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APLICAÇÃO DA FLOTAÇÃO AO PÓS-TRATAMENTO DE REATOR UASB NA ETE SIDERAL, BELÉM/PA

Monique Sandra Oliveira Dias(1)

Graduanda em Engenharia Sanitária na Universidade Federal do Pará – UFPA. Bolsista pelo Programa de Bolsa de Iniciação Científica – PIBIC do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Membro do Grupo de Pesquisa Hidráulica e Saneamento – GPHS/UFPA. Valdinei Mendes da Silva Engenheiro Sanitarista pela UFPA. Mestrando em Engenharia Civil – Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental - pela UFPA. Pesquisador do Grupo de Pesquisa Hidráulica e Saneamento – GPHS/UFPA. Ana Júlia Soares Barbosa Engenheira Sanitarista pela UFPA. Mestranda em Engenharia Civil - Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental - pela UFPA. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Hidráulica e Saneamento – GPHS/UFPA. Rubens Chaves Rodrigues Graduando em Engenharia Sanitária pela UFPA. Bolsista pelo PIBIC do CNPq. Membro do Grupo de Pesquisa Hidráulica e Saneamento – GPHS/UFPA. José Almir Rodrigues Pereira Engenheiro Sanitarista pela UFPA. Mestre em Recursos Hídricos pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Doutor em Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos – EESC da Universidade de São Paulo – USP. Professor Adjunto do Departamento de Hidráulica e Saneamento e do Mestrado em Engenharia Civil da UFPA. Endereço(1): Tv. Mauriti, 1398/ 1502. Bairro: Pedreira. Belém. Pará. CEP: 66.080-650. (91) 244 1547. e-mail: [email protected] Palavras-chave: Dosagem. Flotação. Pós-tratamento. UASB.

RESUMO

O processo físico-químico por flotação está entre as alternativas de pós-tratamento de reatores UASB e sua eficiência relaciona-se diretamente às condições de coagulação e floculação, nas quais os mecanismos de formação e separação de flocos ocorrem pela ação de coagulantes. Desse modo, os autores desenvolveram estudos em escala de laboratório, testando diferentes dosagens de sulfato de alumínio e cloreto férrico para determinação da dosagem ideal para a formação de flocos mais adequados à flotação. A partir dos valores de Cor Aparente e Turbidez do esgoto bruto e do efluente do reator, foi possível observar a remoção desses parâmetros na flotação e no sistema UASB+flotação. Os resultados demonstraram que o sistema reator UASB+flotação por ar dissolvido apresenta eficiência bastante satisfatória, constituindo uma alternativa de pós-tratamento viável para a ETE Sideral, cujo processo de tratamento é baseado nesses reatores.

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INTRODUÇÃO

Atualmente, é notado grande crescimento do número de reatores anaeróbios, utilizados no tratamento de esgoto sanitário de áreas urbanas, com destaque para os reatores UASB (upflow anaerobic sludge blanket). No caso do Brasil, até o início dos anos 90 predominaram ETEs convencionais aeróbias no tratamento de esgoto sanitário, sendo que essas ainda são as mais utilizadas no tratamento de efluentes industriais. Vale observar que essas aplicações foram realizadas principalmente nas regiões sul e sudeste do país, justamente as que apresentam condições ambientais mais aproximadas das que ocorrem nos países da Europa e da América do Norte. Em que pese a grande eficiência dos sistemas aeróbios, a necessidade de fornecimento de oxigênio, o grande número de unidades e a grande produção de lodo são desvantagens desse tipo de tratamento quando em comparação com os sistemas anaeróbios. As condições ambientais favoráveis, a evolução da tecnologia e a necessidade de redução dos custos (instalação, operação e manutenção) fazem com que as modernas ETEs brasileiras já estejam sendo constituídas com reatores anaeróbios e com tratamento complementar. Como exemplo podem ser citadas as ETEs de Piracicamirim – Piracicaba/SP e Tavares Bastos – Belém/PA, que combinam unidades com diferentes processos e operações para a remoção de material grosseiro (> 95%), sólidos suspensos (> 85%), matéria orgânica (> 85%) e microorganismos (> 99%) presentes no esgoto (PEREIRA; MENDES, 2003). A comparação dessas ETEs com as de tratamento convencionais instaladas em outros países demonstra que a opção brasileira apresenta as seguintes vantagens, quando considerada a mesma eficiência de tratamento: menor área instalada; menor consumo de energia elétrica e menor volume produzido de lodo (PEREIRA; MENDES, 2003). AISSE et al. (2001) citam que grande parte das análises das alternativas de tratamento inclui reatores UASB entre as principais opções, apesar de em muitos casos, os efluentes desses reatores não se enquadrarem aos padrões estabelecidos pela legislação ambiental brasileira, motivo pelo qual o pós-tratamento deste efluente é de fundamental importância à proteção dos corpos d’água receptores. Segundo Campos et al. (1996), o tratamento físico-químico, com ênfase à aplicação da flotação por ar dissolvido, precedida de coagulação química e floculação, tem apresentado capacidade de operar com elevada eficiência de remoção da carga orgânica residual, dos sólidos em suspensão e da concentração de fosfato total presentes nos efluentes de reatores anaeróbios. Diversos autores, tais como Marchioretto; Reali, 1999, Moretti, 2001, Reali; Moruzzi; Patrizzi, 2003, têm utilizado o tratamento físico-químico por flotação quando são requeridos elevados padrões de eficiência. Campos (2003) cita a facilidade de controle operacional, a grande resistência a agentes tóxicos e a elevada eficiência na remoção de fósforo, como vantagens do tratamento físico-químico. A separação promovida pela flotação envolve as fases líquida, sólida e gasosa, a partir da combinação bolha-partícula, resultando num agregado de menor densidade que o líquido, promovendo sua ascensão à superfície (METCALF; EDDY, 1991). ODEGAARD (apud AISSE et al., 2001) sugere a divisão em três etapas no processo de formação e separação dos flocos: coagulação, floculação e separação, podendo nesta última ser utilizada flotação, sedimentação ou filtração. Segundo o autor, em todas as etapas há a formação de flocos, no entanto, é na etapa de coagulação que se inicia o processo, a partir da adição de produtos químicos desestabilizantes (coagulantes) capazes de aumentar a tendência de agregação ou fixação das partículas e/ou colóides. Na etapa seguinte (floculação), as partículas primárias agregam-se em

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conseqüência das colisões promovidas, ocorrendo à formação de flocos maiores que serão removidos na próxima etapa (flotação). As condições de dosagem ótima do coagulante podem ser determinadas em equipamento de flotação, em escala de laboratório (Floteste). Segundo Teixeira e Mendes (2004), as reações de hidrólise dos sais de alumínio e de ferro são determinadas pelo pH, e, dependendo do composto formado na hidrólise, maior será eficiência da coagulação, sendo essa a principal razão pela qual a performance do coagulante aplicado varia com a alteração do pH. De acordo com o referido autor, os parâmetros referentes à flotação, taxa de recirculação e o tempo de flotação, devem ser controlados. Pinto Filho e Brandão (2000) avaliaram a utilização da flotação por ar dissolvido como pós-tratamento de efluente de reatores anaeróbios em escala de bancada, testando sulfato de alumínio como coagulante. Os melhores resultados obtidos foram na faixa de dosagem de 160 a 240 mg/L, sendo tempo de mistura rápida (Tm) de 1 min, gradiente de mistura (Gm) em torno de 1000 s-1, gradiente de floculação (Gf) de 100 s-1, pressão de saturação de 500 kPa, taxa de aplicação na flotação de 8,1 m³/m².dia e taxa de recirculação de 10% a 20%. Os testes, nestas condições, atingiram remoções de 79% para Turbidez, 73% para Demanda Química de Oxigênio (DQO) e 74% para Sólidos Suspensos Totais (SST). Assim, em razão de ainda serem pouco relatadas experiências desse tipo na região amazônica, bem como pelo crescente aumento do número de reatores anaeróbios na Região Metropolitana de Belém (RMB), neste trabalho foi avaliada a utilização de coagulantes aplicado no pós-tratamento (flotação) de efluente líquido de reator anaeróbio.

MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa está sendo desenvolvida na Estação de Tratamento de Esgoto ETE Sideral da Companhia de Saneamento do Pará (COSANPA), localizada no bairro Sideral, município de Belém/PA, que foi projetada para atender 22.795 habitantes. A concepção da estação inclui tratamento preliminar (gradeamento e desarenação em escoamento horizontal), tratamento biológico (reator anaeróbio de manta de lodo – UASB), desaguamento de lodo em leito de secagem, elevatória de lodo e tratamento de biogás. Para disposição final do lodo é utilizado o aterro sanitário do Aurá, no município de Ananindeua/PA, que integra a RMB. O reator UASB possui 4 (quatro) câmaras, cada uma com volume útil de 600 m³, e tempo de detenção hidráulica de cerca de 9 (nove) horas, sendo que o efluente da ETE Sideral apresenta grande variação de vazão e composição antes do seu lançamento no corpo receptor (igarapé Massaquara). Para realização da pesquisa foram previstas duas fases experimentais: Fase I, caracterização de esgoto de estudo, e Fase II, ensaios de flotação. Fase I: Caracterização de esgoto de estudo. Com a finalidade de estabelecer as faixas de utilização dos parâmetros operacionais nos ensaios de flotação, foram realizadas determinações laboratoriais para caracterização físico-química dos seguintes pontos:

• Entrada da ETE (esgoto bruto – EB); • Saída do reator UASB (efluente do reator – ER).

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Na coleta das amostras foi considerada a hora de maior contribuição, sendo as seguintes determinações laboratoriais realizadas no Laboratório de Controle de Resíduos (LCR), da UFPA: Temperatura, Cor Aparente (CA), Tubidez, pH, Alcalinidade, Sólidos Totais (ST), Sólidos Totais Fixos (STF), Sólidos Totais Voléteis (STV), Sólidos Suspensos Totais (SST), Sólidos Suspensos Fixos (SSF), Sólidos Suspensos Voláteis (SSV), Sólidos Sedimentáveis (SSed), DQO total e DQO solúvel. Fase I: Ensaios de flotação. Os ensaios foram realizados no LCR, da UFPA, em sistema experimental de flotação constituído por:

a) uma câmara de saturação (5 litros), com Saturador TS600, na qual está acoplado manômetro (0-10 bar) regulador de pressão e conexões de entrada de ar comprimido, entrada de água e saída de solução saturada (fotografia 1);

Fotografia 1 – Câmara de saturação.

b) um equipamento Jartest, com seis copos, capacidade para dois litros de amostra cada,

ligados por mangueiras, de forma independente, a um conjunto de distribuição da água saturada (fotografia 2). Essa distribuição é regulada por válvulas agulha instaladas em cada mangueira;

Fotografia 2 – Equipamento de flotação.

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c) um compressor de ar de volume interno de 175 L, contendo manômetro (0-13,72931 bar) com pressão de trabalho especificada em 9,120185 bar.

Fotografia 3 – Compressor de ar.

Como coagulantes foram utilizados o cloreto férrico e o sulfato de alumínio, sendo, a princípio, a dosagem de coagulante variada, para determinação da faixa de dosagem ideal para a formação de flocos mais adequados à flotação. Para isso, como parâmetros balizadores foram utilizados o percentual de remoção de cor aparente e turbidez, conforme a experiência de Pinto Filho e Brandão (2000). Em seguida, novos ensaios foram realizados com as dosagens como é mostrada no quadro 1.

Coagulante Dosagem 60 mg/L 90 mg/L Sulfato de alumínio

120 mg/L 60 mg/L 90 mg/L Cloreto férrico

120 mg/L Quadro 1 – Coagulantes e respectivas dosagens a serem estudadas.

Durante os ensaios de coagulação/floculação/flotação foram mantidos fixos:

a) mistura rápida com tempo (Tm) de 5 s e gradiente de velocidade (Gm) de 1000 s-1; b) floculação com com tempo (Tf) de 15 min e gradiente de velocidade (Gf) de 60 s-1; c) velocidade de flotação (Vf) de 5 cm/min; d) tempo de coleta (Tc) de 93 s, calculado de acordo com Di Bernardo; Di Bernardo;

Centurione Filho (2002); e) pressão de 5 bar.

Nessa etapa foram realizadas as seguintes determinações laboratoriais para caracterizar o EB e ER: Cor Aparente, Tubidez, pH e Alcalinidade. Todas as determinações laboratoriais foram realizadas com base nos procedimentos descritos no Standard Methods for Examination of Water and Wastewater (American Public Health Association, 1992). Para facilitar a elaboração dos gráficos e tabelas, no trabalho foram utilizadas nomenclaturas de acordo com o esquema 1:

Esquema 1 – Nomenclaturas utilizadas para identificar as amostras em estudo.

UASB FLOTAÇÃOEB ER EF

EB – Esgoto Bruto ER – Efluente do Reator EF – Efluente Final

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RESULTADOS Inicialmente, foram caracterizados o esgoto bruto e efluente do reator, conforme é mostrado no quadro 2.

VALORES DETERMINAÇÕES UNIDADES ENTRADA – EB SAÍDA – ET

Temperatura °C 26,9 26,8 CA u.H. 520 453 Turbidez u.T. 148 83 pH - 6,74 6,82 Alcalinidade mg CaCO3/L 256,25 220 ST mg/L 6.370 4.780 STF mg/L 3.640 1.790 STV mg/L 2.730 2.990 SST mg/L 17 25 SSF mg/L 5 5 SSV mg/L 12 20 SSed mg/L 0,3 0,1 DQO total mg/L 234 128 DQO solúvel mg/L 74 64

Quadro 1 – Resultados das determinações laboratoriais. A eficiência observada nos reator UASB foi da ordem de 12,88 % de CA, 43,92 % de Turbidez, 24,6 de ST, 66,67 % de SSed, 45,3 % de DQO total e 13,51 % de DQO solúvel, sendo importante observar que, em alguns momentos, ocorreu arraste de sólidos no efluente do reator UASB. As características do afluente e efluente do reator UASB em estudo foram: 245 mg de CaCO3/L de Alcalinidade, CA de 1654 u.H. e pH de 6,52, e 203,33 mg de CaCO3/L de Alcalinidade, CA de 320 u.T. e 160 u.T. de Turbidez, respectivamente.

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Nas tabelas 1 e 2, são mostrados os percentuais de remoção de Cor Aparente e Tubidez, respectivamente.

Tabela 1 – Percentual de remoção de Cor Aparente do ER nos ensaios com

coagulantes sulfato de alumínio e cloreto férrico.

Coagulantes Dosagem Ensaio Cor Aparente EF

Remoção flotação (%)

1 85 79,27 2 76 81,46 60 mg/L 3 92 77,56 4 56 86,34 5 49 88,05 90 mg/L 6 52 87,32 7 57 86,10 8 39 90,49 Su

lfato

de

alum

ínio

120 mg/L 9 45 89,02 1 50 87,80 2 52 87,32 60 mg/L 3 59 85,61 4 32 92,20 5 25 93,90 90 mg/L 6 45 89,02 7 40 90,24 8 29 92,93

Clo

reto

férr

ico

120 mg/L 9 50 87,80

Nos ensaios com dosagens de 60, 90 e 120 mg/L de sulfato de alumínio, foram observadas remoções médias de Cor Aparente de 79,43 % (Desvio Padrão, DP=1,96), 87,24 % (DP=0,86) e 88,54 % (DP= 2,24), respectivamente. Já nos ensaios com cloreto férrico, aplicando dosagens de 60, 90 e 120 mg/L, os valores médios do percentual de remoção de Cor Aparente observados foram de 86,91 % (DP=1,15), 91,71 % (DP=2,48) e 90,33 % (DP= 2,56), respectivamente.

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Tabela 2 – Percentual de remoção de Turbidez do ER nos ensaios com

coagulantes sulfato de alumínio e cloreto férrico.

Coagulantes Dosagem Ensaio Turbidez EF

Remoção flotação (%)

1 10,00 88,10 2 7,00 91,67 60 mg/L 3 11,00 86,90 4 7,00 91,67 5 7,00 91,67 90 mg/L 6 8,00 91,67 7 9,00 89,29 8 4,00 95,24 Su

lfato

de

alum

ínio

120 mg/L 9 5,00 94,05 1 6,00 92,86 2 5,00 94,05 60 mg/L 3 8,00 90,48 4 5,00 94,05 5 2,00 97,62 90 mg/L 6 4,00 95,24 7 7,00 91,67 8 5,00 94,05

Clo

reto

férr

ico

120 mg/L 9 10,00 88,10

Nos ensaios com dosagens de 60, 90 e 120 mg/L de sulfato de alumínio, foram observadas remoções médias de Turbidez de 88,89 % (Desvio Padrão, DP=2,48), 91,67 % e 92,86 % (DP= 3,15), respectivamente. Já nos ensaios com cloreto férrico, aplicando dosagens de 60, 90 e 120 mg/L, os valores médios do percentual de remoção de Turbidez observados foram de 92,46 % (DP=1,82), 95,63 % (DP=1,82) e 91,27 % (DP= 3,00), respectivamente.

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Em relação aos valores do esgoto bruto, as remoções no reator UASB e no sistema de flotação foram acima de 90,8% e de 90,6 % para Cor Aparente e Turbidez, respectivamente, conforme as tabelas 3 e 4.

Tabela 3 – Percentual de remoção de Cor Aparente nos ensaios com coagulantes sulfato de alumínio e cloreto férrico.

Coagulantes Dosagem Ensaio Cor Aparente EF

Remoção UASB+flotação(%)

1 85 87,50 2 76 88,82 60 mg/L 3 92 86,47 4 56 91,76 5 49 92,79 90 mg/L 6 52 92,35 7 57 91,62 8 39 94,26 S

ulfa

to d

e al

umín

io

120 mg/L 9 45 93,38 1 50 92,65 2 52 92,35 60 mg/L 3 59 91,32 4 32 95,29 5 25 96,32 90 mg/L 6 45 93,38 7 40 94,12 8 29 95,74

Clo

reto

férr

ico

120 mg/L 9 50 92,65

Nos ensaios com dosagens de 60, 90 e 120 mg/L de sulfato de alumínio, foram observados os valores médios do percentual de remoção de Cor Aparente de 87,6 % (DP=1,18), 92,3 % (DP=0,52) e 93,09 % (DP= 1,35), respectivamente. Já nos ensaios com cloreto férrico, aplicando dosagens de 60, 90 e 120 mg/L, foram observados valores médios do percentual de remoção de Cor Aparente de 92,11 % (DP=0,69), 95 % (DP=1,49) e 94,17 % (DP= 1,54), respectivamente.

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Tabela 4 – Percentual de remoção de Turbidez nos ensaios com coagulantes sulfato de alumínio e cloreto férrico.

Coagulantes Dosagem Ensaio Turbidez EF

Remoção flotação+UASB

(%) 1 10,00 93,75 2 7,00 95,63 60 mg/L 3 11,00 93,13 4 7,00 95,63 5 7,00 95,63 90 mg/L 6 8,00 95,00 7 9,00 94,38 8 4,00 97,50 S

ulfa

to d

e al

umín

io

120 mg/L 9 5,00 96,88 1 6,00 96,25 2 5,00 96,88 60 mg/L 3 8,00 95,00 4 5,00 96,88 5 2,00 98,75 90 mg/L 6 4,00 97,50 7 7,00 95,63 8 5,00 96,88

Clo

reto

férr

ico

120 mg/L 9 10,00 93,75

Nos ensaios com dosagens de 60, 90 e 120 mg/L de sulfato de alumínio, foram observados os valores médios do percentual de remoção de Turbidez de 94,17 % (DP=1,30), 95,42 % (DP=0,36) e 96,25 % (DP= 1,65), respectivamente. Já nos ensaios com cloreto férrico, aplicando dosagens de 60, 90 e 120 mg/L, foram observados valores médios do percentual de remoção de Turbidez de 96,04 % (DP=0,95), 97,71 % (DP=0,95) e 95,42 % (DP= 1,57), respectivamente.

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É importante observar que os percentuais estabelecidos nas tabelas 3 e 4 devem ser interpretados como valores estimativos, em razão da diferença de escala das unidades de tratamento o mesmo ocorrendo para os gráficos 1 e 2 que apresentam a comparação das dosagens dos coagulantes em função dos valores de Cor Aparente e Tubidez na saída do sistema de flotação (EF).

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

100,00

60 60 60 90 90 90 120 120 120Dosagem (mg/L)

Cor

Apar

ente

(u.H

.)

Sulfato de alumínioCloreto férrico

Gráfico 1 – Comparação das dosagens dos coagulantes em função dos valores de Cor Aparente na saída do sistema de flotação (EF).

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

60 60 60 90 90 90 120 120 120

Dosagem (mg/L)

Turb

idez

(u.T

.)

Sulfato de alumínioClereto férrico

Gráfico 2 – Comparação das dosagens dos coagulantes em função dos valores de Turbidez na saída do sistema de flotação (EF).

Considerando os valores de Cor Aparente (680 u.H.) e Turbidez (160 u.T.) do esgoto bruto e do efluente do reator (410 u.H. e 84 u.T), é possível observar que, em todos os ensaios, foi significativa a remoção de Cor Aparente e Turbidez no sistema de flotação.

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CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Os resultados demonstraram que o sistema reator UASB+flotação por ar dissolvido apresenta eficiência bastante satisfatória, constituindo uma alternativa de pós-tratamento viável para a ETE Sideral, cujo processo de tratamento é baseado nesses reatores. A partir da aplicação de diferentes das dosagens de cloreto férrico e sulfato de alumínio, foi possível identificar que o cloreto férrico obteve melhor desempenho que com o sulfato de alumínio. Contudo, esses dados ainda são preliminares, bem como é necessária a realização de outros ensaios para a definição de coagulante, da dosagem e da rotina operacional da unidade de flotação a ser proposta para ETE Sideral. Além disso, os dados obtidos no equipamento utilizado (flotest) também permitirão a realização de novos ensaios para a otimização das demais condições de coagulação, floculação e flotação, aplicáveis ao processo de tratamento. REFERÊNCIAS AISSE, M. M. Pós-tratamento de efluentes de reatores anaeróbios por sistemas de flotação. In: CHERNICHARO, C. A. L. (Coord.). Pós-tratamento de efluentes de reatores anaeróbios. Belo Horizonte: Projeto PROSAB, 2001. p. 333-376. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard methods for the examination of water and wastewater. 19 ed. Washington, 1992. CAMPOS, J. R. et al. Tratamento físico-químico por flotação de efluentes de reatores anaeróbios. In: CONGRESO INTERAMERICANO INGENIERÍA SANITARIA Y AMBIENTAL, 25, Cidade del México, México: AIDIS, 1996. CAMPOS, J. R. Tratamento de esgotos sanitários. In: CAMPOS, J. R.; REALI, M. A. P.; DANIEL; L. A. Conceitos gerais sobre técnicas de tratamento de águas de abastecimento, esgotos sanitários e desinfecção. 48 p. (Apostila) – Departamento de Hidráulica e Saneamento, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. São Carlos, 2003. DI BERNARDO, L; DI BERNARDO, A.; CENTURIONE FILHO, P. L. Ensaios de tratabilidade de água dos resíduos gerados em estações de tratamento de água. Editora Rima, São Carlos, 2002. 237 p. MARCHIORETTO, M. M; REALI, M. A. P. Estudo das condições ótimas de coagulação/floculação com sulfato de alumínio visando a flotação de água para abastecimento contendo turbidez elevada e cor moderada. Revista de Iniciação Científica. Universidade de São Paulo: v.1, n.1, p.63 - 70, 1999. METCALF; EDDY. Wastewater engineering: treatment, disposal and reuse. 3 ed. Nova York, EUA: McGraw Hill, 1999. 1334p. MORETTI, R. C. Aplicação da flotação pra a clarificação final de efluente de uma sistema de tratamento de esgoto sanitário constituído de reatores anaeróbios (USAB) seguidos de lagoa aerada. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 21, Paraíba, SE. Anais eletrônicos. ABES, 2001. PEREIRA, J. A. R.; MENDES, F. C. Sistemas de esgotamento sanitário. In: PEREIRA, J. A. R. (Org.). Saneamento ambiental em áreas urbanas: esgotamento sanitário na Região Metropolitana de Belém. Belém: EDUFPA, 2004. p. 37-62.

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