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Aparelho Circulatório Todas as células do nosso organismo têm necessidade, para manter- se em vida e desempenhar as suas funções, de receber oxigênio e materiais nutritivos. A tarefa de transportar a elas esses elementos cabe ao sangue, o qual, por sua vez, recebe das células as substâncias de rejeição. Para realizar essa tarefa, o sangue tem necessidade de “circular” continuamente. Os canais dentro dos quais o sangue circula são os vasos sangüíneos, enquanto o coração é a bomba que dá ao sangue o seu impulso para circulação. Coração e vasos constituem, no seu conjunto, o aparelho circulatório. A circulação abastece as células de nutrientes e oxigênio, leva os hormônios das glândulas endócrinas até os órgãos onde elas atuam, e retira os resíduos metabólicos (bióxido de carbono etc.) e outras substâncias que as células eliminam. Atua também no equilíbrio da temperatura. O sistema circulatório é formado por: - Uma bomba que impulsiona o sangue através do organismo: o coração. - Um sistema de vasos que inclui: artérias, arteríolas, veias, vênulas e capilares. - O sangue. O sangue Os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas tem uma função definida. Os glóbulos vermelhos levam oxigênio. Os brancos combatem infecções, ou seja, vírus e bactérias que atacam o corpo e nos deixam doentes. E as plaquetas ficam responsáveis por parar os sangramentos, como quando alguém faz um corte na mão, ou seja, a plaqueta ajuda na coagulação do sangue. Os três estão misturados numa substância líquida chamada plasma. Um homem tem em média 5 milhões de glóbulos vermelhos por milímetro cúbico de sangue. O Sistema de Vasos Sangüíneos Artérias: Sua função é transportar sangue oxigenado sob uma pressão elevada aos tecidos, por esta razão as artérias têm paredes vasculares fortes e o sangue flui rapidamente nelas. As artérias são tubos expansíveis que têm três capas: - Interna ou íntima: formada por tecido endotelial. - Média: composta principalmente por fibras elásticas. - Externa ou Adventícia: composta principalmente por tecido fibroso. Pela presença do tecido elástico as artérias respondem de forma passiva à pressão do sangue contido. O tecido elástico perde a flexibilidade com a velhice e então as artérias tendem a encolher-se, tornando-se tortas e endurecidas, o que faz com que a pressão se modifique. Arteríolas: São os últimos ramos do sistema arteriolar. Sua estrutura é similar às artérias, sendo a capa média principalmente muscular, pelo que se espera que haja mudanças ativas e não passivas em seu calibre. Portanto a quantidade de sangue que chega à camada capilar pode aumentar ou diminuir em resposta às necessidades dos tecidos e, às vezes, em resposta à atividade emocional. Por exemplo: a palidez provocada pelo medo, a frieza das mãos devida à apreensão ou o rubor facial ante a vergonha. Capilares: Os capilares são compostos de uma só capa: o endotélio. Em média, não medem mais do que 1mm de comprimento e servem de conexão entre arteríolas e Estrutura da Artéria Image from Purves et al., Life: The Science of Biology, 4th Edition, by Sinauer Associates (www.sinauer.com) and WH Freeman (www.whfreeman.com) Variações na pressão do sangue, velocidade e área das artérias, capilares e veias no aparelho circulatório. Image from Purves et al., Life: The Science of Biology, 4th Edition, by Sinauer Associates (www.sinauer.com) and WH Freeman (www.whfreeman.com). Estrutura dos Capilares. Image from Purves et al., Life: The Science of Biology, 4th Edition, by Sinauer Associates (www.sinauer.com) and WH Freeman (www.whfreeman.com) vênulas. A função dos capilares é intercambiar líquidos, nutrientes, eletrólitos, hormônios e outras substâncias entre o sangue e o líquido intersticial ou tissular. Para esta função as paredes capilares são muito finas e permeáveis às moléculas pequenas. Vênulas e Veias: As vênulas recolhem o sangue dos capilares. Estas se unem para 93

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Aparelho Circulatório

Todas as células do nossoorganismo têm necessidade, para manter-se em vida e desempenhar as suasfunções, de receber oxigênio e materiaisnutritivos. A tarefa de transportar a elasesses elementos cabe ao sangue, o qual,por sua vez, recebe das células assubstâncias de rejeição. Para realizar essatarefa, o sangue tem necessidade de“circular” continuamente. Os canais dentrodos quais o sangue circula são os vasossangüíneos, enquanto o coração é abomba que dá ao sangue o seu impulsopara circulação. Coração e vasosconstituem, no seu conjunto, o aparelhocirculatório.

A circulação abastece as células denutrientes e oxigênio, leva os hormôniosdas glândulas endócrinas até os órgãosonde elas atuam, e retira os resíduosmetabólicos (bióxido de carbono etc.) eoutras substâncias que as célulaseliminam. Atua também no equilíbrio datemperatura.

O sistema circulatório é formadopor:

- Uma bomba que impulsiona o sangueatravés do organismo: o coração.

- Um sistema de vasos que inclui: artérias,arteríolas, veias, vênulas e capilares.

- O sangue.

O sangue

Os glóbulos vermelhos, glóbulosbrancos e plaquetas tem uma funçãodefinida. Os glóbulos vermelhos levamoxigênio. Os brancos combatem infecções,ou seja, vírus e bactérias que atacam ocorpo e nos deixam doentes. E asplaquetas ficam responsáveis por parar ossangramentos, como quando alguém fazum corte na mão, ou seja, a plaquetaajuda na coagulação do sangue. Os trêsestão misturados numa substância líquidachamada plasma. Um homem tem emmédia 5 milhões de glóbulos vermelhos pormilímetro cúbico de sangue.

O Sistema de Vasos Sangüíneos

Artérias: Sua função é transportar sangueoxigenado sob uma pressão elevada aostecidos, por esta razão as artérias têmparedes vasculares fortes e o sangue fluirapidamente nelas.

As artérias são tubos expansíveisque têm três capas:

- Interna ou íntima: formada por tecidoendotelial.

- Média: composta principalmente porfibras elásticas.

- Externa ou Adventícia: compostaprincipalmente por tecido fibroso. Pelapresença do tecido elástico as artérias

respondem de forma passiva à pressão dosangue contido.

O tecido elástico perde aflexibilidade com a velhice e então asartérias tendem a encolher-se, tornando-setortas e endurecidas, o que faz com que apressão se modifique.

Arteríolas: São os últimos ramos dosistema arteriolar. Sua estrutura é similaràs artérias, sendo a capa médiaprincipalmente muscular, pelo que seespera que haja mudanças ativas e nãopassivas em seu calibre. Portanto aquantidade de sangue que chega à camadacapilar pode aumentar ou diminuir emresposta às necessidades dos tecidos e, àsvezes, em resposta à atividade emocional.Por exemplo: a palidez provocada pelomedo, a frieza das mãos devida àapreensão ou o rubor facial ante avergonha.

Capilares: Os capilares são compostos deuma só capa: o endotélio. Em média, nãomedem mais do que 1mm de comprimentoe servem de conexão entre arteríolas e

Estrutura da ArtériaImage from Purves et al., Life: The Science of Biology, 4th Edition,

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Variações na pressão do sangue,velocidade e área das artérias, capilarese veias no aparelho circulatório. Image from

Purves et al., Life: The Science of Biology, 4th Edition, by Sinauer

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Estrutura dos Capilares. Image from Purves et al.,

Life: The Science of Biology, 4th Edition, by Sinauer Associates

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vênulas. A função dos capilares éintercambiar líquidos, nutrientes,eletrólitos, hormônios e outras substânciasentre o sangue e o líquido intersticial outissular. Para esta função as paredescapilares são muito finas e permeáveis àsmoléculas pequenas.

Vênulas e Veias: As vênulas recolhem osangue dos capilares. Estas se unem para

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Os capilares e os vasos que os suprem.Image from Purves et al

Estrutura de uma veia (acima) e as açõesmusculares para movimentar o sangueatravés das veias

formar veias. Possuem três capas como asartérias, porém mais finas, especialmentea capa média. A pressão nelas é maisbaixa em comparação com as artérias. Asveias atuam como condutoras para otransporte do sangue dos tecidos até ocoração, mas, de forma igualmenteimportante, servem como reservafundamental do sangue. As veias têm umcalibre muito maior do que as artérias,sendo seu fluxo muito mais lento. Estasdevolvem ao coração o sangue contra agravidade e, por isso, têm válvulas quefomentam o fluxo de retorno venoso aocoração.

O Coração (a Bomba Muscular)

O coração é o órgão central dacirculação. É um músculo oco cuja funçãoé recolher o sangue proveniente das veiase lançá-lo nas artérias. O coração estáenvolvido por uma túnica que se chamapericárdio, enquanto as suas cavidadesinternas estão forradas por uma membranadelgada: o endocárdio. A parte musculardo coração se chama miocárdio. A formado coração é aproximadamente a de umcone. A sua ponta corresponde ao quintoespaço intercostal da esquerda. A cor é deum vermelho mais ou menos escuro, masa uniformidade dessa cor é interrompidapor estrias amareladas, devidas àsformações de tecido adiposo.

O volume do coração varia nosdiversos indivíduos. As suas dimensõesmédias, em um homem adulto, são asseguintes: -comprimento, 98 milímetros; -largura, 105 milímetros; -circunferência,230 milímetros.

O peso é de cerca de 275 gramas.O coração da mulher tem dimensões

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inferiores de 5 a 10 milímetros, e pesa 5 a10 gramas a menos.

Está localizado na cavidadetorácica, diretamente atrás do esterno,deslocado em direção ao lado esquerdo.Suas paredes de tecidos muscular sãoreforçadas por bandas de tecidoconjuntivo. Tanto o coração como todo osvasos estão revestidos por uma capa decélulas planas, chamada endotélio queevita que o sangue se coagule.

A cavidade do coração estádividida em duas partes, uma direita eoutra esquerda, separadas por um septomuscular.

O coração é constituído por tecidomuscular que tem uma característicaparticular: é formado de fibras estriadas epluricelulares. As fibras muscularesestriadas são características dos músculosque se contraem sob a ação da vontade:por exemplo, são estriados os músculos

1 - Coronária Direita2 - Coronária Descendente Anterior Esquerda3 - Coronária Circunflexa Esquerda4 - Veia Cava Superior5 - Veia Cava Inferior6 - Aorta7 - Artéria Pulmonar8 - Veias Pulmonares9 - Átrio Direito10 - Ventrículo Direito11 - Átrio Esquerdo12 - Ventrículo Esquerdo13 - Músculos Papilares14 - Cordoalhas Tendíneas15 - Válvula Tricúspide16 - Válvula Mitra17 - Válvula Pulmonar

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o mesmo conjunto, atingindo-o porcompleto após alguns centésimos desegundos. A este conjunto de fibras,unidas entre sí, damos o nome de sincício.

Portanto podemos dizer que existe umanatureza sincicial no músculo cardíaco.

Existem, na verdade, 2 sincíciosfuncionais formando o coração: Um sincícioatrial e um sincício ventricular. Um sincícioé separado do outro por uma camada detecido fibroso. Isto possibilita que acontração nas fibras que compõem osincício atrial ocorra num tempo diferenteda que ocorre no sincício ventricular.

dos braços e das pernas que o homemmove à vontade. Os músculos não sujeitosà vontade (como aqueles das vísceras)são, ao contrário, lisos. O músculocardíaco apresenta, pois, uma exceção,porque, não estando o coração sujeito ànossa vontade, é todavia formado de fibrasestriadas musculares que se unem umas àsoutras, perdendo a sua individualidade.Temos assim a impressão de que o coraçãoé um músculo único e não um conjunto defibras independentes, como acontece comtodos os outros músculos.

Algo interessante de se verificarno músculo cardíaco é a forma como suasfibras se dispõem, umas junto às outras,juntando-se e separando-se entre sí, comopodemos observar na ilustração abaixo.

Uma grande vantagem neste tipode disposição de fibras é que o impulso,uma vez atingindo uma célula, passa comgrande facilidade às outras que compõem

Como temos já acentuado, omúsculo cardíaco é envolvido por umatúnica fibrosa, o pericárdio, que é umverdadeiro revestimento do coração, aoqual porém não adere intimamente. Entreeste e o músculo cardíaco fica um espaçoou cavidade pericárdica, forrado por umamembrana que constitui o pericárdioverdadeiro; deste distinguimos um folhetovisceral, que adere ao músculo cardíaco, eum folheto parietal que reveste a paredeinterna do pericárdio fibroso. A cavidadepericárdica permite ao músculo cardíacodilatar-se e contrair-se livremente.

As cavidades cardíacas são,também elas, forradas por uma membranadelgada: o endocárdio. É o endocárdioque, entre a átrio e o ventrículo, se dobrasobre si mesmo formando as válvulasátrio-ventriculares. Do mesmo modo, na

passagem dos ventrículos para as artérias(pulmonar e aorta) o endocárdio se dobrapara formar as válvulas sigmóides.

Os Vasos do Coração

O coração tem necessidade de serconvenientemente nutrido. O sangue quecircula no coração não o nutre, passasimplesmente pelas suas cavidades. A suanutrição será, ao contrário, dedicado umcomplexo de artérias e de veiasparticulares: as coronárias (direita eesquerda). Provêm elas da aorta. Apenassaída do ventrículo esquerdo, a aorta dáorigem as artérias coronárias que reentramimediatamente no coração ramificando-seno músculo cardíaco em numerosassubdivisões. O sangue que nutriu eoxigenou o músculo cardíaco é coletadopela grande veia coronária, a qualdesemboca diretamente na átrio direita.

O coração é, pois, provido de umapequena circulação independente.

Os Nervos do Coração

O coração é um órgãorelativamente autônomo. Como possui umacirculação autônoma, também pulsa “por sisó”. O estímulo que faz bater o coraçãonasce; na verdade, no íntimo do músculocardíaco. Isto é, o coração está emcondições de bater sem a intervenção dosistema nervoso. No entanto, ao coraçãochegam nervos que provêm do nervo vagoe do sistema simpático. Estes nervosregulam as batidas cardíacas: o simpáticoo acelera, enquanto o vago o tornavagaroso.

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O coração, para desempenhar asua função de bomba, deve dilatar as suascavidades, de modo que se encham desangue, e, em seguida, comprimi-las, demodo que o sangue seja lançado nasartérias. Esta alternância de dilatações ede contrações se chama revoluçãocardíaca. A contração chama-se sístole e adilatação diástole.

Quando as válvulas do coraçãofuncionam imperfeitamente, porque sãoapertadas (estenose) ou porque perderama sua capacidade (insuficiência), às bulhasnormais se ajuntam rumores patológicosou sopros.

O coração, contraindo-se,determina fenômenos elétricos, que podemser registrados. Obtém-se assim oeletrocardiograma, que é formado por umasérie de ondas, cada uma das quais é atradução gráfica inicial da atividade de umaparte do coração. Neste gráfico sedistingue uma onda P que corresponde àcontração das átrios, e um consecutivocomplexo QRS determinado pela contraçãodos ventrículos. Conclui o ciclo uma ondaT. Muitas alterações cardíacas determinamuma modificação da ondaeletrocardiográfica normal, de modo que oeletrocardiograma representa um preciosomeio de diagnóstico.

O Pulso

A contração do ventrículoesquerdo determina, com a passagemrepentina do sangue na aorta, uma bruscadilatação dessa artéria. A dilatação setransmite ao longo das paredes da aorta (ede todas as artérias que se originam dela)como uma onda. A transmissão é muito

rápida (9 metros por segundo) e a ondapode ser percebida no pulso, do lado dopolegar, onde a artéria radial é maisfacilmente perceptível. O pulso radial sepercebe quase no mesmo instante em quetem lugar a contração cardíaca; estapulsação, porém, não corresponde àchegada do sangue, que caminha muito

mais lentamente do que a onda (50centímetros por segundo). Dos caracteresdo pulso se pode deduzir o procedimentodo coração. Do pulso se aprecia afreqüência (número de batidas porminuto), o ritmo (regularidade dasbatidas), a amplitude (grau de distensãoda artéria), a celeridade (tempo

empregado pela artéria para atingir adilatação máxima).

Baço

É um órgão linfático, situado naparte esquerda da cavidade abdominal.Nele não se produz a contínua destruiçãodos glóbulos vermelhos envelhecidos; suaprincipal função está vinculada com aimunidade; como órgão linfático estáencarregado de produzir linfócitos (que sãoum tipo de glóbulos brancos) que sederramam no sangue circulante e tomaparte nos fenômenos necessários para asíntese de anticorpos. Apesar de todasestas funções, o baço não é um órgão

fundamental para a vida sua forma é oval ecom um peso de 150 g o qual varia emsituações patológicas. Macroscopicamente,se caracteriza pela alternância entreestruturas linfóides e vasculares, queformam respectivamente a polpa branca ea polpa vermelha.

A artéria esplênica entra no órgãoe se subdivide em artérias trabeculares,que penetram na polpa branca comoartérias centrais e uma vez fora delas sedividem na polpa vermelha. A polpa brancaé formada por agregados linfocitáriosformando corpúsculos, atravessados poruma artéria. A polpa vermelha é formadapor seios e cordões estruturados porcélulas endoteliais e reticulais formandoum sistema filtrante e depurador

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capacitado para seqüestrar os corposestranhos de forma irregular e de certadimensão. Em síntese as funções de baçosão múltiplas; Intervêm nos mecanismosde defesa do organismo, forma linfócitos eindiretamente anticorpos, destrói osglóbulos vermelhos envelhecidos e quandodiminui a atividade hemocitopoiética damedula, é capaz de recomeçarrapidamente dita atividade. Por outro ladocomo contém grande quantidade desangue, em estado de emergência podeaumentar com sua contração a quantidadede sangue circulante, liberando todaaquela que contém.

Dinâmica da Circulação

O batimento do coração é iniciadoe regulado pelo nódulo sinusal que seencontra na parte superior do átrio direitae do nascimento automático deste nódulopassa o estímulo para o resto do coraçãopelo tecido de Purkinje. Quando o nódulosinusal, por qualquer doença, não produz obatimento automático, as outras zonas queconstituem a rede ou o tecido de Purkinjepodem bater com ritmos de freqüênciasinferiores. O átrio direito recebe o sanguepor intermédio de duas importantes veias.A veia cava superior (sangue da cabeça,braços e parte superior do corpo) e a veiacava inferior (sangue de membrosinferiores e parte inferior do corpo). Oátrio direito se contrai abrindo a válvulatricúspide (que é a que separa o átrio doventrículo direito) que, permite a entradado sangue ao ventrículo direito. Acontração do ventrículo direito fecha aválvula tricúspide e abre a válvulapulmonar semilunar desse ladoimpulsionando o sangue pela artériapulmonar em direção aos pulmões.

Dos pulmões o sangue volta parao átrio esquerdo pelas veias pulmonares.Este é o último caso no qual uma veia levasangue oxigenado, já que normalmente osangue oxigenado vai pelo sistema arteriale o sangue com desperdícios, com menorconteúdo de oxigênio, vai pela redevenosa. Mesmo assim, neste caso existeuma exceção quando a artéria pulmonar,que sai do ventrículo direito, leva sanguenão oxigenado ou resíduos para ospulmões, e dos pulmões voltam às veiaspulmonares com o sangue oxigenado paraa parte do coração esquerdo; a átrioesquerda se contrai abrindo a válvulamitral (que é a que separa a átrio doventrículo esquerdo).

A contração do ventrículoesquerdo fecha esta válvula, abre a válvulaaorta semilunar e envia o sangue atravésda aorta a todo o sistema, menos aospulmões. Toda a porção de sangue queentra no átrio direito deve dirigir-se para acirculação pulmonar antes de alcançar oventrículo esquerdo e daí ser enviada aostecidos.

O tecido nodal regula o batimentocardíaco que consta de uma contração ousístole, seguida de relaxamento oudiástole. Os átrios e ventrículos não secontraem simultaneamente; a sístole atrialaparece primeiro, com duração aproximadade 0,15' seguida da sístole ventricular, comduração aproximada de 0,30'. Durante afração restante de 0,40', todas ascavidades se encontram num estado derelaxamento isovolumétrica (situação ondenão há mudança de volumes em nenhumadas quatro câmaras do coração).

Um jovem saudável, em repouso,apresenta aproximadamente os seguintes

volumes de sangue nas câmarasventriculares:

Volume Diastólico Final (o volumede sangue que se encontra em cadacâmara ventricular ao final de umadiástole): 120 a 130 ml.

Volume Sistólico Final (o volumede sangue que se encontra em cadacâmara ventricular ao final de uma sístole):50 a 60 ml.

Volume Sistólico ou DébitoSistólico (o volume de sangue ejetado porcada câmara ventricular durante umasístole): 70 ml.

Se, durante 1 minuto, um adultonormal em repouso apresentaaproximadamente 70 ciclos (sístoles ediástoles) cardíacos e se, a cada ciclo,aproximadamente 70 ml. de sangue sãoejetados numa sístole, podemos concluirque, durante 1 minuto, aproximadamente 5litros (70 x 70 ml) de sangue são ejetadospor cada ventrículo a cada minuto. Ovolume de sangue ejetado por cadaventrículo a cada minuto é denominadoDébito Cardíaco (DC).

Resumo do Ciclo Cardíaco: A funçãoimpulsora de sangue do coração segueuma sucessão cíclica cujas faces, a partirda sístole atrial, são as seguintes:

a) Sístole atrial: a onda de contração sepropaga ao longo de ambas os átriosestimuladas pelo nódulo sinusal. O coraçãotem a direção elétrica automática. Oventrículo tem sangue em seu interior queprovém da diferença de pressão: há muitosangue nos átrios e pouco nos ventrículos,

e isso faz com que as válvulas se abram epassem o sangue dos átrios aosventrículos.

b) Sístole ventricular: começa a contrair-seo ventrículo, com aumento rápido de suapressão; nesse momento fecham-se asválvulas tricúspide e mitral, para que osangue não volte a fluir para os átrios e oaumento de pressão que sobrevém até quese abram as válvulas semilunares, atriais epulmonares e que passe o sangue rumo àaorta e também à artéria pulmonar,produzindo-se o primeiro som dos ruídoscardíacos.

c) Aumento da pressão dos ventrículos: asválvulas semilunares se mantêm fechadasaté que a pressão dos ventrículos seequilibra com a das artérias.

d) Quando a pressão intraventricularultrapassa a das artérias, abrem-se asválvulas semilunares e o sangue se dirigepelas artérias aorta e pulmonar.

e) Diástole ventricular: os ventrículosentram em relaxamento, sua pressãointerna é inferior à arterial por isso asválvulas semilunares se fecham,produzindo o segundo ruído cardíaco.

f) Diminuição da pressão com relaxamentodas paredes ventriculares, as válvulastricúspide e mitral continuam fechadas (apressão ventricular é maior que a atrial)pelo que não sai nem entra sangue nosventrículos; embora penetre sangue nosátrios ao mesmo tempo.

g) A pressão intraventricular é inferior àatrial, porque o átrio vai se enchendo desangue, o que produz uma diferença depressão com a qual se abrem novamente

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as válvulas tricúspides e mitral e recomeçao ciclo.

Batimento Cardíaco

O coração de uma pessoa emrepouso impulsiona aproximadamente5000 ml de sangue por minuto, queequivalem a 75 ml por batida. Isso significaque, a cada minuto, passa pelo coração umvolume de sangue equivalente a todoaquele que o organismo humano contem.Durante um exercício físico intenso o gastocardíaco (volume de sangue impulsionadopelo coração) pode chegar até 30 l porminuto (30.000 ml/min).

Acontece que, ao se praticaralguma atividade física mais intensa, com a

dilatação acentuada de diversos vasossanguíneos na musculatura esquelética,uma quantidade bem maior de sanguepassa a retornar ao coração. O coraçãoentão, nessas ocasiões, passa também aejetar a mesma quantidade através de seusventrículos e evitando assim a ocorrênciade uma estase sanguínea. Emdeterminados momentos, com atividadefísica intensa, o volume de sangue queretorna ao coração chega até aaproximadamente 25 litros por minuto e,ainda assim, muitas vezes o coração écapaz de bombear todo este volume.

Lei de Frank-Starling:Estabelece que o coração, dentro delimites fisiológicos, é capaz de ejetar todoo volume de sangue que recebeproveniente do retorno venoso.

O Ciclo Cardíaco

Podemos então concluir que ocoração pode regular sua atividade a cadamomento, seja aumentando o débitocardíaco, seja reduzindo-o, de acordo coma necessidade.

Vejamos, portanto, de que forma ocoração controla sua atividade:

Controle da Atividade Cardíaca

O controle da atividade cardíacase faz tanto de forma intrínseca comotambém de forma extrínseca.

1. Controle Intrínseco:

Ao receber maior volume desangue proveniente do retorno venoso, asfibras musculares cardíacas se tornam maisdistendidas devido ao maior enchimento desuas câmaras. Isso faz com que, ao secontraírem durante a sístole, o fazem com

uma maior força. Uma maior força decontração, conseqüentemente, aumenta ovolume de sangue ejetado a cada sístole(Volume Sistólico). Aumentando o volumesistólico aumenta também, comoconseqüência, o Débito Cardíaco (DC = VSx FC).

Outra forma de controleintrínseco: Ao receber maior volume desangue proveniente do retorno venoso, asfibras musculares cardíacas se tornam maisdistendidas devido ao maior enchimento desuas câmaras, inclusive as fibras dePurkinje. As fibras de Purkinje, maisdistendidas, tornam-se mais excitáveis. Amaior excitabilidade das mesmas acabaacarretando uma maior freqüência dedescarga rítmica na despolarizaçãoespontânea de tais fibras. Comoconseqüência, um aumento na FreqüênciaCardíaca se verifica. O aumento naFreqüência Cardíaca faz com que ocorratambém um aumento no Débito Cardíaco(DC = VS X FC).

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2. Controle Extrínseco:

Além do controle intrínseco ocoração também pode aumentar ou reduzirsua atividade dependendo do grau deatividade do Sistema Nervoso Autônomo(SNA).

O Sistema Nervoso Autônomo, deforma automática e independendo denossa vontade consciente, exerceinfluência no funcionamento de diversostecidos do nosso corpo através dosmediadores químicos liberados pelasterminações de seus 2 tipos de fibras:Simpáticas e Parassimpáticas.

As fibras simpáticas, na sua quasetotalidade, liberam noradrenalina. Aomesmo tempo, fazendo também parte doSistema Nervoso Autônomo Simpático, amedula das glândulas supra renais liberamuma considerável quantidade de adrenalinana circulação.

Já as fibras parassimpáticas,todas, liberam um outro mediador químicoem suas terminações: acetilcolina.

a. Um predomínio da atividade simpáticado SNA provoca, no coração, umsignificativo aumento tanto na freqüênciacardíaca como também na força decontração. Como conseqüência ocorre umconsiderável aumento no débito cardíaco.

b. Já um predomínio da atividadeparassimpática do SNA, com a liberação deacetilcolina pelas suas terminaçõesnervosas, provoca um efeito oposto nocoração: redução na freqüência cardíaca eredução na força de contração. Comoconseqüência, redução considerável nodébito cardíaco.

Sistema de Purkinje

A ritmicidade própria do coração,assim como o sincronismo na contração desuas câmaras, é feito graças uminteressante sistema condutor e excitatóriopresente no tecido cardíaco: O Sistema dePurkinje. Este sistema é formado por fibrasauto-excitáveis e que se distribuem deforma bastante organizada pela massamuscular cardíaca.

Podemos conferir, na ilustraçãoabaixo, como se distribuem as diversasfibras que formam o Sistema de Purkinje:

1. Nodo Sinu-Atrial (SA): Também chamadoNodo Sinusal, é de onde partem osimpulsos, a cada ciclo, que se distribuempor todo o restante do coração. Por issopode ser considerado o nosso marcapassonatural. Localiza-se na parede lateral doátrio direito, próximo à abertura da veiacava superior. Apresenta uma freqüênciade descarga rítmica de aproximadamente70 despolarizações (e repolarizações) acada minuto. A cada despolarização forma-se uma onda de impulso que se distribui, apartir deste nodo, por toda a massamuscular que forma o sincício atrial,provocando a contração do mesmo. Cercade 0,04 segundos após a partida doimpulso do nodo SA, através de fibrasdenominadas internodais, o impulso chegaao Nodo AV.

2. Nodo Atrio-Ventricular (AV): Chegando oimpulso a este nodo, demoraráaproximadamente 0,12 segundos paraseguir em frente e atingir o Feixe AV, quevem logo a seguir. Portanto este nodo,localizado em uma região bem baixa dosincício atrial, tem por função principalretardar a passagem do impulso antes queo mesmo atinja o sincício ventricular. Isto é

necessário para que o enchimento dascâmaras ventriculares ocorra antes dacontração das mesmas, pois, no momentoem que as câmaras atriais estariam emsístole (contraídas), as ventriculares aindaestariam em diástole (relaxadas). Após apassagem, lenta, através do nodo AV, oimpulso segue em frente e atinge o feixeAV.

3. Feixe AV: Através do mesmo o impulsosegue com grande rapidez em frente eatinge um segmento que se divide em 2ramos:

4. Ramos Direito e Esquerdo do Feixe deHiss: Através destes ramos, paralelamente,o impulso segue com grande rapidez emdireção ao ápice do coração,acompanhando o septo interventricular. Aoatingir o ápice do coração, cada ramosegue, numa volta de quase 180 graus, emdireção à base do coração, desta vezseguindo a parede lateral de cadaventrículo. Note que cada ramo emite uma

grande quantidade de ramificações. Estastêm por finalidade otimizar a chegada dosimpulsos através da maior quantidadepossível e no mais curto espaço de tempopossível por todo o sincício ventricular.Com a chegada dos impulsos no sincícioventricular, rapidamente e com uma grandeforça, ocorre a contração de todas as suasfibras. A contração das câmarasventriculares reduz acentuadamente ovolume das mesmas, o que faz com queum considerável volume de sangue sejaejetado, do ventrículo direito para a artériapulmonar e, do ventrículo esquerdo para aartéria aorta.

Durante todo o tempo o sangueflui, constantemente, por uma vasta redevascular por todos os nossos tecidos.

O coração bombeiacontinuamente, a cada sístole, um certovolume de sangue para nossas artérias. Osangue encontra uma certa resistência aofluxo, proporcionada em grande parte pelopróprio atrito das moléculas e célulassanguíneas contra a parede de um longocaminho encontrado a frente através denossos vasos sanguíneos, de variadosdiâmetros e numerosas ramificações.

O fluxo sanguíneo varia bastantenos diferentes tecidos. Determinadostecidos necessitam de um fluxo bem maiordo que outros. Tecidos como músculosesqueléticos apresentam grandes variaçõesno fluxo sanguíneo através dos mesmosem diferentes situações: Durante orepouso o fluxo é relativamente pequeno,mas aumenta significativamente durante otrabalho, quando o consumo de oxigênio edemais nutrientes aumenta e a produçãode gás carbônico e outros elementostambém aumenta.

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Através de uma vasodilatação oude uma vasoconstrição, a cada momento,o fluxo sanguíneo num tecido podeaumentar ou diminuir, devido a uma menorou maior resistência proporcionada aomesmo.

Dois importantes fatores quedeterminam o fluxo num vaso pode serdemonstrado pela seguinte fórmula: FLUXO= PRESSÃO / RESISTÊNCIA

Diante disso podemos concluirque, aumentando a pressão, o fluxoaumenta; aumentando a resistência, ofluxo diminui.

A resistência ao fluxo, por sua vez,depende de diversos outros fatores:

1. Comprimento do Vaso: Quanto maislongo o caminho a ser percorrido pelosangue num tecido, maior será aresistência oferecida ao fluxo. Portanto,quanto maior for o comprimento de umvaso, maior será a resistência ao fluxosanguíneo através do próprio vaso.

2. Diâmetro do Vaso: Vasos de diferentesdiâmetros também oferecem diferentesresistências ao fluxo através dos mesmos.Pequenas variações no diâmetro de umvaso proporcionam grandes variações naresistência ao fluxo e, conseqüentemente,grandes variações no fluxo. Vejamos: Seum determinado vaso aumenta 2 vezes seudiâmetro, através de uma vasodilatação, aresistência ao fluxo sanguíneo através domesmo vaso (desde que as demaiscondições permaneçam inalteradas) reduz16 vezes e o fluxo, conseqüentemente,aumenta 16 vezes. Existem situações emque um vaso chega a aumentar em 4 vezesseu próprio diâmetro. Isso é suficiente paraaumentar o fluxo em 256 vezes. Podemosconcluir então que a resistência oferecidaao fluxo sanguíneo através de um vaso éinversamente proporcional à variação dodiâmetro deste mesmo vaso, elevada àquarta potência.

3. Viscosidade do Sangue: O sangueapresenta uma viscosidadeaproximadamente 3 vezes maior do que ada água. Portanto, existe cerca de 3 vezesmais resistência ao fluxo do sangue do queao fluxo da água através de um vaso. Osangue de uma pessoa anêmica apresentamenor viscosidade e, conseqüentemente,um maior fluxo através de seus vasos. Issopode facilmente ser verificado pela

A contração cardíaca e a ação dos nodosnervosos aí situados. Images from Purves et

al., Life: The Science of Biology, 4th Edition, by

Sinauer Associates and WH Freeman.

taquicardia constante que tais pessoasapresentam.

Diante dos diferentes fatorescitados acima e de que forma os mesmosinterferem no fluxo sanguíneo, podemosmelhor entender a Lei de Poiseuille: FLUXO= ÄP.(D)4 / V.C (Onde: ÄP = Variação dePressão entre um segmento e outro dosegmento vascular - C = Comprimento dovaso - V = Viscosidade do sangue - D =Diâmetro do vaso).

4. Velocidade do Sangue; variadependendo do diâmetro do vaso: Quantomaior o diâmetro de um vaso, menor seráa velocidade do sangue para que ummesmo fluxo ocorra através deste vaso.

Pressão Arterial ou Pressão Sangüínea

A força da contração cardíaca, ovolume de sangue no sistema circulatório ea resistência periférica (que é a resistênciaque opõem as artérias e veias, já que estastambém se contraem, porque têm umacapa media que produz essa contraçãocom o relaxamento) determinam a pressãoarterial. Esta pressão aumenta com aenergia contrátil, com o maior volume desangue e, com a energia da constrição erelaxamento dos ventrículos aumenta ediminui a pressão. A pressão sistólica é amais elevada e corresponde à sístoleventricular. E a pressão diastólica é menore corresponde a diástole ventricular. Adiferença entre as pressões sistólica ediastólica se chama pressão diferencial.

Controle da Pressão Arterial

O fluxo sanguíneo no interior dosvasos, como já foi dito, dependediretamente da pressão arterial: quantomaior a pressão, maior é o fluxo.

Portanto, é muito importante quenós tenhamos uma adequada pressãoarterial pois, se esta for muito baixa, ofluxo será insuficiente para nutrir todos ostecidos; por outro lado, uma pressãoexcessivamente elevada pode, além desobrecarregar o coração, acelerar oprocesso de envelhecimento das artérias e,pior ainda, aumentar o risco de umacidente vascular (do tipo derramecerebral).

Para que a pressão arterial emnosso corpo não seja nem elevada demaisnem baixa demais, possuímos algunssistemas que visam controlar nossapressão arterial.

Destacamos abaixo 3 mecanismosimportantes que atuam no controle denossa pressão arterial:

MECANISMO NEURAL: Como o próprionome diz, envolve a importanteparticipação do Sistema Nervoso. Não é omecanismo mais importante, porém é omais rápido em sua ação.

Situado no tronco cerebral, nabase do cérebro, um circuito neuronalfunciona a todo momento estejamos nósacordados ou dormindo, em pé, sentadosou mesmo deitados, controlando, entreoutras coisas, a nossa freqüência cardíaca,força de contração do coração e tônusvascular de grande parte de nossos vasos.Tal circuito denomina-se Centro Vasomotor.

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Quanto maior a atividade docentro vasomotor, maior é a frequênciacardíaca, maior é a força de contração docoração e maior é a vasoconstrição em umgrande número de vasos.

Ora, o aumento da freqüênciacardíaca e da força de contração provocamum aumento no Débito Cardíaco; oaumento na vasoconstrição provoca umaumento na resistência ao fluxo sanguíneo.Lembremos da seguinte fórmula: PRESSÃOARTERIAL = DÉBITO CARDÍACO XRESISTÊNCIA.

Podemos então concluir que, oaumento da atividade do Centro Vasomotorinduz a um conseqüente aumento naPressão Arterial.

Na parede da artéria aorta, numaregião denominada croça da aorta, etambém nas artérias carótidas, na regiãoonde as mesmas se bifurcam (seioscarotídeos), possuímos um conjunto decélulas auto-excitáveis que se excitamespecialmente com a distensão dessasgrandes e importantes artérias. A cadaaumento na pressão hidrostática nointerior dessas artérias, maior a distensãona parede das mesmas e,conseqüentemente, maior é a excitaçãodos tais receptores. Por isso estesreceptores são denominados baroceptores(receptores de pressão). Acontece queesses baroceptores enviam sinais nervososinibitórios ao Centro Vasomotor, reduzindoa atividade deste e, conseqüentemente,reduzindo a pressão arterial.

Portanto, quando a pressãonaquelas importantes artérias aumenta(ex.: no momento em que deitamos), osbaroceptores aórticos e carotídeos setornam mais excitados e, com isso, inibem

mais intensamente o nosso CentroVasomotor, localizado no tronco cerebral.Com isso a nossa pressão arterial diminui;por outro lado, quando a pressão naquelasartérias diminui (ex.: no momento em quenos levantamos), os tais baroceptores setornam menos excitados e, com isso,inibem menos intensamente o nossoCentro Vasomotor, o que provoca umaumento na pressão arterial.

MECANISMO RENAL: Este é o maisimportante e pode ser subdividido em 2mecanismos: hemodinâmico e hormonal.

Hemodinâmico: Um aumento na pressãoarterial provoca também um aumento napressão hidrostática nos capilaresglomerulares, no néfron. Isto faz com quehaja um aumento na filtração glomerular, oque aumenta o volume de filtrado e,conseqüentemente, o volume de urina. Oaumento na diurese faz com que se reduzao volume do nosso compartimento extra-celular. Reduzindo tal compartimentoreduz-se também o volume sanguíneo e,conseqüentemente, o débito cardíaco.Tudo isso acaba levando a uma redução dapressão arterial.

Hormonal: Uma redução na pressãoarterial faz com que haja comoconseqüência uma redução no fluxosangüíneo renal e uma redução na filtraçãoglomerular com conseqüente redução novolume de filtrado. Isso faz com que umascélulas denominadas justaglomerulares,localizadas na parede de arteríolasaferentes e eferentes no néfron, liberemuma maior quantidade de uma substânciadenominada renina. A tal renina age numaproteína plasmática chamadaangiotensinogênio transformando-a emangiotensina-1. A angiotensina-1 é entãotransformada em angiotensina-2 através da

ação de algumas enzimas. A angiotensina-2 é um potente vasoconstritor: provoca umaumento na resistência vascular e,conseqüentemente, aumento na pressãoarterial; além disso, a angiotensina-2também faz com que a glândula supra-renal libere maior quantidade de umhormônio chamado aldosterona nacirculação. A aldosterona atuaprincipalmente no túbulo contornado distaldo néfron fazendo com que no mesmoocorra uma maior reabsorção de sal eágua. Isso acaba provocando um aumento

no volume sanguíneo e,conseqüentemente, um aumento no débitocardíaco e na pressão arterial.

DESVIO DO FLUIDO CAPILAR: É o maissimples de todos. Através dos numerososcapilares que possuímos em nossostecidos, o sangue flui constantementegraças a uma pressão hidrostática a qual ésubmetido. Os capilares são fenestrados e,portanto, moléculas pequenas como águapodem, com grande facilidade e rapidez,passar tanto de dentro para fora como defora para dentro dos através da parede doscapilares. A pressão hidrostática, nointerior dos capilares, forçaconstantemente a saída de água para forados capilares. Felizmente há uma pressãooncótica (ou pressão coloidosmótica),exercida por colóides em suspensão noplasma (como proteínas plasmáticas) queforça, também constantemente, a entradade água para dentro dos capilares.Normalmente há um certo equilíbrio: amesma quantidade de água que sai,também entra. Mas quando ocorre umaumento ou redução anormal na pressãohidrostática no interior dos capilares,observamos também um aumento ou umaredução mais acentuada na saída de águaatravés da parede dos mesmos capilares.Isso faz com que fiquemos com um volumesanguíneo mais reduzido ou maisaumentado, dependendo do caso, o quecertamente influi na pressão arterial,reduzindo-a ou aumentando-a.

A Circulação Sangüínea: os Vasos

Para alcançar todas as regiões donosso organismo, o sangue percorre canaisapropriados que se chamam vasos. Osvasos que partem do coração e vão à

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periferia se chamam artérias; aqueles queseguem o percurso inverso, isto é, que daperiferia se dirigem ao coração, sechamam veias.

Em linhas gerais, nas artériascorre um sangue rico em oxigênio e emsubstâncias nutritivas, que ele leva aosvários tecidos do organismo; nas veias,contrariamente, que trazem o sangue daperiferia para o coração, corre um sanguerico em anidrido carbônico e substânciasde rejeição.

As substâncias de rejeição serãodepois eliminadas pelos rins, que têmjustamente a tarefa de filtrar o sangue. Astrocas gasosas, ao contrário, ou seja, aeliminação de anidrido carbônico e aabsorção de oxigênio, têm lugar nospulmões, por efeito da respiração.

As artérias, chegando à periferiado corpo humano, isto é, nos músculos, napele, em todos os órgãos, se dividem emartérias sempre menores (arteríolas) atéque o seu calibre se torna microscópico: éa este nível que têm lugar as trocas entresangue e células. Estes vasosmicroscópicos chamam-se capilares eformam nos órgãos e nos tecidos umavasta rede. Os capilares confluem parapequenas veias (vênulas) que aos poucosse vão unindo umas com outras, tornam-seveias verdadeiras e trazem de volta osangue ao coração. Do coração partemduas grandes artérias: a artéria pulmonar ea artéria aorta.

A artéria pulmonar tem a tarefa delevar o sangue aos pulmões. Depois de tercedido o anidrido carbônico e de se tercarregado de oxigênio, o sangue volta aocoração pelas veias pulmonares. Todo esseconjunto constitui a pequena circulação. A

artéria aorta leva o sangue ao resto doorganismo e os seus numerosos ramosacabam formando a rede capilar de todosos órgãos. O sangue é trazido de volta aocoração pelas veias, que se reúnem, enfim,em dois grossos troncos: as veias cavas,que chegam à átrio direita. Todo esseconjunto constitui a grande circulação.

A Pequena Circulação

A artéria pulmonar parte doventrículo direito e se bifurca logo emartéria pulmonar direita e artéria pulmonaresquerda, que vão aos respectivospulmões. Uma vez entradas nos pulmões,ambas se dividem em tantos ramosquantos são os lobos pulmonares; depoisuma ulterior subdivisão ao nível doslóbulos pulmonares, estes se resolvem narede pulmonar. As paredes dos capilaressão delgadíssimas e os gases respiratóriospodem atravessá-las facilmente: o oxigêniodo ar pode assim passar dos ácinospulmonares para o sangue; ao contrário, oanidrido carbônico abandona o sangue eentra nos ácinos pulmonares, para serdepois lançado para fora. Aos capilaresfazem seguimento as vênulas que sereúnem entre si até formarem as veiaspulmonares. Estas seguem o percurso dasartérias e se lançam na átrio esquerda. Aartéria pulmonar contém sangue escuro,sobrecarregado de anidrido carbônico(sangue venoso). As veias pulmonarescontêm, contrariamente, sangue queabandonou o anidrido carbônico e secarregou de oxigênio, tomando a corvermelha (sangue arterial).

A Grande Cicrulação

A aorta, ponto de início da grandecirculação, parte do ventrículo esquerdo.Forma um grande arco, que se dirige paratrás e para a esquerda (croça da aorta),segue verticalmente para baixo, seguindo acoluna vertebral, atravessa depois odiafragma e penetra na cavidadeabdominal. Ao fim do seu trajeto, a aortase divide nas duas artérias ilíacas, que vãoaos membros inferiores.

Da aorta se destacam numerososramos que levam o sangue a várias regiõesdo organismo.

Da croça da aorta partem asartérias subclávias que vão aos membrossuperiores e as artérias carótidas quelevam o sangue à cabeça.

Da aorta torácica partem asartérias bronquiais, que vão aos brônquiose aos pulmões, as artérias do esôfago e asartérias intercostais.

Da aorta abdominal se destacamos seguintes ramos:

- o tronco celíaco, que se divide depois emartéria hepática (que vai ao fígado), artériaesplênica (que vai ao baço) e artériacoronária do estômago;

- as artérias mesentéricas, que vão aointestino;

- as artérias renais, que se distribuem nosrins;

- as artérias genitais, destinadas aosÓrgãos genitais;

As artérias genitais são chamadasmais propriamente artérias espermáticasno homem e artérias útero-ováricas namulher.

A aorta se divide, enfim, em doisramos: as artérias ilíacas, as quais saem doabdome e percorrem a perna até o pé.

Mecanismo de formaçãode uma placa arterial

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O sistema circulatório compreendeaproximadamente 97.000 quilômetros decanais que transportam o sangue paratodas as partes do corpo. Suacaracterística mais impressionante é amaneira pela qual mantém o sangue emcirculação, fluindo do coração para asartérias e das veias para o coração, apesarda força da gravidade e de milhões derotas alternativas.

A bomba do coração dá ao fluxosua força, enviando o sangue recém-oxigenado que jorra da aorta (a maiorartéria do corpo), para as artérias menorese até para a parte superior da cabeça. Asartérias bifurcam em outras menores, quepor sua vez, que dividem em milhões decapilares. Esses capilares acabam seunindo para formar as vênulas, as quais deunem para formar veias, vasos da parededelgada com válvulas interiores queimpedem o sangue de voltar atrás.

Os capilares

representam a última terminaçãodas artérias. O calibre dos capilares épequeníssimo, varia de 4 a 16 milésimosde milímetro, e é comparável ao de umcabelo. O sangue circula muito lentamentenos capilares (0,8 de milímetro porsegundo). As paredes dos capilares sãoextremamente delgadas, de 1 a 2milésimos de milímetro; por esta razão osangue pode ceder às células substânciasnutritivas e delas receber substâncias derejeição.

As veias

Têm a tarefa de trazer de volta osangue da periferia para o coração.Seguem o mesmo trajeto que as artérias,mas são geralmente duplas, isto é, parauma artéria há duas veias. A artéria

sangüíneas e, portanto, circulantes, sãocapazes de se transformarem emmacrófagos (células fixas e teciduais)quando atravessam a parede de capilares ese fixam em tecidos.

Com isso os monócitos e osmacrófagos formam um importante sistemade defesa de nossos tecidos contra seres oucélulas estranhos que constantementetentam nos mesmos se proliferar. Estesistema de defesa formado por monócitos emacrófagos é denominado sistema retículo-endotelial.

Os Linfócitos e o Sistema Imunológico

Uma modalidade bastanteinteressante na defesa de nosso corpo con-tra a invasão ou proliferação de qualqueragente biológico considerado estranho ao

mesmo é a atuação de nosso sistemaimunológico, através da ação dos linfócitos.

Cada vez que um agente estranhocomo vírus, bactéria, toxina, fungo, oumesmo uma célula humana transplantada, édetectada pelo nosso sistema imunológico(tal detecção se faz através da identificaçãode antígenos presentes na estrutura doagente estranho), uma quantidade muitogrande de linfócitos sensibilizados idênticos(clones) é formada e liberada na circulação,especificamente formados com acapacidade de identificarem os taisantígenos detectados inicialmente comoestranhos, aderirem-se às estruturasestranhas onde se encontram aquelesantígenos e, assim, facilitar a suadestruição.

Ao mesmo tempo, uma quantidadeimensa de imunoglobulinas é tambémliberada na circulação, também com a

pulmonar é acompanhada por duas veiaspulmonares (de modo que na átrioesquerda desembocam quatro veias: duascorrespondentes à artéria pulmonar direitae duas correspondentes à artéria pulmonaresquerda). Por fim o sangue que chegou àperiferia por meio da aorta e das suasulteriores subdivisões, volta ao coraçãotransportado por duas grandes veias: aveia cava superior e a veia cava inferior.

A veia cava superior recolhe osangue de toda parte do corpo que estáacima do diafragma, isto é, do tórax, dosmembros superiores, da cabeça e dopescoço. As veias do tórax sãorepresentadas pelo sistema da ázigos; asveias da cabeça e do pescoço sãorepresentadas pelas jugulares, enfim, asveias dos membros superiores, depois de

terem formado na mão, no antebraço e nobraço um sistema venoso superficial e umsistema venoso profundo, terminam nasveias subclávias. Todo este complexosistema venoso se reúne enfim em umgrosso único vaso, a veia cava superior,que desemboca no átrio direito.

A veia cava inferior recolhe osangue de toda a parte do corpo que estáabaixo do diafragma, isto é, do abdome edos membros inferiores. As veias ilíacas,que acompanham as artérias do mesmonome, reunindo-se, dão origem à veia cavainferior. Nas veias ilíacas se recolhe todo osangue proveniente do pé, da perna, dacoxa. Também no membro inferior sedistingue um sistema venoso profundo eum sistema venoso superficial. Este se

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recolhe em duas veias que são a grande ea pequena safena.

Além do sangue proveniente dosmembros inferiores, a veia cava inferiorrecebe afluentes das paredes abdominais,dos rins (veias renais), dos órgãos genitais(veias espermáticas e útero-ováricas ).Também o sangue proveniente do intestinose lança na veia cava inferior, mas depoisde ter passado pelo fígado ao qual éconduzido pela veia porta. Recolhido todoesse complexo venoso, a veia cava inferioratravessa o diafragma, penetra no tórax,correndo paralelamente à aorta, que sedirige, contudo, para baixo, e se lança naátrio direita, pouco abaixo do ponto emque se abre a veia cava superior.

A veia porta é um grosso troncovenoso formado pela confluência das veiasque vêm do intestino (veias mesentéricas)e do baço (veia esplênica). O sangue quevem pelas veias mesentéricas é rico emsubstâncias nutritivas, que passaram parao sangue depois de terem sido digeridaspelo intestino. Antes de entrar na veia cavae, portanto, no coração, é conduzido aofígado pela veia porta. No fígado, aseventuais substâncias tóxicas sãoeliminadas, enquanto as substânciasnutritivas sofrem uma importantetransformação química. Antes de entrar nofígado, a veia porta se divide em doisramos, direito e esquerdo, os quais, porsua vez, se tornam a subdividir emnumerosos vasos e enfim se resolve emuma rica rede de capilares.Convenientemente transformado, o sangue

sai do fígado pelas veias sub-hepáticas quedesembocam na veia cava inferior.

O Sangue

É o nosso tecido líquido,responsável pelo transporte de gases,nutrientes e demais elementos, que devemser continuamente transportados através donosso corpo, de um tecido ao outro.

É responsável, também, peladefesa de nosso organismo contra a invasãode microorganismos estranhos que, a todoo momento, tentam se proliferar em nossocorpo.

É  formado por uma parte líquida(o plasma, onde se dissolvem diversoselementos como proteínas, açúcares, sais,íons, etc.), e uma parte sólida, formada porcélulas (as hemácias, que são célulasvermelhas e os leucócitos, células brancas)e plaquetas, que são fragmentos de umacélula chamada megacariócito.

Hemácias

Também chamadas de eritrócitos,são as células vermelhas do sangue.Apresenta esta coloração devido àpresença, em seu citoplasma, de grandequantidade de hemoglobina, responsávelpelo transporte de oxigênio no sangue. Ashemácias são células anucleadas, em formade discos bicôncavos, bastante maleáveis(devido às grandes dimensões da mem-brana celular com relação ao pequeno vol-ume citoplasmático), podendo, com isso,passar por capilares bastante delgados semque ocorra o rompimento da própria mem-brana celular.

Cada milímetro cúbico de sanguecontém, aproximadamente, 5.000.000hemácias.

São produzidas na medula óssea(principalmente de ossos membranososcomo esterno, costelas e ilíaco) a partir deuma célula-mãe chamada hemocitoblasto.Durante alguns dias, em sua evolução,passa por vários estágios sucessivos(eritroblasto basófilo, eritroblastopolicromatófilo, normoblasto) até que, naforma de reticulócito, através de diapedese,passam através da parede de capilaressanguíneos e vão fazer parte do sangue.Em 1 ou 2 dias cada reticulócito setransforma numa hemácia madura. Cadahemácia vive, aproximadamente, 120 dias.

A produção de hemácias pelamedula é bastante estimulada por umaproteína presente no plasma chamadaeritropoietina. Quanto maior for o nívelplasmático de eritropoietina, maior será aproliferação dos hemocitoblastos na medulaóssea e, conseqüentemente, maior será aprodução de hemácias.

Se uma pessoa sofre umahemorragia, aumenta sua atividade física oumesmo se mesma se desloca para uma

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região de altitude bastante elevada,algumas células presentes no parênquimarenal, ao detectarem a oferta reduzida deoxigênio que então passam a receber,imediatamente aumentam a síntese daeritropoietina.

Enquanto a hemácia vai sendoformada, na medula óssea, em seucitoplasma uma importante moléculaprotéica vai sendo continuamentesintetizada e se acumulando no interior dacélula: a hemoglobina. Para que ocorra umanormal produção de hemoglobina, énecessário que não haja falta de um min-eral muito importante para sua síntese: oíon ferro. Na falta de ferro haverá, comoconseqüência, falta de hemoglobina no inte-rior das hemácias, o que afetaránitidamente o transporte de oxigênio nosangue. Por isso é muito importante que oíon ferro esteja freqüentemente presente naalimentação das pessoas.

Devido a grande importância doíon ferro na produção de hemoglobina edevido a importância da hemoglobina notransporte de oxigênio no sangue, existeum sistema importante, também, paratransporte e armazenamento do ferro emnosso organismo:

O ferro, presente principalmenteem alimentos como carnes, fígado, gemade ovos, feijão, couve, lentilha, espinafre,etc., logo após ser absorvido, na parede dointestino delgado, se liga a uma proteínapresente no plasma denominadatransferrina. Ligado à transferrina o ferro étransportado na corrente sanguínea.

O ferro também permanece, du-rante semanas a meses, armazenados emnosso organismo, na forma de ferritina.Para se transformar em ferritina o ferro se

liga a moléculas presentes, principalmenteno fígado, chamadas de apoferritina.

Leucócitos

Também chamados de glóbulosbrancos, são as células responsáveis peladefesa de nosso corpo.

Cada milímetro cúbico de sanguecontém aproximadamente 6.000 a 8.000leucócitos.

Existem 5 tipos de leucócitos:

- neutrófilos- eosinófilos- basófilos- monócitos- linfócitos

Os 3 primeiros tipos (neutrófilos,eosinófilos e basófilos) apresentamgrânulos citoplasmáticos. Por isso sãotambém denominados granulócitos.

Já os monócitos e linfócitos nãoapresentam grânulos citoplasmáticos. Porisso são conhecidos como agranulócitos.

Devido ao aspecto do núcleo,neutrófilos, eosinófilos e basófilos sãoconhecidos como polimorfonucleares,enquanto que monócitos e linfócitos são

conhecidos como mononucleares.

Os quatro primeiro tipos deleucócitos citados acima (neutrófilos,eosinófilos, basófilos e monócitos) sãoproduzidos na medula óssea, a partir deuma célula-mãe chamada mieloblasto.

Já os linfócitos são produzidos emdiversos tecidos denominados linfóides(gânglios linfáticos, amídalas, adenóides,timo, apêndice, etc.) e são todos derivadosde uma célula primordial linfocítica. Oslinfócitos atuam de uma forma diferentedos demais leucócitos. São responsáveispor um sistema de defesa, denominadosistema imunológico.

Propriedades dos Leucócitos

- fagocitose- diapedese- quimiotaxia- movimento amebóide

Em quase todos os tecidos denosso corpo existem células de defesahabitando tais tecidos, desempenhando opapel de uma primeira linha de defesanesses tecidos quando invadidos por algoestranho, que deveria ser imediatamenteeliminado. Tais células de defesa, fixas eteciduais, são denominadas macrófagos. Osmacrófagos são células com grande poderde fagocitose.

Eis alguns exemplos de macrófagose os tecidos onde habitam:

- células de Küppffer - fígado- macrófagos alveolares - pulmões- histiócitos teciduais - sub cutâneo- microglia - cérebro- células reticulares - gânglios linfáticos,baço e medula óssea

Os monócitos, que são célulasFormação do Coágulo

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Imunidade Celular. Formam clones delinfócitos específicos para combater osagentes portadores dos antígenosdetectados a cada ataque e os lançam nacirculação. Suas células precursoras,primitivas, teriam sido processadas, durantea vida fetal, no timo.

- Linfócitos B: Responsáveis por umamodalidade de defesa chamadaImunidade Humoral. Não formam clones.Cada vez que detectam a presença deagentes com antígenos estranhos,transformam-se inicialmente e célulasmaiores chamadas plasmoblastos. Estas,então, passam a formar centenas de célulaschamadas plasmócitos. Cada plasmócitoproduz e libera na circulação, a cadasegundo, milhares de moléculas protéicasde imunoglobulinas. As imunoglobulinas sãoespecificamente formadas com acapacidade de detectarem e se aderirem acada estrutura portadora daqueles mesmosantígenos detectados por suas célulasprodutoras.

Os anticorpos (imunoglobulinas)vão sendo liberados na circulação e podemeliminar os agentes considerados estranhos,destruindo-os, através de uma ação diretaou indireta.

Ação Direta

As imunoglobulinas ligam-sediretamente às estruturas antigênicas dosagentes estranhos. Podem, então,desencadear diversos efeitos como:

- aglutinação: os anticorpos, aderidos aosseres estranhos, aderem-se uns aos outros,formando verdadeiros “grumos” ouaglutinados. Estes serão, certamente, maisfacilmente destruídos por outras células

específica tendência de se aderirem àsestruturas antigênicas que suscitaram a suaformação.

Mais interessante ainda é que,mesmo tendo sido eliminados os agentesportadores dos antígenos consideradosestranhos, uma memória imunológicapermanece e, durante anos, anticorposespecíficos estarão circulando pelo nossosistema vascular e nos protegendo contranovos ataques daqueles mesmos agentesque, num primeiro contato, teriam sidodetectados.

Os linfócitos não são formadosexclusivamente na medula, como os demaisleucócitos presentes no sangue, nem sãoderivados dos mieloblastos, como aqueles.

Sua formação ocorre durante todoo tempo, em diversos órgãos ou estruturasde nosso corpo que apresentam osdenominado tecido linfóide: gânglioslinfáticos, amídalas, adenóides, timo, baço,placas de Peyer, etc.

Existem, na verdade, 2 tipos delinfócitos:

- Linfócitos T: Responsáveis por umamodalidade de defesa chamada

Linfócito T Humano

Macrófagos e a formação deAnticorpos:

através da fagocitose.

- precipitação: os anticorpos, aderidos aosseres estranhos, algumas vezes, formamcomplexos insolúveis aos líquidos corporaise se precipitam. Assim também serão maisfacilmente destruídos pelos macrófagos edemais leucócitos.

- neutralização: os anticorpos podem seaderir justamente aos pontos de açãotóxica de uma toxina ou de um vírus, porexemplo, neutralizando, assim, a suatoxicidade ou seu poder invasivo.

- lise: os anticorpos, aderidos às estruturasantigênicas dos seres estranhos, destroema membrana ou estrutura dos mesmos.

Ação Indireta

Outros fenômenos teciduais podemocorrer, simultaneamente à ação dasimunoglobulinas com seus antígenos e, decerta forma, contribuir, paralelamente, coma destruição e eliminação dos agentesentão considerados estranhos.

A forma de atuação indireta maisinteressante se dá através da ativação dosistema complemento.

Através deste sistema, diversasenzimas, quando ativadas, produzem notecido uma série de fenômenos que visamcomplementar a ação dos anticorpos nadestruição dos agentes estranhos e facilitara destruição dos mesmos tanto pelosanticorpos como pelos demais sistemas dedefesa.

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Imunidade Celular

As enzimas, quando ativadas,podem provocar nos tecidos:

- aglutinação- precipitação- neutralização- lise- quimiotaxia para neutrófilos e macrófagos- opsonização- inflamação

Fontes de textos e figuras:

1. Online Biology Book© The Online Biology Book is hosted by Estrella Mountain

Community College, in sunny Avondale, Arizona. Text ©1992,1994, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, M.J. Farabee, all rightsreserved. Use for educational purposes is encouraged.

2. O Corpo Humano© 2000 jPauloN.RochaJr Corporation, All rights reserved(www.corpohumano.hpg.ig.com.br)

3. Anatomia e Fisiologia Humanas© Ana Luisa Miranda Vilela (www.biologia.cjb.net)

4. Fisiologia on-line© Prof. Malaghini (PUC-Paraná) (www.geocities.com/~malaghini)

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