anuario de cana 2012

71
Anuário Brasileiro da Cana-de-acúcar 2012 • Brazilian Sugar Cane Yearbook 997718085180122 ISSN 1808-5180 Can a 2012 Anuário Brasileiro da Can a-de- açúcar Brazilian Yearbook Sugar Cane

Upload: stefany-lisboa

Post on 27-Dec-2015

65 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Anuario de Cana 2012

Anuário Brasileiro da Cana-de-acúcar 2012 • Brazilian Sugar Cane Yearbook

997718085180122

ISSN

180

8-51

80

Cana2012

Anuário Brasileiro da

Cana-de-açúcarBrazilian YearbookSugar Cane

Page 2: Anuario de Cana 2012

Inor

Ag.

Ass

man

n

3

®M

arca

s re

gist

rada

s de

The

Dow

Che

mic

al C

ompa

ny o

u co

mpa

nhia

s afi

liad

as

Soluções para um Mundo em Crescimento

0800 772 2492 | www.dowagro.com.br | www.coact.com.br

Após um lançamento de sucesso, COACT®

marca presença nos canaviais, elevando o padrãode controle das plantas daninhas com seletividade.

Versátil, Coact® apresenta total seletividade e segurança paraa cana-de-açúcar. É recomendado para o controle em pré-emergênciadas plantas daninhas e deve ser utilizado em uma única aplicação apóso plantio, inclusive com a cana brotada ou no corte da cultura durante a soca úmida.

Controle de Corda-de-violaControle do Capim-colchão

Controle da TiriricaControle de Capim-marmelada

mak

e.

A INOVAÇÃO QUEJÁ É SUCESSO

NO MERCADO DE CANA

DOW-038-12-Anuncio-coact_20x27.indd 1 28/09/12 10:25

Page 3: Anuario de Cana 2012

Ficha

A636 Anuário brasileiro da cana-de-açúcar 2012 / Cleiton Evandro dos Santos ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta Santa Cruz, 2012. 128 p. : il.

ISSN 1808-5180

1. Cana-de-açúcar - Brasil. I. Santos, Cleiton Evandro dos.

CDD : 636.60981 CDU : 636.61(81)

Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197

Expediente • Publishers and editors

ANUÁRIO BRASILEIRO DA CANA-DE-AÇÚCAR 2012Editor: Romar Rudolfo Beling; editor assistente: Daniel Neves da Silveira; textos: Cleiton Evandro dos Santos,

Erna Regina Reetz, Cleonice de Carvalho, Benno Bernardo Kist, Heloísa Poll e Daniel Neves da Silveira; supervisão: Romeu Inacio Neumann; tradução: Guido Jungblut; fotografia: Sílvio Ávila, Inor Assmann (Agência Assmann) e divulgação

de empresas e entidades; projeto gráfico e diagramação: Márcio Oliveira Machado; arte de capa: Márcio Oliveira Machado, sobre fotografia de Sílvio Ávila; edição de fotografia e arte-final: Márcio Oliveira Machado e Henrique Scherer; marketing:

Maira Trojan Bugs, Tainara Bugs, Danielle de Almeida e Rafaela Jungblut; supervisão gráfica: Márcio Oliveira Machado; distribuição: Simone de Moraes; impressão: Gráfica Serafinense, Serafina Corrêa (RS).

ISSN 1808-5180

É permitida a reprodução de informações desta revista, desde que citada a fonte.Reproduction of any part of this magazine is allowed, provided the source is cited.

Rua Ramiro Barcelos, 1.224, CEP: 96.810-900, Santa Cruz do Sul, RSTelefone: 0 55 (xx) 51 3715 7940Fax: 0 55 (xx) 51 3715 7944E-mail: [email protected]@editoragazeta.com.brSite: www.editoragazeta.com.br

EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA.CNPJ 04.439.157/0001-79

Diretor-Presidente: André Luís JungblutDiretor-de-Conteúdo: Romeu Inacio Neumann

Diretor-Comercial: Raul José DreyerDiretor-Administrativo: Jones Alei da Silva

Diretor-Industrial: Paulo Roberto Treib

Sílv

io Á

vila

4

Page 4: Anuario de Cana 2012
Page 5: Anuario de Cana 2012

Sumário • Summary

6 • APRESENTAÇÃO • Introduction

14 • CENÁRIO • Scenario

42 • PERFIL • Profile

76 • AÇÚCAR • Sugar

88 • ETANOL • Ethanol

98 • CACHAÇA • Cachaça

108 • PESQUISA • Research

132 • EVENTOS • Events

Sílv

io Á

vila

8

Computador de Bordo CBA3200e Receptor SF3000

Distribuidora DC1102GreenSystem

Plantadora PP1102GreenSystem

Trator 6145J - 145 cvTrator 6165J - 165 cvTrator 6180J - 180 cv

opção com eixo 3 m de fábrica

Alta rentabilidade para todoo ciclo da cana-de-açúcar.

Trator 7195J - 195 cvTrator 7210J - 210 cv Trator 7225J - 225 cv

opção com eixo 3 m de fábrica

Colhedoras 3520 e 3522

Colhedora 3520

Colhedora 3522

JohnDeere.com.br

A mais completa linha de produtos para todo ociclo da cana-de-açúcar, garantindo maiorrentabilidade e menor consumo de combustível.

Para maiores informações, consulte o concessionáriocanavieiro John Deere da sua região.

anuncio 200x270mm.indd 1 10/11/12 6:06 PM

Page 6: Anuario de Cana 2012

UUma das atividades produtivas e econô-micas mais tradicionais em território brasi-leiro, o cultivo da cana-de-açúcar vive claro momento de retomada em 2012. Depois de algumas safras recentes com frustração na colheita, por fatores climáticos, o País enfim tem diante de si uma temporada que se de-senvolve com mais normalidade. Ao mesmo tempo, uma leve expansão na área plantada sugere que a cadeia produtiva permanece confiante nas potencialidades de mercados, internos e externos, para os próximos anos.

E a atual safra vai sendo conduzida com uma preferência manifesta pelo açúcar nos planos da indústria, alternando os pratos da balança com o etanol, que nos últimos anos vinha recebendo mais atenção. A sinalização de ganhos econômicos com o açúcar, pro-duto de exportação por excelência desde tempos coloniais, convence os empresários de que vale apostar nesse artigo. Ainda assim, no plano energético, o avanço das pesquisas visando a produção de etanol de segunda e de terceira geração mostram que as relações

dos brasileiros com esse combustível alterna-tivo ao petróleo são definitivas.

Segmentos igualmente apoiados sobre a cadeia da cana-de-açúcar, como a fabricação de cachaça, hoje uma bebida com a mar-ca de origem reconhecida e apreciada em praticamente todo o planeta, e a geração de energia elétrica a partir do bagaço e de outros resíduos, continuam em franco cres-cimento. Esta multiplicidade de usos e de aproveitamentos faz da cana-de-açúcar, no contexto do agronegócio mundial, o mais

Apresentação • Introduction

Luz própriaperfeito caso de um produto primário com benefícios integrais à sociedade.

Da cana tudo se aproveita, tudo tem uti-lidade. E a circularidade no abastecimento das necessidades dentro da própria cadeia produtiva é um dos atributos revolucioná-rios desta planta. O Brasil alcançou, em anos recentes, por conta do virtuosismo e do empenho de suas entidades e institui-ções, a vanguarda absoluta na pesquisa e na prospecção de novas tecnologias, am-bientalmente corretas e socialmente jus-

tas, modernizando e renovando cada vez mais, ano a ano, as áreas de produção e as estruturas de industrialização.

Justamente por esse perfil, e pelos cla-ros indicativos de eficiência e de qualidade na produção de alimentos e na geração de energia limpa, numa sociedade demandante de combustíveis e de outros recursos ener-géticos, a canavicultura segue atraindo inves-timentos. O mundo todo volta seus olhos para essa atividade. Com a definição dos parâmetros claros e corretos em termos de

competitividade e de atuação estratégica nos mercados internos e internacional, o País ca-minha para se tornar a maior fronteira glo-bal no fornecimento de etanol, de açúcar e de outros materiais obtidos da cana.

Eis um produto do agronegócio brasilei-ro do qual o mundo já ouve falar há séculos, e do qual ouvirá falar mais do que nunca (e melhor do que nunca) nos próximos anos. Até porque a canavicultura não depen-de de mais ninguém para fazer suces-so: ela tem, como se diz, luz própria.

Inor

Ag.

Ass

man

n

10 11

Page 7: Anuario de Cana 2012

Shining withits own light

OOne of the most traditional productive and eco-nomic activities in Brazilian territory, sugarcane farming is clearly going through a revitalizing process in 2012. After some recent weather-induced crop frustrations, the Country is finally cultivating a crop that is unfold-ing within normal standards. At the same time, a slight increase in planted area suggests that the supply chain is confident in the potentialities of both the domestic and foreign market over the coming years.

And the current crop is being conducted with an un-questionable preference for sugar by the industries, al-ternating the trade balance with ethanol, which had been the leading focus over the past years. With economic gains pointing to sugar, an export product par excellence since the colonial times, entrepreneurs are more than convinced that sugar is a good bet. Nevertheless, in the energy plan, research works on the production of second and third generation ethanol show that the Brazilian re-lationships with this alternative fuel have come to stay.

Segments that equally rely on the sugarcane supply chain, like cachaça brewing, now a beverage with its ori-gin recognized and appreciated all around the world, and the generation of electric energy from bagasse and other sugarcane wastes, are on a rising trend. This mul-tiplicity of uses turns sugarcane, within the global agri-

business context, into the most perfect case of a primary product with integral benefits to society.

Nothing is lost from sugarcane, everything is put to good use. Its circularity in supplying the needs within the supply chain itself is a revolutionary mark of this crop. In recent years, thanks to the expertise and endeavor of its entities and institutions, Brazil has been at the forefront of research and prospection of new technologies, environmentally correct and socially fair, year after year modernizing and renewing its production and industrialization operations.

Because of this profile, and by clear efficiency and quality indicators in the generation of food and clean energy, in a world increasingly eager for fuels and other energy resourc-es, sugarcane farming continues alluring investors. The en-tire world keeps an eye towards this agricultural crop. With the definition of clear and correct parameters in terms of competitiveness and market strategies at home and abroad, the Country is on its way to become a global supplier of etha-nol, sugar and other sugarcane-based products.

This is an agribusiness product that the world has known for centuries, and will certainly continue very present, more than ever, over the coming years. The fact is, sugarcane farming is on a successful track and does not depend on anything else: as the saying goes, it is shining with its own light.

Sílv

io Á

vila

12

Page 8: Anuario de Cana 2012

TRABALHANDO JUNTOS, CONSTRUÍMOS UM FUTURO MELHOR.

ISSO É COOPERATIVISMO.

QUANDO A GENTE SE UNE,

O BRASIL F ICA MAIS FORTE.

Com os esforços somados de milhares de

agricultores cooperativados, o Brasil fi ca ainda

mais forte no campo. O cooperativismo gera

trabalho, emprego e renda e assim contribui para

a redução da pobreza. Por isso, o Governo Federal,

por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento - Mapa, incentiva os produtores

rurais a participarem desse modelo de organização

social. Para saber mais sobre cooperativismo

rural e conhecer os programas desenvolvidos

pelo Mapa, acesse www.agricultura.gov.br

e fi que por dentro de todas as novidades.

Ministério daAgricultura, Pecuária

e Abastecimento

Ministério daAgricultura, Pecuária

e Abastecimento

Page 9: Anuario de Cana 2012

Índice de ATR deve diminuir pelo excesso de chuva em junho de 2012

Cenário • Scenario

Inor

Ag.

Ass

man

n

A ESTADOS São Paulo é o grande ce-leiro da cana-de-açúcar brasileira. Em termos

de área, possui 51,8% do total do plantio no País, com crescimento de 1,13% sobre a temporada

2011/12. Se a produção estimada pela Conab se con-firmar, deverão ser colhidas no Estado 54,1% do total

nacional, 5,7% a mais do que na safra anterior e com rendimento por hectare também maior, em 4,5%.

O cultivo da cana-de-açúcar tem ainda grande repre-sentatividade em Goiás, com 8,69% do total plantado no período 2012/13; Minas Gerais, com 8,46%; Paraná, 7,13%; Mato Grosso do Sul, 6,5%; Alagoas, 5,26%; e Pernambuco, 3,63%. Nos demais estados produtores as áreas são meno-res, com representações abaixo de 3%.

LAVOURA DE CANA-DE-AÇÚCAR TEM RECUPERADO PREJUÍZOS DAS SAFRAS ANTERIORES, MAS QUALIDADE DA PRODUÇÃO DEVE APRESENTAR QUEDA

A produção brasileira de cana-de-açúcar tem dado sinais de recuperação, depois que os últimos três ciclos foram prejudicados por problemas climáticos. Na safra 2012/13 a área plantada cresceu 2,1%, chegando a 8,5 milhões de hectares. Pelo le-vantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado em agosto de 2012, a produtividade deve ter cres-cimento de 4,3%, atingindo o rendimento de 69.963 qui-los por hectare, em média. Se o aumento se confirmar, a colheita deve fechar em 596,6 milhões de toneladas, 6,5% a mais do que na temporada anterior.

O presidente interino da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Ro-drigues, destaca que havia expectativa de baixa produtividade no período 2012/13, em função da ocorrência de forte estiagem nas regiões produtoras, entre janeiro e março de 2012. No entanto, a situação se alterou com as intensas chuvas ocorridas entre maio e junho.

A reversão do clima trouxe duas consequ-ências para a lavoura canavieira: de um lado, o aumento da produtividade das plantas; de outro, a diminuição do Açúcar Total Recuperável (ATR) por tonelada, índice que mede a quantidade de açúcar disponível na matéria-prima para ser trans-formada em produtos. Na prática, explica Rodri-gues, o tamanho total da safra não deve ser muito diferente do ciclo 2011/12, chegando a rendimento médio de 74 toneladas nos estados produtores do Centro-Sul, região de abrangência da Unica.

O levantamento da Conab aponta que o ATR total, incluindo-se os resultados do Centro-Sul e do Nordes-te, deve ser até 2% menor na temporada 2012/13, em relação ao obtido no ciclo anterior, quando chegou a aproximadamente 138 quilos por tonelada.

Melhor e menor

Sílv

io Á

vila

16 17

Page 10: Anuario de Cana 2012

SUGARCANE FIELDS HAVE RECOVERED FROM LOSSES IN PREVIOUS YEARS, BUT PRODUCTION QUALITY IS

BOUND TO GO DOWN

ATR rate should decrease because of excessive precipitation in June 2012

STATES São Paulo is the real Brazilian sugarcane granary. In terms of area, the State is responsible for 51.8% of total plant-ings in the Country, up 1.13% from the 2011/12 cycle. Should Conab’s production figures confirm, the State will harvest 54.1% of the total national, up 5.7% from the previous crop and with yield per hectare also up 4,5%.

In terms of sugarcane plantations, the most representative states are Goiás, with 8.69% of the total planted area in the 2012/13 crop year; Minas Gerais, (8.46%); Paraná (7.13%); Mato Grosso do Sul (6.50%); Alagoas (5.26%) and Pernambuco (3.63%). In all other states, the planted areas are much smaller, representing less than 3%.

BBrazilian sugarcane production has signaled recovery, after

three consecutive cycles of crops impaired by climate problems. In the 2012/13 crop year the planted area increased by 2.10%, amount-ing to 8.5 million hectares. Judging from the survey conducted by the National Supply Company (Conab), published in August 2012, productivity is estimated to rise 4.3%, amounting to 69,963 kilos per hectare, on average. Should this increase confirm, total harvest should reach 596.6 million tons, up 650% from the previous year.

The interim president of the Sugarcane Industry Union (Uni-ca), Antonio de Padua Rodrigues, recalls that the expectation was for small productivity rates in the 2012/13 cycle, as a result of a prolonged drought in the sugarcane growing regions, from Janu-ary to March 2012. However, the situation changed with heavy rains from May to June.

The sudden change in the climatic conditions resulted into two consequences for the sugarcane plantations: higher yields, but a

decrease in the Total Recoverable Sugar (ATR) per ton, index that measures the amount of sugar available in the raw material to be transformed into products. In practice, Rodrigues explains, The total size of the crop should not differ much from the 2011/12 cycle, with average yields of 74 tons per hectare in the traditional Center-South sugarcane producing states, under the umbrella of Unica.

Conab’s survey suggests that the total ATR, including the results of the Center-South and Northeast, should be down by up to 2% in the 2012/13 crop, compared to the previous cycle, when it amounted to approximately 138 kilos per ton.

Better and smaller

Sílv

io Á

vila

TERRA DE CANA • SUGARCANE LANDSituação das lavouras de cana-de-açúcar (comparativo de área, produtividade e produção)

Região/UF Área (mil ha) Produtividade (t/ha) Produção (mil t) 2011/12 2012/13 2011/12 2012/13 2011/12 2012/13Norte 34,400 43,360 73.522 71.882 2.529,2 3.116,8

RO 2,770 3,450 56.712 77.840 157,1 268,5

AC 0,570 0,570 92.352 92.500 52,6 52,7

AM 3,780 3,680 75.918 76.482 287,0 281,5

PA 12,570 12,570 53.012 55.000 666,4 691,4

TO 14,710 23,090 92.872 78.940 1.366,2 1.822,7

Nordeste 1.108,220 1.099,700 56.755 57.268 62.896,7 62.978,1

MA 39,570 41,870 57.255 60.564 2.265,6 2.535,8

PI 13,910 14,810 71.312 70.000 992,0 1.036,7

CE 1,990 2,150 60.000 78.000 119,4 167,7

RN 62,260 60,390 47.756 41.000 2.973,3 2.476,0

PB 122,590 122,710 54.842 51.830 6.723,1 6.360,1

PE 326,110 309,740 54.099 55.100 17.642,2 17.066,7

AL 463,650 448,860 59.755 59.562 27.705,4 26.735,0

SE 35,540 43,360 53.979 63.736 1.918,4 2.763,6

BA 42,600 55,810 60.031 68.743 2.557,3 3.836,5

Centro-Oeste 1.379,370 1.531,100 66.866 69.966 92.233,5 107.124,5

MT 220,090 235,430 59.765 68.337 13.153,7 16.088,6

MS 480,860 554,290 70.415 69.575 33.859,8 38.564,7

GO 678,420 741,380 66.655 70.775 45.220,1 52.471,2

Sudeste 5.220,970 5.243,390 69.353 72.927 362.089,8 382.386,4

MG 742,650 721,860 67.652 74.200 50.241,8 53.562,0

ES 66,930 64,890 59.821 62.000 4.003,8 4.023,2

RJ 41,310 37,180 53.446 45.100 2.207,9 1.676,8

SP 4.370,080 4.419,460 69.938 73.114

Sul 613,140 610,220 66.240 67.228 40.614,7 41.024,0

PR 611,440 608,380 66.269 67.250 40.519,5 40.913,6

RS 1,700 1,840 55.956 60.000 95,1 110,4

Norte/Nordeste 1.142,620 1.143,060 57.259 57.823 65.425,8 66.094,9

Centro/Sul 7.213,480 7.384,710 68.613 71.842 494.938,0 530.534,9

Brasil 8.356,100 8.527,770 67.060 69.963 560.363,8 596.629,8

Fonte: Conab, segundo levantamento, agosto de 2012.

Sílv

io Á

vila

18 19

Page 11: Anuario de Cana 2012

OO comportamento do clima prejudicou o desenvolvimento da safra 2011/12 de cana-de-açúcar, que fechou com produção de 560,3 milhões de toneladas, 10,18% a menos do que na temporada anterior. Se-gundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o resultado se deve à diminuição de 13,4% na produtivi-dade média, apurada em 67 toneladas por hectare. A área plantada foi de 8,3 milhões de hectares, tendo registrado crescimento de 3,72% sobre o ciclo 2010/11.

De acordo com o relatório de fecha-mento de safra da estatal, divulgado em dezembro de 2011, as chuvas foram es-

cassas nas regiões Centro-Oeste e Sudes-te entre abril e outubro de 2010, prejudi-cando a brotação e o desenvolvimento da lavoura. A colheita foi concluída na pri-meira quinzena de novembro de 2011, na maior parte das unidades. Dessa forma, a cana que estava em ponto de corte foi totalmente moída, não restando pratica-mente nada para o ciclo 2012/13.

Quanto à expansão do plantio, os técni-cos da Conab constataram que o aumento maior se deu na região Sudeste, responsável por 38,04% do total de novas áreas agrega-das. São Paulo foi o Estado que apresentou o maior acréscimo, com 265.444 hectares a

mais. O Centro-Oeste também apresentou significativo incremento, com destaque para Goiás, onde foram somados 110.763 hectares. Em todo o País, a lavoura de cana--de-açúcar ganhou 697.771 hectares.

O clima e a descapitalização dos produ-tores atrapalharam a renovação dos cana-viais na safra 2011/12, que ficou em cerca de 800 mil hectares. O número está abaixo do recomendado pelos pesquisadores: es-tes aconselham que a substituição aconte-ça após o quinto corte. Conforme os técni-cos da Conab, muitas lavouras já passaram por mais de 10 safras, o que diminui muito a produtividade.

Cadê a chuva?POUCA UMIDADE PREJUDICOU A BROTAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DAS LAVOURAS DE CANA-DE-AÇÚCAR NA SAFRA 2011/12, QUE TEVE QUEBRA DE 10,18%

Sílv

io Á

vila

20

Page 12: Anuario de Cana 2012

EErratic climate conditions impaired the development of the 2011/12 sugar-cane crop, which closed at a volume of 560.3 million tons, down 10.18% from the previous cycle. According to data re-leased by the National Supply Company (Conab), the result is blamed on the 13.4% reduction in average productivity, ascertained at 67 tons per hectare. The planted area reached 8.3 million hect-ares, up 3.72% from the 2010/11 season.

According to the crop closing state re-port, published in December 2011, rainfalls were scarce in the Center-West and Southeast

from April to October 2010, impairing bud and field development. Harvest came to a close in the first half of November 2011, in the majority of the units. This made it pos-sible to crush all sugarcane plantations that had reached their ideal cutting point, with almost nothing left for the 2012/13.

As to planting expansions, Conab tech-nicians ascertained that the biggest increas-es took place in the Southeast, responsible for 38.04% of all new aggregated areas. São Paulo was the state that witnessed the big-gest increase, with an additional 265,444 hectares. There was also significant increase

in the Center-West, where Goiás stands out, with an additional 110,763 hectares. In the entire Country, the sugarcane crop increased by 697,771 hectares.

Climate problems and cash-strapped farmers were also a factor in the scarce renewal of sugarcane fields in the 2011/12 cycle, reaching only 800 thousand hectares. This figure is below the recommendations by most researchers, who suggest the re-newal operations after the fifth cut. Accord-ing to Conab technicians, lots of fields have reached their tenth crop, without any re-newal, with ill effects on productivity.

LOW MOISTURE LEVELS JEOPARDIZED BUD SPROUTING AND SUGARCANE AND FIELD DEVELOPMENT IN THE 2011/12 CYCLE, RESULTING INTO 10.18% LOSSES

Where is the rain? In

or A

g. A

ssm

ann

22

Page 13: Anuario de Cana 2012

Sintonia total

A CANA-DE-AÇÚCAR ESTÁ

DISSEMINADA POR SÃO PAULO, ESTADO QUE POSSUI MAIS DA

METADE DA ÁREA PLANTADA NO BRASIL E POSSUI AS PRINCIPAIS

INDÚSTRIAS

MMais de 50% das lavouras brasileiras de cana-de-

-açúcar estão em território paulista. Isso representa, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 4,419 milhões de hectares na safra 2012/13, de um total de 8,527 milhões de hectares cultivados no Brasil. A colheita nacional deve atingir a 596,629 mi-lhões de toneladas; deste montante, 323,124 milhões de toneladas serão produzidos em São Paulo.

No Estado também está a maior parte das usinas de beneficiamento de açúcar e de etanol do País. São 171, de um universo de 397 que possuem registro no Minis-tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Conforme dados da Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), São Paulo conta com aproximadamente oito mil produto-res, dos quais 80% possuem área inferior a 150 hec-tares, colhendo menos de 10 mil toneladas por safra.

O presidente da Orplana, Ismael Perina Júnior, explica que o plantio de cana-de-açúcar está disseminado em prati-

Sílv

io Á

vila

camente todo o Estado. Segundo ele, as regiões Oeste e Norte tiveram grande aumento de área nos últimos 15 anos, assim como em unidades industriais instaladas. As lavouras ocuparam espaços antes dedicados à citricultu-ra e à pecuária. “A atividade ganhou espaço em função da expectativa de maior remuneração diante do cresci-mento do etanol, o que não aconteceu”, observa.

Ismael Perina Júnior destaca que há seis anos se esperava que o Brasil fosse ampliando sua produ-ção de etanol, gradativamente. “O problema é que a política governamental para a gasolina foi uma e para o etanol outra”, critica. Enquanto o combustí-vel de petróleo passou a ser controlado, o de cana--de-açúcar seguiu no mercado livre, com aumento de custo na ordem de 12% ao ano.

De acordo com o presidente da Orplana, para evitar os grandes aumentos no preço da gasolina, o que se reflete em toda a economia nacional, levan-do a maior inflação, o governo foi diminuindo a alí-quota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), até zerá-la, em junho de 2012. A medida foi criada em 2011 para financiar progra-mas de infraestrutura de transportes e incide sobre a importação e a comercialização de petróleo e de derivados, gás natural e álcool etílico combustível.

O grande problema, entende Perina Júnior, é que, proporcionalmente, o etanol tem maior tri-butação do que a gasolina. “Isso acabou com os empreendimentos e tornou a produção inviável”, enfatiza. Ele estima que cerca de 30% das unidades produtoras estão em processo de falência ou em recuperação. O efeito cascata atingiu prefeituras e pequenas indústrias, em municípios canavieiros.

24 25

MAIS EFICIÊNCIA, MAIS ECONOMIA, ALTA RENTABILIDADE. QUEM QUER MAIS PRODUTIVIDADE QUER CASE IH.A colhedora A8000 inova com o SmartCruise, um software inteligente que melhora a gestão de potência do motor e reduz o consumo de combustível. O trator Puma tem um motor potente e econômico, suspensão inteligente da cabine visando o conforto do operador e um sistema hidráulico para suportar trabalhos mais pesados, ideal para o setor sucroenergético. O resultado desses dois no campo é mais performance, disponibilidade e muito mais produtividade.

Page 14: Anuario de Cana 2012

Fully tunedSUGARCANE IS CULTIVATED ACROSS THE ENTIRE STATE OF SÃO PAULO, RESPONSIBLE FOR MORE THAN HALF OF THE PLANTED AREA IN BRAZIL, AND HOME TO ALL MAJOR INDUSTRIES OF THE SECTOR

MMore than 50% of all Brazilian sugarcane fields are located in São Paulo territory. This, according to the National Supply Com-pany (Conab), represents 4.419 million hectares in the 2012/13 crop year, of a total of 8.527 million hectares cultivated in Bra-zil. Our national harvest is estimated at 596.629 million tons; of which, 323.124 million tons are produced in São Paulo.

The State is also home to most sugar and ethanol processing mills in the Country. In all, there are 171 plants, in a universe of 397 registered in the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa). According to data released by the Sugar-cane Growers’ Organization in Brazil’s Center-South Region (Or-plana), São Paulo comprises approximately eight thousand sug-arcane producers, of which 80% have areas that are smaller than 150 hectares, harvesting less than 10 thousand tons per cycle.

Orplana president Ismael Perina Júnior explains that sugar-cane is present in practically the entire State of São Paulo. Ac-cording to him, the Western and Northern regions witnessed huge area increases over the past 15 years, and the same goes for industrial units in operation. Sugarcane fields have replaced spaces previously devoted to citrus farming or livestock opera-tions. “The activity gained momentum by virtue of expectations for higher remuneration in light of the strides ethanol was sup-

posed to make, but did not”, he observes. Ismael Perina Júnior notes that for six years now Brazil has

been expected to increase its ethanol production gradually. “The problem lies in the fact that the government adopted different policies for gasoline and ethanol”, he argues. While gasoline be-gan to be controlled, the sugarcane fuel continued in the free market, with production costs soaring 12% a year.

According to the president of Orplana, to avoid huge in-creases in the price of gasoline, which has reflections on the entire national economy, since it would trigger inflation, the government began reducing the CIDE rate tax on gasoline and diesel until finally extinguishing it in June 2012. This tax was created in 2011 with the aim to finance transport infra-structure programs and is levied on crude oil imports and sales of oil and byproducts, natural gas and fuel alcohol.

The big problem, Perina Júnior maintains, is that, proportion-ately, there is more taxation levied on ethanol than on gasoline. “This has put an end to investments and made it unviable to produce this fuel”, he insists. In his estimation, about 30% of the producing units are facing bankruptcy threats, or are gradually recovering. The ripple effects have hit municipal administrations, small industries and sugarcane producing municipalities.

Inor

Ag.

Ass

man

n

26

A N e w H o l l a n d e s t á s e m p re i n o v a n d o p a r a o f e re c e r a s m e l h o re s s o l u ç õ e s e m p ro d u t o s e s e r v i ç o s p a r a o s e t o r s u c ro e n e rg é t i c o .

N E W H O L L A N D . E M T O D O S O S C A M P O S , C U L T I V A N D O N O V O S T E M P O S .

COM A NEW HOLLAND, O SETOR SUCROENERGÉTICO AVANÇA E A SUA PRODUTIVIDADE SE MULTIPLICA.

www.newholland.com.br

PRODUTOS INOVADORES: tratores e pulverizadores modernos e confi áveis, reunindo baixo custo e alta produtividade.

BIOMASSA: exclusivo e inovador sistema de aproveitamento da

palha da cana para geração de energia.

AGRICULTURA DE PRECISÃO: gestão mais efi ciente da lavoura que otimiza a área de plantio, garantindo redução do consumo de

combustível e melhor aproveitamento dos insumos.

Page 15: Anuario de Cana 2012

PRODUTORES NÃO TÊM

CONSEGUIDO SEGUIR A RECOMENDAÇÃO TÉCNICA DE

RENOVAÇÃO DOS CANAVIAIS A CADA SEIS CORTES, E O

RENDIMENTO CAI

Sílv

io Á

vila

Um atraso que só complicaOOs produtores brasileiros de cana-de-açúcar encon-

tram dificuldades para renovar as suas lavouras. A reco-mendação técnica é de que o procedimento ocorra a cada seis cortes. Mas, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), há casos de áreas que já es-tão sendo exploradas por 10 temporadas, sem a substi-tuição das plantas, o que compromete a produtividade.

O problema vem se arrastando há pelo menos três ciclos. Para o gerente de alimentos básicos da Conab, Wellington Silva Teixeira, a safra 2012/13 reflete as con-sequências dos problemas climáticos ocorridos nos dois últimos anos, assim como da crise econômica, que teve início em 2008, levando à descapitalização dos canavicultores. “Isso pode ser evidenciado ao se observar que o crescimento da área plantada foi de apenas 2,1% sobre a temporada 2011/12”, justifica.

A previsão da Conab, divulgada no relatório de agosto de 2012, é de que a renovação da área planta-da com cana-de-açúcar deve chegar a 941 mil hectares no ciclo 2012/13, enquanto no período anterior foi de aproximadamente 800 mil hectares. A avaliação dos técnicos da companhia é de que muitos produtores vão plantar as áreas que não conseguiram contemplar na temporada passada. Algumas unidades, mais capita-lizadas, também devem realizar o procedimento. Além disso, o governo passou a conceder financiamentos para recuperação e expansão das lavouras.

Para Cid Caldas, coordenador-geral de açúcar e etanol do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (Mapa), a renovação e a ampliação dos canaviais na safra 2012/13 vai se traduzir em maior produtividade no próximo ciclo. “A colheita terá que começar mais cedo, para garantir que toda a cana seja retirada e esmagada”, observa.

HORA DE INVESTIMENTOS A falta de recursos do setor sucroalcooleiro fica evidente quando se analisam os números de registros de usinas no Mapa. Em novembro de 2011 estavam inscritas no ministério 410 unidades industriais. Em outubro de 2012, eram 397, 13 a menos. Dessas, 10 produzem so-mente açúcar; 94, etanol; e 290 são mistas. Outras três não possuem especificação quanto ao tipo.

Segundo o coordenador-geral de açúcar e etanol, Cid Caldas, as usinas estão trabalhando com 89% da capacidade de esmagamento. “Temos fôlego para duas safras ainda. Depois, vão ser necessários investimentos”, avalia. Ele explica que não é somente a crise econômica que tem freado o aporte de recursos em novas unidades, mas também as restrições à venda e ao arrendamento de terras para empresas de capital externo. A determinação vem de um parecer da Advocacia Geral da União (AGU), de agosto de 2010. Projeto que tramita no Congresso Nacional pretende reverter a medida.

28 29

Page 16: Anuario de Cana 2012

PRODUCERS HAVE NOT BEEN ABLE TO FOLLOW THE TECHNICAL RECOMMENDATION OF RENEWING THEIR SUGARCANE FIELDS AFTER SIX CUTS,

AND YIELDS DROPPED

A troublesome delay

TThe Brazilian sugarcane farmers have difficulties renewing

their sugarcane fields. The technical recommendation is for the renewal to occur after every sixth cut. Nonetheless, according to the National Supply Company (Conab), there are plantations be-ing explored for ten consecutive cycles, without the replacement of plants, a fact that jeopardizes the productivity rates.

The problem has been going on for three cycles. The man-ager of Conab’s basic foods division, Wellington Silva Teixeira, maintains that the 2012/13 crop year suffers the consequence of climate problems occurred over the two past years, along with the economic crisis that started in 2008, resulting into cash-strapped sugarcane farmers. “This becomes even clearer if we consider that the planted area was up only 2.1% from the 2011/12 cycle”, he justifies.

Conab’s estimation, published in the August 2012 report, is that sugarcane field renewal should reach 941 thousand hectares by the 2012/13 cycle, whilst in the previous period it amounted to 800 thousand hectares. The corporation’s technicians maintain that many farmers will cultivate areas they were unable to plant in the past cycle. Some units, in good financial stand, are also ex-pected to carry out the procedure. Furthermore, the government is offering credit lines for field recovery or renewal.

Cid Caldas, general coordinator of the ethanol and sugar di-

vision at the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa), understands that the expansion of the sugarcane fields in the 2012/13 crop year is going to translate into higher yields over the next cycle. “Harvest should start earlier, if the entire sugarcane crop is to be harvested and crushed”, he observes.

INVESTMENTS The lack of resources in the sug-ar and alcohol sector becomes very clear when a look is taken at the number of mills registered in the Mapa. In November 2011, a total of 410 mills were registered in the ministry. In October 2012, this number had fallen to 397, meaning that 13 mills had shut down. Of these 397 mills, 10 produce only sugar; 94, al-cohol; and 290 produce both sugar and alcohol. Three others bear no specification as to their type.

According to Cid Caldas, general coordinator of sugar and ethanol, the mills are operating at 89% of their sugarcane crush-ing capacity. “We can still manage for two cycles. After this, new investments are required”, he argues. He explains that it was not only the economic crisis that put the brake on investments in new units, but also the restrictions against land sales and leasing to companies with foreign capital. This is the opinion of the Office of the Attorney General, which came out in August 2010. A bill now going through congress intends to reverse the measure.

Sílv

io Á

vila

30

Page 17: Anuario de Cana 2012

Uma doce opçãoPRODUTORES BRASILEIROS PENDEM MAIS PARA A PRODUÇÃO DE AÇÚCAR NA TEMPORADA 2012/13, MESMO COM A GRADUAL DESVALORIZAÇÃO DA COMMODITY

AA definição dos produtores quanto à destinação que darão à cana-de-açúcar colhida acontece por razões mercadológi-cas. Na safra 2012/13, a maior parte das plantas serão transformadas em açúcar, o equivalente a 50,42%, ou 300,82 milhões de toneladas de um total de 596,62 mi-lhões de toneladas previstas. Para o etanol sobram 295,81 milhões de toneladas.

Conforme o levantamento da Compa-nhia Nacional de Abastecimento (Conab), de agosto de 2012, a produção total de açúcar está estimada em 38,99 milhões de toneladas, 8,41% mais do que na tempo-rada passada. Desse total, 87,5% concen-tram-se nas usinas da região Centro-Sul,

nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul, e em Alagoas e Pernambuco, no Nordeste.

Já para o etanol, a Conab estima produção de 23,49 bilhões de litros, com incremento de 3,21% sobre o ciclo 2011/12. O etanol anidro deve atingir 9,21 milhões de litros, perfazendo au-mento de 6,85% sobre a safra anterior. Já o etanol hidratado deve ter reajuste de 0,98%, chegando a 14,28 bilhões de litros. O Centro-Sul representa 91% do total do subproduto, sendo que mais da metade cabe a São Paulo.

A produção brasileira de açúcar tem como principal foco o mercado exter-

no, sendo o País o maior exportador da commodity. Mesmo assim, estima-se que 28% do total é direcionado para abaste-cer o consumo interno. Houve valoriza-ção em 2010 e em 2011, em virtude da quebra na safra da Índia, um dos princi-pais concorrentes do Brasil, o que levou à escassez do produto.

O gerente de alimentos básicos da Conab, Wellington Silva Teixeira, lembra que no final de 2010 a cotação chegou a alcançar a US$ 33,27 cents/libra peso na Bolsa de Nova York. Em outubro de 2012, destaca o técnico da estatal, os contratos já estavam sendo fechados abaixo de US$ 20,00 cents/libra peso. “A recuperação da

Sílv

io Á

vila

TThe definition of the farmers as to the destination for their sugarcane takes

into account market related questions. In the 2012/13 crop year the bulk of the sugarcane crop will be transformed into sugar, equivalent to 50.42%, or 300.82 million tons of an estimated total crop of 596.62 million tons. The remaining 295.81 million tons will be transformed into ethanol.

According to a survey conducted by the National Supply Company (Conab), in August 2012, total sugar production is estimated at 38.99 million tons, up 8.41% from the same period last year. Of this total, 87.5% come from the mills in the Center-South region, comprising the states of São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás and Mato Grosso do Sul, and from Alagoas and Pernambuco, in the Northeast.

For ethanol, Conab estimates its volume at 23.49 billion liters, up 3.21% from the 2011/12 cycle. Anhydrous ethanol is expected to amount to 9.21 billion liters, up 6.85% from the previous year. Hydrated ethanol is estimated to soar only by 0.98%, totaling 14.28 billion liters. The Center-South represents 91% of the entire byproduct, of which more than half is produced in São Paulo.

Brazil’s sugar production is focused on the foreign market, and the Country is the biggest global producer and exporter of the commodity. Even so, it is estimated that 28% of the total is destined for the domes-tic market. Internal prices soared in 2010 and in 2011, by virtue of the smaller crop in India, a major competitor, which led to shortages.

The manager of Conab’s basic foods division, Wellington Silva Teixeira, re-calls that in late 2010 sugar prices reached US$ 33.27 cents/pound at the New Stock Exchange. In October 2012, the technician points out, most contracts were closed at below US$ 20.00 cents/pound. “The global recovery of the sugar crop is negatively influencing on the prices”, he justifies.

The situation of ethanol differs a bit. In Teixeira’s view, demand in Brazil is lagging behind because of high consumer prices, of the hydrated type, used as fuel. With regard to anhydrous ethanol, its main use is in the mandatory mix-ture to gasoline, at a proportion of 20%, in line with the federal government’s incentive policy. “Should ethanol finally make it to the international market, as a replacement to fossil fuels, it could become the sucroenergetic sector’s flagship, now involved in the profitable sugar exporting market”, he believes.

safra mundial de açúcar está influenciando negativamente nos preços”, justifica.

A situação do etanol já é diferente. Conforme Teixeira, a demanda encontra--se reprimida no Brasil por causa do alto preço ao consumidor do tipo hidratado, usado como combustível. Já o etanol ani-dro tem como principal consumo a mis-tura compulsória, num volume de 20%, à gasolina, parte da política de incentivo do governo federal. “Caso o etanol finalmente alcance o mercado mundial, em substitui-ção aos combustíveis fósseis, poderá ser o carro-chefe do setor sucroenergético, que hoje trabalha em função do forte mercado exportador do açúcar”, acredita.

A sweet optionBRAZILIAN PRODUCERS FEEL MORE INCLINED TOWARDS THE PRODUCTION OF SUGAR IN THE 2012/13 CYCLE, IN SPITE OF THE GRADUAL DEVALUATION OF THE COMMODITY

32 33

Page 18: Anuario de Cana 2012

Ventos a favorEXPORTAÇÕES DE AÇÚCAR

EM 2011 FICARAM AQUÉM DO EMBARCADO NO ANO ANTERIOR, MAS

COM A COMPENSAÇÃO DE UMA REMUNERAÇÃO

BEM MELHOR

Sílv

io Á

vila

OO Brasil é o maior exportador mundial de açúcar, mas tem sentido os reflexos da crise econômica que assola os mercados tradicionais da Europa. O de-sempenho da commodity em 2011 ficou um pouco aquém do verificado no ano anterior, apresentando queda de 9,43% nos volumes embarcados. Os nú-meros da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mostram que foram destinadas ao mercado externo 25,359 milhões de toneladas.

Por outro lado, a escassez do produto, pela quebra da safra de cana-de-açúcar na Índia, elevou as cotações internacionais, e o Brasil faturou 17,08% mais com os negócios externos de açúcar em 2011, atingindo US$ 14,942 bilhões. Em 2012, entre janeiro e agosto, fo-ram exportadas 12,449 milhões de toneladas de açú-car, com receita de US$ 6,878 bilhões.

Já o etanol conseguiu ampliar sua participação no mercado internacional. Em 2011, o Brasil exportou 1,967 bilhão de litros, 3,07% a mais do que no ano anterior. Em valores, as vendas externas do combus-tível chegaram a US$ 1,491 bilhão, com aumento de 47,08%, motivado pela quebra da safra de milho dos

Estados Unidos. As vendas externas em 2012, no perí-odo de janeiro a agosto, situavam-se em 1,102 bilhão de litros, com receita de US$ 997,149 milhões.

O mercado internacional de açúcar no final de 2012 e durante 2013 ainda representa uma incógnita para os exportadores brasileiros. O presidente interino da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, lembra que em outubro de 2012 ainda se encontrava muito açúcar estocado, em níveis maiores do que os da safra anterior. “Os traders não conseguiram dar destino a esse volume”, destaca.

Quanto ao etanol, as expectativas são as melhores possíveis. O combustível deve ganhar importância no mercado internacional, diante do fato de a cana-de--açúcar ser uma matéria-prima com eficiência ener-gética superior à do milho, utilizado pelos Estados Unidos. O coordenador-geral de açúcar e etanol do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Cid Caldas, acredita que o Brasil se tornará mais competitivo com o uso do etanol de segunda geração. “Temos que quebrar a barreira da descon-fiança de que o País não terá condições de atender a essa demanda”, entende.

MUNDO DOCE • SWEET WORLD

Exportações de açúcar

Ano Quantidade (t) Receita (US$ mil)2008 19.472.458 5.482.965

2009 24.294.090 8.377.818

2010 27.999.821 12.761.683

2011 25.359.150 14.940.115

2012* 12.449.664 6.878.000

Fonte: Secex * Janeiro a agosto.

EMBARQUES • SHIPMENTS

Exportações de etanol

Ano Quantidade (mil litros) Receita (US$ mil)2008 5.118.696 2.390.110

2009 3.308.384 1.338.152

2010 1.905.419 1.014.261

2011 1.967.556 1.491.778

2012 * 1.322.074 997.149

Fonte: Secex * Janeiro a agosto.

3534

Page 19: Anuario de Cana 2012

BBrazil is the largest sugar exporter in the world, but has been hit by the eco-nomic crisis now affecting the traditional European markets. The performance of the commodity in 2011 lagged behind the previous year’s level, with shipments down 9.43%. The numbers of the Brazil-ian Secretariat of Foreign Trade (Secex), an organ of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC), refer to shipments of 25.359 million tons.

On the other hand, sugar shortages brought about by the smaller-than-expect-ed Indian sugarcane crop, pressed inter-national prices up, and Brazil raked in 17.08% more from foreign sugar sales in 2011, totaling US$ 14.942 billion. In 2012, January through August, sugar exports

amounted to 12.449 million tons, with revenue of US$ 6.878 billion.

Ethanol managed to expand its share in the international marketplace. In 2011, Brazil shipped abroad 1.967 bil-lion liters, up 3.07% from the previous year. In values, foreign sales of the fuel reached US$ 1.491 billion, representing an increase of 47.08%, on account of the smaller corn crop in the United States. Foreign sales in 2012, January through August, ranged at 1.102 billion liters, with revenue of US$ 997.149 million.

The Brazilian sugar exporters still wonder how the international sugar mar-ket will fare in late 2012 and throughout 2013. The interim president of the Sugar-cane Industry Union (Unica), Antonio de

Padua Rodrigues, recalls that in October 2012 sugar stocks were higher than the year before, “The traders were unable to find a destination for these volumes”, he comments.

With regard to ethanol, expectations have never been so promising. The fuel is poised to earn international recognition because sugarcane has proved more effi-cient in energy than corn, used in the Unit-ed States. The general coordinator of the sugar and ethanol division at the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA), Cid Caldas, believes Brazil will become more competitive with the use of second generation ethanol. “We’ve got to surmount the lack of confidence in Brazil’s ability to meet this demand”, he argues.

Tailwind

SUGAR EXPORTS IN 2011 LAGGED BEHIND THE PREVIOUS YEAR’S LEVELS, BUT

FETCHED BETTER PRICES

Sílv

io Á

vila

36

Cais de 900m, com 3 berços de atracação

Canal em aprofundamento para 14m

10 gates com balança

Estacionamento para 150 caminhões

Scanner

Área para nacionalização de cargas em

zona primária

Flexibilidade nas janelas de atracação

Certificações ISO 9001, ISO 14001 e ISPS Code

A Portonave é um terminal portuário privado, localizado estrategicamente na cidade catarinense de Navegantes, que tem a competência como marca. Com profissionais altamente qualificados, une excelência em segurança, desempenho e produtividade a uma rigorosa política de preservação ambiental. Por todos esses diferenciais, pelo segundo ano consecutivo, a Portonave é finalista das mais importantes premiações internacionais do setor portuário, o Containerisation International Awards e o Lloyd’s List Global Awards. Conte com uma empresa que tem grande representatividade no cenário portuário nacional e fornece infraestrutura completa, facilitando e agilizando a cadeia logística, com conexões para todos os continentes.

AF POR 0002-12BL 200x270mm.pdf 1 28/09/12 15:13

Page 20: Anuario de Cana 2012

Preço amargo

AUMENTO DA PRODUÇÃO MUNDIAL DE AÇÚCAR, ALIADO ÀS DIFICULDADES ECONÔMICAS NOS EUA, NA AMÉRICA LATINA,

NA EUROPA E NA CHINA, DEVE BAIXAR PREÇOS

AA produção nacional de cana-de-açúcar deverá ter aumento considerável na comparação do ciclo 2012/13 com a temporada 2013/14. De acordo com o analista de mercado de açúcar e etanol da Safras & Mercado, Maurício Muruci, passará de 520 milhões de toneladas de cana para 600 milhões de toneladas.

Conforme o profissional, o aumento ainda é reflexo da safra de 2011, quando a saca do açúcar chegou a custar em torno de R$ 72,00 no mercado físico brasileiro. No mesmo período, a Índia apresentou quebra na produção, o que também contribuiu para a valorização do produto nacional. O cenário favorável levou as usinas brasileiras a investirem principalmente na renovação dos canaviais. Porém, as áreas plantadas devem crescer muito pouco do ciclo 2012/13 (8.567.000 hectares) para a etapa 2013/14 (8.650.000 hectares). “O custo de arrendamento de terra na região canavieira de São Paulo é muito alto e a renova-ção dos canaviais garante os mesmos resultados”, justifica.

Com o crescimento da produtividade, Muruci projeta um período de maior oferta do produto e de consequen-te baixa nos preços – em 2012, a saca do açúcar já esteve cotada a R$ 47,00. A chuva provocou o atraso da colheita nacional do ciclo 2012/13, com início previsto para maio, em dois meses, fazendo-a coincidir com a safra indiana,

com começo esperado em outubro de 2012. Dessa for-ma, a atividade nos canaviais brasileiros deve se estender até dezembro de 2012. Conforme o analista, a colheita na Ásia – tendo como carro-chefe a Índia e contando ainda com países como Filipinas, Tailândia, China, Paquistão e Indonésia – também será abundante. “Isso causará um grande ingresso de açúcar no mercado internacional”, prevê. Por essa razão, acredita que ocorrerá uma acentua-da redução nos preços do produto, primeiro no exterior e depois no Brasil. “O panorama é de queda nos preços até a safra 2013/14”, declara.

Conforme Maurício Muruci, a produção de açúcar no mundo no período 2012/13 deve ficar entre 174 e 180 milhões de toneladas. No ciclo 2011/12, foram 163 mi-lhões de toneladas. Entretanto, o especialista acredita que o aumento não ocorre em um momento propício – o mundo passa por período de diminuição no consumo do produto, em virtude de problemas econômicos. “A crise europeia, a estagnação nos Estados Unidos e a desacela-ração da China e da América Latina devem baixar o consu-mo para 160 milhões de toneladas”, estima.

Bitter priceSOARING GLOBAL SUGAR PRODUCTION ALLIED WITH THE

ECONOMIC DIFFICULTIES FACED BY THE UNITED STATES, LATIN AMERICA, EUROPE AND CHINA ARE LIKELY TO PRESS PRICES DOWNTThe national sugarcane crop is estimated to grow con-

siderably in the 2012/2013 cycle, compared to 2011/12. According to Maurício Muruci, sugar and ethanol market analyst with Safras e Mercado, the size of the crop will range from 520 million to 600 million tons.

According to the official, this increase is a reflection from 2011, when a sack of sugar fetched up to R$ 72 in the Bra-zilian physical market. During the same period, India experi-enced a decline in production, which was also a factor for the higher value of our national product. The favorable scenario induced the Brazilian mills to invest especially in sugarcane field renewal. Nonetheless, the planted areas are supposed to expand very little from 2012/2013 (8,567,000 hectares) to 2013/2014 (8,650,000 hectares). “Land leasing in the sugar-cane regions in São Paulo is very expensive and sugarcane field renewal generates the same results”, he justifies.

With productivity rates on the rise, Muruci projects a pe-riod of high supply and consequent lower prices – in 2012,

a sack of sugar sold for R$ 47. Exces-sive precipitation is blamed for caus-ing a two-month delay in harvesting,

which had been projected to start in May, making it coincide with the Indian crop, with its harvest projected for October 2012. This is why the activities in the Brazilian sugarcane fields are expected to come to a close by December, 2012. Accord-ing to the analyst, the crop in Asia, where the major players are countries like the Philippines, Thailand, China, Pakistan and Indonesia, will also be abundant. “This will flood the in-ternational market with sugar”, he foresees. Under such cir-cumstances, Muruci believes prices will drop drastically, first abroad, and then in Brazil. The panorama points to receding prices until the 2013/2014 cycle”, he declares.

Maurício Muruci maintains that the production of sugar in the world in the 2012/2013 period should range from 174 and 180 million tons. In the 2011/2012 cycle, it amounted to 163 million tons. Nevertheless, the special-ist believes that the increase is not taking place in a favor-able moment – the world is going through a period of declining consumption due to economic problems. “The European crisis, stagnation in the United states, economic slowdown in China and Latin America should press con-sumption down to 160 million tons”, he estimates.

3938

Sílv

io Á

vila

Page 21: Anuario de Cana 2012

O

B

O Brasil é o maior produtor e exportador de açúcar, tendo conquistado mais de 40% do comércio mundial, do total de 60 milhões de toneladas, que são negociadas livremente entre as nações. Outras 110 milhões de to-neladas estão no chamado mercado protegi-do, ao qual o País não tem acesso. Por outro lado, o etanol de cana-de-açúcar brasileiro, mesmo sendo considerado um dos combus-tíveis não fósseis com maior eficiência ener-gética, ainda necessita de maior incentivo para deslanchar internamente e conquistar clientes internacionais.

O maior desafio do setor sucroalcoo-

leiro está na busca de competitividade. A chegada a esse patamar depende de fatores externos, ligados à economia e à política. O gerente de alimentos básicos da Com-panhia Nacional de Abastecimento (Co-nab), Wellington Silva Teixeira, acredita ser fundamental a garantia de boas condições estruturais para escoamento da produção e o incentivo à comercialização, por meio da isenção de tributos.

Conforme Teixeira, a demanda por açú-car poderá arrefecer por conta da retração econômica provocada pela crise na Europa. “Notícias dão conta de que o consumo de

produtos industrializados apresenta recuo naquela região. Além disso, países emergen-tes e em desenvolvimento mostram tendên-cia de aumento”, observa.

Com relação ao etanol, o gerente da Co-nab destaca que o mercado mundial ainda é tímido, mas está crescendo lentamente com a adesão de vários países a programas de mistura do biocombustível à gasolina, mesmo que em pequenas proporções. “Há demanda potencial muito grande. Quando a oferta não é suficiente, ocorre migração para outro produto, o que elimina a possibilidade de desabastecimento”, enfatiza.

Depois da curvaMUITOS DESAFIOS AINDA ACOMPANHAM OS PRODUTORES DE CANA-DE-AÇÚCAR NA BUSCA POR MAIOR COMPETITIVIDADE PARA O SETOR, DENTRO E FORA DO PAÍS

Brazil is the leading sugar producer and exporter, responsible for a share of 40% of the 60 million tons that are freely traded by different countries. A total of 110 million tons fall into the protected market category, to which the Country has no access. On the other hand, Bra-zilian sugarcane ethanol, although being taken as one of the non fos-sil fuels with the highest energetic efficiency, still needs more incen-tive to take off in the internal scenario and win international clients.

A major challenge of the sector is its quest for competitiveness, which depends greatly on external factors, linked to economy and po-litical unfoldings. The manager of the basic food division at the National Supply Company (Conab), Wellington Silva Teixeira, believes that the fundamental question lies in good structural conditions for transport-

ing the product and in market incentives, through tax exemptions. According to Teixeira, demand for sugar could slow down on ac-

count of the economic crisis in Europe. “Little encouraging news is coming from the region regarding a drop in the consumption of in-dustrialized products. On the other hand, emerging and developing countries are signaling rising consumption rates”, he observes.

With regard to ethanol, the Conab manager refers to an as yet shy global market, but is beginning to soar gradually with the adhesion of several countries to the gasoline-ethanol mixture program, though in negligible proportions. “There is huge potential demand. When supply lags behind, people tend to rush to other products, a fact that rules out any chance for shortages”, he stressed.

Beyond the bendSUGARCANE FARMERS ARE STILL FACING LOTS OF CHALLENGES IN

THEIR QUEST FOR COMPETITIVENESS AT HOME AND ABROAD

40

Para saber mais sobre o Longevita, assista ao vídeoatravés do QR Code ao lado ou acesse: www.yara.com

- Manejo diferenciado de Nitrogênio e Fósforo.

- NPK no grão.

- Micronutrientes de alta performance.

Eficiência nutricional

Lavoura uniforme

Melhor estabelecimento e vigor do canavial

Cana produtiva para mais cortes

LongevitaPrograma Nutricional

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

Anuncio-longevita.pdf 1 10/22/2012 11:37:12 AM

Page 22: Anuario de Cana 2012
Page 23: Anuario de Cana 2012

Interpretação dada à legislação desde 2010 congelou iniciativas na área

Perfil • Profile

Pela aberturaO

AUMENTO DE INVESTIMENTOS NA PRODUÇÃO CANAVIEIRA NACIONAL PASSA PELA FLEXIBILIZAÇÃO DAS LEIS PARA A AQUISIÇÃO DE TERRAS POR ESTRANGEIROS

O parecer LA-01, dado pela Advocacia Geral da União (AGU) em 2010 e adotado nacional-mente, restringindo mais o acesso de estrangeiros a terras brasileiras, congelou investimentos externos na produção canavieira e em outros setores, por falta de segurança jurídica para os negócios. A questão motivou, desde então, várias discussões, assim como iniciativas legis-lativas que buscam encontrar um ponto de equilíbrio e retomar o ingresso de recursos do exterior para o desenvolvimento da área.

Desde 2000, o capital externo vinha se integrando inten-samente à expansão do setor sucroalcooleiro, onde se cal-cula que tenha participação na ordem de 25% do total. Com as restrições impostas, o processo estagnou-se e preocupa a área produtora, que, com isso, calcula prejuízos estimados em US$ 15 bilhões nos próxi-mos anos. O País, por ter ainda uma poupança bai-xa em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), na ordem de 16%, carece destes recursos, conforme expõem autoridades financeiras.

Conforme o parecer, as limitações impostas às pessoas jurídicas estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil foram estendidas também às brasileiras com maioria do capital social exter-no. Fechou-se assim um canal de financiamento para a produção, que precisa ser cada vez maior. A questão tornou-se tema de debates para buscar uma saída legal.

Na Câmara Federal, uma subcomissão apro-vou em maio de 2012 relatório que volta a igualar direitos de todas as empresas legalmente estabe-lecidas no Brasil, com algumas exceções, como a proibição de fundos soberanos adquirirem terras no País. Na mesma linha, a Comissão de Agricul-tura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural acolheu texto no mês de setembro.

SOBERANIA Um dos aspectos que têm sido alegados para justificar a limitação

do acesso de estrangeiros à propriedade fundiária diz respeito à soberania nacional. Sobre a questão, os

consultores legislativos Fábio Augusto Santana Hage e Marcus Peixoto, do Senado Federal, e o pesquisador José

Eustáquio Vieira Filho, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Universidade de Brasília (UnB), ressaltam

que o Estado é soberano e não perde o controle da ocupação do território, mesmo diante da existência de uma legislação mais flexível ao investimento externo na produção agrícola.

No que tange à segurança alimentar, em caso de desabas-tecimento do mercado interno, observam, o País pode adotar quotas e impostos de exportação, bem como criar estoques reguladores. Ainda quanto à soberania nacional, lembram que os estrangeiros estão sujeitos às mesmas regras jurídicas e ambientais que o produtor brasileiro e, havendo qualquer discordância com a legislação ou mesmo uso indevido da ter-ra, pode-se adotar a desapropriação como medida corretiva.

Os técnicos concordam que é preciso monitorar a aquisi-ção de terra por estrangeiros, o que pode ser feito por meio de registro e atualização dos dados de propriedades rurais. Evidenciam, todavia, que as restrições impostas prejudicam investimentos produtivos, o que fundamenta as iniciativas para encontrar um instrumento legal alternativo.

4544

Inor

Ag.

Ass

man

n

Page 24: Anuario de Cana 2012

OOpinion LA-01, by the Office of the Solicitor-General in Brazil, in 2010, and nationally adopted, restricting even further access to land by foreigners, has frozen foreign investments in sugar cane and other sectors, for the lack of judicial security for the businesses. Since then, the matter has prompted several debates, as well as leg-islative initiatives attempting to reach a break-even point intended to bring back foreign investments in this area.

Since 2000, foreign capital had increasingly been becoming an integral part of all sugar and alcohol expansion moves, with a total share of 25% during the period. With the restrictions the process has stagnated and is now causing concern to the production sector, which estimates losses of US$ 15 billion over the coming years. As the savings account of the Country regarding the Gross Domestic Product (GDP) is still very low, at approximately 16%, there is need for such resources, say financial authorities.

According to the opinion, the limitations imposed on legal en-tities from abroad, authorized to operate in Brazil, were also ex-tended to Brazilian legal entities with a majority of foreign capital stock. This has closed a financial channel to the production sector, which is greatly in need of financing programs. The question has turned into a debating theme intended to find a legal way out of it.

At the House of Commons, a subcommittee approved a report,

in May 2012, which again gives equal rights to all companies legally established in Brazil, with some exceptions, like the prohibition for sovereign funds to acquire land in Brazil. In line with this, the Com-mittee for Agriculture, Livestock, Supply and Rural Development accepted to contents of the text in September.

Turning towardsliberationMORE INVESTMENTS IN NATIONAL SUGAR CANE FIELDS

DEPEND GREATLY ON LEGISLATION FLEXIBILITY REGARDING THE ACQUISITION OF LAND BY FOREIGNERS

SOVEREIGNTY One of the alleged aspects to justify the prevention of foreigners from having access to real estate has to do with national sovereignty. With regard to this question, legislative consultants Fábio Augusto Santana Hage and Marcus Peixoto, of the Federal Sen-ate, and researcher José Eustáquio Vieira Filho, of the Research Institute of Applied Economics (Ipea) and of the University of Brasilia (UnB), stressed that the State is the Supreme Ruler and does not lose its control over occupied territories, in spite of the existence of more flexible legis-lation regarding foreign investments in agricultural operations.

With regard to food safety, in case of shortages in the domestic market, they observe, the Country could enact a quote system, along with taxes levied on exports, as well as create regulatory stocks. Still, with regard to national sovereignty, they recall that foreigners have to comply with all judicial regulations in force in Brazil, like any Brazilian farmer, and should there be any Law infringement, or even wrong use of the land, expropriation as a corrective measure would be accepted.

Technicians agree that land acquisitions by foreigners should be carefully monitored, which could be done through registering and updating all data related to rural ownership. Nevertheless, they point to the fact that any restrictions have negative effects on productive investments, which is the real basis that justifies the search for an alternative legal instrument.

Legislation concept since 2010 has frozen investments in the area

Inor

Ag.

Ass

man

n

AgorA você realmente pode planejar A suA colheita.Riper é um novo produto da IHARA para a cana-de-açúcar.

Um excelente maturador que aumenta rapidamente o teor

de sacarose e o mantém elevado por mais tempo.

Riper não afeta a soqueira e nem a próxima safra.

Ideal para o manejo. Riper é solução rápida e eficaz para

quem quer planejar sua safra e obter maior rentabilidade.

ADVERTÊNCIAS - PROTEÇÃO À SAÚDE HUMANA, ANIMAL E MEIO AMBIENTE- Não permita que menores de idade trabalhem na aplicação do produto. - Mantenha afastadas das áreas de aplicação, crianças, animais do mésticos e pessoas desprotegidas. - Use Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s). - Não coma, não beba e não fume durante o manuseio do produto. - Não desentupas bicos, orifícios ou válvulas com a boca. - Primeiros socorros e demais informações, vide o rótulo, a bula e a re ceita agronômica. - Evite a contaminação ambiental, Preserve a Natureza. - Não utilize equipamentos de aplicação com vazamentos. – Aplique somente as doses recomendadas. - Não lave as embalagens ou equipamentos em lagos, fontes, rios e demais corpos d’água. - Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. - Não reutilize as embalagens vazias. As embalagens rígidas que contiverem formulações miscíveis ou dispersíveis em água deverão ser enxaguadas três vezes e a calda resultante acrescentada a preparação a ser pulverizada (tríplice lavagem). Os usuários deverão efetuar a devolução das embalagens vazias e respectivas tampas no endereço constante na nota fiscal, obser vada as instruções dos rótulos e das bulas, no prazo de um ano a contar da data de emissão da NF. RIPER (Bispiribaque-sódico): O produto não se mostrou irritante para a pele de coelhos e se mostrou irritante para olhos de coelhos sendo reversível em 7 dias. Não são conhecidos os sintomas de alarme. Este produto é Perigoso ao Meio Ambiente. É altamente móvel, apresentando alto potencial de deslocamento no solo, podendo atingir principalmente águas subterrâneas. Altamente persistente no meio ambiente. Classificação quanto ao Potencial de Periculosi dade Ambiental: III (Perigoso ao Meio Ambiente). Classe Toxicológica: II (Altamente Tóxico). Reg. MAPA sob N° 04112.LEIA ATENTAMENTE O RÓTULO, A BULA E O RECEITUÁRIO AGRONÔMICO,E FAÇA-O A QUEM NÃO SOUBER LER.CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO E SIGA CORRETAMENTE AS INSTRUÇÕES RECEBIDAS. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO.

46

Page 25: Anuario de Cana 2012

Em testeESTUDO DEMONSTRA QUE BIOQUEROSENE PARA

AVIAÇÃO PROVENIENTE DO AÇÚCAR DA CANA É CAPAZ DE REDUZIR EM ATÉ 82% A EMISSÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA

Div

ulga

ção

EEstudos desenvolvidos no Brasil estão avaliando o uso de biocombustíveis na aviação. Uma das opções examina um derivado da cana-de-açúcar, que pode contribuir para a redução de gases de efeito estufa. Ele foi testado com sucesso em voo experimental realizado pela empresa Azul Linhas Aéreas, em junho de 2012, de Campinas (SP) ao Rio de Janeiro (RJ), durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

O setor de aviação, conforme estabeleceu a Associa-ção de Transporte Aéreo Internacional (Iata), tem o com-promisso de reduzir pela metade a emissão de CO2 (gás carbônico) em 2050. Ele responde por cerca de 2% do total de 34 bilhões de toneladas emitidas no mundo, a partir de um consumo de 271 milhões de litros de com-bustíveis em 2011. Para tanto, o caminho a ser seguido é o do uso de biocombustíveis, conforme se reforçou em conferência sobre o assunto na Embrapa, em Brasília (DF), no

mês de setembro deste ano, com a Fundação de Amparo à Pesqui-

sa do Estado de São Paulo (Fapesp) e as empresas do segmento, Embraer e Boeing.Entre as diferentes matérias-primas estudadas

está a cana-de-açúcar, já muito utilizada para a produção de biocombustíveis no Brasil e que apresenta bom indi-cador de sustentabilidade. Inclusive, avaliação feita sobre

“o bioquerosene de aviação proveniente do açúcar da cana – pegada de carbonos e padrões de sustentabilida-de”, apresentada durante seminário no Rio de Janeiro, em junho de 2012, demonstrou redução de até 82% na emissão de gases ao substituir o querosene do petróleo.

O trabalho foi feito pelo Instituto de Estudos do Comér-cio e Negociações Internacionais (Icone), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), pela Boeing e pela Embraer. Com material da empresa Amyris, ele abrangeu desde o plantio da cana até a entrega do produto às empresas de aviação nos aeroportos. O diretor--geral da instituição, André Nassar, lembrou de riscos e de-safios a serem considerados, como a instabilidade da pro-dução agrícola, a certificação e o atendimento à legislação.

APROVADO Após já ter passado por outros testes, o biocombustível de cana-de-

-açúcar foi usado com sucesso no voo experimental “Azul+Verde”, feito em junho de 2012 no Brasil. O bioquerosene de cana da empresa

Amyris foi usado junto com combustível convencional em jato Embraer 195, da Azul Li-

nhas Aéreas, com motores GE (General Eletric). O vice-presidente de Engenharia e Tecnologia

da fabricante da aeronave, Mauro Kern, aprovou o resul-tado. O diretor de relações institucionais da companhia aérea, Adalberto Febeliano, mostrou otimismo sobre o futuro uso comercial do biocombustível. Ele lembrou a necessidade de uma política tributária mais favorável; po-rém, manifestou-se confiante na possibilidade de, a médio prazo, o bioquerosene ser usado em voos comerciais.

48 49

Page 26: Anuario de Cana 2012

Under testSTUDY DEMONSTRATES THAT AVIATION

BIOKEROSENE MADE FROM SUGARCANE COULD REDUCE GREENHOUSE GAS EMISSIONS BY UP TO 82%

Sílv

io Á

vila

SStudies conducted in Brazil are now evaluating the

use of biokerosene in aviation. One of the options is doing research into a sugarcane derivative, which could contribute towards reducing greenhouse gas emissions. It was successfully tested at a trial flight carried out by Azul Linhas Aéreas, in June 2012, from Campinas (SP) to Rio de Janeiro (RJ), during the United Nations Con-ference on Sustainable Development (Rio+20).

The aviation sector, as set forth by the International Airport Transportation Association (Iata), has assumed the commitment to reduce by 50% CO2 emissions, by 2050. This gas accounts for about 2% of the 34 billion tons of gases released into the air all over the world, based on a consumption of 271 million liters of fuel, in 2011. To this end, the way to be followed is the use of biofuels, a subject that has been strongly addressed at a conference on the matter held by Embrapa, in Brasília (DF), in September this year, with the São Paulo State Research Support Foundation, along with companies of the Embraer and Boeing segment.

Among the various raw materials, sugarcane stands

out, since it has long been used for the production of biofuels in Brazil and also

because of its excellent sustainability indicator. What also counts is a presentation on “aviation biokerosene from

sugarcane – carbon challenges and sustainability pat-terns”, presented during the Rio + 20 Conference, in June 2012, attesting to a reduction of up to 82% in gas emissions when replacing crude oil kerosene.

The work was conducted jointly with the Institute for International Trade Negotiations (Icone), financed by the International Development Bank (IDB), Boeing and Em-braer. With material from a company known as Amyris, it covered every step from sugarcane planting to the deliv-ery of the biofueld to the airports. The general director of the institution, André Nassar, recalled the challenges and risks to be considered, like agricultural production instability, certification and compliance with legislation.

APPROVED After having gone through oth-er tests, the biofuel from sugarcane was used success-fully at the “Green + Blue” trial flight, carried out in June this Year. The Amyris biokerosene from sugarcane was used in conjunction with conventional airplane fuel in a Jet Plane 195, of Azul Linhas Aéreas, equipped

with GE engines (General Electric).The vice-president of the air compa-

ny’s Technology and Engineering Department

Mauro Kern, approved the result. The institutional affairs director of the com-

pany, Adalberto Febeliano, was very optimistic on the future of this biofuel. He recalled the need to establish a more favorable tax policy, and showed confidence in the chance for biokerosene to be used in commercial flights, in the near future.

50 51

Page 27: Anuario de Cana 2012

RRecursos de vulto foram disponibili-zados em 2012 pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BN-DES) para enfrentar problemas de envelhe-cimento de canaviais e ociosidade indus-trial no setor sucroalcooleiro. O chamado BNDES Prorenova foi lançado no início do ano com orçamento de R$ 4 bilhões, para estimular a renovação e a ampliação dos plantios de cana-de-açúcar de empresas em mais de 1 milhão de hectares.

Os financiamentos são realizados por meio de agentes financeiros. Até setembro, como informa Artur Yabe Milanez, geren-te setorial do Departamento de Biocom-bustíveis (Debio) do BNDES, haviam sido

aprovadas 31 operações, equivalentes a R$ 654 milhões, dos quais R$ 432 milhões já contratados. Incluindo projetos em análise e consulta, o valor chegava a R$ 1,5 bilhão e a perspectiva era de que pudesse alcançar em torno de R$ 2 bilhões até o final do ano, a metade do recurso disponível.

Uma das possíveis razões para que não haja maior aproveitamento do programa é a manutenção das restrições ao acesso à terra por estrangeiros. Como boa parte das grandes usinas tem participação de capital externo, houve dificuldade na concessão de financiamentos. Inclusive, a maioria das operações (24), embora em valor mais bai-xo (R$ 192 milhões), abrangeu empresas

de menor porte, por meio do denominado BNDES Automático.

Ainda nos primeiros meses do ano, o setor manifestou preocupações em relação a exigências do programa para obtenção do crédito, embora fosse enaltecido o prazo de 18 meses para início de pagamento. Con-forme a gerência da área no banco oficial de desenvolvimento, houve flexibilização nesse aspecto, particularmente na simpli-ficação de informações, e o fator não seria determinante no desempenho das contra-tações. A vigência inicialmente prevista para o Prorenova encerra-se no final do ano, quando uma avaliação irá determinar nova edição.

Para estimularPROGRAMA DO BNDES FINANCIA RENOVAÇÃO E AMPLIAÇÃO DE CANAVIAIS DAS EMPRESAS E DISPÕE DE MONTANTE DE R$ 4 BILHÕES PARA 2012

PRIMEIRO O primeiro projeto aprovado pelo Programa de Apoio

à Renovação e Implantação de Novos Canaviais do BNDES foi o da Usina de

Açúcar Santa Terezinha Ltda., do Paraná, no mês de maio. A ela foram destinados

R$ 226,2 milhões, repassados pelo Banco do Brasil, Itaú BBA e Santander, para o plantio de 67 mil hectares de cana-

de-açúcar no Estado, dos quais 58 mil correspondem à reforma.

O programa apoiou 80% do total do investimento, que deverá ser implantado

em 12 meses. Neste período, a idade média dos seus canaviais deverá cair

de 3,54 anos em 2011 para 3,23 anos em dezembro de 2012. A empresa tem capacidade de moagem de 19 milhões

de toneladas de cana, em oito unidades industriais de produção de açúcar e etanol.

Sílv

io Á

vila

HHefty resources were made available by the National Social and Economic Development Bank (BNDES), in 2012, to face such problems as aging sugarcane fields and idle industries in the sugar and alcohol sector. The so-called BNDES Prorenova Program was launched at the beginning of the year with a R$ 4 billion budget, to prompt more than one million hectare companies to renew and expand their sugarcane plantations.

Finance agents are responsible for arranging the credit lines. By September, according to Artur Yabe Milanez, BNDES sectoral manager of the Department of Biofuels (Debio), 31 operations had been approved, equivalent to R$ 654 million, of which R$ 432 million had already been contracted. Including consultation and analyses projects, this value rose to R$ 1.5 billion and the perspec-tive was for it to reach R$ 2 billion by the end of the year, represent-ing half of all available resources.

One of the possible reasons for these resources not to be ex-

hausted is the maintenance of the restrictions to the acquisition of land by non Brazilian citizens. As a great number of the big mills have links with foreign capital, there were difficulties in the conces-sion of financial grants. The fact is, most operations (24), though involving lower monetary values (R$ 192 million), were effected with smaller companies, through the so-called Automatic BNDES.

During the first half of the year, the sector voiced its concern with regard to the requirements of the program regarding the credit lines, but the 18-month grace period before starting repay-ing the loans was welcomed. According to the board of the official development bank, more flexible procedures were introduced, especially regarding the necessary information, a fact that was not viewed as a determining factor in the performance of the credit operations. The program was initially scheduled to remain in force until year-end, when an accurate evaluation will dictate if a new edition is viable.

StimulusBNDES R$ 4 BILLION PROGRAM PROVIDES CREDIT LINE FOR COMPANIES TO RENEW AND EXPAND THEIR

SUGARCANE FIELDS, IN 2012

FIRST The first Project approved by the BNDES Program for the Renewal and Implementation of new Sugarcane Plantations was the one presented by the Sugar Mill Santa Terezinha Ltda, in Paraná, in the month of May. The mill received a grant of R$ 226.2 million, through the Bank of Brazil, Itaú BBA and Santander, for establishing a 67-thousand hectare sugarcane plantation in the state, of which 58 thousand correspond to the renewal scheme.

The program was the source of 80% of the total investment, scheduled to be implemented over a 12-month period. During this period, the average age of the company’s sugarcane fields should drop from 3.54 years in 2011, to 3.23 years in December 2012. The company’s milling capacity reaches 19 million tons a year, in eight industrial units devoted to the production of sugar and ethanol.

52 53

Page 28: Anuario de Cana 2012

Represados

R$ 100 BILHÕES DE INVESTIMENTOS EM USINAS DEPENDEM DE MAIOR COMPETITIVIDADE E MENORES ENCARGOS FINANCEIROS PARA O ETANOL

EEstimativas da área empresarial da cana-de-açúcar dão conta de que pelo menos 27 bilhões de litros de etanol adicionais deverão ser produzidos até 2021, para atender à demanda dos veículos flex no País. Esta produção exigiria a ativação de cerca de 90 novas usinas, o que representaria a aplicação de recur-sos na ordem de R$ 100 bilhões, com alta repercussão social e econômica.

Os investimentos no setor, entretanto, encontram-se parali-sados ultimamente e, inclusive, unidades produtoras interrom-peram operações. Para o meio industrial, a solução depende da superação de problemas que o setor enfrenta, como a perda

de competitividade do etanol frente à gasolina e o alto encargo tributário, que corresponde a 31% do preço final do produto.

Para respaldar a importância de se atentar a esta questão, o segmento adverte que, se a produção de etanol não se ex-pandir, aumenta a necessidade de importação de gasolina. Conforme números apresentados pela União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), a aquisição externa poderia passar de 6 bilhões de litros em 2012 para 20 bilhões de litros em 2020.

O Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroalcooleiro e Energético (Ceise-Br), durante encontro em julho, na região produtora de Sertãozinho (SP), para reivindicação da retomada

Dammed up

de investimentos, enfatizava ainda a abrangência da cadeia pro-dutiva. Além de mais de 400 usinas, envolve quatro mil indús-trias e oito mil fornecedores e gera 2,5 milhões de empregos.

Um aspecto ressaltado na área industrial é que 95% dos componentes usados pelas usinas são de fabricação nacional. Assim, este setor também teria impulso significativo logo que se voltasse a investir na sua implantação. A cadeia da canavicultura mostrava-se confiante na sensibilidade do governo para aten-der às demandas apresentadas e aguardava ainda para 2012 a definição de uma política que pudesse tornar o etanol mais competitivo.

EEstimates with regard to the business of sugarcane suggest that at least 27 billion additional liters of ethanol are to be pro-duced by 2021, to meet the needs of the flex fuel fleet in Bra-zil. This production volume will require the construction of at least 90 new mills, representing investments of approximately R$ 100 billion, with high social and economic benefits.

The investments in the sector, nonetheless, have recent-ly come to a standstill, while many plants have interrupted their operations. For the industrial sector, the solution de-pends on the ability to surmount the problems that affect the sector, like a persistent loss of competitiveness of etha-nol against common gasoline and high tax burdens, which account for 31% of the final price.

In an attempt to insist on the importance of this question, sources of the sector maintain that if the consumption of etha-nol does not soar, there will be a bigger need for importing gasoline. According to figures presented by the Sugarcane Industry Union (Unica), acquisitions from abroad could soar from 6 billion liters in 2012 to 20 billion in 2020.

The National Sucro-Alcohol and Energy Industry Center (Ceise-Br), during a meeting in July, in the producing region of Sertãozinho (SP), required the resumption of investments, whilst stressing the importance of the supply chain. Besides upwards of 400 mills, it involves four thousand industries, eight thousand employees and 2.5 million jobs.

A situation that received consideration in the industrial sector is the fact that 95% of the components used in the mills are made in Brazil. Therefore, this segment would also be significantly driven up if investments were made in its implementation. The sector had expressed confidence in the government’s willingness to fulfill these demands and had expected for 2012 the definition of a policy ca-pable of turning ethanol more competitive.

R$ 100 BILLION IN INVESTMENTS

IN MILLS DEPEND ON MORE COMPETITIVENESS AND SMALLER FINANCIAL BURDEN ON ETHANOL

Sílv

io Á

vila

54 55

Page 29: Anuario de Cana 2012

Movido a desafiosAPESAR DO CRESCIMENTO REGISTRADO EM 2011, O SETOR DE BIOELETRICIDADE PRECISA ENCONTRAR MEDIDAS EFICAZES A FIM DE GARANTIR FUTURO PROMISSOR

Sílv

io Á

vila

EEnquanto o despertar de milhões de brasileiros está ligado à bioeletricidade, o setor ainda precisa de mais energia para acordar. Enquanto o potencial de agregação ao sistema elétrico nacional, em 2011, era de 4.158 MW médios, o Brasil registrou apenas 1.133 MW médios no ano, conforme dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

A partir do cenário atual, especialistas acreditam que no ciclo 2020/21 apenas 16% seja realizado, de uma capacidade de 134 milhões de Mwh/ano, ou 15.300 MW médios. Este po-tencial de produção, equivalente a três hidrelétricas do porte de Belo Monte, no Pará, e a duas usinas Itaipu, no Paraná, será atingido apenas com investimento adicional de R$ 100 bilhões, explica Zilmar Souza, gerente de bioeletricidade da Unica.

Para o especialista, o aporte de recursos em bioeletri-cidade compensa. Em comparação com outras fontes de geração de energia, o desempenho impressiona. A energia oriunda de biomassa da cana-de-açúcar gera 15 vezes mais

empregos diretos do que aquela baseada no carvão mine-ral, 22 vezes mais do que a fonte de gás natural e 72 vezes mais do que a energia nuclear.

Os ganhos em usá-la plenamente não param por aí. Além de poder representar 18% do consumo nacional de energia elétrica em 2020, o aproveitamento pleno do po-tencial significaria proporcionar o atendimento anual de cinco cidades do tamanho de São Paulo, exemplifica Sou-za. “Representaria quase duas vezes o que o Estado de São Paulo produziu de energia elétrica em 2011”, ressalta.

A emissão de gás carbônico (CO2) também seria mini-mizada em quase 40 milhões de toneladas por ano. Se fosse buscada por meio do plantio de árvores nativas, seriam ne-cessárias, ao longo de 20 anos, 276 milhões de mudas. Com a geração de bioeletricidade na máxima potência, a matriz de emissões do setor elétrico, por sua vez, poderia ter decrésci-mo equivalente a 80%, apontam as projeções da Unica.

TRAÇANDO UM PLANOA elaboração de um Plano Decenal, que promova um conjunto de reforços e melhorias nas redes de distribuição

e transmissão, é uma das propostas apresentadas para incentivar a valorização e o uso do potencial bioelétrico nacional. Com ele, seria permitida a conexão de usinas à bioeletricidade.

Conforme Zilmar Souza, da Unica, uma reestruturação de questões fiscais igualmente é necessária. Desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) na venda de

insumos para a produção de bioeletricidade (bagaço, vapor, palha, vinhaça) realizada entre a usina sucroenergética e a central geradora; isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente em equipamentos destinados ao recolhimento

e processamento da palha/vinhaça; e promoção e desoneração do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) na cadeia produtiva da bioeletricidade são algumas medidas sugeridas para desenvolver a bioenergia do Brasil.

SINAL DE POTÊNCIA Em 2011, o total comercializado junto ao setor elétrico foi de 9.925.080 Mwh, ou 1.133 MW médios, com crescimento de 12% em relação a 2010. Em 2008, o setor sucroenergético chegou a comercializar 600 MW médios. Mas sem política setorial definida, o total comercializado anualmente pela bioeletricidade em leilões promovidos pelo governo federal ficou abaixo das expectativas. De 2009 a 2011, o segmento registrou somente 90 MW médios, apontam dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

Ainda em 2011, a geração de bioeletricidade para o sistema elétrico foi equiva-lente a 2,3% do consumo brasileiro total de energia elétrica. Do consumo resi-dencial, representou 9%. O montante também representou economia de 5% da água dos reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste no período seco do ano.“Sem essa geração da bioeletricidade em 2011, a matriz de emissões do setor elétrico teria acréscimo de 10%”, afirma Zilmar Souza, da Unica.

O submercado Sudeste/Centro-Oeste possui aproximadamen-te 90% do potencial da bioeletricidade sucroenergética brasileira, e demanda 61% do Sistema Interligado Nacional. Por isso, especia-listas acreditam que a promoção de leilões regionais – por submer-cado elétrico ou por fonte – possa ser uma ferramenta para atender às peculiaridades do balanço energético nacional, estimulando a ge-

ração distribuída e a eficiência energética no setor elétrico.

56 57

Page 30: Anuario de Cana 2012

Challenge-driven

ALTHOUGH HAVING GROWN IN

2011, BIOELECTRICITY SECTOR MUST GET ON THE RIGHT TRACK TO ENSURE A PROMISING FUTURE

WWhile millions of Brazilians are beginning to wake up to bioelectricity, the sector is still in need of more energy to become awake. While the potential aggregation to the national electric supply company, in 2011, was an aver-age of 4,158 MW, Brazil registered an average 1,133 MW during the year, according to data released by the Sugar-cane Industry Union (Unica).

Based on the present scenario, specialists believe that in the 2020/21cycle only 16% will have been achieved, out of a total capacity of 134 million MWh/year, or an average 15.300 MW. This production potential, equivalent to three hydroelectric plants of the size of the Belo Monte plant, in the State of Pará, or two Itaipu plants, in Paraná, will only be achieved with an additional investment of R$ 100 billion, explains Zilmar Souza, manager of bioelectricity at Unica.

The specialist maintains that investments in bioelec-tricity are perfectly justifiable. Compared to other energy generating sources, the performance is impressive. En-ergy coming from sugarcane biomass generates 15 times as many direct jobs as mineral coal, 22 times more than natural gas and 72 times more than nuclear energy.

Gains from its full use do not stop there. Besides boasting the capacity to represent 18% of our national electric energy consumption by 2020, taking full advantage of the material would translate into the generation of energy to supply five cities of the size of São Paulo, Souza exemplifies. “It would represent almost twice as much electric energy produced by the State of São Paulo in 2011”, he stresses.

The emission of carbonic acid gas (CO2) would also be minimized by almost 40 million tons a year. If it was provided through native tree planting, a total of 276 mil-lion seedlings would be needed over a 20-year period. With the generation of bioelectricity at its maximum ca-pacity, the electric sector emissions matrix, in turn, could decrease by 80%, Unica projections confirm.

DELINEATING A PLANA Ten-Year Plan, capable of triggering a set of reinforcements and improvements to the distribution and

transmission networks, is also one of the bids presented to stimulate the value and the use of the national bioelectric potential. Through the plan it would be viable to connect the electricity plant to bioelectricity.

According to Unica official Zilmar Souza, a restructuring of fiscal issues is equally necessary. Exemption from the Social Integration Program (PIS) and Social Security Financing (Cofins) on sales of inputs for the

production of bioelectricity (bagasse, steam, straw, molasses) conducted between the sucroenergy plant and the central generator; exemption from excise taxes (IPI) levied on equipment destined for collecting

and processing straw/molasses; and exemption from state value-added tax (ICMS) in the bioelectricity supply chain are some of the measures suggested towards the development of bioenergy in Brazil.

POWER In 2011, the total amount furnished by the electricity supply corporation reached 9,925,080 Mwh, or an average 1,133 MW, representing an increase of 12% from 2010. In 2008, the sucroenergy sector traded 600 MW. But without a defined sectoral policy, the total traded on an annual basis by bioelectricity, in auctions promoted by the government, did not live up to expectations. From 2009 to 2011, the segment registered only 90 MW, from sources of the Sugarcane Industry Union (Unica).

In 2011, the generation of bioelectricity for the electricity supply system was equivalent to 2.3% over Brazil’s total consumption of electric energy. It represented 9% of household consumption.

The Southeast/Center-West submarket possesses approximately 90% of Brazilian sucroenergy bioelectricity potential, and demands 61% from the National Interlinked System. That is why specialists believe that the promotion of regional auctions – by electrical submarket or by source – could become a tool to meet

the peculiarities of the national energy balance, stimulating shared generation and energy efficiency in the

electric sector.

Sílv

io Á

vila

58 59

Page 31: Anuario de Cana 2012

O plástico é verde

OO polietileno (PE) verde, produzido pela Braskem em escala comercial desde setembro de 2010 em Triunfo (RS), apre-senta uma demanda de mercado bastante significativa e que vem crescendo, segun-do a empresa. O biopolímero obtido a par-tir do etanol da cana-de-açúcar é valoriza-do por ser originado de fonte renovável ao invés de combustíveis fósseis, preservando características do plástico tradicional.

O produto verde tem sido bem aceito

no mercado interno e no exterior. Con-forme a fabricante, a Europa é o maior destino. Alemanha e França se destacam como grandes consumidores, como também o Japão, na Ásia, e os Estados Unidos, na América do Norte. Hoje, a Braskem exporta cerca de 80% do PE Ver-de. Mas alguns produtos feitos com ele já podem ser encontrados no mercado brasileiro, como o frasco de Activia, da Danone; a embalagem do Sundown, da

Johnson & Johnson; estojos escolares da Faber Castell, embalagens do papel higiê-nico Neve, da Kimberly-Clark; sacolinhas de supermercado do Zaffari e para horti-fruti da Acinplas, entre outros.

Com a produção de biopolímeros, a Braskem assume liderança mundial na área e continua atuando em projetos de novos produtos com a mesma fonte renovável. Na rota de lançamentos futuros, a empresa es-tuda investir em uma unidade de propeno

Sílv

io Á

vila

DEMANDA POR BIOPOLÍMEROS PRODUZIDOS A PARTIR DE ETANOL DE CANA-DE-AÇÚCAR NO BRASIL VEM CRESCENDO EM NÍVEL MUNDIAL

PARA A SAÚDE Polímeros de cana também são pesquisados para a área da saúde. Conforme se noticiou em

2012, grupo de cientistas da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), no campus

de Rio Claro (SP), em parceria com a Braskem, estuda seu uso na fabricação de

próteses ortopédicas, pinos, placas e stents (alargadores que evitam entupimento de

artérias). Produto obtido a partir do melaço da planta, além do soro de leite, substitui o

plástico tradicional e, por ser biocompatível, apresenta menos rejeição.

Já na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), com estação experimental de cana em Carpina, em

conjunto com a área de medicina da Universidade Federal de Pernambuco

(UFPE), obteve-se um curativo mais eficiente por meio da fermentação do

melaço da cana. De acordo com as pesquisas, o tempo de cicatrização de

feridas foi reduzido em até 50% com o novo produto, que também não precisa ser

trocado, é biocompatível e atóxico. O engenheiro químico Francisco de

Assis Dutra Melo, da UFRPE, informou em agosto de 2012 que foram montados

laboratório e empresa incubada com o propósito de colocar o produto no mercado

em dois anos. Adiantou ainda que a tecnologia pode dar origem a outros itens

e inclusive existe linha de pesquisa que conseguiu obter artérias a partir do material feito com o subproduto da cana-de-açúcar.

verde, matéria-prima para o polipropileno, segundo plástico mais utilizado no mundo, reforçando a posição de destaque da com-panhia na química sustentável.

Além deste projeto, ela tem ainda cin-co produtos em estudo, para os quais pleiteia financiamento no Banco Na-cional de Desenvolvimento Econômi-co e Social (BNDES), em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), por meio do Plano de Apoio à

Inovação dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico (Paiss). Trata-se de ins-trumento de respaldo a iniciativas de desenvolvimento e produção de novas tecnologias industriais destinadas ao processamento da biomassa derivada da cana-de-açúcar. Em 2011, a Braskem submeteu a análise seu plano de negó-cios para químicos renováveis e obteve aprovação, enquanto em 2012 o proces-so de seleção contempla novas etapas.

60 61

Page 32: Anuario de Cana 2012

Plastic is greenDEMAND FOR BIOPOLYMERS PRODUCED FROM SUGARCANE ETHANOL IN BRAZIL HAS BEEN RISING AT GLOBAL LEVEL RESOURCE

GGreen polyethylene (PE), produced by Braskem on a commercial scale since September 2010, in Triunfo (RS), is characterized by significant demand which has been soaring, say company sources. Biopolymer obtained from sugarcane ethanol is valued for its origin from a renewable source, rather than from fossil fuels, preserving the charac-teristics of traditional plastic.

The green product has become popular at home and abroad. According to the manufacturer, Europe is the ma-

jor destination. Germany and France stand out as big con-sumers, followed by Japan, in Asia, and the United States, in North America. Currently, Braskem exports about 80% of its Green PE, but some products made from it can al-ready be found in the Brazilian market, like the Danone Activia flask, Johnson & Johnson’s Sundown packaging, Faber Castell school kits, Kimberly-Clark Neve toilet paper packaging, Zaffari supermarket bags and Acinplas hortifruti packaging, just to mention a few.

HEALTH BOUND Sugarcane polymers are also undergoing research focused on health

benefits. In 2012, publicity was given to a group of scientists of the São Paulo State University (Unesp),

at the Rio Claro Campus (SP), who, jointly with Braskem, are doing research on its use in orthopedic

prostheses, pins, plates and stents (enlargement devices that prevent arteries from clogging). Product

obtained from sugarcane molasses and from whey, it substitutes traditional plastic and, being bio

compatible, poses less rejection risks.The Pernambuco State Federal Rural University

(UFRPE), with its sugarcane experiment station in Carpina, jointly with the medical division of the

Pernambuco State Federal University (UFPE), obtained a more efficient remedy through a sugarcane molasses

fermentation process. According to research results, the healing time for wounds was reduced by 50% with the new product, and there is also no need to change

it, since it is bio compatible and non toxic.UFRPE agronomic engineer Francisco de Assis

Dutra Melo informed in August 2012 that a laboratory was installed and that the company had decided to

place the product in the market within two years. He also anticipated that the technology could give

rise to other items and he mentioned that one of the company’s research divisions had managed to come

up with arteries made from the sugarcane byproduct.

With the production of biopolymers, Braskem is assum-ing a global leadership position in the area and continues seeking new products from the same renewable source. With regard to future launchings, the company is considering invest-ments in a green propane unit, raw material for polypropyl-ene, which ranks second in use in the world, strengthening the company’s prominent position in sustainable chemistry.

Besides this project, the company is now doing research into five other products, for which it is to get financial grants

from the National Bank for Social and Economic Development (BNDES), in partnership with the Projects and Studies Financ-ing Agency (Finep), through the Sucrochemical and Sucroen-ergy Innovation Support Plan (Paiss). It is an instrument that supports initiatives focused on the development and produc-tion of new industrial technologies destined for processing sugarcane-based biomass. In 2011, Braskem submitted its renewable chemical business plan and was granted approval, whilst in 2012 the selection process is focused on new stages.

Sílv

io Á

vila

62 63

Page 33: Anuario de Cana 2012

Referência internacional

USO DE BIOPLÁSTICOS ELABORADOS A PARTIR DO ETANOL DE CANA-DE-AÇÚCAR AFIRMA O BRASIL NO SELETO GRUPO DAS NAÇÕES

INOVADORAS EM TECNOLOGIA

OO Brasil, que tem uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta e foi pioneiro na comercialização de embalagens feitas com bioplásticos, consolida-se cada vez mais como um centro de referência no desenvolvimento destes produtos. A afirmação foi feita no início de 2012 por Alfred Szwarc, consultor de emissões e tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açú-car (Unica), ao se referir a novas adesões a esta alternativa am-bientalmente correta, dentro do conceito da sustentabilidade.

A multinacional Tetra Pak vai ampliar o uso de bioplásticos produzidos a partir do etanol de cana-de-açúcar, seguindo os passos de empresas como Heinz, Procter & Gamble, AT&T, Mi-chelin, Águas Crystal, Dow Chemical e Mitsui, que já utilizam os chamados plásticos verdes. O projeto teve início em meados de 2011, quando as empresas Braskem e Nestlé Brasil firmaram parceria para o uso do produto na fabricação de tampas de ros-ca para embalagens cartonadas das marcas Ninho e Molico. O

objetivo é fazer com que a nova tampa verde seja uma realidade no cotidiano dos brasileiros, conforme a Tetra Pak.

A decisão, ainda segundo Szwarc, faz parte de uma ten-dência irreversível, que mostra a amplitude dos produtos de-rivados da cana. Também lembrou que a Coca-Cola escolheu o Brasil como uma das plataformas de lançamento das garrafas Plant Bottle, as primeiras feitas com biopolietileno no mundo.

A diversificação no uso de etanol representa uma expan-são das fronteiras do setor sucronergético nacional, ressalta o consultor, que ainda destaca o balanço positivo da versão verde de plástico no caso de emissões de gases de efeito estufa. Enquanto cada tonelada de polietileno convencional derivado de petróleo lança 4,9 toneladas de C02 na atmos-fera, informa ele, a cana absorve 7,4 toneladas por hectare durante todo ciclo de produção, contribuindo muito na luta contra o aquecimento global.

Inor

Ag.

Ass

man

n

International referenceUSE OF BIOPLASTICS MADE FROM SUGARCANE

ETHANOL INCLUDES BRAZIL IN THE SELECT GROUP OF TECHNOLOGICAL INNOVATION COUNTRIES

BBrazil boasts one of the cleanest energy matrices in the world and pioneered the market of packaging made from bio-plastic, and is now increasingly consolidating its position as a reference center in the development of these products. This statement was made early this year by Alfred Szwarc, emissions consultant with the Sugarcane Industry Union (Unica), while commenting on the new adhesions to this environmentally correct alternative, within the sustainability concept.

Tetra Pak, a multinational corporation, intends to ex-pand the use of bioplastics made from sugarcane ethanol, following on the heels of companies like Heinz, Procter & Gamble, AT&T, Michelin, Águas Crystal, Dow Chemi-cal and Mitsui, which have already adhered to the so-called green plastics. The project had its beginning mid-way through last year when Braskem and Nestlé Brasil entered into a partnership for the use of this product in

their Ninho and Molico spiral cardboard containers. The target is to transform the new green spiral cardboard into an everyday reality in Brazil, according to Tetra Pak.

The decision, in Szwarc’s view, is part of an irreversible trend that attests to the amplitude of sugarcane-based prod-ucts. He also mentioned that Coca-Cola chose Brazil as one of the platforms for launching the Plant Bottle, the first ones made from bio- polyethylene in the world.

The diversification in the use of ethanol represents an ex-pansion to the frontiers of our national sucroenergy sector, the consultant stresses, while insisting on the positive balance of the green plastic version in the case of greenhouse gas emis-sions. While a ton of conventional petroleum-based polyethyl-ene spews 4.9 tons of C02 into the atmosphere, he says, sugar-cane absorbs 7.4 tons per hectare during the production cycle, contributing greatly towards the fight against global warming.

64 65

Page 34: Anuario de Cana 2012
Page 35: Anuario de Cana 2012

EEquipe da Universidade Federal do Rio

de Janeiro (UFRJ) desenvolveu uma fibra de carbono a partir do bagaço da cana-de--açúcar. É mais um derivado extraído deste resíduo, muito valorizado no mercado, e que pode vir a ocupar o lugar do mesmo produ-to feito de outras matérias-primas. “É uma reciclagem de alto valor agregado, que pode gerar boas oportunidades, porque o Brasil ainda não tem produção industrial deste item”, afirma a professora Verônica Calado, do Núcleo de Biocombustíveis, Petróleo e de seus Derivados na Escola de Química da UFRJ. Ela coordena o trabalho juntamente com o professor Nei Pereira Jr.

O produto é resultado da extração da molécula lignina do resíduo da cana, que precisa ser removida para a obtenção do

chamado etanol de segunda geração, um aproveitamento já destacado para o bagaço. Os pesquisadores lembram que as fibras de carbono têm papel de destaque por apre-sentarem alta resistência e rigidez, baixos peso e expansão térmica, com as mais di-versas aplicações nas indústrias aeronáuti-ca, automobilística, esportiva, naval e mili-tar e na construção civil. São utilizadas, por exemplo, na construção de pás de usinas eólicas, peças de aviões e carros, e estrutu-ras para plataformas de petróleo.

A pesquisa, segundo eles, poderá causar impacto de grande proporção, uma vez que o Brasil importa todo o volume das referidas fibras do Japão e dos Estados Unidos a preço médio de U$D 33,00 pelo metro linear do material. Além disso, os integrantes da equi-

pe de trabalho da universidade reforçam que as matérias-primas hoje utilizadas para a sua produção são provenientes do petróleo e a lignina da cana-de-açúcar passaria de rejeito de processamento para precursor de mate-rial com alto valor agregado.

O grupo de pesquisas avalia a experiên-cia com otimismo e perspectivas de geração de patente do processo. Resultados prévios indicam que haverá barateamento na produ-ção da fibra, sem a necessidade de adição de quaisquer outros recursos materiais, ao con-trário do que acontece com estudos anterio-res a respeito. Além de recursos otimizados e mais brandos de extração da lignina junto ao bagaço, sua recuperação e sua pureza no processo têm alcançado teores muito inte-ressantes, ressaltam os pesquisadores.

Do bagaço à fibraPRODUTO DE CARBONO ORIGINADO DO RESÍDUO DA CANA-DE-AÇÚCAR FOI DESENVOLVIDO EM UNIVERSIDADE E PODE SUBSTITUIR O DE OUTRAS FONTES

Inor

Ag.

Ass

man

n

68

Seu portal para fazernegócios com o Brasil!

Ÿ Informações sobre 8.700 empresas exportadoras brasileiras;

Ÿ Dados sobre 2.700 produtos relacionados a comércio exterior;

Ÿ Indicadores econômicos, tabelas e gráficos sobre comércio exterior;

Ÿ Mais de 300 feiras comerciais a serem realizadas no Brasil em 2011;

Ÿ Oportunidades de investimento em infraestrutura, energia, indústria

www.brasilglobalnet.gov.br

pesada e megaeventos esportivos.

Ministério das Relações ExterioresSubsecretaria-Geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial

Departamento de Promoção Comercial e Investimentos

Page 36: Anuario de Cana 2012

From bagasse to fiber

CARBON

PRODUCT

FROM

SUGARCANE WASTE WAS

DEVELOPED IN A UNIVERSITY AND COULD

REPLACE PRODUCTS OF

OTHER ORIGIN

AA team of the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) developed a carbon fiber from sugarcane bagasse. It is just one more byproduct extracted from this waste, highly valued in the market, and could replace the same product made from other raw materi-als. “It is a recycled product of high added value, which could generate good oppor-tunities, because there is no industrial pro-duction of this type in Brazil’, says professor Verônica Calado, of the Biofuels, Crude Oil and Derivatives Nucleus at the UFRJ Chemi-cal College. She coordinates the work joint-ly with Professor Nei Pereira Jr.

The product results from the extrac-tion of the lignin molecule from the sug-arcane waste, which has to be removed for obtaining the so-called second gen-

eration ethanol, a use already given to ba-gasse. The researchers recall that carbon fibers play a relevant role because of their resistance and stiffness, low weight and reduced thermal expansion, with a vari-ety of applications in aircraft industries, automobiles, sports, naval and military equipment, and in civil construction. They are used, for example, in the con-struction of windmill propellers, airplane and car parts and structures for oil rigs.

Research work, according to them, could cause an impact of great propor-tion, since Brazil imports the entire vol-ume of the before mentioned fibers from Japan and from the United States at an average price of U$D 33.00 per linear meter of the material. Furthermore, the

members of the university working team strengthen that the raw materials current-ly used for its production come from pe-troleum and the sugarcane lignin would turn from processing waste into precur-sor of material with high added value.

The research team views the experi-ment as an optimistic step with perspectives for generating a process patent. Previous results indicate that the fiber producing process could turn cheaper, without the need to add any other material resources, contrary to what happens with previous studies on the subject. Besides maximized and lighter resources for lignin extraction from the bagasse, its recovery and purity in the process has reached very interesting indices, the researchers point out.

ISOBUTANOLOne more product that could owe its origin to the sugar

and alcohol sector is isobutanol, used as biofuel or raw material in the solvents industry. British Petroleum (BP), jointly with DuPont, in 2010, came up with a type made from sugarcane biomass, being tested in the Japanese Mazda Auto Assembly Line in the ALMS car race in the United States and Canada. Now in 2012, advanced technologies have been announced by the Massachusetts Institute of Technology (MIT), in USA, with another material resulting from the use of CO2 (carbonic acid gas) generated through a sugarcane juice fermenting process.

The MIT study includes Brazilian scientists, like researcher Cláudia Gai, agronomic engineer that graduated from the University of São Paulo (USP). According to her opinion, expressed in September this year, one of the reasons that justifies all studies on isobutanol is the fact that it is compatible with common gasoline and could be used in cars. A pilot project for its production on a large scale, according to her, should be ready in early 2014.

Alfred Szwarc, emissions and technology consultant with the Sugarcane Industry Union (Unica), maintains that the work is suggesting promising results and points to fantastic potentialities. He insists that the production of CO2 isobutanol, a villain in global warming, would strengthen the sustainable status the sector has been longing for.

ISOBUTANOLMais um produto que poderá advir do setor sucroenergético é

o isobutanol, usado como biocombustível ou matéria-prima na indústria de solventes. A British Petroleum (BP), em parceria com a DuPont, apresentou em 2010 um tipo feito a partir da

biomassa da cana, em teste da montadora japonesa Mazda na competição automobilística ALMS, nos Estados Unidos e no

Canadá. Agora em 2012 foram anunciadas pesquisas avançadas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos EUA,

com outro resultante do aproveitamento de CO2 (gás carbônico) gerado na fermentação do caldo da cana.

O estudo no MIT tem a participação de cientistas brasileiras, como a pesquisadora Cláudia Gai, engenheira agrônoma formada pela Universidade de São Paulo (USP). Conforme ela declarou em

setembro de 2012, um dos motivos para estudar o isobutanol é que ele é compatível com a gasolina e pode ser usado em automóveis.

Um projeto-piloto para a sua produção em maior escala, segundo a brasileira, deverá estar pronto no início de 2014.

Para Alfred Szwarc, consultor de emissões e tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o trabalho mostra

resultados promissores e indica potencialidades fantásticas. Ele destaca especialmente que a obtenção de isobutanol

do CO2, um dos vilões do aquecimento global, reforçaria a sustentabilidade sempre buscada pelo setor.

Inor

Ag.

Ass

man

n

70 71

Page 37: Anuario de Cana 2012

Adeus, fumaça

COLHEITA DE CANA-DE-AÇÚCAR SEM A QUEIMA CRESCE A CADA ANO NO MAIOR ESTADO PRODUTOR COM O DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA ETANOL VERDE OO Estado de São Paulo, maior produtor de cana-de-açúcar

do País e que tem na cultura a sua principal atividade agríco-la, aumenta a cada ano a área colhida de forma crua, sem o uso do fogo na queima da palha. Na safra 2011/12, a colheita mecanizada já atingiu 65,2%; e na temporada 2012/13, até agosto, o índice já passava de 81%. Assim, atende – e inclu-sive ultrapassa – as exigências estabelecidas em lei estadual de 2002, desenvolvendo o programa Etanol Verde. Por meio de Protocolo Agroambiental assinado entre governo e setor em 2007, a iniciativa antecipa o fim da queima de 2021 para 2014 nas áreas mecanizáveis, e de 2031 para 2017 nas demais.

Se considerado o que poderia ter sido queimado de acordo com os limites previstos na legislação, esta prática foi evitada em mais de 4,5 milhões de hectares desde a vigência do proto-colo, ressalta a equipe do Etanol Verde, vinculada à Secretaria do Meio Ambiente. Conforme o programa, o resultado repre-senta ganho ambiental para todo Estado, pois evitou a emissão de mais de 16,7 milhões de toneladas de poluentes (material particulado, hidrocarbonetos e monóxido de carbono) e mais de 2,7 milhões de toneladas de CO2 equivalente.

Na safra 2011/12, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a mecanização em São Paulo já atingiu 65,2% dos 4.796.140 hectares de cana colhidos. A instituição lançou site (www.dsr.inpe.br/laf/canacrua) que amplia projeto iniciado em 2003, denominado Canasat, para sensoriamento remoto e geoprocessamento da área cultivada em vários estados e, também, mapeamento do tipo de colheita no principal produtor.

Em relação ao ciclo 2012/13, até o mês de agosto, informações do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), divulgadas pela União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), revelam que o índice de colheita mecanizada em

São Paulo já alcançou 81,4%. Outros estados, de acordo com a mesma fonte, igualmente apresentam elevados per-centuais, como Mato Grosso do Sul (94,3%); Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, na ordem de 88%.

INTERFERÊNCIA Ainda em São Paulo, hou-ve em meados de 2012 interferência da Justiça Federal na região de Piracicaba, determinando a suspensão da queima controlada da palha de cana em 20 cidades. Sobre o assunto, a equipe do Etanol Verde lembra que os municípios da área vêm atendendo às prerrogativas legais e se preparando para atender o prazo tendo em vista o fim do procedimento.

A suspensão das autorizações para esse fim “vai de encon-tro ao processo que vem se desenvolvendo na região, preju-dicando principalmente os fornecedores de cana e as usinas signatárias do Protocolo Agroambiental, comprometidos com as boas práticas agrícolas e ambientais por suas diretivas técnicas de sustentabilidade”, diz em nota.

A coordenação do programa evidencia que “o Estado pos-sui um sistema de controle e de autorização de queima con-trolada da palha da cana-de-açúcar eficiente e bem consolida-do, que, amparado pela Lei nº 11.241/2002, vem conseguindo disciplinar e reduzir gradativamente o uso do fogo para fins de pré-colheita da cultura. Paralelamente, o Protocolo Agroam-biental vem trazendo bons resultados, promovendo a sustenta-bilidade da atividade nas regiões canavieiras do Estado”.

Atualmente, são mais de 170 usinas signatárias e 29 associações de fornecedores de cana, representando seis mil fornecedores. Juntas, correspondem hoje a 90% da produção paulista de etanol, mas a meta é buscar a adesão de ainda mais fornecedores com suas entidades (associa-ções, sindicatos, cooperativas e similares).

Sílv

io Á

vila

72 73

Page 38: Anuario de Cana 2012

Bye-bye smoke

TThe State of São Paulo, largest sugarcane producer in the Country, where this crop is the leading agricultural activity, is year after year performing more natural har-vests, without resorting to straw burning practices. In the 2011/2012 cycle, mecha-nized harvesting reached 65.2% and in the 2012/2013 season, by August, it was more than 81%. Therefore, the State not only complies with the requirements set forth by a State Law in 2002 but even exceeds them,

through the development of the Green etha-nol program. Through the Agri-Environmen-tal Protocol, signed between the government and the sector in 2007, the initiative antici-pates the end of the field burning practice from the initially scheduled year 2021 to 2014, in the mechanized areas and from 2031 to 2017, in all other areas.

According to the Green Ethanol team, linked with the secretariat of the environ-ment, if we consider what could have been

burned in accordance with the limits set forth by legislation, this practice has been avoided in more than 4.5 million hectares since the protocol entered into force. In light of the program, the result represents an en-vironmental gain for the entire State, since it prevented 16.7 million tons of pollutants from being spewed into the atmosphere (particu-late matter, hydrocarbon and carbon mon-oxide) plus 2.7 million tons CO2 equivalent.

In the 2011/2012 crop year, accord-

Sílv

io Á

vila

SUGARCANE HARVESTING WITHOUT BURNING

THE FIELDS IS A PRACTICE THAT HAS BEEN RISING CONSTANTLY IN THE LEADING PRODUCING STATE, A RESULT OF THE NEWLY CREATED GREEN ETHANOL PROGRAM

INTERFERENCE Also in

São Paulo, in 2012, the Federal Justice

Department intervened in the region of

Piracicaba, determining an end to con-

trolled sugarcane straw burning in 20

municipalities. On the subject, the Green

Ethanol team recalls that all municipali-

ties located in the area comply with legal

requirements and are prepared to put an

end to the procedure by the previously

set expiration date.

The suspension of all authorizations

towards this end “confronts the process

now underway in the region, jeopardiz-

ing particularly the sugarcane suppliers

and all the mills that signed the Envi-

ronmental Protocol, committed to Best

Agricultural and Environmental Practices

in light of their sustainability technical di-

rectives”, the note states.

The coordination of the program

leaves it clear that “the State possesses

an efficient and well consolidated system

of control and authorization for burning

sugarcane straw, which, under the um-

brella of Law 11.241/2002, has managed

to discipline and gradually reduce the use

of fire for the purpose of pre-harvesting

activities. In the meantime, the Agri-En-

vironmental Protocol has been yielding

good results, promoting the sustainable

status of all activities in sugarcane grow-

ing regions across the State”.

Currently, there are upwards of 170

signatory mills and 29 associations of

sugarcane suppliers. Together, they ac-

count for 90% of all ethanol produced in

São Paulo and the idea is to attract more

supplier associations and their entities

(associations, unions, cooperatives and

the like).

ing to the National Institute for Spatial Research (Inpe), mechanization in São Paulo has reached 65.2% of the 4,796,140 hectares of sugarcane. The institution launched its site (www.dsr.inpe.br/laf/can-acrua) which expands the project started in 2003, known as Canasat, for remote sensoring and geo- processing the areas cultivated in several states and, equally for mapping the type of harvest performed in the major sugarcane producing state.

With regard to 2012/13, by August, in-formation released by the Sugarcane Tech-nology Center (CTC, in the Brazilian acro-nym), disclosed by the Sugarcane Industry Union (Unica), reveals that the proportion of mechanized harvesting in São Paulo has already reached 81.4%. Other states, according to the same source, also boast high percentages, like Mato Grosso do Sul (94.3%), as well as Goiás, Mato Grosso and Minas Gerais, something like 88%.

74 75

Page 39: Anuario de Cana 2012

Mecanizaçãoavança

PROCESSO ESTÁ MAIS PRESENTE

NOS MAIORES EMPREENDEDORES, MAS HÁ PREOCUPAÇÃO COM ALTERNATIVAS PARA A INTEGRAÇÃO DOS PLANTADORES MENORES

OO compromisso do setor da cana-de-açúcar de evitar a

colheita manual com o uso do fogo tem auxiliado no avan-ço da mecanização. Os maiores índices se registram junto a usinas e grandes produtores no Centro-Sul, ultrapassando a 80% em várias regiões, mas também são buscadas alternativas para atender aos pequenos e médios plantadores no País. Ao mesmo tempo, verifica-se o treinamento dos trabalhadores que atuavam no corte de cana para se enquadrarem na nova realidade, agora como operadores de máquinas.

Para os produtores de menor porte há a possibilidade de aqui-sição por consórcios e associações, bem como a terceirização da

colheita. Já existe um modelo de colhedora adequada para aten-der às necessidades desse nicho, como é o caso da A4000 da Case IH, enquadrada inclusive no Programa Mais Alimentos, do gover-no federal, com boas condições de financiamento.

De forma geral, os plantadores de cana manifestam interesse por máquinas que, entre outros pontos, sejam menos depen-dentes da ação do operador, reduzam as perdas e o consumo de combustíveis. As empresas que atuam no setor procuram ir ao en-contro destas e de outras melhorias, em seus lançamentos mais recentes e nos testes. O aumento da declividade em que os equi-pamentos podem operar também está sendo levado em conta.

Inor

Ag.

Ass

man

n

CAPACITAÇÃOA maior mecanização na colheita da cana, por

outro lado, tem exigido o incremento da qualificação profissional. Os próprios cortadores de cana que

atuavam na colheita manual têm recebido capacitação para responderem por outras funções, na operação

das máquinas. Desta forma, com uma atividade mais especializada, inclusive ampliaram os seus ganhos.

Há informações de que a mão de obra qualificada na colheita mecanizada teria crescido quase 300% nos

últimos seis anos no Estado de São Paulo.Ainda no campo do trabalho na cana-de-açúcar, o

governo federal, por meio da Comissão Nacional de Diálogo e Avaliação, agraciou em junho de 2012 um total de 169 empreendimentos do setor com o Selo

“Empresa Compromissada”. A distinção foi concedida àquelas que cumpriram ações estabelecidas no

Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na atividade, firmado em 2009.

No comprometimento inclui-se a reinserção ocupacional dos trabalhadores atingidos pelo avanço

da mecanização da colheita. O acordo deverá ser prorrogado até abril de 2013, dando continuidade às

diretrizes estabelecidas no processo, em que, segundo o governo, já são notadas melhorias importantes.

CAPACITY BUILDINGThe ever-increasing use of machinery at sugarcane

harvest, on the other hand, has required more professional training. The sugarcane cutters who used to harvest the crop by hand have been given special training

for taking up other jobs, like machine operators. And so, with a more specialized activity, they even managed

to get better salaries. Rumor has it that qualified labor at mechanized harvesting has gone up by almost 300% over

the past six years in the State of São Paulo.In the realm of the sugarcane operations, the federal

government, through the National Evaluation and Dialog Committee, awarded a total of 169 enterprises

of the sector with the “Committed Company Label”, in June 2012. The distinction was granted to the

companies that complied with actions set forth by the National Commitment for the Improvement of the Working Conditions in the activity, signed in 2009.

The commitment includes the re-insertion of the workers affected by the introduction of mechanized

harvesting. This agreement is to be extended until April 2013, giving continuity to the directives set out in the process, in which, according sources, relevant

improvements have surfaced.

Strides in mechanization

PROCESS IS MORE

COMMON AMONG MAJOR

ENTREPRENEURS, BUT THERE

IS CONCERN REGARDING

ALTERNATIVES FOR INTEGRATING

SMALLER SUGARCANE GROWERS

TThe commitment of the sugarcane sector to avoid manual harvesting with the use of fire has driven mechanization for-ward. The highest rates are achieved by mills and commercial farmers in the Center-South, exceeding 80% in several regions, but alternatives for small and medium-scale growers throughout the Country are also sought after. In the meantime, the workers that used to cut the sugarcane are now being trained in order to adjust to the new reality, which involves machinery operation services.

For small-scale farmers there is a chance for acquisitions through consortiums and associations, but they could also outsource their harvesting operations. There is a harvester model adjusted to the needs of this niche, as is the case of the A4000 of Case IH, which even fits into the More Foods Program of the federal government,

under good financing conditions.In general, sugarcane growers show

interest in machines which, among other aspects, require less involvement of operators, whilst reducing losses and high fuel consumption. The companies of the sector always try to do these and other improvements, in their latest launchings and tests. Higher declivity rates the machines are able to sustain are also being taken into account.

76 77

Page 40: Anuario de Cana 2012

Região Centro-Sul poderá ofertar 87,5% do açúcar produzido no Brasil

Açúcar • Sugar

Inor

Ag.

Ass

man

n

OO canavial brasileiro deve ofertar mais açúcar na temporada 2012/2013. A produção está estimada em 38,99 milhões de toneladas, volume 8,41% superior ao obtido no ciclo anterior. Os números foram projetados pelo segundo levantamento da safra 2012/13 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado em 9 de agosto deste ano. Os dados consoli-dados serão conhecidos a partir do dia 12 de dezembro de 2012 com a divulgação do terceiro levantamento da Conab.

Até o dia 31 de agosto de 2012, as usinas brasileiras produziram 18,56 milhões de tonela-das de açúcar, de acordo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Deste volume, o estado de São Paulo respondeu por 12,34 milhões de toneladas. A cada quinze dias, as unidades informam os resultados sobre a produção e os estoques de açúcar ao Mapa. Atual-mente, estão cadastradas 290 usinas produtoras de açúcar e etanol, 94 de etanol e 10 de açúcar.

Para a safra atual, a Conab também está prevendo crescimento da área (2,1%), da produti-vidade (4,3%) e do esmagamento de cana-de-açúcar (6,5%) em relação ao ciclo de 2011/12. O processamento total da planta deve chegar a 596,6 milhões de toneladas. Deste total, 50,42% serão destinados para a elaboração de açúcar, enquanto que o restante (49,58%) será para a produção de etanol. Na safra anterior esta distribuição foi mais favorável ao etanol, sendo que 51,1% da planta foi esmagada para a produção do biocombustível. “As usinas direcionam a cana para o açúcar ou para o etanol, em função dos preços praticados”, relata Wellington Teixeira, gerente de Alimentos Básicos da Conab.

A região Sudeste é a principal produtora de açúcar e deverá contribuir com 26,648 milhões de toneladas em 2012/13. Em seguida estão posicionadas a região Nordeste com 4,81 milhões de toneladas, Centro-Oeste (4,45 milhões de toneladas) e a região Sul (3,03 milhões de toneladas). A região Centro-Sul é a responsável pela produção de 87,5% do total. Entre os estados, São Paulo é o grande produtor respondendo por 22,69 milhões de toneladas. Os demais produtores são Minas Gerais (3,73 milhões de t), Paraná (3,03 milhões de t), Alagoas (2,41 milhões de t), Goiás (2,11 milhões de t) Mato Grosso do Sul (1,83 milhão de t) e Pernambuco (1,63 milhão de t).

A perspectiva para 2013/14 é de que o Brasil produza 41,7 milhões de toneladas de açú-car, o que representa um aumento de 7,45%. A projeção é da Conab e leva em considera-ção a previsão positiva para o clima, a tendência de abertura de novas usinas e a expansão e a renovação dos canaviais. “Os rendimentos da planta são influenciados pelas condições climáticas, já a produção está condicionada ao mercado, uma vez que as usinas direcionam a cana para o produto que oferece a melhor remuneração”, destaca Teixeira.

Boas notíciasESTIMATIVA APONTA QUE A PRODUÇÃO BRASILEIRA DE AÇÚCAR CHEGARÁ A 38,99 MILHÕES DE TONELADAS NO CICLO 2012/13, VOLUME 8,41% MAIOR QUE NO ANTERIOR

7978

Page 41: Anuario de Cana 2012

Center-South region is likely to supply 87.5% of all sugar produced in Brazil

Sílv

io Á

vila

BBrazilian sugarcane fields are poised to supply more sugar in the 2012/2013 crop year. Production has been estimated at 38.99 million tons, up 8.41% from the previous cycle. These figures were projected by the second crop survey in 2012/13, by the National Supply Company (Conab), published on August 9 this year. Consolidated numbers will be available as of 12th December 2012, when the results of the third survey are disclosed.

By 31st August 2012, the Brazilian mills had produced 18.56 million tons of sugar, according to figures released by the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA). Of this volume, the State of São Paulo accounted for 12.34 million tons. Every other week, the units release the production and stock results to the Mapa. Currently, there are 290 sugar and ethanol producing mills registered, 954 produce ethanol and 10 are devoted to sugar.

For the current crop, Conab is also forecasting increases in planted area (2.1%), productivity (4.3%) and sugarcane crushing (6.5) in comparison to the 2011/12 cycle. Total processing is estimated to reach 596.6 million tons. Of this total, 50.42% will be destined for sugar, while the remaining 49.58% will be for the production of ethanol. In the previous crop, ethanol’s share was bigger, when 51.1% of the entire harvest was crushed for the production of biofu-els. The mills destine the sugarcane for sugar or for ethanol, based on the prices that are practiced”, informs Wellington Teixeira, manager of Conab’s Basic Foods Division.

The Southeast is the leading sugar producer and is sup-posed to contribute with 26.648 million tons in 2012/13. The region is followed by the Northeast, with 4.81 mil-lion tons, Center-West (4.45 million tons) and the South (3.03 million tons). The Center-South is responsible for the production of 87.5% of the total. Among the states, São Paulo is the leading producer and accounts for 22.69 million tons. Other producers are Minas Gerais (3.73 mil-lion tons), Paraná (3.03 million tons), Alagoas (2.41 mil-lion tons), Goiás (2.11 million tons) Mato Grosso do Sul (1.83 million tons) and Pernambuco (1.63 million tons).

The perspective for the 2013/14 cycle is for Brazil to pro-duce 41.7 million tons of sugar, up 7.45%. This projection was made by Conab and takes into consideration the Outlook for good climate conditions, the trend for the construction of new mills and the renewal and expansion of the sugarcane fields. “The sugarcane yields are greatly influenced by cli-mate conditions, while production is linked to the market, since the mills destine their sugarcane for the product that offers better remuneration”, Teixeira concludes.

Good newsSUGAR PRODUCTION IN BRAZIL IS ESTIMATED TO REACH 38.99 MILLION TONS IN THE CROP 2012/13, UP 8.41% FROM LAST YEAR

AÇUCAREIRO NACIONAL • NATIONAL SUGAR POT

Produção de açúcar – safra 2012/13*

Região/Estado Açúcar (1.000 t)Norte 52,5

Amazonas 14,8

Pará 37,7

Nordeste 4.810,5

Maranhão 8,6

Piauí 61,0

Rio Grande do Norte 175,9

Paraíba 276,1

Pernambuco 1.636,5

Alagoas 2.412,0

Sergipe 108,4

Bahia 132,0

Centro-Oeste 4.445,1

Mato Grosso 494,7

Mato Grosso do Sul 1.839,7

Goiás 2.110,6

Sudeste 26.648,9

Minas Gerais 3.737,0

Espírito Santo 119,5

Rio de Janeiro 99,5

São Paulo 22.692,9

Sul 3.036,2

Paraná 3.036,2

Norte/Nordeste 4.863,0

Centro/Sul 34.130,2

Brasil 38,993,1

Fonte: Conab – Segundo levantamento, agosto de 2012. - * Estimativa.

80 81

Page 42: Anuario de Cana 2012

De onde vem a doçura

REGIÃO CENTRO-SUL PRODUZIU 24 MILHÕES DE TONELADAS DE AÇÚCAR ATÉ SETEMBRO DE 2012, VOLUME 7,87% MENOR QUE O DO MESMO

PERÍODO DE 2011

AA produção de açúcar na região Centro-

-Sul, que responde por mais de 87% do total nacional, não estava evoluindo em 2012 na mesma proporção verificada no ano anterior. O fornecimento do produto é acompanhado de perto pela União da Indústria de Cana-de--Açúcar (Unica), que apresenta novos núme-ros a cada 15 dias desde a primeira projeção, divulgada em 14 de abril de 2012.

De acordo com a entidade, até final de se-tembro de 2012 a elaboração de açúcar da re-gião Centro-Sul somava 24 milhões de tonela-das, resultado 7,87% abaixo das 26,05 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2011. Deste total, só o Estado de São Paulo produziu 16,02 milhões de toneladas, apon-tando queda de 10,39% na comparação com o obtido nos mesmos meses de 2011.

Em meados de setembro, ao revisar a

projeção de abril, a Unica estimou que a pro-dução total de açúcar para o ciclo 2012/13 na região deve chegar a 32,7 milhões de tonela-das. Este volume projetado ficou 1,21% me-nor do que o calculado em abril, mas 4,46% acima das 31,3 milhões de toneladas produ-zidas na temporada 2011/12.

Conforme a Unica, a produção de açúcar vem sofrendo o impacto do atraso ocorrido na moagem de cana do Centro-Sul. Do início da colheita até o final de setembro de 2012, o volume processado era de 381,39 milhões de toneladas, mantendo o atraso de 32,19 mi-lhões de toneladas em relação ao esmagado até a mesma data da safra 2011/12.

Também a qualidade da matéria-prima foi afetada pelas chuvas intensas ocorridas no início da safra. Segundo a representação da indústria, até o início de setembro a quantidade de Açúca-

res Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana foi de apenas 129,49 kg, índice abaixo dos 132,56 kg verificados no mesmo período da sa-fra anterior. O projetado apontava para qualida-de de matéria-prima de 135,4 kg por tonelada de cana ao final da safra 2012/13.

Além disso, na segunda quinzena de setembro a produção de açúcar teve queda significativa na proporção da planta dire-cionada para o produto. Apenas 48,56% da cana foi utilizada para a elaboração de açú-car, valor inferior aos 51,56% observados no início de setembro e aos 51,84% verificados na mesma quinzena de 2011. “A opção dos usineiros pela produção de açúcar ou de etanol normalmente está relacionada ao produto que oferece o melhor o preço”, explica Antonio de Padua Rodrigues, presi-dente interino da Unica.

Robi

spie

rre

Giu

liani

TLINHA DE PRODUÇÃO • PRODUCTION LINE

Região Centro-Sul - acumulado até 30/09/2012

Safras Produtos 2011/12 2012/13 VariaçãoCana-de-açúcar (1) 413.586 381.393 -7,78%

Açúcar (1) 26.051 24.000 -7,87%

Etanol anidro (2) 6.563 5.994 -8,67%

Etanol hidratado (2) 10.500 9.136 -12,99%

Etanol total (2) 17.063 15.130 -11,33%

ATR (1) 56.419 50.986 -9,63%

ATR/tonelada de cana (3) 136,41 133,68 -2,00%

MIX (%)Açúcar 48,46% 49,40%

Etanol 51,54% 50,60%

Litros etanol/ tonelada de cana 41,26 39,67 -3,84%

Kg açúcar/tonelada de cana 62,99 62,93 - 0,09%

Fonte: Unica. Nota: (1) – mil toneladas; (2) – milhões de litros; dados sujeitos a pequenos ajustes.

The production of sugar in the Center-South region, responsible for 87% of the entire national volume, had failed to keep pace with the previous year’s rhythm. Sugar supply is followed closely by the Sugarcane Industry Union (Unica), which releases new figures on a 15-day basis since the first projection on 14th April 2012.

According to entity sources, by the end of September 2012, sugar volumes in the Center-South region had reached 24 million tons, down 7.87% from the 26.05 million tons in the same period in 2011. Of this total, the State of São Paulo produced 16.02 million tons, down 10.39% from the same period in 2011.

In mid-September, after a revision of the April projection, Unica estimated the total sugar production in the region in the 2012/13 cycle at 32.7 million tons. This projected volume is 1.21% smaller than the April projection, but is up 4.46% from the 31.3 million tons produced in the 2011/12 crop year.

According to Unica, sugar production is still under the impact caused by the delay in the sugarcane crushing operations in the Center-South. From the beginning of harvest to late September 2012, the volume of sugarcane processed had amounted to 381.39 million tons, 32.19 million tons short com-pared to the same period in the 2011/12 season.

The heavy rains right at the beginning of the season also affected the quality of the raw material. According to industry sources, up to early September, the amount of Total Recoverable Sugar (TRS) per ton of sugarcane reached 129.49 kg, value that remains below the 132.56 kg in the same period of the previous year. Figures projected for the end of the 2012/13 cycle point to 135.4 kg per ton, and the credit goes to the good quality

of the raw material.Furthermore, from the sec-

ond week of September, sugar production suffered a significant decline in the proportion of the crop destined for sugar. Only 48.56% of the sugarcane was used for the manufacture of sug-ar, a smaller volume if compared to 51.56% in early September and to 51.84% in the same 15-day period in 2011. “The option of the mills for sugar or ethanol is normally related to the prices fetched by the products”, ex-plains Unica president Antonio de Padua Rodrigues.

Where sweetness comes from

CENTER-SOUTH REGION HAD PRODUCED 24

MILLION TONS OF SUGAR BY SEPTEMBER 2012, DOWN 7.87% FROM THE SAME PERIOD IN 2011

82 83

Page 43: Anuario de Cana 2012

Viageminibida

NO INÍCIO DA SAFRA 2012/13, AS VENDAS EXTERNAS DE AÇÚCAR REGISTRAVAM QUEDAS SIGNIFICATIVAS DE 27% EM VOLUME E DE 30% EM RECEITA

OOs exportadores brasileiros de açúcar

não estão obtendo na safra 2012/13 os mesmos resultados alcançados no decor-rer do ciclo anterior. De abril a junho de 2012, a exportação nacional somava 3,937 milhões de toneladas do produto. Esse volume significou queda de 27% em rela-ção aos mesmos meses de 2011, conforme apuração da União da Indústria de Cana-de--Açúcar (Unica). A receita obtida com a venda nestes três meses foi de US$ 2,168 bilhões, com recuo de 30% na comparação com o mesmo espaço de tempo de 2011. Mas em moeda nacional os negócios foram posi-tivos, com o preço médio da tonelada de

açúcar alcançando a R$ 1.080,94, 7% aci-ma do pago no mesmo período de 2011.

Deste total comercializado, a região Centro-Sul respondeu pelo embarque de 3,504 milhões de toneladas, quantia 29% inferior ao exportado nos três meses de 2011. O retorno financeiro somou US$ 1,921 bilhão, registrando queda de 32% em relação ao mesmo período de 2011. O restante (432.839 toneladas) foi negocia-do pela região Norte-Nordeste. Para a safra 2012/13, a Unica projetou em setembro envio de 23,50 milhões de toneladas, volu-me superior às 22,11 milhões de toneladas exportadas no ciclo anterior.

Nestes três meses de 2012, os principais compradores do produto nacional foram Rússia (641.481 t), Argélia (339.528 t), Marro-cos (320.713 t) e Egito (275.675 t). Ainda são clientes fortes China, Nigéria, Canadá, Malásia e Bangladesh. Esses países demandaram cer-ca de 70% de todo o volume embarcado no segundo trimestre de 2012. Em média, as vendas externas de açúcar têm crescido 2% a 3% ao ano. A tendência é de que o aumen-to da demanda se mantenha neste patamar, praticamente o mesmo do crescimento da população. “O que se altera é o local de oferta e destino do produto”, relata Antonio de Pa-dua Rodrigues, presidente interino da Unica.

Sílv

io Á

vila

TRANSAÇÕES EXTERNAS • FOREIGN SALES

Exportação anual de açúcar (toneladas)

Regiões 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13*Centro-Sul 17.690.698 21.210.440 24.639.751 22.119.305 3.504.644

Norte-Nordeste 3.104.249 2.877.987 2.874.701 2.826.396 432.839

Total 20.794.946 24.088.426 27.514.452 24.945.701 3.937.483

Exportação anual de açúcar (US$ mil)

Regiões 2008/09 2009/10 2010/11 2011/12 2012/13

Centro-Sul 5.054.448 7.826.084 11.337.734 12.955.711 1.921.357

Norte-Nordeste 954.313 1.230.433 1.632.219 1.813.741 247.131

Total 6.008.761 9.056.517 12.969.953 14.769.453 2.168.488

Fonte: União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) - * Números atualizados até junho de 2012.

Sweetnessheld back

AT THE BEGINNING OF THE 2012/13 SEASON, FOREIGN SALES OF SUGAR SIGNIFICANTLY DECREASED BY 27% IN VOLUME AND 30% IN REVENUE

IIn the 2012/13crop year, Brazilian sugar exports are lagging behind the ship-

ments in the previous cycle. April through June 2012, national sugar exports amounted to 3.937 million tons. This volume represented a decrease of 27% from the same months in 2011, according to a survey conducted by the sugarcane In-dustry Union (Unica). Revenue derived from the sales during these three months amounted to US$ 2.168 billion, down 30% from the same period in 2011. But in our national currency, businesses were positive, with the average price for a ton of sugar reaching R$ 1,080.94, up 7% from the same period in 2011.

Of these total sales, the Center-South region accounted for the shipment of 3.504 million tons, down 29% from the amounts exported in the three months in 2011. Financial returns amounted to US$ 1.921 billion, down 32% from the same period in 2011. The remainder (432,839 t) was negotiated by the North-Northeast region. For the 2012/13 crop, in September Unica projected shipments of 23.50 mil-lion tons, slightly more than the 22.11 million tons exported in the previous cycle.

During these three months in 2012, the leading buyers of the national prod-uct were Russia (641,481 t), Algeria (339,528 t), Morocco (320,713 t) and Egypt (275,675 t). Other relevant clients include China, Nigeria, Canada, Malaysia and Bangladesh. These countries were the destination of 70% of all volumes shipped abroad in the second quarter in 2012. On average, foreign sales of sugar have soared 2% to 3% a year. The trend is for the rising demand both at home and abroad to keep constant, practically on a par with population growth. What has been changing is the place of destination for the product”, says Antonio de Padua Rodrigues, interim president of Unica.

84 85

Page 44: Anuario de Cana 2012

OO Brasil continua no posto de maior pro-dutor e exportador de açúcar do mundo. O segundo lugar na produção da mercadoria é ocupado pela Índia, que varia entre expor-tadora e importadora. Neste país, a cultura, além de possuir um ciclo curto, também dis-puta o espaço com outras plantas agrícolas. A Tailândia responde pela segunda posição no ranking dos principais exportadores.

O presidente interino da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, explica que o volume exportado pelos brasileiros, cerca de 25 milhões de toneladas no ciclo 2011/12, re-presentou mais de 40% do negociado no mundo. Ele esclarece que esse percentual se refere ao montante de aproximadamente 60 milhões de toneladas. O restante, cerca de 110 milhões de toneladas, é de mercado protegido, onde o País não participa.

Nos últimos anos, as exportações de açú-car do Brasil alcançaram recordes, conforme

Wellington Silva Teixeira, analista de mercado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “A crescente demanda mundial, associada à quebra de safra sofrida por im-portantes fornecedores mundiais, em espe-cial a Índia, expandiu ainda mais a janela de exportação brasileira”, avalia o analista.

Um exemplo desse desempenho foi a safra 2010/11, na qual foi enviado para fora um total de 27,5 milhões de toneladas de açúcar. Essa negociação representou acrés-cimo de 14,6% em relação ao embarcado na etapa 2009/10. “No entanto, com a recu-peração da safra indiana, nos últimos anos o volume embarcado ao mercado externo deverá ficar aquém do recorde alcançado no período 2010/11”, estima Teixeira.

Para o analista da Conab, o Brasil está consolidado como um grande player no ce-nário internacional. “A tendência é de que o País mantenha essa posição, tendo em vista a

necessidade de produção de alimentos para a crescente população mundial”, analisa. Diante dessas necessidades, observa Teixeira, o único país que apresenta condições e área disponí-vel para atender esta demanda é o Brasil. As demais nações enfrentam fortes restrições no que diz respeito à disponibilidade de área para produção de alimentos e energia.

Conforme Teixeira, o mercado mundial de açúcar poderá continuar aquecido, as-sim como as exportações brasileiras. “No entanto, variações muito significativas na safra dos principais países produtores, em função de condições climáticas, tanto para cima quanto para baixo, poderão mudar o cenário previsto”, pondera. Ainda assim, ele diz que a expectativa para a temporada 2013/14, do ponto de vista de comercializa-ção, é de que os preços continuem em pa-tamares remuneradores em função da ainda restrita oferta de cana-de-açúcar no Brasil.

O sabor da hegemonia

LIDERANÇA NA PRODUÇÃO E NO COMÉRCIO GLOBAL DE AÇÚCAR CONTINUA COM O BRASIL E AS OPORTUNIDADES PARA AMPLIAR ESSES

MERCADOS SÃO INÚMERAS

Sílv

io Á

vila

BBrazil continues ranking as largest producer and exporter of sugar in the world. India ranks

second in the production of this commodity, and the country shifts from exporter to importer. In India, besides its short cycle, sugarcane also competes with other agricultural crops. Thai-land ranks second among all major exporters.

Única interim president Antonio de Padua Rodrigues, explains that the volume exported by Brazil, about 25 million tons in the 2011/12 cycle, represented upwards of 40% of all sugar traded around the globe. He clarifies that this percentage is related to the amount of approxi-mately 60 million tons, because the remainder, about 110 million tons, falls into the protected market category, where the Country does not take part.

Over the past years, Brazilian sugar exports hit records, according to Wellington Silva Teix-eira, market analyst with the National Supply Company (Conab). “The rising global demand, associated with the crop frustrations endured by important global suppliers, especially India, has expanded even further the Brazilian export window”, the analyst comments.

An example of this performance was the 2010/11 cycle, when 27.5 million tons were shipped abroad. This negotiation represented an increase of 14.6% from the volumes shipped abroad in 2009/10. “Nevertheless, with the recovery of the Indian crop, over the past years the volume shipped abroad is estimated to remain behind the volume exported in the 2010/11 season”, Teixeira reckons.

The Conab analyst maintains that Brazil is consolidating its position as major player in the international marketplace. “The trend is for the Country to keep its position, on the grounds that more and more food has to be produced for the ever-increasing global population”, he analyzes. In light of these needs, Teixeira observes, the only country that boasts the condi-tions and the necessary areas to meet such demand is Brazil. All other nations face restrictions with regard to land availability for the production of food and energy.

According to Teixeira, the global sugar market could continue on the rise, just like Brazil’s exports. “Nonetheless, very signifi-cant variations in the crops of the leading sugar producing countries, by virtue of cli-mate problems, either downwards or up-wards, could change this foreseen scenario”, he ponders. Even so, he says that the expec-tation for the 2013/14 crop year, from a com-mercial viewpoint, is for prices to remain at remunerating levels by virtue of the still re-stricted sugarcane supplies in Brazil.

The taste of hegemony

LEADERSHIP IN GLOBAL PRODUCTION AND TRADE OF

SUGAR IS MAINTAINED BY BRAZIL AND THE OPPORTUNITIES FOR EXPANDING THE MARKETS ARE COUNTLESS

DESTINATÁRIOS • DESTINATIONS

Exportações brasileiras de abril até junho da safra 2012/13

Países toneladas participaçãoRússia 643.481 16,34%

Argélia 339.528 8,62%

Marrocos 320.713 8,15%

Egito 275.675 7,00%

Arábia Saudita 254.692 6,47%

China 254.004 6,45%

Nigéria 240.606 6,11%

Canadá 185.887 4,72%

Malásia 123.147 3,13%

Bangladesh 94.435 2,40%

Outros 1.205.315 30,61%

Total 3.937.483 100%

Fonte: União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

86 87

Page 45: Anuario de Cana 2012

Colheradas de ânimoPRODUÇÃO MUNDIAL DE AÇÚCAR NO CICLO 2012/13 PODE

CHEGAR A 174,453 MILHÕES DE TONELADAS, COM INCREMENTO DE 2% SOBRE A TEMPORADA ANTERIOR

OO abastecimento mundial de açúcar deverá ser mais tranquilo na temporada 2012/13. A oferta prevista para este ciclo é de 174,453 milhões de toneladas, 2% a mais sobre as 170,967 milhões de toneladas produzidas na tem-porada anterior. Este desempenho foi estimado em maio de 2012 pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O consumo total de açúcar também foi projetado em 163,761 milhões de toneladas, significando acréscimo de 2,796 milhões de toneladas.

Os estoques finais foram calculados em 33,082 mi-lhões de toneladas, com alta de 1,471 milhão de tonela-das. Enquanto isso, as exportações mundiais deveriam alcançar a 58,326 milhões de toneladas, representando acréscimo de 507 mil toneladas. O USDA destacava que o consumo mundial tende a atingir marca recorde no período 2012/13, puxado especialmente pela demanda também recorde na Índia e na China.

A análise do USDA considerou a expectativa de cres-cimento nas principais nações produtoras. O Brasil foi

uma delas, onde as usinas destinarão mais

cana para a geração de açúcar, uma vez que o etanol sina-liza para estar menos lucrativo. A produtividade dos cana-viais brasileiros igualmente terá elevação no comparativo com o rendimento obtido no ciclo 2011/12.

Na Índia, a área cultivada deve ser aumentada, pois há expectativa de melhor remuneração em relação a outras culturas, como milho e trigo. Já nos Estados Unidos, uma área maior de beterraba seria o principal fator a impulsionar a produção de açúcar, enquanto na União Europeia a queda no rendimento da matéria-pri-ma pode reduzir a obtenção desse produto.

Na avaliação do USDA, o Brasil e a Tailândia seriam os principais beneficiados pela queda na disponibilidade de açúcar para exportação na União Europeia. No caso do Brasil, o departamento estimou embarques de 25,25 milhões de toneladas na etapa 2012/13, contra 24,65 milhões de toneladas da safra antecedente. As vendas externas estimadas para a Tailândia são de 9,3 milhões de toneladas, com acréscimo de 300 mil toneladas so-bre o volume do ciclo anterior. GGlobal sugar supply in the 2012/13 cycle is

poised to go up compared to the previous pe-riod. The estimated volume for this cycle reaches 174.453 million tons, up 2% from the 170.907 mil-lion tons of the year before. This performance was estimated in May 2012 by the United States Depart-ment of Agriculture (USDA). Total consumption was projected to amount to 163.761 million tons, representing an increase of 2.796 million tons.

The final stocks were calculated to amount to 33.082 million tons, translating into an increase by 1.471 million tons. In the meantime, global exports were supposed to reach a total of 58.326 million tons, representing an increase of 507 thousand tons. USDA sources refer to possible record sugar consumption in 2012/13, driven particularly by record demand in In-dia and China. USDA’s analysis took into consideration possible growth rates in sugar producing countries. Brazil was one of them, where the mills will destine more sugarcane for the production of sugar, since eth-

anol is signaling lower profit rates. The productivity rates of Brazil’s sugar plantations are equally expected to outstrip last year’s performance.

In India, the planted area should go up, once there is expectation for better remuneration com-pared to other crops, like corn and wheat. In the United States, a bigger area planted to beet is seen as a major factor in driving up the production of sugar, while in the European Union a drop in the yields of the raw material could reduce the export-able amount of this commodity.

According to USDA sources, Brazil and Thailand are supposed to benefit the most from the lower export volumes available in the European Union. In the case of Brazil, the department estimated the amount to be exported at 25.25 million tons in the 2012/13 period, compared to 24.65 million tons in the previous crop year. Foreign sales estimated for Thailand reach 9.3 million tons, up 300 thousand tons from the previous cycle.

Bits of encouragementGLOBAL SUGAR PRODUCTION COULD REACH

174.453 MILLION TONS IN THE 2012/13 CROP YEAR, UP 2% FROM THE PREVIOUS PERIOD

ABASTECIDO • SUPPLIED

Suprimento de açúcar no mundo – milhões de toneladas

Safra 2012/13 - estimativaRegiões Estoque inicial Produção Importação Suprimento Exportação Consumo Estoque finalAmérica do Norte 2.623 13.362 4.137 20.122 1.321 16.576 2.225

Caribe 252 2.160 466 2.878 1.077 1.498 303

América Central 655 4.906 0 5.561 2.893 2.012 656

América do Sul 1.954 45.594 1.851 49.399 26.899 19.777 2.723

Europa Ocidental 2.730 16.065 3.688 22.483 1.550 18.433 2.500

Europa Oriental 1.500 8.957 2.452 12.909 1.207 9.964 1.738

África 2.569 8.549 8.408 19.526 3.876 12.965 2.685

Oriente Médio 3.559 5.470 10.480 19.509 3.090 12.603 3.816

Ásia/Oceania 15.769 69.390 17.623 102.782 16.413 69.933 16.436

Mundo 31.611 174.453 49.105 255.169 58.326 163.761 33.082

Fonte: USDA, em 25 de maio de 2012.

Sílv

io Á

vila

88 89

Page 46: Anuario de Cana 2012

Etanol • Ethanol

País obteve recorde de mais de 27 bilhões de litros de etanol no período 2010/11

Sílv

io Á

vila

A volta por cima

A

ESTIMATIVA APONTA QUE A PRODUÇÃO BRASILEIRA DE ETANOL PODERÁ SER DE 23,49 BILHÕES DE LITROS NO CICLO 2012/13, SINALIZANDO PARA ALTA DE 3,21%

A produção brasileira de etanol poderá retomar o crescimento que vinha registrando nas temporadas anteriores ao baixo desempenho do ciclo 2011/12. O estimado para a safra 2012/13 é que sejam elaborados 23,49 bilhões de litros, com acréscimo de 3,21% sobre o volume do período anterior, de 22,76 bilhões de litros, conforme sugere o segundo levantamento, de agosto, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O maior volume já produzido, de mais de 27 bilhões de litros, foi registrado na etapa 2010/11. Do total previsto para o período 2012/13, 14,27 bilhões de litros serão de álcool hidratado (usado nos carros flex) e 9,21 bilhões de litros são de etanol anidro (misturado à gasolina), com aumentos de 0,98% e de 6,85%, respectivamente.

Para essa produção de etanol vai ser destinada 49,58% da cana-de-açúcar processada, ou o equivalente a 295,81 milhões de toneladas. A geração do bio-combustível está concentrada nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, que, juntas, respondem por 91% do volume total. Entre os principais estados produtores estão São Paulo (50,53%), Goiás (13,12%), Minas Gerais (8,34%), Mato Grosso (4,23%), Mato Grosso do Sul (7,94%) e Paraná (5,55%).

Do início de abril até final de setembro de 2012, as usinas do Centro-Sul, prin-cipal região produtora do País, elaboraram 15,13 bilhões de litros de etanol, 11% a menos do que o obtido no mesmo período de 2011. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) também apontou que, deste total de etanol, 9,14 bilhões de litros correspondem a hidratado e 5,99 bilhões de litros a anidro. A projeção da Unica é de que a produção final de álcool na temporada 2012/13 seja de 21,05 bilhões de litros, 2,47% acima do obtido no ano anterior. Do volume total, 12,75 bilhões de litros serão de etanol hidratado e 8,3 bilhões de litros de etanol anidro.

A produção de anidro registrou quedas menores em setembro, no compa-rativo com os meses precedentes. “O crescimento se justifica pelo aumento das exportações e pela maior necessidade de anidro para o abastecimento re-gular do mercado doméstico”, explica Antonio de Padua Rodrigues, presiden-te interino da Unica. Em relação ao mercado externo, na região Centro-Sul a expectativa é exportar 2,55 bilhões de litros na safra 2010/12. O principal destino do produto, para fim carburante, são os Estados Unidos. Cerca de 70% segue para esta nação, e o restante vai para a Suécia. O Brasil, atualmen-te, só pode exportar para estas duas nações.

9190

Page 47: Anuario de Cana 2012

A successful comebackPRODUCTION OF ETHANOL IN BRAZIL IS

ESTIMATED TO REACH 23.49 BILLION LITERS IN THE 2012/13 CYCLE, SIGNALING AN INCREASE BY 3.21%

Country achieved Record production of more than 27 billion liters in the 2010/11 period

TThe production of ethanol in Brazil is likely to get back on track during the 2011/12 cycle, after some years of poor performance. For the 2012/13 crop year the production is estimated at 23.49 billion tons, up 3.21% from the volume of the previous period – 22.76 billion liters – according to a survey conducted by the National Supply Company (Conab), in August this year. The biggest volume ever produced, up-wards of 27 billion liters, was registered in the 2010/11 period. Of the total estimated for the 2012/13 cycle, 14.27 billion liters of hydrated alcohol (used in flex cars) and 9.21 billion liters of anhydrous ethanol (mixed with common gasoline), up 0.98% and 6.85%, respectively.

The production of this amount of ethanol will require 49.58% of all processed sugarcane, or the equivalent of 295.81 million tons. The generation of the biofuel is concentrated in the Center-West and Southeast regions, which, together, account for 91% of the to-tal volume. The leading producing states are São Paulo (50.53%), Goiás (13.12%), Minas Gerais (8.34%, Mato Grosso (4.23%), Mato Grosso do Sul (7.94%) and Paraná (5.55%).

From the beginning of April to the end of September 2012, the mills in the Center-South regions, major producers in the Country, pro-duced 15.13 billion liters of ethanol, down 11% from the same period in 2011. The Sugarcane Industry Union (Unica) also clarified that, of this total, 9.14 billion liters correspond to hydrated, and 5.99 billion liters are anhydrous ethanol. Unica’s projection puts the final numbers at 21.05 billion liters of alcohol in the 2012/13 crop year, up 2.47% from the previous year. Of the total volume, 12.75 billion liters will be hy-drated ethanol and 8.30 billion liters, anhydrous ethanol.

The production of anhydrous registered smaller reductions in September, compared to the preceding months. “The growth stems from higher exports and from the need of more anhydrous ethanol for supplying the domestic market”, explains Antonio de Padua Rodrigues, Unica interim president. With regard to the for-eign market, the Center-South mills expect to export 2.55 billion liter in the 2010/12 crop year. The main destination of the prod-uct for fuel purposes is the United States. About 70% is shipped to this country, and the remainder is destined for Sweden. Cur-rently, Brazil can only export to these two countries.

Sílv

io Á

vila

92 93

Page 48: Anuario de Cana 2012

Verdes aresCCerca de 95% das usinas de processa-mento de cana-de-açúcar situadas em São Paulo (SP) conquistaram na safra 2011/12 o certificado “Etanol Verde”, emitido pela Secretaria do Meio Ambiente (SMA) do go-verno do Estado. No total, 173 usinas rece-beram essa distinção, com crescimento de 8,5% em relação ao ano-safra 2010/11. “Os números demonstram que o setor está cada vez mais comprometido com as di-retrizes de sustentabilidade estabelecidas pelo Programa Etanol Verde”, destaca Da-

niel Lobo, consultor de Responsabilidade Ambiental Corporativa da União da Indús-tria de Cana-de-Açúcar (Unica).

Lançado em 2007, o projeto foi idea-lizado para incentivar a produção susten-tável de biocombustível a partir da cana. “O Etanol Verde representa um sério compromisso das empresas do setor com o meio ambiente, englobando diversas ações importantes para a preservação de matas e de recursos naturais”, explica Lobo. Um dos principais instrumentos do

programa é o chamado Protocolo Agroam-biental do Setor Sucroenergético, inicia-tiva do governo de São Paulo e da Unica para promover a sustentabilidade na ca-deia produtiva de açúcar, etanol e bioener-gia. O protocolo estabelece uma série de diretivas técnicas, como a recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP), a adoção de melhores práticas para a utili-zação eficiente dos recursos hídricos e a antecipação dos prazos legais para o uso do fogo na colheita da cana-de-açúcar.

NA TEMPORADA 2011/12, 173 USINAS DE

CANA-DE-AÇÚCAR DO ESTADO DE SÃO PAULO ADERIRAM E RECEBERAM O CERTIFICADO DO PROGRAMA ETANOL VERDE

SEGUINDO O PROTOCOLO De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente, órgão responsável pelo Programa Etanol Verde, cerca de 90% das unidades produtivas paulistas aderiram voluntariamente ao Protocolo Agroambiental, o que corresponde a 80% de toda a cana-de-açúcar colhida no Estado. Em 2008, os fornecedores, representados por suas associações, também se comprometeram com o proposto. São cerca de 5.400 fornecedores, responsáveis por aproximadamente 22% da área de cana colhida em território paulista.

A adesão ao protocolo facilita o acesso do etanol ao mercado consumidor. “Países como a Suécia e grandes distribuidores de biocombustível no próprio Brasil utilizam a certificação do Etanol Verde para validar a qualidade ambiental da usina produtora”, explica Maitê Sandoval, diretora do Centro de Desenvolvimento Tecnológico, vinculado à secretaria. As unidades agroindustriais certificadas também contam com o apoio institucional da SMA. “Damos suporte técnico de orientação sobre como proceder da mecanização à compensação ambiental. E ainda divulgamos no site do Etanol Verde as ações promovidas pelas usinas”, destaca a diretora.

Sílv

io Á

vila

94 95

Page 49: Anuario de Cana 2012

Green airIN THE 2011/12 CROP YEAR, 173 MILLS IN THE STATE OF

SÃO PAULO ADHERED TO, AND WERE GRANTED THE GREEN ETHANOL PROGRAM CERTIFICATEAApproximately 95% of the sugarcane processing Mills located in São Paulo (SP) were granted the “Green Ethanol”

certificate in the 2011/12 crop year, awarded by the Secretariat of the Environment (SMA) of the State Govern-ment. In all, 173 mills were granted this distinction, up 8.5% from the 2010/11 period. “The numbers attest that the sector has increasingly become committed to the sustainability guidelines set forth by the Green Ethanol Program”, says Daniel Lobo, in charge of the Corporate Environmental Responsibility de-partment at the Sugarcane Industry Union (Unica).

Launched in 2007, the project was idealized for stimulating the production of sustainable biofuel from sugarcane. “Green ethanol translates into an earnest commitment between the companies of the sector and the environment, encompassing several important steps towards the preservation of forests and natural resources”, Lobo explains. One of the leading instruments of the program is referred to as the Sucroen-ergy Sector Agro-Environmental Protocol, an initiative of the State Gov-ernment of São Paulo and Unica with the aim to promote sugar, ethanol and bioenergy production sustainability. The pro-tocol sets forth a series of technical guidelines, like the recovery of Permanent Preservation Areas (PPA), the adoption of better practices in order to make efficient use of the water resources, and the anticipation of the legal timeframes for the use of fire in sugarcane harvest.

IN LINE WITH THE PROTOCOL According to the Secretariat of the Environment, organ responsible for the Green Ethanol Program, about 90% of the production units in São Paulo have voluntarily adhered to the Environmental Protocol, which

corresponds to 80% of the entire amount of sugarcane harvested in the State. In 2008, the suppliers, represented by their associations, also adhered to the program. In all, some 5.400 suppliers are responsible for about 22% of the sugarcane area harvested in São Paulo.

The adhesion to the protocol makes it easier for the fuel to reach the consumer market. “Countries like Sweden and relevant biofuel distributors in Brazil utilize the Green Ethanol certification to validate the environmental quality of the mill that produces the fuel”, says

Maitê Sandoval, director of the Technological Center, a division of the Secretariat. The certified agroindustries also rely on institutional sup-port from the SMA. “We lend technical support, furnish guidelines on how to deal with mechanization and environmental preservation.

And we also give publicity, through our Green Ethanol site, to all initiatives promoted by the mills”, the director notes.

Sílv

io Á

vila

96 97

Page 50: Anuario de Cana 2012

Potencial dobrado

BRASIL TERIA 6 BILHÕES DE LITROS DE BIOCOMBUSTÍVEL A MAIS SE UTILIZASSE O BAGAÇO EXCEDENTE DA CANA-DE-AÇÚCAR PARA GERAÇÃO DE ETANOL CELULÓSICO

INICIATIVAS Além da Petrobras, outros estabelecimentos estão empenhados na geração do produto. Um deles é o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), que mantém uma estação experimental destinada à geração do etanol. Também conta com a parceria de outras empresas, como a Novozymes, que cria enzimas responsáveis por transformar a palha e o bagaço em álcool. De acordo com o CTC, a tecnologia para iniciar a produção do etanol celulósico já existe. Entretanto, hoje, ela ainda é 50% mais cara do que a de primeira geração. O desafio agora é superar este entrave para colocar o produto em circulação no mercado o quanto antes.

AA entrada do etanol celulósico ou de se-

gunda geração no mercado nacional pode estar mais próxima. A meta da Petrobras Bio-combustível é iniciar em escala comercial a operação de uma unidade industrial em 2015. A produção do biocombustível utiliza o baga-ço e a palha da cana-de-açúcar como matéria--prima e permite ampliar a geração de etanol em 40%, sem utilizar recursos adicionais do meio ambiente. “Se todo o bagaço exceden-te fosse utilizado para produzir etanol, hoje o País teria 6 bilhões de litros adicionais do com-bustível”, aponta Juliana Bevilaqua, coordena-dora de Gestão Tecnológica da companhia. A empresa planeja investir US$ 300 milhões em

tecnologia para biocombustíveis até 2016. O projeto para produzir o etanol de

segunda geração foi iniciado em 2004, no Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes). O trabalho evoluiu, em parceria com outras instituições científicas e empresas de tec-nologia nacionais e internacionais. Hoje, são fabricados 80 mil litros do produto em uma planta de demonstração nos Estados Unidos. Os resultados apontaram rendi-mento de 300 litros de etanol por tonelada de bagaço seco. Uma das parceiras é a KL Energy (atual Blue Sugars Corporation), proprietária da unidade onde a tecnologia passa pelos estágios finais de comprovação.

O biocombustível foi testado durante a Rio+20. O produto foi utilizado para abaste-cer as 40 minivans que transportaram oito mil conferencistas. A importância da inovação foi reconhecida com o recebimento do Prêmio Brasil Ambiental, promovido pela Câmara de Comércio Americana. “Produzir etanol a partir de resíduos é uma conquista. Significa mais energia com a mesma área plantada. Essa é uma tecnologia que preserva os recursos natu-rais”, acrescentou Miguel Rosseto, presidente da Petrobras Biocombustível. A International Energy Agency (IEA) estima que até 2050 os biocombustíveis devem ocupar 27% da matriz mundial de combustíveis para transporte.

Sílv

io Á

vila

INITIATIVES Besides Petrobrás, other corporations are engaged in the generation of this fuel. One of them is the Sugarcane Technology Center (CTC) which runs an experiment station devoted to the generation of ethanol. It also relies on partnerships with other companies, like Novozymes, responsible for the creation of enzymes that transform straw and bagasse into alcohol. According to CTC sources, the technology to start producing ethanol already exists. Nonetheless, currently, it is still 50% more expansive compared to the production of first generation ethanol. The challenge now consists in surmounting this hurdle if the product is to be placed in the market as soon as possible.

Doublepotential

BRAZIL WOULD HAVE AN

ADDITIONAL 6 BILLION LITERS OF

BIOFUEL IF ALL SURPLUS SUGARCANE BAGASSE WAS USED FOR THE

GENERATION OF CELLULOSIC ETHANOL

TThe arrival of cellulosic ethanol or second generation ethanol

in the national market might not take that long. The target set by Petrobrás Biofuel is to start operating an industrial unit on a commercial scale by 2015. This biofuel is produced from sugar-cane bagasse and straw, increasing the production of ethanol by 40%, without resorting to any additional resource from the natural environment. “If all surplus sugarcane bagasse was used for the production of ethanol, now the Country would have an additional 6 billion liters of fuel”, says Juliana Bevilaqua, coordinator of the company’s Technology Management Department. The company is planning to invest US$ 300 million in biofuel technologies, by 2016.

The project for the production of second generation ethanol started in 2004, at the Petrobrás Research Center (Cenpes). The work unfolded in partnership with other scientific institutions and with national and international technology companies. Currently,

80 thousand liters of the product are made in a demonstration plant in the United States. The results pointed to the production of 300 liters of ethanol per ton of dry bagasse. One of the partners is KL Energy (currently known as Blue Sugars Corporation), owner of the unit where the technology is going through its final stage.

The biofuel was tested during the Rio+20. The product was used to power the 40 minivans that transported eight thousand lecturers. The relevance of the innovation was acknowledged through the Environmental Award, promoted by the North-Amer-ican Chamber of Commerce. “To produce ethanol from wastes is quite an achievement. It means more energy from the same planted area. This is a technology that preserves the natural re-sources”, says Miguel Rosseto, president of Petrobrás Biofuel. The International Energy Agency (IEA) estimates that by 2050 these fuels should have a share of 27% of all global transport fuel needs.

98 99

Page 51: Anuario de Cana 2012

Aguardente era classificada como brazilian rum no mercado norte-americano

Cachaça • Cachaça

Sílv

io Á

vila

OO ano de 2012 trouxe uma boa dose de novidade para a cachaça brasileira. Em abril teve início o processo de reconhecimento do produto por parte dos Estados Unidos. A partir do desfecho, comemorado por produtores e lideranças, os norte-americanos poderão comercializar somente o produto brasileiro como cachaça. Assim, ela também passa a ser distinguida do rum, classificação anteriormente empregada. Em contrapartida, o Brasil vai reconhecer como legítimos os uísques do tipo Bourbon e Tenessee fabricados nos EUA.

Para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), com o novo ce-nário, a expectativa é de que a cadeia produtiva consiga ampliar as vendas do produto. Para isso, no entanto, campanhas de marketing devem facilitar o reconhecimento, bem como a associação da bebida à cultura brasileira, admirada em todo o mundo.

Com a decisão, a cachaça do Brasil poderá ter embalagem diferenciada das demais, além do reconhecimento. “Antes, a bebida necessariamente deveria ser intitulada como brazilian rum para ser comercializada no mercado norte-americano”, explica o ministério.

A classificação de bebidas nos EUA baseia-se na matéria--prima de origem. Por isso, rum e cachaça, produzidos a partir da cana-de-açúcar, eram denominados da mesma forma, sem que houvesse diferenciação dos dois desti-lados, dos seus parâmetros físico-químicos e das suas características sensoriais.

ESTADOS UNIDOS TAMBÉM RECONHECEM A CACHAÇA COMO PRODUTO EXCLUSIVAMENTE BRASILEIRO, REFORÇANDO AINDA MAIS A MARCA DESSA BEBIDA

AVANÇO Em 2011, os Estados Unidos foram o segundo maior compra-

dor da cachaça brasileira (US$ 1,8 milhão), atrás apenas da Alemanha (US$ 3,2 milhões),

conforme o Ministério do Desenvolvimento, In-dústria e Comércio Exterior (MDIC). Os números

levam os produtores e os comercializadores a acre-ditar no grande potencial existente para a bebida se

popularizar no mercado americano, especialmente como ingrediente na preparação de drinques.

A negociação entre Brasil e Estados Unidos é longa. Há cerca de 40 anos a bebida faz parte de tratativas en-tre os dois países. O diálogo, porém, se intensificou na última década, depois da obrigação de uso da expressão brazilian rum nos rótulos do destilado brasileiro.

Com o fim das discussões, lideradas pelos ministé-rios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC); da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); e das Relações Exteriores (MRE), e ainda pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), fica proibido o uso da de-nominação “cachaça” por empresas de outros países. Para o Brasil, é um típico, exclusivo e genuíno final feliz.

Só tem uma

Sílv

io Á

vila

101100

Page 52: Anuario de Cana 2012

There is only oneTHE UNITED STATES ALSO ACKNOWLEDGED OUR CACHAÇA AS AN EXCLUSIVELY BRAZILIAN PRODUCT, REINFORCING THE BRAND OF THIS BEVERAGE EVEN FURTHER

TThe year 2012 had in store good news for Brazilian cachaça. April witnessed the start of the recognition process by the United States. Its happy ending was celebrated by producers and leader-ships of the sector, whilst in the United States the product must mandatorily be traded as cachaça. Within this context, it is no lon-ger viewed as rum, which used to be its pre-vious classification. On the other hand, Brazil will acknowledge as legitimate such whiskies as Bourbon and Ten-nessee made in the USA.

For the Ministry of Develop-ment, Industry and Foreign Trade (MDIC), within this new scenario, the expectation is for the supply chain to expand its sales of the

product. To this end, nonetheless, marketing campaigns should facilitate its recognition, as well as the association of the beverage to Brazilian culture, held highly all over the world.

Under this ruling, Brazilian cachaça may have packaging of its own, in addition to the recognition. “Before this decision was taken, the beverage had to be acknowledged as Brazilian rum to be traded

in the North-American market”, ministry officials explain. In the USA, beverages are classified in accordance

with the original raw material. That is why rum and cachaça, made from sugarcane, received the same denomination, with-out any difference between the distilled

beverages, between their physical and chemical parameters and their sensorial characteristics.

STRIDE In 2011, the United States ranked second as cachaça buyer from Brazil (US$ 1.8 million),

coming only after Germany (US$ 3.2 million), according to sources of the Ministry of Development,

Industry and Foreign Trade (MDIC). The figures induce producers and dealers to believe in the huge potential of the beverage should it become popular

in the North-American market, especially as an ingredient in cocktails.

The negotiation between Brazil and the United States had been going on for a long time. It started some 40 years ago between the two countries. The

debate got more intense over the past decade, after the denomination Brazilian rum was made mandatory on

the labels of the distilled beverage. With the end of the debates, led by the Ministry of

Development, Industry and Foreign Trade (MDIC); Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply

(MAPA); Foreign Affairs (MRE), and by the Brazilian Cachaça Institute (Ibrac), the word cachaça can no

longer be stated on the label of this distilled beverage by any company abroad. For Brazil, this is a typical,

exclusive and genuine happy ending.

Cachaça used

to be classified as

Brazilian rum

in the North-American market

Sílv

io Á

vila

102 103

Page 53: Anuario de Cana 2012

CONHECIDA COMO A CAPITAL DA

CACHAÇA, SALINAS, EM MINAS GERAIS, COMEMORA A OBTENÇÃO DO SELO DE

INDICAÇÃO GEOGRÁFICA PARA SEU PRODUTO

A marca do reconhecimento

EEm Salinas, no Norte de Minas Gerais, cachaça é sinônimo de orgulho. Apesar das outras atividades econômicas exercidas pelos seus habitantes, é a ca-ninha que garante a notoriedade em todo o Brasil e até mesmo no mundo. Toda essa pompa ganhou re-forço em julho de 2012, quando o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) confirmou o selo de Indicação Geográfica à bebida produzida na região.

No município, de onde surgiu a mais famosa mar-ca de cachaça artesanal do País, a Havana, 26 produ-tores registrados no Ministério da Agricultura, Pecu-ária e Abastecimento (Mapa) apresentam produção anual de 5 milhões de litros. Com isso, o setor empre-ga cerca de 4% da população, de aproximadamente 40 mil habitantes, seja de forma direta ou indireta. A atividade, que teve início em 1940, hoje proporciona desenvolvimento e reconhecimento à cidade.

A conquista do selo, por sua vez, deve alavancar a elaboração e agregar valor ao produto. De acordo com o presidente da Associação dos Produtores Artesanais de Cachaça de Salinas (Apacs), Nivaldo Gonçalves das Neves, a principal consequência da conquista é estra-tégica. Pra ele, a certificação viabiliza a manutenção da autêntica cachaça de qualidade da região de Salinas e ajuda a preservar o reconhecimento conquistado até hoje. “Certamente, permitirá agregar valor às marcas que obtiverem o selo, pois o cliente terá certeza da ori-gem do produto”, afirma. O cenário próspero faz com que a associação estime aumento na produção e no preço médio, e maiores ganhos para toda a cadeia pro-dutiva, considerando-se um prazo médio de três anos.

Os planos otimistas revelam os benefícios da Indi-cação Geográfica, aguardada há três anos. “Postamos o pedido de reconhecimento no INPI em dezembro de 2009, após intenso trabalho de documentação históri-ca da cachaça na região, definição da área geográfica, caracterização técnica do produto e definição do regu-lamento de uso do selo”, conta Neves.

Para montar o pedido, a equipe visitou inclusive a Associação dos Produtores de Vinhos do Vale dos

Vinhedos (Aprovale), no Rio Grande do Sul, e igual-mente a região de Paraty (RJ), primeira produtora de cachaça em âmbito nacional reconhecida pelo órgão, em 2007. Com o selo deferido, após tanta espera, os produtores e as lideranças receberam a notícia com muito entusiasmo e com expectativa pelos resultados financeiros e estratégicos em vista, com reflexos até na área de turismo rural, revela o presidente.

AS SELECIONADAS Com o recebimen-to do título, as cachaças passarão por um processo para receber o selo de Indicação Geográfica, garantindo sua ori-gem e qualidade. No time das merecedoras encontra-se a Cachaça Seleta, líder em vendas e em consumo no Brasil.

De acordo com a gerente de produto, Cristiane Cor-reia, a empresa produz 1,5 milhão de litros por ano. Des-se montante, somente 5% são direcionados ao mercado externo. Entre os brasileiros, grandes redes de super-mercados, como Pão de Açúcar, Extra e Carrefour; bares, empórios e restaurantes em todo o território nacional constituem os principais clientes.

Ela afirma, ainda, que o título deve provocar várias mudanças. Assim, Salinas tende a ser um dos melhores lugares para se produzir cachaça artesanal de qualidade. Outro ponto-chave é a tranquilidade relativa à falsificação e à competição desleal de cachaças que antes se apropria-vam da região para ganhar mercados.

“Com a conquista do selo, a cachaça ganha valor e parte para uma concorrência mercadológica justa, oti-mizando a exportação do produto, que adquire status e reconhecimento como artigo diferenciado”, salienta. Na avaliação de Cristiane, a cachaça deixa de ser vista como mais uma bebida destilada genérica. Ela torna-se um arti-go a ser apreciado por todos os sentidos, abrindo portas para a inserção nos Estados Unidos e na Europa.

Além de Salinas, o reconhecimento do INPI abrange área total de 2.541,99 km, incluindo outros municípios, como Novorizonte, Rubelita, Taiobeiras, Santa Cruz de Salinas e Fruta de Leite.

Sílv

io Á

vila

104 105

Page 54: Anuario de Cana 2012

IIn Salinas, North of Minas Gerais, cachaça is synonymous with pride. Despite all other activities carried out by its people, it is cacha-ça that makes the city a distinguished place in Brazil and abroad. All this pride gained momentum in July 2012, when the National Indus-trial Property Institute (INPI) confirmed the Geographical Indication distinction to the beverage produced in the region.

In the municipality, the place of origin of the most famous handcrafted cachaça in Brazil, called Havana, 26 producers reg-istered in the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA), produce 5 million liters a year. The sector employs 4% of the population of approximately 40 thousand people, either directly or indirectly. The activity that started back in 1940, now promotes the city in terms of development and recognition.

The recently conquered label is supposed to serve as incen-tive to production, whilst adding value to the product. According to the president of the Salinas Association of Homemade Cachaça Producers (Apacs), Nivaldo Gonçalves das Neves, the major con-sequence of the conquest is strategic. In his view, the certifica-tion makes it viable to continue producing the authentic quality cachaça of the Salinas region and helps preserve the recognition

received so far. “It will certainly add value to the brands that were distinguished with the label, seeing that clients can rest assured about the origin of the beverage”, he says. The lush scenario is inducing the producers towards increasing their production vol-umes, whilst fetching higher average prices, resulting into more gains to the entire supply chain, over a three year period.

These encouraging plans hint at the benefits derived from the Geo-graphical Indication, the city had been expecting for three years. “We posted the recognition request with the INPI in December 2009, after intense background documentation work of the beverage in the re-gion, definition of geographical area, technical characterization of the product and definition of how the label has to be used”, Neves recalls.

To devise the application, the team went so far as to visit the Wine Producers’ Association in Vale dos Vinhedos (Aprovale), in Rio Grande do Sul, and equally the region of Paraty (RJ), first cachaça producer at national level, recognized by the organ in 2007. Once the label has been granted, after being awaited for a long time, pro-ducers and local leaderships show much enthusiasm at the news, with expectations for good financial and strategic results in the pipe-line, with positive reflections on rural tourism, the president notes.

The mark of recognition

KNOWN AS

THE CACHAÇA

CAPITAL,

SALINAS, IN MINAS GERAIS,

CELEBRATES THE GEOGRAPHICAL

INDICATION FOR ITS

PRODUCT

Sílv

io Á

vila

ESTILO SALINASA cachaça da região de Salinas

geralmente é lembrada por sua

qualidade ímpar. Isso ocorre porque

é produzida de maneira tradicional,

que, associada a fatores climáticos

(pouca chuva, calor) e geográficos (tipo

de solo, altitude), além de leveduras

consideradas endêmicas, faz com que

a bebida obtida nessas localidades

tenha sabores e aromas diferenciados,

enriquecidos pelo envelhecimento em

dornas antigas de madeiras.

SALINAS STYLECachaça from the region of Salinas

is usually remembered for its unique

quality. This occurs because it is produced

in traditional manner which, associated

with climate factors (scarce rain and warm

temperature) and geographical features

(type of soil and altitude), in addition to

yeasts viewed as endemic, are responsible

for imparting distinguishing flavors and

aromas to this beverage, enriched through

an aging process in very old wooden tubs.

THE SELECTED ONES With the distinction, the cachaças of the region will now go through a process that entitles them to be granted the Geographical Indication, attesting to their quality and origin. Among the brands that deserve the distinction the one that stands out is Cachaça Seleta, ranking first in sales and consumption in Brazil.

According to production manager Cristiane Correia, the company produces 1.5 mil-lion liters a year. Of this total, only 5% are destined for the foreign market. In Brazil, huge supermarket networks, like Pão de Açúcar, Extra and Carrefour; bars, bistros and restaurants in the entire national territory are major clients.

She maintains that the distinction is poised to trigger an array of changes. Within the context, Salinas tends to earn a reputation as the best place to produce handcrafted cachaça of good quality. Another key-point lies in the fact that it will curb any attempt towards falsifying the product, whilst preventing unfair competition by those who used to resort to the region in order to gain market shares.

“With the conquest of the label, this cachaça will soar in value and is now engaging in a fair market competition initiative, maximizing exports of the product, now enjoying the status and recognition of a discerning product”, she points out. In Cristiane’s view, cachaça will no longer be seen as a generic distilled beverage. It has become an article to be appreciated everywhere, now with every condition to work its way into the North-American and European markets.

Besides Salinas, the INPI distinction comprises a total area of 2,541.99 km, including other municipalities like Novorizonte, Rubelita, Taiobeiras, Santa Cruz de Salinas and Fruta de Leite.

106 107

Page 55: Anuario de Cana 2012

Da boa CACHAÇA ORGÂNICA CONQUISTA OS

CONSUMIDORES E APRESENTA NOVAS OPORTUNIDADES DE MERCADO PARA

OS PRODUTORES NO ESPÍRITO SANTO

FFaz tempo que os produtos orgânicos

conquistam milhares de consumidores no Brasil. A proposta diferenciada nos pro-cessos de plantio e de fabricação motivam os mais diversos públicos a preencherem suas sacolas com eles. Assim como cresce o consumo, ano a ano também aumentam as variedades. E a famosa cachaça brasileira, é claro, não poderia ficar de fora.

No Espírito Santo, por exemplo, pelo menos três empreendedores já estão en-xergando oportunidades em dobro. Ca-chaça da Mata, Cachaça Magia do Recanto e Cachaça Candeia da Santa constituem o trio de orgânicas presentes entre os capi-xabas e junto a clientes de outros estados, como Minas Gerais e Rio de Janeiro.

De acordo com Decimar Schultz, gerente de Agricultura Orgânica da Secretaria da Agri-cultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) do Estado, as apostas são de produ-tores que também conduzem outras ativida-des, mas que veem na cachaça orgânica uma nova fonte de renda. Juntos, produzem, em média, 20 mil litros por ano, o que garante faturamento estimado em R$ 400 mil.

O sucesso da iniciativa possibilita, por sua vez, perspectivas animadoras. Con-forme Schultz, estima-se aumento de 80% na produção de cachaça orgânica nos próximos dois anos. “Os produtores es-tão inovando no mercado local e regional com divulgação, degustações e criação de coquetéis”, afirma. Além disso, estuda-se a

prospecção de mercado em outros estados, a exemplo de Rio de Janeiro e São Paulo.

As boas expectativas giram em torno do número de produtores. O gerente acredita que novos empreendedores devem aderir à cachaça orgânica. “Temos outros pro-dutores que já produzem cachaça e estão adequando a estrutura para transição orgâ-nica”, observa. “Nos próximos anos, vamos ampliar o volume e também deveremos ter novas marcas de cachaça orgânica”, cita.

Com essa preocupação, o Estado tem investido na capacitação dos produtores, além de auxiliar no pagamento do custo com certificação e de dar o apoio necessá-rio para a participação em feiras de divul-gação e de negócios.

Sílv

io Á

vila

OOrganic products have been attracting thousands of consum-

ers over the past years. The different planting and processing methods encourage people from all walks of life to adhere to these products. In line with rising consumption, year after year more varieties show up in the market. And the famous Brazilian cachaça, of course, could not be left aside.

In the State of Espírito Santo, for example, at least three business-men are spotting twice as many opportunities. Cachaça da Mata, Cachaça Magia do Recanto and Cachaça Candeia da Santa are the trio of organic cachaças very popular throughout the state and among clients in other states, like Minas Gerais and Rio de Janeiro.

According to Decimar Schultz, manager of organic farming with the São Paulo State Secretariat of Agriculture, Supply, Aquiculture and Fishing (Seag), even farmers of other crops are betting on the beverage, since they see in organic cachaça a new source of income. Together, they produce 20 thousand liters a year, on average, with revenue of approximately R$ 400 thousand.

The success of the initiative, in turn, leads to encouraging per-spectives. According to Schultz, an 80% increase in production is estimated over the next two years. “The producers are innovating in the local and regional market through publicity initiatives, tasting sessions and cocktails”, he says. In addition, studies are underway geared towards finding the way into other markets, especially Rio de Janeiro and São Paulo.

The good perspectives have reflections on the number of pro-ducers. The manager has it that new enterprises should adhere to organic cachaça. “We have other producers that make cachaça and they are adjusting their structure to go for organic brands”, he observes. “Over the next years, it is our intention to expand the volume and we shall have new organic cachaça brands”, he says.

Within this context, the State has invested in capacity building courses for producers, besides covering part of certification costs, while providing the conditions for them to attend fairs and other business-oriented exhibitions.

Real good

ORGANIC CACHAÇA IS CONQUERING

CONSUMERS AND PRESENTS NEW MARKET OPPORTUNITIES TO PRODUCERS IN ESPÍRITO SANTO

Sílv

io Á

vila

108 109

Page 56: Anuario de Cana 2012

Estudo aponta que ganhos produtivos podem aumentar em até 40%

Pesquisa • Research

Sílv

io Á

vila

PESQUISA DO IAC CRIA ESQUEMATIZAÇÃO DE MANEJO

ASSOCIADA A CLIMA, LOCAL E SISTEMA DE PRODUÇÃO PARA AMPLIAR A PRODUTIVIDADE DA CANA-DE-AÇÚCAR

O caminho da roçaRResultado de mais de 20 anos de pesquisas sobre o

cultivo de cana-de-açúcar, o Instituto Agronômico (IAC), de Campinas (SP), da Secretaria de Agricultura e Abas-tecimento do Estado de São Paulo, desenvolveu estraté-gias de otimização dos resultados por época de plantio ou colheita, características de clima e época, bem como do solo. A operacionalização deste sistema, ainda que em diferentes níveis, tem permitido aos produtores um aumento de produtividade que varia entre 15% e 40%, o que é muito significativo quando se trata da extensão média das lavouras do Centro-Sul.

A escolha da melhor técnica de manejo e a cultura ade-quada para cada região envolve estratégia e conhecimento. Segundo o pesquisador Marcos Guimarães de Andrade Landell, do IAC, para expandir o cultivo de cana-de-açúcar, principalmente em áreas com déficit hídrico, característico no cerrado brasileiro, o Centro de Cana do IAC, com base em Ribeirão Preto, desenvolve métodos de uso em escala das variedades de cana-de-açúcar, de acordo com o perfil da área e o clima, para tornar as lavouras mais eficientes.

“Há resultados de ganho em produtividade entre 12% e 20% nas propriedades que adotam o sistema”, afirma. “Onde há maiores problemas de manejo, o pro-cedimento pode gerar aumento de até 40%”, acrescenta o pesquisador. O sistema consiste na criação de uma matriz, similar a uma matriz matemática, com linhas e colunas, com nove casas, ou “caselas”. Ela registra as nove diferentes combinações que são divididas pelos três períodos de colheita (outono, inverno e primavera) e as suas condições de desenvolvimento, pelo potencial do solo e pelo manejo a ele conferido, originando assim os ambientes: favorável, médio e desfavorável.

“O estudo permite a avaliação, pelo IAC, das alternativas da produção de cana em vários cenários. Após a constru-ção da matriz, são analisadas as condições de cultivo dentro

dos ambientes de desenvolvimento, com estudos de todas as características do local onde será produzida. Esse méto-do é determinante na região Centro-Sul, pois considera o déficit hídrico regional”, afirma Marcos Landell.

Sendo assim, a trinca de períodos de colheita em combinação com os três grupos de ambientes geram nove possíveis combinações com potenciais produtivos distintos. As caselas 1, 2, 3, 4 e 5 da matriz são as que proporcionam o melhor desempenho produtivo, quan-do se considera unicamente a produtividade agrícola. Os pesquisadores observaram que é nessas caselas que devem ser usadas variedades com perfil de melhor res-posta produtiva, justamente para explorar melhor o po-tencial do ambiente. O pesquisador do IAC enfatiza que qualquer propriedade possui diversidade de ambientes. Com a análise completa das características do local, o produtor poderá plantar a variedade adequada em cada talhão e, assim, otimizar a produção.

Marcos Landell explica que para as caselas 6, 7, 8 e 9 da matriz devem ser utilizadas variedades com perfil rústico, que possibilitem menores perdas em um ambiente mais hostil (de maior estresse hídrico, por exemplo). “Define-se as variedades conforme a aptidão de sua maturação, mas considerando também se são responsivas, rústicas e está-veis”, esclarece. “A combinação do perfil responsivo da va-riedade com o potencial da casela ambiental é que definirá a escalação das variedades neste contexto de diversidade”.

O IAC realizou 264 experimentos durante 15 anos e concluiu que existe uma ordem hierárquica da produção de cana-de-açúcar nas matrizes. A técnica vem sendo apli-cada principalmente por empresas que têm produção em todo o período de safra, aproximadamente 220 dias ao lon-go do ano. No entanto, os conceitos básicos já têm sido in-corporados pelos pequenos produtores, sendo divulgados pelo Centro de Cana do IAC por meio de palestras e cursos.

110 111

Page 57: Anuario de Cana 2012

PERFIL DO CENTRO O Centro de Cana do IAC realiza trabalho multidisciplinar no

Programa Cana IAC, que envolve melhoramento genético, ciências do solo, caracterização de ambientes de produção, fitotecnia,

manejo de pragas e doenças e estimativa de produção. O Instituto conta com rede de experimentação em 11 estados brasileiros e cerca de 160 empresas conveniadas. O resultado dos trabalhos engloba o desenvolvimento de 20 variedades IAC para o setor

sucroalcooleiro e uma para fins forrageiros. O Programa gera também eficientes pacotes tecnológicos, que

têm levado a competitividade da canavicultura paulista a outros estados brasileiros e ao exterior (México, países da América Central

e continente africano). O Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, iniciou seus estudos em cana-de-açúcar em 1892. Atualmente, a sede administrativa do Centro de Cana está localizada em Ribeirão Preto,

onde se concentra a maior parte da equipe técnica, e ainda conta com as participações de pesquisadores lotados em Campinas e nos Polos Regionais da Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio (APTA).

PROFILEThe IAC Sugarcane Center carries out multidisciplinary work in

the IAC Sugarcane Program, which involves genetic improvement, soil sciences, characterization of production environments,

phytotechnics, pest and disease management and crop estimates. The Institute is supported by a network of trials in 11 Brazilian states and approximately 160 associate companies. The result of the works

comprises the development of 20 IAC varieties for the sugar and alcohol sector and for forage purposes.

The program also generates efficient technological packages, which have taken the competitiveness of São Paulo’s sugarcane

farming methods to other Brazilian states and abroad (Mexico, Central America and Africa countries). The Campinas Agronomic Institute (IAC) started doing research on sugarcane back in 1892. Currently, the Sugarcane Center’s head office is in Ribeirão Preto, where most

members of the technical team are based, and they work jointly with researchers based in Campinas and in the Regional Hubs of the São

Paulo State agribusiness Technology agency (APTA).

Div

ulga

ção

Inor

Ag.

Ass

man

n

The road to the farmRESEARCH CONDUCTED BY THE IAC CREATES MANAGEMENT ADJUSTMENTS

ASSOCIATED WITH CLIMATE CONDITIONS, LOCATION AND PRODUCTION SYSTEM, AIMED AT EXPANDING SUGARCANE PRODUCTIVITY RATES

RResult stemming from upwards of 20 years of research on sugarcane cultivation conducted by the Agronomic In-stitute (IAC), based in Campinas (SP), jointly with the São Paulo State Secretariat of Agriculture and Supply, has led to the development of harvest maximization strategies based on planting time, climate , period and soil characteristics. Putting the system into operation, though in different levels, has resulted into soaring productivity rates ranging from 15% to 40%, which is very significant when the aver-age size of the fields in the Center-South are considered.

The option for the best management practice and the appropriate crop for every region involves strategies and knowledge. According to IAC researcher Marcos Guimarães de Andrade Landell, with the aim to expand sugarcane farming, especially in water deficit areas, like the Brazilian Cerrado, the IAC Sugarcane Center, in Ribeirão Preto, is de-veloping methods that consist in using sugarcane varieties in scaled manner, in accordance with the profile of the area and climate conditions, so as to make the fields more efficient.

“Productivity gains range from 12% and 20% in the farms that adopt the system”, he says. “Where major management problems exist, the procedure could result into up to 40% increases”, the researcher adds. The system consists in the creation of a mathematical matrix, with lines and columns, with nine digits, or “caselas”. It registers the nine different combinations which are divided by the three harvest pe-riods (autumn, winter and spring) and their development conditions, by the potential of the soil and management conferred to it, thus originating the three environments: favorable, medium and unfavorable.

“Through the study, IAC officials are in a position to evaluate the sugarcane production alternatives in several scenarios. After the construction of the matrix, the cultivation conditions within these development environments, based

on studies on the characteristics of the location where the crop is to be produced. This method is a determining factor in the Center-South Region, since it takes into consideration the regional water deficit condition”, says Marcos Landell.

Therefore, the triple periods for harvest in combina-tion with the three groups of environments generate nine possible combinations with distinctive productive poten-tials. Caselas 1, 2, 3, 4 and 5 of the matrix are the ones that provide for the best productive performance when only agricultural productivity is considered. The researchers observed that it is in these caselas that varieties with the best productive response profile should be planted, thus making the most of the environment’s potential. The IAC researcher maintains that any farm has a diversity of envi-ronments, but by a thorough analysis of the site, farmers can opt for the appropriate variety for every different area and, therefore, maximize their production.

Marcos Landell explains that for caselas 6, 7, 8 and 9 of the matrix, varieties with a rustic profile should be used, so as to minimize losses from a hostile environment (of higher water stress, for example). “The varieties are defined in ac-cordance with their maturation aptitude, but also taking into consideration their rustic, responsive e stable properties. The combination of the variety’s responsive profile with the po-tential of the environmental casela will define the choice for the varieties within this diversity context”, he clarifies.

IAC officials conducted 264 experiments during a pe-riod of 15 years and reached the conclusion that there is a hierarchical order in the production of sugarcane in the matrices. The practice has been applied by companies that produce sugarcane during the entire season, approximate-ly 220 days a year. Nonetheless, the basic concepts spread by the IAC Sugarcane Center through lectures and courses, have already been incorporated by small-scale farmers.

112 113

Page 58: Anuario de Cana 2012

OO Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), de Ribeirão Preto (SP), realiza pesquisas com o uso da biotecnologia para suprir demandas do setor produtivo, principalmente com ên-fase no melhoramento genético. De maneira geral, espera-se que a regulamentação destas variedades siga os passos do material gené-tico disponibilizado para o milho e para a soja e que o mercado disponha de cultivares resistentes a insetos e herbicidas, com maior teor de açúcar e mais produtivas, entre ou-tras características desejáveis.

A pesquisadora Sabrina Moutinho Cha-bregas, coordenadora de Biotecnologia do CTC, destaca que o centro desenvolve marcadores moleculares para aplicação na seleção assistida de novas cultivares. Esta ferramenta permite a seleção de plantas mais produtivas, em menor tempo. O cen-tro também investe no desenvolvimento de outra abordagem biotecnológica: a ob-

tenção de cana transgênica.A tolerância a herbicidas é característica

que acompanha os projetos de cana transgê-nica. “Trata-se de um aspecto adicional, pois a ideia central é ter, por exemplo, uma varie-dade com resistência a insetos que também tolere herbicidas”, explica a Sabrina Cha-bregas. Atualmente, o CTC testa genes de resistência ao glufosinato de amônio e às imi-dazolinonas. A primeira variedade que será lançada terá o gene de resistência à principal praga da cultura: a broca da cana-de-açúcar.

O mecanismo atua no momento em que a praga ataca a planta, diminuindo ou evitan-do os danos à cultura, revela a pesquisadora. “Com essa ferramenta, o produtor contará com o aumento da produtividade e a redu-ção nos custos de controle de pragas, o que reverterá em ganhos de manejo e benefícios para o meio ambiente”, acrescenta.

Seguindo tendência internacional, o CTC

desenvolve, em parceria com a multinacio-nal Basf, um trabalho de busca dos genes de tolerância à seca, que são testados em variedades dirigidas às regiões de expansão da cana no Brasil: Centro-Oeste, Sul de Mi-nas e localidades que apresentam histórico de déficit hídrico. O Nordeste é cliente em potencial. Esta característica dará segurança ao agricultor, evitando perdas de até 15% em ambientes que sofrem com seca prolon-gada. Já para o Sul, de temperaturas mais baixas, são buscadas variedades por cruza-mento e seleção de cultivares convencio-nais adaptadas ao ambiente regional.

O CTC também tenta conferir maior teor de açúcar por planta. Variedades transgênicas com a característica chegarão ao mercado no ciclo 2018/19. Já os genes de aumento da produtividade estão em testes e plantas 25% mais produtivas esta-rão disponíveis em 2020.

ReforçoSUPORTE DA BIOTECNOLOGIA APRIMORA CAPACIDADE PRODUTIVA DA CANA

PELA CRIAÇÃO DE CULTIVARES MAIS RESISTENTES E COM MAIOR TEOR DE AÇÚCAR

Inor

Ag.

Ass

man

n

CENÁRIO Estas inovações estão sendo testadas e estudadas e a possibilidade de desenvolvimento futuro através da biotecnologia é muito grande. “Este cenário inclui também resistência às doenças, potencialização da eficiência no uso de nutrientes, melhor performance para a produção de etanol celulósico, entre outros”, comenta Sabrina Chabregas. Os projetos estão sendo capturados no planejamento estratégico do CTC e entrarão no portfólio de produtos do centro no momento mais oportuno. Outras instituições de pesquisa, públicas e privadas, também buscam o desenvolvimento de variedades transgênicas e se apoiam na biotecnologia em seus programas de melhoramento genético a fim de lançar produtos mais eficientes para a cultura. O produtor é a cada dia mais exigente. E o mercado também.

Além dos testes já realizados pelo CTC, a Monsanto, por exemplo, teve aprovado no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação o seu pedido para realizar testes com cana-de-açúcar geneticamente modificada. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) considerou que as medidas de biossegurança propostas pela empresa atendem às normas e à legislação pertinente, que visam garantir a biosegurança do meio ambiente, da agricultura, e da saúde humana e animal. Os testes serão feitos em Santa Helena, no Estado de Goiás, em condições experimentais controladas.

114

Page 59: Anuario de Cana 2012

TThe Sugarcane Technology Center (CTC, in the Portuguese acronym), based in Ribeirão Preto (SP), conducts research with the use of biotechnology to meet demands from the supply chain, particularly with the focus on genetic enhancement. In general, it is hoped that the rules and regulations for these varieties follow on the heels of the genetic material destined for corn and soy-bean, whilst the market should count cultivars resistant to insects and herbicides, with higher sugar content and more productive, among other desirable characteristics.

Researcher Sabrina Moutinho Chabregas, coordinator of CTC’s Biotechnology Department, explains that the Center produces molecular markers to be applied in the assisted selection of new cul-tivars. This tool allows for selecting plants that are more productive over shorter periods. The center is also investing in the development of another biotechnological approach: transgenic sugarcane.

Tolerance to herbicides is the trait that is line with the transgenic sugar-cane projects. “It is in fact an additional trait, since the core idea is to obtain, for example, a variety resistant to in-secticide and equally resistant to her-bicides”, Sabrina Chabregas clarifies. Currently, the CTC is testing genes re-sistant to glufosinate ammonium. The first variety to be launched will bear the resistance gene to the major sugarcane pest: the sugarcane borer.

The action mechanism enters into operation the moment the pest attacks the plant, diminishing or avoiding any damage to the crop, the researcher

Extra supportBIOTECHNOLOGY SUPPORT

ENHANCES SUGARCANE’S PRODUCTIVE CAPACITY THROUGH THE DEVELOPMENT OF MORE RESISTANT CULTIVARS AND WITH HIGHER SUGAR CONTENT

explains. “With this tool, producers will derive benefits in terms of productivity and reduction in the cost of controlling pests, translating into management gains and benefits to the environment”, he adds.

In line with international trends, the CTC is conducting re-search works, jointly with the multinational corporation Basf, in search of genes tolerant to drought conditions, which are tested in varieties destined for regions where sugarcane is on a rising trend in Brazil: Center-West, South Minas Gerais and locations where water deficit is a problem. The Northeast is a potential client. This characteristic will make the farmers feel secure, avoiding losses

of up to 15% in locations that suffer from prolonged drought conditions. For the South, where temperatures are low, the cultivars being sought are obtained from crossing and selecting varieties coming from crossings and conventional selection systems adapt-ed to the regional environment.

The CTC also tries to come up with cultivars with higher sugar con-tent per plant. Transgenic varieties bearing this trait will reach the market in the 2018/19 cycle. The genes for higher yields are undergoing tests, and plants 25-percent more produc-tive will be available by 2020.

Inor

Ag.

Ass

man

n

Div

ulga

ção

SCENARIO These innovations are being tested and studied and there are great chances for them to be developed in the future through biotechnology methods. “This scenario also includes resistance to diseases, the use of nutrients to their maximum potential, better performance in the production of cellulosic ethanol, among others”, Sabrina Chabregas comments. These projects are being captured in CTC’s strategic planning and are projected to enter into the portfolio of the center’s products at a more appropriate time. Other research institutions, either public or private, are also seeking transgenic varieties and they find support in biotechnology for their genetic enhancement programs focused on more efficient products for the crop. Farmers are getting more and more exacting and so is the market.

Besides the test already conducted by the CTC, Monsanto, for example, got an approval from the Ministry of Science, Technology and Innovation for conducting tests with genetically modified sugarcane. The Brazil’s National Technical Committee on Biosafety (CTNBIo) maintained that the biosafety measures proposed by the company comply with the standards and pertinent legislation, which are aimed at guaranteeing the biosafety requirements for the environment, agriculture, human and animal health. All testes will be conducted in Santa Helena, Goiás, under controlled experiment conditions.

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

116

Page 60: Anuario de Cana 2012

Todo cuidado

é poucoA EVOLUÇÃO DO

SISTEMA DE COLHEITA

MECANIZADA NAS LAVOURAS DE CANA-

DE-AÇÚCAR DO BRASIL PODE PROPAGAR

DOENÇAS EM RITMO MUITO MAIS RÁPIDO

MIRANDO O FUTURO O pesquisador Enrico de Beni Arri-goni, do CTC, considera que há muito o que avançar no controle de doenças da cultura da cana-de-açúcar. Ele informa que os trabalhos de pesquisa asso-ciados ao melhoramento genético das variedades priorizam testes de resistên-cia à escaldadura das folhas e a seleção de plantas resistentes à doença. No caso do raquitismo, desenvolvem-se diagnósticos precoces e recomenda-se maior cuidado em relação à sanidade do material vegetal a ser multiplicado. “Em to-dos os centros de pesquisas, públicos ou privados, há linhas de pesquisa que buscam gerar variedades mais tolerantes às doenças, o que nos faz acreditar que a cada nova variedade é possível prever importantes avanços”, finaliza.

AA evolução da colheita mecanizada na cultu-ra da cana-de-açúcar no Brasil traz vantagens ao produtor, mas também o põe em alerta, assim como aos técnicos e aos pesquisadores: é grande risco de doenças serem disseminadas por instru-mentos de corte e colhedoras. No entanto, o sis-tema reduz o custo em relação ao convencional e viabiliza o plantio durante o ano todo.

O pesquisador Enrico de Beni Arrigoni, do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), de Pira-cicaba (SP), destaca que isso pode ocorrer tam-bém em virtude do fato de a maioria das outras doenças terem a resistência varietal como méto-do prioritário de controle. No que diz respeito ao plantio mecanizado, a maior quantidade de ferimentos nas mudas colhidas mecanicamente e os plantios em períodos frios e com umidade inadequada do solo têm aumentado a incidência da podridão abacaxi, causada pelo fungo Thiela-viopsis paradoxa. Áreas onde esta doença é pro-blemática apresentam muitas falhas, exigindo, em alguns casos, o replantio.

No Brasil, além desta, as principais enfermida-des da cultura são o carvão, causado pelo fungo Ustilago scitaminea; e o mosaico, provocado pelo vírus SCMV. Entre as bacterianas estão a es-caldadura das folhas (Xantomonas albilineans), o raquitismo das soqueiras (Leifsonia xyli) e a estria vermelha (Cidovorax avenae). O amareleci-mento foliar da cana-de-açúcar, ou “amarelinho”, é causado por vírus disseminado pelo pulgão Melanaphys sacchari. Entre as doenças fúngicas

destacam-se as ferrugens marrom (Pucci-cia melanocephala) e alaranjada

(Puccinia kuehnii).Segundo Arrigoni, o

raquitismo das soquei-

ras pode acarretar perdas de até 25% na produ-ção a cada corte, e tende a ser disseminado por instrumentos como facões e colhedoras. “Com isso, é preciso maior atenção dos produtores em relação à sanidade dos viveiros onde man-têm as mudas para o plantio comercial, o que minimiza a incidência da doença e a redução produtiva ao longo dos cortes”, ensina o pes-quisador. A escaldadura das folhas pode ser disseminada de forma semelhante; porém, há resistência conferida à maioria das variedades, para atenuar a ocorrência e os danos.

“Na podridão abacaxi, dois fatores têm influ-ência direta: o plantio em épocas inadequadas ao crescimento da cana (frio e seca nos meses de maio a setembro) e o plantio mecanizado, quando os toletes utilizados como sementes so-frem danos provocados por máquinas, deixan-do aberturas que facilitam a penetração e ação do fungo causador da doença”, cita Enrico de Beni Arrigoni. O uso de variedades resistentes e a manutenção de viveiros isentos das doenças são as medidas mais eficazes.

“No caso da escaldadura das folhas, o melhor controle é a resistência varietal, acompanhada pela formação e pela manutenção de viveiros isen-tos da doença”, enfatiza. “A identificação ocorre por avaliação direta dos sintomas no campo ou por análises de seiva”. Já para o controle de ra-quitismo das soqueiras é recomendado adotar o tratamento térmico dos toletes, para eliminação das bactérias que se alojam nos vasos condutores de seiva. Esta doença não apresenta sintomas evi-dentes no campo e a análise de seiva é o procedi-mento aconselhável. “Por sua vez, para a podridão abacaxi, é necessário o cultivo da cana em época ideal ou a aplicação de fungicida no plantio”, cita.

Sílv

io Á

vila

118 119

Page 61: Anuario de Cana 2012

You can never betoo careful

EVOLUTION OF MECHANIZED

SUGARCANE SYSTEM IN BRAZIL COULD RAPIDLY SPREAD DISEASES

WITH AN EYE TOWARD THE FUTURE Researcher Enrico de Beni Arrigoni,of CTC, maintains that there is still a long way to go for the control of sugarcane diseases. He argues that all research works linked with genetic enhancement of the varieties give priority to leaf scald resistance tests and to the selection of plants resistant to the scourge. In the case of the ratoon stunting disease, early diagnoses are recom-mended, along with much care regarding the sanitary status of the materials to be multiplied. “In all research centers, either public or private, there are research lines seeking varieties tolerant to the diseases, which makes us believe that for every new variety it is possible to spot relevant strides”, he concludes.

TThe evolution of mechanized sugarcane harvest sys-tems in Brazil brings benefits to growers, but also leaves technicians, researchers and the growers themselves on the alert: the disease dissemination risk by cutting instru-ments and harvesters is a reality. Nonetheless, the sys-tem reduces costs compared to conventional methods and makes planting viable all year round.

Enrico de Beni Arrigoni, researcher with the Sugar-cane Technology Center (CTC), in Piracicaba (SP), main-tains that this could also occur in view of the fact that the majority of other diseases bear a varietal resistance as a priority control method. With regard to mechanized farming, the bigger number of lesions in the mechani-cally obtained seedlings, and plantings during cold pe-riods, with inadequate moisture levels in soil, has in-creased the incidence of pineapple root rot, caused by the fungus Thielaviopsis paradoxa. Areas in which this disease is a problem, present flaws and failures and, in some instances, require replanting.

Other major sugarcane diseases in Brazil include sug-arcane smut, caused by the fungus Ustilago scitaminea; and mosaic, caused by the SCMV virus. The most com-mon bacterial pests are the leaf scald disease (Xantomo-nas albilineans), the ratoon stunting disease (Leifsonia xyli) and red stripe (Cidovorax avenae). The yellow leaf curl virus, also referred to as yellow leaf disease, is spread by an aphid known as Melanaphys sacchari. Major fungal diseases are brown rust (Puccicia melano-cephala) and orange rust (Puccinia kuehnii).

According to Arrigoni, the ratoon stunting disease

could cause losses of up to 25% per cut, and is usually spread by knives and harvesters. “This requires much care by farmers with regard to the sanitary status of their commercial seedling nurseries, thus reducing the incidence of diseases and, consequently, losses at ev-ery cut”, the researcher explains. Leaf scald is spread in similar fashion; but most varieties bear resistance, so as to mitigate outbreaks and losses.

“Two factors have a direct influence on pineapple root rot outbreaks: planting of sugarcane in improper periods (cold and drought conditions from May to September) and mechanized planting, when the wood rollers utilized as seed holders suffer damages caused by machines, thus paving the way for the fungus to en-ter”, says Enrico de Beni Arrigoni. The use of resistant varieties and keeping the nurseries free from the dis-ease are the most effective preventive measures.

“In the case of leaf scald, the best control is varietal resistance, followed up by nurseries kept free from the scourge”, he stresses. “Identification occurs through direct observation of the symptoms in the field or though sap analysis”. For the control of the ratoon stunting disease a thermal treatment of the wood roll-ers is recommended, so as to eliminate the bacteria that circulate through the sap that flows in the veins. This disease presents no apparent symptoms in the field and sap analysis is the recommended procedure. “For its part, pineapple root rot requires the planting of sugarcane during the ideal period of the year, or fun-gicide applications at planting”, he notes.

Sílv

io Á

vila

120 121

Page 62: Anuario de Cana 2012

MEDIDAS DE CONTROLE Para controlar a cigarrinha-da-raiz, os técnicos recomendam monitoramento a partir de 20 a 30 dias após as primeiras chuvas de

setembro e outubro, e quando identificadas as áreas que apresentam densidade populacio-nal com mais de três ninfas por metro de linha de cana. “O controle a ser adotado poderá

ser biológico-microbiano ou químico”, explica Enrico de Beni Arrigoni, do CTC.No caso do bicudo-da-cana, o pesquisador recomenda evitar a introdução da praga na

propriedade por intermédio de mudas originadas de áreas infestadas. “Neste caso, preve-nir é melhor do que remediar”, alerta. Um dos temores de produtores e dos pesquisado-

res é o surgimento de insetos resistentes a inseticidas por conta do uso indevido destes produtos. “Por ora, não se tem relatos, mas é provável que no futuro ocorra a seleção de

insetos resistentes”, reconhece o pesquisador do CTC.Conforme ele, no momento, o uso de métodos de controle integrados (cultural, mecâ-

nico, resistência varietal, microbiano e químico) no manejo da praga é o mais recomendado para que as infestações sejam controladas e os danos minimizados.

De tudo um tantinhoASSOCIAR SISTEMAS DE CONTROLE É A MELHOR

ALTERNATIVA PARA MANTER AS PRAGAS LONGE DA LAVOURA E AINDA REDUZIR OS CUSTOS DE PRODUÇÃO

A AMEAÇA DO BICUDO O bicudo-da-cana também vive abrigado sob a camada de palha remanescente da colheita e é beneficiado pela umidade. As fêmeas colocam seus ovos nas bases das canas jovens e as larvas se desenvolvem no interior das plantas, po-dendo causar sua morte ou provocar perdas de produção da ordem de 25 toneladas de cana por hectare a cada ano. “A expansão da colheita mecanizada e a disseminação da praga por mudas infestadas agravará o problema, que já atinge os estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul”, revela o pesquisador Enrico de Beni Arrigoni, do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC).

O Sphenophorus permanece na área na forma de adulto, ou nas bases de colmos, abaixo do nível do solo, nas fases de larva e pupa. Os adultos (fêmeas) colocam seus ovos nas bases das plantas e começam novo ciclo de infestação.

NNas safras mais recentes, técnicos, produtores e o segmento de pesquisas vêm ampliando os cuidados para con-trolar algumas pragas que se tornaram mais expressivas na canavicultura. A broca da cana-de-açúcar (Diatraea sac-charalis) é a que provoca mais perdas na produção por conta da sua incidên-cia em várias regiões do País.

Mas, no momento, a atenção dos es-pecialistas está bastante voltada para duas pragas: a cigarrinha-da-raiz (Maharnava

posticata) e o bicudo-da-cana (Sphenopho-rus levis). A cigarrinha apresenta desenvol-vimento em áreas nas quais a cana é colhi-da mecanicamente e a palha permanece na superfície do solo. Assim, as colônias de insetos ficam protegidas e permanecem na base das plantas, sugando as raízes e provocando a seca de colmos e a redução produtiva na ordem de 15%, em média.

“As perdas podem atingir a até 80% em condições muito favoráveis, em que não se adote o controle”, explica o pes-

quisador Enrico de Beni Arrigoni, do Cen-tro de Tecnologia Canavieira (CTC), de Pi-racicaba (SP). Com a expansão da colheita mecanizada no Centro-Sul do Brasil, au-menta a preocupação com esta praga, pois ela encontrará ambiente favorável para a sua proliferação. Os ovos permanecem no solo no período frio e seco do ano e as ninfas eclodem cerca de um mês após o início das chuvas de primavera. Atacam as brotações novas e canas em desenvolvi-mento cortadas no início da safra.

Inor

Ag.

Ass

man

n

ICONTROL MEASURES For controlling the root borer, technicians

recommend field monitoring 20 to 30 days after the first rains in September and Oc-tober, and all areas with more than three larvae per meter of sugarcane row should be identified. “The control system to be adopted might be biological-microbial or chemi-cal”, says CTC researcher Enrico de Beni Arrigoni, do CTC.

With regard to the sugarcane weevil, the advice given by the researcher is not to introduce the pest in the field through seedlings from infested areas. “In this case, pre-vention supersedes remediation”, he warns. What researchers and technicians most fear is the arrival insects resistant to insecticides, due to improper use of these chemicals. “For now, no reports of resistant insects have been made, but the future might have in store selections of resistant pests”, the CTC researcher acknowledges.

According to him, at the moment, the use of integrated control methods (cultural, mechanical, varietal resistance, microbial and chemical) are the most recommended if infestations are to be controlled and losses minimized.

THE WEEVIL THREAT The sugarcane weevil also finds shelter below the straw of recently cut sugarcane and takes advantage of moist conditions. The females lay their eggs at the bases of newly planted stalks, while the larvae develop inside the plants and could either kill them or cause losses of 25 tons per hectare, a year. The increasingly common mechanized harvest system and the dissemination of the pest through infested seedlings are poised to aggravate the problem, which has already reached states like São Paulo, Minas Gerais, Paraná and Mato Grosso do Sul”, says researcher Enrico de Beni Arrigoni, of the Sugarcane Technology Center (CTC).

The Sphenophorus remains in the area in adult form, or at the bases of the stems, underneath the ground, in its larva and pupa stage. Adult females lay their eggs at the bases of the plants and start a new infestation cycle.

In recent cycles, technicians, farmers and research segments have been inten-sifying their control systems over some types of pests that have become more common in sugarcane fields. The sugar-cane borer (Diatraea saccharalis) is the one that causes the most losses to sug-arcane plantations throughout all sugar-cane producing regions sin the Country.

At the moment, however, two pests have captured the attention of spe-cialists: root borer (Maharnava pos-

ticata) and sugarcane weevil (Sphe-nophorus levis). The borer thrives in areas where sugarcane is harvested mechanically and, consequently, the straw is left on the ground. This pro-tects the colonies of insects and they overwinter in the roots, sucking them and causing the stems to dry, with production losses of 15%, on average.

“Under favorable conditions, losses could reach up to 80%, especially where no control measures exist”, explains re-

searcher Enrico de Beni Arrigoni, of the Sugarcane Technology Center (CTC), in Piracicaba (SP). With farmers resorting more and more to mechanized harvest in the Center-South region, the con-cern with this pest soars, since it will find every condition to propagate. The eggs remain in the ground during cold and dry periods and the larvae arise a month after the spring rains start. They attack new buds and the sugarcane shoots that sprout from plant bases.

A little of everythingTHE ASSOCIATION OF CONTROL SYSTEMS IS

THE BEST WAY TO KEEP PESTS AT BAY, WHILST REDUCING PRODUCTION COSTS

122 123

Page 63: Anuario de Cana 2012

IIndependentemente da matéria-prima utilizada, a pro-dução de etanol se vale de inúmeros processos que emitem gases de efeito estufa. Entre eles está a fertilização por ni-trogênio. Este método despertou na comunidade científica internacional a seguinte dúvida: ao produzir etanol, capaz

de substituir os combustíveis fósseis, estariam sendo emitidos mais gases de efeito estufa do que a

queima de derivados de petróleo? A discus-

são gerou um alerta no ambiente científico brasileiro ligado à cana-de-açúcar, por questões técnicas, ambientais e tam-bém mercadológicas.

Para alívio da cadeia produtiva, está compro-vado: o etanol produzido da cana-de-açúcar é energia limpa. Pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em conjunto com Instituto Agro-

PESQUISA DEMONSTRA QUE

QUANTIDADE DE ÓXIDO

NITROSO LIBERADO NA PRODUÇÃO DO ETANOL É BEM MENOR DO QUE A PERMITIDA EM PADRÕES INTERNACIONAIS

Tá limpoSí

lvio

Ávi

la

PALHAApesar de comemorar o indicador, o

pesquisador ressalta que o estudo avaliou também que nos canaviais com muita palha sobre o solo as emissões aumentaram. “Foi observado que, quanto maior a quantidade

de palha, mais expressiva a emissão de óxido nitroso. Em canaviais com mais de 21

toneladas de palha por hectare, por exemplo, o fator de emissão foi de 2%. Porém, na maior

parte a quantidade de palha é inferior a esse valor, e as emissões permaneceram dentro de

padrões normais”, afirma.A palha no canavial decorre da colheita

mecanizada. Com a proibição de queimadas na colheita manual, a palha é deixada

no campo e serve de base ao cultivo da cana. A prática reduz as perdas de água,

preserva a umidade do solo e a reciclagem de nutrientes. “Com a descoberta, o setor

e os técnicos terão que decidir se vão retirar parte da palha e usá-la para outros

fins ou deixá-la no solo e protegê-lo. Na decisão, devem ser pesados os aspectos

positivos e negativos da retirada do material dos canaviais. O que obtivemos é uma informação a mais para o processo de

decisão”, afirma.Segundo o pesquisador do IAC, Marcos

Guimarães de Andrade Landell, 70% dos canaviais brasileiros são colhidos por

máquinas. Estima-se que nos próximos cinco anos o percentual chegue a 100%.

nômico (IAC), de Campinas; unidades da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), revela que a quantidade de óxido nitroso (N2O), um dos gases responsáveis pelo efeito estufa, liberada na atmosfera durante o processo de produção da cana está abai-xo do limite aceito internacionalmente.

Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáti-cas (IPCC), a liberação média de óxido nitroso na atmosfera é de 1% do nitrogênio aplicado na fertilização das plantações. Parece pouco, mas o potencial de aquecimento global do N2O é cerca de 30 vezes maior do que o gás carbônico, segundo o pesquisador Heitor Cantarella, do IAC. Por meio da pesquisa do IAC, da APTA e da UFSCar foi comprovado que o fertilizante usado em cana li-bera de 0,7% a 0,9% do gás. A informação é estratégica para dimi-nuir as barreiras internacionais ao etanol nacional.

São raros os dados referentes à emissão de óxido nitroso na aplicação de nitro-

gênio, principalmente na cana, e para as condições paulistas, o que torna o estudo pioneiro. “Há grande interesse para o setor, pois o etanol substitui combustíveis fósseis e, deste modo, reduz emissões de gases de efeito estufa”, destaca o pesquisador Hei-tor Cantarella, do IAC. “Se as emissões destes gases, associadas ao processo de produção de cana, forem altas, perde-se parte da vantagem de substituir a gasolina pelo etanol”, completa.

A fertilização nitrogenada é importante no cultivo da cana-de--açúcar. Quando aplicado, parte do nitrogênio no solo se transfor-ma em óxido nitroso, componente dos gases de efeito estufa. “Há interesse em medir o impacto das atividades humanas na liberação de gases de efeito estufa, principalmente nas condições do Estado de São Paulo, responsável por 60% da cana-de-açúcar nacional”, diz Cantarella. As pesquisas indicaram que a liberação do N2O nos ca-naviais de Piracicaba e Jaú, onde foram conduzidas, ficaram aquém

de índices do IPCC em outros estudos.

125124

Page 64: Anuario de Cana 2012

It is cleanRESEARCH ATTESTS THAT THE AMOUNT OF

NITROUS OXIDE LIBERATED IN THE ETHANOL PRODUCTION PROCESS IS WAY BELOW THE AMOUNT ACCEPTED BY INTERNATIONAL STANDARDS

RRegardless of the raw material used,

the production of ethanol takes advantage of several processes that spew greenhouse gases into the air. Among them, the nitro-gen fertilization method, which made the international scientific community wonder if, by producing ethanol, a fossil fuel replac-er, more greenhouse gases are being pro-duced than the ones coming from the use of crude oil derivatives. This debate raised an alarm to the Brazilian scientific establish-ment linked to sugarcane, for technical, en-

vironmental and market questions. The ascertainment that ethanol pro-

duced from sugarcane was clean energy came as a relief to the supply chain. Re-search work conducted by the São Carlos City Federal University (UFSCar) jointly with the Agronomic Institute of Campi-ans (IAC), along with departments of the São Paulo State Agribusiness Technology Agency (APTA) and the Sugarcane Technol-ogy Center (CTC) reveals that the amount of nitrous oxide (N2O), one of the gases

responsible for the greenhouse effect, released into the atmosphere during sug-arcane production process is below the internationally accepted limit.

According to the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), the av-erage liberation of nitrous oxide into the atmosphere is only 1% of the nitrogen ap-plied on field fertilization. It seems negli-gible, but the N2O’s potential as a global warmer is approximately 30 times bigger compared to carbonic acid gas, according

Sílv

io Á

vila

STRAWThough celebrating the indicator, the researcher stresses that the study also

ascertained that in sugarcane fields with abundant straw lying on the ground,

emissions increased. “It was observed that the bigger the amount of straw, the more expressive the emission of

nitrous oxide. In sugarcane plantations with more than 21 tons of straw per

hectare, for example, the emission index reached 2%. Nonetheless, in most parts

the amount of straw remains below this level, and the emissions remain at

normal standards”, he states.Straw in a sugarcane plantation

results from mechanized harvesting. With the ban on the field burning method at manual harvesting, the

straw is left in the field and turns into mulch. This practice reduces water

losses, preserves soil moisture levels and prompts nutrient recycling. “With the finding, the sector and technicians will have to decide if part of the straw

is to be removed or left on the ground for soil protection purposes. For this

decision the positive and negative aspects of the removal must be taken into

consideration. Whatever is detected, is just one more piece of information for the

decision making process”, he says.According to IAC researcher Marcos

Guimarães de Andrade Landell, 70% of all Brazilian sugarcane fields are harvested by machine. It is estimated that over the next

five years it will be 100%.

to IAC researcher Heitor Cantarella. Re-search conducted by IAC, APTA and UFSCar concluded that the fertilizer used for sug-arcane liberates from 0.7% to 0.9% of the gas. This information plays a strategic role towards putting an end to the international barriers on our national ethanol.

There are hardly any cases referring to the emission of nitrous oxide from the application of nitrogen, particularly for sugarcane under the conditions in São Paulo, a fact that turns this study into a

pioneer of the kind.”There is great inter-est for the sector, since ethanol replaces fossil fuels and, therefore, reduces green-house gases”, says IAc researcher Heitor Cantarella. “If the emissions of these gas-es associated with the sugarcane produc-tion process are high, part of the benefits from replacing common gasoline with ethanol are lost”, he concludes.

Nitrogen fertilization is important in sugarcane cultivations. When applied, part of the nitrogen in soil turns into ni-

trous oxide, a component of the green-house gases. “There is interest in measur-ing the impact of human activities in the liberation of greenhouse gases, especially under the conditions of the State of São Paulo, responsible for 60% of the nation-al sugarcane volumes”, says Cantarella. Research on the matter indicated that the liberation of N2O in the sugarcane plan-tations in Piracicaba and Jaú, where they were conducted, remained below the IPCC levels and other studies.

126 127

Page 65: Anuario de Cana 2012

Para amenizaros efeitos

AVALIAÇÃO APRESENTA IMPLICAÇÕES

DO USO DA VINHAÇA E DA PALHA NOS CANAVIAIS PARA A INCIDÊNCIA DE GASES DE EFEITO ESTUFA E INDICA ALTERNATIVAS

AAlém do controle da quantidade de pa-lha disponível no solo para manter em níveis aceitáveis a emissão de gases de efeito estufa no manejo da cana-de-açúcar, outra decisão do setor diz respeito ao uso da vinhaça, subproduto do etanol, aplicada como ferti-lizante nos canaviais. A pesquisa conduzida pelos cientistas do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), da Agência Paulista de Tec-nologia dos Agronegócios (Apta), do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e da Uni-versidade Federal de São Carlos (UFSCar) revelou que as emissões de óxido nitroso atingiram cerca de 3% do nitrogênio do fer-tilizante quando este foi aplicado em solo com vinhaça e alta concentração de palha.

Esse processo ocorre porque a vinhaça e a palha são importantes fontes de car-bono e colaboram para que os microor-ganismos presentes no solo provoquem a

emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa. Outros estudos estão sendo realiza-dos para confirmar esses resultados.

Para resolver esses impasses, os pesqui-sadores já começam a pensar em soluções. Uma delas seria a utilização de aditivos nos fertilizantes, o que aumentaria os custos de plantio. No caso da palha, segundo o pesqui-sador Heitor Cantarella, do IAC, a alternativa é evitar que grandes quantidades permane-çam por muito tempo no campo. “Temos que pensar em técnicas de manejo para re-solver essa situação. A palhada pode ser ma-téria-prima na produção de eletricidade ou etanol de segunda geração. Pode se tornar de interesse das usinas retirá-la parcialmente do solo. No entanto, alguma palha tem que ser mantida”, explica o pesquisador.

O ajuste fino do manejo da palha e da vinhaça faz parte de uma proposta dos cien-

tistas para evitar riscos nessa área de produ-ção de gases de efeito estufa. “Os resultados são muito bons, mas com um ajuste fino no manejo, ainda dá para melhorar”, expli-ca Heitor Cantarella. Expor as conclusões desse estudo nas condições de cultivo do Brasil gera um importante amparo à área comercial da cadeia produtiva. “Este tipo de pesquisa produz conhecimento que será útil para a tomada de decisões futuras do setor”, acrescenta o pesquisador do IAC.

Para chegar a esses indicativos os cientis-tas avaliaram, desde 2010, experimentos em Jaú e Piracicaba (SP), tanto nas fases de plan-tio como na rebrota. De acordo com Heitor Cantarella, os testes foram necessários porque em ambas as fases há métodos e quantidades de aplicação de fertilizantes distintos. “No plantio, o fertilizante é enterrado no solo. Nas soqueiras, é aplicado na superfície”, explica.

BBesides controlling the amount of straw available in soil for

keeping greenhouse gas emissions at acceptable levels in sug-arcane field management, another decision of the sector has to do with the use of liquid waste, an ethanol byproduct, used as fertilizer in sugarcane fields. The research work conducted by the team of scientists of the Campinas Agronomic Institute (IAC), jointly with the São Paulo State Agribusiness Technology Agency (Apta), the Sugarcane Technology Center and the Federal Univer-sity of São Carlos (UFSCar) revealed that nitrous oxide emissions achieved about 3% of the fertilizer nitrogen when it was applied in soil with liquid waste and high concentration of straw.

This process occurs because the liquid waste and the straw are relevant sources of carbon and prompt soil born micro-organisms to produce and spew into the air greenhouse gases. More studies are underway attempting to confirm these results.

To solve these bottlenecks, researchers have already started think-ing about solutions. One of them could be the addition of additives to the fertilizers, which would push up production costs. In the specific case of the straw, according to IAC researcher Heitor Cantarella, the alternative consists in preventing huge amounts from remaining in

the field for too long. “We have to think about management practices to come up with a solution. The straw could become raw material for the production of electricity or second generation ethanol. The mills might have an interest in removing it from the fields. However, a certain amount of straw must remain in the field”, the researcher explains.

The fine adjustment to liquid waste and straw management practices is part of a proposal by scientists to avoid greenhouse gas production risks in this area. “Results have been promising so far, but through fine management adjustment, there is room for improve-ment”, explains Heitor Cantarella. The exposition of these study results in the conditions of Brazilian cultivations generates an impor-tant support to the supply chain’s trading area. “This type of research produces knowledge that could be useful for future decisions of the sector”, adds the IAC researcher.

To reach these conclusions, since 2010 scientists have been assess-ing experiments in Jaú and Piracicaba (SP), both in the planting and re-sprouting phase. According to Heitor Cantarella, the tests were nec-essary because in both phases there are distinct methods and quantities to be applied. “At planting, the fertilizer is incorporated into soil. At the stumps, side-dressing is common practice”, he explains.

Cushioning the effects

EVALUATION SHOWS IMPLICATION IN THE USE OF MOLASSES AND STRAW IN SUGARCANE PLANTATIONS TOWARDS THE INCIDENCE OF

GREENHOUSE GASES AND SUGGESTS ALTERNATIVES

Sílv

io Á

vila

128 129

Page 66: Anuario de Cana 2012

Inor

Ag.

Ass

man

n

DENTENDA MELHOREtanol celulósico, também chamado

etanol de lignocelulose, é a denominação dada ao álcool etílico (etanol) obtido a partir

da quebra das cadeias de celulose, hemice-lulose e pectina, polímeros que constituem

a estrutura fibrosa dos vegetais, através de reações químicas ou bioquímicas. Uma das

principais matérias-primas usada para a produção do etanol celulósico é a biomassa composta pelos rejeitos e por resíduos das

colheitas e do processamento de vegetais, e que não é reaproveitada para alimentação

humana e animal ou para outras finalidades.

MUITOS DESAFIOS O processo de segunda geração do etanol desenvol-vido pelo CTC permite aumentar significativamente a produção desse item na mesma área de cana. Usando todos os equipamentos e processos atuais das usinas existentes, esse processo do CTC, que é bastante diferente em sua concepção de outros que estão se estabelecendo no País, tem grande chance de sucesso. Mas isso não significa que não haja desafios.

Conforme Jaime Finguerut, será necessário demonstrar que as novas soluções de engenharia e os insumos utilizados no processo são viáveis e eficientes e vão levar a um custo de produção pelo menos competitivo com aquele produzido na primeira geração. “Os maiores desafios estão sem dúvida nas enzimas e nos microorganismos utilizados, objetos das novas parcerias do CTC, além de garantir eficiência no processo, compatível com a necessidade de operar com baixos custos”, avisa.

A grande vantagem desse sistema é a possibilidade de aumentar a produção sem a neces-sidade de plantar mais cana, apenas incrementando a eficiência agroindustrial. “Além disso, estamos alavancando novas áreas do conhecimento, equipamentos e insumos que trarão ri-queza considerável ao País a curto prazo”, sintetiza Fingerut.

Dois dos principais centros de pesquisas do Brasil estão unidos para acelerar o desenvolvimento de biocombustíveis de segunda geração. O objetivo é o chamado etanol celulósico associado à cultu-ra da cana-de-açúcar. O gerente de Desenvolvimento Estratégico, Jaime Finguerut, assessor técnico da Presidência do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), destaca que os projetos serão concen-trados na área de interesse comum entre o CTC e a Embrapa para os biocombustíveis de segunda geração, em especial o etanol celulósico.

A união proporcionará o uso dos recursos complementares das organizações para desenvolverem a tecnologia em aspectos importantes, como o aproveitamento da biomassa da cana (Biotecnologia Vegetal) e a elaboração de um processo de segunda geração (Biotecnologia Industrial). Este permitirá usar frações da biomassa da cana (açúcares solúveis, açúcares na fração fibrosa e lignina) como fonte de energia.

Para tanto, a prioridade dos pesquisadores é identificar e produzir microrganismos capazes de sintetizar enzimas necessárias para gerar os açúcares que estão na fração fibrosa e outros microrga-nismos capazes de aproveitar todas as formas de açúcar geradas. O CTC estuda há muito tempo a conversão da biomassa integral da cana em etanol.

“De 1997 a 2002, por exemplo, trabalhamos em parceria com a empresa Dedini no processo de hidrólise ácida”, explica Fingerut. “Depois, iniciamos pesquisa na via enzimática com a firma Novo-zymes, com quem temos parceria até hoje. No momento, desenvolvemos soluções de engenharia com uma das maiores empresas de equipamentos da área de celulose do mundo, e em processo de financiamento da primeira planta de demonstração desta tecnologia, que será instalada e operada por um de nossos acionistas”, destaca Finguerut.

A quatro mãosEM PROL DO ETANOL CELULÓSICO, CTC E EMBRAPA

UNEM FORÇAS A FIM DE ALAVANCAR AS TECNOLOGIAS QUE PROMETEM REVOLUCIONAR O SETOR ENERGÉTICO

130 131

Page 67: Anuario de Cana 2012

With four handsON BEHALF OF CELLULOSIC ETHANOL, CTC AND EMBRAPA JOIN

FORCES IN ORDER TO LEND SUPPORT TO THE TECHNOLOGIES THAT ARE LIKELY TO REVOLUTIONIZE THE ENERGY SECTOR

Inor

Ag.

Ass

man

n

TTwo major research centers in Brazil have joined forces in order to speed up the development of second generation fuels. The real reason is the so-called cellulosic ethanol associated with sugarcane farming. Jaime Finguerut, manager of the Strategic De-velopment Department and advisor to the president of the Sug-arcane Technology Center (CTC), explains that the projects shall be focused on common interest areas between the CTC and Em-brapa for second generation fuels, particularly cellulosic ethanol.

The partnership will provide for the use of complementary resources from the organizations towards the development of a technology with regard to important aspects like the use of sug-arcane biomass (Vegetable Biotechnology) and the elaboration of

LEARN MORECellulosic ethanol, also referred to as lignocellulose, is the

name given to ethyl alcohol (ethanol) resulting from splitting the cellulose, hemicellulose and pectin chains, polymers that

constitute the fibrous structure of vegetables, through chemical or biochemical reactions. One of the leading materials used for

the production of cellulosic ethanol is biomass from harvest and vegetable processing wastes and remains, which are not reused as

human or animal food, nor for any other purposes.

MANY CHALLENGES The second generation ethanol process, developed by the CTC, allows for increasing considerably the production of ethanol from the same sugarcane field. Using all processes and equipment existing in the mills, this CTC process, which differs a lot in its conception from others now being established in the Country, stands great chances to succeed. But this does not mean that there are no challenges.

According to Jaime Finguerut, it will be necessary to demon-strate that the new engineering and inputs solutions utilized in the process are viable, efficient and are going to lead to a produc-tion cost that is at least competitive with the one produced at the first generation. “The biggest challenges without any doubt lie in the enzymes and micro-organisms utilized, object for new part-nerships of the CTC, besides ensuring process efficiency, compat-ible with the need to operate at low costs”, he warns.

The great advantage of this system is the chance for produc-tion increases without the need to plant more sugarcane, just by improving the agro-industrial efficiency. “Furthermore, we are now leveraging new knowledge areas, along with new equipment and inputs which are expected to bring wealth to the Country in the short run”, Fingerut summarizes.

a second generation process (Industrial Biotechnology). This will allow for the use of sugarcane biomass fractions (soluble sugars, sugars in the fiber and lignin fractions) as energy sources.

To this end, the priority of the researchers is to identify and pro-duce micro-organisms capable of synthesizing enzymes necessary for the generation of sugars that are contained in the fibrous section and other micro-organisms capable of taking advantage of all forms of sugar that is generated. The CTC has long been doing research into the conversion of integral sugarcane biomass into ethanol.

“From 1997 to 2002, for example, we worked in partnership with Dedini, a company involved with acid hydrolysis processes”, Fingerut explains. Then we started research on enzymes with Novozymes, a company of the sector, with whom we still have a partnership. At the moment, we are involved with engineering solutions with one of the biggest cellulose equipment companies in the world, and in the pro-cess of financing the first demonstration plant of this technology, to be installed and operated by our shareholders”, Finguerut comments.

133132

Page 68: Anuario de Cana 2012

Derivados em pauta

Objetivo é superar os três mil participantes alcançados em 2011

Eventos • Events

Sílv

io Á

vila

4º ETHANOL SUMMIT SERÁ REALIZADO EM 2013 E É UM DOS PRINCIPAIS EVENTOS DO MUNDO DEDICADOS À DISCUSSÃO

SOBRE FONTES ENERGÉTICAS RENOVÁVEIS

AA União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) confirmou para os dias 24 e 25 de junho de 2013, em São Paulo, a quarta edição do Ethanol Summit, um dos principais eventos do mundo dedicados às fontes energéticas renováveis, com atenção especial ao eta-nol e a outros derivados da cana-de-açúcar. Promovido pela Unica, o Summit vem sendo realizado a cada dois anos desde sua edição inaugural, em 2007.

O diretor de Comunicação Corporativa da Unica, Adhemar Altieri, considera que o evento se consoli-dou como um dos mais importantes fóruns mundiais para debater biocombustíveis e energias renováveis, reforçando a importância do papel do Brasil no ce-nário global como detentor da melhor tecnologia de produção de etanol e de bioeletricidade.

Como nas edições anteriores, o evento reunirá espe-cialistas, líderes empresariais, autoridades de governos e representantes de organizações não-governamentais do

Brasil e do exterior para quatro plenárias e 15 painéis de debate. Edições anteriores do Summit contaram com par-ticipações de personalidades como o investidor George Soros, o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton e o empresário indiano Vinod Khosla, um dos principais defensores de tecnologias limpas no mundo.

A agenda do Ethanol Summit 2013, já em desen-volvimento pela Unica, vai explorar o futuro do setor sucroenergético, tanto no Brasil quanto em termos glo-bais. A inauguração das três primeiras usinas de etanol celulósico de porte comercial, o décimo aniversário do lançamento do carro flex no Brasil e a urgência em tor-no de políticas públicas que levem à retomada do cres-cimento do setor sucroenergético brasileiro também serão temas de destaque durante o evento.

A expectativa dos organizadores é superar a marca dos 3 mil participantes em dois dias, atingida na terceira edição do Ethanol Summit, em 2011.

134

Page 69: Anuario de Cana 2012

TThe Sugarcane Industry Union (Unica) has just confirmed the 4th Ethanol Summit, a major global event focused on re-newable energy sources, particularly ethanol and other sug-arcane derivatives, for 24 – 25 June 2013, in São Paulo. Pro-moted by Unica, the Summit has been held every other year since its first edition, in 2007.

Unica Corporate Affairs director, Adhemar Altieri, has it that the event has consolidated as one of the most important world forums focused on biofuels and renewable energy sources, strengthening Brazil’s role in the global scenario as the owner of the most ad-vanced ethanol and bioelectricity production technology.

Byproducts on the agenda

4TH ETHANOL SUMMIT WILL BE HELD IN 2013 AND IS A MAJOR GLOBAL EVENT DEVOTED TO DEBATING ON ALTERNATIVE

SOURCES OF RENEWABLE ENERGY

Objective is to outstrip last year’s three thousand participants

Like the previous editions, the event will bring together specialists, business leaders, government authorities and repre-sentatives of Brazilian and international NGOs for four plenary sessions and 15 debating panels. Previous editions of the Sum-mit attracted business people and investors like George Soros, former president of the United States, Bill Clinton, and Indian entrepreneur Vinod Khosla, one of the most active advocates of clean energy in the world.

The agenda of the Ethanol Summit 2013, now being orga-nized by Unica, will go deep into the question of sugarcane-based energy, both in Brazil and in global terms. The inaugura-tion of the first three commercial cellulosic ethanol mills, the tenth anniversary of Brazil’s flex fuel cars and the urgency for coming up with public policies that bring the sugar and alcohol sectors back on track will also be addressed during the event.

The organizers are expecting to outstrip the number of three thousand participants that attended the event in 2011.

Sílv

io Á

vila

NovíssimaFENASUCRO FUNDE-SE COM

AGROCANA E FORIND SP E ESPERA MAIS DE 30 MIL VISITANTES

Com nova roupagem e mudanças em sua estrutura, acontece-rá, em Sertãozinho (SP), entre 27 e 30 de agosto de 2013, a Nova

Fenasucro. O evento é ponto obrigatório do calendário sucroener-gético nacional e chega à sua 21ª edição. Neste novo formato, a Fe-nasucro será separada em setores agrícolas, processos industriais,

transporte e logística e fornecedores industriais, contemplando em espaços específicos e destacados cada elo da cadeia produtiva,

unificando, assim, a Fenasucro, a Agrocana e a Forind SP, que tradicionalmente aconteciam de modo concomitante.

Com a expectativa de reunir mais de 500 empresas e rece-ber mais de 30 mil visitantes, a Nova Fenasucro ocupará área

de 60 mil m2, no Centro de Exposições Zanini.

Brand newFENASUCRO MERGES WITH AGROCANA

AND FORIND SP AND EXPECTS MORE THAN 30 THOUSAND VISITORS

With a new look and changes to its structure, Nova Fenasucro has been scheduled for 27 – 30 August 2013, in Sertãozinho (SP). It is an event, now reaching its 21st edition, not to be missed by any national sugar and alcohol company. In this new format, the entire exhibition is split into such sectors as agriculture, industrial processes, transport, logistics and industrial suppliers, where every link of the supply chain occupies a specific space, thus unifying the Fenasucro, Agrocana and Forind SP events, which traditionally used to take place simultaneously.

Hoping to attract upwards of 500 companies and more than 30 thousand visitors, Nova Fenasucro will occupy an area of 60 thousand square meters, at Zanini Exhibiion Center.

136

Page 70: Anuario de Cana 2012

SUCRONOR5ª Mostra Sucroenergética para a Região NordesteData: 15 a 18 de abril de 2013Local: Centro de Convenções de Pernambuco, Olinda (PE)Contato: (16) 2132-8936Site: www.sucronor.com.br

BRASIL CACHAÇAData: 24 a 26 de abril de 2013Local: Expo Center Norte, São Paulo (SP)E-mail: [email protected]: www.exponor.com.br

AGRISHOW 2013Data: 29 de abril a 03 de maio de 2013Local: Parque de Exposições de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto (SP)Contato: (11) 3060-5000Site: www.agrishow.com.br

ISSCT CONGRESSXXVIII Congresso ISSCTData: 24 a 27 de junho de 2013Local: Transamérica Expo Center, São Paulo (SP)Contato: (16) 2132-8936Site: www.issct2013.com.br

4º ETHANOL SUMMITData: 24 e 25 de junho de 2013Local: São Paulo (SP)Contato: (11) 3093 4949 ou (11) 2588 0330Site: www.unica.com.br

VI SIMPÓSIO TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCARData: 10 a 12 de julho de 2013Local: Teatro Unimep (sala Carlos Wesley), Campus Taquaral, Rodovia do Açúcar, km 156, Piracicaba (SP)Contato: (19) 3422-2755E-mail: [email protected]: www.fealq.org.br

FENASUCRO21ª Feira Internacional de Tecnologia SucroenergéticaData: 27 a 30 de agosto de 2013Local: Centro de Eventos Zanini, Sertãozinho (SP)Contato: (16) 2132-8936Site: www.fenasucro.com.br

Programe-se • Get Scheduled

Sílv

io Á

vila

138

É rápido e certo.Pulverizador Valtra BS3020H com chassi Flex Frame.Pulverizador Valtra. O autopropelido com chassi Flex Frame que se adapta aos desníveis do terreno para proporcionar alta produtividade com baixo custo operacional. Oferece ainda fechamento automático das seções de barra, controle automático de altura de barra (opcional), telemetria (opcional), com grande conforto operacional. Além do Compromisso Valtra de suporte especializado e disponibilidade de peças. Pulverizador Valtra BS3020H. Toda a rapidez e precisão que a sua lavoura precisa. Con� guração especial para a cultura da cana.

@valtrabrasil

valtraglobal

valtravideos

www.valtra.com.br0800 192 211

Motor AGCO Power de 200 hp Baixo consumo de combustível com alto torque – 750 Nm.

Chassi Flex Frame Absorve melhor as irregularidades do terreno

mantendo a estabilidade da barra nos mais variados tipos de topogra� a.

va_0011_12U_anun_Institucional_Pulverizador_20x27_af.indd 1 23/10/12 16:58

Page 71: Anuario de Cana 2012

Uma Syngenta plena em cana.Por uma cana plena.

Somos

Atenção: este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo, na bula e na receita. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização do produto por menores de idade.

Consulte sempre um engenheiro agrônomo. Venda sob receituário agronômico. www.syngenta.com.br

© Syngenta, 2012. SYNGENTA, ACTARA, CALLISTO, DUAL GOLD, ENGEO PLENO, MODDUS, PLENE e PRIORI XTRA são marcas registradas de uma companhia do Grupo Syngenta.

Informe-se sobre e realize o manejo integrado de pragas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos.PRIORI XTRA: restrição de uso no estado do Paraná. Vide bula.

Nós da Syngenta entendemos que os desafios para o aumento da produtividade em cana são vários.

E acreditamos que, para superá-los, é preciso desenvolver muito mais do que soluções inovadoras, mas pontuais. É preciso ter uma visão do todo e compreender que, no canavial, cada processo deixa um legado fundamental para a fase seguinte.

É uma Syngenta inteira trabalhando por um salto produtivo. Por uma cana plena em sustentabilidade. Por um hoje pleno de futuro.

• Vigor • Potencial produtivo• Sanidade

• Melhor estabelecimento • Poucas falhas • Vigor

Desafios: Tecnologias:

• Melhor momento • Mais cana, mais açúcar • Eficiência • Enraizamento

Desafios: Tecnologias:

Desafios:

Tecnologias:

Tecnologias:

• Melhor stand • Sanidade • Qualidade

Desafios:

COLHEITA

PLANTIOVIVEIRO

QUALIDADE

ESTA

BELEC

IMEN

TO

EN

RAIZAMENTO

E PRODUTIVIDADE

CA

NA

SO

CA

CANA PLAN

TA

121023_SYN_ConceptsCana_20x27cm.indd 1 23/10/12 17:32