“e te fazem acreditar que não importa sua idade, o melhor...

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“E te fazem acreditar que não importa sua idade, "o melhor ainda está por vir", assim você nunca faz nada e o sistema ganha.“

Pouco mais de um ano depois da viagem, finalizo o relato completo, adiciono as fotos e realizo um sonho antigo, de fazê-lo em forma de livro, mesmo que só pra mim.

Os sonhos só aumentaram, as vontade cresceram, e o medo diminuiu. A frase do começo deste texto reflete totalmente o meu pensamento para com as outras pessoas, que tem sonhos, que possuem vontades, mas que nada fazem para realizá-las. Elas sempre esperam “a vida ser boa com elas”, ou que chegue um tempo em que tudo vai ser mais fácil e simples. Esse tempo nunca vai chegar.

Mais do que nunca, uma frase clichê e que tem aparecido muito hoje em dia, faz muito sentido: Toda a magia acontece fora da sua zona de conforto.

O relato a seguir fala da minha aventura, dos meus sonhos, do estilo de vida que quero levar, e do que me emociona. Acredito que ele passe o que eu estava sentindo no momento, principalmente na maior aventura da minha vida, como vocês vão perceber.

APRESENTAÇÃO Talvez o maior anseio da espécie humana seja o conhecimento, o

desbravamento, a ânsia pelo novo. Vemos, desde sempre, histórias fantásticas de desbravadores dos

oceanos, do espaço, dos continentes... Temos desde O Pequeno Príncipe nas suas visitas a vários planetas e 2001 - Uma Odisséia no Espaço na sua viagem interdimensional (ou interespacial), até 20.000 Léguas Submarinas, com o Capitão Nemo, profundo conhecedor dos sete mares. Ao centro da Terra também já fomos com Julio Verne, em sua obra fantástica. Mas, e quando essas vontades nascem em nós?

Bem, quando nascem em nós, nos tiram a paz, nos deixam ansiosos, inquietos, ávidos por adentrar o desconhecido e andar por caminhos ainda não explorados por nossos espíritos.

Este livro nos leva por uma breve jornada de um jovem rapaz, detentor de um espírito livre, no Chile. País incomum, marcado por diversas diferenças em sua geografia. País em que temos praias, deserto, vulcão e cordilheiras cheias de neve. Provavelmente o mais singular na América do Sul e que foi, desta vez, desbravado por este jovem, cheio de sede de conhecimento e vontade de viajar.

Neste livro, Diogo nos mostra que é possível viajar sozinho, com um orçamento limitado, conhecer muita gente, conhecer diversas culturas e se divertir muito. Temos um relato diário que nos mostra a criatividade, a coragem diante das situações adversas, as andanças... Tudo com detalhes extremamente divertidos e fotos que nos tiram o fôlego pela beleza.

Diogo, como um excepcional fotografo, como a pessoa super alto astral que é, como o detentor de um dos espíritos mais livres que existem, nos traz isso tudo neste livro. E planta no coração de cada um de nós a mesma ânsia de viver que tem e nos traz o relato mais gostoso de ler e que incute em nosso espírito a mesma liberdade.

Agora, depois da leitura deste, só nos resta esperar ansiosamente por sua próxima viagem e seu próximo livro...

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Roberta Fernandes Maia

CHILE – NOVEMBRO DE 2011

Dia 1

São duas e meia da manhã aqui no Chile. Cheguei a mais ou menos uma hora e o aeroporto está vazio. Tem vários taxistas abordando o pessoal para levar aos hotéis e casas, mas vou esperar o dia amanhecer pra chegar ao albergue. O voo foi tranquilo, mas por ser minha primeira experiência com avião, fiquei um pouco nervoso. Principalmente na decolagem e pouso (e foram duas decolagens e dois pousos, já que o avião fez escala em Buenos Aires). Mesmo sendo madrugada, quando passamos por cima das cordilheiras, consegui ver, estava bem escuro, mas deu... Por falar em Buenos Aires, ela vista de cima e de noite é muito foda! Nem parecia que era madrugada, vários carros na rua, tudo funcionando. Vi até um pessoal jogando bola em um campo! Deu um alívio tremendo quando consegui sair do avião em Santiago. Não levantei o voo todo, nem pra ir ao banheiro, até porque não senti vontade, mas a perna doeu muito.

Serviram dois lanches durante o voo, um lanche pequeno com queijo e salada, um copo de suco, refrigerante ou água e duas rosquinhas de côco. Para pegar minha bagagem foi muito mais simples do que eu imaginava, ela saiu logo que cheguei, peguei e fui embora, sem ser questionado por ninguém. Me provou que qualquer um pode pegar qualquer bagagem, mas ainda bem que não aconteceu. A imigração foi simples, a atendente nem falou comigo. Ficou cantando uma música o tempo todo e quando olhei o computador que estava do lado dela, estava aberto o youtube no vídeo: sucessos dos anos noventa. Ela carimbou um papel que preenchi no avião com a data da minha entrada e segui em frente. Passei com a mala e a mala de mão em um raio-x, mas não me questionaram em nada também. Logo que cheguei fui tentar usar o telefone público, mas não consegui... Não consegui ligar a cobrar para o Brasil. Tudo bem que deve ser diferente e eu estava ligando como se estivesse no Brasil e ligando para outro país, mas depois de comprar uma pepsi por 850 pesos, peguei algumas moedas e fui tentar de novo. Mas parece que é de outro modo ainda... Segui as instruções que estavam no telefone, mas mesmo assim não deu certo.

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Dia 2

Problemas e problemas... Uma amiga tinha me falado mal do site decolar.com, mas eu já tinha feito a reserva por ele, então decidi manter. Consegui um ponto de internet no aeroporto e olhei o site do albergue que eu iria ficar em Santiago, e eu já poderia entrar no hotel naquele momento. Peguei um táxi de um senhor que oferecia na saída do aeroporto. Ele tinha uma tabela com preços fixos para cada bairro. O meu era “Providencia”, e custava 17 mil pesos. Dei sorte, ele foi me mostrando a cidade e alguns pontos turísticos, de dentro do táxi mesmo, já eram 3 da manhã. Chegamos ao albergue e eu já ia pagar o táxi, mas ele disse para vermos minha reserva primeiro. Ainda bem! O cara do albergue disse que estava lotado e não tinha reserva em meu nome. Batemos então no albergue ao lado, que também estava lotado. Pra minha sorte, o motorista do táxi continuou comigo procurando algum lugar para eu ficar. Passamos em mais uns três e nada. Então achamos um hotel que tinha vaga. Mas era um quarto com uma cama de casal e uma de solteiro, e banheiro privado. Lá se vão uns 200 dólares nesses três dias... Não contava com isso. Ao menos tem café da manhã, que por sinal serve para eu comentar essas comidas chilenas. Aqui só tem empanada, que é um salgado assado com algum recheio estranho. No aeroporto comi de frutas, e tem vários sabores, mas não achei nenhuma de carne, só de queijo, e acabei pegando uma hoje também... Depois de dormir, acordei as 8 da manhã pra tomar café. Comi um pão meio estranho com queijo e um presunto estranho e saí para andar. Comprei uma coca, que por sinal, aqui é um pouco maior que o normal, tem 580 ml. Andei bastante, mas não cheguei a me perder... Consegui ver um pouco das cordilheiras, mas como só levei a câmera pequena, não deu pra tirar umas fotos

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mais legais. Acabei vendo sem querer uma santa enorme, no alto de um morro. Depois comprei as passagens para Pucón, custaram 24 mil pesos, ida e volta, em um ônibus semileito. Quando cheguei ao hostel, procurei na internet sobre aquela santa, e descobri que é um mirante famoso de Santiago. Tomei banho, arrumei uma blusa, a nikon, um pouco de dinheiro e fui. Peguei o metrô e desci duas estacões depois. O metrô é cheio igual ao de São Paulo, mas a impressão que fica é que as estacões são mais próximas umas das outras. Não usei a blusa porque estava um calor enorme, de uns 30 graus. Deu para tirar umas fotos legais lá de cima. Dividi um táxi com uma mulher e paguei mil pesos pra subir. Encontrei alguns brasileiros de Salvador lá em cima e falei com um chileno que tirou algumas fotos pra mim. Comprei duas canecas e comi aquela empanada de queijo que eu disse. Pra descer, usei um bonde chamado “Funícula”, que também por mil pesos, me deixou embaixo de novo. Já estava cansado, então fui rápido e peguei o metrô. Quando saí da estação, me perdi um pouco e tive que pedir informação, mas estava perto da rua que eu queria, então foi fácil. Andar nesse sol cansa, mas melhor que chuva, que é o que está previsto para Pucón. Uma parte interessante, foi que quando peguei a Funícula, tinha um casal que parecia ser da Argentina, um casal de amigos que falavam inglês, um fotógrafo italiano, e eu, brasileiro. No final da tarde, já morrendo de fome, fui em busca de algo barato para comer. De preferência algo mais parecido com a comida do brasil... Na verdade queria carne vermelha! Foi então que entrei em um centro comercial e achei uma lojinha que vendia lanches XXL. 2.500 pesos por um churrasco enorme! Comprei um e por mais 500 pesos levei uma fanta laranja. Levei o lanche para o hotel e com metade já fiquei satisfeito. Melhor ainda, se der fome de noite não vou precisar gastar mais, já que se eu quiser fazer a subida do vulcão, terei que economizar bastante na alimentação.

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Dia 3 Acordei às 8h novamente e fui tomar o café da manhã. Nenhuma mudança. Comi o mesmo pão estranho e presunto estranho com queijo normal. Vim para o quarto e pesquisei na internet como fazer para ir até alguma praia e vi que as mais

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indicadas eram Viña del Mar e Valparaíso. Valparaíso tem um porto, o que me instigou a ir, e Viña del Mar é uma praia mais bonita. Mas na real eu só queria mesmo algumas fotos do oceano pacífico, sair um pouco daqui de onde estou, e é claro, sentir na pele a água gelada do pacífico. Uma outra coisa que eu queria ver é um Moai que veio da Ilha de Páscoa, o único fora de lá, que estava em um museu. Estava saindo do hotel quando a mulher disse: você vai embora hoje né? Não, eu não vou embora hoje porra! Como assim? O cara que fez minha 'reserva' contou o dia que cheguei como uma noite, porque eram 4 da manhã. Tudo bem vai... Ele estava certo... Mas eles também se enganaram, estava escrito lá para eu sair dia 6, ou seja, amanhã! E era pra eu sair dia 7! Porque meu ônibus para Pucón é dia 7! Só fui pensar isso no caminho do metrô, e acabei deixando pra falar com eles sobre isso depois. Peguei o metrô até a estação Universidade de Chile, onde eu achava ser o terminal de 'bus', como eles dizem. Mas chegando lá, perguntei para um cara onde era, e ele disse que eu tinha que pegar o metrô! Não! Eu já saí de lá agora! Mas ele estava certo... Atravessei a rua e perguntei para outro, e ele disse a mesma coisa. Voltei então ao metrô e vi que na verdade, era a estação do metrô chamada Universidade de Santiago! Fácil de confundir... Peguei então (e paguei de novo, claro) o metrô. Desci na estação correta e já saí de frente com o terminal. Peguei uma fila de uns 5 minutos, cheia de mochileiros e chilenos, e comprei a passagem pro ônibus que iria sair em 15 min. Se quisesse, poderia ter comprado pro que ia sair em 2 minutos. Funciona bem os ônibus aqui... Entrei no ônibus e achei que veria umas paisagens legais, mas não foi tanto... Tinha algumas coisas legais, mas nada muito diferente do Brasil, somente algumas plantações bonitas e a vista das cordilheiras com neve ao fundo. E pouca neve, é verão aqui. Depois de uma hora e cinquenta de viagem, desci no terminal de Viña del Mar. Eu havia perguntado para o cara que fica olhando o bilhete no ônibus se a praia era distante do terminal e ele disse que eu teria que pegar uma condução, porque era. Isso pra mim quer dizer: da pra ir a pé. Saí do ônibus e uma menina com camiseta de agencia de turismo me abordou perguntando se eu precisava de informações turísticas. Foi aí que ela quis me usar, mas eu a usei. Ela na verdade, me ofereceu um tour por Viña del Mar e Valparaíso, por um preço que não me recordo, acho que era 15.000 pesos. Mostrou-me todo o caminho em um mapa da cidade e disse que poderia reservar pra mim. Saí de la sem o pacote, com o mapa e sabendo como chegar no moai e na praia. E na real, não precisava de ônibus, andei 20 minutos pra chegar à praia. Mas antes da praia, fui ao moai. Ele está fora do museu, e tem uma placa pedindo para não toca-lo. Só não toquei porque tinha muita gente vendo, mas eu queria! Tirei várias fotos e pedi para um cara tirar uma minha, coisa meio constrangedora, mas que eu estou fazendo em todo lugar. Também quero fotos minhas! De lá, segui na mesma rua em direção a praia, que em frente, tinha um cassino, e quando cheguei, vi que também tinha um Mc Donalds. A praia é normal, parece com o litoral sul de São Paulo, mas as águas são mais limpas, azul de verdade, mas não como caribe ou nordeste... Alguns navios apareciam no horizonte. Andei mais, porque onde eu estava tinha pedras, e não dava pra encostar na água. Cheguei até uma areia e tinham vários chilenos e turistas de biquini, de sunga, e nadando. Mesmo a água sendo muito gelada. Não tanto como eu pensava que era, mas quando consegui sentir a água na minha mão, vi que não era tanto assim. Me senti um turista de um país gelado, e não um brasileiro, quando entrei na areia de calca, camiseta e tênis. Voltei para o terminal de Viña del Mar e peguei o ônibus para Santiago que saía em 5 minutos. Só deu tempo pra comprar uma fanta laranja, que por sinal, aqui tem de vários outros sabores, que ainda não tive a coragem de gastar a grana para comprar. Viagem mais rápida e tranquila na volta. Na ida sentou do meu lado um turista que parecia ser da Europa, mas como os amigos dele estavam mais atrás, um senhor trocou de lugar com ele e sentou do meu lado. Para meu azar, ele

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dormiu e roncou a viagem toda! Muito alto! E na volta, do outro lado do ônibus, um outro senhor roncava... Mas voltei ouvindo musica, então não chegou a me atrapalhar como o da ida. Cheguei ao terminal de ônibus e corri para pegar o metrô, afinal estava ansioso para resolver logo a questão do hotel, que eu precisaria ficar mais uma noite... Depois de umas oito estações, cheguei na Manuel Montt, que é onde fica meu hotel. Corri pro hotel e perguntei sobre isso. O atendente disse que precisaria verificar, e depois me falaria. Voltei para o quarto, tomei banho e fui procurar algo para comer. Tentei ir ao mesmo lugar que comprei o lanche de churrasco, mas estava fechado... Então comprei um lanche natural de queijo com algo que parece ser rosbife, mas não sei ao certo, e uma coca de lata. Perto das 10 da noite, saí para tirar algumas fotos da rua de noite, e estava um tempo muito bom, bem calor. Então guardei a câmera, peguei dinheiro e fui procurar algo para comer. A Av. Providência, uma avenida principal daqui, é bem movimentada de dia, mas eu não imaginava que de noite também! O meu hotel fica em uma travessa dela, então segui por toda avenida procurando algo barato e que eu pudesse trazer para o hotel, para comer aqui. Mas acabei achando uma lanchonete aberta e vazia, então decidi comer lá. Pedi um hot dog, que eles não entenderam quando eu disse hot dog nem cachorro quente com aquele sotaque espanhol maroto, mas apontei para um que estava pronto e então deu certo. Ainda bem que tive tempo de escolher o que colocar no hot dog, porque eles usam um molho aqui de abacate! Fica tudo doce no lanche. A mulher que atendia até disse: você é brasileiro né? Brasileiros não gostam mesmo... Comi o lanche (que mesmo eu pedindo para não colocar, veio com esse molho), pedi uma fanta e o cara me deu uma de 2 litros, gastando então algo em torno de 2.500 pesos. Achei Santiago bem segura de noite, as pessoas andam sossegadas na rua que são bem iluminadas e limpas. Existem bastantes bares e lugares para os amigos se encontrarem. Do lado do meu hotel, tem um bar muito bonito, que quando passei voltando, tinham quatro brasileiros sentados nas mesas do lado de fora conversando. O cara do hotel me disse que eu poderia ficar mais uma noite lá, mas precisaria trocar quarto.

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Dia 4 Acordei as 9 depois de uma noite bem dormida e fui tomar café da manha, que de novo foi a mesma coisa. Arrumei minha bagagem para mudar de quarto ao meio dia. A internet daqui não costuma funcionar por muito tempo, ela cai muito, e

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de manhã não estava funcionando. Saí com o ipad para fora e fiquei com ele vendo algumas fotos e tentando conectar, esperando dar meio dia. Foi quando um outro hóspede ligou para a recepção e disse que não estava conseguindo acessar. O atendente da recepção perguntou se eu consegui, eu disse que não, então ele reiniciou o roteador e voltou ao normal. Logo depois de presenciar uma conversa de argentinos, chilenos e um francês, o atendente me disse que não precisaria mudar de quarto. Porra! Foi mó trampo arrumar a bagagem! Mas ele voltou atrás e disse que precisava. Troquei de quarto e o quarto novo é bem diferente do outro, que era todo fechado e sem iluminação. Esse aqui é no segundo andar e tem uma janela enorme, mas que não da pra lugar nenhum. Pelo menos entra um ar e tenho iluminação natural. Saí para procurar algo pra comer, mas antes dei uma volta pela cidade e achei uma feira livre. Meio diferente daqui do Brasil, porque só tinha frutas e legumes mesmo, e em total silêncio. Não tinha pastel, não tinha caldo de cana, nem gente trocando borracha de panela de pressão. Fui embora atrás da minha comida, e então eu decidi tentar uma pizzaria moderninha que tem em uma esquina aqui. Pedi uma pizza individual de mussarela, que me custou 3.500 pesos. Eles pediram meu nome, e tive que falar Diego porque ele insistia em escrever Giogo. Depois descobri que o nome é para te entregarem a pizza. Fica um monitor na parede com seu nome e quanto tempo falta para sua pizza ficar pronta. A minha levou 12 minutos. Trouxe a pizza para casa e quando abri, tive uma surpresa! Muito bonita e grande! Igual da Pizzahut, mas achei mais gostosa! Comprei também uma coca de 2 litros em um mercadinho e mais dois chocolates, que também eram muito bons! Decidi tirar o dia pra descansar e curar a bolha do meu pé, que pode me atrapalhar se eu for fazer alguma caminhada muito longa em Pucón. Eu tomo um remédio para não doer o pé, porque tenho que fazer uma cirurgia, e se faço muita força, eles doem. Ainda me restam dois remédios, que são anti-inflamatórios. Como não sei o nome de nenhum aqui no Chile, vou guardar os dois para Pucón. Amanhã o dia será difícil... Tenho que sair do hotel ao meio dia, mas meu ônibus pra Pucón é somente as 23:20. Vou tentar guardar a mala em algum guarda volume do terminal de ônibus, senão vou ter que ficar sentado esperando até dar a hora... Eram umas 20:00, peguei a câmera e o ipad e sai para tirar algumas fotos e filmar... Ainda tinha sol, se pondo, mas tinha. Fui até uma avenida atrás do hotel, que é bem movimentada, e que é paralela a um rio, que pelo que vi, corta Santiago inteira. Tirei umas fotos bem bonitas e filmei algumas coisas, mas o que mais me chamou a atenção foi que a cidade se mostrou ser muito segura de noite! Ninguém nem ligava para um turista doido filmando no meio da rua, falando com a câmera, ou tirando fotos de tudo. O pessoal somente fazia exercício e caminhava. Hoje usei uma técnica que nunca tinha usado... Queria esquentar um pedaço de pizza, então peguei um abajur que tem aqui e mirei para a pizza, coloquei bem perto. E em alguns minutos, ela estava morna! Não tão quente, mas melhor do que fria... Mochileiro tem que se virar né...

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Dia 5 Hoje decidi não tomar café no hotel. Acordei as 9 e fui buscar algo pra comer. Comprei um lanche de pão de forma, que algumas pessoas vendem nas estações do metrô, e custa 600 pesos. É feito com um patê e a única coisa que consegui identificar é que tem pimenta. Comprei também uns chocolates, mais bandeide e um barbeador. Pra minha surpresa, hoje não está calor em Santiago... Não está frio, dá para sair de camiseta, mas está nublado, diferente do sol forte que fez nos outros dias. Fiz o check out no hotel e peguei um táxi para a rodoviária da estação de metrô Universidade de Santiago, que fica em um bairro mais pobre de Santiago. Guardei minha mochila no guarda volumes e fui comer alguma coisa. Mais uma vez peguei um cachorro quente, mas sem palta, que eh o molho de abacate, e fui a uma lan house pra passar o tempo, já que era 1 da tarde e meu ônibus só saía as 23:20. Depois da lan house comi outro cachorro quente, e na loja que comprei estava passando uma novela brasileira bizarramente dublada em espanhol. Finalmente as 23:20 entrei no meu ônibus para Pucón, depois de 10 horas de espera na rodoviária. De longe foi a coisa mais agoniante que eu passei na viagem até agora.

Dia 6 Ainda estou meio perdido no tempo... Cheguei as 9 da manhã em Pucón, depois de 10 horas de viagem cansativa de ônibus. O ônibus era semi-leito, então tinha mais espaço entre as poltronas e deitava mais o banco, mas mesmo assim não é tão confortável. Na rodoviária perguntei para um senhor onde ficava a rua do meu albergue. Ele disse que me levaria ate lá. Então entrei no carro e ele me

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deixou em frente, e era bem perto da rodoviária, nem 5 minutos a pé. Aqui no albergue eles só falam inglês, e bem pouco de espanhol, o que me fez ficar mais confuso ainda nas línguas. Agora eu misturo português, espanhol, inglês e italiano que não sei de onde tirei, mas às vezes sai uma palavra dessas que todo mundo conhece. Fui para o meu quarto que possui quatro camas, mas que só duas estão ocupadas, uma por mim e outra por uma belga, que disse que está viajando por 3 meses pela América do Sul: Bolívia, Peru, Argentina e Chile. Porra, e o Brasil? Ela disse que não vai para o Brasil, mas ficou toda empolgada quando falei que era de São Paulo. Tomei um banho e saí pra procurar algo pra comer, já desanimado, porque no Chile ainda não consegui comer nada mais gostoso que um chocolate. Foi então que vi o céu! Um super mercado com miojo e sardinha em lata! Comprei os dois e uma coca e trouxe para fazer no albergue. Até que enfim vou poder dizer que comi bem no Chile! Seria melhor se o tempero do miojo não fosse tão forte! Mais tarde dei uma volta pela cidade, que é bem pequena. Fui até o lago Villarica, que tem a areia preta, por causa das cinzas vulcânicas. Mas o que eu queria mesmo, não consegui, que era ver pelo menos um pouco do vulcão. Mas olhando na previsão, a partir de amanha a noite o tempo já vai abrir. Comi um lanche de churrasco em uma lanchonete que tem um lanche que se chama brasileiro, mas que por ironia, leva abacate! Rolou mó papo aqui no albergue entre eu, misturando inglês e espanhol, a belga falando inglês, uma argentina falando inglês, que eu entendia tudo perfeitamente, e um sul africano com sotaque de inglês, desse ai eu não entendia absolutamente nada, só palavras ao vento, que tinha que juntar tudo pra entender o sentido da frase.

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Dia 7 Acordei quase 11 da manhã já meio desanimado. Ontem fiz várias pesquisas na internet pra tentar fazer outro roteiro, ir pra Argentina, depois Foz do Iguaçu entre outras coisas, mas nada parecia ajudar, porque daqui de Pucón não tem ônibus para Buenos Aires, e eu teria que voltar para Santiago, o que deixaria a viagem muito mais longa e cansativa sem necessidade. Foi então que tive a melhor notícia que eu poderia ter, pelo menos pra me animar. O cara que trabalha no albergue perguntou se eu gostaria de subir o vulcão, e eu disse que sim, mas perguntei se seria possível, e ele disse que amanhaãsim, que faria sol. Porra! Aí sim! Olhei pra fora e tava sol! Peguei minhas coisas rapidinho e sai para dar uma volta, mas olhei pra trás e vi chuva vindo, o que me fez voltar de novo ao albergue... A belga que está aqui estava comendo e disse que frutas não são muitos comuns no país dela, e ela achava estranho o pessoal comer bastante frutas aqui, aí olhei pra mão dela e ela estava descascando um abacate e colocando dentro do pão! Como se isso já não fosse estranho ela colocou queijo por cima e comeu! Apetitoso... A outra mulher que está aqui no albergue, que eu não consegui entender se é da Suíça ou Suécia (mais tarde percebi que era da Suíça) disse que estava em Santiago e um cara a chamou para dançar, e ela achou isso muito diferente, porque no país dela não existe isso. Se ela fosse para o Brasil então, teria um susto! Hoje pela segunda vez ouvi uma sirene, que eu acho que ela é acionada da prefeitura, que fica aqui perto. Lá existe um semáforo da atividade vulcânica, no verde não tem nenhuma, o amarelo necessita atenção, e o vermelho significa FODEU! Perto das sete da noite, a dona da pousada chegou e disse para irmos com ela na empresa que iria nos levar para o vulcão! Fomos lá, o guia francês falando inglês nos explicou tudo. Não entendi nada. Provamos as roupas que vamos usar,

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as luvas, o capacete, e provei o óculos, um daqueles de snowboard, para usar por cima do meu, já que meu grau é muito alto e não vejo nada sem ele, e também não trouxe meus óculos de sol. Logo depois fui ao super mercado comprar banana, água, chocolate, bolacha, danone, gatorade e protetor solar. Tudo deu uns 9 mil pesos. De noite fui carregar a câmera, que estava com 'dois pausinhos' somente, e quando vou colocar na tomada, a tomada do Chile é diferente! Pensei que estava fodido, e que as fotos teriam que ser com a outra câmera, mas a belga me salvou, comentei com ela sobre isso, e ela tirou da mochila um adaptador pra todo tipo de tomada! Aquilo realmente é uma coisa que eu nunca tinha visto, e é muito bom!

Dia 8 Acordei as 6 com o celular. Estava com medo de perder a hora, mas pedir para a outra menina que ia ao vulcão também me acordar, iria levar tanto tempo, comigo tentando dizer em inglês, que deixei para lá. Dormi umas 3 horas na noite só, estava ansioso, nervoso, com medo, várias sensações. Fiz 3 lanches de pão de hotdog com salame, levei as bananas, os chocolates, a água, o gatorade, os danones e o protetor solar. Chegamos na agencia chamada Aquaventura, e colocamos tudo na mochila que eles dão e entramos na van. Depois de alguns minutos dentro do carro, finalmente vi neve! A estrada estava cheia de neve e eu tava doido pra descer e tocar! E então chegamos até o ponto onde o carro poderia ir. E descemos! Porra, eu tava na neve! Toquei, tirei fotos, andei… Então o guia disse que iria esperar uma informação de outra pessoa, sobre como estava o vento lá em cima, as nuvens e etc. Depois de uns 20 minutos, ele disse que dependia somente de nós, e todos concordaram em ir. Se eu fosse embora naquela hora, tudo bem, e já tinha visto neve mesmo... Mas eu queria fotos do vulcão, e queria estar no vulcão! E lá fomos nós... Para o que seria a coisa mais difícil da minha vida em questão de esforço

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físico, coragem, medo, adrenalina e experiência de vida. Em 10 minutos de caminhada, minha boca estava seca, estava com calor e respirava como se estivesse parindo uma criança. Depois de uns 20 minutos, o guia mandou parar e perguntou se alguem queria tirar a jaqueta. Eu tirei e fui beber água, só que quando eu abri, ela explodiu! Fechei rapidinho e olhei pra garrafa, e li: água com gás. Não sei se fiquei puto ou triste na hora, mas aquilo era o que eu tinha para tomar. Andamos mais uns 30 minutos e chegamos a um teleférico, que encurtaria o caminho. Enquanto isso, um pessoal decidiu não usar, e subir a pé. Obvio que usei, não queria desistir ali. Subi no teleférico com uma senhora de uns 50 anos ou mais, da Coréia do Sul. Ela quase caiu quando foi subir, eu a ajudei e então começamos a conversar. O teleférico levou uns 5 minutos para chegar no destino, e eu sentado, descansei um pouco, o que me fez querer tentar mais. Ah, e o teleférico custa 6 mil pesos, pagos na hora. Saímos do teleférico, andamos uns 25 minutos, paramos em uma estrutura de madeira enorme. Lá eu tomei uma decisão: vou dizer ao guia que para mim não dava mais. Mas eu comi um pão e tomei o gatorade inteiro, o que me deu uma vontade e uma disposição enorme! Mas na minha cabeça, porque andei mais 10 minutos e já estava muito mal. Foi então que perguntei para o guia quanto faltava pra próxima parada: 45 minutos. Quando ele disse isso, eu continuei andando desacreditado... Não acreditava que não ia chegar ao topo! Mas quando eu ainda estava planejando a viagem, eu vi um vídeo em que um cara estava escalando e dando uma entrevista, e ele disse que foi ao Everest e faltavam poucas horas pra ele chegar a topo, e ele desistiu. Ele disse que sabe o limite dele, e que quando você está escalando, ocorre uma coisa chamada síndrome do topo. Você quer tanto chegar ao topo, que esquece de cuidar do seu corpo, da sua vida, e eu estava pensando nisso, e na volta, que poderia ser ainda pior. E foi... Deixei algumas pessoas me ultrapassarem e falei pro guia que não dava mais. Ele deu risada e perguntou se mais alguém queria desistir, e não, eu era o único. OK, começamos a descer e ele me largou totalmente. Começou a andar bem na frente, até que chegou a um ponto e ele disse para eu ficar lá, não me mover, que outra pessoa do grupo queria voltar, e ele iria buscar. Tirei fotos, conheci um cara de não sei qual pais nórdico, filmei, comi, e esperei... Uns 40 minutos ou um pouco menos. Então ele chegou com a mulher da Coréia do Norte. Começamos a descer sem descansar, até que chegou uma hora que usaríamos um plastico para descer, fazendo então um esqui bunda pela neve. Eu pensei que era algo devagar e fácil, porque todo mundo dizia que era muito bom, e todos que subiam o vulcão desciam assim, mas na verdade senti um pouco de medo. A mulher da Coréia não conseguiu descer, então teve que descer junto com o guia, e eu desci sozinho. Comi neve, rolei na neve, tive medo, mas foi bem legal! Fizemos mais alguns esqui bunda e andamos muito mais... A descida foi muito mais difícil. Eu tinha umas 3 bolhas no meu pé, e eles doíam muito. Fiquei pra trás, mas logo cheguei até a van. Houveram momentos em que eu quase não conseguia ficar de pé, e tinha que parar pra não cair. A mochila pesava muito, e minhas costas doíam muito... Mas pra mim, foi incrível. Cheguei no meu limite. Para algumas pessoas, meu limite foi pouco, mas por diversos fatores eu fiquei feliz... Eu tenho problema no pé, o que faz eles doerem muito, e eu não pratico esportes, estou fora de forma. Chegar onde cheguei me fez repensar muita coisa, sobre o que o ser humano é capaz, e que a vida não é tao fácil como os filmes. Chegamos no ponto de encontro, esperamos a van e voltamos para o albergue. Me senti realizado! Poderia ir embora agora que estava tudo bem! Fui até uma casa de cambio, porque meu pesos acabaram... Peguei dólares e troquei por mais 100 mil pesos, pra pegar o albergue aqui, o de Santiago e usar lá. Quando cheguei, a belga, que se chama Laura, estava indo embora. Tiramos umas fotos e ela foi pegar um ônibus rumo a Santiago. Admiro a coragem dela em

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fazer uma viagem assim, de tanto tempo, por tantos países. No por do sol, tirei umas fotos bem legais da Lua, de estrelas e de umas montanhas. O dia de hoje realmente ajudou para as fotos! De noite fiz um macarrão e fui dormir, com uma satisfação imensa da viagem ter valido a pena. Eu consegui o que queria!

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Dia 9 É incrível como eu estando muito cansado, ainda acordei muito durante a noite. Meu celular acabou a bateria, então quando acordei, não sabia que horas eram. Eram 10:30. Peguei um dinheiro e fui comprar pão para tomar um café de manha. O alemão perguntou se aqui no albergue tinha café da manha. Levei um bom tempo pra entender o que ele falava... O sotaque é muito forte, e dificulta demais. Tomei meu café e fui em umas lojas que existem perto do lago. Tinha visto uma loja de skate, surf e snowboard, e fui ver. Acabei comprando uma camisa xadrez da hurley e uma blusa da volcolm. Bem legais e nem tão caras quanto no Brasil. Comprei mais tarde alguns presentes pra levar pro brasil, e preparei minha mala pra voltar pra Santiago. Descobri uma praça enorme aqui na cidade, do lado do lugar que ficam os policiais aqui no Chile, que são chamados de cabineiros do chile. Descobri também uma feira de artesanato, mas eram coisas feitas em madeira e algumas roupas de lã, nada tão diferente das feiras do Brasil. Perto de ir embora, estava na área comum do albergue com 4 alemães, vendo TV, e a menina que estava com o controle trocou de canal e tava passando chaves! Perguntei e nenhum deles conhecia. Expliquei que era muito famoso no Brasil, e então um deles perguntou: mas só as crianças assistem, certo? Fiz um macarrão pra aproveitar o molho bolonhesa que tinha sobrado, terminei de arrumar minhas coisas, paguei o albergue, me despedi do pessoal e fui pegar o ônibus pra Santiago... Lá se vão mais 10 horas de ônibus...

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Dia 10 e 11 No ônibus dormi muito...muito... E ainda eram 2 da manhã... Continuei o resto acordado, até que chegamos em Santiago. Comprei um hotdog, porque não tinha levado nada no ônibus, e a fome me consumia. Achei um taxista que disse que ficaria 10 mil pesos para o meu albergue. Eu sabia que era um valor mais alto que o normal, e ele não iria ligar o taxímetro, mas aceitei porque estava muito cansado, e queria chegar logo ao albergue. O taxista perguntou se gostei do Chile, e eu disse que sim, o que não é mentira. Mas ele perguntou o que eu achei das mulheres chilenas... Por educação disse: ah sim, muito bonitas! E ele concordou e começou a dizer o quanto elas eram bonitas. Depois perguntou se gostei da comida. Porra, ai forçou! Ele disse que a comida chilena é muito boa, e que os franceses gostam muito do hotdog deles, porque vai palta e tomate. HAHA, meu amigo, vocês não são únicos que colocam isso no hotdog não! Mas tudo bem... Quando cheguei ao albergue, aconteceu de novo. A mulher disse que estava lotado, e que não teria vaga. Expliquei pra ela que eu tinha feito reserva pela internet, e ela entrou para verificar. Depois de uns 10 minutos, voltou pedindo desculpas, e disse que eu poderia entrar. Eram 7:30 da manhã. Esperei sentado no sofá ate as 12. Fique usando o wifi pra ver se passava mais rápido. Entrei no quarto que tinha duas camas de solteiro, mas era só pra mim. Já fui logo tomar banho, pois estava com muita fome e queria tentar comer carne. Fui em direção a avenida Providência, bem perto de onde eu fiquei hospedado na semana passada, e fui em uma lanchonete muito legal, que eu sempre via, mas nunca tinha entrado. Pedi um prato com arroz, carne ao sugo, que era cupim, maionese e batata frita. Estava gostoso! Mas não é legitimamente um prato chileno... é uma coisa mais parecida com o Brasil... Precisava de um pouco de comida brasileira. Comprei uma coca de 1 litro, alguns chocolates e um yakissoba igual miojo, mas só dava pra fazer no microondas. Fiquei no albergue sentado lá fora, e vi uma cena bizarra. Um grupo de holandeses que pareciam ser uma família, estavam com um saco enorme de morango. Sentaram-se a mesa, pegaram pães, e pra minha surpresa, rechearam o pão de morango e comeram! O pessoal não tem frutas assim no país deles, então quando vem pra cá, aproveitam. Passei o resto do dia no albergue, estava com sono e cansado. A noite, falei com a belga pelo facebook, e ela estava em um albergue em Santiago, mas em outro bairro, e me chamou para uma festa que teria lá. Achei melhor não ir, porque teria que acordar as 3 da manhã pra ir pro aeroporto. As 3 acordei, arrumei tudo e fui. Peguei um transfer, que é uma van que pega as pessoas e leva ao aeroporto. O preço foi 6.200 pesos. É como um táxi coletivo. Depois de me pegar, eles foram pegar outras pessoas, até que entraram duas brasileiras na van. Eu não falei que era brasileiro, e elas só falaram hola, então achavam que ninguém na van estava entendendo o que elas falavam. Falaram que estavam sem tomar banho, que uma amiga havia ficado com um chileno em uma balada, dentre outras coisas. Foi quando elas comentaram que o voo seria as 7:15, mesmo horário do meu. Perguntei pra uma delas se era o voo pra São Paulo, e ela disse que sim, mas ficou meio em choque por eu ser brasileiro e não ter falado nada. Deu risada e disse que eu estava só escutando os podres delas. Chegamos no aeroporto e tive que ajudar a levar as malas de uma delas, que iria no mesmo avião que eu. Uma mala rosa. Fizemos o check in e fomos em algumas lojas comprar lembranças, comer e esperar a hora de embarque. Consegui pegar um lugar na janela, mas não tão bom, porque a janela ficava atrás do meu assento. A decolagem foi tranquila, mas em cima das cordilheiras, teve uma turbulência muito forte, que me deixou bem nervoso. Pra melhorar, na hora de pousar em Buenos Aires, quanto mais o avia descia, mais meu ouvido doía. Mas

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doeu muito! E fiquei escutando bem menos que o normal... Enfim, a viagem foi tranquila! O funcionário da alfandega nem olhou minhas malas, e pra pegar a mala na esteira foi tranquilo! Finalmente voltei. Com gostinho de quero mais, mas satisfeito com tudo.

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Trilha sonora da viagem

Durante toda a viagem, eu escutei basicamente uma única banda. Angels And Airwaves. Para ser mais específico, o CD duplo LOVE. Esse CD despertou em mim muitos sonhos, me inspirou e ainda inspira a fazer coisas que gosto. Obrigado Angels.

“viajar é a única coisa que você compra e te faz mais rico”