ap 81 vol 2
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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Numero: 1452105 Data: 22/9/2005
A SRA. KÁTIA RABELLO - Sim. .,
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Quer dizer, ele tinha que ter '.. -- , - - ./,'
minimamente um relacionamento estreito com o Ministro, porque, senão, como ele
consegue levar para um jantar um Ministro que está passando por Belo Horizonte?
A SRA. KÁTIA RABELLO - E. Na verdade. parece que o Ministro iria ficar.
Pelo que eu entendi, a noite ele teria um outro compromisso, no outro dia teria esse
espaço na agenda dele. Enfim, ele cedeu esse espaço na agenda, eu me coloquei a
disposição, obviamente. para o espaço que ele pudesse atender e o próprio Ministro
teria sugerido que fôssemos jantar.
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - E foi o próprio Marcos Valério quem
sugeriu a senhora que fizesse este encontro aproveitando a ida do Ministro até lá?
A SRA. KÁTIA RABELLO - Não, ele comunicou ao banco. nós tivemos um
encontro casual. Ele. como diretor, casualmente manifestou que, na verdade, não
só o Ministro, mas outras pessoas do Partido dos Trabalhadores estariam em Belo
Horizonte. Era alguma coisa que estava no jornal. era uma coisa pliblica, todo
mundo sabia. Então, nós manifestamos: "Puxa, quem sabe a gente conseguiria de
novo falar com o Ministro para . . " De alguma forma a gente tinha o interesse de
voltar com aquele assunto a baila, porque já tinha um ano e nada havia acontecido.
Então, nos pedimos se ele poderia interceder com alguem. Eu não sei se ele falava
direto com o secretário. Eu não tenho a menor idéia. Eu sei que o encontro foi
agendado.
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Mas, nesse momento. nessa
ocasião, ele foi, digamos. o elemento-chave para que ocorresse esse jantar? Foi
através..
A SRA. KÁTIA RABELLO - Da nossa parte, sim.
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Foi?
A SRA. KÁTIA RABELLO - Sim. Da nossa parte. sim. e O SR. DEPUTADO JULIO DELGADO - Deputado Sampaio, posso ...
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Pois não.
O SR. DEPUTADO JULIO DELGADO -Só tirar uma dúvida aqui. A senhora
disse que esse jantar em Belo Horizonte teria sido absolutamente informal.
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÁO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Número: 1452105 Data: 22/9/2005
A SRA. KÁTIA RABELLO - Foi bastante informal.
O SR. DEPUTADO JÚLIO DELGADO - E que o Ministro contou histórias da
sua vida e que a senhora contou histórias do banco, como e que chegou à direção,
também contando coisas ... "Pessoalidades" foi o termo que a senhora usou.
A SRA. KÁTIA RABELLO - E. Eu falei bem menos do que ele. na verdade.
O SR. DEPUTADO JÚLIO DELGADO - E, de repente. a senhora fala que Ia
no final ...
A SRA. KÁTIA RABELLO - ISSO.
O SR. DEPUTADO JÚLIO DELGADO - ... o diretor entrou, voltou ao assunto
que estava em tela.
A SRA. KÁTIA RABELLO - Sim.
O SR. DEPUTADO JÚLIO DELGADO - Quer dizer, o jantar teria sido
marcado com qual objetivo? Voltar a um assunto que foi citado en passant?
A SRA. KÁTIA RABELLO - É, na verdade, o nosso objetivo ao pedir um
encontro com ele era, de alguma forma. manter essa relaqão. essa interlocução,
que era alguma coisa que eu acho que 6 interessante para qualquer empresário de
grande porte no Pais ter uma interlocução com o chefe da Casa Civil, saber os
rumos que estão tomando. enfim. Acho que essa interlocução pode ser
preponderante para .... ate pelo nivel de informação que a gente poderia ter ali.
Então, era simplesmente aproveitar uma oportunidade para ter essa interlocução,
vamos dizer, continuada. Ou seja, jd tinha um ano que tinha havido outro encontro.
Mas nós tinhamos, sim, um interesse bem especifico no assunto do Mercantil.
Então, num determinado momento, já Ia pelo final do jantar, como o assunto não
vinha a baila. nós trouxemos - o meu diretor trouxe.
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Continuando, com relação a essa
questão do relacionamento do Marcos Valerio com o então Ministro Jose Dirceu, a
gente tem um primeiro encontro solicitado por ele, no qual seu pai esteve presente;
um segundo encontro com relaç- a esse jantar e teve conversas. tambem
intermediadas por ele, com relação ao Banco do Trabalhador.
A SRA. KÁTIA RABELLO - Sim.
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL .+a, Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar
*:.. ..:/ Numero: 1452105 Data: 22/9/2005
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Todos esses encontros ou todas
essas conversas mantidas sempre através do Sr. Marcos Valério, pelo banco
através do Sr. Marcos Valério com o então Ministro José Dirceu, não a levavam a
conclusão que eles teriam minimamente um relacionamento de amizade, um
relacionamento estreito, mesmo que de ordem politica, já que tudo o que o banco
fazia se valia da figura do Sr. Marcos Valerio. no que tange ao Banco do
Trabalhador, no que tange ao Banco Espirito Santo e no que tange ate ao jantar?
A SRA. KÁTIA RABELLO - Espirito Santo, não. Mercantil, não e?
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Banco Mercantil, me perdoe.
A SRA. KÁTIA RABELLO - Não, na verdade o Marcos era um facilitador de ...
Era um marcador de encontros, digamos assim. Ele não demonstrava. através
disso ... Eu nem sei se era ele quem marcava. Eu não sei qual que era o
relacionamento que ele tinha com essas pessoas. entende? Ele era uma pessoa
que transitava dentro do banco com alguma assiduidade, conhecia os desejos,
0 enfim, os pleitos do banco. e se oferecia para, através dos contatos dele, criar essa
interlocução. Mas não era ele que tratava ... Por exemplo: Banco do Trabalhador, ele
marcou um encontro e, a partir dai, a coisa andava sem ele.
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Com relação ao fato de se tratar do
assunto Banco Mercantil com o Ministro, a senhora ja esclareceu aqui que. na
verdade, o assunto vinha sendo tratado em outras esferas também. Mas vinha
sendo tratado em outras esferas no que tange a todos aqueles que tinham interesse
no tema. Ou seja, nunca o Banco Rural pediu uma reunião com o Banco Central
para tratar especificamente desse assunto.
A SRA. KÁTIA RABELLO - Sim.
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Pediu ao Ministro Jose Dirceu.
A SRA. KÁTIA RABELLO - Não. não. No passado aconteceram reuniões
com o... Esqueci como é que chama ... Tem o nome da pessoa que cuida da
liquidação Mas existiram varias reuniões formais, inclusive no Governo passado.
entre pessoas do Banco Rural e pessoas do Banco Central para tratar desse
assunto - formais.
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Mas ...
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de Etica e Decoro Parlamentar
Algumas coisas eu tinha me preparado para falar, eu tinha anotado, mas os
outros Deputados ou o Relator já a questionaram, mas eu vou questionar algumas
coisas que não ficaram claras conforme a senhora foi colocando. A senhora disse
que a primeira visita que fez ao Ministro José Dirceu, que o seu pai fez. foi por
interesses que ele tinha e queria apresentar alguns aspectos desses interesses,
tanto do loteamento popular, quanto da questão da concorrência da Lava, que
depois posteriormente teve uma resposta negativa do Banco de Pernambuco, né?
Ai, que vem: a senhora considera normal um empresário, qualquer enlpresário.
fazer contatos com o Ministro? Isso é uma coisa normal, um procedimento normal?
A SRA. KÁTIA RABELLO - Eu não saberia responder se e normal.
A SRA. DEPUTADA ANGELA GUADAGNIN - O seu contato com outros
empresários ...
A SRA. KATIA RABELLO - Ah, sim.
A SRA. DEPUTADA ANGELA GUADAGNIN - ... conversando com outros
empresários, é normal esse contato? Quer dizer. o empresário querer colocar para o
Ministro a preocupação..
A SRA. KÁTIA RABELLO - Eu conheço vários empresários que tiveram
varios contatos com Ministros em vários Governos. Com certeza, eu conheço.
A SRA. DEPUTADA ANGELA GUADAGNIN - E a senhora acha dificil
marcar ... Um empresário marcar uma agenda com o Ministro?
A SRA. KÁTIA RABELLO -Acho. r ....................................
. 'I Comentário: Sessáo:1452105) h ,SRA. oEP~.TAF..ANGELA bUADA(;N!N:.E..esP.eC!!iCamente com o ~ u a n a : z a Taq.:Anna Karenina
RevMadUcia ...
I Ministro José Dirceu, quando então Ministro?
A SRA. KÁTIA RABELLO - Eu não posso dizer que seja dificil ou não, porque
nós não tentamos anteriormente. Então, eu não posso dizer. Mas, de uma maneira
geral, acho que não é fácil, principalmente para nós que temos a nossa sede em
Belo Horizonte. E um banco relativamente pequeno. Não é fácil, não.
A SRA. DEPUTADA ANGELA GUADAGNIN - Voltando a questão do jantar,
em Belo Horizonte. Quando eu escrevi, foi na primeira vez que foi citado aqui. mas
depois a senhora já até respondeu um pouquinho mais para os outros Deputados, o
interesse de conversar com o José Dirceu era especificamente retomar a questão
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Numero: 1452105 Data: 22/9/2005
do Banco de Pernambuco. A senhora colocou que imagina que tenha sido o Marcos r
Valério que agendou. Ai. eu vou pegar um pouquinho da sua fala posterior e outras
perguntas que eu fui anotando, que a senhora colocou que dentro daquela
renegociação que a empresa do Marcos Valério fez, pagou 2 bilhóes e ficou 3 anos
de prestação de serviço - foi uma expressão que a senhora usou "e mais 3 anos
de prestação de serviço". Ai eu fiquei na duvida: qual e a relação das empresas do
Sr. Marcos Valerio com o banco nessa prestação de serviço? Que tipo de prestação
de serviço? Só para os serviços de publicidade ou outro tipo de prestação de
serviço?
A SRA. KÁTIA RABELLO - Serviços de publicidade, que são bastante
dispendiosos, não é?
A SRA. DEPUTADA ANGELA GUADAGNIN - Entáo, o que quer dizer uma
expressão que a senhora colocou assim: "o facilitador': "o marcador de encontro'?
Ai eu não entendi essa ...
A SRA. KÁTIA RABELLO - Vamos separar as coisas. Uma coisa era a
SMP&B como agência de publicidade que atendia ao banco; outra coisa era o
Marcos Valério, pessoa física. sócio de algumas empresas, uma delas era a
SMP&B. Ele tinha outras empresas da qual era sócio e se tornou devedor do banco.
Ele tinha uma relação com o Jose Augusto bastante próxima. Então, através desse
contato dos dois, ele identificava, vamos dizer, oportunidades para o banco e se
oferecia como um facilitador para gerar uma interlocução que talvez pudesse trazer
algum beneficio para o banco. E importante ...
A SRA. DEPUTADA ANGELA GUADAGNIN - Foi a expressão que a senhora
usou: *Botava a pessoa em contato':
A SRA. KÁTIA RABELLO - Isso.
A SRA. DEPUTADA ANGELA GUADAGNIN - A senhora usou essa
expressão.
A SRA. KÁTIA RABELLO - E importante frisar que o banco não recebeu
durante esse periodo nenhum beneficio de nenhuma natureza, seja mercantil seja
outros. Os estudos que podem ser feitos estão a disposição da CPI. no caso dos
depósitos. dos fundos, os depósitos de estatais. Muito pelo contrario. Na época do
i CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Número: 1452105 Data: 22/9/2005
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A SRA. KÁTIA RABELLO - O banco não teve vantagem nenhuma nessa .I
relação.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Srs. Deputados, antes de
encerrar, eu gostaria de lembrá-los que nos temos uma reunião no dia 27 de
setembro. as 14h30min. com o depoimento do Deputado Jose Dirceu, terça feira. E
convido os senhores advogados a estarem presentes também.
Quero agradecer à Sra. Kátia Rabello e ao Dr. Jose Carlos Dias a presença.
Está encerrada a presente sessão
~~ ~~~ ................................. ,, [comentário: - Supeivisor.:Márcia
DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO
NUCLEO DE REDAÇAO FINAL EM COMISSOES
TEXTO COM REDAÇAO FINAL
I DEPOENTEICONVIDADO - QUALIFICAÇAO I I JOSE DIRCEU - Deputado Federal
/SUMARIO: Tomada de depoimento. I
OBSERVAÇOES
Há intervençóes inaudiveis. Há oradores não identificados. A sessão foi suspensa e reaberta.
CAMARADOSDEPUTADOS-DETAQ COM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Numero: 1049105 Data: 21812005
;O SR.PRESIDENTE (Deputado Rtcardo I-r) - Havendo numero ~~ regimental,
declaro aberta a reunião.
Peço silêncio no plenário. por favor.
Vou colocar em votação a solicitação do Deputado Edmar Moreira, pedindo a
dispensa da leitura da ata da reunião anterior.
0 s que forem favoraveis permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovada.
A SRA. DEPUTADA LUCIANA GENRO - Sr. Presidente. peço a palavra para
uma questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Pois não, Deputada.
A SRA. DEPUTADA LUCIANA GENRO - Acabei de me dirigir a sua
assessoria para me inscrever a fim de fazer uma 0bse~aÇã0 ao Deputado Jose
Dirceu e fui informada de que os Deputados não-membros da Comissão não terão
direito à palavra. Gostaria de questionar esse procedimento, ja que todos nos somos
Parlamentares e temos o direito de falar. mesmo que seja no fim da fila, como a CPI
es t i procedendo e como V E e mesmo procedeu em outras ocasiões.
O SR. DEPUTADO DARC~SIO PERONDI - Sr. Presidente, uma questão de
ordem. só para ajudar. Eu vou ler o Código de Ética e Decoro Parlamentar da
Camara dos Deputados, em seu art. 12, inciso VI: ''ser6 concedido aos Deputados
que náo integram o Conselho a metade do tempo dos seus membros':
O senhor, naquela primeira reunião, foi rigidamente aplicador do Regimento e
permitiu que os Deputados se inscrevessem. Peço. reforçando o pedido da
Deputada Luciana, que o senhor cumpra o Regimento do Codigo de Ética. Deputado
Ricardo Izar, nosso querido Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Eu gostaria de fazer um
esclarecimento. Essa e a décima terceira reunião do Conselho de ctica. Em doze
reuniões. nos decidimos. o Conselho decidiu que falariam apenas os Deputados
membros do Conselho - em primeiro lugar, os titulares e, depois, os suplentes - e os
Lideres partidários. Os Vice-Lideres só poderão falar se os Lideres mandarem, por
escrito, a Mesa essa autorização. Essa é uma norma desde a segunda reunião do
Conselho de Ética, e eu gostaria de continuar ...
Comentário: Sessao:lM9105 0uana:i Taa.:Chnsiiane
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de etica e Decoro Parlamentar Numero: 1049105 Data: 21812005
i . ,, :.. : . -hxh J
O SR. DEPUTADO JAIRO CARNEIRO - E nunca teve conhecimento dos . , ?. . . erros cometidos pela então cupula do seu partido?
*.. =/ '.- O SR. DEPUTADO JOSE DIRCEU - Não. Erros, muitos.
O SR. DEPUTADO JAIRO CARNEIRO - Erros dessa natureza, do uso
indevido do dinheiro, do uso irregular.
O SR. DEPUTADO JOSÉ DIRCEU - Dessa natureza não.
O SR. DEPUTADO JAIRO CARNEIRO - Sr. Presidente, por enquanto estou
satisfeito.
Obrigado. nobre Deputado Jose Dirceu.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Antes de ouvirmos o
representado. o Deputado Roberto Jefferson, gostaria de lembra-los que estão
inscritos para falar Júlio Delgado, Chico Alencar, Josias Quintal, Carlos Sampaio,
Fernando de Fabinho, Angela Guadagnin, Edmar Moreira, Orlando Fantazzini e
Gustavo Fruet, dos titulares, posteriormente, os suplentes.
e Com a palavra, então, o nobre Deputado Roberto Jefferson.
O SR. DEPUTADO ROBERTO JEFFERSON - Sr. Presidente, Sr. Relator,
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, povo do Brasil, cidadão do Brasil, cidadã do
Brasil, depois de ouvir o ex-Ministro Jose Dirceu, o Deputado Jose Dirceu, eu
cheguei a conclusão de que foi ele quem treinou o Silvinho Pereira, o Delubio e o
Marcos Valerio a mentirem.
Não tem mensalão no Brasil. c conversa da imprensa. Todos os jornais
mentem. Todas as revistas mentem. Todo o povo brasileiro prejulga o Ministro Jose
Dirceu, esse inocente e humilde que aqui esta, porque não tem mensalão. Todos os
gestos do Delubio não são do conhecimento dele. Todos os gestos do Sílvio Pereira
não são do conhecimento dele. Todas as atitudes do Marcos Valerio, que foi 12
vezes a Casa Civil - 12, não foram 7 não, Relator,l2 -, ele não viu Ia o Marcos
Valerio, alias, uma figura que passa despercebida, Deputado José Dirceu. Ele passa
e despercebido.
Eu começo essa minha fala, já que a testemunha da acusação veio aqui
convocada pelo Relator, não por mim. voltando ao principio da fala de S.Exa. o
Relator, quando fala em acordão, que ele: "Repilo - Alias, esta bonito. A conjugação
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Numero: 1049105 Data: 2/8/2005
do verbo está perfeita -, "Repilo qualquer idéia de acórdão." Eu também. Relator. EU
também, Presidente.
: ~ ã o part/u de minha pessoa nenhuma pr,oposta de acordo para sustar
qualquer processo. Pelo contrario, o que vazou de uma reunião com Deputados da
Executiva do PTB foi a decisão da Executiva do PTB de representar a Comissão de
gtica contra alguns Srs. Parlamentares mais identificados com o recebimento do
mensalão, por repasses do PT. através do tesoureiro Delubio Soares, por liberação
do Sr. Marcos Valerio nas agências do BMG. do Banco Rural e do Banco do Brasil.
O acordo existe ao contrario.
Eu tenho lido na imprensa, Sr. Presidente, Srs. Deputados, que há um acordo
já, presidido pelo ex-Ministro Berzoini, para apartar 19 Deputados do rebanho para a
degola. para a execução, para dar o sangue aos chacais. a opinião pública, que
desejam ver cabeças rolando depois que esse escândalo veio a baila e a tona no
Brasil.
O Ministro Jose Dirceu. hoje, pela primeira vez - e eu o cumprimento por isto -
. despido daquela arrogancia natural, daquela autoridade que arrostava. daquela
empafia que exibia, veio humildemente dizer a este Plenário que, Chefe da Casa
Civil do Governo do Presidente Lula, não sabia das movimentaçóes financeiras do
Sr. Marcos Valerio, que não sabia dos saques a vista de milhóes de reais no Banco
Rural. no BMG e no Banco do Brasil, que não sabia ... E ai eu quero separar o joio
do trigo; não vou acusar o PT, mas a cupula do PT, gente dele - Genoino, Silvio
Pereira, Delubio -, gente dele. que ele fez questão de defender ate o último
momento, quando conversou comigo. "Eu quero proteger o Silvinho e o Delubio, que
estão sendo envolvidos nisso". E ele não sabia nada disso. A ABIN não contou para
ele. Ele não lia os relatórios da ABIN. Você que está em casa acredita nisso? A
Policia Federal não dizia para ele que milhões de reais tinham sido sacados a vista.
na boca do caixa. viajando em mala. em avião executivo. E a Policia Federal não
contava para o homem mais importante do Governo! Você acredita nisso?
Opera(6es feitas. todas na Casa Civil - eu afirmo e reitero ao Brasil. ex-Ministro e
atual Deputado Jose Dirceu.
O Deputado Jose Genoino, eu vou voltar a dizer aqui, euaparto. Eu separo o
PT que não e isso. Separo a cupula do PT e as articulações dessa cupula com o
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Número: 1049/05 Data: 21812005
Deputado José Dirceu da base, da militancia que honra o partido nesses 25 anos.
Esses. sim, são inocentes.
Quando a gente olha essa lista. na qual V.Exa. invoca a memória de um
morto que não pode se defender, mas eu farei isso por ele, esquece de ler a
quantidade de dinheiro transferida a alguns Parlamentares do PT, sempre da
liderança e da cúpula, ligados a VExa. Esquece de se referir a saques milionários
do Marcos Valerio feitos um dia antes de ir ao seu gabinete na Casa Civil. O jornal O
Globo hoje faz a ligação das datas. Mas o Deputado Jose Dirceu não sabia de nada
disso que acontecia no Brasil. A Policia Federal não falou para ele. O COAF. que
controla esses saques e essa movimentação financeira. não disse nada para ele.
Chefe da Casa Civil. O General Felix não disse isso a ele. nem a ABIN. O Delegado
Marcelo, amigo pessoal dele, que ele nomeou chefe da ABIN, não contava isso a
ele. Dizia que tinha um funcionário nos Correios. o Marinho. que recebia 3 mil reais
de "peteca" das mãos de agentes da ABIN terceirizados. Era disso que ele tinha
conhecimento. Era disso que ele tomava noticia.
Mas o acordão que está sendo feito aqui. Sr. Presidente, Sr. Relator, não e o
acordão para sustar um processo contra alguém. O Presidente do PTB, hoje. num
ato de solidariedade. quis fazer essa representação no Conselho de Ética contra o
Deputado Jose Dirceu. Converso com meus advogados. que sáo companheiros de
partido, e também tenho duvidas da oportunidade e da aplicabilidade dessa
representação. Porque se crime ele cometeu - e ele mesmo diz que sim, porque vai
discutir nos tribunais fora daqui - não são os crimes parlamentares, mas são os
crimes da administração. os crimes de responsabilidade como Ministro de Estado. E
quero dizer isso ao Ministro José Dirceu com toda sinceridade, porque sou diferente
dele. Eu assumo, não vou renunciar também, mas ate com risco pessoal, porque
não conto mentira. Mas tudo que eu disse e que V.Exa. indagou a ele, que ele
desmentiu, eu ratifico, eu reitero, eu reafirmo. Sr. Relator.
Jose Genoino era o Vice-presidente do PT. O Presidente de fato era o José
Dirceu. Tudo que nós tratávamos no predio da VARIG. Sr. Relator, tudo que
tratamos ali, na sede nacional do PT, tinha que ser fechado e homologado depois.
na Casa Civil, pelo Ministro José Dirceu. Tudo. O acordo da Bahia, ao qual VExa.
se referiu, foi fechado na Casa Civil, com a presença dele; o acordo de Goiás, que
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Número: 1049105 Data: 21812005
hoje está no jornal - o Professor Luizinho disse que foi ao Rio, na SUSEPE, tentar
garantir que o acordo de Goias, na eleição de Goiãnia, fosse cumprido, cumprindo
uma missão do PT e do Ministro Jose Dirceu - foi fechado por ele. na Casa Civil; o
acordo de São Paulo foi fechado por ele. na Casa Civil; o acordo do Paraná. que
envolvia. inclusive, nomeação Ia na Binacional Itaipu, foi fechado com ele, na Casa
Civil. Tudo! Com minha presença. as vezes com a presença do Lider do meu partido
e, às vezes, com a presença do Ministro Walfrido dos Mares Guia.
Compreendo a posiçáo do Ministro Jose Dirceu. Ele procurou o tempo todo fundar
sua atitude republicana num curriculo que ele quer ostentar ao Pais: meu currículo,
a minha biografia. Não sei se e válida a sua biografia, não sei se vale o seu curriculo
para desmontar essa estrutura de locação de Parlamentares que V.Exa. chefiou,
liderou. na Casa Civil, aqui dentro do Congresso Nacional.
Eu procurei ser leal, Deputado Ricardo Izar. ao Presidente Lula. procurei.
Quando Martinez me mostrou - e eu já disse isso aqui na Comissão de Ética -,
soube da existência desses repasses, agosto e setembro de 2003, e eu soube que o @ Presidente do PTB à Cpoca. o falecido Deputado Martinez. havia recebido de
repasse do Sr. Delúbio e do PT 1 milhão de reais. que ele disse a mim que para
pagar parte da campanha que o PTB arcou do ex-Governador, ora Ministro Ciro
Gomes. e parte dos programas de televisão feitos com peliculas. programas
carissimos, que ele resolveu contratar de uma agência de publicidade de Minas
Gerais 400, 450 mil reais, e eu disse a ele, naquele momento - e disse isso aqui
nesta Comissão: "Meu irmão, Martinez, meu amigo, se essa prática é mensal de
repasse do PT aos partidos da base aliada':.. Como tem aqui na lista a qual VExa.
se refere. os 10 milhões e 800 mil que levaram a renúncia ontem do Valdemar Costa
Neto. Esta aqui. Ele, a Simone deu a ele 10 milhões e 800 mil reais. está na lista da
Policia Federal, já publicada no meio eletrònico. E renunciou por isso. Eu disse ao
Martinez: "Meu amigo, a mesada desmoraliza e escraviza. Nós não vamos aceitar / Comentário: Sesaãoia49las :
isso." E, graças a Deus, meu partido ficou fora. Ele faz uma alusão. Se somado, o . Q,,,,o:~sT~~.:s~~~~~, i Rev.:lrma
PP vai a mais do que foi a do PL nos saques realizados pelo Genu e por outros
Deputados que aqui constam dessa relação. Eu fui a ele, depois de ter falado ao
Ministro Walfrido. O primeiro a quem eu falei foi o Ministro Walfrido, num vòo do Rio
a Belo Horizonte num jatinho das Forças Armadas. Disse: Walfrido, está
~~, ~ Â M A R A DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL '"3: Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar . ,.. .q. Numero: 1049.5 \,* ..,3 Data: 21812005
acontecendo um negócio terrível ai. Eu assumi a Presidência do PTB e já recebi
uma proposta para desencravar umas unhas mensalmente do Delúbio, que é um tal
de mensalão, uma mesada. Eu repeli. O Zé Mucio foi a um café da manhã na casa
do Pedro Henry. O Zé Mucio nega para não romper, mas eu não tenho preocupação
em afirmar isso. Ministro. E foi pressionado pelo Bispo Rodrigues. que está aqui com
450. uns 550 mil reais de saques; foi pressionado pelo Pedro Henry, consta da lista
e da acusação do Genu e da Simone; e foi pressionado pelo Presidente do PL para
receber do mensalão. Como vocé pensa isso, meu amigo Walfndo? Ele falou:
Roberto, se o PTB receber isso eu não tenho coragem de olhar mais nos olhos do
Presidente Lula. Eu falei: Então, meu amigo, vocé Que sabendo que isso existe.
Depois fui ao gabinete do então Ministro todo-poderoso, hoje humilde, José
Dirceu, e disse isso a ele, Sr. Relator. Falei: Zé, o Delúbio está fazendo um negócio
ruim. Porque naquela época, sinceramente, acreditava nos propósitos de V.Exa. Ele
deu um soco na mesa: Se está fazendo é um abuso, é contra a minha autorização, é
contra o meu conhecimento. Está errado e eu vou tomar providencias. Falei: Ajudei
o Zê. Tomou nenhuma providencia, não tomou nenhuma atitude, não fez coisa
nenhuma.
Depois fui ao Ciro Gomes. Falei ao Ministro Ciro, numa conversa longa com
ele: Meu Ministro, meu amigo, meu candidato a Presidente da República, isso está
acontecendo, é ruim para a democracia. Eu nunca assisti a isso. Tenho seis
mandatos consecutivos de Deputado Federal desde a ditadura militar, desde o
Presidente Figueiredo. Nem a ditadura ousou remunerar Deputados da base aliada.
e a cúpula do PT vem fazendo isso todo mês.
Já vou concluir. Sr. Presidente, já vou concluir. V.Exa. está sendo cobrado por
alguns e vou concluir.
Fui, Sr. Presidente, Sr. Relator, ao Ministro Palocci, disse isso a ele duas
vezes. Acho que cumpri minha missão. Fui ao Ministro Miro Teixeira, então Ministro
das Comunicações. Disse: Ministro Miro, está havendo esse negócio de
financiamento a bancadas de parfidos Uma ajuda em que se liquide uma conta de
eleiçáo tudo bem, mas mensalmente?!! E por que eu fazia isso, inocente Deputado
Jose Dirceu. humilde Deputado José Dirceu? Eu o fazia na crença de que estava
dando contribuição a um Governo que eu acreditava ético, a uma bandeira de lutas
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Numero: 1049105 Data: 21812005
que eu acreditava verdadeira, da moralidade. Eu acreditava quando VExa. dizia: 0 .-
PT não rouba e não defxa roubar. Eu hoje não acredito mais.
Fui ao Ministro Miro Teixeira. Ele deixou de ser Ministro e veio cá ser o Lider
do Governo na Câmara dos Deputados. Brigou com o Governo, tanto que saiu do
PDT e foi para o PPS. rompido. Ele tem uma entrevista a Veja que diz que contou do
mensalão ao Presidente Ia na China. Paulo Rocha nega, diz que estava do lado e
não ouviu falar, mas o Paulo esta aqui enroscado numa grana do mensalão, um . . . [comentário: SessAo:l049105
troço ... A i ele :me chama aqui no corredor da Casa e me propõe ir para a tribuna . Q u a n o : i ? T a q . : ~ ~ ~ ~ i ~ t ~ \ Re".:LL? denunciar isso. Eu falei: não vou, náo, Miro, não vou não. Digo isso com sinceridade
a V.Exa. Prefiro primeiro falar ao Presidente Lula, porque em volta, aquele núcleo
duro, esta minado. Alias, V.Exa. que construiu. e o arquiteto desse modelo
administrativo do Governo, eu não consigo compreender como e que V.Exa. fez na
SECOM esse modelo de juntar Ia com o ex-Ministro Gushiken as agências de
publicidade e os fundos de pensão. Eu não sei que engenharia V.Exa. conseguiu
urdir para botar juntos na SECOM, na Comunicação Social do Governo. as agências
de marketing, aliás. que foram bem aquinhoadas aqui no caixa 2 - 15 milhões e meio
para o Duda Mendonça no caixa 2. esta aqui na mesma relação a qual se refere
V.Exa. -, e consegue juntar os fundos de pensão na SECOM para a administração
do Ministro Gushiken. Ele fazia o marketing, a propaganda do Governo e fazia os
fundos de pensão.
Mas eu quero voltar ao prejulgamento que diz o Ministro José Dirceu.
Bandidos no Sul, numa fita que foi interceptada pela Justiça. tentam envolvê-lo num
esquema de 10 milhões para financiar uma divida de campanha com o PTB. Ele, ao
Delúbio, um tal de Arrieta. A pergunta que o senhor fez a i ele responde indignado:
"Bandidos que não merecem crédito", e se diz vitima de prejulgamento.
Eu praticamente vi V.Exa. repetindo meu discurso hoje aqui. Alias, eu devia
cobrar honorário dessa turma da base aliada, que tem repetido o meu discurso, só
que muito tempo depois, entendendo como e que se estrutura uma defesa correta
de uma pessoa acusada injustamente ou por prejulgamento, ou preconceito. como
diz V.Exa.
Ministro José Dirceu, eu não quero ferir aqui a ética republicana e rememorar
o nivel dos diálogos que mantinhamos na Casa Civil. Eu não sei se outros
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Numero: 1049105 Data: 2/8/2005
Senadores e Deputados têm coragem de lhe dizer isso. porque V.Exa. amedronta as
pessoas: "Meu Governo", eu me lembro de quando V.Exa. voltou a esta Casa: "O
meu Governo", não era do Presidente Lula o Governo, era seu, e muitas pessoas
temem esse enfrentamento com V.Exa. Eu não. eu não, pelo contrário, Ministro, ou
Deputado, ele gera em mim uma grande satisfaçáo, uma grande satisfação. Tenho
medo de V.Exa.. confesso aqui de publico, tenho medo de V.Exa., porque V.Exa.
provoca em mim os instintos mais primitivos e eu tenho medo, tenho medo.
sinceramente, da consequéncia dessas provocações que faz V.Exa.. Fui leal a
V.Exa., fui leal ao Governo de V.Exa. e vi que V.Exa., para encobrir as denuncias do
mensalão que fiz ao Presidente Lula. claramente fiz ao Presidente Lula em duas
ocasiões, Sr. Relator: principio de janeiro deste ano, foi a primeira vez que pude
conversar isso com o Presidente Lula. e depois em março. mais ou menos.
No acompanhamento que faço junto a CPMI dos Correios, vejo lá que em
janeiro e fevereiro todo o saque do Banco Rural em 2005 foi suspenso, sendo
retomado em março, em março eu volto a falar com o Presidente Lula, e a acusação
que fazem contra o meu partido e contra mim é aquele ridículo filmete que
terceirizados - vai cheque, volta cheque - da ABIN apresentaram ao Pais, tentando
encobrir as operações do Silvinho Pereira Ia na Diretoria de Operações e as
atividades do Silvinho Pereira e do Delubio na Diretoria de Informatica dos Correios.
a ponto de o Lange. agente da ABIN que vai depor na CPMI dizer: < ~ ' ' ~
.~~~ I Comentário: Sess5o:1049105
"Eu investiguei meses o PTB, na diretoria administrativa. Vi Ia um boquirroto, . : Q u a n o : 2 8 ~ ~ ~ . : ~ ~ ~ i ~ ~ d ~ ~ (R?:Liz
petequeiro, pegando o dinheirinho e colocando a responsabilidade nas costas de ! . ... .. . .. .. .. .. . . . ..
pessoas...".
Olha, digo a VExa., Sr. Relator, de gente que não era minha, da minha
relação. O Waldomiro dormia na casa dele. era assessor. Vale contra mim uma
pessoa com a qual eu não tenho nenhuma relação. O Waldomiro Diniz, sócio do
Cachoeirinha. que presidiu a LOTERJ, Ia no Rio de Janeiro, que era intimo dele,
assessor intimo de dividir casa. apartamento, traiu a confiança dele. O
prejulgamento que invoca a ele ndo existe em relação aos outros.
Mas volto ao Sr. Lange, da ABIN. Ele diz que investigou e nada encontrou,
que quando ele se dirigiu a Diretoria de Informática e de Operações para pesquisar
nos Correios o que estava acontecendo, imediatamente recebeu uma ordem do
DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL ome: Conselho de Ctica e Decoro Parlamentar
Numero: 1049105 Data: 21812005
I . Governo. da Casa Civil e IA do General Felix. para que ele interrompesse a
investigação. Era uma investigação apenas contra o Partido Trabalhista Brasileiro.
Sr. Presidente, digo a V.Exa. que eu não sou melhor do que ninguem. Quero
dizer ao povo do Brasil, ao cidadão do Brasil. A cidadã do Brasil, que eu náo estou
aqui fazendo papel de herói - e não sou herói, tenho muitos erros -, mas também
não sou o vilão desse processo. Procurei dizer a verdade. como vejo que a
Simone .. . O Ministro diz que não esta envolvido nas atividades do mensalão, mas a
Simone; a Karina; a Renilda, a mulher do Marcos Valerio; o Marcos Valerio. todos
afirmam que ele sabia dos empr&stimos, dos saques do PT - ele avalizava o PT.
Eu não sou herói, não sou vilão. Assumi verdades que ate me atingem. Esta
aqui que o Emerson Palmieri, Tesoureiro do PTB, na lista, recebeu 2 milhóes e 400
mil. Está faltando aqui 1 milhão e 600 mil. Foram 4 milhões -quatro -. entregues Ia
no PTB pelo Sr. Marcos Valerio. E eu não nego isso, Ministro. num acordo que fiz e
que V.Exa. sabia. Fiz o acordo e VExa. homologou. Quando o acordo pipocou, eu
fui a VExa. e disse: Eu estou tendo uma brutal pressão e questionamento da minha
Liderança, como Presidente do PTB. E V E x a disse 0 que o Relator lhe perguntou:
"Prenderam 62 doleiros. Roberto. Esta Policia Federal 6 meio tucana, eu não tive
condiçóes de fazer com que o PT cumprisse isso".
Mas no final do ano V.Exa. fez uma aproximação do grupo da Portugal
TELECOM com o Presidente Lula - Portugal TELECOM, em dezembro ... final de
novembro, dezembro -, e depois autorizou o PTB, quer dizer, a mim, Presidente do
PTB, e o PT. que mandássemos emissários a Portugal, a Portugal TELECOM, em
nome do PT e em nome do PTB -ordem de V.Exa. -, para que nos negociássemos
Ia. depois do encontro, que V.Exa. patrocinou. do grupo da Portugal TELECOM com
o Presidente Lula, um acordo que pusesse em dia as contas do PTB e do PT. Os
nossos emissarios, o do PT e o do PTB, viajaram a Portugal e estiveram na
Presidência da Portugal TELECOM em 25, 26, 24 de janeiro deste ano -coisa que
nós podemos comprovar. Tratei de todos os assuntos com VExa.. Deputado José
Dirceu os republicanos e os não-republicanos V E x a nos deixava todos A vontade
para qualquer conversa na ante-sala do Presidente da República. E eu quero dizer a
V.Exa. que V.Exa., de novo, falseia a verdade no episódio de Furnas. O assunto foi
tratado por V.Exa. no Gabinete do Presidente Lula. entre mim, V.Exa., o Ministro i Coment6rio: Sesido:lM9105
Quaci0:29 TaqFldvia Rev.:V*a
Comentário: INiCIO VEIGA
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDACÃO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Numero: 1049/05 Data: 2/8/2005
Walfrido, e o Presidente Lula ouvindo. Eu creio, Sr. Deputado Jose Dirceu, que o
momento nacional não comporta mais atitudes escapistas, diversionistas, falsas. Sei
que o advogado de V.Exa., com a competãncia que tem. entende. como eu. que o
processo de V.Exa. vai se travar no Supremo Tribunal Federal, primeiro, porque e
crime de responsabilidade. Mas, pela monta do negócio. pelo tamanho da operação.
eu não creio que seja V.Exa. o unico - V.Exa. era todo-poderoso, mas não era um
homem também tão poderoso assim. Esse foi o erro de avaliação do Brasil para com
V.Exa. e desta Casa para com V.Exa. V.Exa. não está sozinho nisso, náo e possível
que esteja. Não 6 possivel que esteja! A COAF não lhe informou? A Policia Federal
não lhe informou? V.Exa. não agiu em companhia de outros. V.Exa. tomava todas
essas atitudes sozinho. O Delubio era tão importante assim, o Genoino tão
importante assim, o Silvinho Pereira tão importante assim, que conseguiu
movimentar esses milhóes, que o Brasil não assistiu nunca na história republicana
conta igual? E é isso, ex-Ministro, atual Deputado Jose Dirceu, que eu quero dizer a
VExa., com toda a humildade, enfrentando de frente as coisas que são reais e
verdadeiras. Peço apenas a V E x a para, no engrandecimento deste debate que
V.Exa. vai travar aqui, para que V.Exa. não falseie mais, para que V.Exa. abra mão
de ser o professor dessa escola de mentiras que tem sido repetidas pelo Silvinho
Pereira, pelo Delubio, pelo Marcos Valerio. Cada sessão de depoimento, uma
versão. Eu, não! Eu, não! Pegue todas as atas, todas as entrevistas, todos os meus
momentos, honrado Ministro e inocente Deputado Jose Dirceu, que V.Exa. vai
perceber que eu não claudico, que não titubeio, que não falseio. mesmo em prejuízo
pessoal, quando a gente deve buscar esclarecer aqueles que estão ali, não a estes
aqui. apenas a estes, mas ao povo do Brasil, as nossas atitudes tomadas como
homens públicos eleitos representantes pelo povo brasileiro.
Sr. Presidente, muito obrigado pela oportunidade que me conferiu.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Deputado Jose Dirceu.
O SR. DEPUTADO JOSE DIRCEU - Sr. Presidente, o Deputado Roberto
Jefierson continua com a estrategia dele de trazer novas denuncias. Agora ele me
atribui algo que eu repilo. de ter autorizado que ele e o PT pudessem negociar com
a Brasil TELECOM, com a Portugal TELECOM ou com quem quer que seja. Não é
verdade. Não e fato. Nunca tive relação com a Portugal TELECOM, de nenhum tipo,
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Número: 1049105 Data: 21812005
nem administrativa, nem funcional. Nunca tratei com a Portugal TELECOM nenhuma
matéria. E mais uma denúncia que ele traz, de tempo em tempo, e procura me
envolver, e procura atacar a minha honra. Quero repelir e quero negar, de maneira
peremptoria, que eu autorizei ou tive qualquer relação com a Portugal TELECOM ou
fiz qualquer acordo ou encaminhamento com o PT e com o PTB sobre essa questão.
Trata-se de uma mentira. Quem vai investigar se tem mensalão ou não 6 a CPI da
Compra de Votos e do Mensalão. O que o Deputado Roberto Jefferson não pode e achar que ele olha para as câmeras, olha para o Pais, e achar que o Pais pode
aceitar, e ele dizer que existe mensalão nos outros partidos e no dele não. É ele que
acusa. Eu não participei, não tomei conhecimento e não aceitaria qualquer compra Comentário: Sessão-1049105
de voto ou mensalão no Parlamento. Quero repetir, primeiro. Não mantive com o Sr. . Ouado:3OTaq.:Gladyr j Rev.:Veiga
Marcos Valerio nenhuma relação para empréstimos para o PT; não tratei com o Sr.
Marcos Valério nenhum assunto com relação a Câmara e ao Senado, nem quando
era articulador, nem Chefe da Casa Civil, Deputado Roberto Jefferson. Nunca tratei
com ele. Nunca lhe dei o direito, a ele ou ao senhor, para tratarem de assuntos
dessa natureza. E a minha vida, e a minha história. Não tratei. Essa questão de
acordo no Conselho de Ética, esse e um problema do PTB, dos partidos que
trataram disso e discutiram isso. Brasilia toda sabe, todos os jornalistas sabem que
se discutiu sim. O senhor está faltando com a verdade. Todos os repórteres. todos
os jornalistas, toda a Brasilia sabe que foi discutido isto: que o senhor negociou
varias vezes a possibilidade de o senhor renunciar e de o Deputado Valdemar Costa
Neto retirar a representação. Agora o senhor diz aqui que não. O senhor que se
apresentar ao Pais como o homem que não mente e quer me apresentar ao Pais
como o homem que mente. Mas o senhor sabe que houve essas reuniões. Eu, não
participo de nada. O senhor vir dizer aqui que o Deputado Ricardo Berzoini fez uma
lista de 19 Parlamentares para serem caçados. Que credibilidade tem isso? Quem?
Quem participou disso? Que partidos participaram disso? Para que isso? Palavras
ao vento. O senhor fala de minha arrogancia, mas o senhor exerce aqui uma
satisfaçâo e uma arrogãncia. Eu nunca fui arrogante quando era Ministro. Nunca
fui. Nunca fui.
(Manifestaçóes do Plenário.)
A SRA. DEPUTADA ZULAIÊ COBRA - (Intervenção ininteligivel.)
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar
Data: 21812005 Número: 1049105
A SRA. DEPUTADA ZULAIÊ COBRA - Sr. Presidente, eu só queria um
requerimento, Sr. Presidente.
O SR. DEPUTADO DARC~SIO PERONDI - Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Pois náo.
O SR. DEPUTADO DARC~SIO PERONDI - Eu não vou interrogar. eu só
queria fazer um esclarecimento: o PMDB não faz parte do Governo Lula.
Uma parte, sem autorização da Convenção Nacional, sem autorização da
Executiva e de dois terços dos delegados. faz parte do Governo Lula. Quero dizer ao
Ministro Dirceu, que hoje demonstrou ser um recém-nascido. Não viu. não ouve, não
cheira e não (i~iinteligivel) com nada.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Está encerrada a sessão.
A SRA. DEPUTADA ZULAIÊ COBRA - Não. não, Sr. Presidente! O
requerimento meu, Sr. Presidente!
CPMI DOS CORREIOS Página 1 de 19 ...;;,e ;: ;i
S. , .. ..~
- 'TRANSCRIÇÃO LITERAL DAS NOTAS TAQUIGRÁFICAS DA OITIVA DO DEPOENTE Sr. RICARDO GUIMARÁES
(20/09/2005)
SENADO FEDERAL
COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUÉRITO DOS CORREIOS
SEGUNDA REUNIAO DA SUE-RELATORIA DNA, SMP8B E FONTES FINANCEIRAS DA COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUÉRITO DA 3= SESSAO LEGISLATIVA ORDINARIA DA 52a LEGISLATURA, CRIADA ATRAVÉS DO REQUERIMENTO N03/2005 DO CONGRESSO NACIONAL COM A FINALIDADE DE INVESTIGAR AS CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS DE DENUNCIAS E ATOS DELITUOSOS PRATICADOS POR AGENTES ~ÚBLICOS DOS CORREIOS, EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS REALIZADA NO DIA 20 DE SETEMBRO DE 2005 AS 14:OO HORAS.
SEGUE ABAIXO TRANSCRIÇÁO LITERAL:
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Declaro aberta a segunda reunião da Sub-relatoria DNA, SMP&B e Fontes Financeiras, da Comissão Parlamentar Mista
nquérito criada por meio do Requerimento no 3, de 2005. para investigar as causas e eqUBncias de denúncias e atos delituosos praticados por agentes públicos nos Correios.
Esclareço que a pauta desta reunião destina-se à oitiva do Sr. Ricardo Guimarães, que já se encontra à mesa, junto com seu advogado. Registro também que o Sr. Ricardo já assinou o termo de compromisso. Consulto o Sr. Ricardo se gostaria de fazer alguma intervenção no inicio ou se podemos passar já para as perguntas.
O SR. RICARDO GUIMARÃES - Não, podemos passar para as perguntas
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Está bem.
Dr. Ricardo, são fundamentalmente quatro linhas. Na primeira delas, peço a V. S" para falar sobre a questão da carteira referente ao crédito consignado, ou seja, uma das linhas de investigação é a de que pode ter ocorrido um beneficio ao Banco BMG com edição de medida provisória, principalmente a partir de 2003, autorizando a consignação em pagamento de pens6es e aposentadorias, pagas pela PrevidBncia Social. A primeira pergunta é se isso é fato ou se, efetivamente, já existe um histórico de trabalho da instituição nessa área?
O SR. RICARDO GUIMARÃES - Está bom I
Boa-tarde a todos.
Eu queria deixar. então, claro que o BMG começou no crédito consignado, no empréstimo com desconto em folha, desde 1998. Somos um banco focado, somos um banco de empréstimo, que não tem talão de cheque. NBo fazemos outros tipos de serviço e praticamente-não temos-outros produtos, - . - - . . . - - - - . - - - - -- - - ... - --
Crédito consignado, então. Focamos o banco em 1998 e fomos desenvolvendo. Já no ano de 2000, já éramos considerados lideres nesse mercado. Ja trabalhávamos em diversos Estados da Federação. Já atuávamos em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás. Trabalhávamos também, já em 2001, em varias Prefeituras, em muitas capitais importantes, como Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro, sempre numa posição de liderança, sempre numa posição destacada, porque era o nosso negócio. O nosso banco é voltado para isso.
Nao temos agencias. mas temos correspondentes bancários. Temos uma estrutura enxuta, um custo fixo baixo, porque esses correspondentes bancários se subdividem em agentes bancários. Eles são a nossa força de venda. Eles trabalham sob comissão.
--
CI'MI DOS CORREIOS Pkgina 2 de 1')
r ' ? - ,,- - " ~ . - ~ c Em 2001, já éramos, então, lideres. Já tinhamos recebido prêmios, por exemplo. da
Fundação Getúlio Vargas e da revista Conjuntura Econômica, como o melhor banco de financiamento do Pais. Também continuamos o nosso foco em 2002, em 2003. Ampliamos o nosso mercado para outros Estados. como Maranhão, Bahia, Alagoas, Santa Catarina. e para outras Prefeituras também. Fizemos convènios também com servidores publicos civis - federais, com Forças Armadas e com diversos Tribunais de Contas e de Justiça. . - ....*
Então, quero dizer que, no final do ano de 2002. já tinhamos essa participaçáo destacada. já éramos lideres nesse segmento, já tinhamos trezentos correspondentes bancários que se subdividiam em agentes. Já tinharnos vinte mil agentes que trabalhavam para esses correspondentes. Entáo. já tinhamos uma atuaçáo no Brasil todo.
Antes de a Medida Provisoria no 130 ser implantada, ela foi amplamente discutida com toda a sociedade. As centrais sindicais, como a CUT, a Força Sindical, a CGT e todas as outras. se envolveram nisso e se interessaram. Isso foi discutido com a Febraban, com a ABBC. com a ABEL, de leasing. com vários setores da sociedade. O que a Medida Provisória no 130 significava? Estender os beneficios do crédito consignado que já eram feitos no setor publico para os celetistas, para os empregados da iniciativa privada. Então, é por isso que as centrais sindicais se envolveram, porque elas entenderam que o credito consignado era um empréstimo a juros baixos, simplificado, de fácil acesso para as pessoas, que não tinham muitas exigências. não precisava de avalistas. não precisava de consulta ao SPC/Serasa.
Então, eles se engajaram nesse processo para levar esse beneficio aos funcionários
i ceetistas. E foi feita a Medida Provisoria no 130, que, além de atender, permitir o credito ' 9 consignado aos celetistas. regulamentava a participação das centrais sindicais nesses
I
i convènios de uma instituiçáo financeira com empresas ... E lá falava que para os aposentados do INSS sairia uma regulamentaçáo posterior.
Isso foi em setembro de 2003. A CUT, imediatamente. assinou convênio com dezenove bancos; a Força Sindical assinou com outros tantos bancos, e todos os bancos começaram ao mesmo tempo. com as mesmas taxas e com as mesmas condições. Entáo, n%o houve beneficio ou privilegio para ninguém.
Como eu disse, isso para atuar com as empresas privadas e cada banco ia procurar o convênio com o sindicato e com a empresa para se tornar cliente. Como eu disse, na Medida Provisoria no 130. falava que os aposentados seriam regulamentados depois. E foram. O credito consignado para os aposentados, houve um decreto-lei em outubro e houve uma instrução normativa do INSS em novembro de 2003. falando o seguinte: "o crédito consignado pode ser feito aos aposentados somente pelos bancos pagadores".
Na realidade, quando foram feitos essa instrução normativa e o decreto-lei em mbro de 2003. abriu-se o credito consignado aos aposentados, mas restringindo. Só 36
cos poderiam atuar. São os bancos pagadores, sáo os grandes bancos do Brasil, aqueles cla pagadores dos beneficios dos aposentados. Sáo os maiores bancos, os bancos de agencias. de redes.
O banco BMG, no caso, como não era um banco pagador - e a maioria dos bancos médios ficou fora. Acontece que esse mercado náo foi explorado. ele náo foi interessante para
-- . . esses bancos. Cinco meses depois que essa instruçáo normativa foi feita, nenhum banco tinha-se habilitadoa- se conveniar ao INSS, não se-interessou-a trabalhar comesse prpduto,
- - -- .- de taxas baixas e crédito facilitado. Apenas em maio, cinco meses depois da instruçáo --. -- normativa, a Caixa Econõmica Federal se conveniou ao INSS. Nenhum outro banco se interessou. Não era um mercado atrativo para eles.
Em agosto de 2004: nove meses depois da instruçáo normativa do INSS de novembro de 2003, o Governo, até atendendo um pleito dos proprios aposentados, a única classe do Brasil que estava impedida de ter o crédito consignado. porque os funcionários publicos podiam ter, os celetistas da iniciativa privada poderiam ter e os aposentados teoricamente poderiam ter, mas alguns setores, alguns bancos tinham a reserva e não estavam utilizando, não se interessavam por esse nicho de mercado.
. .
Ai o Governo, para democratizar o credito, para facilitar, para dar acesso aos aposentados desse crédito facilitado, abriu para todos os bancos. O BMG, que já era lider em todos os segmentos, ja era premiado, eu falei do prêmio da Fundação Getúlio Vargas. n6s ganhamos esse prêmio cinco vezes. Ganhamos esse prêmio da Gazeta Mercantil também duas vezes, como o melhor banco de financiamento do Brasil. Ganhamos o prêmio da Riskbank, que é uma outra que analisa bancos, e uma outra empresa de rating de classificação de bancos, ganhamos duas vezes.
Bom, o BMG já estava estruturado, o BMG já tinha uma equipe de vendas. mil agentes espalhados pelo Brasil. O BMG, como normalmente em outros lugares. foi o primeiro Banco que se juntou a Caixa Econõmica Federal. O BMG nunca teve exclusividade dia nenhum, porque o primeiro banco foi a Caixa EconBmica Federal, o segundo banco foi o BMG.
O BMG entrou, foi um sucesso. O BMG mostrou que aquele produto era um sucesso. Aquele produto que era desinteressante para os bancos que poderiam atuar, o BMG mostrou que foi um sucesso. Ele. com a rede de vendas dele. com o anuncio que ele fez, a forma agressiva de atuar. de vender, mostrou que era um sucesso e despertou a atenção dos outros bancos. A partir dai. trinta dias depois que o BMG ficou junto com a Caixa, mais três bancos se habilitaram. Assim, hoje, são 44 bancos habilitados.
Só para dar um exemplo. No último mês, onde havia quarenta e quatro bancos ando - no mês de agosto -.o BMG e o INSS divulgaram o quanto de credito consignado eito com o aposentados. O BMG, pelos números que temos e pelo total que o INSS a-
divulgou, fez quase 30% desse mercado, por essa nossa forma de agir, que vem desde 1998. Em 2003 já éramos lideres. reconhecidos nesse mercado e bastante premiados.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) -Antes de avançar na questão da Caixa Econõmica, quero historiar um pouco o banco. Trata-se de um banco sem agências, sem um numero expressivo de agencias, como os bancos comerciais. O foco e, fundamentalmente, no varejo, o credito consignado. Pergunto-lhe, também. o que representam, hoje, na carteira, o servidor publico, os aposentados e o celetistas.
O SR. RICARDO GUIMARÃES - O Banco está na familia, a familia atua no mercado financeiro há 75 anos. O primeiro banco a ser fundado foi o Banco de Credito Predial. em 1930. Foi fundado pelo meu bisavó, por meu avõ e por meu pai, que ainda está presente e é presidente do conselho. E comigo, agora. que sou a quarta geração do banco.
O banco. desde 1998, se consolidou, se focou. Como é um banco de médio porte. tentamos maximizar os nossos recursos. Então, somos focados em um produto. Não temos agências. Temos filiais em dez localidades, em dez cidades. Essas filiais são de andares. Não
ebemos visita do publico. Não temos movimentação de dinheiro dentro das dependências anco, não temos talão de cheque. Nem eu, nem minha familia, nem os vice-presidentes
banco têm cheques do banco. Não e o produto com o qual atuamos. Trabalhamos s6 com @ emprestimos, basicamente. Hoje, o crédito consignado representa 90% das nossas operaçóes de credito. Dentro do credito consignado, os aposentados, que são 22 milhões de pessoas, constituem um publico muito grande e representam cerca de 45% dos nossos ativos. Em termos de clientes do funcionalismo publico estadual. municipal, federal. em torno de 30%. O restante, 15%. sáo celetistas, empregados da iniciativa privada. Hoje, temos convênios com mais de 1,5 mil empresas da iniciativa privada. -- ~- ~ -- - -. -- - -
-- - - -- - -- -- -- -~ - - - - - - - .
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Com relacão a carteira do BMG, foi objeto de negociação com a Caixa ~conõmica com relaçáo aos créditos consignados ou náo?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Uma parte da carteira ... Posso explicar? Se estiver me alongando o senhor ...
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Não. Por favor. I
O SR. RICARDO GUIMARAES - Houve, em novembro de 2004. um evento que 1
I C I 'M I DOS COI<REIOS
afetou um pouco a liquidez do mercado, principalmente de bancos médios e p,equenos. Foi a intervenção no Banco Santos. A partir dai, o BMG, por causa desses 20 mil agentes. tinhamos uma "originação" de operações muito forte. Praticamente todos os dias esses agentes estavam na rua, estavam indo atrás dos clientes. estavam fazendo operaçóes. Estávamos passando por um processo de liquidez limitado, de baixa liquidez, naquele momento, para os bancos médios. Então. procurados alternativas no mercado. Uma dessas alternativas que encontramos foi fazer cessão de credito. Cedemos parte da carteira. parte dos nossos créditos, para instituições do mercado. Assim, fomos trabalhar. procurar, e conseguimos fazer alguns convênios, inclusive. Fizemos primeiramente um convênio com a Cetelem, que é uma financeira do grupo francês Paribade; com o Grupo Itau; e. também, uma parte. um convênio, com a Caixa Econbmica Federal. São convênios de longo prazo que temos. convênios de três anos. Nós nos comprometemos a fazer a cessão de credito de um valor mensal com essas instituições, alem de outras cessões, quando o nosso volume de operaçóes fosse muito grande, pontuar as outras cessões, pontuar as que fazemos, porque nós não temos o convenio mensal, obrigação mensal, mas que fizemos com mais de 10 bancos, outras cessões com outros 10 grandes bancos, pelo menos.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet PSDB - PR) - E, particularmente. com relação á Caixa Econõmica?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Fizemos. Então, dentro disso, fizemos um convenio com a Caixa Econõmica Federal para ceder parte dos nossos creditos que geramos
NSS para a Caixa Econõmica Federal, onde ela também está tendo como se fõssemos perador levando clientes para ela.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - E, especificamente com a Caixa, como se dá essa operação? Qual o percentual? Como foi feita essa contratação? Utiliza-se a estrutura da Caixa? Digamos assim. a experfise e do BMG, com relação a consignação dos creditos E isso? Como é feita a distribuição ou a intermediação?
O SR. RICARDO GUIMARÃES - E. Utiliza-se só a estrutura do BMG. A experfise é do BMG, a operação e gerada dentro do BMG. os nossos agentes, os nossos correspondentes vendem o financiamento do BMG. Ai. o BMG. recebendo essa carteira, cede em torno de R3100 milhões por mês para a Caixa Econõmica Federal. Então. passamos essa carteira para a Caixa Economica Federal, e, com o resultado para a Caixa Econõmica, ela passa a ter acesso aos clientes, está criando uma base de clientes, está tendo resultado e nos passa o dinheiro para fazermos a operação.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Dr. Ricardo, dentro dessa linha tambem para consignar, 90% praticamente do banco dizem respeito a esse tipo de credito.
e O SR. RICARDO GUIMARAES - Certo.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet PSDB - PR) - Com relação a outros investimentos do banco. Por exemplo, emissão de titulos no exterior, e, na seqüência, vou-lhe perguntar com relação aos fundos de pensão. Mas, com relação a outros tipos de investimentos, o banco tambem lança titulos no mercado?
O SR. RICARDO GUIMARÃES -Lança, sim . - - - - . . ~-~ -- - - . - . . . -- - - .-. -~ .-
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB -PR) - E o que representa isso dentro do volume de atividade do banco?
O SR. RICARDO GUIMARÃES - O banco. desde a primeira vez que lançamos, em 1995, já fizemos diversos lançamentos. com os diversos ... Sempre tem algum banco. porque, como nos não temos clientela. não atingimos o cliente final, sempre tem algum banco de fora que coordena esses lançamentos para nós. Já teve diversos bancos reconhecidos, desde 1995. Fizemos um montante, desde 1995. em torno de USS500 milhões. colocados no mercado externo e, hoje, temos, a vencer, em ser, operaçóes em ser, em torno de USS300 milhóes. Eu mesmo acabei de voltar agora do que chamamos de road show, que e uma apresentação que se faz para investidores internacionais, para bancos que tem os seus
CIJMI IX)S CORREIOS ,w..,..,...* Pácrina 5 de I9 ,. ,:*-+.
clientes. Estivemos na Ásia, na Europa, nos Estados Unidos. e fizemos um 1 1 ,&i,:*
, , 2 ~ 4 ! lançamento agora de US$200 milhões, com prazo de três a cinco anos.
.O'
/
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Então, há, então, os creditos consignados e esses titulos com um grande volume de investimento no banco.
O SR. RICARDO GUIMARÃES - Nos temos o credito consignado, que e a operação ativa que chamamos. E, na parte passiva, nos temos a cessão de credito com esses bancos que eu citei, esses convénios que temos, temos os bònus externos, porque é com esse dinheiro que fazemos as nossas operações, e temos outras alternativas que acho que o senhor vai.., que são os CDBs e os fundos de recebiveis nossos.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - E com relação, especificamente, a esse tipo de operação. O que representa isso no banco? E vou-lhe perguntar, particularmente, com relação aos investimentos das fundações, em especial as ligadas a empresas publicas.
O SR. RICARDO GUIMARAES - Nos sempre fomos um banco de nicho, um banco de um mercado especializado, um banco especialista em alguma coisa, focado para fazer. Como eu disse, temos que maximizar os recursos. Então, focamos num determinado segmento para tentar fazer bem feito e ser competitivo.
@ Antes de 1998, nós éramos focados em financiamento de veiculos - veiculos leves e veiculos pesados. O mercado mudou, e nos tambem mudamos o nosso foco. Mas o que quero dizer com isso? Quando nós éramos focados em veiculos, a operação era de dois anos. de três anos. E. como nos não temos agências, o nosso publico alvo para captação, para vender CDB, sempre foi o investidor institucional, sempre foi o fundo de pensão. porque ele aplica num prazo mais longo que a pessoa fisica não aplica, que a pessoa juridica não aplica, e ele tem dinheiro para aplicar. O fundo de pensão aplica, ele tem muitos recursos disponiveis, ele aplica em diversos bancos. em bancos grandes, bancos medios. bancos pequenos. Então, sempre tivemos isso como foco, desde a decada de 80, tendo fundos de pensão como clientes. Para se ter uma idéia, o volume de fundos de pensão que tinhamos em 1996, 1997, 1998, e maior do que o volume que temos hoje. em CDB. E, se considerarmos os fundos de recebiveis tambem, o volume que tinhamos em 1996 são valores históricos também. tem-se que corrigir. Se corrigirmos os volumes de 1996, são muito maiores do que os valores aplicados hoje. Fundos de pensão de entidades privadas. de entidades publicas federais, de entidades publicas estaduais, de toda a natureza. Hoje, temos esses fundos como clientes nossos, criamos também fundos de recebiveis. As vezes, fala-se que o fundo tem uma aplicação no BMG. São naturezas diferentes. Uma coisa é aplicar em CDB de um banco, e, na linguagem de mercado, fala-se que esta aplicando, que está tomando o risco do banco, esta assumindo o risco do banco. Outra coisa 6 aplicar em fundos do banco. Por
plo, o nosso banco tem uma boa classificação como um banco médio, e classificado s empresas de rating. pelas empresas de classificação de risco de banco como A, e um w
banco classificado de risco A, que e um bom risco. Os nossos fundos, que tem a garantia dos nossos recebiveis, que e um fundo auditado por auditoria independente. é montado por um escritório de advocacia independente, e registrado na CVM, tem o risco de classificação triplo A, que e o melhor risco de classificação que existe num mercado de banco em termos mundiais. E o nosso fundo da um rendimento muito acima do que uma aplicação triplo A da. Qualquer outra aplicação triplo A que se fizer no mercado, hoje. vai estar em torno de, no máximo, 100% do CDI, ate menos do que isso. O nosso fundo rende 108%. Então. aplicar no f.u-n-d.o BMG ---
, nos fujdòs-de recebiveis triplo-Aycom-um-rendimento alto-de 108°/~,-e-um4timo~ . -. - -
negocio, é uma ótima gestão de caixa. Então, acho que isso demonstra que quem esta aplicando conosco tem as razões e os motivos para estar escolhendo. E não esta aplicando diretamente no Banco BMG, tem outras garantias adicionais que é o nosso ativo, e parte da nossa carteira que esta lastreando aquele fundo.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Só para constar tambem: nesses valores, com relação ao patrimõnio liquido. com investimentos de 1996 ate julho de 2005. verifica-se que houve um aumento em relação ao património liquido na aplicação dos fundos e das fundações, na participaçáo total há uma diminuição do percentual das fundações com relação, imagino aqui, ao patrimònio do banco ...
CPMl DOS CORREIOS Payiiia 6 de I 9
O SR. RICARDO GUIMARÃES -Sim.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - E, com relação a participação publica federal especificamente. quero perguntar-lhe, Dr. Ricardo, da Fundação Real Grandeza. porque ela passa a ter investimentos em junho de 2002. dezembro de 2002, e passa a ter um aumento expressivo a partir de junho de 2003, iniciando em 66.245. sendo que em julho de 2005, 111.124, acabando sendo o maior investimento dos fundos em relação a
I I
essa carteira.
I O SR. RICARDO GUIMARAES -Vou, se o senhor me permite
I O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Claro, por favor
1 O SR. RICARDO GUIMARAES - Primeiro, citei que os valores de 1996 são ate, em
/ valores nominais, bem parecidos com o de 2005 e que. se fizer a correção. os valores de 1996 são ate bem maiores. E, relativamente tambem ao tamanho do banco, o que se tinha em
1 1996, proporcionalmente ao patrimõnio do banco, proporcionalmente ao ativo do banco, as ~ nossas dependências por fundo de pensão eram muito maiores naquela Bpoca. Está aqui a participação de fundos de pensão em relação ao patrimõnio do banco em 1997. Por exemplo,
1 I significava 192% do nosso patrimõnio; em relação à participação dos fundos de pensão
publico federal, significavam 92% do nosso patrimõnio. Hoje, em 2005. a participação total
I dos fundos de pensão representa 51% do nosso patrimônio contra 200%, em 1997, e apenas do nosso patrimõnio contra 92% - são 20% de participação dos fundos de pensão
ico-federais contra 92% em 1997. Em relação à Real Grandeza. é interessante notar que. ! em dezembro de 2002. ela tinha R$58 milhões aplicados com o BMG. Agora. em junho de
2005, ela tem R$109 milhões. E engraçado. Se o senhor pegar esses R$58 milhões em dezembro de 2002 e corrigi-los pela taxa aplicada pelo banco, que é Ambid mais 1,5%, ate junho de 2005, praticamente os R$55 milhões viram R$98 milhões. Então, só a permanéncia daquele dinheiro que estava na conta em 2002 explica 90% do dinheiro que ela tem hoje. Ela so manteve o patrimõnio e cresceu mais um pouco. Na minha opinião, cresceu pouco porque o patrimõnio do banco cresceu muito mais. Ela teria espaço para crescer.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet PSDB - PR) - Ou seja. nesse caso, não houve depositos novos. Houve a correção.
O SR. RICARDO GUIMARÃES - Praticamente fizemos essa correção. mantendo o que ela tinha em dezembro de 2002, que estava aplicado e corrigindo esse valor ate agora. dá uns R$98 milhões, e ela tem R$ 109 milhões. O que houve a mais foi o crescimento de R$98 milhões para R$ 109 milhões.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet PSDB - PR) - Fechando esse primeiro bloco. m claros o histórico e o perfil do banco. E uma situação diferente da de outros bancos de @ tivemos informações e que há um nicho muito claro tanto na questão do crédito
consignado, na cessão de credito ou nos titulos, no bõnus, como em relação a esses investimentos em CDB e das fundações.
O SR. RICARDO GUIMARAES -Certo.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) -Objetivamente, está claro que o pefl~_do_banc~o.nã~_é_gd-e-ym banco comercial. . como um banco tradicional, como as grandes redes. Então, qual era a motivação do BMG, no dia 17dG-jaTeiro de 2003, ao -emes ta r RS2.4 milhões para o PT, sendo que. pelo que levantamos, não e da tradição do banco esse tipo de investimento e nunca havia feito empréstimo a nenhum partido politico?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Esta certo. Deixe-me falar, então. Disse que 90% do banco é focado. mas temos outras áreas de atuação. Como eu disse tambem. somos um banco de emprestimo. Somos um banco cuja mercadoria que vendemos é o emprestimo. e o nosso lucro é o spread bancário. Analisamos as operações. Não temos outros tipos de serviço, náo temos outras receitas adicionais. Analisamos os creditos que temos oportunidade de fazer e concedemos o crédito para aquele que julgamos que valha a pena o risco e que esteja de acordo com as condições regulamentares que um banco pode fazer.
CI'MI DOS CORRELOS Página 7 dc 1')
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Especificamente, qual foi a razão? Quem solicitou esse empréstimo ao banco? Como funcionou essa operação? Foi um dirigente partidário ao banco e solicitou esse empréstimo?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Foi o Sr. Delubio Soares, que pediu ao banco um empréstimo nesse valor, no montante de R$2,4 milhões. O banco fez as análises, teve ainda uma garantia, o aval de um empresário que. naquela época, em fevereiro de 2003, era rico e com certo conhecimento em Belo Horizonte e em Minas Gerais e que era sócio de empresas conhecidas. O banco concedeu o crédito com as motivações anteriores de que falei.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - O senhor se refere ao Marcos Valerio?
O SR. RICARDO GUIMARÃES -Ao Marcos Valério.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Mas quem apresentou o Delubio ao banco? Houve um contato prévio?
O SR. RICARDO GUIMARAES - O Delubio chegou ao banco através de um correspondente do Banco BMG. Não foi através do Sr. Marcos Valério. não.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - O senhor se lembra o nome e pessoa?
O SR. RICARDO GUIMARÃES - Foi o Sr. Rui Guerra.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Esse senhor Rui Guerra é de Brasilia ou de Minas?
O SR. RICARDO GUIMARÃES - Ele e de São Paulo e de Brasilia. Ele fica em São Paulo e em Brasilia.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Nesse empréstimo, as garantias foram os avais, inclusive do Sr. Marcos Valério.
O SR. RICARDO GUIMARAES - Nesses empréstimos. foi concedido um valor de RS2.4 milhões ao PT e teve como garantia o aval do Presidente do Partido a época, Sr. Jose Genoino, do Tesoureiro do Partido a época. Sr. Delubio Soares e do empresário Marcos Valério.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Na sequencia, a informação temos é a de que o Marcos Valério retirqu o aval e ficou remanescente o aval do Sr.
Delubio e do Presidente do PT Jose Genoino. E isso?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Não. Não é, não. Como eu disse, fez parte da aprovação do crédito o aval do empresário Marcos Valerio. Ele não retirou o aval, não. A operação foi renovada, algumas vezes, e, depois de uma segunda renovação, o Sr. Marcos Valério não assinou a renovação, mas ele continua como avalista, porque, no corpo da
renWvaCão, fala que-as-condições-especiais-dos-mesmo~.garantdoes.pmam a me%. Temos uma nota promissória com a assinatura válida do Sr. Marcos Valerio, e um pagamento dos juros que foram cobrados desse empréstimo do PT foi feito pelo avalista ou por uma empresa do avalista.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Insistindo, Dr. Ricardo, nessa questão do emprestimo ainda: quando foi dado o aval, tanto do Presidente do PT quanto do Tesoureiro, que garantias eles dão ou basta a assinatura, ou o compromisso de pagamento desse emprestimo? Isso é usual no emprestimo bancário?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Primeiro, tinhamos a garantia do recebimento por um partido para a empresa. para o tomador que tinha lastro para receber um dinheiro desse.
CPivIl DOS COKKEIOS Pigii ia 8 de I9
Foi-nos mostrado o fundo partidário dos recebimentos dos militantes, havia o aval de um empresário rico, que tinha patrimonio para responder por aquele aval. e é importante também o aval do presidente e do tesoureiro, mais como um aval pessoal, na realidade, moral. que significa que eles tém um comprometimento na operaçáo.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Hoje, em que situaçáo esta? ., -... - Qual e o saldo devedor? Qual é a situação do banco? O senhor imagina que vai receber esse - . C,,.
recurso ou isso vai ser executado e qual é o saldo devedor?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Hoje, o saldo devedor está em torno de 3 milhões e 300 mil. Venceu final de agosto. dia 22 agosto, e estão sendo executados o Partido e os três avalistas.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Só para constar também, recebemos do Banco Central. em resposta do pedido de informaçáo, feita por esta CPMI, com relação a esse empréstimo. o Banco Central informa que foi realizada uma inspeção modular, análise da situação econômico-financeira. data-base 28/02/2003.
Como resultado da analise das operações com o PT, no valor de 2,4 milhões, e com a SMP8B Comunicação Ltda.. no valor de 12 milhões, foi determinada e atendida a constituiçáo de provisão constitucional de R$30lmil, em decorrencia da reclassificaçáio da operação com a SMP8B para nivel de risco mais elevado.
Antes de entrar na analise desses empréstimos das pessoas (uridicas pergunto com relação a esse empréstimo para o PT: isso foi provisionado pelo banco?
O SR. RICARDO GUIMARÃES - Foi. em 2003. Foi um empréstimo de 2,4 milhões, e o Banco Central recomendou que fizéssemos uma classificação - a classificação e dos bancos. Pode-se classificar o cliente de " A ate "H". de acordo com o que se entende do risco dele.
O banco havia classificado o PT como " A . Não, foi em relação à empresa SMP&B. Tinhamos classificado como " A , e o Banco Central recomendou que fosse classificado como "C" e, classificando-o como "C", temos que fazer uma certa provisão de 0.5% o que foi feito, desse valor citado.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Dr. Ricardo. vamos fazer só uma mudança, em função das outras comissões que estão trabalhando.
Antes de continuar, concedo a palavra ao Deputado Arnaldo Faria de Sá
@ O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Sr. Ricardo quem e O seu
ogado?
O SR. RICARDO GUIMARÃES - Dr. Sérgio Bermudes.
O SR. ARNALDO FARIA DE SA (PTB - SP) - O Banco BMG tem. como foco principal. o credito consignado. E por que fez ernpréstimo ao PT? Era consignado ao fundo partidário? -- - . . - .... -- --. . - - - . . - -
O SR. RICARDO GUIMARAES - Não. O banco tem. como foco, o crédito consignado, 90% do nosso ativo esta em crédito consignado; mas o banco analisa outras operações também. O banco vive de empréstimo; o ernpréstimo é o nosso produto. Quando existe uma operação considerada boa pelo banco, mesmo não estando totalmente no nosso foco. o banco analisa.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - A priori, a operação teria sido considerada como boa. E. hoje. e considerada boa?
O SR. RICARDO GUIMARÁES - Dois anos depois, a percepção mudou. Houve
CPMI DOS CORREIOS Paj i i ia 9 tle I9
uma deterioração notória, publica do credito. E mudou, sem duvida.
I O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Na pergunta do Deputado Gustavo Fruet, a informação e que já está sendo processada. O vencimento não foi recentemente?
I O SR. RICARDO GUIMARAES - Foi. O vencimento foi próximo ao final de agosto Se não me engano. 22 de agosto.
O SR. ARNALDO FARIA DE SA (PTB - SP) - E por que tão rápida execução? O banco. normalmente, não transfere para CL, não demora um pouco mais para tomar essa providencia judicial? Por que tão rapidamente processou o PT?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Olha, achamos que, como houve uma deterioração clara, uma deterioração notória da percepção do risco de credito, achamos que deveriamos tomar uma atitude mais energica, uma atitude mais rápida, no intuito de defender o nosso credito.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Se a intenção e defender o credito do banco, houve essa mesma preocupação na concessão de um empréstimo tão vultoso para um cliente politico?
1 O SR. RICARDO GUIMARAES - Houve. Quero deixar claro que, primeiro, o valor é de sim; dois milhões e quatrocentos mil reais é um valor significativo em qualquer lugar. , em termos bancdrios, não é um valor que possa ser considerado vultoso. O banco tem
creditas, o banco tem patrimOnb. Então. náo 6 um valor considerado vultoso dentro do E tomamos, para fazer a concessão do credito. todas as garantias e todas as
I precauções que se requer. Foi um credito bem analisado para ser feito.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - O senhor falou em aval moral O que ' e aval moral? Náo conheço isso
i O SR. RICARDO GUIMARÃES - O banco já estava coberto do aval da parte ~ financeira. Como eu disse, o partido tinha condições; tinha lastro para receber esse valor; tinhamos um avalista. tambem empresário. conhecido. com património, que garantia essa parte.
A parte do banco tambem, temos que entender que. num banco, uma concessão de i crédito não é simplesmente a análise fria e objetiva dos niimeros. Há a parte do
conhecimento, a parte do comprometimento dos dirigentes e dos acionistas, essa parte subjetiva.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - E qual e a parte subjetiva nesse a r e s t i m o para o PT?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Não, não teve. Estou falando em relação aos avais. Ter o aval do Presidente do Partido e do Tesoureiro do Partido era importante para a gente.
-. 0-S.R. AR-NALpO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Numa resposta ao Deputado ~ u s t ã v o Fruet, foi informado @e c-Marco? Vale?io fez-um pãgamento. P;I&n desse -- pagamento, ocorreram outros pagamentos?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Houve. O próprio Partido, o próprio PT fez pagamentos de juros.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Quantos pagamentos?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Fez quatro pagamentos de juros.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Sabe os valores?
CPML DOS CORIIEIOS
O SR. RICARDO GUIMARAES -Acho que, somando os quatro pagamentos, deve estar na casa dos R$800 mil.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Poderia mandar esses comprovantes para a Comissão?
O SR. RICARDO GUIMARÃES - Sim,
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Já foi pedido isso, Sr. Presidente? (Pausa.) Então, eu queria esses comprovantes, porque, ate então. eu desconhecia que o PT tinha pago alguma coisa. A história que sabiamos e que o Marcos Valerio tinha pago uma de R$350 mil ...
O SR. RICARDO GUIMARAES - c verdade
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - . . e que ele estaria cobrando isso do Partido. Mas a informação que tinhamos ate agora era a de que o PT não havia pago nenhuma outra. Então, o PT pagou?
O SR. RICARDO GUIMARÃES - O PT pagou três ou quatro vezes e, se não me falha a memória ...
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) -Aproximadamente que valores?
O SR. RICARDO GUIMARÃES - Se não me falha a memória, em torno de R$800 mil o que o PT pagou. fora esses R$350 mil do Marcos Valerio.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Qual e a ligação do BMG com os fundos de pensão e com as fundações?
O SR. RICARDO GUIMARAES - E ligação comercial. ligação de negócios, que nós temos desde que o Banco BMG, nessa forma de atuar, existe, pelos motivos que falei: a gente empresta por um periodo de dois. três anos, e os fundos de pensão são os clientes que têm esses recursos para aplicar num banco por um periodo desses.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Houve alguma compensação do BMG com os fundos de pensão por ter feito esses empréstimos para o PT?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Não, nunca. Inclusive. porque eu já mostrei que o nosso relacionamento e muito antigo. Desde 1996, os valores eram maiores do que são na
e lidade. Não houve crescimento de participação de fundos, não houve nada disso.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Houve alguma razão de mineiridade entre Marcos Valerio e o 8MG para fazer esse empréstimo para o PT?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Relação de?
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Mineiridade. - ~ -- - - . .. . - - -
O SR. RICARDO GUIMARAES - Não, não houve. não
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - O relacionamento entre o Marcos Valerio e o BMG qual era?
O SR. RICARDO GUIMARÃES - Apenas negocial, apenas comercial. Pouco, esporádico.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) -Alem da Caixa Econômica Federal, do Itau, da Cetelem, outros dez bancos socorreram a liquidez do BMG. Quais foram os outros
Página IO.dk.19 ./.-\;h!j&.$..
-,., \ .. .\: '".' -
dezbancos?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Eu posso citar, não posso? Eu não estou ferindo nada do sigilo bancário: seria Bradesco, seria Votorantim, seria Unibanco. ABN, Real, ABC. Esses que me vem a cabeça agora.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Aproximadamente, qual e o valor dessa operação?
O SR. RICARDO GUIMARAES - De cessão de crédito? I O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - É, cessão de crédito. I O SR. RICARDO GUIMARÁES - Ah. temos em torno de 4,5 bilhões de cessão de
credito.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Em quanto tempo isso? ~ O SR. RICARDO GUIMARAES - As cessões de credito foram feitas mais a partir
de, como eu disse, novembro de 2004. Ai, cedemos parte da carteira que Carregávamos naquele momento e começamos a ceder também as carteiras que eram feitas mensalmente.
, O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Qual é a situação do banco hoje? É boa, e ruim? Qual e a avaliação?
O SR. RICARDO GUIMARAES - A situação e muito boa, Deputado. Graças a Deus. a gente tem uma situação ...
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Qual e o ultimo balanço publicado? Quais os resultados?
O SR. RICARDO GUIMARAES - O ultimo balanço publicado foi o de junho.
O SR. ARNALDO FARIA DE SA (PTB - SP) - E e boa a situação? É ruim, e media, e pericritante, é perigosa ou ela é boa?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Demos um resultado importante, demos um resultado de R$260 milhões no semestre. Temos um patrimõnio de R$780 milhões, um ativo. mostrado no balanço, de R$2 bilhões, mas que, na realidade ... (Pausa.) mas, com as cessões, esse ativo chega a R$6,5 bilhões. Então, uma situação de caixa confortãvel.
Temos uma situa(ã0 M a . Deputado
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Já esta provisionado o eventual prejuizo desse empréstimo?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Estão provisionados os valores. O Banco Central, n a ~ u l t ~ i n s p e ç a o d e l e , em junho de 2005, dois anos ap&s esses cre$tos estarem na nossa . . . - - - . - carteira, sugeriu - e nos acatamos - a provisão de 100% desses valores. que já está demonstrado nesse balanço do primeiro semestre de 2005.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - A sua percepção e que esse dinheiro do empréstimo ao PT. mesmo com a garantia do aval de Marcos Valerio, vai ter problemas ou vai ser resgatado?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Deputado, a nossa percepção 6 que esse empréstimo vai ser pago.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Por quem? 1
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O SR. RICARDO GUIMARAES - Pelo PT. A gente tem confiança. O PT tem, pelas .
nossas análises, condiçdes de pagar. Acho que vai ser pago sim. Essa é a nossa percepção.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Você acha que o Lula vai ser reeleito?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Ah, isso eu não sei. Ai não é a minha parte.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Porque essa execução certamente se dará alem de 2006, e a sua afirmação de que o PT vai pagar está presumindo que o Lula vai ser reeleito.
O SR. RICARDO GUIMARAES -Ai . e a execução que vai dizer, não e, Deputado? Ai e parte da execução, e a gente vai ver. Essa e apenas a minha opinião pessoal.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - O emprestimo do BMG ao PT foi feito ou é só documental?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Não, completamente feito. Inclusive, os valores ... E bom dizer também o seguinte: como nos não somos banco que temos conta corrente, temos talão de cheque, o valor total - os 2,4 milh6es menos o IOF - foi depositado na conta
que ele nos indicou o banco no qual ele mantem a sua movimentação.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Qual e o banco?
O SR. RICARDO GUIMARAES - No caso, foi o Banco do Brasil
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Sr. Presidente, eu queria requisitar esse documento para provar que esse emprestimo, feito pelo BMG, por meio de um TED, foi transferido para o Banco do Brasil, conforme esta informando o Sr. Ricardo Guimarães.
Obrigado. Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Obrigado. Deputado Arnaldo Faria de Sd.
Dr. Ricardo, ate agora, indo para os empréstimos feitos pelo Marcos Valerio: o Marcos Valerio ou uma de suas empresas não era cliente do banco, não havia anteriormente uma relação comercial com ele ou houve?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Não. Foi a primeira vez.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) -Sim
Bom, então, vou lhe perguntar especificamente sobre esses emprestimos, começando pelo seguinte: o primeiro empréstimo do PT foi no dia 17 de fevereiro de 2003, correto?
- . . - - - - . - ~ . .- - O SR. RICARDO GUIMARÃES - Certo
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - O primeiro empréstimo para a SMP&B, do Marcos Valerio, foi no dia 24 de fevereiro de 2003.
O SR. RICARDO GUIMARÃES - E, 25, que tinha na minha cabeça. Exatamente
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Próximo
O SR. RICARDO GUIMARAES - Mas acho que não muda, ne?
CP~MI DOS CORREIOS Página 13 de I 0
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - A primeira pergunta - e eu queria perguntar desta coincidencia: no dia 20 de fevereiro de 2003, houve uma reunião da diretoria do BMG com o Ministro-Chefe da Casa Civil, Jose Dirceu.
O SR. RICARDO GUIMARAES - Sim
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Qual foi o objeto dessa reunião?
O SR. RICARDO GUIMARAES - O objeto foi uma inauguração que n6s ... de uma empresa alimenticia de produtos enlatados que a minha familia tem na cidade de Luziãnia. A gente ia fazer uma inauguração. e foi a oportunidade para convidar o Ministro José Dirceu para estar presente.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - E o Marcos Valerio e o Delúbio acompanharam essa audiencia?
O SR. RICARDO GUIMARÃES -Sim. Os dois
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Os dois. E comentaram sobre esse empréstimo? Há coincidencia de um empréstimo ter sido três dias antes, e o outro,
e t r o dias depois?
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - E quem marcou a audiência na Casa Civil?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Marcos Valério
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Também nessa mesma linha, só para fechar essas relações: o senhor conhece a Sr.' Maria Angela Saragoza?
O SR. RICARDO GUIMARÃES -Sim
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Ela foi esposa do ex-Ministro ~ o s e Dirceu. Ela trabalha no BMG.
O SR. RICARDO GUIMARÃES -Sim
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruel. PSDB - PR) - Em qual funplo ela trabalha?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Ela 6 psicóloga na cidade de São Paulo. Ela atende os funcionários do BMG de São Paulo e também os nossos correspondentes e agentes bancarios.
--. O SR..PRESIDENTE (Gustavo Fruet.-PSD-B--PR) - E e f o i c ~ a r g a d a quando?, - -
O SR. RICARDO GUIMARAES - Ela foi contratada em novembro de 2003
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Como e que ela foi apresentada? Quem solicitou a contratação da Sr.' Maria Ângela?
O SR. RICARDO GUIMARAES -Quem pediu foi o Sr. Marcos Valério
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) -Ele pediu quando? O senhor se lembra? Foi nesse periodo também?
-- --
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O SR. RICARDO GUIMARAES -Foi próximo
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet PSDB - PR) -Ou seja. ap6s os emprestimos tambem?
O SR. RICARDO GUIMARÃES - Foi próximo, f o ~ próximo dessa época de ', novembro de 2003
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Esta certo. Com relação aos emprestimos ...
O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT - AM) - Deputadoi I
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet PSDB - PR) - Pois não. Senador Jefferson Péres.
O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT - AM) - Eu já vou me retirar para a dos Bingos, posso fazer uma?
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) -Claro, por favor! I
e O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT - AM) - Boa-tarde. senhor! I
O SR. RICARDO GUIMARAES - Boa-tardei
O SR. JEFFERSON PERES (PDT - AM) - Só uma curiosidade: o Sr. Marcos Valerio não era membro do Governo. não era filiado ao Partido do Governo, por que um banco como o seu precisava do Sr. Marcos Valerio para um encontro com o Ministro-Chefe da Casa Civil?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Não ... não . . Um banco, o nosso banco. talvez, não precisasse, não. Acho que ... mas ...
O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT -AM) - Por que. então? Ele se ofereceu?
O SR. RICARDO GUIMARÃES - Ele falou que poderia. talvez, marcar uma agenda pra nós.
O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT - AM) - Ele se intitulava uma pessoa influente Governo?
O SR. RICARDO GUIMARÃES - Náo sei, Senador. Para isso, ele falou que poderia tentar marcar e conseguiu, efetivamente, marcar.
O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT - AM) - Com brevidade? ! I
O SR. RICARDO GUIMARÃES - Talvez. Não sei o que e que seria brevidade; não I - - . .. - .
sei precisar;não.'MãS, muito longo; não-foi, não: - - -- - - - - - . .-. - - .-. - - ~ . l I
O SR. JEFFERSON PERES (PDT - AM) - Obrigado
Obrigado, Deputado.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - E, após esse encontro do dia 20 de fevereiro de 2003 - houve essa conversa com o Marcos Valerio sobre a SP Maria Angela. em novembro de 2003 -, houve algum outro encontro com o Ministro Jose Dirceu?
O SR. RICARDO GUIMARAES - E... depois, houve um encontro com o Ministro I
CPMI DOS CORREIOS Piginn L5 de 19
José Dirceu, nessa época, em 2004, quando teve esse problema de liquidez no .. mercado, que eu mencionei, da liquidação do Banco Santos. O meu pai esteve com o Ministro
José Dirceu, tratando desses assuntos de liquidez do mercado e vendo, conversando sobre I isso. !
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Mas nunca houve nenhuma - i ~ -../ conversa com relação aos empréstimos?
I
I O SR. RICARDO GUIMARAES - Não. I O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Sr. Presidente. POSSO fazer uma
pergunta adicional?
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) -Pois náo. Deputado.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Por que razão o banco decidiu empregar a ex-esposa do Ministro Jose Dirceu?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Olha, ela ... é... na época, ela já ... a gente já estava olhando uma contratação de uma pessoa, de uma psicóloga em Sao Paulo; ela estava apta para exercer essa função. Foi feita a entrevista com ela. Ela realmente trabalha no banco, esta lá até hoje. Ela tem o serviço, nós temos lá trabalhos dela. Ela tem lá a
e n i b i l i d a d e dela para atender o nosso pessoal ...
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Mas quem pediu? Foi o Zé Dirceu?
O SR. RICARDO GUIMARÃES -Quem pediu foi o Marcos Valério
I O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) -Sim
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Dr. Ricardo, nessa linha também: houve algum encontro da direção do banco. do senhor ou do seu pai, com o Presidente Lula antes ou depois das eleiçóes?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Houve, sim; houve, com o meu pai, um jantar com o Presidente Lula, na época das eleições, com empresários mineiros. E houve também uma oportunidade, depois que o Presidente Lula foi eleito Presidente. Não sei nem se e... Mas teve a oportunidade pelo menos de apertar a mão dele, num evento em São Bernardo do Campo. Como temos um convénio ali. como falei, com as centrais sindicais e com os sindicatos - temos com o Sindicato dos Metalurgicos de São Bernardo do Campo -, houve uma
tividade ali. e estivemos presentes.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Somente retornando àauele personagem Rui Guerra: foi ele que apresentou o ~elúb io 'e , depois, o Marcos ~alé;io à direção do banco?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Foi ele que apresentou ao Delubio
O-SR; PRESIDENTE-(Gustavo Fruet. PSDB- PR): Ao Delubio.------ - . -
I O SR. RICARDO GUIMARAES -Ao Marcos Valério. não.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) -Com relação aos empréstimos especiiicos do Marcos Valério ... E ai, enfim. vou apelar: se o senhor tem essa informação ou. posteriormente. se o banco pode nos mandar esses dados.
I O primeiro emprestimo e no dia 25 de fevereiro de 2003, no valor de R$12 milhões.
Pergunto se o senhor sabia o destino desse recurso, onde foi depositado. quais as
Cl'bll DOS CORREIOS Página 16 tle 19
.-+--. ..,,uHll#',-- garantias que foram dadas e em que fase se encontra hoje esse empréstimo?
I' .. .- /\ O SR. RICARDO GUIMARAES - Foi feito um empréstimo de R$12 milhóes a i
empresa SMP&B, com os avais dos sócios da empresa, três sócios: o Sr. Ramon, o Sr. Cristiano e o Sr. Marcos Valério. E havia, ainda, uma garantia adicional de uma trava de \,<c domicilio bancário - eu acho que já está familiarizado com os nomes todos - de um contrato com a Eletronorte.
O valor foi depositado, um TED integral, de 100% do valor, somente descontado o IOC e o IOF, na conta da SMPBB, no banco em que ela mantém movimentação. que, se não me engano. era o Banco Rural. E esse empréstimo está liquidado - esse da SMP&B.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Ele foi liquidado porque houve um outro empréstimo ou foi renovado?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Não, em janeiro de 2004, ele foi liquidado. Foi feito um empréstimo a Graffiti, uma outra empresa do Sr. Marcos Valério. ligada ao Sr. Marcos Valério.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - No dia 28 de janeiro?
O SR. RICARDO GUIMARAES - E.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Isso. Depósito em dinheiro Graffiti Participações Ltda.. quatorze milhões, novecentos e oitenta e sete mil. É isso?
O SR. RICARDO GUIMARAES - ISSO
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Então, esse empréstimo da SMP&B foi liquidado?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Esse emprestimo de doze milhões da SMPBB foi liquidado.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Bom. dai vem esse segundo empréstimo, que é da Graffiti.
O SR. RICARDO GUIMARAES - Veio o empréstimo da Graffiti. Mesma coisa: foi feito o empréstimo a empresa, são avalistas os tr&s sócios já citados e há também uma garantia adicional de um domicilio bancário de um contrato com os Correios. E esse
está também com ação de execução. Venceu agora. no principio de setembro, 8 de setembro. e está em execução.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - O senhor se lembra do saldo devedor?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Em torno de R$23 milhões, em números redondos.
--- . . . - . . - . . - - - - ~ - ---- . - - - - . . ~ .
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - E dessa garantia do contrato dos Correios? Quer dizer. é a trava de domicilio bancãrio, mas também os recursos a serem repassados para a agencia. É isso a garantia dada por esse contrato?
O SR. RICARDO GUIMARAES - É. É a trava do domicilio bancário daquele que vem em nome da SMP&B.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - O senhor se lembra o valor do contrato da SMP&B com os Correios ou se houve alteração do valor inicial para o valor desse contrato?
-- - -
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O SR. RICARDO G~IMARAES - Era um contrato de R$72 milhões e. depois. houve .uma alteração para noventa ... Era de R$90 milhões.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Bom. então, esse empréstimo é em execução.
Com relação ao empréstimo feito em abril de 2004 para a Empresa Rogério .. - Tolentino. no valor de R$10 milhões? L.-
O SR. RICARDO GUIMARÃES - Foi feito um emprestimo à Empresa Rogério Tolentino, e nos, nessa época, tivemos como garantia um CDB-BMG. Era da DNA. estava aplicado no banco e garantiu essa operação, que consideramos de risco baixissimo: um empréstimo com a garantia do CDB.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Quer dizer. só por curiosidade: era esse CDB que foi dado agora para o INSS, numa execução de uma das empresas do Sr. Marcos Valerio?
I Desculpe-me, não sei se está havendo essa discussão judicial por parte das empresas. c esse CDB?
O SR. RICARDO GUIMARÃES - Uma parte desse CDB. apenas R$600 mil reais, transferida ontem - ou está sendo transferida hoje - à Justiça, numa execução do INSS
a DNA. Está sendo transferida por determinação judicial.
I O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet PSDB - PR) - No valor de R$600 mil?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Seiscentos mil reais aproximadamente.
! O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet PSDB - PR) - E esse empréstimo agora foi
I renegociado? Esse empréstimo de 10 milhões da Rogério Tolentino? i;
1 O SR. RICARDO GUIMARAES - Não. Esse empréstimo venceu também, e pedimos a penhora desse CDB para liquidarmos o empréstimo.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - E, com relação ao ultimo empréstimo que foi realizado - Dr. Ricardo, não estou com o valor aqui -, que e um empréstimo de um pouco mais de R$3 milhões?
~ O SR. RICARDO GUIMARAES -Três milhões e meio de reais para a SMP&B ~ I O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet PSDB - PR) - Para a SMP&B. c isso ai!
Em que fase está esse empréstimo?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Também é um empréstimo que. hoje, está ao redor de 5 milhões, 4 milhões e tanto; 4 milhões e 800 mil, como garantia dos avais dos três sócios, e está em fase de execução também.
- - - - . - - - - . - - - - .---. - - - . . - - . .
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - O senhor tinha a informação - enfim, não seria função precipua ao conceder o ernpréstimo -, qual seria a destinação desses recursos?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Não, não tinhamos
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) -E. nesse periodo, o que esses empréstimos representaram com relação ao patrimõnio de referência da instituição?
O SR. RICARDO GUIMARÃES - Em relação ao primeiro empréstimo, eram 12
CPMI DOS CORREIOS
I . milhões, em 2003. Então, era em torno de 3% do patrimânio, alguma coisa assim; e
.menos ainda em relação ao ativo total. Hoje, o somatório desses empréstimos, considerando esse inclusive, o que tem garantia de CDB -que é o de quase risco zero -. está, atualizado, em torno de R$40 milhaes. E temos um ativo entre créditos da carteira e cedido em torno de R$7 bilhões. ... .-
- a' I
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - O banco já havia feito empréstimo anteriormente com alguma agbncia de publicidade ou tido como aval contratos de publicidade com o Governo?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Já tinha feito, sim. Já tinha feito empréstimo para agencias de publicidades, sim.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) -Também em Minas Gerais?
O SR. RICARDO GUIMARÃES -Tambem em Minas Gerais
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - E com relação à reclassificação? Houve a determinação do Banco Central para o provisionamento ou foi própria iniciativa do BMG?
O SR. RICARDO GUIMARAES -Agora. em 2005, houve a recomendaçao do BMG. 6 BMG também entende, o BMG concorda, houve uma deterioração. E é conservador fazer essa provisao. sim, tanto que estamos executando. Mudamos até a forma que a gente, antes, estava renovando.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - E com relação a esses empréstimos do Marcos Valério? Alguma vez o Delubio Soares ou alguém ligada à direção partidária do PT, se manifestou com relação a utilização desses recursos e eventuais garantias?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Olha, depois foi ate publico, né? Nós fizemos um emprestimo em 2003. Em julho de 2004, nós recebemos uma carta da pessoa fisica do Sr. Delubio Soares. falando que ele também - não me lembro dos termos usados - era aval desses empréstimos.
O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) -Quem nos entregou isso aqui, na verdade, foi o Marcos Valerio. Ele entregou na Policia Federal e repassou para a CPMI. Diz o seguinte: "Pela presente, assumo. junto a este Banco. o compromisso irretratável e irrevogável de garantir como avalista e devedor solidário. todas as operações empréstimo afirmadas por Vossas Senhorias. com Rogerio Lanza Tolentino Associados, Gravite
icipações Ltda. SMP&B Propaganda Ltda., DNA Propaganda Ltda. e Partido dos balhadores. Atenciosamente, assina Delubio Soares em julho de 2004." Quer dizer. isso @
serve como garantia?
O SR. RICARDO GUIMARAES - Não. O Banco náo pediu essa carta. Chegou por espontânea vontade deles, não sei por que. o Banco não pediu. Não foi considerado isso ai como garantia porque, inclusive, mais de um ano depois que o emprestimo foi concedido e o Banco apenas recebeu e, para te falar a verdade. náo teve nenhuma ... Foi nada importante na . de?iSã5do credito: -
- - - - . . - - - - - - - - - - . - - - - . - - - - . - - - . ~-
I O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Muito bem
I O SR. (Orador nao identificado) - Sr. Presidente, eu preciso me ausentar momentaneamente e pediria á Vossa Excelencia que consentisse que eu fosse substituido pelo meu colega de escritório. Gustavo Fernandes de Abreu.
I O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - A vontade. Até porque da minha parte. já não há mais questionamento. Ouviu, Sr. Sérgio? Até seria breve. Da minha parte, tique a vontade. Mas eu até consulto o Sr. Ricardo. O senhor gostaria de fazer mais
- --
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I alguma o ~ s ~ N ~ Ç ~ o ?
1 O SR. RICARDO GUIMARÁES -Obrigado, Excelência. -. ..
, . .< O SR. PRESIDENTE (Gustavo Fruet. PSDB - PR) - Consulto os Parlamentares se
i querem fazer algum questionamento. ~ Da minha parte, são essas as observações. Agradeço a todos.
I Declaro encerrada esta reunião
i (Levanta-se a reuniáo às 15 horas e 13 minutos.)
- -- - -
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TRANSCRIÇAO LITERAL DAS NOTAS TAQUIG~FICAS DA OITIVA DO DEPOENTE Sr. HENRIQUE PIZZOLATO
(0711 212005)
SENADO FEDERAL
COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUÉRITO DOS CORREIOS
QUINQUAGÉSIMA SEGUNDA REUNIA0 DA COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUÉRITO DA 3' SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 52a LEGISLATURA, CRIADA ATRAVÉS DO REQUERIMENTO N0312005 DO CONGRESSO NACIONAL COM A FINALIDADE DE INVESTIGAR AS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DE DENÚNCIAS E ATOS
2005 AS 10:30 HORAS.
SEGUE ABAIXO TRANSCRICÃO LITERAL:
O SR. PRESIDENTE (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - SPs e Srs. Parlamentares, havendo número regimental, declaro aberta a 52" reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, criada pelo Requerimento no 003 de 2005 do Congresso Nacional. para investigar as causas e consequèncias de denúncias de atos delituosos praticados por agentes públicos na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
A Ata da reunião do dia 6 do corrente mês está sobre a mesa. Coloco-a em votação. propondo, se ninguém se opuser. a dispensa da leitura.
0 s que a aprovam queiram permanecer sentados. (Pausa)
Aprovada
O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÁES NETO (PFL - BA) - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Com a palavra o Deputado Antonio Magalhães Neto.
O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES NETO (PFL - BA) - Sr. Presidente, Deputado Osmar Serraglio, Relator desta nossa CPMI, eu queria pedir a atenção dos companheiros da imprensa porque ontem fizemos uma apresentação da prestaçáo de contas de um trabalho de pouco mais de trinta dias realizada na matéria dos fundos de pensão. Logo em seguida, uma série de fundos de pensão se pronunciaram publicamente contestando o relatório apresentado.
Eu quero informar que. a toda contestação. haverá uma contra-argumentação. Nós temos absoluta confiança no trabalho que foi feito, nos números apresentados. Ainda no dia de hoje o Fundo Preci publicou no jornal O Globo uma matéria paga onde apresentada uma
-série-de-dados-qu~não-se-coadunam-~-trabalho-feito~por esta-sutwelatoria,-que-prduZiriziriziri-- --- os resultados ontem anunciados.
Sr. Relator, estarei emitindo, na tarde de hoje, uma nota pública apresentando todas as contestações aos argumentos trazidos pela Preci. Li, pela imprensa, que alguns fundos de pensão reunirão os jornalistas em uma coletiva para apresentar as suas defesas. A cada coletiva que seja dada por qualquer um dos fundos. eu quero informar que, logo em seguida. me pronunciarei, suportado e subsidiado pela nossa equipe técnica, para apresentar os contra-argumentos,
Gostaria, ainda. de frisar - porque esse foi um argumento recorrente. seja nas publicações do jornais, seja nas notas divulgadas pelas emissoras de televisão e rádio e nos
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O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Sr. Presidente, apenas para informar que ontem nós já solicitamos isso e no contato que tivemos hoje com o Delegado Zampronha, ele não si, nos confinou o recebimento da nossa solicitação como também já está pautando a oitiva do Sr. Delúbio Soares, a propósito desse episódio Coteminas, assim
A como também da portadora dos recursos $I Coteminas e de quem também, na empresa, recebeu.
De forma que quero crer. pela forma que a nossa proposição foi recebida pelo Delegado. que, com certeza, ainda nesta semana teremos informações mais claras sobre todo esse affair que está em discussão atualmente neste plenário.
O SR. PRESIDENTE (Jefferson Péres. PDT - AM) - Peço á Assessoria que faça entrar no recinto o depoente.
Pergunto ao Senador César Borges se pode assumir a presidência, porque tenho uma audiência agora.
O SR. PRESIDENTE (César Borges. PFL - BA) - Informo a este Plenário que a Mesa recebeu um expediente do Supremo Tribunal Federal, encaminhado ao Senador Delcidio Amaral. Presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, do Habeas Corpus no 87.334, que tem como paciente o Sr. Henrique Pizzolato, impetrante Mário de Oliveira Filho, co-autora Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios:
@ "Comunico a V. Exa que, nos autos do Habeas Corpus no 87.334, nos termos da decisão cuja cópia segue via fax. indeferi o pedido cautelar.
Atenciosamente,
Ministro Carlos Ayres Britto"
Em minhas mâos, o termo de compromisso, conforme art. 203 do Código de Processo Penal. do Sr. Henrique Pizzolato. com os dados e a devida assinatura.
O Sr. Henrique Piuolato está acompanhado dos advogados Roberlo Ferreira do Amaral Filho e Mário de Oliveira Filho.
Dadas essas informações ao Plenário. passo a palavra ao depoente, Sr. Henrique Piuolato, caso deseje dar explicaçóes iniciais.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Sr. Presidente, Senador César Borges, Exmo Sr. - Relator, Senador Osmar Serraglio, SPs e Srs. Senadores, SPs e Srs. Deputados, imprensa,
assessores, convidados, inicialmente. gostaria de agradecer a oportunidade de colaborar com esta Comissáo pela segunda vez e de dizer que estou plenamente a disposição para prestar os esclarecimentos, responder as perguntas e sanar algumas dúvidas que possam existir.
Peço licença ao Sr. Presidente e ao Sr. Relator para fazer uma breve exposição sobre a Diretoria de Marketing e Comunicação do Banco. Para economizar tempo e ter uma seqüência mais didática, vou me conduzir por um breve texto que. acredito, facilitará a
- . . . . . . - compreensão.dossenhores.e.das..~enhoras..~ _ _ _ - _ _-. . ---_-- _ - _ _ - _ _ _. . . . . . . . . . _-
Tomei posse na Diretoria de Comunicação e Marketing do Banco do Brasil no dia 17 de fevereiro de 2003. E. quando da minha posse, recebi a determinação do Presidente do Banco do Brasil a época. Dr. Cássio Casseb, e orientação do Sr. Ministro-Chefe da Secom, Luiz Gushiken, para dar continuidade aos trabalhos e náo realizar nenhuma mudança na diretoria. quer com relação a funcionários, quer com relação a filosofia de trabalho, quer com relação aos contratos em andamento. Segui fielmente as determinações. Nenhum funcionário foi trocado ou substituído; nenhuma campanha publicitária foi interrompida; nenhum patrocínio foi cancelado; nenhum projeto foi alterado.
Sei que é do conhecimento dos senhores já que o Banco do Brasil possui um
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I sistema, um modelo moderno de gestão, um modelo compartilhado e segmentado. Esse modelo. considerado avançado, foi implantado no Banco há aproximadamente 10 anos pelo então Presidente Paulo César Ximenes e tem sido muito elogiado a partir de então.
Esse modelo de gestão compartilhado significa que, no Banco do Brasil, quem propõe não compra, quem compra não paga, quem paga não fiscaliza. E eu trouxe para os
'. =/ i---..-
senhores, e passo a mão do Sr. Presidente, um pequeno organograma, um gráfico tentando auxiliar na compreensão de como funciona esse modelo no banco.
Dessa forma. os procedimentos se dão da seguinte maneira: a Diretoria de Negócio propunha as campanhas publicitárias ou patrocínios; a Diretoria de Marketing repassava o breathing para as agências de publicidade; as propostas apresentadas pelas agências de publicidade eram analisadas e discutidas. A Diretoria de Marketing. juntamente com a Diretoria de Negócios. escolhida uma proposta. esta era remetida a aprovação dos comitês decisorios, comitê de comunicação, comitê de marketing e o conselho diretor do banco.
Os pagamentos as agências de publicidade eram feitos por outra diretoria - a de Logística -, sendo da responsabilidade dessa diretoria a conferência inclusive dos documentos e da certificação da realização das campanhas.
Portanto, a Diretoria de Negócios propunha; a Diretoria de Marketing contratava; a Diretoria de Logística pagava e a Diretoria de Controle fiscalizava.
Quanto ao compartilhamento. este se dava também da seguinte forma. Gastos de até R5200 mil em patrocínio e até R51 milhão em propaganda eram aprovados pelo comitê de marketing, composto pelos seis gerentes-executivos da Diretoria de Marketing e pelo diretor. É importante ressaltar que a nomeação de todos os gerentes, inclusive seus substitutos eventuais. era feita pelo Presidente do banco. O diretor não nomeava ninguém que junto com ele tomava decisão. Os gastos das importâncias a que me referi anteriormente até R$3 milhões em patrocínio ou propaganda eram aprovados pelo comitê de comunicação, composto por 11 diretores do banco e superintendentes executivos do banco. Os gastos superiores a R$3 milhões eram aprovados pelo conselho diretor do banco, formado pelo Presidente do banco e pelos sete Vice-presidentes.
Trouxe também uma espécie de organograma, um fluxo de alçadas para facilitar o entendimento e a compreensão dos senhores. Todas essas informações que estou prestando podem ser facilmente verificadas no Estatuto do Banco, nos manuais e nas normas de alçadas do Banco.
É importante também repassar aos senhores as informações de como era confeccionado o orqamento de marketing. O orçamento da Diretoria de Marketing não era um orçamento autorizativo, era um orçamento propositivo. Portanto. não havia autorização prévia de gasto. O orçamento era elaborado pelo Comitê de Orçamento, que é subordinado à Vice- Presidência de Controle e Recuperação de Ativos. A Diretoria de Marketing não tinha acesso nem voto nesse Comitê.
O processo tinha a seguinte seqüência: as Diretorias de Negócio do Banco do Brasil - . . . . . . - . . propunham-ao -~omitê-de-Orçamento-os-valores-anuaiç-que-julgavam-necessa~os-para-- - - - -----
divulgação e comunicação de seus produtos; o Comitê de Orçamento submetia ao Conselho Diretor, e este ao Conselho de AdministraGo, que aprovava o orçamento anual do Banco, com o volume de recursos que julgasse conveniente.
A partir dessa aprovação, a Diretoria de Marketing reunia-se com os Diretores de Neg6cio e, de comum acordo, definiam, no Comitê de Comunicação - do qual participavam os onze diretores -, o montante destinado a cada diretoria e alocado, cronologicamente, por campanhas e evento. Cada diretoria detinha um volume total de recursos divididos, cronologicamente, em campanhas, patrocínios e promoções de venda.
Essa distribuição de recursos por eventos das diretorias era submetida, então, depois. novamente, ao Conselho Diretor do Banco. E, se aprovada no Conselho Diretor do Banco. era encaminhada para aprovação na Secretaria de Comunicação do Governo.
- -
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Aprovada na Secretaria de Comunicaçáo do Governo, constituía-se, então, no documento chamado Plano Anual de Comunicação, Patrocínio, Propaganda e Publicidade do Banco. Independentemente de todas essas aprovações, toda e qualquer efetiação de gastos tinha que seguir as alçadas conforme há pouco descrevi e repassei para os senhores. ;. \ 2 4 2
Quero frisar apenas uma questão: o Diretor de Marketing não tinha nenhuma alçada individual. Tudo era decidido por comitês e. dependendo da alçada, até pelo Conselho Diretor.
Também é importante informar aos senhores que, uma semana antes da minha posse na Diretoria de Marketing do Banco do Brasil, o Conselho Diretor decidiu prorrogar os contratos com as agências de publicidade licitadas que prestavam serviço ao Banco do Brasil, e essa prorrogaçáo foi feita até o final de setembro de 2003.
As agências que tiveram seus contratos prorrogados foram: a DNA Propaganda. responsável pela publicidade do pilar Varejo; a agência Lowe, responsável pela publicidade do pilar negocial Governo, Judiciário e Campanhas institucionais; e a agência Grottera, responsável pelo pilar negocial Atacado.
As agèncias não poderiam faturar, receber, menos de 25% ou mais de 40% dos recursos orçamentários do conglomerado Banco do Brasil, segundo o edita1 de licitaçáo e os contratos assinados do Banco com as agências.
Como o quando fui informado e tive conhecimento da existência do Fundo Emissor Visanet e de como se operacionalizava esse fundo no Banco do Brasil. Aproximadamente sessenta dias após a minha posse, fui procurado na Diretoria de Marketing do Banco do Brasil pelo Diretor de Varejo do Banco, Sr. Fernando Barbosa, pelo Gerente de Propaganda. Sr. Cláudio Vasconcelos, que me apresentaram uma nota técnica interna do Banco, que descrevia sobre o Fundo Emissor Visanet e a importância de aproximadamente 24 milhões - era a primeira nota - disponibilizados pela Visanet. E esses recursos. que eram da Visanet. deveriam ser utilizados na publicidade e na promoção de cartões com bandeira Visa emitidos pelo Banco do Brasil.
A nota, quando me foi apresentada, já continha as assinaturas do Diretor de Varejo, do Gerente de Cartáo de Crédito do Banco e do Gerente de Propaganda. Já constava na nota o nome da agência de publicidade. o número da conta corrente da agência de publicidade e o número da agência para a qual a Visanet faria a transferência dos recursos. Esses recursos não passavam pelo Banco do Brasil nem passavam pela Diretoria de Marketing. Iriam diretamente da Visanet para a agência de publicidade.
Eu trouxe também um fluxograma de como funcionava mais ou menos a transferência de recursos. Há mais de uma cópia. Eu não consegui talvez fazer o número de
.cópias suficiente
- Na conversa com o Diretor e o Gerente. eles me explicaram que os recursos eram
decididos no Conselho da Visanet. Nesse Conselho, o Banco do Brasil possuia três representantes: o Presidente do Banco, Dr. Carlos Casseb; o Vice-presidente do Varejo e Distribuigo. Dr. Edson Monteiro; e o Diretor de Varejo. Dr. Fernando Barbosa, que comigo estava. Explicaram que o volume de recurso era proporcional a participação de cada acionista, e que o banco detinha aproximadamente 30% das ações e, portanto, teria direito a
. - --aproximadamente-30%- dos--recursos,No-entanto; -esses -recursos-não-constavam -do-- - - - -- - - - -
Orçamento do Banco do Brasil. Não faziam parte do Orçamento do Brasil. Por que da escolha da agência DNA?
Como já foi demonstrado - eu queria repassar para os senhores aqui mais um gráfico de como foi feita a distribuição entre as agèncias a que já me referi - no final de 2002, aproximadamente cinco meses antes da minha posse na Diretoria de Marketing. o Banco do Brasil, seu Conselho Diretor, aprovou a reestruturação dos negócios do Banco e a estmturação passou a ser em três pilares de negócio: primeiro, o pilar varejo - essa seria a nova estruturaçáo - responsável pelo cliente pessoa fisica; o pilar atacado, responsável pelo cliente pessoa jurídica; e o pilar GovernoIPoder Judiciário, responsável pelos clientes Governos Municipais e Estadual e o Governo Federal e o Poder Judiciário.
- - -
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A partir de então, as três agências de publicidade que já estavam no banco. de comum acordo, escolheram o pilar negocia1 com o qual tinham maior afinidade ou com o qual achavam que tinham mais expertise. Foi esse o gráfico que passei ao Senador. Nesse processo a Grotera ficou com o pilar 'atacado"; a DNA, com o pilar "varejo"; a Lohen, com o pilar GovernolPoder Judiciário e com as campanhas institucionais do banco. É óbvio que, por ser o cartão de crédito um produto quase que eminentemente varejo, ficaria com a DNA, responsável pelo pilar varejo.
Na estrutura anterior a reestruturação dos três pilares negociais, a transferência dos recurços da Visanet havia sido feita para a agência Lohen e para a agência DNA, em 2001 e 2002, da mesma forma como fora proposto. E foram mostradas as notas técnicas dos dois anos anteriores de como havia sido feita. Chamei a atenção ... Perguntei ao Diretor de Varejo e ao Gerente sobre o fato de já termos aprovado o Plano Anual na Secom aquela época e . nesse Plano Anual. não se fazia citação ao Fundo Visanet e, portanto, haveria necessidade de comunicar à Secom sobre a existência do Fundo Visanet.
A resposta que obtive e que se comprovava era de que esses procedimentos eram de dois anos anteriores no banco e que o banco. para tomar esses procedimentos, estava respaldado em pareceres jurídicos e contábeis.
Depois dessas informaçóes, fui até o Presidente do Banco. a quem eu estava subordinado. Dr. Cassio Casseb. para buscar mais informações sobre um fundo Visanet.
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Sr. Antonio, s6 uma questão de ordem. Poderia repetir o nome das agências? Porque, nos contratos temos a DNA, a D+ Brasil.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - De 2002 até setembro. quer dizer, quando foi estruturado em 2000 até setembro de 2003 ...
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - c isso que são essas agências ai.
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Eram as agências. No gráfico que eu repassei aqui. ela demonstra bem. Entáo, até setembro de 2003, foi DNA, Grotera e Lohen. A partir de
I setembro de 2003, DNA, D+ e Ogilvy.
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Sim, mas o senhor diz que. no episbdio Visanet, houve a escolha por um segmento. Isso aconteceu com as novas três. depois da ...
i O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Sim, sempre o processo ...
I I i a O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Foram elas que escolheram?
! O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Sim, sempre o processo era de comum acordo
com as agências, porque detinham os limites orçamentários. I !
O SR. PRESIDENTE (César Borges. PFL - BA) - Deputado Onyx.
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Obrigado. Não, desculpe. era s6 porque ... - - _ _ _ __---_._ _ ___- - - - _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ - _ _ _ - _ _ _ - _ - - -.
O SR. PRESIDENTE (Cêsar Borges. PFL - BA) - ...p ela ordem dos trabalhos, é interessante ...
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Claro!
O SR. PRESIDENTE (César Borges. PFL - BA) - ... que se anotassem as perguntas e dúvidas. ..
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) -Mas é para esclarecer, porque são coisas completamente diferentes que estamos tratando aqui.
I -
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O SR. PRESIDENTE (César Borges. PFL - BA) - ...p ara o depoente concluir seu pronunciamento. Depois. na inquirição. seriam esclarecidos esses pontos.
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Estou quase concluindo.
Conversando com o Presidente do Banco, ele me informou que tinha conhecimento do fundo Visanet, tendo em vista que era conselheiro da Visanet, representando o Banco do Brasil através do Banco de Investimento do Banco do Brasil, que o sistema. esse sistema de repasse. não passando os recursos pelo orçamento do Banco. era um procedimento comum a todos o acionistas que, no entendimento do conselho da Visanet, era o processo mais vantajoso para os bancos e para a Visanet. Mas, tendo em vista que o presidente estava há pouco tempo no banco, ele me sugeriu que eu fosse até o vice-presidente de varejo e distribuiMo, Dr. Edson Monteiro, que era uma pessoa que melhor conhecia todos esses procedimentos e todos esses processos.
Fui, então, ao Dr. Edson Monteiro, ele confirmou as informaçbes que eu havia recebido e disse que o Conselho da Visanet havia adotado esse procedimento basicamente para evitar uma tributaçáo indevida porque os recursos do banco, se viessem para o banco, seriam tributados e, dessa forma, não estaria tributado. Mostrou que tinha um parecer jurídico, que o banco, desde 2001, ao fazer isso. fazia com base num parecer jurídico e, que, portanto. tinha conforto, e frisou por diversas vezes que esses recursos não são do banco, e. no meu entendimento, no entendimento dele. no entendimento do banco, portanto, esses recursos não se subordinavam ao decreto que tornava obrigatória a previa aprovaçáo na Secom das campanhas realizadas com recursos. Foi, então. que eu já tinha uma reunião previamente agendada. uma reuniáo ordinária na Secom e, no final, depois de concluída a reunião. conversei com o chefe de gabinete do Ministro, Dr. Marcos Flora, sobre a existência, explicando a existência do fundo, levando as informações e como eram os procedimentos. Ele ouviu todo o meu relato e depois me levou até o gabinete do Ministro. onde brevemente expus ao Ministro a existência desses recursos que não constavam do orçamento e que eram providos da Visanet e que existia um entendimento do banco de que. por não serem recursos orçamentários. esses recursos, então, não se subordinavam a prévia aprovação da Secom. O Ministro disse que concordava com a interpretação do banco, que, por não serem aqueles recursos do orçamento. não havia a obrigatoriedade legal de submeter os recursos previamente a Secom. Disse que não havia nada de errado, que eu deveria assinar nota. Ele disse: "Olha, pode assinar a nota. que não tem nada de errado". E que, em ultima análise, essa era uma boa notícia para o Banco, porque o Banco estava num processo de negociação com os veículos de comunicação; em detendo mais recursos, poderíamos conseguir preços melhores, poderíamos conseguir descontos melhores junto aos veículos de comunicaçáo. Pediu-me apenas. para evitar que as campanhas do banco perdessem a uniformidade. porque as campanhas do cartão de crédito eram assinadas com a marca Banco do Brasil, que eu, informalmente, antes de veicular as campanhas. as apresentasse a Secom, para que eles pudessem auxiliar na uniformidade das campanhas que o Banco fazia.
• Voltei ao banco, assinei. dei um "de acordo" na nota. No meu entendimento, esse "de acordo", em nome da Diretoria de Marketing, significa que a verba disponibilizada pela Visanet seria utilizada em campanhas de cartão de crédito conforme demanda apresentada conforme a Diretoria de Varejo, porque era uma nota interna do Banco, não necessitando que a Diretoria de Varejo ou que a gerência de carta0 de crédito buscasse uma outra estrutura. uma nova estrutura, como acontecia com as empresas que participavam do Banco do Brasil que tinham uma estrutura própria. uma agência própria para fazer a sua publicidade. Não era de- competência- da^-Diretoria de-Marl<eting-a-liberaçáo_da_verba.Essa_comRetênciaera exclusivamente da Visa Net. 0 s pagamentos das campanhas publicitárias e patroclnios não eram feitos pela Diretoria de Marketing. A Diretoria não tinha qualquer acesso as contas bancarias das agências e dos fornecedores, até porque, para isso. teríamos que quebrar o sigilo bancário dos clientes.
É importante, quase finalizando. frisar algo que gostaria que ficasse bem claro: o relacionamento da Visanet com o Banco do Brasil náo era feito pela Diretoria de Marketing. O relacionamento da Visanet com o Banco do Brasil era feito pela Gerência de Cartão de Crédito. pela Diretoria de Varejo e pelos conselheiros do Banco no Conselho da Visa Net. Inclusive. na Visanet existia um Comitê de Marketing. Quem representava o Banco náo era a Diretoria de Marketing do Banco do Brasil; era a Diretoria de Varejo. As alçadas decisórias
- --
' Pagina da W 15 de 107 1 para aprovação desses recursos seguiam o mesmo critério que já apresentei nessa,
planilha por valores - ate R$200 mil. Comitê de Marketing; até R$3 milhões. Comitê Comunicação: acima. Conselho Diretor do Banco. 15
Durante todo o tempo em que estive na Diretoria de Marketing, nunca fui informado pela Visanet de qualquer discordãncia, nunca recebi qualquer documento que mostrasse qualquer discordãncia quanto aos procedimentos da Diretoria, muito menos a auditoria intema do Banco, o Conselho Fiscal ou qualquer órgão externo de fiscalização nos informou sobre qualquer restrição aos procedimentos da Diretoria de Marketing.
Para finalizar, queria reafirmar aos senhores que a área de marketing do Banco do Brasil, a Diretoria de Marketing do Banco do Brasil sempre foi considerada pelo mercado uma área de excelencia tknica e profissional. No período em que estive na Diretoria de Marketing, o Banco obteve os prêmios mais cobiçados nesse mercado. Nosso modelo de patrocínio esportivo, que é do conhecimento dos senhores, modelo de patrocínio cultural, não é reconhecido apenas no Brasil. mas no exterior.
Tive a felicidade de estar no Banco, na Diretoria de Marketing, no perlodo em que o Banco agregou diariamente uma média de dez mil novos clientes: ou seja. aproximadamente oito milhões clientes, o que se constitui um fato inédito no setor bancário mundial. Foram 10 mil novos clientesldia. O banco estava com aproximadamente 13,s milhões clientes; e ultrapassamos a cifra de 20 milhdes de clientes. Eram algumas informações iniciais que eu gostaria de deixar com senhores. Gostaria de passar também ao Sr. Presidente este texto e . ' guia, e uma cópia de todas as planilhas ao Sr. Relator. Eu me coloco à disposição dos senhores para as perguntas e dúvidas que neste momento possa esclarecer.
O SR. PRESIDENTE (César Borges. PFL - BA) - Eu agradeço ao Sr. Pizzolatto. Iríamos mesmo solicitar este material, vamos copiá-lo e distribui-lo ao senhores membros da CPMI.
Lamentavelmente. temos que suspender esta reunião porque me parece que há uma votaqão nominal na Câmara dos Deoutados. os Deoutados tomaram conta desta CPMI. nem a ~~- ~~ - - - - .~ Senadora Ideli Salvatti está aqui hoje. vamos suspender os trabalhos por 15 minutos, votaremos quando estiver disponivel este material para os senhores componentes.
I (Suspende-se a reunião as 13 horas e 33 minutos.) I I (Reabre-se a reunião as 14 horas e 14 minutos.) 1
O SR. PRESIDENTE (César Borges. PFL - BA) - Peço desculpas ao senhores membros desta CPMI e aos depoentes porque o lanche atrasou. Mas vamos ganhando tempo aqut com os nossos trabalhos. O depoente já fez o seu depoimento inicial, e eu passo agora a palsvra ao nobre Relator. nobre Deputado Osmar Serraglio.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Sr. Presidente. senhoras e senhores Parlamentares, senhor depoente. V. Sa já esteve aqui conosco quando o interrogamos. Após aquela ocasião, houve dois fatos novos: um, o esclarecimento sobre como procedia a Visanel. isso pela análise documental a que esta CPMI procedeu; e outro, a entrevista - que ~ V. Sa concedeu à ISTOE -
~ Dinheiro, que trouxe várias . d ú v e para a . .
investigação. Eu ouvi atentamente a manifestação de V.-Sa, mas confesso que h& certo conflito entre a sua entrevista e a forma como hoje trouxe essas informaçóes. mais especificamente com relação à participação da Sewm nas definições da Visanet.
Há vários tópicos. vários pontos na sua entrevista sobre os quais iremos incidir o questionamento. Um deles diz respeito à ordem que recebeu do Ministro Gushiken para que assinasse de acordo com aquela decisão sobre a antecipação de pagamento efetuado á Visanet na primeira oportunidade. em 2003. Agora, V. Sa disse que foi aconselhado. Ou V. S' está faltando com a verdade agora, ou faltou com a verdade quando foi entrevistado pela ISTOÉ Dinheiro. Pergunto: V. Sa, na época. percebeu que estava sendo gravado? Houve gravação da entrevista?
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O SR. HENRIQUE PIUOLATTO - Gostaria de explicar o contexto em que essa matéria foi gerada. Na realidade. eu estava em Santa Catarina. num momento muito delicado - pessoalmente. atendendo a uma demanda de doença familiar. quando o jornalista me acessou através do telefone da minha esposa, solicitando que eu fosse a São Paulo para conceder uma entrevista. Eu fui muito explícito com ele, dizendo-lhe que não poderia conceder a entrevista, que eu não estava falando com a imprensa e que ele procurasse o advogado Dr. Mário de Oliveira Filho. que estava prestando as informações que a imprensa solicitava. Ele. insistentemente, voltou a ligar querendo que eu aceitasse dar entrevista de outras formas. Eu disse que não daria entrevista em hipótese alguma e pedi-lhe que entendesse a minha situação e as condiç6es em que eu estava vivendo.
Aproximadamente quatro dias depois. depois de insistentes telefonemas - ele fazia questão de ligar de um telefone que aparecia como náo identificado, o que nos deixava sobressaltados em função dos problemas familiares -, ele me ligou e disse que estava reunindo informaç6es e queria conferir algumas delas para se certificar dos dados. Ele queria fazer-me algumas perguntas. formalmente, para eu responder. Eu manifestei o meu constranaimento. dizendo-lhe: converse com o advoaado. mas. se for para auxiliar no
I - .
esclarecimento, 'eu posso responder a algumas perguntas. E I ~ fez alg;mas perguntas ra~idamente. Eu estava me deslocando na hora e. no final. eu lhe solicitei muito nitidamente,
I muito claramente, por favor, não publique nada. Eu não quero conversar com a imprensa
Eu fui surpreendido, dois dias depois. até porque no local onde eu estava. no interior de Santa Catarina, eu não tinha acesso a revista, com a informação de que havia saído uma @ entrevista.
Na realidade, a entrevista contém algumas informações que dei, mas contém também interpretaçôes, contém informações parciais, contém algumas análises e conclus6es que não conferem com o meu pensamento. A montagem da entrevista foi o que mais me surpreendeu. porque eu não fui informado que estava dando uma entrevista. Eu fui solicitado a prestar alguns esclarecimentos. Acredito que ... Eu não fui informado se estava sendo gravado ou não, mas eu acredito que é de praxe. que é de comportamento usual. a gravação. Acho que os senhores podem verificar isso solicitando toda a degravaçáo. Os senhores vão perceber que diversas vezes eu frisei: não quero falar com a imprensa, por favor!
Da última vez. eu solicitei, por favor, que ele compreendesse a situação em que eu estava vivendo e parasse de me ligar. Foi nesse contexto que eu conversei com o repórter.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -V. Sa, quando foi ouvido pelo repbrter, não estava sob compromisso. Portanto, se lá faltou com a verdade, não tem importância. O problema é moral. ético. mas aqui V. Sa está sob compromisso. Por isso. como cautela, na CPMI. tal qual se procede em juízo, nós gostariamos de alertá-lo para isso: no decorrer de todo o questionamento que iremos formular, V. Sa deve lembrar-se de que está sob compromisso. V. Sa...
O SR. JOSÉ EDUARDO CARDOZO (PT - SP) - Pela ordem, Sr. Presidente.
O depoente disse que a entrevista poderia ser degravada. Pergunto se ela foi gravada.
- O SR..HENRIQUE PIUOLATTO - Eu não tenho essa-informaMo. Eu acredito que. - -- -. . .-.
sempre, quando um repórter conversa com uma pessoa. ele grava.
O SR. JOSE EDUARDO CARDOZO (PT - SP) - Nem sempre.
O senhor não sabe se foi gravada?
O SR. HENRIQUE PIUOLATTO - Ele não me informou se estava gravando ou não.
O SR. JOSE EDUARDO CARDOZO (PT - SP) - Foi por telefone?
--
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.\
O SR. RELATOR ( Osmar Serraglio. PMDB - PR) -V. Se ... - , 2 4 7 .,
O SR. PRESIDENTE (César Borges. PFL - BA) - Foi por telefone. ..
\%' C. O SR. HENRIQUE PIUOLATTO - Foi pelo telefone celular, inclusive não meu. Foi -L- /'
um momento assim ... Era um final de tarde, e eu estava bastante apreensivo com algumas informações que minha irmã havia me passado sobre resultados médicos. Ai tocou o telefone da minha esposa, apareceu no visor: chamada não identificada. Eu atendi. Era o rep6rter novamente. Ele disse: "Olha. tudo bem se você não pode vir a São Paulo. se você não quer dar entrevista, mas você poderia me auxiliar. porque eu já reuni bastante material e eu queria que você me auxiliasse a sanar algumas dúvidas". Eu disse: "Olha, se for rápido e eu puder ser útil ..." Mas, no final, eu frisei mais uma vez: "Eu não quero dar entrevista. Por favor, entenda minha situação. Pare de me ligar. Não publique nada. por favor. sem conversar com meu advogado". Ele chegou, depois, a fazer um contato com o Dr. Mário, chegou a marcar e a agendar uma conversa e não apareceu. e apareceu a matbria, que eu fiquei sabendo a posteriori. Quando tive acesso. eu disse: "Olha. tem interpretações, tem algumas informações aqui que eu prestei. mas tem interpretações, tem conclusões. tem frases que não correspondem ao sentido que eu quis dar na hora em que tentei auxiliar o repórter".
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Eu queria insistir nessa última manifestação de V. Sa. quando diz que houve conclusões e interpretações. Portanto, ai é uma manifestação do jornalista. Só que agora V. Sa fez referência a frases. A pergunta é: existe
a alguma afirmação no texto atribuida expressamente a V. Sa que. se formos confrontar com uma eventual degravação, não corresponde com a sua manifestação?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Existe uma frase dizendo que quem tomou a decisão foi o Presidente Cássio Casseb. Eu disse que quem tomou a decisão foi o Conselho da Visanet, de que participavam o Presidente Cássio Casseb. o Vice-presidente Edson Monteiro e o Diretor de Varejo.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - E quem presidiu o Conselho?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Não tenho essa infonnaçáo. Eu recebi a informação de que o Banco. aquela época. era representado pelo Conselho da Visanet por essas três pessoas. Depois houve a alteração. Com a saída do Presidente Cássio Casseb. acredito até que antes da saída dele, ele foi substituído pelo Vice-presidente de Tecnologia, Cerqueira César, e com a saida do Dr. Fernando Barbosa. ele foi substituído pelo novo Diretor de Varejo, Dr. Paulo Bonzanini. Não sei se o Dr. Edson foi substituído ou não.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Numa dessas passagens. V. Sa diz assim: "Chegaram para mim com o documento pronto para assinar. Já tinha até parecer de auditoria. Faltava o meu 'de acordo'. E eles disseram que os outros bancos sócios da Visanet também faziam assim". Quero dizer que as informações que temos da V~sanet em relaçSo aos outros bancos é que eles não anteciparam pagamentos.
Vamos por partes. Primeiro V. Sa disse que eles chegaram com o documento pronto Quem são eles que chegaram, onde V. Sa estava quando foi abordado e por quem?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Eu estava na Diretoria de Marketing, conforme eu - - - ----- ~ . . . . - . . . .
já relateK6a7ifihã%xposiçãoiniciaI;eeles chegar5mT.T -- - -
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Eles chegaram de caso pensado para resolver aquele problema ... As pessoas juntas. com o documento. para recolher a sua assinatura?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Exato. Chegaram ... Deixa eu lhe explicar. O Diretor de Varejo e o Gerente de Propaganda vieram até a minha mesa com o documento e passaram a me relatar o que era aquele documento. Disseram: "Olha. o Banco participa como acionista da Visanet atrav6s do banco de investimento e a Visanet disponibiliza para os acionistas, os cotistas, um recurso anual, que é decidido no Conselho - conforme eu descrevi
-- r-- Pagina da w 18 de 107
e consta da minha exposição inicial -, proporcionalmente, e este ano a decisáo do Conselho atribui ao Banco uma importância de, aproximadamente, 24 milhões - na nota 24-8 ' j estava escrito -, e nós temos, então, que, como a decisáo já é da Visanet. nós temos, agora. 3
que acertar a estruturação das campanhas para utilizar esses recursos e montar um plano de ,' . -L -/ utilização e dar o 'de acordo' nessa proposta que a Diretoria de Varejo. junto com a área de
cartões, estava trazendo.
Eu fiz as perguntas que eu jB relatei no inicio para me inteirar mais do assunto porque, para mim, aquele processo era um processo novo, e, como não constava do orçamento do banco, eu havia acompanhado todo o processo de orçamento do banco até a aprovação na Secretaria de Comunicação do Governo, do plano anual. que era conseqüência do Orçamento - do Plano Anual de Comunicação, Marketing, Publicidade e Propaganda.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Mas do Plano Anual não constava?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Do Plano Anual náo constava e. por isso, foi-me dada a justificativa de que aquilo não poderia constar porque não eram recursos do banco e que esses recursos não transitavam pelo banco. Era uma decisáo da Visanet, do Conselho da Visanet, junto com os conselheiros do banco, com a diretoria do banco, de que isso não transitasse no banco.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Se esses recursos eram da @ Visanet. como eles eram aportados à Visanet?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Eu não tenho essa informação, eu não participava de nenhuma instância da Visanet.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -Convenhamos, Pizzolato, V. Sa não tem porque o fato náo é esse, esses recursos não eram apodados a Visanet. Tanto é que foi o Banco do Brasil que assinou o cheque e passou o cheque. Como é que esse recurso era apodado da Visanet?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Desculpa, Sr. Relator. Os recursos eram aportados da Visanet para a agência de publicidade, não eram do Banco do Brasil. Os recursos nem passavam pelo Banco do Brasil.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -Quem liberou os recursos. quem passou os recursos para a DNA foi o banco do Brasil, com essa seq0ência de autorizações todas a que vocês procederam.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Eu náo tenho.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -Saiu da conta do Banco do Brasil, foi para depósito no Banco do Brasil.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Eu não tenho, Sr. Relator ... eu não tenho essa informação de como eram feitos os procedimentos porque não era da minha alçada. A única
- - . - -informação-era -- --. .----- - -- ---- - - - -. -
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - Sr. Presidente, me permita auxiliar o relator. Deputado Osmar Serraglio, talvez V. Exa pudesse mostrar ao depoente o documento em que ele autoriza esse aporte financeiro da Visanet a DNA, inclusive tem o 'de acordo" dele aqui, a assinatura, em 06/05/2003. Como o depoente não lembra de muita coisa - geralmente, ele nem lembra de muita coisa - talvez fosse interessante mostrar este documento. porque ele talvez lembre.
O SR. PRESIDENTE (César Borges. PFL - BA) - Deputado Eduardo Paes, parece- me que a questão e um pouco diferente. Foi o Banco do Brasil, segundo o Deputado Osmar Serraglio, que fez o aporte para a DNA e não a autor'iação para que a Visanet fizesse o
-
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aporte para a DNA. E isso?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Se eu puder auxiliar no ... 'I
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Mas eu insisto: como é que esse 1
recurso chegava á Visanet? Como é que era feito esse aporte?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - No gráfico, Sr. Relator, nessa planilha que eu mostrei para o senhor tem o fluxo. A Visanet constituía o Fundo Visanet. que era comum a todos os acionistas, e a Visanet creditava o recurso a agência de publicidade. A única exigência que o banco fazia é que a agência de publicidade tivesse conta no Banco do Brasil. que essa conta fosse uma conta do Banco do Brasil, o que era coerente, porque o Banco não iria permitir que recursos migrassem para outro banco concorrente. Mas o fluxo não era do Banco do Brasil. O Banco do Brasil era representado no Conselho pelos três conselheiros. No Conselho da Visanet era decidido o volume de recursos total e, por sua vez, a fração de cada acionista. Esses recursos compunham o Fundo Visanet. que não era um fundo exclusivamente para marketing. Ele atendia também outros requisitos. como. por exemplo, compra de cartóes plásticos, softwares, alguma coisa de tecnologia ou alguns outros eventos com a Diretoria de Distribuição. de Promoção, com os gerentes.
Desse Fundo Visanet, a parte que era de marketing, que a Diretoria de Varejo e a Gerência de Cartões informavam à Diretoria de Marketing, nós, a Diretoria de Marketing não detinha a informação de quanto era. de como era. Era a Diretoria de Varejo que ... Por isso, surgiam as notas técnicas internas, e esta aqui é uma nota interna do banco. Ela surgiu na Diretoria de Varejo porque ela detinha a informação de qual era o valor e trazia um pequeno esboço, que depois era detalhado, de quais eram as principais campanhas e os eventos para os quais seriam utilizados aqueles recursos. Aí, então, era creditado da Visanet para a agência de publicidade, numa conta do Banco do Brasil da agência de publicidade.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Na verdade. o Fundo era composto por três grandes grupos: Banco do Brasil, Bradesco e outro grupo. Agora, cada um administrava o seu cartão. a promoção do seu cartão.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Exato. Cada banco fazia seu plano de utilização dos recursos para manutenção da venda. ampliação de venda ou acrescimo de utilização do cartão.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Sei. Mas cada banco também poderia decidir não necessariamente de acordo com a proporção que tivesse dentro da Visanet no sentido do investimento. Porque, perceba, se você tem um cartão com determinada especificidade que identifica imediatamente com o Banco do Brasil, vocês fariam umapromoçáo que poderia ser diferenciada em relação a um outro grupo que também tivesse cartao Visa mas não tivesse tanto recurso para promovê-lo.
Primeira pergunta: essa definição dos recursos do Fundo Visanet obedecia rigorosamente a proporção da sua integração, ou cada grupo poderia investir segundo o seu interesse de retorno na utilização do fundo? Portanto, quanto maior a divulgação do seu cartão, maior a participação do mercado.
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O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Eu não tenho essa informação de forma precisa, Sr. Relator, porque eu não fazia parte de nenhuma instãncia da Visanet. Mas pressuponho ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Mas enquanto diretor de marketing do ban co...
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - ...q ue os outros bancos não permitiriam que fosse feita uma divisão desproporcional a cada banco, porque senão um concorrente estaria ganhando o espaço do outro. Havia uma disputa de mercado nisso. A informação que me foi trazida era de que o banco detém em tomo de 30%.
I - -
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O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Então. não havia disputa. na
I verdade, de mercado. Se todos eram obrigados a obedecer a um determinado padrão,.; ninguém poderia avançar mais em relação aos outros.
0 -
I <
Essa definição do valor, V. Sa afirma que necessariamente é atrelada a porcentagem de 31%? Isso a contabilidade da Visanet vai evidenciar.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Eu não tenho, Sr. Relator, nenhum documento da Visanet. Nunca a Diretoria de Marketing teve acesso a documentos da Visanet. Eu tenho a nota que a Visanet publicou, dizendo que, 'em 2001, a Visanet criou o Fundo Visanet com o objetivo exclusivo de simular as ações de marketing dos bancos sócios da Visanet. de modo a cumprir a sua meta de crescimento e comercialização e da utilização dos cartões de crédito e débito com bandeira Visa." E prossegue: "Cada um dos 23 bancos associados a Visanet. além da Visa. são gestores de uma cota desse fundo de incentivo, que é proporcional a sua participação acionária na Visanet". Esta é a nota da Visanet.
A Visanet aloca os recursos aos acionistas, segundo os planos estratégicos de marketing adotados por ela, para investimentos em propaganda e promoção dos cartóes de crédito e débito com a bandeira Visa.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Percebe essa afirmação: "segundo os planos de cada um". Uma coisa é gerir a cota, enquanto cota, em uma empresa. Outra coisa é nós termos interesses específicos dentro de um universo em que setorizamos e e : temos interesses e aplicamos essa regra final, quando ela diz que cada um faria seus planos de marketing e, portanto. evidentemente. com os custos correspondentes.
Na verdade, o Banco do Brasil é que administrava os seus 31%. ou 31,8%, dentro dessa empresa, com os planos que entendesse devessem ser aqueles que melhor dessem proveito. A definição toda era do Banco do Brasil. Havia na Visanet um corpo que verificasse se os planos de marketing, enfim, os eventos deveriam ser aqueles, tais ou quais? Ou a Visanet é uma ficção, é uma empresa jurídica, cuja gestão cada um faria, segundo essa divisão?
i O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Sr. Relator, apenas para informá-lo. Entrei em contato, neste momento, agora. com o jornalista Leonardo Attuch', que é o autor da matéria. e ele informa que, de fato. a entrevista foi gravada, mas foram quatro conversas. Apenas uma não foi gravada. As outras três foram gravadas, e ele se dispõe a localizar as fitas e encaminhar. se possível ainda agora, a esta Comissão Parlamentar de Inquérito.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -V. Sa. mais uma vez, percebe que poderemos ter, até o fim da tarde, prova ...
I e O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Sem dúvida.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - ...q ue infirme eventuais manifestações que aqui hoje apresente.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Sr. Relator, se a fita for degravada na íntegra, o senh-õr ouvira~vaiias vezes, a minha-recusa-emdar entrevista. O que-eu queria-lhe responder - - - ---- ~
sobre a pergunta que o senhor estava fazendo, é que a Diretoria de Marketing. junto com a Diretoria de Varejo. propunha um plano de utilização dos recursos. Esse plano quem remetia á Visanet não era a Diretoria de Marketing. A Visanet diz, inclusive, na sua nota. que ela aprovava os planos para então liberar os recursos correspondentes aqueles planos. Mas ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -Se fosse assim
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Mas A Diretoria de Marketing competia estruturar um plano. campanhas, patrocínios. numerá-los. tentar ajustá-los cronologicamente, até a utilização daqueles recursos.
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O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Então, quando V. Sa diz que é a Visanet que procedia. V. Sa quer dizer que a decisão de antecipar o pagamento foi
- generalizado, da Visanet para todos? Todos os cotistas? Se era ela que decidia ... Não é . ~ossivel que ela tenha decidido só no caso do Banco do Brasil que se paga antecipado. Nos outros não
\ - - O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Eu não tinha essa informaçáo e não tinha poderes -
junto a Visanet. Eu não ocupava nenhuma instância. A Visanet tinha um Comitê de Marketing que analisava essas propostas - pressuponho que de todos os cotistas - do Banco do Brasil e que tomava as decisões. Porém, no Comitê de Marketing da Visanet. quem representava o Banco não era a Diretoria de Marketing, era outra diretoria do Banco. Era a Diretoria de Varejo. Então, a minha alçada ficava ... A alçada da Diretoria de Marketing ficava restrita as informações que recebíamos da Diretoria de Varejo, que, na seqliência, era um pouco porta- voz das decisões do Conselho. junto com a Gerência de Cartões de Crédito. que é uma subsidiária integral do Banco do Brasil, e estruturava a utilização daqueles recursos sempre com metas. Se o senhor observar, não tenho todas as notas, solicitei ao Banco. mas o Banco até hoje não conseguiu me fornecer todos os documentos, há sempre uma meta de crescimento que vincula a um resultado financeiro. Então, acredito que o Banco se comprometia a realizar isso internamente. Acredito que isso era repassado a Visanet. Mas eu não era o responsável, não tinha contato ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Só para ... Se V. Sa estava tão alheio a essas decisões todas. por que essa preocupação toda em dizer que não tinha nada com decisão e que o "de acordo" foi de certo modo compelido a que fosse assinado? A Diretoria de Marketing não tinha absolutamente nada a ver com isso?
No entanto, os documentos foram assinados, essas liberações foram assinadas por v. sa.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - A Diretoria de Marketing tinha o compromisso de estruturar campanhas para utilizar esses recursos, em eventos como, por exemplo. o Torneio de Tènis em Sauipe, em que eram utilizados recursos do Fundo Visanet ; o patrocínio de atletas, como os do vôlei, Ricardo e Emanuel, Shelda e Adriana; o Festival de Música de Brasilia; os outdoors e outras exposições visuais do Banco em aeroportos; o chamado envelopamento dos ônibus no aeroporto de Congonhas; o Festival de Cinema de Brasilia; o Festival de Inverno de Ribeirão Preto; comerciais que fazíamos constantemente. Tudo isso compunha um plano de utilizaçáo que a Diretoria de Marketing estruturava com base na informação de que o montante de recursos era aquele e isso era repassado para a Diretoria de Varejo e para a Gerência de Cartão que iam até a Visanet e a i acredito discutiam e acertavam, mas a Diretoria de Marketing não tinha acesso à Visanet , não se reportava à Visanet e não recebia nenhum documento da Visanet . Inclusive as prestapes ....
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - É que V. Sa está partindo para uma fase mais a frente. que é a da execução, mas a decisão primeira e necessária era da Diretoria de Marketing, tanto é que havia a necessidade da sua manifestação.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Desculpe, Sr. Relator, a necessidade de manifestação da Diretoria de Marketing significava que a Diretoria de Marketing. com sua estrutura técnica, formularia campanhas, em conjunto com a área gestora do cartão, para
.utilizar os recursps. .Caso aDLrc?!oria de Marketing dissesse Não. esses recursos teriam que ser utilizados por uma outra est~tu~demarket ingque~nãCfosse a-Diretoria; oque-era-um - - - - . - - - pouco irracional.
A Gerência de Cartões teria que buscar uma estrutura de marketing própria para fazer o rnarketing dos cartões. E ela era uma subsidiária integral do Banco do Brasil. Mas o restante das decisões não estavam no âmbito nem na alçada da Diretoria de Marketing. A Diretoria de Marketing não compunha conselho. não participava do Comitê de Marketing. não tomava decisões, não se reportava ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Esse parecer a que V. Sa se reporta tinha até parecer de auditoria. Esse parecer se reportava a quê?
v --
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,,d .'atk:
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Era parecer juridico.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -Afirmando o quê?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Que o procedimento do Banco. fazendo com que os recursos não passassem pelo orçamento do Banco, mas fossem da Visanet para a agência de publicidade. que aquele procedimento era correto. Não competia à Diretoria de Marketing fiscalizar isso, competia a contabilidade e a área jurídica. Isso foi apenas me apresentado por acréscimo porque eu estava me inteirando do assunto, quando foi me dito que não era um procedimento novo. O Banco, quando iniciou esse procedimento em 2001, o fez baseado em pareceres. em documentos que lhe dessem respaldo e conforto.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Na verdade, fica em aberto. E dificil a interpretação exata dessa competência, porque, ao mesmo tempo em que V. S0 foi O tempo todo questionado e transferiu a decisão de tal forma que teria sido compelido a assinar, agora praticamente não teria nem por que assinar, porque, na verdade, tudo quem decidia era a Visanet. E eu insisto no que colhemos: é que a Visanet tem uma partilha de competências, uma das quais cabia ao Banco do Brasil, que tinha absoluta autonomia para tudo decidir no que dissesse respeito ao seu cartão, e é nisso que se iniciava com a participação de V. Sa. como Diretor de Marketing. tomando as primeiras decisões, sem as quais era impossivel a implementaç30 da seqüência, e uma dessas decisões foi. ocasionalmente, a de antecipação do pagamento, e dai a própria resistência que V. Sa tem em reconhecer como própria a decisão, atribuindo-a a outros. tanto é que diz: Não, que me chegaram com documentos já prontos ... o Gushiken ... daí depois no dia seguinte fui falar com o Ministro Gushiken, ele falou que era para assinar. "O que o Sr. Ministro Gushiken lhe disse? Ele mandou assinar." Percebe? Passa a idéia de alguém que tenha sido conduzido a um ato que agora V. Sa diz: Não esse ato, na verdade, nem me compete. Mas vamos prosseguir. Depois volto a Visanet, mas quero seguir com a entrevista de V. Sa.
Que outros orçamentos indiretos existem e que, portanto. o Banco do Brasil entende que não integram o plano de marketing dele. ou seja, em que outras situações que outras empresas participam do Banco do Brasil que ele entende "isso é uma coisa da iniciativa privada, isso não precisa ir para o Tribunal de Contas da União. tal qual a Visanet"?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Na Diretoria de Marketing, Sr. Relator, o único recurso era o recurso do fundo emissor Visanet. Nós ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - E em alguma outra Diretoria?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Nós tínhamos, através de um fórurn de coligadas. as infomlações e buscávamos sinergia. Era um fórum não deliberativo, junto com as empresas. Esse fórum se reunia trimestralmente. Não era um fórum estatutário. Tinhamos conhecimento de que nas empresas participadas do Banco, ou seja. titulo de capitalizações, previdência.. .
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -A Brasil Prev
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - ... a Brasil Prev ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -A Brasil Veiculos.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - ... a Brasil Veiculos ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - A Brasil Cap
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - ... a Brasil Cap. que é capitalização. tem uma área de seguridade ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - A Diretoria de Marketing não tinha nada a ver com os gastos em publicidade dessas empresas.
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O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Não. Essas participadas tinham uma diretoria. um responstivel pelo marketing, as decisões eram tomadas no âmbito da empresa e a contratação das agências também era no âmbito da empresa. 2 5 3
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Portanto as licitações realizadas pelo Banco do Brasil não abarcavam essas publicidades
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Não abarcavam. O Banco do Brasil buscava apenas nesses foruns. ..
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Algumas dessas têm alguma participação externa, enfim, da iniciativa privada. como na Visanet, ou ela e integral uma subsiditiria do Banco do Brasil?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Nenhuma é integral subsidiária do Banco do Brasil.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Qual é a proporção, por exemplo, na Brasil Veiculos do Banco do Brasil?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Não tenho essa informação precisa, Sr. Relator,
e mas acredito que deva ser 49%. Não quero aqui prestar uma informação indevida.
- O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - A Diretoria de Marketing, assim
como, de alguma forma, precisava dar o seu "de acordo" no caso da Visanet. também tinha que dar o seu "de acordo" em relação a Brasil Veiculos em relação a alguma coisa de publicidade?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Não, Sr. Relator. 1 O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Alguma outra Diretoria do Banco
do Brasil teria que dar o seu "de acordo" na publicidade?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Nâo tinha essa informação porque não conhecia o fluxograma e como se dava isso, tendo em vista que essas empresas tinham suas instâncias: tinham suas diretorias. seus conselhos de administração. nos quais vários membros do Banco participavam. seus conselhos fiscais. Nunca nada foi trazido para a manifestação da Diretoria de Marketing. O que nos fazlarnos nesses fóruns era buscarmos trocar conhecimento e saber o que um estava fazendo e o outro também estava fazendo. a fim de somarmos esforços.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Nem da Brasilcap?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Nem da Brasilcap.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Nem da Brasilprev? I
I
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - A Brasilprev tinha sua agência, tem sua diretoria. A Brasilcap também tem sua agência e sua diretoria.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Nessas empresas. eles procediam a licitação ou era uma decisão da diretoria, em relação à escolha das agências?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Eu não tenho a informação precisa, mas a infonnaçáo que eu tinha era de que não havia necessidade de fazer licitação. Eu náo posso lhe dar essa informação de forma precisa. Eu nunca fui informado. nunca fui convidado para participar ou tomar conhecimento da licitação dessas empresas.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Também em relação à própria Visanet. quando V. Sa foi falar com o Ministro Gushiken em relação aos orçamentos indiretos.
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ele lhe teria dito o seguinte: "Poxa, o diretor de varejo tem um orçamento de marketing tão grande quanto o do banco, ou maior.".
i- q, ; :; Prossigo e, aqui. é afirmação de V. Sa: "E não eram recursos do Banco do Brasil, '., >.
mas das empresas coligadas.". '/-
3 / 1 -. ~ .' Agora, quero-lhe perguntar sobre esta afirmação que vem na seqüência: "Só que
toda campanha tinha que ser aprovada pela Secom.". Isso é verdadeiro? Essa afirmação?
I O SR. HENRIQUE PUZOLATO - Não. Toda campanha que usasse orçamento do banco. Houve um circuito de comunicação, ou ele entendeu de forma equivocada.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Mas, aqui, é afirmação sua. Quando V. Sa foi interrogado. a afirmação sua foi a seguinte: "Eu estive com o Ministro Gushiken e o próprio Ministro se manifestou surpreso porque, na verdade. havia um orçamento paralelo, quase igual ou superior ao do banco." - e que, portanto, teria um tratamento diferenciado. E, ai. vem a afirmação de V. Sa: "Mas, mesmo assim, todas as campanhas tinham que ser submetidas a Secom.". Essa afirmaçáo não esta na gravaçáo que iremos ouvir.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Olha. o que quero frisar, Sr. Relator, não foi ... Quero que o senhor entenda a forma como foi feita a entrevista e o momento. mas eu tinha
@ certeza absoluta de que isso não era subordinado a Secretaria de Comunicação.
I O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Então. V. Sa, quando foi lá. Bom, prossiga.
I O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Se houve um truncamento de informaçáo ou de entendimento, eu gostaria que ficasse bem claro. Eu nunca tive conhecimento de que as coligadas do banco submetessem as suas campanhas a Secom. até porque elas não passavam pela diretoria de marketing do banco, elas eram decididas ...
'7 O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Então. quando V. Sa foi
conversar com o Gushiken foi uma homenagem a ele? Não havia por que tratar do assunto Visanet com ele?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Não, o assunto Visanet eu levei ao Ministro porque quem iria operacionalizar as campanhas seria diretoria de marketing do Banco do Brasil e as campanhas que o banco faria com recursos da Visanet levavam a assinatura do Banco do Brasil. As campanhas realizadas pelas coligadas do banco não obrigatoriamente levavam a assinatura do Banco do Brasil.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Isso nós sabemos. Nós queremos, especificamente, Banco do Brasil. Agora, V. Sa acaba de falar que quem iria operacionalizar as campanhas seria o Banco do Brasil. portanto, a definição, inclusive quanto a valores dessa operacionalizaçáo - e V. Sa acabou de afirmar, dá até para ouvir na degravação -. cabia á diretoria de marketing. Eu escutei isso.
O SR. HENRIQUE PUZOLATO -Vou ser preciso. Sr. Relator, porque a gente está tendo algum ... Eu não sei se estou tendo alguma dificuldade em me expressar. A diretoria de marketing era prestadora de serviço.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Operacionalizava para a Visanet aquilo que havia sido definido como plano?
I O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Operacionalizava através da diretoria de varejo ou, eventualmente, outras diretorias. A Visanet náo se dirigia a diretoria de marketing.
I Como eram os procedimentos, que tentei descrevê-los, rapidamente. na minha
I exposição inicial? Fiz ...
I Página da W -
O SR. PRESIDENTE-RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -V. Sa tambkm faz referência, para insistir nesta minha visão. ao acompanhado que, depois. atB institui uma forma de acompanhar. Por quê? Já que isso não tinha nada a ver com V. Sa!
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Porque a minha parte era a de estruturação técnica, Sr. Relator. Então. eu não acompanhava o sistema de pagamento, que era de responsabilidade de uma outra Diretoria. O que eu acompanhava era se as campanhas e os patroclnios que o Banco fazia. se traziam resultados negociais ao Banco. Por exemplo, quando fazíamos um evento de vaiei, tinhamos um sistema. A partir da criação dessa gerência de controle e acompanhamento, sabíamos quantos clientes do Banco tinham estado naquele evento, identificávamos qual era o perfil do cliente do Banco. se era ou não um cliente coorporativo. quantos jovens. quais as pessoas que não eram nossos clientes. mas que gostariam de sê-10. e. a partir disso, formávamos um banco de dados para fornecer para as áreas de neg6cios para que os investimentos que o Banco fizesse. na realidade, trouxesse ...
O SR. PRESIDENTE (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - O acompanhamento é quanto à produção e não quanto à parte financeira.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Exato
O SR. PRESIDENTE (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - A quem a DNA apresentava o resultado dos gastos que seriam computados nos adiantamentos?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Quem pagava. dentro do processo de sedimentaçáo que eu mostrei a V. Exa do Banco e da estrutura. era a Diretoria de Logistica. Pagamentos era a Diretoria de Logística. Depois, a Diretoria de Controle fazia a checagem e a Auditoria conferia os processos.
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - Sr. Presidente, tendo em vista o assunto tratado neste momento, quero dizer a V. Exa que eu não consigo ouvir o Depoente afirmar coisas absurdas e ficar calado.
Tenho aqui um documento que trata de um famoso evento que, na verdade. trouxe a público essa figura e o Sr. Delúbio Soares. Diz, aqui, que, nas promoções da Visanet, ele não tinha qualquer tipo de ingerência. Na verdade. ele era meio que um fiscal da Diretoria de Marketing. Lembro-me do show do Zezé de Camargo e Luciano. que foi feito com recursos da Visanet - o dinheiro era da Visanet -, aqueles R$70 mil famosos que o Banco do Brasil teria colocado para comprar ingresso para o show para patrocinar o PT. Então, tenho toda a documentação, fruto de um requerimento de infomaçáo de minha autoria, encaminhado ao Ministro da Fazenda e respondido prontamente. que mostra que quem decidiu a ação e a operacionalização de marketing foi a Diretoria de V. Sa. Portanto, eu trataria deste assunto . . . mais tarde, Sr. Presidente, apenas para que V. Exa saiba que o Depoente continua com a velha prática que adotou em seu primeiro depoimento de não dizer a verdade. Os documentos estão aqui assinados pelo Sr. Piuolato e, em diversos pontos, ele discute e debate essa promoção. inclusive afirma, em nota à imprensa. que "discutiu com a agencia responsável pelo evento por diversos meses". Decisão da Diretoria de Marketing de pegar R$70 mil da Visanet e gastar no show de ZezB de Camargo e Luciano. Sinceramente, não quero nenhuma explicação de V. Sa porque V. S' não explica nada.
Sr. Presidente, quero. aqui, contestar e deixar claro que esta Comissão tem que ter limites, porque temos informações e provas contundentes de que o depoente esta faltando com a verdade. Temos que começar a estabelecer esses limites. Do contrário. vamos põr fim aos depoimentos. Temos documentos que comprovam tudo o que o Relator esta falando ali, e não perdemos tempo aqui ouvindo tanta inverdade. tanta mentira como estamos ouvindo.
Então, Sr. Relator, se V. E 9 precisar de um elemento que prova que o que ele está d ~ e n d o B mentira, está aqui em minhas mãos. Agora. não sei se o senhor não deveria começar a aplicar as regras necessárias para aqueles depoentes que vêm aqui. faltam com a verdade. mentem e não detêm habeas corpus para ficar mentindo aqui.
O SR. JOSÉ EDUARDO CARDOZO (PT - SP) - Para uma questão de ordem, Sr. Presidente.
Fui informado de que ao depoente foi negado um pedido de habeas corpus. A condição em que ele está depondo é de testemunha ou de investigado?
I I O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - De testemunha. Já adverti sobre
I isso.
O SR. JOSÉ EDUARDO CARDOZO (PT - SP) - Eu gostaria que V. Exa advertisse o depoente das penas da lei, inclusive da possibilidade de prisão em flagrante no caso de faltar ou omitir a verdade.
O SR. PRESIDENTE (César Borges. PFL - BA) - O Relator fez este alerta ao depoente no inicio; agora, eu só pediria. no caso, para disciplina dos trabalhos ...
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - Sr. Presidente, peço desculpas. mas é porque os elementos estão aqui colocados. De fato. todos os elementos necessários ...
i O SR. PRESIDENTE (César Borges. PFL - BA) - Sou capaz de entender até a revolta de V. Exa, Deputado Eduardo Paes.
O SR. PRESIDENTE (César Borges. PFL - BA) - Mas apenas por uma questão de disciplina dos trabalhos e para que o tempo possa ser dividido ...
I
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - Sr. Presidente, só para ficar muito claro. os elementos necessários para a prisão do Sr. Pizzolato estão aqui colocados: a prova esta aqui. Só para ficar claro. Esta Comissão não quer fazer isso, não deseja fazer isso, mas náo é possível que fiquemos aqui como paspalhos, e as pessoas que nos assistem pela televisão. ouvindo tanta mentira.
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - Claro, tenho certeza que V. Exa dela compartilha.
O SR. PRESIDENTE (César Borges. PFL - BA) -Com a palavra o Sr. Relator
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Essa pergunta é extremamente feliz, porque se o Deputado tiver em mãos toda documentaçáo. ela vai comprovar exatamente essa planilha. a demanda foi da Superintendência do Distrito Federal, que solicitou à diretoria de marketing, por meio da diretoria de varejo, que fosse estruturado um evento para promover e ampliar a venda de cartões de crédito. E essas açóes foram demandadas de uma agência. Inclusive essa documentação detém o resultado financeiro que o banco obteve depois da realizaçáo do evento, que, se não me falha a memória. ultrapassou R$700 mil. Tem todas as pessoas que foram beneficiadas, tem as cartelas das pessoas que foram premiadas, o processo de sorteio. Era toda uma campanha de promoção. como sáo realizadas campanhas de promoção. E essa era a competência técnica da diretoria de marketing - ela recebia a demanda. Uma área de negócio do banco necessitava ampliar a sua venda, ou necessitava esclarecer seus clientes ou lançar um novo produto. 0 s recursos eram da diretoria. A diretoria demandava a área de marketing; a área de marketing estmturava a campanha por meio de um bnefing. Essa é a seqilência em todos os processos de marketing. Era realizada a campanha e depois era medido o resultado da campanha por meio da gerência de controle e acompanhamento. em conjunto com a diretoria demandante. A diretoria de marketing era prestadora de serviço. Ela não podia tomar decisão isolada sem passar pelos comitês, até porque o dinheiro não era dela.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - V. Sa sabe que houve uma mudança de procedimento em relaçáo a publicidade vinculada ao Banco do Brasil entre as administrações FHC e Lula. Como era realizada a parte do Banco do Brasil de publicidade da Visanet quando V. Sa assumiu a diretoria de marketing? Quais as agências que procediam e como elas compartilhavam essa publicidade da Visanet?
- -
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O SR. HENRIQUE PIUOLATO - As informações que eu recebi á época eram de que os procedimentos foram rigorosamente os mesmos que estavam sendo propostos.
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O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -Os mesmos do Banco do Brasil. - / 4
O SR. HENRIQUE PIUOLATO -Os mesmos do Banco do Brasil.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Das três agências
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Desde a criação do Fundo Visanet em 2001. O que houve foi uma mudança na estrutura de negócios do Banco no ultimo semestre de 2002, e o Banw passou a adotar três pilares negociais. Aí. tendo três agências. cada uma ficou responsável por um dos pilares negociais. Anteriormente, o Banco não detinha essa estrutura do pilar: varejo. como expliquei inicialmente. que eram as pessoas físicas; o pilar atacado, as pessoas jurídicas; e o pilar governo. que eram os governos municipais, estaduais e o Poder Judiciário. Então. os negbcios do Banco a partir do segundo semestre de 2002, passaram a ser realizados dentro dessa estrutura de três pilares. Cada agência detinha um desses pilares em função da sua expertise e das suas afinidades, dentro do critério já estabelecido nos contratos e no edita1 de convocação: que nenhuma agência poderia faturar menos de 25% do orçamento do conglomerado ou mais de 40%.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - No caso da Visanet. quem prestava esses serviços era uma agência ou elas obedeciam a essa expertise?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Não, quando a campanha era referente a produtos de varejo. a grande maioria das campanhas. porque o cartão de crédito é quase essencialmente um produto do varejo. ia para a DNA, a responsável pelo varejo.
!
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Mas ás outras, em algum outro segmento da Visanet do Banco do Brasil, outras agências prestavam.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Prestavam. Por exemplo, se um cartão de Visa Alimentos fosse negociado com empresas corporativas, e o Banco necessitava fazer divulgação e promoção.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Essa conduta foi alterada sob seu comando.
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Não, continuou a mesma, Sr. Relator. O que acontecia era que, mesmo o recurso da Visanet estando na DNA, quem fazia a campanha era a agência responsável pelo pilar atacado ou pelo pilar governo. Aí, as despesas eram pagas com recursos Visanet da DNA. Portanto. o fato de a Visanet ter transferido os recursos para a agência DNA não significava obrigatoriamente que os recursos seriam todos utilizados em campanhas realizadas pela DNA. Isso pode ser comprovado pela documentação do Banco. que as outras agências também sempre utilizaram recursos. Ela seguia essa sedimentação.
I E importante eu lhe dar uma informação
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - N6s tivemos inclusive o depoimento do representante da Lowe, que reconheceu aqui a exclusão. tanto que ele disse ter-se sentido bastante prejudicado, pois a sua receita caiu expressivamente. Portanto, esse raciocínio que V. Sa pretende nos passar colide at6 documentalmente. porque todos os pagamentos foram feitos à DNA, diferentemente do que se procedia no mandato anterior, quando as empresas prestavam serviços; nessa, se canalizou para a DNA e ainda remanesceria a possibilidade de serem subempreitadas pela DNA. Aí, seria minimamente para ocultar a concentração, porque 90% eram para a DNA e. eventualmente. uma migalha ia para a Lowe. Aqui. ficou reconhecido isso. Isso não e verdadeiro?
O SR. HENRIQUE PLUOLATO - Os recursos que foram a Lowe foram antes de a Lowe passar a ser a responsável pelo pilar governo. pelo pilar do Poder Judiciário e pelas
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campanhas institucionais ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Não houve um momento em que a Lowe se sentiu alijada desse sistema porque tudo se dispôs em favor da DNA ...
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Sr. Relator, o Banco tinha de seguir uma norma contratual. Tendo a Lowe começado a fazer as campanhas dos outros pilares e a campanha institucional, se ela continuasse fazendo as campanhas de cartão, estariamos extrapolando o limite máximo de faturamento para as agências, que era de 40% dos recursos orçamentários. A Lowe, então. continuou faturando alguns produtos que estavam vinculados à área dela. mas o restante foi para a DNA. que tinha exatamente a sinergia, porque eram produtos de varejo e era o cartão. Há de se considerar também que a Lowe ficou no Banco apenas até setembro. Então. o faturamento que ela teve no Banco não foi um faturamento relativo ao exercicio integral.
Eu poderia citar. por exemplo, que as campanhas que a Lowe fez no periodo em que eu estava na Diretoria de Marketing foram menos numerosas, mas foram campanhas grandes. A primeira campanha de apresentação do Banco. que era uma campanha que apresentava um cofre se abrindo, foi a agência Lowe que fez. Então. as campanhas de varejo eram campanhas menores e mais frequentes. Havia um pouco desse entendimento entre os próprios gestores dos negócios e as agências. em busca da afinidade e da expedise que as agências tinham. Lembro. na época. que o presidente da Lowe esteve me visitando e disse que estava muito satisfeito em fazer a campanha institucional do Banco, que foi a maior campanha ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Mas isso. provavelmente, não foi no periodo em que a Visanet lhe foi retirada.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Na realidade, Sr. Relator, a informação de que foi retirada não é uma informação precisa. Houve uma escolha. Ele não poderia ficar acumulando uma parte da área de varejo e uma outra parte, porque estariamos nos afastando da linha estrutural da decisão da Diretoria do Banco. que eram os três pilares.
A conta Visanet era uma conta quase que hegemônica de pessoa fisica. Eu disse, a ressalva - e o senhor pode verificar a comprovação de documentos do Banco -, que as outras agências também realizaram campanhas e eventos com recursos Visanet, mas é óbvio que em menor proporção - tudo isso está documentado no Banco.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Eu quero insistir porque, ao longo da entrevista de V. Sa, há afirmaçdes como: "Ele mandou assinar..."; "Quase apanhei..."; "Eu nunca tinha visto isso, mas me disseram que tinha de ser feito assim". Que afirmaçóes são essas, feitas ao longo da entrevista, não isoladas em determinados questionamentos? Agora lhe parece tudo normal? Essas afirmações se reportavam a quê? A que V. Sa foi e compelido? O que o surpreendeu? O que "nunca era assim e me disseram que tinha de ser feito"?
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Primeiro, Sr. Relator: eu nào tinha conhecimento da existência dos recursos Visanet até aquele momento e de que o Banco disponibilizava esses recursos aportados pela Visanet e eu já havia aprovado - na Diretoria de Marketing, pela qual eu era responsável - um orçamento, um plano anual de comunicação. marketing e propaganda. Quando eu soube que existiam outros recursos. a minha reação foi querer saber como é que isso seria incorporado. como é que eu levarii essas informações. que foi o que fui informar ao Ministro. de posse das informaç6es de que aqueles náo eram recursos do Banco e. portanto, não agregariam o orçamento.
A outra expressão - 'Quase apanhei" - usei porque, numa conversa com o Presidente do Banco e o Diretor de Varejo. insisti que, para melhor forma de controle, tendo em vista que mensalmente apresentàvamos um relatório detalhado. com todas as informaçdes, item por item, de como estavam sendo gastos os recursos do Banco ... Esse relatório, Sr. Relator. tinha detalhes em nivel de: para a Campanha Pronaf, por exemplo. foram investidos R$87 na rádio tal do municipio tal. Era um relatório muito denso.
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I ! O fato de os recursos Visanet não estarem no orçamento do Banw nos dava um
trabalho braçal muito grande, isso porque os recursos orçamentários estavam dentro do !
sistema do Banco, o que permitia que operacionalizássemos esses relatórios e a prestaçáo de I contas de uma forma bem mais rápida, mais adequada e precisa.
Como os recursos Visanet não estavam. não conseguia juntar, não conseguia trazê- 10s do sistema do Banco e a gerência que era responsável por fazer esse relatório tinha que fazer um processo de coleta de informação.
Então, conversando com o Presidente e com o Vice-presidente eu disse que se isso entrasse no orçamento do Banw ... Se isso fizesse parte do orçamento do Banco. facilitaria, seria mais ágil e teríamos uma única prestação de contas, um único controle e assim por diante.
A reaçáo deles foi um pouco descontraida. Eles quiseram saber quanto iriam perder daqueles recursos porque eles seriam tributados, já que para entrar no orçamento do Banco, teriam que entrar como dividendo e seriam tributados. E isso não era um dividendo, mas uma despesa. Então se perderia uma parte dos recursos e estaria gerando um prejuízo para o Banco. Eles então disseram que iriam estudar outras formas para ajustar isso. Não iriam criar algo que traria prejuízo ao Banco.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Essa forma de antecipar o pagamento. V. Sa quer dizer que não houve nenhuma novidade. nenhuma modificação? Em
'2003 também se procedia assim?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - As informações que recebi, as notas técnicas que me foram apresentadas. todas comprovavam isso.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -As outras agências diziam que não era assim. O que ocorria b que se fosse antecipado, havia todo um planejamento de uma certa produçáo um tanto quanto imediata e não alguma coisa que se antecipasse - e disse w m essa expressão - no ano, 23 e pouco de uma vez, depois mais nove. depois mais 35. Ou seja, um cheque em branco sem a definição do planejamento do que efetivamente se iria gastar.
Essa definição, esse quadro ... V. Sa quer dizer que existe nos assentamentos do Banco do Brasil ou da Visanet uma definição contemporánea do que se aplicaria no montante de R$35 milhões?
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - A Diretoria de Varejo e a Gerência de Cartão nos pediam para fazer um planejamento e nós repassávamos. porque quem fazia o contato ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Quer dizer. em relação aos R$35 milhões quem fez o planejamento foi a Diretoria de Marketing?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - A Diretoria de Marketing junto com Diretoria de Varejo e a Gerência de Cartão. Depois, eles remetiam para a Visanet. Então era previsto assim: Campanha do Dia dos Pais ... Estou citando um exemplo. Campanha para ampliar a venda com uso de cartão no Dia dos Pais; campanha para o Dia da Criança; campanha de férias escolares; eventos tais e tais, como citei há pouco. de uma forma não detalhada. E por quê? Porque a Diretoria de Negócios se reservava o direito de poder fazer a@es em função da movimentação dos concorrentes. Se um concorrente fizesse uma ação mais agressiva com relação ao público jovem, a Diretoria do Banco responsável pelo cartão chegava atb a Diretoria de Marketing e dizia: "Temos de reestruturar a campanha, temos de focar mais no público jovem. porque o Banco Tal está conseguindo liderar, está incorporando novos clientes e, inclusive, tomando clientes do Banw". Então, a verba era reestruturada. realocada.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Qual era a precedência máxima que V. SJ lembra em relação a um evento em que o pagamento tivesse sido antecipado? Dia dos Pais, por exemplo, era possível um ano antes programar e liberar o dinheiro para que,
I Página da W
i naquele dia. se procedesse à publicidade? Qual era o intervalo máximo. abstraindo a Visanet? Na Diretoria de Marketing do Banco do Brasil. qual era a antecipação máxima de
I ' tempo em que V Sa efetuava o pagamento em relação ao evento que iria ocorrer?
I I
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Desculpe-me. Sr. Relator, a Diretoria de ~ Marketing não realizava os pagamentos.
i O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -Autorizava, então.
~ O SR. HENRIQUE PIUOLATO - A Diretoria de Marketing. na realidade. fazia a estruturaçáo da campanha e a autorização era somente depois do evento concluido ou, se o evento tivesse etapas. etapa por etapa. os documentos eram condensados e iam para a
i diretoria responsável. que era a Diretoria de Logistica, para fazer os pagamentos. i
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Depois de executados
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Ou o planejamento.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Havia um planejamento. Depois de ser executado, era efetuado o pagamento?
e O SR. HENRIQUE PIUOLATO - O planejamento anual.
Sobre os recursos Visanet. se V. E 2 observar as notas conjuntas da Diretoria de Varejo e da Diretoria de Marketing, a Diretoria de Marketing tem as informaçaes de que os recursos iriam para uma agência, em uma conta do Banco do Brasil. A Diretoria de Marketing não tinha acesso à conta banciiria, não estava especificada a data em que seria feito o crédito nem a forma de ser feito o crédito. Quem fazia esse relacionamento Visanet e o crédito. como isso entrava no fluxo de caixa da Visanet. a Diretoria de Marketing não tinha nenhum acompanhamento, nenhum conhecimento, nenhuma informação. porque só atuávamos internamente no Banco.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Mas V. Sa sabia que o pagamento foi antecipado?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Sim. Eu soube depois que haviam sido feitos créditos. mas eu não tinha uma informação: a diretoria ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Não é o que V. Sa diz na
e entrevista. V. Sa diz o seguinte: "Eles disseram que tinha de liberar aquele dinheiro o quanto antes". Portanto, o quanto antes e como o pagamento foi antecipado, percebe-se cronologicamente: houve a antecipapo, essa conversa é antes da antecipação, porque tinha de liberar o quanto antes. V. Se ficou sabendo antes da antecipação.
i O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Eu fiquei sabendo que existia um apode de recursos para o Banco utilizar. mas se era o total de recursos - e V. E 2 pode comprovar - que, no final do ano, a Visanet informa que tem mais recursos, eu náo tinha acesso a essa informação, Sr. Relator. Eu não sabia o quanto tinha no fundo Visanet. Eu sabia que existia
~ um aporte de recursos e nós faziamos um planejamento ...
~ O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Esse aqui 6 para aporte. Não
I! estou falando sobre o saldo na conta; estou falando sobre o aporte. Esse aporte, que mudou I em 2003 e se acentuou em 2004, foi sob sua gestão. antecipadamente. com seu de acordo. i'
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - As notas técnicas que me foram apresentadas dos anos anteriores também eram realizados aportes antecipados. Era a mesma ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -Com um diferencial: nos outros, havia o planqamento e uma execução um tanto o quanto imediata, um mês ou dois meses. e.
- -- -.
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na sua, está em aberto uma parte até hoje.
Quem acompanhava o lançamento e o abatimento daquele montante liberado? Para se ter um posicionamento sobre uma utilização ao longo do tempo desbragadamente. vai dando baixa quando quer. Quem fazia esse acompanhamento? .. -
O SR. HENRIQUE PUZOLATO - Nós. da Diretoria de Marketing. não tínhamos acesso a esses numeros. A partir de abril de 2004, eu. perdão ... no comitê da Diretoria de Marketing, nós passamos a solicitar da DNA informações sobre os recursos que já haviam sido utilizados.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Esse dado que V. Sa está afirmando, de que até aquela ocasião não faziam.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Não. Mas não era de responsabilidade da Diretoria de Marketing.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - -Mas não e problema de quem seja responsável ou não. Não estava sendo procedido, porque. se alguém estivesse fazendo. não haveria por que V. Sa assumir isso.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Não. Eu precisava, Sr. Relator, quero explicar-lhe @ey, detalhadamente. Os eventos que eram aprovados sempre constavam aplicações até o
maximo de 'V. Um evento gastos de, no máximo, R$2 milhões. Significava que não obrigatoriamente seriam gastos os R$2 milhões, e eu não detinha essa informação. Então, solicitei Ct agência que me informasse isso a partir de abril. para podemos ter uma noção de como estava sendo essa relaçáo de utilização e, ao mesmo tempo, eu recebia algumas reclamações - e houve queixas em notinhas de jornal - de que alguns fornecedores estavam sendo pagos atrasado ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Atrasado, a despeito de o outro ter recebido antes.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - E isso machucava a imagem da Diretoria de Marketing, que algum atleta patrocinada estava recebendo atrasado. Então, decidimos fazer um acompanhamento, que não era o acompanhamento natural do banco, não era a diretoria responsável. Quem fazia isso. porque essa prestaçáo de contas ia para a Visanet. quem encaminhava essa prestação de contas para a Visanet era Diretoria de Varejo e a Gerência de Cartões de Crédito. Decidi, na Diretoria de Marketing, decidimos pedir essas informações para termos um certo acompanhamento e não acontecer que ficássemos sabendo que algum atleta estava com seu salario atrasado ...
• O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Todo acompanhamento da execução dos servips e autorização de pagamentos era afeta a Diretoria de Varejo?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - No caso dos recursos Wsanet, como se dava o acompanhamento? Aprovada a campanha, ela tem um plano de mídia, especificado centavo por centavo, em que vai ser...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -Quem aprovava a campanha?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Quem aprovava a campanha. dependendo do valor, eram as alçadas que repassei na planilha. Até R$200 mil, era o comi@ de marketing ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Mas quero saber se era a Diretoria de Varejo ou a Diretoria de Marketing? Quem autorizava a campanha? Quem aprovava a campanha?
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Se fosse acima de R$200 mil era o comitê de comunicação, composto pelos 11 diretores. Acima de R$3 milhões, era o conselho diretor. Por
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exemplo. o evento de tênis em Sauípe era decidido no conselho diretor do banco. Era o conselho diretor que aprovava, com toda a fonnatapo ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Mas é que V. Sa não tem o quadro estrutural, não o conheço. Eu queria que pusesse de lado esses conselhos. Quero saber diretorias, ou nenhuma das diretorias tinha nada a ver com isso? A Diretoria de Varejo ou a Diretoria de Marketing, a qual das duas estava afeta a autorizapo para uma deteninada campanha ou a nenhuma das duas, era um conselho e essas duas não tinham nada a ver com isso?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Desculpe. Sr. Relator. Relatei isso no inicio. Era por alçadas. Se o gasto fosse até R$200 mil, era no comitê de marketing, composto pelos seis gerentes de marketing ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Até R$200 mil, qualquer campanha era na Diretoria de Marketing.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Na Diretoria de Marketing. O comitê de marketing era composto pelos seis gerentes, que eram nomeados pelo Presidente do banco ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -V. Sa está falando da Visanet?
8 O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Da Visanet. os critérios eram os mesmos
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Mas V. Sa esta dizendo que era a Diretoria de Marketing. Está uma confusão. Náo consigo entender. Por que. se é a Diretoria de Varejo. a quem está afeta a Visanet, por que é a Diretoria de Marketing que faz a autorização ate duzentos mil?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Porque a demanda, Sr. Relator, sempre vinha de uma outra diretoria, e havia um processo de interação ... A Diretoria de Varejo ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Para simplificar, como eslamos investigando V. Sa - não só, mas neste momento -. afinal o que a Diretoria de Marketing tinha de comando, de competência, em relação especificamente à Visanet?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - A Visanet. nós atendiamos As demandas das diretorias do Banco, na sua grande maioria a Diretoria de Varejo ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Demandas de campanhas?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Demandas de campanha e de patrocínio.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - E quem definia as campanhas era a Diretoria de Varejo?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Junto com a Diretoria de Marketing e, dependendo das alçadas. no Comitê de Comunicapo, com os onze diretores. ou no Conselho Diretor.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Quando era no Comitê de Comunicaçáo. quem propunha em a Diretoria de Marketing?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - A Diretoria de Marketing fazia a exposiçáo. junto com as agências, e o Comitê decidia. sempre com o parecer da área demandante. Todos os investimentos do Banco. Se em solicitado um patrocinio para uma exposiçáo agropecuária, a Diretorim de Agronegócios se manifestava. dizendo: 'Isso esta em linha com a minha estratégia de negócio". ou não.
- -
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O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -V. Sa lembra do pagamento de uma antecipação de 35 milhões?
263 i O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Lembro que houve, sim, uma nota técnica interna
do Banco que versava sobre o valor de 35 milhões da Visanet. I
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Como também uma outra, anterior, de 23. no ano anterior?
! O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Sim. I O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Vamos nessa de 35 milhões.
Quais as campanhas que V. Sa lembra que estavam, de alguma forma, relacionadas a essa campanha? E qual era o período máximo em que todo esse planejamento seria atingido com os 35 milhões?
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO -Olha, de imediato, Sr. Relator. existiu um evento de tênis em Saulpe - e vou fazer um esforço de memória. porque eram muitos eventos -, o evento de tênis em Saulpe, que era um evento que gastaria algo em torno de 20% desses recursos. Na seqüência, houve campanhas de lançamento de cartão de débito. com a marca Visa. quase que já imediatamente - algumas. inclusive. acho que os recursos ainda não haviam se disponibilizado, e já existiam -; a campanha para o Dia das Mães; nao lembro. de
a m e m ó r i a . se houve alguma coisa para a Páscoa: e o patrocínio dos atletas Shelda e Adriana, Ricardo e Emanuel', e dos atletas medalhistas olímpicos chamados embaixadores. que eram os atletas que não estavam mais ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Isso importaria em que tempo, mais ou menos, para que esses gastos fossem efetuados?
I O SR. HENRIQUE PIUOLATO - O aporte do evento de tênis em Sauipe era imediato, jA havia ...
I O SR. RELATOR (Osmar Serragiio. PMDB - PR) -Sei, mas os 35?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Os 35. o cronograma previa, eu diria. oito meses ...
I O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Trinia e cinco o quê, Sr. Relator?
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Milhões, 35 milhões.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Eu acredito ... Eu não tenho esse dado preciso. Sr. Relator, mas existia um planejamento ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Essa planilha passou ao seu visto?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - A planilha.
I O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -Dos 35 milhões?
I O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Eu náo entendi.
I O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - A planiiha desses
I O SR. HENRIQUE PIUOLATO - O planejamento do ...
I O SR. PRESIDENTE (César Borges. PFL - BA) - ... dos gastos dos 35 milhões
I ------
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O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Nos repassamos, sim. Era confeccionada. a Diretoria de Varejo e a Diretoria de Marketing.
c.. O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -V. Sa se lembra de ter dado o
seu visto, o seu "de acordo" em uma planilha de aplicação de 35 milhões? Pense no que irá afirmar, sob juramento.
I O SR. HENRIQUE PIUOLATO -Sim. Posso ser bem preciso. Sr. Relator.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Temos um documento. salvo engano -que inclusive estou procurando e ainda vou encontrar -, onde havia uma sinalização de que não havia planos. projetos.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Obrigatoriamente ... É nisso que quero ser bem preciso com o senhor e ser verdadeiro e honesto em todas as informações. Eu. obrigatoriamente, não tinha que assinar essas planilhas. Mas as planilhas eram apresentadas na Diretoria de Marketing, onde era feita uma discussão conjunta para repassar para a Diretoria de Varejo, que, por sua vez, encaminhava a Visanet ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - O senhor está falando: "elas eram", "elas eram". Eu quero saber dos 35. Pode ter uma conduta. um hábito - alias. deveria ter efetivamente - de não se liberar sem que houvesse um planejamento de toda ordem para o emprego do recurso. Nesse caso dos 35 milhóes, como também no caso dos 23 milhdes. quando da autorização da Visanet. quando ela concordou, havia todo o desenrolar da aplicação? Isso passou pela Diretoria de Marketing?
I I O SR. HENRIQUE PIUOLATO - A Diretoria de Marketing apresentava um plano,
i mas eu queria avocar aqui ....
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Não. eu quero fatos. Náo adianta ...
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Sim. A nota da Visanet cita que a Visanet exigia o planejamento e acompanhava a execução. Havia necessidade de prestar contas à Visanet. Isso não era feito na Diretoria de Marketing ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Prestar wntas à Visanet? OU prestar contas a um segmento Ia do Banco do Brasil?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Não. A Visanet ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - A Visanet recebia prestação de I contas. Ou seja, ela que fazia o encontro de contas?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Da utilização dos recursos, nos éramos demandados.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Esse controle era feito dentro do Banco do Brasil.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Mas nos éramos demandados para repassar para a Diretoria de Varejo e para a Gerência de cartão com o prop6sito de eles levarem até a Visanet Eu não tinha o contato com a Visanet.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - V. Exa faz referência a atitude pessoal como Diretor.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Sim. A Diretoria de Marketing
~ ~ - - -
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O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - E a Diretoria de Varejo fazia esse acompanhamento? Era a ela que era prestada a conta dos gastos efetuados em nome do Banw do Brasil através da Visanet?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Ela acompanhava ... Ela acompanhava as .. -- campanhas e acompanhava tudo isso. E acredito que depois levava a Visanet, mas é uma infonnaeo que eu não posso precisar. Eu não estava. não era membro desse processo decisório. É por isso que eu avocava a nota da Visanet onde a Visanet diz que ela fiscalizava, que ela acompanhava os planos.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -Aqui tem mais uma afinnaçáo sua ...
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Se o senhor puder até ler, Sr. Relator, para ficar bem ... :"A Visanet cabe receber as propostas de marketing do banco (proposta. né?), verificar se estão compatíveis com as regras do Fundo de Incentivo e efetuar os pagamentos de acordo com a solicitaeo de cada um dos bancos".
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Dos banws?
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Dos bancos. Essa solicitação não era feita pela Diretoria de Marketing porque a Diretoria de Marketing não se reportava h Visanet.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Era a Diretoria de Varejo. na época titularizada por quem?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - No primeiro momento pelo Diretor Fernando Barbosa. Acredito que era a Diretoria de Varejo, a Gergncia de Cartões de Crédito e a Representaeo que o banco tinha junto à Visanet. Isso a Visanet mesmo disse.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - V. Sa num determinado momento foi questionado sobre os 35 milhões, se o senhor foi usado. Veja o que V. Sa respondeu: "A primeira coisa que a Justiça tem que ver é quem decidiu que seriam 35 milhóes. Eu não".
E nós estamos aqui de certo modo como se fbssemos um braço da Justiça e nbs queremos saber: Quem decidiu que seriam 35 milhóes?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - O Conselho da Visanet, Sr. Relator.
e .. O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Quando V. Sa diz Conselho da
Visanet. Veja aqui no Banco do Brasil há um grupo que trata das coisas da Visanet. aqui e a Visanet. O Conselho da Visanet é alguém da Visanet ou é um grupo dentro do Banco do Brasil que trata da Visanet?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Eu não detinha essa informação, porque não participava do Conselho, mas ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Mas, como V. Sa estava dizendo, ....
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Mas, pela nota, pela nota que a Visanet publica, ela diz que era decididas no Conselho as quotas de cada banco.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Mas qual Conselho?
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Ela se refere ao Conselho da Visanet. Na nota. Então acredito que era decidido no conselho da Visanet com a participaçáo de conselheiros do banco. mas. como eu não participava desse conselho. náo tinha assento no conselho, não
-
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7 I , -<\ detinha infornlaçães, não interagia com a Visanet, não posso lhe precisar como era , c
esse mecanismo. A alçada da diretoria de marketing se eximia a partir do fornecimento de documentos à diretoria de varejo, à gerência de cartões de crédito. que eram internos ao 2 6 6 / 9 h banco.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -Vou concluir e depois ... O relator r..' ..
adjunto está aflito porque tem que viajar. parece, mas depois eu volto.
I O SR. ONYX LORENZONI (PFL - SP) - Não vou viajar, náo. Pelo amor de Deus, estou aqui. Gostaria de ouvi-lo mais uma hora e meia.
I O SR. PRESIDENTE (CBsar Borges. PFL - BA) - A semana terminando quarta- feira.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Mas ele tem viajado e voltado no mesmo dia. Preciso reconhecer isso.
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - V. Exa deveria estar pelos Ministérios, en fim... Por isso chegou só neste momento. mas vou ficar aqui com V.Exa
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -Vou fazer uma tiltima afirmaçáo: Paulo Roberto dos Santos é da Lowe. Ele afirma que. em abril de 2003. por ordem de V.Sa, fora determinada a exclusividade da DNA para a prestação de serviços de publicidade, custeados com os recursos da Visanet. Paulo faltou com a verdade.
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Sr. Relator, eu nunca determinei, nunca conversei com o Sr. Paulo. Quem fazia o relacionamento no banco era uma senhora. se náo me falha a memória. chamada Carta, que tinha pleno conhecimento de que a Lowe faria as campanhas do pilar Governo/Judiciário e as campanhas institucionais. A decisão de estruturar os negócios do banco por pilares já era do período anterior e eu não fz! nenhum comunicado à Agência Lowe, contendo essas inforrnaçóes ...
I O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - V.Sa tem informações sobre uma auditoria que está sendo procedida no Banco do Brasil em relaçáo a Visanet?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Náo tenho informaçóes ... Tenho informaçóes porque existe auditoria, solicitei uma auditoria em maio deste ano para obtermos conformidade de uma série de processos ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Mas nunca teve acesso aos ) dados colhidos pela auditoria?
1 I O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Não, Sr. Relator. Tive acesso a dados de uma I I
auditoria de 2003 e a auditoria não encontrou irregularidades. recomendou alguns I aperfeiçoamentos de controle, todos os aperfeiçoamentos de controle foram implantados, I havia dois controles que dependiam da àrea de tecnologia do banco e que não conseguiam
ser implantados em tempo hábil. Solicitamos, inclusive, uma autorização para fazermos uma ... I
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -Sabe de algum dado que tenha sido levantado nessa auditoria que comprometa essa antecipação?
O SR. HENRIQUE PLUOLATO - Não, senhor. Eu vi e li na imprensa uma nota do Banco do Brasil dizendo que os recursos da Visanet foram utilizados em campanhas de publicidade, promoções e eventos do Banco do Brasil e que havia um processo de conciliação de contas porque, tendo em vista que o Banco do Brasil rompeu o contrato ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Estavam vencendo?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Estavam vencendo em final de setembro. Dei
-- A-. -
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4x11 ,.i%.v* ;d4. /;> ,..--9'
< .+.O í ...i essa inf0maçã0 no inicio da minha exposição, que, antes de eu assumir. o , .:I (
Conselho Diretor prorrogou os contratos por aproximadamente seis meses, exatamente para :> ;%26 7 ) ter tempo hábil de realizarmos a licitação. i,\ L-.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Nessa nova estruturação, ' -. - / . .._
fizeram uma mudança de percentual em relação a esses pilares, de foma que algubm que pegasse um pilar teria mais do que os outros?
I O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Os contratos eram muito específicos - o mínimo
era 25, e o máximo era 40. A partir desse ano, tendo em vista que no ano anterior houve reclamaçóes de algumas diretorias do Banco quanto à qualidade de prestação de serviço. as agências apresentaram para o Banco um estudo mostrando que aquela banda. que o limite mínimo e o limite m8ximo poderiam criar uma situação em que uma agência, independentemente da qualidade do serviço e da infraestrutura - o edita1 tornava obrigatório que cada agência tivesse uma infra-estnitura de atendimento em Brasilia -, independentemente disso, podia se dar por satisfeita com os 25%. porque ela reduziria os gastos e tinha a garantia dos 25%. Isso faria com que a agência. no final do ano, mesmo faturando menos, tivesse lucros maiores. porque as despesas seriam menores. Então. buscamos aconselhamento na Secom, nas áreas internas de licitação do Banco, buscamos um parecer juridico, e a sugestão foi baixamos aquele percentual a partir desse ano. para que as agências ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Quem terminou pegando a fatia maior f o ~ a DNA? I . -
I I O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Não. Esse ano, não tenho acompanhamento.
I
O SR. REUTOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Não me refiro a esse ano. mas ao período em que a Area estava sob seu comando.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - As informações que eu tinha. náo tenho os números precisos. mas acredito que. no ano de 2004. a D+ foi a agência que mais faturou. Era uma diferença mínima, mas a D+ foi a agência que acabou faturando mais que a DNA.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Não é o que temos. Mas vamos conferir.
Sr. Presidente, agora, sim. a última pergunta. (Pausa.) 1 1 Desapareceu daqui, porque aqui trago anotações, e elas vão evaporando. 1
i O SR. PRESIDENTE (Delcidio Arnaral. PT - MS) - O incansável Relator, Deputado i Osmar Serraglio ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - A última pergunta: eu tinha um dado aqui, uma tabulação da progressividade dos valores aplicados na Visa Net, que. surpreendentemente, no ano precedente ao seu comando. salvo engano, girava em torno de R$7 milhões. Em 2002, o Banco do Brasil gastou na Visanet R$4 milhões; em 2003, já na gestão de V. Sa. esse gastou passou para R$29 milhões; no ano de 2004. para R$# milhões. O vinculo do Banco já existia desde 2001. Volto a dizer: em 2002. o gasto foi R$4 milhões; em 2003, R$29 milhões; em 2004, R$44 milhões. O que V. Se diz sobre esse incremento aparentemente inusitado, desproporcional?
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Sr. Relator, a informação que eu tinha, e eu não tinha poderes para requisitar da Visa Net, documentos que me foram exibidos mostram que, em 2002, os números sáo um pouco superiores. Acredito que a Visanet decidiu aportar mais recursos nesse fundo, que eram divididos entre os cotistas em função do crescimento da venda de cartões de crbdito.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -V. Sa acredita que essa mesma I
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proporção foi obedecida em relaçáo aos outros segmentos que compõem o capital da Visa Net? Bradesco também subiu outro tanto ...
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Não tenho esse informação, porque eu não participava. ..
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - Sr. Relator. pretendo ajudar na sua indagação. Na realidade, o Sr. Pizzolato. pela primeira vez, não esta dizendo uma inverdade. Valores de 2002 e 2001 foram de fato maiores. O que o Sr. Piuolato fez foi aumentar a participação da agência do Sr. Marcos Valério. Em 2001, a agencia do Marcos Valério recebeu R$12 milhões; em 2002. recebeu R$4 milhões. Quando o Sr. Piuolato entra h, a agência do Marcos Valério vai para R$29 milhões e ganha sozinha todo o dinheiro da Visa Net. Não satisfeito. em 2004. por decisão do Sr. Piuolatto, a sua diretoria. a agência de Marcos Valério passa a receber sozinha 44 milhões. Os números, por si só, explicam. o Sr. Relator.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR ) - Decuplicou a aplicação. ~ O SR. JORGE BITTAR (PT - RJ) - Sr. Relator, para deixar claro, na verdade o
Visanet transferiu, para objetivos de marketing no Banco do Brasil, 24,7 milhões em 2001, 26.5 milhões em 2002. 29,7 milhões em 2003 e 44 milhões em 2004. Essa é a evoluçáo dos
emon tan tes . O SR. RELATOR (Osmar Serraalio. PMDB - PR ) - E correta a observaçáo. A
evolução da aplicação na ~ isanet corresponde a esses valores. O diferencial 6 exatamente em relação ao grupo de Marcos Valério, que teria passado de 4.5 milhões para 29 milhões e para 44 milhões ...
O SR. HENRIQUE PIUOLATTO - Se o senhor me permite. eu pretendi esclarecer essa dúvida em função de decisáo do conselho diretor do banco no final de 2002, estruturando o banco por pilares. Até então. o banco não estava estruturado por pilares, e as agências ...
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR ) - Uma curiosidade: a DNA prosseguiu atendendo ao Banco do Brasil. Ela teve uma redução expressiva porque ela aumentou essa participação na Visanet. Isso correspondeu a um abatimento no quadro da partilha das três no Banco do Brasil?
O SR. HENRIQUE PIZZOLATTO - Na relação de orçamento, o banco aumentou o orçamento no ano. Entáo eu não tenho esse dado preciso; foi uma solicitação de informações que eu demandei ao banco e que o banco ainda náo me forneceu. Eu acredito que na proporção do todo houve redução, mas eu não posso lhe afirmar isso sob pena de eu não estar cumprindo com meu compromisso.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR ) - E um detalhe que temos que confrontar.
Obrigado, Sr. Presidente. ~ O SR. PRESIDENTE (Delcidio Amaral. PT - MT) - Muito obrigado. Relator Osmar
Serraglio.
Com a palavra o primeiro orador Senador César Borges. I O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) -Muito obrigado. Sr. Presidente. I Gostaria de ter ouvido uma palavra de V. E 9 de agradecimento
O SR. PRESIDENTE (Delcidio Amaral. PT - MT) -Quero, de antemão, agradecer a
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,n -.:..--y$> dedicação de V. Exa quando preside os trabalhos aqui. A presença de V. EP, mais t-: '
do que nunca, enobreceu e aumentou ainda mais as minhas responsabilidades. Obrigado, ."'< ( 26 9 ) Senador César Borges. Com carinho.
O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Obrigado. Sr. Presidente. Não era \ 5 necessário, foi apenas uma brincadeira.
Sr. Presidente, senhores Senadores, o Sr. Piuolatto esteve aqui da ultima vez e deve se recordar que naquela época foi muito questionado sobre um saque de R$326 mil. Fiquei admirado porque eu lhe perguntei se o senhor identificava a pessoa que, no caso, foi receptador do dinheiro que o senhor repassou. Vossa senhoria não se lembrava, absolutamente. da fisionomia, se era alto, se era baixo, se era gordo. se era magro. Cheguei a perguntar se sabia se era homem ou mulher, e V. Sa não me disse isso naquela época. Muito bem. Fica bastante claro para todos nós que V. Sa trabalhou na campanha presidencial do Presidente Lula; foi nomeado Diretor do Banco do Brasil após a posse. como uma indicação política. Tinha estreitas ligações com o Ministro Gushiken, da Secretaria de Comunicaçáo. O Ministro Gushiken comandou com mão de ferro, acho que ainda comanda. toda essa parte publicitária, de onde nasce todo este escándalo que estamos vivendo.
O SR. PRESIDENTE (Delcidio Amaral. PT - MT) - Solicito à assessoria da Mesa que seja ajustado o cronômetro de cada orador, por favor.
O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Entáo, Sr. Piuolatto. é claro para nós que V. @Sa dispôe de informap5es importantes e agora ficou bastante esclarecido que foi por meio da
Visanet que houve uma operação que se desdobrou para fazer chegarem recursos ao chamado "valerioduto", mediante o Sr. Tolentino, de sua empresa e do empréstimo. Lamentavelmente. mais uma vez. como o senhor não sabia nada sobre aquele dinheiro que pegou, que, presumivelmente, era para pagar a campanha do PT no Rio de Janeiro, ficou s6 isso, mas não consegui identificar, absolutamente. os responsáveis, as pessoas. agora também, lamentavelmente, V. Sa chega aqui para dizer que não conhecia suas obrigações. que, de certa forma, náo tinha responsabilidades como diretor de marketing do Banco do Brasil. V. Sa não é um néscio, V. Sa não é uma pessoa despreparada. V. Sa não era alguém que simplesmente obedecia apenas as ordens do Sr. Ministro Gushiken. ou era?
Eu fico me indagando se. diante de toda essa sua tentativa de explicar que náo conhecia detalhes da Visanet. como operava, veio a conhecer, autorizou. deu o "de acordo". mas, na verdade, V. Sa náo tinha controle desse "de acordo". Foi, sem sombra de dúvida, ai que ocorreu uma origem do valerioduto. Nós sabemos disso. Está cabalmente demonstrado isso. O que lhe pergunto é exatamente com relação a essa sua ligaçáo com o Ministro Gushiken e com toda essa chamada lambança que está existindo e precisa ser esclarecida e que. lamentavelmente. o presidente diz que não tem provas. quando nós temos provas. 0 s fatos são conectados. Estáo totalmente conectados um ao outro. Mais recentemente são 58
e m i l h d e s , uma parcela de 35 mais outra de 23.
V. S" autorizou isso. Autoriuou e, inclusive, deu o 'de acordo" para que esses recursos fossem repassados como adiantamento. Pelo que o Relator, perguntou, parece que náo existia plano de aplicação. Foram adiantados 35 milhões de reais a DNA, e não existia plano de aplicação. Isso não parece nada que guarde a mínima segurança para uma estatal como o Banw do Brasil, que todos nós respeitamos e que tem procedimentos bastante severos e rígidos. Isso me leva a crer que V. Sa atuou para atender os interesses do partido sob orientação direta do Ministro Gushiken.
Entáo, eu lhe pergunto exatamente isto: V. Sa nega sua ligação e que V. Sa estava ali, como diretor de marketing do Banco do Brasil. atendendo a determinações do Ministro Gushiken? Em entrevista que foi aqui citada. V. Sa reconhece e cita que diversas vezes o Ministro Gushiken interferiu. Entáo eu lhe pergunto: V. SE estava a serviço do Ministro Gushiken e do Partido dos Trabalhadores e do Banco do Brasil?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Senador. eu queria, primeiro, me desculpar se da outra vez eu náo fui preciso e náo atendi a sua expectativa na resposta. Queria também pedir sua compreensão tendo em vista o ne~osismo e a situação em que me encontrava e me
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encontro.
O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - V. Sa fem condições de descrever aquela i' i
pessoa? \ - O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Quando eu disse ... Eu queria dizer que a pessoa
não tinha nada que me chamasse a atenção, não tinha uma cicatriz. não tinha ... Era um homem ...
1 O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Era banca? Negra?
I O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Não era uma pessoa de cor, mas era um homem e tudo aconteceu conforme havia sido repassado ...
I O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Era homem ou mulher?
I O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Homem. A pessoa não tinha nada que me chamasse a atenção. Então, desculpe se nao fui preciso, mas a pessoa não tinha uma cicatriz, não tinha alguma coisa ...
O SR. CÉSAR BORGES fPFL - BA) -V. Sa ~oderia fazer um retrato falado dessa
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Acredito que os dados eu consigo. mas eu não tive ... O fato, à época não tinha nada que me levasse a prestar atenção a detalhes. porque nada se justificava. Era um pedido de um dirigente de uma agencia de publicidade que prestava seiviço ao banco há mais de dez anos e os fatos aconteceram conforme havia sido solicitado e relatado. A pessoa foi lá e disse: "Vim buscar" ...
O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) -V. SB nunca teve
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Quanto à questão ...
O SR. CÉSAR BOROES (PFL - BA) - ... intimidade, nem conheceu de perto o Sr Marcos Valério e atendeu pedidos de uma empresa para pegar R$326 mil e depois repassar para alguém que o senhor não conhece. Bom ...
I O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Eu não ...
O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - ... mas passamos porque esse assunto ficou bastante claro aqui. V. Sa não quis detalhar, não quis entregar. talvez, o destinatário final do
@dinheiro, que V Sa conhecia ...
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Não sabia ... Senador. desculpe. não me foi informado que era dinheiro ...
O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Mas não é esse assunto. Quero saber da sua atuação como diretor de marketing. V. Sa estava ali atuando sobre ordens diretas do Ministro Gushiken. Isso é verdade ou nâo é verdade?
O SR. HENRIQUE PltZOLATO -Vou lhe responder. Apenas queria esclarecer uma questão. Eu reafirmo o que disse da outra vez: era humanamente impossível naqueles dois envelopes ter aquela importãncia de dinheiro, e acredito que nenhuma pessoa, em sã wnsci8ncia. iria fazer um pedido para alguém, no Rio de Janeiro. em pleno meio-dia. movimentar uma importância tão grande de recursos da forma tão desprotegida como estava.
Mas. respondendo a sua pergunta, a Diretoria de Markeiing do Banco tinha que prestar contas a Secom. sim, por força de lei, por força de decreto. Mas eu estava subordinada na Diretoria do Banco ao Presidente do Banco e ao Conselho. Então, tínhamos
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reuniões periódicas na Secom, nas quais eram apresentados relatórios. discutidas campanhas, tínhamos todo o processo de aprovação. mas o Ministro não tinha uma ação direta de ...
O SR. CESAR BORGES (PFL - BA) - Mas o senhor mantinha contatos com uma freqüência muito maior, disparadamente maior. com o Sr. Gushiken do que com o Presidente do Banco.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Náo. Sr. Relator. Meu contato com o Presidente era praticamente diário e acredito que, se o Ministro Gushiken quisesse conversar sobre uma estrutura maior de marketing. ele náo procuraria o Diretor de Marketing, procuraria o Presidente do Banco, porque o processo decisório, conforme relatei, não estava na mão do Diretor de Marketing. O Diretor de Marketing náo tinha alçada para decidir.
O SR. CESAR BORGES (PFL - BA) - Mas o Ministro Gushiken sempre disse "assine o que é preciso assinar".
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Sim. senhor. No caso dessa nota especifica, ele disse: "Assina. porque náo há nenhum problema. Isso 6 bom. O Banco vai ter mais ...
! O SR. CESAR BORGES (PFL - BA) - Entáo ele lhe deu esse respaldo de
i responsabilidade que o senhor deveria assinar inclusive aquilo que autorizava o adiantamento da DNA.
I O SR. HENRIQUE PIUOLATO -Olha, entendi aquilo como uma ordem. Eu não iria
I' me confrontar ao Ministro e...
O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Uma ordem, então o senhor estava, do ponto de vista hierárquico, subordinado a uma ordem do Ministro e náo do Presidente do Banco? V. Sa consultou o Presidente do Banco ou o sistema colegiado para tomar essa decisáo? Porque V. Sa falou sempre aqui em instâncias de deliberações, em hierarquia, e que eram tomados sempre em colegiado. Nessa questão de dar o "de acordo". que V. Sa deu, foi obedecendo ao Ministro Gushiken?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Consultei o Presidente do Banco. já relatei no inicio. consultei o Diretor de Varejo e Distribuição, os três conselheiros do Banco, que eram os responsáveis pelas açóes do Banco junto $I Visanet, e todas essas pessoas me disseram. me informaram. me mostraram documentos. que o procedimento já era um procedimento anterior, que vinha desde a criação do fundo. Me exibiram pareceres juridicos de que não havia nada de desconforme naqueles procedimentos. Procurei tomar as precauções que estavam na
e alçada da Diretoria de Marketing, no entanto a parte contábil, a parte tributária ou a engenharia financeira náo competia á Diretoria de Marketing.
O SR. CESAR BORGES (PFL - BA) - Não ocorreu a V. Sa nunca que essa é uma administração temerária, se adiantar recursos públicos, recursos de uma estatal para uma empresa de publicidade?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Senador. essa decisáo náo era da minha alçada. até porque o repasse de recursos não era feito pela Diretoria de Marketing. 0 s recursos saiam, e eu demonstrei isso, do Fundo Viçanet para a agência. Eu era informado do valor que estava ... desculpe, a disposição na Visanet quando chegava a nota.
O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Mas V. Sa deu o 'de acordo". Quando deu o "de acordo'. V. Sa não assumiu a responsabilidade?
I O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - Sr. Presidente, Deputado César Borges..
O SR. PRESIDENTE (Delcídio Amaral. PT - MS) - O Senador César Borges está com a palavra.
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O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Eu até concedo, se o Deputado Eduardo Paes quiser fazer uma intervenção usando meu tempo.
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - Sr. Presidente, talvez V. Ex' não saiba, "7 mas ele dizer que foi informado do valor quando recebeu a nota náo é verdade. O Sr. , O
Pizzolato, o Fundo de Constituição Visanet - e aqui estão os documentos que comprovam - < \ - .
está definido, por exemplo, o ano de 2003: o Fundo de Incentivo Visanet é criado e mantido total para o exercicio fiscal de 2003 o valor aprovado pelo Conselho Visanet é de cem milhões. Os recursos existentes no Fundo de Incentivo Visanet seráo compartilhados pelos entes incentivadores de acordo com a participação acionaria que cada um possui. O Sr. Piuolato -isto é Fundo de Constituição Visanet. ou seja, o valor está colocado bem antes - assina uma nota técnica, despacho assinado com ele, o Sr. CIAudio de Castro, o Sr. Douglas Macedo, o Sr. Fernando Barbosa. e no ano de 2003. em que ele afirma que em 2003 o Fundo Emissor da Visanet disponibilizara o valor de 23 milhóes de Reais para dar continuidade às ações de comunicação.
Ele não pode-vir aqui, Sr. Presidente, não é aceitável - epeço desculpas ao Senador César Borges por interrompê-lo - dizer que não sabia quanto era o valor, quando ele
! assina uma nota, dA ciência, o "de acordo" numa nota técnica do Banco do Brasil, da diretoria dele, afirmando que o valor era de 23 milhões para 2003.
!
Nós não podemos aceitar esse tipo de coisa nesta Comissão Parlamentar de Inquérito, Sr. Presidente. É a segunda vez que eu faço uma intervenção como esta, V. Ex' nao estava aqui na anterior. Mas não é aceitável! São mentiras atrás de mentiras e com e - documentação que comprovam o contrário aqui. Portanto, quero só esclarecer e chamar mais uma vez a atenção do depoente para que ele se controle na falta de verdade. Agradeço a V. Exa, Senador.
O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Está ficando claro para todos nós, Sr. Presidente, que há uma tentativa do Sr. Pizzolato de se eximir de responsabilidade, como se ele não tivesse capacidade de decidir nada, mandava o Ministro Gushiken. V. Sa sabe que o Ministro Gushiken, após a sua entrevista à revista ISTOÉ, lhe chamou de mentiroso? O que é que tem V. Sa a dizer sobre isso? Ele disse que o senhor tenta jogar sobre ele a responsabilidade de atos nos quais não teve participação o Sr. Ministro. Então, ele diz que o
I senhor se esqueceu da reunião. o senhor mentiu sobre esse assunto.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Sr. Senador, no contexto da entrevista que foi publicada, é provável que o Ministro tenha tido essa interpretação.
I O SR. CÉSAR BORGES (PFC - BA) - Ela está com razão quando acha que o l i senhor mentiu?
• O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - No contexto da entrevista. Agora, eu pediria para o senhor ... eu já relatei como é que o repórter publicou essa matéria, em que condições o repórter publicou. Na realidade. os dados ...
O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - O Poleto disse que a entrevista foi sob efeito do álcool, por isso ele falou mais do que devia. V. Sa disse que foi efeito de um problema familiar. Quer dizer, sempre um desmentido sobre as entrevistas. As fitas, Sr. Presidente, estão disponibilizadas. O Deputado Jose Eduardo Cardozo disse que o repórter disponibiliza. Era interessante que nós pudéssemos confrontar.
Mas, Sr. Presidente, Sr. Henrique Piuolato, o Ministro interferia definitivamente na aplicação desses recursos. Sabia o Ministro que muitos desses recursos poderiam estar sendo utilizados para s formação de caixa dois e pagamento de despesas do Partido dos Trabalhadores?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Eu não detenho essa informação, nem o Ministro nunca conversou comigo sobre isso. A minha relação, Sr. Senador, com o Ministro era uma relação extremamente formal. Nós tínhamos reuniões periódicas. de algumas o Ministro participava. outras, seus assessores. E jamais se tocou num assunto dessa envergadura, num
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I
assunto que tratava desse tema. O que o Ministro recebia era, mensalmente, as informações e acompanhamento. ele, seu chefe de gabinete e mais outro assessor da Secom,
- uma planilha de acompanhamento de todos os gastos realizados com o orçamento do Banco i a. \,.o
27 3 e com os recursos Visanet, especificada por item e alguns detalhados da forma como eu anteriormente relatei. \ -
i O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - Sr. Presidente, uma questão de
ordem. se me permitir o Relator. Diz que tinha detalhado. Eu quero passar aqui o documento - eu sabia que o tinha -em que está registrado que náo havia detalhamento. Está aqui. Em 2003. em todas as operaçdes de 2003, em todas as antecipações realizadas, havia uma descrição do projeto e um questionamento interno sobre como se estava procedendo. Então. começa com o nome do cartão. a descrição, o objetivo, o público. o retorno. a forma de pagamento e, em detalhamento das ações em anexo, não. Náo havia detalhamento algum das ações. Isso naquele pagamento de R$23 milhões. Nesse de R$6 milhões, detalhamento das ações em anexo: não. Está aqui anotado. Era sim ou não, e está registrado náo. O de R$3 milhões ... Aliás, aqui já é o de R$35 milhões, detalhamento das ações em anexo: náo. Não havia detalhamento. Está registrado nos assentos do Banco do Brasil encaminhados a Visanet.
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Desculpe. Sr. Relator, apenas para eu poder me situar. esse documento é da Diretoria de Marketing? Eu não localizo a minha assinatura.
O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) -Quem nos mandou foi a Visanet. é do Banco do Brasil. timbrado, com registro.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Só para que fique bem claro, diante do compromisso que assumi com os senhores. quem esta assinando este documento é a Gerência decartões de Crédito. E eu não tinha ...
I O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - E essa gerbncia estaria afirmando uma coisa falsa?
Esse conteúdo, repetido nas várias operaçdes. dizendo-se que não havia planejamento, foi recorrentemente consignado uma falsidade que na verdade havia? V. Sa acabou de anunciar ao Senador que havia planos de aplicação.
I O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Eu não tenho essa informação precisa, Sr.
Relator. O que eu disse B que a Diretoria de Marketing fazia um planejamento. Se isso era repassado depois a Visanet, a forma como era repassado não era competência da Diretoria de Marketing. A Diretoria de Marketing não se relacionava com a Visanet.
e, , O SR. RELATOR (Osmar Serraglio. PMDB - PR) - A Última coisa em que vou interferir: V. Sa confirma, sob juramento, que teve, em algum momento, em suas máos, a relação do plano de aplicação dos R$35 milhões, assim como teve dos R$23 milhões? V. Sa viu, manuseou. teve conhecimento do plano de aplicação, em 2003. de R$23 milhões, e. em 2004, de R$35 milhões?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Eu posso afirmar ao senhor que. em 2003. eu participei de reuniões para discussáo e montagem do plano. A confecçáo do plano final, os documentos finais, nao eram da minha competência. náo ficavam sob a minha responsabilidade. Mas foram realizadas reuniões. sim, e eram realizadas de forma conjunta. Como isso se dava depois fugia da alçada da Diretoria de Marketing.
I O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Sr. Presidente. eu gostaria de concluir. I
O SR. PRESIDENTE (Delcidio Amaral. PT - MS) - Pode concluir. Senador César Borges.
O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Eu vou me valor do fato de que foi, na verdade. utilizado o meu tempo pelo Relator.
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O SR. PRESIDENTE (Delcídio Amaral. PT - MS) - Mas com a devida autorização de V. Ex".
O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Mas eu volto a insistir na tese de uma administração temerária, para não dizer outras palavras, para obter benefícios de adiantar um recurso tão substantivo para essas empresas.
A última pergunta: V. Sa estava orientado para beneficiar a DNA? Teve essa orientação? Porque. pelos volumes de recursos crescentes para a DNA quando V. Sa estava a frente da Gerência de Marketing, e também pela maneira da antecipação dos recursos, tudo há para nos levar a uma conclusão de que h& um favorecimento para a DNA durante esse período. V. Sa confirma isso?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Senador, eu não tinha alçada para fazer isso. eu não tinha competência. --
O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) -V. Sa recebeu essa orientação para favorecer a DNA?
I O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Não recebi essa orientação. Posso inclusive lhe afirmar ... Não recebi essas informaçdes ...
• O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Não, no seu período de administração. houve um crescimento da DNA nas operaçoes com o Banco do Brasil. Houve antecipaçáo de recursos ...
I O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Eu não recebi ... I O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Por que a DNA foi tão favorecida nessa
época, exatamente a empresa que está envolvida em adiantamento de recursos e empréstimos ilegais para o PT?
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - O banco seguia, Sr. Senador, estritamente as cláusulas contratuais e do edital. Os recursos orçamentários do Banco não poderiam ultrapassar 25Oh ou 40%. Se houvesse qualquer infração a isso, as outras agências reclamariam.
I O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Reclamaram? I i O SR. HENRIQUE PIUOLATO - E eu não tenho a informação precisa, quando
antes o Relator me perguntou, mas tenho quase certeza de que, no ano de 2004. outra e agencia . teve faturamento maior do que a DNA. Não obtive esses números ainda, mas lembro ...
I O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Diga qual agência
O SR. JOSÉ EDUARDO CARDOZO (PT - SP) - Senador César Borges. quero fazer apenas um aparte e perguntar. porque é a segunda vez que o depoente fala uma questao. se V. EP me permitir. O orçamento contratual dizia respeito as verbas do Banco do Brasil. As verbas Visanet não estavam obrigadas a esses limites mínimos e máximos. Estou errado?
I O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Contratualmente, não estavam. mas as agências, Deputado, tinham as informações e. se o banco não seguisse isso ...
I O SR. JOSÉ EDUARDO CARDOZO (PT - SP) - Estou satisfeito. I I O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Contratualmente, não estavam, mas, se o banco
não seguisse isso. elas reclamariam.
O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) -Tudo bem. Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Delcidio Amaral. PT - MS) - Muito obrigado. Senador César Borges.
Vou passar a palavra ao Deputado Eduardo Paes e, depois, faremos uma pequena interwpção de dez minutos aproximadamente, até porque o Sr. Pizzolato, em função da interwpção, está pedindo alguns minutos para poder comer alguma coisa.
Então, passo a palavra ao Deputado Eduardo Paes e depois faremos uma interrupção de dez minutos.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Sr. Presidente. quero saber a que horas V. Exa retomará a reunião, porque. a seguir, serei eu. Tenho de ir a uma reunião de
- comissão de trabalho na Câmara e voltar. - - - . -. . - - . - . . - -
I O SR. PRESIDENTE (Delcidio Amaral. PT - MS) - Sáo dez minutos de interrupção.
I Com a palavra o Deputado Eduardo Paes.
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) -Sr. Presidente, SPs e Srs. Deputados. vou, muito mais do que fazer questionamentos ao depoente. até porque confesso que, depois da
I do Sr. Piuolato nesta Comissão. não tenho dúvida de que a única coisa que ele não consegue dizer é a verdade.
Uma pessoa que manda um portador a um banco pegar R$326 mil. recebe esse envelope em casa e não sabe o que tinha dentro desse envelope é algo absolutamente inconcebível e inaceitável. Mas quero deixar muito claro com que ator estamos lidando. Quem o Sr. Piuolato. O Sr. Piuolato participa do Conselho do Banco do Brasil desde 1992, foi eleito representante dos funcionários do Banco do Brasil. participa do Conselho. Portanto, já de cara, Sr. Piuolato. eu diria a V. Sa que. certamente, sabia da existência do tal do fundo Visanet. não foi uma surpresa, já que V. Sa é um conselheiro assíduo, participante de tudo que se passa nos Conselhos que compóe.
V. Sa foi tesoureiro arrecadador da campanha do Presidente da República; foi nomeado diretor do Banco do Brasil na área de marketing por uma indicação, como disse bem o Senador César Borges, política; fazia parte do conselho de diversas empresas. o que lhe permitia uma remuneração mensal de algo em de R$50 mil, R$60 mil, como dito em seu Último depoimento. Em 15 de janeiro de 2004, o Sr. Pizzolato. que era o Diretor de Marketing do Banco do Brasil e que tinha um contrato com a agência do Sr. Marcos Valério, manda um boy da Previ ao Banco do Brasil e ao Banco Rural, para buscar R$326.6 mil. que entrega na
sa do Sr. Piuolato. que não sabe de absolutamente nada. O Sr. Piuolato afirma aqui que e . náo tinha conhecimento das campanhas que o Banco do Brasil realizava ou na sua diretoria ou por intermédio do Fundo Visanet, e ai me faz lembrar. como já lembrei. Sr. Presidente, Sr. Relator. SPs e Srs. Parlamentares. que o Sr. Piuolato ficou conhecido por todos nos - eu nunca tinha ouvido falar do Sr. Piuolato. também como não tinha ouvido falar no Sr. Delúbio -, ouvi falar nos dois pela primeira vez quando houve o show do Zezé de Camargo e Luciano, quando, para nossa surpresa. o Sr. Piuolato se utilizou de recursos da Visanet , alias o Banco do Brasil comprou R$70 mil em mesas para fazer uma promoção Ourocard num evento que seivia para patrocinar o Partido dos Trabalhadores.
O Sr. Piuolato. quando entrou na Diretoria, jogou toda a área de varejo para a DNA, consolidou uma posição a partir de 2003. Ourocard foi para a DNA, Visanet foi para a DNA. Anteciparam o processo de licitação que seria em 2005 para 2003. ou seja, dezoito meses de antecipação. buscando ter um certo poder de comando na escolha dessas agências. Aumentou o percentual de remuneração das agências de publicidade durante a sua gestão como Diretor de Marketing. E a DNA. agência do Sr. Marcos Valério, é justamente aquela que tem o melhor contrato. Mas. Sr. Presidente. é feito em 2004 um adit'wo contratual para cobrir o estouro do teto percentual de 40%, também com a participação do Sr. P io la to . sob o comando do Sr. Piuolato. se amplia a margem de faturamento e a decisão das decisões. Sr. Presidente -duas daquelas que são fantásticas -: o Sr. Pizzolato resolve concentrar todos os
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recursos da Visanet e quem mandava nos recursos da Visanet era a Diretoria de Marketing do Banco do Brasil, não era mais ninguém. A Diretoria de Marketing do Banco do Brasil - já li aqui e não vou ler de novo -tinha a responsabilidade pelo fundo que constituía a Visanet , de definir a aplicação de 33% de recursos de publicidade. De R$6 milhões cabia a esse cidadão que está diante de nós, durante dois anos, definir para onde iam os recursos. H
... .-
Mas ele resolve concentrar esses recursos, que vinham até então sendo partilhados - leiam os números: em 2001 a DNA recebeu R$12 milhões; a Lowe' recebeu R$13,650 milhóes do Fundo Visanet ; em 2002, a DNA recebeu R$4,5 milhões, a Lowe recebeu R$19 milhões; aí chega em 2003 se concentra tudo na DNA, agência do Sr. Marcos Valério. aquele do mensalão, aquele que saiu por ai distribuindo recursos aos amigos do Governo. E a DNA sai de R$4 milhdes para R$29 milhões. Em 2004, passa para R$44 milhões.
Nâo bastava isso. Sr. Presidente. e o Sr. Pizzolato - eu estou afirmando que é o Sr.Pizzolato e nada do que digo aqui é ilação. é suspeita, suposiçáo, o que estou afirmando aqui e verdade; está documentado.-Talvez e u tenh-a menos pudor do que o Relator porque o Relator tem esse papel fundamental de manter uma-certa Mstuia de imparcialidade na investigação. Mas. neste momento, o Relator dispae desses documentos - e isso é que é importante - nós temos uma nota técnica com o 'de acordo" do Sr. Piuolato. em 06/05/2003 - está aqui o nome e a assinatura dele. Provavelmente, ele vai dizer que é falsa e que não reconhece. E resolve-se iniciar uma antecipação de recursos.
Está aqui: "A proposta envolve direcionamento de verbas de R$23 milhões do Fundo @Visanel ...C i.] Em 2003. o Fundo emissor da Visanet disponibihará o valor de RI23 milhões
para dar continuidade a ações de comunicação ...[ sic] O repasse - Olhem só o documento que ele assina! - ocorreria diretamente para a DNA Propaganda mediante depósito em conta corrente - tem até o número da conta, Sr. Presidente! - no 602.00-3, agência 3032-5 junto ao Banco do Brasil, ficando a utilização de verba condicionada à aprovação de campanhas pelas Diretorias de Marketing. Comunicação e de Varejo."
E ele não sabia de nada. Está aqui o documento, do qual li uma parte. está aqui a assinatura do Sr. Piuolato. que diz assim: "Propomos aprovar aporte financeiro de R$23 milhões, na forma do item 5.7. Aprovar o repasse da verba para a agência de publicidade DNA. Ou seja, esse cidadão que está aqui é o único Diretor que assina o documento em que são repassados, por antecipação, os recursos para a DNA.
Sr. Piuolato, o senhor sabe quanto o senhor gerou? O senhor pode ser tudo. menos bobo, menos ignorante e menos conhecedor de aplicação financeira.
Ora, se alguém me der hoje 35 milhóes para eu aplicar e ficar com os rendimentos, 23 milhões para eu aplicar e ficar com os rendimentos ... Pelo amor de Deus, o senhor sabe
e quanto é que essa sua decisão gerou para a agência do Sr. Marcos Valério? Aquele mesmo com quem o senhor esteve lá. um dia, e, sem querer. pegou R$360 mil dele? E náo sabia, achou que fossem ingressos da Sapucaí - e eu conheço os ingressos da Sapucai? O senhor gerou. pela sua decisão. um ganho de cerca de R$4,5 milhóes de aplicaçáo. Só de ganho financeiro, de aplicação, porque o senhor resolveu antecipar o recurso para o Sr. Marcos Valério, para a agência dele, de R$4.5 milhões só de aplicação financeira, Sr. Relator, segundo levantamento feito pela assessoria desta Comissão Parlamentar de Inquérito.
Sr. Presidente. nao bastasse tudo isso ... E fico triste de o meu tempo estar terminando, mas acho que não tenho de perguntar nada, porque isso tudo está documentado. Perguntar aqui só se for, de fato, Sr. Presidente. para dar voz de prisão ao depoente, que nos faz de palhaços aqui o tempo todo.
Por acaso - e vou contar esta história -, quando o Sr. Pinolato autoriza esse repasse de verbas, ele é feito para uma conta da DNA que tinha um saldo zero. Não tinha um tostão lá dentro Ai a DNA recebe R$35 milhões. Deputado Pannunzio. Essa conta com saldo zero não recebe nenhum novo aporte até um determinado dia em que os amigos da outra ponta - Delúbio, Tesoureiro do PT, companheiro dele de arrecadaçiío na campanha do Presidente da República; companheiro dele. amigo, trabalhavam juntos lá -. o Sr. Delúbio resolve, em mais uma das suas, com o Sr. Marcos Valério, fazer um empréstimo de R$10
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milhões em nome do Rogério Tolentino. Por acaso, Sr. Piuolato, esses R$10 milhóes têm como garantia um titulo. um CDB. O contrato de penhor é um CDB do BMG.
(0, Esse CDB. por acaso, e comprado pelas agências do Sr. Marcos Valério com 10 milhões que - 0. 277 , saem do dinheiro que o senhor antecipou lá do Banco do Brasil. E do Banco do Brasil, sim. porque o Banco do Brasil que é acionista da Visanet e, portanto, é do Banco do Brasil. Não H . .d tem essa história de que o dinheiro náo é do Banco do Brasil. náo, porque o dinheiro é dinheiro público; é dinheiro do povo brasileiro, da instituição financeira que nos orgulha a todos, infelizmente maculada pelas ações de figuras como as de V. SE.
Não quero aqui parecer agressivo. mas o fato é que a gente vai passando um pouco do ponto, Sr. Presidente. Sr. Relator, com tantas mentiras e com tantas provas aqui colocadas.
Esses 10 milhões que saem do dinheiro da Visanet do Banco do Brasil compram 10 milhões de CDBs que vão ser a garantia desse contrato de 10 milhões. desse suposto
empréstimo- de-10 milhóes, que nunca-são pagos.. Alias. não eram pagos. não sei por que, uma vez que. hoje, todos nós descobrimos que o Delúbio tinha um milhão guardado no colchão. Ele pagou uma conta da Coteminas, não sei por que não pagava as dívidas dele. Devia ser algum tipo de fetiche, algum tipo de sonho, de delírio, que ele jogava dinheiro à noite, provavelmente, no colchão. Já tínhamos o dinheiro na cueca, nesse epis6di0, e, agora. temos dinheiro no colchão. porque ele pagou um ano depois a Coteminas sem qualquer tipo de aplicação.
Sr. Presidente e Sr. Relator, todos esses elementos estão aqui comprovados. A minha duvida e o único questionamento que faço ... E tudo que falei aqui. confesso a V. Sa que não lhe faço indagaçóes, não me interessa; não me interessa de fato ouvir os seus comentários a respeito, porque tudo o que eu disse aqui, posso provar. Aliás. esta Comissão Parlamentar de Inquérito. por meio dos seus trabalhos de investigação, comandados pelo Presidente Delcidio Amaral e pelo Deputado Osmar Serraglio. consegue comprovar tudo o que eu disse aqui.
Mas a minha duvida é uma s6: sei que V. S" não trabalhava sozinho. V. Sa foi nomeado para um cargo da importância de uma Diretoria de Marketing do Banco do Brasil. Não é pouca coisa. Olha que o pessoal gosta de cargo! Não é só este Governo, não. Esse negócio de distribuição de cargos tem em tudo quanto é governo. Besteira a gente ficar achando que isso é um grande crime. Aliás, náo tem problema nenhum que os Partidos aliados participem do Governo, que os quadros partidários ... desde que isso não signifique, claro, descontinuidade e assalto aos cofres públicos.
Mas eu sei que V. Sa não poderia estar agindo sozinho. V. Sa fez, já, uma acusação ao Ministro Gushiken. V. Sa, como tudo. nega: "Não fiz. não falei, o repórter é um louco alucinado que escreveu aquilo da cabeça dele, inventou perguntas e respostas.".
A pergunta que lhe faço é a seguinte: o senhor Gushiken tinha ou não tinha participação e conhecimento de todo esse processo que relatei agora, já comprovado pela CPMI? Peço a V. Sn que responda a pergunta, que se limite a responder a pergunta que acabo de fazer. para que eu possa-lhe fazer uma outra pergunta: o Sr. Gushiken tinha ou não tinha conhecimento desses adiantamentos? Foi o ordenador des sa... Foi a pessoa que determinou a V. Sa que fizesse isso? Aliás, é muito estranho, porque ele náo tinha nada que estar tratando de marketing do Banco do Brasil, mas vamos lá.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Sr. Deputado. eu queria apenas, para poder responder de forma bem precisa a sua pergunta, dizer ao senhor que o Banco do Brasil, no dia 04 de novembro. publicou uma nota onde está muito bem explicito, muito claro, que a prática de adiantamento dos recursos do Fundo de Incentivo Visanet ocorre desde 2001. quando esse fundo foi criado.
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - O Banco do Brasil a que o senhor se refere é esse mesmo Banco do Brasil e essa mesma diretoria que fez isso tudo agora que estou dizendo aqui?
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O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - O Banco do Brasil também diz. na mesma nota: " ~ ã o existe fato material para que se possa afirmar que ..." 278
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - Sr. Presidente, eu peço licença e vênia, uma vez mais, para interromper o depoente. -. .
Ele leu uma nota de 04 de novembro. Eu vou ler a de 03 de novembro.
Eu quero dizer a V. Sa que o seu sucessor... Como é o nome dele, Deputado Osmar Serraglio? Desculpe-me, eu esqueci o nome do atual diretor de marketing do Banco do Brasil.
O SR. RELATOR(0smar Serraglio. PMDB - PR) - Cafarelli'.
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - O Sr. Cafarelli esteve aqui, comigo e com o Relator Osmar Serraglio. E sabe o que ele disse - o atual diretor, que lá está - para mim e para o Relator Osmar Serraglio? Que V. Sa começou esses adiantamentos, que V. Sa é que concentrou na DNA, e mais, o Banco do Brasil ... V. Sa não venha aqui tentar se acobertar por notas a imprensa do Banco do Brasil, porque o Banco do Brasil fez. no dia anterior nota que o senhor leu, uma nota também a imprensa deixando muito claro ... E o documento que fala - alias, esqueci de dar esse detalhe. foi bom que V. Sa me lembrou ... O Banco do Brasil já está cobrando. durante a sua gestão, do Sr. Marcos Valério, R$9 milhóes de volta e não é aquele negoao de que está apurando ainda. não. Tem. aqui. um documento que comprova que o
anco do Brasil já notificou a DNA para devolver. E informa. nessa nota, que está tomando as 9 6 ' . providências judiciais para reaver esses recursos, ou seja, o Banco do Brasil - eu náo quero, aqui. debater notas à imprensa mais recentes do Banco do Brasil -, no dia 03 de novembro, solta uma nota que confirma as informações dadas na entrevista coletiva pelo Deputado Osmar Serraglio e, no dia 04, solta uma outra nota.
Portanto, eu quero que ... Conheço o teor da nota do Banco do Brasil. No dia 03 eles confirmam e, no dia 04 eles negam. Portanto, eu confesso a V. Sa que essa nota não nos interessa. porque ela não vale absolutamente nada. é uma simples nota a imprensa. O resto sáo documentos oficiais.
Eu lhe fu uma pergunta: o Sr. Gushiken tinha conhecimento, participou, foi ele que lhe determinou que fizesse esse adiantamento à DNA na data em que foi feito?
A pergunta ... Sr. Presidente, eu peço a V. Exa que instrua o depoente a responder, objetivamente. a pergunta que fu.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Vou responder apenas para que não fiquem imprecisaes, Sr. Deputado. a
O Banco do Brasil emitiu uma correspondência a agência DNA dizendo que há pendências de conciliação de recursos. E o banco esclarece que foram realizados ...
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - Sr. Presidente. eu não vou ficar deixando o depoente mentir, aqui, sem que eu possa contestá-lo.
Item "e" da nota do dia 03 de novembro, Sr. Piuolato: 'Com relação á diferença de 9.1 milhões, o Banco do Brasil encaminhou, em 21 de outubro de 2005, notificação extrajudicial a DNA, tendo em vista que até o presente momento encontra-se pendente de conciliação e aplicação desses recursos em ações de marketing referentes a projetos autorizados pelo Banco do Brasil.".
Independentemente desse procedimento. o Banco do Brasil já está adotando as medidas judiciais cabiveis. Portanto, V. Sa não tente. aqui, desmontar algo que é um documento produzido pelo próprio banco, que foi entregue a mim e ao Deputado Relator aqui, pelo atual Diretor de Marketing, que o sucedeu e que. tenho certeza, morre de vergonha de V. Sa como funcionário do banco.
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Na mesma tarde em que o Deputado Osmar Serraglio fez a sua entrevista coletiva. [O),
o Banco do Brasil confirmou a informação. Portanto. não tem o que admitir. Então, V. Sa tem 279
h
que entender que uma pessoa que manda um boy pegar R$360 mil em um banco; recebe em 3 casa e diz que não sabe o que tem Ia dentro, se assusta com o valor. fica com cara de .. - - impressionado não tem credibilidade perante esta Comissão, pelo menos perante o Deputado ~ que lhe está argüindo. Eu lhe fu uma pergunta objetiva que diz respeito a essa sua relação. 1 Eu tenho certeza de que V. Sa não agiu sozinho;eu tenho absoluta convicção disso. Acho que V. Sa e essa sua fidelidade é algo fantástico, que me impressiona! I
A pergunta que lhe faço é - e não tente mais desmentir as afirmações que faço, porque tudo o que eu disse tenho a documentação para comprovar -: o Ministro Gushiken foi quem lhe deu essa determinação, como V. S' disse, em sua entrevista à revista ISTOÉ ou Epoca -, não me lembro ao certo qual a revista?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Deputado, V. Ex" acabou lendo e confirmando o que eu havia dito. O Banco, disse: "wnciliaçáo".
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - Sr. Presidente. eu gostaria de obter a resposta.
O SR. PRESIDENTE (Delcidio Amaral. PT - MS) - Sr. P io la to , eu pediria a V. Sa. até porque faremos um intervalo, que respondesse a indagação do Deputado Eduardo Paes,
esmo porque não podemos ficar duelando com documentos: um lê uma coisa. o outro lê e u t r a . . . Então. que V. Sa fosse objetivo.
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - Sr. Presidente. o Deputado que vos fala lê documentos da CPMI, adquiridos por V. Exa. portanto, comprovados. Quem faz ilaçóes é o Depoente. Há uma diferença enorme.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Na exposição inicial, Sr. Deputado, disse que fui ao Ministério e informei ao Ministro da existência dos recursos.
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - V. Sa não sabia da existência desses recursos?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Eu soube quando fui procurado ...
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - Apesar de fazer parte do Conselho do Banco do Brasil, desde 1992. V. Sa não sabia?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Eu fui Conselheiro do Banco até 1996, Sr. D e p u t a d o .
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) -Perfeito. Depois V. Sa saiu
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Depois, eu não fui mais Conselheiro do Banco. O meu mandato expirou em 1996.
Quando o Banco decidiu participar da Visanet, eu não era mais Conselheiro do Banco.
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - O Sr. Gushiken determinou a V. Sa que procedesse ao adiantamento dos recursos?
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - O que eu mostrei ao Dr. Gushiken foi a nota e o informei que existiam os recursos da Visanet.
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - Sr. Piuolato, se V. Sa não quiser responder. não responda. Mas eu estou lhe fazendo uma pergunta objetiva: o Ministro
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Gushiken determinou a V. Sa que fizesse o pagamento à Agência DNA?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Ele disse-me que era para assinar as notas ...
/ / O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - 'Assinar a nota" significava o quê? Por que .~ .
V. Sa tinha de assinar a nota?
I O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Porque eu tinha que dar o "de acordo".
O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - O "de acordo" de V. Sa significava autorização?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Significava que a Diretoria de Marketing iria estruturar as campanhas com os recursos da Visanet junto com os demais ...
I O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) - Sr. Presidente, estou satisfeito.
I Vejo que o Depoente não quer responder. e eu não vou ficar aqui
I Sr. Presidente, gostaria de trazer um documento..,
@ O SR. PRESIDENTE (Delcidio Amaral. PT - MS) - Sr. Deputado, peço a V. Exa que conclua, porque há muitos oradores inscritos.
I O SR. EDUARDO PAES (PSDB - RJ) -V. Exa tem razão.
Para concluir, Sr. Presidente, quero mostrar a esta CPMI um documento que me foi entregue à época do show de Zezé de Camargo e Luciano, que talvez confirme essa relação muito proxima e a participação da Secom' nas decisdes dessas verbas da Visanet. Consta deste documento uma ficha de acompanhamento de compras e contrataçóes efetuadas via agência de publicidade ou BB Turismo', à qual justamente faz parte do processo do show de Zezé de Camargo e Luciano - é o tal de premiação Agência DF. E lá. no acompanhamento dos processos, existe algo semelhante quanto aos procedimentos adotados por esta organizada CPMI. algo interessante que são "passos". EntCLo, o Passo 4 diz respeito à aprovaç3o dos custos pela Secom e meios de planilhas e açóes e divulgaçóes. Ou seja, a Secom sempre soube de tudo; até dos R$70 mil do show de Zezé de Camargo e Luciano.
I Era isso. Sr. Presidente.
Agradeço a paciência de V. Exa.
O SR. PRESIDENTE (Delcidio Amaral. PT - MS) - Quero. aqui, fazer um comentário por achá-lo pertinente. Estamos tratando de um assunto de fundamental importância e associado a uma das instituições mais sérias e responsáveis do Brasil que se chama Banco do Brasil. Acredito que aqui vários Parlamentares têm experiência executiva.
Então, Sr. Henrique Piuolato. eu gostaria de fazer um registro. Entendo até a situação. o que tudo isso lhe tem causado, mas algumas afirmaçóes têm que ser bastante refletidas, porque a um diretor do Banco do Brasil não se concebe desconhecimento de determinadas decisaes, especialmente voltadas para a sua área. Outras empresas, que não o Banco do Brasil, empresas até menores, mesmo que uma outra área de interiace com a diretoria se posicione, normalmente o diretor da área é consultado; os orçamentos. mesmo que venham a ser remanejados. ou movimentados por uma outra área. ou decisóes ligadas a áreas meio, necessariamente passam pelo Ok das áreas fins. Portanto, deixo esse registro porque. até entendo, h$ uma estratégia clara de defesa, há uma estratégia clara associada aos advogados competentes que V. SB tem, mas algumas coisas não podem ser colocadas de uma maneira tão frugal, de uma maneira tão superficial que, no meu ponto de vista. depõe até contra a história e contra os empregados de uma instituição absolutamente importante como é o Banco do Brasil.
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, > * - .
Quero s6 chamar a atenção para V. Sa porque determinadas coisas não convencem. A:/ z~
até porque os Parlamentares conhecem muito bem como funciona uma instituição como o :,- Banco do Brasil e também como funcionam outras empresas estatais. Portanto. a despeito de toda uma estratégia de defesa, a despeito do constrangimento. da situação que V. Sa passa, , que entendo. e todos n6s temos essa percepção, de tudo aquilo que isso representa na vida e na família de cada um. mas determinadas noções simples e até noçóes 6bvias de gestão, peço a V. Sa que não insista. ou num eventual desconhecimento ou numa eventual participação. porque determinadas decis6es são absolutamente compatíveis com a hierarquia que funciona numa instituição. como é a do Banco do Brasil, que tem uma grande hierarquia e grandes empregados.
Portanto. alerto que V. Sa precisa, ao longo do depoimento, atentar para esses detalhes, até porque, de certa maneira. o que se passa ao longo do depoimento é que o Banco do Brasil seria uma verdadeira barafunda, uma verdadeira torre de Babel, uma coisa que ele não é definitivamente. e todos nos sabemos disso - muito pelo contrário. é uma grande instituição.
Vou interromper os trabalhos por dez minutos. Voltamos com o Deputado Arnaldo Faria de Sá.
(Suspende-se a reunião i 6 horas e 44 minutos.)
e (Reabre-se a reunião 17 horas e 06 minutos.)
O SR. PRESIDENTE (Delcidio Amaral. PT - MS) - Está reaberta a reunião
Passo a palavra ao Deputado Arnaldo Faria de Sá, que tem 15 minutos.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) -Obrigado, Sr. Presidente.
Sr. Henrique Piuolato, quem são os seus advogados? (Pausa.)
O SR. PRESIDENTE (Delcidio Amaral. PT - MS) - Por favor. o nome dos advogados.
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Dr. Mario de Oliveira Filho e Dr. Roberto Amaral.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Por que o senhor. por meio dos seus advogados. tentou conseguir um habeas corpus?
, O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Foi estratégia dos advogados e eu. tecnicamente,
não tinha como me opor.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - Essa estratégia foi usada da outra vez e também foi negado. O senhor não acha que a reincidencia na estratégia é um equívoco?
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Eu náo tenho como opinar sobre isso. Deputado. Eu apenas mantenho o meu compromisso de falar a verdade, como venho fazendo até agora. Tenho dito tudo o que sei. e é esse o meu compromisso, que quero aqui cumprir.
i O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP) - A impressáo que tem passado, Sr.
Piuolato. é que o senhor está tentando defender alguém, livrar o problema de alguém e. a partir do momento em que assume essa estratégia. o senhor esta assumindo a responsabilidade sozinho; está tomando tudo para si. Será que a sua família concorda com isso?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Deputado. estou falando o que eu sei para poder auxiliar esta Comissão. Eu não poderia fazer ilações e não poderia afirmar fatos ou eventos
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O SR. PRESIDENTE (Delcldio Amaral. PT - MS) - Quero registrar que alguns. Deputados tiveram de sair porque está havendo votação nominal na sessão da Câmara. Aproveitarei para dar as palavras aos Deputados presentes.
O Senador Aelton Freitas não se encontra nem o Deputado ACM Neto.
Tem a palavra o Deputado Onyx Lorenzoni. Depois do Deputado Jorge Bittar, passarei a palavra ao Deputado Murilo Zauith e ao Deputado Antonio Carlos Pannunzio.
I Com a palavra o Deputado Onyx Lorenzoni.
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Estou fazendo muitas contas por uma razão. Em 19 de maio de 2003, houve a transferência de R$23.3 milhões para a Visanet. O senhor participou da autorização dessa transferência?
I O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Da transferência da Visanet ...
I O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Para a DNA.
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - A Visanet nâo foi feita pela Diretoria de Marketing. Sr. De~utado. Os recursos. conforme iá mostrei ...
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Está aqui a sua assinatura.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Esses recursos eram de uma nota interna ... ~ O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Estou vendo aqui: aprovar após financeiro
R$23,3 milhões; aprovar o repasse da verba para a agência de publicidade DNA. Aqui está o Cláudio de Castro Vasconcelos, o Douglas. sete. Despacho da Diretoria de Marketing e Comunicação. De acordo, em 6 de maio. Sua assinatura. Fernando Barbosa de Oliveira. Então, o senhor assinou.
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO -Mas era interna do Banco. O aporte não foi feito do Banco para a DNA. Foi feito da Visanet. Havia necessidade de uma tratativa ...
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Havia necessidade da sua aprovação, não é?
~ O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Náo.
e O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Certo?
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Com licença.
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) -Tanto que o senhor recebeu orientaçáo de assinar
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Não. Havia necessidade do meu de acordo ou da minha assinatura, desculpem-me, para que o Banco realizasse, por meio de sua estrutura de marketing. as campanhas de publicidade. Como expliquei no inicio ...
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Eu já entendi.
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Caso conbário, a área de cartão de créditos. por ser uma subsidiária do Banco, deveria demandar, ou uma estmtura externa. ou a contratação de uma nova estrutura.
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) -Eu já compreendi.
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I
I Deixe-me perguntar-lhe algo que encontrei nos contratos do Banco do Brasil. em
que várias operações em que há retorno, por exemplo, daquela bonificação, a contratada, que no caso é a DNA. fica com 15% - há um ~adrão de mercado de 20% - e o banco fica com I
5%. Correto. ~eoicamente. deveria ... ~ e n h b aqui a cláusula 7: Desconto Padrão de Agências, L - '
do contrato que o senhor assinou com as três agências e que é padrão. já vi isso em outros contratos. Desconto padrão de agência é de 20%, e ai a cláusula 7.2 dispõe que. quando do pagamento de cada uma das faturas de veiculação, as contratadas repassarão ao banco, sob forma de desconto, parte do desconto padrão, cabendo o valor correspondente à veiculação - 15% às contratadas e 5% ao banco. Certo? Então. isso era ...
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Essa era uma cláusula comum a todas as agências.
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Sim, todos os contratos. Não estou questionando isso. O que estou querendo trazer para sua análise é o seguinte: primeiro. eu não acredito. com todo respeito, que uma pessoa que o senhor diz que contratou oito vezes liga para o senhor e diz que o senhor tem de buscar o embrulho. E o senhor vai e busca o embrulho. Quer dizer. o senhor manda alguém buscar. mas alguém sob as suas ordens diretas. Aí, o senhor, que é um homem tão atento. foi tão detalhista em procedimentos dentro do banco ao longo de sua trajetória - o senhor referiu aqui -. o senhor, que é um homem de comunicação. de marketing, recebe um envelope, que nem abre, e o que mais grave. esse valor é de R$326.660.67. Esse é o dinheiro que o Sr. Luiz Eduardo Ferreira da Silva. a seu ornando - está reconhecido. liquido e certo -. foi buscar. E, desde que ouvi isso. bati a
m a b e p porque ninguém me tira a idéia de que isso é comissão. Na minha opinião. uma comissão montada, sim. Daquela autorização que o senhor foi instado a dar, de R$23,3 milhões, se o senhor aplicar 5%, que é razoável. achará R$1,165 milhão. Acabei de falar com um contador amigo e perguntei quanto seria aproximadamente, no primeiro mês do ano, porque o repasse ocorreu em janeiro, alguém que trabalhasse com lucro presumido. Ele me disse que de Imposto de Renda e Contribuição Social são 7,68%; de Cofins, são 3Oh; de PIS, 0,65%, e. de ISS. depende de onde está baseada a empresa. que pode variar, mas dá uma média de 3%, 4% ou 3,5%, depende do acordo do municipio. Isso dá um número ao redor de 16%. E digo ao redor porque precisarlamos ter a contabilidade da DNA ou da SMPBB. isso obteremos, para sabermos exatamente o número. Aplicados sobre os R$1,165 milhão, restam, na minha conta de 16%. que vai ser um pouquinho mais, um pouquinho menos, R$978.6 mil. Divididos por três, dá R$326,2 mil, ou seja. com uma proximidade que vai quase ao detalhe do dinheiro que o senhor recebeu.
O senhor acha que tudo isso é uma coincidência? Tudo isso é uma f i w o ? Ou o senhor recebeu um dinheiro que não sabe para quem deu? O senhor é incapaz de identificar o receptador do dinheiro? Então. se o senhor não é capaz de identificar para quem entregou, o senhor ,é o receptador. Náo posso fazer nada. 0 s seus advogados sabem o que estou dizendo. E um ônus que o senhor está assumindo. O senhor é o receptador de dinheiro. E por
." ue o senhor receberia um dinheiro quebrado? Vamos lá. Todos os repasses feitos ao Partido dos Trabalhadores foram arredondados. O senhor seria o único caso. em toda essa situação. em que o dinheiro foi quebradinho. Por que foi quebradinho? Porque a agência fez o desconto dos impostos; porque ela deve ter emitido uma nota para tirar o dinheiro; ou arrumou uma nota fiscal. como ela fez - ela é useira e vezeira em fazer isso; separou o dinheiro e mandou para o senhor! O senhor acha que isso é ficção? Ou o senhor acha que isso tem alguma dose de razoabilidade diante de uma circunstância que depois se repete? Na minha opinião - não o estou acusando. estou raciocinando -, com a sua demissão do Banco do Brasil. o senhor e quem mais com quem essa partilha era feita perderam um montão de dinheiro, porque 5% sobre 35 milhões era uma dinheiro muito mais interessante. E talvez o senhor tivesse ainda a receber, segundo os números que a nossa CPMI tem, valores maiores. O que conseguimos rastrear é isto: esse recebimento dos 326.660. Se for analisada a contabilidade da DNA, quero dizer que é possivel uma auditoria conseguir identificar qual era a composição tributária, no mês de janeiro deste ano. e acho que dá para chegar muito perto desse valor que o senhor recebeu quebrado. A comissão era para o senhor ou era para outra pessoa?
O SR. HENRIQUE PUZOLATO - Deputado. todos os meus bens. todo o meu patrimônio está legalmente declarado em imposto de renda. Centavo por centavo do meu patrimõnio eu consegui através de salários, com muito trabalho. com muito sofrimento. inclusive relegando, muitas vezes. a minha família a segundo plano. Minhas declaraçóes de
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renda e extratos bancários eu já disponibilizei a esta Comissão, da primeira em que estive aqui. e anteriormente já os havia disponibilizado à Policia Federal. Portanto. estou - muito tranqüilo quanto a isso. Ademais. não quero desmerecer o seu raciocinio. Apenas quero
284 dizer o seguinte: o processo decidrio envolvia um grande numero de pessoas no Banco, envolvia os conselheiros da Visanet que estavam no Banco. envolvia as diretorias, as outras diretorias. conforme iá demonstrei. Então. não teria Dor aué ... O meu ~ 0 d e r de decisão não era não era decisivo em nadanesse pr&ssb. porque, se 8 Conselho da Visanet decidisse não aprovar os recursos ou se o Conselho da Visanet decidisse não repassar os recursos da forma como já havia sido estruturado. em 2001 e em 2002, essa equação ...
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) -Sr. Henrique Piuolato
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - ... essa equação perderia a Iógica, porque, guardada essa equa@o ...
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - S6 há um fato aqui, Sr. Henrique.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - ... guardada essa equação, em 2001 e em 2002, deveria haver a mesma justificativa.
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Bem objetivamente ... Acontece que, nessa época, o Sr. Marcos Valério não tinha relação com o seu Partido. É diferente. Tudo passa a
g c o n t e c e r . poyue 0 Sr. Delúbio disse que conheceu o Sr. Marcos ValBrio assim. ao acaso, entre o primelro e o segundo turno da eleição, e rapidamente todas as coisas se organizaram. Quer dizer. talvez, desses quatro que assinaram essa autoriiação. alguém talvez nao tenha recebido, ou recebeu e está em uma outra conta. O que quero dizer ao senhor, de maneira objetiva é que, se o senhor me disser: eu entreguei o dinheiro para o senhor "fulano de tal" por ordem do seu. .. Quem é que mandou buscar o dinheiro na sua casa? Para onde 6 que foi o dinheiro? E eu nem estou levantando o fato de compra de apartamento, nem estou levantando isso - também isso vai ser fruto da investigação - porque tenho pouco tempo e tenho outra coisa para lhe perguntar. Agora ...
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Se eu puder lhe auxiliar, Deputado
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Agora, para onde é que foi o dinheiro? Quem pegou o dinheiro na sua casa? Qual é o nome da pessoa?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - A informação que eu recebi era de que seriam documentos. E eu, quando o continuo me trouxe, acreditei que fossem documentos relacionados à questão de publicidade, pelo volume que aquilo representava e pela forma como os envelopes estavam lacrados. Pela pessoa que veio buscar e da forma como me foi w, era uma pessoa do PT.
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Nome? Nome da pessoa! E para quem ela levou? Quem a autorizou a pegar o dinheiro? Quer dizer, o senhor não conhece o Marcos Valério, o Marcos Valério esteve com o senhor meia dúzia de vezes. Ai ele liga para o senhor e diz: - 6. vou lhe mandar ai alguma coisa.
E "alguma coisa" é uma grana pesada ...
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Deputado?
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - O senhor não só manda buscar. mas ainda passa adianta sem tomar nenhuma atitude. Olha, Sr. Henrique Pizzolato. se a gente trocasse de posi@o. o senhor não ia aceitar. porque falta razoabilidade. falta bom senso. O que tem de razoabilidade e lógica no que estou dizendo!! O seu problema é o seguinte: o senhor contrapóe a lógica a irracionalidade, o senhor contrapõe a racionalidade uma série de argumentos que são frágeis. Quer dizer, que história é essa de repassar 326 mil para alguém no Rio de Janeiro que o senhor não sabe, náo viu. não conhece, nunca viu, não sabe nem que jeito tem a pessoa? Por favor!
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Além do que. a informação que temos é a seguinte: que o senhor, porque participou da arrecadação da campanha de Lula ... Lá no Banco do Brasil. não é verdade essa postura
. humilde e submissa. A informação que nós temos de dentro do Banco do Brasil é de que o senhor, mais de uma vez, literalmente. peitou o Sr. Carlos Casseb. Tanto que fu aqui a convocacão - amanhã vamos votar - c ara trazer o Sr. Carlos Casseb. ~oraue nós precisamos . ...'.V . . começaia parear quem diz a verdade'e quem está mentindo.
A informação que temos de dentro do banco é que o senhor era um homem pró- ativo dentro do banco. O senhor não era homem de levar recado. Ao contrário. o senhor mandou recado para muita gente dentro do Banco do Brasil. E tem muita gente que nos procura nos corredores trazendo as açaes que o senhor desenvolveu no Banco do Brasil . Porque todos diziam que o senhor teria as costas quentes. que o senhor seria uma indicação direta de Lula.
Portanto. o senhor não estava no Banco do Brasil devendo para ninguém da parte de baixo do poder. O senhor estava no Banco do Brasil a serviço da parte de cima do poder. Por isso talvez se possa explicar a questão referente à escolha, coincidentemente, da DNA no caso do Banco Popular. Quem controlava a verba? Náo era a Visanet, não! Era o senhor. A verba de publicidade lá ...
O SR. PRESIDENTE (Delcidio Amaral. PT - MS) - Deputado, concluindo, Deputado Onyx Lorenzoni.
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - É uma pena. Presidente. mas a coisa esta indo bem, não é?
O SR. PRESIDENTE (Delcidio Amaral. PT - MS) - Mas o senhor pode se reinscrever.
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Mas eu peço a vênia de V. Exa.. Dois minutos. Não mais do que isso.
O SR. PRESIDENTE (Delcidio Amaral. PT - MS) - Um minuto somente, Deputado ...
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Esta bem negociado assim Um minuto esta bem negociado.
O SR. PRESIDENTE (Delcidio Amaral. PT - MS) -...porque existem outros oradores a i aguardando.
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Ok, Presidente. eu já me reinscrevo porque @tenho mais coisas para perguntar.
O fato é que. quando houve aqui nesta Comissáo Ivan Guimarães. ele disse que houve uma reunião marcada por sua Diretoria com o Vice-presidente do Banco do Brasil, para decidir se iria ser a DNA ou a Kali Assunção; que o Banco Popular ficou completamente de fora da decisão; e que o núcleo decisório do Banco do Brasil era onde o senhor comandava. Lá tomaram a decisão de transferir os recursos da conta do Banco Popular para a DNA - aquela mesma operação extremamente inteligente de gastar 30 milhóes em publicidade e propaganda e operar 24 milhaes. Só um banco público para fazer isso. Em nenhum outro lugar do mundo alguém faria um negócio desse tipo.
Então, quando o senhor vem aqui e diz que o banco teve um periodo - enquanto o senhor esteve lá no Marketing -de alta qualidade ...
O SR. PRESIDENTE (Delcidio Amaral. PT - MS) - Deputado Onyx. concluindo.
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - ... é no mínimo questionável. Por que é que o senhor escolheu de novo a DNA? Porque ja estava estimulado pelo dinheiro de janeiro? Foi essa a razão da escolha da DNA? Porque essas operações significariam novas e futuras
file://G:\12%2007%2005%20henrique - pimlato.hmi 23/03/2006
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comissões ao senhor? Quem mente? O presidente do banco popular ou o senhor? O senhor aceitaria uma acareago com o senhor Ivan Guimaráes? Aqui?
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Aceitaria.
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Essa é a pergunta e depois eu volto porque tem o episódio Gushiken, que acho que tem coisa interessante.
O SR. PRESIDENTE (Delcídio Amaral. PT - MS) - Deputado Onyx, concluindo porque eu jh ...
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Já concluí. Sr. Presidente. c só ele me responder como foi a decisão do Banco Popular.
Muito obrigado, Presidente Delcídio
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Deputado. o Banco Popular tinha uma gerência de publicidade, marketing e propaganda. que era ocupada por uma pessoa externa ao banco, que fazia a parte do dia-a-dia e os pequenos trabalhos e fazia o intetface do Banco Popular com a área de marketing do banco. No caso específico a que o senhor se refere. a diretoria de marketing recebeu o pedido do Banco Popular para realizar a campanha de lançamento do Banco Popular. Então era o briefing já continha o período em que seria feito o lançamento e o
e o l u m e de recursos que o Banco Popular estava disponibilizando para que fosse feita essa campanha.
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - O Banco Popular não tinha dinheiro. Foi transferido.
O SR. HENRIQUE PIZZOLATO - Mas contabilmente eles ofereceram porque, no briefing do documento, quando é solicitado. conforme já demonstrei as seqüências dos processo no banco, que eram muito organizadas, há necessidade de que se faça referência aos recursos. A diretoria de marketing repassou essa demanda ás agências que prestavam serviço ao banco. As agências trouxeram as propostas junto com o Banco Popular foram discutidos, feitos os ajustes e concluídas as propostas de cada uma das agências por ser primeiro evento de publicidade grande do Banco Popular e por conter o lançamento da marca Banco Popular o Conselho Diretor do banco, composto por sete vice-presidentes e pelo presidente. avocaram para si a análise das campanhas. As campanhas foram apresentadas. Os vice-presidentes e o presidente escolheram a campanha da DNA. Eu apenas estive na sala conduzindo os responsáveis das agências pelas campanhas para apresentar para o banco.
, O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - O presidente do Banco Popular participou
da decisão?
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - O presidente do Banco Popular assistiu. Náo tinha direito a voto. Ele náo era do colegiado. A campanha foi decidida em voto. Consta em ata da reunião do conselho diretor do banco. Acredito, Deputado, apenas para completar a informação e para que a gente possa averiguar os fatos, inclusive documentalmente. o Banco Popular, até o lançamento da campanha nacional, vinha tendo uma adesão média de dois mil novos clientesldia.
No período em que a campanha de lançamento do Banco Popular foi veiculada nos mais diferentes tipos de mídia o incremento de clientesldia saltou para mais de dez mil. em m&ia doze mil. e houve alguns dias em que isso chegou a vinte mil.
O SR. ONYX LORENZONI (PFL - RS) - Publicidade funciona ... NinguBm está discutindo isso.
O SR. HENRIQUE PIUOLATO - Quando a campanha saiu do ar, a curva de crescimento de adesáo de novos clientes acabou depois novamente voltando ao seu estado
DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÁO
NÚCLEO DE REDAÇÃO FINAL EM COMISSÕES
TEXTO COM REDAÇAO FINAL
8 DEPoENTEIcoNvIDADo - QuALIFIcAçÃo
L
CONSELHO DE ETICA E DECORO PARLAMENTAR
SUMÁRIO: - Discussão e votação do parecer do Deputado Jairo Carneiro ao Processo Disciplinar no 8 (Representação no 43), de 2005, instaurado contra o Deputado Joáo Magno.
- Discussão e votação do parecer do Deputado Orlando Fantazzini ao Processo Disciplinar no 14 (Representação no 51), de 2005, instaurado contra o Deputado Pedro Henry.
EVENTO: Reunião Ordinária IN~CIO: lOhl2min (Com intervalos) TEMPO DE GRAVAÇÁO: 05h44min
OBSERVAÇOE~
A reunião foi por algumas vezes suspensa e reaberta. Houve intervenção fora do microfone. Inaudível.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Havendo número regimental,
I declaro aberta a 96. reuniao da Conselho de dtica e Decoro Parlamentar da
No: O106106 TERMINO: 18h51min PAGINAS: I19
1 Câmara dos Deputados.
DATA: 9/2/2006 DURAÇÃO: 08h39min QUARTOS: 70
I Encontram-se sobre a bancada cópias das atas da 94= e 95. reuniões.
I I
Tendo em vista a distribuição antecipada, indago aos Srs. Parlamentares se ~ há necessidade de leitura das referidas atas.
O SR. DEPUTADO BENEDITO DE LIRA - Peço dispensa, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Os Srs. Deputados que forem
favoráveis a dispensa da leitura da ata permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovada.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQCOM REDAÇÃO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Número: 0106106 Data: 9/2/2006
Trata-se de representação proposta pela Mesa da Câmara dos Deputados
contra o Deputado João Magno, com fundamento no art. 55, 11, §§ 2' e 3' da
Constituição Federal, combinado com o art. 4O, 1, IV e V, e art. 14, § 3' do Código de
Ética e Decoro Parlamentar, instituído pela Resolução no 25, de 10 de outubro de
2001, da Câmara dos Deputados.
A representação se funda nas conclusões da Comissão de Sindicância
constituida por ato da Presidência de 8 de junho de 2005, para apresentar relatório
sobre denúncias contidas no Processo no 133.567/2005, ligadas a um suposto
e esquema de compra de votos de Parlamentares pelo Partido dos Trabalhadores,
dito "mensalâo". O Relatório da Comissão de Sindicãncia conclui que a empresa
SMP&B efetuou, por intermédio do Banco do Brasil e do Banco Rural, pagamentos
ao Deputado João Magno que somam R$126.915,00, sendo R$41.000,00
diretamente a ele; R$50.000,00 a seu assessor Paulo Vieira Albrigo; R$10.000,00 a
seu assessor Charles Antônio Ribeiro; e R$25.915,00 a seu irmão, Hermínio Moura
de Araújo. O Representado constaria ainda da lista apresentada pelo Sr. Marcos
Valério como beneficiário de R$350.000,00. O relatório registra, finalmente, que o
Representado "admitiu que os recursos recebidos não foram contabilizados".
Em seu parecer final, o Corregedor da Casa, Deputado Ciro Nogueira, propôs
a Mesa que fosse oferecida representação contra o Deputado João Magno, com
fundamento nos supracitados dispositivos constitucionais e regimentais, no que foi
atendido.
Instaurado o processo por ato do Sr. Presidente do Conselho em 17 de
outubro de 2005, fomos designados Relator do feito em 18 de outubro de 2005.
O Representado foi notificado para apresentar sua defesa escrita em 18 de
outubro de 2005, conforme o art. 14, § 4O, inciso II do Código de Ética e Decoro
Parlamentar, combinado com o art. 7Odo Regulamento do Conselho, tendo recebido
cópia da respectiva representação, do Volume no 51 (relatório das Comissões
Parlamentares Mistas de Inquérito, parecer da Corregedoria e ata da Mesa Diretora)
e da relação de documentos dos autos da Comissão de Sindicância.
Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Número: 0106106 Data: 9/2/2006
A defesa escrita, entregue em 4 de novembro de 2005, vem acompanhada de
inúmeros documentos, entre os quais se destacam: (a) cópia do processo de
prestação de contas suplementar no TERIMG; (b) cópia das certidões da Câmara
Municipal de IpatingalMG atestando a aprovação das contas da Prefeitura
referentes aos exercícios de 1993 a 1996, bem como da declaração de bens
enviada a Justiça Eleitoral pelo Deputado Federal João Magno de Moura; (c) cópia
da comprovação detalhada da aplicação de recursos nas prévias partidárias e na
campanha do candidato João Magno de Moura para o cargo de Prefeito de Ipatinga
e em 2004; (d) cópia das declarações de diversos prestadores de serviços na
campanha de 2004, confirmando o recebimento de recursos cujos recibos não
estavam datados.
Na defesa, o Representado alega, em breve síntese: que a representação é
imprecisa, não demonstrando especificamente os fatos imputados, como também
exorbita das provas contidas nos autos da Comissão de Sindicância, devendo ser
arquivada in limine, por inepta; que agiu pautado pelo princípio da boa-fé, tendo
recebido os recursos em questão de seu partido, por orientação de seu secretário
nacional de finanças e planejamento do PT, Sr. Delúbio Soares; que os recursos
teriam sido integralmente empregados nas campanhas eleitorais de 2002 e 2004 e
não em proveito pessoal; que prestou contas ao TERIMG das eleições de 2002 e
a 2004, em caráter suplementar, tão logo recebeu os recibos do secretário de
finanças do PT; que não restou caracterizada sua participação em qualquer
esquema ilícito de recebimento de valores, sendo improcedentes, no mérito, as
acusações.
Por deliberaçao deste colegiado, o Representado foi notificado, em l 0 de
dezembro de 2006, para que se defendesse também quanto a conduta do art. 4O, 11
do Código de Ética e Decoro Parlamentar, ante a omissão dessa imputação na
representação original. Ressaltamos que a providência foi levada a cabo no intuito
de garantir ao Representado a observância dos princípios do contraditório e da
ampla defesa na sua mais larga extensão, em obediência aos ditames da
Constituição Federal.
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- - -
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQCOM REDAÇÁO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Número: 0106106 Data: 9/2/2006
O depoimento do Representado foi tomado em l 0 de dezembro de 2005.
Nessa ocasião, o Deputado João Magno declarou, em síntese, que a verba objeto
da presente representação lhe foi repassada pelo Sr. Delúbio Soares, na condição
de tesoureiro nacional do PT; que não recebeu do Sr. Delúbio Soares, de imediato,
a comprovação da origem dos recursos, mesmo a tendo solicitado reiteradamente;
que recebeu os valores pessoalmente e por meio de seus assessores, em espécie e
por transferências eletrônicas; que, assim que obteve a declaração do Sr. Delúbio
Soares comprovando a origem desses valores, prestou contas suplementares ao
a TERIMG; que empregou o dinheiro no pagamento de despesas das campanhas de
2002 e 2004; que não participou de qualquer esquema de compra de votos no
Congresso Nacional, tendo votado sempre segundo a orientação do PT.
Também em l 0 de dezembro de 2005, por iniciativa da defesa, foram
juntadas declarações suplementares de prestadores de serviços em campanhas
eleitorais do Deputado João Magno, retificando recibos anteriormente apresentados
onde não constava data do pagamento e, por nossa iniciativa, sentença em ação de
impugnação de mandato eletivo na Comarca de Andaraí, Bahia, que entendemos
relevante para o caso.
O Representado apresentou um aditamento de defesa em 12 de dezembro
de 2005, face ao novo enquadramento jurídico dado aos fatos por este colegiado,
usando de novo prazo que lhe foi concedido por esta Relatoria. Alega, em sua
essência, que jamais percebeu vantagens indevidas, tendo recebido em boa-fé
recursos transferidos pela direção nacional do PT, por meio de seu secretário de
finanças. Essas verbas teriam sido usadas exclusivamente para saldar dividas de
campanhas políticas, e não em proveito próprio, conforme prestação suplementar
de contas junto a Justiça Eleitoral. Requer, ao final, seja arquivada a representação,
por improcedente.
Duas testemunhas arroladas pelo Relator, Srs. Charles Antônio Ribeiro e
Hermínio Moura de Araújo, foram ouvidas em 15 de dezembro de 2005, como
também uma testemunha arrolada pela defesa, Sr. Paulo Vieira Albrigo. Também
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQCOM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Numero: 0106106 Data: 9/2/2006
nessa data, foram juntadas aos autos informações suplementares prestadas pelo
Representado, em conexão ao seu depoimento perante este Conselho.
Em breve síntese, o Sr. Charles Antônio Ribeiro declarou ter recebido em 18
de agosto de 2003, como assessor do Deputado João Magno e em seu nome, a
quantia de R$10.000,00, por meio de depósito em sua conta bancária pessoal, cuja
origem, segundo informação do Deputado João Magno, seria o PT nacional. Afirmou
ainda que empregou a quantia no pagamento de dois prestadores de serviço na
campanha eleitoral de 2002, e que os respectivos recibos foram assinados na
ocasião do pagamento, constando da prestação de contas suplementar feita pelo
Representado a Justiça Eleitoral.
Já o Sr. Hermínio Moura de Araújo declarou ser irmão do Representado e
dono de uma empresa de pesquisa e planejamento. Afirmou ainda ter recebido a
quantia de R$25.915,00 em 19 de agosto de 2003, por depósito em sua conta
bancária pessoal, em pagamento de serviços prestados ao Representado em
setembro de 2002. Disse que o dinheiro teve origem na direção do PT, segundo
informação do Deputado João Magno, desconhecendo entretanto quem fez o
depósito em sua conta bancária.
A seu turno, o Sr. Paulo Vieira Albrigo declarou que, na qualidade de
assessor e presidente do comitê financeiro da campanha do Deputado João Magno,
recebeu, em nome deste, mediante intermediação da SMP&B, R$350.000,00, em 3
parcelas entregues em cheque e em espécie, destinados a pagar despesas
eleitorais de 2002 e 2004. Dessa quantia, prosseguiu em seu depoimento,
R$50.000,00 foram pagos em cheque em 27 de abril de 2004, por intermédio da
SMP&B, provenientes da empresa 2 s Participações, e R$250.000,00 foram
retirados pessoalmente, em espécie, na sede da SMP&B. Todos esses valores,
segundo o depoente, foram obtidos pelo Deputado João Magno junto a direção
nacional do PT e seu tesoureiro nacional. Afirmou ainda que efetuou todos os
pagamentos das despesas de campanha em espécie, tendo prestado contas á
Justiça Eleitoral. O depoente colocou os respectivos recibos a disposição do
Conselho de Ética, esclarecendo que o Deputado João Magno solicitou
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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQCOM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Número: 0106106 Data: 9/2/2006
modo, o juiz poderá dar aos eventos delituosos descritos
explícita ou implicitamente na denúncia ou queixa a
classificação jurídica que bem entender, ainda que, em
conseqüência, venha a aplicar pena mais grave, sem
necessidade de prévia vista á defesa, a qual não poderá
alegar surpresa, uma vez que não se defendia da
classificação legal, mas da descrição fática da infração
penal. "
e No caso, o recurso ao processo penal faz-se necessário ante a obrigação de
proteger os direitos do Representado, mas também buscando prevenir alegações
posteriores que objetivem anular o feito. Vê-se claramente que a nova classificação
agregada a inicial é procedimento regular, consagrado no direito pátrio, afastando
desde já qualquer argumento em contrário.
Quanto à representação exorbitar das provas contidas nos autos da
Comissão de Sindicância, a tal conclusão só se pode chegar com o exame integral
do conjunto probatório, o que importa necessariamente no regular prosseguimento
do feito.
Passemos, então, ao exame do mérito da questão.
O Deputado João Magno é acusado de ter recebido da empresa SMP&B, por
intermédio do Banco do Brasil e do Banco Rural, valores que somam R$126.915,00,
como parte de um esquema de "compra" de votos de Parlamentares da base
governista. Segundo constatou a Comissão de Sindicância, esses pagamentos
foram feitos: R$41.000,00 diretamente a ele; R$50.000,00 a seu assessor Paulo
Vieira Albrigo; R$10.000,00 a seu assessor Charles Antônio Ribeiro; e R$25.915,00
a seu irmão, Hermínio Moura de Araújo. O Deputado João Magno consta ainda da
lista apresentada pelo Sr. Marcos Valério Fernandes de Souza como beneficiário de
R$350.000,00.
No curso da instrução perante este Conselho, o Representado admitiu
expressamente ter recebido não apenas R$126.915,00, mas um total de
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQCOM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Número: O106106 Data: 9/2/2006
R$425.915,00 da SMP&B, usados para pagamento de despesas de campanhas
políticas em 2002 e 2004. Reconheceu também que os valores em questão não
foram contabilizados junto à Justiça Eleitoral. Alega, em sua defesa, que agiu de
boa-fé, recebendo os recursos do secretário nacional de finanças do PT, e como tal
não violou o decoro parlamentar.
Lamentavelmente, as provas dos autos e a legislação em vigor não vêm em
seu favor, caracterizando, ao invés, sua responsabilidade no caso.
A uma, porque os arts. 20 e 21 da Lei no 9.504197 dispõem expressamente
e ser da responsabilidade do candidato o controle financeiro de sua campanha
eleitoral, como também a veracidade das informações prestadas, verbis:
"Art. 20. O candidato a cargo eletivo fará,
diretamente ou por intermédio de pessoa por ele
designada, a administração financeira de sua campanha,
usando recursos repassados pelo comitê, inclusive os
relativos a cota do Fundo Partidário, recursos próprios ou
doações de pessoas físicas ou jurídicas, na forma
estabelecida nesta Lei.
Art. 21. O candidato é o único responsável pela
veracidade das informações financeiras e contábeis de
sua campanha, devendo assinar a respectiva prestação
de contas sozinho ou, se for o caso, em conjunto com a
pessoa que tenha designado para essa tarefa. "
Vê-se nos autos que os valores repassados ao Deputado João Magno
provieram não do Partido dos Trabalhadores, mas de fontes diversas, com
personalidades jurídicas distintas, sem relação jurídica ou contábil com o
responsável por autorizar as transferências. Cabia ao Representado não apenas
indagar qual o papel dessas empresas nas transferências de dinheiro, mas também
declará-las como fonte dos recursos em questão a Justiça Eleitoral, nos termos dos
arts. 28 e 29 da Lei no 9.504197 e art. 4O, § 7", da Resolução do TSE no 20.987, de
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Número: 0106106 Data: 9/2/2006
2002. Tecnicamente, tratava-se de doações efetuadas por empresas privadas a sua
campanha eleitoral, sujeitas portanto as disposiçóes legais pertinentes, e que
deveriam ter sido declaradas como tal, dentro do prazo.
A alegação de boa-fé não lhe socorre na hipótese, ante a impossibilidade de
contrariar expressa disposição de norma de ordem pública, de conteúdo
incontrastável e obediência obrigatória. Admitir o contrário seria romper com um dos
pilares que sustentam a ordem jurídica no Brasil, qual seja, o principio segundo o
qual ninguém é escusado de cumprir a lei alegando que não a conhece, previsto no
8 art. 3' da Lei de Introdução ao Código Civil.
A duas, porque as referidas transferências de valores foram realizadas de
modo gravemente irregular, por via de saques em espécie ou depósitos em contas
particulares, quando deveriam ter sido feitas por depósito em conta especifica,
mediante recibo, conforme determinam a Lei no 9.504197 e a Resolução do TSE no
20.987, de 2002, verbis:
"Lei no 9.504/97
Art. 22. É obrigatório para o pariido e para os
candidatos abrir conta bancária especifica para registrar
todo o movimento financeiro da campanha.
............................................................................................
23.. ....................................................................
5 2O Toda doação a candidato específico ou a
partido deverá fazer-se mediante recibo, em formulário
impresso, segundo modelo constante do Anexo.
5 3O A doação de quantia acima dos limites fixados
neste artigo sujeita o infrator ao pagamento de multa no
valor de cinco a dez vezes a quantia em excesso.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQCOM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Número: 0106106 Data: 9/2/2006
§ 4' Doações feitas diretamente nas contas de
partidos e candidatos deverão ser efetuadas por meio de
cheques cruzados e nominais."
Resolução do TSE no 20.987, de 2002
................................................................... Art. 4"
§ 7' É vedada a arrecadação de recursos, ainda
que próprios, sem o correspondente recibo eleitoral, não
se eximindo dessa obrigação o/a candidato/a que, por
qualquer motivo, não houver retirado os respectivos
recibos no comitê financeiro.
.................................................................................. .........
Art. 14. Doações feitas diretamente em conta
bancária de candidatos ou de comitês financeiros deverão
ser efetuadas por meio de cheques cruzados e nominais,
com identificação doida doadoria e de seu número de
inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) (Lei no
9.504/97, art. 23, § #O).
.................................................................................. § 2" O depósito de doações, em qualquer
montante, realizado diretamente em conta bancária, não
exime o/a candidato/a ou o comitê financeiro da emissão
do correspondente recibo eleitoral (. ..). "
A tese de que a declaração do tesoureiro de seu partido sobre a origem dos
recursos estaria a exculpar o Representado não se afigura plausivel, ainda mais
quando este não declarou tais verbas a Justiça Eleitoral como provenientes da
SMP&B ou da 2S Participações. Vale ressaltar aqui que a 2S Participações foi
constituída pelo Sr. Marcos Valério Fernandes de Souza, segundo ele mesmo
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQCOM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Numero: 0106106 Data: 9/2/2006
afirma em seu depoimento a Polícia Federal, constante dos autos. A indicação
dessas empresas como fonte dos recursos era não apenas possível, como também
devida. Sobressai, no caso, o fato de que o Representado preocupou-se em prestar
contas dos valores em questão de modo extemporâneo, baseando-se em
declarações formuladas com grande atraso por Delúbio Soares, justamente após
surgirem noticias na imprensa que dão conta de um dos mais graves escândalos
políticos já ocorridos na história da República. Se o Deputado João Magno entendia
que os recursos eram lícitos, maior razão para declará-los em sua inteireza á Justiça
e Eleitoral, no tempo oportuno.
A três, porque o desrespeito a legislação eleitoral não cessa com a falta de
prestação de contas pelo Representado. Destacamos ainda a realização de gastos
eleitorais acima dos limites fixados pelo PT para as eleições, em franco
descumprimento do art. 18 da Lei no 9.504197. Com efeito, a demonstração de
despesas encaminhada pelo Deputado João Magno a este Conselho atesta, na
eleição de 2004 para Prefeito, gastos efetivos que somam R$ 1.022.787,80, muito
superiores ao teto de R$ 830.000,OO declarados A Justiça Eleitoral.
Ora, segundo o 9 2O do citado art. 18, o gasto superior aos limites fixados
pelo partido ou coligação "sujeita o responsável ao pagamento de multa no valor de
5 a 10 vezes a quantia em excesso", ao que se agregam as sanções cabiveis por
abuso do poder econômico.
A propósito do tema, Pedro Roberto Decomain observa que:
( ) o candidato que consciente e
deliberadamente gastar mais recursos em sua campanha
do que o limite máximo registrado por seu partido para a
eleição a qual referido candidato concorra pode também
incidir em abuso do poder econômico. O fato poderá ser
verificado através da investigação judicial referida no art.
22 da Lei Complementar no 64, de 1990, e, caso
Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Número: 0106106 Data: 9/2/2006
poderá conhecer, caracterizar e definir os contornos dos
atos delituosos sob a denominação de mensalões,
propinas, ou qualquer tipo de vantagem escusa, seja
diária, semanal, mensal, anual ou com qualquer outra
periodicidade, praticada pelos seus agentes, membros de
partidos políticos, membros do Poder Executivo,
Parlamentares e empresários. "
Pelas mesmas razões, tampouco socorre ao Representado a analogia com
os processos dos Deputados Roberto Brant ou Professor Luizinho. Quanto ao
primeiro, mesmo o Relator do processo admitiu a licifude da fonte dos recursos tidos
por irregulares. Quanto ao segundo, o Parlamentar comprovadamente não sabia da
conduta de seu assessor, que atuou em caráter independente. Insistimos, portanto,
que as peculiaridades de cada caso determinam a conclusão pela inocência - ou
não - de cada acusado, rejeitando tentativas de uniformizar a atuação deste
Conselho em sua tão relevante missão.
Assim sendo, entendemos que resta sobejamente comprovado nos autos
deste processo a prática, pelo Deputado João Magno, de condutas que contrariam
um sem-número de disposições constitucionais, legais e regimentais, em clara
violação ao decoro parlamentar e a integridade do processo eleitoral. Com base no
a exame das provas e das particularidades do caso e que esta Relatoria formou seu
convencimento, e é com esse fundamento que proferimos este parecer.
No plano estrito do decoro, vemos que o Deputado João Magno violou a
Constituição e o Código de Ética, auferindo, de fato, vantagens indevidas expressas
nas vultosas transferências irregulares de dinheiro que se viram comprovadas nos
autos em exame. Tais somas - sobre as quais se deu noticia a Justiça Eleitoral
apenas quando já adiantado o clamor público e já em curso investigação na
Comissão de Sindicância - foram usadas de forma ilegal em 2 campanhas
eleitorais do Representado, apontando para a existência de abuso de poder
econômico e de "caixa dois".
Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Número: 0106106 Data: 9/2/2006
Ressaltamos, ademais, a reiteração dos pagamentos feitos ao Representado,
diretamente ou por interposta pessoa, não apenas em um, mas em dois pleitos
eleitorais, sempre provenientes das mesmas fontes e com a total ciência e anuência
daquele e de seu tesoureiro de campanha. Para além da caracterização de
inúmeras violações da legislação eleitoral, tais condutas se mostram incompatíveis
com o comportamento irrepreensivel, no plano ético e moral, que se exige de um
representante do povo, tendo sido objeto de profunda e intensa reprovação pelo
povo brasileiro.
Cabe aqui lembrar que, na observação do Ministro Celso de Mello:
"Qualquer ato de ofensa ao decoro parlamentar
culmina por atingir, injustamente, a própria
respeitabilidade institucional do Poder Legislativo. (...) A
prática de atos atentatórios ao decoro parlamentar, mais
do que ferir a dignidade individual do próprio titular do
mandato legislativo, projeta-se, de maneira altamente
lesiva, contra a honorabilídade, a respeitabilidade, o
prestígio e a integridade político-institucional do
Parlamento, vulnerando, de modo extremamente grave,
valores constitucionais que atribuem, ao Poder
Legislativo, a sua indisputável e eminente condição de
órgão da própria soberania nacional."
Nesse contexto, mostra-se reprovável a conduta de Parlamentar que participa
de esquema irregular de recebimento e emprego de valores em campanhas
eleitorais, em franca violação de inúmeras disposições da Constituição e da
legislação. O dever deste Conselho, e mais ainda do Plenário desta Casa, consiste
em responder ao legitimo clamor patriótico zelando pela dignidade do órgão que,
afinal, encarna a expressão máxima da vontade democrática da Nação brasileira.
Respeitemos os direitos constitucionais da parte, certamente, mas não menos o
valor republicano da moralidade e a dignidade do Parlamento.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQCOM REDAÇÃO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Número: 0106106 Data: 9/2/2006
Ante o exposto, manifestamo-nos pela procedência da acusação, entendendo
cabível a aplicação da penalidade de perda de mandato, nos termos dos arts. 55, §
I", da Constituição Federal; 240, 1 1 e 244 do Regimento Interno da Câmara dos
Deputados; e 4", 1 1 , do Código de Ética, nos termos do projeto de resolução em
anexo.
Deputado Jairo Carneiro, Relator."
Procedo a leitura do projeto de resolução que:
"Declara a perda do mandato do Deputado João
a Magno por conduta incompatível com o decoro
parlamentar.
A Câmara dos Deputados resolve:
A I " É declarada a perda do mandato do
Deputado João Magno por conduta incompatível com o
decoro parlamentar, com fundamento nos arts. 55, 5 1 O,
da Constituição Federal; 240, 11 e 244 do Regimento
Interno da Câmara dos Deputados; e 4", 11 do Código de
Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.
Art. 2" Esta Resolução entra em vigor na data de
sua publicação. "
a Agradeço, Sr. Presidente, Sr. Representado, senhores advogados, nobres
pares e todos os presentes a audiência.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Srs. Deputados, neste
momento, declaro iniciada a discussão e concedo a palavra a primeira oradora
inscrita, a nobre Deputada Angela Guadagnin.
A SRA. DEPUTADA ANGELA GUADAGNIN - Sr. Presidente, tendo estudado
detalhadamente todo o dia de ontem a defesa - não tinha, lógico, acesso ao voto
-, já fiz uma compreensão de toda a responsabilização que foi feita e quero pedir
vista desse processo, para fazer voto em separado na próxima reunião.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQCOM REDAÇÁO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Número: 0106106 Data: 9/2/2006
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Apenas um comentário adicional e
final. Entendo que de modo nenhum essa decisão do Conselho, inédita neste caso,
porque rejeitou um relatório, significará que se firmou uma jurisprudência. Quem não
teve envolvimento com saque direto no Banco Rural será absolvido daqui para
frente, já que não se pode retroagir.
O caso do José Dirceu, evidentemente, também não tinha nenhuma
vinculação com saque direto. A questão não é essa, e eu espero que o Conselho -
com a vantagem de nós votarmos aberto, declarar o voto, ao contrário do que
acontece no plenário - continue debatendo essa questão e não firme nenhuma
jurisprudência a respeito. Se não já podemos definir o que virá daqui para frente,
para quem será pedida a perda de mandato, quem será absolvido. E não poderá
reparar incoerências passadas. Estamos em uma situação nova.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Sem duvida.
Pergunto a V.Exas. se é necessária a leitura da ata. Não há necessidade?
A SRA. DEPUTADA ANGELA GUADAGNIN - Sr. Presidente, nós já a
recebemos. Eu peço a dispensa da leitura da ata.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) -Aqueles que forem favoráveis
permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovada a dispensa da leitura ata.
A SRA. DEPUTADA ANGELA GUADAGNIN - Sr. Presidente, a ata ...
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Já foi declarada aprovada a
ata.
A SRA. DEPUTADA ANGELA GUADAGNIN - Desculpe, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Srs. Deputados, amanhã
haverá reunião administrativa, as 9h, na sala da Presidência.
Está encerrada a reunião.
CÂMARA DOS DEPUTADOS 1
PROCESSO N9 8, DE 2005 ( Representação ns 43, de 2005)
Representante: MESA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Representado: Deputado JOÃO MAGNO
Relator: Deputado JAIR0 CARNEIRO
II - VOTO DO RELATOR 1
Compete ao Conselho de ttica e Decoro Parlamentar
pronunciar-se quanto a procedencia da representaçáo no processo em
epigrafe. conforme o art. 13. IV. do C6digo de Ética e Decom Pailamentar da Camara dos Deputados (Resolução n.O 25. de 2001).
Os trabalhos deste colegiado, particulamente num
periodo recente, já wnstmiram um *lido arcaboup de conceitos que delineiam com precisão, tanto no âmbito substantivo quanto adjetivo. o decoro parlamentar, seu processo e julgamento por esta Casa. Valendo-nos dessa
experibncia, permitimo-nos, sem pretender pecar pela repetição, rememorar algumas noçães capitais para a deliberação que realizaremos no caso presente.
O decoro parlamentar, já vimos em processos anteriores.
'tem o sentido de decéncia, dignidade moral, honradez. pundonor. brio, beleza moral" que se imp6em ao comportamento dos membros do Congresso Nacional. Sua observância 6 devida não apenas nas dependéncias da Casa ou
200 Quinta-feira 16 l> lÁ~10 DA CÂMARA DOS DEPUTAIIOS - SUPL Março de 2006
Deputado ou Senador em todos os aspectos de sua vida - conduta in officio e propter officium.' Como bem o b s e ~ a a doutrina, "deve ser mantido o respeito
pelo pariamentar, não podendo deixar de guardar a relação existente entre o seu comportamento e a investidura de representante da soberania populaf.
A conduta decorosa, outrossim, não se limita apenas a proibição do ilícito - a pratica de atos ilegais -, abrangendo tambbm a esfera
dtica e moral do parlamentar. Agir segundo o decoro constitui, desse modo. adotar também um "procedimento conforme a padrões de elevado grau de moralidade", que se traduz em uma 'conduta ir~epreensivel".~
Havendo quebra de decoro parlamentar, sua apuração se dará em processo formal, disciplinado no Código de Ética e seu Regulamento, cuja finalidade primeira e determinar a responsabilidade do parlamentar segundo parâmetros objetivos, observadas as garantias constitucionais da parte.
O processo em questáo B autônomo em relaçáo à esfera penal. regulado por riunrias internas do pruprio Parlaiiiaiito. conforme jB decidido pelo Supiemo Tribunal Federal, verbis
"u processo de perda de iiiaiidato nao é administrativo, nem judicial, mas politico, sendo regido por normas interna corporis. Impõe-se, entretanto, por determhaçao ConsUtucIonal, que seja assegurada ampla defesa ao representado." (MS nP 21.360-DF, Relator Ministro NBri da Silveira, RTJ 146-07/153).
Vale, neste ponto, registrar a intervenção do Supremo
Tribunal Federal, que, em uma série de decisóes recentes, agregou importantes inovações a sua jurisprudGncia ligada a matéria, Em linhas gerais, aquela Corte imprimiu maior rigidez formal ao procesz? de perda de mandato por quebra de duwro parlamentar, iiiclusive corri recurso ao processo penal,
fundada numa apreciação bastante alargada dos principios da ampla defesa. do contraditbrio e do devido processo legal.4 Atento às determinações do mais alto tribunal patrio. este Conselho incorporou incontinenti tais entendimentos ti
- - - -- - -
' CRETELLA Jr. Jost. ComentLrios h Canstituição de 1988. Rio dc Juneiro: Forense UnivcnitAria. 1991. vol. 4 o. 2640. . ~~ . , - - ~. . . i PEREIRA. Wolgran lunqueira. ComrntLrIos i Conrtimi~lo de 1988. São Paulo: Julcx Livms. 1989.
* Vidcc.g. hlS 25647,.~claiar Min. Carlos BriUo. D.J. 07/12/2005; MS 25539, Relaior Min. Carlos Velloso. D.J. 1611 112005.
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sua praxe. mormente no interesse de conferir a maior proteção possível As
prerrogativas constitucionais dos Representados.
Destacamos, ainda, a natureza eminentemente política do
julgamento que se realiza neste colegiado e no Plenárlo da Câmara dos
Deputados, cujo mérito constitui matbria insondável por brgãos estranhos ao
Legislativo - ate mesmo os tribunais do Poder Judiciário. Nesse sentido a jurisp~dência do Supremo Tribunal Federal, conforme transcrevemos abaixo:
"Cassação de mandatos: ao Poder Judiciário n8o podem ser subtraidas as questóes concementes a legalidade do ato, isto e, se as formalidades legais condizentes com a regularidade do processo. a amplitude do direito de defesa, foram observadas. Mas. da procedência ou improcedência da acusação, e juiz o arpão do Poder Lepislalivo. a que o acusado pertence: o decoro para exercício do cargo é condição especialissima que escapa a censura da Justiça comum ou mesmo da eleitoral. mija jiiflsdição finaliza com a diplomaçáo." (Recurso Ordináflo em Mandado de Segurança n.O 3.866, relator Min. Afrãnio Costa, Ementario vol. 284-02, p. 816.)
Dito isto. cabe de inicio examinar as alegações
preliminares feitas pelo Deputado João Magno. Argumenta ele que a represenlação seria inepta porque imprecisa, náo demonstrando
especificamente os fatos imputados. corno tambem exorbitaria das provas contidas nos autos da Comissão de Sindicância. O Representado cita em seu
favor doutrina que descreve os pressupostos para a válida instauração de
processos administrativos, argüindo, em consequència. a nulidade da representação.
e Entendemos que a alegação improcede. visto que a descrição dos fatos consta do relatbrio da Comissão de Sindicãncia, formulada de maneira clara e precisa para que o Representado conheça cabalmente a acusa@o que pesa sobre ele. A conduta pode ser facilmente compreendida, juntamente m m a imputação, apenas da leitura do relatório da Comissão de Sindicância, que, alias, integra a representação.
Lembramos que a responsabilidade politica por quebra de decom é apurada em processo regulado por m a s interna corpwis do Congresso Nacional. cujo rito, malgrado sua natureza dita "judicialiforme'. nao se prende estritamente aos rigores do pmcesso penal ou administrativo. Nesse
sentido a decisão deste colegiado no processo n." 1812005. recentemente
julgado. relator o Deputado Chiw Alencar. com respaldo em precedente do Supremo Tribunal Federal que tomamos a liberdade de transcrever a seguir:
"Quanto B auséncia de requisitos formais da Representação, cumpre ressaltar que estes requisitos e o inerentes apenas ao libelo acusatório penal, e não aos procedimentos administrativos politico-disciplinares, tal como o de ceasaç6o de parlamenteras. Nesses casos, o que se faz hprescindivel e agir-se com estrita obediéncla ao procedimento estabelecido no Regimento Interno da Crirrrara (..)" (MS 23.529-2DF. ralalur Mir~islru Otilaviu Gallofti, D.J. 23/03i2001, p. 86).
Vale ainda a transcrição. pela relevância dos argumentos.
de trecho do voto do Ministro Paulo Bmssard no MS nQ 21.36QDF. anteriormente citado. Ali, fixa-se a competência do Congresso Nacional para determinar o procedimento de cassaçAo de mandato em suas normas internas,
inclusive no que tange a extensão das garantias constitucionais dos representados:
"Cabendo a Câmara, ou ao Senado, e a ningudm mais, decretar a perda do mandato por falta de decoro parlamentar, é natural que a entidade que possua essa competéncia, privativa e exclusiva. compita exercer os atos necessários ao pleno e regular desempenho da atribuição, sem a interferéncia de quem quer que seja, em suma. fazer a construção adequada as suas finalidades. Ao Judiciário n3o compete interferir no exerclcio dessa competência que a Constituição conferiu a outro Poder; de mais a mais, ainda B neces.~rin mnsirlnrar a natiirnra desse poder, que 6 fundamentalmente disciplinar.
(...)A ampla defesa, a que alude a Constituição, seu alcance e limites, deve ser construida pela autoridade detentora da wmpeténcia, privativa, convbm repetir, para julgar o caso e por ninguém mais.
(...)Como é sabido, quem quer os fins. quer os meios; quando a Constituição confere um poder, sem especificar os meios de exerce-lo, ao mesmo passo confere os instrumentos adequados e necessArios para o seu exercicio cabal, STORY, Commentaries on the Constitution, 1891, 1, pr3grafo 424 e 425, p. 323 e 324; COOLEY, Constitutional. Llmitations, 1903, p. 98; BLACK, Constitutional Law, 1910, parbgrafo 49, n. 7, p. 79; MAXIMILIANO, Comenthrios, 1929, n. 78. p. 109. (MS nQ 21.360-DF, Relator Minisiro Neri da Silveira, RTJ 146-
Março de 2006 DIÁKIO DA C~\MAKA DOS DEPU'I'ADOS - SUPI..
No caso em exame, a forma usada na representação B suficicntc, dando a conhecer ao Representado, de modo cabal. quais os fatos
que geraram o presente processo, alem de obedecer os ditames regimentais pertinentes. Assim sendo, por entender que as garantias constitucionais da parte foram integralmente respeitadas. rejeitamos a preliminar levantada.
Outrossim. A guisa de cautela. entendemos necessário
repelir desde já qualquer alegação de que a nova tipificação juridica
acrescentada pelo Conselho de Ética a representação violaria o devido processo legal ou a ampla defesa. Isto porque. conforme disposição expressa
do Código de Processo Penal (ait. 383) e entendimento firmemente assentado em doutrina, o acusado se defende dos fatos. e nao da tlplílca@o jurldica dada
a estes. Como esclarece Femando Capez:
"( ...) o r& se defende de fatos, sendo irrelevante a classificação juridica constante da denúncia ou queixa. Segundo o principio da correlaçao, a sentença est6 limitada apenas a narrativa leita na peça inaugural, pouco importando a tipificação legal dada pelo acusador. Desse modo. o juiz poderá dar aos eventos delituosos descritos explicita ou implicitamente na denuncia ou queixa a classificação juridica que bem entender, ainda que. em conseqüência, venha a aplicar pena mais grave, sem necessidade de prbvia vista Ei defesa, a qual nao poderá alegar surpresa, uma vez que não se defendia da classificação legal, mas da descrição fática da infração penal. ' No caso, o recurso ao processo penal faz-se necessano
ante a obrigação de proteger os direitos do Representado, mas tambem
buscando prevenir alegações posteriores que objetivem anular o feito. VB-se claramente que a nova classific~ç~o agregada i inicial é procedimento regular, consagrado no direito pátrio. afastando desde jB qualquer argumento em contrario.
Quanto a representação exorbitar das provas contidas nns autos da Comissáo de Sindicância. a tal conclusão çó se pode chegar com
o exame integral do conjunto probatorio, o que importa necessariamente no regular prosseguimento do feito.
Passemos, então, ao exame do mbrito da questão.
204 Quiiiia-feira 16 DIAMO DA CÂMARA IX)S DEPUTADOS - SUPL Março de 2006
empresa SMPBB. por intennkdio do Banco do Brasil e do Banw Rural. valores que somam R$126.915,00. como paile de um esquema de 'compra' de votos
de parlamentares da base governista. Segundo constatou a Comissáo de Sindicancia, esses pagamentos foram feitos: R$ 41.000.00 diretamente a ele; R$50.000,00 a seu assessor Paulo Vieira Albrigo; R$10.000.00 a seu assessor Charies Antonio Ribeiro; e R$25.915.00 a seu irmão, Herminio Moura de
Araujo. O Deputado João Magno consta ainda da lista apresentada pelo Sr. Marcos Valitrio Fernandes de Souza como beneficiario de R$350.000,00.
No curso da inst~çáo perante este Conselho, o Represeritado adniitiu expressamente ter recebido não apenas R$126.915.00, mas um total de R$425.915,00 da SMPBB, usados para pagamento de despesas de campanhas politicas em 2002 e 2004. Reconheceu também que
os valores em questão não foram contabiiizados junto a Justiça Eleitoral. Alega,
em sua defesa, que agiu de boa f&, recebendo os recursos do secretario nacional de finanças do PT, e como tal nao violou o decoro parlamentar.
Lamentavelmente, as provas dos autos e a legislação em
vigor não vêm em seu favor, caracterizando, ao inves. sua responsabilidade no caso,
A uma, porque os arts. 20 e 21 da Lei n.O 9.504197
dispõem expressamente ser da responsabllldade do candidato o controle financeiro de sua campanha eleitoral. como também a veracidade das
informaçóes prestadas. verbis:
"Art. 20. O candidato a cargo eletivo far.4, diretamente ou por interm8dio de pessoa por ele designada, a administração íinanceira de s i~a campanha, usando recursos repassados pelo wmiiê. inclusive os relativos d cota do Fundo Partidário. recursos próprios ou doaç&s de pessoas físicas ou juridicas, na forma estabelecida nesta Lei.
Ail. 21. O candidato 6 o unico responsAve1 pela veracidade das informaçoes financeiras e wntdbels de sua campanha, devendo assinar a respectiva prestação de wntas sozinho ou, se for o caso, em conjunto com a pessoa que tenha designado para essa tarefa."
Vê-se nos autos que os valores repassados ao Deputado Joao Magno provieram nao do Partlrio dos Trabalhadores. mas de fontes diversas, w m personalidades juridicas distintas. sem relação jurídica ou
Marco de 2006 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS - SUPL Quinta-feira 16 205 . .- ,.
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contábil com o responsável por autorizar as transferencias. Cabia ao
Representado náo apenas indagar qual o papel dessas empresas nas transferências de dinheiro, mas também declará-las como fonte dos recursos em questão a Justiça Eleitoral, nos termos dos arts. 28 e 29 da Lei n.O 9.504197 e arl. 4 O , 5 7' da Resolução do TSE n.O 20.987, de 2002.
Tecnicamente, tratava-se de doações efetuadas por empresas privadas a sua campanha eleitoral. sujeitas ponanto ds dlsposlções legal+ pertinentes, e
que deveriam ter sido declaradas como tal, dentro do prazo.
I A alegação de boa fé não lhe socorre na hipótese. ante a I1
impossibilidade de contrariar expressa disposição de norma de ordem publica. de conteúdo incontrastável e obediência obrigatória. Admitir o
contrario seria romper com um dos pilares que sustentam a ordem juridica no Brasil. qual seja. o principio segundo o qual ninguém e escusado de cumprir a lei alegando que náo a conhece, previsto no art. 3 O da Lei de Introdução ao
Codigo Civil.
A duas, porque as referidas transferências de valores
foram realizadas de modo gravemente irregular. por via de saques em espécie ou depósitos em contas particulares, quando deveriam ter sido feitas
por depósito em conta especifica, mediante recibo. conforme determinam a Lei n.O 9.504197 e a Resolução do TSE n." 20.987. de 2002, verbis:
Lei n.' 9.504197
"Art. 22. É obrigatorio para o parfido e para os candidatos abrir conta bancaria especifica para registrar todo o movimento financeiro da campanha.
............................................................................. Art. 23 ...................................... .. ....................... g 2 O Toda doação a candidato especifico ou a partido dever6 fazer-se mediante recibo, em formulário impresso, segundo modelo constante do Anexo.
5 3 O A doação de quantia acima dos limites fixados neste artigo sujeita o infrator ao pagamento de multa no valor de cinco a dez vezes a quantia em excesso.
9 4 O Doações feilas diretamente nas contas de partidos e candidatos deverao ser efetuadas por meio de diegues cruzados e nominais."
Resolução do TSE n.' 20.987, de 2002
206 Quina-feira 16 DIÁKIO DA CÂMAKA IMS DEPUTADOS - SUPL Março de 2006
fj 7' E vedada a arrecadação de recursos, ainda que próprios, sem o correspondente recibo eleitoral. não se eximindo dessa obrigaFjo ola candidatoia que. por qualquer motivo, não houver retirado os respectivos recibos no comitê financeiro.
Art. 14. Doações feitas diretamente em conta bancaria de candidatos ou de comitès financeiros deverão ser efetuadas por meio de cheques cruzados e nominais, com identificação ddda doadoria e de seu número de inscrlçáo no Cadastro de Pessoa Fisica (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) (Lei no 9.504197. art. 23, 5 4O).
5 2' O depósito de doaçoes, em qualquer montante, realizado diretamente em conta bancária. náo exime ala candidatoia ou o comitê financeiro da emissão do correspondente recibo eleitoral.
........ . A tese de que a declaração do tesoureiro de seu partido
sobre a origarri Jus recursos estaria a exculpar o Representado não se afigura
plausivel. ainda mais quando este náo declarou tais verbas à Justiça Eleitoral mmo provenientes da SMPBB oii da 2s Participações. Vale ressaltar aqui que
a 2s Parlicipaçóes foi constituída pelo Sr. Marcos Valerio Fernandes de Souza,
segundo ele mesmo afirma em seu depoimento a Policia Federal. constante dos autos. A indicação dessas empresas como fonte dos recursos era não
apenas possivel. como tambem devida. Sobressai. no caso. o fato de que o Representldo preocupou-se em prestar contas dos valores em questao de modo extemporâneo. baseando-se em declaraçóes formuladas com grande atraso por Delubio Soares. justamente após surgirem notícias na imprensa que
dão conta de um dos mais graves escândalos pollticos já oconidos na história
da República. Se o Deputado João Magno entendia que os recursos eram lícitos, maior razão para declará-los em sua inteireza a Justiça Eleitoral. no tempo oporluno.
A tr&, porque o desrespeito à legislação eleitoral nào cessa com a falta de prestação de contas pelo Representado. Destacamos ainda a realizaçáo de gastos eleitorals a c h a dos limites fixados pelo PT
para as eleições, em franco descumprimento do art. 18 da Lei n.O 9.504197. Com efeito. a demonstraçw de despesas encaminhada pelo Depurado João
Magno a este Conselho atestam, na eleiçáo de 2004 para Prefeito. gastos
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I , . . . M q o de 2006 DIÁKIO DA CMARA DOS D E P L ~ ~ A D O S - SUPL . .I
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efetivos que somam R$1.022.787,80, muito superiores ao teto de R$(IJO.OW,OO declarados a Justiça Eleitoral.
1 Ora. segundo o g 2 O do citado art. 18, o gasto superior
aos limites fixados pelo partido ou coligaçáo 'sujeita o responshvel ao pagamento de multa no valor de cinco a dez vezes a quantia em excesso", ao que se agregam as sançóes cabíveis por abuso do poder econ6mico. A propósito do tema, Pedro Roberto Demmain observa que:
"( ...) o candidato que consciente e deliberadamenle gastar mais recursos em sua campanha. do que o limite máximo registrado por seu partido para a eleição B qual referido candidato concorra, pode também incidir em abuso do poder economico. O fato podercl ser verificado através da investigação judicial referida no art. 22 da Lei Complementar n.O 64, de 1990, e, caso comprovado, sujeitará o candidato ao cancelamento do registro de sua candidatura. ''
No que toca particularmente à prova tcsternunhal. o
depoimento das testemunhas arroladas pela defesa em nada contribui elidir a responsabilidade do Representado. Ainda que tenham falado em favor do caráter do Deputado João Magno, os Ministros Helio Costa e Patnis Ananias, Dom LBlis Lara e o Sr. Nilmario Miranda afinam categoricamente nada saber de especlfiw sobre os fatos contidos na representação. Registramos. não obstante. a relevância de tais depoimentos, prestados por figuras públicas do mals alto destaque na República. Dom LBlis Lara, em candente testemunho.
chega mesmo a afimar que seria uma grande contradieo, "um absurdo" e uma "imensa decepção' se o envolvirnento Deputado João Magno nesse escãndalo viesse a se comprovar.
e Entretanto, ainda que o Representado tenha
demonstrado ser tido na conta de homem de bem, lembramos que ele não comparece perante este Conselho para ter julgada sua história de vida, mas fatos especificas sobre os quais recai a mais profunda censurabilidade da lei e
do povo brasileiro. O exame acurado dos autos demonstra que o Deputado João Magno efetivamente percebeu vantagens indevidas ao arrepio da
legislação e do decoro parlamentar. sujeitando-se portanto as conseqüências previstas na Constitulção e nas 101s do Pals.
' DECOMAIN, Pedm Robmo. Elclcóts - Comrntirios I Lei n.'9.504197. São Paulo: Dialetica. Z W .
208 Quiiita-feira 16 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEIYiTADOS - SUPL Maqo de 2006
No que toca à possibilidade da prestação de contas suplementar para elidir responsabilidade eleitoral. vemos que a tese não se sustenta face a um exame mais acurado da jurisprudência e da legisla@o.
De inicio, vale apontar que o acórdão juntado pelo Representado em defesa de suas alegapóes aceita a suplementação de contas em se tratando de "despesas insignificantes". que não wmprometern a prestação de contas. Tal não 6 o caso do Deputado João Magno. que
recebeu, segundo ele mesmo declara em seu depoimento, vultosos R$425.915.00. confessadamente não declarados a Justiça Eleitoral.
De outra parte. a prestação de contas eleitorais sujeita-se a prazo determinado, que não se prolonga ad infinitum, fixado no art. 29 da Lei n." 9.504197 e no arí. 22 da ResoluçSo do TSE n.O 20.987, de 2002. Além disso. a correçáo de erros formais e materiais e possivel apenas durante a tramitação
do feito perante a Justiça Eleitoral - ou seja, antes de encerrado a prestação de contas. nos termos do art. 30. 5 Z0 da Lei n.O 9.504/97. A prestapio do
contas eleitorais, portanto, deve acontecer dentro de limites tempoals claramente definidos. que não admitem a elasticidade pretendida pelo Representado. Não fosse esse o sentido das citadas disposições. e a legislação não dispensaria os candidatos ou partidos da obrigação de conservar a documentação wncernente às suas contas após cento e oitenta
dias, prevendo, ao invés. prazo diverso, muito mais longo (Lei n.O 9.504197, art. 32). Note-se que a prestaçao de contas suplementar to! protocolada em 17
de outubro de 2005 junto ao Trlbunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, ocorrendo um enorme hiato entre seu ajuizamento e as eleições. principalmente as de 2002.
Ademais, sustentar a possibilidade de Suplemontação de contas. sobre qualquer valor, mesmo que de grande magnitude. seria fraudar o sentido do arí. 350 do Código Eleitoral. Que criminaliza precisamente a omissão de declaração em prestação de contas a Justiça Eleitoral. Diversamente do Direito Tributário, onde o pagamento do tributo em atraso é causa de extinç8o da punibilidade, no Direito Eleitoral a prestação de contas extempodnea - ainda mais quando feita com grande retardo, em circunstâncias como as do presente caso - de modo algum elide a responsabilidade do candidato e. no
caso. do Representado.
Aqui. a mens legis orienta-se para a repressao ao abuso
do poder económico nas eleições, informada pela necessária veracidade das
Março de 2006 IIIÁRIO DA CÂMAKA DOS DEPUTADOS - SUPL
declarações prestadas por partidos e candidatos a Justiça Eleitoral. Pmtegem- I
se a lisura das eleiçóes e, corno valor maior, a integridade da formação da vontade do povo brasileiro. expressa por meio da democracia representativa.
Por essa razão, a Justiça Eleitoral 'exerce a fiscalização sobre a escrituração contsbil e a prestação de contas do partido e das despesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas renetern adequadamente a real movimentação hanceira, os dispcindios e recursos aplicados nas campanhas
eleitorais (...), observada inclusive a obrigatoriedade de "escrituração mntabil que comprove a entrada e saída de dinheiro ou de bens recebidos e aplicados" (Lei n.' 9.096195, art. 34).
Em sintese. uma interpretaçáo sistemática e flnalística
e mostra. a toda evidência. que permitir a suplementação de contas eleitorais de modo incondicional e sine dle. ao talante do fiscalizado, frusta a letra e o espirlto da legislação apllcAvel, abrindo as portas para toda sorte de
irregularidades. Tal entendimento não pode. portanto. prosperar.
Nesta oportunidade, cabe refutar com veemência a noção
de que a omissão de declaração na prestação de contas eleitorais, prevista no arl. 350 do Código Eleitoral e conhecida como "caixa dois", nao consütuiria
mais uma infração. ou pelo menos não seria reprovável. ante a generalização dessa pr8tico no Brasil de hoje. Dcclarapics ncsse sentido têm sido feitas por autoridades da mais alta hierarquia na Republica, causando comoção nacional
e merecendo intenso repudio da sociedade.'
O argumento deve ser rejeitado enfaticamente, a uma. porque o costume náo derroga a lei. especialmente quando se trata de pratica contrária ao Direito - consuetudo contra legem. A esse prop6sito Wcente Rao registra. em clássica obra. que "( ...) os autores contemporãneos. em sua generalidade, rejeitam os conceitos de consuetudo abrogatoria ou de
desuetudo, por inwrnpatlveis com a função legislativa do Estado e com a regra segundo a qual as leis s6 por outras leis se alteram, ou revogam, no todo ou
em parte."' A duas, porque admitir sua procedência seria ferir de morte a integridade do processo eleitoral e abrir a porta ao abuso do poder econômicn. trazendo ruinosas conseqüências para a livre formação e expressão da
vontade democrática e soberana do povo brasileiro.
-
' Vidc MENDONÇA, Ricardo. "Não e banal, 6 crime". Revista rp<rm, dispanivel cm hcrp:/lrevis~~epoca.globo.~0~e~D,,EPT1070695-16J9,00.himl (acesso rrn 2310 112006). ' RAO. Vicsntc. O Dlreilo e s Vida dos Dlrellor 2. ed. Sáo Paulo: Ed. Resenha Universihin. 1976. p
210 Quinta-feira 16 DIÁRIO DA CÂMARA I ~ S DEPUTADOS - SUPL Marco de 20C6
Refutamos, outrossim, a alegação de que o Representado deveria ser absolvido por não estar comprovada a exist4ncia da
'mensalão". fato que teria sido admitido inclusive por nós no processo do ex-
Deputado Roberto Jefierson. Reiteramos nossa afirmação de que cada caso submetido a este Conselho deve ser analisado a luz de suas peculiaridades.
rejeitando-se a adoção de soluçóes genbricas que tudo pretendam abranger. Conforme afirmamos por ocasião do julgamento do ex-Depuiado Roberto Jefferson:
"Cada processo é um processo, cada caso é um caso, com uma decisão e julgamento correspondente, diante e a luz dos atos e fatos ocorridos e do conjunto e avaliação das provas.
Entende esta Relatoria que a percepção de recursos financeiros por Parlamentar, dc forma irregular ou indevida, ainda que sem comprovaçáo da sua fonte ou origem, e pendente de esclarecimento a sua destinação, constitui tal pratica inirawo grave. De igual sorte, planejar a ação, concorrer para a sua prática e o seu resultado também configuram tais atos afrontas graves a ética e ao decuro parlarrierrlar.
As apuraçóes que se operam nas diversas instâncias nas Casas do Congresso Nacional apontam para a existência de dimensões alarmantes de atos que impòem a todos nos assumir responsabilidades com determinação e rigor para punir todos os responsáveis que, por suas condutas e procedimentos, devem ser : condenados e afastados, na conformidade das leis, da presença e do convivio nn Poder Lngislativo do Pais n da vida publica.
Reafirmo e reitero o convencimento exposto neste relatório e no voto exarado para deixar claro e patente que somente com o avanço das investigações realizadas pelas Comissóes Parlamentares de Inquerito B que se poderá coghecer, caracterizar e definir os contornos dos atos delituosos sob a denominação de mensal6es. propinas, ou qualquer tipo de vantagem escusa, seja diária, semanal, mensal, anual ou com qualquer outra periodicidade, praticada pelos seus agentes, membros de partidos politicos. membros do Poder Executivo, Parlamentares e empresários "
Pelas mesmas razões. tampouco socorre ao Representado a analogia com os processos dos Deputados Roberto Brant ou
Professor Luizinho. Quanto ao primeiro, mesmo o relator do processo admitiu /"--
I
i M;uqu dc 2006 i>iÁRI0 DA CÂMARA DOS DEPUí'ADOS - SUPI. Quiniir-feira I6
13
l... .-
licitude da fonte dos recursos tidos por irregulares. Quanto ao segundo, o
Parlamentar compmvadamente não sabia da conduta de seu assessor. que atuou em carater independente. Insistimos. portanto. que as peculiaridades de
cada caso determinam a conclusão pela inocência - ou não - de cada acusado. rejeitando tentativas de uniformizar a atuação deste Conselho em sua
I tão relevante missáo. I Assim sendo. entendemos que resta sobejamente
comprovado nos autos deste processo a pratica. pelo Deputado João Magno, de condutas que contrariam um sem-numero de disposições constitucionais.
legais e regimentais. em clara violação ao decoro parlamentar e a integridade do processo eleitoral. Com base no exame das provas e das panlcularldades do caso e que esta Relatoria formou seu convencimento, e é com esse fundamento que proferimos este parecer.
No plano estrito do decoro. vemos que o Deputado João Magno v~o~ou a Constltulçao e o ~ b d ~ g o de ttica. auferlndo, de íato, vantagens
I indevidas expressas nas vullosas transferências irregulares de dinheiro que se 1 I viram comprovadas nos autos em exame. Tais somas - wbre as quais se deu 1
noticia a Justiça Eleitoral apenas quando já adiantado o clamor publico e já em
curso investigação na Comissão de Sindicância - foram usadas de forma ilegal em duas campanhas eleitorais do Representado, apontando para a
existência de abuso de poder econômico e de "caixa dois".
I Ressaltamos. ademais. a reiteração dos pagamentos i feitos ao Representado, diretamente ou por interposta pessoa, não apenas em um. mas em dois pleitos eleitorais, sempre provenientes das mesmas fontes e
com a total ciência e anuência daquele e de seu tesoureiro de campanha. Para alhm da caracterização de inijmeras violações da legislação eleitoral, tais condutas se mostram incompatíveis com o comportamento irrepreensível, no plano ético e moral. que se exige de um representante
I do povo, tendo sido objeto de profunda e intensa reprovação pelo povo braslleiro.
Cabe aqui lembrar que, na 0bse~aÇã0 do Ministro C~lSC de Mello:
"Quaiquer ato de ofensa ao decoro parlamentar culmina por atingir, injustamente, a prdpna respeitabilidade inslituclonal do Poder Leglslatlvo. (...) A prdtica de atos atentatixios ao decoro parlamentar, mais do que ferir a dignidade individual do pr6prio titular do
Quinia-feira 16 DIÁRIO DA CÂMAKA DOS DEPUTADOS - SUPL Março de 2006
lesiva, contra a honorabilidade, a respeitabilidade, o presr~glo e a lnregrldade po~~t/co-~nst~tuciona~ ao Parlamento, vulnerando, de modo extremamente grave. valores wnstituuonais que atribuem, ao Poder Cegislativo, a sua indrspufável e eminente condi@o de órgão da própria soberania naci~nal. '~.
Nesse contexto, mostra-se reprovável a conduta de parlamentar que participa de esquema irregular de recebimento e emprego de valores em campanhas eleltorals, em franca violaçáo de
Inumeras disposições da Constituição e da legislação. O dever deste
Conselho, e mais ainda do Plenario desta Casa, consiste em responder ao legitimo clamor patriótico zelando pela dignidade do órgão que, afinal, encama a expressão máxima da vontade democrálica da Nação brasileira. Respeitemos os direitos constitucionais da parte, certamente, mas não
menos o valor republicano da moralidade e a dignidade do Parlamento.
Ante o exposto. manifestamo-nos pela procedência da acusação, entendendo cabível a aplicação da penalidade de perda de mandato, nos termos dos arts. 55, 5 1'. da Constituiçao Federal: 240, i1 e 244 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados; e 4 O , 11 do Codigo de ctica, nos termos do projeto de resolução em anexo.
Sala da Comissão. em 9 de fevereir d de 2006
Março de 2006 DIAMO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS - SUPL
CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR I
PROJETO DE RESOLUÇAO N\ DE 2006
Declara a perda do mandato do Deputado João Magno por conduta incompatível com o decoro pariamentar.
A Câmara dos Deputados resolve:
Art. l0 I! declarada a perda do mandato do Deputado
João Magno por conduta incompativel com o decoro parlamentar. com fundamento nos artç. 55, § 1°, da Constituição Federal: 240. 11 e 244 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados: e 4". 11 do Código de Ética e Decoro Parlamentar da Cãmara dos Deputados.
Art. 2 O Esta Resolução entra em vigor na data de sua
publicaçáo.
214 Quiiita-feira 16 DIÁKIO DA CÂMARA DOS I>EI'UTAWS - SUPL Março de 2006
C A M A R A DOS DEPUTADOS
CONSELHO DE ETICA E DECORO PARLAMENTAR .... ,. 52" LEGISLATURA - 4a SESSÃO LEGISLATIVA ORD~NARIA
ATA DA PRIMEIRA REUNIAO (ORDINARIA) REALIZADA EM 16 DE FEVEREIRO DE 2006
Aos dezesseis dias do mês dc fevereiro de dois mil e seis. as dez horas e trinta e quatro minutos, reuniu-se o Conselho de ctica e Decoro Parlamentar, no Plenário nove do Anexo I1 da Câmara dos Deputados, sob a presidència do Deputado Ricordo Izor. Registraram presençs os Deputados Angela Guadagnin, Ann Pontes, Carlos Sarnpaio. Chico Alencar, Jairo Carneiro. Josias Quintal, Nelson Trad, Orlando Fantazzini e Ricardo Izar, membros titulares: Anselmo. Antonio Carlos Mendes Thnmc. Cczar Schirmer. Colbert Martins, José Carlos Araújo, Moroni Torgan, Neyde Aparecida, Paulo Pimenta e Sandes Júnior, membros suplentes. Não registraram presença os Deputados Ciro Nogueira, Jutahy Júnior e Robson Tuma, tcndo sido justificado a ausdncia dos Deputados Benedito de Lira. Edmar Moreira e Júlio Delgado. ORDEM DO DIA: Discussão e Votação do Parecer do Relator, Deputado Jairo Carneiro, ao Processo no 08105. instaurado contra o Dcputado JoSo Magno. Abcrtoa oa trobalhos, com a presença do Representado e de seu advogado, Dr. Wellington A. Valente, declarou-se reiniciada a discussão. O Presidente concedeu a palavra a Deputada Angela Guadagnin para a leitura dc seu voto cm acparado. concluindo este pela procedencia parcial da Representação e recomendando a aplicação da pena ao Representado de suspensão ternporaria do exercício do mandato por trinta dias. A seguir. pronunciaram-se os Deputados Chico Alencar, Nelson Trad, Carlos Sampaio, Josias Quintal, Orlando Fantazzini. Colbert Martins, José Carlos Araujo. Sandes Júnior e Ann Pontes. Na oportunidade. os Deputados Cezar Schirmer e Antonio Carlos Mendes Thame comunicaram tercm concluldo os trabalhos referentes aos Processos nos 09105. contra o Deputado João Paulo Cunha. e 12/05. contra o Deputado Josias Gomes, sob suas respectivas relatorias. O Presidente dedarou encerrada a instruçao probatbria do Processo no 09105. Em relaçáo ao Processo no 12/05. tendo em vista solicitação do Deputado Carlos Sampaio para que se concedesse o prazo de cinu, sessões destinado à manifestaçáo do Representado em relaçao juntada dos documentos, o Presidente deferiu o pedido do Deputado Carlos Sarnpaio e dedarou rnantida a fase de instruçao probatbria até a conclusão do prazo solicitado. Dando prosseguimento aos trabalhos, o Presidente concedeu a palavra ao Relator, para replica. e ao Dr. Wellington A. Valente, para trkplica. Cedeu. ainda, a palavra ao Representado. Em seguida, deu-se inicio a vota@o pelo processo nominal. Votaram "sim" os Deputados Chico Alencar, Orlando Fantauini, Ann Pontes, Nelson Trad, Josias Quintal, Jairo Carneiro, Moroni Torgan, Carlos Sampaio, Antonio Carlos Mendes Thame e Colbert Martins. Votaram "nao" os Deputados Angela Guadagnin. Sandes JOnior e JosB Carlos Araújo. Concluido o processo de votação. o Presidente declarou aprovado o Parecer, nos termos do Projeto de Resoluçáo. tido como do Conselho, o qual declara a perda do mandato do Deputado João Magno por conduta incompatível com o Decoro Parlamentar, determinou o seu encaminhamento a Mesa da Cimara, para que seja submetido ao Plenario e intimou da decisão o Representado e seu advogado. Dr. Wellington A. Valente. Em seguida. proclamou o resultado da votação: Total de votantes: treze, sendo dez votos favoraveis e três votos contrários. Fizeram uso da palavra os Deputados Orlando Fantauini e Angela Guadagnin. Antes de encerrar a
C A M A R A D O S D E P U T A D O S
CONSELI-I0 DE ~TICA E DECORO PARLAMENTAR . . ,'
5za LEGISLATURA - 3a SESSÁO LEGISLATIVA ORDINARIA . ..
reunião, o Presidente suspendeu-a as doze horas e cinqíienta e oito minutos, para lavratura da Ata. ATA: Reabertos os trabalhos às treze horas e vinte e trgs minutos, o Presidente solicitou à secretaria que procedesse à leitura da Ata, tendo sida requerida pelo Deputado Nelson Trad, a dispensa de tal procedimento, em face de haverem sido distribuidas copias aos presentes. Em votação, a ATA foi aprovada. ENCERRAMENTO: O Presidente encerrou a reuiiião às treze horas e vinte e cinco minutos. antes convocando os membros do Conselho para a pr6xima. reunião administrativa. no dia vinte e um de fevereiro de dois mil e seis, terça-feira. às catorze horas e trinta minutos. Os traballtos foram gravados, e as notas taquigráficas, após decodificadas. serão publicadas. juntamente com esta
iário da Camara dos Deputados. E, para constar. eu. - Teresinha de Lisieux F. Miiaiida, Seçrelária, lavrei a presente
e aprovada, será assinada pelo Presidente, 'h ' ' Deputado Ricardo Izar, e encaminhada à publicaçao no
DiBrio fla-Câvi$ra dos Deputados.
216 Quinm-feira 16 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS - SUPL Marqo de 2006
DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E
NÚCLEO DE REDAÇÃO FINAL EM
TEXTO COM REDAÇAO FINAL .. .
CONSELHODEETICAEDECOROPARLAMENTAR EVENTO: Reunlão Ordinária (Na: 0128106 I DATA: IB/ZnOOB INICIO: lOh34mln (Com Intewalo) 1 TERMINO: 13h25mln I DURAÇAO: 02hSlmln TEMPO DE GRAVAÇAO: 2h27mln I PAGINAS: 49 1 QUARTOS: 30
I DEPOENTUCONVIDADO - QUALIFICACAO --
I
SUMARIO: Apresentação, dlscuss60 e votaçao do parecer do Deputado Jalm Carneiro ao Proeesoo Dlcclplinar no 8 (Rapresontagéo no a), de 2005, Instaurado contra o Deputado J&Q Magno.
I OBSERVACOES 1 Houve Intewencão fora do mlcmfone. Inaudlvel. A reunléo fol auspenaa e reaberta.
3
DIÁRIO DA CÂMAKA DOS DEPUTADOS - SUPL Quiiita-feira 16 h47
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Número: 0128106 Data: 161212006
0 SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo lzar) - S n Deputados. havendo
regimental. declaro aberta a 1. Reunião da P Sessão Legislativa do
onselho de ctica e Decoro Parlamentar da Cãmara dos Deputados. E aproveito a
oportunidade para dizer que, na Sessão Legislativa anterior. nos fizemos 99
reuniões no Conselho de ttica.
Ordem do Dia.
Esta reunião foi wnvocada para a apresentação, discussão e votação do
parecer do Deputado Jalro Carneiro ao Procesu, Disciplinar no 8, de 2005,
instaurado contra o Deputado João Magno.
Convidn o Deputado João Magno e seu advogado a participarem da Mesa.
Convido também o Relator, Deputado Jairo Carneiro. (Pausa.) e SE. Deputados, comunico tamb6m que esião presentes o Representado,
Deputado João Magno, e seu advogado, Dr. Weilington Valente.
Gostaria de informar os procedimentos conforme estabelece o art. 18 do
Regulamento do Conselho de ttica e Decoro Parlamentar.
Neste momento. declaro reiniclada a discussão.
Na reunião do dia 9 de fevereiro Último foi pedido vista do processo pela
Deputada Angela Guadagnin e não cabe mais outro pedido de vista.
Então, concedo a palavra inicialmente à Deputada Angela, autora do pedido
de vista.
A SRA. DEPUTADA ANGELA GUADAGNIN - Sr. Presidente, Relator,
Deputado João Magno, aqui representado, Sr. Advogado, vou ler o voto e*
separado que fiz, depois de ter estudado, analisado, feito comparaÇ3o com outros
procedimentos. inclusive os adotados nas representações anteriores:
'Voto em separado.
No gmbito do Conselho de Ética e Decoro, apreciamos e deliberamos
mediante processo ao qual se confere carhter 'polltiçc-jurldico'.
Assim. é ampla a liberdade do Parlamentar no conhecimento e conformação
do juizo sobre O que e, e o que nBo 6, atentatbrlo ou Inmmpatlvel com o decuro
parlamentar. Essa liberdade enwntra seus parâmetros mediante aperfeiçoamento e
aprendizado com a praxis verificada.
218 Quinta-feira 16 DIÁRIO DA CÂMARA I X S DEPUTADOS - SUPL Marco de 2006
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAO Now: Conselho de Étlea e Decoro Parlamentar NUmero: 0128106
. . .... De fato, a pena prevista ao ato Incompatlvel com o decoro 6 a ~assa&Ò;'?~
assim como as penas para o atentatbrlo ao decoro são as descritas no art. 10, l a 111,
do C6digo de &tia, cuja gradação se conforma de acordo com sua natureza e
drcunstancias.
Ap6s estudar os fatos. testemunhos e documentos apresentados a este
Canselho durante o processo em epigrafe. julgo improcedentes as canclus2les
apresentadas pelo Sr. Relator. Deputado Jairo Cameim, tendo em vista o que se segue:
Dos fatos:
I) O Deputado João Magno soiicitou junto B tesouraria do Partido dos
Trabalhadores, na pessoa do Sr. Delúbio Soares. recursos destinados ao
pagamento de dividas de campanha, sem que at6 o dia 29 de setembro de 2005 não
havia providenciado a emissão dos respectivos documentos que comprovassem a
origem ou o destlno dos recursos repassados;
2) Tão toga foram fomecidos os documentos que permitiram realizar a
prestaçm de contas suplementar, a mesma foi entregue ao Tribunal Regional
Eleitoral com sede em Minas Gerals, conforme prova a petição ]untada aos autos.
acompanhada dos recibos e demais documentos que a integram, bem corno o
extrato emitido pelo sitio eletrõnico do TREIMG. o que atesta a utilitação dos
recursos para o pagamento de dlvidas de campanha;
3) Com a entrega dos documentos no TRUMG, o Deputado Joáo Magno
realizou a quitaçAo de sua conlabilidade de campanha. corrigindo irregularidades
pendentes junto a esse 6rgão.
Dos documentos apresentados.
Foram apresentados a este Conselho. de forma voluntária, todos os recibos.
notas e prestaçao de contas ao TREIMG, referentes A campanha de 2002 e 2004,
pelo Representado. bem corno declaraçáo do Secrethrio de Finanças do Partido dos
Trabalhadores na ocasláo, o Sr. Delubio Soares, confirmando a versão dos fatos
descritos na peça de defesa do nobre Deputado João Magno.
Não restam dúvidas, portanto, de que o Representado prestou contas junto ao
Tribunal Regional Eleitoral. o que demonstra a licitude e a boa-f8. Caso contrário.
nao teria o Deputado João Magno o devido zelo para com a questão mencionada,
CÂMARA DOS DEPUTADOS. DETAQ COM REDAÇAO FINAL . Nome: Conselho de ÉUca e Decoro Parlamentar Número: 0128106 Data: 161212006
pois o simples fato de guardar todos os documentos que demonstram os recursos
arrecadados e o pagamento aos fornecedores mostra o cuidado para com o
. cumprimento da legislação eleitoral. independente de crise política que se
manifestou apenas em meados de 2005.
Recebidos os recursos provenientes da DireMo do Partido dos
Trabalhadores. foram os mesmos unicamente utilizados no ~agamento de despesas
de campanha eleitoral, não restando dúvidas a respeito da apropriação desses
recursos. conforme se constata da evolução patrimonial do Representado.
Por fim. o Tribunal Superlor Eleitoral reconheceu e admitiu o principio da
boa-f6 ao acatar a prestação de contas suplementar no pmcesso similar, que teve
por objeto a retificação das informaçi5es antes prestadas. De fato. ficou provado qu e. todos os repasses de recursos efetuados pelo Sr. DelUbio Suaras, Secretário de
Finanças à época, foram demonstrados A Justiça Eleitoral e que, portanto. não
ocorreu em momento algum a quebra de decoro parlamentar tipitlcada nos ditames
do art. 4" inciso II do Código de ctica e Decoro Parlamentar e nas disposiçóes
constantes do 5 1°, do art. 55 da Constituição Federal, na forma como procura
exarar o parecer do Reiator.
Cabe ainda ressaltar que os fatos ocorridos e wmprovados foram relatados
em primeira máo pelo Representado. Tal comportamento confirma os depoimentos
do Sr. Dom Lelis Lara e de outros que atestam o u>mpmmisso ético durante toda a
vida política do Deputado João Magno.
Do parecer do Relator.
O nobre Reiator designado para exarar parecer na Representação movida @
contra o ora Representado, Deputado Jairo Carneiro, ao examlnar o parecer do
eminente Deputado Nelson Trad. Relator da Representação instaurada contra o
Deputado Roberto Brant, manifestou-se no sentido de que é necessário analisar OS
casos e dar Aqueles que se convergem o mesmo tratamento. e não poderia ser de
outra forma. conforme se depreende das afirmaçóes do nobre Relator que
transcrevemos abaixo:
"O SR. DEPUTADO JAIR0 CARNEIRO - Sei que
este e um momento hisldrlco para este Conselho, e a
minha diverghncia não 6, no primeiro momento, dirigida a
- ;::: q CAMARA DOS DEPUTADOS - OETAQ COM REDAÇAO F I ~ L - . . .?:..+ Nome: Conselho de ctlca e Decoro Parlamentar :.I< " .. . t
Número: 0128106 oau: 1&006- dlg.k'i; . ,; ..'+ ..u
V.Exa. $ a critica que iaço, e aqui reatinno nesta hare. ao
proceder da Comissão de Sindidnch desta Cesa e,
lamentavelmente, ao abono que ihe conferiu e Mesa em
sua declscio de formalizar uma represente@o trotando
iguais situações extremamente desiguais. E aqui me
valho u racorru, e j i h6 Nilervurrçio riesla tarde do nobre
Deputado Edmar Moreira. E trazemos 9 coiação, e
considero importante no seu teor integral a manifestaçao
do grande Rui Barbosa, aos 72 anos de idade, idade
muito provecta. em 1920, quando, creio, a idade m6dia de
vida de um brasileiro fosse 40 anos - a vitalidade e o
vigor do seu saber, da sua eloqu8ncia, da respeitabilidade
internacional:
'A regra da liberdade não consiste senão em
aquinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em
que se desiguaiam.
Nessa desigualdade social, proporclonada d
desigualdade natural, 6 que se acha a verdadeira lei da
igualdade. O mais são desvarios da inveja, do orgulho ou
da loucura.
Tratar com desigualdade a iguais. ou a desiguais
com igualdade, seria desigualdade flagrante e não
ig1m1dad.e real '
C..) Entendo e r e a h o mais uma vez poslçdes e
pontos de vista que tenho sustentado de que 6 preciso
realizarmos uma esptície de andlise e slstematlrsç50 dos
casos para aferir com propriedade os contornos de w d a
situaç80, de cada realidade que enfnintamos. E e partir
das fontes ou dos meios utilizados e dos usos ou fins em
que seiam aplicados os recursos que podem ter
perpassado pelas maos ou com a ci6ncia de quem esteja
Marco de 2006 DIÁRIO DA c  ~ ~ A K A DOS DEPUTAL>OS - SUPL Quinia-feira 16 22 L
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETA9 COM REDAÇAO FINAL . Nome: Conselho de € ~ c a e Decoro Parlamentar Número: 0128/06 Data: 161212006
nesse circuito em um processo, sendo Parlamentar ou
não ... Se os recursos s io ilícitos, para mim não importam
os fins se forem lícitos, para mim não haverd salvação. Se
os recursos forem ilicitos e os h s , tamb6m não importará \ *
que sejam lícitos ou ilicitos. Mas se os recursos forem
Iicitos e os fins não forem ilícitos, temos que distinguir e
separar o joio do trigo, examinar com critério, com senso
de justiça e eqüidade cada situação."
(Manifestação do Deputado Jairo Carneiro, durante
a discussfio do voto do Relatar na Representaçã
inslaurada mnira o Deputado Roberto Brant.) 8
(...)
Deixam claro as palavras do nobre Relator que não se nega a conduta. mas
traz-se ao conhecimento do Conselho circunstâncias que. a meu juizo, atenuam o
suposto delito, muito semelhante ao caso do Deputado Roberto Brant, ocasião em
que me manifestei contra o parecer do nobre Relator e em concordancia com o
Deputado Jaim Carneiro. que defendeu a proporcionalidade da pena.
Hd nesse epis6di0, portanto. grave contradição da sentença aplicada por este
Relator no caso 'Brant', que importa em restrições de direitos, sob pena de violação
dos princípios constitucionais. Ambos de grande semelhança, ate na origem dos
recursos que são originários da SMP&B. Cite-se, ainda. o caso do D e p u t a d e
Professor Luizinho. onde, segundo afirmou o nobre Relator, Jalro Carneiro. não há
ocorrência de prática iiicita quando o Parlamentar se socorre de seu partido para
saldar despesas de campanhas políticas, sendo esta prálica amparada pela
legislação eleitoral em vigor.
Ademais, não se pode admilir a ausencia de pmporcionalidade ou, ainda. um
excesso na aplicaçao da sançio imposta em. razão de conduta apurada em
processo disciplinar, principalmente quando o Cbdigo de etica reserva gradação da
pena conforme a conduta e circunstáncias (art. 10, parágrafo ijnico.)
Assim. resta patente a ausência de razoabilidade, no sentido estrito, para
manutenção da sanção de perda de mandato, por caracterizar evidente
222 Quintafeira 16 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEI'CJTADOS - SUPL Março de 2006
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDACAO Nome: Co-elho de Euca e Dewro Parlamentar Número: 0128106
desproporçBo entre o objetivo perseguido e o õnus imposto ao atingido. al6m. 6 :'I
claro, de caracterizar tratamento desigual para casos de evidente simiiiiude.
Merece ainda lembrança a feliz soluçáo proposta e adotada na
Representapo no 56 (Processo no 07, de 2005) - Deputado Francisw Gonçatves,
relatado pela Deputada Ann Pontes. Na oportunidade, a Comissão compreendeu
que a solução mereceu adequada dosimetria ao admitir que o fato imputado ao
Representante consubstanciava desrespeito aos princlpios Bticos e à dignidade no
exerclcio do mandato, mas não o suficiente a pena de cassa@o. propondo B Mesa a
aplicaçáo de censura escrita, nos termos previstos no art. 12 do Código de Ética.
Contrabalançados interesses públicos e imagem da Instltuiçáo com o direito
do Representado, tudo peneado com o devido processo e o principio da relapio
proporcional entre delito e pena. sempre que vislumbrada hipótese de pena
competlvel, não h6 que se cogitar da cassação do mandato.
6 inegàvel, no entanto, que a imagem da Instituição sofre consequ&nclas dos
atos de seus integrantes, o que impõe ao Colegiado a assunção de suas
responsabilidades regimentais.
O mais adequado e oportuno. nesse caso. B a aplicaçiio de pena alternativa
àquela wminada pela Representação, consideradas a natureza da conduta descrita.
bem como as circunstáncias atenuantes e os antecedentes. consoante expressa
previsão no C6digo de h ica e Decoro. em seu art. 10, parágrafo unia, sendo certo
que a pena de suspensão do exerclcio do mandato jh constitui peno severlssimcr de
restrição do direito politico!
Palas rarGets expressas, voto pela pruwd8rida paieial da Rwpitiseiitaçt3o,
cominando a pena descrita no ad. 14, qual seja, a suspensão temporária do
exerctcio do mandato por 30 dias.'
É o meu voto, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Obrigado, Deputada Angela.
Com a palavra o nobre Deputado Chico Aiencar.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - Sr. Presidente, Sn. Conselheiros,
nobre Deputado João Magno, todos que assistem a esta sessão. eu vou tentar ser
bem sintbtico.
--
Março dc 2006 DIÁRIO DA CÂ~IARA DOS UEPUTUOS - SUPL
ChMARA DOS DEPUTADOS. DETAQ COM REDAÇÃO FINAL . Nome: Conselho de Étlca e Decoro Parlamentar Número: 0128106 Data: 161212006
1 Em primeiro lugar, quem reconhecer aqui que, de todos Representados neste
o. aquele que agiu de forma mais franca, mais sincera. mais transparente, a
meu juko, foi o Deputado João Magno, confimando aquilo de que nlngubm aqui tem
dúvida: a sua histbria politica. a sua trajetcíria na vida pública é digna. é honrada. 8
dedicada a interesses maiores e não a baixa politica. Então, quero destacar isso.
Entendo, entretanto, para não cair no caso da expectativa que acaba sendo
frustrada, que. objetivamente. neste caso especifico, ele acabou,
desafortunadamente, por ser envolvido num esquema que B espúrio, que B
pernicioso.
Eu creio que um elemento que poaena alterar alguns casos aqui seria a
presença dos principais gestores, não do crime, como alguns na CCJ. querendo qu * ela passe a ser Câmara Revisora de DecisOes de Mérito, aqui. do Conselho de
ctica. Andaram falando agora. há 2 dias, que o crime não pode passar da pessoa do
incriminado. Não se trata de crime aqui. Trata-se de analisar procedimentos a luz do
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Mas creio que essas faltas graves seriam
atenuadas com a presença de algumas testemunhas bisicas.
Por exemplo, no caso que eu relatei, e que ainda não teve o seu recurso
decidido na CCJ, o que causa enorme preocupação - e ali. para mim. está claro da
parie de alguns membros do PT o interesse eleitoral em relação ao PL. pelos 1 discursos que eu ouvi, pelas presenças notáveis que percebi. mas isso 6 ., .,
aposto, Q um parêntesis ... Mas creio que no meu caço, por exemplo, o ex-Deputado
I Carlos Rodrigues. pertencente Aquela estirpe de maus homens públicos que@
renunciaram para não ter seu mandato cassado e que, muitas vezes, têm abrigo nos
seus partidos, como se nada tivesse acontecido, se ele tivesse vindo aqui, a
situaHo do Deputado Wandewal poderla ser outra. Assim como no caso do
Deputado João Magno, na presença do ex-Tesoureiro do PT, Delúbio Soares, para.
olho no olho. com a força que a palavra direta tem. dizer que realmente ele enganou
o Deputado João Magno, pmveu as campanhas do Deputado de recursos de origem
esp0ria. estranha. não contabilizada, isso ajudaria. Mas isso não aconteceu.
Então, eu vou acompanhar o Relator. mas quero fazer um alerta, concordar
com a Deputada Angeia: essa situação do Deputado João Magno guarda grande
similaridade com a situação de 2 outros mineiros - e a similaridade não B
224 Quinta-feua 16 UIÁIUO D A CÂMARA DOS UEPU'I'ADOS - SUPL Março de 2006
a C ~ A R A DOS DEPUTADOS - DETAQ Nome: Conselho de knca e Decoro Parlamentar Número: 0128106
geogdfica - que por aqui passaram: a do Deputado
Dnpirfado Roberlo Brant.
O esquema era o mesmo. rlgorosamente o mesmo. As jusliricativas podem
ser diferentes, e eu volto a dizer: o Deputado João Magno foi o mais franco. o mais
sincem, o mais transparente desde a primeira hora. Eu confesso que eu levei um
susto, 16 nos idos de junho ou julho do ano passado. quando v1 numa televlsao
qualquer, nem me lembro onde estava. o Deputado João Magno. não se1 se em
frente A USIMINAS, ou a uma agbncla bancária. dlzer: "Nao, recebl, slm, tal e nao
declarei, infelizmente. Vou providencier. mesmo fora de fempo, essa coração ..." Eu
aplaudo essa tranquem.
Entretanto. por uma questão de coerência, com os votos que eu manifesto
aqul no Conselho. eu acompanho o Relator. Mas quero dizer, quem cobrar isso, a
sltuaçáo 6 muito similar a dos Deputados Roberlo Brant e do Deputado Romeu
Queiroz.
Portanto, a do Deputado Romeu Queiroz, cotejada com a do Deputado João
Magno - se o Deputado João Magno quiser. eu, tendo oportunidade. falo Isso em
plen6rio -, ela cobra coerencia do PlenBrio. Se absolveram o Deputado Romeu
Queimz, caso saia a indicação, pedida pelo Relator aqui, para perde de mandato.
muitos Parlamentares, esconditios pelo voto secreto, deveriam ser coerentes.
porque a situaçáo 8 igual, 8 igual.
Em segundo lugar. a situação do Deputado Brant também. que teve apoio
aqui de altas figuras do PSDB, do PFL. foi ... Ele, parece que, apesar de ter sacado
do mesmo esquema - USIMINAS. SMP&B, valerioduto -, foi indicado para perder
o mandato aqui pelo voto de minewa do Sr. Presidente, acompanhando o Relator.
Mas a situuç90 C igual. E o que se comenta é que, no dia 8 de março, Dla
Internacional da Mulher. o Plenario vai reparar o erro do Conselho e absolver
O largamente o Deputado Rvbaitu Biatil.
Em relação ao Deputado João Magno ser8 tamb6m uma incoer&ncla caso ele
tenha a perda do mandato pedida aqui e caso isso se contimle 18.
Não podemos ter Deputados de categorias diferentes, os que t6m mais força,
prestigio. poder. status, porque j6 foram Ministms. porque j6 foram lideres de
I Março dc 2006 DIÁKIO DA CÂMARA DOS DEPUTN)OS - SUPL
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL . Nome: Conselho da ftlça a Decoro Parlamentar Número: 0128106 Data: 161212006
, e os que s6 têm o magno em muitas atitudes e no nome, mas não tem a
midade do poder. do prestigio e da influência.
Eu faço questão de dar esse depoimento. que não 6 contraditório, com o meu
voto acompanhando o Relator. porque esse voto será sempre assim. Todos aqueles
que eu. fazendo um juizo sereno, considerar que infelizmente - no caso do
Deputado JoBo Magno, faço isso com muita tristeza. muita dor - acabaram se
envolvendo nesse esquema. que foi praticado, inclusive, A revelia do pr6prio Partido
dos Trabalhadores ... O Deputado Jogo Magno sabe que essas benesses do Sr.
Delubii não vinham para qualquer um. Eu vi candidato, inclusive a Prefeita do PT,
no meu Estado, passando a maior pindaiba na campanha, enquanto alguns,
inclusive que tinham recém-ingressado no partido, em Municípios vizinhos, estava
16 com toda a força. AtB outdoors com o ex-Presidente JosB Genolno havia. "-e
Então, houve, dentro do PT, um tratamento diferenciado e um esquema
paralelo que so veio a se revelar depois, com o qual o Deputado João Magno
acabu sendo beneficiario. Agora, peço coerência a este Conselho em relação a
votos anteriores e vou cobrar coerência do Plenário em relação a votos anteriores
tambbm.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Obrigado. Deputado Chico
Alencar.
Com a palavra o Deputado Nelson Trad.
O SR. DEPUTADO NELSON TRAD - Presidente. Deputado Ricardo Izar; I Relator. Deputado Jairo Carneiro; Deputado João Magno; Sras. Conselheiras e Srs. @
Conselheiros, acredito. e todos nós acreditamos nesta Casa, que um Parlamento e I e sem estrutura moral para sustentar um quorum para decidir as imperfeifles de -
alguns dos seus componentes é uma casa instiucional desmoralizada. e uma
afirmação concreta da sua gelatinosa posição frente aos Poderes da República.
i Digo isso, Sr. Presidente, preocupado evidentemente com a palavra e a
preocupaç40 do nosso Presidente Aldo Rebelo. que ressaltou que não pode esta
Casa gastar todo o primeiro semestre votando os processos de perdas de
mandatos. pois há outros assuntos importantes a serem tratados e será mais difícil
reunlr quorum depois de maio, em virtude do ano eleitoral.
226 Quinia-feira 16 DIÁKIO DA CÂMARA DOS 1)Ei'LITAIBS - SUPL Março de 2006
CkdAR4 DOS DEPUTADOS - DETAQ Nome: Conselho de h ica a Decoro Parlamentar Número: 0128108
Estamos presos a uma d r i e de compromissos morais nesta Casa. E
e x p r e a o exata de toda a vida da República, desde a restauraçâo primeira da
democracia brasllelra, em 1945. 6 esta que estamos presenciando como prova de
choque da Invulnerabiiidade moral do Parlamento brasileiro.
Eu tinha menos de 14 anos de idade quando, em 1946. cassaram os
Deputados wmuiiistas elaitüs pulo p v o no Parlarrieiito brasileiro. Quase que
adolescente, eu percebi a agressão que se fazia 4 vontade popular. E, talvez
Inconscientemente, alnda salndo da mlnha infancia. eu pense1 que jamais iria, se
chegasse a esta posiçao de Parlamentar, sacrificar um mandato de um
companheiro.
Mas, Sr. Presidente, eu continuo nesta posiçáo. Ideologicamente, jamais me
aproximei daqueles que buscam mandato por um sentimento de reacionarlsmo, de
intransigéncia moral. não podendo conviver com alguém que pensa diferentemente
dele.
Era 1946, eu me recordo muito bem, e eu não estaria mais numa
circunstAncla dessa, nefasta para a vida daqueles que participam de um sacriflcio
dessa natureza. se não assumisse uma posição vertical, coerente com a sua
consciência, com a sua republicana participação na vida politica nacional.
Pois bem, Sr. Presidente, eu vou repetir: um parlamento que não tem a
certeza de quorvm. ainda que seja em setembro, próximo de uma eleição, de vir
julgar. por determinaçáo da lei interna entre n6s e por determinaçáo da Lel Maior da
Republlca. aqueles que náo participaram moralmente, decentemente da nossa
convivência, Q porque 6 um parlamento sem estrutura moral para sustentar-se
perante os seus concidadãos.
A segunda 6 em relaçáo, Sr. Presidente, à preouipaçáo gue n6s temos agul.
N6s esta~~ios palticipando de um processo de enorme significado. Vejam, terça-feia
asora. meus companhelms Conselheiros. n6s vamos ter o lnlclo da votaao. na Comissão de Constituição e Justiça. do recurso do Pastor Wanderval. Agora, na
terça-feira. Imaginem se não alcançarmos qrionlm na tenp-feira. Imaginem.
Imaginem aqueles preparados e que participam, direta ou indiretamente. desta ação
nefasta. uns escalados para vir e outros não. E não venham. Teremos all uma
DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPU'I'ADOS - S U I L Março de 2006 Quiiim-feira 16 I
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL . Nome: Conselho de ktlca e Decoro Parlamentar Numero: 0128108 Data: 16/2/2006.:
I
I decisão infeliz da Comlssão de Constituição e Justiça em relação nossa decisão ~
l aqui, o desastre moral que alcançar8 o Conselho de Etica.
I Porque observei bem: os votos divergentes e, portanto, solidários com o
i parecer do voto do recorrente, de forma estranha, Sr. Presidente. não tinham
nenhuma ligação com a ess6ncia daquilo que nos decidimos aqui. A preliminar é de
uma condigo primária, para encher lingüica. A expressão chula é esta. porque. na
verdade, até confundia de forma frágil elementos preliminares com mérito, na
afirmação constante de que a insegurança era demonstraçüo de ganhar tempo. I? a
única possibilidade que o Representado teria em não ver desatado o seu processo
na soberania do Piendrio.
Então. essa é a primeira manifestação minha, não quero me prolongar muit
e vou olhar nos olhos do meu companheiro, Deputado Joáo Magno. a figuração
perfeita do companheiro que eu gostaria de ter comigo enquanto eu for da mesma
niassa aiiatüiiiica a iiiural dela. E eu acho que ele nao gostarla de convlver com
certos peixes podres. como eu digo. que existem nesta Casa.
Não fique. Deputado JoSo Magno, na sua certeza de que um dia V.Exa
nunca será contaminado. Eu falei: "Não pense que num dia V.Exa. não será
contaminado, V.Exa. estard a perigo, como n6s estamos".
Eu vejo na sua ação, e nós tivemos sorte de ter como Relator o Deputado
Jairo Carneiro, de examinar bem o seu ato sem desprezar o lado social e político
que em momentos, quase todos. V.Exa. assumiu na sua vida parlamentar. E por
isso mesmo, Presidente. reitem que nós devemos publicar essa ação escrita nossa
do verbo. para que fique a disposição da população interessada diretamente na e
política moral do Brasil.
Eu diria que o que o Deputado Josias Quintal apresentou no seu relatório, do
Deputado Romeu Queimz, teria de ser o norte de todos aqueles que por aqui '8 ,a&
passaram. sem generalizar. quanda está objetivamente claro qiie hniivn iim caix
Então. não há essa globalização.
Eu vou citar o Deputado Josias Quintal:
"A sociedade brasileira está claramente a indicar,
neste inicio de um novo século, que e probidade,
transparénua e lisura na conduç~o da coisa pública
C b A R A DOS DEPUTADOS - DETAQ Nome: Conselho de ~ t l c a e Decoro Parlamentar NJmero: 0128106
pertencem ao grupo da valores
dado transigir.
Parficularmente, aumenta o clamor popular contra o uso de recursos náo declarados em campanhas
eleitorais a na atividade parfidária.
Recentes declaril~õas da iilayrar~tuu do Gumrnu,
sugerindo ser a prática do caixa 2 um mal menor, foram
objeto de intensa reprovação pela opiniiio p0bllce.
Cabe ao Congresso Nacional, porianto,
corresponder a esse sentimento e tomar as medidas
necessárias para enadicar tais prdtlcas condenhveis do
cenário político nacional. "
isso aqui que eu tenho conduzido como inspiração na elaboração de todos
os meus votos.
Lembre-se. Sr. Presidente. do que ontem à nolte, por telefone, conversamos.
V.Exa. querendo saber da minha saude. e eu confessando, de forma bastante
satisfatbria, a higidez dela. retemperado que eu estava com a participação de um dia
aqui no Conselho.
6 o seguinte, Sr. Presidente: como têm alguns aqui na Câmara que
precisariam de uma lição dessa que. infelizmente. o nobre Deputado João Magno
estb sofrendo. Como eles gostariam de nos ver preços pelo rabo de um caixazinho 2
desse tamanhozinho assim. Como eles licariarn satisfeitos de ter o Chico Alencar
apanhado num momento de descuido e de intemperança como autor de um caixa 2.
ou do Nelson Trad, ou do Carlos Sampaio. ou da minha querida companheira
Angela Guadagnin. Ah. nBo tenha dúvide, Sr. Presidente. que está todo mundo
apostando nisso. N6s vamos pegar ainda.
Eu yaraitto que podaria atu awiitecer isso, inas r165 vamos ter um cuidado
enorme. 6 ou não 6 uma lição para a vida daqueles que se encontram hoje aqui at8
certa forma nos estigmatizando como crueis algozes? Pois algubm JB tentou pegar o
Jairo no inicio da sua corajosa participação naquele procedimento ou alguns outros
jA falaram: "O Deputado Nelson Trad - aqui nesta Casa -pediu o arquivamento de
4: Num momento terrível como este. "Ah, Idgico, ele esta se cuidando."
Março de 2006 »IÁRIO DA CÂMAKA DOS LIEPUTADOS - SUPL Quinta-feira 16 22'4..
ChMAR.. DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL . 2 Nome: Conselho de ktlca o Decoro Parlamentar Número: 0128106 Data: 18/2/2006 ((-(-->~ 9$. 31 I-
#. . a vida, Sr. Presidente. --
Deputado João Magno, é verdade que, a despeito de todo o referencial
rmativo, mnstitucional. legal e regimental e de toda a constnição doutrinária,
jurisprudencial. muitos poderão periilhar o entendimento de que os atos imputados a
V.Exa. careceriam de intenção dolosa e predisposição para obter. entre aspas.
"vantagens indevidas". Por qu87 Evidentemente por não resultarem em proveito
pr6prio nem beneficiarem eficazmente a sua candidatura, amplamente, na ocasião, !
j.4 consagrada em alguns momentos, uma e outra mal-sucedida, atravbs da elei@o
para Prefeito. Não é isso? Perfeitamente. Tem uma circunstância, Deputado: é muito.
beneflco Invocar o seu passado. a sua vida publica, constmindo o seu desempenho
louvável de importantes funções de Governo. nos nlveis que V.Exa. atuou. federal
e 9 municipal. e sobretudo o caráter do cidadão probo demonstrado ao fongo da sua
carreira politica, até então de ocorrencias dramáticas e desastrosas como esta que
estamos presenciando.
A sua condiçáo de pai, de esposo, a sua condição de polltico respeitado por
todas as correntes partidárias do seu Estado, principalmente e exclusivamente de
homens bons e decentes, que t6rn autoridade moral de virem aqui atestar a conduta
id6nea de V.Exa., leva-nos a admitir até essa possibilidade que este Conselho - e
por isso que não 6 possível só admitir. é concretamente. necessariamente tem que
ser esta -, que a nossa função aqui. como juizo de pronúncia, é dizê-lo necessário
se apresentar no plenário soberano para ser ali julgado. Lá, os 513 Q que vão dizer
se o seu ato praticado na realidade tisnou ou manchou a majestade desta Casa. a lá, aqui. no Conselho. náo. Náo b a nossa função aqui. Não temos essa autoridade.
O valor objetivo 6 lá, o subjetivo nosso 6 aqui. Essa é a realidade.
Por Isso que insisto. nobres Conselheiros, nesta afirmação: se n6s qUiSeimJS
justificar a existência do Conselho, saibamos que nós somos julzo de pronuncia. Na
dúvida, eu fico com o Estado. Na dúvida, se na realidade nós temos alguma suspeita
em relação à culpabilidade daquele Representado, vamos determinar que isso seja
feito IA M) Plenário, o Único juizo soberano da Casa.
Por isso mesmo quero, por entende-lo homem direito, &no, mas infrator das
nossas leis, que tenha sucesso e que tenha, perante os seus colegas Deputados, a
CAPAARA DOS DEPUTAOOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL . Nome: Conselho de Étlca e Decoro Parlamentar Número: 0128106 Data: 161212006
Federal. razão pela qual estamos em condiçães de encerrar a fase de instrução do
processo contra o Deputado Representado Josias Gomes.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Declaro também encerrada a
instrução probatbria do processo do Deputado Josias Gomes. Mais 2 processos I encerrados.
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Sr. Presidente, apenas pela I
oportunidade. acho que seria interessante. no caso, como foi junlada uma prova
grafol6cnica no caso do Deputado Josias Gomes. que a ele fosse dado vista para se
manifestar sobre o exame grafot6cnico.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Ele tem 5 sessões, Deputado.
e I O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Então, somente Isso.
8 O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - EntFio. com a palavra o
Deputado Carlos Sampaio.
O SR. DEPUTADO CARLOS SAMPAIO - Sr. Presldenfe. nobre Relator. I Deputado Jairo Carneiro. Deputado João Magno, senhoras e senhores. sinto-me na
obrigação de fazer alguns registros antes de proferir o meu voto.
É fato que o Deputado João Magno não se locupletou de recursos públicos.
Também e verdade que o Deputado João Magno, ao trazer para este Conselho as
notas fiscais emitidas desde a campanha eleitoral de 2002, demonstrou um zelo
prbprio das pessoas de bem.
Aliás, ao que me recordo - e conversava aqui com o Deputado Chico
Alencar -. o Deputado João Magno. acredito eu. foi o Unico Representado n e s t e 9
Conselho que. desde a primeira oportunidade em que se manifestou junto A
imprensa, ate a data de hoje, sempre manteve uma Única versão sobre os fatos.
Não tergiversou. n5o se desdisse ou mesmo apresentou justificativa diversa daquela
que dera no primeim instante em que todos esses fatos vieram à luz. se não me
engano em final de maio, começo de junho do ano passado. Ali&, trouxe a este
Conselho - e reconheço isso. Deputado João Magno - a informação sobre
recursos que recebera que sequer tinhamos clenua na CPMI ou neste pr6prio
Conselho.
Reconheço ainda que seria hipocrisia da minha parte ... Digo hipocrisia
parque não posso conceber que V.Exa., Deputado João Magno, seja colocado na
232 Quinta-feira 16 1 ~ 1 Á ~ 1 0 DA CÂMAKA DOS DEPUTADOS - SUPL Março de 200ú .-
CÀMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Nome: Conselho de É ~ c a e Decoro Parlamentar Numero: 0128106
vala comum daqueles que trocaram seus votos por mesadas. O Deputado Jogo
Magno fundou o PT e, ao que me foi dado perceber. tem uma hlstória que não se
coaduna com a desses a que acabei de me referir.
Contudo, Deputado João Magno. &o posso deixar de considerar a wrreia
fundamentação trazida B baila pelo Deputado Jaim Carneiro e, parlicularmente. a
sua conclusão, quando diz: "Lamenlavelmente, as provas dos autos e a leg/sla@o
em vigor não vém em seu favor.
Aqui, peço licença aos Srs. Conselheiros para fazer uma breve digressão
também, porque concordo com o Deputado Chico Alencar. O caso do Deputado
João Magno guarda uma certa similitude com o caso do Deputado Romeu Queimz,
em que fui um dos que votou pela sua cassação, e w m o caso do Deputado
Roberlo Brant.
Por não estar aqui na época, não votei. mas 6 público não s6 aos
Conselheiros. mas a imprensa como um todo, que acompanhana o voto do Relator,
Deputado Nelson Trad. votando também pela perda do mandato do Deputado
Roberto Brant. E guarda. sim. essa simiiitude.
Todavia, O fato de não registrar. Deputado João Magno. enquanto Presidente
do PT local, os recursos que recebeu. a mim me pareceu evidenciada que a relação
que V.Exa. manteve com o PT foi uma relação obscura. Esse termo eu tamMm
utilizei quando relatei o caso do Deputado Pedm Corrêa. mas em hipótese alguma
comparo a historia, a biografia e a postura de V.Exa. com a dele.
Essa reiapo obscura estabelecida. em que pese o zelo de V.Exa. de trazer
para este Conselho todos os recibos emitidos B época. tenho para mim que não
pode se transformar numa relação transparente e correta tão-somente pelo fato de
V.Exa.. 3 anos depois, tentar justifica-la perante o TRE.
e que se V.Exa. mesmo. em sua defesa, nos fez ver que ao recorrer ao seu
partido para buscar recursos agiu de foma correta, não transgredindo qualquer
norma eleitoral ou mesmo penal, e de fato não transgrediu ao recorrer, se assim foi,
forçoso B reconhecermos que inexislia razão para que V.Exa. rião conlabiliuisse. ou
mesmo náo determinasse a contabilização, dessas respectivas entradas a que
estamos nos referindo aqul neste Conselho.
I Março de 2006 DIÁRIO DA CÂMAKA DOS DEPUTADOS - SUPL Quinia-feira 16 233 --
~AMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL . +luu&%
I Nome: Conselho de Étlca e Decoro Parlamentar Número: 0128106 Data: 161Z20Oô . , ,$ 3 18
.,
e & I 3 r.
I Eu não concebo, e disse isso quando relatei o caso do Deputado Pedm
C Corr6a. que o Presidente de um partido que receba certas quantias em recums, -
I
I certos recursos, diga que não os registrou na medida em que não tinha o recibo. Eu
jd fiz essa indagação, se não me engano o Deputado Fantauini tarnbbm: que recibo
é este? Se eu recebo uma quantia do meu partido - e V.Exa. assim procedeu. de
forma legal. eleitoralmente sem transgredir qualquer norma que fosse - por que
não registrb-ia? Eu nao entendo a razao. Recibo quem há de dar é quem recebeu a
quantia e não quem ofertou a quantia. Dai o porquê eu não entender a razão pela
qual esse dinheiro não fora contabilizado. digo, registrado junto ao partido. Sequer
estou adentrando a seara do caixa 2. Estou me referindo ao registro partidhio.
Enfim, Sr. Presidente, se inexistiu junto ao PT daquela localidade o registro
dessas respectivas entradas, com a devida vênia. sou obrigado a concluir que essa e
omissão. por parte do Representado, se deu de forma proposital. ou seja. não se
registrou no partido a entrada das referidas quantias, pois se sabia que o dinheiro 1 tinha origem minimamente duvidosa.
E, por esta razão. Sr. Presidente, eu acompanho o voto do eminente Relator.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Agradeço ao Deputado Carlos
Sampalo.
Com a palavra o nobre Deputado Josias Quintal.
O SR. DEPUTADO JOSIAS QUINTAL - Sr. Presidente. Sr. Relator, Deputado
João Magno. Dr. Wellington Valente. imaginei alb que eu fosse um dos últimos
inscritos nesta sessáo vazia, um tanto quanto até misteriosa aqui na Casa hoje.
Mas, chegada a minha vez, vamos nos manifestar. e
Eu. nesses 10 minutos, quero fazer uma abordagem acerca de uma
expressão que foi usada aqul pela Angela, se não me engano. pelo Chico. c a
expressão relativa werhncia, as contradições. Nesse sentido, quero concordar em
muito com o relatório da Angela. Ele aponta questões pontuais interessantes.
Concordar com o Chiw. com o Nelson Trad, quando fazem menção a julgamentos
também havidos aqui no Plendrio.
Situaçóes devidamente apuradas, fatos comprovados, provas testemunhais.
pmvas materiais, confissão, e a Câmara, e o Plenário, de modo incoerente. decide
sobre o destino de companheiros de forma diferente. Então, isso deve ser uma
234 Quinta-feira 16 I)IÁIUO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS - SUPI- Março de 2006
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Nome: Conselho de h ica e Decoro Pariamntar
, Número: 0128106 < .. ..'p;@,;
... . .;:..;.-- ,."'
preocupação nossa. Essa questáo da coef ic ia. das contradições. que n& &'ky poucas.
Quanto ao próprio Conselho. têm ocorrido algumas situaqbes que merecem
também a16 alguma explicação. Vou cltar a16 mesmo um caso meu, uma conduta
minha. O Nelson Trad muito bem lembrou um texto de nosso relat6rio. quando n6s
nos referimos ao clamor popular, ao clamor da sociedade que esta a cobrar do
Legislativo uma nova postura. Uma postura que venha se contrapor a toda essa
conduta reprov6vel da Casa e que exige de nbs atitudes times. seguras com
relação a todos os possíveis desvios de conduta que possam ocorrer aqui na Casa.
Mas a i pergunto: onde 6 a minha coerência quando faço constar isso no relat6rlo e
discordo depois de companheiros aqui que pedem que votem pela cassa@o de
Parlamentares que foram acusados em um certo momento da pr6tica do mensaláo e
de outros desvios? Evidentemente. Presidente, cada caso 6 um caso. Embora
tenhamos a responsabilidade com a coerência, temos também que ter a
responsabilidade. a nossa consciência sobre aqueles fatos. Eu votei contrariamente
ao Chico Alencar, zeloso Parlamentar, esse companheiro do Rio que eu tenho uma
orande estima. um grande Parlamentar. representa muito bem o wvo. eu votel
contra a cassação do Wandenral, por entender que. no processo, os elementos n3o
eram sufidentes. deixavam-me dúvida quanto A culpabilidade dele. Da mesmo
modo, com o Pedm Henry, cuja cassa@o foi defendida pelo Fantanlni, que é
tarnb6m um Parlamentar corajoso, como Chiw, wmo o Nelson Trad. como outros, e
foram rigorosos no seu posiclonamento. Mas a minha consciência não estava a
indicar. não estava a me dar uma segurança que. naquele episbdio, eles tivessem
esse movimento. Ficou a dúvida para mim quanto a possibilidade de uma injustiça.
Não abono nenhuma conduta anterior de qualquer um deles. Nao me arrisco a
abonar qualquer conduta deles anteriomente ou posteriomente ao fato. Flquel
apenas restrito ao que estava no processo, naquele mundo do processo. Em razáo
disso tive aquela ... Bem, mas não querendo me alongar. e, Chico, mantendo aquela postura
misteriosa a qual você se referiu. eu vou fazer também uma breve mençk a
algumas questões para reflexáo. Aqui nesta mesa. a1 onde est6 o Jaim, sentou-se
h6 pouco tempo um advogado brilhante, o Dr. Ferao. E na sua defesa, na defesa do
.- A h CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL .
. . . . .. . , '"-r;.y ...>.-.- 0 \\\.' edro Corrêa - advogado muito competente. com muitos recursos -, ele faz
,<::.i*:& -.- / ,. menção ao poeta chileno, Pablo Nemda, e se refere à questão da poesia chilena:
"para entender a poesia chilena é preciso conhecer a solidao que esth por trás dos
Andes". Na verdade, muito bonita a colocação. Mas tamb6m (i incompreensivel,
caminhando ainda pelos Andes. subindo um pouco na direç.50 do Equador,
incompreensível entender o porquê de aquelas civilizações, da cultura daquelas
civilizações em sacrificar virgens para aplacar a ira dos deuses. Que culpa tinham as
virgens? Qual o sentido disso? Mas 13 uma questao cultural.
Mas. do mesmo modo como me referi. numa oportunidade anterior, para
sntcnder esta Casa, para entender o comportamento dos pollticos, 6 preciso viver
neste meio. e preciso ser polltlco. E isso n6s somos, e nds compreendemos muit
beni. 9
Bem. feitas essas colocações, propositadamente, de modo até disperso, não
concatenel, preferl deixar de um modo disperso, para manter, Chlco Alencar. u
mistério. Afinal. nos não estamos manifestando o voto, estamos discutindo a
matéria.
Eu devo dizer, João Magno, a você, o seguinte: havia um comandante
francês, conta a história - não se1 bem justificar de onde li isso -. que sempre que
Ia às batalhas, o corpo dele tremia, ele mal se sustentava sobre o cavalo, porque o
corpo tremia. Mas o dever dele. a consciência dele falava para ele mesmo: Treme.
corpo; tremer& muito mais quando souberes par onde eu vou te levar".
Eu posso dizer, João Magno, que os seus apelos, os seus p e d i d o e
dramáticos. eles tiveram. da minha parte. uma acolhida. mexeram muito com a
minha sensibilidade. Você é um caso especial. e posso dizer que o teu caso. o teu
drama e a tua hlstbria me comoveram muito, mas eu, certamente. sensibilizado e
com, vamos dizer, com esse sentimento, com essa alteração até fisiolbgica do
organismo, em face da consistência, do sentido dos teus opclos, do teu drama, eu
evidentemente tenho que cumprir com o dever, com a minha consciência e minha
responsabilidade.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Agradeço ao Deputado Josias
Quintal. E com a palavra o Deputado Orlando Fantazzini.
236 Quinia-feira 16 I)IÁRIO DA CÂMARA ws DEPUTADOS - SUPL Março de 2006
cÁMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Nome: Conselho de etlca e Decoro Parlamentar Número: 0128106
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAUINI - Sr.
Deputado Joiío Magno, Dr. Wellington Valente. cheguei hoje aqul atti atrasado para
esta sesao. Deputado João Magno, porque estava num debate ao vivo com o
wronel Ubiratan, que comandou a chacina do Carandi~. Cento e onze pesaoaa
foram chacinadas, e o Trlbunal de Justiça de São Paulo houve por bem absolv8-10.
Valores etims e morais na sociedade, multas vezes a sociedade os preza e,
lamentavelmente, as instituições não os prezam. Não quero aqui entrar no mbrito da
sentença ou da decisáo do Tribunal de Justiça de Sáo Pauto, mas to1 um esandaio
nacional e internacional. Quando as instituiçóes começam a perder os seus
parâmetros, obviamente a sociedade passa a ter um comportamento moldado pelos
parâmetms instituídos ou impostos, obviamente, pelas instituições.
Mas isso não tem nada a ver com o seu caso. ou pode atB ter, no que diz
respeito a instituição. Quando convivemos no PT. convivemos em lados opostos.
V.Exa. era do campo majoritário. e n6s &ramos do bloco de esquerda, mas sempre
com uma convivéncia respeitosa na divergencia politica. Nunca V.Exa. adotou um
ato de arrogancia ou um ato que procurasse deixar os seus companheiros do campo
minoriláno em situaçbes esdnjxulas ou desrespeitosas ou afmntosas.
Tive o prazer de conviver com V.Exa. na Comlssao de Fiscallzaçh e
Controle, onde atuamos juntos. E V.Exa. sempre da mesma maneira, da mesma
fonna: humilde. simples. muito sereno. tranqüilo, dialogando com os companheiros.
fervoroso nas suas convicçóes. o que 6 extremamente importante. E hoje V.Exa.
aqui estd.
Mas faço essa Introduç.30 para dizer a V.Exa.: eu não julgo a pessoa e a slgla
partidada que esta ai sentada: eu julgo pelos fatos. Para mim, n a depende qual 6 a
sigla partidaria. O meu julgamento 6 em razáo dos fatos, do conteúdo que existe nos
autos.
Eu estou convicto de que V.Exa. foi vitima do vosso partido, de uma 16gica
institulda dentm do vosso partido. V.Exa.. de boa-f6. corno ao longo dos anos tem
demonstrado ser na sua vida não s6 polltica. mas na vida que antecede B polltica.
homem que confia no ser humano, homem que confia noswmpanheiros. acabou
sendo traldo por uma I6glca do seu partido e, obviamente. traido por uma pessoa a
qual tenho total mnvicçáo de que V.Exa. confiava. inclusive na palavra.
!
i COM REDAÇAO FINAL .
Data: 16/2/2006
Não houve denunciado aqui neste Conselho que tivesse o comportamento
ue V.Exa. teve. a sua correção. a sua honestidade. desde o primbrdio das
denúncias. E aqui já disse o Deputado Chico Alencar ou Carlos Sampaio, eu não me
recordo, inclusive valores náo consignados na denúncia V.Exa. tambêm trouxe,
tamanha a boa-fê de V.Exa. Óbvio que Isso 6 uma atenuante a V.Exa. Sem duvida
alguma. Deputado Joáo Magno.
Para mim, dinheiro vindo do esquema valerloduto deste Govemo ou do
Governo anterior Q a mesma coisa. A náo-contabilizaçáo no momento que V.Exa.
recebeu ou que outros também receberam é a mesma coisa. Não posso usar pesos
e medidas diferentes. Tenho que usar o mesmo peço e a mesma medida. E V.Exa.
tem essa atenuante porque náo procurou subterfúgios do tlpo "não vi nada", "não
de nada". náo empurrou a responsabilidade em terceiro. Honesto. assumiu. Náo
procurou empurrar as despesas para o partido, não se escudou atrás de ninguém.
Transparente, seno. honesto, como ihe 6 peculiar.
Mas eu não posso. Deputado João Magno, a minha consci6ncia náo me
permite votar aqui ao sabor das conveniências. A minha consciência me obriga a
emitir o meu voto em razão dos fatos que existem nos autos.
Por isso, quero dizer a V.Exa., seja qual for o resultado aqui hoje, que V.Exa.
retoma& para sua cidade. para seu Estado, de cabeça erguida. V.Exa. tem todas as
condições de olhar nos olhos dos seus filhos, da sua esposa, da sua comunidade,
de cabeça erguida. V.Exa. não e corrupto, V.Exa. não cometeu nenhum ato. nenhum
ato que possa atentar contra a sua honra. Lamentavelmente, V.Exa. foi vítima d
vosso partido e de uma pessoa. V.Exa. tem todas as condições, seja qual for o
resultado aqui hoje. de retornar para sua cidade de cabeça erguida, sem nenhum
wnstrangimento. pela sua transparência. pela sua coerência e pela sua
honestidade.
E me coloco. Deputado João Magno, a disposição de V.Exa. para. no plendrio
desta Casa. pedir coerência ao Plendrio, para que o Plenário não julgue pela sigla
partidaria. Da mesma forma. wmo estou sendo coerente, eu me sinto em wndi@es
de pedir coerência ao Plenário da Casa.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo IZar) - Obrigado. Deputado
Fantanini.
238 Quinta-feira 16 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUI.ADOS - SUPL Março de 2006
C ~ A R A DOS DEPUTADOS - DETAQ Nome: Conselho de Ctlca r Decoro Parlamentar Número: 012810B
Com a palavra o Deputado Colberl Martins.
O SR. DEPUTADO COLBERT MARTINS - Sr. Presidente. Sras. e Srs.
Conselhe'ms. Deputado João Magno. Sr. Presidente. sou suplente deste Conselho e
estou aqui para cumprir um dever. E eu cumpro, Sr. Presidente, entendendo que
aqui discutimos com clareza uma situação que B institucionalmente necessária de
ser dlscutlda.
Começo este encaminhamento de voto me dirigindo ao nobre Relator,
Deputado Jairo Carneiro: V.Exa. faz uma tundamentaçao completamente adequada.
respeithvel. respeitada e extremamente bem fundamentada. V.Exa. comeg tratando
sobre a quesao do decoro parlamentar e o define com clareza: são normas "que se
impdem ao mmportamento dos membros do Congresso Nacional. Sua observBncia
B devida não apenas nas dependências da Casa ou no desempenho das atividades
ligadas ao mandato (...)' 'H conduta decorosa (...) abrangendo tamb6m a esfera
6tIca e moral do parlamentar.
V.Exa. faz conslderaçdes, Deputado Jairo, muito precisas, das quais eu n%o
entendo como houve posiçóes divergentes com relação ao voto do Conselho com
relação ao Deputado Roberto Brant. Se estamos julgando - e as slmilitudes sao
todas - o Deputado João Magno por conduta absolutamente semelhante, não
poderemos ter 2 tipos de atitude. H6 evidentemente se a conduta moral a ser
identificada e arranhada, se for o caso, em ambos os casos.
V.Exa. faz consideraçbes claras sobre a responsabilidade polltlca por quebra
de decoro. e isso 6 o que o Conselho neste momento tambem o faz. E cabe A n6s, à
C h a r a e ao Senado, decretar. se for o caso. as penas exlstentes na lel. A guisa de
cautela, V.Exa. ainda reitera repelir qualquer alegação de nova tipificação jurldica ao
Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. V.Exa. coloca. e o Deputado Joao
Magno honestamente o assume que não recebeu apenas 350 mil reais do Sr.
Marcos Valério, mas 425 mil 915 reais. O Deputado Roberto Brant recebeu pela '!
mesma fonte e não declara. & a mesma situação. Qual a diferença? Onde esta a
diferença?
'7 ...) ser da responsabilidade do candidato o
controle financeiro da sua campanha ele/torel, cumo
também a veracidade das informaçóes prestadas. '
-
I
Marqo de 2006 IIIÁRIO DA CÂMARA IX)S 0EPUI'NX)S - SUPL.
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL * Nome: Conselho de Étlce e Decoro Parlamentar Numero: 012W06 Data: 161212006
semelhante. E igual. E muito prbximo.
"Vê-se nos autos que os valores repassados ao . . : i . , Deputado João Magno provieram náo do Partido dos
Trabalhadores, mas de fontes diversas, com
personalidades jurldicas distintas, sem relação juridica ou
conthbil com o responsével por autorizar as
transfar6ncias. Cabia ao Representado não apenas
Indagar qual o papal dessas empresas nas transfer8nclas
de dinheiro, mas fambdm declará-las como fonte dos
recursos em questão à Justiça Eleitoral (...)"
c a mesma coisa. Qual é a diferença? Como 6 que se justificam 2 pesos e 2@
medidas no julgamento?
"A alegação de boa fb não lhe socorre na hipótese,
ante a impossibilidade de contrariar expressa disposição
de norma de ordem púbUca, de conteúdo incontrastável e
obediência obrigatoria. "
E a mesma coisa. Não diferencia o PFL, o PT, o PPS. Qualquer um. Temos
que ter normas para serem obedecidas efetivamente por todos. Não da para poder
diferenciar dessa forma.
"(...) as referidas transferências de valores foram
realizadas de modo gravemente irregular. por via de
saques em espécie ou depósitos em contas particulares,@
quondo deveriom tcr sido feitos por deposito orn conto
especifica, mediante recibo. conforme determina a Lei no
e 9.504/97 e a Resoluçáo do TSE no 20.987, de 2002."
Não vejo onde esta a diferenp. Não vejo como poder votar diferente. t No caso do Deputado Joao Magno, ele procurou a declaração e declarou
extemporanearnente. Não sei se os outms o fizeram, porque se o fizeram, esta na
hora de abrir a regra para todo mundo. Pode fazer a eleição em 2002 e declarar em
2008, 2007. Se isso puder ser noma, eu acho que tem que ser estendida para
todos. Náo vejo dificuldade nisço. Mas acho que, entendendo que o Depulado Joáo
Magno teve a coragem. .. E o Tribunal Regional Eleitoral de Minas disse que as
240 Quinta-feira 16 DIARIO D A CÂMAKA DOS DEPUTADOS - SUPL Março de 2006
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Nome: Conselho de &ice e Decoro Parlamentar Número: 012üiü6
contas foram prestadas. Precisamos estabelecer essa diferença com relaçáo à
Justip, ao Poder Judiciário e ao Poder Lcgislativo. SHo bem diferentos. Interessante
que o Poder Judicidrio tem essa elasticidade de tempo e hora. que nbs
pessoalmente entendemos que pode na0 ser a melhor manelra de se wnsayuir uina
conduta ética. Vdrios aqui presentes, como o Ministro Patms Ananias e outms,
Ministro Hélio Costa. demonstraram quem B a pessoa do Deputado João Magno, a
quem eu conheço e atesto também.
Também. Sr. Presidente, 6 homem de bem, lembrando que essa pessoa não
esta aqui para ser julgada pela sua história de vida. Mas o meu amigo Deputado
Jutahy Magalhães teve wmo fundamento no seu voto exatamente isso aqui. Está
julgando aqui uma pessoa que tem um comportamento ilibado de homem piibllco.
N6s aqui estamos dizendo.
Diz o Deputado Jutahy:
"Se essa pessoa fere o decoro, se pode ou nt7o
permanecer em nosso convivio, para mim a presença do 1 Deputado Roberto Brant é o que hB de mais elevado
nesta Casa. condute moral, brilhantisrno Intelectual,
correç.40 na vida pública a servlço do seu Estado.'
O Deputado Joao Magno tem exatamente essas masilias condlpes. Entáo,
não sei o que n6s estaremos julgando aqui da forma como aqui esta sendo colocado
hoje.
Sr. Presidente. vou para a conclusão. dlzendo que a suplementação de
contas eleitorais precisa evidentemente ser revista.
"Pelas mesmas razões," - o Deputado Jaim
prossegue - "tampouco socorre ao Representado a
analogia com os processos dos Deputados Roberto Brant
ou Professor Luizinho. Quanto ao primeiro," - o
Deputado Roberto Brant - "mesmo o relator do processo
admitiu a licitude da fonte dos recursos tidos por
irregulares. " I
I Interessante que o Deputado Jairo faz questão de afimiar que. quando os I
I recursos sao lícitos e os fins ilícitos. nao tem salvação. Então, eu continuo achando
CAMARA 00s DEPUTADOS - DETAQ COM REDACAO FINAL Nome: Conselho do Ética e Docoro Parlemontar Numero: 0128106 Data: 161212006
eiro com fim ilicito ou dinheiro ilicito com fim ilicito, ambos, não existe forma
de nenhuma salvação.
"No plano estrito do decoro, vemos que o Deputado
João Magno violoi~ a Constitriiç5o e o Cddigo de Ética.
auferindo, de fato, vantagens indevidas expressas nas
vultosos tmnsfor6ncias irreguleras de dinheiro que so
viram comprovadas nos autos em exame."
A Comissão de Sindicância mostra que "foram usadas de forma ilegal em
duas campanhas eleitorais (...), apontando para a exist6ncia de abuso do poder
econ6mico e de '*caixa dois".
Dinheiro não declarado é caixa 2 em qualquer circunstAncia. Náo foi na
a outras? - Entáo, Sr. Presidente, eu quem pautar este encaminhamento por uma
posição partidária inclusive. Sou suplente, não participei de todo o trabalho que foi
feito de apuração do Deputado João Magno. Tenho uma posição de partido a
expressar aqui. E vou express8-Ia tambem de uma forma que acho que pode ser
exemplo para nós aaui no Brasil:
"O deputado Omri Shamn, 41 anos, julgado por
violação da lei eleitoral para favorecer seu pai, o
primeiro-ministro de Israel Afiei Sharon, com arrecadação
do dooçõos seto veres superiores ao permifido,
reconheceu hoje a maioria das acusações contra ele, e que pode çuslar sua liberdade.
Omri, deputado pelo Partido Likud, foi processado
nesta manhá no Tribunal do Distrito de Tei Aviv, ap6s um
acordo enire seus advogados de defesa e a Procuradoria
do Estado para aliviar o peso de uma das acusações
contra ele. Entre os delitos que reconheceu está a
violação da lei eleitoral que regula a quantidade de
dinheiro que pode ser recebida p e h candidatos.
O réu conseguiu doações no valor de seis milhões
de shekel (aproximadamente US$ 1.5 milhão) para
242 Quinta-feira 16 DIÁRIO DA C ~ A R A DOS DEPUTADOS - SUPL Março de 2006
C~MARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Nome: Conselho de Étlca e Decoro Parlamsniar Númem: O12IV08
financiar a campanha eleiloral
internas"- do Partido Likud - 'Ue 1999, que o levaram B
Presiddncla do Likud, e em 2001 ao poder. A lei autorize
doações de no mC*imo sete vezes menor que a soma
que, dlsfarçada como "o empr8stimo de um amigo,' - essas coises perecem quo &a Lntcrnxiomls,
emp+stimos de amigos - "Sharon recebeu para sua
campanha eleitoral.
Omri Sharon, cujas operaçbes ilegais para
conseguir esses recursos, segundo uma primeire
acusaçBo em um reiatbrio do Defensor públlco
(ombudsman), tamb6m 6 culpado de prestar falso
testemunho de propósito de wmo os obteve, de um
milionário empreshrio radicado da Africa do Sul (...)
O chefe do Governo, interrogado pela policia em
várias ocasiões a fim de esclarecer a transferencia desses
fundos por um banw da Suiça, gamntiu que, devido a
suas ocupaç6es, essas operaçdes foram conduzidas por
seus filhos sem seu conhecimento."
A defesa de Omri Sharon lentará agora negociar uma punipo menor. Ele
pode pegar at8 5 anos de prisão.
E concluo. Sr. Presidente. dizendo que:
"o filho do primeiro-ministro israelense e
exdeputado, foi condenado ontem a 9 meses de prisio
por violar a lei der f i~tar~~iarrie~ltu dos parlidos polltiws. A
irregularidade (aceitaqão de doações sete vezes malores
que o permitido), ocorreu numa campanha do pal (...)"
AIbm disso. ele vai pagar 53 mil, 651 euros de multa.
Sr. Presidente, eu concluo dizendo que não faço aqui um julgamento pessoal.
Ali&., náo faço nenhum julgamento. Faço um voto. que 6 um voto parüd6rio.
entendendo que, para esta Camara, para este Congresso Nacional, n6s precisamos
ter todas as mndutas tipificadas em lei.
Marqo de ?C& DIÁRIO DA CÂMARA IIOS DI'<PUTALIOS - SUPL Quiiita-feira 16 243.c-) :,- , .> /.. h
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL . 'r: ,'\
Nome: Conselho de Ctica e Decoro Parlamentar 12 f Numero: 0128106 Data: 161212006 , g 323 i -L
' I !
Sou Presidente do meu partido no meu Estado, agi de acordo estrito com o . , i-
ue está na Constituição, na lei eleilorai. Eu acho que todos o que n6s fomos e a
responsabilidade que tivemos, todas elas, podemos cumpri-la. Eu pude cumprir essa i I i
determinação da Justiça Eleitoral.
Em razão disso. apesar de todas as criticas aqui feitas, e as mantenho,
espero que o Congresso Nacional mantenha essa posição no plenbrio. I
Estou na Comissão de Constituição e Justiça sem conseguir votar o relatbrio
da Deputada Julza Denlse Frossard hB duas semanas; espero que nesta tercelra
semana possamos fazê-lo, para que possamos ter decisões respeitaveis e
respeitadas tanto aqui quanto pela sociedade, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Obrigado, Deputado Colbe
Martins. *
Com a palavra o Deputado Jose Carios Araújo.
O SR. DEPUTADO JOSE CARLOS ARAUJO - Sr. Presidente Ricardo Izar,
nobre e querido amigo Reiator. Deputado Jairo Carneiro. Deputado João Magno, Dr.
Weilington, Sras. Conselheiras Deputadas e Srs. Conselheiros Deputados. ouvi aqui
atentamente. Embora eu seja suplente, participei de praticamente todas as sessões
deste Conselho de Ctica.
Hoje eu não tinha sido avisado em tempo que o titular não estaria aqui, mas
vi, pela televisão, alguns pronunciamentos e vim cumprir minha obrigação de, na
ausdncia do titular. ser o suplente e votar. Por isso. estou falando neste instante. Sr.
Presidente. e Ouvi aqui atentamente. Deputado João Magno, principalmente o Deputado
Fantaaini, quando diz que V.Exa. é um homem honesto. e um homem que pode.
aconteça o que acontecer, voltar para o seu Estado e olhar para os seus filhos. para
os seus amigos. para todos.
E ai eu pergunto ao Deputado Orlando Fantazzini: aconteça o que
acontecer ... e se ele for cassado, como quer o relat6rio. ele vai poder olhar para os
seus amigos, para os seus Rlhos, para a sua muiher de cabeça erguida, Deputado
Fantauini? É claro que não, e claro que nao vai poder. Ele será um Deputado
cassado. <&,
244 Quinia-feira 16 DIÁFUO DA CÂMARA 130s DEI'UI'ADOS - SUPL Marco de 2006 , y::.-.\
,c<: ,..-.. a+\
@ CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO F I @ ~ , * : ; ~ ~ Nome: Conselho de Étlca e Oecom Parlamentar i 5 : &4L, , Número: 0128106 Data: I--, ;-;I,;
.;... .. ,.. ..>. $; -.
Ouvi o Deputado Colbert Martins ler a sentença de um Deputado, filho do
Shamn. que foi mndenado a 9 anos, mas náo vi. na sentença, que tenha peidido o
mandato. que tenha sido cassado. Foi condenado a 9 anos, a 9 meses...
O SR. DEPUTADO COLBERT MARTINS - Ex-Deputado 18. &-Deputado,
acabou de sar.
O SR. DEPUTADO JOSE CARLOS ARAUJO - Enao, se o Deputado Joáo
Magno pudesse ser condenado a 6 meses de cadeia, tenho certeza de que ele
preferiria a ter o seu mandato cassado. Sem duvida nenhuma. Ou a 9 meses.
Mas a cassação de um mandato pelo ilícito de não ter declarado, na Justiça
Eleitoral, o dinheiro que recebeu. Mas esse ilícito foi sanado. Se a lei lhe dá o
direito ... se a lei lhe dá o direito de, a posteriori, fazer o lançamento. ele sanou o
ilicito.
E a[. nobre Deputado Jairo Carneiro. V.Exa. é conhecedor profundo da
ConstituiçSo e das leis brasileiras porque é um jurista. eu não o sou. V.Exa. sabe e
acompanha. Ele sanou o ilicito. Veio agora a duvida do dinheiro, que 6 do
valerioduto. Será que, naquele momento em que o Deputado Joáo Magno recebeu o
dinheiro. ele sabia disso, alguém falava nisso ou tinha que se procurar o DNA desse
dinheiro? Vamos procurar o DNA da prwria ... (Intervenç80 fora do microfone. lnaudlvel.)
O SR. DEPUTADO JOSE CARLOS ARAÚJO - O ONA de que falo,
Deputado. 6 o DNA m8dlc0, que V.Exa. conhece tão bem. Nào estou falnndn da
empresa.
O SR. DEPUTADO COLBERT MARTINS - V.Exa. corrigiu bem.
Desculpe-me.
O SR. DEPUTADO J O S ~ CARLOS ARAUJO - Estou falando da origem do
dinheiro. Tem que saber. E V.Exa. agora tem a obrigação, n6s todos vamos ter a
obrigação de, quando recebermos a doaçáo, irmos buscar o dlnhelm. de sabermos
do dinheiro desde a hora em que saiu da Casa da Moeda at6 a hora que chegar as
nossas mãos, do doador. E pergunto: e se esse dinheiro for doado por algudm que
explora o jogo do bicho. esse dinheiro B licito ou illcito?
O SR. DEPUTADO COLBERT MARTINS - V.Exa. esta perguntando a mim?
! I -
Março de 2006 DIÁNO DA CÂMARA DOS DEPU'I'ADOS - SUFL \?~ i
Qwnta-letra 16 245
CÃMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL . Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar NOmero: 0128106 Data: 1612/2006
O SR. DEPUTADO JOSÉ CARLOS ARAUJO - Não. Eu estou colocando
m tese, Deputado. O Deputado está incomodado, talvez..
O SR. DEPUTADO COLBERT MARTINS - Não, não. Estou absolutamente
tranqüilo.
O SR. DEPUTADO JOSÉ CARLOS ARAÚJO - ... porque queira acompanhar
o seu não correligionarii em Feira de Santana, Deputado Jaim Carneiro, que são
sempre contrários, mas aqui a tend&ncia de V.Exa. vai ser de acompanhar o
Deputado Jaim Carneiro e vai ter diíiculdades de explicar a seus eleitores.
Eu não tenho essa preocupaçáo. Deputado Colbert, porque eu náo tenho a
preocupa@o dos Deputados juristas que estão aqui. como o Deputado Jaim
Camelro. Eu tenho preocupação com a minha consci&ncia. Eu tenho preocupaçã 9 com a minha wnsclkncla, Deputado Ricardo Izar. Eu não posso admitir que se
cantem loas aqui ao Deputado Joáo Magno, um homem sbrio, vitima do seu pr6prio
partido. Então, vamos wndenar o partido. Vamos trazer para sentar a1 o partido do
Deputado João Magno. Esse é que tem que ser julgado. Pelo o que foi dito aqui pelo
Deputado Fantazzini, V.Exa. B vitima do seu partido. Então, como B que vamos
condenar V.Exa., se V.Exa. 6 uma vitima? Vamos condenar o seu partido. Vamos
julgar o seu partido.
Cantaram loas ao Deputado João Magno, mas, no final, o Deputado João
1 Magno pode ser. não digo que vai ser, mas, no flnal, o Deputado Joáo Magno pode
receber a sentença fatal.
Nós não temos aqui meia sentença. Não se pode aplicar uma meia sentenç e ao Deputado João Magno. porque ele foi de boa-f6. Não sou eu que digo. Eu não
I estou fazendo juizo de valor, mas foi dito aqui neste plenário. há poucos minutos,
e que V.Exa. B um Deputado de boa-f6. Mas pode ser condenado por ser de boa-f6.
Entáo. eu não entendo.
Se qualquer juiz ouvisse os relatórios que aqui foram apresentados. o
relatório do Deputado Jairo Cameim que, sem dúvida nenhuma. é uma peça digna
de respeito, sem dúvida, um relatbrlo fundamentado. O Deputado Jaim Cameim se
esmera em tudo o que faz. 6 um grande político, B um homem de mnduta ilibada e
se esmemu realmente quando pegou a caneta para fazer esse relatãrio. Pegou a
caneta mais pesada que ele tinha no seu gabinete e pediu a cassação. Mas. náo Sei,
246 Quuiia-feira 16 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEI'U'I'AWS - SUPL Março de 2006
C~MARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO F Nome: Conselho de Étlca e Decoro Parlamentar Numero: 0128106 Data: I
todos que aqui desfilaram antes disseram que o Deputado Joao Magno
Deputado do mundo. No entanto. todos - não digo todos, mas grande parte - estão com disposição para lhe aplicar a pena m6xima.
Como eu nao sou jurista e ouvi tantas coisas boas de V.Exa. e isso que
V.Exa. praticou, a pdpria lei lhe faculta o direito de sanar essa Irregularidade
cometida por V.Exa. E V.Exa. n io era obrigado, não era obrigado. porque naquele
momento que o dinheiro foi dado pelo seu partido, que deve ser condenado. Como
diz o Deputado Fantaulnl, V.Exa. fol uma vitima. Como B que n6s vamos condenar
uma vltima? Ai, o Depulado Fantauini. porque em outros processos votou pela
cassaçáo, eu tenho a impressão de que ele ficou. como disse ele, tem que ser
coerente. Eu louvo o Deputado Fantazzini pela coeréncia dele. Eu tambbm tenho
que ser coerente, mas tenho que ser coerente com a minha consciéncia. E vou
votar. Sr. Presidente. com a minha consciência, de acordo com tudo o que ouvi
neste plenário.
Muito obrigado. Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Obrigado. Deputado Jos6
Carios Araújo.
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Sr. Presidente. por gentileza.
inscreva-me.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Concedo a palavra ao
penúitimo inscrito, Deputado Sandes Jiinior.
O SR DEPUTADO SANDES JÚNIOR - Sr. Presidente, Deputado Ricardo
Izar; Sr. Relator, um dos mais brilhantes jurlstas desta Casa, Deputado Jairo
Carneiro; Deputado João Magno; seu advogado Wellington Valente; Sras.
üeputddas, Sis. Dapuladus que faroiii parla du Cuiisailio da eliç. desta Casa. meu
partido tem 2 representantes titulares neste Conselho: os Deputados Benedito de
Lira e Cim Nogueira, Segundo Vice-presidente da Casa, e. wm suplentes, os
Deputados Celso Russomanno e eu.
Sr. 'Presidente, confesso a V.Exa. que estou entre a cruz e a espada.
Acompanhei o processo do Deputado Roberto Brant pela televIs80, no meu
gabinete, mas. com relaçso ao Deputado João Magno, fazendo o resumo da 6pera.
s6 ouço eioglos. homem de bem. vltima da seu partido - caço pareckio com o do
-
* - 'i. 325 ;I'
Y T .
"'
Marco de 2006 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS - SUPL Quiiita-feira lb+Z$&/
CÂMARA 00s DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL Nome: Conselho de etlca o Decoro Pnrbmonhr Número: 012ô/O6 Data: 16/2/2006 i
Roberto Brant. Lendo profundamente seu processo e acompanhando a
o i t ~ a da ultima semana, Prefeito de uma cidade que tem o quinto orçamento do
Estado de Minas Gerais, com mais de 500 Municipios, mesmo sendo Prefeito de
uma cidade Uda como rica saiu da Prefeitura da mesma forma que entrou. com o
mesmo Imposto de Renda. um homem simples. um homem que não enriqueceu no I cargo de Prefeito - prova ... -. tanto que, depois, necessitou de recursos do seu I
partido para a campanha de Deputado Federal e para a campanha de Prefeito, no i Último pleito de 2004. Socorreu-se ao partido. que mandou para o esquema Marcos
ValBrio, teve o cuidado de pegar todas as notas fiscais, comprovou que não usou o
dinheiro em proveito próprio, trouxe as notas fiscais que constam nos autos.
! i I
aproveitou uma brecha da lei. fez a declaração ao TRE de Minas que foi aceita Q regularizou a sua situaçáo - já um pouco diferente do Deputado Roberto Brant,
i Q
nesse caso. Quer dizer, fez tudo, no aspecto de regularizar depois. de acordo com a
lei. i
Pelo que eu vejo, Sr. Presidente. não tenho bola de cristal, pode ser um
resultado de 7 a 7 e V.Exa. vai decidir. V.Exa. vai ter que decidir novamente, como 3
foi no caso do Deputado Roberto Brant. E eu. particularmente. digo a V.Exa. que li e
reli. Quero ouvir o advogado. que ter6 oportunidade de falar. Quem ouvir o
Deputado Jairo Carneiro. mais uma vez. como Relator. e tomar minha decisão na
hora do "sim" ou 'não", por se tratar de um processo no qual eu vejo eloglos A pessoa do Deputado João Magno, em todos os sentidos: homem de bem. vitima do
partido, fundador do partido. que se socorreu ao partido em decorrência de d l v i d a a
de campanha. que pegou todas as notas íiscals e que. dentro de uma brecha da lel
- alias. eu não diria brecha, mas dentro da lei; a lei faculta que você pode fazer
depois -, prestou contas ao TRE. que as aceitou.
Entáo, no momento oportuno eu vou ter que votar. e nós estamos aqui para
isso, nessa missão que não 4 fhcil, nessa missão de julgar todos os Deputados que
por aqui vão passar.
E era 56, por enquanto. Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Depulado Ricardo Izar) - 0brig.o. Deputado Sandes r
Junior.
Com a palavra. agora. a ultima inscrita. a Deputada Ann Pontes. I I
31 ~ I
, !
I
248 Quinta-feira 16 DIÁI~IO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS - SIJPL Marso de 2006 I J
C ~ A R A DOS DEPUTADOS - 3ETAQ Nome: conselho de hica e Decoro Parlamentar Numero: 0128106
A SRA. DEPUTADA ANN PONTES - Fique tranqüilo, Presidente. Serel
basiante breve. em função até de ter chegado atrasada. porque eu estava em
audibncia na ELETRONORTE.
Sr. Presidente. Sr. Relator, Deputado Jodo Magno. nobre advogado. Sras. e
Srs. Conselheiros. talvez eu tenha sido a primeira pessoa a me manifestar de foma
diiata ao Daputado Joao Mayno. Ele ficou sabendo por que e corno eu iria votar. por
toda essa postura acesslvel que ele sempre teve.
Gostaria de deixar registrado que, quando eu falei para o Deputado as razoes
por que eu iria acompanhar o voto do Relator, tambem falei a ele que eu tinha a
convicçáo de que esses recursos foram efetivamente utilizados em campanha.
Ressaltei tambhm a disposição do Deputado em esclarecer, em colaborar com os
trabalhos não s6 da Corregedoria, mas do próprio Relator. Abriu todos os seus
sigilos - bancário, flscal e telefbnico. Ficou às claras, foi escancarado.
O que me levou a acompanhar o voto do Deputado Jairo Carneiro foi o lapso
temporal para a prestação de contas suplementares. Se V.Exa., Deputado, o tivesse
feito antes de essa crise toda eclodir. V.Exa. não teria o meu voto, mas a minha
defesa neste Conselho.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Srs. Deputados. eu declaro
encerrada a discussão e concedo a palavra para a replica, pelo prazo de 10 minutos,
ao nabre Relatar. Deputado .laim Carnsim.
O SR. DEPUTADO JAIR0 CARNEIRO - Sr. Presidente. nobre colega
Deputado JoSo Magno, senhor advogado, nobres pares, talvez eu ihes peça um
pouco de compreensão e tolerância para prestar satisfações aos nobres colegas.
Quero dizer, de inicio. que a condenavão não me alegra. Isso 6 questã.0 de
principio pessoal. E, de outro lado. a absolviçáo nao me entristece. Defendo a
aplicação da peiia Je perda do mandato e suslento essa posição w m os
fundamentos que estão no relatbrio e no voto. Não me alegra porque, como todos
8qUI reconhecem, estamos. seguramente, diante de um cidadao que não 6. na
expressão mais elementar, um corrupto ou um delinqüente nesse sentido. Se, por
acaso, for o parecer deste Relator vencido, não irei manifestar-se com
contrariedades contra a maioria. Tenho de respeitá-la.
-- ~-
Marc;o de 2006 DIARIO DA CAMAKA DOS »EPU'TAI)OS - SUPL
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DE? AQ COM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de bica e Decoro Parlamentar Número: 012810% Data: 16/2/2006
., \<, h. ., :. ; Sou um democrata convicto e a minha fornação j u l i ca . que não me faz
jurista, não me torna diferente de todos os nobres pares deste Conselho. Aqui não
são juristas que estão julgando. Sáo pessoas humanas que esião julgando um ser
humano pelos seus atos. pela sua conduta; como disse algum nobre colega que se
manifestou - creio que o Faotazzinl -, pelos atos e fatos do processo, pelos
elementos pmbatdrios trazidos na instrução do pmcesso.
Em algum momento eu cheguei a dizer que V.Exa. terá sido vitima da sua
boa-f8 - está nos autos do processo. Mas B a boa-f6 na relação interpessoal. e ser
traldo pelos que maquinaram esse escãndalo de corrupção. Não 6 a boa-f6 que tem
de ser exigida. e como está no nosso vntn, rln rlitem tenha de cumprir obrigaçáo
legal - cumprindo e observando regra de ordem piiblica que toma imperativa e incontrastável a conduta ou procedimento de quem a ela deva estar adstrito a
cumprir.
Nba todos, que somos candidatos, sabemos as regras, estatuldas em lei e em
resoluções do Tribunal Eleitoral. que têm de ser rigorosamente observadas na
captaçao de recursos; no recebimento de doações ou de contrlbulções; de quem
podemos receber contribuiç6es; como administrar os recursos; como registrá-los,
escrlturA-los, contabilia-10s e como apiiu-10s e em que tim aplicâ-10s para não
incorrermos em ilegalidades e ilicitudes. E quando se inhinge a lei e a conduta e de
um politico, seja candidato ou estando em exercicio regular do seu mandato, ai, sim,
existe a união entre o conceito de Ilegalidade e de ato indecoroso. 6 impossível
dissociar. Está na essência, na natureza insita da conduta, no pafiicular ilegal, de()
ser tambem imoral. de contrariar as regras que se impõem ao decoro do
Parlamentar.
Estou querendo ver se consigo, em poucas pa\auras. exprimir. expressar o
sentimento interior e a convicção formada com base nos elementos trazidos ii
avaliação de todos n6s e à decisão da maioria deste Conselho. Então. estii uma
explicação dada sobre principio de boa-f6, ao meu juízo, e com o conhecimento que
tenho de concep@es iilosoficas e humanistas que devem presidir as condutas
humanas nas relações entre as pessoas.
Falou a Deputada Ann Pontes sobre o lapso temporal. Esse 6 um fator que
agrava a falta. na minha avaliaçáo. Não é detminante da sua ocorrência, B
250 Quinta-feira I6 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS - SUI'L Março dc 2 W
C h A R A DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FI Nome: Conselho de h c a e Decoro Parlamentar Número: 0128106
agravante da falta. A falta já aconteceu lá atrks, no modo como recebeu, no mcdo
como não procedeu e no seu uso. Nenhum recurso financeiro pode ser utilizada
para a destinaçáo. pagar gastos de campanha eleitoral. se não se ObSe~ar o item. o
caminho que a lei prescreve e que e resolução do TRE tambbm reproduz.
Entso, ai está a explicação cabal, e creio que incontrastável, para uma
contestapo convincente.
Falou-se muito sobre similitude, dosimetria. Creio que existem situaçóes
parecidas, embora isso não esteja no contexto do julgamento preciso. Agora o
processo 6, Deputado João Magno. cada um. segundo a sua consci&ncia. que
decida, que o absolva ou que proponha a perda. Se querem, talvez. trazer à baila a
questão das contradições e coerências ou incoerências para atacar uma posiçAo do
Relator. poderemos discutir aqui ou em outro foro. ou em outro momento. Eu tenho a
condição de manifestar a sustentação lógica dos votos que emiti neste Conselho.
nos diversos processos.
Entendi que o Professor Luizinho não deveria ser considerado culpado ou
penalizado. Fui voto vencido neste Conselho, e respeito e respeitei a decisáo da
maioria. Entendi que ele não teve nenhuma participação desde o momento em que o
dinheiro foi obtido at6 a sua destinação. Pedir dinheiro ao partido não 6 crime. 6
licito. Mas, se o seu assessor tudo fez a sua revelia, que 6 o meu convencimento.
com o seu desconhecimento. ele M o pode ser responsabilizado por ato de outrem.
E na0 encontrei no pmcesso nenhuma prova cabai que me convencesse de que ele
devia ser responsabilizado.
No caso do Pedro Henry, de Igual sorte, não vi qualquer pmva, com todo o
respeito, de participação dele na trama, nas negociatas financeiras, nos acordos
mais do que obscuros e espiinos entre o seu partido e o PT. Mas de referência ao
Deputado Pedro Corda, sim. EslA cabalmente comprovado no alentado e
substancioso parecer do Deputado Carlos Sampaio. E também. embora ainda não
sendo julgado, 6 igual a si!uaçAo, salvo se ele trouxer elementos que tragam um
convencimento diferente, e não estou fazendo prejulgado. do caso do Deputado
Jose Janene.
M:U~;O de 2006 DIARIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS - SUPL
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇ~O FINAL Nome: Conselho de bica e Decoro Parlamentar Número: 0128106 Data: 161212006
A situaçào do Deputado Roberto Brant - é do meu partido? c do meu partido
, comparando com a situação do Deputado Joào Magno. estA nos autos provada.
É o meu juizo e convencimento, e fui vencido.
A nobre Deputada Angela propôs que houvesse um tratamento talvez igual
entre os 2 casos. Eu e V.Exa. fomos vencidos. N6s votamos pela absolvição. E aqui
ele foi derrotado. V.Exa. nem prop6s a pena alternativa de suspens20 para o
Deputado Roberto Brant. E aqui a senhora defende essa pena alternativa. Pela pena
e pela tese sustentada por V.Exa., de graduação, de proporcionalidade. as siluações
são diferentes. É o que est6 na sua poslção. neste caso de hoje. comparando com o
caso Roberto Brant. Então, podem ser diferenças t&nues, mas existem. E, em casos
que podem parecer iguais, na Justiça pode haver decisões diferentes e causare
alyurnas perplexidades para a sociedade. 4B
Hoje. ouvl uma parte de uma brilhante conferência de um jovem que já é um
consagrado jurista, Dr. Femando Capez, que eu cito inclusive em nosso trabalho,
um homem do Ministério Publico, um grande talento. professor da Escola Superior
do Ministbrio PLibllco, falando em diferenças de situações, e eu exemplifico para
ilustrar, entre quem tem uma arma em casa sem muniçáo e quem porta na rua uma
arma sem munição. E o juizo dele B de que as situações são diferentes e de que no
caso da arma em casa sem munição não há crime. e no caso da arma portada na
I rua sem munição ha crime. É preciso avaliar e examinar o bem jurídico que deve ser
protegido. E ele cita outros exemplos na sua brilhante conferência. em uma aula que
presenciei uma parte hoje.
As situações podem ser diferentes. Não podemos fazer generalizações. eD
Temos de examinar cada caso e a situação de cada pessoa que esta em jogo. c a
sorte. b a vida. e a liberdade. ou e o ocaso. ou e a execraçáo.
Não quero fazer critica direta, mas o ditado popular utilizado pelo nobre
Presidente Lula não foi feliz para essa hora. Errar é humano. Todos sabemos que
errar B humano. Mas existem erros e erros. Existem erros que não atingem. nem
ofcndcrn, ncm mnculam o cxtcrioridodc o abarcar outros pcssoos ou muito mcnos
um bem jurídico indisponivel, que B o interesse público e coletivo, que não pertence
ao território da intimidade das pessoas.
Quinta-feira 16 DIÁRIO DA CÂMARA UOS I>EPUl'hUOS - SUPL Marqo de 2006
C ~ A R A DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO Nome: Conselho de EUca e Dewro Pariamentar Número: 0128106
Eu posso perdoar alguém. um amigo por uma falta que
rnmi(1o. mas a autoridade pi~hlira rnnstiirlda nán pnrle transigir m m o em. Não
podemos mudar tamMm outm adágio para dizer que o crime compensa. N&o 6 o
crime no sentido Iieral. É o cometimento de uma Infração A lei. que tem de ter o
repam. E a autoridade pública constituída não pode ser omissa. não pode ser
cúmplice. Néo pode hever e cornpaixho. A compalxéo B de lel de Deus. O perdAo 6
divlno. mas não para a prática de um ato ou de uma conduta que fere a lei e que tem
de ter a raparaçao.
Pelo que está exposto no voto que foi lidli por todos os eminentes
Conselheiros, as fundamentações legais das praticas cometidas pelo nobre colega
João Magno. entendo humildemente que esta0 a justificar a sua conduta, a
aplicação da sanção que esta Relatoria entende como acertada e adequada, que 6 a
perda do mandato. Eu sou tambkm daqueles, corno a Deputada Angela, que
entendem que temos de explorar as possibilidades de aplicação de sanpões
alternativas. Esse 15 o espírito da lei e esse deve ser o espirito do juiz. Mas ainda
estamos presos a regras que não deixam margem a essa liberdade de ação dos
Conselheiros.
No plenário. a depender do julgamento da decisão - e creio que, seja ela
qual for, irá a plenário -, pode& exigir-se a coeréncia do Plenário. E aqui eu quem
me referir ao nobre Deputado Chico Alencar e ao Depulado Fantauini. Votei pela
perda do mandato do Deputado Romeu Queiroz. Creio que em 50%. ou em mais de
50%, a situação 6 exatamente igual. Mas. se aqui eu proponho a perda do mandato.
i6 manterei a minha posição. Mas, se entendermos que o Plenário errou no \ \ .
julgamento do Deputado Romeu Queiroz. nós não devemos pedir a coerência do
Plenário no julgamento de um caso igual. Se houve uma falta que jusuiique a
sançao, n6s temos de defender a aplicação da sanção e náo que se aplique o
principio da igualdade de tratamento dada a quem não merecia.
Eu me coloco á disposição do PlenBrio e agradeço a todos a atenç4o.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Sr6. DBpUlados. ultimo ato
antes da votação, eu darei a palavra para a tréplica, inicialmente, ao advogado do
Representado, Dr. Wellington Velonto, e posteriomente ao Deputado João Magno.
Então. com a palavra o Dr. Wellington Valente.
-
I
I Mxqo de 2006 DIARIO DA CÂMARA DOS DEPUTALIOS - SUPL
CÃMARA DOS DEPUTADOS. DETAQ COM REDAÇÃO FINAL . Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar 1 Número: 0128106 Data: 161212006 I
O SR. WELLINGTON A. VALENTE - Sr. Presidente. nobre Relator, Deputado I
rneiro, Sr. Deputado João Magno, aqui representado neste Conselho. Sras.
I e SE. Deputados. na função de Conselheiros da Camara dos Deputados do Brasil, I
senhores da imprensa. bomdia.
Quem iniciar minha fala esclarecendo uma questão que foi levantada,
parece-me que pelo Deputado Carios Sampalo, com relação à questão do recibo.
A época do repasse dos recursos - isso ficou devidamente demonstrado nas
peças interpostas junto a este Conselho. na CPMI dos Correios. na Comissão de
Constituição. na de Sindicãncia -, o Deputado João Magno insistiu com a Direção
do partido para que informasse qual era a real fonte dos recursos. E as informações
que vieram eram de que, no momento certo. seriam passadas as informaçfies par
que fossem emitidos os bdnus. Entio, o6 recibos não foram ernitldos, tendo em vista
que o partido não informou qual era a fonte, se era das empresas que haviam feito
os repasses; porque ficou a dúvida. Mas em todos os momentos n6s provamos que
o dinheiro veio do PT, do Partido dos Trabalhadores, ao qual o Deputado 6 filiado. E,
nao se sabe por que, o partido se recusou a dar o documento que pudesse servir
para as devidas prestações de contas. que foram feitas quando houve a informação
de uma maneira cabal, que náo surtisse nenhuma duvida perante a Justiça Eleitoral
e perante esta Casa. Ou seja, ficou comprovado nos autos que os recursos vieram
do PT, de fonte licita. Açsim como. na nossa defesa. ficou claro que em momento
algum houve, por parte do Deputado João Magno, locupletação. Isso foi
devidamente reconhecido aqui neste Conselho. 0 Quero tamb4m deixar algumas consideraçóes para serem analisadas. no
I
i sentido de que a questão da similitude dos processos. da coerència do julgamento
esta tamb6m devidamente demonstrada.
Ora, como disse bem o nobre Deputado Colbert Martins na sua explanação,
agora h4 pouco. a fonte dos recursos, tanto do Deputado João Magno quanto do
Deputado Roberto Brant ... Quem repassou os recursos foi a mesma fonte. Náo foi
outra. Vieram da mesma fonte. Então. a nosso ver. ai. Sim. est8 provada a
coerência. Ai estão, sim, provadas a similitude. a omrrência de 2 situações
idênticas. A nosso ver, não pode este Conselho ter uma outra decisão que não
examinar os autos dentro dessa 6ptica.
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254 Quiiita-feira 16 WÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS - SUI'I.. Marco de 2006
{..C? ,?..;/.-p,,, CAMARA DOS DEPUTADOS - DRAQ COM REDAÇAO F oo, e Nome: Conselho de &ice e Decoro Parlamentar Número: 0128108 Data: 181 $&,2 - 29.-Q... a: J +
<O+'
O SR. DEPUTADO JAIRO CARNEIRO - Sr. Presidente. peço a palavra para
um esclarecimento. Qual B a similitude? Quais 620 os 2 casos?
'? '
O SR. WELUNGTON A. VALENTE - Na queslão do Deputado Roberto Brant.
O SR. DEPUTADO JAIRO CARNEIRO - Ele foi condenado aqui.
O SR. WELUNGTON A. VALENTE - Sim, senhor. Eu entendo, Deputado.
~ Durante a sua explanação, eu ouvl bem V.Exa. procurando demonstrar Isso
! claramente para os nobres Conselheiros. Mas cabe a mim, como advogado aqui,
fazer a defesa do Deputado J-o Magno. mostrando para este Conselho que ha. 1 8
i ' sim. uma simllitude nos casos. Mesmo tendo sido o caso do Deputado Roberto Brant
I analisado da forma como o foi, houve a necessidade do voto de minerva. Houve
i essa necessidade. Eu estou procurando demonstrar aqui a coerência no voto
I exarado, que a nosso ver não seguiu os mesmos padrees estabelecidos na
manifestação feita no caso do Deputado Roberto Brant. Esta Casa. todos sabem,
8 vem procurando. no seu caminhar. na sua história, ser coerente. E nós, como
I pessoas. estamos aqui tambbm para reconhecer esse trabalho.
Quanto a questão, também. das decisões, o nobre Relator disse que são
situações que. no final, divergem. Eu ouso discordar. E quero trazer tambbm para o
exame deste Conselho que recentemente esta Casa analisou e deddiu a mspeito de
um procedimenlo judicial, que n6s. advogados, pmcuramos trabalhar como ele ~ I
também, que é a quest* da súmula vinculante. que as decisões de primeira
Instância, de segunda instância devem ser decididas da mesma maneira. Aquelas I que guardam similitudes têm que ser decididas da mesma forma. padronizando uma
decisão. Isso é importante. Foi esta Casa que discutiu e aprovou. Entáo. peço que
analisem a coe&ncia mais uma vez.
Uma outra questáo muito bem levantada - náo me remrdo agora qual dos
Deputados Conselheiros a levantou - e que eu quem frisar 6 que no processo
penal existem o autor. que 6 o Estado. e a vitima, que 6 quem wfre u açSo I
delituosa. Foi muito bem dito aqui e também na nossa defesa. e reconhecido no
princlpio, como disse o nobre Relator. e eu entendo a sua colocaçBo quando se fala
da boa-fB das pessoas, que 6 realmente o que pauta a nossa conduta Btica e moral.
Houve, sim, por parte do partido ao qual o Deputado Joao Magno B Riiado. uma
atitude. digamos assim. de certa forma, entre aspas, 'caracterizada wmo delituosa'.
1 38
Março de 2006 DIARIO DA CÂMARA DOS UEPIJ'I'AUOS - SUPL
CÁMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL Nomo: Conselho do Ética o Oscoro Parlamentar Número: 0128106 Data: 161212006
ue trouxe para ele a condição de vitima -vitima de todo esse processo. Então, eu
quero ver - e não conhew ainda - onde 6 que a vítima 6 condenada. Como uma
vitima pode ser condenada, se ela 6 vitima? Mais uma vez. trago à baila para exame
a questão da coerência.
c importante. nessa nossa questão, também analisarmos uma outra
afirmação do Relator, Deputado Jaim Carneim, quando diz que o perdão 6 divino.
Realmente. o perdão é divino, Deputado, e é uma das boas coisas que Deus nos
deu na nossa vida. Mas os homens ... N6s. seres humanos. absorvendo essa
rnAxima do nosso Ser Superior, tambbm a incorporamos na nossa legislação.
Cito vàrios casos em que as leis tambbm concedem o perdão. Na nossa
legislação penal h6 a questão do arrependimento eficaz e uma série de outras. No * Estados Unidos, por exemplo, o réu, condenado à pena de morte, tem o direito de
apelar à instância superior que governa o Estado onde a pena de morte é aplicada
para pedir e receber, quando for o caso. o perdão pela falta cometida. Lógico que
analisando cada caso, analisando as suas circunstâncias e os motivos que
ensejaram a ação.
Então, eu peço aos senhores que examinem a consciência, examinem o que
foi feito e o que foi falado nos autos, para que, ao exararem o voto. o façam de
maneira tal que possa ser aplicada, neste caso. a justiça, porque, wmo diz Rui
Barbosa, em uma de suas falas, que eu tomo a liberdade de citar. "a rnenor injustiça,
pm rnenor que seja, pode trazer prejuízos que não conseguirão jamais ser
reparados". 8 Era isso que tinha para falar aos senhores. Agradeço a iodos a atenção e
volto a dizer: examinem w m coerência, como é a característica deste Conselho.
Grato.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Em seguida ouviremos a
palavra do Representado. o Deputado Joao Magno.
Vamos aguardar mais 1 minuto.
A SRA. DEPUTADA ANGELA GUADAGNIN - Sr. Presidente, enquanto o
Deputado Joáo Magno não vem, eu quero sb colocar uma questãozinha que gerou
até polêmica e indignação do Deputado Nelson Trad, quando ele estava no
momento em que ele ia se manifestar como Relator, e o Deputado Goldman. Lider
I 256 Quinta-feira 16 IIIÁIUO DA CÂMARA IHS DEPUTADOS - SUPI. Março de 2006
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAO Nome: Conselho de et1c.a e Decoro Parlamentar
Data: I Número: 0128106
do PSDB. entrou como Llder e atropelou o processo, e gerou aquela ind lgnaç i iom
Nelson Trad. Ele falou uma frase que eu guardei na memória: 'O que est8 em jogo
não sáo os iatos, mas se queremos ou não que este Parlamentar permaneça entre
n6s'. Ele se referia B defesa do Roberio Brant.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Rlcardo Izar) - Com a palavra. entao. o
Representado. nobre Deputado Jo2o Magno.
O SR. DEPUTADO JOÁO MAGNO -Sr. Presidente deste Conselho de ctlca,
Deputado Ricardo Izar, Sr. Relator, Deputado Jairo Carneiro; Sr. Advogado. Dr.
Wellington Valente; Sras. Conselheiras Deputadas Ann Pontes e Angela Guadagnin;
Sn. Deputados, companheiros e colegas deste Conselho de Ética; profissionais da
Imprensa que se fazem presentes; assessores; e tarnbBm os que me ouvem pela TV
CBmara ... Hoje 6 um dia especial. na0 6? A TV Câmara estd muito focada aqui. e a
imprensa tambbm. de uma maneira geral. porque quase que B e Única atividade
desta Casa neste dia de hoje.
Eu continuo dizendo, meus prezados Parlamentares deste Conselho. que a
minha consciencia es16 inteiramente serena com tudo o que eu fiz, porque eu afirmo
que tudo o que eu fiz ainda B sujeito qualquer um dos senhores que ai esta0 fazer
também. Ainda é sujeito. em função de uma legislaçaio que n6s temos em nosso
Pals a que precisa ser urgentemente modificada
Tenho jA, nesses 7 meses que estou enfrentando este processo. buscado
compreender o que vir6 par i o nossa Pais crn tcmos dc um nova oricntaçõo tanto
para os legisladores como tambBm para aqueles que executam as leis, para quem
governa o Pais. E venho refletindo coiiiigo prSpiiu que, dopuis da UIII pruwsso de
sangria existente dentro da Camara dos Deputados, é posslvel que realmente o
nosso PalS possa estar melhor, se preparando para o seu destino, melhorando as
leis, melhorando a execuçao das leis, em todos os Poderes constltuldos. posslvel
ter uma coisa nova. E B nesse sentido que, quando o meu nome foi citado, eu
entendi que não valia a pena eu ter uma atitude, uma conduta, em palavras e em
atos, que pudesse colocar em duvida a minha verdadeira patiicipaçáo em todo esse
processo. EntBo, eu quis fazer uma valonzaçáo da verdade. E continuo querendo
fazer essa valorização da verdade. E a hist6ria vem mostrando que praticar e falar a
verdade 6 uma coisa, as vezes. relativa. Mas. quando ela B realmente praticada e
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Março dc 2006 DIARIO DA CÂMARA DOS DI~I'UI'Al>OS - SUPL. - L -
I CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL - Nome: Conselho de Ética e Decoro Parlamentar Número: 0128106 Data: 161212006
empre quem fala e pratica tem muito risco. Por içso é que eu falei que
escolhl uma estrat6glca que, em que pese seja perigosa, por falar e praticar a
verdade em tudo o que eu fiz. mas ao mesmo tempo ela pode ser tambám exemplar,
não no sentido de que eu trago para mim o desejo de ser herói. parque eu não sou
herói de nada ... Eu sou um pai de família. tenho 4 filhos e sustento os meus filhos
com o meu trabalho. Então. não chamo para mim nenhuma atitude de heroismo.
Porbm, todos n6s sabemos que o jogo da hlpocrlsia tem sido uma marca inexorAvel.
ao longo do tempo, em toda política, em todo o mundo - principalmente na política.
E que a imprensa nacional exigiu com tanto rigor, com tanta força a inteira
transparência - ela nos expbs, exp6s esta Casa, expbs os Sn. Parlamentares,
expBs a mim, principalmente -, eu compreendi que a minha pratica pode ser de fat 9 um gesto que colabore para poder avançar nos costumes da polltica brasileira. E doido. B pesado, mas e dessa maneira que eu escolhi e vou até assim ao final.
independentemente das consequ&ncias que posso ter.
No que se refere ao reiatorio do ilustre Deputado Jairo Carneiro - eleja fez
uma explanaç6o -, de fato. Deputado. para mim fica muito pesado. V.Exa.. de fato.
fez um relat6rio com caneta de chumbo para mim e com caneta de pena para o
Deputado Roberto Brant. E V.Exa. concordou. Feliz a compreensão de V.Exa..
Deputado Araiijo. o que eu sinto de fato que aconteceu cornlgo. Dorclue quem tem
o traquejo com o Direito. quem tem o traquejo com o juridiu, sabe muito bem criar
eloqüentes redaçi3es. sabe muito bem criar retóricas quase que infaliveis. buscar em
doutrinas seculares a sua convicção e colocar em contradiqão a pr6pria verdade. 6 o@
que eu siio que houve contra a minha pessoa. Quer dizer. usar a beleza e a
intelectualidade do pensamento de Rui Barbosa para poder falar que o merecedor
Roberto Brant ... Eu digo asslm: feliz B ele, ele mereceu, mereceu ter 7 votos aqui.
Mas para falar que ele pegou dinheiro limpo. tudo limpo com ele. decente, legal. tudo
transparente. Mas. ai, usar s6 da dureza da lei para poder me condenar, com uma
veem0ncia sem precedentes, que eu vi aqui, com todo o arranjo retórico. jurídico. eu
acho muito cruel. Isso é do fundo do meu coração. E digo mais: onde está0 os
avanços que se postulam neste Conselho? Olhem as palavras do pref lo Relator:
'Eu estou procurando avanços que possam melhorar os costumes e a prática deste
Pals para os que virá0 na seqdéncia de nós:
-
Marc;o de 2006 IIIÁRIO DA CÂJviARh DOS DEPLJTADOS - SUPL
CÃMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL - Nome: Conselho de Étlca e Decoro Parlamentar Ntimero: 0128108 Data: 181212006
o pode ter perdão" ... Num momento desse? "O perdão é s6 divino". Qual a
dimensão divina que cada um de nós deve ter dentro de nós para evoluirmos e
fazermos a sociedade evoluir conosco? Onde ficam os valores sagrados da
humanidade? Será que a sociedade brasileira se embala nessa crueldade? Ela quer
que assassinem todos? Eu nao penso dessa maneira. Não penso que ela vê dessa
maneira. e não estou vendo que ela vê dessa maneira. Ela não vê dessa maneira.
Tenho convicção disso. At6 porque, se todos nós aqui não depend&ssemos pelo
menos. assim. rle conviver ... Se V.Exas. não dependessem de convlver com
nenhum político do Brasil em campanha eleitoral, com nenhum centavo de qualquer
empresa, mesmo que seja doado. contabilizado lá. como V.Exa. fez ... Se não
depend6ssemos, se estiv8ssemos nesse grau de purificação ideal. nesse grau d e 6tica ideat. que nós temos que postular, é evidente ... N6s temos de postular esse
grau de etica ideal. Eu respeito profundamente todas as falas dos Conselheiros do
Conselho de Etica. AI eu compreendo que V.Exa. estaria, talvez. no lugar de dizer
que não deve ter perdão, não deve ter miseric6rdia. Porque eu penso que todo ódio
que está circulando no mundo hoje e por essa incompreensao. Todas as guerras
que se fazem, todas as mentiras que se pregam 6 por essa falta de compreensão,
de amor e de perdão que as pessoas não advogam. Gostariam que fossem
advogados para elas, mas não advogam para os outros, diante da realidade da vida,
wmo as coisas funcionam aqui.
Então, nesse sentido, eu sinto que estou sendo julgado pelo Relator com
muita crueldade - eu tenho o dever de falar para V.Exa. isso - racional da lei.@
5 usando 2 pesos e 2 medidas (eu tenho o dever de registrar isso para V.Exa. aqui)
contra a minha pessoa. Busquei nada mais nada menos do que ser leal. sincero e
e decente. Não sou só eu que estou falando. Todos aqui se manifestaram. e a16
V.Exa. Isso não tem sentido, Isso não tem valor para podermos acumular alguma
coisa para as leis do nosso Pafs. para uma nova ordem que n6s precisamos ocupar.
O nosso Pais que tem uma história de bandidagem folclórica, desde quando vieram
para cá ocupar o Brasil. Todo mundo sabe que vieram os piratas. Nós aprendemos
isso no primário praticamente. O poder foi construido no Brasil com essa hist6na
melo turbulenta, Então, n6s lemos. depois de 500 anos de formação de uma pátria,
o dever ... Eu não fico choramingando o fato de ser hoje uma pessoa cuja honra e a
I /I
I 260 Quinta-feira 16 IIIÁRIO D A CÂMARA DOS DEPUTADOS - SUPL Março de 2006
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ Nome: Conselho de ttlca e Decoro Parismentar Numero: 012W06
moral estão sendo questionadas em todos os cantos do me
comunicação. Penso que houve descuido da minha parte. sim. JB falei ... Quando a
Deputada Angela fez um voto e pediu uma punipo branda. eu concordei com ela,
porque o descuido não quer dizer um crime, n5o quer dizer uma ma-f8. um e m .
nada disso. O descuido 6 humano. c isso que V.Exa. não leve condição de
compreender. Eu fui puxado para esse furacio. Todas as pessoas recorrem a
partidos. Eu fui puxado. Eles se desorganizaram, fizeram coisas erradas. Quem fez,
inclusive, pagou por isso. Mas de repente eu lenho que pagar com a mesma pena
capital aqui na Câmara dos Deputados. Imagine V.Exa. indo para plenario com essa
capacidade. essa expenBnua bnlnante de V.Exa. de ser um homem do mundo do
Direito e usar essa eloqüência, pegar a eloquéncia do brilhante Deputado Nelson
Trad, para dizer: João Magno 6 muito bom, mas ele deSCUmpriU a lei e feriu a
Constituiçao; ele B indesejável em nosso meio. Como vai ficar isso no plenario?
Quer dizer. de bonzinhos arrependidos o inferno está cheio.
Então, chamo a atenção de V.Exa. para isso. Esse rigor exagerado,
dogmdtiw com o texto da lei ... Ainda mais quando ele foi exagerado e dogmático
para um e inverteu e buscou uma outra doutrina para outro. Os casos são similares,
náo tem como provar que não são. Penso que isso tudo tem que ser considerado
por este Conselho de Ética.
Acho que a imprensa brasileira jB conseguiu digerir muito bem isso. No inlcio,
precisava mesmo dar um coro no PT. E foi dado um com no PT. A ampla maioria
dos setores da imprensa bateu doido. Eu penso que hoje as coisas podem ser feitas
com mais comedimento, com mais racionalidade. É preciso @r um pouco mais de
luz nessa história.
Compreendo a merecedora revanche contra o PT, porque lodos nos colocávamos como muito santos. quando éramos do PT. mas M o soubemos
praticar a santidade que cobrávamos. Tenho que dizer isso. justo tamb6m o
inferno astral que o Parlido dos Trabalhadores viveu. porque lamb6m n8o praticou
aquilo que cobrou. que exigiu. Mas nem por isso penso que essa hist6rla vb se
arrastar indefinidamente no tempo. A imprensa entende que aqui todo mundo que 6
ladrão. 8 comupto tem de ser cassado; a imprensa jA digeriu, jA percebeu. )h
conseguiu compreender.
Março de 2006 DIARIO DA CÂMARA DOS DEPUl'ADOS - SUPI. Quinui-feira 16 261
ChMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL - Nome: Conselho de Étlca e Decoro Parlamentar Numero: 0128106 Data: 161212006
sei do temor legitimo que caJa Co~iselhelm deve ter por sua base. De
pente, 6 alardeado pelo Brasil afora que mais um corrupto foi absolvido. Não se
trata disso.
Peço a V.Exas. que considerem o lado humano, a evoluHo do Direito,
considerem que a vida continua para cada um dos senhores e das senhoras.
Independentemente da decisão que se venha a tomar aqui, ela continua, sobretudo
por uma consciência de se fazer justiça. e a V.Exas. que agradeço pelas palavras
sinceras que foram ditas a meu respeito. V.Exas. conferiram isso à histária da minha
vida. É a V.Exas. também que peça perdão.
Agradeço.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - SE. Deputados. antes d e
iniciarmos o processo de votaçio. recebi as justilicativas das ausèncias dos
Deputados Edmar Moreira, Benedito de Lira e Júlio Delgado. I
Agora, passemos a votação do parecer do Rolotor.
A votaçio se dará pelo processo nominal e por maioria absoluta. Ou seja.
serão necesshrios O votos favor&vwis au pdiatiei para a aprovaç6lo. Os Srs.
Deputados que aprovarem o parecer do Relator dirão "sim", os que forem contrarios
d~mo %ao-.
Vamos começar a chamada.
Deputada Angela Guadagnin, do PT.
A SRA. DEPUTADA ANGELA GUADAGNIN - "Não".
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Deputada Angela ~uada~n in ,@
'não".
Deputado Chico Alencar, do PSOL.
O SR. DEPUTADO CHICO ALENCAR - 'Sim".
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Deputado Chlco Alencar,
"simm.
Deputado Oriando Fantanini, do PSOL.
O S R DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - "Sim".
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Deputado Orlando Fantanini.
'simn.
Deputada Ann Pontes. do PMDB.
Mar<;« dc 2006 DIARIO DA CÂMAKA W S DEPUTADOS - SUPL.
CÂMARA DOS DEPU?ADOS - OETAQ Nome: Conselho de Etica e Decoro Parlamentar
COM REDACÃO FINAL
Número: 0128100 Data: 16/212006
O SR. DEPUTADO JOSÉ CARLOS ARAUJO - 'NBo".
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Deputado José Carios Araújo,
Do PPS. Deputado Colbert Martins.
O SR. DEPUTADO COLBERT MARTINS - "Sim", Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Deputado Colberl Martins.
"sim'.
Srs. Deputados, concluido o processo de vota~ão, proclamo o seguinte
resultado: 10 votos favor8vels ao parecer do Relator e 3 votos contrarios. Na
qualidade de Presidente do Conselho de kica e Dnrnro Parlamentar. declaro
aprovado o parecer nos termos do projeto de resoluçao tido como do Conselho, q u e
declara a perda de mandato do Deputado Joóo Magno por conduta incompativel
com o decoro parlamentar. Registm ainda que estão intimados dessa decisão o
Deputado João Magno e seus advogados.
Antes de encerrar a sessão. suspendo-a por 5 minutos para a leitura da ata.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAUINI - Sr. Presidente, peça a palavra
pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Tem V.Exa. a palavra.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Sr. Presidente. minha questão
de ordem não tem nada a ver com esse caso. Estou extremamente incomodado com
a forma como a Comissão de Constituição e Justiça tem tratado o recurso do
Deputado Wanderval. Eu queria apelar a V.Exa.. na qualidade de Presidente do@
Conselho de Ética. Dara que. nesta semana. solicite - pessoalmente ou por
I telefone - a todos os membros da CCJ que compareçam A reunião da Comissão.
e independentemente de seu posidonamento.
Não pode este Conselho ficar na expectativa de que os membros da CCJ. a
seu bel-prazer, compareçam ou não e que tentem, inclusive. fazer daquela
Comissão o Õrgão revisor do Conselho. Isso não existe. V.Exa., na qualidade de
Presldente. tem autoridade para cobrar dos membros da CCJ. a fim de que
possamos pôr fim, de uma vez por todas, independentemente de qual seja O
resultado, a essa pendenga que se arrasta, agora com novos fatores. com novas
261 Quiiita-feira 16 DIÁRIO DA CÂMAKA DOS DEPUTADOS - SUPL Março de 2006 I
I
CAMAFIA DOS DEPUTADOS - D€iAQ Nome: Conselho de É ~ c a e Decoro Padamentar Número: 012B106
pessoas. inclusive querendo julgar o mbrito. o que 4 co
Conselho de Ética.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Deputado, já discutimos essa I
mat6ria hoje. Entrarei em contato com os Presidentes da Casa e da Comissáo de
Constituição e Justiça.
A SRA. DEPUTADA ANGEiA GUADAGNIN - Sr. Presidente. quero
aproveitar para perguntar como esta a convocação, o convite das testemunhas
arroladas no caso Janene. HB atgunia irifoiiiiação sobre a marcaçao dos I
depoimentos?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - V.Exa. jZi deva saber que I alguns Deputados não querem vir depor no caso do Deputado Jos4 Janene. Outros
virão, e já estamoç. inclusive. marcando a data para a próxima semana.
Esta suspensa a sessão por 5 minutos. (Pausa.)
(A reuniáo 6 suspensa.)
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Encontramse sobre as
bancadas as atas da úitima e da primeira reunião desta sessão leglslatlva.
Em discussáo.
Com a palavra o Deputado Nelson Trad.
O SR. DEPUTADO NELSON TRAD - Sr. Presidente. enquanto V.Exa. dava
entrevista A imprensa nacional, tive oportunidade de ler a ata. Evidentemente,
encontra-se ela perfeitamente igual As outras. Por essa razão, peço a aprovaçáo.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Os Srs. Deputados que são
favoravels permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovada a ata.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAUINI - Sr. Presidente, pelo a palavra
pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) -Tem V.Exa. a palavra.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAUINI - Sr. Presidente, como jS havia
justificado o meu atraso. talvez eu não tenha ouvido o cronograma para a próxima
semana.
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇAO FINAL Nome: Conselho de h c a e Decoro Parlamentar Número: 0128108 Data: 16/2/2006
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Ficou estabelecido que terça-
feira, em reuniáo administrativa. faremos um cmnograma para o mês de março.
Vamos aprovar em conjunto.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAZZINI - Terça pela manha?
O SR. PRESIDENTE (Deputado Ricardo Izar) - Terça-feira, as 14h30m.
Durante a semana, teremos a oitiva das testemunhas do Deputado JosB Janene.
O SR. DEPUTADO ORLANDO FANTAUINI - Na quarta-feira, entáo.
O SR. PRESIDENTE (Dp.ptdado Ricardo Izar) - Isso. na quarta-feira. durante
a semana. Na terça-feira vamos aprovar o cronograma para o mês de março.
Muito obrigado, Deputados.
Está encerrada a sessio.
266 Quinta-feira 16 I)IÁIZIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS - SUPL Março de 2006
.. ..:
CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Processo no 8 de 2005 (Representação no 43, de 2005)
Representado Deputado João Magno Relator: Deputado Jairo Carneiro
VOTO EM SEPARADO
No h b i t o do Conselho dc etica c Decoro, aprççiaiitos e deliberamos mediante
processo ao qual se confere "caráter politico-juridico" (v. MS 25.594-3IDF).
Aasifir. 6 arrtpla a liberdade do parlamentar no conhecimento e conformaNo do
juiza sobre o que e, e o que não e. atentatório ou incompativel com o d a r 0 parlamentar. E
essa liberdade encontra seus parametros mediante apetieiçoarnenio e aprendizado com a
praxis verificada.
De fato, a pena prevista ao ato incompativel com o decoro e a cassação, anim como
as penas para o atentatorio ao decoro 5Ho as descritas no artigo 10, 1 a U1 do Codigo de
Ética, cuia eradacão se conforma de acordo com sua natureza c circnnstânciar.
Após estudar os fatos. testemunhos e documentos apresentados a este Conselho
durante o processo em epigrafe, julgo improcedentes as conclusões apresentadas pelo Sr.
Relator, Deputado lairo Carneiro. tendo em vista o que se segue:
Dos Fatos:
1) O Deputado Joào Magno solicitou junto à tesouraria do Partido dor Trabalhadores, na pessoa do Sr Delúbio Soares, recursos destinados ao pagamento de
dividas de campanha. sem que atc o dio 23 dc sctcmbro dc 2005 não havia
providenciado a emissão dos respectivos documentos que comprovassem a origem ou
o destino dos recursos rcpassados.
2) Tão logo foi fornecido os documentos que permitiram realizar a
prestação de wntas suplementar, a mesma foi entregue ao Tribunal Regional Eleitoral
com sede em Minas Gerais, conforme prova a petição juntada aos autos,
acompnnhadn dos mcibos c dcmais documentos quc a integram, bcm como o extrato
emitido pelo sitio eletrônico do TRUMG. o que atesta a utilização dos recursos para
o pai)aiiiciiio da dividas de wiriyaiilia
3) Com a entrega dos documentos no TREIMG, o Deputado JoHo
Magno realizou a quitaçáo de sua contabilidade de campanha, comgindo
irregularidades pendentes junto a esse orgáo
Dos Documen<os apresentados:
Foram apresentados a este Conselho. de forma voluntária, todos os recibos,
notas e presta$âo de contas ao TRENG. referentes a campanha de 2002 e 2004. pelo
representado, bem como declaraçao do Secretario de Finanças do Pariido dos
Trabalhadores na ocasiáo, Sr. Delubio Soares, confirmando a versáo dos fatos
descritos na p e p de defesa do Nobre Deputado João Magno
Nào resta duvidas portanto, que o Representado prestou wntas
junto ao Tribunal Regional Eleitoral, o que demonstra a licitude e a boa-fé. Caso
contrario, não teria o Deputado João Magno, o devido zelo para cam a questão
mencionada, pois o simples fato de pardar todos os documentos que demonstram os
I recurso arrecadados e o pagamento aos fornecedores, mostra o cuidado para o
cumprimento da legislacão eleitoral. independente de crise politica que se manifestou
! apenas em meados de 2005.
1 Recebido os recurws provenientes da D i r e o do Partido dos Trabalhadnres.
i foram os mesmos unicamente utilizados no pagamento de despesas de campanhas
eleitorais. r150 restando dtividas a respeito da apropriação desses recursos. conforme 1 t $e constata da evolução patnmonial do Representado. ! Por fim, o Tribunal Superior Eleitoral reconheceu e admitiu o principio dn bon I
fe. ao acatar a prestação de wntas suplementar em processo similar, que teve por I I objcto a retificação das informaçócs antes prestadas. De fato, ficou provado que iodos
! iI 2 11
268 Quuiia-feira 16 DIÁRIO I)A CÂMAKA DOS DEPUTADOS - SUPI. Março de 2006
'i" ;I',: i: ,I
\ os repasse de recursos efetuados pelo do Sr. Delubio Soares, Secrethio de Finanças à
época, foram demonstrados a Justiça Eleitoral e que portado, n%o ocorreu em
momento algum a quebra de decoro parlamentar tipificada nos ditames do ariigo 49
inciso I1 do Código de ~ t i c a e Decoro Parlamentar e nas disposiçdes constantes no 5 14 do artigo 55 da Constituição Federal, na forma como procura exarar o parecer do
rclator.
Cabe ainda ressaltar que os fatos ocorridos e comprovados, foram relatados
em primeira mão pclo representado. Tal comportamento. confirina os dcpoimcntos do
Sr. Dom Lelis Lara e de outros que atestam o compromisso ético durante toda a vida
política do Deputado Juk Miignu.
Do parecer do Relator
O Nobre Relator designado para exarar parecer lia Representação movida
contra o ora Representado. Deputado Jairo Carneiro. ao examinar o parecer do
eminente Deputado Nelson Trad, Relator da Representaçào instaurada contra o
Deputado Robemo Brant, se manifestou no sentido de que e necessário analisar os
casos e dar Aqueles que se convergem o mesmo tratamento, e não poderia ser de outra
forma, conforme se depreende das afirmações do nobre Relaor que transcrevemos
abaixo:
O SR. DEPUTADO JAIR0 CARNELRO: Sei que este é uni nromento
histdrico para este Conselho, e a minha di>ergência n& é, no prinieiro momento,
&gula a K E r a É a critica que fnfo, e aqui reafirnio nesta hora, ao proceder da
Grnisdo de SindicAncia desta Casa e, latnenlavelniente, no abono que lhe
conferiu o Mesa em sua decis<w de.fornialimr umu represenraçiio !ra!undo ixuair
siluaçbes eLfremnniente rlesigufiis E aqui me vnlho e recorro, e já h4 (ntewençdo
nesta tarde do nobre Deputado Edniar Moreira E trazemos <i colapio e considero
importante no seu teor inregml n niani/csnçdo do grande Rui Barbosa, aos 72 anos
de idade, idademaispro~~ecta, eni 1920. quando, creio, a idade mhdia de vida de um
brasileiro fosse 40 frn0.v -a i~italirlade e o vigor do seu saber, dn sua eloqüência,
,Ia mçl>~itnbil;datIe inl~snnrinnnl:
"A regra da lib&de nrio consiste sendo em aquinhoar desigualmenie aos \
desjguois, m a medida em que se desigudnm
Nesta &igualdade socinl, proporcionada à desigualdade naiural, P que se
acha a nwdadcira 10 da igualdade O mais sóo &arios da irrirja, do orgulho ou
da loucura
T d a r com desiguuldade u iguau, ou a desiguais cum i((uuld& seria
desigualdadeflagrante, e núo igualdnde real."
C..) Entendo e rer~firmo mais unia vez posiçbes e pontos de ii.stfl que tenho
sustentodo dz que C yrrcku re~dimrnios unta esptcie de anólise e sistemotimçcio dos
casos parn aferirmos com propriednde os contornos de culn situaçdo, de cada
rerilidude yue enfrentamos. E a p m i r clac,fontes ou <ias meios utilizados e dos usos
ou fins em yue sejam rp1icado.s os recursos que podem ter perpassado pelas miíos
ou com a ciZncla de quem esreja nesse circuito em um processo, sendo Parlamentar
ou ndo. .. Se os recursos srio ilicitos, para mim não importo os fins se forem licitas,
para mim não harerh snlvnçcio. Se os recursos forem ilicitos e os fins, também n&
imporiani que sejam Ilcitos ou il icitm Mas se os recursos forem lícitos e os fins
n& forem ilícitos, temos que distinguir e separar o joio do trigo, examinar com
menltrio, com senso de justiçn e eqilidade cada situaçdo.
OMai~ifesração do Depelado Ja~ro (ónieiro chiroiirr o disc~issão do i~oro do
Relaror ita Represe~itoçíro iiis/aiiroda COJiha o Depiirado Roberto BTMI - Grfo
nosso).
(...r Deira claro, as palavras do Nobre Relator, que nao se nega a conduta mas
traz-se ao conhecimento do Conselho, circunsíincias que ao meu juizo, atenuam o
suposto delito. muito semelhante ao caso do Deputado Kobeno Brant, ocasião em que
manifestei-me contra o parecer do nobre Relator e em concordância com o Deputado
lairo Carneiro que defendeu a proporcionalidade da pena
Ha neste episódio portanto, grave contradição na sentença aplicada por este
Relator no caso "Brant", que importam em restriq3es de direitos, sob pena de
270 Quinta-feira 16 DIÁRIO DA CÃMARA DOS DEPUTADOS - SUPL Março de 2006
violaçgo a principios u>nstitucionais. Ambos de grande semelhança, até na origem
dos recursos que sao originarios da SMP&B. Cite-se ainda, o caw do Deputado
Professor Luizinho onde, segundo afirmou o nobre Relator Jairo Carneúo, nZo h& a
ocorrência de pratica ilicita quando o parlamentar se socorre de seu partido para
saldar despesas de campanhas politicar, sendo esta prática amparada pela legisla@o
eleitoral em vigor.
Ademais, nHo se pode admitir ausência da proporcionalidade ou, ainda, um
excesso na aplicação da sanção imposta em razão de conduta apurada em processo
disciplinar, principalmente quando o Codigo de Ética reserva gradapao da pena
conforme a conduta e circunstâncias (artigo 10, parágraio único).
Assim, resta patente a ausência de razoabilidade em sentido estrito para n
manutenção da sanção de perda de mandato. por caracterizar evidente desproporção
entrc o objetivo perseguido G o 6nus inipasto ao atingido aleii~. é claro. dr caracleii~ar
tratamento desigual para casos de evidente similitude.
Merece ainda lembranw, a feliz solução proposta e adotada na Representapo
no 36 (Processo no 07i2005) - Dep. Francisco Gonçalves. relatado pela Dep Ann
Pontes. Na oportunidade, a Comissão compreendeu que a soluçüo mereceu adequada
dosimetria ao admitir que o fato imputado ao Representante consubstanciava
desrespeito aos princípios eticos e a dignidade no exercicio do mandato, mas não o
suficiente 4 penn de cnssnqao, propondo a Mcsa a aplicayão de ccnsura cscriia, nos
termos previstos no attigo 12 do Codigo deÉtica.
Contrabalançados interesse público e imagem da Instituição com o direito do
Representado. tudo permeado wm o devido processo e o principio da relaçào
proporcional entre delito e pena. sempre que vislumbrada hipótese de pena
compativel, não há qiie se cogi t~r da cnssnçâo do mandato
E inegável, no entanto, que a imagem da Instituiçio sofre consequèncias dos
aios de seus integrantes, o que imp6e ao Colesiado a assunção de suas
responsabilidades regimentais.
O mais adequado e oportuno, nesse caso, e a aplicaçào de pena alternativa \
aquela cominada pela Representação, consideradas a natureza da conduta descrita,
bem como as circunstâncias atenuantes e os anrecedentes, consoante expressa
prevido do Código de Etica e Decoro, em seu artigo 10, parágrafo iinico. sendo certo
que a pena de suspensão do exercicio do mandato já constitui pena sevenssima, de
restrição de direito politico!
Pelas razüçs expostas. VOTO pela procedencia parcial da Representação,
cominando a pena descrita no artigo 14. qual seja. a suspenso temporária do
exercicio do mandato por trinta dias.
Sala do Conselho, 16 de fevereiro de 2006
I
272 Quinta-feira 16 DIÁKIO DA CÂMAKA DOS DEI'UTADOS - SUPL Marso de 2006
C A M A R A D O S D E P U T A D O S
CONSELHO DE ETICA E DECORO PARLAMENTAR
PROJETO DE RESOLUÇÁO No ,DE 2006
Declara a perda do mandato do Deputado JOÃO MAGNO por coiiduta incoiiipativel coiii o dccoro parlamentar.
A Câmara dos Deputados resolve:
Art. 1' - E declarada a perda do mandato parlamentar do senhor João Magno de Moura, nome parlanientar Deputado JOÃO MAGNO por conduta incoinpatível com o decoro parlamentar, com fundamento nos artigos 55, $ 1'. da Constiiuição Federal, combinado com o art. 240, 11. e 244 do Rcgimeiilo Interno da Cêinara dos Deputados e an. 4', 11, do Código de Ética e Decoro Parlamentar.
Art. 2" - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Sala do Conselho, em 1, e fevereiro de 2006 7 ,,
/j/;;$:-': Deputado J R 0 , y E I R O
I 7
i I Marco de 2006 DIÁKIO »A CÂMARA DOS DEPUTADOS - SUPL
...-
CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR C A M A R A D O S DEPUTADOS
PROCESSO No 08/2005 (Representação no 43/05, da Mesa Diretora)
PARECER DO CONSELHO
O Conselho de Etica e Decoro Parlamentar, em reuni50 ordinária realizada hoje, APROVOU, por maioria de seus membros o Parecer do Relator, Deputado Jairo Carneiro, referente ao Processo no 08/2005(Representação no 43/05), pela perda do mandato p+mentar do Senhor JOÁO MAGNO DE MOURA, nomc parlaiiieiitar Deputado JOAO MAGNO, ein face da afronta ao art. 5 5 . 5 I" da Constituição Federal, combinado com os art. 240. I1 e 244 do Regimento Interno da Cãinara dos Deputados, e art. 4", 11 do Cúdigo 41: ~ l i c a e Dccuro Parlamentar da Câmara dos Depiitados. Apresentou voto em separado. contrãrio ao parecer do relator, a Deputada Angela Guadagnin.
tsti1;erain presentes os Senhores Deputados: Ricardo Izar, ~ n g e l a I
Guadagnin. Ann Pontes. Carlos Sainpaio. Chico Alencar. Jairo Carneiro, Josias Quintal, Nelson Trad. Orlando Fantazziiii. - Titulares. Anselino, Antônio Carlos Mendes Ihame. Cezar Schirmer, Colbert Manins, Jose Carlos Araújo, Moroni Torgan, Ncyde Aparecida, Paulo Pimenta e Sandes Junior - iiiembros Suplentes. I
Participaram da votaqào os Senhores Deputados: Favoráveis: Carlos Sampaio, I
Chico Alencar, Jairo Carneiro, Josias Quintal, Orlando Fantazzini, Ann Pontes, Nelson Trad, Colbert Martins. Moroni Torgan e Antonio Carlos Mendes Thme. Contrhrios: Angeln Guadagnin, José Carlos Araújo e Sandes Júnior.
Tlepiitarln . , . . L.
2062 (JANt05)
1 i1
1,
274 Quinta-feira 16 DIARIO 1 ) ~ CÂMARA DOS DEPUTADOS - SUPL Março de 2006 I
C A M A R A DOS DEPUTADOS
CÂMARA DOS DEPUTADOS I TERMO DE ENCERRAMENTO DE VOLUME
AOS DEZESSEIS DIAS DO MÊS DE FEVEREIRO DO ANO DE DOIS MIL E
SEIS, EM BRAS~LIA. DISTRITO FEDERAL, NA SALA DA SECRETARIA DO
CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR, CERTIFICO. PARA OS
DEVIDOS FINS, QUE ESTE VOLUME DE NÚMERO 04, COM FOLHAS
NUMERADAS DE 01 A 272. PERTECENTE A REPRESENTAÇAO NÚMERO . 43105, PROCESSO .No 08105 FOI ENCERRADO NESTA DATA. E, PARA
7
CONSTAR, E U : : . TERESINHA DE LISIEUX FRANCO
MIRANDA, SECRETARIA, LAVREI O PRESENTE TERMO DE ENCERRAMENTO
DE VOLUME.
2062 (JANIOS)
I I MA$« dc 2006 DIANO DA CÂMARA DOS UCPUTAIIOS - SUPL
SECRETARIA-GERAL DA MESA
I
TERMO DE ABERTURA
Aos vinte o tr8s dias do m&s de fevereiro do ano de
dois mil e seis, em Brasilia, Distrito Federal, no edifício Principal,
no gabinete da Secretaria-Geral da Mesa, da Câmara dos
Deputados, procedo a abertura da continueç80 do volume de
numero quatro, processo referente
Mozart Vianna de Paiva,
de no 43105. E, para
subscrevo o presente termo. i
276 Quuita-feira 16 DIÁIUO DA CÂMAKA DOS I)EPUTADOS - SUPL Março de 2006
..... .,. .><. i4 - zi5r j,~.&<m. :.c;-. ... &<a
CÂMAKA DOS DEPUTADOS CONSELHO DE ETICA E DECORO PARLAMENTAR
Oficio no CEDPNP- 108106 Brasilia, 22 de fevereiro de 2006
Excelentlssimo Senhor Deputado ALDO REBELLO Presidente da Câmara dos Deputados
Senhor Presidente.
Em observância ao art. 14. IX. do Cbdigo de Ética e Decoro
Parlamentar. encaminho a Vossa Excelência o Processo no 008/05.
Representação no 43/05 da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. que
concluiu sua tramitação neste Conselho em 16 de fevereiro de 2006. com a
aprovação do Parecer do Relator Deputado Jairo Carneiro. no temos do
Projeto de Resolução que declara a perda do mandato do deputado JOÃO
MAGNO.
Ate o momento. o processo contem quatro volumes, com
folhas numeradas: volume 1 de 01 a 602; volume 2 de 01 a 1012; volume
3 de 1 a 593; volume 4 de 1 a 272 e, ainda, dois envelopes lacrados com
documentos sigilosos.
Na oportunidade. apresento-lhe protestos de elevada estima
e distinta consideração. A ,
-- - - ..
Março de 2006
... : . -.. . . , \,: . .
C ~ A R A DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL \ , . 1 Número Sespão: 010.4.52.0 Tipo: Ordinária - CD '-<~';. 2 " Data: 71312006 Montagem: 417614171
O SR. PRESIDENTE (Inocência Oliveira) - Sobre a mesa parecer do
Conselho de Etica e Decoro Parlamentar, referente ao Processo no 8. de 2005
(Representação de no 43 de 2005. instaurada contra o Deputado João Magno).
"Processo no 812005
(RepresentaçAo no 43/05, da Mesa Diretore)
Parecer do Conselho
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, em
reunião ordindria realizada hoje. apmvou, por maioria de
I seus membros, o Parecer do Relator, Deputada Jairo
Carneiro, referente ao Processo no 0812005 ~ I (Representoqão no 43/06). pelo porda do mandato
1 parlamenlar do Senhor Joio Magno de Moure. nome
parlamentar Deputado ~ o ã o Magno. em face de ahonta I
I ao aH. 55. 5 14 da Conslituição Federal, combinado Com
os arls. 240, 11, e 244 do Regimento Interno da Cáriare I
1 dos Deputados, e art. 4: 11, do Cbdigo de i t ica e Decoro
1 Parlamnntar da Cirnnrn das nnpiitarlos Aprnsnntnu WtO
em separado, mntrBrio ao parecer do relatar, a Deputada
Angela Guadagnin.
Estiveram presenfes os Senhores Deputados:
Ricardo Izar, Angela Guadagnin, Ann Pontes, Carlos
Sampaio, Chico Akncar, Jairo Carneiro, Josies Quintal,
Nelson Trad, Orlando Fantazzini - Titulares. Anselmo,
Antonio Carlos Mendes mame, Cezar Schimer, Colberi
278 Quinta-feira 16 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS - SUPL M a ç o de 2006 I i . 94. : .:,
CAMARA DOS DEPUTAMIS - DETAO REDAÇAO FINAL . r :\ Número Ses.&: 010.4.52.0 Tipai Ordinária - CD . q, . .: Data: 71312006 Montagem: 417614171
Martins, José Carios Araújo, Moroni Torgan, Neyde
Aparecida. Paulo Pimenta, Sandes Junior - membros
Suplenles.
Parliciparam da volaçáo os Senhores Deputados:
Favoráveis: Carlos Sarnpaio. Chico Alencar. Jairo
Carneiro, Josias Quintal, Orlarido Fantazzinj, Ann Pontes,
Nelson Trad, Colbert Marlins. Moron; Torgan e Antonio
Cnrlns Mendes Thnme. Conlriirios Angela Guadagnin,
José Carlos Araújo e Sandes Júnior.
Sala de Reuniões. em 16 de fevereiro de 2006
Presidente
Deputado Jeim Carneiro
Relaior. "
CAMARA DOS DEPUTALlOS - DETAQ Número Sessão: 010.4.520 Data: 71312006 Montagem: 417514171
O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira) - Na forma do art. 14. inciso Vill. do
Código de Ética e Decoro Parlamentar. combinado com o ari. 58. § 1". do Regimento
Interna da Cãmara dos Deputados. a maiêria vai a publicação.
VOL. 4
280 Quinm-feira 16 DIÁNO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS - SUPL Março de 2006
A Sua Exceldncia o Senhor Deputado ALDO REBELO Presidente da Câmara dos Deputados Brasília - DF
Senhor Presidente.
Renuncio, por este instrumento. em carAter irrevogavel, na condigo
de Representado. ao direito de inteipor recurso previsto no artigo 14, inciso VIII,
do C6digo de Ctica e Decoro Parlamentar, bem como todo o restante do prazo de
cinco sessões concedido para essa finalidade. a fim de que o Processo n.O 8. de
2005, do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, oriundo da Representação n.'
43. de 2005. da Mesa Diretora. tenha imediato seguimento no âmbito do Plenano
da Câmara dos Deputados.
Brasilia, i5de março de 2006.
- I
I I
Março de 2006 IIIARIO DA CÂMAKA DOS DEPUTADOS - SUPL
I J'
I i
I 1
CAMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ SEM SUPERVISAO Numero Sessão: 020.4.52.0 Tipo: Extraordinária -
i Date: 151312006 Moniagem:
Agradeço a V.Exa. o apoio.
O SR. PRESIDENTE (Inoc6ncio Oliveiia) - Sobre a mesa documenlo que
passo a ler:
' X Sua Excel6ncia o Senhor Deputado Aldo
Rebelo. Presidente de CBmara dos Deputados, Brasilis -
DF.
Senhor Presidente,
Renuncio. por este instrumento, em cardter
irrevogdvel, na condição de Representado, ao direito da
intarpor recurso previsto no artigo 14. inciso VIII. do
Código de 6tica e Decoro Parlamentar. bem corno todo o
restante do prazo de cinco sessões concedido para essa
finalidade, a fim de que o Processo no 08, de 2005. do
Conselho de clica e Decoro Parlamentar. oriundo da
Representação no 43. de 2005. da Mesa Diretora. tenha
Imediato seguimento no àmbito do Plenano da Cãmara
dos Deputados.
Brasilia. 15 de março de 2006
Depufsdo Joáo Magno."
Defiro. Publique-se.
Em 15 de março de 2006.
Aldo Rebnln.
Presidente da Camara dos Deputados.
EDIÇÃO DE HOJE: 282 PÁGINAS
;sGcG-- /& .;. p " 343 ; '"i Q 6.
/ ' . L _ . -
DOC. 0 4
.$&h MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
Ementa: Inquérito No 2245lSTF. Identificação do modus
operandi utilizado pelo grupo ligado ao Sr. Marcos Valério e
pelo Banco Rural para omitir do Banco Ccntral do Brasil a
identificação dos verdadeiros beneficiárioslsacadores de
TeCUTSOS.
Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral da República,
• Dr. ANTONIO FERNANDO BARROS E SILVA DE SOUZA
Cumprimentando-o, vimos, respeitosamente, à presença de V.Exa., expor que, em
razão dos diversos relatórios elaborados por esta Divisão quando da identificação dos
beneficiários de recursos do "esquema Marcos Valério", identiticamos o modus operandi utilizado
pelo Sr. Marcos Valério, juntamente com o Banco Rural, que omitiu ao Banco Central do Brasil
os verdadeiros beneficiãrios/sacadores do dinheiro, possibilitando que os recursos fossem parar
assessores e empresas suspeitas, sem que houvesse a
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REP~BLICA NO DISTRITO FEDERAL DIVISÃO DE PESQUISA, ANÁLISE E INFORMAÇAO - DSPAI
Analisando a documentação física encaminhada pelo Banco Rural, anexa a este
Relatório, constatamos que o modus operandi foi o seguinte:
1°) Cheque de conta mantida no Banco Rural, emitido pela SMP&B Comunicaçáo Ltda, nominal à
própria empresa e endossado pela SMP&B;
2") Preenchimento do "Formulário de Controle de Transações em Espécie", com timbre do Banco
Rural, informando sempre que o portador e o beneficiário final dos recursos era a SMP&B
Comunicação Ltda e que tais recursos se destinaram ao "pagamento de fornecedores";
• 3") Correio eletrõnico (e-mail) enviado por funcionária da SMP&B ao gerente do Banco Rural,
informando as pessoas autorizadas a sacar o dinheiro na "boca do caixa", assim como o local do
saque;
4") Fac-símile, enviado pela agência do Banco Rural de Belo Horizonte à agência do Banco Rural
de Brasília, autorizando o pagamento àquelas pessoas indicadas pela funcionária da SMPB no e-
mail;
5") Saque na "boca do caixa" efetuado pela pessoa autorizada, contra recibo, muitas vezes
mediante uma rubrica em papel improvisado, e em outras situações, mediante o registro da pessoa
que efetuou o saque no documento emitido pelo Banco Rural, denominado "Automação de
e Retaguarda - Contabilidade".
6O) 0 Banco Rural, embora tivesse conhecimento dos verdadeiros sacadores/beneficiários dos
recursos sacados na "boca do caixa", registrou no Sistema do Banco Central (Sisbacen - opção
PCAF 500, que registra operações e situações com indícios de crime de lavagem de dinheiro) que
SMP&B Comunicaçáo Ltda e que se destinavam a pagamento de
MINISTÉRIO PUBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO DISTRITO FEDERAL DIVISAO DE PESQUISA. ANÁLISE E INFORMAÇÃO - DSPAI
O modus operandi acima descrito foi observado em inúmeros saques nas contas de
Marcos Valério, constatados na documentação encaminhada pelo Banco Rural, principalmente na
conta no 60025952 da SMP&B Comunicação Ltda, mantida na agência "Assembléia" (em Belo
Horizonte) do Banco Rural. A título de exemplo, relacionamos alguns casos para demonstrar
como funcionou o modus operandi relatado:
Exemplo no 01 (Anexo I deste Relatório) - No dia 17.09.2003, foi emitido o
cheque no 745773, conta 6002595-2, do Banco Rural, pela SMP&B Comunicação Ltda, no valor
de R$300.000,00 reais, estando este cheque nominal e endossado à própria SMP&B. No mesmo
dia foi preenchido o "formulário de controle de transações em espécies - saída de recursos /
pagamentos", constando a informação inveridica de que tanto o portador quanto o beneficiário dos
recursos sacados eram a SMP&B Comunicação Ltda.
Em seguida, a Sra. Geiza (funcionária da SMP&B) enviou um e-mail para o Sr.
Bruno Tavares (funcionário do Banco Rural), informando quem era a pessoa que de fato iria sacar
o dinheiro, bem como o local e a data. No caso específico, foi informado por Geiza que no dia
17.09.2003, o Sr. Joáo Cláudio Genu, assessor da do líder do PP na Câmara, deputado Jos6
Janene - PPIPR, iria sacar os 300 mil reais.
Na seqüência, o Sr. Marcus Antônio (funcionário do Banco Rural da aeência Assembléia. em Belo Horizonte) emitiu um fac-símile para o Sr. José Francisco (outro funcionário
do Banco Rural, porém da meia de Brasília), autorizando o Sr. João Cláudio Genu a receber os
300 mil reais referente ao cheaue da SMP&B que se encontrava em poder da agência de Belo
Horizonte, ou seja, havia o saque em Brasília, no entanto o cheque estava na agência de Belo
Horizonte.
Consta também cópia da identidade da pessoa que sacou o dinheiro, no caso, a
Carteira do Conselho Regional de Economia do Sr. João Cláudio de Carvalho Genu.
Por fim, constatou-se que o Banco Rural tinha conhecimento de quem era o
beneficiário final dos recursos sacados na "boca do caixa" das contas de Marcos Valéno, porém,
registrou na opção PCAF 500 do Sisbacen a ocorrência de um saque, em espécie, no valor de 300
mil reais, no dia 17.09.2003, informando como sacadora a SMP&B Comunicação Ltda, a l é m . registrar que os recursos sacados se destinavam ao "pagamento de fornecedores",
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REP~BLICA NO DISTRITO FEDERAL
/;r 4 DIVISAO DE PESQUISA. ANÁLISE E INFORMAÇÁO - DSPAI J
R A NO 10117nnC. A,. - L . A,A,-""- ..~. ~ ~~. ~.. ..
João Cláudio de Carvalho
Genu:
nome .-.. . .- ... - . . . . ~~ -- - - ~ -T-- : BANCO RIO DE 3098 i 781 30026233: RURAL i JANEIRO. RJ
. j.. .i .....A 4S.A. .. ... . 1 i D K --.. &im-. --.. L
Pessoas . . . ,
--.-v-- ~ C M P & B COMUN%ACAO LTDA- 01322078000195 . . ."w--&a-".-"*--.. ...v
Enquadramentos 1 , ~ ~ - ~ * ~ ~ - . ~ ~ ~ -- . . . - ---- -..
91 - Retiradas em especie ... -- - - ~ ~~ .
Observações 1 ~ ~ . A ~ . . . . . ,
RECURSO OESTINADO AO P A G A M E ~ T ~ DE F O R N E C E D ~ R E S ." . . .-* * . .. ... "," -- .
Exemplo no 02 [Anexo I1 deste Relatório) -Neste caso foi constatado o mesmo
a procedimento relatado no exemplo anterior, ou seja, cheque do Banco Rural, no 745780, emitido,
nominal e endossado pela SMP&B, no valor de R$ 50.000 reais, sendo registrado no "formulário
de transações em espécie - saída de recursos 1 pagamentos" que o portador e o beneficiário dos
recursos era a própria SMP&B e que o dinheiro se destinava a "pagamento para fornecedores".
Na sequência, verificou-se o e-mail de Geiza (SMP&B) a Bruno Tavares (Banco
Rural) informando que precisaria liberar, em Brasília, 250 mil reais, e que ocorreria um saque de
200 mil a ser feito por Jair dos Santos, motorista do ex-presidente do PTB José Carlos Martinez, e
outro saque de 50 mil reais, a ser feito também em Brasília, às 13:00 horas do dia 18.09.2003, por
Josias Gomes, Deputado Federal - PT/BA.
Houve também o envio do fac-símile do funcionário do Banco Rural da agência
Assembléia, em Belo Horizonte (Sr. Marcus Antônio), destinado a outro funcionário do Banco
Rural, da agência de Brasília (Sr. José Francisco), autorizando o Sr. Josias Gomes a receber os 50
mil reais, referente ao cheque da SMP&B, no 745780, que se encontrava em poder da agência de
Belo Horizonte.
Verificou-se também a identidade da pessoa que sacou o dinheiro, no caso
específico, a carteira funcional do deputado federal Josias Gomes da Silva.
Assim sendo, constatou-se mais uma vez que o Banco Rural tinha conhecimento do
verdadeiro beneficiário final dos recursos sacados na "boca do caixa" das contas de Marcos
Valério, porém, registrou na opçáo PCAF 500 do Sisbacen a ocorrência de um saque, em espécie,
no valor de 250 mil reais, no dia 18.09.2003, informando como pessoa sacadora a SMP , A
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REP~BLICA NO DISTRITO FEDERAL DIVISÃO DE PESQUISA. ANÁLISE E INFORMAÇAO - DSPAI
RA No 19112002 .... ~ ~~ ....... . ~~.~ .
do, entre outros, o nome de Josias
Gomes da Silva:
Exemplo no 03 (Anexo I11 deste Relatório) - Mais uma vez constatamos o mesmo
a modus operandi: cheques do Banco Rural, nos 745833 e 141368, emitidos, nominais e endossados
pela SMP&B, nos dias 23.09.2003 e 18.11.2003, respectivamente, ambos no valor de R$
100.000 reais, sendo registrado, no "formulário de transações em espécie - saída de recursos 1
pagamentos", que o beneficiário dos recursos era a própria SMP&B e que o dinheiro se destinava
a "pagamento para fornecedores".
Em seguida, foram apresentados os e-mails que Geiza (SMP&B) enviou a Bruno
Tavares (Banco Rural), informando que ambos os saques de 100 mil reais seriam feitos em
Brasília por Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL, sendo que no e-mail do dia 23.09.2003, Geiza
informa que o saque seria no valor total de 250 mil reais, dos quais 100 mil para saque de Jacinto
Lamas, 100 mil para José Luis Alves, ex-chefe de gabinete do então Ministro dos Transportes
Anderson Adauto, e os outros 50 mil com receptor ainda não confirmado.
Também houve envio dos fac-símiles por Marcus Antônio (funcionário do Banco
@ Rural da agência Assembléia, em Belo Horizonte), destinado a José Francisco (outro funcionário
do Banco Rural, da agência de Brasília), autorizando o Sr. Jacinto Lamas a receber 100 mil reais
em 18.11.2003 e outros 100 mil reais em 23.09.2003, referentes, respectivamente, aos cheques da
SMP&B nos 141368 e 745833, que se encontravam em poder da agência de Belo Horizonte.
Foi apresentada a identidade da pessoa que sacou o dinheiro, no caso em análise, a
carteira de habilitação de Jacinto de Souza Lamas.
Novamente verificou-se que o Banco Rural tomou ciência do verdadeiro
beneficiário final dos recursos sacados na "boca do caixa" das contas de Marcos Valériofi ,
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REP~BLICA NO DISTRITO FEDERAL DIVISAO DE PESQUISA, ANÁLISE E INFORMAÇÃO - DSPAI
- - .- de 250 mil reais, no dia 23.09.2003, informando como pessoa sacadora a
-- / RA No 191/20U(r -'
SMP&B Comunicaçáo
Ltda e que os recursos se destinavam ao "pagamento de fornecedores", como se observa no
quadro abaixo, ocasião em que deveria ter informado, entre outros, o nome de Jacinto Lamas:
~ ? Z i j ~ ~ ~ i i X Z F i ] r N o m e ~ ~ I ~ ] - . T 71 BANCO i RIO DE , .~-- 9-
3098 841 : 3 0 0 2 7 2 3 9 ~ ~ ~ ~ ~ JANEIRO RJ ' : / ; L . i , ' . ...... ..............
Pessoas ~ ~p~ ---- ~ .--- .
SMP& COMUNICACAO LT'DA - oi3na78oooiss . . . . . - . ... .... ............ . . . . . . . . L-*-.-h-. "~
Enquadramentos .. :, 1 . . *,, . . ~ . ~ - - --- - , . ,
91 -Retirada$ em especie . . . . . . . . .. . -" " , . ~ - ~ --.. ? .- . - ...-- --"-" ! ~ b s e r v a ~ õ e s - I ,.- .... ..- -..-- - - - -~
i ü k o DESTINADO AO PAGÃMENTO DE FORNECEDORES; , . .....-.- .... .. .-, . -- - .... . ".-- . .
e No saque efetuado por Jacinto Lamas no dia 18.11.2003 também não houve, por
parte do Banco Rural, o registro do verdadeiro beneficiário dos recursos, constando na opção
PCAF 500 do Sisbacen que o saque, em espécie, no valor de 100 mil reais, foi efetuado pela
SMP&B Comunicação Ltda e que os recursos se destinavam ao "pagamento de fornecedores",
quando na verdade o Banco possuía a informação de que o verdadeiro beneficiário do dinheiro era
o Sr. Jacinto Lamas:
,. "--.,"- 1 ..-~. ~~ " .- .." .m.. -----v- - .-.. ..
SMP&B COMUNICACAO LTDA - 01322078000195 H., .. ... .. ..*. .. + ..... -- .---,, .. ,-,- --". .. ..,--~-
&qua$mentos ~~ 1 . . . e--. .- ~ .....-- .-
91 - Retiradas em especie v,- . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............... -" .. --..--.--v. -- ~~bse rvações '. . , ~~ - 1
--.- ............. -- RECURSO DESTI~ADO AO PAGAMENTO DE FORNECEDORES: ~.~ .
Exemplo no 04 (Anexo 1V deste Relatório) - Como de praxe, o mesmo modus
operandi: cheque do Banco Rural, no 745834, emitido, nominal e endossado pela SMP&B, no dia
23.09.2003, no valor de R$ 100.000 reais, constando a informação inveridica no "formulário de
transações em espécie - saída de recursos 1 pagamentos" que o portador e o beneficiário dos
recursos era a própria SMP&B e que o dinheiro se destinava a "pagamento de fornecedores".
Mais uma vez, verificou-se o e-mail enviado
(Banco Rural), informando que o saque de 100 mil reais
6
-
. .
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO DISTRITO FEDERAL DIVISÃO DE PESQUISA, ANÁLISE E INFORMAÇÃO - DSPAI
RA No 19 112006 .... ......-.
Alves, ex-chefe de gabinete do então Ministro dos Transportes Anderson Adauto. Ressalte-se que
neste e-mail, Geiza informa que o saque seria no valor total de 250 mil reais, dos quais 100 mil
para saque de José Luis Alves, outros 100 mil para Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL, e os
outros 50 mil com receptor não confirmado.
Houve também o envio do fac-símile por Marcus Antônio (funcionário do Banco
Rural da agência Assembléia, em Belo Horizonte), destinado a José Francisco (outro funcionário
do Banco Rural, da agência de Brasília), autorizando o Sr. José Luís Alves a receber 100 mil reais
em 23.09.2003, referente ao cheque da SMP&B no 745834, que se encontrava em poder da
agência de Belo Horizonte.
Constatou-se também cópia da identidade da pessoa que sacou o dinheiro, no caso
em análise, do Sr. José Luiz Alves.
a Neste caso, mais uma vez constatou-se que o Banco Rural sabia a identidade do
verdadeiro beneficiário final dos recursos sacados na "boca do caixa" das contas de Marcos
Valério, no entanto, registrou na opção PCAF 500 do Sisbacen a ocorrência de um saque, em
espécie, no valor de 250 mil reais, no dia 23.09.2003, informando como pessoa sacadora a
SMP&B Comunicação Ltda e que os recursos se destinavam ao pagamento de fornecedores, como
se observa no quadro a seguir, ocasiáo cm que deveria ter informado, entre outros, o nome de José
Luis Alves:
..
Pessoas -~ ~ ~
~- ~
SMP&B COMUNICACAO LTDA: 01322078000195 1 ............... ...... . . . . . . . . - . . I ... ........._- . .-. . 4
a Enquadramantos . - ..--. . ..--- - -~
91 - Retiradas em especie , , - . , . . . .*. . .
Obse~ações . -. 1 . . . . ---~ -.----...-.. ~ ~- ~ " " -,~~----
RECURSO DESTINADO AOPAGAMENTO DE FORNECEDORES: - + a-. A- -v-,*v . . 4 ...................... . . . . .
Conclui-se, pois, que o Banco Rural, ao viabilizar e acatar as instmçóes dadas pelo
seu correntista, SMP&B Comunicação Ltda., omitindo-se de registrar no Sisbacen (Sistema do
Banco Central) os verdadeiros beneficiários/sacadores de recursos das contas da citada empref i \
dos quais tinha conhecimento, e ainda, ao aceitar que cheques emitidos, nominais e endossa
O
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO DISTRITO FEDERAL
j i J 3 ~ i v i s à o DE PESQUISA, ANALISE E INFORMAÇÃO - DSPAI
' -2 - --- RA N" 19112006
pela SMP&B, em poder na agência do Banco Rural em Belo Horizonte, fossem sacados na
agência de Brasília, infringiu, em tese, os seguintes dispositivos da Carta-Circular no 2.826, de
04.12.1998 e Carta-Circular no 3.098, de 11.06.2003, do Banco Central do Brasil:
Caria-Circular No 2.826
"Divulga relaçüo de operaçríes e situações que podem configurar indício de
ocorrência dos crimes previstos na Lei no 9.613, de 03.03.98, e estabelece
procedimentos para sua comunicaçüo ao Banco Central do Brasil.
A realização das operações ou a verificação das situações abaixo descritas, considerando as
partes envolvidas, os valores, as formas de realizaçüo, os instrumentos utilizados ou a falta de
e fundamento econômico ou legal, podem conligurar indício de ocorrência dos crimes previstos na
Lei no 9.613, de 03.03.98, tendo em visia o disposto nos arts. 29 parágrafo único, e 49 "caput",
da Circular no 2.852, de 03.12.98:
I - .situações relacionadas com operações em espicie ou em cheques de viagem:
......
c) movimentaçõesfeitas por pessoa física ou jurídica cujas transações ou negn'cios normalmente
se efetivam por meio da utilização de cheques ou outras formas de pagamento;
......
II - situações relacionadas com a manutenção de conias correntes:
......
c) atuaçüo, de forma contumaz, em nome de terceiros ou sem a revelação da verdadeira
identidade do beneficiario;
.....
x) movimentaçüo de contas correntes que apresentem débitos e créditos que, por sua
habitualidade, valor e forma, configurem arlvicio para burla da identifcaçüo dos responsáveis
pelos dep6sito.s e dos beneficiários dos saques;
......
IV- siiuações relacionadas com empregados rins ......
MINISTÉRIO PUBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REP~BLICA NO DISTRITO FEDERAL
Y W*?. DIVISA0 DE PESQUISA, ANÁLISE E INFORMAÇAO - DSPAI
- . ./ / RA No 19112006 .......... ~~~ ~~~
~~
c) qualquer negócio realizado por empregado ou representante - quando desconhecida a
identidade do último beneficiário - contrariamente ao procedimento normal para o tipo de
operaçüo de que se trata. " (grifo nosso).
Carta-Circular No3.098
I "Esclarece sobre o registro de depósitos e retiradas em espécie, bem como de
I pedidos de provisionamento para saques.
Com base nos art.s I , inciso 111, e 2, caput e parágrafo único, da Circular 2.852, de 3 de
dezembro de 1998, que dispõe sobre os procedimentos a serem adotados na prevençãoe combate
às atividades relacionadas com os crimes previstos na Lei 9.613, de 3 de março de 1998,
comunicamos, em complementação às disposições da Carta Circular 2.826, de 4 de dezembro de
1998, que os bancos comerciais. a Caixa Econ6mica Federal, os bancos múltiplos com carteira
comercial e/ou de crédito imobiliário, as sociedades de crédito imobiliário, as sociedades de
poupança e empréstimo e as cooperativas de crédito devem registrar, na transação PCAFjOO do
Sistema de Informações Banco Central - Sisbacen, as seguintes ocorrincias:
I - depósito em espécie, retirada em espécie ou pedido de provisionamento para
.saque, de valor igual ou superior a R$ 100.000,00 (cem mil reais), independentemente de
qualquer análise ou providência, devendo o registro respectivo ser ejeiuado na data do depósito,
da retirada ou do pedido de provisionamento para saque;
11 - depósito em espécie, retirada em espécie ou pedido de provisionamento para
saque, de valor inferior a RS 100.000,00 (cem mil reais), que apresente indícios de ocultaçúo ou
dissimulaçüo da natureza, da origem, da localizaçüo, da disposiçüo, da movimentaçüo ou da
propriedade de bens, direitos e valores. respeitado o disposto no art. 2 da menciomda Circular
2.852, de 1998.
2. O registro de que trata era carta-circular deve conter as informações abaixo
indicadas, bem como observar as instruções contidas em seu anexo:
I - o nome e o número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou do Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica (CNP.8, conforme o caso, do proprietário ou beneficiário do
dinlteiro e da efetuando o depósito, a retirada ou o pedido de
provisionamento
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REP~BLICA NO DISTRITO FEDERAL ~ i V l s à 0 DE PESQUISA. ANÁLISE E INFORMAÇÁO - DSPAI
. - RA NO 19112006
..,...
3. As instituições devem di.~pensar especial alençdo, para fins dos referidos registros,
aos depósitos e às retiradas que , pela habitualidade, valor e forma, configurem artifício
destinado a evitar os mecanismos de controle estabelecidos, devendo adotar procedimentos para
impedir as íentativas de burla irs disposições desia carta-circular.
. . . . . . .
7. O diretor ou gerente indicado na forma do art. 7. da Circular 2.852, de 1998, deve
adotar os procedimentos necessários ao cumprimento das disposições contidas nesta carta-
circular" (grifo nosso).
Dentre as normas que dispõem sobre a lavagem de dinheiro estão a Lei 9.613198
(com algumas alterações posteriores), a Circular BCB no 2.852198 e as Cartas-Circulares nos
e 2.826198, 3.098103 e 3.101103. (Anexo V deste Relatório).
É o que trazemos ao conhecimento de V.Exa.
Brasília-DF, 17 de fevereiro de 2006.
ANEXO I
BANCO RURAL S/A AVISO DE LANCAMENTO
TRANS: RECEBIMENTO DIVERSOS 17/09/03 NUMERO DO DOCUFIEEITO: 0905041 VAGOR 300.000,OO HLSTORICO: - OUTROS DEBITO: 110035 - CAIXA CREDITO: 158305 - LPNC.A CLASS1F.-ELBTRONICO
0179 000350 35 0905041 009 O0 000000-0 - -
009 170903 005 041 *********300.000,00 R . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . BANCO RURAL SAQUE COM CHEQUE FAVORECIDO: O EMISSOR
0006 1 000352 O0 0745773 009 06 002595.2 009 170903 005 '042 **********300.000,00 P
300.000,00 (TREZENTOS MIL REAIS )
DEÇTINO DO RECURSO
. . . . . i
, . ., . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . : . . .. ", . . . . . - L
, "ù
. . . . -'-- . . EMWMINH~MEMTO aE Fw%i-eiiw$E. . . - - .. -.... r-- - -.
D,%'i A: 1 ~IQRA: ,--;------- -
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1 R~EMEBENTE: / 'DFSTINATAIO<>: 1 I I Noine; MARCLIS ANTONPO
. . . . I Nonie: .IOSE FKANC:IS~:U
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I Kniprese: BANCO RCHAL S/A I Elnl)iesu: BAN(:CJ R,I!HAL i Setoi.: AG.AsSEMRI,~IA. I .
I Setuc:AG RRASlil.l.4 I
. . . .
I i Cidade: BELO .HORIZONTE DF
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r i No ~ a i 1 0 3 ~ d .) i335.7690 ~ .
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ANEXO I1
SMP&B COMUN I CAÇAO LTDA . . . . . . , . . ~01.322.078/0001.95 I VALOR R$ . 5o.ooo;oo (CINQUENTA MIL REAIS) .. . : . . ..::.:,.I ..
. . . DESTINO DO RECURSO ! PAGAMENTOS PARA FORNECEDORES ~
I
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NOME COMPLETO ndenllfiar o P~riadot ebsho. pessoa Fl- mi Juildb. hishnke EmPlem <le Valoies esjs m=bendo od(nhel&)
0~.322.078/0001-95 -- Em csso de Pessoa I*, Idenifllcer o Movlmenlador 1 Poi(sda1 BsneiidBib ( ) Procurador 1 Representante ~ega l ( ) S6clo ( )Gerente 1 Dlretor ( ) ResponsBwl ( ) Depoeltanle ( ) Sacador ( ) Outms
..... . TOTAL DO SISTEMA DL SO.459.Cil
;rtr;tr.;*t*=i*il;;;t E = EMITlDO i==t.Zií***i+;ii;+li R i RECESIOO +2=*::ii*=iTS**0i
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. . . ' ' ' . ; BWCO m T A : ,RUWE.S/A' 1 9 Y 0 9 1 0 3 L R 6 5 : HOW:;14:30 *qNcI~: . - *9:ii-ii:; LANUWIENTOS. , : ~ . ~ 1 ( ~ ~ ~ ~ ~ ~ 0 ~ ~ ~ ~ T E ~ ; U \ ~ a : s - i c o $ i a ~ I ~ < d ~ E , e A R e i ~ ~ B i O w ~ M IHTER/\CJ~I/\S~EMITIM~S~RE~BIWS'-P~R'E~TA.~A~ENCII\. .... . , . . , .. . . : : : .,.P", . . . . . . . . . . . . . E / R .DT.LANCT .AG.CORR. DEBITO; .CREDIT ,.=.:V:A'<~;~~: RI..;( ,;i~is..~ls.,:~umR;~ADE.~ i . .P c ~ ; ~ ~ , i O O H I .; T:i '
; , . . . . . , , ---------r--- +-I*-LL~-.:--;.; ------ ::'--:-i :L2:z2c-; - - _ - - - L 2 i _ _ - ;____ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ,. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ". . . . . . . . . . . . . . . . . : : . . . -..> . : .i-:. .., . . . . . . . . . . : R . l%/as/03-. ~2 . i 1 1 4 4 9 . . . - , . j ..: . : . 5 0 0 ; m , . . ~ 4 0 ~ ~ T ~ ~ ~ 1 ~ 5 ~ ~ ~ ~ j & ~ ~ ~ ~ , ~ 0 C ~ ~ V . rTR, . ~ i u R ~ A i c n q , , &sTADo, :,, , . . . , . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . : . . I : . . . . . : ........... . : ; . . . ~. ...... . .
. . . . . . . . . . . . , : . ~ : : . iD030919
. . . . . . . . . . ; R 18 /09 /03 . o so j . i s i 3 0 5 , f i 7 q . . . : ,i$.;&& ... 0 4 ~ : : ;<~:~i ; ,s- ,ós. ,&sF:.. . . C O N F ~ ~ ~ . w R C ~ S I . ,::. . . . . .... . . . . . . . . , . .: . , ~ -,:..:c3 -'. . ! : .. : . . . . . . . . : . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . :N0~0<18
R !8/03103 0 3 7 1 5 8 3 0 5 ~ , 2 1 1 , & . :,: ~ ; , , ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ . ~ ~ . . ~ . I H ~ : ~ ~ ~ ~ ~ : O ~ I . ~ ~ ~ ~ ~ ~ O ~ . ~ - ~ O ~ T E ~ R ~ . ~ ~ ~ . S ~ U ~ : ~ ~ ~ ~ . . . . . . kEF:~i,+BOL50.DE- . . . . . . . . . . . . . \ . '.. . '.. p , ; . : . : :
n -t?.,~;i?~. 'A4 ,s- 2,42;1 , . . . ..:NO~OO:S . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . : . , > .;,, :.;: :,.. .....; ;.,, ,<?; :.: ..... :,. ... ... . . . . . . . . . . . . . . i :450imi '040.. 1 ~ ! 5 0 0 5 1 ' 0 X X . , & ~ : ~ ' : b ~ ~ . Q O C : .=L. CONF. . RELATORIO;" : .*: .<
. . . ..: NOS0918 . . . . . : . . . . . . . . . . ::. . . . ... . ~ . . . .. . . . . . . . . . R ' 1 8 l o 9 1 0 3 W 4 1 5 9 k 2 1 4 2 2 1 ' :: -.:'.. -i.000t00:'::o.i6. . I N ~ ~ ~ ~ ~ . ~ M ~ ~ I \ . D ~ v . , ~ ~ C . C E L . c b ~ c REO+TOR*:O~ :
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. ?s(os /o? . :As . r s a ~ o s zr?& -' -. Nb369,á
. . . . . . . . . . . . . . . 2 , F + F , ..., ... . . ~ o % . . .:. . . z ~ s z s 2 2 : i õ ~ : o < i ~ n ~ ~ i . ~ ~ ~ i ~ E T u i \ o o : . 6 1 ~ ~ i . SSP~PR:CPNTWI:SMP B'PROVAGANDA ~ T D A . - :... ~ r ~ ~ . : ~ õ r " s % ~ ~ ~ t : ' ~ - ~ ~ : ~ : r ~ ~ ~ . ~ . t 7 2 .......... k .18/09(03 ' 0?5 1 5 8 3 0 5 2 1 7 ~ ' . : 50 :&6&~, $60 . ' t ~ . : 6 3 3 $ 5 . < 0 ~ ~ S A W E ~ E ~ ~ T ~ A O O ~ ~ P I S R ~ ~ ~ ~ O S T A S GOMES D A SILVA~REG...~~~ .; NO30518
........ ....... llrW.S.W<S.p~opAGANDAii.CTDA~' . ' : . . . . 5 - : . ; : ';~N0309'18 .. ..... ... E ls/o:B/03 . 0 0 4 ' 1 5 9 ~ & 11003 i , . ' : . .: ' ' '
. . . . . . . ... : 5 9 5 9 0 1 M O ; INr70???rOXXi,REMESSA~iD~ ? ~ ' . U < : . N A C I O ~ L I MI\IOR--N/DATA~~.? . . . i, <, . . . . . . . . ., . . .............:.. . . . . . ..: ?. . . . .:r :. :- ..:.:
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. . . . +rt*.nr;;;r;rt+;+++t E UIITIW . . t:t;ii=;iiit*i:***s'? R = RECEBIDO *+s***si*=ar*+:: , . . . . . , - .
ANEXO I11
BANCO RURAL S/A AVISO DE' LANCAMENTO TRANS: RECEBIMENTO DIVERSOS 23/09/03 NUMERO DO DOCUMENTO: 0901004 VALOR 250.000,OO HISTORICO: - OüTROS DEBITO: 110035 - CAIXA CREDITO: 158305 - LANC.A CLASS1F.-ELETRONICO
0179 000227 35 0901004 009 O0 000000-0 009 230903 001 004 *~******250.000,00 R ----------------------------------------------.-
BANCO RURAL S/A AVISO DE LANCAMENTO REPASSE: OUTROS EM 23/09/03 000.00.000000-0 NIMERO DO DOtUMENTO: O000000 VALOR : 250.000,OO DEBITO: 001 - CAIXA CREDITO: CSCS - 0000000
0181 O 000228 O0 O000000 009 00000000 009 230903 001 005 **********250.000,00 --------------------------------------------.---
BANCO RURAL SAQUE COM CHEQUE FAVORECIDO: O EMISSOR
0006 1 000229 O0 0745833 009 06 002595.2 009 230903 001 006 *******'**100.000,00 P -----------------------------.--------------.---
BANCO RURAL SAQW COM CHEQUE SFAVORECIDO: O EMISSOR
0006 1 000231 O0 0745836 009 06 002595.2 009 230903 001 007 -**********50.000,00 P -------------------.----------------------------
BANCO RURAZi SAQüE COM CHEQUG FAVORECIDO: O EMISSOR
! 0006 1 000232 O0 0745834 009 O6 002595.2
009 230903 001 008 *****+****100.000,00 P Inicio Calculadora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
I
____.___.___.______-.----.----------------------
BANCO RUWIL S/A AVISO DE LANCAMENTO
TRANS: RECEBIMENTO DIVERSOS 18/11 /03 NUMERO DO DOCUMENTO: 0906006 VALOR 100. o0
HISTORICO: - OUTROS DEBITO.: 110035 - CAIXA CREDITO: 158305 - DEP.PAIs-LANC.CLASSIF.ELETRON1
0179 000206 35 0906006 009 O0 000000-0 009 181103 006 006 ********" '**100,00 R ______.________..__----------.------.-----------
BANCO RURAL S/A AVISO DE LANCAMENTO TRANS: RECEBIMENTO DIVERSOS 18/11 /03 NUMERO DO DOCUMENTO: 0906007 VALOR 99.900,OO HISTORICO: - OUTROS DEBITO: 110035 - CAIXA CREDITO: 158305 - DEP.PAIS-LANC.CLASSIF.ELETRON1
0179 000207 3 5 0906007 009 O0 000000-0 009 181103 006 007 * * * * * * * * * *99 .900,00 R
-----------------------------.------- a i;%-;;- s / ~ AVISO DE LANCAMENTO REPASSE: OUTROS EM 18/11/03
s000.00.000000-0 NUMERO DO DOCUMENTO: 0000000 VALOR : 100.000,OO DEBITO: 006 - CAIXA CREDITO: CSCS - 0000000
0181 0 000208 00 O000000 009 0000o000 009 181103 006 008 * ~ + + * * + + + + ~ o o ~ o o o , o o ---------------------------------.-.---..-------
BANCO RURAL SAQUE COM CHEQUE FAVORECIDO: O EMISSOR
. . ,.,71.z77 :7.>(.c,,7, , , , < : r"
.A-." 1 - ................ ........ . . . . . . . . . ........- : urg r?Cií'íi!. - - .-.. C j b i T n ~ ~ E UE ~ . ( ( A P ~ S ) . { ~ ; U E ~ klYl
~ ~ ~ ~ : l t ~ l ~ : i ~ : 0 ~ 1 1 5 2 f?nqunrirnnlei i tu: R 1 ....
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loO.OOO,oO ( CEM M I L R E A I S ) - - ,_C.,__._____.._._ -_--AI.-
~ ~ E T I N ~ J 00 nE';URSO 1
! i ~ i 1 I ! ! I)L F!)P.l4LCE@ORES I I
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?.:<:;.,;T.I; A'..-"":.*'%5&d *...;u *.:8:.: .;<>&:,: ;w*: ,:jz & :.&c;::;::;;; .. .... Zii,.,> <---,.,. is<*'"' :"-L --v..---? -.. -- .... UC..:F c.-/~~><F,?c (i i!?-ii l i#~~$~-:ih9!s~ - 7OZIC:# F I ~ ! ~ s & ~ n C I G G & x ~ ~ l ~ UY V=IQ:LS r(::* .:SI* ley:.brli+~ ;i e:iei.o;:n:
j!.!?ct) CO:.IUN I I : A C ~ O L.TDA . ..... A--
-- CI.:?JC7F
I..(Ll~,3.:lb .,S).%S>!(;(!$~C:(..5 c,:, C,I-; SI. ni<,ln:. I!:!=, ~ I ~ S ~ I U C ~ : n t,i~:~liizeii:ndri lPn,iiii:<:. I Pennnd4ilu !
.... ~pf~2-s~~~~~~~2~z~,!;~l+j~ - - ( - ~ ~ ~ ~ ~ , ~ ~ ~ C ~ , : I ! , ~ , G ~ ~ I .! :,,. ~:~:::;:;,;~.~:~j::<:~-:~i ,,.y,,, ..;. .,r,,." ....*, A. ........ , . . . " .......... +, .......... ? . ......:.. . . . ::;...*.... . :. ; , 'li;1-::: .... :~:.:;~z;p:.::.~;:;':;,Ij~,'i'r~;i';;,;~i:<::,: ..I :r,::.,.: , I .. . .. i . ...... ",. ......* ;:,.:e; ..,. e :,<. ;L..:::+:.:>. 3 L ~ ~ .,-,$ ~ ; ; ~ ; ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ f ~ ~ p ~ ~ ~ ~ t ~ ~ , ~ ~ s ) ~ ~ ~ ~ ~ : ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ; ; ; ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ; ~ ~ . : ~ ~ : : : ~ , ~ : ~ : Y?.,.*. .a>.. c :+:.:..:,: S.:.:
............. ,..; ,... ,,,": ..,? ::.;;.> .,:.%Y? ?..,. <::>,L. .,.. :, .,.,,* >.......* * I ~ ~ ~ l r f i c i A r f o - Pes.?c?a i t qii." , , , , , -' o , l~jrfadi irc , l~reyar;í 0 ~ l j { l / l ~ > i i ~ , ! .~~? i j~ud i ) T ; C J - ~ : J /:rí:{?rie:i lr '<~,
_____,___.__L_____ -.- r i - , i ~ > ~ , ~ ~ : ~ - ~ - - I
__ _ _ .... . ._-,. ............................ ........ ....... C I . ~ : <:z~r' J;X~.ort
i
i - - -.. J -- L...
;j I,::<:3.;., ,t,, 8." ,.>.,, L-,, ;: 33 o,::iTr.m, ".,;,,<;,#,?,,,>,.L>, ,,Z>c,?:,,:f c":v!!..l*,l.,
! c ; rr;,,2~!,,3r:c,! f i..??3\ 1 ) :jeq;t., , 1 .,;e$?!.,!: ! t > l i e : ~ r I ;';es;!.;~~A.:~~ I tw?;:.:z;:a:!:c ( I s<~:.at!<w i ! i::t::,e,)c i. ................................................................ - .-..-------A.
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.......................... I I
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........ ...... ,.:r, "':' '?'. > . .'
--
ANEXO IV
. . -. . -. . . CONTROLE
I
!
! I .. 4 . , ~ , ~ Q / d / O G i i i - 9 5 tira dn Pnssoa kletdllliat o Muvli~ienln<lor I Porloil~r I BeiiollclBrlo
I ! ( )Procurador I Representanle Legal ( ) Sócio ( ) Gerenle I Diretor ( ) Responsavei ( ) ~ e p o ~ l l a n l e ( ) sacador ( ) oulros
4, 3 :! !
..i SMPEB COMUNI CAÇAO LTOA CNPJICPF VALOR
01.322.078/0001-95 100.000.00 n s o de ~os?;us Ibiço kloiililicar o Movii~intiladoi I Poitndor I Benafidaib
( ) Proci~rador 1 Represeiilanle Legal ( ) SOcio ( ) Gerenle 1 Olrelor ( ) Responsável ( ) Depo$lalile ( ) sacador ( 1 Oulros
, ,
ANEXO V
I I ~ O A F - Conselho de Controle de Atividades Financeiras I } .
I I -"-
--.
I
BANCO CENTRAL DO BRASIL - BCB . ,.
CIRCULAR No 2852
Dispae sobre os procedimentos a serem adotados na prevençáo e combate às atividades relacionadas com os crimes previstos na Lei no 9.613, de 03.03.1998.
Página 1 de 3
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão realizada em 02.12.1998, com base nos arts. 10 e 11 da Lei no 9.613, de 03.03.1998,
D E C I D I U : !
Art. 1" As instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil estão obrigadas a:
I I - manter atualizadas as informações cadastrais dos respectivos clientes, observadas, quando for ~ o caso, as exigências e responsabilidades definidas na Resolução no 2.025, de 24.1 1.1993, e modificações posteriores;
II - manter controles e registros internos consolidados que permitam verificar, além da adequada identificação do cliente, a compatibilidade entre as correspondentes movimentação de recursos, atividade econômica e capacidade financeira;
111 - manter registro, na forma a ser estabelecida pelo Banco Central do Brasil, de operações envolvendo moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores mobiliários, metais ou qualquer outro ativo passível de ser convertido em dinheiro.
Parágrafo 1" Além das instituições e entidades referidas no "caput", sujeitam-se as disposições desta Circular:
~ I - as administradoras de consórcios;
II - as pessoas credenciadas ou autorizadas, pelo Banco Central do Brasil, a operar no "Mercado de Câmbio de Taxas Flutuantes", aí incluídas as entidades ou sociedades emissoras de cartão de 'e crédito de validade internacional, as agencias de turismo e os meios de hospedagem de turismo;
111 - as agências, filiais ou sucursais e os representantes de instituições financeiras sediadas no exterior instaladas no Pais.
Parágrafo 2" Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica. as informações cadastrais referidas no inciso I do "caput" deverão abranger as pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem como seus controladores.
Parágrafo 3" Independentemente do estabelecido no inciso III do "caput", deverão ser registradas:
I - as operações que, realizadas com uma mesma pessoa, conglomerado ou grupo, em um mesmo mês calendário. suoerem. Dor instituicão ou entidade, em seu conjunto. o limite ,
estabelecido no art. 4",incko I;
# . a ÇOAF - Conselho de Controle de Atividades Financeiras . ' . , 7
Página 2 de 3
II - as operações cujo titular de conta corrente apresente créditos ou débitos que, por sua habitualidade, valor e forma, configurem artifício que objetive burlar os mecanismos de identificação de que se trata. i 1 Art. 2" Além das providências estabelecidas no art. I", as pessoas ali mencionadas devem dispensar especial atenção as operações ou propostas cujas caracteristicas, no que se refere as partes envolvidas, valores, formas de realização e instrumentos utilizados, ou que, pela falta de fundamento econômico ou legal, possam indicar a existência de crime. conforme previsto na Lei no 9.613, de 03.03.1998, ou com ele relacionar-se.
I
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, os Departamentos de Câmbio (DECAM), de Fiscalização (DEFIS) e de Normas do Sistema Financeiro (DENOR) divulgarão normativo descrevendo operações e situações que possam configurar indício de ocorrência dos crimes previstos na mencionada Lei.
Art. 3" Os cadastros e registros referidos no art. 1" devem ser mantidos e ~0nSe~adOS durante o período mínimo de 5 (cinco) anos contados a partir do primeiro dia do ano seguinte ao do encerramento das contas correntes ou da conclusão das operações.
Art. 4" Deverão ser comunicadas ao Banco Central do Brasil, na forma que vier a ser determinada, quando verificadas as caracteristicas descritas no art. 2":
I - as operações de que trata o art. I", inciso lll, cujò valor seja igual ou superior a R$ 10.000.00 (dez mil reais):
II - as operações de que trata o art. I", Parágrafo 3", inciso I;
111 - as operações referidas no art. 2", bem como propostas no sentido de sua realizaçáo.
Parágrafo 1" A comunicação referida neste artigo deverá ser efetuada sem que seja dada ciência aos envolvidos.
Parágrafo 2" As comunicações de boa-fé, conforme previsto no art. 1 1 , Parágrafo 2", da Lei no 9.613/98, não acarretarão responsabilidade civil ou administrativa as instituições e entidades mencionadas no art. 1 ", seus controladores, administradores e empregados.
Art. 5" As instituições e entidades mencionadas no art. 1" devem desenvolver e implementar procedimentos internos de controle para detectar operações que caracterizem indício de ocorrência dos crimes previstos na mencionada Lei no 9.61 3/98, promovendo treinamento adequado para seus empregados.
Art. 6" AS instituições e entidades mencionadas no art. 1 ", bem como a seus administradores e
I a empregados, que deixarem de cumprir as obrigações estabelecidas nesta Circular serão
aplicadas, cumulativamente ou não, pelo Banco Central do Brasil, as sanções previstas no art. 12 da mencionada Lei no 9.613/98, na forma prevista no Decreto no 2.799, de 08.10.1998.
li Art. 7" As instituições e entidades mencionadas no art. 1" deverão indicar ao Banco Central do Brasil diretor ou gerente, conforme o caso, responsável pela incumbência de implementar e acompanhar o cumprimento das medidas estabelecidas nesta Circular. bem como promover as comunicações de que trata o art. 4".
Art. 8" Esta Circular entra em vigor na data da sua publicação, produzindo efeitos a partir de 01.03.1999, quando ficara revogada a Circular no 2.207, de 30.07.1992.
I Brasília, 3 de dezembro de 1998
I Gustavo H. B. Franco
, 6OAF - Conselho de Controle de Atividades Financeiras ]! .
Presidente
Página 3 de 3 1
I ' C ~ A F - Conselho de Controle de Atividades Financeiras 1 ' ,,. Página 1 de 4
BANCO CENTRAL DO BRASIL - BCB - CARTA-CIRCULAR No 2826
Divulga relação de operações e situações que podem configurar indicio de ocorrência dos crimes previstos na Lei no 9.613, de 03.03.98, e estabelece procedimentos para sua comunicação ao Banco Central do Brasil.
A realização das operações ou a verificação das situações abaixo descritas, considerando as partes envolvidas. os valores, as formas de realização, os instrumentos utilizados ou a falta de fundamento econômico ou legal, podem configurar indicio de ocorrência dos crimes previstos na Lei no 9.613. de 03.03.98, tendo em vista o disposto nos arts. 2", parágrafo único, e 4", "caput". da Circular no 2.852, de 03.12.98:
I - situações relacionadas com operaçóes em espécie ou em cheques de viagem:
a) movimentação de valores superiores ao limite estabelecido no art. 1', inciso I da Circular no 2,852198, ou de quantias inferiores que, por sua habitualidade e forma, configurem artifício para a burla do referido limite;
b) saques a descoberto, com cobertura no mesmo dia;
c) movimentações feitas por pessoa física ou jurídica cujas transações ou negócios normalmente se efetivam por meio da utilização de cheques ou outras formas de pagamento;
d) aumentos substanciais no volume de depósitos de qualquer pessoa física ou jurídica, sem causa aparente, em especial se tais depósitos são posteriormente transferidos, dentro de curto período de tempo, a destino anteriormente não relacionado com o cliente;
e) depósitos mediante numerosas entregas, de maneira que o total de cada depósito não é significativo, mas o conjunto de tais depósitos o é;
i 9 troca de grandes quantidades de notas de pequeno valor por notas de grande valor;
I g) proposta de troca de grandes quantias em moeda nacional por moeda estrangeira e vice- i I
versa;
1 h) depósitos contendo notas falsas ou mediante utiiização de documentos falsificados; i
i) depósitos de grandes quantias mediante a utilização de meios eletrônicos ou outros que evitem contato direto com o pessoal do banco;
j) compras de cheques de viagem e cheques administrativos, ordens de pagamento ou outros instrumentos em grande quantidade - isoladamente ou em conjunto -, independentemente dos valores envolvidos, sem evidências de propósito claro;
~ I) movimentação de recursos em praças localizadas em fronteiras;
. . 'COAF - Conselho de Controle de Atividades Financeiras Página 2 de 4 . a) movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira presumida do cliente;
b) resistência em facilitar as informações necessárias para a abertura de conta, oferecimento informação falsa ou prestação de informação de difícil ou onerosa verificação;
c) atuação, de forma contumaz, em nome de terceiros ou sem a revelação da verdadeira identidade do beneficiário;
d) numerosas contas com vistas ao acolhimento de depósitos em nome de um mesmo cliente, cujos valores. somados, resultem em quantia significativa;
e) contas que não demonstram ser resultado de atividades ou negócios normais. visto que utilizadas para recebimento ou pagamento de quantias significativas sem indicação clara de finalidade ou relação com o titular da conta ou seu negócio;
f) existência de processo regular de consolidação de recursos provenientes de contas mantidas em varias instituicóes financeiras em uma mesma localidade previamente as solicitaçóes das
g) retirada de quantia significativa de conta até então pouco movimentada ou de conta que acolheu depósito inusitado;
h) utilização conjunta e simultãnea de caixas separados para a realização de grandes operaçóes em espécie ou de câmbio;
i) preferência a utilização de caixas-fortes, de pacotes cintados em depósitos ou retiradas ou de utilização sistemática de cofres de aluguel;
j) dispensa da faculdade de utilização de prerrogativas como recebimento de crédito, de altos juros remuneratórios para grandes saldos ou, ainda. de outros serviços bancários especiais que. em circunstâncias normais, seriam valiosas para qualquer cliente;
I) mudança repentina e aparentemente injustificada na forma de movimentação de recursos elou nos tipos de transação utilizados;
m) pagamento inusitado de empréstimo problemático sem que haja explicação aparente para a origem dos recursos;
11 n) solicitaçóes frequentes de elevação de limites para a realização de operaçóes;
o) atuação no sentido de induzir funcionário da instituição a não manter, em arquivo, relatórios específicos sobre alguma operação realizada;
p) recebimento de recursos com imediata compra de cheques de viagem, ordens de pagamento OU outros instrumentos para a realização de pagamentos a terceiros;
q) recebimento de depósitos em cheques elou em espécie, de varias localidades. com transferéncia para terceiros;
r) transaçóes envolvendo clientes não residentes;
s) solicitação para facilitar a concessão de financiamento - particularmente de imóveis - quando a fonte de renda do cliente não está claramente identificada;
t) abertura elou movimentaçáo de conta por detentor de procuração ou qualquer outro tipo de
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. ' COAF - Conselho de Controle de Atividades Financeiras Página 3 de 1 4 . I
mandato;
u) abertura de conta em agencia bancária localizada em estação de passageiros - aeroporto, rodoviária ou porto - internacional ou pontos de atração turística, salvo se por proprietário, ou empregado de empresa regularmente instalada nesses locais;
v) proposta de abertura de conta corrente mediante apresentação de documentos de identificação e número do Cadastro de Pessoa Física (CPF) emitidos em região de fronteira ou por pessoa residente, domiciliada ou que tenha atividade econômica em paises fronteiriços;
x) movimentação de contas correntes que apresentem débitos e créditos que, por sua habitualidade. valor e forma. confiaurem artifício oara burla da identificacáo dos resoonsáveis pelos depósitos e dos beneiciário; dos saques; '
111 - situações relacionadas com atividades internacionais:
a) operação ou proposta no sentido de sua realizaçáo, com vinculo direto ou indireto, em que a pessoa estrangeira seja residente, domiciliada ou tenha sede em região considerada paraíso fiscal, ou em locais onde é observada a prática contumaz dos crimes previstos no art. 1" da Lei no 9.61 3/98;
b) solicitaçáo de facilidades estranhas ou indevidas para negociaçáo de moeda estrangeira;
~ c) operaçóes de interesse de pessoa não tradicional no banco ou dele desconhecida que tenha relacionamento bancário e financeiro em outra praça; ~ d) pagamentos antecipados de importação e exportação por empresa sem tradição ou cuja avaliaçáo financeira seja incompatível com o montante negociado;
I e) negociação com ouro por pessoas não tradicionais no ramo;
I
f) utilização de cartáo de crédito em valor não compatível com a capacidade financeira do usuário;
I g) transferências unilaterais frequentes ou de valores elevados, especialmente a título de doação;
I IV - situações relacionadas com empregados das instituições e seus representantes:
I a) alteração inusitada nos padrões de vida e de comportamento do empregado ou representante;
I b) modlicação inusitada do resultado operacional do empregado ou representante;
c) qualquer negócio realizado por empregado ou representante - quando desconhecida a identidade do último beneficiário -, contrariamente ao procedimento normal para o tipo de operação de que se trata.
2. A comunicaçáo, nos termos do art. 4' da Circular no 2,852198, das situações relacionadas nesta Carta-Circular, bem como de outras que, embora náo mencionadas, também possam configurar a ocorrência dos crimes previstos na Lei no 9.613198, deverá ser realizada por meio de transação do Sistema de Informações Banco Central - SISBACEN a ser oportunamente divulgada, até o dia útil seguinte aquele em que verificadas. Enquanto não divulgada mencionada transação, referida comunicaçáo deve ser encaminhada ao Departamento de Fiscalizaçáo (DEFIS), via transaçáo PMSG750 daquele Sistema.
I 3. Com vistas ao atendimento do disposto no art. i", inciso III, da Circular no 2.852198:
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COAF - Conselho de Controle de Atividades Financeiras *. . <. I.
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I - os dados relativos às operaqões ali mencionadas devem ser mantidos à disposição do Central do Brasil, compreendendo, no mínimo, o seguinte:
a) tipo;
- ,' b) valor em reais; L-.--=
c) data de realizaçáo;
d) número do CPF ou do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) do titular;
I I - deve ser considerado o conjunto de movimentações financeiras ativas e passivas realizadas no País, como, por exemplo:
1 a) depósitos de qualquer espécie;
1 b) colocação de titulos de emissão própria ou de quotas de fundos de investimento;
c) venda de metais preciosos; I I d) venda de cheques administrativos ou de viagem;
j e) ordens de pagamento;
I f) pagamento ou amortizações antecipadas de empréstimos;
111 - relativamente as operações que envolvam transferências internacionais, bem como aquelas relacionadas a pagamentos e recebimentos em decorrência da utilização de cartão de crédito de validade internacional, devem ser observados os procedimentos de registro no SISBACEN e de envio de informaçóes ao Banco Central do Brasil, estabelecidos nas normas cambiais em vigor.
4. Esta Carta-Circular entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos, relativamente a adoção dos procedimentos e das providências de que tratam os itens 2 e 3. a partir de 01.03.99.
Brasília, 4 de dezembro de 1998
Departamento de Câmbio José Maria Ferreira de Carvalho Chefe
Departamento de Fiscalização Luiz Carlos Alvarez Chefe
Departamento de Normas do Sistema Financeiro Antônio Francisco Bernardes de Assis Chefe, em exercício