aplicação da pena - cp

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  • 8/16/2019 Aplicação Da Pena - Cp

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    * Por Caroline A. Zanella

     Por Caroline A. Zanella

     

    APLICAÇÃO DA PENA

    PLICAÇÃO DA PENA

     

    → O Código Penal Brasileiro adota o sistema trifásico (três fases) de aplicação da pena.

    ARTIGO 68,

    pu t

    , CP. A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do artigo 59 deste Código; em seguida serãoconsideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.

    → Não é a pena que determina o regime de cumprimento das penas privativas de liberdade, mas, sim, o seu quantum,

    sempre observando os critérios previstos no artigo 59 do CP.

    ARTIGO. 33, CP. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção em

    regime semi-aberto ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.

    §1º. Considera-se:

    a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;

    b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.

    §2º. As Penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado,

    observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:

    a) o condenado a pena superior a oito anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;

    b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito, poderá, desde o princípio,

    cumpri-la em regime semi-aberto;

    c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a quatro anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime

    aberto.§3º. A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no artigo

    59 deste código.

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    FASE OBJETO OBSERVAÇÕES

    PRIMEIRA

    FIXAÇÃO DA PENA-BASE COM BASE NAS

    CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS, QUAIS SEJAM ARTIGO 59,

    CP):

    → O rol descrito no artigo 59 do CP é TAXATIVO.

    → A pena deve ser fixada dentro dos limites previstos para o tipo penal (artigo 59, II, CP).

    → O CP não estabelece a quantidade de aumento ou diminuição da pena que em face das

    circunstâncias judiciais.

    SÚMULA 269, STJ. É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes

    condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.→ Também se refletem na concessão do sursis e na suspensão condicional do processo

    quando forem favoráveis ao acusado.

    CULPABILIDADE (grau de reprovabilidade e censura da conduta

    do réu)

    → Se avalia a frieza e crueldade na execução do crime e não se o fato é típico, ilícito e

    culpável.

    ANTECEDENTES

    → Devem ser comprovados por certidão cartorária judicial que tenha registrado a

    condenação com trânsito em julgado.

    → Quando aplicados para aumentar a pena, exige fundamentação concreta pelo juiz para

    evidenciar o desfavorecimento. HC 225531/RJ, julgado em 10/03/2016. A NÃO

    FUNDAMENTAÇÃO CARACTERIZA CONSTRANGIMENTO ILEGAL.

    SÚMULA 241, STJ.  A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância

    agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.Assim, em se tratando de condenações definitivas distintas, nada impede o uso de maus

    antecedentes para justificar o aumento da pena-base, na primeira fase, e da reincidência,

    como agravante, na segunda fase. HC 345391/SP, julgado em 01/03/2016 (STJ) e HC

    107456/RS, julgado em 03/06/2014 (STF).

    SÓ CONFIGURA BIS IN IDEM QUANDO A CONDENAÇÃO DEFINITIVA ANTERIOR FOR A MESMA.

    OBS.: O STF reconheceu a existência da repercussão geral acerca da não caracterização de

    maus antecedentes os processos em curso. RE 591054 RG/SC, julgado em 23/10/2008.

    CONDUTA SOCIAL (comportamento do réu em seu meio

    familiar, social, e profissional, perante a sociedade)

    PERSONALIDADE (características pessoais do agente; perfilpsicológico e moral)

    → Quando aplicada para aumentar a pena, exige fundamentação concreta pelo juiz para

    evidenciar o desfavorecimento. HC 225531/RJ, julgado em 10/03/2016 (STJ). A NÃO

    FUNDAMENTAÇÃO CARACTERIZA CONSTRANGIMENTO ILEGAL.

    MOTIVOS DO CRIME (fatores que levaram o agente a praticar o

    delito)

    → Se o motivo constituir, SIMULTANEAMENTE, agravante ou atenuante, qualificadora, causa

    de aumento ou diminuição não será analisado nesta fase, sob pena de configuração do bis 

    in idem . HC 337903/RO, julgado em 01/03/2016 (STJ).

    CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME (modus operandi /forma da → Se a circunstância constituir, SIMULTANEAMENTE, qualificadora ou causa de diminuição

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    PRIMEIRA

    execução do crime, como, por exemplo, os instrumentos do

    crime, tempo de duração, objeto material, local da infração)

    ou aumento de pena, não será analisado nesta fase, sob pena de configuração do bis in 

    idem . HC 341483/SP, julgado em 01/03/2016 (STJ).

    CONSEQUÊNCIAS DO CRIME (efeitos da ação ou omissão)

    COMPORTAMENTO DA VÍTIMA (vitimologia)

    SEGUNDA

    CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES E AGRAVANTES

    ARTIGO 67, CP.  No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do

    limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as queresultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da

    reincidência.

    Assim, havendo concurso entre as circunstâncias agravantes e atenuantes, o magistrado

    não deverá compensar uma pela outra, mas, sim, ponderar pelas circunstâncias

    preponderantes que, segundo o legislador, são aquelas que resultam dos motivos

    determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. Neste sentido: HC

    178148/MS (STJ), julgado em 14/02/2012, e RHC 111454/MS (STF), julgado em

    03/04/2012.

    ATENUANTES ARTIGO 65, CP)

    São circunstâncias que sempre atenuam a pena.

    → O rol descrito no artigo 65 do CP não é taxativo, mas, sim, EXEMPLIFICATIVO.

    ARTIGO 66, CP. A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante,

    anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.

    INFORMATIVO Nº 0569, STJ:  DIREITO PENAL. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE ATENUANTE

    INOMINADA. Não caracteriza circunstância relevante anterior ao crime (art. 66 do CP) o fato

    de o condenado possuir bons antecedentes criminais. A atenuante inominada é entendida

    como uma circunstância relevante, anterior ou posterior ao delito, não disposta em lei, mas

    que influência no juízo de reprovação do autor. Excluem-se, portanto, os antecedentes

    criminais, que já são avaliados na fixação da pena-base e expressamente previstos como

    circunstância judicial do art. 59 do CP. REsp 1.405.989-SP, Rel. para o acórdão Min. Nefi

    Cordeiro, julgado em 18/8/2015, DJe 23/9/2015.

    SÚMULA 231, STJ. A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da

    pena abaixo do mínimo legal.

    SER O AGENTE MENOR DE 21 (VINTE E UM), NA DATA DOFATO, OU MAIOR DE 70 (SETENTA) ANOS, NA DATA DA

    SENTENÇA

    DESCONHECIMENTO DA LEI → Não é causa de isenção da pena.

    TER O AGENTE COMETIDO O CRIME POR MOTIVO DE

    RELEVANTE VALOR SOCIAL OU MORAL

    → Valor moral: se refere aos sentimentos relevantes do próprio agente.

    → Valor social: é o que interessa ao grupo social, à coletividade.

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    SEGUNDA

    TER O AGENTE PROCURADO, POR SUA ESPONTÂNEA VONTADE

    E COM EFICIÊNCIA, LOGO APÓS O CRIME, EVITAR-LHE OU

    MINORAR-LHE AS CONSEQUÊNCIAS, OU TER, ANTES DO

     JULGAMENTO, REPARADO O DANO

    → Não se confunde com o instituto do arrependimento eficaz descrito no artigo 15 do CP;

    neste caso, já houve consumação.

    TER O AGENTE COMETIDO O CRIME SOB COAÇÃO A QUE

    PODIA RESISTIR, OU EM CUMPRIMENTO DE ORDEM DE

    AUTORIDADE SUPERIOR, OU SOB A INFLUÊNCIA DE VIOLENTA

    EMOÇÃO, PROVOCADA POR ATO INJUSTO DA VÍTIMA

    → Devem ser observadas as regras do artigo 22 do CP (coação irresistível e ordem

    hierárquica).

    Artigo 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem,não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da

    ordem.

    TER O AGENTE CONFESSADO ESPONTANEAMENTE, PERANTE A

    AUTORIDADE, A AUTORIA DO CRIME

    SÚMULA 545, STJ. Quando a confissão for utilizada para o convencimento do julgador, o réu

    fará jus à atenuante prevista no artigo 65, III, d, do Código Penal.

    → Quando o agente confessa perante a autoridade policial, mas, se retrata em juízo, a

    confissão em sede IP não importa em atenuante.

    TER O AGENTE COMETIDO O CRIME SOB A INFLUÊNCIA DE

    MULTIDÃO EM TUMULTO, SE NÃO O PROVOCOU

    → ATENÇÃO para o requisito “SE NÃO O PROVOCOU”.

    AGRAVANTES ARTIGO 61, CP)

    São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o

    crime.

    → A circunstância agravante pode ser reconhecida pelo juiz, ainda que não alegada pelo

    Ministério Público.

    ARTIGO 385, CPP. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória,

    ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer

    agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada.

    REINCIDÊNCIA

    → ARTIGO 63, CP. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de

    transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por

    crime anterior.

    → ARTIGO 64, CP. Para efeito de reincidência:

    I - não prevalece a condenação anterior, se entre à data do cumprimento ou extinção da

    pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a cinco anos,

    computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrerrevogação;

    II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.

    SÚMULA 444, STJ. É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para

    agravar a pena-base.

    TER O AGENTE COMETIDO O CRIME POR MOTIVO FÚTIL OU

    TORPE

    → Motivo fútil: aquele de pouca importância.

    → Motivo torpe: aquele vil, repugnante.

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    SEGUNDA

    TER O AGENTE COMETIDO O CRIME PARA FACILITAR OU

    ASSEGURAR A EXECUÇÃO, A OCULTAÇÃO, A IMPUNIDADE OU

    VANTAGEM DE OUTRO CRIME

    → É exigível a existência de conexão entre os dois crimes.

    TER O AGENTE COMETIDO O CRIME À TRAIÇÃO, DE

    EMBOSCADA, OU MEDIANTE DISSIMULAÇÃO, OU OUTRO

    RECURSO QUE DIFICULTOU OU TORNOU IMPOSSÍVEL A DEFESA

    DO OFENDIDO (quando a vítima for pega de surpresa)

    → Traição: ocorre quando o agente usa de confiança nele depositada pela vítima para

    praticar o delito.

    → Emboscada: é a tocaia; ocorre quando o agente aguarda escondido para praticar o delito.

    → Dissimulação: ocorre quando o agente utiliza-se de artifícios para aproximar-se davítima.

    TER O AGENTE COMETIDO O CRIME À TRAIÇÃO, DE

    EMBOSCADA, OU MEDIANTE DISSIMULAÇÃO, OU OUTRO

    RECURSO QUE DIFICULTOU OU TORNOU IMPOSSÍVEL A DEFESA

    DO OFENDIDO (quando a vítima for pega de surpresa)

    → Tortura ou meio cruel: é aquele que causa imenso sofrimento físico e moral à vítima.

    → Meio insidioso: é aquele que usa de fraude ou armadilha.

    → Perigo comum: ocorre quando se coloca em risco um número indeterminado de pessoas.

    TER O AGENTE COMETIDO O CRIME CONTRA ASCENDENTE,

    DESCENDENTE, IRMÃO OU CÔNJUGE

    → Tal circunstância abrange qualquer forma de parentesco, independentemente do

    parentesco de ser legítimo, ilegítimo, consanguíneo ou civil.

    TER O AGENTE COMETIDO O CRIME COM ABUSO DE

    AUTORIDADE OU PREVALECENDO-SE DE RELAÇÕES

    DOMÉSTICAS, DE COABITAÇÃO OU DE HOSPITALIDADE

    → Abuso de autoridade refere-se a relações privadas.

    → Relações domésticas: são aquelas existentes entre os membros de uma família.

    → Coabitação: significa que tanto autor quanto vítima residem sob o mesmo teto.

    TER O AGENTE COMETIDO O CRIME COM ABUSO DE PODER OU

    VIOLAÇÃO DE DEVER INERENTE A CARGO, OFÍCIO, MINISTÉRIO

    OU PROFISSÃO

    → Abuso de poder: se dá quando o crime é praticado por agente público, não se aplicando

    se o delito constituir em crime de abuso de autoridade.

    → Demais hipóteses: quando o agente se utiliza de sua profissão para praticar o crime.

    TER O AGENTE COMETIDO O CRIME CONTRA CRIANÇA, VELHO

    OU ENFERMO (pessoas mais vulneráveis)

    → Criança: com idade inferior a doze anos da idade.

    → Velho: idoso, com mais de sessenta anos de idade.

    → Enfermo: aquele que se encontra doente, achacado.

    TER O AGENTE COMETIDO O CRIME QUANDO O OFENDIDO

    ESTAVA SOB A IMEDIATA PROTEÇÃO DA AUTORIDADE

    → O aumento de pena se dá pela audácia do agente em não respeitar a autoridade.

    TER O AGENTE COMETIDO O CRIME EM OCASIÃO DEINCÊNDIO, NAUFRÁGIO, INUNDAÇÃO OU QUALQUER

    CALAMIDADE PÚBLICA, OU DE DESGRAÇA PARTICULAR DO

    OFENDIDO

    → O aumento se dá pela insensibilidade do agente, que se aproveita de uma situação dedesgraça, pública ou particular, para praticar o delito.

    TER O AGENTE COMETIDO O CRIME EM ESTADO DE

    EMBRIAGUEZ PREORDENADA

    Embriaguez preordenada: quando o agente se embriaga para ter coragem para praticar o

    delito.

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    SEGUNDA

    AGRAVANTES NO CASO DE CONCURSO DE PESSOAS ARTIGO

    62, CP)

    Igualmente às agravantes anteriormente descritas, são circunstâncias que sempre agravam

    a pena, quando não constituem ou qualificam o crime.

    QUANDO O AGENTE PROMOVE, OU ORGANIZA A COOPERAÇÃO

    NO CRIME OU DIRIGE A ATIVIDADE DOS DEMAIS AGENTES

    → Pune-se aquele que promove ou comanda a prática delituosa, o mentor intelectual do

    crime.

    QUANDO O AGENTE COAGE OU INDUZ OUTREM À EXECUÇÃO

    MATERIAL DO CRIMEQUANDO O AGENTE INSTIGA OU DETERMINA A COMETER O

    CRIME ALGUÉM SUJEITO À SUA AUTORIDADE OU NÃO-PUNÍVEL

    EM VIRTUDE DE CONDIÇÃO OU QUALIDADE PESSOAL

    → Instigar: reforçar uma ideia já existente.

    → Determinar: corresponde a uma ordem.

    → A autoridade referida nesta circunstância pode ser pública ou particular, enquanto as

    condições ou qualidades pessoais que tornam a pessoa não-punível pode ser a menoridade

    e a doença mental, por exemplo.

    QUANDO O AGENTE EXECUTA O CRIME, OU NELE PARTICIPA,

    MEDIANTE PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA

    → Paga: corresponde ao pagamento anterior à execução do delito.

    → Recompensa: corresponde ao pagamento após a execução.

    TERCEIRA

    CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DA PENA

     MAJORANTES E MINORANTES)

    Estão dispostas tanto na parte geral quanto na parte especial do Código Penal, sendo todas

    aquelas possibilidades que permitem ao magistrado diminuir a pena aquém do mínimo

    legal, bem como aumentar acima do limite legal estabelecido.

    → A pena pode ser fixada abaixo do mínimo previsto para o tipo penal.

    ARTIGO 68. A pena base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste código;

    seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as

    causas de diminuição e de aumento.

    PARÁGRAFO ÚNICO. No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na

    PARTE ESPECIAL, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição,

    prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.

    MINORANTES

    São exemplos:

    1) PARTE GERAL: a tentativa, prevista no artigo 14, inciso II, do CP, que permite o juiz

    diminuir a pena de um a dois terços.

    MAJORANTES

    São exemplos:

    2) PARTE ESPECIAL: no crime de aborto a pena será aplicada em dobro se ocorrer a morte da

    gestante (artigo 127, CP).

    → É possível que o juiz reconheça duas ou mais qualificadoras em um mesmo crime; a

    primeira deverá servir como qualificadora e as demais como agravantes genéricas.

    Exemplo: Um indivíduo pratica homicídio qualificado, mediante promessa de recompensa,

    com o emprego de veneno → o juiz considerará a promessa de recompensa como

    qualificadora (artigo 121, parágrafo 2°, inciso I, do CP) e o emprego de veneno como

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    TERCEIRA

    agravante genérica (artigo 61, inciso II, alínea d, do CP) ou vice-versa.

    → Entretanto, pode acontecer que, em determinados casos, a outra qualificadora não seja

    considerada como circunstância agravante, devendo então o magistrado aplicá-la como

    circunstância do crime (circunstâncias judiciais do artigo 59 do CP).

    Exemplo: Furto qualificado praticado mediante escalada e rompimento de obstáculo → o

     juiz poderá qualificar o crime pela escalada (artigo 155, parágrafo 4°, inciso II, do CP) e,

    como o rompimento de obstáculo não é considerado agravante, deverá considerá-lo na 1ª

    fase, como circunstância do cr ime.

    SÚMULA 442, STJ. É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a

    majorante do roubo.