aparelho repressivo ditadura civil-militar brasileira (1964-1985)

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UM OLHAR SOBRE O APARELHO REPRESSIVO DA DITADURA CIVIL-MILITAR BRASILEIRA (1964-1985) COLÉGIO JAPÃO Professor Anderson Turmas: 81 e 82 Disciplina: História

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Page 1: Aparelho repressivo Ditadura Civil-Militar brasileira (1964-1985)

UM OLHAR SOBRE O APARELHO REPRESSIVO DA DITADURA CIVIL-MILITAR BRASILEIRA (1964-1985)

COLÉGIO JAPÃO

Professor Anderson

Turmas: 81 e 82

Disciplina: História

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DITADURA CIVIL-MILITAR BRASILEIRA

CRONOLOGIA:

Governo Castello Branco (1964-1967)• Atos Insitucionais nº 1, 2, 3 e 4•Alinhamento aos Estados Unidos abertura para o capital estrangeiro•Ditadura “envergonhada”

Governo Costa e Silva (1967-1969)• Frente Ampla (aliança Jango-JK-Lacerda)• Ato Institucional nº 5 Ditadura “Escancarada”

Governo Garrastazu Médici (1969-1974)• “Milagre econômico” expansão econômica da classe média• Distribuição desigual da renda• Ufanismo e nacionalismo uso do esporte como símbolo do “país que vai pra frente”•Apogeu e queda da luta armada• Obras faraônicas (Itaipu, Transamazônica)

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DITADURA CIVIL-MILITAR BRASILEIRA

CRONOLOGIA:

Governo Geisel (1974-1979)• Crise do “milagre” e crescimento da oposição “consentida” (MDB, Associações de classe, Igreja, etc.)• Derrotas eleitorais em 1977 Pacote de Abril e Lei Falcão• Surgimento do Novo Movimento Operário no ABC paulista, sob a liderança de Luís Inácio da Silva, o Lula•“afrouxamento” da Ditadura início do processo de abertura “lenta, seguro e gradual” controlada pela Ditadura

Governo Figueiredo (1979-1985)• Lei da Anistia retorno dos exilados e recuperação de direitos políticos de opositores•Reforma partidária fim do bipartidarismo•Eleições diretas para governadores em 1982 e para prefeitos nas cidades de “segurança nacional” em 1985.•Diretas Já – 1984 e a eleição indireta de Tancredo Neves em 1985 decreta o fim da Ditadura

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O APARELHO REPRESSIVOPalavra REPRESSÃO: Conceito da Psicanálise capacidade individual de controlar instintos e desejos para o bom convívio em uma coletividade/sociedade.

Sentido político: Ação de uma força – o Estado – no sentido de impedir que os seus membros expressem ou tomem atitudes que destoem da comunidade e suas leis.

Órgão repressivo do Estado: as polícias (militar, civil)

A repressão é utilizada nos Estados dentro da força da lei: aquilo que Weber chamou de Monopólio da violência nas mãos do Estado

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O APARELHO REPRESSIVODitadura Militar brasileira: utilização de métodos de repressão contra aqueles que se opunham ao Regime Construiu-se ao longo dos 21 anos do regime de exceção os mais variados aparatos que visavam perseguir e reprimir aqueles que ousassem desafiar o poder vigente.

Entre os militares, haviam dois grupos:

GRUPO DA ESG “Moderados” preocupados em agir politicamente, com ações menos “duras”

GRUPO LINHA-DURA preocupados com os meios e os modos de “limpar” o Brasil e eliminar os “comunistas” e “corruptos” que, na visão militar, atrasavam o Brasil.

Longe de se excluírem, estes dois grupos se complementavam: embora a repressão fosse mais escancarada nos governos linha-dura (Costa e Silva e Médici), os moderados não deixavam de utilizar dos métodos daquele grupo quando estavam no poder. A repressão só amenizou no momento em que a Ditadura começou a perder apoios dentro da sociedade.

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O APARELHO REPRESSIVO4 PILARES BÁSICOS DA REPRESSÃO BRASILEIRA

• ESPIONAGEM

• POLÍCIA POLÍTICA

•CENSURA

•PROPAGANDA

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ESPIONAGEMÓRGÃO MÁXIMO DA ESPIONAGEM : Serviço Nacional de Informações (SNI)

•SNI Tarefa de colher informações e contrainformações a partir de uma rede de espionagem ligada aos Estados e aos ministérios.

• NÃO tinha a função de segurança, ou seja, era um órgão de informação, não praticava a repressão física, mas era quem abastecia os órgãos policiais de informações

• Métodos de grampos telefônicos, coleta de recortes de jornais ou de depoimentos sobre um investigado.

•Contava com colaboradores espontâneos

• Sistema de inculpação de pessoas, sem o cuidado de saber se era culpado ou não. poderia servir para “sujar” a imagem de alguem que nada tinha a ver com a oposição aos militares.

•Muitos espionados não sabem até hoje que foram vítimas deste modelo repressivo do Estado

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POLÍCIA POLÍTICAEndurecimento dos agentes do Estado com relação a luta armada após o AI-5 Insatisfação da Linha-dura devido a possibilidade dos “subversivos” conseguirem habeas corpus

Para os militares da linha-dura, era necessário ser mais “punitivos” com quem cometia crimes políticos (crimes como opinar contra o governo..., assim como contra os participantes da Luta Armada.

Operação Bandeirantes (OBAN) São Paulo (1969) operação que visava o combate as guerrilhas urbanas, com o apoio das Forças Armadas, do governo estadual e com o auxilio financeiro de empresários. Estruturada para agir apenas contra os “crimes políticos”.

OBAN – Base para o sistema DOI-CODI

DOI Destacamento de Operações de InformaçõesCODI Centro de Operações de Defesa Interna

Métodos: Tortura, assassinatos, prisões arbitrárias.Se o SNI informava, era o DOI-CODI que colocava em prática...

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CENSURAA Censura a qualquer meio cultural ou de comunicação no Brasil não era novidade: o que a Ditadura trazia de novo era a sua sistematização, com decretos-leis definindo o que poderia ou não ser exibido ou impresso, por quais razoes (políticas ou mesmo a “moral e os bons costumes”).

Dois tipos de censura: 1) PRÉVIA Exame por parte dos orgaos censores do conteúdo para definir se seria proibido ou não; 2) Envio aos meios censurados dos temas que eram proibidos de menciionar, ou seja, era uma censura determinada.

Diversões públicas (teatro, televisão, rádio, etc) censura controlada e coercitiva. Muitas vezes já estava tudo pronto quando um censor chegava e impedia a exibição de uma peça ou de um programa.

Caso Rede Globo e o programa TV mulher, de Marta Suplicy

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PROPAGANDA POLÍTICA• Criação da AERP (Assessoria Especial de Relações Públicas) órgão responsável pela divulgação do Governo pelos meios de comunicação;

• Buscava-se, a partir da propaganda, valorizar o Brasil e suas conquistas, distribuindo imagens de sucesso e felicidade da nação. Para Fico, demonstra bem o caráter “envergonhado” da Ditadura que mostrava-se como um governo legítimo, “democrático” e que obviamente negava a existência da Ditadura, das torturas ou da censura.

•Caráter educativo “ensinar o Brasil para o povo”

•Caráter Moral-cívico “combater o inimigo externo e os corruptos

•Único pilar vinculado mais aos moderados, embora tenha sido muito útil a Linha-dura.

•Não significa dizer que os moderados se opusessem as torturas, prisões e espionagens: pelo contrário, afastavam-se publicamente, mas sabiam muito bem o que ocorria nos porões da ditadura...

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Assassinato de Vladimir Herzog

Manifestação contra a ditadura

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Arquivos da Ditadura MilitarQuando serão abertos? O que escondem?

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Comissão da VerdadeRecolocar na agenda política a discussão quando a Anistia e o perdão que a mesma deu aos torturadores da Ditadura.

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BIBLIOGRAFIA

BOBBIO, N; MATTEUCCI, N; PASQUINO, G.. Dicionário de Política. Brasília, Ed. da UNB, 1992. Vol.2. (verbetes: Repressão e Violência)

FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. São Paulo, Ed. USP, 2009.

FICO, Carlos. Espionagem, polícia política, censura e propaganda: os pilares básicos da repressão. IN: FERREIRA, J; DELGADO, L. O Brasil republicano. O tempo da ditadura.Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 2013.