anuário iel 200 maiores empresas no espírito santo 2015

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Publicação oficial do Instituto Euvaldo Lodi (IEL).

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4 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

EDITORIAL

MARCOS GUERRA é presidente do Sistema Findes

Hora da decisão

O Brasil vive um momento decisivo para os rumos da economia nacional. Diante do recuo de 6,6% da produção física indus-trial de janeiro a julho e da possibilidade de o Produto Interno

Bruto fechar o ano em queda de 3%, lideranças de todos os setores se unem para encontrar soluções que coloquem nosso país novamente no caminho do desenvolvimento. A indústria, em especial, é uma das mais prejudicadas: a carência de investimentos em infraestrutura, as altas taxas de juros e a carga tributária crescente somam-se à crise política, criando um ambiente de pessimismo e inibindo investimentos privados.

A partir dos anos 2000, a indústria de transformação perdeu participação no PIB brasileiro de forma acentuada, chegando aos mesmos 13% da Era JK. O Governo Federal, contudo, age na contramão do que aponta a história: gasta mais do que arrecada e insiste na criação de novos impostos para suprir uma carência que não será resolvida com aumento de arre-cadação. Enquanto isso, o desemprego cresce nos principais setores da economia e o país entrou em recessão, com dois trimestres de retração. As saídas para a crise exigirão medidas amargas, prevê o Executivo federal, mas os setores produ-tivos não podem ser os únicos penalizados.

O Espírito Santo também enfrenta difi-culdades, a exemplo de setores tradicionais, como as indústrias de alimentos, móveis, vestuário e construção civil. Entretanto, o Estado tem contribuído para os resultados significativos registrados na indústria: com uma política de atração de investimentos, estamos recebendo novas empresas no interior e ampliando os principais parques industriais. A chegada de cadeias produ-tivas de maior valor agregado moderniza a produção capixaba e nos permite olhar para o futuro de forma mais otimista – um otimismo com pés no chão, estruturado em investimentos nos próximos anos.

A contextualização, ainda que breve, mostra-se necessária para compreen-dermos a importância do anuário “IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo”. Neste momento de dúvidas, em que preci-samos acreditar no potencial do nosso Estado, ter informação confiável é funda-mental. Mais uma vez disponibilizada em plataforma digital e em versão bilíngue, a publicação é um retrato fiel da economia capixaba e serve de bússola para novos inves-timentos. Com rankings, cases de sucesso, análises e artigos de especialistas, o anuário IEL é vital para analisarmos o desempenho de quem contribui para o crescimento do Espírito Santo.

Um dos destaques desta edição é o caderno especial elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies). O material avalia em minúcias o desempenho da economia capixaba, analisa as 200 maiores empresas segundo sua distribuição setorial e regional, além de medir as expectativas dos gestores com relação a investimentos futuros. Neste ano, a publicação traz mais uma novidade, o “Prêmio IEL-ABRH: Melhor empresa para se trabalhar no Espírito Santo”, que reconhece ações de excelência em gestão de pessoas, servindo de exemplo para melho-rias nas demais instituições.

Confio na resiliência da economia capi-xaba e em nossa força para mudar a realidade atual. Desejo que a leitura do anuário “IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo” possa inspirar nossas lideranças e promover um novo ciclo de geração de renda e emprego para todos os capixabas.

Uma boa leitura a todos!

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ÍNDICE

5

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (FINDES)

Presidente: Marcos Guerra

1º vice-presidente: Gibson Barcelos ReggianiVice-presidentes: Aristóteles Passos Costa Neto, Benízio Lázaro,

Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Elder Elias Giordano Marim, Egidio Malanquini, Houberdam Pessotti, Leonardo Souza Rogerio de Castro, Manoel de Souza Pimenta Neto, Sebastião Constantino Dadalto

1º diretor administrativo: José Augusto Rocha2º diretor administrativo: Sérgio Rodrigues da Costa1º diretor financeiro: Tharcicio Pedro Botti2º diretor financeiro: Ronaldo Soares Azevedo 3º diretor financeiro: Flavio Sergio Andrade Bertollo

Diretores: Almir José Gaburro, Atilio Guidini, Elias Cucco Dias, Emerson de Menezes Marely, Ennio Modenesi Pereira II, Jose Carlos Bergamin, José Carlos Chamon, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Luiz Henrique Toniato, Loreto Zanotto, Mariluce Polido Dias, Neviton Helmer Gasparini, Ocimar Sfalsin, OrtêmioLocatelli Filho, Ricardo Ribeiro Barbosa, Samuel Mendonça, Silésio Resende de Barros, Tullio Samorini, Vladimir Rossi

Superintendente corporativo: Marcelo Ferraz Goggi

PRODUÇÃO TÉCNICA – INSTITUTO EUVALDO LODI (IEL-ES)Diretor Regional: Marcos Guerra Diretor para Assuntos do IEL-ES: Aristóteles Passos Costa NetoSuperintendente: Fábio Ribeiro Dias

Equipe Técnica: Fernando Gomes Pereira – Gerente da Unidade de Negócios e Projetos e equipe Marcus Vinícius Tavares Cabral – Especialista Emanuel Junqueira de Mattos – Consultor Antonio Fernando Doria Porto – Diretor-executivo do Ideies e equipe

Equipe de Apoio: Carla Mara Pereira Franco – Gerente da Unidade de Gestão Estratégica e Operações e equipe

Marketing: Cintia Coelho Dias – Gerente da Unidade de Marketing do Sistema Findes e equipe

Relações com o Mercado: Simone Dttmann Sarti – Gerente da Unidade de Relacionamento com o Mercado do Sistema Findes e equipe

Contatos: (27) 3334-5721 [email protected]

Designer da Marca 200 Maiores: Cristina Xavier

Jornalista Responsável: Breno Arêas (MTB-ES 2933)

Endereço: Av. Nossa Senhora da Penha, 2.053, Ed. Findes, 2º andar, Santa Lúcia Vitória (ES), CEP: 29056-913 Tel: (27) 3334-5754 • Fax: (27) 3225-7958 [email protected]

Produção Editorial:

www.lineapublicacoes.com.br (27) 2123-6500

Coordenação editorial: Mário Fernando Souza

Coordenação de produção: Cláudia Luzes

Coordenação de conteúdos: Márcia Rodrigues

Textos: Ana Lúcia Ayub, Camila Ferreira, Fernanda Zandonadi, Gustavo Costa e Nadia Baptista

Editoração: Michel Sabarense e Genison Kobe

Apoio: Jéssica Nonato

Tradução: Lorena Caetano

Fotos: Arquivo Next Editorial, Jackson Gonçalves, Leonel Albuquerque, Renato Cabrini e Shutterstock

Revisão: Andréia Pegoretti

Produção Gráfica:

Ano XIX – nº 19 – Outubro/2015 - Publicação anual - Venda proibida

Editorial04 Hora da decisão

Marcos Guerra

ARTIGOSDesenvolvimento Econômico e Social10 Oportunidades no Espírito Santo

Paulo Hartung

Indústria12 A contribuição da indústria brasileira

Robson Braga

Gestão Empresarial14 O sentimento do empresário

Aristóteles Passos Costa Neto

Economia16 Caminhos para a retomada do desenvolvimento

Ana Paula Vescovi

Gestão Empresarial20 A nova versão da ISO 9001:2015

Luiz Nascimento

Educação22 Educação profissional é investimento

para hoje e para o futuro Rafael Lucchesi

Gestão24 O caminho para o Brasil voltar a crescer

Jairo Martins26 Diálogo e soluções compartilhadas para construir o

futuro que todos queremos Ricardo Vescovi

Indústria 28 Desafios para a nova política industrial do Brasil

Armando Monteiro 32 Cenário internacional e nacional

demanda medidas urgentes e conjuntas Benjamin M. Baptista Filho

Gestão Empresarial 36 Você: remando para longe da crise

Carlos Alberto Júlio

Energia e Infraestrutura 40 Aumentar a eficiência para crescer sustentavelmente

José Luiz Marcusso

Gestão de Pessoas 44 Mudanças no ambiente de trabalho: já!

Carlos Hilsdorf

Indústria46 Os diferenciais da indústria capixaba

Maurício Max

Educação48 O tsunami das novas ocupações. E agora?

Claudio de Moura Castro

ECONOMIA CAPIXABA52 Abertura - Cenário e Perspectivas58 Petróleo e Gás60 Rochas62 Papel e Celulose64 Logística e Infraestrutura68 Mineração e Siderurgia72 Energia74 Construção Civil e Pesada78 Serviços80 Metalmecânico

PESQUISA IEL-ES84 Metodologia86 Empresário Destaque88 Executivo Destaque90 Empresa Destaque92 Prêmio IEL em Gestão 201594 Prêmio IEL/ABRH

DESTAQUES EMPRESARIAIS96 Sesi100 Senai104 Garoto108 Vale112 Samarco114 Sicoob116 Coimex118 VTO

RANKING 200 MAIORES EMPRESAS NO ESPÍRITO SANTO124 Introdução125 O que você encontra neste encarte

126 Análise - Emanuel Junqueira 132 Metodologia134 Informações gerais, análises e estatísticas 163 Análise Ideies

INSTITUCIONAL184 Sistema Findes

ECONOMIA CAPIXABA (CONTINUAÇÃO)192 Alimentos e Bebidas196 Mercado Financeiro198 Saúde202 Comércio Varejista204 Agroindústria208 Comércio Exterior210 Móveis214 Políticas Públicas216 Vestuário220 Educação224 Inovação226 Química e Embalagens228 Meio Ambiente e Sustentabilidade230 Indústria Criativa232 Turismo

ARTIGOS (CONTINUAÇÃO)Desenvolvimento Econômico e Social236 A retomada do crescimento

Gibson Barcelos Reggiani

Educação238 Mão de obra bem qualificada no ES: estamos capacitados?

Alexandre Nunes Theodoro

Energia e Infraestrutura242 Panorama energético no Estado em tempos difícies

Henrique Mello de Moraes

Inovação 246 Crédito para inovação

Luiz Paulo Vellozo Lucas

Economia248 Resgate histórico do Espírito Santo

Angela Maria Morandi

Gestão de Pessoas252 O amor funciona na vida corporativa?

William Douglas

Gestão Empresarial256 Inovação, infraestrutura e educação: o melhor caminho para sair da crise

Decio Luiz Chieppe Gestão de Pessoas258 Transparência marca as relações de trabalho nas empresas modernas

Danielle Quintanilha

Justiça e Cidadania262 A evolução legislativa do direito à informação

Domingos Augusto Taufner

Desenvolvimento Econômico e Social264 O crescimento das micro e pequenas empresas

Heloísa Menezes

Educação268 Tempos de censura

Cacau Monjardim

Economia270 Capacidade para competir

José Eduardo Azevedo272 Concessões e parcerias público-privadas (PPPs)

Olavo Machado

Gestão e Espiritualidade276 Complementaridade: proposta para

o cenário metamórfico de uma policrise Sidemberg Rodrigues

Meio Ambiente280 A transdisciplinaridade da agenda ambiental

Shelley Carneiro

Marketing282 Marketing e crise. Qual a ligação?

Nino Carvalho

284 Índice de anunciantes

RANKING OF THE 200 BIGGEST COMPANIES IN ESPÍRITO SANTO285 Somente na versão em inglês

Selo do papel

Texto do Selo

www.grafitusa.com.br Tel: (27) 3434-2200

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10 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Oportunidades no Espírito Santo

ARTIGO | DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL

V ivendo em sociedades historicamente constituídas, compartilhamos da inescapável conexão dos acontecimentos. Um fenômeno resulta de uma série de ocorrências anteriores,

assim como leva a outros, condicionando o presente e o futuro, inclusive no campo do desenvolvimento e da economia. Tal exercício serve para vislumbrarmos pontos fracos e fortes, aptidões e inabilidades, fraquezas e virtudes, capacitando-nos a interferir de modo mais eficiente no caminhar civilizatório.

Num primeiro momento de nossa história colonial, os jesuítas, além de propagar a fé católica, empreenderam por aqui. Com sua expulsão, em 1759, o Espírito Santo vê desaparecer por decreto uma das principais forças de seu desen-volvimento à época, assim como se viu impedido de ocupar a totalidade de seu território, para “pro-teção” das Minas Gerais.

O longo período de desterro só começará a mudar com as políticas imigrantistas do Império, a partir de 1847. Essa ocupação, ao longo da segunda metade do século XIX, incrementa a produção cafeeira. Quando “os frágeis ramos dos cafezais” já não podiam mais nos sustentar, em meados do século XX, o Espírito Santo se integra à era dos grandes projetos industriais.

Portos, logística, aço, pellets, agroindústria de base fabril-exportadora, urbanização acelerada – esses foram os pilares da industrialização tardia, configurando o segundo ciclo de nossa economia. Mas o dinamismo desse ciclo encontra nos anos 90 e na virada do milênio a barreira da desorga-nização político-institucional e fiscal do Estado, o que acabou prejudicando a economia.

Entre 2003 e 2010, lideramos um movimento de reconstrução do Espírito Santo. Firmado um ambiente institucional confiável e transparente, o terceiro ciclo econômico se fundou, marcado pelo avanço das cadeias produtivas já instaladas, pela emergência do negócio do petróleo e gás e pela intensa diplomacia comercial realizada no país e no mundo, em busca de novos investimentos.

Produzimos importantes avanços. O PIB capixaba cresceu 49%, enquanto o brasileiro se expandiu 36%. O emprego formal avançou quase 60%, 12 pontos a mais do que a taxa nacional. Quase 440 mil capixabas saíram da pobreza, e cerca de 173 mil deixaram a indigência. Mais de meio milhão ascendeu à classe média.

PAULO HARTUNG é governador do Estado do Espírito Santo

O Espírito Santo tornou-se um dos estados do país com maior ampliação na capacidade de investimento com recursos próprios: de menos de 1%, em 2003, para 16%, em 2010.

Mas, mesmo fechando a primeira década do século com a casa arrumada, um planeja-mento estratégico de longo prazo (ES 2025), um terceiro ciclo econômico em florescimento e dinheiro em caixa para manter os inves-timentos com recursos próprios – deixamos R$ 1,5 bilhão no Tesouro Estadual –, o Espírito Santo, nos últimos quatro anos, deu passos para trás.

Flertando com o desequilíbrio fiscal, gastou mais do que arrecadava, exauriu sua pou-pança duramente conquistada, comprometeu recursos que financiariam um futuro melhor

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11ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

“O Espírito Santo tornou-se um dos estados do país com maior ampliação na capacidade de investimento com recursos próprios: de menos de 1%, em 2003, para 16%, em 2010”

firme crença em nosso povo e nossas oportunidades, cumpro, dia após dia, a missão de liderar um Novo Início nas terras capixabas.

Assim, não temos perdido um minuto sequer para recolocar o Espírito Santo no rumo. Ao tomarmos posse, com o apoio da Assembleia Legislativa, refizemos o Orçamento 2015, ajustando-o à realidade dos nossos dias, tirando-lhe o caráter de peça ficcional.

Já no primeiro dia de trabalho assinei quatro decretos, visando à redução dos gastos da admi-nistração pública e à retomada do equilíbrio financeiro-orçamentário, além de mudanças na gestão administrativa, enfatizando o diálogo com a sociedade, a transparência e o combate ininterrupto à corrupção.

Tendo em vista o papel central da edu-cação na produção de vida próspera para todos, debatemos e aprovamos o Escola Viva, para evoluirmos na melhoria e na dinami-zação do ensino médio, entre outras medidas estratégicas para capacitar a juventude. Importante também destacar a política de ocupação social, voltada aos territórios mais vulneráveis do nosso Espírito Santo.

Cientes da centralidade dos segmentos dedicados à inovação e às tecnologias de informação e comunicação, estamos rees-truturando a Secretaria de Desenvolvimento e já retomamos uma firme e ousada diplo-macia comercial.

Atuamos incansavelmente para garantir a expansão e a qualificação de nossa infra-estrutura econômica (aeroportos, rodovias, ferrovias, portos, energia, telecomunicações, processamento e transmissão de dados). Para o interior capixaba, trabalhamos com a pauta da diversificação, da qualificação e da valorização das nossas vocações.

Enfim, estamos novamente plantando ações responsáveis e estratégicas para colher num futuro próximo os frutos da retomada de um desenvolvimento sólido, ampliado, competitivo e sustentável, com ganhos em produtividade, inclusão social, qualidade de vida e oportunidade para todos. Afinal, o futuro é o que estamos fazendo agora.

para as atuais e próximas gerações. Em 2013, assistiu à extinção do Fundo de Desenvolvi-mento das Atividades Portuárias (Fundap), com impacto desastroso para um segmento importante da economia e reflexos negativos nas contas municipais.

Atualmente, aos desafios constituídos nos últimos anos em nosso Estado, muitos deles causados pela irresponsabilidade fiscal, somam-se, ainda, os desafios do cenário nacional, atravessado pela crise econômica e política.

Falar de oportunidades hoje no Estado é falar de excelentes e ímpares potenciali-dades, mas é também falar de muito trabalho para recuperar as condições de dinamização e ampliação de nossas bases produtivas. Com muita disposição ao trabalho e minha

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12 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

A contribuição da indústria brasileira

ARTIGO | INDÚSTRIA

O s momentos de crise, como o que o Brasil enfrenta, devem servir de aprendizado. Precisamos nos esforçar para restaurar os fundamentos macroeconômicos e elevar a competitividade.

A estratégia de retomada do crescimento deve se concentrar principalmente na redução de custos, na melhora do ambiente de negócios e no aumento da produtividade.

Devemos ser criativos para ajudar a recons-truir os alicerces da economia, restabelecer a credibilidade, amenizar incertezas e ampliar os horizontes de empresários, investidores e trabalhadores. Na nossa agenda, apesar das dificuldades, é necessário abrir espaço para o entusiasmo.

Lutamos pela solução dos problemas do país para seguir na direção do progresso. Temos tra-balhado, por exemplo, em favor da integração à economia global. Recentemente, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) liderou uma missão de empresários brasileiros aos Estados Unidos para defender o acordo de livre comércio entre os dois países.

De lá, voltamos com algumas conquistas, como a ratificação do Acordo de Facilitação do Comércio. Ele estabelece o caminho para uma reforma das práticas aduaneiras globais e para o aumento da previsibilidade nas trocas comer-ciais e na realização de negócios.

Outro aspecto que definimos como impres-cindível para a retomada do desenvolvimento da indústria é o crescimento da produtividade. Um dos fatores para o incremento dessa variável é a inovação. Trabalhamos para fortalecer as estra-tégias inovadoras nas empresas, contribuindo para o aperfeiçoamento das políticas públicas sobre o tema.

Além disso, é preciso diminuir os custos e a insegurança jurídica, por meio do corte da burocracia, da simplificação do sistema tribu-tário e da modernização das leis trabalhistas e da infraestrutura. Essas são ações fundamentais para melhorar o ambiente de negócios.

No campo da condução macroeconômica de curto e médio prazos, precisamos reduzir a inflação e equilibrar as contas públicas. Assim,

ROBSON BRAGA DE ANDRADE é presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

a política monetária ganhará credibilidade, e os agentes internos e externos poderão tomar decisões para voltar a investir num ritmo mais vigoroso.

Temos consciência de que a caminhada rumo a um futuro próspero é árdua. Como sempre, a indústria vai se desdobrar para contribuir com o crescimento consistente da economia brasileira e a melhora da qualidade de vida da população. Só com um setor industrial forte conseguiremos construir uma nação rica e justa para todos.

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14 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

O sentimento do empresário

ARTIGO | GESTÃO EMPRESARIAL

E stamos vivendo neste ano momentos de angústia e aflição em virtude, obviamente, do cenário econômico e político instalado em nosso país desde o início do novo Governo.

O setor produtivo em nosso Estado tem sentido de forma muito dura as medidas de ajuste implementadas pelo Executivo federal. Salvo algumas exceções, podemos dizer que a grande maioria das empresas vem registrando redução no seu volume de negócios, amargando assim perda de faturamento e baixa do caixa e da oferta de empregos.

Nesse cenário, enxergamos a 19ª edição do Anuário IEL 200 Maiores Empresas do Espírito Santo como um instrumento importante para ava-liação dos empreendimentos apresen-tados. Todo bom analista pode, com base nas informações nele contidas, visualizar o que está acontecendo com os segmentos da economia e com as empresas, sua posição no mercado e sua saúde financeira.

O Anuário já se tornou uma publi-cação consolidada, dentre aquelas atividades de natureza econômica, que visa a apresentar ao mercado capixaba a situação de cada companhia e seu posicionamento em cada campo.

Embora reflitam as posições apu-radas no exercício de 2014, as infor-mações deste veículo retratam bem o ânimo e a condição de cada organização, pois todos já pressentíamos, em 2014, um futuro de incertezas. Os indicadores oficiais davam conta de um panorama sob controle, mas os analistas mais céticos projetavam um quadro de cautela, e a realidade que hoje enfrentamos mostra isso com muita clareza.

Estamos todos reavaliando nossos pla-nejamentos de produção e comerciali-zação. A estratégia de administração de fluxo de caixa será fundamental neste momento de dificuldade. Não vamos esmorecer, pois não faz parte da perso-nalidade do empresário capixaba capi-tular nessas horas.

ARISTÓTELES PASSOS COSTA NETO é presidente do Sinduscon-ES, vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), vice-presidente da Findes e diretor para Assuntos do IEL

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15ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

“Importante ressaltar que diante desse cenário a ordem é adotar cada vez mais uma gestão estratégica e profissional”

Importante ressaltar que diante desse cenário a ordem é adotar cada vez mais uma gestão estratégica e profissional. Na Federação das Indústrias, a instituição que tem essa missão é o IEL, com soluções que buscam tornar as empresas cada vez mais competitivas.

Já vivemos outros momentos de crise e a todos superamos. Não será diferente desta vez, mas se faz indis-pensável rever metas, ajustar estru-turas e repensar processos, talvez até produtos, e aí certamente encon-traremos a saída para essa situação adversa. Afinal, nós, o setor produtivo, fazemos acontecer neste país capi-talista e que tem no empresariado a mola propulsora da economia.

A atividade da construção civil, por exemplo, tem sofrido mais que as outras, pois em período de recessão, os investimentos são recolhidos, e o mercado consumidor de imóveis recua por insegurança diante das incertezas. Mas não temos dúvidas de que isso será brevemente contornado, pois é sabido por todos, empresários e ges-tores públicos, que esse setor é um grande alavancador de qualquer eco-nomia, pela sua capacidade de, com muita rapidez, gerar renda e empregos. Ao menor sinal de crescimento, nós saberemos dar as respostas também com muita rapidez.

Temos convicção de que um passo importante para que aconteça uma rápida reversão no ritmo desacelerado da área da construção está na imple-mentação das PPPs (parcerias público--privadas). Essa ferramenta envolve recursos privados em investimentos públicos e trará o aquecimento do setor com a velocidade desejada para superarmos o clima de desânimo, além de viabilizar os tão esperados e neces-sários investimentos, principalmente na infraestrutura.

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16 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Caminhos para a retomada do desenvolvimento

ARTIGO | ECONOMIA

O Brasil passa atualmente pela crise mais severa dos últimos 25 anos e percebe a interrupção de um longo ciclo de prosperidade, o qual trouxe como bônus a redução das

disparidades sociais. Tal período foi encerrado com a deterioração das instituições públicas e dos pilares econômicos que haviam edificado a prosperidade e com o abandono de uma agenda de reformas estruturais capazes de sustentar o crescimento para além do ciclo das commodities e do bônus demográfico.

Acima de tudo, reconhecer a gravidade da crise e seus contornos permite definir a estratégia do seu enfrentamento. Embora os desafios sejam nacionais, no Espírito Santo, o foco poderá ser uma agenda de construção das bases de uma nova prosperidade local. Para fazer convergir a ação de diversos atores, a direção passa por algumas linhas principais.

Em primeiro lugar, a reconstrução de um equilíbrio fiscal de longo prazo representa condição necessária para a recomposição da capacidade de investir com recursos próprios. Investimentos financiados em larga escala com operações de crédito levam à dependência de recursos de terceiros e ao superendividamento. Um Estado com capacidade consistente de investir consegue ampliar os ativos públicos – como estradas, escolas, hospitais –, além de promover ganhos de produtividade no setor privado, a contínua redução das disparidades regionais e de renda, a justiça e a coesão social.

Como pilares do equilíbrio fiscal de longo prazo, encontram-se o controle permanente das despesas correntes, a gestão por resultados e a meritocracia, o que contribui para ganhos de eficiência dentro do serviço público, além da melhoria contínua dos programas. Edu-cação de qualidade, sistemas de capacitação profissional interligados ao mercado de tra-balho, sensação de segurança, saúde resolutiva e uma rede integrada de geração de oportu-nidades para os mais jovens e para os mais pobres compõem a base de um estado efetivo.

Em segundo lugar, a crise fiscal brasileira torna inexorável a volta, ao centro das políticas de crescimento, de ações destinadas à melhoria do ambiente de negócios. O Estado do Espírito

ANA PAULA VESCOVI é secretária de Fazenda do Governo do Estado do Espírito Santo, mestre em Economia do Setor Público e em Administração Pública e especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental

Santo precisa se destacar como um dos melhores lugares para se empreender e inovar. Fazem parte disso a facilitação da abertura e do fechamento de empresas e a redução de requerimentos burocráticos na tributação e nas concessões de licenças ambientais, sani-tárias e de localização (alvarás de funcio-namento), os quais implicam, inclusive, maior segurança jurídica. Mapear, mensurar

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17ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

“Embora os desafios sejam nacionais, no Espírito Santo, o foco poderá ser uma agenda de construção das bases de uma nova prosperidade local”

A infraestrutura – inclusive de comunicações – e a integração logística também são com-ponentes de um bom ambiente de negócios. Na área portuária, as recentes autorizações e a redefinição da poligonal do porto de Barra do Riacho, em Aracruz, abriram espaço para novos investimentos nos terminais marítimos privados, os quais tendem a comercializar cargas gerais, além de carregamentos próprios. A retomada da dragagem e da derrocagem do Porto de Vitória deverá entregar profundidade e bacia de evolução capazes de atender 70% dos tipos de embarcações atualmente dispo-níveis no comércio internacional. São projetos em curso que, no médio prazo, permitirão a recolocação do Estado nas rotas internacionais perdidas após a redução do Fundap, desta vez, de forma estrutural e permanente, assegurando vantagem comparativa no modal portuário.

De maneira complementar, a ampliação do aeroporto de Vitória, a duplicação das BR 262 e 101, a conclusão do complexo rodoviário Leste--Oeste, a construção dos acessos rodoviários aos novos portos privados e o programa de mobilidade urbana irão compor as bases para a integração logística capixaba, com retorno financeiro adequado para investidores e para a sociedade.

Por fim, mas não menos importante, completa o espectro de ações a estruturação do que denominamos “diplomacia ativa”. Trata-se da ampliação da escala de negócios, com expansão para outros mercados, das empresas que aqui geram empregos e renda, inovam e contribuem com a base de impostos para financiar políticas sociais.

Os ingredientes da reconstrução das bases para um novo ciclo de prosperidade no Espírito Santo passam, assim, por identificação das oportunidades, foco em ações de elevado retorno e baixo risco, liderança para articu-lação de recursos escassos e atores qualificados, austeridade fiscal e busca por um Estado mais responsável, transparente, simples, leve e efetivo para os cidadãos.

e reduzir a teia burocrática representa uma ação de largo espectro com envolvimento dos setores público e privado. Adicionalmente, será fundamental viabilizar o aperfeiçoa-mento do padrão de regulação dos serviços concedidos e novas fontes de financiamento para os investimentos em infraestrutura e a promoção dos ganhos de produtividade no campo e nas cidades.

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20 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

A nova versão da ISO 9001:2015

ARTIGO | GESTÃO EMPRESARIAL

A ISO 9001 foi lançada em 1987 como resultado da consolidação de várias experiências com normas de sistemas de gestão da qualidade de diferentes países. Desde então,

passou a ser adotada por um número crescente de nações e organizações, como instrumento de uniformização de critérios de qualidade para sistemas de gestão e de redução de barreiras técnicas ao comércio.

Há algum tempo, devido a uma série de fatores, a certificação de sistemas de gestão e a própria norma têm sido alvo de críticas e ceti-cismo. Em decorrência, sua aplicação começa a declinar. Sistemas parasitas – Existem orga-nizações que implantam um sistema de gestão da qualidade completamente divorciado dos seus negócios, sem compreender exatamente o que é, para que serve, seus benefícios e limitações; normalmente apenas para atender a demandas de mercado. Em vez de ajudar a melhorar os pro-cessos e o desempenho da organização, o sistema apenas consome recursos. Delegação imprópria de responsabilidades – Adotar um sistema de gestão da qualidade deve ser uma decisão estratégica da organização. Alguns gestores, todavia, delegam essa atribuição a funções subor-dinadas, quando não a um consultor externo, que ficam encarregados de definir a política, os objetivos e responsabilidades. O pesadelo da burocracia – A norma especifica requisitos para organizações que precisam demonstrar a sua capacidade de entregar produtos e serviços conformes. Os registros são essenciais para essa demonstração. Alguns auditores parecem ter predileção pelos registros como forma de evi-dência de suas constatações. O resultado é a tendência a exagerar na documentação, espe-cialmente às vésperas das auditorias.

Principais alterações da nova norma ISO 9001:2015

O escopo da norma permanece. A ISO 9001 continua sendo uma norma que “especifica requi-sitos para um sistema de gestão da qualidade fornecer consistentemente produtos e serviços que atendam requisitos”. Não é uma norma que visa apenas a assegurar um bom sistema de gestão. A qualidade do produto ou serviço resultante é o fundamental. É uma norma genérica, aplicável a organizações de qualquer porte ou setor, e por isso é essencial que seus

LUIZ NASCIMENTO é coordenador técnico do CB-25 e líder da delegação brasileira nos fóruns do TC 176

requisitos sejam complementados com requi-sitos específicos relacionados aos produtos e aos serviços que a organização entrega. A ISO 9001 não aborda questões vinculadas à efici-ência das operações, nem tampouco questões sobre saúde e segurança ou preservação do meio ambiente, entre outras disciplinas da boa gestão moderna.

Estrutura comum – Por decisão do Con-selho Técnico da ISO, todas as suas normas de gestão devem passar a ter estrutura de alto nível, texto, termos e definições básicos comuns. A mudança mais evidente à primeira vista é essa nova estrutura. Isso é determi-nante para o futuro das normas ISO 9001 de gestão da qualidade, ISO 14001 de gestão ambiental e ISO 45001 de gestão da segurança e saúde ocupacional, base dos chamados sis-temas integrados de gestão.

Mentalidade de risco – A gestão de riscos em conjunto com a gestão de processos e o método PDCA formam o tripé da nova edição da ISO 9001. As organizações devem sempre ter em mente que existem riscos em qualquer atividade e aplicar métodos compatíveis com a

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21ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

“A nova norma ISO 9001 veio para responder às mais recentes tendências e ser mais compatível com outros sistemas de gestão, como o da ISO 14001”

da Alta Direção, começando por torná-la res-ponsável por responder pelo sistema (account-ability). Também exige da Alta Direção que assuma um papel mais ativo no alinhamento do sistema da qualidade com as necessidades do negócio.

Informação documentada – O conceito é radicalmente diferente. Deixa-se de requerer controle de documentos para se exigir con-trole da informação. Essa talvez seja uma das mudanças mais significativas no aspecto de redução da burocracia envolvida com a docu-mentação. Abstrai a forma (o documento e seu suporte) para focar a informação. Os atuais documentos e registros assumem a denomi-nação genérica de informação documentada.

Conhecimento organizacional – Como cláusula inédita, foram introduzidos requisitos de conhecimento organizacional. É uma apli-cação do conceito de gestão do conhecimento ao escopo do sistema de gestão da qualidade. Talvez haja pouca repercussão pela introdução desses novos requisitos porque a gestão do conhecimento já é uma prática corriqueira para a maioria das organizações.

Impacto para os diversos públicosÀs organizações certificadas segundo a atual

ISO 9001:2008 será concedido um período de três anos após a publicação da nova versão 2015 para fazerem a transição.

Organizações, certificadores e auditores terão que se adequar aos novos requisitos. Será necessária uma especialização profunda de auditores para poderem realizar auditorias sem o conforto dos procedimentos escritos e das prescrições da norma. Terão que com-preender o que precisa ser feito do ponto de vista das necessidades da organização, e não do que a norma pede. Deverão ser flexíveis para aceitar uma variedade de abordagens maior e mais adequada às especificidades de cada organização em contextos diferentes e mutáveis. Da mesma forma, consultores deverão conhecer melhor os negócios de seus clientes, não haverá mais espaço para fórmulas preconcebidas e esquemas padronizados de “implantação da ISO 9001”.

complexidade de suas operações para gerenciar os riscos relativos aos produtos e serviços que fornecem. Entendidos como um desvio da expec-tativa, os riscos podem ser favoráveis ou desfa-voráveis. Assim, existiriam riscos positivos e negativos. A norma, no entanto, chama o lado positivo dos riscos de “oportunidades” e o lado negativo, simplesmente de “riscos”.

Abordagem estratégica – A norma atua-lizada requer que seja entendido o contexto da organização, tanto o externo como o interno. A análise do seu contexto é parte do processo de planejamento estratégico de uma organi-zação e fundamental para o seu sucesso em um ambiente competitivo. A adoção de um sistema de gestão da qualidade deve ser considerada nessa perspectiva. Implantar um “sistema ISO 9001” deveria significar a integração dos requi-sitos da norma no sistema de gestão da orga-nização, em vez de se criar um novo sistema à parte. Essa cláusula deve trazer as decisões sobre o sistema de gestão da qualidade de volta para a agenda da Alta Direção.

Novos papéis para a liderança – A nova norma traz um reforço significativo no papel

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22 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Educação profissional é investimento para hoje e para o futuro

ARTIGO | EDUCAÇÃO

A baixa qualificação do conjunto de trabalhadores do Brasil é um dos obstáculos para o crescimento da economia e o desenvolvimento do país. Em tempos de expansão,

a escassez de profissionais bem formados dificulta a adoção de novas tecnologias que modernizam o parque industrial, aumentando sua produtividade. Em períodos de retração econômica, a preparação inadequada faz com que a recuperação da atividade das empresas seja mais lenta. O que chamamos de baixa qualificação é resultado da equação entre educação básica deficiente, principalmente em linguagem e matemática, e a exclusão da maior parte da população brasileira da educação profissional.

É por essas razões que o ensino técnico precisa também estar no foco das ações de educação, independentemente da situação econômica de um país. A economia vive seus ciclos históricos, ora se expandindo, ora retraindo. A educação, por sua vez, tem de ser pensada a partir de seu caráter geracional. As nações demoram anos para colher os frutos de políticas nesse setor. Em um país como o Brasil, de grandes diferenças regionais, essa realidade se agrava ainda mais.

A boa notícia é que estamos começando a pavimentar um caminho sólido na solução desses problemas. Entre 2008 e 2014, houve um aumento de 88% das matrículas nos cursos técnicos de nível médio, saindo de 928 mil para 1,7 milhão. Uma pesquisa da Confede-ração Nacional da Indústria (CNI) aponta que 90% dos brasileiros acreditam que quem faz ensino técnico tem mais oportunidades no mercado de trabalho. Sobre salários, a per-cepção também é positiva: 82% concordam que os profissionais com certificado de qualifi-cação profissional têm salários maiores. Além disso, depois do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), a sociedade brasileira não parece estar disposta a abrir mão da educação profissional como oportunidade para entrar no mercado de tra-balho de forma mais qualificada.

A necessidade de continuar ampliando o acesso à educação profissional vem acompa-nhada do compromisso de garantir a qualidade dessa formação. Afinal, a qualificação profis-sional muda o patamar da produtividade de

RAFAEL LUCCHESI é diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai)

uma empresa quando se alcançam níveis de excelência nas práticas profissionais. Isso quer dizer que os trabalhadores conseguem desenvolver suas tarefas no mais elevado nível técnico e comportamental.

No sentido de fortalecer essa premissa, no mês de agosto o Brasil realizou, de forma inédita na América Latina, a Olimpíada Mundial de Ocupações Técnicas (Worl-dskills). A equipe brasileira – formada por jovens de cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) – ficou em primeiro lugar no pódio e teve o melhor desempenho entre concorrentes de mais de 60 países. Conquistamos 11 medalhas de ouro, 10 de prata e seis de bronze, além de 18 certificados de excelência. Ficamos à frente de países que carregam grande tra-dição em educação profissional, como a Coreia do Sul, a França e a Holanda.

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23ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

“O mundo atual requer trabalhadores muito mais bem preparados para lidar com as novas tecnologias de produção e de organização da produção”

a relação virou e passou a equivaler a 80% da dos asiáticos.

Os números mostram claramente que todos os países têm lutado incansavelmente para ampliar sua produtividade. Para as empresas, a melhoria da qualificação dos profissionais é percebida em indicadores como competiti-vidade, produtividade, capacidade inovadora, emprego de novas tecnologias. Já para os traba-lhadores, em melhores condições no mercado de trabalho. Estimativas apresentadas no estudo comprovam que um ano adicional de educação está associado ao aumento de até 10% no rendimento do trabalho. Além disso, um ano adicional de experiência de trabalho pode incrementar o salário em até 3,5%.

Se o capital humano foi relevante para explicar o crescimento econômico e a pro-dutividade do trabalho nas últimas décadas, ele terá papel ainda mais crucial na era da economia do conhecimento. O mundo atual requer trabalhadores muito mais bem pre-parados para lidar com as novas tecnologias de produção e de organização da produção.

A tecnologia está se tornando a mais funda-mental e poderosa força a determinar a com-petitividade das empresas e a prosperidade das nações, condicionando a eficiência com que se produz, a capacidade criativa das pessoas e a agregação de valor aos produtos e serviços. Por isso, os países precisarão cada vez mais de pessoas talentosas e bem treinadas para promover e sustentar o crescimento de longo prazo. E essa premissa é válida tanto para países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. A educação profissional tem estado no centro dessa estratégia. Entre 2008 e 2014, exatamente o período pós-crise de 2008, nações como Ale-manha, Japão, Bélgica e Noruega, entre outras da Organização para a Cooperação e Desen-volvimento Econômico (OCDE), adotaram ações para melhorar a oferta de ensino técnico.

O capital humano e, mais especificamente, a educação para o mundo do trabalho, é requisito fundamental para o aumento da produtividade do trabalho, bem como para o próprio desenvolvimento tecnológico e, por isso, deveria receber maior atenção das políticas públicas e privadas.

As provas, que ocorrem a cada dois anos, têm o objetivo de avaliar competências profissionais e propiciar a melhoria dos padrões de qualidade da educação profissional no mundo. Os competidores têm diferentes perfis profissionais. No caso do Brasil, vêm de cursos do Senai e do Senac. Em outros países, são jovens trabalhadores de indústrias como a Samsung, da Coreia do Sul, e a Toyota, do Japão. O fato é que todos estão preocupados em estabelecer novos patamares de qualidade para o trabalho na indústria e no setor de serviços.

No Brasil, o maior problema é que estamos perdendo produtividade em relação aos outros países. Relembro alguns dados do Confe-rence Board: em 1980, o brasileiro produzia o equivalente a 31% do trabalhador ame-ricano. Em 2013, produziu menos de 20%. Já com relação ao trabalhador chinês, em 1980 a produtividade do trabalhador brasileiro era 770% maior que a daquele, mas, em 2013,

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24 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

O caminho para o Brasil voltar a crescer

ARTIGO | GESTÃO

O Brasil passa por uma situação política e econômica delicada, com uma população insatisfeita, riscos de crise hídrica e energética, casos de corrupção e baixo crescimento

econômico. Esses fatores causam desconfiança externa e impedem um ambiente de negócios confiável para o país. Frente a um cenário desafiador, muitas empresas vêm optando por cortar custos, reduzir a estrutura de pessoal e evitar investimentos, e o resultado disso não é nada animador.

Para que o Brasil tenha um crescimento sus-tentável, retome a trilha do desenvolvimento e volte a se inserir no mercado internacional, a produtividade das empresas e a competiti-vidade nacional devem andar juntas. Temos de entender que, hoje, a produtividade das orga-nizações é afetada por fraca liderança, aca-nhada qualificação dos colaboradores, custo Brasil, “custo corrupção”, defasagem tecnológica, por processos deficientes, baixa qua-lidade produtos, absenteísmo – provocado condições de saúde dos funcionários –, altos custos operacionais, falta de inovação e governança deficiente.

Já a competitividade do Brasil se arrasta devido a baixo nível da educação, altas no tributo e na inflação, logística deficiente, legis-lação arcaica, burocracia excessiva, segurança precária, baixa reputação, tímido investimento, Justiça lenta e corrupção.

Singapura e Coreia do Sul são bons exemplos de nações que já passaram por crises econômicas e políticas e deram a volta por cima ao criar um cenário estável. Hoje, são competitivas e possuem um ambiente de negócios favorável. Pelo segundo ano conse-cutivo, Singapura foi escolhida como vice-líder em competitividade do planeta, de acordo com o Ranking Global do Fórum Econômico Mundial (FEM), que define a classificação a partir de dados estatísticos e econômicos e das opiniões de executivos de 144 países, cobrindo 12 pilares multitemáticos, como infraestrutura, ambiente macroeconômico, educação e inovação, entre outros. O Governo sul-coreano sempre estimulou o sur-gimento de empresas e sua sustentação interna-cionamentente, como Hyundai, Samsung e LG.

JAIRO MARTINS é superintendente-geral da Fundação Nacional da Qualidade

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25ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

“Para o Brasil sair da situação atual, Governo e organizações devem assumir o compromisso de atacar os pontos que afetam a produtividade e a competitividade do país”

Não precisamos ir tão longe para termos outra referência. A Colômbia, que realizou nos últimos anos reformas na economia, vem sendo impulsionada por um programa de investimento público em infraestrutura, segurança pública e moradia e ainda vive o auge de um novo setor de matéria-prima: o carvão. Isso vem possibili-tando um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em mais de 4% desde 2010, conforme avalia o Fundo Monetário Internacional (FMI). Esses fatores contribuíram com o ambiente local, o que ajuda as organizações lá estabelecidas a serem mais produtivas.

Para o Brasil sair da situação atual, Governo e organizações devem caminhar lado a lado e assumir o compromisso de atacar os pontos que afetam a produtividade e a com-petitividade, alinhando ações conjuntas que tenham como foco a excelência da gestão, em que os recursos sejam mais bem utilizados e gerem mais valor para a sociedade.

O Pacto pela Excelência da Gestão no Brasil, apresentado pela Fundação Nacional da Qua-lidade (FNQ) a ministros, governadores e prefeitos – e aguardando uma data para ser exposto para a presidente Dilma Rousseff –, propõe fazer do país uma sociedade orga-nizada e evoluída, que seja economicamente viável, ambientalmente consciente, responsável e eticamente transparente. Para isso, o objetivo do acordo é sensibilizar todos os envolvidos, capacitar os governos, traçar um diagnóstico das necessidades da população e construir um plano nacional de melhoria. A FNQ coloca, no documento, todo o seu conhecimento e comprometimento com o país para ser um instrumento da mudança que nós precisamos.

As ferramentas para melhorar a produ-tividade das empresas e a competitividade nacional encontram-se disponíveis. Basta que Governo e organizações estejam preparados para enfrentar situações menos cômodas, arregaçar as mangas e mudar a maneira de como o Brasil está sendo gerido, para que volte a crescer e tenha o desenvolvimento sustentável que queremos e merecemos. O Brasil será o que dele fizermos.

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26 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Diálogo e soluções compartilhadas para construir o futuro que todos queremos

ARTIGO | GESTÃO

A sustentabilidade passou a integrar o mapa estratégico da Samarco em 2006. Desde então, viemos trilhando um caminho no qual crescimento, conformidade e excelência, mais que

diretrizes, se tornaram requisitos inegociáveis para nossa gestão. Mantivemos nossa crença de que sempre é

possível fazer mais – e melhor – com menos e, assim, alavancar a reputação, a confiança e o impacto positivo depositado pela sociedade no negócio. É assim que pretendemos alcançar o que preconiza nossa Visão 2022: dobrar o valor da Samarco e torná-la reconhecida por empregados, clientes e sociedade como a melhor do setor.

Uma meta desafiadora, certamente, mas que acolhemos com o mesmo espírito que nos esti-mulou a enfrentar os desafios dos últimos anos – e que nos impulsiona para compreender e liderar um novo capítulo da mineração.

Hoje, o Brasil enfrenta um momento bas-tante desafiador. Governo, empresas e sociedade civil passam a colocar em dúvida as escolhas feitas no passado e a jornada realizada até aqui. Paralelamente, o preço da tonelada do minério de ferro vem caindo significativa-mente no mercado mundial, reflexo da maior oferta, e tudo indica que não se trata de um fato isolado ou passageiro. Acreditamos que essa é uma nova dinâmica de mercado para o setor, à qual deveremos nos adaptar com uma visão sistêmica e integrada do que deve ser feito.

Apostamos no enfrentamento das adversi-dades por meio do diálogo aberto com nossos trabalhadores e parceiros, do investimento res-ponsável em projetos e de uma gestão finan-ceira arrojada, minimizando os impactos do ambiente externo sobre o nosso negócio.

Por tudo que já enfrentamos e, principal-mente, aprendemos, nós, da Samarco, estamos convictos: a sobrevivência passa por olhar o negócio sob a perspectiva da sustentabilidade. Tanto que o Mapa Estratégico e o Modelo de Sustentabilidade – os dois principais direciona-dores de longo prazo da Samarco – incorporam

RICARDO VESCOVI é diretor-presidente da Samarco Mineração

aspectos sociais e ambientais que orientam a governança e a gestão da empresa.

E, neste ano, a revisão da nossa estratégia extrapolou os muros da companhia. Ao longo dos últimos meses, nos reunimos com dezenas de especialistas em sustentabilidade e stakeholders para falar de temas como macroeconomia, força de trabalho, direitos humanos, desenvolvimento socioeconômico, tecnologia e inovação. Ao dialogar com os diversos públicos com quem nos relacionamos, buscamos encontrar soluções e construir o futuro em conjunto e, dessa maneira, garantir o alinhamento entre o que somos, o que fazemos e o legado que todos nós deixaremos para os territórios onde estamos presentes.

A crença de que os avanços se conseguem apenas por meio da competição está ultra-passada. Ao observarmos a natureza, nos damos conta de que prevalece a coopetição, ou seja, a relação simultânea de cooperação e competição entre os organismos vivos. O mesmo cabe para o ambiente de negócios,

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27ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

“Buscamos garantir o alinhamento entre o que somos, o que fazemos e o legado que todos nós deixaremos para os territórios onde estamos presentes”

mobiliza é o sentido que se vê naquilo que se faz. Nos últimos anos, investimentos e programas dire-cionados por nossa estratégia de transformação social têm contribuído para engajar nossos empre-gados e parceiros, melhorando a qualidade de vida e o desenvolvimento territorial na nossa área de influência, em especial nos eixos de educação, empreendedorismo e geração de renda.

Exemplo mobilizador é o Projeto Quarta Pelo-tização (P4P), que concluímos em 2014 e que representou um investimento de R$ 6,4 bilhões. As obras foram executadas dentro do prazo e orçamento previstos e envolveram mais de 13 mil pessoas no pico da construção, sem nenhum acidente fatal ou incapacitante, em sintonia com o nosso valor de respeito às pessoas.

Antes do início do projeto, ouvimos cerca de 1.800 stakeholders, identificamos 213 questões sociais e, em conjunto com as partes envolvidas, definimos 52 indicadores para monitorar as trans-formações sociais, positivas ou negativas, trazidas por esse trabalho. Além disso, os investimentos sociais e institucionais realizados foram definidos em conjunto com esses públicos, e nós treinamos e capacitamos as pessoas para que elas próprias decidissem as prioridades e elaborassem os pro-jetos dentro das suas localidades. As conquistas do P4P certamente engajaram as comunidades, as empresas locais e os empregados da Samarco, preparando a companhia para um novo patamar de exigências da sociedade moderna e do mercado.

A sustentabilidade das empresas dependerá, cada vez mais, do valor que elas entregam para a sociedade. Não basta gerar dividendos para os acionistas. É preciso provar que têm impacto positivo, que ampliam a geração de valor, que contribuem para o desenvolvimento do seu terri-tório de atuação. As pessoas querem negócios que ajudem a resolver questões sociais significativas, e eles podem ser, verdadeiramente, uma forma muito poderosa de gerar a transformação neces-sária para a promoção do bem comum.

em particular, e para a vida, em geral. O sucesso está na coopetição entre as empresas, e entre elas e empregados, sindicatos, fornecedores, governos, comunidades, clientes e organi-zações da sociedade civil, pois existe uma forte e intrínseca interdependência entre os atores sociais de um mesmo território. Acreditamos, portanto, na força do diálogo e no trabalho em rede para fortalecer o desenvolvimento social e econômico do Espírito Santo, um Estado que tem crescido acima da média nacional.

Como engenheiro, sou da escola da excelência em planejamento e da execução com alta efi-ciência, dos indicadores e das metas de desem-penho. No entanto, nos meus mais de 20 anos de Samarco, aprendi que as ideias importantes só se tornam realidade quando conseguimos ins-pirar as pessoas a desenvolver o seu potencial e a superar os desafios. Para isso, é preciso conectar o propósito do negócio ao propósito de cada um. É preciso mobilizar as pessoas mostrando que elas podem – e devem – ser protagonistas da transformação social que almejamos. O que

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28 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Desafios para a nova política industrial do Brasil

ARTIGO | INDÚSTRIA

N o dia 25 de agosto, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) organizaram um evento para discutir os desafios para a

elaboração da política industrial do Brasil no período que se estende de 2015 a 2018. Na ocasião, representantes do Governo, do setor privado e da academia recolheram subsídios capazes de contribuir para a superação de antigos e novos obstáculos ao desenvolvimento da indústria no país.

Neste momento, as condições que circuns-crevem a elaboração da política industrial estão associadas a um processo de ajuste fiscal que restringe a margem de manobra para con-ceder incentivos de natureza fiscal e finan-ceira. Contudo, o ajuste não pode ter um efeito paralisante, e há espaço para a adoção de uma série de medidas capazes de ampliar os níveis de competitividade da indústria brasileira. A agenda a ser adotada deve ter um foco claro e um raio de ação definido para gerar resul-tados no curto, no médio e no longo prazo. Uma política industrial ativa não pactua com a ineficiência e com o excesso de protecionismo e pode, considerando o momento econômico atual, ser estruturada em cinco pilares:

• elevação da produtividade no nível da firma;

• redução dos custos de insumos (ou, de forma mais geral, dos custos de produção);

• redução de custos sistêmicos;• incentivo à inovação;• inserção internacional qualificada.Com relação ao primeiro pilar, tem-se

formado um consenso sobre a necessidade de se elevar a produtividade da atividade eco-nômica no Brasil. No conjunto das frentes que podem ser adotadas para esse fim, ações que estimulem a modernização do parque fabril e o aperfeiçoamento do sistema de capacitação e treinamento da mão de obra em linha com as necessidades da indústria podem ser consi-deradas. Além disso, medidas voltadas para a criação de um sistema nacional de extensão industrial, tecnológica e gerencial têm sido dis-cutidas. Nesse caso, o propósito é melhorar a gestão das empresas e, portanto, aumentar seus níveis de produtividade.

ARMANDO MONTEIRO é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

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29ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

“Não basta formular uma política industrial adequada. É preciso colocá-la em prática e contar com uma governança que consiga mobilizar o conjunto dos atores envolvidos em sua execução”

Um segundo pilar está associado à redução dos custos dos insumos básicos e das matérias-primas empregadas nos processos produtivos industriais no Brasil. Isso envolve, por exemplo, a oferta de energia elétrica para a indústria em bases competitivas. Essa é uma dimensão da política industrial também seguida por outros países como os Estados Unidos, a França e a Alemanha. Na mesma linha, há uma série de outros insumos cujo custo afeta a competitividade das cadeias de pro-dução a jusante. Por essa razão, embora se deva atuar preponderantemente em favor de políticas horizontais, há algum espaço para a adoção de políticas setoriais, tais como aquelas dirigidas às bases das cadeias produtivas, e não aos bens finais de consumo.

Com relação à baixa dos custos sistêmicos (o terceiro pilar), há uma expectativa positiva quanto aos resultados que irão advir do pro-grama de concessões na área de infraestrutura. Além disso, é preciso melhorar o ambiente de negócios no Brasil por meio de ações de sim-plificação, desburocratização e racionalização. Um melhor ambiente de negócios reduz os custos, estimula os investimentos e aumenta a produtividade. Há espaço, por exemplo, para a diminuição de obrigações acessórias no pagamento de impostos.

A política industrial não pode prescindir de uma estreita colaboração com as polí-ticas de inovação e de comércio exterior. Por isso, o quarto e o quinto pilares tratam, respectivamente, do incentivo à inovação, que é um elemento estrutural da competitividade, e da inserção internacional qualificada, que é, ao mesmo tempo, causa e consequência de um melhor desempenho das empresas brasileiras.

Com relação às políticas de inovação, é preciso atuar em algumas agendas. No tocante ao financiamento, faz-se necessário aprimorar os mecanismos de compartilhamento de riscos e manter um volume de recursos que possa contribuir para a ampliação dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) no país.

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30 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Além disso, é preciso trabalhar para a moder-nização do marco legal e dispor de instru-mentos creditícios e fiscais mais robustos que estimulem a inovação.

Por fim, o quinto pilar refere-se à inserção internacional qualificada. O Brasil ainda pode ser caracterizado como uma economia fechada. Em 2013, nossa corrente de comércio (bens e serviços) alcançou 27,6% do PIB, enquanto para as seis maiores economias do mundo esse indicador atingiu uma média de 53,4%. Com base nesse diagnóstico, o recém-lançado Plano Nacional de Exportações busca repo-sicionar nossa política comercial e ampliar o acesso das empresas brasileiras aos mercados internacionais. Trata-se de um momento apro-priado para a ampliação da inserção inter-nacional do Brasil, uma vez que contamos com uma taxa de câmbio mais competitiva, o custo unitário do trabalho está se reduzindo,

e o país precisa participar, de forma quali-ficada, das cadeias globais de valor.

Não basta, porém, formular uma política industrial adequada às nossas condições atuais. É preciso também colocá-la em prática, e, para isso, é imperativo contar com uma estrutura de governança que consiga mobilizar o con-junto dos atores envolvidos em sua execução. Essa não é uma tarefa trivial, porque estão envolvidas com a execução da política indus-trial diversas instâncias do setor público e os agentes privados. A coordenação de ações e de expectativas é fundamental para o sucesso das iniciativas propostas. Por essa razão, uma interlocução permanente com represen-tantes do Governo, do setor empresarial e dos trabalhadores no âmbito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) é indis-pensável para a implementação bem-sucedida da nova política industrial do Brasil.

ARTIGO | INDÚSTRIA

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ANÚNCIO

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32 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Cenário internacional e nacional demanda medidas urgentes e conjuntas

ARTIGO | INDÚSTRIA

O setor de produção de aço atravessa uma de suas piores crises no Brasil e no mundo e, caso não sejam tomadas medidas nos âmbitos internacional e nacional, a situação

pode se agravar. A resolução para as causas desse cenário extrapolam a capacidade da indústria de se autorregular ou mesmo de buscar maior competitividade. De modo geral, a siderurgia brasileira é hoje um setor que produz com alta qualidade, tem unidades modernas e empregados capacitados. A busca de melhoria é contínua, mas não temos como enfrentar questões externas que vão demandar união e compreensão por parte de governos e organismos internacionais.

O principal elemento da crise é o excesso de capacidade na indústria do aço. A capa-cidade mundial gira em torno de 2,4 bilhões de toneladas/ano, enquanto o consumo está estacionado em 1,7 bilhão de toneladas/ano. Portanto, temos uma capacidade excedente de 700 milhões de toneladas, das quais cerca de 400 milhões de toneladas na China. O país que, em 2008, foi âncora de salvação dos mercados, absorvendo grande parte da produção de matérias-primas e bens inter-mediários, hoje é ameaça. Com a rápida e expressiva expansão de sua capacidade de produção industrial, a China inverteu sua posição de importador líquido para exportador líquido de aço.

Nada indica que haverá um aumento no consumo mundial nos próximos anos. No entanto, existem novos projetos de ampliação da capacidade de produção que serão finalizados até 2017 e vão acrescentar pelo menos mais 100 milhões de tone-ladas de aço no mercado. A maior parte dessa nova capacidade de produção virá da China. O resultado é que o sistema de produção de aço chinês está atacando todos os mercados com volumes crescentes de aço. Em 2014, o país exportou cerca de 90 milhões de toneladas. Este ano, o ritmo de exportação está a 10 milhões de toneladas por mês, podendo chegar a 120 milhões de toneladas no final do ano.

BENJAMIN M. BAPTISTA FILHO é presidente da ArcelorMittal Brasil, presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil (IABr), 1º vice-presidente do Comitê Executivo da Associação Latino-Americana de Aço (Alacero) e integra o Conselho de Administração da ArcelorMittal Gonvarri Brasil

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33ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

“O que temos visto é um crescimento do impacto dos tributos e das tarifas de energia sobre os nossos custos, reduzindo a competitividade de nossos produtos frente a outros países”

Essa é uma questão que precisa ser resolvida no âmbito mundial pelos organismos internacionais da indústria e do comércio, pois esse excedente está sendo colocado no mercado a condições aquém das regras do livre comércio. O Comitê do Aço da OCDE conclamou as nações a tomarem medidas junto ao governo da China, para que seja realizada uma reorganização do sistema de produção de aço naquele país, inclusive, por meio de controle ambiental mais rígido, no mínimo igual ao que é exigido das usinas instaladas em outros locais. É necessário que essas medidas sejam adotadas antes da decisão de reconhecer a China como uma economia de mercado, ou ficaremos ainda mais indefesos contra o avanço das exportações daquele país.

Os produtores brasileiros de aço estão sofrendo os efeitos desse excedente inter-namente, pois o país está importando cada vez mais aço da China, e externamente, já que temos reduzidas condições de com-petitividade no mercado internacional. Isso seria contornável se o consumo de aço no Brasil estivesse crescendo, mas ocorre exata-mente o contrário. Devido à recessão, que afeta todos os setores que mais utilizam aço (auto-motivo, máquinas e equipamentos, construção, eletrodomésticos e embalagens metálicas), até junho deste ano houve uma queda de 10% do consumo aparente de aço no Brasil.

Há anos, a produção industrial brasileira vem sendo onerada pelo chamado custo Brasil e, até hoje, seus principais componentes – custo da energia elétrica, elevada carga tributária e infraestrutura e logística deficientes – não foram equacionados. Pelo contrário. O que temos visto é um crescimento do impacto dos tributos e das tarifas de energia sobre os nossos custos, reduzindo a competitividade de nossos produtos frente a outros países. O baixo crescimento dos últimos anos só

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veio agravar ainda mais a queda de produção e vendas da indústria de transformação nacional. A participação desse setor no PIB, que já foi de 25%, em 2014 chegou a 11% e, possivelmente, cairá ainda mais em 2015.

A questão brasileira poderia ser menos crítica se fossem tomadas medidas voltadas a alavancar nossas exportações, o que seria positivo não só para os produtores de aço como para toda a indústria. Diante do quadro de incerteza e falta de crédito, a saída mais adequada e ágil para a volta do crescimento da economia brasileira é aumentar as exportações. Estamos seguros disso. Deveríamos estar fazendo um mutirão de expor-tação, com o Governo focando as questões que podem alavancar a competitividade da indústria brasileira frente ao mercado mundial.

Na ArcelorMittal Brasil iniciamos, em 2013, um processo para aumentar as exportações, sobretudo no setor de aços planos, que está trazendo bons frutos. Conseguimos manter nossa planta de Tubarão com produção a plena capacidade, ao ritmo de 7 milhões de tone-ladas/ano, e reconquistamos o mercado externo. Hoje, estamos exportando cerca de 50% da pro-dução. Da porta para dentro, fizemos o dever de casa: aumentamos a produção, reduzimos custos fixos e elevamos a qualidade do mix de produtos. Tivemos, ainda, a nosso favor um cenário de baixa nos preços dos insumos básicos, como minério de ferro e carvão. Em aços longos, estamos fazendo o mesmo esforço, mas esbarramos na questão da logística, já que as plantas desse segmento estão locali-zadas no interior do Brasil.

Falta, agora, um esforço da porta para fora, que não depende de nós. A questão cambial é a mais urgente. Há uma falsa sensação de que, com a cotação menor do real, já temos con-dições melhores de exportar, mas é necessário analisar que a queda de moedas dos países com os quais competimos no mercado inter-nacional de aço foi ainda mais acentuada.

O rublo russo teve uma desvalorização de quase 100%. Da mesma forma, houve grande declínio do euro e das moedas do Japão e da Turquia. Portanto, a questão cambial ainda não foi resolvida.

Entendemos as medidas do ajuste fiscal como necessárias para reverter o déficit pri-mário e manter o grau de investimento do país. Mas isso precisa ser feito mantendo-se as con-dições de desenvolvimento da indústria, setor fundamental para gerar empregos e renda. Precisamos buscar com urgência medidas que revertam o processo de desindustrialização do país.

Um dos caminhos para aumentar a compe-titividade da indústria de aço nacional, assim como de toda a nossa indústria, seria uma política estável e confiável de incentivos para a exportação, mas o Governo está fazendo o contrário. Um dos itens do ajuste fiscal foi mudar o Reintegra, reduzindo de 3% para 1% o resíduo tributário a ser devolvido aos expor-tadores. Ou seja, estamos exportando imposto, o que, obviamente, reduz nossa competiti-vidade. Além disso, temos os problemas de infraestrutura e logística que encarecem as operações de vendas ao exterior como um todo e que também dependem de um esforço governamental.

Para alavancar a competitividade e ampliar as exportações brasileiras, será necessário que a indústria se mantenha unida, alertando o Governo sobre as medidas que podem reverter a crise e nos colocar novamente no rumo do crescimento. Competência e inovação não faltam ao brasileiro, assim como nunca faltou disposição ao empreendedor nacional. O que falta, neste momento, é um ambiente que favoreça a credibilidade daqueles que apostam no Brasil como um destino seguro e sustentável para seus investimentos. É preciso, também, recuperar a confiança dos brasileiros, mostrando que teremos, em breve, o país que todos almejam e merecem.

ARTIGO | INDÚSTRIA

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Você: remando para longe da crise

ARTIGO | GESTÃO EMPRESARIAL

E m minhas palestras pelo Brasil, tenho ouvido inúmeras indagações de empreendedores e profissionais que buscam alternativas de gestão nesta época de incertezas na economia.

Como manter os clientes? Como garantir vendas? Como equilibrar receitas e despesas? Como mobilizar os colaboradores? São dúvidas

que afligem todos aqueles que gerenciam, produzem e negociam.

Muitas vezes, a resposta natural à adver-sidade tem sido o recuo excessivo, que pode reduzir a competitividade e atirar a empresa em uma perigosa espiral descendente. Quanto mais se encolhe, menos se tem condições de reagir aos desafios impostos pela realidade. Sem a reversão desse movimento, o desfecho inevitável é o encerramento das atividades.

Quando a cautela é substituída pelo medo, também é frequente que se abandone a estratégia. As atividades da organização passam a ser realizadas de modo reativo, frequentemente sem planejamento.

Ora, gostaria de avisar ao caro leitor que os períodos de “vacas magras” são também aqueles nos quais podemos ajustar a operação, apri-morar processos, cortar custos desnecessários e, por conta de qualidade e preço, aumentar a fatia de participação no mercado.

Também convém lembrar que soluções estruturais nem sempre dependem somente de nós. Muitos dos nossos problemas atuais precisam ser resolvidos pelos políticos. Antes de tudo, eles devem buscar entendi-mentos que viabilizem os ajustes econômicos necessários e que restabeleçam a confiança de quem investe, produz e consome.

Da parte de quem empreende e administra, tornam-se fundamentais a paciência, a per-sistência, o trabalho duro e a adoção de estra-tégias que permitam o avanço, mesmo em condições adversas.

Pensemos em uma antiga travessia transa-tlântica. Os capitães precisavam lidar com o inesperado a todo momento. Podia ser uma tempestade, uma calmaria ou mesmo uma epidemia devastando a tripulação.

Nesses momentos, valiam a coragem, a versatilidade e a invenção. No entanto, o roteiro da viagem, original ou adaptado às circunstâncias, nunca era deixado de lado.

CARLOS ALBERTO JULIO é professor, palestrante, empresário e conselheiro de diversas grandes empresas brasileiras

O tempo era medido, o deslocamento era monitorado, as correções eram efetuadas. Se a embarcação navegasse sem destino, aí sim, a tragédia estaria consumada.

Assim procedem as melhores empresas. Especialmente em tempos difíceis, elas medem, avaliam, comparam, monitoram e respondem o mais rapidamente possível à mudança. Reagem, aprendem e redefinem o caminho.

Em todos esses processos, o fator-chave é a atitude. Esse “fazer acontecer”, porém, não deriva dos softwares aplicados a controle e monitoramento, por mais inteligentes que sejam. A atitude é a resposta humana a um desafio.

Agora, formulo eu uma pergunta a você, amigo que lê este artigo: para a execução da mudança, basta a iniciativa solitária do gestor?

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“Quanto mais se encolhe, menos se tem condições de reagir aos desafios impostos pela realidade. Sem a reversão desse movimento, o desfecho inevitável é o encerramento das atividades”

1) Seja franco e transparente. Liste os pro-blemas e as ameaças, mas também os trunfos do grupo e as soluções possíveis. Mostre que é possível remar. Defina uma rota.

2) Procure conhecer a fundo as vulnerabi-lidades e os talentos de cada sócio, parceiro ou colaborador. Encontre o melhor lugar para cada membro da sua tripulação.

3) Oriente e aconselhe, mas esteja atento para ouvir alertas e sugestões. Com o passar do tempo, os colaboradores acumularão conhe-cimentos específicos valiosos. Ouça o marujo que cuida das velas e dos cordames.

4) Reconheça o esforço, mesmo que o objetivo desejado não tenha sido atingido. Procure cor-rigir com espírito educativo, e não punitivo.

5) Elogie não somente o retumbante sucesso, mas também a modesta conquista.

6) Se o seu barco é uma empresa, cogite da remuneração variável, atrelada a desempenho e cumprimento de metas. Uma parte do ganho será o salário fixo; a outra será recompensa pela contribuição ao empenho estratégico.

7) Dinheiro, sozinho, não garante moti-vação por muito tempo. Trabalhe para que seu colaborador se sinta também responsável pelo projeto e pelo grupo. Faça com que perceba sua importância na aplicação da estratégia.

8) O sucesso de todo processo de mobilização depende do “saber fazer”. Não basta remar. É preciso saber remar. É necessário que cada colaborador aprenda a interpretar os sinais da mudança e proponha as devidas correções de rota.

9) Não deixe que seu grupo se satisfaça com o que sabe. Nunca estamos prontos. A edu-cação é cada vez mais um processo de conti-nuidade, como nos ensina o filósofo Mário Sérgio Cortella.

10) Cultive a saudável insatisfação. A cada dia, identifique uma nova lacuna, mapeie aquilo que você ainda não conhece. Meta-se lá. Des-brave e aprenda. Estimule seus companheiros de viagem a adotar conduta semelhante.

Navegar é preciso, porque há sempre um “ponto B”, ou melhor, um lugar de oportuni-dades e satisfações depois de cada esquina do mar. Agora, é içar âncoras e partir.

Ora, se a proposta é escapar do mar das incertezas, é conveniente que todos subam ao barco. Depois, que todos remem, e para o mesmo lado. Por fim, é necessário que os via-jantes movam a embarcação na direção certa, mesmo que não ouçam o tempo todo as ordens do timoneiro.

Portanto, se existe desafio ou crise, você não precisa (e, muitas vezes, não pode) fazer tudo sozinho. É muito importante somar forças.

Destaco, contudo, uma questão fun-damental nesses processos: a motivação. Se existem dúvida, desconfiança e desânimo, como estimular o seu pessoal a perseverar e aproveitar as oportunidades?

Para facilitar a exposição do conceito, men-ciono 10 atitudes fundamentais nessas situações.

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40 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Aumentar a eficiência para crescer sustentavelmente

ARTIGO | ENERGIA E INFRAESTRUTURA

O ano de 2014 foi de recordes para a indústria de óleo e gás no Espírito Santo. Só a Petrobras produziu uma média de 332 mil barris de óleo por dia no Estado, um crescimento

de 8,9% em relação ao ano anterior. Esse volume representa 16% do resultado nacional da companhia e consolidou o Estado como o segundo maior produtor do país.

Também em 2014, a produção de GLP (conhecido como gás de cozinha) da Petrobras no território capixaba foi de 999 toneladas por dia, em média – mais do que o dobro do consumo local. Desde outubro de 2012, o Espírito Santo fornece o excedente desse importante insumo para outros consumi-dores do país.

No entanto, o segundo semestre do ano passado foi marcado por uma grande alte-ração no cenário da indústria de óleo e gás. Com a redução da demanda mundial por petróleo, o valor de referência da commodity caiu mais de 50%. Depois de passar três anos acima de US$ 100, o barril de petróleo Brent passou a valer aproximadamente US$ 50 desde janeiro de 2015. Tal oscilação determina mudanças no planejamento de investimentos por parte dos grandes atores na indústria, especialmente os que agem nas atividades de exploração e produção.

Corte? Antes de abordarmos essas modificações,

vamos observar dois pontos no cenário brasileiro. O primeiro é que a Petrobras mantém e manterá suas operações para suprir o mercado nacional de petróleo, gás natural e derivados. Essa é a missão da companhia. Tal fato nos leva ao segundo ponto: na indústria de petróleo, tão ou mais importante que implantar novos projetos é operar e manter as instalações existentes, com eficiência e segurança.

Para esses fins (ou seja, o custeio das ope-rações), somente a Unidade Operações de Exploração e Produção do Espírito Santo da Petrobras deverá destinar uma média de R$ 3,5 bilhões anuais, nos próximos anos.

JOSÉ LUIZ MARCUSSO é gerente-geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção do Espírito Santo da Petrobras

Parte expressiva desse valor destina-se à contratação de bens e serviços essenciais à operação da produção, à manutenção da integridade das ins-talações e à inspeção de equipamentos.

Em um recorte de julho de 2014 a junho de 2015, a Unidade contratou aproximadamente R$ 1,09 bilhão em bens e serviços junto a seus forne-cedores. Desse valor, 33% (cerca de R$ 362 milhões) foram firmados junto a empresas sediadas no Estado, o que representa R$ 1 milhão por dia em demandas de bens e serviços. E se os volumes contratados tendem a se manter, a fatia ocupada por empresas locais pode aumentar.

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41ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

“A indústria capixaba já demonstrou que tem capacidade para atender às necessidades da indústria de petróleo e gás”

Oportunidades: inovação e eficiência

Voltamos agora ao contexto da indústria mundial de óleo e gás. O setor passou por um período de grande expansão com o valor alto da commodity, marcado pelo anúncio e pela instalação de grandes projetos e pelo avanço nas fronteiras tecnológicas de exploração e produção de óleo e gás, às vezes fazendo com que questões como eficiência de processos e de custos não tenham tido a mesma prioridade.

A abrupta mudança de cenário (sem uma sinalização de tendência de retorno aos patamares anteriores), como dis-semos, determina uma alteração de visão das operadoras de óleo e gás. Esse período, normalmente apontado como de “crise”, se configura como o momento para investir naqueles aspectos que parecem ter sido esquecidos na época de expansão e que, caso corretamente aplicados, resultarão em uma nova fase de crescimento, mais sus-tentável. Os investimentos em tecnologias que trarão ganhos incrementais de produti-vidade dependem de uma boa relação com a cadeia de fornecedores – e essa é uma rea-lidade no Espírito Santo.

Um parâmetro para o sucesso do relacio-namento comercial da Petrobras, além dos valores aqui apresentados, é a elevação do número de empresas com o Certificado de Registro e Classificação Cadastral (CRCC), que é o cadastro nacional da Petrobras. Se em 2010 havia 79 empresas sediadas no Estado com esse documento, este ano a lista deve fechar com mais de 170 firmas locais.

Muitos desses indicadores são resul-tados de ações que hoje estão no âmbito do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás (FCP&G), uma parceria entre Petrobras, Sistema Findes e Governo do Espírito Santo que tem o objetivo de articular e apoiar as ações das

E é preciso lembrar: um fornecedor que supre as necessidades da Petrobras no Espírito Santo tem condições téc-nicas de atendê-la em qualquer local do país, como pode ser demonstrado pelo volume de contratações de toda a área de exploração e produção da companhia. No período de 12 meses encerrado em junho passado, foram contratados R$ 44,9 bilhões em bens e serviços, e empresas com sede capixaba participaram com 10,5% desse montante (R$ 4,7 bilhões). O Estado é o segundo maior fornecedor de bens e serviços da atividade e pro-dução da Petrobras por valor contratado, um volume maior que o de fornecedores sediados em São Paulo.

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organizações que atuam no Estado visando ao desenvolvimento da cadeia produtiva.

Mais do que estimular o relacionamento comercial, a participação da Petrobras no FCP&G visa a provocar o avanço tecnológico dos for-necedores. Nesse sentido, além dos mais de 10 projetos de soluções tecnológicas em acompa-nhamento pelo fórum, a companhia aproveita os grandes eventos de negócios no Estado para apresentar a potenciais parceiras demandas a serem desenvolvidas ou supridas.

Foi o que aconteceu, por exemplo, na recente edição da Mec Show – Feira da Metalmecânica, Energia e Automação, oportunidade em que a Petrobras e suas subsidiárias apontaram 33 demandas de negócios (bens e serviços que não têm fornecedor local) e oito demandas tecnológicas (que exigem soluções inovadoras que podem resultar, inclusive, em depósitos conjuntos de patente).

Além disso e de forma inédita, a estatal expôs no mesmo evento 14 patentes para, após análise técnica e comercial do potencial parceiro, serem licenciadas. Escolher o Espírito Santo para a pri-meira ação desse tipo foi consequência do bom relacionamento entre a petrolífera e os fornece-dores capixabas, bem como da confiança que a Petrobras deposita no desempenho das orga-nizações locais.

A indústria capixaba já demonstrou que tem capacidade para atender às necessidades da indústria de petróleo e gás. Mais uma vez: falamos de grandes empresas que buscam otimizar seus processos de operação, manu-tenção e inspeção, com uso de tecnologias para aumentar a eficiência, objetivando fazer com que o próximo ciclo de crescimento seja mais sustentável. As oportunidades estão dadas. Cabe a cada empreendedor saber como se colocar diante delas.

ARTIGO | ENERGIA E INFRAESTRUTURA

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Mudanças no ambiente de trabalho: já!

ARTIGO | GESTÃO DE PESSOAS

T odos nós que nos interessamos por pessoas e negócios – e esta é a melhor ordem para a hierarquia desses interesses – percebemos a riqueza do momento atual para a incorporação e a implementação

de mudanças qualitativas efetivas em nossos ambientes de trabalho.Se durante muito tempo imperou uma

visão mecanicista no universo da produti-vidade, oriunda de um modelo de negócios pós-Revolução Industrial, depois do ingresso na Era do Conhecimento ocorrem quatro fenô-menos muito nítidos:

1) O retorno do homem como “mente de obra”, e não “mão de obra”, ao centro de um processo produtivo baseado em inovação cons-tante pela via do conhecimento.

2) Uma perplexidade frente aos desafios de se encontrar indicadores quantitativos que conse-guissem, de fato, medir um desempenho qua-litativo, de repercussões nem sempre tangíveis no curto prazo.

3) O desafio da elaboração e da execução de estratégias de atração, desenvolvimento e retenção de talentos frente aos quais as teorias básicas da motivação apresentavam muitas lacunas. Ou seja: “cenoura e chicote”, tais como eram compreendidas, eram ineficazes.

4) Um encontro multigeracional de talentos tendo que conviver e produzir em equipes mul-tidisciplinares com crenças e valores distintos em uma proporção maior do que em todos os períodos históricos anteriores.

Nenhuma empresa é, de fato, responsável pela qualidade de vida de seus colaboradores, mas é, absolutamente, responsável por oferecer as condições para que se possa vivenciar a melhor qualidade de vida no ambiente de trabalho!

Se a competitividade do mercado se reflete dentro das organizações e se, como sabemos, o nível de pressão sobre todos os envolvidos em atividades corporativas é sempre crescente, não basta dizer que os indivíduos precisam possuir alto nível de resiliência para serem produtivos. O sistema necessita desenvolver ferramentas, práticas e processos atualizados para atender às demandas de todos os envolvidos.

CARLOS HILSDORF é palestrante internacional e autor dos best-sellers “Revolucione seus Negócios”, “Atitudes Vencedoras”, “51 Atitudes para Vencer na Vida e na Carreira” e “Atitudes Empreendedoras”

Assim, a liderança passa a substituir a chefia, a gerência e a supervisão clássicas; análises de atmosfera e clima organizacional passam a fazer parte da avaliação do capital com-petitivo das organizações; planejamento de carreira torna-se condição sine qua non de per-manência dos melhores talentos; e análises 360 graus evidenciam o impacto do profis-sionalismo de todos.

Tudo isso aconteceu em pouco mais de duas décadas, que compreenderam:

a) O nascimento do interesse de executivos da linha de gestão por temas anteriormente, considerados somente de RH – agradeçamos a Daniel Goleman, que, com seu livro “Inte-ligência Emocional”, introduziu o respeito à Psicologia em cabeças condicionadas a pla-nilhas e cálculos.

b) Uma reinvenção do RH, que, sem perder sua essência filosófica, aproxima-se das realidades conceituais dos melhores autores de negócios

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“Nenhuma empresa é responsável pela qualidade de vida de seus colaboradores, mas por oferecer as condições para se vivenciar a melhor qualidade de vida no trabalho!”

decorrentes da tentativa de fazer algo realmente novo, sobre o qual sabemos pouco e temos que aprender à medida que avançamos. As empresas falam muito em inovação, mas oferecem pouco espaço para que ela seja gerada, experimentada e vivenciada. Há excesso de restrições e de apego às normas já estabelecidas.

2) O reconhecimento à inovação costuma ser pobre, às vezes mesquinho, para com seus pro-motores. A ideia de que tudo deva ser encarado como custo remonta à Revolução Industrial, não à Era do Conhecimento.

3) Nosso modelo de produtividade ainda está fundado no padrão workaholic, e ainda se acredita que a melhor maneira de aumentar a produtividade consiste em trabalhar exces-sivamente, o oposto do que as mentes mais criativas provaram em toda a história da huma-nidade. A melhor maneira de aumentar a produ-tividade e gerar maior capital inovador consiste em trabalharmos mais inteligentemente em ambientes que permitam, estimulem e valo-rizem a inovação!

4) A velocidade das empresas em assimilar os jargões conceituais é extraordinária; já a de criar condições para que eles sejam implemen-tados, excessivamente lenta.

5) O ambiente de trabalho precisa sofrer mudanças que vão desde quantas horas por dias nos dedicamos a nossas atividades criativas e de execução, a sob quais circunstâncias ambientais trabalhamos (que englobam desde a mera ergonomia à atmosfera psicológica, ao clima das interrelações e à qualidade do vínculo do sonho do indivíduo em convergência com a visão, a missão e os valores da organização).

A vida em nosso planeta só se fez quando as condições biológicas do nosso ambiente se tornaram propícias para a aparição das pri-meiras formas de existência e só chegamos ao Homem à medida que essas condições foram se tornando melhores e menos hostis. No mundo das empresas, não há por que ser diferente: ambiente é, quase, tudo!

das mais diversas áreas, começando a estudar mais Drucker, Prahalad, Porter, Hamel etc.

c) A chegada da geração Y, com sede de velo-cidade de crescimento, cabeça cheia de bons conceitos e novas ideias e pouca/nenhuma expe-riência, o que deixou veteranos, baby boomers e gerações X de cabelo em pé!

Dado esse brevíssimo overview, sejamos agora pragmáticos e assertivos. Em um modelo de negócios que busca a sustentabilidade pela via da inovação, totalmente dependente da com-petência e da produtividade intelectual/emo-cional dos colaboradores, nosso ambiente de trabalho peca por:

1) Não oferecer condições técnicas, opera-cionais e psicológicas que favoreçam o erro inovativo. Não devemos ser paternalistas com erros oriundos de descomprometimento, defi-ciência em competências básicas ou desvios de conduta, mas temos que ser incentivadores dos erros como tentativas de acerto – os erros

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46 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Os diferenciais da indústria capixaba

ARTIGO | INDÚSTRIA

E ssenciais para a transformação econômica e social do Espírito Santo, as indústrias capixabas possuem diferenciais relevantes que garantem mais chances de sucesso nos negócios e também

colaboram para o desenvolvimento do Estado como um todo. Ao se beneficiarem das características

naturais que ajudaram a construir a vocação logística da economia capixaba, voltada para o comércio exterior, as indústrias garantem para si e para toda a sua cadeia de fornece-dores uma importante vantagem competitiva. O fato de estarem localizadas em uma região central do litoral brasileiro é certamente um ponto a favor, tanto para empresas que focam o mercado exterior quanto para aquelas que investem no mercado interno.

Não à toa que, mesmo em um cenário adverso, as empresas do Estado continuam sendo destaque na produção industrial do país. Do primeiro ciclo de desenvolvimento indus-trial do Espírito Santo – que tem como marco a construção do Complexo de Tubarão, em 1966 –, quando o Estado viu sua economia e importância no cenário nacional flores-cerem com a produção e a exportação de commodities, até hoje, quando assistimos a uma nova onda de avanço, focada em pro-jetos que se beneficiam e ampliam a vocação logística capixaba para criar valor agregado, vemos a importância das bases sólidas construídas pelas grandes indústrias.

Foram os segmentos-âncora – minério de ferro, aço, celulose e petróleo – que atraíram novos negócios e formaram os pilares de infraestrutura e capacitação que sustentam a economia capixaba. Não é coincidência que um estudo realizado pela Endeavor, uma organização mundial que atua no desen-volvimento econômico de vários países por meio do crescimento de pequenas e médias empresas, tenha apontado recentemente que Vitória tem a melhor infraestrutura da Região Sudeste.

Com as indústrias, alavancou-se também a qualidade de vida da população capixaba, um benefício que hoje se estende a todos os setores

MAURÍCIO MAX é diretor de Pelotização da Vale

e a empresas de todos os portes. O investi-mento em capacitação de mão de obra e a oferta de melhores salários contribuíram para aumentar a escolaridade e o padrão de vida da população, um resultado que se reflete na última pesquisa da Organização nas Nações Unidas (ONU), que indicou Vitória como a segunda melhor cidade do litoral brasileiro para se viver, segundo índices de qualidade da educação, renda e expectativa de vida.

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47ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

“Não é à toa que, mesmo em um cenário adverso, as empresas do Estado continuam sendo destaque na produção industrial do país”

Olhando em frente, certamente a inovação e a produtividade serão cada vez mais impor-tantes para que a indústria capixaba amplie e mantenha sua competitividade. Para incluir a inovação em qualquer atividade e fazer a diferença, o investimento em capital humano é um critério fundamental.

Para isso, é preciso oferecer oportunidades de qualificação profissional, adotar atitudes para um ambiente saudável e seguro, reconhecer bons desempenhos e promover desafios sufi-cientes para gerar oportunidades de crescimento e realização profissional e pessoal. O ambiente de trabalho deve ser cada vez mais atrativo e um avanço das indústrias capixabas.

O Brasil tem um grande desafio rumo ao crescimento econômico sustentável. Para suportar a nova condição econômica do país, recursos financeiros e tecnológicos não bastam. Investir em talentos passou a ser fator de com-petitividade para o desenvolvimento. É neces-sário construir mais competências para obter mais produtividade. Países como China e Coreia, que obtiveram forte crescimento econômico e tecnológico nas últimas décadas, incluíram edu-cação e formação profissional como itens estra-tégicos de avanço de longo prazo.

E o empresariado tem uma contribuição importante para dar ao país em relação ao aprimoramento profissional. O Senai, por exemplo, tem exercido um papel relevante no Espírito Santo e no Brasil no auxílio à formação profissional de acordo com o perfil demandado pela indústria, que, por sua vez, já foca há um longo tempo em programas para formação básica e técnica dos trabalhadores.

Para incluir a inovação em qualquer atividade e fazer a diferença, é fundamental poder contar com investimento em capital humano, insti-tuições sólidas, infraestrutura adequada e um mercado sofisticado. Com empresas e governos priorizando esses parâmetros, é possível trans-formar a educação, o conhecimento, a pesquisa e a criatividade em inovação, ampliando a com-petitividade das empresas, do Estado e do país.

O investimento na cadeia de fornecedores e a implantação de regras e iniciativas que garantem a saúde e a segurança dos empregados e o respeito ao meio ambiente também são marcas das grandes indústrias que se multiplicaram em outras cadeias produtivas do Estado, contribuindo para que o desenvolvimento do Espírito Santo seja sustentável em todos os aspectos, das micro às grandes empresas.

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O tsunami das novas ocupações. E agora?

ARTIGO | EDUCAÇÃO

D urante a competição do World Skills, assisti a uma palestra de um americano anunciando uma enchente de novas ocupações e uma alteração radical no conteúdo das que já existem.

Disse também que metade da tecnologia aprendida já estará obsoleta ao nos formarmos. Conseguiu o que queria: assustou.

Pelo visto, é para jogar fora a formação profissional que temos e começar tudo de novo. Mas será isso mesmo? Certamente, os ofícios vão continuar mudando. E outros diferentes virão. Mas no que tange à pre-paração para o trabalho, há muito nevoeiro nessas conversas.

Comecemos a explorar o assunto com um exemplo pessoal. Aprendi eletrônica no Instituto Rádio-Técnico Monitor, quando só havia válvulas, nem os transistores existiam. Depois deles, vieram os circuitos integrados. Portanto, estou duplamente obsoleto na área. Sou claramente incapaz de reparar um ampli-ficador de áudio contemporâneo, minha paixão naquela época.

Se nada soubesse de eletrônica, levaria muitos meses, anos mesmo, para ser capaz de empreender um conserto. Mas, tenho plena consciência, o tempo que levaria para me atu-alizar seria uma pequena fração daquele que levei para aprender sobre resistores, capaci-tores, solenoides, válvulas e as formas geniais de conectar isso tudo. Para mim, o único novo seria aprender a eletrônica digital. Mas note-se, mesmo essa tecnologia anda por aí faz décadas. Ou seja, para quem entendeu o básico, o salto seguinte é rápido, pois os princípios são os mesmos.

A fórmula clássica da formação profis-sional continua ilesa. Tudo começa ensinando a ler e escrever corretamente. E também, mostrando como usar números para lidar com problemas concretos. Ajuda saber um pouco de Física. Depois vêm os princípios básicos da profissão escolhida. Se falamos de eletrônica, são as leis do magnetismo, as ondas hertzianas, os osciladores, as pro-priedades dos capacitores, e por aí afora. Em seguida, combina-se isso tudo nos cir-

CLAUDIO DE MOURA CASTRO é economista, presidente do Conselho Consultivo da Faculdade Pitágoras e colunista da revista Veja

cuitos tradicionais. Comecei com rádios e amplificadores. Hoje lidaria com a “internet das coisas”.

Mas pensemos bem. A “internet das coisas” é uma nova forma de controlar os mesmos

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49ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

“O que deve assustar não é a nova profissão, com nome estranho, mas a dificuldade de oferecer uma educação robusta no domínio das habilidades básicas”

Se em vez de fazer uma futrica no WhatsApp, a mensagem é para ligar a máquina de lavar roupa, no final das contas, dá na mesma. Para operar neste assunto, basta um progra-minha de reciclagem ou a leitura de alguns manuais. É claro, essa atualização é impres-cindível, mas pode até ser feita pelo ven-dedor do equipamento.

Quando muda a tecnologia, o novo acaba sendo um passo menor do que o trom-beteado. Metade das tecnologias ficou obsoleta? Se conheço o que veio antes, nada de sustos. É ter confiança no taco, pois não é preciso jogar fora metade do que aprendi. Apenas ajusto, complemento, remendo, e pronto! De certa maneira, não perdi nada importante ou profundo. Que me importa se esqueci como abrir o gabinete deste ou daquele equipamento?

Óbvio, simplifico demais nesses casos. De fato, há mudanças drásticas de direção. Por exemplo, uma camareira de hotel inter-nacional aprende toda a rotina de arrumar o quarto em um só dia. Mas precisa saber inglês e computação. A ocupação nova tem exigências bem diferentes da velha.

Mas, novamente, os dois elementos que faltam são conhecimentos genéricos da modernidade. Todos têm que saber inglês e manejar um computador. Não há um real mergulho no novo ou no desconhecido. Há apenas uma combinação diferente de competências. No caso, camareiras não pre-cisavam delas.

Não consigo imaginar uma só ocu-pação surgindo do nada e baseada em prin-cípios que não são os mesmos de sempre. O que se observa é uma forte continuidade na evolução. O novo é o velho com mais um passinho.

Em geral, há uma clara tendência his-tórica na evolução das ocupações “clássicas”. Cada vez mais, há um grau maior de abs-tração e de necessidade de dominar escrita

aparelhos mecânicos ou eletrônicos. Portanto, tudo começa na compreensão do funciona-mento de máquinas, eletrônica digital e prin-cípios da computação, assuntos já consolidados e antigos (os computadores já têm meio século!).

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e ciências. As mesmas ocupações passam a exigir uma dimensão simbólica maior. A mão firme nas manivelas do torno passa a ser subs-tituída pela competência em imaginar como a ferramenta terá que se mover e traduzir isso em linguagem de controle numérico. Ou seja, a preocupação de quem desenvolve programas de treinamento para torneiro CNC não é com a última pirueta da tecnologia, mas com as bases sólidas e amplas dessa nova combinação entre mão e abstração.

Faz um bom tempo, perguntei ao diretor da Escola Técnica de Sainte-Croix, no coração da relojoaria suíça: “M. Gonthier, como é esse negócio de treinar para as altas tecno-logias?” Segundo ele, era muito simples. Antes, todo bom profissional já precisava ler e fazer contas. Agora, precisa ler mais e fazer mais contas. Portanto, a fórmula mágica é apenas

reforçar essa capacidade de operar bem no mundo da escrita e da abstração. Um tanto simplista, mas não está longe da verdade.

No fundo, avança mais na profissão e se dá melhor na folha de pagamento quem domina confortavelmente o básico e tem boa visão de conjunto. Para eles, o novo vai sendo aprendido ao longo do tempo, sem pesadelos, graças aos fundamentos sólidos da sua formação.

O que deve assustar não é a nova pro-fissão, com nome estranho, mas a difi-culdade de oferecer uma educação robusta no domínio das habilidades básicas. Dado o péssimo sistema educativo que temos, esse é o real desafio. Quando isso não é aprendido, tudo o mais se torna árduo. Insisto, a falha não está no domínio do novo ou do complicado, mas na fragilidade do básico.

ARTIGO | EDUCAÇÃO

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ABERTURA | CENÁRIO E PERSPECTIVAS

A economia nacional em 2015 ficou praticamente estagnada no primeiro semestre, segundo números divul-

gados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população puxou o freio de mão no consumo, os investimentos se redu-ziram, e os gastos do Governo aumentaram. Tal cenário acabou contribuindo para que o Produto Interno Bruto (PIB) encolhesse 2,1% no primeiro semestre de 2015 na comparação com o mesmo período do ano passado, indicando um quadro de “recessão técnica”, que ocorre quando a economia registra dois trimestres seguidos de queda. De janeiro a março, a baixa foi de 0,2% e no segundo trimestre, de 1,9%. De abril a junho, a indústria foi quem mais sofreu, com declínio de 4,3%, seguida da agro-pecuária (-2,7%) e dos serviços (-0,7%).

Para 2015, o mercado financeiro acredita que o PIB terá uma retração de 2,85%, o que, se confirmado, será a maior perda em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi calculado um retrocesso de 4,35%. Em 2014, houve leve crescimento, de 0,1%. Para 2016, os economis-tas das instituições financeiras projetam uma diminuição de 1%, segundo o Relatório Focus, do Banco Central. Se confirmada a previsão, será a primeira vez que o país amargará dois anos seguidos de contração na economia, pela série histórica do IBGE iniciada em 1948. Todas as seis vezes em que o Brasil fechou com PIB anual negativo foram sucedidas por uma rápida recuperação nos anos seguintes.

Enquanto o PIB cai, a inflação sobe. A expec-tativa mais recente é de que alcance 9,53% em 2015. O próprio Banco Central a projeta em 9,5%. Isso é o dobro da meta estabelecida pelo Executivo. Caso se confirme, será a maior

taxa em 12 anos. Já em 2016, a inflação deve ficar em 5,94%, conforme as estima-tivas do Relatório Focus.

Para o setor produtivo, os primeiros seis meses do ano vêm demonstrando um quadro preocupante. Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o cenário reces-sivo se intensificou no segundo trimestre, com recuo no faturamento, no emprego e no desempenho operacional. De janeiro a agosto, a produção industrial nacional é 6,9% menor que igual período de 2014. Em agosto, caiu 9% em relação a agosto de 2014, a 18ª taxa negativa consecutiva nessa comparação. Já o faturamento do setor reduziu 6,5%, e o emprego sofreu queda de 4,9%.

De acordo com a CNI, um conjunto de fatores gerou esse panorama: acele-ração da inflação, que esvazia o poder de compra da população; queda da

Recessão na economia já afeta a indústriaCom estoques em excesso e expectativa de piora no ambiente de negócios, a confiança dos empresários da indústria vem caindo, desestimulando o investimento, o emprego e a produção

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Conforme o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, o resultado positivo pode ser explicado pelo bom desempenho do minério de ferro, principal produto da indústria do Estado, e das pelotas. Tais itens, componentes da indústria extrativa, acumularam, até agosto, avanço de 20,2%. O aço, representado pela metalurgia básica, também teve uma excelente perfor-mance, com um incremento de 24,8%, de acordo com Guerra.

“Esse bom desempenho da indústria está relacionado a novos projetos, reflexo do início dos trabalhos da Quarta Usina da Samarco, da Oitava Usina da Vale e do retorno da opera-ção do Terceiro Alto-Forno da ArcelorMittal Tubarão, que entraram em operação em 2014”, explicou o presidente da Findes. Ele acres-centou que a construção do Estaleiro Jurong, da Bertolini, da Itatiaia e da fábrica de ônibus

confiança dos empresários e consumidores, o que impacta os investimentos; e as medidas de ajuste da economia, com alta da taxa de juros e de vários tributos.

Produção capixaba mostra forçaEnquanto a indústria nacional entra num

processo de retrocesso, o segmento capixaba mostra força em meio à crise. Os números são animadores: a produção do setor aumentou, de agosto deste ano, 13% em relação ao mesmo período do ano anterior. A expansão é a maior do país, apontam dados do Instituto de Desen-volvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) e do IBGE. Aliás, além do Pará, que alcançou 5,4% , e do Mato Grosso (1,2%), o Estado foi o único a apresentar indicado-res positivos. Somente no mês de agosto, em confronto com o mesmo mês de 2014, o crescimento foi de 0,8%.

Mesmo com a inércia da economia,

a expectativa é de que o Estado feche o ano com

desempenho acima da média nacional

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Marcopolo/Volare, em São Mateus, também serviram para alavancar a produção capixaba. Já os segmentos de alimentos e bebidas e minerais não metálicos tiveram recuo de 9,2% e 3,6% no Estado, respectivamente, em comparação ao primeiro semestre de 2014.

Otimista, o dirigente estima que a atividade produtiva local vai continuar crescendo até o final de 2015, mesmo com a produção nacional em declínio. “Acredito que vamos fechar o ano com um crescimento entre 9% e 11%”, projetou.

Na área de rochas capixabas, houve um pequeno encolhimento nos primeiros sete

meses do ano. Em 2015, até julho, o segmento movimentou US$ 599 milhões, informam dados do Sindicato da Indústria de Rochas Ornamen-tais, Cal e Calcários do Espírito Santo (Sindiro-chas). Esse valor corresponde a um decréscimo de 0,67% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o balanço marcou US$ 603 milhões. No Brasil, a queda foi de 1,96% em igual intervalo.

A variação negativa deveu-se à diminuição das vendas para os maiores compradores dos produtos capixabas: Estados Unidos, Canadá e América Latina, segundo o presidente do Sindirochas, Tales Machado. Na sua avalia-ção, o motivo principal dessa retração foi que o mercado, principalmente o norte-americano, passou a se utilizar mais de materiais fabricados – porcelanatos, ladrilhos e outras cerâmicas – na construção civil, em detrimento das rochas ornamentais. “Para tentar reverter esse quadro em 2016 e 2017, o setor deve buscar inovações e baratear os custos para que consiga ampliar a demanda por rochas ornamentais em facha-das fixas ou ventiladas e em pisos suspensos da construção civil”, disse.

Pessimismo dos empresários é o maior em 16 anos

Sem sinais próximos de recuperação da econo-mia brasileira, o pessimismo da indústria nacio-nal já é o maior em 16 anos. Após três meses de perdas, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) voltou a cair em julho e chegou

“O setor produtivo capixaba vai continuar crescendo até o final de 2015, mesmo com a produção nacional em queda. Devemos fechar o ano com um crescimento entre 9% e 11%” - Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes

Nove anos após o início das obras de ampliação e modernização do aeroporto de Vitória, o projeto não decolou, e o Governo Federal vai começar um novo processo da estaca zero

ABERTURA | CENÁRIO E PERSPECTIVAS

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ao pior nível desde 1999, alerta a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Frente a junho, o indicador regrediu 1,7 ponto e chegou a 37,2 pontos, o menor patamar desde que a pesquisa começou a ser feita pela entidade. Os valores abaixo de 50 representam pessimismo e, quanto menor o resultado, piores são as perspectivas dos empresários em relação à economia.

No Espírito Santo, o Icei-ES somou 35,1 pontos em julho, mostrando novamente elevado grau de pessimismo, identifica o Ideies. A contração, a quinta não consecutiva em 2015, foi influenciada tanto pelo indica-dor de condições da economia como pelo de expectativas, já que ambos declinaram. O tombo em julho sobre o mês anterior foi de 3,8 pontos. Sobre o futuro, os industriais capixa-bas também demonstraram falta de confiança no crescimento da economia e do Estado. As expectativas quanto aos próximos seis meses fecharam com retração de 3,9 pontos ante ao mês anterior.

Para o diretor-executivo do Ideies, Antonio Doria Porto, os indicadores sinalizam que a falta de confiança vem-se disseminando entre as empresas, o que desestimula o investimento, o emprego e a produção. “Além dos setores de alimentos e minerais não metálicos, que tiveram quedas no ano, vários outros ramos industriais – que não são pesquisados pelo IBGE – estão com dificuldades e com estoques elevados, o que inibe os investimentos atuais e as perspectivas para os próximos seis meses. Acredito que os novos investimentos do Estado, que vão começar a ter produção em 2015, além de outros previs-tos para 2016, como o setor automobilístico, produtos da linha branca e a indústria naval, podem contribuir para a recuperação da econo-mia capixaba no futuro”, destacou.

Investimento no ES encolhe R$ 40 bilhões

O cenário desfavorável da economia já fez com que a carteira de projetos para o Espírito Santo encolhesse R$ 40 bilhões entre os investimentos anunciados para o período de 2013-2018, que somavam R$ 120,2 bilhões. De acordo com recente revisão feita pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) –

que divulga anualmente a previsão de aportes para o Estado por um período de cinco anos – o novo volume apresentado para o quinquê-nio 2014-2019 foi reduzido a R$ 80,8 bilhões. Tradicionalmente, o órgão calcula os números referentes ao ano anterior e os projetados por mais quatro anos.

A diretora-presidente do instituto, Andre-zza Rosalém, justifica o ajuste. Segundo ela, no início do ano de 2015 houve uma mudança brusca no quadro econômico que, junto com o anúncio do Plano de Negócios da Petrobras, trouxe uma nova realidade, inclusive para o Espírito Santo. “Para não ficarmos com uma carteira superestimada, fizemos ajustes e avalia-mos os investimentos para o Estado até junho, o que resultou na queda de R$ 39,4 bilhões”.

Nesse contexto, o setor de energia foi o que mais baixou o volume de dinheiro a ser investido. Os R$ 54 bilhões programados anteriormente encolheram para R$ 27 bilhões. A diminuição pela metade nesse segmento sofre influência direta da crise que assola a Petrobras desde o início da Operação Lava Jato. Com o caixa debili-tado, a estatal anunciou um corte de US$ 90 bilhões, com efeitos negativos, inclusive, para o Espírito Santo.

De acordo com Andrezza, duas plataformas que iriam começar a operar em 2018 no litoral do Estado e que estavam na carteira anterior

“Além dos setores de alimentos e minerais não metálicos, que tiveram quedas, vários outros ramos industriais estão com dificuldades e com estoques elevados, o que inibe os investimentos”Antonio Doria Porto, diretor-executivo do Ideies

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foram retiradas da relação atual. Além disso, houve uma revisão dos recursos a serem desti-nados ao Polo Gás-Químico (UFN-IV) plane-jado para ser construído em Linhares. “Embora conste da carteira, a unidade foi postergada e teve o seu tamanho reduzido”, pondera ela. A mineradora Ferrous, que estava prevista para ser instalada em Presidente Kennedy, também foi excluída da nova lista.

Ela acrescenta que as térmicas, que estavam no levantamento do ano passado, deixaram a carteira de 2014-2019. “Como a Petrobras não tinha como entregar o gás para esses empre-endimentos, algumas termelétricas saíram da carteira, uma vez que se inviabilizaram na época”, disse.

Técnico de pesquisa do IJSN, Claudimar Marçal comenta também o baque sofrido pela indústria, com um recuo de R$ 11 bilhões do ano passado para cá. Ele esclarece, ainda, que todos os planejamentos analisados são referen-tes a investimentos superiores a R$ 1 milhão. Segundo Marçal, a forte redução é consequência principalmente da crise, mas “a queda de 32,8% na soma dos investimentos também engloba projetos que já foram concluídos, no total de R$ 13,4 bilhões”.

Com 278 projetos, cujo valor médio é de R$ 209,4 milhões, o setor de infraestrutura

é o que acumula o maior número de empre-endimentos previstos, respondendo por 33,5% dos 830 projetos que estão estima-dos para o Estado nos próximos cinco anos. Entre aqueles em execução da carteira atual estão: o desenvolvimento e a produção de petróleo pela Shell no Parque das Conchas, as obras no Estaleiro Jurong, a construção do navio-sonda Arpoador e a duplicação da BR 101 pela ECO 101.

Andrezza afirma que a retração de cerca de 35% na quantidade total de projetos não foi uma grande surpresa. “Desde meados do ano passado, estamos vendo o ritmo da economia cair. Então, era previsível uma queda, mas ela foi maior do que imaginávamos. Daqui para a frente, temos que fazer o possível para garan-tir que os projetos planejados sejam concreti-zados e que sejamos capazes de atrair novos negócios, criando um ambiente favorável para isso”, afirmou.

O Invest-ES, programa do Governo Estadual que estimula a realização de investimentos no Estado, com diferimento no pagamento de ICMS, contribui para isso. Mesmo diante do cenário de crise, cerca de 30 corpora-ções foram inscritas na iniciativa em 2015, dispostas a aplicar R$ 13,5 bilhões no Espírito Santo, para a criação de novos negócios, a amplia-ção da estrutura ou o desenvolvimento de produ-tos em território capixaba.

Os trabalhos estão distribuídos entre diversos municípios, como Serra, Linhares, Cariacica, Guarapari, Aracruz, Domingos Martins, Marechal Floriano, Colatina, Sooretama, Baixo Guandu e Ecoporanga. Os empreendimentos têm até um ano para concluírem seus projetos. Quando instalados, devem abrir pelo menos 23 mil postos de trabalho, cruciais para propiciar a recuperação do mercado, que perdeu, só neste ano, até julho, 20 mil profissionais devido à turbulência atual.

Desde 2003, o Invest-ES contribuiu para a geração de 27 mil empregos no Estado, ao apoiar planos de mais de 300 companhias de pequeno a grande porte. No período, de acordo com a Secretaria de Desenvolvi-mento Econômico, pelo menos R$ 25 bilhões em negócios foram concretizados.

“Para não ficarmos com uma carteira superestimada, fizemos ajustes nos investimentos para o ES, o que resultou na queda de R$ 39,4 bilhões” Andrezza Rosalém, diretora-presidente do IJSN

ABERTURA | CENÁRIO E PERSPECTIVAS

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Um ano desafiador para o setor de petróleo e gásAtento aos investimentos reduzidos, o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás busca possibilidades de novos negócios entre os empresários capixabas e investidores de outras partes do mundo

ECONOMIA | PETRÓLEO E GÁS

E m 2015 o setor de petróleo e gás tem muitos desafios a encarar. A Petrobras já reduziu os investimentos em 37% para o período 2015 a

2019, prevendo aplicar US$ 130,3 bilhões em suas dife-rentes áreas de atuação – US$ 90,3 bilhões a menos do que foi anunciado no Plano de Negócios e Gestão (PNG) de 2014/2018, que registrava US$ 220 bilhões nessa rubrica. A estatal também pretende vender US$ 57 bilhões em ativos e diminuiu a meta de produção em 30%. Na operação total no país e no exterior, a projeção caiu de 5,3 milhões para 3,7 milhões de barris diários.

A crise de caixa, o alto índice de endividamento, o envolvimento da companhia nas denúncias da Opera-ção Lava Jato e a queda do preço do barril do petróleo refletiram-se drasticamente na elaboração do plano, com efeitos negativos, inclusive, para o Espírito Santo. Os navios-plataformas ES Águas Profundas – que seria instalado no litoral norte capixaba – e o Sul Parque das Baleias, reservado para atuar no sul do Estado, estavam programados para iniciar as atividades em 2018. Mas as embarcações não aparecem no PNG elaborado para os próximos cinco anos, assim como também não está estimado o polo gás-químico prometido para Linhares (UFN-IV) ou qualquer outro projeto para o Espírito Santo. No Estaleiro Jurong, as sete embar-cações que já estavam contratadas foram mantidas.

Blocos do Espírito Santo não recebem ofertas em leilão

A 13ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizada no dia 07 de outubro, que colocou em leilão 266 blocos de petróleo e gás no país, não teve um bom resultado para o Espírito Santo. Essa era uma perspectiva positiva do mercado capixaba, mas os sete

blocos no litoral Norte capixaba não receberam nenhuma oferta, contrariando as expectativas da ANP de que esta área seria uma das mais disputadas do certame.

Os sete blocos, localizados próximos à região do chamado Parque dos Doces e aos campos de Golfinho e Canapu, em Aracruz, tinham um bônus mínimo de assinatura - menor valor estipu-lado para obtenção da concessão - de R$ 351,9 milhões e somam uma área de 5.027,43 km².

Ao todo, foram ofertados blocos de 10 bacias terrestres: Amazonas, Parnaíba, Recôncavo, Potiguar, Sergipe-Alagoas, Jacuípe, Espírito Santo, Campos, Camamu-Almada e Pelotas. Mas, assim como as áreas do Espírito Santo, setores de outras bacias não receberam nenhuma proposta, caso de Camamu-Almada, Bacia de Campos e três setores da Bacia Potiguar. O leilão como um todo recebeu poucas propos-tas. Somente 37 blocos foram arrematados, ou seja, apenas 14% do que foi ofertado.

Após a concorrência, a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, admitiu que o leilão ficou “aquém do esperado”. Segundo ela, o cenário do preço do barril de petróleo no mercado interna-cional, cotado abaixo de US$ 50, e a ausência da Petrobras na rodada podem ter contribuído para o resultado.

Apesar da falta de interesse das empresas pelos blocos no litoral Norte do Estado, o Espírito Santo se destacou de outra forma na licitação. Duas

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empresas capixabas, a Vipetro e a Imetame, arrema-taram áreas em outras bacias do país. A Imetame foi a vencedora de quatro blocos terrestres: três na Bacia do Recôncavo (BA) e um na Bacia Potiguar (RN). Já a Vipetro, que atua nesse mercado desde 2004 com a exploração e produção de campos no onshore capixaba, foi a vencedora do bloco PN-T-149, na Bacia do Parnaíba.

Produção capixabaMesmo com o setor em crise, muitos investidores

continuam apostando na exploração de óleo e gás no Brasil, caso da holandesa Shell, que anunciou que vai manter o aporte de R$ 4,34 bilhões (US$ 1,4 bilhão) na Fase 3 do Parque das Conchas, no litoral sul capixaba.

Os sete novos poços entram em operação no primeiro trimestre de 2016, permitindo que a multinacional, que hoje entrega 55 mil barris ao dia, aumente em cerca de 50% sua produção no Espírito Santo. Ao entrar no pico de trabalho, os poços Massa e Argonauta vão representar um adicional de 28 mil barris diários.

A empresa garante ter injetado, nos últimos seis anos, o montante de US$ 5,8 bilhões (cerca de R$ 18 bilhões) nos campos de exploração no Espírito Santo. De acordo com o secretário de Estado de Desenvolvimento, José Eduardo de Azevedo, o investimento é de extrema impor-tância para o Estado, principalmente durante esse período de crise, recessão e desemprego.

“É uma expectativa positiva de geração de emprego e renda para nós, além de uma demons-tração de confiança no futuro, tendo em vista que são investimentos vultosos”, disse ele, por ocasião do anúncio no Palácio Anchieta.

Diante deste novo ciclo, o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, criado em 2014, torna-se um importante mecanismo para a articulação estratégica da cadeia produtiva do segmento. O Fórum é coordenado pelo Governo do Estado do Espírito Santo, Petrobras e pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). “A redução dos investimentos deve afetar as oportunidades de negócios em todo o setor e nas atividades afins, como a metalmecânica, além de diminuir as receitas futuras do Estado, já que deixará de gerar royalties e impostos. Mas como a indústria de óleo e gás ainda é iniciante no Estado, o Fórum tem feito a articu-lação de estratégias indutoras, a partir de eventos ligados ao setor, buscando o fortalecimento da imagem do Espírito Santo para atração de investimentos”, diz o coordenador executivo do Fórum, Luiz Alberto Carvalho.

Em 2015, foram promovidos workshops regio-nais entre 11 e 15 de junho nos municípios de São Mateus, Linhares, Aracruz e Cachoeiro de Itapemirim, no intuito de fomentar a reali-zação de negócios futuros com os fornecedores locais. “Também temos feito missões interna-cionais na busca de oportunidades para novos negócios, parcerias em joint-ventures e no desen-volvimento em tecnologias e inovação”, explica Carvalho. Em maio, por meio do Centro Inter-nacional de Negócios (CIN)-ES do Sistema Findes, foi organizada uma missão empresa-rial para a feira Offshore Technology Confe-rence (OTC), ocorrida em Houston, Texas (EUA); e em junho, outra missão à Noruega, para parti-cipar da Underwater Technology Conference (UTC), em Bergen, evento que conta com mais de 100 mil profissionais de 130 países. E entre 8 e 11 de setembro, uma comitiva foi a Aberdeen, na Escócia, para visitar a SPE Offshore Europe, que reúne todos os grandes players da indús-tria oceânica.

A produção do ES em maio foi de 383 mil barris de petróleo/dia e 10,8 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural em 47 campos produ-tores operados pelas companhias Central Resources, Shell Brasil e Petrobras. O Estado é o segundo maior produtor de petróleo do país, representando 16% da produção nacional.

Mesmo com o setor em crise, muitos investidores continuam

apostando na exploração de óleo e gás no Brasil

É o valor que a Shell vai investir no Parque das Conchas, no litoral sul capixaba

R$ 4,34 bilhões

Foto Agência Petrobrás

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ECONOMIA | ROCHAS ORNAMENTAIS

A umentar a produtividade para reduzir os custos da produção e ganhar compe-titividade. Essa é a principal estratégia

adotada pelo setor de rochas ornamentais do Espírito Santo – que tem como principais mercados países como Estados Unidos, China e Itália –, para superar a baixa nas vendas. A atividade vem sofrendo com o período desfavorável no mercado mundial desde 2007, enfrentando dificuldades principalmente na recuperação dos índices de crescimento dos valores de exportação verificados antes da crise.

“Os anos de 2008 e 2009 foram os piores, contrastando com o de 2010, que pareceu mais promissor. Esperávamos melhores negócios com o advento da Copa do Mundo de Futebol, ocorrida em 2014, e das Olimpíadas, que acontecerão em

2016, que oportunizariam a construção de grandes empreendimentos. As obras de governo em todos os seus níveis, porém, estão quase que paralisadas, sem perspectivas de voltarem à sua normalidade. A crise continua forçando as empresas a trabalhar de forma muito planejada para manterem-se no mercado, que a cada dia se retrai, obrigando-as a se reinventarem permanentemente”, explica o presidente do Sindicato de Rochas Ornamentais, Cal e Calcário do Espírito Santo (Sindirochas), Tales Machado.

O primeiro semestre de 2015 confirmou as expectativas de que o ano seria de muitas dificuldades, tanto nas vendas para o mercado interno, quanto para a exportação de rochas ornamentais. De acordo com o Sindirochas,

O Espírito Santo ocupa papel de

destaque no cenário nacional de rochas ornamentais como

maior produtor e exportador do Brasil

Tecnologia para superar desafios no setor de rochas ornamentaisEmpresários investem em equipamentos modernos para aumentar produtividade e frear efeitos da crise

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61ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

para obtenção de um produto final com maior qualidade e melhor aceitação na comercialização. Com a utilização desse tipo de tear é possível, por exemplo, finalizar o beneficiamento de um bloco em um dia, o que sem ele seria inviável. Porém, os multifios diamantados ainda repre-sentam apenas 10% dos cerca de 1.200 teares existentes no Espírito Santo.

Além da tecnologia, as indústrias da área enfrentam outros desafios para manter e elevar a competitividade. A questão logística está entre eles. “O alto custo do transporte rodoviário e a baixa qualidade das estradas no Estado geram a necessidade de outros modais para escoamento da produção, como o ferro-viário. O setor também anseia por um porto de águas profundas no Espírito Santo, permi-tindo receber navios maiores, o que reduziria o custo do escoamento pelo modal marítimo”, destaca o presidente do Sindirochas.

Rochas capixabasO Espírito Santo ocupa papel de destaque

no cenário nacional de rochas ornamentais, como maior produtor e exportador do Brasil. Em 2014, foram produzidos no país 10,13 milhões de toneladas de pedras desse tipo, sendo as empresas capixabas responsáveis por algo em torno de 50% desse resultado. No último ano, 79,75% em valor, e 72,24% em peso, das rochas ornamentais brasileiras embarcadas saíram do Estado. “Mesmo nos momentos de crise, como vem ocorrendo nos últimos oito anos, o Espírito Santo, pela sua vocação mineral em rochas ornamentais, pela experiência adquirida ao longo do tempo pelos empreendedores locais e pelo parque industrial específico aqui existente, continua na liderança das exportações de rochas brasileiras”, salienta Tales Machado.

Em território capixaba, existem cerca de 1.500 empresas do segmento, responsáveis por movimentar aproximadamente 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e por 125 mil empregos diretos e indiretos.

Os números impressionam: em 2014, as expor-tações de rochas ornamentais locais somaram US$ 1,018 bilhão, o que representou um cresci-mento de 0,25% na comparação com o ano anterior. Até maio de 2015, ainda no cenário capixaba, o valor desse tipo de transação chegou a US$ 398,88 milhões.

Foi o valor exportado pelas empresas capixabas de rochas ornamentais nos primeiros cinco meses de 2015

US$ 398,88 milhões

de janeiro a maio houve redução de -1,65% nas exportações, em valor, e -14,92% em toneladas, se comparadas com os volumes embarcados no mesmo período de 2014.

A demanda por produtos se apresenta cada vez mais acanhada, levando as companhias a novos planejamentos, com redução de custos em todas as etapas do processo. A baixa procura começa a ameaçar, inclusive, a estabilidade do quadro de pessoal das empresas do setor já bastante retraído. “As altas taxas de juros proíbem os empreen-dimentos de buscar novos investimentos junto ao sistema bancário, obrigando-os a serem mais criativos no uso do dinheiro para se adequarem às novas exigências financeiras dentro dos seus processos produtivos e comerciais. As obras de governo e os investimentos privados na área de construção civil estão caminhando a passos lentos, não abrindo perspectivas de melhoria em curto ou em médio prazo”, ressalta Tales Machado.

A postura para o segundo semestre de 2015 é de cautela. “Será um semestre para melhor entender o mercado interno, mais difícil de ser trabalhado, em função da própria situação vivida pelo país. O mercado externo, apesar de parecer mais promissor no atual cenário, é alcançado apenas por uma gama menor de empresas do setor, já estruturadas e mais conhecedoras das nuances do campo internacional”, analisa o presi-dente do Sindirochas.

ModernizaçãoA tecnologia exerce papel preponderante

no desenvolvimento do setor de rochas. O emprego de novos e modernos equipamen-tos nas atividades de extração, beneficiamento, corte e polimento de pedras tem aumentado o desempenho das empresas em todas as fases da operação. Isso possibilitou uma redução de custos e um aumento significativo nos índices de produtividade.

Os investimentos em tecnologia são, também, o caminho escolhido para superar o cenário de retração nas vendas. A modernização ajuda a reduzir os gastos e a ganhar força nas dispu-tas pelos consumidores. Nos últimos anos, os principais investimentos têm sido na aquisição de teares multifios diamantados. Os equipamen-tos têm possibilitado um avanço na produti-vidade significativo nas indústrias de rochas, proporcionando, ainda, mais condições técnicas

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62 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Indústria de celulose ignora a criseFabricantes de papel, porém, enfrentam momento desfavorável

ECONOMIA | PAPEL E CELULOSE

Q uando 2014 chegou ao fim, os empresários da indústria de celulose já podiam ter uma ideia do que seria

2015. No ano passado, de acordo com levan-tamento apresentado pela Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), o setor conseguiu manter os níveis e chegou a registrar alta dos principais indicadores. A produção brasileira alcançou 16,5 milhões de toneladas, 8,8% a mais do que em 2013.

O volume de exportações também subiu, fechando o ano em 10,6 milhões de tonela-das, uma elevação de 12,6% em relação a 2013. No primeiro quadrimestre de 2015, a celulose continuou fazendo a alegria dos fabricantes e dos exportadores do país: 5,4 milhões de tonela-das foram produzidas e 3,6 milhões de toneladas, exportadas. Na comparação por quadrimestre, a produção aumentou 4,3%, e as vendas avançaram expressivos 12,7% ante a igual período de 2014.

Preço da celulose no mercado externo

alcança média de US$ 803 por tonelada

e alavanca lucro das empresas brasileiras

Já para quem trabalha com o produto final, o cenário é desafiador. Os mesmos indicadores apontam que a produção de papel totalizou 10,4 milhões de toneladas em 2014, mantendo-se praticamente estável. As exportações registraram queda de 1,1% frente a 2013, e as vendas domésticas nem subiram nem desceram: 5,7 milhões de toneladas de papel foram comercializadas no mercado interno no ano passado.

Na virada para 2015, a situação não melho-rou. Nos primeiros quatro meses deste ano, a produção de papel alcançou 3,3 milhões de toneladas, 2% menos que no mesmo período do ano passado. O mercado interno, principal comprador, recuou no consumo e fez as vendas domésticas despencarem -5,6%. As exportações, que poderiam representar uma saída, não vingaram: o total expor-tado no primeiro quadrimestre de 2015

Foto Agência Fiep

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63ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

(639 mil toneladas) é 0,5% menor ao regis-trado no prazo equivalente em 2014.

“Celulose é uma commodity mundial. A demanda está alta, o dólar está desvalorizado frente ao real, o Brasil se destaca no mercado externo. Portanto, o momento é promissor. Mas para os fabricantes de papéis, o cenário é desafiador. Já existem fábricas pelo país parando máquinas para reduzir a produção, porque não tem saída”, explicou o vice-presidente do Sindi-cato da Indústria de Papel e Celulose do Estado do Espírito Santo (Sindipapel), Markus Coelho.

Papel-moedaPara que tenham realmente significado,

os índices de produção e venda precisam se converter em cifras e, quando somadas, as exportações do setor fecham com saldo no azul, puxadas pela celulose. Entre janeiro e abril, os embarques de celulose, papel e painéis de madeira alcançaram US$ 2,4 bilhões, com variação positiva de 1,8% relativa ao mesmo período de 2014. Na economia capixaba, as vendas de celulose ultrapassaram os US$ 230 milhões no primeiro trimestre de 2015.

A Fibria, líder mundial do setor e principal empresa do ramo instalada no Espírito Santo, comemora os resultados favoráveis. Apesar da desvalorização cambial, a companhia encer-rou 2014 com lucro líquido de R$ 163 milhões e um volume total de vendas de 5,3 milhões de toneladas, representando crescimento de 2% com confronto ao ano anterior.

Em 2015, o cenário continua positivo para a líder mundial. O primeiro trimestre alcançou um dos melhores dados operacio-nais da história da empresa. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado chegou ao recorde de R$ 1 bilhão, com crescimento de 48% na comparação com igual período de 2014. A receita líquida atingiu R$ 1,997 bilhão, representando um aumento de 22% sobre o mesmo intervalo de 2014. A Fibria produziu, no primeiro trimestre, 1,291 milhão de tonela-das de celulose, enquanto as vendas somaram 1,229 milhão de toneladas, 3% a mais frente aos três primeiros meses do ano passado.

Os mercados europeu e asiático prosse-guem como grandes consumidores da produ-ção nacional (entre janeiro e abril deste ano, o Brasil vendeu US$ 711 milhões para a Europa e US$ 698 milhões para a Ásia). E com a demanda em elevação, quem vende aproveita o momento: desde o ano passado, as gigantes do setor vêm trabalhando em uma retomada de preços. Hoje, a tonelada de celulose vendida para a Ásia sai por US$ 700, para a Europa chega a US$ 810, e para a América do Norte bate os US$ 900. A variação cambial também é ponto positivo. Nesse período, houve uma valorização de 13% do dólar médio frente ao real, o que, ao se converter os valores, possibilitou que o preço médio líquido na moeda nacional tivesse uma alta de 14%.

Mas, quando se fala em papel, o cálculo é diferente. Voltada principalmente para o consumo interno, a produção não sente, com tanto impacto, a influência da oscilação cambial e das movimentações da indústria mundial. Além disso, os crescentes custos de operação, incluindo impostos e energia elétrica, desace-leram ainda mais o setor. A conta de luz de janeiro, segundo informações do Sindipapel, chegou 66,7% mais salgada. Sem ter como segurar o aumento, os industriais se veem obrigados a rever o valor do produto final.

Mais caro, o papel vende menos. O consumo aparente no Brasil recuou -4,3% no primeiro quadrimestre este ano, segundo o IBÁ. O papelão, principal indicador da categoria, acumulou queda de -1,2% nas vendas para o mercado interno e -9,9% nas exportações, entre janeiro e abril deste ano, quando comparado ao mesmo período de 2014. Mas a principal retração foi para os papéis gráficos. Somadas, as produções de papel para escrever e destinados à indústria gráfica vende-ram 37% a menos no mercado interno.

Coelho aposta no segundo semestre deste ano para equilibrar as contas: “Historicamente, o segundo semestre é melhor para a indústria do papel. As expectativas para 2015 não são muito animadoras, mas o resultado deve ser melhor que o obtido em 2014, ano em que o setor cresceu em torno de 4%”, finalizou.

Foi o valor da celulose exportada pelo Espírito Santo no 1º trimestre de 2015

US$ 230 milhões

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64 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

ECONOMIA | LOGÍSTICA E INFRAESTRUTURA

O s custos logísticos, que afetam criti-camente a competitividade do país, não param de crescer. De acordo com

pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral, em 2014, eles consomem 11,19% da receita dos empreendimentos no Brasil e representam aproximadamente 12% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Segundo o estudo, a participação do empresariado é vista pela própria classe como crucial para o desen-volvimento dos projetos de infraestrutura, com destaque para a concessão rodoviária (77,3% consideram a contribuição da iniciativa privada bastante ou extremamente necessária), concessão ferroviária (83,7%), administração portuária (82,7%) e gestão de aeroportos (85,2%). Na avaliação dos donos de negó-cios, o maior gargalo para o cumprimento das

obras estruturantes no Brasil é a corrupção (75,5%), seguida da burocracia (60%).

Em junho, numa tentativa da presidente Dilma Rousseff de modernizar parte da infra-estrutura do país e em reação à queda de sua popularidade provocada pela desaceleração da economia, o Governo anunciou a segunda etapa do programa de concessões à inicia-tiva privada – Programa de Investimento em Logística (PIL) –, com previsão de recursos de R$ 198,4 bilhões, divididos em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.

Na primeira fase do PIL, anunciada em 2012, a estimativa de aportes era de R$ 133 bilhões apenas em rodovias e ferrovias. Entretanto, dos nove trechos de estradas, apenas seis foram leiloados. Dos projetos de ferrovias, nenhum saiu do papel. Para essa

O Aeroporto de Vitória não faz

parte da lista de concessões,

mas em junho foi assinada a ordem

anunciada pelo Governo Federal

Problemas de logística afetam competitividade do EstadoO nó da infraestrutura, que tanto asfixia o desenvolvimento, é um dos problemas de maior complexidade que o Governo Estadual tem pela frente

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65ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

É o valor do investimentoprevisto para a Ferrovia Vitória-Rio

R$ 7,8 bilhões

nova fase, o Executivo fez mudanças a fim de atrair os investidores, entre elas a possibi-lidade de concessão por meio de outorga, em que vence quem paga à União o maior bônus pelo direito de explorar um serviço.

Rodovias e ferrovias no ESNo Espírito Santo, a BR 262 (ES-MG), que em

setembro/2013 não conquistou o interesse dos investidores no leilão, foi incluída no programa, num trecho total de 485,9 quilômetros até Belo Horizonte. Na parte capixaba, serão 180,9 quilô-metros. Mas os editais precisam ser elaborados, analisados pelo Tribunal de Contas da União e publicados, o que é provável que ocorra em 2016. Só então será possível dimensionar o real interesse de empresas na concessão.

Para o presidente da Federação das Indús-trias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, o programa contempla antigas reivindicações do empresariado local, mas para sua eficá-cia é necessário que o pacote saia do papel. “É preciso agilizar o processo, pois um dos problemas do país é a burocracia. Vamos torcer para que as definições sejam logo estabeleci-das e que haja investidores interessados nas concessões”, diz ele.

O Programa de Investimentos em Logís-tica contempla outros projetos para o Espírito Santo além da BR 262, nos setores ferroviá-rio e portuário, mas todos eles vão depender de recursos da iniciativa privada para serem consolidados. Para a Ferrovia Vitória-Rio, de 572 quilômetros, está prevista injeção de R$ 7,8 bilhões. O modal pretende integrar terminais fluminenses aos portos de Vitória e Tubarão. No passado, o plano era construir a Litorânea Sul, que, remodelada, passou a ser chamada de EF 118. Segundo a subsecretária de Estado de Comércio Exterior, Mayhara Chaves, o trans-porte deverá privilegiar cargas como grãos, café, produtos siderúrgicos, celulose, minério e rochas ornamentais. “Mas no futuro pode atender a passageiros”, diz.

A União autorizou o início das audiências públicas para que o projeto seja apresentado à sociedade, fase obrigatória no processo de concessão. “Já ocorreram audiências em Vitória, Rio, Campos e Brasília. Agora, os governos do Espírito Santo e do Rio de Janeiro vão apresen-

tar uma proposta do modelo de concessão ao Ministério dos Transportes, o que deve acontecer até outubro”, esclarece Mayhara.

Na esfera estadual, a obra da Rodovia Leste- Oeste, ligação de Cariacica a Vila Velha – que iria ser entregue em 2015 – sofreu novos atrasos e, em novo cronograma, o Governo revela que os trabalhos devem durar até o final de 2016. A estrada será uma importante conexão com o Terminal Portuário de Capuaba, resultando num menor custo de frete para as indústrias capixabas.

Setor portuárioNa área portuária, o investimento será de

R$ 11,9 bilhões, prevendo a instalação de 26 terminais de uso privado (TUPs) no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Espírito Santo. Quatro estão no litoral capixaba e somam R$ 2,2 bilhões. Mas, apesar de constarem no pacote, esses empreendimentos não são novidades. São projetos da iniciativa privada – Imetame e Nutripetro, em Aracruz, e C-Port e Itaoca Offshore, em Itapemirim – que estão em análise na Agência Nacional de Transpor-tes Aquaviários (Antaq), aguardando o sinal verde do órgão.

No Porto de Vitória, as obras de derrocagem já foram concluídas, segundo o presidente da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), Clovis Lascosque. Já a dragagem, antes estimada para ser entregue em dezembro/2014, está com 80% dos serviços finalizados. A totalização só será possível com a liberação de um aditivo contratual, em torno de R$ 17 milhões, que está pendente na Secretaria Nacional dos Portos, para adquirir uma máquina para executar algumas das intervenções. “Só após o termo ser assinado é que daremos andamento a esse trabalho”, explica Lascosque. O término das obras vai propiciar a entrada de navios de até 70 mil toneladas de cargas. Hoje, o limite é para 35 mil toneladas.

Já o projeto do porto de águas profundas, o chamado superporto – que não faz parte do PIL – voltou à pauta no início de 2015. A Secre-taria Especial de Portos (SEP) deu carta branca para a Codesa buscar empresas interessadas no empreendimento, que será construído em Ponta da Fruta, Vila Velha.

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Mas Lascosque ponderou que, antes de avançar nas conversas com potenciais inves-tidores, a Codesa deverá marcar uma agenda com representantes dos governos Federal e Estadual para alinhar o debate e as parce-rias. Um dos pontos que será debatido é sobre a necessidade e a viabilidade de o Espírito Santo ter dois terminais de grande porte: o superporto e o Porto Central, em Presidente Kennedy. “Vamos fazer essa análise sobre o que o litoral do Espírito Santo é capaz de contemplar”, explicou.

Aeroporto em 2017O Aeroporto de Vitória não faz parte da

lista de concessões, mas em junho foi assinada a ordem de serviço para a retomada das obras, muito esperadas por capixabas, empresários e industriais, já que a “novela” de sua reforma e ampliação dura quase uma década e foi alvo de muitas idas e vindas e promessas não cumpridas.

As obras estão orçadas em R$ 523,5 milhões, e a União liberou R$ 50 milhões este ano. A promessa do Executivo federal agora é terminá-las em setembro de 2017. “Esperamos que o compro-

misso assumido seja cumprido, pois o aeroporto é de fundamental importância para a eficiên-cia logística do Estado.”, disse o presidente do Conselho de Infraestrutura (Coinfra) do Sistema Findes, Constantino Dadalto. Trata-se de um novo terminal, que será integrado ao já existente, triplicando a capacidade de movimentação dos passageiros dos atuais 3,5 milhões de usuários para cerca de 10 milhões por ano, contando com novas lojas, pista de 2.058 metros para receber aviões de maior porte, inclusive cargueiros, um centro de convenções e um hotel.

O problema da logística não é novo, mas para que o programa resulte, sem atrasos, em benefí-cios práticos para o país e, consequentemente, para o Espírito Santo, a Confederação Nacio-nal da Indústria (CNI) sugere “boa governança e gestão”, uma vez que o tempo de maturação de projetos de infraestrutura é longo. “É preciso assegurar condições para que a implantação dos projetos de concessão se confirmem no prazo estabelecido. Apesar do sensível progresso em alguns modais, a indústria brasileira ainda se ressente do déficit histórico na infraestrutura”, destacou a CNI, em nota.

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68 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

ECONOMIA | MINERAÇÃO E SIDERURGIA

N em mesmo o dólar nas alturas salvou o setor extrativo nos primeiros meses deste ano. A Vale, termômetro da

mineração de ferro no Estado e no país, teve lucro no segundo trimestre de 2015, depois de amargar prejuízo nos três anteriores. No ano, o saldo ainda é negativo.

A atividade de mineração de rochas ornamentais também está em um período ruim, com queda de 30% nas vendas.

Já a siderurgia respirou mais aliviada por conta do momento de maior tranquilidade no mercado externo, em especial nos Estados Unidos. O segmento, que é representado no Espírito Santo principalmente pela ArcelorMittal, informou em julho que se sairá melhor no segundo semestre do ano do que no primeiro e manteve as metas de lucro, apesar de ter reduzido sua previsão global para a demanda de aço.

“Estão indo bem os setores globais. O siderúr-gico, por exemplo, vende muito para os Estados Unidos. Mas o mercado interno não está bem. Já a mineração está com problemas. As commodi-ties estão em um período muito ruim”, explicou o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúr-gicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), Manoel Pimenta.

Para dar uma ideia da crise na área, a Vale anunciou lucro líquido de US$ 1,675 bilhão no segundo semestre de 2015 – o caixa positivo deveu-se aos preços mais altos realizados na venda de minério de ferro e à diminuição de custos e despesas. Mas, apesar de o resultado ter superado a expectativa do mercado, o cenário não é tão otimista. Nos três meses anteriores, a minera-dora registrou prejuízo de US$ 3,118 bilhões. Convertido em reais, o lucro líquido foi de R$ 5,144 bilhões, e a perda, de janeiro a março, de R$ 9,538 bilhões.

Em comunicado, a Vale avaliou que o segundo trimestre do ano “foi marcado por uma redução substancial em custos, especial-mente do minério de ferro, e por progresso na execução da carteira de projetos, estabele-cendo as bases de uma empresa ainda mais competitiva e lucrativa no futuro”. O preço do minério também impactou de forma positiva as operações da empresa, que informou que o

Crise a ferro e fogoMineração amarga queda no ano, e siderurgia sobrevive graças ao mercado externo

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69ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

“Tivemos uma queda de 30%, em média, no mercado interno”.

Além do baixo consumo dentro do país, as exportações também tiveram retra-ção de 1,36% no Espírito Santo, lembra ele. Já no Brasil, a situação é ainda mais crítica, e o recuo nas vendadas ao exterior chegou aos 2,76%, mesmo com o mercado americano da construção civil aquecido. “O problema é que as rochas ornamentais vêm perdendo espaço para os revestimentos industrializados nos Estados Unidos. Esse tipo de material está entrando forte e com um marketing pesado por lá”.

Nem mesmo o dólar alto, grande aliado em tempos de crise, neutralizou o tímido cresci-mento, já que a matéria-prima usada também é cotada na moeda norte-americana. “Além disso, como o mercado interno está desaque-cido, muitas empresas optam por expor-tar seus produtos. Isso significa mais gente no mercado e, claro, uma guerra de preços. O mercado brasileiro de rochas ornamentais está brigando com ele mesmo e quem está gostando muito disso é o americano, que está comprando um produto puro e belo por preços baixos”.

A falta de um marketing pesado também prejudica as vendas, lamenta Machado. “Temos um apelo muito grande, com um material eterno, natural, puro e bonito, diferentemente dos produ-tos industrializados que estão sendo vendidos por lá. Mas não sabemos vender nossos produ-tos. Alie a falta de marketing com a crise interna e teremos um cenário ruim”.

Para o próximo semestre, a previsão é de mais turbulências, principalmente se a crise conjun-tural que se instalou no país não se resolver. “As previsões não são boas. Com a Opera-ção Lava Jato, as grandes empresas pratica-mente paralisaram as obras. Se não tem obra, não temos revestimentos; se não temos reves-timentos, não vendemos. O que podemos esperar para os próximos meses é um desfecho da Lava Jato. Como brasileiro, estou honrado de estar em um país que está sendo moralizado. Mas como empresário, só posso ver que a situa-ção está difícil, pois o mercado está parado”.

Fôlego nos produtos com valor agregado

Ao contrário da maioria dos produtos expor-tados pelo Espírito Santo, que vêm apresentando quedas recorrentes, as chapas polidas

Foi o preço por tonelada do minério de ferro no segundo trimestre do ano

US$ 50,6

o patamar chegou a US$ 50,6 por tonelada no segundo trimestre, ante US$ 46 no primeiro.

Rochas ornamentaisTales Machado, presidente do Sindicato da

Indústria de Rochas Ornamentais e Calcá-rios do Estado do Espírito Santo (Sindiro-chas), observa que o primeiro semestre do ano foi sofrido para o empresariado do setor.

Vale teve lucro no segundo trimestre do ano,

depois de amargar prejuízos nos três anteriores

Foto: Agência Vale

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70 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

registraram crescimento nas vendas para o exterior no primeiro semestre deste ano, totalizando US$ 447 milhões. Os produtos manufaturados, de alto valor agregado, são requisitados principalmente nos Estados Unidos, no Canadá e no México.

Conforme os dados do Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centro-rochas), houve uma pequena queda, de 1,36%, no total exportado de rochas ornamentais no período analisado, se levados em conta blocos e chapas. Porém, as vendas de manufaturados conseguiram crescer 59%, em se tratando de mármore, e 1,23% no caso do granito.

O setor no Estado, responsável atualmente por 97% dos embarques de chapas do Brasil para o exterior, conseguiu mudar ao longo dos anos o perfil da venda de seus produtos: os blocos de mármore e granito estão cedendo espaço às chapas, que chegam a custar cinco vezes mais.

A superintendente do Centrorochas, Olívia Tirello, explica que esse novo formato de negócios foi pautado em investimentos em máquinas e equipamentos, trazendo mais tecno-logia ao processo de beneficiamento das pedras nos próprios parques industriais capixabas.

Além disso, ela lembra que, depois do impacto com a crise de 2008 nos Estados Unidos – principal comprador das rochas ornamentais brasileiras –, houve diversificação mercados compradores e ampliação do leque de materiais. “Com a retomada do crescimento da economia dos Estados Unidos, o segmento está conseguindo ampliar as exportações, mesmo com a adversidade brasileira”, destacou.

Apesar dos números positivos, Olívia reforça que, assim como acontece com outras áreas ligadas ao comércio exterior, o empre-sariado sofre com a falta de infraestrutura logística no Espírito Santo, principalmente no que diz respeito ao modal portuário. Sem a conclusão das obras de dragagem e derrocagem do Porto de Vitória, processo que se desenrola há uma década, muitas compa-nhias estão efetuando as exportações por outros terminais brasileiros, aumentando os custos e o transit time das operações.

“O setor capixaba tem capacidade de melho-rar ainda mais as exportações. Pena que não depende apenas do empresariado, que vem investindo em tecnologia, mão de obra quali-ficada e processos mais eficientes”, concluiu.

Expectativas de melhora no setor de siderurgia para o segundo semestre de 2015

ECONOMIA | MINERAÇÃO E SIDERURGIAFoto: Divulgação ArcelorMittal Tubarão

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72 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

ECONOMIA | ENERGIA

E m 2015, a expressão “bandeira vermelha” ganhou espaço nos noticiários sobre energia elétrica. O sistema de bandeiras

tarifárias entrou em vigor em janeiro, refle-tindo, nos boletos de cobrança, a situação de insegurança energética do Brasil, vivida desde 2014. Tais indicadores foram imple-mentados com o objetivo de informar ao cliente final o verdadeiro custo de geração e deixar claro que é ele quem vai arcar com uma tarifa extra, caso as distribuidoras precisem comprar energia mais cara.

Se chover o bastante para que os reservató-rios aquíferos mantenham níveis satisfatórios, a bandeira em vigor será verde, e ninguém pagará a mais pelo consumo. Quando os níveis começam a baixar e o sistema precisa acionar termelétricas, passa a vigorar o patamar amarelo, exigindo-se R$ 2,50 a mais por cada 100 quilowatts-hora (kWh). Se as condições climáticas piorarem, mais terme-létricas vão entrar em ação, o preço da energia se eleva de novo, e a sinalização na conta de luz passa a ser vermelha. A mais cara para o consu-midor final: R$ 5,50 para cada 100 kWh.

Reajustes elevados, tarifação extra e crise

na produção industrial reduziram o consumo de

energia no ano de 2015

Cenário energético apresenta sinais de recuperaçãoPreço da energia fica estável, e termelétricas começam a ser desligadas

Foto: Divulgação EDP

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73ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

energia consumida, além da tarifação pela bandeira vermelha.

Mas nem tudo são flores. As previsões mais otimistas do Conerg apontam para um cenário de alto custo até 2017. “A energia continua cara, porém estável. Não teremos mais os aumentos absurdos registrados no ano passado e no início deste ano. A hidrologia baixa deve se perpe-tuar pelos próximos dois anos, por isso, ainda é tempo de buscar soluções para manter a redução. A receita é continuar puxando o freio, evitar elevação no consumo e esperar até que a chuva caia do céu”, analisou Nélio.

Enquanto esperam pela chuva, os capixabas também aguardam pela ampliação da rede de distribuição que chega até o Espírito Santo. Em 2015, a inclusão do Estado no rol de lotes do 3º Leilão de Transmissão do ano veio como uma boa notícia, já que a previsão é que sejam realizadas obras estruturantes necessárias para o desenvolvimento econômico local.

Serão instaladas três novas linhas de trans-missão, sendo duas no território capixaba – uma ligando Linhares a São Mateus, com 113 km de extensão, e a outra entre Viana e João Neiva, com 79 km – e uma interestadual, da cidade de Mesquita (MG) a João Neiva, com extensão de 236 km. Além dessas conexões, o leilão prevê a construção de três novas subestações: em Rio Novo do Sul, São Mateus e João Neiva.

“Essa é uma ótima notícia, porque prevê um reforço, principalmente no norte do Estado, onde a situação atual é crítica. São Mateus, por exemplo, não tem condições de atender a nenhum aumento na demanda. Hoje, há projetos industriais parados porque não existe energia disponível para atender a novas plantas”, comentou Borges.

Informações divulgadas pelo Governo do Estado dão conta de que os contratos de conces-são devem ser assinados já em janeiro de 2016. Os investimentos podem chegar a R$ 630 milhões. A previsão é de que, em 2019, todas as novas subestações e linhas de transmissão do Estado entrem em operação. Já a linha Mesquita--João Neiva está estimada para 2021.

É a previsão de investimento para os contratos de concessão

R$ 630 milhões

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) passou o ano fazendo revisões mensais mas, até agosto, as bandeiras não saíram do verme-lho. Naquele mês, o cenário começou a se modificar sutilmente. Na revisão feita então, ainda não era possível mudar para bandeira amarela, mas o Governo Federal decidiu reduzir em R$ 1 a sobretaxa, e o custo adicional do status vermelho caiu para R$ 4,50 a cada 100. A baixa foi possível graças ao desligamento, no início daquele mês, de 21 usinas termelé-tricas, que produziam cerca de 2 mil (MW), em média, de energia mais cara.

O presidente do Conselho Temático de Energia (Conerg) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Nélio Rodrigues Borges, observa que diversos fatores contribuíram para o novo cenário. O primeiro foi a mudança nas condições hidrológicas. O período chuvoso de 2015 abasteceu os reservatórios de forma que atingissem níveis mínimos para garantir o suprimento de energia até o fim do ano. Somou-se a isso a diminuição do consumo residencial, provocado, segundo Borges, pela sequência de altas nas tarifas de fornecimento e pelo acréscimo trazido com o sistema de bandei-ras. Por fim, a queda na produção da indústria brasileira, causada pela retração econômica, que obrigou o desligamento de equipamentos e, por consequência, a retração no consumo de eletri-cidade também nesse setor.

“O setor industrial tem registrado queda no PIB em torno de 2,5%. O reflexo disso é um recuo de mais de 7% no consumo de energia por parte das indústrias. Mantido esse cenário, acredito que podemos chegar até o fim do ano com a bandeira verde em vigor”, afirmou.

A variação das tarifas também é um indica-dor de estabilidade no fornecimento. Em agosto, a EDP Escelsa, que atende 94% do território capixaba, anunciou sua elevação anual: 2,04%, em média, muito abaixo dos 22,74% autoriza-dos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na revisão ordinária do ano passado. Muito inferior, também, ao reajuste extraordi-nário ocorrido em fevereiro de 2015, quando os capixabas passaram a pagar mais 26,3% pela

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74 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

ECONOMIA | CONSTRUÇÃO CIVIL E PESADA

O cenário da construção civil é desanimador no Espírito Santo, assim como em pratica-mente todo o país. Se esta é uma indústria

que responde rapidamente quando a economia vai bem, em momentos de crise financeira, como o atual, é ela a primeira a sentir os impactos nega-tivos. Trata-se de uma área que depende muito da economia forte, de investimento do empresário e de um consumidor com segurança para comprar. Em um cenário incerto, poucos se arriscam a fazer financiamentos de longo prazo ou a tirar o dinheiro da poupança para comprar a casa própria ou uma unidade comercial.

De acordo com Aristóteles Passos Costa Neto, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Espírito Santo (Sinduscon), nos últimos meses, as empresas têm trabalhado com desconfiança. “Estão basicamente adminis-trando os negócios fechados e não lançaram quase nada no mercado. Houve esforços para desova de estoques, para reforçar o caixa, e os empresários estão, obviamente, esperando os acontecimentos para avaliar o que será feito no segundo semestre do ano”.

Esse clima de incerteza se reflete nos empregos. Somente em junho, a construção civil perdeu

O setor está administrando os

negócios fechados e esperando os

acontecimentos para avaliar o que será feito

Construção civil amarga perdas e demissõesSetor vive momentos difíceis com demissões e expectativa negativa para os próximos meses

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75ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

imóveis residenciais. Agora, só nos resta torcer para que 2016 nos reserve algo melhor”.

Um dos motivos para o corte dos financia-mentos por meio da caderneta é a grande deban-dada de poupadores: só em maio deste ano, os saques superaram os depósitos em R$ 3,199 bilhões, segundo o Banco Central (BC). Foi o pior resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1995. No acumulado do ano até maio, o saldo ficou negativo em R$ 32,28 bilhões. E a conta é simples: quando a captação da poupança é reduzida, os recursos para emprés-timos ficam mais escassos.

Para uma contrapartida ao setor, também em maio deste ano a Caixa Econômica Federal anunciou que iria reduzir o limite máximo de financiamento de imóveis usados de 80% para 50%, nos casos que utilizem recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). O impacto não foi pequeno, já que esse tipo de negócio representa 27% de todas as unida-des financiadas em 2015 pelo banco público. A ideia era focar o crédito habitacional em moradias próprias. A medida, no entanto, não foi suficiente para socorrer o segmento.

Pesos-pesadosNa construção pesada, a história se repete,

agravada pelo pessimismo generalizado que tomou conta da economia. Quer dizer, o empresário, que poderia investir, prefere aguardar o desenro-lar dos fatos nas finanças brasileiras. Além disso, os governos, grandes consumidores de serviços da construção pesada, também puseram o pé no freio desde o segundo semestre de 2014, explica José Carlos Chamon, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado do Espírito Santo (Sindicopes).

“As obras do Governo Federal estão com pagamentos atrasados, algumas contas de 2014 ainda não foram pagas. As prefeituras estão total-mente sem capacidade de investimento e algumas não estão honrando seus compromissos em dia. O Governo do Estado também paralisou obras. A crise chegou ao setor, e com força total”.

Para os próximos meses, segundo o dirigente, há a expectativa de retomada de algumas obras do Estado, que estão em negociação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas não serão suficientes para atender à demanda de serviços de todo o setor. Dessa forma, as empresas, que já andam mal de

É o número de trabalhadores já demitidos na construção civil capixaba

10 mil

689 vagas no Espírito Santo e 24.131 em todo o país, segundo dados do Cadastro Geral de Empre-gados e Desempregados (Caged) do Ministé-rio do Trabalho e Emprego (MTE). A pesquisa mostra que só no primeiro semestre de 2015, 4,7 mil postos foram extintos pelo setor no Estado. Mas o histórico é ainda pior: a estimativa é de que 10 mil funcionários tenham sido demiti-dos nos últimos 24 meses. Se em 2013 a ativi-dade atuava com 62 mil operários em território capixaba, hoje esse número baixou para 52 mil.

“Estávamos com obras em duas plantas indus-triais: a oitava usina de pelotização da Vale e a quarta usina de pelotização da Samarco. As obras se encerraram, e os empregados foram dispensados. Além desse processo na constru-ção pesada, o setor de construção civil desaque-ceu, o que gerou ainda mais demissões. Se os investimentos tivessem acontecido, certamente poderíamos manter os empregos, mas muitos projetos sequer começaram a sair do papel”, diz o presidente do Sinduscon.

Além de os planejamentos industriais que estavam em pauta não terem se consoli-dado, há outros agravantes, como a economia desaquecida e o contingenciamento feito pelo Governo em relação ao financiamento habita-cional. O programa Minha Casa Minha Vida, por exemplo, está com o pé no freio, segundo Passos. “Estamos administrando os problemas do Faixa 1 do programa habitacional do Governo. Ocorreram atrasos nas obras e nos repasses do Ministério das Cidades às construtoras”. Mas a administração pública federal vai ainda reprogramar os serviços, e os empreendimentos com execução abaixo de 70% terão um prazo maior para sair do papel. O Faixa 1 (voltado a famílias com renda de até R$ 1,6 mil) depende do Governo, e isso é um problema. Já nas faixas 2 e 3 o programa usa recursos do Fundo de Garan-tia do Tempo de Serviço. Há menos problemas com esse grupo”, esclarece Passos.

Outro grande gargalo, acrescentou, são os imóveis para as classes média e alta. Essas unida-des dependem de financiamento com dinheiro originado da poupança, recurso que está se esgotando. “No ano passado, foram aplica-dos R$ 100 milhões da poupança. Este ano, prevemos, com otimismo, uns R$ 50 milhões. Além de menos dinheiro, o crédito está contingen-ciado e mais rigoroso. Cortaram os financiamentos para imóveis comerciais. Só existe dinheiro para

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caixa, não conseguirão manter a estabilidade no cofre. “O que atualmente está andando são os contratos de manutenção e, mesmo assim, com valores mensais abaixo do necessário para manter o equilíbrio finan-ceiro nos contratos”.

Futuro dos empregosA indústria da construção já contabiliza grande

número de demissões nos últimos meses e, para o segundo semestre, a expectativa é de que aconte-çam novas dispensas, caso sejam concluídas as obras que hoje estão em andamento e os empresários não apostem em novos empreendimentos.

“A construção civil já demitiu muito nos primeiros meses deste ano, e podem acontecer desligamentos a partir de uma obra terminada ou outra. Nosso setor é muito específico, segura poucos empregados talen-tosos e não consegue absorver mão de obra ociosa. Portanto, sempre há risco de demissões, caso não sejam feitas novas obras. As grandes empresas ainda têm mais capacidade gerencial de caixa, acesso facilitado ao crédito e aos financiamentos. Mas os pequenos negócios vivem do dia a dia, não têm esse ‘colchão’. A pequena empresa precisa trabalhar, precisa de ativi-dade, serviço. Assim, ela fatura e contrata. Já temos casos de empresas que estão com dificuldades até de demitir, rescindir o contrato dos trabalhadores”, lamentou Passos, do Sinduscon.

A visão de Chamon, do Sindicopes, também é pessimista em relação às vagas na construção pesada. “O quadro de demissões é muito grande. No início, as empresas demitem os funcionários temporários, mas já estamos no processo de demissão do quadro técnico, encarregados etc. O Governo cortou investi-mentos no setor. Na área da construção pesada, isso impactou com a paralisia das obras. Para driblar a

crise, temos que cortar os custos ao máximo e podemos chegar sim à demissão generalizada. Não há outra solução”.

LançamentosTermômetro do desempenho da construção

civil, os lançamentos imobiliários também estão em queda. Em 2012, eram 33 mil unidades em produção, com 70% dos imóveis vendidos, uma média confortável, que garantia a sustentabili-dade dos empreendimentos. Em 2015, o número baixou para 28 mil. Se antes o segmento crescia em média 10% ao ano, hoje esse índice é negativo e tende a cair ainda mais. “O Espírito Santo viveu um momento de euforia e agora o momento é de uma acomodação necessária”, explica Aristó-teles Passos Costa Neto.

Nem mesmo o mercado do interior do Estado, que se mostrou uma boa saída para alguns setores, tem se revelado capaz de minimizar essa crise. A renda das cidades menores é mais baixa, o que dificulta a obtenção de financiamentos, por exemplo. Além disso, elas representam um nicho pouco conhecido e explorado. “O imóvel é a compra da vida da pessoa, tem um valor agregado alto. Por isso é preciso pesquisar muito antes de oferecer esse produto em locais cujo mercado não conhecemos bem. Mas já há cidades que têm atraído lançamentos, como Linhares, São Mateus, Cachoeiro de Itapemirim, Aracruz e Colatina”, pontuou o dirigente do Sinduscon.

A hora é do consumidorSe por um lado a situação econômica faz

com que as empresas passem por apuros, por outro os consumidores que tiverem algum dinheiro em caixa podem fazer bons negócios. É o momento de comprar, garantem fontes do setor. “Todas as empresas estão desovando estoques, ouvindo propostas, fazendo promoções. Quem tem dinheiro e confia no bem de raiz, que é o imóvel, deve aproveitar o momento e comprar. Quem tem dinheiro na poupança fica inseguro, mas imóveis são bens que tendem a valorizar, portanto o momento é bom para o comprador. O conselho é: pesquisar, comparar, procurar e, certamente, o consumidor vai encon-trar um bom produto no mercado. O momento é do comprador”, conclui Passos.

A indústria da construção contabiliza grande número de demissões nos últimos meses

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Setor de serviços busca alternativas para crescimentoQueda de receita das empresas e manutenção de empregos são desafios no Estado

ECONOMIA | SERVIÇOS

A despeito de todas as incertezas geradas pela crise econômica no país, o setor de serviços brasileiro fechou junho com

um crescimento da receita nominal de 2,1%, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Foi o que apontou a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada em agosto. O segmento teve alta acumulada de 2,3% nos primeiros cinco meses do ano e de 3,5% em 12 meses. Primeiro indicador conjuntural mensal que analisa essa atividade no país, a PMS engloba o campo empresarial não financeiro, com exceção dos setores da administração pública e de aluguel imputado (valor que os proprietários receberiam se locassem os imóveis onde moram), saúde e educação.

De acordo com o estudo, três dos cinco ramos apresentaram expansões: serviços profissionais, administrativos e complementares, com 5,9%; transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, com 4,4%; e outros serviços, com 0,4%. Serviços prestados às famílias não obtiveram varia-ção, com 0,0%, enquanto os Serviços de informa-ção e comunicação (-1,7%) ficaram com variação nominal negativa.

Em junho, 19 dos 27 estados brasileiros tiveram aumento de receitas no setor de serviços. As maiores elevações foram notadas em Rondônia (15,9%) e Alagoas (8,0%), além de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina (todos com 7,4%). As menores foram registradas em Pernambuco (0,5%), Goiás (0,7%) e Acre (0,8%). As maiores quedas ocorreram em Rio de Janeiro (-5,7%), Paraíba (-4,6%), Amapá (-4,3%), Maranhão (-2,9%), Rio Grande do Norte (-1,5%), Amazonas (-0,6%), Distrito Federal (-0,5%) e Bahia (-0,2%). A receita nominal de serviços no Espírito Santo subiu 3,8%, na comparação com o mesmo mês de 2014.

Em terras capixabas, o segmento transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foi o que mais contribuiu para o desempenho, com crescimento de 7,5%.

Serviços no Espírito Santo

Apesar dos números positivos trazidos pela PMS, o ano de 2015 já está marcado pela recessão para todas as áreas de atividades econômicas, e quando se fala em serviços, o quadro é mais desconfortável, por conta de cortes nos inves-timentos e queda nas demandas do cidadão comum e das empresas privadas e públicas. É a opinião do presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri. “É inegável que a receita real do setor é afetada, bem como a manutenção de emprego e até mesmo a geração de novas vagas de trabalho”, disse.

Sepulcri lembra que, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempre-gados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, em junho, 1.426 postos de trabalho foram eliminados no setor terciário em

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todo o Estado – uma retração de 0,42% em relação ao mês anterior. “Isso decorre da queda da receita nominal do setor, que registrou um crescimento nominal de 3,8% em junho ante o mesmo intervalo do ano passado, mas que se mostra negativo quando deflacionado pelos 8,62% apurados pelo IBGE para os 12 meses entre os dois períodos”, explicou.

Sepulcri não deixa de apontar os impac-tos da crise, que se verificam no conjunto das atividades urbanas. “O primeiro é o da baixa nas vendas, com diminuição da receita. A partir daí deflagra-se uma reação em cadeia que ameaça de imediato o nível de emprego, a redução das encomendas às indústrias, o adiamento de novos investimen-tos para ampliar ou aprimorar a atividade, enfim, instala-se um clima de recolhimento, de espera que o vendaval passe para tentar recuperar o tamanho de antes da crise e, a partir dessa retomada, voltar a cortejar um crescimento”, disse.

Uma das principais ações da Fecomércio é se mostrar bastante assertiva junto ao poder público quanto às demandas do empresário de comér-cio de bens e serviços. Nesse sentido, a entidade promove debate, discussão e reflexão sobre uma agenda de consenso, que contemple a diversidade e as peculiaridades do conjunto de setores que representa. “Por esse debate, que conjuga experi-ência e vivência dos filiados, busca-se construir propostas e respostas que estejam identificadas como soluções imediatas ou atenuadoras do quadro. Em um passado recente, a Fecomércio fez um incisivo trabalho em relação à questão da fiscalização, ponderando sobre uma ação mais orientadora que punitiva. Demandou também, e foi atendida pelo Governo do Estado, o parce-lamento de longo prazo das multas e encargos acessórios incidentes sobre os tributos. Além disso, exorta o empresariado à questão da inovação de processos, inclusive de gestão, à identifica-ção das tendências de hábitos de consumo que exijam adaptações tempestivas e mostra-se atenta à questão legal, prevenindo os empresários dos riscos que as modificações na legislação podem representar”, frisou Sepulcri.

Para mudar o atual cenário que se apresenta, o presidente da Fecomércio defende alguns objetivos. O primeiro é reinventar-se, buscando diferenciais de atendimento, além da quali-dade do serviço ou do produto oferecido. “Também é preciso qualificar a mão de obra, inclusive com a identificação e a preparação de potenciais lideranças internas da empresa. Estar atento à questão dos custos e avaliar qual produto/serviço realmente é percebido como valor pelo cliente. Se o cliente não percebe valor, o custo correspondente é indevido e, como tal, merece ser descartado. A restrição ao crédito, o aumento do preço do dinheiro, expresso na taxa de juros, o confisco representado pela alta carga tributária e uma burocracia que só faz atrapalhar a gestão empresarial, imputando-lhe custos adicionais e dispensáveis, são fatores que se aliam perver-samente para dificultar a vida do empresário”, finalizou. No presente panorama, o empreende-dor deve se mover na perspectiva do lucro, em paralelo à identificação com o ramo empresarial em que está inserido. Para Seculcri, dirigente, é essa força é que será determinante para atraves-sar o quadro conturbado da economia.

Mesmo com a crise, setor de serviços cresceu

no início do segundo semestre e dá mostras de

recuperação no Estado

Foi a alta acumulada pelo setor de serviços nos primeiros cinco meses do ano

2,3%

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ECONOMIA | METALMECÂNICO

O mau momento da economia nacional já afeta o setor metalmecânico, conside-rado um dos pilares produtivos capixabas.

Os problemas já se refletiram em fechamento de vagas nas indústrias, e as perspectivas para os próximos meses também não são as melhores, avaliam repre-sentantes do segmento.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), Manoel Pimenta, só este ano as empre-sas do ramo já demitiram 600 empregados. Apenas em junho, foram 252 desligamentos. “A crise está atingindo muito as companhias que atuam sob encomenda. As que têm produção em série ainda são menos afeta-das, mas mesmo assim sentem o peso deste momento ruim”, lamenta Pimenta.

E o pior ainda pode estar por vir. Segundo o dirigente, mais profissionais podem ser dispensados ou ter a jornada de trabalho reduzida caso a turbulência econô-mica permaneça ou se acentue nos próxi-mos meses. “O momento não é bom para a economia. A falta de investimentos no Espírito Santo parou o mercado este ano. Ninguém está investindo em novas obras, e o pior, está faltando confiança no mercado. É preciso recuperar a confiança, senão a tendên-cia, certamente, é de piora do cenário”, conclui.

Para dar uma ideia do problema que pode se instalar caso a fase adversa persista, somente a área metalmecânica movimenta mais de R$ 8 bilhões por ano – cerca de

Metalmecânico sofre com demissõesFalta de investimentos e de confiança é o maior entrave

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por ano. É a movimentação do setor no ES

R$ 8 bilhões

Setor metalmecânico gera 30 mil

empregos diretos e 120 mil indiretos no

Espírito Santo

20% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual. Suas indústrias geram aproximadamente 30 mil empregos diretos e 120 mil indiretos nas quase 1,5 mil companhias de transfor-mação de metais e de produção de bens e serviços intermediários, como fundições, forja-ria, oficinas de corte, soldagem e estamparia. A atividade também envolve a produção de bens finais, como máquinas, equipamentos, veículos e materiais de transporte.

E a falta de investimentos, continua Pimenta, é o maior entrave para o crescimento. “Dependemos muito da indústria naval, da siderurgia, da mineração. Quando esses setores vão bem, alavancam nossa área. Mas não é o que está acontecendo, já que há problemas com as commodities, que estão em baixa”, diz, referindo-se, em especial, à queda de preço do petróleo.

O encarecimento da energia elétrica também contribuiu para o mau desempenho. Para as indústrias, consumidoras de alta tensão, só em

agosto houve elevação média de 1,68%, percen-tual que já nem preocupou tanto os dirigentes. “Esse reajuste não terá tanto impacto, pois já fomos prejudicados anteriormente com aumento de quase 22%, na época em que tanto se falou em crise hídrica”, disse Pimenta.

E o pessimismo tem respaldo nos números. Segundo o Indicador de Custos Industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a expansão no custo da energia é um dos princi-pais fatores que puxaram o aumento de 0,8% nos dispêndios da indústria brasileira nos primei-ros três meses deste ano em relação ao último trimestre de 2014.

Plano de Proteção ao EmpregoUma outra possibilidade para manter a

competitividade, o chamado Plano de Proteção ao Emprego, não encheu os olhos dos empre-sários do setor metalmecânico. A proposta do Governo Federal permite a redução da jornada de trabalho em até 30%, com uma comple-mentação de 50% da perda salarial pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), limitada a 65% do maior benefício do seguro-desemprego (1.385,91 x 0,65 = R$ 900,84).

A medida provisória prevê ainda que as empre-sas que optarem pelo PPE não poderão dispensar os empregados que tiveram sua jornada diminuída temporariamente enquanto vigorar a adesão. Após seu término, o vínculo trabalhista será obrigatório por prazo equivalente a um terço do período de adesão. A ideia como um todo, no entanto, não agradou: de acordo com Manoel Pimenta, nenhuma empresa da área no Estado aderiu à proposta.

Futuro do setorO desafio nos próximos anos, segundo

Pimenta, é conseguir manter-se no mercado e ter serviço e obras. “Depois, é combater a burocracia. É um grande entrave para a indústria brasileira, e vemos que a cada dia piora mais. O rendimento da indústria cai ano a ano. Enquanto não houver uma reformulação, continuaremos nessa luta, com dificuldades nas áreas tributária e trabalhista. A insegurança jurídica é muito grande. A demanda interna já é pequena e, se acrescentarmos os tributos, temos uma situação complicada. Trabalhamos só

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para pagar impostos, essa é uma triste realidade para todos. Cobram impostos e encargos de países de primeiro mundo, mas o retorno é completamente diferente. Falta incentivo para empreender, mas sobram contas e tributos”.

Para os próximos dois anos, o presidente do Sindifer estima momentos complicados. “Não vejo como o Governo possa reverter essa desconfiança. Se anunciasse algo organizado e promissor, com certeza os empresários volta-riam a investir, mas até agora não é isso que estamos vendo. É preciso motivação interna e mais tranquilidade. Em um ano em que países crescem 3,5%, o Brasil pode cair 1,5%. É uma falta de organização da economia. Há casos de empresas que levam meses para serem abertas e quase um ano para receber licença ambiental. Em outros países, com certeza seria diferente”, compara.

Mec Show

O setor não vai bem, mas há perspectivas de um futuro melhor. Prova disso é que a Mec Show 2015 - Feira da Metalmecânica, Energia e Automação, considerada o mais completo encontro do campo metalmecânico do Espírito Santo, registrou recordes nos números de visitan-tes e de negócios. Durante os quatro dias do evento, que ocorreu em julho, foram mais de R$ 70 milhões em contratos projetados futuros e um público visitante de 17,8 mil profissionais.

Os números superaram as edições anteriores e até mesmo as expectativas de empresários e representantes do segmento. Manoel Pimenta ressaltou que os resultados recordes foram uma grata surpresa para impulsionar a atividade. “A expectativa era de repetir o sucesso do ano passado, mas não de superar os números. As empresas e as pessoas precisam se reinven-tar, e a feira trouxe essa oportunidade”, contou, ao lembrar que a participação de profissio-nais no primeiro dia de minicursos de Sesi, Senai e IEL superou o total dos quatro dias do ano passado.

Para o presidente do Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico (Cdmec), Antônio Falcão, a Mec Show é um ponto de partida para possibilidades de negócios, o que pode ser comprovado com os números fecha-dos. Outro ponto a ser destacado, segundo ele, foi o Encontro Tecnológico, uma oportunidade para os futuros fornecedores de grandes empre-sas, como a Petrobras.

Em apenas um dia, as Rodadas de Negócios do Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Peque-nas Empresas (Sebrae-ES) bateram recorde e fecharam em R$ 60 milhões em transações futuras para os próximos 12 meses entre compa-nhias e fornecedores locais.

O consultor técnico da Mec Show, Durval Vieira de Freitas, enfatizou que a participação de importantes entidades do setor de petróleo, como a Onip e o IBP, deu mais peso à programação da feira. “Além da exposição, os visitantes vêm atrás de conheci-mento e perceberam que o evento oferece isso. A Conferência do Petróleo, assim como os seminários de energia e inovação, tiveram uma ampla participação”.

Conforme os organizadores, com 60 empresas ofertantes inscritas, foram realizadas 210 reuniões de fornecedores com as nove âncoras do evento: ArcelorMittal, Estaleiro Jurong, Petrobras, Petrobras Distribuidora, Vale, Fibria, Transpetro, EDP Escelsa e Samarco.

ECONOMIA | METALMECÂNICO

Mec Show 2015: número recorde em visitas e negócios

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Como em anos anteriores, o anuário “IEL 200 Maiores Empresas no ES” promoveu a eleição do Empresário, da

Empresa e do Executivo Destaques, em 2015. A eleição foi realizada via web, com partici-

pação de um público representativo, composto por empresas, fornecedores do Prodfor, órgãos de apoio e fomento, diretores, conselheiros, execu-tivos e gerentes do Sistema Findes, membros dos Conselhos Temáticos e da Assessoria Técnica da Findes, Federação do Comércio, jornalistas e editores dos principais veículos de comunicação do Estado do Espírito Santo e outros formado-res de opinião.

O processo de eleição ocorre em duas etapas:• Primeira etapa: Eleição por meio de livre

votação dos pré-candidatos a Empresário, Execu-tivo e Empresa Destaques 2015;

• Segunda etapa: Consistiu na efetiva eleição do Empresário, do Executivo e da Empresa Desta-ques 2015, a partir dos três mais votados em cada categoria na primeira fase.

Para essa finalidade, foram adotados os seguin-tes conceitos:

• Empresário Capixaba Destaque: empresá-rio capixaba que mais se destacou no ano de 2015.

• Empresa Destaque em Operação no ES: empresa em operação no Espírito Santo que mais se destacou em 2015.

• Executivo Destaque: principal execu-tivo de empresa em operação no ES, que mais se destacou em 2015 na condição de dirigente.

Todo o processo e o sistema de eleição foram desenvolvidos e acompanhados pela equipe do IEL-ES, em ambiente web, por meio de uma interface para o usuário (eleitores) e uma área restrita para os administrado-res do sistema, atendendo aos requisitos de segurança e performance, que permitem a cada destinatário votar apenas uma única vez.

Os e-mails foram disparados a partir de dispositivos do sistema, com base nas infor-mações alimentadas no banco de dados pela equipe do IEL-ES. O conteúdo do texto escla-receu que a forma de votação apontava um link para acesso ao site da eleição, em que o sistema gerava um código de forma aleató-ria, não permitindo nova indicação.

A votação ocorreu nos meses de agosto e setembro 2015; após esse período, foram gerados os relatórios com os resul-tados da apuração.

Empresário, Executivo e Empresa Destaques 2015

PESQUISA 2015 | METODOLOGIA

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86 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Ahistória de Rogério Salume, surpre-ende em vários sentidos. Há apenas 13 anos, este baiano de 42 anos atuava

numa importadora de produtos alimentícios em Vitória, onde residia desde os 17. Ao deixar o emprego para abrir o próprio negócio, Rogério e seu sócio, o capixaba Anselmo Endlich – que já trabalhavam juntos –, começaram distribuindo alimentos para restaurantes, até que, em 2005, decidiram criar um site para vender vinhos na cidade. Nascia assim a Estação do Vinho, a primeira operação de e-commerce da bebida no país. Mas não era exatamente como eles queriam. Sem estoque, tinham que fazer pedidos nas importadoras a cada compra, e faltava dinheiro para idealizar uma estrutura que atendesse a todas as necessidades.

A partir daí, captaram investidores e construí-ram um centro de distribuição em Palmas, Tocan-tins. Em 2008, deram um novo salto e fundaram a Wine, empresa voltada exclusivamente para o comércio eletrônico de vinhos. Com apenas um ano, a companhia apresentou números expressivos de crescimento: 14 mil clientes e 250 mil garrafas entregues em todo o país.

Em 2010, identificando uma crescente demanda por vinhos finos no mercado, a dupla lançou o ClubeW, que contabiliza 130 mil membros atual-mente. A chave para garantir uma clientela fiel foi criar uma assinatura em que o consumidor escolhe receber duas, quatro ou seis garrafas por mês, selecio-nadas por sommeliers que procuram bons rótulos mundo afora. “Vimos que o interesse por vinhos só

crescia no Brasil, e nossa missão é democratizar e descomplicar o mundo do vinho, tornando-o acessível a todos os brasileiros. Em geral, as lojas de vinhos físicas são intimidadoras e nem todo mundo se sente confortável para entrar, pesquisar e até mesmo comprar. E no site todos podem ficar à vontade para fazer as aquisições e até para receber as informações sobre o que quiserem”, diz Salume, CEO da empresa.

Em 2012, a Wine passou a vender também para restaurantes e hotéis e implantou um novo centro de distribuição na Serra, desati-vando o que ficava em Tocantins. Mais tarde, em 2014, o sócio Anselmo Endlich saiu da empresa para se dedicar a outros proje-tos. Mas, junto com outros investidores, Salume continuou a implementar novas iniciativas. Além de passar a vender cerveja artesanal, a Wine entrou no mercado de café. Em 2015, comprou 100% da suíça Mocofee, companhia que vende máquinas e cápsulas para café que começarão a ser comercializa-das no Brasil no ano que vem.

Por esse perfil empresarial arrojado, Rogério Salume foi eleito o Empresário Destaque 2015 na pesquisa do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES). “É uma grande satisfação receber este prêmio. É a confirmação de que estamos no caminho certo ao buscarmos nosso sonho de democrati-zar o mundo do vinho”, afirma Salume. Hoje, a Wine vende cerca de 5,3 milhões de garrafas para mais de 200 mil clientes e espera faturar R$ 300 milhões em 2015.

PESQUISA 2015 | EMPRESÁRIO DESTAQUE

Rogério SalumeCriada há apenas sete anos pelo empresário, a Wine já se tornou a terceira maior empresa de e-commerce de vinhos do mundo

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88 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Com 45 anos de idade, Ricardo Vescovi de Aragão é o exemplo de que é possível fazer carreira e ir de estagiário

a presidente de uma organização. Ele é diretor--presidente da Samarco, empresa de mineração de capital fechado, controlada em partes iguais por dois acionistas: BHP Billiton Brasil e Vale. Ingressou na companhia em 1992, como esta-giário, e, no ano seguinte, foi contratado como engenheiro de processo nas operações da unidade de Ubu, em Anchieta, no sul do Espírito Santo.

Daí para a frente, não parou mais. Galgou várias posições na empresa: chefia do Departamento de Pelotização, gerência da Produção e as gerências gerais de Marketing e Operações de Pelotização, além da diretoria de Operações e Sustentabilidade, seu último posto antes de assumir a Presidência, em 2012.

Formado em Engenharia Metalúrgica e pós-graduado em Engenharia de Produção, sua formação acadêmica também contempla a realização de vários cursos de aperfeiçoamento nos Estados Unidos, na França e na Suíça.

Graças a essa trajetória de sucesso, ele foi eleito, pela segunda vez consecutiva, o Executivo Destaque 2015. “O Espírito Santo conta com diversos nomes de peso na indústria e que têm colocado o Estado em destaque no cenário nacional. Ser escolhido entre tantos bons nomes reforça o orgulho que sinto em representar a indústria capixaba e sinaliza que a Samarco tem trilhado um caminho positivo, de crescimento e geração de valor compartilhado com a sociedade. Os líderes não andam sozinhos,

logo, recebo esse prêmio em nome de toda a Samarco, como fruto de um trabalho conjunto na busca pelos melhores resultados”, afirma Vescovi.

Durante sua gestão, o executivo inaugurou a quarta planta industrial da mineradora, em Ubu, onde recebe o minério extraído em Ouro Preto e Mariana, no Estado de Minas Gerais, e transforma o material em pelotas de ferro para o mercado externo. “O ano de 2014 foi marcante para a Samarco. Inauguramos nossa maior expansão, um investimento de R$ 6,4 bilhões que aumen-tará a nossa produção em 37%. Somente em 2014, mesmo com as obras das novas plantas em andamento, alcançamos a produção de 25 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro, um aumento de 15,4% em relação a 2013”, diz ele. Com um faturamento de R$ 7,6 bilhões em 2014, a Samarco detém, hoje, 20% do mercado transoceânico dessa matéria-prima.

Ricardo Vescovi acredita que a inclusão de princípios da sustentabilidade em todas as opera-ções permite a inovação e a evolução contínua dos negócios da Samarco. Sob sua atuação, a mineradora desenvolveu um modelo de sustentabilidade com quatro importantes práti-cas de governança e gestão socioambiental: Liderança pelo Exemplo; Inovação e Tecnolo-gia; Redes Colaborativas e Empreendedorismo Responsável. “O modelo é, hoje, um requisito de gestão essencial para que a Samarco possa adquirir a confiança da sociedade - que nos concede o direito de minerar e a licença social para operar em seu território”, ressaltou.

PESQUISA 2015 | EXECUTIVO DESTAQUE

Ricardo Vescovi de AragãoCom uma bem-sucedida trajetória de 22 anos, o executivo preside a segunda maior exportadora de pelotas de ferro do mundo

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90 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

O Brasil ainda engatinha no consumo de vinhos. Cada brasileiro bebe menos de dois litros por ano, patamar tímido em

relação aos vizinhos do Mercosul e bem distante do padrão europeu. Na Argentina, a média é de 26; na França, 48 litros.

O país é, portanto, terreno árido para quem pensa em ganhar dinheiro vendendo esses produtos. Mas dois empresários – o capixaba Anselmo Endlich e o baiano Rogério Salume, que já residia em Vitória – decidiram, em 2008, criar uma loja virtual de vinhos no Espírito Santo, a Wine. Parecia loucura, porque apesar do comércio de vinhos pela internet não ser algo novo, ainda hoje são poucas as empresas que elegem a web como o principal canal de vendas.

No entanto, a Wine acabou se transformando num fenômeno. Ao focar a internet, o negócio rapidamente ganhou abrangência e escala. Em 2014, seu sexto ano de vida, vendeu cerca de 5,3 milhões de garrafas para mais de 200 mil clientes, faturou R$ 200 milhões e contabilizou 130 mil membros em seu clube do vinho. O site expõe atualmente mais de 2.000 rótulos da bebida, origi-nários de países como Itália, França, Portugal, Chile e Espanha, entre outros. No processo, tornou-se a terceira maior empresa de vinhos de e-commerce no mundo e o varejista on-line número um da bebida da América Latina.

Com essa trajetória, a Wine ganhou a premia-ção do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) como a Empresa Destaque 2015. “A Wine nasceu do sonho de democratizar o mundo do vinho. Sempre acredi-tei que poderíamos vender vinhos pela internet.

Parti do princípio de que as pessoas queriam algo a mais, um serviço diferenciado, descom-plicado e verdadeiro no setor. O aumento do consumo vem muito dessa questão da democratização do conhecimento do vinho”, conta o CEO e cofundador da marca, Rogério Salume, 42 anos. Para 2015, a expec-tativa é que o empreendimento fature R$ 300 milhões, segundo o empresário.

O outro sócio, Anselmo Endlich, saiu do negócio em 2014 para se dedicar a outros proje-tos. Mas o crescimento acelerado e a presença de um parceiro investidor deram fôlego para novas iniciativas. Em 2012, a Wine passou a vender não apenas ao consumidor final, mas também para restaurantes, e investiu R$ 5 milhões na implantação de seu novo Centro de Distribuição no Espírito Santo, no Civit II, na Serra, desativando a unidade logís-tica que ficava em Palmas, capital do Tocantins.

Em seguida, começou a comercializar cerveja artesanal e, em março deste ano, num inves-timento de US$ 29 milhões, adquiriu 100% da suíça Mocoffee, companhia que oferece máquinas e cápsulas para café. A fábrica será montada na sede da empresa Tristão Cia. de Comércio Exterior, em Viana, que entrou no corpo de acionistas da Wine. A previsão é de que as vendas comecem no país ainda em 2016. No exterior, a Mocoffee pode ser encontrada em supermercados. No Brasil, no entanto, a transação deverá ocorrer apenas pelo site da própria marca.

PESQUISA 2015 | EMPRESA DESTAQUE

WineA empresa distribui 441 mil garrafas por mês para mais de 200 mil clientes e espera faturar R$ 300 milhões em 2015

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92 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Com um sistema que melhora a gestão das empresas, integrando todos os dados e processos para alcançar os

melhores resultados, a Totvs, hoje líder brasi-leira em desenvolvimento e comercialização de software de gestão empresarial, serviços e tecno-logia, conquistou o Prêmio IEL em Gestão Empresarial 2015.

Com cinco filiais no país, 52 franquias, 200 distri-buidores e nove centros de desenvolvimento, a compa-nhia iniciou suas atividades no Espírito Santo há 26 anos, em Vitória, mas no ano passado transferiu a unidade capixaba para Vila Velha. Desde 2009, vem crescendo ao ritmo de 35% ao ano no Estado e consta no ranking da Revista Exame entre as 250 Pequenas e Médias Empresas (PMEs) que mais se expandiram no Brasil nos últimos três anos.

No Espírito Santo, a Totvs conta com 400 clientes e fornece soluções em 10 segmentos: educacional, saúde, agroindústria, jurídico, serviços, construção e projetos, varejo, distribuição e logística, manufa-tura e financial services, para todos os portes e tipos de negócios. Os destaques ficam por conta dos setores de construção e projetos, distribuição e logística e varejo.

“Crescemos focados em uma prestação de serviços de alta qualidade e com profissionais certificados pela nossa matriz. De cada 10 clientes novos, oito vêm indicados pela base de clientes”, aponta o diretor-executivo da Totvs Espírito Santo, Eduardo Couto.

Ele explica que a organização aproveitou a vocação capixaba em distribuição e logística e avançou muito nesse segmento, oferecendo soluções aos clientes em toda a cadeia, como importação e exportação, armazenagem, distribuição, transporte e vendas no varejo. “Outro segmento de destaque é o de construção e projetos. Cerca de 70% das empresas do setor utilizam softwares e serviços da Totvs”, informa Couto.

Entre os grandes clientes, destacam-se os grupos Itapemirim, Chocolates Garoto, Multi-vix, Calçados Itapuã, Lorenge, Galwan, Fortleve, Biancogres, Imetame, Brametal, Marbrasa e União Autopeças. “A parceria com grandes empresas faz com que a Totvs cresça e lidere em vários segmentos. As soluções garan-tem maior competitividade aos clientes e permitem velocidade nas decisões, organi-zando processos, armazenando dados, gerando informação e auxiliando na gestão”, comenta o diretor.

“Para uma empresa se manter competitiva no mercado, prestar um serviço de qualidade e obter lucro, ela tem que buscar constantemente a excelência na gestão de pessoas, nos processos, nos indicadores e nos resultados. Cerca de 97% dos nossos colaboradores consideram a Totvs-ES um excelente lugar para se trabalhar, pois atendemos aos quesitos de uma boa governança corporativa”, conclui Eduardo Couto.

PRÊMIO IEL EM GESTÃO 2015

Totvs é destaque em Gestão EmpresarialAumento da qualidade, competitividade e disseminação de conceitos e práticas de gestão foram reconhecidos pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) na premiação em 2015

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94 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Todo mundo sonha em trabalhar em um local onde se sinta valorizado, confor-tável e bem remunerado. No geral, é o

funcionário que precisa vender bem suas quali-dades para demonstrar que é o candidato ideal. Mas e as empresas? Quais são as melhores para os empregados?

Para descobrir isso, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) e a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES) estabelece-ram uma parceria a fim de instituir a premia-ção “Melhor Empresa para se Trabalhar no Espírito Santo”. A honraria, que será conce-dida pela primeira vez em 2015, não leva em consideração o faturamento, mas sim as boas práticas em programas de gestão de pessoas, e contempla duas categorias: “Empresas de Porte Médio” (de 100 a 499 empregados) e “Grande” (acima de 500 empregados).

Nesta última, a vencedora é a Morar Constru-tora, que despontou como a melhor compa-nhia do ano, com a pontuação final de 224,6. “O prêmio é uma conquista para todos que fazem parte da equipe e um reconhecimento às nossas práticas na busca de soluções para crescer de forma sustentável. Para isso, busca-mos a melhoria contínua de todos os nossos processos, como atração e seleção do pessoal, treinamento, plano de carreira, qualidade de vida, responsabilidade social e retenção de talentos, medidas contínuas que agregam

valor ao dia a dia dos colaboradores”, diz o vice-presidente da Morar Construtora, Rodrigo Gomes de Almeida.

Segundo o superintendente do IEL-ES, Fábio Dias, a premiação pretende dar maior visibili-dade aos negócios que acreditam efetivamente que seus recursos humanos são os seus princi-pais ativos. “A intenção é mostrar claramente que as empresas que respeitam e tratam bem seus recursos humanos, com uma política de gestão de pessoas bem estruturada, conseguem melho-res resultados sustentáveis ao longo do tempo, contribuindo sobretudo para a perenidade da organização”, afirma.

Para a psicóloga e presidente da ABRH-ES, Danielle Quintanilha, cabe ao gestor de pessoas idealizar e colaborar com o desenvolvimento da equipe, identificando a melhor forma para se obter os resultados desejados. “É por meio das práticas de RH que é possível transformar as empresas, atingir metas, cumprir com os valores e a missão da empresa de forma mais humana e com respeito aos empregados, não se voltando apenas para o trabalho, mas também para a realização pessoal, para a comunidade e para a família”, lembra ela.

Rodrigo Gomes de Almeida vê no Prêmio IEL/ABRH-ES uma boa motivação para seguir em frente no caminho escolhido: “Pretendemos nos consolidar ainda mais como uma marca que aposta no capital humano como um potencial competitivo”, conclui ele.

Morar Construtora: melhor empresa para se trabalhar no ESEmpresa se sobressai em práticas de liderança e políticas para capacitar, desenvolver e remunerar os empregados

PRÊMIO IEL/ABRH | GRANDE PORTE

Empreendimento Aldeia Parque

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95ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Nova filosofia de gestão aumentou o engajamento das pessoas e os resultados

PRÊMIO IEL/ABRH | MÉDIO PORTE

Politintas: um olhar diferente para a gestão de pessoas

Na Politintas, a gestão de pessoas vem ganhando importância e passando por um processo de transformação que

mudou o relacionamento entre a companhia e seus colaboradores. Antes vistos como recursos, hoje eles são encarados como talentos. E isso faz toda a diferença. Tanto que lhe permitiu conquistar o título de “Melhor Empresa para se Trabalhar no Espírito Santo” na categoria “Média Empresa” do Prêmio IEL/ABRH, atingindo a maior nota de avaliação: 211,5 pontos. A premiação, concedida pela primeira vez, é uma iniciativa do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) e da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES).

Segundo o diretor-executivo da Politintas, Vinícius Lino Venturim, a organização tem se empenhado em inovar e aperfeiçoar suas práticas de recursos humanos com o objetivo de garantir um crescimento sustentá-vel, aliando produtividade, qualidade e engajamento das pessoas. “Grande parte desse resultado se deve à equipe. Não adianta o negócio adotar as melhores práticas corporativas, se não tiver uma equipe bem alinhada, motivada e capacitada. São as pessoas que fazem a diferença e que transformam os desafios em resultados”, diz o executivo.

De acordo com ele, o trabalho não se limita apenas a uma área, mas envolve todos os profissio-nais. “Programas de desenvolvimento de liderança, de qualidade de vida, plano de carreira e remune-ração, que vêm sendo realizados há três anos, e ações como a Universidade Corporativa e

o Plano para Jovens Talentos, por exemplo, foram determinantes para esse reconhecimento”, comentou.

Para o superintendente do IEL-ES, Fábio Dias, todo e qualquer resultado dentro das organizações deve ser atribuído aos seus recursos humanos. “Por mais inovadora que seja uma empresa, sobre-tudo na automação de seus processos, nada é feito sem a participação das pessoas. Toda organiza-ção tem regras, normas, metas e objetivos, enfim, uma série de desafios, mas quando os gestores são claros, dizendo com respeito o que esperam das pessoas – comportamento, proatividade, criativi-dade – certamente o ambiente se torna melhor e as possibilidades de alcance, maiores. O sistema de gestão de pessoas deve ser tratado de forma estratégica nas organizações, com metas e objeti-vos claros”, afirma.

De acordo com a psicóloga e presidente da ABRH-ES, Danielle Quintanilha, “a participação das empresas na premiação é uma boa oportuni-dade para que elas sejam avaliadas e verifiquem se a política de gestão de pessoas implantada está alinhada ao que se considera uma referência de mercado, um passo muito importante para a melho-ria contínua de seu negócio”, destaca.

Feliz com o reconhecimento representado pelo prêmio recebido, Venturim conclui com um compro-misso: “O desafio agora é manter a qualidade dos programas já realizados e continuar elevando o nível desses projetos”.

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DESTAQUE EMPRESARIAL

96 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

SESI

O mercado de trabalho exige cidadãos cada vez mais preparados para as novas tecnologias e para a aquisição de novos

conhecimentos, mas priorizando o seu valor como ser humano dentro das empresas. Ciente dessa demanda, o Serviço Social da Indústria do Espírito Santo (Sesi-ES), entidade do Sistema Findes, renova constantemente a metodologia de sua rede de ensino, oferecendo uma educa-ção de qualidade e conectada com a moder-nidade, preparando jovens para um futuro de sucesso em suas profissões. Com cerca de 12 mil

alunos matriculados e presente em 11 unidades espalhadas pelo Espírito Santo, a Rede Sesi de Educação é considerada a maior rede de ensino particular do Estado, sempre prezando pela educação de qualidade voltada para o mercado de trabalho e para toda a vida, tendo como foco no atendimento ao trabalhador da indús-tria capixaba e seus dependentes.

“O Sesi investe muito em todas as instâncias do ensino, do infantil ao médio. Temos forte investimento em tecnologia na sala de aula, e destaque em diferenciais como em Robótica,

Educação do Sesi-ES: formando cidadãos criativos e empreendedores

Representatividade: com 11 unidades, Sesi leva mais

educação a todo o Espírito Santo

Maior rede de ensino particular do Estado, com mais de 12 mil estudantes, a entidade oferece grande estrutura e ferramentas tecnológicas

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97ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Torneio de Foguetes e muito mais, sempre prezando pelo treinamento constante dos profes-sores”, afirma o superintendente do Sesi-ES e diretor regional do Senai-ES, Luis Carlos de Souza Vieira. “Temos como objetivo formar cidadãos empreendedores, criativos, socialmente respon-sáveis e alinhados com as questões ambientais e, ao mesmo tempo, conectados com o mundo”, completa o dirigente.

A excelência nos serviços prestados à indús-tria capixaba é um padrão que o Sesi-ES estabe-leceu e consolidou ao longo de seus 64 anos (completados em 2015) de atuação no Espírito Santo nas seguintes áreas de negócio: Educa-ção; Qualidade de Vida; Cultura; Responsa-bilidade Empresarial; e Saúde e Segurança do Trabalho. Especificamente sobre a Educação, o Sesi-ES, consciente da importância de gerar mão de obra qualificada para a indústria, possui o ensino médio articulado com o ensino técnico, em uma parceria com o Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Industrial (Senai).

Para Luis Carlos Vieira, o Sesi-ES tem uma grande responsabilidade ao formar gerações de estudantes e bons profissionais. “O Sesi é voltado para o trabalhador da indústria e seus depen-dentes. Não deixamos de atender às comuni-dades, mas o foco é a formação dos filhos dos trabalhadores da indústria. É uma escola finan-ciada pela indústria. A educação é para a vida, mas temos o desafio de formarmos cidadãos e também encaminharmos o aluno para o mundo

• Plataforma Adaptativa da Geekie

• Conexão Mundo

• XD Education

• Orientação de Estudo – Monitoria

• Turma Foco Enem

Ações do Sesi em Educação

do trabalho, incentivando-o a prosseguir com um curso técnico do Senai para atender à indús-tria”, falou o superintendente.

Iniciativas desenvolvidas em 2015 Diversas novidades foram implementadas

pelo Sesi-ES em todas as suas áreas de atuação no ano de 2015. Na Educação, uma delas foi a Plataforma Adaptativa da Geekie, uma estrutura virtual na qual os estudantes realizam simulados que são corrigidos e dão origem a um plano de estudo com base nas habilidades não alcançadas que foram identificadas durante o processo de correção. Dessa forma, aluno e professor podem desenvolver, juntos, as habilidades não alcançadas até então, sanando o déficit existente. Primeira entidade de ensino a usar essa tecnologia no Espírito Santo, o Sesi-ES apresenta uma plata-forma indicada no site do MEC como referência e de confiança para os estudantes.

Outro destaque no ano foi o programa Conexão Mundo, feito em parceria com a ONG US-Brazil Connect e o Diretório Nacional do Sesi-Senai, e que visa a melhorar o nível de profi-ciência dos alunos na língua inglesa. Para isso,

Educando para a vida: a Rede Sesi conta com milhares de

estudantes no Estado

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DESTAQUE EMPRESARIAL

98 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

o programa utiliza recursos tecnológicos e redes sociais, além de um período de aulas presen-ciais com tutores norte-americanos, culmi-nando, no final do curso, com uma viagem para os EUA oferecida aos alunos com melhor rendimento e que estejam cursando a educação básica articulada com educação profissional do Sesi-Senai (Ebep) e o ensino médio do Sesi.

Já com a XD Education, o Sesi disponibi-liza uma ferramenta tecnológica que auxilia o professor na introdução de conteúdos de disciplinas como Biologia/Ciências, Física, Química e Matemática por meio de video-aulas em 3D. Com o instrumento, as aulas, sobretudo do ensino médio, ficam ainda mais dinâmicas, atraentes e lúdicas, aproximando os estudantes das disciplinas e dos conteúdos a serem aprendidos. O Sesi trabalha também a preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por meio da Turma Foco Enem. Essa iniciava prevê aulas aos sábados, de março a novembro, com foco nos conteúdos abran-gidos no exame – ação pensada para atender aos estudantes que obtiveram bom desempe-nho na 2ª série do ensino médio, valorizando e potencializar seu conhecimento.

Ainda neste ano, a entidade desenvolveu a Orientação de Estudo – Monitoria, com a contratação de estagiários em formação

nas áreas de Física, Química, Língua Portu-guesa e Matemática. O objetivo é atender aos alunos do ensino médio por meio de monito-ria e resolução de dúvidas. Com uma ampla estrutura, o Sesi-ES concede às suas escolas diversos recursos tecnológicos educacionais, capazes de proporcionar uma educação com fundamentação em tecnologia e preparar os estudantes para a criação e a solução de proble-mas e o uso de vários tipos de tecnologia de forma racional e significativa.

Entre os vários diferenciais em seu sistema educacional estão Sesi ONU, Empreendedo-rismo, Feira de Negócios da Família (Fenefe), Feira Literária, Lego Zoom e Lego Robótica. Este último oferece aos alunos do 6º a 9º ano do ensino fundamental a participação em torneios de robótica, em que princípios de engenharia devem ser aplicados para criar e programar um robô de um material desen-volvido pelo Massachusetts Institute of Techno-logy (MIT) em parceria com o Lego Group e um projeto de pesquisa envolvendo a busca de soluções inteligentes e inovadoras sobre o tema do torneio. Esses projetos passam por seletivas dentro das escolas do Sesi, podendo se classificar para etapas nacionais e mesmo internacionais. As unidades de ensino contam também com a metodologia Lego Education, que possibilita o desenvolvimento da criativi-dade, das relações interpessoais, do trabalho em equipe, da ética e da cidadania, permi-tindo ao professor praticar ações que propiciem aos alunos motivação, memória, linguagem, atenção, emoção e percepção.

Celebrando 64 anos de bons serviços presta-dos à indústria e ao Espírito Santo, o Sesi-ES continua seguindo a máxima de que a educa-ção transforma o futuro das pessoas e uma escola forte pode mudar o cotidiano de toda a sociedade.

Incentivo na área da robótica: Sesi proporciona aos estudantes o contato com novas tecnologias

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DESTAQUE EMPRESARIAL

100 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

SENAI

H á 63 anos ao lado da indústria do Espírito Santo, seja ampliando a oferta de cursos técnicos e tecno-

lógicos ou seja incentivando novas soluções para o mercado, o Senai é um destaque em educação profissional. A entidade, que possui diferentes níveis e modalidades de instrução, conta com cursos de formação inicial e conti-nuada e de educação profissional técnica de nível médio, sempre levando em consideração as características regionais, gerando o desen-volvimento para o Estado como um todo.

No Senai - Educação para o Trabalho, é o processo educativo que propicia condições de inserção genérica no mundo do traba-lho. Compreende, de forma indispensá-vel, leitura, escrita e cálculo. A Educação

para o Trabalho no Senai é idealizada por meio de programas de iniciação profissio-nal e oferecida nas unidades de Aracruz, Anchieta, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, São Mateus, Linhares, Serra, Vitória e Vila Velha, além da Escola Móvel.

A Formação Inicial, ofertada pela instituição, é a educação profissional destinada a qualificar jovens e adultos, independentemente de escola-ridade prévia e de regulamentação curricular, podendo ser dispobilizada, segundo itinerá-rios formativos, de maneira livre em função das necessidades da indústria e da sociedade. A Formação Inicial é desenvolvida por meio de cursos e programas de aprendizagem indus-trial básica e qualificação profissional básica. A aprendizagem industrial básica é a forma-

Educar para crescerReferência em educação profissional, Senai-ES forma e atualiza mão de obra

Instrutores capacitados e grande estrutura são

marcas da entidade

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101ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

ção técnico-profissional compatível com o crescimento físico, moral, psicológico e social do jovem de 14 a 24 anos de idade, a partir de atividades teóricas e práticas, tendo como objetivo formar e estimular competências de um determinado perfil profissional definido no mercado de trabalho, para atendimento às cotas de aprendizes das empresas contribuintes. A cota de aprendizes por estabelecimento indus-trial é estipulada pelo órgão público responsável, de acordo com a legislação em vigor. A qualifi-cação profissional básica destina-se a jovens e adultos, a partir de 16 anos de idade, e tem por finalidade formar e desenvolver competências de um determinado perfil profissional. Os cursos e os programas de qualificação profissional básica deverão ter carga horária mínima de 160 horas, de acordo com o art. 69 do Regimento do Senai.

Olhar para a formação técnica e continuada

As ações do Senai-ES também abrangem a formação técnica de nível médio, destinada a alunos matriculados ou egressos do ensino médio, com o propósito de proporcionar habilitação técnica de nível médio, segundo

• Educação para o Trabalho

• Formação Inicial

• Educação Profissional Técnica de Nível Médio

• Formação Continuada

Educação Profissional e Tecnológica oferecida pelo Senai-ES abrange cursos e programas de:

perfil profissional de conclusão. Pode ser reali-zado sob as formas articulada (integrada ou concomitante) e subsequente ao ensino médio. Ofertados em Vitória, Vila Velha, Serra, Anchieta, Cachoeiro, Linhares, Colatina e Aracruz, os cursos do Senai são: Técnico em Alimentos; Técnico em Automação Industrial; Técnico em Edificações; Técnico em Eletrotécnica; Técnico em Eletrome-cânica, Técnico em Desenho de Construção Civil; Técnico em Logística; Técnico em Manutenção Automotiva; Técnico em Móveis; Técnico em Plástico; Técnico em Meio Ambiente; Técnico em Mecânica; Técnico em Refrigeração e Climatiza-ção; Técnico em Segurança do Trabalho; Técnico em Redes de Computadores; Técnico em Infor-mática; e Técnico em Vestuário.

Além de atender a indústria capixaba com cursos de qualificação e técnico, o Senai promove ainda cursos de aperfeiçoamento profissional, cujo conceito é a ampliação ou complemen-tação de competências de um determinado perfil profissional. Os cursos de formação continuada não estão sujeitos à carga horária mínima, tendo como requisito para ingresso comprovação de formação anterior ou avalia-ção ou reconhecimento de competências para aproveitamento em prosseguimento de estudos, de acordo com o parágrafo único do artigo 69 do Regimento do Senai. São 135 cursos de

Aprendizado e oportunidades: Senai forma

profissionais há 63 anos

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DESTAQUE EMPRESARIAL

102 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

aperfeiçoamento, disponíveis nas unidades de todo o Estado e também na Escola Móvel. “Aquela ideia de preparar um funcionário só para um posto no mercado de trabalho acabou. O trabalhador precisa dominar tecnologias complexas, aprender a pensar, inovar, criar, se desenvolver. E tudo isso é um processo educa-cional”, disse Luis Carlos Vieira, diretor regio-nal do Senai-ES e superintendente do Sesi-ES.

Segundo ele, as ações desenvolvidas apontam para o fato de que o Senai se moldou ao longo do tempo para fortalecer de maneira ainda mais eficaz a indústria. “A entidade nasceu com a aprendizagem indus-trial, que exigia até a 8ª série. Com o desen-volvimento da indústria, logo a instituição passou a oferecer o curso técnico. É impossí-vel imaginar hoje a escola distante da fábrica e vice-versa”, explicou ele.

Ciente da importância do setor de tecnologia para a economia capixaba, o Senai fechou uma parceria com o Sindinfo que resultou na oferta de 14 novos cursos de aperfeiçoamento. Já foram iniciados os cursos de Análise de Requisitos, Java, Teste de Software, Arquitetura de Software e Linguagem de Programação PHP, entre outros.

Segundo João Marcos Loureiro Del Puppo, gerente-executivo de Educação e Tecnologia Sesi-ES e Senai-ES, tudo é feito para dar competitividade à indústria. “E temos cumprido essa missão, formando o capital humano das empresas, algo fundamental para o crescimento. E não apenas formamos, mas requalificamos. O cenário mudou e, se hoje não existem tantas vagas sendo criadas pelas indústrias, temos que oferecer todo o conhecimento para que aqueles que estão fora do mercado possam voltar ou mesmo progredir dentro das empresas. Um desenhista que fez um curso de AutoCAD há 10 anos pode agora passar para 3D e aumentar as suas oportunidades. E assim acontece com várias outras funções. A indústria tem e sempre terá no Senai uma grande parceira”, falou.

Parcerias como essa mostram que o Senai possui toda a estrutura e conhecimento técnico--tecnológico para desenvolver diversos aperfeiço-amentos “sob medida”, conforme as demandas do mercado. Há mais de seis décadas, a entidade segue como referência em formar e dar subsí-dios à mão de obra, gerando assim oportuni-dades para os capixabas e mais produtividade para as empresas.

Qualificando e aperfeiçoando, o Senai abre portas do mercado para os capixabas

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DESTAQUE EMPRESARIAL

104 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

GAROTO

S empre atenta em manter uma forte e contínua conexão com seus diversos públicos, a Chocolates Garoto tem

trabalhado para intensificar cada vez mais a sua identidade genuinamente capixaba e a sua interação com o consumidor. Para isso, investe em ações de cocriação e, sobretudo, na fabrica-ção de produtos de qualidade, que atendam às expectativas do seu público.

Inovar constantemente o portfólio e lançar novidades que se tornaram referência no mercado, de acordo com as sugestões dos seus consumido-res, também são diferenciais que têm consolidado a marca, presente no dia a dia dos brasileiros geração após geração.

Neste ano, as iniciativas promovidas pela Garoto envolveram algumas das suas princi-pais marcas e apresentaram boas novidades. Dentre elas está o novo Baton Creme, choco-late ao leite com recheio ao leite. A marca,

que fez parte da infância de várias gerações, é o chocolate número um do mercado infan-til e conquista cada vez mais consumidores. A versão recheada, que contém ainda mais leite que o produto tradicional, ficou também mais gostosa, já que confere um derretimento ainda mais suave na boca. O lançamento repre-sentou a entrada da marca no segmento de recheados e, além de atender ao mercado brasi-leiro, é exportado para diversos países, como Uruguai, Paraguai e Bolívia.

A Chocolates Garoto também apresentou recentes novidades na sua tradicional linha de tabletes, que ganhou mais cacau e uma versão Meio Amargo com Amendoim, e na famosa marca Talento, agora com sabor Doce de Leite.

E as inovações deste ano não se restringi-ram às linhas de produção. Com o objetivo de tornar a hora de presentear com produtos da marca ainda mais gostosa, a Garoto criou

Chocolates Garoto: comprometimento, inovação e conexão com o consumidor

A fábrica é um dos pontos turísticos mais

visitados do Estado

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105ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

um novo jeitinho, literalmente delicioso, de fazer isso. Desenvolveu embalagens especiais, as Caixinhas Amarelinhas, já disponíveis no mercado e que vêm recheadas com bombons de diferentes sabores e mensagens diferentes: “Parabéns”, “Pensei em você”, “Obrigado!”, “Boa sorte!” e “Adoro você”. Com esse lançamento, a empresa traz mais um jeito alegre e espontâ-neo de deixar o dia mais gostoso.

Compromisso e bem-estarAlém dos saborosos produtos que fabrica,

a Chocolates Garoto mantém forte conexão com o consumidor capixaba por meio das suas sólidas entregas de responsabilidade social no Espírito Santo. Dentre essas ações está a tradi-cional Dez Milhas Garoto e Corrida Garotada, que em 2015 foi realizada em suas 26ª e 14ª edições, respectivamente, no dia 16 de agosto. Com recorde histórico de participantes – foram 10 mil corredores de várias partes do Brasil e do mundo –, a prova trouxe inovações que a consolidaram ainda mais como um evento de altíssimo nível e que promoveram um cuidado e aproximação maior com o corredor e com o público. A Dez Milhas teve parte do seu percurso alterado, na descida da Terceira Ponte, ofere-cendo ainda mais conforto aos atletas e garan-tindo maior fluidez ao trânsito. Já a Corrida Garotada foi realizada, pela primeira vez, em forma de circuito: a largada e a chegada foram no mesmo local, em frente à fábrica, permi-tindo aos pais e responsáveis acompanhar os jovens corredores de perto e ficar na torcida na arquibancada montada no local.

Dias antes da prova, arenas esporti-vas foram montadas nas praias de Vitória de Vila Velha para convidar e incentivar a comunidade capixaba para a corrida. Outra iniciativa bem-sucedida da empresa é o

projeto “Vamos Todos Ler – Sala de Leitura”, hoje com cerca de 130 espaços distribuídos na cidade-sede da fábrica, Vila Velha, e na Grande Vitória. Cada uma dessas salas recebeu mil livros, disponibilizados gratuitamente para estudan-tes e comunidades. A ação é patrocinada pela Garoto desde 2004, em parceria com o Instituto Oldemburg de Desenvolvimento. Sua proposta é incentivar a leitura em áreas de baixa renda a partir da implantação de minibibliotecas em escolas e outros espaços comunitários.

Internamente para os seus colaboradores, a Garoto desenvolve uma série de ações de incen-tivo ao conhecimento e ao bem-estar. A Univer-sidade Chocolates é um bom exemplo. Por meio dela, os colaboradores têm a oportunidade de aumentar seus conhecimentos sobre chocolate, enriquecer o currículo e valorizar ainda mais sua carreira. O curso profissionalizante é totalmente subsidiado pela Garoto, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), e concede diploma do curso Profissionalizante em Processamento de Chocolate, reconhecido pelo MEC. Mais de 40 pessoas já participaram do projeto e novas turmas foram abertas.

Conexão com o públicoCom crescente presença nas redes sociais,

a Chocolates Garoto detém hoje a liderança entre as fanpages de alimentos no país e a 4ª posição entre todas as páginas brasileiras. Seu Facebook institucional (facebook.com/garoto) conta com mais de 13 milhões de fãs e tem se mostrado uma valiosa ferramenta, permitindo uma aproxima-ção constante da marca com seus consumidores, que interagem com a empresa dando sugestões, aprendendo receitas e compartilhando ideias.

A empresa está sempre apresentando novidades

para o consumidor

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DESTAQUE EMPRESARIAL

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Destaque, ainda, para o programa de visitas da empresa. Responsável por fazer da fábrica o segundo ponto turístico mais visitado do Espírito Santo, o Chocotour recebe mais de 400 mil pessoas todos os anos e apresenta as linhas de fabricação, o Centro de Documenta-ção e Memória – CDM, onde fica localizado o museu da empresa, e a Loja da fábrica, onde são comercializadas todas as linhas da marca, além de kits exclusivos.

E todos esses visitantes têm levado mais que os deliciosos produtos da marca na lembrança. Neste ano, pela segunda vez consecutiva, a Garoto foi reconhecida pela TripAdvisor como local ideal para se visitar em viagens ao Espírito Santo, de acordo com avaliação de turistas de várias partes do país, o que conferiu à empresa o Certificado de Excelên-cia da TripAdvisor.

Uma marca globalizadaCom espaço conquistado nos mercados

brasileiro e mundial, a Chocolates Garoto é hoje referência no segmento, especialmente na América Latina, onde detém a liderança no setor de chocolates de países como o Uruguai, e vem ganhando cada vez mais consumido-res na América do Norte, na África e na Ásia. Atualmente, seu portfólio de aproxi-madamente 70 produtos, entre caixas de bombons, tabletes, Ovos de Páscoa e choco-late para uso culinário (coberturas), dentre outros, está presente em mais de 40 mercados

do mundo. Para conquistar esses novos consu-midores, a empresa mantém presença constante nos principais eventos do setor de confectio-nary e alimentos em todo o mundo, princi-palmente na Europa, no Oriente Médio e nos Estados Unidos.

Inovações e marcas consagradasDesde sua fundação, a Garoto mantém um

histórico de constante inovação em seu portfó-lio. E muitas dessas novidades vieram a revolu-cionar o mercado, destacando o pioneirismo da empresa em diversos segmentos.

É o caso do lançamento, no período da Páscoa de 1954 dos primeiros ovos de choco-lates. Cinco anos depois, em 1959, a empresa inovou mais uma vez e criou a primeira caixa de bombons sortidos do país, até hoje líder no seu segmento e conhecida em diversos países.

Destaque ainda para o lançamento, em 1993, do primeiro tablete de chocolate ao leite quadrado do mercado brasileiro, o Talento, atual líder no segmento de tabletes até 100 gramas.

Outro produto com longa história é o Baton, hoje um dos mais consumidos do seu portfó-lio, especialmente entre o público infantil no Brasil. Neste ano, o Baton completou seu 67º aniversário e, desde que foi lançado, em 1948, tornou-se Top of Mind e já passou por diversas transformações para se adequar às demandas dos novos consumidores.

HistóriaNascida no final da década de 1920, como

uma pequena fábrica de balas, e incorporada ao Grupo Nestlé em 2002, a Garoto ocupa hoje posição entre as 10 maiores indús-trias de chocolate do mundo, com liderança na América Latina.

Seus maiores sucessos são a Caixa Amarela, os Tabletes Familiares, os chocolates Baton e Talento e o bombom Serenata de Amor. Também oferece versões em sorvetes e picolés de algumas das suas principais marcas.

A Terceira Ponte é um dos trechos mais

bonitos da prova

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DESTAQUE EMPRESARIAL

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VALE

E m seu primeiro ano de história, o “Novo Trem”, como é carinhosa-mente conhecido, já transportou mais

de um milhão de passageiros. A marca foi batida no dia 21 de agosto. Esse volume repre-senta uma taxa média de ocupação de 90%. Nesse período, muitas histórias pontuaram as viagens ao longo dos 664 quilômetros da

Ferrovia Vitória a Minas que são cobertos pelo Trem de Passageiros.

“Mesmo após um ano de inauguração, ainda recebemos passageiros de diferentes regiões que viajam com o intuito de conhe-cer os novos carros”, informa o gerente de Operações do Trem de Passageiros, Domingos Rocha.

Novo Trem de Passageiros da Vale completa um ano e supera a marca de 1 milhão de passageirosO novo Trem de Passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), único do Brasil que percorre longas distâncias diariamente, completou um ano de operação em agosto deste ano. Em seu trajeto diário entre o Espírito Santo e Minas Gerais, o comboio passa por 51 localidades nos dois estados

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109ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Novo Trem de Passageiros garante mais conforto e

segurança para os usuários

664 km de percurso completo

30 pontos de embarque e desembarque

42 municípios atendidos

Sobre a Estrada de Ferro Vitória a Minas

Quem trabalha diariamente no comboio também tem boas histórias para contar. É o caso do chefe de trem Abdo Assis, na função há 12 anos e que coordenou a viagem inaugural da nova composição, em 5 de agosto de 2014. “Uma das lembranças mais marcantes que tenho da primeira viagem do Novo Trem foi a receptividade dos moradores de Aimorés (MG). Ao chegarmos à estação da cidade, havia muitos moradores, principalmente crianças, adoles-centes e docentes de instituições de ensino do município, com faixas comemorando a chegada do Novo Trem”, lembrou.

Fomento ao turismo regionalO município de Resplendor, também em

Minas Gerais, é um dos destinos preferidos para aqueles que buscam uma viagem de trem

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DESTAQUE EMPRESARIAL

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rápida, já que é possível ir e voltar à cidade no mesmo dia. O passeio é bastante procurado por famílias, cujas crianças desejam conhe-cer a nova composição. Saindo da Estação de Pedro Nolasco, em Cariacica (ES), de onde o trem parte diariamente às 7h, os passagei-ros chegam ao município por volta das 11h. Um dos atrativos da cidade é um passeio num minitrem, que leva os turistas para um tour pelos principais pontos de visitação locais. O retorno para a estação de Resplendor, onde o minitrem aguarda a chegada do Trem de Passageiros na cidade, se dá por volta das 16h, horário em que a composição da Vale passa no local para retornar à Estação Pedro Nolasco, destino final da viagem no Espírito Santo.

Sobre o Novo Trem de Passageiros da EFVM

Fruto de um investimento de US$ 80,2 milhões, o Novo Trem de Passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas conta com

56 novos carros, sendo 10 executivos e 30 econômicos, além de carros-restaurante, lanchonete, gerador e cadeirante (destinado a pessoas com dificuldade de locomoção). Cada vagão executivo tem capacidade para transportar 57 passageiros. Já os econômicos acomodam 75 pessoas. Em ambas as classes os carros são climatizados e possuem tomadas elétricas individuais nas poltronas para possi-bilitar o carregamento de equipamentos eletrô-nicos, como notebooks e telefones celulares.

Mais modernos, os banheiros receberam novo layout e tecnologias voltadas a priori-zar o uso sustentável dos recursos naturais, como a substituição do papel toalha por ar quente para a secagem das mãos. O sistema de descarga é a vácuo, semelhante ao utili-zado na indústria da aviação, o que reduz o consumo de água. Além disso, toda a compo-sição conta com detector de fumaça, aumen-tando a segurança dos usuários.

Os carros da classe executiva contam com sistema de som e iluminação individualiza-dos para dar maior conforto e comodidade aos viajantes. Outro diferencial são as poltro-nas, mais largas. As novidades contemplam também os carros restaurante e cadeirante. O primeiro possui 72 lugares, o que representa um acréscimo de 56% em relação às compo-sições que operam atualmente.

Segurança e confortoO Novo Trem conta ainda um novo sistema

de abertura e fechamento das portas exter-nas, bem como as localizadas entre um carro e outro, que é automático. A travessia entre os carros também mereceu melhorias e ficou ainda mais segura e confortável. Isso porque a conexão entre os vagões passou a ser vedada por um sistema de plástico emborrachado.

Os novos carros de passageiros contam ainda com displays externos e internos, que exibem informações gerais sobre a viagem. Dados como destino e trajeto do trem, número dos carros, estações e paradas de embarque e de desem-barque, entre outros, são algumas das orienta-ções voltadas a facilitar ainda mais a viagem.

“Há um ano concretizamos um sonho, que foi o de renovar a frota de carros de passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas. A aceitação do público em relação aos novos carros nos indica a importância do Trem de Passageiros para as pessoas que utilizam o transporte ferroviário diariamente pelos mais variados motivos, e isso nos dá uma enorme satisfação” Carlos Quartieri, gerente-executivo de Operações da Estrada de Ferro Vitória a Minas

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DESTAQUE EMPRESARIAL

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A Samarco assinou, no último mês de agosto, a Carta Aberta ao Brasil sobre Mudança de Clima – 2015.

O documento, celebrado ainda por importantes empresas de diferentes setores, tem como objetivo renovar e ampliar os compromissos assumidos na Carta Aberta de 2009, que também trazia a participação da mineradora. Com essa atitude voluntária, as organizações signatárias apresen-tam ao Governo brasileiro propostas consistentes para que o país assuma um papel de destaque na COP 21, que reunirá representantes de 190 nações em Paris, na França, no final de 2015, para rodadas de negociação em torno da questão climática mundial.

Os compromissos firmados no documento passam por desafios de redução nas

emissões de gases de efeito estufa (GEEs), maior uso de energia renovável, aumento da eficiência energética e publicação anual do inventário das liberações desses poluentes na atmosfera, dentre outros. Existe também um grande desejo que tais esforços possam ser recompensados por um modelo de precificação do carbono pautado em boas práticas de incentivo, que estimule as empresas a inovar e a introduzir em seus processos produtivos tecnologias mais limpas e mais adequadas a uma visão de economia de baixo carbono.

Para Denilson Araujo, gerente-geral de Tecnolo-gia e Ecoeficiência da Samarco, “a empresa trilha um caminho bem-sucedido ao integrar esse primeiro passo, dado há seis anos, em nossa estratégia

Em busca da economia de baixo carbonoSamarco reforça compromisso e investe em ações que reduzem as emissões de gases de efeito estufa em suas operações

SAMARCOFoto: Jefferson Rocio

Forno de pelotização da Samarco: empresa trocou combustível utilizado na

queima das pelotas e reduziu emissões de gases de efeito estufa em 10%

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113ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

e ações de inovação e sustentabilidade. Nossas práticas e esforços estão alinhados aos preceitos do novo documento”, afirma.

A assinatura da Carta coloca a Samarco na vanguarda de um novo movimento econômico, que começa a se desenhar globalmente: a econo-mia do baixo carbono. Resultado das pesqui-sas científicas que associam a ação humana ao aumento da temperatura do planeta, esse modelo busca reduzir a emissão de gases de efeito estufa com o objetivo de conter os problemas gerados por esse aquecimento, como avanço do mar nas áreas costeiras, períodos maiores de seca, chuvas intensas etc.

“Independentemente da avaliação que cada um faça do chamado aquecimento global, o que se tem observado é que o movimento para o desen-volvimento da economia de baixo carbono parece ser algo irreversível”, opina o executivo. No último mês de junho, líderes das sete principais potências econômicas globais – grupo formado por Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Japão e Canadá – anunciaram um acordo para a eliminação gradual do uso de combustíveis fósseis. A meta é chegar a uma baixa entre 40% e 70% na emissão dos gases de efeito estufa até 2050.

Esse anúncio acende um alerta. Como grandes compradores de mercadorias de todo o mundo, há uma tendência de que o grupo de países passe a exigir comportamento semelhante de seus fornece-dores, de modo a equilibrar os custos como desen-volvimento e adoção de novas fontes energéticas.

Nesse cenário, a Samarco, por exemplo, teria que indicar que também age para baixar suas emissões para continuar fornecendo pelotas a siderúrgicas desses países. E, repassará essa mesma exigência a seus fornecedores, criando um efeito cascata que se amplia com mais e mais empre-sas adotando padrões ambientais de maior rigor.

Para muitos, o ano de 2050 ainda soa como um futuro distante. Mas o gerente-geral da Samarco lembra que para chegar até lá em condições de competividade, é preciso que as empresas comecem a se preparar, uma vez que as mudanças de processos, equipamentos, pesquisa e principalmente, na forma de pensar das pessoas, levam tempo.

“Posso afirmar que, felizmente, a Samarco trabalha de modo a reduzir o impacto ambien-tal de sua atividade desde o início de suas operações, ainda na década de 1970. Sempre

buscamos fazer o melhor aproveitamento possível dos recursos naturais”, conta Araujo. Ao longo dos anos, a visão ambiental da companhia vem evoluindo e agregando práticas e aprendizados que vão além do antigo conceito de atendimento das exigências legais. Esse compromisso histórico com a preservação ambiental inclui investimen-tos em tecnologias que permitam um modelo produtivo cada vez mais sustentável e eficiente.

Em 2010, por exemplo, a Samarco realizou um processo de substituição do combustível utilizado em seus fornos de pelotização: do óleo para o gás natural. Apesar de ainda se tratar de um combustível fóssil, o gás natural é uma fonte de energia mais limpa e bem menos intensiva que o óleo na emissão de gases de efeito estufa. Essa troca foi bem-sucedida e trouxe uma redução de 10% nas emissões. E a empresa já investe em pesquisas para o desen-volvimento de novas fontes energéticas, como biomassa e outros recursos renováveis.

Outro exemplo de ação com impacto na diminuição de carbono na atmosfera é o convênio assinado pela Samarco e o Governo do Espírito Santo para a recuperação de áreas de nascentes, por meio do reflorestamento. A iniciativa faz parte do programa Positivo em Água da empresa, que busca modos de ampliar a oferta de recursos hídricos, mas traz ganhos relevantes também em relação à emissão de carbono. Ao promover o plantio de árvores e a preservação de áreas de mata, o projeto contribui para fixar o carbono nas plantas, reduzindo sua concentração na atmosfera.

Mesmo com tantas ações já encaminhadas, Araujo ressalta que esses exemplos não significam que a empresa está pronta para o cenário de economia de baixo carbono. “Vejo que avançamos bastante e estamos buscando nos preparar para esse novo cenário. Da mesma forma, acredito que a indústria nacional e capixaba também tenha condições que realizar essa transição de maneira planejada e tranquila, antecipando-se a possíveis novos modelos de atuação e mantendo a competitivi-dade no mercado internacional nas próximas décadas”, avalia.

Denilson Araujo, gerente geral de Tecnologia e Ecoeficência da Samarco

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DESTAQUE EMPRESARIAL

114 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

SICOOB

S eguindo o ritmo de expansão de sua rede de atendi-mento, o Sicoob Espírito Santo anuncia que vai abrir 12 novas agências no próximo ano. Oito das unida-

des serão instaladas no Estado e as outras quatro, no Rio de Janeiro, onde a instituição financeira cooperativa já adminis-tra três pontos de atendimento – dois em Volta Redonda e um em Barra Mansa.

Atualmente, a cooperativa de crédito opera fisicamente em 63 municípios capixabas, com 93 agências, nas quais cerca de 170 mil pessoas movimentam seus negócios. O Sicoob tem associados em todo o Estado, pois, mesmo onde ainda não há unidades, a cobertura é feita por estrutu-ras instaladas em cidades vizinhas, com apoio dos recursos da tecnologia da informação, o que possibilita o atendi-mento em 100% do território capixaba.

“Há 27 anos o Sicoob investe no Espírito Santo e vai conti-nuar investindo fortemente. O compromisso da instituição é com o crescimento das pessoas e com o desenvolvimento regional”, ressaltou Bento Venturim, presidente da institui-ção financeira cooperativa do Estado.

ExpansãoNo Espírito Santo, haverá mais pontos na Grande Vitória

(Vila Velha, Serra, Cariacica e Guarapari) e um novo em Viana. No interior, Muqui (Sul) e Conceição da Barra (Norte) também passarão a ter a presença do Sicoob.

No Rio de Janeiro, o Sul fluminense vai receber a quarta agência administrada pelo Sicoob ES, no município de Resende. Além disso, a atuação naquele estado será expandida para o Norte. Em 2016, as operações começam em Campos dos Goytacazes, Itaperuna e Bom Jesus do Itabapoana.

Segundo o diretor-executivo da instituição finan-ceira cooperativa do Estado, Nailson Dalla Bernadina, a inauguração das estruturas já está autorizada pelo Banco Central e é resultado do Planejamento Estraté-gico da Instituição.

AtendimentoNeste ano, foram inaugurados pontos de atendi-

mento em Itapemirim (Sul), no Centro de Vitória e da Serra (Grande Vitória) e em Pedro Canário (Norte).

Outras agências foram modernizadas e ampliadas em Rio Bananal, São José do Calçado, João Neiva, São Roque do Canaã e Cachoeiro de Itapemirim.

ResultadosAtualmente, o Sicoob ES administra mais de R$ 4

bilhões em ativos. Nos primeiros seis meses deste ano, as sobras brutas (lucro) foram de R$ 123,6 milhões, um total 46,6% superior ao mesmo período de 2014. Além disso, a cooperativa avançou na concessão de crédito e liberou mais de R$ 2 bilhões na primeira metade de 2015.

FindesDe acordo com pesquisa realizada pelo Instituto

Euvaldo Lodi (IEL), vinculado à Federação das Indús-trias do Espírito Santo (Findes), o Sicoob ES é o quarto maior grupo empresarial do Estado.

Todas as nove empresas da cooperativa figuram entre as 200 do Espírito Santo com maior receita operacional bruta, e seis estão entre as dez principais no segmento de serviços financeiros.

Sicoob investe no Estado e amplia atendimento

“Há 27 anos o Sicoob investe no Espírito Santo e vai continuar

investindo fortemente” Bento Venturim,

presidente do Sicoob-ES

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DESTAQUE EMPRESARIAL

116 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

COIMEX

O mesmo cenário de incertezas econômi-cas capaz de fazer empreendimentos sucumbirem pode ser transformado

em mola propulsora de novas oportunidades. A receita do sucesso não vem pronta, mas, para o Grupo Coimex, holding de investimentos com DNA capixaba, inclui equilíbrio financeiro, gestão eficiente e diversificação da carteira de negócios.

Em 2015, ao completar 66 anos de fundação, o Grupo se fortalece em sua experiência e projeta crescimento, mesmo com o momento econô-mico e político desfavorável no país, quando se estima uma contração da economia brasi-

leira na ordem de quase 3% para este ano e no mínimo de 1% em 2016.

“Nesse ambiente, é evidente que as empresas são impactadas negativamente, em diferentes graus. Estamos até satisfeitos com o desempenho global dos nossos negócios neste ano. Embora crescendo menos do que imaginávamos ou gostaríamos, vamos alcançar resultados positivos em 2015, e certamente também em 2016, pela qualidade da gestão de cada uma das empresas, que ajustaram os seus custos à realidade da economia”, confirma Orlando Machado Júnior, presidente da Coimex Empreendimentos e Participações Ltda., a CoimexPar, holding do Grupo.

Visão global para criar oportunidades Diversificação e governança eficiente nas empresas do Grupo Coimex trazem equilíbrio e crescimento, mesmo em conjuntura econômica desafiadora

Foto: Vicentini Fotografias

Grupo Coimex tem forte atuação na área de infraestrutura. No Espírito Santo, inclui o Sistema Rodosol, com a Terceira Ponte (foto), um terminal

portuário privativo em Vila Velha (CPVV), a ECO 101, além da Tegma, maior terminal alfandegado do Brasil

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Ao longo desses anos, o Grupo Coimex manteve-se fiel aos princípios do bom planejamento, da austeridade e do uso das modernas tecnologias. Mas o diferencial vem de outro ativo valioso, o capital humano. A gestão e a valorização de pessoas otimizam tempo e dinheiro e permitem inovar. Algo primordial numa engrenagem que envolve 10 empresas de diferentes setores, e que agora inicia importante processo de internacionalização. “Nós e as empresas onde investimos valorizamos muito o capital humano, principalmente criando um ambiente de trabalho e crescimento profissional favorável, estimulando o espírito empreendedor”, assegura Orlando Machado, presidente da CoimexPar.

A chave do equilíbrio

O Grupo Coimex teve suas bases lançadas em 1949 por Otacílio Coser, que, com sua visão empreendedora, transformou a Sinal Corretagem de Café, sediada em Vitória, em um conglomerado empresarial que hoje participa acionariamente de diversas empresas.

Diretamente ou por meio de associação com outros investidores, a CoimexPar atua em vários setores da economia nacional, como logística, infraestrutura, energia elétrica, comér-cio exterior, concessões rodoviárias, negócios imobiliários e serviços financeiros. “Diversifi-cação é a chave para o equilíbrio em momen-tos como o atual, pois, enquanto um ou outro negócio tem o seu desempenho afetado, os demais conseguem compensar essa diferença”, avalia Orlando Machado.

Mercado internacional O Grupo recentemente resolveu expandir

sua atuação para além das fronteiras do Brasil, em área na qual detém expertise. Em sociedade com outros três investidores, em uma opera-ção de 770 milhões de euros, foi adquirida uma parcela equivalente a 30% da Brisa Concessões Rodoviárias (BCR). Trata-se da maior empresa de infraestrutura de transporte de Portugal, que administra um conjunto de 11 estradas, incluindo a A1, que liga Porto a Lisboa, com dois grandes acessos à Espanha. Os outros 70% da Brisa são do Grupo José de Mello e do Fundo Arcus.

O Grupo Coimex participa na BCR por meio da Rodoeurope, em conjunto com a Global Roads, a Uniroads e a Vale do Gurgueia –

todas pertencentes a empresários com atuação também no Espírito Santo.

Com a Brisa, o Grupo e seus sócios passam a ter uma plataforma para outras oportunida-des que possam surgir dentro ou fora da Europa. “Estamos indo para onde há oportunidades, para onde o ambiente regulatório nos permite crescer”, admite Machado.

Mas o executivo ressalta que esse investimento na Europa não pode ser entendido como um desin-teresse pelo Brasil, mesmo que o momento no país não esteja bom – seja pelos juros altíssimos ou seja pela elevada carga tributária, somados à precariedade do marco regulatório de muitos setores e da insegu-rança jurídica que paira sobre o ambiente de negócios. “Quando se assiste a governos tentando anular na Justiça suas próprias decisões, ou quando se assiste ao Judiciário relativizar o direito, esse ambiente não parece muito propício a atrair investidores, especial-mente o estrangeiro”.

A bem da verdade, a economia do Brasil vive a expectativa de ver os governos fazerem a sua parte, controlando seus gastos, respeitando e dando tranqui-lidade aos negócios jurídicos, para que possa voltar a crescer. “O momento exige muita cautela sobre novos investimentos, porque a crise é grave e seus efeitos se farão sentir pelos próximos dois ou três anos”, estima o presidente da holding.

Saúde financeira Companhias que entraram muito endividadas

neste período de recessão agora enfrentam o desafio de reestruturar seus negócios diante de dívidas já consideradas impagáveis. Em dois anos, os juros cobrados das organizações subiram de 15,7% ao ano, em média, para pouco mais de 19%, segundo o Banco Central.

Para não correr riscos, o Grupo Coimex adota a postura do endividamento zero. “Dinheiro no Brasil sempre foi uma das mercadorias mais caras. Negócios muito alavancados ficam excessivamente expostos a essas crises, que são cíclicas e elevam os juros a patamares insuportáveis”, pontua o executivo.

Essa é uma diretriz que acompanha o Grupo desde sua fundação, e que, ao longo destes 66 anos, vivenciou o Brasil e o mundo passando por diferen-tes períodos de crise econômica e política. Mas sua opção sempre foi por manter sua capacidade de pagamento, com possibilidade de investimento, para garantir o crescimento de forma sustentável.

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DESTAQUE EMPRESARIAL

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VTO

E mpresários dos mais variados setores enfren-tam uma série de dificuldades não apenas para criar, mas também para manter

seus negócios nas zonas centrais dos municípios. Não raro gastam tempo e esforços resolvendo questões relativas a conflitos com as áreas vizinhas e entraves relacionados a mobilidade e meio ambiente. Mas deixar os locais de grande concentração urbana pode não ser fácil, pois nem sempre se encontram terrenos com infraestrutura necessária.

Todos esses problemas, porém, não existem nos loteamentos empresariais. Tendência nas regiões mais prósperas do país, esses empreen-dimentos facilitam a instalação, a operação e a expansão das empresas, diversificando e dinami-zando a economia.

Além de evitar as divergências com as comuni-dades e as dificuldades na obtenção de alvarás, comuns nas áreas centrais, esses loteamentos são entregues prontos para a instalação das firmas, com obras completas e concluídas de pavimentação e redes de eletricidade, drenagem, água e esgoto.

No Estado, a VTO Polos Empresariais criou na Serra e em Linhares dois loteamentos volta-

dos a indústria, serviços, logística e armaze-nagem e, em breve, haverá um lançamento na Rodovia Leste-Oeste, novo eixo de dinâmica metropolitana.

Alexandre Schubert, diretor da companhia, explica que o objetivo dos polos é permitir que as empresas ocupem espaços urbanos apropria-dos a suas atividades.

“Os terrenos VTO são completamente regula-rizados, apresentando escrituras e licenciamento ambiental. Isso agiliza o trabalho do empresá-rio quanto a questões burocráticas para que os negócios estejam em conformidade com as exigên-cias legais, o que é importante, por exemplo, para financiamentos”, acrescenta.

Cabe lembrar que as vantagens dos loteamen-tos empresariais não estão apenas nas facilidades de instalação. Em muitas situações, pode haver também vantagens financeiras. Schubert frisa que muitas organizações ocupam espaços de alto valor comercial no centro dos municípios, e a mudança para um polo empresarial representa possibilidade de geração de capital de giro.

“Saindo de uma região central e indo para um polo com todo contexto resolvido, o proprietário

Polos empresariais facilitam a instalação dos negócios e dinamizam economia

No polo empresarial de Linhares, cerca de 70% dos terrenos já foram vendidos

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119ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

do negócio pode trocar um terreno de alto valor comercial por um de valor adequado ao uso empre-sarial, possibilitando oportunidade de fazer um caixa considerável nessa troca”, enfatiza.

Para os estados e os municípios, os benefícios não se resumem à geração de emprego e renda e ao aumento da arrecadação com a expansão dos negócios. Com a saída das empresas das zonas centrais, ocorre um reordenamento urbano, melhorando aspectos como trânsito, poluição sonora, emissão de gases e riscos com a vizinhança. Os polos de desenvolvi-mento trazem, dessa forma, avanços não somente econômicos, mas também ambientais e sociais.

SerraLog já recebe investimentos O primeiro dos empreendimentos da VTO,

o SerraLog, já foi entregue. Um de seus terrenos, de 70 mil metros quadrados, está ocupado por uma empresa privada que opera o pátio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES), em pleno funcionamento.

Além disso, a Hidremec, única fabricante de dormentes metálicos da América Latina, finaliza suas instalações na região, numa área de quase 10 mil metros quadrados.

O SerraLog contou com investimentos de R$ 40 milhões, tem cerca de 700 mil metros quadra-dos e fica no bairro Campinho da Serra, a 1,5 km da BR-101 e próximo a outras plantas industriais.

Cerca de metade dos terrenos, que têm área entre 1,6 mil e 12 mil metros quadrados, já foi comercializada. Entre os destaques na infraestru-tura, há pavimentação asfáltica em toda a exten-são do loteamento, via principal de 32 metros de largura e ciclovia.

Já o Polo Empresarial VTO Linhares poderá ser entregue no início de 2016. Devido ao bom andamento das obras, decidiu-se antecipar a entrega, prevista inicialmente para agosto, permitindo que o empresariado acelere os investimentos.

Com área total de 292 mil metros quadrados, o loteamento é dividido em 56 terrenos de 1,5 mil a 4 mil metros quadrados e mais duas áreas maiores, de 40 mil a 60 mil metros quadrados. Fica na BR-101,

Informações sobre vendas pelos telefones (027) 3022-2331 e (027) 3025-2331. A VTO oferece possibilidade de financiamento direto em até 72 meses.

Saiba mais

com acesso às principais rodovias do Espírito Santo e a portos e aeroportos, estando próximo a grandes centros de consumo e de produção.

Cerca de 70% dos lotes já foram vendidos. Alexan-dre Schubert conta que entre as empresas a serem instaladas no local estão a Linhares Diesel e a Jusmar Móveis. No entorno do polo estão as fábricas da DuCoco, da Sucos Mais e da WEG.

Quanto ao polo da VTO em Cariacica, o diretor adianta que será localizado em frente à Rodovia Leste-Oeste, próximo ao bairro Campo Grande.

O loteamento está em fase de registro e terá terre-nos voltados para negócios nos ramos de fabrica-ção de produtos, armazenamento e logística. De um outro lado, haverá um empreendimento anexo com lotes comerciais e residenciais. A área total é de quase 470 mil metros quadrados, e o inves-timento da empresa é de R$ 90 milhões.

Em todos os casos, os polos são voltados para empresas de grande, médio e pequeno porte.

VTO no Brasil

A capixaba VTO Polos Empresariais desenvolve empreendimentos em outros estados brasileiros e acaba de lançar um loteamento na cidade catarinense de Araquari, na região metropolitana de Joinville.

A companhia investiu R$ 70 milhões no local, disponibilizando 60 lotes que serão entregues com total infraestrutura para o desenvolvimento de ativi-dades industriais, de armazenamento, logística e serviços. A região tem forte atividade metalmecâ-nica, e no entorno do polo de Araquari está, por exemplo, a fábrica da BMW.

A VTO prevê ainda, entre os anos de 2016 e 2017, o lançamento de polos empresariais nas cidades de Igaraçu (PE), Uberaba (MG), Camaçari (BA) e Pinda-monhangaba (SP), onde serão investidos mais de R$ 100 milhões.

O SerraLog tem quase 700 mil metros quadrados de área. Entre os negócios que irão operar no local está a Hidremec

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124 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

A edição 2015 do anuário “IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo”, em sua 19ª edição, nos permite afirmar que disponibilizamos ao meio empresarial, público e acadêmico

um dos mais importantes veículos de divulgação de nosso Estado, suas empresas e economia.

Como em anos anteriores, os artigos; as entre-vistas; as análises; o Empresário; o Executivo e a Empresa Destaques; o caderno Análises Ideies; o Prêmio IEL em Gestão; e o caderno em inglês foram mantidos, sendo agregado um novo reco-nhecimento às iniciativas empresariais de nosso Estado: o Prêmio IEL – ABRH: Melhor Empresa para se trabalhar no Espírito Santo, definida a partir de critérios técnicos, com objetivo de home-nagear as organizações que possuem práticas de excelência em gestão de pessoas e difundi-las de forma a estimular cada vez mais a evolução desses modelos e execuções entre as demais instituições empresariais que se destacaram no ano corrente.

Nesse aspecto, as pontuações acima de 8, numa escala de até 10 pontos, indicam o empenho das empresas e o reconhecimento de seus colabora-dores nos esforços pela melhoria e da gestão de pessoas e a promoção da qualidade de vida de seus empregados.

As informações apresentadas nesta edição, assim como nas anteriores, traduzem-se em referenciais e indicadores relevantes para o estudo de inves-timentos e análises de desenvolvimento de mer-cados, assim como representam importante fonte de contribuição para o futuro sócio-econômico do Estado do Espírito Santo. Além da consolidação dos dados obtidos por meio dos demonstrativos contábeis das empresas participantes, as demais páginas fornecem conteúdo disponível sobre os vários aspectos da economia capixaba.

As 200 Maiores Empresas no Espírito Santo apresentaram, em 2014, uma Receita Operacional Bruta (ROB) de R$ 113,1 bilhões no Estado, um aumento de 9,7% em relação a 2013. Por outro lado, os 99.801 empregos diretos informados pelas empresas amargaram queda de 2,2% no mesmo período. Esses dados são significativos e refletem o grande dinamismo que a economia capixaba

FÁBIO DIAS é superintendente do IEL-ES

tem mostrado no transcorrer dos últimos anos, o que pode ser expresso no crescimento de 9,5% da produtividade por empregado, ocorrido entre 2013 e 2014.

O sucesso do anuário “IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo” somente foi possível em razão do profissionalismo, da perseverança e do processo de melhoria e inovação contínua implementado por nossa equipe, parceiros arti-culistas, aliados à confiança de empresas e do público demandante de informações, assim como de outros colaboradores externos, com suas análises, impressões e críticas sobre os variados temas relacionados na publicação.

Assim, em nome da equipe do IEL-ES, queremos externar nossa alegria e satisfação por termos concluído e entregue mais esta edição do anuário “IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo”, superando o sucesso das versões ante-riores. O IEL-ES, autor do estudo e editor da revista, sente-se honrado e orgulhoso em pro-duzir e disponibilizar este veículo com tamanha credibilidade nos meios empresarial, acadêmico, técnico e político de nosso Estado, graças à intensa participação de nossas empresas e seus empre-endedores, que foram e são os grandes inspira-dores para a realização deste importante projeto, que há 19 anos analisa o setor produtivo capixaba e divulga seu desempenho.

Acreditamos que os desdobramentos na geração de conhecimento advindo dos dados veicu- ladas por empresas, empresários, acadêmicos e profissionais contribuem para o melhor enten-dimento acerca dos aspectos econômicos locais, nacionais e internacionais, demonstrando nossas vocações e potencialidades, fazendo deste anuário uma rica fonte de informação.

Agradecemos a todos os que contribuíram para materializar este projeto, em especial aos empre-sários e executivos capixabas, pela liberação de informações de seu negócio e pela viabilização financeira do veículo, permitindo mais uma vez a divulgação da importante atividade empreen-dedora do Estado do Espírito Santo.

RANKING | INTRODUÇÃO

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As 200 Maiores Empresas no Espírito Santo classificadas pela Receita Operacional Bruta, com informações econômicas, contábeis, financeiras e análises.

Informações consolidadas dos setores industrial, comercial e de serviços e por atividade.

As 20 empresas com melhor desempenho segundo diversos indicadores econômicos, contábeis, financeiros e sociais.

A Melhor Empresa dentre as 200 Maiores.

As 100 Maiores Empresas Privadas com controle de capital capixaba, classificadas pela Receita Operacional Líquida.

Ranking dos Maiores Grupos Empresariais, segundo o critério de Patrimônio Líquido, contendo informações econômicas e financeiras consolidadas.

As maiores empresas, segundo os setores: alimentos, comércio atacadista, comércio varejista, concessionárias de veículos, construção, serviços financeiros e seguros, atendimento hospitalar, serviços de importação e exportação e transportes.

O QUE VOCÊ ENCONTRA NESTE ENCARTE | RANKING

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126 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

N esta edição, a análise integrada dos indicadores foi realizada considerando-se a evolução entre os anos de 2012 e 2014 das empresas listadas no ranking, excluindo-se aquelas que

informaram somente a receita operacional bruta, 17 organizações, ou seja, 8,5% do total.

O resultado líquido de 2014 indica um cresci-mento no lucro das empresas em relação aos dois anos anteriores da amostra. O lucro global aumentou aproximadamente R$ 600 milhões, o que representa 13,3% de incremento em relação ao ano anterior.

A alta no lucro das empresas não acompa-nhou a elevação nos investimentos, que foi de 19,3%, alcançando R$ 81,6 bilhões. Como consequência, pelo terceiro ano consecutivo, houve uma redução do retorno sobre o capital investido, para 6,25% em 2014, 0,33 ponto percentual abaixo do retorno obtido em 2013.

RANKING | ANÁLISE

Um ano de aumento dos lucros, mas de redução da rentabilidade

EMANUEL JUNQUEIRA é doutor em Contabilidade e Controladoria pela Universidade de São Paulo, professor adjunto da Universidade Federal do Espírito Santo e consultor associado do IEL-ES

Apesar do nível de endividamento permane-cer estável, o aumento do custo do capital de terceiros colaborou para a baixa no retorno sobre o investimento. Isso se deve principalmente ao incremento das taxas de juros cobradas pelas fontes de financiamento, que subiram as despe-sas financeiras e, da mesma forma que outros custos da organização, nem sempre podem ser repassadas ao preço final dos produtos e dos serviços comercializados.

Um aparente ponto de inflexão nas decisões de investimento

Seguindo a tendência verificada em 2013, as empresas expandiram o total de investimen-tos em 19,3%. O capital investido continua a ser financiado em sua maioria com recurso de terceiros, que permaneceu estável em aproxi-madamente 70%.

Houve uma pequena retração de 3,8% no número de postos de trabalho, e ainda não é possível afirmar que esta será uma tendência para os próximos anos.

Para o biênio 2015/2016, é esperado um maior recuo nos investimentos. O número de empresas que pretende reduzi-los disparou em 20 pontos percentuais, e houve uma diminuição em 7 pontos percentuais daquelas que preten-dem aumentá-los.

A análise global da avaliação dos gestores indica uma possível mudança no humor do empresariado capixaba que, ao contrário do observado nos últimos anos, pretende adotar

Evolução dos principais itens do balanço e da demonstração do resultado

ROL Lucro Líq. PL Ativo Passivo Exigível

R$ 4

8,6

biR$

51,4

bi

R$ 4

,5 b

iR$

4,5

bi

R$ 19

,3 b

iR$

20,

9 bi

R$ 6

0,0

biR$

68,

4 bi

R$ 4

0,7 b

iR$

47,4

bi

2012 2013

| Gráfico 1

2014

R$ 5

9,5 b

i

R$ 5

,1 bi

R$ 2

4,8

bi

R$ 8

1,6 b

i

R$ 5

6,8

bi

Evolução dos principais itens do balanço e da demonstração do resultado

| Tabela 1

RESULTADO LÍQUIDO

ATIVO TOTAL

ROI ENDIVIDAMENTO EMPREGOS

2013 4,5 bi 68,4 bi 6,58% 69,4% 101.507

2014 5,1 bi 81,6 bi 6,25% 69,6% 97.689

Variação 13,3% 19,3% - 0,33 p.p. 0,2 p.p. - 3,8%

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127ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Comparativo da evolução dos impostos e do lucro líquido

2010 2011 2012 2013

Imposto sobre vendas Lucro Líquido

| Gráfico 2

R$ 5

,1 bi

R$ 5

,1 bi

R$ 6

,0 b

i R$

4,0

bi

R$ 6

,9 bi

R$ 4

,5 b

i

R$ 6

,8 b

iR$

4,5

bi

uma postura mais defensiva para superar o agravamento das condições econômicas e políticas do país.

Considerando a expectativa de baixo cresci-mento para o biênio 2015/2016, pede-se uma maior atenção à necessidade de intensificar a produtividade das empresas, o que pode melhorar a relação entre os custos operacionais e o resul-tado. Recomendam-se nesse caso o investimento em treinamento e capacitação dos colaborado-res e também o incentivo à inovação.

Impostos sobre as vendas voltam a crescer

Depois da estabilidade verificada em 2013, o montante de impostos incidentes sobre as

vendas dos produtos e serviços cresceu aproxima-damente 4,4% em 2014, atingindo R$ 7,1 bilhões. Considerando que esses valores não contem-plam os impostos e as contribuições incidentes sobre o lucro e a folha de pagamento, o Governo continua sendo “o principal acionista” das empresas capixabas, dado constatado em todos os relatórios, desde 2010.

Período2012/ 2013

2013/ 2014

2014/ 2015

2015/ 2016

Pretendo reduzir os investimentos 5% 9% 7% 27%

Pretendo manter os investimentos 51% 48% 55% 42%

Pretendo aumentar os investimentos 44% 43% 38% 31%

Decisões de investimento | Tabela 2

R$ 7,

1 bi

R$ 5

,1 bi

2014

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128 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Avaliação e remuneração dos gestores

O critério de avaliação e remuneração dos gestores é um fator essencial para o aprendi-zado e o crescimento destes e da própria organi-zação. Uma avaliação adequada deve incluir uma observação de curto prazo, normalmente expressa no desempenho econômico-finan-ceiro, somada a uma visão de longo prazo, que contempla as medidas qualitativas (não finan-ceiras) e contribui para a análise da capacidade da empresa em continuar a gerar resultados positivos no futuro.

Quando comparado ao ano de 2013, constata-se um aumento no número de empre-sas que não possuem avaliação formal em detrimento daquelas que realizam a avalia-ção balanceada do desempenho.

PRÁTICAS GERENCIAIS ADOTADAS 2014 2015

Dem. Contábeis Adaptadas 90% 91%

Orçamento 87% 82%

Planejamento Estratégico 85% 89%

Benchmarking interno 66% 74%

Benchmarking externo 64% 74%

Lucratividade do Cliente 62% 62%

BSC ou Medidas Balanceadas 48% 50%

Ciclo de Vida do Produto 46% 53%

EVA e/ou Lucro Residual 39% 44%

Principais práticas gerenciais adotadas pelas empresas

| Tabela 5

CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO 2012 2013 2014

A empresa não possui avaliação formal 45% 32% 39%

A empresa considera somente o resultado financeiro 6% 6% 6%

A empresa considera o resultado financeiro e medidas não financeiras na avaliação do desempenho 49% 62% 55%

Forma de avaliação do desempenho dos gestores

| Tabela 3

Defendemos essa postura, pois acreditamos que ao adotar uma política de remuneração fixa, as empresas estão perdendo a oportunidade de utilizar um instrumento eficaz no alinha-mento dos objetivos organizacionais com os interesses dos seus colaboradores. Na compa-ração com os anos de 2012 e 2013, apesar dos avanços na forma de remuneração dos gestores, a quantidade de empresas que adotam somente o ganho fixo, independentemente do desem-penho do gestor, ainda é significante, 34%.

Práticas gerenciaisEm continuidade à pesquisa iniciada no

ano passado, foram introduzidas questões relacionadas às práticas gerenciais adotadas pelas empresas, com o objetivo de identificar o seu nível de utilização.

São apresentados os resultados para os anos de 2014 e 2015 em virtude de a análise do uso das práticas gerenciais pelas organizações ser feita considerando-se o momento do preen-chimento do questionário.

Quanto à forma de remuneração dos gestores, houve um crescimento significa-tivo no número de empresas que lhes pagam incluindo uma parcela variável em função do desempenho, de 46% para 66%. Como conse-quência, o percentual de empresas que adota apenas uma remuneração fixa, independente do desempenho desse profissional, caiu de 53% para 34%.

TIPO DE REMUNERAÇÃO 2012 2013 2014

Totalmente fixa, independente do desempenho do gestor 59% 53% 34%

Totalmente variável, em função do desempenho do gestor 1% 1% 0%

Uma parcela fixa e outra variável, em função do desempenho do gestor 40% 46% 66%

Forma de remuneração dos gestores | Tabela4

Com relação ao processo de planejamento, 11% das empresas informaram não elaborá-lo, e 18% não desenvolvem o orçamento. A ausên-cia dessas práticas prejudica os planejamentos de longo e curto prazo e dificulta a avaliação sobre se o negócio está no rumo desejado pelos seus controladores.

Page 129: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

129ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Principais práticas gerenciais adotadas pelas empresas

EVA e/ou Lucro Residual

Ciclo de Vida do Produto

BSC ou Medidas Balanceadas

Lucratividade do Cliente

Benchmarking Externo

Benchmarking Interno

Planejamento Estratégico

Orçamento

BP, DR e DFC adaptadas

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

| Gráfico 3

90%

Outro aspecto interessante está no maior número de empresas que declararam fazer o planejamento estratégico, quando o esperado seria encontrar um percentual mais alto de elaboração do orçamento, considerando que para as empresas que estão implantando o planejamento, iniciá-lo pelo curto prazo é mais fácil do que pelo longo. O cruzamento dos dados permite inferir como possível causa para esse comportamento a centralização do poder ainda observada em 49% das empresas que declararam ser familiares. Nesses casos, é normal em momentos de crise centralizar as decisões econômico-financeiras e, consequentemente, o orçamento perde relevância.

Com relação à verificação frequente do desempenho econômico-financeiro, chama atenção o fato de 9% das empresas não utili-zarem as demonstrações contábeis básicas (Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado e Demonstração do Fluxo de Caixa) adaptadas para auxiliar os gestores no acompa-nhamento da evolução patrimonial das organi-zações, não sendo possível identificar como é o processo decisório.

Outra ferramenta importante para esse processo é o Balanced Scorecard ou qualquer outro instrumento de avaliação balanceada que inclua medidas financeiras e não financeiras de avaliação de desempenho. Nesse caso, 50% das empresas indicaram ainda não adotar esse tipo de prática, o que prejudica as análises para cenários de longo prazo.

A análise das chamadas “melhores práticas de gestão” de uma empresa ou setor de sucesso na economia pode contribuir para a gestão organizacional identificar ações consideradas de sucesso e que são adotadas internamente ou por outras companhias.Esses indicado-res apresentaram uma melhora significativa em relação ao ano anterior, no entanto, 26% afirmaram não fazer uma análise da possibilidade de adoção de práticas de sucesso implantadas por outras empresas ou unida-des da empresa.

A análise de lucratividade do cliente permite estabelecer uma estratégia que estimule as vendas para aqueles que geram maior retorno e substitua aqueles com retorno abaixo do desejado. Apesar da importância dessa análise, da mesma forma

que em 2014, 38% dos gestores afirmaram não abraçar essa prática em suas empresas.

A análise do ciclo de vida do produto é capaz de identificar os produtos que estão com a demanda em crescimento, aqueles que atingi-ram a maturidade e aqueles que estão com as vendas em declínio e poderão ser descontinu-ados pela falta de demanda futura. De posse dessa informação, é possível constatar a neces-sidade de substituição de produtos e serviços, a capacidade de geração de fluxo de caixa com os produtos e serviços existentes, o estágio do ciclo de vida do mix de produtos e serviços, dentre outras importantes observações.

Ainda na análise do conjunto de práticas gerenciais que podem ser adotadas na melhoria de informação para auxiliar nas decisões, o lucro residual e o EVA®, que são indicadores impor-tantes para avaliar a adequada remuneração do capital investido, não são utilizados por 56% das empresas. Esses indicadores são calculados deduzindo-se do lucro obtido, o custo ponde-rado do capital investido (próprio e de tercei-ros), e permitem identificar se a empresa está criando ou destruindo valor para o acionista.

O cenário descrito pelos gestores indica uma expectativa de os obstáculos para o cresci-

91%

87%82%

85%89%

66%74%

64%74%

62%62%

48%50%

46%53%

39%44%

2015 2014

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130 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

mento da economia poderem se agravar em 2016. Novamente, houve aumento no investi-mento, com uma pequena redução no número de empregos. A expectativa é que isso tenha reflexo no cresciemento da competitividade, com a modernização dos negócios e a busca pela inovação. No entanto, é preciso continuar avançando em direção a um melhor modelo de gestão com a adoção de práticas gerenciais que profissionalizem ainda mais a adminis-tração de nossas empresas.

O processo orçamentárioPreparamos para a edição deste ano uma

análise do processo orçamentário das empresas.

No entanto, é no mínimo curioso que os entrevis-tados considerem que o seu sucesso está associado ao alcance desses objetivos.

ENVOLVIDOS NO PROCESSO ORÇAMENTÁRIO ELABORAÇÃO SOLUÇÃO DE

PROBLEMAS

Nenhum subordinado 7% 10%

Até 10 subordinados 48% 39%

Acima de 10 subordinados 42% 43%

Todos os subordinados 3% 8%

TOTAL 100% 100%

Envolvidos no processo orçamentário

| Tabela 6

Participação dos gestores na definição das metas 71%

Dificuldade para o alcance das metas 31%

Cobrança para o alcance das metas 79%

Controle das metas pela alta administração 78%

Alcance das metas como critério de promoção 49%

Alcance das metas como fator de sucesso dos gestores 71%

Participação dos gestores na definição das metas

| Tabela 7

FREQUÊNCIA DE REVISÃO %

Mensal 25%

Bimestral 2%

Trimestral 26%

Quadrimestral 3%

Semestral 17%

Não revisa o orçamento 27%

TOTAL 100%

Frequência de revisão do orçamento

| Tabela 8

A primeira questão estava relacionada com a participação dos gestores, e chama atenção o fato de quase a metade das empresas não envolver mais do que 10 subordinados nesse processo, apesar de as pesquisas indicarem que há associação entre participação e comprome-timento com as metas orçamentárias.

A baixa participação parece refletir a centra-lização do processo decisório das organizações pesquisadas, característica presente em empre-sas familiares. Entretanto, apesar do pouco envolvimento com a definição das metas, desperta atenção o fato de apenas 31% dos entrevistados considerarem esses alvos difíceis de serem alcançados.

Apesar da cobrança e do controle para se atingir as metas, é baixa a utilização dessa métrica como critério para a promoção dos colaboradores.

Os respondentes indicaram que 27% das empresas não revisam o orçamento durante o período de execução. Esse número, somado aos 17% de empresas que reavaliam somente semestralmente, pode ser considerado preocu-pante, em virtude do dinamismo e da instabi-lidade da economia do país.

As pesquisas indicam que o realismo das metas é fundamental para a motivação e o comprometimento dos profissionais. Nesse sentido, recomenda-se uma revisão pelo menos trimestral dos principais grupos de contas da organização e, quando necessário, ajustes no orçamento para que este reflita a realidade das metas durante todo o processo.

Page 131: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

131ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

A relação entre a importância e o desempenho da organização para as quatro principais funções do orçamento também foi analisada. Os respondentes indicaram que a relevância das funções é superior ao desempenho da organização na utilização do processo orçamentário para execução delas. Por exemplo, embora o planejamento operacional seja considerado importante para 89% dos respondentes, apenas 75% avaliam o desempenho com essa função adequado.

Os problemas identificados na execução do processo orçamentário influenciam a satisfação dos gestores com esse procedimento. Apenas 61% dos entrevistados afirmam estar satisfeitos com o uso do orçamento para o gerenciamento de suas unidades. Os números são melhores para o auxílio à tomada de decisões operacio-nais e estratégicas, mas também devem ser tidos como insuficientes, considerando o porte das empresas pesquisadas.

O resultado da matriz importância x desem-penho para as funções do orçamento indica que as empresas devem procurar identificar os problemas relacionados ao processo e estabele-cer medidas que definam padrões adequados.

A análise global do processo orçamentário das participantes do Anuário 2015 indica que os problemas nesse procedimento refletem no resultado das empresas que, em sua maioria, não alcançam as metas estabelecidas. Aproxi-madamente 63% das organizações atingiram menos de 90% das metas orçamentárias previs-tas. Considerando que 83% afirmaram revisar suas metas durante o período orçamentário, é possível inferir que estas estão sendo estabe-lecidas de forma equivocada.

O orçamento é fundamental para o plane-jamento e o controle das organizações. É em momentos de instabilidade, como os viven-ciados atualmente, que o planejamento se faz mais necessário. É preciso avançar no uso dessa prática gerencial.

FUNÇÃO DO ORÇAMENTO IMPORTÂNCIA DESEMPENHO

Planejamento operacional 89% 75%

Avaliação de desempenho 84% 79%

Comunicação das metas 83% 70%

Implantação das estratégias 86% 81%

Funções do orçamento | Tabela 9

SATISFAÇÃO DO GESTOR COM O PROCESSO ORÇAMENTÁRIO %

Para o gerenciamento da unidade 61%

No auxílio à tomada de decisões operacionais 75%

Para auxiliar as decisões estratégicas 72%

Satisfação do gestor com o processo orçamentário

| Tabela 10

% DE ALCANCE DAS METAS ORÇAMENTÁRIAS % %

ACUMULADO

De 10% a 50% 10% 10%

Acima de 50% até 70% 12% 21%

Acima de 70% até 90% 42% 63%

Acima de 90% até 100% 18% 82%

Acima de 100% 18% 100%

Percentual de alcance das metas | Tabela 11

Page 132: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

132 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

RANKING | METODOLOGIA

O anuário “200 Maiores Empresas no Espírito Santo”, considerado uma das mais importantes publicações de

avaliação da economia capixaba, disponibiliza informações sobre o desempenho econô-mico-financeiro das empresas e dos grupos empresariais com operações no Estado.

A 19ª edição apresenta os dados referen-tes ao ano de 2014, analisados a partir do conteúdo fornecido pelas organizações como: a receita operacional bruta, a receita operacio-nal líquida, o resultado líquido do exercício, o patrimônio líquido, o número de emprega-dos, a rentabilidade do patrimônio líquido, a liquidez, dentre outros.

No estabelecimento do ranking das 200 Maiores pela Receita Operacional Bruta (ROB), foram utilizadas as seguintes infor-mações fornecidas:

1. Empresas com sede fiscal no Espírito Santo: apropriaram o total de suas receitas;

2. Para empresas com sede fiscal em outro estado, foi considerado o percentual da receita gerada no Espírito Santo;

3. Para empresas com sede fiscal em outro estado, somente foram consideradas as demais informações quando elas eram específicas da(s) unidade(s) localizada(s) no Espírito Santo ou quando sua receita foi totalmente gerada no Estado.

A empresa cuja sede fiscal é em outro estado e que não informou os conteúdos contábeis específicos das operações realizadas no Espírito Santo está com dados assinalados como “N/D” (não disponível) nas tabelas.

A observação N/D também aparece nos casos em que as empresas deixaram de incluir algum dos dados solicitados.

A edição 2015 da pesquisa das maiores empre-sas no Espírito Santo foi realizada a partir de mais de 5.500 contatos e da avaliação de balan-ços de aproximadamente 280 companhias, além dos grupos empresariais do Estado.

Foram analisados os números das operações executadas no Espírito Santo das empresas e dos grupos que enviaram suas demonstrações contábeis ou que responderam ao questioná-rio eletrônico até o dia 14 de agosto de 2015. O universo da pesquisa inclui sociedades anônimas de capital aberto e fechado, coope-rativas, entidades sem fins lucrativos e socie-dades limitadas.

As mudanças metodológicas promovidas pelo anuário em sua última edição foram mantidas, adequando-o às práticas contábeis verificadas junto às empresas e em conformidade com as recomendações do Comitê de Pronunciamen-tos Contábeis (CPC) e às normas contábeis em vigor. No entanto, ainda mantivemos a classi-ficação do ranking das 200 maiores empresas tendo por base a ROB, incluindo a informação da Receita Operacional Líquida (ROL) para as empresas que a divulgaram.

Da mesma forma que nos anos anterio-res, foram considerados os dados de todas as empresas participantes para o estabeleci-mento dos rankings setoriais, das 20 maiores segundo os principais indicadores e das maiores por atividade. Assim, uma empresa que não está classificada entre as 200 Maiores, mas que enviou os seus dados, poderá fazer parte de um ranking específico. Esse método permite às organizações, independentemente de seu porte, serem classificadas pelo seu desempe-nho conforme os critérios dos indicadores utili-zados na publicação.

Page 133: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

133ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Receita operacional bruta Receita proveniente do total das vendas de bens e serviços prestados pela empresa.

Variação da Receita Operacional Bruta

Apresenta a evolução da receita bruta de vendas, em percentual.

Receita Operacional LíquidaÉ calculada pela diferença entre o valor das vendas, deduzidas de devoluções e abatimentos, e os impostos sobre vendas.

Variação da Receita Operacional Líquida

Apresenta a evolução da receita líquida de vendas, em percentual.

EbitdaAbreviatura da expressão em inglês Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, que significa lucro antes de descontar os juros, os impostos sobre o lucro, a depreciação e a amortização. Em essência, corresponde ao caixa gerado pela operação da empresa.

Variação do Ebitda Apresenta a evolução do Ebitda, em percentual.

Resultado Líquido do ExercícioÉ o resultado do exercício, apurado de acordo com as regras legais, depois de descontados o Imposto de Renda e a Contribuição Social Sobre o Lucro.

Variação do Lucro Líquido do Exercício

Apresenta a evolução do lucro líquido, em percentual.

Patrimônio LíquidoÉ a soma do capital, das reservas e dos ajustes de avaliação patrimonial, menos a soma do capital a integralizar, das ações em tesouraria e dos prejuízos acumulados. Mede a riqueza da empresa.

Rentabilidade das Vendas É calculada pela divisão entre o lucro líquido e a receita líquida.

Rentabilidade do Patrimônio Líquido

Mede o retorno do investimento para os proprietários. Resulta da divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido.

Liquidez CorrenteÉ a divisão do ativo circulante pelo passivo circulante e indica a capacidade da empresa em honrar seus compromissos no curto prazo.

Endividamento GeralÉ a soma das dívidas de curto e longo prazos. O resultado é mostrado em porcentagem, em relação ao ativo total, e representa a participação de recursos financiados por terceiros na operação da empresa.

Endividamento de Longo PrazoIndica o quanto a empresa está comprometida com dívidas de longo prazo. É expresso em porcentagem, em relação ao ativo total.

Empregados no Espírito Santo Número de funcionários em 31 de dezembro de 2014.

INDICADOR CONCEITO

A tabela abaixo apresenta um resumo dos princi-pais conceitos utilizados.

Para elaborar o ranking das 200 Maiores Empre-sas foi utilizado o critério da Receita Operacional Bruta, um indicador da contribuição da empresa

para a sociedade em termos receita gerada com a venda de produtos e serviços.

Além da Receita Bruta, são fornecidas infor-mações como Receita Líquida, Ebitda, Lucro Líquido, Patrimônio Líquido e o número de empre-

Conceitos metodológicos

gados no Espírito Santo. Não menos importante, são apresentados indicadores para análise econô-mico-financeira, como: Rentabilidade do Patrimô-nio Líquido, Liquidez Corrente, Endividamento Geral e Endividamento de Longo Prazo.

A revista apresenta ainda diversas outras listas de empresas, organizadas por setor da economia, empreendimentos capixabas, empresas consolida-das por atividade, dentre outras.

Lembramos ainda que, para a versão do anuário em português e inglês, os valores

foram convertidos em moeda americana, considerando o dólar comercial venda médio do ano de 2014, que fechou em R$ 2,3547, segundo dados do Banco Central do Brasil (http://www4.bcb.gov.br/pec/taxas/port/ptaxnpesq.asp?id=txcotacao).

Destacamos ainda que eventuais diferenças de valores poderão ser encontradas, mas são frutos de arredondamentos promovidos pelo sistema utilizado e não tiveram influências sobre os resultados apurados.

Page 134: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

134 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Ranking segundo Receita Operacional Bruta no Espírito Santo (valores em R$ milhares)

RANKING DAS 200 MAIORES EMPRESAS

1 PETROBRAS - UO - ES * Indústria Extração de petróleo e gás natural 26.072.216 6,5% N/D N/D N/D N/D

2 SAMARCO MINERAÇÃO Indústria Mineração 7.601.335 5,0% 7.536.864 4,6% 3.762.468 -2,8%

3 HERINGER Indústria Química e Petroquímica 6.039.982 9,8% 5.951.799 9,7% 331.857 23,9%

4 VALE Indústria Mineração 5.662.916 -42,1% N/D N/D N/D N/D

5 ARCELORMITTAL BRASIL Indústria Siderurgia e Metalurgia 4.710.572 20,7% N/D N/D N/D N/D

6 BR DISTRIBUIDORA Comércio Atacadista Comércio Atacadista 4.429.133 16,9% N/D N/D N/D N/D

7 CISA TRADING Serviços Serv. Importação e Exportações 3.858.950 38,2% 3.033.176 40,6% 76.657 15,4%

8 ESCELSA Serviços Eletricidade e Gás 3.447.581 17,5% 2.428.845 19,8% 434.747 19,0%

9 COTIA Serviços Serv. Importação e Exportações 3.379.927 13,9% 2.833.830 21,7% 49.848 -17,9%

10 FIBRIA CELULOSE Indústria Papel e Celulose 2.672.783 -2,4% N/D N/D N/D N/D

11 BANESTES Serviços Serv. Financeiros e Seguros 2.258.841 25,9% 2.196.845 26,3% N/D N/D

12 TROP COMÉRCIO EXTERIOR Serviços Serv. Importação e Exportações 2.220.420 18,7% 1.858.342 19,5% N/D N/D

13 GAROTO Indústria Alimentos 2.107.622 9,3% 1.507.688 11,8% -223.062 -3816,1%

14 INTERAGRÍCOLA Serviços Serv. Importação e Exportações 1.702.618 39,0% 1.645.672 39,6% N/D N/D

15 SERTRADING S.A Serviços Serv. Importação e Exportações 1.630.251 -2,6% 1.405.377 -4,7% N/D N/D

16 COLUMBIA TRADING Serviços Serv. Importação e Exportações 1.495.346 3,5% 1.225.928 3,2% 1.488 392,9%

17 SERTRADING (BR) Serviços Serv. Importação e Exportações 1.277.490 9,5% 1.061.257 9,6% 40.502 2,0%

18 VIX LOGÍSTICA Serviços Transporte 1.264.849 11,2% 1.116.380 10,0% 232.848 8,8%

19 BANCO DO BRASIL Serviços Serv. Financeiros e Seguros 1.189.656 4,0% N/D N/D N/D N/D

20 KURUMÁ VEÍCULOS Comércio Varejista Concessionária de Veículos 986.657 19,3% 949.281 19,5% 29.940 572,4%

21 HORTIFRUTI Comércio Varejista Comércio Varejista 974.258 15,2% 922.426 17,9% 64.564 11,9%

22 UNIMED VITÓRIA Serviços Plano de Saúde 895.961 10,4% 872.855 8,3% 24.834 -10,8%

23 UNICAFÉ Comércio Atacadista Comércio Atacadista 847.028 45,2% 843.266 45,3% 84.630 75,1%

24 FRISA FRIGORÍFICO Indústria Alimentos 814.300 16,5% 762.952 16,3% 38.455 -26,5%

25 UNILIDER Comércio Atacadista Comércio Atacadista 758.921 31,1% 595.412 28,6% N/D N/D

26 TANGARÁ FOODS Indústria Alimentos 739.331 -36,2% 661.794 -38,8% 874 -98,7%

27 VITÓRIA DIESEL Comércio Varejista Concessionária de Veículos 739.158 8,2% 646.440 8,5% 9.535 138,9%

28 CESAN Indústria Cap. Trat. e Distrib. de Água 681.889 15,1% 618.927 11,4% 205.766 14,8%

29 EXCIM Comércio Atacadista Comércio Atacadista 627.948 -3,4% 527.843 -2,4% 1.611 -91,3%

30 CASAGRANDE Comércio Varejista Comércio Varejista 595.029 12,0% 526.122 11,8% N/D N/D

31 TRISTÃO Comércio Atacadista Comércio Atacadista 572.428 37,8% 563.926 38,4% 41.209 94,3%

32 WEG LINHARES Indústria Fabricação de Maq. e Mat. Elétricos 555.248 25,1% 408.584 27,8% 51.432 24,9%

33 PERFILADOS RIO DOCE Indústria Siderurgia e Metalurgia 474.529 8,6% 380.617 8,8% N/D N/D

34 CUSTÓDIO FORZZA Comércio Atacadista Comércio Atacadista 441.646 16,7% 425.909 19,2% 868 104,1%

35 ITABIRA AGRO INDUSTRIAL Indústria Fabricação de Cimento 437.763 -9,1% 332.059 -9,2% N/D N/D

36 SUPERMERCADO PERIM Comércio Varejista Comércio Varejista 436.700 17,3% 377.292 14,7% N/D N/D

37 LORENGE Indústria Construção 427.130 7,1% 301.071 -1,1% 31.857 -64,3%

38 FORTLEV Indústria Fabr. de Borracha e Mat. Plástico 395.761 13,5% 279.935 12,9% 15.160 -50,7%

39 NIBRASCO Serviços Arrendamento de Ativos 381.984 201,5% 346.650 201,5% N/D N/D

40 RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS Comércio Atacadista Comércio Atacadista 381.383 9,0% 311.607 9,2% N/D N/D

CLASSIF. 2014

EMPRESA SETOR ATIVIDADEREC. OP. BRUTA

VAR. ROB 14/13

REC. OP. LÍQ.

VAR. ROL 14/13

EBITDAVAR.

EBITDA 14/13

* Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP

Page 135: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

135ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 6.480 1

2.805.548 2,7% 19.557.107 4.313.331 37,2% 65,0% 0,9 77,9% 58,7% 1.282 2

7.963 123,5% 3.311.081 445.210 0,1% 1,8% 0,8 86,6% 3,3% 252 3

N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 7.899 4

N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 5.875 5

N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 89 6

63.103 18,7% 1.257.148 211.417 2,1% 29,8% 1,3 83,2% 16,2% 18 7

181.575 35,5% 2.839.121 907.006 7,5% 20,0% 0,9 68,1% 30,9% 930 8

33.098 -18,8% 1.273.206 161.046 1,2% 20,6% 0,9 87,4% 1,5% 4 9

N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 1.657 10

133.701 21,6% 15.067.909 1.061.694 6,1% 12,6% 0,7 92,9% 19,1% 2.433 11

37.701 -8,3% 675.348 153.579 2,0% 24,5% 1,4 77,3% 7,4% N/D 12

-158.388 -2991,1% 1.013.653 485 -10,5% -32657,3% 1,3 100,0% 57,9% N/D 13

125.085 1515,9% 1.108.541 325.782 7,6% 38,4% 1,5 136,3% 70,6% N/D 14

27.950 38,4% 498.622 81.769 2,0% 34,2% 1,2 83,6% 0,1% N/D 15

1.912 133,5% 438.041 24.913 0,2% 7,7% 1,0 94,3% 0,2% 4 16

19.651 4,3% 315.404 57.898 1,9% 33,9% 1,1 81,6% 0,2% 14 17

51.193 -17,2% 1.229.341 481.433 4,6% 10,6% 1,5 60,8% 33,0% 2.820 18

N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 1.544 19

17.845 381,6% 192.758 45.204 1,9% 39,5% 1,5 76,5% 47,1% 518 20

25.442 28,7% 253.162 79.212 2,8% 32,1% 0,8 68,7% 20,4% 345 21

7.381 -37,2% 407.856 95.399 0,8% 7,7% 1,0 76,6% 29,3% 2.276 22

42.120 121,6% 458.562 263.935 5,0% 16,0% 1,6 N/D N/D 142 23

19.349 -18,3% 289.000 122.836 2,5% 15,8% 1,7 57,5% 19,1% 1.472 24

17.787 53,7% 193.692 41.627 3,0% 42,7% 1,3 78,5% 5,8% 343 25

-8.363 -137,7% 507.863 128.035 -1,3% -6,5% 2,5 74,8% 46,6% 338 26

-143 99,4% 260.233 24.393 0,0% -0,6% 1,3 90,6% 25,2% 405 27

100.734 42,4% 2.438.718 1.919.537 16,3% 5,2% 1,1 21,3% 14,2% 1.529 28

519 -95,9% 624.717 33.078 0,1% 1,6% 1,6 421,1% 362,7% 242 29

12.996 8,0% 152 104.004 2,5% 12,5% 1,8 31376,5% 1427,3% N/D 30

15.449 254,7% 502.939 192.911 2,7% 8,0% 1,2 61,6% 6,4% 21 31

43.158 32,7% 277.797 173.630 10,6% 24,9% 1,6 37,5% 7,2% 2.551 32

43.240 -12,6% 392.130 363.018 11,4% 11,9% 12,3 7,4% 2,2% 381 33

579 102,7% 185.873 17.153 0,1% 3,4% 1,4 90,8% 36,2% N/D 34

-78.191 28,0% 3.156.496 2.301.895 -23,5% -3,4% 0,5 27,1% 20,4% N/D 35

19.259 1941,1% 104.485 N/D 5,1% N/D N/D N/D 6,6% N/D 36

10.060 -86,9% 743.306 268.346 3,3% 3,7% 1,5 63,9% 16,4% 1.100 37

19.500 10,6% 231.908 201.190 7,0% 9,7% 4,9 13,2% 1,3% 669 38

210.011 84,1% 866.526 723.914 60,6% 29,0% 3,0 16,5% 1,0% N/D 39

54.980 -31,6% 415.322 372.237 17,6% 14,8% 2,2 10,4% 0,5% 353 40

LUCRO LÍQ. EX.

LUCRO LÍQ. EX. 14/13

ATIVO TOTALPATRIM. LÍQUIDO

RENTABILIDADE DE VENDAS

RENTABILIDADE PATRIM. LÍQ.

LIQUIDEZ CORRENTE

ENDIVIDAMENTO GERAL

ENDIVIDAMENTO DE LONGO PRAZO

EMPREGADOS NO ES

CLASSIF. 2014

É da Petrobras o título de maior empresa atuando no Espírito Santo. Com uma receita operacional bruta de R$ 26, 072 bilhões em 2014, a estatal novamente foi o destaque no ranking

da indústria capixaba. No ano passado, a Petrobras no Estado produziu, em média, 331,7 mil barris de óleo por dia, volume que representa 16% da produção de toda a companhia no país.

“ Somando-se a produção de gás natural, essa média foi de 390 mil barris de óleo equivalente por dia. São as maiores médias anuais de produção da companhia no Estado, obtidas principalmente

a partir da entrada em operação da P-58, no mês de março daquele ano, e das ações tomadas para aumentar a eficiência de todos os sistemas de produção que a Petrobras opera no Espírito Santo.

Cabe ressaltar que essas ações só tiveram resultado devido ao comprometimento demonstrado por todas as equipes que atuam no Estado”, falou José Luiz Marcusso, gerente-geral da Unidade de Operações de

Exploração e Produção do Espírito Santo.

Page 136: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

136 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

41 ÁGUIA BRANCA Serviços Transporte 339.945 9,9% 268.001 10,1% 57.652 -17,6%

42 SAVIXX Comércio Atacadista Comércio Atacadista 339.464 -29,8% 278.738 -29,0% 1.804 416,9%

43 COOPEAVI Comércio Varejista Comércio Varejista 333.319 40,5% 320.739 39,5% 16.319 13,5%

44 PODIUM VEÍCULOS Comércio Varejista Concessionária de Veículos 328.165 2,1% 320.671 0,2% 7.423 4,1%

45 COOABRIEL Comércio Atacadista Comércio Atacadista 327.217 25,9% 302.037 25,1% N/D N/D

46 DUCOCO ALIMENTOS Indústria Alimentos 318.622 34,2% 268.102 32,3% N/D N/D

47 PROIMPORT BRASIL Comércio Atacadista Comércio Atacadista 311.771 11,1% 238.724 12,5% N/D N/D

48 ECO 101 Serviços Concessionária de Rodovias 300.523 1030,6% 290.943 994,5% 15.141 146,4%

49 BRAMETAL Indústria Siderurgia e Metalurgia 286.560 -4,1% 255.131 -5,3% 55.388 30,8%

50 HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA Serviços Atendimento Hospitalar 286.031 37,4% 284.627 36,9% 11.111 26,1%

51 TERRA NOVA Comércio Atacadista Comércio Atacadista 270.353 9,2% 207.620 10,8% 1.578 15,1%

52 SAMP ES Serviços Plano de Saúde 267.676 39,5% 263.389 39,2% 9.667 158,0%

53 SELITA Indústria Alimentos 264.328 8,1% 242.172 8,1% -432 -116,5%

54 KOBRASCO Serviços Arrendamento de Ativos 242.787 60,5% 220.329 60,5% N/D N/D

55 EMPRESA LUZ E FORÇA SANTA MARIA Serviços Eletricidade e Gás 235.778 21,1% 178.542 23,8% 31.298 18,5%

56 CEDISA Comércio Atacadista Comércio Atacadista 230.415 4,8% 176.611 4,8% 7.328 -6,1%

57 NICCHIO SOBRINHO CAFÉ Comércio Atacadista Comércio Atacadista 229.939 -23,7% 219.936 -22,8% 144 105,8%

58 SÃO BERNARDO SAÚDE Serviços Plano de Saúde 227.752 -4,8% 227.279 -4,2% 10.272 90,9%

59 BUAIZ ALIMENTOS Indústria Alimentos 226.500 19,3% 212.765 19,4% 8.566 -26,0%

60 WINE.COM.BR Comércio Varejista Comércio Varejista 225.573 68,8% 181.852 66,1% 790 -27,0%

61 MERCOCAMP Serviços Serv. Importação e Exportações 200.973 4,2% 150.547 -0,1% N/D N/D

62 CONCREVIT Indústria Construção 198.350 10,1% 183.890 8,4% 29.753 104,7%

63 QUIMETAL Serviços Serv. Importação e Exportações 196.811 5,3% 163.960 5,5% 15.409 38,0%

64 UNIMED SUL CAPIXABA Serviços Plano de Saúde 193.622 16,6% 187.134 14,2% 302 -72,8%

65 ELKEM Indústria Química e Petroquímica 188.226 -0,3% 148.022 1,9% 13.636 -30,1%

66 REALCAFÉ Indústria Alimentos 183.158 10,6% 175.131 10,2% 10.228 9,0%

67 TVV Serviços Gestão de Portos e Terminais 180.745 2,5% 165.235 4,2% 73.460 67,3%

68 HOSPITAL MERIDIONAL Serviços Atendimento Hospitalar 173.981 4,7% 163.080 3,8% 18.753 4,3%

69 EXTRAFRUTI Comércio Atacadista Comércio Atacadista 168.799 9,8% 167.996 10,0% 15.213 1,6%

70 TRACOMAL Indústria Construção 167.864 28,7% 152.845 27,1% 9.492 15,4%

71 MIZU Indústria Fabricação de Cimento 167.789 -30,9% 123.112 -30,6% N/D N/D

72 VESSA Comércio Varejista Concessionária de Veículos 160.631 10,0% 157.929 15,0% 411 -66,0%

73 BANESTES SEGUROS Serviços Serv. Financeiros e Seguros 160.543 12,1% 151.677 8,6% 28.651 54,7%

74 CPVV Serviços Gestão de Portos e Terminais 160.529 6,9% 142.128 7,2% 31.506 -13,6%

75 BERTOLINI SIST. DE ARMAZENAGEM Indústria Fab. de Estruturas Metálicas 157.298 N/D 124.140 N/D N/D N/D

76 CLAC Serviços Serv. Importação e Exportações 155.664 36,2% 121.991 36,3% N/D N/D

77 MAFRICAL Indústria Alimentos 149.733 17,4% 146.740 17,7% N/D N/D

78 COSENTINO LATINA Indústria Fab. Prod. Minerais Não Metálicos 147.510 22,2% 131.897 19,4% 22.680 17,1%

79 VIMINAS Indústria Fab. Prod. Minerais Não Metálicos 145.220 3,8% 107.635 2,8% 7.890 -46,0%

80 HOSPITAL SANTA RITA Serviços Atendimento Hospitalar 145.020 2,5% 135.326 0,0% 14.213 -34,6%

81 VENEZA Indústria Alimentos 143.663 12,0% 139.758 16,7% 754 192,3%

82 DAMARE Indústria Alimentos 141.330 27,7% 133.032 27,6% 5.885 -48,8%

83 SICOOB LESTE CAPIXABA Serviços Serv. Financeiros e Seguros 140.576 38,7% 42.669 70,3% 38.936 44,5%

84 ITABRASCO Serviços Arrendamento de Ativos 138.738 135,4% 125.905 135,6% N/D N/D

85 ALCON Indústria Química e Petroquímica 138.079 27,3% 135.569 28,6% 36.633 77,6%

86 SUPERMERCADOS SANTO ANTÔNIO Comércio Varejista Comércio Varejista 136.574 2,8% 123.766 3,5% N/D N/D

87 PORTO DE VITÓRIA Serviços Gestão de Portos e Terminais 130.443 17,8% 115.838 17,0% 23.792 30,4%

88 TUBOS SOLDADOS ATLÂNTICOS Indústria Fabr. de Borracha e Mat. Plástico 127.574 236,4% 108.461 265,4% N/D N/D

89 ABAV Indústria Alimentos 126.567 25,0% 115.063 25,3% 2.479 N/D

90 PORTOCEL Serviços Gestão de Portos e Terminais 126.184 7,5% 111.432 6,9% 29.909 -10,4%

91 SPASSU Serviços Tecnologia da Informação 122.141 4,2% 112.479 4,2% 5.216 -14,5%

92 KIFRANGO Indústria Alimentos 121.115 11,0% 117.824 11,5% 13.832 22,8%

93 JSL Serviços Transporte 120.223 44,5% N/D N/D N/D N/D

94 HISPANOBRÁS Serviços Arrendamento de Ativos 118.632 84,5% 107.648 84,5% N/D N/D

95 SOL COQUERIA Indústria Siderurgia e Metalurgia 117.806 18,9% 106.909 18,9% 89.059 0,1%

CLASSIF. 2014

EMPRESA SETOR ATIVIDADEREC. OP. BRUTA

VAR. ROB 14/13

REC. OP. LÍQ.

VAR. ROL 14/13

EBITDAVAR.

EBITDA 14/13

RANKING DAS 200 MAIORES EMPRESAS

Page 137: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

137ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

15.016 13,2% 539.617 344.831 5,6% 4,4% 0,7 36,1% 23,7% 1.432 41

1.498 296,1% 52.255 5.457 0,5% 27,5% 1,0 89,6% 5,9% 3 42

8.729 -24,9% 217.613 71.024 2,7% 12,3% 1,2 67,4% 11,1% 536 43

3.357 -18,1% 83.189 35.078 1,0% 9,6% 1,3 57,8% 7,7% 344 44

942 329,2% 245.411 18.020 0,3% 5,2% 1,0 92,7% 0,1% 232 45

600 121,2% 148.178 11.296 0,2% 5,3% 0,8 92,4% 19,1% N/D 46

-4 -100,3% 180.080 42.777 0,0% 0,0% 1,2 76,2% 2,5% N/D 47

-7.648 60,7% 335.852 121.722 -2,6% -6,3% 0,2 63,8% 1,6% 428 48

46.637 20,6% 203.722 167.016 18,3% 27,9% 4,7 18,0% 2,4% 454 49

5.779 31,6% 124.236 19.991 2,0% 28,9% 1,2 63,4% 6,8% 2.887 50

1.087 5684,1% 137.289 7.219 0,5% 15,1% 1,0 94,7% 1,4% 4 51

6.538 163,0% 61.854 19.587 2,5% 33,4% 1,3 68,3% 10,9% 272 52

-483 -118,4% 92.032 34.382 -0,2% -1,4% 1,3 62,6% 20,0% 414 53

135.985 62,9% 537.551 448.956 61,7% 30,3% 2,8 16,5% 0,8% N/D 54

20.671 44,7% 204.234 139.835 11,6% 14,8% 1,4 31,5% 8,5% 309 55

3.224 -9,0% 89.080 53.995 1,8% 6,0% 2,8 39,4% 11,7% 239 56

-38 98,5% 103.713 40.758 0,0% 0,1% 1,6 60,7% 1,5% 56 57

5.775 853,5% 98.577 23.358 2,5% 24,7% 1,0 76,3% 22,6% 195 58

6.680 14,6% 315.178 175.794 3,1% 3,8% 0,9 44,2% 18,5% 395 59

4.556 21,6% 104.765 12.633 2,5% 36,1% 1,1 87,9% 15,5% 379 60

155 -78,4% 81.981 1.240 0,1% 12,5% 1,1 98,5% 51,0% 40 61

19.310 432,4% 89.863 52.725 10,5% 36,6% 1,2 41,3% 12,5% 253 62

11.477 30,6% 87.872 25.723 7,0% 44,6% 2,4 70,7% 43,6% 41 63

1.196 271,5% 88.118 28.959 0,6% 4,1% 1,3 67,1% 22,7% 718 64

7.758 -42,1% 133.804 81.474 5,2% 9,5% 4,6 39,1% 28,6% 185 65

6.001 11,7% 188.050 74.078 3,4% 8,1% 1,1 60,6% 6,7% 328 66

43.593 77,3% 213.935 103.207 26,4% 42,2% 1,0 51,8% 29,0% 397 67

10.629 14,0% 105.195 50.946 6,5% 20,9% 1,1 51,6% 20,0% 1.389 68

9.871 12,3% 35.509 18.059 5,9% 54,7% 1,9 49,1% 6,3% 757 69

3.145 -21,5% 85.212 51.300 2,1% 6,1% 2,5 39,8% 20,3% 846 70

25.833 261,8% 116.954 54.465 21,0% 47,4% 1,4 53,4% 28,1% N/D 71

238 -67,6% 54.069 12.235 0,2% 1,9% 1,2 77,4% 7,0% 196 72

17.886 41,2% 267.734 109.904 11,8% 16,3% 0,8 59,0% 3,8% 101 73

20.583 -12,4% 91.898 65.962 14,5% 31,2% 1,9 28,2% 11,5% 163 74

13.620 537,0% 110.289 50.750 11,0% 26,8% 1,6 54,0% 24,5% N/D 75

114 104,3% 111.977 3.739 0,1% 3,1% 0,8 96,7% 3,3% 4 76

5.332 238,3% 23.251 6.606 3,6% 80,7% 1,2 100,0% 33,9% 300 77

2.963 -57,3% 224.074 67.777 2,2% 4,4% 1,8 69,8% 32,0% 178 78

6.400 -40,7% 80.864 62.349 5,9% 10,3% 2,3 22,9% 0,3% 499 79

14.213 -34,6% 186.628 146.868 10,5% 9,7% 2,5 21,6% 3,5% 1.506 80

-4.661 -9,5% 64.853 18.818 -3,3% -24,8% 0,8 71,0% 21,8% 431 81

-390 -108,9% 75.973 23.090 -0,3% -1,7% 0,6 69,6% 18,2% 302 82

41.207 66,1% 775.154 188.427 96,6% 21,9% 1,0 75,7% 3,6% 160 83

122.410 395,5% 405.816 317.913 88,2% 38,5% 2,1 21,7% 0,9% N/D 84

21.360 99,4% 202.483 128.749 15,8% 16,6% 2,7 36,4% 18,9% 342 85

-707 -129,7% 31.047 1.956 -0,6% -36,1% 1,1 93,7% 17,7% 995 86

15.197 122,1% 421.577 285.749 13,1% 5,3% 1,7 32,2% 20,0% 408 87

-2.475 94,0% 144.257 103.997 -2,3% -2,4% 3,0 27,9% 13,9% N/D 88

808 76,1% 36.680 22.288 0,7% 3,6% 1,8 39,2% 2,7% 690 89

14.221 -21,2% 135.758 105.445 12,8% 13,5% 3,2 22,3% 12,5% 285 90

5.023 6,3% 17.665 2.341 4,5% 214,6% 1,0 86,7% 2,1% 986 91

4.272 -29,4% 76.978 16.305 3,6% 26,2% 1,0 78,8% 46,5% 673 92

N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 1.492 93

118.102 772,4% 477.877 418.646 109,7% 28,2% 3,0 25,6% 14,8% N/D 94

47.651 67,0% 1.664.117 1.584.539 44,6% 3,0% 2,7 4,8% 2,9% N/D 95

LUCRO LÍQ. EX.

LUCRO LÍQ. EX. 14/13

ATIVO TOTALPATRIM. LÍQUIDO

RENTABILIDADE DE VENDAS

RETABILIDADE PATRIM. LÍQ.

LIQUIDEZ CORRENTE

ENDIVIDAMENTO GERAL

ENDIVIDAMENTO DE LONGO PRAZO

EMPREGADOS NO ES

CLASSIF. 2014

Page 138: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

138 anuário iel 200 Maiores eMpresas 2015

96 VAMTEC VITÓRIA Indústria Siderurgia e Metalurgia 116.957 58,3% 91.524 52,1% N/D N/D

97 SICOOB SUL SERRANO Serviços Serv. Financeiros e Seguros 116.093 45,5% 25.724 36,4% 17.103 -8,0%

98 TRACBEL Comércio Varejista Comércio Varejista 115.486 -19,7% N/D N/D N/D N/D

99 PREMIUM VEÍCULOS Comércio Varejista Concessionária de Veículos 109.844 13,7% 106.887 13,6% -627 -1058,8%

100 BANDES Serviços Serv. Financeiros e Seguros 108.902 12,1% 60.198 2,9% 14.516 -5,1%

101 UNIMAR Serviços Transporte 106.669 10,7% 99.433 11,7% N/D N/D

102 USINA PAINEIRAS Indústria Alimentos 106.466 -3,3% 95.203 -2,8% N/D N/D

103 DIAÇO Comércio Atacadista Comércio Atacadista 106.203 16,8% 88.037 16,7% 7.968 -12,3%

104 RIMO MÓVEIS Indústria Fabricação de Móveis 103.698 10,2% 77.874 8,5% 5.102 54,1%

105 VITÓRIA APART HOSPITAL Serviços Atendimento Hospitalar 102.815 24,3% 94.985 21,6% 9.454 28,4%

106 SICOOB NORTE Serviços Serv. Financeiros e Seguros 101.104 43,1% 28.104 116,4% 29.222 102,2%

107 SICOOB SUL Serviços Serv. Financeiros e Seguros 100.294 38,3% 29.598 14,0% 21.563 -15,9%

108 METALOSA Indústria Fabricação de Produtos de Metais 95.618 7,4% 76.857 8,1% 1.404 -53,8%

109 HOSPITAL VILA VELHA Serviços Atendimento Hospitalar 94.500 16,3% 89.659 78,4% 14.004 19,3%

110 VILA PORTO Comércio Atacadista Comércio Atacadista 93.825 -12,6% 76.835 -6,6% 1.583 213,0%

111 ODEBRECHT AMBIENTAL Serviços Cap. Trat. e Distrib. De Água 93.704 5,1% 86.303 4,8% 26.410 0,4%

112 MORAR CONSTRUTORA Indústria Construção 92.405 -13,1% 86.495 -14,9% 10.477 -34,8%

113 MARBRASA Indústria Fab. Prod. Minerais Não Metálicos 90.923 -6,2% 82.179 -6,1% 15.862 -16,5%

114 SICOOB CENTRAL ES Serviços Serv. Financeiros e Seguros 89.839 69,6% 6.183 32,9% 6.854 449,1%

115 UNIMED NOROESTE CAPIXABA Serviços Plano de Saúde 89.020 14,4% 86.726 13,9% N/D N/D

116 HOSPITAL METROPOLITANO Serviços Atendimento Hospitalar 89.018 12,4% 83.530 15,9% 15.173 58,3%

117 ISH TECNOLOGIA Serviços Tecnologia da Informação 88.447 16,8% 76.853 23,5% 10.199 -5,2%

118 ELSON’S PRODUTOS ALIMENTÍCIOS Comércio Atacadista Comércio Atacadista 87.092 9,5% 74.430 9,6% N/D N/D

119 PANAN MÓVEIS Indústria Fabricação de Móveis 87.019 5,3% 71.878 4,3% 6.270 656,4%

120 VENAC Comércio Varejista Concessionária de Veículos 86.719 -29,3% 78.755 -29,1% 5.094 6,6%

121 HIRO MOTORS Comércio Varejista Concessionária de Veículos 83.072 0,4% 73.614 -9,5% 1.226 58,8%

122 SERDEL Serviços Serv. de Limpeza e Conservação 82.821 6,9% 72.257 7,0% 8.766 -6,3%

123 FIBRASA SUDESTE Indústria Fabr. de Borracha e Mat. Plástico 81.653 3,9% 62.499 10,6% 7.270 110,3%

124 SUPERMERCADO PORTO NOVO Comércio Varejista Comércio Varejista 79.136 3,2% 72.856 3,4% N/D N/D

125 SICOOB CENTRO-SERRANO Serviços Serv. Financeiros e Seguros 77.682 44,5% 14.228 47,4% 12.573 16,5%

126 VITÓRIA MOTORS Comércio Varejista Concessionária de Veículos 76.956 21,1% 74.182 20,1% 1.730 6278,8%

127 ACP MÓVEIS Indústria Fabricação de Móveis 75.895 -5,1% 58.839 -7,6% -2.383 -152,6%

128 DECOLORES MÁRMORES E GRANITOS Indústria Fab. Prod. Minerais Não Metálicos 75.623 13,7% 72.097 13,1% 27.841 3,1%

129 PROSEGUR BRASIL Serviços Vigilância e Segurança 75.461 14,9% N/D N/D N/D N/D

130 CORPUS SANEAMENTO E OBRAS Serviços Coleta Trat. e Dist. Resíduos 69.219 -17,4% N/D N/D N/D N/D

131 PLENA VEÍCULOS Comércio Varejista Concessionária de Veículos 66.094 -4,5% 65.426 -4,5% 891 444,5%

132 ELETROMIL Comércio Atacadista Comércio Atacadista 64.295 20,8% 54.661 18,4% 12.058 41,9%

133 HOSP. DR. BENÍCIO TAVARES PEREIRA Serviços Atendimento Hospitalar 63.178 10,0% 63.178 10,0% N/D N/D

134 VITÓRIA MOTORS CHRYSLER Comércio Varejista Concessionária de Veículos 61.740 8,3% 60.275 7,5% 1.511 297,8%

135 VIAÇÃO JOANA D'ARC Serviços Transporte 61.320 8,8% 57.907 10,3% 9.157 144,7%

136 FACULD. CATÓLICA DO ESPÍRITO SANTO Serviços Educação 60.117 18,9% N/D N/D N/D N/D

137 SHOPPING VITÓRIA Serviços Admin. de Shopping Center 60.117 10,0% 57.110 10,0% 37.225 10,5%

138 BERTOLINI MÓVEIS DE AÇO Indústria Fabricação de Móveis 59.294 N/D 47.509 N/D N/D N/D

139 ESPIRAL ENGENHARIA Serviços Loc. Maq. e Equi. Construção 59.034 -9,7% 52.145 -9,1% 1.842 -87,5%

140 UNIMED NORTE CAPIXABA Serviços Plano de Saúde 57.675 6,7% 45.634 2,0% 662 249,7%

141 SANTA FÉ TRADING Serviços Serv. Importação e Exportações 57.458 2,6% 44.602 4,7% N/D N/D

142 SAMEDIL Serviços Plano de Saúde 57.001 40,4% 56.105 41,0% N/D N/D

143 STRAF Comércio Atacadista Comércio Atacadista 56.011 3,0% 40.273 -4,8% N/D N/D

144 MATRICIAL Indústria Construção 55.603 -2,1% 51.171 -2,5% N/D N/D

145 ATACADO SÃO PAULO Comércio Atacadista Comércio Atacadista 54.694 -5,5% 45.836 -8,9% 5.500 31,2%

146 ENGE URB Serviços Coleta Trat. e Dist. Resíduos 54.218 14,6% 48.983 12,1% 12.325 -12,1%

147 TERCA Serviços Logística 53.729 -18,8% 42.669 -20,3% 3.636 -59,9%

148 MINERAÇÃO BOA ESPERANÇA Indústria Extração de Minerais Não Metálicos 53.250 -3,7% 45.435 -0,5% N/D N/D

149 POLITINTAS Comércio Varejista Comércio Varejista 52.557 13,5% 43.660 14,7% 1.690 -2,0%

150 THORK TRADING Serviços Serv. Importação e Exportações 51.030 -8,0% 43.174 -3,7% 630 -52,1%

CLASSIF. 2014

EMPRESA SETOR ATIVIDADEREC. OP. BRUTA

VAR. ROB 14/13

REC. OP. LÍQ.

VAR. ROL 14/13

EBITDAVAR.

EBITDA 14/13

RANKING DAS 200 MAIORES EMPRESAS

Page 139: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

139ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

8.929 2064,5% 50.325 18.816 9,8% 47,5% 1,4 62,6% 11,6% 177 96

24.217 30,0% 634.781 148.459 94,1% 16,3% 0,9 76,6% 1,0% 205 97

N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 96 98

-2.542 -5177,5% 38.592 10.013 -2,4% -25,4% 1,0 66,3% 0,0% 218 99

9.967 -70,1% 1.516.654 264.836 16,6% 3,8% 1,6 82,5% 61,6% 193 100

274 -90,7% 125.150 76.677 0,3% 0,4% 1,7 38,7% 16,8% 1.382 101

3.917 683,8% 355.918 96.818 4,1% 4,0% 0,8 72,8% 55,0% 507 102

5.649 -33,4% 73.606 60.834 6,4% 9,3% 4,8 17,4% 5,2% 120 103

1.953 216,9% 36.605 14.141 2,5% 13,8% 1,3 61,4% 10,8% 379 104

653 -15,8% 150.461 48.598 0,7% 1,3% 1,1 67,7% 37,7% 1.157 105

26.782 110,3% 605.432 142.305 95,3% 18,8% 1,1 76,5% 3,9% 170 106

28.284 10,3% 594.147 143.734 95,6% 19,7% 1,0 75,8% 6,8% 147 107

492 -67,1% 45.633 23.470 0,6% 2,1% 2,0 48,6% 9,8% 253 108

3.829 19,3% 69.696 29.309 4,3% 13,1% 0,9 57,9% 25,5% 1.168 109

615 -32,2% N/D N/D 0,8% N/D N/D N/D N/D 25 110

9.806 -13,6% 185.923 54.716 11,4% 17,9% 0,6 70,6% 56,8% 193 111

10.655 1,3% 120.004 57.662 12,3% 18,5% 2,2 52,0% 24,4% 773 112

10.186 -31,9% 120.855 57.803 12,4% 17,6% 2,5 52,2% 32,0% 393 113

5.693 22,1% 905.560 84.996 92,1% 6,7% 0,7 90,6% 0,1% 73 114

17 -45,0% 51.210 8.601 0,0% 0,2% 1,0 83,2% 32,5% N/D 115

3.039 245,3% 113.146 35.397 3,6% 8,6% 1,3 68,7% 38,1% 712 116

3.280 -21,0% 50.380 12.591 4,3% 26,0% 1,2 75,0% 11,3% 104 117

-612 -108,1% 25.740 12.304 -0,8% -5,0% 1,1 52,2% 0,0% 259 118

1.442 167,3% 51.595 7.160 2,0% 20,1% 1,8 86,1% 43,8% 275 119

2.688 -28,5% 46.367 32.022 3,4% 8,4% 6,1 30,9% 21,7% 108 120

438 347,2% 20.790 4.858 0,6% 9,0% 1,0 76,6% 9,2% 51 121

5.965 -27,8% 17.968 7.337 8,3% 81,3% 1,7 59,2% 4,2% 3.012 122

2.026 -52,0% 52.683 19.479 3,2% 10,4% 1,6 63,0% 29,1% 320 123

-95 -355,6% 17.673 4.306 -0,1% -2,2% 1,1 75,6% 13,0% 575 124

13.249 40,7% 451.866 82.027 93,1% 16,2% 0,9 81,8% 17,7% 148 125

-811 -2796,4% 24.139 7.623 -1,1% -10,6% 0,9 68,4% 4,2% 40 126

-2.383 -153,5% 39.609 17.583 -4,0% -13,6% 1,6 55,6% 15,8% 259 127

22.690 0,7% 99.206 71.769 31,5% 31,6% 3,1 27,7% 1,9% 103 128

N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 1.340 129

N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 1.237 130

-206 52,0% 12.048 6.181 -0,3% -3,3% 1,9 48,7% 8,7% 58 131

10.285 48,2% 37.586 28.162 18,8% 36,5% 4,6 25,1% 7,0% 159 132

-553 13,2% 19.331 -580 -0,9% 95,3% 1,0 103,0% 44,3% N/D 133

354 29,2% 18.137 3.631 0,6% 9,7% 1,2 80,0% 12,8% 35 134

1.401 -42,2% 45.728 26.593 2,4% 5,3% 1,9 41,8% 23,1% 961 135

N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 1.679 136

29.297 5,9% 259.992 231.019 51,3% 12,7% 0,7 11,1% 3,6% 330 137

-10.628 -207,2% 135.540 22.418 -22,4% -47,4% 0,8 83,5% 28,7% N/D 138

1.222 -76,6% 40.724 21.852 2,3% 5,6% 1,3 46,3% 20,6% 554 139

240 370,5% 33.166 9.243 0,5% 2,6% 1,0 72,1% 22,0% 255 140

1.798 12,6% 18.173 2.135 4,0% 84,2% 3,1 40,4% 7,8% 2 141

325 10,2% 12.214 N/D 0,6% N/D 1,1 80,4% 2,3% 92 142

1.921 -61,3% 41.719 7.769 4,8% 24,7% 3,7 81,4% 66,2% N/D 143

4.499 313,2% 33.151 22.644 8,8% 19,9% 3,9 31,7% 12,2% 336 144

3.829 -14,3% 15.615 8.419 8,4% 45,5% 2,1 46,1% 12,2% 152 145

5.225 -46,5% 102.915 79.701 10,7% 6,6% 4,3 22,6% 1,2% 593 146

2.805 -53,9% 87.339 68.104 6,6% 4,1% 1,4 22,0% 14,7% 189 147

99 -95,7% 43.128 5.781 0,2% 1,7% 1,4 100,0% 35,6% N/D 148

1.169 9,8% 17.134 10.407 2,7% 11,2% 2,2 39,3% 1,2% 194 149

498 -51,2% 12.053 2.352 1,2% 21,2% 1,3 100,0% 28,3% 1 150

96 VAMTEC VITÓRIA Indústria Siderurgia e Metalurgia 116.957 58,3% 91.524 52,1% N/D N/D

97 SICOOB SUL SERRANO Serviços Serv. Financeiros e Seguros 116.093 45,5% 25.724 36,4% 17.103 -8,0%

98 TRACBEL Comércio Varejista Comércio Varejista 115.486 -19,7% N/D N/D N/D N/D

99 PREMIUM VEÍCULOS Comércio Varejista Concessionária de Veículos 109.844 13,7% 106.887 13,6% -627 -1058,8%

100 BANDES Serviços Serv. Financeiros e Seguros 108.902 12,1% 60.198 2,9% 14.516 -5,1%

101 UNIMAR Serviços Transporte 106.669 10,7% 99.433 11,7% N/D N/D

102 USINA PAINEIRAS Indústria Alimentos 106.466 -3,3% 95.203 -2,8% N/D N/D

103 DIAÇO Comércio Atacadista Comércio Atacadista 106.203 16,8% 88.037 16,7% 7.968 -12,3%

104 RIMO MÓVEIS Indústria Fabricação de Móveis 103.698 10,2% 77.874 8,5% 5.102 54,1%

105 VITÓRIA APART HOSPITAL Serviços Atendimento Hospitalar 102.815 24,3% 94.985 21,6% 9.454 28,4%

106 SICOOB NORTE Serviços Serv. Financeiros e Seguros 101.104 43,1% 28.104 116,4% 29.222 102,2%

107 SICOOB SUL Serviços Atividades Financeiras, de Seguros e Serviços Relacionados 100.294 38,3% 29.598 14,0% 21.563 -15,9%

108 METALOSA Indústria Fabricação de Produtos de Metais 95.618 7,4% 76.857 8,1% 1.404 -53,8%

109 HOSPITAL VILA VELHA Serviços Atendimento Hospitalar 94.500 16,3% 89.659 78,4% 14.004 19,3%

110 VILA PORTO Comércio Atacadista Comércio Atacadista 93.825 -12,6% 76.835 -6,6% 1.583 213,0%

111 ODEBRECHT AMBIENTAL Serviços Cap. Trat. e Distrib. De Água 93.704 5,1% 86.303 4,8% 26.410 0,4%

112 MORAR CONSTRUTORA Indústria Construção 92.405 -13,1% 86.495 -14,9% 10.477 -34,8%

113 MARBRASA Indústria Fab. Prod. Minerais Não Metálicos 90.923 -6,2% 82.179 -6,1% 15.862 -16,5%

114 SICOOB CENTRAL ES Serviços Serv. Financeiros e Seguros 89.839 69,6% 6.183 32,9% 6.854 449,1%

115 UNIMED NOROESTE CAPIXABA Serviços Plano de Saúde 89.020 14,4% 86.726 13,9% N/D N/D

116 HOSPITAL METROPOLITANO Serviços Atendimento Hospitalar 89.018 12,4% 83.530 15,9% 15.173 58,3%

117 ISH TECNOLOGIA Serviços Tecnologia da Informação 88.447 16,8% 76.853 23,5% 10.199 -5,2%

118 ELSON’S PRODUTOS ALIMENTÍCIOS Comércio Atacadista Comércio Atacadista 87.092 9,5% 74.430 9,6% N/D N/D

119 PANAN MÓVEIS Indústria Fabricação de Móveis 87.019 5,3% 71.878 4,3% 6.270 656,4%

120 VENAC Comércio Varejista Concessionária de Veículos 86.719 -29,3% 78.755 -29,1% 5.094 6,6%

121 HIRO MOTORS Comércio Varejista Concessionária de Veículos 83.072 0,4% 73.614 -9,5% 1.226 58,8%

122 SERDEL Serviços Serv. de Limpeza e Conservação 82.821 6,9% 72.257 7,0% 8.766 -6,3%

123 FIBRASA SUDESTE Indústria Fabr. de Borracha e Mat. Plástico 81.653 3,9% 62.499 10,6% 7.270 110,3%

124 SUPERMERCADO PORTO NOVO Comércio Varejista Comércio Varejista 79.136 3,2% 72.856 3,4% N/D N/D

125 SICOOB CENTRO-SERRANO Serviços Serv. Financeiros e Seguros 77.682 44,5% 14.228 47,4% 12.573 16,5%

126 VITÓRIA MOTORS Comércio Varejista Concessionária de Veículos 76.956 21,1% 74.182 20,1% 1.730 6278,8%

127 ACP MÓVEIS Indústria Fabricação de Móveis 75.895 -5,1% 58.839 -7,6% -2.383 -152,6%

128 DECOLORES MÁRMORES E GRANITOS Indústria Fab. Prod. Minerais Não Metálicos 75.623 13,7% 72.097 13,1% 27.841 3,1%

129 PROSEGUR BRASIL Serviços Vigilância e Segurança 75.461 14,9% N/D N/D N/D N/D

130 CORPUS SANEAMENTO E OBRAS Serviços Coleta Trat. e Dist. Resíduos 69.219 -17,4% N/D N/D N/D N/D

131 PLENA VEÍCULOS Comércio Varejista Concessionária de Veículos 66.094 -4,5% 65.426 -4,5% 891 444,5%

132 ELETROMIL Comércio Atacadista Comércio Atacadista 64.295 20,8% 54.661 18,4% 12.058 41,9%

133 HOSP. DR. BENÍCIO TAVARES PEREIRA Serviços Atendimento Hospitalar 63.178 10,0% 63.178 10,0% N/D N/D

134 VITÓRIA MOTORS CHRYSLER Comércio Varejista Concessionária de Veículos 61.740 8,3% 60.275 7,5% 1.511 297,8%

135 VIAÇÃO JOANA D'ARC Serviços Transporte 61.320 8,8% 57.907 10,3% 9.157 144,7%

136 FACULD. CATÓLICA DO ESPÍRITO SANTO Serviços Educação 60.117 18,9% N/D N/D N/D N/D

137 SHOPPING VITÓRIA Serviços Admin. de Shopping Center 60.117 10,0% 57.110 10,0% 37.225 10,5%

138 BERTOLINI MÓVEIS DE AÇO Indústria Fabricação de Móveis 59.294 N/D 47.509 N/D N/D N/D

139 ESPIRAL ENGENHARIA Serviços Loc. Maq. e Equi. Construção 59.034 -9,7% 52.145 -9,1% 1.842 -87,5%

140 UNIMED NORTE CAPIXABA Serviços Plano de Saúde 57.675 6,7% 45.634 2,0% 662 249,7%

141 SANTA FÉ TRADING Serviços Serv. Importação e Exportações 57.458 2,6% 44.602 4,7% N/D N/D

142 SAMEDIL Serviços Plano de Saúde 57.001 40,4% 56.105 41,0% N/D N/D

143 STRAF Comércio Atacadista Comércio Atacadista 56.011 3,0% 40.273 -4,8% N/D N/D

144 MATRICIAL Indústria Construção 55.603 -2,1% 51.171 -2,5% N/D N/D

145 ATACADO SÃO PAULO Comércio Atacadista Comércio Atacadista 54.694 -5,5% 45.836 -8,9% 5.500 31,2%

146 ENGE URB Serviços Coleta Trat. e Dist. Resíduos 54.218 14,6% 48.983 12,1% 12.325 -12,1%

147 TERCA Serviços Logística 53.729 -18,8% 42.669 -20,3% 3.636 -59,9%

148 MINERAÇÃO BOA ESPERANÇA Indústria Extração de Minerais Não Metálicos 53.250 -3,7% 45.435 -0,5% N/D N/D

149 POLITINTAS Comércio Varejista Comércio Varejista 52.557 13,5% 43.660 14,7% 1.690 -2,0%

150 THORK TRADING Serviços Serv. Importação e Exportações 51.030 -8,0% 43.174 -3,7% 630 -52,1%

LUCRO LÍQ. EX.

LUCRO LÍQ. EX. 14/13

ATIVO TOTALPATRIM. LÍQUIDO

RENTABILIDADE DE VENDAS

RETABILIDADE PATRIM. LÍQ.

LIQUIDEZ CORRENTE

ENDIVIDAMENTO GERAL

ENDIVIDAMENTO DE LONGO PRAZO

EMPREGADOS NO ES

CLASSIF. 2014

Page 140: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

140 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

151 SICOOB CREDIROCHAS Serviços Serv. Financeiros e Seguros 50.789 57,3% 9.497 48,0% 6.074 25,2%

152 TV VITÓRIA Serviços Informação e Comunicação 50.556 7,1% 47.970 5,5% 9.543 -3,3%

153 PLANTÃO SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA Serviços Vigilância e Segurança 48.397 21,7% N/D N/D N/D N/D

154 LASA Indústria Química e Petroquímica 48.114 -23,0% 46.087 -22,7% N/D N/D

155 TROP FRUTAS DO BRASIL Indústria Alimentos 46.867 60,1% 38.475 59,0% N/D N/D

156 COOPGRANÉIS Serviços Transporte 45.523 59,1% 43.677 55,7% 892 17,9%

157 CIMOL MÓVEIS Indústria Fabricação de Móveis 45.465 28,0% 35.030 29,0% 4.505 174,0%

158 CSV BENETECH BRASIL Serviços Manut. Repar. e Inst. de Máq. e Equip. 44.087 8,4% 37.399 9,6% 4.983 970,9%

159 ANDRADE MÁRMORES E GRANITOS Indústria Fabr. de Minerais Não Metálicos 43.393 4,6% 40.422 3,5% 6.776 -30,1%

160 SÃO BERNARDO APART HOSPITAL Serviços Atendimento Hospitalar 42.725 14,0% 39.225 10,9% 1.650 147,1%

161 UNIMED PIRAQUEAÇU Serviços Plano de Saúde 41.130 11,3% 41.067 11,4% 2.097 -46,2%

162 UNIPETRO Serviços Loc. Maq. e Equi. Construção 40.776 10,6% 38.372 11,3% 5.473 -77,5%

163 TEGMA Serviços Logística 40.752 39,6% N/D N/D N/D N/D

164 COFRIL Indústria Alimentos 40.518 14,8% 38.058 14,8% 11.427 12,3%

165 VIAÇÃO GRANDE VITÓRIA Serviços Transporte 40.514 7,0% 38.097 9,2% 5.720 2429,7%

166 BRASPRESS Serviços Transporte 40.458 11,9% N/D N/D N/D N/D

167 ACTA ENGENHARIA Indústria Construção 39.366 -25,3% 36.724 -25,3% N/D N/D

168 REDE BRISTOL Serviços Alojamento e Alimentação 38.675 2,3% N/D N/D N/D N/D

169 GS INTERNACIONAL Comércio Atacadista Comércio Atacadista 37.997 11,1% 27.727 7,8% -1.304 -1,0%

170 PW BRASIL Indústria Confec. de Vestuário e Acessórios 37.930 5,6% 33.568 3,0% 7.184 -58,1%

171 CHEIM TRANSPORTES Serviços Transporte 36.769 -31,8% 33.663 -33,0% N/D N/D

172 LAGUNA MOTOS Comércio Varejista Concessionária de Veículos 36.717 6,6% 35.160 7,9% N/D N/D

173 SICOOB SUL LITORÂNEO Serviços Serv. Financeiros e Seguros 36.443 41,7% 7.675 41,7% 4.534 29,3%

174 SICOOB CORRETORA DE SEGUROS Serviços Serv. Financeiros e Seguros 35.672 41,3% 33.311 41,3% 31.332 42,8%

175 MARCA CAFÉ Comércio Atacadista Comércio Atacadista 34.633 -3,3% 34.633 -3,3% -790 -19,6%

176 CAFENORTE Comércio Atacadista Comércio Atacadista 33.806 0,7% 33.806 0,7% 1.571 -81,1%

177 ANDRADE INDÚSTRIA E MINERAÇÃO Indústria Extração de Minerais Não Metálicos 32.885 2,2% 29.304 0,2% 12.033 -15,6%

178 INSPECTION Comércio Atacadista Comércio Atacadista 30.750 -66,4% 25.073 -66,1% -2.371 -591,3%

179 VIAÇÃO TABUAZEIRO Serviços Transporte 29.559 -4,9% 28.085 -3,4% -3.696 -6462,6%

180 HOSPITAL PRAIA DA COSTA Serviços Atendimento Hospitalar 29.328 14,5% 26.667 8,7% 869 -64,1%

181 SOLUÇÃO EPI Comércio Atacadista Comércio Atacadista 28.552 4,9% 23.760 9,2% 2.871 65,3%

182 LISA Serviços Logística 28.200 -0,2% 22.020 2,4% N/D N/D

183 SANTA FÉ Serviços Eletricidade e Gás 26.800 0,1% 25.822 0,1% 13.603 -33,4%

184 BRASIL EXPORTAÇÃO Indústria Fabr. de Minerais Não Metálicos 25.278 -7,2% 24.689 -5,2% 3.215 272,3%

185 EMBALI INDÚSTRIAS PLÁSTICAS Indústria Fabr. de Borracha e Mat. Plástico 25.079 -13,4% 20.523 -13,0% 427 148,1%

186 CONSTRUTORA ÉPURA Indústria Construção 24.398 -49,5% N/D N/D N/D N/D

187 BUTERI COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES Comércio Atacadista Comércio Atacadista 24.134 6,3% 22.314 5,2% 1.071 -26,0%

188 SILOTEC Serviços Logística 23.480 -12,8% N/D N/D N/D N/D

189 TRANSCAMPO Serviços Transporte 23.433 -14,2% 19.311 -14,7% N/D N/D

190 SOBRITA Indústria Extração de Minerais Não Metálicos 23.042 29,1% 20.489 28,3% N/D N/D

191 FRISA Comércio Varejista Alimentos 22.677 18,3% 22.647 18,3% 1.206 95,0%

192 VIPASA Indústria Papel e Celulose 21.665 33,9% 19.261 44,5% N/D N/D

193 BEBIDAS REGIANNI Indústria Alimentos 21.600 -0,6% 17.547 -0,8% N/D N/D

194 GRAFITUSA Indústria Gráfica 21.530 29,2% 19.077 28,2% N/D N/D

195 HOSPITAL SÃO FRANCISCO Serviços Atendimento Hospitalar 21.490 -2,4% 20.128 -3,0% 2.157 46,1%

196 DISMIL Comércio Atacadista Comércio Atacadista 20.409 33,9% 18.498 25,2% 1.277 990,3%

197 ENIVIX Serviços Logística 19.500 3,3% 16.321 2,0% N/D N/D

198 UCL - FACULDADE DO CENTRO LESTE Serviços Educação 18.790 10,0% 18.643 9,8% 2.707 -15,4%

199 FACULDADE NOVO MILÊNIO Serviços Educação 17.054 86,8% 14.071 87,1% N/D N/D

200 RHODES Serviços Transporte 16.882 6,8% 15.422 6,8% 7.268 20,7%

CLASSIF. 2014

EMPRESA SETOR ATIVIDADEREC. OP. BRUTA

VAR. ROB 14/13

REC. OP. LÍQ.

VAR. ROL 14/13

EBITDAVAR.

EBITDA 14/13

RANKING DAS 200 MAIORES EMPRESAS

Page 141: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

141ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

8.828 40,4% 251.120 48.259 93,0% 18,3% 0,8 80,8% 3,6% 84 151

8.946 25,1% 47.157 27.417 18,6% 32,6% 2,2 41,9% 31,2% 285 152

N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 1.857 153

-3.520 -315,3% 201.703 74.151 -7,3% -4,7% 0,6 62,9% 51,8% 764 154

-3.258 20,3% 54.783 7.332 -8,5% -44,4% 0,6 86,6% 27,4% N/D 155

757 0,1% 9.419 4.947 1,7% 15,3% 2,5 47,5% 14,3% 29 156

2.318 267,8% 23.525 12.254 6,6% 18,9% 1,7 47,9% 9,3% 129 157

1.171 129,4% 20.844 -43 4,6% -4002,2% 1,3 100,2% 38,1% 124 158

4.282 -48,3% 75.381 49.566 10,6% 8,6% 4,2 34,2% 23,5% 102 159

3.848 918,7% 61.132 33.629 9,8% 11,4% 1,0 45,0% 25,5% 339 160

1.252 -55,8% 33.431 12.798 3,0% 9,8% 2,2 61,7% 31,7% 79 161

1.943 -90,5% 34.742 28.757 5,1% 6,8% 0,7 17,2% 0,0% 111 162

N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 292 163

10.206 12,0% 16.858 13.899 26,8% 73,4% 5,4 17,6% 2,9% 437 164

441 323,0% 24.191 4.156 1,2% 10,6% 1,1 82,8% 52,2% 589 165

N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 206 166

2.091 2261,5% 47.825 19.618 5,7% 10,7% 6,3 59,0% 45,9% N/D 167

N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 429 168

-3.406 -48,3% 22.095 7.864 -12,3% -43,3% 1,4 64,4% 1,7% 82 169

3.870 -71,2% 86.764 50.031 11,5% 7,7% 3,4 42,3% 29,1% 378 170

-3.485 -64,1% 98.005 25.675 -10,4% -13,6% 3,2 73,8% 48,5% N/D 171

-898 -643,2% 20.260 243 -2,6% -369,5% 1,5 98,9% 42,5% 96 172

7.050 33,8% 179.193 43.561 91,9% 16,2% 1,2 75,7% 8,9% 65 173

27.272 42,2% 4.950 145 81,9% 18808,2% 3,6 97,1% 72,4% 20 174

-790 4,9% 58.386 22.297 -2,3% -3,5% 1,5 N/D N/D 14 175

864 -63,2% 23.033 12.637 2,6% 6,8% 7,2 45,1% 42,6% 13 176

4.504 -66,0% 61.037 41.127 15,4% 11,0% 3,2 32,6% 16,1% 98 177

-1.156 -307,5% 21.313 15.779 -4,6% -7,3% 3,3 26,0% 1,0% 1 178

-3.696 -6462,6% 48.909 22.241 -13,2% -16,6% 0,1 54,5% 17,8% 575 179

105 -86,9% 10.425 4.830 0,4% 2,2% 1,6 53,7% 14,4% 272 180

1.891 122,0% 18.373 4.683 8,0% 40,4% 1,1 74,5% 15,8% 32 181

2.446 2554,6% 54.824 10.405 11,1% 23,5% 1,2 81,0% 0,0% 26 182

6.615 -47,2% 168.658 112.425 25,6% 5,9% 2,4 33,3% 27,7% N/D 183

1.899 223,7% 81.274 -27.589 7,7% -6,9% 1,6 133,9% 114,3% 68 184

129 105,9% 8.601 -407 0,6% -31,7% 0,8 104,7% 40,0% 161 185

N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 186

334 -54,4% 12.935 11.241 1,5% 3,0% 5,3 N/D N/D 17 187

N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D N/D 188

-319 136,6% 10.407 4.602 -1,7% -6,9% 1,2 55,8% 30,0% 116 189

2.770 16,4% 27.031 17.723 13,5% 15,6% 2,3 34,4% 24,7% N/D 190

809 107,4% 4.781 3.420 3,6% 23,7% 2,7 N/D N/D 34 191

-6.108 9,6% 20.894 314 -31,7% -1945,5% 0,3 98,5% 31,1% N/D 192

365 -33,9% 31.500 7.461 2,1% 4,9% 1,2 76,3% 21,6% N/D 193

-1.326 -918,7% 16.098 7.584 -7,0% -17,5% 2,1 52,9% 36,9% 87 194

877 352,0% 11.203 4.740 4,4% 18,5% 1,3 57,7% 19,8% 204 195

1.277 990,3% 8.404 4.394 6,9% 29,1% 1,8 47,7% 2,5% 34 196

340 164,4% 10.397 2.159 2,1% 15,7% 0,8 79,2% 22,4% N/D 197

1.404 -28,5% 21.769 16.458 7,5% 8,5% 3,1 24,6% 14,8% 164 198

599 414,6% 6.830 2.135 4,3% 28,1% 3,1 68,7% 48,8% 265 199

4.240 5,5% 21.129 19.959 27,5% 21,2% 8,6 5,5% 0,1% 19 200

151 SICOOB CREDIROCHAS Serviços Serv. Financeiros e Seguros 50.789 57,3% 9.497 48,0% 6.074 25,2%

152 TV VITÓRIA Serviços Informação e Comunicação 50.556 7,1% 47.970 5,5% 9.543 -3,3%

153 PLANTÃO SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA Serviços Vigilância e Segurança 48.397 21,7% N/D N/D N/D N/D

154 LASA Indústria Química e Petroquímica 48.114 -23,0% 46.087 -22,7% N/D N/D

155 TROP FRUTAS DO BRASIL Indústria Alimentos 46.867 60,1% 38.475 59,0% N/D N/D

156 COOPGRANÉIS Serviços Transporte 45.523 59,1% 43.677 55,7% 892 17,9%

157 CIMOL MÓVEIS Indústria Fabricação de Móveis 45.465 28,0% 35.030 29,0% 4.505 174,0%

158 CSV BENETECH BRASIL Serviços Manut. Repar. e Inst. de Máq. e Equip. 44.087 8,4% 37.399 9,6% 4.983 970,9%

159 ANDRADE MÁRMORES E GRANITOS Indústria Fabr. de Minerais Não Metálicos 43.393 4,6% 40.422 3,5% 6.776 -30,1%

160 SÃO BERNARDO APART HOSPITAL Serviços Atendimento Hospitalar 42.725 14,0% 39.225 10,9% 1.650 147,1%

161 UNIMED PIRAQUEAÇU Serviços Plano de Saúde 41.130 11,3% 41.067 11,4% 2.097 -46,2%

162 UNIPETRO Serviços Loc. Maq. e Equi. Construção 40.776 10,6% 38.372 11,3% 5.473 -77,5%

163 TEGMA Serviços Logística 40.752 39,6% N/D N/D N/D N/D

164 COFRIL Indústria Alimentos 40.518 14,8% 38.058 14,8% 11.427 12,3%

165 VIAÇÃO GRANDE VITÓRIA Serviços Transporte 40.514 7,0% 38.097 9,2% 5.720 2429,7%

166 BRASPRESS Serviços Transporte 40.458 11,9% N/D N/D N/D N/D

167 ACTA ENGENHARIA Indústria Construção 39.366 -25,3% 36.724 -25,3% N/D N/D

168 REDE BRISTOL Serviços Alojamento e Alimentação 38.675 2,3% N/D N/D N/D N/D

169 GS INTERNACIONAL Comércio Atacadista Comércio Atacadista 37.997 11,1% 27.727 7,8% -1.304 -1,0%

170 PW BRASIL Indústria Confec. de Vestuário e Acessórios 37.930 5,6% 33.568 3,0% 7.184 -58,1%

171 CHEIM TRANSPORTES Serviços Transporte 36.769 -31,8% 33.663 -33,0% N/D N/D

172 LAGUNA MOTOS Comércio Varejista Concessionária de Veículos 36.717 6,6% 35.160 7,9% N/D N/D

173 SICOOB SUL LITORÂNEO Serviços Serv. Financeiros e Seguros 36.443 41,7% 7.675 41,7% 4.534 29,3%

174 SICOOB CORRETORA DE SEGUROS Serviços Serv. Financeiros e Seguros 35.672 41,3% 33.311 41,3% 31.332 42,8%

175 MARCA CAFÉ Comércio Atacadista Comércio Atacadista 34.633 -3,3% 34.633 -3,3% -790 -19,6%

176 CAFENORTE Comércio Atacadista Comércio Atacadista 33.806 0,7% 33.806 0,7% 1.571 -81,1%

177 ANDRADE INDÚSTRIA E MINERAÇÃO Indústria Extração de Minerais Não Metálicos 32.885 2,2% 29.304 0,2% 12.033 -15,6%

178 INSPECTION Comércio Atacadista Comércio Atacadista 30.750 -66,4% 25.073 -66,1% -2.371 -591,3%

179 VIAÇÃO TABUAZEIRO Serviços Transporte 29.559 -4,9% 28.085 -3,4% -3.696 -6462,6%

180 HOSPITAL PRAIA DA COSTA Serviços Atendimento Hospitalar 29.328 14,5% 26.667 8,7% 869 -64,1%

181 SOLUÇÃO EPI Comércio Atacadista Comércio Atacadista 28.552 4,9% 23.760 9,2% 2.871 65,3%

182 LISA Serviços Logística 28.200 -0,2% 22.020 2,4% N/D N/D

183 SANTA FÉ Serviços Eletricidade e Gás 26.800 0,1% 25.822 0,1% 13.603 -33,4%

184 BRASIL EXPORTAÇÃO Indústria Fabr. de Minerais Não Metálicos 25.278 -7,2% 24.689 -5,2% 3.215 272,3%

185 EMBALI INDÚSTRIAS PLÁSTICAS Indústria Fabr. de Borracha e Mat. Plástico 25.079 -13,4% 20.523 -13,0% 427 148,1%

186 CONSTRUTORA ÉPURA Indústria Construção 24.398 -49,5% N/D N/D N/D N/D

187 BUTERI COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES Comércio Atacadista Comércio Atacadista 24.134 6,3% 22.314 5,2% 1.071 -26,0%

188 SILOTEC Serviços Logística 23.480 -12,8% N/D N/D N/D N/D

189 TRANSCAMPO Serviços Transporte 23.433 -14,2% 19.311 -14,7% N/D N/D

190 SOBRITA Indústria Extração de Minerais Não Metálicos 23.042 29,1% 20.489 28,3% N/D N/D

191 FRISA Comércio Varejista Alimentos 22.677 18,3% 22.647 18,3% 1.206 95,0%

192 VIPASA Indústria Papel e Celulose 21.665 33,9% 19.261 44,5% N/D N/D

193 BEBIDAS REGIANNI Indústria Alimentos 21.600 -0,6% 17.547 -0,8% N/D N/D

194 GRAFITUSA Indústria Gráfica 21.530 29,2% 19.077 28,2% N/D N/D

195 HOSPITAL SÃO FRANCISCO Serviços Atendimento Hospitalar 21.490 -2,4% 20.128 -3,0% 2.157 46,1%

196 DISMIL Comércio Atacadista Comércio Atacadista 20.409 33,9% 18.498 25,2% 1.277 990,3%

197 ENIVIX Serviços Logística 19.500 3,3% 16.321 2,0% N/D N/D

198 UCL - FACULDADE DO CENTRO LESTE Serviços Educação 18.790 10,0% 18.643 9,8% 2.707 -15,4%

199 FACULDADE NOVO MILÊNIO Serviços Educação 17.054 86,8% 14.071 87,1% N/D N/D

200 RHODES Serviços Transporte 16.882 6,8% 15.422 6,8% 7.268 20,7%

LUCRO LÍQ. EX.

LUCRO LÍQ. EX. 14/13

ATIVO TOTALPATRIM. LÍQUIDO

RENTABILIDADE DE VENDAS

RETABILIDADE PATRIM. LÍQ.

LIQUIDEZ CORRENTE

ENDIVIDAMENTO GERAL

ENDIVIDAMENTO DE LONGO PRAZO

EMPREGADOS NO ES

CLASSIF. 2014

Page 142: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

142 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Ranking segundo Receita Operacional Bruta no Espírito Santo (valores em R$ milhares)CONSOLIDAÇÃO DAS 200 MAIORES EMPRESAS

SERVIÇOS

Admin. de Shopping Center 1 60.117 57.110 37.225 29.297 259.992 231.019 330

Alojamento e Alimentação 1 38.675 N/D N/D N/D N/D N/D 429

Arrendamento de Ativos 4 882.141 800.532 N/D 586.508 2.287.770 1.909.429 N/D

Atendimento Hospitalar 10 1.048.086 1.000.406 87.384 42.418 851.453 373.729 9.634

Cap. Trat. e Distrib. de Água 1 93.704 86.303 26.410 9.806 185.923 54.716 193

Coleta Trat. e Dist. resíduos 2 123.437 48.983 12.325 5.225 102.915 79.701 1.830

Concessionária de Rodovias 1 300.523 290.943 15.141 -7.648 335.852 121.722 428

Educação 3 95.962 32.714 2.707 2.003 28.600 18.593 2.108

Eletricidade e Gás 3 3.710.159 2.633.209 479.648 208.861 3.212.013 1.159.266 1.239

Gestão de Portos e Terminais 4 597.902 534.633 158.667 93.594 863.169 560.363 1.253

Informação e Comunicação 1 50.556 47.970 9.543 8.946 47.157 27.417 285

Loc. Maq. e Equi. Construção 2 99.810 90.517 7.315 3.164 75.466 50.609 665

Logística 5 165.661 81.010 3.636 5.591 152.561 80.668 507

Manut. Repar. e Inst. de Máq. e Equip. 1 44.087 37.399 4.983 1.171 20.844 -43 124

Plano de Saúde 8 1.829.837 1.780.191 47.835 22.724 786.427 197.945 3.887

Serv. de Limpeza e Conservação 1 82.821 72.257 8.766 5.965 17.968 7.337 3.012

Serv. Financeiros e Seguros 13 4.466.433 2.605.709 211.357 344.136 21.254.500 2.318.348 5.343

Serv. de Importação e Exportações 12 16.226.938 13.587.856 184.535 322.543 5.878.365 1.051.593 128

Tecnologia da Informação 2 210.588 189.331 15.416 8.303 68.046 14.932 1.090

Transporte 12 2.126.145 1.719.975 309.841 65.821 2.151.897 1.011.113 9.621

Vigilância e Segurança 2 123.858 N/D N/D N/D N/D N/D 3.197

TOTAL SERVIÇOS 89 32.377.439 25.697.048 1.622.733 1.758.429 38.580.917 9.268.454 45.303

INDÚSTRIA

Alimentos 16 5.551.721 4.672.304 -130.994 -118.011 3.290.749 759.522 6.287

Cap. Trat. e Distrib. de Água 1 681.889 618.927 205.766 100.734 2.438.718 1.919.537 1.529

Confec. de Vestuário e Acessórios 1 37.930 33.568 7.184 3.870 86.764 50.031 378

Construção 7 1.005.116 812.196 81.578 49.761 1.119.362 472.295 3.308

Extração de Minerais Não Metálicos 3 109.178 95.228 12.033 7.373 131.196 64.631 98

Extração de Petróleo e Gás Natural 1 26.072.216 N/D N/D N/D N/D N/D 6.480

Fab. de Estruturas Metálicas 1 157.298 124.140 N/D 13.620 110.289 50.750 N/D

Fab. Prod. Minerais Não Metálicos 6 527.949 458.920 84.264 48.419 681.654 281.675 1.343

Fabr. de Borracha e Mat. Plástico 4 630.067 471.418 22.856 19.180 437.450 324.259 1.150

Fabricação de Cimento 2 605.552 455.172 N/D -52.358 3.273.450 2.356.360 N/D

Fabricação de Maq. e Mat. Elétricos 1 555.248 408.584 51.432 43.158 277.797 173.630 2.551

Fabricação de Móveis 5 371.371 291.131 13.494 -7.297 286.874 73.556 1.042

Fabricação de Produtos de Metais 1 95.618 76.857 1.404 492 45.633 23.470 253

Informação e Comunicação 1 21.530 19.077 N/D -1.326 16.098 7.584 87

Mineração 2 13.264.250 7.536.864 3.762.468 2.805.548 19.557.107 4.313.331 9.181

Papel e Celulose 2 2.694.448 19.261 N/D -6.108 20.894 314 1.657

Química e Petroquímica 4 6.414.401 6.281.476 382.127 33.561 3.849.071 729.584 1.543

Siderurgia e Metalurgia 5 5.706.425 834.181 144.447 146.457 2.310.294 2.133.389 6.887

TOTAL INDÚSTRIA 63 64.502.209 23.209.304 4.638.058 3.087.070 37.933.399 13.733.917 43.774

COMÉRCIO

Alimentos 1 22.677 22.647 1.206 809 4.781 3.420 34

Comércio Atacadista 27 10.608.848 5.425.507 183.819 168.715 3.583.247 1.303.607 3.389

Comércio Varejista 9 2.948.632 2.568.712 83.363 71.349 746.030 283.541 3.120

Concessionária de Veículos 11 2.735.754 2.568.620 57.135 20.321 770.582 181.481 2.069

TOTAL COMÉRCIO 48 16.315.911 10.585.487 325.523 261.194 5.104.639 1.772.049 8.612

TOTAL 200 113.195.559 59.491.839 6.586.314 5.106.693 81.618.955 24.774.419 97.689

SETOR / ATIVIDADENº DE

EMPRESASREC. OP. BRUTA

REC. OP. LÍQ. EBITDALUCRO LÍQ.

EX.ATIVO TOTAL

PATRIM. LÍQUIDO

EMPREGADOS NO ES

RANKING | PARTICIPAÇÃO SETORIAL DAS EMPRESAS

Page 143: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015
Page 144: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

144 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

RANKING | AS MAIORES EMPRESAS SEGUNDO PRINCIPAIS INDICADORES

A pesquisa “200 Maiores Empresas no Espírito Santo” também permite ao IEL classificar as empresas em rankings realizados de acordo

com os principais indicadores econômicos e finan-ceiros, destacando os 20 melhores desempenhos. Para a elaboração dessas listas, são consideradas todas as organizações participantes, independentemente de estarem ou não classificadas entre as 200 Maiores Empresas pela Receita Operacional Bruta.

As 20 Maiores segundo o Patrimônio Líquido

Quanto ao critério de patrimônio líquido, as 20 maiores empresas somaram R$ 17,7 bilhões, representando 71,4% do montante de capital próprio das Maiores Empresas em 2014 e um aumento de aproximadamente 22,9% em relação ao PL das 20 Maiores Empresas do ano anterior.

Os 20 Melhores Lucros LíquidosAs 20 maiores empresas lucraram juntas R$ 4,5 bilhões,

um crescimento de 9,8% em relação a 2013. Esse lucro representa 88,2% do resultado líquido das 200 maiores empresas em 2014 e indica uma forte concentração do resultado nessas organizações.

As 20 Maiores EmpregadorasAs 20 maiores empregadoras possuíam juntas

53.172 funcionários no final de 2014. Esse total é apenas 0,1% superior ao observado em 2013 e indica uma estagnação na criação de novos postos de trabalho por essas empresas.

Os 20 Maiores Crescimentos da Receita Operacional Líquida

As 20 empresas com maior crescimento da ROL aumentaram sua receita líquida em média em 143,3%. Esse número é significativamente superior ao cresci-mento médio das demais empresas da amostra, que foi de apenas 9%.

As 20 Melhores em Liquidez CorrenteNa apuração das melhores empresas por liquidez

corrente, observa-se o predomínio de empresas do setor serviço, com 60% das empresas, seguido por 25% de empresas industriais e 15% de empresas comerciais.

As 20 de Melhor Rentabilidade do Patrimônio Líquido

A rentabilidade média do PL das 20 melhores empre-sas nesse índice foi de 78,2%. Esse número é significati-vamente inferior ao obtido em 2013, que foi de 120%.

As 20 Melhores em Rentabilidade das VendasA rentabilidade média das empresas desse ranking foi

de 587,5%. Esse percentual é significativamente superior ao obtido pelas demais empresas, que tiveram um cresci-mento de apenas 5,5%.

Os 20 Melhores Lucros por EmpregadoO lucro médio por empregado das 20 maiores empresas

foi de R$ 1,2 milhão. Esse resultado é consideravelmente superior ao das demais empresas que divulgaram essas infor-mações, apenas R$ 18,3 mil por empregado.

As 20 Melhores em Receita Líquida por Empregado

A ROL média por empregado das 20 maiores empre-sas foi de R$ 80,4 milhões, 26,4% superior ao resultado de 2013. As demais empresas da amostra obtiveram uma produtividade média significativamente inferior, de apenas R$ 540 mil por empregado.

Os 20 Maiores AtivosOs 20 maiores ativos totais somaram R$ 60,7 bilhões, um

aumento de 22,6% em relação ao ano anterior. As 20 maiores detêm 53,7% dos ativos das 200 empresas participantes do ranking. Esse número é significativamente inferior ao obser-vado em 2013, que foi de 72,4%.

Os 20 Maiores EbitdasOs maiores Ebitdas gerados somaram R$ 5,8 bilhões, resul-

tado 3,6% superior ao obtido em 2013 e que representa 87,9% de todo o Ebtida gerado pelas 133 empresas que divulgaram essa informação.

Os 20 Maiores Crescimentos da Receita Operacional Bruta

Os maiores crescimentos da ROB apresentam números menos robustos quando comparado com o ano passado. Este fenômeno pode ser observado em quase todas as posições do ranking. O dado reforça o menor crescimento verificado neste grupo em 2014 (7,3%) quando comparado ao ano de 2013 (8,0%). Interessante destacar o avanço das empresas do setor serviços, que cresceram em 20% na participação em detrimento das empresas do setor de comércio varejista e atacadista.

Ainda sobre a Receita Operacional Bruta, as 20 maiores ROBs totalizaram um faturamento de R$ 84 bilhões, aproxi-madamente 74,2% do faturamento das 200 maiores empresas, percentual ligeiramente inferior que no ano anterior, que foi de 75,9%. Considerando que pouco mais de 25% da ROB gerada fica com as 180 empresas restantes, é importante destacar a relevância das 20 maiores ROBs para a economia capixaba.

Page 145: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

145ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Classificação das Empresas pelo Número de Empregados no ES

Classificação das Empresas pelo Lucro Líquido do Exercício sobre o Patrimônio Líquido - %

AS 20 MAIORES EMPREGADORAS

AS 20 MAIORES RENTABILIDADES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

1 4 VALE Indústria 7.899

2 1 PETROBRAS - UO - ES * Indústria 6.480

3 5 ARCELORMITTAL BRASIL Indústria 5.875

4 122 SERDEL Serviços 3.012

5 50 HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA Serviços 2.887

6 18 VIX LOGÍSTICA Serviços 2.820

7 32 WEG LINHARES Indústria 2.551

8 11 BANESTES Serviços 2.433

9 22 UNIMED VITÓRIA Serviços 2.276

10 153 PLANTÃO SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA Serviços 1.857

11 136 FACULDADE CATÓLICA DO ESPÍRITO SANTO Serviços 1.679

12 10 FIBRIA CELULOSE Indústria 1.657

13 19 BANCO DO BRASIL Serviços 1.544

14 28 CESAN Indústria 1.529

15 80 HOSPITAL SANTA RITA Serviços 1.506

16 93 JSL Serviços 1.492

17 24 FRISA FRIGORÍFICO Indústria 1.472

18 41 ÁGUIA BRANCA Serviços 1.432

19 68 HOSPITAL MERIDIONAL Serviços 1.389

20 101 UNIMAR Serviços 1.382

1 91 SPASSU Serviços 214,6%

2 204 BELAFIX Indústria 137,6%

3 133 HOSPITAL DR. BENÍCIO TAVARES PEREIRA Serviços 95,3%

4 141 SANTA FÉ TRADING Serviços 84,2%

5 122 SERDEL Serviços 81,3%

6 77 MAFRICAL Indústria 80,7%

7 221 MAGNAGO ESQUADRIAS EM ALUMÍNIO Indústria 79,2%

8 164 COFRIL Indústria 73,4%

9 229 KS CONTABILIDADE Serviços 71,5%

10 222 CAMPO CONSTRUTORA Indústria 69,0%

11 216 FHF PNEUS Serviços 67,1%

12 210 COOPTTEC Serviços 66,3%

13 2 SAMARCO MINERAÇÃO Indústria 65,0%

14 209 EDP GRID Serviços 63,3%

15 231 PENTAGO SOLUÇÕES Serviços 59,0%

16 224 PENTAGO CONSULTORIA Serviços 57,1%

17 69 EXTRAFRUTI Comércio Atacadista 54,7%

18 220 VESTSUL CALÇADOS Indústria 50,0%

19 96 VAMTEC VITÓRIA Indústria 47,5%

20 71 MIZU Indústria 47,4%

PosiçãoCLASSIF.

2014EMPRESA SETOR

EMPREGADOS NO ES 2014

PosiçãoCLASSIF.

2014EMPRESA SETOR RENT. DO PL

Classificação das Empresas por Patrimônio Líquido - em R$ milhares

AS 20 MAIORES PELO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

1 2 SAMARCO MINERAÇÃO Indústria 4.313.331

2 35 ITABIRA AGRO INDUSTRIAL Indústria 2.301.895

3 28 CESAN Indústria 1.919.537

4 95 SOL COQUERIA Indústria 1.584.539

5 11 BANESTES Serviços 1.061.694

6 8 ESCELSA Serviços 907.006

7 39 NIBRASCO Serviços 723.914

8 215 CAMPO PARTICIPAÇÕES IMOBILIÁRIAS Serviços 540.367

9 18 VIX LOGÍSTICA Serviços 481.433

10 54 KOBRASCO Serviços 448.956

11 3 HERINGER Indústria 445.210

12 94 HISPANOBRÁS Serviços 418.646

13 40 RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS Comércio Atacadista 372.237

14 33 PERFILADOS RIO DOCE Indústria 363.018

15 41 ÁGUIA BRANCA Serviços 344.831

16 14 INTERAGRÍCOLA Serviços 325.782

17 84 ITABRASCO Serviços 317.913

18 87 PORTO DE VITÓRIA Serviços 285.749

19 37 LORENGE Indústria 268.346

20 100 BANDES Serviços 264.836

PosiçãoCLASSIF.

2014EMPRESA SETOR PL 2014

Classificação das empresas pelo Ebtida - em R$ milhares

AS 20 MAIORES PELO EBITDA

1 2 SAMARCO MINERAÇÃO Indústria 3.762.468

2 8 ESCELSA Serviços 434.747

3 3 HERINGER Indústria 331.857

4 18 VIX LOGÍSTICA Serviços 232.848

5 28 CESAN Indústria 205.766

6 95 SOL COQUERIA Indústria 89.059

7 23 UNICAFÉ Comércio Atacadista 84.630

8 7 CISA TRADING Serviços 76.657

9 67 TVV Serviços 73.460

10 21 HORTIFRUTI Comércio Varejista 64.564

11 41 ÁGUIA BRANCA Serviços 57.652

12 49 BRAMETAL Indústria 55.388

13 32 WEG LINHARES Indústria 51.432

14 9 COTIA Serviços 49.848

15 31 TRISTÃO Comércio Atacadista 41.209

16 17 SERTRADING (BR) Serviços 40.502

17 83 SICOOB LESTE CAPIXABA Serviços 38.936

18 24 FRISA FRIGORÍFICO Indústria 38.455

19 137 SHOPPING VITÓRIA Serviços 37.225

20 85 ALCON Indústria 36.633

PosiçãoCLASSIF.

2014EMPRESA SETOR EBITDA 2014

* Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP

Page 146: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

146 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Classificação das Empresas pelo Lucro Líquido - em R$ milharesAS 20 MAIS LUCRATIVAS

Classificação das Empresas pelo Índice de Liquidez Corrente (Ativo Circulante sobre Passivo Circulante)

AS 20 DE MAIOR LIQUIDEZ CORRENTE

1 2 SAMARCO MINERAÇÃO Indústria 2.805.548

2 39 NIBRASCO Serviços 210.011

3 8 ESCELSA Serviços 181.575

4 54 KOBRASCO Serviços 135.985

5 11 BANESTES Serviços 133.701

6 14 INTERAGRÍCOLA Serviços 125.085

7 84 ITABRASCO Serviços 122.410

8 94 HISPANOBRÁS Serviços 118.102

9 28 CESAN Indústria 100.734

10 7 CISA TRADING Serviços 63.103

11 40 RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS Comércio Atacadista 54.980

12 234 RIO DO FRADE Serviços 53.150

13 215 CAMPO PARTICIPAÇÕES IMOBILIÁRIAS Serviços 51.745

14 18 VIX LOGÍSTICA Serviços 51.193

15 95 SOL COQUERIA Indústria 47.651

16 49 BRAMETAL Indústria 46.637

17 67 TVV Serviços 43.593

18 33 PERFILADOS RIO DOCE Indústria 43.240

19 32 WEG LINHARES Indústria 43.158

20 23 UNICAFÉ Comércio Atacadista 42.120

1 234 RIO DO FRADE Serviços 441,2

2 231 PENTAGO SOLUÇÕES Serviços 53,1

3 214 BR BRAND Comércio Atacadista 30,5

4 217 BOA PRAÇA PARTICIPAÇÕES Serviços 18,3

5 235 SOLUÇÃO, MANUTENÇÃO E SERVIÇOS Serviços 16,5

6 213 TERVAP Serviços 15,0

7 220 VESTSUL CALÇADOS Indústria 14,7

8 216 FHF PNEUS Serviços 14,5

9 33 PERFILADOS RIO DOCE Indústria 12,3

10 209 EDP GRID Serviços 10,0

11 224 PENTAGO CONSULTORIA Serviços 9,5

12 200 RHODES Serviços 8,6

13 208 CENTRALFER Indústria 8,5

14 219 VENTORIM PARTICIPAÇÕES Serviços 7,9

15 176 CAFÉNORTE Comércio Atacadista 7,2

16 230 SURREAL MODA E ARTE Indústria 7,0

17 167 ACTA ENGENHARIA Indústria 6,3

18 120 VENAC Comércio Varejista 6,1

19 206 STAN Serviços 5,8

20 229 KS CONTABILIDADE Serviços 5,5

PosiçãoCLASSIF.

2014EMPRESA SETOR

RESULT LÍQ 2014

PosiçãoCLASSIF.

2014EMPRESA SETOR

LIQUIDEZ CORRENTE

Classificação das Empresas pelo Ativo Total - em R$ milharesOS 20 MAIORES ATIVOS

1 2 SAMARCO MINERAÇÃO Indústria 19.557.107

2 11 BANESTES Serviços 15.067.909

3 3 HERINGER Indústria 3.311.081

4 35 ITABIRA AGRO INDUSTRIAL Indústria 3.156.496

5 8 ESCELSA Serviços 2.839.121

6 28 CESAN Indústria 2.438.718

7 95 SOL COQUERIA Indústria 1.664.117

8 100 BANDES Serviços 1.516.654

9 9 COTIA Serviços 1.273.206

10 7 CISA TRADING Serviços 1.257.148

11 18 VIX LOGÍSTICA Serviços 1.229.341

12 14 INTERAGRÍCOLA Serviços 1.108.541

13 13 GAROTO Indústria 1.013.653

14 114 SICOOB CENTRAL ES Serviços 905.560

15 39 NIBRASCO Serviços 866.526

16 83 SICOOB LESTE CAPIXABA Serviços 775.154

17 37 LORENGE Indústria 743.306

18 12 TROP COMÉRCIO EXTERIOR Serviços 675.348

19 97 SICOOB SUL SERRANO Serviços 634.781

20 29 EXCIM Comércio 624.717

PosiçãoCLASSIF.

2014EMPRESA SETOR

ATIVO TOTAL 2014

Classificação das Empresas pelo crescimento % da Receita Bruta

OS 20 MAIORES CRESCIMENTOS DA RECEITA BRUTA

1 48 ECO 101 Serviços 1030,6%

2 227 INCOSPAL Indústria 278,2%

3 88 TUBOS SOLDADOS ATLÂNTICOS Indústria 236,4%

4 39 NIBRASCO Serviços 201,5%

5 84 ITABRASCO Serviços 135,4%

6 199 FACULDADE NOVO MILÊNIO Serviços 86,8%

7 94 HISPANOBRÁS Serviços 84,5%

8 114 SICOOB CENTRAL ES Serviços 69,6%

9 60 WINE.COM.BR Comércio Varejista 68,8%

10 54 KOBRASCO Serviços 60,5%

11 155 TROP FRUTAS DO BRASIL Indústria 60,1%

12 156 COOPGRANÉIS Serviços 59,1%

13 96 VAMTEC VITÓRIA Indústria 58,3%

14 221 MAGNAGO ESQUADRIAS EM ALUMÍNIO Indústria 57,9%

15 201 TEREME ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO Serviços 57,8%

16 151 SICOOB CREDIROCHAS Serviços 57,3%

17 220 VESTSUL CALÇADOS Indústria 46,3%

18 97 SICOOB SUL SERRANO Serviços 45,5%

19 23 UNICAFÉ Comércio Atacadista 45,2%

20 93 JSL Serviços 44,5%

PosiçãoCLASSIF.

2014EMPRESA SETOR

VAR ROB 14/13

RANKING | AS MAIORES EMPRESAS SEGUNDO PRINCIPAIS INDICADORES

Page 147: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

147ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Classificação das Empresas pelo crescimento % da Receita Líquida

OS 20 MAIORES CRESCIMENTOS DA RECEITA LÍQUIDA

1 48 ECO 101 Serviços 994,5%

2 227 INCOSPAL Indústria 277,7%

3 88 TUBOS SOLDADOS ATLÂNTICOS Indústria 265,4%

4 39 NIBRASCO Serviços 201,5%

5 84 ITABRASCO Serviços 135,6%

6 106 SICOOB NORTE Serviços 116,4%

7 199 FACULDADE NOVO MILÊNIO Serviços 87,1%

8 94 HISPANOBRÁS Serviços 84,5%

9 109 HOSPITAL VILA VELHA Serviços 78,4%

10 83 SICOOB LESTE CAPIXABA Serviços 70,3%

11 60 WINE.COM.BR Comércio Varejista 66,1%

12 221 MAGNAGO ESQUADRIAS EM ALUMÍNIO Indústria 61,0%

13 54 KOBRASCO Serviços 60,5%

14 155 TROP FRUTAS DO BRASIL Indústria 59,0%

15 156 COOPGRANÉIS Serviços 55,7%

16 201 TEREME ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO Serviços 54,0%

17 96 VAMTEC VITÓRIA Indústria 52,1%

18 220 VESTSUL CALÇADOS Indústria 51,8%

19 151 SICOOB CREDIROCHAS Serviços 48,0%

20 125 SICOOB CENTRO-SERRANO Serviços 47,4%

PosiçãoCLASSIF.

2014EMPRESA SETOR

VAR. ROL 14/13

Classificação das Empresas pelo Lucro Líquido por Empregado - em R$ milhares

OS 20 MAIORES LUCROS POR EMPREGADO

1 9 COTIA Serviços 8.275

2 7 CISA TRADING Serviços 3.506

3 223 BANESTES DTVM Serviços 2.633

4 2 SAMARCO MINERAÇÃO Indústria 2.188

5 17 SERTRADING (BR) Serviços 1.404

6 174 SICOOB CORRETORA DE SEGUROS Serviços 1.364

7 141 SANTA FÉ TRADING Serviços 899

8 31 TRISTÃO Comércio Atacadista 736

9 42 SAVIXX Comércio Atacadista 499

10 150 THORK TRADING Serviços 498

11 16 COLUMBIA TRADING Serviços 478

12 231 PENTAGO SOLUÇÕES Serviços 319

13 23 UNICAFÉ Comércio Atacadista 297

14 63 QUIMETAL Serviços 280

15 51 TERRA NOVA Comércio Atacadista 272

16 235 SOLUÇÃO, MANUTENÇÃO E SERVIÇOS Serviços 270

17 83 SICOOB LESTE CAPIXABA Serviços 258

18 200 RHODES Serviços 223

19 128 DECOLORES MÁRMORES E GRANITOS Indústria 220

20 8 ESCELSA Serviços 195

PosiçãoCLASSIF.

2014EMPRESA SETOR

LUCRO POR EMPREGADO

Classificação das empresas pela Receita Líquida por Empregado - em R$ milhares

AS 20 DE MAIOR PRODUTIVIDADE POR EMPREGADO

1 9 COTIA Serviços 708.458

2 16 COLUMBIA TRADING Serviços 306.482

3 7 CISA TRADING Serviços 168.510

4 42 SAVIXX Comércio Atacadista 92.913

5 17 SERTRADING (BR) Serviços 75.804

6 51 TERRA NOVA Comércio Atacadista 51.905

7 150 THORK TRADING Serviços 43.174

8 76 CLAC Serviços 30.498

9 31 TRISTÃO Comércio Atacadista 26.854

10 178 INSPECTION Comércio Atacadista 25.073

11 3 HERINGER Indústria 23.618

12 141 SANTA FÉ TRADING Serviços 22.301

13 23 UNICAFÉ Comércio Atacadista 5.938

14 2 SAMARCO MINERAÇÃO Indústria 5.879

15 63 QUIMETAL Serviços 3.999

16 57 NICCHIO SOBRINHO CAFÉ Comércio Atacadista 3.927

17 61 MERCOCAMP Serviços 3.764

18 110 VILA PORTO Comércio Atacadista 3.073

19 21 HORTIFRUTI Comércio Varejista 2.674

20 223 BANESTES DTVM Serviços 2.659

PosiçãoCLASSIF.

2014EMPRESA SETOR

PROD. POR EMPREGADO

Classificação das Empresas pela Margem Líquida das Vendas - em %

AS 20 MAIORES RENTABILIDADES DAS VENDAS

1 234 RIO DO FRADE Serviços 8687,1%

2 215 CAMPO PARTICIPAÇÕES IMOBILIÁRIAS Serviços 873,7%

3 213 TERVAP Serviços 415,0%

4 218 AFFINITY Serviços 318,6%

5 94 HISPANOBRÁS Serviços 109,7%

6 223 BANESTES DTVM Serviços 99,1%

7 83 SICOOB LESTE CAPIXABA Serviços 96,6%

8 233 COMEX Serviços 95,6%

9 107 SICOOB SUL Serviços 95,6%

10 106 SICOOB NORTE Serviços 95,3%

11 97 SICOOB SUL SERRANO Serviços 94,1%

12 125 SICOOB CENTRO-SERRANO Serviços 93,1%

13 151 SICOOB CREDIROCHAS Serviços 93,0%

14 114 SICOOB CENTRAL ES Serviços 92,1%

15 173 SICOOB SUL LITORÂNEO Serviços 91,9%

16 219 VENTORIM PARTICIPAÇÕES Serviços 85,5%

17 174 SICOOB CORRETORA DE SEGUROS Serviços 81,9%

18 217 BOA PRAÇA PARTICIPAÇÕES Serviços 80,6%

19 231 PENTAGO SOLUÇÕES Serviços 76,9%

20 209 EDP GRID Serviços 74,9%

PosiçãoCLASSIF.

2014EMPRESA SETOR

RENT. VENDAS

Page 148: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

148 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

RANKING | AS MAIORES EMPRESAS POR SETOR

O s rankings setoriais apresentam as Maiores Empresas no Espírito Santo que enviaram suas informa-

ções para o anuário. Dessa forma, é possível que empresas que não compõem a lista das 200 Maiores façam parte dos rols setoriais. Isso ocorrerá quando a receita operacional bruta anual estiver entre as mais altas do segmento, mas não for suficiente para inclusão da empresa no ranking geral.

Consideramos importante ressaltar que é possível a ausência de empreendimentos de destaque nos setores analisados em decorrência da opção destes em não participar da pesquisa.

Em 2014, os seguintes rankings foram elaborados:

• As Maiores Indústrias de Alimen-tos: Obtiveram um faturamento bruto de R$ 5,1 bi no Estado, montante 4% superior ao de 2013. Da mesma forma que no ano anterior, oito empresas infor-maram o número de colaboradores, totali-zando 3.980 empregados, uma redução de 8,8%. A elevação da ROB combinada com a redução dos colaboradores aumen-taram o faturamento por empregado para R$ 1,3 milhão, o dobro do obtido em 2013.

• As Maiores Indústrias de Construção: Na comparação com o ano anterior, as maiores empresas do setor de construção apresentaram um crescimento da receita bruta de aproximadamente 13%, com um faturamento de R$ 1,03 bilhão. A análise da variação no número de empregos foi prejudicada pela ausência de divulgação

dessa informação por quatro empresas. Para aquelas que forneceram esse dado, o faturamento por empregado foi de R$ 277 mil, 23% superior ao verificado em 2013.

• As Maiores Empresas de Comér-cio Atacadista: O faturamento das maiores empresas atacadistas foi de R$ 9,03 bilhões, um crescimento de 48% em relação ao ano anterior. Dentre as que divulgaram o número de empregados, o faturamento médio foi de R$ 5,8 milhões por colaborador, um crescimento de 31,8% em relação a 2013.

• As Maiores Empresas de Comércio Varejista: O faturamento das maiores empresas varejistas cresceu 20,8% em 2014, totalizando R$ 2,9 bilhões. A forte redução no número de empregados das organiza-ções que compõem a amostra, aproxima-damente 53%, provocou um aumento de 68% no faturamento médio por empregado, que somou R$ 614 mil para as oito empre-sas que divulgaram essa informação.

• As Maiores Empresas Concessio-nárias de Veículos: O faturamento das maiores concessionárias de veículos permaneceu estável em 2014, somando R$ 2,7 bilhões. No entanto, a redução de 5,5% no número de empregados permi-tiu o aumento da ROB por empregado, que passou para R$ 1,4 milhão, 7,7% superior ao verificado em 2013.

• As Maiores Empresas de Serviços Financeiros e Seguros: As maiores empresas deste ranking totalizaram uma receita bruta de R$ 4,3 bilhões, gerando

Page 149: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

149anuário iel 200 Maiores eMpresas 2015

Segundo a Receita Operacional Bruta (ROB) no ES - em R$ milhares

AS MAIORES EMPRESAS DE COMÉRCIO ATACADISTA

1 6 BR DISTRIBUIDORA 4.429.133 16,9% N/D N/D N/D N/D 89

2 23 UNICAFÉ 847.028 45,2% 843.266 45,3% 42.120 263.935 142

3 25 UNILIDER 758.921 31,1% 595.412 28,6% 17.787 41.627 343

4 29 EXCIM 627.948 -3,4% 527.843 -2,4% 519 33.078 242

5 31 TRISTÃO 572.428 37,8% 563.926 38,4% 15.449 192.911 21

6 34 CUSTÓDIO FORZZA 441.646 16,7% 425.909 19,2% 579 17.153 N/D

7 40 RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS 381.383 9,0% 311.607 9,2% 54.980 372.237 353

8 42 SAVIXX 339.464 -29,8% 278.738 -29,0% 1.498 5.457 3

9 45 COOABRIEL 327.217 25,9% 302.037 25,1% 942 18.020 232

10 47 PROIMPORT BRASIL 311.771 11,1% 238.724 12,5% -4 42.777 N/D

Posição CLASSIF. 2014 EMPRESA REC. OP. BRUTA VAR ROB 14/13 REC. OP. LÍQ. VAR. ROL 14/13 LUCRO LÍQ. EX.PATRIMÔNIO

LÍQUIDOEMPREGADOS

NO ES

5.174 empregos diretos no Espírito Santo. Esses números representam um crescimento de 19,4% na ROB e uma estabilidade no número de postos de trabalhos, quando comparados com o ano de 2013. A ROB média por empregado subiu 19% ante ao ano anterior, totalizando R$ 839 mil.

• As Maiores Empresas de Impor-tação e Exportação: Alcançaram uma ROB de R$ 16,1 bilhões, alta de 47,7% em relação ao ano anterior. O faturamento médio por empregado das sete empresas que divulgaram essa informação foi de R$ 85 milhões, uma redução de 8,2% frente ao ano anterior, reflexo de um aumento de 29% nos postos de trabalho.

• As Maiores Empresas de Transporte: Obtiveram um crescimento médio de 10,5%

na ROB, que totalizou R$ 2,1 bilhões. Os postos de trabalho permanece-ram estáveis e a ROB por empre-gado cresceu 27,8%, passando para R$ 216 mil para as nove empresas que divulgaram essa informação.

• As Maiores Empresas de Atendimento Hospitalar: O cresci- mento da ROB das maiores empre-sas de atendimento hospitalar foi de 21,4%, em relação a 2013, e totalizaram R$ 1,04 bilhão. A análise das nove empresas que divulgaram o número de empre-gados no Estado indica um cresci-mento de 5,8% nos postos de trabalho gerados e de 8,6% na ROB por empregado, que totalizou R$ 102,2 mil.

Primeira da categoria “Comércio Atacadista”, a BR Distribuidora lidera o mercado capixaba de distribuição e comercialização de derivados de petróleo, estando presente não apenas com 138 postos Petrobras, como também como concessionária de gás natural canalizado, entre outras atividades desenvolvidas no Estado.

“ A importância do Espírito Santo, sede de várias empresas dos mais variados segmentos, é incontestável. Ao mesmo tempo, o Estado é uma via de escoamento da produção econômica de Minas Gerais, possui uma economia complementar à do Rio de Janeiro e ainda é a via de ligação com o Nordeste do país. Sem dúvida, este resultado foi alcançado devido

à excelência do trabalho realizado por nossas equipes locais, bem como à qualidade dos produtos e serviços oferecidos, uma tradição de mais de quatro décadas”, disse Carlos Alberto Tessarollo, diretor financeiro da BR Distribuidora.

Page 150: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

150 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Segundo a Receita Operacional Bruta (ROB) no ES - em R$ milhares

AS MAIORES EMPRESAS DE SERV. DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO

1 7 CISA TRADING 3.858.950 38,2% 3.033.176 40,6% 63.103 211.417 18

2 9 COTIA 3.379.927 13,9% 2.833.830 21,7% 33.098 161.046 4

3 12 TROP COMÉRCIO EXTERIOR 2.220.420 18,7% 1.858.342 19,5% 37.701 153.579 N/D

4 14 INTERAGRÍCOLA 1.702.618 39,0% 1.645.672 39,6% 125.085 325.782 N/D

5 15 SERTRADING S.A 1.630.251 -2,6% 1.405.377 -4,7% 27.950 81.769 N/D

6 16 COLUMBIA TRADING 1.495.346 3,5% 1.225.928 3,2% 1.912 24.913 4

7 17 SERTRADING (BR) 1.277.490 9,5% 1.061.257 9,6% 19.651 57.898 14

8 61 MERCOCAMP 200.973 4,2% 150.547 -0,1% 155 1.240 40

9 63 QUIMETAL 196.811 5,3% 163.960 5,5% 11.477 25.723 41

10 76 CLAC 155.664 36,2% 121.991 36,3% 114 3.739 4

Posição CLASSIF. 2014 EMPRESA REC. OP. BRUTA VAR ROB 14/13 REC. OP. LÍQ. VAR. ROL 14/13 LUCRO LÍQ. EX.PATRIMÔNIO

LÍQUIDOEMPREGADOS

NO ES

Primeiro lugar na categoria “Importação e Exportação”, a Cisa Trading opera em todo o Brasil, usando tecnologia da informação de ponta, processos integrados e consolidados, e profissionais altamente

capacitados para oferecer soluções logísticas, operacionais, tributárias e financeiras.

“ Os resultados expressivos que a Cisa Trading apresenta são produto do investimento que a empresa faz nos seus funcionários, em treinamento e sistemas para com isso reduzir custos e melhorar o

atendimento de seus clientes. Só assim se justifica um volume de negócios de quase R$ 10 bilhões com mais de 290.487 notas fiscais emitidas em 2014”, frisou Antônio Pargana,

presidente da Cisa Trading.

Segundo a Receita Operacional Bruta (ROB) no ES - em R$ milhares

AS MAIORES EMPRESAS DE ALIMENTOS

1 13 GAROTO 2.107.622 9,3% 1.507.688 11,8% -158.388 485 N/D

2 24 FRISA FRIGORÍFICO 814.300 16,5% 762.952 16,3% 19.349 122.836 1.472

3 26 TANGARÁ FOODS 739.331 -36,2% 661.794 -38,8% -8.363 128.035 338

4 46 DUCOCO ALIMENTOS 318.622 34,2% 268.102 32,3% 600 11.296 N/D

5 53 SELITA 264.328 8,1% 242.172 8,1% -483 34.382 414

6 59 BUAIZ ALIMENTOS 226.500 19,3% 212.765 19,4% 6.680 175.794 395

7 66 REALCAFÉ 183.158 10,6% 175.131 10,2% 6.001 74.078 328

8 77 MAFRICAL 149.733 17,4% 146.740 17,7% 5.332 6.606 300

9 81 VENEZA 143.663 12,0% 139.758 16,7% -4.661 18.818 431

10 82 DAMARE 141.330 27,7% 133.032 27,6% -390 23.090 302

Posição CLASSIF. 2014 EMPRESA REC. OP. BRUTA VAR ROB 14/13 REC. OP. LÍQ. VAR. ROL 14/13 LUCRO LÍQ. EX.PATRIMÔNIO

LÍQUIDOEMPREGADOS

NO ES

A conquista na categoria “Alimentos” é percebida pela Chocolates Garoto como resultado da conexão que a empresa mantém com o capixaba. Maior fabricante de chocolates da América Latina e uma das maiores do mundo, a companhia atua continuamente com foco no consumidor. Outra característica que tem contribuído para mantê-la na liderança entre os capixabas está no seu histórico de inovações.

“ A Garoto foi responsável por lançar novidades que revolucionaram o mercado de chocolates e de marcas de sucesso como Baton, Talento e Serenata de Amor, hoje consagradas. Também tem destaque sua crescente presença nas redes sociais. O Facebook institucional da Garoto já conta com 13 milhões de fãs, sendo atualmente a maior fanpage de alimentos no país. E temos ainda o bem-sucedido

programa de visitas, que faz da fábrica o segundo ponto turístico mais visitado do Estado, recebendo mais de 350 mil pessoas todos os anos”, disse Luciene Laurett Rangel, gerente de Apoio à Gestão da Garoto.

Page 151: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

151ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Segundo a Receita Operacional Bruta (ROB) no ES - em R$ milhares

AS MAIORES EMPRESAS DE COMÉRCIO VAREJISTA

1 21 HORTIFRUTI 974.258 15,2% 922.426 17,9% 25.442 79.212 345

2 30 CASAGRANDE 595.029 12,0% 526.122 11,8% 12.996 104.004 N/D

3 36 SUPERMERCADO PERIM 436.700 17,3% 377.292 14,7% 19.259 N/D N/D

4 43 COOPEAVI 333.319 40,5% 320.739 39,5% 8.729 71.024 536

5 60 WINE.COM.BR 225.573 68,8% 181.852 66,1% 4.556 12.633 379

6 86 SUPERMERCADOS SANTO ANTÔNIO 136.574 2,8% 123.766 3,5% -707 1.956 995

7 98 TRACBEL 115.486 -19,7% N/D N/D N/D N/D 96

8 124 SUPERMERCADO PORTO NOVO 79.136 3,2% 72.856 3,4% -95 4.306 575

9 149 POLITINTAS 52.557 13,5% 43.660 14,7% 1.169 10.407 194

Posição CLASSIF. 2014 EMPRESA REC. OP. BRUTA VAR ROB 14/13 REC. OP. LÍQ. VAR. ROL 14/13 LUCRO LÍQ. EX.PATRIMÔNIO

LÍQUIDOEMPREGADOS

NO ES

Segundo a Receita Operacional Bruta (ROB) no ES - em R$ milhares

AS MAIORES EMPRESAS CONCESSIONÁRIAS DE VEÍCULOS

1 20 KURUMÁ VEÍCULOS 986.657 19,3% 949.281 19,5% 17.845 45.204 518

2 27 VITÓRIA DIESEL 739.158 8,2% 646.440 8,5% -143 24.393 405

3 44 PODIUM VEÍCULOS 328.165 2,1% 320.671 0,2% 3.357 35.078 344

4 72 VESSA 160.631 10,0% 157.929 15,0% 238 12.235 196

5 99 PREMIUM VEÍCULOS 109.844 13,7% 106.887 13,6% -2.542 10.013 218

6 120 VENAC 86.719 -29,3% 78.755 -29,1% 2.688 32.022 108

7 121 HIRO MOTORS 83.072 0,4% 73.614 -9,5% 438 4.858 51

8 126 VITÓRIA MOTORS 76.956 21,1% 74.182 20,1% -811 7.623 40

9 131 PLENA VEÍCULOS 66.094 -4,5% 65.426 -4,5% -206 6.181 58

10 134 VITÓRIA MOTORS CHRYSLER 61.740 8,3% 60.275 7,5% 354 3.631 35

Posição CLASSIF. 2014 EMPRESA REC. OP. BRUTA VAR. ROB 14/13 REC. OP. LÍQ. VAR. ROL 14/13 LUCRO LÍQ. EX.PATRIMÔNIO

LÍQUIDOEMPREGADOS

NO ES

Com uma história de sucesso, a Hortifruti reúne uma dose de sonho, dedicação, senso de oportunidade e paixão pelo que faz. A soma desses elementos deu bons frutos mais uma vez, agora na categoria “Comércio Varejista” deste ano. O resultado pode ser explicado pela sinergia integrada de todos os setores da empresa, que soube cativar seus clientes nesses 26 anos de mercado.

“ Temos orgulho de saber que diariamente quase 2 milhões de clientes alimentam suas famílias com nossos produtos. Isso nos traz orgulho, mas também uma grande responsabilidade em sempre primar pela qualidade, pela eficiência e pela busca constante por ações sustentáveis que promovam a melhoria da qualidade de vida da sociedade e do meio ambiente. Nosso principal patrimônio é

o capital humano. São nossos colaboradores, cuja dedicação e competência ajudam a Hortifruti a alcançar a excelência no atendimento. Nossas lojas oferecem serviços diferenciados e são projetadas para oferecer aos nossos clientes conforto a melhor experiência de compra”, disse Antero Felippo, diretor-presidente do Hortifruti.

Parte do Grupo Águia Branca, que possui empresas distribuídas nas Divisões de Negócios de Passageiros, logística e comércio, a Kurumá foi a primeira colocada na categoria “Concessionária de Veículos” em 2014.

“ Com o mercado automotivo cada vez mais competitivo, com várias marcas disputando a atenção e o desejo do consumidor, o resultado reflete a confiança do capixaba na Toyota e na Kurumá construída ao longo de mais de 20 anos de história e de um posicionamento firme em oferecer a melhor experiência de

compra e de posse do mercado automotivo. Acredito que essa confiança foi conquistada com base na nossa busca permanente para oferecer um padrão de excelência na prestação de serviços, na adoção dos mais modernos processos de atendimento e na qualidade dos produtos que comercializamos. As pesquisas indicam: somos líderes

absolutos no segmento de sedans médios, com o Corolla. E neste ano de 2015 a Toyota disputou a liderança de mercado por diversas vezes no Estado”, disse Cláudio Kroeff, diretor comercial da Kurumá.

Page 152: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

152 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Segundo a Receita Operacional Bruta (ROB) no ES - em R$ milhares

AS MAIORES EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO

1 37 LORENGE 427.130 7,1% 301.071 -1,1% 10.060 268.346 1.100

2 62 CONCREVIT 198.350 10,1% 183.890 8,4% 19.310 52.725 253

3 70 TRACOMAL 167.864 28,7% 152.845 27,1% 3.145 51.300 846

4 112 MORAR CONSTRUTORA 92.405 -13,1% 86.495 -14,9% 10.655 57.662 773

5 144 MATRICIAL 55.603 -2,1% 51.171 -2,5% 4.499 22.644 336

6 167 ACTA ENGENHARIA 39.366 -25,3% 36.724 -25,3% 2.091 19.618 N/D

7 186 CONSTRUTORA ÉPURA 24.398 -49,5% N/D N/D N/D N/D N/D

8 206 STAN 11.366 -7,9% 10.207 -7,0% 1.717 8.762 132

9 213 TERVAP 7.025 43,7% 6.160 45,2% 25.566 213.579 N/D

10 227 INCOSPAL 2.090 278,2% 1.655 277,7% -878 1.375 N/D

Posição CLASSIF. 2014 EMPRESA REC. OP. BRUTA VAR ROB 14/13 REC. OP. LÍQ. VAR. ROL 14/13 LUCRO LÍQ. EX.PATRIMÔNIO

LÍQUIDOEMPREGADOS

NO ES

Segundo a Receita Operacional Bruta (ROB) no ES - em R$ milhares

AS MAIORES EMPRESAS DE TRANSPORTES

1 18 VIX LOGÍSTICA 1.264.849 11,2% 1.116.380 10,0% 51.193 481.433 2.820

2 41 ÁGUIA BRANCA 339.945 9,9% 268.001 10,1% 15.016 344.831 1.432

3 93 JSL 120.223 44,5% N/D N/D N/D N/D 1.492

4 101 UNIMAR 106.669 10,7% 99.433 11,7% 274 76.677 1.382

5 135 VIAÇÃO JOANA D'ARC 61.320 8,8% 57.907 10,3% 1.401 26.593 961

6 156 COOPGRANÉIS 45.523 59,1% 43.677 55,7% 757 4.947 29

7 165 VIAÇÃO GRANDE VITÓRIA 40.514 7,0% 38.097 9,2% 441 4.156 589

8 166 BRASPRESS 40.458 11,9% N/D N/D N/D N/D 206

9 171 CHEIM TRANSPORTES 36.769 -31,8% 33.663 -33,0% -3.485 25.675 N/D

10 179 VIAÇÃO TABUAZEIRO 29.559 -4,9% 28.085 -3,4% -3.696 22.241 575

Posição CLASSIF. 2014 EMPRESA REC. OP. BRUTA VAR ROB 14/13 REC. OP. LÍQ. VAR. ROL 14/13 LUCRO LÍQ. EX.PATRIMÔNIO

LÍQUIDOEMPREGADOS

NO ES

Com uma história de 35 anos no mercado, a Lorenge foi a primeira na categoria “Construções”. O sucesso vem do planejamento estratégico, que sempre direcionou as ações da empresa.

“ Somos uma empresa que carrega na alma o amor pelo que fazemos. Nos últimos 10 anos, os acionistas resolveram gerir a empresa segundo os preceitos das boas práticas de governança corporativa. A Lorenge adotou um modelo de gestão comparado às grandes incorporadoras do país. Com ênfase nos processos e nos controles internos, ampliamos os territórios de atuação, executando

projetos de qualidade de vida em nove municípios do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. Alcançamos a posição 34ª no ranking das maiores construtoras do Brasil. Os investimentos no reposicionamento e na valorização da marca Lorenge facilitaram nossa aproximação com clientes, fornecedores, investidores e entidades públicas e privadas. Projetos futuristas e design arquitetônicos arrojados traduziram-se em reconhecimento e credibilidade”, enfatizou José Elcio Lorenzon, presidente da Lorenge.

Com serviços que vão de operações portuárias a armazenagem, além de movimentação de produtos, distribuição, locação de veículos e logística automotiva, a Vix Logística foi a vencedora na categoria

“Transporte”. O destaque pode ser explicado pela ideia de crescimento sustentável do negócio, baseada em inovação, segurança, ética e respeito aos clientes.

“ Temos um dos mais completos portfólios de logística do Brasil e atuamos em setores-chave da economia brasileira, tais como mineração, siderurgia, petróleo e gás, e automotivo. Para o futuro, vamos continuar

buscando novos clientes e a expansão das atividades nos clientes atuais. Este destaque concedido pelo IEL vem somar ainda mais à credibilidade que conquistamos. Investimos na melhoria contínua dos nossos processos,

em veículos e equipamentos alinhados com a demanda do cliente, na capacitação da nossa equipe e em soluções inovadoras. Nosso objetivo é oferecer o máximo de qualidade”, falou Kaumer Chieppe, diretor-geral da Vix Logísitica.

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153anuário iel 200 Maiores eMpresas 2015

Segundo a Receita Operacional Bruta (ROB) no ES - em R$ milhares

AS MAIORES EMPRESAS DE ATENDIMENTO HOSPITALAR

1 50 HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA 286.031 37,4% 284.627 36,9% 5.779 19.991 2.887

2 68 HOSPITAL MERIDIONAL 173.981 4,7% 163.080 3,8% 10.629 50.946 1.389

3 80 HOSPITAL SANTA RITA 145.020 2,5% 135.326 0,0% 14.213 146.868 1.506

4 105 VITÓRIA APART HOSPITAL 102.815 24,3% 94.985 21,6% 653 48.598 1.157

5 109 HOSPITAL VILA VELHA 94.500 16,3% 89.659 78,4% 3.829 29.309 1.168

6 116 HOSPITAL METROPOLITANO 89.018 12,4% 83.530 15,9% 3.039 35.397 712

7 133 HOSPITAL DR. BENÍCIO TAVARES PEREIRA 63.178 10,0% 63.178 10,0% -553 -580 N/D

8 160 SÃO BERNARDO APART HOSPITAL 42.725 14,0% 39.225 10,9% 3.848 33.629 339

9 180 HOSPITAL PRAIA DA COSTA 29.328 14,5% 26.667 8,7% 105 4.830 272

10 195 HOSPITAL SÃO FRANCISCO 21.490 -2,4% 20.128 -3,0% 877 4.740 204

Posição CLASSIF. 2014 EMPRESA REC. OP. BRUTA VAR ROB 14/13 REC. OP. LÍQ. VAR. ROL 14/13 LUCRO LÍQ. EX.PATRIMÔNIO

LÍQUIDOEMPREGADOS

NO ES

Segundo a Receita Operacional Bruta (ROB) no ES - em R$ milhares

AS MAIORES EMPRESAS DE SERVIÇOS FINANCEIROS E SEGUROS

1 11 BANESTES 2.258.841 25,9% 2.196.845 26,3% 133.701 1.061.694 2.433

2 19 BANCO DO BRASIL 1.189.656 4,0% N/D N/D N/D N/D 1.544

3 73 BANESTES SEGUROS 160.543 12,1% 151.677 8,6% 17.886 109.904 101

4 83 SICOOB LESTE CAPIXABA 140.576 38,7% 42.669 70,3% 41.207 188.427 160

5 97 SICOOB SUL SERRANO 116.093 45,5% 25.724 36,4% 24.217 148.459 205

6 100 BANDES 108.902 12,1% 60.198 2,9% 9.967 264.836 193

7 106 SICOOB NORTE 101.104 43,1% 28.104 116,4% 26.782 142.305 170

8 107 SICOOB SUL 100.294 38,3% 29.598 14,0% 28.284 143.734 147

9 114 SICOOB CENTRAL ES 89.839 69,6% 6.183 32,9% 5.693 84.996 73

10 125 SICOOB CENTRO-SERRANO 77.682 44,5% 14.228 47,4% 13.249 82.027 148

Posição CLASSIF. 2014 EMPRESA REC. OP. BRUTA VAR ROB 14/13 REC. OP. LÍQ. VAR. ROL 14/13 LUCRO LÍQ. EX.PATRIMÔNIO

LÍQUIDOEMPREGADOS

NO ES

Na categoria “Atendimento Hospitalar”, a mais bem ranqueada foi a Associação Evangélica Beneficente Espírito-Santense (Aebes), que é mantenedora de hospitais na Grande Vitória. Para quem faz o dia a dia da entidade, o destaque é visto como o sucesso da missão de servir o próximo.

“ A Aebes agregou valores aos serviços de saúde do Estado do Espírito Santo, por meio de unidade hospitalar própria, o Hospital Evangélico de Vila Velha (HEVV), e da gestão de duas complexas unidades públicas: a Maternidade Municipal de Cariacica e o Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves. O HEVV conquistou a acreditação pela Organização Nacional de Acreditação (ONA)

com excelência nível 3. O Jayme, com dois anos de funcionamento, conquistou a acreditação ONA nível 2. A Aebes gerenciou mais de 670 leitos, realizou mais de 1 milhão e 800 mil procedimentos, sendo 97,5% ao Sistema Único de Saúde e empregou 2.600 pessoas”, falou Sebastião Vicente de Oliveira, presidente da Aebes.

Líder em vários segmentos bancários e de seguros no mercado capixaba, o Banestes é destaque na categoria “Serviços Financeiros e Seguros”. Com uma carteira de crédito voltada principalmente para

as micro, pequenas e médias empresas, além da forte atuação na área de pessoa física, a entidade busca sempre o crescimento sustentável, baseado na diversificação e ampliação da oferta de produtos e

serviços, na formação de parcerias com outras instituições de mercado, no fortalecimento dos índices de capitalização e liquidez, na atualização tecnológica, na modernização da plataforma de atendimento e

na contínua redução dos custos operacionais.

“ Um dos diferenciais do Banestes é que o resultado da instituição é reinvestido na economia capixaba, pois o foco do banco é essencialmente o desenvolvimento regional. Vamos continuar crescendo e

impulsionando o desenvolvimento da economia capixaba”, disse Guilherme Dias, presidente do Banestes.

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154 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

A MELHOR EMPRESAClassificação pela pontuação obtida nos indicadores utilizados pelo Anuário

1 SPASSU Serviços 3,50

2 BELAFIX Indústria 3,15

3 SANTA FÉ TRADING Serviços 3,05

4 RIO DO FRADE Serviços 3,00

5HOSPITAL DR. BENÍCIO

TAVARES PEREIRAServiços 2,80

6 SERDEL Serviços 2,10

7 ECO 101 Serviços 2,00

8 PENTAGO SOLUÇÕES Serviços 1,80

9 INCOSPAL Indústria 1,80

10 TERVAP Serviços 1,80

CLASSIF. EMPRESA SETOR PONTUAÇÃO

O ranking das 200 Maiores Empresas no Espírito Santo é resultado da análise das demonstrações contábeis

enviadas pelas empresas. Não é, portanto, uma escolha arbitrária do IEL ou da Findes. As melhores empresas despontam pelo sucesso que obtiveram em relação às concorrentes participantes da edição 2014, utilizando-se como critério a comparação dos resultados em termos de crescimento, rentabilidade, saúde financeira e produtividade por empregado.

RANKING | A MELHOR EMPRESA NO ESPÍRITO SANTO EM 2014

SPASSU

A metodologia consiste na atribuição de pontos pelo desempenho das empresas em cada indicador – 10 para o primeiro lugar, 9 para o segundo, e assim sucessivamente até a décima empresa, que recebe um ponto. Em seguida, os pontos são multiplicados pelo peso que é atribuído a cada indicador.

A escolha da “Melhor Empresa 2014” não está fundamentada em competências na atuação das organizações em seus respectivos merca-dos, e a classificação não é segregada por setor de atividade. Embora o objetivo seja analisar de forma integrada os indicadores de desempe-nho, a seleção do conjunto de indicadores que são considerados na avaliação e seus respecti-vos pesos é determinada de maneira subjetiva.

Os indicadores de desempenho e seus respec-tivos pesos são os seguintes:

Crescimento das Vendas Líquida – Peso 20

Indica se a participação da empresa no mercado aumentou ou diminuiu e avalia sua capacidade de, no caso de crescimento, gerar novos empregos. Pode ser utilizado no estabelecimento de metas de avanço da empresa para os próximos períodos.

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155ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Rentabilidade das Vendas – Peso 10

Mede o percentual das vendas líquidas que permanecem na empresa como lucro do período, ou seja, é o percentual da receita operacional líquida que restou para a empresa, depois de deduzidos todos os custos e despesas. A análise indica quanto a empresa obtém de lucro para cada R$ 100,00 vendidos.

Rentabilidade do Patrimônio Líquido – Peso 35

Mede a remuneração do capital investido pelos proprietários, sendo resultado da efici-ência da empresa na gestão dos negócios. O cálculo da rentabilidade do patrimônio líquido permite saber quanto a administração, por meio de uso dos ativos, obteve de rendimento com a respectiva estrutura, seja esta financiada com capital próprio ou de terceiros. Essa rentabili-dade deve ser comparada com taxas de mercado, para avaliar se a firma oferece rentabilidade superior ou inferior a essas opções.

A rentabilidade do patrimônio líquido é utilizada como critério de desempate entre as empresas que apresentam o mesmo número de pontos no desempenho geral.

Lucratividade por Empregado – Peso 15

Mede a lucratividade gerada por empregado e a contribuição média de cada um para o lucro alcançado pela empresa.

Liquidez Corrente – Peso 20Importante indicador da saúde financeira,

aponta a segurança com que a empresa está operando no curto prazo. Quanto maior a liquidez corrente, melhor se apresenta a capaci-dade da organização em financiar suas neces-sidades de capital de giro. Representa o quanto de recursos se dispõe no curto prazo para se liquidarem as dívidas também de curto prazo. Assim, quanto maior o valor apurado, melhor será a solvência da empresa.

Havendo necessidade de desempate, o crité-rio utilizado é o indicador de maior peso. Nesse caso, a Rentabilidade do Patrimônio Líquido.

Segundo os critérios acima definidos, “A Melhor Empresa no Espírito Santo em 2014” é a Spassu Tecnologia e Serviços S.A, que atingiu 3,5 pontos.

Perfil da empresa

Razão social: Spassu Tecnologia e Serviços S.A

Nome fantasia: Spassu

Atividade: Tecnologia da informação

Pessoal empregado no ES: 986

Crescimento das vendas 2014/2013: 4,27%

Rentabilidade das vendas: 4,5%

Rentabilidade do patrimônio líquido: 214,6%

Liquidez corrente: 1,0

Faturamento: R$ 122,1 milhões

Com um extenso portfólio direcionado para prestação de serviços de outsourcing de TI, fábrica de software e desenvolvimento soluções de software para o mercado, a Spassu Tecnologia e Serviços foi apontada como “A Melhor Empresa” na edição deste ano do Anuário. A conquista é reflexo de 23 anos no mercado, sempre buscando disponibilizar serviços e produtos alinhados as melhores práticas e voltados a um ambiente de constante mudança.

“ Também nos sentimos orgulhosos com um modelo de gestão que nos permite um equilíbrio na relação com nossos clientes, fornecedores e principalmente nossos colaboradores. Nossa visão de futuro nos leva a acreditar em um mundo melhor, menos desigual e com oportunidades para empresas e pessoas que priorizem a ética, a transparência e a sustentabilidade empresarial.

Criamos e evoluímos nossos produtos e serviços sempre com este pensamento inquieto e criativo”, falou Marco Antônio Malini Lamego, diretor da Spassu.

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156 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

RANKING | AS 100 MAIORES EMPRESAS PRIVADAS COM CONTROLE DE CAPITAL CAPIXABA

O ranking das “100 Maiores Empresas Privadas com Controle de Capital Capixaba” tem por objetivo apresentar a contribuição dessas

organizações para o desenvolvimento do Espírito Santo e é estabelecido a partir da Receita Operacional Líquida (ROL). Para participar dessa lista, as empresas devem atender às seguintes exigências:

1 - Ter controle acionário e origem do capital privado estadual;

2 - A localização da matriz/sede fiscal deve ser no Espírito Santo;

3 - A constituição da empresa deve ter ocorrido no Espírito Santo;

4 - A empresa deve possuir unidade operacional no Espírito Santo.

Na análise dos resultados desse ranking, observou-se que as 100 Maiores Empresas Privadas com Controle de Capital Capixaba estavam divididas da seguinte forma: 37% no setor de serviços; 32% no setor industrial; e 31% no setor comercial.

A receita operacional líquida total foi de R$ 24,4 bilhões, 3,9% menor que a obtida no ano de 2013, e fatiadas entre os setores da deste modo: 44,5% no setor de serviços; 21,1% no setor industrial e 34,4% no setor comercial. Essa distribuição é praticamente a mesma observada no ano anterior.

O número total de colaboradores sofreu uma redução de 5,8%, totalizando 47.641 empregados distribuídos desta maneira: 55,4% no setor de serviços; 28,4% no setor industrial e 16,2% no setor comercial.

Número de Empresas

2013 2014

Comércio

33,0

%

31,0

%

Indústria

31,0% 32

,0%

Serviços

36,0

%

37,0

%Receita Operacional Líquida

2013 2014

Comércio

33,3% 34,4

%

Indústria

23,2%

21,1%

Serviços

43,5% 44

,5%

Empregados

2013 2014

Comércio

21,7%

16,2%

Indústria

27,9% 28

,4%

Serviços

50,4% 55

,4%Patrimônio Líquido

2013 2014

Comércio

22,1%

21,0

%

Indústria

33,7% 37

,1%

Serviços

44,2%

41,9%

Lucro Líquido

2013 2014

Comércio

22,1% 25

,1%

Indústria

33,7%

33,4%

Serviços

44,2%

41,5%

O total de capital próprio investido sofreu uma redução de 7,4% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 6,3 bilhões distri-buídos da seguinte forma: 41,9% no setor de serviços; 37,1% no setor industrial; e 21% no setor comercial.

As dificuldades enfrentadas na economia no ano de 2014 refletiram na lucratividade das empresas capixa-bas. O recuo no lucro foi de 17,9%, totalizando R$ 904 milhões.

Assim como aconteceu no ano passado, a Cisa Trading segue como principal empresa privada com controle de capital capixaba. Com mais de 200 grandes clientes e um patrimônio líquido de mais de R$ 211 milhões, a empresa é destaque não apenas no setor de serviços, como em todas as outras áreas do ranking.

“ A Cisa Trading e seus acionistas tem vindo a diversificar as suas operações tendo investido em Portugal na aquisição de 30% da maior concessionária de estradas do país. Em 2016 inaugurará um centro de serviços de aço no estado de São Paulo em associação com uma empresa americana líder no segmento”, disse Antônio Pargana, presidente da empresa.

Page 157: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

157ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Segundo a Receita Operacional Líquida (ROL) no ES - Em R$ milharesAS 100 MAIORES EMPRESAS CAPIXABAS

POSIÇÃOCLASSIF.

2014EMPRESA SETOR

REC OP. LÍQUIDA

VAR. ROL. 2014/2013

%

LUCRO LÍQ. EX.

PATRIM. LÍQUIDO

RENTAB. DAS

VENDAS

RENTAB. DO PL

LIQUIDEZ CORRENTE

EMPREGADOS NO ES

1 7 CISA Serviços 3.033.176 40,6% 63.103 211.417 2,1% 29,8% 1,32 18

2 16 COLUMBIA TRADING Serviços 1.225.928 3,2% 1.912 24.913 0,2% 7,7% 1,00 4

3 18 VIX LOGÍSTICA Serviços 1.116.380 10,0% 51.193 481.433 4,6% 10,6% 1,49 2820

4 17 SERTRADING (BR) Serviços 1.061.257 9,6% 19.651 57.898 1,9% 33,9% 1,15 14

5 20 KURUMÁ VEÍCULOS Comércio Varejista 949.281 19,5% 17.845 45.204 1,9% 39,5% 1,46 518

6 21 HORTIFRUTI Comércio Varejista 922.426 17,9% 25.442 79.212 2,8% 32,1% 0,78 345

7 22 UNIMED VITÓRIA Serviços 872.855 8,3% 7.381 95.399 0,8% 7,7% 1,04 2276

8 23 UNICAFÉ Comércio Atacadista 843.266 45,3% 42.120 263.935 5,0% 16,0% 1,56 142

9 24 FRISA FRIGORÍFICO Indústria 762.952 16,3% 19.349 122.836 2,5% 15,8% 1,66 1472

10 27 VITÓRIA DIESEL Comércio Varejista 646.440 8,5% -143 24.393 0,0% -0,6% 1,28 405

11 25 UNILIDER Comércio Atacadista 595.412 28,6% 17.787 41.627 3,0% 42,7% 1,31 343

12 29 EXCIM Comércio Atacadista 527.843 -2,4% 519 33.078 0,1% 1,6% 1,57 242

13 33 PERFILADOS RIO DOCE Indústria 380.617 8,8% 43.240 363.018 11,4% 11,9% 12,31 381

14 36 SUPERMERCADO PERIM Comércio Varejista 377.292 14,7% 19.259 N/D 5,1% N/D N/D N/D

15 43 COOPEAVI Comércio Varejista 320.739 39,5% 8.729 71.024 2,7% 12,3% 1,16 536

16 44 PODIUM VEÍCULOS Comércio Varejista 320.671 0,2% 3.357 35.078 1,0% 9,6% 1,31 344

17 40 RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS Comércio Atacadista 311.607 9,2% 54.980 372.237 17,6% 14,8% 2,17 353

18 45 COOABRIEL Comércio Atacadista 302.037 25,1% 942 18.020 0,3% 5,2% 1,00 232

19 37 LORENGE Indústria 301.071 -1,1% 10.060 268.346 3,3% 3,7% 1,49 1100

20 50 HOSP. EVANGÉLICO DE VV Serviços 284.627 36,9% 5.779 19.991 2,0% 28,9% 1,16 2887

21 38 FORTLEV Indústria 279.935 12,9% 19.500 201.190 7,0% 9,7% 4,86 669

22 42 SAVIXX Comércio Atacadista 278.738 -29,0% 1.498 5.457 0,5% 27,5% 1,03 3

23 46 DUCOCO ALIMENTOS Indústria 268.102 32,3% 600 11.296 0,2% 5,3% 0,79 N/D

24 41 ÁGUIA BRANCA Serviços 268.001 10,1% 15.016 344.831 5,6% 4,4% 0,75 1432

25 52 SAMP ES Serviços 263.389 39,2% 6.538 19.587 2,5% 33,4% 1,30 272

26 49 BRAMETAL Indústria 255.131 -5,3% 46.637 167.016 18,3% 27,9% 4,65 454

27 53 SELITA Indústria 242.172 8,1% -483 34.382 -0,2% -1,4% 1,33 414

28 58 SÃO BERNARDO SAÚDE Serviços 227.279 -4,2% 5.775 23.358 2,5% 24,7% 1,00 195

29 57 NICCHIO SOBRINHO CAFÉ Comércio Atacadista 219.936 -22,8% 38 40.758 0,0% 0,1% 1,63 56

30 59 BUAIZ ALIMENTOS Indústria 212.765 19,4% 6.680 175.794 3,1% 3,8% 0,89 395

31 51 TERRA NOVA Comércio Atacadista 207.620 10,8% 1.087 7.219 0,5% 15,1% 1,03 4

32 64 UNIMED SUL CAPIXABA Serviços 187.134 14,2% 1.196 28.959 0,6% 4,1% 1,30 718

33 62 CONCREVIT Indústria 183.890 8,4% 19.310 52.725 10,5% 36,6% 1,16 253

34 55 EMP. LUZ E FORÇA STA MARIA Serviços 178.542 23,8% 20.671 139.835 11,6% 14,8% 1,41 309

35 56 CEDISA Comércio Atacadista 176.611 4,8% 3.224 53.995 1,8% 6,0% 2,79 239

36 66 REALCAFÉ Indústria 175.131 10,2% 6.001 74.078 3,4% 8,1% 1,07 328

37 69 EXTRAFRUTI Comércio Atacadista 167.996 10,0% 9.871 18.059 5,9% 54,7% 1,87 757

38 63 QUIMETAL Serviços 163.960 5,5% 11.477 25.723 7,0% 44,6% 2,44 41

39 68 HOSPITAL MERIDIONAL Serviços 163.080 3,8% 10.629 50.946 6,5% 20,9% 1,07 1389

40 72 VESSA Comércio Varejista 157.929 15,0% 238 12.235 0,2% 1,9% 1,16 196

41 70 TRACOMAL Indústria 152.845 27,1% 3.145 51.300 2,1% 6,1% 2,53 846

42 61 MERCOCAMP Serviços 150.547 -0,1% 155 1.240 0,1% 12,5% 1,12 40

43 77 MAFRICAL Indústria 146.740 17,7% 5.332 6.606 3,6% 80,7% 1,17 300

44 74 CPVV Serviços 142.128 7,2% 20.583 65.962 14,5% 31,2% 1,93 163

45 81 VENEZA Indústria 139.758 16,7% -4.661 18.818 -3,3% -24,8% 0,76 431

46 85 ALCON Indústria 135.569 28,6% 21.360 128.749 15,8% 16,6% 2,72 342

47 80 HOSPITAL SANTA RITA Serviços 135.326 0,0% 14.213 146.868 10,5% 9,7% 2,53 1506

48 82 DAMARE Indústria 133.032 27,6% -390 23.090 -0,3% -1,7% 0,65 302

49 86 SUPERMERC. SANTO ANTÔNIO Comércio Varejista 123.766 3,5% -707 1.956 -0,6% -36,1% 1,06 995

50 71 MIZU Indústria 123.112 -30,6% 25.833 54.465 21,0% 47,4% 1,44 N/D

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158 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Segundo a Receita Operacional Líquida (ROL) no ES - Em R$ milharesAS 100 MAIORES EMPRESAS CAPIXABAS

51 76 CLAC Serviços 121.991 36,3% 114 3.739 0,1% 3,1% 0,84 4

52 92 KIFRANGO Indústria 117.824 11,5% 4.272 16.305 3,6% 26,2% 0,99 673

53 89 ABAV Indústria 115.063 25,3% 808 22.288 0,7% 3,6% 1,78 690

54 91 SPASSU Serviços 112.479 4,2% 5.023 2.341 4,5% 214,6% 1,03 986

55 79 VIMINAS Indústria 107.635 2,8% 6.400 62.349 5,9% 10,3% 2,32 499

56 99 PREMIUM VEÍCULOS Comércio Varejista 106.887 13,6% -2.542 10.013 -2,4% -25,4% 0,97 218

57 101 UNIMAR Serviços 99.433 11,7% 274 76.677 0,3% 0,4% 1,74 1382

58 102 USINA PAINEIRAS Indústria 95.203 -2,8% 3.917 96.818 4,1% 4,0% 0,82 507

59 105 VITÓRIA APART HOSPITAL Serviços 94.985 21,6% 653 48.598 0,7% 1,3% 1,11 1157

60 96 VAMTEC VITÓRIA Indústria 91.524 52,1% 8.929 18.816 9,8% 47,5% 1,40 177

61 109 HOSPITAL VILA VELHA Serviços 89.659 78,4% 3.829 29.309 4,3% 13,1% 0,94 1168

62 103 DIAÇO Comércio Atacadista 88.037 16,7% 5.649 60.834 6,4% 9,3% 4,77 120

63 112 MORAR CONSTRUTORA Indústria 86.495 -14,9% 10.655 57.662 12,3% 18,5% 2,20 773

64 116 HOSPITAL METROPOLITANO Serviços 83.530 15,9% 3.039 35.397 3,6% 8,6% 1,25 712

65 113 MARBRASA Indústria 82.179 -6,1% 10.186 57.803 12,4% 17,6% 2,52 393

66 120 VENAC Comércio Varejista 78.755 -29,1% 2.688 32.022 3,4% 8,4% 6,08 108

67 104 RIMO MÓVEIS Indústria 77.874 8,5% 1.953 14.141 2,5% 13,8% 1,33 379

68 108 METALOSA Indústria 76.857 8,1% 492 23.470 0,6% 2,1% 2,00 253

69 117 ISH TECNOLOGIA Serviços 76.853 23,5% 3.280 12.591 4,3% 26,0% 1,19 104

70 110 VILA PORTO Comércio Atacadista 76.835 -6,6% 615 N/D 0,8% N/D N/D 25

71 118 ELSONS PROD. ALIMENTÍCIOS Comércio Atacadista 74.430 9,6% -612 12.304 -0,8% -5,0% 1,14 259

72 126 VITÓRIA MOTORS Comércio Varejista 74.182 20,1% -811 7.623 -1,1% -10,6% 0,93 40

73 121 HIRO MOTORS Comércio Varejista 73.614 -9,5% 438 4.858 0,6% 9,0% 0,97 51

74 142 SUPERMERCADO PORTO NOVO Comércio Varejista 72.856 3,4% -95 4.306 -0,1% -2,2% 1,07 575

75 122 SERDEL Serviços 72.257 7,0% 5.965 7.337 8,3% 81,3% 1,73 3012

76 128 DECOLORES MÁRM. E GRANITOS Indústria 72.097 13,1% 22.690 71.769 31,5% 31,6% 3,11 103

77 119 PANAN MÓVEIS Indústria 71.878 4,3% 1.442 7.160 2,0% 20,1% 1,80 275

78 131 PLENA VEÍCULOS Comércio Varejista 65.426 -4,5% -206 6.181 -0,3% -3,3% 1,88 58

79 123 FIBRASA SUDESTE Indústria 62.499 10,6% 2.026 19.479 3,2% 10,4% 1,56 320

80 134 VITÓRIA MOTORS CHRYSLER Comércio Varejista 60.275 7,5% 354 3.631 0,6% 9,7% 1,23 35

81 127 ACP MÓVEIS Indústria 58.839 -7,6% -2.383 17.583 -4,0% -13,6% 1,55 259

82 135 VIAÇÃO JOANA D'ARC Serviços 57.907 10,3% 1.401 26.593 2,4% 5,3% 1,94 961

83 137 SHOPPING VITÓRIA Serviços 57.110 10,0% 29.297 231.019 51,3% 12,7% 0,73 330

84 142 SAMEDIL Serviços 56.105 41,0% 325 N/D 0,6% N/D 1,10 93

85 132 ELETROMIL Comércio Atacadista 54.661 18,4% 10.285 28.162 18,8% 36,5% 4,65 159

86 139 ESPIRAL ENGENHARIA Serviços 52.145 -9,1% 1.222 21.852 2,3% 5,6% 1,34 554

87 144 MATRICIAL Indústria 51.171 -2,5% 4.499 22.644 8,8% 19,9% 3,87 336

88 146 ENGE URB Serviços 48.983 12,1% 5.225 79.701 10,7% 6,6% 4,32 593

89 152 TV VITÓRIA Serviços 47.970 5,5% 8.946 27.417 18,6% 32,6% 2,21 285

90 145 ATACADO SÃO PAULO Comércio Atacadista 45.836 -8,9% 3.829 8.419 8,4% 45,5% 2,06 152

91 140 UNIMED NORTE CAPIXABA Serviços 45.634 2,0% 240 9.243 0,5% 2,6% 1,04 255

92 148 MINERAÇÃO BOA ESPERANÇA Indústria 45.435 -0,5% 96 5.778 0,2% 1,7% 1,17 111

93 141 SANTA FÉ TRADING Serviços 44.602 4,7% 1.798 2.135 4,0% 84,2% 3,07 2

94 156 COOPGRANÉIS Serviços 43.677 55,7% 757 4.947 1,7% 15,3% 2,51 29

95 149 POLITINTAS Comércio Varejista 43.660 14,7% 1.169 10.407 2,7% 11,2% 2,15 194

96 83 SICOOB LESTE CAPIXABA Serviços 42.669 70,3% 41.207 188.427 96,6% 21,9% 1,00 160

97 161 UNIMED PIRAQUEAÇU Serviços 41.067 11,4% 1.252 12.798 3,0% 9,8% 2,24 79

98 159 ANDRADE MÁRM. E GRANITOS Indústria 40.422 3,5% 4.282 49.566 10,6% 8,6% 4,17 102

99 160 SÃO BERNARDO APART HOSP. Serviços 39.225 10,9% 3.848 33.629 9,8% 11,4% 1,00 339

100 162 UNIPETRO Serviços 38.372 11,3% 1.943 28.756 5,1% 6,8% 0,71 111

POSIÇÃOCLASSIF.

2014EMPRESA SETOR

REC OP. LÍQUIDA

VAR. ROL. 2014/2013

%

LUCRO LÍQ. EX.

PATRIM. LÍQUIDO

RENTAB. DAS

VENDAS

RENTAB. DO PL

LIQUIDEZ CORRENTE

EMPREGADOS NO ES

Page 159: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

159ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Ranking segundo Receita Operacional Líquida no Espírito Santo (valores em R$ milhares)

CONSOLIDAÇÃO DAS 100 MAIORES EMPRESAS PRIVADAS COM CONTROLE DE CAPITAL CAPIXABA

COMÉRCIO 31 8.365.063 320.739 226.849 3.899.532 1.312.246 7.704

COMÉRCIO ATACADISTA 15 3.970.865 150.620 151.833 2.508.097 964.104 3.086

COMÉRCIO VAREJISTA 6 1.860.738 84.519 53.797 641.113 166.904 2.645

CONCESSIONÁRIA DE VEÍCULOS 10 2.533.460 85.600 21.219 750.321 181.238 1.973

INDÚSTRIA 32 5.145.818 346.530 301.779 4.580.709 2.317.339 13.537

ALIMENTOS 11 2.408.742 98.609 41.427 1.666.091 602.311 5.512

CONSTRUÇÃO 5 775.472 126.214 47.670 1.071.536 452.676 3.308

EXTRAÇÃO DE MINERAIS NÃO METÁLICOS 1 45.435 N/D 96 43.128 5.778 111

FAB. PROD. MINERAIS NÃO METÁLICOS 4 302.333 31.672 43.557 376.306 241.487 1.097

FAB. DE BORRACHA E MAT. PLÁSTICO 2 342.434 16.671 21.526 284.592 220.668 989

FABRICAÇÃO DE CIMENTO 1 123.112 N/D 25.833 116.954 54.465 N/D

FABRICAÇÃO DE MÓVEIS 3 208.592 2.719 1.013 127.809 38.884 913

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS METAIS 1 76.857 1.404 492 45.633 23.470 253

QUÍMICA E PETROQUÍMICA 1 135.569 5.885 21.360 202.483 128.749 342

SIDERURGIA E METALURGIA 3 727.272 63.356 98.806 646.177 548.850 1.012

SERVIÇOS 37 10.840.264 701.925 374.910 7.448.389 2.620.866 26.400

ADMIN. DE SHOPPING CENTER 1 57.110 37.225 29.297 259.992 231.019 330

ATENDIMENTO HOSPITALAR 9 1.123.202 72.711 43.425 931.778 402.940 10.131

COLETA, TRATAM. E DISTRIB. DE RESÍDUOS 1 48.983 N/D 5.225 102.915 79.701 593

ELETRICIDADE E GÁS 1 178.542 790 20.671 204.234 139.835 309

GESTÃO DE PORTOS E TERMINAIS 1 142.128 N/D 20.583 91.898 65.962 163

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 1 47.970 N/D 8.946 47.157 27.417 285

LOC. MAQ. E EQUIP. CONSTRUÇÃO 2 90.517 17.797 3.165 75.466 50.608 665

PLANO DE SAÚDE 5 1.460.696 34.501 21.271 613.932 151.142 2.915

SERV. DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO 1 72.257 27.841 5.965 17.968 7.337 3.012,00

SERV. IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO 7 5.801.461 193.797 98.211 2.310.595 327.065 123

SERV. FINANCEIROS E SEGUROS 1 42.669 6.776 41.207 775.154 188.427 160

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 2 189.331 10.199 8.303 68.046 14.932 1.090

TRANSPORTE 5 1.585.398 300.288 68.641 1.949.254 934.482 6.624

TOTAL CONSOLIDADO 100 24.351.146 1.369.194 903.538 15.928.629 6.250.451 47.641

SETOR/ATIVIDADENÚMERO DE EMPRESAS

REC OP. LÍQUIDA

EBITDALUCRO LÍQ.

EX.ATIVO TOTAL

PATRIM. LÍQUIDO

EMPREGADOS NO ES

Page 160: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

160 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

O ranking dos 10 Maiores Grupos Empresariais no Espírito Santo é composto por aquelas organizações

que possuem “duas ou mais empresas inde-pendentes, formalmente constituídas sob o mesmo controle acionário, cujo capital de origem capixaba seja superior a 50% do total investido no grupo”.

O ranking foi elaborado a partir do envio das informações econômico-financeiras pelos grupos empresariais, utilizando-se o Patrimô-nio Líquido como critério para classificação. Dados complementares são adicionados para

RANKING | RANKING DOS 10 MAIORES GRUPOS EMPRESARIAIS

refletir a importância desses Grupos para a economia do Estado.

Em 2014, os 10 Maiores Grupos Empresa-riais somaram 97 empresas, com um Patrimônio Líquido de R$ 6,7 bilhões, valor 19,6% superior ao verificado em 2013 e que representa uma continuidade da política de aumento no investi-mento com recursos próprios, observada também no ano anterior.

A receita operacional bruta (ROB) foi de R$ 7,7 bilhões em 2014, o que significa uma alta de 6,9% em relação à ROB desses Grupos em 2013. Desse total, 65,8% da ROB foram geradas

ANO ROB Total ROB ES PL Total de Empregados Empregados no ES

2014 7,7 5,1 6,7 27.308 16.016

2013 7,2 4,7 5,6 28.288 14.261

Variação 6,9% 7,9% 19,6% -3,5% 12,3%

MAIORES GRUPOS - VARIAÇÃO DA ROB, PL E EMPREGADOS

Page 161: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

161ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

TOTAL 97 - 6.685.679 - 5.071.644 - 7.722.788 - 31.240 16.016 731.087

no Espírito Santo, totalizando R$ 5,1 bilhões, um montante 7,9% superior ao registrado no ano anterior.

Se o total de empregados sofreu uma pequena retração, 3,5%, o número de funcionários no Estado subiu 12,3% em relação a 2013, atingindo 16.016 postos de trabalho contra os 14.261 observados no ano anterior. Esse comportamento já havia sido observado na análise dos dados de 2013 e indica uma estratégia de aumento das operações no Estado, que passou a responder por 58,6% dos postos de trabalho, número significativamente superior aos 44,8% de 2013.

A produtividade dos grupos no Estado apresentou uma queda de 5,7%, com um faturamento médio de R$ 316,7 mil por funcionário. Incluindo-se as operações realizadas fora do território capixaba, houve elevação de 21,7%, com um faturamento

(Valores em R$ milhares)

OS DEZ MAIORES GRUPOS EMPRESARIAIS, SEGUNDO O PATRIMÔNIO LÍQUIDO

1 INCOSPAL 11 SERRA 1.715.168 5,61% 395.495 100,00% 395.495 -8,09% 2.846 2.846 304.706

2 RDG AÇOS DO BRASIL 7 SERRA 1.305.773 11,90% 881.596 98,00% 899.588 7,63% 1.026 965 66.542

3 ÁGUIA BRANCA 12 VITÓRIA 1.086.184 16,91% 1.788.174 45,90% 3.895.804 13,03% 15.602 5.420 52.621

4 SICOOB 9 VITÓRIA 813.267 36,08% 697.687 100,00% 697.687 26,51% 1.072 1.072 156.786

5 COIMEX 8 VITÓRIA 590.812 10,89% N/D N/D N/D N/D 4.589 1.480 42.515

6 GRUPO BUAIZ 13 VITÓRIA 586.796 9,76% 339.900 100,00% 339.900 11,59% 1.087 1.005 33.548

7 FRISA 4 COLATINA 285.078 13,14% 721.973 67,11% 1.075.805 17,32% 3.101 1.823 40.357

8 FIBRASA 2 SERRA 126.380 8,61% 74.688 32,00% 233.400 20,59% 771 320 10.014

9 GRUPO ANDRADE 9 SERRA 118.558 -21,57% 79.726 86,00% 92.704 3,67% 309 248 13.342

10 MORAR 22 VITÓRIA 57.662 11,65% 92.405 100,00% 92.405 -13,12% 837 837 10.655

POSIÇÃO GRUPO Nº DE EMPRESAS MUNICIPIO PATRIM. LIQ. VAR. PL

2014/2013REC. BRUTA

NO ES% ROB NO ES

REC. BRUTA TOTAL

VAR. ROB. 2014/2013

TOTAL DE EMPREG.

TOTAL DE EMPREG.

NO ES

LUCRO LIQ.

EXERC.

médio de R$ 282,8 mil por funcionário, resultado do crescimento no faturamento com a manu- tenção dos empregos, que ficaram praticamente estáveis.

Ao contrário do observado em 2013, o aumento da produtividade das empresas dos grupos provocou reflexos no resultado líquido de 2014, com um acréscimo de 14,1%, somando R$ 731,1 milhões. Uma explicação para essa alta pode estar na estratégia de concentração das opera-ções no Estado, que pode ser acompanhada da redução no número de instalações, da expansão de controle e da baixa dos custos operacionais.

ANO Produtividade BR Produtividade ES Lucro Líquido

2014 282,8 316,7 731,1

2013 232,3 336,0 640,8

Variação 21,7% -5,7% 14,1%

PRODUTIVIDADE X LUCRO LÍQUIDO

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RANKING | ANÁLISE IDEIES

164 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

A edição das “200 Maiores Empresas no Espírito Santo” contempla, pelo terceiro ano consecutivo, a

análise do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – Ideies, referente à distribuição da quantidade de empresas e das respectivas receitas operacionais brutas pelas regionais da Findes, com a Região Metropolitana da Grande Vitória concentrando o maior número de empresas (145), correspondendo a 82,9% da receita total.

Quanto à concentração na Região Metro-politana da Grande Vitória, vale destacar, mais uma vez, que uma das principais priori-dades do Sistema Findes é a interiorização do desenvolvimento, razão pela qual instituiu 15 Diretorias e Núcleos regionais que atuam no sentido de buscar novos investimentos indus-triais que permitam um crescimento econômico mais equilibrado no Espírito Santo.

Também é analisado o peso relativo das 20 maiores empresas quanto à receita operacional bruta (ROB) e à quantidade de empregados no total das 200 maiores empresas no Estado e das 20 maiores dos setores industrial, comercial e de serviços. O estudo traz também a participação

EGIDIO MALANQUINI é diretor para Assuntos do Ideies e vice-presidente da Findes

As 200 maiores em focodo total de empregos do ranking das 200 maiores empresas em relação aos empregos no Espírito Santo apurados na Rais/MTE.

A edição de 2015 destaca que a receita operacional bruta das 20 maiores empresas em 2014 representa 74,2% do total da receita das 200 maiores, e a quantidade de empregos de 16 delas (quatro não forneceram essa informa-ção) corresponde a 32,5% do total de empregos do ranking geral.

A análise apresenta ainda os resultados da pesquisa de clima realizada com as 200 Maiores Empresas desta edição, obtendo respostas de 138 empresas. O objetivo foi avaliar o potencial do Espírito Santo e o clima dos empresários capixa-bas em relação à economia em diversos aspectos, sendo alguns deles comparados aos resultados apresentados na pesquisa de clima realizada no ano anterior.

Por último, agradeço a Doria Porto, diretor-executivo do Ideies, e a toda a equipe da Gerência Executiva de Econo-mia Criativa do Sesi/Senai/ES pelo estudo realizado para esta edição das “200 Maiores Empresas no Espírito Santo”.

Boa leitura!

Page 165: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

165ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

E m 2015, com o objetivo de intensificar a atuação do Sistema Findes em todo o Estado e, com isso, contribuir com

o processo de interiorização do desenvolvi-mento econômico, a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) ampliou o número de Diretorias e Núcleos regionais em território capixaba. Atualmente as 15

200 Maiores Empresas sob o ponto de vista das Diretorias Regionais da Findes

regionais e núcleos estão localizados em muni-cípios estratégicos do ponto de vista industrial, e oferecem a estrutura necessária para atender os sindicatos e as empresas industriais com suas principais demandas.

A região metropolitana é composta pelas Diretorias de Vitória, de Serra, de Vila Velha e de Cariacica e Viana. O sul do Estado compreende

Diretoria de Linhares e Região

Diretoria de Colatina e Região

Diretoria de Aracruz e Região

Diretoria de Anchieta e Região

Diretoria de Cachoeiro de Itapemirim e Região

Núcleo de Venda Nova do Imigrante e Região

Núcleo de São Mateus e Região

Núcleo de Nova Venécia e Região

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

Diretoria de Vitória

Diretorias Regionais da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo | Figura 1

Núcleo de Sta. M. de Jetibá e Região

Núcleo de Barra de São Francisco e Região

Núcleo de Guaçuí e Região

Diretoria de Cariacica e Viana

Diretoria de Vila Velha

Diretoria de Serra

Atualizado em 11 de novembro de 2014

Page 166: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

RANKING | ANÁLISE IDEIES

166 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

as regionais de Anchieta, de Cachoeiro de Itapemirim, de Venda Nova do Imigrante e de Guaçuí, enquanto integram o norte as regio-nais de Aracruz, de Colatina, de Linhares, de São Mateus, de Nova Venécia, de Barra de São Francisco e de Santa Maria de Jetibá.

Das 200 maiores empresas no Espírito Santo em 2014, 145 se localizam nos municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), número um pouco inferior ao regis-trado em 2013 (149). A capital do Estado reúne 59 (29,5%) empresas que são responsáveis por 58,3% da receita operacional bruta (ROB). A cidade de Serra conta com 46 (23%) empreendimentos que geram 9,5% da ROB, enquanto se localizam na Diretoria de Cariacica e Viana e na de Vila Velha, respec-tivamente, 12% e 8% das empresas e 10,4% e 4,8% da ROB (tabela 1).

No interior do Estado, destacam-se as Direto-rias de Linhares, de Colatina e de Cachoeiro de Itapemirim. O município de Linhares concentra 16 das 200 maiores empresas capixabas, Colatina, 13, e Cachoeiro de Itapemirim, 9. No que diz respeito à ROB gerada, os valores são, na devida ordem, R$ 3,1 bilhões, R$ 2,5 bilhões e R$ 1,3 bilhão (tabela 1).

Sobre os setores econômicos, as atividades de serviços apresentam o maior número de empresas, 89, que equivalem a 45% do total. Entretanto, é o setor da indústria, com 63 empresas, que responde por mais da metade (57%) da receita operacional bruta gerada pelas 200 maiores empresas no Espírito Santo. O comércio centraliza 48 empresas, que faturam R$ 16,3 bilhões (gráficos 1 e 2).

Quantidade e participação (%) das maiores empresas por setor econômico

| Gráfico 1

IndústriaComércioServiço

Indústria 63 31%

Serviço 89

45% Comércio 48 24%

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

Valor (em R$ bilhões) e participação (%) da receita operacional bruta por setor econômico

| Gráfico 2

IndústriaComércioServiço

Indústria 64,5 57%

Serviço 32,4 29%

Comércio 16,3 14%

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

Page 167: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

167ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Distribuição das 200 Maiores Empresas segundo Diretorias e Núcleos Regionais da Findes e municípios

| Tabela

DIRETORIAS REGIONAIS DA FINDES E MUNICÍPIOS

GERAL INDÚSTRIA COMÉRCIO SERVIÇO

Nº EMPRESAS ROB* Nº EMPRESAS ROB* Nº EMPRESAS ROB* Nº EMPRESAS ROB*

Diretoria de Vitória 59 65.948 8 33.224 15 6.915 36 25.809

Vitória 59 65.948 8 33.224 15 6.915 36 25.809

Diretoria de Linhares e região 16 3.103 11 2.163 3 742 2 198

Linhares 16 3.103 11 2.163 3 742 2 198

Rio Bananal - - - - - - - -

Sooretama - - - - - - - -

Diretoria de Colatina e região 15 2.944 5 1.164 4 1.021 6 758

Baixo Guandu - - - - - - - -

Colatina 13 2.515 5 1.164 3 694 5 657

Governador Lindenberg - - - - - - - -

Marilândia - - - - - - - -

Pancas - - - - - - - -

São Domingos do Norte - - - - - - - -

São Gabriel da Palha 2 428 - - 1 327 1 101

São Roque do Canaã - - - - - - - -

Vila Valério - - - - - - - -

Diretoria de Aracruz e região 4 2.960 1 2.673 - - 3 288

Aracruz 4 2.960 1 2.673 - - 3 288

Fundão - - - - - - - -

Ibiraçu - - - - - - - -

João Neiva - - - - - - - -

Diretoria de Anchieta e região 3 7.774 1 7.601 1 137 1 36

Alfredo Chaves 1 36 - - - - 1 36

Anchieta 1 7.601 1 7.601 - - - -

Guarapari 1 137 - - 1 137 - -

Iconha - - - - - - - -

Piúma - - - - - - - -

Diretoria de Cachoeiro de Itapemirim e região

11 1.581 7 1.142 - - 4 438

Atilio Vivacqua 1 127 1 127 - - - -

Cachoeiro de Itapemirim 9 1.348 5 909 - - 4 438

Castelo - - - - - - - -

Itapemirim 1 106 1 106 - - - -

Jerônimo Monteiro - - - - - - - -

Marataízes - - - - - - - -

Mimoso do Sul - - - - - - - -

Muqui - - - - - - - -

Presidente Kennedy - - - - - - - -

Rio Novo do Sul - - - - - - - -

Vargem Alta - - - - - - - -

Núcleo de Venda Nova do Imigrante e região

1 116 - - - - 1 116

Afonso Cláudio - - - - - - - -

Brejetuba - - - - - - - -

Conceição do Castelo - - - - - - - -

Domingos Martins - - - - - - - -

Ibatiba - - - - - - - -

Irupi - - - - - - - -

Iúna - - - - - - - -

Marechal Floriano - - - - - - - -

| Tabela 1

Page 168: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

RANKING | ANÁLISE IDEIES

168 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Distribuição das 200 Maiores Empresas segundo Diretorias e Núcleos Regionais da Findes e municípios

* Receita Operacional Bruta em R$ milFonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

| Tabela 1

Muniz Freire - - - - - - - -

Venda Nova do Imigrante 1 116 - - - - 1 116

Núcleo de São Mateus e região 1 138 1 138 - - - -

Conceição da Barra 1 138 1 138 - - - -

Jaguaré - - - - - - - -

Pedro Canário - - - - - - - -

São Mateus - - - - - - - -

Núcleo de Nova Venécia e região 2 285 2 285 - - - -

Boa Esperança - - - - - - - -

Montanha 1 141 1 141 - - - -

Mucurici - - - - - - - -

Nova Venécia 1 144 1 144 - - - -

Pinheiros - - - - - - - -

Ponto Belo - - - - - - - -

Vila Pavão - - - - - - - -

Núcleo de Santa Maria de Jetibá e região

2 411 - - 1 333 1 78

Itaguaçu - - - - - - - -

Itarana - - - - - - - -

Laranja da Terra - - - - - - - -

Santa Leopoldina - - - - - - - -

Santa Maria de Jetibá 2 411 - - 1 333 1 78

Santa Teresa - - - - - - - -

Núcleo de Barra de São Francisco e região

- - - - - - - -

Águia Branca - - - - - - - -

Alto Rio Novo - - - - - - - -

Mantenópolis - - - - - - - -

Barra de São Francisco - - - - - - - -

Água Doce do Norte - - - - - - - -

Ecoporanga - - - - - - - -

Núcleo de Guaçuí e região - - - - - - - -

Alegre - - - - - - - -

Apiacá - - - - - - - -

Bom Jesus do Norte - - - - - - - -

Divino de São Lourenço - - - - - - - -

Dores do Rio Preto - - - - - - - -

Guaçuí - - - - - - - -

Ibitirama - - - - - - - -

São José do Calçado - - - - - - - -

Diretoria de Cariacica e Viana 24 11.722 8 6.665 9 2.791 7 2.266

Cariacica 16 4.684 3 373 6 2.045 7 2.266

Viana 8 7.038 5 6.292 3 746 - -

Diretoria de Vila Velha 16 5.459 4 3.039 5 1.594 7 826

Vila Velha 16 5.459 4 3.039 5 1.594 7 826

Diretoria de Serra 46 10.754 15 6.407 10 2.783 21 1.564

Serra 46 10.754 15 6.407 10 2.783 21 1.564

- - - - - - - -

Total 200 113.195 63 64.502 48 16.316 89 32.377

DIRETORIAS REGIONAIS DA FINDES E MUNICÍPIOS

GERAL INDÚSTRIA COMÉRCIO SERVIÇO

Nº EMPRESAS ROB* Nº EMPRESAS ROB* Nº EMPRESAS ROB* Nº EMPRESAS ROB*

Page 169: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

169ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

IndústriaO setor industrial concentra 63 das 200

maiores empresas capixabas e apresenta uma receita operacional bruta (ROB) de R$ 64,5 bilhões. No que se refere à participação relativa do setor, as indústrias respondem por 31% das maiores empresas e 57% da ROB.

Considerando as empresas e ROB industriais, a diretoria de Serra possui a maior quantidade de empresas (15), enquanto é na Diretoria de Vitória, com 8 indústrias, onde é gerado mais da metade da ROB industrial, R$ 33,2 bilhões (ver tabela 2).

No interior do Estado, em relação ao número de indústrias, destacam-se as Diretorias de Linhares, com 11, e de Cachoeiro de Itape-mirim, com 7. Em relação a ROB, a região da diretoria de Anchieta, com 1 indústria figurando entre as 200 maiores responde por 11,8% da ROB industrial.

Empresas e receita operacional bruta (ROB) do setor industrial por diretoria da Findes

| Tabela 2

Diretorias e Núcleos Empresas ROB

QTD % R$ MIL %

Região Metropolitana da Grande Vitória

Diretoria de Vitória 8 12,7 33.224 51,5

Diretoria de Cariacica e Viana 8 12,7 6.665 10,3

Diretoria de Vila Velha 4 6,3 3.039 4,7

Diretoria de Serra 15 23,8 6.407 9,9

Interior

Diretoria de Linhares e região 11 17,5 2.163 3,4

Diretoria de Colatina e região 5 7,9 1.164 1,8

Diretoria de Aracruz e região 1 1,6 2.673 4,1

Diretoria de Anchieta e região 1 1,6 7.601 11,8

Diretoria de Cachoeiro de Itapemirim e região 7 11,1 1.142 1,8

Núcleo de Venda Nova do Imigrante e região - - - -

Núcleo de São Mateus e região 1 1,6 138 0,2

Núcleo de Nova Venécia e região 2 3,2 285 0,4

Núcleo de Santa Maria de Jetibá e região - - - -

Núcleo de Barra de São Francisco e região - - - -

Núcleo de Guaçuí e região - - - -

Total 63 100,0 64.502 100,0

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

Page 170: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

RANKING | ANÁLISE IDEIES

170 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

ComércioEntre os setores analisados das 200 maiores

empresas, o comércio apresenta a menor parti-cipação relativa: responde por 24% das empre-sas (48) e 14% (R$ 16,3 bilhões) da ROB.

A distribuição das 47 empresas do comércio se centraliza na RMGV, principalmente nas regiões das Diretorias de Vitória (15), de Cariacica e Viana (9), de Serra (10) e de Vila Velha (5) que, somadas, totalizam R$ 14,1 bilhões de ROB. A região da diretoria de Colatina, no interior, conta com quatro empresas do comércio que figuram entre as 200 maiores, e contabilizam R$ 1 bilhão de ROB, e a região da Diretoria de Linhares com 3 empreendimentos que faturam R$ 742 milhões (ver tabela 3).

ServiçoO setor de serviços é o mais representativo

quando se analisa a quantidade de empresas entre as 200 maiores: são 89 empreendimentos presta-dores de serviços. Entretanto, a ROB contabili-zada por essas empresas é de R$ 32,4 bilhões, metade do valor gerado pela soma das indústrias que fazem parte do ranking.

Como esperado, dada à característica do setor de se localizar próximo ao mercado consumidor, a maior parte (80%) das empresas de serviços se localiza na RMGV, com destaque para Vitória (36 empresas) e Serra (21 empresas). Ver tabela 4.

Empresas e receita operacional bruta (ROB) do setor de comércio por diretoria da Findes

| Tabela 3

Diretorias e Núcleos Empresas ROB

QTD % R$ MIL %

Região Metropolitana da Grande Vitória

Diretoria de Vitória 15 31,3 6.915 42,4

Diretoria de Cariacica e Viana 9 18,8 2.791 17,1

Diretoria de Vila Velha 5 10,4 1.594 9,8

Diretoria de Serra 10 20,8 2.783 17,1

Interior

Diretoria de Linhares e região 3 6,3 742 4,5

Diretoria de Colatina e região 4 8,3 1.021 6,3

Diretoria de Aracruz e região - - - -

Diretoria de Anchieta e região 1 2,1 137 0,8

Diretoria de Cachoeiro de Itapemirim e região - - - -

Núcleo de Venda Nova do Imigrante e região - - - -

Núcleo de São Mateus e região - - - -

Núcleo de Nova Venécia e região - - - -

Núcleo de Santa Maria de Jetibá e região 1 2,1 333 2,0

Núcleo de Barra de São Francisco e região - - - -

Núcleo de Guaçuí e região - - - -

Total 48 100,0 16.316 100,0

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

Empresas e receita operacional bruta (ROB) do setor de serviço por diretoria da Findes

| Tabela 4

Diretorias e Núcleos Empresas ROB

QTD % R$ MIL %

Região Metropolitana da Grande Vitória

Diretoria de Vitória 36 40,4 25.809 79,7

Diretoria de Cariacica e Viana 7 7,9 2.266 7,0

Diretoria de Vila Velha 7 7,9 826 2,6

Diretoria de Serra 21 23,6 1.564 4,8

Interior

Diretoria de Linhares e região 2 2,2 198 0,6

Diretoria de Colatina e região 6 6,7 758 2,3

Diretoria de Aracruz e região 3 3,4 288 0,9

Diretoria de Anchieta e região 1 1,1 36 0,1

Diretoria de Cachoeiro de Itapemirim e região 4 4,5 438 1,4

Núcleo de Venda Nova do Imigrante e região 1 1,1 116 0,4

Núcleo de São Mateus e região - - - -

Núcleo de Nova Venécia e região - - - -

Núcleo de Santa Maria de Jetibá e região 1 1,1 78 0,2

Núcleo de Barra de São Francisco e região - - - -

Núcleo de Guaçuí e região - - - -

Total 89 100,0 32.377 100,0

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

Page 171: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

171ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

A s 200 maiores empresas no Espírito Santo empre-garam 10,5% do total de trabalhadores do Estado em 2014, conforme levantamentos realizados com

base na Rais/MTE de 2014 e na pesquisa “200 Maiores Empresas no ES em 2014 – edição 2015”. Nos últimos três anos essa participação não tem variado muito, já que foi de 11% em 2013 e de 10% em 2012, conforme a Rais de 2013 e 2012 e os estudos das 200 Maiores Empresas desses anos, respectivamente (ver gráfico 3). Vale ressaltar que algumas

Empregos das 200 Maiores Empresas no Espírito Santo em relação aos empregos da economia capixaba

Evolução da participação do número de empregados do ranking das maiores empresas respondentes em relação ao total de empregados da economia capixaba

| Gráfico 3

Empregados da Economia Capixaba

169 Empregados em 2012, 178 em 2013 e 174 em 2014

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES e Rais/MTE 2012, 2013 e 2014Elaboração: Ideies/Sistema Findes

empresas não forneceram essa informação, sendo 26 em 2014, 22 em 2013 e 31 em 2012.

Considerando o total de empregos gerados pelas 200 maiores empresas em 2014 e o total de empregos do Espírito Santo (Rais/MTE 2014), por setor, constatou-se que as empresas industriais do ranking abrangeram 22,5% da soma de empregos da indústria capixaba. Os postos de trabalho ofertados pelas empresas comerciais classifica-das no estudo representaram 4,9% do total desse setor no Estado, enquanto as empresas do setor serviço contribuí-ram com 8,1% dos empregos desse setor no Espírito Santo. Analisando os três últimos anos, percebe-se que a parti-cipação do setor industrial vem se mostrando crescente, enquanto o setor de serviços permanece praticamente estável, e o setor comercial mostra decréscimo nesse último ano (ver gráfico 4).

90,0%

10,0%

89,0%

11,0%

89,5%

10,5%

2012

2013

2014

Evolução da participação do número de empregados do ranking de empresas respondentes em relação ao total de empregados da economia capixaba por setores (%)

| Gráfico 4

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES e Rais/MTE 2012, 2013 e 2014Elaboração: Ideies/Sistema Findes

Industriais

17,7

169 Empresas em 2012

178 Empresas em 2013

174 Empresas em 2014

Comerciais Serviços

22,322,5

6,26,7

4,9

8,3 8,18,4

Page 172: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

RANKING | ANÁLISE IDEIES

172 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

20 Maiores Empresas do Ranking Geral

Receita Operacional BrutaNa análise das 20 maiores empresas do

ranking das 200 maiores empresas no Espírito Santo, constatou-se que somente elas abarcaram a parcela significativa de 74,2% do total da receita operacional bruta (ROB), percentual inferior ao de 2013 (75,9%), mas superior ao de 2012 (69,5%), ficando as outras 180 empresas em 2014 com os 25,8% restantes, contra 24,1% do ano anterior e 30,5% de 2012 (ver gráfico 5).

Essas 20 maiores empresas em 2014 estão divididas entre os setores industrial (7 empre-sas ou 35%), comercial (2 empresas ou 10%) e de serviços (11 empresas ou 55%). Vale destacar que em relação ao ano anterior, o setor industrial e o comercial perderam uma empresa cada entre as 20 maiores, que foram absorvidas pelo setor serviços. A maior parte da ROB das 20 maiores empresas no Espírito Santo em 2014 pertenceu, mais uma vez, ao setor industrial (65,3%), entre-tanto com uma participação menor que em 2013 (72,6%) e bem superior a de 2012 (59%). O setor de serviços participou com 28,3% do total da receita bruta em 2014 (bem superior aos 22,8%

Essa análise do anuário “IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo” objetiva eviden-ciar a participação das 20 maiores empresas do ranking no total das 200 maiores empre-sas no Espírito Santo e a participação das 20

Uma visão setorial das 20 maiores em relação às 200 maiores empresas no Espírito Santo

maiores empresas dos setores industrial, comer-cial e de serviço, no que se refere à receita operacional bruta e ao pessoal empregado, variá-veis de grande relevância para a avaliação do cenário econômico.

de 2013 e inferior aos 30,3% de 2012) e o setor comercial abrangeu 6,4% da receita bruta dessas 20 maiores em 2014, superior ao percentual de 2013 (4,6%), porém inferior aos 10,7% de 2012 (ver tabela 5).

Pessoal EmpregadoAs 20 empresas que mais faturaram em 2014,

segundo o ranking das 200 maiores, não foram as que concentraram a maioria dos empregos, já que o total de postos de trabalho ofertados

Evolução da participação da ROB das 20 maiores empresas no total da ROB das 200 Maiores Empresas no Espírito Santo (%)

| Gráfico 5

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

2012 2013 2014

69,5

30,524,1

75,9 74,2

25,8

20 Maiores Empresas 180 Empresas

SETOR

200 Maiores Empresas 20 Maiores Empresas

2012 2013 2014 2012 2013 2014

Quant. empresas

Partic. (%)

Quant. empresas

Partic. (%)

Quant. empresas

Partic. (%)

Quant. empresas

Partic. (%)

Partic. na ROB

(%)

Quant. empresas

Partic. (%)

Partic. na ROB

(%)

Quant. empresas

Partic. (%)

Partic. na ROB

(%)

Indústria 59 29,5 57 28,5 63 31,5 7 35,0 59,0 8 40,0 72,6 7 35,0 65,3

Comércio 54 27,0 49 24,5 48 24,0 3 15,0 10,7 3 15,0 4,6 2 10,0 6,4

Serviços 87 43,5 94 47,0 89 44,5 10 50,0 30,3 9 45,0 22,8 11 55,0 28,3

Total 200 100,0 200 100,0 200 100,00 20 100,0 100,0 20 100,0 100,0 20 100,00 100,0

Quantidade e participação (%) das empresas por setor no Ranking das 200 Maiores Empresas no ES e das 20 Maiores Empresas

| Tabela 5

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

RANKING | ANÁLISE IDEIES

Page 173: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

173ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

20 Maiores Empresas no Espírito Santo

INDÚSTRIA

Receita Operacional BrutaAs 20 maiores empresas industriais totaliza-

ram 94,1% da receita operacional bruta (ROB) das 63 contempladas nas 200 maiores empresas no Espírito Santo em 2014, o que indica que as demais empresas industriais constantes do estudo (43) perfizeram apenas 5,9%. Em 2013, a parti-cipação da ROB das 20 maiores indústrias no total de indústrias do ranking (57) foi de 95,5% e em 2012, de 93,7% (de 59 indústrias), indicando aumento da participação em 2013 e queda em 2014 (ver gráfico 7).

pelas 16 empresas que forneceram essa infor-mação referente a 2014 correspondeu a 32,5% do total de empregos do ranking geral. Conside-rando que 174 empresas do ranking forneceram o dado de pessoal empregado, significa que as demais empresas classificadas (158) ofertaram os 67,5% dos empregos apurados nas 200 maiores empresas. Em 2013, a participação das 18 maiores empresas (2 não forneceram a informação) no total de empregos do ranking foi de 30,9%, tendo em vista que 178 das 200 informaram postos de trabalho. E em 2012 a participação das 18 maiores empresas (2 também não cederam os dados) foi de 28,9%, considerando as 169 empresas infor-mantes dentre as 200 (ver gráfico 6).

Evolução da participação do número de empregados do ranking das maiores empresas respondentes em 2012, 2013 e 2014 (%)

| Gráfico 6

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

151 Empresas em 2012, 160 em 2013 e 158 em 2014

18 Maiores Empresas em 2012, 18 em 2013 e 16 em 2014

20132012 2014

71,1

28,9 30,9 32,5

67,569,1

Em relação à ROB total das 200 Maiores Empresas no Espírito Santo, a participação das 20 maiores empresas industriais equivaleu a 53,6%, deixando os 46,4% restantes para serem distribu-ídos entre comércio, serviço e as demais indús-trias classificadas entre as 200 maiores empresas. No ano anterior, as 20 maiores empresas indus-triais compuseram um percentual maior da receita das 200 Maiores (60,3%). Já em 2012, essa parti-cipação foi menor (46,8%). Ver gráfico 8.

Participação da receita das 20 maiores indústrias na receita total das 200 Maiores Empresas

53,6%

2012 2013 2014

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

Evolução da participação da Receita Operacional Bruta (ROB) das 20 maiores empresas industriais no total da ROB das empresas industriais: 59 em 2012, 57 em 2013 e 63 em 2014 (%)

| Gráfico 7

95,5

20 Maiores Empresas industriais

39 Empresas Industriais em 2012, 37 em 2013 e 43 em 2014

93,7

4,5 5,9

94,1

6,3

Evolução da participação da Receita Operacional Bruta (ROB) das 20 maiores empresas industriais no total da ROB das 200 Maiores Empresas no ES em 2012, 2013 e 2014 (%)

| Gráfico 8

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

2014

60,3

20 Maiores Empresas Industriais

180 Empresas

20132012

39,7

53,246,8

53,6

46,4

20132012 2014

Page 174: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

RANKING | ANÁLISE IDEIES

174 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Pessoal EmpregadoEm relação ao total de empregos das 20 maiores

empresas industriais, observou-se que 17 delas forneceram essa informação e que das 63 indús-trias contempladas no ranking das 200 Maiores Empresas, 50 informaram a quantidade de pessoal empregado. Dessa forma, a participação dessas 17 empresas industriais em relação ao total de empregados das 50 empresas industriais do ranking foi de 75,2% em 2014, o que significa que as demais empresas industriais que forne-ceram a informação (33) perfizeram 24,8% de participação (ver gráfico 9).

A participação das 17 empresas industriais no total de empregos das 174 empresas do ranking das 200 Maiores Empresas que forneceram essa informação em 2014 foi de 33,7%. A maioria dos empregos, 66,3%, foi absorvida pelos setores comer-cial, de serviços e pelas demais empresas industriais classificadas entre as 174 empresas (ver gráfico 10).

Participação do número de empregados das 17 maiores empresas industriais no total de empregados das 50 empresas industriais respondentes do ranking de 2014

| Gráfico 9

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

17 Maiores Empresas Industriais

33 Empresas Industriais

75,2%

24,8%

Participação do número de empregados das 17 maiores empresas industriais no total de empregados das 174 empresas respondentes do ranking de 2014

| Gráfico 10

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

157 Empresas 66,3%

17 Maiores Empresas Industriais 33,7%

RANKING | ANÁLISE IDEIES

Page 175: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

175ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

COMÉRCIO

Receita Operacional BrutaAs 20 maiores empresas do setor comercial

participaram com 86,8% da receita operacional bruta das 48 empresas comerciais contempladas nas 200 maiores empresas, indicando que as empre-sas restantes (28) totalizaram uma participação de 13,2%. Em 2013 a participação da receita das 20 maiores de comércio foi de 84%, considerando as 49 empresas comerciais do ranking e, em 2012, foi de 86%, sobre as 54 empresas comerciais lista-das. Percebe-se então uma queda na participa-ção na receita total do setor em 2013, que volta a crescer em 2014 (ver gráfico 11).

No que tange à receita das 200 maiores empre-sas no Espírito Santo, as 20 maiores empresas do setor comercial participaram com 12,5%, ficando a maioria da receita (87,5%) distribuída entre indústria, serviço e as demais empresas do setor comercial classificadas entre as 200 maiores empresas. Assim, a participação das 20 maiores empresas comerciais na receita total de 2014 foi superior à das 20 maiores empresas comerciais contempladas no ranking do ano anterior (10,4%) e bem inferior a de 2012 (17,1%). Ver gráfico 12.

Evolução da participação da Receita Operacional Bruta (ROB) das 20 maiores empresas comerciais no total da ROB das empresas comerciais: 54 em 2012, 49 em 2013 e 48 em 2014 (%)

| Gráfico 11

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

20 Maiores Empresas Comerciais

34 Empresas Comerciais em 2012, 29 em 2013 e 28 em 2014

86,0%

14,0%

84,0%

16,0%

86,8%

13,2%

2012

2013

2014

Evolução da participação da Receita Operacional Bruta (ROB) das 20 maiores empresas comerciais no total da ROB das 200 Maiores Empresas no ES em 2012, 2013 e 2014 (%)

| Gráfico 12

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

20 Maiores Empresas Comerciais

180 Empresas

20132012 2014

17,1

82,9 89,6 87,5

12,510,4

Page 176: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

RANKING | ANÁLISE IDEIES

176 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Pessoal EmpregadoNa análise das 20 maiores empresas do

setor comercial, constata-se que 17 forneceram postos de trabalho e, das 48 empresas comerciais contidas no ranking das 200 Maiores de 2014, essa informação foi fornecida por 44 delas. Assim, a participação das 17 no total de empre-gos das 44 empresas foi de 46%, o que signi-fica que as demais empresas que cederam essa informação (27) totalizaram 54% dos empregos do setor (ver gráfico 13).

Participação do número de empregados das 17 maiores empresas comerciais no total de empregados das 44 empresas comerciais respondentes do ranking de 2014

| Gráfico 13

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

27 Empresas de Comércio 17 Maiores Empresas de Comércio

54%

46%

Essas 17 empresas participaram ainda com apenas 4,1% do total de empregos das 174 empresas do ranking das 200 maiores empresas no Espírito Santo em 2014 que forneceram essa informa-ção. A grande maioria dos empregos, 95,9%, foi absorvida pelos setores industrial, de serviço e pelo restante das empresas do setor comercial classificadas (ver gráfico 14).

Participação do número de empregados das 17 maiores empresas comerciais no total de empregados das 174 empresas respondentes do ranking de 2014

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

17 Maiores Empresas de Comércio 4,1%

157 Empresas 95,9%

| Gráfico 14

SERVIÇO

Receita operacional brutaA participação das 20 maiores empresas de

serviço no total da receita operacional bruta das empresas do setor serviço classificadas nas 200 maiores empresas em 2014 foi de 83,1%. Considerando que este setor foi contemplado com 89 empresas no estudo, as outras 69 parti-ciparam com apenas 16,9%. Em 2013 a parti-cipação das 20 maiores de serviços sobre as 94 empresas de serviços contempladas no anuário foi de 80,1%. A participação das 20 maiores em 2012 foi de 81,7%, considerando as 87 empresas constantes no ranking, o que mostra que, embora variem as quantidades de empresas contempla-

RANKING | ANÁLISE IDEIES

Page 177: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

177ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

das nos estudos desses anos, a participação do setor oscila pouco de um ano para outro (ver gráfico 15).

20 Maiores Empresas de Serviços

67 Empresas de Serviços em 2012, 74 em 2013 e 69 em 2014

20132012 2014

18,3

81,7 80,1 83,1

16,919,9

Evolução da participação da Receita Operacional Bruta (ROB) das 20 maiores empresas de serviços no total da ROB das empresas de serviços: 87 em 2012, 94 em 2013 e 89 em 2014 (%)

Fonte: Pesquisa 200 maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes

| Gráfico 15

Em relação à receita operacional bruta das 200 maiores empresas no Espírito Santo em 2014, a participação das 20 maiores empresas do setor de serviço foi de 23,8%, ficando 76,2% dividi-dos entre empresas industriais, comerciais e as demais empresas de serviços que se classifica-ram. Em 2013, as 20 maiores do setor serviços tiveram uma menor participação na receita total do ranking das 200 maiores empresas (19,6%). Já em 2012 a participação foi maior (24,6%).Ver gráfico 16.

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

Evolução da participação da Receita Operacional Bruta (ROB) das 20 maiores empresas de serviços no total da ROB das 200 Maiores Empresas no ES em 2012, 2013 e 2014 (%)

| Gráfico 16

19,6

20 Maiores Empresas de Serviços

180 Empresas

24,6

80,4

76,2

23,8

75,4

Pessoal EmpregadoDas 20 maiores empresas do setor serviços,

17 forneceram o total de postos de trabalho. Consi-derando que das 89 empresas do setor serviços classificadas no ranking das 200 Maiores Empre-sas em 2014, 80 informaram esse dado, a partici-pação dos empregos dessas 17 maiores empresas foi de 34,4% desse total. Assim, todas as demais empresas de serviços que informaram o dado (63 empresas) participaram com 65,6% (ver gráfico 17).

Participação do número de empregados das 17 maiores empresas de serviços no total de empregados das 80 empresas de serviços respondentes do ranking de 2014

| Gráfico 17

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

63 Empresas de Serviços65,6%

17 Maiores Empresas de Serviços 34,4%

Essas 17 empresas participaram ainda com 15,9% do total de empregos das 174 maiores empre-sas do ranking que forneceram essa informação, enquanto 84,1% ficaram distribuídos entre os setores industrial e comercial, além do restante das empresas de serviços (ver gráfico 18).

Participação do número de empregados das 17 maiores empresas de serviços no total de empregados das 174 empresas respondentes do ranking de 2014

| Gráfico 18

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

157 Empresas

17 Maiores Empresas de Serviços

Participação da receita das 20 maiores empresas de serviços na receita total das 200 Maiores Empresas

23,8%

110%100%90%80%70%60%50%40%30%20%10%

0

84,1%

15,9%

20132012 2014

Page 178: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

RANKING | ANÁLISE IDEIES

178 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

P elo terceiro ano o Ideies (Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo) apre-

senta no anuário das 200 Maiores Empresas, Edição 2015, a análise da pesquisa de clima, que examina, na perspectiva do empresariado capi-xaba, o potencial de crescimento do Estado e o clima de negócios em relação ao cenário econô-mico atual e esperado.

A pesquisa está dividida em duas partes. Na primeira os entrevistados fazem uma avalia-ção do Espírito Santo e na segunda, apresentam as expectativas em relação à economia e a suas empresas. O questionário foi aplicado nas 200 maiores empresas, e 138 responderam.

Avaliação do Potencial do Espírito Santo

Nesta parte da análise, os entrevistados avalia-ram o Espírito Santo, atribuindo uma nota de 0 a 10 em oito itens que englobaram questões de infraestrutura, mão de obra, incentivos fiscais, entre outros. Foram consideradas notas baixas aquelas até 4 pontos; médias, de 5 a 7 pontos; e alta, de 8 a 10 pontos.

Pesquisa de Clima nas 200 Maiores Empresas

A localização geográfica do Estado foi o item mais bem avaliado. Mais de 80% dos empre-sários pontuaram com notas altas (de 8 a 10) o Espírito Santo neste quesito e menos de 1%, com notas baixas (gráfico 1). De fato a locali-zação geográfica é um importante diferencial para o Estado, que, situado na região Sudeste, interliga-se com os principais centros do país num raio de 1.000 km a partir de Vitória.

Avaliação (nota) da Localização Geográfica do ES 2015

| Gráfico 1

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

Baixa Média Alta

0,7%

16,7%

82,6%Baixa: 0 a 4 pontos

Média: 5 a 7 pontos

Alta: 8 a 10 pontos

RANKING | ANÁLISE IDEIES

Page 179: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

179ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Entretanto, embora a localização seja um diferencial do Espírito Santo, a infraestrutura logística, tão necessária para interligar de forma eficaz o Estado ao restante do país e ao mundo, apresenta gargalos que precisam ser revertidos. Para 60,2% do empresariado capixaba, a infra-estrutura foi pontuada com notas medianas (de 5 a 7 pontos), sendo que 23,9% dos entrevista-dos a classificaram com notas altas (gráfico 2).

Entre os modais de transporte analisados, a qualidade dos portos capixaba alcançou as melhores avaliações. Para 13,3% dos empre-sários, os portos no Estado foram pontuados com valores altos, 46,9% deram notas médias e 39,8% assinalaram notas baixas (gráfico 3).

Situação oposta foi identificada na avalia-ção do aeroporto de Vitória, que recebeu 60,1% de notas baixas e apenas 4,4% de notas altas (gráfico 4).

Avaliação (nota) da Infraestrutura Logística do ES 2015

| Gráfico 2

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

60,2%

15,9%

23,9%

Baixa: 0 a 4 pontos

Média: 5 a 7 pontos

Alta: 8 a 10 pontos

Avaliação (nota) da qualidade dos portos 2015

| Gráfico 3

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

BaixaMédiaAlta

13,3%

46,9%

39,8%

Baixa: 0 a 4 pontos

Média: 5 a 7 pontos

Alta: 8 a 10 pontos

Avaliação (nota) da qualidade do aeroporto 2015

| Gráfico 4

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

4,4%

60,1%35,5%

Avaliação (nota) da qualidade das rodovias 2015

| Gráfico 5

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

Baixa Média Alta

51,4%

45,7%

2,9%

Baixa: 0 a 4 pontos

Média: 5 a 7 pontos

Alta: 8 a 10 pontos

As rodovias foram classificadas como de baixa qualidade por 51,4% dos entrevis-tados, média qualidade por 45,7% e alta por 2,9% (gráfico 5). Esses percentuais eviden-ciam a percepção do empresariado capixaba sobre as condições da infraestrutura existente no Espírito Santo.

Baixa: 0 a 4 pontos

Média: 5 a 7 pontos

Alta: 8 a 10 pontos

Page 180: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

RANKING | ANÁLISE IDEIES

180 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

As políticas de incentivos fiscais existen-tes no Estado foram caracterizadas com notas médias por 58% dos entrevistados, ao passo que 22,5% classificaram este item com notas altas (gráfico 8), uma queda de 6 pontos percen-tuais quando comparado ao ano anterior (gráfico 9). Esse fato mostra que, para os empresários capixabas, houve uma queda no potencial das políticas de incentivos fiscais.

Quando avaliada a qualificação da mão de obra capixaba, 74% das empresas consideraram como de média qualidade (gráfico 6).

Comparativamente a 2014, houve um acrés-cimo de 3 pontos percentuais nesta faixa da avaliação. Entretanto, a parte dos empresários que classificou a mão de obra como de alta quali-ficação continuou com a tendência de queda identificada nos anos anteriores e alcançou 13% em 2015 (gráfico 7).

Avaliação da Qualificação da Mão de Obra do ES

| Gráfico 6

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

13,0%

74,0%

13,0%

Alta Média Baixa

Baixa: 0 a 4 pontos

Média: 5 a 7 pontos

Alta: 8 a 10 pontos

Evolução do % que classifica a mão de obra capixaba como de alta qualificação

| Gráfico 7

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

2012 2013 2014

16,0%14,0% 13,0%

2015

18,0%

Avaliação das Políticas de Incentivos Fiscais do ES

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

| Gráfico 8

Alta 22,5%

Baixa 19,5%

Média 58,0%

Baixa: 0 a 4 pontos

Média: 5 a 7 pontos

Alta: 8 a 10 pontos

Evolução do % que classifica a política de incentivos fiscais do ES com notas altas

| Gráfico 9

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

2012 2013 2014

25,0%

29,0%

22,5%

2015

23,0%

RANKING | ANÁLISE IDEIES

Page 181: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

181ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Avaliação e perspectiva da economia e impactos nas empresas

A segunda parte da pesquisa objetivou captar a expectativa dos entrevistados em relação à econo-mia e às suas empresas. O contexto atual da econo-mia, que combina alta inflação e baixo crescimento, está afetando as perspectivas das empresas capixa-bas. Para quase 80% dos entrevistados, as condições

Sobre o poder político do Espírito Santo no cenário nacional, a maior parte dos entrevis-tados, 54%, avaliou que o Estado tem baixa influência (gráfico 10). Em 2012, esse percen-tual era de 42%, evidenciando que, na percepção dos empresários, o Espírito Santo tem perdido poder de atuação no contexto da política nacio-nal (gráfico 11).

gerais da economia no Estado em 2015 pioraram ou pioraram muito se comparado ao ano anterior, e apenas para 5,2% das empresas houve melhora na economia (gráfico 12).

Avaliação do poder político do ES no Cenário Nacional

| Gráfico 10

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

54,0%

36,5%

9,5%

AltaMédiaBaixa

Baixa: 0 a 4 pontos

Média: 5 a 7 pontos

Alta: 8 a 10 pontos

Evolução do % que classifica o poder político do ES no cenário nacional com notas baixas

| Gráfico 11

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

2012 2013 2014

51,0%

53,0%54,0%

2015

42,0%

Tendo como horizonte o ano de 2016, 47,1% dos entrevistados acreditam que as atuais condi-ções econômicas devem permanecer, 31,9% estão confiantes de que haverá uma melhora nesse quadro, enquanto 21% estão pessimistas em relação à economia (gráfico 13). Em 2014, 90% dos entrevistados estavam confiantes ou muito confiantes com a economia para o ano seguinte, expectativa que não se confirmou

Condições Gerais da Economia Capixaba em 2015 x 2014, segundo os empresários

| Gráfico 12

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

Melhoraram muito

Melhoraram

Não se alteraram

Pioraram

Pioraram muito

1,5%

3,7%16,2%

15,4%

63,2%

Expectativa para 2016 em relação à economia capixaba, segundo os empresários

| Gráfico 13

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

4,3%

47,1%

16,7%

Muito pessimista Pessimista Deve

permanecer Confiante Muitoconfiante

29,7%

2,2%

As condições gerais da economia no Estado pioraram ou pioraram muito para

80%

Page 182: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

RANKING | ANÁLISE IDEIES

182 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Tendo em vista a realidade econômica atual e a esperada, as condições gerais das empresas estão sendo impactadas tanto no que se refere ao ano corrente quanto às expectativas para 2016, mas em menor grau. Comparando 2015 com 2014, para quase 31% das empresas as condições gerais piora-ram. Em 2014, esse mesmo indicador foi de 11%. Voltando à análise 2015 versus 2014, 39,7% dos entrevistados não perceberam alterações nas condi-ções gerais das suas empresas, enquanto que para 29,4% o quadro melhorou (gráfico 14).

Sobre a expectativa do desempenho das empre-sas para o próximo ano, pode-se afirmar que elas estão, de certa forma, otimistas, sendo que 68,1% estão confiantes ou muito confiantes, 24,6% acredi-tam que o crescimento irá se manter, e 7,2% estão pessimistas com o cenário para 2016 (gráfico 15). Embora esse resultado seja melhor do que o esperado a priori, a situação econômica influencia o ambiente empresarial. Em 2014, esses indicadores eram: 83% confiantes e 4% pessimistas.

Quando questionados sobre os investimen-tos na empresa até 2016, 26,8% dos entrevis-tados indicaram que pretendem reduzir, 41,8% manter e 31,4% aumentar os investimentos. Sobre a probabilidade de diminuir, manter ou aumentar o número de colaboradores da empresa em 2015 e 2016, 27,7% irão reduzir o quadro de funcioná-rios, 43,9% manterão e 28,4% pretendem elevar (gráfico 16).

ConclusãoO ano de 2015 traz desafios para o Brasil e o

Espírito Santo, e os empresários estão sentindo os efeitos do desaquecimento da economia. Por meio da Pesquisa de Clima, foi possível compreender que a maior parte dos entrevistados vivencia o agravamento da situação econômica, mas não se mostra pessimista quanto ao próximo ano. Mais de 70% das empresas planejam manter ou aumentar o nível dos seus investimentos – fator fundamen-tal para impulsionar o crescimento econômico.

A localização geográfica se manteve como um importante diferencial do Espírito Santo. Entre-tanto, alguns empecilhos permaneceram na agenda capixaba em 2015, como a questão da infraestru-tura logística, principalmente, do Aeroporto de Vitória, que foi desaprovado por mais de 60% dos empresários. Destacou-se também a queda na avaliação da qualidade da mão de obra do Estado, bem como a perda, na visão dos entrevistados, do poder do Espírito Santo em influenciar a política em nível nacional.

Condições Gerais das Empresas em 2015 x 2014 segundo os empresários

| Gráfico 14

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

Melhoraram muito

Melhoraram

Não se alteraramPioraram

Pioraram muito

2,9%

3,7%

25,7%39,7%

28,0%

Expectativa para 2016 em relação às empresas, segundo os empresários

| Gráfico 15

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

10,9%

24,6%

57,2%

Muito confiante

Confiante Devepermanecer

Pessimista Muitopessimista

5,1%2,2%

Intenção das empresas sobre investimentos e número de colaboradores 2015 e 2016

| Gráfico 16

Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ESElaboração: Ideies/Sistema Findes

Reduzir

41,8%

Investimentos

Colaboradores

Manter Aumentar

26,8%

43,9%

28,4%

31,4%

27,7%

RANKING | ANÁLISE IDEIES

Page 183: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015
Page 184: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

184 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

INSTITUCIONAL | SISTEMA FINDES

Sistema Findes: representatividade e defesa dos interesses da indústria capixabaEntidades atuam de forma integrada para desenvolver setor industrial e fortalecer economia do Espírito Santo

R esponsável por representar 18,7 mil empreendimentos operantes em território capixaba, o Sistema Findes atua

como principal interlocutor do setor produtivo capixaba e maior entidade empresarial do Espírito Santo. Ao apoiar o crescimento dessas organizações, a instituição contribui para o desenvolvimento social e econômico local.

Juntas, indústrias filiadas aos 35 sindicatos que compõem a Federação das Indútrias do Espírito Santo (Findes) são responsáveis por 39,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e geram mais de 237 mil postos de trabalho.

Além de fazer a articulação institucional, política e estratégica de todos os segmen-tos industriais junto aos Poderes constituí-dos e aos setores estruturados da sociedade, o Sistema Findes é responsável por diversas iniciativas que buscam interiorizar o desen-volvimento e qualificar mão de obra em todo o Espírito Santo.

Suas ações contribuem para o crescimento do parque produtivo e para a formulação da política industrial regional, e ainda fazem a ponte entre os sindicatos e outras áreas sociais e empresariais.

Page 185: Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo 2015

185ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

único posto de atendimento do Banco Nacio-nal de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Espírito Santo, facilitando o acesso das indústrias a financiamentos de longo prazo para novos investimentos e melhoria de sua competitividade.

Desde 2011, a atual gestão dirige os rumos da instituição concentrando esforços na tarefa de ampliar, manter e aumentar a qualidade da educação regular e profissional que o Sistema Findes proporciona ao industriário e à sociedade capixaba em geral. A administração Marcos Guerra também vem promovendo, ao longo dos últimos anos, ações que promovem o associa-tivismo, direcionadas a atrair novas empresas e sindicatos filiados.

Interiorizar o desenvolvimento, agregar valor à produção, aumentar a competitivi-dade e aproximar cada vez mais o industrial do Sistema Findes são as metas do presidente Marcos Guerra. “Desde o início da nossa gestão, sentimos a necessidade de trazer os industriais para perto do Sistema Findes. Temos buscado aumentar a participação dos líderes industriais e levar as ações do Sistema Findes para todas as regiões do Estado. Com sugestões e bons projetos, criados por quem vivencia a realidade de cada região e dos diferentes setores produ-tivos do Estado, podemos alcançar resultados melhores para todos”, destacou.

A defesa dos interesses da indústria se dá por meio de atividades nos campos de infra-estrutura, relações de trabalho, legislativo, comércio exterior, política industrial e inovação tecnológica, desenvolvimento regional, meio ambiente, responsabilidade social, micro e pequenas empresas, além da elaboração e da execução de programas de fortalecimento da base sindical e do associativismo.

Para melhor atuação, a Federação criou uma gerência específica, o Centro de Apoio aos Sindicatos (CAS), que presta suporte com foco na interlocução e no fortalecimento do associativismo, assessorando o atendimento às demandas internas e externas dos integrantes do Sistema Findes, por meio de uma equipe multidisciplinar que age em oito áreas: Coorde-nação; Arrecadação; Contabilidade Sindical; Administração; Financeiro; Comunicação e Eventos; Gestão da Informação; e Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA).

Além dessas divisões de apoio, o Centro mantém convênio com uma assessoria jurídica que oferece consultoria gratuita às organiza-ções filiadas. No CAS também funciona o

Santa Maria de Jetibá ganhou este ano uma Escola Móvel. Inauguração contou com as presenças do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra; do governador do Estado, Paulo Hartung; e do embaixador da Alemanha no Brasil, Dirk Brengelmann

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INSTITUCIONAL | SISTEMA FINDES

As entidades do SistemaO Sistema Findes é composto por oito

entidades, que trabalham de forma integrada pelo desenvolvimento do setor produtivo: a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), o Centro da Indús-tria do Espírito Santo (Cindes), o Serviço Social da Indústria (Sesi-ES), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-ES), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), o Instituto de Desenvol-vimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), o Instituto Rota Imperial (IRI) e o Condomínio do Edifício Findes (Conef). Juntas, elas operam de forma coordenada e articulada, com o objetivo de garantir uma posição de destaque para a indústria do Espírito Santo nos níveis político, econômico e social.

Cada uma das entidades representa um segmento de interesse estratégico e oferece serviços diferenciados nas diver-sas áreas de negócios do Sistema Findes: educação básica e qualificação profissional, difusão tecnológica, desenvolvimento industrial, saúde e segurança do trabalhador, lazer e cultura, e representação institucional.

Ao lutar pelos interesses coletivos, o Sistema Findes exerce, ainda, o papel de grande impul-sionador do avanço do Estado. A Findes está presente no Espírito Santo há 57 anos, traba-lhando ativamente na construção de um futuro melhor para as próximas gerações.

Diretorias e Núcleos RegionaisComo meio de levar sua representação

institucional mais ativamente para o interior, a Findes criou as Diretorias e Núcleos Regio-nais, que funcionam como ponto de apoio do industrial nas macrorregiões de norte a sul do Espírito Santo. Além das existentes na Grande Vitória (Cariacica/Viana, Serra, Vila Velha e Vitória), outras 11 estão instaladas em municípios considerados estratégicos do ponto de vista industrial: Anchieta, Aracruz, Barra de São Francisco, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Guaçuí, Linhares, Nova Venécia, Santa Maria de Jetibá, São Mateus e Venda Nova do Imigrante.

As Diretorias e Núcleos Regionais oferecem toda a estrutura e conforto para atender aos sindicatos do setor produtivo e suas princi-pais demandas. São espaços para a realiza-ção de reuniões e encontros que promovam a atividade industrial. Por meio delas, o Sistema Findes dá voz ao empresário local, assim conhe-cendo melhor as necessidades dos diferentes segmentos, e acompanha de perto o processo de crescimento dessas áreas. Outro objetivo é a integração com os demais setores econômi-cos (comércio e serviços), trazendo os empre-sários para a discussão e a construção coletiva da economia local, ajudando a distribuir o desenvolvimento sustentável para todo o terri-tório capixaba.

Para promover ainda mais a interiorização, este ano o Sistema Findes ampliou para 15 o número de bases de apoio às indústrias

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“Os Núcleos e Diretorias Regionais são espaços estratégicos, não apenas na estrutura física, mas também pela relevância institu-cional que agregam à indústria. Nossa gestão tem feito o maior trabalho de interiorização entre todas as federações de indústrias do país, trazendo o industrial para dentro do Sistema Findes, realizando investimentos relevantes em todas as regiões, desenvolvendo projetos em parceria e buscando conhecer as demandas de cada setor produtivo. Com a ampliação do número de Diretorias Regionais, estamos dando maior autonomia às indústrias e consolidando a presença institucional do Sistema Findes no interior do Estado”, ressaltou Marcos Guerra.

Diretorias para Assuntos Específicos

A atuação da Findes também se dá por meio de oito Diretorias para Assuntos Especí-ficos: Fortalecimento Sindical e Representação Empresarial; Assuntos Tributários; Capacita-ção e Desenvolvimento Humano; Marketing e Comunicação; Desenvolvimento da Indús-tria Capixaba; Políticas Públicas Industriais; e Relações Internacionais.

Essas Diretorias têm como objetivo mapear mais de perto as necessidades das principais áreas temáticas que são foco de especial atenção da entidade. Tal estratégia de gestão, partici-pativa nas decisões e segmentada nas ações, permite avançar em várias frentes, com a finali-dade de conferir um novo perfil à indústria capixaba, com maior agregação de valor aos produtos, gestões mais eficientes e empre-sas mais competitivas, aptas a buscar novas oportunidades e expandir os investimentos.

Conselhos Temáticos Os Conselhos Temáticos (Consats) são

órgãos de assessoria técnica instituídos para estudar e monitorar a evolução dos diver-sos temas de interesse do setor industrial capixaba, subsidiando a entidade em suas ações e decisões, sempre que necessário. Atual-mente, o Sistema Findes mantém 12 Conse-lhos Temáticos: Assuntos Legislativos (Coal); Comércio Exterior (Concex); Desenvolvimento

Regional (Conder); Infraestrutura (Coinfra); Meio Ambiente (Consuma); Micro e Pequena Empresa (Compem-ES); Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec); Relações do Trabalho (Consurt); Responsabilidade Social (Cores); Educação (Conedu); Energia (Conerg); e Economia Criativa (Conect).

SesiO Serviço Social da Indústria do Espírito

Santo (Sesi-ES) apresenta soluções sociais para as indústrias capixabas, seus trabalhadores e dependentes. Está focado em quatro áreas de negócios: educação; lazer e cultura; segurança e saúde do trabalho; e responsabilidade social empresarial.

Atua por meio de 13 unidades de negócios, distribuídas em sete municípios capixabas, localizadas nas regiões de maior concen-tração de indústrias: Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Linhares, Colatina e Cacho-eiro de Itapemirim.

Na área da educação, o Sesi-ES oferece desde a educação infantil até o ensino médio articulado com o ensino técnico (em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Indus-trial – Senai), além do Projeto Intensivo para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Em 2015, o Sesi-ES comemora 64 anos de serviços prestados à educação no Espírito Santo. Com a responsabilidade de ser a maior insti-tuição privada de ensino do Estado, atendendo a mais de 12 mil alunos matriculados, a Rede Sesi de Educação trabalha com o objetivo de formar cidadãos empreendedores, criativos, socialmente responsáveis e alinhados com as questões ambientais.

A Rede aplica uma metodologia própria e inovadora, que oferece instrução de qualidade a filhos de industriários e à comunidade em geral. Sua escolas utilizam materiais, tecnologias, programas e projetos de acordo com a sua proposta pedagógica, por meio de uma aborda-gem fundamentada num espaço de formação e informação, em que a aprendizagem dos conte-údos favorece a inserção do aluno no contexto social, priorizando a construção coletiva dos

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INSTITUCIONAL | SISTEMA FINDES

Senai Centromoda Araçás

Se em 2014 foi a vez de Colatina receber uma unidade do Senai Centromoda, em 2015 o Sistema Findes anunciou a construção também em Araçás, Vila Velha. Um moderno centro de inovação, design e formação profissional, o projeto contará com investimentos de aproximadamente R$ 5,8 milhões. Com a configuração de uma minifábrica têxtil, o ambiente prepara os alunos para a vivência do dia a dia nas indústrias de vestuário, formando profissionais de diferentes especialidades com o apoio de maquinário de última geração.

O Centromoda Araçás contará com modernos laboratórios de Confecção, Risco e Corte, Modelagem, Moulage, Bordado, CAD, Design, Estamparia e Mecânica de Máquinas. Entre as possibilidades de formação estão: Acabamentos Têxteis, Modelagem, Design de Moda, Tecido de Malha e Malha com Elastano, Moda Street e Surfwear, Colorista, Alfaitaria e Planejamento de Coleção.

Também vai oferecer serviços técnicos e tecnológicos para as indústrias do setor, com consultorias e projetos de inovação, além de colocar à disposição os laboratórios de Confecção e Modelagem para desenvolvimento de produtos e protótipos. O novo complexo funcionará anexo à unidade do Senai já existente em Araçás. A previsão inicial é de que sejam realizadas 700 matrículas anuais.

conceitos e a busca da integração entre as diver-sas áreas do conhecimento.

SenaiAtenção às novas tecnologias, aprimora-

mento e aumento da oferta de serviços técni-cos e tecnológicos e de educação profissional tornaram o Serviço Nacional de Aprendiza-gem Industrial (Senai-ES) referência no apoio ao desenvolvimento da indústria no Espírito Santo. A entidade qualifica pessoas para traba-lhar no setor industrial capixaba. Somente em 2015, nas modalidades presenciais ou à distância (via web), mais de 136 mil vagas foram oferecidas.

O Senai-ES possui nove unidades opera-cionais, localizadas em Vitória, Vila Velha, Serra, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, São Mateus, Anchieta e Aracruz. Nelas, promove a qualificação de recursos humanos, prestação de serviços, assessoria ao setor produtivo, serviços de laboratório e informação tecnológica.

INSTITUCIONAL | SISTEMA FINDES

Senai Centromoda Araçás tem expectativa de qualificar mais de duas mil pessoas por ano

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que formam salas de aulas e laboratórios. O projeto prevê que a estrutura fique insta-lada até seis meses em cada cidade.

IEL-ESO Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) é a

entidade do Sistema Findes que oferece soluções em conhecimento, gestão e inova-ção, contribuindo para a melhoria da compe-titividade das empresas capixabas. O IEL-ES dá suporte ao desenvolvimento da indústria, colaborando para a superação de gargalos e para a identificação de oportunidades.

Suas ações estão focadas na educação executiva e no aperfeiçoamento da gestão. O objetivo é promover o desenvolvimento das competências individuais, realizando cursos abertos e in company de curta duração, cursos gerenciais de média duração, seminários, palestras técnicas e diagnóstico das neces-sidades de treinamento para as empresas.

Somam-se aos serviços oferecidos cursos de pós-graduação voltados para educação executiva, feitas em parceria com as melhores

Novo Centro Integrado Sesi/Senai/IEL que está sendo construído em Anchieta vai oferecer 12 mil matrículas por ano

Visando a democratizar ao máximo o acesso à educação profissional, foram instituídas também ações que levam o conhecimento aos locais mais distantes do Estado. Entre elas, estão as Agências de Treinamento Munici-pais (ATMs). Voltada para cidades de pequeno ou médio porte do interior do Espírito Santo, essa modalidade permite levar a qualidade dos cursos profissionalizantes do Sistema Findes a municípios onde a arrecadação industrial compulsória é pequena, o que inviabilizaria a presença de um Centro Integrado Sesi/Senai/IEL. A ATM consiste em uma parceria entre prefeitura – responsável pelo espaço físico e por sua manutenção, além da parte adminis-trativa – e Sistema Findes – encarregado pelos cursos e pelo corpo docente.

Já o projeto Escola Móvel tem como objetivo oferecer qualificação profissional nos padrões do Senai com mais rapidez. A modalidade oferece diversas opções de cursos, conforme a demanda industrial do município e da região. A unidade é montada com módulos educacionais articuláveis,

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INSTITUCIONAL | SISTEMA FINDES

escolas de negócios do mundo, como a Univer-sidade de Cambridge, na Inglaterra. Juntas, as entidades levam para a sala de aula as maiores tendências do management mundial, com atividades desenvolvidas em conjunto com experts internacionais.

O portfólio do instituto compreende, ainda, a área de recrutamento e seleção de estagiários e profissionais. O programa IEL de Estágio aproxima estudantes universitários e de cursos técnicos do mercado de trabalho. A partir de um amplo cadastro e de critérios inovadores de seleção e acompanhamento, são identificados e indicados jovens talentos para preencher as vagas de estágio oferecidas pelas empresas.

O sistema de escolha, que valoriza compe-tências, habilidades e atitudes do aluno, atende às necessidades específicas de cada firma. A indicação do candidato ideal para o posto facilita a descoberta de talentos e a formação de líderes empresariais.

IdeiesO Instituto de Desenvolvimento Educa-

cional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) tem por objetivo apoiar o Sistema Findes na defesa dos interesses da indústria e traçar posicionamentos e estudos estratégicos setoriais, com foco em inteligência competi-tiva, voltados para o fortalecimento do setor e para a interiorização do desenvolvimento.

A entidade também é responsável pela elaboração de pesquisas e análises econô-micas que tratam do desempenho do segmento produtivo, identificando proble-mas enfrentados e apontando soluções.

O Ideies é composto por três divisões: Núcleo de Defesa de Interesses (NDI), Núcleo Estratégico de Conjuntura (NEC) e Núcleo de Inteligência Competitiva (NIC). Além disso, apoia os Conselhos Temáticos (Consats) e as Câmaras Setoriais Indus-triais da Findes.

Centro da Indústria do Espírito Santo - Cindes

O Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes) atua para estimular a integração do empresariado capixaba, congregando profissional e socialmente empreendedo-res e dirigentes. Por meio de suas ações, a entidade propicia o intercâmbio de ideias e informações, debates, lazer e cultura, difundindo o conhecimento e promovendo o estreitamento de laços e relacionamentos, auxiliando assim os empreendedores e o posicionamento frente aos diversos proje-tos voltados para a indústria local.

O Cindes possui também o Cindes Jovem, que visa a fomentar o empreen-dedorismo entre a juventude, a fim de formar novos líderes e gestores para influir no crescimento sustentável do Estado.

Desde 2010, a entidade realiza o projeto “Contando Histórias”. O evento reúne personalidades que presenciaram os principais momentos da trajetória da industrialização do Espírito Santo, viven-ciando as transformações que promoveram o avanço do Estado. Contando detalhes de suas experiências pessoais e profissio-nais, os participantes contribuem para o resgate da própria história capixaba.

Em 2015, o Cindes deu início também ao projeto Conexão com a Indústria, que propõe a discussão e a análise de temas cotidianos e relevantes para a atividade, assim como para as demais classes empresariais, com o objetivo de possibilitam a difusão, o esclarecimento, o conhecimento e a capacitação nos negócios. O primeiro desses encontros aconteceu em julho, reunindo empresariado, especialistas

Show do Trabalhador, uma iniciativa do Sesi-ES, pela primeira vez foi levado para o interior do Estado: Linhares, Colatina e Cachoeiro

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e autoridades na discussão em torno do tema terceirização da mão de obra, assunto polêmico em evidência na pauta nacional.

Centro Internacional de Negócios

O Centro Internacional de Negócios (CIN/ES) foi criado para ajudar a expandir as potencialidades capixabas em negócios no âmbito internacional. A unidade promove ações direcionadas para as micro, pequenas e médias empresas indus-triais que já atuam ou desejam se inserir no comércio exterior. Entre os serviços oferecidos, estão inteligência comercial, atendimento, promoção comercial e capacitação em comércio exterior e negócios internacionais.

Instituto Rota Imperial – IRIO Instituto Rota Imperial (IRI) foi criado

para fomentar o desenvolvimento turístico e a economia dos municípios capixabas locali-zados na sua área de atuação. No Espírito Santo, 14 cidades fazem parte da Rota, que liga a capital, Vitória, à cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais. A Rota Imperial Capixaba começa no Palácio Anchieta – considerado o marco zero – e vai até Iúna, na região do Caparaó. O caminho está sinalizado com 385 totens.

O Sistema Findes é o responsável pela gestão do Instituto, com o apoio do Ministério do Turismo e a parceria dos governos estaduais do Espírito Santo e de Minas Gerais.

Investimentos ampliadosEm 2015, o Sistema Findes divulgou

a ampliação do maior Plano de Inves-timentos da história da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo. O montante que será utilizado em novas obras, reformas e modernização, anunciado em R$ 150 milhões em 2014, foi elevado para R$ 200 milhões até 2017. Do total aplicado, 82% estão destinados à Educação.

Do montante constante no Plano de Investimentos 2014-2017, R$ 62 milhões estão sendo empregados para a aquisição

de máquinas, equipamentos, computadores e unidades móveis. O aporte é parte do trabalho de modernização dos laboratórios de qualifica-ção profissional da Rede Senai.

Estão previstas obras de novas unida-des de ensino e ampliação das já existentes: as intervenções em andamento por todo o Estado somam R$ 51,5 milhões. Em Anchieta e Cacho-eiro de Itapemirim, estão sendo construídos novos Centros Integrados Sesi/Senai, enquanto os municípios de Aracruz, Serra, Vila Velha, Colatina e Linhares recebem diversas melho-rias nas estruturas de educação, cultura, esporte e lazer disponíveis.

A maior presença do Sistema Findes nos municípios capixabas será contemplada. Atual-mente, 55 cidades (70% do território capixaba) são beneficiadas diretamente pelas ações da entidade. Em 2015, novos projetos serão interiorizados, a exemplo do Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador (SST), desenvolvido por meio do Sesi.

O pacote de investimentos inclui, ainda, quatro novas unidades de atendimento, em Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares e Serra, aumentando em 27% o valor destinado às ações de SST. Em 2015, R$ 23 milhões serão aplicados no setor, possibilitando a criação de novos polos de assessoramento para os princi-pais pacote produtivos. O objetivo da segmentos é suprir a demanda por atendimento e levar qualificação e treinamento para as indústrias do interior do Estado.

Inauguração do Sesi Saúde em Serra: qualidade de vida do trabalhador é prioridade para o Sistema Findes

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ECONOMIA | ALIMENTOS E BEBIDAS

A pesar da crença generalizada de que a última coisa que se corta no orça-mento é a comida, o setor de alimentos

e bebidas já sente os impactos da turbulência econômica e registra queda na produção. Além das vendas em baixa, as empresas do ramo amargam ainda o aumento de custos com energia e frete. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Bebidas em Geral do Estado do Espírito Santo (Sindibebidas), Sérgio Rodrigues da Costa, a queda no faturamento do segmento foi, em média, de 15%.

“Aliado à baixa no faturamento, tivemos aumento de custo entre 40% e 70%, um índice dificílimo de ser absorvido. Tanto a matéria-prima quanto o transporte e a energia subiram, e não conseguimos repassar esses aumentos para os preços dos produtos, porque os consumidores estão retraídos. Se pudesse haver alta, seria possí-vel fechar a conta, mas isso não está sendo viável”, explica o dirigente, acrescentando que mais da metade da indústria do setor está sem capital de giro.

Na análise de Costa, a fase adversa pela qual passa o país tem características diferentes, o que surpreendeu o mercado. “Essa é uma crise marcada pela incompetência do setor público e que impactou diretamente o setor privado. É a crise dos produtos controlados pelo Governo, como gasolina e energia. Só nos restou tentar reorganizar os caixas para não ficarmos no vermelho”.

Na área de alimentos, o discurso dos empre-sários também segue um tom pessimista. Frente a um primeiro semestre complicado, com retração de 15% em faturamento e produção e elevação de insumos, energia e mão de obra, as empresas precisaram reprogramar seus caixas a fim de absorver as perdas, já que o consumi-dor, penalizado pela alta nas contas pessoais, não consegue arcar com nova subida

de preços, observa o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panifica-ção e Confeitaria (Abip), Flávio Sérgio Bertollo.

Diante do cenário ruim que está montado, o setor pede cautela aos empresários. “Ficamos preocupados com aqueles que se encontram desesperados e queimam preços numa hora em que não há gordura para queimar. Estamos absorvendo muitos aumentos, e é preciso ter o máximo cuidado para não ficar no preju-ízo”, explica Bertollo.

O presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Espírito Santo (Sindipães), Luiz Carlos Azevedo de Almeida, também aponta que a ativi-dade sentiu declínio no primeiro semes-tre e que o público está mais cauteloso

A crise chega à mesaSetor de alimentos e bebidas amarga perdas de até 15% no primeiro semestre

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ProjeçõesOs próximos meses, segundo dirigentes da

área, não serão mais fáceis. Com o consumi-dor retraído, com salários defasados, desem-prego e preços em alta, o setor de alimentos e bebidas tende a ter perdas ainda maiores.

“No segundo semestre, poderemos ter o dobro de perdas. É quando as pessoas começa-rão a sentir no bolso mais criticamente ainda a inflação e vão cortar gastos. Hoje já é notório que compram menos carne, vão menos aos bares e restaurantes. O consumidor já começa a se retrair”, pontua Sérgio Rodrigues da Costa, do Sindibebidas.

“Estamos tentando manter o otimismo e ficar, pelo menos, com os mesmos índices do primeiro semestre. Mas a projeção é outra. Os custos com insumos estão crescendo. A alta do dólar provocou grande aumento no preço do trigo, que é importado. E o trigo é nossa matéria-prima. Há mais aumento no preço da energia vindo por aí, outro custo que impacta fortemente o nosso produto final. Então, o cenário não é bom. Por enquanto estamos absorvendo altas, mas não sabemos até que ponto isso será possível”, diz o vice--presidente da Abip.

EmpregosA equação é simples: se a empresa não

consegue fechar no azul nem repassar os aumentos de custos ao consumidor, a saída é repensar a produção. E as demissões, que estão em último lugar na lista de alterna-tivas dos empresários, entra em cena. O setor de alimentação já trabalha com equipes mais enxutas. “Existem até profissionais especia-lizados sobrando no mercado, oferecendo-se para trabalhar. Há algum tempo, isso seria impensável. Encontrar, por exemplo, um bom padeiro desempregado, era dificílimo”, conta Bertollo, que aponta que no Espírito Santo há 2,2 mil padarias que empregam, diretamente, 25 mil pessoas.

Já o setor de bebidas, analisa o presidente do Sindibebidas, foi o que menos demitiu nos primeiros seis meses do ano. Mas esse quadro não tende a se repetir no segundo semestre. “Trabalhamos em série. É preciso ao menos uma pessoa em cada área de produção, senão o processo não anda. Para encher um garrafão

É a queda no faturamento dos setores até julho de 2015

15%

na hora das compras, reduzindo o consumo. “Ele está buscando alternativas de produtos mais baratos ou diminuindo a quantidade de produtos comprados. Além disso, tivemos ascen-ção dos nossos custos, no primeiro semestre, em relação a insumos, inclusive energia elétrica. Isso é uma das maiores preocupações do setor para o segundo semestre, pois não temos como repassar esse custo para o consumidor, que também não consegue absorver mais aumen-tos. Será preciso encontrar um caminho para diluir esse alto custo dentro das empresas de panificação. Com a possibilidade de uma retra-ção ainda maior no consumo para os próxi-mos seis meses, pode até ser necessária uma redução de pessoal para que os estabelecimen-tos consigam sobreviver”.

Realidade do setor de alimentos e bebidas

no Estado é de queda de produção, alta em volumes em estoque, ociosidade no parque

industrial, redução no faturamento e

resultados no vermelho

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é necessário empregar 16 funcionários, com menos não dá. Mas quando estamos acele-rados, abrimos uma segunda linha de produ-ção, quer dizer, empregamos 32 funcionários. Não é isso, porém, o que estamos vendo no horizonte de longo prazo. Estamos trabalhando no limite. E não queremos demitir, pois formar um profissional demanda tempo e dinheiro. Queremos manter essa mão de obra”.

Mexer na carga horária dos funcioná-rios a fim de evitar demissões é um indica-dor do impacto da turbulência econômica no setor de bebidas. Foi o que fez o Grupo Coroa, que detém uma fatia superior a 20% do mercado do Espírito Santo e também está presente nos Estados da Bahia, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, em mais de 40 mil pontos de venda. A empresa adotou uma redução de 20% na jornada mensal de trabalho dos seus colaboradores.

O acordo afetou cerca de 100 profissionais da área de produção – um terço do quadro pessoal –, segundo o presidente do grupo, Ulisses Pincelli. A fábrica do Grupo fica em Domingos Martins.

“Nosso desejo é preservar os empregos, e nossa última saída seria a demissão. Mas temos que adequar a empresa às suas possibilidades. Protelamos ao máximo essa decisão, acreditando em uma recuperação da economia. Mas o segundo trimestre foi muito ruim e acendeu a luz vermelha”, disse Pincelli.

De acordo com o executivo, a queda na demanda por seus produtos está em torno de 10%. “É preocupante porque, com o mercado desaquecido, não podemos repassar ao consumi-dor o aumento nos nossos custos, então nossas margens estão deprimidas. É um problema de todos os setores da economia”, conclui.

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Estado se esforça para escapar da criseMercado financeiro e situação econômica são desfavoráveis, mas ES segue crescendo

ECONOMIA | MERCADO FINANCEIRO

M ercado financeiro instável, juros elevados, dólar em franca disparada. No ano de 2015 os brasileiros se sentem

inseguros sobre os rumos do país. O que provocou isso? Uma série de fatores, segundo especialistas. Entre eles, a crise política instalada, além de uma importante variável externa: o mercado de ações da China.

Em meados de junho, a Bolsa chinesa começou a protagonizar uma queda livre, a maior desde 2007, com ações despencando em até 30%. A par disso, o Governo chinês desvalorizou a moeda do país, o iuane, em 3,5%. No mercado internacional, tudo isso chamou atenção para a desaceleração da segunda maior economia do mundo, que é o principal parceiro comercial do Brasil. O reflexo imediato, aqui, das convulsões do cenário chinês foi a baixa nas exportações brasileiras de commodities, especialmente minerais, relativamente compensadas pela alta do dólar, que em setembro de 2014 estava em R$ 2,23 e passou de R$ 4,00 em 12 meses.

A elevação da moeda norte-americana frente ao real dificulta a retomada do crescimento econômico, luta travada pelo Executivo federal, sem muitos avanços. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou recuo no primeiro semestre do ano, colocando o país em reces-são técnica. No período, a retração acumulada foi de -2,1%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No compara-tivo com o mesmo período do ano passado, a queda foi de -2,6%.

Espírito SantoEnquanto isso, o Espírito Santo se esforça para

traçar um rumo diferente. E tem conseguido. No primeiro semestre de 2015, o PIB capixaba cresceu 4,1%, alcançando R$ 70,1 bilhões,

segundo levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). A marcha contra a crise tem sido empurrada pelas plantas fabris. Na análise realizada em junho pelo IBGE, a indústria capixaba foi a que mais cresceu no primeiro semestre do ano em todo o país. No Estado, o incremento foi de 17,2%, enquanto a média nacional registrou um recuo de -6,3%. A alavancagem foi puxada pelas indústrias extrativa, que cresceu 25,4%, e metalúrgica, que registrou avanço de 33,5%.

Na avaliação do diretor-executivo do Insti-tuto de Desenvolvimento Educacional e Indus-trial do Espírito Santo (Ideies), Doria Porto, 2015 pode ser visto como um ano bom para o Estado: “Diferentemente do cenário nacional, a economia do Espírito Santo deverá apresentar crescimento positivo em 2015, influenciado, principalmente, pelo aumento da produção da indústria extrativa, de metalurgia básica, do setor de rochas ornamentais e os investi-mentos em novos segmento, como o naval, o automobilístico e o de linha branca”, afirmou.

Ao falar em indústria, voltamos a citar o dólar. Remar contra a maré tem sido tarefa complexa, desde que a moeda norte-ameri-cana iniciou sua escalada frente ao real. Professor de Finanças da Fucape, Fernando Galdi explica que, com o dólar alcançando mais de R$ 4,00 ao longo do ano, os indus-triais precisam fazer uma matemática compli-cada para manter a lucratividade.

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“A alta do dólar pode ser vista sob duas óticas: para as empresas exportadoras, e aqui podemos incluir setores industriais importantes, como a extração de rochas, há um ganho de competi-tividade, porque o produto brasileiro pode ser comercializado em valores abaixo do mercado, já que os custos de produção, em sua maioria, são contabilizados em reais. Por outro lado, as empresas importadoras estão passando por um aperto, porque houve aumento no custo dos itens comprados no exterior e, no atual cenário econômico, não é possível repassar essa alta para os consumidores”, explicou.

BancosNo primeiro semestre de 2015, as quatro

instituições bancárias mais rentáveis do Brasil lucraram, juntas, mais de R$ 35 bilhões. O Itaú se destaca com o maior desempenho do período: R$ 11,9 bilhões, com crescimento de 25,7% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior.

No Espírito Santo, o Banestes também comemora resultados positivos. No primeiro semestre, o seu lucro líquido foi de R$ 82,4 milhões, montante 21,5% maior em compa-ração ao mesmo período de 2014. Para manter essa performance, o banco capixaba segue a linha das instituições nacionais: ajusta-mento de preços no crédito, ganhos com aplicações em títulos financeiros e controle dos custos operacionais abaixo do índice de inflação para o período.

“A despeito da crise econômica, estamos crescendo em vários segmentos importantes, como crédito consignado, cartões de crédito e financiamento imobiliário. (...) Vamos continuar monitorando com todo o cuidado o ambiente econômico e ajustando a estratégia do banco de forma a torná-lo cada vez mais competitivo e atuante na economia capixaba”, afirmou o presidente do Banestes, Guilherme Dias, durante coletiva para a divulgação dos resultados.

Para 2016...As previsões não são as melhores para o

ano que se aproxima. No final de agosto, os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, entrega-ram ao Congresso a proposta do Orçamento Geral da União para 2016 com projeção de déficit primário de R$ 30,5 bilhões, inflação de 5,4% e crescimento do PIB de apenas 0,2%.

A notícia logo chegou às agências de classi-ficação de risco. Uma das três que avaliam o Brasil, a Standard & Poor’s, reduziu a classifi-cação brasileira de BBB- para BB+, alertando investidores internacionais para a instabilidade da economia e retirando do país o “grau de inves-timento”, incluindo-o no rol de economias com “grau especulativo”, com perspectiva negativa. Um dia depois, a mesma entidade anunciou o rebaixamento de 31 empresas e 13 instituições bancárias atuantes no Brasil.

Os juros se mantêm estáveis, porém eleva-dos. Em setembro, depois de sete altas segui-das, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a Selic em 14,25% ao ano. A taxa básica é o princi-pal instrumento do Banco Central para deixar a inflação sob controle. Os juros mais altos causam reflexos nos preços, e o encarecimento do crédito tem provocado o resultado esperado.

Em agosto, a inflação recuou frente ao mês anterior em 0,22%, a menor para o mês desde 2010. Em julho, alcançou 0,62%. Ainda assim, o índice acumulado em 12 meses ficou em 9,53%, superior ao teto da meta do Governo Federal, que é de 6,5%. Vitória, segundo o IBGE, foi a capital com a menor inflação acumulada: 7,91%. De acordo com a proposta do Orçamento Geral da União para o ano que vem, o centro da meta, que é 4,5%, só será atingido, a partir de 2017.

Espírito Santo: esforço para traçar rumo diferente

da crise do país

Foi o crescimento do PIB capixaba no 1º semestre

4,1%

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198 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

ECONOMIA | SAÚDE

A prevenção é um dos principais cami-nhos para se alcançar a qualidade de vida. Quando ela não é possível

ou totalmente eficaz, é preciso intensificar os investimentos, públicos ou privados, para promover ou até mesmo resgatar a saúde. No Espírito Santo, diversas iniciativas das gestões estadual e municipais buscam superar os desafios do setor, de modo a garantir bem-estar e qualidade de vida aos capixabas.

Na Saúde do Espírito Santo, o termo mais usado atualmente é “choque de gestão”, que ocorrerá a partir de três pilares: transparência, eficiência e meritocracia. Além de conduzir um planejamento regionalizado para aplicação dos recursos, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) está elaborando um processo seletivo para superintendentes regionais e diretores de hospitais. De acordo com o secretário da Pasta, Ricardo de Oliveira, a medida tem o

Governo anuncia investimentos para a área da Saúde Capixabas recebem hospitais com mais leitos e estrutura melhorada em 2015

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199ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

conclusão do Hospital Estadual de Urgência e Emergência (Novo São Lucas), que passa pela construção dos blocos IV e V, que abrigarão o pronto-socorro, novos leitos de UTI e heliporto. Com o término da obra, prevista para 2017, a unidade passará a ser porta aberta e referência em traumas graves. O investimento é de R$ 27 milhões.

A Sesa vem mobilizando autoridades e agentes para a elaboração do Plano Regio-nal de Saúde. “Para alcançar esse objetivo, é preciso a união dos três níveis de governo, para que juntos possam encontrar soluções para o atendimento à população e, dessa forma, superar o conflito entre a falta de recurso e a garantia do direito do cidadão à saúde. Ou seja, dar mais eficiência à aplicação dos recursos públicos, fazendo mais com menos. Os Planos Regionais de Saúde têm como foco a atenção primária, pois é nela que são resolvidos 80% dos problemas da população. A organização das redes regionais de assistência pode reduzir em muito a necessidade de deslo-camento dos cidadãos pelo território capixaba para conseguir atendimento”, explicou Oliveira.

A elaboração dos planos passa pela identi-ficação das demandas coletivas. A seguir, a meta é fazer um levantamento da rede para que se possa chegar a uma definição sobre quantos e quais serviços são necessários para suprir as carências identificadas em cada região. Para traçar as ações, será utilizada uma metodo-logia disponibilizada pelo Hospital do Coração (HCor), de São Paulo, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). Os Planos Regionais de Saúde serão acompa-nhados pela Comissão Intergestora Regional (CIR), formadas pelos secretários municipais da área e por representantes da Sesa.

É o investimento total no Hospital Estadual de Urgência e Emergência (novo São Lucas)

R$ 27 milhões

Novo São Lucas, que abrigará pronto-socorro, leitos de UTI e um heliporto, será referência

em traumas graves

objetivo de conferir mais profissionalismo e eficiência à gestão dos serviços prestados.

O Hospital Geral de Cariacica passará a contar com 275 leitos e será uma unidade de atendimento geral com maternidade. Haverá 50 leitos de UTI, 40 de maternidade, 30 de semi--intensivo, 10 de UTI pediátrica, 10 de UTI neonatal, 10 de unidade de cuidado intensivo neonatal (Ucin) e 125 de enfermaria. O projeto está em fase de elaboração do estudo prelimi-nar. Após sua aprovação pela Sesa, inicia-se a etapa de utilização do projeto executivo, que tem previsão de entrega ainda neste ano. “A licitação deve ser realizada em 2016. A execução da obra está estimada para um período de 36 meses. O hospital será construído às margens da Rodovia Leste-Oeste, no bairro Bela Vista”, frisou o secretário. Há ainda a

Evolução do orçamento 2015 (em R$)

Governo atual

2.497.981.213,41Governo anterior

2.032.017.251,00

Orçamento aprovado pela Assembleia Legislativa

2.161.597.719,00

Fonte: Sesa

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200 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Outros destaques no Estado são a implan-tação dos cinco centros de consultas e exames especializados, que estão orçados em R$ 26 milhões e ficarão localizados em Nova Venécia, Linhares, Santa Teresa, Domingos Martins e Guaçuí; a melhoria da infraestru-tura da rede básica, com 16 novas unidades de saúde da família (USFs), em um investimento de R$ 18 milhões; e o Portal de Transparência para Gestão das Filas de Espera. Serão abertos 224 novos leitos em hospitais já em funciona-mento, totalizando R$ 7,9 milhões em obras, reformas e equipamentos. Os novos leitos estão distribuídos entre os hospitais Dório Silva (63), Estadual de Vila Velha (60), São Lucas (56) e Estadual de Atenção Clínica (45).

Saúde é destaque no SesiCom investimento previsto de R$ 20,5

milhões, os grandes projetos do Sesi na área passam pela inauguração de três clínicas no interior, nas regiões de Colatina, Cachoeiro de Itapemirim e Linhares, iniciativas alinhadas à meta de interiorização do desenvolvimento

proposta pelo Sistema Findes e de benefício dos trabalhadores da indústria locais.

Atualmente, o Sesi conta com clínicas em Vitória e Serra com atendimentos em medicina ocupacional, análises clínicas, medicina assis-tencial, odontologia assistencial e exames complementares – por exemplo, audiome-tria, espirometria e optometria, entre outros. Para a gerente da Divisão de Segurança e Saúde no Trabalho do Sesi-ES, Fernanda Margotto Arpini, a inauguração recente da estrutura na Serra dá mais conforto aos trabalhadores da região e “desafoga” a unidade de Vitória. “A inauguração do Sesi Saúde Serra possibilita aos trabalhadores da região maior mobilidade e flexibilidade para realização de consultas e exames, além de permitir o atendimento também para seus dependentes. A clínica está localizada em um ponto estratégico, próximo a um terminal rodoviário, o que favorece o acesso de todos os usuários que necessitam de transporte público para se locomover. Para os que se deslocam com veículo próprio, existe também a opção de estacionamentos muito próximos ao local”, falou.

De acordo com Arpini, a crise econô-mica não teve impactos no planejamento da entidade. “Os investimentos previstos para a construção das clínicas de saúde permanecem, visto que, independentemente da crise, a proposta do Sesi é ampliar os atendimen-tos em saúde e segurança do trabalho (SST) para os trabalhadores da indústria da Grande Vitória e interior”, ressaltou ela.

A instituição seguirá apostando no aumento da capacidade e da capilaridade de atendimento em serviços de SST para os trabalhadores da indústria e seus dependentes, tanto na Grande Vitória quanto no interior do Estado. Até o início de 2016, serão mais de 100 mil atendi-mentos em dezenas de especialidades médicas com a abertura de mais três unidades do Sesi Saúde: em Colatina, Linhares e Cachoeiro de Itapemirim. As novas unidades se juntarão à de Vitória e à de Laranjeiras. Para o Sesi, trabalhador com mais saúde é trabalhador mais feliz e produtivo.

Sesi Saúde Serra: estrutura de ponta para atender os trabalhadores da indústria

ECONOMIA | SAÚDE

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Vendas no comércio sofrem maior queda em 11 anosA inflação elevada, o crédito caro e escasso e a baixa confiança das famílias permitiram que o pessimismo se disseminasse entre o setor varejista

ECONOMIA | COMÉRCIO VAREJISTA

N os seis primeiros meses de 2015, o comércio acumula queda de -2,2% no país, em relação ao mesmo intervalo

de 2014. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), essa é a maior perda para o período desde 2003, quando a retração foi de -5,7%, interrompendo uma sequência de 11 anos de taxas positivas consecutivas. A baixa probabilidade de reversão desse cenário levou a entidade a revisar negativa-mente sua expectativa em relação à variação do volume de vendas do varejo em 2015, de -1,9% para -2,4%.

Em junho, as vendas caíram 0,4%, após um declínio de 0,8% em maio, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE), divulgada em agosto. Esse foi o quinto mês seguido de recuo, em um momento em que o Banco Central sinaliza que manterá as taxas de juros no nível mais alto em nove anos, devido à recessão iminente.

No Espírito Santo, no primeiro semestre de 2015, até junho, o varejo capixaba apresentou uma queda de -4,6% ante o mesmo período do ano passado. Em junho, o desempenho foi positivo, com um pequeno crescimento de 0,6% em relação ao mês anterior. Na comparação com junho de 2014, o retrocesso foi de -3,4%.

Em relação aos empregos formais, o saldo também tem sido negativo. De janeiro a junho, o Espírito Santo já contabiliza a extinção de 7.763 postos de trabalho. Só em junho, foram menos 1.267 vagas no comércio. A situação, entretanto, não é diferente no Brasil, que contabilizou 25.585 cortes no mesmo mês.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES) avalia o desempenho anual como um reflexo da desace-

leração da economia nacional. “É pesado para o mercado de trabalho capixaba manter uma geração de emprego satisfatória quando o país inteiro passa por uma crise econômica”, pondera o presidente da entidade, José Lino Sepulcri.

Famílias retraem o consumoA intenção de consumo das famílias (ICF)

capixabas continua amargando quedas sucessi-vas desde janeiro, sobretudo devido ao quadro recessivo da economia. Em julho, o indica-dor traz a sua pior marca da série histórica: 73 pontos, contra 78,5 no mês anterior, conforme a pesquisa da Fecomércio-ES. Se confrontada a julho do ano passado (105,2), a diferença é ainda maior: -32,2 pontos, mostrando redução na confiança dos capixa-bas ao longo do último ano.

O estudo revela ainda que a maior parte das famílias da capital está mais segura em relação ao seu emprego atual (29,7%) do que em 2014. Por outro lado, indica menor confiança em fatores como renda atual, perspectiva profissional para os próximos seis meses, perspectiva de acesso ao crédito e ao nível de consumo atual, mostrando que 52,1% dos lares estão comprando menos do que no ano

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203ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

passado, dando prioridade aos chamados “itens de primeira necessidade”.

Já o índice de confiança do empresário do comércio capixaba (ICEC) de julho (76,8 pontos), apesar de um pequeno aumento de 3,0 pontos em relação a junho (73,8 pontos), vem despencando em 2015, retrocedendo, até junho, 22,4 pontos. Foi o único mês do ano em que o resultado apresentou variação positiva. Os empresários também não estão seguros em relação à economia, que recuou, no geral, 1,2 ponto em julho.

Analisando as condições atuais e as perspecti-vas da economia, as estimativas da Fecomércio-ES são de que dificilmente haverá crescimento imediato no volume de negócios do varejo capixaba, uma vez que 64,7% das famílias do Estado estão endividadas. “Em um ano, o número de pessoas endividadas aumentou em 5,3%, indicador que não projeta melhoras imedia-tas, pelo menos para o horizonte de seis meses, cenário agravado pela expectativa de queda do PIB em quase 2%”, esclarece Sepulcri.

SupermercadistasJunho de 2015 contou com um dia útil a

mais do que igual mês do ano passado, quando

foi realizada a Copa do Mundo, o que favore-ceu a maioria dos setores do varejo brasileiro e levou a uma retração menos forte das vendas no país (-0,4%). O segmento de supermerca-dos e hipermercados, porém, não conseguiu se beneficiar desse fato e intensificou o ritmo de baixa nesse período. As vendas do setor tiveram recuo de 2,7% em junho ante igual mês de 2014. Em relação ao mês anterior (maio), o segmento permaneceu (0,0%). Já nos primei-ros seis meses do ano, a queda foi de -1,8%.

Segundo análise da Coordenação de Servi-ços e Comércio do IBGE, os principais fatores que tiveram impacto sobre essa atividade foram o desempenho negativo (de -4,3%) da massa salarial em relação a junho/2014 e a influên-cia da elevação dos preços da alimentação no domicílio, com acréscimo de 9,3% em 12 meses.

No Espírito Santo, conforme a pesquisa do IBGE, também não houve crescimento no volume de vendas em junho, que apresentou retração de -1,3% ante o mesmo mês de 2014. No acumulado do ano, até junho, o declínio foi de -2,2%, e nos últimos 12 meses, foi de -2,4%.

De acordo com o superintendente da Associa-ção Capixaba de Supermercados (Acaps), Helio Schneider, os números do IBGE diferem um pouco dos apurados pela Associação Nacional de Super-mercados (Abras), uma vez que o Instituto inclui produtos vendidos fora das redes supermerca-distas. “Até então, se comparado com o ano de 2014, as vendas ainda estão estáveis, mas a partir do mês de junho, o índice da Abras aponta uma tendência de queda. O panorama econômico por que passam o Espírito Santo e o país reduz a circulação de riquezas e impacta diretamente o consumo”, explicou.

Segundo ele, as festas de fim de ano até alavancam as vendas, mas com o desempenho da economia e a diminuição do consumo, sua influência será pequena. As expectativas são ou de vendas iguais ao ano de 2014 ou de uma pequena baixa até o final de 2015. “O setor está cauteloso quanto a um crescimento de vendas neste ano, pois isso depende basicamente do desempenho da economia, que, até então, tem sido de retração”, conclui.

De janeiro a junho deste ano, foram

extintos no Estado 7.763 postos de

trabalho no comércio

Foi o índice de quedado varejo capixaba nos seis primeiros meses de 2015

-4,6%

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Agronegócio: à mercê do tempoEstimativa é de que a estiagem tenha causado prejuízos de R$ 1,7 bilhão aos produtores rurais

ECONOMIA | AGROINDÚSTRIA

S e a maior parte dos setores econômicos do Espírito Santo sofre com a crise polí-tica e econômica que se instalou no país,

a agropecuária tem mais uma intempérie em seu caminho: o clima. O mês de janeiro foi o mais seco da história do Estado desde que tiveram início os registros, em 1931. E a falta de chuvas teve impacto direto na agricultura capixaba. A estimativa é de que a estiagem já tenha provo-cado prejuízo de R$ 1,7 bilhão, tendo como base a safra e o faturamento dos produtores rurais em 2014. E é preocupante para patrões e empregados. Só o café, carro-chefe do agronegócio capixaba, emprega 350 mil pessoas no Estado, número que supera a soma de funcionários das grandes plantas industriais e do poder público.

A falta de chuvas teve impacto direto

na agricultura capixaba este ano

Em fevereiro deste ano, um relatório apresen-tado pelo secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Octaciano Neto, feito com base em levantamentos do Insti-tuto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), mostrou que só na cafeicultura as perdas chegam à casa de R$ 1 bilhão, com redução de 33% na produção. Os prejuízos na fruticultura ultrapassam os R$ 300 milhões – com uma produção 30% menor – e na pecuária de leite, R$ 150 milhões – queda de 31% na produção. As culturas do feijão e do milho produziram, respectivamente, 50% e 56% a menos. Na olericultura, houve retração de 36% na safra, e a cana-de-açúcar registrou uma produção 33% menor do que em 2014.

Foto Secom/ES

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É a estimativa de perdas no agronegócio capixaba

R$ 1,7 bilhão

Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (Faes), Júlio da Silva Rocha Júnior.

Ainda com estoques nos armazéns, a indús-tria do agronegócio vai demorar um pouco mais para sentir o baque das intempéries. No primeiro semestre, segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o café em grão teve alta de 9,3% em valor nas exportações, atingindo os US$ 2,86 bilhões. O setor de beneficia-mento, além da melhoria nas vendas externas, também não sofre, ainda, com a falta de matéria--prima no mercado, por conta dos estoques. “Ainda há demanda de mercadoria para ser industrializada, quer dizer, há café estocado nos armazéns. Por enquanto, a agroindústria tanto do café quanto de polpa de frutas flui naturalmente. O impacto virá mais adiante”, avalia o presidente do Sincafé.

A pecuária de leite, segundo o presidente da Faes, também está em situação delicada. Além da seca que ocorreu no sul do Estado, houve incidência de lagartas nas pastagens. “A lagarta matou o pasto, não apenas comeu, tão severos foram os ataques. Os produto-res tiveram, então, uma elevação dos custos comprando silagem (ração para o gado). Mas a silagem está servindo para não deixar o gado morrer. As consequências vão longe: a vaca magra não fica prenhe, e o pecuarista perde um ano de lactação, já que sem dar cria, o animal não dá leite. Não é simples. Para piorar, a cotação do leite no mercado internacional, que já chegou aos US$ 4,8 mil por tonelada, um preço alto, caiu. Agora, está nos US$ 2,2 mil/t, por conta do leite que chega do Uruguai. Além da crise interna e dos fatores climáticos, temos ainda o leite com valorização baixa, por conta do excesso de produ-ção internacional. E pela lei do mercado, o inter-mediário, claro, vai comprar do exterior”.

DívidasSegundo Júlio da Silva Rocha Júnior, outra

questão que tem impacto direto na vida dos produtores e no agronegócio capixaba é a dificul-dade de reparcelamento de dívidas. O Banco do Brasil, principal financiador da safra brasi-leira, atende a uma norma imposta pelo Banco Central: se o produtor não honrar o compro-misso e precisar renegociar financiamentos, não poderá tomar novo empréstimo na instituição financeira pública. Um círculo vicioso, já que sem

“A Região Sudeste está vivendo uma das mais graves crises hídricas de sua história. O Espírito Santo registra a pior seca dos últimos 40 anos. Todos os setores da sociedade estão sendo afetados pelo problema, mas a situação do segmento agropecuário capixaba é muito difícil. Em dezembro de 2013, estávamos sofrendo com o excesso de chuvas. Agora, poucos meses depois, enfrentamos um grave cenário de escassez de água”, pontuou Octaciano Neto por ocasião da apresentação do relatório.

A cafeicultura, a pecuária de leite e a fruticul-tura são os segmentos que amargam os maiores prejuízos. Por conta da falta de chuvas no período de formação dos grãos, o café terá um ano de perdas vertiginosas, atingindo principalmente produtores de conilon do norte do Espírito Santo. A atividade prevê que a queda na safra pode ficar em torno de 50%.

O café mantém duas cadeias econômicas: a área produtiva e a indústria. A primeira já previa quebra de safra de até 30% na estimativa de abril. O percentual, que assustou quem atua nessas lavouras, mostrou-se ainda mais crítico, segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Torrefação e Moagem de Café do Estado do Espírito Santo (Sincafé), Egídio Malanquini. “Em algumas regiões, tivemos 50% de quebra de safra. É uma triste realidade. Foi um ano de muita seca, muito sol. Até as lavouras irrigadas tiveram pouca água, os proprietários não puderam irrigar como seria necessário. Mesmo os cafezais de arábica que estão plantados em áreas menos frias sofreram por conta da estiagem, mais forte nessas regiões”, explica Malanquini.

“Os cafeicultores estão preocupados, pois a quebra de safra foi assustadora. Eles se pautam pelas pesquisas realizadas pelo Governo Federal. A primeira do ano é feita em janeiro, a segunda, em abril, e depois, há a terceira em agosto. Nas duas primeiras, não se detectou um percentual tão elevado de quebra na produção por questões climáticas. Em agosto, no entanto, os números virão com quebra acima de 50% nas lavouras. Mesmo nas lavouras irrigadas, em que se usa a irrigação para conduzir fertilizantes, a baixa na produção é considerável. Falamos de café, mas há quebra de safra também na fruticultura, na pecuá-ria de leite, nas hortaliças. É só ir ao mercado ver os preços, que já estão mais altos para o consumidor. O quadro é preocupante”, explica o presidente da

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dinheiro para insumos e custos de produção, o agricultor dificilmente poderá pagar o que deve.

“É o desespero. E, pelo que se desenha, esses produtores terão que se desfazer do seu patrimônio para honrar as dívidas. Recente-mente foi aprovado socorro para os clubes de futebol brasileiros quitarem suas dívidas. Se parcelaram isso, por que o Governo Federal não enfrenta com coragem e resolve a questão das dívidas dos produtores rurais?”, questiona o presidente da Faes.

A entidade está em busca de soluções para esses impasses financeiros. “As formas de renego-ciação propostas são abusivas para o produtor, que não pode pegar dinheiro. E se não há finan-ciamento, não há safra, e não há como pagar as dívidas. Hoje, para dar uma ideia, as únicas culturas que estão realmente dando lucro são de pimenta-do-reino e gengibre. Mas são casos muito pontuais. As demais passam por um momento complicado. E são poucos os que têm seguro da lavoura. A cobertura, no Estado, segue a média brasileira, que é de 9% das lavouras. Um percen-tual pequeno”.

SuperávitEm junho, o superávit do agronegócio nacio-

nal foi de US$ 8,067 bilhões. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Agricultura. Ocorreu queda de 4% na comparação com junho de 2014, quando a diferença positiva entre receita e despesa na balança comercial do setor ficou em US$ 8,396 bilhões. Mesmo com a baixa no desempenho, a participação do agronegócio no total das exportações brasileiras chegou aos 46,5% no mês. Há, no entanto, um perigo em

olhar esses números sem observar atentamente o modelo agrícola do Espírito Santo.

“No país, nosso setor ainda é superavitá-rio, mas quem constrói esse resultado é uma minoria. Para se ter ideia, 7% dos agriculto-res englobam 78% da produção. Quer dizer, os outros 93% só respondem por 22%”, destaca o presidente da Faes. Mas até para os grandes produ-tores nacionais, o primeiro semestre de 2015 se mostrou menos favorável. As exportações brasilei-ras somaram US$ 43,26 bilhões, encolhimento de 11,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. As importações foram de US$ 7,06 bilhões, 15,3% menores que no mesmo período em 2014. O saldo da balança comercial do setor foi positivo em US$ 36,2 bilhões, mas 12% menor que o observado no primeiro semestre de 2014, quando alcançou US$ 49,112 bilhões.

No Espírito Santo, o café e a pimenta- do-reino se destacaram nas exportações, ao lado da celulose. O agronegócio capixaba fechou o primeiro trimestre do ano com uma receita cambial de US$ 449,3 milhões em produtos embarcados, acrés-cimo de 4,36% ante o mesmo intervalo de 2014. A receita obtida com a venda do café verde gerou US$ 161,4 milhões, aumento de 47% em relação ao ano passado.

Na ocasião da divulgação dos dados, o secre-tário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Octaciano Neto, ressaltou que os números mostram que o segmento ainda não sofreu os impactos da estiagem. “Devemos sentir os efeitos, em especial sobre a comercialização do café, a partir do segundo semestre”, afirmou.

FuturoO agronegócio tenta se reinventar. Uma das

formas de diminuir os custos de produção está na colheita mecanizada, no caso do café. Por meio da tecnologia, a atividade também conseguiu aumen-tar a produtividade da área plantada. “Depois desse quadro muito triste que foi desenhado, só dá para pensar que é preciso criatividade para prosseguir. É sempre um desafio. Não podemos parar de inves-tir, mas temos que investir em agricultura de preci-são, caso da irrigação, que deve ser por aparelhos modernos, que consomem menos água e energia”, avalia Júlio da Silva Rocha Júnior.

No Espírito Santo, o café e a pimenta-do-reino se destacaram nas exportações, ao lado da celulose

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Café e aço salvam a balança comercial capixabaExportações capixabas caem 10% no primeiro semestre e importações, 23%

ECONOMIA | COMÉRCIO EXTERIOR

O comércio exterior sofre diretamente as consequências da crise brasileira. E o Espírito Santo, Estado bastante

dependente dessa corrente, é atingido em cheio. Tanto as exportações quanto as importações pelos portos do Espírito Santo exibem números negativos no primeiro semestre de 2015, o que revela o desaquecimento da economia. As exportações capixabas totalizaram US$ 5,3 bilhões no período, com queda de 10% em relação ao primeiro semestre do ano passado.

Entre os produtos da pauta que conse-guiram fechar com saldo positivo, café e aço foram os protagonistas, com variações de 127% e 30%, respectivamente.

Principal item exportado pelo Espírito Santo, o minério de ferro teve uma redução de 23% nas vendas para o mercado externo. Em situa-ção negativa também ficaram o petróleo, com baixa de 15%, e a celulose, com retração de 7%. “Por ter uma pauta muito focada em commodities, o Estado sofre com qualquer oscilação econô-

Café é um dos produtos que conseguiram saldo

positivo nas exportações

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209ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

mica mundial. Fora isso, exportadores de café e rochas, que estão com bom desempe-nho nas vendas ao longo do ano, não conse-guem contêineres para suas operações”, avalia o presidente do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo, Marcilio Rodrigues Machado.

Já as importações realizadas por empre-sas no Espírito Santo sofreram com declínio de 23% no primeiro semestre deste ano no comparativo com 2014, chegando a US$ 2,8 bilhões em 2015. Esse é o pior resultado nos últimos nove anos, conforme dados da entidade. As operações envolvendo veículos, principal item importado pelos portos capixabas, encolhe-ram 23% no período analisado. Pior resultado ainda, em termos percentuais, ficou com as importações de máquinas e equipamentos, com diminuição de 54%.

Com baixo desempenho também em outras mercadorias importadas, como tecidos, equipa-mentos elétricos e peças de aviões e helicópteros, o efeito cascata chega à arrecadação do ICMS Fundap, que caiu 18% no primeiro semestre ante a 2014. Parte dos recursos é repassada aos municípios capixabas. “Esse dado esclarece que a vilã não foi a Resolução 13, que entrou em vigor no início do ano passado e reduziu as alíquotas, impactando o Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap). O problema é a falta de logística, de infraestrutura para o setor importador capixaba”, ressaltou Marcilio Machado.

Futuro“É bem provável que a balança comercial do

Espírito Santo apresente um bom saldo comercial em 2015. Entretanto, isso deve ocorrer devido principalmente a um recuo das importações, mais do que a um aumento nas exportações. As importações devem diminuir em função da redução da atividade econômica no Brasil. Por outro lado, não podemos afirmar que a

desvalorização cambial no país possa compen-sar, digamos assim, a queda dos preços das principais commodities ou matérias-primas que exportamos”, avaliou o dirigente.

PaísNa comparação com outros Estados, como

Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, a situação do Espírito Santo é a pior em termos de crescimento nas importações e perda de representatividade. “São Estados que impor-tavam valores próximos aos nossos, mas que viram dobrar suas importações em 10 anos, enquanto que a nossa taxa ficou próxima de 25%, reduzindo a participação no peso total”, disse Machado.

A maior alta nas importações, de 380%, foi registrada em Santa Catarina, que nos últimos anos investiu pesado em logística e teve um salto no percentual do total de desem-barques de 3,5% em 2010 para 7,5% neste ano. “Não há como desenvolver essa atividade sem uma infraestrutura preparada para atender desde o pequeno até o grande importador e exportador. O Espírito Santo sofre com falta de recursos aplicados em portos, aeroportos e rodovias, refletindo-se em ausência de linhas, fretes e taxas mais altas, além de um transit time elevado”, finalizou.

Foi o declínio das importações realizadas por empresas no ES no 1º semestre de 2015

23%

Minério de ferro é o principal item exportado pelo Espírito Santo

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O ano em que a crise chegou ao sofá Indústria moveleira já sente o impacto da crise e contabiliza queda de 10% nas vendas

ECONOMIA | MÓVEIS

“O ano passado (2014) foi terrível, mas estamos com saudades dele”. A frase, de Luiz Henrique

Toniato, presidente do Sindicato das Indústrias de Madeiras e Atividades Correlatas em Geral da Região Centro-Sul do Estado do Espírito Santo (Sindmadeira), traduz bem o ânimo do setor moveleiro capixaba em relação aos rumos da economia no primeiro semestre de 2015. O segmento, que no Estado concentra apro-ximadamente 800 indústrias e gera cerca de 11 mil empregos, já contabiliza queda de 10% nas vendas. Em alguns subsetores dessa área, a baixa pode chegar aos 15%. Além da receita menor, empresários ainda pagam a conta do aumento dos custos de produção, em especial da energia e da gasolina, insumos estratégicos da indústria.

Para Alvino Pessoti Sandis, presidente do Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte do Espírito Santo (Sindimol), além de a atividade já ter amargado um ano difícil em 2014, com Copa do Mundo e eleições atrapalhando as vendas, e uma economia com o pé no freio, em 2015 o desafio é ainda maior. “Em 2014, tivemos momentos de retração de vendas muito em razão de fatos pontuais. Este ano, o desafio é mais evidente, pois vivemos a ameaça de recessão com forte impacto no consumo. Tradicionalmente, no segundo semestre as vendas aquecem. Esperamos o mesmo cenário para este ano”.

Mas as expectativas podem não se concreti-zar. Em parte, por conta da falta de dinheiro no mercado. Depois, há o medo gerado pelo desem-prego, que influencia fortemente a decisão do consumidor. E o clima, otimista ou pessimista,

avalia Toniato, é fator determinante na hora da compra. “A economia vive essa ambiência. O modus operandi da decisão de compra do consumidor e de investimento das empresas é baseado nas expectativas sobre a economia, corroborado, é claro, por elementos concretos. Temos o juro básico em alta, a 13,65%; a inflação está colando nos dois dígitos, e o desemprego subindo. Diante desse cenário, as famílias vão se empenhar em pagar a presta-ção do apartamento, o condomínio, a educa-ção e a alimentação. É natural adiar a troca ou a compra de móveis”, análisa o dirigente.

Além dos fatores econômicos, a crise política que se instalou no país também dificulta a retomada das operações. As descobertas da Operação Lava Jato, que investiga a corrupção em contratos da Petrobras, teve influência direta na saúde da indústria. Além de a estatal petrolí-fera responder por boa parte do Produto Interno Bruto (PIB) do país, as constantes notícias de corrupção no âmago de uma empresa que,

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até então, representava um sólido pilar da econo-mia geram desconfiança no mercado e, claro, na população, que prefere esperar o “trem da história” entrar nos trilhos para voltar a comprar.

Luiz Rigoni, presidente da Câmara Setorial da Indústria Moveleira do Sistema Federação das Indústrias do Espírito Santo, concorda que, diante de tantas notícias ruins sobre os rumos da economia, o consumidor colocou o pé no freio. “Uma característica da nossa área industrial é que os produtos não são prioridade de consumo. Mas ainda há pessoas comprando móveis. Quer dizer, após a construção civil desacele-rar, nosso setor ainda caminha por um tempo. Quem comprou apartamento ou casa nova vai mobiliar, e isso nos dá uma folga no mercado. Mas sentimos, sim, que já piorou e vai piorar mais. Serão dois anos difíceis”, explica.

O Governo Federal também se compor-tou como vilão na história. O crédito habita-cional ficou mais caro, além de mais difícil. Para se ter uma ideia do problema, a redução

do valor destinado a financiar a casa própria pela Caixa Econômica Federal em 2015 será de R$ 25 bilhões. Esse corte representa 20% de tudo que foi desembolsado em 2014 pelo banco do Governo. E a equação é simples: menos pessoas comprando moradias, menos pessoas comprando móveis.

Para Rigoni, se até meados do ano que vem o mercado não reagir, o abismo será grande e bem difícil de ser superado. “Mas se o mercado imobiliário começar a crescer, voltamos a crescer também. Está tudo ligado”. No entanto, se a retomada não vier, diz ele, a demissão, fantasma mais temido da crise, certamente vai apontar no horizonte. “A indústria já está dando folgas de dois ou três dias, à espera de pedidos. Ainda não chegamos às demissões, pois ainda há consumidores mobiliando os apartamentos que foram entregues há pouco tempo. Mas demitir é uma possibilidade, caso não haja melhora do quadro geral”.

O aumento de custos também assusta os empresários. “Os preços estão aumentando muito. Vamos administrando, inovando, mas o custo alto subtrai o dinheiro e o poder de investimento da indústria. A energia subiu, então criamos alternativas, melhoramos nossas instalações, regulamos as máquinas, otimizamos o sistema. Aí, vem um novo aumento. O custo fixo continua subindo e corroendo, aos poucos, a nossa competitividade”, desabafa Rigoni.

Artemio Locatelli Filho, presidente do Sindicato da Indústria Moveleira de Colatina (Sindmóveis), corrobora a afirmativa. “As notícias são desani-madoras. Há muita corrupção, e isso deixa o consumidor retraído. Mas temos a esperança, apesar desse quadro, de que a economia volte a se restabelecer o mais breve possível, devido ao agronegócio. Estamos em uma região com agrone-gócio forte. E se a agricultura não sentiu tanto quanto a indústria e o comércio, nossa esperança é que ela nos ajude a recuperar o mercado. Por isso, também estamos voltando nossos negócios ainda mais para o interior, vamos focar mais esse mercado e tentar aquecer as vendas.”

A esperança de Locatelli se explica com os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor agropecuário teve forte crescimento – de 4,7% – entre janeiro e março deste ano. Demonstrando a importância do desempenho da agricultura na economia,

O segmento concentra no Estado

aproximadamente 800 indústrias e

gera cerca de 11 mil empregos

É o percentual de queda nas vendas da indústria moveleira capixaba em 2015

10%

Fotos Divulgação Serpa Marcenaria

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no período o PIB teve queda de -0,2%, ou seja, foi o campo que amenizou e tornou o tombo da economia um pouco menor.

O dirigente não acredita que a indústria moveleira, a exemplo de outros atividades da economia, consiga atravessar sozinha o período turbulento. “Este ano, a ideia é paralisar e aguardar o socorro que vem em favor da indústria, porque crédito caro e consumo baixo formam a combinação perfeita para acabar com a indústria”, comenta.

ImportaçõesAlém dos problemas causados pela instabi-

lidade da economia, o setor moveleiro vê-se, agora, diante de mais um desafio: os produtos da China. Os móveis fabricados no país asiático já chegam ao mercado brasileiro com preços atraentes, devido aos baixos custos de produ-ção. Segundo Artemio Locatelli, no entanto, a baixa qualidade ainda freia o crescimento das vendas desses itens vindos do Oriente.

“As vendas da China influenciam, sim, o setor moveleiro. Mas eles têm pouco valor agregado, a qualidade é questionável. No entanto, esses móveis servem de referência para comparação de preços, e essa não é uma comparação justa feita pelo consumidor. Quer dizer, as peças oriundas de lá são até bonitas, mas não há a menor quali-dade na matéria-prima”, avalia.

Para Luiz Rigoni, entretanto, os nichos de móveis menores já estão sentindo o impacto. No caso de mercadorias maiores, que ainda neces-sitam de montagem, o impacto por enquanto é menor. “E isso é culpa do custo Brasil, que é altíssimo. Como podemos ser competitivos com taxas questiona?”, questiona.

O sobe e desce da folha de pagamentos

A reoneração da folha de pagamento é outro fantasma que ronda a indústria. A desoneração foi criada no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff e permitiu aos beneficiados substituir a contribuição patronal ao INSS por um percentual gradativo sobre o faturamento. A ideia era dar mais competitividade à indús-tria, mas o Executivo recuou e quer reinstituir a fórmula antiga, que aumenta sua arrecadação.

No início, o Governo propôs mais do que dobrar as alíquotas que incidem sobre o faturamento dos 56 setores contemplados originalmente pela desoneração.

O texto aprovado na Câmara dos Deputados em junho, entretanto, favorece alguns segmen-tos, como transportes, comunicação (empre-sas jornalísticas e de radiodifusão), call centers e calçados. Poupa ainda empresas de massas, pães, suínos, aves e pescados. O setor de móveis, porém, não escapou do retrocesso. O projeto que reonera a folha de pagamento ainda tem que passar pela deliberação do Senado antes de ir à sanção da presidente.

“A energia subiu quase 100%. A gasolina subiu, alavancando o frete. Nem é recessão, é uma economia difícil de administrar, não há como planejar o negócio, porque o Governo desenha um quadro e não o mantém. É o caso do fim da desoneração da folha de pagamento. Mais um aperto, que vai acarre-tar demissões”, avalia Luiz Rigoni.

Novos olharesDiante de um cenário pouco animador,

Luiz Henrique Toniato, do Sindmadeira, considera que a atividade precisa se reinven-tar, especialmente do ponto de vista tecno-lógico. “Enquanto dependermos de mão de obra que acaba gerando baixa produtividade, teremos dificuldade de competir. Temos que acompanhar e inovar no marketing e na tecnolo-gia de gestão e produção. Vivemos um momento de desafios, e a ideia é não fazer grandes inves-timentos, mas melhorar os processos de produ-ção, com foco em aumentar a competitividade das nossas empresas”.

Alvino Pessoti Sandis também vê na inova-ção o caminho para, ao menos, driblar a crise que se instala. “Inovação e design, além de arrojo comercial, essas são as armas”, garante. E completa: “Apesar do clima de pessimismo com o qual o cidadão brasileiro tem convivido todos os dias, estamos fazendo o que deve ser feito. O cenário mais provável é uma retomada da economia já em 2016, além do abrandamento da escalada inflacionária. O empresário trabalha sempre com o planejamento de médio e longo prazo e não se deixa abater por momentos ruins”.

ECONOMIA | MÓVEIS

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Crise atrapalha políticas de incentivo à indústriaNo Estado, diálogo entre Governo e empresariado é a saída

ECONOMIA | POLÍTICAS PÚBLICAS

N o dia 22 de maio de 2015, a notícia de que o Governo Federal estava disposto a cortar R$ 69,9 bilhões do Orçamento

da União reafirmou o cenário de insegurança e instabilidade econômica em que se encon-trava o país. O anúncio significava o maior contingenciamento da história e representava uma tentativa de equilibrar as contas e poupar, mantendo o superávit primário.

Para amenizar os impactos, o Executivo optou por uma limitação de verbas não linear. Tirando menos de uns, mais de outros, o objetivo era que todos os ministérios contribuíssem para a contenção de despesas, mas a medida não agradou.

“Suspender investimentos em infraestru-tura é um golpe duro para a indústria brasileira. A crise financeira, juntamente com a crise política instalada no país, atinge o setor diretamente. Hoje, nós, da Findes, estamos em compasso de espera, na expectativa do que virá a partir dos cortes previstos pelo Governo”, afirmou o diretor para Assuntos de Políticas Públicas Industriais da Federação das Indústrias do Espírito Santo

Ano de ajustes fiscais faz governo do Estado e

União puxarem o freio

(Findes), Paulo Baraona, explicando que sua maior preocupação é com relação à infraes-trutura necessária para sustentar as ativida-des da indústria.

Esfera federalSe o problema é a infraestrutura, uma dose

de otimismo foi dada aos capixabas cerca de duas semanas após a divulgação da retração de recursos, com o anúncio de lançamento da segunda etapa do Plano de Investimento em Logística (PIL 2015), feito pela presidente Dilma Rousseff no dia 3 de junho.

O destaque do Plano – para a população local – ficou com as obras de duplicação e concessão da BR 262. O trecho capixaba havia ficado de fora do pronunciamento oficial, gerando controvérsias na bancada parlamentar do Espírito Santo. Um mês depois, durante audiência pública realizada em Vitória, o minis-tro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, retratou-se publicamente da “falha”, confir-mando: a BR 262 vai receber investimentos,

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É a previsão de corte no orçamento federal para 2015

R$ 69,9 bilhões

e sua concessão é esperada para o ano que vem, junto com outras 10 rodovias.

Os editais de chamamento público para o envio dos Procedimentos de Manifestação de Interesse (PMIs) foram publicados no dia 10 de junho, com prazo final para entrega das propos-tas em 10/07. O edital nº 8, que contempla o trecho capixaba da BR, recebeu 27 propostas, com valor máximo estimado no documento de R$ 6,6 milhões. Após a aprovação do Ministé-rio dos Transportes, as empresas ou os consór-cios que demonstraram interesse em realizar os estudos para as futuras concessões terão 180 dias para entregar as análises.

A audiência pública, aliás, foi para tratar de logística. O primeiro de quatro encon-tros acertados debateu a implantação da ferrovia Vitória-Rio, incluída no PIL 2015. Com um investimento que gira em torno de R$ 7 bilhões, a nova ferrovia terá 577 km de extensão e atenderá à demanda da rede portuá-ria dos dois estados, incluindo os portos Central e de Tubarão, no Espírito Santo.

Para voar também tem dinheiro. O dia 25 de junho foi marcado pela assinatura da ordem de serviço para o início das obras do Aeroporto de Vitória. O projeto, de mais de R$ 500 milhões, contempla a ampliação do atendimento a passa-geiros, cinco pontes de embarque e nova área de estacionamento, entre outras melhorias. A previsão é que esteja tudo pronto em 2017.

Já para o escoamento de produtos pelo mar, o novo desenho da poligonal do Porto de Barra do Riacho possibilitará a ampliação do termi-nal privado existente (Portocel) e viabilizará a implantação de outros empreendimentos portu-ários na região, como o da empresa Imetame. O decreto que redefine os limites foi publi-cado em 5 de junho no Diário Oficial da União e abre perspectivas reais para investimentos da iniciativa privada, antes impedidos por força da legislação.

Mas essas notícias não animam Paulo Baraona: “Os anúncios pontuais não signifi-cam nada diante da conjuntura. (...) O Brasil é um país engessado na legislação. Há a neces-sidade de um grande pacto federal e estadual, que desburocratize os processos oferecidos hoje ao empresariado. A classe é vista de forma negativa pelos órgãos de controle e de fiscalização,

e a forma de mudar isso é, primeiramente, abrir esse grande pacto nacional entre a indústria, os órgãos de controle, a Justiça e o Executivo. Só assim este país pode andar. O que precisa-mos é de políticas públicas que não atrapalhem nosso trabalho”.

Pacto estadualNo Espírito Santo, o ano foi de diálogo.

O Governo Hartung adotou como instrumento de desenvolvimento econômico o Contrato de Competitividade, um pacto firmado entre os setores produtivos e o Executivo estadual.

O poder público oferece benefícios fiscais e, em troca, os segmentos têm o compromisso de aumentar a competitividade das empresas capixa-bas em relação às similares de outras regiões do país, investindo em ações que resultem em seu próprio desenvolvimento socioeconômico sustentável. O objetivo final é garantir manuten-ção e criação de empregos, ocupação, renda e evolução na capacitação profissional da popula-ção local, simultaneamente ao incremento da capacidade industrial, tecnológica e comercial.

Segundo a subsecretária de Desenvolvi-mento do Estado, Cristina Santos, já existem 20 contratos assinados, sendo 17 celebrados por setores industriais. “O contrato dá condi-ções ao empresariado capixaba de competir com produtos de outros estados. O diálogo é constante e baseado na troca de informações. Enquanto os setores produtivos nos mostram onde estão os gargalos, a gente diz até onde podemos ajudá-los”, explicou.

De acordo com Cristina, as medidas de incen-tivo econômico fazem parte do planejamento estratégico do Governo: “Nossa prioridade é a melhoria do ambiente de negócios, e isso passa pela desburocratização e pela racionalização dos sistemas, otimizando o relacionamento entre as diversas frentes da economia. E esse trabalho tem que ser constante. Até 2018, essas ações serão contínuas, porque a economia continua andando, e nós precisamos permanecer evoluindo”.

Baraona comemora a abertura do diálogo, mas mantém os pés no chão: “Na esfera estadual, a conversa está acontecendo, e isso é muito importante. Este é um ano de propostas. Espero que no ano que vem possamos conquis-tar novos avanços”.

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ECONOMIA | VESTUÁRIO

“A crise não entrou no setor de vestu-ário este ano porque ela ainda não saiu dele”. A frase, de José Carlos

Bergamin, presidente da Câmara Setorial da Indústria do Vestuário do Sistema Findes, mostra que o segmento vem trabalhando há muito tempo para driblar as intempéries do mercado.

Com 1,3 mil empresas no Estado e respon-sável pela manutenção de 20 mil empregos,

essa atividade industrial já enfrenta décadas de sacrifícios. “Temos 20 anos de crise, desde o início da entrada no Brasil dos produtos fabricados na China. Isso significa que traba-lhamos há algum tempo com perspectiva e cenário de baixa. Como o setor não estava aquecido, não foi tão fortemente afetado como foram outras áreas que estavam caminhando muito bem até o ano passado”.

Responsável pela manutenção de

20 mil empregos, o setor já enfrenta

décadas de sacríficio

Uma indústria que aprendeu com as crisesSetor de vestuário se reinventa e mostra que há caminhos para atravessar a turbulência

ECONOMIA | VESTUÁRIOECONOMIA | VESTUÁRIO

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A volta por cimaA resiliência do setor é notória e vem de um

trabalho construído ano após ano. Bergamin ensina que não adianta se preocupar unica-mente com a macroeconomia. O ambiente externo está complicado, pela economia em crise e por desemprego, custos altos e falta de políticas de investimentos. “Temos que olhar para dentro do nosso negócio. Se há o que mudar, os momentos de crise são propensos para começarmos essas mudanças. Temos que ser pragmáticos e estabelecer processos”.

Isso significa, na prática, olhar o horizonte de longo prazo, estabelecer metas e conhe-cer bem o mercado. E o dever de casa foi feito, tornando o ambiente da indústria do vestuá-rio no Espírito Santo muito valorizado. “Não temos associação com o trabalho escravo, como acontece no exterior e até em São Paulo, onde há bolivianos trabalhando em situação degradante. Aqui, os sindicatos e o Ministério Público são muito atuantes, os empresários são conscien-tes. E as empresas que compram nossos produ-tos valorizam isso, e o consumidor também. Muitos procuram o Espírito Santo para produzir por conta da boa imagem que passamos lá fora. E essa fabricação por encomenda gera emprego e renda e faz com que a indústria passe pelas turbulências com menos de perdas”.

Segundo Bergamin, o esforço da própria Federação das Indústrias do Estado, buscando parcerias com o Governo Estadual e o Sebrae a fim de capacitar pessoal e obter políticas de apoio, surtiu muito efeito. “Foi o que nos ajudou no período mais crítico e nos deixou mais fortes para enfrentar crises como a que está acometendo o país neste momento”.

CalçadosO setor de calçados passa por um período

mais complicado, informa Altamir Martins, presidente do Sindicato da Indústria de Calça-dos do Espírito Santo. O ano de 2014, explica,

É a queda na produção no 1º semestre de 2015 no setor de calçados

-7,5%

Há empresários que contabilizaram perdas de até 5% no primeiro semestre do ano, revelando dificuldades de se escapar ileso da crise. “Certos segmentos, em especial empre-endimentos que vendem para lojas multi-marcas do Brasil, sofrem mais e registraram perdas. Os lojistas lidam com inadimplência alta e aproveitaram o momento para baixar os estoques. É um grande dilema. Há consu-midores dispostos a comprar nessas lojas, mas estão inadimplentes, não têm crédito na praça. Chega ao ponto em que a grande questão é se vale a pena vender, mesmo com a insegu-rança”, explicou Bergamin.

O segmento de jeans, aponta o dirigente, também está sofrendo. “Mas há marcas mais próximas dos clientes, que interpretam e enten-dem melhor seus consumidores e que estão conseguindo atravessar as dificuldades com mais tranquilidade”.

A retração no ano como um todo, segundo ele, não será tão forte. Entre as razões, a alta do produto da China e a maior insegurança no mercado. Isso significa que aqueles que buscam mercadorias fora do país precisam de uma estrutura melhor, com mais capital e disposição para correr riscos. Além disso, comprar itens vindos do exterior significa enfrentar os problemas logísticos e estrutu-rais do país, que não são poucos.

Delson Assis Cazelli, presidente do Sindi-cato da Indústria do Vestuário de Linhares (Sinvel), também assinala que o declínio no primeiro semestre não foi tão intenso quanto a que sentiram outros segmentos da indús-tria. “Tivemos queda de 4% a 5% nas vendas em relação aos primeiros seis meses do ano passado. E isso já se refletiu nos empregos. Aqui no norte capixaba, já demitimos 200 pessoas. Há falta de confiança no mercado, ninguém quer comprar. Esperamos uma leve melhora nos próximos meses, porque agora ou inves-timos ou saímos do mercado”, avalia.

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mesmo sob influência de Copa do Mundo e eleições, não foi tão ruim quanto se temia. “Mas no primeiro semestre de 2015, verificamos uma queda de -7,5% na produção. Acreditamos que a trajetória de baixa perma-neça, e devemos chegar com declínio de -9,5% até o final de 2015”.

A equação é simples, o varejo acompanha a queda das indústrias, e estas seguem o recuo no varejo. É um círculo vicioso, com cada setor extremamente dependente do outro. Apesar disso, o dirigente espera que uma característica do mercado aqueça as vendas. “Quer dizer, na impossibilidade de comprar produtos mais caros, como eletrônicos, automóveis e imóveis, as pessoas buscam saciar a vontade de consumir com produtos que caibam no orçamento”, diz. Essa marca é bem visível nas vendas de cosméticos, que sofrem influência negativa menor da crise.

“O que acontece com os cosméticos também ocorrerá com os calçados, é o que esperamos. Ou seja, o consumidor ficou sem comprar sapatos até abril, mas já voltou, mesmo que de forma tímida. Esperamos que de julho em diante as vendas aumentem, principalmente no segmento de calçados femininos”.

A exportação também é uma boa alternativa para as baixas vendas, segundo ele. “As exportações são, na realidade, a salvação do nosso mercado. Os calçados brasileiros são muito bem aceitos pelo mercado da Europa, dos Estados Unidos e de outros países, portanto estamos exportando bem”, acrescenta Martins, que lembrou que em julho foi promovida a Francal Feira de Calça-dos, em São Paulo, quando foi lançada a coleção primavera-verão. “Com as vendas dessa feira e também com os grandes lançamentos realizados ali, poderemos ter um segundo semestre bem melhor que o primeiro”.

Empresários do setor contabilizam perdas de até 5% no 1º semestre de 2015

ECONOMIA | VESTUÁRIO

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Educação, chave para o desenvolvimento do Espírito SantoMetodologias e recursos inovadores buscam tornar o ensino mais eficaz

ECONOMIA | EDUCAÇÃO

C omposta por 500 escolas, aproxima-damente 590 mil alunos e 21 mil professores, a rede estadual é a maior

e mais representativa do Espírito Santo. A capacidade de matrículas anuais é de cerca de 360 mil, divididas entre ensino fundamental (1º ao 9º ano), médio e profissionalizante, educação de jovens e adultos e educação especial. A Secretaria de Estado da Educação (Sedu) tem um orçamento de R$ 2,030 bilhões em 2015, e para 2016 os recursos disponíveis serão de R$ 2,130 bilhões.

Para o secretário de Educação, Haroldo Correa Rocha, o grande desafio não é mais ter vagas, e sim melhorar a qualidade do ensino e da apren-dizagem. “E, para isso, temos que mudar as priori-dades das escolas. Elas precisam lançar mão de todos os recursos disponíveis para incentivar uma melhor aprendizagem. A escola, como está hoje, ainda não consegue dar a todos os alunos o nível de conteúdo que se espera. A reforma curricular e a reorganização das escolas são prioridades”, disse.

No ensino médio, a pasta de Educação tem cinco ações principais. A primeira é o projeto “Escola Viva”, que determina que a unidade trabalhe em tempo integral. O novo modelo, em turno único, apresenta inovações pedagógicas, de gestão e monitoramento de resultados. A primeira Escola Viva já funciona desde julho, em São Pedro, em Vitória. O projeto beneficia cerca de 400 jovens entre 15 e 17 anos, em horário que vai das 7h30 às 17h. “E até o final do nosso Governo, em 2018, vamos colocar 30 escolas como essas em funcio-namento. Nossa estimativa é de atender a 25 mil alunos”, frisou o secretário.

O segundo projeto é o “Jovens de Futuro”, uma parceria da Sedu com o Instituto Unibanco. A ação visa a uma gestão eficiente e participativa, focada em resultados na aprendizagem dos alunos e como

esses bons frutos podem influenciar de maneira significativa o nível da instrução oferecida. “É um projeto de melhoria do funcionamento da escola, por meio de um planejamento bem detalhado e de uma boa gestão, aplicado em 151 escolas de ensino médio”, disse Rocha.

A aprendizagem dos estudantes do ensino médio da rede estadual também passou a ser

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E o resultado dessa análise será repassado às escolas, para que conheçam o desempenho de seus alunos e possam corrigir algum problema registrado”, destacou.

Outra ação é o “Coordenadores de Pais”, ideali-zada para promover a participação assídua dos parentes nos trabalhos desenvolvidos pelas unida-des de ensino, com o auxílio de um profissional que atua, principalmente, no eixo escola/família. Com isso, busca-se reduzir a evasão escolar. O programa conta com o apoio da Fucape e do Movimento Espírito Santo em Ação (ES em Ação) e é uma iniciativa executada em parceria com a Fundação Itaú Social, seguindo uma experiência promovida por esta em escolas da zona leste de São Paulo. “Esse profissional é contratado na comunidade onde a escola está inserida. Os alunos com dificuldades são acompanhados. A agente fica na escola, verificando quem falta muito, quem tem problemas com notas ou aqueles que tiveram que se ausentar por alguma razão. Além de incen-tivar o aluno a permanecer na escola, o trabalho foca a melhoria do desempenho e das notas”.

De acordo com o secretário, além desses quatro projetos, que já estão acontecendo, há ainda a ação de “Reforço Escolar”, prevista para começar em 2016. “Toda escola tem um percen-tual de alunos que não vieram de uma trajetória adequada e apresentam deficiências no conheci-mento adquirido. O reforço será uma estratégia para dar a eles a oportunidade de aprenderem o que ainda não puderam no momento certo. Assim, poderão seguir com menos dificuldade nos seus estudos”.

A crise econômica tem, segundo o secretá-rio, o seu impacto sobre a Educação no Estado. “Da receita do Governo, 25% têm que ser aplica-dos em Educação, e quando a economia entra em crise e essa receita diminui, a parte destinada ao setor cai, evidentemente. Estamos racionali-zando as despesas. Os estudantes estão tendo as mesmas oportunidades que tiveram no ano

Escola Viva: novo modelo apresenta inovações

pedagógicas e de gestão e monitamento de resultado

É o orçamento do Espírito Santo para a Educação em 2015

R$ 2 bi

Principais projetos realizados pela Sedu:

• Escola Viva

• Jovens de Futuro

• Paebes Tri

• Coordenadores de Pais

• Reforço Escolar

medida a cada três meses por uma prova reali-zada pela Sedu. É o Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo (Paebes) Tri. Até então, as provas do Paebes eram aplicadas uma vez ao ano. “Fizemos uma avaliação em abril, outra em setembro, e promoveremos também no final do ano. A cada três meses, estão sendo avaliados 110 mil alunos, de 290 escolas do Estado.

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passado, mas fizemos ajustes em certas despesas que não eram prioritárias. Também temos que fazer o nosso dever de casa, suprimindo os gastos que não são essenciais, tudo pela boa educação”, falou.

A educação profissionalizante é destinada à juven-tude que está cursando ou já concluiu o ensino médio. Na rede estadual, mais de 200 unidades oferecem essa formação. Além disso, são compradas vagas nas entida-des privadas para alunos que queiram fazer cursos focados no mercado de trabalho, sobretudo no campo industrial. “Temos cerca de 9 mil alunos na educação profissional, algo muito importante para os jovens e para o Estado. As estatísticas mostram que o jovem com o curso profissionalizante tem oportunidades maiores de crescimento no mercado”, afirmou o secretário.

Necessidade de se reinventarA educação como um todo precisa ser renovada,

reinventada. Não é possível mais pensar que nos tempos atuais, de forte impacto da revolução da informação, teremos as mesmas formas de ensino e aprendizado. É essa a opinião do presidente do Conselho Superior de Educação (Conedu) do Sistema Findes, Luciano Raizer Moura. “O aluno atual é muito diferente do estudante do passado, já que tem amplo acesso à informação. O ensino não será mais focado no acesso à informação, que está universalizado pela internet, mas sim em saber o que fazer com essa informação. O sentido maior da educação será da aplicação gerando inovação. Este é o principal desafio da educação: dar sentido ao que se aprende. O Sistema Findes, que possui duas grandes organizações educadoras, que são o Sesi e o Senai, preocupa-se em modernizar seu ensino, incorporando inovações. É o caso da plataforma Geekie, de emula-ção do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio)

e planificação individualizada do aprendizado, e da adoção do sistema Lego Education para ensino da lógica de programação pelo uso de robôs”.

Para Raizer, todo momento de crise é também um momento de oportunidades, já que as empre-sas podem até diminuir seus quadros, mas conti-nuarão a precisar de pessoas. “Nesses momentos é que faz diferença a pessoa mais bem prepa-rada, para saber lidar com situações de restri-ção e de busca de soluções para problemas. Em época de crise é que o talento se sobressai, e as empresas devem preparar ainda mais suas equipes, investindo em educação e inovação para superar os desafios e buscar pelas oportunida-des que surgem”.

Em pauta nos últimos anos, a inovação também é aplicada à educação, e o tema é um dos que mais têm interessado ao Conedu. Para o presidente do Conselho, os tempos mudaram, a tecnologia é presente, e os desafios são grandes. Existe a necessidade de se inovar na educação, e isso tem ocorrido. “Não adianta mais imaginar a sala de aula com um professor que detém o conhecimento e que escreve no quadro para os alunos anotarem. Hoje, como já disse, a informação é muito maior na internet do que o professor domina, mas saber usar essa informa-ção é que representa o grande desafio da nova era da educação. Por isso têm surgido plataformas muito interessantes, como a Geekie, que estamos usando no Sesi e que consegue fazer avalição individual do nível de conhecimento dos alunos, planejar de forma específica o que precisam apren-der e o método mais indicado para cada um. Tudo isso on-line, ao alcance do professor e do aluno. Há ainda outras inovações, como a sala de aula invertida, em que o aluno tem acesso à inovação via internet e na sala de aula aprende a aplicar. Tem a educação à distância (EAD) e também crescido muito a ‘gameficação’ do ensino, pelo uso de jogos para aprendizado em ambien-tes simuladores. Ainda está por vir muito pela frente. A certeza que tenho é que em poucos anos a sala de aula, o professor e os métodos de ensino serão muito diferentes dos atuais”.

Para ser produtiva, competitiva e inovadora, a indústria precisa de talentos e isso requer investimento em educação. Seja para formar jovens em ofícios, melhorar a competência de gestores, qualificar os profissionais existen-tes e até mesmo preparar melhor os empre-sários, ela segue como o instrumento vital e transformador.

Programa internacional, o torneio de robótica First Lego League é conduzido

no Brasil pelo Sesi

ECONOMIA | EDUCAÇÃO

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224 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

ECONOMIA | INOVAÇÃO

“O momento de crise é propício à inovação. Nesse período, é preciso se sobressair pelo

diferencial, aumentando a produção e redu-zindo custos. Quem faz isso se destaca”. As palavras são do presidente do Conselho Temático de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec) do Sistema Findes, Franco Machado, e respondem ao questiona-mento de muitos empresários. Em uma fase de economia adversa, é melhor diminuir os inves-timentos em pesquisas de inovação?

Para o dirigente, certamente não. “Em crise, muita gente tem a visão de que precisa segurar o dinheiro a todo custo, mas eu penso diferente. Quando se mantêm os investimentos em inova-ção, as demandas dos clientes continuam, e até aumentam”, explica.

Por isso, os esforços do Conptec para incen-tivar as pesquisas em inovação estão ainda mais intensos neste ano. Segundo Machado, o diálogo com as autoridades governamentais é constante, no sentido de ampliar o apoio e a disponibilidade de recursos. Além disso, o conselho vem buscando promover a aproxi-mação entre as grandes indústrias do Estado e as empresas especializadas em criatividade e inovação, de forma que as novas demandas sejam atendidas em território capixaba mesmo, gerando oportunidades e promovendo o desen-volvimento do setor produtivo.

E essa aproximação tem gerado resultados. Um exemplo é a capixaba Tecvix, que a partir de uma demanda da nacional Petrobras desenvolveu um tubo para injeção de vapor mais eficiente e mais barato do que os melhores até então

Entraves para inovação industrial

são notados em todo o país, mas mudanças

já podem ser sentidas no ES

O momento é para inovarEmpresas que buscam soluções criativas se destacam em meio à crise, afirma presidente do Conptec

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225ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

“Nosso grande desejo é que o Tecnova seja permanente. Os projetos são de dois anos de duração só para que as empresas apresentem seu primeiro protótipo. Mas, e depois? É importante ter continuidade de recursos”, alerta Machado.

Enquanto não há novos editais do Tecnova, quem precisa de recursos tem que ficar atento. Este ano, o Edital Senai Sesi de Inovação dispo-nibiliza R$ 27,5 milhões para o financiamento de projetos, sendo R$ 20 milhões para proje-tos Senai e R$ 7,5 milhões para projetos Sesi. O edital recebe projetos de desenvolvimento tecnológico e social durante o ano todo e libera os recursos por meio de avaliações trimestrais.

Outras linhas de crédito também são ofereci-das, entre elas o Sebraetec, que atende a micro e pequenos negócios com demandas para inovação em sete diferentes áreas de atuação. Por meio desse programa, o Sebrae oferece consultoria, acompanhamento e subsídio financeiro que pode cobrir até 80% do investimento total.

Mas se a busca é por empréstimos, o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) opera diversas linhas, entre elas o programa Inovacred, que disponibiliza créditos de até R$ 2 milhões, e o MPME Inovadora, voltado para micro, pequenas e médias empresas.

Passos curtosA busca por inovação no Brasil, no entanto,

ainda está longe do ideal. Uma pesquisa reali-zada pela CNI e divulgada em maio apontou que seis em cada 10 líderes que comandam negócios inovadores consideram que o país deixa a desejar nesse campo. O estudo ouviu 100 executivos, de pequenas, médias e grandes empresas, e 68% deles responderam que o grau de inovação da indústria nacional é “baixo” ou “muito baixo”.

Para eles, o Brasil está atrasado em relação a outras economias, e os motivos são muitos: faltam políticas de incentivo, a interação entre empresas e universidades é difícil, e os profis-sionais recém-chegados ao mercado não estão suficientemente capacitados.

Na análise de Machado, há ainda outro problema: “Em geral, as empresas brasileiras não têm a cultura de inovar. Inovação demanda dinheiro e tempo, e o mercado sempre vai ter altos e baixos. Então, isso não pode ser uma alternativa, mas um processo constante. Quem vê inovação como alternativa nos momentos de crise talvez nem consiga avançar. É necessário ter a cultura da inovação”.

É o valor disponível para financiar projetos no Edital Senai Sesi de Inovação

R$ 27,5 milhões

existentes no mercado. O produto foi aprovado com sucesso pela Petrobras e colocou a Tecvix em destaque no Prêmio Nacional de Inovação, realizado pela Confederação Nacional da Indús-tria (CNI) em parceria com o Sebrae, em maio deste ano. Em um funil que começou com mais de 2 mil inscritos, a empresa, sediada em Aracruz, foi a única capixaba entre as 28 finalistas.

Recurso e resultadoA questão é que transformar ideias em resul-

tados demanda tempo, dinheiro e certa liberdade para fugir de processos tradicionais em busca de soluções. Em geral, equipamentos e procedimen-tos inovadores são provenientes de empresas de pequeno e médio porte, onde as mentes criativas encontram mais espaço para testar novos concei-tos e corrigir falhas – afinal, inovar também signi-fica descobrir o desconhecido.

“Sempre digo que quem espera um resul-tado diferente deve adotar uma conduta diferente. Não dá para esperar mudanças no final do processo fazendo sempre a mesma coisa. Por isso, as maiores inovações vêm das empre-sas menores, que têm menos ‘amarras’ e mais capacidade para inovar, por conta da liberdade que as pessoas têm lá dentro”, enfatiza Machado.

Mas, para quem é pequeno, o que não sobra é dinheiro. Por isso, os incentivos financeiros, por meio de projetos e editais, são impres-cindíveis. No ano passado, um importante avanço foi comemorado pelas organizações. Por meio do Tecnova – programa de fomento à inovação desenvolvido pela Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério de Ciência e Tecnologia (Finep), operado no Espírito Santo pelo Fundo de Amparo à Pesquisa no Espírito Santo (Fapes) – aplicou R$ 11,7 milhões em projetos capixabas. O valor é 86% do montante total disponibilizado, de R$ 13,5 milhões.

De acordo com relatório divulgado pela Finep em fevereiro deste ano, o Espírito Santo alcançou a meta de contratação do Tecnova. O objetivo, no lançamento do programa, era fornecer subsídio finan-ceiro para 40 projetos no Espírito Santo: 68 foram submetidos a avaliação, e 38 foram aceitos. O índice de contratação no Estado alcança 95%, muito superior à média nacional, de 48%. Aqui, o Tecnova já está encerrado, e as empresas têm dois anos para apresentar resultados, a partir da data de assinatura do contrato.

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226 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

ECONOMIA | QUÍMICA E EMBALAGENS

O ano foi de qualificação de mão de obra para as indústrias química e de embalagens no Espírito Santo.

Depois de experimentarem resultados pouco animadores em 2013, os dois setores fecharam parcerias em cursos de especialização de traba-lhadores, mesmo enfrentando um 2014 com cenário econômico praticamente idêntico.

A demanda por produtos químicos de uso indus-trial caiu 3,1% entre janeiro e maio deste ano, segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O noticiário sobre queda de procura e receita se tornou frequente para todo o segmento industrial em 2015, mas a situação da área química requer atenção especial: ela é a base da cadeia, atende a praticamente todos as demais atividades produtivas do Brasil e vive seu pior momento desde 1996.

No final de abril, a associação divul-gou o relatório de Utilização da Capacidade Instalada por Grupos de Produtos, que não

trouxe boas notícias. De acordo com o documento, a média de uso desse poten-cial pesquisado da indústria química atingiu o nível mais baixo de sua história, regis-trando 79% em 2014, índice mantido no primeiro semestre de 2015. O ideal, segundo especialistas, é que a planta funcione com, no mínimo, 87% de sua capacidade, de forma a estimular investimentos e encolher a frequência de paradas para manutenção, que geram custos adicionais.

No Espírito Santo, a indústria química atua, predominantemente, no setor de transformação. A produção de cosméticos, fertilizantes, tintas, saneantes e outros itens finais, também chamados de terceira geração, é impactada de forma ainda mais drástica pelo declínio no consumo interno. “A indústria de terceira geração fica entre o aumento repassado pelas indústrias de base, nossas fornecedoras, e o comerciante,

Indústria de transformados plásticos registrou retração

de -5,1% no primeiro bimestre de 2015.

Mais de 450 postos de trabalho foram fechados no

setor químico capixaba

Indústrias química e de transformados plásticos por um fioSetores registraram maior retração da história

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227ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

demanda, quando a economia se reaquecer e se estabilizar”, explicou Gasparini.

No Estado, o Sindiplast-ES tem sido parceiro das empresas no processo de “espera ativa”. No início do ano, a criação de um sistema de visitas de prospecção provocou uma revolução na rede de relacionamentos do setor, segundo o superintendente do sindicato, Agostinho Miranda Rocha. “Em uma visita, é possível identificar as necessidades e as potencialidades de cada empresa, e esse trabalho tem sido muito importante para estreitar relacionamentos em toda a cadeia”, afirmou.

Rocha explica que, a cada visita, quatro pontos são observados: a identificação das dificuldades do empresário, oferecendo consultorias e treina-mentos; a avaliação dos produtos e dos serviços disponíveis, promovendo um intercâmbio com outras empresas que podem se tornar clientes, fornecedores ou parceiros; o auxílio à adequação à política de logística reversa; e a apresentação de produtos e serviços acessíveis pelo Sistema Findes e úteis ao segmento.

Das 120 empresas do setor no Espírito Santo, 64 são associadas ao Sindiplast-ES e, destas, 47 são de micro e pequeno porte. Por isso, a priori-dade das visitas de prospecção é dar apoio aos investidores de menor porte. Entre os serviços oferecidos, um, em especial, tem gerado resulta-dos significativos.

Criada em 2012, a Escola Senai do Plástico, desenvolvida pelo Senai, oferece qualificação para trabalhadores da indústria de transformados plásti-cos. O objetivo para 2016 é abrir 800 vagas em cursos de aperfeiçoamento ou de habilitação técnica, a “menina dos olhos” da instituição.

“A Habilitação Técnica em Plástico forma sua primeira turma este ano; a segunda já está em andamento; e a terceira já é sucesso, com 220 pré-inscritos para 40 vagas. Com esse curso, estamos entrando na rota de capacitação para o setor no Brasil. Apenas nós e mais quatro unidades federativas oferecemos essa formação”, comemora Rocha, acrescentando que a modali-dade in company vai incrementar ainda mais a atuação da Escola Senai do Plástico no Espírito Santo: “Funciona como uma escola móvel, pois o treinamento é dado na própria empresa. Os funcionários são treinados nas rotinas opera-cionais de cada uma e recebem uma certificação”.

É a previsão de oferta da Escola do Plástico para 2016

800 vagas

nosso comprador, que não quer perder margem de lucro. Temos que reduzir nosso próprio faturamento para tentar equilibrar essa balança”, explica o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Químicos do Espírito Santo (Sindiquímicos), Elias Cucco Dias.

Segundo ele, só no campo de cosméticos, o recuo na expectativa de faturamento para 2015 gira em torno de 30%. Os estoques estão abarro-tados, porque não há saída de mercadorias. O reflexo disso é o desemprego. Desde o segundo semestre de 2014, mais de 450 traba-lhadores foram demitidos. O número repre-senta 30% da força de trabalho do setor.

EmbalagensOutro segmento de base que sofre com

a retração econômica é o de embalagens. De acordo com dados da Associação Brasi-leira da Indústria do Plástico (Abiplast), o primeiro bimestre de 2015 foi o pior dos últimos 47 anos, com retração de -5,1% na fabrica-ção de transformados plásticos e de -10,4% no faturamento real do setor, na comparação com o mesmo período de 2014.

No Espírito Santo, o Sindicato da Indústria de Materiais Plásticos (Sindiplast-ES) estima que a produção tenha sofrido queda de 10 a 15% no primeiro semestre de 2015, frente ao mesmo período do ano anterior.

“O mercado de transformados plásticos sempre está em ascensão, pela característica dos clientes que atendemos. Hoje, o plástico está presente em qualquer cadeia produtiva. Essa redução do início do ano é o claro reflexo da retração do mercado e um indicativo de que devemos nos manter em espera ativa”, explicou o presidente do Sindiplast-ES, Neviton Gaspa-rini, ecoando uma orientação dada pela Abiplast.

A “espera ativa” foi a sugestão enviada pela entidade a seus associados em circular divul-gada junto com o balanço do primeiro bimestre. A ação consiste em aproveitar o momento de baixa demanda para rever processos e investir em reorganização da linha de produção, obser-vando pontos específicos, como práticas de gestão de capital de giro, capital humano, investimen-tos, custos, concorrência, gestão de fornecedores e clientes, entre outros. “Dessa forma, a indús-tria estará pronta para atender a retomada de

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228 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

O ano da preservação e da consciência Ampliação de cobertura florestal e reuso da água são desafios em 2015

ECONOMIA | MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

E m 2015, a questão ambiental no Espírito Santo ganha destaque com os avanços na extensão verde e o fortalecimento

da política de recursos hídricos. O Governo do Estado, em seu Planejamento Estratégico, priorizou como meta a ampliação da cober-tura florestal em até 80 mil hectares até 2018, o que se caracteriza como um desafio, mas possível de ser alcançado. A ação faz parte do Programa Reflorestar, que tem como objetivo manter, recuperar e ampliar a vegetação no território capixaba, visando a garantir a dispo-nibilidade de água, a conservação do solo e a biodiversidade, criando ainda oportunidade de renda para os produtores rurais por meio do mecanismo de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).

A iniciativa é a contribuição do Espírito Santo para o Desafio 20x20, lançada por oito países da América Latina e do Caribe e que tem como alvo a reabilitação de 20 milhões de hectares de terras degradadas até 2020. Segundo a presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), Sueli Tonini, é algo que também se alinha ao Desafio de Bonn, que propõe a recuperação de 150 milhões de hectares em todo o mundo no mesmo período, e a outras medidas brasileiras, como o Pacto para a Mata Atlântica. “Assumir esse compromisso internacional destaca a capacidade do Estado de planejar ações em grande escala no campo da restauração florestal. Para o alcance dessas metas, o Reflorestar está entre as principais iniciativas do Governo”, disse ela.

Apenas para este ano, a previsão é de que 1.770 produtores rurais sejam atendidos, permitindo o início de práticas de plantio e/ou recuperação de cerca de 9.000 hectares de novas florestas a partir do próximo período de chuvas. Mais de 2.000 produtores rurais foram

cadastrados, e 1.160 hectares foram preser-vados ou restaurados. Para aplicação do PSA, são utilizados, entre outros, recursos prove-nientes dos royalties do petróleo e do gás. O Espírito Santo foi o primeiro Estado a insti-tuir o PSA como política pública, tornando-se referência em outros países.

Outra intervenção de sucesso é o Iema Online. Por meio dessa ferramenta, o empre-endedor capixaba pode obter via internet o Cadastro de Consultor, a Certidão Negativa de Débitos Ambientais e a Dispensa de Licen-ciamento Ambiental, além de realizar o Licen-ciamento Simplificado. Também é possível ter acesso à Licença Única para atividades como telefonia; coleta e transporte rodoviário de resíduos não perigosos; e translado rodovi-ário a granel de produtos perigosos, exceto material radioativo. Com o Iema Online, é executado ainda o atendimento às condi-cionantes das licenças ambientais emitidas por meio desse sistema. Já foram emitidos, desde sua implementação, em 2013, mais de 6,9 mil documentos.

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229ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Combate ao desperdício de águaEm tempos de grave crise hídrica no país,

entidades e conselhos também debatem formas de promover a economia e a reutilização da água, um recurso natural de extremo valor. Na Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), as pautas ligadas à área ambiental são tratadas, em sua maioria, nas reuniões do Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma), que acontecem geralmente uma vez por mês. O grupo discute e propõe soluções e alternativas para os diversos temas, além de idealizar eventos informativos e de conscien-tização. Envolver as indústrias no debate é de vital importância, uma vez que a indústria nacional consome cerca de 17% dos 2,3 milhões de litros de água retirados por segundo dos rios.

Em junho, o Consuma realizou dois módulos do seminário “Cenários para o Reúso de Água nas Indústrias do Espírito Santo”, com parti-cipação de representantes do setor e de órgãos do Governo, como a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh)

e a Companhia Espírito Santense de Sanea-mento (Cesan). No módulo I, foram aborda-das as “Bases Legais do Reúso”, com palestras de um advogado da Confederação Nacional da Indústria (CNI) especialista no assunto e de um colaborador da Cesan. Já no módulo II foram apresentados cinco casos de sucesso em reúso de água nas indústrias do Espírito Santo, de Minas Gerais e de São Paulo. Também houve uma palestra da Agerh sobre o atual cenário da escassez hídrica no Espírito Santo.

Para o presidente do Consuma, Wilmar Barros Barbosa, o cenário preocupa, mas as empresas capixabas têm se empenhado em fazer a sua parte. “A indústria não só utiliza a água para diversas finalidades, como procura devolver para a natureza esse volume em condições ainda melhores do que as registra-das no momento da captação. Mas quando se fala em reúso, não há uma regulamentação. Por isso, começamos no Consuma um trabalho de conhecimento sobre esse processo e como ele pode ser aplicado para que uma empresa não sofra problemas futuros. A maioria das indústrias tem estações de tratamento de água, ao contrário da agricultura, por exemplo, que utiliza a água bruta, sem tratamento. Muitos processos produtivos permitem o reúso, basta saber como empregá-lo para ter bons resultados”, afirmou.

A presidente do Iema concorda com Barbosa sobre o engajamento da indústria capixaba na preservação dos recursos minerais. “É crescente a sensibilidade do setor empreende-dor sobre a manutenção da qualidade ambien-tal para a sustentabilidade de seus negócios. Percebemos maior preocupação no investimento em novas tecnologias e na adoção de práticas mais amigáveis ao meio ambiente. Passamos por um período de alerta, em função da longa estiagem, e o setor industrial tem contribuído com o reúso e também por meio de discus-sões para a busca de alternativas à escassez hídrica”, falou. O período complicado ainda não passou, e o ano de 2015 deixa para a socie-dade a lição de que é preciso saber consumir, para não faltar em um futuro próximo.

Programa Reflorestar tem o objetivo de

manter, recuperar e ampliar a cobertura

verde no Estado

De hectares de terras serão degradados até 2020

20 milhões

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230 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Indústria criativa injeta R$ 2,1 bilhões na economia capixabaO valor aplicado representou, no ano de 2013, uma participação de 1,9% no PIB do Estado

ECONOMIA | INDÚSTRIA CRIATIVA

N o Brasil, o mercado de trabalho das indústrias criativas, as que têm origem na criatividade, na capacidade

e no talento individual, cresceu 90% entre 2004 e 2013 – bem acima do avanço de 56% do mercado de trabalho nacional no período – e hoje reúne 251 mil empresas e 892,5 mil profissionais formais.

Com base na massa salarial desses negócios, estima-se que no país essa atividade gere um Produto Interno Bruto (PIB) equivalente a R$ 126 bilhões, que representam uma partici-pação de 2,6% nesse indicador do crescimento nacional em 2013, frente a 2,1% em 2004. Os dados são do Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil, realizado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), relativo de 2013.

No Espírito Santo, apenas o núcleo criativo movimentou R$ 2,1 bilhões naquele ano, um acrés-cimo de 31% em relação a 2012 (R$ 1,6 bilhão), com uma participação no PIB estadual de 1,9%. Mas se considerados todos os elos da indústria criativa, que inclui as atividades relacionadas e de apoio, a cifra chega a R$ 20,5 bilhões no período. O mercado capixaba é composto por 7.112 empresas e 90,9 mil profissionais formais em toda a cadeia, de acordo com o Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo (Ideies).

Os salários da indústria criativa chegam a quase três vezes a média do setor geral brasi-leira. Enquanto nesta o trabalhador recebe em média pouco mais de R$ 2 mil, naquela o ganho médio supera os R$ 5,4 mil mensais. O Espírito Santo ocupa o 7º lugar no ranking da remuneração média mensal, com um salário de R$ 4,87 mil, segundo o estudo da Firjan. “No mundo corporativo, os produtos, os serviços

e as ideias gerados pela criatividade podem até ser copiados, mas a fonte dessas ideias – no caso, o profissional criativo –, não. Como é a criatividade que gera valor e dá vantagem competitiva para as empresas, os profissionais são valorizados pelo mercado”, explica o diretor-executivo do Ideies e consultor do Comitê para Desenvolvimento da Indústria Criativa do Sistema Findes, Antonio Fernando Doria Porto.

Estratégias de articulaçãoAinda que a indústria criativa movimente

capital, várias ações vêm sendo articuladas pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) para estabelecer novas estratégias junto às empresas e torná-las mais competiti-vas no mercado, principalmente nestes tempos de crise econômica. “Embora as indústrias criativas estejam crescendo no Espírito Santo, é necessário promover outras atuações, como uma maior articulação entre o setor público e a iniciativa privada”, afirmou Dória Porto.

Em 2012, foi criado o Comitê para Desen-volvimento da Indústria Criativa do Sistema

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231ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Findes e firmado um convênio com o Sebrae-ES para elaborar uma metodologia que articu-lasse a indústria criativa com a tradicional, envolvendo as micro e pequenas empresas. Inicialmente, os setores que tiveram uma atenção especial foram os de confecções, móveis e rochas ornamentais. “Trabalhamos com 10 empre-sas, e o programa piloto, que durou dois anos, teve como objetivo integrar todos os envolvi-dos que participavam do processo de opera-ções inicial e final na empresa, desde o setor de criação e a linha de produção até a venda. Para passar da teoria à prática, incluímos mais um módulo para fazer o acompanhamento e prestar consultorias para o projeto se consolidar. Muitos paradigmas foram quebrados, e as compa-nhias entenderam que a criatividade propor-ciona um melhor clima nos ambientes fabris, gera mais riqueza e maior qualidade de vida”, diz o presidente do Comitê do Sistema Findes, José Carlos Bergamin. Agora, a metodologia será apresentada ao Sebrae Nacional para que possa ser adotada em outros Estados, e a Findes ainda pretende aplicá-la nos médios e nos grandes empreendimentos.

Poder público x iniciativa privadaUm setor que vem tendo atenção especial

no Estado é o do vestuário, para o qual várias estratégias de agregação de valor foram adota-das, como a implantação do Senai Centro-moda em Colatina, em 2014. Até 2016, a meta é inaugurar também a unidade de Aracás, em Vila Velha. “Muito mais do que uma escola de formação e de laboratórios de pesquisa, será um local apropriado de vivência para promover ideias criativas e modernizar a indús-tria local”, explica Bergamin. Segundo ele, o foco agora será fortalecer os processos criativos e as marcas das indústrias que participam do Vitória Moda, evento promovido pelo Sistema Findes, Câmara do Vestuário e Sebrae-ES, que este ano teve a sua 8ª edição, com parti-cipação de 19 marcas nas passarelas, Salão da Economia Criativa, mostra dos produtos e serviços de 112 expositores e feira de negócios, movimentando cerca de R$ 14 milhões.

Além desses projetos, o Comitê passou a se alinhar com outros órgãos capixabas que desenvolvem iniciativas relacionadas à economia criativa. Em 2013, nasceu o Vitória Criativa, uma parceria entre Sistema Findes, Prefeitura de Vitória (secretarias de Turismo, Trabalho e Renda e de Cultura), Companhia de Desen-volvimento de Vitória (CDV) e Sebrae-ES. O objetivo é mapear ações, capacitar profissio-nais e intermediar o diálogo entre integrantes do setor que desenvolvem produtos e servi-ços tendo a criatividade como matéria-prima.

Em 2015, em junho, a Findes criou o Conse-lho Temático de Economia Criativa (Conect), cuja finalidade principal é tentar articular todas as instituições da Grande Vitória que integram ou apoiam a economia criativa, para que elas se fortaleçam e dialoguem entre si. “O Conect buscará se consolidar como o ambiente apropriado de formulação, promoção, difusão e articulação de fomento dessa nova economia no Espírito Santo, identi-ficando as vocações para estabelecer o planeja-mento do setor”, explica José Carlos Bergamin. Novos campos também estão se organizando para um maior fortalecimento, caso do Sindi-cato da Indústria Cinematográfica do Espírito Santo (Sinaes), criado em abril deste ano, e do setor de joias, que está em fase de prepa-rativos para a sua sindicalização.

O mercado capixaba é composto por 7.112 empresas

e 90,9 mil profissionais formais em toda a cadeia da

indústria criativa

Foi o PIB estimado para a indústria criativa no Brasil em 2013

R$ 126 bi

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Chave para o turismo crescer está em estrutura Investimentos em infraestrutura, diversidade geográfica e cultural e proximidade com os grandes centros do país são pontos fortes para o turismo capixaba vencer a crise

ECONOMIA | TURISMO

P rivilegiado por ter geografia, história e culturas tão diversificadas, o Espírito Santo chega a 2015 apresentando

belezas naturais aliadas a infraestrutura que colocam algumas de suas cidades em destaque nacional e internacional. A capital, Vitória, por exemplo, foi recentemente apontada por uma pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU) como a segunda melhor cidade do litoral brasileiro para se viver, ficando atrás somente de Florianópolis (SC). Com praias e montanhas tão próximas, o turismo de lazer, que já era uma das marcas capixabas, ganhou o reforço do turismo de negócios, ocasionado pelos inves-timentos anunciados por grandes empresas nos últimos anos.

No entanto, o Brasil atravessa uma crise econô-mica, e seus efeitos se fazem sentir também nessa atividade em todos os estados. Segundo o presi-dente do Espírito Santo Convention & Visitors Bureau (ESC&VB), Alfonso Silva, como em todo setor econômico, o turismo de eventos e negócios local teve uma baixa substancial em virtude das adversidades que afetam todo o país. De acordo com ele, alguns congressos, feiras e exposições foram remanejados no calendário de 2015; outros acabaram cancelados. Mas Silva é otimista. “O segmento é resiliente. Mantendo o nosso foco no desenvolvimento da sociedade, conseguimos captar eventos para 2016/2017 e até para 2019, tendo em vista que os eventos técnico-científicos são fixos e as entidades os realizam independen-temente da crise. Sendo assim, o ESC&VB, junta-mente com o trade turístico capixaba, se empenha em realizar várias ações que mostrem à cadeia produtiva do turismo de eventos, em sua totali-

dade, que é preciso acreditar no trabalho feito e que a crise é um momento pontual pelo qual passamos. Creio que, mantendo essa visão, em breve o mercado será aquecido, e teremos vários eventos acontecendo”, falou ele.

Ainda na visão do presidente, para fazer o Estado continuar avançando neste momento, a Fundação Espírito Santo Turismo & Eventos trabalha para uma estruturação geral da área. Isso pode ser notado em projetos como a implantação de postos de informações turís-ticas na Grande Vitória; no selo “Autêntica Moqueca Capixaba”; na expansão para o mundo mobile (desenvolvendo um aplica-

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233ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

tivo que oferece informações sobre o Estado); na elaboração de um documento conjunto com o trade para direcionamento de ações para forta-lecimento do turismo; na articulação, junto à região metropolitana, para divulgação e atração de eventos em conjunto; e na participação em eventos nacionais e internacionais para capta-ção de segmentos afins, principalmente os de lazer e de pesca oceânica.

Para o secretário de Estado de Turismo, José Sales, o segmento de negócios, que começou a ser alvo de um trabalho mais intenso no Estado em 1997, com a criação do ESC&VB, tem grande relevância no turismo do Espírito Santo.

“É um dos mais significativos em termos de fluxo de capital e, além da movimentação dos eventos, aumenta o gasto médio por dia do turista. Para os próximos anos, buscamos uma maior colaboração entre a Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e o ES Convention&Visitors Bureau, com o intuito de captar mais eventos para o Estado, especialmente aqueles que abrangem mercados de nicho, como o Avistar - Encontro Brasileiro de Obser-vação de Aves, que aconteceu em outubro deste ano”, frisou.

Números do setorA Setur está se reorganizando e se articulando

com os agentes envolvidos em busca de parcerias e colaboradores, para que a estrutura capixaba esteja preparada para atender à demanda turística de forma adequada e qualificada. De acordo com Sales, os números são expressivos. Os empre-gos entre 2006 e 2013 cresceram 30%, e o fluxo anual estimado em 2014 foi de 3,6 milhões de visitantes. Dos 1,7 milhão de desembarques de passageiros no Aeroporto de Vitória, cerca de 38% (ou 670 mil) foram de turistas. Os mineiros são os que mais viajam para cá (31%). Capixabas de outras partes somam 27%, contra 14% vindos do Rio de Janeiro, 10% de São Paulo e 5% da Bahia. Estrangeiros ficam na casa dos 2%, e pessoas outros estados atingem os 11%.

Turistas podem aproveitar as belezas

do Espírito Santo

Foram investidos no turismo capixaba, desde 2011

R$ 400 milhões

Turismo no Espírito Santo

Confira os principais destinos de quem chega ao Espírito Santo:

Município %

Vitória 19%

Guarapari 14%

Vila Velha 12%

Serra 8%

São Mateus 6%

Marataízes 5%

Conceição da Barra 4%

Anchieta 3%

Aracruz 3%

Domingos Martins 3%

Outros destinos 23%

Fonte: Setur

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234 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

O orçamento da Secretaria para 2015 é de pouco mais de R$ 10 milhões em recursos próprios, que serão importantes para diversos projetos em desenvolvimento. Um exemplo é o lançamento de um novo portal do turismo. “A ideia é fomentar nossas ações através do portal, uma vez que o website é o primeiro contato que o turista tem com nosso Estado. A página será dinâmica e de fácil interação”, explicou o secretário.

Outro projeto é a volta dos cruzeiros marítimos para Vitória. A Setur já está em articulação com a Prefeitura de Vitória e a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) para que as embarcações voltem a ter como destino a capital. De grande importância para a economia capixaba, a passagem dos navios pelo município movimenta 53 atividades, sendo que cerca de 10% dos passageiros procu-ram conhecer as atrações turísticas locais e outra parcela circula nos arredores da embarcação. Sales também aponta a necessidade de se traba-lhar nichos de mercado, como eventos de pesca oceânica e turismo de aventura.

Além disso, o secretário destaca a atuação em cooperação com a Seama e o Iema, para poder operar os cinco parques estaduais: Pedra Azul, Forno Grande, Cachoeira da Fumaça, Paulo Cesar Vinha e Itaúnas. “O objetivo é poder viabilizar a visitação constante, implantando

a estrutura adequada, para que o turista possa explorar esses destinos naturais com segurança e conforto, sem perder o foco na preservação do meio ambiente”.

Jogos Olímpicos de 2016Assim como aconteceu no ano passado,

quando foi realizada no país a Copa do Mundo de futebol, o Brasil voltará a atrair os olhos de todo o planeta por conta de outro evento esportivo de grande mobilização: os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. E até pela proximidade, o Espírito Santo já se prepara para esse acontecimento. “Partici-par de um evento internacional é sempre uma experiência positiva. Mesmo não tendo sido uma das sedes oficiais da Copa do Mundo, o Espírito Santo teve a oportunidade de hospedar duas delegações, Camarões e Austrália. Isso colocou o Estado na mídia, especialmente na dos respectivos países, trazendo mais visibilidade para os atrati-vos capixabas. Os Jogos Olímpicos são diferentes da Copa do Mundo, pois têm como sede apenas um local. O Espírito Santo pode aproveitar o evento para trazer delegações para treinarem aqui antes das competições e também buscar destaque na mídia para atrair esses turistas, levando em conta que estamos próximos à sede, o que nos torna competitivos em relação a outros destinos”, disse Sales.

Na avaliação de Alfonso Silva, do ESC&VB, é possível ganhar visibilidade com os Jogos. “Vitória está entre as cidades que irão protago-nizar o percurso da tocha olímpica. O Brasil entrou na rota de grandes eventos esportivos, e o Espírito Santo precisa acompanhar esse ritmo. Temos uma ótima rede hoteleira, atrativos turís-ticos de porte, gastronomia, mas precisamos reforçar a infraestrutura. Basta olharmos para os estados que sediaram os jogos da Copa: todos possuem estruturas capazes de receber eventos internacionais de longa temporada, incluindo aeroportos. O Espírito Santo ainda enfrenta especulações acerca da retomada das obras do Aeroporto Eurico Salles”. É um cenário que, segundo o presidente da entidade, deixa claro que o Espírito Santo precisa apertar o passo e investir, alcançando a estrutura necessária para receber mais público nacional e estrangeiro.

O Estado enfrenta especulações acerca da retomada das obras do Aeroporto Eurico Salles

ECONOMIA | TURISMO

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236 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

A retomada do crescimento

ARTIGO | DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL

A máxima de que não existe riqueza sem trabalho e produtividade ainda é verdadeira e atual. Precisamos nos reeducar para dar valor ao trabalho, reconhecer méritos naqueles que se

empenham e enaltecer os resultados desse esforço. Nunca seremos uma grande nação enquanto não atribuirmos à função do trabalho um valor acima de todas as outras que compõem a nossa sociedade.

O país encontra-se em estado de perple-xidade com a estagnação econômica. Na rea-lidade, ela vem contaminando a economia há alguns anos, fruto de nossa inépcia e da falta de interesse e disposição. Claro que a situação vinha se agravando, e as informações foram omitidas da população, mas só não enxergou quem não queria ver, era conveniente. Com isso, chegamos onde não acreditávamos chegar; agora precisamos agir, reorientar nosso pensamento e nossos valores. Não se faz justiça social submetendo todos ao estado de miséria.

Não é razoável pensar que podemos crescer com a burocracia infernal e a crise moral pelas quais passamos hoje. A regulamentação da ati-vidade produtiva existe em função desta, e não o contrário. Existem nações que retrocederam no nível de regulamentação após constatarem que estavam perdendo a produtividade e a com-petitividade, sem contar que aqui a regulamen-tação tem sido usada como cortina de fumaça para a corrupção. Todos os brasileiros conhecem a expressão “criar dificuldade para vender faci-lidade”; criam-se processos burocráticos desne-cessários pelos quais a sociedade como um todo tem que pagar taxas e mais taxas, onerando o valor dos nossos produtos e inviabilizando-os. A máxima também tem a sua versão oficiosa quando são exigidas contribuições das mais diversas para fazerem os processos andarem. Criam-se cada vez mais empecilhos burocráticos para impedir o desenvolvimento do trabalho e da produção, tudo em defesa do bem-estar social. Que defesa social é esta que coíbe o desenvol-vimento da atividade que gera riqueza e renda? Como vamos pagar pelo bem-estar se inviabi-lizamos a produção?

Como é possível uma empresa ser compe-titiva em um país onde são criadas 46 novas normas tributárias por dia? Onde cada um precisa em média atender a 3.207 normas? Onde se gastam 2.600 horas para preparar, registrar e

GIBSON BARCELOS REGGIANI é doutor em Engenharia de Produção, primeiro vice-presidente da Findes e diretor financeiro das Bebidas Reggiani

pagar tributos enquanto nos demais países consomem-se 227 horas? Onde os produtos saem 15,5% mais caros que os importados somente em função dessa carga tributária? Associado a isso, temos a maior carga tri-butária dos países que constituem os Brics (Brasil - 35,7%, Rússia - 23%, China - 20%, África do Sul - 18%, Índia - 13%), e o pior índice de retorno dos impostos, segundo ava-liação feita pelo Instituto Brasileiro de Plane-jamento e Tributação (IBPT). Enquanto essa taxa nos EUA chega a 165 pontos de retorno, o Brasil fica com apenas 135 pontos, atrás de nações vizinhas como Argentina e Uruguai.

Estamos com uma reforma tributária que não acontece. Se pelo menos concluíssemos a reforma do ICMS, já seria um grande avanço. Enquanto na Europa são simplificadas as bar-

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“No Brasil, os estados criam mecanismos em defesa de seu desenvolvimento e mercado, tornando o nosso sistema tributário uma colcha de retalhos incompreensível”

lação sobre a terceirização. Já transformaram o assunto, que é econômico-jurídico, em uma luta ideológica entre o trabalho e o capital. Nenhum jurista ou instituição que se diz con-trário ao projeto veio a público precisar exa-tamente onde o trabalhador perde. A bem da verdade, a proposta só veio trazer segurança jurídica às empresas e tratamento igualitário aos efetivos, já que a estes foram assegurados todos os direitos e garantias dadas aos efetivos das empresas contratantes. Não faz sentido nem é justo um país democrático tratar um terço de sua população trabalhadora de forma diferenciada, com menos direitos, como se fossem párias da sociedade.

Seria extremamente enfadonho e impro-dutivo fazer aqui um rol de todas as nossas mazelas e atos de insensatez, mas o fato é que o país precisa voltar a crescer e, para isso, vamos ter que retomar a agenda nada original de exigirmos um mínimo de princípios morais nas ações do Estado, constituído por todos os Poderes, mais racionalidade e simplicidade no sistema tributário nacional e nas relações do trabalho, maior eficácia no uso dos recursos públicos para ações estruturantes como edu-cação, saúde, infraestrutura e comunicação.

Precisamos retomar o crescimento. Para tanto, temos que aprender a discernir dentro da nossa sociedade quais são as cadeias de real valor, que geram riqueza e renda, e dá-lhes o devido importância.

Essa agenda e toda essa indignação de nada servirão se não praticarmos e exigirmos de todos mais civismo. Esse é o único sentimento que nos faz comportar como uma nação bra-sileira. Corremos o risco de nos defrontarmos, mais uma vez, com a diáspora brasileira da década perdida. Na época, muitos brasileiros foram obrigados a abandonar o país e a família em busca de trabalho no exterior. Uma geração que tanto se vangloriou de ter salvado o país da ditadura e de ter destituído um presi-dente corrupto não deve aceitar passivamente que o ônus da estagnação venha a ser pago pelas gerações que nos sucederão, principal-mente pelas camadas mais desfavorecidas de nossa sociedade.

reiras tributárias entre os países do bloco, visando à integração dos mercados, nós trilhamos o caminho inverso. No Brasil, os estados criam mecanismos em defesa de seu desenvolvimento e mercado, tornando o nosso sistema tributário uma colcha de retalho incompreensível.

Não bastasse a nossa complexidade tri-butária, temos ainda as nossas relações trabalhistas regidas por legislação muito desatualizada, com viés paternalista e ideológico. Nada pode ser mais antigo do que transformar as relações trabalhistas em luta de classes. Esse apelativo é um desserviço à nação e só atende aos interesses egoístas das forças retrógradas que insistem em manter os seus privilégios.

A exemplo do exposto, está em tramitação no Congresso Brasileiro uma proposta de legis-

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Mão de obra bem qualificada no ES: estamos capacitados?

ARTIGO | EDUCAÇÃO

É extremamente complexa a questão que envolve a boa qualificação profissional, que atenda às necessidades do mercado de consumo, pois sempre vamos depender

de conjunturas econômicas, sociais e políticas, além de pessoas interessadas e motivadas a trabalhar nesses cenários.

Minha vivência de mais de três décadas atuando principalmente no campo da edu-cação e estudando desde 2003 o desenvolvi-mento do nosso Estado permite relatar um movimento notável que experimentamos na busca da qualificação profissional.

Em 2006, quando a economia no mundo crescia de forma expressiva, nosso Estado, seguindo a esteira do desenvolvimento, clamava por mão de obra especializada, basi-camente de formação técnica. Os poucos profissionais existentes eram convidados, e pode-se dizer até disputados, por empresas para atender suas necessidades.

Diante desse quadro, um grupo de empre-sários preocupados com essa situação se mobi-lizou e contratou uma pesquisa para levantar as reais necessidades de formação profissional, de forma que atendessem à demanda cres-cente. O resultado revelou que, além das já conhecidas demandas nas áreas de tecnologia, saúde, educação e engenharias, pontualmente, ocupações ligadas ao trabalhador técnico em química, logística, mecânica, informática e metalurgia se destacaram como essenciais para as empresas.

Com o estudo em mãos, que informava a necessidade de um novo perfil profissional, imaginava-se que grande parte do problema estivesse resolvido, pois bastaria trazer as “escolas técnicas” e alinhar a formação às exi-gências do mercado de trabalho. Vale lembrar que na ocasião o Governo do Estado entendia a qualificação profissional como fator fun-damental ao nosso desenvolvimento e, para isso, estava disposto a criar programas e par-cerias que suprissem essas lacunas.

Todavia, ao levantar a oferta desses cursos, observou-se a não existência de alguns, como no caso dos cursos de química e logística.

ALEXANDRE NUNES THEODORO é superintendente institucional da Faesa

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“Mais uma vez o mundo mudou, e agora exige novas competências, habilidades e atitudes para o universo do trabalho”

Senai, Ifes, Governo do Estado e rede privada de ensino ofereciam outros cursos, que a prin-cípio não previam um crescimento na procura, portanto, com uma oferta insuficiente em relação à demanda. O Conselho Estadual de Educação elaborou, então, uma portaria per-mitindo que as instituições de ensino superior que dispunham do mesmo curso na moda-lidade bacharelado pudessem agora oferecer o profissionalizante, ampliando a presença de cursos técnicos alinhados à demanda do setor produtivo.

Tudo parecia estar pronto: estratégia montada para responder à formação profis-sional em um cenário de oferta adequada à demanda. O próximo passo seria realizar ações de publicidade para dar visibilidade e esperar os alunos aparecerem. Entretanto, não foi bem isso o que ocorreu. Uma questão de ordem relacionada à condição social do pos-sível usuário ou beneficiário foi levantada. Como faríamos para estimular uma camada significativa da sociedade, formada, em sua maioria, por jovens que concluíram ou estavam concluindo o ensino médio em escolas públicas do Estado, a participar dessa grande oportu-nidade, que entendíamos como transformadora para as suas vidas?

A partir dessas inquietações, surgiu então um exitoso programa, o “Bolsa Sedu”, que viabilizou vagas nos cursos técnicos com alta demanda para alunos egressos de colégios públicos, permitindo a inclusão de jovens nas oportunidades geradas pelo crescimento eco-nômico acelerado da época. A oferta dos cursos profissionalizantes alinhados ao mercado de trabalho fora ampliada, contando agora com a participação de Senai, Ifes e Sedu e da rede particular de ensino.

O modelo planejado, construído e aplicado envolvendo demanda, oferta e inclusão social proporcionou que nosso Estado organizasse e avançasse na formação profissional de maneira firme e segura até os dias de hoje.

O exemplo dado nesse relato mostra que temos no Estado do Espírito Santo um ambiente

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propício, positivo, harmônico e transparente que nos permite inovar e construir juntos – governo e sociedade – formas diferenciadas de resolver os problemas que se apresentam.

Olhando para essa experiência e conside-rando o cenário atual, podemos dizer que mais uma vez o mundo mudou, radical e rapida-mente; entrou em crise, e agora exige novas competências, habilidades e atitudes para o dia a dia do universo do trabalho e a formação qualificada, cada vez mais requerida.

Elementos formadores do profissional capacitado para o mercado

Se os desafios continuam, a falta da mão de obra capacitada também. Cabe-nos mini-mizar seus impactos inovando mais uma vez com uma modelagem perfeitamente viável e adaptável ao que vivemos.

Podemos olhar os investimentos públicos e privados previstos até 2019, publicados recente-mente pelo Instituto Jones Santos Neves (IJSN), que representam uma carteira de mais de R$ 80 bilhões, e mergulhar no detalhe de cada aporte com um levantamento rigoroso junto às empresas, identificando suas demandas atuais e futuras em todos os níveis de formação. Com essas informações, é possível estruturar um banco de dados e receber naturalmente os novos investimentos e a mesma lógica de necessidade de instrução.

Com essa estratégia – que não é simples, mas é perfeitamente possível –, construiremos mais uma vez um modelo que alinha a demanda à oferta, promovendo o empreendedorismo, a formação de qualidade, o desenvolvimento econômico, a inclusão social e, acima de tudo, o sucesso pessoal e profissional para os que ingressam ou se encontram no mercado de trabalho.

BANCO DE DADOS Políticas de inclusão

Demanda das empresas

Instituições formadoras

Novos investimentos

Informações para qualificação de pessoas alinhadas às necessidades do mercado de trabalho

Perfil profissional

ARTIGO | EDUCAÇÃO

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Panorama energético no Estado em tempos difíceis

ARTIGO | ENERGIA E INFRAESTRUTURA

O Espírito Santo é suprido atualmente por seis linhas de transmissão (LTs) integradas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O sistema é formado por uma linha de

500 kV, três em 345 kV, duas em 230 kV e um circuito duplo em 138 kV, além do parque gerador, composto por 56 empreendimentos, totalizando 1.539 MW de capacidade instalada, sendo 48,5% provenientes de fontes renováveis.

Conforme os dados apresentados no Balanço Energético Estadual 2014, a oferta interna de geração, considerando os autoprodutores, atende a cerca de 48% da demanda, e 52% da energia con-sumida são importados do SIN, o que aponta a dependência capixaba frente às LTs que o ligam ao sistema. Cabe ressaltar ainda a importância dos autoprodutores, responsáveis por suprir 21% da oferta de ele-tricidade, o que coloca o Espírito Santo entre os estados com o maior percentual de geração própria no Brasil.

A energia importada e gerada é distri-buída pelas duas concessionárias do Estado, EDP Escelsa e Empresa de Luz e Força Santa Maria - ELFSM. A área de concessão da EDP Escelsa abrange 89,5% do território capixaba, cobrindo totalmente 67 muni-cípios e parcialmente o território de mais três cidades. A companhia é responsável por 95% da energia distribuída no ES. Os segmentos mais representativos na área de sua operação são o industrial (49%) e o residencial (21%).

Já a ELFSM atua em 10,5% do território capixaba, cobrindo integralmente oito muni-cípios, além de parte do território de mais três. As classes mais atendidas são a prin-cípio rural (32%) e a residencial (24%).

O setor elétrico brasileiro sofreu profundas alterações nas últimas décadas, sobretudo a partir de 1995, com a criação da Lei das Concessões, quando ocorreu a privatização de diversas empresas estatais de geração, dis-tribuição e transmissão de energia elétrica, inclusive da EDP Escelsa, principal respon-sável pela distribuição no Espírito Santo.

HENRIQUE MELLO DE MORAES é diretor-geral da Agência Estadual de Serviços Públicos de Energia (Aspe)

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243ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

"Os consumidores, a fim de amenizar o impacto, podem optar por medidas de eficiência e gestão energética"

Para organização e expansão do setor, foram criados vários agentes, destacando-se a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão regulador e fiscalizador; a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), entidade respon-sável pelo planejamento do segmento em longo prazo; o Operador Nacional do Sistema (ONS) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

O ONS é o órgão encarregado da coorde-nação e do controle da operação das instalações de geração e transmissão no SIN, e a CCEE viabiliza as atividades de compra e venda de energia no país. Essas instituições, a princípio criadas como organismos neutros, na prática acabam refletindo decisões de governo.

Frente à dificuldade no licenciamento e na implantação de hidrelétricas com capacidade de regularização e à facilidade e à rapidez de instalações de termelétricas, a matriz ener-gética brasileira vem se alterando ao longo dos últimos anos. Segundo dados apresen-tados pelo Balanço Energético Nacional, em 1995 a geração hidrelétrica correspondia a 92% da matriz; em 2014, representava 63%. Já a produção por outras fontes, principal-mente termelétricas, que resulta em energia a custos mais elevados, nos últimos 20 anos saltou de 8% para 37% de participação na matriz geradora.

A última importante alteração no modelo do setor elétrico brasileiro foi a Medida Pro-visória nº 579, de 11 de setembro de 2012, convertida na Lei nº 12.783/2013. A regra renovou antecipadamente as concessões de empresas geradoras e transmissoras que ven-ceriam a partir de 2015, desde que aceitassem ter os preços definidos conforme as novas normas, visando, principalmente, à redução média de 20% nas tarifas de energia. A lei ainda reduziu alguns encargos e previu aportes do Tesouro para compensar essa baixa na conta de luz.

O grupo Eletrobras, controlado pelo Governo, naturalmente aderiu, porém empresas

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244 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

importantes do setor, como Copel, Cemig e Cesp, não optaram pela renovação antecipada. Com isso, além do sucesso parcial dos leilões realizados a fim de amenizar a situação de des-contratação involuntária das distribuidoras, estas passaram a adquirir, compulsoriamente, energia no mercado de curto prazo, a preços elevados, devido ao cenário hidrológico desfavorável e ao despacho mais intenso das termelétricas. O elevado acionamento de térmicas nesse período, inclusive as movidas a óleo, mais caras, fez com

que as distribuidoras tivessem que recorrer a empréstimos de bancos, via CCEE, com garantia de futuros aumentos nas tarifas.

Tudo isso elevou a tarifa média industrial dos consumidores cativos no Espírito Santo de cerca de R$ 264/MWh em maio de 2012 para R$ 408/MWh no mesmo mês em 2015. E, diante desse cenário e da expansão da participação de fontes mais caras na matriz geradora, as tarifas de energia tendem a continuar altas.

Os consumidores, a fim de amenizar o impacto, podem optar por medidas de eficiência e gestão energética. Tais ações incluem substituição de equipamentos, alteração de processos, revisão de contratos com a concessionária, cogeração, autoprodução ou até mesmo migração para o ambiente de contratação livre. Essas soluções, de curto e médio prazos, contribuem para a diminuição dos gastos com energia diante do atual cenário desfavorável.

ARTIGO | ENERGIA E INFRAESTRUTURA

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246 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

Crédito para a inovação

ARTIGO | INOVAÇÃO

E stamos vivendo uma realidade nacional desfavorável ao desenvolvimento capixaba em função das crises (econômica e política), corolários do esgotamento da política econômica

adotada após a crise de 2008 e da coalizão que comanda o Governo Federal. Este momento é um prato cheio para as previsões negativistas.

Em primeiro lugar, para entendermos melhor esse cenário, temos que compre-ender a natureza da crise e como ela mexe nos mercados. As disfunções estruturais do Estado brasileiro, refletidas no chamado “custo Brasil”, agravaram-se a ponto de comprometer não apenas a competiti-vidade e o crescimento da economia em padrões internacionais, como também a própria estabilidade macroeconômica.

Neste momento, um dos elementos centrais da crise é a desvalorização da nossa moeda. Hoje, o mercado financeiro trabalha para chegar ao final do ano com o dólar por volta de R$ 3,80, com uma tendência a continuar desvalorizando. Isso muda os preços relativos aos pro-dutos importados, que ficam mais caros.

Em uma primeira análise, essa situação poderia ser encarada de maneira pessimista. Entretanto, podemos ter nas mãos uma opor-tunidade. Porque, em um cenário de desva-lorização do real, exportar pode se tornar uma atividade bastante rentável. Eventu-almente, a nossa economia estadual, que antes não tinha como exportar certos pro-dutos, agora passa a vislumbrar uma saída.

Situação de crise traz aos olhos a neces-sidade de redução de custo e o aumento de eficiência nas empresas. E é exatamente nessa hora que precisamos mostrar capa-cidade de agir diferente, de mudar de estra-tégia, de aproveitar a agenda colocada pela crise para fazer o novo.

O Bandes está se reinventando para ser um banco de soluções para o desen-volvimento, ao lado dos empreendedores capixabas, das entidades empresariais, dos prefeitos e também das companhias de fora do Estado que queiram atuar em terras capixabas. É preciso identificar essas janelas de oportunidades de ganhar efici-ência e produtividade, conter desperdícios,

LUIZ PAULO VELLOZO LUCAS é diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes)

destravar obstáculos e eliminar burocracias, aproveitar mercados, inovar nas parcerias público-privadas e em modelagens criativas capazes de viabilizar operações e projetos.

É preciso capacidade para enxergar as oportunidades que a crise mostra –, por exemplo, na agenda ambiental. Gerenciar recursos hídricos, incentivar geração de energia com fontes alternativas e gestão de resíduos sólidos de forma mais eficiente. Ativos ambientais devem ser preservados ao

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“Inovar é sobreviver no mundo dos negócios de hoje. Quem não adota perde posição no mercado”

mora um quarto dos capixabas. Desenvolver envolve necessariamente buscar o equilíbrio regional e, para tanto, deve-se valer das pos-sibilidades abertas pela moderna tecnologia de informação e comunicação. Isso é desen-volvimento em rede. E isso é um trabalho a várias mãos.

Agora, não cabe mais “passar o pires”. Antiga-mente havia linhas subsidiadas, como o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), promovido pelo BNDES. Isso não existe mais. Agora, o investimento depende da captação de recursos privados. Existe muito dinheiro no mercado de capitais, que, no entanto, só vai para inves-timentos rentáveis. Por isso, agora cabe criar linhas de financiamento inovadoras, para que essas empresas que estão enfrentando este novo momento possam também criar formas de oti-mizar o seu processo produtivo, reduzir o des-perdício e aumentar a sua eficiência.

Inovar é sobreviver no mundo dos negócios de hoje. Quem não adota essa postura perde posição no mercado. E ino-vação não é invenção, como muita gente pensa. É um processo dentro de uma empresa que permite que se inove em produtos e em processos. Enfim, de certa maneira, todas as economias feitas são inovações, e toda novidade que altere o processo produtivo em prol de resultados é inovação.

O Bandes tem linhas muito favorecidas para a promoção da inovação nas empresas. Somos repassadores das linhas de crédito do BNDES e da Finep, dois atores importantíssimos nesse processo. E a grande novidade do momento são os fundos de investimento privado, os FIP, ou private equity, como também são conhecidos. Eles são gerenciados por bancos de investi-mento privado e funcionam como uma forma de participação acionária. Como instituição de desenvolvimento, somos cotistas do Criatec III, fundo organizado pelo BNDES, criado para apoiar empresas de tecnologia, como as startups.

As velhas estradas serão incapazes de nos ajudar a atravessar a crise e conquistar vitórias e avanços em nosso desenvolvimento. A boa notícia é que quem ousa fazer diferente sobrevive e chega à frente.

mesmo tempo em que são usados para gerar crescimento econômico e desenvolvimento humano. Essas devem ser as bases de atuação de agora em diante.

A economia criativa e a exportação para os Estados Unidos são também oportunidades que a crise não destrói, ao contrário, fortalece. Nesse sentido, é fundamental a promoção do ativismo com capilaridade, pelo desenvolvi-mento em direção aos municípios do interior, até os distritos e as comunidades rurais onde

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Resgate histórico do Espírito Santo: passado, presente e futuro da economia

ARTIGO | ECONOMIA

O Espírito Santo, relativamente pequeno em área geográfica, guarda uma história rica construída por pessoas das mais diversas origens étnicas e inseridas numa natureza também

marcada pela diversidade. Uma das primeiras capitanias da nova colônia portuguesa, então vasta em extensão e farta de recursos, foi perdendo partes consideráveis de seu território, se isolando e se empobrecendo economicamente. Os três primeiros séculos não tiveram expressividade econômica digna de registros.

Em meados do século XIX, o café surge como alternativa econômica. Desde então, a história econômica do Espírito Santo pode ser descrita em dois grandes ciclos – “passado” e “presente” –, encontrando-se em transição para um “futuro” já delimitado e depen-dendo da efetividade das ações para acelerar as mudanças desejadas.

O começo do primeiro ciclo foi formulado no contexto da atividade cafeeira, que se desenvolvia muito lentamente pela falta de mão de obra e de infraestrutura básica para o escoamento da produção pelo Estado. A visão de futuro começou a tomar forma no governo de Muniz Freire e consistia em assumir que o café poderia alavancar a eco-nomia precária do Espírito Santo. A política se traduzia em transformar Vitória na capital efetiva do Estado, passando por importantes mudanças urbanas e tornando-se sua principal praça comercial, por meio da construção de linhas férreas que convergiam para o porto. A imigração estrangeira seria a solução para a escassez de mão de obra.

O segundo ciclo se inicia no contexto do declínio da lavoura cafeeira – dado pelo esgota-mento das terras cultiváveis para o café, pelas recorrentes quedas periódicas dos seus preços internacionais e pela fraca capacidade de acu-mulação de riquezas –, ainda no governo de Jones dos Santos Neves, no começo dos anos 1950, quando se formulam novos caminhos para o desenvolvimento estadual pela via da industrialização. De certa forma, sua imple-

ANGELA MARIA MORANDI é professora aposentada do Departamento de Economia da Ufes

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“Sempre é bom ressaltar que o Espírito Santo tem histórico positivo em sua capacidade de superar crises”

mentação foi acelerada, em meados dos anos 1960, com a política nacional de erradicação dos cafezais, com efeitos expressivos no Espírito Santo.

A tentativa de buscar novas oportunidades contou com forte presença do Estado, que pro-moveu uma reformulação radical no aparelho governamental e criou instituições voltadas para a política de incentivos fiscais e finan-ceiros, como apoio à instalação de plantas industriais ligadas aos setores tradicionais. No entanto, não foi suficiente para um salto qualitativo na economia.

A demarragem decisiva para o segundo ciclo se deu com a inauguração do Porto de Tubarão e seus desdobramentos, quando a economia ganha nova dimensão e outra escala, atraindo os investimentos industriais exportadores – CST, Aracruz Celulose, Samarco e usinas de pelotização da CVRD. Esses grandes projetos induziram o surgimento de novas atividades e alavancaram as existentes, tendo como resultado uma sociedade com padrões mais cosmopolitas. A expressividade das mudanças é constatada pela evolução da participação do crescimento estadual industrial no PIB total, de 5,3%, em 1960, para 37,1%, em 2000; e pela velocidade da taxa de urbanização da população, de 28,4% para 79,5%, no mesmo período.

Como decorrência, o elevado grau de abertura ao comércio exterior coloca a economia capixaba mais suscetível a acontecimentos no cenário internacional. A pauta de exportação tende a manter-se baseada em poucos produtos, de menor valor agregado, a partir de um reduzido número de empresas com seus portos especiali-zados. São características que impõem desafios de se posicionar de forma crescentemente com-petitiva para não cair no decrescimento e até no isolamento. Em contrapartida, colocam a economia diante de um leque maior de opor-tunidades. A dinâmica do Espírito Santo deve

Foto Arquivo Público/ES

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ser fundamentada em “crescer para fora, para se desenvolver para dentro”, o que obriga o cons-tante enfrentamento da concorrência externa, nacional e internacional.

A necessidade para o ingresso no terceiro ciclo foi sentida em meados dos anos 2000, quando instituições públicas e privadas promo-veram um longo debate para a definição de um planejamento de longo prazo para a sociedade capixaba. Nascia o ES 2025, recentemente revisto e atualizado pelo ES 2030, cuja visão de futuro, “Estado inovador, dinâmico e sustentável”, pretende inserir o Espírito Santo definitivamente na era do conhecimento e atingir os objetivos do desenvolvimento: qualidade de vida, maior competitividade, igualdade de oportunidades e identidade e imagem fortalecidas.

A nova agenda para a infraestrutura inclui o conceito de “plataforma logística”. Mais que uma plataforma de oferta, deve-se buscar a estruturação de uma base de transformação, con-cebendo uma estrutura produtiva de oferta mais

complexa, articulada, sofisticada e com grande potencial de funcionar também como plata-forma de demanda.

A educação deve atingir patamares superiores de conhecimento, desenvolvendo capital humano, pesquisa e experimentação e alcançando as fron-teiras do conhecimento científico e tecnológico. A habilidade de adquirir e agregar novas com-petências é crucial para o desempenho de indi-víduos, empresas, regiões e países.

No campo da ciência, da tecnologia e da inovação são primordiais os avanços contínuos nos setores tradicionais para agregação de valor às cadeias, bem como o apoio às empresas inovadoras. Além disso, a crescente impor-tância do meio ambiente abre um novo leque de oportunidades.

As desigualdades regionais, sobretudo as relativas às diferenças de oportunidade de acesso à riqueza e dos resultados do progresso, devem ser tratadas no âmbito estadual e indí-viduos na dinâmica da inserção competitiva nos mercados nacional e internacional. A consoli-dação de uma rede de cidades hierarquizada é fundamental para atender toda população estadual nos serviços pessoais básicos e especiali-zados, como saúde e educação técnica e superior, no comércio diversificado, e para ampliar a competitividade dos espaços urbanos.

Ao longo de sua história, os capixabas foram confrontados, em momentos críticos, por fatores exógenos e alheios à sua dinâmica interna, sem que estivessem organizados e preparados para enfrentá-los. Porém, no decurso da absorção dos novos determinantes, foi possível tomar as rédeas dos acontecimentos, organizar as forças políticas internas, enfrentar os desafios e criar alter-nativas que produziram resultados e mudanças de rumo da economia e da sociedade. Sempre é bom ressaltar que o Espírito Santo tem his-tórico positivo em sua capacidade de superar crises. Esse legado nos impele a buscar caminhos que levam a posições cada vez mais destacadas de desenvolvimento. Lembrando Beto Guedes, “a lição sabemos de cor, só nos resta aprender”.

ARTIGO | ECONOMIA

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O amor funciona na vida corporativa?

ARTIGO | GESTÃO DE PESSOAS

A capacidade de liderar é um dos atributos que mais farão diferença na jornada de um profissional. Trata-se de uma das virtudes mais desejadas no mercado de trabalho atual,

no qual as empresas já perceberam a vantagem de se ter um time coeso e motivado. A habilidade gerencial tem vários detalhes, mas nenhum é mais importante do que a liderança. Logo, se em algum ponto lhe falta capacidade gerencial, isso é suprido pela equipe.

Uma das características dos grandes líderes é a aptidão de pensar mais no bem da equipe e da empresa ou instituição do que apenas em si mesmo. E se preocupar mais com os outros do que consigo tem um nome: amar. Claro que a palavra amor parece fora de contexto em um mercado tão competitivo e onde se fala tanto em resultados, números, Ebitda etc. Contudo, por mais que citar esse sentimento pareça brega ou até loucura, um estudo sério da forma de agir dos grandes líderes políticos e empresariais irá revelar uma atuação com valores como amor, serviço, visão, altruísmo e generosidade. A conclusão pode ser incômoda ou até assustadora, mas é correta: amar e servir fazem diferença.

Tenho obtido resultados acima da média utilizando os conceitos que aqui exponho. Eles funcionaram na minha carreira como concurseiro, como juiz federal e também como palestrante. Serviram também nas minhas experiências na iniciativa privada e enquadram-se até mesmo em um ambiente com menos ferramentas de moti-vação, como é o caso do serviço público. A 4ª Vara Federal de Niterói, a qual tenho o orgulho de liderar, tem sido a primeira colocada desde que a Corregedoria do Tri-bunal (TRF2) começou a publicar o ranking de produtividade. Mesmo tendo igualdade de meios de produção, rendemos ao menos 30% acima da média. Como tudo isso ocorre? Seguimos bons princípios e temos diversos líderes na equipe.

Liderança, nesse cenário, tem a ver com a capacidade de tratar bem o próximo e servir. Liderar é muito mais do que simplesmente comandar, ditando ordens a torto e a direito

WILLIAM DOUGLAS é juiz federal em Niterói/RJ, professor universitário e escritor

e pressionando ou ameaçando a todos. A liderança mais eficaz é a que inspira, e ela é o que mais falta nas empresas e no serviço público nos dias atuais.

Na história, temos alguns exemplos relevantes no que diz respeito a essa frente amorosa e de serviço. Quem diria que Gandhi daria conta de protagonizar a independência da Índia? Sem tiros, tanques ou canhões, ele suplantou o Exército inglês. Inspirado em Gandhi, o pastor batista norte-americano Martin Luther King Jr. empreendeu idêntica jornada para acabar com a segregação racial nos Estados Unidos. A CIA, o FBI e todo o aparato militar e policial da América não puderam impedir as marchas e as vitórias de um povo oprimido que, sem violência, mas com amor, disse que era hora de mudanças. O discurso do amor e da solida-riedade apareceu e venceu inimigos poderosos.

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“Uma das características dos grandes líderes é a aptidão de pensar mais no bem da equipe e da empresa ou instituição do que apenas em si mesmo”

Ser um líder servidor, ao contrário do que se possa imaginar, não é algo destinado a alguns poucos mais evoluídos. Servir ao próximo é o ponto de partida essencial para qualquer relação pessoal ou no mundo corporativo.

As características de um líder cobiçado pelo mercado passam por interessar-se genuinamente pelas pessoas; não se ofender com facilidade e saber perdoar quando necessário; não subestimar os outros, ser paciente, evitar apontar erros de forma humi-lhante, não ser egoísta, preocupar-se com as pessoas mais do que com o dinheiro e manter elevado o espírito da equipe. Outra atitude a ser desenvolvida é saber reconhecer e compartilhar os louros do êxito com a equipe e estabelecer uma relação de con-fiança mútua. Por fim, se fôssemos resumir tudo, o conselho seria: “trate o próximo como gostaria de ser tratado”.

Alguém que alcança esse patamar dispõe de qualidades apreciadas por todos. Isso afetará seus negócios e sua família. Quem não gostaria de tra-balhar, ser sócio, comprar um produto dessa pessoa ou contratar alguém com essas qualidades?

Tornar-se um indivíduo assim demanda ajustes em algumas atitudes: exerça sua função com excelência, mesmo que o local em que está (o cargo, a organização, a equipe) não seja o “dos seus sonhos” ou não valorize seus esforços. Como disse Jesus, seja “fiel no pouco” para se habi-litar a ser posto em situações melhores. Valorize o que tem e trabalhe aí. Esta é a lição de Theodore Roosevelt: faça o melhor que puder, com o que tiver, onde você estiver. Valorize as pessoas. Exercite a humildade, reconhecendo ideias e opiniões. Utilize sua posição para servir à equipe e ao projeto que sua empresa ou instituição desenvolve. Os resultados serão espetaculares.

Porém, se a despeito de todos os exemplos que citei, você ainda tiver qualquer dúvida sobre a efici-ência do conceito de liderança amorosa e servidora, ouse experimentar. Faça isso por um período de tempo predeterminado, ao fim do qual irá avaliar os resultados. Durante esse “test drive” pessoal, cuide da equipe, sirva, trate a todos como gostaria de ser tratado. Ao final, repare o que vai acontecer.

Todos esses exemplos de luta por igualdade e justiça tiveram como ponto de partida as lições de Jesus. Ele sintetiza a prática dessa liderança amorosa como uma das mais importantes ferramentas do sucesso em qualquer empreitada. Amor, serviço e comunicação são valores que muitos empresários e gestores pouco consideram, mas são eficazes. Este deve ser o objetivo do líder: servir e conduzir sua equipe e sua insti-tuição ou empresa a um mundo melhor.

Contudo, quero citar um empresário bra-sileiro também. Ao prepararmos o livro “As 25 Leis Bíblicas do Sucesso” (Ed. Sextante), eu e meu coautor, Rubens Teixeira, entrevis-tamos o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, que compartilhou várias lições de vida apli-cáveis ao mundo dos negócios. Entre elas, afirmou que, se pudesse voltar no tempo, seguiria o conselho de ser um líder servidor.

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Inovação, infraestrutura e educação: o melhor caminho para sair da crise

ARTIGO | GESTÃO EMPRESARIAL

O s números são claros e mostram que o Brasil já passou por dias melhores... Os índices que indicam produtividade e competitividade, e medem a saúde econômica do país,

vêm enfrentando oscilações que mexeram no poder de consumo e na qualidade de vida do brasileiro. Só para dar uma ideia do cenário que se desenha aos nossos olhos, o Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 foi de 2,7%. No ano seguinte, caiu para 0,1%, e o previsto para 2015 é de -2%. Junte-se a isso a queda da produção industrial – que, de -3,2% em 2014, pode chegar a -5,2% até dezembro deste ano –, a inflação de 8,5% estimada para 2015 e a alta na taxa de desemprego, a maior dos três últimos anos: prognóstico de 6,8%, contra 4,8% em 2014, 5,4% em 2013 e 5,5% em 2012.

Impossível negar que o cenário é preocupante, principalmente porque experimentamos nos últimos anos uma curva econômica e social ascendente que nos abriu horizontes, negócios e possibilidades. De fato, o ano de 2015 não está sendo fácil e ajustes vêm sendo necessários. No entanto, sempre existem oportunidades nesses momentos. Para surfar na onda da crise, é preciso trabalhar com as pessoas certas e que elas sejam capacitadas constantemente, investir em inovação e satisfazer – ou até mesmo ultra-passar! – as expectativas dos clientes.

Desde sua fundação, há 69 anos, o Grupo Águia Branca investe nesses pilares. E acredi-tamos que essa seja a receita da longevidade da empresa, que completará sete décadas de vida ano que vem. Estamos alheios à realidade? De jeito algum! No entanto, apostamos em trabalho, comprometimento, solidez e meti-culosidade adquiridos ao longo do tempo para acreditar que o momento de aperto traz a neces-sidade de mudanças e obriga empresas a rever conceitos e atitudes para se tornar melhores. E que as dificuldades são berços de ótimos negócios e crescimento.

É muito mais fácil crescer diante de uma atividade econômica que vai bem! A situação muda quando o mar está revolto. Aí, fica quem é bom, quem entrega o melhor produto e atende com mais atenção, ou seja, as empresas mais organizadas e melhor estruturadas.

Fazendo uma leitura do Brasil nos últimos anos, podemos dizer que o país chegou a esse

DECIO LUIZ CHIEPPE é presidente do Grupo Águia Branca

cenário em função de opções equivocadas do Governo, que no lugar de investir na melhoria das condições para atração de investimento e aumento da produção, apostou no crescimento por meio da ampliação do consumo, provendo crédito farto, por meio de seus bancos oficiais, e reduzindo pontualmente alguns impostos por curtos períodos (seis a 12 meses, sempre renovados na última hora), o que não dava segurança para investimento em novas fábricas. Essa fórmula vem sendo utilizada desde 2009 e se esgotou com crescimento do endividamento das pessoas e das empresas, gerando impactos enormes nas contas públicas e demonstrando-se claramente insustentável. Além disso, perdemos a oportunidade de aproveitar as

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“É muito mais fácil crescer diante de uma atividade econômica que vai bem! A situação muda quando o mar está revolto”

sários e empregadores. O Brasil chegou a um ponto que desestimula os investidores. Estamos no meio de uma crise de confiança institucional, sobrevivemos a uma altíssima carga tributária e acompanhamos o efeito negativo das contas administradas. Não bas-tasse isso, temos, ainda, os velhos problemas de infraestrutura que travam nossas poten-cialidades, já que a existência de estradas duplicadas e seguras, aeroporto eficaz, porto produtivo e ferrovia moderna está intimamente ligada ao crescimento.

Nada está perdido, ainda. No entanto, é preciso que o país entre numa era de inves-timentos consistentes no que diz respeito a geração de energia, mobilidade urbana e infraes-trutura logística, e propicie as condições básicas para as empresas nacionais competirem de igual para igual no mercado mundial.

Mas nossos desafios não param aí. Precisamos fazer do Brasil uma pátria educadora. E não conseguimos isso sem oferecer subsídios da operacionalização da ideia. Nada muda se não houver investimentos na área. Contudo, sozinha a educação não consegue alavancar processos econômicos.

Novos empregos são gerados apenas quando há políticas adequadas de crescimento. Novos postos de trabalho e aumento do número de empregos dependem, entre outros fatores, de processos estruturais de organização da pro-dução, da estrutura do mercado de trabalho, da estrutura ocupacional e dos mecanismos macroeconômicos e políticos que regulam o funcionamento das economias capitalistas nos âmbitos nacional e internacional. A educação consolida-se cada vez mais como elemento estratégico para a construção da cidadania. Assim, podemos e devemos criar as bases para a erradicação da pobreza, para assegurar a crianças e jovens escolas de tempo integral, para ofertar eficazes cursos técnicos e universi-dades de excelência e, consequentemente, um futuro menos nebuloso e mais promissor para cada um de nós.

fases de bonança para fazer as mudanças estruturais de que o país tanto precisa, como as reformas tributária, trabalhista e eleitoral. Fazê-las agora, com a economia em crise, fica sempre muito mais difícil.

Há quem diga que o cenário de estag-nação vai perdurar pelos próximos três anos. Segundo especialistas, esse é o prazo para que os ajustes na economia permitam o início de modificações estruturais. E o que fazer até que a casa fique, de novo, arrumada? Será necessárias a simplificação de tarefas, a otimização de recursos e a inteligência na retração de custos.

Entendemos, contudo, que alterar o quadro atual não depende apenas de nós, empre-

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Transparência marca as relações de trabalho nas empresas modernas

ARTIGO | GESTÃO DE PESSOAS

O ser humano incorporou novos hábitos de comportamento muito diferentes daqueles praticados em um passado recente. Tornou-se mais exigente e adquiriu motivações para o trabalho que vão além

da questão salarial. Somando-se isso ao acesso ilimitado às informações por meio de novas tecnologias e da grande exposição pública nas mídias sociais, o exercício da transparência nas organizações tornou-se inadiável. Ser transparente, hoje em dia, ajuda a conquistar a confiança das pessoas, que estão cada vez mais complexas e críticas.

Os funcionários querem um ambiente de trabalho baseado no diálogo e na verdade sobre os assuntos institucionais que afetam os seus interesses. A empresa que omite informações corre o risco de criar oportunidades para que esse conteúdo seja transmitido de forma dis-torcida por fontes inadequadas, gerando um clima de desconfiança e insatisfação que pode afetar a credibilidade da marca até mesmo perante o mercado.

O exercício da transparência no trabalho começa pela gestão de pessoas, na qual as lideranças têm um papel preponderante. Mantendo uma relação aberta com suas equipes, o líder, por consequência, gera ambientes mais favoráveis às atividades em grupo, com espaço para a participação, a inovação, as opiniões e os questionamentos. Além de numerosos canais de comunicação disponíveis para rela-cionamento e divulgação entre funcionários, as organizações precisam de líderes com perfil para conversar e interagir com os liderados, numa relação horizontal.

Nesse cenário, ganham importância as reu-niões frequentes entre gestores e suas equipes, visando a esclarecimento sobre as ações atuais e as intenções futuras dos processos relacio-nados à área e também assuntos corporativos, mantendo sempre um clima de abertura para troca de informações e opiniões.

A relação de transparência deve ser recíproca entre líder e liderado, sendo importante que este último pergunte sobre o seu desempenho, fale sobre as suas expectativas para, então, verificar se há alinhamento entre o que ele espera obter na sua carreira na empresa e o que esta lhe oferece e se, de fato, há oportunidade

DANIELLE QUINTANILHA é presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seccional Espírito Santo (ABRH-ES)

para isso. Nesse momento, o líder também pode dar sugestões para que o colaborador se desenvolva e esteja preparado para aproveitar as chances que surgirem.

Atualmente, até mesmo os candidatos a vagas de emprego pesquisam a empresa, avaliam sua imagem no mercado e como é o ambiente de trabalho, incluindo a relação com colaboradores, a transparência, o reco-nhecimento e a possibilidade de desenvolvi-

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"Mantendo uma relação aberta com suas equipes, o líder, por consequência, gera ambientes mais favoráveis às atividades em grupo, com espaço para a participação, a inovação, as opiniões e os questionamentos"

Até mesmo em situações de crise, retração operacional e mudanças como expansão, fusões e aquisições, as empresas devem manter o clima de transparência para evitar os clássicos burburinhos. O líder necessita ter consciência de que o silêncio estimula o imaginário das pessoas e se ele, como representante formal da empresa, não se posicionar e se antecipar para esclarecer possíveis dúvidas, certamente no futuro terá que enfrentar o mal-entendido, a dispersão da equipe, o clima negativo e a baixa produtividade em função da falta de informação sobre o que realmente está acontecendo. A melhor estratégia é sempre pensar em ações para prevenir problemas desse tipo e abordá-los imediatamente caso se perceba que não houve interpretação correta.

Além do perfil do líder adequado para essa nova realidade, existem também várias ferra-mentas que facilitam o processo de transpa-rência nas organizações. A informação clara, objetiva e transparente tem que chegar a todas as áreas e públicos da companhia. Para isso, existem canais de comunicação apropriados ao mundo corporativo, como quadros de avisos, intranet, jornais internos, registros de reuniões, indicadores de desempenho e produtividade, rela-tórios de gestão, entre outros recursos diversos.

Porém, não se pode esquecer de que, embora os cenários atuais sejam marcados por tecnologias avançadas, o mundo do trabalho nunca dependeu tanto das pessoas como atu-almente. Os processos que envolvem gestão de recursos humanos são fundamentais para o clima de transparência e integração tão almejado pelos profissionais da era moderna. Entre os recursos que reforçam esse ambiente e dão suporte aos líderes, estão os sistemas de feedback, integração de novos colaboradores, avaliação de desempenho e pesquisa de clima, além de outras ações que envolvem as complexas relações e as avaliações que as pessoas têm do seu trabalho.

Numa empresa, uma equipe e seu líder também devem conhecer bem a organização e seus projetos para buscarem um objetivo comum, com integração, confiança e engajamento.

mento de carreira. Eles desejam saber o grau de transparência da companhia para dimensionar os seus projetos pessoais e profissionais.

Por isso, é imperativa a necessidade de se dar uma atenção especial ao relacio-namento entre lideranças e funcionários dentro de uma organização, criando um ambiente saudável, harmonioso e motivador tanto para quem já é colaborador como para atrair profissionais.

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A evolução legislativa do direito à informação

ARTIGO | JUSTIÇA E CIDADANIA

Q uem dirige o poder público não está administrando algo particular seu. O gestor público está comandando algo que é de todos, que pertence à coletividade, e é o responsável

pela aplicação dos tributos arrecadados. Os bons ou maus resultados repercutirão não somente na pessoa do dirigente ou dos membros da corporação que ele administra, mas sim na coletividade.

A transparência nas organizações públicas vem sendo debatida no Brasil há bastante tempo e, felizmente, está sendo implementada. Este artigo tem justamente o objetivo de relatar e analisar, dentro de um contexto histórico, os marcos legislativos responsáveis pela evo-lução do direito à informação.

Podemos identificar como marco legislativo inicial a Constituição de 1988, que definiu o processo de redemocratização do Brasil. A Carta Magna institucionalizou uma série de instrumentos democráticos, inclusive os que passaram a proporcionar, de maneira direta ou indireta, o direito à informação. Dentre essas medidas, destacam-se: o princípio da publicidade na administração pública (art. 37,caput); o direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, salvo nos casos em que o sigilo for obri-gatório (art. 5º, XXXIII); o direito a conhecer as informações pessoais constantes de bancos de dados do Governo ou de caráter público, ins-trumento conhecido como habeas data (art. 5º LXXII); os julgamentos do Poder Judiciário, que deverão ser públicos, salvo em casos de sigilo obrigatório (art. 93, IX); e a obrigatoriedade de os municípios disponibilizarem suas contas por 60 dias para consulta de qualquer contribuinte (art. 31 § 3º).

Para que esses e outros princípios fossem cumpridos, a Constituição de 1988 elencou diferentes formas de controle: o interno, feito pela própria Administração, e o controle externo. Este último é exercido por Poder Legislativo, Tribunal de Contas, Ministério Público, Poder Judiciário e órgãos policiais, entre outros. Porém, quanto menor a trans-parência da gestão pública, maior será a difi-culdade de controle e também menor será a

DOMINGOS AUGUSTO TAUFNER é conselheiro presidente do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo

possibilidade de os cidadãos acompanharem e fiscalizarem diretamente o poder público, solicitando aos órgãos providências quando irregularidades forem cometidas.

Mas existiam ainda entraves para o cum-primento do direito à informação, seja pela burocracia ou por um vácuo legislativo infra-constitucional nos primeiros anos subse-quentes à promulgação da Constituição de 1988. Com o avanço da informática e do acesso à internet, houve redução da buro-cracia para o acesso à informação.

No tocante à evolução legislativa, destaco a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e a Lei de Acesso à Informação (LAI), sem pre-juízo de outros instrumentos normativos que facilitaram o acesso pelo cidadão às infor-mações gerenciadas pelo poder público. Elas regulamentam de maneira mais específica

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263ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

“Quanto maior for a transparência, maior será a chance de a população apontar possíveis erros na gestão pública, inclusive o desrespeito ao direito à informação”

por ordem judicial ou por convênio entre as fazendas públicas. Dados relativos a dívida ativa, parcelamentos de crédito tributário e de representações para fins penais não mais são considerados sigilosos, passando a ser de acesso ao público.

A Lei nº 12.527/2011, conhecida como Lei de Acesso à Informação, prescreveu obrigações muito amplas para o poder público disponibilizar os conteúdos, muito além daqueles sobre execução financeira e orçamentária e de créditos tributários. Estabeleceu o princípio de que a regra é a transparência, e a exceção é o sigilo. Estão garantidas tanto a transparência ativa como a passiva. Na primeira, a adminis-tração pública deve continuamente disponi-bilizar seus dados em seu portal da internet. Na segunda, deverá prestar as informações que os particulares solicitarem, no prazo máximo de 20 dias.

Muitas irregularidades são cometidas pelos gestores públicos, e nem sempre os órgãos de controle, anteriormente citados, conseguem descobrir e apurar. Algumas investigações bem-sucedidas resultaram de denúncias e questionamentos encaminhados por cidadãos comuns. Quanto maior for a transparência, maior será a chance de a população apontar possíveis erros na gestão pública, inclusive o desrespeito ao direito à informação, o que deverá resultar em punição ao gestor.

O simples apontamento de erros não quer dizer que a gestão pública está errada e que se coloque automaticamente uma mácula no administrador, mas possibilita que os órgãos de controle façam a devida apuração e tomem as medidas cabíveis.

Que o nosso ordenamento jurídico possa a cada dia evoluir e possibilitar a todos os cidadãos um efetivo acesso ao que está sendo praticado pelo poder público. E que a sociedade saiba aproveitar bem os ins-trumentos que estão sendo colocados ao seu dispor.

o acesso à informação, bem como impõem punição aos gestores que as descumpram.

A Lei Complementar nº 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, além de instituir princípios de equilíbrio das contas públicas, teve uma parte dedicada à transpa-rência, inicialmente determinando a publicação de relatórios bimestrais e quadrimestrais com a execução orçamentária e a gestão fiscal. Ela foi alterada pela Lei Complementar nº 131/2009, que estipulou a divulgação por meio eletrônico, em tempo real, do andamento da execução orça-mentária e financeira. A partir disso, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios foram obrigados a criar portais de transparência, para publicidade desse conteúdo.

A Lei Complementar nº 104/2001 alterou o Código Tributário Nacional, flexibilizando o segredo fiscal, que antes era quebrado apenas

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264 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

O crescimento das micro e pequenas empresas e seus impactos na economia do país

ARTIGO | DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL

O s pequenos negócios no Brasil alcançaram uma dimensão extraordinária nos últimos anos, impulsionados por políticas públicas de incentivo, maior oferta de crédito a

um custo menor e aumento do emprego e da renda. A realidade da economia brasileira hoje é diferente, requer atenção e cautela, mas a força desse segmento é notável e relevante. (E historicamente, por serem pequenos, esses negócios são mais flexíveis e se adaptam melhor a ambientes adversos.)

São quase 10 milhões de micro e pequenas empresas formais no país optantes pelo Simples Nacional, regime tributário diferen-ciado, simplificado e favorecido para empresas com faturamento de até R$ 3,6 milhões por ano. Desses optantes, 5,2 milhões são microempreendedores individuais (MEIs), que se formalizaram a partir de 2009, após a criação dessa figura jurídica que promove a inclusão produtiva e a cidadania econômica. Somam-se, também, aproxima-damente 4,5 milhões de produtores rurais, a maioria vinculada à agricultura familiar.

Esse contingente de pequenos negócios representa, conforme nossos dados, 95,7% de todas as empresas formais no país, e responde por 27% do Produto Interno Bruto (PIB), mediante contribuição de 53,4% do comércio, 36,3% dos serviços e 22,5% da indústria. A participação desses empreendimentos na geração da riqueza nacional correspondia a 21% em 1985 e a 23,2% em 2001. Tal crescimento espelha o vigor dos pequenos negócios na economia nacional.

Essa realidade foi possível a partir de um ambiente legal mais favorável em todo o país iniciado com a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, em 2006, e seus desdobramentos, em função do tratamento diferenciado pre-conizado por ela. Em vista disso, tem havido esforço para a implementação da Lei Geral pelos municípios, muitos dos quais passaram a dar preferência aos pequenos negócios nas compras públicas – a exemplo do Governo Federal.

HELOISA MENEZES é diretora-técnica do Sebrae Nacional

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“Série histórica monitorada pelo Sebrae mostra que as micro e pequenas empresas geraram 5 milhões de empregos entre 2011 e 2015”

O regime tributário especial favorecido pelo Simples Nacional e sua recente univer-salização, que passou a contemplar também os serviços regulamentados por lei e de natureza intelectual, beneficiam os pequenos negócios até o limite de R$ 3,6 milhões de fatura-mento anual para efeito de enquadramento. Outra melhoria substancial foi a criação da figura jurídica do MEI, uma iniciativa inédita que desde 2009 tira da informalidade os tra-balhadores autônomos, que conquistam cida-dania econômica ao obter CNPJ e emitir nota fiscal, além de direitos previdenciários. O ritmo de adesão vem se mantendo e tende a perma-necer nos próximos anos.

A evidência da força econômica dos pequenos negócios reflete-se também em sua capacidade de gerar empregos. Série histórica monitorada pelo Sebrae mostra que as micro e pequenas empresas geraram 5 milhões de postos de tra-balho entre 2011 e 2015, enquanto grandes e médias empresas, 532,1 mil no mesmo período. Micro e pequenas empresas, portanto, são grandes geradoras de vagas, protagonismo que se reflete positivamente na economia como um todo, impulsionando o desenvolvimento.

A realidade nacional nos últimos anos também favoreceu o empreendedorismo. Ter um negócio próprio passou a ser o terceiro sonho dos brasileiros, depois de ter casa própria e viajar pelo país. A motivação, por sua vez, também modificou-se: passou a ser por oportunidade, em vez de necessidade, como ocorria anteriormente quando os índices de desemprego eram elevados. Pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor que avalia anualmente o nível de atividade empreeendedora em 100 países mostrou, em 2014, que houve alteração também no perfil dos empreendedores, que em sua maioria têm graduação superior (75%).

Além de mais instruído, esse profissional brasileiro, diante de um ambiente mais

Foto: Divulgação MPS

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266 ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015

papel estratégico no esforço voltado para a superação das turbulências atualmente enfren-tadas pela economia brasileira.

O cenário para os pequenos negócios também sofreu transformações, influenciado pelas condições mais difíceis de mercado. Entre-tanto, em contrapartida, mudanças esperadas no ambiente legal favorecerão suas atividades no país, à medida que desonerarão e facilitarão o recolhimento de impostos reunidos em uma única guia de arrecadação. A ampliação das faixas do Simples Nacional em tramitação no Congresso Nacional, se aprovada, vai dobrar os limites de faturamento para efeito de enqua-dramento das empresas. Com isso, tornará viável um contingente ainda maior de adesões a esse regime diferenciado, que reduz em até 40% a carga tributária.

A formalização da economia brasileira tende a avançar, porém, em ritmo mais tímido:

da média anual de 1 milhão de novas ins-crições para um volume 50% menor anual-mente. Com o ambiente legal mais propício, as projeções indicam cerca de 8,5 milhões de MEIs em 2022 (dados do Sebrae e da Receita Federal), enquanto o total regis-trado no país deverá alcançar cerca de 14,2 milhões de empreendimentos no mesmo ano. Importante perceber que, de fato, conforme informações do Perfil do MEI do Sebrae, os empresários constataram impactos positivos nos negócios pós-formalização: 68% afirmam que as vendas aumentaram; 78% melhoraram as condições de compra junto a fornecedores, e 50% ampliaram o leque de clientes.

Mas o desafio da gestão é preponderante para esses empreendedores, que têm no Sebrae a referência para orientação, informação, consul-toria e capacitação. Por seu turno, inovar para se diferenciar e garantir resultados promissores será uma estratégia imprescindível para que os pequenos negócios se mantenham como força social e econômica no Brasil nos próximos anos.

concorrencial, investiu no aprimoramento da gestão do próprio negócio, possibili-tando uma taxa maior de sobrevivência de suas organizações nos primeiros dois anos de atividade. Assim, a taxa de sucesso dos pequenos negócios nos dois primeiros anos de vida saltou de 50% (2005) para 76% (2009), indicando, inclusive, a melhor performance brasileira entre os Brics, grupo que reúne as principais economias emergentes.

Desafios e perspectivasA conjuntura nacional mudou. Os desafios

são muitos diante da menor atividade eco-nômica, do crédito mais caro em função da elevação da taxa básica dos juros e da inflação ascendente. Uma realidade que exige atenção e cautela dos empresários e dos governos. Mas os pequenos negócios ainda são uma ala-vanca sólida e resistente que permeia todo o tecido econômico, independentemente do setor. Por sua flexibilidade, adaptam-se com maior rapidez a novas situações, o que lhes confere

ARTIGO | DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL

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Tempos de censura

ARTIGO | EDUCAÇÃO

C omecei um pouco atrasado a escrever este artigo, batendo macio, como tenho feito nos últimos 40 anos, nas teclas da minha máquina Olivetti Linea 98, companheira com a qual

sempre converso, sem qualquer censura. No metralhar das primeiras frases, entra no escritório a minha filha. E diz, convicta: “Pai, por que você não se atualiza e parte para a digitação moderna, limpa, eficiente e rápida? As redes sociais iriam adorar”. Acabava de receber, neste estágio da modernidade, uma censura, apesar de carinhosamente pertinente.

No entanto, encarei a minha Olivetti 98 e cheguei a conversar, sem censura, como nos últimos 40 anos, sobre o desafio que me fora proposto. Voltei no tempo. Quantas e quantas reportagens, colunas, artigos e teses nós condu-zimos, como jornalista e como administrador, com liberdade e responsabilidade.

Os anos correndo, e a censura aqui e ali, vestindo os mais diversos uniformes, estava altiva e deslumbrada, fazendo pressão e agre-dindo as liberdades, o pensamento, o compor-tamento, a representação política, o sistema público de preservação de padrões éticos, via de regra, escondida nos corredores das repar-tições, nos balcões de comércio, nas varas judiciais, na estrutura policial, nos sistemas de fiscalização, na execução de obras contratadas, no comporta-mento das casas legislativas, num troca-troca de favores, raízes que acabaram se transformando nos últimos anos – para não entrar mais fundo na história da censura – na esteira generalizada de um processo até então abafado e matreira-mente escondido dos olhos da nação.

Forças poderosas, influentes, profissionalizadas e, em alguns casos, vestidas de lobistas diligentes, criavam por todo o país, em plena modernidade dos sistemas de comunicação, nesta aldeia global em que todos vivemos, um sistema apoiado, sutil-mente, pelas mais altas lideranças administrativas e legislativas do Brasil. E tudo sob o manto de um silêncio compartilhado e dividido nos escaninhos da administração pública e estatal, sócias compla-centes dessas operações, ultimamente represen-tadas por uma quadrilha que arrombou os cofres federais. Existia, no mesmo corredor, com novas tintas interpretativas, a censura, uma censura de bico calado. Do silêncio insuspeito. Ou melhor, cooptado a peso de ouro.

A censura, nos termos atuais e com algum retorno a processos recentes, tem muitas

CACAU MONJARDIM é jornalista, administrador de empresas, e criador do bordão “Moqueca, só capixaba, o resto e peixada”

aparências. Ela pode surgir como censura na igreja, por exemplo, quando justifica a excomunhão. Volta a aparecer na literatura, ao ser proibida a circulação de um livro. Apesar de na maioria das vezes ser fruto e criação de regimes ditatoriais, alguns perversos e torturadores, a censura está enforcando o sagrado direito de liberdade de pensamento. Censurar a imprensa tem sido uma espécie de prioridade para as ditaduras e para aqueles que detestam a verdade, a ética, a hones-tidade, o civismo e a postura moral dos que não se vergam.

Estamos de acordo nessa tomada de posição contra a censura, porque ela está na porta, mesmo levemente escondida, dos cinemas, da música, das artes, no jornalismo, nas empresas, nas estruturas legislativas, nas varas

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“Censurar a imprensa tem sido uma espécie de prioridade para as ditaduras e para aqueles que detestam a verdade, a ética, a honestidade, o civismo e a postura moral dos que não se vergam”

culação é de difícil censura, o que tem tornado possível, em curtíssimo espaço de tempo, a mobilização de grandes multidões.

Nasceram com a revolução de 64 os atos institucionais, fechando o Congresso, demi-tindo governadores, enfim, eliminando, com o temível AI-5, todos os elementos da Cons-tituição de 1967 que pudessem ser utilizados contra o poder constituído, nas asas do movi-mento militar.

Nesse período a censura se fazia nas redações, nos teatros, nos eventos públicos esportivos e sociais, literários ou educacionais, com uma violência, na maioria dos casos, condenável. Alguns deles foram responsáveis pelo sumiço de desafetos da revolução. O peso maior da censura militar se fazia, sobretudo, nas uni-versidades e na imprensa.

Encerrado esse estágio, a democracia mandou ver com eleições diretas, manifestando o povo, certo ou errado, suas escolhas.

Mas, em plena democracia, a censura velha de guerra ganhou novas cores, invadiu as doações de campanhas, criou sistemas inte-grados entre autoridades, empresas estatais e gananciosas empresas privadas, moderni-zando seus processos licitatórios, sofismando legislações, criando impostos e taxas, procedi-mentos comerciais e industriais complicados e onerosos, tornando difícil a sobrevivência empresarial, mas dando um bom refresco nas grandes corporações, coadministradoras das próprias diretorias das estatais e dos comandos ministeriais e legislativos, gerando um clima de insegurança jurídica e de com-plicada recuperação socioeconômica.

A liberdade de imprensa, alimentada pelo apoio popular e empresarial, é a única força que sustenta o pensamento da nação. Ela pode e vai acabar com a censura, irmã siamesa da corrupção.

A força da uma imprensa livre revela-se, como exemplo de sua própria importância, no fato de os japoneses anunciarem a compra do jornal “Financial Times”, de audiência global, por R$ 4,3 bilhões.

Alea jacta est.

judiciais, na espera de um bote certo, abraçada na certeza de que conseguirá – e hoje já con-seguiu – transformar a corrupção e o cinismo de corruptos e corruptores, em pleno século XXI, no estuário redivivo de modernos Ali-Babás.

Por estas terras, nossas terras, nosso berço, era então o Governo acossado por uma “moção de censura”, gerada pela reação das multidões desesperadas ante o perigo do comunismo e de uma política socialista improvisada e inútil para o Brasil, se viu nas mãos de uma revolução. Era a resposta à ação impatriótica dos dirigentes do país. A censura era, pelo Governo deposto, também uma arma, apenas, aparentemente, mais suave e menos direcionada. Ela estava na televisão, na mídia, e ultimamente até na internet, sem dúvida, um dos mais importantes sistemas universais de comunicação, cuja cir-

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Capacidade para competir

ARTIGO | ECONOMIA

O Espírito Santo possui grande vocação para o desenvolvimento e reconhecido no cenário nacional como uma ótima oportunidade de investimento para organizações de vários

segmentos. As razões para isso são diversas: vão desde a localização privilegiada e as regras claras do Estado à existência de empresas de boa qualidade e a adoção de uma política que prioriza o crescimento equilibrado.

Além da posição privilegiada, baseada na proximidade aos grandes centros produtores, o Estado apresenta, mesmo com os desafios logís-ticos, diversificação multimodal de uma malha rodoferroviária que interliga o território capixaba a todos os estados brasileiros e ao Mercosul. E possui a capacidade de movimentação de cargas gerais para outros portos do Brasil e do mundo, o que o coloca em situação estratégica para as empresas.

Para se manter competitivo, o Espírito Santo também possui ferramentas de incentivo ao inves-timento, como o Invest-ES, que contribui para a expansão, a modernização e a diversificação dos setores produtivos, a renovação tecnológica das estruturas produtivas e o aumento da com-petitividade estadual, com ênfase na geração de emprego e renda e na redução das desigualdades sociais e regionais.

Em um ano de retração, como estamos viven-ciando em 2015, trabalho, criatividade e inovação têm sido as principais palavras de ordem, frente aos ajustes econômicos e às revisões de projetos e cronogramas pelos quais passa o país e, conse-quentemente, o nosso Estado. A crise, no entanto, não deve ser entendida como um fator de estag-nação da economia, mas sim aproveitada para nos fazer pensar de maneira diferente, exercitar a criatividade e buscar novos caminhos para chegar aos objetivos desejados.

Diante desse cenário, o Governo do Estado elencou diretrizes para avançarmos no cresci-mento, primando pela consonância e pela har-monia entre os investimentos sociais, ambientais e de infraestrutura na definição de prioridades, objetivando um desenvolvimento diversificado e equilibrado. Um dos seis pilares apresentados no Planejamento Estratégico 2015-2018 foi o desenvolvimento econômico com foco em diver-sificação, sustentabilidade e inclusão, com vistas

a superar as restrições econômicas vividas pelo país e pelo Estado este

JOSÉ EDUARDO AZEVEDO é secretário de Estado de Desenvolvimento

ano. Mapeamos desafios e prioridades para auxiliar o Espírito Santo a enfrentar não apenas 2015, mas os também anos seguintes, tornando-o cada vez mais eficiente, quali-ficado e competitivo.

Nossa agenda de desenvolvimento con-templa projetos-âncora, tais como: melhoria no ambiente de negócios, economia criativa, economia verde e melhoria da logística e da infraestrutura.

Um bom exemplo de como o Espírito Santo vem trabalhando no enfrentamento do cenário de crise são as conquistas alcan-çadas em infraestrutura e logística. A EF 118, ferrovia que liga Vitória ao Rio de Janeiro e faz parte do Programa de Infraestrutura e

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“Em um ano de retração, como estamos vivenciando em 2015, trabalho, criatividade e inovação têm sido as principais palavras de ordem”

nomia diversificada deixarão o Estado menos suscetível aos altos e baixos dos mercados, já que os segmentos em ascensão servem como uma espécie de “contrapeso” para os setores que, por algum motivo, estejam em dificul-dades, equilibrando o sistema.

Outro ponto importante a ser tratado é a integração. Estamos operando em rede com outras secretarias do Governo Estadual e na articulação com todos os demais atores para fortalecermos nossa sinergia e as questões de competitividade. Estamos atuando também junto às associações empresariais de classe de destaque no Brasil, para que possamos divulgar nossas vocações, trabalhar os fatores de competitividade duradoura e fazer do Espírito Santo referência nacional em desen-volvimento sustentável.

Nossa missão pode ser sintetizada numa questão crucial: colocar o Estado em uma das melhores posições de investimento e criação de novas empresas, com base em uma política de diversificação e descentralização econômica, que tem permitido a vinda de novos projetos, de acordo com as características próprias de cada região, aumentando as oportunidades oferecidas aos cidadãos capixabas. Além da diversificação, a captação desses aportes agrega valor à eco-nomia estadual com inovação, tecnologia e qua-lificação profissional, tornando nosso mercado cada vez mais interessante aos olhos dos empre-sários brasileiros e estrangeiros. É neste ponto que temos que nos diferenciar em relação ao que somos hoje e aos nossos vizinhos.

Nossa crença é de que somente aliando investimentos em infraestrutura e capaci-tação das pessoas o Espírito Santo poderá dar o salto para consolidar seu novo ciclo de desenvolvimento.

Vamos atuar em todos os fatores que nos darão mais competitividade, para chegarmos a um patamar melhor do que estamos e para que seja possível atrair e ampliar projetos, gerando dinamismo, oportunidades e empregos. A ideia-força construída no seminário de Pla-nejamento Estratégico e que representa nossa visão para obter sucesso nos próximos anos é inovar, empreender e confiar.

Logística (PIL), tem como objetivos expandir a capacidade da malha ferroviária nacional, res-gatando-a como alternativa logística, e reduzir os custos com fretes. O projeto, com 577 qui-lômetros de extensão, atenderá à demanda da rede portuária estadual.

Além disso, o pacote de concessões do Governo Federal traz a duplicação da BR 262, ligando Vitória a Belo Horizonte, e a mudança na poligonal do porto de Barra do Riacho, em Aracruz, o que vai permitir a construção e a ampliação de projetos por-tuários privados na região e incrementar nossa estrutura no setor.

Entendemos que melhorias na infraes-trutura e logística e o trabalho por uma eco-

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Concessões e parcerias público-privadas (PPPs)

ARTIGO | ECONOMIA

O Governo lançou, no início de junho de 2015, um novo pacote de concessões, denominado Programa de Investimentos em Logística – PIL, voltado para conceder à iniciativa privada

projetos de infraestrutura em rodovias, ferrovias, aeroportos e portos. As medidas preveem inversões totais da ordem de R$ 200 bilhões, a serem realizados na modalidade de concessões e parcerias público-privadas.

Em princípio, o PIL apresenta uma posição correta, pois propõe um plano estruturado de melhoria da infraestrutura logística do país e constitui um passo essencial na direção do avanço da produtividade total da eco-nomia, bem como na redução de custos para as empresas brasileiras. O Programa é con-vergente com a Agenda da Competitividade da Indústria e representa um caminho rele-vante para a saída da crise atual.

Um estudo recente do World Economic Forum (2013) aponta que o Brasil sofre de uma enorme falta de infraestrutura ade-quada, figurando numa amostra de 144 países nas últimas posições em termos de qualidade das rodovias (123º), ferrovias (100º), portos (136º) e aeroportos (134º). A baixa qualidade do suporte logístico tem relação com muitos anos de investimentos inferiores ao próprio grau de depreciação desses ativos e do crescimento da demanda da população e das empresas.

O fato é que, desde a década de 1990, o Brasil investe em média menos de 1% do PIB na infraestrutura de transportes, mas estudos diversos indicam que os aportes mínimos necessários para assegurar a manutenção da atual base estrutural e a expansão da demanda seriam da ordem de pelo menos 2%.

Esse déficit tem relação com o gradual esgo-tamento da capacidade de investimento do setor público, não compensada pela elevação nos investimentos por parte da iniciativa privada, já que o país não conseguiu avançar satisfato-riamente numa agenda de maior segurança jurídica e regulatória nesse campo.

Diante do quadro presente de forte res-trição fiscal, não há dúvida de que o pro-blema da baixa capacidade de poupança e

OLAVO MACHADO é presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) e presidente do Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da CNI

investimento do setor público vai perdurar por muitos anos. Por isso, a participação do capital privado não apenas se torna mais urgente, mas na verdade emerge como a única forma de o Brasil progredir na ampliação de seu potencial de investimento, devendo ser mantida ao longo de muitos dos próximos mandatos governamentais.

Ainda há, entretanto, numerosos desafios para o Governo conseguir estimular e elevar a atração do capital privado para a infraes-trutura. Em primeiro lugar, vale lembrar que os investimentos em transportes têm custos enormes, e o retorno do capital aplicado ocorre no longo prazo – em geral, as con-cessões duram por, pelo menos, 20 anos. Ou seja, a concessão transcende a gestão de um único governante. Com as mudanças de governos, abre-se a possibilidade de conflitos entre o concessionário do serviço público e

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“O fato é que, desde a década de 1990, o Brasil investe em média menos de 1% do PIB na infraestrutura de transportes”

empreendimentos. Tais fatos provocam o indesejado encarecimento da prestação do serviço para a sociedade e a redução da ren-tabilidade do negócio.

A solução para essas questões parece estar no campo da governança política, a partir da criação de um arcabouço jurídico e regulatório que minimize a capacidade das autoridades de alterarem relações contratuais firmadas anteriormente e que torne o planejamento dos investimentos mais assertivo.

O caminho para isso passa por um avanço no aparato legal que estabeleça cla-ramente as políticas de concessão e de par-cerias público-privadas no país, suas regras e as instâncias de poder onde são aprovadas. Para que esse arcabouço funcione bem, é necessário que o país avance em direção a maior profissionalização e independência das agências reguladoras, inclusive do ponto de vista financeiro.

O Reino Unido é um bom exemplo a ser seguido, pois foi pioneiro na implemen-tação de reformas que buscaram a redução do papel do Estado na economia e que per-mitiram melhorias na infraestrutura por meio de privatizações, concessões e parcerias público-privadas. Nestas últimas, por exemplo, a experiência inglesa demonstra que os pro-jetos executados sob a forma de PPPs per-mitiram, em média, uma economia de 17% em relação às modalidades convencionais de oferta de serviços públicos. Além disso, 75% dos projetos foram concluídos no prazo planejado, 80% dentro do orçamento previsto, e pesquisas do Governo revelaram que 80% dos usuários de serviços entregues por meio de projetos de PPPs estão sempre ou quase sempre satisfeitos.

Enfim, o aumento da produtividade e o crescimento da economia brasileira dependem dos investimentos na infraestrutura, e sua viabilização terá de ser feita em parceria com a iniciativa privada. Precisamos, portanto, melhorar o respeito às relações contratuais e buscar maior clareza e estabilidade de regras. Nesse sentido, cabe ao poder público criar uma regulação clara, estável e compatível com as necessidades da população, dos inves-tidores e, muito especialmente, do país.

o regulador, resultando em alterações e vio-lações ao contrato firmado inicialmente. A consequência é a perda do equilíbrio eco-nômico-financeiro da relação contratual.

Há muitos casos recentes no Brasil que representaram verdadeiras quebras nos acordos e que assim afastaram investi-dores do país e inviabilizaram novas con-cessões. Em alguns deles, não se alcançou uma adequada conciliação entre o Governo, visando à modicidade tarifária, e os pretendentes investidores, focados em padrões mínimos de rentabilidade.

Ainda como complicador para a atração de capitais privados, destaca-se a sobreposição de atos de instituições públicas dos três níveis federativos, ampliando os riscos dos projetos de concessões, especialmente pela imprevisi-bilidade das receitas, bem como pela elevação de custos dos investimentos e da gestão dos

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Complementaridade: proposta para o cenário metamórfico de uma policrise

ARTIGO | GESTÃO E ESPIRITUALIDADE

E m 1970, quando o Nobel de Economia Milton Friedman publicou na New York Times Magazine um estudo intitulado “A Responsabilidade Social dos Negócios é Aumentar seu

Lucro”, ambientalistas e defensores dos direitos humanos pouco se deram conta do que poderia ser seu conteúdo. Friedman, então o expoente da economia, era categórico na condenação de executivos que se preocupassem com os colaboradores, a comunidade, o meio ambiente, o assédio no trabalho e a geração de empregos. Segundo o próprio, em entrevistas à TV aberta americana, “isso era sinônimo de socialismo”.

Talvez fosse demais, nos anos 1970, querer que um inflamado defensor do capitalismo ousasse perceber que qualquer forma de negócio iria depender, cada vez mais vis-ceralmente, de ética e moral e do tecido social em que se inserisse, para que pudesse se instalar, operar, se expandir e prosperar. As leis eram mais elásticas em sua época, e a consciência holística sequer povoava o sonho de muitos.

Mas, cá em 2015, as ideias de Friedman ainda inspiram seguidores. Como se o lucro pudesse sustentar-se por si mesmo via acu-mulação descabida e a exploração fosse uma prática permitida, em uma época de trans-parência e profundas depurações fisioló-gicas do planeta Terra. A despeito disso, ainda se observa, em tempo de espiritua-lidade na gestão, que o desejo desenfreado por acumular extrapolou os muros privados e adentrou a esfera pública e também o terceiro setor.

A lente econômica, para não dizer finan-ceira, passou a antepor-se às visões de mundo de muitos. Até das famílias! Desejamos acu-mular além da conta. E consumir como se a satisfação viesse do “ter”, e não do “ser”. Porém, os cenários mudaram, e os sinais estão claros. O vazio existencial que rasga o peito do século XXI tem muito a ver com esse foco no comprar, e não nas necessidades da alma, que são gratuitas.

SIDEMBERG RODRIGUES é gerente geral de Sustentabilidade e Relações Institucionais da ArcelorMittal Brasil e membro honorário da Academia Brasileira de Direitos Humanos - ABDH

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“O vazio existencial que rasga o peito do século XXI tem muito a ver com esse foco no comprar, e não nas necessidades da alma, que são gratuitas”

Por outro lado, enquanto vender for mais importante que servir, não se vai vender. Se gerir permanecer sinônimo de assediar e manipular, o sistema prosseguirá devorando a si mesmo. Enquanto trabalho escravo e infantil ainda gravitarem nas órbitas pro-dutivas, o lucro não terá legitimidade. A política ainda se mostra longe de pro-mover o bem comum e nunca esteve tão individualmente cumulativa e perdida de sua missão. Já não há ideologia que convença, por mais aliada que seja a mídia. Guardada a proporção das exceções, ela também se deixou seduzir, estando paginada entre a própria ganância – como indústria que é – e o papel de serva interesseira do capita-lismo informacional.

Aliás, tarefa difícil separar os capi-talistas de fato daqueles “de direito”. Aqui entra uma das vertentes morais da improbidade. Também pelos que votam a favor de aumentos nos próprios salários; os que ganham auxílio moradia já tendo casa confortável ou ajuda para o paletó com seus guarda-roupas lotados de ternos de grife. Enquanto isso, continuamos a ver a renda muito mal distribuída, ao ponto de alguns não terem sequer comida, casa, ou a espe-rança de um amanhã, além de 10 milhões de jovens brasileiros viverem sem trabalho, e o pior: fora da escola. Bandeiras ambientais, só as que não derem trabalho por não tra-zerem responsabilidades individuais para quem as empunhar, pois o saneamento mata mais ou tanto quanto a violência; a água está por um fio; as cidades parecem falidas logisticamente; e pouco se vê disso no topo das pautas partidárias.

A maioria se esquece de que meio ambiente é também espacialidade. Tudo isso poderá acabar inspirando uma manifestação dessas centenas de milhares

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de pessoas que saem às ruas na tentativa de creditar o cenário metamórfico de uma policrise exclusivamente a um partido ou a seus últimos dirigentes. A estes também é endereçada toda a corrupção que habita o Brasil desde a chegada das esquadras de Cabral.

Na verdade, nosso país nunca esteve lá muito bem como candidato a Estado democrático de direito, por falta de vontade política, corrupção crônica e incompetência. Em muitas gestões. Foquemos o tempo pre-sente, porém com um olhar mais colabo-rativo, pois há gente suficiente já cuidando de punir. A legalidade tem sido boa aliada contra a desonestidade, mas precisamos avançar. Vamos reconstruir juntos e não fomentar ainda mais a falência institucional. Os jovens estão sem referências e esperança! Já não há mais espaço para ignorar o sofri-mento coletivo. Os presídios estão lotados e as escolas estão vazias. O país se desin-dustrializa com a mesma velocidade com

que desemprega. Alguns dirigentes têm se ocupado mais em procurar erros do ante-cessor do que em assumir suas atuais res-ponsabilidades. Agora não é mais tempo de apontar culpados. Somos todos respon-sáveis! O prazo expirou.

O cenário só vai mudar quando o individualismo sublimar-se no pensar coletivo, que une esferas, segmentos, sistemas e pessoas.Quando as disputas harmonizarem-se no altruísmo. Quando a ganância diluir-se na consciência de uma governança transparente, ética e moral, à luz de uma cultura em que predominem o bem comum e a integridade. Deus não joga dados e parece decepcionado com sua única criação, por assim dizer, inteligente. Não por acaso, deu-lhe uma rede neural que precisa de dois hemisférios integrados para funcionar bem. Só vai ser bom para um o que for bom para todos. É chegado o tempo da espiritualidade. E da comple-mentaridade. Finalmente!

ARTIGO | GESTÃO E ESPIRITUALIDADE

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A transdisciplinaridade da agenda ambiental

ARTIGO | MEIO AMBIENTE

A consciência de que os desafios ambientais são globais exige uma visão ampla para o encontro de soluções eficazes, que conciliem a conservação do meio ambiente às agendas de

promoção do desenvolvimento econômico e social. Mais do que multidisciplinaridade, é necessário transdisciplinaridade para fazer conexões de ações e ideias para a tomada de decisões adequadas, sobretudo, contemplando um pensamento de longo prazo.

Nos últimos 40 anos, crescem dentro da indústria a adesão e a valorização da agenda de sustentabilidade, pois o setor depende dos recursos naturais para manter a produção. Além disso, a conservação do meio ambiente é imperativo no mercado, em razão do aumento da parcela de consumidores que exigem pro-dutos sustentáveis. Pesquisa recente feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com grandes e médias empresas mostra que 66% delas possuem alto grau de engajamento em ações e práticas sustentáveis e 61% informaram que desejam aumentar os investimentos nessas iniciativas. Entre os principais aspectos para se apostar em produtos e processos mais ami-gáveis ao meio ambiente estão a reputação de marcas, a inserção em mercados e a sustenta-bilidade dos negócios.

Mesmo com essa tendência de valorização da agenda da sustentabilidade no Brasil e no mundo, o avanço do tema enfrenta desafios cujas soluções, na maioria das vezes, extra-polam o interior das empresas e dependem de uma ação conjunta e articulada com governos e sociedade. Um exemplo é a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que, para ser bem-sucedida, necessita, por um lado, de um eficiente sistema logístico e de políticas públicas que incentivem a reciclagem e, por outro, de maior conscientização das pessoas. Para que essas ações andem de forma articulada, além de vontade política, é preciso um planeja-mento efetivo, com ações e prazos exequíveis e devida avaliação de riscos.

Planejamento, aliás, é um dos itens funda-mentais na criação de um ambiente favorável aos negócios, já que possibilita uma visão de longo prazo e de retorno dos investimentos.

SHELLEY CARNEIRO é gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

A gestão dos recursos hídricos é um exemplo claro de que a falta de planos eficazes pode trazer prejuízos para a sociedade. A crise hídrica 2014-2015 enfrentada nas Regiões Sudeste e Nordeste mostrou a necessidade de aperfeiçoar os instrumentos da administração de bens naturais, como por exemplo, tornar a implementação dos planos mais efetiva, com metas e responsabilidades claras para todos os atores.

Assim como na gestão dos resíduos sólidos e na da água, a agenda ambiental de forma geral precisa de planejamentos consistentes e exequíveis. Somado a isso, são necessárias

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“Assim como na gestão dos resíduos sólidos e na da água, a agenda ambiental de forma geral precisa de planejamentos consistentes e exequíveis”

conômico, com aumento da competitividade das indústrias e geração de emprego e renda. Para isso, é fundamental avançar na diver-sificação da matriz energética do país, com incentivos concretos à ampliação da partici-pação das energias renováveis. Por outro lado, deve-se também apostar em tecnologias que diminuem as emissões de CO2 no uso de com-bustíveis fósseis. É preciso mudar a ótica de condenarmos produtos como o carvão e nos vol-tarmos para solucionar processos, tornando-os mais eficientes e com menor impacto para o meio ambiente.

Esses e outros exemplos mostram o quão complexa e desafiadora é a busca de soluções para as questões ambientais. Contudo, a indústria brasileira está trilhando esse caminho, disposta a dialogar com governos e sociedade na procura de alternativas benéficas a todos. A CNI e as federações de indústrias participam de conselhos nacional e estaduais de meio ambiente e de uma série de colegiados de políticas públicas associadas à gestão dos recursos naturais. O Sistema Indústria conta com canais próprios para conversar com as bases empresariais e entender as reais neces-sidades do setor. Além disso, são realizados anualmente os encontros CNI Sustentabi-lidade, que promovem um diálogo permanente no segmento empresarial sobre tendências, tecnologias inovadoras, oportunidades e desafios para ajudar a indústria a aliar competitividade com sustentabilidade.

Sabemos que os desafios ambientais são grandes. Mas entendemos também que eles trazem oportunidades de o país aperfeiçoar a gestão, não apenas de seus recursos naturais, mas de infraestrutura, de inovação, de capital humano, entre outros, justamente pela visão transdisciplinar intrínseca à sustentabilidade. Encarar a agenda ambiental vai além da simples questão de sobrevivência. Eleva-nos a um novo patamar, com melhoria da gestão pública, da qualidade de vida da população, da produti-vidade industrial e da competitividade brasileiro.

ainda regras claras e criação de um cenário mais favorável à inovação, com ênfase na recom-pensa aos que adotam medidas e tecnologias benéficas ao meio ambiente. A antiga fórmula de comando e controle, embora necessária para punir os que cometem abusos, é insu-ficiente para levar as empresas e a sociedade a um patamar mais elevado de sustentabi-lidade ambiental.

No caso da participação do Brasil no acordo de mudança do clima, essa visão de estímulo à inovação se faz ainda mais prioritária. A redução de gases de efeito estufa deve estar aliada à busca pelo desenvolvimento socioe-

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Marketing e crise. Qual a ligação?

ARTIGO | MARKETING

V ivemos um período delicado no país. As instabilidades fazem tremer as bases de qualquer empresa. Porém, dentro da perspectiva do marketing, as crises podem

trazer oportunidades e apresentar, para um determinado segmento, desafios estimulantes jamais imaginados. Na onda da conjuntura desfavorável, muitas corporações já se reinventaram e navegaram rumo ao sucesso, e tudo isso graças a ações estratégicas elaboradas de forma rápida e eficaz para enfrentar sem medo o fantasma da recessão. Bob Fifer, consultor de boa parte das chamadas “Fortune 500”, costuma dizer que as empresas campeãs são justamente aquelas que, mesmo em tempos ruins, investem mais em marketing do que seus concorrentes.

As organizações que já têm enveredado esforços sistemáticos em marketing não sentem, nem sentirão, tanto a crise quanto aquelas que ignoram as diversas vertentes, funções e artifícios da ciência de marketing.

O mantra do momento é “abrir a mente” e, além disso, buscar alternativas para encarar o grande desafio de se manter e ainda conseguir obter sucesso, mesmo em meio ao turbilhão pessimista que assola o país. No entanto, somente quem compreende o valor de investir em inteligência com-petitiva e estratégia de marketing poderá passar pelo período com mais serenidade.

A palavra que pode permear essa crise e trazer oportunidades de ouro é inovação. As empresas que investirem em inovação, em sua mais com-pleta abrangência, poderão passar por esse dilúvio com a certeza de que estão fortalecidas e, quem sabe, até com negócios reinventados. E é aí que entra a ligação com o marketing, pois é por meio dele que podemos apontar os caminhos para passar pela fase turbulenta.

Não há mistério: investir em inteligência sig-nifica compreender melhor seu mercado, seus diferentes públicos, o comportamento atual do cliente e dos competidores. Em seguida, investir em estratégia representa a utilização das infor-mações da inteligência de marketing de forma a traçar os melhores e mais seguros caminhos para se alcançar os objetivos almejados. Irônica e infelizmente, muitas empresas, à primeira sombra dos impactos da crise, reduzem drasticamente a verba de marketing, que passa a ser vista como despesa vã.

É simplesmente incompreensível (e talvez inadmissível) conceber que cortar esses

NINO CARVALHO é consultor em Estratégias de Marketing Digital e coordenador dos Programas de MBA e Pós-MBA em Marketing Digital da FGV em todo o Brasil

custos vai adiantar alguma coisa para se defender de uma crise nacional com reflexos e causas internacionais. Esse pensamento, além de completamente equivocado, é mais que ultrapassado. É justamente neste momento de tempestade que as marcas neces-sitam se fortalecer perante o público e os seus diversos outros stakeholders que, indu-bitavelmente, precisam enxergar os produtos ou os serviços como aliados que o ajudarão a passar por essa maré que afeta toda a cadeia produtiva e de consumo.

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“Dentro da perspectiva do marketing, as crises podem trazer oportunidades e apresentar desafios estimulantes jamais imaginados”

para reinventar uma linguagem e proporcionar experiências que façam com que o consumidor se aproxime mais e entenda que estamos todos juntos nesse barco, mas que a sua marca pode fazer a diferença. É aí que entram também a criatividade e a inovação, pois a internet é um território livre para ousar e, por tabela, criar situações para fidelizar esse novo consu-midor, que está cada vez mais exigente e em busca de novas experiências.

Em adição a tudo isso, a internet é fle-xível, permitindo investimentos menores, mais focados, segmentados, com mais chances de sucesso e com a possibilidade de ajustes em pleno voo. Ou seja, se sua organização está com uma campanha on-line que não se mostra muito eficiente, você pode fazer acertos e afinar o que for necessário de forma mais ágil e econômica, quando comparado com possibilidades similares em ações de comunicação tradicional.

E, enquanto a calmaria não vem, cabe às empresas tomarem decisões ousadas, criativas, bem pensadas, sólidas e de impacto, baseadas nas expectativas reais de seus públicos, que também procuram se adequar e sobreviver sem fazer mudanças drásticas em seus hábitos de consumo. Além disso, é fato que os empresários que apos-tarem suas fichas em ideias inovadoras e em ações de marketing de qualidade têm a probabilidade de obter resultados positivos e até mesmo ines-perados, que irão de encontro aos prognósticos nefastos anunciados pela grande mídia.

O marketing não é uma opção. Muito menos é um investimento qualquer. O marketing é, na verdade e acima de tudo, uma ciência essencial para trazer retorno ao investimento de toda empresa. Se as vendas caíram, reforce a sua marca, encontre soluções para suprir as necessidades dos clientes, aproxime-se dos seus públicos e oriente muito bem todos os setores da organização para que, juntos, todos possam fazer a diferença e tra-balhar duro em busca de resultados campeões, mesmo em tempos de eventuais crises.

Em vez de cortar custos de maneira radical, é necessário adequar o orçamento à sua rea-lidade e às perspectivas de seu mercado. Se está caro investir nas mídias tradicionais, o ideal é diminuir a aplicação de recursos nessa área e passar a apostar em ações mais coe-rentes e estruturadas em comunicação digital. As empresas precisam despertar para a realidade do marketing dentro do ambiente on-line que, em tempos como estes, pode trazer resultados mais rápidos e mensuráveis e fortalecer a marca, já que esse é um espaço propício até mesmo

Luciana Salgado (coautora deste artigo) é consultora de Marketing Político e pro-fessora da FGV em diversas cidades do país.

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ÍNDICE DE ANUNCIANTES

ABRH 279

Afecc 42

ArcelorMittal 162

Bandes 87

Banestes 107

Buaiz Alimentos 244

Cemaço 30

Cindes 235

Cisa Trading 183

Cofril 66

Concrevit 50

Construtora Épura 35

Coopeavi 266

Corpus Saneamento e Obras 278

Cosentino 93

Cotia 7

Divulgue Outdoor 251

Espiral Engenharia 89

Fertilizantes Heringer 5

Findes 143

Garoto 77 e 245

Grupo Coimex 111

Grupo Eletromil 85

Ideies 67

IEL-ES 254 e 255

Imobiliária Universal 240

IRI 219

ISH 51

ANUNCIANTES PÁGINA ANUNCIANTES PÁGINA

Jeep 103

MedSênior 260 e 261

Megaton 286

Metro Jornal 223

Metropolitano Hospital 31

Politintas 115

Prosegur 13

Record News 274 e 275

Rede TV 122 e 213

Revista ES Brasil 99

Samarco 57

Samp 8 e 9

Sebrae 43

Sedes 201

Senai 18 e 19

Serra Log 2

Sescoop 194

Sesi 120 e 121

Shopping Vitória 91

Sicoob 285

Sistema Findes 71

Terca 3

TV Capixaba 195

Unimed 83

USM Industrial & Offshore 207

Vale 38 e 39

Vixteam 241

VTO Linhares 267

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