ao longo do período da idade média lll
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5/14/2018 Ao longo do per odo da Idade M dia LLL - slidepdf.com
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Ars Inveniendi
Ao longo do período da Idade Média, no trabalho respeitante à criação de direito, os
jurisprudentes adoptaram uma metodologia analítico-problemática, designada por Ars Inveniendi
(ou arte de inventar), que correspondia, em sentido lato, a uma disciplina jurídica.
Contextualmente, esta metodologia era, por um lado, analítica, na medida em que, na época,
o jurista procurava para cada caso, o preceito legal que lhe permitisse encontrar a solução, não sepreocupando com a consideração sistemática, isto é, não estudava o ordenamento no seu conjunto,
procurando, porém, em cada norma, a solução que mais lhe interessasse. Por outro lado, estametodologia era também problemática, uma vez que o jurista obtinha uma solução para o caso,
discutindo, ponderando as várias soluções possíveis, recolhendo os elementos pró e conta, optando
por decidir a favor de uma delas: a que estivesse mais próxima da verdade.Assim, com base nesta metodologia, a primeira preocupação do prudente medieval era
analisar o caso concreto e a segunda a de encontrar uma solução para o mesmo, ponderando todasas soluções possíveis, sendo certo que a aplicação da lei teria de ser controlada em função das
respectivas funções das respectivas consequências, face a critérios de justiça, de direito natural e de
conveniência ou utilidade.Noutro prisma, a arte de inventar, isto é, a ars inveniendi dos jurisprudentes continha três
elementos basilares (que correspondiam, em última instância, à divisão formal da técnica e da
disciplina dos juristas), mormente: Leges, Rationes e Auctoritates.A Leges, particularmente, dizia respeito à ciência jurídica medieval enquanto ciência de
textos, e ao abrigo da qual os preceitos jurídicos eram analisados, obedecendo a uma gramáticaespeculativa. A Leges era ainda vista como uma técnica de interpretação.
As Rationes são definidas como argumentos de equidade/justiça, de direito natural, deoportunidade e lógica, correspondentes à arte de criar argumentos para dar resposta a um caso em
concreto. Não obstante o facto de serem verdadeiros instrumentos interpretativos da lei, o
conhecimento alcançado era apenas visto como um conhecimento provável. De apoio à construçãoargumentativa, isto é, à interpretação dos textos e mesmo, para além desta, à criação de direito, os
prudentes recorreram a quatro instrumentos ou ciências, a saber: dialéctica (arte da discussão),retórica (arte de persuadir e convencer), lógica (disciplina de pensar sem contradições) e tópica
jurídica (observar um problema de todos os seus ângulos e recolher o maior número possível de
argumentos, em busca de uma solução).O Auctoritates, por sua vez, é definido como o saber socialmente reconhecido: a aceitação
de uma solução concreta passava muitas vezes pela autoridade de quem a defendia. De facto,sabendo-se que a verdade jurídica era sempre meramente provável, tornava-se particularmente
importante o modo como ela se fundamentava e a sabedoria de quem a defendia.
Nesse contexto, e tendo em conta as diversas opiniões e formulações suscitadas por algunsdos problemas, tornou-se claro a necessidade de distinguir as que, a priori, mereciam um maior
credibilidade. A este propósito, surgiu o conceito de communis opinio doctorum (opinião comumdos doutores), defendido por um rol de juristas com auctoritas. Posteriormente, foram fixados três
critérios de consideração: o quantitativo (a melhor opinião era a defendida pelo maior número de juristas), o qualitativo (a melhor opinião era a defendida pelos juristas de maior prestígio) e o misto(conjugação dos dois critérios anteriores e, consequentemente, o mais exigente e preferido).
Finalmente, e como forma de terminar, duas breves conclusões: uma primeira ligada àpessoa do jurista medieval que, enquanto dotado de autoridade, olhava para os textos de direito
romano e, partindo desse ponto, construía argumentos. A segunda para frisar que, o uso desta
metodologia acabaria por originar um ordenamento de criação prudencial, a que se chamou iuscommune, ou seja, direito comum.
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Ariana Nunes Paraíso
Ano 1, Turma B Subturma 16