aplicaÇÃo de bioestimulante vegetal

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JLIO DE MESQUITA FILHO FACULDADE DE CINCIAS AGRONMICAS CMPUS DE BOTUCATU

APLICAO DE BIOESTIMULANTE VEGETAL SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE PEPINEIRO (Cucumis sativus) ENXERTADO E NO ENXERTADO

RICHARD WILLIAN JUNGLAUS

Dissertao apresentada Faculdade de Cincias Agronmicas da UNESP Campus de Botucatu, para obteno do ttulo de Mestre em Agronomia rea de Concentrao em Horticultura

BOTUCATU - SP Fevereiro 2008

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JLIO DE MESQUITA FILHO FACULDADE DE CINCIAS AGRONMICAS CMPUS DE BOTUCATU

EFEITO DA APLICAO DE UM REGULADOR VEGETAL SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE PEPINEIRO (Cucumis sativus) ENXERTADO E NO ENXERTADO

RICHARD WILLIAN JUNGLAUS Orientadora: Doutora Rumy Goto

Dissertao apresentada Faculdade de Cincias Agronmicas da UNESP Campus de Botucatu, para obteno do ttulo de Mestre em Agronomia rea de Concentrao em Horticultura.

BOTUCATU - SP Fevereiro 2008

FICHA CATALOGRFICA ELABORADA PELA SEO TCNICA DE AQUISIO E TRATAMENTO DA INFORMAO SERVIO TCNICO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAO - UNESP FCA - LAGEADO - BOTUCATU (SP)

J95a

Junglaus, Richard Willian, 1975Aplicao de bioestimulante vegetal sobre o desenvolvimento de pepineiro (Cucumis sativus) enxertado e no enxertado / Richard Willian Junglaus Botucatu : [s.n.], 2007. viii, 65 f. : il. color., grfs., tabs. Dissertao (Mestrado)-Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Cincias Agronmicas, Botucatu, 2007 Orientador: Rumy Goto Inclui bibliografia. 1. Pepino. 2. Plsticos na agricultura. 3. Enxertia. 4. Porta-enxertos. 5. Plantas - Reguladores. I. Goto, Rumy. II. Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho (Campus de Botucatu). Faculdade de Cincias Agronmicas. III. Ttulo.

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DEDICO E OFEREO A minha esposa, Janaine Pomatti Junglaus, Jana a voc por tudo e por cada momento. minha me, Mara Regina Junglaus e meu pai Emilio Junglaus, por terem me incentivado e pelos ensinamentos para a vida. A minhas irms Michelle Cristine Junglaus e Tuyse Junglaus, pela amizade e incentivo Aos colegas e amigos de trabalho e de estudos. A EPAGRI pela oportunidade. Aos agricultores do municpio de Flor do Serto - SC A meus mestres. A todos aqueles que no confundem nunca sua carreira com sua vida. A todos aqueles que compreendem a mensagem de um olhar. A todos aqueles que nunca tm medo de tentar algo novo. A todas as pessoas que acreditam que nada foi em vo. A todas as pessoas que acreditam que vale a pena se doar s amizades. A todas as pessoas que acreditam que a vida bela sim, e que vale a pena. No esqueamos todos, que todos ns somos muito importantes para algum, mas temos que dar valor a isso. Ento lutamos, para assim realizar todas as nossas loucuras

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AGRADECIMENTOS

, existem pessoas em nossas vidas que tem o incrvel dom de nos fazer felizes pelo simples fato de cruzarem o nosso caminho. Tambm aquelas que percorrem ao nosso lado o caminho, mesmo por momentos ou a cada passo. A todas elas chamamos de amigos. Sim h muitos tipos de amigos. O amigo pai e a amiga me. Que mostram o que ter uma vida. Porque no o amigo irmo, este com quem dividimos o nosso espao. A vida nos apresenta outros amigos, os quais no sabiam que iam cruzar o nosso caminho. Muitos desse so amigos do peito, do corao. Amigos em momentos mestre em momentos aluno. Amigos sinceros, justos, verdadeiros ou todos ao mesmo tempo.

A todos vocs eu agradeo !!!

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SUMRIO

LISTA DE TABELAS .................................................................................................................. VI LISTA DE FIGURAS .................................................................................................................. VII RESUMO ........................................................................................................................................ 1 SUMMARY .................................................................................................................................... 2 1 INTRODUO............................................................................................................................ 3 2 REVISO DE LITERATURA .................................................................................................... 5 2.1 Pepino sua origem, classificao, botnica e fisiologia da planta ......................................... 5 2.2 Cultivo em ambiente protegido ............................................................................................. 6 2.3 Enxertia em hortalias ........................................................................................................... 7 2.4 Hormnios e Reguladores Vegetais .................................................................................... 12 2.3.1 Hormnios .................................................................................................................... 12 2.3.1.1 Giberelinas............................................................................................................. 13 2.3.1.2 Citocininas ............................................................................................................. 14 2.3.1.3 Auxinas.................................................................................................................. 15 2.3.2 Reguladores Vegetais ................................................................................................... 15 2.3.3 O uso de reguladores vegetais e bioestimulante na agricultura.................................... 17 3 MATERIAL E MTODOS........................................................................................................ 21 3.1 Localizao do experimento............................................................................................... 21 3.2 Solo correo e adubao .................................................................................................... 21 3.3 Delineamento experimental e tratamentos .......................................................................... 23 3.4 Hbrido de pepino e abbora, semeadura, enxertia e transplante ........................................ 25 3.5 Conduo das plantas, tratos culturais e colheita ................................................................ 28 3.6 Variveis avaliadas .............................................................................................................. 32 4 RESULTADOS E DISCUSSO ............................................................................................... 33 4.4 Frutos comerciais e totais produzidos e nmero de frutos totais produzidos...................... 33 5 CONSIDERAES FINAIS ..................................................................................................... 44 6 CONCLUSO............................................................................................................................ 46 7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ....................................................................................... 47

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Resultado de anlise de solo. UNESP/FCA. Botucatu, 2006. ..................................... 22 Tabela 2 - Recomendao nutriente para pepino sob cultivo protegido, em fase de desenvolvimento da cultura. .......................................................................................................... 23 Tabela 3 Tratamentos com as diferentes concentraes de bioestimulante vegetal em plantas enxertadas e no enxertadas. UNESP/FCA. Botucatu, 2007. ....................................................... 24 Tabela 4 Esquema de anlise de varincia proposto para o ensaio. UNESP/FCA. Botucatu, SP, 2006. .............................................................................................................................................. 24 Tabela 5 - Quadrados mdios do nmero de frutos totais (NFT), Frutos totais (FT) e Frutos comerciais (FC) por metro quadrado em ciclo de 90 dias, de hibrido de pepino enxertado em abbora e no enxertado. FCA/UNESP. Botucatu, SP, 2007........................................................ 33 Tabela 6 Nmero de frutos totais (NFT), massa em kilogramas de frutos comerciais (FC) e frutos totais (FT) colhidos por metro quadrado em um ciclo de 90 dias, em plantas de pepino enxertadas e no enxertadas com aplicao de bioestimulante em diferentes doses. FCA/UNESP, Botucatu, SP. 2007. ....................................................................................................................... 34 Tabela 7 - Quadrados mdios de concentraes de bioestimulante sobre nmero de frutos totais (NFT), Frutos comerciais (FC) e Frutos totais (FT) por metro quadrado, ciclo de 90 dias, de hibrido de pepineiro enxertado e no enxertado. FCA/UNESP, Botucatu, SP. 2007. .................. 35

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Vista interna do local de cultivo protegido com adubao verde. So Manuel/SP , FCA, 2007. .................................................................................................................................... 22 Figura 2 Pulverizador tipo costal de presso constante de CO2. UNESP/FCA, Botucatu, SP, 2007. .............................................................................................................................................. 25 Figura 3 - Mtodo de enxertia de fenda cheia em cucurbitaceas, Caizares e Goto (2002) ......... 26 Figura 4 Detalhe grampo de suporte de enxertia, unio enxerto pepineiro e porta-enxerto aboboreira, Santa Cruz do Rio Pardo SP. Hidroceres, 2006. ..................................................... 27 Figura 5 Vista parcial de plantas de pepineiro recm transplantada para local definitivo, ambiente protegido. So Manuel/SP, UNESP/FCA. 2007............................................................ 28 Figura 6 Detalhe do ponto de sustentao da planta de pepineiro com o fio vertical para a conduo do crescimento, So Manuel/SP, UNESP, FCA. 2007. ................................................ 29 Figura 7 Vista do equipamento. Irrigas 25 sensor de umidade, entre plantas na linha de cultivo, So Manuel/SP, UNESP,/FCA, 2007............................................................................... 30 Figura 8 Dados de temperatura mdia, radiao solar e insolao coletados do perodo de janeiro a abril de 2007, na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Produo So Manuel. Departamento de Recursos Naturais, Cincias Ambientais, Botucatu/SP. UNESP, FCA, 2007.......................... 31 Figura 9 Frutos colhidos para serem classificados quanto caracterstica frutos comerciais e ou totais, Botucatu/SP. UNESP, FCA, 2007. ..................................................................................... 32 Figura 10 - Modelo de regresso cbica para nmero de frutos totais (NTF) de pepino (Cucumis sativus hbrido Tsuyataro) no enxertado, sob quatro concentraes de bioestimulante. UNESP/ So Manuel, SP. 2007. .................................................................................................................. 35 Figura 11 - Modelo de regresso quadrtica para, nmero de frutos totais (NTF) de pepino (Cucumis sativus hbrido Tsuyataro) enxertado, sob quatro concentraes de bioestimulante. UNESP/ So Manuel, SP. 2007..................................................................................................... 36 Figura 12 Modelo de regresso cbica para, massa de frutos totais (FT) de pepino (Cucumis sativus hbrido Tsuyataro) no enxertado, sob quatro concentraes de bioestimulante. UNESP/So Manuel, SP. 2007...................................................................................................... 37

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Figura 13 - Modelo de regresso quadrtica para, massa de frutos totais (FT) de pepino (Cucumis sativus hbrido Tsuyataro) enxertado, sob quatro concentraes de bioestimulante. UNESP/ So Manuel, SP. 2007. ......................................................................................................................... 38 Figura 14 - Modelo de regresso quadrtica para massa de frutos comerciais (FC) de pepino (Cucumis sativus hbrido Tsuyataro) no enxertado, sob quatro concentraes de bioestimulante. UNESP/So Manuel, SP. 2007...................................................................................................... 39 Figura 15 - Modelo de regresso quadrtica para,varivel peso de frutos comerciais (FC) de pepino (Cucumis sativus hbrido Tsuyataro) enxertado, sob quatro concentraes de bioestimulante. UNESP/ So Manuel, SP. 2007. .......................................................................... 40

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RESUMO Avaliou-se o efeito de reguladores vegetais em pepineiro, em um hibrido tipo japons Tsuyataro, a campo e em ambiente de cultivo protegido, avaliando-se as aplicaes de reguladores vegetais em plantas enxertadas e no enxertadas, sobre o nmero de frutos e peso de frutos comerciais e totais. Aplicou-se o Stimulate em diferentes concentraes via foliar, aos 30 dias ps transplante. Observou-se aumentos significativos com a concentrao de 375 mL de Stimulate ha -1, para nmero de frutos, massa de frutos totais e comercias por metro quadrado em plantas no enxertadas. ______________________________________________________________________________ Palavras chaves: Cucumis sativus, Plstico na Agricultura, Ambiente protegido, Enxertia, Portaenxertos, Reguladores

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REGULATING VEGETABLE ABOVE THE DEVELOPMENT OF CUCUMBER ( Cucumis sativus ) GRAFTED AND NO GRAFTED. Botucatu, 2007. 68p. Dissertao (Mestrado em Agronomia/ Horticultura) Faculdade de Cincias Agronmicas, Universidade Estadual Paulista. Author: RICHARD WILLIAN JUNGLAUS Adviser: RUMY GOTO

SUMMARY Evaluate the effect of plant regulators in cucumber, in a hybrid type japanese 'Tsuyataro', the field and on environment of cultivation protected, evaluating the applications of regulators vegetable on plants grafted and non-grafted, above the number of fruit, and fruit weight and total trade. Applies is the Stimulate , in different concentrations merry way, at 30 days post transplant, is observed significant increases with the concentration of 375 mL of Stimulate ha -1, for number of fruit, total weight of fruits and total trade by square meter for non-grafted plants. ______________________________________________________________________________ Keywords: Cucumis sativus , Plastic on Agriculture , Environment protected , Rootstock , Regulators plant growth

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1 INTRODUO A produo do pepineiro altamente influenciada pelos fatores do meio em que cultivado. Observa-se isto, quando a planta submetida luminosidade menor (dias curtos) e tambm a outros fatores climticos, como temperatura em valores prximos aos extremos tolerados pelas plantas. Este fato pode ocasionar o no desenvolvimento de flores femininas ou at a reverso sexual de flores, surgindo mais flores masculinas e frutos abortados. Os hormnios vegetais so grupos de pequenas molculas orgnicas de ocorrncia natural em plantas, que participam em processos fisiolgicos das plantas a baixas concentraes, estas, suficientes para promover, inibir ou modificar processos fisiolgicos (CASTRO, 1998). Os hormnios esto envolvidos em cada aspecto do crescimento e do desenvolvimento das plantas atuando como mensageiros qumicos entre as clulas (GALSTON; DAVIES, 1972; RAVEN et al., 2001). Os reguladores vegetais so substncias qumicas sintticas que tm efeito sobre o metabolismo vegetal (LAMAS, 2001), agindo de forma similar aos hormnios vegetais (citocininas, giberelinas, auxinas e etileno). Seu uso na agricultura, tem mostrado grande potencial no aumento da produtividade e na melhora do manejo cultural (VIEIRA; CASTRO, 2002). O estimulante vegetal ou bioestimulante a mistura de dois ou mais reguladores vegetais isolados ou com outras substncias tais como aminocidos, nutrientes e vitaminas (LEITE et al. 2003).

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A aplicao dos reguladores pode ser diretamente nas plantas, (folhas, semente, frutos, caules e razes), interferindo em processos como germinao, enraizamento, florao, frutificao e senescncia (CASTRO; MELOTO, 1989; MONTANS, 2007). Os bons resultados da aplicao dependem de uma srie de fatores, desde a regio e espcie da planta, at situaes como o processo de absoro do produto, associado com a condio da planta, como tambm, equipamentos e os mtodos de aplicao que podem ser influenciados pelas condies do ambiente (MONSELISE, 1979; GALAN; MENINI, 1987). Por serem produtos que atuam em concentraes muito baixas, qualquer alterao pode modificar o efeito esperado. O uso de reguladores vegetais uma prtica j difundida principalmente em pases com pequena extenso territorial, onde se faz necessrio o uso de tecnologia para a obteno de maior produtividade e produtos de melhor qualidade (GARCIA; MARTINS 2006). A enxertia de hortalias no Brasil tem sendo utilizada no cultivo do pepineiro, em ambiente protegido. Esta tcnica utilizada principalmente pelos produtores paulista de pepino tipo japons desde meados de 1980, para prevenir problemas ocasionados por doenas de solo e nematides e tambm para melhorar a qualidade visual de frutos. Com o uso da enxertia, tem se verificado que pode ocorrer a induo de maior nmero de flores femininas, fato atribudo aos aumentos produtivos do enxerto. Este aparecimento do maior nmero de flores femininas pode estar relacionado ao uso de certos portaenxertos, fato j observado por Caizares e Goto, (2002), como tambm o nmero de frutos abortados superior em plantas enxertadas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da utilizao do bioestimulante Stimulate em pepineiro enxertado e no enxertado, em condies de ambiente protegido de cultivo, no aumento da produo.

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2 REVISO DE LITERATURA 2.1 Origem, classificao, botnica e fisiologia da planta de pepineiro O pepino japons (Cucumis sativus L.) pertence famlia das cucurbitaceas. O seu centro de origem a ndia prxima ao Himalaia, onde ocorrem espcies silvestres relacionadas. A planta herbcea, anual, com hastes longas. O hbito de crescimento indeterminado e a planta desenvolve-se no sentido vertical ou prostado, dependendo da presena ou ausncia de suporte. As ramas apresentam gavinhas, que se fixam a qualquer tipo de suporte. O sistema radicular superficial (WHITAKER; BEMIS, 1962). Em geral as cultivares se apresentam como monicas e ginicas, precisam da polinizao para desenvolver os frutos. Os hbridos ginicos exigem a proximidade de plantas monicas para o fornecimento de plen. As empresas produtoras de sementes adicionam s sementes de hbridos ginicos 15% de sementes de cultivares monica (FILGUEIRA, 2003). O fruto de pepino japons tipicamente afilado, alongado, com 20-30 centmetros (cm), de colorao verde escura, triloculares e com acleos brancos. O sabor tpico e agradvel, os frutos preferidos de mercados exigentes. (FILGUEIRA, 2003). O comprimento dos entrens, altura da planta, orientao foliar e de brotos, teor de clorofila, ramificaes laterais, prolongamento dos pecolos e hastes florais da planta so influenciados pela diferena entre temperatura do dia e da noite (MYSTER; MOE, 1995 citado por MACEDO JUNIOR, 1995).

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O pepino contm 95% de gua; rico em beta caroteno, folacina, clcio, magnsio, potssio, fsforo e selnio; utilizado como diurtico e h indicaes de seu consumo para amenizar as dores de garganta. O valor calrico do pepino baixo, em 100 gramas (g) h 12 a 14 kilocalorias (kcal), e por isso seu consumo indicado para pessoas que desejam perder peso (GOTO, 2003). Os frutos do pepino ainda em fase de desenvolvimento imaturos crescem rapidamente e nessa fase que so colhidos para consumo in natura.

2.2 Cultivo em ambiente protegido A utilizao do ambiente protegido para se cultivar hortalias no Brasil no est bem documentada, mas acredita-se que seu inicio foi no final dos anos 60. Mas somente no fim de 1980 e incio de 1990 que o cultivo em ambiente protegido passou a ser amplamente utilizado, resultado das ampliaes com enfoque na produo agrcola e incentivo da modernizao do setor petroqumico com investimentos em irrigao por gotejadores, vasos, silos, impermeabilizao de audes, tanques e canais, mulching e filmes para a cobertura de tneis e estruturas de madeira ou metlicas, cuja finalidade era a utilizao como abrigo, possibilitando a realizao do cultivo protegido (http://www.iac.sp.gov.br/Tecnologias/MANEJO_Cultivo_Protegido/Manejo_Cultivo_protegido.htm). O uso de plstico na agricultura no Brasil, em 1989 era de 28 mil toneladas, e no ano 2000 alcanou as 100 mil toneladas, isto se deve aos benefcios proporcionados pelo uso da tecnologia denominada plasticultura http://www.inp.org.br/index.asp?folder=fiquepordentro&page=plasticultura). O plantio de pepineiro tipo japons ocorre na maioria das vezes em sistema de cultivo protegido, por apresentar frutos com elevado valor econmico na entressafra na regio centro-sul (maio a setembro) com ciclo vegetativo curto. Os hbridos de pepineiro tipo japons alcanam elevada produtividade nestes sistemas de cultivo (YOSHIMURA et al., s.d.). A produo em cultivo protegido pode dobrar em relao a cultivos no protegidos e o fruto apresenta bom aspecto em qualidade (SALVETI, 1983).

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2.3 Enxertia em hortalias Uma das primeiras referncias da utilizao de enxertia em hortalias data de meados de 1920, no Japo e Coria, quando com o uso da tcnica, buscou-se prevenir a fusariose na cultura da melancia (YAMAKAWA, 1982). Mais tarde, afim de prevenir problemas ocasionados por Fusarium oxysporum f. sp. lagenariae (KUNIYASU; TAKEUCHI, 1983), recomendou-se o porta-enxerto, Cucurbita sp ou Benincasa hispida para o controle desta doena (KAWAIDE, 1985). No Brasil, os produtores paulistas de pepino japons utilizam a enxertia desde meados de 1980, a fim de diminuir perdas ocasionadas por doena de solo e nematides, permitindo melhorar a qualidade visual dos frutos, e a obteno de frutos livres de cera (CAIZARES; GOTO, 1999; GOTO, 2001). A enxertia apresenta-se como alternativa de controle de patgenos radiculares, em solanceas e cucurbitceas (KAWAIDE, 1985; GMEZ, 1997). Em cultivo de tomate, Cardoso (2006) afirma que em regies com altos nveis de infestao de murcha bacteriana, principalmente em reas de pequenos produtores, a tcnica da enxertia um mtodo adequado no uso de cultivares comerciais suscetveis ao patgeno, para minimizar as perdas na produo. A enxertia prioriza evitar o contato da planta sensvel com o patgeno mantendo o sistema radicular sadio, fazendo uso de porta-enxerto tolerante e ou resistente. Sendo que o porta-enxerto deve ser da mesma espcie ou gnero da famlia botnica do enxerto (NAWASHIRO 1994; PEIL, 2003). A enxertia de hortalias no s controla os patgenos de solo, mas tambm induz vigor, florescimento, tolerncia a nveis elevados de umidade, resistncia ao frio, resistncia a altas temperaturas, tolerncia alcalinidade e salinidade do solo, aumentando a produo e a qualidade dos frutos (JANICK, 1966; YAMAKAWA, 1982; KIM; LEE, 1989; ODA, 1995; CAIZARES; GOTO, 1998; BLANCO, 1999; KOBORI, 1999; PEIL et al., 1998; PEIL, 2003). Para obteno de mudas a serem enxertadas a semeadura de pepino para enxerto feita em bandeja de poliestireno expandido de 128 clulas, 1-2 sementes por clula. Sendo que, a germinao ocorre entre 4 e 7 dias dependendo da temperatura. A abbora para porta-enxerto semeada com alguns dias de intervalo dependendo do material utilizado. No

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momento da enxertia observou-se os dimetros dos hipoctilos das plantas enxertos e portaenxerto (ODA et al.,1993; CAIZARES, 1997; PEIL, 2003). Existe uma grande variedade de mtodos de enxertia de hortalias. Entretanto, os mtodos que tm sido mais utilizados na prtica so enxertias por fenda, encostia e perfurao apical. Os produtores paulistas de pepino japons relatam muitas dvidas em relao s alteraes que as plantas enxertadas apresentam, afirmando que o desenvolvimento da planta enxertada varia em funo do mtodo empregado ( CAIZARES; GOTO, 2002). Shinohara (1994) apresenta que a utilizao do mtodo de enxertia por estaca exije maiores cuidados com as condies ambientais ps-enxertia. Caizares e Goto (2002) quando compararam pepineiros enxertados em relao a no enxertados, verificaram que estes no diferiram no desenvolvimento da altura de plantas, nem em relao ao nmero de dias, at o florescimento e nem sobre a produo comercial de frutos em cinco semanas de colheita. Stripari et al. (1997) avaliando pepineiro enxertado sobre abboreira obtiveram valores entre 96,5 e 100,0% de pega aos 25 dias ps enxertia, usando o mtodo de enxertia por garfagem de fenda cheia. Plantas de pepineiro enxertadas pelo mtodo de garfagem em fenda cheia sobre abboreira apresentaram maiores ndices de sobrevivncia, quando comparado aos outros mtodos testados (CAIZARES; GOTO, 2002). Oda et al. (1993) registraram que em enxertos formando ngulo de 90o entre os cotildones de porta-enxerto e enxerto, a taxa de sobrevivncia foi 100%, comparado com 50% em enxertos com 0o de ngulo. A enxertia por fenda de pepinineiro em abboreira acontece com a retirada do meristema apical da muda de abboreira atravs de um corte de 1 a 1,5 cm em sentido longitudinal. No pepineiro realiza-se um corte em forma de bisel, 3,0 cm abaixo das folhas cotiledonares. Aps o corte, as partes so colocadas em contato e suportadas por um grampo especial para enxertia. As mudas enxertadas necessitam permanecer em ambiente com umidade, temperatura e luminosidade adequadas, (ODA et al., 1993). Durante a fase de unio dos enxertos recomendado manter estes a 25 e 26oC. Temperaturas inferiores a 15 C ou superiores a 32oC so prejudiciais (MIGUEL, 1997). O maior ndice de sobrevivncia est relacionado distribuio e nmero de feixes vasculares (ODA et al., 1993), entretanto Miguel (1997)

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argumenta, mesmo que haja boa cicatrizao na regio da enxertia, se houver pouco contato, esta pode dificultar o movimento da gua e dos nutrientes. Aps a enxertia, as plantas passam por perodo de cicatrizao do ponto de enxertia, onde as mesmas permanecem em cmara mida por 15 dias, coberta por filme de polietileno de baixa densidade, transparente de 100 milimicras (m) de espessura. O ambiente que abriga as plantas enxertadas permanecem com umidade relativa alta at o final do perodo de cicatrizao das plantas que aps, so transplante para local definitivo (CAIZARES, 2001). A enxertia representada pela unio de partes de plantas por meio da regenerao de tecidos, sendo a combinao resultante a unio fsica com capacidade de se desenvolver como uma nica planta. A enxertia depende da formao de calo no ponto de enxerto. A cicatrizao do ponto de enxertia depende do corte do tecido do enxerto e contato com o tecido recm cortado do porta-enxerto, de modo que a regio do cmbio de ambas as plantas se encontrem o mais prximo possvel. As condies de temperatura e umidade devem ser adequadas para favorecer a atividade das camadas exteriores dos tecidos do vegetal expostas regio do cmbio, tanto do porta-enxerto e enxerto que produzem as clulas parenquimatosas, e se misturam e entrelaam para formar o "calo". Este tecido formado por algumas clulas, que se encontram alinhadas com o cmbio intacto do enxerto e do porta-enxerto e se diferenciam em novas clulas cambiais. Estas produzem o tecido vascular novo (JANICK, 1966, HARTMANN; KESTER, 1967, CAIZARES, 1998, GONZALEZ, 1999). Para o sucesso da enxertia vrios cuidados, como limpeza e rapidez na realizao do corte, manuteno da umidade durante a operao de enxertia e cuidados ambientais ps-enxertia, so situaes observadas por Oda et al., (1993), que permitem maior xito no entrelaamento de tecidos do calo produzido pelo cmbio do porta-enxerto e enxerto. Existem diferenas entre enxerto compatvel e incompatvel, mas isso no est bem definido. Em algumas espcies a unio pela enxertia alta, j em outras so incapazes de se unirem como tambm existe uma graduao intermediria de plantas que cicatrizam o ponto de enxertia, mas que, com o tempo, apresentam sintomas de desordens no ponto de unio ou crescimento anormal (PEIL, 2003). Esta incompatibilidade se manifesta pela alta porcentagem de enxertos mal sucedidos, com a verificao do baixo ndice de sobrevivncia, crescimento anormal, amarelecimento das folhas, desfoliao, morte das plantas, resultante da

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hipertrofia do ponto de enxertia ou zona perifrica a este, devido a rompimento dos tecidos no local do enxerto (JANICK, 1966; GONZLEZ, 1999). H tambm mudanas positivas que podem ocorrer sobre o manejo e produo em plantas enxertadas, nas caractersticas de frutos, forma, cor e textura da casca ou da polpa e teor de slidos solveis que podem ser influenciados pelo porta-enxerto (LEE, 1994). Pirg (1986) utilizou a enxertia de tomateiros sobre o porta-enxertos KNVF, obtendo aumento de 30 a 50% na produo de frutos quando comparada com plantas no enxertadas da mesma cultivar utilizada como enxerto. O uso de combinaes enxerto e porta-enxerto tm sido relacionados no s com a resistncia do porta-enxerto a fatores adversos, mas tambm ao aumento da produo de frutos por planta em plantas enxertadas (YAMAKAWA, 1982; KAWAIDE, 1985; UFFELEN, 1985; CAIZARES, 1997). Tsambanakis (1984) verificou o aumento da produo em plantas enxertadas em relao s no enxertadas, na ordem de 46,67% em Pepinex; 53,85% em Brunex; 26,67% em Titan e 54,55% em Renova. Avaliando que determinados portaenxertos induzem o aumento do vigor da copa resultando em maiores rendimentos de peso mdio de fruto em plantas enxertadas (JANOWSKI; SKAPSKI, 1985). Nos experimentos no Brasil, Caizares e Goto (1997) demonstraram que os hbridos de pepineiro japons Nikkey e Ancor 8 enxertados em abbora Ikki produziram maior nmero de frutos por planta do que as enxertadas em Tetsukabuto, sugerindo uma influncia dos gentipos das copas na interao enxerto e porta-enxerto. Observado tambm por Lima et al. (2000), que comparou os porta-enxertos, de tratamentos com Tetsukabuto e Ikki, estes apresentaram os maiores valores na produo de nmero de frutos por planta em relao a plantas no enxertadas. J Macedo Junior (1998) enxertou pepineiro, hbrido Hokuho em abboreira, hbrido Ikky Kyowa e verificou que a altura da planta e o nmero de frutos por planta foram superiores nas plantas enxertadas, em relao s no enxertadas, obtendo-se em plantas enxertadas de pepino hbrido Hokuho 9,17 frutos por planta e 4,43 frutos por planta nas no enxertadas. Certos autores como, Yamakawa (1982), Fujieda (1986), Caizares (1998), Lima, (2000), Caizares e Goto, (2002) concordam quanto qualidade visual, dos frutos

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produzidos por plantas enxertadas, estes apresentaram casca brilhante. J em frutos de plantas no enxertadas observou-se a presena de cera na casca. A enxertia sobre certos porta-enxertos pode induzir maior nmero de flores femininas, fato j observado por Takahashi et al. (1982). Caizares e Goto, (2002), que verificaram que no houve diminuio no nmero de flores masculinas em pepineiro e sim o aumento de flores femininas. Apresentando tambm em seus resultados que o nmero de frutos abortados superior em plantas enxertadas. De acordo com Friedlander et al. (1977) e Takahashi et al. (1982), os aumentos produzidos em pepineiro enxertado atribudo ao aumento de flores femininas no enxerto, causado pela alterao nos reguladores da expresso sexual, atribuido a ao do portaenxerto sobre a alterao de reguladores de expresso sexual. H tambm relatos que em plantas enxertadas, tem se verificado desordens fisiolgicas, podendo estar relacionadas, a deficincia de nutrientes como magnsio, fato observado em plantas de berinjela enxertadas (KAWAIDE, 1985). J em pepineiro enxertado, se tem verificado sintomas de deficincia mineral, fato associado muitas vezes ao tipo de porta-enxerto utilizado (IKEDA, et al, 1986). Caizares e Goto (1998) observaram aumento da produo em plantas de pepineiro enxertadas, em funo do porta-enxerto utilizado. Um ano aps, Goto et al. (1999) observaram aumento na produo de frutos comerciais em plantas de pepineiro enxertadas em diferentes materiais quando comparados s plantas no enxertadas. Costa et al. (2001), trabalhando com a produo de pepineiro enxertados cultivados em solues nutritivas com diferentes teores de potssio verificaram que a enxertia e os nveis de potssio no influenciaram na altura da planta. Entretanto, os nveis de potssio, independente da enxertia, alteraram o incio da florao. Costa et al. (2001) citando Silva et al. (1995) afirmaram que em plantas de pepineiro, enxertadas, se tem observado sintomas de desbalano nutricional de potssio e magnsio, e uma das conseqncias da deficincia de potssio a diminuio da dominncia apical e predominncia de flores masculinas.

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2.4 Hormnios e Reguladores Vegetais

Os hormnios vegetais so representados por uma srie de pequenas molculas orgnicas que existem naturalmente nas plantas, podendo influenciar e participar em processos fisiolgicos em baixas concentraes (10 -4 M). Salisbury e Ross (1969) esclarece que os hormnios vegetais, podem agir sobre a regulao do crescimento e desenvolvimento das plantas, agindo atravs de processos de natureza qumica, o qual deve ser reavaliada. Sendo que, a resposta ao de um dado hormnio no depende somente da sua estrutura qumica. Pois o mesmo pode ocasionar varias respostas em partes da planta ou em diferentes fases do desenvolvimento. Raven et al. (2001) esclarecem que uma nica molcula de hormnio pode iniciar o aumento na concentrao de muitas outras molculas, as quais podem ocasionar mudanas de desenvolvimento dentro da clula dos vegetais. Os hormnios vegetais ajudam na coordenao do crescimento e do desenvolvimento, atuando como mensageiros qumicos entre as clulas (GALSTON; DAVIES, 1972; RAVEN et al., 2001). Sendo assim, sabe-se que o metabolismo, crescimento e morfologia de plantas superiores dependem de sinais transmitidos de uma parte a outra da planta por mensageiros qumicos e por hormnios endgenos (TAIZ; ZEIGER, 2004).

2.3.1 Hormnios

Acreditava-se at a pouco tempo que os cinco grupos, ou classes, de hormnios vegetais (auxinas, giberelinas, citocininas, etileno e cido abscsico) comandavam o desenvolvimento das plantas, por eles serem os mais pesquisados. Mas evidncias da existncia de um novo grupo de hormnios vegetais esterides foram confirmadas (TAIZ; ZEIGER, 2006). Sabe-se que o pepineiro uma planta muito exigente em luminosidade e dependente da ao dos reguladores de expresso sexual, principalmente na fase da florao, estando seu desenvolvimento associado a condies de dias longos (WHITAKER; BEMIS, 1962). A induo floral da maioria das plantas envolve sensibilidade a fatores como comprimento

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do dia ou temperaturas, em algumas partes da planta, esta sensibilidade desencadeia um sinal que interage sobre o desenvolvimento, determinando o perodo vegetativo ou reprodutivo, isto controlado por um conjunto de sinais longa distncia vindos de toda a parte da planta (BERNIER, 1988; BERNIER et al., 1993). Mas, Trewavas (1981) sugere que a sensibilidade presente no tecido vegetal depende da idade e da presena de protenas receptoras de hormnios, sendo que o nvel destas protenas receptoras diminuem medida que o tecido vegetal se desenvolve. A mudana de fase, para que ocorra o florescimento, passando da fase vegetativa para reprodutiva, pode ser influenciadas por nutrientes e reguladores vegetais como as giberelinas e outros sinais qumicos. Em muitas plantas, a exposio baixa intensidade luminosa prolonga a fase vegetativa ou reverte idade juvenil. Conseqncia da baixa disponibilidade de carboidratos para o desenvolvimento do pice (TAIZ; ZAIGER 2004). As plantas de pepineiro do tipo ginico apresentam um nmero muito limitado ou nenhuma flor masculina, e quando presentes, ocorrem somente em ns basais, sendo todas as outras flores femininas (KOOISTRA, 1967). Normalmente, existe tendncia da planta de pepineiro produzir maior quantidade de flores masculinas, sob condio de temperatura elevada, o que j tem sido relatado desde a dcada de 20 por Tiedjens (1928); Shifriss (1961); Kooistra (1967); Cantliffe (1981). A tendncia sexual influenciada pelos reguladores vegetais sendo a concentrao destes nas plantas dependente das condies ambientais. Altos nveis de auxina e etileno esto associados com maior tendncia feminina, enquanto que altos nveis de giberelina esto relacionados com maior tendncia masculina (RUDICH et al., 1972).

2.3.1.1 Giberelinas

As giberelinas atuam como um ativador enzimtico na germinao de sementes (LEVITT, 1974). Elas podem atuar no crescimento de rgos vegetais pelo aumento do tamanho de clulas j existentes ou recentemente divididas. Tambm representam um grupo de hormnios de mais de 125 giberelinas conhecidas, estas sintetizadas a partir do cido mevalnico nos tecidos jovens da parte area e em sementes em desenvolvimento (DAVIES, 2004).

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J comprovada a atividade da giberelina em ramos, razes, folhas, flores, brotos, frutos, sementes e inclusive em plen e cloroplastos isolados. Em geral, os tecidos reprodutivos possuem as maiores quantidades de giberelinas, variando seu contedo conforme o seu crescimento, idade da planta, florescimento, desenvolvimento do fruto, dormncia e germinao de sementes (COLL et al., 1995). O tecido reprodutivo em plantas contm as maiores quantidades de giberelinas. Elas tm pouco efeito sobre o crescimento das razes, o que estar ligado ao efeito do aumento do desenvolvimento do caule e partes areas, atuando no crescimento de rgos vegetais pela estimulao do tamanho das clulas j existentes ou recentemente divididas (DAVIES, 2004; MTRAUX, 1988). Sendo exemplo disso a expanso foliar, florescimento e desenvolvimento de frutos (KENDE; ZEEVAART, 1997). Dados analticos comprovam o fato de que as giberelinas aumentam a produo de auxina, sendo que elas estejam relacionadas com mltiplos processos bioqumicos, inclusive na converso do triptofano em auxina. A atividade das giberelinas no pice da planta diminui medida que progride a distenso do eixo da inflorescncia, indicando que o hormnio consumido durante o processo (CASTRO; VIEIRA, 2001).

2.3.1.2 Citocininas As citocininas so hormnios que participam da regulao de muitos processos na planta, podendo promover: diviso celular, mobilizao de nutrientes, formao e a atividade dos meristemas apicais, desenvolvimento floral, germinao de sementes, quebra de dormncia, expanso celular, desenvolvimento de frutos, hidrlise de reservas das sementes, retardamento da senescncia e dominncia apical, maturao de cloroplastos e abertura estomtica (CROCOMO; CABRAL, 1988; SALISBURY; ROSS, 1994; TAIZ; ZEIGER, 1998). Os processos de diviso celular, alongamento e diferenciao, so incrementados quando as citocininas interagem com auxinas (VIEIRA, 2001).

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2.3.1.3 Auxinas As auxinas representam o grupo de reguladores essenciais ao crescimento vegetal, sendo um dos primeiros grupos hormonais a serem descobertos (TAIZ; ZEIGER, 1998). As concentraes de auxina podem variar bastante de um tecido para outro, as mais elevadas encontram-se geralmente nos tecidos onde a auxina sintetizada e armazenada (MEYER et al., 1996). Segundo Vannest et al. (2005), a auxina produzida na parte area o principal fator de estmulo formao de razes. Woodward e Bartel (2005a) estabelecem a teoria que as auxinas participam do controle da atividade de genes. Elas podem ativar protenas receptoras presentes na membrana celular. J Hopkins (1999) tem uma teoria em que as auxinas so sintetizadas em pices de caule, ramos e razes e so transportado para outras regies da planta, devido a sua participao no alongamento celular e tambm pela formao inicial das razes, diferenciao vascular, tropismo, desenvolvimento de gemas axilares, flores e frutos. O transporte de auxina regula o desenvolvimento de gemas florais, caso verificado por Taiz e Zaiger (2004), em Arabidopsis que quando aplicado o tratamento com inibidor de transporte de auxina este provocou o florescimento anormal. As auxinas foram os primeiros reguladores qumicos a encontrar uma aplicao agronmica bastante difundida (FERRI, 1979; RAVEN et al., 2001). Hartmann et al. (2002). Com o emprego de fitorreguladores, do grupo das auxinas, acelera e promove o enraizamento de estacas, permitindo maior porcentagem na formao de razes, melhor qualidade e uniformidade de enraizamento para a obteno de plantas pela reproduo assexuada.

2.3.2

Reguladores Vegetais

Segundo Lamas (2001) os reguladores vegetais so substncias qumicas sintticas que tm efeito sobre o metabolismo vegetal, agindo de forma similar aos hormnios vegetais. Seu uso na agricultura tem mostrado grande potencial no aumento da produtividade e facilitao do manejo cultural, embora sua utilizao ainda no seja prtica rotineira em culturas

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que no atingiram alto nvel tecnolgico (VIEIRA, 2001). Os reguladores vegetais ou bioreguladores so substncias sintetizadas que aplicadas exogenamente possuem aes similares aos grupos de hormnios vegetais conhecidos, citocininas, giberelinas, auxinas e etileno (VIEIRA; CASTRO, 2002). O crescimento de plantas muito influenciado pelo uso de reguladores vegetais, podendo este promover, inibir ou modificar os processos fisiolgicos. Tais substncias podem alterar diferentes rgos das plantas, modificando-lhes a morfologia, afetando a produo de matria seca e conseqentemente a produtividade (MARTINS; CASTRO, 1997). A mistura de dois ou mais reguladores vegetais com outras substncias como aminocidos, nutrientes e vitaminas chamada de estimulante vegetal ou bioestimulante. Segundo Leite et al. (2003), cada vez mais se tem usado combinaes de reguladores vegetais, pois elas raramente agem isoladamente, sendo necessria a combinao de dois ou mais agentes para produzir efeito fisiolgico. Casillas et al. (1986) esclarecem que essas substncias so eficientes quando aplicadas em pequenas doses, favorecendo o bom desempenho de processos vitais da planta com o objetivo de aumentos na produo. As aplicaes podem ser diretamente nas plantas, (folhas, semente, frutos, caule). Quando aplicados nas sementes ou nas folhas, podem interferir em processos como germinao, enraizamento, florao, frutificao e senescncia (CASTRO; MELOTO, 1989; MONTANS, 2007). importante destacar que as aplicaes de reguladores vegetais podem apresentar bons resultados dependendo da regio de cultivo e da espcie utilizada. Em virtude de serem produtos que atuam em concentraes muito baixas, qualquer alterao pode modificar o efeito desejado. Porem outros fatores tambm pode interferir no processo de absoro do produto, como condio da planta, tipo de equipamentos, mtodos de aplicao e condies do ambiente (MONSELISE, 1979; GALAN; MENINI, 1987; CASTRO; VIEIRA, 2003; SEVERINO et al. 2003). Bewley e Black (1986) j relatavam que os hormnios vegetais so essencias no desdobramento dos processos fisiolgicos, sendo responsveis pela mudana de um estado fisiolgico para outro (JANN; AMEN 1977). Segundo Arteca (1996), compostos endgenos, promotores e inibidores do crescimento esto envolvidos diretamente no processo de desenvolvimento da planta e representam peas primordiais para a ativao de algumas enzimas.

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Berrie (1984) verificou que as respostas fisiolgicas de substncias reguladoras, aplicadas simultaneamente ou sequencialmente no refletem a interao fisiolgica, e sim reaes qumicas entre estas substncias. Por exemplo, observaram-se diferentes taxas de absoro e de ativao do metabolismo em sementes. Neste sentido a utilizao de reguladores vegetais se torna interessante. Os benefcios promovidos por estas substncias, tm sido pesquisados com a finalidade de resolver problemas do sistema de produo e melhorar qualitativa e quantitativamente a produtividade (CASTRO; VIEIRA, 2003).

2.3.3

O uso de reguladores vegetais e bioestimulante na agricultura

Dentre os principais grupos de reguladores vegetais com possibilidade de uso exgeno, esto as auxinas, giberelinas, citocininas, etileno, retardadores e inibidores (TAIZ; ZEIGER, 2004). Os reguladores vegetais so definidos como substncias naturais ou sintticas que podem ser aplicados nas plantas alterando seus processos vitais e estruturais, com resultados sobre o incremento de produo, melhoria de manejo e facilidade de colheita (LACA-BUENDIA, 1989), isto proporcionado pela utilizao de um regulador vegetal ou por uma mistura de reguladores vegetais como o bioestimulante (CASILLAS et al., 1986). Para Castro e Vieira 2001, o bioestimulante ou estimulante vegetal se origina pela mistura de dois ou mais bioreguladores (reguladores vegetais) ou de bioreguladores com outras substancias (aminocidos, nutrientes, vitaminas). No Brasil o produto comercial Stimulate um dos nicos registrados como regulador de crescimento de plantas (bioestimulante) e tem em sua composio, cido indolbutrico (auxina) 0,005%, cinetina (citocinina) 0,009% e cido giberlico (giberelina) 0,005% com demais ingredientes inertes. Essas substncias incrementam o crescimento e desenvolvimento vegetal estimulando a diviso celular, podendo tambm aumentar a absoro de gua e nutrientes pelas plantas (VIEIRA; CASTRO, 2002). Em estudos verificados por Pattlak e Sing (1971) estes observaram que o regulador vegetal giberelina atravs da aplicao exgena induziu precocidade e o aumento do

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nmero de frutos por planta de morangueiro. Bukovac e Wittwer (1957) verificaram que com a aplicao de giberelina em tomateiros houve o aumento na altura dos cachos florais. As giberelinas quando aplicadas em conjunto com auxinas tm efeito sinrgico no crescimento de tomateiros. Luckwill (1959) fazendo uso destes dois reguladores, obteve frutos maiores que os obtidos com aplicao dos reguladores isoladamente, indicando que ambos afetam o crescimento dos frutos. Por outro lado, Martins e Castro (1997) concluram que a aplicao de cido giberlico (GA3) e cido naftaleno actico (NAA) reduziram o nmero de frutos em formao em tomateiro da cultivar ngela Gigante. A utilizao da aplicao de reguladores vegetais em produo de flores fundamental para a induo floral de Zantedeschia sp, mediante a utilizao de cido giberlico GA3 (MUOUAH 2003). A aplicao nos bulbos ou na parte area utilizada comumente em campos de produo comerciais, para promover o florescimento (FUNNELL et al., 1988; TJIA, 1987; HENNY, 1981). O uso de reguladores foi avaliado por Nagao e Rubenstein (1975), que reportaram que a aplicao de citocininas em plantas de ervilha (Pisum sativum L.) aceleraram as emisses das hastes laterais em seis vezes, em relao ao grupo controle. Wightman et al. (1980) avaliaram a aplicao de auxinas, citocininas e vrios outros compostos em plntulas de ervilha sob formao de razes. As auxinas apresentaram concentrao tima de 10-4M, promovendo a iniciao de razes laterais. Para as citocininas, a concentrao de 10-6M e acima desta, inibiram a iniciao e a emergncia de razes laterais. Enquanto Pillary e Railton (1983) reportaram que a aplicao de citocininas em ervilha causou alongamento e desenvolvimento das hastes, porm inibiu o desenvolvimento das gemas laterais. Em manjerico, com a aplicao de reguladores vegetais, verificou-se os maiores ndices de taxa de crescimento absoluto e relativo, razo de rea foliar, taxa assimilatria lquida e rea foliar especfica. Estes influenciados pela cinetina aplicada, resultando em maior desenvolvimento devido ao aumento da rea foliar e massa seca causado por esse regulador (BARREIRO et al., 2006). O efeito do cido indol-actico (IAA) em tomateiro em diferentes concentraes (10, 20, 40 e 80 mg L-1) foi observado por Hathout et al.,(1993), concluindo que a atividade da auxina na absoro de elementos minerais foi mxima, quando utilizada na menor concentrao 10 mg L-1 a qual tambm induziu a florao e a frutificao em plantas de

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tomateiro, aumentando o nmero e a massa dos frutos. J a concentrao de 80 mg L-1, resultou em efeito inibitrio. Carlucci e Castro (1982) observaram que o bioestimulante Atonik na proporo 1:200 mononitroguaiacol sdico e outros compostos aromticos nitrogenados, promoveu aumentos no nmero de frutos, no nmero de flores abortadas e prejudicou a classificao dos frutos de plantas de tomateiro (Lycopersicon esculentum cv. Miguel Pereira), cultivadas em casa de vegetao. O produto foi pulverizado em diferentes pocas e as avaliaes foram realizadas nos frutos maduros dos trs primeiros cachos na colheita comercial. Reghin et al. (2000) avaliaram o efeito de concentraes de Stimulate Mo, sobre o pr-enraizamento de mudas de mandioquinha-salsa (Arracacia xanthorrhiza Bancroft), com e sem cobertura de canteiros com tecido de polipropileno. As concentraes do bioestimulante foram feitas atravs: controle (sem tratamento), 2,5mL L-1 , 5,0 mL L-1, 7,5 mL L1

e 10,0 mL L-1. As mudas foram imersas nas solues por 30 minutos e aps cinco dias

transferidas para os canteiros. Avaliaram-se a porcentagem de mudas com brotaes, nmero e comprimento de folhas e de razes. Constataram que no houve interao significativa entre o produto e a proteo com polipropileno. Por outro lado, o Stimulate Mo aumentou significativamente o nmero e o comprimento de razes de acordo com o aumento da concentrao, at o limite de 7,0 mL L-1. Tambm, no foram observados sintomas de fitoxidez em quaisquer das concentraes avaliadas. Os resultados indicam que o Stimulate Mo pode ser utilizado como estimulador do crescimento do sistema radicular. Casillas et al. (1986) estudaram bioestimulantes em aplicao sobre a cultura do rabanete (Raphanus sativus L.). Verificaram que nos tratamentos com Agrovitae, Agrostemin e Ergostim ocorreram aumentos na massa verde e seca, tanto da parte area como da rea radicular, resultados que foram incrementadas quando o solo foi fertilizado e se procedeu aplicaes com os bioestimulantes. Suleiman e Suwwan (1990) utilizando o produto comercial Agritone em dose de 80 g por 100 L-1 em soluo, aplicando a partir do florescimento, em intervalos de 7 dias at a 9 semana de idade das plantas de abobrinha, verificam maior pega e diminuio no nmero de flores abortadas, aumento no nmero de frutos sem sementes e tambm maior produo de frutos e no tamanho dos frutos. Entretanto, Amarante et al. (2000), avaliando abbora hbrida Tetsukabuto em comparao deficincia na pega de frutos, utilizou doses de 150, 300, 450, 600

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e 750 mg L-1 de cido naftaleno actico em flores recm-abertas, resultando em frutos similares aos de polinizao natural nos intervalos de dose 150 a 600 mg L-1; com a maior dose 750 mg L1

, o potencial de pegamento de frutos caiu drasticamente.

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3 MATERIAL E MTODOS 3.1 Localizao do experimento O experimento foi instalado em rea experimental da Fazenda de Ensino, Pesquisa e Produo So Manuel, municpio de So Manuel, Estado de So Paulo, pertencente Faculdade de Cincias Agronmicas, Campus de Botucatu, Universidade Estadual Paulista. As coordenadas geogrficas so 22 44 S de latitude, 47 34 W de longitude e 750 metros de altitude. O clima do tipo mesotrmico subtropical mido com estiagem na poca de inverno (PEEL et al., 2007). Utilizou-se uma estrutura de metal, tipo arco de 7 x 40 metros, com p direito de 3,8 metros de altura, com coberta de filme de polietileno de baixa densidade de 150 m aditivado, fechada nas laterais com tela de sombreamento de 75% sem tela anti-afdeos ao longo das laterais do abrigo, saias de filme de polietileno de baixa densidade de 100 m at 0,80 metros de altura do solo para evitar infiltrao de gua externa. No fazendo manejo de cortinas.

3.2 Solo correo e adubao Quatro meses antes da instalao do experimento, retirou-se amostra de solo a 20 cm de profundidade.

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O solo um Podzlico com textura arenosa, este j classificado por Carvalho et al., (1983) e pela Embrapa (1999). Os resultados da anlise esto apresentados na Tabela 1 e com base nestes fez-se a correo de acidez e adubao inicial, seguindo os critrios do Boletim Tcnico 100, IAC, 1997. Tabela 1 Resultado de anlise de solo. UNESP/FCA. Botucatu, 2006. AMOSTRA(S) pH M.O. Presina Al3+ H+Al K Ca Mg SB CTC V% S 3___________________ 3 3 _________________ mmolc/dm mg/dm3 Labor. Int. CaCl2 g/dm Mg/dm HB 6 1 6,2 11 46 --12 5,3 29 7 41 53 77 --Fonte: UNESP - Departamento de Recursos Naturais / Cincia do Solo, 2006

Aos trinta dias do ms de outubro do ano de dois mil e seis realizou-se o plantio do milheto, para adubao verde (Figura 1). E aos dezenove dias do ms de janeiro de dois mil e sete a massa verde do milheto foi incorporada ao solo juntamente com composto orgnico, tendo em sua composio: cama de frango, farelo de soja e resduos orgnicos agroindustriais de origem controlada. Este aplicado na quantidade de 2,00 kg m-2.

Figura 1 Vista interna do local de cultivo protegido com adubao verde. So Manuel/SP , FCA, 2007.

Quinze dias antes do transplante, realizou-se a adubao de base com 4 g m de N, 30 g m de P2O5, 10 g m-1 de K2O e 0,05 g m-1 de B. Tendo em vista o valor de saturao por bases de 77% e o pH 6,2, no foi realizada a correo do solo.-1 -1

Junglaus 2007

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As adubaes de cobertura do incio ao final do cultivo do pepineiro foram realizadas por fertirrigao, seguindo-se recomendao de Trani & Carrijo (2004) (Tabela 2). Tabela 2 - Recomendao nutriente para pepino sob cultivo protegido, em fase de desenvolvimento da cultura. Quantidade de nutriente por dia Fase de desenvolvimento do pepino (dias aps transplante) N P205 K20 Ca Mg kg ha-1 1 a 21 22 a 42 43 a 63 64 a 83 84 a 120 Total de nutriente por hFonte: Trani & Carrijo 2004 citando Basseto, 2003

0,75 1,70 3,00 4,50 4,80 382

0,80 1,30 1,20 0,80 0,50 104

1,10 2,40 4,00 5,00 6,50 497

0,80 1,20 1,60 2,00 1,80 182

0,25 0,35 0,45 0,50 0,50 51

3.3 Delineamento experimental e tratamentos O delineamento experimental foi em blocos ao acaso utilizando o esquema fatorial (2x4), resultante de combinao de um hbrido de pepino enxertado e o mesmo hbrido sem enxertar, com quatro doses do bioestimulante Stimulate em concentraes de 0, 250, 375 e 500 mL ha-1, (Tabela 3 e 4.) produto que apresentava em sua composio 0,005% de cida indolbutrico, 0,009%, cinetina 0,005% de cido giberlico com demais ingredientes inertes (VIEIRA; CASTRO, 2002) aplicados, aos 30 dias ps transplante das mudas, via foliar com adio de 0,5% de leo vegetal, com quatro repeties e sete plantas por parcela, considerando-se trs plantas teis.

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Tabela 3 Tratamentos com as diferentes concentraes de bioestimulante vegetal em plantas enxertadas e no enxertadas. UNESP/FCA. Botucatu, 2007. Tratamentos Planta Enxertia mL ha-1 T1 Tsuyataro No 0 T2 Tsuyataro No 250 T3 Tsuyataro No 375 T4 Tsuyataro No 500 T5 Tsuyataro Sim 0 T6 Tsuyataro Sim 250 T7 Tsuyataro Sim 375 T8 Tsuyataro Sim 500

Os resultados foram submetidos anlise de varincia e as mdias dos tratamentos comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Posteriormente realizou-se a anlise de regresso para pepino enxertado e no enxertado, tendo em vista que o fator quantitativo foi a concentrao de bioestimulante (BANZATTO; KRONKA, 1992). Optou-se por anlise de regresso pelo modelo linear, quadrtico e cbico em relao ao teste F.

Tabela 4 Esquema de anlise de varincia proposto para o ensaio. UNESP/FCA. Botucatu, SP, 2006.Causa de variao GL

TP DS TPxDS BLOCO Resduo TotalTP: planta (enxertadas e no enxertadas) DS: Concentrao (diferentes concentraes de bioestimulante)

1 3 3 3 21 31

A aplicao de regulador vegetal se deu com o uso de um pulverizador de CO2 pressurizado, com 0,2812 kgf/cm com bicos cnicos X3 (Figura 2) aos 30 dias ps transplante, utilizando-se tambm uma cortina plstica entre os tratamentos para evitar a deriva do produto.

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Figura 2 Pulverizador tipo costal de presso constante de CO2. UNESP/FCA, Botucatu, SP, 2007.

3.4 Hbrido de pepino e abbora, semeadura, enxertia e transplante Utilizou-se o hbrido de pepineiro tipo japons Tsuyataro de ciclo mdio, por ser um hbrido recomendado na prtica de enxertia e pelas suas caractersticas, carter monico, crescimentos indeterminados, frutos de aproximadamente 21 a 22 centmetros de comprimento, com 2,5 a 3,0 centmetros de dimetro, textura de casca adequada, colorao verde escura brilhante com alguns pequenos espinhos brancos ao longo do fruto. Possui tolerncia mdia ao calor e alta ao frio, apresenta alta tolerncia a mldio e odio (http://www.takii.com.br/pepinotsuya.html). Como porta-enxerto, utilizou-se o hibrido de abbora Excite Ikky. Este eficiente quanto resistncia a excesso de umidade no solo com boa capacidade de absoro de nutrientes (NAWASHIRO, 1994). Resistncia a nematides, tolerante a baixas temperaturas e por conferir maior brilho aos pepinos (CAIZARES et al., 1997). Realizou-se o teste de germinao para verificar a necessidade ou no de semeadura do pepino e abbora em dias diferentes, para que no momento da enxertia estes

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estivessem com dimetros de hipoctilo semelhantes para efetuar-se a enxertia (CAIZARES et al. 2002). Aos vinte e seis dias do ms de janeiro do ano de dois mil e sete, semeouse a abbora e aos vinte e nove dias do ms de janeiro de dois mil e sete, o pepino para enxerto, e para pepino no enxertado a semeadura foi feita aos vinte e nove dias do ms de janeiro de dois mil e sete. Todos em bandejas de poliestireno expandido com 128 clulas, utilizando-se substrato na produo das mudas, este de baixa densidade, com boa aerao, boa drenagem e a no presena de contaminantes fito patognico, com capacidade de reteno de gua de 150%, umidade 50 %, potencial hidrogeninico 5,8 ( 0,5) e condutividade eltrica 1,7 ( 0,3) mS/cm (http://www.eucatex.com.br/eucatex/descricao.asp?A1=14&A2=71), colocando-se uma semente por clula. O mtodo de enxertia escolhido foi a de fenda cheia, por apresentar resultados de maior taxa de sobrevivncia segundo Caizares e Goto (2002). O processo consiste em realizar um corte de aproximadamente 1,0 centmetro de profundidade entre os cotildones da plntula de aboboreira, at o centro do hipoctilo. A plntula de pepino foi cortada em bisel aproximadamente 1,5 centmetros abaixo de seus cotildones de forma que no momento da unio, as folhas cotiledonares do pepino ficaram em 90 em relao s folhas da abbora quando assim inserido na fenda, descrito por Oda (1995) e adaptado por Caizares e Goto (2002) conforme Figura 3. O enxerto e o porta-enxerto foram presos por um grampo especial (Figura 4) e as mesmas foram levadas a uma cmara mida.

Figura 3 - Mtodo de enxertia de fenda cheia em cucurbitaceas, Caizares e Goto (2002)

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Figura 4 Detalhe grampo de suporte de enxertia, unio enxerto pepineiro e porta-enxerto aboboreira, Santa Cruz do Rio Pardo SP. Hidroceres, 2006.

As dimenses da cmara de enxertia eram de 2,5 x 1,5 m x 1,0 m de altura, suspensa a 1,0 metro do solo, com cobertura de filme de polietileno de baixa densidade aditivado de 100 m, fechada nas laterais com tela de sombreamento acima e nas laterais, a umidade relativa interna esteve acima de 80% graas a colocao de camadas de papel jornal estes encharcados com gua. A temperatura interna mdia oscilava entre 30C, permanecendo as plantas enxertadas em ambiente fechado por quatro dias, tempo necessrio para ocorrer a total cicatrizao da enxertia. A abertura da cmara para a adaptao da muda iniciou-se no quinto dia ps enxertia e terminou aos nove dias, momento que foram transplantadas. O transplante foi feito aos nove dias do ms de fevereiro do ano de dois mil e sete, utilizando-se o espaamento de 1,0 x 0,5 m, (Figura 5).

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Figura 5 Vista parcial de plantas de pepineiro recm transplantada para local definitivo, ambiente protegido. So Manuel/SP, UNESP/FCA. 2007.

3.5 Conduo das plantas, tratos culturais e colheita

As plantas foram tutoradas individualmente para se obter resultados na produo e qualidade de frutos. Utilizou-se uma planta por cova, conduzidas no sistema vertical, auxiliada pelo fitilho, este suspenso em fio de arame (n14), que se encontrava a 1,80 metros de altura do solo (Figura 6). As plantas foram conduzidas com uma haste ao logo do ciclo; retirando-se as brotaes, eliminando-se gemas e flores at o 4 n, deixando-se crescer as ramificaes secundrias a partir do 5 n. Conduziu-se at o 22 n, quando se fez a poda apical. As ramificaes secundrias foram despontadas aps o 3 entren.

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Figura 6 Detalhe do ponto de sustentao da planta de pepineiro com o fio vertical para a conduo do crescimento, So Manuel/SP, UNESP, FCA. 2007.

As plantas foram conduzidas com uma haste ao logo do ciclo; retirando-se as brotaes, eliminando-se gemas e flores at o 4 n, deixando-se crescer as ramificaes secundrias a partir do 5 n. Conduziu-se at o 22 n, quando se fez a poda apical. As ramificaes secundrias foram despontadas aps o 3 entren. A irrigao foi realizada por gotejamento. A quantidade de gua fornecida variou de 2 a 6 litros por planta dia. A menor quantidade de gua aplicada no perodo aps o transplante e na fase de produo aplicou-se maiores quantidades. Aos quatro dias aps o transplante iniciou-se uma diminuio da irrigao com a finalidade de fortalecer o sistema

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radicular. Utilizou-se o sensor para controle de irrigao, Irrigas 25, tecnologia aperfeioada pela Embrapa (Figura 7), que indica a umidade do solo. O aparelho constitudo de um sensor cermico poroso que permanece enterrado na profundidade junto s razes e atravs de uma mangueira conectado a um tubo transparente, este imerso em um recipiente contendo gua. Em situao de baixa umidade, permite verificar o deslocamento de uma bola plstica que est no interior do tubo acima do nvel de gua, indicando a baixa umidade do solo, medindo-se a umidade do solo, uma vez ao dia.

Figura 7 Vista do equipamento. Irrigas 25 sensor de umidade, entre plantas na linha de cultivo, So Manuel/SP, UNESP,/FCA, 2007.

A fertirrigao foi realizada por sistema de injeo de fertilizantes utilizando-se o tubo do tipo Venturi instalado antes de um filtro de disco de 125 microns.

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Utilizou-se fertilizante solvel em gua, tais como, nitrato de clcio, mono amnio fosfato, nitrato mono amnio, nitrato de potssio e cloreto de potssio, variando as formulaes e as quantidades conforme recomendao de Trani e Carrijo (2004), apresentadas na Tabela 2. A aplicao da soluo de fertilizantes foi feita uma vez por semana, sempre pela manh. Todos os tratamentos fitossanitrios foram feitos de acordo com as necessidades da cultura, baseadas em orientaes do Departamento de Produo Vegetal - Defesa Fitossanitria da UNESP-Botucatu. O mtodo de controle de oidio (Sphaerotheca fuliginea) foi realizado de acordo com Bettiol (2004) com a pulverizao de leite de vaca cru, a partir do dia vinte e trs de fevereiro do ano de dois mil e sete, ou seja 14 dias aps o transplante (DAT) uma vez por semana, na concentraes de 5%. Durante o perodo experimental, foram coletados dados de temperatura mdia, radiao solar e insolao (Figura 8). A colheita iniciou-se aos 33 dias ps transplante para plantas no enxertadas e aos 40 dias para plantas enxertadas. A colheita prolongou-se por mais 60 dias colhendo-se a cada dois dias.

Temperatura mdia ( C) 30,00 27,50 25,00 22,50 20,00 17,50 15,00 12,50 10,00 7,50 5,00 2,50 0,00 1 2 3 4 5 6

Radiao Solar (MJ/m2)

Insolacao (horas)

7

8

9

10

11

12

13

semanas

Figura 8 Dados de temperatura mdia, radiao solar e insolao coletados do perodo de janeiro a abril de 2007, na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Produo So Manuel. Departamento de Recursos Naturais, Cincias Ambientais, Botucatu/SP. UNESP, FCA, 2007.

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3.6 Variveis avaliadas

Os frutos foram classificados em frutos comercias (FC) em kilogramas por metro quadrado (kg m2), quando apresentavam de 18 a 22 centmetros de comprimento, livres de defeitos e deformidades, os frutos colhidos com comprimento acima de 22 centmetros, que no apresentassem defeitos e deformidades foram somando ao valor obtido em FC para obteno de frutos totais (FT) em kg m2 e o nmero de frutos totais (NTF) foram todos os frutos produzidos por m2 livres de defeitos e deformidades (Figura 9). Os frutos com defeitos e deformidades no foram avaliados.

Figura 9 Frutos colhidos para serem classificados quanto caracterstica frutos comerciais e ou totais, Botucatu/SP. UNESP, FCA, 2007.

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4 RESULTADOS E DISCUSSO 4.4 Frutos comerciais e totais produzidos e nmero de frutos totais produzidos. Na Tabela 5, esto apresentados os quadrados mdios de frutos comerciais (FC) e frutos totais (FT) por metro quadrado, e nmero de frutos totais (NFT) por metro quadrado produzidos em um ciclo de 90 dias para frutos de pepino colhido de plantas enxertadas e no enxertadas. Observa-se diferenas significativas no FC, FT e NFT, entre, plantas enxertadas e no enxertadas, e a interao concentrao e a destas com concentrao aplicada. Tabela 5 - Quadrados mdios do nmero de frutos totais (NFT), Frutos totais (FT) e Frutos comerciais (FC) por metro quadrado em ciclo de 90 dias, de hibrido de pepino enxertado em abbora e no enxertado. FCA/UNESP. Botucatu, SP, 2007.Causa de variao TP DS TPxDS Bloco Resduo Total FC6800,67* 1359,88* 2448,65* 348,09ns 355,92

FT28410,72* 7955,28* 6896,76* 4987,48* 1268,36

NFT 1250,00* 337,75* 372,75* 189,75ns 81,36

CV (%) =TP: Tipo de planta; DS: concentrao bioestimulante. ns: no significativo * Significativo a 5%

17,24

12,11

13,85

34

Para o nmero de frutos (Tabela 6) houve diferenas significativas nas concentraes 250 e 375 mL ha-1. Comparando-se as plantas enxertadas e no enxertadas, as plantas no enxertadas apresentaram o maior nmero de frutos com a dose de 375 mL ha-1.

Tabela 6 Nmero de frutos totais (NFT), massa em kilogramas de frutos comerciais (FC) e frutos totais (FT) colhidos por metro quadrado em um ciclo de 90 dias, em plantas de pepino enxertadas e no enxertadas com aplicao de bioestimulante em diferentes doses. FCA/UNESP, Botucatu, SP. 2007.Planta de pepino ConcentraomL ha-1

0 250 375 500

NFT (unidade m ) Franco Enxerto 59aA 64bA 68bA 51aB 89aA 60aB 64bA 66aA

2

FC (kg m2) Franco Enxerto 3,52bA 2,97aA 4,05abA 2,55aB 5,12aA 3,04aB 3,00bA 3,44aA

FT (kg m2) Franco Enxerto 9,03bA 8,51abA 9,58bA 7,03bB 12,69aA 8,48bB 9,66bA 9,39aA

* Mdias seguidas pela mesma letra minscula na coluna, e maiscula na linha no diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

Na Tabela 6, quando se compara o efeito da concentrao sobre a massa em kilogramas de frutos comerciais (FC) entre plantas no enxertadas e enxertadas, verifica-se a ocorrncia de diferena significativa quando se utilizou a concentrao de 250 e 375 mL ha-1 de regulador vegetal. significativas. Quanto ao peso de frutos totais (FT), na Tabela 6, apresenta-se diferenas significativas nas concentraes de 250 e 375 mL por hectare, quando se compara plantas no enxertadas e enxertadas. Para a realizao da anlise de regresso, realizou-se a verificao da anlise de varincia de concentraes de bioestimulante sobre as plantas no enxertadas e enxertadas. Nota-se pela Tabela 7 que houve significncia para todas as caractersticas analisadas: nmero de frutos totais (NFT), massa de frutos totais (FT) e comerciais para plantas (FC) enxertadas e no enxertadas. Para plantas no enxertadas, uma diferena significativa somente no tratamento 375 mL por hectare e para as enxertadas verifica-se a no ocorrncia de diferenas

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Tabela 7 - Quadrados mdios de concentraes de bioestimulante sobre nmero de frutos totais (NFT), Frutos comerciais (FC) e Frutos totais (FT) por metro quadrado, ciclo de 90 dias, de hibrido de pepineiro enxertado e no enxertado. FCA/UNESP, Botucatu, SP. 2007. Franco Enxerto Causa de variao NFT FC FT NFT FC FT GL Concentrao 3 553,75* 3281014,25* 11012997,39* 156,75* 527304,08* 3839056,22* Resduo 12 155,37 566887,08 2655001,93 34,45 142999,29 811507,47 Total 15 CV (%) 17,46 19,20 15,91 9,97 12,61 10,78ns: no significativo * Significativo a 5%

100 90 nmero de frutos totais (m2) 80 68 70 64 60 50 40 30 20 10 0 0 125 250 concentrao (mL ha-1) y = -4E-06x 3 + 0,0028x 2 - 0,4373x + 64 R2 = 0,98

89

64

Numero de frutos totais (m ) Polinmio (Numero de frutos totais (m ))375 5002

2

Figura 10 - Modelo de regresso cbica para nmero de frutos totais (NTF) de pepino (Cucumis sativus hbrido Tsuyataro) no enxertado, sob quatro concentraes de bioestimulante. UNESP/ So Manuel, SP. 2007.

Na figura 10 consta o ponto de mxima e o ponto de mnima estimado para a caracterstica nmero de frutos (NFT) colhidos de plantas no enxertadas, respectivamente de 375 mL-1 e 100 mL-1. A concentrao estimada de 375 mL de bioestimulante por hectare proporcionou um nmero de frutos de 83 por m2, o que representou um incremento de 29,68%

36

em relao testemunha (dose zero), que obteve 64 por m2. No ponto estimado de mnima (100 mL) foi registrado um nmero de frutos de 44 por m2, o que representou 68,75% em relao a produo da testemunha. Para o nmero de frutos totais (NFT) em plantas enxertadas (Figura 11), este apresentou o ponto estimado (225 mL) como o ponto com menor nmero de frutos. Proporcionando 54 por m2, o que representou um decrscimo 8,81% em relao testemunha que obteve 59 por m2. J no ponto observado fora da curva (500 mL) este no representando o ponto de mxima, foi registrado um nmero de frutos de 66 por m2, o que representou um acrscimo de 11,86% em relao a testemunha.

70

y = 0,0001x 2 - 0,0457x + 59,827 R2 = 0,6879

66

65

numero de frutos totais (m )

2

60 59 55

60

50

51

45

Numero de frutos totais (m ) Polinmio (Numero de frutos totais (m ))2

2

40 0 125 250 375-1

500

concentrao (mL ha )

Figura 11 - Modelo de regresso quadrtica para, nmero de frutos totais (NTF) de pepino (Cucumis sativus hbrido Tsuyataro) enxertado, sob quatro concentraes de bioestimulante. UNESP/ So Manuel, SP. 2007.

Para a caracterstica massa de frutos totais (FT) de plantas no enxertadas (Figura 12), houve dois pontos crticos estimados pela curva, um de mxima (400 mL) e outro de mnima (100 mL). A concentrao de 400 mL de bioestimulante por hectare proporcionou a

37

massa de frutos totais de 13,67 kg por m2, o que representou um incremento de 51,51% em relao testemunha (dose zero) que obteve 9,02 gramas por m2. J no ponto estimado de mnima (100 mL) foi registrado 6,23 kg por m2, o que representou um decrscimo de 30,93% em relao testemunha.

15 14 13

y = -5E-07x 3 + 3,82-04x 2 - 0,0611x + 9,0252 R2 = 0,99 12,69

massa de frutos totais (kg m )

2

12 11 10 9 8 7 6 5 4 0 125 250 concentrao (mL ha )-1

9,03

9,58

9,66

peso de frutos totais (kg m ) Polinmio (peso de frutos totais (kg m ))375 5002

2

Figura 12 Modelo de regresso cbica para, massa de frutos totais (FT) de pepino (Cucumis sativus hbrido Tsuyataro) no enxertado, sob quatro concentraes de bioestimulante. UNESP/So Manuel, SP. 2007.

Para massa de frutos totais (FT) em plantas enxertadas (Figura 13), obtevese o ponto estimado com menor massa (200 mL ha-1), este de 7,31 kg por m2, o que representou um decrscimo 13,54% em relao testemunha (dose zero) que obteve 8,45 kg por m2. O ponto mximo estimado (500 mL), apresentou uma massa de 9,55 kg por m2, o que representou um incremento de 13,01% em relao testemunha. O acrscimo na massa de frutos totais para plantas de pepino enxertados no ponto estimado 500 mL permite observar o que muitos autores apresentam sobre aumentos produtivos obtidos quando se faz uso de bioestimulantes na agricultura. Com este incremento produtivo sobre a massa total de frutos, justifica-se o uso do produto bioestimulante.

38

10

y = 2,6E-05x 2 - 0,011x + 8,458 R2 = 0,8846 8,51 8,48 9,39

massa de frutos totais (kg m )

2

9

8

7

7,03

62

5

peso de frutos totais (kg m ) Polinmio (peso de frutos totais (kg m ))2

4 0 125 250 Concentrao (mL ha-1) 375 500

Figura 13 - Modelo de regresso quadrtica para, massa de frutos totais (FT) de pepino (Cucumis sativus hbrido Tsuyataro) enxertado, sob quatro concentraes de bioestimulante. UNESP/ So Manuel, SP. 2007.

A massa comercial de frutos (FC) por metro quadrado em plantas no enxertadas (Figura 14) apresentou o ponto de mxima na concentrao (250 mL). Essa concentrao de bioestimulante por hectare proporcionou uma massa de 4,65 kg por m2, o que representou um incremento de 36,39% em relao testemunha (dose zero) que obteve 3,41 kg por m2. A massa de frutos comerciais em plantas enxertadas (Figura 15) apresentou o ponto de menor massa (200 mL). A concentrao de 200 mL de bioestimulante por hectare proporcionou um peso de 2,60 kg por m2, o que representa um decrscimo 11,62% em relao testemunha (controle zero) que obteve 2,95 kg por m2. Mesmo no havendo possibilidade de determinar um ponto de mxima, a concentrao observada fora da curva (500 mL) apresentou um peso de 3,46 kg por m2 o que representou um incremento de 17,68% em relao testemunha.

39

6,00

y = -2E-05x 2 + 0,0101x + 3,4153 R2 = 0,6950

5,12

massa de frutos comerciais (kg m

2

5,00

)

4,00

4,05

3,00

3,52 3,00

2,00

pes o de frutos com erciais Polinm io (pes o de frutos com erciais )1,00 0 125 250Concentrao (mL)ha-1) Dose (mL h-1

375

500

Figura 14 - Modelo de regresso quadrtica para massa de frutos comerciais (FC) de pepino (Cucumis sativus hbrido Tsuyataro) no enxertado, sob quatro concentraes de bioestimulante. UNESP/So Manuel, SP. 2007

Quanto aos resultados, comparando as plantas enxertadas e no enxertadas, a concentraes de 375 mL ha-1 foi a que obtiveram os maiores valores para as caractersticas: nmero de frutos, massa de frutos totais e comerciais para plantas no enxertadas. Estes resultados no corroboram com os de Yamakawa (1982); Kawaide (1985); Uffelen (1985); Pirg (1986); Caizares (1997) e Macedo Junior (1998), sobre o uso da enxertia, que permite aumentar o nmero de frutos e a produo de frutos por planta em relao s plantas no enxertadas. O incremento na produo, resultante da aplicao da concentrao de 375 mL ha-1 de bioestimulante em plantas no enxertadas corroboram com os resultados verificados por Costa et al. (2001) que a produo de plantas de pepineiro tipo japons no enxertadas apresentaram maior desempenho em relao plantas enxertadas, acreditando-se que as plantas enxertadas passam por perodo de recuperao para retomar seu desenvolvimento normal.

40

5,00

y = 9E-06x 2 - 0,0036x + 2,9526 R2 = 0,71862

) massa de frutos comerciais (kg m 4,00

3,44 3,043,00

2,97

2,55

2,00

pes o de frutos com erciais Polinm io (pes o de frutos com erciais )1,00 0 125 250Concentrao (mL)ha-1) Dose (mL h-1

375

500

Figura 15 - Modelo de regresso quadrtica para,varivel peso de frutos comerciais (FC) de pepino (Cucumis sativus hbrido Tsuyataro) enxertado, sob quatro concentraes de bioestimulante. UNESP/ So Manuel, SP. 2007.

O resultado obtido em plantas no enxertadas esta relacionado ao proposto por Kooistra (1967) que em plantas de pepino no enxertadas h predominncia de flores femininas em relao s masculinas. Mas com tendncia a produzir maior quantidade de flores masculinas sob condio de alta temperatura, esta que causa a reverso sexual das flores (Tiedjens, 1928; Shifriss, 1961; Kooistra, 1967; Cantliffe, 1981), comprovando que a tendncia sexual do pepineiro influenciada pelos reguladores vegetais, sendo que a concentrao destes, nas plantas dependentes das condies ambientais. Rudich et al., (1972) estudando a ao dos reguladores vegetais na expresso sexual de plantas verificou que os altos nveis de auxina e etileno esto associados com maior tendncia de emisso de flores feminina, enquanto que altos nveis de giberelina esto relacionados com maior tendncia emisso de flores masculina. Em plantas enxertadas, a concentrao de 500mL ha-1 resultou em maior massa de frutos totais. Os valores obtidos esto relacionados ao desbalano hormonal causado

41

pelo uso da enxertia e aplicao de reguladores endgenos que podem ter alterado os nveis de giberelina, conforme j citado por Rudich et al. (1972). Situao semelhante descrita por Taiz e Zaiger (2004) que verificam a interao entre enxerto e porta-enxerto em plantas herbceas, quando no alcanam ou ainda no possuem a capacidade para o florescimento, se feita a enxertia em porta-enxerto em condies de florescimento, o enxerto responder ao estmulo de florescimento do porta-enxerto. Esta interao tambm descrita por Takahashi et al. (1982) que avaliando a translocao de estmulos de expresso sexual de flores em cucurbitaceas enxertadas verificou maior aparecimento de flores femininas, estas que abortaram no momento da antese, especificamente aquelas em entrens mais prximos ao ponto de enxertia. Friedlander (1977) tambm j fez meno existncia de translocao e interao de substncias que determinam o sexo das flores, em plantas de cucurbitaceas enxertadas, sugerindo a existncia de um controle no balano de estmulos florais realizados por fitohormnios. A aplicao de reguladores vegetais, como etileno, giberelinas, nitrato de prata (AgNO3) e citocininas, demonstram que estes podem funcionar como agentes de regulao da expresso sexual em cucurbitaceas, algo verificado em plantas de Sicyos (FUCHS et al. 1978), que permite justificar os maiores valores obtidos em relao ao nmero de frutos no presente experimento. Com as concentraes estimadas pelas curvas de regresso pode-se verificar que, para plantas no enxertadas, as concentraes que possibilitaram incrementos significativos foram a de 375 mL ha-1 para nmero de frutos, 400 mL ha-1 para massa de frutos totais e 250 mL ha-1 para massa de frutos comerciais, quando comparados testemunha. Resultados que permitem concordar com Casillas et al. (1986), que verificaram que os bioestimulantes quando aplicados, favorecem o bom desempenho de processos vitais da planta, com o objetivo de aumento na produo. Para as caractersticas, nmero de frutos e massa de frutos totais, a concentrao estimada de 100 mL ha-1, comprovam o exposto por Taiz e Zeiger (2004), sobre a existncia de um balano entre fitorreguladores, para o crescimento, pois os rgos vegetais so diferentes em suas necessidades e processos, podendo, numa determinada concentrao endgena, favorecer o crescimento de um rgo e inibir o crescimento de outro. Em plantas enxertadas observou-se menores valores, para a maioria das caractersticas analisadas. O nmero de frutos por metro quadrado foi 8,81% menor com a

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concentrao estimada de bioestimulante de 225 mL ha-1. A massa de frutos totais, foi 13,54% menor com concentrao estimada de bioestimulante de 200mL ha-1. E para massa de frutos comerciais, foi 11,62% menor com a concentrao estimada de bioestimulante de 200 mL ha-1. Estes resultados, no permitem concordar com Caizares e Goto (1997), quando utilizaram enxertia, aumentou o nmero de frutos por planta. Caizares (1997) em mdia obteve mais frutos em plantas enxertadas que em plantas no enxertadas, em oito semanas de colheita. Resultado que no compactua com o presente trabalho. H autores que atribuem o aumento no nmero de frutos por planta em algumas hortalias aplicao de reguladores vegetais (PATTLANK; SING, 1971). Uma das teorias estabelecida com a visualizao dos valores obtidos para as caractersticas analisadas em plantas enxertadas neste experimento, acredita-se estar ligado a um desbalano hormonal, causado pela enxertia associada aplicao em certas concentraes de bioestimulante. A alterao do balano hormonal de plantas enxertadas j foi exposta por Friedlander et al. (1997) que atriburam os aumentos na produo de pepino, ao aumento de flores femininas do enxerto, por alteraes nos reguladores da expresso sexual por influncia de certos porta-enxertos, que causam a reverso sexual. Cardoso (2006) tambm encontrou interaes entre enxerto e portaenxerto, avaliando a qualidade de frutos de tomateiro com e sem enxertia e verificou que a enxertia afetou o pH do fruto, mas no as demais caractersticas avaliadas, sendo que frutos de plantas enxertadas foram mais cidas que seus respectivos ps-francos. Caizares e Goto (2002) verificaram a ocorrncia de maior nmero de frutos abortados quando as plantas eram enxertadas. A ao de reguladores vegetais descrita por Metzger (1995) com a aplicao endgena de giberelina (GA3) em altas concentraes h o aborto e queda de flores. Outros autores como por Valio e Schwabe (1978) verificaram tambm efeito negativo da aplicao de reguladores vegetais. Com a aplicao de giberelina em associao a citocinina Leite et al., (2003) verificaram, interao negativa no desenvolvimento de plantas de soja. Reduo do nmero de ns, dimetro do caule, rea foliar e na produo de matria seca, sem quaisquer alteraes sobre o nmero de folhas, ramificaes e matria seca de razes. Estas interaes esto relacionadas concentrao aplicada, associadas aos nveis de giberelina e citocinina j presentes na planta.

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Sabe-se que o pepineiro uma planta muito exigente em luminosidade e isto pode agir sobre a determinao do sexo da flor. A determinao da durao e passagem do perodo vegetativo ao reprodutivo, dependente de um conjunto de sinais longa distncia vinda de toda a parte da planta (BERNIER, 1988; BERNIER et al., 1993). Trewavas (1981) sugere que as plantas possuem uma sensibilidade no tecido vegetal, e depende da presena de protenas receptoras de hormnios.

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5 CONSIDERAES FINAIS

O ponto para a escolha do cultivo de pepineiro tipo japons enxertado est no manejo e uso de reas antes impossibilitadas de plantio devido, infestao de patgenos e nematides. Tambm existem as exigncias do mercado consumidor para frutos com maior qualidade visual. Assim para se conseguir realizar a tomada de deciso sobre o uso ou no da tcnica de enxertia, importante conhecer no s o desempenho das plantas enxertadas em relao s no enxertadas, mas tambm o efeito da sua performance em diferentes ambientes e condies. Sabe-se que a enxertia tem possibilitado resultados em qualidade e produtividade em reas onde anteriormente no era possvel seu plantio sem enxertia. Em condies que seja possvel o cultivo de plantas sem o uso da enxertia, em reas livres de infestaes de patgenos de solo e nematides, e que o mercado consumidor no seja altamente exigente com o aspecto visual do fruto de pepineiro tipo japons ou ainda que se busquem diferentes tipos de pepinos (holands e ou caipira), a aplicao de reguladores vegetais favorece em muito o aumento da produo. Maiores pesquisas devem se concentrar na resposta fisiolgica de plantas enxertas e tambm sobre o uso de aplicao de reguladores vegetais, estes sob diversos condies e ambientais. O efeito dos fatores climticos sobre o crescimento e qualidade das plantas. Como a luminosidade, esta influencia no diretamente na qualidade, e sim diretamente

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nos processos biolgicos e fisiolgicos. Os fatores interagem entre si, ocasionando mudanas na composio qumica e de morfologia de plantas ao longo do cultivo. Esta combinao de diferentes fatores biticos e abiticos pode resultar numa intensificao das respostas fisiolgicas tanto positivas ou negativas no desenvolvimento do vegetal. A aplicao de um bioestimulante vem a suprir certas carncias do desenvolvimento vegetal, causado por alteraes nas condies ambientais que influenciam no crescimento e no desenvolvimento das funes normais da planta, atravs do decrscimo da atividade metablica. O bioestimulante age como ativador do metabolismo das clulas na planta, dando maior vigor planta, reativam processos fisiolgicos nas diferentes fases de desenvolvimento, estimulam o crescimento radicular, induzem formao de novos brotos, estimula o florescimento, maior paga de flores, estimula o amadurecimento, melhoram a qualidade e quantidade de frutos. A forma de aplicao de um bioestimulante simples podendo ser aplicado em qualquer parte do vegetal, desde que observada a forma correta e adequada da aplicao. Verificou-se no presente experimento um maior desempenho de plantas no enxertadas quando estas receberam a aplicao de concentraes de bioestimulante. Fato no visvel quando se compara as plantas enxertadas a no enxertadas. Acreditando-se que a associao enxertia com a aplicao de concentraes de bioestimulante vegetal tenha causado um desequilbrio hormonal a nveis crticos. Fato que pode ter sido favorecido pela aplicao de reguladores vegetais associados ao emprego da tcnica de enxertia. O baixo desempenho das plantas enxertadas, so decorrentes de um reajuste hormonal nas plantas, ocasionado pelos, porta-enxertos, associados a aplicao endgena de bioestimulante que podem ter alterado as concentraes exgenas dos reguladores vegetais presentes naturalmente nas planta. Avaliando-se os custos de aplicao do bioestimulante sobre plantas em especial neste ensaio em plantas de pepineiro no enxertadas, os benefcios obtidos na melhoria do manejo e aumento de produtividade so aceitveis para sua aplicao.

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6 CONCLUSO

O bioestimulante Stimulate aplicado em concentrao de 375 mL/ ha-1, promoveu de maneira geral, efeitos positivos e significativos, relacionados com a produtividade no nmero de frutos e massa de frutos totais e comerciais por metro quadrado para plantas de pepineiro no enxertadas. O bioestimulante Stimulate aplicado em concentrao de 500 mL/ ha-1 em plantas enxertadas de pepineiro, sob cultivo protegido com ciclo total de 90 dias com 60 dias de colheita, permitiu maior massa de frutos totais e comerciais por metro quadrado quando comparado s demais concentraes em plantas enxertadas.

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