anuario fruticultura 2012

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ISSN 1808-4931 t u F r l r i u t c u a 1 2 0 2 brazilian Fruit yearbook anuário brasileiro da 1

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anuário brasileiro da

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Tratamento de Resíduos Animais: aproveita os dejetos de suínos e de outras espécies para a produção de energia (gás) e de composto orgânico.

Programa Agricultura de Baixo Carbono.Seis maneiras de você aumentara sua produtividade, benefi ciar o meio ambientee crescer ainda mais com o Brasil.

AGRICULTURA DE BAIXA EMISSÃO DE CARBONO. MAS PODE CHAMAR TAMBÉM DEINVESTIMENTO COM RETORNO GARANTIDO.

Recuperação de Áreas Degradadas: reintroduz as terras, antes subutilizadas,no processo produtivo.

Plantio de Florestas: protege os animais, solo e pode ser explorada economicamente, evitando o desmatamento.

Sistema de Plantio Direto:protege o solo da erosão, aumentandosua capacidade produtiva, com baixo custo de produção.

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta: introduz estes 3 tipos de atividades em uma mesma propriedade, variando a produção.

Programa Agricultura de Baixo Carbono.Seis maneiras de você aumentara sua produtividade, benefi ciar o meio ambientee crescer ainda mais com o Brasil.

Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono – ABC. Seis maneiras de você aumentar a sua produtividade, benefi ciar o meio ambiente e crescer ainda mais com o Brasil.A agricultura brasileira está entrando em uma nova era com o Programa ABC – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. Um projeto já adotado em diversos países, com as seis principais medidas sustentáveis para aumentar ainda mais a produção no campo, diminuindo as emissões de gases de efeito estufa. E para que todo produtor possa fazer essa mudança, o Governo Federal está investindo recursos em crédito e orientação para a implantação de técnicas agrícolas sustentáveis.

Para mais informações, acesse: www.agricultura.gov.br/abc.

Fixação Biológica de Nitrogênio: evita a contaminação da água e do solo e contribui para uma menor emissão de gases de efeito estufa.

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ExpedienteANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA 2012

Editor: Romar Rudolfo BelingEditora assistente: Angela Zamberlan Vencato

Textos: Benno Bernardo Kist, Angela Zamberlan Vencato, Cleiton Santos, Cleonice de Carvalho, Erna Regina Reetz, Heloísa Poll e Romar Rudolfo Beling

Supervisão: Romeu Inacio NeumannTradução: Guido Jungblut

Fotografia: Sílvio Ávila, Inor Assmann (Agência Assmann), Robispierre Giuliani e divulgação de empresas e entidades

Projeto gráfico e diagramação: Márcio Oliveira MachadoArte de capa: Márcio Oliveira Machado, sobre fotografias de Sílvio Ávila

Edição de fotografia e arte-final: Márcio Oliveira Machado e Henrique SchererMarketing: Maira Trojan Bugs, Tainara Bugs, Danielle de Almeida e Rafaela Jungblut

Supervisão gráfica: Márcio Oliveira MachadoDistribuição: Simone de Moraes

Impressão: Gráfica Serafinense, Serafina Corrêa (RS)

EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA.CNPJ 04.439.157/0001-79

Diretor-presidente: André Luís JungblutDiretor de Conteúdo: Romeu Inacio Neumann

Diretor Comercial: Raul José DreyerDiretor-administrativo: Jones Alei da Silva

Diretor Industrial: Paulo Roberto Treib

Rua Ramiro Barcelos, 1.224, CEP: 96.810-900, Santa Cruz do Sul, RS

Telefone: 0 55 (xx) 51 3715 7940 Fax: 0 55 (xx) 51 3715 7944

E-mail: [email protected]@editoragazeta.com.brSite: www.editoragazeta.com.br

Ficha

A636 Anuário brasileiro da fruticultura 2012 / Benno Bernardo Kist ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta Santa Cruz, 2012. 128 p. : il.

ISSN 1808-4931

1. Frutas - Cultivo - Brasil. I. Kist, Benno Bernardo.

CDD : 634.0981 CDU : 634.1(81)

Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197

Expediente . Publishers and editors

É permitida a reprodução de informações desta revista, desde que citada a fonte.

Reproduction of any part of this magazine is allowed, provided the source is cited.

ISSN 1808-4931

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ApresentaçãoIntroduction

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CenárioScenario

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Principais frutasMain fruit

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AçõesActions

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PesquisaResearch

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Especial Special106

PainelPanel

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SumárioSumário . Summary

Eventos Events126

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Dithane* NT é o fungicida que acompanha a velocidade das mudanças!

Tradicionalmente inovador é usado por gerações no controle preventivode diversas doenças da cultura da Batata, Maçã, Tomate e Uva.

Dithane* NT tem maior aderência – resiste à lavagem pelaságuas da chuva.

Dithane* NT é proteção também para mais de 30 culturas.

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Anúncio Anuário Fruticultura - Multiculturas - Final - 12.031.12.ai 1 12/03/12 14:23

A quem se familiarizaA quem se familiariza com a produção de frutas no Brasil chama a atenção a diversidade de espécies que o País oferece a sua população e ao mercado internacional. Das regiões temperadas aos trópicos e à linha do Equador, poucas são as variedades que não se adaptam ao clima e ao solo nacionais. Por isso, costuma-se dizer que os brasileiros são privilegiados quando está em questão o seu abastecimento.

Com a estruturação dos canais de distribuição e de conserva-ção dessas frutas, o consumidor doméstico pode encontrar o ano inteiro as espécies de sua preferência e, mais recentemente, tem tido a oportunidade inclusive de selecionar o produto a partir de diversos sistemas de cultivo.

No entanto, se o cenário da fruticultura brasileira já é por si só promissor, em dezenas de polos de cultivo com forte identidade regional, é de crer que os próximos anos são particularmente promissores. O Brasil talvez esteja testemunhando, neste início de século XXI, uma revolução absoluta na realidade da produção

de frutas, e o faz com suas próprias cabeças pensantes. Não seria exagero dizer que essa vanguarda de pesquisa e tec-

nologia é muito similar à da adaptação da soja, cultura originária de regiões temperadas, ao clima e ao solo dos trópicos, o que abriu à oleaginosa as amplas extensões dos cerrados, alterando para sempre, por arte também de pesquisadores brasileiros, o mapa da agricultura global.

E que odisseia protagonizam as frutas? Tendo à frente a Em-presa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), diante do entusiasmo visionário de alguns de seus especialistas, e com apoio de instituições e empresas, espécies antes só vistas ou cultiváveis em regiões temperadas, de clima mais ameno, começaram a ser colhidas no Nordeste, em áreas de forte insolação e de calor intenso.

O Ceará acaba de saborear a primeira safra de maçãs retiradas de pomares experimentais instalados em seu território. E, por sinal, gostou muito do que provou. Em outras localidades do

ApresentaçãoApresentação . Introduction

Revolução no pomar

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Nordeste, uvas, ameixas, nêsperas, caquis, pêssegos e figos vêm sendo testados, com desempenho muito promissor. Tendo em vista que os resultados já alcançados são alvissareiros, é evidente que o Brasil não faz revolução localizada. A aposta nacional po-derá estender benefícios e efeitos positivos para outras realidades globais, com efeitos sociais de inclusão facilmente calculáveis.

Caso se acrescente a esse panorama de eficiência e de com-petência técnica e gerencial ainda a ampla gama de alternativas sugeridas pelas espécies de frutas da região Norte, em realidade de Amazônia (que, aliás, merecem um capítulo especial no Anuário Brasileiro da Fruticultura 2012), tem-se um cenário de perspec-tivas para a fruticultura que são quase ilimitadas.

Das frutas in natura aos produtos industrializados, o Brasil está, e cada vez mais estará, vendendo saúde. Faz bem à autoes-tima, faz bem à economia e faz bem, especialmente, ao coração, diante da melhor qualidade de vida da população, que tem à disposição alimento bom, saboroso e nutritivo.

Orchard revolution

What captures the attentionWhat captures the attention of those who are familiar with the production of fruits in Brazil is the diversity of species the Country offers its people and the foreign markets. From the temperate regions to the tropics and to the Equator Line, only few varieties do not find their ideal climate and soil conditions across the Country. It is common knowledge that Brazilian people are privileged when it comes to the question of supply. With structuring of the distribution channels and conservation of these fruits, domestic consumers have year round access to the types of fruit they prefer and, more recently, have even had the chance to select their product according to different production systems.

Nonetheless, if the Brazilian fruit scenario is promising by itself, in tens of production hubs strongly identified with their regions, common sense has it that the coming years will be particularly promising. Maybe in the early years of the 21st cen-tury Brazil is witnessing a radical revolution in fruit production operations, masterminded by the growers themselves.

It would be no exaggeration to say that this avant-garde research work and technology runs parallel with the adaptation of the soybean crop, which comes from temperate zones, to tropical climate and soil conditions, and has spread to the vast cerrado regions, altering forever, also by virtue of the Brazilian researchers, the map of global agriculture.

And what an odyssey triggered by the fruits? Led by Brazilian Agricultural Research Corporation (Embrapa), driven by the visionary enthusiasm of some of its specialists, and relying on support from institutions and corporations, species only seen or grown in temperate zones, where mild climates prevail, are now harvested in the Northeast, in areas of intense sunshine and very warm temperatures.

The State of Ceará has just celebrated the first apple crop from trial orchards established in its territory. And, by the way, they have proved delicious. In other localities throughout the Northeast, grapes, plums, loquats, persimmons, peaches and figs are being tested, and their performance is very promising. Seeing that the results obtained so far are rewarding, it becomes evident that Brazil is not engaged in regional revolutions. The national bet could extend benefits and positive results to other global realities, with social inclusion effects easily detected.

Should this panorama of technical and managerial effectiveness be enriched with a vast array of alternatives suggested by the fruit species of the North, as a matter of fact, from the Amazon region (which, by the way, are given a special chapter in the Brazilian Fruit Yearbook 2012), the result would be a scenario of almost unlimited perspectives for Brazil’s fruit-growing business.

From fresh fruit to industrialized products, Brazil is, and will always be, the picture of health. It boosts self esteem, it drives the economy and is particularly good for the heart, in light of the better quality of life of the people, who can take advantage of healthy, delicious and nutritious food.

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Em

Cenário

manutenção

Cenário . Scenario

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AA fruticultura brasileira teve um ano de manutenção do desempenho geral e quando as estatísticas oficiais estive-rem finalizadas deverão indicar que 2011 apresentou volumes praticamente iguais às 42,101 milhões de toneladas obtidas anteriormente. A soma inclui 20 espécies produzidas no País. “Os resultados prévios apontam que o setor deverá registrar cresci-mento da produção de frutas importantes, como laranja e uva”, sinaliza Moacyr Saraiva Fernandes, presidente do Instituto Brasilei-ro de Frutas (Ibraf). Também o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou projeções nessa direção em janeiro de 2012.

Na estimativa do IBGE, cujos dados referem-se a seis frutas, o Brasil colheu 19,655 milhões de t de laranja em 2011, superando as 18,101 milhões de t da safra anterior. Da mesma forma, a produção de banana estava prevista em 7,023 milhões de t, sobrepondo-se às 6,962 milhões de

t de 2010. As colheitas de uva e maçã es-tavam projetadas em 1,463 milhão de t e 1,364 milhão de t, respectivamente. Juntas, essas quatro espécies podem responder por 29,507 milhões de t em 2011, ou seja, cerca de 75% da produção total. Em relação à safra 2012, os números do IBGE preveem queda para as quatro culturas em compa-ração a 2011. Dessa forma, as reduções devem ser de 8,27% para laranja, 0,62% para banana, 5,17% para uva e 11,45% para maçã.

Na fruticultura, a produção se mantém instável porque a atividade se divide em três segmentos – culturas perenes, semiperenes e anuais. Fernandes explica que alterações de área e de produção são mais comuns em cultivos anuais, como morango, melancia e melão, que em um período de seis meses já têm frutos à disposição do consumo. Nos outros dois segmentos é necessário, em alguns casos, esperar até três anos para fazer as primeiras colheitas. O setor

também é muito suscetível aos efeitos das intempéries. Em 2011, por exemplo, os pomares de maçã sofreram perdas de até 25% em determinadas regiões em função da ocorrência de granizo e geada. Em com-pensação, o clima foi favorável para manga, banana e citros.

Conforme o dirigente do Ibraf, a área plantada tem se mantido a mesma. Em 2010, a área colhida foi de 2,240 milhões de hectares. No entanto, a produtividade aumentou sem ocupar extensão maior. Nesse sentido, os produtores dos polos estão buscando soluções para elevar a rentabilidade, investindo em variedades mais produtivas. “A fruta de exportação está precisando se tecnificar mais para ficar competitiva e atender aos brasileiros que são mais intolerantes aos defeitos”, opina. Além disso, uma maior oferta será necessária para suprir o mercado interno, que deverá crescer ainda mais nos próxi-mos anos.

PRODUçãO BRASILEIRA DE FRUTAS FRESCAS SE MANTEVE ESTÁVEL EM 2011, MAS PROJEçõES PARA 2012 INDICAM qUEDA NAS qUATRO PRINCIPAIS CULTURAS

São Paulo respondeu por 32,9% da safra de 2010

Pequenas porçõesPEQUENAS PORÇÕES A atividade envolve mais de 5 milhões de pessoas no País, de acordo com o presidente do Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes. Em média, os plantios são feitos em pequenas propriedades de até 10 hectares e proporcionam renda para que as famílias produtoras possam viver com qualidade. Salienta que é o setor que mais emprega por hectare, entretanto, tem enfrentado o problema da falta de trabalhadores. “Antes era possível atuar com o sistema de meeiro, mas hoje a legislação trabalhista não permite”, relata. O Brasil continua na posição de terceiro maior produtor mundial de frutas, perdendo para China e Índia. No que diz respeito às espécies de clima tropical, o País ocupa o primeiro lugar.

As principais regiões produtoras no Brasil são Sudeste, Nordeste e Sul. Em 2010, o Estado de São Paulo respondeu por 32,9% da oferta nacional de frutas frescas, conforme a pesquisa de Produção Agrícola Municipal (PAM) do IBGE. Na sequência estão Bahia, com participação de 15,1%, Rio Grande do Sul (7,9%), Minas Gerais (7,1%), Pernambuco (5,2%) e demais estados (31,8%). Um grupo de 20 municípios brasileiros respondeu por 17,2% da colheita, com destaque para Petrolina (PE), Juazeiro (BA), Pinheiros (ES), Mogi Guaçu (SP) e São Joaquim (SC).

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ABUNDANTE . ENORMOUSProdução brasileira em 2010

Fruta Produção (t) Área (ha)

Laranja 18.101.708 834.270

Banana 6.962.792 494.460

Abacaxi* 2.963.632 60.016

Melancia 2.052.928 96.477

Coco-da-baía* 1.891.687 276.616

Mamão 1.871.295 34.717

Uva 1.351.160 81.275

Maçã 1.279.026 38.717

Manga 1.188.911 76.568

Tangerina 1.122.730 61.670

Limão 1.020.345 44.194

Maracujá 920.158 62.243

Melão 478.431 18.870

Goiaba 316.363 15.677

Pêssego 220.739 20.295

Caqui 164.495 8.652

Abacate 152.181 11.051

Figo 25.727 2.934

Pera 16.367 1.540

Marmelo 964 209

Total 42.101.639 2.240.451Fonte: IBGE/Ibraf - *Em mil frutos. Conversão: 1 fruto = 2,5 kg (Região Sul-Sudeste, exceto PR (1,6 kg) e SC (1,67 kg)), 2,1 kg (Região Centro-Oeste) e 1,8 kg (para as demais regiões). Fonte: FNP

PRINCIPAIS . MAIN FRUITSEstimativas de produção brasileira (em t)

Frutas 2011 2012

Laranja 19.655.469 18.030.413

Banana 7.023.396 6.980.192

Abacaxi* 1.519.881 1.455.056

Coco-da-baía* 1.899.355 1.786.498

Uva 1.463.481 1.387.830

Maçã 1.364.953 1.208.658Fonte: IBGE (Janeiro de 2012) - *Em mil frutos. Conversão: 1 fruto = 2,5 kg (Região Sul-Sudeste, exceto PR (1,6 kg) e SC (1,67 kg)), 2,1 kg (Região Centro-Oeste) e 1,8 kg (para as demais regiões). Fonte: FNP

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Brazil’s fruit farming business maintained its general performance over the year, and once official figures have been concluded, they will show that 2011 was not different in volume from the 42.101 million tons produced the previous year. The total includes 20 species produced in the Country. “Preliminary results point to soaring production volumes of such im-portant fruits as oranges and grapes”, says Moacyr Saraiva Fernandes, president of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf). In January 2012, the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) also pointed towards that direction.

According to estimates released by the IBGE, whose data cover six fruit species, Brazil harvested 19.655 million tons of oranges in 2011, outstripping the 18.101 million tons the year before. Likewise, the production of bananas had been projected at 7.023 million tons, slightly above the

6.962 million tons in 2010. The grape and apple crops had been projected at 1.463 million t and 1.364 million t, respectively. Together, these four species could account for 29.507 million tons in 2011, that is to say, about 75% of the total. With regard to the 2012 crop year, the IBGE numbers foretell a decline in the four crops, compared with 2011. The reductions are supposed to amount to 8.27% for oranges, 0.62% for bananas, 5.17% for grapes and 11.45% for apples.

In fruit farming, production keeps unstable because the activity is split into three segments – perennial, semi-perennial and annual crops. Fernandes explains that area and production alterations are more common in annual crops, like squash, wa-termelon and melon, which in a period of six months reach the market for consumption. In other segments, it sometimes takes up to three years for the first harvest. The sector is

also very susceptible to bad weather condi-tions. In 2011, for example, apple orchards suffered losses of up to 25% in certain regions because of hailstorm incidences and frost conditions. On the other hand, climate conditions were favorable to such fruit as mangoes, bananas and citrus. According to the Ibraf official, the planted area remained unchanged. In 2010, it was 2.240 million hectares. Nonetheless, yields improved without any increase in area.

Within this context, the growers in the different hubs are seeking solutions to boost their profits, investing in more productive varieties. “Export-oriented fruit need more technology to make them more competi-tive and please Brazilian consumers, very intolerant to any flaws”, he comments. Furthermore, bigger production volumes are needed to supply the domestic market, which is poised to expand even further over the coming years.

São Paulo accounted for 32.9% of the 2010 crop

Small portionsSMALL PORTIONS The activity involves upwards of 5 million people throughout the Country, says Ibraf president Moacyr Saraiva Fernandes. In general, fruit-growing is carried out on holdings of up to 10 hectares and provide enough income for the families to live a life of quality. He mentions that it is the sector that employs the biggest number of people per hectare, however, labor shortages have been a problem. “In the past it was possible to resort to the sharecropping system, but labor legislation in force now does not allow the system any more”, he explains. Brazil still ranks as third biggest global fruit producer, coming only after China and India. With regard to tropical climate species, the Country ranks first.

The major fruit producing regions in Brazil are as follows: Southeast, Northeast and the South. In 2010, the State of São Paulo accounted for 32.9% of the entire national fruit production business, according to the Municipal Agricultural Survey (PAM), conducted by IBGE. Then come Bahia, with a share of 15.1%, Rio Grande do Sul (7.9%), Minas Gerais (7.1%), Pernambuco (5.2%) and other states (31.8%). A group of 20 Brazilian municipalities accounted for 17.2% of the total harvest, where the highlights are Petrolina (PE), Juazeiro (BA), Pinheiros (ES), Mogi Guaçu (SP) and São Joaquim (SC).

Under maintenanceFRESH FRUIT PRODUCTION IN BRAZIL REMAINED STABLE IN 2011, BUT

PROJECTIONS FOR 2012 PREDICT A DECLINE IN THE FOUR MAJOR CROPS

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OO Brasil exporta 25 espécies de frutas frescas, incluindo outras variedades e outros cítricos. Mais uma vez, o produto brasileiro não foi tão demandado em 2011 quanto em anos anteriores. O País enviou 681.268 toneladas, registrando queda de 10,29% em relação ao ano anterior, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão do Ministério do Desenvol-vimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), compilados pelo Instituto Brasilei-ro de Frutas (Ibraf). Em 2010, o embarque de 759.420 t já havia sido 2,69% inferior ao do período antecedente. Em compensação, os valores obtidos com os negócios em 2011 – US$ 633,639 milhões – superaram em 3,94% os rendimentos de 2010.

As vendas de culturas representativas, como melões, bananas, uvas, maçãs e laran-jas, tiveram os volumes reduzidos em 4,64%, 21,14%, 2,32%, 46,43% e 11,93%, respec-tivamente. Em contrapartida, outras frutas obtiveram desempenhos positivos, como é o caso do limão (5,39%), da melancia (3,63%) e do mamão (6,52%). Os maiores volumes

negociados foram alcançados com melões (169.575 t), mangas (126.430 t), bananas (110.053 t) e limões (66.457 t). Segundo o presidente do Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, o resultado foi afetado em parte pelos problemas da economia europeia, que responde por cerca de 80% das exportações nacionais.

Ele acrescenta que as vendas também foram prejudicadas pela valorização do real sobre o dólar. As frutas foram mais demandadas pelo mercado interno, que se manteve aquecido e mais vantajoso em relação aos valores pagos. Além das condições de mercado, o clima também prejudicou as transações internacionais de itens importan-tes, como a maçã, cuja produção foi afetada pela ocorrência de geadas e granizo na região Sul. É provável que a redução dos embarques de maçã se repita em 2012, mais uma vez afetada por problemas climáticos.

Apesar disso, o Ibraf prevê manuten-ção das vendas externas totais para 2012 em torno de 750 mil t. “Mas para as exportações se manterem nesse patamar,

será necessário diminuir a dependência do mercado europeu”, salienta Fernandes. Uma solução, de acordo com ele, tem sido unir os esforços do setor e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para conquistar novos mercados. “Um exemplo tem sido a exportação de limão tahiti para os Estados Unidos e para o mercado asiático”, destaca.

Em 2010, os principais compradores dos produtos brasileiros foram Países Baixos (Holanda), com 263.745 t, Reino Unido (119.790 t), Espanha (92.658 t), Argentina (46.161 t), Estados Unidos (43.771 t) e Uru-guai (38.262 t). Os demais importadores, por ordem decrescente, foram Alemanha, Portugal, Itália, França, Irlanda, Canadá, Polônia, Bangladesh e Dinamarca. Nesse mesmo ano, o Brasil também negociou frutas processadas, suco de laranja e casta-nha de caju, totalizando 2,149 bilhões de t, que equivaleram a US$ 2,223 bilhões. O resultado foi 4,70% menor em volume que o comercializado em 2009, mas 7,69% superior em receita.

Remessa menorEXPORTAçõES BRASILEIRAS DE FRUTAS FRESCAS REGREDIRAM 10,29% EM 2011; REDUçãO

FOI COMPENSADA PELO INCREMENTO NO VALOR OBTIDO NAS TRANSAçõES

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PASSO ATRÁS . LAGGING BEHINDExportações brasileiras de frutas frescas em volume (kg)

Fruta 2010 2011 Var. (%)

Melão 177.828.525 169.575.730 -4,64

Manga 124.694.284 126.430.774 1,39

Banana 139.553.134 110.053.925 -21,14

Maçã 90.839.409 48.666.209 -46,43

Laranja 37.821.810 33.310.972 -11,93

Melancia 28.261.716 29.287.478 3,63

Mamão 27.057.332 28.822.524 6,52

Abacate 2.699.698 3.263.236 20,87

Abacaxi 1.889.842 2.238.300 18,44

Figo 1.446.458 1.455.787 0,64

Tangerina 1.977.479 921.432 -53,40

Outras frutas 815.879 672.898 -17,52

Coco 407.737 479.345 17,56

Goiaba 147.348 137.455 -6,71

Pomelo 67.335 44.415 -34,04

Outros cítricos 4.519 26.561 487,76

Pera 22.738 16.128 -29,07

Framboesa/Amora 10.866 9.714 -10,60

Airela/Mirtilo 2.383 3.432 44,02

Cereja 48 1.385 2785,42

Ameixa 354 1.063 200,28

Damasco 112 91 -18,75

Pêssego 174 0 -100,00

Morango 2.976 0 -100,00

Mangostão 2.208 0 -100,00

Kiwis 142 0 -100,00

Total 759.420.595 681.268.286 -10,29Fonte: Secex/Elaboração: Ibraf (6/1/12)*Limas: vide limões, pois as estatísticas de limões e limas foram agrupadas**Caqui: vide outras frutas

Saldo positivo

AVANÇO TÍMIDO . MOVING SLOWLYExportações brasileiras de frutas frescas em valor (US$)Fruta 2010 2011 Var. (%)

Melão 121.969.814 128.353.767 5,23Manga 119.929.767 140.910.324 17,49Banana 45.398.163 39.247.836 -13,55Limão 50.693.603 65.806.140 29,81Uva 136.648.806 135.782.857 -0,63Maçã 55.365.805 36.059.461 -34,87Laranja 16.276.736 16.364.077 0,54Melancia 12.356.105 13.877.107 12,31Mamão 35.121.752 38.887.743 10,72Abacate 3.126.434 6.199.802 98,30Abacaxi 998.318 1.401.952 40,43Figo 7.310.886 7.300.741 -0,14Tangerina 1.850.034 849.005 -54,11Outras frutas 1.931.663 1.777.444 -7,98Coco 121.240 259.795 114,28Goiaba 326.364 300.067 -8,06Pomelo 67.335 44.415 -45,76Outros cítricos 4.978 115.017 2.210,51Pera 15.819 17.704 -11,92Framboesa/Amora 78.874 65.711 -16,69Airela/ Mirtilo 22.239 33.764 51,82Cereja 72 2.632 3555,56Ameixa 1.116 3.176 184,59Damasco 1.055 837 -20,66Pêssego 174 0 -100,00Morango 9.675 0 -100,00Mangostão 9.737 0 -100,00Kiwis 307 0 -100,00Total 609.612.136 633.639.942 3,94Fonte: Secex/Elaboração: Ibraf (6/1/12)*Limas: vide limões, pois as estatísticas de limões e limas foram agrupadas**Caqui: vide outras frutas

Receita dos embarques foi 3,94% superior à de 2010

SALDO POSITIVO Ao contrário dos envios ao exterior, as importações de frutas frescas se sobressaíram em 2011. O Ibraf apurou que as aquisições resultaram em 459.387 toneladas, representando crescimento de 22,82% em relação ao ano anterior. O valor destinado à transação foi de US$ 494,955 milhões, 34,68% a mais que em 2010. O saldo da balança comercial, contudo, manteve-se positivo em 221.880 t e em US$ 138,684 milhões em 2011.

Um dos produtos mais importados foi a pera, que totalizou 210.327 t, superando em 10,79% o volume de 2010. Em valores, representou US$ 204,554 milhões, 26,28% além da compra no ano antecedente. Em ordem decrescente, os mais adquiridos foram maçã, ameixa, uva, kiwi, pêssego, nectarina, laranja, cereja e limão, entre outros. Conforme o presidente do Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, o câmbio tornou mais econômico buscar frutas de fora para atender ao mercado nacional, cuja demanda é crescente.

Soma-se a isso o fato de o País ter dificuldade para produzir espécies de clima temperado, como pera. Também é preciso importar frutas como maçã e uva em determinados períodos do ano. “O vazio da uva é preenchido com o produto chileno e, mais recentemente, do Peru, que está se tornando um novo Chile”, relata Fernandes. Da mesma forma, o Brasil aproveita as janelas de produção de outros países para exportar as frutas que dispõe na época.

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Brazil exports 25 fresh fruit spe-cies, including other varieties and citrus fruit. Once again, demand for Brazilian fruit receded in 2011, compared to previ-ous years. The Country shipped abroad 681,268 tons, down 10.29% from the previous year, according to data released by the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), an organ of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC), compiled by the Brazilian Fruit Institute (Ibraf). In 2010, the shipment of 759,420 t had been down 2.69% from the previous period. The compensation came in the form of better values fetched by the businesses in 2011 – US$ 633.639 million – up 3.94% from 2010.

The sales of representative crops, like melons, bananas, grapes, apples and orang-es had their volumes reduced by 4.64%, 21.14%, 2.32%, 46.43% and 11.93%, respectively. On the other hand, other fruits celebrated positive performances, and this is the case of limes (5.39%), wa-termelons (3.63%) and papaya (6.52%).

The biggest volumes negotiated were achieved with melons (169,575 t), man-goes (126,430 t), bananas (110,053 t) and limes (66,457 t).

Ibraf president Moacyr Saraiva Fer-nandes says the result was partly affected by the economic problems in Europe, the destination for approximately 80% of our national exports. He adds that our foreign sales also suffered an impact from the high value of the real against the dol-lar. The fruit were really in great demand in the domestic market, now on a rising trend and paying higher prices. Besides the market conditions, the climate also affected the international transactions of a lot of important items, including apples, which suffered huge losses from frost conditions and hailstorm occurrences in the South. The smaller shipments of apples are likely to hold throughout 2012, as again climate problems interfered with the crop.

Despite all these hurdles, Ibraf officials foretell the maintenance of the total foreign sales in 2012 at about 750 thousand tons.

“However, for our exports to remain at this level, our dependence on the European market should be reduced”, Fernandes argues. A solution, in his view, could be achieved by joint efforts of the sector and of the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA) for the conquest of new markets. “An example was set by Tahiti lime exports to the United States and to the Asian markets”, he recalls.

In 2010, the major buyers of the Brazilian fruit were the Netherlands (Holland), with 263,745 t, the United Kingdom (119,790 t), Spain (92,658 t), Argentina (46,161 t), the United States (43,771 t) and Uruguay (38,262 t). The other buyers, in descending order, were as follows: Germany, Portugal, Italy, France, Ireland, Canada, Poland, Bangladesh and Denmark. In the meantime, Brazil also negotiated processed fruit, Orange juice and cashew nut, totaling 2.149 billion de t, equivalent to US$ 2.223 billion. The result was down 4.70% in volume from 2009, but up 7.69% in revenue.

Smaller shipmentsBRAZILIAN FRESH FRUIT EXPORTS RECEDED 10.29% IN 2011; REDUCTION WAS

COMPENSATED BY HIGHER VALUES FETCHED IN THESE TRANSACTIONS

Positive balancePOSITIVE BALANCE Contrary to the shipments abroad, imports of fresh fruit as-sumed a prominent position in 2011. Ibraf officials ascertained that acquisition amounted to 459,387 tons, up 22.82% from the previous year. The value destined for the transactions reached US$ 494.955 million, up 34.68% from 2010. The trade balance, nevertheless, remained positive by 221,880 t and by US$ 138.684 million in 2011.

Pears were the most imported fruit, with a total of 210,327 t, up 10.79% from 2010. In revenue, it represented US$ 204.554 million, up 26.28% from the purchases in the previous year. In descending order, the most purchased fruit were apples, plums, grapes, peaches, nectarines, cherry and lime, among others. According to the president of Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, the exchange rate made it rather cheap to bring in fruit from abroad to meet the ever-increasing need of the domestic market.

What has to be considered is the fact that it is difficult for the Country to produce temperate climate fruit, like pears. Fruit like apples and grapes also need to be imported in some periods of the year. “The grape gap is fulfilled by Chilean fruit and, more recently, by grapes imported from Peru, now turning into a new Chile”, says Fernandes. Brazil does the same and takes advantage of off-season times in other countries to ship its seasonal fruits.

Revenue was up 3.94% from 2010

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É assim que a gente garante a melhor fatia.This is how we assure the best slice.

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OO projeto de Promoção das Ex-portações de Frutas Brasileiras e Derivados, denominado Brazilian Fruit, tem rendido bons resultados desde que foi instituído em 1998 pelo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimen-tos (Apex-Brasil). Segundo o Ibraf, na época, a balança comercial de frutas era deficitária em US$ 106 milhões, a partir de 1999 o saldo começa a ficar positivo até chegar ao superávit de US$ 138,684 milhões em 2011. No início, eram promovidas quatro frutas: maçã, melão, mamão e uva. Hoje mais de 20 produtos fazem parte da iniciativa. Atualmente, as vendas externas são extrema-mente dependentes da demanda de países da União Europeia, que respondem por 80% da remessa anual.

O presidente do Ibraf, Moacyr Saraiva

Fernandes, explica que no final de 2010 foi elaborado um planejamento estratégico com metas até 2015. O objetivo é manter os clientes já consolidados e buscar novos espaços. Estão no foco países da região do Golfo Pérsico, do Leste Europeu e a China. Conforme o presidente do Ibraf, é necessário não só ampliar os destinos, mas diversificar os itens exportados. Ele cita como potenciais fontes de interesse ao público estrangeiro as espécies amazônicas e as chamadas superfru-tas, como açaí, guaraná e goiaba vermelha.

O Braziliam Fruit intermediou a presen-ça de um grupo de empresas nacionais pela décima vez consecutiva na Feira Internacio-nal para o Mercado de Frutas e Verduras (Fruit Logística), em Berlim, na Alemanha, entre os dias 8 e 10 de fevereiro de 2012. O estande do projeto reuniu 10 empresas, a Central Exportaminas, de Minas Gerais,

e a Associação Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep). As empresas expositoras fecharam negócios superiores a US$ 8,75 milhões. Para os próximos meses, estão previstas negociações que poderão render mais de US$ 20,15 milhões.

Em fevereiro de 2011, a presença na GulFood, maior feira de alimentos e be-bidas do mundo arábe, rendeu negócios na ordem de US$ 2,3 milhões com países como Egito, Senegal, Turquia, Romênia, Síria, Jordânia e Algéria. O evento é a principal porta de entrada para os merca-dos do Oriente Médio e Norte da África. Na ocasião, devido aos inúmeros contatos realizados, as empresas estimavam negociar mais de US$ 7 milhões no decorrer do ano. Em 2012, a feira ocorreu em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, entre os dias 19 e 22 de fevereiro.

Retorno garantidoPROJETO BRAZILIAN FRUIT FACILITA PROJEçãO DAS FRUTAS NACIONAIS NO

MERCADO INTERNACIONAL, BUSCANDO AMPLIAR A CARTA DE CLIENTES

Balança comercial deficitária passou para superávit de US$ 138 milhões

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From trade deficit to a positive balance of trade of US$ 138 million

The project that aims to Pro-mote the Exportation of Brazilian Fruit and Fruit Based Products, known as Brazilian Fruit, has yielded good results since it was created in 1998 by the Brazilian Fruit Institute (Ibraf), jointly with the Brazilian Trade and Investment Promotion Agency (Apex-Brasil). According to Ibraf sources, back then, the Brazilian fruit balance was running a shortfall of US$ 106 million, but as of 1999, things began to change, and now there is a positive balance of trade of US$ 138.684 million in 2011. At the beginning the promotional work included four types of fruit: apples, melons, papaya and grapes. Now more than 20 products are included in the initiative. Currently, our foreign sales depend greatly on European Union countries, which account for 80% of all annual shipments abroad.

The president of Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, explains that in late 2010 a strategic plan was devised setting targets until 2015. The target is to keep the loyal clients and seek new markets. Countries to be conquered include the Persian Gulf, Eastern Europe and China. The president of Ibraf maintains that it is necessary not just widening the destinations, but a di-versification of the export items is needed. In his view, Amazonian fruit species and the so-called superfruit, like açaí, guaraná and red guava, might arouse the interest of foreign consumers.

The ‘Brazilian Fruit’, for the tenth consecutive time, managed to include a group of national companies in the Fruit Logistica Trade Show, in Berlin, Germany, 8 – 10 February 2012. The exhibition display stand comprised 10 companies,

Central Exportaminas, from Minas Gerais, and the Technology Institute Association of Pernambuco (Itep). The exhibiting compa-nies closed business deals worth US$ 8.75 million. Negotiations scheduled for the coming months could amount to upwards of US$ 20.15 million.

In February 2011, the presence at the GulFood, largest food and beverage fair in the Arab world, brought in some US$ 2.3 million from business deals with Egypt, Senegal, Turkey, Rumania, Syria, Jordan and Algeria. The event is the major entrance gate to the markets of the Middle East and North Africa. On that occasion, based on numerous contacts, the companies estimated businesses over the year to reach another US$ 7 million. In 2012, the fair took place in Dubai, in the United Arab Emirates, 19 – 22 February.

Guaranteed return

BRAZILIAN FRUIT PROJECT LEADS OUR NATIONAL FRUIT INTO THE INTERNATIONAL SCENARIO, INCREASING THE NUMBER OF CUSTOMERS

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OOs fruticultores e os demais

segmentos que envolvem a cadeia pro-dutiva estão otimistas em relação ao in-cremento do consumo de frutas frescas e de outros derivados nos próximos anos. “Vamos ter um crescimento de demanda no curto e no médio prazo”, projeta Moacyr Saraiva Fernandes, presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ). Para 2012, segundo ele, a tendência é continuar aumentando como ocorreu em 2011 devido à estabilização da economia. “Há um maior consumo de sucos e néctares, inclusive superior ao de frutas in natura”, destaca.

Fernandes salienta que o setor precisa estar atento a essa nova dinâmica, na qual os brasileiros estão mais conscientes sobre a importância desses produtos para garantir uma alimentação saudável e, por outro lado, contam com melhores con-

dições financeiras para adquiri-los. Con-forme ele, em respeito ao consumidor, a cadeia produtiva deve primar pelos “5S”, denominados de saudabilidade, simplici-dade, segurança, sabor e sustentabilidade. Destaca que o País produz uma grande variedade de sabores e aromas, que vai das frutas de clima temperado até as de clima equatorial na Amazônia.

O dirigente do Ibraf ressalta que os consumidores estão cada vez mais exigentes quanto à qualidade e ao pre-ço. Em relação ao custo dos produtos comercializados, avalia que talvez fosse possível reduzir os valores, caso o setor não tivesse tantas perdas. “O desperdício está muito alto, com perdas de 34% da produção de abacates, 44% de banana e 28% na manga”, aponta. A estimativa é de que entre 5 e 6 milhões de toneladas de frutas deixem de ser consumidas ao

ano. Uma pesquisa concluiu que 80% do desperdício ocorre no percurso que vai do manuseio no campo até as centrais de abastecimento. “Se fossem reduzidas pela metade, a produção total poderia ficar uns dois anos sem aumen-tar o volume”, compara.

Em 2011, o mercado interno foi fun-damental para dar conta dos volumes que não foram demandados externamente. quanto à diminuição nos embarques no período, Fernandes explica que entre os cinco grandes produtores de frutas – China, Índia, Brasil, Estados Unidos e Espanha –, o último é o que mais destina produção para a exportação, enquanto os demais estão mais preocupados em abas-tecer a própria população. A atenção dos negócios externos é desviada pelo Chile e pela Costa Rica, cujas colheitas são mais orientadas à exportação.

Consuma

moderaçãoSETOR FRUTÍCOLA PROJETA ELEVAçãO NA DEMANDA INTERNA DE FRUTAS FRESCAS, SUCOS E NÉCTARES, O qUE EXIGE INOVAçõES PARA SATISFAZER OS CONSUMIDORES

semBoa imagemBOA IMAGEM Interessada em descobrir a preferência dos brasileiros por frutas, legumes e ver-duras nas refeições diárias, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou uma pesquisa, entre fevereiro e abril de 2011, para avaliar os hábitos alimentares da população. A partir dos dados levantados, a entidade concluiu que seria necessário promover ações de marketing para ampliar o consumo de frutas entre as crianças, além de outras iniciativas.

A pesquisa apurou que em relação aos benefícios do consumo de frutas e hortaliças, 37% dos entrevistados consideraram esses alimentos saudáveis e 26% avaliaram que previnem doenças. De todos eles, 17% admitiram que não estavam contentes com a qualidade da própria alimentação e 32% reconheceram a necessidade de melhorar os hábitos, ingerindo maior quantidade de frutas, verduras e legumes. Foram ouvidas 1.420 pessoas responsáveis pela alimentação de suas famílias, com diferentes níveis de escolaridade, de todas as classes sociais e regiões do Brasil.

O estudo mostrou que a ingestão de frutas no País está abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Na véspera da pesquisa, 63% dos consultados disseram que não haviam consumido frutas, apenas 8% haviam comido no café da manhã, 16% entre o café da manhã e o almoço e 2% no almoço. Os dados mostraram que apenas 34% das pessoas ouvidas comem frutas pelo menos seis vezes na semana. De acordo com o Ministério da Saúde, somente 18,2% dos brasileiros ingerem 400 gramas por dia, conforme recomenda a OMS.

Os entrevistados disseram que o aumento da preferência por esses alimentos dependeria de preço acessível, mudança de hábitos alimentares, maior facilidade de acesso ao ponto de venda e indicação de profissionais da saúde. O trabalho apontou que os brasileiros gastam, em média, 6,2% da renda com a compra desses itens. Entre os mais adquiridos estão banana (90%), maçã (74%) e laranja (73%).

Apenas 18,2% dos brasileiros ingerema quantia de frutas recomendadaRo

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The fruit growers and other segments of the production chain are op-timistic with regard to the rising demand for fresh fruit and byproducts over the next years. “We are going to experience an up-trend in demand in the short and medium run”, projects Moacyr Saraiva Fernandes, president of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf). For 2012, according to him, the trend is for a repeat of what occurred in 2011 due to our stabilized economy. “Consumption of juices and nectars has soared considerably, even outstripping the consumption of fresh fruit”, he stresses.

Fernandes warns that the sector needs to remain focused on this new dynamics, where the Brazilian people show great awareness of the importance of these prod-ucts for healthy meals and, on the other hand, the purchasing power allows them

to buy more fruit. He has it that, showing respect for the consumers, the production chain should excel in the “5S”, which, in Portuguese, stand for healthiness, simplic-ity, safety, taste and sustainability. He men-tions that the Country produces a variety of tastes and aromas, ranging from temperate climate fruit to equatorial climate species in the heart of the Amazon.

The Ibraf official also points out that the consumers are getting more and more discerning with regard to quality and price. Regarding the cost of the industrialized products, he understands that it might be possible to bring them down, should the sector not incur so many losses. “Waste is running high, with 34-percent losses in the production of avocados, 44% in bananas and 28% in mangoes”, he comments. It is estimated that 5 to 6 million tons of fruit

get lost every year. A survey of the problem concluded that 80% of all wastes occur on the way from the fields to the supply cen-ters. “If these losses were reduced by half, our total production could remain stable for two years, with no need to increase the volumes”, he exemplifies.

In 2011, the domestic market played a fundamental role in the consumption of the fruit that failed to be shipped abroad. As to the reduction in shipments over the period, Fernandes explains that among the five leading fruit producers – China, India Brazil, the United States and Spain – the last one is the leader in exports, while the other four countries are more concerned about supplying their own population. Chile and Costa Rica capture the attention in terms of foreign sales, as their production volumes are mostly destined for abroad.

No moderation please

Good imageGOOD IMAGE Interested in finding out what Brazilians prefer in terms of fruits and vegetables in their daily meals, the Brazilian Agriculture and Livestock Confederation (CNA) conducted a survey between February and April 2011, to evaluate the eating habits of the population. From the surveyed data, the entity drew the conclusion that marketing actions and other initiatives are needed if the consumption of fruit by children is to be expanded. The research ascertained that, regarding the benefits from consuming fruit and vegetables, 37% of the surveyees consider these foods healthy and 26% believed they warded off diseases. A total of 17% of them admitted they were not satisfied with the quality of their meals and 32% acknowledged the need to change their habits, boosting their fruit, legume and salad intake. A number of 1,420 people were surveyed, all of them responsible for the food of their families, of different schooling levels, from all walks of life and different regions in Brazil.

The study showed that fruit consumption in Brazil does not match the recommendations by the World Health Organization (WHO). Asked about the day before the interview, 63% of the people admitted they had not consumed any fruit, only 8% had had fruit at morning breakfast, 16% between breakfast and lunch and 2%, at lunch. The survey showed that only 34% of the people eat fruit at least six times a week. According to the Ministry of Health, only 18.2% of the Brazilians eat 400 grams a day, in line with the WHO recommendations.

The surveyees said that a bigger interest of this type of food had to do with a more accessible price, change of habits, easier access to sales outlets and recommendations by professional health practitioners. The survey concluded that, on average, the Brazilian people spend 6.2% of their income on these items. The preferred fruits are bananas (90%), apples (74%) and oranges (73%).

Only 18.2% of Brazilian people consume the recommended amount of fruit

FRUIT SECTOR IS PROJECTING SOARING DOMESTIC DEMAND FOR FRESH FRUIT, JUICES AND NECTARS, A FACT THAT REqUIRES INNOVATIONS TO SATISFY DISCERNING CONSUMERS

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Aliada decisiva

Certificação é pré-requisito para exportar

PRODUçãO INTEGRADA DE FRUTAS ESTÁ CONSOLIDADA COM NORMAS PARA A CERTIFICAçãO DE CERCA DE 20 ESPÉCIES, ABRANGêNCIA qUE SERÁ AMPLIADA

A cadeia produtiva da maçã foi pioneira em utilizar o sistema de Produ-ção Integrada de Frutas (PIF), optando pelo modelo para se adequar ao mercado inter-nacional, que exigia produtos de qualidade, sem resíduos e com impacto reduzido sobre o meio ambiente. A adoção do sistema de Produção Integrada (PI) evoluiu rápido nos países com tradição em cultivo de frutas. Na América do Sul, a Argentina foi o primeiro país a implantá-lo, em 1997, seguida de Uruguai e Chile.

No Brasil, segundo o Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), atividades semelhantes iniciaram-se entre 1998 e 1999. A institucionalização ocorreu em setembro de 2001. Foram instituídas as logomarcas PIF Brasil e PIF Maçã e seus respectivos selos de conformidade. Atualmente, de acordo com a engenheira agrônoma e chefe da divisão de Produção Integrada de Frutas do Mapa, Rosilene Ferreira Souto, o sistema está consolidado no setor, com a publicação de 16 Normas Técnicas Específicas de frutas. Elas possi-bilitam a certificação de aproximadamente 20 espécies, com a perspectiva de aumentar o número nos próximos anos. Contam com o selo de PI-Brasil abacaxi, banana, caju, caqui, citros, coco, figo, goiaba, maçã, mamão, manga, maracujá, melão, morango, pêssego e uva.

Além disso, outras cadeias estão fina-lizando as normas específicas. “Com a ampliação do programa para outras culturas, por meio da PI-Brasil, incluindo também a área animal, será possível fortalecer ainda

mais essa ação de fomento no Brasil, por intermédio do Mapa e de todos os parceiros que trabalham empenhados em produzir alimentos de qualidade, rastreáveis, certifi-cados e com segurança alimentar”, destaca Rosilene. A PI-Brasil foi ampliada com a publicação da Instrução Normativa Nº 27, publicada no Diário Oficial da União, no dia 31 de agosto de 2010.

A medida disponibilizou um instru-mento importante para ser utilizado pelos beneficiários desse sistema, com o objetivo de unificar os procedimentos e apoiar o agronegócio brasileiro por meio de um conjunto de diretrizes e normas técnicas definidas em parceria com os integrantes das respectivas cadeias produtivas. “A produção integrada constitui-se numa evolução dos regulamentos públicos tradicionais em direção à normalização e certificação de processos produtivos.”

Rosilene enfatiza que, com a exigência cada vez maior dos mercados internacionais, sem a certificação não há como exportar frutas e outros produtos da agropecuária. “A Produção Integrada foi decisiva e funda-mental na qualificação dos produtores que adotam não só esse sistema, mas todos os outros protocolos não oficiais de certificação exigidos pelos compradores internacionais”, avalia. Aponta que foram treinadas mais de 30 mil pessoas nesses anos de implementa-ção dos projetos. “A melhora de qualidade é importante para atingir esses mercados, com alimentos seguros e profissionalismo, aumentando assim os retornos econômicos em toda a cadeia produtiva”, observa.

Nos próximos quatro anos, a previsão do Mapa é implantar 100 unidades compara-tivas entre PI-Brasil e cultivo convencional e treinar mais de 40 mil profissionais, entre produtores, responsáveis técnicos, traba-lhadores rurais, agentes de extensão rural e auditores. Hoje o grande desafio é ter os produtos reconhecidos e valorizados pelo mercado brasileiro. Tanto que o Mapa, segundo a engenheira agrônoma, pretende lançar uma campanha de marketing da PI-Brasil para produtores e consumidores, com o objetivo de dar notoriedade aos produtos pelos seus valores sociais e ambientais in-trínsecos. “Consideramos que a divulgação será fundamental para aumentar a adesão de produtores, elevar o consumo e ampliar a oferta nos supermercados”, destaca.

A adesão ao sistema é voluntária, mas o produtor que optar por esse modelo terá que cumprir as orientações estabelecidas em normas técnicas específicas. Ao aderir, o agricultor é auditado periodicamente por uma certificadora, acreditada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e qualidade Industrial (Inmetro), seguindo as diretrizes da Portaria n.º 443, de 23 de novembro de 2011, que aprova a revisão dos Requisitos de Avaliação da Conformidade. Não tendo inconformidades, o agricultor poderá comercializar a produção com o selo PI-Brasil. As normas técnicas contemplam, principalmente, capacitação periódica de trabalhadores e produtores rurais, manejo e conservação ambiental, e segurança dos alimentos e do trabalho, possibilitando a rastreabilidade da produção.

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The apple production chain was the first to resort to the Integrated Fruit-Growing System (PIF in portuguese), an option that was triggered by the need to adjust to the international market, which required quality fruit, without chemical residue and with hardly any impact on the environment. The Integrated Production System (PI in portuguese) worked its way rapidly into the traditional fruit producing countries. In South America, Argentina was the first country to introduce it, in 1997, followed by Uruguay and Chile.

In Brazil, from sources of the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA), similar activities started in 1998 and 1999. Institutionalization took place in September 2001. Two logos were created: PIF Brazil and PIF Apple and their respective conformity labels. Currently, according to agronomic engineer and head of Mapa’s Integrated Fruit Production Division, Rosilene Ferreira Souto, the system has been consolidated in the sector, with the publication of 16 Technical Standards specific to fruit. They lead to the certification of approximately 20 fruit species, with the perspective to expand this number over the coming years. The fruit that bear the PI-Brazil label are as follows: pineapples, bananas, cashew nuts, persimmons, citrus, coconuts, figs, guavas, apples, papaya, mangoes, passion fruit, melons, strawberries, peaches and grapes.

Furthermore, other production chains are now devising their specific standards. “With the expansion of the program to other crops, through PI-Brazil, equally including the livestock area, it will be possible to strengthen even further this promotional initiative in Brazil, through the Mapa and all partners that work hard to produce quality fruit, traceable, certified and safe to eat”, Rosilene comments. PI-Brazil was expanded with the publication of Normative Instruction Nº 27, published in the Government Gazette, on 31st August 2010.

The Instruction provided for an important tool to be utilized by the beneficiaries of the system, with the aim to unify the procedures and lend support to Brazilian agribusiness through a set of directives and technical standards defined jointly with the members of the respective production chains. “Integrated production turned into

Determined ally

INTEGRATED FRUIT PRODUCTION IS ON THE RIGHT TRACK AND IN LINE WITH STANDARDS FOR THE CERTIFICATION OF 20 SPECIES, A LIST SOON TO BE EXTENDED EVEN FURTHER

an evolution of traditional public standards that gradually moved towards standardization and certification of production processes”.

Rosilene stresses that, with international markets getting increas-ingly discerning, without certification there is no way exporting fruit or other agribusiness produce. “Integrated production played a decisive role in the qualification of the producers who do not only resort to this system, but to all other non-official certification protocols required by the international buyers”, she argues. She refers to the training of more than 30 thousand people during the years the projects were implemented. “quality improvement is critical, if discerning markets are to be achieved, with safe food and professionally oriented, thus boosting the economic returns of the entire production chain”, she observes.

Over the next four years, the Ministry of Agriculture is work-ing with the perspective of implementing 100 comparative units to detect the difference between PI-Brazil and conventional

Certification is a prerequisite for shipments abroad

cultivations, while training more than 40 thousand professionals, including producers, technicians, rural workers, rural extension agents and auditors. The present challenge consists in having our products recognized and appreciated by the Brazilian market. To this end, says the agronomic engineer, the ministry of agriculture intends to launch a PI-Brazil marketing campaign for producers and consumers, with the objective to showcase the products and their intrinsic social and environmental side. “We take it that publicity plays a fundamental role in creating awareness among the producers, boosting consumption and expanding supplies in supermarkets”, she says.

Adhesion to the system is on a volunteer basis, but the growers

who happen to opt for this model will have to comply with the guidelines and specific technical standards. After adhering, the growers are periodically audited by a certifying company, accredited by the National Institute of Metrology, Standardization and Indus-trial quality (Inmetro), in line with the directives of Government Act n.º 443, of 23rd November 2011, which gives the approval to the revision of the Conformity Assessment Requisites. In the case of no non-conformities, the growers are allowed to use the PI-Brazil label. The technical standards specifically include periodical qualification of the rural workers and producers, environmental management and conservation, food and workplace safety, and crop traceability.

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Principais frutasPrincipais frutas . Main fruitIn

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AA produção de abacaxi, cultura na qual o Brasil ocupa a liderança mundial, já passou de 1,7 bilhão de frutos nos anos 2007 e 2008, caiu para menos de 1,5 bilhão de unidades nos dois anos seguintes, mas pode ter passado novamente desse patamar na última safra. Esse é o prognóstico do Ins-tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em seu Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), no qual es-tima volume de 1,519 bilhão de abacaxis colhidos no País em 2011.

No ano anterior, de acordo com a Pro-dução Agrícola Municipal (PAM) levantada pelo instituto, a quantidade obtida foi de 1,470 bilhão de unidades, ou 2,9 milhões de toneladas, nível semelhante à temporada antecedente. O valor alcançado, porém, avançou 12,43%, para R$ 1,21 bilhão.

A recuperação deu-se pelo aumento no nível médio de preços pagos ao produtor em 2010 e por melhorias nas tecnologias de controle de pragas e doenças, aliadas a leve aumento no rendimento médio por área, analisa a economista Aurea Fabiana Apolinario de Albuquerque, pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas (BA).

Na exportação também foi registrada retomada, depois da queda brusca ocorrida em 2010, devido aos problemas cambiais e ao encerramento da produção de uma empresa cearense. Em 2011, o volume em-barcado atingiu a 2,2 mil t, ou seja, 18,44% a mais que no ano anterior, enquanto em 2009 havia chegado a 19,8 mil t. Em termos de valor, a reação teve índice mais expressivo: 40,43%, alcançando a US$

1,4 milhão. “A retomada ficou aquém dos valores do quinquênio 2005-2009, mas o preço médio por tonelada excedeu os dos últimos sete anos, estimulando a produção e o comércio”, constata Aurea Fabiana.

Os dados referem-se à venda externa da fruta fresca ou seca, mas também se verificou incremento em “outros sucos de abacaxi”. No primeiro, observa a analista, as impor-tações argentinas foram preponderantes na retomada. Com relação ao outro item, na sua avaliação, o aumento deve-se, sobretudo, às compras de Argentina e Chile, na América do Sul, e Países Baixos e Bélgica, na União Europeia. Comenta que a variedade Pérola, a mais cultivada em território brasileiro, não é bem aceita pelo mercado externo devido à presença de espinhos na coroa e à coloração externa (verde).

CULTURA DO ABACAXI RECUPERA FôLEGO NA PRODUçãO E NA EXPORTAçãO, A PARTIR DE MELHORIAS NA REMUNERAçãO E NA TECNOLOGIA

Maior produtor oferta, em média,1,5 bilhão de frutos ao ano

Pé por péPÉ POR PÉ A pesquisadora da Embrapa Aurea Fabiana Apolinario de Albuquerque verifica participação crescente das regiões Norte e Centro-Oeste do País no cultivo de abacaxi. Ressalta a importância da adoção do Sistema de Produção Integrada, que tem possibilitado a redução no uso de defensivos agrícolas (37% em inseticida, 20% em fungicida e 47% de herbicida, por exemplo, no Tocantins). Acresce ainda a evolução no manejo sustentável do manto (roçagens, cobertura morta, cultura de cobertura e cultivo mínimo), além do controle integrado de pragas e doenças.

A cultura mostra-se relevante no Nordeste brasileiro, onde está o maior produtor, o Estado da Paraíba, com 273 milhões de frutos colhidos em 2010 e estimativa de 277 milhões em 2011, seguido de perto pelo nortista Pará, que em 2011 teria ultrapassado a 270 milhões de unidades. Em termos de exportação, destaca-se Minas Gerais, atual terceiro maior produtor mas que já foi o líder, tendo vendido 599 toneladas ao exterior no ano passado.

Em relação à Paraíba, é destacada a participação da cultura na economia com a injeção de R$ 229 milhões e a geração de 18 mil empregos diretos em 2010. Em toda a região nordestina, conforme boletim do Escritório Técnico de Estudos Econômicos (Etene), vinculado ao Banco do Nordeste, dispõe-se de excelentes condições edafoclimáticas para a produção da fruta e tecnologias específicas que podem facilitar o manejo da cultura e seu posicionamento no mercado.

Entre as recomendações do escritório estão apoio a pesquisas para aproveitamento dos restos da cultura, a exemplo do caule, visando à produção de etanol; geração de tecnologias para ampliar o tempo de vida útil pós-colheita, facilitando sua colocação em mercados mais distantes dos campos de produção; e desenvolvimento de ações para expandir o consumo interno da fruta, tanto de produtos in natura como de industrializados. O consumo no Brasil é considerado baixo: 11 quilos por habitante ao ano.

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PINEAPPLE CROP IS PICKING UP STEAM IN TERMS OF PRODUCTION AND EXPORTS, AND THE CREDIT GOES TO BETTER PRICES AND IMPROVED TECHNOLOGY

Less thorny

Brazil ranks as global leader in the production of pineapples, reaching a total volume of 1.7 billion fruit in 2007 and 2008, then receded to less than 1.5 billion units in the two subsequent years, but may have outstripped these numbers again in the past season. This is the prognosis released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), at its Systematic Agricul-tural Production Survey (SAPS), suggesting a volume of 1.519 pineapples harvested in the Country in 2011.

In the previous year, according to a survey known as Municipal Agricultural Production (MAP), also conducted by

the institute, 1.470 billion pineapples were harvested, or 2.9 million tons, on a par with the previous season. Revenue from sales, however, went up by 12.43%, totaling R$ 1.21 billion. The higher prices paid to the growers in 2010 are credited with the recovery, along with the new pest and disease control technologies, with slightly higher average yields per areas, says economist Aurea Fabiana Apolinario de Albuquerque, researcher with Embrapa Cassava and Fruit Growing, based in Cruz das Almas (BA).

Exports have also made a comeback, after a steep decline in 2010, due to

exchange rate problems and because a company of the sector in Ceará got out of the business. In 2011, volumes shipped abroad reached 2.2 thousand tons, up 18.44% from the previous year, while in 2009, shipments amounted to 19.8 thousand tons. In terms of revenue, the reaction proved very expressive: 40.43%, reaching US$ 1.4 million. The recovery remained behind the values over the 2005-2009 period, but average prices per ton were higher than in the past seven years, encouraging production and trade”, says Aurea Fabiana.

These numbers refer to foreign sales

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O TAMANHO . SIZEProdução brasileira de abacaxi

Ano Área plantada (ha) Área colhida (ha) Volume (mil frutos) Valor (mil R$)

2009 61.990 60.176 1.470.995 1.076.305

2010 60.016 58.807 1.470.391 1.210.137

Fonte: IBGE/PAM

One after the other ONE AFTER THE OTHER Embrapa researcher Aurea Fabiana Apolinario de Albuquerque ascertains the ever-increasing pineapple cultivations in the region of the North and Center-West of the Country. She stresses the importance in joining the Integrated Production System, which has led to a reduction in the use of agrochemi-cals (37% in insecticides, 20% in fungicides and 47% in herbicides, for example, in the State of Tocantins). She also refers to the evolution in sustainable management of the vegetation cover (bush cutting, mulch, cover crop and minimum tillage), besides integrated pest and disease management practices.

The crop is very relevant in the Brazilian Northeast, which is home to the leading producer, the State of Paraíba, with 273 million fruit harvested in 2010 and projec-tions for 277 million in 2011, followed closely by the northern State of Pará, which is believed to have surpassed the number of 270 million units in 2011. In terms of exports, Minas Gerais stands out as the leader, currently ranking as third biggest producer, but in the past it was the number one producer, last year the state shipped abroad 599 tons.

With regard to Paraíba, the share of the crop in the economy amounts to R$ 229 million and the generation of 18 thousand direct jobs in 2010. In the entire north-eastern region, according to a bulletin released by the Technical Office on Economic Studies (Etene), linked with the Bank of the Northeast, there are excellent edaphocli-matic conditions for the production of the fruit and specific technologies that could facilitate management practices, whilst inserting the crop into the market.

The recommendations of the Office include support to research geared towards taking advantage of the crop remains, like the stem for making ethanol; the generation of technologies intended to prolong the post-harvest shelf life of the fruit, thus taking it to markets far away from the production fields; and initiatives towards increasing domestic consumption of the fruit, both of fresh and industrialized pineapples. Con-sumption in Brazil is viewed as low: 11 kilos per person a year.

Leading producer supplies 1.5 billion fruit a year, on average

of fresh or dried pineapples, and an in-crease was also ascertained in “pineapple Juice”. In the former, the analyst observes, imports from Argentina played a decisive role in the resumption. With regard to the other item, in her evaluation, the increase is mainly due to the purchases by Argentina and Chile, in South America, and the Netherlands and Belgium, in the European Union. She comments that the Pérola variety, the most cultivated in Brazilian territory, is not well accepted in the foreign market due to the presence of thorns in the crown and because of the external color (green).

QUANTO VAI . IN NUMBERSExportações brasileiras de abacaxi

Ano Volume (kg) Valor (US$)

2010 1.889.842 998.318

2011 2.238.300 1.401.952

Fonte: Secex/Ibraf

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Constante

De um ano para outro, a produção brasileira de banana não tem apresentado diferenças significativas. A previsão é de que a safra seja de 6,980 milhões de toneladas em 2012, o que significará recuo de 0,62% em relação à colheita de 7,023 milhões de t obtidas em 2011. Os números são estimados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram divulgados em janeiro de 2012. A produção foi de 6,962 milhões de t em 2010. “O País tem possibilidade de produzir mais frutos. A difusão de tecnologia, em especial associada a sistemas de produção mais eficientes, poderá in-crementar a produtividade média por unidade de área”, avalia Edson Perito Amorim, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas (BA).

Segundo o IBGE, a produtividade média deverá ser de 14.385 qui-los por hectare em 2012, significando queda de 1,07% em comparação ao ano anterior. “O desempenho nacional continua estável, no entanto, ainda há discrepância em relação à produtividade, uma vez que existem grandes diferenças entre os sistemas de produção adotados”, ressalta o pesquisador. Ele aponta como áreas mais tecnificadas os perímetros irrigados do Nordeste, como Bom Jesus da Lapa (BA), e o Vale do Ribeira (SP) e como locais de produção tradicionais, o Norte do Brasil

e algumas regiões do Nordeste.O IBGE estima que a área colhida será de 485.250 hectares em

2012, representando avanço de 0,46% sobre a temporada anterior. O plantio deverá ocupar 510.654 ha, extensão 0,30% menor. Os melhores desempenhos em 2011 estão no Nordeste e no Sudeste com produções de 2,702 milhões de t e 2,251 milhões de t, respectivamente. Os estados que responderam pelos maiores volumes foram São Paulo (1,225 milhão de t) e Bahia (1,145 milhão de t).

O pesquisador da Embrapa observa que houve pequena redução na área plantada com a cultivar Prata Anã no Norte de Minas Gerais e Vale do Ribeira, devido ao aumento da suscetibilidade ao mal do Panamá. “Essa doença deverá causar sérios problemas à bananicultura nacional”, alerta Amorim. Defende que as ações de pesquisa sejam imediatamente iniciadas visando a mitigar o problema. O programa de melhoramento genético da Embrapa tem trabalhado nesse foco e lança em 2012 uma nova cultivar do tipo Prata resistente ao mal do Panamá, chamada BRS Platina. Além dessa doença, o setor enfrenta perdas de até 40% no pós-colheita, em especial com o transporte de forma inadequada dos frutos.

O consumo, de acordo com Amorim, permanece estável. “É

COLHEITA NACIONAL DE BANANAS SE MANTÉM ESTÁVEL, ASSIM COMO O CONSUMO, qUE PRECISA SER INCENTIVADO

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Exemplo mineiro

PANORAMA . PANORAMAProdução brasileira de banana

Descrição 2011 2012 Var. (%)

Brasil (t) 7.023.396 6.980.192 -0,62

Área plantada (ha) 512.186 510.654 -0,30

Área colhida (ha) 483.046 485.250 0,46

Produtividade (kg/ha) 14.540 14.385 -1,07

Região geográfica (t) 2011 2012

Nordeste 2.702.683 2.618.261

Sudeste 2.251.151 2.306.493

Sul 991.998 1.005.671

Norte 828.489 808.936

Centro-Oeste 249.075 240.831

Principais produtores (t) 2011

São Paulo 1.225.062

Bahia 1.145.044

Santa Catarina 665.697

Minas Gerais 654.566

Pará 537.723

Fonte: IBGE (Janeiro/2012)

EXEMPLO MINEIRO Minas Gerais é o quarto maior produtor de bananas do País, com safra estimada pelo IBGE em 654.566 toneladas para 2011. O principal polo de produção, situado ao Norte do Estado, ocupou com o plantio e colheu banana Prata de uma área de 11.245 ha em 2011, de acordo com a Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte). A variedade Nanica ocupou 1.200 ha. Os produtores obtiveram preço médio de R$ 15,30 pela caixa de 20 quilos da Prata e de R$ 9,24 pela mesma quantidade de Nanica.

Dependendo do pacote tecnológico, a produtividade varia de 25.000 a 30.000 quilos de bananas Prata por hectare e de 35.000 a 40.000 de Nanica. Segundo a Abanorte, a produção de Prata gerou R$ 154,218 bilhões em 2011 na região e a variedade Nanica, R$ 19,013 bilhões. O maior mercado é o Estado do Rio de Janeiro, que concentra 43,96% das vendas, seguido por São Paulo (28,4%), Minas Gerais (20,87%) e Distrito Federal (2,85%). A atividade é responsável pela geração de 60 mil empregos diretos e indiretos e é a mais importante do agronegócio regional.

A comercialização da fruta é o “calcanhar de Aquiles” para os produtores, na avaliação da assistente administrativa da Abanorte Marta Conceição de Jesus. “Existe uma con-centração de grandes varejistas que, normalmente, ditam as regras e impõem condições, nem sempre favoráveis para aqueles que produzem”, relata. Acrescenta que existem desafios técnicos, mas distribuir melhor o valor da produção dentro da cadeia tem sido um grande embate que somente será vencido com muita organização, profissionalismo e visão estratégica do setor produtivo. Conforme Marta Conceição, a Prata ainda não é exportada, contando apenas com alguns embarques experimentais. “O mercado internacional é uma necessidade para o Brasil como um todo e, principalmente, para o Norte de Minas, que concentra muito suas negociações em poucos estados e acaba com pouco poder de negociação”, opina.

Exportação cai 21,14% em volumee 13,55% em receita em 2011

necessário um maior esforço do agronegócio da banana no Brasil visando a popularizar mais o seu uso e apresentar novas ações nesse sentido, uma vez que existem vários tipos de banana e o País se restringe à oferta de Prata Anã e Grande Naine (nanica)”, explica. A Embrapa tem investido no aproveitamento da fruta para outros fins, entre os quais produtos processados, como geleias e farinhas. Trabalha igual-mente no aproveitamento de resíduos, principalmente com o engaço e o pseudocaule (tronco da bananeira), para a produção de biocom-bustíveis – o etanol de segunda geração. Conforme o pesquisador, os resultados são promissores.

O Brasil contabilizou perdas representativas com a exportação de bananas em 2011. O volume embarcado teve queda de 21,14%, ficando em 110.053 t, contra as 139.553 t de 2010. Em valores, a soma de 2011 – US$ 39,247 milhões – foi 13,55% inferior a de 2010, que ficou em US$ 45,398 milhões, segundo o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf). O País era o quinto maior produtor em 2009, respondendo por 7% do volume mundial, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). A primeira colocação era da Índia, contribuindo com 27,7% do total, seguida por Filipinas (9,3%), China (9,2%) e Equador (7,8%). Naquele ano, a pro-dução mundial foi de 97,378 milhões de t, em área de 4,923 milhões de ha. No entanto, o Brasil, em se tratando da extensão cultivada, só perdia em abrangência, 486.991 ha, para a Índia, com 844.000 ha.

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From one year to the next, the size of the Brazilian banana crop has not changed significantly. The crop is estimated at 6.980 million tons in 2012, down 0.62% from the 7.023 million in 2011. The figures come from the Brazilian Institute of Geogra-phy and Statistics (IBGE) and were disclosed in January 2012. The crop amounted to 6.962 million tons in 2010. “The Country is in a position to produce bigger crops. New technologies, especially the ones associated with more efficient production systems, could boost average productivity rates per area unit”, says Edson Perito Amorim, researcher with Embrapa Cassava and Fruit-Growing, in Cruz das Almas (BA).

According to IBGE sources, average productivity rates are estimated at 14,385 kilos per hectare in 2012, down 1.07% from the previous year. “National performance continues stable, though there is discrepancy with regard to productivity, as there are great differences between the production systems in place”, the researcher points out. In his view, the most technical-oriented areas are the irrigated farms in the Northeast, like Bom Jesus da Lapa (BA), Vale do Ribeira (SP) and, as traditional production areas, he cites the North of Brazil and some regions in the Northeast.

The IBGE estimates the area to be harvested at 485,250 hectares in 2012, rep-resenting an increase of 0.46% from the pre-vious period. The planted area is supposed to occupy 510,654 ha, down 0.30% from last year. The Northeast and the Southeast were responsible for the best performances, with production volumes of 2.702 million tons and 2.251 million tons, respectively. The states that produced the biggest volumes were São Paulo (1.225 million tons) and Bahia (1.145 million tons).

The Embrapa researcher notes that a small reduction in planted area occurred with the Dwarf Silver variety in the North of Minas Gerais and Vale do Ribeira, due to its soaring susceptibility to the Panama

StableNATIONAL BANANA HARVEST KEEPS STABLE, JUST LIKE CONSUMPTION, WHICH NEEDS TO BE ENCOURAGED

disease. “This disease is poised to cause seri-ous damage to our national banana farming business”, Amorim warns. He maintains that research works should start immediately if the problem is to be mitigated. Embrapa’s genetic enhancement program has geared ev-ery effort towards this end and has scheduled the launch of a new Silver variety, resistant to the Panama disease, called BRS Platina, in 2012. Besides this disease, the sector faces up to 40% post-harvest losses, especially because of inadequate crop transport.

Consumption, in Amorim’s view, con-tinues stable. “There is need for bigger efforts by Brazil’s banana agribusiness with the aim to make the consumption of this fruit more popular, whilst enacting initiatives towards this end, as there are several types of bananas but supply is restricted to two varieties only: Dwarf Silver and Grande Naine (nanica)”, he explains. Embrapa has invested in other uses of the fruit, which include processed products, like jellies and flours. The institution is also trying to find a more useful destination for

the wastes, especially the skin and trunk, for the production of biofuels – second genera-tion ethanol. According to the researcher, the results have shown promising.

Brazil incurred significant losses from banana exports in 2011. Shipped volumes receded 21.14%, remaining at 110,053 t, compared to 139,553 t in 2010. In values, the total in 2011 – US$ 39.247 million – was down 13.55% from 2010, which re-mained at US$ 45.398 million, according to the Brazilian Fruit Institute (Ibraf). In 2009, the Country ranked as fifth biggest producer, accounting for 7% of the total volume, from data released by the Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). India ranked first, contributing with 27.7% of the total, followed by the Philippines (9.3%), China (9.2%) and Ecuador (7.8%). In 2009, global production amounted to 97.378 million tons, from an area of 4.923 million ha. Nevertheless, in terms of planted area, Brazil’s 486,991 hectares of banana fields came only after India’s 844,000 ha.

Exports drop 21.14% in volume and 13.55% in revenue in 2011

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Example from Minas GeraisEXAMPLE FROM MINAS GERAIS Minas Gerais is the fourth largest producer of ba-nanas in the Country, with the 2011 crop estimated at 654,566 by IBGE. The main production hub, located on the northern portion of the State, devoted 11,245 hectares to the Silver variety in 2011, from sources of the Central Fruit Growers’ Association in North Minas Gerais (Aban-orte). The Nanica variety occupied 1,200 ha. Average prices fetched by the growers reached R$ 15.30 per 20-kg box of Silver Dwarf and R$ 9.24 for the same amount of Nanica.

Depending on the technological package, yields vary from 25,000 to 30,000 kilos per hectare of Silver banana and for the Nanina variety they range from 35.000 to 40.000 kilos. From Abanorte sources, the production of Silver bananas generated R$ 154.218 million in 2011 and the Nanica variety, R$ 19.013 million. The largest market is the State of Rio de Janeiro, responsible for 43.96% of all sales, followed by São Paulo (28.4%), Minas Gerais (20.87%) and the Federal District (2.85%). The crop is responsible for the generation of 60 thousand direct and indirect jobs and is the leading regional agribusiness operation.

Crop delivery and sale is still the growers’ “Achilles’ heel”, in the words of the administra-tive assistant of Abanorte, Marta Conceição de Jesus. “There is a concentration of powerful retailers who dictate the rules and impose their conditions, not always favorable for those who produce”, she comments.

She also refers to technical challenges, but a better distribution of the crop’s value within the production chain has been a huge problem, which will only be surmounted with organization, professional spirit and strategic vision of the production chain. According to Marta Conceição, the Silver variety is not exported, and so far, there have been some occasional shipments abroad, on a trial basis. “The international market is a need for Brazil as a whole and, especially, for northern Minas Gerais, which concentrates its negotiations in only a few states, thus losing its bargaining power”, she admits.

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DDo céu ou de umbigo, para suco ou para mesa, doce ou mais azedinha. Seja como for, não há como negar que a laranja é fonte de riquezas tanto para a saúde quanto para a economia nacional. De acordo com a previsão de safra do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção nacional da fruta em 2011 está estimada em 19,6 milhões de toneladas. Para 2012 deve haver queda nos números, devido à bienalidade da cultura. Por isso, espera-se colher 18,03 milhões de t.

Em São Paulo, Estado que responde por aproximadamente 75% da colheita nacional, o ano de 2011 caracterizou-se pela recuperação da safra de citros, afirma o presidente da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), Flávio Viegas. O último levantamento de laranja da Compa-

nhia Nacional de Abastecimento (Conab) referente à temporada 2011/12, divulgado em dezembro de 2011, indica estimativa de 375,7 milhões de caixas de 40,8 quilos produzidas pelos paulistas, acréscimo de 26,6% sobre a temporada anterior, quando foram contabilizadas 322,2 milhões de caixas. A produtividade média também apresenta crescimento de 8,7%, com 1,9 caixa de 40,8 kg por pé.

Na avaliação de Viegas, a maior oferta ocasionou a redução dos preços da caixa para valores abaixo de R$ 10; antes o pro-dutor recebia de R$ 15 a R$ 16 pelos 40,8 kg. A diminuição, contudo, não refletiu no comportamento dos valores do suco concentrado no mercado internacional, que se manteve num patamar superior a US$ 2.700 a tonelada. Por sinal, a redução

nos estoques mundiais de suco de laranja confirma que a demanda tem superado a oferta e sinaliza o crescimento do mercado para a bebida brasileira.

Conforme a Conab, para o período 2011/12 a área ocupada no Estado de São Paulo é de 569.461 hectares, dos quais 525.514 ha em produção. quando se compara com o ciclo anterior, tem-se variação de menos 6,4%, visto que eram 608.600 ha no total. Além da perda de espaço de plantios menores para o cultivo de cana-de-açúcar, uma das causas para a diminuição é a erradicação dos pomares improdutivos. Somente em 2011 foram eliminados 5,2 milhões de pés de laranja devido ao avanço do greening, doença in-curável causada por bactéria e transmitida por inseto.

E aAPESAR DOS BONS NúMEROS DE PRODUçãO EM SãO PAULO, PREçOS BAIXOS E POMARES PREJUDICADOS POR PRAGAS E DOENçAS MARCARAM A SAFRA 2011/12

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Outros caminhosA citricultura brasileira precisa de um novo modelo de desenvolvimento. A afirmação, de grande impacto para culturas como

a laranja, é o tema principal do livro Citricultura brasileira em busca de novos rumos – Desafios e oportunidades na região Nordeste, lançado no início de 2011 pela Embrapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas (BA). Nele pesquisadores alertam: não dá mais para depender apenas do mercado externo de suco.

Apesar de ser considerado o principal produtor mundial de citros e o maior exportador de suco concentrado e congelado de laranja doce, o Brasil precisa criar um novo modelo de desenvolvimento, mais diversificado e menos dependente. Além da perda de espaço para outros sucos, no âmbito externo, a incidência de doenças no Estado de São Paulo, onde se concentra boa parte da produção de laranjas, também preocupa e deixa o setor em alerta.

No livro, de 160 páginas, o Nordeste é citado como alternativa para a prática agrícola. De acordo com os pesquisadores, a região apresenta condições adequadas ao cultivo de diferentes espécies e variedades cítricas e, consequentemente, potencial para expansão da cultura. A opção, um dos temas discutidos entre os sete capítulos da publicação, leva produtores, empresários e estudiosos à procura de novos caminhos para driblar grandes desafios.

Oferta de laranja em São Paulo cresceu

26,6% no período

VilõesVILÕES O presidente da Associtrus, Flávio Viegas, avalia que na temporada 2011/12 o longo período de colheita provocou maior prejuízo por queda de frutos, perda de peso e qualidade. Ao mesmo tempo, o produtor teve que realizar pulverizações e práticas culturais com fruto na árvore, o que reduziu a eficiência, aumentou os custos e os riscos de contaminação da laranja e, consequentemente, do suco. Para ele, a permanência do fruto na árvore por mais tempo que o necessário e os baixos preços terão impacto na produtividade da próxima safra.

Viegas afirma que o greening não foi o único vilão que surgiu em meio aos pomares do ciclo atual. O agravamento do cancro cítrico e das doenças fúngicas tem sido um dos grandes problemas da citricul-tura nacional. Aliado aos aumentos dos custos dos insumos e da mão de obra, tem provocado alta expressiva no custo de produção.

Entre os pontos positivos da safra, porém, chamou atenção a expansão do cultivo de laranja no Triângulo Mineiro. De acordo com levantamento da Conab, as principais vantagens da região para a atividade são a proximidade com as indústrias citrícolas do Estado de São Paulo, as idênticas condições pluviométricas, a fertilidade do solo e o menor valor da terra nua quando comparada à paulista. Estima-se que sejam produzidas 14,7 milhões de caixas de 40,8 kg em 20,7 mil hectares, uma colheita que, segundo os produtores, deve estar entre as maiores da década.

Segundo o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), em exportação o País registrou 33,3 mil toneladas em 2011, baixa de 11,93% em relação a 2010, quando foram comercializadas 37,8 mil t da fruta. Desse montante, o Estado de São Paulo embarcou 33,2 mil t, se-guido por Ceará e Santa Catarina. As vendas internacionais geraram receita de US$ 16,36 milhões.

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Sweet or navel oranges, for juice or fresh consumption, rather sweet or bitter oranges. No matter what, there is no denying that oranges are a source of riches both for human health and for the national economy. According to a crop estimate released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), the national crop in 2011 has been estimated at 19.6 million tons. For 2012 a decline is supposed to occur due to the biennial cycle, and the crop is expected to reach 18.03 million tons.

In São Paulo, State that accounts for approximately 75% of the entire national crop, 2011 was a year characterized by the recovery of the citrus crop, says the presi-dent of the Brazilian Association of Citrus

Growers (Associtrus), Flávio Viegas. The latest orange survey conducted by the Na-tional Supply Company (Conab), covering the 2011/12 season, disclosed in December 2011, points to a volume of 375.7 million 40.8-kilo boxes produced in São Paulo, up 26.6% from the previous year, when the total reached 322.2 million boxes. Average productivity rates also soared 8.7%, with 1.9 boxes of oranges per plant.

Viegas understands that soaring supplies resulted into lower prices per box, now fetch-ing less than R$ 10; in previous crops the farmers were paid from 15 to R$ 16 for the same 40.8 kg. The reduction, however, had no reflections on the behavior of the juice concentrate prices in the international mar-ketplace, which remained at US$ 2,700 per

ton, or more. As a matter of fact, he declining global stocks of orange juice confirm that demand is outstripping supply and signals a soaring trend for Brazilian orange juice.

According to Conab, the planted area in the 2011/12 crop year in São Paulo reaches 569,461 hectares, of which, 525,514 are in full production. In comparison to the pre-vious period, the variation remains below 6.4%, as the plantations totaled 608.600 ha. Besides the fact that smaller plantations gave way to sugar cane fields, one of the causes of the reduction is the eradication of unproductive orchards. In 2011 alone, a total of 5.2 million orange trees were eliminated because of successive outbreaks of the greening disease, an incurable scourge caused by an insect borne bacterium.

What about vitamins?ALTHOUGH PRODUCTION VOLUMES WERE HIGH IN SãO PAULO, LOW PRICES,

PEST AND DISEASE-STRICKEN ORCHARDS MARKED THE 2011/12 CROP

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PERFORMANCE . PERFORMANCEDesempenho da laranja no Brasil

Descrição 2011 2012

Produção (t) 19.655.469 18.030.413

Área plantada (ha) 882.604 902.332

Área colhida (ha) 770.843 795.628

Rendimento médio (kg/ha) 25.499 22.662

Fonte: IBGE (previsão de safra)

Other coursesCitrus farming in Brazil needs a new development model. This affirmation, of great impact for such crops as oranges, is the

subject of the book Citrus farming in Brazil in search of new course – Challenges and opportunities in the Northeast, launched in 2011 by Embrapa Cassava and Fruit Farming, based in Cruz das Almas (BA). In this book, the researchers warn: it is no longer viable to depend exclusively on the foreign juice market.

Although being viewed as the global leader in the production of citrus fruit and largest exporter of frozen juice concentrate made from sweet oranges, Brazil is in need of a new development model, more diversified and less dependent. Besides losing market shares to other types of juice, in the foreign scenario, disease incidences in the State of São Paulo, where the leading orange growing hub is located, are also a cause for concern and leave the sector on the alert.

In the 160-page book, the Northeast is cited as an alternative for this profitable agricultural venture. In the view of the researchers, the region is very suitable for the cultivation of different citrus species and varieties and, consequently, its potential for the expansion of the crop is enormous. The option, one of the themes addressed by one of the seven chapters of the publication, leads producers, entrepreneurs and scholars of the subject to look for new courses and find a way around huge challenges.

VillainsVILLAINS The president of Associtrus, Flávio Viegas, under-stands that in the 2011/12 season the long harvesting period caused a lot of losses from oranges that fell from the trees, along with weight and quality losses. In the meantime, the growers had to apply agro-chemicals and carry out cultural practices with the oranges still in the trees, reducing efficiency rates, pushing up production costs and running the risk of contaminating the fruit and, consequently, the juice. In his view, keeping the fruit on the trees longer than necessary, along with the lower prices, will negatively impact on the yields of the next crop.

Viegas has it that the greening disease was not the only villain that worked its way into the orchards in the current season. The ever more dangerous citrus canker and fungal diseases have turned into major problems for our national citrus farming operations. Along with the higher input and labor costs, the result has been an expres-sive rise in the production cost.

The positive side of this crop, however, lies in the expansion of orange crops in the Triângulo Mineiro region. According to a survey conducted by Conab, the main advantages of the region for the activity include the proximity to the citrus industries in the State of São Paulo, along with identical rainfall conditions, soil fertility and the smaller value of plain land compared to São Paulo. It is estimated that 14.7 million 40.8 kg boxes will be produced in the 20.7 thousand hectares. A harvest volume, which, according to the producers, ranks as one of the biggest in the decade.

According to the Brazilian Fruit Institute (Ibraf), the Country exported 33.3 thousand tons in 2011, down 11.93% from 2010, when 37.8 thousand tons were traded. Of this total, the State of São Paulo shipped 33.2 thousand tons, followed by Ceará and Santa Catarina. International sales raked in US$ 16.36 million.

Orange crop in São Paulo increased by

26.6% in the period

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AA cadeia produtiva do limão

encerrou em 2010 uma década de valo-rização nas cotações da fruta, também denominada lima ácida tahiti. A tendência repetiu-se nas transações internacionais realizadas em 2011. Levantamentos de preços entre 2001 e 2010, relacionados pela Coordenação-Geral para a Pecuária e Cul-turas Permanentes (CGPCP) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mostram elevações entre 201% no atacado e 580% no varejo na década. Ao mesmo tempo, os valores das vendas externas do produto cresceram 536% no total ou 18% se considerado o preço por quilo exportado (R$ 1,42 em 2010).

A cotação média no atacado em 10 anos subiu 201% e o volume comerciali-zado, 26%, de acordo com o apurado pela Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). No âmbito do varejo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do limão apresentou acréscimo de 580%, o maior entre as frutas, embora em 2010 ficasse em 7%, um dos menores do grupo. No valor pago aos produtores, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de

queiroz (Esalq), vinculada à Universidade de São Paulo (USP), constatou reajuste intermediário de 296% no período, taxa média de 11,8% ao ano, chegando a R$ 18,30 a caixa de 27 quilos em 2010, maior valor médio desde 1996.

O Mapa verificou uma acentuada oscilação nos preços pagos aos produtores, enquanto junto ao consumidor a variação é menor. Ao levantar dados da produção entre 2001 e 2009, concluiu que o avanço dos valores se deu em função da redução na oferta do produto no mercado interno, com produção menor e exportação crescente. Nesse intervalo, de acordo com números do Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-tística (IBGE) e do Ministério do Desen-volvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a disponibilidade per capita caiu de 5,5 para 4,4 kg por habitante ao ano. A produção no período diminuiu 7% (de 964.821 para 899.821 toneladas), assim como a área encolheu 17% (de 49.372 para 41.029 hectares), enquanto a produtividade aumentou 12% (para 21,93 t/ha).

Em relação aos estados produtores, a maior redução (29%) ocorreu no líder São Paulo, que em 2009 ainda detinha 75% do total produzido e o mais elevado rendimen-

to por hectare: 27,28 t. É no noroeste do Estado que se localiza a capital brasileira da fruta, Itajobi. O maior incremento em área, produtividade e produção deu-se em Minas Gerais, alcançando a 2.990 ha (151%), 17,12 t/ha (530%) e 51.191 t, respectiva-mente. Ficou em segundo lugar em área colhida, ultrapassando a Bahia nesse item, mas não em rendimento por área, no qual os baianos também cresceram e chegaram à segunda posição, com 19,20 t/ha, lugar já ocupado em termos de volume total.

No ano de 2010, a área e a produção no País tiveram reação, passando a 42,8 mil ha e mais de 1 milhão de toneladas colhidas. As informações de 2011 ainda não se encontravam disponíveis no início de 2012, mas avaliação feita pela Equipe Citrus do Cepea/Esalq/USP na virada do ano observava que houve deslocamento do pico da oferta do produto para os meses de abril a junho, o que prejudi-cou a florada para a safra do segundo semestre. Dessa forma, houve menor disponibilidade da fruta, o que elevou o preço, atingindo, em setembro, patamar próximo ao recorde. No entanto, a partir de fevereiro de 2012 esperava-se uma oferta mais significativa.

AcidezLim

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MENOR DISPONIBILIDADE pEr Capita DE LIMãO NO PAÍS FEZ CRESCER O PREçO DA FRUTA NA úLTIMA DÉCADA, AO LADO DO INCREMENTO NAS EXPORTAçõES

bem cotada

DISPONÍVEL . AVAILABLEProdução brasileira de limão (lima ácida tahiti)

Ano Área plantada (ha) Área colhida (ha) Produção (t)

2009 41.388 41.029 899.821

2010 44.194 42.761 1.020.345Fonte:Sidra/IBGE

RENDEU BEM . PROFITABLEExportação brasileira de limão (lima ácida tahiti)

Ano Valor (US$) Volume (t)

2010 50.693.603 63.061

2011 65.806.140 66.458

Fonte: Secex/Ibraf

Em uma década, preço no varejo aumentou 580%

Situação inusitadaSITUAÇÃO INUSITADA Os preços nas vendas externas do limão tahiti, em 2011, tiveram aumento significativo, em níveis próximos a 30%, alcançando a US$ 65,8 milhões, conforme números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do MDIC. O avanço ocorreu em razão da menor disponibilidade da fruta no Brasil, no México e na Argentina, de acordo com a avaliação da equipe do Cepea. México e Argentina lideram a produção em âmbito mundial, respectivamente com 1,880 milhão e 1,250 milhão de toneladas, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) do ciclo 2010/11. O terceiro e o quarto lugares são ocupados por União Europeia e Brasil. O principal destino dos embarques nacionais é a Europa.

quanto à valorização obtida nas transações internacionais do último ano, Ricardo Rahal, da empresa TerraCitrus, afiliada à Associação dos Produtores e Exportadores de Limão (Abpel), comenta que no primeiro trimestre de 2011 registrou-se situa-ção inusitada e positiva, algo que ainda não havia ocorrido em anos de exportação: sustentação dos preços altos ao longo do período tanto no plano externo como no interno. Esse fato, que ocorre somente durante o quarto trimestre do ano, segundo ele, deveu-se em parte à baixa oferta do produto para o mercado europeu no fim de 2010 e início de 2011.

Os exportadores, que foram confrontados com a disputa pelo fruto junto ao produtor, gerada pelos altos valores do limão no mercado interno (período de grande consumo face às férias), ofereceram menos produto no primeiro trimestre de 2011, tendo como consequência a manutenção das cotações em patamares elevados no exterior, explica Rahal. “Essa redução da nossa oferta (lá fora) nesse trimestre deveu-se exclusivamente aos preços inflacionados da matéria-prima no Brasil, em decorrência da estiagem de 2010 que adentrou 2011 (atrasando a safra) e ocasionou a alta dos preços na roça”, aponta. A situação é atípica para um período historicamente de grande oferta e remuneração baixa.

Em termos de volume embarcado no último ano, houve incremento de 5%, totalizando 66,4 mil toneladas. O índice, conforme Rahal, justifica-se pelo fato de ter ocorrido atraso na abertura da moagem do limão e por uma brecha pequena em função da entrada da safra de laranja. Além disso, a constatação de elevados preços no mercado externo no primeiro trimestre e a ideia de lucros elevados decorrentes de uma “possível” manutenção desses valores ao longo de 2011, levou os exportadores a ampliarem, no decorrer do ano, o volume de embarques. “Resultou, principalmente no final do ano, nesse aumento que estamos lamentando no início de 2012 em decorrência de preços baixos e excesso de produtos na Europa”, avalia Rahal.

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Acidity held high SCARCE PER CAPITA AVAILABILITY OF LEMONS THROUGHOUT THE COUNTRY,

PUSHED PRICES UP OVER THE PAST DECADE, WITH EXPORTS ON THE RISE

In 2010, the lemon production chain completed a decade of ever-increasing prices fetched by the fruit, also referred to as Tahiti acid lime. The trend was not different in the international transactions conducted in 2011. Price surveys of 2001 to 2010, reported by the General Coordination Di-vision for Livestock and Permanent Crops (CGPCP) of the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA), point to increases of 201% in retail and 580% in wholesale operations over the decade. In the meantime, revenue from foreign lemon sales went up 536% as a whole, or 18% if the price of per kilo exports is considered (R$ 1.42 in 2010).

Average wholesale prices went up 201% over the ten-year period, while shipment soared 26%, according to numbers released by the São Paulo State Trading and General Warehousing Company (Ceagesp). In the retail realm, the Ample National Consumer Price Index (IPCA, in the Portuguese ac-ronym) revealed an increase of 580%, the highest among all fruit species, although remaining at only 7% in 2010, one of the lowest in the group. At producer level, the Center for Advanced Economic Studies (Cepea) of the Higher Agricultural School

Luiz de queiroz (Esalq), a division of the University of São Paulo (USP), ascertained a 296-percent increase over the period, 11.8% a year on average, with the 27-kilo box fetching R$ 18.30, highest average value since 1996.

The Ministry of Agriculture has ascer-tained steep farm gate price oscillations, whilst consumer prices did not vary that much. A survey of the 2001 – 2009 pro-duction figures led to the conclusion that prices kept soaring in line with shrinking supplies in the domestic market, brought about by smaller production volumes and soaring shipments abroad. In the mean-time, from numbers released by the Brazil-ian Institute of Geography and Statistics (IBGE) and the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC), per capita availability receded from 5.5 to 4.4 kg per person a year. Over the period, pro-duction volumes decreased by 7% (from 964,821 to 899,821 tons), the planted area also shrank 17% (from 49,372 to 41,029 hectares), while yields soared 12% (to 21.93 t/ha).

With regard to the lemon producing states, the biggest decrease (29%) took place in the leading producer, São Paulo, which in

2009 still accounted for 75% of the total, with the highest yields per hectare: 27.28 t. It is the northwestern region of the State that is home to the Brazilian fruit capital, Itajobi. The highest increase in area, productivity and production occurred in Minas Gerais, reaching 2,990 ha (151%), 17.12 t/ha (530%) and 51,191 t, respectively. The State ranked second in harvested area, outstrip-ping Bahia on that score, but not in yield per area, as the producers in Bahia made much progress and jumped to the second position, with 19.20 t/ha, whilst also ranking second in total volume.

In the year 2010, the Country reacted in terms of planted area and production, totaling 42.8 thousand ha and 1 million tons. In early 2012, there were no data avail-able regarding the year 2011, but estimates by the Citrus Team at Cepea/Esalq/USP, at the turn of year pointed to shifts in the peak of the supply season to the months of April through June, a fact that affected the blossoming stage for the crop of the second half of the year. This fact accounts for smaller supplies, which pushed up prices to almost record highs. Nonetheless, as of February 2012, more significant supplies were expected.

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Unusual situationUNUSUAL SITUATION Foreign sale prices fetched by Tahiti limes in 2011, increased significantly by almost 30%, totaling US$ 65.8 million, from figures released by the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), an organ of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC). This stride was caused by the reduced availability of the fruit in Brazil, in Mexico and in Argentina, according to Cepea sources. Mexico and Argentina are leaders in global production volumes, respec-tively with 1.880 million and 1.250 million tons, according to data from the United States Department of Agriculture (USDA), regarding the 2010/11 cycle. The European Union and Brazil rank third and fourth. The main destination of the national shipments is the European Union.

As to the values fetched by last year’s international transactions, Ricardo Rahal, of the TerraCitrus company, affiliated with the Association of Lemon Producers and Exporters (Abpel), com-ments that in the first quarter of 2011, an unusual and positive situation surfaced, something that had never occurred in years of shipments abroad: the high prices remained steady over the entire period, both in the domestic and foreign scenario. This fact, that occurs only during the fourth quarter of the year, according to him, was in part caused by low supplies to the European market in late 2010 and early 2011.

The exporters, who had a hard time getting the lemons from the producers, a situation that was brought about by the high prices in the domestic market (period of high consumption in-duced by summer vacation), were forced to reduce their export volumes in the first quarter in 2011, and the consequence was the continuity of high prices abroad, Rahal explains. “These smaller supplies abroad during the first quarter of the year resulted exclu-sively from the inflated prices of the fruit in Brazil, induced by the drought conditions in 2010 and early months in 2011 (causing crop delays) and making farm gate prices soar considerably”, he points out. The situation is totally atypical for a period historically marked by lush supplies and low remuneration.

In terms of volumes shipped abroad last year, they were up 5%, totaling 66.4 thousand tons. This index, according to Rahal, is justifiable due to delays to the beginning of the lemon milling operations and due to a small gap caused by by the orange crop. Furthermore, the high prices in the foreign market in the first quarter and the idea of hefty profits stemming from a possible continuity of these values throughout 2011, led the exporters to expand their shipment volumes over the year. “And a major result by year end, was the inflated price level we are putting up with in early 2012, which, in turn, stems from low prices and excessive supplies in Europe”, Rahal explains.

In just one decade, retail price increased by 580%

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OO clima tem prejudicado a

produção brasileira de maçãs. O granizo, em plena primavera de 2010, derrubou as frutas em pomares de importantes regiões produtoras. Mesmo assim, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula que a safra de 2011 tenha fechado em 1,364 milhão de toneladas, 6,98% maior que a anterior. A área plantada caiu 2,05%, ficando em 38.325 hectares.

O efeito do granizo refletiu-se na quali-dade. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), Pierre Nicolas Pérès, os produtores tive-ram perdas comerciais, porque o preço médio ficou abaixo do custo de produção. Devido a essa situação, houve acréscimo das importações em 2011. A quantidade comprada cresceu 25%, com custo 40% superior. “É difícil entender porque pela fruta estrangeira foi pago tão caro, enquanto a nacional de qualidade recebeu um preço

tão barato”, questiona.No decorrer de 2011, quando se forma

a safra de 2012, o clima ajudou para que a produção tivesse qualidade. Pérès explica que as muitas horas de frio do inverno, com ausência de grandes períodos quentes, resultou num bom descanso das plantas. “A florada foi intensa e relativamente curta, o que foi muito bom. No entanto, a condição da primavera, pouco chuvosa e relativamen-te fria, fez com que houvesse abortamento de frutas grandes”, avalia.

O presidente da ABPM acredita em redução de 5% na produção em 2012. Se-gundo ele, os produtores que conseguiram escapar dos problemas climáticos terão uma colheita de qualidade, com maçãs lisas e firmes, muita crocância e vermelho brilhante. Santa Catarina e Rio Grande do Sul continuam dominando a oferta no Brasil, com 48% e 46% do total em 2011, respectivamente, conforme o IBGE.

Bahia e Minas Gerais apresentam pomares produtivos, conforme Pérès. Ele prevê que os dois estados juntos tenham no máximo 1% do total brasileiro. Outras regiões também estão começando na atividade. É o caso do Vale do São Francisco, abran-gendo regiões da Bahia e de Pernambuco, e do Ceará.

A baixa qualidade das frutas colhidas em 2011 se refletiu nas exportações. Conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), houve redução de 46,43% na quantidade embarcada e de 34,87% no faturamento das vendas externas comparativamente a 2010. O presidente da ABPM lembra que em 2004 o País enviou ao exterior 23,1% das maçãs produzidas; em 2011, o percentual não passou de 4,9%. “Em 2012, deveremos exportar apenas 3,5% do total colhido.”

ClimaGRANIZO PREJUDICOU A qUALIDADE DAS MAçãS NA SAFRA 2011 E LEVOU à

REDUçãO NAS EXPORTAçõES MESMO COM COLHEITA MAIOR

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nPOMAR CARREGADO . LOADED ORCHARDDesempenho das safras brasileiras de maçãs

Descrição 2010 2011

Produção (t) 1.275.852 1.364.953

Área (ha) 39.129 38.325

Rendimento (kg/ha) 33.085 36.125Fonte: IBGE

CARGA LEVE . LIGHT CARGOExportação brasileira de maçãs

Descrição 2010 2011

Receita (US$) 55.365.805 36.059.461

Volume (kg) 90.839.409 48.666.209Fonte: Secex

Embarques foram 46% menores em volume e 35% em receita

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Bad climate conditions have damaged apple crops in Brazil. Hailstorms during springtime in 2010 knocked down the apples in orchards of important regions where this crop prevails. Nevertheless, the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) estimates the 2011 crop at 1.364 million tons, up 6.98% from the previous year. The planted area went down 2.05%, remaining at 38,325 hectares.

The hailstorms affected the quality. According to the president of the Brazilian Association of Apple Growers (ABPM), Pierre Nicolas Pérès, the producers suffered commercial losses because average prices remained below production costs. Due to this situation, imports soared in 2011. The amount purchased from abroad was up 25% and the cost increased by 40%. “It is hard to understand why the imported apples fetched such a high price, whilst the national fruit of high quality fetched real low prices”, he questions.

Over 2011, while the 2012 crop was shaping up, the climate was very favorable as far as quality is concerned. Pérès explains that the long cold hours in winter, with no prolonged warm spells, provided a good dormant period for the plants. “Blossoming was intense and relatively short, which is exactly what apples need. However, the weather conditions in spring, with little rain and rather cold temperatures, caused plants to abort the bigger apples”, he comments.

The president of ABPM believes in a 5-percent reduction in the 2012 crop size. According to him, the growers who managed to evade the climate problems will certainly harvest a crop of good quality, with smooth and firm apples, hard, brittle and red in color. Santa Catarina and Rio Grande do Sul are the leading producers in Brazil, with 48% and 46% of the total in 2011, respectively, from IBGE sources. Bahia and Minas Gerais are home to very productive orchards, Pérès says. He maintains that the two states together account for a maximum of 1% of the total in Brazil. Other regions are also beginning to invest in this activity. It is the case of Vale do São Francisco, comprising regions in Bahia, Pernambuco and Ceará.

The low quality of the fruits harvested in 2011 had reflections on exports. According to the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), an organ of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC), shipments abroad decreased by 46.43% in quantity and by 34.87% in revenue compared to 2010. The president of ABPM recalls that in 2004, the Country shipped abroad 23.1% of the entire crop; in 2011, this percentage barely reached 4.9%. “In 2012, our exports are poised to remain at 3.5% of the total crop.”

Villainous climateHAILSTORMS ADVERSELY AFFECTED THE qUALITY OF THE APPLE

CROP IN 2011 AND EXPORTS WENT DOWN DESPITE THE BIGGER HARVEST

Shipments were down 46% in volume and 35% in revenue

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AA oferta maior de mamão registrada em 2010, quan-do o País produziu 1,87 milhão de toneladas, fez recuar preços e também o cultivo em 2011, além de se registrar problemas climáticos e de custos. Na pesquisa feita pela equipe Hortifruti Brasil do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de queiroz (Esalq), vinculada à Universidade de São Paulo (USP), junto às principais regiões produtoras, verificou-se queda média de 13,4% na área cultivada a partir do segundo semestre do ano. O índice foi um pouco superior no sul da Bahia e no Espírito Santo, líderes na produção, enquanto a região exportadora do Rio Grande do Norte se excetuou em qualidade e rentabilidade.

Em relatos à Embrapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas (BA), agentes do setor evidenciam essa situação. O produtor e exportador Ulisses Brambini, de Mucuri, no extremo sul baiano, enumera causas da menor produção em 2011: variáveis climáticas incomuns em 2010; demanda estagnada no mercado nacional; real valorizado e menor poder de negociação no comércio exterior; altos custos dos equipamentos em função da expansão do setor agrícola nacional; e aumento da produção de café no Espírito Santo de 2010 a 2011.

Para o produtor e comerciante Edison Gonsalez, de Itabela, município da mesma região, o mercado atual da cultura passa por uma série de mudanças. “Com o dólar em torno de R$ 1,70, reservas monetárias elevadas, isenção de imposto sobre circulação de mercadorias para frutas estrangeiras e mercado aberto para qualquer tipo de fruta de outros países, está ocorrendo uma invasão de produtos importados”, aponta.

Na opinião de Gonsalez, essa conjuntura deixa o produtor brasileiro sem saber como se posicionar frente à elevada produção de mamão, resultando em excedentes e baixos preços, além de não haver o consumo adequado pela população nem o estímulo esperado em programa oficial para crianças. Dessa forma, afirma, o produtor precisou recuar e inclusive reduzir a aplicação de tecnologias.

Numa perspectiva mais ampla, é preciso lembrar a evolução que a cultura experimentou no Brasil nas últimas décadas. O pesquisador Jorge Luiz Loyola Dantas, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, menciona que a produção brasileira evoluiu de um patamar de cerca de 50 mil toneladas, em 1961, para quase 1,8 milhão de t em 2009, em função do aumento nos índices de produtividade e de investimentos em novas áreas produtoras.

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PRODUTOR DE MAMãO PRECISOU SE ADEqUAR à DEMANDA LIMITADA E AOS CUSTOS ALTOS, O qUE LEVOU AO RECUO DO CULTIVO NA TEMPORADA 2011

no freio

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MAIOR . BIGGER

Produção brasileira de mamão

AnoÁrea

plantada (ha)Área

colhida (ha)Produção

(t)Valor

(R$ mil)

2009 34.379 34.213 1.792.594 1.348.294

2010 34.717 34.357 1.871.295 1.484.536

Fonte: IBGE/PAM

RENTÁVEL . PROFITABLE

Exportações brasileiras de mamão

Ano Volume (kg) Valor (US$)

2010 27.057.332 35.121.752

2011 28.822.524 38.887.743

Fonte: Secex/Ibraf

Abrangência

Assim, nos últimos anos, observa que o País passou a ocupar a posição de segundo maior produtor mundial, com 17% do vo-lume global, superado apenas pela Índia. A mesma colocação foi alcançada pelo Brasil na exportação, passando a Malásia, porém atrás do México, que é favorecido pela forte relação comercial com o vizinho Estados Unidos.

A venda externa, entretanto, não chega a representar 2% do total colhido nacionalmente. Em 2011, aproximou-se de 29 mil toneladas, 6,52% acima do embarcado em 2010, destinando-se principalmente à União Europeia. O valor recebido elevou-se um pouco mais, alcançando cifra próxima de US$ 39 milhões. Nessa operação, o câmbio, com a moeda nacional valorizada, tem desfavorecido a atividade nos últimos anos, levando inclusive ao fechamento de algumas empresas.

No plano geral do mercado, Dantas observa que o preço pago aos produtores nem sempre tem sido estimulante. Há épocas em que recebem R$ 0,05 pelo quilo da fruta e, em outros momentos, o valor ultrapassa a R$ 1,00/kg. De qualquer modo, apesar de não aceitarem as variações mercadológicas, acreditam no negócio, têm se dedicado à cultura e deverão continuar a investir em lavouras da fruta.

País destaca-se como segundo maior

produtor e exportador

ABRANGÊNCIA Nos últimos 20 anos, relata o pesquisa-dor da Embrapa Jorge Luiz Loyola Dantas, a área plantada com mamão vem ocupando em torno de 33 mil hectares em todo o País, com produtividade média de 50 t/ha. Destacam-se as regiões Nordeste e Sudeste, a primeira com maior área e a se-gunda com maior rendimento. Bahia ocupa a primeira posição no ranking nacional, respondendo por quase 50% da produção, seguida de Espírito Santo (31%), Ceará e Rio Grande do Norte (ambos perto de 6%). Em 2009, os baianos produziram 891,2 mil t e, em 2010, a estimativa passava de 910 mil t.

quanto à situação da cadeia produtiva, o pesquisador constata que os valores de venda estão abaixo dos custos de produção e sujeitos a variáveis de clima e mercado. Além disso, enfrenta-se rotatividade e falta de qualificação na mão de obra, bem como carências de maior incentivo (considerando-se o alto índice de emprego gerado), de conhecimento mercadológico e logística. Na sua opinião, é necessária a união dos produtores para o bem comum em vários aspectos e a ampliação do con-sumo, estagnado no mercado interno nos últimos 18 anos, se comparado a outras frutas.

Dantas destaca ações no campo científico-tecnológico, no qual forte intercâmbio vem ocorrendo desde 2003, de dois em dois anos, com o Simpósio Papaya Brasil, sob a responsabili-dade do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). É, segundo ele, o principal fórum de integração dos agentes do setor e o mais recente ocorreu no final de 2011, em Porto Seguro (BA), sob o tema inovação e Sustentabilidade e a coordenação da Embrapa Mandioca e Fruticultura.

O evento apresentou os avanços tecnológicos na cadeia produtiva, com uma conferência, 28 palestras e 64 trabalhos técnico-científicos, além de cursos diários e clínicas sobre fitossanidade, abordando temas atuais e importantes gargalos tecnológicos para o desenvolvimento da cultura.

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Bigger papaya supplies in 2010, when the Country produced 1.87 million tons, pressed prices down and the planted area in 2011, too, besides facing climate problems and higher costs. A survey conducted by the Hortifruti Brazil team of the Center for Advanced Economic Studies (Cepea) of the Higher Agricultural School Luiz de queiroz (Esalq), a division of the University of São Paulo (USP), of the main papaya producing regions, ascertained a 13.4-percent average decrease in planted area as of the second half of the year. This rate was a little higher in South Bahia and in Espírito Santo, both leading producers,

while the export-oriented region in Rio Grande do Norte was an exception in qual-ity and quantity.

In reports released by Embrapa Cassava and Fruit-Growing, of Cruz das Almas (BA), agents of the sector attest to this situation. Producer and exporter Ulisses Brambini, of Mucuri, in the southernmost region of Bahia, cites the causes for the smaller crop in 2011: uncommon climate variables in 2010; stagnated demand in the domestic market; high valued real and weaker negotiation power in the interna-tional marketplace; high costs of equipment by virtue of the ever-increasing agricultural

sector throughout the Country in 2010 and 2011.

Producer and trader Edison Gonsalez, of Itabela, a municipality in the same region, maintains that the market of the crop is currently going through a series of changes. “With the US currency at R$ 1.70, high monetary reserves, exemption of state value-added tax over fruit coming from abroad and the market open to any kind of fruit from abroad, foreign fruit have been flooding the market”, he comments.

In the opinion of Gonzalez, this scenario leaves the Brazilian producers unable to take a stand in light of the papaya bumper

Applying the brakePAPAYA PRODUCERS HAD TO ADJUST TO SHRINKING DEMAND AND HIGH

PRODUCTION COSTS, RESULTING INTO SMALLER PLANTED AREAS IN THE 2011 SEASON

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Scopecrop, with the obvious consequence of surpluses and low prices, and what is adding to the problem is the fact that the people are not consuming papaya the way one would expect them to do, nor is there any official program for inducing the children to consume the fruit. This, he says, forced the producers to apply the brake and even reduce the use of technologies.

In a more comprehensive perspective, one should recall the strides made by the crop over the past decades in Brazil. Researcher Jorge Luiz Loyola Dantas, of Embrapa Cassava and Fruit-Growing, mentions that Brazil’s papaya crop jumped from an average of 50 thousand tons in 1961 to almost 1.8 million tons in 2009, by virtue of soaring productivity rates and investments in new production areas.

Over the past years, he observes, the Country progressed to the position as sec-ond biggest global producer, with 17% of the total volume, coming only after India. The same position was conquered by Brazil in terms of exports, outstripping Malaysia, but behind Mexico, a country that takes advantage of its strong commercial relation-ship with the neighboring United States.

Foreign sales, nonetheless, represent less than 2% of the total national harvest. In 2011, shipments abroad remained at about 29 million tons, up 6.52% from the previ-ous year, and the main destinations were the European Union countries. Revenues from these sales were slightly up, amount-ing to approximately US$ 39 million. With regard to this operation, the exchange rate, with the national currency highly valued, has had a negative effect over the past years, a fact that has induced some companies to get out of the business.

From a market viewpoint, Dantas observes that prices paid to producers have not always been encouraging. There are times when a kilo of the fruit sells for R$ 0.05 and, at other moments, this price exceeds R$ 1.00/kg. Anyway, although not agreeing with the way the market fares, they believe in their business, they have devoted their time to the crop and should continue investing in papaya plantations.

SCOPE Over the past 20 years, says Embrapa researcher Jorge Luiz Loyola Dantas, the area planted to papaya covers some 33 thousand hectares across the Country, with average productivity rates of 50 t/ha. Major papaya growing regions are the Northeast and the Southeast, the former with the biggest planted area and the latter, with the high-est productivity rates. Bahia ranks first in Brazil, accounting for approximately 50% of the total volume, followed by Espírito Santo (31%), Ceará and Rio Grande do Norte (both close to 6%). In 2009, the producers in Bahia harvested 891.2 thousand tons and, in 2010, it was upwards of 910 thousand tons.

With regard to the production chain, the researcher ascertains that sales prices are below production costs and are subject to erratic climate and market conditions. Fur-thermore, crop rotation schemes and a shortage of skilled labor need to be surmounted, along with the absence of incentives (considering the big number of jobs created), lack of market knowledge and poor logistics. In his opinion, there is need for the producers to get together for the good of all concerned in different aspects and for driving up consumption, which has remained stagnated in the domestic market over the past 18 years, if compared to other fruits.

Dantas refers to initiatives in the technological and scientific fields, which have been interacting since 2003, every other year, at the Brazil Papaya Symposium, under the responsibility of the Research, Rural Extension and Technical Assistance Institute of Espírito Santo (Incaper). In his opinion, it is the most important agent integration forum of the sector, and the most recent one was held in late 2011, in Porto Seguro (BA), under the theme Innovation and Sustainability, coordinated by Embrapa Cas-sava and Fruit.

The event featured the technological strides of the production chain, comprising a conference, 28 lectures and 64 technical/scientific papers, besides daily courses, phytosanitary issues, addressing current problems and technological hurdles for the development of the crop.

Country stands out as second largest producer and exporter

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OOs números da cadeia produtiva de manga superaram as expectativas em 2011. Ao contrário do que se espe-rava inicialmente, em 2011 o Brasil não direcionou ao consumo interno parte do volume produzido para a exportação. O volume embarcado aumentou 1,36%, mas a receita gerada cresceu 17,5%. A venda externa passou de 124,7 mil toneladas e US$ 119,9 mi-lhões, em 2010, para 126,4 mil t e US$ 140,9 milhões.

Com isso, o setor gerou a maior receita por volume total de fruta exportado em 2011 pelo Brasil, superando os melões, que ainda lideram o ranking em volumes. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Europa e Estados Unidos são os grandes compradores. Além de se valorizar no mercado internacio-nal pela menor oferta de países concorrentes, principalmente das

variedades Kent e Palmer, a manga foi beneficiada pela apreciação do dólar no último trimestre do ano.

A variedade Tommy Atkins do Vale do São Francisco também chegou ao mercado interno com preços 23% maiores no pico de safra, no segundo semestre de 2011. Isso ocorreu pela queda produtiva na região de Livramento de Nossa Senhora (BA) e no interior de São Paulo, conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de queiroz (Cepea/Esalq), vinculada à Universidade de São Paulo (USP).

O socioeconomista João Ricardo Ferreira de Lima, da Em-brapa Semiárido, de Petrolina (PE), considera que esse cenário conjuntural será traduzido em investimentos ao longo de 2012, principalmente com a renovação ou substituição de pomares da

Surpresa

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VALORIZAçãO CAMBIAL E MELHORES PREçOS INTERNACIONAISCOMPENSARAM BAIXO CRESCIMENTO DOS VOLUMES EXPORTADOS

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nvariedade Tommy para Kent ou Palmer no Vale do São Francisco, nos estados da Bahia e de Pernambuco, via técnicas de reenxertia, e o uso de mais tecnologias no cultivo e manejo dos pomares. Essas variedades são mais valorizadas no exterior. Para a próxima safra, espera-se um comportamento de valorização da fruta no mercado externo, seguindo a média de 1,7% dos últimos seis anos. O clima, contudo, poderá interferir.

A expectativa é de que finalmente o selo de Indicação Geográ-fica, concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) para a manga do Vale em 2009, seja aplicado e traga van-tagens econômicas ao setor. A cadeia produtiva regional ainda negocia critérios de padronização. Segundo a Pesquisa de Produção Agropecuária do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada no final de 2011, referente a 2010, o Brasil co-lheu quase 1,19 milhão de t numa área de 75,1 mil hectares, com produtividade de 15,8 t/ha. Houve redução de 0,7% na oferta em decorrência das altas temperaturas que afetaram o desenvolvimento das floradas no primeiro semestre. A manga representa 2,9% do valor de produção total de frutas do País, conforme o IBGE.

O Vale do São Francisco responde por cerca de 80% das expor-tações nacionais e tem área plantada de 39 mil ha com mangueiras, sendo 28 mil na Bahia e 11 mil ha em Pernambuco. Na região, a área se manteve. Outras localidades de destaque na cultura no

Brasil são Livramento de Nossa Senhora e Dom Basílio, na Bahia; Monte Alto e Taquaritinga, em São Paulo; e no Norte de Minas Gerais, nos municípios de Jaíba e Janaúba. Esses polos têm mais de 90% da safra direcionada ao mercado interno.

COM DESTINO . WITH DESTINATIONExportação brasileira de manga

Ano Volume (t)

2008 133.724

2009 110.202

2010 124.694

2011 126.430

Fonte: Ibraf

DEVAGAR . SLOWLYProdução brasileira de manga

Ano Volume (milhões de t)

2008 1,154

2009 1,197

2010 1,188

2011* 1,188

Fonte: IBGE – *Estimativa

Receita com embarques subiu 17,5%, somando US$ 140,9 milhões

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The figures of the mango production chain exceeded expectations in 2011. Contrary to what was expected initially, in 2011 Brazil did not destine for the domestic market part of the amounts produced for export purposes. Shipments abroad soared 1.36%, but revenue increased by 17.5%. Foreign sales jumped from 124.7 thousand tons and US$ 119.9 mil-lion, in 2010, to 126.4 thousand tons and US$ 140.9 million in revenue.

These shipments are credited with the biggest revenue gener-ated by total fruit exports in Brazil in 2011, outstripping melon exports which are still ranking first in volume. These data are from the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), a division of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC). Europe and the United States are major buyers. Besides fetching better values in the international market by virtue of shrinking supplies from competitor countries, particularly of the Kent and Palmer varieties, mangoes benefited greatly from the higher value of the dollar in the fourth quarter of the year.

The Tommy Atkins variety produced in Vale do São Francisco also arrived in the domestic market at 23-percent higher prices at

Good surprise

HIGHER EXCHANGE RATE VALUES AND BETTER INTERNATIONAL PRICES MADE UP FOR THE LOW EXPORT VOLUMES

Revenue from shipments increased by 17.5%, totaling

US$ 140.9 millionpeak harvest time, in the second half of the year in 2011. This occurs because of the declining production volumes in the region of Livramento de Nossa Senhora (BA) and in the interior of São Paulo, according to the Center for Advanced Studies on Applied Economics of the Luiz de queiroz College of Agriculture (Cepea/Esalq), a division of the University of São Paulo (USP).

Socioeconomist João Ricardo Ferreira de Lima, of Embrapa Semiarid, based in Petrolina (PE), considers that this overall sce-nario will translate into investments throughout 2012, especially in the renewal or replacement of the Tommy variety with the Kent and Palmer varieties in Vale do São Francisco, in the states of Bahia and Pernambuco, by means of re-grafting techniques, and the use of more technologies in the cultivation and orchard management practices. These varieties are more appreciated abroad. For the coming crop, the expectation is for higher prices abroad, in line with the average 1.7-percent increase a year over the past six years. Climatic conditions might interfere.

The expectation is for the Geographical Indication Label, granted by the National Institute of Industrial Property (Inpi) to the mangoes produced in Vale do São Francisco in 2009, to be finally put into force for the sector to derive economic advantages from it. The regional production chain is still negotiating standardization criteria. According to the Livestock and Agricultural Production Survey, conducted by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), published in late 2011, which covers the year 2010, Brazil harvested close to 1.19 million tons from an area of 75.1 thousand hectares, with productivity rates of 15.8 t/ha. There was a reduction of 0.7% in volume due to the high temperatures that affected the development of the flowering stage in the first half of the year. Mangoes represent 2.9% of total revenue raked in by Brazil from fruit exports, IBGE sources say.

Vale do São Francisco is responsible for 80% of all national exports and its area planted to mangoes comprises 39 thousand hectares, of which 28 thousand are located in Bahia and 11 thou-sand ha in Pernambuco. Throughout the region, the planted area has remained stable. Other regions where mangoes are cultivated for commercial purposes include Livramento de Nossa Senhora and Dom Basílio, in Bahia; Monte Alto and Taquaritinga, in São Paulo; and in the North of Minas Gerais, in the municipalities of Jaíba and Janaúba. These hubs destine 90% for the domestic market.

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AAinda longe de alcançar a rentabili-dade e os recordes de exportação de 2007 e 2008, os embarques nacionais de melão en-cerraram 2011 recuperando preços, apesar da redução nos volumes negociados. Após enviar ao exterior 177,8 mil toneladas em 2010, o Brasil negociou com outros países 169,6 mil t em 2011, registrando queda de 4,64%. Se em volume houve retração, por outro lado o melão brasileiro beneficiou-se da valorização internacional e da alta do dólar no quadrimestre final do ano.

Dessa maneira, a receita obtida com as transações cresceu 5,23%, de US$ 121,9 milhões para US$ 128,3 milhões. “O resultado foi bom para os exportadores brasileiros, com reflexos em toda a cadeia produtiva”, afirma Francisco Cipriano de Paula Segundo, presidente do Comitê Executivo de Fitossanidade do Rio Grande do Norte (Coex).

Para ele, a retração nos volumes não

se dá por circunstâncias de clima, mas principalmente reflete a crise econômica europeia, que estabilizou os volumes impor-tados pelo continente desde os anos 2008 e 2009. Apesar da trajetória de recuperação, as cotações estão distantes do patamar de 2007, que seria o ideal no momento. “Há estabilidade, com pequenas oscilações nos volumes exportados para a Europa.”

O período para a comercialização do melão brasileiro a outros países vai de agosto a março. A parcial das vendas externas de agosto a dezembro, segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Secex/MDIC), indica 134 mil t embarcadas (10,4% a mais) e faturamento de US$ 102 milhões, acréscimo de 18% na comparação com o mesmo ciclo do ano anterior.

Para não depender tanto do humor econômico do consumidor europeu, o

setor brasileiro de producão dos polos da Chapada do Apodi (RN) e Baixo Jaguaribe (CE) busca diversificar os destinos da fruta e avançar no mercado internacional. A América do Norte é o alvo. “Participamos de eventos e contatos comerciais e vamos desenvolver uma campanha similar à rea-lizada na década passada na Europa para difundir a qualidade de nossas frutas”, revela Segundo. As visitas de prospecção de mercados seguirão em 2012, com a participação nos principais eventos desses países e rodadas de negócios e a atração de importadores para conhecer o sistema de produção nacional.

Com auxílio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e de outras instituições, o polo de Mossoró renovou-se e conquistou, em 2011, certificações internacionais que chancelam a qualidade da fruta brasileira e abrem as portas a novos mercados. Com

ApostaMelã

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no futuroPOLOS DE PRODUçãO DE MELãO VOLTADOS à EXPORTAçãO ESPERAM POR DIAS

MELHORES NAS TRANSAçõES E NA DIVERSIFICAçãO DO MERCADO EXTERNO

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ESTÁVEL . STABLEProdução brasileira de melão

Ano Área (ha) Produção (t)

2008 15.788 340.464

2009 17.544 402.959

2010 18.870* 478.431

2011** 18.870* 478.431

Fonte: IBGE/Ibraf*Área plantada/**Estimativa

PODE MELHORAR. LIKELY TO IMPROVEExportações de melões frescos

AnoValor

(US$ FOB)Volume

(kg)

2008 152.132.031 211.789.635

2009 122.094.688 183.911.976

2010 121.969.814 177.828.525

2011 128.353.767 169.575.730

Fonte: SecexElaboração: Ibraf

Após conquistar a Europa, a meta é a América

do Norte e o Brasil

InternoINTERNO Não é só fora do País que a cadeia produtiva foca para ampliar sua presença. O mercado interno é cada vez mais atrativo e demanda mais frutas. “Ao natural o mercado brasileiro cresce, mas ainda precisamos de uma campanha de impacto pelo consumo maciço de frutas, que realmente faça a diferença”, destaca Francisco Cipriano de Paula Segundo, presidente do Coex. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Câmara Setorial de Fruticultura desenvolvem estudo para propor aos órgãos públicos a necessidade de investirem numa campanha nacional de incentivo ao consumo, proposta que nasceu a partir de um levantamento do perfil do consumidor feito pela CNA.

O foco vai além do mercado e contempla aspectos relacionados aos benefícios nu-tricionais à população. Hábitos mais saudáveis na alimentação representam a redução gradual dos custos da saúde pública com doenças ligadas à obesidade. “As frutas têm esse poder e o Brasil, uma produção que pode crescer na medida em que aumentar a demanda interna”, diz o presidente do Coex.

Em 2011, conforme estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o País teria produzido 478.431 toneladas de melão, volume igual ao alcançado em 2010. O relatório final ainda não está concluído. A área cultivada é estimada em 18.870 hectares, com base nos mesmos critérios. O consumo interno foi de cerca de 310 mil t ao longo de 2010 e, de acordo com a estimativa, manteve-se em 2011. Sobre os dados consolidados de 2009, a área plantada cresceu 7,56%, pois era de 17,5 mil ha. A produtividade melhorou e elevou a produção em 18,7%, partindo de um volume de 402.959 t em 2009. Os números oficiais da safra do ano passado serão divulgados pelo IBGE ainda no primeiro semestre de 2012.

isso, elimina os riscos de barreiras sanitárias e adequa o sistema de produção e pós-co-lheita às exigências de novos clientes. Cerca de 80% do melão dos polos da Chapada do Apodi e Baixo Jaguaribe é destinado à exportação.

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Still a long way from reaching the profits and export records of 2007 and 2008, the national melon shipments came to a close in 2011 fetching higher prices, despite a reduction in volumes negotiated. After sending abroad 177.8 thousand tons in 2010, Brazil negotiated 169.6 thousand tons in 2011, down 4.64% from the pre-vious year. If, for one thing, there was a reduction in volume, on the other hand, Brazilian melons took advantage of the higher international prices and the rising value of the dollar in the fourth quarter of the year.

Therefore, revenue from the transac-tions soared 5.23%, from US$ 121.9 million to US$ 128.3 million. “The result suited the Brazilian exporters perfectly, with reflections on the entire production chain”, says Francisco Cipriano de Paula Segundo, president of the Rio Grande do Norte State Executive Phytosanitary Com-mittee (Coex).

In his opinion, the retraction in volumes is not the result of climate related circum-

stances, but it is a reflection of the economic crisis in Europe, which stabilized the vol-umes imported by the continent since 2008 and 2009. In spite of the recovery trend, prices are still a long way from the 2007 lev-els, which would be ideal for the moment. “There is stability, with small oscillations in volumes exported to Europe”.

The season for selling the Brazilian melon crop to other countries is August through March. Foreign sales from August to December, according to figures released by the Brazilian Secretariat of Foreign Trade, and organ of the Ministry of Devel-opment, Industry and Foreign Trade (Se-cex/MDIC), point to 134 thousand tons shipped abroad (up 10.4%) and revenue of US$ 102 million, up 18% from the same period the year before.

So as not to depend so much on the erratic humor of the European consumers, the Brazilian production sector in the pro-duction hubs of Chapada do Apodi (RN) and Baixo Jaguaribe (CE) seeks to diversify the destinations of the fruit and work its

way into the international scenario. North America is the target. “We have taken part in events and commercial rounds and we are going to develop a campaign similar to the one that we carried out in the past decade in Europe to announce the quality of our fruit”, Segundo comments. The market prospection visits will continue throughout 2012, taking part in the main events held by those countries, besides busi-ness and inviting importers to learn about our national production system.

With the help of the Brazilian Micro and Small Business Support Service (Sebrae) and other institutions, the Mossoró hub witnessed its own renewal and, in 2011, was awarded international certifications that attest to the quality of the Brazilian fruit and pave the way for new markets. This eliminates the risk of sanitary barriers and adjusts the production and post-harvest systems to the requirements of the new clients. About 80% of the melons from the hubs of Chapada do Apodi and Baixo Jaguaribe are destined for exports.

A bet on the future

MELON PRODUCTION HUBS GEARED TOWARDS EXPORTS HOPE FOR BETTER DAYS IN TRANSACTIONS AND FOR THE DIVERSIFICATION OF THE FOREIGN MARKET

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Domestic

After working its way into Europe, now the target is North-America and Brazil

DOMESTIC It is not only outside the Country that the production chain wants to expand its presence. The domestic market is getting more and more attractive and is eager for more fruit. “The Brazilian market soars quite naturally, but we still need an imposing campaign, one that makes a difference, if massive fruit consumption is to be achieved”, comments Francisco Cipriano de Paula Segundo, president of Coex. The Brazilian Federation of Agriculture and Livestock (CNA) and the Fruit-Growing sectorial chamber are conducting a study to advise all the public organs on the need to invest in a national campaign aimed at boosting consumption, a bid that arose from a survey of the Brazilian consumer conducted by the CNA.

The focus goes beyond the market and includes aspects related to nutritional benefits to the popula-tion. Healthier eating habits represent gradual reductions in healthcare costs, especially the ones related to overweight problems. “Fruits have this power and Brazil has the capacity to increase the production volumes, keeping in line with soaring domestic demand”, says the president of Coex.

In 2011, according to an estimate by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), the Country is supposed to have produced 478,431 tons of melon, presenting no changes from 2010. The final report has not yet been concluded. The cultivated area is estimated at 18,870 hectares, based on the same criteria. Domestic consumption reached 310 thousand tons over 2010 and, according to estimates, the same figure held throughout 2011. Regarding the consolidated data in 2009, the planted area increased by 7.56%, as it amounted to 17.5 thousand hectares. Yields improved and the production volume increased by 18.7%, parting from a volume of 402,959 tons in 2009. The official numbers of last year’s crop will be disclosed by the IBGE before the first half of 2012 comes to a close.

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AA vitivinicultura é uma atividade

importante para a sustentabilidade da pequena propriedade no Brasil, amplia sua relevância associada às atividades de turismo e consolida posição de grande geradora de empregos com relevantes empreendimentos dirigidos à produção de uvas de mesa e para processamento. Mas, apesar dessa importância socioeconômica, o setor tem dificuldades para retomar o rumo do crescimento.

Alguns fatores podem ser elencados: o Vale do São Francisco, principal polo expor-tador de uvas de mesa, amarga dificuldades com a política cambial – que equipara o custo de produção aos preços interna-cionais; e os vinhos nacionais têm a forte concorrência de importações e o impacto tributário, além das dificuldades cambiais. No mercado interno, há concorrência das uvas de mesa, sem sementes, do Chile e da Argentina, mais baratas e de qualidade, uma das razões do déficit brasileiro no balanço comercial da fruta, que chegou a US$ 252,17 milhões em 2011 incluindo vinhos, sucos, espumantes e demais produtos.

Na produção de matérias-primas para

vinhos e sucos, destacam-se no Brasil as regiões da Serra, Campanha e Serra do Sudeste no Rio Grande do Sul e da Serra de Santa Catarina. No Nordeste, o polo é o Vale do São Francisco, na porção situada no Estado de Pernambuco. Em uvas de mesa, além da Serra gaúcha e do Vale do São Francisco, o Brasil tem importantes locali-dades produtoras no estados de São Paulo (Jales, São Miguel Arcanjo e Campinas), Minas Gerais (Pirapora) e Paraná (Maringá, Cornélio Procópio e Ivaiporã).

Frente a 2010, quando a colheita gerou 1,295 milhão de toneladas da fruta, o Brasil ampliou a produção em 12,97% para 1,463 milhão de t em 2011. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), contudo, estima queda de 5,1% para 2012, o que representa oferta de 1,387 milhão de t. Em 2011, o maior aumento produtivo ocorreu em Pernambuco: 24,03%. O Rio Grande do Sul, principal produtor de uvas e vinhos do País, teve safra 19,76% maior; Santa Catarina, 2,34%; e o Paraná, 3,04%. A área plantada em 2011 no Brasil, para a colheita de 2012, diminuiu 2,15%, pas-sando de 83.718 hectares para 81.915. A

extensão cultivada teve ampliação no Rio Grande do Sul (0,5%) e Paraná (3,45%).

A pesquisadora Loiva Maria Ribeiro de Mello, da Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves (RS), explica que não há estatísticas de comercialização e produção nacional de vinhos e sucos de uvas. Mas, pelos dados do Rio Grande do Sul, res-ponsável por mais de 90% da produção, é possível fazer uma análise aproximada do desempenho da agroindústria vinícola do País. Segundo ela, a fabricação gaúcha de vinhos, sucos e derivados em 2011 foi ampliada em 39,68%, de 414,365 milhões de litros, em 2010, para 578,809 milhões. “A produção de 2010 foi menor por causa do clima”, ressalta.

A pesquisadora cita que o maior acrés-cimo está na produção de vinhos de mesa finos, elaborados com uvas Vitis vinifera: 91,88%. Os vinhos de mesa (de uvas americanas e híbridas) aumentaram 32% e o suco, que usa a mesma matéria-prima, 30,91%. O Estado ampliou a comercializa-ção de vinhos de mesa (4,1%), espumantes (6,26%) e suco integral (28,6%) e concen-trado (13,2%).

Caminho

Uva

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ape

com obstáculosSAFRA BRASILEIRA CRESCE 12,9% EM 2011, FEITO qUE NãO DEVE SE

REPETIR EM 2012, POIS A ESTIMATIVA INDICA REDUçãO NA COLHEITA

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Déficit comercial aumenta e chega a

US$ 252,17 milhões

ENCOLHEU . SHRINKINGExportação brasileira de uva

Ano Volume (t)

2008 82.242

2009 54.559

2010 60.805

2011 59.391

Fonte: Ibraf

OSCILANTE . OSCILLATINGProdução brasileira de uva

Ano Volume (milhões de t)

2008 1,399

2009 1,345

2010 1,295

2011 1,463

2012* 1,387

Fonte: IBGE e Embrapa Uva e Vinho*Estimativa

Na balançaNA BALANÇA A pesquisadora Loiva Maria Ribeiro de Mello considera que o País vem perdendo espaço na vitivinicultura interna-cional. No cenário mundial, o Brasil ocupou, em 2009, o 19° lugar em área cultivada com uvas e o 14° em produção, segundo os dados mais atuais da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimen-tação (FAO). No que se refere às transações externas, o País foi o 17° colocado em quantidade de uvas embarcadas e 13° em valor; e o 10° maior exportador em volume de suco e o nono em receita. Segundo a FAO, em litros o Brasil alcançou o 21º lugar na venda de vinhos a outros países e o 45º em valor.

Em 2011, os embarques do setor vitivinícola somaram US$ 155,7 milhões, sendo 4,97% superiores a 2010. As vendas externas de uvas de mesa alcançaram a 59.391 toneladas, volume 2,32% inferior ao ano anterior. A venda internacional de suco evoluiu 43,7% em quantidade e 95,5% no valor, mas ainda é menor que os resultados verificados em 2009.

O socioeconomista João Ricardo Ferreira de Lima, da Embrapa Semiárido, de Petrolina (PE), diz que além de uma janela de expor-tação mais curta e concentrada entre outubro e novembro, pelo risco de chuvas, os produtores do Vale do São Francisco têm custo médio de produção de US$ 4,13 por quilo e alcançaram remuneração de US$ 4,23 no pico de alta do dólar em 2011. “Mesmo com o preço internacional maior, na conversão da moeda o produtor empata”, fri-sa. Segundo Lima, os viticultores buscam variedades de menor custo produtivo, maior produtividade e resistentes à chuva para fazer frente à conjuntura de mercado.

Em contrapartida, os consumidores domésticos dão indicações de estarem ávidos por uvas de qualidade. As importações das variedades de mesa cresceram 37,4% em quantidade e 42,4% em valor no ano passado. Soma-se ao déficit brasileiro o fato de as uvas passas consumidas internamente serem de outros países. Nos vinhos, o Brasil é grande comprador. Na temporada anterior, comprou 72,7 milhões de litros por US$ 262,06 milhões, acréscimo de 2,78% em volume e 21,67% em dólares sobre 2010. A aquisição de espumantes evoluiu 14,11% na quantidade e 16,61% no valor.

O País teve déficit de US$ 252,17 milhões na cadeia produtiva, 20,75% superior ao verificado em 2010. Enquanto houve aumento no preço de todos os itens importados, foi registrada redução na receita das exportações de uvas frescas e vinhos espumantes. No Brasil, o mercado de vinhos finos equivale a quase 100 milhões de litros, dos quais 75,34% vêm de outros países. Em 2011, foram consumidos 96,45 milhões de litros originados de uvas Vitis vinifera, 1,1% superior a 2010. Coube à bebida estrangeira o incremento de 2,78% no mercado e, à nacional, a redução de 3,71%.

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Winegrowing plays an important role in keeping all small Brazilian farms sustainable, whilst broadening its relevance associ-ated with tourist-oriented activities and consolidates its position as a relevant job generator with huge enterprises focused on the production of table grapes and wine grapes. Nonetheless, in spite of this economic relevance, the sector is finding difficulties getting back on track.

Some factors could be listed: Vale do São Francisco, major table grape exporting hub, is reaping the results of unfavorable exchange rate policies – which keep production costs on a par with interna-tional prices; and the national wines suffer strong competition from imported wines, along with the impact from heavy tax loads and difficulties induced by the exchange rate. In the domestic market, table grapes suffer competition from seedless grapes produced in Argentina and Chile, which, besides being cheaper and of higher quality, are responsible for the Brazilian fruit trade deficit of US$ 252.17 million in 2011, including wines, juices, sparklings and

other products. With regard to the production of raw materials for wines and

juices, the list of noteworthy regions includes the following: Sierra, Meadowland, Southeastern Sierra in Rio Grande do Sul and Santa Catarina Sierra. In the Northeast, Vale do São Francisco is the hub, in its portion located in the State of Pernambuco. With regard to table wines, besides Sierra Gaucha and Vale do São Francisco, Brazil is home to important grape producing regions in the states of São Paulo (Jales, São Miguel Arcanjo and Campinas), Minas Gerais (Pirapora) and Paraná (Maringá, Cornélio Procópio and Ivaiporã).

Compared to 2010, when the crop amounted to 1.295 million tons, Brazil increased its production by 12.97% to 1.463 million tons in 2011. The Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), nonetheless, estimates a five-percent decline for 2012, which translates into a supply of 1.387 million tons. In 2011, the biggest production increase took place in Pernambuco: 24.03%. The crop in Rio Grande do Sul, major producer of grapes and wines

Hurdles on the way

BRAZILIAN CROP SOARS 12.9% IN 2011, BUT A SIMILAR INCREASE IS NOT EXPECTED IN 2012, AS ESTIMATES POINT TO A SMALLER HARVEST

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Trade deficit rises to US$ 252.17 million

On balance

in the Country, was up 19.76% from last year; In Santa Catarina, 2.34%; and in Paraná, 3.04%. The planted area in 2011 in Brazil, for the 2012 crop year, decreased by 2.15%, from 83,718 hectares to 81,915. The planted area in Rio Grande do Sul soared (0.5%) and in Paraná (3.45%).

Researcher Loiva Maria Ribeiro de Mello, of Embrapa Grape and Wine, based in Bento Gonçalves (RS), explains that there are no statistical figures available on the national production and sales of wines and grape juices. Nevertheless, based on the numbers of the state of Rio Grande do Sul, responsible for upwards of 90% of the entire production, it is possible to come up with rough figures that portray the performance of Brazil’s wine agribusiness. Accord-ing to her, the performance of Rio Grande do Sul in making wines, juices and byproducts in 2011 jumped from 414.365 million liters in 2010 to 578.809 million. “In 2010, the crop size was smaller because of unfavorable weather conditions”, she explains.

The researcher adds that the biggest increase occurs in fine table wines, made from Vitis vinifera grapes: 91.88%. Table wines (American and hybrid cultivars) were up 32% and juice, made from the same grapes, went up 30.91%. The State increased its table wine sales by 4.1%, sparklings by 6.26%, whole juice by 28.6% and fruit juice concentrate by 13.2%.

ON BALANCE Researcher Loiva Maria Ribeiro de Mello has it that Brazil has been losing its allure in the international winegrow-ing scenario. In global terms, in 2009, Brazil ranked 19th in area planted to grapes and 14th in production volumes, according to the most recent data released by the Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). With regard to foreign transactions, the Country ranked 17th in amounts of grapes shipped abroad and 13th in revenue; and is the 10th biggest juice exporter in volume, and ninth in revenue. According to FAO, in liters Brazil ranked 21st in wine sales to other countries and 45th in value.

In 2011, the shipments of the winegrowing sector amounted to US$ 155.7 million, up 4.97% from 2010. Foreign sales of table grapes reached 59,391 tons, down 2.32% from the previous year. International juice sales went up by 43.7% in quantity and 95.5% in value, but this is still below the results in 2009.

Socioeconomist João Ricardo Ferreira de Lima, of Embrapa Semiarid, based in Petrolina (PE), maintains that besides a shorter export season that was concentrated between October and No-vember, because of the risk of rainfalls, the producers in Vale do São Francisco incur an average production cost of US$ 4.13 per kilo and fetched a remuneration of US$ 4.23 at a time when the dollar hit its highest point in 2011. “Although fetching higher international prices, producers barely break even”, she stresses. According to Lima, winegrowers are now seeking varieties that require lower production cost, are more productive and resistant to rainfall, so as to deal with the present market scenario.

On the other hand, the domestic consumers are signaling their eagerness for high quality grapes. Imports of table grape varieties were up 37.4% in quantity and 42.4% in value last year. What adds to the Brazilian grape trade deficit is the fact that most raisins consumed in Brazil are from abroad. In terms of wines, Brazil is a huge buyer. In the previous season, purchases reached 72.7 mil-lion liters, shelling out US$ 262.06 million, up 2.78% in volume and 21.67% in dollars from 2010. The acquisition of sparklings increased by 14.11% in amount and 16.61% in value.

The trade deficit of the production chain amounted to US$ 252.17 million, up 20.75% from 2010. While prices of all im-ported items went up considerably, revenues from exports of fresh grapes and sparklings decreased. In Brazil, the market of fine wines is equivalent to almost 100 million liters, of which, 75.34% come from abroad. In 2011, the consumption of fine wines made from Vitis Vinifera reached 96.45 million liters, 1.1% up from 2010. Wine purchases from abroad increased by 2.78%, while the con-sumption of national wines dropped by 3.71%.

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AçõesAções . Actions

Volumosas

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n OO Brasil produz ao ano 42 mi-lhões de toneladas de frutas frescas, volume que comporta 20 espécies de variados formatos, cores, sabores e aromas. Algu-mas dessas variedades são representativas em termos de produção, outras ainda se destacam em volumes exportados e até importados. Entre essas frutas de peso estão coco-da-baía, melancia, tangerina, pêssego, maracujá e goiaba.

A produção de coco-da-baía é estimada em 1,899 bilhão de unidades para 2011, segundo o divulgado pelo Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística (IBGE) em janeiro de 2012. Também prevê colheita de 1,786 bilhão de cocos para 2012, volume 5,94% menor que no ano anterior. A pro-jeção indica que a área colhida corresponde a 261.824 hectares e a plantada, a 270.625 ha. De acordo com o IBGE, a região Nordeste é a principal produtora e deve responder por 1,379 bilhão de frutos em 2011. Entre os estados, a primeira posição é da Bahia, que ofertaria 526,551 milhões de unidades. Em 2010, a produção nacional foi de 1,891 bilhão de cocos.

O período entre o plantio e a colheita

da melancia é de apenas três meses. A fruta ocupou a quarta colocação entre as mais ofertadas no País, em 2010, com volume de 2,052 milhões de t. A colheita ocorreu em 94.946 ha. A participação nas exporta-ções em 2011 foi de 29.287 t, incremento de 3,63% sobre o período antecedente. Em valores – US$ 13,877 milhões –, o acréscimo foi de 12,31%. A tangerina foi a décima fruta mais produzida em 2010, somando 1,122 milhão de t em 57.571 ha. A venda da fruta fresca ao exterior regrediu 53,40% em 2011, passando de 1.977 t, em 2010, para 921 t. Em receita, a queda foi de 54%.

Plantado em regiões de clima tem-perado, o pêssego rendeu 220.739 t em 2010 e ocupou 20.194 ha. No período, para abastecer o mercado interno, o Brasil importou 11.074 t, que representaram US$ 13,322 milhões. Em 2011, as compras externas foram de 14.744 t e equivaleram a US$ 16,550 milhões, resultados 33,13% e 24,23% superiores a 2010, respectivamen-te. O pêssego destinado à indústria é mais produzido na região sul do Rio Grande do Sul. “A produção tem sido suficiente

para atender ao mercado interno”, relata Maria do Carmo Bossols, pesquisadora da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas (RS). Para aumentar o consumo, pesquisas são realizadas para verificar quais as pro-priedades da fruta fresca que se mantêm nas conservas.

O maracujá também encabeça a relação de espécies com volume representativo nos pomares brasileiros. Em 2010, a sua pro-dução foi de 920.158 t e abrangeu 62.019 ha. A goiaba contribuiu com 316.363 t e se originou de uma área colhida de 15.375 ha. Uma parte dessa quantia, 147 t, foi enviada ao exterior, rendendo US$ 326.364. Os embarques de goiaba recuaram para 137 t em 2011, 6,71% inferior ao volume do ciclo passado. O retorno financeiro foi de US$ 300.067, redução de 8,06%.

As maiores áreas de goiabeiras estão si-tuadas em São Paulo, Pernambuco e Rio de Janeiro. O pesquisador Jair Costa Nachti-gal, da Embrapa Clima Temperado, destaca que estão buscando meios para retomar e qualificar o cultivo no Rio Grande do Sul, visto que a goiaba tem potencial para aten-der ao mercado crescente de sucos.

EM MEIO à VARIEDADE DE FRUTAS PRODUZIDAS NO BRASIL, ALGUMAS SE DESTACAM PELO MONTANTE COLHIDO, A EXEMPLO DO COCO E DA MELANCIA

Embarque de melancia somou 29.287 toneladas em 2011

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Brazil’s fresh fruit production amounts to 42 million tons a year, volume that comprises 20 different species of a variety of shapes, colors, tastes and aromas. Some of these varieties are really representative in terms of production, others also stand out for their huge export or import volumes. The latter include the common coconut, watermelon, tangerine, peach, passion fruit and guava.

The production of the common coconut is estimated at 1.899 billion pieces for 2011, according to numbers from the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), disclosed in January 2012. The same institute also projects the 2012 harvest at 1.786 billion pieces, down 5.94% from the previous year. These projections point to a harvested area of 261,824 hectares and to a planted area of 270,625 ha. According to the IBGE, the Northeast is the main producer and should account for 1.379 billion pieces in 2011. Among the states, Bahia ranks first, with an estimated amount of 526.551 million pieces. In 2010, our national crop amounted to 1.891 billion pieces.

It takes only three months for watermelons to yield fruit. The fruit ranked fourth among the most supplied in the Country, in 2010, reaching a volume of 2.052 million tons. The planted area reached 94,946 ha. The share of the fruit in exports amounted to 29,287 t in 2011, up 3.63% from the previous period. In values – US$ 13.877 million –, it was up 12.31%. The tangerine was the tenth most produced fruit in 2010, totaling 1.122 mil-lion tons in 57,571 ha. Shipments of fresh tangerines abroad receded 53.40% in 2011, dropping from 1,977 t, in 2010, to 921 t. In

revenue, there was a reduction of 54%.Planted in temperate climate regions, the

peach crop amounted to 220,739 t in 2010 and occupied 20,194 ha. Over the period, to supply the domestic market, Brazil imported 11,074 t, which represented US$ 13.322 million. In 2011, purchases from abroad reached 14,744 t worth US$ 16.550 million, results up 33.13% and 24.23% from 2010, respectively. Peaches destined for the industry are mostly produced in the southern portion of Rio Grande do Sul. “Production volumes have been big enough to supply the domestic market”, says Maria do Carmo Bossols, re-searcher with Embrapa Temperate Climate, based in Pelotas (RS). In an attempt to boost consumption, research is underway to find out which properties of the fruit hold through the preserves.

Passion fruit is also a species of the Brazilian orchards that means a lot in terms of volume. In 2010, its production reached 920,158 t and occupied 62,019 ha. Guava’s share remained at 316,363 t and came from a planted area of 15,375 ha. Part of this amount, 147 t, was shipped abroad, bringing in US$ 326,364. Guava shipments fell to 137 tons in 2011, down 6.71% from the previous cycle. Fi-nancial returns amounted to US$ 300,067, down 8.06%.

The largest guava fields are located in São Paulo, Pernambuco and Rio de Janeiro. Researcher Jair Costa Nachtigal, of Embrapa Temperate Climate, refers to initiatives being taken with the aim to resume and qualify the cultivation of this crop in Rio Grande do Sul, seeing the fruit has the potential to supply the ever-increasing juice market.

Huge volumesAMID THE VARIETY OF FRUIT PRODUCED IN BRAZIL, COCONUT AND

WATERMELON STAND OUT FOR THEIR BIG HARVEST VOLUMES

Watermelon shipments amounted to 29,287 tons in 2011In

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Ministério das Relações ExterioresSubsecretaria-Geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial

Departamento de Promoção Comercial e Investimentos

OO consumo de sucos obtidos totalmente ou em parte

de frutas mostra expansão todos os anos no Brasil. O incremento dá-se principalmente nas bebidas prontas para consumo, identifi-cando uma opção por praticidade na hora de beber, além de uma tendência na demanda por produtos saudáveis e funcionais. É o que verifica a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (Abir) em suas pesquisas feitas por meio da Canadean Liquid Intelligence.

As quantidades mais expressivas de bebidas não alcoólicas, excluindo-se refrigerantes e águas, registram-se na forma de sucos em pó (4,18 bilhões de litros em 2010) e concentrados (1,67 bilhão de l), mas com certa estabilidade nos últimos anos, ou pelo menos um crescimento menor. A segunda opção inclusive vinha tendo desempenho negativo recentemente, mas se recuperou em 2010, com reposicionamento de tradicional marca no mercado. Porém, a participação de ambas no total caiu, respectivamente, para 10,6% e 4,3%.

O item sucos e néctares, que chega a 533,1 milhões de litros e

DEMANDA . DEMANDConsumo de sucos no Brasil (em milhões de litros)

Tipos 2010 2011*

Sucos em pó 4.180,1 4.310,9

Sucos e néctares 533,1 567,4

Suco concentrado 1.678,0 1.739,3

Fonte: Abir – *Previsão

Vitória dapraticidade

OPçãO DE USO DAS FRUTAS EM FORMA DE SUCOS AUMENTA, ESPECIALMENTE NO SEGMENTO DE PRODUTOS PRONTOS PARA BEBER

Setor de sucos e néctares cresceu 14,4% em 2010

representa fatia de 1,35%, apresenta incremento maior, chegando a 14,4% no ano em referência. Índices elevados também se verificam nas bebidas de soja, que têm sabores de frutas, as quais chegaram a obter, no ano, acréscimo superior a 15%.

Em termos de sabores, especificamente do suco concentrado, dados de 2009 revelam que o de laranja se sobressai, com 311 milhões de litros. Na sequência, destacam-se maracujá, caju, uva e manga. No segmento de produtos prontos para beber, os de uva passaram a liderar em 2010, com 27% do total vendido, seguidos dos de pêssego e laranja.

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The consumption of juice made entirely or partially from fruit has been rising year after year in Brazil. The rising trend is particularly apparent in the consumption of ready-to-drink bever-ages, attesting that practicality is what really matters when it comes to choosing a drink, besides a trend pointing to a preference for healthy and functional products. This is what is ascertained by the Brazilian Association of Soft Drinks and Non-Alcoholic Beverages (Abir) in its surveys conducted in connection with the Canadian Liquid Intelligence agency.

The most expressive amounts of non-alcoholic beverages, with the exception of soft drinks and water, come in the form of juice powder (4.18 billion liters in 2010) and concentrate (1.67 bil-lion l), under certain stable conditions over the past years, or at a lower growth rate. The second option was even having a negative performance recently, but recovered in 2010, when a traditional brand was brought back to the market. However, the share of both in the total fell to 10.6% and 4.3%, respectively.

The item juices and nectars, with 533.1 million liters and a share of 1.35%, witnessed a higher increase, totaling 14.4% in the year of reference. High consumption rates are also ascertained in fruit-flavored, soy-based beverages, and their consumption soared more than 15%.

In terms of flavors, specifically juice concentrates, data of 2009 reveal that orange concentrates stand out, with 311 million liters. In the sequence, there are juices that include passion fruit, cashew nut, grape and mango. In the segment of ready-to-drink products, grape juices began to lead the market in 2010, representing 27% of the total, followed by peach and orange juices.

Progress and threats

Avanços e ameaças

PROGRESS AND THREATS The forecast of the sector is for the fruit-based beverages market to continue making strides over the com-ing years, with specific bigger shares of juices and nectars in the total of non-alcoholic beverages. This item is supposed to progress from a share of 1.35% to 1.37% in 2011 and to 1.68% by 2014. Nonetheless, the Abir is also anticipating possible threats and challenges regarding this item. For one thing, the organ points to questions like higher federal taxes, including excise taxes (IPI), Social Integration Program (PIS) and Financing of Social Security (Cofins), all levied on the final price, with reflections on consumption. On the other hand, he takes into consideration our economic instability: on the domestic scenario, in terms of inflation, higher interest rates and economic and consumption slowdown; on the international side, an indebted European Union and weakened North-American economy.

In the economic field, concern is caused by the soaring international prices of the commodities (oil and sugar) and their reflections on costs; bubble periods of consumption with excessive access to credit and price hikes, without any competition because of the concentration of huge retail chains. And there are also fears of erratic climatic conditions. With regard to the climate, there are fears of possible cold and rainy spells affecting consumption and external factors (climate, pests and rains) with negative impacts on the production of fruit for the juice industry, especially oranges and grapes. All these variables are taken into consideration in any planning initiative, but it is hoped that the growth of the sector, now on track, will prevail.

AVANÇOS E AMEAÇAS As previsões do setor são de que continue a avançar o mercado de bebidas com frutas nos próximos anos, havendo especificamente crescimento na participação de sucos e néctares no total das não alcoólicas. Esse item passaria de 1,35% para 1,37% em 2011 e chegaria a 1,68% em 2014. Mas a Abir vislumbra também ameaças que a desafiam. Por um lado, aponta questões como reajuste de impostos federais, dentre os quais Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), e repasse ao preço final de venda com reflexos no consumo. Considera, de outra parte, a instabilidade econômica: interna, em termos de inflação, elevação de taxa de juros, arrefecimento da economia e consumo; e externa, com dívidas europeias e enfraquecimento norte-americano.

No campo econômico, preocupam a elevação de preços interna-cionais de commodities (petróleo e açúcar) e seus reflexos nos custos; bolhas de consumo com excesso de oferta de crédito e elevação de preços sem concorrência pela centralização de grandes varejistas. E há temores no plano climático. Nessa questão, teme-se que frio intenso e chuvas possam afetar o consumo e fatores externos (clima, pragas e chuvas) influenciem na produção de frutas importantes para a indústria do suco, como laranja e uva. Todos esses aspectos são levados em conta no planejamento, porém confia-se que pre-valeça o crescimento que já caracteriza o setor.

Practicality matters

OPTION FOR THE USE OF FRUIT IN THE FORM OF JUICES IS ON THE RISE, PARTICULARLY IN THE SEGMENTS OF READY-TO-DRINK PRODUCTS

Juice and nectar sectors soared 14.4% in 2010

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OOs sucos de frutas exportados pelo Brasil em 2011 con-

quistaram boa remuneração no mercado externo. Se por um lado o volume de embarques cresceu apenas 1,18%, a receita obtida com as transações apresentaram acréscimo de 33,28%. O desempenho significou a entrada de US$ 2,600 bilhões no País, dos quais US$ 2,376 bilhões referem-se somente às bebidas provenientes de laranja. A quantidade total vendida a outros países atingiu a 2,1 milhões de toneladas, pelos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que calcula pouco mais de 2 milhões de t para os sucos de laranja, enquanto a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), com outros critérios na apuração desse item, calcula 1,154 milhão de t.

Em termos de majoração no valor recebido e com volume rele-vante nos embarques, destaca-se também o produto proveniente da uva, que no item “outros sucos” da fruta apresentou crescimento de 94,35% na receita, alcançando a US$ 15,5 milhões, e de 42,88%

em quantidade, respondendo por 4,4 mil t. Índices ainda maiores, embora em quantidades pequenas (64 t), foram verificados na sua identificação com valor brix menor ou igual a 30, no qual entra a bebida integral e se atingiu valorização de 295,74%, totalizando US$ 188 mil.

Outros sucos de abacaxi, com US$ 9,3 milhões e 5,2 mil t em 2011, obtiveram saltos interessantes nos dois quesitos, com altas de 45,37% e 50,62% respectivamente. Ainda num patamar mais elevado na venda externa, outros sucos de maçã, que têm preferência maior fora do País, registraram incremento de 27,44% no âmbito financeiro, totalizando aproximadamente US$ 42 milhões, ainda que a quantidade vendida no período tenha sido 17,66% menor, ficando em 31,6 mil t.

Chama atenção também, em percentuais de crescimento, em-bora com números absolutos pouco expressivos, o desempenho de sucos de outros cítricos com brix inferior a 20, que atingiram avanços de mais de 786% em valores (US$ 277 mil) e 447% em

AltacotaçãoSUCOS BRASILEIROS EXPORTADOS EM 2011 APRESENTARAM

ESTABILIDADE EM VOLUMES, MAS OBTIVERAM REMUNERAçãO 33% SUPERIOR

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volumes (208 t). Níveis altos de aumento proporcional ocorreram ainda em outras formas de apresentação de frutas processadas, como as misturas preparadas e conservadas em água edulcorada, com incremento de 7.844,81% e 8.259,83% (US$ 1,5 milhão e 1 mil t); preparados para alimentação de crianças, 644,29% e 760,43% maiores (US$ 2,7 milhões e 1,8 mil t); e nozes frescas ou secas, com casca, 416,87% e 565,39% superiores (US$ 1,86 milhão e 423 mil t ).

Os sucos de frutas tropicais colocam-se da mesma forma entre os que apresentam números positivos na exportação. Dados divul-gados em 2011 pelo governo do Pará davam conta de crescimento na ordem de 43,13% no primeiro quadrimestre em comparação ao mesmo período anterior. O Estado do Ceará destacava-se na liderança nacional nessa operação, excetuando os produtos de la-ranja, e divulgava avanço de US$ 9,2 milhões a US$ 29,6 milhões entre 2006 e 2010, citando a participação e a expansão da água de coco.

Setor gerou receita de US$ 2,6 bilhões com vendas externas

DiversificaçãoDIVERSIFICAÇÃO A maior valorização dos derivados líquidos de frutas brasileiras no exterior em 2011, na avaliação do presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), Moacyr Saraiva Fernandes, pode ser atribuída à recuperação na demanda de pro-dutos finais, para os quais são utilizados os sucos do País, mesmo com a persistência da crise na União Europeia, principal destino da produção embarcada. Também em alguns sucos observou-se a diversificação do mercado, com novas opções de uso, o que pode ter colaborado para um resultado financeiro mais favorável nessa temporada.

O dirigente lembra que a grande parte dos produtos de frutas do País vendidos no exterior são semielaborados e se destinam à formação de novos itens por parte de indústrias de bebidas e alimentos. A sua demanda, conforme explica, influi na formação dos preços, assim como diversos outros fatores que interferem no mercado internacional das commodities, no qual a produção se enquadra.

Fernandes observa que, apesar de ter havido recuo no derivado de laranja, há um ambiente favorável para a evolução do mercado de sucos em geral. Isso, no seu entender, deve se manifestar tam-bém em 2012, apesar dos problemas da crise, considerando que se precisa acrescentar a demanda dos países emergentes menos sujeitos à turbulência econômica mundial e que estão sendo visados pelas empresas brasileiras. Além disso, lembra a força do apelo nutricional da bebida, que se reafirma na propagação dos benefícios à saúde e ao bem-estar, sem excessivas calorias, o que deve contribuir para o crescimento do mercado.In

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The fruit juices exported by Brazil in 2011 fetched good prices in the interna-tional marketplace. Although shipments abroad soared only 1.18%, revenues from these transactions were up 33.28%. The per-formance represented the entrance of US$ 2.600 billion into the Country, of which, US$ 2.376 came exclusively from orange-based beverages. The total amount shipped to other countries reached 2.1 million tons, from data released by the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), a division of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC), which reckons about 2 million tons for orange juice, while the National Association of Citrus Juice

Exporters (CitrusBR), utilizing other criteria for ascertaining this item, comes up with a total of 1.154 million tons.

In terms of soaring values received and with relevant volumes in shipments, juices made from grapes also play a relevant role, which, in the item “other juices” soared 94.35% in revenue, totaling US$ 15.5 mil-lion and 42.88% in amount, accounting for 4.4 thousand tons. Higher rates, but in smaller amounts (64 t), were revealed in their identification with a smaller Brix value or equal to 30, which includes whole beverages, with a value that increased by 295.74%, totaling US$ 188 thousand.

Pineapple juices, with US$ 9.3 mil-

lion and 5.2 million tons in 2011, made considerable strides in both items, with increases of 45.37% and 50.62% respec-tively. Further up the ladder, in foreign sales, revenue from apple juices, highly ap-preciated abroad, was up 27.44%, totaling approximately US$ 42 million, although sales over the period were down 17.66%, remaining at 31.6 thousand tons.

Also noteworthy, in terms of percent-age growth, though little expressive in absolute figures, is the performance of other citric juices with Brix inferior to 20, which made advances of upwards of 786% in value (US$ 277 thousand) and 447% in volume (208 t). High levels of propor-

Alluring pricesBRAZILIAN JUICES EXPORTED IN 2011 REMAINED STABLE IN VOLUME,

BUT FETCHED 33-PERCENT HIGHER REMUNERATION

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VALORIZADOS . HIGHLY VALUEDExportação brasileira de sucos (em US$ FOB)

Produtos 2010 2011 Variação (%)

Suc. laranja n cong. c/val. brix<=20

338.397.355 412.833.900 22,00

Outros sucos laranja n fermentados

750.830.678 1.075.663.416 43,26

Suc. laranja cong. n fermentados

685.530.847 887.672.858 29,49

Suc. outr. frut. prod. hort. n ferment.

80.304.500 99.270.449 23,62

Outros sucos de maçã 32.904.291 41.931.597 27,44

Outros sucos e extratos vegetais 26.571.388 32.334.865 21,69

Outros sucos de outros cítricos 18.664.389 21.108.380 13,09

Outros sucos de abacaxi 6.375.585 9.268.446 45,37

Outros sucos de uvas 8.000.540 15.549.372 94,35

Outros sucos de pomelo 416.833 439.112 5,34

Suco de out. cítricos c/val. brix<=20

31.274 277.270 786,58

Suco de uvas com valor brix <=30

47.585 188.311 295,74

Suco de abacaxi com valor brix <=20

47.035 32.153 -31,64

Suco de maçã com valor brix <=20

12.860 0 -100,00

Total 1.948.135.160 2.596.570.129 33,28

Fonte: Secex/Ibraf

Sector raked in revenue of US$ 2.6 billion from foreign sales

tional increases occurred equally in other forms of processed fruit, like fruit-based sugary mixtures, which soared 7,844.81% and 8,259.83% (US$ 1.5 million and 1 thousand tons); preparations for children, 644.29% and up 760.43% (US$ 2.7 mil-lion and 1.8 million tons); fresh or dried cashew nuts, unhulled, up 416.87% and 565,39% (US$ 1.86 million and 423 thousand tons).

Tropical fruit juices equally present the highest increases in exports. Data released in 2011 by the state government of Pará attested to a 43.13-percent increase in the first quarter, compared to the same period the year before. The State of Ceará ranked as national leader in this operation, with the ex-ception of orange-based products, jumping from US$ 9.2 million to US$ 29.6 million from 2006 to 2010, and with the inclusion and rising share of coconut milk.

DiversificationDIVERSIFICATION Brazilian Fruit Institute (Ibraf) president Moacyr Saraiva Fernandes maintains that the bigger values fetched by Brazilian liquid fruit byproducts abroad could be attributed to the soaring demand for final products, which is the destination for juices produced in the Country, in spite of the lingering financial crisis in the European Union, major destination of all shipments. Market diversification was also observed with some juices, with new options for use, which could have been a factor in the positive financial results over the season.

The official recalls that the majority of the fruit-based products produced in Brazil and sold abroad are semi-elaborated and are transformed into new items by food and beverage industries. Their demand, he explains, exerts an influence on price calcula-tions, just like other factors that interfere with the international commodities market, where the production fits into.

Fernandes observes that, in spite of a decline in orange-based products, there is a favorable atmosphere for the evolution of the juice market, in general. In his understand-ing, this should also hold throughout 2012, despite the financial crisis, considering that demand from emerging countries, less subject to the global economic turbulences, must also be taken into account, and they are now being targeted by Brazilian companies. Furthermore, he points to the nutritional allure of the beverage, which is expressed through the numerous health and well-being benefits, without excessive calories, which should contribute towards leveraging the market.

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NoespremedorPRINCIPAL PRODUTO DE EXPORTAçãO NA FRUTICULTURA, SUCO DE LARANJA ALCANçA BOA REMUNERAçãO, MAS ENFRENTA LIMITAçõES NA qUANTIDADE COMERCIALIZADA

O suco de laranja do Brasil consoli-dou-se como o mais consumido globalmente,

fator que leva o item à liderança nas exporta-ções do setor de frutas. O mercado externo é o destino de 98% da produção nacional e, em 2011, as transações com outros pa-íses registraram crescimento expressivo de receita, na ordem de 33,88% em relação ao ano anterior. O valor obti-do atingiu a US$ 2,376 bilhões. O volume comercializado, no entan-to, apresentou nova redução, de 3,76%, ficando em 1,154 milhão de toneladas, número expresso em FCOJ (suco concentrado congelado) equivalente.

O incremento na receita se deve à alta no preço da bebida no mercado interna-cional, resume a Associação Nacional dos Exporta-dores de Sucos Cítricos (CitrusBR). A queda na quantidade comercializada repete situação verificada na última década, confor-me estudo divulgado pela entidade e elaborado pela Markestrat, com dados da Tetra Pak e do Euromoni-tor. O levantamento mos-tra que o consumo mundial

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do produto caiu 5,3% entre 2003 e 2010. O fato estaria relacionado, principalmente, ao aumento da concorrência com outras bebidas, como águas, energéticos e isotônicos, entre outros.

Somente nos Estados Unidos, principal comprador de suco e que responde por 15% dos embarques brasileiros, o recuo de 2009 para 2010 foi de 5%, o que representa 42 mil t a menos, o equivalente ao total de suco industrializado consumido no Brasil no último ano. Em relação àquele país, se por um lado o Brasil venceu em 2011 a disputa na Organização Mundial do Comércio (OMC) referente a tarifas antidumping aplicadas pelos norte-americanos na importação, por outro, na virada do ano, defrontou-se com limitações estabelecidas ao ingresso de produto com resíduos de fungicida (carbendazim).

Embora a substância seja permitida pela legislação brasileira e de outros mercados, os Estados Unidos intensificaram os testes nos sucos vindos de todos os países e negaram a entrada aos que tinham acima de 10 partes por bilhão de carbendazim. Com isso, foram atingidas cargas de produto concentrado do País, que seriam remanejadas para outros mercados, numa operação que gera prejuízo em torno de US$ 50 milhões, conforme a entidade do setor.

A Citrus BR, juntamente com associação estadunidense, solicitou revisão na metodologia usada por agências ameri-canas na área, que determina o mesmo índice tanto para o produto concentrado como não concentrado (diluído em água), entendendo que o primeiro deveria ter uma tolerância maior, pois será diluído para consumo. Mas a solicitação não foi aceita e, antes mesmo da resposta, as empresas brasileiras haviam decidido suspender temporariamente as exportações de suco concentrado para aquele mercado, enquanto as de não concentrado, que na verdade já respondem por 65% das vendas brasileiras ao país, continuam normalmente.

Paralelamente à medida tomada, as empresas, em conjunto com o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), estão implantando, desde o início de 2012, um plano de retirada do fungicida carbendazim da produção de laranjas do Brasil. A expectativa é que assim seja possível retomar as vendas do produto concentrado aos Estados Unidos no prazo de sete a oito meses.

Setor busca superar impasse na venda de suco

concentrado aos EUA

Para poucosPARA POUCOS Ao mesmo tempo que oferece o suco concentrado, o segmento de processamento e exportação da be-bida também tem manifestado, nas últimas décadas, uma nítida tendência de concentração, constata o pesquisador de economia Clóvis Almeida, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas (BA). Lembra que, em 1998, as quatro principais empresas da área respondiam por 66% do volume total de suco exportado pelo País e, em 2003, chegaram a 78%.

O pesquisador relata que, com a venda da Cargill para Cutrale e Citrosuco, essas duas indústrias passaram a responder pela maior parcela do processamento e dos embarques brasileiros da bebida. A mais recente iniciativa em busca de fusão, ainda não concluída, ocorreu em 2010, entre a Citrosuco, do grupo Fischer, e a Citrovita, do grupo Votorantim. Na avaliação de Almeida, “a concentração potencializa o ganho de escala das empresas, porém pode enfraquecer a cadeia de produção porque restringe sensivelmente as opções de venda e negociação do produtor de laranja”.

Outro fato observado pelo pesquisador é o avanço de produção própria da fruta pelas indústrias, que já respondia por aproximadamente 35% das suas necessidades no início da atual década. Essa estratégia, segundo ele, “diminui o risco das indústrias associado ao suprimento de máteria-prima, mas pode enfraquecer o elo da produção no estabelecimento, na manutenção e/ou na renovação de contratos”.

Nesse contexto, tem ocorrido a discussão em torno de um conselho do setor, o chamado Consecitrus. Para tanto, a Asso-ciação Brasileira de Citricultores (Associtrus) defende que, “com total transparência, se possa construir um mecanismo justo de repartição de riscos, lucros e prejuízos entre citricultores e indús-tria”. Também na área produtora, a Sociedade Rural Brasileira (SRB), por meio do Departamento de Citricultura, ressalta a necessidade de organização da cadeia produtiva.

A CitrusBR afirmou, em fevereiro de 2012, que “o Conseci-trus está em análise técnica e formatação de estatuto”. Tanto as empresas como os representantes dos produtores teriam entregue suas planilhas de custos para serem avaliadas pela consultoria independente contratada, a MB Associados, e na etapa seguinte as partes envolvidas seriam reunidas para discutir os pontos e chegar a uma fórmula de cálculo do preço de referência da laranja. A entidade acredita que a criação do conselho “será um passo importante para a modernização do setor” e espera que esteja funcionando já na safra deste ano.

ALTA COTAÇÃO . HIGH PRICESExportação brasileira de suco de laranja

AnoVolume (FCOJ equivalente/t)

Receita (US$)

2007 1.415.522 2.251.789.549

2008 1.291.299 1.996.837.155

2009 1.300.554 1.619.169.232

2010 1.199.929 1.774.758.880

2011 1.154.754 2.376.170.174

Fonte: CitrusBR

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Brazilian orange juice has climbed to the position as one of the most consumed worldwide, a factor that makes the item rank first in the sector of fruit exports. The foreign market is the destination for 98% of the national production volumes and, in 2011, transactions with other countries increased expressively in terms of revenue, they were up about 33.88% from the previous year. Revenue from exports amounted to US$ 2.376 billion. The volume shipped abroad, nonetheless, was down again by 3.76%, remaining at 1.154 million tons, figure expressed in FCOJ (frozen concentrated orange juice) gallon equivalent.

The increase in revenue derives from the higher prices fetched by the beverage in the international market, say sources from the National Association of Citrus Fruit Juice Exporters (CitrusBR). As to the reduction in the amounts commercialized, it repeats a situation ascertained in the past decade, according to a study disclosed by the entity and developed by Markestrat, with data furnished by Tetra Pak and by Euromonitor. The survey shows that global consumption of the product fell by 5.3% from 2003 to 2010. The fact is allegedly related to tighter competition from other beverages, like water, energetic drinks, isotonic drinks, and others.

In the United States alone, leading juice buyer, destination of 15% of all Brazilian juice shipments abroad, the reduction from 2009 to 2010 reached 5%, representing 42 thousand tons, equiva-lent to the total amount of industrialized juice consumed in Brazil in the past year. With regard to that country, if for one thing, Brazil came out a winner in the ruling of the World Trade Organization

(WTO) regarding the antidumping tariffs imposed by the United States on imports, on the other hand, at the turn of the year, Brazil faced limitations on orange juice shipments to that country on account of alleged fungicide residues (carbendazim).

Although the substance is allowed by Brazilian legislation and by other markets, the United States tested the juices from other countries thoroughly and denied entrance to all juices contain-ing over 10 parts per billion of carbendazim. This affected loads of juice concentrate in Brazil, whose destination will have to be changed, an operation that incurs some R$ 50 million in losses, according to sector sources.

Citrus BR, jointly with the North-American association, requested a change in the methodology used by the American agencies in this area, which determines the same content both for concentrated and non-concentrated juice (diluted in water), taking it that the former should have a wider tolerance, as it will be diluted for consumption. But the solicitation was denied and, even before the reply, the Brazilian companies had decided to call off temporarily juice concentrate exports to that country, while non-concentrated juice exports, which in fact account for 65% of all Brazilian sales to that country, continue as usual.

In the meantime, the companies, jointly with the Citrus Defense Fund (Fundecitrus), are implementing, as of early 2012, a plan to withdraw the carbendazim fungicide from the orange growing operations in Brazil. The expectation is for this decision to make it possible to resume our juice concentrate exports to the United States in seven to eight months.

In thesqueezer

MAJOR FRUIT EXPORT ITEM, ORANGE JUICE FETCHES GOOD PRICES, BUT FACES LIMITATIONS IN AMOUNTS TRADED

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Not for allNOT FOR ALL While offering juice concentrate, the processing and export segment of the beverage has also ex-pressed, over the past decades, a clear trend for concentration, says economy researcher Clóvis Almeida, of Embrapa Cassava and Fruit-Growing, in Cruz das Almas (BA). He recalls that, in 1998, the four major companies in the area accounted for 66% of the total juice concentrate volume exported by the Country and, in 2003, this percentage had soared to 78%.

The researcher comments that, with the acquisition of Cargill by Cutrale and Citrosuco, these two industries began to account for the biggest processing and export shares of this beverage. The most recent initiative in search of a merger, not yet materialized, occurred in 2010, between Citrosuco, of the Fischer group, and Citrovita, of the Votorantim group. In Almeida’s view, “concentration boosts scale gains of the companies, but could weaken the production chain, as it clearly restricts the sales and negotiations options of the orange producers”.

Another observation made by the researcher is the fact that increasingly the industries are beginning to produce their own fruits, which accounted for 35% of their needs at the start of the present decade. This strategy, according to him, “reduces the risk of the industries with regard to the supply of raw material, but could weaken the production link at the time contracts are renewed, maintained or set up”.

Within this context, there has been debate on the creation of

a council for the sector, the so-called Consecitrus. To this end, the Brazilian Citrus Growers’ Association (Associtrus) advocates that, “with total transparency, a mechanism that shares the risks, profits and losses among the citrus growers and industries should be set up”. Also in the production area, the Brazilian Rural Society (BRS), through its citriculture division, stresses the need to get the production chain on the right track.

CitrusBR stated, in February 2012, that “the Consecitrus is at its technical analysis and statute creation stage”. Both companies and grower representatives were supposed to have handed in their cost sheets for being assessed by the indepen-dent consultancy, MB Associados, hired for that purpose. And the following stage would consist in summoning the parties involved for debating the matter and reach a price calculation formula to serve as reference for oranges. The entity believes that the creation of the council “will represent a relevant step towards modernizing the sector”, and hopes to see it in opera-tion as soon as this year’s season starts.

Sector seeks to surmount the bottleneck in juice

concentrate sales to US

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“A fruticultura em transformação: na produção, na pesquisa

e no consumo de frutas. A modernização no campo, os avanços

tecnológicos e os novos hábitos de consumo de frutas”.

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Tonietto (Embrapa Uva e Vinho - Brasil)

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Um sucesso

I feel orange é a identificação da campanha lançada em maio de 2011 pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Bra-sil), para promover o consumo mundial de suco de laranja e aumentar as exportações do País. Outro programa, denominado Suco de Uva do Brasil, reúne desde 2009 a Apex e o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e também busca expandir as vendas externas, ao mesmo tempo em que no setor se incrementa a promoção comercial interna, com destaque para o produto 100% de uva.

Com orçamento de R$ 3 milhões em três anos, a campanha i feel orange está focada nas redes sociais e tem o objetivo de modernizar a imagem do suco de laranja, tornando-o atraente para o público jovem, explica o presidente da CitrusBR, Christian Lohbauer. Em menos de um ano, a sua página no Facebook já conta com quase 3 mil seguidores, o que o dirigente considera

um número expressivo se levados em conta os investimentos feitos.

O País lidera a produção e a venda do suco, assim como o sabor laranja ainda é o favorito no mundo, mas verifica-se redução no consumo, particularmente em tradicio-nais mercados, como Estados Unidos e Ale-manha, com opção por outros produtos. O fato levou à iniciativa de procurar rejuvenes-cer a imagem da bebida, destacando o que tem de saudável e interessante. O mercado tem se mantido estagnado nos últimos dez anos e a perspectiva é de que isso não mude tão rapidamente, pondera o dirigente do setor, contudo espera-se alcançar resultados com ações como a realizada.

A respeito do consumo do produto, o pesquisador Clóvis Almeida, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas (BA), e coautor do livro lançado re-centemente Citricultura brasileira em busca de novos rumos – Desafios e oportunidades na região Nordeste, analisa que o setor, ao longo dos anos, tem conseguido se adaptar às mudanças no cenário externo. Destaca a

quebra da forte dependência do mercado norte-americano, quando passou a direcio-nar o maior volume exportado de suco ao mercado europeu (cerca de 70% atualmen-te), além de acessar também os países asi-áticos. Inclusive nações emergentes, como Rússia e China, embora ainda em volume menor, têm elevado a importação.

Outro aspecto abordado pelo pesquisa-dor é a diversificação da produção, quando o País também incluiu em sua pauta de exportação o suco simples, a partir de 2003. Acredita que o setor possa pensar numa mudança que conduza a citricultura nacional da total dependência da venda externa da bebida para uma relação de forças mais equilibrada entre os mercados externo (de suco) e interno (suco e frutas de mesa). A propósito, considera que a nova aposta no produto simples, com altas taxas de crescimento, também ensejaria uma ten-dência de interesse não só econômico, mas sobretudo social, com possibilidades reais de uma maior inserção da região Nordeste na produção e na renda.

RepaginadosCAMPANHAS DE DIVULGAçãO DE SUCOS DE LARANJA E UVA ENFATIZAM qUALIDADES

NUTRICIONAIS E BUSCAM ATRAIR MAIS CONSUMIDORES NO PAÍS E NO MUNDO

UM SUCESSO O mercado interno já vem apresentando bons resultados para o suco de uva, crescendo a uma média de 15% a 20% ao ano e, no caso do integral, em índices mais altos. Conforme registra o Ibravin, o ano de 2011 foi ainda melhor e teve acréscimo de 28% na venda dos diversos tipos do produto no Brasil, totalizando 47,4 milhões de litros, e de 30,4% na bebida 100% uva, sem adição de água nem açúcar, somando 41,6 milhões de litros, o maior volume da história. O presidente do Conselho Deliberativo da entidade, Alceu Dalle Molle, exalta que “o consumidor está cada vez mais reconhecendo os benefícios para a saúde do suco de uva com 100% de fruta, além da refrescância típica do produto”.

Na organização, o segmento está merecendo atenção especial, com adequação de projeto e estratégias de promoção, planejando-se manter crescimento interno na ordem de 15% ao ano até 2016, de acordo com o assistente na área Edgar Sinigaglia. No plano externo, não há estimativa, contudo espera-se manter a evolução, continuando o trabalho voltado especialmente ao suco integral e orgânico e a pontos de alto padrão para produto nicho de mercado e de maior valor agregado, no qual, embora em volumes menores, chegou-se a obter incremento de 141% em 2011. Os principais mercados são o árabe, os Estados Unidos, o Canadá e Angola.

Investimento para promover suco de laranja é de R$ 3 milhões

Real successREAL SUCCESS The domestic grape juice market has begun to thrive, with growth rates of 15% to 20% a year and, in the case of whole juice, even faster. According to Ibravin sources, the year 2011 yielded even better results, with an increase by 28% in sales of different products in Brazil, total-ing 47.4 million liters, and 30.4% in beverage made entirely from grapes, with no addition of water or sugar, reaching a total of 41.6 million liters, the biggest volume on record. The president of the entity’s Deliberative Council, Alceu Dalle Molle, enthuses about the fact that “Consumers are increasingly acknowledging the health benefits from the 100-percent grape juice, besides its typical refreshing flavor”.

In the words of assistant Edgar Sinigaglia, at the organization, the seg-ment is given special heed, through project adjustment and promotional strategies, and the plan is for keeping an annual growth rate of 15% a year until 2016. No plans have been figured out for the foreign market, but the soaring trend is expected to hold, with most work focused on organic and whole juices and on high standards for market niche products, with higher added value, at which, though in smaller volumes, an increase of 141% was celebrated in 2011. Major markets include Arab countries, the United States, Canada and Angola.

RepagedORANGE AND GRAPE JUICE ADVERTISING CAMPAIGNS EMPHASIZE NUTRITIONAL

qUALITIES AND TRY TO ATTRACT MORE CONSUMERS AT HOME AND ABROAD

Investments of R$ 3 million to promote

orange juice

I feel orange is the identification of the campaign launched in May 2011 by the National Association of Citrus Juice Exporters (CitrusBR), jointly with the Brazilian Investments and Exports Promotion Agency (Apex-Brasil) geared towards promoting global consumption of orange juice, thus boosting Brazilian exports. Another program, known as Grape Juice from Brazil started in 2009 and is jointly conducted by Apex and the Brazilian Wine Institute (Ibravin) and also seeks to expand foreign sales and, in the meantime, the sector is involved in promoting the product at home, where the highlight is the 100-percent grape product.

With a R$ 3 million budget for three years, the I feel orange campaign is focused on social networks and its aim is to modern-ize the image of orange juice, making it alluring to young people, explains the president of CitrusBR, Christian Lohbauer. In less than a year, his Facebook Page has attracted almost 3 thousand fol-lowers, which, in the words of the official, is an expressive number considering the amount of money invested.

The Country leads the production and sales of juice and while orange juice is still the preferred one in the world, a reduction in its consumption has been ascertained, particularly in traditional markets like the United States and Germany, with people shifting to other juices. This fact has led to an initiative intended to restore the image of the drink, highlighting its healthy and safe side. The market has remained stagnated over the past ten years and there

seems to be no change in sight, ponders the official of the sector, but good results are expected from the recently enacted initiatives.

With regard to consumption, researcher Clóvis Almeida, of Embrapa Cassava and Fruit-Growing, based in Cruz das Almas (BA), and co-author of the recently launched book Brazilian citriculture seeking new courses – Challenges and opportunities in the Northeast, analyzes that, over the years, the sector has man-aged to adjust to a changing foreign scenario. It stresses that an end to the strong dependence on the North-American market, which has led to directing bigger export volumes to the European market (about 70% nowadays) and Asian countries, as well. This includes emergent nations, like Russia and China, which increased their imported volumes, although not very large.

Another topic addressed by the researcher is production diversification, with the Country including plain juices on its export agenda, from 2003 onward. He believes that the sector might figure out a change that leads our national citrus business to move away from its overwhelming dependence on foreign sales to a more balanced relationship between the foreign markets (of juice) and the domestic market (juice and table fruit). By the way, he maintains that the new bet on simple products, now celebrat-ing soaring growth rates, would also lead to a trend not entirely of economic interest, but rather social, with real chances for inserting the Northeast in production and revenue schemes.

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OOs vinhos tinto e branco e

espumantes do Vale dos Vinhedos, na Serra gaúcha, abriram o caminho no Brasil para que a área de fruticultura consolidasse sua presença no rol dos produtos com selo de indicação geográfica (IG). A distinção, concedida pelo Instituto Nacional de Pro-priedade Industrial (Inpi), relaciona as carac-terísticas do produto ao local de produção. No mesmo rumo, o polo de fruticultura do Vale do Submédio São Francisco obteve, em 2009, a Indicação de Procedência (IP) para uva de mesa e manga, mas ainda não con-seguiu determinar os padrões dos produtos e não se beneficia dessa conquista, o que poderá ocorrer em 2012.

Em 2010 os vinhos tinto e branco e espu-mantes de Pinto Bandeira (RS) receberam o mesmo selo, também concedido, no fim de 2011, aos vinhos dos Vales da Uva Goethe, em Santa Catarina, uma variedade criada pelo botânico Edward Roger a partir da mistura de castas americanas e europeias. E o Vale dos Vinhedos, que atualmente conta com a IP, deu um novo passo e aguarda

a obtenção da Denominação de Origem (DO), que será a primeira para vinhos no Brasil. Como a conversão de IP em DO é um processo inédito no País, apesar da aprovação técnica, alguns meses ainda serão necessários para formalizar a parte legal.

Segundo o secretário-executivo da Asso-ciacão dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), Jaime Milan, as principais mudanças, na prática, são que 100% das uvas utilizadas nesses produtos precisam ser do Vale dos Vinhedos e que das 22 varietais com indicação de procedência, apenas nove restarão entre as de denomina-ção de origem. São elas chardonnay e riesi-ling itálico (vinhos brancos); merlot (acima de 60%), cabernet sauvignon, cabernet franc e tanat (vinhos tintos); e chardonnay e/ou pinot noir (acima de 60%) para espumantes, podendo ou não utilizar riesiling itálico.

A partir das primeiras conquistas, outras cadeias frutícolas se organizam em busca de novos e diferenciados mercados, valorização e status que a IG oferece. É o caso do cacau em amêndoas de Linhares (ES), que já teve

seu pedido publicado pelo Inpi, o que é mais de meio caminho para a concessão do selo. Outro caso é o do melão da região de Mossoró (RN), principal polo exportador da fruta no País. Em novembro de 2011, o Comitê Executivo da Fruticultura do Rio Grande do Norte (Coex) encaminhou processo no instituto para receber o selo de indicação de procedência.

O objetivo dessa certificação é proteger o diferencial de qualidade e características proporcionadas pelo ambiente e meios de produção ao fruto de Mossoró, o que au-mentará sua competitividade e visibilidade no mercado internacional. A IG protege a região da concorrência ilegal ou desigual, que produz alimentos com aspectos similares mas sem os padrões que conferem a qualidade da fruta. Atualmente, 65% da colheita regional é exportada. A cultura gera 15 mil empregos diretos e mais de 50 mil indiretos. A expecta-tiva é de que a certificação seja concedida no segundo semestre de 2012, quando a cadeia produtiva ajustará os critérios de inclusão dos produtores no sistema.

Tá nomapa

SELO DE INDICAçãO GEOGRÁFICA PõE FRUTAS BRASILEIRAS NA VITRINE MUNDIAL, CONSOLIDANDO SEUS DIFERENCIAIS DE PROCEDêNCIA

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EntendaA Indicação de Procedência é caracterizada por ser o nome geográfico conhecido pela produção, extração ou fabricação de

determinado produto. Já a modalidade Denominação de Origem designa produto ou serviço cujas qualidades ou características sejam decorrentes essencialmente do meio geográfico, incluindo fatores naturais ou humanos.

Distinção foi requerida para uva, manga,

pêssego, melão e cacau

Tem maisTEM MAIS Também há fruta de clima temperado bus-cando a indicação geográfica: o pêssego da região de Pelotas (RS). Os famosos doces pelotenses já conquistaram a IP e agora o polo de produção e processamento de pêssego conclui o estudo que culminará na certificação. Com apoio técnico da Embrapa Clima Temperado, instalada no município, o pedido será protocolado até junho pela Associação de Produtores e Indústria para a Indicação Geográfica do Pêssego da Região de Pelotas (Apippel).

Cerca de 98% da produção brasileira de pêssego para industrialização origina-se na região de Pelotas. Segundo o pesquisador Luiz Eduardo Correa Antunes, da Embrapa Clima Temperado, as frutas são caracterizadas pelo cultivo em tipos únicos de solo e clima. “São solos rasos, com sistema de pro-dução em camaleões, que gera um volume menor de frutas por pé, mas superiores do ponto de vista sensorial.” Segundo ele, a região, por suas características de clima e solo, tem variedades desenvolvidas exclusivamente ao processamento industrial. “No Brasil, só o entorno de Pelotas cultiva tais variedades”, diz.

Pêssegos de mesa também têm polos importantes de pro-dução na zona sul de Porto Alegre (RS), na Serra gaúcha e na região de Holambra (SP), mas para consumo in natura. Nos 13 municípios da região de Pelotas são produzidas em torno de 50 mil toneladas da fruta para processamento industrial em 9 mil hectares. A produtividade média é de 5,5 t/ha. No Brasil, a área cultivada chega a 13 mil ha.

Antunes destaca que com o selo de indicação de procedência haverá critérios que levarão à padronização da lata de pêssegos em calda. “A lata será identificada pela cultivar que usa, como o vinho que é relacionado pelo varietal, e os frutos terão mesmo sabor, tamanho e aparência”, explica. Identificando a variedade, o consumidor poderá se tornar fiel à marca com características que forem do seu gosto.

O estudo traz a conclusão de testes dos laboratórios de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFR-GS) de que as características de sabor e qualidade químicas do pêssego industrializado são preservadas praticamente iguais às da fruta in natura. A calda serve apenas como conservante. “O consumidor poderá comer frutas processadas com carac-terística de in natura o ano todo, não só feito sobremesa, mas substituindo uma banana ou maçã”, exemplifica. Do projeto participam Pelotas, Arroio Grande, Arroio do Padre, Bagé, Candiota, Canguçu, Capão do Leão, Cerrito, Encruzilhada do Sul, Jaguarão, Morro Redondo, Pinheiro Machado, Piratini, São Lourenço do Sul e Turuçu.

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Red, white and sparkling wines of Vale dos Vinhedos, in Sierra Gaucha, paved the way for Brazil’s fruit-growing business to consolidate its presence in the number of products distinguished with the Geographical Indication (GI) label. The distinction, granted by the National Industrial Property Institute (Inpi), identifies the characteristics of the product to its production locality. Following on its heels, the fruit production hub in the Submiddle San Francisco Valley was granted the Geographical Indication of Origin for table grapes and mangoes, but has not yet been able to determine the standards for the products and, therefore, is not taking any advantage of the distinction, but chances are for it to happen in 2012.

In 2010, the red, white and sparkling wines produced in Pinto Bandeira (RS) received the same label, which, in late 2011, was also granted to the wines of Vales da Uva Goethe, in Santa Catarina, a variety created by botanist Edward Roger through crossings of American and European strains. Vale dos Vinhedos, which now holds the Geographical Indication label is seeking the Denomination of Origin (DO) distinction, the first one

for Brazilian wines. As the conversion of the GI into DO is an unprecedented process in Brazil, despite the technical approval, some months will still be needed to comply with the legal side of the question.

According to the executive secretary of the Vale dos Vinhedos Wine Producers Association (Aprovale), Jaime Milan, the main changes in practical terms consist in the clause that establishes that 100% of the grapes utilized in the products must come from Vale dos Vinhedos and that from the 22 varietal cultivars with Geographical Indication, there will be only 9 with the Denomi-nation of Origin. These are as follows: Chardonnay and Italian Riesling (White wines); Merlot (over 60%), Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc and Tanat (red wines); and Chardonnay and/or Pinot Noir (over 60%) for sparklings, with or without the use of Italian Riesling.

Following on the heels of these first conquests, other fruit-growing chains are getting organized in search of new and discerning markets, value and status provided by Geographical Indication. It is the case of cocoa almonds in Linhares (ES), which

It’s onthe map

GEOGRAPHICAL INDICATION PUTS BRAZILIAN FRUITS IN THE GLOBAL SHOP WINDOW, IDENTIFYING THEIR CHARACTERISTICS TO A GEOGRAPHICAL LOCALITY

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There’s moreTHERE’S MORE Temperate zone fruits are also seeking Geographical Indication: peaches in the region of Pelotas (RS). The famous sweets made in Pelotas have already been granted the Geographical Indication and now the production hub and peach processing plants are concluding the study to apply for certification. Under the technical support of Embrapa Temperate Climate, based in the municipality, the application is to be protocoled by June, by the Association of Producers and Industries for the Geographical Indication for the Peaches in the Region of Pelotas (Apippel).

About 98% of all peaches destined for industrialization come from the region of Pelotas. According to Embrapa Temperate Climate researcher Luiz Eduardo Correa Antunes, all fruits are characterized by their cultivation in unique types of soil and cli-mate. “Ideal soils are shallow, with the peach trees planted on ridges, resulting into a smaller number of fruits per tree, but superior from a sensorial point of view”. According to him, the region, for its soil and climate characteristics, produces varieties exclusively destined for industrial purposes. “In Brazil, only on the surroundings of Pelotas these varieties are grown”, he says.

There are also important table peach production hubs south of Porto Alegre (RS), in Sierra Gaucha and in the region of Ho-lambra (SP), but for fresh consumption. The 13 municipalities in the region of Pelotas produce about 50 thousand tons of fruit for industrial processing, in an area of 9 thousand hectares. Aver-age productivity is 5.5t/ha. In Brazil, the planted area reaches 13 thousand hectares.

Antunes maintains that with the Geographical Origin label, there will be criteria that will lead to peach preserve standardiza-tion. “The can will bear an identification of the peach cultivar, like wine that bears a varietal identification, and the fruits will have identical taste, size and appearance”, he explains. By identify-ing the variety, consumers might become loyal to the brand that pleases their palate.

The study features the results of laboratory tests conducted by the Pharmacy of the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS) which attest that all flavor characteristics and chemi-cal traits of the industrialized peaches are preserved, remaining almost equal to fresh fruit. The syrup functions as an additive. “Consumers can now opt for processed fruit bearing fresh fruit characteristics year round, not only as dessert, but replacing a banana or an apple”, he exemplifies. The following municipalities have joined the project: Pelotas, Arroio Grande, Arroio do Padre, Bagé, Candiota, Canguçu, Capão do Leão, Cerrito, Encruzilhada do Sul, Jaguarão, Morro Redondo, Pinheiro Machado, Piratini, São Lourenço do Sul and Turuçu.

Try to understandThe Indication of Origin is characterized by the geographical name where the product was produced, extracted or manufactured.

The Denomination of Origin indicates a product or service whose qualities or characteristics derive essentially from the geographical area, including natural or human factors.

Distinction was required for grapes, mangoes, peaches,

melons and cocoa beans

has already had its request announced by the Inpi, which means over half the way through the concession of the label. Another case is the melons in the region of Mossoró (RN), major fruit exporting hub in Brazil. In November 2011, the Rio Grande do Norte State Executive Fruit Committee (Coex) forwarded the request to the institute, asking for the Geographical Indication label.

The goal of this certification is to protect the quality traits and characteristics derived from the production environment and farming methods of the fruits in Mossoró, thus boosting its competitive edge and visibility in the international marketplace. The Geographical Indication protects the region against any illegal or unfair competition, which might produce food that looks similar but lacks the standards that qualify the fruit. Cur-rently, 65% of the regional crop is exported. The crop generates 15 thousand direct jobs and upwards of 50 thousand indirect ones. The expectation is for the certification to be granted in the second half of 2012, when the production chain is in a position to adjust the criteria for the inclusion of the produc-ers in the system.

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AA produção brasileira de frutas orgânicas crescerá muito

para atender ao mercado doméstico e alcançar uma fatia do co-mércio internacional. É uma questão de tempo e organização, na avaliação do governo federal e de entidades do setor. Estima-se que o País produza um considerável volume nesse sistema, embora não haja estatísticas oficiais e boa parte ainda não seja certificada, com comercialização local ou regionalizada.

A Coordenação de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) atualiza levantamento da área de produção orgânica e deve concluí-lo até meados de 2012. Os números consolidados até março não são setorizados, mas indicam produção agropecuária nesse sistema em 1,896 milhão de hectares regulares. Isso inclui agricultura, pecuária e extrativismo. Em 2011, o setor foi fortalecido com a renovação das normas e processos de produção orgânica pela Instrução Normativa 46 do Mapa.

Atualmente, investimentos próximos aos grandes centros comerciais e certificados, ou de tradicionais regiões produtoras de algumas frutas, abastecem a maior parte do mercado interno. Outra parte recebe e comercializa a produção local e regional. A oferta é crescente, mas pequena frente ao potencial do País, um dos três maiores produtores mundiais de frutas, reconhece Ming Liu, coordenador do projeto Organics Brasil.

Internamente, grandes redes de supermercados financiam ou firmam contratos de compra que dão suporte à produção certifi-cada e à de pequenos produtores familiares, garantindo assim uma oferta diferenciada aos consumidores. As exportações concentram-se em empresas que já vendem frutas convencionais e processadas e iniciativas associativas, isoladas ou apoiadas por programas de governo e organizações setoriais.

Também não há estatísticas sobre volumes comercializados. Boa parte da produção direciona-se à industrialização (suco, polpa e geleia) com matéria-prima de diferentes pesos, padrões e origens. A maior parte das frutas orgânicas é proveniente de pequenas e micropropriedades e sistemas extrativistas não certificados. Em muitos casos são comercializadas como “convencionais” por faltar estrutura de conservação, transporte e canais de venda. “Mesmo diferenciada, chega ao mercado sem agregar valor”, aponta Rogério Dias, coordenador de Agroecologia do Mapa.

As pequenas propriedades têm dificuldades em atender às demandas, tanto de volume como de especificações de tamanho, cor e outros padrões exigidos. Nesses casos, o processamento como “comum” se torna o caminho para evitar prejuízos maiores. Na opinião de Dias, a organização em projetos associativos ou cooperativos que fortaleçam a infraestrutura e a padronização de processos produtivos e comerciais podem ajudar o produtor a alcançar melhor posicionamento e preços no mercado.

Apesar dos obstáculos, há frutas orgânicas brasileiras degustadas em importantes locais da Europa. Entre eles o melão, a manga e a uva de mesa. Também há exportação de sucos orgânicos de uva, laranja, manga e acerola, e de polpa de acerola, açaí e manga, entre outros. “A produção ligada à indústria de processamento é mais visível, mas também difícil de quantificar”, destaca Liu.

Estudo divulgado em 2010 pela Organics Brasil indica que as grandes importadoras de orgânicos europeias têm maior demanda por banana, laranja fresca, limão tahiti, melão, manga e frutas processadas. O documento diz que o Brasil, em 2007, poderia produzir 65 mil toneladas de banana, 118 mil t de laranja e 17,1 mil t de limão tahiti orgânicos.

Um mundo depossibilidadesFRUTICULTURA ORGâNICA CRESCE E OPORTUNIDADES APARECEM, PORÉM O BRASIL TEM MUITO A FAZER PARA TER REPRESENTATIVIDADE NO MERCADO

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Internamente, algumas culturas destacam-se nesse sistema pro-dutivo em razão de projetos regionais. São os casos da uva de mesa e da manga do Vale do São Francisco; do melão do Rio Grande do Norte; das bananas catarinense, paulista e mineira; do morango de Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul; da maçã gaúcha e catarinense; e, também no Sul, da produção de mirtilo, framboesas e amoras para geleias, uvas para sucos e vinhos orgânicos. São Paulo destaca-se na produção de laranja e limão.

“A fragilidade de algumas culturas impõe o consumo localizado ou processado”, acrescenta o coordenador do Organics Brasil. Os estados do Nordeste têm especial destaque como grandes produto-res de frutas, com projetos de certificação mista, ou seja, produção de mais de uma fruta ou produto orgânico.

Mil quintaisO projeto Quintais Orgânicos de Frutas chegou ao seu milésimo pomar em 1º de dezembro de 2011. O trabalho é coordenado

pela Embrapa Clima Temperado, de Pelotas (RS), e financiado pela Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE-Eletrobras). A iniciativa terá continuidade com a renovação do projeto para mais uma edição. O pomar é implantado pela equipe da Embrapa, que repassa kits de mudas de árvores para agricultores familiares, escolas, comunidades quilombolas e indígenas. Cada quintal é constituído de cinco mudas de frutíferas. São 19 diferentes espécies – 95 mudas no total – que ocupam 1,2 mil metros quadrados em cada quintal. Goiaba, jabuticaba, laranja, limão e pêssego estão na lista de frutas.

O projeto começou em 2004 e até dezembro de 2011 contabilizava 35 mil beneficiados, 225 mil árvores plantadas e 115 cidades abrangidas nos três estados da região Sul. A ideia é fornecer frutas para uma família de até sete pessoas. Como o número de frutíferas é grande, durante o ano todo pelo menos alguma espécie estaria produzindo frutos. Resultado: segurança alimentar garantida e opção de alimentação saudável e farta nos 12 meses do ano. “Vejo a implantação dos quintais não só como uma ação social, mas uma estratégia inovadora do ponto de vista da transferência de tecnologia”, destaca Clenio Pillon, chefe-geral da Em-brapa Clima Temperado.

Oferta ainda é pequena em relação ao potencial do País

AgroflorestalAGROFLORESTAL Para o coordenador de Agroecologia do

Mapa, Rogério Dias, o País aumentará a oferta de frutas orgânicas

certificadas em sistemas agroflorestais, que preveem a inclusão

de diversas culturas para garantir retorno econômico anual. Um

projeto bem elaborado agregaria frutas orgânicas de diversas

espécies, integrando interesse econômico, equilíbrio ambiental e

diversificação de fontes de renda. Há projetos expoentes na Bahia

e na Amazônia relacionados a café, cacau, cupuaçu e açaí. O de-

safio de recuperação de áreas de reserva legal proposto pelo novo

Código Florestal Brasileiro pode gerar maior oferta. “O projeto

pode envolver a fruticultura orgânica integrada a outras espécies,

um investimento, ao invés de ser considerado uma obrigação pelo

produtor rural”, destaca Dias.

Estudo do Mapa, do Ministério do Desenvolvimento Agrário

(MDA) e do Banco Mundial estabelecerá ainda em 2012 as regras

de boas práticas agrícolas do extrativismo no Brasil, o que reforçará

a posição de frutos nativos no mercado. “Para ser considerado orgâ-

nico, o extrativismo precisa da garantia de um processo sustentável

de exploração, pois não pode gerar risco de extinção das espécies

alvo da coleta, envelhecimento da floresta e prejuízos à vida silvestre

que se alimenta desses frutos”, exemplifica Dias.

Há também ações de valorização e presença de frutos nativos

brasileiros em hotéis e restaurantes de regiões turísticas, como

forma de atrair novos consumidores. Frutas exóticas, como as

nativas do Brasil, estão valorizadas na Europa e, principalmente,

nos Estados Unidos, o mercado de orgânicos que mais cresce no

mundo segundo agências internacionais.

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The production of organic fruit in Brazil will make consid-erable strides to meet the needs of the domestic market and conquer a share in the international scenario. It is just a matter of time and organization, say federal government officials and entities of the sector. It is estimated that the Country produces a considerable volume within this system, although no official statistical figures are available and a huge portion has not been certified yet, and is traded locally or within regional boundaries.

The Agroecology Coordinating Division of the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA) is now survey-ing the total organic production area, and the conclusion has been scheduled for the mid 2012s. The figures consolidated until March are not on a sector basis, but point to an agriculture and livestock production volume of 1.896 million regular hectares. This includes agriculture, livestock operations and extractivism. In 2011, the sector picked up steam with the renewal of the stan-

A worldof chances

ORGANIC FRUIT-GROWING IS ON THE RISE AND OPPORTUNITIES ARISE, BUT BRAZIL STILL HAS A LONG WAY TO GO TO ACHIEVE REPRESENTATIVENESS IN THE MARKET

dard and organic production processes by implementing Mapa’s Normative Instruction 46.

Currently, investments close to huge commercial centers and certified, or in some traditional and specific fruit growing areas, supply most of the domestic needs. Another department receives and trades the regional and local production volumes. Offer is on the rise, but still small in light of the potential of the Country, one of the three largest global fruit producers, Ming Liu, coordinator of the Organics Brasil project pointed out.

In the domestic scenario, huge supermarket chains finance, or sign purchasing contracts that lend support to certified production, normally with small-scale farmers, thus making sure the consumers are offered discerning products. Exports are conducted by compa-nies that already sell conventional and processed fruit or by joint initiatives, in isolation or relying on the support of government programs and sector organizations.

With regard to volumes commercialized, there are equally no official numbers. A huge percentage of the production is geared towards industrialization (juice, pulp and jam) of raw materials of different weights, standards and origins. Most organic fruits come from small and micro-holdings and non-certified extractiv-ism systems. In many cases these fruits are sold as “conventional”, as they lack conservation structures, transport and sales channels. “Though boasting a discerning status, these fruit reach the market without any added value, says Rogério Dias, coordinator of Mapa’s Agroecology Division.

Small holdings normally face difficulty meeting demand, both in volume and size, color and other specifications required. In such cases, processing as “common fruit” turns out to be the right course to avoid bigger losses. In the opinion of Dias, the association in associative or cooperative projects that strengthen the infrastructure and standardization of the production and commercial processes might turn out to be a good help for the growers to reach a better position and improved prices in the market.

Despite all hurdles, lots of Brazilian organic fruits are much appreciated in discerning markets throughout Europe. These fruit include the melon, mango, and table grapes. Exports also comprise organic juices of oranges, mangoes and acerola, and pulp of acerola, açaí and mango, among others. “Production linked to the processing industry is more visible, but difficult to quantify”, Liu noted.

A study published in 2010 by Organics Brasil suggests that the big European organic importers are particularly interested in bananas, fresh oranges, Tahiti lime, melons, mangoes and processed fruit. The document says that Brazil, in 2007, could produce 65 thousand tons of bananas, 118 thousand tons of oranges and 17.1 thousand tons of Tahiti lime, all in organic systems.

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In the domestic scenario, some crops stand out in this produc-tion system by virtue of regional projects. These crops include table grapes and mangoes in Vale do São Francisco; melon in Rio Grande do Norte; bananas in Santa Catarina, São Paulo and Minas Gerais; strawberries in Minas Gerais, Paraná and Rio Grande do Sul; apples in Rio Grande do Sul and Santa Catarina; and, also in the South, the production of myrtles, raspberries and mulberries for jellies, grapes for juices and organic wines. São Paulo is well known for its production of oranges and limes.

“The fragility of some crops makes local consumption and processing almost mandatory”, says the coordinator of Organics Brasil. The states in the Northeast are famous for their fruit-growing operations, with mixed certification projects, that is to say, the production of more than one organic fruit or product.

AgroforestryAGROFORESTRY For the coordinator of Mapa’s agroecol-ogy division, Rogério Dias, the Country will increase its supplies of certified organic fruits in agroforestry systems, which require the inclusion of several crops if annual economic returns are to be guaranteed. A well-elaborated project would include several spe-cies of organic fruit, equating economic interests, environmental balance and diversification of income sources. There are exponent projects in Bahia and Amazon, related to coffee, cocoa beans, cu-puaçu and açaí. The challenge for the recovery of legally reserved areas suggested by the new Brazilian Forestry Code could generate bigger supplies. “The project might involve organic fruit-growing integrated with other species, which would mean an investment by the growers and not an obligation”, Dias says.

Study conducted by the Ministry of Agriculture, Ministry of Agrarian Development (MDA) and World Bank will establish, before the year 2012 comes to a close, the rules for best extractivistic agricultural practices in Brazil, which will strengthen the position of native fruit in the market. To be viewed as organic, extractivism needs the assurance of a sustainable exploration process, because it should not threaten with extinction the target species of the collection, nor should it speed up the aging process of the forest nor cause damage to the wild life that feeds on these fruit”, Dias exemplifies.

There are also initiatives that have taken native fruits to Brazil-ian hotels and restaurants in tourist spots, as a manner to attract new consumers. Exotic fruit, like the native ones in Brazil, are highly appreciated in Europe and, particularly, in the United States, where the organic market grows the most in the world, say international agencies.

Offer is still small compared to the

potential of the countryThousands of backyardsThe Organic Backyard Fruit project reached its one thousandth orchard on 1st December 2011. The work is coordinated by

Embrapa Temperate Climate, based in Pelotas (RS), and financed by the Thermoelectric Power Generation Company (CGTEE-Eletrobras). The initiative will be given continuity through the renewal of the project for one more edition. The orchard is estab-lished by the Embrapa team, which delivers tree seedling kits to family farmers, schools, quilombola communities and indigenous tribes. Every backyard consists of five fruit tree seedlings. There are 19 different species – totaling 95 seedlings – which occupy 1.2 thousand square meters in every different backyard. Guava, jabuticaba, orange, lime and peach are contained on the list.

The project started back in 2004 and, by December 2011, it had already reached 35 thousand farmers, 225 thousand trees and 115 towns in the three southern states of Brazil. The idea is to provide fruit for a family of up to seven members. As the number of fruit trees is big, over the year, there would always be some trees yielding fruit. Result: guaranteed food safety and option for healthy and lush meals all year round. “I view the establishment of the orchards not only as a social initiative, but an innovative strategy from the technology transference point of view”, says Clenio Pillon, chief executive of Embrapa Temperate Climate.

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OO clima temperado dos Campos de Cima da Serra, na

região de Vacaria, no Rio Grande do Sul, tem sido o principal insumo para fortalecer um importante polo de pequenas frutas no País. A região cultiva amora-preta, framboesa, mirtilo e morango, inicia a produção da physalis peruviana e estuda a implantação de cerejas. Segundo a pesquisadora Andrea Rufato, da Estação de Fruticultura de Clima Temperado da Embrapa Uva e Vinho, essas frutas pos-suem propriedades nutracêuticas interessantes e estão relacionadas à melhoria na qualidade de vida dos consumidores, prevenção de doenças e longevidade.

No Brasil, há polos produtores de amora-preta e mirtilo também em Pelotas (RS) e de framboesa em Campos do Jordão (SP) e Minas Gerais. Para o morango, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul se destacam. A cadeia produtiva na Serra gaúcha tem o seu perfil em áreas inferiores a um hectare e propriedades de agricultura familiar. A maior parte dos fruticultores é cooperativada para facilitar a comercialização, mas há produtores empresariais.

Uma característica dessas espécies é a demanda por mão de obra para a colheita. Como o período supera 60 dias, são necessários dois repasses semanais. “É preciso bastante dedicação ao cultivo. Talvez, por essa razão, não se encontre áreas extensas”, frisa a pesquisadora. Parte da produção é destinada ao mercado local pela perecibilidade de frutas como amora-preta e framboesa. Dependendo do preço de comercialização e da quantidade produzida em cada ano, parte significativa é destinada ao congelamento e à venda de polpa às indústrias de iogurtes, sucos e sorvetes.

O consumo é restrito a uma pequena parcela da população por seu alto valor agregado. Andrea considera que, apesar das características quali-tativas e nutracêuticas, mirtilo, framboesa e amora-preta são ainda pouco difundidos. Eles podem ser consumidos frescos, in natura ou processados na forma de geleias, sucos, sobremesas e outros. O interesse dos grandes restaurantes é crescente para elaboração de pratos diferenciados.

A produção de pequenas frutas de clima temperado recebe o apoio tecnológico e de assistência técnica da Embrapa Uva e Vinho, da Associação Rio-grandense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) e das prefeituras da região. Atualmente, a Embrapa lidera um projeto de transferência de tecnologias para o controle de doenças e a produção de morangos no sistema semi-hidropônico. Além das técnicas consolidadas, o projeto prevê a instalação de uni-dades demonstrativas com novas cultivares de mirtilo, framboesa e amora-preta na região.

Potencial para brilharPOLO DE PEqUENAS FRUTAS DA SERRA GAúCHA SE FORTALECE E SETOR BUSCA

CONqUISTAR NOVOS MERCADOS PARA AMORAS, FRAMBOESAS E MIRTILOS

Aumento da produção de morangos se destaca

Em númerosEM NÚMEROS Não há estatísticas nacionais de produção de pequenas frutas, mas o Censo Frutícola 2011 da Emater/RS mostra que 36 produtores do Rio Grande do Sul colheram 107,1 toneladas de framboesa em 14,6 hectares, com destaque para os municípios de Vacaria (94,4 t), Ipê (3 t) e Campestre da Serra (2 t), que contam com 26 agricultores e respondem por 12,6 ha. A produção de amora-preta é maior e alcança a 2,21 mil t em 239,2 ha, com 395 agricultores que a cultivam. Vacaria lidera a produção gaúcha com 785 t, 102 produtores e área de 78 ha; seguida de Campestre da Serra, com 760 t, 105 produtores e 80 ha; e Ipê, com 92 t em 9,7 ha de 37 fruticultores.

O extensionista Eduardo Pagot, do Escritório da Emater/RS em Vacaria, explica que o cultivo de mirtilo na região alcançou a 241,7 t em 2011, ocupou 57 ha e envolveu 48 produtores. O município de Vacaria respondeu por 108 t em 20,3 ha. O

morango começa a abrir espaço na Serra gaúcha consorciado com outras espécies de menor porte. Em 2011, atingiu a 18,5 mil t, com 1.255 produtores cultivando 541,4 ha. “Há uma tendência de que o morango seja o carro-chefe da produção regional, ampliando os volumes e o poder de comercialização das pequenas frutas”, observa Pagot.

De acordo com ele, nos últimos anos todas essas culturas tiveram grande crescimento nos Campos de Cima da Serra, mantêm a tendência de aumento do plantio e, principalmente, fortalecimento da organização dos produtores e instalação da infraestrutura necessária. “Os preços também estão retomando a curva ascendente, mas cada fruta tem sua potencialidade, seus limitadores de produção e mercado e barreiras para superar até alcançar uma maior estabilidade de produção e preços”, reco-nhece o extensionista.

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In numbers

The temperate climate in the Campos de Cima da Serra region, in Vacaria, State of Rio Grande do Sul, has been a major factor in strengthening a small fruit hub in the Country. The region culti-vates blackberries, raspberries, whortleberries and strawberries and is now starting the cultivation of physalis peruviana, while considering the establishment of cherry orchards. According to researcher Andrea Rufato, of the Temperate Climate Fruit-Growing Station, a division of Embrapa Grapes and Wine, these fruit possess relevant nutraceuti-cal properties and are believed to improve the quality of life of the consumers, ward off diseases and are associated with longevity.

In Brazil, there are blackberry and whortleberry producing hubs in Pelotas (RS) and raspberries in Campos do Jordão (SP) and Minas Gerais. For strawberries, Minas Gerais, São Paulo and Rio Grande

IN NUMBERS There are no national statistical figures on the production of small fruit, but Emater’s 2011 Fruit Census, conducted in Rio Grande do Sul, shows that 36 farmers throughout the state harvested 107.1 tons of raspberries from an area of 14.6 hectares, where the highlights are the municipalities of Vacaria (94.4 t), Ipê (3 t) and Campestre da Serra (2 t), with a total of 26 farmers and a planted area of 12.6 ha. The blackberry crop is bigger and reaches 2.21 thousand tons on an area of 239.2 ha, cultivated by 395 farmers. Vacaria leads the production in Rio Grande do Sul with 785 t, 102 producers and an area of 78 ha, followed by Campestre da Serra, with 760 t, 105 producers and 80 ha, and Ipê, with 92 t, 9.7 ha and 37 farmers.

Agricultural extension worker Eduardo Pagot, of Emater/RS Office in Vacaria, explains that the cultivation of whortleberry in the region reached 241.7 t in 2011, occupied 57 ha and involved 48 producers. The municipality of Vacaria accounted for 108 t in 20.3 ha. Strawberries are picking up steam throughout the Sierra Gaucha regions, normally in association with other small fruit species. In 2011, the crop amounted to 18.5 thousand tons, with 1,255 growers that cultivate 541.4 ha. “The trend is for straw-berries to assume a flagship position in the national production scenario, thus expanding the volumes and the commercialization capacity of small fruit”, Pagot observes.

According to him, over the past years, all these crops began to thrive in the region of Campos de Cima da Serra, and the trend is for the planted area to expand even further, whilst the growers are getting organized and new infrastructures are being installed. “Prices are on the rise again, but fruit species have a potential or their own, they have their own markets and limiting factors, bar-riers to surmount, until reaching price and production stability”, the extension worker acknowledges.

Potential to shine

do Sul are the leading producers. The Sierra Gaucha production chain is characterized by small-scale farmers who usually devote less than one hectare to the fruit. Most fruit-growing farmers work in connection with cooperatives, making it easier on the trade side, but there are commercial producers, too.

What makes these crops different is their need for much labor at harvesting. As the harvest period lasts for 60 days, two reapings a week are necessary. “These crops demand much dedication, and this might explain why no big areas are cultivated”, the researcher explains. Part of the production is destined for the local market, as raspberries and blackberries are perishable crops. Depending on the prices the fruit catch and on the amount produced every year, a significant portion of the crop is stored under frozen conditions, while the yogurt, juice and ice-cream industries purchase the pulp.

Consumption is restricted to a small part of the population because of high added value. Andrea maintains that, in spite of the qualitative and nutraceutical properties, whortleberries, raspberries and blackberries have not become popular yet. They may be con-sumed fresh or processed into jam, juice, dessert and other delicacies. Huge restaurants are getting increasingly interested in these types of fruit for the preparation of discerning dishes.

The production of small temperate climate fruits rely on techno-logical support and technical assistance from Embrapa Grapes and Wine, from the Rural Extension and Technical Assistance Corpora-tion of Rio Grande do Sul (Emater/RS) and from the municipal administration of the region. Currently, Embrapa is promoting a technology transference project for the control of diseases and the production of strawberries in the semi-hydroponic system. Besides the consolidated techniques, the project is set to install demonstra-tion units with new whortleberry, raspberry and blackberry cultivars throughout the region.

SMALL FRUIT HUB IN THE SIERRA GAUCHA REGION IS PICKING UP STEAM AND THE SECTOR IS SEEKING NEW MARKETS FOR MULBERRIES, RASPBERRIES AND WHORTLEBERRIES

Production of strawberries is on the rise

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PesquisaPesquisa . Research

Um jardim de opções

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NDe fibra

Nas mãos da noiva não é a aliança de brilhantes que chama a aten-ção, mas a exuberância do buquê. Entre as flores, um diferencial: bananas. Isso mesmo, bananas. No ensaio fotográfico realizado pela equipe da Embrapa Man-dioca e Fruticultura, de Cruz das Almas (BA), que retrata a situação, pode-se ter uma ideia da diversidade de aproveita-mentos da fruta ou da planta. Com pes-quisa realizada pela entidade, em parceria com a Fundação José Carvalho, também da Bahia, o uso alimentar ou medicinal dá lugar à finalidade ornamental. Uma tendência que pode embelezar o jardim mais próximo ou ganhar o vasinho pre-ferido no escritório.

A falta de opções no mercado, em contraste com a demanda por produtos inovadores do segmento florista, é um

dos motivos que levam ao desenvolvi-mento de variedades ornamentais. É por isso que, desde 2003, a entidade trabalha com essa abordagem nas coleções de germoplasma de frutas, como abacaxi e banana – o banco de germoplasma de bananeira da Embrapa Mandioca e Fru-ticultura é o maior do Brasil e o segundo do mundo, com cerca de 400 acessos.

Após identificar plantas com po-tencial, o objetivo consiste em gerar variedades por meio do melhoramento genético. Segundo a pesquisadora Janay Almeida dos Santos-Serejo, coordenadora do estudo sobre usos alternativos da ba-nana e bananeira, a coloração das folhas e da inflorescência masculina (conhecida como o coração da planta), o porte e a resistência a doenças são as principais características buscadas para a produção

de novos materiais. Cada um dos itens é voltado à utilização como flor de corte, plantas de vaso e arranjos para paisagis-mo e até como minifrutos ornamentais (que podem medir cinco centímetros), novidade na área.

Hoje há apenas duas espécies no mer-cado, a Musa coccinea e a Musa ornata, o que limita a comercialização e motiva a busca por variedades alternativas, explica Janay. Na primeira fase do projeto, foram identificados quatro híbridos de bananei-ras, que devem ser lançados entre o fim de 2012 e o início de 2013, afirma. No momento, os pesquisadores trabalham na segunda fase (que se iniciou em 2009) e contam com 27 híbridos. Destes, 19 foram selecionados após uma série de ava-liações. Os testes, no entanto, devem ser encerrados somente no fim de 2013.

DESENVOLVIMENTO DE VARIEDADES FRUTÍCOLAS VOLTADAS à ORNAMENTAçãO POSSIBILITA NOVAS ALTERNATIVAS DE RENDA AOS PRODUTORES

DE FIBRA Mais do que maximizar os usos de uma coleção de germoplasma e apresentar novidades a diferentes setores, a pesquisa desenvolvida pela Embrapa Mandioca e Fruticultura almeja produtores mais satisfeitos. Com novas alternativas de plantio e comercialização, o fruticultor tem a oportunidade de ampliar a renda. Além disso, o preço pago por uma planta para ornamentação costuma ser mais elevado em relação à destinada ao ramo alimentício, ressalta a pesquisadora Janay Almeida dos Santos-Serejo.

Em feiras e congressos internacionais com foco na fruticul-tura, alguns exemplares já foram apresentados ao público pela entidade. A boa recepção observada nas ocasiões, de acordo com Janay, anima os pesquisadores, aumenta as expectativas e motiva a elaboração de outros projetos.

Exemplo disso é que, ainda em 2012, a equipe da unidade da Embrapa pretende iniciar estudo relacionado às fibras da bana-neira. Segundo a pesquisadora, o material pode originar objetos de artesanato, como capas de livros, tapetes, cortinas e cartões, e ser utilizado na indústria automobilística e em instrumentos médicos. São ferramentas para promover o desenvolvimento da fruticultura brasileira.

Abacaxi e banana são pesquisados com finalidade ornamental

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Real fiber

In the hands of the bride it is no longer the diamond ring that captures attention, but the exuberant flower bouquet. Among the flowers, there is one that makes a difference: bananas. That’s it, bananas. The photographic essay conducted by the Embrapa Cassava and Fruit-Growing team, of Cruz das Almas (BA), suggests the diversity of uses of the fruit or the plant. Based on a research carried out by the entity, jointly with Fundação José Carvalho, also based in Bahia, the food or medicinal oriented use gives way to ornamental purposes. A trend that might beautify the garden, or make it to the favorite vase of flowers in the office.

The lack of options in the market, in contrast with the demand for innovative products in the florist segment, is one of the reasons that lead to the development of ornamental varieties. This is why, since 2003,the entity has been approaching within this context its fruit germ plasm collections, like pineapples and bananas – the banana plant germ plasm database of Embrapa Cassava and Fruit-Growing is the biggest in Brazil and the second-biggest in the world, with some 400 accesses.

After identifying plants that show potential, the target consists in generating varieties through genetic enhancement. According to researcher Janay Almeida dos Santos-Serejo, coordinator of the study on alternative uses of bananas and banana plants, the color of the flowers and of the male inflorescence (known as heart of the plant), plant size and resistance to diseases are much sought after characteristics for the production of new varieties. Every different item is destined for use as cut flower, vase plant and landscaping purposes, and even as mini ornamental fruit (which could be five millimeters big), a novelty in the area.

Currently, there are only two types in the market, Musa coc-cinea and Musa ornata, which is a market limiting factor and invites research works into alternative varieties, Janay explains. In the first stage of the project, four banana tree hybrids, which are bound to be launched as of late 2012 to early 2013, she says. At the moment, the researchers are going through the second stage (which started in 2009) and are dealing with 27 hybrids. Of these, 19 were selected after a series of evaluations. The tests, nonetheless, are to come to a close only by late 2013.

REAL FIBER More than maximizing the uses of a germ-plasm collection, what matters is to come up with novelties for different sectors, within this context, any research work con-ducted by Embrapa Cassava and Fruit-Growing is intended to make growers happier. With new planting and trading options, all fruit growers are given the chance to boost their income. Furthermore, ornamental plants normally fetch better prices than food-oriented plants, says researcher Janay Almeida dos Santos-Serejo.

In international fairs and congresses focused on fruit growing operations, some varieties have already been displayed to the public by the entity. The successful debut of these varieties on such occasions, in the words of Janay, encourages the researchers, raises expectations and invites new projects.

What exemplifies this is the fact that the team of researchers at the Embrapa unit have decided to start a study, before the end of 2012, related to banana tree fibers. The researcher maintains that the new variety could give rise to handcrafted items, such as book covers, carpets, curtains and business cards, and could also be used in the car manufacturing industry and for medical tools. All these are instruments able to promote the development of Brazil’s fruit growing operations.

A garden of options

Pineapple and banana are now the subject of ornament oriented research

DEVELOPMENT OF ORNAMENTAL FRUIT VARIETIES PROVIDES GROWERS WITH NEW INCOME SOURCES

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King’s beauty

Beleza de rei

The lush colors, the crown and the discerning quality of the miniaturized pineapple might soon give rise to gardens that only kings could afford to have. Through research works conducted since 2003 by Embrapa Cassava and Fruit-Growing, based in Cruz das Almas (BA), new varieties of this fruit are being studied. According to the coordinator of the studies, Fernanda Vidigal, the first stage was devoted to coming up with characteristics that could serve ornamental purposes (stems, vases, landscaping and minifruit), in a collection comprising approximately 700 types of pineapples.

Fernanda understands that the works are moving forward, while the coming years hold novelties in store. Within this context, for example, two ornamental hybrid pineapple varieties have been scheduled for launch in 2012, for landscaping or stem selling purposes.

At present, this market is mostly devoted to exporting stems to European countries. The national market is almost inexistent, with the exception of occasional small-scale sales at florist’s and supply

centers, says Fernanda. The trend is for this market to soar as soon as the new hybrids developed by the entity reach the market.

For validation purposes, the researchers rely on partners of different profiles, with the intention to have the material analyzed in distinct product systems. At Fundação José Carvalho, also ba-sed in Bahia, which serves small-scale farmers, the production of pineapples relies entirely on alternative inputs and the results have proved promising, in Fernanda’s view. With the domestic market on the rise, these new varieties will have an influence on family income, thus contributing towards the sustainable development of the regions where pineapples are produced.

Native to the Americas and with one of its diversification centers on Brazilian territory, the pineapple is viewed as a national fruit. To this end, it is expected that this rich fruit will be explored during such events as the World Cup in 2014, and the Olympic Games, in 2016, the researcher comments. Beauty and tropical atmosphere abound around here. The only thing now is to come up with options to allure more and more consumers.

As cores exuberantes, a coroa e o diferencial dos frutos minia-turizados do abacaxi podem dar forma, em breve, a jardins dignos de majestades. Por meio de pesquisa desenvolvida desde 2003 pela Embrapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas (BA), novas variedades do fruto são pesquisadas. Segundo a coordenadora dos estudos, Fernanda Vidigal, na primeira etapa foram realizadas buscas por características que pudessem ser aproveitadas para fins ornamentais (hastes, vaso, paisagismo e minifrutos), em uma coleção de aproximadamente 700 tipos de abacaxi.

De acordo com Fernanda, o andamento dos trabalhos é positi-vo e, para os próximos anos, a previsão é de muitas novidades. Em 2012, por exemplo, está previsto o lançamento de dois híbridos de abacaxi ornamental que podem servir para a comercialização de hastes ou para paisagismo.

Hoje esse mercado é praticamente voltado à exportação de hastes a países europeus. A demanda interna é praticamente ine-xistente, ainda que o produto possa ser encontrado em pequena escala em algumas floriculturas e centros de abastecimento, afirma Fernanda. A tendência é que esse mercado seja ampliado com a oferta dos novos híbridos desenvolvidos pela entidade.

Para a validação, os pesquisadores contam com parceiros de diferentes perfis, com a intenção de analisar o comportamento do material em sistemas de produção distintos. Na Fundação José Carvalho, também da Bahia, que atende a pequenas famílias de produtores rurais, a produção dos abacaxis é feita apenas com insumos alternativos e os resultados têm se mostrado promisso-res, na avaliação de Fernanda. Com a tendência de ampliação do mercado interno, essas novas variedades vão incrementar a renda familiar, contribuindo para o desenvolvimento sustentável das regiões produtoras.

Com origem e um dos seus centros de diversificação em terras brasileiras, o abacaxi é considerado um produto nacional. Por isso,

espera-se que sua riqueza seja bem explorada em ocasiões como a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016, aponta a pesquisadora. Beleza e ar tropical há de sobra. Resta criar opções para encantar ainda mais os consumidores.

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NApresentação

No lugar de prata a platina. A prática da substituição, adotada pelos povos andinos, após a descoberta do elemento há séculos, inspirou a denominação da nova variedade de banana desenvolvida pela Em-brapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas (BA), em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano de Guanambi e a Unidade Regional Norte de Minas da Embrapa. A BRS Pla-tina, cujo objetivo é substituir a Prata Anã em determinados casos, tem lançamento

previsto para novembro de 2012 e promete melhores resultados aos produtores.

O principal diferencial é a resistência à sigatoka-amarela e ao mal-do-Panamá, duas das principais doenças da cultura e que podem inviabilizar o cultivo, afirma o pesquisador Edson Perito Amorim, da Embrapa Mandioca e Fruticultura. Os frutos assemelham-se aos da Prata Anã em forma, tamanho e sabor, porém devem ser consumidos com a casca um pouco mais verde, à semelhança das variedades do

subgrupo Cavendish.A BRS Platina é um híbrido tetraploide

(AAAB), resultante do cruzamento da cultivar Prata Anã (AAB) com o diploide M53 (AA), realizado em 1993. Apresenta bom perfilhamento, porte médio e carac-terísticas, tanto de desenvolvimento quanto de rendimento, idênticas às da Prata Anã. A produtividade média é de aproximadamen-te 20 toneladas por hectare ao ano, poden-do atingir a 40 t/ha/ano sob condições de solo de boa fertilidade.

Vale

APRESENTAÇÃO Durante o Simpósio Internacionl ISHS ProMusa, realizado em outubro de 2011, em Salvador (BA), a BRS Platina teve sua estreia frente a produtores, acadêmicos, especialistas, agrônomos e extensionistas de todo o mundo. Durante o evento, foram realizadas 200 análises sensoriais por dia para verificar a aceitabilidade por parte do público. De acordo com o pesquisador da Embrapa Edson Perito Amorim, a etapa é fundamental na finalização de um produto antes do seu lançamento.

A didática contou com um questionário no qual os participantes eram convidados a opinar sobre atributos como cor, aroma, sabor, textura e impressão global, e frequência de consumo. Dessa forma, o público diferenciado do simpósio, com conhecimento e interesse na área de banana, pôde contribuir, com suas opiniões, para o aprimoramento da variedade.

Os visitantes do Show Rural Coopavel 2012, realizado em fevereiro, na cidade de Cascavel (PR), também tiveram a oportunidade de participar das análises sensoriais. Em ambos os eventos, Amorim afirma que houve uma grande aceitação sensorial da cultivar em todos os testes. Por isso, acredita que é alta a probabilidade de sucesso da BRS Platina no mercado consumidor brasileiro. Com os resultados foi possível confirmar o potencial da nova cultivar como alternativa às que são comercializadas atualmente no País.

COM RESISTêNCIA àS PRINCIPAIS DOENçAS DA CULTURA, NOVA VARIEDADE DE BANANA, A BRS PLATINA, TEM LANçAMENTO PREVISTO PARA NOVEMBRO DE 2012

Variedade teve boa aceitação do público em testes sensoriais

ouro

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PresentationPRESENTATION During the ProMusa ISHS International Symposium held in Salvador (BA), in October 2011, the BRS Platina made its debut before producers, university students, specialists, agronomists and agricultural extension workers from all over the world. During the event, 200 sensorial analyses were conducted per day to check its public approval rates. According to Embrapa researcher Edson Perito Amorim, these analyses play a fundamental role in the finishing stage of a product before it is launched.

The method relied on a questionnaire including questions on such attributes as color, aroma, taste, texture and global impression, and consumption frequency. This gave a chance to the discerning participants of the symposium, with knowledge and interest in the area of bananas, to contribute with their opinions towards enhancing the variety.

The visitors who showed up at Show Rural Coopavel 2012, held in February, in the city of Cascavel (PR), were also given a chance to take part in the sensorial analyses. In both events, Amorim maintains that sensorial tests achieved great approval rates. This makes him believe that the BRS Platina variety stands great chances to succeed in the Brazilian consumer market. The results confirmed the potential of the new cultivar as an alternative to the ones now being traded around the Country.

Worth its weight in gold

WITH RESISTANCE TO ALL MAJOR DISEASES, NEW BANANA VARIETY, BRS PLATINA, HAS BEEN SCHEDULED FOR LAUNCH IN NOVEMBER 2012

Variety passed sensory testsand earned public approval

Replacing silver with platina. The replacement prac-tice adopted by the Andean peoples after the discovery of the ele-ment, centuries ago, inspired the denomination of the new variety of bananas developed by Embrapa Cassava and Fruit-Growing, in Cruz das Almas (BA), in a partnership with the Federal Institute of Education, Science and Technology, Federal Baiano de Guanambi Institute and North Minas Gerais Regional Embrapa Unit. The BRS Platina, intended to replace the Dwarf Silver banana in certain cases, has been scheduled for launch in November 2012 and raises producers expectations for better results.

The major difference lies in its resistance to yellow Sigatoka and to the Panama disease, two serious scourges that affect the crop and are capable of making it unviable, says researcher Edson Perito Amorim, of Embrapa Cassava and Fruit-Growing. The fruits are similar to the Dwarf Silver variety in shape, size and taste, but should be consumed with the skin still rather green, similar to the subgroup Cavendish varieties.

The BRS Platina is a tetraploid hybrid (AAAB), resulting from the crossing of Dwarf Silver (AAB) with the diploid M53 (AA), conducted in 1993. It sprouts abundantly, is medium in size, and its characteristics both in development and yield are very similar to the Dwarf Silver variety. Average productivity reaches approxi-mately 20 tons per hectare a year, but could climb to 40 tons/ha/year under very good soil fertility conditions.

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CConsumidores ávidos por

produtos saudáveis e citricultores podem começar a riscar os dias no calendário. A contagem regressiva é para o lançamento de cultivares de laranjas sanguíneas e de polpa vermelha, desenvolvidas pelo Centro de Citricultura Sylvio Moreira, vinculado ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC), que deve ocorrer a partir do próximo ano. Ainda há muito tempo pela frente mas, ao levar em conta os benefícios que podem trazer, vale a pena ficar na expectativa.

Atualmente, esses grupos de laranjas ainda são pouco explorados comercial-mente no Brasil. Até o momento, somente a região da Sicília, na Itália, movimenta o mercado de laranjas sanguíneas, cujos polpa e suco apresentam coloração ver-melho intenso. As de polpa vermelha, no entanto, ainda não são cultivadas para fins comerciais em nenhum país. Segundo o

pesquisador Rodrigo Rocha Latado, a inexistência do cultivo se dá justamente pela falta de informações sobre capacidade produtiva, resistência a doenças e qualida-de de fruto e de suco quando cultivadas em território nacional.

Para que essas carências possam ser sanadas, um grupo de pesquisadores avalia o desenvolvimento de novas variedades desde 2006. Os estudos também buscam respostas para os principais benefícios que podem trazer ao organismo. De acordo com Latado, o que se sabe até o momento é que as laranjeiras sanguíneas (das variedades Moro, Tarocco, Sanguinello e Malta blood) produzem – somente em clima frio – frutos contendo o pigmento antocianina, um flavonoide que não é produzido pelas ama-relas, e que pode ter ação antioxidante.

As laranjeiras de polpa vermelha (San-guínea de Mombuca, Valência Puka e Baía

Cara-cara), por sua vez, produzem – em clima frio ou quente – frutos contendo o pigmento licopeno, um carotenoide que também não é produzido pelas amarelas. Ele é mencionado como um dos mais po-tentes agentes antioxidantes naturais, sendo sugerido na prevenção de doenças, como o câncer, devido à capacidade de proteger as células humanas de radicais livres.

Além dessas funções nutricionais e medicinais, é importante lembrar que as laranjas vermelhas e sanguíneas também são importantes fontes de vitamina C, assim como as amarelas. Acredita-se, en-tretanto, que o cultivo e a comercialização das novas variedades, que contêm maiores teores de carotenoides ou antocianinas, se constituiria num grande apelo para o incremento do consumo na forma de fruta fresca, suco pasteurizado (NFC) ou concentrado.

Cor desaúde

NOVAS VARIEDADES DE LARANJA DESENVOLVIDAS PELO IAC POSSIBILITAM A ABERTURA DE MERCADOS E qUALIDADE DE VIDA NAS FRUTEIRAS BRASILEIRAS

Laranjas pigmentadas têm funções nutricionais e medicinais

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Consumers eager for healthy products and citrus grow-ers can start crossing off the days on the calendar. Countdown has started for the launching of blood oranges with red-colored pulp, developed by the Sylvio Moreira Citrus Research Center, a division of the Agronomic Institute of Campinas (IAC), scheduled for early next year. There is still a long way to go but, taking into consideration their benefits, it might be a good idea to wait for these fruit to make it to the market.

Currently, these types of oranges have not yet become popular in Brazil. So far, only the region of Sicily, in Italy, runs a blood orange market. The fruit is known as such because of its deep, red-colored pulp and juice. Red pulp oranges are not yet grown commercially in any country. According to researcher Rodrigo Rocha Latado, the non-existence of cultivations results from the lack of knowledge on the productive capacity, resistance to diseases and fruit and juice quality, if grown in our national territory.

For the purpose of finding a way around these gaps, research-ers have been developing new varieties since 2006. The studies also seek responses to the benefits to human health. According to Latado, what is known so far is that blood oranges (of the variet-ies Moro, Tarocco, Sanguinello and Malta blood) produce – only in cold climates – fruits that contain anthocyanin, a flavonoid that is not produced by yellow oranges, and that could exert an antioxidant function.

Red pulp orange trees (Mombuca sanguigno, Valencia Puka and Baía Cara-cara), in turn, produce – in cold or warm climates – fruits that contain lycopene pigment, a carotenoid that is equally not produced by yellow oranges. It is known as one of the most powerful natural antioxidant agents, and allegedly wards off can-cer and other diseases, due to its capacity to protect human cells against free radicals.

Besides these nutritional and medicinal functions, it is impor-tant to mention that red and blood oranges are also important

sources of vitamin C, and so are yellow ones. Nonetheless, it is believed that the cultivation, for commercial purposes, of new varieties that contain higher levels of carotenoids and anthocyanins would greatly allure people into consuming fresh oranges, or in the form of pasteurized juice or juice concentrate.

Healthy-lookingNEW VARIETIES OF ORANGES DEVELOPED BY IAC ARE WORKING THEIR WAY INTO NEW

MARKETS AND BRINGING qUALITY OF LIFE TO BRAZILIAN FRUIT-GROWING OPERATIONS

Para investir

Time to invest

PARA INVESTIR Antes da liberação de cultivares para os produtores no Estado de São Paulo e, também, no Brasil, os pesqui-sadores do Centro de Citricultura realizam experimentos em três regiões edafoclimáticas do Estado paulista (sul, centro e norte), explica o pesquisador Rodrigo Rocha Latado. Nelas são avaliadas a performance agronômica, como época de maturação, produção, qualidade de frutos e de suco, e a resistência a doenças. Também são caracterizados e quantificados os principais carotenoides presentes no suco de frutos provenientes de pomares instalados.

Na opinião de Latado, o investimento no cultivo das laranjas sanguíneas e de polpa vermelha vale a pena por diversos motivos. Além de serem uma novidade no mercado, ele destaca a produção de frutos com características diferenciadas – incluindo cor, sabor e maior conteúdo de nutrientes – e o fato de haver um mercado internacional de suco de laranja pigmentado, o que as torna uma boa alternativa ao citricultor e, consequentemente, ao País.

TIME TO INVEST Before delivering cultivars to the growers in the State of São Paulo and also across Brazil, the researcher of the Citrus Center conduct trials in three eda-phoclimatic regions in São Paulo (South, Center and North), explains researcher Rodrigo Rocha Latado. In these regions, their agronomic performance is assessed, like maturing time, production volumes, fruit and juice quality, and their resistance to diseases. This is also the time when all major carotenoids pres-ent in the juice of the fruit from the newly established orchards are characterized and quantified.

In Latado’s opinion, the investment in the cultivation of blood oranges and red pulp oranges pays off for several reasons. Besides being a novelty in the market, Latado mentions the production of fruit with discerning characteristics – including color, flavor and higher content of nutrients – and the fact that there is an international market for pigmented orange juice, turning this variety into a good alternative to the growers and, consequently, to the Country.

Pigmented oranges exert nutritional and medicinal functions

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OOs super-heróis brasileiros

que se cuidem. Se depender de pesquisa realizada por equipes da Embrapa Semiá-rido (Pernambuco), em conjunto com as unidades da Embrapa Cerrados (Distrito Federal), Mandioca e Fruticultura (Bahia), Meio-Norte (Piauí), Recursos Genéticos e Biotecnologia (Distrito Federal) e Transfe-rência de Tecnologia (presente em vários estados), poderão surgir elementos com su-perpoderes nos pomares de manga brasilei-ros. Trata-se do programa de melhoramento genético que visa à geração de híbridos de mangueira. São trinta pesquisadores em-penhados em promover a diversificação e o desenvolvimento do plantio na região do Vale do São Francisco.

Conforme o pesquisador Francisco Pinheiro Lima Neto, da Embrapa Semiári-do, atualmente a variedade Tommy Atkins corresponde a mais de 80% das plantações da fruta no Vale. A preferência não se dá apenas por coloração, tamanho, produ-tividade e sabor, que se enquadram nos padrões de exportação. É pela resistência à deterioração e ao transporte no período de pós-colheita que se torna a “queridinha” dos produtores. Se colhida nos estádios iniciais de amadurecimento, pode durar até 40 dias. A variedade Haden, por exemplo, plantada em escala menor na região, é viável para consumo de 20 a 30 dias. São esses dias de diferença que contam na hora do cultivo e da venda.

Apesar dos benefícios, a Tommy apre-senta deficiências, de acordo com Lima Neto. A principal delas é fisiológica. quando ocorre desequilíbrio entre os nutrientes (nitrogênio e cálcio) da manga, a polpa começa a se deteriorar, ocorrendo uma espécie de liquefação, o que a torna inviável para consumo. Outra característica refere-se ao nível de brix (índice de açúcar). A variedade possui 17º, enquanto outros tipos podem chegar a 25º. A incidência da malformação floral, doença fúngica que compromete a produção, também figura na lista de desvantagens que incentivam os pesquisadores a buscar novas opções de mangueira com potencial competitivo no mercado.

Supermanga

POR MEIO DE MELHORAMENTO GENÉTICO, PESqUISADORES ALMEJAM ENCONTRAR VARIEDADES DE MANGA SUPERIORES à TOMMY ATKINS

ConfiantesCONFIANTES De acordo com o pesquisador da Embrapa Semiárido Francisco Pinheiro Lima Neto, os trabalhos desen-volvidos até o momento se mostraram bastante animadores. Salienta que a diversificação das variedades nos pomares é essencial, pois diminui os riscos de perda, caso surjam novas pragas ou doenças que possam dizimar pomares de Tommy Atkins. Nesse sentido, ao abastecer o banco de germoplasma com 155 acessos e dar início à busca incessante por híbridos, os pesquisadores perceberam que é possível encontrar tipos de frutas geneticamente melhores.

Os trabalhos, no entanto, ainda não se encerraram e prosseguem até 2015. Em meio aos 3.000 híbridos encon-trados, agora as atenções se voltam às características que serão buscadas. No momento, o foco está no peso e no grau de brix. Após essa fase, a seleção ocorrerá com base em outras características, até que se encontre uma variedade superior à Tommy Atkins. A busca por híbridos, no entanto, é constante, devendo continuar ao longo dos próximos anos, uma vez que aumentam as possibilidades de encontrar genótipos ainda melhores, explica Lima Neto.

Pesquisadores analisam 3.000 híbridos de manga

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Brazilian superheroes beware. As much as it depends on research work conducted by Embrapa Semiarid (Pernambuco) teams, jointly with the units of Embrapa Cerrados (Distrito Fed-eral), Cassava and Fruticulture (Bahia), Mid-North (Piauí), Genetic Resources and Biotechnology (Federal District) and Technology Transference (present in several states), super powerful elements might work their way into the Brazilian mango orchards. As a matter of fact, it is a genetic enhancement program that seeks to create hybrid mango trees. There are 30 researchers in pursuit of diversification purposes and the establishment of mango planta-tions in the vast Vale do São Francisco region.

According to researcher Francisco Pinheiro Lima Neto, of Embrapa Semiarid, nowadays, Tommy Atkins is the variety that accounts for 80% of all mango fields in the Valley. The prefer-ence is not just based on color, size, yield and taste that fit into the export standards. It is the farmers’ fruit of choice because of its resistance to post-harvest deterioration and transport stresses. If harvested at its initial maturing stage, it will last up to 40 days. The Haden variety, for example, planted on a smaller scale in the region, continues fit for consumption for a period of 20 to 30 days. This difference in shelf life counts when it comes to decide which variety to plant or sell.

Notwithstanding its benefits, the Tommy variety poses deficien-cies, says Lima Neto. The most serious is physiological. When an imbalance occurs between the nutrients (nitrogen and calcium) in the fruit, the pulp suffers deterioration, in the form of a liquefying process, making it unfit for consumption. Another characteristic has to do with the brix level (sugar level). The variety reaches 17%, while its counterparts may have 25-percent sugar levels. The incidence of

Researchers are analyzing 3,000 hybrid mangos

ConfidentCONFIDENT According to Embrapa Semiarid researcher Francisco Pinheiro Lima Neto, all works developed so far are very encouraging. He insists that variety diversification in the orchards is an essential step, since it reduces loss risks, in the case of outbreaks of new pests and diseases with the potential to decimate the Tommy Atkins plantations. Within this context, by supplying the germ plasm database with 155 accesses, beginning their incessant search for hybrids, they soon perceived that it is possible to come up with genetically enhanced fruit varieties.

The works have not yet come to a close and will go on until 2015. Amid the 3,000 hybrids already discovered, now the focus is on the traits that are being pursued. At the moment, the focus is on the weight and degree of brix. Once this phase has been concluded, the selection work will take into consideration other characteristics, until a variety superior to Tommy Atkins is discovered. The search for hybrids, nevertheless, never stops, and is poised to continue over the coming years, as this raises the chances to come up with improved genotypes, explains Lima Neto.

THROUGH GENETIC ENHANCEMENT, RESEARCHERS ARE NOW SEEKING TO CREATE A MANGO VARIETY THAT EXCEEDS THE qUALITY OF THE COMMON TOMMY ATKINS

floral malformation, a fungus disease that jeopardizes the production, is also on the list of disadvantages that have prompted the researchers to seek new varieties with competitive potential in the market.

Super mango

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SemMedir o impacto das mudanças climáticas sobre algumas

culturas essenciais para o desenvolvimento da fruticultura brasileira. Esse é o principal objetivo de projetos desenvolvidos em uma rede nacional de pesquisadores da qual participam Embrapa Semiárido, de Petrolina (PE); Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves (RS); Instituto Agronômico e Embrapa Informática Agropecuária, ambos de Campinas (SP).

Desde 2009, quando os projetos foram aprovados, estudiosos passaram a projetar a ação de fatores ambientais sobre o meio agrícola brasileiro. Para o quesito pragas e doenças escolheram culturas de uva, algodão, banana, feijão-caupi e mamona. Os experimentos de produção são realizados em cultivos de capim buffel e feijão-caupi. Com as mudas em condições controladas de aumento de temperatura e concentração de gás carbônico (CO2),

analisam a possível reação que determinados cultivos possam ter nos anos 2020, 2050 e 2080.

Na avaliação dos cenários futuros, um dos projetos visa à realização de zoneamento agroclimático da videira. Segundo a pesquisadora da Embrapa Semiárido Francislene Angelotti, os ma-pas permitem gerar previsão sobre o que pode ocorrer com regiões produtoras da fruta. Dessa forma, a necessidade hídrica da cultura, como métodos de irrigação e quantidade de água, são avaliados. Junto a isso os estudiosos analisam como ocorre o desenvolvimento das mudas das plantas sob determinado modelo de clima.

Outro trabalho em andamento visa a avaliar o impacto das mu-danças climáticas na ocorrência de problemas fitossanitários, pois a elevação da temperatura e concentração de CO2 pode modificar o cenário de pragas e doenças de determinadas cultivares de uva.

PESqUISAS EM REGIõES BRASILEIRAS VISAM A AVALIAR O DESENVOLVIMENTODE ATIVIDADES AGRÍCOLAS EM CENÁRIOS CLIMÁTICOS FUTUROS

tempo ruim

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Importância econômica da fruticultura motiva estudos

Conforme o cenário estabelecido, explica Francislene, algumas doenças podem aumentar, diminuir ou até mesmo desaparecer.

“Um patógeno que é problema no Rio Grande do Sul, vai ser sinônimo de dificuldades no Nordeste?” Esta e outras questões são os pontos que o estudo procura responder até dezembro de 2012. A pesquisadora salienta que, atualmente, se tem as respostas sobre em quais condições de umidade, temperatura e precipitação a doença fúngica mildio se desenvolve. Como ela vai se compor-tar futuramente, entretanto, é questão que a pesquisa procura desvendar. Francislene salienta que, apesar do prazo determinado para o fim das pesquisas, novos estudos serão necessários para um maior esclarecimento das questões relacionadas aos impactos das mudanças climáticas.

FuturoFUTURO A partir do trabalho realizado até o momento, a equipe já conta com alguns resultados. A pesquisadora da Em-brapa Semiárido Francislene Angelotti afirma que determinadas informações começam a ser utilizadas para a geração de cultivares resistentes a altas temperaturas. No caso das doenças de videiras, verificou-se que as diferentes cultivares avaliadas (de mesa e de vinho) respondem de maneira diferenciada ao aumento da tem-peratura e da concentração de CO2, sendo umas mais resistentes e outras mais suscetíveis.

Com os experimentos, a rede de pesquisa detectou que ele-vações na temperatura-base de 26°C influenciam na ocorrência do oídio da videira no Submédio do Vale do São Francisco. Da mesma forma obsevaram que a maior concentração de CO2 atmosférico no interior das estufas de topo aberto modificadas favorece o crescimento da população de nematoides de vida livre no solo. Outra descoberta é que, nas condições experimentais utilizadas, o acréscimo da concentração de dióxido de carbono aumentou a severidade da ferrugem da videira em mudas da cv. Sugraone.

A elevação da temperatura interferiu ainda na infecção do míldio da videira, diminuindo a severidade da doença e aumen-tando o período latente. A doença, causada pelo fungo plasmo-para viticola – cujo desenvolvimento ocorre sob condições de temperatura em torno de 18ºC a 25ºC e umidade relativa acima de 70% –, tem grande impacto econômico em várias regiões do mundo. Além de causar danos em ramos, folhas e cachos, pode resultar em até 100% de perda da produção.

Prever os efeitos que as condições climáticas podem ter so-bre as produções de algumas frutas também tem importância econômica e social, conforme Francislene. De acordo com a Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco (Valexport), a fruticultura apresenta-se como grande geradora de empregos na região. Em média, são criadas duas vagas por hectare irrigado, o que totaliza 240 mil postos de trabalho direto.

O grande apelo econômico da atividade para os nordestinos e outras regiões brasileiras motiva a realização da atividade. Pos-sibilitar ao produtor novas estratégias de manejo, com o intuito de minimizar os impactos ambientais junto à cultura, é visto, por Francislene, como o principal benefício dos estudos. Ela observa que os impactos também podem ser positivos, se for detectado o desaparecimento de alguma praga, por exemplo. Respostas e aspirações que somente as viagens ao futuro permitirão obter.

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To measure the impact of climate changes on some crops critical for the development of Brazilian fruit-growing operations. This is the main objective of a project conducted in a national network of researchers, which includes such institutions as Embrapa Semiarid, based in Petrolina (PE); Em-brapa Grape and Wine, in Bento Gonçalves (RS); Agronomic Institute and Embrapa Agriculture and Livestock Computer Technology, both in Campinas (SP).

Since 2009, when the projects were approved, scholars started to project the influence of environmental factors on Brazil’s future agricultural scenario. For the question of pests and diseases, they selected such crops as grapes, cotton, ba-nanas, caupi-beans and castor beans. The production trials are

conducted with plants like buffel grass and caupi-beans. With the seedlings in temperature and carbonic acid gas (CO2) con-trolled conditions, they analyze possible reactions that certain crops might experience in the years 2020, 2050 and 2080.

Regarding the evaluation of future scenarios, one of the projects consists in agricultural zoning of grape vines. According to Embrapa Semiarid researcher Francislene Angelotti, maps lead to the generation of forecasts on what might occur in wine growing regions. This makes it possible to foresee the water needs of the crop, as well as irrigation methods and amounts of water needed. Along with this, the scholars analyze how the seedlings develop under certain climate models.

Another work underway evaluates the impact of climate

No bad weather

RESEARCH CONDUCTED IN BRAZILIAN REGIONS ANTICIPATES THE DEVELOPMENT OF AGRICULTURAL ACTIVITIES IN FUTURE CLIMATE SCENARIOS

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Future

Studies are prompted by the economic importance

of fruit-growing

FUTURE Based on the works conducted so far, the team has already come up with some results. Embrapa Semiarid researcher Francislene Angelotti has it that certain types of information are now being used for the generation of cultivars resistant to high temperatures. In the case of grape vine diseases, it was ascertained that the different cultivars that were evalu-ated (both table and wine grapes) respond differently to higher temperatures and CO2 concentrations, while some of them are more resistant, others are more susceptible.

Through these experiments, the research network detected that any rises in the 26ºC basic temperature exert an influence on the occurrence of oidium in the grape vines located in the Sub-Medium São Francisco Valley. In line with this finding, they also observed that higher CO2 atmospheric concentra-tions inside modified open roof greenhouses favor the popula-tion growth of soil free-living nematodes. Another finding is that, under the present trial conditions, higher carbon dioxide concentrations resulted into more severe rust outbreaks in cv. Sugraone grape cultivars.

Higher temperatures also interfered with grape vine mildew infections, reducing the severity of the disease but prolonging its dormant stage. The disease, caused by the Plasmopara viticola fungus – whose development occurs under temperatures rang-ing from 18ºC to 25ºC and relative humidity above 70% –, has a huge economic impact in several regions across the world. Besides causing damage to stems, leaves and bunches, it could cause 100-percent production losses.

To anticipate the effects the climate conditions might exert on the performance of some kinds of fruits, is also socially and economically relevant, Francislene concludes. According to the San Francisco Valley Association of Horticulture Produc-ers and Exporters (Valexport), fruit-growing is in fact a big job generator in the region. On average, two vacancies are created per cultivated hectare, which amounts to a total of 240 direct job positions.

Fruit-growing is an economically alluring activity in the Northeast and other regions across Brazil. To provide the growers with new management strategies, with the purpose to minimize the environmental impacts on the crop, is viewed by Francislene as a major outcome of the studies. She observes that there could be positive impacts, too, if the disappearance of diseases is detected, for example. Answers and expectations that only the future has in store.

changes on the occurrence of phytosanitary problems, since rising temperatures and higher concentrations of CO2 could change the pest and disease scenario in certain grape vine cultivars. According to a scenario that builds up, Francislene explains, there could be an increase in certain disease outbreaks, but they could equally diminish or disap-pear altogether.

“Is a pathogen that is currently a problem in Rio Grande do Sul synonymous with difficulties in the Northeast?” These and other questions are the topics that the study wants to clarify by December 2012. The researcher maintains that, at the moment, it is well known under what temperature, humidity conditions and precipitation levels the fungal mildew disease develops. What will its behavior be in the future, however, is a question that research is trying to find out. Francislene insists that, although a time limit has been set for the research works, new studies will be needed for further clarifying all questions related to the impacts triggered by climate change.

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EspecialEspecial . Special

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O verde das árvores e a exube-rância dos rios é apenas a parte mais visível da Amazônia. Da imensidão da floresta, a população do norte brasileiro tira alimen-to e renda. Grande parte desse sustento é obtido na coleta de frutas nativas, que são transformadas em polpas e sucos. A região possui mais de 200 espécies, mas poucas efetivamente chegam à mesa dos consumidores.

A importância da diversidade amazônica pode ser medida pelo que tem ocorrido no Pará. A fruticultura já é a quarta atividade em importância econômica no Estado, perdendo apenas para mineração, madeira e pecuária. Desde a segunda metade da década de 1990, o setor vem ganhando força, sendo uma das prioridades para geração de emprego e renda. A Secretaria da Agricultura do Estado do Pará (Sagri) trabalha no acompanhamento da produ-ção e do beneficiamento de nove frutas tropicais, que em 2010 somaram 251 mil

hectares de área plantada. O destaque fica com o açaí e o cupuaçu, entre as espécies regionais, e o abacaxi, a laranja e o maracujá nas exóticas.

O gerente de fruticultura da Sagri, Geraldo Tavares, ressalta que o extrativis-mo é predominante na coleta das frutas regionais. Porém, observa ele, o processo de industrialização tem forçado a evolução de plantios racionais. “O volume produzido da maioria das espécies é ainda insuficiente para atender à demanda das agroindústrias, mesmo no período da safra”, destaca. A maior parte das espécies amazônicas não são comercializadas in natura, mas na forma de polpas, sucos, xaropes, licores e geleias. O processamento é necessário em função das grandes distâncias que é preciso percorrer até atingir os mercados consumidores. As agroindústrias se concentram nos arredores da capital Belém e no nordeste do Estado.

Tavares explica que as microempresas processam apenas um tipo de fruta e

precisam paralisar as atividades no período da entressafra. As empresas consideradas médias e algumas pequenas trabalham com um mix de 10 a 15 espécies. “Estima-se que 85% da produção de polpa abasteça o mercado nacional, sendo que 15% atende à demanda local e 70% aos demais estados”, enfatiza.

A fruticultura é considerada uma ativi-dade importante para o desenvolvimento da região amazônica em função da possibili-dade de utilização em sistemas agroflorestais sustentáveis. O gerente da Sagri considera a cadeia produtiva uma excelente alterna-tiva para fortalecer as economias locais. A atividade provoca um elevado efeito multiplicador de renda, com o uso de mão de obra intensiva. Cada hectare produzido emprega de dois a cinco trabalhadores. “O volume de investimentos necessário para viabilizar a produção de frutas é, em geral, inferior ao de outros segmentos dinâmicos do agronegócio”, enfatiza.

FRUTICULTURA NA REGIãO NORTE REVELA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES qUE GARANTE O SUSTENTO DO POVO DA FLORESTA

Ajuda providencial

Atividade extrativista predomina, mas plantios têm aumentado

AJUDA PROVIDENCIAL A fruticultura da região ganhou impulso com a criação do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), em 1989. Por meio desse mecanismo, os produtores têm acesso a crédito para o desenvolvimento de arranjos produ-tivos locais, que fortaleçam as economias dos municípios. O Banco da Amazônia é o agente financeiro responsável pela administração dos recursos do FNO, que, além da fruticultura, fomenta projetos florestais, de piscicultura e de turismo sustentável. Desde 1989 até 2011, foram investidos R$ 404,1 milhões somente na fruticultura da região Norte. No total foram mais de 95 mil contratos, envolvendo em torno de 20 espécies.

A gerente de Análise de Projetos da instituição, Raimunda Carmem, destaca que, para a melhor aplicação das verbas, foi realizado um trabalho de identificação dos principais desafios para o desenvolvimento do setor em cada Estado do Norte. O levantamento detalha a situação de cada projeto e as ações necessárias para cumprir com as metas estabelecidas. Ela considera que a fruticultura é a atividade com maior potencial de distribuição de renda em fluxo regular na região amazônica. “O setor representa alternativa sustentável para a geração de renda e ocupação de mão de obra, sobretudo na agricultura familiar”, analisa.

Segundo ela, é fundamental ampliar os investimentos em pesquisa para plantio e beneficia-mento. “Muitas frutas dependem de oferta extrativa e o mercado exige a ampliação da produção em bases racionais e agregação de valor”, justifica. quanto a novas linhas de financiamento para a cadeia produtiva, o gerente de Gestão de Programas Governamentais, Oduval Lobato, diz que o Banco da Amazônia não pretende ampliá-las. “O que é preciso nesse momento é intensificar e massificar a aplicação das verbas disponíveis”, observa.

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The greenness of the trees and the exuberance of the rivers is just the most apparent part of the Amazon region. From the vastness of the jungle, the people in northern Brazil derive their income and livelihood. A huge portion of this subsistence comes from native fruit picking activities, then trans-formed into pulp and juice. There are more than 200 species in the region, but only few of them reach the consumer’s table.

The importance of the Amazonian diversity could be measured by what has occurred in Pará. Fruit-growing ranks now fourth in economic importance in the State, coming only after mining, timber and cattle farming. Since the second half of the 1990s, the sector has picking up steam, and has become a priority in terms of jobs and income. The State Secretariat of Agriculture in the State of Pará (Sagri) keeps a close watch on the production and processing of nine tropical fruit species, which in 2010 comprised 251 thousand

hectares of planted area. The highlights are the açaí and cupuaçu, among the regional species, and among the exotic species, the most common ones include oranges, pineapples and passion fruit.

The manager of Sagri’s fruit-growing division, Geraldo Tavares, stresses that extractivism prevails in regional fruit picking activities. However, he observes, the industrialization processes have forced the establishment of plantations. “The production volume of most species is not yet big enough to meet the needs of the agroindustries, even during the season”, he points out. Most Amazonian species are not traded fresh, but in the form of pulp, juice, syrup, liquor and jam. Pro-cessing is necessary by virtue of the huge distances that have to be covered to reach the consumer markets. All agroindustries are located in the surroundings of the capital city, Belém, and in the northeastern portion of the State.

Tavares explains that the microcom-panies process just one type of fruit and shut down during off-season time. The medium-sized companies and some small ones process from 10 to 15 species. “It is estimated that 85% of the pulp is destined for the national market, of which, 15% is for local demand and 70% for the other states”, he explains.

Fruit-growing is viewed as an important economic activity for the development of the Amazon region as it could become an integral part in sustainable agroforestry systems. Sagri manager views the produc-tion chain as an excellent alternative for strengthening the local economies. The activity triggers a powerful income mul-tiplying factor, with intensive use of labor. Every planted hectare employs two to four workers. “The volume of investments needed to make fruit growing feasible is, in general, inferior to other dynamic agribusi-ness segments”, he stresses.

Plenty of choicesFRUIT-GROWING OPERATIONS IN THE NORTH REVEAL A DIVERSITY OF SPECIES

THAT PROVIDE A LIVELIHOOD FOR THE PEOPLE OF THE JUNGLE

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Extractive activities predominate, but plantings have been soaring

Timely helpTIMELY HELP The activity picked up steam in the region with the creation of the Constitutional Financing Fund for the North (FNO, in the Portuguese acronym), in 1989. This mechanism gives growers access to credit lines for the development of local production arrangements, which strengthen the economies of the municipali-ties. The Amazon Bank is the financing agent responsible for administrating all FNO resources, which, besides fruit growing, foster reforestation projects, fish farming and sustainable tourism. From 1989 till 2011, investments in fruit-growing alone reached R$ 404.1 million in the North. In all, more than 95 contracts were signed, involving some 20 fruit species.

The manager of Project Analysis of the institution, Raimunda Carmem, clarifies that for the purpose of applying the grants in the best manner possible, a survey of the most pressing challenges was conducted for every sector in all States of the North. The survey gives details about the situation of every project and the necessary actions to comply with the previously set targets. She considers that fruit growing is the activity with the highest income distribution potential, on a regular basis, in the entire Amazon region. “The sector represents a sustainable alternative for the generation of income and the use of labor, especially in family farming operations”, she analyzes.

According to her, it is of fundamental importance to expand the investments in research into planting and processing systems. “Lots of fruit depend on extractive offer and the market requires bigger production volumes in rational bases and added value”, she justifies. As to new credit lines for the production chain, the manager of Government Programs, Oduval Lobato, says the Bank is not considering any expan-sion. “What the moment requires is an intensification and massification of all available financial grants”, he observes.

DIVERSIDADE . DIVERSITYFruticultura paraense (2010)

Fruta Área (ha) Produção (t)

Abacaxi 8.403 248.772

Açaí* 77.627 706.488

Banana 41.716 539.979

Cacau 72.021 52.376

Coco** 23.785 230.873

Cupuaçu 12.373 41.142

Laranja 12.110 200.419

Maracujá 2.720 25.918

Mamão 1.043 17.060Fonte: IBGE - Elaboração: Sagri*Corresponde aos dados da PAM, sem a soma da produção de 117.554 toneladas (IBGE-PEVS)**Mil frutos

EMPURRÃOZINHO . A LITTLE PUSHFinanciamento da fruticultura no Norte

Estado Área (ha)Valores

contratados (R$)

Acre 10.675,69 28.401.346,59

Amazonas 29.217,90 72.218.623,88

Amapá 10.068,21 12.934.059,96

Maranhão 1.287,50 2.062.752,32

Mato Grosso 176,55 283.359,19

Pará 162.369,97 226.504.257,68

Rondônia 18.111,71 25.408.022,12

Roraima 2.933,39 4.512.237,91

Tocantins 13.208,30 31.783.925,54

Total 248.049,21 404.108.685,20Fonte: Banco da Amazônia - Período: 1º/1/1989 a 31/12/2011Frutas envolvidas: bacuri, cupuaçu, camu-camu, açaí, taperebá, laranja, banana, abacaxi, maracujá, melancia, coco-da-baía, buriti, castanha-do-pará, pupunha, citrus, caju, graviola, mamão e guaraná.

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OO interesse pelos sabores da Amazônia vem aumentando a cada ano. O resultado das exportações de sucos e frutas do Pará mostram bem essa realidade. Segundo relatório da Secretaria da Agricultura do Estado do Pará (Sagri), as vendas externas do segmento cresceram 240% entre 2000 e 2010, quando fecharam em US$ 26,7 milhões. A maior parte dos embarques são de sucos, que tiveram faturamento de US$ 20,2 milhões em 2010 e de US$ 24,1 milhões em 2011.

O bom desempenho faz com que essa cadeia frutícola ocupe o sexto lugar na pauta de exportações do agronegócio paraense. O gerente de fruticultura da Sagri, Geraldo Tavares, avalia como promissoras as expectativas de crescimento ainda maior do setor, tanto em frutas exóticas quanto regionais. “A demanda interna-cional por esses produtos tem aumentado consideravelmente devido às campanhas realizadas nos países do Hemisfério Norte sobre as vantagens para a saúde do consumo de sucos naturais”, destaca.

O presidente do Instituto Frutal, Euvaldo Bringel, acredita que o potencial da região em fruticultura recém está começando a ser explorado, de forma rápida e madura, em uma convergência entre produção e preservação. “A Amazônia é uma marca muito forte, que induz a se pensar no produto da floresta, um produto verde de qualidade”, afirma.

Na divulgação das frutas brasileiras no exterior, a região tem espaço garantido com o programa amazon Flavours, lançado em agosto de 2010 como parte do projeto Brazilian Fruit. Nessa ação específica, a parceria entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf) ganhou o reforço do Sindicato das Indústrias de Frutas e Derivados do Estado do Pará (Sindfrutas).

Segundo o então gerente do Ibraf, Maurício Ferraz, o progra-ma consiste na realização de iniciativas de marketing envolvendo principalmente açaí e castanha-do-pará. Dessa forma, em 2011 foram feitas várias ações importantes, entre elas, a instalação de

Sabores queconquistamVENDA AO EXTERIOR DE SUCOS E FRUTAS OCUPAM O SEXTO

LUGAR NA PAUTA DE EXPORTAçõES DO AGRONEGóCIO PARAENSE

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Embarques do setor cresceram 240% em

uma década

um quiosque durante o festival de cinema de Cannes, na França, que ocorreu no mês de maio. “Servimos açaí na tigela, frutas frescas e água de coco, explicando os benefícios de cada produto”, enfatiza. Ocorre ainda a divulgação do site da iniciativa, o www.amazonflavoursbrazil.com.

Para 2012, o comitê gestor discute a ampliação do projeto. A ideia é aproveitar as atividades programadas e divulgar também as superfrutas, espécies com propriedades funcionais, como mirtilo, acerola e goiaba vermelha. Serão convidados jornalistas estrangeiros para conhecerem as áreas de produção no Brasil, além de manter a divulgação nas principais feiras do setor pelo mundo.

quanto à eficácia das atividades realizadas, o ex-gerente do Ibraf diz que é difícil de ser medida. O problema, evidencia ele, é que não há como saber ao certo a quantidade de vendas feitas ao exte-rior. Isso ocorre porque as frutas amazônicas e seus derivados não têm uma Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) própria para registro das exportações e são incluídas no item “outras frutas processadas”. O código, utilizado também por Argentina, Uruguai e Paraguai, serve para detalhar as mercadorias comercializadas entre os países em grupos específicos. Dessa forma, é obrigatório que o número conste na documentação de todas as transações de importação e de exportação.

Vitrine amazônicaVITRINE AMAZÔNICA A divulgação das potencialidades da região Norte ganhou um reforço de peso a partir de 2006, quando foram realizadas as primeiras edições da Frutal Amazônia e Flor Pará. Os eventos são promovidos pelo Instituto Frutal, que tem sede em Fortaleza (CE), e em 2012 ocorrem de 7 a 10 de junho, em Belém (PA).

Nos seis anos consecutivos em que foi realizada, a iniciativa atraiu produtores paraenses e de estados vizinhos. Em 2011, por exemplo, o Frutal contou com 300 expositores, que mo-vimentaram R$ 22 milhões em negócios. Os 37 mil visitantes tiveram à disposição um leque de 200 palestras e debates, sobre os mais diversos temas envolvendo fruticultura, pecuária, grãos e flores.

O presidente do instituto, Euvaldo Bringel, está entusiasmado com a transformação pela qual vem passando o agronegócio na Amazônia. “Estamos saindo de uma situação na qual tudo é proibido para o uso de tecnologia, que casa com a preservação do meio ambiente. Evoluímos rápido e com maturidade”, observa.

quanto à fruticultura, Bringel entende que a região possui um enorme potencial. Lembra que quando o Frutal começou, em 2006, o Estado do Pará exportou US$ 7,5 milhões em sucos. Em 2011, a cifra chegou a US$ 24,1 milhões. Bringel acredita que o evento tem uma parcela de mérito nesse incremento. “Os produtores conseguem, em um só espaço, passar por capacitação e conhecer todo o processo que envolve as cadeias produtivas.”

CONQUISTADOR .CONQUERER

Exportações de sucos do Pará (US$ milhões)

2004 6,4

2005 7,5

2006 12,3

2007 14,9

2008 23,5

2009 27,9

2010 20,2

2011 24,1Fonte: Secex

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The interest in Amazon tastes has been rising year after year. The result of juice and fruit exports in Pará attest to this re-ality. According to a report by the Secretariat of Agriculture of (Sagri), foreign sales in the segment increased by 240% from 2000 to 2010, when they reached US$ 26.7 million. The majority of the shipments consist of juices, which raked in US$ 20.2 million in 2010 and US$ 24.1 million in 2011.

The good performance of this fruit chain is responsible for the sixth position occupied by the export agribusiness sector in the state of Pará. Sagri manager of the fruit growing division, Geraldo Tavares, anticipates further and promising growth rates of the sector, both in exotic and regional fruit. “Interna-tional demand for these products has risen considerably due to campaigns conducted in the Northern Hemisphere countries on the health benefits derived from the habit of eating fruit and consuming natural juices”, he points out.

Frutal Institute president Euvaldo Bringel believes that the potential of the region in terms of fruit growing is still in its fledgling stage, but has been making strides in a fast and responsible manner, where

production works and environmental pres-ervation converge. “The Amazon is a very strong trademark, which induces people to think in terms of forests, green and quality products”, he argues.

The region is always included in any Brazilian fruit publicity moves abroad. The program Amazon Flavours, launched in August 2010, is an integral part of the Brazilian Fruit project. In this specific move, the partnership with the Brazilian Investments and Exports Promotion agency (Apex-Brasil) and the Brazilian Fruit Institute (Ibraf) has earned the support of the Fruit and byproducts Industry of the State of Pará (Sindfrutas).

According to Ibraf former manager, Maurício Ferraz, the program consists of market-oriented initiatives, with particular emphasis on such fruit as açaí and cashew nut. In 2010, this emphasis triggered several important initiatives, among them, the construction of a kiosk during the Cannes film festival, in May. “We served açaí, fresh fruit and coconut milk in elegant cups and saucers, presenting an overview of the benefits of every different product”, he says. What is also available is the site of the initia-

tive, www.amazonflavoursbrazil.com.For 2012, the managing committee is

considering expanding the project. The idea is to take advantage of the scheduled activities and give publicity to superfruit, too, species that boast functional properties, like myrtle, acerola and red guava. Foreign journalists will be invited to learn about the production areas in Brazil, besides taking these fruit to all major fairs of the sector around the world.

As to the effectiveness of the initia-tives carried out, the former manager of Ibraf considers it difficult to measure. The problem, he concedes, is that there is no way to come up with the exact amount of fruit shipped abroad. This occurs because the Amazonian fruits and byproducts have no Common Nomenclature in the Market (CNM) for recording all exports and are simply included in the item “other processed fruit”. The code, also utilized by Argentina, Uruguay and Paraguay, has the purpose to detail the goods marketed be-tween the countries in specific groups. This makes it mandatory to state the number on the documentation of all import and export transactions.

Alluring tastes

SHIPMENTS OF JUICES AND FRUIT ABROAD RANK SIXTH ON THE AGRIBUSINESS EXPORT AGENDA IN PARÁ

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Amazon showcaseAMAZON SHOWCASE The disclosure of the potentialities of the North was granted a great help as of 2006, when the first editions of Frutal Amazônia and Flor do Pará were held. These events are promoted by the Frutal Institute, based in Fortaleza (CE), and in 2012 they are scheduled for 7 to 10 July, in Belém (PA).

During the six consecutive years the Frutal was held, it attracted producers from Pará and neighboring states. In 2011, for example, Frutal attracted 300 exhibitors, who closed business deals worth R$ 22 million. The 37 thousand visitors had at their disposal a slate of 200 lectures and debates, on a variety of themes involving fruit-growing, livestock operations, grain crops and flowers.

The president of the institute, Euvaldo Bringel, is excited about the transformation agribusiness is going through in the Amazon. “We are getting out of a situation where everything is forbidden for the use of technology, which is in line with environment preservation concerns. We made strides in no time and with maturity”, he observes.

With regard to fruit-growing, Bringel understands that the region possesses an enormous potential. He recalls that when the Frutal Fair started, in 2006, the state of Pará exported US$ 7.5 million worth in juices. In 2011, the amount soared to US$ 24.1 million. Bringel has it that the event has its share in this increase. “The growers are provided the chance to, in one space only, take qualification courses and learn about the entire process that involves the production chains”.

Exports of the sector increased by 240% in a decadeSí

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AA partir do momento em que as frutas da Amazônia

conquistaram fãs fora da região, fizeram-se necessárias a intensifi-cação dos plantios e a preocupação com escala e regularidade de abastecimento. É nesse cenário que se torna de suma importância a pesquisa. E as várias instituições existentes nos estados do Norte cumprem bem esse papel.

O pesquisador José Edmar Urano de Carvalho, da Embrapa Amazônia Oriental, de Belém (PA), costuma dizer, segundo ele de forma irônica, que antes se plantava “mato” e hoje já se começou a plantar frutas. Ele explica que nos primeiros tempos, quando o agricultor decidia produzir açaí, por exemplo, ía à feira comprar a fruta, retirava as sementes e as utilizava. Se haveria colheita e quanto renderia era uma incógnita. “Atualmente, já foram desenvolvidas variedades de cupuaçuzeiro, açaizeiro, guaranazeiro, cacaueiro e maracujazeiro, com frutos de melhor qualidade e mais produtivos”, comemora.

Mesmo com o grande avanço das pesquisas, ainda existe dificul-dades para transformar em realidade econômica toda a diversidade que a Amazônia tem para oferecer em termos de frutas. Carvalho lembra que são mais de 220 espécies nativas e que em torno de 50 foram identificadas com potencial para novas culturas.

Conforme o pesquisador, existem muitas barreiras que impe-dem que as frutas amazônicas sejam cultivadas em larga escala. “A maioria das espécies nativas não são adequadas para o consumo in natura, devido à acidez elevada que apresentam”, exemplifica. Sendo assim, há a necessidade de instalação de indústrias de processamento em suco pronto para beber. “O que se produz é apenas a polpa congelada, que, se analisarmos criteriosamente, não é produto e sim, matéria-prima”, entende.

Outro entrave, na sua opinião, está na falta de estudos mais intensos sobre os aspectos agronômicos e de composição química. “Caracterizar determinadas espécies como alimento funcional tem

CaminhoAUMENTO DE INTERESSE PELAS FRUTAS AMAZôNICAS REqUER

PRODUçãO EM MAIOR ESCALA E COM REGULARIDADE NO FORNECIMENTO

Pesquisa ajuda a tornar espécies mais produtivas e de qualidade

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From the moment Amazon fruits conquered aficiona-dos outside the region, planting intensification became inevitable and the same holds for scaled production and supply regularity. It is in such a scenario that research works turn out to be greatly important. And the various institutions throughout the northern states fulfill this role perfectly.

Researcher José Edmar Urano de Carvalho, of Embrapa Eastern Amazon, based in Belém (PA), jokingly comments that in the past “jungle” was planted, now it is fruit trees. He explains that, years ago, when a farmer opted for planting açaí, for example, he used to go to a fruit stand and buy some fruit, extract the seeds and plant them. If and when the future plants would yield fruit was something nobody knew. “Nowadays, there are lots of varieties in the market, including such fruit species as cupuaçu, açaí, guarana, cocoa and passion fruit, with fruits of better quality and more productive”, he celebrates.

Although research has advanced considerably, there is still difficulty transforming into economic reality the range of fruit diversity throughout the Amazon region. Carvalho recalls that there are upwards of 220 native species and 50 of them have been identified with a potential for new crops to be explored.

According to the researcher, there are many barriers that prevent large scale plantations in the Amazon. “Most native species are not proper for fresh consumption, due to their high acidity content”, he exemplifies. As things are, ready-to-drink juice processing in-dustries must start operating in the region. “What is produced is just frozen pulp, which, if strictly analyzed, is not a product, but raw material”, he understands.

Another hurdle, in his opinion, is the lack of more intense studies on the agronomic side and chemical composition. “The characterization of certain species as functional food exerts a strong consumer-alluring effect, particularly in discerning markets. How-ever, most of the knowledge people have of these fruit is restricted to botanical aspects”, he informs.

The Embrapa researcher maintains that it is important to con-nect the fruit of the region to the idea of superfruit. Nonetheless, he believes that this should not be the only strategy for an unknown species to conquer new markets. “Making eating a pleasurable experience should be taken into consideration”, he evaluates.

The right track

SOARING INTEREST IN AMAZON FRUITS REqUIRES PRODUCTION ON A LARGER SCALE AND REGULAR SUPPLIES

Research works boost productivity rates and quality

um forte apelo no mercado, principalmente nos países desenvol-vidos. No entanto, em grande parte o conhecimento que se tem está restrito aos aspectos botânicos”, informa.

O pesquisador da Embrapa considera interessante vincular as frutas da região à ideia de superfrutas. Mas acredita que essa não deva ser a única estratégia para uma espécie desconhecida con-quistar novos mercados. “Comer é um ato prazeroso. Portanto, a questão do sabor deve ser levada em consideração”, avalia.

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CASTANHA

A castanha-do-brasil, também conhecida como castanha-do-pará, tem sua produção basicamente oriunda de áreas de extrativis-mo. Mesmo com cerca de um milhão de castanheiras plantadas, seu cultivo ainda não deslanchou. Isso porque as árvores instaladas não apresentam boa produtividade, o mesmo ocorrendo com as nativas. Outra questão que dificulta o avanço do plantio é o longo período de espera até a árvore atingir o potencial máximo de produtividade, que é entre 15 e 18 anos em pomares com plantas enxertadas.

A castanheira também é uma excelente produtora de madeira de qualidade, múltiplos usos e fácil de trabalhar. No entanto, com

esse objetivo não chega a ser explorada. A árvore possui boa altura e diâmetro e é pouco atacada por pragas e doenças. O Pará, durante muito tempo, foi o principal produtor e exportador de castanha, por isso ela ficou conhecida pelo nome de castanha-do-pará. En-tretanto, no mercado internacional a fruta passou a ser conhecida como castanha-do-brasil ou brazil nut. Em decreto de 1961, o governo brasileiro estabeleceu como obrigatório o uso do termo castanha-do-brasil para efeito de comércio exterior. Hoje existe um movimento que defende que a espécie seja rebatizada de castanha-da-amazônia, por ser produzida também em outros países que pertencem ao bioma amazônico, como Colômbia, Peru, Bolívia e Guiana.

Campeãs

AÇAÍ

Mais de 70% da produção é oriunda das áreas nativas em várzeas de rios, que necessitam de manejo para produção dos frutos. O plantio em terra firme com irrigação suplementar, no período da estiagem, vem sendo intensificado. Os açaizais de várzea tem a produção concentrada no segundo semestre, com picos entre setembro e outubro. Os de terra firme têm melhor distribuição no decorrer do ano. Entre 30% e 40% da produção ocorre no primeiro semestre, ocasião em que o preço da fruta alcança até seis vezes o valor praticado no segundo semestre, quando entra a safra.

O açaí é a fruta mais consumida na Amazônia. A colheita supera 700 mil toneladas anuais, proporcionando 300 mil t do chamado “vinho de açaí”, um refresco de consistência pastosa. O Pará é o principal produtor, com mais de 90% do total colhido da espécie Euterpe oleracea L. No Amazonas e no Acre também há produção, porém da espécie Euterpe precatória L., cuja bebida é considerada de qualidade inferior pelos paraenses.

A partir da década de 1990, o açaí, que era consumido somente na Amazônia, ganhou o País. Isso foi possível com o aperfeiçoamento das técnicas de congelamento e o desenvolvimento de máquinas processadoras. As estatísticas não são muito corretas. Presume-se que entre 20 mil e 25 mil t sejam destinadas aos demais estados brasileiros. Para o exterior, a estimativa é que sejam enviadas em torno de 6 mil t.

de preferência

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CACAU

A Bahia sempre foi o grande produtor do cacau brasileiro. A vassoura-de-bruxa arrasou lavouras nas décadas de 1980 e 1990, mas o Estado ainda ocupa o primeiro lugar do ranking nacional. Por outro lado, o Pará desponta como um importante polo, sendo o segundo maior fornecedor da amêndoa no Brasil e crescendo em produção e área a cada ano. Na safra de 2011, o Estado produziu 63.739 toneladas, 25,7% do total brasileiro, com área cultivada de 84.866 hectares. O rendimento médio é em torno de 800 quilos por hectare. Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a Bahia produziu no período 154.634 toneladas (62,3% do total), em 542.550 hectares. A produção do País em 2011 atingiu a 248.165 toneladas em 701.960 hectares.

A Secretaria de Agricultura do Estado do Pará (Sagri) e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) estão elaborando o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura, com enfoque em lavouras tanto em terra firme quanto em várzea. O objetivo é tornar o Estado o maior produtor de amêndoa de cacau do Brasil até 2023. A atividade é considerada uma das alternativas mais viáveis para o desenvolvimento rural sustentável do Pará, principalmente em propriedades familiares.

A produção paraense é considerada extremamente competitiva, tendo o cultivo de uma tonelada custo de, no máximo, US$ 1 mil. O programa se baseia ainda na perspectiva de implantação de pelo menos oito plantas industriais para processamento da amêndoa no próprio Estado. Para estimular a produção de cacau, foi criado o Fundo de Apoio à Cacauicultura (Funcacau).

Fonte: Secretaria de Agricultura do Estado do Pará (Sagri)

CUPUAÇU

O cupuaçuzeiro é um perfeito exem-plo de reversão do extrativismo para o cultivo. Atualmente, toda a produção vem de áreas plantadas, com estimativa de 28 mil hectares. A espécie é largamente utilizada em sistemas agroflorestais, em decorrência de suportar sombreamento mesmo na fase adulta.

O cupuaçu não é consumido na for-ma in natura por ser muito ácido. A polpa é utilizada para o preparo de refrescos, doces, sorvetes, licores e bebidas lácteas. Na culinária, é ingrediente usado em bolos, pudins e cremes. Na Amazônia, é comum o consumo de bombom de chocolate com recheio de cupuaçu.

O óleo extraído da semente é utilizado na indústria de cosméticos. Essa atividade rivaliza com a confecção do cupulate, um produto similar ao chocolate, oriundo da semente do cacau. A vantagem do cupu-late é que não possui em sua composição os alcaloides cafeína e teobromina, pre-sentes no chocolate e que podem causar reações adversas em algumas pessoas.

Fonte (açaí, castanha e cupuaçu): José Edmar Urano de Carvalho, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental

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BRAZIL NUT

The production of Brazil nut, also known as Pará nut, comes almost entirely from extractivisitic operations. Although about one million nut trees have been planted, the cultivation of this fruit has not yet taken off. It happens because the trees that were planted did not show satisfactory results in terms of productivity, and the same holds for the native trees. Another hurdle that impairs the establishment of nut plantations is the long time the tree takes until it begins to produce a full crop, ranging from 15 to 18 years in orchards established with grafted plants.

The brazil nut tree is also an excellent source of high quality timber, with multiple uses and easy to handle. Nonetheless, it has not yet been explored for that purpose. The tree is rather high, with a reasonable diameter, and little susceptible to pests and diseases. For years the state of Pará was the leading producer and exporter of brazil nuts, and this is why the fruit became known as Pará nut. However, in the international marketplace, the fruit became known as brazil nut. A Government Act promulgated in 1961 made it mandatory to refer to the fruit as brazil nut in any foreign export operation. Currently, there is a feeling around that the fruit should be rebaptized as Amazon nut, as it is also produced in other countries that belong to the Amazon biome, like Colombia, Peru, Bolivia and Guiana.

Preferred

AÇAÍ

More than 70% of the crop originates from native areas in river valleys, where management is needed for the production of fruit. Dryland plantings, with supplementary irrigation, during the dry season, are now on the rise. Meadowland açaí plantations are mostly carried out in the second half of the year, and reach their peak in September and October. Dryland plantations take place on a regular basis over the year. From 30% to 40% of the entire production occurs in the first half of the year, when the fruit fetches up to six time bigger prices compared to the rest of the year, when the season starts.

The açaí is the most consumed fruit in the Amazon region. Harvest reaches upwards of 700 thousand tons a year, resulting

into 300 thousand tons of the so-called “Açaí wine”, a soft drink of a smooth pasty consistency. The state of Pará is the leading producer, with more than 90% of the total from the species known as Euterpe oleracea L. In the states of Amazon and Acre, the fruit is also produced, but the variety is known as Euterpe precatória L., whose beverage is viewed as inferior in quality by the people in Pará.

As of the 1990s, the açaí, which was only consumed in the Amazon, began to find its way into the entire Country. This was made possible through the development of freezing techniques and processing machinery. There are no accurate statistical fig-ures. Presumably, some 20 to 25 thousand tons are destined for other Brazilian states. As for exports, it is estimated that about 6 thousand tons are shipped abroad.

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CUPUAÇU

The cupuaçu tree is a perfect example of the reversion from extractivism to real cultivation. Currently, the entire production volumes come from planted areas, estimated at 28 thousand hect-ares. The species is largely utilized in agroforestry systems, since it puts up with shady conditions even during its adult stage.

The cupuaçu is not consumed fresh because of its high acidity content. The pulp is destined for the preparation of soft drinks, sweets, ice-creams, liquors, and lactose beverages. In culinary preparations, it is an ingredient for cakes, puddings and creams.

In the Amazon region, chocolate candy, stuffed with cupuaçu are very common.

The oil extracted from the seed is utilized in the cosmetic industry. This activity competes with the cupulate, a product similar to chocolate, made from cocoa seed. What makes the cupulate better is the fact that its composition does not contain any caffeine or theobromine, common in chocolate, which can cause adverse reactions in some people.

Source (açaí, brazil nut and cupuaçu): José Edmar Urano de Carvalho, researcher with Embrapa Eastern Amazon

COCOA

Bahia has always been the leading producer of cocoa in Brazil. Witch’s broom is the disease that decimated the cocoa fields back in the 1980s and 1990s, but the State still ranks first in the national scenario. On the other hand, the state of Pará is now turning into an important hub, and is the second largest supplier of almonds in Brazil, while the planted area and crop are rising year after year. In the 2011 crop year, the state produced 63,739 tons, representing 25.7% of the total in Brazil, with a cultivated area of 84,866 hectares. Average yields reach about 800 kilos per hectare. From figures released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), the state of Bahia produced 154,634 tons (62.3% of the total) during the same period, on 542,550 hectares. The entire crop in the Country reached 248,165 tons in 701,960 hectares in 2011.

The Secretariat of Agriculture of the State of Pará (Sagri) and the Executive Commission for the Cocoa Culture Plan (Ceplac) are now devising the Development Plan for the Cocoa Production Chain, focused on both dryland and meadowland plantations. The target is to transform the State into the leading cocoa almond producer in Brazil, by 2023. The activity is viewed as one of the most viable ones for sustainable rural development in Pará, especially for family farming operations.

Production in Pará is extremely competitive, and one ton is produced at US$ 1 thousand, at the most. The program is also based on the perspective of the implementation of at least eight industrial plants for processing almonds in the State. For the purpose of encouraging the production of cocoa, the Cocoa Support Fund was created (Funcacau).

Source: Secretariat of Agriculture of the State of Pará (Sagri)

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NNenhum lugar na Amazônia ou fora dela retrata melhor a

biodiversidade da região Norte do que o mercado do Ver-o-peso, em Belém, capital do Pará. No complexo de 35 mil metros quadrados, a variedade de formas, cores e aromas é tão exuberante quanto a própria floresta. É a maior feira livre da América Latina, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1977.

A origem do espaço data do século 17. à época servia como um entreposto de fiscalização de tributos, que incluía a verificação do peso das mercadorias. Vem daí o nome. A estrutura arquitetônica é de estilo neoclássico. No local pode se observar luxuosas peças de ferro, além de azulejaria e gradil vindos da Europa. Toda essa suntuosidade é uma herança do apogeu econômico do ciclo da borracha na Ama-zônia, que ocorreu entre o final do século 19 e o início do 20.

No total são 22 setores, entre eles o Mercado da Carne, o Mer-cado de Peixe, a Feira do Açaí, o Solar da Beira, a Praça do Relógio, a Praça do Pescador, a Ladeira do Castelo e a Doca e a Feira do Ver-o-peso. “Essa diversidade de funções – centro de abastecimento alimentar, ponto turístico e patrimônio histórico tombado – faz com que os paraenses se encham de orgulho”, destaca Wady Khayat, coordenador de Turismo de Belém.

É grande a quantidade de produtos que podem ser encontrados: peixes e crustáceos; hortaliças folhosas desconhecidas em outras regiões do País; pimentas diversas; plantas medicinais e muitas

Para ver e levarCOMPLEXO DO VER-O-PESO, EM BELÉM, MAIOR FEIRA LIVRE DA AMÉRICA LATINA,

RETRATA A DIVERSIDADE DA CULINÁRIA E DA CULTURA DO NORTE DO PAÍS

Açaí é principal fruta vendida e tem feira

própria no local

frutas. O pesquisador José Edmar Urano de Carvalho, da Embrapa Amazônia Oriental, com sede na cidade, lembra que mesmo que as grandes redes de supermercados incluam frutas nativas em seus itens de comercialização, é na feira que se encontra a maior diver-sidade delas. E as barracas permanecem abertas diariamente, com exceção do segundo domingo de outubro, quando ocorre o Círio de Nazaré, procissão em homenagem à padroeira dos paraenses – Nossa Senhora de Nazaré.

O açaí é a fruta com maior comercialização no Ver-o-peso. Ela é tão importante que ganhou espaço próprio, a Feira do Açaí. Con-forme dados da Secretaria Municipal de Economia de Belém, são em torno de 1,7 milhão de quilos por mês, chegando a 20 mil quilos por ano. Carvalho observa que mesmo na entressafra, entre janeiro e junho, a fruta não falta. Nesse período, o produto vem da Ilha do Marajó e da região da pré-Amazônia maranhense. “É a primeira fruta a chegar e a primeira a sair, pois a partir das 10h o açaí já deve estar preparado para o consumo”, observa.

A manga é a segunda fruta mais vendida no local, com mais de 900 mil quilos em 2011. Logo em seguida vem a pupunha, fruto geralmente consumido cozido e acompanhado de um cafezinho. Ele também é um ingrediente tradicional da culinária do Pará em forma de farinha. No complexo ainda se encontra o maior entreposto de pescado fluvial e marítimo da região Norte. Desembarcam por lá, diariamente, em torno de 80 toneladas de várias espécies.

Outro setor que chama a atenção dos frequentadores do mercado é o que vende ervas medicinais e essências da Amazônia. Benzedeiras fazem suas orações e “curas” em público. O artesanato está igualmente presente no Ver-o-peso, com destaque para as cerâmicas marajoara e tapajônica. O fato é que um passeio pelo grande complexo de Belém dá uma amostra da riqueza do Pará e da Amazônia.

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No place in the Amazon region or out of it depicts the biodiversity of the region as accurately as the check-the-weight market in Belém, capital city of Pará. In the 35-thousand-square-meter complex the varieties of forms, colors and aromas is as exuberant as the forest itself. It is the biggest free fair in Latin America, declared as a heritage site by the National Histori-cal and Artistic Heritage Institute (Iphan) em 1977.

The origin of the place goes back to the seventeenth century. At that time it was a tax inspection post, where the weight of the goods was also checked. This explains its current name. The architecture struc-ture is neoclassical. The venue is home to luxurious iron crafts, glazed and orna-mental tiles and railing from Europe. This sumptuousness is a reminder of the peak rubber production years, also known as

Look and buyCHECK-THE-WEIGHT MARKET IN BELÉM, LARGEST FREE FAIR IN LATIN AMERICA,

DEPICTS THE LOCAL CULINARY DIVERSITY AND THE CROP IN THE NORTH

Açaí is the best-selling fruit with its own local fair

the Amazon rubber cycle, in the late 1890s and early 1900s.

In all, there are 22 sectors, comprising the Meat market, Fish Market, Açaí Fair, Manor House, Clock Plaza, Fisher Plaza, Ladeira do Castelo, Dock and Check-the-Weight-Fair. “This diversity of functions – food supply center, tourist site and historical heritage – makes the people of Pará very proud”, says Wady Khayat, coordinator of Belém’s tourist division.

There is a great variety of items available: fish and crustaceous; foliar vegetables un-known in other parts of the world; different kinds of peppers; medicinal plants and lots of fruit. Researcher José Edmar Urano de Car-valho, of Embrapa Eastern Amazon, based in the capital city, recalls that although the big supermarket chains display native fruit on their shelves, it is at the fair that the biggest variety can be found. And the tends remain

open seven days a week, with the exception of the second Sunday in October, when the traditional “Círio de Nazaré” procession takes place, paying homage to the patron saint of the city, Our Lady of Nazaré.

The açaí is the best-selling fruit in the check-the-weight fair. It is so important that it has earned its own place, the Açaí Fair. According to data from the Munici-pal Secretariat of the Economy of Belém, sales amount to about 1.7 million kilos a month, totaling 20 million kilos a year. Carvalho observes that even at off-season time, January through June, there is no shortage of the fruit. During this period, the fruit come from the Island of Marajó and from the Pre-Amazon region in the state of Maranhão. “It is the kind of first in, first out fruit, because, as of 10 o’clock, it must be ready for consumption”, he observes.

The mango is the second best-selling fruit in this place, totaling more than 900 thousand kilos in 2011. It is followed by pupunha, a fruit that is usually consumed boiled and with a cup of coffee. It is also a traditional ingredient in the culinary of Pará, in the form of flour. The complex is also home to the biggest saltwater and freshwater fish post in the North. The daily amount that enters the complex reaches 80 tons, of several species.

Another sector that captures the at-tention of the visitors is the one that sells medicinal herbs and Amazon essences. Women sorcerers do their prayers and “heal” people in public. Craftsmanship is also present at the Check-the-Weight, where the highlights are the ceramic crafts from the islands of Marajó and tapajós. The fact is, a tour of the complex in Belém is a real sample of the wealth of Pará and Amazon regions. Sí

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AA SQM Vitas Brasil inaugurou em março de 2012, em Candeias (BA), a 40 quilômetros de Salvador, seu complexo industrial com unidades fabris de fertilizantes e suplementos mine-rais, baseada na confiança sobre o potencial atual e de crescimento do agronegócio nacional. A empresa, fruto da união entre o grupo chileno SqM e o francês Roullier, voltados à nutrição vegetal e animal de especialidade e à higiene profissional, chega ao Brasil com o objetivo de agregar valor em toda a cadeia de produção dos agropecuaristas.

Com atuação na região Nordeste e estados de Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Maranhão e Piauí, também inau-gurou uma moderna fábrica de fertilizantes hidrossolúveis, a maior unidade fabril do Norte e Nordeste do Brasil. A nova unidade con-fere ao produtor rural grande capacidade de adaptação, customiza-ção e desenvolvimento de produtos especializados, contemplando as diferentes fases de crescimento das plantas, bem como as diversas características de solo, clima e água em cada localidade.

Por meio do expertise mundial, disponibiliza o que há de me-lhor em matérias-primas e produtos para fertirrigação e aplicação foliar, como produtos à base de potássio (nitrato, sulfato e cloreto), bem como soluções de fertilizantes hidrossolúveis de diferentes formulações. A SqM Vitas Brasil atua a campo com uma equipe própria e multidisciplinar, fornecendo prestação de serviço de alto nível e com proximidade constante ao produtor rural.

Esses e outros fatores permitem desenvolver e fornecer aos pro-dutores soluções locais, específicas e adaptadas à realidade de cada região e propriedade rural. “Com este novo complexo industrial na Bahia, por meio do fornecimento de matérias-primas nobres, com competitividade logística, produtiva e de serviços técnicos a campo, estamos, desde hoje, gerando um grande diferencial para a busca contínua do aumento da produtividade e da rentabilidade do agronegócio brasileiro”, avalia Leandro Ries, diretor-geral da SqM Vitas Brasil.

No mercado de Nutrição Vegetal de Especialidade, o portfólio de produtos inclui fertilizantes de especialidade para fertirrigação (Dripsol), aplicação direta ao solo (Physio+, N-PRO, Nutrisystem e Cloreto de Potássio Granulado) e aplicação foliar (Speedfol). A fábrica de fertilizantes hidrossolúveis e granulados permite desen-volver fórmulas específicas para cada cultura.

Soluções à vista

In March 2012, SQM Vitas Brasil inaugurated its industrial complex in Candeias (BA), 40 kilometers from Salvador, for the manufacture of fertilizers and mineral supplements, relying on the confidence in the present potential and growth rate of Brazil’s national agribusiness. The company results from the merger of the Chilean SqM and the French Roullier, manufacturers of specialty animal and plant nutrition products, along with professional hygiene services, arrives in Brazil with the aim to add value to the entire livestock and agricultural production chain.

With operations in the Northeast region and the States of Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Maranhão and Piauí, the company also inaugurated a modern factory of water soluble fertil-izers, the largest manufacturing unit in the North and Northeast of Brazil. The new unit provides rural producers with a great capacity for adaptation, customization, and the development of specialty products, in line with the different growing stages of the plants, as well as soil, climate and water characteristics in every district.

Through the global expertise, the company supplies the farm-ers with the best raw materials for fertirrigation needs and foliar application, as well as potassium-based products (nitrate, sulphate and chloride), along with solutions for water soluble fertilizers of different formulations. SqM Vitas Brasil acts at field level with a multidisciplinary team of its own, supplying high level services, whilst staying constantly close to the rural producers.

These and other factors lead to local solutions, specific and adapted to the reality of each different rural district and rural property. “With this new industrial complex in Bahia, by supplying noble raw materials, taking advantage of our competitive edge in logistics, production and technical services at field level, we are, as of today, paving the way for continued improvements in productivity rates and profits of Brazilian agribusiness”, says Leandro Ries, chief executive officer of SqM Vitas Brasil.

In the Specialty Plant Nutrition market, the products portfolio includes specialty fertilizers for fertirrigation (Dripsol), direct soil application (Physio+, N-PRO, Nutrisystem and granular potas-sium chloride) and foliar application (Speedfol). The factory of granular and water soluble fertilizers leads to the development of specific formulations for every crop.

PainelPainel . Panel

Solutions in sight

Complexo industrial em Candeias (BA)

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EEm quase duas décadas de atu-

ação, a Agrícola Famosa consolidou seu nome no agronegócio nacional. Colhendo os frutos de uma combinação perfeita entre investimentos em tecnologia e capital huma-no, conseguiu aliar um produto de qualidade excepcional a um preço competitivo, a exce-lentes condições de trabalho no campo e ao respeito ao meio ambiente. Situada na divisa dos estados do Rio Grande do Norte e Ceará, hoje atua no cenário nacional com a oferta de uma produção diversificada e sempre em busca da expansão de mercados. Exemplo disso é o arrendamento das fazendas de me-lão no Brasil da empresa Del Monte.

A tradução dessa negociação será percebida no incremento da presença nos mercados internacional e nacional como o principal fornecedor de melão e melancia. Além disso, serão acrescidos cerca de 1.000 empregos aos 5.000 postos já existentes nos períodos de safra. A Agrícola Famosa também adquiriu uma fazenda em Per-nambuco com vistas ao suprimento da crescente demanda do mercado interno. Hoje a empresa já é a maior exportadora de frutas frescas do Brasil e a maior produtora de melões do mundo.

Ampliando sua atuação para além das fronteiras do Brasil, foi fundada a Agrícola

Famosa Senegal S.A., cujo objetivo maior é promover as relações comerciais entre os dois países, construindo laços baseados em cooperação e desenvolvimento sustentável. “Isso não significa apenas números, mas diz respeito ao empenho e ao know-how em produzir excelência, gerir oportunidades e gerar bons negócios”, avalia Carlo Porro, diretor e um dos fundadores da empresa. É dessa forma que a Agrícola Famosa con-tinuará trabalhando, para que cada fruta tenha a marca da qualidade, sustentabili-dade e inovação. Uma fruta gostosa para o consumidor, viável para o meio ambiente e perfeita para os clientes.

A company in operation for almost two decades, Agrícola Famosa has reached a remarkable position in our national agribusiness. Reaping the fruits of a perfect combination between investments in technology and human resources, the company has managed to equate exceptional quality with competitive prices, excellent working conditions and respect for the environment.

Located at the borders of the states of Rio Grande do Norte and Ceará, the company operates in the national scenario under the product diversification strategy, whilst constantly seeking new markets. To this end, Agrícola Famosa leased the melon farms in Brazil from Del Monte, a fruit company. The result of this transaction will translate into the company’s position as leading supplier of melons and watermelons to the national and international markets. This will also mean an additional 1,000 jobs to the existing 5000 positions during the harvest season.

Agrícola Famosa has also acquired a farm in Pernambuco with an eye towards supplying the ever-rising domestic market. Currently, the company is the leading fresh fruit exporter in Brazil and the largest melon producer in the world.

Eager to expand its operations beyond the Brazilian frontiers, the company founded Agrícola Famosa Senegal S.A., with the aim to promote trade relations between the two countries, building links based on cooperation and sustainable development. “Within this context, not only numbers are at stake, but also dedication and know-how to produce excellence, manage opportunities and generate good businesses”, says Carlo Porro, director and founder member of the company. This is how Agrícola Famosa is determined to work, and every fruit is supposed carry the mark of quality, sustainability and innovation. Fruits that are delicious for the consumers, viable for the environment and perfect for the clients.

Frutos do trabalho

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The fruits of work

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EEngana-se quem pensa que as frutas nacionais, com toda a sua diversidade, têm lugar especial apenas no coração dos produtores, na lista de exportações ou na mesa de consumidores espalhados por todo o mundo. Ano a ano, de Norte a Sul, brasi-leiros abrem as portas para discutir novas tecnologias, opções de mercado e projetos, entre outros temas, em eventos nos quais a fruticultura é destaque. Fã número um de bananas, morangos, citros, uvas, peras e mais uma porção de delícias produzidas nos pomares do País? Em 2012 não vão faltar oportunidades para deixar transparecer esse lado tiete.

Entre os atrativos naturais e culturais, a Serra gaúcha será o ponto de encontro de dois eventos de renome para o setor. De 10 a 13 de abril ocorre a 10ª Semana Internacional Brasil Alimenta, no Parque de Eventos, em Bento Gonçalves. A programação contempla a realização de quatro salões de tecnologia, dois fóruns setoriais e pelo menos três encontros e seminários, dirigidos aos profissionais de diversas cadeias produtivas.

Durante a semana, ocorrem os salões VinoTech – Viticultura e Enologia, considerado o maior e mais representativo encontro do setor na América Latina; o Envase Brasil – Tecnologia para a Indústria de Bebidas, do qual participam mais de 5 mil indústrias; o MultiAgro – Agricultura, Alimentação e Abastecimento, feira de tecnologia e negócios que vem se consolidando como o principal palco para lançamentos e apresentações de tecnologias, produtos e serviços para a cadeia produtiva agrícola; e, por fim, o TechLac – Salão de Tecnologia para Laticínios e Derivados, a novidade da

edição, idealizado para apresentar tecnologias, produtos e serviços disponíveis atualmente para o setor.

Em outubro, entre os dias 22 e 26, as atenções se voltam novamente para Bento Gonçalves, quando será realizado o 22º Congresso Brasileiro de Fruticultura, promovido pela Sociedade Brasileira de Fruticultura (SBF). Considerado o principal fórum nacional de intercâmbio técnico-científico na área, a expectativa é receber em torno de 2 mil inscritos do País e do exterior.

Participam instituições de ensino, pesquisa e extensão, órgãos governamentais, produtores, empresários, fabricantes e comercian-tes de máquinas, implementos e insumos agrícolas, além de demais envolvidos na cadeia produtiva. De acordo com o presidente da comissão executiva, Paulo Ricardo Dias de Oliveira, da Embrapa Uva e Vinho, sediada no mesmo município, conferências, painéis, apresentação de trabalhos, visitas técnicas e atividades culturais integram a programação.

Os visitantes poderão conhecer também diferentes regiões vitiviní-colas, bem como a produção de maçãs, peras, frutas de caroço, citros e pequenas frutas. Oliveira ressalta que outra novidade está sendo projetada para o congresso. Trata-se da feira tecnológica, na qual serão expostos produtos, máquinas e equipamentos destinados à fruticultura.

A região Sul, no entanto, não é a única a sediar grandes eventos em 2012. Entre simpósios internacionais e outras feiras, o Nordeste também apresenta suas opções. No Estado de Pernambuco, em Petrolina, a 23ª Feira Nacional da Agricultura Irrigada (Fenagri) ocorre de 23 a 26 de maio, com a expectativa de reunir 50 mil

EmINOVAçõES TECNOLóGICAS VOLTADAS à FRUTICULTURA PODERãO SER CONFERIDAS

DURANTE O ANO TODO NOS EVENTOS PROGRAMADOS PARA OCORRER NO BRASIL

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It is a misconception to think that that our national fruit, with all their diver-sity, are cherished only by the producers or occupy a position of distinction on the export list or at the dinner table of consum-ers spread across the world. Year after year, from North to South, Brazilians open their doors to debate new technologies, market options and projects, among other themes, in events where fruit-growing is a highlight. Very fond of bananas, strawberries, citrus fruit, grapes, pears and lots of other very delicious fruit coming from our orchards? Throughout 2012, opportunities will abound for giving a chance for transparency and admiration for fruits.

Among the natural and cultural attrac-tions, Sierra Gaucha will be the venue for two renowned events of the sector. From April 10 to 13 the event to be held is the 10th Brazil International Food Week, at the Events Park, in Bento Gonçalves. The program features four technology salons, two sector forums and, at least, three meetings and seminars, for the professionals of the different production chains.

During the week, VinoTech salons are staged – Viticulture and Enology, viewed as the most representative and biggest gathering in Latin America; the Envase Brasil – Beverage In-dustry Technology, which comprises upwards of five thousand industries; the MultiAgro – Agriculture, Food and Supply, technology and business fair which is gradually assuming the position as a major platform for the presenta-tion and launch of technologies, products and

services for the agricultural production chain; and, finally, the TechLac – Technology Salon for Dairy and Byproducts, the novelty of the edition, idealized for the presentation of technologies, products and services currently available for the sector.

In October 22 to 26, it is the city of Bento Gonçalves that again captures the attention with the 22nd Brazilian Fruit-Growing Congress, promoted by the Brazilian Fru-ticulture Society (BFS). It is considered to be the largest national forum focused on technical and scientific interchange, and the expectation is for 2 thousand people to register for this event, either Brazilian citizens or foreigners.

Other participants include educational institutions, research and rural extension personnel, government organs, producers, entrepreneurs, machine manufacturers and dealers of implements and farm inputs, besides all other people involved in the pro-duction chain. According to the president of the executive committee, Paulo Ricardo Dias de Oliveira, of Embrapa Grapes and Wine, based in the same municipality, conferences, panels, presentation of papers, technical visits and cultural activities are part of the program.

Visitors will have the opportunity to visit different winegrowing regions, as well as such crops as apples, pears, seed fruit, citrus and small fruits. Oliveira stresses that one more novelty is now in the pipeline for the con-gress. It is the technological fair, which will feature products, machines and equipment

destined for fruit-growing activities. The southern region, nonetheless, is not

the only one to host events in 2012. Among international symposiums and other fairs, the Northeast also presents its options. In the State of Pernambuco, more precisely in Petrolina, the 23rd National Fair on Ir-rigated Agriculture (Fenagri) occurs 23 – 26 May, and is expected to attract 50 thousand participants. The following month, June 13 – 15, Rio Grande do Norte plays host to the 16th Irrigated International Tropical Fruit-Growing Fair (ExpoFruit 2012). The following week, 20 – 22, it is the Southeast that will capture the attention, with the 19th Hortitec – Technical Horticulture Exhibi-tion, Protected Cultivation and Intensive Crops, in Holambra (SP).

All attendees will have a chance to directly contact all exhibiting companies, coming to grips with the needs of the sector and closing business deals. Besides the fruit division, hor-ticulture is also gaining momentum. At the 2011 edition, 25.5 thousand people attended the exhibition that attracted 370 companies. Business deals amounted to R$ 70 million.

The agenda also contains events pro-moted by the Frutal Institute , cherished as a reference of the sector. June 7 – 10 Frutal Amazônia will be held, along with the 12th Flower Pará, in Belém. In September it is Frutal’s turn – 19th International Week on Fruticulture, Floriculture and Agroindustry, in Fortaleza (CE). On days 3, 4 and 5, up-wards of 30 thousand people are expected to show up at the event.

Year-round eventsTECHNOLOGICAL INNOVATIONS FOCUSED ON FRUIT-GROWING CAN BE

CHECKED THROUGHOUT THE YEAR IN THE EVENTS SCHEDULED FOR BRAZIL

participantes. No mês seguinte, entre 13 e 15 de junho, Rio Grande do Norte sedia a 16ª Feira Internacional de Fruticultura Tropical Irrigada (ExpoFruit 2012). Na semana seguinte, de 20 a 22, as atenções se voltam ao Sudeste, onde ocorre a 19ª Hortitec – Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas, em Holambra (SP).

Os participantes têm a oportunidade de estabelecer contato com empresas expositoras, conhecendo as necessidades do setor e realizando negócios. Além da área de frutas, a horticultura ganha

destaque. Na edição de 2011, 25,5 mil pessoas prestigiaram a exposição que contou com 370 empresas. O volume de negócios atingiu a ordem de R$ 70 milhões.

Na agenda estão ainda os eventos promovidos pelo Instituto Frutal, consagrados como uma referência no setor. De 7 a 10 de junho será realizada a Frutal Amazônia e 12ª Flor Pará, em Belém. Em setembro, é a vez da Frutal – 19ª Semana Internacional da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria, em Fortaleza (CE). Nos dias 3, 4 e 5, é esperado público superior a 30 mil pessoas.

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10ª Semana Internacional Brasil Alimenta10 a 13 de abril

Parque de Eventos de Bento Gonçalves (RS)54 3452-9135 – 54 3452-9136 – www.brasilalimenta.com.br

3º Simpósio Internacional de Goiaba e Outras Mirtáceas 23 a 25 de abril

Auditório do Senai – Petrolina (PE)87 3862-1711 – [email protected]

www.cpatsa.embrapa.br/3rdsygom

23ª Feira Nacional da Agricultura Irrigada – Fenagri 23 a 26 de maio

Centro de Convenções – Petrolina (PE)87 3862-9232 – [email protected]

Frutal Amazônia 2012 e 12ª Flor Pará7 a 10 de junho

Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia – Belém (PA)85 3246-8126 – [email protected] – www.frutal.org.br

ExpoFruit 201213 a 15 de junho

Expocenter – Mossoró (RN)84 9963-0555 – 84 9963-0105 – [email protected]

www.expofruit.com.br

19ª Hortitec – Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas

20 a 22 de junhoRecinto da Expoflora – Holambra (SP)

19 3802 4196 – [email protected]

3º Simpósio sobre Fitossanidade em Citros 1º a 3 de agosto

Centro de Convenções da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) –

Jaboticabal (SP) 16 3209-1300 – [email protected]

www.fcav.unesp.br/sfcitros

Frutal 20123 a 5 de setembro

Centro de Eventos do Ceará – Fortaleza (CE)85 3246-8126 – [email protected] – www.frutal.org.br

22º Congresso Brasileiro de Fruticultura 22 a 26 de outubro

Parque de Eventos de Bento Gonçalves (RS) 51 3231-0311 – [email protected]

www.fruticultura.org

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Ebraz grows, packs and exportsquality fresh fruit to several

countries in the world.

www.ebraz.com.br Fresh Fruit from Brazil

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