apapeleta 0316 leitura · a última papeleta de 2016 traz essa mensagem a todos os seus leitores:...

8
Exemplar n° 83 Dezembro 2016 Primeira publicação: 29 de Maio de 1995 Não jogue este impresso em vias públicas escola Escola de Educação Comunitária Av. Engenheiro Richard, 116 Grajaú - Rio de Janeiro, RJ (21) 2577-4546 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Adoção no Brasil Uma família para uma criança e não uma criança para uma família. Como está o cenário da adoção no país? Página 7. Boataria Virtual Da Leitura para a Vida Como o incentivo ao hábito da leitura desde a infância ajudaria a garantir um futuro promissor na educação nacional Página 6 . Internet – acesso fácil e rápido fluxo de informações. Mas graças a essa rapidez, as pessoas vêm, cada vez mais, divulgando notícias que muitas vezes são falsas, porque só leram o título ou apenas querem gerar polêmicas sem fundamento algum página 8.

Upload: others

Post on 28-Jul-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: APapeleta 0316 leitura · A última PAPELETA de 2016 traz essa mensagem a todos os seus leitores: nas próximas páginas encontraremos a ... seu sonho era ser uma youtuber, ter seguidores

Exemplar n° 83 Dezembro 2016Primeira publicação: 29 de Maio de 1995

o j

og

ue

est

e i

mp

ress

o e

m v

ias

bli

cas

escola

Escola de Educação ComunitáriaAv. Engenheiro Richard, 116

Grajaú - Rio de Janeiro, RJ(21) 2577-4546

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Adoção no Brasil

Uma família para uma criança e não uma criança para uma família. Como está o cenário da adoção no país? Página 7.

Boataria Virtual

Da Leitura para a Vida

Como o incentivo ao hábito da leitura desde a infância ajudaria a garantir um futuro promissor na educação nacional Página 6 .

Internet – acesso fácil e rápido fluxo de informações. Mas graças a essa rapidez, as pessoas vêm, cada vez mais, divulgando notícias que muitas vezes são falsas, porque só leram o título ou apenas querem gerar polêmicas sem fundamento algum página 8.

Page 2: APapeleta 0316 leitura · A última PAPELETA de 2016 traz essa mensagem a todos os seus leitores: nas próximas páginas encontraremos a ... seu sonho era ser uma youtuber, ter seguidores

2

www.eco.g12.br

Criar, escrever, inventar. A PAPELETA deseja sempre se reinventar, estreitar os laços entre o jovem escritor e a realidade, mostrando que cada um pode ser algo melhor para o outro.

A cada dia que superamos, provamos a todos – e principalmente a nós – que vencer pode ser a melhor escolha.

A última PAPELETA de 2016 traz essa mensagem a todos os seus leitores: nas próximas páginas encontraremos a importância da leitura, a preocupação com natureza, o alerta sobre notícias falsas que são veiculadas na mídia, as questões que envolvem a adoção no Brasil, dentre tantos outros textos. Prosa e verso, literatura; ficção e realidade.

A PAPELETA segue e seguirá traçando esses caminhos – o caminho da inovação, o caminho da mudança, da reflexão. Ser educador nos tempos atuais significa muito – alteridade, compreensão, solidariedade, entrega. E assim seguimos nossos percursos, passo a passo, construindo indivíduos capazes de fazer escolhas, de inovar, mudar, refletir.

Cumprimos nosso dever – a PAPELETA forma escritores, inspira e busca inspiração em nossos alunos e em seus pensamentos e ideais. E você, leitor, encontre em cada texto o seu caminho, particular, fruto de sua escolha.

Boa leitura! Feliz 2017!Professora Ana Carolina Nóbrega

Dezembro 2016

Em 2017 a PAPELETA será presenteada com uma nova contribuição. Um novo editor apresentará seu olhar diante do mundo e da literatura. E você, querido leitor, terá a certeza de que a PAPELETA estará sempre crescendo. O segredo é a reconstrução.

Aguardem com carinho e estejam certos de que o caminho das publicações será inovador, certo e muito aprazível.

Não irei me despedir de nenhum leitor, de nenhuma página, afinal deixei em cada número um “pouco de mim” – desculpem-me o clichê.

Muito obrigada a todos que contribuíram, a todos que leram e a tudo que construiu a PAPELETA até aqui. Deixo aqui minha gratidão e meu afeto mais sincero e profundo e, quem sabe, até a próxima!

A maior riqueza do homemé a sua incompletude.Nesse ponto sou abastado.Palavras que me aceitam como sou - eu não

Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 horas da tarde,que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva etc. etc.

PerdoaiMas eu preciso ser Outros.Eu penso renovar o homem usando borboletas.

Manoel de Barros

DEZ Amava gravar vídeos seu sonho era ser uma youtuber, ter seguidores e livro intimista publicado. - Inscreva-se no meu canal! - Não te iludas isso vai sair de moda. Sorria e nada ouvia, viajava nas conchas que escolhia na praia. VINTE Pesquisava na internet: o feto fala, Fo. Declarações subversivas textos antropofágicos ódio à burguesia claustrofóbica densidade nos argumentos - arte é posse - escreveria, diria, Dario, livre, liberdade!

Muitos seguidores e mais depressa, policiamento, censura, ofensa, propostas de sexo virtual... As sensações de medo intensificavam o sono com enredo, sonhos eram proibidos. Sua única partida o álcool qualificado, a cannabis, sem coca, nunca, é a heroína. Ordenava à mente dorme tanto quanto possível. Ela desobedecia. Com o cansaço do eu sujeito, ela virava objeto. Para seus olhos meio molhados, o que não era percebido

sabia que não podia fazer. Tudo está no insondável dos olhos. Fugia do espaço da autencidade da sensação de pertencimento de si mesmo da benevolente idade, quando tudo então parecia verdade, quando tudo então era possível adiar.

TRINTA Chegara ao mundo dos que negociavam consigo mesmo, punha beatitude na expressão, fazia aflorar as expectativas da alma. Era mulher fora do comum, educada como se fosse um homem. Tudo parecia melhor, mantinha com benevolência a distância do espaço da pantomima.

Trinta anos de esperança, os matizes do passado seus olhos não mais viam. Navegava não encalhava no que estava por vir, - no destino - declarava nos ventos que a liberdade era a sua palavra de ordem, liberdade de vestir, de dizer, de ignorar falas.

Na casa limpa do puro, escrevia e falava, mas devagar percebia, que esse mundo sem ouvintes, dava um sono.

QUARENTA Quarenta anos... e cinco. Agora sou Fulana de Tal. Como minha vida está condicional, fica definida a vontade de estar em outro lugar.

Abelardo Soares

A MENINA MIETTA FLORESTA

Page 3: APapeleta 0316 leitura · A última PAPELETA de 2016 traz essa mensagem a todos os seus leitores: nas próximas páginas encontraremos a ... seu sonho era ser uma youtuber, ter seguidores

3

www.eco.g12.brDezembro 2016

XXXI CONCURSO DE LITERATURAMARIA HELENA XAVIER FERNANDES

O XXXI Concurso de Literatura Maria Helena Xavier Fernandes homenageou, em 2016, um grande nome da Literatura na atualidade, Carlos Heitor Cony.

Como um filósofo do cotidiano, Cony sempre buscou na palavra e nos caminhos da Literatura manter um diálogo com o leitor e com a realidade.

Nossos escritores criaram diálogos com a realidade, buscando na palavra do escritor a inspiração para se tornarem verdadeiros autores – não há receita, porém há um caminho.

No dia da premiação, vimos o poder das palavras se unindo ao pensamento; o fazer poético se tornando soberano das ideias – pensamento e liberdade lado a lado, fortalecendo e estimulando a criatividade e o poder de criação.

Carlos Heitor Cony se uniu ao pensamento de nossos alunos criando escritores – tornaram-se um só.

Professora Ana Carolina Nóbrega

Veja a seguir a lista dos premiados

Grupo I (4º e 5º anos)1º lugar: Isabel Vieira de Carvalho Cordoville Freire – t. 422º lugar: Giovanna Del Bosco Ronis – t. 523º lugar: Guilherme Quintanilha Marcello – t. 42Carine Alves Ferreira da Silva – t. 52 – Prêmio de EdiçãoMarianne Cattete Reis de Aguiar – t. 52 – Prêmio de EdiçãoSophia Vieira de Oliveira – t. 42 – Prêmio de Edição

Grupo II (6º e 7º anos)1º lugar: Lara Mel Soares Di Leta – t. 712º lugar: Laura Del Rio Tavares de Almeida – t. 713º lugar: Felipe Bezerra Fonseca – t. 71Gabriel Bermudez Ferreira – t. 63 – Prêmio de EdiçãoManuela de León Rebelo de Souza – t. 61 – Prêmio de Edição

Grupo III (8° e 9° anos)1º lugar: Bernardo Martins Corrêa D'Abreu e Costa – t. 912º lugar: Alecsandra Vasconcellos Abrantes – t. 913º lugar: Yan Zuriel Queiroz Trinta de Gouvêa – t. 81Letícia Macedo Ramos de Azevedo da Silva – t. 81 – Prêmio de EdiçãoRani Delecrodi Leonardo Pereira – t. 91 – Prêmio de Edição

Grupo IV (Pré I, Pré II e Pré III)1º lugar: Letícia Magalhães Almeida de Góes Telles – Pré I2º lugar: Carolina Pessoa Branquinho – Pré II3º lugar: Lyane Barroso Guimarães – Pré IIIAna Beatriz Alexandre Cosenza Fernandes – Pré I – Prêmio de EdiçãoAna Carolina Abreu Amaral – Pré I – Prêmio de EdiçãoClara Beatriz Teixeira Lima Cavalcante – Pré III – Prêmio de Edição

Uma menina que adorava o meio ambiente e criou uma empresa, salvando a natureza da poluição

Uma menina chamada Cláudia andava sempre por um bosque, ela sempre passeava por ali, pois gostava muito da natureza e de animais. Ela era a favor da preservação, não jogava lixo no mar, sempre tinha uma sacola retornável na bolsa para coletar o lixo que produzia, para não jogar pelo chão, gostava de caminhar, tinha um lugar em que replantava tudo o que comia, ou seja, retirava as frutas da natureza e quando acabava de comer, plantava as sementes, reutilizando e diminuindo o lixo, não desperdiçava alimentos.

Tudo o que Cláudia fazia era pensando em preservar a natureza e por isso ela sempre plantava flores e árvores, pois sempre queria ajudar um pouco a natureza, já que está sendo desmatada pelos homens. Ela também não gostava das pessoas que poluíam o ambiente, mas havia uma empresa que estava jogando seu lixo no bosque que Cláudia tanto gostava.

A menina recolhia até tarde todo o lixo que a empresa produzia. Ia para casa exausta e cansada, queria descansar para no dia seguinte coletar o lixo que a produzia novamente no dia seguinte.

Bem animada para o trabalho, ela queria recolher todo o lixo em um só dia, para que mais tarde pudesse levar tortas para sua avó.

Cansada de ver sua floresta sendo agredida, Cláudia decidiu processar aquela empresa por poluição ambiental.

Quando viu que o juiz tinha aceitado sua reclamação, ela ficou muito feliz, pois o bosque nunca mais ficaria sujo. A empresa foi obrigada a fechar por poluição.

A menina ficou pensando nas pessoas que perderam o emprego, mesmo sem poluir. Então ela teve a ideia de que quando crescesse ia criar uma empresa que coletasse o lixo e seu nome seria “Antipoluição”.

Nove anos se passaram, Cláudia já era adulta e de repente ela se lembra de quando era criança e havia feito a promessa de criar uma empresa contra a poluição, mas não se lembrava do nome.

Lendo um livro antigo, ela encontrou um papelzinho “Profissão, trabalhar e criar a empresa 'Antipoluição”. Quando criança, ela pensava que seria fácil, pois vinha de uma família rica, que seria só contratar um pedreiro e instalar móveis. Agora adulta, ela percebeu que não seria simples, uma amiga sua já tinha uma empresa dizia que era difícil, mas Cláudia pediu ajuda a essa amiga e criou a empresa “Antipoluição”.

As coisas estavam indo bem até que ela contratou um gerente que começou a poluir os bosques. Ela tentou o demitir, mas ele falou que a processaria, então Cláudia resolveu fechar a empresa para reabri-la em outro momento.

Alguns anos depois, quando ela reabriu a empresa não contratou mais o antigo gerente e então a natureza ficou limpa para sempre!

Guilherme Bacos e Pedro Costa – T.: 61

UMA HEROÍNA DA NATUREZA

Page 4: APapeleta 0316 leitura · A última PAPELETA de 2016 traz essa mensagem a todos os seus leitores: nas próximas páginas encontraremos a ... seu sonho era ser uma youtuber, ter seguidores

4

www.eco.g12.br

UMA CRIANÇA

O texto abaixo desperta as mais profundas emoções. Ele foi escrito pela então aluna Viviane Vieira de Carvalho Pereira, quando na turma 42, em 1991 e recebeu a premiação do Concurso de Literatura Maria Helena Xavier Fernandes.

Hoje, em 2016, sua filha Isabel Vieira de Carvalho Cordoville Freira, também na turma 42 recebeu o prêmio de 1º lugar do mesmo concurso. Duas gerações, quinze anos separando o que a literatura uniu. Abra os olhos e o coração, deixe-se levar pelas palavras – literatura é vida.

Uma criançaé aquele ser que entende e quepreserva o seu habitat.

Uma criança muitas vezes,nos mostra o que éa verdadeira vida,o que é compartilharo amor com o próximo.

Às vezes, pensamosque somos nós que ensinamosàs crianças,mas na verdadesão elas que nos ensinama suavidade e a purezade um momento fraternoque é a vida de um ser humano.

Viviane Vieira de Carvalho Pereira – Turma 42, em 1991.

Dezembro 2016

A maioria das pessoas acredita que o seu futuro vai ser bem diferente da vida atual.

Acredito que o meu futuro, será semelhante à minha vida de agora, com alguns detalhes diferentes, mas vai ser simples.

Acredito que, em todos os dias que acordar, verei o sol brilhando e os passarinhos cantando na janela do meu quarto, também verei pessoas felizes caminhando pelas ruas e o lindo sorriso da minha mãe.

Já sentirei a responsabilidade em minhas mãos e todos os dias serão uma nova jornada na vida.

E essas coisas simples que modificam a minha vida cada dia, cada minuto e sempre é o meu desejo para o amanhã.

Isabel Vieira de Carvalho Cordoville Freire – Turma 42, em 2016

O FUTURO

Leia a seguir, o texto ganhador do 1º lugar do Grupo I (4º e 5º anos) do XXXI Concurso de Literatura Maria Helena Xavier Fernandes

Page 5: APapeleta 0316 leitura · A última PAPELETA de 2016 traz essa mensagem a todos os seus leitores: nas próximas páginas encontraremos a ... seu sonho era ser uma youtuber, ter seguidores

5

www.eco.g12.brDezembro 2016

“Chega! Acabou! Sem eletrônicos!” Não é um diálogo longo nem cansativo, mas é algo que pode nos deixar triste. Será mesmo? Não! Durante minutos sem usá-lo podemos ter momentos simples de reflexão sobre a vida, certo? Sim, e então começam a surgir mil perguntas sobre a vida...

Sorrimos para a foto ou para a vida? “Sorria para a foto!” Quem nunca escutou isso? Uma frase bem comum que nos traz um belo momento de reflexão! Será que precisamos sorrir apenas nas fotos? Será que nós realmente estamos felizes o suficiente para sorrir? Será mesmo que aquela foto sorrindo pode mostrar se estamos felizes de verdade? Por que não mostramos nossos sentimentos nas fotos?

#SORRIA DE ALEGRIA

Leia a seguir, o texto ganhador do 1º lugar do Grupo II (6º e 7º anos) do XXXI Concurso de Literatura Maria Helena Xavier Fernandes

Vemos, em todas as redes sociais, fotos de pessoas sorrindo, mas será que elas estão sempre sorrindo e felizes, como dizem as nossas fotos? Nossos sorrisos nem sempre demonstram alegria de viver a vida! Na maioria das vezes, representamos a alegria com sorrisos e transformamos os dois em sinônimos. Mas infelizmente, o tempo junto com a tecnologia estão transformando essa realidade...

Além das fotos, em conversas na internet, isso também acontece! Em muitas de nossas conversas, usamos “emojis” e representamos nossos sentimentos. A tecnologia nos impede de ver o olhar das pessoas e com quem conversamos, que é a nossa única maneira de saber o sentimento verdadeiro delas. E então vem a pergunta: Será que ela está realmente feliz?

A tecnologia nos trouxe muitos avanços para o mundo, mas também nos impediu de sorrir a qualquer momento para a vida e mostrar nossos verdadeiros sentimentos, mas isso é algo simples de se solucionar, é o sorrir... SORRIR somente de ALEGRIA!

Lara Mel Soares Di Leta – T. 71

A mentira na sociedade atual se tornou muito mais do que o ato de omitir a verdade. Tornou-se hábito constante presente na vida de todos, e utilizado como forma de não desagradar a alguém, de “escapar” de um problema ou mesmo de apenas obter vantagem própria. Fica a pergunta: é correto mentir? E se sim, até que ponto?

Não se pode deixar que a mentira seja banalizada. Há pessoas que se acostumam a mentir: ao se fazer algo errado, já se pensa na mentira que será contada. O indivíduo passa a mentir tanto que nem consegue manter o “controle” das mentiras que conta, falando algo para um , outra coisa para outro, e não se lembrando do que foi dito e para quem, eventualmente desmentindo a si próprio.

MENTIRA: UM HÁBITO CORRETO?

Leia a seguir, o texto ganhador do 1º lugar do Grupo III (8º e 9º anos) do XXXI Concurso de Literatura Maria Helena Xavier Fernandes

Há também a mentira caracterizada pela omissão de uma determinada opinião, apenas com o propósito de agradar ou desagradar menos a outra pessoa. Há mentiras mais leves, cuja distorção dos fatos não afeta nada a longo prazo; há mentiras mais pesadas, que devem ser mantidas por muito tempo e sempre “ renovadas”, para que não se descubra a verdade.

Independente do tipo ou gravidade é preciso se ter cuidado ao mentir. Deve-se pensar se realmente não é melhor falar a verdade, pois a honestidade não tem preço. Ser honesto pode compensar qualquer erro cometido. Mas, se mentir for realmente necessário, não pode pensar só em si, mas também nas outras pessoas; o que a mentira provocará nelas? O “porte” da mentira irá fazer com que a pessoa perca sua confiança? É possível após algum tempo, contar a verdade e explicar a razão de se ter mentido? Evitando-se as mentiras, com o tempo as pessoas se acostumam com a honestidade, a confiança se fortalece e a convivência se torna muito melhor.

Bernardo Martins Corrêa D'Abreu e Costa – T. 91

Page 6: APapeleta 0316 leitura · A última PAPELETA de 2016 traz essa mensagem a todos os seus leitores: nas próximas páginas encontraremos a ... seu sonho era ser uma youtuber, ter seguidores

6

www.eco.g12.br Dezembro 2016

Hoje o meu avô morreu. Se eu disser dessa forma a qualquer um na rua, me desejarão pêsames por mera educação, mas por dentro se perguntarão que diferença faz a eles próprios. Nos meus quase dezoito anos, especificamente três meses e três dias antes, o meu avô morreu, três dias antes dos seus 78 anos. Manoel Almeida era relativamente novo, mas havia vivido tanto, que era considerado bem velho. Marcou todos que tiveram a honra de o conhecer.

Crescido em cidade pequena, louco torcedor vascaíno, foi à cidade maravilhosa para assistir a seu primeiro jogo do Vasco em estádio. Pelo Rio de Janeiro se apaixonou e se mudou para começar uma vida nova. Trabalhador de respeito, foi de operário de bonde a “Rei do bonde de Santa Teresa”.

Um malandro do bom, daqueles que pagam a conta do bar e faz a santa rodar; mas, quando o amor bateu à sua porta, não fugiu. Quem diria que o malandro do Manoel pela Maria, pedagoga, com mestrado e doutorado, em amor imergiria? Aos ignorantes de plantão, seu Manoel é parte dessa cidade, conhecimento e histórias que o Google nem desconfia.

Seu Manoel era um baita pai, e avô melhor ainda. Manoel, Neco, Rei do Bondinho, Papai Noel, pai, vô, tio, primo e nas ligações do seu aniversário de 78 anos, um grande amigo. Contudo, no manto do Vasco, naquele caixão barato, a mão esfriou, o silêncio da soneca se eternizou, o assovio insuportável se calou.

Somente as histórias e lembranças ficaram, as reclamações e a espera da morte cessaram. Meu avô tinha história pra contar e nunca vai ser uma coisa fácil de se descrever.

Letícia Magalhães Almeida de Goes Telles – Pré I

Leia a seguir, o texto ganhador do 1º lugar do Grupo IV (Pré I, Pré II e Pré III) do XXXI Concurso de Literatura Maria Helena Xavier Fernandes

MANUEL ESTÁ MORTO

Ao longo do tempo, os livros vêm sendo um meio eficaz de transmissão da cultura e do conhecimento. Mesmo com novas tecnologias disponíveis, o formato em papel continua em divulgação e as editoras têm adotado a estratégia de lançar obras tanto de forma tradicional como por novas mídias alternativas, como a leitura digital.

O gosto pela leitura deve ser cultivado e receber o incentivo da sociedade em âmbito escolar e familiar. É preciso repassar às novas gerações a ideia de que a informação e a análise dos fatos e acontecimentos, bem

como a apreensão de conteúdos são decisivas para que o indivíduo possa ter a necessária reflexão crítica para a vida em coletividade.

Outro fato importante é que a leitura é fundamental para que se forme uma identidade nacional e um conjunto de valores positivos a serem transmitidos de geração em geração. A pessoa que lê é também agente de seu cotidiano, não dependendo de intermediários para construir sua opinião sobre as ocorrências de seu meio.

A pouca tendência à leitura mostra seus resultados quando se verifica a posição do país no ranking de educação. É necessário que as autoridades formulem políticas públicas para que o aluno, desde a juventude, possa receber o necessário incentivo para adquirir o hábito de ler, seja como parte de suas tarefas escolares, seja como entretenimento.

João Pedro Teixeira – Pré III

DA PARA A VIDA

LEITURA

MANUEL ESTÁ MORTO

Page 7: APapeleta 0316 leitura · A última PAPELETA de 2016 traz essa mensagem a todos os seus leitores: nas próximas páginas encontraremos a ... seu sonho era ser uma youtuber, ter seguidores

7

www.eco.g12.br

Entende-se por terceirização do trabalho o processo pelo qual uma instituição contrata uma empresa para prestar determinado serviço. Atualmente, no sistema capitalista em fase financeira, tal prática difundiu-se por todo mundo. Estima-se que, no Brasil, 25% da mão de obra empregada é terceirizada.

D e a co rd o co m d a d o s f o r n e c i d o s p e l o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Soc ioeconômicos (Dieese) , os func ionár ios terceirizados recebiam, em média, 27% a menos que os empregados contratados diretamente desempenhando a mesma função. Verificou-se também que a jornada de trabalho dos terceirizados era 7% maior que a dos contratados.

Concluiu-se que, com a terceirização, o empregado trabalha mais e é remunerado inferiormente. A precarização das condições de trabalho é uma das sérias consequências de tal processo, juntamente com a proposta de transferir para a empresa terceirizada toda a responsabilidade sobre os direitos trabalhistas dos empregados em questão – uma medida que colocaria em risco os salários e benefícios dos trabalhadores. Uma reforma profunda no sistema de terceirização dos meios de produção apoiada nos direitos trabalhistas é essencial para a criação de uma sociedade mais justa. Como Bertrand Russell citou, “não é a posse de bens materiais o que mais seduz os homens, mas o prestígio decorrente dela”.

Lyane Guimarães – Pré III

TERCEIRIZAÇÃO:AVANÇO OU RETROCESSO?

Dezembro 2016

No Brasil, país em pouco se comenta sobre as crianças e adolescentes institucionalizados, a adoção não tem sua devida importância. Muitas instituições são negligenciadas pelo governo e quando as pessoas resolvem adotar, questões como preconceito, fila de espera e exigências judiciais acabam postergando a ida dessas crianças para um lar.

Normalmente, quando alguém decide adotar, prefere apenas um indivíduo. Porém, em determinadas situações, essas crianças têm irmãos, e por final acabam não conseguindo um lar – nenhuma das crianças. Há também preferências com idade, majoritariamente crianças maiores e adolescentes não são adotados.

Quando vão ser escolhidos, muitos sofrem preconceitos, na maioria por serem negros, mais velhos ou portadores de alguma doença ou deficiência. Através de um levantamento efetuado pelo site G1 percebe-se que em grande parte desses casos são casais heterossexuais que cometem adotam esses “critérios”. Casais homossexuais, hegemonicamente, não fazem análise física mas de essência.

Pouco também se fala sobre instituições que fornecem lar temporário para crianças e adolescentes. Comumente, estas ONG's se mantêm através de doações e muitas fecham por não terem visibilidade suficiente. Isso faz com que várias crianças e adolescentes fiquem sem lar, e algumas acabam indo para o caminho da prostituição, do abandono e das ruas.

Por meio de ações do governo e da mídia na divulgação dessas instituições, na mobilização da sociedade em torno de discussões dos principais problemas, muitas seriam salvas. Precisa-se também de mais programas voltados para a adoção, como criação de leis que beneficiem essas instituições que tornam a vida e a rotina de crianças e adolescente mais digna e humana.

Ana Beatriz Peres – Pré III

ADOÇÃO NO BRASIL

Page 8: APapeleta 0316 leitura · A última PAPELETA de 2016 traz essa mensagem a todos os seus leitores: nas próximas páginas encontraremos a ... seu sonho era ser uma youtuber, ter seguidores

8

Bernardo Costa – T. 91Carolina Valente – T. 91Letícia Dutra – T. 91Rani Delecrodi – T. 91Letícia Telles – Pré IAna Beatriz Peres– Pré III

Editor Responsável: Prof.ª Ana Carolina NóbregaCoordenação: Prof.ª Ana Carolina Nóbrega

www.eco.g12.br

Prof.ª Ana Carolina NóbregaProf. Abelardo SoaresProf.ª Priscila Oliveira

Diagramação: Fabio de Carvalho

Colaboradores:

Isabel Vieira– T. 42Pedro Costa – T. 61Guilherme Bacos – T. 61Lara Mel Di Leta – T. 71

Limites do uso da

O Potencial e os

Maconha

Dezembro 2016

A internet é um meio de comunicação que quase todos utilizam hoje em dia. O acesso é fácil e o fluxo de informações é muito rápido. Mas graças a essa rapidez, as pessoas vêm, cada vez mais, divulgando notícias que muitas vezes são falsas, porque só leram o título ou apenas querem gerar polêmicas sem fundamento algum. E é claro que isso acaba causando problema para as pessoas citadas ou envolvidas.

Quem ajuda muito na divulgação de boatos são aquelas pessoas que procuram saber demais de tudo, que querem estar sempre conectadas de uma maneira rápida e acabam lendo só a manchete ou apenas o início da matéria. E isso contribui para uma formação de uma opinião indevida, a pessoa é julgada com base em uma notícia falsa.

Além disso, há pessoas de mau caráter, que têm prazer em falar coisas ruins sobre os outros, ou simplesmente gostam de destaque. Há também o caso das revistas, que divulgam boatos de pessoas do mundo artístico que são bem famosas para ganhar leitores e divulgarem a revista.

Em vista do que foi apresentado, a divulgação de notícias falsas está mais presente do que nós imaginávamos. E para diminuir boatos, é preciso que a mídia incentive a leitura na íntegra de notícias e informações, para que os usuários saibam a origem e tenham certeza da veracidade da matéria. Se faz muito importante checar fontes, para saber se o site é confiável e fazer uma leitura integral e atenta da matéria, pois muitas vezes a frase que diz se a matéria é falsa passa despercebida, pois a muitos só leem superficialmente.

Giovanna Marinho – Pré III

BOATARIA VIRTUAL

Quando lemos um livro, reagimos de várias maneiras no decorrer dos acontecimentos. Você se sente dentro da história e acaba passando também pelo que o personagem passa. E você, se identifica mais com qual reação causada pelos livros? Conheça a seguir algumas possibilidades:

Euforia incomodativa: Sabe quando estamos lendo loucamente um livro porque ele é muito bom? Nesse caso, recomendamos o livro para todos os amigos e inimigos e você sempre fala sem parar que está lendo um livro que a pessoa “tem que ler”.

Jogar o livro na parede: (Não faça isso, por favor). É a vontade que sentimos ao ler um livro extremamente chato, ou quando alguma coisa inesperada acontece.

Louca indignação: Misturada com uma grande quantidade de inconformismo, indicam sintomas de infelicidade com Editoras que não lançam as continuações dos nossos livros amados!

Desmaio: É quando você está lendo um livro e… fica desmaiado na leitura por dias, meses ou sabe-se lá quanto tempo passou desacordado literariamente.

Me recuso: É se recusar a continuar uma leitura da qual não gostamos. Sabe quando chega num ponto da história que não dá mais? Você apenas respira fundo e fecha o livro.

Paixão obsessiva: Sabe aquele livro ou personagem que você queria que fosse real e fica pensando nele horas e horas após a leitura? É, meu caro, você deve estar apaixonado por algo irreal… mas não se preocupe, você não está sozinho nessa!

Carolina Valente, Letícia Dutra e Rani Delecrodi – T.: 91

O QUE FAZER QUANDO O LIVROACABA?

Giovanna Marinho – Pré IIIJoão Pedro Leite – Pré IIILyane Guimarães – Pré IIIViviane Pereira – ex-aluna