anuário das industrias

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Distribuição gratuita Ano 5 - Edição nº 31 - Outubro de 2010 Especial Usinagem 2010 Acesse o portal: Publicação A revista do Anuário das Indústrias

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Ano 5 - Edição nº 31 - Outubro de 2010

Especial Usinagem 2010

Acesse o portal:

Publicação

A revista doAnuário das Indústrias

Page 2: Anuário das industrias
Page 3: Anuário das industrias

expedienteCoordenação: Mariza SimãoRedatora: Sonnia Mateu - MTb 10362-SPcontato: [email protected] nesta edição: Irineu Uehara e João LopesDiagramação: Lisia LemesArte: Vladimir A. Ramos, Ivanice Bovolenta, Cesar Souza, José Francisco dos Santos, José Luiz Moreira, Edmilson Mandiar, Gustavo Monreal.Distribuição: Feira e Congresso Usinagem 2010 VI EdiçãoImpressão: RR Donnelley

Matriz:São Paulo - Rua Martins Fontes, 230 - Centro CEP 01050-907 - Tel.: (11) 3124-6200 - Fax: (11) 3124-6273Filiais:Araçatuba - Rua Floriano Peixoto, 120 1º and. - s/ 14 - Centro - CEP 16010-220 - Tel.: (18) 3622-1569 Fax: (18) 3622-1309Bauru - Centro Empresarial das Américas Av. Nações Unidas, 17-17 - s 1008/1009 - Vila Yara - CEP 17013-905 - Tel.: (14) 3226-4098 / 3226-4068 Fax: (14) 3226-4046Osasco - R. Natanael Tito Salmon, 365 - 2º and. sls 1 e 2 - Cep.: 06016-075 - Tels.: (11) 3682-2865 / 3683-7868Piracicaba: Sisal Center: Rua 13 de Maio, 768, sl 53 - 5ª andar - Cep.: 13400-300 - Tel.: (19) 3432-1524 - Fax.: (19) 3432-1434Presidente Prudente - Av. Cel. José Soares Marcondes, 871 - 8º and. - sl 81 - Centro - CEP 19010-000 Tel.: (18) 3222-8444 - Fax: (18) 3223-3690Ribeirão Preto - Rua Álvares Cabral, 576 -9º and. cj 92 - Centro - CEP 14010-080 - Tel.: (16) 3636-4628 Fax: (16) 3625-9895Santos - Rua Leonardo Roitman, 27 - 4º and. cj 48 - Santos - SP - CEP.: 11015-550Tel.: (13) 3224-9326 / 3232-4763São José do Rio Preto - Rua XV de Novembro, 3057 - 3º and. - cj 301 - CEP 15015-110 Tel.: (17) 3234-3599 - Fax: (17) 3233-7419

O editor não se responsabiliza pelas opiniões expressas pelos entrevistados.

Mercado Empresarial

Já MElhOrOu, MAs As dificuldAdEs AindA

sãO MuitAs

m 2010, graças à reação do mercado interno, os números do setor de usinagem vêm dando mostras de uma performance satisfatória, derivada do aquecimento tanto nos níveis de demanda quanto nos de investi-

mentos. No primeiro semestre, conforme a Abimaq, houve alta de 16,7% nas receitas sobre igual período de 2009, que somaram R$697,01 milhões. Para o ano inteiro, as projeções sugerem uma taxa positiva oscilando entre 15% e 25%. Entre os fatores que auxiliaram a retomada está o poder de alavancagem da indústria automotiva, que obrigou a cadeia de fornecedores a reforçar suas capacidades de usinagem, seja pela recontratação de mão-de-obra recém-demitida, seja pela aquisição de equipamentos novos. Outro impulsionador foi a redução temporária, por parte do Governo, da carga tributária sobre bens como veículos e eletrodomésticos, entre outros. Na esfera das políticas públicas, vem trazendo alento a linha de crédito aberta pelo Finame-PSI (Programa de Sustentação do Investimento), do BNDES: os níveis mais reduzidos de juros cobrados no PSI estão permitindo ao setor concorrer com os equipamentos importados.

Entretanto, embora esteja se recuperando do enorme baque sofrido em 2009, o setor defronta-se hoje com uma queda contínua nas exportações e uma forte concorrência dos equipamentos importados, fatores que impõem sérios desafios à sobrevivência dos fabricantes do ramo. A maré favorável só em parte logrou contrabalançar os efeitos funestos do desequilíbrio da balança comercial na performance das empresas, induzido pelo chamado “Custo Brasil” e pela apreciação do real.

A usinagem é uma vertical econômica com singularidades que a tornam muito vulnerável às ondas de choque de uma crise. Máquinas-ferramenta são, na maior parte das vezes, commodities, produtos de série, ou de prateleira, entregues com relativa rapidez. Quando há redução das atividades, os em-presários deixam de investir nos bens mais fáceis de obter, que são os que a usinagem produz, por isso, a crise tem impacto maior sobre o segmento.

Na realidade, o quadro atual do comércio externo vem gerando uma verda-deira gritaria em toda a área de bens de capital. As exportações encontram-se fragilizadas, acumulando resultados pífios, e acirrou-se a competição interna com os equipamentos importados, agravando um processo que a Abimaq não hesita em classificar, oficialmente, como sendo de “desindustrialização silenciosa” do País.

Em outras palavras, é preciso que o governo implante uma estratégia de desenvolvimento de longo prazo, que tire máximo proveito das potenciali-dades do País. Para tanto, mecanismos de sustentação financeira, como os aportados pelo BNDES, são tidos como essenciais.

E

editorial

A revista doAnuário das Indústrias

3mercado empresarialmercado empresarial

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sumário

Setor de usina-gem se recupera, mas... haja fôlego!

Panorama do setor

Pesquisa

tecnologia

destaque

sustentabilidade

Qualidade

dicas de leitura

Vitrine - Produtos e lançamentos do setor

Evento

Gestão

cases & cases

Economia

Empregados empreendedores?

Emmeti contribui com criação de norma da ABNT

FIESP lança aplicativo para empresas industriais

Manufatura Industrial: tecnolo-gias avançadas podem ser me-nos eficientes no uso de energia

Consolid apresenta tecnolo-gia inédita para indústria de alimentos

Parnox - Sinônimo de alta tec-nologia, qualidade e resistência em fixadores

Certificação Aqua gera valoriza-ção para empreendimentos

ISO 14.000: a norma da em-presa que pensa no futuro sem abandonar o presente

Usinagem 2010 - Contato direto com o que há de mais avançado no setor

Estoques da indústria ficam acima do esperado

Pagar com cartão agora é mais seguro

Indústria brasileira precisa de 60 mil engenheiros por ano

Meio Ambiente

Materiais verdes diminuem o custo das montadoras

Economia verde é alternativa ao hiperconsumismo, diz professor

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Mercado

desenvolvimento

Romi atinge a marca de 150 mil máquinas produzidas

D&D Manufatureira - qualida-de, confiabilidade e credibilida-de em aços inoxidáveis

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Fabricantes se defrontam com sérios desafios.

Fascículo Meio Ambiente - Vol.5 Desenvolvimento SustentávelNesta edição:

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ão há dúvida de que o setor de usinagem vem se recobrando do enorme baque sofrido em 2009, graças à reação do

mercado interno e à alta nas vendas. Porém, este nicho especializado de atuação, bem como o conjunto da indústria brasileira, defronta-se hoje com uma queda contínua nas exportações e uma forte concorrência dos equipamentos importados, fatores que impõem sérios desafios à sobrevivência dos fabricantes do ramo.

O atual dinamismo da economia, ao se es-praiar por múltiplos segmentos que empregam intensivamente máquinas-ferramentas, vem dando fôlego às encomendas, verificando-se uma retomada palpável nos níveis de investi-mento, com apoio decisivo de linhas de crédito oficiais. Esta maré favorável, no entanto, só em parte logrou contrabalançar os efeitos funestos do desequilíbrio da balança comercial na per-formance das empresas, induzido pelo chamado “Custo Brasil” e pela apreciação do real (ver mais detalhes a respeito deste tema no texto “Riscos para o parque produtivo nacional”).

panorama do setor

SEtor dE USinAgEm SE rEcU pErA, mAS... hAjA fôlEgo!N Fazendo-se uma breve retrospectiva, os

negócios com usinagem, vencida a etapa mais adversa da crise econômico-financeira global na primeira metade do ano passado, iniciaram uma gradual recuperação a partir do segundo semestre. Esta movimentação, contudo, se re-velou insuficiente para salvar os balanços. As empresas deste segmento, em 2009, amargaram uma contração de nada menos que 40,3% no faturamento nominal – que foi de R$ 1,379 bilhão – no cotejo com 2008, de acordo com a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).

Em 2010, o ritmo de expansão ganhou ím-peto e os números até aqui vêm dando mostras de uma performance satisfatória, derivada do aquecimento tanto nos níveis de demanda quan-to nos de investimentos. No primeiro semestre, conforme a Abimaq, houve alta de 16,7% nas receitas sobre igual período de 2009, que soma-ram R$ 697,01 milhões. Para o ano inteiro, as projeções feitas pelos fabricantes sugerem uma taxa positiva oscilando entre 15% e 25%.

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“A retomada da economia tem estimulado os clientes a substituírem máquinas velhas por novas”, assinala Sergio Cardoso Coca, diretor-presidente da Sanches Blanes e vice-presidente da CSMF (Câmara Setorial de Máquinas-Fer-ramenta e Sistemas Integrados de Manufatura) da Abimaq. Nesse sentido, vários segmentos compradores têm engrossado os pedidos em carteira, como o automotivo, de autopeças, processamento de madeira, sucroalcooleiro, aeronáutico (este recuperando-se aos poucos da crise da Embraer), petróleo e gás, bombas, linha branca, entre outros.

Montadoras elevam pedidosAlfredo Griesinger, diretor geral da Heller

Máquinas Operatrizes e vice-presidente da CSMF, ressalta, em especial, o poder de ala-vancagem da indústria automotiva, que ostenta níveis muito aquecidos de demanda e segue quebrando recordes sucessivos de produção e vendas. “Isto obrigou a cadeia de fornecedores a reforçar suas capacidades de usinagem, seja

panorama do setor

SEtor dE USinAgEm SE rEcU pErA, mAS... hAjA fôlEgo!pela recontratação de mão de obra recém-demitida, seja pela aquisição de equipamentos novos”. Outro impulsionador relevante dos negócios, conforme o executivo, foi a redução temporária, por parte do Governo Federal, da carga tributária sobre bens como veículos e eletrodomésticos, entre outros.

Na esfera das políticas públicas, um vetor essencial que vem trazendo alento às atividades é a linha de crédito aberta pelo Finame-PSI (Programa de Sustentação do Investimento), do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). “Se não fosse esta inicia-tiva, nós estaríamos no chão. Os níveis mais reduzidos de juros cobrados no PSI estão nos permitindo concorrer com os equipamentos importados”, pondera Coca.

O programa oferece financiamentos com juros fixos de 5,5% ao ano (antes de julho, eram de 4,5%) – uma taxa praticamente negativa se for descontada a inflação anual –, com dois anos de carência e até 10 anos para quitação, acenando ainda com a possibilidade de financia-

“A retomada da economia tem es-timulado os clientes a substituírem má-quinas velhas por novas”

Sergio Cardoso Coca, dire-tor-presidente da Sanches

Blanes e vice-presidente da CSMF da Abimaq

7mercado empresarialmercado empresarial

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mento de até 30% em capital de giro. Griesinger observa, a propósito, que este regime de funding introduziu, pela primeira vez no Brasil, níveis de juros alinhados aos do mercado internacional. “Depois de muitos anos, temos uma política de financiamento que realmente tem feito a diferença”, afirma ele.

Atendendo a um pleito da Abimaq, o pro-grama foi prorrogado até o fim deste ano. Os recursos disponibilizados para os seis meses adicionais do programa (de julho a dezembro) são da ordem de R$ 80 bilhões. E agora as empresas se mobilizam para que os repasses de crédito se estendam até 2011.

Fundos como esses adquirem criticidade ainda maior se for notado que os bancos pri-vados, segundo os executivos entrevistados por Mercado Empresarial, continuam batendo pé nos juros altos e nos prazos curtos para liquidação dos empréstimos. “Os financiamentos não têm crescido muito, com concessões tímidas e muita seletividade por parte das poucas insti-tuições que ofertam crédito para o segmento”, opina Andreas Meister, diretor-presidente da Ergomat.

Os demais bancos públicos, por sua vez, impõem condições rígidas para abrirem os cofres, como pagamento em dia de impostos e contribuições. “As empresas não passaram incólumes pela crise e por isso não conseguiram honrar os débitos”, constata Coca. No âmbito do próprio Finame, revela ele, está havendo retardos na liberação de pagamentos: “As máquinas ficam prontas mas seguem paradas nos estoques porque os clientes não recebem os créditos”.

Em defesa do segmentoAlguns setores da sociedade e da mídia vêm

acusando o BNDES de aplicar mal seus recur-sos ao subsidiar a produção. Entretanto, no entender de Roberto Michael Schaefer, membro do Conimaq (Conselho Nacional da Indústria de Máquinas e Equipamentos) e vice-presidente do CSMF, estas críticas são inteiramente infun-dadas “Se não fosse o PSI, metade do setor já teria fechado as portas”, salienta.

Schaefer esgrime um argumento estatístico para situar a relevância do programa oficial – em 2008, apenas 15% dos clientes receberam financiamentos, ao passo que em 2010 este percentual pulou para 50%. “Esta, portanto, é uma política estratégica do País, em defesa do parque produtivo local”, pontua ele.

De resto, a usinagem é uma vertical econô-mica com singularidades que a tornam muito

vulnerável às ondas de choque de uma crise. Basta perceber que o comportamento desta seara, com o já mencionado recuo de 40,3% nas receitas em 2009, foi bem pior do que o registrado no conjunto da área de bens de capital, que teve uma retração mais amena, na casa dos 20%.

Como explica Meister, máquinas-ferramenta são, no mais das vezes, commodities, isto é, compõem produtos de série, ou de prateleira, entregues com relativa rapidez. “Quando há

“Os financiamentos não têm crescido muito, com con-cessões tímidas e muita seletividade por parte das pou-cas instituições que ofertam crédito para o segmento”

Andreas Meister, diretor-presidente da

Ergomat.

panorama do setor8

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redução das atividades, os empresários deixam de investir nos bens mais fáceis de obter, que são os que produzimos, diferentemente do que se verifica com as máquinas especiais, que são desenhadas sob encomenda e exigem prazos de entrega longos. Por isso, a crise tem impacto maior sobre o nosso segmento”, pormenoriza ele.

Numericamente, a Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta é composta por 182 associadas, entre elas empresas nacionais

e multinacionais, fabricantes de máquinas, equipamentos e acessórios. Este ramo gera no presente momento cerca de 7.600 empregos diretos.

Outro aspecto a considerar neste balanço é que, apesar do horizonte menos tempestuoso em 2010, os players não cansam de reiterar que os bons indicadores de hoje têm de ser relativi-zados na medida em que a base de comparação, qual seja, o ano de 2009, foi simplesmente catastrófica. Em síntese, 2010 será melhor que 2009, mas ficará muito aquém de 2008.

Nesta linha de raciocínio, não se pode esquecer que, em decorrência do sofrível desempenho no ano passado, o setor acabou por se descapitalizar. “As empresas tiveram de consumir capital de giro ao longo de 2009 e início deste ano para conseguir sobreviver”, sublinha Sergio Coca.

Um novo foco de inquietação vem do fato de que o mercado interno começa agora a emitir sinais de relativo arrefecimento. As sucessivas altas recentes nos juros promovidas pelo Banco Central e a contenção no ritmo dos investimentos começam a gerar sequelas negativas nas carteiras. Além do mais, existe a possibilidade de saturação de alguns áreas-chave que dependem de máquinas-ferramenta: “As montadoras continuam encomendando em vista do boom nas vendas de automóveis, mas até quando isso vai durar?”, indaga Meis-ter, da Ergomat.

“Se não fosse o PSI, metade do setor já teria fechado as portas”

Roberto Michael Schaefer, membro do Conimaq

(Conselho Nacional da Indústria de Máquinas e

Equipamentos) e vice-presidente do CSMF

panorama do setor

A indústria automotiva ostenta níveis muito

aquecidos de deman-da e segue quebrando recordes sucessivos de

produção e vendas.

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panorama do setor

m tema candente vem galvanizando as atenções do setor de máquinas-ferramenta, bem como de toda a área de

bens de capital, gerando uma verdadeira grita: é o quadro atual do comércio externo. As expor-tações encontram-se fragilizadas, acumulando resultados pífios, e acirrou-se a competição interna com os equipamentos importados, agra-vando um processo que a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas) não hesita

em classificar, oficialmente, como sendo de “desindustrialização silenciosa” do País.

O recuo nas vendas de máqui-nas-ferramenta ao Exterior teve sequência no primeiro semestre de 2010, quando houve uma diminui-ção de 24% nas receitas – que fo-ram de US$ 56,375 milhões FOB – em relação a idêntico período de 2009, de acordo com os cálcu-los da Abimaq. As importações,

embora tenham declinado 16,8% de janeiro a junho, redundaram na soma de US$ 467,95 milhões FOB, marcando um forte contraste com os valores das exportações.

A discrepância contida nas cifras atinentes às vendas e às compras externas fica ainda

mais evidenciada quando se vislumbram os resultados gerais dos anos anteriores, também computados pela Abimaq (em reais). Assim, em 2009, tivemos R$ 342,33 milhões em exporta-ções, contra R$ 2,33 billhões em importações. Em 2008, os números foram, respectivamente, de R$ 453,34 milhões e R$ 3,035 bilhões.

Frente a este panorama, Alfredo Griesinger, diretor geral da Heller Máquinas Operatrizes e vice-presidente da CSMF, vocaliza o sentimento de seus pares: “A capacidade dos fabricantes nacionais de competir no mercado internacional vem caindo drasticamente. Nos últimos anos, exportar tem se tornado um sonho quase proi-bido, enquanto a importação vem ganhando uma força sem precedentes. Mais e mais, os brasileiros vêm sofrendo a concorrência de produtos que são trazidos por preços muito inferiores e sob circunstâncias, no mínimo, duvidosas”.

Esmiuçando o diagnóstico, o setor, na óti-ca dos entrevistados por Mercado Empresarial, está às voltas com a perda de competitividade sistêmica acarretada pelo próprio governo. As estatísticas coligidas pela Abimaq atestam a gravidade deste fenômeno: em 2007, 45% das máquinas-ferramenta adquiridas no País eram importadas, ao passo que em 2009 o percentual saltou para 70%.

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Em 2007, 45% das máquinas-ferramenta

adquiridas no país eram importadas; em 2009 o

percentual saltou para 70%.

riScoS PArA O PArQuE PrOdutiVO nAcionAl

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panorama do setor

Roberto Michael Schaefer, membro do Conimaq (Conselho Nacional da Indústria de Máquinas e Equipamentos) e vice-presidente do CSMF, ressalta que, entre os importados de baixa qualidade técnica desovados aqui, a maioria provêm da China. Ele informa que, se em 2008 as máquinas daquele país respon-diam por 2% do mercado, hoje a fatia está superando os 12%. Em contraposição, o share dos equipamentos alemães, detentores de alta tecnologia embarcada, declinou de 16% para 12% no mesmo espaço de tempo. “O dado é que os produtos chineses são subsidiados pelo governo de lá e estão ingressando no País a preços de ferro velho”, critica ele.

importação de máquinas usadas

Não bastasse a situação por si só já difícil, máquinas usadas provenientes do Exterior começaram a ser despejadas em grande quan-tidade na praça, depois que as importações destes itens foram liberalizadas. Calcula-se que os volumes mais do que dobraram em relação a 2009. “Com todos estes revezes, o conhecimento e expertise acumulados pela nossa indústria está se perdendo”, lamenta Schaefer.

Batendo na mesma tecla, Alfredo Griesinger frisa que este gênero de importação, apesar de vedado pela lei, é cada vez mais praticado: “Trata-se de equipamentos que, em sua maioria, estão sendo sucateados em seus países de origem por falta de demanda e de atualização tecnológica e estão sendo trazidos ao Brasil de forma muito discutível. Isso vai na contramão da modernização tecnológica, da segurança do trabalhador e das questões ambientais”.

O tão citado “Custo Brasil” e o câmbio sobrevalorizado vêm minando, segundo os entrevistados, a nossa capacidade competitiva. Um recente estudo da Abimaq, por sinal, com-provou que o ambiente produtivo brasileiro torna nossas má-quinas e equipamentos 44% mais caros do que os fabricados na Alemanha ou Estados Unidos. Ou seja, se uma empresa daqueles países trouxesse sua linha de montagem para cá, seus produtos custariam, da noite para o dia, 44% a mais.

“Neste percentual, são computados vários elementos, tais como impostos, juros, mão-de-obra, logística, entre outros”, explicita Schaefer. O que não dizer então se a comparação fosse feita com a China? “Provavelmente, um fabricante chinês produzindo aqui veria seus preços dobrarem”, estima ele.

A juízo de Griesinger, o empresariado “permanece refém de situações arraigadas profundamente no nosso modelo de país, de ordem política, de ordem tributária, de carência de infra-estrutura adequada, de burocracia excessiva e de entraves de todo tipo”. O “Custo Brasil”, denuncia ele, “vem sufocan-do o nosso potencial de crescimento não apenas como setor, mas como nação”.

De saída, os juros aplicados por aqui, balizados pela Selic, atualmente no nível de 10,75%, despontam novamente como os mais proibitivos do planeta, ao passo que os países do Primeiro Mundo praticam taxas próximas de zero.

No front tributário, o Brasil é um dos poucos países (se não for o único) que taxa investimentos em bens de capital. O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Servi-ços), por exemplo, é aplicado sobre qualquer bem em todos os Estados, com exceção única de São Paulo. Em relação ao PIS/Cofins, pondera Andreas Meister, diretor-presidente da Ergomat, “houve uma certa flexibilização por parte do gover-no, que reduziu prazos para devolução em alguns casos (de 10 para quatro anos), mas ainda se está longe do ideal”. A reforma tributária enfrenta as barreiras conhecidas e a perspectiva de solução para o impasse não está colocada a curto prazo.

Política cambial impacta produçãoNo que concerne à política cambial, Meister, fazendo coro

a todo o empresariado, nota que ela vem sendo especialmente desastrosa para os bens elaborados no Brasil, determinando um processo continuado de descenso nas vendas externas. “Comparando-se janeiro de 2000 com janeiro de 2010, temos que em 10 anos a taxa de câmbio praticamente não mudou, em que pese a inflação anual média de 5% e do aumento do custo da mão de obra”, argumenta.

Dessa maneira, as exportações da Ergomat para a Euro-pa, por exemplo, melhoraram um pouco em 2010, mas não alcançam nem de longe os níveis de 2008. “Talvez chegue-

riScoS PArA O PArQuE PrOdutiVO nAcionAl

11mercado empresarialmercado empresarial

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mos a somente 40% ou 50% do que vendemos em 2008”, prognostica ele.

Para se ter uma noção do impacto ocasionado pela so-brevalorização do real, o ramo local de autopeças – grande consumidor de máquinas-ferramenta – tem de fazer face à guinada introduzida pelas montadoras, que passaram a impor-tar componentes completos, dados os custos mais vantajosos lá fora, como lembra Sergio Coca, diretor-presidente da San-

ches Blanes e vice da CSMF. “O próprio aço é mais caro no Brasil que na Alemanha ou nos EUA, de modo que fica mais barato importá-lo. Os navios brasileiros que estão sendo construídos têm ‘recheio’ vindo de fora”, com-pleta ele.

A retração no mercado mun-dial é outro fator ponderável no desequilíbrio da balança comer-cial, visto que os estoques de máquinas nos outros países têm

aumentado, fazendo com que seus fabricantes queiram, mais ainda, descarregar a produção excedente no Brasil, além de nas demais nações emergentes.

Por essas e por outras, Andreas Meister assinala que o seg-mento vive hoje uma fase negativa similar àquela desencadeada pelo governo Collor, no início dos anos de 1990, quando foi promovida a abertura e liberalização do mercado, deflagran-do a quebradeira de muitos fornecedores. “Agora, é o Custo Brasil e o câmbio que estão dificultando a competição com os estrangeiros e gerando uma segunda onda de desistências de atividades”, resume ele.

Na prática, avaliam os empresários, o País está regressando à condição de exportador de matérias-primas e importador de produtos elaborados, posição que não gera riquezas nem em-

panorama do setor

pregos comparáveis ao que seria proporcionado por uma política industrial adequada.

Diante de um quadro tão complexo, as en-tidades ligadas ao setor de bens de capital estão reivindicando a imposição de alíquotas para re-presar a invasão de importados. “Não queremos benefícios, mas isonomia. Pleiteamos igualdade de condições para concorrer com outros países. É preciso criar empregos aqui e não na China e na Coreia”, salienta Coca.

Apoio à indústria localAndreas Meister, por sua vez, enfatiza que

o setor tampouco advoga a adoção de medidas paliativas: “Não queremos protecionismo em um mundo globalizado, pois isso teria duração provisória. O governo precisa apoiar a indústria nacional e gerar riqueza aqui dentro”, adiciona ele, julgando que as providências tomadas até o momento são nulas.

Por sua vez, Roberto Schaefer, ao pregar uma intervenção governamental no câmbio, recorda que outros países, como Alemanha e China, fazem o mesmo. “Eles são mais rápidos na adoção de medidas de fomento à produção local”

Em outras palavras, no entender dos entrevistados, é preciso que o governo im-plante uma estratégia de desenvolvimento de longo prazo, que tire máximo proveito das potencialidades do País. Para tanto, me-canismos de sustentação financeira, como os aportados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) são tidos como essenciais.

O PAC (Programa de Aceleração do Cres-cimento) e a exploração do pré-sal poderiam, se corretamente implementados, ser pedras de toque para gerar políticas de governo que beneficiassem vários setores, fazendo com que numerosos bens e ativos fossem gerados no próprio País, criando um dinamismo interno e agregando valor às cadeias produtivas, como propugna Coca.

A verdade, contudo, é que até agora o PAC não decolou para valer, na opinião dos empre-endedores. Para Meister, “a ideia é boa, mas o percentual de realizações é pequeno. Existe muita burocracia e a infra-estrutura logística do País continua precária. Basta ver a situação de nossos portos e aeroportos”, observa ele. De seu lado, Schaefer entende que houve uma parada geral no Programa: “Os pedidos estão congelados e as máquinas que ficam prontas não são entregues. Melhora mesmo só virá em 2011”, conclui ele.

“o aço é mais caro no Brasil que na Alemanha ou nos EUA, de modo que fica mais barato importá-lo. os

navios brasileiros que es-tão sendo construídos têm

‘recheio’ vindo de fora”

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o ponto de vista da oferta, em face da re-nhida concorrência com os bens de capital importados, os fabricantes brasileiros têm

de se equilibrar entre os requisitos técnicos eleva-dos fixados pelos clientes e os limites de preços que podem ser praticados. “O mercado pede hoje máquinas com alta tecnologia a custos chineses”, brinca Roberto Michael Schaefer, membro do Co-nimaq (Conselho Nacional da Indústria de Máqui-nas e Equipamentos) e vice-presidente do CSMF (Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta).

Em outros termos, os equipamentos têm de ser flexíveis para contemplar os mais distintos perfis de demanda, oferecendo a melhor relação custo/benefício possível. Como nota Sergio Cardoso Coca, diretor-presidente da Sanches Blanes e vice-presidente da CSMF, “não adianta uma máquina ser boa se ela for mais cara que as importadas. E os prazos de entrega dos pedidos estão sendo relativamente curtos”. No seu enten-der, a produção brasileira atende à maior parte das necessidades do País, ficando de fora apenas alguns nichos específicos em que as importações são indispensáveis.

Já Andreas Meister, diretor-presidente da Er-gomat, opina que no Brasil a oferta predominante é de equipamentos de tecnologia mediana ou mais simples, linhas que sofrem forte competição da Ásia (China, Coreia, Taiwan, etc) e de países eu-ropeus como a Itália. “Por sua vez, os bens high tech vêm do Primeiro Mundo, fabricados nos EUA, Alemanha e Japão”, acrescenta.

No que se refere às características técnicas, os bens mais procurados hoje são os que incorporam sofisticado grau de automatização, operando com comandos numéricos, funcionalidade que, aliás, já foi incorporada ao portfólio dos principais fabricantes do setor. “Os equipamentos mecâ-nicos estão perdendo espaço no mercado, que exige soluções mais ágeis e completas”, destaca

panorama do setor

MErcAdO dEMAndA SolUçõES MAis complEtAS

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E flExívEiS

13mercado empresarialmercado empresarial

Page 14: Anuário das industrias

Meister. Assim, em vez de se encetar várias operações em diversas máquinas, uma única delas pode executar todo o ciclo de confecção de uma peça. A automação maior é suportada, por exemplo, pela utilização de quatro ou cinco eixos, em vez de três.

Indo na mesma linha, Alfredo Griesinger, diretor geral da Heller Máquinas Operatrizes e vice-presidente da CSMF, diz que a última tendência, nos centros de usinagem, aponta para o desenvolvimento de máquinas compactas e de alta

versatilidade, dotadas de quinto eixo programável, integrado à sua concepção básica. “Estas soluções destacam-se por uma flexibilidade ainda maior do que os centros de quatro eixos, mais difundidos mundialmente. Elas

são especialmente indicadas para o tratamento de peças de alta complexidade geométrica”, situa ele.

A demanda, entretanto, ressalva Griesinger, continua concentrada em centros de usinagem nas versões horizon-tais com quatro eixos programáveis e trocador de paletes. “Elas apresentam uma ótima relação custo/benefício, os requisitos de produtividade e flexibilidade típicos das peças de produção seriada, que predominam num mercado como o nosso, concentrado em aplicações de perfil automotivo”, conclui.

investimentos em pesquisaDiante dos crescentes níveis de rigor quanto à tecnologia

empregada, as companhias do segmento têm investido em média 2% do faturamento anual em P&D (Pesquisa e Desen-volvimento). Existem incentivos como os patrocinados pela Lei de Inovação, observa Sergio Coca, “mas falta às nossas empresas uma cultura específica que lhes permita montar e estruturar projetos e ir atrás de recursos para viabilizá-los, fornecidos por organismos como a Finep. O dinheiro dis-

panorama do setor

ponível não é pouco, mas é preciso prepara-ção técnica para captá-lo”. Nesse sentido, ele destaca a relevância de eventos e seminários organizados sob o guarda-chuva da Abimaq e do Sebrae, com o intuito de disseminar esta cultura e mostrar os caminhos que podem ser trilhados.

De resto, assim como se verifica em outras verticais da economia, a falta de mão de obra

especializada se tornou um problema crôni-co entre os fabricantes. Instituições como o Senai ministram conhecimentos básicos aos aprendizes, mas as próprias empresas (como fazem a Romi e a Ergomat) se veem obrigadas a complementar a formação dos egressos. Al-gumas chegam a abrigar escolas do Senai em suas instalações. “O governo tem de fazer a sua parte, pois a educação no Brasil é de péssima qualidade”, nota Roberto Schaefer.

Andreas Meister lembra que o setor de máquinas-ferramenta, em particular, se distin-gue dos outros campos pelo elevado grau de qualificação de seus quadros. “Aqui, não temos a figura do ajudante. Todos os funcionários são especializados”, sublinha ele, acrescentando que “os trabalhadores precisam saber cada vez mais sobre cada vez menos para dar conta das necessidades”.

Na Sanches Blanes, relata Sergio Coca, houve cortes de funcionários por ocasião da crise, mas a redução do staff foi limitada exatamente por se tratar de pessoal altamen-te qualificado, de difícil reposição no mo-mento de retomada de atividades. Em 2010, já foram promovidas algumas readmissões na fábrica ME

o setor de máquinas- ferramenta, se distingue

pelo elevado grau de quali-ficação de seus quadros

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gestão

lguns presidentes de empresas ultimamente têm pe-dido a seus departamentos de RH que transformem os empregados em “donos da empresa”. Esta é a

expressão que usam, com o significado de que querem que seus profissionais se preocupem genuinamente com os clien-tes, os custos (principalmente) e os processos da organização. Embora recomende que a pessoa veja sua carreira profissional como um empreendimento, observo que, em alguns casos, a empresa tem a sorte de seus empregados não se comportarem assim. Senão, vejamos:

a) Qual a oportunidade que a empresa oferece? Se for para o funcionário se comportar como empreendedor, é impor-

tante que ele avalie se a empresa é de fato uma oportunidade interessante. Está crescendo? É lucrativa? Como afirma Warren Buffett: es-colha empresas lucrativas. Trabalhar em uma organização com lucro baixo é o mesmo que ter uma passagem em um trem de carga para o fim do mundo. Em uma empresa lucrativa, é como ter um bilhete de primeira classe para Shangri-Lá.

Muitas empresas que primam pelo baixo custo das operações a qualquer preço tornam a vida dos empregados tão desconfortável e sem recursos, que é um verdadeiro milagre que estes acordem todos os dias para ir ao trabalho. A redução de despesas somente é

funcional até o ponto em que não comprometa a humanidade e o moral das pessoas. Qualquer um é capaz de cortar custos, e os gestores exce-lentes buscam aumentar as receitas e manter-se competitivos.

b) Qual é o retorno do seu investimento? Se você pensa como investidor, tem de pensar que está dedicando boa parte do seu tempo para a empresa. Quanto espera ter de retorno pelo que investiu, em termos de estudo e horas de dedicação ao trabalho? Quanto você ganharia se estivesse fazendo outra coisa ou trabalhando em outro lugar?

O bom profissional sabe o quanto gastou com seus estudos, em dinheiro e tempo, e o quanto pretende ter de retorno em padrão de vida. A empresa em que você trabalha está pro-porcionando receitas salariais de acordo com os resultados que você está entregando? Afinal, com uma taxa de juros de 10,75% ao ano, seu investimento tem de dar um bom retorno para justificá-lo.

c) Dinheiro não é tudo. Se você tem o suces-so financeiro que deseja, nesse caso a pergunta a ser respondida é: como anda sua satisfação com a própria vida? Afinal, sucesso não traz felicidade, mas permite a você ir chorar em Roma, Paris, Milão, Nova York...

Uma empresa na qual você tem tudo, menos a vida que deseja, é um lugar a ser questionado. Não menos importante, lembre-se de que a vida evolui em ciclos, e aquilo que pode ter sido uma boa oportunidade no passado, no presente pode ser um problema. Pense em qual será o próximo capítulo da sua vida, se a empresa em que você se encontra oferece uma oportunidade para esse roteiro acontecer.

Como mencionei no início, em alguns casos as companhias têm a sorte de que seus empregados não pensem como donos de empresas.

Vamos em frente! ME

Silvio Celestino é Consultor organi-zacional e senior

partner da Alliance Coaching.

*Silvio Celestino

A

EmprEEndEdorES?EmprEgAdoS

16

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evento

oda a cadeia da usinagem, da área de projetos à de produto final, com o que há de mais avançado em tecnologias do

setor, estará sendo mostrada na Feira e Con-gresso Usinagem 2010, de 5 a 7 de outubro, no Pavilhão Branco do Expo Center Norte,

em São Paulo. Nesse espaço pri-vilegiado para os profissionais que circulam pelo chão de fábri-ca, o visitante também poderá conhecer fabricantes, fornece-dores de máquinas-ferramenta, ferramentas de corte, acessórios, periféricos, hardware, software e prestadores de serviços, que

contribuem para o aprimoramento das operações de usinagem e seus consequentes benefícios na produtividade da empresa e

na qualidade da peça final.A sexta versão do evento, realizado a cada

dois anos, e considerado o maior do setor de usinagem da América Latina, está dividida nos seguintes setores: Ferramentarias, moldes e prototipagem; Usinagem para terceiros; Automobilística, autopeças, eletroeletrônica, eletrodoméstico, informática, telecomuni-cações e material elétrico; Fabricantes de máquinas-ferramenta e ferramentas diversas; Medição, controle e automação; Petróleo, válvulas, bombas, compressores, hidráulica e pneumática; Indústria de produtos médicos e hospitalares; Máquinas e implementos agrícolas e de terraplanagem; Fundição; Aerogeradores e equipamentos para geração eólica de ener-gia; Bombas, válvulas e compressores para o programa petrolífero do pré-sal; Turbinas e equipamentos para a geração de energia elétrica por meio de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs); Próteses e componentes para ortope-dia; Implantes dentários; Usinagem de chapas grossas e de componentes empregados na produção de navios e plataformas de explo-ração de petróleo; Montadoras (automóveis, caminhões, ônibus e motocicletas).

contato direto com o que há de mais avançado no setor

T

USinAgEm 2010

É a sexta versão do evento, realizado a cada

dois anos,e considerado o maior do setor de usina-gem da América Latina

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evento

Paralelamente à feira, ocorrerá o Congresso Usinagem 2010, reunindo especialistas e pesquisadores renomados para apresentações de trabalhos, estudos de casos e análise de novas tecnologias. Os temas abordados durante o congresso são: torneamento, fresamento, furação, rosqueamento, retificação, CAD/CAM, alta velocidade, fluidos, automação, me-dição, processos especiais, usinabilidade e manufatura. Serão debatidas soluções para redução de custos e melhora de produtividade

O encontro é promovido pela revista Máquinas e Metais e realizado pela Aranda Eventos ME

USinAgEm 2010 Usinagem 2008 - Vista Parcial

19mercado empresarialmercado empresarial

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economia

ela primeira vez no ano os estoques da indústria ficaram acima do nível planejado, atingindo 51,3 pontos em julho passado.

De acordo com a Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 24 de agosto último, desde janeiro o indica-dor ficava abaixo de 50 pontos, indicando que os estoques estavam abaixo do esperado. Os dados da Sondagem Industrial variam de zero a cem. Valores acima de 50 pontos indicam evolução ou expectativa positiva.

O economista da CNI Marcelo Azevedo destaca que o acúmulo de estoque registrado em julho se deve ao aumento da produção acima do ritmo da demanda. O indicador de evolução da produção registrou 53,4 pontos em julho, contra 51,8 pon-tos no mês anterior. “Ocorreu um ajuste. Se esse acúmulo de estoque se repetir mais vezes, é preo-

cupante. Nesse momento vemos apenas como algo transitório. O ideal é que esse indicador fique em 50 pontos, nível que mostra adequa-ção à demanda”, diz Azevedo.

O economista da CNI informa ainda que o crescimento registrado

em julho foi abaixo do usual para o mês. Isso ficou consta-tado no indicador de utilização da capacidade, que registrou 49,1 pontos. “Tanto o crescimento da produção quanto o acúmulo dos estoques e a baixa utilização da capacidade instalada mostram que o movimento de acomodação na atividade industrial está sendo bem maior do que os em-presários esperavam”, diz Azevedo.

A Sondagem Industrial revela ainda que os empresários continuam otimistas sobre a atividade do setor nos próximos seis meses. A expectativa em relação à demanda, mensurada

em agosto, ficou em 63,1 pontos. Segundo o levantamento, os empresários também preten-dem aumentar as compras de matérias-primas. Esse indicador registrou 60,7 pontos.

Já as expectativas sobre as exportações nos próximos seis meses recuou de 52,2 pontos em julho para 51,8 pontos em agosto, ficando mais próximas dos 50 pontos. “O mercado externo está abaixo do período pré-crise e o câmbio ainda continua desfavorável às exportações”, justifica Azevedo.

A Sondagem Industrial foi feita entre 2 e 18 de agosto com 1.472 empresas, das quais 817 são pequenas, 449 médias e 206 grandes ME

O acúmulo de estoque se deve ao aumento da produção acima do ritmo

da demanda.

P Além do EsperadoEvolução do estoque

em relação ao planejado(em pontos em 2010)

Valores variam de zero acem. Maior que 50 indicamacima do planejado.

fonte: cni

EstOQuEs dA indústriA ficAM AciMA dO EsPErAdO

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economia

indústria brasileira precisa de engenhei-ros para continuar crescendo. Com um ritmo de expansão do Produto Interno

Bruto (PIB) entre 5% e 6% ao ano, a demanda do Brasil é de cerca de 60 mil engenheiros por ano. O problema é que o país forma apenas 32 mil profissionais por ano.

“É por isso que hoje a indústria primeiro con-trata o engenheiro e depois pergunta o que ele sabe fazer. A disputa é acirrada”, constata Paulo Afonso Ferreira, diretor-geral do Instituto Eu-valdo Lodi (IEL). A declaração foi feita durante o workshop Tecnologia e Inovação: Desafios na Formação de Profissionais de Engenharia para o Século 21, promovido pelo IEL e pela Confede-ração Nacional da Indústria (CNI) com o apoio do Senai, no final de agosto, em São Paulo.

No mundo globalizado, em que a inovação encurta cada vez mais o tempo de acesso da população aos novos produtos e serviços, o engenheiro é fundamental. O alerta é de Lueny Morell, gerente de programa do Escritório de Estratégia e Inovação da Hewlett-Packard, que também participou do workshop.

Ela lembrou que o automóvel demorou 55 anos para ser acessível a 25% da população norte-americana, o telefone levou 35 anos, o rádio 22 anos e o computador pessoal, 16 anos. Mais recentemente, a internet precisou de sete anos para alcançar os mesmos 25% da popu-lação daquele país. O Facebook, maior rede de relacionamento do planeta e serviço típico da economia digital, levou apenas 12 meses.

Nesse ambiente de rápida transformação, o Brasil tem de formar cada vez mais engenheiros qualificados. É uma tarefa difícil, uma vez que há apenas 400 escolas de engenharia e 2.200 cursos de graduação na área. O mais grave, no entanto, é que não há demanda para preencher a baixa oferta de vagas nos cursos de engenharia. Das 197 mil vagas anuais oferecidas, 120 mil são ocupadas.

Somente um em cada grupo de 800 alunos do ensino fundamental inicia um curso de engenharia. Além disso, pro-blemas como alto custo das mensalidades, falta de laboratórios e oficinas e escassez de prática, entre outros, desestimulam os estudantes e elevam a evasão. Por isso, o Brasil só forma 32 mil engenheiros por ano.

O país perde feio na comparação com os outros mem-bros do grupo BRICs (Brasil, Rússia, índia e China). A China forma 400 mil engenheiros por ano, enquanto a Índia forma 250 mil e a

Rússia, 100 mil. A Coréia do Sul é citada como paradigma para o Brasil, porque promoveu a revolução da educação voltada para a engenharia e a indústria. Hoje o país forma 80 mil engenheiros por ano.

“Não é à toa que o PIB dos países asiáticos representava menos de 20% do total mundial há 30 anos e hoje equivale a 40%. As empresas coreanas disputam mercado de igual para igual no mundo, inclusive no Brasil”, aponta Luiz Scavarda, professor da PUC/Rio e membro do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea).

Também participaram do workshop conferencistas internacionais, como Jochen Litterst, da Universidade Técnica de Braunschweig (Alemanha), Erik de Graaff, da Universidade Aalborg (Dinamarca), e Wonjong Joo, da Universidade Nacional de Tecnologia de Seul (Coréia do Sul) ME

A

indúStriA BrASilEirA PrEcisA dE 60 Mil EnGEnhEirOs POr AnO

O problema é que o país forma apenas 32 mil profissionais

por ano.

21mercado empresarialmercado empresarial

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economia

artindo de normas internacio-nais de contabilidade publicadas e revisadas pelo International

Accounting Standards Board – IASB – e também aprovadas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC no Brasil –, foi determinado que, a partir de 2010, todas as empresas devem se enquadrar nos padrões internacionais de demonstrativos fiscais. As novas apresentações contábeis, já convencionalmente utilizadas pelas grandes empresas, agora exigem a adequação dos pequenos e médios empresários.

De acordo com o economista e diretor da Gerencial Auditoria e Consultoria, José Luiz Amaral Machado, as novas regras incluem infor-mações sobre o patrimônio no balanço das empresas e sinalizam para um novo estágio do nível de transparência e governança corporativa. A partir de agora, diz ele, os contadores que não se enquadrarem nos padrões poderão responder às suas entidades de classe, e o empresário correrá o risco de perder oportunidades para o negócio.

“O gestor não tem tempo para esperar. O sistema empresarial hoje não aceita acomodações, isto é, ou a organização incorpora as normas, ou será excluída do mercado”, aponta Machado.

O sistema financeiro do Brasil está atualizando os procedimen-tos necessários para a concessão de crédito, emissão de documen-

O Brasil tem condições de ver a economia crescer 7% ao ano até 2014 sem riscos de falta de energia. A afirmação foi feita ao jornal Valor Econômico pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, para quem o expressivo aumento de 13,7% no consumo de energia pela indústria em julho, atingindo o recorde de 15.915 gigawatts hora (GWh), não é motivo de preocupação para o fornecimento.

“Está havendo um crescimento industrial grande, depois do buraco no ano passado. Recuperou o nível e está crescendo além daquele buraco”, disse o execu-tivo, lembrando que em 2009 houve um tombo no consumo de energia no país, principalmente no setor industrial, por conta a crise financeira internacional.

De acordo com Tolmasquim, caso do Produto Interno Bruto (PIB) do país cresça a uma taxa média de 5% até 2014, haverá uma sobra de energia de cerca de 5,8 mil megawatts (MW) médios de energia. O presidente da EPE garantiu

que o país teria de crescer a uma média de 7% ao ano para zerar essa sobra. “E 7% ao ano é muita coisa”, frisou.

EcOnOMiA brAsilEirA POdE crEscEr 7% AO AnO E sEM APAGãO

Sem riscos de falta de energia até

2014.

tos, diálogo com o setor de exportação e importação, renovação de cheque especial, entre outras ferramentas que integram a ro-tina empresarial tanto dos grandes quanto dos pequenos e médios empresários.

A adequação das pequenas e médias em-presas nos padrões internacionais permitirá melhorias nos negócios e maior visibilidade no meio econômico. Para que ocorram essas

mudanças, é indispensável o auxílio do contador e a agilidade para se enquadrar nas regras. “As pequenas e médias empresas ainda não estão habituadas com os moldes internacionais, por isso é importante que as empresas de assessoria alertem os seus clientes o quanto antes”, afirma Machado.

A exigência das novas regras será maior do que as usadas até agora, em que os balanços eram, em geral, restritos para o uso de sócios ou de autori-dades fiscais. Agora, as demonstrações contábeis implementarão controles fiscais mais rigorosos, permitindo conhecer a real saúde financeira da com-panhia. “Com as mudanças, as empresas terão cada vez mais profissionalização e organização, fazendo com que o nível de conferência e conhecimento técnico aumente”, completa o economista.

AdEQuAdAçãO à

Todas as empresas devem se enquadrar

nos padrões internacio-nais de demonstrativos

fiscais.P

nOVA lEi cOntábil

22

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economia

esde 30 de setembro, o pagamento por meio de cartão está mais seguro no Brasil. Esse foi o prazo estabelecido pela

Visa para o grande varejo, as processadoras e as credenciadoras (como Cielo e Redecard) se adequarem às regras do PCI Council.

O PCI é um conselho mundial, formado pelas principais bandeiras de cartão, que cria padrões de segurança. As grandes varejistas, classificadas com nível 1 pela Visa, são os comércios que registram mais de 6 milhões de transações por ano. Em 2011, será a vez das empresas nível 2, que têm entre 1 e 6 milhões de transações. Já a MasterCard exige que comércios que registram mais de 150 mil transações por ano se adaptem ao PCI até 30 de junho de 2011.

Com a adoção dos novos padrões de segu-rança, inclusive para transações on-line, as em-presas receberão uma certificação, que deverá ser atualizada anualmente. Sem o certificado, elas poderão ser responsabilizadas por fraudes que utilizem brechas no seu sistema, tendo que arcar com os prejuízos. “Se a empresa não se adequar, pode até perder o direito de transa-cionar Visa”, alerta Edson Ortega, diretor de Produtos da Visa Brasil.

Segundo a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito), há cerca de 30 empresas que se enquadram no nível 1 e outras 400 que estão no nível 2. O coordenador do co-mitê de segurança da Abecs, Henrique Takaki,

contou que apenas o McDonald’s e a rede de supermercado Dia estão 100% certificados. “Há grande adesão às re-gras do PCI, mas o processo é longo, pois exige mudança de infraestrutura e de comportamento nas empresas.”

Para se adaptarem, as empresas realizam auditorias. A Módulo, consultoria autorizada pelo PCI, prevê quadruplicar o número de auditorias em 2010. “Ao menos 300 empresas devem fazer auditoria neste ano. Muita gente está se antecipando”, afirma o diretor da Módulo Carlos Alberto Costa.

investimentos O diretor de Tecnologia do McDonald’s, Roberto Galdieri,

conta que o Brasil foi o primeiro país da rede a ser certificado, há três anos. “Desde 2007, já investimos R$ 3 milhões para obter e atualizar a certificação”, afirmou Galdieri.

A CSU, que processa informação de mais de 24 milhões de cartões no Brasil, já investiu cerca de R$ 8 milhões para obter a certificação, prevista para agosto.

O processo começou em 2009, com um levantamento de todo o sistema de segurança da processadora. A CSU atua-lizou, então, softwares de proteção, soluções de criptografia e dispositivos de firewall (barreiras para impedir a saída de informações desprotegidas e a entrada de vírus no sistema). “O PCI exige que a senha do cartão armazenada seja cripto-grafada para que nem nossos funcionários tenham acesso”, explica a diretora da CSU Anacristina Lugli.

As processadoras prestam serviços para os emissores dos cartões, checando se há restrições que impeçam a autorização da compra. (Folha de S.Paulo) ME

D

pAgAr com cArtão AGOrA

Varejo, processa-doras e credencia-doras tiveram que

se adequar aos padrões mundiais

é MAis sEGurO

23mercado empresarialmercado empresarial

Page 24: Anuário das industrias

economia

A taxa de desemprego ficou em 6,9% em julho, conforme informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a menor para meses de julho

desde 2002, quando teve início a série histórica do instituto. No mês anterior, junho, o índice havia ficado em 7%. Já em julho do ano passado, a taxa regis-trada foi de 8%.

No mês, a quantidade de desempregados ficou estável em 1,6 milhão de pessoas. Já em relação a julho do ano passado, houve queda de 11,3%. O nú-mero de pessoas ocupadas também permaneceu igual no mês, em 22 milhões. No entanto, na comparação anual, cresceu 3,2%. A estabilidade também foi registrada no número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado - em julho, foram verificados 10,2 milhões pessoas. Em relação a julho de 2009, houve alta de 5,9%.

saláriosO rendimento médio real dos trabalhadores, no geral, independentemente

da ocupação, cresceu 2,2% em julho, ficando em R$ 1.452,50. No ano, o au-mento foi de 5,1%.

Por regiõesEntre as seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, a maior varia-

ção da taxa de desocupação foi verificada em Recife, que passou de 8,6% em junho para 10% em julho. Na comparação com julho do ano passado, foram registrados recuos de 1 ponto percentual em Belo Horizonte, de 0,9 no Rio de Janeiro, de 1,7 em São Paulo e de 1 em Porto Alegre.

Na pesquisa, são estudadas as taxas de desocupação em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre.

Por setoresEm relação a julho de 2009, a população ocupada nas seis regiões metropoli-

tanas ficou estável em todos os tipos de atividade. Já na comparação anual, houve alta na indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água (7,1%), educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social (4,5%) e de outros serviços (5,6%). A única queda registrada foi no segmento de serviços domésticos (-5,4%).

Em julho, o rendimento médio real dos trabalhadores teve alta em Recife (2,1%), Salvador (1,4%), Belo Horizonte (4,9%), Rio de Janeiro (2,0%) e São Paulo (2,2%). Na contramão, foi registradas queda em Porto Alegre, de 1,2%.

Em relação ao mesmo período do ano passado, todas as regiões tiveram alta. Em Recife foi de 11,7%, Salvador, de 2,3%, Belo Horizonte, de 8,4%, Rio de Janeiro, de 4,3%, São Paulo, de 4,4%, e Porto Alegre, de 6,1%. (G1)

Na primeira semana de setembro último, Abimaq apresentou ao Minis-tério da Fazenda reivindicação para o aumento do Imposto de Importação de máquinas e equipamentos. A alí-quota, hoje em 14%, seria elevada para 35% - a exemplo do que já ocorre com outros produtos, como veículos, calçados e tecidos.

Solicitação semelhante foi enca-minhada recentemente pela Abinee, entidade que representa a indústria eletroeletrônica. Os motivos também são similares: os associados dessas entidades estão enfrentando forte concorrência externa, em grande par-te devido à taxa de câmbio, resultando no crescente aumento dos respecti-vos déficits comerciais setoriais. No setor eletroeletrônico o déficit em 2010 deve chegar a US$ 27,5 bilhões, segundo a Abinee. No caso de má-quinas e equipamentos, a previsão da Abimaq é de US$ 13,8 bilhões.

“Esse nosso pleito, de aumento do Imposto de Importação, é uma tentativa de neutralizar parcialmente os efeitos do Custo Brasil e da taxa de câmbio sobre o nosso setor”, afirma Carlos Pastoriza, vice-presidente da Abimaq. Pastoriza salienta que a reivindicação da entidade não fere as regras da OMC. “Obviamente, a medida não iria atingir as máquinas e equipamentos sem similar nacio-nal que gozam do regime de ex-tarifários”.

“É uma medida emergencial”, frisa Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq, que diz ser contra a manu-tenção da alíquota em 35% no longo prazo. “Nosso objetivo é o de estan-car o processo de desnacionalização e de desindustrialização da indústria brasileira”, explica. “Queremos pre-servar o parque industrial brasileiro”. (Usinagem-Brasil)

dESEmprEgo é o mEnor dEsdE 2002

Em julho, a quantida-de de desempregados ficou estável em 1,6 milhão de pessoas.

ABimAq QuEr AlíQuOtA dE 35% PArA máqUinAS importAdAS

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Page 25: Anuário das industrias

m ritmo constante de expan-são, a D&D Manufatureira é fruto de uma gestão que

prioriza a qualidade tecnológica, a inovação e a busca de soluções às necessidades de cada cliente.

Concebida há 13 anos com o ideal de co-mercializar e industrializar materiais nobres para aplicações especiais, seu grande diferencial é a manufatura de produtos que incorporam tecnologia, desenvolvimento e qualidade desde o início. “A D & D Manufatureira é a ideali-zação de pessoas que começaram a trabalhar desde cedo no ramo de trefilação e laminação de aços”, enfatiza Paulo José Diebe, Diretor da empresa.

O ideal de bem atender a clientela deu certo. Hoje, a empresa oferece ao mercado em seu parque fabril com cerca de 6000 m2, em Diade-ma, na Grande São Paulo, instalações modernas, frequentemente renovadas, compostas de ma-quinário e equipamentos com tecnologia avan-çada, o que permite uma capacidade produtiva com qualidade cada vez maior. Qualidade essa certificada ISO 9001-2008. Esse compromisso com o mercado justifica uma carteira de 5.000 clientes que, como ressalta Daniela Vicentino, Gerente de Marketing da empresa, “são mais do que clientes, são parceiros fiéis”.

A companhia produz e distribui aços ino-xidáveis, ligas a base de níquel e de cromo e

ligas nacionais e importadas, atendendo um leque diversifi-cado de segmentos, entre eles, os de soldagem, aeronáutico, naval, siderúrgico, energia, petróleo, hospitalar, ferramentas, linha branca, automobilística, construção. Atende também diversos setores industriais e comerciais do mercado nacional e internacional.

Entre os diversos recursos visando oferecer produtos da mais alta qualidade, a D&D Manufatureira possui um labo-ratório para efetuar ensaios solicitados nas especificações dos materiais. Conta com retíficas centerless para produção de materiais com tolerâncias em conformidade com as normas internacionais. Dispõe de equipa-mentos para trefilação de arames bitola mínima a partir de redondo 0,06 mm em carretéis (sendo que, para barras, consegue endireitar bitolas a partir de 0,80 mm).

Em seu parque fabril possui ainda trefilas múltiplas, monoblo-co, banco trefila, endireitadeiras, politriz, descascadeiras, laminadores planos e “cabeça de tur-co”, maquinário e equipamentos, todos eles, com tecnologia de ponta. Além disso, a empresa procura sempre se atualizar com o mercado consumidor, participando de feiras, exposi-ções, workshops e treinamentos.

A distribuição dos materiais é efetuada com frota própria na grande São Paulo e, para as demais localidades, é utilizado transporte indicado pelos próprios clientes.

“Neste ano, podemos considerar que o mercado nacional está em franco crescimento. Nós, da D&D Manufatureira, estamos mês a mês superando metas e trabalhando com um quadro de colaboradores em frequente expansão. Atualmente, cerca de 100 profissionais qualificados trabalham diretamente em nossa produção”, comemora o diretor Paulo Diebe.

E Diebe conclui: “Nós, da D&D Manufatureira, fazemos o que mais gostamos de fazer, manufaturar aços inoxidáveis com qualidade confiabilidade e credibilidade” ME

E“A D&D Manufatureira é a idealização de pessoas que começaram a traba-lhar desde cedo no ramo de trefilação e laminação

de aços”

ManufatureiraD&D

desenvolvimento

QuAlidAdE, cOnfiAbilidAdE E crEdibilidAdE EM AçOs inOxidáVEis

25mercado empresarialmercado empresarial

Page 26: Anuário das industrias

mercado

ndústrias Romi, empresa líder brasileira no setor de máquinas-ferramenta e máquinas para pro-

cessamento de plásticos, acaba de atingir a marca de 150 mil máquinas produzidas nas suas unidades fabris. E justamente quando a empresa completa 80 anos de atuação. O equipamento que atingiu a marca foi Centro de Usinagem Vertical ROMI D 800, comprado pela empresa ZHS Indústria e Comércio Ltda. Na entrega simbólica do equipa-mento, em evento na Unidade Fabril 16, em Santa Bárbara d’Oeste, o diretor-presidente da Romi, Livaldo Aguiar dos Santos, afirmou que “o crescimento da Romi está diretamente relacionado a um sólido e ético conjunto de valores, baseado em princípios empresariais que se aliam à criatividade e à inovação para formar conceitos fundamentais que regem nosso dia-a-dia”.

Santos ressalta ainda a importância das pessoas, que, como fonte constante de geração de ideias, motivam investimentos permanentes em capacitação, treinamento e qualificação profissional. “Nestes 80 anos, passaram pela Romi mais de 25 mil colaboradores, muitos dos quais com 30, 40 e 50 anos de dedicação, e hoje nos transformamos em 2.800 colabora-dores, atuando no Brasil, Itália, Alemanha, Inglaterra, França, Espanha e EUA, compartilhando uma única cultura voltada para a inovação e qualidade”, completa Santos.

Presente no mercado internacional desde 1944, a Romi é a maior fabricante brasileira de máquinas-ferramenta (tornos e centros de usinagem) e máquinas para plásticos (injetoras

e sopradoras), Suas instalações totalizam mais de 140 mil metros quadrados de área construída, dis-

tribuídos em nove plantas localizadas nas cidades de Santa Bárbara d’Oeste, SP - sede da empresa -, Grugliasco e Pont Canavese, na região de Turim, Itália. Além disso, a empresa mantém subsidiárias comerciais nos Estados Unidos, Alema-nha, Reino Unido, Espanha e França, e produtos e serviços presentes em mais de 60 países.

Empresa sustentável da bovespaA Romi comemora o seu ingresso no ISE, Índice de

Sustentabilidade Empresarial da BM&FBovespa, indicador composto por ações de empresas que apresentam alto grau de comprometimento com práticas de sustentabilidade e governança corporativa. É a primeira empresa do setor de máquinas e equipamentos a fazer parte do seleto grupo de empresas sustentáveis da Bovespa. A carteira do ISE é composta, atualmente, por 43 empresas.

A cultura empresarial Romi reflete posturas sustentáveis em todos os âmbitos de atuação, seja do ponto de vista do meio ambiente, recursos humanos, recursos financeiros e responsabilidade social.

Marco histórico na trajetória da Romi e

da indústria brasileira de máquinas reflete a capacidade produtiva

e solidez da Companhia em seus 80 anos de atuação

romi AtinGE A MArcA dE 150 mil máqUinAS prodUzidAS

DivulgaçãoI

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A Saint-Gobain Ca-nalização está investindo R$ 4 milhões na planta de Itaúna, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, segundo afirmou o diretor comercial e de Marketing da empresa, Gustavo Si-queira, ao Diário do Comércio/MG. Ele disse que os aportes visam aumentar em 20% a produtivida-de, com a aquisição de máquinas, além de diversas ações com o objetivo de melhorar a qualidade dos produtos. “Também serão realizados inversões na área de meio ambiente”, ressaltou

A unidade mineira produz conexões, grupos de válvulas e tampões. Em torno de 55% do total fabri-cado são destinados ao mercado internacional, em especial, para países da Europa e Estados Unidos. “A produção da planta de Itaúna está na casa das 850 toneladas por mês”, disse. Já a outra planta, que fica em Barra Mansa, no Rio de Janeiro, produz tubos de ferro fundido dúctil para os setores de saneamento, industrial e predial.

De acordo com o diretor, as vendas da unidade mineira feitas durante os primeiros quatro meses do ano ficaram estáveis na comparação com igual intervalo de 2009. “Isto se deve ao comportamento do mercado externo, já que boa parte da produção vai para fora do país”, disse. Entretanto, as estimativas são positivas, com melhora do desempenho da comercialização no segundo e terceiro quadrimestre deste exercício.

Depois do recuo verificado em 2009, que variou de 5% a 6% ante o ano anterior, a perspec-tiva, é de incremento nas vendas na casa dos 15% neste exercício. “É preciso lembrar que a crise no ano passado atingiu mercados importantes para a unidade mineira, que foram os Estados Unidos e a Europa”, ressaltou.

Além da planta de Itaúna, a empresa, que tem em torno de 1,3 mil funcionários diretos, além de gerar outros cerca de 600 postos indiretos, está in-vestindo no aumento da produção, qualidade, além de inversões na área de meio ambiente na unidade de Barra Mansa. “Neste ano, os aportes totais serão da ordem de R$ 25 milhões”, disse.

Entre os entraves para os negócios, o diretor comercial e de Marketing da empresa, destacou os reajustes do minério de ferro, além do ferro-gusa.

O vice-presidente de Negócios da Usi-minas, Sérgio leite de Andrade, afirmou recentemente que o objetivo da empresa é, até 2015, processar metade do aço fabricado pela companhia. Atualmente, a siderúrgica processa 20% do aço que fabrica.

Em palestra no seminário promovido pela Associação Brasileira de Metalurgia e Mineração (ABM), o executivo afirmou que a Usiminas tem planos para investir, até 2012, R$ 10 bilhões. Deste total, R$ 4 bilhões são exclusivamente para a ampliação de capacidade voltada à demanda da indústria de petróleo e gás. Ele citou como exemplo a nova linha de laminação a quente que terá capacidade de produzir 2,3 milhões de toneladas de aço a partir de meados de 2011. E também a ampliação da produção de chapas grossas.

mercado

Empresa quer aumentar em 20%

a produtividade com aquisição de

máquinas.

Divulgação

Divulgação

SAint-goBAin VAi inVEstir EM itAúnA

USiminAS inVEstE PArA AtEndEr O sEtOr dE PEtrólEO

Os planos são para investir R$ 10 bilhões até 2012.

A Caterpillar anunciou a construção de uma nova fábrica da empresa no Brasil, com o objetivo de atender a demanda crescente dos clientes em toda a América Latina. A nova unidade será destinada à produção de retroescavadeiras e carregadeiras de pequeno porte, produtos atualmente fabricados na unidade de Piracicaba (SP). Com esta mudança, a empresa poderá aumentar sua capacidade de produção dos demais produtos em Piracicaba.

Os estudos para a escolha do local para a construção da nova fábrica já foram iniciados e estão em fase avançada. A expectativa é de que a localização da nova unidade seja anunciada no fim do próximo trimestre. A construção deverá ser iniciada no final de 2010 ou começo de 2011.

cAtErpillAr AnunciA PlAnOs PArA nOVA fábricA nO brAsil

27mercado empresarialmercado empresarial

Page 28: Anuário das industrias

cases & cases

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) vai criar uma Norma Brasileira (NBR) para a fa-

bricação e utilização residencial de Sistemas de Tubulação Multicamada na condução de Gás Natural (GN) e Gás Liquefeito de Pe-tróleo (GLP). Para discutir e elaborar um projeto de Norma foi formada uma Comissão de Estudo (CE- 09:301.04) que, desde maio, vem reunindo representantes de fornecedores de gás, construtores, instaladores, projetistas, fabricantes e distribuidores do produto, a exemplo da Emmeti.

A contribuição da Emmeti Brasil tem sido relevante na CE, já que é pioneira na fabricação (sede Itália) e na comercialização de sistemas de tubulação multicamadas no Brasil. Lançou seu Sistema Multicamadas Para Água (quente e fria) em 2003 e o GasPex (GN e GLP) em 2010, à venda desde janeiro, depois de obter aprovação da Comgás e Ultragaz. O engenheiro e consultor Carlos do Amaral C. Bratfisch, eleito coordenador da CE, relatou que a solicitação de criação de Norma foi dirigida ao Comitê Brasileiro de Gases Combustíveis (ABNT/ CB- 09) por distribuidoras de gás e grandes construtoras.

“Com a entrada no mercado nacional de distribuidores de tubulações multicamada para gás, essas empresas pude-ram conhecer o produto, que já despontava na Europa, e conferir que permitem uma instalação mais segura, mais rápida e mais barata”, completa ele. Foi o que aconteceu com a construtora Gafisa, ao realizar teste piloto do Gas-Pex da Emmeti, em 2009, em empreendimento seu na cidade de São Paulo.

“O produto apresenta qualidade e grande desempenho, o que nos permite ganhar tem-

po de execução, qua-lidade de entrega

e praticamente eliminamos a possibilida-de de vaza-mentos du-rante todo

o tempo de vida das insta-

lações”, avalia Ernesto Matuzo Ianaguivara, coordenador de instalações da área técnica da Gafisa. Matuzo, que representa a Gafisa na CE da ABNT, acres-centa que com o GasPex eles

reduziram aproximadamente 40% o tempo de instalação do sistema de distribuição de gás, se comparado ao cobre (material ainda mais usado no Brasil).

Orientar o mercado nacionalO coordenador da CE explica que o princi-

pal objetivo da ABNT com a Norma é orientar o mercado nacional para o uso de produtos de origem confiável e com qualidade comprovada, garantindo a segurança dos consumidores. Na 1ª reunião, dia 26 de Maio, a Comissão decidiu basear-se na ISO 17.484, uma Norma com ampla aceitação internacional, para a elaboração do Projeto de Norma Brasileira.

O GasPex da Emmeti já é fabricado de acordo com a ISO 17.484 e é garantido pela própria Emmeti, além de possuir outras im-portantes certificações, como a conferida pela DVGW - Deutsche Vereinigung des Gas- und Wasserfaches (Associação Científica e Técnica Alemã para Gás e Água), um dos mais impor-tantes órgãos de regulamentação e certificação técnica, de qualidade e ambiental da indústria europeia de produtos para água e gás.

“A intenção é adaptar a ISO às condições brasileiras, mas isso não significa que haverá um relaxamento. Pelo contrário, acredito que a Norma Brasileira terá até mais exigências que a ISO. A criação de uma Norma Brasileira deverá motivar, inclusive, a fabricação do pro-duto aqui no Brasil”, avalia Bratfisch. Segundo ele, as reuniões da CE, com periodicidade mensal, têm obtido recordes de participantes, aproximadamente quarenta pessoas, número acima da média nas Comissões de Estudo da

EmmEti cOntribui cOM criAçãO

Objetivo é orientar mercado e garantir

a segurança dos consumidores.

A

dE normA dA ABnt

28

Page 29: Anuário das industrias

cases & cases

O Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

(FIESP), desenvolveu o aplicativo Inteligên-cia de Mercado da Indústria. O recurso proporciona acesso direto a dados demográficos, econômicos e relativos ao consumo e à estrutura de distribuição de todas as regiões e municípios do Brasil.

O aplicativo é dividido em dois módulos de consulta que se com-plementam na busca e interpretação de informações sobre dados do mercado. O primeiro módulo, Demanda de Produtos, contém o valor gasto pelas famílias brasileiras para 50 categorias e mais de 1.700 produtos industrializados segmentados por região. Já o segundo, Canais de Comercialização, traz dados cadastrais de estabelecimentos comerciais (atacado, varejo e representantes) e da Classificação Na-cional de Atividades Econômicas (CNAE) em que a empresa atua. Apresenta também dados socioeconômicos dos 5.562 municípios brasileiros, inclusive com o Indicador FIESP de Dinamismo Eco-nômico Municipal.

Distribuído gratuitamente, em plataforma CD-ROM para em-presas associadas aos sindicatos filiados à FIESP, o aplicativo poderá auxiliar as indústrias em diversas atividades: como a elaborar planos de ação para verificar o tamanho do mercado, potencial de mercado e participação (market share); prospectar novos mercados por meio da contratação de novos canais de distribuição/empresas comerciais; analisar e modificar a cobertura de vendas atual para aumentar sua eficácia; melhorar a estrutura e otimizar a ação da força de vendas, além de contratar novos canais/re-presentantes de vendas em novas regiões.

fiESp lAnçA APlicAtiVO PArA EMPrEsAs

industriAis

O recurso proporciona

acesso direto a dados econômicos

e de consumo.

ABNT. A expectativa é de que os trabalhos da CE sejam finalizados até o início de 2011 e, considerando o tempo médio de quatro meses de trâmite do projeto na ABNT até sua publicação oficial, que a Norma deva ser colocada em prática no início do segundo semestre do ano que vem.

Mais barato e seguroDe acordo com o fabricante (Emmeti),

o GasPex é mais barato, muito mais seguro, fácil e rápido de instalar, porque a tubulação é flexível e vendida em bobinas com até 100 metros de extensão, o que permite fazer longos trajetos com curvas sem necessi-dade de emendas e soldas. Além disso, as conexões são em latão e com sistema de prensar, por isso oferecem total segurança e são bem mais práticas de instalar. Outra importante vantagem é que o GasPex não oxida, já que as camadas interna (de polie-tileno reticulado- PEX) e externa (de polie-tileno- PE) protegem a camada de alumínio (PEX-AL-PE), garantindo maior resistência e durabilidade.

29mercado empresarialmercado empresarial

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CURSOS CIESP/FIESP 2010O CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo desenvolve regularmente programas de cursos, seminários e palestras com formatos diferenciados de capacitação para seus associados.

Cursos AbertosMinistrados por profi ssionais especializados, são realizados no Edifício Sede e nas 42 Diretorias do CIESP.

Cursos ModularesProgramas divididos em módulos, realizados quinzenalmente, às sextas e sábados.

Cursos Especiais Voltado para os empresários e dirigentes, são realizados em parceria com Universidades e/ou Instituto de Ensino Superior.

Cursos In CompanyProgramas dirigidos e formatados de acordo com as necessidades da empresa.

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Tel.: 11 3549-3258/3233/3288 - Fax: 11 3251-2625 - e-mail: [email protected] | www.fi esp.com.br

www.ciesp.com.br/redessociais - www.fi esp.com.br/redessociais

Page 31: Anuário das industrias

Meio Ambiente5Fascículo

DesenvolvimentoSustentável,

o grande desafio

onciliar progresso e ecologia. Atender às necessidades da ge-ração atual sem comprometer a sobrevivência das gerações

futuras. Este o grande desafio do desen-volvimento sustentável ou ecodesenvolvi-mento.Desafio que começa pela educação am-biental. É preciso que as pessoas se cons-cientizem de que a biosfera (solos, água e ar) tem capacidade limitada e as ações do homem podem acarretar modificações nefastas à saúde e à segurança das popu-lações. É necessário que elas compreen-dam que, para se desenvolver, todo ser humano depende das condições de seu meio ambiente, e nenhuma geração pode arrogar-se o direito de destruir os elemen-tos necessários à sobrevivência da geração seguinte.

C

Page 32: Anuário das industrias

M e i o A m b i e n t e

A expressão sustentabilidade apareceu pela primeira vez em 1980, num relatório da International Union for the Conservation of Nature and Natural Re-sources (IUCN), World Conservation Strategy, que

sugeria esse conceito como uma aproximação estratégica à in-tegração da conservação e do desenvolvimento coerente com os objetivos de manutenção do ecossistema, preservação da diversidade genética e utilização sustentável dos recursos.

O conceito de desenvolvimento sustentável foi mais tarde oficializado no relatório “O Nosso Futuro Comum”, publicado em 1987 pela World Commission on Environment and Deve-lopment, uma comissão das Nações Unidas chefiada pela então primeira-ministra da Noruega, a Sr.ª Gro Harlem Brundtland.

O Relatório Brundtland (1987), como ficou conhecido o do-cumento, definia desenvolvimento sustentável como: “(...) de-senvolvimento que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades”.

Mas foi na conferência Eco-92 ou Rio-92, ocorrida no Rio de Janeiro em 1992, que o conceito foi consagrado através da Agenda 21, documento que estabeleceu a importância de cada país a se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não-gover-namentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas sócio-ambientais. A

de solidariedadecom as futuras

Compromisso

gerações

Page 33: Anuário das industrias

Vo l .5

Agenda 21 discute a essência do que é desenvolvimento sus-tentável, o processo através do qual ele pode ser alcançado e as ferramentas de gerenciamento necessárias para alcançá-lo.

Plano global de açãoA Agenda 21 é um plano global de ação a ser implantado a

nível global, nacional e local, por organizações das Nações Uni-das, governos, e grupos locais, nas diversas áreas onde se verifi-cam impactes significativos no ambiente. Em termos práticos, é a mais ambiciosa e abrangente tentativa de criação de um novo padrão para o desenvolvimento do século XXI, tendo por base os conceitos de desenvolvimento sustentável. Cada país desen-volve a sua Agenda 21 e no Brasil as discussões são coordenadas pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS). A Agenda 21 se constitui num poderoso instrumento de reconversão da sociedade industrial rumo a um novo paradigma, que exige a reinterpretação do conceito de progresso, contemplando maior harmonia e equilí-brio holístico entre o todo e as partes, promovendo a qualidade, não apenas a quantidade do crescimento.

Outra iniciativa mundial no sentido de desenvolver o conceito de sustentabilidade foi o da criação das Metas de Desenvolvimento do Milênio (MDM), que surgem da De-claração do Milênio das Nações Unidas, adotada pelos 191 estados membros no dia 8 de setembro de 2000. Criada em um esforço para sintetizar acordos internacionais alcan-çados em várias cúpulas mundiais ao longo dos anos 1990, relativos ao meio-ambiente e desenvolvimento, direitos das mulheres, desenvolvimento social, racismo, entre outras questões, a Declaração traz uma série de compromissos concretos que, se cumpridos nos prazos fixados, deverão melhorar o destino da humanidade neste século. A De-claração menciona que os governos “não economizariam esforços para libertar nossos homens, mulheres e crianças das condições abjetas e desumanas da pobreza extrema”, tentando reduzir os níveis de pobreza, iliteracia (dificuldade em ler e interpretar, e de escrever) e promovendo o bem-estar social. Estes projetos são monitorados pelo Índice de Desenvolvimento Humano, medida comparativa que en-

“O desenvolvimento sus-

tentável é aquele que atende

as necessidades do presente

sem comprometer as possibi-

lidades de as gerações futu-

ras atenderem suas próprias

necessidades”

“Os recursos a serem investidos na con-servação ambiental poderiam ser con-seguidos mediante solidariedade interna-cional: por exemplo, substituindo gastos militares por inves-timentos em meio ambiente, ou estabe-lecendo um impos-to mundial sobre a fabricação e consumo de produtos poluen-tes, ou criando um fundo mundial de proteção da atmos-fera. Os recursos desse fundo viriam de impostos sobre a emissão de dióxido de carbono e outros gases causadores do efeito estufa. Esse fundo permitiria aperfeiçoar sistemas energéticos menos poluentes, e garantiria também uma partilha mais justa dos custos de despoluir o meio ambiente e proteger a diversidade biológi-ca.” (Berns von Droste, da Unesco)

Page 34: Anuário das industrias

M e i o A m b i e n t e

Fatores

São três os fatores que compõem o

campo do desenvolvimento sustentável:

a sustentabilidade ambiental, sustenta-

bilidade econômica e sustentabilidade

sócio-política.

ceria entre a sociedade e o Estado que reflita uma estratégia local para o desenvolvimento sustentável, de forma clara e concisa; identificando as principais questões e metas para a área; com ob-jetivos explícitos tanto para o estado do meio ambiente quanto para os indicadores de qualidade de vida; listando as organizações e setores componentes e suas atribuições e prazos de tarefas; e como o desempenho e o progresso serão medidos.

Pressupostos O desenvolvimento sustentável pressupõe:• a preservação do equilíbrio global e do valor das reservas

de capital natural.• a redefinição dos critérios e instrumentos de avaliação de

custo-benefício a curto, médio e longo prazos, de forma a refle-tirem os efeitos sócio-econômicos e os valores reais do consu-mo e da conservação.

• a distribuição e utilização equitativa dos recursos entre as nações e entre as regiões.

globa três dimensões: riqueza, educação e esperança média de vida.

A noção de desenvolvimento sustentável tem implíci-to um ‘compromisso de solidariedade com as gerações do futuro’, no sentido de assegurar a transmissão do ‘patrimônio’ capaz de satisfazer as suas necessidades. Implica a integração equilibrada dos sistemas econômi-co, sócio-cultural e ambiental, e dos aspectos institucio-nais relacionados com o conceito muito atual de “boa governança”.

Assim, o conceito de desenvolvimento sustentável está fundamentado no equilíbrio entre o crescimento econô-mico, a equidade social e a proteção do ambiente. A De-claração Universal sobre a Diversidade Cultural adiciona um novo enfoque na questão social, ao afirmar que “… a diversidade cultural é tão necessária para a humanidade como a biodiversidade é para a natureza”.

Estratégias locaisA comunidade global é um reflexo das tendências e es-

colhas feitas nas comunidades locais do mundo. Os proble-mas ambientais não podem ser resolvidos por programas globais porque nós não vivemos ‘globalmente’ - ninguém investe recursos para alcançar objetivos que não estão diretamente ligados às suas necessidades, nem tornam a vida das pessoas mais sustentável. Com esse foco, em seu Capítulo 28, a Agenda 21 exortava as autoridades locais a criarem, até 1996, uma Agenda 21 Local, um processo pelo qual as entidades nacionais se envolvem com a co-munidade civil na elaboração de uma estratégia conjunta, e com um plano de ação que vise melhorar a qualidade de vida a nível local.

Ou seja, a Agenda 21 Local foi elaborada para conceber planos de ação que, resolvendo problemas locais, se so-marão para ajudar a alcançar resultados globais.

A Agenda 21 Local é um processo de desenvolvimen-to de políticas para o desenvolvimento sustentável e de construção de parcerias entre autoridades locais e outros setores para implementá-las. A sua base é a criação de sistemas de gerenciamento que levem o futuro em consi-deração. Este gerenciamento deverá:

• integrar planejamento e políticas• envolver todos os setores da comunidade• focalizar resultados a longo prazo

A implantação da Agenda 21 Local não é um único aconteci-mento, documento ou atividade, e sim um processo contínuo no qual a comunidade aprende sobre suas deficiências e iden-tifica inovações, forças e recursos próprios ao fazer as escolhas que a levarão a se tornar uma comunidade sustentável. Uma Agenda 21 local bem sucedida pode mobilizar consciências, apoio público e vontade política para fazer estas escolhas.

A primeira condição para a Agenda 21 Local é uma par-

Sustentabilidade sócio-política

A sustentabilidade sócio-política centra-se no equilíbrio social. Tanto na sua vertente de desenvolvimento so-cial, como na sócio-econômica, é um veiculo de humanização da economia, e ao mesmo tempo, pretende desenvolver o tecido social, nos seus componentes humanos e culturais.

Neste sentido, foram desenvolvidos pela comu-nidade internacional dois grandes planos: a Agenda 21 e as Metas de Desenvolvimento do Milênio.

Page 35: Anuário das industrias

Vo l .5

Indicadores de desenvolvimen-to sustentável

Em 1995, a Comissão para o desenvolvimento sustentá-vel das Nações Unidas aprovou indicadores de desenvol-vimento sustentável, com o intuito de servirem como re-ferência para os países em desenvolvimento ou revisão de indicadores nacionais de desenvolvimento sustentável, ten-do sido aprovados em 1996, e revistos em 2001 e 2007.

Cada um destes temas encontra-se dividido em diver-sos sub-temas, indicadores padrão e outros indicadores.

Além das Nações Unidas, outras entidades elaboraram seus modelos de indicadores, como o caso da Comissão Europeia, da Organização para a Cooperação e Desen-volvimento Económico (OCDE) e do Global Environ-ment Outlook (GEO).

Sustentabilidade ambientalA sustentabilidade ambiental consiste na manutenção das funções e componen-

tes do ecossistema, de modo sustentável, podendo igualmente designar-se como a capacidade que o ambiente natural tem de manter as condições de vida para as pessoas e para os outros seres vivos, tendo em conta a habitabilidade, a beleza do am-biente e a sua função como fonte de energias renováveis.

As Nações Unidas, através do sétimo ponto das Metas de Desenvolvimento do Milênio pro-cura garantir ou melhorar a sustentabilidade ambiental, através de quatro objetivos principais:

Integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e programas nacionais e reverter a perda de recursos ambientais.

Reduzir de forma significativa a perda da biodiversidade. Reduzir para metade a proporção de população sem acesso a água potável e saneamento

básico. Alcançar, até 2020 uma melhoria significativa em pelo menos cem milhões de pessoas a viver

abaixo do limiar da pobreza.

Sustentabilidade econômicaA sustentabilidade econômica, enquadrada no âmbito do desenvolvimento sustentável, é um

conjunto de medidas e políticas que visam a incorporação de preocupações e conceitos ambientais e sociais. Aos conceitos tradicionais de mais valias econômicas são adicionados parâmetros ambientais e sócio-econômicos, criando-se assim uma interligação entre os vários setores. Assim, o lucro não é somente medido na sua vertente financeira, mas igualmente na vertente ambiental e social, o que potencia um uso mais correto, tanto das matérias primas como dos recursos humanos. Há ainda a incorporação da gestão mais efi-ciente dos recursos naturais, sejam eles minerais, matéria-prima como madeira ou ainda energéticos, de forma a garantir uma exploração sustentável dos mesmos, ou seja, a sua exploração sem colocar em causa o seu esgotamento, sendo introduzidos elementos como nível ótimo de poluição ou as externalidades ambientais, acrescentando aos elementos naturais um valor econômico.

O quadro atual contém 14 temas:

Pobreza Perigos naturais

O desenvolvimento econômico

Governança Ambiente

Estabelecer uma parceria global econômica

Saúde Terra Demografia

Padrões de consumo e produção

Educação Os oceanos, mares e costas

Água potável, Escassez de água e Recursos

hídricos Biodiversidade

Vo l .5

Page 36: Anuário das industrias

M e i o A m b i e n t e

Estratégias nacionais de desenvol-vimento sustentável

O capítulo 8 da Agenda 21 incentiva os países a adota-rem estratégias nacionais de desenvolvimento sustentável (ENDS), estimulando-os a desenvolver e harmonizar as dife-rentes políticas setoriais, econômicas, sociais e ambientais e de planos que operam no país. O apelo à elaboração destes documentos estratégicos, que devem reforçar e harmonizar as políticas nacionais para a economia, as questões sociais e o ambiente, foi reforçado na Sessão Especial da Assembleia das Nações Unidas de 1997 (Rio+5), na Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de 2002 em Johannes-burgo (Rio+10).

A primeira revisão para estabelecer os elementos bási-cos de boas práticas foi um “Manual para ENDS” prepara-do por Carew-Reid et al. (1994) partindo das experiências compartilhadas por vários países, através de relatórios na-cionais e regionais. Este trabalho preparou o terreno para obras posteriores. Na prática, a ENDS reúne as aspirações e capacidades de governo, sociedade civil e do setor pri-vado para criar uma visão para o futuro, e se trabalhar taticamente e progressivamente visando esses objetivos, identificando e construindo sobre “o que funciona”, me-lhorando a integração entre as abordagens, fornecendo um quadro para as escolhas quando a integração não é possível. Estas estratégias incidem sobre o que é realmen-te praticável, e procuram solucionar vários problemas ao mesmo tempo.

Assim, as ENDS apresentam 7 pontos chave, sendo tratados de forma integrada as questões econômicas, ambientais e so-ciais, a saber:

• Alterações climáticas e energia limpa • Transporte Sustentável • Consumo e produção sustentáveis • Conservação e gestão dos recursos naturais • Saúde pública • Inclusão social, demografia e migração • A pobreza no mundo

A sustentabilidade das florestas Quando se fala em desenvolvimento sustentável, logo um

tema merece destaque: o desmatamento florestal, com seus desdobramentos, como as políticas públicas face ao problema, a ação das ONGs e da iniciativa privada – culminando na questão da certificação florestal como solução de sustentabilidade.

O tema da preservação das florestas ganhou relevância polí-tica a partir dos anos 1980, quando foram iniciados os primei-ros boicotes europeus às importações de madeiras oriundas de florestas tropicais. Na década de 1990, frente ao fracasso de se chegar a um regime comum para o bom manejo florestal no âmbito das organizações internacionais, surgiu o conceito de certificação florestal. Este mecanismo de adesão voluntária permitiria a diferenciação de empresas que cumprissem certos padrões de qualidade na extração de madeira no mercado, vi-

M e i o A m b i e n t e

Page 37: Anuário das industrias

Vo l .5

sando um segmento consumidor cada vez mais preocupado com o impacto ambiental da indústria de produtos florestais.

Atualmente, são mais de 70 programas de certificação na-cionais e internacionais diferentes. Entre as maiores entidades certificadoras está a Forest Stewardship Council (FSC), o Pro-gramme for the Endorsement of Forest Certification Schemes (PEFC).Em 2003,o total de florestas certificadas atingiu um total de 50 milhões de hectares ou 4,4 % das florestas do mundo. 90 % das florestas certificadas se encontram no hemisfério norte, 50 % na Europa (Finlândia e Áustria possuem 100 % de certifi-cação), 40 % na América do Norte e 10 % nos países em desen-volvimento, o Brasil estando entre os líderes destes. Os dados mostram que a área de florestas certificadas ainda é pequena, mas vem crescendo rapidamente.

O crescimento do comércio ilícito de madeira, estimado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) como representando 10 % do comércio internacional de madeira em 2003, tem incitado reações não apenas de ambien-talistas, mas também de importadores de madeira dos países desenvolvidos, preocupados com a perda de competitividade frente a produtores que não cumprem exigências ambientais e trabalhistas.

Em maio de 2008, o congresso americano aprovou lei que prevê o requerimento compulsório de certificado de legalida-de para produtos florestais a partir de abril 2009. Na União Européia, medidas anunciadas em outubro de 2008 obrigam os importadores a fazerem esforços adequados para saber se os produtos importados cumprem a legislação doméstica do

país de origem. Outra medida adotada pela União Europeia é a negociação de acordos voluntários de comércio de produtos florestais (Voluntary Partnership Agreements), que obrigam o país exportador a adotar medidas para garantir que todas as exportações de madeira destinadas ao mercado europeu sejam de extração legal. No entanto, as medidas são interpretadas por alguns como insuficientes e existe pressão para a adoção de uma exigência compulsória de comprovante de legalidade.

A experiência do Brasil com a certificação florestal é recente. A PEFC reconhece o Programa Brasileiro de Certificação Flo-restal (CERFLOR) desde 2005. O CERFLOR, criado em 2002, foi a culminação de um projeto iniciado em 1996 pela Socieda-de Brasileira de Silvicultura (SBS) em conjunto com a ABNT, o setor empresarial e a sociedade civil para desenvolver padrões para o setor de produtos florestais.Apesar de um padrão desen-

Vo l .5

Ecológico

Social Econômico

ViávelSuportável

Equitativo

Sustentável

Esquema representativo das várias componentes do desenvolvimento sustentável.

“O tema da preservação das

florestas ganhou relevância

política a partir dos anos 1980,

quando foram iniciados os

primeiros boicotes europeus às

importações de madeiras

oriundas de florestas tropicais.”

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M e i o A m b i e n t e

volvido em conjunto com agências do governo, o CERFLOR é de adesão voluntária.

A FSC é representada no Brasil por um escritório permanente,o Conselho de Manejo Florestal, criado em 2002, cuja função é adequar os padrões da FSC à realidade nacional. Em 2003, foi fundada a Associação de Produtores Florestais Certificados na Amazônia (PFCA), que reúne empresas de todos os estágios da cadeia de produto comprometidos com o manejo da floresta de acordo com os padrões da FSC.

De acordo com a PFCA, a associação representa 90% das florestas naturais certificadas na Amazônia, mas apenas 2% do total de madeira em tora produzida. Portanto, é evidente que a quantidade de madeira certificada no Brasil ainda é uma parcela muito pequena do total produzido. As novas exigências de cer-tificados compulsórios de legalidade representarão significantes barreiras ao comércio de produtos florestais brasileiros.

Sem biodiversidade, não há desen-volvimento sustentável

Segundo um dos mais importantes pensadores sobre o de-senvolvimento sustentável no mundo, o economista e sociólogo polonês, naturalizado francês, Ignacy Sachs, para o desenvolvi-mento sustentável é necessária a conservação da biodiversidade. Sachs deixa claro que sustentabilidade não é apenas ambiental, mas social, cultural, econômica, de governabilidade política e até do sistema internacional, para manter a paz mundial.

O sociólogo defende, ainda, que o ecodesenvolvimento re-quer o planejamento local e participativo, no nível micro, das autoridades e populações locais, e que o êxito das iniciativas de-pendem de negociação em um contrato com os “stakeholders”, que são todos os envolvidos com uma determinada questão. Por conta disso, uma gestão negociada e contratual dos recur-sos é fundamental para qualquer desenvolvimento sustentável.

Em amadurecimentoChegamos ao início do século XXI com um con-

ceito de desenvolvimento sustentável um pouco mais amadurecido, que saiu da esfera das discussões aca-dêmicas e políticas, de defensores e contestadores, e se popularizou por todos os continentes, passando a fazer parte da vida cotidiana das pessoas.

Hoje, o conceito de sustentabilidade está presente desde as pequenas atitudes diferenciadas de com-portamento, como a separação e a reciclagem do lixo doméstico, tomadas pelo cidadão comum, até as grandes estratégias e investidas comerciais de algu-mas empresas as quais se especializaram em atender um mercado consumidor em franco crescimento, que hoje cobra essa qualidade diferenciada tanto dos produtos que consome, quanto dos processos pro-dutivos que o envolvem. Uma forma de desenvolvi-mento que não está mais no plano abstrato, e que se mostra cada dia mais real e possível, principalmente no plano local.

Na próximaedição:

A Biodiversidade

Fontes: WWF Brasil, Centro de Estudos de Integração e Desenvolvi-mento (Cindes), Wikipédia, Planeta Sustentável, Unep.

Page 39: Anuário das industrias

Informações: (11) 3528-2000 – Grande São Paulo / 0800-55-1000 – outras localidades

* Dados 2009

WWW.SP.SENAI.BR WWW.SP.SENAI.BR/REDESSOCIAISWWW.SESISP.ORG.BR WWW.SESISP.ORG.BR/REDESSOCIAIS

O SENAI-SP e o SESI-SP oferecem educação pro�ssional e melhorias na qualidade de vida para os pro�ssionais da indústria e seus dependentes.Da criança ao adulto, do lazer à formação pro�ssional em novas tecnologias, a indústria paulista investe continuamente na sua principal força: as pessoas.Conheça os serviços oferecidos pelas unidades SESI-SP e SENAI-SP e agende uma visita.

SESI e SENAI de São Paulo há mais de 65 anos contribuem para o desenvolvimento e a competitividade da indústria.

SENAI-SP*• 159 UNIDADES ESCOLARES• CURSOS DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL, TÉCNICO, FORMAÇÃO CONTINUADA, TECNÓLOGO, PÓS-GRADUAÇÃO E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA• SERVIÇOS TÉCNICOS E TECNOLÓGICOS• ATUAÇÃO EM 28 ÁREAS TECNOLÓGICAS

SESI-SP*• 53 CENTROS DE ATIVIDADES• 215 UNIDADES ESCOLARES: ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E INTEGRAL• 19 TEATROS• 37 UNIDADES ODONTOLÓGICAS• 41 COZINHAS DIDÁTICAS

Page 40: Anuário das industrias

cases & cases

Com 1.886.197 de habilitações em julho (crescimento de 1,02% em re-lação a junho), o Brasil chega a 187.021.171 de acessos do Serviço Móvel Pessoal (SMP) e densidade de 96,83 acessos por 100 habitantes (crescimento

de 0,95% sobre o mês anterior). Quando se compara o número de novos assinantes, os sete primeiros meses de 2010 só perdem para o mesmo período de 2008. A operadora Vivo, mantém liderança, com 30,25% de participação no mercado, seguida pela Claro, com 25,42%. TIM (24,05%) e Oi (19,3%) estão em terceiro e quarto lugares, respectivamente.

Do total de acessos, 153.772.792 (82,22%) são pré-pagos. Os demais 33.248.379 (17,78%), pós-pagos. Outro destaque é a extinção dos celulares analógicos (AMPS) no Brasil. Assim, 100% do serviço

móvel é prestado por tecnologia digital.

teledensidadeEm julho, Santa Catarina passou a compor o grupo de Estados que pos-

suem mais de um acesso móvel por habitante, composto por Distrito Federal, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Espírito Santo.

brAsil, QuAsE Um cElUlAr por hABitAntE

O País chegou a 187.021.171 de acessos do SMP

em julho.

40

Page 41: Anuário das industrias

cases & cases

Utilizadas para aplicações de segurança em sistemas automati-zados, como em máquinas-ferramenta, as cortinas e grades de luz são dispositivos opto-eletrônicos de proteção (sistemas especiali-zados em ótica de precisão). A Siemens dispõe ao mercado estas soluções, que podem evitar muitos acidentes no chão de fábrica. As cortinas e grades de proteção evitam que as pessoas entrem em contato com áreas de risco das máquinas, pois oferecem a possibi-lidade de parada do equipamento, de acordo com a programação da unidade de avaliação da cortina ou grade de luz, caso algum elemento invada a zona de proteção.

A instalação do produto requer uma especificação correta, com avaliação do nível de risco do local e da máquina onde ficará instalado. Esse sistema de segurança pode ser utilizado em diversas aplicações, como prensas, máquinas de montagem de componentes e em indústrias têxteis, madeireiras e metalúrgicas.

SoluçõeS PArA EVitAr AcidEntEs nO chão dE fáBricA

São sistemas espe-cializados em ótica

de precisão.

Div

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ção

Siem

ens

41mercado empresarialmercado empresarial

Page 42: Anuário das industrias

pesquisa

o século passado, a manufatura industrial foi dominada por processos em larga escala, devoradores de energia, tais como a fusão de minérios e a usinagem de metais.

Atualmente, o cenário industrial apresenta um conjunto de técnicas modernas que funcionam em escalas muito menores, produzindo chips de computador, nanofibras de carbono e outros produtos sofisticados.

Essa evolução no sentido de uma manufatura mais avan-çada em tecnologia ocorreu ao custo de uma acentuada queda na eficiência — é o que mostra um novo estudo. Os processos mais hi-tech podem consumir até um milhão de vezes mais energia e matérias primas para uma dada quantidade de produ-tos finais do que os processos industriais tradicionais — uma tendência que pode fazer fracassarem os esforços para cons-truir uma economia industrial mais consciente no emprego da energia que use materiais e tecnologias de ponta.

Qualquer processo de manufatura usa energia para trans-formar as matérias primas em um produto desejado. Porém, algo das matérias primas geralmente irá para o lixo e a energia nem sempre é usada de maneira tão eficiente quanto podia ser. Para compreender melhor essas perdas, Timothy Gutowski, pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Cambridge (Massachusetts), nos Estados Unidos, e seus colegas desenvolveram um modelo, com base nas leis da

termo dinâmica, que rastreia tanto as transfor-mações energéticas, como as físicas ou químicas dos materiais, na medida em que passam pelas fases de um processo industrial.

Os cientistas pesquisaram 20 técnicas de manufatura. Os processos tradicionais incluí-ram a fusão e a fundição de metais, moagem e usinagem, e a moldagem por injeção de plásti-cos, juntamente com inovações mais recentes tais como o uso de lasers e jatos d’água para a modelagem de materiais. Completando a lista de técnicas, aparece a vasta gama de processos usados no setor de micro-eletrônica, tais como a deposição química por vapor e sputtering (pulverização catódica), bem como a produção de nanofibras de carbono.

Com exceção dos métodos que envolvem a fusão de metais, as demandas de energia para cada processo foram surpreendentemente similares, variando entre 5 a 50 kilowatts de eletricidade. Por outro lado, as quantidades de material processadas variava enormemente, indo de centenas de quilogramas por hora ou mais, para os processos mais antigos, até umas

N

mAnUfAtUrA indUStriAl:tEcnOlOGiAs AVAnçAdAs POdEM sEr MEnOs EficiEntEs nO usO dE EnErGiA

42

Page 43: Anuário das industrias

pesquisa

poucas miligramas por hora para as duas téc-nicas mais recentes. Uma tendência espantosa começou a aparecer: na medida em que os processos se tornavam mais sofisticados tecno-logicamente, tendiam a manipular quantidades cada vez menores de material em ritmos cada vez mais lentos, mas, como o consumo de energia por processo continuava a ser quase o mesmo, a quantidade de energia necessária para gerar uma dada quantidade de produto acabado crescia rapidamente.

Consequências significativasGutowski e seus colegas afirmam que um

processo ineficiente, funcionando sobre uma pe quena quantidade de material, pode não ser muito importante quando comparado a todo o consumo de energia pela indústria. Entretanto, eles observam que o mundo produz atualmente mais de 20.000 toneladas de silício com pureza para a indústria eletrônica por ano, consumindo cerca de 50 bilhões de quilowatts-hora de eletri-cidade nesse processo. A produção de fibras de carbono, cuja utilização é frequentemente pro-

posta para aplicações em larga escala, fica na mesma faixa em termos de energia usada por quilograma de produto. Ambas as indústrias envolvem processos que caem nas faixas inferior e média de eficiência descobertas pelos pesquisadores do MIT, de forma que a falta de atenção para o uso mais eficiente de energia pode ter consequências significativas.

As modernas técnicas industriais frequentemente requerem materiais e processos elaborados cujos custos energéticos e de matéria prima não são diretamente incorporados no produto. Por exemplo, gases altamente reagentes podem ser emprega-dos para a limpeza de equipamentos de produção de chips de silício, em preparação para etapas subsequentes, e esses gases podem ter que ser quimicamente tratados depois do uso por questões de segurança ou de controle de poluição.

Graus de perfeiçãoEsses elementos marginais, porém essenciais, de um pro-

cesso de manufatura hi-tech podem reduzir enormemente seu “grau de perfeição” — a razão entre o valor termodinâmico do produto e o valor termodinâmico de tudo o que é necessário para fazê-lo. Quanto mais “ideal” for um processo, mais essa razão se será de um para um. Na verdade, os processos podem variar significativamente em seus graus de perfeição. Por exem-plo, a equipe do MIT calculou que uma fornalha elétrica que derrete sucata e outros tipos de ferro para gerar um produto metálico refinado, pode ter um grau de perfeição de 0,79. Em comparação, um processo de deposição química de vapor, usado pela indústria de semicondutores para produzir finas camadas de dióxido de silício, pode ter um grau de perfeição menor um pouco do que 4 milionésimos (0,000004).

No projeto de processos que transformam materiais caros em pequenas quantidades de produtos hi-tech, os fabricantes se focalizaram em diversas questões tais como tamanho e qualidade, mas, como diz Gutowski, “não tiveram fortes incentivos para reduzir o consumo de energia”. Mas isso pode estar mudando. Fabricantes de painéis solares, por exemplo, estão bem conscientizados do processo gastador de energia que usam, e o incluem nas estimativas do prazo de auto-compensação — em termos tanto de energia, quanto de dinheiro — dos produtos que fabricam. Para ser realmente “verde”, em outras palavras, um painel solar deve produzir uma quantidade substancialmente maior de energia, durante sua vida útil, do que a consumida para produzi-lo.

nanometaisEste tipo de raciocínio ainda não tomou pé em outras áreas,

tais como a dos nanomateriais, acrescenta Gutowski, onde os custos energéticos da manufatura não são amplamente conheci-dos. Quanto mais as aplicações desses materiais ganhar atenção, especialmente no contexto da tecnologia “verde”, “terá que ocorrer uma negociação mais séria com relação aos custos energéticos. Apresentando um modelo analítico compreensivo que pode con-tabilizar tanto o material quanto a energia usados na manufatura industrial, o estudo do MIT disponibiliza uma linguagem na qual essa negociação pode ser conduzida. Fontes: David Lindley/National Science Foundation/ MIT-Massachusetts Institute of Technology ME

mAnUfAtUrA indUStriAl: Estudo quer mostrar que tecnologias avançadas

são menos eficientes no uso de energia e mate-rial por quilograma de

produto final.

43mercado empresarialmercado empresarial

Page 44: Anuário das industrias

tecnologia

Consolid, fabricante nacional de equipamentos e plantas automatizadas para os mais diversos segmentos, e especializada em tecnologia para

processamento de pós, pastas e granulados, avança no segmento alimentício, como fornecedora de equi-pamentos e soluções para as indústrias do setor. A empresa está lançando a sua mais nova planta de pro-dução automatizada, que contempla todo o processo de fabricação, desde o recebimento da matéria-prima até o envase do produto.

“Trata-se de uma solução inédita no mercado”, diz o diretor comercial da Consolid, Roberto Weiss de Albuquer-que Maranhão.

Equipada com misturador de pás de fluxo e contra fluxo e sistemas de transporte vertical a vácuo e de dosagem por meio de roscas para envase de potes, a planta é indicada para fabricação de achocolatados, pré-misturas para panificação, mistura para bolos, refrescos em pó, gelatinas, suplementos, entre outros diversos produtos.

Ao evitar o contato do produto com o ambiente externo e consequentemente com eventuais sujeiras, o transporte a vácuo foi especialmente desenvolvido para preservar a inte-gridade do produto, que está sendo fabricado. Além disso, explica Maranhão, é um sistema silencioso, de fácil limpeza e prático para adaptação em plantas já existentes.

Por sua vez, os misturadores horizontais de pás de fluxo e contra-fluxo garantem uma ação mecânica intensa, garan-tindo uma perfeita homogeneização da mistura com baixos tempos de processo.

Por ser constituída em módulos, trata-se de uma planta de fácil e rápida instalação, pontua o diretor comercial da Consolid.

A empresa foi responsável pelo desenvolvimento (criação e instalação) da nova planta de produção da indústria de doces Kopenhagen, localizada na cidade de Extrema (MG).

O diretor comercial da Consolid, Roberto Maranhão, destaca que para avançar em seu processo de expansão, a Kopenhagen precisava aumentar sua capaci-

dade de produção. “A empresa nos procurou interessada em adquirir novos misturadores para chocolate. Mostramos nosso conhecimento e experiência em plantas de chocolate, o que levou a Kopenhagen a adquirir a solução completa.” Segundo Weiss, a planta entregue a Kopenhagen conta com vários misturadores de matérias-primas para fabricação de diversos tipos de chocolates.

farmacêutica e cosmética A Consolid também está trazendo ao mercado novidades

para a indústria farmacêutica e cosmética. Os destaques são misturadores, transportadores a vácuo, dosadores, peneiras centrífugas, sistemas de exaustão e filtragem, entre outros equipamentos.

Trabalhando de maneira independente ou interligados em uma planta automatizada, estes equipamentos aceleram, melhoram e oferecem maior segurança ao processo de produção.

Roberto Maranhão dá exemplos. “No caso dos mistu-radores direcionados a este segmento, os equipamentos efetuam a combinação dos componentes em um mo-vimento de aceleração e desaceleração, girando sobre o próprio eixo, sem ação mecânica direta”, explica o executivo. Esta característica, segundo Maranhão, é um diferencial importante para indústria farmacêutica e cos-

A

44

Empresa lança a sua mais nova planta de

produção automatiza-da, solução inédita no

mercado

cOnsOlid APrEsEntA tEcnologiA inéditA PArA indúStriA dE

AlimEntoS

Page 45: Anuário das industrias

tecnologia

mética, que trabalha com fórmulas sensíveis e sofisticadas, que exigem elevada precisão e uniformidade de mistura.

Outro exemplo são os transportadores a vácuo, que diferentemente de outros sistemas de transporte utilizados, evitam o contato do processo de produção com corpos estranhos, preservando a integridade do produto.

Em um dos seus principais “cases” do segmento, a Johnson & Johnson, a Con-solid identificou a necessidade, elaborou o projeto, construiu os equipamentos e imple-mentou uma planta automatizada completa destinada à fabricação de talco infantil e linha automática para absorvente íntimo nas plantas de São José dos Campos (SP) e Argentina.

Há vinte anos, a Consolid fornece soluções a empresas como Johnson & Johnson, Natural Line Cosméticos, Natulab Laboratório, Neonu-tri Suplementos, Sanavita Alimentos Funcio-nais, Probiótica e Herbarim, Wacker Química, Dupont e Clariant ME

45mercado empresarialmercado empresarial

Page 46: Anuário das industrias

tecnologia

Um antigo gargalo no setor de ciência e tecnologia que, segundo cientistas e pesquisadores, impede a in-teração entre as universidades e as empresas privadas na produção de novas tecnologias para o país, terá

que ser resolvido pelo próximo presidente da República.Para Marco Antônio Raupp, presidente da Sociedade Brasileira

para o Progresso da Ciência (SBPC) - que congrega mais de dois mil pesquisadores, professores e estudantes - o próximo ocupante do Palácio do Planalto deve estimular a criação de institutos capazes de promover essa integração.

Segundo ele, as universidades federais e estaduais são as princi-pais produtoras de pesquisa no país. Porém, poucos experimentos conseguem sair dos laboratórios e chegar ao setor privado para agre-gar valor a matérias-primas ou inovar os produtos e processos.

Exemplo da EmbrapaRaupp cita, como exemplo bem-sucedido dessa interação, a

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo o presidente da entidade, a Embrapa consegue interagir com a acade-mia e os agricultores, tornando-se um dos pilares para o agronegócio brasileiro ganhar competitividade no cenário mundial.

“Pode ser uma empresa ou um sistema de instituto voltado a intermediar as demandas do setor privado com o que é produzido nas universidades,” disse o físico. De acordo com ele, um dos entra-

ves é a atual legislação, que precisa ser alterada para propiciar tal prática.

O presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis, defende mais incentivos fiscais para estimular a inovação dentro das fábricas. “É preciso facilitar a participação do pesquisador nos programas de desenvolvimento de pesquisas no setor privado”, afirmou o matemático.

Atualmente, as leis do Bem e da Inovação e ou-tras medidas legislativas concedem benefícios fiscais para quem investe em inovação e desenvolvimento tecnológico, como isenção no Imposto de Renda e na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

ritmos diferentesO vice-presidente da Associação Nacional de

Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inova-doras (Anpei), Guilherme Marco de Lima, defende os projetos de parcerias a longo prazo e reclama que os atuais mecanismos de financiamento para a inovação não acompanham o ritmo do processo da iniciativa privada. “As datas de muitos editais [com recursos para financiar desenvolvimento tecnológi-co], por exemplo, não coincidem com o período de formulação de projetos das empresas”, disse.

Outro desafio, segundo Lima, é que haja fomen-to para todas as fases de inovação de um produto, desde o estudo até chegar ao consumidor. A Anpei tem 166 associados, sendo empresas, entidades e pessoas físicas.

Atualmente, cerca de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todas as riquezas produ-zidas no Brasil - vão para a produção científica e tecnológica, segundo dados do Ministério da Ciência e Tecnologia. Em outros países, como Japão, esse percentual é superior a 2%. O Brasil responde por 2,7% da produção científica mundial, ocupando a 13ª posição no ranking internacional. (Agência Brasil)

ciEntiStAS ESpErAm QuE PróxiMO

PrEsidEntE rEsOlVA GArGAlO dA inovAção

tEcnológicA

Pesquisa sem inovação

46

Page 47: Anuário das industrias

o iniciar suas atividade, em 1991, a Parnox contava somente com dois funcionários, mas já possuía o know how necessário para se desenvolver. Tendo

se especializado em fixadores de Aço Inoxidável e Ligas Especiais, a empresa vem se superando anualmente com o crescimento da procura por fixadores de longa duração com qualidade e resistência.

Esse crescimento tem sua base em vários investi-mentos em qualidade, tecnologia e mão-de-obra quali-ficada. Com um grande espírito empreendedor e visão futurista, o empresário Carlos Roberto da Silva, 47 anos, não mede esforços para atender o mercado nacional e internacional.

Hoje com sede própria, a Parnox investe intensa-mente no setor Petroquímico, Óleo, Gás, Indústria Naval, Ortopédico Hospitalar, Indústria de Bombas e Válvulas, fazendo diversas parcerias com fornecedo-res em todo o território nacional e com a americana Hosken Import & Export Company, otimizando máquinas de última geração e processos, montando um laborató-rio interno de alta tecnologia para atender a demanda de mercado – produzindo atualmente 76 toneladas/mês e com perspectiva de dobrar sua produção em 5 anos. A empresa relata um crescimento anual de sua

produção na margem de 10 a 12% e, economicamente, um crescimento anual de 5%.

A companhia que conta com Certificação ISO 9001, tem se destacado na execução de qualquer tipo de serviço em ligas especiais como a Inconell, Alloy 20, Duplex, Super Duplex, B8 e B8m classe I e II, ASTM B7 e B16, entre outros.

A Parnox preza pelo bom atendimento, peças com alto padrão de qualidade e satisfação das necessidades do mercado, considerando esses fatores como os principais pontos para o crescimento com honestidade e respeito aos seus clientes ME

ApArnox

sinônimo de alta tecnologia, qualidade e resistência em fixadores de aço inox e ligas especiais

Fachada Parnox

destaque 47mercado empresarialmercado empresarial

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meio ambiente

ara-choque de tampa de garrafa, tanque à base de cana-de-açúcar, teto revestido de garrafa PET, dispositivos que reduzem o consumo de combustíveis e veículos sem

emissão de gás carbônico. Na maioria das vezes empresas e consumidores ainda pagam mais caro para salvar o planeta. Na busca por soluções verdes, porém, a indústria automotiva acabou descobrindo que ser ambientalmente correto, em alguns casos, pode sair até mais barato do que usar materiais e tecnologias que poluem o planeta.

Exemplos não faltam. Ao substituir o uso de polímeros derivados do petróleo por fibra de curauá na confecção de

tampas de porta-malas, a PSA Peugeot Citroën reduziu em 20% o custo de produção do item. As pick-ups da montadora já aproveitam o vegetal, assim como faz a Volkswagem no mo-delo Fox. A Fiat também vai lançar o Uno Ecology, ainda sem previsão, com fibras vegetais da planta e também do coco. Cultivado no Pará, o curauá tem folhas resistentes como as do abacaxi

e é usada também na indústria têxtil.A tampinha de plástico do refrigerante se transforma em

para-choques no modelo C4 da montadora francesa. E a gar-

rafa PET é usada na confecção do revestimento de teto do C3. O uso de material descartável substitui a compra de materiais originários de resinas plásticas, derivadas de petróleo, com economia de 10% para a fabricante de auto-móveis.

“Quando começamos a usar materiais reci-cláveis na fabricação de itens dos automóveis, nosso objetivo era reduzir o impacto ambiental na produção de veículos. Mas descobrimos nesta caminhada que alguns itens têm custo

mAtEriAiS vErdES diMinuEM custO dAs

MOntAdOrAs

P

Divulgação

Carro elétrico da Fiat em parceria com Itaipu Bina-cional custa o triplo do similar movido a gasolina

Indústria automotiva descobre que ser am-bientalmente correto, em alguns casos, pode

sair mais barato

50

Page 51: Anuário das industrias

meio ambiente

menor”, afirma o diretor mundial da área de Materiais Verdes da PSA, Louis David.

Cerca de 8% dos para-choques dos veículos da General Motors (GM) produzidos nas fábricas de São Caetano do Sul e São José dos Campos (SP), possuem plásticos reciclados em sua composição. Dos pneus, a montadora extrai granulado de bor-racha, aço e massa de borracha, que servem como insumo para diversos produtos.

A indústria automotiva também procura trocar resinas plásticas por óleos vegetais na fabricação das espumas que constituem os ban-cos dos automóveis. Mas o processo sai mais caro do que a tradicional cadeia petroquímica, assim como a produção de tanques de gasoli-na a partir do chamado plástico verde, feito a partir de etanol. Segundo produtores, o preço do plástico verde é 30% maior que o insumo oriundo da nafta petroquímica.

Economia só no longo prazoDavid, da PSA Peugeot Citroën, afirma

que o aumento de custos com alguns materiais verdes são compensados pela redução de pre-ços de outros mais baratos. O custo final dos automóveis, segundo o executivo, acaba sendo o mesmo. O processo de substituição de materiais clássicos por matérias-primas ambientalmente corretas ainda não faz diferença para o consu-midor final, segundo ele.

O que faz diferença – para melhor ou pior – na hora de comprar um carro são as tecnologias usadas para reduzir ou anular as emissões de gás carbônico. Carros elétricos custam até três vezes mais caro do que veículos movidos a motores a combustão no Brasil. São “salgados” na hora de comprar - mas podem ser econômicos na hora de pagar a conta do abastecimento.

O modelo Palio Weekend Elétrico, fabricado pela Fiat em parceria com a geradora de energia Itaipu Binacional custa entre R$ 150 mil e R$ 168 mil, cerca do triplo do similar movido a combustíveis fósseis.

O consumo de energia de um carro elétrico, dependendo do modelo, no entanto, pode custar de quatro a cinco vezes menos que o gasto de um carro convencional. Segundo Antonio Otelo de Cardoso, diretor técnico da geradora, um carro elétrico consome em média 10 Kw/hora para rodar 80 quilômetros – o consumo equivale a aproximadamente quatro banhos, segundo o especialista.

Considerando a tarifa de energia no Brasil de R$ 0,44 por cada Quilowatt-hora (kWh) consumido, paga-se R$ 4,4 para rodar 80 quilômetros com eletricidade do sistema interligado nacional. Muito menos que cerca de R$ 17 por um veículo médio movido a gasolina.

“A indústria que vende automóveis individuais tem que produzir soluções para não ser apontada como a grande culpada pela emissão de gás carbônico”, avalia o professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Francisco Nigro.

Outro exemplo de automóvel eficiente é o Smart, da Mer-cedes Benz. O motor a combustão desliga automaticamente em congestionamento, reduzindo o consumo de combustível em cerca de 20%. Mas o preço (a partir de R$ 48 mil) é bem mais elevado que o de outros carros compactos. (Fonte: IG)

Tampinha de garrafa reciclada é usada na fabricação do C4, da Peugeot

Divulgação

51mercado empresarialmercado empresarial

Page 52: Anuário das industrias

meio ambiente

Em artigo publicado em agosto último na revista Science, um grupo de cientistas britânicos propõe um plano de 20 anos para uma “renascença global da energia nuclear”, com reatores dotados de partes substituíveis, re-atores portáteis e reatores a bordo de navios que, segundo os autores, poderiam suprir as necessidades energéticas de vários países com energia limpa.

Os pesquisadores, do Imperial College London e da Universidade Cambridge, sugerem um plano em duas etapas. Na primeira, países que já contam com

capacidade nuclear instalada poderiam renovar ou prorrogar suas geradoras. No se-gundo estágio, haveria uma expansão global da base energética nuclear até 2030.

Segundo os autores, a proposta poderia preencher a lacuna deixada pela desa-tivação de antigas usinas nucleares, a gás e carvão, além de reduzir a dependência global de combustíveis fósseis.

Os pesquisadores sugerem que o desenvolvimento atual da tecnologia permitirá que novos tipos de reatores, muito Amis eficientes, poderão ser ativados por volta de 2030. Eles dizem que novos reatores poderiam ser até 15 vezes mais eficientes que o modelo mais usado na atualidade, os chamados reatores de” água leve”.

Outra ideia seria a criação de pequenos reatores modulares que nunca preci-sariam ser reabastecidos. Eles seriam fornecidos a países como “caixas pretas” lacradas, gerando energia por 40 anos antes de serem devolvidos ao fabricante e substituídos por novas unidades.

Como, nesse caso, os trabalhadores da usina geradora jamais teriam contato com material radioativo, as condições de trabalho seriam mais seguras. Além disso, o uso de tecnologias retornáveis reduziria o risco da proliferação de tecnologia nuclear para fins bélicos. (Estadão)

Brasil e Estados Unidos assinaram em 11/8 último um acordo que reduz o paga-mento de uma dívida brasileira em cerca de 21 milhões de dólares em troca de mais proteção dos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. Com o acerto, o Brasil se com-promete a destinar recursos para projetos de conservação ambiental.

“Essa iniciativa representa um salto quali-tativo. É mais um instrumento que fortalece a cooperação bilateral, amplia a participação de atores e a oferta de recursos”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, segundo o site da pasta.

O acordo entre os dois países foi possível graças ao Tropical Forest Conservation Act (TFCA), promulgado pelos Estados Unidos em 1998 e que pretende encorajar a preser-vação das florestas tropicais no mundo. Foi o 16º acordo deste tipo concluído pelos norte-americanos e o primeiro com o Brasil.

“A dívida que será convertida em proteção ao meio ambiente foi contraída pelo Brasil por volta dos anos 1960. De acordo com Izabella Teixeira, o país vinha cumprindo o cronogra-ma de pagamento, e já teria pagado mais de 100 milhões de dólares”, informou o Ministério do Meio Ambiente. (Reuters/Brasil Online)

Plano propõe a criação de reatores

portáteis ‘caixa preta’, que seriam devolvidos ao fa-

bricante ao final da vida útil

AcOrdO EntrE brAsil E EuA cOnVErtE díVidA EM PrOtEçãO AMbiEntAl

ciEntiStAS APrEsEntAM PlAnO

dE 20 AnOs PArA rEnAsciMEntO dA EnErgiA nUclEAr

52

Page 53: Anuário das industrias

meio ambiente

“Não existe sociedade sem sistema ecológico, mas existe meio ambiente sem sociedade e economia”. Esta foi a afirmação do professor da Univer-sidade Federal de Pernambuco (UFPE), Clóvis Cavalcanti, ao falar sobre o tema Economia verde: como usar a natureza respeitando seus ritmos, na Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Natal (RN).

O pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, que é membro fundador da Sociedade Internacional de Economia Ecológica, defende a ideia da economia verde, destacando que a economia não pode crescer sem respeitar os limites da natureza. “O crescimento exponencial termina sempre em desastre”, frisou.

Segundo ele, valores em dinheiro podem sim crescer geometricamente, mas geram possíveis “bolhas”, transformando-se em grandes crises, tal como a vivenciada recentemente nos Estados Unidos. “Há, constantemente, confusão entre crescimento e desenvolvimento, no sentido de evolução, transformação e promoção da vida”, disse.

Cavalcanti ressaltou que preocupações quanto aos sistemas de apoio à vida não são parte inerente do modelo de crescimento, pelo contrário são tratadas como entraves, barreiras ao desenvolvimento.

Economia VerdeO pesquisador apontou a economia verde, tal como a valoriza-

ção de serviços ambientais, no caso da Amazônia, como uma das alternativas para a utilização da natureza, respeitando os limites ambientais. Isso ajuda a emperrar o hiperconsumismo desenfreado, gerado pela facilidade de crédito no mercado brasileiro.

“Na verdade, se o desenvolvimento não for sustentável, o que significa ser insustentável, não será desenvolvimento”, pontuou. “Tal é o sentido de uma economia verde: usar a natureza, com o

foco nos limites dela. Qual o problema para que isso não aconteça?”, finalizou, deixando a pergunta no ar.

Usar a natureza, com o foco nos

limites dela

sbPc - EcOnOMiA VErdE é AltErnAtiVA AO hiPErcOnsuMisMO, diz PrOfEssOr

53mercado empresarialmercado empresarial

Page 54: Anuário das industrias

sustentabilidade

cErtificAção AqUA

Processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental), desen-volvido e adaptado à realidade brasileira pela Fundação Vanzolini, maior certificadora nacional, vem ganhando

cada vez mais a adesão de construtoras e incorporadoras no país. Criada em 2008, já conta com 25 processos iniciados, 20 certificados emitidos (fases de concepção, programa e opera-ção) e 13 empreendimentos certificados, totalizando cerca de 150.000 m2. Além disso, o nível de satisfação dos clientes do AQUA é alto.

cidade Jardim corporate centerSegundo Luciano Amaral, diretor de incorporação da

JHSF, o certificado AQUA é um grande atrativo para a valo-rização do empreendimento. “No Cidade Jardim Corporate Center, o processo na fase de concepção vem sendo muito bem conduzido pela Fundação Vanzolini, instituição alta-mente capacitada em certificações ambientais. As auditorias foram muito criteriosas e o emprendimento já foi certificado nas fases Programa e Projeto do processo AQUA”, explica Amaral.

Segundo ele, o Cidade Jardim Corporate Center, com três torres, foi concebido dentro dos mais modernos critérios de sus-tentabilidade. “Desde o início, durante a elaboração do projeto, a JHSF investiu em baixo impacto socioambiental e consumos operacionais reduzidos (água, energia e resíduos). A certificação AQUA atesta ainda que o empreendimento oferece qualidade de vida aos usuários e contribui para o desenvolvimento sócio-econômico e ambiental da região”, assegura.

“A sustentabilidade como um dos pilares de crescimento e inovação faz parte do nosso planejamento estratégico. Temos certeza de que, cada vez mais, o desenvolvimento de empreen-dimentos sustentáveis será objeto de desejo dos investidores”, destaca Amaral.

O

GErA VAlOrizAçãO PArA EMPrEEndiMEntOs

54

Page 55: Anuário das industrias

sustentabilidade

casa naturaInaugurada em 10/8 último, a Casa Natura San-

to André também já recebeu a certificação AQUA (Alta Qualidade Ambiental) da Fundação Vanzolini. O espaço apresenta alto desempenho em gestão energética, gestão da água, gestão de resíduos na construção e operação, conforto (térmico, olfativo, sonoro, visual) e inserção urbana e relação com o entorno. Sétima unidade no país, a nova Casa Natura é destinada à realização de encontros, cursos, lan-çamentos e treinamentos para consultoras, além de fortalecer o relacionamento dos consumidores com a marca, permitindo a experimentação dos produtos. Os escritórios Epigram//GROUP e Forte, Gimenes & Marcondes Ferraz (FGMF), de São Paulo, res-ponsáveis pelo projeto arquitetônico, propuseram a construção com sistema pré-fabricado, a fim de gerar mais eficiência, sustentabilidade, controle de custos e manutenção, de processos e rapidez na montagem.

Com 250m², a casa tem dois auditórios flexíveis, que podem se fundir num grande espaço, além de jardim e ambientes de exposição de produtos para experimentação. A FGMF buscou soluções de construção seca e pré-fabricada para assegurar rapidez ao processo de montagem, reduzir a gera-ção de resíduos na construção e garantir um alto desempenho quanto à eficiência energética e gestão de recursos.

Mais empreendimentos AQuA Entre os outros diversos empreendimentos em

processo de certificação AQUA, na cidade de São Paulo, estão o Centro de Eventos Nortel e uma es-cola estadual, da Fundação para o Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (FDE). Na Bahia, há dois empreendimentos residenciais da construtora Ecomundo. No Rio de Janeiro, em Niterói, a unidade da loja Leroy Merlin já obteve a certificação de todas as fases. Em Pindamonhanga-ba (SP), conjuntos habitacionais financiados pelo Minha Casa Minha Vida, da Construtora Casoi, receberão a certificação AQUA, além da Escola de Sustentabilidade Campus Natura, em Nazaré Paulista (SP).

Critérios exigentes - A certificada AQUA se baseia em 14 critérios de sustentabilidade divididos em quatro fases: eco-construção, eco-gestão, con-forto e saúde. Isso abrange a concepção, projeto, construção e fase de uso dos empreendimentos, sejam eles residenciais, comerciais, complexos es-portivos e arenas, ou destinados à habitação popular. Com isso, geram baixo impacto no meio ambiente durante a fase de construção, consomem menos

Casa Natura Santo André também já

recebeu a certificação AQUA (Alta Qualidade

Ambiental) da Fundação Vanzolini.

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Page 56: Anuário das industrias

sustentabilidade

recursos naturais e geram menos resíduos, explica Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech Engenharia, consultoria líder do Referencial Técnico AQUA e que detém 55% dos empreendimentos.

Diferenciais - Além disso, a certificação AQUA é bem dife-rente das certificações verdes existentes no mercado brasileiro da construção civil. Sua aplicação é mais exigente devido às auditorias presenciais em todas as fases. Ao mesmo tempo, é mais flexível quanto às soluções de projeto que podem ser adotadas, de acordo com a realidade brasileira, considerando região, clima, vegetação, comunidade local, entre outros critérios. Outro detalhe importante no processo AQUA, é que durante a fase de projeto são considera-das soluções passivas e ativas para a redução de impactos ambientais e custos operacionais da construção.

Soluções ativas e passivas - Entre as soluções passivas, que podem ser empregadas sem custo adicional, estão a orientação das fachadas de modo a obter iluminação natural; cobertura destacada do forro, para melhora da ventilação natural; e sombreamento das faces ensolaradas com utilização de vegetação para reduzir o calor no interior do imóvel. Se forem adotadas já na fase do projeto arquitetônico, a habitação sustentável pode ter um custo similar à convencional.

Já as soluções ativas podem incluir adoção de vasos sanitários com descarga de seis litros, torneiras e chuveiros economizadores, sistemas de aproveitamento de água da chuva e reuso de água, lâmpadas de alta eficiência energética, uso de energia solar para aquecimento da água, etc. “Estes itens podem requerer um in-vestimento maior. Porém, é bom lembrar que quanto mais alto o desempenho ambiental, menores serão os custos operacionais da edificação”, explica o professor Manuel Carlos Reis Martins, coor-denador executivo do Processo AQUA na Fundação Vanzolini.

Menor custo operacional - Martins ressalta que, hoje em dia,

é necessário repensar o conceito de custo da obra, levando em conta também a fase de operação, cujo custo, ao longo

dos anos, é muito maior do que o valor gasto na construção. Num horizonte de 30 anos, do custo total de construção e operação de um edifício, cerca de 20% correspondem à construção e 80% à operação. “Ou seja, se um edifício for sustentável e, conseqüentemente, tiver custos operacionais mais baixos, os investimentos adicionais reali-zados na fase de construção terão um rápido retorno”, destaca Martins.

“No Brasil, ainda não existem números relacio-nados a construções sustentáveis. Mas, na Europa, o período de retorno do investimento em uma obra sustentável gira em torno de dois a seis anos, aproximadamente. Além disso, uma construção sustentável - que pode ser uma casa, um edifício residencial, um hospital, uma escola, uma loja - certamente terá um valor patrimonial mais alto ao longo do tempo do que uma convencional, justa-mente pela durabilidade e facilidade de manutenção e pelo baixo custo operacional”, analisa Martins.

A Certificação AQUA, é abrangente e inclui parâmetros técnicos, regulamentações e normaliza-ção técnica nacional. Sua metodologia, baseada no HQE Francês, é reconhecida internacionalmente por diversas entidades certificadoras no mundo (França, Alemanha, Inglaterra, Finlândia , Itália e Estados Unidos), que fazem parte da SB Alliance, da qual a Fundação Vanzolini é membro fundador e ocupa a vice-presidência ME

O Cidade Jardim Corporate Center, em São Paulo, é o

primeiro complexo comercial com a certificação AQUA no Brasil.

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Page 57: Anuário das industrias

qualidade

s impactos ambientais gerados pelo de-senvolvimento industrial e econômico começaram a ser considerados de forma mais efetiva a partir dos resultados da

conferência mundial sobre o meio ambiente, a ECO-RIO-92, e da criação, em 1993, pela ISO (International Organization for Standardization) do Comitê Técnico TC 207 para desenvolver a série de normas ISO 14.000, que têm como foco a proteção do meio ambiente. Logo após o lança-mento da norma, em 1996, a Fundação Vanzolini tornou-se a primeira certificadora brasileira dos Sistemas de Gestão Ambiental ISO 14001. Desde então, já certificou 240 unidades produtivas de 132 organizações no país. A taxa anual de crescimento das certificações ambientais registrada por nós tem girado em torno de 22% ao ano. Nos primeiros quatro meses de 2010, a entidade emitiu cerca de 80 certificações ISO 14000.

Porém, o processo de certificação ambiental no Brasil avança gradual e lentamente. Poderia ser mais veloz, mas a importância, eficiência e eficácia da ges-tão ambiental ainda precisa ser melhor compreendida pelos empreendedores. O setor industrial é o que mais procura a certificação, talvez pelo fato de estar sujeito a requisitos legais mais restritivos em termos ambientais. Já o setor de serviços ainda tem um ca-minho mais longo a percorrer nesse aspecto.

Os setores econômicos que vêm sendo certifi-cados pertencem à indústria, comércio, agricultura, saúde, serviços diversos, construção civil, educação, transportes, controle ambiental, energia e labora-tórios, entre outros. Entre os segmentos que mais requisitam a certificação ambiental estão a indústria de metais básicos e produtos metálicos, química, produtos químicos e fibras, além de empresas de transporte, armazenagem e comunicação.

As maiores dificuldades enfrentadas pelas empresas ocorrem quando são necessárias adequações para atendimento à legislação vigente ou no controle de algum aspecto ambiental significativo. Isso pode demandar tempo e investimentos com retorno apenas no médio prazo. Porém, com o desenvolvimento técnico das equipes de gestão ambiental a compreensão do impacto dos poluentes gerados e do consumo de recursos naturais para as atividades empresariais vem se aprofundando.

Na verdade, a ISO 14000 é uma norma aberta, focada em controle e resultados, e pode ser adotada por qualquer tipo de em-presa. Uma compreensão maior dos gestores, técnicos, consultores e auditores a respeito das conseqüências dos impactos ambientais permitiram à Fundação Vanzolini, ao longo do tempo, o desen-volvimento de uma forma de avaliar mais rigorosa e mais focada. Isso foi resultado do intercâmbio de experiências, consolidado nos programas de reciclagem dos nossos auditores.

Além disso, as mudanças no clima, os acidentes ambientais e os desastres naturais vêm alertando a todos sobre a necessidade de muito controle e vigilância em relação ao ambiente. Com isso, o conceito da sustentabilidade se afirma cada vez mais no mundo e, como não poderia deixar de ser, no Brasil. Desse modo, a inserção na gestão da organização de critérios da qualidade, meio ambiente, segurança e saúde ocupacional, responsabilidade social, levam a uma gestão mais integrada, com sinergia na obtenção dos resultados. Hoje, existe a vantagem de realizar audito-rias combinadas, para avaliação de conformidade de sistemas de gestão integrados, como o da qualidade, de responsabilidade social e do meio ambiente, o que vem sendo praticado pela Fundação Vanzolini já há bastante tempo, em benefício dos seus clientes.

A certificação ISO 14001 concedida pela Funda-ção Vanzolini demonstra, por avaliação independente e presencial, que a organização pratica de fato a gestão ambiental, atendendo os critérios da norma e aos seus próprios objetivos e política ambiental. Dessa maneira, as organizações que adotam a certificação ambiental são grandes promotoras e amplificadoras do processo, incentivando a gestao ambiental em toda a sua cadeia produtiva, desenvolvendo a educação ambiental dos seus colaboradores e divulgando seus resultados para a sociedade. Pensar no futuro sem abandonar o pre-sente, é o que as empresas precisam considerar para melhorar seu desempenho ambiental ME

*Manuel Carlos Reis Martins

Manuel Carlos Reis Martins é coordenador técnico de certificação ambiental ISO 14000

da Fundação Vanzolini (formada por Professo-

res do Departamento de Engenharia de Pro-

dução da POLI/USP). www.vanzolini.org.br

O

iSo 14.000:A nOrMA dA EMPrEsA QuE PEnsA nO futurO sEM AbAndOnAr O PrEsEntE

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Page 58: Anuário das industrias

dicas de leitura

AspEctos tribológicos dA UsinAgEM dos MAtEriAis

O profissional de usinagem convive com novidades que surgem cada vez com maior frequência, resulta-do do dinamismo do setor que coloca no mercado ferramentas, materiais, máquinas e até mesmo novos processos. Esta obra objetiva fornecer conhecimentos

para o aperfeiçoamento de processos, estoques, logística e outros, visando maior competitividade frente a esse novo cenário. Os autores abordam os fundamentos da usinagem com enfoque em tribologia — ciência que estuda a interação entre superfícies, atrito, desgaste e lubrificação.

Autores: sandro cardoso santos, Wisley Falco sales

Editora: Artliber / 2007

número de páginas: 248

UsinAgEM EM AltíssiMAs VElocidAdEscomo os conceitos Hsm/hsc podem revo-lucionar a indústria Metal

Trata-se de uma coletânea de artigos sobre os prin-cipais aspectos da HSM/HSC, mesclando textos de acadêmicos, profissionais que convivem com a usina-gem no cotidiano e jornalistas. O resultado é uma obra

abrangente, compatível com a realidade brasileira, e útil para as empresas que ainda não se decidiram pela aplicação da tecnologia. Para as que já a aplicam, aborda aspectos que vão ajudar a otimizar seus resultados. É indicada para estudantes, profissionais e engenheiros que desenvolvem atividades relacionadas à usinagem e também para gerentes e administra-dores de empresas que tomam parte nas decisões sobre os investimentos em máquinas e equipamentos.

Autores: vários articulistas

Editora: Érica / 2003

número de páginas: 214

Aços E ligAs EspEciAis 3ª. Edição

Os aços especiais de alta liga e as ligas especiais situam-se no topo da pi-râmide da siderurgia mun-

dial. Embora seu volume produzido seja pequeno comparativamente aos aços comuns, seu valor é muito maior, devido ao seu alto teor de elemen-tos de liga, tipicamente acima de 7%. Já as ligas especiais são constituídas na sua maioria por ligas a base de níquel e possuem características especiais. Ao mesmo tempo, esses aços e ligas exigem, desde a fase de projeto, um profundo conhecimento da metalurgia envolvida. Ainda, o emprego de técnicas e processos avançados de fabricação os diferenciam dos aços comuns, pois suas características e propriedades finais são fortemente condicionadas pelo processo de fabricação. Assim, o conhecimento da metalurgia dos aços especiais é essencial para novos engenheiros e técnicos que de alguma forma se envolvam com estes aços e ligas, bem como aos estudantes das disciplinas de materiais e metalurgia. Foi com esse pensamento que os autores produziram esta obra, totalmente revista e atualizada na sua 3ª. edição.

Autores: André luiz V. da costa e silva,

paulo roberto Mei

Editora: Edgard blucher 3ª. edição - 2010

número de páginas: 664

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Page 59: Anuário das industrias

tEoriA dA UsinA-gEM dos MAtEriAis

Este livro contém todos os princípios básicos sobre os processos de usinagem, apresentando os modelos e conceitos imprescindíveis ao

engenheiro envolvido com a matéria. A nomen-clatura e a simbologia específicas da usinagem dos materiais são as mais atualizadas e a aplicação destas é claramente exemplificada. A obra mostra, de ma-neira clara e didática, a formação de cavacos, com modelos teóricos consagrados, os quais permitem não só o entendimento mas também a aplicação nos cálculos de força e potência de usinagem. Es-ses conceitos se aplicam a qualquer outro processo de usinagem, independentemente dos materiais usinados, mesmo em compósitos hoje largamente utilizados na indústria aeroespacial. Os modelos permitem a previsão de resultados, bem como a seleção de máquinas e equipamentos.O livro aborda também os mais recentes avanços em materiais para ferramentas de corte, suas aplicações e vantagens, proporcionando uma visão bastante atualizada das melhores práticas em usinagem de materiais. Além desses tópicos, o texto apresenta modelos para avaliação econômica das operações de usinagem, mostrando como as condições de corte, avanço, velocidade e profundidade de corte podem tornar os processos mais produtivos. Por último, os processos abrasivos são descritos e analisados com base nas mais recentes descobertas científicas nesta importante área de acabamento da usinagem

Autores: Álisson rocha Machado, reginaldo teixeira coelho,

Alexandre Mendes Abrão, Márcio bacci da silva

Editora: Edgard blucher / 2009

número de páginas: 384

FUndAMEntos dA UsinAgEM dos MEtAis

São tratados os conceitos fundamentais, as principais teorias e dados experimentais que possibilitam o co-nhecimento e a utilização racional dos processos de usinagem, bem como suas implicações econômicas. Enfatiza a parte dos ensaios e seus aparelhamentos.

Autor: dino Ferraresi

Editora: Edgard blucher - 11ª. edição

número de páginas: 751

MAnUtEnção oriEntAdA pArA rE-sUltAdos

O crescente aumento da competitividade nas indústrias exige o contínuo aprimoramento das práticas de ges-tão da manutenção nos seus equipamentos. Com sua especialização técnica, criatividade e raciocínio lógico, os profissionais de manutenção são os personagens

principais no desenvolvimento da eficiência produtiva das fábricas. Foi com esse pensamento que os engenheiros Júlio Nascif e Luiz Carlos Dorigo escreveram Manutenção Orientada para Resultados. Lançando mão de sua vasta experiên-cia, com mais de 21 anos de trabalho dentro de uma companhia de renome como a Petrobras, os autores expõem diversas normas, padrões, requisitos e indicadores-chave de performance inovadoras em várias vertentes da área de manutenção. Seu objetivo principal é estimular a formação de profissionais criativos, competentes e decisivos na aplicação dos processos industriais.Outro ponto importante destacado pelos autores é a exploração de diferentes arquétipos da metodologia de gerenciamento. Conceitos voltados, sobretudo, para o foco de metas e resultados de uma organização de manutenção, bem como o alcance de padrões de excelência.

Autores: Júlio nascif e luiz carlos dorigo

Ano de lançamento: 2010

número de páginas: 296

dicas de leitura 59mercado empresarialmercado empresarial

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vitrine

Essa nova gama da Sandvik Coro-mant de porta-fer-ramentas integrados foram desenhados para compatibilida-de com ferramentas CoroMill 316 com cabeça intercambiá-

vel (EH – Exchangeable Head). Os suportes alcançam um desempenho seguro com relação à transmissão de torque, batimento radial e precisão, melhor do que o obtido com uma haste cilíndrica fixada em um mandril de precisão, com balanço da ferramenta comparável.

Para melhores resultados de usinagem, o balanço total deve ser sempre mantido a um mínimo absoluto. Os su-portes integrados com acoplamento EH proporcionam um comprimento total de programação comparado a porta-ferramentas com haste cilíndrica com acoplamento EH – oferecendo, assim, melhor estabilidade, quando todas as outras variáveis de usinagem forem as mesmas.

Com as possibilidades das ferramentas modulares, os suportes podem ser usados em muitas combinações de ferramentas para se adaptarem à aplicação e à máquina-fer-ramenta, a partir de um estoque pequeno de itens standard. Para maior flexibilidade das ferramentas, esses suportes reduzem os tempos de set up, requerem ajuste mínimo do comprimento da ferramenta para cada uma das aplicações, sempre com garantia de desempenho estável.

O novo centro de usinagem da Villares Metals conta com ins-talações especiais e equipamentos de alta tecnologia que permi-tem a realização das fases mais sofisticadas do acabamento de for-jados, desde pequenas até grandes dimensões como as exigidas pela indústria de óleo e gás, sejam elas peças near net shape ou produtos acabados em peças no tamanho necessário para cada tipo de aplicação.

Entre os equipamentos que compõem o centro estão tornos CNC com capacidade para usinagem de peças de até 50 toneladas, uma mandrilhadora floor type CNC de grande porte, equipamentos de inspeção de última geração e softwares de programação CAD-CAM para usinagem de peças complexas.

Vale ressaltar que a Villares Metals praticamente dobrou sua capacidade de atendimento ao setor ao investir em uma prensa de 5.000 toneladas, uma das maiores em sua categoria, que permite produzir lingotes com até 45 toneladas.

nOVA GAMA dE POrtA-fErrAMEntAs sAndVik cOM MAiOr flExibilidAdE

Os suportes alcançam um desempenho seguro com relação à transmis-são de torque, batimen-

to radial e precisão

Sua alta tecnologia permite a reali-zação das fases mais sofisticadas

do acabamento de forjados

VillArEs MEtAls lAnçA cEntrO dE usinAGEM

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Page 61: Anuário das industrias

vitrine

Apresentando o inédito conceito construtivo Monobloco, rígido, compacto por fora e amplo na área de trabalho, o novo TND 200 pretende ser a solução exata para a fabricação de peças a partir de barras, matéria-prima cortada, fundida ou forjada. Seu barramento inclinado em 60º proporciona ao operador um confortável acesso às ferramentas e à área de trabalho.

As características do novo produto são: bar-ramento inclinado a 60°; carro cruzado e contra ponta deslizam sobre guias lineares de rolos de alta precisão; revólver Sauter, servo acionado, com tambor porta-ferramenta de doze posições; contra ponta hidráulica programável, possibilitando, num mesmo programa, usinagens internas e externas com ferramentas standard livres de colisão; siste-ma de pre-set de ferramentas de corte através de dispositivo ótico com cálculo automático das ferramentas, sendo intercambiável entre outras máquinas do mesmo modelo (este sistema garante alta precisão na medição e fica livre de agressões por vibrações, por cavacos, por fluidos de corte e de contatos com os gumes de corte); sistema de refrigeração do fluido de corte de 6 bar de pressão e, opcionalmente, 20 bar; fusos de esferas recirculantes e guias lineares de rolos de alta precisão dotados de cartuchos de lubrificação integrados, que evitam a contamina-

Inédito conceito constru-tivo monobloco, rígido,

compacto por fora e am-plo na área de trabalho

ção do fluido refrigerante com o óleo lubrificante; transportador de cavacos

removível e integrado ao tanque do fluido refrigerante; conjunto porta pinças de troca rápida; dispositivo de separação de peças com gaveta basculante que permite a retirada das peças sem parada da máquina; interfaces para aplicação de alimentadores hidráulico ou magazines de barras; máquina compacta pelas dimensões externas, oferecendo grande economia de espaço, porém com generoso campo de trabalho; projeto voltado ao conforto operacional e à proteção do meio ambiente.

cnc–tnd 200 dA ErGOMAt, nOVO cOncEitO EM tOrnO uniVErsAl

61mercado empresarialmercado empresarial

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vitrine

A Cemar Legrand, maior fabricante de centros e quadros de distribuição e quadros de comando, está ampliando sua oferta com produtos da marca Legrand para proteção e distribuição de energia, destinados aos setores terciário e industrial. Para a área de proteção de energia, o lançamento é o disjuntor caixa aberta, DMX³, um dos principais itens de instalação elétrica. Com alta performance e garantia de qualidade Legrand, a linha DMX³ tem opção de 800 a 4000A e capacidade de in-terrupção de corrente entre 50kA e 100kA.

Também estão sendo lançados os quadros e painéis de distribuição XL³, tipo TTA, certificados e ensaiados conforme as normas NBR IEC 60439-1 e NBR IEC 60439-3, com gran-de espaço para cabos e áreas largas de conexões. Totalmente modulares, a oferta inclui desde os quadros XL³ 160/400 até os painéis XL³ 800/4000.

A família modular Lexic também está sendo comple-mentada com Relé Tempo-rizado, Interruptor Horário Digital, DX-MA, Contatores

Modulares, Minuterias, Fontes de Alimentação e Instrumentos de Medição, em total sinergia com os quadros XL³.

Para os projetos de alta exigência técnica, foram agrega-dos à gama já reconhecida da Cemar Legrand, os quadros de comando da Linha Atlantic são adequados às normas UL e NBR IEC 62208. Em chapa de aço e pintura eletrostática, na cor RAL 7035, é produzido no Brasil, com grau de proteção IP66 IK10, e tem invólucro para proteção de equipamentos de comando, controle e distribuição.

Para completar o conjunto de controle de energia, a Cemar Legrand também traz Contatores e Botoeiras. Os Contatores Industriais, família CTX, de potência tripolar, com relé bi-metálico, e bobinas de acionamento, servem para reposição, contatos auxiliares NA e NF. Já os Contatores CTX-C, para acionamento de bancos de capacitores, são de fácil instalação, alta qualidade e destinados às principais aplicações da indústria. Para acionamento e sinalização, a Cemar Legrand oferece as botoeiras Osmoz, que podem ser compostas ou componíveis. Além disso, oferece o dispositivo de proteção contra sobrecar-gas (sistema DIN) DLD Lorenzetti em Curva C, que tem preço competitivo nas opções Monopolar, Bipolar e Tripolar 3kA.

lAnçAMEntOs dA cEMAr lEGrAnd PArA Os sEGMEntOs industriAl E tErciáriO

Acesse o portal:

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Com os lançamentos, a empresa completa sua

oferta e oferece produtos consolidados internacio-

nalmente

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tubOnil: ExPEriênciA AliAdA à MOdErnidAdE

A Tubonil está no mercado desde 2006. Trata-se de uma empresa nova, mas com profissionais com muitos anos de experiência no mercado de tubos de aço carbono sem costura e com costura, de pequenos e grandes diâmetros. O comercializa também a linha de Tubos Especiais de 12” a 24” SCH 40 A SCH 160, Tubos Mecânicos ST52 de 50,00mm a 650,00mm paredes grossas, padrão e fora de padrão.

Localizada no município de Guaru-lhos – SP, numa área de 2.500m2, tem instalações modernas e funcionais que lhe permitem atender, com alto nível de qua-lidade, todas as demandas de seus clientes e fornecedores em todo o Brasil.

A maior preocupação da empresa é com a satisfação de seus clientes e com o cumpri-mento qualitativo de suas atividades: assim, dedica-se à melhoria contínua de seus produtos e serviços.

Tudo isso faz da Tubonil mais que um distribuidor de tubos de aço, um parceiro de negócios preocupado em atender seus clientes de forma diferenciada, orientando e prestando suporte técnico.

tubonil comercial de tubos de Aço ltda.fone/fax: (11) 2406-7494

www.tubonil.com.br • [email protected]

release 63mercado empresarialmercado empresarial

Page 64: Anuário das industrias

release

A metalúrgica Ibedal está estabelecida desde 1965 no mercado produzindo peças técnicas usinadas de pequeno porte ou torno revólver automático com alta precisão e tecnologia.

Possui um moderno parque fabril, com-posto principalmente por tornos automáticos e manuais para atender a pequenas e grandes quantidades de peças em qualquer tipo de material.

• Peças usinadas especiais• Conexões

• Uniões• Adaptadores• Eixos• Guia de válvulas• Pinos• Porcas• Buchas

www.ibedal.com.brtels:(11) 2954-3933 / 2954-3936

fax:(11) 2954-9044

MEtAlúrGicA ibEdAlsuA MElhOr PrOduçãO fOrA dA suA EMPrEsA

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Page 65: Anuário das industrias

iMPériO dOs MEtAis - distribuidOrA dE MEtAis

Com investimentos em aquisição de novos equipamentos e a preocupação permanente com a qualidade e diversificação da linha, a Império dos Metais se prepara para novos nichos de mercado.

A empresa está há mais de 10 anos atendendo os mais variados setores da indústria e possui um amplo mix de produtos, distribuindo metais cortados sob medida: Alumínio, Bronze, Cobre, Latão, Aço Inoxidável, Aço Ferramenta e Aços para construção mecânica.

Renomada no fornecimento de materiais im-portados de alta tecnologia sem similar nacional, como, por exemplo, o alumínio 7075, utilizado em larga escala na produção de moldes e para diver-sos fins, possui como fornecedores as principais usinas do país e do exterior. Atende diversos seg-mentos, como metal-mecânico, eletro-eletrônico, automotivo, eletrodomésticos, automobilístico, sucroalcooleiro, têxtil, alimentício, entre outros.

Possui uma central de cortes e conta ainda com galpões equipados com pontes rolantes para movimen-tação de cargas, bem como frota própria de caminhões e veículos possibilitando a entrega dos produtos nos prazos que o mercado exige.

A empresa está em processo de certificação ISO 9000 e uma vez concluída essa mudança prevista para o final deste semestre a empresa vai garantir melhor qualidade de seus processos e materiais.

Segundo Marcelo Ama, diretor da Império dos Me-tais, “o mercado é muito competitivo, mas nossa preocu-pação em atender com total eficiência, qualidade e rapidez, fez com que nosso desempenho nos últimos anos fosse sempre acima da média do crescimento do setor”.

império dos Metais (11) 2036.9900www.imperiodosmetais.com.br

[email protected]

release 65mercado empresarialmercado empresarial

Page 66: Anuário das industrias

índice de anunciantes

123 Achei ......................................................................................62

Aceflan Acessórios Industriais .....................................................52

Aço Forte .......................................................................................26

Amag Geradores ...........................................................................51

ARS Ind. e Com. de Parafusos e Ferragens ................................50

Beerre Assessoria Empresarial ....................................................51

Brasved ..........................................................................................19

CIESP ...............................................................................................30

Cofibam Condutores Elétricos ......................................................05

D & D Manufatureira .................................................... 48/2ª Capa

De Carlo Usinagem e Componentes ...........................................41

Diadema Com. de Papéis e Embalagens ...................................52

Epil ..................................................................................................40

Extretec Indústria e Comércio de Trefilados ..............................63

Feital ...................................................................................Capa/17

Getrat Ipiranga .....................................................................3ª Capa

Império dos Metais Comercial.....................................................65

Infrafort Tubos e Conexões de PVC .............................................50

Lacorte Ind. e Com de Corte e Laminação de Aço ....................63

Lapefer Comércio e Indústria de Laminados .............................26

Lotus Metal ....................................................................................53

M T R Válvulas e Conexões ..........................................................53

Metalúrgica Ibedal ........................................................................64

Metalúrgica Sam .......................................................................Capa

Miranda Lynch & Kneblewski ......................................................58

Niquelação e Cromação Brilhante ..............................................62

Novoaço Especial ..........................................................................65

Parafusalia .....................................................................................59

Pro & Ind Produtos Industriais .....................................................65

Qualinox .........................................................................................45

Regional Compressores ................................................................46

Sesi-SP e Senai-SP ........................................................................39

Silvale Comércio de Ferramentas ...............................................46

Super Finishing do Brasil .............................................. 15/4ª Capa

Tropical Tendas .............................................................................59

Tubonil Comercial de Tubos de Aço ............................................61

Vertex Comércio e Indústria ........................................................58

Wimaq Industrial ...........................................................................64

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