).7) Conselho Tutelar: rgo permanente e autnomo, no jurisdicional, encarregado pelasociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criana e do adolescente, definidos nalei. Em cada municpio haver, no mnimo, um Conselho Tutelar, composto de cincoRESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 03RESERVADOmembros, eleitos pelos cidados locais para mandato de trs anos, permitida uma reeleio,(Art 131 e 132).4. PLANO GERALa. Todo o sistema operacional da Corporao deve considerar, no enfrentamento de situaes comcrianas e adolescentes, que estes, nos termos do Estatuto, tm direito liberdade, ao respeitoe dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeito dedireitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituio e nas Leis. (Art 15).b. A Polcia Militar como um todo, e cada policial militar em particular, deve agir de modo aatender integralmente esse dispositivo, evitando com isso a responsabilizao penal individuale a responsabilizao social da Instituio.c. Alm disso, as OPM de todos os nveis devero estar preparadas para atender, nos limites desua competncia, s requisies do Conselho Tutelar (Art 136, III, a)), do representante doMinistrio Pblico (Art 179, nico e Art 201, VI, a) e XII) e da autoridade judiciria (Art187).d. Procedimentos Operacionais1) Nenhum adolescente poder ser privado de sua liberdade seno em flagrante de atoinfracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciria competente. (Art106).2) O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional no poder ser conduzido outransportado em compartimento fechado de veculo policial. (Art 178).3) O adolescente apreendido por fora de ordem judicial dever ser encaminhado autoridadejudiciria (Art 171) e o apreendido em flagrante de ato infracional ser encaminhado autoridade policial civil competente. (Art 172).4) falta de repartio policial especializada o adolescente dever ser encaminhado repartio policial comum, onde aguardar a apresentao ao Ministrio Pblico emdependncia separada da destinada a maiores, (Art 175 2). No caso de coautoria commaiores, ambos devero ser levados repartio policial especializada, se houver. (Art 172 nico).5) Ser lavrado auto de apreenso de adolescente (equivalente ao auto de priso em flagrante),sempre que houver flagrante de ato infracional cometido mediante violncia ou graveameaa pessoa. Nas demais hipteses de flagrante, a lavratura do auto poder sersubstituida por boletim de ocorrncia circunstanciado, (Art 173 e seu nico).RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 04RESERVADO6) Ao ato infracional praticado por criana, correspondero as medidas especficas de proteo(Art 105), que sero determinadas pelo Conselho Tutelar (Art 136) ou sua falta, pelaautoridade judiciria (Art 262). Isso significa que nenhuma criana, em qualquer hiptese,poder ser conduzida alguma dependncia policial, devendo, pois, ser apresentada aoConselho Tutelar do Municpio, ou, sua falta autoridade judiciria, observando-se quantoao transporte em viaturas policiais as mesmas restries impostas conduo deadolescentes.7) Na Capital, a criana apreendida dever ser apresentada ao Juiz da Vara Especial deMenores e no Interior e Regio Metropolitana respectiva autoridade judiciria, mediantecontato prvio do Cmt local com essa autoridade, para operacionalizao do atendimento.e. Atribuies Especficas1) 2 EM/PMEfetuar anlise de ocorrncias policiais, envolvendo crianas e adolescentes, verificando aforma de atendimento e eventuais dificuldades encontradas, informando a 3 EM/PM pararetificaes operacionais necessrias.2) 3 EM/.PMProduzir documento de reorientao Corporao sobre o assunto, em caso de necessidade,a partir das anlises efetuadas.3) 4 EM/PM4) CPM e CPIa) Executar, atravs das OPM subordinadas, o Pol Ost em estrita observncia a esta Dtz;b) Intensificar a instruo da tropa, em todos os nveis, para o conhecimento global docontedo da presente Dtz;c) Atender, atravs das OPM subordinadas, s requisies da autoridade judiciria, dorepresentante do Ministrio Pblico, e de membro do Conselho Tutelar, na forma do novodiploma legal e dentro dos limites de sua competncia;d) Comunicar ao EM/PM eventuais dificuldades encontradas nos exerccios de suas atribuies,face ao contedo da nova lei.5) CCBIntensificar a instruo da tropa, em todos os nveis, para o conhecimento global docontedo da presente Dtz.6) DEIRESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 05RESERVADOEfetuar, Mdt Plj prprio, a insero do assunto objeto da presente Dtz nos currculos detodos os cursos de formao e aperfeioamento, exceto no Sd PM, em funo de j estarincludo, e bem assim na relao de assuntos da Instruo de Manuteno.7) DIRETORIASIntensificar a instruo da tropa, em todos os nveis, para o conhecimento global docontedo da presente Dtz.8) C Com Sona) Elaborar cartilha de orientao individual para ser distribuda a todos os policiais militares,cuidando inclusive de sua impresso e distribuio;b) Elaborar matria a ser inserida no boletim Legio de Idealistas, como forma suplementarde instruo;c) Distribuir exemplares do estatuto da Criana e do Adolescente s OPM.9) RGOS ESPECIAIS DE APOIO E EXECUOIntensificar a instruo da tropa, em todos os nveis, para o conhecimento global docontedo da presente Dtz.5. PRESCRIES DIVERSASa. Recomenda-se que todos os oficiais leiam o texto completo da Lei 8069 de 13Jul90, publicadano Dirio Oficial da Unio N 135 de 16Jul90;b. Ocorrendo dvida sobre a legalidade da requisio do concurso da Polcia Militar, em funoda natureza do servio requisitado, a OPM deve, em princpio, atender requisio,produzindo, a seguir, documento circunstanciado ao escalo superior, para providncias doCmdo G.CELSO FELICIANO DE OLIVEIRACel PM Comandante GeralANEXOS"A" - Transcrio dos artigos citados no corpo da Diretriz."B" - Relao dos crimes em espcie previstos no Estatuto da Criana e do Adolescente,relacionados com a atividade da Polcia Militar.DISTRIBUIOListas: A (-CJ), B, C, D + C Mil E SSP (via Asst Mil)C184-CDI90-002RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 06RESERVADOP M E S P SO PAULOE M / P M 011000Out903 SEO ANEXO A DIRETRIZ DE OPERAES N PM3-002/02/90TRANSCRIO DOS ARTIGOS CITADOS NO CORPO DA DIRETRIZArt 2 - Considera-se criana, para os efeitos desta lei, apessoa at doze anos de idade incompletos, eadolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.Art 15 - A criana e o adolescente tm direito liberdade, aorespeito e dignidade como pessoas humanas em processode desenvolvimento e como sujeito de direitos civis,humanos e sociais garantidos na Constituio e nasleis.Art 98 - As medidas de proteo criana e ao adolescente soaplicveis sempre que os direitos reconhecidos nestalei forem ameaados ou violados:I - por ao ou omisso da sociedade ou do Estado;II - por falta, omisso ou abuso dos pais ou responsvel; eIII - em razo da sua conduta.Art 101 - Verificada qualquer das hipteses previstas no art 98,a autoridade competente poder determinar, dentreoutras, as seguintes medidas:I - encaminhamento aos pais ou responsvel, mediantetermo de responsabilidade;II - orientao, apoio e acompanhamento temporrios;III - matrcula e freqncia obrigatrias emestabelecimento oficial de ensino fundamental;RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 07RESERVADOIV - incluso em programa comunitrio ou oficial deauxlio famlia, criana e ao adolescente;V - requisio de tratamento mdico, psicolgico oupsiquitrico em regime hospitalar ouambulatorial;VI - incluso em programa oficial ou comunitrio deauxlio, orientao e tratamento a alcolatras etoxicmanos;VII - abrigo em entidade, eVIII - colocao em famlia substituta.Art 103 - Considera-se ato infracional a conduta descrita comocrime ou contraveno penal.Art 105 - Ao ato infracional praticado por criana corresponderoas medidas previstas no Art 101.Art 106 - Nenhum adolescente ser privado de sua liberdade senoem flagrante de ato infracional ou por ordem escrita efundamentada da autoridade judiciria competente.Art 112 - Verificada a prtica de ato infracional, a autoridadecompetente poder aplicar ao adolescente as seguintesmedidas:I - Advertncia;II - obrigao de reparar dano;III - prestao de servios comunidade;IV - liberdade assistida;V - insero em regime de semiliberdade;VI - internao em estabelecimento educacional, eVII - qualquer uma das previstas no art 101, I a VI.Art 131 - O Conselho Tutelar o rgo permanente e autnomo, nojurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelocumprimento dos direitos da criana e do adolescente,definidos nesta lei.RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 08RESERVADOArt 132 - Em cada municpio haver, no mnimo, um ConselhoTutelar composto de cinco membros, eleitos peloscidados locais para mandato de 03 (trs) anos,permitida uma reeleio.Art 136 - So atribuies do Conselho Tutelar:I - atender s crianas e adolescentes nas hiptesesprevistas nos Art 098 e 105, aplicando as medidasprevistas no art 101, I a VII.II -....................................................III - promover a execuo de suas decises, podendopara tanto:a) requisitar servios pblicos nas reas de sade,educao, servio social, previdncia, trabalho esegurana;b)......................................................Art 171 - O adolescente apreendido em flagrante de atoinfracional ser, desde logo, encaminhado autoridadepolicial competente.Pargrafo nico - Havendo repartio policial especializada paraatendimento de adolescentes e em se tratando deato infracional praticado em co-autoria commaior, prevalecer a atribuio da repartioespecializada, que, aps as providnciasnecessrias e conforme o caso, encaminhar oadulto repartio policial prpria.Art 173 - Em caso de flagrante de ato infracional cometidomediante violncia ou grave ameaa pessoa, aautoridade policial, sem prejuzo do disposto nos Art106, pargrafo nico e 107, dever:I - lavrar auto de apreenso, ouvidas as testemunhase adolescente.RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 09RESERVADOII - apreender o produto e os instrumentos dainfrao.III - requisitar os exames ou percias necessrias comprovao da materialidade e autoria dainfrao.Pargrafo nico - Nas demais hipteses de flagrante, a lavraturado auto poder ser substituda por boletim deocorrncia circunstanciada.Art 175 - Em caso de no-liberao, a autoridade policialencaminhar, desde logo, o adolescente aorepresentante do Ministrio Pblico, juntamente comcpia do auto de apreenso ou boletim de ocorrncia. 1 - Sendo impossvel a apresentao imediata, aautoridade policial encaminhar oadolescente entidade de atendimento, quefar a apresentao ao representante doMinistrio Pblico no prazo de 24 (vinte equatro) horas. 2 - Nas localidades onde no houver entidade deatendimento, a apresentao far-se- pelaautoridade policial. falta de repartiopolicial especializada, o adolescenteaguardar a apresentao em dependnciaseparada da destinada a maiores, nopodendo, em qualquer hiptese, exceder oprazo referido no pargrafo anterior.Art 178 - O adolescente a quem se atribua autoria de atoinfracional no poder ser conduzido ou transportadoem compartimento fechado de veculo policial, emcondies atentatrias a sua dignidade, ou queimpliquem risco sua integridade fsica ou mental,sob pena de responsabilidade.RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 010RESERVADOArt 179 - Apresentado o adolescente, o representante doMinistrio Pblico, no mesmo dia e vista do auto deapreenso, boletim de ocorrncia ou relatriopolicial, devidamente autuados pelo cartrio judiciale com informao sobre os antecedentes do adolescente,proceder imediata e informalmente a sua oitiva e, emsendo possvel, de seus pais ou responsvel, vtima etestemunhas.Pargrafo nico - Em caso de no-apresentao, o representante doMinistrio Pblico notificar os pais ouresponsvel para apresentao do adolescente,podendo requisitar o concurso das Polcias Civile Militar.Art 187 - Se o adolescente, devidamente notificado, nocomparecer, injustificadamente, audincia deapresentao, a autoridade judiciria designar novadata, determinando sua conduo coercitiva.Art 201 - Compete ao Ministrio Pblico:........................................................VI - instaurar procedimentos administrativos e, parainstrui-los:a) expedir notificaes para colher depoimentos ouesclarecimentos e, em caso de no comparecimentoinjustificado, requisitar conduo coercitiva,inclusive pela polcia civil ou militar.........................................................XII - requisitar fora policial, bem como a colaboraodos servios mdicos, hospitalares, educacionaise de assistncia social, pblicos ou privados,para o desempenho de suas atribuies.RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 011RESERVADOArt 262 - Enquanto no instalados os Conselhos Tutelares, asatribuies a ele conferidas sero exercidas pelaautoridade judiciria.__________________________AMRICO VICTOR SALVATOCel PM Scmt PMC183 CAN9000ARESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 012RESERVADOP M E S P SO PAULOE M / P M 011000Out903 SEO ANEXO B DIRETRIZ DE OPERAES N PM3-002/02/90RELAO DOS CRIMES EM ESPCIE PREVISTOS NOESTATUTO DA CRIANA E DO ADOLESCENTEDIRETAMENTE RELACIONADOS COM A ATIVIDADEDA POLCIA MILITARArt N 230 - Privar a criana ou o adolescente de sua liberdade,procedendo sua apreenso sem estar em flagrante deato infracional ou inexistindo ordem escrita daautoridade judiciria competente:Pena - deteno de seis meses a dois anos.Pargrafo nico - Incide na mesma pena aquele que procede apreenso sem observncia das formalidadeslegais.Art N 231 - Deixar a autoridade policial responsvel pelaapreenso de criana ou adolescente de fazerimediata comunicao autoridade judiciriacompetente e famlia do apreendido ou pessoa porele indicada:Pena - deteno de seis meses a dois anos.Art N 232 - Submeter criana ou adolescente sob sua autoridade,guarda ou vigilncia a vexame ou a constrangimento:Pena - deteno de seis meses a dois anos.Art N 233 - Submeter criana ou adolescente sob sua autoridade,guarda ou vigilncia tortura:RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 013RESERVADOPena - recluso de um a cinco anos. 1 - Se resultar leso corporal grave:Pena: recluso de dois a oito anos. 2 - Se resultar leso corporal gravssima:Pena: recluso de quatro a doze anos. 3 - Se resultar morte:Pena: recluso de quinze a trinta anos.Art N 234 - Deixar a autoridade competente, sem justa causa, deordenar a imediata liberao de criana ouadolescente, to logo tenha conhecimento dailegalidade da apreenso:Pena - deteno de seis meses a dois anos.Art N 235 - Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nestalei em benefcio de adolescente privado deliberdade:Pena - deteno de seis meses a dois anos.Art N 236 - Impedir ou embargar a ao de autoridade judiciria,membro do Conselho Tutelar ou representante doMinistrio Pblico no exerccio de funo previstanesta lei:Pena - deteno de seis meses a dois anos.__________________________AMRICO VICTOR SALVATOCel PM Scmt PMC183 CAN9000BRESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 014RESERVADOPresidncia da RepblicaSubchefia para Assuntos JurdicosLEI N 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.Dispe sobre o Estatuto da Criana e do Adolescente ed outras providncias.O PRESIDENTE DA REPBLICA: Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono aseguinte Lei:Ttulo IDas Disposies PreliminaresArt. 1 Esta Lei dispe sobre a proteo integral criana e ao adolescente.Art. 2 Considera-se criana, para os efeitos desta Lei, a pessoa at doze anos de idade incompletos,e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.Pargrafo nico. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto s pessoasentre dezoito e vinte e um anos de idade.Art. 3 A criana e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes pessoahumana, sem prejuzo da proteo integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou poroutros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento fsico, mental,moral, espiritual e social, em condies de liberdade e de dignidade.Art. 4 dever da famlia, da comunidade, da sociedade em geral e do poder pblico assegurar, comabsoluta prioridade, a efetivao dos direitos referentes vida, sade, alimentao, educao, aoesporte, ao lazer, profissionalizao, cultura, dignidade, ao respeito, liberdade e convivnciafamiliar e comunitria.Pargrafo nico. A garantia de prioridade compreende:a) primazia de receber proteo e socorro em quaisquer circunstncias;b) precedncia de atendimento nos servios pblicos ou de relevncia pblica;c) preferncia na formulao e na execuo das polticas sociais pblicas;d) destinao privilegiada de recursos pblicos nas reas relacionadas com a proteo infncia e juventude.Art. 5 Nenhuma criana ou adolescente ser objeto de qualquer forma de negligncia, discriminao,explorao, violncia, crueldade e opresso, punido na forma da lei qualquer atentado, por ao ouomisso, aos seus direitos fundamentais.Art. 6 Na interpretao desta Lei levar-se-o em conta os fins sociais a que ela se dirige, asexigncias do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condio peculiar da criana edo adolescente como pessoas em desenvolvimento.Ttulo IIDos Direitos FundamentaisCaptulo IDo Direito Vida e SadeRESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 015RESERVADOArt. 7 A criana e o adolescente tm direito a proteo vida e sade, mediante a efetivao depolticas sociais pblicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, emcondies dignas de existncia.Art. 8 assegurado gestante, atravs do Sistema nico de Sade, o atendimento pr e perinatal. 1 A gestante ser encaminhada aos diferentes nveis de atendimento, segundo critrios mdicosespecficos, obedecendo-se aos princpios de regionalizao e hierarquizao do Sistema. 2 A parturiente ser atendida preferencialmente pelo mesmo mdico que a acompanhou na fasepr-natal. 3 Incumbe ao poder pblico propiciar apoio alimentar gestante e nutriz que dele necessitem.Art. 9 O poder pblico, as instituies e os empregadores propiciaro condies adequadas aoaleitamento materno, inclusive aos filhos de mes submetidas a medida privativa de liberdade.Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de ateno sade de gestantes, pblicos eparticulares, so obrigados a:I - manter registro das atividades desenvolvidas, atravs de pronturios individuais, pelo prazo dedezoito anos;II - identificar o recm-nascido mediante o registro de sua impresso plantar e digital e da impressodigital da me, sem prejuzo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;III - proceder a exames visando ao diagnstico e teraputica de anormalidades no metabolismo dorecm-nascido, bem como prestar orientao aos pais;IV - fornecer declarao de nascimento onde constem necessariamente as intercorrncias do parto edo desenvolvimento do neonato;V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanncia junto me.Art. 11. assegurado atendimento mdico criana e ao adolescente, atravs do Sistema nico deSade, garantido o acesso universal e igualitrio s aes e servios para promoo, proteo erecuperao da sade. 1 A criana e o adolescente portadores de deficincia recebero atendimento especializado. 2 Incumbe ao poder pblico fornecer gratuitamente queles que necessitarem os medicamentos,prteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitao ou reabilitao.Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento sade devero proporcionar condies para apermanncia em tempo integral de um dos pais ou responsvel, nos casos de internao de criana ouadolescente.Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmao de maus-tratos contra criana ou adolescente seroobrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuzo de outrasprovidncias legais.Art. 14. O Sistema nico de Sade promover programas de assistncia mdica e odontolgica paraa preveno das enfermidades que ordinariamente afetam a populao infantil, e campanhas de educaosanitria para pais, educadores e alunos.Pargrafo nico. obrigatria a vacinao das crianas nos casos recomendados pelas autoridadessanitrias.Captulo IIDo Direito Liberdade, ao Respeito e DignidadeRESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 016RESERVADOArt. 15. A criana e o adolescente tm direito liberdade, ao respeito e dignidade como pessoashumanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidosna Constituio e nas leis.Art. 16. O direito liberdade compreende os seguintes aspectos:I - ir, vir e estar nos logradouros pblicos e espaos comunitrios, ressalvadas as restries legais;II - opinio e expresso;III - crena e culto religioso;IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;V - participar da vida familiar e comunitria, sem discriminao;VI - participar da vida poltica, na forma da lei;VII - buscar refgio, auxlio e orientao.Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade fsica, psquica e moral dacriana e do adolescente, abrangendo a preservao da imagem, da identidade, da autonomia, dosvalores, idias e crenas, dos espaos e objetos pessoais.Art. 18. dever de todos velar pela dignidade da criana e do adolescente, pondo-os a salvo dequalquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatrio ou constrangedor.Captulo IIIDo Direito Convivncia Familiar e ComunitriaSeo IDisposies GeraisArt. 19. Toda criana ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua famlia e,excepcionalmente, em famlia substituta, assegurada a convivncia familiar e comunitria, em ambientelivre da presena de pessoas dependentes de substncias entorpecentes.Art. 20. Os filhos, havidos ou no da relao do casamento, ou por adoo, tero os mesmos direitose qualificaes, proibidas quaisquer designaes discriminatrias relativas filiao.Art. 21. O ptrio poder ser exercido, em igualdade de condies, pelo pai e pela me, na forma doque dispuser a legislao civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordncia,recorrer autoridade judiciria competente para a soluo da divergncia.Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educao dos filhos menores, cabendo-lhesainda, no interesse destes, a obrigao de cumprir e fazer cumprir as determinaes judiciais.Art. 23. A falta ou a carncia de recursos materiais no constitui motivo suficiente para a perda ou asuspenso do ptrio poder.Pargrafo nico. No existindo outro motivo que por si s autorize a decretao da medida, a crianaou o adolescente ser mantido em sua famlia de origem, a qual dever obrigatoriamente ser includa emprogramas oficiais de auxlio.Art. 24. A perda e a suspenso do ptrio poder sero decretadas judicialmente, em procedimentocontraditrio, nos casos previstos na legislao civil, bem como na hiptese de descumprimentoinjustificado dos deveres e obrigaes a que alude o art. 22.Seo IIDa Famlia NaturalRESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 017RESERVADOArt. 25. Entende-se por famlia natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seusdescendentes.Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento podero ser reconhecidos pelos pais, conjunta ouseparadamente, no prprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documentopblico, qualquer que seja a origem da filiao.Pargrafo nico. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe aofalecimento, se deixar descendentes.Art. 27. O reconhecimento do estado de filiao direito personalssimo, indisponvel e imprescritvel,podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrio, observado o segredo deJustia.Seo IIIDa Famlia SubstitutaSubseo IDisposies GeraisArt. 28. A colocao em famlia substituta far-se- mediante guarda, tutela ou adoo,independentemente da situao jurdica da criana ou adolescente, nos termos desta Lei. 1 Sempre que possvel, a criana ou adolescente dever ser previamente ouvido e a sua opiniodevidamente considerada. 2 Na apreciao do pedido levar-se- em conta o grau de parentesco e a relao de afinidade oude afetividade, a fim de evitar ou minorar as conseqncias decorrentes da medida.Art. 29. No se deferir colocao em famlia substituta a pessoa que revele, por qualquer modo,incompatibilidade com a natureza da medida ou no oferea ambiente familiar adequado.Art. 30. A colocao em famlia substituta no admitir transferncia da criana ou adolescente aterceiros ou a entidades governamentais ou no-governamentais, sem autorizao judicial.Art. 31. A colocao em famlia substituta estrangeira constitui medida excepcional, somenteadmissvel na modalidade de adoo.Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsvel prestar compromisso de bem e fielmentedesempenhar o encargo, mediante termo nos autos.Subseo IIDa GuardaArt. 33. A guarda obriga a prestao de assistncia material, moral e educacional criana ouadolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. 1 A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ouincidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoo, exceto no de adoo por estrangeiros. 2 Excepcionalmente, deferir-se- a guarda, fora dos casos de tutela e adoo, para atender asituaes peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsvel, podendo ser deferido o direito derepresentao para a prtica de atos determinados. 3 A guarda confere criana ou adolescente a condio de dependente, para todos os fins eefeitos de direito, inclusive previdencirios.Art. 34. O poder pblico estimular, atravs de assistncia jurdica, incentivos fiscais e subsdios, oacolhimento, sob a forma de guarda, de criana ou adolescente rfo ou abandonado.RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 018RESERVADOArt. 35. A guarda poder ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvidoo Ministrio Pblico.Subseo IIIDa TutelaArt. 36. A tutela ser deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de at vinte e um anos incompletos.Pargrafo nico. O deferimento da tutela pressupe a prvia decretao da perda ou suspenso doptrio poder e implica necessariamente o dever de guarda.Art. 37. A especializao de hipoteca legal ser dispensada, sempre que o tutelado no possuir bensou rendimentos ou por qualquer outro motivo relevante.Pargrafo nico. A especializao de hipoteca legal ser tambm dispensada se os bens, porventuraexistentes em nome do tutelado, constarem de instrumento pblico, devidamente registrado no registro deimveis, ou se os rendimentos forem suficientes apenas para a mantena do tutelado, no havendo sobrasignificativa ou provvel.Art. 38. Aplica-se destituio da tutela o disposto no art. 24.Subseo IVDa AdooArt. 39. A adoo de criana e de adolescente reger-se- segundo o disposto nesta Lei.Pargrafo nico. vedada a adoo por procurao.Art. 40. O adotando deve contar com, no mximo, dezoito anos data do pedido, salvo se j estiversob a guarda ou tutela dos adotantes.Art. 41. A adoo atribui a condio de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusivesucessrios, desligando-o de qualquer vnculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. 1 Se um dos cnjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantm-se os vnculos de filiaoentre o adotado e o cnjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes. 2 recproco o direito sucessrio entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seusascendentes, descendentes e colaterais at o 4 grau, observada a ordem de vocao hereditria.Art. 42. Podem adotar os maiores de vinte e um anos, independentemente de estado civil. 1 No podem adotar os ascendentes e os irmos do adotando. 2 A adoo por ambos os cnjuges ou concubinos poder ser formalizada, desde que um delestenha completado vinte e um anos de idade, comprovada a estabilidade da famlia. 3 O adotante h de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando. 4 Os divorciados e os judicialmente separados podero adotar conjuntamente, contanto queacordem sobre a guarda e o regime de visitas, e desde que o estgio de convivncia tenha sido iniciadona constncia da sociedade conjugal. 5 A adoo poder ser deferida ao adotante que, aps inequvoca manifestao de vontade, vier afalecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentena.Art. 43. A adoo ser deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se emmotivos legtimos.Art. 44. Enquanto no der conta de sua administrao e saldar o seu alcance, no pode o tutor ou ocurador adotar o pupilo ou o curatelado.RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 019RESERVADOArt. 45. A adoo depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando. 1. O consentimento ser dispensado em relao criana ou adolescente cujos pais sejamdesconhecidos ou tenham sido destitudos do ptrio poder. 2. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, ser tambm necessrio o seuconsentimento.Art. 46. A adoo ser precedida de estgio de convivncia com a criana ou adolescente, pelo prazoque a autoridade judiciria fixar, observadas as peculiaridades do caso. 1 O estgio de convivncia poder ser dispensado se o adotando no tiver mais de um ano deidade ou se, qualquer que seja a sua idade, j estiver na companhia do adotante durante tempo suficientepara se poder avaliar a convenincia da constituio do vnculo. 2 Em caso de adoo por estrangeiro residente ou domiciliado fora do Pas, o estgio deconvivncia, cumprido no territrio nacional, ser de no mnimo quinze dias para crianas de at dois anosde idade, e de no mnimo trinta dias quando se tratar de adotando acima de dois anos de idade.Art. 47. O vnculo da adoo constitui-se por sentena judicial, que ser inscrita no registro civilmediante mandado do qual no se fornecer certido. 1 A inscrio consignar o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seusascendentes. 2 O mandado judicial, que ser arquivado, cancelar o registro original do adotado. 3 Nenhuma observao sobre a origem do ato poder constar nas certides do registro. 4 A critrio da autoridade judiciria, poder ser fornecida certido para a salvaguarda de direitos. 5 A sentena conferir ao adotado o nome do adotante e, a pedido deste, poder determinar amodificao do prenome. 6 A adoo produz seus efeitos a partir do trnsito em julgado da sentena, exceto na hipteseprevista no art. 42, 5, caso em que ter fora retroativa data do bito.Art. 48. A adoo irrevogvel.Art. 49. A morte dos adotantes no restabelece o ptrio poder dos pais naturais.Art. 50. A autoridade judiciria manter, em cada comarca ou foro regional, um registro de crianas eadolescentes em condies de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoo. 1 O deferimento da inscrio dar-se- aps prvia consulta aos rgos tcnicos do juizado, ouvidoo Ministrio Pblico. 2 No ser deferida a inscrio se o interessado no satisfazer os requisitos legais, ou verificadaqualquer das hipteses previstas no art. 29.Art. 51 Cuidando-se de pedido de adoo formulado por estrangeiro residente ou domiciliado fora doPas, observar-se- o disposto no art. 31. 1 O candidato dever comprovar, mediante documento expedido pela autoridade competente dorespectivo domiclio, estar devidamente habilitado adoo, consoante as leis do seu pas, bem comoapresentar estudo psicossocial elaborado por agncia especializada e credenciada no pas de origem. 2 A autoridade judiciria, de ofcio ou a requerimento do Ministrio Pblico, poder determinar aapresentao do texto pertinente legislao estrangeira, acompanhado de prova da respectiva vigncia. 3 Os documentos em lngua estrangeira sero juntados aos autos, devidamente autenticados pelaautoridade consular, observados os tratados e convenes internacionais, e acompanhados da respectivatraduo, por tradutor pblico juramentado.RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 020RESERVADO 4 Antes de consumada a adoo no ser permitida a sada do adotando do territrio nacional.Art. 52. A adoo internacional poder ser condicionada a estudo prvio e anlise de uma comissoestadual judiciria de adoo, que fornecer o respectivo laudo de habilitao para instruir o processocompetente.Pargrafo nico. Competir comisso manter registro centralizado de interessados estrangeiros emadoo.Captulo IVDo Direito Educao, Cultura, ao Esporte e ao LazerArt. 53. A criana e o adolescente tm direito educao, visando ao pleno desenvolvimento de suapessoa, preparo para o exerccio da cidadania e qualificao para o trabalho, assegurando-se-lhes:I - igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola;II - direito de ser respeitado por seus educadores;III - direito de contestar critrios avaliativos, podendo recorrer s instncias escolares superiores;IV - direito de organizao e participao em entidades estudantis;V - acesso escola pblica e gratuita prxima de sua residncia.Pargrafo nico. direito dos pais ou responsveis ter cincia do processo pedaggico, bem comoparticipar da definio das propostas educacionais.Art. 54. dever do Estado assegurar criana e ao adolescente:I - ensino fundamental, obrigatrio e gratuito, inclusive para os que a ele no tiveram acesso na idadeprpria;II - progressiva extenso da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino mdio;III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficincia, preferencialmente na rederegular de ensino;IV - atendimento em creche e pr-escola s crianas de zero a seis anos de idade;V - acesso aos nveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criao artstica, segundo acapacidade de cada um;VI - oferta de ensino noturno regular, adequado s condies do adolescente trabalhador;VII - atendimento no ensino fundamental, atravs de programas suplementares de material didticoescolar,transporte, alimentao e assistncia sade. 1 O acesso ao ensino obrigatrio e gratuito direito pblico subjetivo. 2 O no oferecimento do ensino obrigatrio pelo poder pblico ou sua oferta irregular importaresponsabilidade da autoridade competente. 3 Compete ao poder pblico recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes achamada e zelar, junto aos pais ou responsvel, pela freqncia escola.Art. 55. Os pais ou responsvel tm a obrigao de matricular seus filhos ou pupilos na rede regularde ensino.Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicaro ao Conselho Tutelaros casos de:I - maus-tratos envolvendo seus alunos;RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 021RESERVADOII - reiterao de faltas injustificadas e de evaso escolar, esgotados os recursos escolares;III - elevados nveis de repetncia.Art. 57. O poder pblico estimular pesquisas, experincias e novas propostas relativas a calendrio,seriao, currculo, metodologia, didtica e avaliao, com vistas insero de crianas e adolescentesexcludos do ensino fundamental obrigatrio.Art. 58. No processo educacional respeitar-se-o os valores culturais, artsticos e histricos prpriosdo contexto social da criana e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criao e o acessos fontes de cultura.Art. 59. Os municpios, com apoio dos estados e da Unio, estimularo e facilitaro a destinao derecursos e espaos para programaes culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infncia e ajuventude.Captulo VDo Direito Profissionalizao e Proteo no TrabalhoArt. 60. proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condio deaprendiz.Art. 61. A proteo ao trabalho dos adolescentes regulada por legislao especial, sem prejuzo dodisposto nesta Lei.Art. 62. Considera-se aprendizagem a formao tcnico-profissional ministrada segundo as diretrizese bases da legislao de educao em vigor.Art. 63. A formao tcnico-profissional obedecer aos seguintes princpios:I - garantia de acesso e freqncia obrigatria ao ensino regular;II - atividade compatvel com o desenvolvimento do adolescente;III - horrio especial para o exerccio das atividades.Art. 64. Ao adolescente at quatorze anos de idade assegurada bolsa de aprendizagem.Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, so assegurados os direitos trabalhistas eprevidencirios.Art. 66. Ao adolescente portador de deficincia assegurado trabalho protegido.Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escolatcnica, assistido em entidade governamental ou no-governamental, vedado trabalho:I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte;II - perigoso, insalubre ou penoso;III - realizado em locais prejudiciais sua formao e ao seu desenvolvimento fsico, psquico, morale social;IV - realizado em horrios e locais que no permitam a freqncia escola.Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade deentidade governamental ou no-governamental sem fins lucrativos, dever assegurar ao adolescente quedele participe condies de capacitao para o exerccio de atividade regular remunerada. 1 Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigncias pedaggicasrelativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 022RESERVADO 2 A remunerao que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participao na venda dosprodutos de seu trabalho no desfigura o carter educativo.Art. 69. O adolescente tem direito profissionalizao e proteo no trabalho, observados osseguintes aspectos, entre outros:I - respeito condio peculiar de pessoa em desenvolvimento;II - capacitao profissional adequada ao mercado de trabalho.Ttulo IIIDa PrevenoCaptulo IDisposies GeraisArt. 70. dever de todos prevenir a ocorrncia de ameaa ou violao dos direitos da criana e doadolescente.Art. 71. A criana e o adolescente tm direito a informao, cultura, lazer, esportes, diverses,espetculos e produtos e servios que respeitem sua condio peculiar de pessoa em desenvolvimento.Art. 72. As obrigaes previstas nesta Lei no excluem da preveno especial outras decorrentes dosprincpios por ela adotados.Art. 73. A inobservncia das normas de preveno importar em responsabilidade da pessoa fsicaou jurdica, nos termos desta Lei.Captulo IIDa Preveno EspecialSeo IDa informao, Cultura, Lazer, Esportes, Diverses e EspetculosArt. 74. O poder pblico, atravs do rgo competente, regular as diverses e espetculos pblicos,informando sobre a natureza deles, as faixas etrias a que no se recomendem, locais e horrios em quesua apresentao se mostre inadequada.Pargrafo nico. Os responsveis pelas diverses e espetculos pblicos devero afixar, em lugarvisvel e de fcil acesso, entrada do local de exibio, informao destacada sobre a natureza doespetculo e a faixa etria especificada no certificado de classificao.Art. 75. Toda criana ou adolescente ter acesso s diverses e espetculos pblicos classificadoscomo adequados sua faixa etria.Pargrafo nico. As crianas menores de dez anos somente podero ingressar e permanecer noslocais de apresentao ou exibio quando acompanhadas dos pais ou responsvel.Art. 76. As emissoras de rdio e televiso somente exibiro, no horrio recomendado para o pblicoinfanto juvenil, programas com finalidades educativas, artsticas, culturais e informativas.Pargrafo nico. Nenhum espetculo ser apresentado ou anunciado sem aviso de sua classificao,antes de sua transmisso, apresentao ou exibio.Art. 77. Os proprietrios, diretores, gerentes e funcionrios de empresas que explorem a venda oualuguel de fitas de programao em vdeo cuidaro para que no haja venda ou locao em desacordocom a classificao atribuda pelo rgo competente.Pargrafo nico. As fitas a que alude este artigo devero exibir, no invlucro, informao sobre anatureza da obra e a faixa etria a que se destinam.RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 023RESERVADOArt. 78. As revistas e publicaes contendo material imprprio ou inadequado a crianas eadolescentes devero ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertncia de seu contedo.Pargrafo nico. As editoras cuidaro para que as capas que contenham mensagens pornogrficasou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.Art. 79. As revistas e publicaes destinadas ao pblico infanto-juvenil no podero conterilustraes, fotografias, legendas, crnicas ou anncios de bebidas alcolicas, tabaco, armas e munies,e devero respeitar os valores ticos e sociais da pessoa e da famlia.Art. 80. Os responsveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca oucongnere ou por casas de jogos, assim entendidas as que realize apostas, ainda que eventualmente,cuidaro para que no seja permitida a entrada e a permanncia de crianas e adolescentes no local,afixando aviso para orientao do pblico.Seo IIDos Produtos e ServiosArt. 81. proibida a venda criana ou ao adolescente de:I - armas, munies e explosivos;II - bebidas alcolicas;III - produtos cujos componentes possam causar dependncia fsica ou psquica ainda que porutilizao indevida;IV - fogos de estampido e de artifcio, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejamincapazes de provocar qualquer dano fsico em caso de utilizao indevida;V - revistas e publicaes a que alude o art. 78;VI - bilhetes lotricos e equivalentes.Art. 82. proibida a hospedagem de criana ou adolescente em hotel, motel, penso ouestabelecimento congnere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsvel.Seo IIIDa Autorizao para ViajarArt. 83. Nenhuma criana poder viajar para fora da comarca onde reside, desacompanhada dos paisou responsvel, sem expressa autorizao judicial. 1 A autorizao no ser exigida quando:a) tratar-se de comarca contgua da residncia da criana, se na mesma unidade da Federao, ouincluda na mesma regio metropolitana;b) a criana estiver acompanhada:1) de ascendente ou colateral maior, at o terceiro grau, comprovado documentalmente o parentesco;2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, me ou responsvel. 2 A autoridade judiciria poder, a pedido dos pais ou responsvel, conceder autorizao vlidapor dois anos.Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorizao dispensvel, se a criana ouadolescente:I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsvel;RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 024RESERVADOII - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro atravs de documentocom firma reconhecida.Art. 85. Sem prvia e expressa autorizao judicial, nenhuma criana ou adolescente nascido emterritrio nacional poder sair do Pas em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.Parte EspecialTtulo IDa Poltica de AtendimentoCaptulo IDisposies GeraisArt. 86. A poltica de atendimento dos direitos da criana e do adolescente far-se- atravs de umconjunto articulado de aes governamentais e no-governamentais, da Unio, dos estados, do DistritoFederal e dos municpios.Art. 87. So linhas de ao da poltica de atendimento:I - polticas sociais bsicas;II - polticas e programas de assistncia social, em carter supletivo, para aqueles que delesnecessitem;III - servios especiais de preveno e atendimento mdico e psicossocial s vtimas de negligncia,maus-tratos, explorao, abuso, crueldade e opresso;IV - servio de identificao e localizao de pais, responsvel, crianas e adolescentesdesaparecidos;V - proteo jurdico-social por entidades de defesa dos direitos da criana e do adolescente.Art. 88. So diretrizes da poltica de atendimento:I - municipalizao do atendimento;II - criao de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criana e do adolescente,rgos deliberativos e controladores das aes em todos os nveis, assegurada a participao popularparitria por meio de organizaes representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;III - criao e manuteno de programas especficos, observada a descentralizao polticoadministrativa;IV - manuteno de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos conselhosdos direitos da criana e do adolescente;V - integrao operacional de rgos do Judicirio, Ministrio Pblico, Defensoria, Segurana Pblicae Assistncia Social, preferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilizao do atendimentoinicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional;VI - mobilizao da opinio pblica no sentido da indispensvel participao dos diversos segmentosda sociedade.Art. 89. A funo de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dosdireitos da criana e do adolescente considerada de interesse pblico relevante e no ser remunerada.Captulo IIDas Entidades de AtendimentoSeo IRESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 025RESERVADODisposies GeraisArt. 90. As entidades de atendimento so responsveis pela manuteno das prprias unidades,assim como pelo planejamento e execuo de programas de proteo e scio-educativos destinados acrianas e adolescentes, em regime de:I - orientao e apoio scio-familiar;II - apoio scio-educativo em meio aberto;III - colocao familiar;IV - abrigo;V - liberdade assistida;VI - semi-liberdade;VII - internao.Pargrafo nico. As entidades governamentais e no-governamentais devero proceder inscriode seus programas, especificando os regimes de atendimento, na forma definida neste artigo, junto aoConselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente, o qual manter registro das inscries e desuas alteraes, do que far comunicao ao Conselho Tutelar e autoridade judiciria.Art. 91. As entidades no-governamentais somente podero funcionar depois de registradas noConselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente, o qual comunicar o registro ao ConselhoTutelar e autoridade judiciria da respectiva localidade.Pargrafo nico. Ser negado o registro entidade que:a) no oferea instalaes fsicas em condies adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade esegurana;b) no apresente plano de trabalho compatvel com os princpios desta Lei;c) esteja irregularmente constituda;d) tenha em seus quadros pessoas inidneas.Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de abrigo devero adotar os seguintes princpios:I - preservao dos vnculos familiares;II - integrao em famlia substituta, quando esgotados os recursos de manuteno na famlia deorigem;III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educao;V - no desmembramento de grupos de irmos;VI - evitar, sempre que possvel, a transferncia para outras entidades de crianas e adolescentesabrigados;VII - participao na vida da comunidade local;VIII - preparao gradativa para o desligamento;IX - participao de pessoas da comunidade no processo educativo.Pargrafo nico. O dirigente de entidade de abrigo e equiparado ao guardio, para todos os efeitosde direito.RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 026RESERVADOArt. 93. As entidades que mantenham programas de abrigo podero, em carter excepcional e deurgncia, abrigar crianas e adolescentes sem prvia determinao da autoridade competente, fazendocomunicao do fato at o 2 dia til imediato.Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internao tm as seguintes obrigaes, entreoutras:I - observar os direitos e garantias de que so titulares os adolescentes;II - no restringir nenhum direito que no tenha sido objeto de restrio na deciso de internao;III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos;IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente;V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservao dos vnculos familiares;VI - comunicar autoridade judiciria, periodicamente, os casos em que se mostre invivel ouimpossvel o reatamento dos vnculos familiares;VII - oferecer instalaes fsicas em condies adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade esegurana e os objetos necessrios higiene pessoal;VIII - oferecer vesturio e alimentao suficientes e adequados faixa etria dos adolescentesatendidos;IX - oferecer cuidados mdicos, psicolgicos, odontolgicos e farmacuticos;X - propiciar escolarizao e profissionalizao;XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;XII - propiciar assistncia religiosa queles que desejarem, de acordo com suas crenas;XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo mximo de seis meses, dando cincia dosresultados autoridade competente;XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situao processual;XVI - comunicar s autoridades competentes todos os casos de adolescentes portadores demolstias infecto-contagiosas;XVII - fornecer comprovante de depsito dos pertences dos adolescentes;XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos;XIX - providenciar os documentos necessrios ao exerccio da cidadania queles que no os tiverem;XX - manter arquivo de anotaes onde constem data e circunstncias do atendimento, nome doadolescente, seus pais ou responsvel, parentes, endereos, sexo, idade, acompanhamento da suaformao, relao de seus pertences e demais dados que possibilitem sua identificao e aindividualizao do atendimento. 1 Aplicam-se, no que couber, as obrigaes constantes deste artigo s entidades que mantmprograma de abrigo. 2 No cumprimento das obrigaes a que alude este artigo as entidades utilizaropreferencialmente os recursos da comunidade.Seo IIDa Fiscalizao das EntidadesRESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 027RESERVADOArt. 95. As entidades governamentais e no-governamentais referidas no art. 90 sero fiscalizadaspelo Judicirio, pelo Ministrio Pblico e pelos Conselhos Tutelares.Art. 96. Os planos de aplicao e as prestaes de contas sero apresentados ao estado ou aomunicpio, conforme a origem das dotaes oramentrias.Art. 97. So medidas aplicveis s entidades de atendimento que descumprirem obrigao constantedo art. 94, sem prejuzo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos:I - s entidades governamentais:a) advertncia;b) afastamento provisrio de seus dirigentes;c) afastamento definitivo de seus dirigentes;d) fechamento de unidade ou interdio de programa.II - s entidades no-governamentais:a) advertncia;b) suspenso total ou parcial do repasse de verbas pblicas;c) interdio de unidades ou suspenso de programa;d) cassao do registro.Pargrafo nico. Em caso de reiteradas infraes cometidas por entidades de atendimento, quecoloquem em risco os direitos assegurados nesta Lei, dever ser o fato comunicado ao Ministrio Pblicoou representado perante autoridade judiciria competente para as providncias cabveis, inclusivesuspenso das atividades ou dissoluo da entidade.Ttulo IIDas Medidas de ProteoCaptulo IDisposies GeraisArt. 98. As medidas de proteo criana e ao adolescente so aplicveis sempre que os direitosreconhecidos nesta Lei forem ameaados ou violados:I - por ao ou omisso da sociedade ou do Estado;II - por falta, omisso ou abuso dos pais ou responsvel;III - em razo de sua conduta.Captulo IIDas Medidas Especficas de ProteoArt. 99. As medidas previstas neste Captulo podero ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bemcomo substitudas a qualquer tempo.Art. 100. Na aplicao das medidas levar-se-o em conta as necessidades pedaggicas, preferindoseaquelas que visem ao fortalecimento dos vnculos familiares e comunitrios.Art. 101. Verificada qualquer das hipteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderdeterminar, dentre outras, as seguintes medidas:I - encaminhamento aos pais ou responsvel, mediante termo de responsabilidade;RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 028RESERVADOII - orientao, apoio e acompanhamento temporrios;III - matrcula e freqncia obrigatrias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;IV - incluso em programa comunitrio ou oficial de auxlio famlia, criana e ao adolescente;V - requisio de tratamento mdico, psicolgico ou psiquitrico, em regime hospitalar ouambulatorial;VI - incluso em programa oficial ou comunitrio de auxlio, orientao e tratamento a alcolatras etoxicmanos;VII - abrigo em entidade;VIII - colocao em famlia substituta.Pargrafo nico. O abrigo medida provisria e excepcional, utilizvel como forma de transio paraa colocao em famlia substituta, no implicando privao de liberdade.Art. 102. As medidas de proteo de que trata este Captulo sero acompanhadas da regularizaodo registro civil. 1 Verificada a inexistncia de registro anterior, o assento de nascimento da criana ou adolescenteser feito vista dos elementos disponveis, mediante requisio da autoridade judiciria. 2 Os registros e certides necessrios regularizao de que trata este artigo so isentos demultas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.Ttulo IIIDa Prtica de Ato InfracionalCaptulo IDisposies GeraisArt. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contraveno penal.Art. 104. So penalmente inimputveis os menores de dezoito anos, sujeitos s medidas previstasnesta Lei.Pargrafo nico. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente data dofato.Art. 105. Ao ato infracional praticado por criana correspondero as medidas previstas no art. 101.Captulo IIDos Direitos IndividuaisArt. 106. Nenhum adolescente ser privado de sua liberdade seno em flagrante de ato infracional oupor ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciria competente.Pargrafo nico. O adolescente tem direito identificao dos responsveis pela sua apreenso,devendo ser informado acerca de seus direitos.Art. 107. A apreenso de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido seroincontinenti comunicados autoridade judiciria competente e famlia do apreendido ou pessoa por eleindicada.Pargrafo nico. Examinar-se-, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade deliberao imediata.RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 029RESERVADOArt. 108. A internao, antes da sentena, pode ser determinada pelo prazo mximo de quarenta ecinco dias.Pargrafo nico. A deciso dever ser fundamentada e basear-se em indcios suficientes de autoria ematerialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.Art. 109. O adolescente civilmente identificado no ser submetido a identificao compulsria pelosrgos policiais, de proteo e judiciais, salvo para efeito de confrontao, havendo dvida fundada.Captulo IIIDas Garantias ProcessuaisArt. 110. Nenhum adolescente ser privado de sua liberdade sem o devido processo legal.Art. 111. So asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:I - pleno e formal conhecimento da atribuio de ato infracional, mediante citao ou meioequivalente;II - igualdade na relao processual, podendo confrontar-se com vtimas e testemunhas e produzirtodas as provas necessrias sua defesa;III - defesa tcnica por advogado;IV - assistncia judiciria gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;VI - direito de solicitar a presena de seus pais ou responsvel em qualquer fase do procedimento.Captulo IVDas Medidas Scio-EducativasSeo IDisposies GeraisArt. 112. Verificada a prtica de ato infracional, a autoridade competente poder aplicar aoadolescente as seguintes medidas:I - advertncia;II - obrigao de reparar o dano;III - prestao de servios comunidade;IV - liberdade assistida;V - insero em regime de semi-liberdade;VI - internao em estabelecimento educacional;VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. 1 A medida aplicada ao adolescente levar em conta a sua capacidade de cumpri-la, ascircunstncias e a gravidade da infrao. 2 Em hiptese alguma e sob pretexto algum, ser admitida a prestao de trabalho forado. 3 Os adolescentes portadores de doena ou deficincia mental recebero tratamento individual eespecializado, em local adequado s suas condies.Art. 113. Aplica-se a este Captulo o disposto nos arts. 99 e 100.RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 030RESERVADOArt. 114. A imposio das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112 pressupe a existncia deprovas suficientes da autoria e da materialidade da infrao, ressalvada a hiptese de remisso, nostermos do art. 127.Pargrafo nico. A advertncia poder ser aplicada sempre que houver prova da materialidade eindcios suficientes da autoria.Seo IIDa AdvertnciaArt. 115. A advertncia consistir em admoestao verbal, que ser reduzida a termo e assinada.Seo IIIDa Obrigao de Reparar o DanoArt. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poder determinar,se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma,compense o prejuzo da vtima.Pargrafo nico. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poder ser substituda por outraadequada.Seo IVDa Prestao de Servios ComunidadeArt. 117. A prestao de servios comunitrios consiste na realizao de tarefas gratuitas deinteresse geral, por perodo no excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais,escolas e outros estabelecimentos congneres, bem como em programas comunitrios ougovernamentais.Pargrafo nico. As tarefas sero atribudas conforme as aptides do adolescente, devendo sercumpridas durante jornada mxima de oito horas semanais, aos sbados, domingos e feriados ou em diasteis, de modo a no prejudicar a freqncia escola ou jornada normal de trabalho.Seo VDa Liberdade AssistidaArt. 118. A liberdade assistida ser adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para ofim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. 1 A autoridade designar pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poder serrecomendada por entidade ou programa de atendimento. 2 A liberdade assistida ser fixada pelo prazo mnimo de seis meses, podendo a qualquer temposer prorrogada, revogada ou substituda por outra medida, ouvido o orientador, o Ministrio Pblico e odefensor.Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a superviso da autoridade competente, a realizaodos seguintes encargos, entre outros:I - promover socialmente o adolescente e sua famlia, fornecendo-lhes orientao e inserindo-os, senecessrio, em programa oficial ou comunitrio de auxlio e assistncia social;II - supervisionar a freqncia e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive, suamatrcula;III - diligenciar no sentido da profissionalizao do adolescente e de sua insero no mercado detrabalho;IV - apresentar relatrio do caso.RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 031RESERVADOSeo VIDo Regime de Semi-liberdadeArt. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o incio, ou como forma detransio para o meio aberto, possibilitada a realizao de atividades externas, independentemente deautorizao judicial. 1 So obrigatrias a escolarizao e a profissionalizao, devendo, sempre que possvel, serutilizados os recursos existentes na comunidade. 2 A medida no comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposiesrelativas internao.Seo VIIDa InternaoArt. 121. A internao constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princpios de brevidade,excepcionalidade e respeito condio peculiar de pessoa em desenvolvimento. 1 Ser permitida a realizao de atividades externas, a critrio da equipe tcnica da entidade,salvo expressa determinao judicial em contrrio. 2 A medida no comporta prazo determinado, devendo sua manuteno ser reavaliada, mediantedeciso fundamentada, no mximo a cada seis meses. 3 Em nenhuma hiptese o perodo mximo de internao exceder a trs anos. 4 Atingido o limite estabelecido no pargrafo anterior, o adolescente dever ser liberado, colocadoem regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida. 5 A liberao ser compulsria aos vinte e um anos de idade. 6 Em qualquer hiptese a desinternao ser precedida de autorizao judicial, ouvido o MinistrioPblico.Art. 122. A medida de internao s poder ser aplicada quando:I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaa ou violncia a pessoa;II - por reiterao no cometimento de outras infraes graves;III - por descumprimento reiterado e injustificvel da medida anteriormente imposta. 1 O prazo de internao na hiptese do inciso III deste artigo no poder ser superior a trsmeses. 2. Em nenhuma hiptese ser aplicada a internao, havendo outra medida adequada.Art. 123. A internao dever ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em localdistinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separao por critrios de idade, compleiofsica e gravidade da infrao.Pargrafo nico. Durante o perodo de internao, inclusive provisria, sero obrigatrias atividadespedaggicas.Art. 124. So direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministrio Pblico;II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;III - avistar-se reservadamente com seu defensor;RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 032RESERVADOIV - ser informado de sua situao processual, sempre que solicitada;V - ser tratado com respeito e dignidade;VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais prxima ao domiclio de seus paisou responsvel;VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;IX - ter acesso aos objetos necessrios higiene e asseio pessoal;X - habitar alojamento em condies adequadas de higiene e salubridade;XI - receber escolarizao e profissionalizao;XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:XIII - ter acesso aos meios de comunicao social;XIV - receber assistncia religiosa, segundo a sua crena, e desde que assim o deseje;XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guard-los, recebendocomprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade;XVI - receber, quando de sua desinternao, os documentos pessoais indispensveis vida emsociedade. 1 Em nenhum caso haver incomunicabilidade. 2 A autoridade judiciria poder suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ouresponsvel, se existirem motivos srios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses doadolescente.Art. 125. dever do Estado zelar pela integridade fsica e mental dos internos, cabendo-lhe adotar asmedidas adequadas de conteno e segurana.Captulo VDa RemissoArt. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apurao de ato infracional, o representantedo Ministrio Pblico poder conceder a remisso, como forma de excluso do processo, atendendo scircunstncias e conseqncias do fato, ao contexto social, bem como personalidade do adolescente esua maior ou menor participao no ato infracional.Pargrafo nico. Iniciado o procedimento, a concesso da remisso pela autoridade judiciriaimportar na suspenso ou extino do processo.Art. 127. A remisso no implica necessariamente o reconhecimento ou comprovao daresponsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicaode qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocao em regime de semi-liberdade e ainternao.Art. 128. A medida aplicada por fora da remisso poder ser revista judicialmente, a qualquer tempo,mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministrio Pblico.Ttulo IVDas Medidas Pertinentes aos Pais ou ResponsvelArt. 129. So medidas aplicveis aos pais ou responsvel:RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 033RESERVADOI - encaminhamento a programa oficial ou comunitrio de proteo famlia;II - incluso em programa oficial ou comunitrio de auxlio, orientao e tratamento a alcolatras etoxicmanos;III - encaminhamento a tratamento psicolgico ou psiquitrico;IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientao;V - obrigao de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqncia e aproveitamento escolar;VI - obrigao de encaminhar a criana ou adolescente a tratamento especializado;VII - advertncia;VIII - perda da guarda;IX - destituio da tutela;X - suspenso ou destituio do ptrio poder.Pargrafo nico. Na aplicao das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo, observar-se- odisposto nos arts. 23 e 24.Art. 130. Verificada a hiptese de maus-tratos, opresso ou abuso sexual impostos pelos pais ouresponsvel, a autoridade judiciria poder determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressorda moradia comum.Ttulo VDo Conselho TutelarCaptulo IDisposies GeraisArt. 131. O Conselho Tutelar rgo permanente e autnomo, no jurisdicional, encarregado pelasociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criana e do adolescente, definidos nesta Lei.Art. 132. Em cada Municpio haver, no mnimo, um Conselho Tutelar composto de cinco membros,eleitos pelos cidados locais para mandato de trs anos, permitida uma reeleio.Art. 132. Em cada Municpio haver, no mnimo, um Conselho Tutelar composto de cinco membros,escolhidos pela comunidade local para mandato de trs anos, permitida uma reconduo. (Redao dadapela Lei n 8.242, de 12.10.1991)Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, sero exigidos os seguintes requisitos:I - reconhecida idoneidade moral;II - idade superior a vinte e um anos;III - residir no municpio.Art. 134. Lei municipal dispor sobre local, dia e horrio de funcionamento do Conselho Tutelar,inclusive quanto a eventual remunerao de seus membros.Pargrafo nico. Constar da lei oramentria municipal previso dos recursos necessrios aofuncionamento do Conselho Tutelar.Art. 135. O exerccio efetivo da funo de conselheiro constituir servio pblico relevante,estabelecer presuno de idoneidade moral e assegurar priso especial, em caso de crime comum, ato julgamento definitivo.Captulo IIRESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 034RESERVADODas Atribuies do ConselhoArt. 136. So atribuies do Conselho Tutelar:I - atender as crianas e adolescentes nas hipteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando asmedidas previstas no art. 101, I a VII;II - atender e aconselhar os pais ou responsvel, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;III - promover a execuo de suas decises, podendo para tanto:a) requisitar servios pblicos nas reas de sade, educao, servio social, previdncia, trabalho esegurana;b) representar junto autoridade judiciria nos casos de descumprimento injustificado de suasdeliberaes.IV - encaminhar ao Ministrio Pblico notcia de fato que constitua infrao administrativa ou penalcontra os direitos da criana ou adolescente;V - encaminhar autoridade judiciria os casos de sua competncia;VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciria, dentre as previstas no art. 101, de Ia VI, para o adolescente autor de ato infracional;VII - expedir notificaes;VIII - requisitar certides de nascimento e de bito de criana ou adolescente quando necessrio;IX - assessorar o Poder Executivo local na elaborao da proposta oramentria para planos eprogramas de atendimento dos direitos da criana e do adolescente;X - representar, em nome da pessoa e da famlia, contra a violao dos direitos previstos no art. 220, 3, inciso II, da Constituio Federal;XI - representar ao Ministrio Pblico, para efeito das aes de perda ou suspenso do ptrio poder.Art. 137. As decises do Conselho Tutelar somente podero ser revistas pela autoridade judiciria apedido de quem tenha legtimo interesse.Captulo IIIDa CompetnciaArt. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competncia constante do art. 147.Captulo IVDa Escolha dos ConselheirosArt. 139. O processo eleitoral para a escolha dos membros do Conselho Tutelar ser estabelecido emLei Municipal e realizado sob a presidncia de Juiz eleitoral e a fiscalizao do Ministrio Pblico.Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar ser estabelecido em leimunicipal e realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criana e doAdolescente, e a fiscalizao do Ministrio Pblico. (Redao dada pela Lei n 8.242, de 12.10.1991)Captulo VDos ImpedimentosArt. 140. So impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes edescendentes, sogro e genro ou nora, irmos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto oumadrasta e enteado.RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 035RESERVADOPargrafo nico. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma deste artigo, em relao autoridade judiciria e ao representante do Ministrio Pblico com atuao na Justia da Infncia e daJuventude, em exerccio na comarca, foro regional ou distrital.Ttulo VIDo Acesso JustiaCaptulo IDisposies GeraisArt. 141. garantido o acesso de toda criana ou adolescente Defensoria Pblica, ao MinistrioPblico e ao Poder Judicirio, por qualquer de seus rgos. 1. A assistncia judiciria gratuita ser prestada aos que dela necessitarem, atravs de defensorpblico ou advogado nomeado. 2 As aes judiciais da competncia da Justia da Infncia e da Juventude so isentas de custas eemolumentos, ressalvada a hiptese de litigncia de m-f.Art. 142. Os menores de dezesseis anos sero representados e os maiores de dezesseis e menoresde vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislao civil ouprocessual.Pargrafo nico. A autoridade judiciria dar curador especial criana ou adolescente, sempre queos interesses destes colidirem com os de seus pais ou responsvel, ou quando carecer de representaoou assistncia legal ainda que eventual.Art. 143. E vedada a divulgao de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito acrianas e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.Pargrafo nico. Qualquer notcia a respeito do fato no poder identificar a criana ou adolescente,vedando-se fotografia, referncia a nome, apelido, filiao, parentesco e residncia.Pargrafo nico. Qualquer notcia a respeito do fato no poder identificar a criana ou adolescente,vedando-se fotografia, referncia a nome, apelido, filiao, parentesco, residncia e, inclusive, iniciais donome e sobrenome. (Redao dada pela Lei n 10.764, de 12.11.2003)Art. 144. A expedio de cpia ou certido de atos a que se refere o artigo anterior somente serdeferida pela autoridade judiciria competente, se demonstrado o interesse e justificada a finalidade.Captulo IIDa Justia da Infncia e da JuventudeSeo IDisposies GeraisArt. 145. Os estados e o Distrito Federal podero criar varas especializadas e exclusivas da infncia eda juventude, cabendo ao Poder Judicirio estabelecer sua proporcionalidade por nmero de habitantes,dot-las de infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em plantes.Seo IIDo JuizArt. 146. A autoridade a que se refere esta Lei o Juiz da Infncia e da Juventude, ou o juiz queexerce essa funo, na forma da lei de organizao judiciria local.Art. 147. A competncia ser determinada:I - pelo domiclio dos pais ou responsvel;RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 036RESERVADOII - pelo lugar onde se encontre a criana ou adolescente, falta dos pais ou responsvel. 1. Nos casos de ato infracional, ser competente a autoridade do lugar da ao ou omisso,observadas as regras de conexo, continncia e preveno. 2 A execuo das medidas poder ser delegada autoridade competente da residncia dos paisou responsvel, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criana ou adolescente. 3 Em caso de infrao cometida atravs de transmisso simultnea de rdio ou televiso, queatinja mais de uma comarca, ser competente, para aplicao da penalidade, a autoridade judiciria dolocal da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentena eficcia para todas as transmissoras ouretransmissoras do respectivo estado.Art. 148. A Justia da Infncia e da Juventude competente para:I - conhecer de representaes promovidas pelo Ministrio Pblico, para apurao de ato infracionalatribudo a adolescente, aplicando as medidas cabveis;II - conceder a remisso, como forma de suspenso ou extino do processo;III - conhecer de pedidos de adoo e seus incidentes;IV - conhecer de aes civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos crianae ao adolescente, observado o disposto no art. 209;V - conhecer de aes decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento, aplicando asmedidas cabveis;VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infraes contra norma de proteo crianaou adolescente;VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabveis.Pargrafo nico. Quando se tratar de criana ou adolescente nas hipteses do art. 98, tambmcompetente a Justia da Infncia e da Juventude para o fim de:a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;b) conhecer de aes de destituio do ptrio poder, perda ou modificao da tutela ou guarda;c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;d) conhecer de pedidos baseados em discordncia paterna ou materna, em relao ao exerccio doptrio poder;e) conceder a emancipao, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;f) designar curador especial em casos de apresentao de queixa ou representao, ou de outrosprocedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criana ou adolescente;g) conhecer de aes de alimentos;h) determinar o cancelamento, a retificao e o suprimento dos registros de nascimento e bito.Art. 149. Compete autoridade judiciria disciplinar, atravs de portaria, ou autorizar, mediantealvar:I - a entrada e permanncia de criana ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsvel,em:a) estdio, ginsio e campo desportivo;b) bailes ou promoes danantes;RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 037RESERVADOc) boate ou congneres;d) casa que explore comercialmente diverses eletrnicas;e) estdios cinematogrficos, de teatro, rdio e televiso.II - a participao de criana e adolescente em:a) espetculos pblicos e seus ensaios;b) certames de beleza. 1 Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciria levar em conta, dentre outrosfatores:a) os princpios desta Lei;b) as peculiaridades locais;c) a existncia de instalaes adequadas;d) o tipo de freqncia habitual ao local;e) a adequao do ambiente a eventual participao ou freqncia de crianas e adolescentes;f) a natureza do espetculo. 2 As medidas adotadas na conformidade deste artigo devero ser fundamentadas, caso a caso,vedadas as determinaes de carter geral.Seo IIIDos Servios AuxiliaresArt. 150. Cabe ao Poder Judicirio, na elaborao de sua proposta oramentria, prever recursospara manuteno de equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justia da Infncia e da Juventude.Art. 151. Compete equipe interprofissional dentre outras atribuies que lhe forem reservadas pelalegislao local, fornecer subsdios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audincia, e bemassim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientao, encaminhamento, preveno e outros, tudosob a imediata subordinao autoridade judiciria, assegurada a livre manifestao do ponto de vistatcnico.Captulo IIIDos ProcedimentosSeo IDisposies GeraisArt. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se subsidiariamente as normas geraisprevistas na legislao processual pertinente.Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada no corresponder a procedimento previsto nesta ou emoutra lei, a autoridade judiciria poder investigar os fatos e ordenar de ofcio as providncias necessrias,ouvido o Ministrio Pblico.Art. 154. Aplica-se s multas o disposto no art. 214.Seo IIDa Perda e da Suspenso do Ptrio PoderRESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 038RESERVADOArt. 155. O procedimento para a perda ou a suspenso do ptrio poder ter incio por provocao doMinistrio Pblico ou de quem tenha legtimo interesse.Art. 156. A petio inicial indicar:I - a autoridade judiciria a que for dirigida;II - o nome, o estado civil, a profisso e a residncia do requerente e do requerido, dispensada aqualificao em se tratando de pedido formulado por representante do Ministrio Pblico;III - a exposio sumria do fato e o pedido;IV - as provas que sero produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de testemunhas e documentos.Art. 157. Havendo motivo grave, poder a autoridade judiciria, ouvido o Ministrio Pblico, decretara suspenso do ptrio poder, liminar ou incidentalmente, at o julgamento definitivo da causa, ficando acriana ou adolescente confiado a pessoa idnea, mediante termo de responsabilidade.Art. 158. O requerido ser citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, indicando asprovas a serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos.Pargrafo nico. Devero ser esgotados todos os meios para a citao pessoal.Art. 159. Se o requerido no tiver possibilidade de constituir advogado, sem prejuzo do prpriosustento e de sua famlia, poder requerer, em cartrio, que lhe seja nomeado dativo, ao qual incumbir aapresentao de resposta, contando-se o prazo a partir da intimao do despacho de nomeao.Art. 160. Sendo necessrio, a autoridade judiciria requisitar de qualquer repartio ou rgopblico a apresentao de documento que interesse causa, de ofcio ou a requerimento das partes ou doMinistrio Pblico.Art. 161. No sendo contestado o pedido, a autoridade judiciria dar vista dos autos ao MinistrioPblico, por cinco dias, salvo quando este for o requerente, decidindo em igual prazo. 1 Havendo necessidade, a autoridade judiciria poder determinar a realizao de estudo socialou percia por equipe interprofissional, bem como a oitiva de testemunhas. 2 Se o pedido importar em modificao de guarda, ser obrigatria, desde que possvel e razovel,a oitiva da criana ou adolescente.Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciria dar vista dos autos ao Ministrio Pblico,por cinco dias, salvo quando este for o requerente, designando, desde logo, audincia de instruo ejulgamento. 1 A requerimento de qualquer das partes, do Ministrio Pblico, ou de ofcio, a autoridade judiciriapoder determinar a realizao de estudo social ou, se possvel, de percia por equipe interprofissional. 2 Na audincia, presentes as partes e o Ministrio Pblico, sero ouvidas as testemunhas,colhendo-se oralmente o parecer tcnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando-sesucessivamente o requerente, o requerido e o Ministrio Pblico, pelo tempo de vinte minutos cada um,prorrogvel por mais dez. A deciso ser proferida na audincia, podendo a autoridade judiciria,excepcionalmente, designar data para sua leitura no prazo mximo de cinco dias.Art. 163. A sentena que decretar a perda ou a suspenso do ptrio poder ser averbada margemdo registro de nascimento da criana ou adolescente.Seo IIIDa Destituio da TutelaArt. 164. Na destituio da tutela, observar-se- o procedimento para a remoo de tutor previsto nalei processual civil e, no que couber, o disposto na seo anterior.Seo IVRESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 039RESERVADODa Colocao em Famlia SubstitutaArt. 165. So requisitos para a concesso de pedidos de colocao em famlia substituta:I - qualificao completa do requerente e de seu eventual cnjuge, ou companheiro, com expressaanuncia deste;II - indicao de eventual parentesco do requerente e de seu cnjuge, ou companheiro, com a crianaou adolescente, especificando se tem ou no parente vivo;III - qualificao completa da criana ou adolescente e de seus pais, se conhecidos;IV - indicao do cartrio onde foi inscrito nascimento, anexando, se possvel, uma cpia darespectiva certido;V - declarao sobre a existncia de bens, direitos ou rendimentos relativos criana ou aoadolescente.Pargrafo nico. Em se tratando de adoo, observar-se-o tambm os requisitos especficos.Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destitudos ou suspensos do ptrio poder, ouhouverem aderido expressamente ao pedido de colocao em famlia substituta, este poder serformulado diretamente em cartrio, em petio assinada pelos prprios requerentes.Pargrafo nico. Na hiptese de concordncia dos pais, eles sero ouvidos pela autoridade judiciriae pelo representante do Ministrio Pblico, tomando-se por termo as declaraes.Art. 167. A autoridade judiciria, de ofcio ou a requerimento das partes ou do Ministrio Pblico,determinar a realizao de estudo social ou, se possvel, percia por equipe interprofissional, decidindosobre a concesso de guarda provisria, bem como, no caso de adoo, sobre o estgio de convivncia.Art. 168. Apresentado o relatrio social ou o laudo pericial, e ouvida, sempre que possvel, a crianaou o adolescente, dar-se- vista dos autos ao Ministrio Pblico, pelo prazo de cinco dias, decidindo aautoridade judiciria em igual prazo.Art. 169. Nas hipteses em que a destituio da tutela, a perda ou a suspenso do ptrio poderconstituir pressuposto lgico da medida principal de colocao em famlia substituta, ser observado oprocedimento contraditrio previsto nas Sees II e III deste Captulo.Pargrafo nico. A perda ou a modificao da guarda poder ser decretada nos mesmos autos doprocedimento, observado o disposto no art. 35.Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se- o disposto no art. 32, e, quanto adoo, ocontido no art. 47.Seo VDa Apurao de Ato Infracional Atribudo a AdolescenteArt. 171. O adolescente apreendido por fora de ordem judicial ser, desde logo, encaminhado autoridade judiciria.Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional ser, desde logo, encaminhado autoridade policial competente.Pargrafo nico. Havendo repartio policial especializada para atendimento de adolescente e em setratando de ato infracional praticado em co-autoria com maior, prevalecer a atribuio da repartioespecializada, que, aps as providncias necessrias e conforme o caso, encaminhar o adulto repartio policial prpria.Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violncia ou grave ameaa apessoa, a autoridade policial, sem prejuzo do disposto nos arts. 106, pargrafo nico, e 107, dever:I - lavrar auto de apreenso, ouvidos as testemunhas e o adolescente;RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 040RESERVADOII - apreender o produto e os instrumentos da infrao;III - requisitar os exames ou percias necessrios comprovao da materialidade e autoria dainfrao.Pargrafo nico. Nas demais hipteses de flagrante, a lavratura do auto poder ser substituda porboletim de ocorrncia circunstanciada.Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsvel, o adolescente ser prontamente liberadopela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentao aorepresentante do Ministrio Pblico, no mesmo dia ou, sendo impossvel, no primeiro dia til imediato,exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercusso social, deva o adolescentepermanecer sob internao para garantia de sua segurana pessoal ou manuteno da ordem pblica.Art. 175. Em caso de no liberao, a autoridade policial encaminhar, desde logo, o adolescente aorepresentante do Ministrio Pblico, juntamente com cpia do auto de apreenso ou boletim deocorrncia. 1 Sendo impossvel a apresentao imediata, a autoridade policial encaminhar o adolescente entidade de atendimento, que far a apresentao ao representante do Ministrio Pblico no prazo devinte e quatro horas. 2 Nas localidades onde no houver entidade de atendimento, a apresentao far-se- pelaautoridade policial. falta de repartio policial especializada, o adolescente aguardar a apresentaoem dependncia separada da destinada a maiores, no podendo, em qualquer hiptese, exceder o prazoreferido no pargrafo anterior.Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminhar imediatamente aorepresentante do Ministrio Pblico cpia do auto de apreenso ou boletim de ocorrncia.Art. 177. Se, afastada a hiptese de flagrante, houver indcios de participao de adolescente naprtica de ato infracional, a autoridade policial encaminhar ao representante do Ministrio Pblicorelatrio das investigaes e demais documentos.Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional no poder ser conduzido outransportado em compartimento fechado de veculo policial, em condies atentatrias sua dignidade, ouque impliquem risco sua integridade fsica ou mental, sob pena de responsabilidade.Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Ministrio Pblico, no mesmo dia e vistado auto de apreenso, boletim de ocorrncia ou relatrio policial, devidamente autuados pelo cartriojudicial e com informao sobre os antecedentes do adolescente, proceder imediata e informalmente sua oitiva e, em sendo possvel, de seus pais ou responsvel, vtima e testemunhas.Pargrafo nico. Em caso de no apresentao, o representante do Ministrio Pblico notificar ospais ou responsvel para apresentao do adolescente, podendo requisitar o concurso das polcias civil emilitar.Art. 180. Adotadas as providncias a que alude o artigo anterior, o representante do MinistrioPblico poder:I - promover o arquivamento dos autos;II - conceder a remisso;III - representar autoridade judiciria para aplicao de medida scio-educativa.Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remisso pelo representante doMinistrio Pblico, mediante termo fundamentado, que conter o resumo dos fatos, os autos seroconclusos autoridade judiciria para homologao. 1 Homologado o arquivamento ou a remisso, a autoridade judiciria determinar, conforme ocaso, o cumprimento da medida.RESERVADOContinuao da Dtz Op N PM3-002/02/90 Fl 041RESERVADO 2 Discordando, a autoridade judiciria far remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justia,mediante despacho fundamentado, e este oferecer representao, designar outro membro do MinistrioPblico para apresent-la, ou ratificar o arquivamento ou a remisso, que s ento estar a autoridadejudiciria obrigada a homologar.Art. 182. Se, por qualquer razo, o representante do Ministrio Pblico no promover o arquivamentoou conceder a remisso, oferecer representao autoridade judiciria, propondo a instaurao deprocedimento para aplicao da medida scio-educativa que se afigurar a mais adequada. 1 A representao ser oferecida por petio, que conter o breve resumo dos fatos e aclassificao do ato infracional e, quando necessrio, o rol de testemunhas, podendo ser deduzidaoralmente, em sesso diria instalada pela autoridade judiciria. 2 A representao independe de prova pr-constituda da autoria e materialidade.Art. 183. O prazo mximo e improrrogvel para a concluso do procedimento, estando o adolescenteinternado provisoriamente, ser de quarenta e cinco dias.Art. 184. Oferecida a representao, a autoridade judiciria designar audincia de apresentao doadolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretao ou manuteno da internao, observado odisposto no art. 108 e pargrafo. 1 O adolescente e seus pais ou responsvel sero cientificados do teor da representao, enotificados a comparecer audincia, acompanhados de advogado. 2 Se os pais ou responsvel no forem localizados, a autoridade judiciria dar curador especialao adolescente. 3 No sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciria expedir mandado de busca eapreenso, determinando o sobrestamento do feito, at a efetiva apresentao. 4 Estando o adolescente internado, ser requisitada a sua apresentao, sem prejuzo danotificao dos pais ou responsvel.Art. 185. A internao, decretada ou mantida pela autoridade judiciria, no poder ser cumprida emestabelecimento prisional. 1 Inexistindo na comarca entidade com as caractersticas definidas no art. 123, o adolescentedever ser imediatamente transferido para a localidade mais prxima. 2 Sendo impossvel a pronta transferncia, o adolescente aguardar sua remoo em repartiopolicial, desde que em seo isolada dos adultos e com instalaes apropriadas, no podendo ultrapassaro prazo mximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade.Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsvel, a autoridade judiciria proceder oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinio de profissional qualificado. 1 Se a autoridade judiciria entender adequada a remisso, ouvir o representante do MinistrioPblico, proferindo deciso. 2 Sendo o fato grave, passvel de aplicao de medida de internao ou colocao em regime desemi-liberdade, a autoridade judiciria, verificando q